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Entrevista: Gerson Bordignon Reatech CPB marca presença BRASIL Mundial da IBSA Judô se destaca e começa a garantir vagas em Londres-2012 PARAOLÍMPICO 36 NúMERO REVISTA DO COMITê PARAOLÍMPICO BRASILEIRO // JUNHO/JULHO 2011 // WWW.CPB.ORG.BR

Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

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Edição número 36 da revista oficial do Comitê Paraolímpico Brasileiro, com destaque para as conquistas do Brasil no Mundial da IBSA, na Turquia

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Entrevista: Gerson Bordignon

Reatech CPB marca presença

Brasil

mundial da iBsaJudô se destaca e começa a garantir vagas em Londres-2012

PARAOLÍMPICO36númEro

rEvista do COMItê PARAOLÍMPICO bRAsILeIRO // junho/julho 2011 // www.CPb.ORg.bR

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Caro leitor,

Os últimos meses foram marcantes para o Esporte Paraolímpico Brasileiro, com o Mundial da IBSA, a estreia do CPB na Re-atech, o início do Circuito Loterias CAI-XA Brasil de Atletismo, Natação e Halte-rofilismo e tantas outras conquistas.

Não foi fácil escolher a capa desta edi-ção da Brasil Paraolímpico. Mais uma vez, um Campeonato Mundial é o des-taque. Os atletas do Brasil fizeram bo-nito no Mundial da IBSA, em abril, na Turquia. Você poderá acompanhar a tra-jetória dos medalhistas brasileiros na competição: Daniele Bernardes, Lúcia Teixeira e Antônio Tenório. Subindo ao pódio, eles ficaram mais perto da vaga para as Paraolimpíadas de Londres 2012.

Também em abril, o CPB fez sua estreia na Reatech, a maior feira voltada para pessoas com deficiência das Américas. No nosso estande, o público pôde co-nhecer mais sobre o Esporte Paraolím-pico e esteve em contato com algumas das nossas maiores estrelas. Um ver-dadeiro sucesso.

Esta edição ainda está recheada de bo-as histórias: na seção Grandes Nomes do Esporte, você poderá lembrar os fei-tos de Anaelise Hermany, primeira mu-lher deficiente visual a representar o País em Paraolimpíadas; em Promessa 2016, o destaque é Bruna Alexandre, que aos 15 anos de idade é considerada a re-

AndRew PARsOnsPrEsidEntE do Comitê ParaolímPiCo BrasilEiro

Um grande abraço,

Andrew Parsons

Editorial

velação do tênis de mesa brasileiro, tanto no paraolímpico quanto no olímpico.

Não perca ainda a reportagem espe-cial sobre as duas modalidades incluí-das no Programa das Paraolimpíadas do Rio 2016: a canoagem e o triatlo. Conta-mos como funciona cada uma e revela-mos quem são os atletas do Brasil que já se destacam mundo afora – e prometem fazer bonito na estreia, em casa.

Outro destaque é a entrevista com Gerson Bordignon, Gerente Nacional Promoção, Cultura e Esportes da CAI-XA Econômica Federal. Ele conta um pouco sobre a parceria com o CPB, que já dura mais de seis anos e foi esten-dida até o fim de 2012, além de mos-tra porque o Esporte Paraolímpico é um bom negócio.

Você ainda encontrará em nossas pá-ginas muitas notícias do Esporte Para-olímpico pelo Brasil e pelo mundo e a participação especial do repórter da TV Record, Fernando Nardini, contando sobre sua experiência no paradespor-to e revelando como Terezinha Guilher-mina o inspirou a enfrentar um desafio nas alturas da Nova Zelândia.

Esperamos que você se divirta folhean-do esta edição.

Boa leitura!

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4rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

11CoLunista Convidado

Fernando nardini

22entRevista Gerson Bordignon

27pRomessa 2016

Bruna Costa

29notíCias CPB no Flickre Faceb ook

11

6 18 24

mundial da iBsamedalhas de daniele Barnardes, lúcia teixeira e antônio tenório abrem caminho para vagas no judô em londres-2012. Goalball vai lutar para ir aos jogos no Parapan de Guadalajara

novos esportes: Paracanoagem e paratriatlo são as novidades nos jogos de 2016 ganham apoio do CPB e apostam no crescimento das modalidades até as Paraolímpiadas

Reatech ações do Comitê Paraolímpico Brasileiro ganham destaque na maior feira para pessoas com deficiência das américas, realizada em são Paulo

Circuito Caixa Etapas de Fortaleza e Curitiba mostram a evolução do paradesporto nacional, com recordes dentro e foras das pistas e piscinas

suMáRIO Edição 36 // jun/jul 2011 // www.CPb.ORg.bR

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rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

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mais de duas décadas

grandes nomes do esporteanaelise hermany

Nascida em Ijuí/RS no ano de 1966, Ane-lise Hermany mudou-se para Porto Ale-gre com três anos, para poder estudar. Na capital entrou para o Instituto Santa Lu-zia, a escola para cegos da cidade.

Seu primeiro contato com o paradesporto aconteceu justamente por causa da esco-la. Em 1979, com 13 anos, ela viajou com o colégio para disputar uma série de pro-vas contra outras escolas, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.

“Era como se fosse uma Paraolimpíada Escolar, só que com bem menos organi-zação. Me lembro que competi em várias modalidades e ganhei cinco ouros”, con-ta a ex-atleta.

Quatro anos mais tarde, com a compe-tição um pouco mais organizada, Aneli-se voltou a se destacar. Desta vez, com-petindo apenas no atletismo, levou mais cinco ouros: nos saltos em altura e em distância, nos 100m, nos 200m e nos 400m. Foi o passo mais importante rumo à Paraolimpíada de Nova York 1984.

“Fui muito bem naquela edição que acon-teceu no Rio e o pessoal da ABDC (As-sociação Brasileira de Desportos para Ce-gos) estava de olho. Fui convocada, então, e comecei a me preparar para a Paraolim-píada”, lembra Anelise.

Quando o sonho Quase acabou“Era outra época. Já estava no aeropor-to quando descobri que não tinha passa-gem para mim. A ABDC estava levando cinco atletas, mas só tinha quatro pas-sagens. Os quatro homens embarcaram e eu fiquei. Foi uma confusão para con-seguir patrocínio de última hora, mas no fim deu tudo certo. Cheguei lá com al-guns dias de atraso apenas.”

O resultado impressionou até os mais oti-mistas: as duas medalhas de prata, o bron-ze e o recorde no salto em distância F12, com a marca de 4,49m, transformavam Anelise na primeira medalhista paraolím-pica brasileira entre os deficientes visuais.

“A sensação foi maravilhosa. Não tem ex-plicação”, conta.

Em 1988, nos Jogos de Seul, ela ainda ganharia mais duas medalhas, uma de prata, nos 800m, e uma de bronze, nos 400m. Mais uma vez, porém, sua convo-cação não foi das mais calmas.

“Eu vinha de uma lesão no ombro e a mi-nha convocação foi muito contestada. Ainda bem que consegui alcançar um bom resultado”, lembra.

Anelise encerrou sua carreira em 1992, mas seu recorde brasileiro no salto em distância, estabelecido em Nova York, foi mantido por 26 anos, até Ivani Apareci-da o superou, na etapa nacional de Porto Alegre do Circuito Loterias CAIXA 2010. E mesmo assim, por muito pouco. A atual marca é de 4,51m, apenas dois centíme-tros acima da de Anelise.

Primeira deficiente visual a ganhar medalhas em

Paraolimpíadas, anelise hermany conquistou três

pratas e dois bronzes em 84 e 88. seu recorde no

salto em distância só foi batido 26 anos depois

no topo

Era outra época e na hora de embarcar descobri que

não tinha passagem. Foi uma confusão, mas no final

deu tudo certo e fui aos jogos Paraolímpicos de nY

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MatériaFulano de tal

6rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

Em dezembro de 2010, o Comitê Para-olímpico Internacional (IPC) anunciou o Programa das Paraolimpíadas da Rio 2016 com duas novidades: a paracanoa-gem e o paratriatlo. As modalidades que estrearão aqui, no entanto, já são pratica-das no Brasil há algum tempo, e com des-taque internacional.

