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Agosto e setembro de 2007 n26 Patrocinador oficial do Comitê Paraolímpico Brasileiro www.cpb.org.br Pequim: vagas no remo, vela e hipismo O desempenho do Brasil no Parapan Rio 2007

Revista Brasil Paraolímpico n° 26

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Edição número 26 da revista oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro - CPB.

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Page 1: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

Agosto e setembro de 2007n26

Patrocinador oficial do Comitê ParaolímpicoBrasileiro

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Pequim: vagas no remo, vela e hipismo

O desempenho do Brasil no Parapan Rio 2007

Page 2: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

Parabéns pelo primeiro lugar no quadro de medalhas.Unimed. Plano de Saúde Ofi cial da Equipe Paraolímpica Brasileira.

O melhor plano de saúde é viver.O segundo melhor é Unimed.

NÃO OLHE PARA ELES COMO SE FOSSEM PESSOAS NORMAIS.ELES GANHARAM 228 MEDALHASPARA O BRASIL.

AF_an_Unimed.indd 1 9/17/07 7:22:17 PM

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No Pódio 02 Lucas Prado 26 Amauri Ribeiro 30 Batatinha 41 Amalia Perez

Humor 5 Tirinha da Turma da Monica e caricaturas de Saulo Cruz

ESPorTE ESCoLAr 06 Brasília recebe a segunda edição do campeonato escolar

CLuBE Em dESTAQuE 8 AADV

NoTíCiAS 29 Mundial da Ibsa

33 Mundial de Remo

34 Mundial de Vela

38 Mundial de Hipismo

40 Mundial da Iwas

CAPA 10 Parapan de resultados

41 NoTAS

BASTidorES 42 Parapan 2007

oPiNiÃo 46 Andrew Parsons - Presidente do Comitê Paraolímpico das Américas

47 CArTAS

O Brasil nO ParaPanO ano de 2007 ficará marcado na história do

movimento paraolímpico brasileiro. A magnífica atuação do Brasil nos Jogos Parapan-americanos, conquistando 228 medalhas (83 de ouro, 68 de prata e 77 de bronze) e o primeiro lugar no qua-dro geral da competição provaram o crescimento incontestável do esporte paraolímpico em nosso país e nos dão ainda mais ânimo para os Jogos Paraolímpicos de Pequim, quando teremos a maior delegação da história. O Parapan ainda deu ao país um legado fundamental, o da divulgação. A presença maciça do público nas competições e a cobertura jamais feita pela mídia fizeram com que o esporte paraolímpico ficasse ainda mais próxi-mo das pessoas, uma chance de ouro de mostrar que o esporte para pessoas com deficiência é um esporte competitivo e de alto rendimento. E a so-ciedade brasileira se rendeu ao talento dos nossos atletas. Nesta edição, a revista Brasil Paraolímpi-co vai reviver momentos dos Jogos, através dos medalhistas, conquistas e imagens que não serão esquecidas.

Mas os motivos para comemorar vão além dos Jogos Parapan-americanos. A revista também mostra as conquistas do hipismo e do remo nos Campeonatos Mundiais, que colocaram o Brasil no lugar mais alto do pódio, garantindo vagas para Pequim. Destaque ainda para a participação da vela em seu Mundial, também conquistando vagas para os Jogos Paraolímpicos e para a nos-sa jovem e brava seleção participante dos Jogos Mundiais da Iwas, que fez trabalho de gente gran-de e mostrou que o Brasil está no caminho certo do desenvolvimento e consolidação do esporte

paraolímpico e ainda podemos conquistar muitas vitórias.

Continuando a proposta de apresentar aos leitores alguns dos grandes destaques internacionais do esporte paraolímpico, nesta edição temos uma entrevista com Amália Perez, atleta mexicana do halterofilismo e um dos maiores destaques do Pa-rapan. Amália quebrou o recorde mundial em sua categoria e agora é uma das favoritas ao ouro em Pequim. Na seção de clubes, uma justa homena-gem à Associação Atlética dos Deficientes Visu-ais, que desenvolve um trabalho com o atletismo no Paraná e hoje tem em sua equipe atletas de destaque, como os velocistas Terezinha Guilher-mina e Lucas Prado. O profissional homenageado nesta edição é o técnico da seleção brasileira de voleibol sentado, Amauri Ribeiro que, depois de anos de vitórias como atleta, agora empresta seu potencial ao esporte paraolímpico e já começa a escrever uma história de sucesso também como técnico, conquistando o ouro nos Jogos Parapan-americanos.

Como presidente do Comitê Paraolímpico Bra-sileiro, sinto-me orgulhoso e privilegiado por participar deste momento único do nosso movi-mento. Para mim, é uma alegria estar à frente do CPB em um ano de tantas vitórias para o esporte paraolímpico no Brasil.

Parabéns a todos e boa leitura!

Vital Severino Neto Presidente do Comitê

Paraolímpico Brasileiro

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Um jOvem recOrdistaAos 24 anos e dono de duas marcas mundiais, Lucas Prado se destaca no atletismo paraolímpico

Por: Luciana PereiraFotos: Arquivo CPB

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Dono de recordes mundiais nos 100m e 200m para velocistas cegos, Lucas Prado (ADDV) quer, como ele mesmo fala, “ser o cego mais rápido do

mundo e aparecer muito na televisão”. Sim, para ele esta é a melhor parte do es-porte. “Bater recorde e ganhar medalha é bom demais, mas aparecer na televisão é melhor”, confessa. “Sempre foi meu so-nho ser famoso, ser reconhecido na rua. Poder fazer isso tudo sendo um exemplo de superação é sensacional. É isso que quero ser: um ídolo de superação”.

Nos Jogos Parapan-americanos, mes-mo com pequenas fraturas na canela cau-sadas por estresse muscular, Lucas conse-guiu as duas coisas: foi o mais rápido nos 100m, 200m e 400m, quebrando a marca parapan-americana na última prova. Nos 100m e 200m, é dono da marcas mun-diais, alcançadas duas semanas antes, no Mundial da Ibsa, realizado em São Paulo. E apareceu muito na televisão. “Quando acabava de correr e percebia que a te-levisão estava esperando para me entre-vistar até esquecia da medalha”. O atleta agora quer o recorde mundial que ainda não tem: nos 400m. “Se não for este ano ainda, será em Pequim”, promete.

Lucas nasceu em Cuiabá e foi regis-trado em Poxoréu, cidade próxima a ca-pital de Mato Grosso, seis meses depois

do nascimento. Morou a maior parte do tempo em Rondonópolis. Em 2006, mu-dou para Curitiba. De lá, viaja duas horas por dia até Joinville para treinar com o técnico Amaury Veríssimo e com o atle-ta-guia Justino Barbosa. “O Amaury foi quem me transformou em um atleta de verdade. Ele me fez ter cabeça de atleta. Devo muito a ele”.

A perda da visão foi de repente. No dia 31 de marco de 2002, seguiu normalmen-te para o trabalho, como auxiliar adminis-trativo em um banco. De repente, tudo es-cureceu. Lucas virou para uma amiga que trabalhava ao lado e disse: “Estou cego”. Ninguém levou a sério. Nem ele. Começou a ficar preocupado quando, 15 minutos depois, ainda não conseguia enxergar. “Eu cheguei a sentir alguns flashes, umas lu-zes fortes e rápidas na vista. Achava que era relâmpago”, lembra. Não era. Os tais “relâmpagos” eram, na verdade, o começo de um descolamento de retina.

Lucas, então com 19 anos, chegou a fazer seis cirurgias sempre com o mes-mo resultado: ao tirar o curativo, a visão voltava por cerca de quinze dias. Quando a cicatrização começava, um novo desco-lamento de retina fazia com que perdesse a visão novamente. Ficou assim por um ano, até o médico sentenciar que não era mais possível operar e que a perda da visão era irreversível. “Não sabia mais o

Lucas Prado e o atual guia Justino Barbosa

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que fazer. Fiquei revoltado, desesperado. Os amigos sumiram, larguei o trabalho. Não queria mais viver”, lembra.

Até que, em 2004, conheceu a ARDV (Associação Rondonopolitana de De-ficientes Visuais) e lá descobriu que existia esporte para deficientes. Passou pelo futebol de cinco e pelo goalball até descobrir o atletismo, em 2005, através da atleta Terezinha Guilhermina e do atleta-guia Chocolate. “Não dava certo nos esportes coletivos porque brigava demais. Queria depender só de mim”, conta. De si mesmo e do guia, que cor-

re junto ao atleta cego, preso a ele por uma cordinha. O primeiro foi Chocolate que, ao conhecer Lucas, se ofereceu para guiá-lo. “Ele foi o primeiro a acreditar em mim. Disse que não queria ganhar nada. O salário dele seria a minha con-vocação para o Mundial”, lembra.

Um ano depois, o “salário” foi pago e Lucas foi para Assen, na Holanda, com a delegação brasileira no Mundial de Atletismo Paraolímpico. Lá, conquistou a prata no revezamento 4X100m, ao lado de André Garcia, Felipe Gomes e Julio César Petto. “Fiquei frustrado e com rai-

va do resultado porque achava que ia ganhar todas as provas. Na realidade, eu não tinha noção do que era um campeo-nato mundial”, admite.

Mas Lucas conseguiu transformar a frustração em energia para correr ainda mais e hoje é um dos principais atletas paraolímpicos do país. “Eu ainda não aceito, mas já me conformo em ser cego. Conquistei muitas coisas e conheci mui-tos lugares e pessoas. Não penso mais que sou um deficiente, mas sim um atle-ta. E tenho certeza de que não preciso da visão para ser feliz”.

Com Chocolate, seu primeiro guia... ...brincando de cinegrafista

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Turma da Mônica

Batatinha, do basquete, e Lucas Prado, do atletismo, são alguns dos destaques da

seção No pódio desta edição.

Divirta-se!

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FUtUrOs vencedOresCampeonato Escolar chega a segunda edição com provas no Distrito Federal

Santa Catarina foi o estado vence-dor do II Campeonato Brasileiro Escolar Paraolímpico, que aconte-ceu no mês de outubro em Bra-sília. O estado, representado por

35 atletas de natação, atletismo, goalball e tênis de mesa, levou o troféu de delegação campeã, com 537 pontos, seguido por Mi-nas Gerais, com 511, e Distrito Federal, com 438. “Tenham isso como incentivo para que encontremos no esporte uma nova alegria de viver”, disse o presidente do Comitê Pa-raolímpico Brasileiro, Vital Severino Neto, ao fim da cerimônia de premiação. “Ganhar é muito bom, mas o convívio e a alegria que tivemos ao longo deste campeonato são muito mais gratificantes”, completou.

Apesar de ser um competição de jovens atletas – a idade máxima era 17 anos – o Campeonato Brasileiro Escolar Paraolímpi-co teve um nível técnico alto, que chegou a surpreender os coordenadores envolvi-dos. Os atletas do infantil, principalmen-te, tiveram tempos muito bons”, avalia o coordenador técnico da natação Gustavo Abrantes, destacando o goiano Vanilton A. do Nascimento, de 14 anos, que ficou com

o ouro nos 50m borboleta e nos 50m livre, fazendo o tempo de 31s25.

