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1 Resumos de Introdução às ciências da Educação Ciências da Educação ................................................................................................................ 2 Noção de Educação ............................................................................................................... 2 Extensão da noção de Educação ........................................................................................... 3 Ciências da Educação ............................................................................................................ 5 Situação de Educação............................................................................................................ 5 Facto de Educação................................................................................................................. 7 Factores determinantes das situações de educação ............................................................ 7 Condições gerais.................................................................................................................... 8 Condições locais .................................................................................................................... 9 Condições da Relação Educativa ........................................................................................... 9 Quadro geral das Ciências da Educação (1980) .................................................................. 10 Quadro de escolarização: .................................................................................................... 11 Funções sociais da Educação................................................................................................... 11 Adaptação ........................................................................................................................... 11 Conservação/Manutenção .................................................................................................. 12 Desenvolvimento Individual ................................................................................................ 12 O desenvolvimento dos Sistemas Educativos Massificados ................................................... 13 A emergência dos Estados-Nação ....................................................................................... 13 Desenvolvimento Económico, Social e Científico ............................................................... 13 Características dos Sistemas Educativos Massificados ....................................................... 14 Educação Tradicional/Educação Nova ................................................................................ 14 Novas questões pedagógicas .............................................................................................. 15 Educação Tradicional vs. Educação Nova ............................................................................ 15 Psicologia da Educação ........................................................................................................... 16 Psicologia e Educação ......................................................................................................... 16 Psicologia da Educação ....................................................................................................... 17 Universo de intervenção da psicologia da educação .......................................................... 18 ............................................................................................................................................. 18 Educação Inclusiva ...................................................................................................................... 19 Princípio da Educação Inclusiva .............................................................................................. 23 Duas características/factores de pressão sobre os sistemas educativos actuais ................... 23

Resumos de Introdução às ciências da Educação · quem frequentou o jardim-de-infância, na minha geração a grande maioria já frequentou a ... Outro assunto, é que eu apanhei

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Resumos de Introdução às ciências da Educação

Ciências da Educação ................................................................................................................ 2

Noção de Educação ............................................................................................................... 2

Extensão da noção de Educação ........................................................................................... 3

Ciências da Educação ............................................................................................................ 5

Situação de Educação ............................................................................................................ 5

Facto de Educação ................................................................................................................. 7

Factores determinantes das situações de educação ............................................................ 7

Condições gerais .................................................................................................................... 8

Condições locais .................................................................................................................... 9

Condições da Relação Educativa ........................................................................................... 9

Quadro geral das Ciências da Educação (1980) .................................................................. 10

Quadro de escolarização: .................................................................................................... 11

Funções sociais da Educação ................................................................................................... 11

Adaptação ........................................................................................................................... 11

Conservação/Manutenção .................................................................................................. 12

Desenvolvimento Individual ................................................................................................ 12

O desenvolvimento dos Sistemas Educativos Massificados ................................................... 13

A emergência dos Estados-Nação ....................................................................................... 13

Desenvolvimento Económico, Social e Científico ............................................................... 13

Características dos Sistemas Educativos Massificados ....................................................... 14

Educação Tradicional/Educação Nova ................................................................................ 14

Novas questões pedagógicas .............................................................................................. 15

Educação Tradicional vs. Educação Nova ............................................................................ 15

Psicologia da Educação ........................................................................................................... 16

Psicologia e Educação ......................................................................................................... 16

Psicologia da Educação ....................................................................................................... 17

Universo de intervenção da psicologia da educação .......................................................... 18

............................................................................................................................................. 18

Educação Inclusiva ...................................................................................................................... 19

Princípio da Educação Inclusiva .............................................................................................. 23

Duas características/factores de pressão sobre os sistemas educativos actuais ................... 23

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A qualidade na educação ............................................................................................................ 25

Currículo .................................................................................................................................. 29

A necessidade do currículo ................................................................................................. 29

Estrutura Curricular ............................................................................................................. 29

Pressão sobre o currículo .................................................................................................... 30

Tendências actuais: ............................................................................................................. 31

Avaliação Escolar ..................................................................................................................... 32

Funções da avaliação........................................................................................................... 32

Modalidade de avaliação: ................................................................................................... 32

Avaliação referida a: ............................................................................................................ 33

A função de docente: .............................................................................................................. 34

Mudança na profissão de docente: ..................................................................................... 35

Ciências da Educação

Noção de Educação

Primeiro entendimento sobre a noção de educação é relativamente à Instituição Social

e ao Sistema Educativo, estes estão relacionados quando por exemplo ouvimos dizer “A

educação está mal”, estamos a falar de Educação no sentido do Sistema Educativo, os colegas

não estão bem, o universo da educação tem dificuldades, as crianças não tem o rendimento

nos exames como os professores gostavam, etc, leva-nos a falar da educação no sentido

institucional, com uma estrutura social.

O segundo entendimento é a Educação entendida como resultado de uma acção,

quando por exemplo ouvimos dizer “És muito mal-educado” forma simples entre o

entendimento de ensino, a pessoa não foi bem-educada, o ensino não foi bom, ou “os

resultados não estão a ser satisfatórios” estamos a falar do que resulta do trabalho educativo.

Quando falamos de Educação o que pensamos automaticamente é Escola, mas o que o

professor se refere é da Educação Formal (das instituições) e Educação Informal (da família)

considerando o contexto em que ocorre.

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A educação como resultado de uma acção é a educação como resultado de uma acção

educativa no contexto familiar “És mal-educado”.

Terceiro entendimento é entender a Educação como processo, a noção que no 2º

ponto diz-nos que a educação pode ser vista como um resultado que resulta de um processo,

aqui falamos da educação como o próprio processo, aquilo que por exemplo do ponto de vista

da educação formal ou informal, como os processos podem ser organizados de forma a ter

melhor resultado. Ex. como podemos melhor o funcionamento dentro da sala de aula para

termos menos problemas de indisciplina na sala de aula? É um problema do processo, e

portanto, o comportamento das crianças é o resultado que a gente observa. Este terceiro

entendimento tem a ver com a Relação Educativa, a educação ligada às “coisas” da Educação.

Extensão da noção de Educação

Algumas alterações que têm-se vindo a processar, atendendo ao pensar educação, o

primeiro tópico é o alargamento a extensão da noção de Educação considerando a idade, ex.

quem frequentou o jardim-de-infância, na minha geração a grande maioria já frequentou a

excepção é não ter frequentado, contudo, na geração dos meus avós a excepção era

frequentar, e porquê? Porque não havia tantas questões sobre a importância das crianças dos

3 aos 6 frequentassem o jardim-de-infância, muitas das famílias tinham a mulher em casa e

não precisavam de resolver o problema da guarda das crianças, e portanto, em geral as

crianças não tinham educação formal antes da idade da escola em que todas as crianças

tinham que ir.

Na minha geração a grande maioria frequentou o jardim-de-infância porque todos

achamos que é importante para as crianças terem contacto com outras crianças mesmo que

tendo irmãos.

A importância do pré-escolar (que em Portugal não é obrigatório mas noutros países é)

ex. mundo da fórmula 1, cada vez que há uma prova, primeiro ocorre os treinos de

classificação, as equipas vão, fazem tempos na pista e depois a grelha de saída na prova é

consoante o tempo que fizeram nos treinos, os primeiros 6 anos na vida de uma criança são

anos de classificação para a escola, e uns têm melhores equipamentos, melhores motores,

melhores famílias, melhores condições e os tempos são melhores, aos 6 anos quando entram

na escola estão nos primeiros lugares da grelha mas há uns que chegam (porque a família não

tinha tantas condições, etc) e chegam à escola, e a escola trata-os como se fossem todos iguais

quando têm tempos de classificação bem diferentes.

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Qualquer pessoa que conheça o universo da escola no 1º ano do 1ºciclo sabe que

passado um mês das crianças estarem na escola as crianças não estão todas ao mesmo nível.

Donde a educação pré-escolar é um factor importante para nivelar as experiências das

crianças, para promover mais equidade, as crianças terem todas, se forem ao jardim-de-

infância, independentemente das diferenças individuais das crianças e das suas características

familiares, o seu contexto familiar, há uma experiência de educação que foi dada no jardim-de-

infância que pode ajudar a que as crianças estejam mais próximas umas das outras

relativamente ao início da escolaridade, para atenuar ou para promover maior equidade na

acessibilidade as oportunidades, e daí a importância que actualmente se atribui à educação

pré-escolar.

Outro assunto, é que eu apanhei escolaridade obrigatória até ao 9ºano, mas os mais

novos que estão na escola agora, têm escolaridade obrigatória até ao 12ºano, quando o

professor começou era de 4 anos. Está a estender-se para cima, estende-se para baixo em

relação ao pré-escolar e estende-se para cima porque na geração dos 4 anos, quem pensava as

“coisas” da Educação pensava que o que todas as pessoas precisam de saber passava-se em 4

anos (ler, escrever, contar, saber coisas fundamentais como os rios e os seus afluentes e os

caminhos de ferro) o que acontece é que as sociedades evoluem e começam a pensar que é

preciso saber mais coisas, e o que é preciso que todos saibam já não cabe em 4 anos e a

escolaridade passou para 6 anos, e depois para 9 e agora já dizem que o que toda a gente deve

saber não dá para passar em 9 anos tem de se passar em 12 anos.