Fernando Fernandes, Marta Ferreira, An-dré Szücs, Carlos Roberto, Rivaldo Mar-tins. Aos poucos, esses nomes começam a se tornar conhecidos do grande públi-co brasileiro. Por estes motivos, a Revista Brasil Paraolímpico traz um pouco da his-tória desses atletas, das modalidades e o que a torcida brasileira pode esperar para 2016, quando teremos a chance de ver de perto a competição.

a escolhaSete modalidades disputavam o direito de fazer parte do Programa Paraolímpico do Rio 2016: badminton, canoagem, golf, fute-bol em cadeira de roda elétrica, taekwondo, triatlo e basquete para pessoas com defici-ência intelectual. Apenas a paracanoagem e o paratriatlo foram aceitos pelo Comitê Exe-cutivo do IPC para integrarem o Programa.

“O Comitê Executivo do IPC escolheu mo-dalidades que têm grande apelo entre os jovens e que estão crescendo no mundo todo. Foi uma decisão acertada e, sem dú-vida nenhuma, o Rio de Janeiro oferece-rá um cenário espetacular para ambas as competições em 2016”, destaca o presi-dente do CPB e membro do Comitê Exe-cutivo do IPC, Andrew Parsons.

o Brasil se prepara para estrear com

foRça totaLa paracanoagem e o

paratriatlo estarão em

uma Paraolimpíada pela

primeira vez na rio 2016,

mas os brasileiros já se

destacam mundo afora

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MatériaFulano de tal rEvista

bRAsIL PARAOLÍMPICO

7novos esportesParacanoagem e Paratriatlo

na estreia da

paracanoagem nas

Paraolimpíadas, na Rio

2016, o brasil promete

fazer bonito. E não

aposta apenas nos dois

campeões mundiais.

O ouro e a prata, no Mundial fazem da baia-na Marta Ferreira uma das esperanças de medalhas para o Brasil nos Jogos Parao-límpicos do Rio.. Natural de Ipiaú, na Bahia, Marta vive há dez anos em Itacaré. Foi lá que começou na canoagem, em 2005, con-sequência da paixão por remar e surfar. Com quatro meses de treinos, a atleta, que teve poliomielite com um ano e meio de idade, foi campeã brasileira. Desde 2006, nunca mais perdeu o título nacional. O ano de 2010 foi especial. No primeiro semestre, Marta con-quistou o título de campeã sul-americana de paracanoagem, na Argentina.

“Foi a minha estreia competindo com mu-lheres. Aqui no Brasil sempre caio n’água com homens. Eu ainda não tinha testado meu potencial. Quando abri 100m de dis-tância das concorrentes na prova de 200m, me surpreendi”, conta Marta.

Em agosto Marta se sagrou campeã mun-dial na sua classe – e foi prata na classe LPA, para atletas que usam as pernas.

“Foi incrível. Percebi que realmente sou boa’”, diz Marta, que em abril de 2011 con-quistou o bicampeonato sul-americano.

A decisão do IPC de incluir a modalidade nas Paraolimpíadas do Rio 2016 é apon-tada pela atleta como a terceira grande conquista do ano..

“Agora o CPB poderá nos dar um maior suporte, como no Sul-Americano e no Mundial. Poderemos competir muito mais, ter mais divulgação e, estou torcen-do, para que que apareçam mais mulhe-res interessadas na modalidade”.

Baiana arretada

A paracanoagem possui três classes fun-cionais, são elas: LTA, quando o atleta uti-liza braços, tronco e pernas para auxi-liar na remada; TA, na qual o atleta utiliza o tronco e os braços para o desenvolvi-mento da remada; e A, quando o atleta só consegue utilizar o movimento do braço para a locomoção da embarcação.

As provas da paracanoagem acontecem, em geral, junto com as de canoagem de velocidade. Os paratletas competem os 200m com as classes V1 e K1.

a Paracanoagem no brasilA paracanoagem começou a ser desenvol-vida no Brasil em 1999. Só dez anos depois o país começou a participar de Mundiais, já marcando presença. Em 2010, a seleção voltou pra casa com dois ouros (Fernando Fernandes e Marta Ferreira) e uma prata (Marta Ferreira) na mala.

“O Brasil hoje tem grandes representantes e resultados na paracanoagem. No Mun-dial de 2010, na Polônia, o Brasil ficou atrás somente do Canadá, é um país avançado

na modalidade”, destaca o diretor de pa-racanoagem da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), Leonardo Maiola.

Na estreia nas Paraolimpíadas, o Brasil promete fazer bonito. E não aposta ape-nas nos dois campeões mundiais.

“Ainda temos como destaques para 2016 os campeões sul-americanos: Bianca Silva de Lima, de 14 anos, Patrick Ronald, de 20 anos, e Arildo da Conceição, de 18 anos”, destaca o diretor de paracanoagem da CBCa.

Além desses jovens, a Confederação busca novos adeptos. Para isso, começa a investir em divulgação da paracanoagem em clu-bes, hospitais de reabilitação e associações para deficientes. A CBCa também planeja organizar eventos de capacitação profissio-nal, para formar classificadores funcionais, técnicos e árbitros. O Campeonato Brasilei-ro também deve crescer, segundo a direto-ria técnica da CBCa. A a meta é, a partir do ano que vem, realizar regionais de paraca-noagem e, em 2013, fazer regionais classi-ficatórios para o brasileiro do mesmo ano.

paracanoagem

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rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

novos esportesParacanoagem e Paratriatlo

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O principal nome da paracanoagem bra-sileira tem menos de dois anos na mo-dalidade: Fernando Fernandes. O mode-lo e ex-BBB sofreu um acidente de carro em 2009 e ficou paraplégico. Com pou-cos meses na paracanoagem, já conseguiu os melhores resultados do Brasil na histó-ria da modalidade.

“Durante a minha recuperação tive a oportunidade de conhecer outras moda-lidades. Corri a São Silvestre, tentei o re-mo, mas foi na canoagem que me en-contrei. A modalidade me proporciona uma sensação maravilhosa. Quando en-

trei pela primeira vez num caiaque e me vi cercado pela natureza e com condições iguais em relação a qualquer pessoa per-cebi que havia encontrado meu esporte”, explica Fernando.

Com apenas nove meses de lesão, ele foi campeão sul-americano, em La Plata, na Argentina. Em agosto de 2010, conquistou o ouro no Campeonato Mundial de Paracano-agem, título inédito para o país. No mesmo ano foi eleito pela Confederação Paname-ricana de Canoagem (COPAC) o canoísta destaque de todo o continente americano, recebendo o Troféu Charles Yatman 2010.

“Desde que iniciei na modalidade tive um grande prazer e uma sensação de capa-cidade muito grande. Tinha uma certeza enorme dentro de mim de que ela se tor-naria grandiosa. Vim me preparando pen-sando no próximo campeonato e, claro, visualizando o momento maior que será 2016. Agora teremos mais visibilidade e organização. Terei a oportunidade de re-alizar um grande sonho, que é participar dos Jogos Paraolímpicos.”

Fernando Fenômeno

No Paratriatlo, os atletas competem em distân-cias menores que as olímpicas: 750m de nata-ção, 20 km de bicicleta e 5 km de corrida. São seis classificações funcionais: de TRI 1 a TRI 6. A TR1 é para atletas que utilizam a handcycle. A TR2 é para atletas com comprometimento se-vero daspernas, que utilizam próteses para cor-rer e pedalar. Na classe TRI 3 competem atletas com esclerose múltiplas, distrofia muscular, pa-ralisia cerebral, biamputados de pernas ou pa-ralisados de mais de um membro.

A TRI 4 é voltada para atletas com comprome-timento dos braços, que utilizam próteses na bicicleta ou na corrida. Já na TRI 5, atletas com comprometimento moderado da perna peda-lam e correm com próteses. Por fim, a classe TRI 6 é voltada para atletas cegos ou de baixa visão, que contam com atleta guia

Paratriatlo no brasilO paratriatlo começou no Brasil em 2000, mas ainda de forma muito incipiente.

“Desde 2000 temos paratriatletas no Brasil, porém não tínhamos recursos para apoiá-los. Com a inclusão da modalidade nos Jogos Para-olímpicos 2016, a procura pela modalidade vem

crescendo. Iniciamos a busca de novos atletas”, explica o presidente da Confederação Brasileira de Triatlo (CBTri), Carlos Fróes.

A CBTri começou, este ano, a mapear junto às federações os praticantes de paratriatlo espa-lhados pelo Brasil, para que eles possam ser classificados funcionalmente e compitam em sua categoria.

