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Revista ASGAV 25

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Revista da Associação Gaúcha de Avicultura, edição 25.

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Francke - Comunicação IntegradaAv. Carlos Gomes, 466/conj. 07 - Bela VistaFone/Fax: +55 (51) 3388-7674 www.francke.com.br

Editora: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS) Redação: Ana Lúcia Medeiros (Reg. Prof. 11582)Diagramação/Arte: Guilherme BourscheidtCapa: Hélio de SouzaComercial: Raquel DinizImpressão: Pallotti

Revista ASGAVPublicação da Associação Gaúcha de AviculturaAv. Mauá, 2011 - 9º andarCEP 90030-080 - Porto Alegre / RSFone/Fax: +55 (51) 3228-8844www.asgav.com.brNº 25 - Ano 4 - Julho/2011

DIRETORIA ASGAVDiretoria Executiva: Nestor Freiberger (presidente) Pedro Luís Utzig, João Carlos Muller, Paulo Sthal dos Santos, Daniel Bampi, Luiz Fernando de Piñe-do R. Ross, Geraldo Carrer, Rogério Martins, Paulo Vicente Sperb, Antônio Luis Oneda, Dirceu Bayer,

Roberto Khel, Pedro Carrer (vice-presidentes);Conselho Superior: Rui Eduardo Saldanha Var-gas, Francisco Sérgio Turra, Sadi Marcolin, Aristides Vogt, Nery Fruhauf, Arno Kopereck, Elcides Luiz Sebben, Ernani Moresco, Antônio Mário Penz Jú-nior, Paulo Vicente Sperb, Geraldo Carrer, Otávio Nienow, Hilmar Hollatz, Eduardo Estin, Heitor José Müller, Alfredo Kaefer, Claudiomiro Daniele;Conselho Fiscal: Orlando Carrer, Celso Filippsen, Ari Gastão Petry, José Alfredo Roehe, Elimar José Graff. Diretor Executivo: José Eduardo dos Santos; Diretoria Técnica: Antônio Pettini; José Luiz Kie-ling Franco; Eder Barbon; Mauro Gregory Ferreira (diretores) e José Eduardo dos Santos (secretário executivo ASGAV/SIPARGS).

Nestor FreibergerPresidente Asgav/Sipargs

EditorialSumário

Expediente

Produção

Eventos

Homenagem

Jurídico

Câmara Setorial

Desenvolvimento

Logística

Tributos

Sanidade Animal

Ciência e Tecnologia

FIERGS

Notícias

Especial

Gestão

Artigo Científico

Gastronomia

Posse FIERGS

Classiviário

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Estar à frente das novas tecnologias é fundamental para o crescimento da nossa cadeia produtiva. Por isso, produzimos para esta edição uma matéria especial, denominada “A tecnologia no topo da avicultura” que apresenta ao nosso leitor, as inovações, os lançamentos e os produtos mais requisitados pelo mercado do agronegócio em termos de máquinas e equipamentos. Afinal, a avicultura gaúcha é um dos segmentos mais importantes da economia brasileira.

A honra de termos um ex-dirigente da Asgav à frente da liderança de uma das mais importantes federações do País é tema de uma das nossas matérias. A posse do presidente da FIERGS/CIERGS, Heitor José Müller, contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff, que exaltou que a Federação será liderada por um empresário de mãos firmes, visivelmente inovador, e que saberá representar os legítimos interesses da economia gaúcha. O novo líder afirmou que o trabalho a ser realizado terá como objetivo a viabilização de uma economia de resultados através do desenvolvimento sustentado da livre iniciativa.

Outros assuntos importantes compõem o nosso periódico da avicultura gaúcha que traz matérias sobre os serviços prestados pelo Sistema de Defesa Agropecuária (SDA), pelo Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) da Superintendência Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul (SFA-RS), além do lançamento da Câmara Setorial da Avicultura, da reunião-almoço da Asgav como a participação do governador Tarso Genro e de demais autoridades, entre outros temas importantes que norteiam a avicultura.

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Produção

O milho é considerado estratégico para todas as cadeias produtivas, pois o grão é o

alimento fundamental para aves e suínos, responsável por 70% da alimentação. O frango de

corte consome cerca de 5 quilos de ração e aproximadamente 3,2 quilos de milho. Como

forma de fomentar e incentivar a produção do cereal no Rio Grande do Sul, a Secretaria

estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), reativou a “Câmara Setorial da

Cadeia Produtiva de Milho”, com o propósito de definir e discutir estratégias à produção,

beneficiamento, industrialização e comercialização do grão. Com o objetivo de estabelecer

relações entre agricultores, trabalhadores, fornecedores, consumidores, empresários e

Governo do Estado, a Asgav é uma das entidades que compõe a nova Câmara.

A Câmara Setorial do Milho, cujas políticas a serem desenvolvidas serão definidas

pelos municípios produtores, o governador do Estado, Tarso Genro, prometeu que a Câmara

“se reveste de grande importância para a economia do Rio Grande do Sul. Cada vez mais

voltamos o nosso Governo para fortalecer a base produtiva do Estado a partir da qual

desenvolveremos todas as atividades e agregação de valores”.

A primeira reunião da Câmara Setorial do Milho aconteceu, em maio, na sede da

Seapa, sob a presidência do titular da pasta, Luiz Fernando Mainardi e com a participação

dos representantes da Asgav, o diretor-executivo, Eduardo dos Santos e o coordenador da

Comissão de Grãos, Fernando Martiny. Segundo o secretário estadual da Agricultura, Luiz

Fernando Mainardi, “sendo este um espaço de definições de políticas, que trabalharemos

com objetividade, esperamos construir as propostas que aplicadas nos levarão a alcançar

dois pontos fundamentais – aumento da produção e crescimento da renda do produtor”.

ASGAV APRESENTA AÇÕES PARA CÂMARA SETORIAL DO MILHO

“A PRÓPRIA CÂMARA EN-

CONTRARÁ CAMINHOS

PARA ME-LHORAR A SITUAÇÃO

DO MILHO NO ESTADO E DISCUTIR

COM TODOS OS ENVOL-VIDOS NA

CADEIA, FOR-MAS DE IN-CENTIVAR A PRODUÇÃO

GAÚCHA.”

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Produção

O coordenador da Comissão de Grãos da Asgav, Fernando Martiny, garante que as

expectativas em relação à reinstalação da Câmara Setorial do Milho são as melhores. “A

própria câmara buscará caminhos para melhorar a situação do milho no Estado e discutir

com todos os envolvidos na cadeia, formas de incentivar a produção gaúcha.” Atualmente,

o Rio Grande do Sul está com um grande déficit na produção de milho no Estado. Devido

à carência do grão, os setores da avicultura e suinoculutra importam dos Estados do Paraná,

Santa Cataria, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais, 1,5 milhão de toneladas

de milho para suprir a necessidade de alimentação das aves e dos suínos. “Com isso as

empresas estão se creditando de ICMS do milho oriundo de outros Estados ou dependendo

da situação da empresa, aumentou o custo de produção. Se tivéssemos o produto no Rio

Grande do Sul, o Estado não estaria perdendo este imposto para outras regiões no final da

cadeia produtiva”, diz Martiny.

Dentre as propostas levantadas pela Asgav para a Câmara Setorial do Milho está

incentivar o produtor a plantar mais milho por meio da Rotação de Culturas, que consiste

em dividir a produção. Em um ano - o produtor planta milho e no ano seguinte - planta soja.

Hoje, a soja é o cereal mais produzido, devido à alta liquidez e comercialização, e o custo

de produção ser muito mais baixo que o do milho. “Precisamos ampliar a produção, e desta

forma, teremos milho suficiente.” Incentivar a produção na Região Metade Sul do Estado,

onde se concentra grande produção de arroz e pouca de milho é outra ação defendida pela

Asgav.

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06

Os mais importantes nomes do setor avícola nacional participarão da programação do 22°

Congresso Brasileiro de Avicultura, evento oficial do setor avícola brasileiro, que será realizado

entre os dias 25 e 27 de outubro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Com o

objetivo de unir os elos da cadeia produtiva, a edição em 2011 destacará “A Competitividade da

Avicultura Brasileira” como tema principal dos debates.

Por tanto, uma intensa programação será realizada nos três dias de Congresso, abordando

temas como as perspectivas do comércio internacional, os desafios logísticos, as oportunidades

para o Brasil, a competitividade, entre outros. Outro destaque são as mesas-redondas técnicas,

que tratarão de problemas locomotores aviários, manutenção da qualidade, estratégias

nutricionais, desenvolvimento genético, entre várias questões atuais que envolvem o setor.

Entre os nomes confirmados para o 22° Congresso Brasileiro de Avicultura estão o da

senadora e presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu; do

presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf; do presidente

do USA Poultry and Egg Export Council, Jim Sumner; de representantes do empresariado do

setor, como o CEO da Brasil Foods, José Antônio do Prado Fay; e o presidente da Divisão de Aves,

Suínos e Industrializados da Marfrig, Mayr Bonassi; além de especialistas técnicos de renome

internacional, como Susan Watikins (Universidade do Arkansas); Edgar Oviedo (Universidade do

Estado da Carolina do Norte); Ibiara Paz (Universidade Federal da Grande Dourados); Michael

Kidd (Universidade do Arkansas); entre outros nomes de peso para o agronegócio internacional.

De acordo com o presidente-executivo da União Brasileira de Avicultura (UBABEF),

Francisco Turra, a política cambial e o aumento dos custos de produção em 2011 têm feito a

avicultura nacional refletir sobre novas estratégias para incrementar sua capacidade competitiva

em um cenário internacional cada vez mais hostil.

“Como grande encontro do setor em 2011, o 22° Congresso Brasileiro de Avicultura

será um marco fundamental para vislumbrarmos caminhos para a manutenção da liderança de

nossa avicultura no setor de cárneos, e a expansão da atividade em segmentos produtivos com

excelente potencial, como o de ovos e ovo-produto”, ressalta Turra.

Confira a programação completa pelo site www.ubabef.com.br/congresso, em horários

e palestras.

COMPETITIVIDADE BRASILEIRA É TEMA DO 22° CONGRESSO BRASILEIRO DE AVICULTURA

Eventos

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Homenagem

No ano de 1944, um dos futuros e maiores empreendedores do Rio Grande do Sul

sai da sua cidade, em Roca Sales, para aprender o ofício de fotógrafo. O jovem na época se

chamava Elcides Luiz Sebben que tornou anos depois, o fundador da empresa Frinal – Frigorífico

e Integração Avícola. O empresário, que dentre as suas atividades foi fotógrafo, barqueiro,

taxista, proprietário de empresa de ônibus e de churrascaria, ingressou no setor da avicultura de

forma modesta, nos meados de 1957, comercializando como ambulante, produtos coloniais,

como frangos, galinha caipira, queijo e ovos, além de embutidos da Cooperativa de Roca Sales.

