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Edição 59 - 2013 ABR | MAI | JUN Martins Lanna Mineradora é referência nacional no mercado de agregados Pirâmide Extração ganha prêmio inédito para a mineração paulista Segunda assembleia geral da Anepac acontece em Fortaleza AREIA E BRITA - ABRIL | MAIO | JUNHO - Nº 59

Revista Areia e Brita - Edição 59 - MARTINS LANNA

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  • Edio 59 - 2013 ABR | MAI | JUN

    Martins Lanna Mineradora referncia nacional no mercado de agregados

    Pirmide Extrao ganha prmio indito para a minerao paulista

    Segunda assembleia geral da Anepac acontece em Fortaleza

    AREI

    A E

    BRIT

    A - A

    BRIL

    | MAIO

    | JUN

    HO - N

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  • Edio 59 - 2013 ABR | MAI | JUN

    Martins Lanna Mineradora referncia nacional no mercado de agregados

    Pirmide Extrao ganha prmio indito para a minerao paulista

    Segunda assembleia geral da Anepac acontece em Fortaleza

    AREI

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    BRIT

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    BRIL

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  • 3Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Editorial

    Em sua ltima assembleia geral, em Fortaleza (CE), a Anepac de-liberou por voltar ao tema venda a peso, pois, aps muitas discusses, essa moda-lidade de venda ainda no praticada em sua totalidade pelo setor de agregados.

    inegvel a vantagem do uso da uni-dade de peso (tonelada) em relao uni-dade de volume (metro cbico) para a co-mercializao de agregados. Mas, como, por dcadas, o metro cbico foi a forma praticada no comrcio de areia e brita, esperava-se que haveria alguma resistn-cia mudana. Entretanto, aps um longo perodo de discusso, no mais possvel admitir que haja alguma dvida sobre sua evidente vantagem, principalmente para os produtores.

    Para estes, ter uma balana na sada da empresa uma grande economia de tempo e de custos, pois no haver d-vidas sobre a quantidade que est sendo carregada no caminho, seja prprio ou de terceiros. No haver discusso com o comprador ou transportador, no haver necessidade de se fazer uma medida em-prica baseada no olhmetro, no preci-sar de funcionrio para medir quantos metros esto sendo carregados. Com as modernas balanas, podero emitir notas fiscais automaticamente. Enfim, uma s-rie to grande de vantagens que difcil acreditar que haja produtores que resis-tam ao uso da tonelada.

    H ainda outra grande vantagem: a segurana no transporte de seu produto at o destinatrio. Um caminho carrega-do dentro das normas, o que somente a pesagem garante, ser um veculo mais seguro, com menor chance de envolver--se em acidentes no percurso, pois no forar seu sistema de frenagem e o mo-tor no trabalhar fora de seu limite, tra-zendo benefcios palpveis, como menos manuteno, menos consumo de pneus, combustveis e lubrificantes, menos emis-so, enfim, menos custo ao proprietrio, mais vida til e melhor preo de revenda.

    Observe-se que o vendedor do pro-duto (no caso areia ou brita) tem tambm responsabilidade para com o terceiriza-do em caso de acidentes. Segurana no transporte de seu produto um dos itens que mais preocupa a empresa social-mente responsvel. Vrias empresas tm

    programas especficos de segurana, no somente com sua frota, como com tercei-rizados. Esses programas tm reduzido significativamente os acidentes em per-cursos, mesmo em pases onde a cultu-ra de segurana no trnsito ruim, como na Amrica Latina e na frica. H metas a serem atendidas tanto para sua frota como pelos terceirizados, juntamente com programas rigorosos de treinamen-to. O terceirizado que no estiver dentro da meta excludo e deixa de transportar para a empresa.

    Muitos produtores argumentam que, mesmo com pesagem, o terceirizado pode parar em outro produtor e comprar mais sem nota, usando a nota emitida pela primeira empresa. Em caso de ser detido o caminho e constatado o sobre-peso, a empresa que emitiu a nota sofre a penalidade. um argumento que no anula a vantagem da pesagem sobre o olhmetro do metro cbico. Isso tambm pode ocorrer com quem vende por metro cbico. Nesses casos, basta, empresa socialmente responsvel, adotar medi-das drsticas: o transportador terceiriza-do que for flagrado com sobrepeso deve ser sumariamente excludo de sua lista de transportadores. As empresas podem lis-tar esses transportadores irresponsveis e comunicar a sua associao de produ-tores para que todos passem a deixar de transportar com eles. Com o tempo, esses maus profissionais sero reduzidos ao mnimo e s transportaro para empresas tambm irresponsveis.

    Vrias tratativas foram feitas com auto-ridades (secretarias de transporte, polcia rodoviria, concessionrias de rodovias, etc.), mostrando os inegveis benefcios da medida, mas com bices administra-tivos e operacionais intransponveis. En-to, chegou o momento de os produtores assumirem o compromisso firme de so-mente vender areia e brita em toneladas. Todos os produtores associados Ane-pac e s associaes e sindicatos de pro-dutores de agregados passam a vender a peso. Ningum pode impedir que os pro-dutores o faam. uma medida positiva e socialmente responsvel, que vai trazer segurana a quem transporta areia e bri-ta, eliminar maus profissionais e melhorar sobremaneira a imagem do setor.

    ISSN 1518-4641EDIO 59 ABRIL | MAIO | JUNHO 2013Publicao trimestral da ANEPAC ASSOCIAO NACIONAL DAS ENTIDADES DE PRODUTORES DE AGREGADOS PARA CONSTRUO CIVILEndereo: Rua Itapeva, 378 Conj. 131 CEP: 01332-000So Paulo SPE-mail: [email protected] | Site: www.anepac.org.br Tel. |Fax: 11 3171 0159Conselho EditorialFernando Mendes ValverdeGlucia CuchieratoDaniel Debiazzi Neto

    DiretoriaPresidente Executivo: Fernando Mendes ValverdeDiretor: Daniel Debiazzi Neto

    Conselho Administrativo Presidente: Ednilson Artioli (SP)Vice-presidente: Gustavo Rosa Lanna (MG)Marco Aurlio Eichstaedt (SC)Antero Saraiva Junior (SP)Luiz Eullio Moraes Terra (SP)Jos Luiz Machado (RS)Sandro Alex de Almeida (RS)Fbio Rassi (GO)Fauaz Abdul Hak (PR)Rogrio Moreira Vieira (RJ)Alexandre Chueri Neto (SP)Adilson Jos Otto (SP)Marcelo Gandolfi Siqueira (SP)

    Conselho Fiscal Luiz Eullio M. TerraFbio RassiSrgio Pedreira de Oliveira Souza (BA)

    Areia e Brita uma revista de mbito nacional de 4.500 exemplares dirigida s empresas de minerao de areia e brita do pas, principais prefeituras municipais, governos estaduais, construtoras e outros segmentos que tenham, direta ou indiretamente, vinculao com o setor de agregados para a indstria de construo civil. As matrias assinadas so de responsabilidade de seus autores, no refletindo, necessariamente, a opinio da Anepac. Sua reproduo livre em qualquer outro veiculo de comunicao, desde que citada a fonte.

    Jornalista Responsvel: Wagner Marques (MTb 29099)Editorao: Matheus MouraReviso: Dyrce ArajoColaboraram nesta edio: Lilian Braga e Talita BiancardiFotos: ArquivoImpresso: CopcentroTiragem: 4.500 exemplares

    Editada por: Supera Comunicao Rua Marcondes Salgado, 132, Vila Adyana, So Jos dos Campos, SPTel.: (12) 3942-1120www.superacomunicacao.com.br

    Contatos Publicitrios: 11 3228 9290

  • 4 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    ArtigoEntidades associadas

    Empresas mantenedoras

    PEDRAPAR ASSOCIAO PARANAENSE DOS BENEFICIADORES DE MATERIAL PETREO

    SINDIPEDRAS / SC SINDICATO DAS INDTRIAS DE EXTRAO DE PEDREIRAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    APA

    ASSOCIAO DAS INDSTRIAS EXTRATIVAS DE AREIA DO NOROESTE DO PARAN

    Rua Rio Branco, n 248 - Centro CEP: 65020-490 - So Lus - MA Telefax (098) 2361-9000 CGC / MF 06.049.258/0001-69 I. E. 12.051.907-0 GRANORTE GRANDE NORTE DE MINERAO S.A.

    PEDREIRA CAVINATTO S/A

    PEDREIRA ITAITINGA LTDA

    PEDREIRA SANTA ISABEL LTDA

    Anuario Anepac 2012 _ final - 20 de fevereiro - CURVAS.indd 7 21/02/2013 15:21:40

    PEDRAPAR ASSOCIAO PARANAENSE DOS BENEFICIADORES DE MATERIAL PETREO

    SINDIPEDRAS / SC SINDICATO DAS INDTRIAS DE EXTRAO DE PEDREIRAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    APA

    ASSOCIAO DAS INDSTRIAS EXTRATIVAS DE AREIA DO NOROESTE DO PARAN

    Rua Rio Branco, n 248 - Centro CEP: 65020-490 - So Lus - MA Telefax (098) 2361-9000 CGC / MF 06.049.258/0001-69 I. E. 12.051.907-0 GRANORTE GRANDE NORTE DE MINERAO S.A.

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  • 5Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Sumrio

    Artigo

    Consumo de agregados: demanda setorial permaneceu aquecida em 2012 ........................................................ 6Mercado

    TAV em processo licitatrio .......................................................................... 7Artigo

    Polmica na minerao de areia no leito do rio Jacu (RS) ........................................................................................ 8

    Artigo

    HP200 Transformando seixo rolado em areia de alta qualidade .........................................................................14Destaque

    Martins Lanna modelo em produo e sustentabilidade .....................................................................................16Artigo

    Venda a peso e limite legal: um desafio para os produtores de agregados no Brasil ...................................................24Minerao

    Prmio indito para a Minerao Paulista .....................................................25

    Notcias nacionais .....................................................................................39

    Notcias internacionais ...............................................................................30

    Em pauta

    Anepac realiza Assembleia em Fortaleza .....................................................11

  • 6 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    Consumo de agregados: demanda setorial permaneceu aquecida em 2012Bolivar Raphael M. LacerdaFernando M. Valverde

    Os agregados para a construo (basicamente areia e pedra bri-tada) so parte integrante da cadeia da construo como insumos mine-rais essenciais na composio do concreto (em torno de 75%) e pa-vimento asfltico (80 a 90%), alm de serem utilizados in natura como gabies, lastro ferrovirio, revesti-mentos, dentre outros. Participam na construo de praticamente todos os itens definidores de melhoria da qua-lidade de vida, como equipamentos urbanos (ruas, avenidas, viadutos, habitao e at lazer dentre outros) e infraestrutura, tais como saneamen-to bsico, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e outros.

    O crescimento ocorrido em toda a cadeia produtiva da construo em 2012 reservou ao setor de agre-gados um aumento de demanda na ordem de 6% em relao ao ano de 2011. H que se considerar que o PIB nacional apresentou um cresci-mento medocre de 0,9% no mesmo perodo. A estimativa de agregados para 2012 era de cerca de 716 mi-lhes de toneladas, sendo que a de-manda em 2011 atingiu 674 milhes de toneladas.

