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9 GESTÃO DE CUSTOS NO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE: UMA ABORDAGEM GERENCIAL Juliana Caroline Coutinho Coelho Guimarães 1 1 1 Acadêmica do Curso de Bacharelado em Administração da Faculdade de Ciências Administrativas de Curvelo. RESUMO O CISMEV – Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Rio das Velhas dez anos atua na microrregião central de Minas Gerais na prestação de serviços de saúde de média complexidade, mas o desconhecimento de sua Estrutura de Custos dificulta o desenvolvimento de ações estratégicas e o seu crescimento. A promulgação da Lei 11.107 de 06 de abril de 2005, que dispõe sobre as normas gerais de contratação dos Consórcios Públicos, torna ainda mais evidente a necessidade de identificação e gestão desses custos, uma vez que exigirá maior eficiência na utilização dos recursos públicos disponibilizados. O conhecimento dos verdadeiros custos dos serviços prestados por meio do desenvolvimento de um Sistema de Gestão de Custos possibilitará ao CISMEV eliminar desperdícios e impulsionar a melhoria contínua por gerenciamento baseado na realidade organizacional. Este artigo apresenta os resultados da monografia “Gestão de Custos no Consórcio Intermunicipal de Saúde: Uma Abordagem Gerencial” e elucida as questões inerentes à Estrutura de Custos do Consórcio munindo o gestor com informações úteis para o processo decisório, objetivando sempre o atendimento de qualidade à população dos municípios consorciados. PALAVRAS-CHAVES: Estrutura de Custos, Sistemas de Custeio, Custos na Saúde, Gestão de Custos.

RESUMO PALAVRAS-CHAVES:

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GESTÃO DE CUSTOS NO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE...

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GESTÃO DE CUSTOS NO CONSÓRCIO

INTERMUNICIPAL DE SAÚDE:

UMA ABORDAGEM GERENCIALJuliana Caroline Coutinho

Coelho Guimarães1

1

1 Acadêmica do Curso de Bacharelado em Administração da Faculdade de Ciências Administrativas deCurvelo.

RESUMO

O CISMEV – Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Riodas Velhas há dez anos atua na microrregião central de MinasGerais na prestação de serviços de saúde de média complexidade,mas o desconhecimento de sua Estrutura de Custos dificultao desenvolvimento de ações estratégicas e o seu crescimento. Apromulgação da Lei 11.107 de 06 de abril de 2005, que dispõe sobreas normas gerais de contratação dos Consórcios Públicos, torna aindamais evidente a necessidade de identificação e gestão desses custos,uma vez que exigirá maior eficiência na utilização dos recursos públicosdisponibilizados. O conhecimento dos verdadeiros custos dos serviçosprestados por meio do desenvolvimento de um Sistema de Gestão deCustos possibilitará ao CISMEV eliminar desperdícios e impulsionar amelhoria contínua por gerenciamento baseado na real idadeorganizacional. Este artigo apresenta os resultados da monografia“Gestão de Custos no Consórcio Intermunicipal de Saúde: UmaAbordagem Gerencial” e elucida as questões inerentes à Estrutura deCustos do Consórcio munindo o gestor com informações úteis para oprocesso decisório, objetivando sempre o atendimento de qualidade àpopulação dos municípios consorciados.

PALAVRAS-CHAVES:

Estrutura de Custos, Sistemas de Custeio, Custos na Saúde,Gestão de Custos.

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1. INTRODUÇÃO1.1. Apresentação

O Sistema de Saúde Pública no Brasil vem passando porinúmeras transformações ao longo dos anos, a fim de proporcionar saúdedigna e igualitária a todos os cidadãos brasileiros. O SUS - SistemaÚnico de Saúde constitui o modelo público oficial de atenção à saúdeem todo o Brasil, sendo considerado um dos maiores sistemas deSaúde Pública do mundo. Dentre os seus princípios e diretrizes, o dedescentralização se destacou e demonstrou maior avanço.

Com o processo de descentralização da saúde, mais atribuiçõesforam repassadas aos municípios, devendo dessa forma resolver seusproblemas de saúde local. Devido à falta de recursos financeiros,humanos e estruturas eficientes para assumir essas atribuições, surgemos Consórcios Intermunicipais de Saúde – Associação de Municípioscom o objetivo de realizar ações conjuntas, a fim de maximizar e otimizaros recursos disponíveis.

