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Revista Bipolar 34

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REVISTA BIPOLAR

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editorial

Eleger o tema a importância dos audiovisuais nadivulgação da saúde mental tem como objectivofomentar e sensibilizar os meios de comunicaçãosocial a promoverem mais programas com conteú-dos informativos e educativos sobre a saúde men-tal, dado o amplo impacto mediático que tem juntoà sociedade civil.

A Direcção da ADEBdesde sempre privile-giou a promoção e edu-cação para a saúde mental, convidando associadosa prestarem o seu testemunho nos vários órgãos deinformação, tendo em vista o combate ao estigmae à exclusão social.

A disponibilidade em revelarem publicamente asua experiência sobre a conquista de ganhos desaúde e qualidade de vida, além de um acto degrande coragem, é um acto de generosidade e soli-dariedade com a comunidade.

A maioria das pessoas tem acesso a diversasfontes de informação, sendo na Internet onde sãofeitas o maior número de pesquisas sobre os maisvariados temas, uns com maior ou menor credibili-dade, por isso, é importante saber escolher Sitesoficiais e institucionais, no caso concreto sobre asaúde mental.

É também por intermédio da Internet quechegam à ADEB um grande número de apelaçõesde pessoas que nela procuram ajuda e apoio nasvalências instituídas no campo da ReabilitaçãoPsicossocial.

É na página da ADEB que se verificam mi-lhares de consultas, onde algumas pessoas ,pelaprimeira vez, obtêm informação sobre a DoençaUnipolar ou Bipolar.

É por intermédio da documentação psicope-dagógica publicada pela ADEB que as pessoastomam conhecimento da sintomatologia dadoença, a prevenção e consciencialização, cuidadosde saúde a fim de evitar novas recidivas.

Assim, se dá luz e cor à revista Bipolar, esteio efarol na promoção e defesa dos direitos das pes-soas com doença mental.

Delfim Augusto OliveiraPresidente da Direcção Nacional da ADEB

[email protected]

Índice

SÍNTESE DO ESTATUTO EDITORIALEditoriais temáticos;

Publicação de documentos técnicos e científicos sobre as doenças mentais

em geral, e em especial sobre a doença Unipolar e Bipolar;

Informação pedagógica de modo a contribuir para a Reabilitação, Educação

e Prevenção daqueles que sofrem da doença Unipolar e Bipolar;

Entrevistas, artigos de opinião e documentários;

Divulgação e testemunhos de pacientes e familiares;

Relatório das actividades sociais desenvolvidas pela ADEB;

Consultório jurídico abrangendo todos os ramos do Direito;

Espaço para divulgação das potencialidades dos associados no campo

cultural, recreativo e social;

ESCREVA E DIVULGUE A REVISTA BIPOLAR

Editorial

A ADEB e os Audiovisuais

Os meios de comunicação e a Saúde Mental 3

Fazer Teatro 5

Duas coisas ameação o mundo:a ordem e a desordem 6

A Película Quotidiana 9

Musicoterapia 10

Dança Movimento Terapia 11

Carta de Antero de Quental a Oliveira Martins 12

Feira de Saúde e Reabilitação 13

Viagem “Pesadelo” de Lisboa a Paris - testemunho 14

Grupos Psicoeducativos 16

Estatística - 1.º Semestre de 208 18

Poesia 20

Espelhos da Alma - Bruno Cardoso 21

Não deixem morrer os sonhos 21

Breves 22

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Os meios de comunicaçãoe a saúde mental

No dia da Saúde Mental, comemorado recentemente, a 10 de Outubro,a directriz da Federação Mundial de Saúde Mental foi a seguinte:

"Fazer da saúde mental uma prioridade global"

“Uma cultura humanista [...]deverá equiparar as doençaspsiquiátricas [...] aos outrosramos da medicina e da saúde.”

A ideia é muito geral, mas reflecte a preocu-pação com uma área da saúde que ainda ésubestimada, sendo remetida para um escalãobaixo de financiamento nos orçamentos para asaúde de muitos Estados, não apenas dospaíses menos desenvolvidos.

A opinião pública sobre os temas de saúdemental baseia-se em estereótipos anacrónicos,que estigmatizam as pessoas que são portado-ras de doenças psiquiátricas e os próprios técni-cos de saúde mental. As ideias que predominam,ora desvalorizam a gravidade da doençapsiquiátrica, ora recusam o valor e eficácia dostratamentos, ou desconsideram a pessoa quesofre, como se fosse um cidadão de segunda.

A verdade é que os problemas de saúde men-tal e o seu grau de solução são um dos maisimportantes indicadores sobre a sociedade,reflectindo o seu nível de civismo. De notar quenem sempre o nível económico se acompanha deum progresso nos domínios da saúde mental.

Como poderemos avaliar a saúde mentalnuma determinada sociedade? Aqui ficam algunsindicadores, sem uma preocupação em serexaustivo. Será importante verificar o nível deviolência e agressividade que rege as relaçõeshumanas. Outro aspecto importante tem a vercom os padrões de consumo de substânciasnocivas à mente e ao cérebro: o nível de abuso edependência de álcool e drogas é um parâmetroque tem um importante impacto na saúde men-tal da sociedade. Uma sociedade psico-civilizadanão pode ter um nível alto de consumos de sub-stâncias nocivas à mente!

Outro aspecto muito importante é patente nomodo como se cuidam e tratam as pessoas quesofrem de perturbações psiquiátricas, desde asmais moderadas perturbações às doenças men-tais propriamente ditas. Qual a qualidade dosserviços de psiquiatria e saúde mental? Qual aacessibilidade aos serviços? Qual a qualidade e aquantidade dos técnicos de psiquiatria e saúdemental? E a sua distribuição? Quais as práticas,como são integradas e aceites as pessoas quesofrem ou sofreram perturbações psiquiátricas?Há um sistema verdadeiro de reabilitação e inte-gração social de acordo com as capacidades decada um? Por exemplo: Como vivem as pessoasque sofrem de esquizofrenia? Como estãointegradas as pessoas com deficiência mental?

A cultura geral e o nível de instrução nemsempre condizem com uma atitude humanistaperante a adversidade da doença psiquiátricagrave. Muitas pessoas que sofrem de DoençaDepressiva e de Doença Bipolar são menos va-lorizadas, as doenças não são reconhecidascomo doenças no pleno sentido médico, o estig-ma, menos acentuado do que para as pessoascom esquizofrenia, verifica-se de modo maissubtil. Uma cultura humanista, com um nívelético elevado, terá de superar os preconceitosenraizados que minimizam o sofrimento psi-cológico, e deverá equiparar as doençaspsiquiátricas e os serviços de psiquiatria e saúdemental aos outros ramos da medicina e dasaúde.

O atraso do nosso país palpa-se imediata-mente ao constatar-se que a percentagem doorçamento para a saúde mental no orçamento dasaúde é de cerca de 3%. Um valor muito baixoque se arrasta há décadas… Aliás a única medi-da de grande fôlego que acarretou aumento dasdespesas na psiquiatria em Portugal foi oaumento das comparticipações nos medicamen-tos antidepressivos e antipsicóticos, em 1998,uma medida conquistada ao governo por umamplo movimento de familiares de doentes e detécnicos de saúde mental, que culminou numapetição aprovada na Assembleia da República.Caso único nos anais da assistência em Portugal!

A Lei de Saúde Mental (Lei 36/98), que visouno essencial regulamentar o "internamento com-pulsivo psiquiátrico", mantém-se intocável desdehá 10 anos, apesar da evidência negativa,

nomeadamente pelo modo "repressivo" comomuitos doentes são conduzidos às urgênciaspsiquiátricas, transportados por forças da ordeme, em não poucos casos, algemados.

Vem a talho de foice falar dessa luta, que sim-boliza o sucesso de uma verdadeira "advocacy"(que traduzimos por "defesa de direitos"), sempaninhos quentes, com ampla participação dosmeios de comunicação. Sem a intervenção daimprensa escrita e dos meios de comunicação,incluindo a TV, as opiniões não estariam sensibi-lizadas, incluindo as dos políticos.

Somos de opinião que os meios audiovisuaistêm um importante papel a desempenhar nasensibilização das pessoas para os importantestemas da saúde e da doença mental. As pessoasdesejam saber, estão ávidas de informação. Umaboa educação da população sobre a saúde deveincluir como importante questão a "saúde men-tal". Não apenas sobre as doenças psiquiátricas,cuja prevalência é alta como se sabe, mas tam-bém sobre aspectos gerais de higiene mental,para uma vida saudável, regulada por emoções,sentimentos e ideias positivas. As questões dasaúde mental colocam-se desde a mais tenra

infância até à senescência; a cada idade da vidacorrespondem necessidades específicas e fragili-dades próprias. Veja-se a importância que temuma informação adequada e a protecção de pes-soas com demência, cuja prevalência aumentoudevido a uma duração média de vida mais longa.

De que modos os meios audiovisuais podemcontribuir para a melhoria de saúde mental?Através de programas educativos de base cientí-fica sobre as doenças e os tratamentospsiquiátricos. Dando voz às associações dedoentes e familiares da área da saúde mental.Difundindo boa ficção que trate de temas dasaúde mental. Suscitando debates esclarece-dores sobre estes assuntos com a participaçãode peritos e de pessoas que vivenciam situaçõesde perturbação psiquiátrica e estejam interes-sadas em relatar as suas experiências.

Cumpre-nos realçar que alguma coisa temsido feita neste sentido. Mas será necessáriomais e de modo regular. O papel da televisão ésobremaneira importante, para bem ou paramal. Sabe-se que a violência em algumascamadas mais juvenis pode ser originada emmodelos veiculados subconscientemente pelosmeios audiovisuais. Uma televisão apostada emelevar o nível civilizacional da população terá deabdicar da brutalidade e do primarismo demuitos programas amplamente difundidos.

