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Maio/Junho de 2010 34 VIVIANE SOARES ASSEMBLEIA GERAL União e metas definidas para os Jogos 2012e 2016 ANDREW PARSONS PRESIDE COMITÊ DE JOGOS PARAOLÍMPICOS DO IPC Meninas do Brasil fazem bonito na Turquia Atleta de apenas 14 anos é uma das apostas para o Rio-2016 CPB investe em parceria com universidades, formação e publicações www.cpb.org.br

Revista Brasil Paraolímpico nº 34

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O Comitê Paraolímpico Brasileiro completou 15 anos em 2010. Esta edição da revista é dedicada a essa data comemorativa e muito mais.

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Page 1: Revista Brasil Paraolímpico nº 34

Maio/Junho de 2010

nº34

MUNDIAL DE JUDÔ

VIVIANE SOARES

ASSEMBLEIA GERAL

União e metas definidas para os Jogos 2012e 2016

ANDREW PARSONS PRESIDE COMITÊ DE JOGOS PARAOLÍMPICOS DO IPC

Meninas do Brasilfazem bonito na Turquia

Atleta de apenas14 anos é uma das apostas para o Rio-2016

ACADEMIAPARAOLÍMPICA

CPB investe em parceria com universidades,

formação e publicações

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O COmitê Para O límPiCO Brasi leirO está com-pletando 15 anos em 2010. Numa idade que ainda caracteri-za a adolescência, creio que estamos atingindo a maturida-de. Nosso movimento está pronto para discutir seu futuro, planejar ações e executá-las, sempre com o objetivo maior coletivo em detrimento do individual. Prova dessa maturi-dade foi a 1ª Conferência do Esporte Paraolímpico Brasi-leiro, realizada no fim de março, antes de nossa Assembleia Geral, quando, pela primeira vez, todas as confederações e associações nacionais se reuniram para planejarem jun-tas os próximos anos do Esporte Paraolímpico Brasileiro. Durante a mesma Conferência, convidamos parlamentares para iniciar um diálogo, tendo como ponto de partida en-tender como somos percebidos pelo Poder Legislativo em nível federal. Como um jovem de 15 anos, apesar da maturidade, não perdemos o olhar sonhador voltado para o futuro. Imagi-namos um Movimento Paraolímpico diferente num futuro não muito distante e trabalhamos para tornar esse desejo em realidade. Um dos passos dados nessa direção foi a criação da Academia Paraolímpica Brasileira - APB. Sustentado em três pilares – capacitação de profissionais, relações com as universidades e publicação de produção científica - esse programa, sem dúvida nenhuma, mudará a cara do Esporte Paraolímpico Nacional. Grande parte dos esforços da nossa gestão está concen-trada em investimentos de longo prazo. Queremos criar

uma base sobre a qual o Esporte Paraolímpico poderá se desenvolver por muitos anos. Mas mais importante do que planejar é fazer. Essa é uma gestão que faz; que produz. A APB já saiu do papel, assim como diversas ações referentes ao Projeto Clube Escolar e ao Projeto Ouro Londres 2012. Os Workshops de Mobilização de Recursos já estão rodan-do o País e o nosso calendário de competições nacionais e internacionais não para. Apesar de falar tanto em futuro, nesta edição da Bra-sil Paraolímpico nos permitimos uma pequena pausa para olhar para o passado, para os 15 anos de história do CPB. Podemos perceber o rápido crescimento da organização e o quanto ela foi importante para o desenvolvimento do Es-porte Paraolímpico Brasileiro. Do começo difícil em Ni-terói, sob a presidência de João Batista Carvalho e Silva, na sua luta pelo reconhecimento do Esporte Paraolímpico pela lei brasileira e pela sociedade; passando pelas funda-mentais mudanças implementadas pelo presidente Vital Severino Neto, que permitiram ao Esporte Paraolímpico o rápido crescimento da última década; até os dias de hoje sob esta Presidência, os quinze anos do CPB são marcados pelo sucesso. Junte-se a nós nesse mergulho ao passado, fundamental para não perdermos a perspectiva histórica, para valorizarmos ainda mais cada conquista dentro ou fora das pistas, piscinas, quadras, tatames, arenas etc.

Um grande abraço,

Andrew ParsonsPresidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro

EditorialEditorial

Envie sua opinião, sugestão ou comentário sobre a revista para sessão de cartas

[email protected]ê Paraolímpico Brasileiro

Assessoria de ImprensaSBN Qd. 2, Lt 12, Bl. F

Ed. Via Capital - 14º Andar70040-020 Brasília-DF

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Promessa 2016

viviane soares Como um cometa ...........................................05

Sumário

Circuito - Etapas Regionais: Belém, Goiânia e Maringá

CPB comemora 15 anos

Mundial de Judô

Capa

CPB e seUs 15 anos Uma década e meia de vida ....................06

Desafio

TenÓrio X CaMiLo Duelo de Titãs ..........................................32

Ciência

aCaDeMia ParaoLÍMPiCa BrasiLeira Universidades como parceiras ..........................................................26

Humor 33

Internacional

PreParação Para os MUnDiais O caminho para Londres-2012 aBerTo De aTLeTisMo Sucesso no primeiro grande testeParaPan De vôLei Prontos para o mundialMUnDiaL De jUDô Poder Feminino

..........................................................10......12

.............................13..........................................14

Circuito

eTaPas reGionais Circuito cresce e inova em 2010BeLÉM/Pa Etapa Norte-Nordeste GoiÂnia/Go Etapa Centro-LesteMarinGÁ/Pr Etapa Centro-Sul

...............17..................................................20

................................................21..................................................22

Notícias

PeTra CHeGa ao BrasiLreGionaL De GoaLBaLL CaDeiranTe Pioneiro na sToCK CarBrasiL nas ParaoLiMPÍaDas De invernoCarLos vieira no iPCCPB e PaTroCÍnio LoTerias CaiXa

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CPB

ProjeTo oUro Planejamento em busca do ouroCLUBe esCoLar ParaoLÍMPiCo Esporte se aprende na escolaasseMBLeia GeraL Em busca de uma meta única

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Assembleia Geral

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CPB

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Menina de apenas 14 anos já está entre as melhores do país e tem tudo para subir no pódio nas Paraolimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016

Como um Cometa

ViViane SoareS

RAIO X DA PROMESSA

Nome Viviane Ferreira Soares

Data de nascimento 14/05/1996

Local de nascimento Rio de Janeiro-RJ

Tipo de deficiência e como adquiriu

Glaucoma gené-tico

Classe T13

Prova 100m, 200m e 400m

Clube Urece

Técnico Fábio Dias

Principais títulos

Três ouros no mundial juvenil nos EUA e três ouros e uma prata no Parapan juvenil, na Colômbia (2009).

O que mais gosta de fazer Gosto de sair.

Como foi parar no esporte

O Fábio, meu técnico, que me convidou para uma competição. Desde então eu não quero parar.

Outras atividades Estudo. Faço a 7ª série.

ProMeSSa 2016

Uma menina tímida, de 14 anos, está entre as principais promessas do Es-porte Paraolímpico Brasileiro para

os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Vi-viane Soares é um fenômeno. Começou a treinar em abril do ano pas-sado e em julho já conquistou três meda-lhas de ouro no Mundial Juvenil da IBSA, nos Estados Unidos. Em outubro, no Para-pan Juvenil na Colômbia, mais três ouros e uma prata. Com esses resultados, a garota que ain-da brinca de bonecas ganhou o prêmio de atleta revelação de 2009. “Ela tem um ta-lento muito grande. Mas eu não esperava que ela fizesse resultados tão rapidamen-te”, admite Fábio Dias, técnico de Viviane.

O COmeçO

Foi ele quem a descobriu, entre os alu-nos do Instituto Benjamin Constant, quan-do começou a desenvolver um projeto para jo vens talentos no atletismo na insti-tuição, em 2007. “Era um atletismo lúdico para crianças. Mas mesmo assim, ela já se destacava por ter um biotipo muito bom para atletismo e pelo espírito muito com-petitivo”, conta Dias. Com a saída do treinador do Instituto, entretanto, o projeto não teve continui-dade. “Mas continuei encontrando com ela sempre na rua, porque trabalhava ali perto.” Ano passado Fábio Dias resolveu ir atrás da ex-aluna para convidá-la a trei-nar. “Comecei a procurá-la em fevereiro, mas só em abril começamos a treinar.”

Os aPOiadOres

Apesar de definir Viviane como uma “menina de uma maturidade muito gran-de”, Fábio Dias sabe que ela ainda é muito nova para tanta responsabilidade. “Tento tirar o máximo a cobrança dela.” E para os momentos que ele não pode estar junto, como na primeira semana de treinamento da seleção brasileira de atletismo, que foi em fevereiro, em São Caetano do Sul-SP,

ele conta com uma aliada: a campeã parao-límpica Terezinha Guilhermina. Além de exemplo, Terezinha é também uma grande incentivadora. No Meeting Internacional do Rio de Janeiro, em agos-to, presenteou a pupila com seu buquê de flores e sua medalha. Na semana de treina-mento, a pri meira experiência de Viviane com o grupo dos principais atletas do País, Terezinha parecia uma mãe, orientando, brincando e dando bronca, é claro. “É que ela não gosta de comer nem fru-tas nem verduras. Aí eu falei que se ela não comesse da próxima vez eu iria levar uma mamadeira de suco e faria ela tomar na frente de todo mundo”, brinca. “Criamos uma amizade. Ela é uma garota especial e é por quem eu torço”, declara Terezinha.

as metas

“Os resultados da Viviane apareceram muito rapidamente, mas são consistentes”, garante o técnico Fábio Dias. O objetivo agora é correr próximo do melhor resulta-do dela, tanto no Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico, quanto nas Paraolim-píadas Escolares. “A ideia é ela se manter na seleção permanente”, justifica.

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CPB 15 anoSCaPa

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Em 1975, nO riO de Ja-neirO, o professor Aldo Miccolis criou a Associa-ção Nacional de Desporto de Deficientes - ANDE.

O intuito da entidade era agregar os esportes praticados por atletas com todos os tipos de deficiência. Com o passar dos anos, as modalidades passaram a ser categorizadas. As-sim, foram fundadas a Associação Brasileira de Desporto para Ampu-tados - ABDA (1990), a Associação Brasileira de Desporto para Cegos

- ABDC (1984) e a Associação Bra-sileira de Desporto de Deficientes Mentais - ABDEM (1989). Com a fundação do Comitê Pa-raolímpico Internacional - IPC, em 1989, surgiu uma tendência mundial para a criação de Comitês Parao-límpicos Nacionais (NPCs). Com a realização dos Jogos de Barcelona (1992), a formação dos NPCs já se tornava urgente, pois o IPC precisa-va ter como filiadas entidades que ti-vessem representatividade em nível nacional e agregassem modalidades para pessoas com todos os tipos de deficiência. Com isso, a partir de 1993, a idéia de se criar um Comitê Paraolímpico no Brasil começou a tomar corpo. Os representantes da ABDA, ABDC, ANDE e ABDEM debate-ram a sua criação. Numa decisão conjunta, em 9 de fevereiro de 1995,

foi fundado o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), com sede na cida-de de Niterói/RJ. O primeiro indi-cado para a presidência da entidade foi João Batista de Carvalho e Silva. Ele exerceu um mandato provisório de 1995 a 1996, quando foi reeleito, permanecendo no comando do CPB até 2001. Mesmo com a formalização do comitê, a entidade enfrentava pro-blemas. Desde financeiros a falta de reconhecimento no meio esportivo. Em 1997, com a inauguração da primeira sede, isso começou a mu-dar. Depois da criação da Lei Pelé

(1998), a instituição se firmou no cenário esportivo. Com a chegada do novo século, em 2001, veio um novo presidente: Vital Severino. O dirigente esteve à frente do Esporte Paraolímpico no Brasil por dois mandatos: de 2001 a 2005 e de 2005 a 2009. “As circunstâncias políticas vi-vidas pelo segmento naquela épo-ca eram muito diferentes, cheias de incertezas e de insegurança. A situação do esporte paraolímpico naqueles tempos, no que se refere à gestão administrativa, financeira e técnica, era muito incipiente, de muita fragilidade, para levar adiante a empreitada de construir um movi-mento sólido. Hoje as coisas estão muito diferentes, como não poderia deixar de ser”, disse o ex-presidente.

