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Volume 10 Número 1 Suplemento Dezembro 2005 ISSN 1413-9006 Revista da Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada

Revista da Sobama V. 10 nº. 1 suplemento - 2005

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Volume 10 ••••• Número 1 ••••• Suplemento ••••• Dezembro 2005ISSN 1413-9006

Revista da

Sociedade BrasileiradeAtividade MotoraAdaptada

ISSN 1413-9006

Revista da Sociedade Brasileira deAtividade Motora Adaptada - Sobama

Editora-chefeVerena Junghähnel Pedrinelli

Editores-associadosAdriana Inês de PaulaJosé Angelo BarelaRuth Eugênia CidadeEliane Mauerberg-deCastro

A revista da Sobama é um órgão de divulgação da SociedadeBrasileira de Atividade Motora Adaptada (Sobama) .

© Copyright 2005 Revista da Sobama

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Volume 10 • Número 1 • Suplemento • Dezembro 2005

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Eliane Mauerberg-deCastroPresidente da Sobama

Verena Junghähnel PedrinelliVice-Presidente da Sobama

Joslei Viana de SouzaSecretária Geral da Sobama

Márcia Valéria Cozzani1a. Secretária

Carolina Prioli TavaresTesoureira

Ruth Eugênia Amarante Cidade e Souza1a. Tesoureira

Conselho FiscalSonia Maria Toyoshima LimaManoel Osmar Seabra JuniorÂngela Teresinha Zuchetto

SuplentesMarli Nabeiro

Juliana Aparecida de Paula SchüllerAdmilson Santos

Conselho ConsultivoMey de Abreu Van Munster

Paulo Henrique VerardiRosilene Moraes DiehlElizabeth de Mattos

Patrícia Silvestre de Freitas

Delegados RegionaisAL - Neiza de Lourdes Frederico FumesBA - Admilson Santos e João Danilo Batista de OliveiraDF - Nilma Garcia Pettengill e José Rafael Miranda (Su-plente)ES - Sidney de Carvalho RosadasGO - João batista Turíbio de SenaMG - Pedro Américo de Souza Sobrinho e Silvio Soaresdos Santos (Suplente)MS - Joslei Viana de SouzaMT - Juliana Aparecida de Paula SchüllerPA – Simone de La-Rocque CardosoPR – José Irineu Gorla e Ricardo Alexandre Carminato(suplente)RJ – Lúcia Sodré e Celby Rodrigues Vieira dos Santos(suplente)SP – Marcia Perides Moisés e Elaine Mara da Silva(suplente)PR - Sonia Maria Toyoshima LimaRS - Claudio Marques MandarinoSC - Sonia Maria Ribeiro e Ângela Terezinha Zuchetto (Su-plente)

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Volume 10 • Número 1 • Suplemento • Dezembro 2005

EditoraçãoEliane Mauerberg-deCastro, doutora em ciênciasDebra Frances Campbell, jornalista

Apoio:UNESP/IB, Rio Claro

A Revista da Sobamapublica trabalhos de profissionais e pesquisadores dediferentes áreas como educação física e esportes, fisiote-rapia, educação especial, psicologia e outras cujos manus-critos tenham perfis direcionados à atividade motoraadaptada ou pertinentes aos interesses dos leitores darevista da Sobama.

Direitos AutoraisA revista da Sobamareserva os direitos autorais dosartigos aqui publicados. Qualquer reprodução parcial outotal destes está condicionada à autorização escrita doeditor da revista da Sobama.

IndexadorA revista da Sobama está indexada no Sibradid.

Encaminhamento de ManuscritosA remessa de manuscritos para publicação, bem comotoda e qualquer correspondência deverá ser feita para:Editora-chefe da Revista da Sobama

Profa. Verena Junghähnel PedrinelliRua General Almério de Moura, 700São Paulo, 05690-080 SPE-mail: [email protected]

visite:http://www.sobama.org.br

PeriodicidadeAnual

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Consultores

Eliane Mauerberg-deCastro - UNESP, Rio ClaroJosé Angelo Barela - UNESP, Rio ClaroLilian T.B. Gobbi - UNESP, Rio ClaroPaula Fávaro Polastri, UNESP, Rio ClaroThátia Bonfim, UNESP, Rio ClaroVerena Junghähnel Pedrinelli, USJT, São Paulo

OrganizaçãoDepartamento de Educação Física, IB,UNESP, Rio Claro

Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada

Apoio

Universidade Estadual Paulista, UNESPInstituto de Biociências, UNESP, Rio ClaroePolo Computacional, UNESP, Rio Claro

SECRETARIA DE ESTADO DA JUVENTU-DE, ESPORTE E LAZER

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Fundo Nacional de Saúde(FNS) - Ministério da Saúde

Organização Panamericana deSaúde (OPAS)

Coordenadoria para Aperfeiçoamentode Pessoal do Ensino Superior

Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado de São Paulo

Fundação para o Desenvolvimentoda UNESP

Prefeitura Municipal de Rio ClaroSecretaria Municipal de Educação

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Sumário

Conferencistas

Principal Theories in the Area of Adapted Motor ActivityClaudine Sherrill .................................................................................................................................... 1

Accessibility in Sports and Adapted Physical Activity. Not just a matter of motivationAnne-Mette Bredahl ................................................................................................................................ 9

The Test of Gross Motor Development-2nd Edition: Uses, Administration, and ApplicationsDale A. Ulrich ....................................................................................................................................... 13

Atividade Física Adaptada e Reabilitação: Ciclo Percepção-AçãoJosé Angelo Barela ................................................................................................................................ 15

Reabilitação CardiovascularIvani Credidio Trombetta ...................................................................................................................... 23

Inclusão e Acessibilidade: Contribuições da Educação Física AdaptadaEdison Duarte ......................................................................................................................................... 27

Inclusão e AcessibilidadeEduardo José Manzini ........................................................................................................................... 31

A Mulher e o Esporte Adaptado: AtualidadesRuth Eugênia Cidade ............................................................................................................................ 37

O Esporte para Deficientes no BrasilVital Severino Neto ................................................................................................................................ 47

Resumos de Temas Livres .................................................................................................................... 49

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Volume 10 • Número 1 • Suplemento • Dezembro 2005

Resumos de Relatos de Experiências ........................................................................................................... 95

Resumos de Painéis .......................................................................................................................................... 103

Resumos da Mostra de Vídeos ....................................................................................................................... 161

Normas para Publicação na Revista da Sobama ........................................................................................... 167

Informações e Estatuto da Sobama ................................................................................................................ 173

Índice de Autores ............................................................................................................................................. 183

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 1-8

Greetings from the International Federation of AdaptedPhysical Activity (IFAPA)! Please, let me share with youhow excited our IFAPA members are to be coming to Brazilin July 2007. It will be a time of wonderful sharing, learning,and joy!

Thank you also for inviting me to this conference andgiving me a topic that I love to speak about. I hope you willunderstand and forgive me as I use the term adapted physicalactivity instead of the Brazilian term adapted motor activity.I believe that the meaning of words is socially constructed.Societies construct meanings in keeping with their culturalneeds, beliefs, and values. So, I will assume that adaptedphysical activity and adapted motor activity have the sameor similar meanings.