Uma das principais novidades é a inclusão do pa-ratriatlo no Campeonato Brasileiro, a partir des-te ano: em junho, a competição será em Ilhéus (BA) e, em novembro, em Vila Velha (ES).

“Um peculiaridade do triatlo é que seus cam-peonatos continentais e mundiais são grandes festivais, congregando atletas de todas as ca-tegorias na competição. Nesse contexto está inserida também a competição de paratriatlo, que ganha cada vez mais destaque em todo o mundo”, destaca o superintendente da CBTri, Roberto Menescal.

A equipe para o Mundial do ITU, em setembro, em Pequim, deve ser maior que o normal: o Bra-sil deverá ter cinco atletas, entre eles uma mu-lher, que seria inédito.

paratriatlo

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rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

9novos esportesParacanoagem e Paratriatlo

novos esportesParacanoagem e Paratriatlo

exPeriência e títuloRivaldo Martins foi um dos pioneiros da mo-dalidade no país. Com quatro títulos mun-diais e três do Iron Man, ele é o paratriatleta mais vitorioso do Brasil. Aos 50 anos de ida-de, Rivaldo se aposentou em 2010, quando a modalidade foi anunciada como parte do Programa dos Jogos do Rio 2016. E garante que não pensou em voltar à pista:

“Quero voltar, mas como coordenador ou técnico. Já estarei com uma idade muito avançada lá e só entro numa prova se ti-ver condições de ganhar”, explica Rivaldo, que já defendeu o Brasil em três Paraolim-píadas, no ciclismo.

Experiência não falta ao ex-atleta, que se vangloria de ser o recordista mundial de to-das as distâncias em sua classe (TR2). Fo-ram mais de 20 anos dedicas ao paratriatlo. “Posso dar muito mais como técnico ou coordenador do que como atleta. Tem muita gente que deve estar praticando o triatlo pelo país e que temos que começar a descobrir. O Brasil tem grandes chan-ces de conquistar não só uma, mas vá-rias medalhas na estreia, só com os atle-tas que já temos.”

da água Para o triatloAndré Szücs é apontado hoje como um dos principais nomes do Brasil no para-triatlo e uma das principais esperanças de medalha para o país nos Jogos do Rio 2016. O catarinense de 31 anos já com-petiu na paranatação durante cinco anos, antes de ir para o paratriatlo.

“Fui sempre muito ativo, pratiquei nata-ção por muito tempo. Antes, eu gostava muito do mountainbike. Em 2001, assis-

no momento em que eu vi o rivaldo correndo a prova...

pronto, veio na minha cabeça: ‘só falta aprender a

correr’. Foi uma conclusão muito óbvia para mimAndré Szücs

ti um prova do Iron Man, em Florianópo-lis (minha cidade natal). No momento em que eu vi o Rivaldo correndo a pro-va... pronto, veio na minha cabeça: ‘só fal-ta aprender a correr’. Foi uma conclusão muito óbvia para mim”, conta André, que atualmente vive em San Diego, nos Esta-dos Unidos, berço do triatlo.

Em 2009, ele disputou seu primeiro Mun-dial: ficou em sexto. Ano passado, subiu para quinta colocação A expectativa pa-ra o Mundial de Pequim, este ano, é su-bir ao pódio. A inclusão do paratriatlo no Programa Paraolímpico deu mais gás pa-ra os treinos.

“A Olimpíada é o evento máximo pa-ra muitos esportes (salvo o futebol no Brasil). Na hierarquia, de maneira ge-ral, vem em segundo lugar o Mundial, o Panamericano e assim segue. No ca-so do paratriatlo, tínhamos o Mundial como evento máximo, por 15 anos, mas isso nunca foi o suficiente para propor-cionar à modalidade o respeito e profis-sionalismo que sempre mereceu”, expli-ca André.

“O cenário após a inclusão da modalidade nas Paraolimpíadas muda completamen-te, pois o CPB agora passa a representa-lá e a destinar recursos próprios, já disponí-veis em 2011. Desta forma, desencadeia o “efeito progresso”, que se traduz, por exemplo, com a despertar de outros no-vos para-atletas para a prática da moda-lidade. Gera competitividade, seleção dos melhores e, por fim, qualidade. Até 2016, muita coisa deve muda, novas “figuras” com certeza surgirão para animar a festa do Paratriatlo brasileiro (risos).”

motivação extraO mineiro Roberto Carlos Silva perdeu o braço direito aos quatro anos de idade, num motor de moer cana, na fazenda onde vivia. Começou no esporte aos 29 anos – optou pelo triatlo mesmo sem saber nadar. Nes-ses 15 anos de carreira, já conquistou três vi-ce-campeonatos mundiais. Agora, está de olho nas Paraolimpíadas do Rio 2016.

“É uma motivação a mais. Este ano já vou participar do Campeonato Europeu, para me fortalecer”, explica o paratriatleta.

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Judô para cegos. Um esporte

que, antes de a luta começar,

já tem dois vencedores.

Infraero. Patrocinadora o�cial do Judô para Cegos Brasileiro.

Através do judô, de�cientes visuais provamque o esporte tem poder de superação e que

impossível é uma palavra que não deveria existir.

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rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

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da turquia para londres

Berço da civilização e marcada bela

beleza de suas mesquitas, a Turquia

recebeu, em abril, o quarto Campeonato

Mundial da Ibsa, na cidade de Antalya,

também chamada de rivera turca. De

olho em Londres-2012, O Brasil levou

as Seleções de Judô e Goalball. O judô

voltou com ouro, prata, bronze, três

vagas praticamente garantidas e duas

bem próximas. Já o goalball vai decidir

seu futuro no Parapan de Guadalajara.

Com uma medalha de cada metal, o

Brasil terminou em quarto lugar nas

categorias paraolímpicas do judô. No

goalball o masculino ficou em décimo

e o feminino, em décimo-primeiro.

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Mundial da IbsAjudô e Goalball

Page 12: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

12rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

Mundial da IbsAjudô e Goalball

Os judocas brasileiros voltaram a Antalya cerca de um ano depois de terem disputado o Mundial da modalidade. E repetiram o bom desempenho, mostrando que o para-judô brasileiro segue entre os mais fortes do mundo. Bronze em 2010, Danie-le Bernardes Milan conquistou o ouro na catego-ria até 63kg Lúcia Teixeira repetiu a prata entre as atletas até 57kg e António Tenório da Silva voltou ao pódio para judocas até 100kg.

Numa competição marcada pelo equilíbrio, apenas o Azerbaijão conquistou duas medalhas de ouro. Além das três vagas nas categorias de Daniele, Lú-cia e Tenório numa das mãos, o judô também ficou mais perto da classificação em outras categorias, com os bons resultados de Michele Ferreira e Karla Cardoso. Três competições serão levadas em conta para o ranking final, que classificará dez países no

masculino e sete no feminino para Londres-2012. Além do Mundial da modalidade e do Campeona-to Mundial da Ibsa que já foram disputados, os Jo-gos ParaPan-Americanos-2011, em Guadalajara, em novembro.

“Acho que ficamos dentro de nossa expectativa e o desempenho dos atletas aponta para um futu-ro bem promissor. Tivemos o mesmo número de medalhas do que no Mundial da modalidade, ano passado, mas desta vez conquistamos um ouro e o masculino subiu ao pódio, o que não tinha acon-tecido. Podemos ver uma renovação muito grande em todas as equipes e no Mundial da IBSA os paí-ses podem inscrever mais de um atleta por catego-ria, tornando a competição ainda mais forte”, dis-se Jaime Bragança, coordenador de judô do Comitê Paraolímpico Brasileiro.

2012 mais pertoJudô

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Tenório venceu o mongol Myagmar Achi-rkhuyag por um yuko na estreia. Nas duas lutas seguintes, contra o japonês Yoshikazu Matsumoto e o inglês Joseph Ingram, que o havia derrotado no Mundial do ano passado, Tenório aplicou dois ippons espetaculares para garantir a vaga na semifinal. O adversá-rio foi o iraniano Hamid Alizade, que nunca vencera o brasileiro na carreira, mas surpre-endeu e ganhou por um wazari e um yuko.

A disputa pelo bronze foi amarrada, sem abertura de contagem para nenhum atle-ta. No golden score também não foi dife-

rente, apesar de Tenório ter tido mais ini-ciativa e ter ficado mais perto de encaixar um golpe. Depois de mais três minutos, a primeira e única luta na competição deci-dida pelos juízes, que deram a vitória de forma unânime para o brasileiro.