Mas é mais, hoje em dia a percentagem das pessoas que estudam no ensino superior é

muito mais do que no tempo do professor, porque o nível de evolução das sociedades implica

formação, as pessoas vão prolongando o nível da sua formação.

Discurso: “agora toda a gente quer ser doutor” e nós somos o país da Europa que

temos menos licenciados, cada vez que um jornal põe isto no título é um tiro no pé, e por isso

é que a Alemanha vêm buscar os nosso licenciados, parvos somos nós que damos a formação e

depois os deixamos ir embora, nós não temos licenciados a mais temos é desenvolvimento a

menos. A resposta não é dar sinais para as pessoas não se qualificarem é sim, promover

desenvolvimento para absorver mão-de-obra qualificada.

Os agentes educativos: quem é que educa crianças na nossa sociedade? Família,

escola, net, amigos, hoje em dia isso alterou-se substantivamente, quando o professor era

pequeno as famílias eram muito pouco letradas, o indicador de desenvolvimento

relativamente à mobilidade social é quando se verifica que a geração seguinte mais

escolarizado do que a geração anterior) desse ponto de vista do conhecimento da

aprendizagem o professor aprendeu o que a escola tinha para ensinar, porque naquela altura

não havia net, não havia livros em casa, não havia divulgação. Hoje em dia a acessibilidade á

informação é enorme (problema que se coloca aos professores, se formos à net encontramos

mais coisas do que o professor já pensou sobre este assunto).

As famílias actuais educam? Quando e como? Tem de pensar como fazer esse papel e

bem. Os agentes educativos deixaram de ser só a família e escola, “Para educar uma criança é

preciso uma aldeia”

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Outro ponto é a formação global estende-se as necessidades de formação naquela

logica de aumentar a qualificação, ex. trabalho de engenheiro tem de saber as coisas de

engenharia mas também têm de ter capacidades de comunicação, competências de relação

pessoal, etc., ou seja, não tem de saber só as skills pura e dura para o exercício daquela

profissão, é também necessário outro tipo de skills (competências) que são as soft skills que

são necessárias para o exercício da profissão, demonstrando que se está a estender a

formação, é necessário saber mais. Conceito de aprendizagem ao longo da vida.

No último ponto, processos e níveis, nível de aprofundamento dos níveis ex. quando

houve a reportagem em que apanharam algumas respostas erradas e juntaram todas para

fazer uma reportagem sobre a ignorância dos universitários, que trouxe a conversa de “velho”

vocês não sabem nada, na minha altura é que sabíamos. Este alargamento traz implicações

severas.

Os níveis também mudam entre as gerações ex. O uso da tecnologia.

Ciências da Educação

Conjunto de disciplinas, (porque são várias, por isso é que se fala sempre das ciências

da educação no plural) que estudam as condições de existência (como é que existem),

organização (como se organizam), funcionamento (como funcionam) e evolução (como

evoluem) das situações e factos da educação.

Situação de Educação

Exemplo de uma situação de educação: Nós na aula no ISPA, nós somos alunos e

temos o professor.

Esta situação é permanente ou ocasional? Permanente, cadeira que este semestre nós

temos todas as quintas-feiras às 20h30.

Ocasional seria se algum aluno à porta do ISPA encontra o professor e faz uma

pergunta sobre a matéria que não percebeu bem e o professor responde, não é pensada, não

está prevista e não tem necessariamente de se repetir, pode repetir-se mas não é com esta

estrutura que estamos a pontar enquanto aula com matriz horária no calendário

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A duração pode ser variável ex. aulas com duração variável. Do ponto de vista da

psicologia um exemplo é a discussão sobre o aumento da carga horária dos 50 para os 90m,

isso deu uma discussão enorme, nessas imensas discussões houve uma professora que está a

ser entrevistada e que diz: “aulas de 90m não pode ser, então se a de 50m já são uma seca”

que um aluno possa dizer isto, agora uma professora? E nós temos noção que há aulas em que

nos primeiros 5m já olhamos para o relógio a ver quando acaba a aula e há outras que o

professor fala durante horas e não temos noção que o tempo está a passar, não é a duração

mas sim a motivação, conteúdos, a forma como são abordados, etc, não há nada abstracto que

diga qual o tempo que deve ser qualquer aula, depende dos alunos, das matérias, etc. Podem

não ter a mesma duração, a duração das situações de educação pode ser variável.

Ex. O professor quando andava no 2ºano do ISPA teve uma aula a um sábado, e a aula

era de Etologia das 10h à 13h, nós começávamos a ouvir o professor e às tantas a aula tinha de

acabar porque já passava da hora.

O importante é que não há discussão em abstracto, até porque a capacidade de

concentração é variável (ex. tempo que cada aluno é capaz de estar a ler é variável) temos um

tempo de concentração em tarefa é diferente. Se olharmos para uma linha de tempo, a nossa

atenção em padrão começa a seguir sobe mais no terço e a partir do meio começa a descer, ou

seja, temos de fazer o organizador avançado, faço um resumo no início, para no último terço

da aula a nossa atenção não é a mesma, se deixar para esse final a parte mais importante eu

estou a abdicar da nossa maior disponibilidade da nossa capacidade de memória.

Diferentes contextos, nós temos em aula em laboratório, aulas convencionais, ou no

refeitório.

Interactivo, quer dizer que temos de estar a falar e que as aulas devem ser activas, e

depois há professores que dizem que a disciplina é complicada Português, historia mas em

educação física é fácil, “em educação física nós começávamos cheios da vontade e quando

dava a volta ao pavilhão começávamos a andar, a actividade é esmagadora”, confundir

actividade com agitação, quando a actividade é uma questão de sinapses e não de dedos ou de

pés. Nós podemos estar interactivos sem estar a falar quando processamos o que o professor

diz e vemos se nos faz sentido.

Quanto mais eu conseguir a interactividade mesmo que não seja operada através da

comunicação mais eficaz pode ser a situação de educação.

Não tem que falar, preocupa-me é alguém que os miúdos não estão atentos “ele está

sempre distraído” mas não podem responder “você não tem um menino distraído, ele está é

concentrado noutra coisa”. Isto quer dizer que o esforço é procurar a atenção para dar essa

interacção.

As situações de educação sejam de facto interactivas, é a melhor maneira de ganhar a

atenção.

Definição prévia ou não, a definição prévia é por exemplo nós na aula de quinta-feira é

uma definição prévia. Ou não, como é a situação da pergunta á saída, não tem definição

prévia.

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Facto de Educação

Apouco falamos que as ciências da educação estudam as situações e os factos.

Os factos são a acção exercida sobre uma pessoa ou sobre um grupo de modo a

promover modificação qualitativa.

Se eu aplicar esta definição à aprendizagem temos a definição de aprendizagem é uma

mudança qualitativa de estado. Ex. Entramos na aula as 20h30 se houver aprendizagem, nós

saímos com algo que não trouxemos, seja de ideia, reflexão, conceito, etc., o que quer dizer

que se verificou o facto de educação. Do ponto de vista da aprendizagem, houve

aprendizagem.

Estudar as condições que melhor podem potenciar isto que as ciências da educação,

em várias entradas, entre as quais a psicologia da educação, procura é optimizar esta

modificação qualitativa, como podemos fazer com que a acção de um indivíduo (um pai, um

técnico, um professor etc.) dirigido a uma criança ou um grupo pode promover essas

mudanças qualitativas.

Factores determinantes das situações de educação

Esses factos e situações são condicionados por um conjunto de factores. Para

simplificar têm-se três níveis de factores que influenciam o que se passa em matéria de

educação.

Condições gerais: Ex. Os programas nacionais mais ou menos interessantes. Nem o

professor escolhe o que dá, nem o aluno escolhe o que vai aprender, é uma condição geral que

mexe com o que se faz em sala de aula.

Condições locais: Ex. Número de alunos da turma. Há turmas com mais ou menos

alunos, é uma condição local.

Condições da Relação Educativa: Ex. E aquele menino, e aquela turma que é horrível e

as dificuldades que os professores têm com aquela turma em específico.

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Condições gerais

Como psicólogos vamos descobrir que temos capacidade de influenciar aspectos da

área do trabalho, mas há aspectos que influenciam o que nós fazemos mas que não temos

capacidade de alterar, por exemplo, não conseguimos influenciar a política de saúde mental do

país, mas nós a trabalhar como psicólogos em saúde mental vamos ser influenciados por essas

políticas nacionais.

A existência de um conjunto de factores que está para além do que nós

individualmente conseguimos alterar mas que não deixa de ter implicações no dia-a-dia. É este

conjunto de factores como isto acaba por contaminar o que chega às crianças.

Modelo social, cultural e económico influencia o tipo de escola que temos, ex. uma

escola no Paquistão, com os modelos culturais e religiosos do Paquistão não tem as mesmas

características do que uma escola do mundo ocidental porque tem questões culturais que

influenciam o pensamento e acção em matéria de educação. Hoje em dia, uma das questões

que mais afligem o que se passa em matéria de educação a pressão para a excelência e a ideia

que a escola é um tipo de instituição que se destina exclusivamente a promover a excelência, a

escola é para os melhores, se tiver este pensamento, monto uma escola para funcionar assim.