Assim, o CISMEV – Consórcio Intermunicipal de Saúde doMédio Rio das Velhas desponta, na microrregião central de MinasGerais, como um instrumento capaz de aumentar a resolutividade dossistemas de saúde locais, ampliando de forma bastante significativa acapacidade de atendimento à população que necessita de serviços desaúde de média complexidade.

Desde a sua fundação, o CISMEV não se preocupou emidentificar claramente sua Estrutura de Custos, porém, atualmente,em face às várias mudanças às quais terá que se adaptar, torna-sefundamental conhecer todos os custos que esse Consórcio incorre naprestação de cada um dos serviços oferecidos.

Constata-se dessa forma que é preciso desenvolver um sistemade Gestão de Custos, o qual proporcionará a utilização eficiente dosrecursos públicos e informações mais consistentes para as tomadas dedecisões, objetivando sempre o atendimento de qualidade para todosos cidadãos dos municípios consorciados.

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1.2. Histórico e dados relevantes

A origem dos consórcios remonta às décadas de 60 e 70 noEstado de São Paulo, mas, a experiência de cooperação intermunicipalpode ser considerada desprezível, devido às ações despóticas dosgovernos da época. No período de 1983 a 1986, os consórcios secaracterizaram como ferramenta da política de descentralização cujoobjetivo era o fortalecimento dos municípios.

Os consórcios estão alicerçados na CF/88, Lei Orgânica da Saúde8080/90 e Lei 8142/90. A NOB/96 (Normatização OperacionalBásica) dispõe, entre os seus objetivos, que o CIS – ConsórcioIntermunicipal de Saúde é um instrumento para promover atenção àsaúde, uma estratégia para a articulação e mobilização dos municípios.Em Minas Gerais, a implantação dos CIS - Consórcios Intermunicipaisde Saúde iniciou-se na década de 90, mas foi entre os anos de 1995 e1997 que houve uma grande expansão. Os CIS passaram a fazer partede postura hierarquizada do governo para o setor de saúde, atuandodiretamente na atenção secundária, ou seja, a média complexidade.

A microrregião que compõe o CISMEV é considerada o centrogeográfico de Minas Gerais. Situadas em posição intermediária entre aRegião Norte, Vale do Jequitinhonha e a capital mineira, estamicrorregião é passagem natural para a população de vasta região quemigra em busca de serviços de saúde de maior complexidade. Devido àsua característica de microrregião intermediária entre áreas de grandecarência socioeconômica e a Capital do Estado, torna-se bastantecomplexa a delimitação da área de influência de seus serviços de saúde.

O CISMEV – Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Riodas Velhas foi fundado em 14 de novembro de 1995. Adotou apersonalidade jurídica de Associação Civil sem fins lucrativos – PessoaJurídica de Direito Privado, mas, por ser constituído por entes públicos(prefeituras municipais), submete-se às normas de direito públicoaplicáveis. O CISMEV é mantido por repasses decenais dos municípi-os consorciados, que correspondem a 1% do FPM - Fundo deParticipação dos Municípios. Os municípios que compõem o CISMEVsão: Augusto de Lima, Buenópolis, Corinto, Curvelo, Felixlândia,Inimutaba, Monjolos, Morro da Garça, Presidente Juscelino e SantoHipólito, englobando 143.991 habitantes, conforme dados do IBGE.

O CISMEV oferece consultas especializadas em Neurologia,Otorrinolaringologia, Cardiologia, Ortopedia, Oftalmologia ePsicologia Infantil e exames complementares: Mamografia, Ultra-Som,Raios-X, Eletroencefalograma e Eletrocardiograma.

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1.3. Custos nas Instituições de Saúde Pública

Durante muito tempo, as Instituições de Saúde Pública não sepreocuparam com a estrutura de custos, mas, diante de uma demandacrescente por serviços devido principalmente ao envelhecimentopopulacional, em contrapartida a recursos cada vez mais escassos,tal estrutura adquiriu a mesma relevância que possui em outrasorganizações.

Segundo Beulke & Bertó (2005, p.15),“De um modo geral constata-se que as instituições de saúdese constituem em grandes desperdiçadoras de recursos. Essedesperdício, na absoluta maioria dos casos verificados, resulta dainexistência de um sistema técnico, detalhado e consistentede custos e, portanto, num desconhecimento e conseqüentedespreocupação com eles.”

Nota-se, dessa maneira, que o aperfeiçoamento da administraçãonas instituições de saúde é uma necessidade inquestionável, para queseus serviços sejam resolutivos, de boa qualidade e de baixo custo.