“Subir no pódio foi muito bom, principal-mente visando à vaga nas paraolimpíadas. Estou muito satisfeito com o resultado e só consegui esta preparação adequada graças ao patrocínio das Loterias Caixa e ao apoio que tenho do Projeto Ouro, do Comitê Pa-raolímpico Brasileiro”, disse Tenório

Mundial da IbsAjudô e Goalball rEvista

bRAsIL PARAOLÍMPICO

13Mundial da IbsAjudô e Goalball

o bronze de tenório

a prata de lúcia

o ouro de daniele

tava na hora de sair do bronze, né? Fiquei tão feliz com o ouro que até chorei

Na primeira rodada, Daniele ficou de bye, esperando a adversária. Quando entrou no tatame, Dani colecionou ippons até o ouro. A brasileira passou pela turca Nazan Akin no primeiro combate e pela forte ve-nezuelana Naomi Soaza, campeã parao-límpica até 57 quilos e vice-campeã mun-dial na atual categoria, em sua segunda luta, já pela semifinal. Na final, uma vitória com sabor de revanche para Dani, sobre a espanhola Marta Arce, que derrotara a brasileira em sua primeira luta nas parao-limpíadas de 2004.

Depois de dois bronzes paraolímpicos e a mesma cor de medalha no Mundial da Modalidade, ano passado, finalmente Da-ni subiu ao lugar mais alto do pódio.“Tava na hora, né? Fiquei tão feliz que até chorei. Acho que esta medalha pre-mia todo um trabalho bem feito. É uma recompensa não apenas para mim, mas também para todos que trabalharam comigo e me ajudaram esse tempo to-do”, disse Daniele, que ao se casar tirou Silva do nome e passou a assinar Danie-le Bernardes Milan

Assim como Daniele, Lúcia Teixeira ficou de bye na primeira rodada. Na sua primeira lu-ta, Lúcia venceu a turca Caglar Yalcin e de-pois passou pela russa Alexandra Vlaslova, sempre com vitórias rápidas, com ippons tranquilos. Na final, teve pela frente Afag Sultonova, do Azerbaijão, que a derrotara na final do Mundial de Judô, ano passado. E no-vamente a adversária levou vantagem, ven-

cendo por ippon ao imobilizar a brasileira.“Fico triste porque queria muito o ouro, mas na minha categoria qualquer de-talhe pode determinar uma vitória ou derrota. E infelizmente vacilei por um segundo. Agora édar o sangue nos trei-namentos para chegar em Londres ain-da melhor e poder vencer”, disse a me-dalha de prata.

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14

no caminho certo

novata surpreende

Mizael Conrado , vice-presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, acompanhou pessoalmente o desempenho nacional no Campeonato Mundial da IBSA. Para o bicampeão paraolímpico de futebol de 5 para cegos, o Brasil cumpriu bem seu papel, principalmente no judô:

““O Brasil teve uma boa participação. Conquistamos três medalhas e a Daniele conseguiu o ouro, que já estava batendo na trave. A Lúcia mostrou que tem grande potencial com mais uma prata. Tenório poderia ter ido mais além, mas praticamente garantiu a categoria em Londres, onde eu acredito que levaremos nove atletas do judô, dentro do planejamento do CPB”, disse.

MIzael, que teve a companhia de Sandro Laina, ex-capitão da Seleção Brasileira de Futebol de 5 para cegos e hoje presidente da Confederação Brasileira de Desporto para Deficientes Visuais (CBDV), também analisou a participação do goalball:

“Percebemos equipes novas, que evoluíram muito rapidamente. Obtivemos grandes ensinamentos que servirão para continuarmos na linha de desenvolvimento do esporte no Brasil. É uma modalidade que precisamos trabalhar muito para atingir a excelência apresentada por outros países e uma coisa ficou clara: sabemos o caminho das pedras e temos grandes profissionais. A grande receita é o trabalho”, finalizou Mizael Conrado.

rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICOrEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

14 Mundial da IbsA judô e Goalball

Obrigado, muito obrigado.

agora vou treinar mais

ainda”, disse Giovana,

abraçada a jaime Bragança.

Acredito que levaremos

nove judocas a Londres.

no goalball, aprendemos o

caminho das pedras.

Novata da equipe brasileira, Giovana Pilla pratica judô desde pequena, mas apenas ano passado começou a participar de competições. Além da deficiência visual, Giovana tem muitas dificuldades de escutar. Sem poder se comunicar perfeitamente com os colegas, Giovana conquistou a todos com o sorriso e retribuiu com o bronze na categoria até 78kg, que não conta pontos para o ranking olímpico.

Com cinco atletas inscritas, a disputa foi no sistema de todas contra todas. Na primeira fase, Giovana venceu três lutas (dois ippons), derrotando inclusive a vice-campeã mundial Zoubida Boazoug (+70), da Argélia, além da americana Katie Davies e da turca Methap Yilmaz (WO). A única derrota foi para a também argelina Hafida Ghenen, que perdera para sua compatriota. Os resultados forçaram a volta das três para o desempate. Desta vez, as argelinas foram melhores e Giovana ficou mesmo com o bronze, perdendo para Ghenen e Boazoug, por ippon e wazari, respectivamente.

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rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

15Mundial da IbsAjudô e Goalballl

O Brasil chegou a Antalya com esperanças de atingir as semifinais nas competições de goalball do Campeonato Mundial da IBSA e conquistar uma vaga nas Paraolimpíadas de Londres. A realidade, porém, foi dura pa-ra as seleções masculina e feminina. Novas forças surgiram no cenário internacional e o Brasil terminou em décimo entre os homens e décimo-primeiro entre as mulheres. Ago-ra, as chances de garantir uma vaga em Lon-dres 2012 ficou para o Parapan de Guada-lajara, em novembro. Para sorte do Brasil, o Canadá, um dos mais fortes das Américas, garantiu a classificação ao vencer no femini-no e terminar em terceiro no masculino, que teve a Finlândia como campeã, abrindo mais uma vaga para o continente.

Logo no primeiro dia de disputa, percebeu-se que a vida dos brasileiros não seria fácil em Antalya. As meninas perderam na es-treia para a Ucrânia por 7 a 4 e, no segun-do jogo, à tarde, um empate doloroso em 5 a 5 com a Dinamarca, que empatou nos se-gundos finais. O masculino começou com uma vitória sobre o Japão, por 4 a 3. No dia seguinte, porém, os rapazes perderam pa-ra os Estados Unidos por 6 a 2 para os Es-tados Unidos e por 5 a 3 para a Argélia. No feminino, derrota para a Finlândia por 5 a 2.

O terceiro dia encheu os brasileiros de esperanças, com a tranquila vitória por 11 a 1 sobre a Grécia no feminino e por 4 a 1 sobre Bélgica no masculino. O dia seguinte, porém, foi uma ducha de água fria, com as meninas perdendo por 4 a 1 para a Rússia e os rapazes sofren-do uma goleada por 13 a 3. Para conti-nuar sonhando com a classificação para Londres 2012 em Antalya, tanto os ho-mens quanto as mulheres precisariam vencer de goleada seus adversários no

último dia de competições e ainda tor-cer por combinações de resultados. Não deu. O Brasil empatou em 6 a 6 com a Hungria no masculino e perdeu por 5 a 3 da Turquia.

No masculino, os quatro primeiros garan-tiram vaga em Londres-2012, enquanto o feminino classificou os três melhores em Antalya. Entre os homens, pela ordem, Finlândia, Turquia, Canadá e Bélgica. No feminino, Canadá, Finlândia e Turquia.