Estamos convictos de que uma verdadeirasociedade da informação, não pode ser apenasavançada nos meios tecnológicos. Tem de seravançada nos conteúdos. O essencial está no"software", nos "programas", no modo de pensare agir, na forma como as pessoas assimilam ainformação e se transformam em cidadãos maiscompetentes, mais solidários, em síntese, maishumanos, instruídos e cultos.

Dr. José Manuel JaraPresidente da Comissão Cientifica e Pedagógica da ADEB

Lisboa, 7 de Novembro de 2008

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“Estamos convictos de queuma verdadeira sociedade

da informação, não podeser apenas avançada nosmeios tecnológicos. Tem

de ser avançadanos conteúdos.”

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IntroduçãoToda a gente gosta de fazer teatro, de uma

forma ou de outra, toda a gente joga com oscomportamentos, com a sua aparência, com aspalavras, com os padrões de comunicação, etc.;gostam de se disfarçar, de criar ambientes oucenas de drama e tragédia, excitação e êxtase,sátira e ironia, moral e decadência. E tudo istono sentido da procura da sua identidade e inte-gração. Isto é, dizem, o teatro da vida.

Fala-se dos efeitos interventivos do teatro,quer em termos sociológicos, quer em termospsicológicos, e que se manifestam em todos osinterlocutores, os que produzem e os que con-somem.

Fala-se também dos efeitos terapêuticos e psi-coterapêuticos do teatro e da dramatização.Fala-se e às vezes confunde-se, generaliza-se,presume-se…

Fazer teatroFazer teatro é um acto que pode acontecer de

diferentes modos, e que apesar de nenhum delesser inócuo para o indivíduo, são diferentes. Sedeixarmos de fora o fazer teatro como actividadeprofissional, podemos considerar:

Fazer teatro como puro entretenimento - teatro uni-versitário, teatro amador, neste caso estamos a falarde grupos de actividade, de modo geral com resulta-dos benéficos para os participantes, no entanto estesbenefícios não são geridos, acontecem (ou não).

Fazer teatro com o objectivo predefinido dedesenvolver áreas pessoais (ex: memória,atenção/concentração) e interpessoais (ex: comuni-cação verbal/não verbal) que por qualquer razão seencontrem fragilizadas - teatro terapêutico, treino decompetências sociais; neste caso estamos a falar degrupos terapêuticos, que deverão ser orientados porpessoas com formação específica.

Fazer teatro com objectivo de reestruturação doEu, em que o grupo é o principal agente terapêutico -psicodrama, drama terapia; neste caso estamos afalar de grupos psicoterapêuticos, que deverão serorientados por pessoas com formação específica.

São níveis de intervenção muito diferentes,todos com o seu lugar, mas que devem ser iden-tificados e considerados, caso contrário, corre-seo risco de sobrevalorizar determinadas activi-dades e/ou menosprezar outras, ou então con-fundir tudo.

O que as liga são as três dimensões pre-sentes: o indivíduo, o grupo, o drama. O que assepara são: o processo, os contextos, os proce-dimentos, a actividade do orientador/terapeuta,o objectivo…

Teatro Terapêutico (TT)É um envolvimento em drama com intenção

terapêutica, e com o objectivo de levantamentode um trabalho teatral, passível de ser apresen-tado ao público. No TT é utilizado o conteúdo eo processo da actividade dramática, assim comoas relações interpessoais decorrentes do traba-lho em contexto de grupo terapêutico.

Existem actualmente várias experiências, amais antiga conta com 40 anos e acontece noHospital Júlio de Matos (actualmente CentroHospitalar Psiquiátrico de Lisboa). Nasceu orien-tado para o sentido lúdico, foi ao longo dos anos,tornando-se cada vez mais orientado no sentidoterapêutico, e desenvolvido no sentido estético,procurando-se manter a qualidade do resultadodo trabalho do grupo que é apresentado aopúblico em salas comerciais.

O levantamento da peça de teatro é o projectoque une os participantes, muitas vezes o texto étambém construído a partir de experiências/opiniões/ fantasias partilhadas pelos elementosdo grupo. O restante trabalho é aquele que se fazem qualquer outro grupo de teatro (trabalho deexpressão/ movimento/ voz, dramaturgia, ence-nação e direcção de actores), maior ou menorparticipação na elaboração de figurinos/cenários.

Este é um terreno propício para que as pes-soas que têm dificuldades pessoais e sociais,independentemente do seu diagnóstico, possamencontrar formas de as ultrapassar através doenvolvimento numa actividade colectiva e criati-va, onde poderá desenvolver novos papéis e/ouflexibilizar os seus, desenvolvendo um repertórioque poderá ser generalizado do palco do teatropara o palco da vida.

“Fazer Teatro”

Isabel Cristina CalheirosTerapeuta Ocupacional a trabalhar com o Grupo de Teatro Terapêutico do Hospital Júlio de Matos

(actualmente Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa)

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ResumoO artigo aborda os caminhos da criatividade e

a presença da arte no contexto terapêutico. Éfeita referência à ligação entre a criatividade e osaspectos cognitivos. Estão ainda documentadasreflexões quanto aos diversos contextos em quedecorrem as intervenções pela arte. Por último,são apresentadas algumas características ine-rentes à criatividade.

Palavras-chave: arte, criatividade, inter-venção, estímulo, auto-conhecimento

AbstractThis article approaches the creativity paths

and the presence of art in a therapeutic environ-ment. It relates the connection between creativi-ty and cognitive functions. We also insert somedocumented reflections upon the different cir-cumstances when using art. At last, we demon-strated some features concerning creativity.

Key-words: art, creativity, intervention, stimu-lus, self-knowledge

Introdução A criatividade enquanto meio de expressão e

performance cognitiva pode assumir hoje umpapel importante no processo de auto-conheci-mento e nas dinâmicas de reabilitação.

A procura incessante da fórmula e da técnicaque melhor resulte não é mais do que o proces-so criativo1 e o caminho da investigação. Destaforma, há uma proximidade entre a actividade doartista e do cientista. O momento de revelaçãoaquando da produção da obra, como se de umachado se tratasse, é um desvendar de algo queestá encoberto.

A representação simbólica desse mundo interno exigeuma outra forma de linguagem que não a discursiva, eessa forma é a obra de arte (HONIGSZTEJN, p. 24, 1990).

Esta capacidade transportada pelo acto criati-vo, e orientada num contexto terapêutico, podepermitir a revelação de uma comunicação que sereconhece difícil e que não passe exclusivamentepela expressão verbal. Assim, a arte pode e devedesempenhar um papel preponderante noprocesso de comunicação.

Os meios artísticos funcionam nesta realidadecomo indicadores e são seguramente facilita-dores na expressão. A arte (mais concretamenteo suporte utilizado) passa a ser o veículo damensagem que se quer transmitir e, é sem dúvi-da, imprescindível na compreensão do mundoque nos rodeia. No seguimento desta ideia,torna-se assim mais fácil identificar ou descodi-ficar alguns estados emocionais através destemeio2.

Uma atitude criativa pode levar à construçãode uma postura mais flexível e mais saudável. Aotranspormos estas estratégias para o contextoda doença mental podemos, através dossuportes e técnicas, documentar vivências,anseios, memórias, expectativas, entre outros.

Contextos

A própria linguagem criativa, os materiais utilizados (cores,texturas, possibilidades de expressão com cada material),agregados ao olhar terapêutico modalizador, tornam-seincentivadores das experimentações de expansão ou con-tinências necessárias em cada momento do processo.(CIORNAI, p. 123-124, 2005).

O contexto onde se processa a actividade cria-tiva importa para os objectivos que procuramosalcançar; no entanto, as estratégias adoptadasnão devem variar grandemente entre contextos(escola, museu ou hospital). Qualquer palco deformação e/ou reabilitação necessita de fun-cionar entre a estrutura e a ausência desta, entrea liberdade de experimentar e a contenção doregisto.

Acima de tudo, é importante criar um lugarque ofereça conforto e segurança, o espaçoescolhido para o efeito pode ser determinante noresultado da intervenção. As técnicas utilizadasnão devem representar um receituário, cadasessão3 pode apelar a temas e técnicas dife-rentes ou simplesmente deixar essa escolha aocritério dos participantes. O contexto ondedesenrola a oficina/ o atelier/ a sessão, importatanto quanto o que nela estiver distribuído, asequipas envolvidas e os participantes.

Duas coisas ameaçam o mundo:

1. Processo de trabalho que se desenvolve por etapas que se vão definindo à medida que a reflexão acontece, levando o autor a seguir os caminhos sugeridos por essas démarches. Expressão comummente utilizadacomo work in progress e atribuída muitas vezes ao processo criativo.2. O meio da expressão e da reflexão.3. Refiro-me às sessões do Estúdio de Arte, espaço de intervenção pela arte. Direccionado para actividades criativas ou terapêuticas está integrado no Projecto Expressar.te (Arte e Terapia) da Casa de Saúde do Telhal

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Ainda neste ponto, gostaria de reforçar aimportância das equipas multidisciplinares.4 Sãouma importante alavanca para a motivação epermitem desenvolver projectos cada vez maisalargados, abraçando realidades muito distintas.Por seu turno, as equipas funcionam como umporto seguro, norteiam-se e apoiam-se nas dúvi-das que vão surgindo e é indiscutível que são umpilar de sustentabilidade nos processos terapêu-ticos. Desde sempre se experimentou parceriasno sentido de se encontrar outras respostas te-rapêuticas5.

Estimulação na reabilitação eReabilitação na estimulação

O estímulo é a palavra-chave, sendo funda-mental para o desenvolvimento de aptidões cria-tivas. A intervenção através da arte pode permi-tir a antecipação de capacidades ou a descober-ta de talentos6. No caso de uma intervenção emcontexto terapêutico o papel da arte, enquantoestímulo, procura uma resposta/reacção e porconseguinte uma postura mais participativa,levando muitas vezes à desejada interacção.