O Campeonato faz parte de um grande projeto do Comitê Paraolímpico Brasileiro de divulgação e fomento do desporto esco-lar, o Paraolímpicos do Futuro. Desde 2005, o CPB, em parceria com as Secretarias de Educação e Esportes, realiza seminários de orientação de professores de educação físi-ca nas escolas visando à inserção do aluno com deficiência nas aulas. E acaba por es-timular o esporte. “Já estamos vendo times neste campeonato que se formaram após a realização dos seminários na cidade. Isso é muito gratificante e prova que o trabalho está no caminho certo”, comemorou o co-ordenador do goalball, Marcio Morato.

No segundo ano de atividades do pro-jeto “Paraolímpicos do Futuro”, mais de 24 cidades do país foram ou ainda serão visita-das pela turma de técnicos do Comitê Para-olímpico Brasileiro. Cidades de Santa Catari-na, Pará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Ceará e Distrito Federal receberam ao longo de 2007 orientações so-bre como lidar com alunos com deficiência nas aulas de educação física.

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FUtUrOs vencedOresCampeonato Escolar chega a segunda edição com provas no Distrito Federal

Classificação Geral1 Santa Catarina 537 pontos

2 Minas Gerais 511 pontos

3 Distrito Federal 438 pontos

4 Pará 409 pontos

5 Paraná 365 pontos

6 Mato Grosso do Sul 363 pontos

7 Rio Grande do Norte 265 pontos

8 Bahia 172 pontos

9 Goiás 157 pontos

10 Sergipe 174 pontos

11 Alagoas 134 pontos

12 Amazonas 104 pontos

13 Acre 90 pontos

14 Maranhão 65 pontos

“O Brasil é um celeiro de talentos espor-tivos. Se houver mais investimento nessas pessoas, conseguiremos atingir o primeiro lugar no mundo”, afirmou o secretario de Es-portes do Distrito Federal, Agnaldo de Jesus, durante a cerimônia de abertura do evento, que teve desfile das 14 delegações partici-pantes e apresentações culturais. O atleta da natação Douglas Benfica acendeu a pira pa-raolímpica, marcando a abertura dos jogos. O juramento do atleta foi feito por Thiago Barbosa, do atletismo, que participou da de-legação que representou o Brasil nos Jogos Mundiais da Iwas, em Taipei.

“Estamos muito felizes de realizar mais

uma vez este campeonato que será fixo, anualmente, sempre no mês de outubro. As escolas podem contar com este calendá-rio”, anunciou o vice-presidente de Finan-ças do CPB, Sergio Gatto, responsável pelo desporto escolar.

Participaram do campeonato os estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Mi-nas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe, além do Distrito Federal. Em 2006, na primeira edição do Campeonato, realizado em Fortaleza, 200 estudantes de 12 estados participaram das provas de atletismo e natação.

Na abertura, juramento e pira paraolímpica

Por: Luciana PereiraFotos: Christophe Scianni

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A história da Associação atléti-ca do deficiente visual – AADV não pode ser separada do nome de algumas figuras ligadas ao atletismo brasileiro nos 80.

Anelise Hermany, primeira brasileira defi-ciente visual medalhista paraolímpica, An-tonio de Barros, Mario Sergio Fontes, entre outros. Eles foram peças fundamentais na idealização e criação de uma associação no estado do Paraná exclusiva para os defi-cientes visuais praticantes de atletismo.

Mario Sergio até os dias de hoje, após muitas idas e vindas, integra a associação e lembra do esforço dos atletas para for-mação de um grupo que representasse os ideais comuns dos praticantes do atletis-mo. “Na época eu fazia educação física e era atleta, partimos dos mesmos interesses

de formar uma equipe forte de atletismo no Brasil, a partir daí surgiu o grupo”.

A idéia se tornou realidade e em 1986 a AADV passou a funcionar e a partir do trabalho dos “atletas–funcionários” obteve grandes conquistas. “Naquele momento as pessoas vinham interessadas em ter um gru-po forte, a competitividade que se estabe-leceu entre os clubes fortaleceu o trabalho da AADV. Alguns atletas foram convidados e passaram a ser parte do grupo, formamos uma boa equipe de professores, além disso, colaborávamos em outras áreas como vagas no mercado de trabalho, condições de mo-radia”, Mario Sergio fala entusiasmado des-sa época. Desde então o trabalho obteve muito sucesso. Em 1987 e 1988 a equipe de atletismo foi eleita campeã brasileira, e teve boas participações em competições

como a Paraolímpiada de Seul, em 1998.

A partir de 1990, a AADV fechou parce-ria com outras instituições a fim de ampliar o trabalho com o esporte paraolímpico. Mario Sergio lembra que o trabalho durou muitos anos. “A Associação dos Deficientes Visuais do Paraná - Adevipar foi uma das parceiras e nos unimos para uma melhor es-trutura. Por isso os atletas migraram pra lá. Varias modalidades eram praticadas, mas por diversos fatores a única equipe que se manteve foi a do futebol”. Logo depois a AADV retomou o trabalho junto ao Institu-to Paranaense de cegos. “A associação nun-ca tinha tido nada de esporte, via somente o lado da educação e do social. A coordena-ção me fez um convite para trabalhar com o esporte junto às outras atividades como moradia, trabalho e a partir disso o esporte

medalha de OUrOPor: Fernanda Villas BôasFotos: Thiago Campos

Atletas de ponta como Terezinha Guilhermina e Lucas Prado vestem a camisa da AADV

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entrou no currículo escolar”.

Vinte anos após seu surgimento a AADV retoma o trabalho apenas como associação para os atletas deficientes visuais prati-cantes do atletismo, desta vez na cidade de Curitiba com poucos integrantes, mas ótimos resultados. “No final de 2006 mui-tos atletas vieram pra Curitiba por diver-sos fatores, mas com o objetivo final de melhorar seus resultados. Alguns deles me procuraram, outros eu já conhecia”. E mais uma vez Mario Sergio está em busca do antigo ideal da AADV: lutar pelos atletas e pela modalidade mais praticada nos 70 paises filiados a Federação Internacional de desportos para cegos.

A busca dos ideais da AADV parece estar no caminho certo. Este ano o clube foi eleito o melhor do ano na modalidade atletismo.

Lucas Prado, Terezinha e Sirlene Guilher-mino, Indayana Martins, Osmar de Oliveira e Sergio Dias são os brilhantes atletas da associação. Outros seis jovens treinam para participar de competições em 2008.

Mesmo com a pequena estrutura, a AADV dá um grande passo para o cresci-mento do esporte paraolímpico. “A cida-de de Paranaguá adotou o desporto pa-raolímpico, a partir de agora eles apoiam diversas modalidades, temos um time de vôleibol paraolímpico formando treinando bastante. A Fundação Municipal de espor-tes está trabalhando muito”, conta ativista do esporte paraolímpico. Outras modalida-des que estão para começar são a natação e o futebol. Para o atletismo a notícia tam-bém é boa, a Fundação promete reformar a pista o mais rápido possível.

As iniciativas parecem aprovadas. Lucas Prado, um dos melhores velocistas cegos do mundo, fala confiante do amigo e da Associação. “Acho que o Mario Segio acre-dita no esporte. Nós conversamos muito e nos unimos pela mesma causa. Mesmo com as poucas condições de início nós do atle-tismo vestimos a camisa da AADV, agora se tudo der certo vamos continuar nosso trabalho em Paranaguá”.

A Fundação pretende receber os atletas da AADV, abrir as portas para os interes-sados e a cidade abraçar o esporte para-olímpico.

Quem quiser ter mais informações sobre a associação deve entrar em contato com a Fundação Municipal de Esportes de Parana-guá, pelo telefone 41-3420-2889 ou pelo e-mail [email protected].

Os atletas da AADV recebem homenagens no Paraná

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Para nUnca esqUecerDelegação brasileira conquista 22� medalhas no Parapan e coloca o Brasil no lugar mais alto das Américas

Um Parapan para ficar na histó-ria. Motivos não faltam: o pri-meiro a ser realizado na mesma cidade do Pan; o primeiro a ser realizado no Brasil; e o mais

importante: o primeiro com um desempenho tão marcante dos atletas brasileiros. Foram 228 medalhas conquistadas em sete dias de competição: 83 de ouro, 68 de prata e 77 de bronze. Resultado que deu ao Brasil um inédito primeiro lugar no quadro de meda-lhas. E uma herança tão importante quanto os resultados. Pela primeira vez, o público brasileiro pode ver de perto uma competi-ção paraolímpica deste nível e conhecer o esporte para pessoas com deficiência.

“O maior legado dos Jogos Parapan-ame-ricanos foi o da divulgação. A sociedade pas-sou a tomar conhecimento sobre o esporte paraolímpico, ficou mais próxima, seja por-que tenha ido às competições ou mesmo vis-to pela mídia, que fez uma cobertura jamais vista”, afirmou o presidente do Comitê Para-olímpico Brasileiro, Vital Severino Neto.

E quem viu não se arrependeu. O de-sempenho do Brasil superou até mesmo as expectativas de quem lida com o esporte e esperava um tímido terceiro lugar na com-petição, apesar da clara evolução do Brasil no cenário internacional. Nos esportes co-letivos, alguns eram já favoritos ao ouro, como o futebol de cinco, atual campeão paraolímpico, e futebol de sete, atual vice-campeão paraolímpico, que apenas confir-maram a hegemonia do Brasil nas Améri-cas. Mas o Parapan rendeu também gratas surpresas como a medalha de ouro para a seleção de voleibol sentado.

“A surpreendente vitória do Brasil foi o resultado do trabalho do campeão olímpi-co de voleibol Amauri Ribeiro, que assumiu a equipe após os Jogos Paraolímpicos de Atenas e fez um trabalho incansável com a equipe aprimorando a técnica de jogo da equipe brasileira”, analisou o diretor téc-nico do CPB Edilson Alves da Rocha.

Nos esportes individuais, os Jogos ser-viram para revelar novos talentos e con-firmar os já conhecidos, como é o caso de Clodoaldo Silva, na natação, que fechou a competição com recordes mundiais em seis provas, e Antonio Tenório, no judô, atual tricampeão paraolímpico, que também fi-cou com o ouro no Parapan. Entre os novos talentos, destaque para o nadador Daniel

Dias, o maior medalhista de ouro dos Jo-gos. Daniel subiu oito vezes no lugar mais alto do pódio. O atletismo também revelou talentos, como o velocista Lucas Prado, atual recordista mundial dos 100m e 200m rasos. “Ainda falta o recorde dos 400m. Até Pequim ele vem”, promete o atleta.

A organização dos Jogos foi do Comitê Or-ganizador Rio 2007, o CO-Rio, de acordo com as regras do Comitê Paraolímpico das Améri-cas (APC) e do Comitê Paraolímpico Interna-cional (IPC). “Com essa competição, o Brasil ganhou também credibilidade internacional quanto à organização de eventos esportivos. Os países que aqui estiveram nunca haviam visto uma estrutura e uma organização como viram aqui”, finaliza o presidente do CPB.

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Delegação brasileira conquista 22� medalhas no Parapan e coloca o Brasil no lugar mais alto das Américas

Por: Luciana PereiraFotos: Christophe Scianni, Daniel Fachinni e Saulo Cruz

O maior recordista mundial do Parapan foi o nadador Clodoaldo Silva que fe-

chou a competição com recordes mundiais em seis provas (50m livre, 150m medley, 200m livre, 50m borboleta, 100m livre e revezamento 4x50m medley). Em duas provas, o atleta baixou a marca na elimi-natória e depois novamente na final.

