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2 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 3
4 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
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GUANABARA,CONFORTO NONORTE E NORDESTE
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 5
17
LEIA MAIS:Cartas ..................................... 6
Carta do Presidente ................ 7
Bagageiro ............................... 8
Trem-bala .............................. 22
Prêmio ANTP de Qualidade ... 29
Ônibus Sênior Midi ............... 32
GM Coach, o ícone ............... 34
Motores eletrônicos ............. 40
Caminhões Mercedes-Benz ... 44
Opinião ................................ 46
O mercado brasileiro
vem sendo conquistado
de forma crescente
pela carroçaria Campione
2006. Um dos estados
onde o novo rodoviário
mais encontra aceitação
é Minas Gerais.
38
A Scania lança novos
chassis e passa a ter a mais
completa linha de
rodoviários da sua história:
um verdadeiro
Time dos Sonhos.
18
A Viação Águia Branca
reúne em ônibus de único
piso dois serviços de qualidade:
leito e executivo.
26 Aperfeiçoando seus produtos e
sempre lançando novidades, a Induscar
comemora cinco anos como fabricante
dos ônibus Caio.
6 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
A Revista ABRATI é uma publicação da
Associação Brasileira das Empresas
de Transporte Terrestre
de Passageiros
Editor Responsável
Ciro Marcos Rosa
Produção, edição e editoração
eletrônica
Plá Comunicação – Brasília
Editor Executivo
Nélio Lima
Impressão
Gráfica e Editora Athalaia – Brasília
Foto da capa
Divulgação
Esta revista pode ser acessada via
internet: http://www.abrati.org.br
Associação Brasileira das
Empresas de Transporte Terrestre
de Passageiros
artasC
Presidente
Sérgio Augusto de Almeida Braga
Vice-Presidente
Renan Chieppe
Diretor Administrativo-Financeiro
Cláudio Nelson C. Rodrigues de Abreu
Diretores
Abrão Abdo Izacc, Carlos Alberto de
O. Medeiros, Francisco Tude de Melo
Neto, José Augusto Pinheiro, José
Eduardo de Carvalho Chaves, José
Paulo Garcia Pedriali, Letícia Sampaio
Pineschi, Paulo Alencar Porto Lima,
Ronaldo César Fassarella, Sandoval
Caramori,Telmo Joaquim Nunes e
Washington Peixoto Coura.
Superintendente
José Luiz Santolin
Secretário-Geral
Carlos Augusto Faria Féres
Assessoria da Presidência
Ciro Marcos Rosa
SAS Quadra 6 - Bloco J - Lote 3
Edifício Camilo Cola, 5o andar
CEP 70070-916
Brasília - Distrito Federal
Telefone: (061) 3322-2004
Fax: (061) 3322-2058/3322-2022
E-mail: [email protected]
Internet: http://www.abrati.org.br
AplausosAplausosAplausosAplausosAplausos Sinceros aplausos para o artigo do
sr. Ronaldo Fassarella, da Viação
Itapemirim, destacando o papel social
do setor de transporte rodoviário de
passageiros. Ele tem toda razão quando
reclama a contrapartida e o reconhe-
cimento do governo para o esforço per-
manente das empresas em prol do
setor.
Daniel Uchôa de Carvalho
CAMPOS - RJ
Ônibus antigosÔnibus antigosÔnibus antigosÔnibus antigosÔnibus antigosGostaria de sugerir que toda Revista
ABRATI trouxesse uma reportagem
sobre ônibus antigos. Parabéns pelas
excelentes matérias sobre transporte de
passageiros.
Jorge Antônio Filho
Rua Dom Carloto Távora, 111
Bairro Planalto
BELO HORIZONTE – MG
CorrespondênciaCorrespondênciaCorrespondênciaCorrespondênciaCorrespondênciaPeço que publiquem meu endereço
para correspondência com admiradores
de ônibus.
Amarildo Kamers
Rua João Ezídio de Souza, 157
Serraria
88115–660 – SÃO JOSÉ – SC
Sugestões ISugestões ISugestões ISugestões ISugestões IParabenizo pela ótima matéria sobre
a UTIL. Sugiro matérias sobre a
Transbrasiliana e a Expresso São José
do Tocantins. Peço que publiquem meu
endereço.
Henrique Afonso N. de Melo
Quadra 08, Lote 12, Casa 01
Setor Tradicional
72720–080 – BRAZLÂNDIA – DF
Sugestões IISugestões IISugestões IISugestões IISugestões II Gostaria de sugerir matérias sobre
duas empresas das quais sou admirador.
São elas o Grupo Empresarial Princesa
do Agreste e a Auto Viação Progresso.
São empresas com passado, presente
e futuro, bem estruturadas, com frotas
numerosas e qualificadas. Parabéns
pela qualidade da revista.
João Paulo Peterson de Santana
Rua Manoel Queiroz da Silva, 19
Centro – 54500–000
CABO DE SANTO AGOSTINHO – PE
Sugestões IIISugestões IIISugestões IIISugestões IIISugestões IIISugiro matérias sobre as empresas
Sampaio, Motta, Pretti, Planalto,
Paraibuna, Kaiowa, Itamarati, Guana-
bara e Pássaro Marrom.
Diogo Viana Braga
CAMPOS DOS GOITACAZES – RJ
EmpresasEmpresasEmpresasEmpresasEmpresasParabéns pelas matérias sobre a
UTIL, Cidade do Aço e Viação Sampaio,
três importantes empresas do trans-
porte nacional.
Roseny Farias da Silva
SÃO CAETANO DO SUL – SP
Mais endereçosMais endereçosMais endereçosMais endereçosMais endereçosJosé Franca Santana Neto
Rua Alagoas, 1627
Bairro José Conrado de Araújo
49085–000 – ARACAJU – SE
Willians C. da Silva
Rua Barão do Rio Branco, 16
Jardim Gabriela 2
06624–410 – JANDIRA – SP
Luiz Felipe do Nascimento
Rua Miguel Marinho, 388 – Casa 02
Santa Cruz
36088–240 – JUIZ DE FORA – MG
Rodrigo Lino do Patrocínio
Rua Jane Bomfim, 904
Bairro Santos Dumont
49087–320 – ARACAJU – SE
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 7
arta do PresidenteC
Sérgio Augusto de Almeida Braga
Presidente da ABRATI
Temos razõespara manter ootimismomoderado comque encaramos apossibilidade deavanços noprocesso deanálise dosdiversos pleitosdo setor pelopoderconcedente.
Júli
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ern
and
es
Embora os três primeiros meses de 2006 não tenham registrado nenhuma novi-
dade significativa nos aspectos legais e institucionais relacionados ao transporte
rodoviário de passageiros, temos razões para manter o otimismo moderado com
que encaramos a possibilidade de avanços no processo de análise dos diversos
pleitos do setor pelo poder concedente.
Refiro-me, de modo particular, à questão do modelo de remuneração, que registrou
algum progresso em 2005 e que, de acordo com promessa da Agência Nacional de
Transportes Terrestres, poderá ganhar nova estrutura. Se isso efetivamente ocorrer,
e se as ponderações da ABRATI forem de fato apreciadas, como parece ser a
intenção da ANTT, a sistemática de cálculo das reposições tarifárias do setor passará
a refletir com maior transparência a realidade de custos de nossa atividade.
Outra questão para a qual o poder concedente aparenta estar sensível, hoje, diz
respeito ao reconhecimento do direito das empresas de transporte rodoviário de
passageiros que prevalecia no Decreto 952/93.
As atuais diferenças de tratamento observadas na relação dos órgãos reguladores
com as concessionárias dos mais diferentes serviços, de um lado, e com as
permissionárias de ônibus, do outro, são tão aberrantes que chegam a provocar
constrangimentos na própria esfera oficial.
Os setores de comunicações, energia elétrica, transporte ferroviário,
concessionárias de rodovias e tantos outros têm contratos com duração que varia
de 25 a 35 anos, assegurado, sem contestações, o justo direito de prorrogação. Já
as permissionárias de transporte rodoviário de passageiros, como sabemos, foram
discriminatoriamente excluídas desse conceito, ferindo direitos adquiridos.
Continuamos desenvolvendo um trabalho permanente visando ao envio de uma
proposta concreta do governo nessa área. Enquanto isso, acompanhamos atentamente,
e com esperança, o julgamento da ação impetrada junto à Justiça Federal, buscando
o restabelecimento do direito à prorrogação.
Temos ainda outras pendências, que remontam a anos passados, como a estrutura
de fiscalização própria da ANTT para que ela possa executar as tarefas que são de
sua competência, assim como a cobrança dos órgãos de segurança pública nos
constantes e permanentes constrangimentos sofridos pelos usuários dos nossos
serviços na ocorrência de assaltos nos mais diversos estados brasileiros.
Estamos redobrando o trabalho e o esforço nestes primeiros meses de 2006,
baseados na convicção de que o Brasil depende fundamentalmente da nossa atividade
e a população brasileira exige do sistema de transporte rodoviário de passageiros
que não só mantenha como eleve continuamente o nível da prestação dos serviços.
Esforços redobradosno novo ano
8 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
B A G A G E I R O
Mantendo o ritmo de expansão dos anos anteriores, a Cummins
Latin America fechou 2005 com vendas de R$ 1,4 bilhão, ou
7,7% mais que em 2004. Os
principais fatores para essa
evolução foram o aumento
do volume de motores
produzidos (70.000
unidades) e o cresci-
mento da demanda por
motores eletrônicos.
Outro fator foram as
exportações de US$ 93
milhões, correspondentes
ao embarque de 13.200 mo-
tores e componentes.
FINANCIAMENTOS DO BANCOMERCEDES-BENZ AUMENTAM EM 90%
LEASINGMOTORES
CUMMINS TEM EXPANSÃO DE 7,7%
123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012
Um Paradiso 1200 adquirido pela empresa Expresso Embaixador
foi o ônibus Marcopolo número 10.000 vendido no Estado do
Rio Grande do Sul. Montado sobre chassi Mercedes-Benz 0 500,
o ônibus será utilizado para o transporte de passageiros entre
as cidades de Porto Alegre e Pelotas. A venda foi feita pela
Marcopeças, representante da Marcopolo no Estado desde 1970.
RECORDE
10 MIL ÔNIBUS MARCOPOLOVENDIDOS NO RIO GRANDE DO SUL
A Webasto Climatização, com sede em Caxias do Sul,
acaba de vender para a China 200 equipamentos de ar
condicionado para ônibus. A empresa integra o grupo
Webasto AG da Alemanha, fabricante desse equipa-
mento na Europa. No Brasil, produz equipamentos de
ar condicionado para o segmento de transporte de
passageiros. Utiliza tecnologia alemã, aliada ao inter-
câmbio técnico com os principais fabricantes de ônibus
do país, do que resultam produtos apropriados às
condições operacionais e climáticas do continente.
WEBASTO CAXIAS CHEGA À CHINAAR CONDICIONADO
O Banco Mercedes-Benz
financiou R$ 20,9 milhões
em janeiro, com crescimento
de 90% em relação ao re-
sultado do mesmo mês em
2005. A direção do banco
atribui o desempenho à
atratividade cada vez maior
da modalidade de crédito
leasing, principalmente com
a estabilidade da economia.
Também é destacada a
modalidade crédito direto.
A fábrica da Webasto Climatização, em Caxias do Sul.
No dia 22 de março, a
Pirelli inaugurou em Gra-
vataí-RS uma nova uni-
dade produtiva. Destina-
se a fabricar exclusiva-
mente pneus Gigante
Radial para ônibus e ca-
minhões, e atenderá aos
mercados brasileiro e lati-
no-americano.
PIRELLI-RS
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 9
A ABRATI não poderia deixar passar este momento sem
prestar homenagem ao ilustre amigo Paulo Soares, advogado
brilhante com enormes serviços prestados ao sistema de
transporte rodoviário de passageiros, falecido no dia 8 de
janeiro passado. Homem que sempre viveu à frente de seu
tempo, de origem humilde, soube aproveitar as
oportunidades que a vida lhe reservava. Trabalhando desde
menino em empresas de ônibus, transformou-se no grande
homem das leis afetas ao transporte de passageiros.