    Areia para a construo atingiu a ordem de 424 milhes de toneladas, e a pedra britada, cerca de 292 mi-lhes de toneladas em nvel nacional.

    Na Regio Metropolitana de So Paulo, em 2012, segundo estimativa do Sindipedras/SP, houve o consumo de 35,2 milhes de toneladas de bri-ta, o que representou um acrscimo de 6,6% em relao ao ano de 2011. Por sua vez, o consumo de areia foi estimado em 51 milhes de tonela-das. Registra-se que, quanto ao con-

    sumo de cimento no Brasil, em 2012, houve um crescimento de 6,9% em relao ao ano anterior, conforme dados preliminares do SNIC.

    A projeo para o ano corrente indica um crescimento da ordem de 5% a 6% para o setor de agregados no pas, considerando que os pro-jetos de infraestrutura e habitao prosseguem em ritmo mais acentu-ado, baseado na perspectiva de um PIB em torno de 3,5% e indicadores positivos de crescimento como ren-da, nvel de emprego e melhorias de crdito. Fatores adversos esto

    relacionados inflao nacional, que est atingindo limites superio-res s metas estabelecidas, com estagnao da produo industrial, a despeito dos diversos incentivos concedidos pelo governo. H de se considerar tambm a influncia da economia mundial.

    Por ltimo, vale comentar que h uma carncia significativa de esta-tsticas sobre o setor de agregados em vista da pulverizao da ativida-de pelos diversos estados brasilei-ros, especialmente nos empreendi-mentos de areia.

    0

    200

    400

    600

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    1200

    PREVISO DE CONSUMO DE AGREGADOS NO BRASIL

    (em milhes de toneladas)

    AgregadosTotal

    Areia

    Brita

    Fonte: Anepac/Sindipedras (SP)

    t.

  • 7Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Mercado

    TAV em processo licitatrioOprojeto do Trem de Alta Velocida-de, sistema de transporte ferrovi-rio de passageiros que ligar as ci-dades do Rio de Janeiro, So Paulo e Campinas, tem previso para ser con-cludo em 2019.

    A Empresa de Planejamento e Lo-gstica (EPL), responsvel por estrutu-rar e qualificar o processo de planeja-mento integrado de logstica no pas publicou, em abril, o 2 Caderno de Perguntas e Respostas, que trata da contratao da empresa ou consrcio que ir gerenciar o trabalho das em-presas responsveis pelo projeto exe-cutivo, previsto para estar pronto em 2014. A expectativa de que o incio das obras acontea em 2015.

    Questionada sobre a previso do consumo dos produtos agregados (bri-ta e areia) e concreto e sobre as espe-cificaes exigidas para o uso desses materiais na obra, a EPL afirma que, no momento, no h como mensurar

    ou obter essas especificaes. Isso s ser possvel aps a realizao da lici-tao da 2 etapa do TAV, quando ser conhecido o consrcio vencedor da construo da infraestrutura.

    Com previso de incio das ope-raes para 2020, o novo sistema de transporte do pas ir oferecer preos competitivos, conforto, segu-rana e o ponto principal: velocidade nas viagens. Alm dessas vanta-

    gens, o TAV proporcionar diversos benefcios ao transporte brasileiro, pois ser possvel ver, rapidamente, a reduo de gargalos do transporte aeroporturio, rodovirio e urbano em reas de maior densidade po-pulacional. A EPL afirma ainda que dois resultados sero imediatos: a diminuio de congestionamentos e de acidentes nas rodovias.

  • 8 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    Polmica na minerao de areia no leito do rio Jacu (RS)

    No ms de janeiro, a imprensa ga-cha (Grupo RBS) veiculou, de for-ma repetitiva e intensa, em seus meios de comunicao (TV, rdio e jornal), notcias sobre uma suposta degrada-o ambiental do rio Jacu provocada pela minerao de areia.

    A srie de reportagens teve seu foco centrado na presena generali-zada de eroso nas margens do rio e queda de rvores da vegetao rip-ria, apontando ainda hipottico sumio de mais de 100 praias e aumento de mortes por afogamentos no rio Jacu. Tudo isso, segundo as reportagens, foi consequncia de atividade de minera-o muito prxima margem.

    As acusaes so contundentes e conclusivas. No entanto, nas reporta-gens, os fatos so colocados de forma genrica, expostos de forma muito ampla, sem a indicao concreta do tipo de irregularidade e de sua locali-zao, o que impossibilita que se dis-cuta o problema de forma particulari-zada, isto , caso a caso.

    Com escassas e genricas opini-es tcnicas, fartos depoimentos de leigos, apontamentos generalizados e imagens sem identificao geogrfica, as reportagens fazem relaes do tipo causa e efeito simplista e, sob nos-so ponto de vista, em muitos pontos, equivocada, principalmente no que tange apontar que os processos erosi-vos e as quedas de rvores presentes na margem do rio Jacu decorrem da atividade de minerao que ali vem sendo executada. Como prova, so apresentados alguns barcos suposta-mente flagrados minerando nas proxi-midades da margem.

    Ainda que se admita que estes barcos, supostamente flagrados, es-tivessem minerando prximos mar-gem (no foram apresentados data, hora nem local para que se possa

    Ivam Luiz Zanette*

    confrontar com as posies emitidas pelo aparelho de rastreamento via GPS), do ponto de vista tcnico, no h como tecer afirmaes categricas de que a eroso e a queda de rvores que aparecem de forma generalizada ao longo do rio tenham como causa uma suposta minerao prxima margem. Os dados so totalmente insuficientes para esse tipo de con-cluso, principalmente se emitidas por leigos (reprteres).

    Mesmo para tcnicos especialis-tas, baseando-se em estudos tcnico--cientficos elaborados de forma siste-mtica, seria rdua a tarefa para tecer concluses de forma to enftica como as feitas pelos reprteres, visto que a eroso e a queda de rvores nas mar-gens do rio Jacu constituem fenme-nos de alta complexidade, resultado de vrios fatores que interagem entre si de forma intrincada. Os principais so: dinmica natural do rio, construo de barragens, desmatamentos na bacia hidrogrfica e, por fim, talvez o menos influente, areia na calha do rio.

    O rio Jacu possui uma ativa din-mica erosiva, resultante de um intrin-cado e emaranhado conjunto de fa-tores, com destaque para a dinmica natural, as barragens, o desmatamen-to das margens e a minerao.

    Muito embora haja carncia de es-tudos tcnicos para se aquilatar a real contribuio de cada um dos fatores acima descritos, os dados dispon-veis apontam, preliminarmente, que a eroso das margens no rio Jacu, no trecho em foco, tem origem ligada pre-ponderantemente a fatores de origem natural, e que os fatores antrpicos tm influencia secundria. Estes, por vezes, agem como fatores de acele-rao da ao erosiva natural e, por outras vezes, como fatores de desace-lerao dos processos erosivos.

    No que tange acusao de sumi-o de mais de 100 praias e reduo de ilhas, provocadas pela minerao, tambm nos parece uma acusao no procedente, no mnimo exagera-da. De qualquer forma, este seria um ponto tecnicamente fcil de elucidar confrontando imagens areas atuais com imagens de pocas anteriores aos ttulos minerrios. Bastaria que os reprteres especificassem a localiza-o geogrfica de cada uma das mais de 100 misteriosas ilhas que sumiram. Quanto ao aumento do nmero de afogamentos que foi relacionado mi-nerao, tambm no h estatsticas oficiais que indiquem este fato.

    A srie de reportagens da RBS oferta concluses simplistas, sem embasamento tcnico, cercadas de altas incertezas e, sob nosso ponto de vista, equivocadas, afrontando a boa tcnica cientfica e a imagem de inmeros profissionais altamente qualificados (gelogos, engenheiros de minas, hidrlogos, bilogos, etc.), pertencentes aos quadros tcnicos de rgo pblicos e das empresas mineradoras. Profissionais estes que, nos ltimos anos, autorizaram ou monitoraram a minerao de areia no rio Jacu, baseada em es-tudos tcnicos que, diga-se de pas-sagem, so altamente qualificados e compatveis com os padres interna-cionais para minerao de areia em leito de rio.

  • 9Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    ArtigoAssim sendo, imperioso e ur-

    gente que a imprensa divulgue deta-lhes dos dados e das imagens que balizaram a reportagem, tais como as coordenadas geogrficas dos flagran-tes realizados, das feies erosivas apresentadas e das praias que, hipo-teticamente, sumiram. Esses detalhes so indispensveis para que, luz da cincia, da boa tcnica e da legislao profissional, os fatos apresentados se-jam esclarecidos.

    PRINCIPAIS FATORES qUE CONTRIBUEM PARA A EROSO DAS MARGENS DO RIO JACU

    1) Dinmica naturalSob nosso ponto de vista, este

    o fator de contribuio largamente preponderante na ao erosiva do rio Jacu. Os demais fatores citados, de origem antrpica, so secundrios e agem de forma complexa e ainda no clara, acelerando ou reduzindo a ao erosiva natural.

    No trecho em que efetivada a minerao, o rio apresenta compor-tamento morfodinmico meandrante na poro montante, com tendncia para anastomosado jusante. Em ambos os casos, a bibliografia dispo-nvel aponta como caractersticas mar-cantes intensa eroso lateral, intensa sedimentao e a constante mudana

    de posicionamento de sua calha. Em rios com este comportamento

    morfodinmico, a eroso das margens e a queda da vegetao - que muitas vezes apontada por leigos como de-gradao ambiental -, na maioria dos casos so feies naturais caracters-ticas de rios maduros.

    As imagens abaixo, retiradas do Google Earth, mostram o segmento inferior do rio Jacu. Desse modo, no necessrio muito esforo para visu-alizar as inmeras e ntidas feies do tipo linhas de acreso e braos abor-tados resultantes da intensa migrao lateral do rio, que se deu pela ao de

    processos erosivo-sedimentares inde-pendente da presena do homem ou da vegetao nas margens. As mar-cas cicatrizes de migrao lateral do rio Jacu so bastante ntidas, o que nos leva a crer que so recentes.

    2) Construo de barragensNo rio Jacu e em seus afluentes,

    foram construdas mais de duas deze-nas de barragens (eclusas e gerao de energias) que modificaram radical-mente o fluxo hidrodinmico do rio e, consequentemente, a carga sedimen-tria. Barramentos de rios, em tese, contribuem para alterar a dinmica erosiva, podendo acelerar a eroso por reduo da carga sedimentria e formao de pontos de alto assorea-mento. Por outro lado, podem ameni-zar a ao erosiva pela reteno das guas das enxurradas, diminuindo o pico das cheias.

    3) Desmatamentos na bacia hi-drogrfica

    A rea ocupada pela bacia hidro-grfica do rio Jacu, originalmente, era constituda predominantemente por florestas e, secundariamente, por cam-

    Figuras 01 (acima) e 02 Imagem do Google Earth (Vale Verde). Nota-se a presena de antigos canais do Rio Jacui (Braos abortados) que hoje constituem as Lagoas do Frade e da Estncia. As setas ama-relas apontam para locais onde a imagem ressalta inmeras linhas de eroso/acreso recentes.