1.4. Gestão de Custos

Compreender alguns dos conceitos básicos da Gestão de Custosé fundamental para o desenvolvimento de um sistema eficiente, que sejacapaz de suprir às necessidades da organização. Conforme asdefinições propostas por Martins (1996), Wernke (2001) e Perez Jr.,Oliveira & Costa (1999), por conceitos, pode-se entender:

- Gastos: sacrifício financeiro no qual a empresa incorre, ou aindaas transações financeiras por ela efetuadas, utilizando recursos ouassumindo uma dívida para a aquisição de algum produto ou serviço.Assim, os gastos, de forma geral, são o consumo de bens e serviços. Éimportante não confundir tal conceito com desembolso.

- Investimentos: gastos que irão proporcionar benefícios àorganização em períodos futuros.

- Custos: gastos no processo de produção de um bem ou serviço,referente à utilização de recursos (outros bens e serviços).

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- Despesas: correspondem aos bens ou serviços consumidosdireta e indiretamente para a geração de receitas; são gastos nodesenvolvimento de atividades não-produtivas.

- Desembolso: “saídas de caixa” que resultam em pagamentosreferentes à aquisição de um bem ou serviço.

- Perdas: gastos anormais ou involuntários, frutos de situaçõesexcepcionais (imprevisíveis) que ocorrem nas organizações. Neves &Viceconti (1998) conceituam a perda como um gasto não intencional,fruto de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal daorganização. No primeiro caso, são tratados da mesma forma que asDespesas, sendo assim, lançadas contra o Resultado do período; já nosegundo caso pertencem ao custo de produção do período.

- Desperdícios: podem ser classificados como custos ou despesasutilizados de maneira ineficiente, ou seja, são atividades que resultamem gastos de recursos, tempo e não agregam valor ao produto ouserviço; pelo contrário, adicionam custos. A eliminação de desperdícioscorresponde ao processo de utilização de recursos de forma eficiente.

Identificar os gastos na estrutura, separando-os em custos edespesas é de extrema relevância para a apuração do custo de umproduto ou serviço. Portanto, os gastos podem ser classificados quantoà sua variabilidade (fixos e variáveis) e quanto à sua facilidade dealocação aos produtos e ou serviços (diretos ou indiretos), sendo assimdiscriminados: Custos e Despesas Fixos; Custos e Despesas Variáveis;Custos e Despesas Diretos e Custos e Despesas Indiretos.

Wernke (2001) e Perez Jr., Oliveira & Costa (1999) propõem aseguinte definição para cada um dos gastos:

- Custos Fixos: aqueles que independem do volume de produção,ou seja, produzindo ou não, eles existem. Dessa forma, compreende-seque são gastos constantes na organização.

- Despesas Fixas: como despesas são os gastos em que aempresa incorre no desenvolvimento de suas atividades não-produti-vas, pode-se compreender que as despesas fixas não se alteram comum aumento ou diminuição das atividades não-produtivas, ou seja, ovalor total da despesa permanece constante.

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- Custos Variáveis: ao contrário dos custos fixos, os custosvariáveis estão diretamente relacionados ao volume da produção ouserviço oferecido pela organização. Mantêm uma relação diretamenteproporcional, ou seja, quanto maior a produção, maiores os custosvariáveis totais.

- Despesas Variáveis: as despesas variáveis obedecem àmesma regra dos custos variáveis; assim, à medida que as atividadesnão-produtivas aumentam, aumentam as despesas variáveis totais.

- Custos Diretos: gastos claramente identificados e quantificadosao produto ou serviço e apropriados com muita facilidade. Por seremalocados aos produtos ou serviços, não há necessidade de utilizaçãode critérios de rateio. Dessa forma, os custos diretos são aquelesespecíficos dos produtos ou serviços oferecidos pela organização.Assim, se não houver a produção ou execução de serviços, estes gastossimplesmente não existem.

- Despesas Diretas: assim como no custo direto, as despesasdiretas são gastos que podem, de maneira fácil, ser identificados,quantificados e apropriados às atividades não produtivas.

- Custos Indiretos: ao contrário dos custos diretos, estes gastosnão podem ser apropriados de maneira direta ou objetiva aos produtosou serviços, pois se relacionam a vários produtos ou serviçosoferecidos ao mesmo tempo. Dessa forma, torna-se necessária autilização de algum critério de rateio.

- Despesas Indiretas: as despesas indiretas também não sãoidentificadas de forma precisa, ou seja, conforme o desenvolvimentodas atividades não produtivas.