The Importance of Theorizing

Theories are extremely important to the continuedadvancement of adapted physical activity. We seem to havefew theories that are unique to APA beliefs and practices.Theorizing can be genuinely fun when conceptualized asproblem solving. It is good to agree on common definitions.So, let’s say that theorizing refers to the creative and criticalthought and action by which theories, conceptualframeworks, and models are developed. Experts seem toagree that theorizing begins with personal or professionalphilosophy: your beliefs and values, the way you prioritizethem, and why. For example, the person who taught meabout theorizing challenged: “What is the one value youmost believe in and how will you implement it in yourteaching?” Why? What variables affect your decision? Willyou ever change your answer? Why? Who agrees with you?Who disagrees with you? Why? Does it matter? How? Why?

Through theorizing, we learn to play with ideas. We learnto ask, “What if?” and “Why?” and lots of other questions.The one big question that guides play with ideas, however,should be of immense significance to oneself and to society.It should be a question that needs to be answered.Theorizing encompasses all of the activity preliminary tocreation of a theory. It requires deciding on two or moremajor concepts (or constructs), defining concepts,examining basic assumptions, positing relationships

Keynote SpeakerPrincipal Theories in the Area of Adapted

Motor Activity

Claudine SherrillInternational Federation of Adapted Physical Activity (IFAPA)

Texas Woman University, USA

between concepts, developing a method for establishingwhether the relationships are true or creditable, followingthrough, and then stating your finding as a theory or, morethan likely, a part of a theory. In summary, “theorizing strivesto enlarge vision, to present new possibilities, and to bringdeeper understanding”(Jewett & Bain, 1985, p. 13).

Theorizing, and subsequently theories, is needed aboutthe nature of adapted physical activity. What are the beliefsunderlying the concept of APA? For example, what is it?Where is it delivered? Who is qualified to deliver APAservices? What are the services that comprise the part ofAPA that focuses on direct services to children with specialneeds? What special needs should APA address? What agegroups should APA serve? What are the goals of APA?What are the expected outcomes? Answers to thesequestions constitute APA philosophy.

I believe the philosophy of direct service delivery topersons with special needs should be determined first, thena separate philosophy for APA as a profession, and anotherseparate philosophy for APA as an academic discipline. Ihave arrived at this belief primarily through 42 years ofteaching university courses and directing research, most ofwhich have centered on physical education teachereducation (PETE) or adapted physical education teachereducation (APETE) and the conducting of practica of variouskinds to be sure that we all stay in touch with the reality offamilies and the diversity of human beings, homes, andcommunities. In addition to health, physical education, andrecreation colleagues, I have interacted a lot with nurses,occupational therapists, and the creative arts therapistswithin the university and the community. I have learned thatnursing, occupational therapy, and many of the creative artstherapies consider themselves to be both professions andacademic disciplines. These areas have worked hard tobecome accepted by other professions and disciplines asequal status subject matter areas (more-or-less; there arestill prejudices). I have learned from their commitment, theirstrategies, their labor, and their persistence. I believe theprincipal APA theories today center about defining ourselvesand our knowledge base. Those of you who know me orwho have read my works know that I have developed manydefinitions of APA. I have been theorizing. I hope you willjoin me. My newest definition follows.

C. Sherrill

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 1-8

Defining Adapted Physical Activity

Adapted physical activity refers to the profession, theservice delivery system, and the academic discipline thatfacilitates CHANGES that will enhance inclusion in home,school, and community practices of healthy, active livingthrough daily engagement in enjoyable sports, dance,aquatics, exercise, and other large muscle activities. I havejust given you the broadest, most encompassing definitionthat I can think of. It is also a NEW definition and reflects aplayful engagement with knowledge-making theory.Inclusion and empowerment for inclusion are particularinitiatives of this millenium and should be related specificallyto APA. There are numerous theories of inclusion and ofempowerment. However, I am aware of no theory that combi-nes concepts on meaningful, enjoyable physical activity insettings of choice with concepts of persons striving toovercome barriers (both environmental and hereditary) inorder to obtain rights of access and equal opportunities toengage with friends and family in enjoyable physical activitythat affords many benefits. I am still working on naming anddefining these concepts, but you get the idea.

My definition of adapted physical activity is also avision or a goal for leaders in various countries to consider,because there are many crosscultural differences in theconception and operationalization of adapted physicalactivity (APA). The possible contributions of APA to qualityof life are enormous, but these contributions may be limitedby economic constraints, morality, and human imagination.Some countries, like the United States (USA), predominantlyuse the more limited term adapted physical education (APE)because most of their services are delivered in schools. Inmany other countries, salaried APA personnel provideservices for persons of all ages in rehabilitation, therapy,recreation, sport medicine, and disability sport as well as inschools (see APA definition in By-Laws of the InternationalFederation of Adapted Physical Activity, IFAPA, on website,www.ifapa.net).

Whether or not APA is conceptualized broadly anddeveloped as a profession, a service delivery system, andan academic discipline depends on societal and culturalneeds, priorities, and resources. A recent survey of BoardMembers of the International Federation of Adapted PhysicalActivity (IFAPA) revealed that most believed that APA wasor would become a profession and a service delivery systemin their countries but that there was uncertainty with respectto APA as a discipline (Hutzler & Sherrill, 2005). This isunderstandable in that academic disciplines are generallyassociated with university doctoral programs and highlyproductive researchers whose works contribute to thegrowing knowledge base underlying the discipline. Onlythree universities in Europe, two in Canada, and 30 in theUSA have granted doctoral degrees with a specialization inAPA or APE (McCubbin & Dunn, 2000). The number ofuniversities granting doctoral specializations in APA/APEin other countries is, as yet, unknown.

The politics of doctoral degree preparation are enormous

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because this level of education is expected to develop theprofessional leaders and researchers who will create andpreserve the knowledge base and actions for keeping APE/APA alive and vital to the well-being of society as a whole.In many universities in the USA, the trend seems to becombining the specializations of APE/APA with pedagogy(e.g., Ohio State University, Texas Woman’s University).This trend is supported by the need to produce teachereducators and administrators with the values, beliefs,theories, and skills that will enable them, in turn, to empowerfuture teachers, as well as those already in the field, withregard to inclusion of all children in regular physicaleducation and in home and community physical activity. Thetrend is also supported by need for university faculty toteach and conduct research in several areas. Few universities,as yet, employ full-time APA/APE specialists.

Definitions of Profession, ServiceDelivery, and Academic Discipline

Profession

The APA profession, according to IFAPA’s past presidentGreg Reid of Canada, is “a service occupation and researchenterprise, supported by a cross-disciplinary knowledge basethat empowers individuals with personal and/or movementdifficulties to participate in instructional, recreational, andsport settings as well as to engage in unstructured activity”(Reid, cited by Hutzler and Sherrill, 2005). Members of aprofession must (a) meet standards of competence that aremastered through advanced schooling in specified theoryand practice under the supervision of experts; and (b)maintain a current license, registration, or certification asspecified by its professional association and/or law. In theUSA, teacher certification is extremely political in that specialeducation has traditionally believed that everythingpertaining to children with disabilities is their domain.

