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REVISTA PARQUE FIORAVANTE GALVANI: UM EXEMPLO DE DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE um lugar MARCOS PONTES, astronauta brasileiro “Vistas de cima, as cidades parecem cicatrizes. Deveriam parecer tatuagens” LEM CONTRASTES DO ELDORADO ANO II - Nº 11 - OESTE DA BAHIA JUL-AGO/2012 R$ 9,99 OUZA EDITORA 31% das famílias vivem com até R$ 140 na cidade com renda per capita de R$ 36 mil Agropecuária fi ca atrás da construção civil na participação da estrutura formal de emprego Sobram oportunidades mas falta qualifi cação profi ssional no mercado de trabalho Município tem um dos menores índices de analfabetismo do Estado, abaixo da média nacional ELEIÇÕES 2012

Revista A ed. 11

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A revista do Oeste mais lida no interior da Bahia

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R E V I S T A

PARQUE FIORAVANTE GALVANI: UM EXEMPLO DE DESENVOLVIMENTO E

SUSTENTABILIDADE

um lugar

MARCOS PONTES, astronauta brasileiroMARCOS PONTES,MARCOS PONTES, astronauta brasileiroastronauta brasileiro

“Vistas de cima, as cidades parecem cicatrizes. Deveriam parecer tatuagens”

LEMLEMLEMCONTRASTES

DO ELDORADO

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O U Z AE D I T O R A

31% das famílias vivem com até R$ 140 na cidade com renda per capita de R$ 36 mil

Agropecuária fi ca atrás da construção civil na participação da estrutura formal de emprego

Sobram oportunidades mas falta qualifi cação profi ssional no mercado de trabalho

Município tem um dos menores índices de analfabetismo do Estado, abaixo da média nacional

ELEIÇÕES 2012

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automático. Seu apelo visual, aliado ao dinamismo e conforto, é um convite para viver novas sensações

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JUL-AGO/2012 5

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Entrou água

EDITORIAL

Vem do grego a denominação de telégrafo. Tele (distância) e grafo (escrevo). Desenvolvida no século XVIII, a tecnologia de transmissão de mensagens entre grandes distâncias revolucio-nou as comunicações entre os seres humanos

e abriu caminho para toda a sequência de avanços ocorridos nos séculos seguintes. O telégrafo, porém, nunca foi tão popu-lar como as trocas de mensagens eletrônicas proporcionadas pela internet e telefones móveis; nunca gerou tanta dependên-cia quantos os meios modernos. Tornamo-nos consumidores inveterados e compulsivos desses recursos tecnológicos tão imprescindíveis que qualquer falha no serviço nos impede até de realizar simples tarefa cotidiana, como fazer compras em um supermercado com cartão de crédito. Tornamo-nos reféns desses serviços. Melhor: das prestadoras desses serviços.

Durante o fechamento desta edição, fi camos sem telefone fi xo e internet entre os dias 22 e 28 de junho no bairro Vila Regina, em Barreiras. “Em 48 horas no máximo, o serviço será normalizado, senhor. Entrou água em um cabo da estação que leva o sinal até sua localidade”, explicou a atendente da Oi, operadora que acredita simplesmente que qualquer cidadão ou atividade profi ssional pode fi car paralisado por 48 horas sem nenhum problema. Para piorar, não cumpriu o prazo.

Esse desserviço vai na direção contrária a rapidez com que a internet se desenvolveu, principalmente na última década, período em que Luís Eduardo Magalhães ganhou o título de “cidade que mais cresce no país” com contrastes agudos. Esse é o tema de capa e 4ª reportagem da série sobre os desafi os dos futuros gestores nas cinco cidades da região com popula-ção acima de 40 mil habitantes.

Esta edição traz ainda os melhores momentos do bate-papo com o astronauta brasileiro Marcos Pontes, que defende a re-formulação e investimento maciço no ensino fundamental e valorização do professor. A revista traz também a primeira co-luna “Humor”, assinada pelo premiado cartunista paraibano Júlio César, ilustrador ofi cial da r.A.

Com mais este número, a r.A fortalece sua consolidação como produto editorial da região comprometido em levar para o leitor informação de qualidade. Mas, infelizmente, compromisso e responsabilidade não fazem parte dos serviços prestados por todas as empresas.

Boa leitura!

Da redação

DIRETOR DE REDAÇÃO E DE ARTE Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e [email protected]

DIRETORA COMERCIALAnne Stella(77) 9123.3307

[email protected]

DIRETORIA DE MARKETING Jakeline Bergamo

(77) 8802.0721 e 8111.4019

EDITORAnton Roos(77) 9971.7341

[email protected]

REDAÇÃO Jackeline Bispo, Luciana Roque, Thiara Reges e Cátia Andreia Dörr

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Leilson Castro

ILUSTRAÇÃOJúlio César

EDIÇÃO DE ARTE Klécio Chaves

CONSULTORIA DE MODA Karine Magalhães

REVISÃORônei Rocha e Aderlan Messias

IMPRESSÃO Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM 4 mil exemplares

ASSINATURAS/CONTATOS COMERCIAISBarreiras

(77) 3612.4074 / 3612.3330 / 3021.3149 / 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307Barra

Helena: (74) 3662.3621Bom Jesus da Lapa

Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797Luís Eduardo Magalhães

Tizziana: (77) 9199.5585 / Anton: (77) 9971.7341Santa Maria da Vitória

Marco Athayde: (77) 3483.1134 / 9118.1120 / 9939.1224Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797

Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16

Tel.: (77) 3611.7976 - Centro - Barreiras (BA)

R E V I S T A

[email protected]

ANO II - Nº 11 JUL-AGO/2012

ao leitor

ediToriaL

ter um fi lho ou fi lha formada em medicina sem-pre foi um orgulho para a família. Se a deci-são coubesse única e exclusivamente aos pais teríamos mais médico que população no Brasil. Não lembro em minha infância se havia mui-

tos consultórios. Na minha cidade, a 54km de Campina Grande (PB), só havia atendimento de dentista, de oculista (assim era chamado o oftalmologista) e de clínico geral. E tem mais: eles atendiam geralmente no dia de feira, pois vinham de outras cidades. Quando se precisava de atendi-mento fora daquele dia, só indo a outras cidades. Não lem-bro das pessoas reclamando muito da saúde naquela época, tampouco se adoeciam como adoecem nos dias atuais. A quantidade de médico formado no Brasil, se não é o ideal, tem aumentado consideravelmente. O problema maior tal-vez seja a desigual distribuição desses profi ssionais que se concentram nas capitais e metrópoles, como esclarece Dr. Paulo Henrique, especializado em urologia e delegado do Conselho Regional de Medicina no Oeste, personagem de nossa matéria de capa.

O modelo de medicina armada de equipamentos impor-tados dos Estados Unidos acabou mercantilizando a área da saúde, adverte o médico, que defende um atendimento mais humano e reclama da fragmentação da medicina em especialidades. “Isso foi um péssimo negócio! É preciso en-tender a pessoa humana como um todo”, declara. Dr. Paulo tem um humor contagiante e lembra os médicos românti-cos da década de 1930 citados pelo mineiro e também mé-dico Pedro Nava em suas memórias. Ser médico é se doar em nome do bem-estar do outro, é espelhar-se no paciente que chora, rir e se apaixona. Caso contrário, a prescrição toma caminhos equivocados. De acordo com a literatura médica, 60% das pessoas que vão ao consultório não têm causa orgânica. Portanto, é preciso considerar outros fatores na hora de avaliar um paciente, fatores que máquinas, ape-sar da imensurável contribuição para o desenvolvimento da medicina, não conseguem observar.

A emocionante história do lutador de jiu-jítsu Clécio Ro-drigues, que surpreendeu os médicos ao combater e vencer um câncer que já estava em estado avançado; o início da série “Jovens empreendedores”, que vai destacar a perspicá-cia dos jovens na administração e condução de negócios no Oeste são outros ingredientes desta edição que, somados a outros conteúdos, quer levar a você, leitor, uma informação com qualidade em um produto que a cada número orgulha toda a região. Boa leitura!

Cícero Félix, editor e diretor de redação

EDITOR/DIRETOR DE REDAÇÃO Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e [email protected]

DIRETORA COMERCIALAnne Stella(77) 9123.3307

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DIRETORIA DE MARKETING Jakeline Bergamo

(77) 8802.0721 e 8111.4019

EDITOR DE FOTOGRAFIA Jorge Barbosa

(77) 9150.9636

REDAÇÃO Luciana Roque e Jorge Barbosa

CONSULTORIA DE MODA Karine Magalhães

REVISÃO Aderlan Messias e Rônei Rocha

IMPRESSÃO Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM 4 mil exemplares

R E V i S T a

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Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - sala 16 - CeP 47.805-970

Centro - Barreiras (BA)

ed.04 jul-aGo/2011

Revista A, consciente das questões ambientaise sociais, utiliza papéis com certificação (Forest

Stewardship Council) na impressão deste material.A certificação FSC garante que a matéria-prima é proveniente de florestas manejadas de forma

ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável, e outras fontes controladas. Impresso na Gráfica Coronário - Certificada na

Cadeia de Custódia - FSC.

A r.A já obedece a Nova Ortografi a da Língua Portuguesa e não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas

colunas assinadas.

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8 JUL-AGO/2012

17 . A MISCELLANEAQuadrilhas juninas: AnarriêExposição: Um tombo inspiradorDesenrola a língua, por Aderlan MessiasExclamação, por Karine Magalhães

28. JOVEM EMPREENDEDORHumberto JúniorAfoito vs. Experiente

Márcio Rosa e Marcos AkamaDo origami à vida

32 . ENTREVISTAMarcos Pontes“As cidades parecem cicatrizes., deveriam parecer tatuagens”

39. SAÚDECDITecnologia e conforto para o paciente

51. MERCADOLuís Eduardo Magalhães: Sobra oportunidade, falta qualificação

52. ESPORTEAeromodelismo: Voar com os pés no chão

54. ENSAIO FOTOGRÁFICO/POÉTICO103 anos de Santa Maria da Vitória

58 . A CULTArtes plásticas: Cordeiro em pele de artistaMúsica: Gerações, uma banda que dá baile

64 . AGENDADia Mundial do Rock

66 . A UM LUGARCerrado Sustentável: Parque Fioravante Galvani

72. SOCIAL: GELO, LIMÃO E AÇÚCARpor Tizziane Oliveira

74 . A SOCIETYO registro social da região

78 . HUMORpor Júlio César

ÍNDICE

C.FÉLIX

42. CAPA

LEMContrastes de uma cidade chamada “terra de oportunidades”

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JUL-AGO/2012 9

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10 JUL-AGO/2012

abordo

DISPLICÊNCIASob o colorido junino da praça da igreja matriz de Barreiras, o tempo é aliado do prazer para a moça sentada no banco, concentrada numa leitura mágica. Em Luís Eduardo Magalhães pássaros escolhem o aeroporto como lugar ideal para aterrisar. As fl ores rosa da árvore à margem da BR-242 grita: “Veem? Estou aqui! Só duro alguns dias”. De fato, dias depois só folhas nos galhos.

BARREIRAS

SANTA RITADE CÁSSIA

LUÍS EDUARDO MAGALHÃES

SÃO DESIDÉRIO

ANGICAL

COTEGIPE

BARRA

IBOTIRAMA

PARATINGA

SANTA MARIA DA VITÓRIA

CORRENTINA BOM JESUS DA LAPA

A fortuidade das imagens do cotidiano que escapa aos olhos apressados fustigados pela urgência das horas, cegos pelos compromissos inadiáveis de cores cinzas. A vida tem outra cor, outro movimento.

FLAGRA

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JUL-AGO/2012 11

TODAS AS DIREÇÕESÀ esquerda, trevo na saída de Bom Jesus da Lapa.Acima, sombra do fotógrafo sobre placa, gerada por faróis de caminhão na cabeceira da ponte em Ibotirama.

A incandescência das lâmpadas dos postes no cais da Barra atrai uma multidão de insetos suicidas que esvoaçoam em torno da luz desenhando com ziguezagues nervosos o destino fatal da espécie de inverno.

C.FÉLIX

LuzSEDUTORA

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12 JUL-AGO/2012

issuu.com/cicero_felix

VERSÃO DIGITALE EDIÇÕES ANTERIORES

GERAL

Muito boa a revista, material de primeira qualidade.Karine Wolf

A melhor revista do Oeste.Núbia França

O material da revista é surpreendente, não deixa a desejar a nenhuma publicação de fora. Muito boa!Artur Neman COLUNA FELO, LIMÃO E AÇUCAR

A coluna a edição número 10 fi cou ótima, muito linda. Amei!Patrycia Santos MATÉRIA DE CAPA

Li a matéria das queridas pintoras. O jeitinho da dona Noemia quase me convence a fazer aulas de pintura só pra ter o prazer de conhecê-la de perto. Ela parece ter uma energia incrível. Ame. Parabéns!Vivianne Peruzo COLUNA EXCLAMAÇÃO

Ficou ótimo, como sempre supera as expectativas.Flora Mendes

A coluna é ótima, mostra as principais tendências.Bruna Pires EDITORIAL DE MODA DA DRESS

As fotos fi caram ótimas, parabéns!Eli Machado

@leitor [email protected] Ouza Editora

Sobre a edição 10Parabéns a r.A pela matéria sobre a cidade da Barra, mas gostaria de deixar registrado que o elevado índice de analfabetismo se deve ao período da Ditadura, que instituiu o MOBRAL como forma de enganar a população, pois a Constituição Brasileira dizia que analfabeto não podia votar. Por isso, assinar o nome era uma forma de qualifi car o cidadão para fazer parte do curral eleitoral do governo. A outra causa era é a extensão territorial do município, antes era 19 mil e quinhentos quilômetros quadrados, na sua maioria de difícil acesso por se tratar do areão que forma a maior parte do território da Barra. Hoje, temos uma política educacional voltada para a erradicação do analfabetismo em nosso município. Em 2009 era apenas uma creche, hoje são cinco e tem 3 em construção com capacidade para 240 crianças, o que deverá alcançar 1.200 crianças até 2013; o corpo docente é formado de 627 professores com mais de 40% com formação acadêmica, sendo que 30% com 40 horas. A chegada do campus da Universidade Federal do Oeste não vai receber somente alunos da Barra, mas de toda a região e isso será mais uma fonte de desenvolvimento socioeconômico e cultural para o município.A Barra, hoje, tem a maior rede de esgotamento sanitário com tratamento e não se vê esgoto a céu

aberto na cidade como em outras cidades; a saúde é referência na nossa região, com dois hospitais e mais 15 postos de saúde por todo o município; a pobreza é uma característica da maioria dos municípios do Brasil, mas não chega à extrema miséria como a revista disse, na Cidade da Barra nós temos o orgulho de dizer que nas ruas da cidade não existe mendigo como se vê em outras cidades. Graças a Deus.Francisco dos Santos (Chiota)

Sr. Francisco,A reportagem foi baseada em números ofi ciais fornecidos pelo governo federal. O termo “extrema miséria” foi designado pelo Banco Mundial para classifi car aqueles que vivem com até US$ 1 por dia. Em novembro do ano passado, 8.912 famílias de Barra cadastradas no Ministério do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome declararam receber até R$ 140 por mês. Em média são 4 pessoas por cada uma das 11.525 famílias.