Se por outro lado, a excelência cabe na escola e devem ser incentivadas mas todos têm

de caber, eu monto uma escola que tanto como possível tente acomodar a diferença. Não é a

mesma coisa, aquilo que se pensa a nível social, cultural e económico influencia o que a escola

pode fazer.

Sistema Educativo – modelo de organização e funcionamento Nós temos um sistema

educativo 1º, 2º e 3º ciclo, secundário e ensino superior, esta organização não é, do ponto de

vista do professor, adequada uma vez que ninguém se lembra o que deu no 2ºciclo, não serve

para nada, não tem nenhuma função psicopedagógica o que era mais razoável era um 1ºciclo

com 6 anos, e depois um 2ºciclo correspondente ao actual 3ºciclo mas com opções para as

crianças de acordo com as motivações e um secundário com várias hipóteses, desde formação

curta, longa e uma que canalize para o ensino superior.

Programas/Currículos De manha as aulas do país do 8ºano de uma disciplina, não dão

a mesma matéria mas a matéria para dar é a mesma, isto quer dizer, que transcende o papel

do professor o que ele tem para dar.

Modelos e técnicas pedagógicas Prende-se com as formações dos professores. Os

modelos e as técnicas mudam. Ex. Antigamente as aulas teóricas no ISPA os professores

sentavam-se à frente a falar e não haviam dúvidas, agora existe uma interacção professor-

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aluno, ou seja, diferentes técnicas pedagógicas podem ser usadas de acordo com o número de

alunos na turma. Como os modelos e as técnicas pedagógicas mudam e influência o trabalho.

Formação, recrutamento e gestão de professores Ex. O ministério acha que têm maus

professores, os professores têm de fazer exames, tanto os que acabam de sair da faculdade

como aqueles que já trabalham à anos só que não estão no quadro das escolas.

Logística e Arquitectura Ex. Os megas agrupamento, qualquer estudo diz que isto é

uma fonte de problema, as escolas básicas integradas de 1ºciclo ao secundário, é um risco, só

não é se tiver auxiliares que vigiem o recreio. Ex: Não consigo estar numa sala em que os

miúdos estão cheios de calor, as condições de trabalho influenciam a educação.

Condições locais

Contexto A abordagem deve ser diferenciada, ex. Uma escola que serve a zona da Lapa

(população media/alta) não deviam ter as mesmas características da escola na zona da

Amadora, deviam ter implicações a níveis de recurso, meios e formas de funcionar que se

adaptassem as formas de contexto.

Escola – dimensão, equipamento, etc. É o mais logístico, os tipos de dimensão,

equipamento, etc, influenciam as próprias aulas e como o professor pode dar as suas aulas.

A Equipa: Cultura, composição, experiência, etc Ex. Escola em que fazem turmas de

alunos filhos de professores e turmas de repetentes, isto influencia o próprio sistema

educativo. A composição refere-se à composição das turmas, a experiência refere-se, às vezes

utilizar-se a experiencia para exercer a autoridade, sendo que algumas das vezes a experiência

pode ser só frequência acumulada, repetindo-se sempre os mesmos erros.

Condições da Relação Educativa

A Sala – condições, equipamento, dimensão, etc A parte logística das condições da

relação educativa.

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O Educador – a pessoa, formação, experiência, competências, etc O educador (pai

professor, etc) um dos grandes erros da educação é pensar o aluno como aluno, mas o aluno é

uma pessoa, que os pais podem estar desempregados, etc, a criança pode não estar com

condições de aprender. O professor que vem para uma escola que arranjou colocação muito

longe de casa, não têm condições de ensinar. Quem não está bem não pode trabalhar bem.

Tem de se ter atenção à pessoa.

A formação que os professores têm, e à falta qualidade nalgumas escolas que formam

os professores. E a experiencias, competências sociais que são importantes para o ensino.

O Grupo – Sistema de relações O grupo de turma, nas turmas existem alunos

indisciplinados, eles eram os mais populares, a escola hostiliza o popular logo hostiliza o grupo.

O Aluno Diferenças entre crianças, na interacção percebe as diferenças e mesmo a

ensinar muitos e tenho em consideração que são diferentes. Diferenciar não é individualizar,

as regras são as mesmas mas adapta a cada criança.

Quadro geral das Ciências da Educação (1980)

Este quadro dá a ideia, de quais as áreas no mundo das ciências da educação. Gaston

Mialaret foi um dos criadores das ciências da educação, ideia da árvore em que cada ramo é

uma disciplina, na base estão as de maior tradição (na base de todas está a História da

Educação), no topo as mais recentes. O autor apresenta um quadro de 12 disciplinas

(Demografia escolar, sociologia da educação, psicologia da educação, Economia da educação,

Ciências da avaliação, educação comparada, etc.)

Estudo das condições gerais e locais:

História da Educação: Torna o presente inteligível à luz do conhecimento do passado.

Ajuda a perceber a evolução mesmo em relação à metodologia utilizada. Apresenta uma

perspectiva evolutiva, faz pontes entre o que passou no passado e o que se passa no presente.

Pode ajudar a compara sistemas educativos diferentes, por exemplo, de países diferentes. A

que exerce maior influência sobre as ciências da educação. Ex: Sabemos que os jesuítas eram

muito inovadores (exposições de ideias/trabalhos relevantes pelos alunos), utilizavam a

retórica para promover o poder argumentativo dos alunos.

Sociologia da Educação: Ramo da sociologia que procura interpretar os factos da

educação com base em teorias sociológicas, estuda a influência da sociedade na escola. Que

temas em termos de investigação a sociologia da educação se deve interessar? O impacto das

questões económicas nos processos de escolarização, em relação a famílias atingidas pelo

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desemprego, questões relacionadas com absentismo. Ex: Papel da família (sobre o absentismo,

abandono e aproveitamento escolar) onde a família influencia nos processos de escolarização.

Estudo das condições de funcionamento:

Psicologia da educação:

Demografia escolar: Caracterização da população escolar. O tema central e mais

importante é o abandono escolar.

Economia da Educação: Está relacionada com recursos económicos e de pessoas. A

alocação de recursos financeiros e humanos .

Educação comparada: Compara-se diferentes sistemas educativos, ex. diferentes

países. É a disciplina mais recente, tem como tema central os gastos do ensino, absentismo,

sucesso escolar, etc.

Estudo das tendências de evolução filosófica de educação e outras.

Quadro de escolarização:

A população activa com pelo menos o 12ºano demonstra a forte relação entre

educação e desenvolvimento. Korca explica que as grandes potências económicas (tanto em

tecnológicas como industriais) levaram em 2006 quase 100% da população entre os 23 e os 34

anos tinha mais do 12ºano.

Funções sociais da Educação

Adaptação

Uma primeira função social da Educação é a da Adaptação, não é tornar todos iguais

mas sim nos dar ferramentas que nos ajudam a adaptar. E adaptar em relação a quê? À

integração social (instituições), modelos sociais e modelos culturais. A adaptação não no

sentido da normalização, mas dar-nos ferramentas de adaptação social.

Integração Social – às instituições Ex. Praxes como ferramenta de adaptação as

realidades sociais.

Modelos Sociais Ex. Ir para o Alasca, não sei o tipo de comportamento adaptado ao

contexto.

Modelos Culturais Ex. Emigração Jovem, emigração agora é uma emigração com muita

capacidade de adaptação do que antigamente os emigrantes que faziam bairros de lata em

Paris, e não saiam de la, fazendo uma réplica de Portugal que levavam. Ainda hoje, alguns dos

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locais maioritariamente habitados por pessoas de Cabo Verde, se nos abstraímos dos prédios

parece que estamos em Cabo Verde, tem mais dificuldade de adaptação porque tem menos

qualificação.

Conservação/Manutenção

Segunda função Conservação/Manutenção, a Conservação não deve ser vista do

conservadorismo mas sim, não perder o que pode ser importante.

A educação é que nos dá a nossa identidade, é por isso que aprendemos História na

escola para alimentar a Cultura, a Língua Portuguesa, para alimentar a nossa Identidade. Por

isso é que todas as crianças na escola têm a mesma base de disciplinas.

Ex. África e desenhar países por esferas de influencia, ex. Moçambique tem 3 grandes

zonas cada um com a sua língua, o país fica independente, qual língua escolher? A maneira

mais fácil é falar portuguesa. Para criar o tribalismo (origem de muitas guerras). Halloween vs.

Pão por Deus (dia de todos os santos)

E isto tudo acontece para preservar a Identidade.

Como conserta a defesa da identidade e da cultura com a ideia de globalização? Por

um lado quer manter uma certa identidade e por outro a globalização que nos faz ficar mais

parecidos.

Desenvolvimento Individual

Autonomia e iniciativa Qual a definição de Educação? Educar é ajudar alguém a tomar

conta de si próprio, ideia central da Autonomia. Se nunca tiverem, nas idades mais pequenas,

nunca deixarem decidir eles quando forem mais velhos não decidem, não são autónomos.

Capacidade de iniciativa, ex. Golden call, ficar a espera que me liguem para dar

emprego, isso não existe, tem de se ir à luta.

