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RESUMO PROVA LILIAN PRINCIPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS Universalização: A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito. Neste sentido, o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. O SUS foi implantado com a responsabilidade de tornar realidade este princípio. Equidade: O objetivo da eqüidade é diminuir desigualdades. Mas, isso não significa que a eqüidade seja sinônimo de igualdade. Apesar de todos terem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades diferentes. Eqüidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. Para isso, a rede de serviços deve estar atenta às necessidades reais da população a ser atendida. A eqüidade é um princípio de justiça social. Integralidade: O princípio da integralidade significa considerar a pessoa como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. PRINCIPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS Regionalização e Hierarquização: A regionalização e a hierarquização de serviços significa que os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da clientela a ser atendida.

Resumo Prova Lilian

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RESUMO PROVA LILIAN

PRINCIPIOS DOUTRINRIOS DO SUS

Universalizao: A sade um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito. Neste sentido, o acesso s aes e servios deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raa, renda, ocupao, ou outras caractersticas sociais ou pessoais. O SUS foi implantado com a responsabilidade de tornar realidade este princpio.Equidade: O objetivo da eqidade diminuir desigualdades. Mas, isso no significa que a eqidade seja sinnimo de igualdade. Apesar de todos terem direito aos servios, as pessoas no so iguais e, por isso, tm necessidades diferentes. Eqidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carncia maior. Para isso, a rede de servios deve estar atenta s necessidades reais da populao a ser atendida. A eqidade um princpio de justia social.Integralidade: O princpio da integralidade significa considerar a pessoa como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, importante a integrao de aes, incluindo a promoo da sade, a preveno de doenas, o tratamento e a reabilitao. Ao mesmo tempo, o princpio da integralidade pressupe a articulao da sade com outras polticas pblicas, como forma de assegurar uma atuao intersetorial entre as diferentes reas que tenham repercusso na sade e qualidade de vida dos indivduos.

PRINCIPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS

Regionalizao e Hierarquizao: A regionalizao e a hierarquizao de servios significa que os servios devem ser organizados em nveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada rea geogrfica, planejados a partir de critrios epidemiolgicos, e com definio e conhecimento da clientela a ser atendida.Como se trata aqui de princpios, de indicativos, este conhecimento muito mais uma perspectiva de atuao do que uma delimitao rgida de regies, clientelas e servios.A regionalizao , na maioria das vezes, um processo de articulao entre os servios j existentes, buscando o comando unificado dos mesmos. A hierarquizao deve, alm de proceder a diviso de nveis de ateno, garantir formas de acesso a servios que componham toda a complexidade requerida para o caso, no limite dos recursos disponveis numa dada regio.Descentralizao e Comando nico: Na sade, a descentralizao tem como objetivo prestar servios com maior qualidade e garantir o controle e afiscalizao pelos cidados. Quanto mais perto estiver a deciso, maior a chance de acerto. No SUS a responsabilidade pela sade deve ser descentralizada at o municpio. Isto significa dotar o municpio de condies gerenciais, tcnicas, administrativas e financeiras para exercer esta funo. A descentralizao, ou municipalizao, uma forma de aproximar o cidado das decises do setor e significa a responsabilizao do municpio pela sade de seus cidados. tambm uma forma de intervir na qualidade dos servios prestados.Participao Popular: O SUS foi fruto de um amplo debate democrtico. Mas a participao da sociedade no se esgotou nas discusses que deram origem ao SUS. Esta democratizao tambm deve estar presente no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferncias de Sade, que tm como funo formular estratgias, controlar e avaliar a execuo da poltica de sade.

A PSICOLOGIA E O SISTEMA NICO DE SADE: QUAIS INTERFACES?