É com muito prazer que recebo cada edição da r.A. Percebe-se, a cada nova edição, que a revista se fortalece e ganha novas dimensões. É uma grande contribuição para o Oeste baiano, uma vez que traz interessantes reportagens e belas imagens, sem contar o alto padrão de qualidade. Realmente a revista merece este nome A! Porque ela é realmente fantástica.Em especial, gostaria de parabenizar pelas reportagens sobre as eleições 2012. São realmente esclarecedoras

e dignas de uma revista de primeiríssima qualidade. É através da r.A que estou conhecendo as outras cidades do oeste da Bahia, são as primeiras reportagens que leio e ainda posso utilizar em sala de aula. Devoro a revista na primeira semana e já fi co aguardando ansiosa pela próxima edição. Parabéns a toda a equipe e obrigada por nos fornecer um trabalho tão extraordinário!Julia Ferreira

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JUL-AGO/2012 15

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miscellanea> COMUNICAÇÃO, CURIOSIDADES, DESIGN, EVENTOS, NEGÓCIO, POSTCARD, TECNOLOGIA, TENDÊNCIA, ETC... <

TEXTOS ANTON ROOS, THIARA REGES, LUCIANA ROQUE E C.FÉLIX

Durante três dias, Barreiras assistiu disputado concurso de quadrilha junina no centro antigo da cidade. Cores, coreografia, animação e homenagem a Luiz Gonzaga, cujo centenário é celebrado esse ano, foram os ingredientes das noites que elegeram a criatividade a campeão de uma das manifestações populares nordestinas mais encantadoras.

Anarriê!Alavantu!

C.F

ÉLI

X

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UMTOMBOINSPIRADOR

miscellanea

Alguém pode imaginar que em um dia de lazer, às margens do Rio Grande, na cidade de Barreiras, um tombo aciden-tal pode transformar uma pessoa comum em um artista plástico? Isso aconteceu com Jailson Correia Miranda, 38 anos. Com uma queda, ele teve o primeiro contato com a argila. Ao perceber a viscosidade e a maleabilidade do barro , começou a manipulá-lo. Pouco tempo depois, o que era apenas um amontoado de barro se transformou em uma máscara. Sem perceber a riqueza de detalhes e o capricho da obra que acabara de criar, Jailson ouviu de um colega uma frase que o fez despertar para a arte. A frase dita reve-lou para Jailson uma máscara com traços fortes de tribos africanas. (ver fotografia)

Sessenta dias depois da queda, o artista por acidente, seguiu conselho de alguns amigos e prosseguiu com a arte. Hoje, Jailson Correia se dedica à produção de obras que, numa espécie de transe espiritual, se revelam em minutos. São personagens africanos em diversas situações do cotidiano; lutadores, rituais, prisão e combate. Alguns desses personagens fizeram parte da exposição intitulada “Mãe África”, no Palácio das Artes, na segunda semana de junho. Jailson, que sonha em criar uma oficina de arte para crianças e jovens, é umbandista há 20 anos e Babalorixá desde 2011. Ele também coordena um Centro Espírita em Barreiras, onde tem um trabalho de orientação espiritual para jovens e crianças.

texto/foto JOANEY TANCREDO

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Cerca de 17 empresas entre construtoras, imobiliárias e agentes de instituição bancárias participaram da primeira feira da casa própria realizada em Barreiras, em junho. A cidade apresenta um déficit de 20 mil unidades residenciais. Para o diretor da Construvale, Rodiney Martini, o evento foi uma “excelente oportunidade para a população conhecer melhor as ofertas do setor, principalmente da construção vertical”

Milhares de pessoas tiveram acesso a serviços de cidadania promovido pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Barreiras e parceiros. A ação foi uma forma de oportunizar atendimento gratuito de saúde e assistência social. Participaram do projeto: Abapa, Água de Cheiro, Caixa, Coelba, Diocese de Barreiras, Escola de Cabeleireiros, Embasa, Fasb, Hospital do Oeste, INSS, Pastoral da Criança, SAC, Sebrae, Sesi, SINE Bahia, 4º BEC.

Tenistas de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras aproveitaram o feirado de 7 de junho e viajaram para um dos destinos mais cobiçados da Costa do Dendê, para participar da “Copa Morro de São Paulo 2012 Tênis e Beach Tennis. Participaram atletas de Porto Seguro, Ilhéus, Itabuna, Valença, Salvador, Barreiras, Luís Eduardo e Jequié. Mônica Nunes e Sávio Ribas (centro), de Barreiras, destacaram-se na competição.

Feirão da casa própria movimenta setor imobiliário

Projeto CDL Móvel leva serviços de cidadania à Morada da Lua

Tenistas do Oeste Baiano disputam campeonato no litoral

HABITAÇÃO

SOCIAL

SOCIAL

miscellaneaC

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No céu, o espetáculo proporcionado por sete aeronaves Embraer T-27 Tucano. Na plateia, um público de cerca de dez mil pessoas encantadas com as acrobacias no ar. Este foi o retrato da apresentação da Esquadrilha da Fumaça, no novo aeroporto de Luís Eduardo Magalhães, no ensolarado domingo dia 10 de junho. O evento foi uma das atrações do Aerocentro Brasil, que realizou a XII ENU (Encontro Nacional de Ultraleves), exposição e feira de aeronaves.

Espetáculo no ar FEIRA

miscellanea

Tradição barrenseA Cidade da Barra promoveu o maior São João do Oeste baiano em número de dias e em beleza . Foram nove noites de muito forró, comidas típicas e desfile dos fortes que, revivendo a guerra do Paraguai, realizaram a explosão de baterias de fogos de artifícios com mais de 50 mil tiros e a queima de 7.500 busca-pés, uma tradição que já atravessa dois séculos.

CULTURA

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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que era decorar aquelas benditas classifi cações verbais passadas pela professora desde as séries iniciais? Pois é! Precisamos delas agora para entender estas colocações.

Com as informações acima é possível perceber que a enfermeira empregou o vocábulo de forma indevida, visto que não se refere a nenhum verbo que esteja no modo subjuntivo ou imperativo. Ela de-veria ter dito: “A perda de sangue do paciente”. Perda é substantivo, que se relaciona ao verbo “perder”, no sentido de “prejuízo”, “dano sofrido”.

Outro lusocídio infernal é o tal dos ‘acercas’ da vida. Existem três tipos: “a cerca, acerca e há cerca”. Estas palavras são homófonas, visto apresentar sons iguais, mas grafi as diferentes. Assim, quais contextos usá-las?

Bom, basta perceber que no primeiro caso temos um artigo e um substantivo. Ex.: “A cerca de arame farpado caiu”. Esta mesma expressão pode signifi car também, “perto de”, “aproxi-madamente”, sinalizando distância no espaço e tempo futuro. Ex.: “Os policiais viram o carro capotar a cerca de 30 metros do posto da Polícia Rodoviária Federal” ou, “Estávamos a cerca de dois meses da nossa formatura”. Basta lembrar outra regrinha que é a preposição “a” indicando medida ou tempo futuro.

Acerca [junto] signifi ca “a respeito de”, “sobre”. Ex.: “Os aca-dêmicos comentavam acerca da prova de Língua Portuguesa”. Não dá para errar, né? Muito fácil! A última expressão há cerca tam-bém não é difícil, basta lembrar do verbo haver [há] indicando existência de algo ou tempo decorrido. Ex.: “João aguarda o resultado das provas há cerca de dois dias”.

Leitor, fi que atento a estas colocações. Elas são danadinhas para cair em concursos. É a sua vez de dominá-las ou elas dominarão você! Até a próxima edição!

DESENROLAA LÍNGUApor ADERLAN MESSIAS

Lusocídio, não!!!Problemas gerais da norma culta II

[email protected]

Muita gente vive dizendo que a Língua Portuguesa é muito difícil. Até parece! Basta perguntar a qualquer brasileiro, so-bretudo estudantes, se eles têm o hábito da leitura, ou quantos livros leem por ano. Claro que a resposta da maioria é que não tem a prática da leitura e que muito menos leem vários livros por ano, a não ser aqueles exigidos pelos professores nas escolas e faculdades, e olhem lá!

Estudos comprovam que o brasileiro lê pouco ou qua-se nada. Por conta disso muitos candidatos a uma vaga de emprego são reprovados no primeiro teste, que geralmente é um ditado ortográfi co. Com o advento das redes sociais, a exemplo do facebook, os erros têm sido ainda mais comuns, fi cando assim evidente o lusocídio da língua escrita. Claro que não devemos crucifi car as redes sociais. Uma parcela do problema é a carência da leitura. Sem ela não se chega a lugar nenhum.

Casos como “perca/perda; acerca/a cerca/há cerca” têm sido os equívocos mais comuns. Vivo dizendo aos meus alunos a diferença entre eles, ainda assim não me canso de corrigi-los em textos e provas. Não basta aprender a regra! É preciso ler, pois a memória intuitiva, automaticamente sinaliza a maneira adequa-da de grafar as palavras sem mesmo recorrer a regras.

Outro dia estava em um churrasco e lá, conversando com uma professora universitária, disse-me que as pessoas, mesmo as cultas, não sabem diferenciar os vocábulos perca e perda. É verdade! Por serem parônimos, semelhantes na pronúncia e escrita, têm deixado muita gente confusa. O exemplo apon-tado pela professora foi a fala de uma enfermeira: “A perca de sangue do paciente”. Pergunto: perca ou perda? Vejamos!

Olhe só os exemplos: “Não perca a oportunidade deste emprego!” (3ª pessoa do singular do imperativo) ou, “Você não quer que eu perca a chance de trabalhar neste emprego, quer!” (1ª pessoa do singular do presente do subjuntivo) ou ainda, “Não quero, em hipótese alguma, que Maria perca esta chance!” (3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo). Viu como não dá para confundir!

Em uma análise bem cuidadosa percebemos a fl exão do verbo “perder”, que pode aparecer na primeira ou terceira pessoa do singular do presente do subjuntivo, ou ainda na ter-ceira pessoa do singular do imperativo. Lembram do martírio

ADERLAN MESSIAS Professor Universitário. Licenciado em Letras

Vernáculas (UNEB), Bacharel em Direito (FASB) e Especialista em Psicopedagogia (FASB).

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Por Vanessa Borges

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miscellanea

por KARINE MAGALHÃES

EXCLAMAÇÃO KARINE MAGALHÃESé consultora de moda, trabalhou na renomada

Maison Ana Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide (todas em Brasília) e também

em cerimoniais com Cristina Gomes. Atualmente faz consultoria de moda para r.A e Uaumais.

@ituau_Karinekarine.beniciomagalhaes

www.uaumais.com.br/ituau

Open boot,

Balmain

A coleção resort e verão 2013 foram apresen-tadas, com inspirações das décadas passadas repaginadas. Pontos fortes: sensualidade, estética biker, denim e cropped. Tecidos metalizados e extremamente fl uidos,texturas suaves, movimen-tos feminino street chic.

FOTOS: REPRODUÇÃO

Vai pegarDrama in denim, peplum, alfaiataria com hot pants, tricô com aplicações de cristais, calça cropped com open boot, pink Lady Schiaparelli e bijoux statement.

Tricô metalizado, Adriana Degreas

Estética biker,

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Colaresstatement, Ellus

Schiaparelli verão 1947

Déjà vuMET 2012

Chanelresort

2013

dramaindenim

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Esta seção foi criada pela r.A para mostrar um pouco do perfi l dos jovens empreendedores que mudaram a cara e o estilo dos negócios no Oeste da Bahia.

JOVEMEMPREENDEDOR

AFOITOvs.experiente

NOME HUMBERTO CARLOS F. RIBEIRO JÚNIORIDADE28 anosFORMAÇÃO ACADÊMICADireito e pós-graduado em Direito TributárioEMPRESAGrupo IgacenterCARGODiretor administrativo

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Uma barraca na feira, uma quitanda, um supermercado. Foi assim que começou o grupo Igacenter, hoje destaque de empreendimento de sucesso em Bom Jesus da Lapa

e Barreiras, que Humberto Carlos Fagundes Ribeiro Júnior, sucessor de Humberto pai, conhecido por Betão, se empenha para manter em constante crescimento.

Há 25 anos, ainda na cidade de Igaporã (BA), era apenas uma loja de aviamentos. Betão, na época bancário, retomou o projeto de ter um negócio próprio iniciado ainda jovem, quando teve sua primeira banca na feira livre da cidade. Nos anos 90, com a mudança da famí-lia para Bom Jesus da Lapa, o empreendimento expandiu e em 1999 o Igacenter abria sua primeira filial na cidade de Barreiras.

Em 1997 seu filho, Humberto Júnior, foi estudar em Salvador e depois em Ribeirão Preto (SP). Após 12 anos de estudos e experiên-cia profissional adquirida no estágio em um escritório de advocacia, Júnior decidiu ficar mais perto da família. Hoje, passados 3 anos do seu retorno, divide a administração das lojas com o pai, que transita entre Barreiras e Lapa.

Júnior destaca que sua preocupação com o processo de sucessão era não apenas com o comércio, mas também com a família, com a relação entre pai e filho. Como sua formação não é em administração, ele contou com o apoio do pai, que lhe deu uma carta branca vigiada. “Até pelas experiências que vivi, trouxe novidades na bagagem. Mas o meu pai foi essencial ao controlar o afoitismo da juventude e fazer com que as mudanças acontecessem no tempo certo”, destaca lem-brando de que uma das propostas de mudança que apresentou para o pai foi a implantação da ‘oferta relâmpago’ que ele conhecera em São Paulo. “Eu sugeri que fosse promoção da hora e meu pai fez um ques-tionamento interessante”, relembra. Se a ideia era manter o cliente por mais tempo na loja, comprando; a promoção da hora forçava o cliente a sair, a ir para o caixa correndo pra não perder a promoção. A partir daí, eles criaram um mecanismo para o cliente aproveitar a promoção da hora sem ter que ir direto ao caixa naquele momento. Ele podia continuar enchendo o carrinho.

“Se eu tivesse feito tudo que pensei de início, com certeza nosso empreendimento não seria o que é hoje. É claro que as diferenças são importantes. Tenho um tino diferente do meu pai. Ele é paternalista, gosta de estar presente na base, participando na rotina diária. Eu sou mais de delegar funções e cobrar resultados. O casamento destas duas posturas nos ajuda a alcançar o sucesso”, completa.

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texto THIARA REGES foto C.FÉLIX

A CONCORRÊNCIA ESTIMULA VOCÊ A SER MAIS CRIATIVO. MAS ALÉM DA CRIATIVIDADE É PRECISO INTELIGÊNCIA, COMPETÊNCIA E INOVAÇÃO PARA SER COMPETITIVO”

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JOVEMEMPREENDEDOR

texto ANTON ROOS foto C. FÉLIX

O primeiro nome que vem a cabeça quando se pen-sa em festas, baladas e entretenimento em Luís Edu-ardo Magalhães é Live. Criada a pouco mais de um ano e meio a empresa teve seu embrião formando

alguns anos antes com a organização de algumas festas que se tornaram tradicionais na cidade e formaram a base para que até então a brincadeira fi casse séria e profi ssional.

Hoje, a Live é uma produtora. Independente em todos os sen-tidos. Da criação a execução. “Quando se fala que determinado produto é da Live, a responsabilidade é maior, porque as pessoas já associam a marca ao sucesso”, conta Marcio Rosa, 23, um dos sócios da empresa. O outro é Marcos Akama, 29. O forte apelo que o nome Live ostenta hoje não assusta e até serve de incentivo para os jovens empresários continuarem em busca da superação.

l

“A gente sabe que está num mercado altamente competi-tivo. Luís Eduardo é uma cidade de muitas oportunidades, mas que possui um mercado muito exigente. Hoje, a gente consegue realizar coisas em termos de entretenimento prati-camente no mesmo nível das cidades grandes”, explica Aka-ma.

Quem trata de explicar a marca, o símbolo e o nome é Márcio. “A opção pelo origami é justamente porque ele parte de um papel em branco. As dobras feitas no papel podem criar qualquer coisa, dum elefante a um passarinho. O Live vem de viver, estar vivo, o que está acontecendo”.