Capacidades Ex. Pode-se aprender a falar Checo

Competências – comunicação, investigação, etc. Ex. Não saber falar Checo

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A escola confunde as crianças, que podem não ter competência mas dizem-lhes que

não são capazes, que não tem capacidades, e isso, está errado.

O que a escola tem de fazer é estimular ao máximo as capacidades para adquirir

competências.

Investigação, actualização de currículos, etx.

O desenvolvimento dos Sistemas Educativos Massificados

A emergência dos Estados-Nação

Não há nenhum país sem um sistema educativo. A primeira razão é de natureza

política.

O que é um estado nação? A Espanha é um estado nação pois é constituída por um

número de províncias e há várias línguas. Ficou com as fronteiras delineadas como tem hoje

mas antes eram conjuntos de nações.

Como é que é um estado ganha homogeneização e integração? Ex. Não era permitido

em Espanha dizer que a língua oficial é o basco, tudo vai para a escola aprender a mesma

língua o que dá a unidade, produzindo assim homogeneização. Ex. Todas as crianças vão para a

escola aprender a mesma língua e os mesmos conteúdos.

Em Portugal, do ponto de vista das fronteiras europeias temos as fronteiras mais

estáveis, pois somos uma nação praticamente semelhante à nação que nos deu origem.

Desenvolvimento Económico, Social e Científico

Intrínseca à educação

Espera-se que a educação opere em registo de equidade

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Sobretudo a partir da revolução industrial criou-se esta exigência de

conhecimento/qualificação que é cada vez maior. O tempo de escolarização vai, assim,

aumentando com o aumento das exigências de formação especializada.

Características dos Sistemas Educativos Massificados

O controlo do estado (grande controlo mesmo no subsistema privado) relativamente

ao financiamento das escolas, certificação de professores, etc. É o estado que decide até se as

escolas privadas abrem, além de que, o curriculum é definido pelo estado.

Sistematizados (podem ser muito diferentes uns dos outros 1ºciclo, 2ºciclo, 3ºciclo,

secundário e ensino superior) todos os sistemas educativos têm uma sistematização. O ensino

faz-se obrigatoriamente nesta sequência.

Diferenciados Possibilidade de escolher um percurso diferente (ex. escolher a 2ª

língua, agrupamentos, etc.). O sistema português é, segundo o professor, muito pouco

diferenciado.

Educação Tradicional/Educação Nova

A educação tradicional é diferente do conservadorismo ou moderno, e não podemos

dizer que o tradicional é mau.

A educação tradicional, o tradicional não é significado de conservadorismo sem “carga

valorativa”.

Os três tópicos em cima foram as principais razões para reavaliação dos sistemas

educativos. A extensão gradual da educação à generalidade dos indivíduos levou à integração

de crianças de níveis económicos mais baixos, com menor estruturação familiar/social nos

sistemas educativos traz para a escola novos problemas, ex. indisciplina.

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Novas questões pedagógicas

O elevado número de alunos muda o relacionamento professor-aluno.

Do ensino individual ao ensino de grupos

A organização de classes, a disciplina, etc

Há estudos que mostram que os professores perdem mais tempo a tomar conta das

crianças do que a ensina-las.

Educação Tradicional vs. Educação Nova

A educação tradicional pretende a transmissão, a submissão (através da lógica do

medo) e a modelagem (moldar os alunos), nem tudo é mau e não deve ser feito.

A educação nova pretende a construção, autonomia e construção de valores, nem

tudo é bom nem deve ser a única coisa a ser feita.

Na realidade tem que existir um compromisso entre as duas visões, a escola não se

pode demitir de transmissor de conhecimento, mas tem que construir/ajudar a construir

autonomia e construção de valores.

É necessário criar um equilíbrio de decisões para fazer as crianças crescerem,

atribuindo regras e valores.

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Psicologia da Educação

Psicologia e Educação

Há uma primeira área de enfoque que tenta estabelecer com base científica sobre a

relação entre Psicologia e Educação.

Neste tema existe uma relação entre desenvolvimento e experiências educativas que

são proporcionadas as crianças. Conhecimentos puros e duros da área da psicologia que são

aplicados ao contexto das experiências educativas. Ex. Se tenho de trabalhar questões da

memória para a aprendizagem, é preciso saber o que é a memória, o que é aprendizagem e

como nós organizamos melhor situações de aprendizagem que potencie o efeito a memória. É

a ponte entre os conhecimentos de psicologia e as situações educativas (sejam informais:

contexto familiar ou formal: na escola) que o professor coloca a relação da Psicologia e

Educação.

Perceber que às vezes há pessoas que têm conhecimentos de Psicologia mas isso não

significa que sejam bons psicólogos, podem não fazer a ponte correcta entre o que sabem e

aquilo que é preciso saber do ponto de vista da educação.

Por um lado percebemos as relações entre desenvolvimento e conhecimentos da área

da Psicologia para gerir os processos de educação formais e informais. Ex. O André começa a

fazer birras e depois vem o irmão mais novo e depois têm ciúmes, etc., temos de tentar que a

organização e gestão do ponto de vista dos pais sejam o melhor possível, porque os pais têm

dúvidas ex. como falamos que a avó morreu? Não se fala? Dizemos que foi para o céu? Etc.,

são reais e que vamos tentando estudar, como funciona a cabeça das crianças para nas

experiências educativas com mais qualidade.

Podemos ter estas educações informais mas podemos ter formais, ex. Diferença entre

auditório 1 e o nosso grupo, é diferente falar atras do computador sentado ou a falar em pé,

não temos o mesmo tipo de concentração, mas isso acontece e podemos reflectir com base

científica. É mais fácil manter a atenção se não estiver no mesmo sítio e escondido atrás de

uma secretária.

Contextos escolares vs. Contextos não escolares: Os psicólogos da educação podem

não trabalhar na escola mas sim autarquias, instituições, etc.

O indivíduo e o contexto, a maior parte de nós escolhe clínica, há intervenções de

clínica que não são ligadas ao indivíduo ex. terapia familiar, etc. Em Psicologia da Educação isso

é impossível, ex. Jovens adultos com deficiência mental e as suas representações de amizade,

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e a questão põem-se “ uma criança com trissomia 21 com problemas mentais “ podemos

intervir mas não conseguimos fazer com que uma criança com doença mental não deixa de ter,

mas dentro do seu quadro pode ter mais ou menos qualidade, e isso tem a ver, não com a

deficiência dela mas o que é feito à volta dela (pais, professores, técnicos) não podemos fazer

psicologia da educação só a partir do indivíduo e não pensar no contexto.

Psicologia da Educação

Psicologia da educação tem a ver com a reflexão e intervenção sobre o funcionamento

humano em situações educativas promovendo o desenvolvimento de capacidades e

competências de indivíduos (visão mais evidente, trabalhar com a pessoa), grupos e

instituições.

A reflexão e intervenção sobre o funcionamento humano em situações educativas leva

a um aumento do desenvolvimento de capacidades e competências. Ex. Consultoria na Maria

Pia a lidar com indisciplina no centro com 1000 e tal alunos, há sempre um índio mas que

posso nunca vir a conhecer, o trabalho é envolver os professores, os directores de turma,

psicólogos, direcção da escola, trabalho de apoio ao desenvolvimento de uma iniciativa que

promova melhoria no clima institucional de modo a minimizar os riscos de indisciplina.

Ex no grupo: Montar um programa de competências sociais com pessoas com

deficiência mental numa instituição.

Intervenção no âmbito dos sistemas sociais dedicados à educação em todos os seus

níveis (pré-escolar, 1, 2 e 3ºciclo, secundário, etc.) e modalidades, formais e informais e ao

longo de todo o ciclo de vida do indivíduo, é melhorar as situações educativas dirigidas ao

individuo, sejam eles integrados enquanto indivíduo, grupo ou instituições e trabalhar essas

situações em todas as circunstâncias e ao longo de todo o ciclo de via.

Ex. Prolongamento de longevidade e as faculdades sénior (As pessoas duram mais é

preciso promover a dignidade das pessoas).

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Universo de intervenção da psicologia da educação

Necessidades educativas: Ex. O que faço quando o André começar a partir pratos? Que

faço? O menino troca as letras? Necessidades educativas, onde pedem para dar algum tipo de

ajuda.

Orientação e aconselhamento vocacional: Quando começam as escolhas no trajecto

escolar, há pessoas com dúvidas, ex. os colegas da manhã menos definidos no trajecto de vida,

chegam ao 3ºano da faculdade e não sabem o que escolher, é necessário conversar para

tentar perceber o que está a ter dificuldade no momento da decisão.

Qualidade dos processos educativos: Como podemos organizar os processos

educativos, familiar ou escolar, para que possam ter o melhor sucesso possível, mesmo

quando a criança têm uma deficiência, essa tentativa de perceber a qualidade dos processos

educativos pode ser optimizado para a sala de aula.

Ex. Concentração (inicio vs. fim da aula).

Prevenção: É sempre mais barato prevenir do que remediar. A inclusão, delinquência,

indisciplina, etc., se é caro prevenir, pensem quanto é tratar. As vezes é uma opção estratégia

porque o tratar é imediato e o prevenir não é imediato e muitas vezes nem tem visibilidade.