No atletismo, dos onze recordes mundiais quebrados, dois foram por brasileiros: Lucas Prado (T11) baixou a

marca nos 100m rasos duas vezes, na se-mifinal e na final, estabelecendo o novo tempo de 11s29. Shirlene Coelho (F37) também quebrou a marca, mas no lança-mento de dardo, com 27m59. Ainda no João Havelange, 51 novas marcas para-pan-americanas, sendo oito conseguidas pelos brasileiros Lucas Prado (100m, 200m e 400m T11), Paulo Douglas Sou-za (arremesso de peso e lançamento de disco F36), João Tenorio (lançamento de

disco F55) e Shirlene Coelho (arremesso de peso e lançamento de disco F37).

“Os resultados mostraram que o tra-balho realizado pelo Comitê Paraolímpi-co Brasileiro está no caminho certo. O Brasil foi o campeão do Parapan de forma convincente, com o dobro de medalhas do vice-campeão, recordes quebrados e excelentes marcas conquistadas”, com-pletou o diretor técnico do CPB Edilson Alves da Rocha.

Uma chuva de recordes na piscina e na pista

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Cerca de mil jornalistas trabalharam nos locais de competição durante os

Jogos Parapan-americanos. Foram 800 profissionais de TV e rádio e pouco mais de 200 profissionais de mídia imprensa.

Elas chegaram ainda tímidas, cada uma vestindo camisetas com fotos de seus

filhos, a maioria de fora do Rio de Janei-ro. Depois, aos poucos, foram se unindo e formaram uma das torcidas mais ani-madas dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007, chamada “Mães paraolímpicas tor-cem juntas”, nas arquibancadas do Parque Aquático Maria Lenk. “A torcida foi se or-ganizando na medida que as mães foram se conhecendo, por acaso mesmo, na ar-quibancada. Não teve uma organização, foi tudo espontâneo e ficou muito bom”, lembra Malu Farrenberg, mãe do nadador Carlos Farrenberg.

Logo, a torcida “não-organizada” reu-niu em pouco tempo as mães de Andre Brasil, Daniel Dias, Felipe Cruz, Marcelo Collet, Ana Clara Cruz, Fabiano Machado, Clodoaldo Silva e Danilo Glasser. Chegaram a ser chamadas de “mães de ouro” em uma

O esporte paraolímpico encanta a mídiaA imprensa estrangeira também esteve presente: quase cem profissionais de países como Estados Uni-dos, Cuba, México e Ar-gentina estiveram no Rio de Janeiro acompanhando os Jogos.

Para atender a imprensa e oferecer informações de texto, áudio e vídeo com rapidez, o Comitê Parao-límpico Brasileiro montou uma estrutura no estacio-

namento do Via Parque Shopping, próxi-mo a Vila Parapan-americana. No “Espaço Brasil Paraolímpico”, a imprensa tinha disponíveis computadores com acesso à Internet. Lá também funcionavam as

ilhas de edições de vídeos e fotos do CPB. Em três edições diárias, de acordo com a necessidade de cada veículo de imprensa, a equipe do CPB disponibilizava as infor-mações atualizadas sobre os jogos, além de fotos e imagens para TV.

Todo o esforço rendeu mais de 1500 matérias e notas publicadas e 30 horas de matéria de TV ao longo dos Jogos, além da transmissão do canal SporTV, que en-trava ao vivo diariamente para transmitir os jogos de basquete do Brasil, da Arena Olímpica, e as competições de natação, do Parque Aquático Maria Lenk. A final do futebol de cinco também foi transmitida ao vivo pelo canal. O SporTV tinha, ainda um estúdio montado no Espaço Brasil Pa-raolímpico, onde medalhistas do dia eram entrevistados.

Nas arquibancadas, um show à parte da torcidareportagem de TV. Produ-ziram uma faixa e camisas com a frase “Mães Para-olímpicas torcem juntas” e conquistaram os outros torcedores que lotaram as arquibancadas do Parque Aquático, vibrando a cada medalha e a cada recorde dos brasileiros.

“A iniciativa de levar alunos ao evento foi fan-tástica. É extremamente saudável apresentar ao público infantil e juvenil a garra da moça-da paraolímpica”, completou Malu.

Esta ação, chamada de “público dirigi-do” levou aos jogos, segundo o Comitê Or-ganizador, cerca de dez mil crianças. Além disso, 165 mil reservas de lugares nos sete dias de competições foram feitas com a or-

ganização por clubes e associações.

“Nunca um atleta paraolímpico havia competido com seis mil pessoas na ar-quibancada, como foi o caso da natação, ou doze mil pessoas, como foi o caso do atletismo. Isso foi inédito e fantástico”, avalia o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Vital Severino Neto.

Carlos Farrenberg com as "mães paraolímpicas"

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Uma das características dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007 foi ser uma competição classificatória para os Jogos

Paraolímpicos de Pequim. Os atletas brasileiros não perderam a oportunidade e – quem podia – tratou de confirmar sua ida aos Jo-gos em 2008. Foi o caso dos atletas do tênis de mesa, Jane Karla Rodrigues, Claudiomiro Segatto, Carlo Michell, Luiz Algacir e Ira-nildo Espindola, que conquistaram medalhas de ouro individuais.

“Damos muito valor ao Parapan pela conquista da vaga já que no tênis de mesa, a vaga é conseguida nesta competição ou por co-locação no ranking, o que se torna bem mais difícil porque precisa das competições mundiais, a disputa é bem maior”, explica Luiz Al-gacir, que garantiu a vaga na quarta paraolimpíada de sua carreira.

Os esportes coletivos também aproveitaram a chance. Com a medalha de ouro, a seleção de futebol de cinco e de voleibol sentado já estão garantidas nos Jogos. Para o futebol de sete, também ouro no Parapan, bastava a classificação entre os oito melhores no Mundial, que aconteceu em novembro, no Rio de Ja-neiro, para que a vaga fosse confirmada.

As seleções masculina e feminina de basquete terminaram em terceiro e quarto lugar, respectivamente, e os resultados também dão ao país a garantia da participação nos Jogos.

Atletismo, natação e judô não garantem vaga ao atleta, mas sim ao país. A seleção dos atletas para essas modalidades é feita de acordo com o ranking.

A partir de agora, todas as atenções estão em Pequim

Presença internacional nos Jogos

O Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) esteve presente aos Jogos

Parapan-americanos com 13 pessoas de sua equipe, que auxiliaram a organiza-ção nas áreas de protocolo, anti-doping, relações com os Comitês Paraolímpicos Nacionais (CPNs) e ainda na área técni-ca, com organização do cronograma de provas, resultados e congressos técni-cos. O IPC ainda aproveitou a oportu-nidade para realizar a 47ª reunião or-dinária do Governing Board, o Comitê Executivo da instituição. Na reunião, estiveram presentes o presidente do IPC, Sir Philip Craven, o vice-presidente, Sr.

Miguel Sagarra e o CEO do IPC, Xavier Gonzalez.

O Comitê Paraolímpico das Amé-ricas (APC), instituição que chancela dos Jogos Parapan-americanos, rea-lizou durante a competição reuniões individuais com seus membros filiados, bem como a 9ª Assembléia Geral do APC, quando foi lançado o website da instituição: www.americasparalympic.org.

“O movimento paraolímpico inter-nacional aplaude os Jogos Parapan-americanos. Ele servirá de referencia

para os próximos grandes eventos inter-nacionais”, completou o presidente do APC, Andrew Parsons.

Da direita para a esquerda, Vital Severino Neto (presidente do CPB), Sir Phil Craven (presidente do IPC) e Andrew Parsons (presidente do APC)

Luiz Algacir garantiu sua vaga em Pequim 2008

1�

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Quadro de medalhasTodos os medalhistas brasileiros nos Jogos Parapan-americanos

Voleibol Sentado

Nomes Medalhas

Giovani Freitas, Guilherme Gomes,Renato Leite, Rodrigo Melo,Diogo Rebouças, Daivisson Santos,Rogério Santos, Augusto Silva,Cláudio Silva, Daniel Silva,Gilberto Silva, José Mauro Vilarinho.

Ouro

Futebol de Sete

Nomes Medalhas

Marcos Ferreira, Jean Rodrigues,Leandro Marinho, Pedro Gonçalves,Gilberto de Moraes, Fermiano Neto,Fabiano Bruzzi, Flavio Pereira,Luciano Rocha, Renato Lima,José Carlos Guimarães, Moises da Silva.

Ouro

Futebol de Cinco

Nomes Medalhas

Damião Robson de Souza Ramos, Emer-son Carvalho, Fábio Ribeiro Vasconcelos, Jefferson Gonçalves, João Batista da Silva, Marcos José Alves Felipe, Ricardo Steinmetz Alves, Sandro Laina Soares, Severino Gabriel da Silva, Andreonni Fabrizius Faria do Rego

Ouro

Basquetebol em Cadeira de rodas masculino

Nomes Medalhas

Wandemberg Nascimento, Heriberto Roca, Erick Silva, José Marcos Silva, Írio Nunes, Nilton Pessoa, Everaldo Lima, Natanael Silva, Anderson Ferreira, Leandro Miranda, José Soares Silva, Sergio Alexandre.

Bronze

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Halterofilismo

Nome Categoria UF Medalhas

Alexander Whitaker dos Santos Até 67,5 kg SP Ouro no peso leve

João Euzébio Batista Até 82,5 kg RN Bronze no peso pesado

José Ricardo Costa da Silva Até 100 kg AM Prata no super peso pesado

Josilene Alves Ferreira Até 67,5 kg GO Bronze no peso pesado

Rodrigo Rosa de Carvalho Marques Até 75 kg MG Prata no peso pesado

Judô

Nome Categoria Medalhas

Karla Cardoso Até 48kg Ouro

Antonio Tenório Até 100kg Ouro

Daniele Bernardes Até 63kg Ouro

Magno Gomes Até 66kg Prata

Lourdes Souza Mais de 70kg Prata

Ana Luiza Farias Até 48kg Bronze

Roberto Paixão Até 60kg Bronze

Regina Costa Até 63kg Bronze

Eduardo Paes Até 73kg Bronze

Denis Rosa Até 81kg Bronze

Tênis em Cadeira de rodas

Nome Categoria Medalhas

Carlos SantosIndividual Masculino Bronze

Dupla mascunilo Ouro

Mauricio Pommê Dupla masculino Ouro

Rejane Cândida Dupla feminino Prata

Samantha Almeida Dupla feminino Prata

Page 18: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

Nome Classe Funcional UF Medalhas

Adriano Gomes de Lima S6-SB5-SM6 RN

- Ouro nos 50m Masc. Livre S6- Ouro nos 100m Masc. Livre S6- Ouro nos 400m Masc. Livre S6- Prata nos 50m Masc. Borboleta S5- Ouro nos 100m Masc. Peito SB5- Ouro nos 200m Masc. Individual Medley SM6- Ouro no 4 x 100m Masc. Livre 34 P- Ouro nos 4 x 50m Masc. Medley 20 P

Ana Clara Carneiro Grillo Cruz S8 SP - Bronze no 4 x 100m Fem Livre 34 P

André Brasil Esteves S10-SB9-SM10 SP

- Ouro nos 50m Masc. Livre S10- Ouro nos 100m Masc. Livre S10- Ouro nos 400m Masc. Livre S10- Ouro nos 100m Masc. Borboleta S10- Bronze nos 100m Masc. Peito SB9- Prata nos 100m Masc. Costas S10- Ouro no 4 x 100m Masc. Livre 34 P- Ouro no 4 x 100m Masc. Medley 34 P