Num contexto de internamento, quando umsujeito é convidado a expressar-se através daarte, seja qual for o suporte escolhido e o tipo deregisto, esta tomada de decisão pressupõedesde logo uma escolha, seguida de um plano efinalmente uma execução. Assim, estespequenos grandes gestos conferem a estrutu-ração que está na base da maioria dos projectosrealizados neste âmbito.

O trabalho criativo obriga a uma certa disci-plina e implica método. Projectar, planificar econceber requer um esforço e uma estrutura porparte do indivíduo. Esta perseguição inerente aoprocesso criativo provoca no sujeito uma neces-sidade de investigar, procurando resolver o enig-ma que tem entre mãos. Neste processo, o indi-víduo faz um caminho de introspecção, "evocan-do" o próprio inconsciente. A intuição é chamadaa operar; uma intuição criadora resultante de umprocesso permanente de reflexão.

Criar pressupõe pensar, havendo aqui tambémum compromisso cognitivo; e este comporta-mento pode levar a que algumas estruturas quese alterem. Novos conceitos são adquiridos eoutros reformulados. Esta noção de modificabili-dade7 é crucial, entre outros, para os contextosda formação e reabilitação.

Um projecto que seja criativo, e que pres-suponha etapas para a sua concretização, obrigaa um envolvimento considerável por parte dequem o executa. Esta implicação é já um passopara uma certa organização, podendo ser tam-bém motivo de equilíbrio interno. Esta orien-tação pode promover, entre outros, a percepção,a memória e o raciocínio. Para além de que aeste vem associada a motivação, forte aliada darecuperação/reabilitação.

Devemos ter em consideração a relação entrea criatividade e os processos cognitivos, estandoa criatividade intimamente ligada à capacidadede processamento da informação e daí que estaseja uma importante chave para o reconhecimen-to do meio envolvente.

Os registos efectuados nestes contextos, esta-belecem uma espécie de diálogo entre a própriapessoa e o outro, uma espécie de auto-represen-tação8. Muito para lá de um auto-retrato, é aforma como me vejo ou como me sinto no pre-ciso momento em que realizo o registo. Estegesto, que assinala uma determinada situação,situa-nos no tempo e no espaço, revela estadosde alma, é muitas vezes a transferência do eu parao papel/tela ou outro suporte.

A criatividade e a descobertaA dimensão de um problema para um artista

ou cientista é o garante da sua investigação. Nocontexto terapêutico, a estimulação da criativi-dade pode representar um forte aliado para aresolução de alguns problemas.

Seguindo esta ideia, é conseguir através dacriatividade encontrar respostas e executar tare-fas de forma mais improvisada. O retirar as coisasdos seus lugares é, desde logo, uma atitude arro-

a ordem e a desordem Paul Valéry

4. Equipas multidisciplinares, associadas aos programas de reabilitação psicossocial na área da Saúde Mental, integram vários profissionais de saúde e outros. Neste ponto, aconselho ainda a leitura do livro Procura de Si e Liderança,Conheço(-me) e Lidero(-me) de Vítor Viegas Cotovio, e no que respeita a este assunto, saliento o capítulo Da Equipa.5. Os primeiros arte terapeutas ingleses eram artistas que trabalhavam em colaboração com os restantes profissionais médicos (SCHAVERIEN, Joy; ODELL-MILLER, Helen, Arteterapias In GABBARD, Glen O.; BECK, Judith S.; HOLMES,Jeremy (Eds.), Compêndio de Psicoterapia de Oxford. Porto Alegre: Artmed (2007, pp.125-135)6. Entre outros, gostaria de referir um exemplo que emergiu das instituições psiquiátricas e que está documentado na colecção de Arte Bruta de Jean Dubuffet.7. Modificabilidade cognitiva. O programa de enriquecimento instrumental de Feuerstein é um dos métodos para ensinar a pensar, ajudando a monitorizar os comportamentos. Para Feuerstein todo o ser humano é modificável (Fonseca,Santos, p.15, 1995)8. A auto-representação vai além do auto-retrato. Parte da ideia de como a pessoa se sente naquele preciso momento ou de como pretende ser observada. Na auto-representação podem ser introduzidos elementos que funcionem comouma espécie de narrativa que se conta através do desenho, pintura, colagem, etc.

jada, imagine-se agora apropriarmo-nos delas ouconstruir novas formas9. A criatividade preparaassim os indivíduos para lidar com o inesperado,com tudo aquilo que a vida nos traz e para o qualnós não estamos preparados, nem sabemoscomo lidar.

O pensamento criativo não se limita apenas aodomínio da arte pois desempenha um papelimportante nas ciências e tecnologias. A perma-nente reestruturação do pensamento é funda-mental para determinar as escolhas de formacriativa e autónoma.

Assim, portanto, o olhar torna-se inteligente - e, porisso, criador - quando se converte numa busca dirigi-da por um projecto (MARINA, p. 35, 1995)

A pintura, o desenho, o vídeo, a escultura, afotografia, entre outros, são registos que explo-ram mecanismos de compreensão da realidadeque nos rodeia, auxiliando na interpretação daspróprias vivências. Estes suportes são igual-mente preponderantes na criação de interfacesentre o eu e o real, podendo ajudar a recriar ouimaginar uma realidade menos adversa e conse-quentemente mais aprazível. ParafraseandoCarlos Amaral Dias (1980), ter saúde mental ésobretudo ser capaz de pensar, ser capaz desonhar.10 Desta forma, o processo criativo podelevar o indivíduo, através do acto de criação, auma manifestação de saúde mental.

Gostaria de terminar reforçando a ideia deque é possível através da exploração da criativi-dade reforçar as capacidades de cada um,aumentando assim a motivação e, quiçá, alteraratitudes com vista ao desenvolvimento de umcomportamento mais criativo, autónomo esobretudo eficaz.

Considerações finaisO auto-conhecimento auxilia na antecipação

das escolhas individuais, para além de promoveruma maior consciência dos fenómenos envol-ventes. Os sujeitos mais criativos apresentamuma adaptabilidade e uma abertura à experiên-cia, factores importantes para ultrapassarmomentos de maior fragilidade ou até dedoença.

O treino11 e o exercício criativo permitem me-lhorar a performance cognitiva, imprimindo flexi-bilidade ao indivíduo e contribuindo para a suaautonomia. Apresentar maior flexibilidade é sercapaz se adaptar aos diversos contextos e estí-mulos (capacidade de responder de forma criati-va a situações novas).

A intervenção pela arte não é por si só tera-pêutica, depende muito da dinâmica em que seprocessa a intervenção, equipas, espaços, par-ticipantes e outras condicionantes. Há dúvidas eincertezas, mas que representam os desafiospróprios de projectos com uma forte compo-nente experimental. Importa valorizar estaspesquisas e procurar, de forma interdisciplinar,expandir as possibilidades12. Encarar estas inter-venções como "palcos" de experimentação procu-rando valorizar o processo, as escolhas e asmotivações.

As técnicas que desenvolvem as competênciascriativas são úteis no processo de construção doindivíduo (ou na sua reabilitação, dependendo docontexto de actuação). Um dos desafios de uti-lizar a arte em contexto terapêutico é, entre ou-tros, equilibrar a fronteira entre o sentido alarga-do da arte13 e a estruturação; explorando novasformas de comunicação e de conhecimento.

Raquel PedroA frequentar o Mestrado em Ciência Cognitiva na Universidade de Lisboa

Licenciatura em Artes Plásticas - Pintura pela Faculdade de Belas Artes daUniversidade de Lisboa

Referências Bibliográficas:CIORNAI, Selma. (2005). Percursos em Arteterapia: Arteterapia e Educação, Arteterapia eSaúde. São Paulo. Summus EditorialCOTOVIO, Vítor Viegas. (2007). Procura de Si e Liderança - Conheço (-me) e Lidero (-me).Lisboa. Caminho.CURY, Augusto. (2007). Inteligência Multifocal. Cascais. Editora Pergaminho.DIAS, Carlos Amaral; MONTEIRO, João Sousa. (1980). Eu já posso imaginar que faço. Assírio& Alvim.EDWARDS, Betty. (1979) Desenhando com o lado direito do cérebro. Rio de Janeiro, EdiouroFONSECA, Vítor da; SANTOS, Francisco (1995). Programa de Enriquecimento instrumental deFeuerstein. Lisboa. Edições FMH - Educação Especial e Reabilitação.FONTANEL-BRASSART Simone e ROUQUET André (1977). "A Educação Artística na AcçãoEducativa". Coimbra. Livraria Almedina.HONIGSZTEJN, Henrique. (1990). A Psicologia da Criação. Rio de Janeiro. Imago EditoraMARINA, José A., (1995). Teoria da Inteligência Criadora. Lisboa. Caminho.SCHAVERIEN, Joy; ODELL-MILLER, Helen, Arteterapias In GABBARD, Glen O.; BECK, JudithS.; HOLMES, Jeremy (Eds.), Compêndio de Psicoterapia de Oxford. Porto Alegre: Artmed (2007,pp.125-135) VIGOTSKI, L.S. (1998). "O Desenvolvimento Psicológico na Infância". São Paulo. EditoraMartins Fontes.Revista Psicologia: Teoria, Investigação e Prática (2001). Secção Temática: Criatividade. Centrode Estudos em Educação e Psicologia da Universidade do Minho. Braga. Edição Semestral.