Embora tenha se especializado na realização de festas para o público jovem, o leque de opções da empresa parece não ter fi m. “A ideia é transformar o que pode ser pequenas coi-sas em algo com grande signifi cado”, resume Marcos. “O cliente normalmente não tem uma receita pronta. Ele não vem para comprar um carro, de modelo e marca específi cos. Ele chega com um sonho pessoal e quer transformar o even-to dele naquele sonho, seja pra mil ou cem pessoas. Esse é o nosso desafi o”, completa.

O sucesso da marca, na opinião de ambos, não é fruto do acaso ou sorte. Tem a ver com o esforço em tornar profi ssio-nal o segmento de shows e eventos em Luís Eduardo. A Live não se restringe aos seus dois sócios, mas ao trabalho de toda equipe e parceiros que acreditam no potencial da empresa. “O sucesso do próximo evento sempre depende do último”, encerra Marcos. O trabalho continua e a próxima festa ou evento esta logo ali.

DO ORIGAMIà vida

NOME MÁRCIO ROSA

IDADE23 anosFORMAÇÃO ACADÊMICASistema de ProduçãoEMPRESALive ProduçõesCARGOSócio-diretor

NOME MARCOS AKAMA

IDADE29 anosFORMAÇÃO ACADÊMICAAdministração com habilitação em MarketingEMPRESALive ProduçõesCARGOSócio-diretor

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AS CIDADESPARECEM CICATRIZES,

DEVERIAM PARECER TATUAGENS

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MARCOS PONTES

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de brasileira, o que poderia ser feito para minimizar as dife-renças e oferecer oportunidades de acesso mais igualitárias à toda população?

Tem muita coisa que poderia e precisa ser feita. Particular-mente, eu não gosto de palavras e verbos que terminam com “ia”, porque dá a impressão que não foi feito e não vai ser feito nada. Uma hora ou outra, o Brasil vai conseguir mudar essa re-alidade. Existem crianças que simplesmente não têm acesso à escola, seja porque moram longe ou porque não tem uma escola onde vivem. O ensino fundamental, por exemplo, deveria ser o mais prestigiado, já que é a base de tudo. É onde está a pedra fundamental da educação de uma pessoa. Se você for ver a preparação dos professores no Brasil, o prestígio e o que ganha um professor do ensino fundamental vai perceber que a gente está criando uma estrutura em cima de um monte de areia. Por isso, o primeiro alvo desse projeto deveria ser o ensino fundamental: em termos de reconhecimento, de salário e de cobrança do professor. Se você tem reconhecimento, salário adequado e condições boas para se trabalhar em termos de infraestrutura da escola e a lei que apoie a palavra do pro-fessor, você pode cobrar também. No momento que puder-mos dar um maior suporte para o ensino fundamental, vamos conseguir formar jovens com mais capacidade para prosseguir no ensino, terminar o fundamental, entrar no ensino médio e chegar à faculdade. O aluno, que como eu, veio do ensi-no público, com difi culdades fi nanceiras, não tem as mesmas chances de entrar na universidade pública que um aluno que vem do ensino privado. A qualidade do ensino hoje é pior que na minha época. Defendo a educação em tempo integral e a inclusão de matérias como desenvolvimento pessoal e a apli-cação em disciplinas como ciências.

Você sempre sonhou em ser um astronauta?Na verdade, meu sonho era sair do chão. Eu sempre quis ser

piloto. Minha cidade, Bauru, é muito ligada à viação de forma geral. Inclusive, o Osiris Silva, criador da Embraer, é de lá. Então, aquele sonho de voar foi crescendo com o tempo, até o momento em que eu entrei na força área e me tornei piloto de caça. É um pouco difícil falar que sempre sonhei em ser astronauta, mas sabe aquela intuiçãozinha que você tem lá no fundo? Quando eu era criança, confesso que eu olhava muito pro céu à noite, deitava no telhado e fi cava olhando para as estrelas. Era uma coisa muito boa. É possível que essa vontade estivesse lá, mas acho que eu não deixava isso sair. Só depois que a carreira começou a despontar como piloto que eu vi a possibilidade mais real disso acontecer.

Qual é a sensação de ver o planeta lá do espaço?É muito marcante. Eu diria que é como chegar ao fundo do

poço. Você se sente muito insignifi cante comparado com o pla-neta. Você repensa sua vida e a maneira como o ser humano se comporta, tanto em grupo ou como espécie. Começam a sur-gir muitas dúvidas na sua cabeça com relação ao que a gente considera como inteligência. Será que a gente é capaz de usar nossa inteligência pra criar tecnologias e um estilo de vida mais apropriado para que esse planeta se mantenha ou que o meio ambiente se mantenha adequado para a vida no planeta? Em resumo, você se aproxima muito mais das pessoas e do universo como um todo. Todos nós fomos feitos da mesma coisa, da mes-ma essência. É um momento muito estranho, um momento de virada. Você modifi ca bastante depois do voo espacial.

Você defende a educação como a atividade mais importan-te para o desenvolvimento de um país. Pensando na realida-

A frase ao lado do astronauta brasileiro Marcos Pontes não é apenas a declaração de um viajante ou observador espacial. É a constatação de que nossos centros urbanos foram mal construídos e que sem a conscientização, cooperação e ação coletiva, futuramente o meio onde vivemos não será mais adequado para o ser humano viver. Em entrevista a r.A, o professor e pesquisador convidado da Universidade de São Paulo, além de embaixador da ONU para o Desenvolvimento Industrial critica o modelo de educação brasileira, fala dos desafi os de levar qualidade de vida através da tecnologia e do projeto que pretende transformar Roraima no primeiro ecoestado do planeta. Único astronauta do Brasil a bordo da espaçonave russa Soyuz TMA-8, na Missão Centenária, em 2006, Pontes ainda sonha em voltar ao espaço. Mas, seu sonho principal é plantar um futuro melhor, sustentável em vários aspectos. Confi ra abaixo o que disse Pontes, autor de dois livros, em junho, antes da palestra no 2º Simpósio de Engenharia da Produção da Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira, em Luís Eduardo Magalhães.texto/foto ANTON ROOS

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E como isso seria possível?Quando você fala em física para um aluno e enche o quadro

com equações aquilo se torna extremamente enfadonho, xarope de se ver e totalmente sem graça. Se o negócio for xarope você não presta atenção. É algo que não te leva a lugar nenhum. Agora se você vê algo que oferece um certo desafi o, a coisa muda. Por exemplo: se eu coloco na frente da criança um robô e falo “Olha, faça esse robô andar. Eu jogo o desafi o na sua mão e agora pense em como fazer esse negócio andar”. Você vai colocar a cabeça daquela criança pra funcionar de tal forma que aquilo que você escrever no quadro depois ou aquilo que tiver nos livros vai fazer muito mais sentido para ela. Então, acho que faltam essas ferra-mentas e um treinamento dos professores pra utilizar essas ferra-mentas. E não precisa ser algo muito complicado como um robô pode ser algo mais simples como um foguete de garrafa pet, por exemplo, que você vai pode falar sobre pressão, física, gravidade e até aerodinâmica, se quiser.

Determinar o nível de conhecimento de um estudante atra-

vés de provas seria um erro então...O ensino no país é muito voltado pro tal do vestibular. Você

não precisa estudar pra fazer prova, você precisa estudar pra aprender. Fazer prova e acertar, colocar xis num lugar ou no ou-tro não signifi ca que você saiba. É importante que você saiba o que você está fazendo e pra isso você tem que ter um acompa-nhamento durante muito tempo na escola. Pode ser que na hora de fazer a prova, dê uma dor de barriga no aluno e ele faça mal a prova, mas isso não quer dizer que ele não saiba. Por isso é preciso acompanhamento e isso só pode ser feito se o ensino for homogêneo.

Qual sua opinião sobre as cotas sociais? Eu sou a favor de uma cota que exista em torno do poder aqui-

sitivo. Eu sou completamente contra qualquer tipo de discrimi-nação, tanto faz o lado do muro que você olhe. Todas as pessoas são absolutamente iguais e têm a mesma condição, a mesma ca-pacidade. O que distingue uma pessoa da outra é simplesmente se ele teve acesso a alguma coisa ou se ele não teve e geralmente essas coisas acabam associadas, direta ou indiretamente, com o poder aquisitivo. Então, eu gostaria que as cotas considerassem sim, se aquele aluno vem de uma família que tem poder aquisiti-vo maior, se ele teve acesso à educação de forma normal. Agora, que cor ele tem, que religião ele segue, isso aí tanto faz. Todo mundo é igual. Essa é a visão que você tem lá de cima, do espa-ço. Quando você olha, você não vê cor, não vê religião, não vê absolutamente nada disso. Você vê regiões pobres e regiões ricas.

Como tornar a tecnologia acessível a pessoas com menor

poder aquisitivo?Quando você fala em desenvolvimento sustentável, isso passa

a ser um questionamento bastante interessante. Se você pensar bem, a área de maior concentração de problemas, lógico, pela maior concentração de pessoas, são as áreas urbanas e embo-ra elas tenham mais tecnologia elas têm mais problemas. E aí você não pode dizer que uma área urbana tem mais qualidade

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MARCOS PONTES

de vida. Tem poluição, tem ruído, tem dificuldade de transporte, de trânsito, água mais suja, acúmulo de re-síduos sólidos, lixo. Uma série de problemas urbanos. E você tem muita tecnologia ali. Por outro lado, nas áreas mais afastadas das cidades, na área mais rural, nas cidades do interior você tem uma qualidade de vida muito melhor, a convivência é muito melhor, o ar é melhor. De repente você começa a ver e conclui que é um desequilíbrio interessante, como se fosse uma ba-lança cruzada em “xis”. Você tem mais tecnologia, me-nos qualidade de vida. Mais qualidade de vida, menos tecnologia. Isso te leva a pensar que tipo de tecnologia a gente quer ter na verdade pra que ao mesmo tempo a gente tenha qualidade de vida e conforto dentro de nossas casas. Acho que quanto mais perto da nature-za a gente está mais a gente se sente bem. O desafio do acesso a tecnologia em cidades do interior é que a gente consiga trazer a tecnologia sem estragar a cidade, sem deixar ela se tornar uma metrópole conturbada pelo trânsito e poluição, por exemplo.

E como fazer isso? Através do desenvolvimento sustentável. Eu estou

com um projeto, idealizado depois que participei da 14ª Conferência Geral da Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial), em Viena, ano passado, que vai ser apresentado na Rio+20 (N.E.: a entrevista foi realizada semanas antes do evento no Rio de Janeiro), em parceria com o governo do estado de Roraima, a Fundação Astronauta Marcos Pontes e a Unido. Em Viena, eu participei de diversos painéis que trataram do tema Ecocidades, que nada mais são que cidades onde certas metodologias ou tecnologias são aplicadas de forma a serem favoráveis ao meio ambien-te. Algumas dessas cidades trabalham com energia, ou-tras com transporte urbano, outras com tratamento de água. Assistindo aquilo lá, de repente me passou pela cabeça o seguinte: peraí, não existe nenhuma cidade que integra tudo isso. Isso tá errado. Se a gente tem es-

sas coisas separadas a gente fica com o sistema quebrado. Porque a gente não integra todas essas tecnologias, conhecimentos, metodo-logias já aplicadas para estas cidades. A Unido tem contatos e traba-lha em toda esta rede de Ecocidades. Eu falei com o diretor geral da organização (Kandeh K. Yumkella) e sugeri essa integração. Ele gos-tou da ideia e a gente começou a pensar no projeto de uma maneira mais efetiva. No início, pensamos no projeto como uma eco-cidade no Brasil e em Roraima. Aí você pode me perguntar, mas por que Roraima? Olha, eu conheço o estado e ele tem características bem interessantes. Roraima tem um pedaço de floresta amazônica, além disso, uma parte de lavrado (N.E.: termo utilizado na região para definir savana), como eles chamam e montanhas. São três ecossis-temas. E ainda tem povos indígenas ali. É como se fosse uma árvore com tronco pequeno que você consegue ainda girar. Se fosse um estado como São Paulo ou Minas Gerais, que já tem um tronco de 30 metros, você não consegue girar em menos de muitas décadas. Então eu propus Roraima. Quando os técnicos da ONU vieram para visitar e analisar viram que era um estado pequeno, com 15 cidades, pouco mais de meio milhão de habitantes. Assim, Roraima vai ser o primeiro eco-estado do planeta. Pretende-se que se torne modelo pra ser copiado no restante do mundo. A ONU entra com expertise, o governo do estado com a estrutura e a fundação como gerente de projeto. Vamos começar modificando a educação, levar essa cultura de sustentabilidade para as crianças, desde o início. Preparação de professores, prefeitos, secretários, etc, pra modificar o planejamento urbano dessas cidades. É um projeto bem amplo, vai demorar seis anos sua implementação.

Seis anos são suficientes?Dentro da análise que fizemos inicialmente, visitando as cidades

do estado, é um tempo razoável. Seis anos é o prazo estimado para que as cidades estejam caminhando com as próprias pernas. A coisa é muito prática. Eu sou engenheiro e gosto da coisa prática. Não dá pra ficar só na discussão. Enquanto o problema não chegar dentro de casa aquilo parece que não aflige e não se toma providência. Esse projeto é a semente de um futuro diferente.

É uma utopia pensar em um projeto como esse para uma me-

trópole como São Paulo ou Nova Iorque?Aí eu diria que esses seis anos teriam de ser multiplicados pelo

menos por dez. Estaríamos falando de algo em torno de 60 anos só pra começar. Pode demorar mais tempo, mas tem que ser feito. Não tem escapatória. A gente não pode mais ter esse modelo de cidade que temos hoje em dia. Não podemos mais ter o modelo de comportamento e de consumo que temos hoje. Isso tem que ser mudado desde o ensino fundamental. Você vai a muitas casas hoje em dia e vê quantas televisões lá? Precisa de tudo isso? Cada vez que você constrói uma televisão você usa recurso. Pra descartar um aparelho televisor você tem um problema nas mãos. Outro exem-plo: pra que morar numa mansão se você pode ter uma qualidade

SE VOCÊ FOR VER O PRESTÍGIO E O QUE GANHA UM PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL VAI PERCEBER QUE A GENTE ESTÁ CRIANDO UMA ESTRUTURA EM CIMA DE UM MONTE DE AREIA”

»A realização de um sonho: o brasileiro com astronautas da Missão Centenária, em 2006

REPRODUÇÃO: WWW.MARCOSPONTES.NET

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de vida boa morando num lugar melhor? As cidades vistas do espaço parecem cicatrizes. O ideial seria se parecessem tatuagens. É feio visto de lá. Visto do chão parece bonito. Às vezes, se fala assim: “nós estamos destruindo o meio ambiente”. Na verdade, o meio ambiente vai sobreviver muito tempo depois que o ser humano for embora. Só que não vai ser mais adequado para o ser humano viver nele. Pode virar um deserto por exemplo. Marte tem um meio ambiente, mas ninguém vive lá.

Você visitou a Bahia Farm Show e pode conferir o quanto de

tecnologia de ponta é hoje emprestada a agricultura. No entan-to, os produtores rurais se queixam muito que não são compre-endidos pelas pessoas que habitam as zonas urbanas. O Códi-go Florestal gerou muita discussão e críticas dos produtores em relação a opinião dessas pessoas. O que você acha disso?