André Luiz Meneghetti S 11 SP - Bronze nos 400m Masc. Livre S11- Bronze nos 100m Masc. Borboleta S11

Carlos Alonso Farrenberg S13 SP

- Ouro nos 50m Masc. Livre S13- Ouro nos 100m Masc. Livre S13- Ouro nos 400m Masc. Livre S13- Ouro nos 100m Masc. Peito SB13- Prata nos 200m Masc. Ind. Medley SM13

Claudia Celina da Silva S4-SM4 PE - Bronze nos 150m Fem. Individual Medley SM4

Clodoaldo Francisco da Silva S4-SB3-SM4 RJ

- Ouro nos 50m Masc. Livre S4- Ouro nos 100m Masc. Livre S4- Ouro nos 200m Masc. Livre S4- Ouro nos 50m Masc. Borboleta S4- Ouro nos 50m Masc. Peito SB3- Prata nos 50m Masc. Costas S4- Ouro nos 150m Masc. Individual Medley SM4- Ouro nos 4 x 50m Masc. Medley 20 P

Daniel de Faria Dias S5-SB4-SM5 MG

- Ouro nos 50m Masc. Livre S5- Ouro nos 100m Masc. Livre S5- Ouro nos 200m Masc. Livre S5- Ouro nos 50m Masc. Borboleta S5- Ouro nos 100m Masc. Peito SB4- Ouro nos 50m Masc. Costas S5- Ouro nos 4 x 50m Masc. Medley 20 P- Ouro no 4 x 100m Masc. Medley 34 P

Danielson Pontes dos Santos S6-SB6-SM6 RN - Ouronos 100m Masc. Peito SB6

Danilo Binda Glasser S10 SP - Bronze nos 50m Masc. Livre S10

Edênia Nogueira Garcia S4 RN

- Ouro nos 50m Fem. Livre S5- Bronze nos 100m Fem. Livre S5- Bronze nos 200m Fem. Livre S5- Ouro nos 50m Fem. Costas S5

Fabiana Harumi Sugimori S11 SP

- Ouro nos 50m Fem. Livre S11- Ouro nos 100m Fem. Livre S11- Bronze nos 400m Fem. Livre S12- Prata nos 100m Fem. Peito SB11

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Fabiano Machado da Silva S9 PR - Ouro no 4 x 100m Masc. Livre 34 P

Fábio Brandão Gomes Cruz S11 RJ- Bronze nos 50m Masc. Livre S11- Bronze nos 100m Masc. Livre S11- Prata nos 400m Masc. Livre S11

Felipe Marinho de Oliveira S11 MG - Prata noas 100m Masc. Peito SB11- Bronze nos 100m Masc. Costas S11

Francisco de Assis Avelino S5-SB4 RN - Bronze nos 100m Masc. Livre S5- Prata nos 50m Masc. Costas S5

Gabriela Cantagalo S9-SB8 SP - Bronze no 4 x 100m Fem Livre 34 P

Genezi Alves de Andrade S3-SB2-SM3 RN

- Prata nos 100m Masc. Livre S3- Bronze nos 50m Masc. Peito SB2- Prata nos 50m Masc. Costas S3- Bronze nos 150m Masc. Individual Medley SM3

Gilberto Fernandes Neto S11 RJ - bronze nos 100m Masc. Borboleta S13- bronze nos 100m Masc. Costas S13

Gledson Soares S8-SB6-SM7 RN

- Prata nos 50m Masc. Livre S8- Ouro nos 100m Masc. Livre S8- Prata nos 100m Masc. Peito SB6- Prata nos 100m Masc. Costas S8- Prata nos 200m Masc. Individual Medley SM8

Isidoro Angelo Mazotini S8-SB7 SP- Bronze nos 50m Masc. Livre S8- Bronze nos 100m Masc. Livre S8- Bronze nos 400m Masc. Livre S8

Ivanildo Alves de Vasconcelos S6-SB4-SM5 PE

- Bronze nos 400m Masc. Livre S6- Bronze nos 100m Masc. Peito SB4- Bronze nos 100m Masc. Costas S6- Prata nos 200m Masc. Individual Medley SM6

Joo Sok Seo S4 SP - Bronze nos 50m Masc. Costas S4

José Afonso de Medeiros S7 PR

- Bronze nos 50m Masc. Livre S7- Prata nos 100m Masc. Livre S7- Bronze nos 400m Masc. Livre S7- Prata nos 50m Masc. Borboleta S7

Jourdan Renne Lutkus S10-SB9-SM10 SP- Bronze nos 100m Masc. Costas S10- Prata nos 200m Masc. Individual Medley SM10- Ouro no 4 x 100m Masc. Medley 34 P

Luis Antônio Correa da Silva S6 PE- Prata nos 50m Masc. Livre S6- Prata nos 100m Masc. Livre S6- Ouro nos 4 x 50m Masc. Medley 20 P

Marcelo Collet e Silva Mauro S10 BA

- Bronze nos 100m Masc. Livre S10- Bronze nos 400m Masc. Livre S10- Bronze nos 100m Masc. Borboleta S10- Ouro no 4 x 100m Masc. Medley 34 P

Mauro Luiz Brasil da Silva S9-SM9 RJ- Ouro nos 50m Masc. Livre S9- Prata nos 100m Masc. Livre S9- Ouro no 4 x 100m Masc. Livre 34 P

Moisés Domingues Batista S5-SB3-SM4 PR - Bronze nos 50m Masc. Peito SB3- Bronze nos 150m Masc. Individual Medley SM$

Nélio Pereira de Almeida S6-SB6-SM6 RN- Ouro nos 50m Masc. Borboleta S7- Bronze nos 100m Masc. Peito SB6- Prata nos 100m Masc. Costas S7

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Regiane Nunes da Silva S12 SP - Prata nos 400m Fem. Livre S12- Bronze nos 100m Fem. Costas S13

Renato Nunes da Silva S12 SP - Bronze nos 400m Masc. Livre S12- Ouro nos 100m Masc. Peito SB12

Rildene Fonseca Firmino S5-SB3-SM4 RN- Prata nos 50m Fem. Peito SB3- Bronze nos 50m Fem. Costas S5- Prata nos 150m Fem. Inciividual Medley SM4

Rodrigo Machado de Souza Ribeiro S11 RJ - Prata nos 50m Masc. Livre S11- Prata nos 100m Masc. Livre S11

Ronaldo Souza Santos S7-SM6 BA

- Prata nos 50m Masc. Livre S7- Bronze nos 100m Masc. Livre S7- Prata nos 400m Masc. Livre S7- Bronze nos 100m Masc. Costas S7

Tássia Fernandes Alves S10 PE - Bronze no 4 x 100m Fem Livre 34 P

Valéria Santarem Lira S8 AM- Bronze nos 100m Fem Livre S8- Prata nos 400m Fem. Livre S8- Bronze no 4 x 100m Fem Livre 34 P

Wagner Pires S7 SP - Ouro nos 50m Masc. Livre S7- Ouro nos 100m Masc. Livre S7

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Atletismo

Nome Classe Funcional UF Medalhas

Ádria Rocha Santos T11 SC - Prata nos 200m- Prata nos 800m T11-13

Alex Cavalcante Mendonça T12 SP - Bronze nos 10.000m- Prata nos 5.000m

André Luiz de Oliveira T44 SP - Bronze no salto em distancia F42-46

Andre Luiz Garcia de Andrade T13 SP - Ouro nos 100m- Prata nos 200m

Antônio Delfino de Souza T46 DF - Prata nos 100m- Prata nos 200m

Ariosvaldo Fernandes da Silva F54 DF- Ouro nos 100m T52-53- Prata nos 200m T52-53- Ouro nos 400m T52-53

Carlos José Barto da Silva T11 MG- Prata nos 800m- Prata nos 1500m- Prata nos 5000m

Christiano Henrique Parente Farias T11 PA -Prata nos 10000m-Bronze nos 5000m

Edson Cavalcante Pinheiro T38 RO - Ouro nos 100m T36-38- Ouro nos 200m T36-38

Emicarlo Elias de Souza T46 RN - Prata nos 400m T46- Bronze nos 800m T46

Felipe de Souza Gomes T11 RJ - Prata nos 100m- Bronze nos 200m

Hilário Moreira Neto T11 RJ - Bronze nos 100m- Bronze nos 400m

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Page 23: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

Indayana Pedrina Moia Martins T13 SC - Bronze nos 400m T11-13- Prata no salto em distância T12-13

Jenifer Martins dos Santos T38 PE - Ouro nos 100m T36-38- Prata nos 200m T36-38

Joana Helena dos Santos Silva T12 MG- Bronze nos 100m T12-13- Prata nos 200m T12-13- Ouro no salto em distância T12-13

José Carlos P. de Alecrim T46 GO - Bronze nos 1500m

José Ribeiro da Silva T37 SP - Bronze nos 200m T36-38

Júlio César Petto de Souza T12 SC - Bronze nos 400m

Leonardo Amâncio F58 PE - Ouro no lançamento de disco F57-58

Lucas Prado T11 MT- Ouro nos 100m- Ouro nos 200m- Ouro nos 400m (recorde parapan-americano)

Marco Aurélio Borges F44 SP - Bronze no lançamento de disco F42/44- Bronze no lançamento de dardo

Maria José Ferreira Alves T 12 SC - Bronze nos 200m T12/13

Odair Ferreira dos Santos T12 SP- Ouro nos 10.000m T12- Ouro nos 1500 T12- Ouro nos 5000 T12

Ozivam dos Santos Bonfim T46 SP - Bronze nos 5000 T46

Paulo Douglas Moreira de Souza F36 RJ - Prata no arremesso de peso F35/38- Ouro no lançamento de disco F35/38

Pedro César da Silva Moraes T12 MT- Prata nos 100m T12- Ouro nos 200m T12- Ouro nos 400m T12

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Tênis de mesa

Nome Classe Funcional uF medalhas

Alexandre Lazarim Caldeira C 10 SP - Ouro - Equipe - classe 9-10- Bronze - classe aberta 6-10

Alexandre Macieira Ank C 4 MG - Bronze - classe ind.4-5- Ouro - equipe - classe 4

Antônio Carlos Barbosa de Melo C 10 CE - Ouro - equipe - classe 9-10

Carla Maia Limp de Azevedo C 2 DF - Bronze - Equipe - classe 1-3

Carlo di Franco Michell C 6 MG - Ouro - Individual 6 - Prata - Equipe - classe 6-7

Claudiomiro Segatto C 5 PR - Ouro individual - classe 4-5- Ouro - equipe - classe 5

Cristovam Jaques Pereira Lima C 7 DF - Prata - Individual - classe 7 - Prata - Equipe - 6-7

Ecildo Lopes de Oliveira C 4 RN - Ouro - equipe – classe 4

Edimilson Matias Pinheiro C 9 SP- Bronze - Individual - classe 9-10- Prata - Classe aberta 6-10- Ouro - Equipe - classe 9-10

Francisco Eugênio Braga Sales C 1 CE - Ouro - Equipe - classe 1-2

Francisco Wellington de Melo C 8 CE - Bronze - equipe - classe 8

Hemerson Leocadio Kovalski C 2 PR - Prata - Classe individual 2- Ouro - equipe - classe-1-2

Iranildo Conceição Espíndola C 2 DF - Ouro - individual 2- Ouro - equipe - classe1-2