Ex. Gestão de sala de aula que minimize os problemas de indisciplina, é muito mais

eficaz do que resolver os problemas de indisciplina, trabalhar a nível de formação dos

professores.

Se perceber porque mecanismos o índio porta-se daquela maneira, posso ter uma

estratégia para minimizar a indisciplina, dando-lhe atenção antes de ela reclamar. Se

percebermos os processos podemos optimizar os produtos.

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Formação e orientação educativa Formação, seja de profissionais ou a trabalhar com

pais.

Intervenção socioeducativa Trabalho fora dos contextos escolares. Ex. Psicólogo a

trabalhar com delinquentes, numa instalações cedidas pela camara, vamos para o ginásio e é

preciso sapatos, e eles roubaram e apareceram todos com ténis novos. Trabalho sobre

projecto de vida, competências sociais, etc.

Investigação e docência Dar aulas a psicólogos e trabalhar na investigação para manter

contacto com a realidade.

Educação Inclusiva Matéria difícil de abordar porque é uma matéria permeável à ideia dos valores, ou

seja, pode-se argumentar com dados de natureza científica, os benefícios que os alunos com

“deficiência” têm ao ficar ao pé de alunos “normais”, mas fala-se durante três horas sobre isto

numa palestra (a ciência diz que é bom para os dois), e no fim da mesma vêm alguém dizer

que acha que isso não é bom porque o menino com “deficiência” não vai sentir-se bem,

porque a pessoa acha que a criança não devia estar ali.

Por isso é difícil basear a conversa só na ciência porque muitas pessoas olham para isto

com base nas convicções (não só pessoas fora da esfera de profissionais, mas também

professores, psicólogos, etc.), daí é uma situação muito em aberto, não basta pensar que se

providenciarmos dados científicos a provar o referido em cima, que as pessoas ficam

convencidas, mas não ficam.

Na prática, se um pai sabe que uma criança “deficiente” vai para a turma do seu filho

“normal” vai perguntar-se será que é bom? Será que ele não o vai imitar e atrasar o seu

desenvolvimento? É natural sentir isso.

Outro exemplo é da homoparentalidade, a ciência ainda não fez nenhum estudo

conclusivo onde diga que é mau para as crianças serem educados por dois homens ou por duas

mulheres, no entanto, vê-mos muitos artigos de opiniões que as pessoas têm sobre este

assunto, não é com base na ciência, muito pelo contrário, não há nada de diga que a

homoparentalidade faz mal as crianças.

Mas porque começamos a discutir sobre isto? Porque não tem a ver com a ciência mas

com valores.

As sociedades (todas) ao longo da história sobrevivem da manutenção daquilo que é

dominante, seja a cultura dominante, economia dominante, etc., as sociedades tendem a

rejeitar aquilo que é diferente, porque se “alimentam” do pensamento da maioria, mas o que

as transforma são as minorias. As sociedades resistem por isso mesmo, porque há uma

reacção conservadora ao que é minoria.

Exemplo: O Beethoven era uma criança que decidiu introduzir, a dado momento do

seu percurso musical, a voz na sinfonia, todos estavam contra, porque sintonias na época era

só para ter música, e ninguém neste momento recusa a genialidade dele.

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Outro exemplo: Quando o professor era mais jovem, os homens terem cabelo um

pouco maior, não era preciso ser muito, dava direito a insulto na rua.

Ou seja, resiste-se ao que é diferente, depois incorpora-se o que é diferente, produz-se

nova diferença e é assim que as sociedades andam.

A história da democracia é a história da inclusão, combate à escravatura, emancipação

das mulheres, mostra a inclusão, inclusão geral, algo que não excluam grupos ou pessoas

qualquer que seja os critérios da exclusão.

A questão da diferença nas pessoas passa pelo mesmo tipo de situação. Os espartanos

matavam os bebes que nasceram com defeitos, Hitler queria matar os diferentes (ciganos,

homossexuais, judeus), isto demonstra que lida-se mal com a diferença e ter uma ideia

homogénea para espécie.

Ao longo da história identifica-se quatro períodos históricos da maneira como a

sociedade lida com a diferença:

1º Segregação: Não pertencem, não existe, ou eliminam-se ou protegem-se. Há

culturas nativas que acham que um indivíduo com deficiência é um predestinado, mas

também é uma forma de segregação, não é um igual aos outros. A diferença é que em vez de o

liquidarem poem-no numa redoma, como se fosse um sinal dos deuses.

2º Protecção: Idade Média, as pessoas com deficiência vão para asilos, já não é para

liquidar e então davam cama, mesa e roupa lavada.

Depois aparece-se a revolução francesa com os direitos do Homem e ai, reconheceu-se

direitos. 3º Emancipação: Atribuição de direitos a pessoas com deficiência.

4º Integração

Estes quatro períodos ainda estão presentes, ainda existem pessoas que acham que

devem ser segregados, outras pensam que devem ser protegidos (coitadinhos) e outros que

pensam na integração.

Ex: Fazendo perguntas na rua do género: As pessoas com deficiência deviam ter uma

casa para morar? Ninguém vai dizer que precisam, qualquer pessoa precisa de casa para

morar. Se a questão a seguir for, então se a senhora mora no 2ºDireito vamos por um grupo de

pessoas com deficiência a morar no 2ºEsquerdo. E ai as pessoas já perguntam que tipo de

deficiência, etc.

Ex. Acha que as crianças com deficiência devem ir à escola? Claro. Então vamos por

crianças na turma do seu filho. Isso já se torna complicado.

No plano da retórica, do discurso, com alguma facilidade faz-se discursos de

integração, mas à medida que aproximamos a pessoa a um grupo minoritário, seja qual for, a

conversa já não é a mesma coisa.

Sobretudo até ao final do século passado nós tínhamos a noção nesse período que as

crianças com deficiência deviam ser educadas, o modelo que se defendia era o Modelo Clínico.

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Exemplo: As crianças cegas devem ser educadas? Sim. Como? Criando escolas para

cedos. E para crianças surdas? Criamos escolas para surdos, etc.

Porque se chama Modelo Clínico? Porque como vemos nos exemplos, o critério de

atribuir educação é o diagnóstico que eles têm.

Isto começa a ser discutido. Imaginar que somos professores e imaginar que uma

criança com síndrome de Down, que são normalmente crianças com comportamentos

tranquilos com algum tipo de deficiência mental. E temos essa criança numa sala e na mesma

sala temos uma criança da mesma idade sem diagnóstico com deficiência mas é

malcomportado, irrequieto, rasga o trabalho dos colegas, que bate aos colegas, etc. Quem dá

mais problemas à professora? O segundo e não tem diagnóstico de deficiência.

Com situação começou a questionar-se se esta seria a melhor maneira de olhar para

estes problemas, foi criada em Inglaterra uma comissão que foi criada por Mary Warnock que

teve a analisar estas questões e produziu o conceito de Necessidades Educativas Especiais

(NEE) criou-se este conceito em 1978, a grande mudança no discurso e como se olhava para o

problema das crianças, o que interessa não é o diagnóstico que a criança têm mas que

problemas educativos que põem.

O segundo miúdo poem mais problemas educativos do que a criança com a Síndrome

de Down.

Introduzo o termo NEE já não é o modelo clínico (consoante o diagnóstico sabemos o

que temos de fazer) mas sim, agora temos uma criança com problemas à nossa frente e

importa-se avaliar que necessidades educativas é que ela têm.

Ex: Uma criança sobredotada pode pôr problemas ao professor, antigamente não

merecia atenção especial, mas agora, é vista doutra maneira.

Ex: Uma criança Chinesa, que passado um mês de estar na escola fez um teste de

português teve 0, porque não percebia a língua.

Estamos a falar de necessidades educativas que não têm a ver com deficiência, mas

sim, que têm a ver com circunstância.

Seja qual for a razão por detrás disto, porque é um problema educativo. E isto poem claramente na educação os problemas das crianças. O que não quer dizer que não seja

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importante, nós termos diagnóstico, para saber o prognóstico, evolução, etc., mas não é isso que determina a educação, o que determina a educação é a avaliação sobre os problemas e as necessidades educativas.

A ideia das necessidades educativas especiais, começou nos anos 80 a desencadear a

integração das crianças com problemas nos domínios das necessidades educativas especiais,

na escola integrativa.

Um exemplo é o caso da medicina, quando alguém precisa de um transplante de

órgãos, qual é o problema que se pode colocar? Rejeição. Porquê? Porque os sistemas, como

abocado falamos, que as maiorias resistiam as minorias, os sistemas tendem a criar defesas

relativamente a algo que é apercebido como vindo e fora. É exactamente o que aconteceram

as escolas.

As crianças andavam nas escolas especiais, dependendo de cada diagnóstico que

tinham, e começaram a levar essas crianças para as escolas “normais” e as crianças

“diferentes” não ficaram integrados mas sim entregados, ficam num canto, sem ninguém lhe

ligar muito.

E como podemos acreditar que por decreto, “têm de se portar bem que agora vamos

receber meninos com deficiência” esta frase está completamente errada, como vamos tratar

bem crianças que não conhecemos? É complicado que assim seja.

Não se pode ter miúdos de fora e depois trazer para as escolas “normais”, a alternativa

é ter outra concepção sobre as coisas.