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9. Vygotsky refere-se à imaginação da seguinte forma a imaginação não repete em formas e combinações iguais impressões isoladas, acumuladas anteriormente, mas constrói novas séries, a partir das impressões anteriormente acumu-ladas. Em outras palavras, o novo que interfere no próprio desenvolvimento de nossas impressões e as mudanças destas para que resulte uma nova imagem, inexistente anteriormente, constitui como se sabe, o fundamento básico daactividade que denominamos imaginação.(Vygotsky, p.107, 1998)10. Ver o capítulo Porque é que é mais saudável a loucura do que a ausência dela? Integrado na obra Eu já posso imaginar que faço de Carlos Amaral Dias11. "Os meus projectos podem orientar o meu olhar e torná-lo mais hábil e preciso; também posso construir a minha memória, a minha linguagem, os meus sentimentos (…) o eu criador ou executivo - o que planeia, escolhe, dirige, avalia,selecciona…" (MARINA, p. 97, 1995). Assim, a atitude criativa pode ser treinada (à semelhança do treino físico).12. Neste ponto, sugiro um dos capítulos da obra de Augusto Cury (Inteligência Multifocal, 2007) - os procedimentos multifocais usados como vacina intelectual. 13. Este alargamento a que me refiro trata-se do conceito denominado "art at large" ou "art in general".

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Entrou no estúdio, como um diade chuva no mês de Julho.

Há já muito tempo que não acolhia um sorrisono seu rosto. Um conjunto de situações pessoaisdolorosas transformaram-na, em pouco tempo,numa pessoa cinzenta e fechada.

Apetecia-lhe, constantemente, estar sozinha,na sua salinha, na companhia ronronante do seugato, a ler um livro, a bordar qualquer coisa ou apintar um quadro. Só, com o seu amigo silêncioe com o Barbas, gato gordo e pachorrento.

Mas a vida não podia ser conduzida assim eimpunha-se trabalhar.

Era uma actriz conceituada há já largos anose, não fosse isso, nesta altura teria dificuldadessérias para arranjar trabalho,pois "quem não aparece,esquece".

Neste momento, estava agravar uma curta metragemsobre uma mulher que, com asua personalidade forte e ale-gria de viver, marcava a vidados que privavam com ela.

A verdade era que demonstrar coragem, exu-berância, expansividade constituía um violentodesafio para o seu estado de espírito, mas elaera uma profissional com o brio da velha escolae quando, já caracterizada e maquilhada, entra-va em cena, quem a estivesse a ver diria que elaestava a viver uma fase magnífica da sua vida.

As luzes brilhavam, ela tambéme o trabalho fluía como se o rio de tristeza

que corria pela sua alma fosse desaguar na fozda felicidade.

A princípio era uma violência interior que adeixava de rastos, no fim de cada dia de filma-gens, mas, com o decorrer do tempo, a sua per-sonagem começou a falar com ela.

Era como uma lição de vida, um sacudir demaus hábitos e vícios de quem fechou a portaaos outros. Na verdade, o que nos alimenta a boadisposição é a disposição de nos darmos aosdemais e essa ideia foi-se enraizando nela, a par-tir do guião que usava.

Às vezes temos que nos auto-desafiar adesempenhar um papel – o desermos felizes, ainda quepequenas coisas e até outrasgigantescas nos puxem parabaixo. É importante reconhecer-mos que estamos deprimidos,mas com uma vírgula e não comum ponto final, tipo – Estou com

dificuldades, mas vou lutar contra este meu esta-do de espírito.

Tudo isso é a película quotidiana que Deus vêe Ele, eu acredito, pode ser um crítico muitomais simpático do que é comum, no mundo doespectáculo.

Bons Filmes

A Película Quotidiana

“Apetecia-lhe, constante-mente, estar sozinha, na

sua salinha, na companhiaronronante do seu gato...”

Ana Dinis

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MusicoterapiaEste artigo pretende transmitir os benefícios

que a música pode ter na nossa vida e na formacomo a podemos utilizar para melhorar o nossodia a dia e também daqueles que nos rodeiam.

A música faz parte da vida, trabalha os he-misférios cerebrais promovendo o equilíbrioentre o pensar e o sentir resgatando a afinaçãodo indivíduo de maneira coerente com o seu dia-pasão interno.

A melodia trabalha o emocional, a harmonia oracional e a inteligência. A força organizadora doritmo provoca respostas motoras que através dapulsação dá suporte para a improvisação demovimentos na expressão corporal.Sendo inerente ao ser humano, amúsica é capaz de estimular edespertar sensações,emoções e sentimentos. Asmúsicas com um ritmomais lento diminuem arespiração e conse-quentemente a pulsaçãoprovocando um relax-amento. Cada ritmomusical produz um tra-balho e um resultadodiferente no corpo, assim,há músicas que provocamnostalgia, outras alegria, outrastristeza, outras melancolia e outras

euforia. Por exemplo, Bach, através das suasmúsicas pode ajudar muito no processo deaprendizagem e na memória. Wagner através dasua música, as Valquírias, consegue transmitiremoções que permitem superar estados depres-sivos. As valsas de Straus ajudam no relaxamen-to. As marchas transmitem muita energia.

Em suma, a música tem um papel preponde-rante no desenvolvimento do ser humano. Umsom muito alto poderá deixá-lo alerta ou assus-tado, assim como determinadas músicas podemgerar todo um conjunto de emoções, isto porquehá uma descarga de adrenalina e o individuo ou

fica alerta para se proteger, agir ou rea-gir. Os efeitos são psicológicos e

orgânicos.Aprecie bem os sons

agradáveis que o rodeiam,escolha bem a música queouve consoante as suasnecessidades e desejos,ofereça música a quemachar por bem, dance,cante, se possível apren-da a tocar um instrumen-

to. A vida com música nahora certa e no momento

exacto tem sem dúvida e con-certeza um outro sabor.

Espaço ArteSegundas-feiras das 14:00 às 15:00 horas

Grupo MusicalSegundas-feiras das 15:00 às 17:00 horas

O Nota contra Nota, Grupo músical da ADEB, necessita de instrumentistas.Se sabes tocar algum instrumento musical, aparece. Serás muito bem vindo.

Contactar Luis Oliveira, Tel: 968982150, [email protected]

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Porquê "Dança Movimento Terapia"?Dança sugere uma outra dimensão para a

actividade física ligando-a a um campo artístico,estético, criativo e sublimatório.

Movimento reforça o facto de que, em contex-to terapêutico a palavra dança é insuficiente paradefinir os meios usados para atingir os objec-tivos. O movimento constitui uma actividadekinésica, espontânea ou voluntária e designa amotricidade no seu todo.

Terapia assinala explicitamente a ideia subja-cente da necessidade de dar um enquadramentopsicodinâmico e teórico a esta actividade.

NÃO é uma extensão formal da dança, e nãoestá restringida apenas a movimentaçõesdançadas;

A formação e a intervenção do terapeuta situ-am-se mais nos campos da psicopatologia, dapsicoterapia e do uso do movimento, comoforma de lidar com estados emocionais, do quenos conhecimentos de dança e suas capacidadestécnicas.

História da DançaMovimento Terapia:

Ao longo das história da humanidade, rituaisatravés do movimentos foram criados no sentidode exprimir sentimentos, intenções. Razões efunções lúdicas, artísticas, sociais, curativas emísticas levaram os povos a exprimirem-seatravés do movimento e da dança. Depois de tersido uma forma espontânea de expressão do serhumano, a dança seguiu um caminho académicoe sistematizado transformando-se numa "técnicarigorosa", afastando-se da sua essência original.

Um contexto favorável para osurgimento da DMT:

A Dança Movimento Terapia nasce numa novacorrente artística (Anos 40): a dança modernacaracterizada pelo expressionismo (interessepela Dança como forma de expressão e comoporta de acesso a estados emocionais).

É nesse contexto que, Marion Chace conside-rada a "Mãe" da Dança Moviemento Terapia, ini-cia pela primeira vez, a prática clínica comesquizofrénicos no St Elizabeth's Hospital, emWashington, focalizando-se na formação dosrelacionamentos interpessoais e desenvolvendouma metologia própria definindo a DMT como:"fazendo uso de formas básicas de comunicaçãonão-verbal, a Dança Movimento Terapia ofereceao indivíduo uma forma de se relacionar com omeio ou pessoas com as quais cortou ligações,pelos padrões da sua doença" (M. Chace, refª.por Bernstein, 1979)

Objectivos da DMT em Psiquiatria Institucional:

Integração corporal;Facilitação, manutenção ou melhoramento das relaçõesinterpessoais;Possibilitação de um espaço seguro e continente paraexpressão emocional usando o movimento do grupo,imagens que surgem, símbolos e metáforas.

Alguns dos resultados observados ao fim de 4 anos deintervenção no Centro Hospitalar Psiquiatrico de Lisboaem 99% da população:

Diminuição do nível de ansiedadeMelhor relacionamento intra e interpessoalMelhoramento auto-confiança

Dr.ª Liliane ViegasPsicóloga Clínica, Psicoterapeuta

Lisboa, 10 de Outubro 2008

O que é Dança Movimento Terapia?"uma psicoterapia que emprega o uso do movimento expressivo como meio através

do qual o indivíduo pode enveredar criativamente num processo de desenvolvimentopessoal e de integração social"

(The British Association for Dance/Movement Therapy)

Dança Movimento TerapiaNo Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

"Uma técnica psicoterapêutica que utiliza omovimento como um processo que promovea integração emocional e física do indivíduo"

(American Dance Therapy Association)

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Caro amigo.

Deve ter estranhado não ter recebido ainda osnúmeros do Popular com os meus folhetins arespeito do seu livro. Encarecidamente lhe peçome desculpe. Sei que é uma obrigação que tenhoa cumprir, não só por termos ficado nisso, massobretudo, independentemente da nossaamizade, pela minha posição de publicista-socialista a respeito de um qualquer livro que seintitule Teoria do Socialismo. Mas, se eu tenho osentimento imperioso dos meus deveres, o quenão tenho infelizmente (por ora; espero vir a tê-la) é a escolha do momento em que os cumpra:não é quando eu quero, mas quando não sei quequer. É deplorável isto; mas tenho notado ultima-mente que não é opondo-me de frente ao meudesgraçado temperamento que o hei-de vencer,mas sim ladeando-o, transigindo razoavelmentecom ele e como que por meio de mútuos com-promissos entre a natureza e a razão: só assimme transformarei com o tempo, até fazer do meuquero subjectivo e inerte uma vontade objectivae real.