Escala em GuadalajaragOALbALL

goalball goalball masculino Alexsander Almeida Celente; Filippe Santos Silvestre; Luis Pereira Da Silva Filho; Romário Diego Marques; Thiago Henri-

que Firmino Da Costa; Leandro Moreno Da Silva goalball feminino Ana Carolina Ruas Custodio; Adriana Bonifácio Lino; Evelyne Ribeiro Can-

tanhede; Neuzimar Clemente dos Santos; Denise Daniele Batista de Souza; Marcia Bonfim Vieira comissão Técnica Artur José Squarise de

Carvalho – coordenador; Paulo Sérgio de Miranda – Técnico feminino; Alessandro Tosim - Técnico equipe masculina; Diego Gonçalves Colettes –

Preparador físico; Luiz Carlos dos Santos – fisioterapeuta; Marília Passos Magno e Silva – fisioterapeuta; Giovanna Ignácio Subirá Medina – médica

JudôAntonio Tenório da Silva; Daniele Bernardes da Silva; Eduardo Paes Barreto Amaral; Harlley Damião Pereira de Arruda; Wilians Silva de Araújo Mar-

ron; Karla Ferreira Cardoso; Lúcia da Silva Teixeira; Roberto Julian Santos da Silva; Roberto Nunes da Paixão; Halyson Oliveira Botô; Michele Apareci-

da Ferreira; Giovana Pilla; Victória Santos de Almeida E Silva comissão Técnica Jaime Roberto Bragança – Técnico; Alexandre de Almeida Garcia

– Técnico; Luiz Edmundo Costa – fisioterapeuta; Giovanna Ignácio Subirá Medina – médica.

as seleções brasileiras

Page 16: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

16

anúncio Caixa

caixa.gov.br

Quase metade do que é arrecadado pelas Loterias CAIXA é destinado a áreas sociais do nosso país, como o esporte. Em 2010, só o Comitê Paraolímpico Brasileiro recebeu mais de R$ 25 milhões. Para as Loterias CAIXA, apostar no nosso esporte é ver o Brasil inteiro tirar a sorte.

Alan FontelesAtleta patrocinado pelas Loterias CAIXA

SAC C

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Quase metade do que é arrecadado pelas Loterias CAIXA é destinado a áreas sociais do nosso país, como o esporte. Em 2010, só o Comitê Paraolímpico Brasileiro recebeu mais de R$ 25 milhões. Para as Loterias CAIXA, apostar no nosso esporte é ver o Brasil inteiro tirar a sorte.

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18rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

ReatechCPB marca presença

rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

Embaixada do

espoRte paRaoLímpiCoCPB participa da maior feira voltada para pessoas com deficiência

pela primeira vez. Público encontra campeões e assite à apresentações

de algumas modalidades no Centro de Exposições, em são Paulo

Page 19: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

19ReatechCPB marca presença

ReatechCPB marca presença

Na teoria, seria apenas um estande, mas o papel desempenhado pelo espaço do Co-mitê Paraolímpico Brasileiro na 10ª edição da Reatech foi o de embaixada dos espor-

tes paraolímpicos. Maior feira voltada para pessoas com deficiência nas Américas, o evento foi realiza-do em São Paulo, no Centro de Exposições Imigran-tes, entre os dias 14 e 17 de abril.

Foi a primeira vez que o Comitê Paraolímpico Brasileiro participou da Reatech. O público que passou pelo estande nos quatro dias do even-to teve contato com grandes nomes do Esporte Paraolímpico, como Ádria Santos, Clodoaldo Sil-va, Terezinha Guilhermina, Andre Brasil, Antônio Tenório e Fernando Fernandes. Os campeões pa-raolímpicos e mundiais de atletismo, natação e judô participaram de tardes de autógrafos.

A estreia do CPB na Reatech também foi marca-da pela inédita visita de Fernando Fernandes à feira. Campeão mundial da para-canoagem e bi-campeão sul-americano, Fernando visitou o es-tande do CPB e aglomerou fãs ao seu redor, que

pediram ao ídolo muitas fotos e autógrafos.

“Vim conhecer um pouco mais a produção nacional de tecnologia relacionada à acessibilidade, além de divulgar a para-canoagem, que entrou para os Jo-gos Rio 2016. A experiên-cia está sendo ótima, pois percebi que o Brasil está produzindo inovação tec-

nológica para o esporte adaptado e senti o público muito receptivo com a para-canoagem”, disse Fer-nando, que também tem como objetivo ser porta bandeira do esporte. “Espero representar as pes-soas que têm algum tipo de deficiência e incenti-vá-las a não terem medo nem vergonha, saírem de casa e praticar algum esporte”, completou.

aPresentação das modalidadesAlém da participação dos campeões, também hou-ve demonstração e experimentação de judô para cegos e futebol de 5 para cegos. Assim, o públi-co pôde conferir o trabalho do Comitê e conhecer de perto ídolos, levando para casa squeezes e uma lembrança especial: uma foto no pódio, com meda-

lhas. Henrique Barella, de 14 anos, visitou pela pri-meira vez a Reteach e disse que o estande do CPB foi seu “cantinho especial” na feira. “Achei maravi-lhoso o estande do CPB. Gostei da área do cinema, dos brindes, mas principalmente da exibição de mo-dalidades. Achei interessante o judô, fut 5 e em es-pecial o basquete em cadeira de rodas.”

Presente durante a feira e palestrante no último dia, o presidente do CPB, Andrew Parsons, falou sobre a importância social do Comitê na causa da pessoa com deficiência: “o CPB tem se preocu-pado em participar de forma ativa não apenas do Esporte Paraolímpico, mas das questões das pes-soas com alguma deficiência, debatendo e se co-locando à disposição delas. A Reatech é a maior feira voltada para as pessoas com deficiência em nosso país. Dessa forma, nada mais natural que a nossa participação neste evento, para dialogar com os diversos segmentos da sociedade que têm a pessoa com deficiência como seu foco”, ex-plicou Parsons.

O estande do CPb foi

meu cantinho especial.

gostei de conhecer as

modalidades, Henrique Barella, 14 anos

Clodoaldo Silva recebe o carinho dos fãs em tarde de autógrafo (no alto) e exibição de Volei sentado durante a Reatech

Page 20: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

20rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

ReatechCPB marca presença

Um dos momentos mais esperados da programação da Reatech foi a palestra do presidente Andrew Parsons sobre Esporte Paraolímpico e as perspectivas para as Paraolimpíadas Rio 2016. Em mais de uma hora de conversa com a plateia, Parsons explicou detalhes específicos sobre o Esporte Paraolímpico no Brasil, abordando atualidades e perspectivas.

O presidente do CPB falou sobre o panorama his-tórico do Movimento Paraolímpico Brasileiro, o sur-gimento dos Jogos, o crescimento do Esporte Pa-raolímpico, e o aumento na audiência da última

Paraolimpíada, que foi vista por mais de 3,84 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Andrew também enumerou alguns dos desafios fu-turos do CPB, como as mudanças na estrutura vo-luntária para profissional para enfrentar nova era e no modelo por área de deficiência, alterando-o pa-ra o modelo por modalidades. O Presidente do CPB encerrou a palestra destacando alguns dos objetivos para os próximos anos, norteados pelo “Processo de Planejamento Estratégico”, formulado ano passado, que engloba toda a estratégia do CPB até a realiza-ção dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.

Realizações e desafios

O CPb está aqui para

dialogar com todos

os segmentos ligados às

pessoas com deficiênciaAndrew Parsons

mais uma joia de sérgio e mikeOutro momento marcante da Reatech foi o lançamento do “CPB Postal”. O livro foi fruto do trabalho realizado a quatro mãos pelo fotógrafo Mike Ronchi e pelo jornalista Sérgio Siqueira. Coletânea de textos e belas imagens sobre as modalidades paraolímpicas, a obra conta com uma exclusividade. Cada página do livro é dobrada, permitindo que uma das fotos seja destacada e enviada como cartão postal, sem prejuízo do conjunto da publicação.

Os autores Sérgio e Mike têm parceria de longa data e juntos já lançaram quatro livros. O primeiro foi “Paraolímpicos, os Deuses de Atenas” - sobre a participação do Brasil nos Jogos de 2004, na Grécia; depois o, “Dinastia Paraolímpica - Pequim 2008”, sobre a Paraolimpíada da Chi-na; e o terceira foi “Brasíl Postal - Vi Vendo Brasília com Bons Olhos” - projeto da Editora Senac-DF em homenagem aos 50 anos de Brasília.

Page 21: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

21ReatechCPB marca presença

Ser jornalista esportivo no Brasil é saber que você vai tra-balhar com futebol 95% do tempo, infelizmente. Sempre busquei fugir disso e de certa forma consegui. Os olímpi-cos sempre foram a minha preferência.

