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Revisao Historia

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  • histriaensino mdio

    organizadoraedies smObra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edies SM.

    So Paulo, 1- edio 2014

    reviso

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  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Ser protagonista : histria : reviso : ensino mdio, volume nico / obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edies SM. 1. ed. So Paulo : Edies SM, 2014. (Coleo ser protagonista)

    Bibliografia. ISBN 978-85-418-0376-2 (aluno) ISBN 978-85-418-0377-9 (professor)

    1. Histria (Ensino mdio) I. Srie.

    14-00664 CDD-907

    ndices para catlogo sistemtico:1. Histria : Ensino mdio 907 1 edio, 2014

    Ser Protagonista Histria Reviso Edies SM Ltda. Todos os direitos reservados

    Direo editorial Juliane Matsubara Barroso

    Gerncia editorial Angelo Stefanovits

    Gerncia de processos editoriais Rosimeire Tada da Cunha

    Colaborao Gabriela Miyoko Kajimata Santana

    Coordenao de edio Ana Paula Landi, Cludia Carvalho Neves

    Edio Cludio Cavalcanti

    Assistncia administrativa editorial Alzira Aparecida Bertholim Meana, Camila de Lima Cunha, Fernanda Fortunato, Flvia Romancini Rossi Chaluppe, Silvana Siqueira

    Preparao e reviso Cludia Rodrigues do Esprito Santo (Coord.), Izilda de Oliveira Pereira, Rosinei Aparecida Rodrigues Araujo, Valria Cristina Borsanelli

    Coordenao de design Erika Tiemi Yamauchi Asato

    Coordenao de Arte Ulisses Pires

    Edio de Arte Melissa Steiner Rocha Antunes

    Projeto grfico Erika Tiemi Yamauchi Asato

    Capa Alysson Ribeiro, Erika Tiemi Yamauchi Asato, Adilson Casarotti

    Iconografia Priscila Ferraz (Coord.), Tatiana Lubarino Ferreira

    Tratamento de imagem Robson Mereu

    Editorao eletrnica Setup Bureau

    Fabricao Alexander Maeda

    Impresso

    Edies SM Ltda.Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz, 55gua Branca 05036-120 So Paulo SP BrasilTel. 11 [email protected]

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  • 3Apresentao

    Este livro, complementar coleo Ser Protagonista, traz o contedo

    resumido dos principais tpicos que constituem o programa curricular

    do Ensino Mdio.

    Ele foi organizado sob a forma de temas seguidos de atividades, o que

    possibilita ao aluno fazer uma reviso criteriosa do que aprendeu e, ao

    mesmo tempo, aferir seu domnio dos assuntos por meio da realizao

    de uma srie de exerccios de vestibular selecionada com preciso para

    cada tema.

    No final do livro, h um gabarito com respostas, para que o aluno

    possa conferir e corrigir os exerccios que realizou.

    Edies SM

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  • 4Conhea seu livro

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    O trabalho do historiador e origem e disperso dos seres humanos

    As idades da HistriaAo estudar o passado, os historiadores orga-

    nizam o tempo em perodos, eras ou idades. No sculo XVI, no Ocidente, a Histria passou a ser classificada em trs perodos: Antiguidade, Idade Mdia e Idade Moderna. No sculo XIX, a Histria comeou a ser vista como cincia, o que tornou essa diviso um pouco mais complexa. Baseando-se em acontecimentos europeus, e de acordo com a viso europeia, a Histria ficou di-vidida da seguinte forma:

    Idade Antiga (da criao da escrita, por volta de 4000 a.C., at a queda do Imprio Romano do Ocidente em 476);

    Idade Mdia (da queda do Imprio Romano at a ocupao de Constantinopla pelos turcos em 1453);

    Idade Moderna (da queda de Constantinopla at o incio da Revoluo Francesa em 1789);

    Idade Contempornea (da Revoluo Fran-cesa at a atualidade).

    Segundo essa viso, a inveno da escrita deu incio Histria. O perodo anterior aos primei-ros registros escritos por volta de 4000 a.C. foi chamado de Pr-Histria.

    Nos dias de hoje, muitos historiadores, em-bora trabalhem com essa diviso da Histria, fazem ressalvas a ela. As duas principais so:

    afirmar que a Histria se inicia com a escrita seria considerar que povos grafos no tm Histria;

    sociedades de tempos mais remotos seriam primitivas, inferiores s mais recentes, o que no verdade.

    O tempo capturadoAo longo dos sculos e dos milnios, as so-

    ciedades produziram muitos registros de sua histria: imagens, textos, utenslios, edifcios, cidades, etc. Muitos desses registros esto pre-servados em arquivos pblicos, em museus his-tricos e em museus de arte, cincia, cultura po-pular, tecnologia, etc. No caso do Brasil, tambm no Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (Iphan).

    Investigar o passadoO trabalho do historiador interpretar, por

    meio de pesquisas, o passado humano. Nessa in-vestigao, ele utiliza a metodologia cientfica para analisar os vestgios deixados pelas socieda-des, chamados de fontes ou documentos.

    Durante muito tempo, a Histria foi estuda-da apenas com base nas realizaes das pessoas mais poderosas e sob o prisma poltico. A par-tir do sculo XX, os historiadores marxistas co-mearam a estudar tambm as questes econ-micas. Os pesquisadores da Escola dos Annales, por sua vez, pensaram o tempo de forma dife-rente, assinalando que h mudanas de breve, mdia e longa duraes. Outro campo de investi-gao da Histria, conhecido como Histria das Mentalidades, estuda a influncia das ideias nas sociedades. A tendncia mais recente, porm, tem sido a de abordar a Histria por meio da cul-tura. Essa abordagem une a metodologia marxista dos Annales e tem por objetivo a valorizao de diferentes vozes e do papel dos indivduos como sujeitos da Histria.

    As fontes da HistriaAtualmente, muitos registros de aes e pensa-

    mentos humanos so utilizados para investigar o passado:

    fontes escritas (cartas, registros de nascimen-to, casamento e morte, livros, jornais, etc.);

    fontes materiais (objetos, construes, mo-numentos, meios de transporte, etc.);

    fontes iconogrficas (desenhos, pinturas, es-culturas, fotografias, etc.);

    fontes orais (cantos, lendas, entrevistas, etc.).

    A interdisciplinaridade e a HistriaO objeto de estudo da Histria o ser humano.

    Todo conhecimento que ajude a entend-lo til Histria. Disciplinas sociais, como a Geografia, a Arqueologia e a Economia, biolgicas, como a Biologia e a Medicina, e exatas, como a Matem-tica, so exemplos de reas do conhecimento que auxiliam a Histria.

    Reviso

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    histRiaensino mdio

    organizadoraedies smObra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edies SM.

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    Questes

    1. (UFRGS-RS) Na frica, durante a Antiguidade, entre 3000 a.C. e 332 a.C., desen-volveu-se o primeiro Imprio unificado historicamente conhecido, cuja longevi-dade e continuidade ainda despertam a ateno de arquelogos e historiadores.Esse Imprio: a) legou humanidade cdigos e compilaes de leis. b) desenvolveu a escrita alfabtica, dominada por amplos setores da sociedade. c) retinha parcela insignificante do excedente econmico disponvel. d) sustentou a crena de que o carter divino dos reis se transmitia exclusiva-

    mente pela via paterna. e) dependia das cheias do rio Nilo para a prtica da agricultura.

    2. (UFRGS-RS) No ltimo milnio a.C., o Egito foi sucessivamente conquistado por vrios povos. A esse respeito, considere as seguintes afirmaes. I. Os romanos foram os primeiros a conquistar o Egito, pois contavam com

    um aparato militar de poder equivalente ao da civilizao africana. II. Os macednicos, atravs de Alexandre, conquistaram o Egito e criaram

    uma nova dinastia, a Ptolomaica. III. Os persas no conseguiram conquistar o Egito, embora seus domnios se es-

    tendessem da ndia at a Grcia.Quais esto corretas?a) Apenas I.b) Apenas II.

    c) Apenas III.d) Apenas I e II.

    e) I, II e III.

    3. (UFPel-RS) Observe atentamente as colunas a seguir sobre a Histria do Egi-to e as relacione:(1) Perodo Pr-Dinstico(2) Antigo Imprio

    (3) Mdio Imprio(4) Novo Imprio

    ( ) expanso territorial com anexao da Etipia, Sria e Fencia.( ) unificao do Alto e do Baixo Egito efetuada pelo fara Mens.( ) formao dos nomos.( ) invaso dos hicsos.A ordem que relaciona corretamente a segunda coluna, em relao primei-ra, a seguinte: a) 1, 2, 3, 4. b) 3, 1, 4, 2.

    c) 2, 4, 1, 3. d) 4, 2, 1, 3.

    e) 4, 3, 2, 1.

    4. (UFSCar-SP) Analise a imagem.

    correto afirmar que a imagem representa:a) uma cena do cotidiano dos hititas, na pesagem de mercadorias comercia-

    lizadas com o povo egpcio.b) acontecimentos do sonho de Moiss, de libertao do povo hebreu, quan-

    do era prisioneiro do fara egpcio.c) o incio do mundo para os antigos egpcios, quando Nut, deusa do cu e

    das estrelas, anuncia sua vitria diante de Chu, deus do Ar.d) o livro dos mortos dos egpcios, com Osris direita e Anbis ao centro, pe-

    sando o corao de um morto para avaliar sua vida.e) deuses egpcios da poca da antiga dinastia ptolomaica: Amm-R direita,

    Thot acima e Set e Aton ao centro.

    1. Alternativa e.O Imprio a que se refere o enunciado da questo , naturalmente, o Imprio Egpcio. Situado s margens do rio Nilo, ele dependia das cheias e vazantes do grande rio para o cultivo agrcola em extenso capaz de satisfa-zer as necessidades de sua populao.

    2. Alternativa b.Liderados por Alexandre, o Grande, os maced-nios conquistaram o Egito em 332 a.C. Antes deles, o Imprio egpcio fora conquistado pelos assrios (662 a.C.) e pelos persas (525 a.C.). Mais tardia, a conquista romana do Imprio foi consumada apenas em 30 a.C.

    3. Alternativa d.A expanso territorial com a anexao da Etipia, Sria e Fencia ocorreu no Novo Imprio (item 4); a unificao do Alto e do Baixo Egito deu incio ao Antigo Imprio (2); os nomos se formaram no Perodo Pr--Dinstico (1); a invaso dos hicsos deu incio ao Mdio Imprio (3).

    4. Alternativa d.A presena de Anbis, o deus de cabea de cha-cal, no ato de pesar na balana o corao de um morto revela a origem egpcia da pintura, con-firmada pelo tema e pelos smbolos utilizados, assim como pelo estilo grfico e pictrico.

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    Histria e ficoO elemento narrativo a principal semelhana entre

    a Histria e a fico: ambas relatam fatos. Porm, nem tudo o que vemos sobre o passado nos filmes, nas no-velas e nos romances corresponde verdade. Muitas vezes, seus autores se baseiam em acontecimentos pas-sados, mas no tm a preocupao de um historiador, que investigar, por meio de mtodos cientficos, o que de fato ocorreu. Isso acontece porque o escritor de fic-o, diferentemente do historiador, livre para inter-pretar a realidade como deseja.

    A origem dos seres humanosOs ancestrais mais antigos do ser humano, os homi-

    ndeos, nasceram na frica h milhes de anos. Og-nero Australopithecus o mais antigo j descoberto, com aproximadamente 4 milhes de anos. Do gnero Homo foram encontrados fsseis de 2 milhes de anos. A espcie Homo habilis j fazia instrumentos de pedra. O Homo erectus aprendeu a controlar o fogo. OHomo neanderthalensis, o homem de Neandertal, que viveu entre 200 mil e 30 mil anos atrs, fabricava instrumen-tos de pedra e enterrava seus mortos.