Roseane Ferreira dos Santos F58 AL - Bronze no peso F55/58- Ouro no lançamento de disco F55/58

Rosinei Herrera F36 MS - Bronze no lançamento de dardo F35/38

Sheila Finder T46 SC - Bronze nos 100m T42/44/46- Prata nos 200m T46

Shirlene Santos Coelho F37 DF- Ouro no lançamento de dardo F35/38- Prata no arremesso de peso F35/38- Prata no lançamento de disco F35/38

Sirlene Aparecida Guilhermino T12 PR- Ouro nos 800m T12/13- Prata nos 100m T12/13- Bronze no salto em distância F12/13

Sônia Maria Pereira Gouveia F53 AL - Prata no lançamento de disco F52-54- Bronze no lançamento de dardo F52/54

Terezinha Aparecida Guilhermino T11 MT- Ouro nos 100m T11- Ouro nos 200m T11- Prata nos 400m T11/13

Tito Alves de Sena T46 GO - Prata nos 1500m T46- Prata nos 5000m T46

Yohansson do Nascimento Ferreira T46 AL- Ouro nos 100m T46- Ouro nos 200m T46- Ouro nos 400m T46

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Jane Carla Rodrigues C 8 GO - Ouro - individual 6-8- Ouro - Aberto-6-10

João Fernando Martins do Nascimento Júnior C 8 RO - Bronze - equipe - classe 8

Jorcerley Madeira da Silva C 3 GO - Ouro - equipe - classe 3

Joyce Fernanda de Oliveira C 4 SP - Bronze - equipe - classe 4-5

Luiz Algacir Vergílio da Silva C 3 PR - Ouro - classe individual 3 - Ouro - equipe - classe 3

Luiz Henrique Medina C 6 SP - Bronze - classe individual 6- Prata - Equipe -classe 6-7

Maria Luiza Pereira Passos C 5 PR - Bronze - classe individual 4-5- Bronze - equipe - classe 4-5

Roberto Pereira Alves C 5 GO - Ouro - equipe - classe 5

Rosângela Azevedo Dalcim C 3 RS - Bronze - equipe - classe 1-3

Sônia Maria de Oliveira C 5 PR - Prata - classe aberta 1-5- Bronze - equipe - classe 4-5

Welder Camargo Knaf C 3 PR - Prata - classe ind. - Ouro - equipe - classe 3

Willian Gabriel Ricken Almeida C 10 PR - Prata - classe individual 9-10- Ouro - equipe - classe 9-10

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tOqUe de midasAutor: Julia CensiFotos:

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Page 29: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

tOqUe de midasAmauri Ribeiro escreve sua história no voleibol sentado brasileiro

Por 22 anos, ele esteve dentro da quadra. Defendeu a seleção brasileira de vôlei em quatro olimpíadas: Moscou, em 1980, Los Angeles, em 1984, Seul, em

1998, e Barcelona, em 1992; e ajudou a conquistar a primeira medalha olímpica brasileira de ouro. Foi, e ainda é, conside-rado um dos melhores jogadores de meio-de-rede do Brasil. A vida de atleta começou cedo para Amauri Ribeiro. Ainda adolescen-te, ele descobriu a paixão pelo vôlei e a combinação treino, dedicação e talento fez do jogador referência no esporte.

Hoje a história se repete. Amauri Ri-beiro volta às quadras, agora como técni-co, e ajuda novamente o Brasil a garantir a vaga para os Jogos de Pequim. Desta vez, no comando da seleção brasileira de voleibol sentado. “Com a minha experi-ência de jogador tento passar para eles o que é ser atleta. A maioria virou atle-ta depois de adulto, após ter sofrido um trauma. Não começaram a jogar quando

crianças, não tinham essa relação com o esporte. Minha maior preocupação é transformá-los em atletas. Passar pra eles como deve ser a conduta de um atleta. A diferença está mais na parte psicológica. Trabalhar a ansiedade. Eles precisam sa-ber do que são capazes”, conta.

E para quem sempre respirou voleibol é difícil deixar as raízes de lado. Desde que parou de jogar, em 1993, aos 34 anos, Ribeiro escolheu o banco como posição e acabou se tornando técnico da equipe juvenil do Banespa. Há dois anos, seguiu o mesmo caminho em direção ao voleibol sentado, modalidade que ainda engati-nhava no Brasil. Aos poucos, sua história começa a se confundir com o amadureci-mento do voleibol sentado no país.

“Eu conheci o voleibol sentado em um evento, o dia olímpico, no Centro Olím-pico de São Paulo e me convidaram para treinar. Veio a Paraolimpíada de Atenas e sugeri que filmássemos as equipes es-trangeiras para vermos em que nível eles

Por: Julia CensiFotos: JJ Clemente

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estavam. Acabei indo pra Atenas, conheci as melhores seleções lá e quando voltei comecei a trabalhar. Recebi um convi-te pra ser técnico da seleção brasileira e aceitei”, relembra o técnico que hoje, além da seleção brasileira, treina a equipe de voleibol sentado do Centro Assistencial Cruz e Malta e dá aulas na Prefeitura de São Paulo e na cidade paulista de Pirapora do Bom Jesus.

Nos Jogos Parapan-americanos, na ci-dade do Rio de Janeiro, 12 jogadores en-traram desconhecidos nas instalações do Riocentro, onde aconteceram todos os jo-gos de vôlei da competição. Entraram com um sonho em que poucas pessoas acredi-tavam. Saíram medalhistas de ouro. Saíram com a inédita vaga para a Paraolímpiada de Pequim. “Desde o começo eu sabia que a gente podia ganhar dos Estados Unidos. Não ia ser fácil, mas o nosso time era bom, tinha treinado e podia vencê-los. Faltava apenas esse empurrão. Encorajá-los”, diz Ribeiro.

Além da medalha, o ex-jogador co-memora outra grande vitória desse time. Pela primeira vez, eles puderam treinar como as grandes seleções internacio-nais. “Fizemos um trabalho muito bom de preparação para o Parapan. Coisa que os atletas não conheciam. Por ser um es-porte novo no Brasil, não tivemos como aprimorar a parte tática. Nosso grande re-ceio no Parapan era fazer o pessoal jogar o que treinava porque na hora do jogo é diferente”, explica.

A recompensa? Uma equipe entrosa-da que mostrou maturidade e calma para vencer a forte equipe dos Estados Unidos, na final dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007. “A gente perdeu para os Estados Unidos na hora em que podia perder. Na fi-nal, jogamos com outra cabeça. E essa vi-tória muda a história do voleibol sentado no Brasil. Temos uma vaga para Pequim. A partir de agora é trabalhar cada dia mais”, diz Amauri.

Com a mesma calma e seriedade com que brilhava ao lado de Bernard, Bernar-dinho e Renan na geração de prata do vôlei brasileiro, Amauri Ribeiro começa a escrever sua história no vôlei paraolímpico brasileiro. Começa a transformar em ouro o talento de Diogo, Rodriguinho, Guilherme e tantos outros. Começa a brilhar ao lado de outros “meninos de ouro” do Brasil.

Por dentro do vôlei sentadoAs regras são semelhantes às do

vôlei convencional e as diferenças estão no tamanho da quadra, que é menor, 10m x 6m contra 18 x 9m, e a altura da rede que mede 1.15m do solo no masculino e 1.05m para o feminino Os atletas jogam senta-dos na quadra e podem bloquear o saque adversário. Competem atletas amputados, principalmente de mem-bros inferiores, e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora. A modalidade começou a ser praticada em 1956 na Holanda e tem crescido bastante nos países europeus. Atual-mente, o Brasil é campeão parapan-americano e a Bósnia-Herzegovina campeã mundial.

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Os números são grandiosos: mais de 1600 participantes, 61 países, 487 medalhas e 24 recordes mundiais em sete modalidades (atletismo, natação, judô, futebol B1 e B2/B3,

goalball e halterofilismo). Os III Jogos Mundiais de Cegos, realizados em julho, em São Paulo, deram ao Brasil o melhor resultado já obtido no campeonato: terceiro lugar, com 17 ouros, 22 pratas e 19 bronzes, 58 medalhas no total atrás apenas da Rússia e Bielorússia.

“Com eventos como esse, provamos que o mo-vimento das pessoas com deficiência visual no Brasil é organizado e forte”, afirmou David Farias Costa, presidente da Confederação Brasileira de Desportos para Cegos (CBDC).

No atletismo, Lucas Prado e Terezinha Gui-lhermina, ambos da classe T11, foram os desta-ques ganhando todas as provas que disputaram (100m, 200m, 400m, 4x100m e 4x400m), com direito a quebra de recorde mundial: Lucas nos 100m e nos 200m e Terezinha nos 200m e nos 4x400m. “Eu sempre quis ser a melhor do mun-do”, afirmou Guilhermina. No futebol B1 (atletas cegos), o Brasil também foi impecável, vencendo as quatro partidas que disputou, sem levar gols. A final foi contra a Argentina com vitória brasileira por 2x0, revivendo o duelo da Paraolimpíada de Atenas que rendeu a medalha de ouro ao Brasil.

Na piscina, mais 25 medalhas brasileiras, três delas de ouro. “O contato das pessoas com de-ficiência com o esporte através de competições como esta é muito importante porque o esporte pode ser uma opção de vida”, destacou Fabiana Sugimori, nadadora da classe S11.

O mundial também provou a evolução brasi-leira no goalball. Pela primeira vez, as seleções brasileiras masculina e feminina se classificaram para uma Paraolimpíada. No halterofilismo, que teve a sua primeira competição oficial para defi-cientes visuais no Brasil, dois recordes mundiais, nos movimentos de agachamento, (110 kg) e su-pino (65kg). Ambos de Rosa Maria Brito, a Rosi-nha, atleta da categoria B1 (cega), que competiu na categoria até 90kg.

III Jogos Mundiais de Cegos reúnem mais de 1�00 esportistas em São PauloAutor: Aline AlmeidaFotos: Saulo Cruz

Quadro de medalhas

País Ouro Prata Bronze Total

Rússia 28 15 11 54

Bielorrússia 18 13 7 38

Brasil 17 22 19 58

Espanha 16 23 23 62

China 12 7 12 31

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Page 32: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

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Por: Fernanda Villas BoasFotos: Arquivo CPB

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Page 33: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

A pequena Batatinha é estrela do time de basquete em cadeira de rodas feminino

Ela tem somente 1,42m de altu-ra, mas em quadra comanda um time inteiro. Jucilene Moraes ou apenas “Batatinha”, como é conhecida no movimento para-

olímpico, nasceu em 25 de novembro de 1978 com má formação congênita (encur-tamento da perna direita). A jovem de 28 anos nunca teve dificuldades para lidar com a deficiência e hoje é uma das estre-las do basquete feminino em cadeira de rodas brasileiro.

Força de vontade sempre foi uma cons-tante na vida dessa paraense que se recu-sou a fazer uma cirurgia para colocação de prótese na perna, aos sete anos. “Eu nunca pensei na deficiência. Não me via como diferente, meus pais sempre me le-vavam pra passear, pra praia, piscina. Essa é a melhor forma de criar o deficiente. Eu teria que amputar o pé só para colocar a prótese e não quis, não tinha necessidade daquilo”, lembra.

A deficiência nunca a atrapalhou em

nada, nem mesmo na escola. Chegou a negar dispensa das atividades esportivas para fazer educação física com os amigos. “A professora queria me liberar e eu não aceitei porque era uma matéria da escola e eu tinha direito de participar. Joguei han-dball, queimada, vôlei, sempre tive uma vida completamente normal”.