Primeira sede própria do CPB, localizada em Niteroi/RJ

Uma década e meia de vida. Conheça um pouco desta história de crescimento do Esporte Paraolímpico no Brasil e no mundo

O COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO E SEUS

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A Lei Agnelo Piva foi a “carta de alforria” do CPB, como costuma dizer o atual presidente do comitê, Andrew Parsons. A lei estabelece que 2% da arrecadação bruta de todas as loterias federais do país sejam repas-sados ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro. Do total de recursos repassados, 85% são destinados ao COB e 15%, ao CPB. Com uma maior independên-cia financeira, o CPB começou a se estruturar de forma mais profissional. Uma das primeiras medidas foi des-locar a sede para a capital do País. “Trazer o Comitê para Brasília

Atual sede do Comitê Paraolímpico Brasileiro desde 2002

O Brasil vem ga nhan-do cada vez mais espa ço no Movi-

mento Pa ra olímpi co mun-dial. Andrew Parsons, pre-sidente do CPB e membro do Comitê Executivo do Co mitê Paraolímpico In-ternacional (IPC), foi no-meado presiden te do co-mitê permanente de Jogos Parao límpicos do IPC. A nova função de Andrew será pensar e discutir os Jogos Paraolímpicos de verão e de inverno, um grande desafio para o brasileiro.

“Este é o Comitê que desenvolve o mai or pro duto do IPC. Teremos muito tra-balho à frente. Pequim marcou uma nova era para as Paraolimpíadas e preciso conti-nuar este trabalho”, disse Andrew, que irá indicar os nomes dos integrantes do Comi-tê que chefiará.

“Formarei um grupo heterogêneo, com pessoas com visões e perspectivas diferentes”, completou.

Pela primeira vez um latino-america-no é designado para a presidência de um dos comitês e Andrew já tem em mente os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro.

“Essa nomeação é bastante positiva, tendo em vista que o Brasil sediará os Jo-gos de 2016. Muito do que planejarmos será usado no Rio de Janeiro”, comemo-rou Parsons, que até o ano passado era o presidente do Comitê Paraolímpico das Américas.

Dia 10 de março Andrew foi a Van-couver participar de sua primeira reunião como membro do Conselho Executivo do IPC. O encontro durou o dia todo e teve uma extensa pauta. Assuntos como antidoping, discussões sobre comitês téc-nicos e resultados da última assembleia foram discutidos.

Andrew pArsons preside comitê de Jogos do ipc

Aposta na comunicação para crescer O CPB sempre investiu na mídia para fortalecer sua marca. Por isso convidou jornalistas para as Para-olimpíadas de Atenas, em 2004, e comprou direitos de transmissão dos jogos. Tudo com o objetivo de mostrar o Esporte Paraolímpico e a marca CPB para o país. Afinal, os brasileiros estavam conseguindo bons resultados e era necessário contar isso para a sociedade. Os 15 anos de trabalho estão dando frutos. Em 2008, nos Jogos

de Pequim, o Brasil foi à China com a quarta maior delegação, levando 188 atletas. Para verificar a nítida evolução do Brasil em Paraolim-píadas, basta observar os números: em Atlanta (1996), foram 60 atletas e um 37º lugar no quadro geral de medalhas. Já em Pequim, um im-pressionante nono lugar. Foram 47 medalhas, contra 21 em Atlanta. Um aumento superior a 100%. Das vinte modalidades paraolímpicas, o Brasil competiu em 17 na China.

foi uma forma de estarmos mais per-to do Governo, uma questão estraté-gica”, declara Parsons. Com maior profissionalismo e es -tru turação, chegaram os parceiros. Ca i xa Econômica Federal, Unimed, Uni odonto e Infraero são algumas das empresas que acreditaram no Mo -vi mento Paraolímpico. O contra to de patro cínio da CAIXA, por e xemplo, iniciou-se com R$1 milhão/ano e recentemente foi renovado e amplia-do para R$9 mi lhões/ano, incluindo mais uma modalidade: o futebol de 5. Antes, apenas natação, halterofilismo e atletismo faziam parte do contrato.

Total Atletas

Total de Modalidades

Modalidades Medalhadas

Classificação Geral

Total de Medalhas Ouro Prata Bronze

Barcelona 1992 43 5 2 32º 7 3 0 4

Atlanta 1996 60 10 3 37º 21 2 6 13

Sidney 2000 64 9 4 24º 22 6 10 6

Atenas 2004 98 12 5 14º 33 14 12 7

Pequim 2008 188 17 8 9º 47 16 14 17

A EVOLUÇÃO DO BRASIL

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O CPB é fundado e funciona em uma sala cedida pela ANDEF, em Niterói/RJ. João Batista é o Presidente

A lei Agnelo Piva inicia uma nova era no esporte paraolímpico brasileiro. Acompanhando as mudanças, Vital Severino assume o cargo de presidente do CPB

Na primeira Paraolimpíada pós fundação do CPB, em Atlanta(USA), o Brasil ficou em 37º lugar no quadro geral, com 21 medalhas

Em busca de uma maior proximi-dade junto ao Governo Federal, o CPB muda-se para Brasília, onde se econtra até hoje

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2001

O Comitê começa a conseguir parceiros. Uniodonto, Unimed e cAiXA assinam contrato com CPB

2004

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2002

Paraolimpíadas de Sidney: o Brasil sobe no quadro geral para a 24ª posição, com 22 medalhas sendo 06 de ouro

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O Comitê adquire sede própria em Niterói/RJ19

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De acordo com o Presidente Andrew Parsons, este desenvolvimento tem funda-mento. “É importantíssimo destacar o trabalho feito pelos presidentes que me antecede-ram. Vital e João Batista foram ótimos lí-deres e fizeram trabalhos muito bons, que rendem frutos até hoje. Isso me coloca uma pressão boa”, revela Andrew. “Para continuarmos nos fortalecendo é preciso realizar um ótimo trabalho de base, não es-quecendo o alto rendimento”, completou. No ano de 2010, o Comitê Paraolímpi-co Brasileiro implementou dois programas que são o retrato deste trabalho, investindo nas duas pontas do esporte. O Clube Esco-lar Paraolímpico tem como objetivo aju-dar na estruturação dos clubes, para uma melhor formação dos jovens atletas. Já o Projeto Ouro dará condições de buscar o lugar mais alto do pódio para nossos prin-cipais atletas da atualidade. Outra aposta na formação de atletas são os Jogos Para-olímpicos Escolares, que em 2009 bateu recorde em participações.

O CPB está em constante mudança. Sempre em busca de evolução. Existe muita coisa para se fazer pelo Esporte Paraolímpico ainda, mas acredito que o Comitê está no rumo certo”

Andre BrasilNadador dono de

quatro ouros em Pequim

Logomarca CPB Durante sua jornada, o

CPB teve três logomarcas. A última, que seguiu

orientação do IPC para padronização das logos,

foi lançada em 2009

Vejo que o Comitê nestes 15 anos, mesmo tendo passado pelos mais diferentes níveis de dificuldade, enfrentou todos os desafios com muita garra e determinação dos presidentes que tiveram no seu comando, começando por João Batista, Vital Neto e finalmente nosso querido e atual presidente Andrew Parsons. Agradeço e reconheço o magnífico trabalho por eles desenvolvido”

Naíse PedrosaPresidente da CBBC

Hoje vejo o CPB como uma das instituições mais importantes do cenário nacional. A aproximação com o poder público e as universidades, buscando sedimentar e fomentar o conhecimento, faz do CPB uma das mais fortes instituições dirigentes do desporto brasileiro”

Ivaldo BrandãoPresidente da ANDE

COMITÊPARAOLÍMPICOBRASILEIRO

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É criada a principal competição orga-nizada pelo CPB: Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico

Pequim: Simplesmente a melhor participação brasileira em Paraolimpíadas! Confirmando o franco crescimento, a delegação brasileira entra pela 1ª vezno Top Ten, com o 9º lugar

Em Atenas, O Brasil conquista 14 medalhas de ouro, mais que em Barcelona, Atlanta e Sidney juntos, ficando em 14º lugar

O Brasil fica no topo das américas com o 1º lugar no Parapan do RJ

O CPB tem novo presidente. Andrew Parsons assume o cargo, tendo na bagagem a presidência do Comitê Paraolímpico das Américas. Com o novo presidente, o CPB apresenta sua nova logomarca e assina contrato com mais um parceiro: infraero

De acordo com o objetivo da nova diretoria, de fortalecer a base, o alto rendimento e a capacitação de profissionais, o CPB implanta três programas: projeto ouro, projeto clube escolar e a Academia paraolímpica Brasileira

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2009

2010

espaço internacional O Brasil tem hoje um Comitê líder nas Américas e um dos mais importantes do mundo. Em Atenas (2004), a organização dos Jogos chegou a dizer que o Brasil e Grã-Bretanha eram os comitês mais orga-nizados das Paraolimpíadas. “São 15 anos que merecem muita ce-lebração. O resultado em Pequim mostra que estamos no caminho certo, mas que muito trabalho precisa continuar sendo feito. De toda forma, as perspectivas são muito boas. Para isso é importantíssimo o diálogo com todas as esferas do Governo: Municipal, Estadual e Federal”, explicou Andrew Parsons. A atleta Terezinha Guilermina, recor-dista mundial nos 100m e 400m e campeã paraolímpica nos 200m, falou sobre o tra-balho desenvolvido pelo CPB. “O Comitê é uma debutante com res-ponsabilidades de adulto, mas que enfren-tou e venceu seus desafios. A tendência é que o Brasil se torne uma potência graças ao trabalho que tem sido feito”, previu.