    O Homo sapiensH cerca de 120 mil anos, nasceu na frica o Homo

    sapiens moderno. Era nmade, vivia da caa e da coleta de frutos e migrou para outros continentes. No perodo Paleoltico, fez os primeiros machados e outros objetos de pedra lascada. H cerca de 40 mil anos, comeou a fazer pinturas em cavernas e em rochas a cu aberto pintura rupestre.

    A Revoluo NeolticaPor volta de 8000 a.C., o Homo sapiens comeou a pra-

    ticar a agricultura. Com ela, sua vida se transformou. Aos poucos, ele deixou de ser nmade e se tornou sedentrio. Domesticou alguns animais (porcos, carneiros, cachorros, etc.) e se fixou em aldeias. Tambm passou a fabricar ce-rmica e a construir depsitos para armazenar a colheita. Esse perodo conhecido como Neoltico.

    As aldeias cresceram. Surgiram outras profisses, alm da de agricultor. Algumas aldeias se tornaram cidades. A necessidade de registrar estoques de alimentos e a troca de produtos levou inveno da escrita. Ao mesmo tem-po, alguns grupos passaram a controlar o poder poltico.

    A Idade dos MetaisPor volta de 6000 a.C., o ser humano aprendeu a

    tcnica de fundir metais o primeiro deles foi o cobre. Em seguida, descobriu que era possvel misturar cobre com estanho para produzir bronze, com o qual fazia ar-mas e outros objetos. O ferro s comeou a ser forjado por volta de 1500 a.C.

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    Pintura rupestre representando pastores e seu gado, c. 1000 a.C. Stio arqueolgico de Tassili, Arglia.

    A chegada dos seres humanos AmricaH duas teorias para a ocupao da Amrica: a do

    Estreito de Bering afirma que grupos asiticos teriam chegado Amrica atravs de uma ponte de gelo que li-gava a Sibria ao Alasca h milhares de anos; a do ocea-no Pacfico afirma que os humanos teriam navegado das ilhas Polinsias at a Amrica do Sul (h cerca de 50 mil anos, segundo a arqueloga Nide Guidon).

    Em 1920, foram encontrados vestgios humanos de 12 mil anos na cidade de Clvis, Estados Unidos. At recentemente, eram considerados os mais antigos da Amrica. Pesquisas mais recentes, porm, descobri-ram vestgios anteriores: na Venezuela, o stio de Taima--Taima, com cerca de 15 mil anos; no Chile, Mon-te Verde, com cerca de 12 300 anos; no Brasil, Pedra Pintada, com cerca de 11 300 anos.

    H no Brasil aproximadamente 20 mil stios arqueo-lgicos. No de Lagoa Santa, Minas Gerais, foi encontra-do o fssil humano mais antigo da Amrica, com cerca de 11 680 anos e traos de povos africanos ou de abor-genes australianos. Deram-lhe o nome de Luzia.

    Os povos dos sambaquisH cerca de 8 mil anos, povos coletores e caadores

    se fixaram em alguns pontos do litoral brasileiro. Vi-viam da pesca e da coleta de moluscos. O principal ves-tgio desses povos so os sambaquis, montes de con-chas de at 30 metros de altura. Ali, eles enterravam seus mortos e objetos de todo tipo.

    Povos agricultores da AmazniaAs primeiras sociedades sedentrias do territrio bra-

    sileiro se fixaram na Amaznia h 2 mil anos. Duas de-las foram a marajoara e a tapajnica.

    A cultura marajoara se desenvolveu entre os scu-los V e XV na ilha de Maraj. Cultivava a mandioca e o arroz-selvagem e praticava a cermica.

    A cultura tapajnica, ou Santarm, existiu entre os sculos X e XVII na cidade de Santarm, no Par. Pro-duzia cermica e vivia basicamente da agricultura.

    Entre os sculos XIII e XVII, floresceu no Alto Xingu (Mato Grosso) uma sociedade formada por grandes vi-las e aldeias interligadas por estradas.

    Cada tema apresenta uma sntese dos

    principais contedos e conceitos estudados, proporcionando uma

    reviso do que foi estudado durante os trs

    anos do Ensino Mdio.

    Relacionadas ao tema, questes de vestibulares de universidades de todo o Brasil contribuem para a compreenso e fixao dos contedos revisados.

    Este espao destinado a resolues de exerccios e anotaes.

    O Ser Protagonista Reviso retoma os contedos da disciplina e prope a resoluo de questes dos principais vestibulares do pas.

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    O trabalho do historiador e origem e disperso dos seres humanos 6 A frica Antiga 10 A leste do Mediterrneo 12 A Grcia Antiga 14 Roma: a cidade e o Imprio 16 A Idade Mdia 18 O Renascimento e a Idade Moderna 26 Sociedades africanas 30 China e ndia 34 A expanso martima europeia 38 A Amrica antes dos europeus 40 A Amrica espanhola 42 A colonizao da Amrica portuguesa 46 A Amrica inglesa, francesa e holandesa 54 Absolutismo e mercantilismo 56 As revolues inglesas e a Revoluo Industrial 60 O Iluminismo e a Revoluo Americana 66 A Revoluo Francesa e o Imprio Francs 72 Amrica Latina: a conquista da independncia 80 O Imprio Brasileiro 88 Das revolues liberais ao imperialismo 96 Amrica: imperialismo e revoluo 102 Socialismo, guerra e revoluo 108 A Primeira Repblica no Brasil 114 A ascenso do totalitarismo 118 O mundo em guerra 124 O Brasil entre 1930 e 1945 132 A Amrica Latina entre a revoluo e as ditaduras 136 Brasil: do populismo ditadura militar 142 O Oriente Mdio 148 O triunfo da democracia 152 O fim da Guerra Fria e a globalizao 156 Brasil: a consolidao da democracia 162 Gabarito 166

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  • 6O trabalho do historiador e origem e disperso dos seres humanos

    As idades da HistriaAo estudar o passado, os historiadores orga-

    nizam o tempo em perodos, eras ou idades. No sculo XVI, no Ocidente, a Histria passou a ser classificada em trs perodos: Antiguidade, Idade Mdia e Idade Moderna. No sculo XIX, a Histria comeou a ser vista como cincia, o que tornou essa diviso um pouco mais complexa. Baseando-se em acontecimentos europeus, e de acordo com a viso europeia, a Histria ficou di-vidida da seguinte forma:

    Idade Antiga (da criao da escrita, por volta de 4000 a.C., at a queda do Imprio Romano do Ocidente em 476);

    Idade Mdia (da queda do Imprio Romano at a ocupao de Constantinopla pelos turcos em 1453);

    Idade Moderna (da queda de Constantinopla at o incio da Revoluo Francesa em 1789);

    Idade Contempornea (da Revoluo Fran-cesa at a atualidade).

    Segundo essa viso, a inveno da escrita deu incio Histria. O perodo anterior aos primei-ros registros escritos por volta de 4000 a.C. foi chamado de Pr-Histria.

    Nos dias de hoje, muitos historiadores, em-bora trabalhem com essa diviso da Histria, fazem ressalvas a ela. As duas principais so:

    afirmar que a Histria se inicia com a escrita seria considerar que povos grafos no tm Histria;

    sociedades de tempos mais remotos seriam primitivas, inferiores s mais recentes, o que no verdade.

    O tempo capturadoAo longo dos sculos e dos milnios, as so-

    ciedades produziram muitos registros de sua histria: imagens, textos, utenslios, edifcios, cidades, etc. Muitos desses registros esto pre-servados em arquivos pblicos, em museus his-tricos e em museus de arte, cincia, cultura po-pular, tecnologia, etc. No caso do Brasil, tambm no Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (Iphan).

    Investigar o passadoO trabalho do historiador interpretar, por

    meio de pesquisas, o passado humano. Nessa in-vestigao, ele utiliza a metodologia cientfica para analisar os vestgios deixados pelas socieda-des, chamados de fontes ou documentos.

    Durante muito tempo, a Histria foi estuda-da apenas com base nas realizaes das pessoas mais poderosas e sob o prisma poltico. A par-tir do sculo XX, os historiadores marxistas co-mearam a estudar tambm as questes econ-micas. Os pesquisadores da Escola dos Annales, por sua vez, pensaram o tempo de forma dife-rente, assinalando que h mudanas de breve, mdia e longa duraes. Outro campo de investi-gao da Histria, conhecido como Histria das Mentalidades, estuda a influncia das ideias nas sociedades. A tendncia mais recente, porm, tem sido a de abordar a Histria por meio da cul-tura. Essa abordagem une a metodologia marxista dos Annales e tem por objetivo a valorizao de diferentes vozes e do papel dos indivduos como sujeitos da Histria.

    As fontes da HistriaAtualmente, muitos registros de aes e pensa-

    mentos humanos so utilizados para investigar o passado:

    fontes escritas (cartas, registros de nascimen-to, casamento e morte, livros, jornais, etc.);

    fontes materiais (objetos, construes, mo-numentos, meios de transporte, etc.);

    fontes iconogrficas (desenhos, pinturas, es-culturas, fotografias, etc.);

    fontes orais (cantos, lendas, entrevistas, etc.).

    A interdisciplinaridade e a HistriaO objeto de estudo da Histria o ser humano.

    Todo conhecimento que ajude a entend-lo til Histria. Disciplinas sociais, como a Geografia, a Arqueologia e a Economia, biolgicas, como a Biologia e a Medicina, e exatas, como a Matem-tica, so exemplos de reas do conhecimento que auxiliam a Histria.

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    Histria e ficoO elemento narrativo a principal semelhana entre

    a Histria e a fico: ambas relatam fatos. Porm, nem tudo o que vemos sobre o passado nos filmes, nas no-velas e nos romances corresponde verdade. Muitas vezes, seus autores se baseiam em acontecimentos pas-sados, mas no tm a preocupao de um historiador, que investigar, por meio de mtodos cientficos, o que de fato ocorreu. Isso acontece porque o escritor de fic-o, diferentemente do historiador, livre para inter-pretar a realidade como deseja.

    A origem dos seres humanosOs ancestrais mais antigos do ser humano, os homi-

    ndeos, nasceram na frica h milhes de anos. Og-nero Australopithecus o mais antigo j descoberto, com aproximadamente 4 milhes de anos. Do gnero Homo foram encontrados fsseis de 2 milhes de anos. A espcie Homo habilis j fazia instrumentos de pedra. O Homo erectus aprendeu a controlar o fogo. OHomo neanderthalensis, o homem de Neandertal, que viveu entre 200 mil e 30 mil anos atrs, fabricava instrumen-tos de pedra e enterrava seus mortos.

    O Homo sapiensH cerca de 120 mil anos, nasceu na frica o Homo

    sapiens moderno. Era nmade, vivia da caa e da coleta de frutos e migrou para outros continentes. No perodo Paleoltico, fez os primeiros machados e outros objetos de pedra lascada. H cerca de 40 mil anos, comeou a fazer pinturas em cavernas e em rochas a cu aberto pintura rupestre.

    A Revoluo NeolticaPor volta de 8000 a.C., o Homo sapiens comeou a pra-

    ticar a agricultura. Com ela, sua vida se transformou. Aos poucos, ele deixou de ser nmade e se tornou sedentrio. Domesticou alguns animais (porcos, carneiros, cachorros, etc.) e se fixou em aldeias. Tambm passou a fabricar ce-rmica e a construir depsitos para armazenar a colheita. Esse perodo conhecido como Neoltico.