Nove anos depois, em 1966, começou a construção de aviários para garantir o

abastecimento de aves para a sua freguesia, que já era bem significativa. Já em 68, iniciou o

abate de aves em pequena escala; em 71, instalou uma granja de matrizes e incubatório para a

produção de pintos de um dia. E em 23 de abril de 1973 fundou a Empresa Frinal – Frigorífico

e Integração Avícola, com a participação de alguns sócios.

O então presidente do Grupo Frinal também foi proprietário da Empresa Aviário Sebben,

Granja de Matrizes e Incubatório; e da Empresa Elbben – Empreendimentos Mobiliários e

Imobiliários para a administração dos negócios imobiliários.

HOMENAGEM DA ASGAV AO EMPREENDEDORELCIDES LUIZ SEBBEN

26/12/1922 - 28/06/2011

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Caxias do Sul - RS - Fone: (54) 2101.8700 FILIAIS: Pindamonhangaba - SP e Recife - PE

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Bandeja aberta para ovos tipo 3, 4 e 5

CN 48

Para quem investe pensando no melhor retorno!

Gaiola 115

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Juridico

A 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do

Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) negou ação mo-

vida pelo Ministério Público (MP) contra um produtor

avícola acusado de maustratos aos animais. Na avalia-

ção dos desembargadores, o método utilizado está de

acordo com as normas ambientais e legislação competente, portanto não há comprovação

dos abusos alegados.

A ação promovida pelo MP buscava a condenação do proprietário do aviário para

impedi-lo de submeter às aves ao sistema de criação em baterias ou gaiolas, ou qualquer

outro que lhes impeça o exercício de seu comportamento natural, bem como, a não realizar

debicagem e muda forçada. O Juiz da Comarca de Pelotas, Paulo Ivan Alves Medeiros, julgou

improcedente a ação.

No apelo, o MP alegou que as aves poedeiras vivem em condições miseráveis, sendo

mantidas vivas apenas para a produção ininterrupta de ovos. Defendeu que essa “exploração

desumana de criaturas senscientes não é de forma alguma imprescindível, exceto para au-

mentar o lucro dos produtores”.

O relator do recurso, desembargador Genaro José Baroni Borges, observou inicialmen-

te que “a concepção antropocêntrica fez ou faz do homem o centro do universo, referência

máxima e absoluta de valores de sorte que a seu redor gravitem todos os demais seres”. En-

fatizou que, para Aristóteles, encampado por Santo Tomás de Aquino, o homem está no vér-

tice de uma pirâmide natural, em que os minerais, na base, servem aos vegetais, os vegetais

servem aos animais que, por sua vez, e em conjunto com os demais seres, servem ao homem.

Lembrou que “de uns tempos para cá a visão monista vem cedendo espaço para a proteção

do ecossistema e, ficando no caso, para o reconhecimento da dignidade dos animais, com

exagero, contudo”.

NEGADA AÇÃO CONTRA PRODUTOR DE AVES POR ILEGALIDADE E MAUS-TRATOSDESEMBARGADORES AVALIARAM QUE NÃO HOUVE

COMPROVAÇÃO DE ABUSOS

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Juridico

No caso presente, afirmou que não ficou demonstrado que o criador esteja agindo

de forma ilegal ou abusiva. Salientou que a produção de aves é uma das atividades de maior

importância para economia, já que figura entre os itens de destaque na balança comercial

brasileira.

Ressaltou que o produtor avícola é devidamente autorizado pelo Ministério da Agricul-

tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e utiliza métodos e manejos indicados pela EMBRAPA

(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Também segue orientações do BRDE (Banco

Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) sobre o descarte a aproveitamento econômico

das aves e matrizes poedeiras e a respeito da regionalização sanitária da avicultura brasileira.

Ainda, sua atividade está de acordo com as diretrizes do Protocolo de Bem-Estar das Aves

Poedeiras da União Brasileira de Avicultura.

A respeito dos métodos utilizados, apontou que o produtor realiza o confinamento das

aves, mas não permite que “biquem umas às outras até a morte por mero deleite. O confina-

mento saliente-se, mostra-se necessário, tendo em vista os altos índices populacionais”.

Concluiu não haver qualquer comprovação de que a atividade desenvolvida está em

desacordo com as normas ambientais. Ao negar o provimento do recurso do Ministério Pú-

blico, salientou que a intervenção do Judiciário na ordem econômica é situação excepcional,

justificada somente em casos em que é inequívoca a prática de atos ilegais ou abusivos. A

decisão aconteceu no dia 18 de maio. Acompanharam o voto do relator, os desembargadores

Arminio José Abreu Lima da Rosa e Marco Aurélio Heinz.

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul

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O juiz federal Fábio Zuniga Dourado declarou ganho de causa à ação movida

pela União Brasileira de Avicultura (UBABEF) contra o Conselho Federal de Medicina

Veterinária (CFMV), com relação à Resolução N° 947 – que trata, entre outros parâmetros,

da obrigatoriedade de número de granjas por responsável técnico. A ação considerou ilegal

a exigência de pagamento de taxas, manutenção de responsabilidade técnica e anuidades

ao CFMV. A indústria avícola tem como objetivo a atividade de produção, especialmente de

forma mecanizada e em grande escala, de produtos relacionados a aves.

A decisão judicial concluiu então que as atividades das indústrias avícolas se remetem

exclusivamente a industrialização de produtos avícolas, portanto não são obrigadas a

possuírem registro junto ao Conselho. Segundo consta nos autos da sentença, “as empresas

avícolas não estão obrigadas ao registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária, pois

não exercem atividade própria da medicina veterinária, nem prestam a terceiros qualquer

serviço da mesma natureza. O fato de estarem sujeitas à assistência técnica veterinária não

altera a natureza das atividades básicas desses estabelecimentos”.

A sentença também determina que as empresas que operam no ramo de abatedouro

de bovinos, suínos, ovinos e bufalinos, mesmo que tenha profissional veterinário, não está

obrigada a fazer a inscrição no Conselho Regional de Medicina Veterinária. As organizações

não têm ainda a obrigatoriedade de recolher anuidades, por não desenvolver atividade típica

de medicina veterinária. A sua obrigação sim, é a tributária, a prestação de determinada

atividade e que, por sua vez, gera igualmente o dever de inscrição no Conselho Profissional.

Segundo determina o Art. 1º da Lei nº 6.839/1980, o registro de empresas e dos

profissionais legalmente habilitados serão obrigatórios nas entidades competentes para a

fiscalização do exercício das diversas profissões, em razão da atividade básica ou em relação

àquela pela qual prestem serviços a terceiros. Portanto, o ponto central é delimitar quais

atividades exigem registro junto ao Conselho Federal de Medicina Veterinária, bem como, a

presença de profissional da área veterinária como responsável técnico.

Juridico

UBABEF CONQUISTA AÇÃO CONTRA CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA

AS ATIVIDADES DAS INDÚSTRIAS SE REMETEM EXCLUSIVAMENTE A INDUSTRIALIZAÇÃO

DE PRODUTOS AVÍCOLAS

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Juridico

Segundo o diretor de Produção da UBABEF, Ariel Mendes, a ação vale para todas as

empresas associadas a entidade que não precisam mais realizar o registro junto ao Conselho.

Caso a Resolução nº 947, fosse ganha pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, as

empresas avícolas teriam que contratar mais médicos veterinários e pelas características atuais

da produção não é necessário um grande número desses profissionais. Como são empresas

integradas e a produção de rações e o uso de vacinas e medicamentos é centralizado, alguns

poucos Responsáveis Técnicos podem atender a um número grande de granjas. Além do

produtor não ter nenhum poder de decisão sobre o uso de medicamentos e suplementos

alimentares, esses médicos veterinários RTs contam com auxiliares de campo que visitam

pelo menos duas vezes por semana os granjeiros e chamam o veterinário caso percebam

qualquer coisa fora do normal, como queda no consumo de ração, por exemplo.

A aprovação da Resolução nº 947, causaria um grande impacto oneroso às empresas,

informa Mendes, “que para conseguir contratar mais veterinários precisaria demitir

outros profissionais importantes que atuam no manejo da produção avícula. Dentre os

questionamentos levantados pela UBABEF foi a obrigatoriedade das granjas possuírem

registro no Conselho. “Continuamos com um médico veterinário nas empresas. O que

questionamos foi o registro, pois não somos uma clínica veterinária.”

Mendes informa que as empresas avícolas têm até dezembro de 2012 para realizar

o seu registro junto a secretaria de agricultura do seu Estado, ficando posteriormente

cadastradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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Criada no ano de 1996, a Câmara Setorial da Avicultura é instalada pela primeira

vez, no dia 12 de julho, pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa).

Coordenada pelo secretário da pasta, Luiz Fernando Mainardi, o encontro que teve a

presença de representantes da cadeia produtiva, foi iniciada com a apresentação da palestra

“Perspectivas da Produção Avícola no Rio Grande do Sul”, ministrada pelo diretor-executivo

da Asgav, Eduardo dos Santos.

Dentre as demandas do setor destacadas pelo representante da entidade, foi que por

meio da reinstalação da Câmara, sejam feitas ações em benefícios ao acesso ao Porto de Rio

Grande; e busca de parcerias junto ao Governo federal para melhorar a produção do milho

no Estado que passa por um momento crítico no mercado interno. “A Avicultura corre sérios

riscos de retrocesso, caso a situação atual perdure, pois importamos 1,5 milhão de carne

de frango.” Segundo Eduardo, desde o segundo semestre de 2010, o setor não consegue

comprar milho por menos de R$ 30 reais. “A angústia do avicultor está estampado no dia a

dia devido o alto valor do milho, que não sofre uma baixa.”

Outra demanda levantada pela Asgav foi a “tão sonhada isonomia fiscal para que

haja um equilíbrio fiscal e interestadual”. Conforme Eduardo, 95% da avicultura gaúcha

é associada a Asgav. Somente em ovos, 7 milhões de caixas de ovos são produzidos e

exportados 17,6 milhões de dúzias do produto. O uso do arroz como ração para aves

e suínos é uma das ações já defendidas pelo governo Estadual que foram salientadas por

Eduardo. “Essa alternativa de ração vem em boa hora, pois necessitamos driblar qualquer

crise.”

Além da sanidade avícola que vem evoluindo através da parceria com o Fundesa e

órgãos dos governos federal e estadual, também foram lembradas por ele. Porém, é preciso

intensificar ações de melhorias na estrutura do serviço de defesa sanitária, estruturando postos

de divisa, e investindo em capacitação e recursos humanos, reivindicou. “Um dos fatores

competitivos é a defesa sanitária e junto com a crise do grão será decretado o retrocesso”.

O bloqueio da importação de carne pela Rússia alegado por irregularidades é outro fator

que preocupa o setor, destacou. “Isso nos preocupa bastante porque os concorrentes estão

buscando essa fatia de mercado que o Brasil conquistou.”