O que acontece quando se fala de uma lei, de um código, é que todo mundo vê apenas o seu próprio ponto de vista. Quando você olha para algo, você olha a partir do ponto que você está e geralmente é difícil se colocar do outro lado. É difícil ter uma vi-são mais ampla. A produção tem de ser incentivada, mas o meio ambiente faz parte disso. Vamos pensar no que existe em volta. Não existem leis sufi cientes pra cobrir todos os pontos de vista. A lei não consegue ter uma visão geral, em que funcione em todas as situações. Acho que nesse caso depende muito do bom senso. A lei existe pra ser usada, pra ser aplicada, mas aí volta de novo aquele ponto da educação. A partir do momento que reconhece-mos que o planeta é quem nos sustenta, independente se existe lei ou não que fale da necessidade de preservar 15 ou 100 metros da mata ciliar, eu vou fazer. Se eu conseguir produzir a mesma quantidade ou mais usando tecnologia, satélites; ter uma produ-ção maior usando menos terra, eu vou fazer isso porque é bom pra mim, é bom pra todo mundo. Eu sou contra qualquer radi-calismo. Sou a favor do uso da inteligência e do bom senso. A de se premiar aqueles que fazem a coisa direito. Isso é importante. Se você é capaz de produzir carne usando um tipo de pastagem orgânica, um método mais sustentável, você tem de ser premiado de alguma forma. Sua carne tem de valer mais.

Qual é a situação atual do Programa Espacial Brasileiro?Ano passado, foi feito um plano de ação de 2012 até 2020

dando outra cara para o programa espacial. Hoje, a agência está com uma visão muito mais corporativa. Essa é uma das princi-pais mudanças que o Ministro da Ciência Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp implantou. Ele foi presidente da Agência Espacial antes de ser ministro, o que foi muito bom para o pro-grama. É um cara extremamente experimentado em transformar ideias em produtos e, até 2020, a agência com certeza terá uma outra cara, uma outra função, além de simplesmente uma agên-

cia reguladora. Antes dessa mudança era tudo muito travado e dependente de investimentos públicos. Nós até temos uma infraestrutura adequada para o tamanho do programa, mas era muito mal tratada. Até pouco havia mais de 3 mil no programa e hoje são pouco mais de mil. Não existe concurso público para reposição. O pessoal que se aposenta não con-segue transmitir conhecimento para os mais jovens. Isso é muito ruim. Então, nós temos problemas com recursos humanos, com a continuidade dos orça-mentos ao longo dos projetos, que são longos. Não existe projeto dentro de ciência e tecnologia que você consiga desenvolver em menos de quatro anos e aí entra a questão das trocas de comandos na política que atrapalham bastante. O marketing do programa espacial também é feito de maneira errada. O pro-grama não é conhecido, as pessoas não sabem pra que serve. Acham que é simplesmente jogar dinhei-ro para o espaço e acabou. Uma aplicação de recurso que pode ser feita, por exemplo, diz respeito às áreas cultiváveis assunto que nós já tratamos na entrevista. Se você consegue usar um satélite pra melhorar a produtividade de uma área cultivável ou aumentar a produtividade em uma área menor é excelente.

Existe a probabilidade de uma segunda missão espacial brasileira?

Hoje, eu diria que é muito baixa. Mas o impor-tante é manter o foco nos teus objetivos. Eu tenho o objetivo de voar de novo. Se eu não voar e existe essa possibilidade, eu quero que um aluno meu voe. Recentemente ajudei a criar o curso de Engenharia Espacial na USP (N.E: o curso já está criado e falta apenas aprovação do MEC para que entre no vesti-bular da universidade). A gente tá inclusive levando uma centrífuga que era da força área pra colocar a parte operacional no curso, porque eu quero já co-meçar a olhar alguns garotos e garotas. Uma hora ou outra eu tenho de passar esse bastão.

Que mensagem você tem para as crianças e jo-

vens que muitas vezes fi cam a olhar para o espaço com esperança de um dia mudar de vida?

Eu diria o que minha mãe me dizia: “Não importa a situação em que você está”. Eu sou fi lho de serven-te, não tinha dinheiro, morava na periferia de Bauru. Se você analisasse as condições daquele momento, tirasse uma foto e perguntasse: “Esse garoto vai ser astronauta?” 99,9% das pessoas diriam: “Nunca! Ele nunca vai chegar lá” O que importa não é o que as pessoas veem de fora, o que se acha pela aparência. O que importa é o que você tem dentro de você. Se tiver uma vontade e se esforçar, você chega onde quiser, desde que estude, trabalhe, persista e sempre faça mais do que esperam de você. É isso que eu falaria para eles.

MARCOS PONTES

TODO MUNDO É IGUAL. ESSA É A VISÃO QUE VOCÊ TEM LÁ DE CIMA. VOCÊ NÃO VÊ COR, NÃO VÊ RELIGIÃO. ABSOLUTAMENTE NADA DISSO. VOCÊ REGIÕES POBRES E REGIÕES RICAS”

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saúde

Com o acelerado desenvolvimento tecnológico, os equipa-mentos de avaliação médica tornaram - se fortes aliados na busca por um diagnóstico com mais subsídios. O que há 15 anos parecia impossível, como a visualização de um órgão ou membro em imagem digital em três dimensões, hoje não é. E

não é preciso sair do Oeste para ter acesso a esse recurso. Instalado em Barrei-ras desde 2009, o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) é pioneiro nesta especialidade e em radiologia na região.

Recentemente a clínica adquiriu um novo equipamento de ressonância mag-nética que vai ajudar ainda mais no diagnóstico das estruturas anatômicas e das patologias. “A alta resolução de imagem deste aparelho melhora no detalhamento e com um único posicionamento do paciente é possível realizar inúmeros exa-mes – abdome, pelve, plexo braquial, tórax e vasculares – em menor tempo, proporcionando maior conforto principalmente aos pacientes que apresentam claustrofobia. Pensando nesses pacientes, aliás, a sala possui música ambiente e iluminação tranquilizadora”, explica Isabela Bessa, que compõe o quadro de qua-tro médicos radiologistas da clínica.

Localizada no centro da cidade, o CDI oferece ainda Radiografia Digital, Den-sitometria Óssea, Ultrassonografia Geral e Doppler, Tomografia Computadoriza-da Multislice e Mamografia Digital. “Os compressores mamários mais flexíveis adequam-se melhor ao formato da mama de cada paciente e reduzem considera-velmente o desconforto durante o exame. Além de investirmos em equipamentos modernos em busca de melhor avaliação clínica, investimos também no bem- estar de nossos pacientes”, avalia a médica.

CDI. Clínica pioneira em diagnóstico por imagem e radiologia investe em equipamento que realiza vários exames com um único posicionamento do paciente

TECNOLOGIAe conforto para o paciente

Música ambiente , iluminação tranquilizadora e melhor aproveitamento clínico do recurso tecnológico do equipamento recém -adquirido pela CDI garantem conforto ao paciente

CDI - CENTRO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ORTOCLÍNICADr. José Davy Bessa Nogueira (dir. médico) Cremeb 5466Dr. Emerson Argolo Reale (dir. técnico) Cremeb 12971

Rua 19 de maio, 169 - Centro - Barreiras (BA) (077) 3612.2999 / 3611.8411

Marcação de exames: (077) 3612.7972

INFORMAÇÕES

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capa

LEMContrastes de uma cidade

chamada “terra de oportunidades”

ELEIÇÕES 2012

LEMContrastes de uma cidade

texto ANTON ROOS

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Em março deste ano o município de Luís Edu-ardo Magalhães (LEM) completou 12 anos de emancipação em um ritmo de crescimento muito acima de boa parcela das cidades bra-sileiras. Entre 2000 e 2010 sua população au-

mentou em médio de 4,8 mil habitantes por ano, saltando de 18 mil para 60 mil. Seu Produto Interno Bruto (PIB) re-gistrou um crescimento de 88,9% entre 2005 e 2009. Neste período, LEM era 4ª maior renda per capita (R$ 36 mil) e o 11º PIB do Estado. Visto por esses números, o município faz jus aos títulos de “cidade que mais cresce no Brasil” e “terra de oportunidade”. Mas, se examinado pelos dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, a realidade é bem diferente. Das 18 mil famílias, 5,5 mil possuem renda per capita mensal de até R$ 140 reais. Isso significa que 31% da população vive com menos de U$ 1 por dia. Ou seja, vive na extrema pobreza.

A população de LEM reside em sua imensa maioria na zona urbana (91,3%). Apenas 8,7% moram na zona rural. O apelo agrícola da cidade lhe rendeu outros títulos como “capital do agronegócio” e “eldorado”, o que acabou por contribuir para a vinda de um contingente cada vez maior

de pessoas em busca de melhores oportunidades de vida. Resultado: mais pessoas, mais problemas, mais desafios e responsabilidades para os gestores.

No bairro Santa Cruz, considerado o mais populoso da cidade, as ruas de chão batido indicam o início do Lotea-mento Conquista, onde hoje vivem mais de 700 famílias, todas beneficiárias de programas sociais do governo federal e ganhadoras de lotes distribuídos pelo poder público para famílias carentes. Há três ou quatro anos, não havia nada ali. Em LEM, até abril deste ano, mais de 4 mil famílias recebe-ram R$ 2,1 milhões do Bolsa Família.

O casal Edigron Araújo e Jadilma de Souza é uma das famílias que residem no Conquista. Eles moram no final da rua Ibititá, junto com o filho Alan Pierre de 5 anos. Em 2010, foram contemplados com a doação do lote onde pouco depois iniciaram a construção da tão sonhada casa própria. Ele e a mulher transbordam felicidade. Familiari-zados com a vizinhança, viram o loteamento crescer rapida-mente, ganhar conotação de bairro e hoje pensam somente em progredir e dar ao filho um futuro melhor. “Quando viemos pra cá havia poucas casas. Já mudou bastante desde que a gente se mudou”, relata o pintor. »

C.FÉLIX

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A mulher, artesã, trabalha como autônoma vendendo o material que produz em patchwork. O talento para o trabalho com retalhos de tecido foi descoberto através de um treinamento em um dos vá-rios cursos oferecidos as mulheres do bairro no Centro de Referência e Assistência Social (CRAS). Hoje, Jadilma tem clientes espalhadas por diversos bairros da cidade. Embora tenha concluído o segundo grau apenas ano passado ela não descarta novas oportunidades para melhorar ainda mais o padrão de vida da família.

Em 2009, segundo o Tesouro Nacional, as despesas com assistên-cia social alcançaram apenas 2,83% do orçamento total, valor infe-rior à média de todos os municípios do Estado, que foi de 2,94%. Por outro lado, as despesas com educação, administração, saúde, legislativa e urbanismo foram responsáveis por 91,04% das despesas municipais.

Saúde e educaçãoAuxiliar de enfermagem por formação, Lourdes Schwengber, 59, trabalhou entre 1996 e 2000 no posto de saúde Dr. Gileno de Sá Oliveira, então único no ainda distrito de Mimoso do Oeste. A uni-dade que continua em funcionamento até hoje passou por refor-mas, ganhou um pequeno Centro Cirúrgico, mas a demanda do município e de outras cidades circunvizinhas sobrecarrega o sistema de saúde. Nem mesmo a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) em abril deste ano minimizou as reclama-ções sobre falta de atendimento médico adequado no município. No primeiro mês de funcionamento, foram realizados cerca de 4 mil atendimentos, o que dá uma média de 130 por dia.

A UPA inaugurada é Tipo I, para cidades com população de 50 mil a 100 mil habitantes. A instalação e UPAs país afora integra a Política Nacional de Atenção às Urgências do Ministério da Saúde e oferece atendimento de emergência 24 horas por dia. Ela é res-ponsável por estabilizar o quadro clínico dos pacientes, defi nir o diagnóstico e analisar a necessidade de encaminhá-los ou não a uma unidade hospitalar. Os pacientes podem ser liberados, permanecer em observação por até 24 horas ou, se o quadro for mais grave ou complexo, serão transferidos para um hospital.

Atualmente, LEM conta com oito Unidades de Saúde da Família e dispõe de 90 agentes de saúde - cada um atende em média 150 fa-mílias. Apesar de todo esse aparato assistencial, somando UPA, PSFs e outras unidades, o município não consegue dar conta de atender a toda população. “O sistema institucional de saúde não abrange a todos devido às difi culdades de acesso. Isto não é consequência apenas da escassez dos serviços de saúde, mas também de questões de ordem geográfi ca, cultural e até econômica”, opina o fotógrafo paulista, André François, autor dos livros “Cuidar: um documen-tário sobre a medicina humanizada no Brasil”, lançado em 2006, e “A Curva e o Caminho – Acesso à Saúde no Brasil”, de 2010. Am-bos resultado de anos de trabalho e visitas a mais de 20 hospitais brasileiros para conhecer a realidade e a história de quem aguarda atendimento na rede de saúde pública do país.

Segundo o levantamento suplementar de saúde da PNAD 2008,

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o posto ou centro de saúde foi o local mais declarado como nor-malmente procurado (56,8%), principalmente pelas pessoas de ren-dimento mensal domiciliar per capita mais baixas. O fato de Luís Eduardo Magalhães não dispor de um hospital público também contribui para o inchaço dos postos de saúde. A principal referência é o Hospital do Oeste (HO) localizado em Barreiras, a 90 km de distância, com perfi l de atendimento de média e alta complexidade. Quando o HO não consegue atender, a saída é Brasília ou Salvador, distante 540km e 960km respectivamente.

Lourdes, que vivenciou na pele a realidade da saúde antes e de-pois de Luís Eduardo se tornar um município – ela também tra-balhou na Secretaria de Saúde entre 2002 e 2004 –, acredita que a instalação de uma unidade hospitalar pública, com pelo menos 60 leitos é perfeitamente possível. “Basta o gestor ter compromisso com suas obrigações fi scais e tributárias. Imagina só o bem que um hospital com 60 leitos faria para nossa cidade”. Em 2009, a Saúde constituiu a 3ª maior despesa do município (22,9%), atrás de Admi-nistração (23,4%) e da Educação (33,0%).

Entre 2006 e 2011, houve um acréscimo de 22% no número de alunos matriculados do ensino fundamental. No médio, o cresci-mento foi mais tímido: 11%. Apesar do fosso numérico que separa um do outro, o índice de analfabetismo da população com idade superior a 15 anos é de 7,3% (a taxa do Brasil era 9,5% em 2009). O mais positivo das cinco cidades da região com população acima de 40 mil habitantes. As centenárias Santa Maria da Vitória, Bom Jesus da Lapa e Barra apresentam números bem superiores, que variam de 19% a 24% de analfabetos.

“Aqui só não estuda quem não quer”, opina a auxiliar de enfer-magem Lourdes, que mesmo perto dos 60, está cursando Estética

FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

na Universidade Norte do Paraná (Unopar Virtual) e acredita que o tempo em que havia um limite de idade para estar na sala de aula é coisa do passado.

A cidade ainda conta com mais duas instituições de ensino supe-rior: Faculdade Arnaldo Horácio Ferreira (FAAHF) e Faculdade Luís Eduardo Magalhães (FILEM). Mas a notícia de educação que tem mexido com a cidade a é a vinda da Universidade Federal do Oeste (UFOBA), que vai ampliar a oferta de oportunidade para formação profi ssional na região.

Cidade jovem,população jovemAssim como a cidade e seus pouco mais de 12 anos de emancipa-ção, a população de Luís Eduardo Magalhães também é jovem. 81% dos seus moradores tem idade até 39 anos, enquanto apenas 2,6% possuem 60 anos ou mais. São pessoas que chegaram ao município crianças, quando a cidade ainda era um povoado e distrito de Bar-reiras, nas décadas de 1980 e 1990; cresceram, criaram e tiveram fi lhos. Há, também, aquele que veio depois, seduzido por um já município famoso.