    1

    2

    Lagoa do Frade Lagoa da Estncia

    Lagoa da Estncia

  • 10 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    pos. Esta vegetao foi profundamente alterada (reduzida) provocando im-permeabilizao dos solos e reduo abrupta da capacidade de infiltrao das guas, com consequente aumento.

    O resultado desta significativa im-permeabilizao dos solos a dimi-nuio da infiltrao e o aumento do escoamento superficial. Assim sendo, as guas das chuvas alcanam, em pouco tempo, os rios, provocando enxurradas repentinas (a maioria das eroses dos rios est associada aos picos das enxurradas).

    Teoricamente, essas enxurradas deveriam aumentar a eroso das margens, fato que s no to sen-tido tendo em vista que as guas das cheias repentinas so aprisionadas pelas represas e liberadas, posterior-mente, de forma gradual.

    4) MineraoOs levantamentos batimtricos se-

    mestrais mostram que o leito do rio representado por uma superfcie relati-vamente regular, sem grandes depres-ses (poos). Contudo, no h indcios de ravinamentos e/ou outros tipos de processos erosivos subaquosos.

    J os dados obtidos no monito-ramento dos processos erosivos por marcos topogrficos indicam que o avano da eroso das margens est dentro do padro erosivo histrico deste rio.

    Em que pese a grande atividade minerria que se desenvolve no trecho e a significativa quebra da correia de transporte de sedimentos imposta pelas barragens, a baixa desestabili-zao morfodinmica decorrente ex-plicada pela alta resilincia do rio em consequncia de suas caractersticas intrnsecas: alta relao largura/pro-fundidade (40/1 a 100/1), baixa decli-

    vidade da lmina dgua (0,0000105 m/m a 0,0000195 m/m), baixo nvel mdio das guas em relao ao nvel do mar (4,3 m acima da barragem de Amarpolis e 1,1 m abaixo dela) e n-vel mdio do leito abaixo do nvel de base de eroso.

    Por fim, cabe frisar que a extrao de areia pode tambm agir como fator que contribui para amenizar os dese-quilbrios introduzidos pelas outras aes antrpicas e assim, ao invs de acelerar, ela pode estar contribuindo para desacelerar os processos erosi-vos do rio.

    Ao retirar areia acumulada na ca-lha, na prtica, a minerao est deso-bstruindo o canal, retirando obstculos e rugosidades (bancos de areia), o que pode aliviar a presso das guas sobre as margens durante as cheias, bem como reduzir o fluxo turbulento. Nesta linha de raciocnio, a extrao de areia importante, principalmente, montante das barragens, ao passo que estas agem como barreira fsica de reteno (acumulao) de sedi-mentos. Caso no houvesse minera-o de areia, a montante da barragem de Amarpolis, muito possivelmente, estaria em estgio avanado de as-soreamento (obstruo da calha), po-dendo representar srios problemas para as terras ribeirinhas (eroso e inundaes).

    *Ivam Luiz Zanette gelogo.

    Figuras 03 (acima) e 04 Imagem do Google Earth (G.Camara/Buti montante barragem).. As setas ama-relas apontam para locais onde a imagem ressalta in-meras linhas de eroso/acreso recentes.

    3

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  • 11Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Em pauta

    Anepac realiza Assembleia em Fortaleza

    No dia 5 de abril, foi realizada a se-gunda assembleia geral da entida-de neste ano, em Fortaleza (CE). Foi a segunda vez, desde a sua criao, que os dirigentes da Anepac se deslocaram a Fortaleza para o evento. Os dirigentes dos diversos estados foram recepciona-dos pelo presidente do Sindibrita-CE, senhor Abdias Veras Neto, que aprovei-tou o encontro para informar que o sin-dicato vem trabalhando no sentido de reunir dados para a elaborao de um livro-documento que ser lanado no ms de agosto. O livro pretende retratar a histria do setor de brita no Estado do Cear, que neste ano completa 30 anos de atividades.

    Com uma pauta bastante abrangen-te, os assuntos discutidos na assem-bleia foram objeto de intensos debates, com destaque para a questo da venda e limite legal de peso - que dever, inclu-sive, ser objeto de workshop, concomi-tante realizao da Construction 2013, no dia 5 de junho. Para este evento, j esto programadas as palestras do se-nhor Gustavo Lanna, vice-presidente do Conselho Administrativo da Anepac e diretor da Martins Lanna, que apre-sentar o trabalho Case de sucesso de implantao da Venda e Limite Legal de Peso na Pedreira Martins Lanna e das Balanas Toledo sobre peso/eixo.

    Outro assunto de destaque na as-sembleia foi a discusso de itens im-pactantes para o setor de agregados divulgados pela imprensa, at o pre-sente, sobre o novo marco regulat-rio do setor mineral, especialmente a questo do prazo de lavra. Entendem os dirigentes da Anepac que, qualquer prazo menor do que aquele que ser proposto para a minerao em ge-ral (em torno de 35 a 40 anos, como vem sendo divulgado), prejudicar sensivelmente o setor. Isto porque as mineraes de agregados esto ne-cessariamente localizadas dentro do ambiente urbano, requerendo custos adicionais elevados para viabilizar as

    Novo Marco Regulatrio para o Setor Minerala. Itens impactantes para o setor de agregados:

    1. Mudana de regime2. Prazo de lavra3. Tributao4. Segurana Jurdica5. Descentralizao6. Sanes

    b. Agenda poltica para a Anepac

    1. Explosivos: Responsabilidades, Aes e Plano de Segurana Previstos na Portaria COLOG 03/13;

    2. ABDI Projeto Agregados para a Construo: resultados de reu-nio em Braslia;

    3. Reduo do ICMS nos Estados;4. Participao da Anepac no XV Congresso Brasileiro de Minerao;5. 8 Prmio Fiesp/Ciesp de Conservaco e Reso de gua;6. Revista Areia & Brita: apresentao e atualizao dos trabalhos

    previstos para a elaborao da Edio Especial: Minerao de Agregados e Sustentabilidade;

    Dirigentes da Anepac presentes no encontro

  • 12 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Em pauta

    operaes de lavra, como a aquisio de terrenos no entorno do empreen-dimento, recuperao paisagstica da rea, trabalhos comunitrios com a po-pulao local e outros. Alm disso, h a necessidade de se viabilizar, tcnica e economicamente, novas expanses de capacidade ou at substituies completas de plantas de operao, o que no se faz em curto prazo.

    Participaram da assembleia os se-nhores Adilson Jos Oto, Clvis Viana Jr., Daniel Debiazzi Neto, Fbio Rassi, Fabricio Mascarenhas, Fauaz Abdul Hak, Fernando Mendes Valverde, Glayton Parente, Gustavo Lanna, Jos Ricardo Montenegro Cavalcanti, Luiz Alberto de A. Souza, Luiz Eullio Moraes Terra, Mar-celo Gandolfi Siqueira, Marco Aurlio Ei-chstaedt, Marcus Vinicius M. Fumagalli, Osni de Mello, Roberto S. Aoki, Rodrigo Millen, Abdias Veras Neto, Marco Aurlio Eichstaedt e Abner Veras Neto.

    Da esq. p/ a dir.: Fbio Rassi, Gustavo Lanna, Ricardo Cavalcante, Abdias Veras Neto e Osni de Mello

  • Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    O caminho fora de estrada 770 da Cat uma excelente opo para suas obras. E quem garante isso o especialista Bruno Lanna, diretor da mineradora Martins Lanna. Segundo ele, a alta disponibilidade do equipamento, a velocidade de transporte e a relao entre custo e tonelada transportada contribuem diretamente para melhorar a performance da empresa. Bruno tambm destaca a capacidade de carga e o suporte tcnico especializado, que assegura o bom desempenho da mquina. Fale com um de nossos revendedores em todo o Brasil e conhea voc tambm os diferenciais do 770 da Cat.

    Bruno Lanna - Diretor da Martins Lanna

    Robustez, conforto para o operador, potncia e custo operacional. Foi por isso que optamos pelo 770 da Cat.

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    2008 Caterpillar. Todos os direitos reservados. CAT, CATERPILLAR, seus respectivos logotipos, Amarelo Caterpillar e o conjunto-imagem POWER EDGE, assim como a identidade corporativa e de produto aqui usada, so marcas registradas da Caterpillar e no podem ser utilizadas sem permisso.

  • 14 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    HP200 Transformando seixo rolado em areia de alta qualidade

    Nas ltimas dcadas, o cresci-mento econmico brasileiro vem impulsionando a demanda por agregados. O mercado de areia, por sua vez, vem enfrentando grandes dificuldades para manter um forne-cimento consistente. Atualmente, um dos maiores problemas o alto volume de seixo obtido no processo de extrao de areia, chegando a atingir cerca de 50% do volume total de material retirado dos rios devido ao excesso de represamento.

    O seixo sempre foi um desafio e um problema para os produtores de areia, j que no pode ser de-volvido aos rios aps sua extrao. Ao longo de dcadas, o processa-mento deste material resultou num enorme passivo ambiental, com uma grande quantidade de seixo estocado sem utilizao.

    Transformando problemas em oportunidades de negcio

    A Areia & Cia atua neste merca-do h mais de mais de 20 anos e re-solveu contar com a Metso para en-contrar uma soluo rentvel para o processamento do seixo.

    Em julho de 2011, iniciaram as anlises de abrasividade e brita-bilidade do material. Foram ento identificadas quatro alternativas de processamento para transformar o seixo em areia.

    Inicialmente, a Areia & Cia mos-trou-se interessada num impactor, um equipamento de menor custo do que o sugerido pela Metso. Porm, o cliente desejava processar todo o seixo retirado diariamente, alm de uma quantidade adicional do seixo estocado. Considerando o resultado esperado pelo cliente e a abrasivida-de excessiva do material, o HP200 foi analisado como a melhor opo.

    Acreditando no projeto propos-to pela Metso, a Areia & Cia fez o investimento necessrio e, em ape-nas seis meses de uso, o HP200 j vem apresentando grandes resulta-dos. O HP200 no somente transfor-ma o seixo em areia, mas tambm o transforma em areia de excelente qualidade, com alta produtividade e baixa manuteno. Alm disso, per-mite produzir areia com caracters-

    ticas similares durante todo o pro-cesso, o que invivel atravs do processo natural.

    O HP200 tambm possibilita, por meio de pequenas regulagens, a pro-duo de areia com faixas granulo-mtricas especficas para aplicaes especiais (filtragem, jateamento, areia de fundio, etc.), agregando valor ao produto e aumentando os tipos de areia ofertados. uma satisfao

    Fernando Vives*

    A britagem do seixo pelo HP200 produz areias com diferentes granulometrias que, aps o penei-ramento, so utilizadas para diversas aplicaes especiais

  • 15Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    para a Metso saber que o HP200 per-mitiu no s processamento de um produto que estava inutilizado, mas ainda abriu novas oportunidades de mercado para a Areia & Cia. este padro de resultado que buscamos entregar aos nossos clientes, afirma Luiz Oliveira, vendedor tcnico da Metso - diviso de agregados.