Because APE/APA is crossdisciplinary and seems to notreally be a subspecialization of any one academic area, itsleaders must substitute creativity and perseverance forpower. We have to adapt, to look for other ways to meetsome of these criteria for professionals. Again, in the USA,when most states would not issue teacher certificationsspecifically in APE and thus enable us to provide qualitycontrol over who was being employed, the NationalConsortium for Physical Education and Recreation forIndividuals with Disabilities (NCPERID) sought and receivedfederal funding to establish its own national certificationprogram (Kelly & Gansneder, 1998; NCPERID, 1995).Whenever you see the initials CAPE after someone’s name,you know that this professional has passed a voluntarynational examination that permits her or him to be called aCertified Adapted Physical Educator or CAPE. Now thetask is spreading this information to all of the administratorswho employ APE personnel, to university faculty who pre-

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pare APE personnel, and to the parents who care enormouslyabout the quality of services their children receive.Professional organizations can be powerful tools forimproving the lives of their members and the lives of thepublic. We hope that professional organizations will havethe power to convince politicians to increase our salariesand improve our work conditions, but we need to expectmuch more of professionals and of ourselves as activemembers.

To be considered a true professional, practitioners mustbe active members of a professional association, advocatefor this association and the services it offers, regularly readand use the content of its professional journals, and upholdthe code of ethics of its association. To do these thingscosts money, and although they may not receive highsalaries, professionalism demands prioritization for theseexpenditures. To be professional leaders, practitioners mustbecome really involved in the changes that an organizationcan facilitate; they must serve as officers and committeemembers; they must conduct research; they must help theprofession to be visible in as many ways as possible. Beinga professional leader is like being a local, state, or nationalgovernment politician. In APE/APE we fight for rights andopportunities of minorities, namely persons with movementlimitations and participation barriers.

Leaders emphasize that a profession must have atheoretical base of knowledge (Newell, 1990; Reed, 1998;Reid & Stanish, 2003; Sherrill, 2004). In applied professions,this “theoretical base must be translated and developed intospecific guidelines for practice that can be continuouslyexamined for their effectiveness” (Reed, 1998, p. 523). Atheoretical base is comprised of theories drawn fromdeclarative and procedural forms of knowledge (Newell, 1990)or more recently declarative, procedural, and metacognitiveforms (Wall, 2003). These forms of knowledge will be definedand discussed later. The important point here is that thereare many kinds of knowledge, many kinds of theories, andmany kinds of research. Practitioners, even parapro-fessionals without undergraduate degrees, need to bewelcomed into research and appreciated for their tremendouspractice knowledge. To make APE/APA work, there must beincreased collaboration.

Service DeliveryService delivery is the broad term for the job functions

(i.e., services) that general and adapted physical educators(and many other professionals) perform in a salaried job.However, a service delivery system in APA ideally is thecollaborative efforts of home, school, and community tohelp persons of all ages and performance levels to achievetheir physical activity goals and to maximize the benefits ofinclusive, active, healthy living to persons with movementlimitations and to society as a whole. If such collaborationdoes not exist already, the APA specialist is expected toinitiate it. An essential part of their professional preparationmust be theories and practices of collaboration, cooperation,

and communication.The APA specialist is ideally involved daily in many

services that require collaboration of teachers, parents,community recreation personnel, and administrators.According the Sherrill (2004), these services are (a) planning;(b) assessment of participation barriers and facilitators; (c)preparation, paperwork, and participation in meetings (the 3Ps); (d) teaching and counseling/coaching; (e) evaluation,both formative and summative, of services in many types ofsettings; (f) consulting; and (g) advocacy. A way ofremembering all of these services is to use the first initial ofeach service in a chant or song, PAP-TE-CA. Practitionerstask analyze each of these services into ordered lists ofspecific job functions to guide the day’s work. Manypractitioners work in a variety of settings or contexts, so thetask analysis of specific job functions varies widely fromday to day. Learning to plan time and prioritize tasks oftenrequires help.

Scholarly or Academic Discipline

A discipline is a recognized field of academic study witha unique body of knowledge and a rigorous program oflearning experiences that produces researchers and scholarscommitted to critiquing, transforming, and improving the“truth value” of this body of knowledge. According toMeleis (1991, p. 97), a discipline is a “unique perspective, adistinct way of viewing all phenomena, which ultimatelydefines the limits and nature of inquiry.” An academicdiscipline has also been defined as a “branch of knowledgeor learning recognized by the university community aslegitimate for scholarly investigation” (University ofSouthern California, 1989, p. 13).

Generally, the university community demonstrates itsrecognition of an academic discipline or subdiscipline byapproving the program of studies that culminates in adissertation and the completion of a doctoral level emphasis.The university community also recognizes disciplinesthrough inclusion. This inclusion may be through invitationsto specialists in emerging disciplines to join those inestablished disciplines in conducting interdisciplinaryresearch; in writing books, chapters, and research articles;and in presenting at conferences (e.g., Massengale &Swanson, 1997; Woods, Goc Karp, & Feltz, 2003) or throughformal recognition of members of an emerging discipline inits awards systems (e.g., election as Fellows in the prestigiousAmerican Academy of Kinesiology and Physical Education).Again, politics is important in making these advancesoccur!!!

The APA/APE Knowledge Base

Academic disciplines and their underlying knowledgebases do not just happen. In addition to campus, state, andfederal politics with respect to approving new specializations

C. Sherrill

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and obtaining funding, faculty and graduate students whowish to initiate a new program of studies must learn theoriesof knowledge and knowledge making. The nursingprofession and occupational therapy profession both havetextbooks written specifically to help their graduate studentsbecome involved in the knowledge-making process, thetheorizing, and the theories that guide this process (e.g.,Kielhofner, 1992; Meleis, 1991; Reed, 1998). These helpingprofessions consider themselves academic disciplines. Theyhave worked hard and won the political battles that ultimatelyhave gained them visibility, respect, and power. Membersand leaders of their professional organizations have metrepeatedly to reach consensus on what constitutes theknowledge and theories in their specializations. Moreover,they have generated many theories that they claim are uniqueto their academic disciplines. If these professions can dothis, they why can’t APE/APA?

APE/APA leaders have been less active (indeed almostpassive) in proposing theories unique to their profession.One reason for this may be widespread belief that theorymust evolve through the use of the scientific method,typically the only approach to knowledge creation that istaught in their basic methods of research and statisticscourses. Many of us planned dissertations and subsequentstudies believing that only one kind of theory existed: thescientific, also called positivistic, that called for collectionof quantitative data and objective analysis of what statisticstold us. What we studied and what we learned seemed tohave little application to everyday teaching and to the diversemovers and learners we strove to work with. Our professionthus became divided between those who seek to know (thescientists doing so-called scientific research) and those whoseek to teach (the practitioners using observational anddiscourse techniques to improve their service delivery).Today, we realize that this split cannot continue. A professiondivided cannot endure. An academic discipline dividedcannot develop the rich, integrated, unique body ofknowledge that gives it meaning and power.