De acordo com Martins (1996) e Perez Jr., Oliveira & Costa(1999), os critérios de rateio são utilizados para a apropriação dos custosindiretos aos produtos. Estes critérios revelam certo grau de subjetivismoe arbitrariedade. A escolha do critério mais adequado para aorganização está diretamente relacionada com suas particularidades eobjetivos. Por isso, é essencial o bom senso por parte do gestor, umavez que a escolha de um critério não condizente com a realidadeorganizacional pode gerar profundas distorções no resultado final.

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1.5. Sistemas de Custeio

Para Beulke & Bertó (2005, p.40), “Um sistema de custeio é umconjunto de procedimentos adotados numa empresa para calcular algo,ou seja, os bens e serviços nela processados. Pode-se dizer que umsistema constitui a metodologia do desenvolvimento do cálculo decustos”.

Martins (1996) cita que para a implantação de um sistemade custos atingir os resultados almejados, é preciso estar atento aoambiente organizacional, ou seja, é preciso considerar as pessoasenvolvidas tanto na alimentação dos dados quanto no processamentodos mesmos e, ainda, a necessidade de informações do usuário final.Também é importante estabelecer uma relação entre a utilidade de cadainformação solicitada com o sacrifício envolvido para a sua obtenção.Para se efetuar a apropriação dos custos aos produtos e serviços,podem-se enumerar os seguintes Sistemas de Custeio: Custeio porAbsorção ou Integral; Custeio Direto ou Variável; Custeio RKW;Custeio pelo Método de Unidades de Esforço de Produção (UEP ouUP) e Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing – ABC)

Como verificado anteriormente, existem vários sistemas decusteio, por isso, a escolha de um ou outro dependerá do tipo deorganização, do pessoal envolvido e do objetivo que se pretendeatingir. É evidente que o desenvolvimento de um sistema de custeiocontribuirá sobremaneira para um gerenciamento mais eficiente doscustos da organização.

1.5.1. Custeio por Absorção ou Integral

Considerado o sistema mais tradicional de custeio, originou-se daaplicação dos princípios contábeis aceitos no Brasil. De acordo comBeulke e Bertó (2005), a principal característica deste sistema éapropriação de forma integral de todos os custos (sejam eles, diretose indiretos ou fixos e variáveis) aos serviços, que a partir de entãopossuem um custo total, pois, além dos custos diretamente aplicáveis,absorvem os custos indiretos por meio de critérios de rateio.

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1.5.2. Custeio Direto ou Variável

Também considerado bastante tradicional, o custeio direto ouvariável apropria aos produtos e serviços somente os custos variáveis;os custos fixos são separados e examinados como despesas doperíodo, transferidos dessa forma para a apuração do Resultado,segundo Martins (1996). Este sistema não atende aos princípioscontábeis, por isso sua utilização está limitada apenas para o interior daorganização, a fim de subsidiar as tomadas de decisão.

1.5.3. Custeio RKW (Reichskuratorium FürWirtschaftlichtkert)

De origem alemã, este sistema que originou o sistema de Custeiopor Absorção consiste no rateio de todos os custos de produção edespesas da organização, inclusive financeira a todos os produtos eserviços.

1.5.4. Custeio UEP - Unidades de Esforço deProdução

Conforme Wernke (2001) neste sistema de custeio, os custosunitários dos produtos podem ser entendidos como custos dasmatérias-primas que são consumidas no processo e os custosde transformação. Este sistema se preocupa com os custos detransformação, já que os custos de matérias-primas consumidas podemser obtidos nas fichas técnicas de cada produto.

1.5.5. Custeio ABC – Activity Based Costing

Nakagawa (1995) define o ABC como um novo sistema que tempor objetivo “rastrear” os gastos de uma empresa, a fim de desenvolveranálises e monitoramento das inúmeras rotas de consumo dos recursosdiretamente aplicáveis, com as suas atividades mais importantes e,conseqüentemente, destas para os produtos ou serviços.

2. METODOLOGIA

Para este estudo, inicialmente foi realizada uma reunião com oSecretário Executivo do Consórcio, a fim de expor os objetivos,mobilizar os envolvidos nos processos e analisar as diversas formas deoperacionalização da coleta de dados. Foram utilizados os seguintesmétodos de coleta:

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- Observações “in loco” - foram realizadas observações doprocesso de atendimento dos serviços oferecidos pelo Consórcio, sendoidentificadas as atividades que compõem cada serviço, culminando nadescrição do processo de atendimento. Foram identificados, ainda, osimpressos utilizados em cada um dos serviços.