    Comparando resultados com a concorrncia

    A anlise do cliente Areia & CIA passou por comparativos de vrios

    tipos de mquinas e processos no mercado, e o HP200 foi o que obteve, na fase de anlise do investimento, melhor custo operacional, que foi ago-ra comprovado na prtica, validando o retorno do investimento em pouco tempo. Alm disso, a qualidade do pro-duto gerado atingiu as expectativas.

    Por que somente agora o HP200 est comeando a ser utilizado no mercado de areia brasileiro?

    No passado, os britadores eram ineficientes e apresentavam alto

    custo operacional devido ao des-gaste sofrido por seus componen-tes, chegando, muitas vezes, a in-viabilizar sua utilizao. Os cones atuais, como o HP200, apresen-tam alta resistncia a impactos e abrasividade, possuem cmaras de britagem mais eficientes, baixo custo de manuteno e excelente produtividade. Graas tecnologia de processamento hidrulico e por trabalhar por compresso e no de forma mecnica como os impac-tores mais antigos , o HP200 ca-paz de processar uma areia de me-lhor qualidade, com menor volume de filler. Alm disso, seu custo em mdia 30% menor em relao aos impactores que geralmente so uti-lizados neste processamento.

    Aps a aquisio do HP200, a Areia & Cia tambm est produzindo um tipo de areia especial, com preo 100% superior ao da areia comum, alm de poder produzir areia para o mercado da construo civil como vinha fazendo desde sua fundao. Todo o estoque de seixo acumulado ao longo dos seus 20 anos de ativi-dades j foi transformado em areia, e os estoques dos concorrentes tam-bm esto sendo comprados para serem processados.

    Cristiane Brizolari, proprietria da Areia & Cia, confirma a trans-formao no processo produtivo e comercial: o HP200 abriu novos nichos de mercado, possibilitando a produo de diferentes tipos de areia com valor agregado.

    Tudo isso somente foi possvel por meio da parceria desenvolvida com a Metso, que customizou suas solues e seu atendimento de acor-do com as necessidades do cliente. Hoje, a Areia & Cia j pode dizer que o seixo rolado deixou de ser um problema e que possvel produ-zir areia de qualidade a partir dele. Sem dvidas, uma grande oportuni-dade de negcios com enorme po-tencial de crescimento.

    *Fernando Vives jornalista.Aps a aquisio do HP200, a Areia & Cia tambm est produzindo um tipo de areia especial com preo 100% superior ao da areia comum

  • 16 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Destaque

    Martins Lanna modelo em produo e sustentabilidadeReferncia nacional no mercado de agregados, a mineradora destaca-se pelo investimento em pesquisas, tecnologia de ponta, desenvolvimento exclusivo de produtos, qualificao profissional e responsabilidade socioambiental

    ARegio Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) considerada o centro poltico, financeiro, comer-cial, educacional e cultural de Minas Gerais, representando cerca de 40% da economia e 25% da populao do estado. Ali, h 35 anos, foi funda-da a Martins Lanna atualmente a pedreira com a maior capacidade de produo de agregados derivados de pedra Gnaisse do pas e uma das maiores da Amrica Latina.

    Localizada no municpio de Con-tagem, a empresa idealizada por Eduardo Martins Lanna enfrentou

    diversos desafios at adquirir matu-ridade para inovar e investir em tec-nologia no processo produtivo. Tudo comeou com a Construtora Martins Lanna executando projetos residen-ciais em bairros nobres de Belo Ho-rizonte e, depois, prestando servios de desmonte de rocha e terraplena-gem para grandes obras de renoma-das empreiteiras e mineradoras em diversos estados do pas, explica o presidente da empresa.

    Na dcada de 80, a Construtora Martins Lanna ganhou ainda mais vi-sibilidade, com a execuo de proje-

    tos de estradas, ferrovias, barragens e obras de saneamento. Na dcada de 90, concentramos as atividades no ramo de pedreiras, que j era uma das atividades da empresa, preven-do aumento da demanda por insu-mos e a necessidade de empresas de ponta, voltadas para o mercado mineiro, que na ocasio estavam em igual expanso, recorda Eduardo.

    EVOLUO E CRESCIMENTONos ltimos anos, a Martins Lan-

    na tem colhido os frutos da viso empreendedora de seu idealizador,

  • 17Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Destaque

    que identificou a oportunidade de atuar com extrao, beneficiamento e comercializao de agregados para abastecer a construo civil na Regio Metropolitana da capital mineira. Em 2001, a mineradora foi completamen-te repaginada com novos investimentos em sua planta e seus processos, ampliando a capacidade produtiva de 120 para 250 mil toneladas/ms.

    Um dos destaques foi a implantao do sistema de carregamento por silos, que, somados, possuem capa-cidade de armazenamento de 5 mil toneladas e possi-bilitam, em menos de um minuto, o carregamento de 20 caminhes simultaneamente, otimizando logstica, efici-ncia e agilidade do processo. A maior parte dos produ-tos da empresa carregada diretamente por silos, que so alimentados por correias transportadoras a partir de pilhas que armazenam, juntas, 50 mil toneladas de produtos acabados. De forma eficiente e racional, com a utilizao dos silos eliminado o uso de carregadeiras, reduzindo o consumo de combustveis fsseis e minimi-zando a emisso de gases de efeito estufa.

    Mantendo sua constante poltica de investimentos e inovao tecnolgica, a Martins Lanna, tem, atualmente, capacidade instalada de produo em sua unidade de Contagem (MG) de 6 milhes de toneladas/ano, em uma rea total de 4 milhes de metros quadrados.

    TECNOLOGIA EM AREIA E BRITAAliando alta produtividade, inovao tecnolgica e

    sustentabilidade, a empresa produz Areia Industrial, Bri-

    Areia Industrial de Gnaisse (fina - mdia - grossa)Argamassas de alvenaria e revestimentoArgamassas usinadasArtefatos de concretoChapiscos, contrapisos, groutes, etc.Concretos em geralFiltros e camadas drenantesPavimentos flexveis e rgidos

    Britas de Gnaisse (00 - 0 - 1 - 2 - 3 - 4 - 5)Artefatos de concretoConcretos em geralFiltros e camadas drenantesLastro de ferroviaPavimentos flexveis e rgidos

    Pedras de Gnaisse (dimenses variadas, confor-me aplicao)Calamento polidricoContenes (muros de gabio)Filtros e camadas drenantesReforo de solos

    BGS (Brita Graduada Simples), BGTC (Brita Gradua-da Tratada com Cimento) e Solo-Brita (Bica Corrida)Base e sub-base de pavimentos

    Produtos e suas aplicaes

    Carregamento por silos mais eficincia e sustentabilidade no processo de transporte de materiais na empresa

  • 18 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Destaque

    tas e Pedras em diversas granulome-trias, alm de materiais para base e sub-base de pavimentos, todos deri-vados de Gnaisse.

    Visando qualidade de seus pro-dutos, a empresa mantm um rigoro-so controle granulomtrico por meio de ensaios e monitoramento dirio. Alm dos testes realizados rotineira-mente em seu laboratrio, a Martins Lanna desenvolve novos produtos, como variados tipos de areias para ar-gamassas. Os materiais so testados internamente, em um campo de pro-vas onde so erguidas paredes para a medio de resistncia e acabamento.

    Areia industrialPioneira nacional na produo

    de areia industrial, a Martins Lanna acredita no produto como uma alter-nativa sustentvel para a substitui-o da areia natural proveniente de rios e cavas. Em 1998, iniciou a pro-duo de areia a partir do processo de classificao do p de pedra por via mida em circuito fechado, com o reaproveitamento de toda gua utilizada no processo, eliminando as grandes pilhas de p de pedra, um dos maiores problemas ambientais vivenciados at hoje nas pedreiras. Com a grande aceitao do produto pelo mercado consumidor, a Martins Lanna, em busca de uma nova tec-nologia para produo de areia, em 2002, ousou novamente, implantan-do sua primeira linha de produo de areia industrial a seco, utilizando britadores VSI.

    A qualidade da areia produzida a seco e as vantagens do produto com um percentual de material fino pro-veniente de rocha, acompanhado da granulometria constante e iseno de material orgnico, fizeram com que o produto fosse reconhecido nacionalmente. Outro diferencial do produto industrializado que ele no necessita de peneiramento, o que reduz a mo de obra e evita sobras que geram custo para descarte.

    O desenvolvimento do produto no se limita ao aperfeioamento tcnico, mas, tambm, abertura de

    mercado e quebra de paradigmas. H mais de dez anos, a minerado-ra realiza um trabalho voltado aos construtores, para orient-los quan-to aos benefcios da areia industrial. Vamos at o cliente para fazer a demonstrao do nosso produto. um processo lento, porque preciso orientar o dono da empresa sobre os ganhos financeiros e o engenheiro sobre a qualidade da areia e expli-car, ao mestre de obras e ao pedrei-ro, que o produto garantir ganho de produtividade e melhorias no acaba-mento. Para a quebra deste paradig-ma, fundamental a aplicao do produto in loco para a comprovao dos resultados, pondera Gustavo.

    Hoje, com capacidade de bene-ficiamento de 150 mil toneladas de areia por ms, a Martins Lanna a maior produtora de areia industrial do Brasil e um exemplo de sustenta-bilidade e inovao para o mercado.

    Solo BritaA constante busca por solues

    ambientais levou a Martins Lanna a desenvolver um novo produto de li-nha. A partir da blendagem do mate-rial decantado nos tanques de areia e do material resultante do decape-amento da mina, a empresa criou o solo brita, uma alternativa para a substituio da canga de minrio de ferro, escria e outros materiais uti-

    Equipamentos modernos garantem produtividade e qualidade

  • 19Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Destaque

    lizados para a base e sub-base de pavimentos, com menor custo, sem gerao de estreos e que atende a todas as normas tcnicas.

    A Martins Lanna, mesmo com grande capacidade de produo, mantm uma poltica de estocagem que possibilita, no final de cada ano, a realizao da manuteno preven-tiva em toda unidade produtiva. Esta poltica permite reformar e substituir mquinas e equipamentos, o que reduz o nmero de manutenes corretivas ao longo do ano, melho-rando sua produtividade. O estoque tambm permite reduo no prazo de entrega, beneficiando at mesmo clientes que esto instalados em ou-tras regies e que no contam com

    produtos disponveis que atendam s necessidades da obra. uma estra-tgia que demanda alto investimento, mas se caracteriza como diferencial porque proporciona mais conforto e tranquilidade para nossos clientes. Conseguimos atender imediatamente a grandes demandas e ampliamos o raio de atuao, entregando produtos at mesmo em outros estados, expli-ca Gustavo Lanna.

    PILARES DEDESENVOLVIMENTO

    A trajetria de conquistas da Mar-tins Lanna sustentada por cinco pi-lares de desenvolvimento que fazem da mineradora uma empresa de van-guarda. Confira cada um deles.

    1) SustentabilidadeO respeito ao meio ambiente faz

    parte da misso da Martins Lanna e, por isso, a mineradora investe em aes que estimulam o desenvolvi-mento sustentvel por meio de suas modernas tcnicas de extrao e be-neficiamento do mineral.