Novamente, a história do “eldorado” e “terra de oportunidades”. Nos dois casos, ou a população idosa faz parte dos pioneiros ou veio após a chegada de fi lhos, parentes e amigos. É o caso de Lourdes, que chegou em 1985 com a família do sogro Ottomar Schwengber, que anos mais tarde se tornou nome de escola na cidade. O grupo

O número de alunos matriculados entre os dois ciclos revelam um grande fosso. Além disso, em média 30% dos ingressantes no ensino médio não conseguem concluir o ciclo devido a reprovação e abandono. No entanto, a taxa de analfabetismo no município da população com idade superior a 15 anos é inferior a do país, que em 2009 era de 9,5%.

9,1 mil11,2 mil

2,6 mil2,8 mil

2006

2011

da população com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever7,3%

(3.080 pessoas)

4 5 2 1

EDUCAÇÃO

FUNDAMENTAL MÉDIO

Transferência dos recursos do governo federal para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profi ssionais da Educação (FUNDEB).

2011 R$ 14,22milhões2007 R$ 3,84 milhões

370%de acréscimo emcinco anos

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

POPULAÇÃO

60.10552%

48%

FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

91% da população vive na zona urbana

9% da população vive na zona rural

POPULAÇÃO JOVEM

82% 18% da população tem até 39 anos de idade

da população apenas tem idade superior a 40 anos

com média de 3,36 pessoas cadaSão 18 mil domicílios

97%dos domicílios são atendidos com coleta de lixo

18%contam com esgotamento sanitário adequado

Região Oestee Médio São Francisco

LUÍS EDUARDO MAGALHÃES

Distante 90 km de Barreiras, 960 km de Salvador via BR-242 e 540 km de Brasília pela BR-020

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era formado por 14 pessoas e tinha além do patriarca e da esposa, os fi lhos, mulheres e fi lhos dos fi lhos, a exemplo de Felipe, então com 10 meses de vida. “Ele foi o único que nasceu no Rio Grande do Sul, minhas outras duas fi lhas nasceram na Bahia”, conta ela, que à época da chegada à região tinha 32 anos. Hoje, Lourdes já tem um neto luiseduardense e não se vê morando em outro lugar.

A família Schwengber, como tantas que migraram do sul para o cerrado baiano na década de 1980, veio atraída pelas oportunidades da agricultu-ra. Preços convidativos para a aquisição de grandes pedaços de terra e a chance de produzir tanto para o sustento da família quanto para tornar a atividade agrícola economicamente viável. “Muita gente não sabe a difi cul-dade que se passa nas lavouras. Se conseguimos crescer aqui foi pelo nosso suor”, desabafa.

No seu quinto ano de vida, Luís Eduardo Magalhães apresentava uma receita orçamentária de R$ 43,7 milhões. Quatro anos mais tarde o nú-mero já era de R$ 75,2 milhões, o que representa uma alta de 72% - mais de 14% ao ano. “O município cresce muito desordenadamente e só não arrecada mais porque a fi scalização é muito pobre”, critica Lourdes, que em agosto completa 27 anos morando na região. Ela reclama também do valor do IPTU e da supervalorização dos imóveis. “Tem terrenos no Santa Cruz que custam R$ 300 mil”.

Entre 2007 e 2009 Luís Eduardo Magalhães passou da 15ª para a 4ª colocação entre os municípios do estado conforme avaliação do desenvol-vimento municipal (IFDM) da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) divulgado ano passado. O índice mede a evolução do desenvolvi-mento nas áreas de emprego/renda, educação e saúde de todos os 5.564 municípios brasileiros. Na escala de 0 a 1 do índice, Luís Eduardo obteve, em 2009, IFDM de 0,7095, com 0,8034 em Emprego/Renda, 0,6144 em Educação e 0,7107 em Saúde. Embora seja uma nota positiva e a taxa de analfabetismo do município seja bem abaixo da média brasileira, o valor da nota para a educação não foi boa, mesmo tendo 100% do contingente com idade ideal matriculado no ensino fundamental. Dados divulgados pela Organização da Cooperação para o Desenvolvimento Econômico revela que 50% das crianças do 5º ano de todos os estados brasileiros são semia-nalfabetas e dos 3,5 milhões de alunos ingressantes do ensino médio só 1,8 milhão se formam. A taxa de abandono na Bahia nesse último período é de 15,7% e de reprovação é de 12,4%.

InfraestruturaEm 2001, foi criado em Luís Eduardo Magalhães o Centro Industrial do Cerrado (CIC), uma área com 320 hectares. Hoje, com 38 empresas em operação (algumas estrangeiras como a americana Dow Agroscience, a francesa Louis Dreyfuss e a espanhola ESA), 14 em fase de construção e 12 com solicitação já formalizada para se instalar, o CIC ainda é muito tímido no quesito competitividade para atrair novas empresas. A inconstante qua-lidade de fornecimento de energia não agrada os investidores, apesar do Grupo Neoenergia está investindo R$ 16 milhões no setor em Luís Eduar-do e proximidades.

“A quantidade de quedas no fornecimento de energia é muito grande. No CIC temos indústrias que, em caso de interrupção da energia, demo-

2009 R$ 1,9 bilhão2005 R$ 1,0 bilhão

Entre 2005 e 2009 o Produto Interno Bruto (PIB) de LEM quase dobrou e sua participação na composição do PIB estadual e passou de 1,10% para 1,38%.

88,9%de acréscimo emcinco anos

2011 R$ 18,1 bilhão2007 R$ 6,5 bilhão

O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) teve aumentado signifi cativamente, a dependência do município sobre esse recurso passou de 13,82% para 19,47%.

277,4%de acréscimo emcinco anos

PERFIL SOCIAL E ASPECTOS ECONÔMICOS

4.029 famílias, ou 22% da população, recebem Bolsa Família.

5.499 famíliasdeclararam renda per capita mensal familiar de até R$ 140,00 (ref. mar/2012), o que dá R$ 4,66 por dia

FONTE: IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO 2010, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME E CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

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A auxiliar de enfermagem Lourdes Schwengber chegou na região em 1985, vinda do Rio Grande do Sul. Dos seus três fi lhos, dois nasceram em Luís Eduardo Magalhães. Ela reclama que o município cresceu desordenadamente e que só não arrecada mais porque a a fi scalização é precária

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ram até 24 horas pra voltar a funcionar. A perda é muito grande”, lamenta o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Luís Eduardo Magalhães, Carlinhos Pierozan.

Em fevereiro de 2011, após constantes reclamações, representan-tes da cúpula da Coelba no estado estiveram na cidade para apresen-tar um plano de ações e investimentos para a cidade e região, bem como suas justificativas para o déficit no fornecimento. À época, a falta de uma segunda linha de transmissão ligando Sobradinho, no Distrito Federal, a Bom Jesus da Lapa, distante 365 km via BR 242; e fenômenos climáticos como a grande incidência de raios, foram as alegações usadas pela empresa para justificar os frequentes apagões e a precariedade no fornecimento de energia no município e região.

De lá pra cá, pouco mudou. O empresário Rubens Sá, proprietá-rio de uma empresa de tecelagem e membro-fundador da Associa-ção Têxtil da Bahia (ASTEBA), criada há pouco mais de cinco meses na cidade já recebeu visitas de possíveis investidores vindos, inclu-sive, de outros países, mas acabaram desistindo quando tomaram conhecimento da realidade da região e da precariedade no serviço de fornecimento de energia. Apesar de preocupado, o empresário é otimista e acredita que o problema não tarda a ser resolvido.

Outro problema que precisa ser resolvido com urgência é o trânsi-to. Nos horários de pico, utilizar ou atravessar a BR-242 que corta a cidade ao meio exige paciência do motorista. A propósito, a BR-242 neste ponto está sobrecarregada, tanto para quem vem do Tocantins e Distrito Federal quanto para quem chega de Barreiras e Piauí. LEM tem ainda a questão do escoamento da produção agrícola que é feito via e caminhões pesados que, quando não estão em viagem, estão estacionados nos pátios dos postos de combustíveis localizados no entorno.

O número de caminhões, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), aumentou 47% entre 2005 e 2010, enquanto o número veículos praticamente quadriplicou: saiu de 5.480 para 19.881. Outra questão que preocupa as autoridades diz respeito ao excedente de veículos com placas de outras cidades e estados. O IPVA mais barato e a isenção no primeiro ano geram uma a perda de receita significativa para o município

O município ainda possui um grande número de ruas não asfalta-das. A preferência pelas vias já pavimentadas aumenta o tráfego nas ruas e avenidas principais, em especial as que fazem ligação com a rodovia. O caos do trânsito de LEMfoi tema de reportagem da r.A (edição nº 07, dezembro de 2011). Na oportunidade o poder pú-blico municipal alegou estar de mãos atadas, à espera da publicação oficial da municipalização do trânsito da cidade, ponto que faltava para que fossem iniciadas as obras de sinalização e instalação dos semáforos.

Nestes últimos seis meses, vários acidentes aconteceram no trân-sito da cidade, sendo o de maior gravidade e apelo o que resultou na morte da professora Marlei Terezinha Preto, em março deste ano. A comoção foi tamanha que a sociedade civil organizada e a classe es-tudantil foram às ruas cobrar medidas urgentes do poder executivo. Uma medida paliativa foi tomada, com pequenas obras de interven-ção nas entradas e saídas da rua Paraíba (no centro) e avenida Ayrton Senna (bairro Santa Cruz). Na prática, pouco se resolveu. Enquanto o Sistema de Trânsito não for instalado, as obras necessárias feitas e um amplo trabalho de conscientização realizado, a palavra mais in-dicada para classificar o trânsito em LEM continuará sendo “caos”.

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Como montar um plano de governo para uma cidade com as caracte-rísticas de Luís Eduardo Magalhães?Já estamos com nosso plano de governo quase concluído. Todos os segmentos da sociedade estão participando e nos ajudando a montar esse plano. Esse município nasceu em 2000 com 18 mil habitantes, hoje já se fala em 70 mil habitantes. Precisamos trabalhar um plano de governo que pense grande. Se pensar pequeno, vamos perder investi-mento, trabalho e dinheiro público. A verba que será conseguida vai ser jogada no ralo. Estamos ouvindo todos os segmentos da sociedade, através de questionários para que ela possa nos ajudar a construir o plano. Quem mora aqui há bastante tempo conhece as difi culdades da nossa cidade. Queremos um plano de governo que seja viável, com soluções que sejam possíveis de se realizar. Você sabe que na política todo mundo promete e muitos aparecem dizendo que vão fazer, mas sem pisar no chão. No meu projeto, que vou registrar em cartório, tudo que eu disser que vou fazer estará dentro do orçamento. As coisas grandes que serão feitas iremos buscar nas esferas estadual e federal.

Caso seja eleito, qual será sua prioridade de gestão: saúde ou educa-ção?Esses são dois tópicos que dentro do nosso governo terão muita aten-ção. Eu digo que a principal gargalo é a saúde, mas educação também é muito importante. São duas coisas que têm de andar juntos e esse é nosso objetivo. Nossa cidade vem sofrendo, em especial, com a saú-de. Na campanha passada todo mundo prometeu a construção de um hospital e até hoje não foi feito. Nosso povo precisa de saúde. Sem saúde não somos ninguém. Tenho encontrado pessoas chorando que estão três, quatro meses sem conseguir um exame. Não podemos admitir isso dentro de um município que tem a 10ª arrecadação do Estado da Bahia. Vamos equipar nossos postos de saúde, ter médicos capacitados e buscar nosso hospital tão prometido. Aqui nós temos, 12, 13 postos de saúde, mas não tem médico. Quero criar o Disk Saú-de, em que a pessoa vai poder ligar pra marcar a sua consulta, saber o resultado do seu exame. Isso vai ajudar nossa administração, pois vai evitar que as pessoas esperem em fi las, às vezes até debaixo do sol. É um projeto que estamos criando que vai desafogar um pouco uma demanda que é muito grande.

O que dizem os pré-candidatos

Juarez de Souza (PMDB)Perfi l: 54 anos, Técnico Agrícola, Produtor Rural e Criador de cavalos quarto de milha. Foi Secretário de Administração e Finanças entre 2000 e 2004. Primeira vez que concorre ao cargo de prefeito.

Você tem alguma proposta específi ca para combater as desigualdades sociais no município? Na nossa cidade temos o agronegócio e bairros como o Santa Cruz, Loteamento Conquista que precisam de atenção. Vamos fazer um tra-balho amplo de moradia. Hoje, está se falando muito em moradia, mas nada acontece. Agora, a toque de caixa, que estão querendo fazer isso. Quero fazer um trabalho de moradia popular, construir creches e dar uma infraestrutura e atenção pra esse pessoal. Na Secretaria de Ação Social, existe um povo sofrido que fi ca o dia inteiro lá e não é atendido. Nós vamos atender esse povo dignamente. Na administração anterior o povo mais carente levantava às 3h da manhã e ia pra fi la na casa do prefeito. Ficava lá até perto do meio dia pra pedir uma consulta ou um óculos. É preciso que dentro da Ação Social haja um atendimento digno para esse povo. Se você sair 8h da sua casa você precisa ser atendido nesse horário. Outra questão é que com essa seca, muita gente da re-gião de Irecê veio pra cá, muita gente carente e que precisa de apoio. Nossa intenção é atender da melhor maneira possível esse povo. Eu mesmo comecei de baixo. Eu sei o que é passar fome, sei o que é mo-rar debaixo de uma lona, o que é um barraco. Por isso vou dar atenção especial para essas pessoas com uma infraestrutura dirigida para essa população sofrida do nosso município. Precisamos trabalhar com a in-clusão com a valorização da mulher e o ser humano. Queremos usar a educação também para reduzir as diferenças sociais.

O slogan “cidade que mais cresce no Brasil” deve ser encarado como um problema ou uma solução?No momento, acho que como um problema. Porém, eu, como gestor, preciso encontrar soluções para isso. Esse povo mais carente que vem de outras localidades nos acarreta uma demanda maior, mas temos de criar uma estrutura pra atender esse povo da melhor maneira possível. No bairro Santa Cruz e no Loteamento Conquista, dentro de um lote moram 80, 100 pessoas. Primeiro vem o pai, depois fi lho que logo traz outro fi lho e isso gera um problema difícil de administrar. Por outro lado, somos vistos lá fora como a capital do agronegócio, isso atrai empresá-rios até de outros países que vem investir na região e precisam de mão-de obra. O prefeito tem de trabalhar para atrair indústrias, incrementar o comércio local e ocupar esse povo que chega a cidade.

O potencial agrícola da cidade pode ser melhor aproveitado. Como a administração municipal poderia fazer isso?Tenho certeza que pode ser melhorado. Nossos produtores estão fa-zendo a lição de casa. Nossa região é altamente tecnifi cada. Sou agri-cultor praticamente de nascença, ajudei a fundar o Sindicato Rural, que hoje tem um amplo espaço para treinamento e é um grande exemplo. O problema é que em gestões anteriores foram prometidas patrulhas mecanizadas e isso não foi cumprido. Vou trabalhar para tirar do papel essa antiga promessa. Nossas estradas vicinais estão degradadas, pra escoar a produção e o produtor tem enormes difi culdades. Existem regiões rurais nossas que nem energia elétrica tem. Precisamos esti-mular nossa agricultura familiar. Vou dar como exemplo nossa reforma agrária (N.E: Assentamento Rio de Ondas). Não adianta nada ir buscar recursos pra esse povo se não der um acompanhamento. Nós temos comunidades como Galinhos, Umburana, Muriçoca, onde precisamos de técnicos agrícolas e agrônomos pra acompanhar. Ver a vocação de cada um, quem tem aptidão para pecuária que trabalhe com pecuária, com avicultura que tenha oportunidades com avicultura. São pequenos produtores que precisam de apoio. Muitas vezes, se doa um pedaço de terra no assentamento e fi ca lá jogado, sem acompanhamento. Precisa-mos ter técnicos lá no dia a dia. Buscar recursos pra eles, mas também cobrar resultados e até premiá-los. Podemos, por exemplo, eleger todos os anos o pequeno produtor modelo.