Ombreou-se com os também ilustres e inesquecíveis Antonio
Rúbio de Barros Gômara, Orozimbo Almeida Rego, Marcello
Rangel Pestana e tantos outros, e tornou-se referência em
matéria de transporte de passageiros. Paulo Soares sempre
olhou para o transporte com olhos de dono; queria o melhor
para o setor e não media esforços para tal fim. Brigava
com o poder público e com o Judiciário na defesa de suas
convicções e nunca se deixou abater por uma derrota. Ao
contrário, aprendia com ela e dava a volta por cima.
Costumava-se dizer que em suas veias corria um bi-
combustível – sangue e óleo diesel –, e que, nos pés, tinha
pneus ao invés de sapatos. Para o setor, fica a saudade e
um sentimento de ausência muito grande. Sua falta é sentida
sempre que alguém lembra um dos tantos episódios que
protagonizou. Paulo Soares havia completado 65 anos em
novembro e era casado com a desembargadora federal Maria
do Carmo Cardoso. Deixou três filhos.
HOMENAGEM
TRANSPORTE PERDE PAULO SOARES
Paulo Soares: o saber jurídico colocado a serviço do sistema de
transporte rodoviário de passageiros do País.
123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901
Entre as inovações
tecnológicas apresentadas
no Salão do Automóvel
de Genebra está a
tecnologia BlueMotion,
da Volkswagen, que reduz o
consumo de combustível e
as emissões dos motores.
Ela foi demonstrada no
modelo Polo BlueMotion, a
ser lançado em junho. A
emissão de gás carbônico
(CO2) é 16g/km menor
em comparação com
o mesmo motor sem a
tecnologia.
“Investir na cultura e na artebrasileira é uma das formas de retribuirà sociedade parte do que a Guanabara
conquistou.”PAULO PORTO LIMA
Diretor executivo da Expresso Guanabara
Em 2007, a Scania vai promover
nova competição nacional para
escolha do melhor motorista do
Brasil. Desta vez, voltada exclu-
sivamente aos profissionais que
dirigem ônibus. O anúncio foi fei-
to por Emanuel Queiroz, diretor
de Marketing da montadora, que
coordenou a promoção realizada em 2005 para escolha do
melhor motorista de caminhão.
COMPETIÇÃO
MELHOR MOTORISTADE ÔNIBUS EM 2007
10 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
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UUUUUma noma noma noma noma novvvvva identidade visual pra identidade visual pra identidade visual pra identidade visual pra identidade visual promoomoomoomoomovvvvve a atualização ge a atualização ge a atualização ge a atualização ge a atualização grrrrráfáfáfáfáfica e rica e rica e rica e rica e refefefefeforororororça a imagça a imagça a imagça a imagça a imagem deem deem deem deem de
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10 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
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dois segredos da GuanabaraModernidade e qualidade,Modernidade e qualidade,Modernidade e qualidade,Modernidade e qualidade,Modernidade e qualidade,dois segredos da Guanabara
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 11
AExpresso Guanabara adotou
novo projeto de identidade
visual, inspirado nas mais recentes
tendências estéticas internacionais
em design de carroçarias de ônibus.
É de autoria do escritório Carlos Fer-
ro de Design, um dos mais antigos
e tradicionais do País. Foi desen-
volvido em linguagem minimalista,
com desenhos mais leves e sem a
utilização excessiva de cores e
formas.
O processo criativo incluiu pes-
quisa sobre o significado original da
palavra Guanabara. No idioma tupi,
guanabara quer dizer
“seio do mar”.
11
Do significado da palavra “seio”
(sinu, em latim) evoluiu-se para os
termos sinuosidade, volta, curvatu-
ra, chegando-se à definição primor-
dial do termo Guanabara, que seria
curva do mar – nome em perfeita
conformidade com a região atendida
pela Expresso Guanabara: o Norte
e o Nordeste do país. A proposta
gráfica foi baseada nos conceitos
obtidos: curvas, formas orgânicas,
orla, mar, praia.
Por se tratar de empresa consa-
grada e consolidada no mercado,
optou-se pela renovação sem
mudanças ou cortes aleatórios,
buscando-se reforçar o que já
existia sem romper as raízes ou ferir
tradições.
A evolução no código cromático
original da Expresso
Guanabara
(branco, azul e vermelho) foi usada
para promover unidade entre as
principais empresas do Grupo e
para reforçar o conceito de cor-
poração. A partir dos conceitos
litorâneos (orla, mar, praia), o azul
foi eleito como a cor fundamental.
As três cores tradicionais ganharam
tonalidades mais modernas e
arrojadas e foram acrescidas do
amarelo-limão e do verde-petróleo,
cores de apoio que geram os
contrastes e equilíbrios estéticos
necessários.
Os mesmos conceitos foram
utilizados na concepção dos novos
símbolos gráficos, com destaque
para a inicial G, elemento principal
do novo logotipo, por sua forte
sonoridade e suas propriedades
gráficas coincidentes. A letra
aparece escrita em formato semi-
circular, em linha contínua. À
simbologia da letra G foram agre-
gadas formas circulares seqüen-
ciais, reforçando sua importância
por meio de idéias sugestivas como
“Guanabara e ponto final”, ou ainda
“Guanabara e ...”, o que possibilita
ao público reflexões variadas acerca
do nome e do novo visual da
empresa. A nova identidade visual
é completada com a utilização de
recursos de pintura e adesivação.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
12 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
Jovem e moderna, a empresa está
sempre preparada para enfrentar novos
desafios. Para levar à prática o seu
lema “Guanabara, conforto indo e
voltando”, ela cuida com muita
dedicação da qualidade dos veículos e
do atendimento. Essa política, entre
outros fatores, possibilitou à companhia
saltar de 74.000 passageiros/mês em
1992 para os atuais 300.000 pas-
sageiros/mês.
A média de idade dos veículos é de
apenas dois anos. A frota é renovada
anualmente em 25%. Agora mesmo, a
Expresso Guanabara acaba de incor-
porar 22 ônibus Marcopolo, 11 Busscar
Treinamento e manutenção geram maior eficiência
mpresaE
e 10 Irizar, todos com chassis Merce-
des-Benz equipados com motores
eletrônicos. Representam o que há de
mais moderno em tecnologia.
A companhia também investe forte
na capacitação de seus 1.589 funcio-
nários. O quadro de motoristas, com
profissionais bem preparados e experien-
tes, recebe treinamento específico e
sessões de desenvolvimento pessoal.
Mecânicos, lanterneiros, pintores,
capoteiros, borracheiros e auxiliares de
limpeza compõem o quadro de 180
funcionários do Departamento de Manu-
tenção. Todo o corpo técnico passa por
cursos de treinamento e reciclagem no
Centro de Treinamento da Mercedes-
Benz, em São Bernardo do Campo (SP)
e em cursos decorrentes de parcerias
com órgãos como o SENAI e o SEST-
SENAT. Além disso, a cada seis meses,
o Departamento de Manutenção
submete todos os motoristas a
treinamento sobre manutenção pre-
ventiva, direção defensiva e condução
econômica. O resultado é a significativa
redução nos acidentes e nos custos
com peças e combustível.
A manutenção de toda a frota é
realizada com o auxílio do software
Fortes Frota, especialmente desenvol-
vido para grandes frotistas, para os
A política de manter a idade média de dois anos para toda a frota resulta em crescimento contínuo do volume de passageiros transportados.
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REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 13
quais o grau diferencial é o controle de
reposição de peças com base na quilo-
metragem rodada.
A grande maioria das peças tem sua
vida útil pré-determinada, e aferida sem-
pre que o veículo passa pelas revisões
preventivas. Elas são quatro: a primeira
aos 18.000 km e as subseqüentes aos
56.000, 76.000 e 112.000 km.
Também são realizadas revisões
corretivas de carroçaria, pintura e do
ar condicionado.
É igualmente da responsabilidade
do Departamento de Manutenção o
controle do consumo de combustíveis,
lubrificantes, pneus e materiais aplica-
dos, com o estabelecimento sistemá-
tico de metas de economia.
Por cumprir à risca sua política per-
manente de promover rigorosas revisões
preventivas e fazer a renovação siste-
mática da frota, a Expresso Guanabara
rapidamente tornou-se destaque nas
rodovias regionais. Um de seus pio-
neirismos é a utilização do ar condi-
cionado em todos os ônibus. Outro é a
instalação de DVD’s nos ônibus leito e
executivo, um conforto a mais sem que
o passageiro tenha de pagar qualquer
diferença por isso.
Da esquerda para a direita: Ricardo Viana (gerente de manutenção), Carlos
Magalhães (diretor operacional), Paulo Porto Lima (diretor executivo) e Rodrigo
Mont’alverne (gerente de marketing).
Dispondo de mecânicos treinados pelos próprios fabricantes de veículos e equipamentos, a
área de Manutenção da frota trabalha com o apoio de programas de computador que
realizam o controle permanente da vida útil de cada peça ou componente.
DiretoriaDiretoriaDiretoriaDiretoriaDiretoriaPaulo Porto Lima – Diretor Executivo
Carlos Magalhães – Diretor Operacional
GerênciasRodrigo Mont’alverne – Marketing
Ricardo Viana – Manutenção
Zairton Oliveira - Tráfego
Laércio Rolim – Patrimônio
Raul Girão – Planejamento
Bernardino Ferreira – Comercial
Adalberto Romero – Administração
Alex Monteiro – Financeiro
Régis Cavalcante – Tecnologia
Moderna garagem da Expresso Guanabara em Fortaleza.
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mpresaE
A Guanabara utiliza sistemas de
última geração que abrangem todas as
suas áreas operacionais. Foi a primeira
empresa com sede no Nordeste a lançar
a venda de passagens pela internet; o
usuário compra com conforto e segu-
rança bilhetes para qualquer destino
atendido pela empresa, dispondo da
escolha da poltrona e de uma compra
programada. O “Cliente Afetividade”
pode consultar o seu extrato de
passagens e de viagens realizadas,
solicitar o cartão ou sua cortesia. Outros
serviços, como venda de veículos
usados, localização de agências, mapa
de destinos, balanço da empresa e
cadastro de currículos, também estão
à disposição do interessado no site
www.expressoguanabara.com.br
Desde fevereiro, os usuários contam
com uma inovação: a venda de passa-
gens nos pontos próprios com o uso de
palm top. Trata-se de um computador
de mão, também conhecido como PDA
ou pocket PC. Portátil, o equipamento
Tecnologia melhora a gestão eaumenta o conforto do usuário
pode servir como dispositivo de
acesso; alguns modelos possuem
grande capacidade de memória e de
processamento. A tecnologia avança-
da oferece segurança, rapidez,
comodidade e, principalmente, está
sempre à mão. Deste modo, facilita
as vendas e evita a formação de filas,
respondendo portanto ao maior foco
da empresa, que é estreitar cada vez
mais o relacionamento com os clien-
tes, oferecendo qualidade e conforto.
Entre os projetos que a Expresso
Guanabara pretende implantar proxi-
mamente está um quiosque dotado de
tecnologia Wireless (internet sem fio),
dentro dos pontos fixos de atuação da
empresa nas rodoviárias. A princípio,
sua utilização se restringirá à consulta
de passagens, localidades e Cartão
Afetividade Guanabara.
A utilização de tecnologias cada
vez mais avançadas também se aplica
nas áreas de gestão. Por exemplo, o
Sistema Tráfego-Rodoviário e o
Computadores de mão (palm top)
agilizam a escolha dos lugares e a
compra dos bilhetes de passagem.
A Expresso Guanabara pertence ao Grupo Jacob Barata e
surgiu em 1º de agosto de 1992. Está presente em 12 estados
e no Distrito Federal, e serve a 12 capitais e mais 2.000
localidades. Sua frota roda mais de 60 milhões de quilômetros
por ano. São 340 veículos de última geração, sintonizados
com as tecnologias de ponta em mecânica, design e conforto.
O esforço constante pela excelência técnica e o elevado grau
de comprometimento com a satisfação de seus funcionários
e com a qualidade dos serviços oferecidos aos usuários fazem
da Expresso Guanabara líder em sua região. A principal
estratégia de crescimento está voltada ao aumento da escala
e, conseqüentemente, da produtividade. Uma preocupação
mais recente é como adaptar o perfil das linhas da empresa à
nova realidade de concorrência com o modal aéreo.
Controle de Frota são softwares que
facilitam a gestão e o desenvolvimento
da empresa. O primeiro é pioneiro no
país e tem por função a locação de
serviços, motoristas e veículos, sempre
conforme os padrões requeridos por lei.