    100% de aproveitamento: todomineral extrado aplicado nas di-versas etapas de seus processos produtivos, no gerando qualquer tipo de resduo.

    gua vai, gua volta: aproveita-mento de toda a gua utilizada nos processos de produo por meio de moderno circuito fecha-do, com tanques de decantao de materiais finos.

    Energia, consumo consciente:campanha de reduo de consu-mo de energia. Os colaboradores participam indicando melhorias e cuidando para que a energia con-sumida seja apenas a necessria.

    Carregamento racional: o carre-gamento dos principais produtos realizado por meio de silos que substituem totalmente o uso de carregadeiras, eliminando o uso de pneus e combustveis fsseis e reduzindo, assim, a emisso de gases de efeito estufa.

    ColetaSeletiva:apromoodaco-leta seletiva, com separao e des-tinao adequada dos resduos, outro compromisso assumido pela empresa e por seus colaboradores.

    Raio-X da Martins LannaLocalizao: Fazenda Rancho Novo, s/n Bairro Praia 32.211-970 - Contagem (MG) Site: www.martinslanna.com.br. Fundao: 15 de fevereiro de 1978Presidente: Eduardo Martins LannaDiretoria: Bruno Lanna, Gustavo Lanna e Vnia Avelar Ferreirarea total: 4 milhes de metros quadradosProdutos: Areia Industrial, Britas e Pedras de Gnaisse, materiais para base e sub-base de pavimentosCapacidade produtiva anual: 6 milhes de toneladasEquipe: 210 colaboradores e 200 terceirizadosPerfil de vendas: 25% para concreteiras; 25% para a indstria de ar-tefatos; entre 15% e 20% para infraestrutura; 10% para construtoras de edificao; 10% para o varejo; 7% para pavimentao e 3% para ferrovias.

  • 20 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    A EXPOSIBRAM 2013 COM A CARA DA SUA EMPRESA!

    EXPOSIO INTERNACIONAL DE MINERAO15 CONgRESSO BRASILEIRO DE MINERAO

    23 a 26/9/2013 EXPOMINAS Belo Horizonte (MG)

    J imaginou um pblico qualificado de 50 mil pessoas no mais significativo evento para os negcios na minerao criando uma identificao positiva com a marca da sua empresa?!

    o melhor retorno para os que patrocinam a EXPOSIBRAM 2013.

    Cada uma das cotas oferece amplas vantagens aos patrocinadores. So variadas formas de interao com o pblico formado por executivos e profissionais do setor mineral, fornecedores, autoridades, acadmicos e estudantes os futuros profissio-nais da minerao.

    E lembre-se: os patrocinadores da EXPOSIBRAM 2013 ainda se beneficiam pelas aes prvias de divulgao, que ocorrem ao longo de vrios meses antes do evento.

    MERChAnDISIngO IBRAM divulgar, em breve, oportunidades para aes de

    merchandising durante a EXPOSIBRAM 2013.

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    Outra alternativa para uma excelente ex-posio de marca durante a EXPOSIBRAM 2013 a cota Platina. indicada para companhias de mdio e grande porte que pretendem consolidar ainda mais sua po-sio no mercado global.

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  • 21Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Destaque

    Respeito ao meio ambiente: 170hectares de rea verde so pre-servados e enriquecidos com es-pcies nativas.

    O conjunto destas aes favore-ce a multiplicao dos ativos positi-vos na empresa e fora dela. Um bom exemplo a participao da Martins Lanna na Rio + 20. Como referncia do setor, a empresa foi convidada a apresentar o seu Plano Local de De-senvolvimento Sustentvel no evento.

    2) Desenvolvimento ProfissionalA formao profissional da equi-

    pe uma das premissas da Martins Lanna. O time de colaboradores treinado e formado internamen-te para acompanhar as inovaes tecnolgicas. A empresa investe constantemente em segurana e qualificao profissional com um Servio Especializado em Enge-nharia de Segurana e em Medi-

    Raio-X do municpio de Contagem (MG)Extenso territorial: 194,3 kmPopulao estimada em 2007: 613 mil habitantesPIB: R$ 8,4 bilhes, sendo R$ 13,7 mil por habitante (terceira posio do ranking estadual)Parque Industrial: 2.264 empresas

    Fonte: Portal CINCO Centro Industrial de Contagem

    cina do Trabalho (SESMT) forte e atuante.

    Dentro do escopo de treinamen-tos, a empresa disponibiliza cursos, palestras e eventos para colaborado-res e prestadores de servio, com te-mas diversos voltados para as com-petncias de cada grupo.

    Para a Martins Lanna, no exis-tem empresas sem pessoas, por isso, a busca pela melhoria contnua do clima organizacional um dos principais objetivos da empresa.

    3) qualidade e Atendimento A extensa linha de produtos da

    Martins Lanna, composta por 32 granulometrias diferentes, demons-tra a importncia do atendimento diferenciado ao mercado. Muitos dos produtos foram desenvolvidos de acordo com necessidades espe-cficas dos clientes, como forma de fideliz-los, algo raro no mercado de agregados.

    O resultado da poltica de aten-dimento a aplicao dos produtos

    Modelo de eficincia no carregamento de caminhes, os silos permitem controle de volume dos produtos transportados

  • 22 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Destaque

    em projetos variados de obras de edificaes e infraestrutura. Exem-plo recente foi o fornecimento de material para as obras do Estdio Mineiro. Segundo o diretor da mi-neradora, a brita 00 arredondada e lavada, produzida pela Martins Lan-na, foi a nica aprovada pela fiscali-zao da FIFA para a drenagem do campo. Temos esse diferencial de buscar uma soluo para o cliente. Certamente, isso contribuiu para que o Mineiro fosse o primeiro estdio concludo para a Copa do Mundo de 2014, explica Gustavo.

    Para ele, a estratgia de oferecer um atendimento personalizado est diretamente relacionada ao princi-pal trunfo da companhia: a credi-bilidade. A empresa se orgulha em ter, em sua carteira, clientes fiis h mais de 30 anos, conquistados, se-gundo o diretor, com o investimen-to na qualidade dos produtos e no atendimento diferenciado.

    4) ComunidadeA atuao da Martins Lanna vai

    alm da produo e do comrcio de areia e brita. Ciclos de palestras, pe-as teatrais, exibio de filmes, mi-nicursos, comemoraes de datas especiais, como o Dia das Crianas, e eventos que oferecem servios gratuitos de sade e cidadania so algumas das aes realizadas para proporcionar mais qualidade de vida s comunidades do entorno da mi-neradora. Outra ao o Programa

    Empresa Aberta, que permite, ao pblico externo - alunos e profissio-nais de escolas, instituies e enti-dades -, conhecerem o trabalho de-senvolvido pela empresa por meio de visita guiada.

    Os transportadores de agregados tambm tm ateno especial. A empresa se preocupa em mant-los conscientizados sobre direo respon-svel, respeito aos pedestres e legis-lao vigente. O incentivo ao acrsci-mo do quarto eixo autodirecional nos caminhes est entre as aes de-senvolvidas pela Martins Lanna. Isso permite que o veculo transporte uma carga aproximada de 19 toneladas, equivalente a 40% a mais do limite ad-mitido para o caminho trucado, pro-porcionando mais rentabilidade para o transportador. Oitenta por cento da

    nossa frota era trucada e, hoje, 50% dela j tem o quarto eixo autodirecio-nal. Acreditamos que, em curto pra-zo, 100% da frota j estar adaptada. Com isso, reduziremos o consumo de combustvel e o volume de veculos e otimizaremos a logstica de entrega de nossos produtos. A adeso dos nos-sos transportadores neste projeto foi muito satisfatria, considera Gustavo.

    5) Cumprimento s leis e nor-mas regulamentadoras

    O respeito legislao e s nor-mas regulamentadoras um dos pilares de desenvolvimento da Mar-tins Lanna. Todo trabalho rigorosa-mente controlado internamente para atendimento s exigncias dos r-gos fiscalizadores. Exemplos disso so a renovao da licena de ope-

    Destaque no mercado brasileiro, a Martins Lanna a maior produtora de areia industrial do pas

  • 23Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Destaque

    rao com validade de seis anos e o cuidado com o transporte dos produ-tos acabados que seguem sob rigo-roso controle de peso e proteo de carga. Para Gustavo, o transporte de cargas deve ser feito, irrestritamente, conforme a lei que define o peso bru-to mximo de transporte para cada veculo. Levantamos essa bandeira e nos comprometemos em realizar o transporte de cargas dentro do peso determinado por lei. O resultado mais segurana nas estradas, pre-servando vidas, defende.

    Em paralelo, a empresa investiu na aquisio de diversas balanas para carregadeiras e uma balana fixa para consulta, localizada pr-xima rea de estoque, onde o transportador pode verificar o peso antes de passar pela expedio, mi-nimizando o tempo de carregamento dentro da empresa.

    Para Gustavo so diversos os be-nefcios. Transportando de acordo com a legislao temos mais dispo-nibilidade dos veculos, reduo no custo de manuteno e menor con-sumo de combustvel.

    PERSPECTIVAS E PROJETOSPARA 2013

    Lder no segmento de agregados, a Martins Lanna representa, atual-mente, cerca de 30% do market share da Regio Metropolitana de Belo Ho-rizonte. Chegamos ao nosso recor-de de vendas em 2011 e repetimos esses nmeros em 2012. Para 2013,

    apesar da crise na economia mun-dial e dos problemas polticos e eco-nmicos internos, a perspectiva de evoluo maior, pois acreditamos na retomada de diversas obras para-lisadas e que, somadas s previstas,

    formam um cenrio positivo para o nosso segmento, explica Gustavo.

    Em paralelo, existem projetos de aquisio e implantao de novas unidades, um novo captulo a ser es-crito para o futuro da mineradora.

    O que dizem sobre a Martins LannaTemos, com a Martins Lanna, uma parceria slida de mais de dez anos, que contribuiu significativamente para a evoluo de nossa empresa. A preocupao contnua com o melhoramento de processos e o aumento da capacidade de produo colocou esta conceituada empresa em posio de destaque na produo de agregados para a construo civil.

    Rubens Barbosa CostaPresidente da Blojaf

    A participao da Martins Lanna em nossos projetos de grande impor-tncia. Por meio de aes de relacionamento com os fabricantes, busca-mos fomentar os valores do associativismo e da parceria com a cadeia produtiva, o que agrega um grande valor para o mercado. O apoio de empresas como a Martins Lanna amplia nossa capacidade de atuao e de resultados efetivos para os associados.

    Lcio SilvaPresidente do Sindicato das Indstrias de Produtos de Cimento do Estado de Minas Gerais Siprocimg

    A Martins Lanna tem demonstrado ser, ao longo dos ltimos anos, o que podemos chamar de Empresa de Vanguarda da Engenharia: sempre pre-ocupada em levar conhecimento ao mercado da construo, participando ativamente da melhoria dos produtos e processos produtivos e, sobretu-do, uma empresa muito participativa nos programas setoriais, como, por exemplo, na Comunidade da Construo de BH, demonstrando total enga-jamento e alinhamento com os objetivos de melhoria da cadeia produtiva.