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Como montar um plano de governo para uma cidade com as carac-terísticas de Luís Eduardo Magalhães?Não existe uma receita pronta. É preciso conhecer a cidade, seus problemas, e saber buscar as melhores soluções. Não vejo a pre-feitura como uma plataforma política. Estou a serviço das pessoas e uso minha experiência como empresário, como administrador, para fazer uma gestão moderna. Esse é meu jeito de governar. Não faço política para um grupo, como parte de um projeto pessoal ou para benefi ciar minha família, faço pensando no que é melhor para a cidade. De forma que nosso plano de governo primeiro teve que consertar algumas falhas que existiam na administração da cidade e, em seguida, preparar a cidade para o futuro. Em três anos e meio, conseguimos organizar as contas da cidade, o que não foi fácil, me-lhoramos a saúde, a educação, o asfalto. Hoje, Luís Eduardo tem muitas coisas que antes não tinha. Fizemos muito e até o fi nal do ano vamos fazer ainda mais. Caso seja eleito, qual será sua prioridade de gestão: saúde ou edu-cação?Saúde é sempre uma prioridade, ainda mais em uma cidade de médio porte, longe das capitais. Digo isso porque é difícil encontrar médicos dispostos a viver aqui. Temos bons salários, nossa estru-tura está melhorando, temos o Centro Cirúrgico do Gileno de Sá e agora também temos a UPA 24h. Ou seja, a grande difi culdade são os médicos, porque saúde é atendimento. Estamos ampliando a quantidade de postos, o PSF. Também vale lembrar que Luís Eduar-do é uma cidade em crescimento, tem cada vez mais pessoas vindo morar aqui, e a prefeitura precisa acompanhar este crescimento. E educação não pode fi car em segundo plano. Já melhorou muito. Hoje, temos escola em tempo integral, o que não tínhamos. Temos mais escolas, o número de alunos matriculados aumentou, os sa-lários dos professores estão entre os melhores da região. E como empresário, também posso dizer com segurança que, com a econo-mia crescendo, é preciso investir em educação pensando no futuro, inclusive, porque precisamos ter uma mão de obra qualifi cada para trabalhar nos novos empreendimentos que estão chegando. Nes-se sentido, é muito importante a chegada da Universidade Federal

Humberto Santa Cruz (PP)Perfi l: 61 anos. Engenheiro. Foi presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) por 18 anos. É o atual prefeito. Concorre a reeleição.

A r.A elaborou cinco perguntas para os pré-candidatos com o objetivo de apresentar ao leitor um pouco do que eles pensam sobre gerir o município nos próximos quatro anos. As entrevistas foram presenciais.

do Oeste, que estamos trazendo pra cá. No fi nal das contas, tudo é importante quando a prioridade é melhorar a qualidade de vida da população. Você tem alguma proposta específi ca para combater as desigualda-des sociais no município?Acredito que estamos no caminho certo que é o desenvolvimento da cidade como um todo e para todos. Luís Eduardo vive um momento muito bom, principalmente porque a atual prefeitura preparou a ci-dade para isso. Com a economia forte, temos mais empregos. Com educação, temos pessoas preparadas para ocupar estes empregos. Com as pessoas trabalhando, a economia cria um círculo virtuoso bom para todos. O dinheiro circula, e com uma prefeitura atuante, cuidando do saneamento, da saúde, as desigualdades naturalmente vão reduzindo. O slogan “cidade que mais cresce no Brasil” deve ser encarado como um problema ou uma solução?Primeiro, como uma conquista. Esse slogan não aparece do nada.Fizemos por merecer. Primeiro tivemos que recuperar a imagem da cidade, que foi notícia nacional por conta de corrupção e falhas da administração passada. Mas, isso fi cou pra trás. Hoje a imagem de Luís Eduardo é diferente porque criamos condições pra isso. Investi-mos na agroindústria, estamos fazendo o aeroporto, estamos sem-pre buscando novos investidores. Então é uma conquista, mas tam-bém deve ser visto como uma oportunidade para crescer ainda mais. Como atual prefeito e ex-presidente da AIBA (Associação de Agri-cultores e Irrigantes da Bahia), conheço os dois lados do desenvolvi-mento. Do ponto de vista do empresariado, esse slogan é um atrativo, porque todos passam a olhar pra cá em busca de negócios, nossa ci-dade passa a ser vista como um bom lugar para investir. Como gestor, como prefeito, tenho que preparar a cidade e a população da cidade para aproveitar essas oportunidades, dando condições para que as pessoas vivam bem em Luís Eduardo Magalhães.

O potencial agrícola da cidade pode ser melhor aproveitado. Como a administração municipal poderia fazer isso?Estamos no caminho certo, aliando o potencial agrícola com o poten-cial industrial. A agroindústria é um segmento importante e em cons-tante crescimento. Nossa região virou um novo centro desse tipo de negócio, e precisamos oferecer boas condições para que mais em-presas venham pra cá. Mais uma vez, minha experiência empresarial tem me ajudado bastante nessa busca. E aqui vou aproveitar pra falar de uma ideia que tenho, porque acho que LEM não pode ser apenas um centro agroindustrial, queremos ser uma cidade referência na região, com melhores serviços e mais alternativas de lazer. Então, depois da bem-sucedida experiência do aeroporto, em que fi zemos parceria público-privada, quero trabalhar para trazer para Luís Eduar-do um shopping center. Acho que é possível e que vamos conseguir trazer mais esse benefício para a cidade, criando uma alternativa de lazer e, logicamente, gerando muitos empregos e qualidade de vida para a população.

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NOTA: A r.A tentou contato com o deputado federal Oziel Oliveira (PDT), outro pré-candidato a prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, inúmeras vezes através assessores, telefonemas, e-mails, mensa-gens via celular e até recado no Facebook do próprio deputado, mas até o fechamento desta edição ele não se pronunciou.

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O número de postos de trabalho aberto em 2010 em Luís Eduardo Magalhães foi 158% superior ao de 2004. Pelo perfil iminentemente agrícola do município pressupõe-se que boa parte dessas va-

gas foram geradas no campo. Errado! A agropecuária foi o setor que mais perdeu participação na estrutura formal de emprego no período. A indústria de transformação e a construção civil foram os que mais aumentaram sua par-ticipação.

“A cidade cresceu muito. Tivemos crescimento no nú-mero de construção e no campo, mas proporcionalmente a atividade agrícola perdeu muito. O produtor que pôde comprar uma máquina maior, com mais tecnologia, fez essa aquisição. Então, se antes você tinha cinco tratores trabalhando, hoje você tem apenas dois ou três”, expli-ca Vanir Kolln, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais.

Foram gerados mais de 13 mil postos de trabalho em 2010 no município. A expectativa de oportunidade de emprego atraiu muita gente e em 12 anos o número de habitantes subiu 333%. O problema é que muito desse pessoal veio sem formação profissional adequada. “Todo mundo que tá chegando precisa de qualificação”, diz Car-linhos Pierozan, presidente da Acelem, associação comer-cial e empresarial que mantém convênios com o Senac, Senai, Sebrae e Sindicato dos Produtores Rurais para for-mar mão de obra.

O esforço para que as vagas de emprego sejam bem ocupadas tem sensibilizado os empresários. Rubens Sá, membro-fundador da Associação Têxtil da Bahia na ci-dade explica que um grupo de 30 pequenas indústrias de confecção fez uma parceria com o Senai para capacitar 400 costureiras para suprir a deficiência do setor.

Os empresários da construção civil também reclamam. “Está difícil. Nós precisamos contratar um eletricista, por exemplo, e não encontramos. Temos serviço mas falta gente especializada. A criação de um sindicato da cons-trução civil é algo a se pensar. Estamos pensando em pro-mover cursos profissionalizantes”, declarou Ronaldo Ag-ner, um dos diretores da Pilar Construtora, há cinco anos no mercado de construção de prédios em Luís Eduardo Magalhães. Hoje, 23 empresas da cidade com atividade em engenharia civil estão cadastradas no CREA. Entre 2004 e 2010 houve um incremento de 512% na geração de emprego formal na construção civil, segundo setor que mais aumentou sua participação na estrutura do emprego formal do município.

Apesar dessas ações que buscam qualificar mão de obra e atender a demanda de oportunidades, muita gente pare-ce não se dar conta de que esse é o caminho mais rápido para colocação no mercado de trabalho. “Já tivemos casos de vários cursos do Senai que não conseguimos realizar por falta de adesão. Cursos, inclusive, que a pessoa já sai empregada como eletricista, eletricista predial, auxiliar de pedreiro”, explica indignado, Carlinhos Pierozan.

SOBRA OPORTUNIDADE,falta qualificação

mercado

Número de vagas aumenta, mercado fica mais exigente e agropecuária é o setor que mais perde participação na estrutura formal de emprego. Indústria de transformação e construção civil foram os que mais cresceram em Luís Eduardo Magalhães

2004 501 0 119 1.706 1.024 365 1.408

2010 1.821 10 610 4.576 2.803 974 2.442

Distribuição dos postos de trabalho formais por setor de atividade no município de Luís Eduardo Magalhães. O comércio gerou o maior volume de emprego.

MERCADO DE TRABALHO

Indústria de transformação

Serviço a indústria

Construção civil Comércio Serviços

Administraçãopública Agropecuária

FONTE: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, NO PANORAMA DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME

O aquecimento da construção civil começou a mudar a paisagem da cidade, agora

riscada por prédios que apontam para um modelo de moradia comum nas metrópoles

C.F

ÉLI

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texto/foto C.FÉLIX

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esporte

O título traduz o espírito da ‘brincadeira’ que a cada fi nal de semana tem ganhado mais adep-tos em Barreiras e região Oeste. Eles se reúnem, normalmente, nos fi ns de tarde no Parque de Exposições Engenheiro Geraldo Rocha, em Bar-

reiras. O som agudo dos motores das pequenas aeronaves chama atenção de quem estiver passando.

O que parece uma simples brincadeira de gente grande é na verdade um esporte apaixonante e sério. Os aeromodelos variam de tamanho, peso e velocidade. Os iniciantes no esporte utilizam o modelo trei-nador, que pesa de 2,8 kg a 3kg. As réplicas mais avançadas podem chegar até 8kg. A velocidade pode ir de 50 km/h a 300 km/h. Não é um esporte barato, um aeromodelo elétrico completo custa em torno de R$ 600, já os modelos à gasolina podem custar até R$ 6.000. Exis-tem hoje pelo menos 50 adeptos do esporte em Barreiras, outros 12 em Luís Eduardo Magalhães e três em Ibotirama, conforme dados do Clube Barreirense de Aeromodelismo (CBA)

Pilotar um aeromodelo não é fácil. Primeiro,é necessário ter no mí-nimo 15 horas de aulas teóricas que envolve noções de aerodinâmica, segurança de voo, mecânica e manutenção. Só depois vêm as aulas

texto LUCIANA ROQUE fotos PÉRICLES MONTEIRO

COM OS PÉS NO CHÃOEsporte praticado há mais de 30 anos na região tem encontro anual desde 2008 e um número cada vez maior de adeptos. Clube Barreirense de Aeromodelismo (CBA) estima que tenha cerca de 70 aeromodelistas

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práticas, como coordenação de solo, taxiamento de pista, decolagem, aterrissagem, voos e manobras. Do piloto exigi-se muita concentração, raciocínio rápido e principalmente dedicação.

“Praticar aeromodelismo estimula o cérebro, acal-ma, incentiva a constante busca de conhecimentos tecnológicos e favorece a interação e sociabilidade en-tre os praticantes”, afirma Everton Siqueira, 26 anos, presidente do CBA. Praticante do esporte desde os 11 anos, hoje é ele quem ensina os futuros pilotos e fabrica os aeromodelos. “Ainda não temos um local apropriado para a prática do esporte, mas a CBA está viabilizando essa estruturação, utilizamos uma área pública para nossas atividades com pista improvisa-da, mas que nos proporciona os melhores momentos do nosso dia”.

Naldo é piloto de aeromodelo há um ano. Entu-siasta da prática, ele relaciona o esporte a uma tera-pia. “Quando estou pilotando esqueço todos os pro-

Everton Siqueira, presidente do CBA: “Praticar aeromodelismo estimula o cérebro, acalma, incentiva a constante busca de conhecimentos tecnológicos e favorece a interação e sociabilidade entre os praticantes”

blemas. Para mim funciona como uma terapia, inclusive já faço a manutenção do meu próprio aeromodelo”, resume. Em Barreiras o esporte teve início em 1981 e até 1996 contava com apenas 12 participantes. A reviravolta aconteceu no ano seguin-te, quando Everton e alguns poucos adeptos resolveram tornar a brincadeira mais profissional.

Em 2008, conseguiram realizar o 1º Encontro de Aeromodelismo do Oeste Baia-no, evento repetido todos os anos e que a cada edição atrai mais participantes e um público encantado com as manobras das pequenas réplicas perfeitas de aviões comerciais, militares ou helicópteros.

OS AEROMODELOS

Os aeromodelistas se reúnem nos finais de semana no Parque de Exposição de Barreiras. Parece adulto brincando

de criança, mas de brinquedo não tem nada. Tem muita tecnologia e amor para com as pequenas aeronaves

Podem pesar ate 8kg,alcancar 300km/h e chegar

a 10.000m de altura‘

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ensaio: Santa Maria da Vitória

POEMA RETROSPECTIVO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA

103 anos

Nas colheitas de janeirotenho os olhos do meu filhocrescidos na sacristiada Senhora da Vitória:recolhe os frutos do tempode tal modo fecundadosque surgem vivificadosem suas pupilas paradas.

Basto-me diante do altar- é minha avó quem me guiaao Coração de Maria.E a criança que eu sinto- Abraão, Saul e Efraim –nascida dentro de mimliberta do seu exíliosão os gesto do meu filho.

de JEHOVÁ DE CARVALHO

FOTOS: REPRODUÇÃO

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Primeiro Salmo: é o ângelusmeu arcanjo Gabrielnão Gabriel de Livinodesperto do seu cansaçopelas pancadas do sino.

“Tantum ergo, Sacramentum,veneremur cernui”vou deixar meu pensamentoem penitências aqui.Ah minha mão vacilanteAh meu bordão de Issaacarque eu já não posso encontrar! Muitas preces vaporosas

vão-se estender ao areiãosob pedra paralelaonde demoram meus passosvigiados por dois olhosvindos de alguma janela.

»

FOTOS: MARCO ATHAYDE

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ensaio: Santa Maria da Vitória

103 anosAh corações de tracoma!Ah devoções de tubérculos!Ah corações cancerosas!Enfermas preces da terravagorosas abismaisque por frágeis se desfazemem meio à longa viagemàs côrtes celestiais.

Segundo Salmo: a seizorassôbre as águas do Correntetraz um remeiro de voltaa um batelão decadente.Vara no peito, búzio à boca,boca aberta, peito morto,conduz a vara e o peitoà reticência do porto- porto de Santa Mariaque amanhece antes do dia.

»

CLÁUDIO FOLETO

MARCO ATHAYDE

FOTOS: C.FÉLIX

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Dá que possamos, Senhor,ter paz, mais pão, mais amor!E, no João, três dezesseis,eis-me Evangelho outra vez.

Sento-me à mesa das horaslado a lado com meu paimestre, o mar se revolta”mas o seu corpo não cai.