Até 2008 eu tinha no currículo duas olimpíadas, Sydney e Ate-nas. A minha relação com os paraolímpicos era restrita a uma ou outra reportagem (me lembro de ter entrevistado a Fabia-na Sugimori e o Clodoaldo Silva apenas) e nada mais. Em 2008 já pela Record tive a chance de ir às Paraolimpíadas de Pe-quim. Expectativa enorme de uma viagem em que eu não sa-bia o que iria encontrar. Falo do país completamente diferen-te, dos esportes com a “ciência” das classificações funcionais e dos atletas até então desconhecidos para mim. Aos poucos, “pendurado” em comissões técnicas, assessores de imprensa e dirigentes fui descobrindo esse novo mundo. Logo de cara me espantei com o profissionalismo do negócio, com a seriedade

que os chineses encararam a paraolimpíada e principalmente com a energia que o público nos ginásios e estádio quase sem-pre lotados transmitiam àqueles atletas.

Aos poucos as coisas foram clareando, conviver com esses atle-tas, conhecer suas histórias de vida foi inesquecível. É uma garra, uma motivação, uma paixão pelo que fazem, coisa de encher os olhos. Tão bom quanto foi “descobrir” que o Brasil é uma potên-cia paraolímpica, graças a gênios como Daniel Dias, André Brasil e Lucas Prado, só para citar alguns que colocaram o Brasil entre os 10 melhores do planeta.

Desde então tudo o que diz respeito ao mundo paraolímpico é alvo da minha atenção. Este ano ganhei um presente; cobrir o campeonato mundial de atletismo paraolímpico em Chris-tchurch na Nova Zelândia. Mais alguns dias de trabalho inten-so e lições para a vida toda. É até difícil descrever o ambien-

te de competição, a alegria de viver de uma Terezinha Guilhermina, por exem-plo. Que pessoa iluminada, determinada, cheia de vida e de coisas para ensinar. A “mãezona” da delegação foi a melhor atleta do mundial e, por causa dela, fiz algo que havia prometido a mim mesmo jamais fazer: pular de Bungee Jump. Não vou esquecer nunca mais as palavras de-la me tirando um enorme sarro. Algo co-mo: “está com medo? Faz como eu, não olha”.

Para mim aquilo foi um ato de superação, mas é nada perto do que estas pessoas cheias de luz fizeram na vida e fazem to-dos os dias no exercício daquilo que mais amam, o esporte.

*Fernando Nardini,jornalista da rede Record

“de enCheR os olhosjornalista que descobriu o esporte paraolímpico em Pequim-2008, acompanha

o sucesso da seleção Brasileira no mundial de atletismo, na nova Zelândia, e se

inspira em terezinha Guilhermina para vencer o medo de pular de bungee jump

Jornalista convidadoFernando nardini

Page 22: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

22rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

entrevistaGerson Bordignon

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E EsPortEs da CaiXa EConômiCa FEdEral

rbP // a caiXa patrocina o esporte Pa-raolímpico brasileiro desde 2004. co-mo surgiu o primeiro interesse da cai-Xa por esse segmento?

gerson bordignon // O interesse surgiu, inicial-mente, para viabilizar a participação da dele-gação paraolímpica brasileira nos Jogos Pa-raolímpicos 2004, realizados em Atenas. Os resultados obtidos pela equipe do Brasil na-queles Jogos e a repercussão positiva do fato para a imagem das Loterias CAIXA, levaram à assinatura de um Protocolo de Intenções com o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), que definia a negociação anual de contrapartidas e valores até 2010. A partir de 2011, a CAI-XA e o CPB assinaram um contrato de patro-cínio que terá vigência até dezembro de 2012, quando se encerra o atual ciclo paraolímpico.

rbP // como a caiXa avalia essa parceria?

gerson bordignon // O Projeto com o CPB resulta em excelente retorno de imagem para a CAIXA como empresa socialmente responsável.

Permite ainda fortalecer a imagem da CAIXA como executora de políticas públicas e das Loterias CAIXA como principais fon-tes na destinação de recursos para o desen-volvimento do esporte nacional, com vistas à fidelização e ampliação do público apos-tador e à conquista do público formador de opinião.

rbP // a parceria caiXa – cPb já tem mais de seis anos. o que mudou de 2004 para cá?

Os resultados obtidos nas últimas Parao-limpíadas (Atenas e Pequim) e consequen-temente a maior visibilidade para a mar-ca Loterias CAIXA, fez com que o interesse da empresa no paradesporto fosse cada vez maior, possibilitando a ampliação dos valo-res de patrocínios e criação de diversos pro-gramas que auxiliam no desenvolvimento da modalidade.

Os resultados de todas essas oportu-nidades de preparação se mostraram em 2010: no atletismo, o crescimento dos recor-des mundiais alcançou 200%, enquanto na natação, os recordes brasileiros cresceram mais de 400% em relação a 2009. No hal-terofilismo, foi registrado aumento de 45% nos recordes brasileiros conquistados. O pa-trocínio das Loterias CAIXA abrange o pa-gamento de uma bolsa mensal a alguns dos principais atletas do paradesporto nacional.

Todos os atletas patrocinados têm um score pessoal que justifica o incentivo. Pa-ra destacar apenas três, Lucas Prado é o ve-locista cego mais rápido do mundo nos 100 e 400 metros; Antônio Tenório da Sil-va é o único judoca que tem quatro meda-lhas de ouro consecutivas nos jogos; e Shir-lene Santos Coelho, primeira no ranking de arremesso de peso, disco e dardo, é recor-dista mundial no arremesso de dardo e de-

o Projeto com o CPB

resulta em excelente

retorno de imagem

para a CaiXa como

empresa socialmente

responsável

Page 23: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

23entrevistaGerson Bordignon

entrevistaGerson Bordignon

tém a melhor marca de 2010. O desempenho dos velocistas tem evoluído graças ao paga-mento de bolsas também aos atletas-guias, e vai atingindo o patamar de competitividade e excelência exigidas nas principais competi- ções internacionais.

rbP // a caiXa investe também em outros segmentos esportivos, há alguma diferen-ça em relação ao Paraolímpico?

gerson bordignon // A CAIXA não faz distinção de apoio aos segmentos esportivos onde atua.

Cabe ressaltar que a CAIXA investe no es-porte brasileiro como um todo, realizando ações que têm o propósito de sedimentar a imagem da CAIXA como Patrocinadora Oficial do Atle-tismo, da Ginástica, das Lutas Associadas e do Paradesporto Brasileiros e concretizar o com-promisso da instituição com a implementação de políticas públicas de educação.

A CAIXA vem investindo em Projetos Sociais que visam à promoção do esporte e, conseqüentemente, à inclusão social por in-termédio da prática esportiva, possibilitando, ainda, a descoberta de novos talentos. Esses Projetos, em sua maioria, são desenvolvidos em comunidades carentes e possibilitam às crianças e jovens desses locais oportunidades de participação no mundo esportivo.

rbP // Quais os planos da caiXa para o es-porte Paraolímpico brasileiro, uma vez que receberemos os Jogos no Rio em 2016?

gerson bordignon // A Copa do Mundo de 2014 no Brasil e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, no Rio, colocarão o Brasil no centro das atenções não apenas no mundo esporti-vo, mas também no incremento aos negócios.

Seguramente, nos próximos anos, surgi-rão inúmeras oportunidades de trabalho pro-porcionadas pelos dois maiores eventos es-portivos do planeta, e isso se estenderá aos negócios, beneficiando sobremaneira as ins-tituições financeiras.

Assim, a CAIXA pretende: - Manter o foco de atuação em esportes

de rua que possibilitem o acesso gratuito de

público ou que a participação como atleta não implique em altos investimentos;

- Reforçar os Circuitos CAIXA de Corrida de Rua e de Maratoninhas com a ampliação do número de etapas e inclusão de atrações diferenciadas que proporcionem maior parti-cipação de atletas e que potencializem o re-torno do investimento;

- Patrocinar as principais provas de corri-da de rua do País de modo a intensificar a ex-posição da CAIXA como a Patrocinadora Ofi-cial do Atletismo Brasileiro;

- Apoiar a preparação dos atletas das mo-dalidades patrocinadas com vistas a uma me-lhor participação nos Jogos Pan-americanos e Para Pan de Guadalajara 2011 e nos Jogos Olímpicos e Paraolimpicos de Londres 2012; dando continuidade nos investimentos do atu-al ciclo olímpico, que teve início no último ano;

- Intensificar as ações de ativações dos eventos patrocinados visando maior apro-veitamento das oportunidades adquiridas com os patrocínios.

rbP // em 2011, renovou seu compromisso aumentando para R$ 20 milhões, em dois anos. Pode-se dizer que o esporte Parao-límpico é um bom negócio?

gerson bordignon // O valor de patrocínio é pa-ra o biênio 2011/2012 e deve-se ao fato da CAIXA acreditar na parceira construída ao longo dos anos.