O Controle de Frota, como o próprio
nome sugere, atua no controle da vida
útil de todos os ônibus, desde a primeira
entrada na manutenção até o momento
da venda.
A maior facilidade na comunicação
entre as filiais é obtida por meio da
tecnologia VoIP, que permite chamadas
telefônicas através de redes TCP/IP e,
conseqüentemente, pela internet. A
tecnologia VoIP também é aplicada em
PABX, os conhecidos sistemas de
ramais telefônicos, eliminando gastos
com centrais telefônicas.
A Guanabara em números Frota
Idade média da frota (anos)
Passageiros transportados (ano)
Passageiros/km no intermunicipal
Passageiros/km no interestadual
Número de serviços
Quilometragem (ano)
Consumo anual de combustível (litro)
Número de funcionários
Pontos de apoio e garagens
Rede de venda de passagens
Rede de venda com pessoal próprio
340
2
3.907.355
398.602.269
1.127.942.162
163
61.392.403
20.907.261
1.331
36
554
58
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 15
Lançado em outubro de 2002, o Cartão Afetividade é um serviço
pioneiro no Brasil em fidelização do cliente no segmento de trans-
porte rodoviário de passageiros. Os números comprovam o seu
sucesso absoluto: são mais de 100 mil usuários, 210 esta-
belecimentos comerciais conveniados, mais de 150 mil transações
efetuadas e mais de 100 mil bilhetes
de cortesia entregues.
Os benefícios do Cartão Afetivi-
dade Guanabara são muitos. Por meio
de parcerias firmadas pela empresa,
quem possui o Cartão Afetividade
tem direito a descontos e condições
de pagamento especiais em vários
segmentos do comércio de For-
taleza, Sobral, Crato, Juazeiro do
Norte e Iguatu, Tianguá, Viçosa
do Ceará e Ubajara, no Ceará; Paranaíba e Teresina,
Há algum tempo, mais de 50
proprietários de restaurantes e lan-
chonetes utilizados pela Guanabara
como paradas para café, almoço ou
jantar, em 12 estados, estiveram
reunidos em Fortaleza para participar
do lançamento do programa Boa Mesa
na Estrada. Durante três dias, eles
acompanharam a programação de
palestras voltadas à melhoria da
qualidade de seus estabelecimentos.
Foi uma iniciativa da Expresso Guana-
bara, com o apoio do Sebrae e da indús-
tria Sucos Jandaia, para ajudar na
melhoria da alimentação servida nos
restaurantes que atendem a seus
usuários nas estradas.
O programa visa reciclar donos de
restaurantes em relação a limpeza,
higiene, apresentação e administração
dos estabelecimentos, além de manter
um padrão mínimo de excelência da
qualidade da alimentação servida. Os
empresários também fizeram uma
visita técnica ao restaurante “Lá na
Roça” e conheceram todas as
instalações e o processo de fabricação
da Sucos Jandaia.
Programa Boa Mesa: bom apetite nas paradas
Cartão Afetividade é sucesso de fidelizaçãono Piauí; João Pessoa, Patos, Cajazeiras Souza e Campina
Grande, na Paraíba. Farmácias, restaurantes, casas de
show, hotéis, locadoras, academias e supermercados fazem
parte da parceria.
Além dessas vantagens, com o uso do Cartão Afetividade
Guanabara o cliente participa da promoção Viaje Bem Viaje
Mais, que proporciona um trecho de cortesia
para qualquer destino atendido pela
empresa, a cada dez trechos
viajados.
Para adquirir o Cartão Afetividade
Guanabara basta apresentar o bilhete
de algum trecho viajado e fazer a
inscrição em qualquer das lojas da
Guanabara nos terminais rodoviários.
O cartão é entregue pelo correio no
endereço especificado.
As palestras abordaram temas
como: A Expresso Guanabara como
referência de qualidade e serviço;
Conquistando o cliente com uma ali-
mentação saudável; Higiene e boa
apresentação das refeições; Atenden-
do e encantando os clientes; e outros.
De agora em diante, a Guanabara
irá conceder o Prêmio Boa Mesa na
Estrada aos restaurantes que se
destacarem no serviço, atendimento,
qualidade das refeições e higiene das
instalações. O prêmio será dividido
em três categorias (I Garfo, II Garfos
e III Garfos) e será entregue aos esta-
belecimentos que atenderem a todos
os itens definidos no programa.
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16 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
é o percentualde empregadosportadores dedeficiência
Para o Diretor-Executivo da Expres-
so Guanabara, Paulo Porto Lima, o
crescimento social e econômico de uma
empresa deve estar respaldado no
incentivo às atividades culturais, à
qualificação artística e ao esporte. Por
isso, a Guanabara investiu mais de R$
300 mil para promover, no Ceará, a
circulação da produção cultural, a
formação de público, a qualificação
artística e os projetos que têm a arte
como o vetor de resgate da cidadania.
O grupo Expresso Guanabara promove ações voltadas à preservação e defesa do
meio ambiente, entre elas a coleta seletiva de lixo. Sob a coordenação do engenheiro
de segurança da empresa, o projeto busca estimular os colaboradores a uma
participação efetiva no processo de educação ambiental, destinando o lixo de forma
adequada e arrecadando fundos para investimento em benefício do próprio colaborador.
Além, é claro, de realizar um procedimento ecologicamente correto.
A empresa também participa, desde 2000, do Projeto Economizar. Trata-se de
uma articulação entre os setores público e privado com os objetivos de economizar
combustível, reduzir o consumo de óleo diesel e diminuir a dependência externa de
petróleo, combater a emissão de fumaça negra e favorecer o uso de produtos de boa
qualidade. Os resultados alcançados com o desenvolvimento do projeto valeram à
Expresso Guanabara, em 2001, 2004 e 2005, o Prêmio Nacional de Conservação e
Uso Racional de Combustível, instituído pela Petrobrás, Conpect, CNT e Idaq sob o
tema: “Uso racional e economia de combustível”. A Guanabara ficou em primeiro
lugar na categoria transporte de passageiros. Foram avaliados os ganhos com redução
do consumo de óleo diesel, originalidade, aplicabilidade e grau de dificuldade das
medidas. Foram mensurados também o comprometimento dos funcionários e a
gestão permanente da empresa com o uso racional do combustível. A Guanabara
apresentou uma economia de quase 1,8 milhão de litros.
Ações efetivas pelo meio ambiente
Responsabilidadesocial e cidadania
A pauta de ações da Expresso Guanabara também inclui os seguintes
projetos ambientais: Estação de Tratamento de Esgoto – ETE; Tratamento de Água;
Controle de Recebimento e Segurança do Combustível; Sala de Aspiração de Filtro
de Ar (preventivo); Limpeza de Tanques de Combustíveis dos Veículos (preventivo);
Óleo Queimado (preventivo); Reciclagem de Pneus Inservíveis em Fornos de Cimento
(específico); Sala de Estudos/Biblioteca (específico); e Guanabara Cidadania
Ambiental/ASIS – Ação Solidária de Integração Social – Reciclando com as Famílias.
O respeito aos limites legais de emissão de poluentes, com a utilização e manutenção de
veículos tecnologicamente atualizados, faz parte da política ambiental da Guanabara.
Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)Fortaleza (CE)São Luís (MA)Belém (PA)Belém (PA)Belém (PA)Belém (PA)Belém (PA)Imperatriz (MA)Imperatriz (MA)Teresina (PI)Teresina (PI)Teresina (PI)Teresina (PI)Sobral (CE)Sobral (CE)
Recife (PE)Campina Grande (PB)Parnaíba (PI)Teresina (PI)São Luís (MA)Brasília (DF)Goiânia (GO)Imperatriz (MA)Belém (PA)Aracaju (SE)Parnaíba (PI)João Pessoa (PB)Teresina (PI)Natal (RN)Macéio (AL)Recife (PE)João Pessoa (PB)Recife (PE)João Pessoa (PB)São Luís (MA)Imperatriz (MA)Juazeiro do Norte (CE)Brasília (DF)Goiânia (GO)
Principais linhas interestaduais
9,62 %
1,34 %
mpresaE
é o investimentoem programassociais nacomunidade
Div
ulg
ação
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 17
Graças à configuração adequada,
com a utilização de ônibus novos,
a Viação Águia Branca está operando
dois diferentes serviços em um mesmo
ônibus de piso único, a preços diferen-
ciados. Trata-se do Doublé Service,
recentemente ampliado para as linhas
Vitória-Rio de Janeiro e Vitória-São
Paulo, e que já existia nas linhas Porto
Seguro-Salvador e Itapetinga-Salvador.
No salão de passageiros de cada
veículo foram definidos espaços próprios
para os serviços leito e classe execu-
tiva, com a instalação de poltronas to-
talmente reclináveis, no primeiro caso,
O dois em umda Águia Branca
Classe leito e classe executiva à disposição dos passageiros em um mesmo ônibus de piso único.
É a forma adotada pela empresa para atender a diferentes preferências em algumas de suas linhas.
erviçosS
e poltronas semileito para o serviço
executivo. Os serviços de bordo ofere-
cidos são iguais para os dois tipos de
passageiros.
A necessidade de enfrentar a concor-
rência nem sempre leal dos aviões e o
fato de em algumas linhas existir
demanda por serviço leito, porém em
volume insuficiente para lotar um carro
em cada viagem, deu origem à inicia-
tiva. “Obtivemos muito sucesso com
essa nova forma de operação, adotada
inicialmente na Bahia”, informa Renan
Chieppe, Diretor Superintendente da
Águia Branca. Ele explica: “Embora o
serviço leito tenha baixa demanda, há
passageiros que não abrem mão dele.
Daí a idéia de conciliar os dois ser-
viços.”
A configuração mista é bastante
prática, evitando diferenciação acen-
tuada entre os dois serviços. A rotina
de manutenção da empresa não precisa
sofrer alterações. “Com essa mo-
delagem, podemos competir com o
avião em algumas rotas. O dólar desva-
lorizado vem estimulando o transporte
aéreo, mas, com o Double Service, es-
tamos oferecendo uma alternativa
interessante”, afirma Rena Chieppe.
Div
ulg
ação
18 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
Repetindo uma jogada bem-sucedida, a Scania volta a percorrer o País. Desta vez, para levar aos
clientes e ao setor de transporte rodoviário de passageiros a mais completa linha de chassis para
ônibus da história da montadora no Brasil. A caravana vai rodar até as vésperas da Copa do Mundo.
Como resultado de uma parceria com
as encarroçadoras Marcopolo,
Busscar, Comil, Irizar e Caio, além da
Denso (ar condicionado) e da Alcoa
(rodas de alumínio), a Scania colocou
novamente na estrada sua linha de
chassis para ônibus. Que, aliás,
recebeu o reforço de três novos
modelos, designados K 270, K 340 e
K 380. Os novos lançamentos vêm
juntar-se aos modelos K 310 e K 420,
e deixam a montadora em condições
de oferecer a cada nicho de mercado o
veículo mais adequado e de melhor
custo-benefício.
Como se trata de ano de Copa do
Mundo, a Scania também entrou no
clima que começa a tomar conta do
País e apelidou a nova linha de Time
dos Sonhos. Foi criada uma progra-
mação visual específica para os ônibus
apresentados, com adesivamento
especial alusivo ao mundial de futebol,
no qual se destaca a bandeira brasileira
estilizada. A montadora foi mais longe
e assinou com a Confederação Brasileira
de Futebol (CBF) um contrato pelo qual
se encarrega de transportar a seleção
brasileira nos seus deslocamentos por
terra aqui no Brasil, enquanto durarem
os preparativos para o mundial da
Alemanha. Para isso, utilizará um ônibus
K 420 8x2 encarroçado pela Marcopolo.
Ainda para caracterizar o envol-
vimento dos ônibus da marca com o
futebol, o gerente executivo de Vendas
TTTTTime dos Sonhos da Scaniaime dos Sonhos da Scaniaime dos Sonhos da Scaniaime dos Sonhos da Scaniaime dos Sonhos da Scaniaa caminho da Copa
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REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 19
de Ônibus da Scania no Brasil, Wilson
Pereira, ganhou o status de “técnico”
do Time dos Sonhos, título que ele
assumiu com o mais completo fair play
e com o qual foi apresentado no lança-
mento do projeto, realizado em São
Paulo no início de fevereiro. Quatro even-
tos iguais foram realizados em Caxias
do Sul (RS), Belo Horizonte (MG), Rio
de Janeiro (RJ) e Salvador (BA).