Vem tudo isto para lhe dizer que o que eutemia se realizou, isto é, o periódico ataquedaquela minha enfermidade moral (e fisiológicatambém, penso eu) que não sei que nome tenha,entorpecimento, sonambulismo, misticismo, oucomo melhor se lhe possa chamar, mas que consti-tui um como estado de alienação mental, tantomais doloroso quanto tenho plena consciênciadele, sem lhe poder resistir de cara. Verdade éque essa mesma consciência me impede tam-bém de me abandonar e deixar-me invadir com-pletamente: sigo o desenvolvimento do mal, nãoo posso atalhar, mas posso ao menos evitar tudoquanto o favoreça, quanto lhe dê alimento. Issofaço, e para isso são-me preciosos os seus con-selhos: fugir da rêverie, pensar, estudar. Tenhoalcançado este Inverno uma assinalada van-tagem, que vem a ser, separar o meu espírito do

Carta de Antero de Quentala Oliveira Martins[LISBOA], 17 DE DEZEMBRO [DE 1872]

Texto publicado no livro “Depresão & Mania na primeira pessoa”, editado pela ADEB por ocasião do Dia Mundial de Saúde Mental - 10 de Outubro

Adeusseu do

ANTHERO

meu temperamento, e reduzir o que costumavaser ataque de misticismo a simples ataque deinércia, frouxidão intelectual e debilidadeextrema de vontade. É pouco; mas é o mais quelogro, empregando quanto esforço em mimcabe. O que vejo claramente é que, debaixo dofacto moral, há um facto fisiológico, e contraesse não posso eu nada: não posso impedir quea inteligência activa e criadora adormeça fatal-mente durante certos períodos, porque assimestá na natureza do meu cérebro, nem que a von-tade objectiva e realizadora diminua correlativa-mente àquele abaixa-mento intelectual.

Aqui está, amigo, a razão porque tenho hábons 20 dias em cima da mesa o seu livro, e aopé dele algumas folhas de papel em branco, queesperam melancólicas o momento em que mevolte a inspiração e a vontade, e que todos osdias me lembram o cumprimento dos meusdeveres, sem que eu lhes possa responder senãocom um desalentado amanhã, talvez! Desculpe-me pois: deixemos passar esta crise, e volvere-mos depois ao trabalho com mais ânimo e força.Não me esquecem as minhas obrigações; o queporém não está na minha mão é marcar o dia ea hora em que as cumpra. Paciência!

Depois disto, escusado será dizer-lhe que omeu Programa dorme há mais dum mês com osono pesado dum animal que hiberna. Masnesse sono não haverá sonho, alguma forma devida latente, e uma concentração de força que searmazena para rebentar depois com energia?Sinto, com efeito, que o meu espírito, apesar dosonambulismo actual, vai sempre ruminando edispondo insensivelmente certas ideias, alargan-do certos pontos de vista, obscuramente é ver-dade, e quase sem consciência (passivamente ecom que hanté) mas com uma surda con-tinuidade que não pode ser de todo infecunda —que até seja talvez uma fase necessária daevolução do pensamento.

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Feira de Saúde e Reabilitação

No seu primeiro ano de existência, aCoordenação Nacional para a Saúde Mental(CNSM) juntou-se à sociedade civil, no âmbitodas comemorações da 16ª edição do Dia Mundialda Saúde Mental, que se assinala a 10 deOutubro.

Este ano, o tema da campanha, definido pelaFederação Mundial de Saúde Mental, foi “Fazerda Saúde Mental uma Prioridade Global –Melhorar os Serviços através da Advocacia e daParticipação dos Cidadãos”. Foi relembrada anecessidade contínua de “tornar as questões desaúde mental uma prioridade global”, subli-nhado o facto, muitas vezes ignorado, de que asaúde mental é uma preocupação universal. Adoença mental não escolhe as suas vítimas,podendo ocorrer em todas as culturas e emtodas as fases da vida.

Em Lisboa, o programa das comemoraçõesincluiu a realização de uma Feira de SaúdeMental e Reabilitação, no Parque Eduardo VII ede um workshop com o tema “Advocacia emSaúde Mental – Aprender com a experiênciainglesa”. A Cerimónia de Abertura do evento con-tou com a presença da Ministra da Saúde, Dr.ªAna Jorge, que dirigiu umas palavras àsAssociações presentes, do Coordenador Nacional

para a Saúde Mental, Prof. Doutor José MiguelCaldas de Almeida, e de outras personalidadesde relevo na área.

No Porto, o Centro Hospitalar de Vila Nova deGaia – Espinho, acolheu uma palestra, em que aDr.ª Lídia Águeda, Psicóloga da DelegaçãoCentro da ADEB, apresentou o tema:Empowerment.

Em Coimbra, a sala de reuniões do Serviço dePsiquiatria dos Hospitais da Universidade deCoimbra acolheu uma sessão comemorativa emque a Drª Sónia Cherpe, Psicóloga Clínica daADEB, conjuntamente com o Prof. Vaz Serra,Presidente da Sociedade Portuguesa de SaúdeMental e a Enf.ª Fátima Martins, Enfermeira-Chefe do Serviço de Psiquiatria dos HUC, fez aanálise da forma como a Saúde Mental temvindo a ser orientada em Portugal.

Finalmente, foi assinada uma proclamaçãoconjunta entre várias entidades, como compro-misso para uma acção concertada com vista aaumentar a consciencialização pública sobre aaceitação da doença mental, promover a melho-ria das políticas de prevenção em saúde mentale reduzir o estigma e a discriminação queatingem as pessoas que têm doenças mentais.

Esta viagem que vai ser relatada foi de carro,deveria ter durado 2 dias mas durou 12 dias,pois o único tripulante do "voo" alucinante, eufóri-co, era Petrus que se encontrava numa crise deeuforia.

Partiu de Lisboa com a ideia de ir a Paris naesperança de encontrar a cura para a suadoença. Há muitos anos que se tratava com me-dicação psiquiátrica de acordo com a "escolanorte-americana". Medicado, passou anos deforma estável, fazendo a vida normal, com ocor-rência de crises de euforia após o seu divórcio,algumas relações amorosas e intensivos estudosde pós-graduação.

Partiu de Lisboa no seu automóvel, sua "casa-abrigo", levando consigo 350 euros. Durante otrajecto, quando chegava a uma localidadeimportante, demorava-se horas ou dias pois davaimportância a várias "coisas". Petrus tem umcurso médico e como médico visitante tomava asrefeições gratuitas nos hospitais por onde ia pas-sando. Dormia 1-2 horas por dia no carro, peloque, com o passar do tempo, se sentia cada vezmais esgotado, mas também com mais "energiaenganadora". Petrus tinha expediente para, pe-rante falta de gasolina, pedir a clientes de gaso-lineiras que o ajudavam.

Em Poitiers, encantadora cidade, deteve-se 3dias no hospital universitário, dormindo no carroe comendo gratuitamente na residência dosmédicos internos. Foi bem recebido pelos cole-gas com simpatia. Visitava a cidade e tinha"assuntos" para tratar e não conseguia seguirviagem para Paris. Estava "bloqueado" mas lácontinuou.

Já perto de Paris, a cerca de 50 Km, sentindomuito cansaço, resolveu ir para um hotel. Noquarto, com boa cama e boas condições, nãoconseguia dormir mesmo tomando valium.Continuava a descansar pouco.

Gozou o hotel, as "dormidas" e refeições e oconvívio com outros hóspedes que achava inte-ressantes. Depois de uma estadia de 5 dias par-tiu sem dar satisfação e sem pagar, atitude deso-nesta, mas era uma questão de sobrevivência.De realçar que Petrus tendo saúde é uma pessoacorrecta e honesta.

Quando se preparava para seguir viagem paraParis, constatou que estava já sem dinheiro esem gasolina. Mais uma vez foi a uma gaso-lineira pedir ajuda. Recebeu pronta colaboraçãode um jovem senhor que vivia na capital, enge-nheiro mecânico e cuja mulher era actriz deteatro. Foram solidários com Petrus pois viramque estava com problemas e merecia ser ajuda-do. Em seguida, este foi a uma caixa ATM ver setinha dinheiro disponível, pois os seus pais ti-nham depositado algum. Fez um levantamento,pagou ao dito senhor que se mostrou disposto aajudá-lo em Paris. Com o restante dinheiro foi aum centro comercial comprar roupa, tendo gastoo pouco que tinha. Finalmente, Petrus chegou àcidade-luz, emocionado, depois de uma "viagem-aventura" atribulada. Foi o começo da "deriva" nagrande capital. Estacionou o carro numa villeperiférica. Passou de viajante errante a sem-abri-go em Paris, situação dramática que despertounele os instintos de sobrevivência. O carro serviade "base e abrigo" para descansar um pouco,vagueando alienado dia e noite, pedindo esmolae comida nas mercearias e supermercados.

Quando Petrus chegou a Paris estava iminentea invasão do Iraque. A comunidade internacionalestava em polvorosa. Nas grandes capitais haviamanifestações populares contra a guerra, sendoimpressionantes. A França, Alemanha e Rússiaestavam a favor da paz. A Espanha, Inglaterra eE.U.A. a favor da guerra.

Petrus estava passando mal com uma crise deeuforia, pensava que era um "mensageiro" da paze participou nas manifestações. Estas de nadaadiantaram e a GUERRA DO IRAQUE começou.

Em Paris, cidade da cultura, decorrem eventospermanentemente, nas mais diversas áreas.

Petrus participou em Congressos de Medicina,exposições, espectáculos musicais, etc. Durante acrise de euforia, tinha momentos de lucidez, queo levavam a pensar em regressar a Lisboa, maseram fugazes e de imediato continuava eufóricocom "muito que fazer" em Paris. Tinha a "ilusão" deviver na capital francesa, da qual sempre gostou,mas tinha saudades da sua companheira Marisaque tinha maltratado e deixado em Lisboa.