    As aldeias cresceram. Surgiram outras profisses, alm da de agricultor. Algumas aldeias se tornaram cidades. A necessidade de registrar estoques de alimentos e a troca de produtos levou inveno da escrita. Ao mesmo tem-po, alguns grupos passaram a controlar o poder poltico.

    A Idade dos MetaisPor volta de 6000 a.C., o ser humano aprendeu a

    tcnica de fundir metais o primeiro deles foi o cobre. Em seguida, descobriu que era possvel misturar cobre com estanho para produzir bronze, com o qual fazia ar-mas e outros objetos. O ferro s comeou a ser forjado por volta de 1500 a.C.

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    Pintura rupestre representando pastores e seu gado, c. 1000 a.C. Stio arqueolgico de Tassili, Arglia.

    A chegada dos seres humanos AmricaH duas teorias para a ocupao da Amrica: a do

    Estreito de Bering afirma que grupos asiticos teriam chegado Amrica atravs de uma ponte de gelo que li-gava a Sibria ao Alasca h milhares de anos; a do ocea-no Pacfico afirma que os humanos teriam navegado das ilhas Polinsias at a Amrica do Sul (h cerca de 50 mil anos, segundo a arqueloga Nide Guidon).

    Em 1920, foram encontrados vestgios humanos de 12 mil anos na cidade de Clvis, Estados Unidos. At recentemente, eram considerados os mais antigos da Amrica. Pesquisas mais recentes, porm, descobri-ram vestgios anteriores: na Venezuela, o stio de Taima--Taima, com cerca de 15 mil anos; no Chile, Mon-te Verde, com cerca de 12 300 anos; no Brasil, Pedra Pintada, com cerca de 11 300 anos.

    H no Brasil aproximadamente 20 mil stios arqueo-lgicos. No de Lagoa Santa, Minas Gerais, foi encontra-do o fssil humano mais antigo da Amrica, com cerca de 11 680 anos e traos de povos africanos ou de abor-genes australianos. Deram-lhe o nome de Luzia.

    Os povos dos sambaquisH cerca de 8 mil anos, povos coletores e caadores

    se fixaram em alguns pontos do litoral brasileiro. Vi-viam da pesca e da coleta de moluscos. O principal ves-tgio desses povos so os sambaquis, montes de con-chas de at 30 metros de altura. Ali, eles enterravam seus mortos e objetos de todo tipo.

    Povos agricultores da AmazniaAs primeiras sociedades sedentrias do territrio bra-

    sileiro se fixaram na Amaznia h 2 mil anos. Duas de-las foram a marajoara e a tapajnica.

    A cultura marajoara se desenvolveu entre os scu-los V e XV na ilha de Maraj. Cultivava a mandioca e o arroz-selvagem e praticava a cermica.

    A cultura tapajnica, ou Santarm, existiu entre os sculos X e XVII na cidade de Santarm, no Par. Pro-duzia cermica e vivia basicamente da agricultura.

    Entre os sculos XIII e XVII, floresceu no Alto Xingu (Mato Grosso) uma sociedade formada por grandes vi-las e aldeias interligadas por estradas.

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  • 8Questes

    1. (UFPE) Alguns historiadores afirmam que a Histria iniciou quando a huma-nidade inventou a escrita. Nessa perspectiva, o perodo anterior criao da escrita denominado Pr-Histria. Sobre esse assunto assinale a alter-nativa correta. a) A Histria e a Pr-Histria s podem se diferenciar pelo critrio da escri-

    ta. Logo, aqueles historiadores que no concordam com esse critrio esto presos a uma viso teolgica da Histria.

    b) Esta afirmao no encontra qualquer contestao dos verdadeiros histo-riadores, pois ela uma prova irrefutvel de que todas as culturas evoluem para a escrita.

    c) Os historiadores que defendem a escrita como nico critrio que diferen-cia a Histria da Pr-Histria reafirmam a tradio positivista da Histria.

    d) A escrita no pode ser vista como critrio para distinguir a Histria da Pr-Histria, pois o aspecto econmico considerado um critrio mui-to mais importante.

    e) Os nicos historiadores que defendem a escrita como critrio so os fran-ceses, em razo da influncia da filosofia iluminista.

    2. (UFPE) A Histria pode ser vista como uma grande aventura humana, onde h buscas e invenes incontveis. Assinale F (falso) ou V (verdadeiro): a com-plexidade do ser humano exige do historiador:( ) uma anlise exclusiva dos fatos econmicos para compreender a sua ou-

    sadia e capacidade de inveno no tempo.

    ( ) um estudo mais relacionado com a interdisciplinaridade, com a comuni-cao entre os diversos saberes existentes.

    ( ) um reforo constante do iderio da Escola Metdica, baseado na objetivi-dade e na imparcialidade do conhecimento cientfico.

    ( ) uma pesquisa estruturada na racionalidade das fontes escritas, sem rela-es com depoimentos orais ou subjetivos.

    ( ) um saber especfico sobre o tempo, afirmando a concepo positivista de Comte, linear e progressista, predominante no sculo XIX.

    3. (UPE) A Histria uma rea do conhecimento que sofreu vrias inovaes meto-dolgicas no sculo XX. Essas inovaes provocaram mudanas que esto ligadas ecloso da Escola dos Annales. Nessa perspectiva, correto afirmar que:a) a Escola dos Annales reafirmou os postulados positivistas, reforando uma

    histria poltica como a nica perspectiva de anlise da sociedade.

    b) a produo cultural humana assim como as mentalidades, o imaginrio, o cotidiano e a cultura popular foram vistos como novos interesses de estudo dos historiadores.

    c) a anlise econmica desaparece da pauta de temticas estudadas pela Histria aps o advento dos Annales.

    d) a nica preocupao dos historiadores influenciados pelo pensamento dos Annales se refere cultura.

    e) no existem ainda hoje ecos do pensamento dos Annales nos estudos so-bre a histria do Brasil.

    4. (UFRGS-RS) A denominao Revoluo Neoltica, cunhada nos anos 1960 pelo arquelogo Gordon Childe, refere-se a uma srie de intensas transforma-es. Entre essas mudanas, correto citar: a) a criao do poder poltico centralizado associado ao domnio do poder

    religioso.

    b) o desenvolvimento de conglomerados urbanos baseados no trabalho escravo.

    1. Alternativa c. Os historiadores positivistas do sculo XIX procuravam encontrar na histria leis to pre-cisas quanto as das cincias exatas. Para eles, a Histria como disciplina deveria ter como fonte de pesquisa apenas documentos escri-tos. Isso exclua da histria as sociedades que no conheciam a escrita. Foi cunhada, ento, a expresso Pr-Histria para dar conta des-sas sociedades. Os historiadores positivistas tinham tambm uma concepo linear da his-tria, segundo a qual os povos deveriam pas-sar sempre pelas mesmas etapas. Hoje se sabe que toda a produo humana, desde os mais remotos machados de pedra at a internet, constitui fonte de informao para o historia-dor e que a histria tem inmeras verses, e no apenas uma. Sabe-se tambm que a hist-ria no um processo linear e que os povos no percorrem sempre as mesmas etapas.

    2. F-V-F-F-F.Com a fundao da Escola dos Annales, em 1929, os historiadores sob sua influncia se afastaram da simples descrio dos fatos para abordar os processos histricos de longa dura-o, em uma perspectiva interdisciplinar, que abrange outras cincias humanas alm da Histria, num dilogo fecundo e enriquecedor.

    3. Alternativa b.A Escola dos Annales, fundada em 1929 na Frana pelos historiadores Marc Bloch e Lucien Fevbre, rompeu com a tradio positivista, que enfatizava a histria poltica vista de uma pers-pectiva linear, factual e eurocntrica. Em seu lugar, os historiadores dessa escola propu-nham uma concepo mais abrangente da dis-ciplina, na qual incluam a histria econmica, a histria social e a histria cultural. Alm dis-so, eles se distanciaram da viso de curto pra-zo e da simples descrio dos acontecimentos. Propuseram uma abordagem de processos de longa durao para entender a formao e o desenvolvimento das sociedades, e romperam a separao entre a Histria e as outras cin-cias sociais (Sociologia, Antropologia, Arqueologia, Cincia Poltica e Economia), pro-movendo assim a interdisciplinaridade.

    4. Alternativa d.Foi durante o perodo Neoltico que se consoli-dou a diviso natural do trabalho entre ho-mens e mulheres. A alternativa a associa a Revoluo Neoltica formao do poder pol-tico centralizado. Entretanto, os historiadores situam essa formao em um perodo poste-rior, ou seja, durante a Idade dos Metais.

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  • 9O t

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    c) a instituio privada das terras, com o cultivo de cereais e a criao de animais.

    d) o surgimento da diviso natural do trabalho, com a atribuio de papel produtivo relevante mulher.

    e) a transio da economia de subsistncia para uma economia industrial.

    5. (UFPE) Em relao ao momento em que homens e mulheres se colocaram como seres histricos no mundo, correto afirmar: a) A inveno da escrita, da roda, do fogo o que caracteriza os povos

    considerados com histria, que se estabeleceram s margens do rio Nilo, h milhes de anos.

    b) A histria da humanidade teve incio na regio conhecida na Antiguidade por Mesopotmia, quando se inventou a escrita.

    c) As pesquisas arqueolgicas vm apontando que a histria humana teve incio h um milho de anos, em vrias regies do globo terrestre, simulta-neamente.

    d) Entre 4 e 6 milhes de anos atrs, surgiram na frica os primeiros antepas-sados do ser humano com os quais teve incio a histria da humanidade.

    e) O elemento preponderante no reconhecimento dos homens e mulheres como seres histricos a inveno da linguagem, h 2 milhes de anos, no continente europeu.

    6. (Ufla-MG) Observe o mapa.

    Provveis rotas do ser humano para a AmricaProvvel regio do surgimento da espcie humanaFsseis humanos mais antigos do continente

    N

    Assinale a alternativa que NO se relaciona com as diversas hipteses de ori-gem do homem americano. a) O mapa justifica a hiptese de o homem americano apresentar carac-

    tersticas mongoloides ou pr-mongoloides, povos oriundos da Mon-glia e Sibria que penetraram no continente americano pelo Estreito de Bering.

    b) Segundo o que demonstra o mapa, o homem chegou Amrica em mi-graes espordicas, navegando pelo Pacfico, vindo da sia, Polinsia e Oceania.

    c) Segundo o mapa, o homem americano autctone, ou seja, surgiu no prprio continente, embora no exista nenhum fssil anterior ao Homo sapiens sapiens.

    d) Observando o mapa, fica evidente que o Ser Humano no chegou ao con-tinente americano pelo oceano Atlntico, apesar de esse ser o caminho mais curto.

    e) No continente sul-americano, o fssil mais antigo de uma mulher conhe-cida por Luzia, encontrada em 1975 prximo a Lagoa Santa/MG, datada de 11500 anos.

    5. Alternativa d. difcil estabelecer com preciso em que momento surgiram os primeiros antepassados do ser humano. Pesquisas recentes fixam esse momento entre 6 e 4 milhes de anos atrs. Foi nesse momento que teve incio a histria da humanidade.

    6. Alternativa c.Nenhuma teoria sustenta hoje a origem autc-tone dos amerndios. Alm disso, o mapa mos-tra claramente as rotas de chegada dos seres humanos Amrica, o que invalida a explica-o da alternativa c.