O basquete veio aos 16 anos, quando já trabalhava na Assembléia Legislativa de Belém, no Pará. “Uma pessoa que tra-balhava comigo me levou para assistir a um treino de basquete e em pouco tempo já estava treinando também. No começo, eram apenas duas mulheres jogando em um time só com homens. O técnico era o Wilson Caju, presidente do clube All Star Rodas e atual técnico da seleção brasileira de basquete feminino. Foi lá que Jucilene virou “Batatinha”.

A primeira participação na seleção bra-sileira foi em 1996, nos jogos sub 21 de Stock Mandeville. Desde então, Batatinha nunca parou de treinar e também nunca

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Page 34: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

abandonou o All Star Rodas, hoje refe-rência em basquete em cadeira de rodas feminino no país. “Quando o clube co-meçou só tínhamos uma cadeira. O Caju foi o grande criador do clube, sempre lutando pelo basquete de uma forma ge-ral. Ele conquistou muito, tanto como presidente do clube e como técnico da seleção brasileira”.

Mas o gostinho da vitória para Bata-tinha só veio este ano, dez anos depois de começar a jogar. A vitória do time bra-sileiro sobre El Salvador por 95x10 nos Jogos Parapan-americanos foi o estímu-lo que faltava para o time, que passou pela Argentina e, mesmo perdendo para o México por 48x46, em um jogo duro na semifinal, garantiu a vaga do Brasil na Paraolimpíada de Pequim.

Em todos os jogos, Batatinha se des-tacava e empolgava a torcida com joga-das fantásticas. “Eu ficava sem reação quando as pessoas gritavam meu nome, me reconheciam, é emocionante, fiquei estática, isso está acontecendo em Be-lém e eu não sei o que falar”. Mas no fundo, confessa que, mesmo ainda sem saber lidar com o assédio, adora ser lem-brada. “Isso me deixa mais motivada pra treinar, com auto-estima e valores pra vida. É muito bom! Eu ando na rua as pessoas me param, quando visitamos escolas a criançada pede autógrafo e re-conhece o nosso trabalho”.

Mas, mesmo com tantas mudanças na vida, em casa, Batatinha ainda é a mes-ma de antes. Coleciona anjos de todos os tipos, decora a cadeira de rodas com adesivos cor de rosa e ainda enfeita a dos amigos com nomes e cores variadas. Adora conversar com as amigas depois dos treinos e sempre que pode marca um encontro com elas fora do horário de trabalho.

Atualmente, Batatinha se dedica in-tegralmente ao esporte graças ao apoio que recebe do Governo do Pará. O ob-jetivo desta “pequena grande” atleta agora é Pequim. “Tenho que garantir a minha convocação primeiro. Depois é treinar muito”, finaliza.

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“Foi tudo muito confuso, não entendia nada do que as pessoas falavam”. Esta foi a primeira im-pressão de Claudia Santos

ao chegar na Alemanha para o Mundial de Remo, realizado em agosto de 2007, a pri-meira competição internacional do Brasil na modalidade. Mas a língua enrolada não in-timidou Claudia, que conquistou a medalha de ouro no single skiff e a vaga do Brasil em Pequim. O país também garantiu vagas no double skiff e no quatro com timoneiro e vai para China com a equipe completa.

“O resultado maravilhoso e as vagas para Pequim são o reflexo de um trabalho muito sério feito com o remo adaptável há cerca de 20 anos”, comemorou Celby Santos, diretor da modalidade e chefe da missão brasileira no Mundial de Remo.

O primeiro ouro do Brasil foi no single skiff, com Claudia Santos, que completou a prova em 5min57s58, um segundo antes da bielorussa Liusimila Vauchok, estabe-lecendo novo recorde mundial. “Quando olhei para o telão e vi o meu nome, nem acreditei. Ver a bandeira do Brasil lá no

alto é uma adrenalina enorme, difícil de descrever”, lembra Claudia, que compete pela categoria A (atletas com movimentos apenas de braço). No double skiff misto, Lucas Pagani e Josiane Dias de Lima ven-ceram a prova com 4min10s69, também estabelecendo nova marca mundial e ga-rantindo a vaga para Pequim.

“Agora os outros países vão olhar para o Brasil de forma diferente porque percebe-ram que aqui há bons remadores. Sem dú-vida, vamos ter que treinar mais e mais. A disputa tende a ser cada vez maior”, avalia Claudia, que teve a perna direita amputada em um atropelamento em São Paulo.

No quatro com timoneiro misto - barco que mistura atletas com deficiência física e visual - formado por Elton Santana, Selma D´Ajuda, Luciano Pires, Verônica Alves e Ra-fael Araújo, o Brasil foi superado na Final B apenas pela Rússia. Os brasileiros fizeram o tempo de 3min49s96. Os russos marcaram 3min46s26. Mesmo sem a medalha de ouro, o Brasil garantiu a vaga na categoria.

“Agora temos um ano. O caminho é ár-duo, mas acreditamos no sucesso do Brasil em Pequim”, completa Celby.

remadas de OUrOBrasil estréia no Mundial de Remo com a conquista de duas medalhas de ouro e vagas para Pequim

Por: Luciana PereiraFotos: Divulgação

Entenda a classificação do remo paraolímpico

No remo paraolímpico, os atletas são divididos em três classes: uma para atletas que só utilizam os braços (A); outra para atletas que utilizam tronco e braços (TA); e a terceira para atletas que utilizam pernas, tronco e braços (LTA). Cada classe tem um limite de elegibilidade, baseado no tipo de defi-ciência e no grau de comprometimento. As mulheres levam a letra W (women) e os homens a letra M (men).

Classe A 1x – barco single skiff – tri-pulação masculina ou feminina

Classe TA 2x – barco double skiff – tripu-lação mista (um homem e uma mulher)

Classe LTA 4+ – 1.4 com timoneiro – tripulação mista com atletas com deficiência física e visual (dois ho-mens e duas mulheres), além do ti-moneiro que serve de guia.

Claudia Santos no Mundial de Remo. No detalhe com as companheiras da delegação do Brasil

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Pela primeira vez, um barco brasileiro estará na Paraolim-píada. A vaga inédita para o país veio Mundial de Vela Pa-raolímpica, realizado entre os

dias 9 e 15 de setembro, no Rochester Yacht Club, às margens do Lago Ontário, entre Estados Unidos e Canadá. O Brasil participou com dois barcos na catego-ria Sonar (barcos com três velejadores) e terminou a competição em 12º lugar, conquistando uma das 14 vagas em dis-puta na competição.

“O resultado foi muito bom se levarmos em consideração que tínhamos uma equipe sem experiência internacional e com pouco tempo de adaptação ao barco. Deixamos para trás países de tradição na vela como a Itália e a Áustria”, comemora Renato Va-lentim, coordenador da vela paraolímpica

do Comitê Paraolímpico Brasileiro.

As equipes brasileiras eram compostas pelos velejadores Luis César Faria, (Mario-la), Darke de Mattos e Rossano Sá Leitão, no barco BRA1. A segunda, a BRA2, tinha Ricardo Messias (Ximu), Tui Oliveira e Ri-naldo Bezerra. A vaga conquistada é do país e a equipe que participará da Parao-limpíada será definida apenas em janeiro, no pré-olímpico, que deve ser realizado no Rio de Janeiro ou São Paulo.

“A equipe toda estava muito empolgada e temos muito orgulho por ter participado desta conquista inédita. O nosso trabalho visando aos Jogos de Pequim começou há muito tempo, com treino e competições. O resultado do mundial foi muito bom e queremos mais”, afirma o velejador Luis César Faria, o Mariola, classe 7, timoneiro do BRA1.

BOns ventOsBrasil consegue vaga inédita para Pequim no Mundial de Vela Paraolímpica

Autor: Luciana PereiraFotos: Divulgação

Sobre a vela paraolímpica

Na Paraolimpíada, são disputadas provas nas categorias: Sonar, bar-co com equipe de três velejadores, 2.4mr, barcos pequenos com apenas um velejador e Skud 18, uma classe recém-lançada, para duplas mistas de velejadores com deficiência severa. Os atletas são divididos em categorias de acordo com o grau de sua deficiência e agrupados em classes que variam de 1 a 7. Vale a regra de quanto maior o número da classe, menor a deficiência do atleta. Na categoria Sonar, o soma-tório das classes dos três atletas no barco tem que ser 14 pontos.

Delegação brasileira no Mundial de Vela Paraolímpica

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a mUralha BrasileiraAos 29 anos, o goleiro da seleção de futebol de sete diz que ainda quer uma medalha de ouro paraolímpica

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No meio do caminho tem a Ucrâ-nia. Tem a Ucrânia no meio do caminho. Esse poderia ser um indigesto poema para os joga-dores da seleção brasileira de

futebol de 7. Mas, com a licença do poeta, é melhor dizer que no meio do caminho tem a Ucrânia. E no meio do caminho tam-bém tem Marcão.

Marcos dos Santos Ferreira, o Marcão, é goleiro da seleção brasileira de futebol de 7 desde 1996. Eleito um dos melhores go-leiros do mundo, Marcão é uma muralha no gol. É a segurança do técnico Paulo Cruz. “Se o Marcão estiver entre os convocados no ano que vem, vai ser a quarta parao-limpíada dele. Isso conta muito. Dentro de campo ele é uma referência para os outros atletas. Orienta, ajuda. E no gol ele é im-batível. Pra fazer gol nele é muito difícil. Por tudo isso, ele traz uma segurança mui-to grande ao grupo. Quando ele está no gol os adversários sabem que não vão ter moleza”, elogia Cruz, técnico da seleção brasileira de futebol de 7.

Marcão começou a jogar ainda criança. Nas “peladas” do bairro era sempre o último a ser escolhido. “Com a deficiência, sobrava sempre o gol. No começo era ruim, mas eu queria jogar e comecei a gostar da posi-ção”, relembra.

E tudo aconteceu muito rápido na vida desse mato-grossense. Formado em Edu-cação Física e Administração, Marcão tem uma paralisia no lado direito do corpo causada por falta de oxigenação na hora do parto. Logo que conheceu o esporte paraolímpico, foi convocado para defen-der a seleção brasileira. “Foi tudo muito de repente. Eu não esperava representar o Brasil logo de cara. Era difícil acreditar. Eu lembro nunca tinha andado de avião e chegando aos Estados Unidos eu coloquei o pé no chão e estava nervoso ainda. Era tudo um sonho”, relembra. Sonho que ele não se cansa de sonhar. Já são três pa-raolimpíadas, inúmeras competições in-ternacionais. Títulos que ele lembra com carinho.

Nem tão carinhosas são, no entanto, as lembranças dos adversários, principal-mente da forte seleção da Ucrânia, ainda “entalada na garganta”. “Sempre passa pela minha cabeça a derrota para a Ucrâ-nia em Sidney. A gente perdeu a semifinal em um lance bobo, mas que eu não consi-

Por: Julia CensiFotos: Saulo Cruz

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go esquecer. Ficou marcado.” Em Atenas, novamente os ucranianos acabaram com a festa brasileira. Ucrânia quatro. Brasil um. E mais uma vez o sonho da medalha de ouro paraolímpica foi adiado.