O contrato de longo termo estabelece uma melhor atmosfera para eventual necessidade de ampliação de contrapartida, além de apresentar a melhor condição de renegociação contratual.

Permite ao patrocinado promover um cro-nograma de atividade mais consistente e de-finitivo, levando em consideração a certeza do aporte para a cobertura dos investimentos al-mejados com vistas a ampliação de atividades, gerando maior condição de participação em eventos de destaque da categoria, aperfeiçoa-mento do nível de competitividade de seus atle-tas, criando mais oportunidade de pódio.

Sob o ponto de vista do patrocinador per-mite uma parceria mais estruturada, tendo em vista que o trabalho de ativação do patrocínio

torna-se muito mais eficaz e eficiente uma vez que se pode obter uma programação de ações previamente definidas durante o período do contrato. Essa condição permite maior econo-micidade cronograma orçamentário e maior aderência na identidade da marca em relação à modalidade esportiva, formando uma uni-dade de valores que promovem uma imagem institucional extremamente positiva.

Com este investimento longínquo, a partir de determinado período, inicia-se o processo de criação de vínculos e associações por meio de valores, conceitos e atributos positivos en-tre a propriedade esportiva patrocinada e a empresa patrocinadora, o que é muito impor-tante para os dois lados, que é a estabilidade do patrocínio, pois fornece credibilidade, reco-nhecimento, simpatia e confiança à empre-sa patrocinadora e amplo desenvolvimento à propriedade esportiva patrocinada.

A CAIXA acredita no desenvolvimen-to do esporte paraolímpico, o patrocínio das Loterias CAIXA ao Comitê Paraolímpico Bra-sileiro tem um importante papel de inclusão social, uma vez que estimula o resgate da au-to-estima e cidadania dos portadores de defi-ciência por meio da prática esportiva.

O patrocínio das loterias federais ao CPB ajudou na brilhante presença brasileira em todas as competições nacionais e internacio-nais. Não há exemplo mais efetivo e inten-so de luta e superação para o nosso povo. Há uma campanha que diz que o melhor do Bra-sil é o brasileiro. Os atletas paraolímpicos de-ram uma clara e enorme demonstração disso.

Os atletas paraolímpicos

deram uma clara e enorme

demonstração de que

o melhor do brasil é o

brasileiro

Page 24: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

24rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

Circuitonorte/nordeste

A Universidade de Fortaleza (Unifor) recebeu o Circuito Lo-terias CAIXA 2011. Em três dias de competições, o público

assistiu a mais de 400 atletas de 12 esta-dos em ação e presenciou 29 quebras de recordes brasileiros.

“Fortaleza superou nossas expectativas. A região Norte/Nordeste tem melhorado ano a ano. Em 2011 tivemos mais participantes e mais recordes foram quebrados, o que sig-nifica que os clubes têm investido continu-amente em novos atletas”, avaliou o diretor técnico do CPB, Edílson Rocha Tubiba.

Marciana Teixeira, do atletismo, foi um dos destaques. A atleta de 26 anos bateu o re-corde brasileiro nos 400m T54 e se surpre-endeu com o resultado:

“Eu não esperava. Vim focada para tentar o índice para as etapas nacionais. Acho que foi a vontade de conseguir a vaga que me impulsionou”, revelou a atleta, que ainda conquistou o bronze nos 100m e a prata nos 800m T54.

Na natação, Luiz Antônio Corrêa foi quem chamou atenção. O atleta, que fez história ao trazer sete medalhas paraolímpicas para

o país (três pratas e um bronze em Sydney, um ouro e uma prata em Atenas e uma prata em Pequim), ficou quase um ano sem com-petir por causa de uma lesão no ombro e vol-tou a nadar na etapa de Fortaleza.

Aos 29 anos, o pernambucano conquistou o ouro nos 50m borboleta e a prata nos 50m livre, voltando em grande estilo. “Estou de olho no Parapan de Guadalaja-ra, no fim do ano. Espero muito chegar ao México”, disse.

No halterofilismo, a emoção ficou por conta de Josiano dos Santos. O potiguar bateu o recorde brasileiro para os atletas até 100kg quatro vezes seguidas, chegando a marca de 185kg.

“Vim preparado para isso. Depois que ba-ti o primeiro recorde, fiquei mais confiante e deu tudo certo”, afirmou.

Para Tubiba, a evolução é nítida:

“O nível de competição está bem alto: 29 recordes brasileiros quebrados na primei-ra etapa regional, quando os atletas ainda estão começando a sua preparação, é um número muito bom”, finaliza.

A região norte/nordeste

tem melhorado ano a ano.

Em 2011 tivemos um maior

número de participantes e

mais recordes

Edílson Rocha Tubiba, diretor técnico do CPB.

Etapa norte/nordeste do Circuito loterias

Caixa comemora recorde de recordes e

revelações em Fortaleza

Firme e foRte

Page 25: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

25Circuitorio de janeiro/sul

Circuitonorte/nordeste

No mês de abril, foi a vez dos es-tados da Região Sul e do Rio de Janeiro participarem do Circui-to Loterias CAIXA. De 15 e 17,

mais de 500 atletas de atletismo, natação e halterofilismo encheram as instalações esportivas da Universidade Positivo para competir em mais de 400 provas.

Dentro da piscina, o sobrenome de mais destaque tem pronúncia difícil: Schnarn-dorf. Filha de alemão, Susana praticou tria-tlo durante 16 anos antes de ser diagnos-ticada com Parkinson e ter que mudar de ramo. Na para-natação, o Circuito marcou sua estreia em grandes competições. E foi em alto estilo: quatro recordes brasileiros (50m, 100m e 400m livre e 100m costas) em cinco provas disputadas.

“A para-natação mudou a minha história. Voltei a ter prazer de viver e estou muito feliz. Os resultados em Curitiba foram óti-mos. Estou cada vez mais perto dos meus principais objetivos: medalhas no Para-pan e na Paraolimpíada”, conta Susana.

“Esperamos uma etapa nacional mais forte este ano, uma vez que atletas jovens, como Talisson Glock e Ana Paula Fernandes, que também bateram recordes, apareceram bem”, avalia Murilo Barreto, coordenador da modalidade.

No atletismo, o público pôde ver o surgi-mento de novos atletas e 11 quebras de

recordes brasileiros. Os maiores desta-ques foram Flávio Reitz, que derrubou du-as marcas (salto em distância F42 e salto em altura F42), e o jovem Diogo Ualisson, dono de um recorde (salto em altura F12) e bons resultados.

“Eu não imaginava quebrar um recorde brasileiro. Agora vou treinar em dobro para ir bem também nas etapas nacio-nais e conseguir manter o recorde”, con-fessa Ualisson.

Uma prova de que um bom ritmo de trei-namento ajuda está no halterofilismo. Em Curitiba, os três atletas que bateram re-cordes nacionais estavam com a seleção brasileira na semana de treinamento que ocorrera dias antes da competição.

“A semana de treinamento fez toda a di-ferença. Descobrimos várias falhas em nossa técnica”, explica Edilândia Araú-jo, recordista entre as atletas com mais de 82,5kg.

Na categoria até 52kg, Aílton Clemente me-lhorou o recorde brasileiro em 2kg, levan-tando 115kg na primeira vez que competiu na classe.

“Foi uma surpresa, eu vim para competir na categoria até 48 kg, como sempre, mas meu peso não deu”, explica Aílton. O outro recorde do halterofilismo foi de Terezinha Multado, na categoria até 61kg.

“a natação

paraolímpica mudou

a minha história.