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  • 10

    A frica Antiga

    s margens do NiloAs terras frteis do Nilo atraram diferentes po-

    vos, que passaram a ocupar a regio, por volta de 6 a 5 mil anos a.C. Esse processo de sedentariza-o levou formao de comunidades tribais conhe-cidas como nomos. Agrupadas, elas formaram dois reinos. Por volta de 3100 a.C., o fara Mens unifi-cou os reinos do Baixo Egito (ao norte, na regio do delta do rio Nilo) e do Alto Egito (mais ao sul, no vale do rio Nilo), dando origem ao Imprio Egpcio.

    A principal atividade econmica era a agricul-tura, que propiciou o desenvolvimento de tcni-cas de irrigao, construes para o armazena-mento de gua e controle de inundaes.

    Estado e sociedadeA histria do Egito Antigo, aps Mens, pode

    ser dividida em Antigo, Mdio e Novo Imprio.No Antigo Imprio (3100 a.C.2000a.C.), o po-

    der era teocrtico, ou seja, o fara era considerado representante divino. Ao final desse perodo, a opo-sio dos nomarcas (chefes dos nomos) levou ao enfraquecimento do poder do fara.

    O Mdio Imprio (2000 a.C.1580 a.C.) teve como principais acontecimentos a retomada do po-der dos faras, a migrao dos hebreus para o Egito e a invaso dos hicsos (povo), militarmente superiores.

    No perodo do Novo Imprio, que vai dos anos 1580a.C. a 1085 a.C., os hicsos foram ex-pulsos do Egito. A partir de 1080 a.C., o Egito so-freu uma srie de invases: pelos assrios; depois pelos persas; pelo macednio Alexandre, o Gran-de; por fim, pelos romanos, em 30 a.C.

    A sociedade egpcia era bastante hierarquizada. No topo estava o fara, dono de todas as terras e de tudo o que era produzido. Os sacerdotes, forma-vam a camada mais elevada e mais culta. Em seguida estavam os nobres, altos funcionrios da adminis-trao que auxiliavam na defesa e no comrcio.

    Os escribas detinham o poder de ler e escrever os hierglifos (escrita oficial). Trabalhavam prin-cipalmente na cobrana de impostos. Havia ainda os soldados, recrutados no estrangeiro em troca de lotes de terra.

    Nas camadas inferiores, estavam os artesos; os camponeses (fels); os escravos, minoria na sociedade, prisioneiros de guerra.

    Economia e conhecimentosA economia egpcia tinha por base a agricul-

    tura e era controlada pelo Estado. O comrcio lo-cal era feito por meio de trocas de mercadorias.

    Ocomrcio exterior usava argolas de ouro e co-bre como moeda. A atividade manufatureira produzia cermica, vidro e tecidos.

    Os egpcios desenvolveram conhecimentos em diversas reas: praticavam a escrita hieroglfica, precursora da escrita alfabtica; dominavam os conhecimentos matemticos (Aritmtica e Geo-metria); a Astronomia permitiu o uso do calen-drio solar e a identificao de estrelas; a prtica da mumificao levou a avanos na rea da Medi-cina; nas artes, realizaram grandes obras arquite-tnicas, pinturas em paredes, produes literrias e msica (uso de instrumentos de corda, sopro e metal).

    Alm do NiloAlm da sociedade egpcia, outros povos fazem

    parte da histria da frica Antiga. Havia grandes reinos e imprios, bem como agrupamentos n-mades e pequenas aldeias.

    O Reino de CuxeNo vale do Nilo, ao sul do Egito, desenvolveu-se,

    entre os sculos VII a.C. e II d.C., o Reino de Cuxe, que teve como principal caracterstica econmica o comrcio. As trocas comerciais realizadas pelos cuxi-tas eram responsveis pelo intercmbio entre os po-vos que viviam na regio central da frica e na regio da costa mediterrnea. A relao entre cuxitas e egp-cios foi marcada pelas trocas comerciais e por pero-dos de guerras e dominao.

    O Imprio de AxumPor volta do sculo V a.C. surgiram na regio

    entre o Reino de Cuxe e o mar Vermelho inme-ras cidades fundadas por povos que viviam no sul da pennsula Arbica. A localizao favoreceu o desenvolvimento de uma sociedade urbana dedi-cada ao comrcio martimo que promovia o inter-cmbio entre o mundo mediterrneo, a Arbia, a ndia e o Sudeste Asitico. O governo da cidade de Axum, com maior poder militar, passou a do-minar as demais cidades da regio, consolidando a formao do Imprio de Axum.

    No sculo VII, os rabes conquistaram a cidade de Adulis, onde se localizava o principal porto axumita, e passaram a dominar as rotas comer-ciais do mar Vermelho.

    No mesmo perodo, a produo agrcola que abastecia a cidade de Axum decaiu e a populao da cidade diminuiu progressivamente. Em fins do sculo VIII, a antiga capital do Imprio estava re-duzida a um simples vilarejo.

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  • 11

    A

    fric

    a A

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    a

    Questes

    1. (UFRGS-RS) Na frica, durante a Antiguidade, entre 3000 a.C. e 332 a.C., desen-volveu-se o primeiro Imprio unificado historicamente conhecido, cuja longevi-dade e continuidade ainda despertam a ateno de arquelogos e historiadores.Esse Imprio: a) legou humanidade cdigos e compilaes de leis. b) desenvolveu a escrita alfabtica, dominada por amplos setores da sociedade. c) retinha parcela insignificante do excedente econmico disponvel. d) sustentou a crena de que o carter divino dos reis se transmitia exclusiva-

    mente pela via paterna. e) dependia das cheias do rio Nilo para a prtica da agricultura.

    2. (UFRGS-RS) No ltimo milnio a.C., o Egito foi sucessivamente conquistado por vrios povos. A esse respeito, considere as seguintes afirmaes. I. Os romanos foram os primeiros a conquistar o Egito, pois contavam com

    um aparato militar de poder equivalente ao da civilizao africana. II. Os macednicos, atravs de Alexandre, conquistaram o Egito e criaram

    uma nova dinastia, a Ptolomaica. III. Os persas no conseguiram conquistar o Egito, embora seus domnios se es-

    tendessem da ndia at a Grcia.Quais esto corretas?a) Apenas I.b) Apenas II.

    c) Apenas III.d) Apenas I e II.

    e) I, II e III.

    3. (UFPel-RS) Observe atentamente as colunas a seguir sobre a Histria do Egi-to e as relacione:(1) Perodo Pr-Dinstico(2) Antigo Imprio

    (3) Mdio Imprio(4) Novo Imprio

    ( ) expanso territorial com anexao da Etipia, Sria e Fencia.( ) unificao do Alto e do Baixo Egito efetuada pelo fara Mens.( ) formao dos nomos.( ) invaso dos hicsos.A ordem que relaciona corretamente a segunda coluna, em relao primei-ra, a seguinte: a) 1, 2, 3, 4. b) 3, 1, 4, 2.

    c) 2, 4, 1, 3. d) 4, 2, 1, 3.

    e) 4, 3, 2, 1.

    4. (UFSCar-SP) Analise a imagem.

    correto afirmar que a imagem representa:a) uma cena do cotidiano dos hititas, na pesagem de mercadorias comercia-

    lizadas com o povo egpcio.b) acontecimentos do sonho de Moiss, de libertao do povo hebreu, quan-

    do era prisioneiro do fara egpcio.c) o incio do mundo para os antigos egpcios, quando Nut, deusa do cu e

    das estrelas, anuncia sua vitria diante de Chu, deus do Ar.d) o livro dos mortos dos egpcios, com Osris direita e Anbis ao centro, pe-

    sando o corao de um morto para avaliar sua vida.e) deuses egpcios da poca da antiga dinastia ptolomaica: Amm-R direita,

    Thot acima e Set e Aton ao centro.

    1. Alternativa e.O Imprio a que se refere o enunciado da questo , naturalmente, o Imprio Egpcio. Situado s margens do rio Nilo, ele dependia das cheias e vazantes do grande rio para o cultivo agrcola em extenso capaz de satisfa-zer as necessidades de sua populao.

    2. Alternativa b.Liderados por Alexandre, o Grande, os maced-nios conquistaram o Egito em 332 a.C. Antes deles, o Imprio egpcio fora conquistado pelos assrios (662 a.C.) e pelos persas (525 a.C.). Mais tardia, a conquista romana do Imprio foi consumada apenas em 30 a.C.

    3. Alternativa d.A expanso territorial com a anexao da Etipia, Sria e Fencia ocorreu no Novo Imprio (item 4); a unificao do Alto e do Baixo Egito deu incio ao Antigo Imprio (2); os nomos se formaram no Perodo Pr- -Dinstico (1); a invaso dos hicsos deu incio ao Mdio Imprio (3).

    4. Alternativa d.A presena de Anbis, o deus de cabea de cha-cal, no ato de pesar na balana o corao de um morto revela a origem egpcia da pintura, con-firmada pelo tema e pelos smbolos utilizados, assim como pelo estilo grfico e pictrico.

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  • 12

    A leste do Mediterrneo

    A Mesopotmia Regio entre os rios Tigre e Eufrates, hoje

    ocupada pelo Iraque. Inicialmente, os povos dessa regio viviam em cidades-Estado inde-pendentes.

    Sumrios e acadianosNo sul, a civilizao sumria se formou por

    volta de 4000 a.C. Suas cidades-Estado eram governadas pelos patesi, chefes polticos e re-ligiosos. Os sumrios criaram uma escrita em forma de cunhas gravadas em placas de barro: a escrita cuneiforme.

    Os acadianos ocuparam o centro da Mesopo-tmia. Por volta de 2340 a.C., um de seus reis, Sargo I, teria conquistado a Sumria e criado o primeiro Estado unificado da Mesopotmia.

    Babilnios, assrios e caldeus Por volta de 2000 a.C. os amoritas derrotaram

    os acadianos e fundaram o Primeiro Imprio Ba-bilnico, cuja capital era a Babilnia. Seu princi-pal rei, Hamurbi, reuniu diversas leis no Cdigo de Hamurbi. Aps sua morte, o imprio foi do-minado pelos assrios.

    Os assrios tambm construram um imprio, s destrudo no sculo VII a.C. pelos caldeus. Es-tes fundaram ento o Segundo Imprio Babil-nico. Um de seus reis, Nabucodonosor II, con-quistou a Palestina e escravizou muitos hebreus no cativeiro da Babilnia. Por volta de 539 a.C., o Segundo Imprio da Babilnia foi dominado pelos persas.

    O Imprio PersaEm 550 a.C., Ciro, rei da Prsia, deu incio

    expanso do Imprio Persa. A grande extenso territorial alcanada por esse imprio explica-da pelo respeito de Ciro em relao cultura e religio dos povos dominados. Um exemplo disso a libertao dos hebreus do cativeiro da Babilnia.

    Mais tarde, o rei Dario I criou quatro capitais e vinte provncias, as satrapias, administradas pelos strapas. Dario I unificou as leis, os im-postos e a moeda (drico). Foi derrotado na Ba-talha de Maratona ao tentar dominar a Grcia em 490 a.C. Seu filho Xerxes continuou a guer-ra contra os gregos, mas foi derrotado.

    Os fenciosPor volta de 3000 a.C., os fencios ocuparam o

    territrio do atual Lbano. A proximidade do Me-diterrneo fez com que desenvolvessem a pesca e o comrcio martimo. Seu artesanato ficou co-nhecido pela produo de tecidos de cor prpura.