ASGAV REIVINDICA DEMANDAS DO SETOR NA INSTALAÇÃO DA CÂMARA SETORIAL DA AVICULTURA

“QUEREMOS PRODUZIR RE-

SULTADOS PARA QUE SE TORNE UM ESPAÇO DE DECISÕES E EN-CAMINHAMEN-

TOS DO SETOR.”

Câmara Setorial

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MAINARDI DESTACA SUA IMPORTÂNCIA

Durante o primeiro encontro da Câmara Setorial da Avicultura, o secretário da Seapa,

Luiz Fernando Mainardi, apontou para a criação de três grupos de trabalho que apresentarão

as propostas e encaminhamentos para os problemas que o setor enfrenta. Além disso, o

dirigente destacou a importância da instalação da Câmara com a participação dos dirigentes

de várias cadeias do setor, como por exemplo, a participação da Asgav. “Queremos produzir

resultados para que se torne um espaço de decisões e encaminhamentos do setor. A ideia é

que ela funcione com o resultado, otimize tempo e produza.”

Segundo Mainardi, a função da Câmara Setorial da Avicultura será em primeiro lugar,

realizar ações para aumentar a renda para o produtor; e em segundo lugar, fomentar ainda

mais o desenvolvimento da atividade agropecuária e do agronegócio para que aumente o

Produto Interno Bruto (PIB). “É o momento de repensar as nossas prioridades como cadeia.”

Segundo ele, será constituído um grupo de trabalho para substituir o milho pelo arroz como

ração de aves e suínos. Para trabalhar a sanidade, o grupo será coordenador pelo Fundo

de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), que tratará de questões como

os postos sanitários de fronteira do Estado e avanços na modernização das Inspetorias

Veterinárias. Outro grupo se dedicará a debater a necessidade de adaptação dos avicultores

gaúchos às Instruções Normativas 56 e 59 do Governo Federal.

E, por último, o terceiro grupo criado, tratará das questões de logística, como a

necessidade de redução dos custos de exportações, hoje feitas por portos de Santa Catarina

e Paraná; aquisições de insumos, como sacos plásticos no Rio Grande do Sul e o problema

da falta de milho no Estado para a produção de ração animal. Já a questão tributária, o

secretário informou que o governador Tarso Genro, juntamente com outros governadores e

o governo federal, por orientação da presidenta Dilma Roussef, vem trabalho num projeto

de reforma que elimine a guerra fiscal entre os Estados. “É um setor que tem grande

importância social, na medida em que pelo menos 40 mil famílias trabalham diretamente”,

encerrou o secretário.

Câmara Setorial

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Desenvolvimento

Um dos setores mais importantes para a sustentabilidade da economia gaúcha é a avicultura. Para apresentar os objetivos e metas para qualificar o segmento avícola e eliminar gargalos e entraves que prejudicam o setor, a Asgav encaminhou ao governo do Estado, um documento de sugestões para a Agenda da Avicultura do Rio Grande do Sul. Na apresentação das propostas, a Associação destaca o setor avícola gaúcho, aliado a tecnologia e a inovação como prioridades na plataforma do desenvolvimento agroindustrial do seguimento.

No documento entregue ao secretário de Desenvolvimento e Promoção de Investimento, Mauro Knijnik, foi salientado que a atividade hoje movimenta a economia de aproximadamente 240 municípios, gerando cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos. Porém, ao longo dos últimos anos, devido à guerra fiscal, a migração e a insuficiência na disponibilidade de insumos, a dificuldade de logística e outros entraves, a avicultura foi perdendo espaço e, caso não se reverta o cenário atual, o setor pode enfraquecer ainda mais, alerta a Asgav, no documento.

“Ao reiterarmos nosso compromisso com o desenvolvimento e ao mesmo tempo enaltecer o projeto do governo do Estado de ampliar e modificar as bases estruturais do desenvolvimento, apresentamos nossa sugestão de agenda para que em conjunto trilhemos o caminho da prosperidade”, destaca o documento. Dentre as propostas foram destacados temas que envolvem a área tributária; suprimentos, insumos e tecnologia para avicultura; milho; logística; promoção de carne de frango e ovos produzidos no Estado; comércio exterior; sanidade avícola e economia.

No que tange a área tributária, foram sugeridas a readequação da política tributária incidente na produção de alimentos, retomada do mercado interno gaúcho. Essa retomada visa a isonomia fiscal, já que aproximadamente 50% do produto avícola consumido no Rio Grande do Sul, é proveniente de outros Estados. Na proposta de crescimento e desenvolvimento “é imprescindível a verificação tributária na entrada, ou seja, cobrança do imposto na divisa,

A AVICULTURA NA AGENDA DO GOVERNO DO ESTADO

AS PRIORIDADES TRAÇADAS PELA ASGAV FORAM ENCAMINHADAS AO SECRETÁRIO ESTADUAL MAURO KNIJNIK

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Desenvolvimento

como procede alguns Estados, resguardando a economia local”, informa o documento.A renovação e readequação dos termos de acordo com a Secretaria da Fazenda

do Estado, também integram as sugestões, como a revogação das atuais condições para utilização dos créditos presumidos nas saídas interestaduais de carne de aves industrializadas, ou equiparação com legislação aplicada em Santa Catarina, que viabiliza e fortalece a competitividade das indústrias daquele Estado. Além da inovação e flexibilização da política de liberação de créditos acumulados dos exportadores. “Essas medidas podem melhorar a competitividade do setor em território nacional, fortalecendo a economia das agroindústrias e do próprio Estado.”

Suprimentos, Insumos e Tecnologia para Avicultura - Setor de corte, postura e genética, foi o segundo item apontado pelo documento. Segundo a Asgav, cerca de 60% do volume total de embalagens adquiridas pelo setor avícola são provenientes de outros Estados. Por isso, o setor sugere disponibilizar linhas de créditos especiais para modernização de aviários de frango de corte e ovos e especiais para investimentos em medidas e dispositivos de biossegurança.

Comprometimento do Governo do Estado, produtores, cooperativas, agroindústrias e instituições que fomentam o agronegócio para aumentar a produção de milho no Rio Grande do Sul, também integram a pauta de demandas. Além dos setores da logística, como forma de ampliar o transporte fluvial via porto de Porto Alegre e outras regiões, que poderiam amenizar o custo de transporte até Rio Grande.

A promoção da carne de frango e ovos produzidos no Estado através de Programas Sociais que incentivem o aumento do consumo dos produtos avícolas gaúchos, em conjunto com as metas do governo federal de combate a pobreza e desnutrição. Além de promover as indústrias avícolas de carne de frango, ovos e subprodutos no mercado internacional, junto às missões do Estado integram o documento.

A sanidade avícola é vital para acesso ao mercado interno e externo, para isso, foram sugeridas aprimorar o aparelhamento dos serviços de defesa Sanitária, valorização dos recursos humanos que atuam nas áreas de Defesa Sanitária e Inspeção no Governo do Estado e continuidade na Parceria com FUNDESA – Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal.

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Logística

O porto de Rio Grande contará com um armazém frigorífico com capacidade

de armazenagem inicial de 14 mil toneladas de carne. Com um investimento de

aproximadamente R$ 40 milhões serão gerados na região 200 empregos diretos. O

empreendimento da Martini Meat – Armazéns Gerais, do Páraná, tem previsão de conclusão

para 30 de novembro deste ano. A planta será instalada no Distrito Industrial de Rio Grande,

em frente ao porto, próximo ao Terminal de Contêineres (Tecon), de onde sairão produtos

da Martini para Europa e Ásia. A unidade receberá aves, bovinos, suínos e pescado do

Estado e de Santa Catarina. O novo armazém terá acesso ferroviário e rodoviário.

O diretor-superintendente da Martini Meat, Blasio José Munchen, explica que o

armazém frigorífico surgiu da demanda dos exportadores e com informações da própria

Tecon Rio Grande – o terminal é dos maiores complexos portuários da cidade. A partir da

conclusão - o empreendimento que passará por uma vistoria do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) - poderá operar, afirma Munchen. Segundo o gerente

comercial da Tecon, Rodrigo Dall Orsoletta, a construção foi uma necessidade das

indústrias do Rio Grande do Sul que hoje tem uma limitação de armazenagem no Estado.

O investimento da Martini Meat ficará a 5 quilômetros do terminal de containeres da Tecon

Rio Grande.

O armazém Rio Grande terá área total de 125 mil metros quadrados. A nova

unidade terá como capacidade um terminal frigorificado com integração multimodal;

com capacidade que poderá chegar até 33 mil toneladas; 12 docas para carga e descarga

MARTINI MEAT VAI INAUGURAR NOVO ARMAZÉM FRIGORÍFICO

O EMPREENDIMENTO NA CIDADE DE RIO GRANDE

SERÁ CONCLUÍDO EM NOVEMBRO

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Logística

simultânea e estacionamento para 44 caminhões. Já o depot de containeres terá capacidade

inicial de 250 plugs reefer, expansível para até 800 plugs reefer.

Braço do grupo Ouro Verde, a Martini Meat Armazéns Gerais já tem armazéns

frigoríficos em Paranaguá (PR) e Itajaí (SC), com capacidade para 30 mil e 10 mil toneladas,

respectivamente. Segundo informações divulgadas pela Prefeitura de Rio Grande, a Martini

adquiriu junto a Secretaria de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Estado

(SEDAI), em outubro de 2009, uma área de terras com 125, 2 mil metros quadrados, onde

está sendo erguido o complexo.

No município, a empresa vai atuar nas atividades de armazenagem em geral de

cargas frigorificadas (-20°C), incluindo produtos congelados e resfriados (-2°C), carga geral

não frigorificadas a granel, unitizada ou desunitizada, armazenagem de containers Reefer's.

CONHEÇA A MARTINI MEAT

O primeiro armazém frigorífico da Martini Meat – Armazéns Gerais foi instalado

em 1973 no Terminal Portuário de Paranaguá. Há mais de cinco anos certificada pela ISO

9001:2000 é membro do Grupo Ouro Verde, desde fevereiro de 2008. A Martini Meat

conta com operação de carga geral e frigorífica, armazenagem e distribuição, movimentação

de containers cheios e vazios, serviços acessórios e regimes aduaneiros especiais.

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LB-10-027

Page 18: Revista ASGAV 25

18

Tributos

A capital gaúcha foi palco do último Fórum Nacional das Agroindústrias (Fonagro)

realizado dia 27 de maio no Hotel InterCity Premium. Apoiado pela União Brasileira

de Avicultura (UBABEF), o evento reuniu mais de 80 participantes entre empresários,

profissionais da área técnica, jurídica, prestadores de serviços, representantes sindicais,

setores da bovinocultura, laticínios e arrozeiros, além de distribuidores e atacadistas.

O coordenador do evento, o presidente da Câmara Legislativa e Tributária da UBABEF,

Matheus Santin, informou que temas tributários, como a nova legislação do PIS/COFINS

sob a avicultura e suinocultura brasileira fizeram parte da grade da programação. “Essa é

uma legislação muito importante para a avicultura e suinocultura”, destacou.

