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Resumo movimentao e exfoliao

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Page 1: Resumo movimentao e exfoliao

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPICENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE- CCSDEPARTAMENTO DE MORFOLOGIADISCIPLINA: HISTOLOGIA BUCALPROFESSOR: LUDMILA TOLSTENKO

ERUPÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DO DENTE

Carleane Macedo Jéssica lima Raiza Milena Suélley de Oliveira Tairan Reis

TERESINAJUNHO/2010

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Movimentação Fisiológica do Dente

O processo pelo qual o dente se desloca do local onde inicia seu

desenvolvimento - a cripta óssea - até alcançar o plano oclusal funcional

denomina-se erupção dentária.

A erupção dentária é dividida em três fases: pré-eruptiva, eruptiva e pós-

eruptiva. Embora essa categorização do movimento dentário seja conveniente

para fins descritivos, o que está sendo descrito é uma complexa série de

eventos que ocorrem em um processo contínuo, para movimentar o dente em

um espaço tridimensional.

Movimento Dentário Pré-Eruptivo

É realizado pelos germes dos dentes decíduos e permanentes dentro

dos ossos, antes de começarem a irromper.

Durante a fase de coroa da odontogênese, como conseqüência da

deposição da dentina e esmalte, o germe dentário aumenta de tamanho. Esse

crescimento faz com que a cripta óssea que rodeia o germe sofra reabsorção

em suas superfícies para permitir a acomodação da coroa em crescimento.

Além disso, os ossos da mandíbula e da maxila encontram-se neste momento

do desenvolvimento crânio-facial em franco crescimento, o que permite

também a acomodação dos dentes em formação.Por outro lado, pelo fato dos

germes dentários se formarem em idades diferentes, enquanto alguns estão

erupcionando, outros germes adjacentes estão ainda desenvolvendo sua

coroa.

Movimentos pré-eruptivos ocorrem dentro do osso e são refletidos nos

padrões de remodelação óssea no interior da parede da cripta. Durante o

crescimento excêntrico, apenas há a reabsorção óssea, mudando a forma da

cripta, para acomodar a alteração na forma do germe dentário.

Movimento Dentário Eruptivo

Os mecanismos de erupção dos dentes decíduos e permanentes são

semelhantes, ocasionando o movimento oclusal ou axial do dente a partir de

sua posição de desenvolvimento no interior dos maxilares, para sua posição

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funcional final no plano oclusal. A erupção rela do dente, quando ele atravessa

a gengiva, é apenas uma fase da erupção.

Histologicamente muitas mudanças ocorrem em associação à

acomodação da erupção dentária. O ligamento periodontal desenvolve-se

somente após a formação da raiz ter sido iniciada, quando, então, ele deve ser

remodelado, para permitir o movimento eruptivo contínuo. A arquitetura dos

tecidos difere, quando se considera a fase avançada de erupção dos dentes

permanentes em comparação com os dentes decíduos.

Quatro fatores principais influenciam nos mecanismos do movimento

dentário: (1) formação da raiz, (2) pressão hidrostática, (3) deposição e

reabsorção seletivas do osso, e (4) tracionamento do dente para a oclusão

pelas fibras do ligamento periodontal.

A formação da raiz parece ser, em uma consideração inicial, uma causa

óbvia da erupção dentária, porque, sem dúvida, o comprimento do dente

aumenta e deve ser acomodado pelo crescimento da raiz para dentro do osso,

pelo aumento na altura dos maxilares ou pelo movimento oclusal da coroa.Não

se acredita que o crescimento da raiz seja responsável pelo movimento oclusal

da coroa, embora esse movimento realmente ocorra. O crescimento da raiz

não pode ser interpretado como movimento dentário eruptivo, pois os dentes

sem raízes também irrompem.

A pressão hidrostática requer um sistema de pressão mais alta, seja no

interior, seja em torno da base do dente. Os dentes movem-se em seus

alvéolos em sincronia com a pulsação arterial; logo, alterações locais de

volume produzem um movimento dentário limitado. A substância fundamental

pode avolumar-se em quantidade entre 30 a 50% por retenção adicional de

líquidos, e a presença de capilares fenestrados no LP sugere uma capacidade

para o ajuste rápido do fluido.