In contrast, the social sciences (as well as the academicdisciplines of pedagogy, nursing, and occupational therapy)have long recognized both quantitative and qualitativeresearch. Among the forms of qualitative research that mostprofessionals know is the case study, which is based on in-depth observation, generally by several experts, and oninterviews and other ways of collecting word-and-idea data.The trouble is that most of us do not recognize case studiesas research or that we have been indoctrinated to believethat case studies are inferior research. Recently, ExceptionalChildren, the official research journal of the Council ofExceptional Children (CEC) published a list of 16 types ofqualitative research (Brantlinger, Jimenez, Klingner, Pugach,& Richardson, 2005). Moreover, the Brantlinger et al. articleprovides a good list of quality indicators for use in evaluatingqualitative research.

Overcoming Prejudice and Creating Knowledgeat One University

The Texas Woman’s University (now coeducational) isone of the few institutions in the USA that has graduatedfour or more doctoral candidates with a specialization inadapted physical education annually for the past 16 years(Dunn & McCubbin, 1991; McCubbin & Dunn, 2000; Sherrill& DePauw, 1997). As initiator of this doctoral specializationprogram in 1972, Sherrill had to justify the need for thedoctoral program to faculty and administrators (i.e., thescholarly community) throughout the university, obtainexternal grant money to fund it, recruit high quality doctoralstudents, develop new, unique theory and practicumcourses, help students develop individual lines of researchwithin APA/APE, and ascertain that the university hadlibrary and other resources to support the specialization.

Achievement of these tasks was made difficult bynumerous faculty biases and prejudices. Among these wasthe frequently expressed belief of colleagues and friendsthat Sherrill had moved into a different world, was distancingherself from them, was using her energy in nonessential waysthat really had nothing to do with a Kinesiology Department.Repeatedly they asked, “Why do you care about them?”“So you help them develop skills and become fit, whatdifference can they make?” I desperately wanted my friendsto change with me, but they wanted me “to come back.”Today, I believe that change is the essence of adaptation, ofinclusion, of empowerment. Therefore, I believe that someof APA’s theories should focus on change.

Fortunately, Sherrill, with the help of a federal grantagency and departmental colleagues, was eventually ableto convince the power figures in the university to employtwo other fulltime doctoral level faculty in APE on hardmoney. Do you see Politics, Politics, and more Politics inthese tasks: Politics of appearance, of communication, ofcollegiality, of collaboration, and of personal resources?

Over the years, these three faculty (plus occasional part-time PhD faculty who have graduated from our program andtaken residence in the Dallas-Fort Worth-Denton metroplex)have managed by extreme effort to keep master’s and doctoralspecializations in APE progressing, to encourage infusionof APE content in the kinesiology courses of departmentalcolleagues, to provide one or more undergraduate coursesfor general PE majors, and to collaborate with the Dentonpublic schools in conducting PE programs for communitychildren which serve as practica for our university students.Also, each faculty member has aimed for 2-3 publicationsand several conference presentations annually as his or herpersonal contribution to the knowledge base of APE/APAand has acted in numerous roles (e.g., officers, committeemembers, program chairs) in at least three professionalorganizations. Additionally, we continue to devote muchenergy to mentoring our students and facilitating their self-images as leaders with much responsibility to theirprofession and to the ongoing development of a strongknowledge base.

Theories in the Area of Adapted Motor Activity

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Our faculty and students function as family. Our extendedfamily are the parents and children we work with and theadults with disabilities who advise and collaborate with us.Everyday we generate knowledge. Much of this is practiceor procedural knowledge and professional preparationtheories related specifically to change. Much of it is alsopractice knowledge about ecological assessment andinstruction and the development of self-efficacy, self-esteem,self-actualization, and self-empowerment.

Types of Knowledge and Theories

The term practice theory is derived from the traditionalclassification of knowledge into three types: procedural,declarative, and metacognitive. Procedural (also calledpractice, process, or action) refers to understandings ofprocess, or more simply stated, knowledge of doing things.Declarative (also called scientific or theoretical) refers tofactual information that has been repeatedly verified by highquality research about a particular phenomenon. Generally,this research underlying declarative knowledge is experi-mental and uses randomized clinical trials (Odom et al., 2005),although the Council for Exceptional Children (CEC) is nowemphasizing the importance of multiple scientific researchmethodologies in the identification of effective practices.Metacognitive refers to personal knowledge about oneself,one’s emotions, attitudes, beliefs, knowledge, motivations,performance abilities, learning styles, and such. Readers ofAdapted Physical Activity Quarterly can learn much aboutthese categories of knowledge, specifically how to developthem in children, from the works of A.E. Ted Wall, the 2003IFAPA Rarick Memorial Lecturer (e.g., Wall, 2004) andcolleagues ( Martini, Wall, & Shores, 2004). I wish Wall andcolleagues would produce parallel research on adults whoare learning or teaching APE/APE.

Practice Theories

Like other faculty throughout the world with similarvisions, APE/APA leaders have been slowly developingpractice theories to describe, explain, and predict what worksin the achievement of each of these large-scale efforts.Practice theories, which obviously refer to the proceduralknowledge underlying the practices or everyday work ofprofessionals, is what nursing and occupational therapy calltheir organized structures of concepts, constructs, and ideas.Practice theories are also explained in detail by Lawson(1999) in Quest, the official journal of the NationalAssociation for Kinesiology and Physical Education inHigher Education (NAKPEHE). Specifically, Lawsoncontrasts the now outdated academic discipline model ofFranklin Henry (1964, 1978), which emphasized the value ofonly one kind of discipline (that of the disciplinary scientist),with a new model based on assumptions that promote thepractices of social trustee and civic professional (roles that

are remarkable similar to advocates for disability rights).Lawson (1999), like most educators, is primarily interested

in change theories. He defines six kinds of change theories:grand theories, theories of action, policy theories, theoriesof program, program theories, and microinterventiontheories. The category of umbrella or grand theories ofchange refers primarily to actions or practices in changingthe vision of organizations or professions. Lawson (1999, p.148) states, “Theories of change chart the journey from hereto there, the preferred future. In other words, theories ofchange are framed in relation to visions of the good, justsociety and improved social welfare in a world changed byand in relation to globalization.” Lawson’s article, includingthe several pages of Notes, Appendices, and Definitions atits end, is well worth studying.

Space prohibits a discussion of scientific theories, buteveryone knows about these: the theories that have beengenerated by the scientific method (i.e., a combination ofdeductive and inductive processes), with much emphasison statistical analyses or the older theories like those ofPiaget, Maslow, and Bandura that are widely accepted butstill being tested, reconstructed, and refined.