No Mundial de Futebol de Sete, que aconteceu no Rio de Janeiro entre os dias 3 e 18 de novembro, mais uma vez a Ucrânia. Desta vez, tomaram a medalha de bronze da seleção brasileira e o país ficou com o quarto lugar na competição. A final foi entre Rússia e Irã, com vitória russa. O resultado brasileiro garantiu a vaga para os Jogos Paraolímpicos de Pe-quim, que começou a ser conquistada em agosto, nos Jogos Parapan-americanos, quando a seleção jogou com casa cheia, maestria e lances e defesas inesquecíveis. “O Parapan foi uma alegria. A gente não esperava ver a torcida gritando o nosso nome. Acompanhando os jogos. Soube que teve até fila na porta do estádio. Isso é muito bom.

Mas além da torcida nos estádios, Mar-cão tem a sua própria torcida em casa. Os dois filhos adoraram ver o pai na televi-são. E quando essa dupla entra em campo o pai abaixa a guarda. É gol na certa. “Os dois são muito levados. Quando eu não es-tou jogando é com eles que eu fico. Sou muito caseiro. E eles são a alegria da casa. Tem hora que a gente chega cansado, mas quando encontra com eles não têm jeito. Esquece de tudo!”.

Só não esquece do time do coração. Flamenguista apaixonado, Marcão acom-panha todos os lances da equipe rubro-ne-gra. Gosta de ver o goleiro Bruno jogando, mas ídolo mesmo é um só: o ex-goleiro da seleção brasileira de futebol, Taffarel. “Sou muito tímido e quieto. Admiro o jeito do Taffarel, a determinação dele. Acho que pra ser um bom goleiro a gente precisa de muita determinação porque é uma posição ingrata, ninguém gosta porque você não pode falhar. A pressão é muito grande”, diz Marcão, que chega a treinar mais de seis horas por dia no Clube Caira/MS.

Como todo goleiro, Marcão não lembra de ter levado nenhum frango, “algumas falhas apenas, mas frango nunca.” E como bom sonhador, Marcão ainda não acabou de escrever sua história no futebol. Mas já sabe bem o final que quer dar. “Ainda falta ser campeão paraolímpico. Chega de ser segun-do lugar!”, finaliza.

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Bastaram cinco anos para o hi-pismo paraolímpico brasilei-ro estar entre os melhores do mundo. O inédito quarto lugar por equipes no Mundial reali-

zado em julho de 2007, na Inglaterra, deu ao país a chance de estar na Paraolimpía-da de Pequim com uma equipe completa – quatro atletas. Como se não bastasse, o Brasil teve, pela primeira vez, um atleta

campeão do mundo, o cavaleiro Sergio Fro-es, de Brasília. “Estou realizado. Na hora do pódio, ver a bandeira do Brasil no lugar mais alto do mastro, as pessoas aplaudin-do. Ser o melhor do mundo é muito bom”, diz o cavaleiro.

As conquistas surpreenderam até mes-mo quem trabalha pela modalidade desde o começo, em 2002. “Foi uma conquista inacreditável. Achávamos que consegui-

ríamos no máximo um bronze até porque a competição tinha um nível alto. Fomos a zebra”, comemora a técnica da seleção, Marcela Pimentel.

O Brasil tem hoje seis atletas elegíveis que podem estar em Pequim – Sergio Froes, Davi Salazar, Marcos Alves, Vera Lucia Mazzili, Paulo Roberto Menezes e Elisa Melaranci. Dos seis, apenas Paulo Roberto Menezes não es-teve no Mundial. A lista dos convocados para

Pela primeira vez, um atleta brasileiro é campeão mundial de hipismo. Brasil terá equipe completa na Paraolimpíada de Pequim

Por: Luciana PereiraFotos: Arquivo pessoal

Sergio Froes, o primeiro brasileiro a ser campeão do mundo no hipismo paraolímpico

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os Jogos de Pequim será definida depois da última competição do ano, em dezembro, na Austrália, segundo critérios definidos pela Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). “A expectativa é grande. Estar em Pequim é meu sonho”, diz Sergio.

Ainda este ano, o técnico francês Ni-colas Commenge, que esteve com a dele-gação brasileira no Mundial virá ao Brasil para orientar treinadores e treinar também os cavalos, visando não apenas a um bom desempenho em Pequim, mas ao cresci-mento da modalidade no país. “É funda-mental pensar nos cavalos que, para mim, são 60% do resultado das competições”, avalia Sergio Froes.

Com o resultado, o hipismo se junta à outras modalidades como atletismo e natação, nas quais o Brasil faz parte da elite do esporte mundial. O crescimento da modalidade e a conquista do 4º lugar no mundo mudaram a percepção dos outros países. “Vamos ter que treinar bem mais para mantermos o resultado porque sere-mos vistos de forma diferente em Pequim”, acredita Sergio Fróes. “Mas o Brasil é uma equipe forte e já pode pensar em uma me-dalha, pelo menos de bronze”, completa a técnica.

Saiba mais A estréia do hipismo em

Jogos Paraolímpicos foi em 84, em Nova Iorque e a modalidade só voltou a ser disputada em 2000, em Sidney. O Brasil, co-meçou em 2002, através de um curso da Confederação Brasi-leira de Hipismo. A modalidade se desenvolveu e, em 2004, o país foi convidado para estar em Atenas, com o cavaleiro Marcos Alves.

Para os atletas com defi-ciência, é desenvolvido ape-nas o adestramento. Como em quase todos os esportes paraolímpicos, os atletas são divididos por classes - Ia, IB, 2, 3 e 4, valendo a regra de quanto maior a classe, menor o comprometimento. No caso dos atletas cegos, é necessária uma sinalização sonora.

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Davi Salazar (acima) e Elisa Melaranci (abaixo)

O campeão Sergio Froes com o técnico francês Nicolas Commenge e a coordenadora técnica do hipismo, Marcela Pimentel

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Uma equipe jovem – com atle-tas estreantes em competições internacioanais – representou o Brasil nos Jogos Mundiais da Federação Internacional

de Esportes para Cadeirantes e Amputados (Iwas), que aconteceu em setembro, na ci-dade de Taipei, capital de Taiwan. Mas ape-sar de jovens, os atletas tiveram resultado de veteranos: foram 24 medalhas, sendo dez ouros, nove pratas e cinco bronzes.

“O resultado final foi muito positivo para o Brasil e provou que estamos inves-tindo e no caminho certo. A equipe era muito jovem, com atletas de 15 anos, e quase todos subiram ao pódio”, comemo-rou Edílson Alves, diretor técnico do Co-mitê Paraolímpico Brasileiro e chefe da delegação brasileira em Taipei.

A intenção do Comitê Paraolímpico Brasileiro ao convocar uma delegação de jovens era dar experiência internacional a estes atletas, já visando aos Campeonatos Mundiais de 2010 e aos Jogos Paraolímpi-cos de Londres, em 2012. “Hoje já temos um grupo de atletas de pouca idade e com experiência. Isso mostra uma renovação e garante a manutenção das boas atuações do Brasil nas competições internacionais”, completou o chefe da delegação.

Na natação, destaque para a amazo-nense Valeria Lira, de 15 anos, da classe S7, que esteve nos Jogos Parapan-ameri-canos, quando conquistou uma medalha de bronze no revezamento 4x100m livre. No Mundial, Valeria ficou com o ouro em três provas: 50m, 100m e 400m livre. Outro atleta que seguiu do Parapan para o Mun-dial foi o alagoano Yohansson Nascimento, da classe T45, e deu do país duas medalhas de ouro (100m e 200m rasos) e uma prata (400m rasos).

Os Jogos Mundiais da Federação Inter-nacional de Esportes para Cadeirantes e Amputados (Iwas) reuniu 826 atletas de 43 países em oito modalidades: atletismo, halterofilismo, natação, tênis de mesa, tiro esportivo, tiro com arco, badminton e es-grima. O Brasil participou da competição apenas nas modalidades atletismo, nata-ção e halterofilismo.

Brasil leva uma delegação de jovens atletas e faz bonito no Mundial Iwas

Autor: Luciana PereiraFotos: DivulgaçãoMundial de

novos talentos

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Os jovens atletas da delegação brasileira em Taipei

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Ela tEma força

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Page 44: Revista Brasil Paraolímpico n° 26

Para ela, os Jogos Parapan-americanos foram ainda mais especiais. A mexicana Amália Perez Vasquez saiu do Rio de Janeiro não apenas medalhis-

ta, mas recordista mundial. A atleta do halterofilismo, categoria até 52kg, levan-tou 130,5kg, mais de duas vezes o peso de seu corpo, estabelecendo nova marca que, desde 2003, pertencia à russa Tama-ra Podpalnaya. “Ouvir que bati o recorde mundial em um evento como os Jogos Parapan-americanos foi especial. Eu me sentia em casa por estar em meu con-tinente. Foi o resultado de muito esfor-ço, disciplina e me deu a certeza de que posso alcançar todas as minhas metas”, afirma a atleta.

Amália começou a competir no halte-rofilismo em 1991, depois de ter praticado natação, esporte que fazia parte do trata-mento da artrogripose congênita, causada por parto prematuro. Aos seis meses de gestação, sua mãe teve um acidente que a obrigou a ter o bebê. Apesar dos prog-nósticos dos médicos, Amália sobreviveu, mas suas pernas não se desenvolveram e não poderia andar. “Chegaram a dizer para a minha mãe que fizesse um aborto pois eu não viveria, mas ela insistiu e fizeram o parto. Cá estou”, brinca.

A trajetória de sucesso da recordista mundial inclui participação em 16 jogos nacionais e 24 internacionais, entre cam-peonatos europeus, parapan-americanos,

Para a mexicana Amália Perez, o Parapan não terminou só

com medalha de ouro, mas também com recorde mundial

Por: Luciana PereiraFotos: Arquivo pessoal

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No pódio comemorando o recorde mundial. Abaixo, a concentração antes da prova

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Mundiais, como o realizado em 2006, em Busan, na Coréia do Sul, além de duas Paraolimpíadas: Sidney, em 2000, e Ate-nas, em 2004. Agora, aos 34 anos, Amá-lia pensa em Pequim. E depois do recorde mundial, se tornou favorita à medalha. Treina duas horas por dia, cinco vezes por semana, com o técnico e marido, José En-rique Alvarado, cuida da alimentação, para se manter na categoria de peso, e dorme ao menos oito horas por dia. A rotina da atleta também inclui trabalhos com nutri-cionista e psicólogo.

No tempo que sobre entre um treino e outro, Amália pratica dança contemporâ-nea, outra de suas paixões. Ainda divide o tempo com sua filha de três anos, Me-lissa. “Sou muito ativa e não consigo ficar quieta. Sempre procuro coisas para fazer, principalmente no trabalho com pessoas com deficiência”, afirma a atleta, que é formada em análise de sistemas e dá pa-lestras sobre a sua história. “Não somos diferentes de ninguém. Somos atletas de alto rendimento e nada nos impede de chegar aonde determinamos”. E completa: “Não importa de que forma estamos aqui, o importante é que existimos. A vida deve ser aproveitada, ao máximo, da maneira que ela chega”.

A realização dos Jogos Parapan-ame-ricanos na mesma cidade dos Jogos Pan-americanos, para Amália, foi um sinal de igualdade e respeito a todos os atletas. “Competir no mesmo local é valorizar o trabalho de todos e principalmente deixar de discriminar. Foi um grande passo para muitos países e um começo de conscien-tização de nossa sociedade. Fiquei encan-tada com a organização, as pessoas, os locais de competição”, avalia. Para ela, o movimento está no caminho certo. “Ainda faltam muitas coisas, mas estamos avan-çando, passo a passo”.