- As prticas psi passaram a se ocupar de sujeitos abstratos, abstrados/alienados de seus contextos e tomam suas expresses existenciais como produtos/dados a serem reconhecidos em universais apriorsticos.- a partir da fundao da psicologia nestas dicotomias (de um lado a macropoltica, de outro a micropoltica; de um lado o SUS como dever do Estado e direito dos cidados e de outro, os processos de produo de subjetividade) que o individual se separou do social, que a clnica se separou da poltica, que o cuidado com a sade das pessoas se separou do cuidado com a sade das populaes, que a clnica se separou da sade coletiva, que a psicologia se colocou margem de um debate sobre o SUS.- Definir a clnica em sua relao com os processos de produo de subjetividade implica, necessariamente, que nos arrisquemos numa experincia de crtica/anlise das formas institudas.- A subjetividade plural, polifnica sem nenhuma instncia dominante de determinao.- O sintoma se apresenta em duas dimenses: forma e fora. Sua face instituda, face-forma, aquela que se v aprisionada no circuito de repetio fechada sobre si. O trabalho da anlise dever incidir neste circuito, de modo a nele produzir desvios que forcem a repetio a diferir.- Entendemos a experincia clinica como a devoluo do sujeito ao plano do coletivo. Este no reduzido a uma soma de indivduos ou ao resultado de um contrato que os indivduos fazem entre si.

Interfaces da psicologia com o SUS:- Princpio da inseparabilidade: os processos de subjetivao se do num plano coletivo, plano de multiplicidades, plano pblico. O SUS, enquanto conquista do povo brasileiro, da humanidade, se faz como poltica pblica de sade.- Princpio da autonomia e da co-responsabilidade: a interface se d pela certeza de que o processo de inventar-se imediatamente inveno de mundo e vice-versa.- Princpio da transversalidade: a psicologia no explica nada, ela deve ser explicada e isto s se d numa relao de intercesso com outros saberes/poderes/disciplinas. no entre os saberes que a inveno acontece, no limite de seus poderes que os saberes tm o que contribuir para um outro mundo possvel, para uma outra sade possvel.- Os eixos da universalidade, equidade e integralidade, constitutivos do SUS s se efetivam quando conseguimos inventar modos de fazer acontecer tais eixos; a construo das redes, das grupalidades, de dispositivos de co-gesto, de aumento de ndice de transversalidade, de investimento em projetos que aumentem o grau de democracia e participao, so alguns dos caminhos a serem percorridos.- Pensar-fazer polticas de sade exige, ento, criao de dispositivos, exige criao de espaos de contratualizao entre os diversos atores que compem as redes de sade, exige um estar com o outro: usurio, trabalhador, gestor. Aqui certamente a psicologia pode estar, aqui ela pode fazer intercesso. Insistimos, no basta distncia formular regular, controlar polticas, preciso criar modos, criar dispositivos que dem suporte experimentao das polticas no jogo de conflitos de interesses, desejos e necessidades de todos estes atores.- O SUS nasce como movimento, conhecido como Reforma Sanitria, aliado a outros movimentos sociais, na luta contra a ditadura militar e em prol da democracia, da garantia de direitos do homem. O SUS foi, o movimento que se firmou como resistncia privatizao da sade.