Resultado disso um estudo preliminar da nova legislação 12.350 do PIS/COFINS,

elaborado pela UBABEF a todos os associados da entidade. “É preciso saber utilizar a

legislação que determina a suspensão da cobrança do PIS e do Cofins para toda a cadeia da

avicultura e suinocultura para o mercado interno brasileiro”. Segundo Santin, a avicultura

gera mais de 500 empregos diretos no Brasil e 2 milhões entre diretos e indiretos.

Outra nova legislação que norteia a avicultura e a suinocultura é o novo Ponto

Eletrônico em empresas com mais de dez empregados; e a isenção do ICMS sobre frete

destinado à exportação, foram debatidos e esclarecidos. Além de esclarecer as empresas de

como incidir no preço de transferência de mercadoria, no caso de unidades que pertencem

a mesma empresa, por exemplo: uma transferência de mercadoria entre uma unidade para

outra unidade, pertencente a mesma empresa jurídica.

Santin esclareceu que as maiores dúvidas e questionamentos por parte das empresas

participantes foram a respeito da nova legislação do PIS/COFINS.

De acordo com um dos organizadores do Fonagro, Rogério Kerber, presidente

do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips),

“todos os pontos foram muito importantes, aliado a participação, surpreendendo todos

os organizadores do evento, pelo número de participantes e bastante expressivo de

FÓRUM NACIONAL DAS AGROINDÚSTRIAS REÚNE OS SETORES EM PORTO ALEGRE

Page 19: Revista ASGAV 25

19

Tributos

cooperativas”.

Segundo Kerber, a participação do Sips na organização da Fonagro foi motivo

de orgulho, pois é um Fórum que permite a troca de conhecimento e compreensão dos

diferentes temas da legislação. “Realizamos um debate qualificado com a presença de

inúmeros profissionais da área, trazendo uma tranquilidade muito maior aos profissionais

que precisam aplicar a legislação nas suas empresas.”

Alfeu Dipp Muratt, diretor da Faraco, Azevedo e Muratt Advocacia Empresarial,

patrocinadora do evento, salientou a iniciativa do grupo de executivos, sindicatos, área

técnica e da indústria do agronegócio, em realizar um evento desse porte. O encontro

é o momento para discutir e apontar soluções sobre várias demandas dos segmentos. “É

a reunião das empresas, por iniciativa própria, debatendo questões jurídicas, técnicas,

tributária e trabalhista.”

Segundo Muratt, a maior preocupação dos empresários é sempre com as questões

tributarias, questionando de que forma o Estado tributa a carga tributária - uma das mais

altas do mundo. Assuntos de ordem trabalhista, ambiental e recursos hídricos englobaram o

fórum de apresentações. “É um evento muito importante e produtivo, sendo que no próximo

encontro, as pautas e temas se renovam conforme as demandas dos setores.”

Para Muratt, a participação da Faraco, Azevedo e Muratt Advocacia Empresarial, “foi

um estímulo para nós, como prestadores de serviço e como troca de experiências na área

jurídica.”Alfeu Dipp Muratt

Page 20: Revista ASGAV 25

20

Sanidade Animal

O Serviço de Saúde Animal ligado ao Departamento de Saúde Animal do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SSA/DSA/MAPA), desenvolve atividades de vigilância

epidemiológica, prevenção, profilaxia e controle de doenças dos animais, como também

exerce a fiscalização da aplicação dos regulamentos sanitários de trânsito interno e externo

de animais, produtos, subprodutos e de material biológico. Tem como finalidade a garantia

da qualidade sanitária dos rebanhos bem como sua valorização no mercado globalizado,

seguindo como marco os requisitos sanitários da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

O Serviço de Saúde Animal da Superintendência Federal de Agricultura do Rio Grande

do Sul (SSA/SFA-RS) é composto por seis médicos veterinários que são os fiscais federais

agropecuários, além de cinco auxiliares administrativos. São realizados os programas nacionais

de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), de Controle da Raiva dos Herbívoros

e outras Encefalopatias (PNCRH), de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose

(PNCEBT), de Sanidade Avícola (PNSA), de Sanidade Suídea (PNSS), de Sanidade dos Eqüídeos

(PNSE), de Sanidade dos Caprinos e Ovinos (PNSCO) e de Sanidade Apícola (PNSAp).

Tem como parceiros importantes na execução de suas atividades, a Secretaria Estadual

da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa-RS), que é o órgão executor de defesa

agropecuária no Estado e a iniciativa privada através dos médicos veterinários - os responsáveis

técnicos pelos plantéis.

A coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Avícola no âmbito da

Superintendência Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, a médica veterinária fiscal

federal agropecuária, Taís Oltramari Barnasque, destaca como principais ações do Programa,

os procedimentos de vigilância epidemiológica, controle e erradicação das principais doenças

aviárias, em especial as de notificação obrigatória à Organização Mundial de Saúde Animal

(OIE). Além da certificação sanitária do material genético avícola gaúcho, habilitação de médicos

veterinários da iniciativa privada para controle de trânsito de aves e ovos férteis, controle

de importação e exportação de material avícola, registro e fiscalização de estabelecimentos

avícolas de reprodução e supervisão das ações de desenvolvimento do PNSA pelos serviços

veterinários oficiais.

Conforme Taís, as ações do Programa Nacional de Sanidade Avícola, em 2010, realizou

247 certificações sanitárias como granjas livres para salmoneloses e micoplasmoses no plantel

avícola de reprodução do Estado. No primeiro semestre de 2011, foram emitidos 186

certificados pelo Serviço de Saúde Animal gaúcho.

DE OLHO NA SANIDADE AVÍCOLA GAÚCHA

“A SAÚDE ANIMAL É EMBASA-

DA NA PRE-VENÇÃO DE DOENÇAS. E PREVENÇÃO É TAMBÉM O INVESTIMEN-

TO EM BIO-SEGURANÇA

NAS INSTA-LAÇÕES.”

Page 21: Revista ASGAV 25

21

Sanidade Animal

As ações do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) como um todo, destaca

Taís, diminuem as barreiras impostas ao comércio internacional e asseguram o fornecimento

de produtos saudáveis à população. “A saúde animal é embasada na prevenção de doenças. E

prevenção é também o investimento em biosegurança nas instalações.”

Coordenadora do Programa

Nacional de Sanidade Avícola,

Taís Oltramari Barnasque

Médico-Veterinário e Zootecnista

responsáveis pela saúde e bem-estar animal

Page 22: Revista ASGAV 25

22

Ciência e TecnologiaCiência e Tecnologia

Para melhor qualificar o processo de emissão das GTAs (Guias de Trânsito Animal), os

médicos veterinários habilitados podem utilizar o Sistema de Defesa Agropecuária (SDA) -

sistema informatizado oficial - da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa),

desenvolvido pela Procergs. Desde maio deste ano, independente da empresa integradora

de aves, os profissionais podem utilizar o sistema. Segundo o médico veterinário Flávio

Chassot Loureiro, coordenador do Programa de Sanidade Avícola, no setor da avicultura,

99% das guias de trânsito animal emitidas no Estado, provém do setor produtivo ou privado,

encaminhadas pelos médicos veterinários habilitados.

Coordenado pelo Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), a informatização

permite que a Inspetoria Veterinária e Zootécnica (IVZ) de destino, tenha conhecimento

imediato do trânsito, sendo que ao produtor, cabe comunicar a chegada dos animais

e, somente nesse momento, será efetivamente contabilizado o saldo em sua conta

de movimentação. No caso das aves, o procedimento é realizado pelo próprio médico

veterinário habilitado, que deverá confirmar a chegada das cargas.

O software para o gerenciamento dos processos referentes à defesa sanitária animal

e à inspeção sanitária de produtos de origem animal agilizam os processos de análise e

rastreabilidade de animais. Loureiro considera que o Sistema de Defesa Agropecuária é

fruto inclusive, das exigências dos mercados compradores, em especial do Mercado Comum

Europeu, que demandou a informatização de todas as Guias de Trânsito Animal (GTA).

Por meio do novo sistema, o frigorífico para abate que não estiver cadastrado

e registrado junto à Seapa, o estabelecimento fica impossibilitado de receber a Guia de

Trânsito Animal (GTA). “Se o frigorífico não estiver previamente adequado a legislação, não

tem como fazer o abate daquela espécie animal, pela qual não esteja de acordo com seu

registro”, pontua o médico veterinário Eduardo Vergara, administrador do SDA. “O sistema

catalisa a ação de fiscalização, e isso nos economiza tempo, dinheiro e recursos humanos.”

NOVAS DEMANDAS

Dentro os novos projetos do Sistema de Defesa Agropecuária (SDA) para a avicultura

estão previstos para o segundo semestre deste ano, à inclusão do processo de certificação

das granjas avícolas, por meio do sistema informatizado e da inserção dos estabelecimentos

que comercializam aves vivas credenciadas.

A INFORMATIZAÇÃO NA AVICULTURA

“O SISTEMA CATALISA A

AÇÃO DE FIS-CALIZAÇÃO, E ISSO NOS ECONOMI-ZA TEMPO,

DINHEIRO E RECURSOS

HUMANOS.”

Page 23: Revista ASGAV 25

23

Ciência e TecnologiaCiência e Tecnologia

Além disso, está em preparação o projeto ‘Produtor 2.0.’, que segundo Vergara,

possibilitará ao produtor realizar consultas cadastrais, acessar dados de vacina e declaração,

para que num próximo passo, ele mesmo faça o lançamento de dados, como declaração

anual de rebanho, de registro de nascimentos, entre outros. “A vantagem ao produtor é uma

maior independência. Então o que for possível sistematizar e o produtor poder administrar,

será um grande benefício para ele.”

Paralelo a isso, está em desenvolvimento no Departamento de Defesa Agropecuária

(DDA) o envio de dados para Brasília, por meio do Urbservice. O sistema que passará

a compor a Plataforma de Gestão do Agronegócio (PGA) está sendo implantado no Rio

Grande do Sul e pelos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, São Paulo,

Paraná e Santa Catarina.

“A VANTAGEM AO PRODU-TOR É UMA MAIOR INDE-PENDÊNCIA.”

Page 24: Revista ASGAV 25

24

FIERGS

“Ao tomarmos conhecimento da matéria do secretário do Desenvolvimento e

Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, publicada na Revista Indústria em Ação, da

FIERGS, no mês de maio, prontamente tomamos a decisão de solicitar junto ao editorial

desta Revista, autorização para reprodução da matéria”, informa o diretor-executivo da

ASGAV/SIPARGS, Eduardo dos Santos. Segundo o diretor, este pedido se deu por conta

da importância desta matéria e o posicionamento do Governo do Estado em relação ao

desenvolvimento e recuperação da competitividade de diversos setores da economia

gaúcha. “Assim, levamos ao conhecimento de todos os leitores da Revista Asgav, a íntegra

“GUERRA FISCAL CHAMO DE SUICÍDIO FISCAL”

Page 25: Revista ASGAV 25

25

FIERGS

da matéria reeditada para que todos possam estar atentos as diretrizes do atual governo”,

frisa Eduardo.