- Reuniões - foram realizadas reuniões com funcionários eprestadores de serviços do Consórcio. Todas as reuniões objetivaramuma compreensão dos serviços oferecidos pelo Consórcio;cada profissional demonstrou sua experiência e conhecimento noesclarecimento de diversas dúvidas, inclusive quanto à utilização dosinsumos para cada exame. Dessa forma, após as reuniões, foramelaboradas planilhas para o controle dos filmes de Raios-X eMamografia, bem como, dos produtos químicos, revelador e fixador.Para os outros exames, devido à maior facilidade de acompanhamento,foram feitos registros da data inicial de uso e data de término do insumo.

- Pesquisa financeira, contábil e documental:

* foram analisadas as Notas Fiscais a fim de se obter o preço dosinsumos e dos impressos utilizados na prestação de cada um dosserviços.

* os Balanços Contábeis do período de estudo (junho aagosto/2005) foram analisados para se obter um real conhecimento dosgastos do Consórcio. Analisaram-se o Livro Conta Corrente (entradase saídas) e a Minuta Diária da Receita, que demonstra o total da receitamensal do Consórcio.

* Foram analisados ainda, os Livros de Raios-X e Mamografia e oImpresso de Controle de Atendimento. A análise do Livro de Raios-Xproporcionou identificar o tipo de exame, o tamanho e quantidade dapelícula utilizada; o Livro de Mamografia possibilitou a identificação davariação das quantidades de películas utilizadas por exame. Por meioda análise do Impresso de Controle de Atendimento, foi possível aidentificação das primeiras consultas e retornos do período, pois seobservou que possuem variação nos custos.

Após a coleta dos dados, foram identificados os diversos gastosdo CISMEV, despesas e custos fixos e variáveis, diretos e indiretos.Primeiramente, foram atribuídos os custos diretos às consultas eexames. Para a apropriação dos Custos Indiretos, foram utilizados doiscritérios bastante simplistas:

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- Alocação dos Custos Indiretos aos serviços, proporcionalmenteao que cada um recebeu dos custos diretos;

- Alocação dos Custos Indiretos aos serviços, proporcionalmenteà quantidade de cada um dos procedimentos.

Foram utilizados estes dois critérios de rateio para se identificarqual seria menos arbitrário, gerando, dessa forma, um cálculo de customais compatível com a realidade. Para todos os serviços, foi realizadoo cálculo da média aritmética simples. Para os serviços de Mamografiae Raios-X foi realizado o cálculo da média aritmética ponderada doscustos unitários.

3. RESULTADOS E ANÁLISES

Para identificar e calcular os custos de cada um dos serviços(consulta/exames) oferecidos pelo CISMEV e conhecer suasespecificidades, foram realizadas as descrições das rotinas queenvolvem cada procedimento.

3.1. Identificação e classificação dos gastos de cadaserviço

Dentro da Estrutura de Custos dos procedimentos, o custovariável direto merece destaque devido à sua predominância. Isso sedeve ao fato de que na maioria dos serviços os profissionais recebempor procedimento. É importante destacar que os impressos e insumossão também caracterizados como custos variáveis, pois a sua utilizaçãoestá ligada à realização do procedimento.

3.1.1. Identificação e Análise dos Custos Indiretos

Abaixo, a representação gráfica dos Custos Indiretos:

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De um modo geral, percebe-se que a mão-de-obra (ServiçosGerais + Encargos e Auxiliar Administrativo, Atendente + Encargos) éo item de maior representatividade dentro dos Custos Indiretos,correspondendo em média a 76,46%. O CISMEV não possui custoscom aluguel, água e energia elétrica, itens esses contemplados porconvênio com a Prefeitura Municipal de Curvelo.

3.1.2. Análise dos Custos Diretos

Os Custos Diretos (Mão-de-Obra Direta, Encargos, Impressos eInsumos utilizados) variam conforme os procedimentos. Para o cálculo,não foi considerado o item depreciação dos equipamentos, uma vez quejá estão totalmente depreciados (alguns equipamentos foram cedidospela Prefeitura Municipal de Curvelo). A tabela abaixo retrata osCustos Diretos Totais incorridos pelo CISMEV no período analisado:

Gráfico 1: Participação dos Custos Indiretos – Junho a Agosto/2005. Fonte: Levantamento de dados junto à Empresa.