A Structure of Knowledge Model ConcerningAPA/APE Practices

By the time I wrote the fourth edition of my textbook(Sherrill, 1993), I had studied the professions of occupationaltherapy, nursing, special education, and physical educationteacher education (PETE) so intensely that I finally wasmotivated to construct a structure of knowledge model toorient APE students to the overall relationships betweenprofessional philosophy, core areas of knowledge, jobfunctions, services, and competences. An edited version ofthis model, which is still in progress, appears in Figure 1. Atthe time I developed the initial model, I did not realize howdifficult it was to teach about philosophy, theories,assumptions, principles, and the like. However, during thelast years of my salaried teaching, I switched to the criticalpedagogy teaching style. This change (or perhaps I shouldcall it an adaptation) taught me a lot and, I think, enlargedthe vision of my students.

Figure 1 shows components of knowledge that areimportant to university students and faculty who areteaching them APE/APA subject matter. These componentsare professional philosophy, core areas of knowledge(scientific and practice), roles as a practitioner, job functionsor services to be delivered, and competencies that enableperformance of specific job functions. The job functionsoriginally came from Janet Wessel (1977) but later weremodified, based on survey and observational research ofwhat APE practitioners really do (Dillon & Sherrill, 2003;Kelly & Gansneder, 1998).

C. Sherrill

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 1-86

Following are definitions, some cited and some made up,that I particularly like.

Philosophy is “a distinct discipline in its own right, andall disciplines can claim their own philosophical bases thatform guidelines for their goals. Philosophy is concerned withthe values and beliefs of a discipline and with the valuesand beliefs held by members of the discipline” (Meleis, 1991,p. 11).

Domain is “the perspective and the territory of the disci-pline” (Meleis, 1991, p.12). It is the unique knowledge basethat members of an academic discipline believe belongsspecifically to them and which, in some cases, law protectsby certifications or licensures. Many leaders of kinesiologyand other academic disciplines, however, supportinterdisciplinarity or crossdisciplinarity in which domainsare common or shared (Henry, 1978; Klein, 1990; Lawton &Morford, 1979; Newell, 1990). Since 1998 (5th ed.), Sherrillhas subtitled her APA textbook Crossdisciplinary and

Lifespan . Advocates of interdisciplinarity andcrossdisciplinarity generally believe that the concept ofdomains and the actions involved in protecting territoriesof knowledge are outdated in a world that increasingly needscollaboration (Klein, 1990).

Metaparadigm is the “most abstract component in thestructural hierarchy of contemporary nursing knowledge; itis made up of highly abstract concepts that identify thephenomena of interest to the discipline and generalpropositions that describe the relationships among thephenomena. The phenomena of particular interest to the dis-cipline of nursing are represented by four concepts: person,environment, health, and nursing” (Fawcett, 1993, p. 2). Someexperts refer to metatheory rather than metaparadigm.

Assumptions are embedded ideas within theories, ideasthat are taken for granted that may be held without evaluationor verification. Assumptions are “givens”—that is,statements assumed to be true without proof. For instance,

Figure 1. A structure of knowledge model for the adapted physical activity specialization and/or courses that focus on directservice delivery.

Theories in the Area of Adapted Motor Activity

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some common assumptions are (a) disability is located inbiology and accepted categorically as an independentvariable; (b) disability, as something within a person orpossessed by a person, is measurable in quantitative terms;and (c) disability is an undesirable state. Are theseassumptions true or false? This returns us to theorizing.

It is perhaps fitting, in terms of our time and spaceallotment, to end here, for theorizing and theory constructingare never ending. I am convinced that we do not spendenough time on these endeavors and do not begin teachingthem to others as early as we should.

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C. Sherrill

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 1-8

Author´s note

Claudine Sherril recentlyretired from Texas Women’sUniversity, where she holds aprofessor emerita t i t le.Throughout her career,beginning in 1961, sheadvised over 150 students,published over 90 articles inprofessional and scientific

journals and authored several books. Her most notable workis the textbook—now in its 6th edition—Adapted PhysicalActivity, Recreation, and Sport: Crossdisciplinary andLifespan. She is president of the International Federationof Adapted Physical Activity (IFAPA).

Contact:Dr. Claudine SherrillEmerita ProfessorDepartment of KinesiologyTexas Women UniversityP.O. Box 425589, Denton, TX 76201, USAE-mail: [email protected]

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Keynote SpeakerAccessibility in Sports and Adapted Physical

Activity. Not just a matter of motivation

Anne-Mette BredahlUniversity of Sport, Norway

In this paper I want to discuss and challenge the viewpointthat participation in physical activity in itself is positive. Itcan be, but not always, and not automatically. It is down tothe practice, the way it is organized, and the situation of thepeople potentially participating. When talking aboutparticipation, accessibility and adapted physical activity inrelation to people with disabilities there are important issuesto be considered.

People With Disabilities

Who is disabled, and what characterises having adisability? It is not so easy to define. We have definitionslike the one by IFC1 “Disability is characterized as theoutcome or result of a complex relationship between anindividual’s health condition and personal factors, and ofthe external factors that represent the circumstances in whichthe individual lives” 2 . In one way one could say, that we areall at a continuum between being able and disabled indifferent areas in life. While this is said, there are exceptionalchallenges that living with a severe physical and sensorydisability do bring, and that people with disabilities have toface in daily life—for instance places you can’t go andliterature you can’t read because they are not accessible.

Living with (bodily) limitations can, for some, beexperienced like the “body gets in the way” with regard towhat they want to do, what they were able to do earlier on orwhat others are able to do. Experiences like these are likelyto affect the person’s attitude toward their own body and itsabilities.

Inspired by the American philosopher Drew Leder (1990),Duesund (1995) writes about one of the special aspects aboutthe body, namely the fact that we mostly don’t think aboutthe body until it causes us trouble. When everything workswell, we tend to forget about the body, while engaging in

other things. When living with a disability we are likely tobe reminded of our body more often and in a negative orintrusive way.

As Leder points out, either by:

The body it self (for instance by pain orspasms)

The environment (for instance stairs you can’tclimb or books you can’t read)

Other people (who react to the disability in away that reminds you of being different)

How does it affect a person that is often (or at least moreoften than others) being reminded of their body and theirlimitations?

To get a deeper understanding of this, there is a lot tolearn from literature and poetry. One example of this is apoem written by the Norwegian Ewy Halseth, who describessome of the experiences in living with cerebral palsy and abody that doesn’t always seem to cooperate.

I want so much to master my body,But my mind can’t always make it happen.My body doesn’t want the same as I will.It doesn’t want to cooperate,when I with my thoughts try to execute anaction!It is not so easy for you to see, who I am andwhat I can do!

You look at me, but you glance is shifty,When we sit at a nicely decorated dinner table,to share a nice meal,I see the clean and white table cloth,which I am sure I am going to stain.

I concentrate all I can,turn my attention and energy towards what Iam going to master….!I feel how my body tightens, as the fork getscloser to the bit of meat at the plate.Just when I am close to hit it

1 ”The International Classification of Functioning, Disability and Health”,developed by the World Health Organization.2 ”WHO (2002): Towards a Common Language for Functioning,Disability and Health: ICF. World Health Organization, Geneva(http://www3.who.int/icf/beginners/bg.pdf.) p.17.