Todas as crianças, têm necessidades individuais, não há ninguém igual a ninguém, não

há ninguém que diga que adorou tudo o que a escola lhe deu, desde a pré-primária até ao

momento, outra pergunta interessante é perguntar se não achamos que a escola cumpriu o

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que devia de cumprir connosco? Sem a escola nós não estávamos no ISPA a estudar, o que a

escola tem de fazer é que por omissão, incompetência ou neglicência, não deixe de cumprir o

papel que têm de cumprir para as crianças que “lhe batem à porta”

Princípio da Educação Inclusiva

A declaração de Salamanca da Unesco em 1994, considera que este princípio prudente

que diz, que todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possível, e é esta parte que

mostra a prudência, existem situações, por exemplo, uma criança que não pare quieta, que

passe o tempo todo a gritar, precisa de ajuda e de se trabalhar competências antes de entrar

num grupo, o caminho é pensar “enquanto o tenho aqui o caminho é eu fazer com que ele

chegue lá” e não “ele está aqui, porque este é o caminho para ele”, ideia mais dinâmica.

Uma das resistências que os professores têm relativamente a algumas crianças é

quando há compromissos intelectuais é “eles não aprendem” e porquê? Porque a questão da

inclusão joga com o critério aprendizagem, é que nós estamos a assistir à mudança do

“education” para uma coisa que passamos a chamar “lernization”, o que se aprende, parte da

meta, do resultado, de aprendizagem.

Ex: Uma criança com deficiência mental não vai aprender o que o professor está na

aula a explicar para todos, então se não mostra estes resultados ele não pode ter um processo

de educação inclusiva? Pode, porque o critério não é resultados mas sim participação. Um

critério que importa na inclusão é a participação.

Duas características/factores de pressão sobre os sistemas educativos

actuais

Países parecidos ao nosso, e o nosso que tem dois factores enormes que pressionam

os sistemas educativos, é a diversidade (que como são obrigatórios todos vão para a escola,

tendo muitas ou poucas competências) e a necessidade de ter qualidade ( por causa da

qualificação, das exigências, das competências por exemplo do desenvolvimento tecnológico)

isto cria esta pressão sobre os sistemas educativos actuais que sendo eles diferentes e

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havendo pressão na qualidade temos, de facto, de ter uma educação inclusiva de qualidade

para todos.

A teoria é esta, mas nem sempre é a prática, a prática do ministério da educação não é

promover a qualidade para todo porque crianças com deficiência mental não podem ser

avaliados por exames, fichas, etc., e se o critério é exame estamos a excluir essas crianças. A

maneira de solucionar isto não é terminar com os exames, mas perceber o que o papel dos

exames podem ter e como avaliar estas crianças para não serem excluídas por causa dos

exames.

Ex: Palestra – As pessoas às vezes dizem ao professor, o seu discurso é ideológico e

não científico. O professor podia ficar muito incomodado, mas o que é verdade é que o

discurso é mesmo ideológico, quer dizer, que é um discurso que se coloca no plano das ideias,

ideais e valores, e depois é sustentado pela ciência, mas não é um discurso científico puro e

duro, porque a ciência não é neutra é baseada em conjunto de ideias, sejam elas quais forem.

Na inclusão estamos a falar no plano dos direitos, não é uma questão de opção

científica, não é porque a ciência mostra que é melhor, é porque existe direitos das crianças

(educação de qualidade) e a ciência sustenta que assim atinge-se melhor a qualidade e se

promove o direito das crianças.

A nossa legislação, que organiza todo o sistema educativo público, para se relacionar

com crianças com problemas é o decreto-lei 3/2008 a grande lei que organiza o que o sistema

faz quando tem crianças com problemas, introduz algo que desapareceu da legislação da

maior parte dos países nos anos 50, que é o termo ilegibilidade, introduziu na educação que é

necessário os meninos serem ilegíveis para terem apoios.

Ex. No âmbito da segurança social, uma família, um casal com dois filhos menores

precisa no mínimo 1000€ de rendimento familiar global para estar acima do limiar de pobreza.

Olhamos para uma família assim com 800€ e sabemos que precisa de 200€ para estar acima do

limiar de pobreza, é ilegível para apoio.

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Na educação não há elegibilidade porque se chegar com uma criança ao psicólogo,

digo que a criança não acompanha o que os outros meninos fazem, que têm dificuldade. Os

psicólogos avaliam e a criança não tem problema nenhum, não é ilegível. Se o professor

começa a achar que ele não tem nada? Não, fica é sem saber o que fazer.

Em educação quando há uma qualquer queixa, temos de dar uma resposta, o que não

é aceitável é a noção do termo de elegibilidade na educação, a educação inclusiva é para todos

que experimentarem alguma forma de dificuldade e não para quem é elegível.

Ex. Quando esta lei foi posta em prática, em 2007/2008 tinha-se 68000 crianças, no

ano a seguir tinham 13000 que eram os elegíveis, os outros não deixaram de experienciar

dificuldades mas não eram elegíveis.

A CIF é boa para classificar grandes massas de dados, mas não para a educação.

A qualidade na educação

Relativamente à qualidade na educação, pode-se pegar no tema de variadíssimas

maneiras, por exemplo, o que é a qualidade e os estudos sobre qualidade na educação, outro

exemplo, no doutoramento fala-se sobre a qualidade na educação mas doutra perspectiva, de

como se pode atingir esta qualidade.

Quatro abordagens as questões da qualidade na educação:

Uma educação de qualidade é uma educação que olha para todas as áreas de

formação da pessoa (educação global).

No ponto de vista prático, o que acontece em Portugal é bem diferente. A educação

escolar foi caminhando numa perspectiva de afunilar a ideia de educação para uma ideia

centrada no produto da aprendizagem, ou seja, passou do education para o lernification, está-

se a por cada vez mais a tónica no ensino, não importando se a pessoa fica bem ou mal

formada.

Ex. O que se quer é saber se 2 x 2 = 4, quando a melhor perspectiva seria saber 2 x 2 =

4 mas também saber componente cívica, etc.

Esta deriva que a educação se está a encaminhar, as crianças como clientes e não

alunos, ou seja, eu quero é saber coisas de psicologia para ser psicólogo, e o que se tem de

saber é isto, (clientes) questões éticas, soft skills fica para depois. Uma educação muito

centrada em aspectos de competência, operativos e operacionais e perde de vista uma parte

mais global da educação, direito fundamental das crianças, que como estão menos tempo com

a família é a escola que lhes tem de dar estas competências.

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A nossa representação é que há disciplinas mais importantes que outras, as próprias

crianças têm este entendimento, e os pais e professores também (disciplinas nobres vs.

Disciplinas não nobres).

Ex. Os pais não ficam igualmente preocupados com um 2 a matemática ou um 2 a

desenho.

Estimula a participação – É evidente que a participação potência a aprendizagem,

sendo que esta participação consegue-se melhor se não tivermos uma escola com uma

natureza tão transmissiva porque envolve menos os alunos no processo, sendo que

teoricamente é menos eficaz do que os processos de ensino/aprendizagem que envolvem os

alunos.

Satisfação – Ambiente de aprendizagem que está relacionado com o nível de

participação, este nível de participação em algo, por exemplo, no emprego está intimamente

relacionado com o nosso bem-estar pessoal. Os psicólogos sociais e das organizações estudam

como melhorar o ambiente de aprendizagem dentro das organizações.

Ex. As melhores empresas, onde as pessoas se sentem melhor a trabalhar, a remax, a

maior parte das respostas não é pelo dinheiro que ganham (o que não quer dizer que sejam

mal pagos) a justificação para ser uma boa empresa para trabalhar não é o critério monetário

mas sim, com os níveis de satisfação que sentem trabalhando lá, basta tirarem problemas dos

trabalhadores, como por exemplo, dizer que se algum dia precisarem podem trazer os filhos

para o trabalho, e isto muitas vezes é mais importante do que ganhar mais um x’s.

Ex. Perguntar aos índios se eles se sentem bem na escola, não se sentem, têm

dispositivos que mostram esse mau estar.

Sentimento psicológico de pertença:

Ex: Um grupo de benfiquistas que são capazes de falar mal do Jorge Jesus se estiverem

sozinhos, mas no momento em que entram na mesma sala sportinguistas, o Jorge Jesus é um

iluminado que diz para se fazer um quadrado com três pessoas, é criativo, e é uma metáfora. E

isto ocorre, porque percepcionam a pessoa como fora do grupo (outgrupo) e o nosso

sentimento psicológico de pertença a uma comunidade faz com que se faca um discurso de

defesa.

Também está incluído na qualidade na educação a promoção do desenvolvimento

profissional dos educadores (sentido lato) e procura influenciar o contexto, que significa que

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se tivermos uma intenção, por exemplo, apoio aos professores (muitas vezes os professores

não tem apoio, a pior turma por exemplo).

Se influenciarmos o contexto talvez mudemos aspectos da cultura e do contexto,

podemos influenciar o meio, por exemplo, trabalhando com os pais. Nunca nenhum pai é

chamado à escola individualmente para ouvir dizer que a escola está muito feliz por ter um

aluno tão bom, mas são chamados à escola quando a criança tem algum problema, é a nossa

cultura, quem gosta de ser chamado à escola para ouvir coisas más, isso já a pessoa sabe.