Em cada um dos eventos, foram
mostrados 15 ônibus: um K 420 6x2,
quatro K 340 4x2, quatro K 380 6x2,
três K 310 4x2, dois K 279 4x2 e um
K 420 8x2, com o brasão da CBF, e
que servirá à seleção de futebol. São
oito carroçarias Marcopolo, três Comil,
duas Busscar, uma Irizar e uma Caio.
TESTES PRÁTICOS
Realizado o último evento (o de
Salvador), a caravana foi desmembrada
e os ônibus passaram a ser utilizados
em demonstrações dinâmicas para
clientes em outras capitais. Serão cinco
meses de apresentações, que vão se
prolongar até as vésperas do início da
Copa do Mundo da Alemanha.
“A partir do projeto Ponto a Ponto,
em 2003, percebemos que mais
importante do que levar os veículos para
as ruas é deixá-los à disposição dos
clientes para testes práticos”, explica
Wilson Pereira. Segundo ele, mais de
200 testes já estão agendados, e as
solicitações continuam chegando quase
diariamente à Scania.
“Levaremos a todo o Brasil ônibus
que têm como características comuns
a potência e a robustez tradicionais da
marca Scania”, diz Wilson Pereira.
“Nosso objetivo é mostrar aos clientes
que realmente temos o Time dos Sonhos
do segmento rodoviário, com a maior
gama de opções em potências, cada
uma com uma solução específica para
determinado tipo de operação.”
Os cálculos são variáveis – e
podem ser afetados até por uma
simples contusão –, mas estima-se que,
somados os valores dos passes e
contratos de publicidade de todos os
jogadores convocados para integrar a
seleção brasileira de futebol, chega-se
próximo dos US$ 650 milhões.
Essa é a fortuna que estará sendo
transportada pelo ônibus K 420 8x2-
Marcopolo Paradiso 1800 Double-
Decker posto à disposição da CBF pela
Scania.
O K 420 8x2 é o chassi top de linha
da Scania e o 1800 Double-Decker é o
top de linha da Marcopolo. O motor de
420 cv tem torque de 2.000 Nm entre
O ônibus que transporta a seleção
brasileira possui sistema de rastreamento
e gerenciamento por satélite.
Novos nichosde mercado
Ações ousadas de marketing e a
busca de novos nichos de mercado
estão valendo à Scania uma posição
de crescente destaque no mercado de
ônibus rodoviários. O lançamento, este
ano, do chassi K 270 4x2 é exemplo
disso. Com o produto, a montadora
pretende continuar ganhando espaço
no nicho das viagens rápidas entre
cidades próximas e nas operações
metropolitanas entre bairros distantes.
O K 270 pode receber carroçarias
não só rodoviárias como também
urbanas (nos dois casos com 13,20
m de comprimento). Nas rodoviárias,
a capacidade é de 40 a 44 passagei-
ros. Nas urbanas, de até 83 passa-
geiros. O diretor geral da Unidade de
Vendas e Serviços Brasil da Scania,
Christopher Podgorski, destaca o
torque e a potência do novo chassi,
“ambos acima da média”, e lembra:
“Essas características proporcionam
folga de operação e, portanto, econo-
mia de combustível”. O motor, de 9
litros, tem potência de 270 cv. O chas-
si é equipado com câmbio de sete
marchas, com Comfort Shift, sistema
pneumático que exige menos esforço
para a troca de marchas.
Os outros dois lançamentos – o K
340 e o K 380 – são equipados com
motor eletrônico de 11 litros. A
intenção da Scania foi criar duas
opções onde antes existia só o K 360,
com motor mecânico (que agora sai
de linha). O fabricante considerou
necessário oferecer diferentes motoriza-
ções e configurações de chassi para
essa faixa intermediária de potência,
na qual opera a maioria dos seus
compradores.
Christopher Podgorski: destaque para o
torque e a potência dos novos chassis.
1.100 e 1.300 rpm. Os freios são
equipados com ABS e o freio auxiliar é
hidráulico, com retarder. O veículo tem
controle de tração e Opticruise (sistema
automatizado de troca de marcha).
O ônibus de US$ 650 milhões
20 REVISTA ABRATI, MARÇO 200620
Modelo CarroçariaK 340 4x2 Marcopolo Paradiso 1200K 310 4x2 Marcopolo Viaggio 1050K 380 6x2 Marcopolo Paradiso 1350K 310 4x2 Marcopolo Viaggio 1050K 270 4x2 Marcopolo VialeK 420 8x2 Marcopolo Paradiso 1800 DDK 420 6x2 Marcopolo Paradiso 1800 DDK 380 6x2 Marcopolo Paradiso 1800 DDK 340 4x2 Comil Campione 3.65K 380 6x2 Comil Campione 3.65K 340 4x2 Comil Campione 3.65K 340 4x2 Busscar Vissta Buss HIK 310 4x2 Busscar Vissta Buss LOK 380 6x2 Irizar CenturyK 270 4x2 Induscar Caio Giro
Este é o Time dos Sonhos
Na primeira entrevista concedida
a jornalistas brasileiros e de vários ou-
tros países latino-americanos depois
que assumiu o cargo, em 1º de janeiro,
o novo presidente da Scania Latin
America, Michel de Lambert, deteve-
se, principalmente, na análise dos nú-
meros alcançados em 2005. No ano
passado, novamente, a montadora
obteve a vice-liderança do mercado bra-
sileiro de ônibus e manteve a liderança
do mercado de caminhões pesados.
Lambert destaca resultados de 2005Michel de Lambert substituiu Hans-
Christer Holgersson, que passou a
ocupar a vice-presidência mundial do
Grupo Scania para gerenciamento de
Vendas e Serviços. O novo presidente
da Scania na América Latina manterá
a condição de membro do Group
Management da Scania.
Lambert ocupou várias posições na
indústria de transporte, tendo atuado
mais recentemente como CEO da
Charles André Group na área de
transporte de cargas perigosas. Entre
2000 e 2003, fez parte do Grupo Fiat
como CEO da Iveco. Antes, foi CEO
da Fraikin, companhia européia líder
em contratos de aluguel de caminhões.
De 1989 a 1993, trabalhou na
Bombardier Group e, como CEO da
Bombardier Eurorail, comandou o pro-
cesso de produção e fornecimento dos
trens de passageiros operados no
Eurotunnel. Passou a integrar o Grupo
Scania em 1º de setembro do ano
passado.
Na entrevista, o novo presidente
lembrou que o resultado das vendas
de ônibus rodoviários da Scania no
Brasil em 2005 (860 unidades) foi o
melhor dos últimos dez anos. O
desempenho garantiu à montadora uma
participação de mercado de 40,8%, o
mais alto de sua história no país, com
crescimento de 52% em relação a
2004.
No que diz respeito aos caminhões
pesados, informou, a montadora
vendeu 5.217 unidades, alcançando
25,8% de participação no mercado
(percentualmente maior que a de
2004) e confirmando sua liderança.
Wilson Pereira, gerente de Vendas de Ônibus e “técnico” do time.
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REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 21
O ônibus da seleção brasileira
dispõe de ar condicionado e os as-
sentos, nas cores verde e amarelo, com
os nomes dos jogadores gravados nos
encostos, são revestidos de couro. No
andar inferior há um salão de reuniões
com televisor, videocassete e DVD.
Aqui, a seleção jáestá escalada
K 270
O chassi K 270, disponível na tração 4x2, chega ao
mercado para atuar em trechos metropolitanos e
também no segmento de fretamento. Com 270 cv
de potência, seu motor atinge torque de 1.250 Nm
entre 1.100 e 1.400 rpm. É o único da família que
pode receber tanto carroçaria urbana como rodoviária,
com comprimento total de até 13,20 m e altura que
pode variar de 3,10 a 3,40 m.
K 380
O K 380 está disponível com tração 4x2 e 6x2. Na
4x2, atende aos percursos rodoviários de médias e
longas distâncias. O motor de 380 cv atinge torque
de 1.800 Nm entre 1.100 e 1.300 rpm. Na versão
6x2, pode atuar em longas distâncias. Na versão
Low Driver, pode receber carroçaria de até 4,00 m
de altura, apropriada para turismo de luxo.
K 340
O K 340 está disponível com tração 4x2. Nessa
versão, atende aos percursos rodoviários de médias
a longas distâncias, implementado com carroçaria
de até 13,20 m de comprimento e altura que pode
variar de 3,40 a 3,60 m. O motor, com 340 cv de
potência, possui torque de 1.600 Nm entre 1.100 e
1.300 rpm.
Chassi K 380 com carroçaria Irizar Century.
Chassi K 340 com carroçaria Busscar Vissta Buss HI.
Chassi K 270 com carroçaria Induscar Giro.
Os novos modelos completam a linha rodoviária
22 REVISTA ABRATI, MARÇO 200622 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
Vez por outra são os brasileiros sub-
metidos a idéias que surgem aparen-
temente do nada, mas que devem
esconder alguma trama, e que fogem ao
entendimento da maioria da população.
É o caso, agora, da proposta de
construção de uma linha de trem de
alta velocidade, o chamado trem-bala,
ligando o Rio de Janeiro a São Paulo a
uma velocidade de 300 km por hora.
Avaliado inicialmente em 6 bilhões de
dólares com recursos privados, antes
mesmo de ser detalhado o custo do
projeto já evoluiu para 9 bilhões de
dólares, financiados pelo BNDES.
Esse tipo de transporte foi adotado
em países de alta renda per capita,
como França, Alemanha, Espanha,
Japão e Inglaterra depois que sua malha
rodoviária de alta qualidade já tinha sido
integralmente implantada. É um meio
de transporte moderno, cujos rigorosos
requisitos técnicos impõem custos ope-
racionais muito elevados. Por isso, sua
viabilidade econômica exige passagens
de preço igual ou superior às do
transporte aéreo. Mesmo com grande
tráfego de passageiros, a operação
quase sempre é deficitária e depende
de subsídios dos governos, que arcam
com parte substancial dos custos.
Por isso, causa espécie ver repre-
sentantes de entidades públicas e
privadas defenderem a implantação de
tal sistema no Brasil, quando não
conseguiram sequer manter condições
satisfatórias de tráfego em nossas
rodovias. Alguns veículos de comu-
nicação já questionam, abertamente,
qual o destino dos 3 bilhões de dólares
de diferença entre o projeto original e a
nova proposta do trem-bala.
No Brasil, o transporte rodoviário
interestadual de passageiros tem
faturamento total de 3 bilhões de reais
por ano. Isso dá cerca de 1,3 bilhão de
dólares. O trem-bala custará 20 bilhões
de reais ou 9 bilhões de dólares. Ou
ainda, 6,6 vezes o faturamento de um
ano de todas as transportadoras rodoviá-
rias de passageiros.
O dinheiro a ser investido no projeto
do trem-bala, 20 bilhões de reais,
segundo especialistas, daria para o
governo brasileiro recuperar toda a
malha viária nacional. Para se ter uma
idéia, a CIDE foi criada para isso e
arrecadou, desde 2002, cerca de 40
bilhões de reais. Dinheiro que, mesmo
com destinação específica para aplica-
ção na infra-estrutura do País, tem sido
sistematicamente desviado para engros-
sar o superávit primário, enquanto o
nosso desenvolvimento patina e não sai
dos ridículos 2 a 3 por cento ao ano.
E os empregos gerados por esse
novo sistema de transporte – cerca de
1.700 –, custariam, cada um, 5,3
milhões de dólares. Um absurdo se
comparados aos custos da geração de
empregos do transporte rodoviário de
passageiros e mesmo nos outros mo-
dais. No rodoviário de passageiros, por
exemplo, cada emprego exige inves-
timento de 30 mil reais.
É incompreensível que idéias desse
quilate surjam e até prosperem num
país como o Brasil, no qual o poder
público há anos perdeu completamente
a capacidade de investimentos até na
manutenção das estradas, nos terminais
rodoviários, enfim, em toda a infra-
estrutura de transportes. Conse-
Por Sérgio Augusto de Almeida Braga
Presidente da ABRATI
rtigoA
O sonho, a realidade...
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 23REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 23
qüentemente, deixa de priorizar
investimentos cujo impacto sócio-
econômico mais convém ao País.