A matéria entrevista “Guerra fiscal chamo de suicídio fiscal” com o representante do

governo do Estado pode ser lida na íntegra na Revista da Asgav. Confira.

Mauro Knijnik fala das prioridades na Pasta do Desenvolvimento e Promoção do

Investimento no governo estadual e como ela atua de forma estratégica para garantir projetos

capazes de gerar riqueza e renda com produção local e empregos valorizados.

Concluído o primeiro trimestre do governo e suas atividades como secretário de

Desenvolvimento e Promoção do Investimento, o senhor já pode avaliar o trabalho e suas

perspectivas?

Estou verdadeiramente entusiasmado com esses primeiros três meses de trabalho. Eu

nunca imaginei que em tão pouco tempo pudéssemos ter avançado tanto. Achei que foram

três meses de grandes realizações para esse curto tempo e ficou muito claro que estamos

clareando o caminho. Um dos fatores é que o Rio Grande do Sul está em uma outra etapa

de sua história. O pessoal está acreditando muito no Estado. Tenho recebido empresários

de todas as partes do mundo e acho que isso cria um clima contagiante. Existe, às vezes,

o contágio para achar que tudo está ruim e o contágio para achar que tudo está bem. Em

governo nunca é nenhum extremo. Claro que não está tudo bem e nem na época que se

imaginava que estava tudo mal estava tudo mal. Mas para três meses houve uma grande

movimentação positiva.

O senhor pode explicitar mais?

Para se ter uma ideia, na Secretaria recebemos cerca de cem empresas com os mais

diversos interesses, sendo que 25 eram com real interesse de se instalar no Rio Grande

do Sul. Estou falando de empresas grandes. Então, eu imagino, se 10% dessas empresas

concretizarem suas intenções, teremos três empresas por trimestre ou uma empresa por

mês, o que seria uma meta muito arrojada. Claro que eu sei que isso não é assim tão exato,

mas de qualquer forma estou realmente muito entusiasmado, como disse antes.

Essas visitas que o senhor recebe são solicitações espontâneas, reflexos de contatos

anteriores, contatos que o senhor mesmo já teve tempo de fazer?

Depende. Algumas visitas são realmente de contatos que o Josué (Barbosa), meu

antecessor, já tinha feito e então eles vêm para uma segunda visita. A outra parte é que

realmente o pessoal leu e aprovou o plano do governo Tarso.

E ainda há alguns setores que estamos buscando também empresas que interessam,

principalmente – e isso nós temos mais urgência – do polo naval. Não queremos só ter um

polo que produz plataforma. Queremos ali criar uma cadeia produtiva do polo.

Pode-se dizer que destas empresas a maioria não é do segmento naval?

As empresas que temos tido contato são dos mais variados setores. Mas é fato que os

maiores volumes de investimentos que conversamos é voltado ao entorno do porto e polo

naval, com exceção de uma fábrica de caminhões que é um investimento muito grande e

não posso dar mais detalhes agora. Sobre polo naval especificamente, estamos estudando

Page 26: Revista ASGAV 25

26

FIERGS

a sua expansão. Se usarmos as bacias fluviais existentes, se dragarmos, o nosso polo naval,

então, se estende até Cachoeira do Sul, ou seja, praticamente metade do Estado.

Já que o senhor tocou no assunto hidrovias, há tempos se sabe que o Estado é

privilegiado e possui uma bacia interessante que o atravessa como não ocorre em outras

localidades do País. Porém, não se consegue explorar de forma mais produtiva. Como ir em

frente neste ponto?

Questão importante essa. Estamos totalmente interligados com a Secretaria de

Infraesturutra, o secretário Beto Albuquerque. Na medida do possível, sem anunciarmos

nada agora, vamos tentar desenvolver essa área. Na verdade o que existe é falta de recursos

e tenho certeza que nem nós e nenhum governo que passou não fez porque não quis. O

Estado já há décadas tem problemas de recursos para investimentos. Vamos tentar conseguir,

não que sejamos melhores, mas vamos tentar.

Tanta procura de empresas, como o senhor disse, remete aos atributos locais. O que

há de sedutor aqui para concretizar atração de empresas?

É, sedução não é bem assim. Temos a visão da necessidade de atender bem, receber

as solicitações e ter coisas concretas a oferecer e não mostrar apenas um monte de blá blá

blá. Os atributos do Rio Grande do Sul são muitos. Tem uma localização privilegiada em

relação ao Mercosul. Existe uma mão de obra muito qualificada, empresários sérios e com

alta cultura empreendedora, e tudo para atrair empresas que queiram investir no Estado.

Sobre mão de obra, há um bom nível no Estado, é verdade, mas há déficit de

profissionais em muitas áreas. Como atacar esse problema?

Assim como há uma integração com a área de infraestrutura, precisamos também

interagir com a educação. Este foi um trabalho que ainda não iniciamos. Primeiro, é

preciso que se resolva a questão do magistério, esta sim, muito importante, estratégica no

Estado. Queria destacar o estreito relacionamento que estamos tendo com as entidades

empresariais, principalmente, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, na figura do

Paulo Tigre, que por sorte fomos colegas do tempo do colégio Júlio de Castilhos. Isso facilita

o relacionamento e podemos trocar informações, conhecimento e planejar conjuntamente

as ações de governo e de intenções da iniciativa privada. É importante porque vamos ter

alguns apagões de mão de obra. Ou seja, mão de obra específica. Temos, sim, de aprofundar

o relacionamento com a FIERGS, o que significa também estar próximo ao Serviço Nacional

de Aprendizagem Industrial (Senai). Mas isso não ocorre só no Rio Grande do Sul. É um

problema de todo o Brasil e, sinceramente, é um bom problema.

O senhor fez referência aos atributos do Rio Grande do Sul e a capacidade de atração

de investimentos. Pode dar mais detalhes?

Sim. Estamos fazendo também um trabalho de procurar as empresas já instaladas no

Estado, não necessariamente empresas gaúchas, mas já produtivas aqui. Precisamos buscar

as informações de pretensões de investimentos, planos de crescimento ou aprimoramento

de plantas, etc. Isso é fundamental para saber o que o Estado pode fazer para ajudar.

Acredito que com essas informações poderemos prosseguir com mais segurança no projeto

Page 27: Revista ASGAV 25

27

de criar junto à Caixa Econômica o Fundo de Participações para alavancar ainda mais

negócios. Depois, vamos também falar com as empresas de médio e pequeno porte.

O senhor pode falar mais sobre esse Fundo de Participações?

O Fundo é destinado para ter participação societária nas empresas. É através da Caixa

Econômica, é tipo um BNDES Par, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social. Se tudo andar como está até agora, poderemos anunciar ainda antes do final do ano.

O senhor já tem sinalizações de empresas sobre esse Fundo, há interesse?

Sim, com certeza. Muito forte. A própria FIERGS recebeu bem a ideia, a Federação

das Associações Comerciais e de Serviços (Federasul), a Federação da Agricultura e outras.

Todos manifestaram a mim que o projeto é bem visto.

Seria de uma abrangência geral, então?

Sim, todas as áreas produtivas. Conseguimos convencer um diretor, que era ex-

diretor dessa área específica no Banco do Brasil, e ele veio para cá, não é gaúcho, mas

está muito entusiasmado. Se conseguirmos sucesso no projeto, será muito bom para o

desenvolvimento do Estado. Mas não só no mundo empresarial. Fomos procurados pela

própria Caixa Econômica Federal, falamos com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho

e estamos montando um conjunto de players fortes para que consigam canalizar recursos

para isso. Só falta acontecer. E como eu digo às vezes brincando: só falta ser verdade. Quero

ajudar o Estado, de verdade.

Isenções e financiamentos, o que o

Estado planeja?

Por determinação do governo,

estamos tentando coordenar a área de

desenvolvimento. Isso junto com os demais

secretários. Para tratar de isenções e

financiamentos, é preciso uma interação com

a Secretaria da Fazenda. Devemos apresentar

um plano, que o governador poderá

transformar em projeto ou não, um plano

dos incentivos ao desenvolvimento do qual o

Fundopem será apenas um dos componentes.

Nós imaginamos, ainda não está pronto.

Tenho me reunido com o Odir Tonollier, o

secretário, e as nossas equipes, para ver se

conseguimos uma vantagem comparativa

nisso que chamam de guerra fiscal. Eu chamo

de suicídio fiscal. O Brasil vive isso. Os Estados

são suicidas ao encararem a concorrência da

forma como é feita hoje.

É um pensamento pequeno, de apenas

FIERGS

Page 28: Revista ASGAV 25

28

FIERGS

curto prazo para consagrar uma gestão. Os Estados vão ter várias administrações e é preciso

pensar com projeção e não apenas para alardear investimentos como vitória de batalha de

vizinhos. Tenho grandes esperanças na presidente Dilma e que ela tome medidas que coíbam

a concorrência predatória entre os Estados. Já tive empresa aqui acertada verbalmente e

que veio outro Estado e ofereceu vantagens que, na minha visão de Estado, não podem ser

oferecidas em termos de isenções.

O que se pode fazer?

O que temos de fazer é o seguinte: não pode o Estado ser dono da indústria e dar

a gestão e os resultados para a iniciativa privada. A iniciativa privada tem que correr riscos

também. O que pode é o Estado participar no capital minoritário da empresa. Agora,

quem tem que tomar riscos e pensar na gestão são os empresários. Tem que ser uma

parceria saudável. Não pode o Estado bancar uma empresa e o empresário só administrar

e receber o lucro. A responsabilidade é compartilhada, mas com o controle da iniciativa

privada.

O senhor comentou sobre o polo naval. Que outras áreas é bom os empresários

estarem atentos?

Energia eólica e o nosso importantíssimo setor de agroindústria. Temos muita

produção de grãos, mas não podemos concorrer ostensivamente com Estados como

LIMPAC

Page 29: Revista ASGAV 25

29

Goiás ou Mato Grosso, que possuem muito mais terras do que nós. Temos falado com as

lideranças empresariais no sentido de que consigamos, por exemplo, aproveitar o arroz

industrializando ele, agregando muito valor. Os grãos podem ser transformados em muitas

outras coisas. Óleo é a forma mais conhecida, mas hoje já se sabe que novos produtos

são o futuro da indústria. E se pudermos processar o arroz, para ficar no mesmo exemplo,

até que vire cosmético? É um grande salto, um desenvolvimento que gera mais riqueza,

que valoriza toda a cadeia. Tudo isso, só agregando valor, transformando em produto

tecnológico, com pesquisa e desenvolvimento.

Que conselho o senhor pode dar aos empreendedores, baseado na sua experiência

pessoal e conhecimento profissional?