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Tabela 1: Custos Diretos Totais dos Procedimentos Fonte: Levantamento de dados junto à Empresa.

O gráfico abaixo, ilustra o comportamento desses custos diretostotais no período de junho a agosto/2005.

Gráfico 2: Custos Diretos Totais dos Procedimentos. Fonte: Levantamento de dados junto à Empresa.

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Observa-se que os exames de Raios-X são responsáveis pelomaior consumo de recursos, correspondendo em média a 27,70%do total gasto no período analisado. Em seguida, Oftalmologia,Neurologia e Ortopedia com custos diretos aproximados, representam,conjuntamente, 39,42% dos custos diretos incorridos no período. Osprocedimentos de Mamograf ia , Cardio logia , Ps icologia ,Otorrinolaringologia, Eletroencefalograma e Ultra-som situam-se nafaixa mais baixa de custos diretos, abaixo dos R$ 2.000,00, ou seja,32,72%. O exame de Eletrocardiograma tem uma faixa de custo diretobastante diferenciada, extremamente baixa, apenas 0,31% dos custostotais diretos, devido ao fato de não ter inserido em seu custo o itemmão-de-obra (funcionária cedida).

3.2. Apropriação dos Custos Indiretos

Foram utilizadas duas metodologias para a apropriação dos cus-tos indiretos aos procedimentos:

a) Alocação dos custos indiretos aos procedimentos,proporcionalmente ao que cada um recebeu de custos diretos –este critério geralmente é usado quando os custos diretos representama grande parte dos custos totais, e não há outra forma mais objetiva dealocação dos custos indiretos.

b) Alocação dos custos indiretos aos procedimentos,proporcionalmente ao total de atendimentos realizados – estecritério foi considerado o mais indicado, uma vez que se visualizou quea mão-de-obra é o item mais representativo dos custos indiretos. Paraque os atendimentos ocorram, é preciso que sejam realizadas algumasrotinas executadas pela Atendente e Auxiliar Administrativo (que sedestacam pela representatividade nos custos indiretos). Dessa forma,torna-se menos arbitrária a alocação dos custos conforme o número deatendimentos de cada procedimento. O cálculo utilizado para talcritério de alocação foi a divisão do total de custos indiretos de cadamês pelo total de procedimentos realizados.

Martins (1996) esclarece que a utilização de métodos diferentesculmina em custos totais também diferentes, não existindo uma formaperfeita de se fazer a alocação desses custos, podendo no máximo,entre as diferentes alternativas, utilizar aquela que traz consigo menorgrau de arbitrariedade.

A tabela abaixo demonstra o critério utilizado:

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Tabela 2: Custo Indireto por Procedimento.Fonte: Levantamento de dados junto à Empresa.

De acordo com o critério acima descrito, podem-se identificar osseguintes custos totais médios unitários

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A tabela acima retrata os Custos Totais Médios Unitários dasconsultas especializadas do período em análise. Verifica-se que, entreas diversas especialidades, o custo encontra-se na faixa de R$ 16,00.Constituem exceções às especialidades de Cardiologia (1ª Consulta),devido à exigência da realização do exame de Eletrocardiograma ePsicologia, pois nessa especialidade a profissional recebe um valor fixomensal para cumprimento de uma carga horária, ao contrário dosdemais que recebem por consulta. Dessa forma, o custo total unitárioda consulta de Psicologia será menor, quanto maior for o número deatendimentos nessa especialidade.

Observa-se que o exame de Eletrocardiograma apresenta omenor custo dentre os demais. Por outro lado, o exame de Mamografiaapresenta o custo mais elevado. Tal distorção se deve ao fato de oprimeiro não ter custo com mão-de-obra, uma vez que a funcionária écedida pela Secretaria Municipal de Saúde de Curvelo. Já o segundoapresenta um custo mais elevado, pois utiliza-se dos serviços deTécnicos de Raios-X e Médico Radiologista para emissão dos laudos,além dos insumos necessários para a realização do exame em que sedestacam as películas, que normalmente são quatro por exame.

3.3. Comparativo: Receitas x Atendimentos

As Receitas do CISMEV – Consórcio Intermunicipal de Saúde do MédioRio das Velhas variam mensalmente. Essa variação ocorre devido àsoscilações do FPM – Fundo de Participação dos Municípios, já que asReceitas do Consórcio são oriundas do repasse desse Fundo,correspondendo a 1% de cada município consorciado.