Estamos convictos de que a nossa parceria com o CPB tem contribuído para trazer resultados muito significativos na criação de espaços e oportunidades para a prática do esporte, bem como para as expressivas conquistas do Brasil no cenário internacional. A Caixa sente-se honrada com essa parceria e reafirma o seu compromisso com o desenvolvimento do Esporte Paraolímpico no Brasil”

Maria Fernanda Ramos CoelhoPresidenta da CAIXA

O CPB tem hoje, uma relação pacífica e harmoniosa com o segmento paraolímpico. O CPB iniciou e deu curso às suas atividades de coordenação em nível nacional e de representação em nível internacional do Esporte Paraolímpico Brasileiro, sobrevivendo com muitas dificuldades. Na minha avaliação, o CPB está pronto para continuar essa escalada de sucesso”

Vital Severino NetoEx-Presidente do Comitê

Paraolímpico Brasileiro

Acredito que o desporto está no caminho certo, a começar pelos seus principais condutores - Andrew, Mizael e Luiz Claudio - pessoas com longa história de contribuições ao desporto das pessoas com deficiência. Vamos em frente, pois é em frente que se anda”

João BatistaEx-Presidente do Comitê

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10 MAIO / JUNHO 2010

O CAMINHO PARA LONDRES-2012

2010 é o ano de Campeonato Mundial na maioria das modalidades paraolímpicas. Por isso é ano de preparação intensa

As datas variam, mas o objetivo das seleções das 20 modalidades para-olímpicas é o mesmo: representar

bem o Brasil no Campeonato Mundial de sua categoria. As competições internacio-nais são a primeira oportunidade para o País garantir vagas nas Paraolimpíadas de Londres 2012. Por isso, 2010 é um ano de treinamentos intensos. Natação e atletismo foram as primeiras seleções a se reunirem: a primeira fase de treinamento das duas maiores modali-dades paraolímpicas foi em conjunto, no início de fevereiro, em São Caetano do Sul (SP). O Mundial de natação será em agosto, na Holanda, e o de atletismo em janeiro de 2011, na Nova Zelândia. “Esse primeiro encontro já é, na verda-de, a continuidade do processo de avalia-ção que fizemos em dezembro”, ressaltou Ciro Winckler, coordenador técnico da seleção de atletismo. Antes das festas de fim de ano, ano passado, os atletas fize-ram uma série de avaliações físicas. “Eles darão continuidade ao que foi avaliado na-quela oportunidade”, explicou Winckler.

O coordenador técnico ainda explicou que os seis dias de trabalho serviram para fazer um acompanhamento dos principais atletas do país. “Esporte individual é diferente, você não precisa de um tempo para entrosar. É

mais ver como os atletas estão treinando, aprimorar algumas coisas e corrigir ou-tras”, justificou. Os dois grupos passaram por uma ba-teria de exames médicos e testes físicos na semana em São Caetano. “A seleção permanente já está se preparando para as Paraolimpíadas de 2012 na verdade”, explicou Gustavo Abrantes, coordenador técnico da natação.

OS MUNDIAIS

03 a 09/05/2010 Tênis Antalya (Turquia)

30/05 a 10/06/2010 Bocha Lisboa (Portugal)

17 a 25/06/2010 Goalball Sheffield (Inglaterra)

06 a 14/07/2010 Vela Medemblick (Holanda)

07 a 17/07/2010 Basquete Birmingham (Inglaterra)

08 a 18/07/2010 Vôlei Oklahoma (EUA)

10 a 17/07/2010 Tiro com arco Torino (Itália)

16 a 25/07/2010 Tiro Esportivo Zagreb (Croácia)

23 a 31/07/2010 Halterofilismo Kuala Lumpur (Malásia)

09 a 21/08/2010 Natação Eindhovem (Holanda)

13 a 24/08/2010 Futebol de 5 Hereford (Inglaterra)

17 a 22/08/2010 Ciclismo Baie-Comeau (Canadá)

16 a 25/09/2010 Rúgbi Vancouver (Canadá)

25/09 a 10/10/2010 Hipismo Kentucky (EUA)

25/10 a 03/11/2010 Tênis de mesa Gwangju (Coréia do Sul)

31/10 a 07/11/2010 Remo Karapiro (Nova Zelândia)

01 a 09/11/2010 Esgrima Paris (França)

15 a 31/01/2011 Atletismo Christchurch (Nova Zelândia)

17/06 a 01/07/2011 Futebol de 7 Emmen, Assen e Hoog-eveen (Holanda)

“O principal estágio para Londres é o mundial deste ano”, justificou. O objetivo, segundo Abrantes, é conquistar em agos-to, na Holanda, um bom número de vagas para o Brasil nos Jogos de 2012. “Apesar da diminuição do número de vagas o Brasil tem conseguido aumentar o número de atletas nas Paraolimpíadas des-de Sidney. É esse crescimento que a gente pretende confirmar neste mundial”, ressal-tou o coordenador técnico da natação.

Para confirmar o favoritismo Já a seleção brasileira de futebol de 5 fez em março sua primeira semana de trei-namento do ano. Ao todo serão seis encon-tros, de sete dias cada, tendo como objetivo a disputa do Mundial da categoria, que será realizado em agosto, na Inglaterra. A primeira etapa focou na parte física e clínica dos jogadores. Uma parceria foi firmada com a Unicamp, que enviou pro-fissionais para a realização de exames nos dois primeiros dias. Uma equipe médica, chefiada pelo coordenador médico do Co-

“o principal estágio para Londres é o mundial deste ano”

Gustavo Abrantescoordenador técnico da natação

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mitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Ro-berto Vital, realizou exames clínicos nos atletas. O restante da semana foi de aper-feiçoamento físico. Este formato de trei-nos é considerado o melhor pela comissão técnica. “Após algumas outras tentativas, veri-ficamos que esta é a melhor forma de treinamento para os jogadores e para um melhor acompanhamento por parte da co-missão técnica. Confirmamos isto com os últimos resultados”, explicou Ramon Pe-reira, técnico da seleção. O mundial da Inglaterra ocorre entre os dias 13 e 24 de agosto. O Brasil entra como um dos favoritos ao título, credenciado pelo bicampeonato paraolímpico e o recente

título da Copa América, conquistado em dezembro do ano passado, na Argentina. “Vamos para brigar pelo título. Vejo a equipe com muitas chances e muito bem preparada. Teremos adversários fortes, co-mo Argentina, China e Espanha, mas acre-dito em um bom desempenho do time”, disse Pereira.

Participação inédita no goalball A seleção brasileira de goalball mas-culino foi a última a começar seu treina-mento. Eles se reuniram em meados de abril, em Niterói (RJ), para a primeira fase de treinamento visando ao Campeonato Mundial da categoria, que será em junho, na Inglaterra. Para esse primeiro perío-do foram convocados nove atletas. Entre eles, quatro jovens promessas: os irmãos Leandro Moreno e Leomon da Silva, de 22 e 17 anos, e Tiago Lima e Max Diego do Rosário, ambos de 20 anos. “A ideia é mesclar os jovens com os

experientes”, explicou o coordenador téc-nico da seleção, Márcio Morato. Esta não foi a primeira vez que Leandro e Tiago vestiram as cores do Brasil. O primeiro participou do Mundial de Jovens, enquan-to o segundo foi para o Parapan Juvenil, ano passado. Já Leomon e Max foram des-cobertos nas Paraolimpíadas Escolares, que aconteceram em novembro de 2009, em Brasília. Esta é a primeira vez que a seleção bra-sileira masculina de goalball conquista o direito de disputar o Campeonato Mundial da categoria (em 2002 a competição foi no Rio de Janeiro, e o time teve direito à vaga de país sede). Por isso os treinamentos foram puxados. “Nós detectamos que há uma dificuldade maior dos atletas treina-rem quando voltam para casa”, justificou Morato. Para evitar que o trabalho fosse em vão, eles trabalharam duas semanas e defini-ram os três cortes ainda em abril. Em 11 de maio os seis atletas que vão à Inglaterra se reapresentam para 35 dias de treinos até o embarque para o Mundial. “É muito raro um time conseguir treinar tanto tempo. Mas para conseguir a vaga para Londres 2012 já agora, só dessa forma”, argumen-tou o coordenador técnico. Os três primei-ros colocados no Mundial se classificam para as Paraolimpíadas de Londres.

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12 MAIO / JUNHO 2010

aBerTo De aTLeTiSMoinTernaCionaLinTernaCionaL

SUCESSO NO PRIMEIRO GRANDE TESTEAstros do Brasil brilham no Aberto de Atletismo da Nova Zelândia, palco do Campeonato Mundial, que será em janeiro de 2011

Shirlene Coelho, Jonathan Santos, Lu-cas Prado, Terezinha Guilhermina e Antonio Delfino. Esta foi a delegação

brasileira que, de olho no mundial da ca-tegoria, a se realizar em janeiro de 2011, esteve na cidade de Christchurch, na No-va Zelândia para participar do Aberto de Atletismo. A competição foi uma espécie de laboratório para a delegação brasi leira descobrir o que a aguarda ano que vem. “Sem dúvida, esta competição serviu de teste para nossa equipe. Tínhamos que observar certos aspectos que podem in-fluenciar nos resultados dos atletas”, reve-lou Ciro Winckler, coordenador de atletis-mo do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Dois pontos foram considerados funda-mentais pela equipe brasileira: fuso horário e tempo de viagem. São cerca de 12h de diferença entre o Brasil e Nova Zelândia, além da cansativa viagem, que pode durar cerca de 20h, entre escalas e conexões. “Vimos que o fuso realmente é um em-pecilho. Os atletas sofrem com isso. Mas traçaremos uma estratégia que minimize os efeitos”, disse Winckler.

Quero quebrar o recorde no disco

ainda este ano, para no Mundial baixar ainda mais a marca”

Jonathan Santos

Brasil no open da nova Zelândia

Jonathan Santos

ouro no arremesso de peso, no lançamento de dardo e de disco

Antônio Delfino

ouro nos 100m, 200m e 400m rasos

Terezinha Guilhermina ouro nos 100m e 200m rasos

Shirlene Coelho

ouro no lançamento de dardo e disco e prata no arremesso de peso

Lucas Prado ouro nos 100m e prata nos 200 e nos 400m rasos

Mesmo com a cautela demonstrada pela comissão técnica, o desempenho dos atletas foi muito bom. Ao todo, foram 14 medalhas, sendo 11 de ouro. “A viagem é realmente cansativa, mas com tempo de adaptação, não vejo maio-res problemas. Acredito em um grande

Mundial, assim como foi esta competi-ção”, confia Jonathan. O alagoano de 19 anos de idade e An-tonio Delfino foram os destaques, com três ouros cada. No lançamento de dardo, Roma-rinho, como é conhecido, venceu a prova e fez sua estreia na modalidade, com 25m47. Na sua melhor prova, o arremesso de disco, o atleta ficou muito perto de ba ter o recorde mundial, que pertence a ele, obtendo a mar-ca de 36m47. Menos de um metro e meio do melhor arremesso do mundo. “Gostei muito dos resultados. Minha prova no dardo foi muito boa. Tenho o ano todo para trabalhar e quero quebrar o recor-de no disco ainda este ano, para no Mundial baixar ainda mais a marca”, planeja. Os resultados do Brasil dão margem para os planos ambiciosos dos atletas. Todos os cinco conseguiram medalhas de ouro na Nova Zelândia. “Em termos de preparo, foi bom. Viemos para descobrir o que nos espera. Acredito em resultados ainda melhores ano que vem”, espera Ciro que tem a expectativa de levar em torno de 20 atletas para o Mundial.

O brasileiro Frederico Nantes foi nomeado pelo Comitê Parao-límpico Internacional (IPC) como Oficial Técnico Internacional (ITO) pa ra o Mundial de Atletismo, que será em janeiro de 2011 na Nova Zelândia. Nantes é o delegado téc-nico do Comitê Internacional no Circuito Loterias CAIXA Brasil Para olímpico de Atletismo, Hal-terofilismo e Natação. Ele integra o quadro de Delegados Técnicos do IPC desde 2005, foi certificado como ITO ano passado.

“Comecei no Paraolímpico porque não tinha ninguém qua-lificado”, recorda o brasileiro. Pa ra chegar ao posto de ITO, Fre de rico Nantes fez cursos de for mação nos Estados Unidos e Aus trália, custeados pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). Desde o ano passado ele é um dos cinco árbitros do mundo mi-nistrantes de Cursos de Forma-ção e Certificação dos Árbitros do IPC – é o responsável pelas Américas.