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A. Bredahl

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A spasm grasps my hand,one of these incomprehensible jerks,so I suddenly loose control.The meat lands on the white tablecloth, and I whisper a ”sorry”, as I feel the flushreach my forehead.(An extract from “Mind and body out of stepthough life” in Bredahl, 2000).

The Body and Theoretical Perspectives

In my training at university to become a clinicalpsychologist, very little attention was given to the factthat quite a large number of people are living with a disabilityand with the challenges that brings. A study by the EuropeanUnion found that approximately 8% of all Europeans betweenthe ages of 16 and 64, today live with a serious disability3 .Not only did we not learn about how it is to live with adisability, we didn’t thematize what it means to live with abody (in spite of the fact that we all one). The philosopherMaurice Merleau-Ponty (1962) however, is one of the fewphilosophers who thematizes the body in seeing us as bodilybeings or embodied minds, considering the mind and bodyas two sides of the same token, perceiving and experiencingour world through the body. We are in the world as body,with the duality that we both are our body and we have abody.

Talking about the phenomenal body—the experiencing,communicating and meaning seeking body, as the very ‘site’for development. The body is not a mechanical objectresponding to the stimuli in its environment, it is constantlyinteracting and in dialogue with the world, it is intentional.One of Merleau-Pontys central concepts is the lived body,which is more than its physical aspects and the bodyperceived by others (body as object), it is our experiencesas well (body as subject). How is it being experienced livingwith a disability, with a body, which in some situations (to agreater extent than for most people) sets limitations? Havinga disability might (understandably) as mentioned, bring morefocus on the bodily limitations, or the body “as a problem”.When/if adapted physical activity has a mission, it might beexactly this. Managing (with the disability) focusing oneverything which is still possible and engaging in activitiesout there in-the-world, perhaps together with others, mightbe one way of boosting a sometimes troublesome relationshipwith one’s body.

Had Merleau-Ponty been interested in these aspects, hemight have seen that as one way of surpassing the body.According to him it is in movement that reflection and actioncomes closest to merging. Not only our body, but also ourthoughts often wander. Movement is a direction to the world,

which is why Merleau-Ponty speaks about our being-to-the-world. As Duesund & Skårderud writes; “Throughmovement we place ourselves in an active relation to theworld and can ‘forget’ ourselves by being presentattentively” (2003 p.58).

Physical activity and people with disabilities

When it comes to the field of adapted physical activity,research has mainly been focusing on medical, physiologicaland biological aspects, and to a certain extent to sociologicalaspects. Focus has been more on optimising training, findingor pushing the limits for physical capacity and at organisingactivity. The study of people’s experiences with regard toparticipation in physical activity is a lot rarer. There are afew very interesting exceptions, however: Duesund, asmentioned previously; Fitzpatrick (2003) and Goodwin (2004),researching on physical activity, and physical awkwardnessand people with disabilities respectively. What meaning doesthe activity have for the participants, how does it affecttheir lives and what possible roles can participation inphysical activity play?

From 1999-2002 I carried out a study at Beitostølen HealthSports Centre in Norway. This is a rehabilitation centre forpeople with disabilities, where they use sport as a main toolin the rehabilitation process. I worked there as a clinicalpsychologist, providing counselling for the clients whoneeded and asked for it. During the 3 years I had counsellingsessions with 320 adults with different physical and sensorydisabilities (1-8 sessions per client, with an average of 3,1sessions per client). Amongst many other interestingfindings, the study provided an important insight into theproblems people with disabilities4 are struggling with, butalso the challenges when it came to participating in physicalactivity. Many of the clients flourished in being (re-)introduced to adapted physical activity, experiencing thatthere were activities they could still do while having adisability. To some, these experiences meant that they gainedcourage to speak about difficult issues that they had notdared to speak about before. I witnessed some of the gains,as well as the problems, challenges and possible downsidesin participating in physical activity.

A Matter of Motivation?

Quite a few studies have been focussing on how tomotivate people with disabilities to participate in physicalactivity. Clearly in my study, not everybody was equallymotivated to participate, and for many of them with good

3 Eurostat (2001): Disability and social participation in Europe,Luxembourg: Office for Official Publications of the EuropeanCommunities, European Commission. 4 At least in Norway/the western world.

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reason based on past experiences. Quite a few of them hadexperiences of being the odd, clumsy or different child—never being able to catch a ball, always last when running,stumbling over ones own legs. Stories told by clients oftenincluded experiences of failure in physical education atschool, like the situation where two classmates had tochoose teams, and everybody else was slowly being picked,except one!

I too was a “clumsy kid,” and I remember theseexperiences of being the one never picked, leaving mestanding there, embarrassed, wishing that the floor wouldopen up and I would disappear. Too me these experiencesmeant that I quickly developed into becoming a “sports-hater.” Not until my sight finally deteriorated completely22years old, I was “accidentally” re-introduced to sport, andI hesitantly gave physical activity a second chance. At thatpoint I was very little motivated, mostly because I wasabsolutely convinced that I couldn’t make it, and that I wouldmake a fool out of myself, as I had done so many timesbefore. I had lost the confidence in my body and its abilities,so to speak.

Physical activity can be a powerful tool, equally beneficialor harmful to a person’s self esteem if not used with care. AsDuesund (1995) points out: when participating in sport, youare standing there, in the middle of the floor, you are exposedwith nowhere to hide and it is obvious to everyone if youcan’t do it. You are visible in a different way than in mathslessons, where you can pretend that you listen or understandeven when you don’t, as long as you keep quiet.Participation in physical activity involves a vulnerability,with the risk of failure, visible to everybody.

However, in my experience both the world of practicalsports and in research in sport and physical activity, thesematters are rarely looked into, at least not when it comes topeople with disabilities. When I talk to researchers, teachersand trainers, it is not usually a topic of importance to them.I think one of the major challenges in paying attention tothese aspects is that very few of them have a background asbeing “the clumsy, fat or disabled kid” that couldn’t keepup, that nobody wanted on their team, and was alwayschosen last. They have not themselves experienced theeffects on the person’s self-esteem, opportunities andprojects in life, as very few “clumsy or fat kids” choose acareer in the world of sport. Instead most of them probablydo like I did, choose to be as far away from sport as they canget, refusing to be forced to “move” any more.

As I found in my study for some people with disabilities“lack of motivation” or hesitation with regard toparticipation, was a much more complex issue, of which somehad to do with former experiences or shame towards theirbody. Quit a few people had an allergy against chorine, whichturn out to be more of a psychological nature, fearing to goto the swimming pool as it meant letting others see theirbody, which was different from the norm. Other people had aprogressive illness, which meant that they slowly lostabilities, and participating in physical activity made itpainfully clear how much weaker they had become.

The Benefits and Challenges inPhysical Activity

One of the challenges in the world of sport is that wemight too often concentrate uncritically on the positive siteof sport, without the proper respect with regard to thepossible downsides and difficulties. The Norwegian SportsFederation had a poster that they used in a campaign tomotivate people to get involved in sport, by pointing out allthe positive effects of physical activity like; Joy, Health,Companionship, Honesty, Democracy and so one. But whatif you can’t relate to these because your former experienceswere the opposite, or you can’t relate to them any more as aresult of changed life circumstances in getting a disability?Physical activity can just as well be associated with fear,insecurity, feeling like an outsider, being clumsy and beingthe one nobody wants (on their team). Both the positive andnegative is possible, there is nothing in sport as such, thatfrom my point of view, automatically makes sportsparticipation a positive experience—it can just as easybecome the opposite.