A evidência mais forte a favor da remodelação óssea como causa do

movimento dentário baseia-se em uma série de experiências realizadas em

cães: quando o pré-molar em desenvolvimento é removido sem perturbar o

folículo dentário, ou se a erupção é impedida pela junção do germe dentário à

borda inferior da mandíbula, ainda assim se forma um caminho eruptivo no

interior do osso sobrejacente ao dente enucleado, uma vez que os osteoclastos

aumentam o canal gubernacular.

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O folículo dentário é necessário para permitir a remodelação óssea que

ocorre com o movimento dentário, fornecendo uma via e uma quimioatração

para os osteoclastos. Investigações imunocitoquímicas indicam um padrão de

atividade celular que envolve tanto o epitélio dentário reduzido quanto o folículo

associado à erupção dentária. Assim, o epitélio dentário reduzido inicia uma

cascata de sinais intercelulares, ao expressar o fator de crescimento

epidérmico e o fator de crescimento transformador. Essas citocinas estimulam

as células foliculares a expressarem os fatores estimuladores das colônias, que

recrutam osteoclastos par o folículo.

O ligamento periodontal e o folículo dentário, a partir do qual ele se

forma, são envolvidos no processo de erupção dentária; além disso, há

evidências de que a verdadeira força necessária para mover o dente está

ligada à contratilidade dos fibroblastos. Os freqüentes contatos intercelulares

entre os fibroblastos do LP permitem somar as forças contráteis; foi

demonstrada uma conexão fibronexal entre as células e os feixes de fibras

colágenas do LP. Para que essa força seja transformada em movimento

dentário eruptivo, duas condições são necessárias: (1) os feixes de fibras de

colágeno devem estar obliquamente orientados e (2) essa orientação deve ser

mantida.

Em resumo, a força que move o dente provavelmente é gerada pela

propriedade de contratilidade dos fibroblastos do LP, entretanto, outras

condições são necessárias, como o crescimento radicular, formação do LP e

remodelação do osso e do colágeno.

Movimento Dentário Pós-Eruptivo

Os movimentos pós-eruptivos são realizados pelo dente após sua

posição funcional no plano oclusal e podem ser divididos em três categorias:

(1) movimentos para acomodar os maxilares em crescimento; (2) movimentos

para compensar o desgaste oclusal contínuo, e (3) movimentos para acomodar

o desgaste interproximal.

Os movimentos pós-eruptivos que acomodam o crescimento dos

maxilares completam-se no final da segunda década, quando termina o

crescimento ósseo. Histologicamente, constituem um reajuste da posição do

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alvéolo dentário pela neoformação óssea na crista alveolar e no assoalho do

alvéolo, a fim de acompanhar o crescimento em altura dos maxilares. Estudos

recentes mostraram que esse reajuste ocorre entre 14 e 18 anos de idade, no

movimento ativo do dente.

O movimento axial, realizado por um dente para compensar o desgaste

oclusal, provavelmente realiza-se pelo mesmo mecanismo do movimento

dentário eruptivo. Note que tais movimentos axiais pós-eruptivos são

realizados, quando os ápices dos molares inferiores permanentes se

encontram completamente formados, e os ápices dos segundos pré-molar e

molar estão quase completos.

Nos pontos de contato entre os dentes, em suas superfícies proximais,

também ocorre desgaste. Tal desgaste interproximal é compensado por um

processo conhecido como desvio mesial ou proximal. As forças que o

provocam são multifatoriais e incluem um componente anterior de força oclusal;

pressão do tecido mole, e contração do ligamento transeptal entre os dentes.

Quando os dentes entram em contato, uma força direcionada

anteriormente é gerada. Tal força anterior resulta de uma inclinação mesial da

maioria dos dentes e da adição de planos intercuspais (produzindo uma força

direcionada para frente).

O LP desempenha um papel importante na manutenção da posição do

dente. Foi sugerido que as fibras transeptais (que passam entre os dentes

adjacentes através do processo alveolar) juntam dentes vizinhos, mantendo-os

em contato, sendo tal teoria sustentada por algumas evidências.