Consideração das características dos alunos, as crianças são diferentes umas das

outras, se damos da mesma maneira a todos, há crianças que isso não vai servir, eles são

diferentes uns dos outros.

Ex: Escola João de Barros é diferente da Escola da Quinta da Princesa. Os contextos são

diferentes, as escolas têm de ter recursos diferentes.

Se imaginarmos na educação três linhas paralelas representando três níveis diferentes

de variáveis que influenciam o que se faz na educação:

Primeiro nível tem o nome de conjunto de variáveis que nós não influenciamos e nem

determinamos (ex. individualmente não influenciamos nem determinamos o orçamento de

estado para a educação);

Segundo nível: variáveis que não determinamos mas que podemos influenciar (ex. não

determinamos o número de professores que estão na escola, mas na escola podemos

influenciar a forma como os organizamos);

Terceiro nível: conjunto de variáveis que determinamos e influenciamos, é a

esmagadora maioria de tudo o que fazemos no nosso dia-a-dia.

O que fazemos é colocar a grande maioria das coisas do terceiro nível, nos outros dois,

(eles dizem…), na maior parte das vezes não se utiliza nas decisões que tomamos a ideia que

nós podemos influenciar e determinar “educar é um processo contínuo na tomada de

decisão”, ex. tenho a decisão de dizer bom dia no início da aula ou dizer a matéria é esta,

posso não ter noção mas tenho poder de decisão, e não utilizamos o poder que temos para

influenciar quem está perto de nós.

(Vigotsky) Zona proximal de desenvolvimento: Distancia que vai entre o que faço

sozinho e o que eu consigo fazer com a ajuda de alguém. (Ex. Futebol, jovem com uma grande

margem de progressão).

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O aspecto central é qualidade/inclusão, a qualidade devia ser pensada para todos e

não só para alguns, todos merecem aceder na medida do que são capazes à educação de

qualidade que os leve tanto quando possível aos que as suas competências o permitem.

Este desenvolvimento da qualidade para todos, assenta em quatro grandes áreas:

- Autonomia: É um aspecto central na qualidade do ensino, e têm três eixos:

autonomia do aluno, autonomia do professor e autonomia das escolas.

Aluno: “em vez de dar peixe ensinar a pescar” ou seja, não é ensinar a criança

a ensinar mas ensinar a criança a aprender.

Professor: Ex. Professor com relação muito estreita da sua capacidade de

responder a problemas, só se sente preparado para lidar com um determinado tipo de

crianças, ou seja, não é muito autónomo, a banda de acolhimento é estreita, trabalhar

a sua capacidade de acolhimento, para dar mais segurança e mais autonomia.

Escola: Uma escola que é diferente tem de ter autonomia para ser diferente.

- Cooperação: Importância do contexto para o desenvolvimento. Ex: Na escola actual,

as salas de aula promovem a individualidade em vez da cooperação.

Entre alunos: não utilizar só o trabalho individual mas utilizar outras técnicas

que promovam a cooperação e não a competição.

Professores: Desenvolvimento profissional. Ex. Escolas onde seja promovida a

cooperação entre professor.

Escolas – contexto: Relacionado com a logística, ninguém se porta igual em

todos os contextos, por isso é necessário perceber os alunos e os profissionais em todos os

seus contextos.

- Diferenciação: Em poucos contextos, um psicólogo (independente da sua área) tem

uma hierarquia “oficial”, sendo assim o que depende “levarem a sério” é a competência do

mesmo. O psicólogo não deve só parecer, como ser competente para tal, é necessário ter boas

definições dos conceitos.

“Não se pode hipotecar os conhecimentos” ou seja, não se pode fingir que se sabe,

têm de se transmitir segurança a partir do que se domina (conceitos).

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Temos de ter em atenção que relativamente aos alunos, a diferenciação é importante

na medida em que cada um é diferente, logo não podem ser todos tratados da mesma

maneira. Tendo também em conta que igualdade não é o mesmo que equidade.

- Valores e conceitos: Os valores, como já explicado anteriormente, são determinantes

da maneira como olhamos para as coisas, principalmente em Psicologia da Educação onde a

maior parte das matérias são permeáveis aos valores.

Currículo O currículo representa o que em cada ano os alunos têm de aprender. Ex. No caso de

psicologia é cada cadeira que temos em cada semestre e engloba o programa dado em cada

cadeira. Ou seja, o currículo engloba a organização das disciplinas e o conteúdo das mesmas.

A necessidade do currículo

As necessidades do currículo são relativamente à generalização do acesso à educação

pois se todas as crianças vão para a escola, existe uma questão que nunca está fechada, que se

prende com o que se deve ensinar a todos.

Este currículo serve também para nivelar desigualdades. No caso do pré-escolar

obrigatório (noutros países) que serve exactamente para combater as desigualdades que o

próprio contexto cria.

Estrutura Curricular

Têm de existir uma estrutura curricular que encontre o equilíbrio entre a centralização

(todas as crianças do 9ºano nesta altura do período lectivo estão a dar a mesma matéria em

Inglês) e a contextualização (em que se pensa que o inglês é importante mas utiliza-se só a

motivação dos alunos como base de escolha sobre o que ensinar), esta questão permanece em

aberto.

Também é referida a complexidade, pois o conhecimento é tão vasto que se torna

necessário debater o que se ensina em cada ano escolar.

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Pressão sobre o currículo

A globalização faz pressão sobre o currículo na medida em que, quer-se ensinar a

todas as crianças/alunos a mesma coisa, para tal é necessário ter sistemas educativos

semelhantes. Para além disso, ter estes sistemas educativos semelhantes agilizam a

equivalência nos processos de qualificação.

A globalização também facilita a mobilidade dos cidadãos.

Ex. Alunos que venham de outros países, se o sistema de ensino for parecido torna-se

mais fácil perceber em que ano se deve matricular a criança/aluno e deixam de existir crianças

que passam de um 9ºano de outro país para um 6ºano no nosso país porque não tinham dado

determinadas matérias.

Aumenta a competitividade das economias uma vez que pessoas especializadas em

algo, ajudam o país a evoluir e ser mais competitivo a nível de económico e do saber.

Ex: A Alemanha vêm a Portugal buscar Engenheiros pois reconhece neles

competências.

E facilita os estudos comparativos internacionais, uma vez que se torna mais fácil a

comparação de resultados dos estudantes de vários países se o seu currículo for idêntico.

Na contextualização, é outro ponto importante de pressão no currículo, uma vez que,

está relacionado com a globalização. A questão prende-se com o facto de querermos ser

globais mas preservar a nossa cultura.

Na diferenciação/desigualdades refere-se as semelhanças e as diferenças entre cada

país e que influenciam o currículo.

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Ex: Uma escola na Irlanda não é necessariamente igual a uma escola em Portugal.

A identidade e soberania é outro ponto da contextualização que já foi abordada

anteriormente. Existem países que não têm programas nacionais de ensino, como por

exemplo, os EUA em que cada Estado tem o seu programa de ensino, adaptado ao seu

contexto.

A última questão da pressão ao currículo prende-se com a autonomia, ou seja, a

importância ou não das instituições serem ou não autónomas em relação ao currículo.

Ex: Existe mais flexibilidade dos currículos do ensino privado do que do ensino público.

Tendências actuais:

O primeiro ponto prende-se com a escola cada vez mais existe para capacitar os alunos

com basic skills e não também de soft skills.

A introdução precoce da língua estrangeira (inglês) torna-se importante pois cada vez

mais se percebe a importância do inglês para a vida da criança, e que em idades mais

pequenas é mais fácil de se aprender.

A diferenciação de currículos, onde as crianças apesar de terem cadeiras obrigatórias

têm opcionais que podem aumentar a motivação para ir para a escola, a auto-realização da

mesma e, por conseguinte, ajudar a criança a ver a escola como sua.

A ligação escola-contexto na medida em que é necessário dar um sentido, onde a

escola não é algo isolado mas sim parte de um contexto, e onde todos os elementos que a

entregam também fazem parte.

Por último, a flexibilização dos modelos curriculares, devendo existir uma flexibilidade

onde o professor pode adaptar a maneira de ensinar consoante os alunos que têm e as suas

motivações.

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Avaliação Escolar Assunto complicado é como fazer a avaliação na escola

Funções da avaliação

É necessário fazer avaliação pois esta tem várias funções, sendo as mais importantes

estas três:

- Certificação: Há uma função da avaliação que é certificar que se adquiriu numa

determinada disciplina, num determinado ano de escolaridade, a matéria que é suposto

aprender, se tivermos certificados podemos continuar. Ex. 2ºano a frequentar esta cadeira

porque alguém certificou que fizemos as cadeiras do 1ºano.

É necessário existir certificação para podermos demonstrar as entidades

empregadoras que passamos as cadeiras, logo temos esse conhecimento. Ex. Não têm lógica ir

a uma entrevista de emprego e dizer que sou psicóloga porque um professor me acompanhou

durante cinco anos e diz que eu sou psicóloga, é necessário ter uma certificação.