Ao mesmo tempo, o governo investe
bilhões na ampliação, modernização e
construção de novos terminais aéreos,
alguns até com amplas áreas ociosas,
para beneficiar um público de alto poder
aquisitivo, o passageiro aéreo, que já
goza de benefícios fiscais como a
isenção do ICMS. Enquanto isso, o
usuário do transporte rodoviário de
passageiros, sabidamente de menor
poder aquisitivo, é penalizado por
alíquotas de ICMS que chegam a 18%.
Hoje, para uma empresa de trans-
porte rodoviário de passageiros construir
uma nova instalação, renovar sua frota
e modernizar seus métodos de admi-
nistração, ou ela tem recursos próprios
ou vai ao banco, sujeitando-se a juros
escorchantes que vão acabar invia-
bilizando sua operação. Não existe no
BNDES uma linha de crédito semelhante
à que está sendo anunciada para a
implantação do trem-bala, e que esteja
acessível ao empresário de transporte
de passageiros.
Uma constatação usual é a de que
o Brasil elegeu, para o transporte de
passageiros, o modal rodoviário, hoje
responsável por 90% dos deslocamen-
tos. Por razões óbvias da logística já
implantada e porque tem se mostrado
eficiente e acessível à população
brasileira, a ele devem ser direcionados
meios de sustentabilidade. Os outros
modais também precisam evoluir, mas
em escala proporcional às suas
dimensões. Sonhar é positivo; todavia,
sem perder de vista a realidade do País.
Diante disso, surgem algumas
indagações lógicas. Não seria mais
racional investir os recursos demanda-
dos por um imaginário trem-bala na
recuperação de todos os mais de 50
Um emprego geradopelo trem-bala
custa
US$ 5,3milhões
Um emprego gerado pelotransporte rodoviário de
passageiros custa
R$ 30 mil
...e o bom senso.
mil quilômetros de rodovias federais?
Que tal, por exemplo, se o Governo de-
dicasse aos nossos terminais rodo-
viários o mesmo olhar de carinho diri-
gido aos aeroportos? E quanto ao
BNDES, por que não contribuir para a
geração de um volume muito maior de
empregos, orientando parte de sua
política de crédito para que as empresas
de transporte de passageiros possam
acelerar o ritmo de renovação e amplia-
ção de suas frotas?
Ora, ante tão flagrantes distorções,
insistir na idéia do trem-bala pode
transformar um sonho em pesadelo. A
realidade impõe que, por ora, a proposta
permaneça estacionada no arquivo de
projetos futuros. A exemplo do que
fizeram os europeus, só deve vir a ser
discutida depois que o Brasil contar com
uma malha de rodovias modernas e bem
mantidas. É o que um mínimo de bom
senso recomenda.
24 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 25
26 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
ncarroçadoraE
A Induscar comemora60 anos em cinco
Cinco anos atrás, a Induscar, do Grupo Ruas,
pôs para funcionar novamente as linhas de montagem
da antiga Caio, em Botucatu, no interior do Estado de
São Paulo. O empreendimento tinha seus riscos,
uma vez que a tradicional encarroçadora interrompera as
atividades por conta de múltiplos problemas financeiros.
Mas os novos empreendedores equacionaram
as dívidas, a produção ganhou ritmo novamente e hoje,
quando comemora 60 anos, a marca Caio figura
outra vez entre as principais do país no setor.
Asolução encontrada para que a Caio
voltasse a funcionar foi o arren-
damento da marca pelo Grupo Ruas e a
gestão sob uma nova razão social,
Induscar. Os novos gestores puderam
contar com boa disponibilidade de mão-
de-obra, já devidamente treinada, re-
contratando aos poucos os funcionários
que haviam ficado sem trabalho em
Botucatu.
Para reduzir custos, os novos admi-
nistradores optaram por uma estrutura
bem mais enxuta, tanto em termos de
pessoal como em todas as áreas
relacionadas ao processo industrial.
Métodos mais simples e eficientes
foram adotados. Práticas burocráticas
foram eliminadas e os objetivos defi-
nidos foram repassados com clareza
26 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
O Giro 3600, segundo ônibus rodoviário da Induscar,
ostentando a marca Caio, ganhou a preferência de
inúmeros frotistas do setor de transporte de passageiros.
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ão
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 27
aos colaboradores, fortemente moti-
vados, inclusive pela recuperação do
emprego.
Num primeiro momento, havia pelo
menos três grandes desafios a enfren-
tar. O primeiro era produzir e entregar
com a máxima urgência cerca de 330
ônibus urbanos que haviam sido comer-
cializados pela Caio e cujo encar-
roçamento acabou não sendo feito.
Como já havia passado muito tempo,
os preços desses ônibus estavam defa-
sados, mas a Induscar optou por assu-
mir o prejuízo, entregando-os sem qual-
quer reajuste.
O segundo desafio era produzir um
grande lote de ônibus urbanos que o
próprio Grupo Ruas havia encomendado
à Caio antes que os problemas
financeiros a obrigassem a fechar as
portas. Isso também foi conseguido em
cerca de dois anos. E, finalmente, era
necessário realizar um cuidadoso
trabalho junto ao mercado para
recuperar a confiança abalada. A tarefa,
embora mais longa, foi atacada com
sucesso e, hoje, não há sequer como
imaginar que em determinado momento
passou pela cabeça dos compradores
qualquer incerteza em relação à marca.
Simultaneamente, a Induscar pas-
sou a cuidar do aperfeiçoamento dos
produtos antes desenvolvidos pela Caio.
O urbano Millenium, que desde o seu
lançamento, ainda sob a antiga admi-
nistração, se tornara um campeão de
vendas, foi reestilizado e recebeu vários
melhoramentos técnicos, o que con-
tribuiu para viabilizar o volume de
vendas necessário. Tanto que a com-
panhia fechou 2002 na condição de
maior encarroçadora de ônibus urbanos
do país.
LANÇAMENTOS
Mais tarde, e sempre segundo uma
política de prudência, foram reiniciados
os lançamentos. Caso, por exemplo, do
biarticulado Top Bus, destinado a operar
em corredores de grandes centros.
Um grande passo foi dado no início
de 2003, quando a Induscar apresentou
o ônibus rodoviário Giro 3400 (3,40
metros de altura), destinado a operar
nos segmentos intermunicipal e de
fretamento em curtas e médias dis-
tâncias. Houve muito de ousadia nessa
decisão: mesmo em seus melhores
tempos, a Caio nunca atuou no mer-
cado de rodoviários. A única tentativa
feita nesse sentido, na década passada,
não prosperou. Com o Giro 3400 foi
diferente, o mercado recebeu bem o
novo carro, caracterizado por um design
limpo e moderno. As vendas decolaram
rapidamente e depois dele a Induscar
lançou, com idêntico sucesso, o Giro
3600 (3,60 metros de altura), próprio
para operação em grandes distâncias.
No fim do ano passado, um terceiro
rodoviário – o Giro 3200 – chegou ao
mercado. Com ele, a Induscar seg-
mentou ainda mais os seus rodoviários,
já que o novo produto, com 3,20 m de
Paulo Ruas, diretor comercial da Induscar:
sucesso no esforço contínuo para retribuir
a confiança do mercado.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 27
Com o Giro 3400, a Induscar ingressou
no concorrido mercado de carroçarias rodoviárias.
28 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
altura, oferece solução mais econômica
para curtas distâncias e fretamento. É
uma carroçaria leve, com espaço interno
amplo e confortável, e pode ser mon-
tada sobre chassis de alta e baixa
potências, com aplicações em motor
dianteiro e traseiro.
O ano passado teve outros dois lan-
çamentos bem-sucedidos. Um deles, o
articulado Mondego, logo teve grande
aceitação no Chile. Os micros Foz Indus-
car também tiveram boa receptividade,
principalmente no mercado interno.
Esse último lançamento demonstra
que a Induscar está bastante atenta às
tendências do mercado, pois o Foz foi
criado para um mínimo de quatro
versões: urbano, turismo, executivo e
escolar. O carro tem a maior largura
interna no segmento de micros: 2,30
metros. O modelo executivo inclui
bagageiros laterais e do tipo baú na
traseira. Na versão turismo, os detalhes
são o bagageiro traseiro, o porta-
pacotes tipo bandeja e o anteparo pa-
drão rodoviário, o que o torna próprio
também para fretamentos e viagens de
curtas e médias distâncias.
Já são cinco anos de esforço con-
tínuo da Induscar para retribuir a con-
fiança do mercado. E, com isso, a
marca Caio – atualmente com 60 anos
– mantém firmemente a vice-liderança
nacional na produção de carroçarias.
Em Botucatu-SP, a planta industrial da Caio mantém o ritmo febril e mostra versatilidade,
produzindo desde micros até os grandes rodoviários, além dos ônibus urbanos.
Ônibus urbano Millenium, reestilizado: sucesso de vendas por anos seguidos e produto
importante no bem-sucedido esforço para resgate da marca CAIO.
28 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
O biarticulado Mondego, novidade da Induscar que rapidamente se
transformou em sucesso no sistema de corredores de transporte
urbano coletivo de Santiago do Chile.
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REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 29
Há mais de uma década o Prêmio ANTP de Qualidade vem ajudando as organizações de transporte
e trânsito a buscar, de forma contínua e sustentada, a melhoria da qualidade de seus serviços.
Criado em 1995, a cada ano que passa o prêmio aumenta o seu notável efeito multiplicador.
Esforço que multiplicaa eficiência
Desde 2003, as empresas permis-
sionárias de transporte rodoviário
interestadual e internacional de
passageiros estão entre as que podem
participar do Programa de Qualidade
instituído pela Associação Nacional dos
Transportes Públicos – ANTP. Neste
momento, estão sendo recebidas as
adesões ao 6º Ciclo do Prêmio ANTP
de Qualidade, abrangendo o período
iniciado em agosto de 2005 e que vai
se prolongar até o segundo semestre
de 2007.
Faz parte dos objetivos da ABRATI
apoiar o esforço permanente das
organizações na busca da qualidade. Por
isso, a Associação se aliou à ANTP para
o desenvolvimento desse trabalho, que
busca estimular as empresas e
empresários do setor de transporte a
se empenharem em aperfeiçoar cada
vez mais seus programas internos de
treinamento e educação voltados à
qualidade dos serviços que oferecem.
O Prêmio ANTP de Qualidade,
inspirado em um programa tradicional
existente nos Estados Unidos (o Prêmio
Malcolm Baldrige), desempenha papel
fundamental nesse trabalho. É definido
como um Programa de Incentivo,
Treinamento e Educação para a
Melhoria da Eficiência da Gestão do
Trânsito e Gerência dos Transportes Pú-
rêmio ANTPP
As empresas de transporte rodoviário de passageiros têm no Programa da ANTP uma valiosa ferramenta para aperfeiçoar os seus serviços.
Sílv
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30 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
As organizações do setor de transpor-
te público e trânsito podem participar de
duas formas (não excludentes entre si).
A primeira é a assinatura de um Ter-
mo de Compromisso em que a empresa
ou organização se dispõe a capacitar
sua força de trabalho para o uso dos
critérios do Prêmio ANTP e realizar uma
auto-avaliação com base nesses crité-
rios. Ela também assume o compromis-
so de desenvolver e implementar um pro-
grama de melhoria, com foco em todas
as partes interessadas, remetendo à
ANTP um Informativo de Progresso,
disponibilizado no portal da ANTP.
Em contrapartida, a ANTP se com-
promete a fornecer gratuitamente o
manual para inscrição e o Relatório das
Vencedoras do ciclo anterior; fornecer
gratuitamente duas vagas no Curso de
Avaliadores Internos; manter a orga-
nização informada sobre as etapas e
eventos do programa; permitir a utiliza-
ção do Selo de Adesão, e propiciar espa-
ços para divulgação dos avanços conse-
guidos pela organização.
A adesão ao programa não implica
o compromisso de candidatar-se ao
prêmio, e sim o de implantar melhorias
a partir dos critérios, assumido por es-
crito pelo principal dirigente da
organização. Para estimular as organi-
zações a participar como candidatas
ao prêmio, foram criados os certifica-
blicos, e se realiza em ciclos bienais.
Até hoje já foram realizados cinco ciclos,
com a apuração dos respectivos vence-
dores. Agora, está em andamento o 6º
Ciclo, com ampla possibilidade de adesão.
Ao longo de cada ciclo de dois anos
é realizada uma série de atividades que
incluem cursos, workshops, seminários
e fóruns, sempre com o objetivo de mo-
bilizar e capacitar as organizações in-
teressadas em aderir ao programa. O
primeiro passo é a organização se sentir
estimulada a promover sua auto–
avaliação.