Brasileiro será delegado técnico no mundial

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As delegações brasileiras de Vôlei Paraolímpico desembarcaram no dia 10 de março em Cumbica com

o sabor de missão cumprida no Pan-Ame-ricano, encerrado duas noites antes, em Denver, Colorado (EUA). Com campa-nha irretocável, a seleção masculina foi campeã invicta, com duas vitórias sobre os Estados Unidos e outras duas sobre o Canadá. No triangular final, a equipe bra-sileira não perdeu set algum. No Parapan-Americano do Rio de Ja-nei ro, em 2007, os Estados Unidos ganha-ram da seleção brasileira por 3x0 na fase inicial e perderam na final por 3x2, em um jogo duríssimo. Com o placar aperta do, os americanos fizeram pouco caso e disseram que a vitória acontecera por um golpe de sorte. Isso apimentou a disputa em Denver. “Desde 2003 que medimos força com os EUA. O fato de dizerem que tivemos sor t e ao ganhar o Parapan mexeu muito co nos-

co. Fomos para os jogos querendo mos-trar do que somos capazes. Consegui mos! Vamos brigar de igual para igual com as melhores seleções do mundo”, de sa ba fou Rogério Silva, atleta da seleção mas cu lina. A seleção feminina retornou com o vice-campeonato. A medalha de prata foi conquistada com duas vitórias em qua-tro jogos. As meninas venceram as ca-nadenses duas vezes e perderam para as america nas outras duas. Com os resultados alcançados, as duas seleções garantiram vaga no Mundial, marca do para o mês de julho, em Oklaho-ma, ao lado dos Estados Unidos. As a me ri ca nas já estavam classificadas por sediare m o torneio. “O balanço do campeonato foi extre-mamente positivo! Era o que nós estáva-mos esperando. Agora que conseguimos classificar para o Mundial, esperamos conquistar a vaga em Londres. Para isso

Seleções masculina e feminina de vôlei fazem bonito no Pan-Americano e prometem chegar forte na competição mais importante do ano, em julho, nos Estados Unidos

PRoNtoS PaRa o muNDIaL

teremos que lutar muito, porque as melho-res do mundo estarão no torneio. Mas é possível!”, previu Silvana Fátima, jogado-ra da seleção feminina Neste Pan-Americano o Brasil mos-trou sua força e promete dar trabalho em Oklahoma. “Nosso principal objetivo é conseguir agora a classificação para o os Jogos de Londres, em 2012. Para isso precisamos ficar entre os três primeiros. Missão muito difícil, mas que vimos que temos capaci-dade”, disse Celio Mediato, técnico da se-leção masculina. O Mundial será disputado entre os dias 8 e 18 de julho e contará com a presença de equipes de todo o mundo. Para conse-guir uma medalha, o Brasil terá que en-frentar equipes muito fortes, como Irã, Bósnia, Rússia e China. Nada que tire a esperança brasileira. “Conseguimos consolidar nossa supe-rioridade nas Américas. Agora teremos que mostrar nossa força contra o resto do mundo, mas acredito muito nesta equipe”, completou Mediato.

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Seleção Masculina campeãdo Pan-Americano

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As meninas deram as cartas no Mun-dial Paraolímpico de Judô, que aconteceu no final de março, na ci-

dade de Antalya, na Turquia. Foi através das mãos e pernas delas que o Brasil con-quistou quatro medalhas, o maior número de pódios na história dos mundiais. Daniele Bernardes da Sil-va, Victoria Silva, Deanne Almeida e Lúcia Teixeira (na foto ao lado) formaram o time das meninas superpoderosas do judô paraolímpico brasi-leiro na Turquia. O melhor resultado foi com Lúcia, que ficou com a prata na categoria leve (até 57 quilos), enquanto Dani levou o bronze na meio-médio (até 63 quilos), Victo-ria na médio (até 70 quilos) e Deanne Almeida na pesado (acima de 78 quilos). A competição também con tou pontos para o ranking classificatório para as Pa-raolimpíadas de Londres e quase toda a equipe brasileira pontuou. Os judocas têm mais duas chances para carimbar o passa-porte para Londres 2012, ambas no ano

que vem. Os Jogos Mundiais da IBSA, previstos para a mesma Antalya, e o Para-pan-Americano de Guadalajara. Com o patrocínio da Infraero, que está apoiando o judô paraolímpico desde o fi-

nal de 2009, pela primeira vez foi possível fazer períodos mais longos de treinamento para uma competição como o Mundial. A equipe esteve reunida por 20 dias em ja-neiro e por mais 15 dias ante do embar-que, sempre em São Paulo e treinando jun-

to com atletas do Projeto Futuro e até da Seleção Brasileira convencional. Antes, os treinos eram quase sempre em períodos curtos, de apenas uma semana. “Esse treinamento fez uma grande di-

ferença e tenho certeza de que foi fundamental nestas con quis tas”, disse Jaime Bra gan ça, coordenador-téc-nico do Co mi tê Paraolímpico Brasilei ro.

troca de sucesso

As primeiras medalhas brasileiras saíram apenas no segundo dia de competições. E uma troca de categoria en-tre Dani e Lúcia ajudou no caminho para o pódio. Lúcia competia na meio-médio, enquan to Dani conquistara seus dois bronze nas Parao-

limpíadas na leve. “Deu certo, né? Acho que a mudança tam bém surpreendeu as adversárias. Eu me sen tia muito leve na categoria até 63 quilos, con versamos e decidimos fazer a mudança”, disse Lúcia.

PoDeR Meninas conquistam quatro medalhas no Mundial de Judô na Turquia

Daniele derruba a finlandesa Paiv Tolppanen na disputa do bronze

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“Eu sou alta e sempre tinha problemas ao enfrentar adversárias mais baixas”, expli cou Dani. Se Daniele, com duas medalhas parao-límpicas estava cotada para o pódio, Lúcia surpreendeu ao vencer por ippon logo na estreia a chinesa Qian Zhou. Na semifinal, a brasileira ganhou da turca Duygu Cete, também por ippon. Na final, Lúcia foi imobilizada e perdeu por ippon para Afag Sultanova, do Azerbaijão. Já Daniele só enfrentou lutas duras até chegar à semifinal, quando perdeu por um detalhe para a chinesa Tong Zhou por ip-pon. Na estreia, contra a americana Jordan Mouton, uma chave de braço lhe garantiu a vitória por ippon. Na luta seguinte, po-rém, a cubana Dalidaivis Rodriguez ame-açou até o final, mas a brasileira soube segurar a vantagem de um wazari. Após a derrota para a chinesa, Daniele saiu cho-rando do tatame, mas buscou forças para reagir e vencer a finlandesa Paiv Tolppa-nen na disputa do bronze: “Na hora fiquei com raiva, mas eu não tinha vindo aqui para perder. Eu vim para ganhar e queria muito este bronze”, disse Dani. “Antes do Mundial ainda brinquei que estava cansada de bronze, mas estou adorando ter conquistado mais um para a minha coleção, na primeira vez que eu dis-puto um Mundial.”

a hora da “totozinha”

Sábado, a médio Victoria Silva, a ca-çula da Seleção Brasileira e carinhosa-mente chamada por Antônio Tenório de Totozinha, mostrou que pode ir longe ao conquistar o bronze em sua primeira gran-de competição como adulto. Na primeira luta, ela ignorou a torcida local e partiu para cima da turca Güler Yur, vencendo por ippon. Na seguinte, a brasileira teve pela frente a mexicana Lenia Ruvulcaba, vice-campeã paraolímpica, e perdeu a chance de lutar pelo ouro. “Depois que eu perdi a semifinal, nem eu sei muito como consegui voltar bem para a disputa do bronze, como encontrei maturidade para enfrentar esta situação”, disse Victoria, que teve frieza para superar um começo adverso e vencer a americana Cristella Garcia, que abrira uma vantagem de três yukos.

Chave de bronze no final

As meninas continuaram com tudo no último dia. A pesado Deanne Almeida fe-chou a participação brasileira com o bron-ze na categoria mais de 78 quilos. Deanne, na verdade, teve duas chances. Como o

O BrasiL nO MUndiaLatleta Categoria Classificação

Alexandre Ferreira - RN pesado 9º lugar

Andréia Canteiro - MS meio-leve eliminada na 1ª rodada

Antônio Tenório - SP meio-pesado 5º lugar

Daniele B. da Silva - SP meio-médio BrOnZE

Deanne Almeida - MG pesado BrOnZE

Denis A. Rosa - SP meio-médio eliminado na 1ª rodada

Halyson O. Botô - RN meio-leve 9º lugar

Karla F. Cardoso - RJ ligeiro 5º lugar

Lúcia da S. Teixeira - SP leve PraTa

Magno M. Gomes - SP leve 9º lugar

Rogério C. dos Santos - SP ligeiro eliminado na 1ª rodada

Roberto J. Santos Silva - RJ médio eliminado na 1ª rodada

Victoria Silva - MS médio BrOnZE

Mundial conta pontos para o ranking que classifica para os Jogos Paraolímpicos de Londres, a organização fez três disputas para atletas acima de 70 quilos. Uma para todas as atletas com mais de 70 quilos, que conta pontos para o ranking, dividindo também as competidoras entre mais duas categorias, até 78 quilos e mais de 78 qui-los. Assim, a brasileira lutou na acima de 70 e de 78 quilos. Na primeira, o sorteio de chaves a colocou de cara com a chinesa Yapping Yuan, que a derrotara na final Pa-raolímpica e voltou a vencer na Turquia. Se na véspera o sorteio foi cruel com Deanne, no domingo a ajudou, colocando a brasileira de bye, entrando apenas na se-gunda fase, já na semifinal. Na primeira luta, nova derrota para Yamping Yuan. Determinada, Deanne se concentrou e agarrou sua última chance na luta contra a turca Yücel Yilkiran, a quem derrotou na disputa pelo bronze. “Na véspera eu não estava bem, me senti muito nervosa ao saber que enfren-taria logo a chinesa. No domingo já estava melhor, mais confiante e sabia que poderia vencer a turca.”

Balanço positivo

O bom resultado do feminino compro-vou a expectativa da comissão técnica, que comemorou o bom desempenho bra-sileiro, o melhor da história em número de medalhas: “Temos motivos para comemorar, ape-sar de ter faltado o ouro. Conseguimos quatro medalhas e dois atletas cotados entre os favoritos tiveram a infelicidade de ficar fora do pódio”, disse Bragança.

“O judô feminino mostrou que é um dos melhores do mundo e também temos de comemorar o fato de, mesmo sem meda-lha, termos marcados pontos no ranking em outras cinco categorias. Saímos da Turquia com a certeza de que estamos no caminho certo para 2016, mas também sa-bendo que muita coisa tem de ser feita”, concluiu.

Deanne Almeida

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Judô Paraolímpico. Um esporte

que, antes de a luta começar,

já tem dois vencedores.

Infraero. Patrocinadora o�cialdo Judô Paraolímpico Brasileiro.

Através do judô, de�cientes visuais provamque o esporte tem poder de superação e que

impossível é uma palavra que não deveria existir.

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eTaPaS reGionaiSCirCUiTo

As três primeiras etapas passaram a ter como foco principal a descoberta de novos talentos. Com isso, os nova tos ganham uma oportunidade maior de se

destacar no regional e garantir sua participação nas etapas nacionais, sem que os atletas de ponta tenham prejuízo no número de provas. Este ano o calendário do circuito terá as mesmas três eta-pas regionais, mas serão outras três nacionais – uma a mais

e inova em 2010

Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo, Halterofilismo e Natação terá uma etapa a mais e divisão de atletas

Em seu sexto ano, o Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo, Halterofilismo e natação trouxe novidades. As etapas regionais, em 2010, não con taram com a presença dos atletas que têm resultados que correspondam a, em média, 80% do recorde mun dial de sua prova (variando por modalidade). Eles já estão automaticamente classificados para as etapas nacio nais.