- Selecção/orientação: É uma função que é complementar à certificação, que é a

ordenação, ou seja, para além de certificar que somos psicólogos (atingimos o que era suposto

atingir para passar de ano) é necessário a ordenação (dizer qual o grau/qualidade do que se

atingiu).

- Regulação: Função mais importante, mas que necessita das anteriores. A regulação é

mostrar onde se errou no processo. Ex. Correcção de um teste.

As duas funções anteriores olham para o produto, a regulação olha para o processo.

Ex: Um professor vai ao psicólogo da escola dizer que o menino X dá muitos erros, quando

confrontado com a questão como assim muitos erros, o professor explica que dá mais erros do

que os esperados para a idade, o psicólogo têm de perguntar que tipo de erros é que a criança

dá porque é diferente dar sempre o mesmo erro trocando letras do sítio, ou umas vezes

escreve bem a palavra e outras vezes escreve mal, como não é igual é preciso saber que tipo

de erro a criança faz, ter uma função reguladora não se pode ficar só com a ideia do número

de erros que ele dá.

Modalidade de avaliação:

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A modalidade sumativa é a medida, serve para medir conhecimentos, por exemplo um

teste, esta modalidade está relacionada com a função certificadora e orientadora, na medida

em que mede o conhecimento certificando (ou não) que pode passar e orientando na escala o

seu conhecimento, por exemplo, dezasseis. Ex. Exames nacionais do oitavo ano, porque os

alunos passam de ano com a avaliação contínua.

A modalidade formativa corresponde à função reguladora, ou seja, uma avaliação

dirigida aos processos e não aos produtos. Ex. Teste anónimo para entender o que as pessoas

perceberam do conhecimento que foi transmitido, não é uma função para medir

conhecimentos mas sim para perceber se o que foi transmitido foi “captado” da melhor

maneira.

A avaliação devia de equilibrar as duas modalidades, mas são sobretudo modalidades

sumativas, a avaliação formativa são os testes de diagnóstico (sendo este anónimo), mas

mesmo com resultados baixos, os professores sentindo-se escravos do programa começam

onde já iriam começar, sem existir uma recapitulação de matéria que a turma necessita e que

é demonstrado através dos testes de diagnóstico.

A avaliação e os dispositivos que se escolhem têm de ser pensados em função do

objectivo que se tem.

Avaliação referida a:

As duas formas de avaliar, é dar as notas com referência a uma norma ou a critérios.

A norma é ter uns tópicos do que é suposto dizer perante uma determinada pergunta,

ou seja, é com base nessa norma que os professores olham para a resposta de cada um, e ver

a distância que fica da norma. A nota da norma é 10 valores, e quando não se escreve na

resposta um determinado ponto da norma vai-se descontando, e faz-se uma avaliação da

distância da resposta á norma para cada teste, mas pode-se fazer uma norma nacional, por

exemplo, nos exames nacionais. Na quase totalidade das notas que já tivemos é com base em

norma (seja da turma, do trabalho de grupo, etc.). Para estabelecer a norma é necessário

critérios mas não é o mesmo critério do que falado em baixo.

O critério é quando no início do ano avalia-se o conhecimento do aluno sobre os temas

que se vão falar, no final do ano fazia-se outra avaliação e, neste caso, era possível verificar o

que cada aluno progrediu no conhecimento, uns progridem mais do que outros. As notas eram

referentes ao nível de progresso de cada aluno. Neste caso não existe uma norma, existe um

critério (qual o saber antes e qual o saber atingido).

Para crianças com necessidades educativas especiais a modalidade mais indicada na

maior parte das vezes é o critério, pois se têm compromissos intelectuais não podem ser

avaliados pela norma, aplicar a norma que se aplica as outras crianças é condena-los ao

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fracasso porque não têm capacidades de responder do ponto de vista cognitivo nem das

aprendizagens à norma que é estabelecida para as outras crianças.

O problema que se pode colocar é quando uma criança com necessidades educativas

especiais está integrado numa turma com outras crianças que não têm estas necessidades, ou

seja, a maioria das crianças é avaliada com base numa norma e a referida criança é avaliada

com base num critério. Ex. Quando a mãe desta criança conversa com uma mãe de outra

criança, que teve três na avaliação e a mãe da criança com necessidades educativas especiais

diz que o filho teve quatro. E a mãe da criança sem necessidades educativas especiais não vai

entender como é possível o seu filho ter uma nota pior, porque não explicam. Se explicarem à

mãe que a modalidade que foi utilizada foi diferente, o erro está em só utilizar a modalidade

da norma ao resto das crianças, porque poderia existir uma forma de avaliar ponderada entre

norma e critério, onde se observava também o que ele sabia, o que ele aprendeu e o que ele

evoluiu e não só o que ele foi avaliado num teste.

Montar dispositivos de avaliação é complicado, se tiver como objectivo uma cadeira

que é necessário trabalhar muito para ter uma boa nota para mostrar aos colegas, monta-se

uma avaliação que leva mais chumbos porque é necessário mais trabalho. Se tiver uma

representação sobre a avaliação de nesta cadeira a perspectiva ser a maioria dos alunos que

vêm as aulas fará a cadeira (certificação), mas é necessário ordenação, construindo um teste

com essa intenção, construindo um teste que na perspectiva de quem avalia, tenha duas

questões mais fácil e uma mais difícil, para poder escolher uma mais fácil que certifica e a

outra que pode ser a mais difícil ordena, cumpre os objectivos.

Os testes podem ser bem-feitos ou mal feitos, quando a maioria das cadeiras tinham

teste (pré-bolonha) quando um professor que não percebia nada da cadeira que ia vigiar

acontece: 1) exame começa as 8h10 às 9h a maioria começa a entregar o exame, o teste é mal

direccionado, um teste onde se responde em pouco tempo comparativamente ao tempo

disponível para o fazer; 2) um teste para duas horas e a cinco minutos do fim entregaram

poucas pessoas, e ninguém se levanta para entregar, um teste mal direccionado quando a

maior parte das pessoas não consegue responder no tempo disponível. Relativamente às

perguntas ambíguas estão mal formuladas, perguntas mal escritas são dificuldades sentidas e

não são fáceis de solucionar, por isso é que a matéria de avaliação os professores mais

experientes fazem melhor, mas que na formação base de professor é difícil de explicar a

maneira de fazer bons testes, equitativos, ser objectivo, etc.

A função de docente: Existe uma imagem social negativa relativamente aos professores que muitas vezes é

transmitida através dos media por figuras públicas, ex. Miguel Sousa Tavares. Apesar disso,

quando se questiona às pessoas na rua sobre os professores existe uma noção de confiança

nos mesmos, que é imprescindível para um trabalho de ensino-aprendizagem.

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Mudança na profissão de docente:

Hoje em dia, é imprescindível sair do sistema educativo com boa formação, por isso é

necessário exigir melhor qualidade dessa formação.

Nas sociedades da actualidade, existiu uma mudança da função da família e da função

da escola. A visão da família que educa e a escola instrói, é modificada pela quantidade de

horas que as crianças passam na escola e, por conseguinte, as poucas horas que passam com a

família, sendo necessário a escola passa ter outras funções, sejam elas, regular

comportamentos, passar normas cívicas, socialização, etc.

Com o avanço da tecnologia, o conhecimento torna-se acessível a todos, se alguma

criança quiser ter algum conhecimento têm várias fontes alternativas à escola. O saber era

uma das fontes de autoridade na sala de aula, que se pode perder através destas fontes

alternativas, é necessário o docente encontrar outras fontes de autoridade para além do seu

conhecimento, algo que antes não era necessário.

As mudanças que ocorrem a nível dos conteúdos curriculares criam mudanças à

profissão uma vez que este tem de se habituar a novas matérias, novas maneiras de ensinar, e

estas mudanças podem ser bastante complicadas. Ex: Alteração em 2007 do programa de

matemática que só este ano estaria a ser ensinado em pleno, sendo que o ministro da

educação alterou de novo o currículo. Este tipo de exemplos cria problemas relativamente ao

que cada criança tem de saber em cada ano escolar, o que pode provocar uma criança do

3ºano saber algumas coisas do currículo do ano a seguir e não saber algumas coisas do

currículo do ano anterior, pelas mudanças dos conteúdos curriculares ao longo da vida

académica do aluno.

As mudanças na relação professor-aluno são significativas pois alterou os traços de

autoridade. Ex. Farda como regulador de comportamentos: quando vimos um polícia temos

tendência a não provocar desacatos, outro exemplo menos óbvio: antigamente o cabelo

branco significava sinal de idade e inibia comportamentos, o ser professor era um traço de

autoridade sendo que, como deixou de ser, os professores tem de mostrar autoridade, algo

que não era necessário antigamente, porque o seu estatuto já lhes dava essa autoridade.

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Os valores alteram-se. Ex. Não é aceitável um professor bater num aluno, actualmente,

mas antigamente era aceitável. Os professores também têm de estar atentos a esta mudança

de valores pois se tentarem aplicar um valor que já não é válido actualmente, podem ter

consequências.

As representações tornam-se os organizadores do comportamento. Ex. Se alguém tem

representações racistas não as demonstra na actualidade porque sabe que pode ficar mal

visto, uma vez que a nossa sociedade rejeita este tipo de representações. São mudanças as

quais os docentes também têm de ter em consideração ao longo da sua carreira.