Tenho muita esperança na capacidade empreendedora de nossos empresários.

Acredito que a consciência sobre a importância da inovação está cada vez mais disseminada

e, se não estiver, digo que é preciso estar. É preciso procurar os bons exemplos, entendê-

los e incorporá-los. Assim, espero um ciclo de desenvolvimento e crescimento para o

Estado. O assunto inovação ainda é muito teórico para grande parte das pessoas, mas

basta um pouco de informação que tudo começa a ficar mais simples. Inovação não

é só alta tecnologia, coisas robóticas ou informatizadas. Inovação é também processos,

relações e produção. Eu chamaria inovação também de atualização.

FIERGS

Page 30: Revista ASGAV 25

30

Notícias

O governo federal publicará uma portaria interministerial que trata da destinação de

parte do excedente de arroz do Rio Grande do Sul para ração animal. Segundo o secretário

adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, a Companhia

Nacional de Abastecimento (Conab) realizará leilões para que criadores de aves e suínos

adquiram cerca de 500 mil toneladas de arroz diretamente dos produtores.

Bittencourt disse que a medida é viável graças à ação do governo do Rio Grande do Sul

de desonerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “A transformação

desse volume de arroz em ração animal ajuda no equilíbrio não só desta safra, mas também

PARTE DO EXCEDENTE DE ARROZ DA SAFRA GAÚCHA SERÁ DESTINADA PARA RAÇÃO ANIMAL

PARTE DO EXCEDENTE DE ARROZ DA SAFRA GAÚCHA SERÁ DESTINADA PARA RAÇÃO ANIMAL

Page 31: Revista ASGAV 25

31

Notícias

ERRATA Em um discurso emocionado, o ex-presidente da Asgav, Luiz Fernando de Piñedo Roman Ross, disse “me sinto lisonjeado em ver tantos amigos

presentes e sempre nos mantermos ligados.” E não Pedro Luís Utzig, como foi publicado na edição anterior, Revista Asgav nº 24.

no da próxima porque, se fosse para os estoques, esse volume pressionaria os preços para

baixo no ano que vem”, declarou. “É uma medida a mais para reduzir o excesso de oferta de

produto e aumentar o preço, que ainda está abaixo do preço mínimo”, completou.

Por ser um produto pouco exportado no mundo, o valor do arroz não foi influenciado

pela alta das commodities agrícolas. Há um mês, quando o governo adotou medidas efetivas

para “enxugar” o excedente do produto, o preço da saca de 50 quilos era R$ 19, enquanto o

preço mínimo estabelecido pelo governo é R$ 25,80.

A meta do governo para forçar a equiparação do preço de mercado ao mínimo

estabelecido é incluir nos estoques públicos todo o excedente produzido e ainda aumentar as

exportações em 600 mil toneladas, criando um déficit no mercado. Nesse cenário, a proposta

de transformar arroz em ração no Rio Grande do Sul, responsável por 60% da produção

nacional, foi ao encontro do objetivo do governo.

Além disso, os produtores de aves e suínos do Rio Grande do Sul têm dificuldades no

suprimento de milho para a sua criação, o que torna ainda mais importante o uso do arroz

como substituto do milho, que está com os preços elevados.

Fonte: Agência Brasil

Page 32: Revista ASGAV 25

32

Especial

A avicultura é um dos setores mais importantes do agronegócio brasileiro. O seu

crescimento é também resultado das novas tecnologias desenvolvidas por grandes indústrias

avícolas que testam e produzem periodicamente, novas máquinas e equipamentos para

manter o país à frente na produção mundial de aves.

Devido à velocidade da automação brasileira, as indústrias têm o desafio de trazer

soluções rápidas e eficazes para qualificar o trabalho da cadeia produtiva de frangos e ovos.

Assim como forma de otimizar a mão de obra, agilizar o trabalho, proporcionar melhor qua-

lidade dos ovos e mais higiene nos galpões, fez com que muitos avicultores investissem na

modernização de suas granjas.

Uma das tecnologias é a implementação de ninhos automáticos, desenvolvidos por

indústrias, como o caso da GSI Agromarau, situada a 270 km de Porto Alegre, no município

de Marau. O engenheiro agrícola e promotor de vendas da GSI, Paulo Verdi, informa que

existem dois tipos de ninhos automáticos com o mesmo princípio de funcionamento, porém

com algumas peculiaridades.

Os ninhos automáticos Comfort Plus proporcionam um ambiente interno confortável

à postura, que facilitam o trabalho de coleta e manejo das aves, com redução de até 40%

da utilização de mão de obra na coleta de ovos. Eles podem ser implantados em pequenas

e grandes propriedades. “É um ninho economicamente mais viável, que atende os núcleos

padrão de mercado para densidade de aves normal, com cerca de 4% a 5% metros quadra-

dos”, frisa Verdi.

O outro modelo de ninho automático, o Protegg, faz com que a ave prefira o seu

interior para a postura do que a cama, reduzindo o índice de ovos de cama, permanecendo

A TECNOLOGIA NO TOPO DA AVICULTURA

INDÚSTRIAS AVÍCOLAS PRODUZEM DIARIAMENTE UMA VARIADA GAMA DE

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Page 33: Revista ASGAV 25

33

especial

os ovos com o menor tempo possível no local. Segundo Verdi, desde 2010, a procura pelos

ninhos automáticos aumentou cerca de 70%. Dentre os resultados estão um aumento do

percentual de ovos férteis e a redução de ovos trincados. “O produtor percebe os benefícios

no momento da sua instalação.”

Conforme o engenheiro, com a instalação da tecnologia dos ninhos, o produtor reduz

em mão de obra, em até 30%. Além de economizar cerca de 50% na utilização da mara-

valha e produtos desinfetantes, gerando um ovo de melhor qualidade e com menos riscos

de contaminação. Nos ninhos convencionais (manuais), os primeiros a ser utilizados pela

avicultura, há por exemplo, uma maior necessidade de mão de obra para a coleta dos ovos.

Uma tecnologia nova no Brasil, já utilizadas em outros países há vários anos, para

aves de corte, como nos Estados Unidos, tem apresentado resultados positivos na produti-

vidade. A tecnologia é o Sistema Dark House que é a união entre um programa específico

de luz e um adequado sistema de ventilação. As empresas brasileiras que adotaram o

aviário Dark House para a produção de frangos percebem que a luminosidade controlada

permite uma maior densidade de aves por metro quadrado no galpão, já que elas ficam

mais calmas.

Outras vantagens são a diminuição de lesões como dermatoses e dermatite, que

causam condeção de carcaça, e uma menor conversão alimentar e ganho de peso diário.

Isso gera melhor resultado zootécnico e maior retorno financeiro às empresas integradoras

e produtores. Verdi informa que por meio do controle de luz, o produtor reduz o consumo

de ração e aumenta os seus ganhos produtivos. “É um sistema que apresenta melhores

índices, tanto para a integradora como para o produtor.”

Page 34: Revista ASGAV 25

34

Especial

A AUTOMAÇÃO É A GRANDE PROCURA

A Plasson Equipamentos para Avicultura, com sede em Criciúma, Santa Catarina, é

uma das indústrias brasileiras que fornece toda a linha de equipamentos como comedouros,

bebedouros, exaustores, painéis evaporativos, controladores, nebulizadores e sistemas de

cortinas necessários para a granja de frango, matrizes e perus. O diretor Gilberto Franke

Hobold informa que a empresa produz uma linha completa, de equipamentos e produtos,

voltados para a melhor escolha do produtor, sendo que o uso de equipamentos mais auto-

matizados nos aviários é a grande procura no mercado.

E uma destas novas tecnologias procuradas são os painéis evaporativos, que são os

aviários tipo túnel com exaustores. Hobold explica que esses painéis são ideais para os Esta-

dos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina por ser locais muito frios e com chuva, propor-

cionando um resfriamento dos galpões sem excesso de umidade. Já os equipamentos mais

antigos sobrecarregavam em umidade os galpões.

Outro equipamento bem procurado no mercado por sua tecnologia é o InLet - jane-

las de ventilação mínima para que haja uma melhor renovação do ar, inclusive evitando a

condesação.. O foco, explica o diretor Gilberto Franke Hobold, é a questão da ambiência

para a criação de aves, não causando nenhum estresse ao ambiente e melhorando o resul-

tado dos produtos aviários tipo túnel.

O diretor industrial Leandro Sacramento Yoshikawa, da Artabas Soluções para Avicul-

Page 35: Revista ASGAV 25

35

especial

tura e Fábrica de Ração, com sede no Estado de São Paulo, destaca que os equipamentos

para postura de ovos automatizados são a grande procura e uma das principais linhas de

produção da indústria paulista. Os equipamentos automatizados realizam todo o trabalho

de coleta de ovos, distribuição de alimentos e coleta de esterco.

O Sistema Vertical de Criadeiros é um dos sistemas que trabalha de forma automati-

zada a coleta de ovos, de esterco e de distribuição de ração, que pode ser tanto para aves

de postura como para aves de cria e recria, além de codornas. Outra grande vantagem é

que em um menor espaço por metro quadrado, se con-

segue um maior número de aves alojadas.

Outra importante frente de produção da Artabas

são os equipamentos para fábrica de ração, que pode ser

tanto para avicultura como suinocultura, entre outros. Já

a fabricação de Misturadores de Pás – mistura a ração e

proporcionam melhor qualidade e velocidade na mistu-

ra, dando maior homogeneidade na mistura. “Em termos

de economia vai ganhar em tempo pois tempo hoje é

dinheiro.” Segundo Yoshikawa, a fábrica ganha um pro-

duto melhor, em menor tempo, e com uma máquina de

pouca manutenção.

Engenheiro agrícola e promotor de vendas da GSI, Paulo Verdi

Page 36: Revista ASGAV 25

36

Gestão

As ações e prioridades para a avicultura gaúcha foram apresentadas ao governador

Tarso Genro durante reunião-almoço com a ASGAV que reuniu autoridades do governo

estadual e representantes do setor avícola no Galpão Crioulo do Palácio Piratini dia 04 de

julho. Segundo Tarso Genro, “estamos fazendo uma série de reuniões com o setor produtivo

e a pedido do presidente da UBABEF, o ex-ministro Francisco Turra, realizamos esta

reunião de consultas, avaliação e políticas específicas para o setor produtivo e à agricultura

familiar.” O governador salientou o trabalho da Asgav, em representar a avicultura, um setor

extremamente importante para a economia gaúcha. “O governo está ao lado desta atividade

reprodutiva do Estado”, prometeu.