CirCuito C r e s C e

que em 2009. “Com esse novo formato o CPB pode dar o atendimento específico que cada grupo necessita”, justifica Andrew Parsons, presidente do CPB. Parsons destaca que agora as fases regionais são momen-tos de observação e detecção de talentos, enquanto as nacio-nais serão dedicadas à elite das modalidades. “O caminho do atleta no Esporte Paraolímpico fica cada vez mais claro”, ressal ta o presidente do CPB.

Foto: Beto Monteiro

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Etapa Norte-Nordeste de 12 a 14 de março em Belém-PA Belém recebeu 377 atletas re-presentando 28 clubes das regi-ões Norte e Nordeste do país para etapa de estreia do Circuito Lote-rias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo, Halterofi lismo e Natação. E quem foi ao Campus da Uepa se emocionou com a con-quista do halterofilista amazonen-se José Ricardo Costa da Silva no sábado, quando quebrou o recorde brasileiro. Pesando 88,1kg, ele le-vantou 180kg. Sua melhor marca até então era 177,5kg. “Eu estava treinando para isso”, disse, comovido, após a conquista. “Quando eu soube que estava na seleção principal, me motivei ainda mais”, explica. A vitória teve um sabor especial para José Ricardo. Em 2007, no Parapan do Rio, ele foi pego no exame antidoping. Ficou dois anos afastado, retornando às competições ano passado. “Agora quero me preparar para o Mundial.” Outros dois atletas fizeram as melhores marcas nacionais no atletismo: Leonardo Amâncio e João Tenório de Araújo. Os atletas do arremesso de peso quebraram os recordes brasileiros da modalidade nas categorias F58 e F55 respectivamente.

Leonardo, de 32 anos, treina há 10 e foi descoberto na rua pela atleta Rosinha. Ele é atual bicampeão parapanamericano e obteve a marca de 14m10. “É muito bom bater recordes. Há uma sensação deliciosa de dever bem cumpri-do”, comemorou Leonardo. O alagoano João Tenório estabeleceu nova marca nacional com 9m66. O atleta que começou no Esporte Paraolímpico na natação espera arremessar o peso a mais de 10m na etapa nacional, em Fortaleza. “Gostei muito da minha marca, mas sei que posso fazer melhor e irei fazer ao de-correr do ano”, disse Tenório.

Encontros de gerações

Além das quebras de recordes, a etapa de Belém foi marcada por estreias de novos talentos e conquistas de quem já está no esporte há muitos anos. Nas pistas muitas vezes atletas iniciantes e experientes se encontraram. Foi o caso da prova de arremesso de disco feminino, na classe F37. A campeã da etapa foi Marta Patrícia Barbosa, com a marca 20,23m. Aos 40 anos, ela já compete há 10. Está costumada às provas e aos pódios.

Já Andresa Luana Tomaz, de 17 anos, começou a treinar apenas dois meses antes de fazer sua estreia em competições. “Eu estava muito nervosa na prova do peso, mais cedo. Nessa fui mais ou menos”, lamentou ao fim da disputa.

Marta também havia conquistado o ouro no arremesso de peso. “Mas lá não consegui a marca. Fiz os 7m e esqueci os 58cm”, brincou a atleta se referindo ao índice mínimo estabelecido para conseguir uma vaga nas etapas nacionais do Circuito.

Mesmo assim, Marta ficou contente com a oportunidade de poder competir a etapa regional sem ter que concorrer com os atletas de ponta. “O ânimo é muito maior. Demoraram para fazer isso. Não tem como a gente concorrer com quem tem mais do que 70% do recorde mundial”, disse, em referência à novidade do Circuito este ano, que já classificou para as etapas nacionais os atletas que tinham, no mínimo, entre 70% e 80% do recorde mundial.

Das quadras para a pista O habitat de Luciclea da Costa e Costa, mais conhecida como Clea, são as quadras de basquete. Pré-convocada para a seleção brasileira que disputará o Mundial da categoria, em julho, Clea, disputou as provas dos 100m, 200m e 400m na categoria T54 e ganhou dois ouros e uma prata. “Mas minha prioridade é o basquete. O atletismo é mais para ganhar força”, explica.

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O ídolo local Bruno Lins foi o atleta que mais levantou a torcida. O velocista belenense conquistou dois ouros, nos 100m e 400m, e uma prata, nos 200m, na categoria T36. Assim mesmo, nos 200m, estava na briga com Jeanderson Douglas Tenori, mas o adversário caiu no fim da corrida. “Eu fiquei com medo de pisar nele e acabei diminuindo a velocidade”, explicou o atleta de 23 anos ao fim da prova. Mas nem a prata diminuiu a empolgação de Bruno. Ele fez a festa por correr em casa e conseguir a classificação para as etapas nacionais em duas provas. “Agora é me preparar para os nacionais.”

Foto: Beto Monteiro

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Leonardo Amâncio

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Etapa Centro-Lestede 09 a 11 de abril em Goiânia-GO

Goiânia recebeu pela primeira vez uma etapa do Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo, Halterofilis-mo e Natação em abril. A capital de Goiás viu 722 atletas, de 12 estados, em ação no Campus II da PUC Goiás e no SESI Clube Ferreira Pacheco. E não faltou festa: já no primeiro dia de provas, houve quatro quebras de recordes brasileiros no halterofilismo. Só a atleta de Uberlândia Cleide Inês Campos bateu três vezes a melhor marca da categoria -40kg. O recorde brasileiro anterior era da própria halterofilista, de 42,5kg. Cleide começou sua conquista na segunda tentativa: levan-tou 47,5kg. Na seguinte, subiu para 50kg. Ao invés de se contentar com a quebra du-pla, Cleide ainda usou sua última tentativa para melhorar a marca: levantou 52,5kg, aumentando o recorde brasileiro em 10kg. “Eu vinha me preparando para isso. Tem três meses que já levanto isso”, expli-cou a atleta. Tranquila, Cleide não soube definir a emoção de bater o recorde bra-sileiro tantas vezes em tão pouco tempo. “Só sei que é muito bom.” Cleide promete melhorar mais suas marcas. “Ainda quero chegar aos 60kg.” Mais tarde, foi a vez de Eraldo das Ne-ves Rocha melhorar sua marca. O recor-de brasileiro da categoria -100kg era de 160kg. Em sua terceira tentativa, Eraldo levantou 162,5kg. Vibrou e ouviu o hino da vitória, eternizado pelas conquistas do piloto Ayrton Senna nas pistas da Fórmula 1. Emocionado, ainda tentou quebrar mais uma vez o recorde, com 163,5kg, mas não conseguiu. “A gente vem trabalhando desde o ano passado levantando de 160kg para cima. Mas dentro da competição é diferente de fazer na academia. Tem todo o problema psicológico”, justificou o halterofilista. “O movimento de levantar o peso parece simples, mas um detalhe faz você errar. Eu hoje, por exemplo, errei a respiração e perdi”, explicou após a última tentativa.

Tubarão de volta às piscinas A Etapa de Goiânia do Circuito marcou o retorno do

medalhista paraolímpico Clodoaldo Silva às competições. “Foi um retorno muito bom. Eu já estava com saudade de

estar em cima do bloco.” Clodoaldo venceu as sete provas individuais que disputou e ainda conquistou uma prata no

revezamento 4 x100m medley. “As medalhas ficam em último plano, o que vale mais é a emoção de estar de volta

às competições.” Clodoaldo agora promete treinar forte para chegar com melhores marcas em Fortaleza (CE), no fim de

maio, para a primeira Etapa Nacional do Circuito.

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Jovens se destacaram em Goiânia

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tou outras três provas, com perspectivas de alcançar o índice mínimo em todas.

nova geração Três jovens atletas foram os destaques nas piscinas da Vila Olímpica. Talisson Glock, Matheus da Silva e Roberto Rodri-gues são integrantes da seleção de jovens. Os três conseguiram, com folga, a classifi-cação para as etapas nacionais do Circuito. Matheus, 16 anos de idade, é da clas-se S8 e nadou as provas 50m livre, 100m livre, 200m medley e 100m peito. Esta úl-tima é sua especialidade - ele é o detentor do recorde brasileiro. “Os resultados hoje foram muito bons, até melhores do que eu imaginava. Na prova dos 100m peito, fiquei muito perto de quebrar o meu recor-de. Com certeza irei para a Etapa Nacional para bater essa marca”, revelou Matheus. Outra que chamou a atenção foi a atleta Kelly Antunes. A nadadora da classe S14 foi pega de surpresa ao saber que obteve a melhor marca nacional nos 100m bor-boleta. “Não esperava bater recordes. Mi-nha vontade era de obter os índices para a nacional, felizmente consegui. Foi uma surpresa”, revelou Kelly, que ainda dispu-

22 MAIO / JUNHO 2010

Maior das três etapas regionais do Cir-cuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpi-co de Atletismo, Halterofilismo e Natação, com mais de 750 atletas e mil participan-tes, a Centro-Sul foi marcada pelo gran-de número de quebras de recordes brasi-leiros. Foram 23 no total: 16 no atle tis mo, cin co na natação e duas no halterofilismo. O paulista Marco Aurélio Lima ficou surpreso ao fazer 46.89m no lançamento de disco, superando o recorde brasileiro, que já era dele. “Minha meta era conse guir a classificação para as nacio nais, eu não espe rava bater o re corde. Mas se veio está bom, agora é melhorá-lo para For taleza”, explicou. O objetivo de Marco Aurélio é alcançar o índice A de classificação para o Mundial de Atletismo: 50m. “O Mundial é a única competição que ainda não participei”, jus-tificou o atleta que foi oitavo na prova de Pequim. Mesmo tendo que melhorar mui-to sua marca, Marco Aurélio acredita que é possível lançar a 50m. “É uma questão de concentração. Eu consigo fazer isso.”

Etapa Centro-Sul de 23 a 25 de abril em Maringá-PR

Donos da casa fazem a festa

A Etapa Centro-Leste do Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo, Halterofilismo e Natação chamou a aten ção para os novos talentos do Esporte Paraolímpico. Na natação o destaque foi pa ra Vanilton Antônio do Nascimento e Marília Álvares Montes, jovens goianos. Eles fizeram a festa da torcida que lotou as arquibancadas do SESI Ferreira Pacheco, com 100% de aproveitamento em suas provas. Vanilton Antônio do Nascimento conquistou o ouro logo na primeira prova do dia, os 100m borboleta. “A prova

foi boa, mas eu queria três segundos abaixo do que eu fiz”, lamentou. Ídolo local aos 17 anos, ele garante que não deixa isso influenciar negativamente. “É um apoio que se recebe, o que é sempre bom”, assegura. Vanilton ainda subiu ao lugar mais alto do pódio outras três vezes: nos 50m, nos 100m e nos 400m livre. “Foi um bom resultado para mim. Melhorei todos os meus tempos”, comemorou. A principal vitória, segundo Vanilton, foi a dos 400m livre. “Eu nunca tinha nadado e fui bem.” “Agora é treinar mais forte e tratar a lesão – Vanilton agravou uma tendinite no joelho esquerdo durante as provas

de sábado – para ir para as nacionais”, emendou em seguida. A primeira etapa nacional será no fim de ma io, em Fortaleza. E para quem nadou em ca sa, competir fora pesa. “A gente sempre estranha, sente um frio na barriga”, admite Vanilton. Marília Álvares Montes também fez sucesso: conquistou cinco medalhas de ouro. Aos 23 anos, ela já é experiente em participar do Circuito: disputa as provas desde 2007. Mas sentiu a diferença de nadar em casa. “Aqui fico muito mais tranquila do que nas provas em outras cidades.” Marí lia venceu os 50m e os 100m livre, os 100m costas, os 200m medley e os 100m peito.