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Valores Recebidos:

Os atendimentos não oscilam em função da Receita. A variaçãona quantidade de atendimentos está diretamente ligada ao número dedias úteis do mês.

- Junho: 1.867 atendimentos efetivamente realizados - 21 dias úteis- Julho: 1.793 atendimentos efetivamente realizados - 21 dias úteis- Agosto: 1.950 atendimentos efetivamente realizados – 23 dias úteis

Apesar de os meses de junho e julho terem apresentado o mesmonúmero de dias úteis, no mês de julho houve um menor número deatendimentos devido ao fato de alguns médicos terem se ausentado paraparticipação em um Congresso.

O gráfico abaixo demonstra esse comparativo entre as Receitas eos Atendimentos do período em análise. Pode-se notar que houveuma redução na Receita do mês de junho para o mês de julho deaproximadamente 28,49%. Do mês de julho para o mês de agostohouve um acréscimo de aproximadamente 4,61%. Os atendimentos,conforme exposto, não têm relação com as Receitas e sim com onúmero de dias úteis do mês. Por isso, o mês de agosto se destaca com1950 atendimentos efetivamente realizados, pois apresentou 23 diasúteis.

Receitas x Atendimentos

Gráfico 3: Comparativo: Receitas / Atendimentos – Junho a Agosto/2005. Fonte: Levantamento de dados junto à Empresa.

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3.4. Demonstração de Resultado do Exercício

A fim de identificar a real posição financeira do CISMEV noperíodo analisado (junho a agosto), foram elaboradas as respectivasDREs. Foi realizada uma separação entre Custos Diretos e Indiretosdos procedimentos apenas para fins didáticos, uma vez que não ocorretal separação neste demonstrativo.

Nos resultados do período em análise, observa-se uma variaçãoque pode ser explicada pela oscilação das receitas e pelo número dedias úteis de cada mês que é o determinante do da quantidade de pro-cedimentos a serem realizados (conforme demonstrado no Gráfico 3).

Assim, no mês de junho, verifica-se a maior receita do período;no entanto, o maior número de procedimentos foi realizado no mês deagosto, que apresentou uma receita inferior a junho, culminando emdeficit.

3.4.1. Demonstração dos Custos e Despesas

O gráfico abaixo demonstra que os Custos Diretos têm maiorrepresentatividade dentro dos gastos do CISMEV correspondendo a69,66%. Os Custos Indiretos somam 10,33%, perfazendo um CustoTotal do período de 79,99%. As Despesas representam somente 20,01%dos gastos totais, revelando uma característica de eficiência da gestãodo Consórcio.

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Gráfico 4: Demonstração dos Gastos do CISMEV – Junho a Agosto/2005 Fonte: Levantamento de dados junto à Empresa.

Alguns Consórcios Intermunicipais de Saúde têm demonstrado quedestinam 70% dos recursos para a operacionalização dos serviços e30% para despesas administrativas. Dessa forma, nota-se que oCISMEV trabalha com uma estrutura administrativa racionalizada.

3.5. Comparativo: SUS x CISMEV x Convênio

A fim de verificar os custos dos procedimentos do CISMEV frenteaos valores do SUS e Convênio, foi feito um comparativo paraposteriores análises:

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A Tabela acima exibe os valores pagos pelo SUS e Convênio e oscustos do CISMEV para as consultas especializadas. Conforme se podevisualizar, o SUS repassa apenas R$ 7,55 pelas consultas especializadas.Tal realidade é singular e encontra permanentes questionamentos dosprofissionais da área de saúde. Observa-se grande proximidade dosvalores pagos pelo Convênio em relação aos custos do Consórcio,admitindo a primeira consulta e retorno num prazo de 15 dias (prazo decobertura do Convênio). Se considerar que os retornos nem sempreacontecem num prazo máximo de 15 dias, fica evidente a melhorrelação custo-benefício dos valores apresentados pelo Consórcio.

Na tabela acima, nota-se que os custos dos exames do CISMEVem relação aos valores pagos pelo SUS estão bastante alinhados.Destacam-se os exames de Mamografia e Eletrocardiograma comcustos inferiores aos valores pagos pelo SUS. Com relação aoConvênio, nota-se uma disparidade muito acentuada.

4. CONCLUSÕES

Encarar os custos na área de saúde de forma profissional éimprescindível para se obter uma gestão eficiente. A preocupação,nos últimos anos, com os custos da área de saúde envolve diversosaspectos, como os crescentes gastos públicos nessa área e osproblemas relacionados ao financiamento de gastos.