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Viagem “Pesadelo” de Lisboa aPetrus já tinha feito muitas viagens a Paris, de avião e de automóvel,tendo corrido bem pois tinha a saúde estável e dinheiro.

testemunho

Tentaram roubar-lhe o carro, o que não con-seguiram, mas ficou sem o telemóvel, relógio devalor, artigos de ouro (fio, pulseira e anéis), etc.

O carro estava estacionado perto de umagarage, cujo dono era emigrante português, arro-gante e estúpido. Mas dois empregados, tam-bém portugueses, mais humanos (Zé Manei eFernando), tiveram pena de Petrus que estavacom problemas e tentaram ajudá-lo. Zé Maneitentou a assistência hospitalar mas aquele nãose deixava ajudar.

Os dias foram passando. Petrus, com o seu"expediente" foi pedindo comida como era habi-tual e também recebendo de Zé Manei.Descansava no carro.

O estado de saúde daquele foi-se agravando.Depois de 2 semanas de viagem e de 1 mês de

peripécias, aflições e perigo de vida, Petrus, quese encontrava exausto, foi pedir ajuda a um hos-pital onde foi internado no serviço de psiquiatria.

Paris é a cidade do amor propiciando oromance.

No internamento conheceu uma atraenterapariga que estava internada devidoa uma crise de depressão e quetinha tentado o suicídio. Ela jánão tinha pais, vivia sozinhanum apartamento e eraassistente de consultóriomédico. Petrus e ela "cur-tiram" uma paixão eplanearam a fugado hospital,t e n d oconsegui-do. Forampara casadela coma ideia deuma vidaa dois,mas issonão foipos-

sível porque ela estava debilitada e ele não sesentia bem, pelo que ele voltou ao hospital.

De salientar que em Paris há muita solidão eque grande parte da população sofre de doençaspsíquicas.

O internamento de Petrus durou mês e meiocom duas fugas, o que atrasava a recuperação,mas foi muito bem tratado até que teve alta. ZéManei visitava-o e deu-lhe lições de vida que tin-ham uma acção psicoterapêutica. Regressou aPortugal de avião tendo ido para casa de seuspais, em Lisboa. Desde a partida de Lisboa até àchegada foram 3 meses de pesadelo.

Petrus foi bem assistido e tratado no hospitalde Paris, tendo constatado que o tratamentopara a doença bipolar é semelhante ao utilizadoem Portugal. A viagem à "descoberta da cura"tinha de ser feita, foi importante para aceitar adoença, ter consciência de que não é curávelmas tratável com a medicação adequada.

Petrus pediu perdão e uma oportunidade à suacompanheira Marisa, tendo-se reconciliado,toma a medicação rigorosamente, encontrando-

se estável e fazendo a vida normal há mais de4 anos.

Enfim, o pesadelo real passou, sendoum homem feliz gostando da vida e deviver, vivendo com paz interior.

Depois do que aconteceu,Petrus e Marisa já fizeram uma

viagem feliz a Paris.

Petrus de Lisboa

Sócio 307

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Paris e estadia com Sem-Abrigotestemunho

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A ADEB tem vindo a implementar os seusobjectivos estatutários desde o início da suaactividade, em 1991, no âmbito da ReabilitaçãoPsicossocial. Esta é desenvolvida nas seguintesvertentes:

SOS ADEB - Apoio TelefónicoSessões de Apoio PsicossocialGrupos PsicoeducativosGrupos de Auto AjudaSessões psicopedagógicasApoio a adolescentes com distúrbio de humor

Em 2006 iniciámos os GruposPsicoeducativos. Informar, esclarecer, permitir oacesso continuado à informação mais actualiza-da e acessível sobre a doença Unipolar ouBipolar, tem sido um dos nossos principaisobjectivos, concretizado também através destavalência. O modelo teórico foi sendo gradual-mente adaptado e melhorado, e actualmenterecorremos ao modelo internacionalmentereconhecido de Colom e Vieta (2006), dois recon-hecidos especialistas na área da Psicoeducação,da Universidade de Barcelona, que criaram ummodelo específico para doentes Bipolares. Estemodelo tem, na sua raiz, algumas diferenças emrelação ao que aplicamos na ADEB, visto quetemos procurado adaptá-lo à nossa própriaexperiência dos últimos 18 anos, criando inclu-sive grupos também para familiares e paradoentes Unipolares.

As diversas temáticas abordadas procuramdar resposta às questões mais frequentementecolocadas pelos nossos associados e comu-nidade em geral, de uma forma estruturada eacessível. Dentro destas, os GruposPsicoeducativos procuram abordar globalmenteos seguintes temas:

O que é a patologia Unipolar ou BipolarDiagnóstico, Epidemiologia, Etiologia e prognósticoMania, Hipomania, Estados Mistos(nos grupos com utentes Bipolares)DepressãoCurso e Prognóstico da doença Unipolar ouBipolarMedicação (indicação terapêutica, características,efeitos secundários)Gravidez e Aconselhamento genéticoPsicofarmacologia versus Terapias alternativasRiscos associados ao abandono do tratamentoSubstâncias psicoactivas: riscos na doençaUnipolar e BipolarDetecção precoce de sinais de criseO que fazer quando um episódio é detectadoRegularidade dos hábitos /estilo de vidaEstratégias na gestão do stressEstratégias para resolução de problemas.Enfrentar e lidar com os estigmasEfeitos da doença na família, amigos e outros(suporte social)Estratégias para gestão de situações de pensa-mentos suicidas

A presença de um técnico de ReabilitaçãoPsicossocial permite dinamizar estas sessões ecriar as condições para um debate educativoentre todos os presentes, valorizando o contribu-to individual de cada um e esclarecendo ideiaspré concebidas e alguns mitos acerca destasdoenças.

O recurso aos meios audiovisuais no contextodestes grupos foi progressivamente sendo imple-mentado, inicialmente apenas para introduzir ostemas e hoje, de uma forma mais alargada, comrecurso a visionamento de filmes, de debates etestemunhos, dentro dos temas propostos.

PsicoeducativosGrupos

estatística

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No seguinte quadro podemos observar as ca-racterísticas dos associados presentes nos GPEiniciados no 1º semestre de 2008, na SedeNacional da ADEB:

No final de cada Grupo Psicoducativo foi apre-sentado um questionário em que é feita umaavaliação global do funcionamento e importânciado mesmo. Este questionário é preenchido ano-nimamente pelos participantes e dá-nos infor-mação importante para a melhoria do funciona-mento destes grupos. No que diz respeito à avali-ação feita pelos participantes, no primeirosemestre de 2008, relativamente à importânciaglobal que o Grupo Psicoeducativo teve ao nívelda aquisição de um melhor conhecimento, me-lhor consciência e melhor identificação dossinais de alarme da patologia e uma maior esta-bilidade, auto estima e auto confiança, os resul-tados estão expressos no seguinte gráfico:

No que diz respeito aos "Ganhos de Saúde", aavaliação foi feita pelos técnicos de reabilitaçãoresponsáveis pelos grupos, avaliando global-mente a evolução dos seus participantes, compatologia, em termos do impacto positivo que afrequência deste grupo teve e em termos daaquisição de mais conhecimento sobre a doençae manutenção de um quadro de estabilidadeclínica.

O feedback dos associados tem sido muitopositivo e tem contribuído determinantementepara que possamos saber as alterações quepodemos introduzir neste modelo, gradual-mente. Cada novo grupo procura colmatar difi-culdades que tenham sido identificadas nos gru-pos anteriores, bem como diversificar os materi-ais e meios disponíveis para os associados.

Apesar de tudo, o instrumento mais preciosotrazido para o contexto de cada grupo continuaa ser a experiência pessoal de cada um dos nos-sos associados e o contributo dessa partilha,fomentando a comunicação e aprendizagempara todos os envolvidos. Cada grupo é único etem um funcionamento específico que procura irao encontro das necessidades específicas dosseus membros.

Drª Renata FrazãoPsicóloga Clínica da Sede da ADEB

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Avaliação do 1º semestre de 2008(Sede Nacional)

0

1

2

3

4

5

6

7

8 Mulheres

Homens

FamiliarUnipolarBipolar

Sem Alteração

Ligeiramente Melhor

Muito Melhor

Bastante Melhor

Ganhos de Saúde

estatística

Durante o 1º Semestre de 2008 ocorreu, na Sede

Nacional da ADEB, um aumento significativo no

número de APS realizados, estes dados são rele-

vadores da importância de existir uma associação que

consiga dar uma resposta humanitária e de qualidade

técnica e psicoeducativa a todos aqueles que de algu-

ma forma são tocados pela patologia Unipolar e

Bipolar, quer sejam doentes, familiares ou amigos.

Na continuidade do trabalho que já vem sendo rea-

lizado, no âmbito da psicoeducação, realizaram-se

durante este semestre duas Sessões Psicoeducativas e

um Colóquio, tendo sido abordados os seguintes

temas-. "Perturbações de Personalidade vs Doença

Unipolar e Bipolar", "Intervenção Familiar

Psicoeducativa na Doença Bipolar e "Psicoeducação na

Perturbação do Humor Unipolar e Bipolar". Nestas

Sessões, contamos como oradores, o Dr. António

Sampaio, a Dr.ª Mafalda Fernandes e o Dr. José Manuel

Jara. Temos assistido, por parte dos associados, uma

maior participação nestas actividades o que para a

Direcção da ADEB é muito gratificante.

O reconhecimento dos nossos associados e a cons-

tatação da sua melhoria são os objectivos para os

quais a existência e continuidade da ADEB faz-nos a

todos muito sentido!