I find that sport and physical activity encompass a lot ofpossibilities, both positive and negative, and it all has to dowith:

1. The person’s motivation, based some on (former)experiences

2. The framework for the activity3. The way the activity is organised

Unfortunately too in arenas which was supposed to beadapted physical activity, I have experienced how I highlymotivated have started out participating in the activity, butafter a very short time have been left behind. First feelingbewildered, taking a brake while trying to figure out how theactivity is developing, trying to participate again with nosuccess what so ever and nobody making the effort to helpme out, finally leaving the activity disappointed, ashamed,feeling like a failure, losing trust in my abilities, theinstructors and the activity. If I wasn’t already convincedthat physical activity can be fun, I wouldn’t have returnedand given sport a second chance. This too is what clientsfrom my study told.

This is why it is necessary to use professionals (trainers,teacher, leaders and helpers), who in addition have insightinto the problematic aspects of participation in physicalactivity. This includes understanding what living a life witha disability entails, the daily challenge it brings and thepotential vulnerability involved in participating in physicalactivity.

When people with disabilities do not participate inphysical activity, it is not all down to lack of motivation:there can be a lot of things at stake. It can be practical issues,for instance; today I am highly motivated, but when I don’trun as much as I would like to do, it in my case is down tolack of running partners, not to lack of motivation. For othershowever, it can be lack of transportation, finances or practicaldifficulties with leaving home.

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A. Bredahl

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All these aspects have to be considered, challenged andchanged when possible. Participation also has to do, notonly with the motivation and attitude when it comes to the(potential) participant, but also just as much the environmentand the people around. Not only what their attitudes are,but also what actions are they willing to take to makeparticipation possible. More important to me in my daily lifeare not so much peoples attitudes, but their action—or lackof actions. It does not help me as a runner with visualimpairment if everybody around me has a positive attitudetowards my wish to run, if nobody is prepared to take merunning. A positive attitude towards sport, may make onemore likely to participate, but a positive attitude as such,doesn’t make anyone active or fit—disabled or not.

So after all my hesitation, do I after all find that adaptedphysical activity has something to offer to people withdisabilities?

In my case, getting involved (again) in sports activitymade major changes in my experiences of myself, mycapabilities, my body, my disability, and my future life. Notat least boosted by being the first Dane to win a gold medalat the winter games (Olympics/Paralympics). In my everydaylife physical activity is important to me, as it makes me strongenough to master my daily life challenge, strong enough tocarry my shopping, climb the stairs and exercises my balan-ce, so I don’t lose my foothold as easy. But most of all Imove because I like it! Given the right circumstances it givesme a feeling of mastery and energy, even the courage todance, which I never dared before.

Physical activity is now an arena, where I (with necessaryassistance) to a certain extend can forget my disability andsometimes troublesome body. Participating makes me arunner or a skier, enjoying the activity like everybody else.

Adapted physical activity can help to make these typesof experience accessible, available and possible when usedwith thoughtfulness. My study showed that a number ofthe people who participated in the project, were not onlystruggling with a challenging life, they too were less activeboth socially and physically than they would wish.

As a young man from my study described;

“It is four years ago now, that my body wasdestroyed. Since then I have been occupiedwith getting my home adjusted to my needsafter becoming a wheelchair user and to get acar I would be able to drive. Now my home isOK and I finally got the car that I have beenlonging for, and suddenly I realise, that I haveno idea where to go.”

How is it to live a life which seems to lack direction andfeeling that ones body was “destroyed”, and often a lowself esteem to follow? For him and others participation inphysical activity (organised the right way) can contributewith one meaningful place to go—a new and more positiveexperience and direction in life, with the body and abilitiesone has got now.

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Author´s Note

Anne-Mette Bredahl is a blindDanish professor, l ives inLondon, and works at theUniversity of Sports in Norway.She is an active cross-countryskier at Paralympics level.

Active in elite sport since1991. 4 times participant atwinter Paralympics (cross-country skiing and biathlon).Several times Paralympic andWorld Champion—being thefirst (and till now only) person

from Denmark (disabled or not) ever to win gold at aParalympic/Olympic winter game.

Contact:17 Julius court, Brentford TW8 8QH, Middlesex UKphone: +44 20 85 68 23 61E-mail: [email protected]

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Keynote SpeakerThe Test of Gross Motor Development-2nd

Edition: Uses, Administration, andApplications

Dale A. UlrichUniversity of Michigan

AbstractThe second edition of the Test of Gross Motor Development is being used in more then 15,000 elementaryschools in the United States and in the Department of Defense Military Schools throughout the world as theirprimary method of assessing children’s fundamental motor skills. Most elementary physical education and adaptedphysical education teachers use the test to: determine the child’s current level of performance, plan the child’sphysical education program, and evaluate the child’s progress. The test consists of 12 locomotor and objectcontrol skills that are frequently taught in elementary schools in the United States. The test is also being used in4-5 other countries although the national norms that come with the test should not be used in making decisionsabout children outside of the United States. It is recommended that norms from other countries be collected andused for making these decisions.

Keywords: Test of Gross Motor Development, assessment.

The Test of Gross Motor Development was first publishedin 1985 (Ulrich, 1985) in response to the growing demand toserve children with disabilities in public schools throughoutthe United States. In general, elementary and adaptedphysical education teachers were at a loss to find and usemethods to assess children with disabilities who wereenrolled in physical education classes. Most of the availabletests at that time were primarily oriented towards physicalfitness or had no application to the physical educationcurriculum being taught. It became very obvious to me thatif we were to be successful in meeting the needs of childrenwith special learning needs and individualizing the physicaleducation instruction, we needed to design new methods ofassessment that were linked to the movement skills commonlyused by young children.

The second edition of the Test of Gross MotorDevelopment (TGMD-2) was published in 2000 (Ulrich, 2000).New national norms were collected during the autumn of1997 and the spring and autumn of 1998. A total of 1208children were tested across the ages of three through tenyears and included 51% males and 49% females. TheStatistical Abstract of the United States (U.S. Bureau of theCensus, 1997) was employed to insure that the norm sampleconformed to the percentages of five importantcharacteristics of the school aged population: gender,geographic region, race, rural or urban residence, parenteducation, and disability. Several modifications were madeto the first edition prior to collecting norms. The primarychanges included dropping the skill of skipping from thelocomotor sub-test, adding the skill of underhand rolling to

the object control subtest, and reducing the number of testtrials for each item from three to two. The other importantmodification occurred after the norms were collected. Thenorms are presented in 6 month intervals rather one yearintervals for most age groups. All of these changes occurredbased on feedback that I received from teachers who wereusing the test over a 10 year period. The reason that the skipwas eliminated was that most adapted physical educationteachers who work with children with disabilities and whoprovided feedback indicated they typically do not teachskipping to children who are having serious movementproblems (children with Down syndrome, cerebral palsy,moderate cognitive delays).