A CULTURA PROFISSIONAL DO PSICLOGO E O IDERIO INDIVIDUALISTA: INPLICAES PARA A PRTICA NO CAMPO DA ASSISTNCIA PBLICA SADE

- As identidades so construdas a partir da posio ocupada no quadro social. Nas sociedades modernas predomina uma configurao particular, onde o todo social prevalece sobre as partes e onde no h uma oposio entre indivduo e sociedade. - A nfase na privatizao e nuclearizao da famlia, na responsabilidade individual de cada um dos seus membros, a nfase nos projetos de ascenso social, na descoberta de si mesmo, na busca da essncia e na libertao das represses, foram algumas destas estratgias que culminou na promoo de uma psicologizao do cotidiano e da vida social e num esvaziamento poltico. Assim, a difuso destes ideais analticos terminou por oferecer referenciais estticos, modelos identificatrios, produziu uma representao ideal de sujeito e prticas baseadas neste modo particular de subjetividade, que no caso dos psiclogos, tornaram-se hegemnicas e definidoras de sua identidade e cultura profissionais.- A cultura profissional do psiclogo brasileiro deve ser pensada levando-se em considerao os seguintes aspectos: histria e ideologia da profisso na nossa sociedade; condies em que se d a formao em nosso pas; representao social da profisso e; populao que procura os cursos de psicologia no Brasil.- Pode-se dizer que a psicloga cresceu comprometida com o capital e o consumo, servindo principalmente de suporte cientfico das ideologias dominantes e de auxlio na perpetuao do status quo ao longo do seu percurso de legitimao social. Em funo disso considera-se que a psicologia muito pouco exerceu, e vem exercendo, um papel questionador e transformador das instituies e das relaes pessoais e vem contribuindo mais para a reproduo das estruturas sociais e das relaes de poder. Na maior parte das vezes, o psiclogo no tem claro como o conhecimento que utiliza produzido e a quem beneficia, de maneira que termina contribuindo para o controle social da populao.- Sua entrada nos currculos das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e de Salvador deveu-se a um interesse de que ela pudesse oferecer meios de controle social dos indivduos e das populaes e para a patologizao do comportamento anormal, isto , estava associada resoluo de problemas, desajustes e desvios da sociedade. - Ela penetrou em toda a sociedade sem estar necessariamente comprometida com a produo de conhecimentos na perspectiva de transformao das prticas e ideologias dominantes em nossa sociedade.- Nossos currculos espelham e produzem um modelo hegemnico de atuao profissional e definies limitadas do que seja atuao psicolgica. Isto se constitui num entrave para o exerccio de atividades em novas reas que envolvem atividades para as quais o psiclogo no foi preparado como caso do campo da assistncia pblica sade.- Quando o psiclogo passa a trabalhar as instituies pblicas de sade, ele se depara com uma clientela e com um tipo de demanda que difere substancialmente das que ele atende na clnica privada. Esta estaria mais em busca de se conhecer, de se tratar, ao passo que a clientela pblica teria como objetivo a eliminao de sintomas.- Uma das primeiras dificuldades com que o psiclogo se depara no servio pblico de sade diz respeito ao comportamento da clientela diferir do que era por ele esperado, ou seja, ele se depara com um grande nmero de faltas s consultas, atrasos freqentes, dificuldades de comunicao, resultados aqum dos pretendidos, alm de um grande nmero de abandono dos tratamentos; comportamento que na maioria das vezes atribudo falta de interesse ou capacidade de compreenso dos pacientes para a tarefa teraputica. Alm disso, o psiclogo se v diante de problemas que escapam ao domnio especfico da clnica, referentes s condies de vida da populao, as quais tm implicao nos problemas trazidos at a instituio de sade.