Renovação à vista

O maior destaque nas pistas da PUC de Goiânia foi a garota prodígio do atletismo, Viviane Soares, 14 anos, que apesar de ser desclassificada nos 100m, por quei-mar a largada, venceu os 200m e os 400m com facili-dade. “Fiquei feliz com o resultado, de agora em diante é treinar para chegar forte nas etapas nacionais para diminuir bastante meus tempos. Sei que consigo”, dis-se a jovem atleta, esperançosa de melhores resultados daqui para frente.

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Matheus da Silva

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Boa surpresa

Nas pistas, destaque para Fernando Vi cen te de Oliveira. O paulista de 16 anos venceu as três provas de velocidade da classe T13: os 100m, 200m e 400m. “Eu já esperava isso, pelo meu treino”, disse ao fim da última conquista. O coor denador téc nico da seleção bra-si leira, Ciro Winckler, explica que Fer-nando começou a ser observado ano passado, quando ganhou tudo nas Pa-ra olimpíadas Escolares. “Ele pode ter um bom futuro.” O atleta, que começou no atletismo há um ano, garante que fará por onde: hoje faz dois treinos diários. “Meu sonho é ir para as Paraolimpía das”, con ta. Antes, nas etapas nacio nais, pro me te ir bem. “Acho que com meus tempos dá para pegar um segundo ou terceiro lugar... ou primeiro, quem sabe”, ri.

Evolução nítida

Alcides Geraldo da Silva Freitas parti cipou das três etapas regionais do Circuito deste ano, em busca do índice mínimo para se classificar para as nacionais. O halterofilista começou a treinar em janeiro. Mas como não tinha técnico, em Belém ele queimou as três tentativas. Para a etapa de Goiânia, 20 dias depois, já contava com a orientação de Valdecir Lopes. Mas a melhora não foi suficiente: queimou as duas últimas tentativas e não alcançou o índice. Em Maringá, enfim sucesso. Alcides só queimou o último levantamento, quando já tinha marcado 130kg – o mí nimo para participar das etapas naci o nais. “O objetivo agora é ir para a ponta”, comemorou.

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Foto: Beto Monteiro

12 a 14 de mar Etapa Regional Norte-Nordeste Belém/PA

09 a 11 de abr Etapa Regional Centro-Leste Goiânia/GO

23 a 25 de abr Etapa Regional Centro-Sul Maringá/PR

28 a 30 de mai 1ª Etapa Nacional Fortaleza/CE

27 a 29 de ago 2ª Etapa Nacional São Paulo/SP

03 a 05 de dez 3ª Etapa Nacional Porto Alegre/RSVeja no site a relação dos atletas classificados para as etapas nacionais: www.cpb.org.br

Irmãos ambiciosos

Thiago Rodrigues bateu o recorde bra sileiro no arremesso de peso e no lan çamento de disco na classe F34, com as marcas de 9m48 e 25m85. Mas saiu de Ma rin gá incon formado. “Eu vim para ba ter o re corde mun di al”, explica em referência aos 11m16 que teria que superar. A meta ambiciosa era repetida por Bruno Rodrigues, para a prova do disco, mas ele sentiu a falta de aquecimento no do mingo cedo, por isso nem chegou perto dos 39m98. Bruno e Thiago são gêmeos e disputam as mesmas provas. Os dois com pe-tem no a tle tismo há três anos apenas e pretendem representar o Brasil no Mundial da categoria, que será em janeiro do ano que vem. “Já temos o índice B, mas queremos fazer o A para garantir”, justifica Thiago.

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O caminho para o ouro paraolímpi-co está sendo construído. O Brasil foi o nono colocado no quadro de

medalhas em Pequim e, para se manter no seleto grupo dos top 10, sonhando ainda subir algumas posições, é preciso garantir o lugar mais alto do pódio. Para enfrentar este desafio, o Comitê Paraolímpico Bra-sileiro criou o Projeto Ouro, no qual dará todo apoio necessário a alguns atletas com reais chances de vencer em Londres-2012. A lista tem 10 nomes. Os atletas foram escolhidos após indi-cação de suas respectivas associações na-cionais e de uma avaliação criteriosa do departamento técnico do CPB sobre as re-ais chances de cada um deles de conquis-tar o ouro paraolímpico. Para se chegar ao lugar mais alto do pódi o, é preciso planejamento e os traba-lhos já começaram. Os atletas se reu ni-ram com o departamento técnico do CPB, com seu téc nico, um representante do seu clu be e mem bros da comissão técnica da sele ção bra sileira de sua modalidade, para defi nir ca lendário e planejamento de metas até 2012. “Este projeto é muito importante, de-vido ao progresso que ocorrerá nos trei-

namentos dos atletas. Isto que o CPB está proporcionando é inédito na história do Esporte Paraolímpico”, comemora Walqui-ria Campelo, técnica de Jonathan de Souza, recordista mundial de lançamento de peso e disco e contemplado pelo projeto. O CPB não vai repassar a verba dire-tamente ao atleta. Além de participar da seleção brasileira, ele terá um trabalho

personalizado, de acordo com suas neces-sidades individuais para que possa man-ter-se no mais alto nível internacional de competição. “O CPB dará ao atleta tudo que ele precisar para se manter em altíssimo ní-vel. Não haverá bolsa, mas se ele precisar

LISTA DE ATLETAS CONTEMPLADOS

- Jonathan de Sousa Santos- Lucas Prado- Odair Ferreira dos Santos- Shirlene dos Santos Coelho- Terezinha Guilhermina

- André Brasil Esteves- Daniel de Faria Dias

- Cláudia Santos

- Soelito Gohr - Antônio Tenório da Silva

André Brasil - Atleta medalhista paraolímpico

“o melhor do projeto é que me possibilita ter tranqüilidade e me focar apenas no treinamento. Além de permitir um intercâmbio de experiência com outros atletas e competições”

Projeto vai dar toda a estrutura necessária para atletas com reais chances de vencer em Londres-2012

ProJeTo oUroCPBCPB

de uma melhor estrutura física, de equi-pamentos melhores, assistência médica especializada, psicológica, viagens para competir com os melhores do mundo, ele terá”, explica Edílson Alves Tubiba, dire-tor técnico do CPB. Vale lembrar que este é um programa aberto. Assim, atletas poderão ser incluí-dos ou excluídos dele daqui até 2012, de acordo com suas chances de êxito nas Pa-raolimpíadas de Londres. “Com este programa, o CPB procura oferecer as melhores condições de pre-paração aos atletas com maior potencial de conquista de uma medalha”, explica Andrew Parsons, presidente do CPB. “A evolução do esporte paraolímpico no mundo inteiro faz com esse tipo de iniciativa seja necessária, para que pos-samos avançar no quadro de medalhas”, destaca Parsons. Em Pequim, para chegar ao nono lu-gar, o Brasil ganhou 16 medalhas de ouro (num total de 47). Apesar de brigar com potências muito mais fortes economi-camente como Rússia e Canadá, o CPB trabalha para melhorar esta colocação em 2012 e sabe que as medalhas de ouro serão fundamentais nessa disputa.

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A verba não será repassada direta-mente ao clube. A quantia (no máximo R$60 mil) com a qual cada associação for contemplada será usada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro proporcionando

todo suporte necessário com materiais, profissionais e demais demandas. O projeto servirá para uma maior abertura do esporte paraolímpico para a sociedade, como destacou o presidente

Já se foi o tempo em que era possí-vel formar um grande atleta apenas num ciclo paraolímpico, um período

de quatro anos. É preciso começar cedo para conseguir espaço num cenário cada vez mais competitivo, afinal, estamos fa-lando de esporte de alto rendimento. Em busca de revelar valores cada vez mais cedo, o CPB lançou no final do ano passado o projeto Clube Escolar Parao-límpico, voltado para atletas em idade es-colar, devidamente matriculados e assídu-os às aulas. O objetivo principal é formar atletas de alto nível para, entre outras coi-sas, a disputa dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, sem deixar de lado a questão acadêmica. “O Projeto Clube Escolar Paraolímpico Rumo a 2016 é uma das bases do planeja-mento técnico do CPB visando ao fomen-to e a renovação dos atletas paraolímpicos brasileiro para os Jogos do Rio. Ao ofere-cer acesso a jovens e crianças ao esporte paraolímpico já na escola, vamos construir um grande geração para 2016 e para o fu-turo do nosso esporte”, afirmou o diretor técnico do CPB, Edílson Alves Tubiba.

“A deficiência em si não incapacita ninguém, o que incapacita é a falta de uma educação adequada e de mecanismos próprios que façam este indivíduo crescer. Um novo homem pode surgir através de um trabalho consciente e bem direcionado”

Soraia Cabral - Instituto Benjamin Constant

PROJETOS APROVADOS

(MG) - Escola Estadual Sandra Risoleta de Lima Hauck(SC) - Centro Esportivo para Pessoas Especiais(PR) - Associação dos Deficientes Físicos do Paraná(MS) - Centro Arco Íris de Reabilitação Alternativa de De-senvolvimento Humano Sustentável / CAIRA(DF) - Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial - CETEFE(RJ) - Instituto Benjamin Constant - IBC(MG) - Associação dos Paraplégicos de Uberlândia(RJ) - Associação de Equoterapia do Estado do Rio de Janeiro - AETERJ(SP) - Centro de Treinamento Limeira Paraolímpico - CTLP

(PR) - Associação Paraolímpico de Paranaguá - APP(MG) - Associação dos Deficientes Físicos de Uberaba(SP) - Clube dos Paraplégicos de São Paulo(RJ) - Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos - ANDEF(MS) - Associação Campo-Grandense Paradesportiva Driblando as Diferenças - ADD(RJ) - Club de Regatas Vasco da Gama(RJ) - Urece Esporte e Cultura(SP) - Clube de Regatas Bandeirante(RO) - Rondônia Clube Paraolímpico

CPBCPB

Esporte se aprende na escola

ProJeTo CLUBe eSCoLar

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do CPB, Andrew Parsons, na data de lan-çamento do projeto. “Uma potência paraolímpica não se faz apenas com medalhas de ouro ou com a posição no quadro de medalhas de uma Paraolimpíada. É importante o investimento nos clubes para ampliar o acesso das pessoas com deficiência ao esporte.” Soraia Cabral, responsável pelo proje-to do Instituto Benjamin Constant, fala da importância de um programa como este. “Este projeto abre oportunidades de promoção social. A deficiência em si não incapacita ninguém, o que incapacita é a falta de uma educação adequada e de mecanismos próprios que façam este in-divíduo crescer. Um novo homem pode surgir através de um trabalho consciente e bem direcionado.”. Ao todo são 18 clubes contemplados e distribuídos por oito estados. Cinco do Rio de Janeiro, três de Minas Gerais, três de São Paulo, dois do Paraná, dois do Mato Grosso do Sul, um do Distrito Federal, um de Santa Catarina e um de Rondônia.