A cada ciclo, uma Comissão Técnica
da Qualidade e Produtividade, da própria
ANTP, é encarregada de elaborar os
critérios do prêmio. Isto quer dizer que
as estruturas do prêmio são atualizadas
a intervalos de tempo para poderem
refletir o estado da arte da gestão de
organizações.
O prêmio tem caráter institucional
e de reconhecimento público. Cada
organização vencedora recebe um troféu
e um certificado alusivos ao mérito
alcançado. Mas não só isso: ganha o
direito de usar, junto à sua marca ins-
titucional, um sinal representativo da
premiação. Além disso, tem suas
experiências divulgadas nas publicações
oficiais da ANTT.
dos de “Melhoria Contínua” para as or-
ganizações que concorreram no ciclo
anterior e obtiveram melhoria signifi-
cativa na pontuação no ciclo seguinte;
e o certificado “Referencial de Excelên-
cia”, para as organizações vencedoras
de dois ciclos consecutivos, que obti-
veram níveis similares ou superiores
de pontuação no ciclo subseqüente.
O processo de avaliação das candi-
daturas ao Prêmio ANTP de Qualidade
é realizado por banca examinadora,
composta em cada ciclo por meio de
seleção pública e aberta em nível nacio-
nal, sendo integrada por pessoas que
atuam em operadoras, consultorias, ór-
gãos de governo, universidades, sele-
cionadas em curso de preparação pela
Gerência Executiva do Prêmio.
Para mais informações, acessar o
site consultar www.antp.org.br ou entrar
em contato com a ANTP pelo e-mail
A ABRATI estímula suas associadas a aperfeiçoar cada vez mais os seus programas de
treinamento e educação de seus colaboradores, tendo em vista a constante melhoria da
qualidade dos serviços que prestam. A ABRATI apóia o Programa ANTP de Qualidade.
Como aderir ao Programa
Div
ulg
ação
rêmio ANTPP
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 31
Operadoras rodoviárias de média e de longa distância
Operadoras rodoviárias urbanas e metropolitanas
Operadoras metro-ferroviárias urbanas e metropolitanas
Órgãos gestores de transporte urbano ou de trânsito
Todas as organizações que se can-
didatam ao prêmio recebem o Rela-
tório de Realimentação, que contém
uma análise detalhada de seus sis-
temas de gestão, em que são iden-
tificados os principais Pontos Fortes
(práticas de gestão da candidata
aderente aos critérios do prêmio), as
principais Oportunidades para Melhoria
(aspectos previstos pelos Critérios e
não atendidos integral ou parcialmente
pela organização), e a posição relativa
da candidata em relação às demais
Identificando pontos fortes
Associações e patrocinadores dão total apoioO gerenciamento e o sucesso do programa conta
com o apoio institucional da Associação Brasileira das
Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros –
ABRATI –, da Associação Nacional das Empresas de
Transporte Urbanos – NTU – e da Agência Nacional de
Transportes Terrestres – ANTT.
A NTU e a ABRATI fazem parte do Conselho
Nacional do Prêmio ANTP, responsável pelo forta-
lecimento institucional do programa, por meio da
divulgação e mobilização do setor de transporte, bem
como pela fixação das diretrizes e o acompanhamento
da execução do plano de ação geral.
Neste 6º Ciclo, são patrocinadores do Prêmio ANTP
de Qualidade, em caráter exclusivo por segmento, as
seguintes empresas: Volkswagen Ônibus (segmento
carroçaria), Shell (combustível), Michelin (pneus),
Empresa 1 (automação para bilhetagem automática),
SonSun (cartões inteligentes), ACTIA do Brasil
(equipamentos de eletrônica embarcada de comuni-
cação com os usuários), e DENATRAN (trânsito).
Ao estimular as organizações a adotarem modelos de gestão orientados
para a excelência do desempenho, o Prêmio e o Programa ANTP de
Qualidade favorecem a obtenção de resultados benéficos não só para elas
como também para o próprio setor de transporte rodoviário de passageiros.
Quem pode concorrer
Melhora do desempenho da organização, de formacontínua e sustentada
Recebimento do Relatório de Realimentaçãocontendo os principais pontos fortes e oportuni-dades de melhoria da organização, elaborado porprofissionais isentos
Maior amplitude e nitidez quanto à visão geral daorganização
Entendimento claro e detalhado dos processosinternos
Elevação do nível de valorização dos trabalhosdesenvolvidos pelas diversas áreas
Ampliação do conhecimento profissional e mo-tivação pessoal dos colaboradores
Apresentação das práticas de gestão da orga-nização em diversos eventos
Compartilhamento dos métodos de gestão respon-sáveis com outras organizações brasileiras
Reconhecimento da comunidade de transporte eda sociedade em geral
Principais benefícios
participantes. Tal análise, realizada
por profissionais de elevada capacitação
técnica e sem qualquer conflito de inte-
resses com a candidata, constitui-se
em valioso instrumento para elaboração
de planos de melhoria, tendo como
principal resultado o estímulo à auto-
avaliação de cada entidade. As organi-
zações vencedoras recebem troféu re-
lativo ao fato e passam a constituir-se
em referência nacional no setor, em
função da ampla divulgação dos
resultados do prêmio.
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32 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
ncarroçadoraE
32
Desde o ano passado, a Marcopolo
já vinha se preparando para
alcançar a meta de produzir 16.500
carroçarias em 2006. Foram introdu-
zidas inovações na área industrial,
inclusive o conceito de produção mo-
dular, como caminho para redução de
custos e ganhos de eficiência. Inicial-
mente, o sistema está sendo utilizado
na fabricação dos ônibus Senior e Senior
Midi, lançados em dezembro do ano
passado (veja na próxima página).
Em face da prolongada sobreva-
lorização do real em relação ao dólar,
que afeta fortemente as exportações,
a encarroçadora também buscou
estabelecer novas estratégias para
assegurar o crescimento de suas
Depois de fechar 2005 com a
produção consolidada de
16.456 unidades em suas
plantas daqui e do exterior,
com crescimento de 3,3% em
relação ao desempenho de
2004, a Marcopolo trabalha
para manter neste ano, diante
da nova realidade de
mercado, a mesma trajetória
de crescimento.
Marcopolo quer repetirbons números de 2005
operações fora do Brasil. Já no ano
passado, o câmbio desfavorável resultou
na redução da margem bruta da em-
presa, de 17,03% para 15,05%. Isso,
apesar de o mercado externo ter absor-
vido 55,6% da produção física. Foram
exportadas 3.586 carroçarias em CKD,
PKD e SKD. Enquanto isso, as unidades
de Colômbia, México, Portugal e África
do Sul produziram, juntas, 5.618 car-
roçarias, ou 29,2% mais que em 2004.
Entre as novas estratégias está a
de promover a elevação do índice de
conteúdo local na produção das unida-
des instaladas no exterior, também para
reduzir custos. A mesma prática será
adotada em relação aos novos empre-
endimentos em países estrangeiros.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 3333
Os mais recentes lançamentos da
Marcopolo foram o Senior e o Senior
Midi. O Senior, na realidade, já existia,
mas foi totalmente reformulado. Está
sendo produzido nas versões turismo,
executivo, urbana e táxi-lotação. Já o
Senior Midi é um novo produto, o primei-
ro que a encarroçadora desenvolve para
os novos chassis a partir de 12 mil kg
de PBT. Está voltado às aplicações em
transporte urbano diferenciado e metro-
politano.
O fabricante destaca no Senior Midi
o baixo custo operacional, a ampla área
envidraçada e as condições de conforto
para o usuário. A carroçaria tem
estrutura reforçada e permite acesso
fácil aos componentes mecânicos, o
que torna mais rápida a manutenção e
diminui o tempo de oficina. O veículo
incorpora um eficiente sistema de
ventilação e desembaçamento do pára-
brisa, com saídas direcionais; pega-
Ainda em 2006, a companhia deverá
anunciar a instalação de mais uma
unidade produtiva no exterior. A escolha
oscila entre Rússia, Índia e China e vai
depender, entre outros fatores, de ser
encontrado um sócio local. A China já
esteve mais perto de ser o país
preferido pela Marcopolo, mas agora os
outros dois países têm a mesma
chance.
Outra medida já definida pela
Marcopolo consiste na busca de novos
fornecedores globais de peças e compo-
nentes. Na China, por exemplo, a
encarroçadora pretende comprar peças
metálicas, eletrônicas e elétricas que
irão ser utilizadas por todas as suas
fábricas. No caso das fábricas brasi-
leiras, atualmente, as peças e com-
ponentes importados representam
apenas 2% do total utilizado.
mãos em tubos encapsulados e console
com porta-objetos.
No novo Senior, as principais mu-
danças ocorreram no design, mais arro-
jado, limpo e com traços marcantes.
Outra importante novidade está no con-
ceito de construção da estrutura: anéis
estruturais passantes em aço tubular
envolvem toda a carroçaria e pro-
porcionam maior rigidez e redução no
peso. O visual é harmonioso, moderno,
sem perfis nas laterais. Na dianteira,
na versão turismo, o veículo ganhou novo
conjunto óptico em peça única, com
quatro canhões de luzes individuais e
lente lisa em policarbonato.
As operações e serviços de manu-
tenção foram facilitados para reduzir
custos. As saias laterais são feitas com
painéis móveis, o que proporciona
economia no caso de reparo ou troca,
além de abreviar o tempo de reparo e
manutenção.
Senior Midi traz inovações
Abaixo, exterior e interior do Senior Midi.
Novos conceitos, peso menor e
manutenção simples para reduzir custos.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
34 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
ntigosA
Um ícone do transportede passageiros
Representante incontestável de uma geração automotiva inovadora em matéria de design, o GMC
Coach PD 4104 ainda hoje se mantém como um ícone a ser venerado por saudosistas e pelos que
se interessam por objetos relacionados ao sistema de transporte coletivo brasileiro. Ninguém
contesta quando se diz que o GMC PD 4104 foi um divisor de águas no Brasil: fechou a era dos
veículos importados e deu ensejo ao início de um novo tempo, que acabaria se transformando na
era de ouro da indústria brasileira de carroçarias.
Formas arredondadas, revestimento externo em alumínio: o GM Coach PD 4104 fez sucesso imediato no eixo Rio-São Paulo.
Foto
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Bel
viso
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 35
Início de 2006: sob a guarda do ex-proprietário da Viação Cometa, duas unidades do Morubixaba resistem ao tempo.
Meados da década de 50: a Cometa divulga em anúncio as virtudes do seu novo ônibus.
Adécada de 50 trouxe muitos
marcos significativos para o país
em termos culturais e de estilos. Inclu-
sive na área do automobilismo. Foram
tempos caracterizados por um amplo
sentido cosmopolita, e isso permitiu
que no Brasil da bossa nova surgisse
um singular e revolucionário veículo
destinado a quebrar os paradigmas
simplistas dos ônibus da época, quando
não passavam de caminhões adaptados.
Os ônibus nunca mais seriam os
mesmos com a chegada do GM Coach
PD 4104.
Com visual inovador e componentes
inéditos, o veículo desembarcou em solo
brasileiro no início de 1954, para operar
no principal eixo rodoviário da época –
a ligação São Paulo-Rio de Janeiro. Eram
30 unidades 0 km, importadas dos
Estados Unidos pela Viação Cometa,
empresa que concorria com o Expresso
Brasileiro para oferecer satisfação plena
aos passageiros na ligação entre os dois
principais pólos urbanos do País na
época.
Considerada fonte de inovações em
transporte, a empresa procurava estar
sempre na dianteira, e foi o que teve
em mente ao trazer para cá um veículo
especial em todos os sentidos. Tão
especial que aqui logo recebeu um
apelido que nunca mais se despregou
36 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
ntigosA
dele: Morubixaba. O cacique da tribo.
O chefe de toda a frota.
“O GM Coach sem dúvida alguma
foi um clássico de nossas estradas. Seu
design era, e talvez ainda seja,
revolucionário. A carroçaria em dura-
Uma visão comum para quem dirigia na
Via Dutra: o luminoso encaixado na
traseira do ônibus mostrava um cometa,
símbolo da empresa.