A humanizao na sade como instncia libertadora

- A idia de humanizao passou a ser entendida como a valorizao dos diferentes sujeitos implicados no processo de produo de sade.- A nfase dada ao empenho de humanizao na sade pende, amide, para o lado das necessidades imediatas do usurio ou cliente externo, de acordo com uma lgica dicotmica de confrontao alimentada por uma tradio paternalista, cujo efeito mais direto se traduz na opacidade dos servios.- O novo conceito no se trata mais de pensar a sade como ausncia de doena ou invalidez, mas de promoo de um estado de bem-estar completo, fsico, mental e social. Uma das conseqncias imediatas dessa nova definio foi a substituio do conceito de higiene mental pelo de sade mental, o que implicou uma mudana substancial de concepo, no rastilho que acompanhou a mudana geral do campo da sade.- A valorizao do conceito de sade mental veio deslocar a nfase dada ao discurso mdico para uma ateno multidisciplinar, na qual os discursos de diversos saberes pudessem construir uma viso integrada do sujeito em sofrimento, trazendo, desta feita, a um plano primeiro, a sua singularidade e sua subjetividade.- O processo de humanizao do setor da sade mental se deu atravs da batalha antimanicomial, pela extino dos castigos corporais e mentais disfarados em tcnicas teraputicas, pelo fim do abuso medicamentoso, pela liberao da palavra e abertura de sua escuta, pelos direitos dos pacientes e, sobretudo, pelo reordenamento das relaes dos profissionais de sade entre si e de suas relaes com os pacientes.- Baremblitt: Esse discurso mdico aquele que d nfase e promove a relao curativa e assistencial, estimando como menores as aes que possam advir da preveno e elidindo, na considerao diagnstica, os fatores que possam advir do estatuto socioeconmico ou subjetivo, singular, do paciente atendido.- Um dos grandes desafios da humanizao incidir na reformulao curricular, de forma a permitir uma viso mais abrangente do processo de preveno e assistncia, que toma o nome de clnica ampliada. Ampliada, na medida em que se entender qualquer procedimento clnico como produtor de subjetividade, sendo, portanto, uma ferramenta importantssima tanto na formao de cidados ativos e responsveis, quanto para propor lugares alternativos aos da passividade e inrcia presentes no processo de adoecimento e cura.- Outro espao onde esta mudana enfrenta uma batalha cotidiana o da gesto das prticas. Todo um sistema de pensamento est plasmado num sistema de gesto, que abrange desde a maneira pela qual o profissional se posiciona at a elaborao de planejamentos institucionais, locais e gerais. A incorporao efetiva dos organismos l existentes, de participao da comunidade, assim como as criaes de novos dispositivos, surgem como formas decisivas de intervir na gesto institucional dos problemas de realizar a humanizao da sade como instncia de libertao.- A poltca de humanizao em sade deve ser um instrumento de transferncia de um poder centralizado, que envolve naturalmente risco e responsabilidade, para um poder compartilhado, no qual diferentes instncias possam sustentar o delicado processo de preveno e assistncia.

A HUMANIZAO NO ATENDIMENTO: INTERFACES BETWEEN HEALTH PSYCHOLOGY AND COLLECTIVE HEALTH

Podemos compreender a psicologia da sade como sendo uma prtica que atua na integrao da sade mental com a sade fsica e social do usurio, baseada em atitudes que visem preservao da vida. Quando o profissional de sade se aproxima do ser humano, importante que ele possa ser capaz de agir e refletir acerca da pratica da sua relao com o usurio. A psicologia da sade uma rea psi que abrange tudo o que o psiclogo faz no campo da sade. Esta engloba tanto as atividades de promoo e proteo da sade, quanto a preveno e o tratamento das doenas. O profissional que lida com o sofrimento humano deve atender pessoa fragilizada de forma a valorizar sua qualidade de vida, respeitando sua dignidade e seu processo na tomada de decises. Dois princpios para a conduta do profissional de sade: A beneficncia oferta da melhor assistncia ao paciente, como prevenir, remover ou evitar o malefcio; avaliam-se vantagens, custos, riscos e benefcios; No-maleficincia - os atos diagnsticos ou teraputicos devem evitar o dano, na maior medida. Uma das maneiras de se proporcionar um atendimento humanizado no contexto de sade coletiva atravs do acolhimento dos usurios, atendendo s demandas biopsicossociais. O acolhimento inicial muito importante, pois um instrumento fundamental para o estabelecimento de um vnculo, que comea no momento em que a pessoa chega na instituio em busca de atendimento. importante que o trabalhador de sade esteja preparado, tanto no sentido profissional e tico quanto no emocional, para que possa ser resolutivo em suas aes. Assim, deve haver uma postura de escuta ativa, empatia, aceitao e entendimento dinmico para o adequado acolhimento do ser humano. necessrio pensar em novo fluxos de atendimento em sade a partir da realidade, dos usurios e das novas tecnologias de trabalho e gesto, que visem humanizao e ao comprometimento com a vida das pessoas. A psicologia da sade considera a individualidade da pessoa e entende a sua dor como nica, buscando compreender sua real dimenso e a maneira pela qual este sofrimento repercute na vida. A psicologia tenta observar e compreender a dor em relao realidade de vida da pessoa, buscando um planejamento de intervenes e aes em sade.