    Geraldo Lincoln RaydanGerente Regional MG da Associao

    Brasileira de Cimento Portland

    Destaque no mercado brasileiro, a Martins Lanna a maior produtora de areia industrial do pas

  • 24 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    Venda a peso e limite legal: um desafio para os produtores de agregados no Brasil

    Aproduo e o consumo de agre-gados para a construo civil vem crescendo paulatinamente nos ltimos anos, estimulada pelos incrementos na indstria e investimentos nacionais em infraestrutura. A ltima edio do Siste-ma de Informaes e Anlises da Eco-nomia Mineral Brasileira, organizado pelo Instituto Brasileiro de Minerao (IBRAM), publicado em dezembro de 2012, revela que, em 14 anos, a de-manda por agregados para a constru-o civil cresceu mais de 80%. Juntas, as mineradoras produziram aproxima-damente 670 milhes de toneladas de agregados, sendo 48% somente da regio Sudeste.

    Este crescimento denota a neces-sidade dos produtos e sua importncia para o mercado e para o desenvolvi-mento do pas. Porm, os produtores de agregados tm um grande desafio pela frente, principalmente nos quesi-tos venda e transporte. A maioria das empresas ainda realiza venda por medio de volume (m3) de produto, e muitas ignoram a importncia do limite legal de cargas.

    A venda por volume, embora am-plamente praticada no pas, acarreta inmeros problemas por sua impre-ciso e ausncia de controle, que podem afetar o relacionamento entre produtores e consumidores. Um es-tudo do Sindicato da Indstria de Mi-nerao de Pedra Britada do Estado de So Paulo (Sindipedras) revelou mdia de 8% de erro em volumes de cargas, para mais ou menos, o que re-presenta, em toneladas, 2,6 para areia e 3,0 para a brita. A soluo para esta questo a venda a peso - j que a tonelada a medida oficial para a co-mercializao de areia e brita no Brasil

    -, que confere preciso e confiabilida-de na venda e, consequentemente, mais transparncia na relao entre os clientes e os produtores.

    Outra questo que merece aten-o do produtor o transporte dentro dos limites permitidos pela legislao. O excesso de carga nas estradas um problema grave e, de acordo com o Conselho Nacional do Trnsito (Contran), o veculo que trafega com cargas acima do peso permitido est infringindo a lei e pode ser punido. O problema vai muito alm do des-cumprimento de normas. A precria infraestrutura das estradas brasileiras ainda mais prejudicada com o trn-sito de caminhes com peso acima do permitido, que causam danos ao pavimento das rodovias e podem pro-vocar srios acidentes. Alm disso, a sobrecarga coloca em risco a vida do transportador, dos motoristas de ou-tros veculos e de pedestres.

    A adeso dos produtores venda a peso uma luta antiga da Associao Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para a Construo Civil (Anepac) e uma bandeira defendida pela Martins Lanna, empresa mineira que realiza venda a peso desde o in-cio das atividades, em 1979, e, seguin-do as exigncias da legislao, implan-tou um criterioso controle de carga nos caminhes para garantir que todos res-peitem o limite de peso para transpor-te. Essas aes vo desde a conscien-tizao da equipe de colaboradores e transportadores at a aferio de peso em balanas dispostas pela empresa para o total controle do processo.

    Os desafios esto postos para os prximos anos. A estimativa que a indstria de agregados continue cres-

    Gustavo Lanna*

    cendo em escala at 2022, em virtu-de dos investimentos nacionais como Copa do Mundo, Olimpadas e outros. Embora o cenrio seja positivo para o setor, cabe a cada um dos produtores a responsabilidade de garantir um le-gado positivo para o futuro: o do cres-cimento sustentvel e responsvel do comrcio de agregados no Brasil.

    A experincia mostra que poss-vel ter resultados satisfatrios traba-lhando em concordncia com a legis-lao e os rgos regulamentadores. Estes resultados vo alm dos bene-fcios do cumprimento das exigncias de lei e passam pela transparncia nas relaes com os clientes e pelo posicionamento estratgico da empre-sa no mercado. A deciso de adotar medidas como a venda a peso e o transporte dentro do limite legal deve ser mais que um cumprimento de nor-ma e permear a gesto estratgica da empresa. Os resultados so reais e duradouros e o mais importante deles a valorizao da empresa pelo pbli-co consumidor.

    *Gustavo Lanna diretor da Martins Lanna e vice-presidente do Conselho Administrativo da Anepac

  • 25Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Minerao

    bastante estreita a relao entre a indstria e a gua, pois sua es-cassez pode causar fortes impactos. Para garantir que esse recurso no se torne um fator restritivo ao cres-cimento, indiscutvel a crescente necessidade de conciliao entre os interesses do empresrio e a pre-servao do meio ambiente. Nesta linha, no ms de maro, uma impor-tante mineradora da regio do Vale do Ribeira mostrou que essa conci-liao , sim, possvel. A Pirmide Extrao e Comrcio de Areia Ltda. marcou histria ao ser a primeira mineradora paulista a ganhar o Pr-mio Fiesp/Ciesp de Conservao e Reso de gua na categoria Micro e Pequena Empresa

    A mineradora apresentou o melhor projeto entre as empresas concorrentes. O evento ocorreu em

    maro, na sede da Federao das Indstrias do Estado de So Pau-lo (Fiesp), e o prmio foi recebido pelo gelogo Hrcio Akimoto, dire-tor da Pirmide e diretor-tcnico da MGA Minerao.

    O projeto ganhador foi implan-tado na unidade Porto Seguro, lo-calizada no bairro do Arapongal, no municpio de Registro, estado de So Paulo. O objetivo foi promover o reaproveitamento da gua j uti-lizada no beneficiamento para, em condies adequadas, retornar ao circuito, livre de materiais orgnicos, particulados, argilas ou outros conta-minantes que possam alterar a quali-dade da areia produzida.

    De acordo com Akimoto, o pr-mio de grande importncia no s para a Pirmide como para todo o setor da indstria mineral paulis-

    ta. Segundo ele, a minerao est sempre relacionada com uma ima-gem negativa, mas existem mine-radoras preocupadas com as ques-tes ambientais e sociais, e estes projetos devem, sim, ser divulgados e homenageados.

    Quem tambm comentou sobre a importncia do Prmio conquistado pela mineradora foi o gelogo Ney Akemaru Ikeda, responsvel pelo Expediente da Diretoria da Bacia do Ribeira e Litoral Sul-DAEE/BRB. Segundo ele, a minerao de areia uma atividade que, ao longo dos anos, tem se desenvolvido no Vale do Ribeira com forte componente ambiental. Ele ressalta que, a partir de meados da dcada de 90, houve uma percepo e mudana de para-digma dos seus empreendedores, em especial com a criao da Ama-

    Prmio indito para a Minerao PaulistaPirmide Extrao foi a ganhadora do 8 Prmio Fiesp/Ciesp de Conservao e Reso de gua na categoria Micro e Pequena Empresa

  • 26 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    vales (Associao dos Mineradores de Areia do Vale do Ribeira), na qual a Pirmide participa ativamente.

    Ikeda explica que, por meio do corpo tcnico desta entidade, foi possvel desenvolver uma nova for-ma de gesto dos empreendimen-tos, com otimizao e racionaliza-o de sua produo, assim como uma preocupao com a gesto ambiental. Os projetos e progra-mas desenvolvidos pela Amavales demonstram a preocupao com as questes ambientais, tais como identificao e soluo de proble-mas decorrentes dos processos erosivos ao longo dos rios, aes de recomposio ciliar, repovoa-mento de espcies de peixes, edu-cao ambiental e conscientizao da proteo, conservao e preser-vao das matas, cuidado com os animais e, a exemplo do projeto pre-miado pela Fiesp, racionalizao e proteo dos recursos hdricos. Ele ressalta que a poltica da entidade e sua interao com a comunidade acontece por meio de diversas par-cerias realizadas com prefeituras, rgos do Estado e entidades da

    sociedade civil.No contexto das atividades de ex-

    plorao mineral na regio do Vale do Ribeira praticadas pelas empre-sas filiadas Amavales, Ikeda obser-va a insero de importantes compo-nentes, no princpio, norteados pela necessidade de atendimento s exi-gncias das normas regulamentado-

    ras que versam sobre a matria e s recomendaes dos rgos fiscali-zadores competentes, e, numa etapa subsequente, o incremento crescen-te ao longo dos anos no investimento em prticas efetivas de aes, tais como: recuperao de matas ciliares, repovoamento de peixes, palestras de educao ambiental e parcerias na promoo e realizao de even-tos comemorativos alusivos aos te-mas pertinentes.

    O prmio conferido pela inova-o do processo de reso da gua , portanto, um reconhecimento pblico ao exemplo de atuao e de gesto. O tema se reveste de importncia considerando que sua prtica est inserida no uso racio-nal, que um dos instrumentos da poltica de gesto dos recursos h-dricos, diz Ikeda.

    Por fim, ele explica que o DAEE tambm tem disseminado, conjun-tamente com o Comit de Bacia Hi-drogrfica, a conscientizao do uso dos recursos hdricos por meio de palestras em escolas e mobilizao social em parcerias com entidades da sociedade civil e rgos do estado, alm dos esclarecimentos e orienta-es aos usurios dos recursos hdri-cos quanto ao uso racional, o controle de perdas e o consumo de gua.

    Decantador e pilha de areia ao fundo, na Unidade Porto Seguro, Registro (SP)

    Linha de produo

  • 27Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

  • 28 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    PROJETO DE RESO DE GUA DA PIRMIDE

    A minerao de areia, em suas etapas de lavra e beneficiamen-to, demanda elevados volumes de gua. A operao de lavra, seja em leito de rio ou cava submersa, ne-cessita de bombeamento de polpa, e a condio de polpa adequada para a suco e recalque gira em torno de 25% a 40% slidos em peso, dependendo do tipo de bom-ba, das condies de perda de car-ga, da caracterstica do material, entre outros. De modo geral, para a operao de bombeamento na dragagem, a necessidade de gua ser sempre entre duas a trs vezes o volume de areia.

    Na planta de beneficiamento de areia, normalmente, toda operao feita via mida, pois os equipa-mentos envolvidos, como peneiras, lavadores de rosca e ciclones, ne-cessitam de elevados volumes de gua para que apresentem resulta-dos timos na aplicao.

    A Pirmide, em suas unidades de dragagem e classificao, tra-balha com uma relao em torno de 3,5 m3/gua para cada m3 de areia R.O.M. (Run Of Mine, esca-vadeira e ps mecnicas que car-regam o produto), ou seja, para uma alimentao mensal em torno de 100.000 m3/ms de R.O.M., o volume de gua necessrio de 350.000 m3/ms.

    Mesmo considerando a qualida-de do sistema de decantao ado-tado pela empresa Pirmide, que permite um retorno de gua dentro de condies apropriadas estabele-cidas pelas agncias reguladoras, fato que o uso racional da gua leva a procurar alternativas que reduzam captao e lanamento do recurso hdrico e isso s seria possvel com o reaproveitamento da gua alimen-tada em todo processo.