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andrew Parsons CPB Presidente

Prof. Dr. José Júlio Gavião de Almeida CPB Coordenador

Prof. Edilson alves da rocha CPB Membro

Prof. dr. José irineu Gorla UNICAMP Membro

Prof. dr. Edson duarte UNICAMP Membro

Prof. dr. Ciro Winckler de Oliveira Filho UNIFESP Membro

Prof. dr. Marco Túlio de Mello UNIFESP Membro

Prof. Dr. Alberto Martins da Costa UFU Membro

Prof. dra. Patricia silvestre de Freitas CPB/UFU Membro

dr. roberto Vital CPB/UFRN Membro

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da Comissão Científica do CPB são de todos os lugares do país”, completa Gavião. Com a estrutura do CEFEP de Uberlândia pronta, graças ao apoio financeiro do Mis-nistério do Esporte, a Academia está aguar-dando as deman das do Movimento Parao-límpico para definir quando e como serão os pri meiros cursos.

Preenchendo lacunas Outro importante objetivo da Academia Paraolímpica Brasileira é a publicação de artigos, estudos e mesmo livros. “A gente ainda tem essa ausência de estu-dos. O grande meio dos acadêmicos são os artigos publicados em revistas científicas”,

aCaDeMia ParaoLÍMPiCa BraSiLeiraCiÊnCia

O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) apresentou no início des-te ano um importante programa: a

Academia Paraolímpica Brasileira. Coor-denada por professores universitários de diferentes partes do país, a Academia é o elo que faltava entre aqueles que produzem o conhecimento científico no Brasil e o Espor te Paraolímpico. “O envolvimento da ciência, da univer-sidade com o esporte não é uma novidade. Os países desenvolvidos já fazem isso”, explica o professor José Júlio Gavião, co-ordenador da Comissão Científica do CPB e professor da Unicamp. “Uma coisa que deixou a nós, professores, muito felizes, é que essa iniciativa nasceu da própria pre-si dên cia do CPB.” A Academia é baseada em três pilares: a relação com o meio acadêmico, a capaci-tação de profissionais para o Esporte Pa ra -olímpico e a publicação. Parcerias com as universidades já vêm acontecendo há al gum tempo (veja boxe ao lado). Mas a ca pa cita ção de novos profissionais é uma inovação. “Um dos principais objetivos é trabalhar na formação de recursos humanos: técni-cos, árbitros, classificadores funcionais, professores de educação física. Tanto capa-citar quanto atualizar os nossos profissio-nais”, explica Gavião. O presidente do CPB, Andrew Parsons, é um dos maiores entusiastas do novo projeto. “Esse é um programa que, certamente, trará grandes benefícios ao Esporte Paraolímpi-co a longo prazo”, ressalta Parsons.

Uberlândia sedia piloto A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) será a sede do primeiro CEFEP (Cen-tro de Formação do Esporte Paraolímpico). “A UFU será um piloto. Mas a ideia é termos esses centros em vários lugares do país”, explica Parsons. “De lá poderemos pa dronizar alguns cursos. Mas a Academia é uma coisa do Brasil inteiro. Os integrantes

Academia Paraolímpica Brasileira cela vínculo com as principais instituições de ensino do País

uNIVeRSIDaDeS Como PaRCeIRaS

analisa o Coordenador da Comissão Cientí-fica do CPB, professor José Júlio Gavião. Ele explica que a intenção da Academia é lançar livros para auxiliar as pessoas que fazem o Esporte Paraolímpico em sua base. “Será uma literatura mais acessível para técnicos e professores de educação física.” O primeiro livro com o selo da Acade-mia publicado pela Editora Atheneu está previsto para ser lançado em setembro. “Será um material de referência sobre o Esporte Paraolímpico”, explica o professor Ciro Winckler, organizador da publicação ao lado do também professor Marco Túlio de Mello, ambos da Unifesp. “O livro trará as noções básicas, regras e história das 20 modalidade das Paraolimpíadas de Verão. Além de textos sobre classificação funcio-nal e um pouco da história do Esporte Para-olímpico”, detalha. A intenção é que a segunda publicação da Academia trate da parte de treinamento específico de cada modalidade. “Infelizmente a literatura nessa área no Brasil está muito desatualizada. Usamos como referências livros de 1991, 1992”, lamenta o professor da Unifesp. “A Acade-mia Paraolímpica Brasileira, aos poucos irá preencher essas lacunas.”

COMissÃO CiEnTÍFiCa dO CPB

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Parcerias já têm efeitos

Os atletas das seleções brasileiras de na-tação, atletismo e judô já sentem os bene-fícios da parceira do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) com as principais univer-sidades do país, desde o ano passado. Tanto a Unicamp, quanto a Unifesp, são as responsáveis pela bateria de exames feitas nos principais judocas, nadadores e atletas do país. Ecocardiograma, eletro fei-to em repouso e ergoesperiometria foram alguns dos exames que os atletas das se-leções de natação e atletismo fizeram em fevereiro, durante a primeira semana de treinamento, em São Caetano. Os testes foram todos feitos no CEPE, Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercícios, da Afip, ligado à Unifesp. A ba te ria intensa de exames foi novidade para alguns atletas mais jovens, como Ta-lisson Glock (na foto). Para outros, não passou de rotina. “Já estou acostumado”, garantiu o “ex-periente” Daniel Dias, de 21 anos, mas há

quatro nessa rotina. Que ao entrar na sala para fazer o ecocardiograma já tirou a ca-misa e perguntou para a enfermeira: “De que lado você quer que eu vire?”, sempre de bom humor. “Com isso a gente não só confirma se o atleta está em boa saúde, mas descobre qual o limite dele”, explica o médico da seleção de natação e coordenador médico do CPB, Dr. Roberto Vital. Os exames também previnem proble-mas graves. Foi o caso do atleta-guia Jus-tino Barbosa dos Santos. Durante a bateria de exames feita em dezembro, teve uma pequena anomalia no coração detectada. Em janeiro ele passou por uma intervenção para solucionar o problema. “Não chegou nem a ser uma cirurgia, é uma técnica de ablação”, explicou Dr. Ro-berto Vital. O atleta precisou ficar apenas um dia internado e 30 dias depois já esta-va de volta aos treinos. Justino ficou feliz com o resultado. “Hoje sinto muito menos cansaço no treino”, conta o atleta.

“esse é um programa que, certamente, trará grandes benefícios ao esporte paraolímpico a longo prazo.”

Andrew ParsonsPresidente do CPB

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No dia 31 de março, os presidentes de todas as Confederações associadas ao Comitê Paraolímpico Brasileiro

(CPB) se reuniram em Brasília para a As-sembleia Geral Ordinária, anual. Na oca-sião, o grupo conheceu o relatório técnico e administrativo de 2009 do CPB, apresen-tado pelo presidente Andrew Parsons. Parsons destacou os principais pontos deste primeiro período no comando da entidade máxima do Movimento Para-olímpico no Brasil. Na Assembleia, foi aprovada por unanimidade a prestação de contas do primeiro ano de gestão da dire-toria executiva do CPB. Na sequência, teve inicio a Assembleia Geral Extraordinária, que aprovou as pro-postas de mudança no Estatuto do CPB. Agora, os votos serão unitários por moda-lidade esportiva, sendo que as entidades de administração por área de deficiência já contam com um voto, independente do número de modalidades que administra. Ao fim das Assembleias, Andrew Par-sons agradeceu a participação de todos des ta cando a nova fase de diálogo do CPB. “Temos um novo clima no Comi-tê Pa ra o lím pico. Que a gente consiga manter es sa harmonia e tranqüilidade por muitos anos.” O presidente da Confederação Brasi-leira de Desportos para Cegos (CBDC), David Farias Costa encerrou elogiando a todos presentes pela “disposição de todos em oferecer o possível para que a gente possa construir um Movimento Paraolím-pico cada vez melhor”.

em busca de uma meta única

Nos dois dias que antecederam a As-sembleia Geral, cerca de 50 presidentes, vice-presidentes e coordenadores técnicos de todas as entidades que gerem o Esporte Paraolímpico participaram da 1ª Confe-rência Nacional do Esporte Paraolímpico. O evento teve, em seu primeiro dia, reuniões para os ajustes no planejamen-to único que o segmento fará de 2010 a 2016. Os representantes das entidades se reuniram com os membros do Comitê Pa-

raolímpico Brasileiro para apresentar suas metas e discutir as traçadas pelo departa-mento técnico do CPB. “Este é um momento único. É a primei-ra vez que existe um movimento do CPB no sentido de reunir todos aqueles que fa-zem o esporte paraolímpico para planejar-mos juntos os próximos anos”, destacou o presidente do CPB, Andrew Parsons. “Estamos vivendo um momento histó-rico com a proximidade das Paraolímpia-das no Rio, o que não ocorrerá novamen-te nessa geração. Temos que saber o que queremos e planejar, elencar as priorida-des e executar”, justificou Parsons.

Presente na abertura da Conferência, o Secretário Nacional de Alto-Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, parabenizou a iniciativa do CPB. “Quando você tem pouco dinheiro é fácil dividir, você dá um pouco para cada um e está tudo bem. Quanto mais recurso tem para dividir, o melhor projeto é que tem maiores chances de receber mais. O CPB deu um importante passo nesse sen-tido”, alertou Leyser. “A chave é fazer o que a gente pode fazer melhor juntos e não separados. Este é um momento rico em oportuni-dades e a porta está aberta. Quanto mais perto o Movimento Paraolímpico estiver, mais o gover no vai poder fazer por ele”, completou Marco Aurélio Klein, diretor de Excelência Esportiva e Promoção de Eventos da Secretaria Nacional de Alto- Ren di mento, que também participou da abertura da 1ª Conferência do Esporte Pa-raolímpico Brasileiro. A presença dos representantes do Mi-nistério do Esporte foi ressaltada por Par-sons como um reconhecimento de que o Esporte Paraolímpico é esporte de alto ren-dimento. O que foi reafirmado por Leyser: “Não faz sentido não olhar para o CPB. Vamos ser bons anfitriões em 2016, mas também nos preocuparmos em trazer meda lhas.” As entidades tiveram até o dia 9 de abril para enviar os ajustes propostos pelos técnicos do CPB ao projeto inicialmente apresentado. O plano final será entregue ao Governo Federal.

união e metas ousadas

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CPB realiza a Conferência do Esporte Paraolímpico Brasileiro e traça planos conjuntos com todo o movimento para os Jogos de 2012 e 2016

“temos um novo clima no comitê paraolímpico. Que a gente consiga manter essa harmonia e tranquilidade por muitos anos.” Andrew parsons, presidente do CPB

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abordagem parlamentar em questão

O segundo dia da 1ª Conferência do Es-porte Paraolímpico Brasileiro foi marcado por um rico debate entre membros das entidades paraolímpicas e parlamentares. Sob o tema “Abordagem Parlamentar”, o encontro teve como objetivo construir um plano de ação do Movimento Paraolímpi-co junto às instâncias governamentais. Convidados pelo CPB, a Deputada Pro fessora Raquel Teixeira (PSDB-GO), presidente da Comissão de Turismo e Desporto; o Deputado Gilmar Machado (PT-MG), vice-líder do Governo; e o De-putado Deley de Oliveira (PSC-RJ), mem-bro da CTD, falaram por algumas horas a cerca de 40 representantes de todas as modalidades do Movimento.