Desce uma lua intranquilaaos meus pés predestinadospenetra os mundos vaziosdos meus tecidos cansadosexplode na Sambaibadá-se às espigas de milhofaz-se gibão de vaqueiroe dos olhos do meu filhoas colheitas de janeiro.

Fevereiro de 1967, entre Santa Maria e o Bar Confiança

JOR

GE

BA

RB

OS

A

Poema extraído do livro “Um passo na Noite”, do poeta santamariense Jehová de Carvalho

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texto/fotos C.FÉLIX

cult música, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

EM PELE DE ARTISTA

Cordeiro ARTES PLÁSTICAS

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O menino no quadro ao lado empinando pipa, jogando bola, xadrez, capoeira na bucólica cidade de São Desidério representa o cotidiano de uma infância que o autor realizou através de seu fi lho. A infância de Inácio Cordeiro Filho é uma tela sem lembrança, é um retrato sem rosto, uma sombra sem corpo que aparece ao lado do menino no quadro. É claro que foi criança, que riscou os primeiros traços de seu futuro nos anos de 1970, mas só. Nada signifi cativo que pudesse determinar ou revelar o talento do homem que hoje virou referência na arte da região e sonha com brincadeiras de menino. Homem que virou artista na pele de Cordeiro, que fi cava por longas horas a observar os pintores de letreiros de fachadas. Ali, aprendeu as primeiras técnicas de pintura.

Aos quatorze ou quinze anos - não sei bem ao certo -, fi z minha primeira pintura, da qual me lembro como se fosse hoje. Pintei num pedaço de duratex um toureiro, provavelmente espanhol, com toda aquela indumentária: colete, calça, sapatilha, cha-

péu e capa frente a um touro enfurecido. O segundo quadro foi uma reprodução do Pai João extraída de um calendário de bolso. Depois vieram outra pinturas, inclusive de camisetas. Ah! O meu sonho era ser um pintor de telas.

Em 1984 fui para Goiânia. Queria cursar Belas Artes, mas não que-ria fi car dependendo do meu pai. Ele tinha seus compromissos com seu estabelecimento comercial e o restante da minha família. Daí comecei a trabalhar em uma ofi cina de letreiros como aprendiz - até mesmo em horário noturno! Isso acabou me impossibilitando de fazer um cursinho de pré-vestibular. Chegava na sala cansado demais e às vezes dormia a aula toda. Percebi que não ia ser nada fácil e desisti de estudar. Resolvi me dedicar exclusivamente à pintura publicitária.

Foram sete anos em Goiânia aprendendo o ofício de pintor letrista na empresa Painéis Bragança, de Dona Iraci. Um ano depois montei uma empresa com dois camaradas bons de letreiros e reproduções de logomarcas, desenhos anatômicos, perspectivas. Devo muito a Osvaldo e Welton, fi guras nobres que me ensinaram muito.

Nos fi nais de semana, meu local de passeio era na ‘feira hippie’, na avenida Goiás, onde ia buscar conhecimento de pintura. Tive o prazer de conhecer o português Antônio Poteiro, com quem troquei alguns de-dos de prosas. Uma artista plástica que me deu maior apoio em Goiânia foi Runi Silva, na época funcionária da Caixego. »

“Cacto com estrutura de ferro sob base de

cimento e pinturas que evocam mundo infantil, tecnologia e música: diversas fases de um

artista multifacetado

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

» A saudade bateu e em 1991 vim para Barreiras, onde montei um pequeno espaço de pintura publicitária. Em 1997, abri uma empresa de comunicação visual, mas nunca deixei de fazer minhas obras de arte. Sempre aproveitei as noites, feriados e fi nais de semana pra produzir meus trabalhos, nos quais mostro um pouco de minhas preocupações com as questões sociais, o meio ambiente.

Passei por diversas fases. A primeira expressava a infância: crianças empi-nando pipas, brincando de pinhão, jogando bola. A segunda foi marcada pela pintura de patrimônios públicos, históricos e naturais. Sempre retratando a minha terra natal, com a inquietante preocupação com o futuro de nossos jovens: aí na verdade era um autorretrato. Na terceira fase mostro o lado boêmio, copos de bar, música, músicos e instrumentos com pinceladas de estilo próprio com leve surrealismo.

Atualmente, executo obras tipo baixo-relevo com massa de cimento e pin-tura em acrílico semibrilho; esculturas em concreto armado, esculturas de es-tilos construtivista, abstratas com toques surreais, em chapas metálicas e com ferro velho. E por falar em surreal, eu não poderia deixar de citar o nome de um genial artista que me inspira muito: o surrealista espanhol Salvador Dali. Gosto também do abstracionismo de Wassily Kandinsky, do impressionismo de Edgar Degas. Aliás, tive o prazer de conhecer diversas obras de Degas no Museu de Artes de São Paulo; do regionalismo do cearense Aldemir Martins. Ele é magnífi co!

Sabe, às vezes fi co pensando... nada neste mundo dará certo se não formos persistentes, empenhados e obstinados. É preciso estar sempre aberto às ino-vações. O mercado do consumo de artes ainda é uma coisa muito incipiente no Brasil. O artista é um visionário. Os grandes gênios da arte só foram reco-nhecidos após a morte. Precisamos mudar essa condição. O artista não mais é do que a expressão do seu tempo. Portanto, ele precisa de reconhecimento em vida. ”

Painel em baixo-relevo ainda em fi nalização para auditório da Uneb conta a história de vários momentos da região Oeste. Abaixo, cavalo com armação de ferro e massa de cimento e arte abstrata com canos em curva

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cultmúsica, cinema, livros, teatro, artes plásticas, cultura popular

Quem acha que aqueles bailes, dança de ros-to colado e embalos que ferviam nas disco-tecas ficaram no passado, engana-se. Ape-sar do excessivo número de bandas, duplas e grupos de pagode, axé e sertanejo e forró

universitário ditarem o ritmo da maioria das festas, algumas bandas baile resistem a esse movimento midiático de padro-nização de gosto musical. Música, quando não apenas um produto para consumo imediato e com data de validade, é para sempre, “é imortal”, declarou o cantor e compositor americano Bruce Springsteen. É nisso que aposta a banda-baile Gerações, de São Desidério, formada por jovens apai-xonados por música.

Os primeiros acordes soaram há três anos e meio, na quermesse de Santo Antônio, em São Desidério. O grupo

texto LUCIANA ROQUE fotos C.FÉLIX

Gerações, MÚSICA

UMA BANDA QUE DÁ BAILE

também se apresentava na igreja, aos domingos. Aquilo acabou rendendo convites para pequenos eventos. Mas as pretensões eram maiores. Queriam tocar na Festa da Paz, nas outras cidades da região. Finalmente, a opor-tunidade: réveillon de 2009 para 2010. O repertório de músicas em inglês e português, da Jovem Guarda ao xote de Luiz Gonzaga, agradou o público. A partir daí come-çou a chover convites e para os mais diferentes eventos. Melhor: principalmente para outras cidades. Gerações, enfim, rompia fronteiras, conquistava reconhecimento e marcava espaço em um mercado extremamente compe-titivo e modista.

A primeira formação era composta por Rodrigo no violão e voz, Jesuíno no teclado, Ocival na percussão e Zânio no

Na contramão da padronização do gosto musical, banda-baile de São Desidério se consolida no mercado e conquista admiradores

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baixo. Um ano e meio depois, entraram os irmãos Leonel, no teclado, e Leomar no baixo. Jesuíno foi para a guitarra e Zânio para a bateria. Em setembro do ano passado entraram Flávio com o sax, Ana Lúcia e Jacke-line como backing vocals.

Um dos momentos inesquecíveis da banda foi o primeiro show na Festa da Paz, ano passado. A responsabilidade de se apresentar logo após a banda Biquíni Cavadão e da dupla sertaneja Rio Negro e Solimões gerou tensão e insegurança nos componentes, principalmente quando viram milhares de pessoas indo embora. Para surpresa de todos, quan-do o teclado, acompanhadas de vozes ensaiaram as primeiras notas de uma música do Boney M, sucesso nas décadas de 70 e 80, boa parte do público voltou para frente do palco. A partir daí a festa virou um baile em pleno Coliseu. “Foi uma coisa exraordinária. Aquilo deu um gás im-pressionante à banda. Vai ficar em nossa memória por muito tempo”, relembra Rodrigo, vocalista e líder da banda.

Hoje, apesar da pouca rodagem como banda, Gerações se consolidou no cenário musical da região. O repertório, que passeia entre o clássico e o popular, característica fundamental de uma banda-baile, vem agra-dando o público e conquistando admiradores. Quem acha que a música bem elaborada e o romantismo não têm espaço nesse universo musical atual, é porque ainda não foi a um show de Gerações, que dá o maior baile em muitas bandas e duplas que existem por aí.

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MÚSICA

AGENDA

13 de julho é sinônimo de guitarras distorcidas, levadas de bai-xo pulsantes e atitude. É dia de rock, baby. Dia de Elvis, o rei, o pai. A data em que se comemora o Dia Mundial do Rock é

uma referência ao dia em que Bob Geldof organizou o festival Live Aid, um show simultâneo em Londres na Inglaterra e Filadélfi a nos Estados Unidos. O festival teve como principal objetivo combater a fome na Eti-ópia e contou com apresentações de nomes consagrados como The Who, Dire Straits, Madonna, Queen, Paul McCartney, U2 e reuniões dos gigantes Led Zeppelin, com Jason Bonham, o fi lho do mestre John Lennon nas baquetas e Black Sabbath, que se apresentou com Ozzy Osbourne nos vocais depois de sete anos de sua saída da banda. O mega evento foi transmitido ao vivo pela BBC para diversos países e abriu os olhos do mundo para a miséria no continente africano. 20 anos depois, em 2005, Bob Geldof organizou o Live 8 como uma nova edi-ção, com estrutura maior e shows em mais países com o objetivo de pressionar os líderes do G8 para perdoar a dívida externa dos países mais pobres e erradicar a miséria do mundo. No Live 8 o Grupo de Rock britânico Pink Floyd tocou junto depois de 20 anos de separação. O pri-meiro Live Aid, virou lenda e marcou para sempre na história, o dia 13 de julho como o Dia Mundial do Rock.

ao rockVivas

Se liga!ShowsA banda Information Society comemora os 30 anos de carreira naquela que deve ser sua turnê de despedida dos fãs. Com uma legião de fãs espalhados mundo afora, o grupo se apresenta em Brasília no dia 07 de julho e promete um show recheado de sucessos como “Cry baby cry”, “Slipping away” e “Running”, todos temas de novelas globais. O show acontece no Opera Hall, os ingressos variam de R$ 80 a R$ 160.

Nos dias 13 e 14 de julho, o estacionamento do estádio Mané Garrincha em Brasília vai ser palco de uma verdadeira celebração à música baiana com a realização da edição 2012 do Brasília Indoor. Estão confirmadas apresentações de Asa de Águia, Ivete Sangalo, Tomate e Banda Eva. Para os foliões de fora de época é uma oportunidade de curtir um evento com a cara do carnaval de Salvador e se esbaldar na avenida.

Lenine e Zeca Baleiro fazem show conjunto no Bahia Café Hall de Sal-vador no dia 28 de julho. Zeca apresenta o show “Calma Aí, Coração”, que é baseado no seu nono CD, O disco do ano, composto de canções inéditas. Já Lenine vai pelo mesmo caminho, e lança na Bahia a turnê “Chão”, considerada pela crítica como ousada e conceitual.

Está confi rmado para o dia 28 de julho, o show do cantor e compositor Jorge Vercilo, em Barreiras. A apresentação será no espaço de even-tos Bartira Fest. A organização é da NB3 Produções e Eventos.

A banda norte-americana de metal progressivo Dream Theater retorna ao Brasil em agosto e setembro para promover seu mais recente álbum de estúdio A Dramatic Turno of Events. A banda se apresenta em Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e em Brasília, no dia 1º de setembro. O show acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Comemorações na regiãoNo dia 07 de julho, o II Samavi Metal Fest vai agitar Santa Maria da Vitória. O festival presta homenagem ao estilo que abalou o mundo na década de 1950, a partir de Elvis Presley. No cast quatro bandas, três locais: Road Warriors, Hellraiser e Bastard e a Valhalla formada só por mulheres. O ingresso custa R$ 10 e os shows acontecem no Espaço Beira Rio.

Em Luís Eduardo Magalhães o Dia Mundial do Rock será comemora-do com um show especial em tributo à banda Foo Fighters, do ex-Nir-vana Dave Grohl. O show é da banda de Brasília Nipous. A abertura fi ca a cargo da Unidade 8, tradicional banda do cenário rock da cidade, com um disco gravado, Fobia (2004) e um EP Lágrimas de Sangue (2005), com produção de Duda Calvin da Tequila Baby. Promessa de um grande show. A festa está programada para começar as 20h na Toca do Urubu.

O Conspiracy Rock Produções realiza em Barreiras o maior evento de Metal Extremo já realizado no Estado. O evento será realizado no Parque de Exposições Engenheiro Geraldo Rocha nos dias 10 e 11 de agosto. Estará presente neste evento os grandes infl uenciadores do White Metal Brasileiro;

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LITERATURA

BAIÃO DE DOIS: Forró do BomO início da carreira pode até ter sido des-pretensioso, como se fosse uma reunião de amigos com alguma afinidade para tocar forró e alegrar as festas de amigos e da fa-culdade. Com a agenda cheia durante todo São João, a banda Baião de Dois de Barrei-ras consolida-se como uma grata revelação da boa música nordestina e começa a alçar

voos mais altos, com um novo disco e aparições inclusive em programas de televisão locais. Perfeito para fazer um tradicional e sempre bem -vindo arrasta pé.

APANHADOR SÓ: Apanhador SóDois anos após o lançamento do seu debut autointitulado a banda gaúcha formada por Alexandre Kumpinksi (voz e guitarra), Felipe Zancanaro (guitarra), Fernão Agra (baixo) e Martin Estevez (bateria) ousou ao lançar um trabalho acústico (Acústico e Sucateiro, em 2011), em formato de fita k7 e, pouco depois em vinil com o lançamento do single

Paraquedas (2012). O primeiro registro colocou a banda entre as melho-res do país segundo a Rolling Stone e deixou gravadas para posteridade algumas pérolas como “Um Rei e o Zé” e “Nescafé”, ambas com clipes veiculados na MTV, além da dançante “Maria Augusta”. Um grande disco de uma grande banda. Para download acesse www.apanhadorso.com.

ZARAK, O MONSTRINHO: Alec SilvaCom apenas 20 anos, Alex Silva Dias, mais conhecido no meio literário como Alec Dias, já escreveu mais de 30 histórias entre livros e noveletas. Em 2011, de forma independente, conseguiu uma editora que publicasse o livro Zarak, o Monstrinho, que além da história principal apresenta outros quatro textos recheados de aventura e fantasia. O livro, embora já esteja fora de catálogo está disponível para donwload gratuito no blog www.zarakmonstrinho.blogspot.com. Alec prepara para breve o lança-mento também em meio virtual da série A Guerra dos Criativos, dividida em três volumes. Na próxima edição da r.A reportagem especial com o jovem escritor de Luís Eduardo Magalhães. Não perca!

CEM DIAS ENTRE CÉU E MAR: Amyr KlinkPara quem não tem tempo para longas leituras uma boa pedida é o livro Cem Dias entre Céu e Mar, do velejador Amyr Klink. O lançamento em formato de bolso, além de prático, pode ser levado para qualquer lugar com facilidade. No livro, Amyr relata a travessia de mais de 3500 milhas (cerca de 6500

quilômetros) desde o porto de Lüderitz, no sul da África, até a praia da Espera no litoral baiano, a bordo de um minúsculo barco a remo. Nesta verdadeira odisseia moderna, Amyr Klink transporta o leitor para a su-perfície ora cinzenta, ora azulada do Atlântico Sul, tornando-o cúmplice de suas alegrias e seus temores, ao mesmo tempo em que narra, passo a passo, os preparativos, as lutas, os obstáculos e os presságios que cercaram a extraordinária viagem.