Durante a reunião-almoço, o presidente da UBABEF, Francisco Turra, expôs a situação

da avicultura e fez um alerta. “Devido à guerra fiscal, o valor do dólar despencando e a

escassez da produção do milho, a produção avícola no Rio Grande do Sul está passando

por sérios problemas econômicos.” Enquanto o volume de exportações em Santa Catarina

chegou a 9,2%; Paraná, 4,6%; o Estado gaúcho recuou o volume em 1,6%. Os três Estados do

Sul concentram 72% das exportações. “Os produtores têm um campo imenso de produção

ASGAV APONTA SOLUÇÕES E PEDE MEDIDAS URGENTES A TARSO GENRO

REUNIÃO-ALMOÇO NO PALÁCIO PIRATINI REÚNE AUTORIDADES E EMPRESÁRIOS

Foto: divulgação

Page 37: Revista ASGAV 25

37

Gestão

e estão com muitas dificuldades. Hoje somos o terceiro Estado em volume de exportação,

mas já fomos o primeiro.”

O presidente da Asgav/Sipargs, Nestor Freiberger, abriu a sua apresentação traçando

um panorama do complexo avícola do Rio Grande do Sul. Hoje a avicultura representa

para a economia do Estado, uma participação de cerca de 4 % do PIB gaúcho, os produtos

avícolas estão entre os cinco principais itens da pauta de exportações totais do Estado

e fomenta cerca de 45 mil empregos diretos. “A cada um emprego gerado se multiplica

esse número para 20, portanto a avicultura é muito mais importante socialmente do que

economicamente.” Já a exportação de ovos alcançou a marca de 17,6 milhões de dúzias

de ovos.

“A sanidade é muito importante para a exportação” frisou o presidente, ao alertar o

governo estadual sobre os principais problemas e desafios da avicultura. “É preciso que o

Estado intensifique ações de melhorias na estrutura do serviço de defesa sanitária, estruture

postos de divisa e invista em capacitação e recursos humanos.” Para que a avicultura não

passe por sérios riscos de retrocesso, o dirigente solicitou que o governo crie urgentemente,

uma política que incentive o plantio de milho e que viabilize mecanismos de suprimento

para o Estado, “que passa por um momento crítico no mercado interno”, frisou.

A guerra fiscal foi outro gargalo que dificulta as exportações, apontado por Freiberger.

“Dez anos após perda de 30% em nosso próprio mercado, somos obrigados a exportar 65%

e de forma global, o Brasil exporta 35% de sua produção.” Segundo ele, o Estado está em

4º lugar na exportação, com risco de cair para terceiro, se uma medida emergencial não for

acionada, como por exemplo, uma substituição tributária já implantada no Estado de Minas

Gerais. Ele enumerou como ações urgentes, isonomia com demais Estados; incentivos que

garantam equilíbrio no mercado interno e de outros Estados; além de intensificar ações de

cobrança de impostos ICMs nas entradas e divisas; programas e convênios para incentivar

a modernização de aviários; adequações às leis de Biosegurança IN 56 e 59 e a vinda de

indústrias para o Estado como embalagens, equipamentos e outros insumos.

Foto: Caco A

rgemi/ Palácio Piratini

Page 38: Revista ASGAV 25

38

A VISÃO DO ESTADO

O secretário em exercício da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio

(Seapa), Cláudio Fioreze, anunciou a viabilidade de utilizar o arroz na alimentação de

aves e na produção de etanol. O presidente do Irga, Claudio Pereira, informou que "temos

condições de aumentar nossa produção. Hoje o mercado enfrenta falta de milho e excesso

de arroz. Se utilizarmos o arroz para a alimentação animal teremos onde colocar toda a

produção e até aumentá-la”. Segundo ele, “nós somos os melhores produtores de arroz

do Brasil e esta será uma alternativa financeira para as indústrias avícolas”.

O presidente da autarquia informou que é preciso encontrar soluções para a escassez

da produção do milho no Estado, que está com um preço muito elevado, enquanto o

arroz com um preço de mercado muito baixo. Segundo o presidente da Asgav, Nestor

Freiberger, o Estado busca cerca de 1,5 milhão de toneladas de milho em outros Estados.

“Precisamos de soluções para o abastecimento de milho, incentivos e linhas de crédito”,

pediu urgência. O secretário estadual da Fazenda, Odir Tonollier, destacou a importância

“muito mais social, do que econômica, que a avicultura representa”. Ele informou que o

milho deve estar na pauta do governo, urgente, pois o preço do milho é desproporcional

ao preço do arroz.

Gestão

Foto: divulgação

Page 39: Revista ASGAV 25

39

O secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, informou sobre os

dois financiamentos juntos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES) e ao Banco Mundial (Bird) para garantir recursos para obras de infraestrutura no

Estado. Ele também afirmou que a prioridade é a conclusão das obras de acesso asfáltico

de 104 municípios gaúchos, sendo que 46 acessos já foram retomados com recursos do

orçamento deste ano.

O governador Tarso Genro encerrou a reunião-almoço, agradecendo a presença de

todos e a importância de eventos com esse, para traçar as políticas de forma adequada.

Ele garantiu que o governo do Estado está trabalhando junto com o ministro da Fazenda,

Guido Mantega, para o enfrentamento da guerra fiscal, por meio da constituição de um

pacto entre os governadores. “É uma determinação da presidenta, enfrentar a guerra fiscal

e o Rio Grande do Sul é vitima desta guerra e da Lei Kandir.”

No encerramento do encontro, o governador Tarso Genro recebeu do Anonymus

Gourmet, Pinheiro Machado, o livro 100 Receitas Aves e Ovos. “É uma honra receber a

incumbência de presenteá-lo com este conjunto de receitas que mostram a importância

do setor. Um livro que está na sua 4ª edição e com sucesso de vendas.” A reunião-

almoço contou com a presença do presidente da Fiergs, Heitor José Müller; e do diretor

de Mercados da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), Ricardo Santin.

Gestão

“É UMA DETERMINAÇÃO DA PRESIDENTA, ENFRENTAR A GUERRA FISCAL E O RIO GRANDE DO SUL É VITIMA DESTA GUERRA E DA LEI KANDIR.”

Page 40: Revista ASGAV 25

40

O sistema ADDL (Avaliação Digital da Depleção Linfocitária) é uma ferramenta de

análise da depleção linfocitária da bursa de Fabrícius utilizando a análise digital de imagem

e redes neurais artificiais. A ADDL foi descrita por Moraes et al (2010), os quais compararam

os escores de depleção estabelecido através da avaliação convencional e a avaliação feita

com o sistema ADDL. No entanto, a variabilidade existente entre as classificações feitas

por diferentes histologistas não foram avaliadas. Por esta razão, foi decidido caracterizar

a variabilidade através da comparação entre a depleção estabelecida por três diferentes

histologistas e a depleção estabelecida pelo sistema ADDL.

Cinquenta e cinco amostras bursas de Fabricius (BF) foram coletadas intactas e

fixadas em solução de formalina a 10%. Todas as amostras foram clivadas em seu maior

diâmetro, a fim de obter a maior área de observação e processadas seguindo-se a técnica

de desidratação, impregnação em parafina e coloração com hematoxilina e eosina. As

amostras foram primeiramente analisadas pelo método convencional subjetivo, através da

classificação em escores de depleção: escore 1 = < de 25% de depleção; escore 2 =

depleção de 25% a 50%; escore 3 = 50% a 75% de depleção; escore 4 = depleção de 75%

a 90%;e escore 5 = > de 90% de depleção.

As avaliações foram realizadas por três histologistas aviários com diferentes graus de

experiência. As lâminas deveriam ser avaliadas por cada histologista apenas uma vez e de

forma aleatória. No entanto, um histologista avaliou as amostras duas vezes, em ocasiões

diferentes (H1 e H2), com um intervalo de quatro meses entre elas. Assim, foi possível obter

quatro avaliações com o método convencional (H1, H2, H3 e H4). As avaliações utilizando-

se o sistema ADDL foram realizadas por três alunos sem experiência em histopatologia, mas

que receberam apenas o treinamento para utilização do sistema de processamento digital

de imagens. Cada lâmina foi dividida em oito partes e dois folículos de cada octante foram

selecionados aleatoriamente para o exame. Os octantes foram contados no sentido horário

(I a VIII) e os folículos numerados em ordem crescente (1 a 16).

Por fim, fotomicrografias digitais foram obtidas com a objetiva de 20x. O processamento

Artigo Científico

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA DEPLEÇÃO LINFOCITÁRIA BURSAL, UTILIZANDO O SISTEMA ADDL E O MÉTODO SUBJETIVO CONVENCIONAL.

C. T. P. Salle, L. B. Moraes, F. C. Zimermann, L. C. B. Fallavena, F. S. Osório, F. O. Salle, H. L. S. Moraes.Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária (CDPA), Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Page 41: Revista ASGAV 25

41

Artigo Científico

das imagens seguiu o protocolo descrito pó Moraes et al (2010).

A análise dos resultados das médias de depleção linfóide obtidas pelos histologistas

(Tabela 1) revelou uma grande disparidade entre os valores. Observamos uma diferença

significativa entre quase todos os histologistas (H1, H2, H3 e H4), incluindo as duas leituras

realizadas pelo mesmo histologista mesmo (H1 e H2). No entanto, não houve diferença

significativa entre os histologistas H2 e H4.

Para a avaliação da depleção linfóide usando o sistema ADDL,não houve diferença

significativa entre as análises (Tabela 2).

Os resultados deste experimento caracterizam claramente a dificuldade na avaliação

da depleção linfóide quando é realizada de forma subjetiva. Observa-se que a discordância

entre os histologistas diminui a confiabilidade destas avaliações, especialmente quando esta

variação envolve leituras de um mesmo especialista (H1 e H2). Este fato nos leva a pensar que

essa classificação realmente ocorre de forma empírica, baseada unicamente na experiência

do profissional que a realiza e está sujeito à influência de inúmeros fatores. Ao contrário

da classificação qualitativa, a classificação quantitativa leva os histologistas a uma posição

desconfortável, sendo que muitos recursos são necessários para esconder esta dificuldade

classificatória. Estes artifícios são geralmente chamados de "Intermediário" ou "Intermedio" e,

quando relacionada com escores de depleção linfóide, eles são representados pelos escores

2, 3 e 4. As pontuações extremas (1 e 5) são facilmente classificáveis, pois eles se comportam

de forma semelhante à classificação qualitativa.

TABELA 1 - Valores médios de depleção linfóide da BF, obtidos a partir da avaliação de três

diferentes histopatologistas.

HISTOPATOLOGISTA ESCORES DE DEPLEÇÃO LINFÓIDE

H1 3.05455a

H2 3.65455b

H3 2.63636c

H4 3.47273b

Letras diferentes na mesma coluna mostram diferença significativa

TABELA 2 - Valores médios de depleção linfocitária da BF, obtido a partir de três diferentes

operadores, utilizando o sistema ADDL.

OPERADORES ESCORES DE DEPLEÇÃO LINFÓIDE

O1 3.06818a

O2 3.05909a

O3 3.06932a

Letras diferentes na mesma coluna mostram diferença significativa

Page 42: Revista ASGAV 25

42

AVALIAÇÃO DA DEPLEÇÃO LINFÓIDE FOLICULAR DA BURSA DE FABRICIUS: UMA METODOLOGIA ALTERNATIVA UTILIZANDO ANÁLISE DIGITAL DE IMAGEM E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS.