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A ADEB EM NÚMEROS

EVOLUÇÃO DAS VALÊNCIAS EM R.P.S.SOS ADEB Apoio Telelefónico 361Grupos de Auto-Ajuda - utentes 9 gruposGrupos de Auto-Ajuda - familiares 1 grupoAtendimentos Apoio Psicossocial - familiares 35Grupos Psicoeducativos 4

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE MENTALSessões Psicopedagógicas 2Colóquios 1Actividades Culturais 3Materiais Psicopedagógicos distribuídos 6860

SEDE da ADEB

PRIMEIRO SEMESTRE de 2008

DADOS ASSOCIATIVOS E DAS VALÊNCIAS NASEDE NACIONAL DA ADEB

Delegação da Região NORTE da ADEB

EVOLUÇÃO DAS VALÊNCIAS EM R.P.S.SOS ADEB Apoio Telelefónico 269Grupos de Auto-Ajuda - utentes 4 gruposGrupos de Auto-Ajuda - familiares 1 grupo

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE MENTALSessões Psicopedagógicas 3Colóquios -Workshop -Actividades Recreativas 1Materiais Psicopedagógicos distribuidos 637

DADOS ASSOCIATIVOS E DAS VALÊNCIAS NADELEGAÇÃO DA REGIÃO NORTE DA ADEB

NÚMERO DE ATENDIMENTOS EMSESSÕES DE APOIO PSICOSSOCIAL

Utentes pacientesPatologias / Sexos / Estados civis

Patologia Nº de Sexo Estado civilutentes Masculino Feminino Solteiro Casado Divorciado Viúvo

Unipolar 51 9 42 18 21 12 0Bipolar 66 18 48 17 26 20 3Outra(s) 36 12 24 19 10 4 3Nenhuma 1 0 1 0 1 0 0Total 154 39 115 54 58 36 6

NÚMERO DE ATENDIMENTOS EMSESSÕES DE APOIO PSICOSSOCIAL

Utentes pacientesPatologias / Sexos / Estados civis

Patologia Nº de Sexo Estado civilutentes Masculino Feminino Solteiro Casado Divorciado Viúvo

Unipolar 51 9 42 15 24 9 3Bipolar 80 27 53 33 21 22 4Outra(s) 19 8 11 11 4 4 0Nenhuma 3 1 2 1 0 2 0Total 153 45 108 60 49 37 7

ES

TAT

ÍST

ICA

ES

TAT

ÍST

ICA

ES

TAT

ÍST

ICA

ES

TAT

ÍST

ICA

ES

TAT

ÍST

ICA

"Tudo melhora quando um certo número de pessoasdecide que deve viver melhor.Tudo muda, quando as pessoas se unem para um propósito comum."Kofi Annan, 1999

No decorrer do primeiro trimestre de 2008, assisti-mos a uma evolução quantitativa significativa naprocura das valências da Delegação Norte.

Efectivamente, procuramos aproximar-nos de ummaior número de pessoas, nomeadamente através deacções de sensibilização, informação e prevençãojunto da comunidade e da comunicação social.

Desta forma, participamos no programa "As tardesda Júlia" – TVI (26 de Fevereiro), na Feira da Saúde deParedes (4 a 6 de Abril) e na Feira da Saúde de Vilad'Este – V. N. Gaia (13 e 14 de Maio).

Organizamos ainda 3 Sessões Psicopedagógicassubordinadas aos seguintes temas: "A funcionalidadena Doença Bipolar" (15 de Março); "Alcoolismo eDepressão" (17 de Maio); "Abuso de substancias nadoença bipolar" (5 de Julho).

Colaboramos também com outras instituições, taiscomo a Comissão de Protecção de Crianças e Jovensda Maia e a Escola Secundária José Estêvão de Aveiro.

Com empenho e dedicação, tentamos ainda ir aoencontro das necessidades dos nossos associados nãosó através da reabilitação psicossocial, mas tambémda promoção de actividades recreativas (Passeio a VilaNova de Foz Côa no dia 23 de Fevereiro).

Deste modo, procuramos melhorar a qualidade devida dos nossos associados.

ESTATÍSTICA ESTATÍSTICA ESTATÍSTICA Eestatística

A valência SOS ADEB - Apoio Telefónico revela-se o

meio mais acessível e prático para as pessoas em esta-

do de angústia e ansiedade obterem informações

sobre a doença, bem como para atenuar o seu sofri-

mento, pelo que este é um meio que tem sido cada vez

mais utilizado.

Os Grupos de Auto-Ajuda de utentes portadores de

patologia Unipolar e Bipolar têm como base a partilha

e ajuda mútua, sendo grupos homogéneos, no sentido

de que os seus participantes passam ou passaram

pelo mesmo sofrimento.

Nesta Delegação da ADEB realizaram-se 3 sessões

psicoeducativas subordinadas aos temas "Gravidez na

Patologia Unipolar e na Patologia Bipolar", "A

importância da Promoção do Lazer na Patologia

Unipolar e na Patologia Bipolar" e "A importância das

associações com fins de saúde e sociais na

Comunidade", sendo estas sessões uma forma de

esclarecimento das vertentes psicossociais da doença

Unipolar e Bipolar, assim como trabalhar para a pre-

venção da doença e para uma maior estabilidade da

mesma.

O material psicopedagógico distribuído em hospi-

tais e na Feira CIC Coimbra 2008 vai de encontro à ten-

tativa de informar as pessoas acerca da Doença

Bipolar e da Doença Unipolar, sendo este um meio de

promoção e educação para a saúde mental.

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Delegação da Região CENTRO da ADEB

EVOLUÇÃO DAS VALÊNCIAS EM R.P.S.SOS ADEB Apoio Telelefónico 108Grupos de Auto-Ajuda - utentes 4 gruposGrupos Psicoeducativos 2 gruposFórum Sócio-Ocupacional 40

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE MENTALSessões Psicopedagógicas 3Encontros 1Actividades Recreativas 1Materiais Psicopedagógicos distribuídos 301

DADOS ASSOCIATIVOS E DAS VALÊNCIAS NADELEGAÇÃO DA REGIÃO CENTRO DA ADEB

NÚMERO DE ATENDIMENTOS EMSESSÕES DE APOIO PSICOSSOCIAL

Utentes pacientesPatologias / Sexos / Estados civis

Patologia Nº de Sexo Estado civilutentes Masculino Feminino Solteiro Casado Divorciado Viúvo

Unipolar 3 1 2 2 1 0 0Bipolar 12 4 8 4 6 2 0Outra(s) 3 1 2 3 0 0 0Nenhuma 0 0 0 0 0 0 0Total 18 6 12 9 7 2 0

A DIFERENÇA

ESTATÍSTICA ESTATÍSTICA

Era uma vez, um canto profundo

Mesmo p’ra lá do canto do Mundo

Um Pais alegre, sem pranto

E, nesse mundo de encanto

Onde só se sabia ser feliz,

Nasceu um dia, um petiz

Cujos olhos não brilhavam

Se tentava sorrir, os ditos choravam

E todos pensaram ser deficiente

Por não ser como toda a gente

Que ria, cantava alegremente

Por toda a parte, noite e dia

Pois só conheciam a alegria

E achavam ser a única maneira

De viver - normal - sempre bonacheira

O menino triste, assim cresceu

E todos estranhando o seu olhar

Como suspirava e olhava o céu

Sem rir, sem nunca cantar

Era um contra-ssenso, um anormal

Por os seus gestos serem diferentes

E mais triste e só cresceu, afinal

Incompreendido até por parentes

Um dia, uma jovem perguntou

Ao Tristonho - assim era conhecido

-PPorque não me devolves o sorriso que te dou?

Porque vives nesse silêncio, sozinho e entristecido?

-EE porque não poderei, se é o que me apetece?

E porquê sorrir, se o sorriso se desnavece

No meio de tantos outros, a eles iguais?

Sinto-mme mais triste dentro da alegria dos demais

Mais só na diferença tão evidente

Marca profunda que em mim se gravou

Doi-mme mais ser de todos diferente

Do que a dor que nunca me abandonou

Ana Dinis

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REVISTA BIPOLAR

A INSÓNIA É UM GRITO

Nas solidões da noite morta

Quando o silêncio é de terror

E a insónia me bate `aporta

Com sua voz negra de horror

Cai-me a cabeça no peito

E c'os olhos no umbigo

E de coração desfeito

Chora de estar só comigo…

Bóiam agora bipolares à roda

Deste bipolar aflito;

A insónia vem!, e transe a noite toda

Com olhos cujo olhar é um grito!

Para a ADEBCom todo o Carinho

Vítor Colaço Santos01/10/08

VENTOS D’INSÓNIA

Nesta noite de ventania

Em que nada bulia

Só ouvia

Num sonho longínquo

O nada

O tudo

O que chorava

Gemia

Ladrava

Uivava

O intruso.

Neste silêncio d'insónia

Sem qualquer parcimónia

Observo o formidável Babilónia.

São 02:25 m da madrugada

'screvo pela calada

De noite embriagada,

Obnibulada

Ao Sol de Lua enamorada

De tesão

'Screvo com mãos quentes

De vulcão

Cheias de sonhos ardentes

Pungentes.

Deixem o homem sonhar

Escrever

Ler

Não cerceiem, falo falar.

"entre o Ânimo e o desânimo, não há coisa nenhuma que nos mate!"

Alfredo, poeta desconhecido

PLENITUDE

Basta-me um olhar…

O toque que reconhece

Sem olhos pra poder ver

Tantas vezes…

Me basta um olhar

Uma brisa, um sussurro…

Um breve sopro de ar

Um nada, um quase nada…

Um quase não respirar

Como se vestisse um véu

Uma etérea sensibilidade

Como se pairasse…

… em nada…

Na experiência

Do olhar

Que se não repete

Por ser, entre tantas

…única…

Basta-me um olhar

Pra cair com o sol

A derramar-se no mar

Pra ver de olhos fechados

Num belo gesto de amor

O mundo a arder em cor!

PÉ DE VENTO

Acto, palavra, gesto…

Uma louca dança,

Sai da escuridão que à luz a lança,

Do profundo limbo que a origina.