    Estavam organizados em cidades-Estado as principais eram Tiro (produtora de tecidos), Bi-blos (que comercializava papiro egpcio), Sdon e Beritos (atual Beirute). Desenvolveram um alfabe-to fontico, mais prtico que a escrita cuneiforme e os hierglifos egpcios.

    Os fencios estabeleceram vrias colnias no Mediterrneo. A mais conhecida foi Cartago, no norte da frica, que se envolveu em vrias guerras com Roma, as Guerras Pnicas.

    Os hebreusProvenientes da Mesopotmia, por volta de

    1250 a.C., os hebreus estabeleceram-se s mar-gens do rio Jordo, em Cana (atuais Palestina e Jordnia, principalmente). Eles consideravam que essa terra lhes tinha sido destinada por Deus.

    Depois de um perodo de seca e fome, os he-breus migraram para o Egito. Sob o domnio dos hicsos, o Egito propiciou uma vida tranquila aos hebreus; aps a expulso dos hicsos, eles passa-ram condio de escravos. O xodo, narrado na Bblia, faz referncia ao retorno dos hebreus a Ca-na, conduzidos por Moiss.

    De regresso Palestina, por volta de 1230 a.C., os hebreus retomaram as terras de Cana, ento dominada por cananeus e filisteus, por volta do ano 1000a.C. Davi, um de seus reis, conquis-tou Jerusalm. Salomo, seu sucessor, expandiu o comrcio exterior e construiu o primeiro tem-plo de Jerusalm, smbolo da religiosidade dos hebreus.

    Aps a morte de Salomo, doze tribos que com-punham o povo hebreu se dividiram. Duas forma-ram o Reino de Jud, e as outras dez, o Reino de Israel. As de Israel foram atacadas pelos assrios, e a maioria de seu povo foi morta ou escravizada. As de Jud foram escravizadas por Nabucodonosor II no Cativeiro da Babilnia.

    Os judeus foram libertados desse cativeiro pelos persas e retornaram a Cana. A partir de 63a.C., com a conquista da Palestina pelos roma-nos, o povo judeu foi expulso de sua terra, epis-dio conhecido como dispora.

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  • 13

    A le

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    err

    neo

    Questes

    1. (Ufes) grande transformao econmica da Idade do Bronze d-se o

    nome de Revoluo Urbana. Essa revoluo correspondeu passagem das comunidades agrcolas autossuficientes para cidades, com comr-cio e artesanato especializado. A agricultura continuou como a principal atividade econmica, mas a economia, antes agrcola e pastoril, ganhou maior diversidade e complexidade com a multiplicao dos ofcios ou profisses e com o estabelecimento de um sistema regular de trocas. As-sim, por volta de 3000a.C., o Egito, a Mesopotmia e o Vale do Indo j no eram mais um conjunto de aldeias de agricultores autossuficientes, mas constituam Estados com uma complexa organizao social.Aquino, R. S. et al. Histria das sociedades: das comunidades primitivas s sociedades medievais. Rio de Janeiro: Ao Livro Tcnico, 1980. p. 77-78. Adaptado.

    Dos itens a seguir, o nico que NO pode ser considerado caracterstica da Revoluo Urbana que resultou na formao da Civilizao Mesopotmica por volta de 3000 a.C. :a) a escrita cuneiforme. b) a metalurgia do bronze. c) o modo de produo escravista. d) a arquitetura monumental, com destaque para os zigurates. e) o sistema de Cidades-Estados independentes (Ur, Lagash, Nippur, Umma e outras).

    2. (PUC-PR) O Imprio Babilnico dominou diferentes povos, como os sum-rios, os acdios e os assrios. Para governar povos to diferentes, o rei Ha-murbi organizou o primeiro cdigo de leis escritas, o Cdigo de Hamurbi.

    Se um homem acusou outro de assassinato mas no puder compro-var, ento o acusador ser morto.

    Se um homem ajudou a apagar o incndio da casa de outro e aproveitou para pegar um objeto do dono da casa, este homem ser lanado ao fogo.

    Se um homem cegou o olho de outro homem, o seu prprio ser cega-do. Mas se foi olho de um escravo, pagar metade do valor desse escravo.

    Se um escravo bateu na face de um homem livre, cortaro a sua orelha. Se um mdico tratou com faca de metal a ferida grave de um homem

    e lhe causou a morte ou lhe inutilizou o olho, as suas mos sero corta-das. Se a vtima for um escravo, o mdico dar um escravo por escravo.

    Se uma mulher tomou averso a seu marido e no quiser mais dor-mir com ele, seu caso ser examinado em seu distrito. Se ela se guarda e no tem falta e o seu marido sai com outras mulheres e despreza sua esposa, ela tomar seu dote de volta e ir para a casa do seu pai.

    Assinale a alternativa correta: a) As leis aplicavam-se somente aos homens livres e que possussem propriedades. b) Estabeleceu o princpio que todos eram iguais perante a lei e por isso um

    escravo teria os mesmos direitos que um homem livre. c) O Cdigo de Hamurbi representava os ideais democrticos do Imprio

    Babilnico. d) O cdigo tinha como princpio a pena de talio, resumida na expresso

    olho por olho, dente por dente. e) O cdigo considerava a mulher propriedade do homem e sem direitos.

    3. (UFSM-RS) A Mesopotmia ocupa lugar central na histria da humanidade. Na Antiguidade, foi bero da civilizao sumeriana devido ao fato de:a) ser ponto de encontro de rotas comerciais de povos de diversas culturas.b) ter um subsolo rico em minrios, possibilitando o salto tecnolgico da

    Idade da Pedra para a Idade dos Metais.c) apresentar um relevo peculiar e favorvel ao isolamento necessrio para o

    crescimento socioeconmico.d) possuir uma rea agricultvel extensa, favorecida pelos rios Tigre e Eufrates.e) abrigar um sistema de rios ideal para locomoo de pessoas e apropriado

    para o desenvolvimento comercial.

    1. Alternativa c.Embora houvesse escravos em algumas dessas sociedades, no era o escravismo que as ca-racterizava como modo de produo. Grandes monumentos do Egito, como as pirmides, por exemplo, foram erguidas principalmente por trabalhadores livres e no por escravos. Alguns historiadores de formao marxista de-finem a base dessas sociedades como modo de produo asitico. Outros, falam de civili-zaes hidrulicas. Nas ltimas dcadas, po-rm, essa expresso vem sendo questionada por diversos estudiosos.

    2. Alternativa d.Os artigos do Cdigo transcritos no enuncia-do da questo revelam uma concepo de jus-tia que seguia o princpio da pena de talio (ou lei de talio). interessante notar que o Cdigo de Hamurbi concedia mulher o direi-to de divrcio.

    3. Alternativa d.A sociedade sumria foi uma das muitas civili-zaes que floresceram na Mesopotmia du-rante a Antiguidade. Situada na regio do Crescente Frtil, a Mesopotmia dispunha de terras banhadas pelos rios Tigre e Eufrates, em excelentes condies para a agricultura. Foram essas condies que atraram diversos povos das regies circunvizinhas, que ali se instalaram e ergueram suas primeiras aldeias autossuficientes. Essas aldeias se transforma-ram mais tarde em centros urbanos, nos quais floresceu tambm o comrcio e outras ativida-des econmicas.

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    A Grcia Antiga

    Tempos de formaoSituada na pennsula Balcnica, a partir do

    sculo XX a.C. a Grcia Antiga foi ocupada pe-los aqueus, elios, jnios e drios.

    Os aqueus se fixaram no Peloponeso, onde fundaram cidades-Estado como Micenas. Por volta de 1200 a.C., os micnios se envolveram em um longo conflito conhecido como Guerra de Troia, tema do poema pico Ilada, atribu-do a Homero.

    Por volta do sculo XII a.C., os aqueus foram expulsos pelos drios e migraram para outras regies. A chegada dos drios levou a uma for-ma de organizao social muito simples, com unidades agrcolas de carter coletivo: os genos. Pouco a pouco, porm, a sociedade tornou-se mais complexa. Surgiu assim a plis, ou cidade--Estado grega. Alguns grupos se apossaram da maior parte das terras, formando uma aristocra-cia agrria.

    No sculo VIII a.C., os gregos fundaram di-versas colnias em vrios lugares do Mediterr-neo. Por volta do sculo V a.C., as cidades-Es-tado mais importantes da Grcia eram Atenas e Esparta.

    Esparta e Atenas A economia de Atenas estava baseada no co-

    mrcio martimo. Suas terras cultivadas eram con-troladas pelos euptridas, que formavam a aristo-cracia rural. Abaixo deles estavam os demiurgos (artesos) e os pequenos proprietrios. Havia tam-bm os metecos (estrangeiros), comerciantes sem direitos polticos. Tambm no desfrutavam des-ses direitos escravos e mulheres.

    Essas desigualdades provocaram alguns con-flitos sociais em Atenas. Surgiram lderes pol-ticos com muito poder que adotaram medidas contra os euptridas. Eram chamados de tira-nos. Em 506 a.C., o legislador Clstenes afas-tou a aristocracia rural do poder, que passou a ser exercido pelos cidados. Estes tomavam de-cises na assembleia. Mulheres, escravos e es-trangeiros no eram considerados cidados.

    Esparta, ao contrrio, era uma sociedade mi-litarizada. Situada no Peloponeso, seus habi-tantes descendiam dos drios. Os proprietrios

    de terra, os esparciatas, formavam o grupo do-minante. Comerciantes, arteso e camponeses, conhecidos como periecos, moravam na perife-ria da cidade. Na base da sociedade estavam os escravos.

    Esparta era governada por dois reis (diarquia). Contava com um conselho de ancio (Gersia) e uma assembleia de cidados. Os foros, junta formada por cinco cidados eleitos anualmente, administravam a cidade.

    A poca clssicaA Grcia viveu seu perodo clssico no scu-

    lo V a.C., que foi marcado por avanos nas ar-tes, filosofia, letras e cincias. Nessa poca de ouro, ocorreram tambm muitas guerras, que a conduziram, no sculo seguinte, ao domnio macednico.

    As guerras entre os gregos e os persas iniciaram -se sob o reinado de Dario I, rei persa que, sem sucesso, tentou ocupar Atenas. Osu-cessor de Dario I, Xerxes, tentou novas investi-das contra os gregos, porm foi derrotado em 479 a.C.

    Temerosas de novas ameaas, Atenas e outras cidades-Estado organizaram a Liga de Delos, ar-recadando dinheiro, soldados e navios para a defesa do territrio. No entanto, Atenas desviou recursos para reconstruir -se, e foram tantas as obras e os incentivos cidade que esse pero-do ateniense ficou conhecido como sculo de ouro, sobretudo quando esteve sob o governo de Pricles.

    Para opor-se hegemonia de Atenas, Espar-ta aliou -se a outras cidades, formando a Liga do Peloponeso. Iniciou-se, assim, a Guerra do Pe-loponeso, que teve como resultado a hegemo-nia de Esparta e, tempos depois, a de Tebas. As disputas entre as cidades-Estado enfraqueceram o mundo grego.

    Foi Felipe II, rei da Macednia, quem iniciou sua expanso sobre as cidades-Estado gregas. Alexandre, o Grande, seu filho, deu continuida-de s conquistas, dominando ainda o Egito, a Prsia e parte da ndia. Seu objetivo era integrar as culturas ocidentais e orientais, o que originou a cultura helenstica.