Voltei a ter prazer

de viver e estou

muito feliz”

Susana Schnarndorf

Etapa rio de janeiro/sul apresenta alto nível

e jovens que já se destacam no país

jeito de naCionaL

Page 26: Revista Brasil Paraolímpico Nº 36

26rEvistabRAsIL PARAOLÍMPICO

Promessa 2016Bruna Costa

Com apenas 15 anos, Bruna

Costa alexandre já se destaca em

competições de adultos, mesmo entre

atletas convencionais, e integra as

seleções paraolímpica e olímpica

Aos 15 anos, ela já ostenta um grande número de títulos no currículo e se firma cada vez mais como uma pro-messa de medalhas para o tênis de mesa paraolímpi-co do Brasil nos próximos Jogos Paraolímpicos. Bruna

Costa Alexandre mostra que a dedicação e a força de vontade são capazes de tornar sonhos em realidade. Em 2010, Bruna chamou atenção ao chegar às quartas-de-final do Mundial de Tênis de Mesa Paraolímpico, com apenas 15 anos. Se os bons resultados são cada vez mais frequentes, uma das razões pa-ra isso é a dedicação de Bruna à rotina diária de treinamentos. “Pe-la manhã estudo até 11h40. À tarde meu treino começa 13h30 e vai até 17h30, de segunda a sexta. E segunda, terça e quinta também treino das 18h30 as 20h30”. O técnico Alexandre Medeiros Ghizi confia que o esforço de sua atleta será recompensado em breve: “ela treina muito, cer-ca de seis horas por dia, cinco vezes por semana, e vem evo-luindo dentro e fora da mesa. Com o apoio da Fundação Mu-nicipal de Esportes de Criciúma, do CPB, do Ministério do Esporte e da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Bruna vem tendo chances de evoluir, viajar e se preparar para o futu-ro. Estamos contentes com sua evolução e esperamos que ela continue assim. Se der tudo certo, ela deve brigar por medalhas nas duas próximas paraolimpíadas”, disse o treinador.

sem medo de desafios, Bruna Costa

acumula mais de 50 títulos no tênis

de mesa. Com rendimento excelente,

bruninha supera atletas com ou sem

deficiência mundo afora

exemPlo veio de casaA mesatenista começou no tênis de mesa quando tinha 12 anos, influenciada pelo irmão, Bruno Costa Alexandre. “Ele jogava na Fundação Municipal de Esportes de Criciúma e o treinamento dele acontecia ao lado da nossa casa”, conta Bruna. Até 2009, ela competia estritamente em torneios entre pessoas sem defi-ciência, onde foi tetracampeã municipal.

Para fortalecê-la, o técnico Alexandre Medeiros Ghizi a levou para disputar o Brazilian Open, onde conquistou uma prata e um bronze, competindo entre adultos. A partir daí a atleta foi convocada para seleção paraolímpica juvenil e para a seleção olímpica infantil.

Garota de ouro

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Promessa 2016Bruna Costa

A vitória mais marcante na carreira aconteceu no French Open 2010 da Classe 10, onde derrotou a segunda do ranking mundial na final, a francesa Audrey Le Morvan.

sorriso no rosto e muitos sonhos“Meus sonhos são estar entre as três primeiras do ranking mun-dial e jogar as Paraolimpíadas de Londres em 2012,e do Rio de Janeiro, em 2016. Vou lutar para conquistar isso”, diz Bruna, que se inspira em um ícone do tênis de mesa paraolímpico, a polo-nesa Natalia Partyka. Atualmente em 60º lugar no ranking mun-dial olímpico adulto, Partyka nasceu sem a mão direita e entrou para a história do esporte como a mais jovem atleta a compe-tir nas Paraolimpíadas, em Sydney 2000, quanto tinha apenas 11 anos de idade.

Fora da mesa e longe das raquetes, mas nunca por muito tempo, Bruna se arrisca em outras modalidades, como o skate e as tri-lhas de bicicleta. Como toda menina de 15 anos, adora passear no shopping e ir à academia. E de fastfood!

Para o futuro, pretende aliar a paixão pelo esporte com os estudos e a carreira profissional: “espero fazer uma faculdade e, se Deus quiser, poder viver do esporte e do trabalho”, disse.

A deficiência física apareceu aos seis meses de vida, quando Bruna teve que amputar o braço direito por conseqüência de uma trombose provocada por uma injeção mal aplicada.

O contratempo não foi capaz de abalar a confiança e a felicidade de Bruna, que transforma a adversidade em força: “nunca desis-ta, sempre esteja com a cabeça erguida e nunca deixe de sorrir por não ter um membro ou por estar em uma cadeira de rodas.

2010 campeã sul-americana (entre olímpicos)

bronze sul-americano de duplas

Três ouros no Parapan da modalidade

campeã do aberto Paraolímpico de nantes, frança.

Três medalhas de Prata – aberto Paraolímpico de Taipei, china

2009 Três medalhas de ouro no Parapan Juvenil na colômbia

campeã brasileira escolar Paraolímpica

brazilian open – prata por equipes e bronze individual

campeãoda copa brasil Paraolímpica

campeã estadual Paraolímpica

campeã da seletiva infantil olímpica

melhores marcas (classe 10 individual)

meu sonho é estar entre as três primeiras

do ranking e jogar as paraolímpiadas de

londres e do rio.

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29notíciasnovidade

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O CPB já interage, compartilha e se apro-xima do público há mais de seis meses através do Twitter (@cpboficial) e youtube.com/cpboficial. Com o sucesso no micro-blog e no maior canal de vídeos do mundo, o CPB decidiu criar uma página no Facebook.

Ao acessar o canal você irá encontrar no-tícias relacionadas ao Esporte Paraolím-pico Brasileiro e mundial além de fotos, vídeos e enquetes. Tudo para aproximar ainda mais o público do movimento pa-raolímpico.

Você já pode curtir o CPB no endereço: www.facebook.com/comiteparaolimpico. E se quiser conferir fotos marcantes do Espor-te Paraolímpico, não pode deixar de acessar nosso Flickr. Acesse www.flickr.com/cpbo-ficial e navegue por várias imagens.r

Feito históricoO gaúcho Jovane Silva Guissone entrou para a história do Esporte Paraolímpico Brasileiro ao conquistar a primeira medalha do Brasil em uma competição internacional de esgri-ma em cadeira de rodas. Jovane ficou em ter-ceiro lugar na prova de Espada da categoria B na Copa do Mundo da IWAS (Federação Internacional de Esportes para Cadeirantes e Amputados), que aconteceu em Montreal, no Canadá, no último mês de maio.

Para não Perder o costumeO nadador Daniel Dias foi considerado o segundo melhor atleta do Open de Para-na-tação de Berlim, realizado de 28 de abril e 1º de maio. O brasileiro ficou atrás apenas do croata Mihovil Spanja dentre os mais de mil competidores, conquistando quatro meda-lhas de ouro e três novos recordes mundiais, nos nos 200m medley, nos 100m livre e nos 100m costas. No total, a delegação brasilei-ra trouxe 39 medalhas.

brasil no ParaPan de guadalaJaraUma equipe do CPB, chefiada pelo presi-dente Andrew Parsons, esteve na cidade--sede dos Jogos Parapanamericanos para visitas técnicas aos locais de competições e reuniões com o Comitê Organizador. O objetivo é assegurar a melhor estrutura aos atletas brasileiros no México.

Feito histórico, Parte 2Na última edição da Copa do Mundo de Tiro Esportivo, que aconteceu em Alicante, na Espanha, o Brasil contou com a maior dele-gação de sua história na modalidade. Oito atletas representaram o país. Outra marca histórica foi a participação de mulheres na Copa. Essa foi a primeira vez que o país teve representantes femininas, com as paranaen-ses Beatriz da Cunha e Débora Campos.

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expediente

presidenteANDREW PARSONS

vice- presidente MIZAEL CONRADO

vice-presidente AdministrativoLUIZ CLAUDIO PEREIRA

Superintendente Administrativo, Finanças , contabilidade e eventosCARLOS JOSÉ VIEIRA DE SOUZA

diretoria TécnicaEDILSON ALVES DA ROCHA

gerência de marketing FREDERICO L. MOTTA

conselho FiscalJOSÉ AFONSO DA COSTA

HÉLIO DOS SANTOS

ROBERTO CARLOS EMILIO PICELLO

coordenação MEDIA GUIDE COMUNICAçãO

Jornalista responsávelDIOGO MOURãO MTB 19142/RJ

edição e Textos JANAíNA LAZZARETTI

THALITA KALIX

estagiárioRODRIGO ANTONELLI

imagensEXEMPLUS COMUNICAçãO

projeto gráfico e diagramaçãoINVENTUM DESIGN

impressãoGRÁFICA CLICHERIA CHROMOS

Brasil Paraolímpico é uma publicação bimestral do Comitê Paraolímpico Brasileiro e esta edição teve 3.500 exemplares impressos em junho de 2011.

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