MÚSICA

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um lugar

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CerradoCerradoSUSTENTÁVEL

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a s palavras “desenvolvimento” e “sustentabilida-de” nunca estiveram tão juntas como nos últimos tempos. Estão presentes em praticamente todos os debates sobre o meio ambiente. Mês passado elas foram o centro das atenções da Rio+20, con-ferência das Nações Unidas realizada no Rio de Janeiro. Porém, mais pelo desafio da convivên-cia de ambas em um mesmo meio do que pela frequência com que têm aparecido nos debates.

No cerrado, por exemplo, desenvolvimento e expansão agropecu-ária não se entendem com sustentabilidade. Embora órgãos como a Conservação Internacional (CI) reconheçam os resultados econô-micos positivos do setor que elevou o país à condição de um dos maiores produtores de grãos do mundo, reclamam que a atividade tem gerado elevados custos ambientais. À margem dessas discus-sões, o Instituto Lina Galvani vem dando exemplos – e práticos! – de boa convivência entre desenvolvimento e sustentabilidade. Criado pelo grupo industrial Galvani, o instituto tem por meta desenvolver ações que melhorem a qualidade de vida. “Ele não foi criado para compensar o que é de responsabilidade da empresa, pois ela já tem sua política de responsabilidade social. O instituto é algo a mais. A gente pensa no fortalecimento e autonomia das pessoas, comuni-dade. Trabalha muito para romper com essa cultura assistencialista que só gera dependência e não traz desenvolvimento”, explica Ce-cília Galvani, presidente do instituto presente em quatro das oito localidades onde o grupo atua. Dentro dessa filosofia, portanto, o instituto criou em 2006 o Parque Fioravante Galvani. Inspirado no Criadouro Conservacionista da Companhia Brasileira de Metalurgia

um lugar

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Alan (à direita) aluno de uma escola pública do LEM, visitou o parque pela

1ª vez e teme pela preservação do meio ambiente no futuro

texto/fotos C.FÉLIX

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e Mineração (CBMM), em Araxá (MG), o parque é a úni-ca reserva particular do cerrado do Oeste da Bahia aberto ao público com fins de educação ambiental, procriação e diversidade genética e restauração de áreas degradadas e ar-borização urbana, através de viveiro de mudas.

“Foi ótima a visita. Mas, no futuro acho que não vai ter mais isso aqui. O homem vai destruir...”, declarou Alan Ra-mos, 15 anos, em um misto de satisfação e temor na sua primeira visita ao parque. Alan é estudante do 7º ano da Escola Municipal Onero Costa da Rosa, de Luís Eduardo Magalhães e, possivelmente, não será o homem destruidor que ele teme no futuro.

A escola Onero da Costa que faz parte do programa de educação ambiental desenvolvido pelo parque. “Muitos alu-nos não conhecem o cerrado, o bioma onde eles vivem. A gente traz eles aqui e os conscientiza sobre os cuidados que devem ter com o meio ambiente. Todos os professores da escola participam desse projeto. A gente está fazendo um trabalho com água em sala de aula. Os alunos trazem as contas de água e, de um mês para outro, já é possível notar redução de consumo”, explica a professora de língua portuguesa Debora Mota, que acompanhou a visita monitorada por uma bióloga. As visitas acontecem aos sábados e devem ser agendadas.

Através de uma parceria firmada com a prefeitura do município, o par-que tem dado suporte de educação ambiental. Mais de 100 professores já participaram do projeto. Eles recebem certificado e, por lei municipal, ainda ganham um acréscimo no salário. Além desse projeto, o parque ain-da desenvolve outros como o Alô Cerrado, programa de rádio produzido por alunos e recentemente aprovado pela Lei Rouanet, do Ministério da Cultura; a Cerradoteca e a Cerradonema, que tem por objetivo levar às escolas rurais acesso a filmes, livros e revistas com o tema meio ambiente.

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Criadouro“A gente está sempre recebendo pesquisadores do Brasil in-teiro. O parque está dentro de um roteiro que fornece dados para pesquisa científica. Nossa médica-veterinária já tem al-guns estudos para produzir literatura científica que embase a manutenção desses animais silvestres em cativeiro com fim de conservação da diversidade genética e, num segundo momen-to, devolvê-los à natureza”, explica João Santana, engenheiro florestal coordenador do parque.

São 30 animais de 10 espécies habitando o parque. A maio-ria fica em recintos e viveiros, com exceção de algumas emas e de um veado-catingueiro, que vivem soltos. No criadouro, já procriaram cinco espécies: macaco bugio, cervo-do-pantanal (apesar do nome ele vive também no cerrado, veredas, brejos), veado-catingueiro, ararajuba (espécie em extinção e única do parque não-nativa do cerrado, ela é proveniente no leste da Amazônia) e mais recentemente o lobo-guará. Esta última pro-criação foi uma das mais curiosas que aconteceram no parque.

A taxa de reprodução e sobrevivência do lobo-guará em ca-tiveiro é muito baixa. De qualquer forma, o nascimento do fi-lhote de Lola e Charlie, principalmente pelo histórico dos dois, foi muito comemorado. Lola foi vítima de um atropelamento numa rodovia que corta o cerrado do Rio de Janeiro e teve um membro posterior amputado. Charlie foi encontrado em

Dez espécies habitam o parque: bugio (macaco acima), veado catingueiro, a ema (que atualmente não está em recinto), lobo-guará (abaixo o casal Charlie e Lola), arara-azul grande, cervo do pantanal, gavião caboclo, arara-canindé, tamanduá bandeira, ararajuba

DIVULGAÇÃO

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uma fazenda no município de Luís Eduardo Magalhães. Estava em péssimo estado nutricional, vítima das queimadas. Os dois se conheceram no Fioravante Galvani e o resultado foi o nascimento bastante festejado desse fi lhote que ainda vive entocado no recin-to com os pais.

O parque tem 20 hectares e estão sob o cuidado de 14 pessoas. O custo mensal é de R$ 350 mil. “Não é fácil. Necessitamos de mais parceiros, para que essa bandeira da riqueza do cerrado não fi que só com a gente; a construção dos recintos, a manutenção desses espécies nos criadouros. Isso aqui é um benefício para a coletividade. E o investimento que uma empresa fi zer aqui será abatido 100% do imposto de renda e ela ainda recebe menção como patrocinadora”, explica Cecília Galvani em forma de apelo.

um lugar

ViveiroO viveiro já produziu mais de 150 mil mudas de espécies nativas. Essas mudas foram destinadas à recuperação de áreas degrada-das e rearborização urbana. Ano passado, o parque, em parceria com a Conservação Internacional, Monsanto e prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, lançou a campanha LEM APP 100% Legal, que objetiva a conservação e adequação ambiental das Áreas de Preservação Permanente das propriedades da região.

Como todas as ações do parque, a campanha também foca a educação ambiental com o Festival das Sementes. Nele, formam-se professores e envolvem-se os alunos na coleta de sementes e produção de mudas nas próprias escolas. Mas, esse trabalho não para por aí.

“A gente formou uma rede coletora de sementes com 47 inte-grantes de seis comunidades rurais. São trabalhadores rurais de baixa renda que passam a ter uma nova economia com a coleta de sementes. Nesse primeiro ano de projeto, eles receberam em mé-dia R$ 500 cada. E a tendência é aumentar”, explica João Santana.

Hoje, o parque é responsável por recolher e distribuir as se-mentes, mas futuramente isso deve ser uma prática dos próprios coletores. Que eles comecem a fornecer sementes para viveiros, para empresa que acabou de ser licenciada e precisa fazer refl o-restamento. “Queremos que essa rede chegue à sua autonomia, passe a funcionar no mercado com uma atividade qualquer e o instituto possa dizer: a rede está criada, o refl orestamento está acontecendo”.

Antes desse projeto, para atender a cumprimentos de licencia-mentos ambientais, as empresas encomendavam mudas nativas de Minas Gerais. Agora, não. Elas podem fazer o refl orestamento com espécies nativas da região. É só solicitar a visita dos técnicos da campanha para um diagnóstico. E esse diagnóstico é funda-mental pois, com ele, verifi ca se há realmente necessidade de fazer plantio de sementes ou não. Muitas vezes, a regeneração natural é melhor do que a intervenção. “Quando há necessidade de refl o-restamento, o proprietário entra com a mão de obra e o maqui-nário. Nós fornecemos as sementes. O Fundo Municipal do Meio Ambiente de Luís Eduardo Magalhães e a Abapa nos apoiam nes-se projeto. Queremos mais adeptos para estimular essa prática”, convoca Santana.

!As visitas são realizadas todos os sábados, monitoradas e gratuitas. Os interessados devem entrar em contato com antecedência. Informações: (77) 3628.9806

Visitação

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Família GalvaniO nome do parque, Fioravante Galvani, é uma homenagem ao imigrante italiano patriarca da família. Ele desembarcou no Brasil no fi nal do século XIX em busca de novas oportunidades. Esse espírito desbravador se assemelha aos do que chegaram e ainda chegam em Luís Eduardo Magalhães, uma das cidades que mais têm crescido no Brasil em função da fronteira agrícola constituída na região.Lina Galvani, a avó de Cecília, completa 100 anos em 2013, e era nora de Fioravante que ao pôr os pés no Brasil foi trabalhar nas lavouras de café do interior de São Paulo. A partir daí iniciou um negócio no ramo de bebidas que deu origem ao grupo Galvani, hoje, a única empresa brasileira totalmente verticalizada na produção e comercialização de fertilizantes fosfatados. Possui oito unidades distribuídas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Sergipe e Ceará. Atua na mineração, indústria, comércio e serviços.

Vivian Leite (assessora do grupo), João Santana (coordenador do parque), Cecília Galvani (presidente do Instituto Lina Galvani), Rodolfo Galvani (presidente do Grupo Galvani) e a bióloga Valquíria Nascimento

150 mil mudas de plantas da região já foram produzidas pelo viveiro, terceira frente de atuação do parque que coordena a rede coletora de sementes com 47 integrantes de seis comunidades rurais

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Tizziana [email protected]

GELO,LIMÃOEAÇÚCAR

LINDAE LOIRA!

A assessora ambiental, Carina Maehler exibiu seu

corpão em um ensaio sensual. Carina malha

no Spa Carpe Diem, seu hobby é viajar, assistir

filmes e escutar música. Carina adora uma boa

maquiagem nos olhos; seu truque de beleza. “A vida já

é uma grande inspiração, busco nas pequenas

coisas um grande motivo para ser feliz e para

obtermos o sucesso, atitude é igualmente

importante quanto capacidade”. H

ELE

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O Amor está no ar...O casal Jader Souza Borges e Alessandra Queiroz Ribas, proprietários do restaurante Quintal di Casa, noivou no final de maio. O noivado aconteceu na residência de Jader, reunindo 30 convidados. Momento marcante que confirmou o desejo de ambos se casarem, com previsão para maio ou junho de 2013.

EM MORRODE SÃO PAULOEm clique desta colunista, Rafael Closs e a namorada Morgana Bruschi, viajaram no dia 6 de junho para Morro de São Paulo, na ilha de Tinharé, na Bahia. “Feriado maravilhoso, o lugar é espetacular, companhias agradáveis e a comida muito saborosa; tudo perfeito”, disse Morgana.

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Em nova residênciaAndréa Tribulato e Fernando Laquanette casaram-se em maio em Maringá (PR). Eles se mudaram recentemente para Luís Eduardo. O casal viajou em lua-de-mel dia 8 de maio, onde farão um cruzeiro por ilha gregas, croatas e turcas e depois seguirão para Veneza e região da Costa Amalfitana, na Itália.

Me caiu os butiá do bolso! A tendência está com tudo e pode ser encon-trada nos sapatos, acessórios, roupas, e é claro na make! Existem varias possibilidades de usar o glitter. Felizmente a make com glitter não é um bicho de sete cabeças. Existem glitters em delineadores, podendo ser usados de forma mais discreta, no olho todo ou apenas usado como pontos de luz nos olhos. Dica: use um fixador antes para não deixar o glitter cair no seu rosto ao longo da noite. Se não tiver o fixador de sombras, poderá usar o gloss incolor. Passe uma quanti-dade pequena nos olhos e em seguida aplique o glitter. Agora você está pronta para arrasar!

REPRODUÇÃO

ESPECIAL DIA DOS NAMORADOSA Uau Mais realizou um ensaio especial em comemoração ao Dia dos Namorados. Os escolhidos foram os modelos Thaynara Oliveira e Douglas Rebequi. Em clima de romance, os modelos foram fotografados por Kika. com figurino Harumi e Zaghaia; produção Biroka; acessórios Tendência e Bruna Semijóias.

A arte do detalheA maquiagem é um acessório indispensável aos cuidados

pessoais. Além de valorizar os traços e corrigir imperfeições, feita corretamente proporciona bem estar e autoconfiança. A modelo destaque, enfermeira baiana Emanuelle Santana,

afirma que seu segredinho de beleza é usar de maneira correta os produtos. “Manu” posou para um ensaio fotográfico do

Studio 55, com a produção do Studio Mademoiselle Makeup.

www.tenislem.com.br

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1 késia, Joana, Déia, Dilma, Vilma e Patricia; 2 Célia, mariza e Dilma;3 Matilde, Mariza e Fátima; 4 Adriany, Hassan e Kleitlin; 5 Carlos, Ibera e Ruth; 6 Geovana, Keila e Fafá 7 Allex e Frankle; 8 Caren e Carilene;9 Luciane e Adilson; 10 Carmen e Luciane; 11 Cátia e Eduardo;12 Fátima e Luena; 13 Francisco, Silvana e Carol; 14 Laiane, Dalton Jr e Sandra; 15 Keila e Cybele.

COLABORAÇÃO: TIZZIANA OLIVEIRA, ROSA TUNES, PÉRICLES MONTEIRO E MARCO ATHAYDE

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1 : Luciano Delavald, Júlio César e Nadja Alves; 2 Carolina, Paula, Daniel, Vinicius, Marcia e Karine; 3 Keila e Clarissa; 4 Ângela, Willian André, João Alberto e Manoela 5 Keila e Leny; 6 Aderlan e Marcos Pontes; 7 Fabiana e Carol; 8 Carol e Julita; 9 Keila e Rita; 10 Carol e Rose; 11 Mirnna Nogueira; 12 Jade Pamplona 13 Joanna Rocha; 14 Karen Nogueira;

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COLABORAÇÃO: TIZZIANA OLIVEIRA, ROSA TUNES, PÉRICLES MONTEIRO E MARCO ATHAYDE

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1 Herbert, Aparecida, Lázaro e Nara; 2 Leni, Pamela, Kelly, Miria e Leilao; 3 Pamela,Diezica, Alessandra e Tamires; 4 Helena Maria; 5 Dejan e

Rodrigo; 6 Regis; 7 Julio e Roseli; 8 Patricia e Anderson; 9 Aparecida e Márcia 10 Fernanda e Andréa; 11 Karen e Leonardo; 12 Vinicius, Patrícia, Beatriz, Zezinho e Tayane; 13 Luis e Marla; 14 Regis e Taiane; 15 Rosana,

Ana Clara e Fabrício 16 Leila.

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Humor

por Júlio Cé[email protected]

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JUL-AGO/2012 79Restaurante SUBWAY® Barreiras - Rua Marechal Hermes, 158 - CentroRestaurante SUBWAY® Luís Eduardo Magalhães - Rua Pernambuco, 371- Centro

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