    A gua de reso deve estar em condies adequadas para recirculao na planta de benefi-ciamento, portanto, livre de ma-

    teriais orgnicos particulados e/ou argilas e outros contaminantes que possam alterar a qualidade da areia produzida.

    Por esta razo, a empresa se utilizou de valas de decantao an-tes do decantador final, permitindo a utilizao da gua para retorno ao beneficiamento mesmo antes da finalizao da sedimentao dos particulados, pois praticamen-te 100% dos contaminantes j se-dimentaram ao longo da extenso da vala de 300 m.

    Considerando isso, optou-se pela montagem de um conjunto de bom-bas junto estrutura de alvenaria do decantador, que permite o bombea-mento de cerca de 320 m3/h de gua de reso, ou seja, 40% do montante utilizado nos beneficiamentos.

    Se for considerado o volume que vinha sendo captado diretamente no rio para a classificao e lava-gem da areia, cerca de 577 m3/h, a reutilizao da gua est substi-tuindo 55% desse volume e, dessa forma, a captao que dispunha de cinco bombas para a retirada de gua diretamente do rio foi redu-

    Equipe tcnica da Pirmide. Da esq. p/ a dir.: Pablo, Samuel (tc. de segurana), Ricardo (bilo-go), Tom (tc. mecnico), Valdir (encarregado de produo), Marclio, Toninho (diretor encarrega-do de manuteno) e Gabriel (adm. de empresas)

    zida para apenas trs bombas. O comando eltrico das bombas da gua de reso foi integrado ao pai-nel de comando da usina principal, e as tubulaes de recalque esto conectadas na linha de diluio dos tanques de areia.

    O engenheiro de minas e coor-denador da rea de produo da Pi-rmide, Marclio Masami Nagaoka, lembra que os bens minerais, como areia e brita, definidos como agre-gados necessrios na indstria da construo civil, so produtos utili-zados em grande volume e que pos-suem importncia fundamental no desenvolvimento socioeconmico e de infraestrutura de um pas, bem como na qualidade de vida da so-ciedade. Outra importante caracte-rstica relacionada produo des-tes materiais o fato de que se trata de uma atividade urbana, isto , uma das poucas atividades de mi-nerao que necessariamente pre-cisam estar prximas do seu mer-cado consumidor. Tudo isso porque so insumos bsicos e precisam ter baixo valor agregado.

    Marclio afirma ainda que, em

  • 29Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Artigo

    Sobre o Prmio

    O Prmio Fiesp/Ciesp de Conservao e Reso de gua ocorre desde o ano de 2006 e foi desenvolvido para, anualmente, difundir e homena-gear empresas que implantaram, no estado de So Paulo, projetos que promovam reduo do consumo e do desperdcio de gua. A participao gratuita e pode concorrer ao prmio qualquer empresa industrial que tenha, efetivamente, implantado medidas de conservao e de reso. No ato da inscrio, cada participante declara seu enquadramento na categoria Micro e Pequeno Porte ou Mdio e Grande Porte. Para efetivar a participao, os interessados encaminham os projetos para o Depar-tamento de Meio Ambiente da Fiesp, em So Paulo. Os projetos inscritos so avaliados por uma comisso julgadora compos-ta por membros de entidades de esfera pblica e privada, que registram por escrito sua anlise com as devidas justificativas.Para a avaliao dos projetos das empresas da categoria Micro e Pe-quena empresa, considerada, principalmente, a iniciativa de adotar medidas de conservao dos recursos hdricos, atendendo os aspec-tos ambientais, sociais e econmicos. J na avaliao dos projetos das empresas da categoria Mdia e Grande, so ponderados os programas ou as campanhas de sensibilizao de funcionrios e as aes de oti-mizao de uso, de monitoramento da qualidade e quantidade de gua que demonstrem os resultados obtidos e a importncia e dimenso do projeto em termos de conservao de gua.A avaliao de cada projeto concorrente feita pelos membros da co-misso julgadora, que pode escolher at trs projetos finalistas. Ao fim, dentro de cada categoria, recebe o trofu a empresa que melhor for classificada. Placas de meno honrosa so entregues para at duas outras concorrentes.A premiao se d sempre em cerimnia realizada na sede da Fiesp em comemorao ao Dia Mundial da gua, e o resultado final divulgado apenas no dia do evento.

    Gelogo Hrcio Akimoto, diretor da Pirmide e diretor-tcnico da MGA Minerao, recebe o prmio e fala de sua importncia do prmio para a minerao paulista

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    uma casa de padro mdio, 90% do volume de materiais utilizados na sua construo so representados pela areia, brita e cimento, e que es-tes produtos representam menos de 8% do valor da obra.

    Esta proximidade da minerao de agregados com as reas urbanas faz com que o empresariado tenha um novo olhar para a sua atividade: a incorporao da responsabilidade social na gesto destas empresas.

    A empresa Pirmide exerce suas atividades na regio do Vale do Ribeira desde a dcada de 90 e tem trilhado este caminho buscan-do, inclusive, recuperar a imagem do setor, muito desgastada por aes nocivas ao meio ambiente e por falta de envolvimento social de outras empresas no passado, afir-ma Marclio.

    O projeto de otimizao do uso da gua no processo de minerao desta empresa faz parte desse con-texto. Todo processo de beneficia-mento de areia que envolve etapas de lavagem e classificao deman-da elevados volumes de gua (re-lao m de gua/m de areia em torno de 3,5).

    O engenheiro de minas explica ainda que a gua utilizada deve ter caractersticas que no contaminem a areia e que, quando misturadas com o minrio, permitam condies de polpa adequadas para as diver-sas etapas de beneficiamento. Com a utilizao do sistema de reso, o volume de captao direto no rio foi reduzido em 300 m/h, sendo que esse mesmo volume deixa de retor-nar ao rio, ficando em carga circu-lante no processo. Desse modo, a relao total de gua captada/pro-duo, que no processo original era de 3,44, com o reso de gua pas-sou para 2,40.

    Do ponto de vista ambiental, um grande ganho e nos permite visualizar novas possibilidades de ampliao do volume de reuso e a extenso do processo a outras uni-dades, afirma Marclio.

  • 30 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Notcias internacionais

    Uma dragagem de bancos de areia perto das ilhas de Angel e Alcatraz e por toda Baa de Suisun retira a pro-teo que mantm a praia Ocean, em So Francisco, na Califrnia (EUA), a salvo da eroso, segundo nova pes-quisa feita pelo Servio Geolgico dos Estados Unidos (USGS). Devido, em parte, minerao de areia, a exten-so de 16 km entre Ocean Beach e Ponta de San Pedro, perto de Pacfi-ca, est erodindo mais rapidamente do que qualquer outra poro da li-nha costeira da Califrnia, afirma o USGS. A descoberta baseada em modelos de correntes provocadas pelas mars e fluxo de sedimentos que mostram que parte da areia que erode da Sierra e passa pela Golden Gate depositada nas praias costei-ras, disse Patrick Barnard, pesqui-sador da USGS e autor principal de numerosos estudos sobre a matria, incluindo o ltimo publicado na revis-ta Marine Geology. Segundo o Servi-o, utilizando-se de dragas de suco montadas em barcos de 60 m, as mineradoras interceptam maior parte desse material antes que ele deixe a baa, reduzindo os sedimentos para recuperar as praias e amortecer a for-a das ondas. A areia usada em con-creto e asfalto, destinados a rodovias, pontes, estacionamentos e edifcios.

    Em outubro, a Comisso de Terras do Estado da Califrnia concedeu 12 licenas de 10 anos de durao para dragagem de areia: 9 na rea central da Baa e trs na Baa Suisun, para duas empresas, Hanson Marine Ope-rations e Jerico Products. O grupo ambientalista San Francisco Baykee-per contestou as concesses na jus-tia em novembro de 2012, arguindo que o relatrio de impacto ambiental do projeto no considerou devida-mente os efeitos da atividade mineral na eroso da costa. Estamos meio indignados com a falta de anlises e de interesse em mostrar quais as causas da eroso e qual o papel da minerao nisso, afirmou Ian Wren,

    Minerao de areia na Baa de So Francisco

    pesquisador da Baykeeper.Segundo Barnard, Ocean Beach

    sofre aes significativas de eroso mesmo que no haja minerao de areia na baa. Um emissor submarino de esgoto tambm contribui para es-quadrinhar o fundo do mar e a eroso de um grande banco de areia que, alm do Golden Gate, est mudando a dinmica das ondas. Acrescente-se que o contorno das praias no so naturais, pois foi modificado durante a construo da Grande Autoestrada na dcada de 20. Elevao do nvel do mar e mudana climtica tambm podem exacerbar a eroso.

    A minerao de areia outra cau-sa de preocupao, disse Barnard. muito difcil quantificar o impacto da minerao, mas seguro dizer que ela um fator. Estamos, somente, tentan-do salientar alguns dos impactos que a remoo de sedimentos tem sobre a costa. Devido s correntes da mar na baa, algumas reas onde as licenas minerais foram renovadas so particu-larmente importantes no suprimento de areia para as praias.

    As novas licenas permitem que as duas empresas extraiam um total de dois milhes de toneladas de areia por ano do solo ocenico, um acrscimo de 43% sobre a mdia de 1,4 milhes de toneladas no perodo de 2002 a 2007. Os volumes retirados entre 2008 e 2011 foram menores devido baixa demanda por materiais de construo, afirmou o porta-voz da Hanson Jeff Sieg. As novas licenas permitem que

    a companhia intensifique a atividade de minerao de areia na baa quando a demanda voltar a subir.

    Muitas das reas licenciadas tm sido lavradas por quase um sculo e sempre se assumiu que a areia fosse reposta na mesma proporo da reti-rada. Entretanto, o estudo de 2010 de Barnard descobriu que, entre 1997 e 2008, somente 15% do volume ex-trado de cinco reas foram repostos naturalmente. Nas ltimas dcadas, a construo de barragens, empreendi-mentos em reas alagadias e proje-tos de controle de enchentes em rios reduziram significativamente o fluxo de sedimentos para a baa.

    Antes que as novas licenas sejam ratificadas, agncias regionais, esta-duais e federais, vo rev-las. Entre elas esto o Departamento de Pesca e Caa e a Administrao dos Oceanos e Atmosfera Nacionais. Em nvel re-gional, a Comisso da Conservao e Desenvolvimento da Baa tambm ter de dar suas permisses. Em coment-rio escrito sobre o RIMA do projeto, a gerente do programa de sedimento da Comisso Brenda Goeden expressou a preocupao de que a eroso da costa no tenha sido adequadamen-te avaliada. O diretor da Comisso de Terras do Estado Curtis Fossum defen-deu o relatrio face ao judicial. H uma srie de aspectos a se considerar em uma operao como essa e en-tendemos que a anlise feita foi bem ampla, disse. A Agncia est prepa-rando a defesa contra a ao.