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    Questes

    1. (UPE) Construir uma relao solidria entre as pessoas faz parte do fazer poltico humano. As experincias feitas so mltiplas. Na Grcia, nos tempos da democracia: a) houve xito na quebra das hierarquias e na vitria de princpios de igual-

    dade social para crescimento econmico.b) extinguiu-se a escravido e criaram-se alternativas de trabalho para todos,

    seguindo os ensinamentos de Plato e Aristteles.c) buscou-se diminuir as diferenas entre as pessoas, mas no se acabaram

    as hierarquias sociais nem as desigualdades econmicas.d) efetivou-se a aristocracia no poder, apesar da grande astcia poltica dos

    monarcas e das assembleias populares.e) havia grandes semelhanas com a democracia contempornea, afirmando

    valores universais e definindo direitos sociais.

    2. (UFC-CE) Na cidade grega antiga, ser cidado no significava apenas fazer parte

    de uma entidade nacional, mas tambm participar numa vida comum.Moss, Claude. O cidado na Grcia antiga. Lisboa: Edies 70, 1999. p. 51.

    Tomando por base a afirmativa acima, pode-se compreender corretamente que a vida na plis, para o cidado, significava: a) romper com a religio e os mitos e adotar o modo de vida proposto pelos filsofos,

    o de disseminar a filosofia e a democracia para todas as cidades-estado gregas. b) realizar o ideal grego de unificao poltica, militar, geogrfica, econmi-

    ca, religiosa e cultural de todas as cidades-estados e assim suprimir as ti-ranias e as oligarquias.

    c) exercer obrigatoriamente uma magistratura ao longo da vida, pois o apren-dizado poltico por todos representava a garantia do bem-estar social e da manuteno da democracia.

    d) formar um corpo de sditos cujas decises polticas se orientavam para a manuteno do poder econmico e religioso das famlias detentoras de frotas que comercializavam pelo Mediterrneo.

    e) integrar uma comunidade que visava ao seu bem comum por meio de decises polticas, da adoo de uma defesa militar e de prticas religiosas que buscavam benefcios e proteo dos deuses da cidade.

    3. (PUC-RS) Para responder questo, considere as afirmativas a seguir, sobre a cidade-estado (plis), base da organizao sociopoltica da Grcia Antiga. I. Esparta, que englobava as regies da Lacnia e da Messnia, e Atenas, que

    correspondia a toda a regio da tica, eram excees quanto grande di-menso territorial, se comparadas maioria das demais cidades-estado.

    II. As cidades-estado consolidaram suas estruturas fundamentais no chama-do perodo arcaico da histria grega e conheceram sua mxima expresso poltica e cultural durante o perodo clssico.

    III. A acrpole, parte alta da zona urbana da plis, concentrava as atividades econmicas essenciais para o sustento material da cidade, suplantando a produo agrcola da zona rural nesse setor.

    IV. As cidades-estado formavam unidades politicamente autnomas e economi-camente autossuficientes, no tendo desenvolvido processos significativos de expanso territorial por colonizao de novas reas at o perodo helenstico.

    Esto corretas apenas as afirmativas:a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) I, III e IV.

    4. (FGV-SP) Quando diminuiu a ameaa persa, o dio ao imperialismo ateniense

    cresceu particularmente entre os espartanos e seus aliados, que criaram (...) uma fora militar terrestre, e se decidiram pela guerra por sentirem sua independncia ameaada pelo imperialismo de Atenas. A guerra re-presentou o suicdio da Grcia das plis independentes.CaMpos, Flvio de; Miranda, Renan Garcia. Oficina de Histria: Histria integrada.

    O texto apresenta: a) as Guerras Mdicas. b) a Guerra de Troia. c) a Guerra do Peloponeso.

    d) a Primeira Guerra Pnica. e) a Segunda Dispora Grega.

    1. Alternativa c.A democracia grega teve sua mxima expresso em Atenas, no Perodo Clssico. Era uma demo-cracia direta, caracterizada pelas decises to-madas pelos cidados em assembleias. Outra de suas caractersticas era a escravido. Alm dos escravos, no eram considerados cidados as mulheres e os estrangeiros. Dessa forma, embo-ra algumas diferenas entre as pessoas tenham sido eliminadas, a democracia grega manteve as desigualdades econmicas e sociais.

    2. Alternativa e.A Grcia Antiga no constitua um Estado unifi-cado como o Egito, por exemplo. Era composta por cidades-Estado (as pleis) que tinham em comum a lngua, a cultura e a crena em que descendiam de um nico ancestral. Cada plis, contudo, tinha sua prpria estrutura poltica, sua forma de governo e seus deuses. Essas ci-dades guerreavam entre si com muita frequn-cia. Entretanto, havia entre elas sentimentos comuns de identidade, que as levavam a se aliarem contra inimigos externos, como ocor-reu nas Guerras Greco-Prsicas (490-448 a.C.). Em cada plis, os cidados tinham a percep-o de integrar uma comunidade voltada para o bem comum, embora nem todas as pessoas tivessem acesso s decises polticas.

    3. Alternativa a.No se sabe ao certo em que momento se for-maram as primeiras pleis, mas a maioria dos historiadores afirma que esse momento ocor-reu durante o Perodo Arcaico, entre os sculos VIII e VI a.C. Mas foi no Perodo Clssico (scu-lo V a.C.) que elas atingiram seu apogeu. Entre as cidades-Estado gregas, as de maiores di-menses territoriais eram Atenas e Esparta.

    4. Alternativa c.O conflito a que se refere o enunciado da questo foi a Guerra do Peloponeso (435-404 a.C.), entre Esparta e Atenas. Nesse conflito, os persas apoiaram os espartanos contra os atenienses. Extremamente desgastante para as duas pleis, ele marcou o incio do enfra-quecimento das cidades-Estado gregas.

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    Roma: a cidade e o Imprio

    A monarquiaRoma foi fundada no sculo VIII a.C., como re-

    sultado da reunio de algumas aldeias. Sua primei-ra forma de organizao foi a Monarquia. Era en-to uma cidade-Estado. O poder era controlado pelos patrcios, grandes proprietrios de terra. Em 509 a.C., os patrcios se rebelaram contra o rei e o expulsaram do poder. Tinha incio a Repblica.

    A Repblica Sob a Repblica, a sociedade romana estava di-

    vidida em patrcios, plebeus (pequenos propriet-rios, comerciantes e artesos), clientes (ex-escravos protegidos por patrcios) e escravos.

    O poder supremo era controlado pelo Senado, formado apenas por patrcios. Havia tambm a Assembleia Centuriata (formada pelo exrcito) e a Assembleia Tribal, formada por civis que elegiam alguns magistrados, membros do poder Executivo.

    Os plebeus quase no participavam da vida pol-tica. Descontentes com essa e outras desigualdades, eles se revoltaram vrias vezes. Como resultado, eles fizeram conquistas como a Lei das Doze Tbuas, o fim da escravizao por dvidas e o direito de ele-ger Tribunos da Plebe.

    Nesse perodo, o exrcito romano invadiu e conquistou pouco a pouco toda a pennsula It-lica, venceu e conquistou Cartago (cidade-Estado no norte da frica) nas Guerras Pnicas e ocupou a pennsula Ibrica. O nmero de escravos (pri-sioneiros de guerra) aumentou assombrosamente.

    Em 133 a.C., o Tribuno da Plebe Tibrio Graco props a realizao de uma reforma agrria, mas foi assassinado a mando dos patrcios. Seu irmo, Caio Graco, foi eleito Tribuno da Plebe e assumiu sua causa. Foi tambm levado morte pelo patrcios.

    Para conter as crises, o Senado colocou militares no poder. Dois deles foram Mrio e Sila. Em 60 a.C., os generais Crasso, Pompeu e Jlio Csar elege-ram-se senadores e se uniram para organizar um go-verno que seria chamado de Primeiro Triunvirato.

    O ImprioCom a morte de Crasso, Jlio Csar venceu

    Pompeu na guerra e assumiu o poder. Os senado-res reagiram e alguns deles o mataram em 44 a.C. Em resposta, seus aliados Marco Antnio, Lpido e Caio Otvio organizaram o Segundo Triunvirato.

    Mas eles tambm se desentenderam. Aps derrotar Lpido e Marco Antnio, Otvio foi proclamado Imperador e passou a ser chamado de Augusto (adorado como um deus).

    O exrcito romano foi fundamental para a ex-panso e manuteno das fronteiras do Imprio. Na base estavam os legionrios (soldados). Cada legio (unidade do exrcito) reunia cerca de 8 mil legionrios, mais cavaleiros e mquinas de guerra.

    O fim do mundo antigoO sculo II foi o auge do expansionismo roma-

    no, cujo territrio se estendia do norte da frica ao mar do Norte, da pennsula Ibrica Mesopo-tmia. Porm, a partir do sculo III, o Imprio Ro-mano entrou em crise. Entre as causas dessa crise estavam:

    diminuio das conquistas territoriais e do nmero de escravos;

    substituio dos legionrios por guerreiros germnicos;

    crises na produo e na arrecadao de im-postos;

    inflao; guerras civis por disputa de poder; enfraquecimento do comrcio, o que levou ao abandono das cidades e intensificao da vida rural em torno das vilas controladas por gran-des proprietrios.

    Na tentativa de conter a crise, o imperador Dio-cleciano instituiu a tetrarquia: em 284 dividiu o Imprio em quatro regies, mas no obteve bons resultados.

    Constantino, em 306, unificou novamente o Imprio e construiu uma nova capital, Constan-tinopla, buscando reavivar o comrcio e a vida urbana. Alm disso, permitiu a prtica do cristia-nismo, religio que ganhava muitos adeptos en-tre as camadas mais baixas devido mensagem de igualdade.

    O imperador Teodsio se converteu ao cris-tianismo e, em 391, tornou-o a religio oficial de Roma. Dividiu ainda o Imprio Romano em duas partes: Ocidente e Oriente, mas as levas de povos germnicos j pressionavam as fronteiras romanas.

    Em 476, os hrulos invadiram Roma e depuse-ram o ltimo imperador, Rmulo Augusto, mar-cando o fim do Imprio Romano do Ocidente.

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    Rom

    a: a

    cid

    ade

    e o

    Imp

    rio

    Questes

    1. (UFSM-RS) Os romanos costumavam vender uma parte das terras conquistadas,

    anexar outras e arrend-las aos cidados que nada possussem, mediante um ligeiro censo (renda anual) ao tesouro pblico. Os ricos, porm, tinham con-seguido apoderar-se dessas terras; eis por que foi feita uma lei que proibia a todos os cidados ter mais de 125 hectares. Mas os ricos conseguiram a obten-o de terras sob nomes de emprstimos; por fim, tomaram-nas abertamente em seu nome, ento os pobres, espoliados da sua posse, trataram de evitar o servio militar e a criao de filhos. Assim, a Itlia seria em breve despovoada de habitantes livres e cheia de escravos brbaros que os ricos empregavam na cultura das terras, para substituir os cidados que haviam expulsado delas.Plutarco. Vida de Tibrio e de Caio Graco. In: arruda; Piletti. Toda a Histria. So Paulo: tica, 2008. p. 76. v. 1.

    O texto aponta as modificaes na estrutura fundiria da Itlia, no sculo IIa.C. Sobre essas transformaes, incorreto afirmar: a) A substituio dos camponeses por escravos, nas terras da pennsula It-

    lica, est relacionada com a expanso militar romana e com o aumento da oferta de escravos.

    b) O Senado romano, dominado pelo patriciado, barrou a formao de lati-fndios com mo de obra escrava, pois entendeu que essa mudana alte-rava a base social da sociedade.

    c) O Senado romano, controlado por grandes proprietrios de terra, viu de forma favorvel a formao do latifndio escravista e o desmantelamento das unidades de produo camponesa.

    d) A vitria militar sobre Cartago e a expanso territorial pelas terras banha-das pelo Mediterrneo favoreceram o aumento da oferta de mo de obra escrava no mercado romano.

    e) A expanso poltico-militar da Repblica romana pelo Mediterrneo teve implicaes no sistema socioeconmico e transformou as relaes da so-ciedade com o meio ambiente da pennsula itlica.