L. B. Moraes, F. S. Osório, F. O. Salle, G. F. Souza, H. L. S. Moraes, L. C. B. Fallavena,L. R. Santos, C. T. P. SalleCentro de Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Aviária (CDPA), Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Cinquenta Bursa de Fabrícius (BF) foram examinadas através de microscopia óptica convencional e imagens digitais foram obtidas e processadas através do software Matlab® 6.5. Redes Neurais Artificiais (ANN) foram geradas com a utilização do software Neuroshell® Classifier, e os dados das análises óptica e digital foram comparados. A ANN classificou corretamente a maioria dos folículos, atingindo sensibilidade e especificidade de 89% e 96%, respectivamente. Quando os folículos foram agrupados de forma binária houve um aumento da sensibilidade para 90% e obteve-se um valor máximo para a especificidade de 92%. Estes resultados demonstram que o uso da análise digital de imagem associada à ANN é uma ferramenta bastante útil para a classificação patológica da depleção linfóide da BF. Além disso, fornece resultados objetivos que permitem medir a dimensão do erro classificatório, tornando possível a comparação entre distintos bancos de dados.

Pesq. Vet. Bras. 30(4):340-344, abril 2010

Artigo Científico

Page 43: Revista ASGAV 25

43

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A Competitividade da Avicultura Brasileira

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Page 44: Revista ASGAV 25

44

“Vamos ao sacrifício.” Esta frase não lhe parece familiar? Se você lembrou do Anonymus

Gourmet. Acertou. E tem mais, o gourmet mais famoso do Estado, o jornalista e escritor José

Antonio Pinheiro Machado, esteve na cozinha da Asgav, no dia 21 de junho, preparando um

saboroso prato “Frango com Manga” e uma suculenta sobremesa “Doce de Ovos Moles”.

Os benefícios e os nutrientes da carne de frango e do ovo destacados nas receitas, foram

salientados também por meio de entrevistas exclusivas, feitas com representantes da Asgav,

empresários do setor e profissionais de nutrição. O Programa Anonymus Gourmet exibido

no Canal Rural e TV Com contou ainda, com a participação de duas convidadas especiais,

as gêmeas Laura e Eduarda Nienow Zimmer, de 9 anos, que substituíram o mascote do

programa, o pequeno Alarico.

Para a presidente da Associação Gaúcha de Nutrição (AGAN), Marilene Vasata Sgarbi,

toda a iniciativa de levar informações sobre os benefícios de preparar um prato barato e

diversificado, através de dois alimentos essenciais para uma alimentação saudável, como

o frango e o ovo, são ações sempre bem vindas. “É por meio de um programa de grande

audiência como o Anonymus Gourmet é possível levar informações importantes para todos

os públicos.”

A presidente do Conselho Regional de Nutricionista, Carmem Franco, argumenta que

aproveitar o programa para ensinar às pessoas uma receita de boa qualidade são iniciativas

saudáveis e inteligentes. “O frango e o ovo têm fontes de nutrientes riquíssimos.” Marilene

complementa que o frango é um alimento com proteínas completas. Além disso, toda a

gordura da carne de frango é facilmente eliminada pelo organismo, pelo teor não muito

elevado de gordura.

Segundo o diretor técnico da Asgav, o médico veterinário Mauro Gregory, o Brasil tem

hoje a melhor produção avícola do mundo, com boas práticas implantadas e de bem estar

animal, exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “E nós

Gastronomia

ANONYMUS GOURMET PREPARA RECEITAS DELICIOSAS NA ASGAV

PROGRAMA ANONYMUS GOURMET FOI AO AR NO CANAL RURAL

“DEPOIS DO LEITE

MATERNO, OVO É O MELHOR

ALIMENTO.”

Page 45: Revista ASGAV 25

45

como Asgav estamos sempre fiscalizando juntamente com o Conselho Regional de Medicina

Veterinária do Rio Grande do Sul.”

O empresário Daniel Bampi, da Granja Avícola Sedenir Bampi, destacou a tecnologia

dos galpões onde as rações e os ovos são processados de forma automática. Ele citou uma

pesquisa feita na Universidade de Hardware, informando que não existe relação de ovos

com o colesterol, sendo um alimento rico em todos os nutrientes e aminoácidos. “A pesquisa

mostrou que o ovo é excelente, para mães gestantes, crianças e idosos. É um pecado não

comer ovo.” E o próprio Anonymus Gourmet, José Antonio Pinheiro Machado, confessou

“eu não dispenso um ovo quente”.

Anderson Herbert, da Naturovos, lembrou que é preciso quebrar alguns mitos

errôneos a respeito do ovo. “Depois do leite materno, o ovo é o melhor alimento.”

O diretor-executivo da Asgav, Eduardo dos Santos, informou que a região Sul (RS/SC/

PR) é a principal produtora de frango do Brasil e é responsável aproximadamente por 75%

das exportações. “Para a Asgav foi uma alegria receber o Anonymus Gourmet, e, em breve,

traremos ele para outras receitas com frango e ovos.” E com o seu tradicional “voltaremos”

o programa gravado na Asgav foi finalizado. E para o leitor não ficar com água na boca,

seguem as receitas. Então, “vamos ao sacrifício”.

Gastronomia

Page 46: Revista ASGAV 25

46

FRANGO COM MANGA

2 mangas grandes; 2 copos de iorgute natural; 2 peitos de frango; ½ xícara de leite;

1 colher ( sopa) de açúcar

Corte o frango em escalopes e tempere-os com o sal, salsinha picada e pimenta.

Deixe-os na geladeira e enquanto isso bata, no liquidificador, o leite, as mangas em pedaços,

o iogurte e o açúcar. Bata até a manga desmanchar e formar um creme. Em uma frigideira

doure levemente os escalopes com um pouco de óleo. Quando estiverem dourados,

acrescente o creme de manga. Retire do fogo antes de abrir a fervura. Sirva quente com um

arroz branco.

DOCE DE OVOS MOLES

6 gemas; 2 xícaras de açúcar; 1 xícara de água; 6 claras

No fogo, uma panela com a água e o açúcar. Deixe ferver até virar calda. Retire do

fogo e misture as gemas, mexendo sempre. Volte ao fogo para engrossar. Deixe esfriar e

arrume em taças, decorando com claras batidas em neve.

Gastronomia

Page 47: Revista ASGAV 25

47

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preocupado com a origem e o sistema de criação das aves, além da qualidade dos produtos.

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ell

o

Page 48: Revista ASGAV 25

48

Page 49: Revista ASGAV 25

49

DILMA PRESTIGIA POSSE DE HEITOR MÜLLER

HEITOR MÜLLER ASSUME O COMANDO DA FIERGS

A posse do novo presidente da FIERGS/CIERGS, Heitor José Müller, assim como os 106

diretores da Gestão 2011-2014, contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff no dia

14 de julho. A cerimônia, com 2 mil convidados, no Teatro do Sesi, contou com a presença do

governador Tarso Genro; do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson

Braga de Andrade; entre outras autoridades.

Dilma Rousseff destacou o trabalho exercido pelo antecessor de Müller, Paulo Tigre, em

seis anos de gestão, "um dirigente capaz de estabelecer consensos e diálogo firme com o governo

federal, ter propostas que iam ao cerne da questão e implicavam na solução dos problemas

do Estado". Ao mesmo tempo, observou que a partir de agora, com Heitor Müller, a FIERGS

continua nas mãos firmes de um empresário visivelmente inovador e que saberá representar os

legítimos interesses da economia gaúcha. "Quero deixar claro o meu compromisso com o Rio

Grande do Sul. O governo do Estado, através de nosso governador Tarso Genro, e a FIERGS,

com a sua presidência, terão no governo federal um parceiro. Mais do que um parceiro, um

amigo e uma amiga na promoção do desenvolvimento deste importante Estado", disse.

Ao tomar posse, Heitor Müller exaltou que "o trabalho a ser realizado terá como

objetivo a viabilização de uma economia de resultados através do desenvolvimento sustentado

da livre iniciativa. Isso significa empresas competitivas, pessoas empregadas, valorização do

empreendedorismo, elevação da renda familiar e arrecadação de impostos compatível e justa

para que os governos possam investir em saúde, educação, segurança e na infraestrutura".

Disse que "há margem para reduzir os juros. Há folga para diminuir os tributos. Há solução

Posse FIERGS

Foto

: Dud

u Le

al

Page 50: Revista ASGAV 25

50

para frear a corrida dos Estados na criação de privilégios fiscais. Há maneiras de incorporar

a economia informal ao PIB do País. Há formas de aprimorar a legislação trabalhista. Tenho

a certeza de que há espaço para aliviar o peso da burocracia. Estou convicto da viabilidade

de medidas que desonerem os investimentos. Creio que há alternativas para sairmos da

armadilha cambial. E acredito na viabilidade de uma economia de resultados em sintonia com

os requisitos da sustentabilidade", observou.

"Na gestão que ora se inicia, logicamente esperamos contar com a sensibilidade dos

Poderes Constituídos, do Executivo, do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público.

Continuaremos o diálogo incessante com o governo do Estado, com a Assembleia Legislativa,

e com a Bancada Federal Gaúcha. Esta posse, portanto, tem o sentido da reafirmação e da

valorização do diálogo. Diálogo com todas as representações da sociedade, e com as entidades

empresariais do Estado e do País", disse o atual presidente.

Ao passar o cargo a Müller, Paulo Tigre ressaltou algumas das ações de seus mandatos.

"No decorrer das duas gestões, interiorizamos fortemente as entidades e criamos estruturas para

o suporte aos segmentos inéditos que optaram por se estabelecer no Estado. Assim, passamos

a estimular a nova economia do Rio Grande do Sul, integrada pelos biocombustíveis, florestas

industriais, biotecnologia, microeletrônica, polo naval e petróleo e gás."

O governador Tarso Genro ressaltou que "Heitor Müller representa a pujança da nossa

base produtiva. O governo do Estado manifesta aqui, diante dessa plateia, o mesmo desejo de

diálogo, de respeito recíproco com a nova diretoria".

Posse FIERGS

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52JULHO 2011

Classiviário

CLASSIVIÁRIO - Os Classificados da Revista Asgav

O primeiro Classificados da Avicultura Gaúcha

EDIÇÃO 01 • JULHO 2011EDIÇÃO 01 • JULHO 2011

asgav AssociaçãoGaúcha deAvicultura

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JULHO 2011

Classiviário

CLASSIVIÁRIO - Os Classificados da Revista Asgav

O primeiro Classificados da Avicultura Gaúcha

EDIÇÃO 01 • JULHO 2011EDIÇÃO 01 • JULHO 2011

asgav AssociaçãoGaúcha deAvicultura

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