Modelo – GMC Coach PD 4104
Carroçaria – Estrutura: aço e alu-
mínio. Chapeamento: alumínio
Motor – Detroit Diesel Allison 211
hp (2.000 rpm), 6 cilindros em linha,
2 tempos, localizado no sentido
transversal, com inclinação
Cilindradas – 426 polegadas ou 7 litros
Câmbio – mecânico com 4 velocida-
des à frente e uma a ré, com aciona-
mento elétrico
Suspensão – pneumática
Dimensões – comprimento 10,66 m,
altura 3,08 m e largura 2,43 m
Obs: Veículo sem WC. Na Cometa,
foram colocados posteriormente.
lumínio, a típica fumaça branca e o
cheiro de combustão do motor de dois
tempos se caracterizavam como marca
registrada do modelo”, relembra Antonio
Carlos Belviso, consultor de transporte.
O design externo ímpar, em con-
gruência com as linhas da época mas
ao mesmo tempo profundamente
inovador, tinha formas arredondadas e
chapeamento em alumínio, fixado por
milhares de rebites. Um friso acom-
panhava ambas as laterais na altura da
tampa do bagageiro. O motor transver-
sal, com o ronco peculiar dos motores
de dois tempos, desenvolvia 211 hp. A
caixa de mudanças era manual, de
quatro velocidades.
No salão de passageiros, com 41
poltronas, vidros ray-ban protegiam o
ambiente da luz solar. O clima ameno
no interior era ainda assegurado pelo
eficiente sistema de ar condicionado.
E o passageiro desfrutava do conforto
da suspensão a ar, um requinte para o
período. Entre tantas novidades, o rádio
transmissor a bordo foi outro diferencial
presente nos modelos GM Coach.
INSPIRAÇÃO
Havia ainda no Morubixaba um item
inusitado nos veículos da época, a saída
de emergência, configurada como uma
pequena porta localizada no lado
esquerdo, acima do eixo traseiro.
A importância do modelo foi tanta
que sua estrutura e design serviram de
inspiração no desenvolvimento de
modelos brasileiros que marcaram
época alguns anos depois, como o
rodoviário Dinossauro, da Ciferal, e o
Flecha Azul, da CMA.
O PD 4104 foi lançado em 1953
pela GMC Truck and Coach Division
(Michigan). A primeira empresa a adqui-
ri-lo foi a Greyhound, que só desse mo-
delo teve em sua frota 1.253 unidades.
Em sete anos de produção, foram fabri-
cadas 5.065 unidades do modelo. O
termo PD significa, segundo Belviso,
Parlor Diesel, ou ônibus rodoviário
diesel (intercity, segundo o padrão norte
americano). “O GM PD 4104 foi o divi-
sor de águas, o fim da era dos veículos
importados e o início de uma nova era,
a era de ouro para a indústria brasileira,
pois, quando da sua aposentadoria, em
1973, o Brasil já produzia alguns dos
melhores ônibus do mundo”, completa
Antonio Carlos Belviso.1954: a nova frota é entregue oficialmente à Cometa. Vai começar uma nova era.
Características técnicas
To
ny
Bel
viso
38 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
arroçariaC
Presente, desde o seu lançamento,
em junho do ano passado, em
vários países da América Latina e no
Oriente Médio, o Campione 2006
também está conquistando cada vez
mais espaço no mercado brasileiro. O
melhor exemplo disso ocorre em Minas
Gerais, onde o produto vem se desta-
cando inclusive pela diversidade de
utilização: transporte intermunicipal e
interestadual, fretamento e turismo,
traslado, transporte internacional.
Empresas mineiras rapidamente
aprovaram a carroçaria da Comil e estão
se beneficiando das inovações que ela
oferece em termos de características
exclusivas, soluções inteligentes e
vantagens operacionais.
Figuram nesse caso a Nacional
Expresso (Uberlândia), a Rio Doce
(Caratinga) e a Transtur (Montes
Claros), que empregam o Campione
2006 na operação de transporte inter-
estadual. Já no transporte intermuni-
cipal, o novo ônibus é operado pelas
empresas Sandra, Gardênia e Atual.
Viação Serro e Unir adquiriram o Cam-
pione para operações de fretamento. A
Unir faz traslado de passageiros entre
os aeroportos Tancredo Neves e Con-
fins, em Belo Horizonte. Destaque-se
ainda que a Nacional Expresso utiliza o
ônibus em suas rotas para o Paraguai.
Fábio Antônio Pozzi, diretor da
Nacional Expresso, que atua no setor
de transporte rodoviário de passageiros
Um dos estados onde o rodoviário da Comil vem tendo aceitação cada vez maior é Minas Gerais,
onde empresas utilizam o novo ônibus nos mais variados tipos de operação.
Campione 2006 ampliaespaço no mercado
há quase 30 anos, registra que o novo
Campione tem tido excelente aceitação
pelos seus clientes. A empresa recebeu
e colocou em operação 29 unidades,
em dezembro do ano passado. Uma das
qualidades que o empresário atribui à
nova carroçaria é o fato de ser mais
leve: “Com a diferença no peso, esta-
mos conseguindo uma economia de
cerca de 2% de diesel nesses carros”.
Ele diz que a empresa recebe elogios
dos usuários pelo desempenho e pela
segurança do carro. “Nosso principal
objetivo é satisfazer os passageiros, que
são a nossa carga mais preciosa”,
lembra. E aponta outros benefícios do
rodoviário, como a eficiente distribuição
do ar condicionado, que é igual em todo
A Nacional Expresso opera 29 Campione em linhas interestaduais e em uma linha internacional.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 39
o salão. “Além do conforto propor-
cionado pelo bom espaçamento entre
as poltronas, a porta de entrada é maior
e mais leve, com baixo nível de ruído.
A iluminação também é muito boa”,
analisa. Segundo Pozzi, a Comil atendeu
a todas as solicitações de modificação,
o que possibilitou à Nacional fazer “o
carro ideal” para a empresa.
ROBUSTEZ
Outro frotista que fala de sua satis-
fação é Rinaldo Grossi, diretor da Viação
Rio Doce, há seis meses utilizando o
Campione na sua rota para o Rio de
Janeiro. Grossi destaca a resistência e
robustez da carroçaria, que suporta bem
as estradas em más condições. “É um
carro moderno, confortável e sóbrio”,
define. “O salão de passageiros é
espaçoso, com ótimo acabamento e
decoração muito bonita”. Ele informa
que os passageiros têm dado retorno
positivo sobre as cores utilizadas no
ambiente interno, que são repousantes
e tornam a viagem mais agradável: “O
design é muito bonito e ao entrar no
salão as pessoas logo percebem a
diferença no acabamento e na aparência
harmoniosa”.
No caso da Viação Gardênia, o ro-
doviário da Comil está sendo usado há
três meses. De acordo com a avaliação
Antônio Afonso da Silva, diretor da
empresa e presidente do Sindicato das
Empresas de Transporte de Passageiros
no Estado de Minas Gerais, o Campione
2006 tem tido aceitação muito boa
principalmente pela performance do
conjunto chassi-carroçaria. “Além
disso”, diz ele, “é um produto que
sobressai. Por ser diferente dos outros,
causa uma certa surpresa entre os
passageiros.” Silva elogia ainda o
interior e observa que as poltronas têm
curvaturas ergonômicas que proporcio-
nam maior conforto.
Traslado de passageiros entre Confins e o centro de Belo Horizonte.
A Serro descobriu as virtudes do Campione para operações de fretamento.
O Campione rodando na linha da Riodoce para o Rio de Janeiro.
40 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
LarLarLarLarLargggggada parada parada parada parada para a noa a noa a noa a noa a novvvvvaaaaaera dos eletrônicos
Por Nelson Bortolin e Dilene Antonucci
otoresM
No momento em que muitas
empresas de transporte urbano e rodoviário de
passageiros ainda fazem a transição entre os
motores mecânicos e os eletrônicos, o
engenheiro Luso Ventura, conhecido especialista
e diretor do comitê de comissões técnicas da
Sociedade de Engenheiros da
Mobilidade – SAE –, trata do assunto e aponta as
principais tendências da tecnologia automotiva.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 41
Luso Ventura, diretor do comitê de comissões técnicas da SAE.
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medidas internas ao motor não serão
suficientes para resolver o problema das
emissões. Então vamos ter soluções
externas para tratamento dos gases.
Soluções do tipo catalisador, Exhaust
Gas Recirculation, ou EGR, que é a
circulação de gases de escapamento”.
Isso significa, segundo Ventura, que
os motores futuros não irão tornar os
veículos ainda mais econômicos, como
tem acontecido até aqui. “O Euro III foi
a última chance de se trazer melhoria
de tecnologia para atender às emissões
sem penalizar o consumo. Daqui para
frente, ou o consumo fica igual ou piora.
Pelo menos é o que o cenário tecno-
lógico tem mostrado.”
Ele alerta que as empresas preci-
sam investir em treinamento dos
motoristas destacados para dirigir
veículos com motor eletrônico. “Um
bom motorista com 20 anos de
experiência num veículo de determinada
marca, quando entra para dirigir um
eletrônico da mesma marca, nem
sempre irá continuar sendo aquele bom
motorista. Ele tem que se adaptar princi-
palmente às novas curvas de torque e
às rotações novas do eletrônico.”
Sobre os mecânicos Euro III, Luso
Ventura conta que, quando as fábricas
começaram a anunciá-los, duvidou de
sua viabilidade. “As tentativas foram
evoluindo e apareceram versões de
bombas injetoras que permitiram a
alguns motores mecânicos ficar dentro
do Euro III, embora muito no limite.”
Mesmo assim, Ventura acredita que
esse tipo de motor ficará restrito aos
veículos leves.
“O Euro III foi a última chance de se trazer melhoria detecnologia para atender às emissões sem penalizar o
consumo. Daqui para frente, ou o consumo ficaigual ou piora. Pelo menos é o que o cenário
tecnológico tem mostrado.”
Os empresários brasileiros
demonstram ter assimilado bem
o advento dos motores eletrônicos.
Aparentemente, os preços não assus-
tam mais. Quando a compra é feita em
lote, quase não existe mais diferença
entre os dois tipos de motores. E se o
custo de manutenção ainda é um pouco
mais alto, a maior durabilidade dos
componentes está compensando a
diferença. Sem falar que os eletrônicos,
aliados a outras tecnologias, permitem
melhor controle da empresa sobre o
desempenho do motorista durante a
viagem.
Além disso, segundo Luso Ventura,
a motorização eletrônica está conse-
guindo vencer o desafio de reduzir a
emissão de poluentes e ainda propor-
cionar economia aos transportadores.
“Estamos acompanhando frotas e
conversando com empresários. Eles têm
percebido melhoria de consumo com o
motor eletrônico. Eventualmente pode
existir um ou outro empresário que ainda
não tenha esse controle”, afirma
Ventura, que estima entre 5% e 10% a
economia de combustível alcançada com
os eletrônicos.
Ele lembra que os empresários
temiam o advento da motorização
eletrônica não só pelo custo do equi-
pamento, mas também pela perspectiva
de aumento no consumo de com-
bustível: “Até recentemente, achava-se
que, a cada etapa da legislação, os
custos se elevariam. Mas com a
chegada dos motores eletrônicos, ao
invés de aumento de consumo, houve
redução”. Luso Ventura garante que o
investimento em veículos com motor
eletrônico é compensado pela economia.
Mas atenção: essa combinação
ecológica e comercialmente perfeita não
deve sobreviver às regras do Euro IV,
que entram em vigor em 2009. O diretor
da SAE explica: “Com o Euro IV, as
42 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
otoresM
Se, por um lado, há uma revolução
na tecnologia dos motores, por outro,
a qualidade do combustível brasileiro
continua bastante aquém da desejável,
com teores de enxofre que compro-
metem a durabilidade dos componentes
e a redução dos poluentes. A explicação
de Luso Ventura para o problema é que
a fábrica desenvolve e testa a qualidade
dos motores com um diesel de qualidade
padrão, mas o diesel que está na rua
não tem essa qualidade. Por isso, o
benefício das medidas antipoluidoras é
menor do que poderia ser.
Apesar disso, ele se diz otimista
quanto ao futuro do diesel no país e
afirma que a Petrobras está tentando
acompanhar a legislação de emissões,
tanto que se comprometeu com o diesel
500. Trata-se de um combustível que
terá 500 ppm (partes por milhão) de
enxofre. Para se ter uma idéia da
diferença, basta lembrar que atualmente
o díesel brasileiro apresenta entre 2 mil
e 3 mil ppm. Enquanto isso, os euro-
peus conseguiram reduzir essa medida
para 30 ppm!