    2. (PUC-PR) Os animais da Itlia possuem cada um sua toca, seu abrigo, seu re-

    fgio. No entanto, os homens que combatem e morrem pela Itlia esto merc do ar e da luz e nada mais: sem lar, sem casa, erram com suas mulheres e crianas. Estas so palavras de Tibrio Graco, poltico romano do sculo II a.C.

    Nesse contexto da histria de Roma, podemos afirmar que: a) Roma encontrava-se num perodo de paz e prosperidade resultado da po-

    ltica da Paz Romana promovida pelo regime imperial.b) Resultado das expanses territoriais, Roma tornou -se superpopulosa, ape-

    sar de rica, acentuaram-se as diferenas sociais, de um lado uma aristo-cracia privilegiada que vivia em meio a festas e mordomias e por outro a maior parte da populao vivia na mais absoluta misria.

    c) Esse um perodo que coincide com a tentativa de estabelecimento de um regime democrtico em Roma, por modelo e influncia da poltica ateniense de Pricles.

    d) Nessa poca Roma enfrentava as dificuldades das Guerras Mdicas em que disputava o territrio cartagins com os persas.

    e) Nesse perodo a sociedade romana vivia uma situao de decadncia da autoridade central e declnio das atividades comerciais, resultado princi-palmente da disseminao do cristianismo.

    3. (UFRGS-RS) Durante a Repblica Romana, a escravido aumentou considera-velmente sua importncia na sociedade e na economia, contribuindo para a crescente dependncia da Repblica Romana em relao mo de obra escrava.A dependncia da mo de obra escrava na Repblica Romana devia-se: a) expanso das grandes propriedades e ao aniquilamento da pequena pro-

    priedade rural. b) s guerras de conquista empreendidas por Roma, as quais contriburam

    decisivamente para o predomnio dessa relao de trabalho.c) inexistncia de mo de obra livre e ao desinteresse da populao pelos

    trabalhos manuais.d) aos conflitos entre patrcios e plebeus na luta pela terra.e) necessidade de ampliao da oferta de mo de obra para o desenvolvi-

    mento do artesanato.

    1. Alternativa b.A alternativa incorreta porque o Senado, com-posto por patrcios, nunca impediu a formao de latifndios com mo de obra escrava. Ao contrrio, como mostra o texto, o processo de concentrao fundiria em Roma no encontrou obstculos que no pudessem ser destrudos pelos senadores. Quando o tribuno da plebe Tibrio Graco tentou reagir contra esse proces-so, foi assassinado em pleno Senado. Da mesma forma, seu irmo Caio Graco, tambm tribuno da plebe, foi levado mais tarde ao suicdio pelos senadores ao tentar retomar as propostas do ir-mo no sentido de limitar a excessiva concen-trao de terras nas mos dos patrcios.

    2. Alternativa b.As conquistas territoriais por meio da guerra proporcionaram Repblica Romana e, mais tarde, ao Imprio, gigantescos contingentes de escravos. Ao mesmo tempo, os patrcios obti-veram mais terras, enquanto a plebe tornava--se mais pobre. Cresciam assim as desigualda-des sociais e o abismo entre ricos e pobres.

    3. Alternativa b.No incio de sua histria (perodo monrquico), o nmero de escravos em Roma era relativa-mente pequeno. Sob a Repblica (509-27 a.C.), os romanos se lanaram a diversas guerras de conquista, por meio das quais expandiram seu territrio e escravizaram milhares de pessoas entre os povos subjugados. Enviados a Roma, esses escravos eram na sua maioria encami-nhados para grandes propriedades rurais per-tencentes aos patrcios. Outra parte ia traba-lhar nas cidades nas mais diversas atividades. Dessa forma, a economia romana passou a de-pender cada vez mais da mo de obra escrava.

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    A Idade Mdia

    Os reinos germnicosA partir do sculo III, o Imprio Romano do

    Ocidente comeou a ser invadido por povos ger-mnicos, vindos do norte e do leste do Imprio.

    Alguns desses povos se incorporaram so-ciedade romana de forma pacfica. Tornaram--se ento federados do Imprio. Foi o caso, por exemplo, dos francos. A partir de 400 d.C., metade dos soldados do Imprio era formada por germnicos.

    Em meados do sculo IV, chegou ao leste da Eu-ropa um povo nmade vindo do Oriente. Eram os hunos, que empurraram os povos germnicos para oeste. Assim, entraram no territrio romano os os-trogodos, os visigodos, os suevos, os vndalos, e outros. Em 476, Odoacro, rei dos hrulos invadiu Roma e deps o imperador Rmulo Augstulo.

    Diversos reinos germnicos se formaram no territrio ocupado: o Reino Franco na Glia; o Reino Visigodo na pennsula Ibrica; o Reino Ostrogodo na pennsula Itlica, etc. Em 496, Clvis, rei dos francos, se converteu ao catoli-cismo e tornou-se aliado da Igreja de Roma.

    A fuso de tradies romanas e germnicas da-ria origem ao mundo feudal. Esse processo come-ou com a ruralizao da sociedade. Por um lado, as invases germnicas aceleraram a fuga das pes-soas para o campo; por outro, estabeleceu-se a li-gao entre o trabalhador e a terra, base da servi-do feudal.

    O feudalismoA sociedade feudal foi marcada pela influn-

    cia da Igreja catlica, cujos sacerdotes formavam o clero. A nobreza era o grupo social dominan-te. Seus integrantes eram grandes proprietrios de terras. Por meio da investidura de cavaleiros, al-guns guerreiros podiam se tornar nobres.

    Na base da sociedade estavam os servos, os escra-vos e os homens livres pobres. Os servos estavam ligados ao feudo. Trabalhavam para o senhor feudal e para sua subsistncia. A escravido era praticada em pequena escala em alguns lugares. Os homens livres pobres eram pequenos proprietrios.

    O feudo era a grande propriedade autossufi-ciente. s vezes, o senhor feudal cedia parte de suas terras a outro nobre, seu vassalo. Com essa medida, ele se tornava suserano.

    Por volta do ano 1000, a sociedade feudal estava dividida em trs ordens: clero, nobreza e servos.

    Iluminura do sculo XIII que representa a sociedade feudal. esquerda, um clrigo, no centro, um nobre, e, direita, um campons.

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    O Imprio BizantinoAo contrrio do Imprio do Ocidente, o Imprio

    Romano do Oriente no foi conquistado pelos po-vos germnicos. Sua capital era Constantinopla, fundada em 330 sobre uma antiga povoao cha-mada Bizncio.

    Durante o governo de Justiniano (527-565), o Imprio Bizantino expandiu suas fronteiras e reto-mou parte do antigo Imprio do Ocidente (norte da frica, pennsula Itlica, etc.). Justiniano reu-niu ainda as leis romanas em uma coleo conhe-cida como Cdigo de Justiniano.

    O Imprio Bizantino professava o cristianismo. Seu chefe era o bispo de Constantinopla, o pa-triarca. Entre os sculos VIII e IX, alguns religio-sos se opuseram adorao de imagens (cones) e chegaram a destru-las. Eram os iconoclastas. Em 843, os cones voltaram a ser cultuados.

    Em 1054, as disputas entre o papa e o patriarca levaram diviso da Igreja catlica em duas: Igreja Catlica Apostlica Romana e Igreja Catlica Or-todoxa. Foi o Cisma do Oriente.

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    A Id

    ade

    Md

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    Reinos do OcidenteEm 732, os francos, sob o comando de Carlos Martel,

    detiveram o avano rabe em territrio europeu na Ba-talha de Poitiers. Carlos Martel era prefeito do palcio, mas seu filho, Pepino, tornou-se rei dos francos. Seu neto, Carlos Magno, tambm rei dos francos, conquis-tou muitas terras e, aliado Igreja, fundou o Imprio Carolngio, recebendo do papa a coroa de imperador no ano de 800.

    Aps a morte de Carlos Magno, o trono foi ocupa-do por seu filho, Lus, o Piedoso. Morto Lus, seus filhos Lotrio, Carlos e Lus passaram a disputar a coroa. Depois de uma guerra civil, em 843, o Tratado de Ver-dum dividiu o Imprio em trs partes: Frana Ocidental,

    Frana Central e Frana Oriental (mais tarde, Reino Germnico).

    O Sacro Imprio Romano-GermnicoCom a diviso, o territrio do antigo Imprio Caro-

    lngio passou a ser atacado por povos invasores. No Rei-no Germnico, Oto I venceu esses invasores. O papa, que estava sob sua proteo, o coroou imperador do Ocidente. Com isso, seu reino passou a se chamar Sacro Imprio Romano-Germnico.

    A autoridade de Oto e de seus sucessores se esten-dia tambm Igreja, pois nomeavam bispos e abades (investidura). Com o fortalecimento do papado a par-tir do sculo XI, porm, a Igreja retirou do imperador sua autoridade religiosa.

    Mar Negro

    OCEANOATLNTICO

    Mar do Norte0 10L 20L 30L 40L 50L50N

    40N

    20O 10O

    Toledo

    Poitiers

    Aix-la-Chapelle

    Paris

    Barcelona

    Milo

    PviaRavena

    RomaConstantinopla

    Worms

    REINO DOSLOMBARDOS SIA

    FRICA

    BAVIERA

    SAXNIA

    MARCA HISPNICA

    EMIRADODE CRDOBA

    M a r M e d i t er

    r n e o

    Reino Franco em 768

    Conquistas de Carlos Magno (768-814)

    Estados pontifcios

    Imprio Bizantino em 800

    Limites do Imprio de Carlos Magno

    Crsega

    Sardenha

    Siclia

    Creta

    Baleares

    0 325 650 km

    1 cm 325 km

    O IMprIO CArOLNGIO ID/B

    R

    Fonte de pesquisa: ArrudA, Jos Jobson de A. Atlas histrico bsico. 17. ed. So Paulo: tica, 2007. p. 15.

    O IslA formao do islamismoNo comeo do sculo VI, a pennsula Arbica, de

    terras desrticas, era ocupada por tribos nmades que viviam principalmente do comrcio e da criao de ovelhas e camelos. A cidade de Meca era um grande centro comercial. Ali estava tambm a Caaba, templo no qual as diversas divindades tribais eram adoradas.

    Maom (Muhammad) nasceu em Meca em 570. Se-gundo a tradio, Maom tornou-se o profeta de uma nova religio, o islamismo, depois de receber revela-es do arcanjo Gabriel. Pregou a existncia de um deus nico, Al, realizando as primeiras converses por volta de 613. Os comerciantes de Meca, temerosos de que essa nova crena atrapalhasse as peregrinaes religiosas cidade, iniciaram uma perseguio a Mao-m, que fugiu para Yatreb (Medina). Esse episdio fi-cou conhecido como Hgira. O ano em que ocorreu, 622, marca o incio do calendrio muulmano.

    Maom tornou-se lder poltico e religioso dos mu-ulmanos, difundindo o islamismo pacfica e militar-mente pela pennsula Arbica. Aps sua morte, em 632, foi sucedido por califas, chefes polticos e religio-sos da comunidade islmica. Abu Bakr foi o primeiro dos califas.