As pressões geradas pelas bochechas e língua podem empurrar os

dentes mesialmente. Entretanto, quando são eliminadas pela construção de

uma placa de acrílico sobre os dentes, a mesialização ocorre da mesma forma,

o que sugere que a pressão do tecido mole não desempenha um papel

importante (ou não possui papel algum) na criação do desvio mesial.

Exfoliação dos Dentes

À medida que os incisivos, caninos e pré-molares permanentes se

desenvolvem, aumentam de tamanho e começam a irromper, influenciam o

padrão de reabsorção do dente decíduo e sua exfoliação (queda).

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A reabsorção do tecido dentário mineralizado é realizada por células

histologicamente semelhantes aos osteoclastos, mas, por estarem envolvidas

na remoção do tecido dentário, são chamadas de odontoclastos. A reabsorção

dos tecidos moles do dente, ou seja, a polpa e o LP, é menos compreendida na

exfoliação. Enquanto ocorre a reabsorção da raiz ativa, a polpa coronária

parece normal, e os odontoblastos ainda se alinham na superfície de pré-

dentina.

Obviamente, a pressão da erupção dos dentes permanentes influencia a

exfoliação da dentição decídua. Por exemplo, se um germe dentário sucessor é

congenitamente ausente ou se encontra em posição intra-óssea anormal,

observa-se um atraso na exfoliação do dente decíduo. Ainda assim,

normalmente, a exfoliação ocorre.

Em uma grande população de brancos norte-americanos, foi mostrado

que o padrão de exfoliação é simétrico para os lados direito e esquerdo da

boca. Exceto para os segundos molares, os dentes inferiores decíduos

exfoliam antes dos seus antagonistas superiores. A exfoliação dos quatro

segundos molares decíduos é praticamente simultânea. Os dentes exfoliam

antes nas meninas. A maior discrepância entre os sexos é observada em

relação aos caninos inferiores, e a menor entre os incisivos centrais superiores.

A exfoliação dos dentes inferiores é sequenciada no sentido ântero-posterior.

Nos dentes superiores, a exfoliação do primeiro molar antes do canino rompe a

sequência.

Movimento Dentário Anormal

Frequentemente, distúrbios nesse processo indicam alguma

anormalidade local ou sistêmica; logo, os padrões de formação e erupção

dentária são de considerável importância diagnóstica. É incomum os dentes

irromperem mais cedo do que o normal. Às vezes, nasce bebê com um incisivo

central já irrompido, mas isso constitui desenvolvimento dentário anormal, e o

dente é extraído, para permitir a amamentação. A perda prematura de um

dente decíduo leva, ocasionalmente, à erupção precoce do seu sucessor

permanente. A erupção retardada dos dentes é muito mais comum e pode ser

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causada por fatores congênitos, sistêmicos ou locais (predominando os fatores

locais).

Movimento Dentário Ortodôntico

Os tecidos de suporte do dente possuem uma extraordinária flexibilidade

que permite o movimento fisiológico do dente e acomoda os movimentos

menores contínuos do dente durante a mastigação. É essa flexibilidade dos

tecidos de suporte do dente que permite o movimento dentário ortodôntico.

Teoricamente, deve ser possível provocar movimento dentário sem

qualquer dano tecidual, usando uma pequena força equivalente às forças

fisiológicas que determinam o posicionamento dentário, valendo-se da

flexibilidade dos tecidos de suporte.

É duvidoso que as técnicas ortodônticas atuais reproduzam essa

situação ideal; a maioria envolve algum dano tecidual, variável, pois as forças

aplicadas para movimentar dente não são distribuídas uniformemente por todo

o ligamento periodontal.

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Referências

1. CATE, Richard Ten. Histologia Bucal: Desenvolvimento, Estrutura e

Função. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

2. KATCHBURIAN, Eduardo, ARANA, Victor. Histologia e Embriologia

Oral – Texto - Atlas - Correlações Clínicas. 2 ed. São Paulo:

Guanabara Koogan, 1999.