“Nosso objetivo é nos organizar para dialogar melhor com o Congresso”, resu-miu o presidente do CPB, Andrew Parsons. A Deputada Professora Raquel Teixeira lembrou a importância de um bom pla-ne jamen to para poder fazer o papel virar realidade. “Nada cai do céu, não existe milagre. Para que a verba seja destinada a algum projeto é preciso ter um planejamento efi-ciente que leve à sua execução”, disse a Deputada. “Estamos de ouvidos atentos para ser um instrumento de realização do Movimento Paraolímpico. Vivemos um período de entusiasmo no que tange o es-porte e o turismo no Brasil”, afirmou. Já o Deputado Gilmar Machado falou da importância de adaptar instalações es-portivas, da participação dos clubes na

formação de atletas e do incentivo do de-bate sobre esporte na TV pública. “É preciso de ações articuladas. A situ-ação só poderá melhorar se o trabalho for organizado”, falou o Deputado. Após as primeiras palavras, os três par-la men tares responderam longamente a que s tões dos representantes do Movimen-to Paraolímpico. O Deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) também prestigiou o encontro. O presidente Andrew Parsons solicitou a cada entidade que, até 15 de abril, en-viasse ao CPB sugestões de ação junto aos parlamentares levando em consideração a área de interesse, a forma de abordagem e a imagem que o Movimento deseja trans-mitir. Já está em pauta também uma au-diência pública na Câmara dos Deputados com o CPB.

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Luiz Claudio Pereira, Marco Aurelio Klein, Ricardo Leyser, Andrew Parsons e Mizael Conrado na abertura da 1ª Conferência do Esporte Paraolímpico Brasileiro

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Há 23 anos, um acidente de carro mudou completamente a vida de Sérgio Vida. Nada que o impedisse de fazer o que gosta. Três meses após o aci-dente, ele já dirigia carros de passeio. Em 1999 ele come-çou a andar de kart. No fim de

Durante o Circuito Loterias Caixa, que ocorreu em Belém, uma nova modalidade esporti-va foi apresentada ao público. Criada em 1989 na Dinamarca, a Petra é praticada desde o ano passado no Brasil. Uma parce-ria entre a ANDE e o CPB fez com que o espor te viesse a ser praticado no país. “É uma modalidade dinâmi-ca, veloz. Tem cara de esporte. É uma opção a mais para os

Cadeirante pioneiro da Stock Car

Petra chega ao Brasil

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2009, o grande desafio de Sér-gio: ser o primeiro cadeirante a pilotar um carro de corrida. Ele estreou na categoria de acesso da Stock Car, a Vicar, na etapa de Curitiba, uma das últi-mas da temporada, com um car-ro totalmente adaptado. Freio, acelerador e troca de marchas

são feitas com as mãos. O que exige muito treino. Além de mostrar que nada é impossível para uma pessoa com deficiência, Vida deixou claro que elas podem praticar esportes em alto nível. Tudo é uma questão de adaptação. Nesta temporada Sérgio Vi-da ainda não correu por falta de patrocínio, mas não vai de-sistir de seu sonho.

Etapa Norte-Nordeste

No mês de abril, mais especificamente entre os dias 02 e 04, foi disputada a Regional Norte-Nordeste de Goalball, na cidade de João Pessoa-PB. Onze equipes e um total de 82 participantes, entre atletas, dirigentes e coordenação, foram responsáveis por uma grande competição.

No feminino, a equipe da ADEVIRN foi a grande vencedora, seguida da APACE e APEC, em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Denise Souza, da ADEVIRN foi a artilheira com 22 gols anotados.

O time do ICP foi o campeão no masculino. A APACE e APEC ficaram novamente com o segundo e terceiro lugares. O trio da ADEVIRN também teve o artilheiro na disputa entre homens: Halysson Boto, foi o goleador máximo, com 43 gols.

atletas com paralisia cerebral”, explica Ana Cecília Frazão, classificadora de atletas PC e fisioterapeuta que trabalha com a equipe de Petra. Os atletas da Petra são classi-ficados entre três diferentes clas-ses: CP1, CP2 e CP3, sendo três o grau de menor gravidade. O Race Running, como é chamado no exterior, é uma modalidade do atletismo onde os atletas correm com os seus

próprios pés, apoiando-se a uma armação com três rodas anexadas a um suporte para o seu corpo. O corredor tem o apoio de um assento e de um suporte para tronco. A CPISRA é a entidade que organiza o esporte em âmbito internacional e realizou um Campeonato Mundial, em 2009, na Dinamarca. O Brasil e mais seis países estiveram presentes. Os atletas nacionais conseguiram um incrível de-sempenho, conquistando sete medalhas de ouro. Os idealizadores do projeto foram o professor Doutor Ival-do Brandão e a fisioterapeuta Doutora Tânia Frazão. Edinal-do Silva, educador físico, foi o res ponsável pela execução do pro jeto.

Mais informações sobre a Petra:Ana Cecília Frazão: [email protected] Edinaldo Gomes da Silva:[email protected]

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Campeonato Mundial de Petra disputado na Dinamarca, em 2009

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Verba de patrocínio aumenta quase 25% e agora também contempla o futebol de 5

O Comitê Paraolímpico Brasileiro e a Loterias CAIXA renovaram o contrato de patrocínio para mais um ano, com novidades significativas para o Esporte Paraolímpico Brasileiro. Desde 2004 apoiando o segmento, a Loterias CAIXA aumentará o valor em quase 25%, passando para R$ 9 milhões anuais. Com o crescimento do investimento, o CPB pode ampliar o número de atletas beneficiados de 21 para 28, além de incluir no contrato o futebol de 5, modalidade para deficientes visuais, e manter o apoio à natação, ao atletismo e ao halterofilismo.

A verba de patrocínio também se destina à realização do Circuito Loterias CAIXA, com três etapas regionais e três nacionais, além de competições internacionais.

“O CPB está muito satisfeito em renovar esta parceria que vem desde 2004. Principalmente pela evolução do contrato e pelo crescente envolvimento da Loterias CAIXA com o Movimento Paraolímpico, comprovada com a inclusão do Futebol de 5. Esta parceria foi fundamental para alcançarmos os resultados dos últimos anos e esperamos que ela perdure por muito tempo”, comemora Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro.

Brasil pode disputar curling nas Paraolimpíadas de Inverno

CPB E LOTERIAS CAIXA MANTÊM PARCERIA DE SUCESSO O Brasil quer participar das

próximas Paraolimpíadas de In verno, que acontecerão em Sochi, na Rússia, em 2014. O esporte escolhido é o curling em cadeira de rodas. O Comitê Paraolímpico Brasileiro envi-ou uma comitiva junto com a Confederação Brasileira de Desporto no Gelo (CBDG) a Vancouver, durante a realiza-ção das Paraolimpíadas de In-verno, para uma aproximação maior junto ao esporte. “A visita foi muito pro-veitosa. Pudemos conhecer melhor a prática do esporte e, mais importante, países se mostraram abertos ao inter-câmbio. Isso, com certeza, será muito interessante para a im-plementação da modalidade”,

avaliou Edílson Alves Tubiba, diretor técnico do CPB. O curling em cadeira de rodas é disputado exclusiva-

mente por lesionados medular e não possui classes. Homens e mulheres jogam juntos em equipes mistas.

Carlos Vieira no IPC

O Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) anunciou, em abril, a formação do seu Comitê de Auditoria e Finanças. Entre os membros está o brasileiro Carlos Viei-ra, Superintendente Administrativo, Fi-nanceiro e Contábil do Comitê Paraolím-pico Brasileiro (CPB). Vieira já compôs o Comitê de Finanças nos últimos quatro anos e foi eleito por unanimidade pelos membros do Comitê Executivo do IPC. O Comitê de Auditoria e Finanças se reúne uma vez por ano e é o responsável por analisar as aplicações financeiras do IPC. Além do brasileiro, formarão o Co-mitê o presidente do Comitê Paraolímpico Dinamarquês, John Petersson, e o presi-dente do Comitê Paraolímpico Francês, Michel Chopinaud. Andrew Parsons, presidente do CPB, comemorou a escolha do brasileiro. “Acredito que a indicação do Carlos Viei-ra para o Comitê Financeiro do IPC é um claro reconhecimento da boa administra-ção do CPB”, analisou. “Felicito o Carlos Vieira, que certamente desempenhará um grande papel nos próximos quatro anos no Comitê de Finanças”, concluiu Parsons.

Superintendente do CPB fará parte do Comitê de Finanças

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TenÓrio X CaMiLoDeSaFio

T: Você está bem de cabeça neste momento, na sua vida pessoal?C: Estou melhor do que nunca. Feliz dentro e fora do tatame e entre os melhores do ranking mundial.

T: Você tem alguma lesão que o incomode no treinamento?C: No fim do ano sofri uma lesão no pulso, mas, atual-mente, não há nada que me atrapalhe. Tenho minha preparação voltada para os grandes eventos deste ano.

T: É sua meta se manter na seleção olímpica?C: A meta é sempre estar na seleção brasileira. Desde 2005, quando voltei após o ciclo olímpico de Atenas, não fiquei mais fora. Mas a concorrência é dura, existem grandes judocas na minha categoria no Brasil.

T: Como você está fazendo o preparo para 2012? Você tem o objetivo de ficar entre os três melhores nas Olimpíadas de Londres?C: O objetivo é sempre a medalha. Desde 2009 que luto entre os médios e seria uma honra ter três medalhas olímpicas, uma em cada categoria. Em Sidney fui prata entre os leves e em Pequim fui bronze entre os meio-médios.

T: Thiago, você continuará até 2016 ou pendurará o quimono?C: Penso num ciclo por vez. Lutar uma olimpíada no Brasil será especial para qualquer atleta. Se eu estiver bem fisicamente, é claro que vou buscar a vaga.

C: Qual é a sensação de ter conquistado quatro vezes a medalha de ouro nos Jogos Paraolímpicos?T: Emocionante. Cada campeonato foi diferente. Cada medalha conquistada teve uma emoção diferenciada.

C: Quais foram suas maiores dificuldades para chegar onde chegou?T: Vencer os preconceitos em cima do tatame e a busca por patrocínio. Hoje sou patrocinado pela CAIXA, mas no começo foi difícil.

C: Como você analisa o atual momento do Movimento Paraolímpico no Brasil?T: Vejo uma crescente. Hoje somos a nona potência pa-raolímpica do mundo. Acho que só tende a crescer. E até 2016 a gente pula para o sexto lugar tranquilamente.

C: Quantas horas você treina por dia e quais são os principais pontos que fazem o treinamento do judoca paraolímpico ser diferente do judoca comum?T: Treino durante quatro horas, todos os dias. Mas acredito que não há diferença entre o treinamento do judoca paraolímpico e do olímpico. Toda a parte técnica é igual ao judô olímpico, a única diferença é que a gente já começa a luta com a pegada.

C: Que mensagem você deixa para os judocas bra-sileiros, principalmente os que ainda não tiveram a oportunidade de grandes conquistas como você?T: Que nunca desista do seu sonho. Continue sonhando e correndo atrás que uma hora você o alcança.

Tenório para Camilo: Camilo para Tenório

Antônio Tenório, detentor de quatro ouros paraolímpicos, e Thiago Camilo, dono de uma prata e um bronze olímpicos, se encontraram durante o treinamen-to das duas seleções. Após duelarem nos tatames, eles enfrentaram o desafio de um fazer perguntas ao outro.

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MAIO / JUNHO 2010 33

Turma da Mônica

“Já falei que se ela não comer frutas e legumes da próxima vez vou fazer uma mamadeira com suco para ela tomar na frente de todo mundo” Terezinha Guilhermina, sobre Viviane Soares

HUMorHUMor

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