“O diesel 500 será um grande salto.
Só que, em função do tamanho do país,
do tipo de petróleo que processa e do
tipo de refinaria que tem, a Petrobras
não vai conseguir fazer diesel de 500
ppm para o Brasil inteiro”. Assim,
segundo Ventura, o novo produto só será
fornecido às regiões metropolitanas.
Com a entrada em vigor da norma
Euro IV, a partir de 2009, o diesel terá
obrigatoriamente que conter no máximo
50 ppm de enxofre. Luso Ventura
acretita que a Petrobras irá se
comprometer a acompanhar essa
exigência.Scania EGR (Euro IV) de 9 litrosMWM Sprint eletrônico 4.07 TCE
As dores darenovação
A gradativa substituição dos
motores mecânicos pelos eletrônicos
tem uma justificativa premente e
inquestionável, que é a necessidade de
reduzir os níveis de emissões de po-
luentes dos veículos automotores e
assim atenuar seus terríveis efeitos
sobre a qualidade do ar, especialmente
nas grandes cidades. Vale para a
maioria dos países. O mundo e, mais
ainda, o Brasil, têm perdido tempo
excessivo para adotar as providências
exigidas pelo alarmante crescimento dos
índices globais de poluição.
No entanto, para um país em de-
senvolvimento, como o Brasil, não é
fácil levar a efeito essa substituição,
do mesmo modo como é extremamente
oneroso para a grande maioria dos
proprietários de caminhão que atuam
no transporte de cargas no país trocar
seus velhos veículos por outros mais
novos, mesmo que estes ainda sejam
equipados com motores mecânicos.
A frota bastante envelhecida é em
grande parte responsável pelo problema
da poluição atmosférica – mais, até,
Filtros de óleo diesel em bomba de diesel: ajudam, mas não resolvem o problema.
Impureza dodiesel é umproblema
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REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 43
Mercedes-Benz OM 457 LA
que a atual diferença tecnológica entre
motores eletrônicos e motores mecâ-
nicos. É por isso que substituir um
veículo antigo por outro mais novo,
quando possível, resulta, como regra
geral, em menores índices de emissões
e em menor consumo de combustível –
portanto, em economia.
A dificuldade, de natureza finan-
ceira, é de difícil solução a curto prazo.
Há muito tempo o mercado de trans-
porte rodoviário de carga no Brasil
padece do excesso de oferta de
transportadores, o que leva ao avilta-
mento dos fretes e à baixa remuneração
da atividade. Desenvolveu-se uma
concorrência extremamente acirrada,
não raro predatória, que mantém muitos
transportadores numa situação na qual
não conseguem atualizar seu equi-
pamento porque o retorno financeiro
pelo seu trabalho mal dá para a sub-
sistência.
No caso das empresas de transpor-
te rodoviário de passageiros, embora
haja semelhanças, elas têm consciên-
cia da absoluta necessidade de
conservar suas frotas sempre renova-
das, já que essa é uma condição básica
para a prestação de um serviço seguro
e de qualidade. Trata-se de um padrão
que vem sendo cuidadosamente
mantido há várias décadas. As em-
presas desenvolvem um esforço
permanente para adquirir veículos
dotados de novas tecnologias e para
sustentar razoáveis índices de reno-
vação, mesmo que à custa do sacrifício
das margens de remuneração. Pode-
se imaginar como tudo seria diferente
e menos penoso se o setor pudesse
contar com programas oficiais de
financiamento, a juros
compatíveis, para
suas aquisições.
Acima: A eletrônica trouxe vantagens
como os sistemas de diagnóstico ou
autodiagnose, que abreviam o tempo de
manutenção. À direita, motor Volvo Euro IV
mais circuito de escape: intervenções
externas e uso de aditivo para atender às
novas exigências de emissões.
REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 43
Para manter as emissões nos limites
admitidos, alguns motores Euro IV
usarão o sistema EGR (Exhaust
Gas Recirculation).
44 REVISTA ABRATI, MARÇO 200644
ercedes-BenzM
A Mercedes-Benz acaba de lançar o caminhão médio L 1318, com cabine semi-avançada e
propulsionado por motor eletrônico que atende às exigências do Proconve 5, em vigor desde 1º de
janeiro deste ano. Simultaneamente, a montadora passou a equipar seu caminhão extrapesado
LS 1634 com o novo motor eletrônico OM 457, eletrônico, com 340 cv de potência, que também
atende à nova legislação sobre emissões.
Motor eletrônico emmais dois caminhões
AMercedes-Benz do Brasil ampliou
sua oferta para o segmento de ca-
minhões médios. Até o ano passado, o
motor do caminhão L 1318 era me-
cânico. Agora, foi lançado o modelo com
motor eletrônico. Com capacidade para
23 toneladas de peso bruto total
combinado e cabina semi-avançada, o
L 1318 é indicado principalmente para
operações de distribuição urbana.
Com isso, a linha de caminhões da
montadora fica ainda mais ampla. Além
das linhas Accelo (caminhões leves),
Atego (médios e semipesados) e Axor
(pesados e extrapesados), formadas por
caminhões com cabina avançada, a
marca mantém em seu portfólio
modelos com cabina semi-avançada,
caso do leve 710, do semipesado L
1620, do extrapesado LS 1634 e agora
também do médio L 1318. Em todos Ideal para distribuição urbana, o L 1318 passa a ter as vantagens do motor eletrônico.
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REVISTA ABRATI, MARÇO 2006 4545
esses modelos, os motores atendem
aos novos limites de emissões da
legislação Proconve P 5 (Euro III), em
vigor desde 1º de janeiro.
O caminhão médio L 1318 é
utilizado em aplicações do transporte
como carga seca, bebidas, materiais
de construção e basculante, entre
outras. Opcionalmente, pode receber
tomada-de-força para acionamento de
básculas e outros equipamentos. Com
13.900 quilos de peso bruto total, o
veículo também pode receber no
mercado um segundo eixo traseiro,
tornando-se um 6x2 e atingindo 21.300
quilos de PBT. O peso bruto total
combinado do produto chega a 23.000
quilos.
O motor que equipa o L 1318 é o
Mercedes-Benz OM 904 LA, com
gerenciamento eletrônico, de 177 cv de
potência a 2.200 rpm e 675 Nm de
torque entre 1.200 e 1.600 rpm. O
motor já é aplicado na linha de
caminhões médios e semipesados da
marca.
Um diferencial apontado pelo
fabricante é o freio-motor Top Brake,
que proporciona maior potência de
frenagem, maior velocidade em de-
clives, maior segurança, menor número
de troca de marchas, menor custo de
manutenção, ganho de vida útil dos com-
ponentes dos freios e dos pneus e, prin-
cipalmente, economia de consumo de
combustível. O Top Brake é item de
série no novo L 1318.
Além do motor eletrônico, desta-
cam-se no modelo a caixa de mudanças
G 60 de 6 marchas (com tomada-de-
força opcional) e o eixo traseiro HL 4,
com duas opções de redução (4,100 e
4,875). Opcionalmente, o L 1318 pode
receber eixo traseiro de dupla velo-
cidade HL 5.
A cabina semi-avançada do cami-
nhão é espaçosa e tem acesso prático.
O piso quase plano facilita a movi-
mentação, e o painel de instrumentos
tem comandos ergonômicos, de fácil
acesso e operação. Os revestimentos
são laváveis. O formato de cunha da
cabina proporciona ampla visibilidade e
o capô é basculante.
EXTRAPESADO
A outra novidade apresentada pela
Mercedes-Benz – o LS 1634 equipado
com motor eletrônico – chega com
capacidade de carga aumentada e pode
agora alcançar 50.000 quilos de peso
bruto total combinado – PBTC. Com mais
de 1.000 unidades comercializadas no
ano passado (é o mais vendido da marca
no segmento de extrapesados rodoviá-
rios de 330 a 400 cv), o caminhão
recebeu o motor OM 457 LA com
gerenciamento eletrônico, totalmente
desenvolvido e produzido no Brasil e que
vem fazendo sucesso no mercado há
mais de sete anos. Ele atinge 340 cv
de potência a 1.900 rpm, com torque
de 1.450 Nm a 1.100 rpm.
O extrapesado LS 1634 é oferecido
como solução eficiente e rentável para
o transporte de cargas em médias e
longas distâncias rodoviárias. Pode
receber diversos tipos de semi-reboques
de três eixos convencionais ou distan-
ciados.
O LS 1634 sai de fábrica na versão
4x2, com 17.300 quilos de peso bruto
total. No entanto, pode receber no
mercado um segundo eixo traseiro, que
o transforma num veículo 6x2, com PBT
de 25.000 quilos. Em qualquer uma das
versões de tração, está preparado
tecnicamente para 50.000 quilos de
peso bruto total combinado.
O extrapesado LS 1634: eficiência no transporte de cargas em médias e longas distâncias.
46 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006
piniãoO
46 REVISTA ABRATI, DEZEMBRO 2005
Governo nãoanda de ônibus?
O transporte coletivo de passageiros
por vias terrestres no Brasil re-
monta a alguns séculos de existência,
desde o início dos primeiros deslo-
camentos até os dias de hoje. Mudaram-
se as vias e os meios de deslocamento
– antes tínhamos trilhas e lombos de
mulas, hoje temos rodovias e ônibus.
Passaram-se os anos e, com o avan-
ço da tecnologia e das regras jurídicas,
o Estado organizado passou a desem-
penhar efetivamente as funções outrora
diretamente afetas aos empresários
vanguardistas que primavam pelo
progresso do país, acima de tudo e de
todos. O Estado cumpriu bem o seu
papel até certo ponto da história –
construiu estradas, pontes, viadutos,
terminais rodoviários, criou a polícia ro-
doviária, criou o DNER para cuidar do
transporte e da sua infra-estrutura,
dentre outros.
Hoje, uma viagem por ônibus deixou
de ser um prazer para ser uma aventura,
seja na esfera municipal, intermunicipal
interestadual e até mesmo interna-
cional. A carga tributária incidente sobre
a atividade maltrata tanto empresário
quanto cidadão usuário do transporte;
a frota nacional de ônibus, envelhecida,
não gera recursos para a necessária
renovação e o sistema não conta com
linha de crédito para tal fim; os terminais
rodoviários há décadas não recebem
atenção do poder público.
O transporte coletivo rodoviário de
passageiros é uma atividade de risco,
que requer das autoridades públicas e
dos empresários elevado senso de
responsabilidade e dedicação, seja com
o trato dos instrumentos de outorgas,
seja com o trato e fiscalização das em-
presas que inesperadamente se apre-
sentam para a prestação destes ser-
viços.
Enquanto isto, as companhias aé-
reas são agraciadas rotineiramente com
isenções fiscais, veja o ICMS que incide
sobre o transporte rodoviário mas não
incide sobre o transporte aéreo; a cada
dia, novos, maiores e mais modernos
aeroportos são construídos – novas
pistas de pouso e decolagem; são as
aéreas as maiores devedoras de
tributos e encargos junto à previdência
social; entretanto, continuam voando;
são também as aéreas as maiores deve-
doras da Petrobrás; entretanto, também
continuando voando. idosos, todos com direito ao transporte
gratuito, mas somente por ônibus. O
avião não tem sido objeto das mesmas
obrigações.
Até quando suportaremos tal
situação? Estamos prestes a voltar aos
velhos tempos, em que não possamos
mais prever o tempo de uma viagem, o
dia do seu início e fim, em que o moto-
rista deverá levar consigo, além das
ferramentas obrigatórias do veículo, um
par de botas e enxadas para reabrir as
picadas em que se transformaram as
estradas; em que, dentre a tripulação,
deverá haver um “soldado particular”
pronto a atacar e repelir o assédio dos
fora-da-lei.
Até quando suportaremos tal situa-
ção? Até quando o governo vai continuar
não andando de ônibus?
Jocimar Moreira é advogado em Brasília,
assessor e consultor jurídico de empresas
de ônibus, professor universitário da
cadeira de Direito Civil e especialista em
transporte de passageiros.
Júl
io F
erna
ndes
O que falar então das isenções
legais a onerar ainda mais a planilha
de custo das empresas! São portadores
de necessidades especiais, estudantes,
Até quandosuportaremostal situação?Até quando o governovai continuar nãoandando de ônibus?
Por Jocimar Moreira
48 REVISTA ABRATI, MARÇO 2006