Apesar da importância do desenvolvimento de um Sistema deGestão de Custos, ainda é inexpressiva a disseminação de métodosadequados para a apuração dos custos na área da saúde, o queprovoca distorções no gerenciamento e dificuldades no processodecisório.

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O CISMEV, há dez anos, vem se consolidando como importanteEntidade Prestadora de Serviços de Saúde de Média Complexidade naRegião do Médio Rio das Velhas. Para os municípios consorciados,o CISMEV representa o acesso da população a serviços que,isoladamente, não teriam condições de oferecer. Representa aindaracionalização e economia de recursos financeiros e humanos.

Analisando a Estrutura de Custos do CISMEV, verifica-se que oscustos identificados se encontram dentro da realidade das instituiçõesde saúde, mas o aumento do número de atendimentos e contrataçãode novas especialidades fica comprometido sua atual realidadeorçamentária. Assim, para atender a crescente demanda e aumentaros serviços do Consórcio, torna-se necessário um incremento nasreceitas. Aumentar as receitas sem onerar mais os municípios só serápossível se houver o credenciamento do CISMEV no SUS. Hoje, todaa produção do CISMEV (consulta/exames realizados) é recebida pelomunicípio de Curvelo e não há nenhum repasse desse valor aoConsórcio. Caso o CISMEV receba o repasse do SUS relativo à suaprodução, este corresponderá, em média, a R$ 16.144,94 por mês.Dessa forma, é preciso mobilizar todos os municípios consorciados nosentido de se buscar o credenciamento.

Havendo o referido credenciamento e conhecendo os custos decada procedimento, será possível ampliar os serviços oferecidos,contratar novas especialidades, buscando cada vez mais suprir ademanda por serviços de saúde de média complexidade dos cidadãosdos municípios consorciados.

Foi observado que o Consórcio apresenta uma administraçãoeficiente, revertendo mais de 79% dos recursos repassados para aoperacionalização dos serviços, ficando o restante para as despesasadministrativas. Apesar disso, observou-se que, dos procedimentosprogramados e pagos, em média R$ 634,55 não estão sendo usados.Portanto, caberá à administração ações no sentido de se eliminar taisperdas. Uma possível ação para se otimizar a utilização dos recursos éo levantamento das reais demandas de cada procedimento juntoaos municípios consorciados. Outra ação seria uma revisão doscontratos que, em vez de estipularem o pagamento por procedimentosprogramados, passariam a ser por procedimentos realizados.

Observou-se, ainda, que os profissionais contratados naModalidade Pessoa Jurídica apresentam menor custo. Dessa forma, afim de minimizar os custos, seria mais racional a contratação de todosos profissionais (médicos) nesta modalidade.

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GESTÃO DE CUSTOS NO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE...

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O Serviço de Raios-X é o que apresenta o maior número deatendimentos e consome o maior volume de recursos financeiros. É umserviço bastante complexo, pois envolve inúmeras variáveis; noentanto, é mais vantajoso para o Consórcio manter o serviço em vez deterceirizar, já que os custos do CISMEV, para tais exames, sãoinferiores aos valores cobrados pelo Convênio. Foi notado que oserviço de Raios-X trabalha com capacidade ociosa. Para otimizar esseserviço, uma possível solução seria a venda dessa capacidade ociosapara algum município ou entidades de saúde que demonstrem interesse(é importante destacar que o CISMEV não pode cobrar diretamentedos pacientes a prestação de seus serviços). Dessa forma, os custosfixos do Serviço de Raios-X seriam reduzidas, e os custos variáveisestariam garantidos pelo preço cobrado por exame.

Para tornar ainda mais eficiente os serviços oferecidos, torna-senecessário o aprimoramento do sistema de informatização. O Serviçode Raios-X, devido às suas singularidades, necessita de um softwareespecífico. Assim, tornar-se-á mais simples o acompanhamentodos exames realizados, sua valoração conforme a incidência e oacompanhamento do estoque.

Oferecer cada vez mais serviços e com maior qualidade é o grandeanseio do Consórcio. Mas, para que isso aconteça de fato, é precisoconjugar a Gestão de Custos do Consórcio com os esforços de todosos envolvidos neste processo. Entende-se que o CISMEV inicia umprocesso contínuo de aprendizagem com o objetivo de cada vez maisadequar o seu atual Sistema de Gestão de Custos às novas perspectivasdo setor, primando sempre pela perpetuação da qualidade em todos osserviços prestados.

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