    A expanso islmicaNo califado de Abu Bakr (632-634), o islamismo uni-

    ficou todas as tribos da pennsula Arbica. Omar Ibn al--Khattab (634-644), seu sucessor, estendeu a f islmica aos imprios vizinhos. O sucesso da expanso islmica est associado tolerncia aos povos dominados, que podiam manter suas religies e tradies.

    Aps a morte do terceiro califa, um parente de Mao-m representante do grupo xiita e um parente do l-timo califa e governador da Sria disputaram a sucesso do califado. Este ltimo assumiu, dando incio dinas-tia Omada. A capital foi transferida de Medina para

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    Damasco, o cargo de califa tornou-se hereditrio e a ln-gua oficial passou a ser o rabe. A expanso islmica alcanou ento o norte da frica e a pennsula Ibrica.

    Novas divergncias surgiram entre os partidrios dos descendentes de Maom (xiitas) e os dos califas (sunitas). Em 749, aps vrias rebelies, a dinastia Omada foi der-rubada, e Abul Abbas, parente de Maom, assumiu, dan-do incio dinastia Abssida. Bagd se tornou a capital, e o Imprio Islmico sofreu sua primeira diviso de poder.

    Na pennsula Ibrica, chamada pelos conquistadores islmicos de Al-Andalus, um sobrevivente da dinastia Omada organizou o califado de Crdoba, independen-te da dinastia Abssida. Em pouco tempo, a regio tor-nou-se uma das mais importantes do Imprio.

    A dinastia Abssida continuou sua expanso para o leste, avanando sobre os atuais territrios do Paquisto e do Afeganisto e sobre o noroeste da ndia, alm das ilhas do Mediterrneo e de reas da sia Menor. O sur-gimento de novos califados em territrios que perten-cem atualmente ao Egito, Tunsia e ao Ir levou frag-mentao poltica do Imprio Islmico. Cada um dos califados tinha caractersticas culturais e polticas pr-prias, mas todos se mantinham unidos pelo islamismo.

    Os princpios do IslO livro sagrado dos muulmanos o Alcoro, escrito

    pelos seguidores de Maom com base nos relatos orais do profeta. Seus escritos seriam a prpria palavra de Deus re-velada a Maom e descrevem a origem do Universo e dos seres humanos, assim como os princpios e as prticas que devem ser adotados pelos fiis. Os cinco princpios bsicos do islamismo, a serem seguidos por todo muulmano, so:

    a profisso de f (shahada), ou seja, a crena em Al como nico Deus e no profeta Maom;

    as cinco oraes dirias (salat), voltadas para Meca; o pagamento de um tributo anual (zakat), propor-cional aos rendimentos do muulmano, destinado caridade;

    o jejum (sawn) durante o ms sagrado de Ramad (o nono do calendrio muulmano);

    a peregrinao (hadj) a Meca, uma vez na vida.

    Cultura e arte islmicas medida que os muulmanos conquistavam novos

    territrios, procuravam compreender e assimilar a cul-tura e o conhecimento dos povos dominados. Os s-bios islmicos traduziam obras de matemtica, fsica, filosofia, arquitetura e medicina, muitas vezes formu-lando novas teorias. Essa literatura circulava por todo o Imprio, e foi graas s tradues desse material que o mundo cristo conheceu grande parte dela.

    A produo artstica do mundo islmico tambm so-freu influncia dos povos conquistados. Nas artes pls-ticas, duas linhas se destacaram:

    a religiosa, que, segundo a tradio muulmana, no podia representar figuras humanas e animais e

    que deu origem a uma arte geomtrica (arabescos) e a uma caligrafia artstica (de textos do Alcoro);

    a laica, com figuras em miniatura que ilustravam produes literrias e cientficas.

    A construo de mesquitas e palcios foi a principal realizao arquitetnica do Imprio Islmico. Na litera-tura, a difuso da lngua rabe e o contato com outros povos e culturas permitiram o desenvolvimento de di-ferentes textos, como os filosficos, as poesias e os ro-mances. As mil e uma noites tornou-se a obra literria mais famosa da escrita rabe.

    As cruzadasEm 1095, o papa Urbano II convocou os cristos a

    conquistar Jerusalm, a Terra Santa, que havia cado sob o domnio dos muulmanos. Diversas expedies mili-tares foram organizadas na Europa para cumprir esse objetivo. Conhecidas como cruzadas, foram no total oito expedies entre 1096 e 1270.

    Embora no tenham atingido seu objetivo, as cruza-das contriburam para estimular o comrcio e o inter-cmbio entre o Ocidente europeu e o Oriente.

    A expanso do comrcioA partir do sculo XI, a populao europeia voltou a

    crescer, graas ao fim das invases e ao aumento da pro-dutividade agrcola, com a inveno da charrua (arado de ferro) e dos moinhos de gua e de vento (para moer gros e transportar gua).

    O crescimento da populao favoreceu o comrcio e a formao de feiras e cidades, nas quais um novo grupo social, a burguesia, comeava a enriquecer.

    Durante a Alta Idade Mdia (sculos V-IX), com a for-mao dos feudos e a produo autossuficiente, as moe-das praticamente desapareceram. A partir do sculo XI, com a expanso do comrcio, os reis e os senhores feu-dais passaram a cunhar suas prprias moedas. Entre-tanto, a diversidade de moedas prejudicava o comrcio. Essa foi uma das razes pelas quais os mercadores (ou seja, a burguesia) passaram a apoiar a unificao polti-ca em torno dos reis. Isso porque a centralizao polti-ca, entre outras coisas, significaria tambm a adoo de uma s moeda, o que favorecia o comrcio.

    As cidadesLocais de feiras e mercados, as cidades tambm cres-

    ceram. Muitas delas tinham sua origem em povoados subordinados a castelos ou abadias. Para se livrarem desses laos de dependncia em relao aos senhores feudais ou aos abades, os burgueses (comerciantes e ar-tesos) compravam a autonomia das cidades por meio de Cartas de Franquia.

    Para preservar seus lucros, comerciantes e arteso or-ganizavam-se em guildas e corporaes de ofcio. Es-sas organizaes monopolizavam a produo e a comer-cializao de certos produtos, impedindo a entrada de concorrentes em seus ramos de atividade.

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    A Id

    ade

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    ia

    A fome, a peste e a guerraNo decorrer do sculo XIV, a Europa foi atingida por

    vrias calamidades. A primeira foi a fome, provocada por fatores climticos e pelo esgotamento de terras cul-tivveis. A segunda foi a Peste Negra, ou peste bubni-ca, trazida do Oriente pelos ratos. A doena matou cerca de um tero da populao europeia. A terceira calami-dade foi a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre a Inglaterra e a Frana.

    Esse conjunto de fatores contribuiu para enfraquecer a nobreza feudal e fortalecer o poder dos reis. Uma nova poca comeava.

    A formao das monarquias nacionaisDurante quase toda a Idade Mdia, o reis dividiam

    seu poder com os senhores feudais (poder local) e a Igreja (poder universal). A partir do sculo XII, com a expanso do comrcio, o rei apoiou-se na burguesia para enfrentar a nobreza feudal e concentrar o poder em suas mos.

    Para governar na nova situao, os reis criaram um aparato administrativo, jurdico e militar capaz de cen-tralizar o governo e manter a ordem. O exemplo tpico

    desse processo ocorreu na Frana. Nesse pas, o con-flito entre o rei, a nobreza e a Igreja atingiu seu apo-geu sob o reinado de Felipe IV, o Belo (1285-1314). Esse monarca obrigou o clero a pagar impostos e, em 1309, transferiu a sede do papado de Roma para Avignon, na Frana.

    Na Inglaterra, esse processo foi mais complexo. Em 1215, a nobreza aprovou a Carta Magna, documen-to que limitava o poder do rei. Mais tarde, foi criado o Parlamento, poder Legislativo responsvel pela elabo-rao das leis.

    Na pennsula Ibrica, os reinos cristos precisaram primeiro expulsar os muulmanos, que ocupavam a regio desde o sculo VIII. Esse processo conhecido como Reconquista. Em 1469, Fernando, rei de Arago, casou-se com Isabel de Castela. Com a unio dos dois reinos teve incio a formao da Espanha moderna.

    Portugal era inicialmente um feudo dos reinos de Leo e Castela. Em 1139, o senhor desse feudo, Afon-so Henriques, rompeu com os dois reinos e se declarou rei de um novo pas. Nascia assim o reino de Portugal. Em 1385, Portugal enfrentou e venceu Castela na Revo-luo de Avis, que colocou no poder o rei dom Joo I, Mestre de Avis.

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    Iluminura do sculo XV representando cena da Batalha de Aljubarrota, quando as tropas de Castela foram derrotadas pelos portugueses.

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    Questes

    1. (Unesp) Com a ruralizao, a tendncia autossuficincia de cada latifndio

    e as crescentes dificuldades nas comunicaes, os representantes do poder imperial foram perdendo capacidade de ao sobre vastos ter-ritrios. Mais do que isso, os prprios latifundirios foram ganhando atribuies anteriormente da alada do Estado.FrAnco Jr., Hilrio. O feudalismo. So Paulo: Brasiliense, 1986. Adaptado.

    A caracterstica do feudalismo mencionada no fragmento : a) o desaparecimento do poder militar, provocado pelas invases brbaras. b) a fragmentao do poder poltico central. c) o aumento da influncia poltica e financeira da Igreja Catlica. d) a constituio das relaes de escravido. e) o estabelecimento de laos de servido e vassalagem.

    2. (Fatec-SP) Considere a ilustrao a seguir.

    In: Barbosa, Elaine Senise; Nazaro Junior, Newton; Pera, Silvio Adegas. Panorama da Histria. Curitiba: Positivo, 2005. v. 1. p. 121.

    A partir dos conhecimentos da histria do feudalismo europeu, pode-se infe-rir que, na ilustrao:a) as classes sociais relacionavam-se de forma harmoniosa por incorporarem

    em suas mentes os princpios elementares do cristianismo. b) as castas sociais poderiam modificar-se ao longo do tempo, pois isso de-

    pendia fundamentalmente da vontade do poder divino do papa. c) as terras dos feudos eram divididas igualmente entre os vrios segmentos

    sociais, priorizando-se os que dependiam dela para sobrevivncia. d) a organizao social possibilitava a mobilidade, permitindo a ascenso

    dos indivduos que trabalhassem e acumulassem riqueza material. e) a estrutura da sociedade era marcada pela ausncia de mobilidade, sen-

    do caracterizada por uma hierarquia social dominada por uma instituio crist.

    3. (UFPE) O Feudalismo no foi uniforme em toda a Europa, mas, na adminis-trao de todas as suas propriedades, contou com a participao da Igreja Catlica. Apesar dos princpios cristos de amor e de generosidade, os tra-balhadores, reconhecidos como servos, no feudalismo, eram:1 ( ) tratados como escravos, inclusivamente no tempo da colonizao portu-

    guesa, embora tivessem certos direitos mantidos pela tradio da poca. ( ) assalariados, como pequenos proprietrios de terra, conseguindo viver

    com certa dignidade e benevolncia por parte dos senhores dominantes. ( ) moradores entre os feudos com ampla garantia de proteo no caso de

    guerras, embora fossem proibidos de cultivar sua prpria agricultura. ( ) bastante explorados pelos senhores feudais, dispondo apenas de um

    tempo bastante restrito para cuidar das suas prprias vidas. ( ) considerados importantes para o cultivo da terra e limpeza dos canais;

    pagavam impostos aos senhores feudais.

    1. Alternativa b.O processo de ruralizao, verificado na transi-o da sociedade romana para a sociedade feu-dal na Europa ocidental, implicou no desloca-mento de uma parte da elite patrcia para