- Tão sem aviso que ninguém a domina…

A todos espanta!

Sai da escuridão…

Dança, na visão maior e abrangente,

Da triunfante e renascida compaixão

Na retirada do véu, do rumo inconsciente…

Todas as marcas vivas guardadas na alma,

Surgem como fantasmas em plena luz do dia.

A dançar nas sombras do silêncio…

Rebentam a fraca linha, expõe-se a verdade.

Porque a loucura, nos rasga e alucina,

Joga-nos num espaço, sem tempo nem idade…

Rangem nas portas, ao girar nas dobradiças,

Como quem geme, como quem chora…

Sussurram as vozes, as mais metediças,

Insinuantes, presas no mal, pela vida afora…

Dos cerrados olhos, sai um tal brilho

- Dir-se-ia, vindo de outra dimensão!

Do que vê a verdade e aponta o trilho,

Do regresso ao lar, à eterna habitação!

Beatriz20

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CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

29 de Novembro de 2008Convocam-se todos os associados da Associação deApoio aos Doentes Depressivos e Bipolares, ADEB, acomparecer no dia 29 de Novembro de 2008, às 10:00horas, na Assembleia Geral Ordinária, a realizar noAnfiteatro do Hospital Júlio de Matos, na Av. do Brasil,nº 53, com a seguinte ordem de trabalhos:

1- Colóquio subordinado ao tema:“A IMPORTÂNCIA DOS AUDIOVISUAIS NADIVULGAÇÃO DA SAÚDE MENTAL”;

2- Análise e aprovação do Programa de Acção eOrçamento para o ano 2009.

Nos termos so nº 1 do artigo 29º dos Estatutos, aAssembleia Geral Ordinária reunirá à hora marcada naConvocatória se estiverem mais de metade dos associa-dos com direito a voto, ou uma hora depois com qualquernúmero de presentes.

COMPAREÇA e PARTICIPE!Presidente da Assembleia Geral da A.D.E.B.

Dr. José Manuel Torres

DAS 10h00 ÀS 11h30

DAS 12h15 ÀS 13h30

Não deixem morrer os sonhos"Morre lentamente quem não viaja, quem não

lê, quem não ouve música, quem destrói o seuamor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravodo habito, repetindo todos os dias o mesmo tra-jecto, quem não muda as marcas no supermer-cado, não arrisca vestir uma cor nova, não con-versa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o "preto no branco" e os "pontosnos is" a um turbilhão de emoções indomáveis,justamente as que resgatam o brilho nos olhos,sorrisos, corações aos tropeções, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quan-do está infeliz no trabalho, quem não arrisca ocerto pelo incerto para ir atrás de um sonho,quem não se permite, uma vez na vida, fugir dosconselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixan-do-se da má sorte ou da chuva incessante,desistindo de um projecto antes de inicia-lo, nãotentando um assunto que desconhece e nãorespondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordan-do sempre que estar vivo exige um esforço muitomaior do que o simples acto de respirar.

Estejamos vivos, então!"Pablo Neruda

Biografia

Bruno Filipe Violante Cardoso, nasceu em Lisboa a14 de Novembro de 1980. Reside desde então emSantarém. Actualmente frequenta o último ano doCurso Superior de Pilotagem na Escola NáuticaInfante Dom Henrique em Paço de Arcos.Desde os 12 anos começou a fazer esboços a carvãode banda desenhada, e é a partir dos 18 que começacom os primeiros esboços surrealistas. Aos 25 foi-lhe oferecido material de pintura pelo artista plásticoEfrem Faria, que o incentivou a pintar, no qual tevealgumas noções de pintura.

Espelhos da Alma

“Tempestade no Deserto 2”

“Olho Verde”

Bruno Cardoso

http://www.photoblog.com/brunartxxi/profile

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ALMOÇO / CONVÍVIO29 de Novembro, pelas 14:00 horas

FICHA DE INSCRIÇÃOCaro Associado e Amigo,

Na sequência do Colóquio e Assembleia Geral Ordinária,realiza-se um Almoço/Convívio no Restaurante “Hong-Kong”.

1. Inscrições até ao dia 21 de Novembro;2. Esta ficha deve ser preenchida, destacada edevolvida, conjuntamente com um Cheque ou ValePostal, para a Sede da ADEB;

Restaurante “Hong-Kong”Rua António Saúde, 18 D

Benfica - LisboaTelefone: 21 774 20 17

Preço por pessoa: €15 (Quinze Euros)

Prato à escolha

Água, Refrigerantes, Imperial, Vinho da casaSobremesa à escolha

Café

Nº de Sócio(a): _____________

Nome:_____________________________________________________________________________________

Tel: _______________________

Nº de acompanhantes: ________

A Direcção da Associação de Apoio aosDoentes Depressivos e Bipolares candidatou-se,ao Programa de Apoio Financeiro do AltoComissariado da Saúde com o projecto "MaisSaúde e Educação para os Doentes Unipolares eBipolares".

De acordo com Despacho favorável da SenhoraAlta-Comissária da saúde em 23/06/2008, foiaprovado o financiamento para o projecto, comum montante máximo de 15.753,55€ (Quinze milsetecentos e cinquenta e três Euros e cinquentae cinco cêntimos). O financiamento a conceder éefectuado nos termos previsto no artigo 22º doRegulamento do Programa do Apoio Financeiro,aprovado pela portaria nº1418/2007, de 30 deOutubro. O contrato entre as entidades foi cele-brado em 1 de Agosto de 2008.

O Projecto tem a duração prevista para doisanos, tendo como investimento total 31.090,64€(Trinta e um mil e noventa Euros e sessenta equatro cêntimos), sendo que a ADEB terá decomparticipar com 49,33% do valor total doprojecto.

Este projecto tem como área de intervenção aRegião Centro do País, abrangendo os distritosde Coimbra, Leiria, Castelo Branco e Aveiro.

As áreas de intervenção deste projecto são aPromoção da saúde, Prevenção e Tratamento daDoença e redução de danos e reinserção, tendoa Associação previsto para a concretizaçãodestes objectivos as seguintes actividades:

A Direcção da ADEB

Candidatura ao Programa de Apoio FinanceiroAlto Comissariado da SaúdeFevereiro 2008Apoio:

A Direcção celebrou parcerias técnicas financeiras com as seguintes Instituições:

Hospital do Lorvão - Apoio Técnico;Hospital Sobral Cid - Apoio Técnico;Hospital da Universidade de Coimbra - Apoio Técnico;Laboratório Glaxo Smith Kline - Apoio Financeiro.

S.O.S. Apoio telefónico;Sessões de Apoio psicossocial;Grupos Psicoeducativos/ Grupos de Auto Ajuda;Apoio e Orientação Profissional;Actividades Criativas e Ocupacionais;Colóquio no Distrito de Leiria;Colóquio no Distrito de Aveiro;Colóquio no Distrito de Castelo Branco;Colóquio no Distrito de Coimbra.

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Existem à venda na ADEBos seguintes livros:

LIVROS

“A Manta”António Sampaio e Nazaré Tojal

“Uma Mente Inquieta”Kay Redfield Jamison

O livro Como lidar com a Doença Bipolar aproveita a perícia conjun-ta de três grandes especialistas para fornecer uma orientaçãoabrangente e prática sobre as causas, tratamento e implicações dadoença bipolar e depressão maníaca.Concebido para as pessoas que sofrem da doença e para todas aspessoas que as rodeiam, este livro de bolso indispensável inicia-secom um resumo das causas, dos sintomas e dos regimes de trata-mento da doença bipolar, juntamente com informações sobre a ajudaprofissional disponível. Aproveirando os aspectos da terapia cognitivacomportamental, o livro constitui uma ajuda na gestão e controlo dadoença, apresentando conselhos sobre áreas cruciais como o contro-lo do humor, a gestão do dinheiro, alojamento e apoio social, e namanutenção de relacionamentos felizes.Contém estudos de casos de vida real, resumo de capítulo muitoúteis e grupos de Internet. Este guia vai permitir informar e encorajartodos aqueles que vivem a turbulência atordoante da doença bipolar.

Como lidar com a Doença BipolarUm Guia para viver com a depressão maníaca

LIV

RO

“Perturbação Bipolar”Francis Mrk Mondimore

“Ansiedade e Depressão”Stuart A. Montgomery

“Para além do Mal”António SampaioMiguel Vieira

“Adeus Depressão”Enrique Rojas

“Tocados pelo Fogo”Kay Redfield Jamison

“Depressão Bipolar”Rif S. El-MallakhS. Nassir Ghaemi

“As lógicas da Depressão”Daniel Widlöcher

”Pétalas Caídas, Sonhos e Vidas”Associados da ADEB

”Depressão & Mania”Vários autores

NOVO

Titulo Realizador Ano Temática

Mr. Jones Mike Figgis 1993 Doença Bipolar

As loucuras do Nicholas Hytner 1994 Doença BipolarRei George

Angel Baby Michael Rymer 1995 psicose

As horas Stephen Daldry 2002 Depressão esuicídio

Melhor impossivel James Brooks 1997 DOC

Mentes que brilham Jodie Foster 1991 Sobredotados,estigma

Meninos não choram Kimberly Pierce 1999 Inadequação degénero

O pescador de ilusões Terry Gilliam 1991 Psicose,alucinações

O quarto do filho Nanni Moretti 2001 Luto, perdade um filho

O aviador Martin Scorcese 2004 DOC

Quando um homem Luís Mandoki 1994 Alcoolismoama uma mulher

Traffic Soderbergh 2000 Esquizofrenia eSteven tráfico de drogas

28 dias Betty Thomas 2000 Clínica derecuperação

Voando sobre um Milos Forman 1975 Hospitaisninho de cucos psiquiátricos

FILMESTendo em conta o tema desta edição da revista Bipolar, selec-cionamos alguns filmes, entre muitos outros, relacionados com aSaúde Mental e que consideramos de interesse para os associados.

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