  • 31Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

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    Construo no Reino Unido espera crescimento em 2013Nos ltimos meses de 2012, o

    nmero de pessoas que esperava crescimento na construo britnica cresceu 15%. A reviravolta refletiu o pequeno crescimento em volume de trabalho no ltimo trimestre. No per-odo, houve um aumento de 6% entre os pesquisados que notaram um au-mento da atividade de construo. Os setores que indicaram aumento foram infraestrutura e empreendimentos comerciais privados. Cerca de 90% dos entrevistados cr que restries financeiras seguram o crescimento e quase dois teros apontam a fraca demanda, enquanto metade reclama

    que condies climticas travaram a recuperao do setor.

    Pelo pas, Londres e Sudeste e Norte da Inglaterra assistiram o vo-lume total de trabalho apresentar a maior margem de ganho, enquanto Irlanda do Norte e Esccia viram a atividade continuar a cair em mar-gens significativas.

    O economista do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS), Si-mon Rubinsohn, disse: aps um ano realmente atroz, se algum acredita em dados oficiais, h sinais de que 2013 trar algumas notcias melho-res para o setor da construo. Prin-

    cipalmente quanto s vrias medidas que o governo tomou com foco na infraestrutura, que parece que vai dar algum fruto. De qualquer modo, presses competitivas no setor con-tinuam intensas, o que persiste a re-duzir as margens. Por um longo tem-po, as amarras financeiras ainda so um problema, embora o Fundo para o Plano de Emprstimos (Funding for Lending Scheme-FLS, lanado pelo Banco da Inglaterra para que bancos e sociedades de construo faam emprstimos para proprietrios e empresas no financeiras) deva gra-dualmente ajudar a facilitar a tarefa.

    Construo na Gr-Bretanha deve padecer por ainda cinco anosNos ltimos 12 meses, o setor da

    construo na Gr-Bretanha viu 60 mil empregos desaparecerem e uma queda de 9% em rea construda. Pior, os prximos cinco anos devem ser tambm desencorajadores, de acordo com nova pesquisa. Quase todos os setores da indstria vo con-tinuar sem perspectiva de melhora, sendo que somente os setores de casas particulares, reparo e manu-teno e indstria preveem atingir um crescimento consistente, informa a CITB-ConstructionSkills em seu rela-trio Construction Skills Network. O fraco desempenho se reflete na que-

    da prevista nos empregos em todos os anos, entre 2013 e 2016, atingindo o nvel de 2,4 milhes de empregos, o mais baixo de emprego desde 2000.

    Judy Eowe, vice-presidente da CITB, disse que o setor da construo se viu no centro de um furaco, em 2012, atingido por uma combinao de cortes nos gastos do setor pblico e falta de investimento do setor priva-do. A confiana dos consumidores baixa e mantm os nveis de cresci-mento em baixa. A perspectiva ruim, e, em 2017, a quantidade construda ainda ser 12% menor que o pico atingido em 2007, enquanto que os

    empregos devero estar 17% abaixo do pico de 2008. Na verdade, no ve-mos a indstria voltar aos nveis ante-riores a no ser em 2022. Construo o motor para o crescimento do Rei-no Unido. Se a construo luta para sobreviver, fica difcil imaginar como a economia possa gerar um crescimen-to significativo, disse.

    O relatrio da CITB-Construc-tionSkills contradiz a recente pesqui-sa da Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS), cujos membros acreditam que o setor da construo no Reino Unido vai bombar em 2013 aps um 2012 moribundo.

    Notcias internacionais

  • 32 Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Notcias internacionais

    Melhora na economia dos EUA faz lucro da CAT crescerCaterpillar, a maior montadora do

    mundo de equipamentos para minera-o e construo, anunciou lucro, no 4 trimestre, maior que o estimado por analistas, em funo da recuperao da economia americana. A recupera-o na construo nos Estados Unidos e a onda de investimentos em projetos de infraestrutura em pases emergen-tes amortecem os efeitos dos cortes nos investimentos em minerao. Os gastos com construo subiram 7,7% nos Estados Unidos, em novembro. O Brasil planeja gastar R$ 1 trilho em projetos para a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e para a Olimpada no Rio de Janeiro, em 2016. O novo primeiro-ministro chins Li Keqiang tem como meta urbanizar mais o pas, que j o maior consumidor de equi-pamentos de construo. O mercado americano tem flego para crescer somente com a demanda pela substi-tuio de equipamentos, e o Brasil e a China, cuja indstria de equipamentos

    Terex lana website para clientes de sistemas de lavagem

    A Terex Sistemas de Lavagem (TWS) lanou um website especfi-co para sua linha de produtos de la-vagem que se destina aos clientes desses produtos. TWS atualmente o nico fornecedor de equipamentos de lavagem dentro da Terex e oferece um grande portflio de produtos, que inclui: plantas de lavagem de areia e recuperao de finos, lavadores de troncos de rvores, caixas, alimen-tadores, transportadores, peneiras vibratrias, peneiras estticas e enxa-guadores mveis, estticos e modula-res. Com adio de plantas combina-das e sistemas de manejo de gua,

    essa gama de produtos garante aos consumidores a possibilidade de tra-balhar vrios produtos.

    O portal oferece, a clientes e for-necedores, informao rpida, efi-ciente e facilmente acessvel, quando e onde for preciso. O desenho do site limpo e simples para ajudar a pes-soa a navegar intuitivamente para o contedo desejado. Sean Loughran, diretor para a linha de produtos glo-bais da TWS, disse: identificamos a necessidade de criar um portal para a linha de produtos da Terex Washing Systems de modo a dar suporte a nossos clientes e fornecedores em

    mais de 60 pases. O novo portal foi construdo para atender s necessi-dades dos clientes atuais e futuros que procuram por informaes de sistemas de lavagem e outros produ-tos para lavagem. Com poucos clicks, os clientes podem encontrar notcias mais recentes, eventos e informa-es de marketing de que precisam. O site www.terex.com/washing atualmente somente em ingls, mas pretendemos ter sites tambm em algumas outras lnguas, para facilitar nossa rede de fornecedores e clien-tes a receber informaes em sua prpria lngua.

    para construo teve um ano de baixa demanda em 2012, devem ter um ano melhor, acredita Larry de Maria, ana-lista da William Blair & Co.

    Dados do Departamento do Co-mrcio, de janeiro, mostraram que o preo mdio de uma casa nova nos EUA cresceu 13,9% no ms em com-parao com o mesmo ms do ano anterior. O ndice National Associa-tion of Home Builders-Wells Fargo, que mede as expectativas, atingiu a marca 47 em janeiro, o maior desde 2006. A economia chinesa expandiu

    7,9% no 4 trimestre aps ter declina-do por sete trimestres consecutivos. O consumo de carvo mineral cresceu 31% em dezembro, atingindo a marca recorde de 35,1 milhes de toneladas, sendo a China o maior produtor e con-sumidor da commodity.

    Os sinais na China so razes para otimismo da Caterpillar, que so-freu com excesso de estoque e de capacidade de produo no pas. As vendas de escavadeiras, em dezem-bro, caram pelo 20 ms consecutivo e perderam 35% no ano.

  • 33Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

    Notcias internacionais

    Produo de agregados na Irlanda do Norte cai quase metade

    A produo de agregados na Ir-landa do Norte caiu 45% desde que a recesso comeou, em 2008. A situa-o particularmente grave para areia e cascalho, que hoje produz menos da metade do que produzia h alguns anos. o que mostra a pesquisa da BDS Marketing Research sobre o se-tor. O relatrio estima a produo de cavas de areia e cascalho e pedreiras de brita por empresa e localizao. To-das as 125 cavas e pedreiras conhe-cidas esto includas. A BDS informa que a Lagan a maior produtora de agregados, com participao de qua-se 10%. Caso agregados usados na produo de cimento sejam includos,

    ento a Quinn ser a maior produtora. Os 10 maiores so responsveis por 55% do mercado.

    Apesar da grande queda no mer-cado, BDS informa que todas as 20 maiores empresas que constavam da lista em 2008 ainda esto operando. O setor manteve a maior parte das reas em produo, mas com queda significativa na produo em todas as reas. Em 2007, a BDS estima que havia 17 cavas de areia e cascalho produzindo mais de 100.000 tonela-das por ano. Hoje, so somente qua-tro. O mesmo cenrio observado com a brita. De 30 pedreiras extraindo mais de 250.000 toneladas anuais, a

    BDS estima que restem somente 10. Alm de trabalharem com menores volumes, as empresas tambm en-frentam preos mais baixos, enquan-to os custos crescem devido a custos ambientais, de produo e de energia.

    Embora o tamanho do mercado no possa ser controlado pelo setor, a BDS acredita que uma racionaliza-o da indstria necessria se as empresas desejam um aumento de preos e de margem. H empresas demais caando um mercado ine-xistente, diz Julian Clapp, diretor da BDS. O recente anncio de uma joint venture entre a Lagan e a Quinn bem-vinda, mas preciso fazer mais.

    Demanda de cimento de 2012 na Espanha: pior desempenho desde a Guerra Civil

    A demanda por cimento na Es-panha acusou, em 2012, sua maior queda anual desde o incio da Guerra Civil, em 1936, e se prev novo tom-bo de 20% em 2013, segundo dados oficiais. O consumo caiu um tero, para 13,5 milhes de toneladas em 2012 em comparao aos 20,4 mi-lhes de toneladas em 2011, segun-do dados da associao de produ-tores de cimento. A perspectiva de recuperao est ficando cada vez mais distante, dado os atuais nveis de consumo e a grande queda na de-manda, informou Aniceto Zaragoza, diretor geral da entidade. A ltima vez que a demanda caiu nesses n-veis foi durante a Guerra Civil Espa-nhola, quando caiu mais que o dobro da queda de 2012 (34%).

    O boom da construo espanho-

    la, que durou 10 anos alimentado por crdito barato, explodiu cinco anos atrs, deixando mais de meio milho de novas habitaes encalhadas e um enorme portflio de emprstimos problemticos. O consumo de cimen-to em dezembro, sempre um bom ms para o setor, foi menor que o es-perado, ficando em 763 mil toneladas, nvel ltima vez visto nos anos 60. As exportaes tambm esto em que-da, vendendo somente 5,3 milhes de toneladas ao exterior, menos da metade dos 13 milhes de toneladas exportada pela Espanha em 1983.

    Muitas empresas de construo, as ex-favoritas da Bolsa de Madri, esto com as costas na parede. O Grupo Rayet, maior acionista listado no fundo de investimento imobilirio Quabit, pediu falncia em novembro,

    e as aes da Quabit caram para 0,06 euro do mximo de 70 euros atingido em 2007. Os preos dos imveis caram 40% desde o pico de 2007 e a Standard & Poors informou que os preos provavelmente caiam mais 8% em 2013 e 6% em 2014.

    Depois de receber um financia-mento europeu para seu problem-tico setor financeiro, Madri criou um banco de recuperao para ab-sorver ativos imobilirios podres de credores. Entretanto, o banco certa-mente vai ter dificuldade para achar compradores para enormes parcelas de terra vazia, emprstimos duvido-sos e projetos inacabados, atrapa-lhando as tentativas governamentais de tirar a Espanha da crise que dei-xou um quarto da fora de trabalho sem emprego.

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  • 35Revista Areia e Brita - Edio 59 | 2013

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