Quando não estiver mais competindo, Amália não pretende abandonar o espor-te e pensa em ser juíza internacional da modalidade. “Não quero nunca me sepa-rar do esporte. Espero pode sempre con-tribuir para promovê-lo”, finaliza Amalia, destacando duas de nossas atletas: Tere-zinha Mulato e Maria Luzineide, ambas do Rio Grande do Norte. “São mulheres muito fortes e não tenho dúvidas de que muito em breve serão as melhores do mundo”.

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Com o marido e técnico José Enrique e a filha Melissa

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O Brasil ficou em quarto lugar no Mun-dial de Futebol de Sete, realizado de 3 a 18 de novembro, no Rio de Janeiro, na mesma instalação dos Jogos Parapan-americanos. O Brasil começou a competição com vitó-ria, mas perdeu a semifinal para o Irã e, na disputa pelo bronze, foi derrotado por 2 a 0 pela Ucrânia, atual campeã paraolímpica. É a segunda vez que o Brasil termina em quarto lugar no Mundial. O resultado, no entanto, garante a vaga do Brasil na Parao-limpíada de Pequim. Na grande final, a Rús-sia derrotou o Irã por 2 a 1. Além do Brasil, estão classificados para Pequim a China, Ucrânia, Rússia, Irã, Irlanda, Holanda e In-glaterra/Escócia (que na Paraolimpíada jo-gam juntas, como Grã-Bretanha).

Comitê Organizador apresenta as medalhas de Pequim 2008

O Comitê Organizador dos Jogos Paraolímpicos de Pequim (BOCOG) apre-sentou as medalhas da Paraolimpíada, em coletiva de imprensa com a pre-sença de representantes de associações que trabalham com pessoas com deficiência. O desenho das medalhas segue o conceito dos Jogos, represen-tando igualdade e respeito mútuo entre todos, e é muito semelhante ao da medalha da Olimpíada. As medalhas têm um disco fixo de cores diferentes de acordo com o valor. Branco para a medalha de ouro, cinza para a de prata e verde para a de bronze. No verso, o símbolo do Comitê Paraolímpico Internacional e o nome do evento em chinês, inglês e braille. O material, peso, medições e padrão de medalhas para os Jogos Paralímpicos de 2008 tiveram a aprovação do Comitê Paraolímpico Internacional. A medalha de ouro é feita com seis gramas de ouro puro.

Brasil termina em quarto lugar no Mundial de Futebol de Sete

Atleta brasileiro é reconhecido pelo IPCAos 22 anos o velocista brasileiro Lucas Prado é o pri-

meiro sul americano a ser eleito o melhor atleta do mês pelo site do IPC, o Comitê Paraolímpico Internacional. Dono de recordes mundiais nos 100m e 200m para velocistas cegos, Lucas Prado ficou feliz com o reconhecimento. “Fico muito feliz com essa escolha. Pra mim é uma honra ver meu es-

forço e as minhas conquistas serem reconhecidos. Esse ano foi bom, mas com certeza ano que vem vai ser muito me-lhor”, disse Lucas, que atualmente treina em Joinville (SC) com o técnico Amaury Veríssimo. Lucas compete na classe T11, para cegos totais, e é especialista nas provas de 100m, 200m e 400m.

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Uma cerimônia realizada no dia 12 de agosto, na Arena Olímpica do Rio, marcou a abertura dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007. A atleta Anelise Hermanny, do atletismo, foi uma das condutoras da tocha

Nas ruas do Rio de Janeiro, em desfile organizado pelas Loterias CAIxA, o reconhecimento do público aos campeões do Parapan. O Brasil terminou a competição em primeiro lugar com 228 medalhas, o melhor resultado do país em jogos parapan-americanos

ParaPan

Fotos: Christophe Scianni e Saulo Cruz

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*Andrew Parsons, Presidente do Comitê Paraolímpico

das Améicas (APC)

Andrew Parsons *

ParaPan riO 2007

Os Jogos Parapan-americanos Rio 2007 representaram a consoli-dação do Movimento Paraolím-pico. Seja no Brasil, nas Amé-ricas ou em nível internacional,

jamais houve uma competição como o Pa-rapan. Nunca uma combinação de esforços foi tão coroada de êxito e modificou tão decisivamente um movimento esportivo.

O Parapan mudou de vez a percepção da sociedade brasileira em relação ao nosso movimento, que cada vez mais é entendido como de alta performance. Cada vez mais o brasileiro entende que o atleta paraolím-pico é apenas mais um atleta, que ganha, que perde, que ri e que chora. Atleta, pura e simplesmente, atleta.

A experiência de dividir pela televisão e in loco as competições do Parapan, de torcer por um Brasil que vence e dá es-petáculo, criou uma identificação enorme entre o povo brasileiro e os atletas para-olímpicos. Quem teve a oportunidade de viver momentos mágicos, como aquelas tardes de agosto no Parque Aquático Ma-ria Lenk, por exemplo, jamais esquecerá. O esporte paraolímpico brasileiro subiu mais um degrau. Crescemos, somos maiores do que éramos.

Claro que isso representa também uma grande responsabilidade. Aos poucos, va-mos perdendo a capacidade de surpreender, pois a delegação brasileira é vencedora e dela sempre se esperará grandes resulta-dos. Por isso, temos não apenas que ser bons, mas consistentes, constantes. Esse será o grande desafio: encantar, mesmo sem surpreender.

Para a Região das Américas, o Rio 2007 representou um salto qualitativo enorme. A evolução para as edições anteriores foi muito grande em termos de instalações esportivas, Vila, transporte, organização,

etc. Essa estrutura significa qualidade e credibilidade. Os governos dos países do continente americano sabiam que estavam apoiando as suas delegações paraolímpicas a caminho de um grande evento esportivo, de uma competição com peso em nível in-ternacional. Esse apoio mais intenso por parte do governo é decisivo para os países mais carentes da nossa Região participar de competições internacionais de maneira estruturada.

Sem dúvida nenhuma o alto nível dos Jogos Parapan-americanos Rio 2007 con-tagiou Guadalajara 2011, que já assinou protocolo de intenções para organizar, se-guindo o mesmo modelo, os Jogos Pan e Parapan-americanos daqui a quatro anos. Até mesmo comitês de candidatura, como o de Bogotá 2015, já anunciaram a sua in-tenção de seguir o mesmo modelo. Essa certeza de que a cada quatro anos teremos uma competição multi-desportiva regional de alto nível permite aos países organiza-rem-se para chegarem preparados a estas competições e brigar por vagas em Londres 2012 e, quem sabe, no Rio em 2016.

Após os Jogos, tive a oportunidade de estar com representantes de federações in-ternacionais, lideranças de comitês parao-límpicos nacionais e integrantes do Comitê Paraolímpico Internacional. Todo o Movi-mento Paraolímpico Internacional aplaude o Parapan Rio 2007 e o aponta como uma referência para os próximos grandes even-tos paraolímpicos internacionais. A reper-cussão foi fantástica.

O Parapan abriu uma série de oportu-nidades e elevou o esporte paraolímpico a um novo patamar em nosso País. Que Pe-quim 2008 seja a oportunidade de evoluir-mos ainda mais. E que saibamos aproveitar tal oportunidade como aproveitamos no Rio 2007.

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Cartas para esta seção no endereço eletrônico [email protected]. Os textos poderão ser editados em razão do tamanho ou para facilitar a compreensão.

Em primeiro lugar quero agradecer a Deus pela vida de cada um de vocês. Vo-cês são vencedores, com medalhas ou não. Entre vocês, não há vencedor ou vencido, mas acima de tudo campeões. Eu sou um brasileiro com muito orgulho de meu país. Deus abençoe a cada um dos atletas. Um forte abraço!

Marcello Nunes Rio de Janeiro - RJ

Aos campeões parapan-americanos!

A cada edição me surpreendo com a alta qualidade das reportagens da revista Brasil Pa-raolímpico, diagramação e fotos. Espero que o Parapan abra ainda mais os horizontes dos bra-sileiros em relação aos nossos atletas. Parabéns a toda equipe pelo excelente trabalho.

Luciane Lima Brasília-DF

O conteúdo da revista Brasil Paraolímpico é de extrema importância para o enriquecimento do conhecimento de profissionais da educação física que trabalham na área de esporte adaptado, bem como para os acadêmicos.

Maria Gabriella Umuarama - PR

Gostaria parabenizá-los pelo incrível tra-balho dedicado à inclusão e a superação!

Pâmela Einsfeld Porto Alegre - RS

Batemos recordes de medalhas e de novos talentos; mas, é importante res-saltar que esse despontar esportivo vai muito além, com uma legião de meninos e meninas pra lá de especiais. Que força natural e esplêndida armazenam esses indivíduos! Chegou o momento de re-verenciar esses mestres da arte de bem viver! Esses meninos e meninas que já encantaram outros locais do mundo e tão bem representaram o valor do nosso povo.

Alessandra Leles Rocha Uberlândia - MG

Parabéns pelo maravilhoso trabalho de vo-cês. Depois que fui ao Parapan eu passei a admi-rar cada vez mais nossos maravilhosos atletas.

Luciana Veiga Rio de Janeiro – RJ

Parabéns a toda delegação que tão bem nos representou nos Jogos Parapan-ameri-canos. Um recorde de superação e força de vontade. Um exemplo para cada cidadão bra-sileiro. Parabéns a todos!

Estanislau Costa Brasília - DF

Fico feliz de ser um parolímpico hoje pois vocês nos representaram muito bem. Demos um show de habilidade e destreza. Parabéns a todos que estiveram na grande arena do esporte paraolímpico.

JUCEMAR CHAGAS Pirapora - MG

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Publicação bimestral do CPB5.000 exemplares

Presidente Vital Severino Neto

Vice-presidente Financeiro Sérgio Ricardo Gatto

Vice-presidente Administrativo Francisco de Assis Avelino

Assessora Especial para Assuntos institucionais

Ana Carla Thiago

Secretário Geral Andrew Parsons

diretor Financeiro Carlos José Vieira de Souza

diretor Administrativo Flavio Costa

diretor Técnico Edilson Alves

Assessor Especial de desenvolvi-mento das Atividades Técnicas e Científicas / Coordenador Geral

do desporto universitário Renausto Alves Amanajás

Editor Chefe Andrew Parsons

Jornalista CPB Luciana Pereira

Jornalistas Colaboradoras Aline Almeida

Fernanda Villas-Bôas Julia Censi

imagens Capa Saulo Cruz, Christophe Scianni e

Daniel Fachinni / CPB

Editoração Télyo Nunes

Execução Gráfica Gráfica Brasil

Site: www.graficabrasil.com.br

Endereço Sede CPB SBN Qd. 2 - Bl. F - Lt. 12

Ed. Via Capital - 14º andar Brasília/DF - CEP 70 040-020

Fone: 55 61 3031 3030 Fax: 55 61 3031 3023

E-mail: [email protected] Site: www.cpb.org.br

O Comitê Paraolímpico Brasileiro lamenta o falecimento do atleta argentino do tênis de mesa Carlos Maslup, no dia 23 de agosto de 2007, no Rio de Janeiro, após o término dos Jogos Parapan-americanos. No dia 19 de agosto, Maslup sofreu um acidente vascular cerebral e faleceu quatro dias depois. Nos Jogos Parapan-americanos, o atleta da classe 1 foi medalha de bronze na prova individual.

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