The TGMD-2 measures six locomotor skills: run, gallop,hop, leap, horizontal jump, and slide. The test also measuressix object control skills: strike a stationary ball, stationarydribble, catch, kick a stationary ball, overhand throw, andunderhand roll. Each skill is broken down into three or fourimportant qualitative components to allow the teacher ortherapist to observe whether they are present or absent whenthe child executes the skill. A practice trial and two testtrials are administered. If the qualitative component is presenta score of 1 is recorded for the component. If the componentis absent a score of 0 is recorded. The three or fourcomponents of the skill are scored during each of the twotest trials and then are summed to derive the total skill score.The locomotor and object control sub-test total scoresconsist of the sum of the six skill scores. The total sub-testscore is used to locate the child’s standardized norm score(percentiles) in a series of norm tables presented by age (3-

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10 years) and gender. The percentile scores allow the teacherto determine if the child is delayed and if so, to what degree.Gross motor development quotients and age equivalents areeasily calculated using the norm tables

Learning how to administer the TGMD-2 is quite easy.The most challenging aspect of test administration is learninghow to observe and analyze the three or four qualitativecomponents of each of the 12 skills. There are illustrationsof the components for the skills included in the test manual.It is recommended that the test administrator practiceobserving the components of each skill with children whoare very skilled and display most or all of the componentsand then practice with children who are much less skilled.Once the test administrator is trained, it should only takeabout 15-20 minutes to administer the complete test to onechild.

If teachers are only interested in using the TGMD-2 formaking instructional decisions and will not be using thenorms, they can make adaptations to the test. Commonadaptations that teachers are making are to add or deletesome of the components from a skill, adding or deleting skillsfrom a sub-test, adding more test trials, modifying the actualtest conditions (changing the distances used in the test itemsor the equipment), and modifying the scoring system. Someadapted physical education teachers use a score of .5 scoreto indicate that the component was observed but it did notquite meet the standard used in the skill component or wasnot yet consistent. An example would be a child who is askedto run a distance of 50 feet (15.24m) and displays correct armmovement for half of the distance only. This adaptation isfine if you only use the total raw score and do not use thenorm tables. You should not compare this child’s raw scoreto another child’s score. It is acceptable to use this modifiedscore to determine improvement over time within a child.Teachers who work with young children (3-5 year of age)like to ignore the standardized procedures of a test item andinstead use fun activities that require the child to performthe skills. An example would be a preschool teacher whoelects to use a holiday theme or a carnival type activity wherechildren are asked to kick a stationary ball at various holidayornaments or common artificial farm animals. Most youngchildren exhibit more effort when the activity is fun andappropriate for their age. Most young children do not liveunder standardized conditions.

I frequently get requests from teachers and universityprofessors for permission to convert the TGMD-2 intoanother language so they can use it in their country. Thepublisher of the test has never denied permission for thispurpose. I am always concerned that the teachers who areusing the test in their country realize that the norms that areincluded in the test manual are not valid for use in anothercountry. I always encourage them to modify the test byeliminating skills that are not part of their culture, and collecttheir own norms.

Future Research Involving the TGMD-2

There is a need to develop special group norms involvingcommon disabilities such as Down syndrome, cerebral palsy,autism, visual impairments, and developmental coordinationdisorder. By having special group norms, teachers couldcompare how their students who have the specific disabilitycompares to others with the same disability, and comparehow they are progressing over the school year. There is aneed to do more research to establish the validity andreliability for the various disability groups.

Modifications to the test item components are beingconsidered. The most likely changes will include droppingsome of the qualitative components in each skill and addingsome quantitative components. For example, in the kick, wewould like to add quantitative components such as kickingthe ball into a goal from 5, 10, and 15 meters. Before wewould make these changes, we would survey teachers forideas on the quantitative components they commonly useduring their teaching.

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Author’s Note

Dale A. Ulrich, PhDDirector of the Center for MotorBehavior & Pediatric DisabilitiesDivision of KinesiologyUniversity of Michigan

Contact:University of MichiganDivision of Kinesiology401 WashtenawRoom 3060F, CCRBAnn Arbor, MI 48109-2214

(734) 615-1904U.S.A.E-mail: [email protected]

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 15-21

ConferencistaAtividade Física Adaptada e Reabilitação:

Ciclo Percepção-Ação

José Angelo BarelaUniversidade Estadual Paulista, Rio Claro

Resumo—A aquisição de habilidades motoras envolve, inicialmente, que o aprendiz explore as várias configura-ções dos segmentos corporais no contexto ambiental e, então, selecione a configuração mais apropriada. Estavisão de desenvolvimento motor assume que este processo é dependente do fluxo de informação sensorial paraobter informação sobre o resultado da ação motora e ser utilizada para manter ou alterar a próxima execução,caracterizando o ciclo percepção-ação. Quando este ciclo percepção-ação é alterado, invariavelmente, a aquisiçãode habilidades motoras é dificultada e o desenvolvimento deste indivíduo é prejudicado. Tendo em vista a ocorrên-cia de atrasos desenvolvimentais em diversas populações especiais, pode ser sugerido que estes atrasos seriamdecorrentes de alterações no ciclo percepção-ação. Assim, atividade física adaptada teria como papel minimizaresta dificuldade ou limitação no ciclo percepção-ação.

Palavras-chaves: Desenvolvimento motor, sala móvel, díndrome de Down.

Abstract“Adapted Physical Activity and Rehabilitation: Perception-Action Cycle.” The acquisition of motorskills implies that a learner explores the many possible body segment configurations in the environment andselects the most appropriate one. This motor development view assumes that this process is dependent on acontinuous sensory information flow in order to obtain information about the action performed and uses it tomaintain or to change the next performance, characterizing the perception-action cycle. When this cycle is changed,motor skill acquisition is also changed and the motor development course is disrupted. Considering the occurrenceof motor delays in special populations, it is possible that these delays are the result of changes in the perception-action cycle. Therefore, adapted physical activity should minimize limitations in the perception-action cycle.

Keywords: Motor development, moving room, Down syndrome.

Atividade Física Adaptada e Reabilitação:Ciclo Percepção-Ação

No início do século passado, observações e descrições dasaquisições motoras de bebês e crianças tiveram seu início.A realização destes estudos marcou o surgimento da áreade desenvolvimento motor e teve como principais estudio-sos Arnold Gesell, Myrtle McGraw e Mary Shirley (p.ex.,Gesell, 1928; McGraw, 1945; Shirley, 1931).

Desde as primeiras observações, duas características dodesenvolvimento motor chamaram a atenção: ordem e regu-laridade na aquisição das habilidades motoras observadasno repertório motor de bebês e crianças nos primeiros me-ses e anos de vida. A observação destas duas característi-cas contribuiu fortemente para que os pioneiros da área dedesenvolvimento motor sugerissem que o curso do desen-volvimento motor era determinado pela maturação do siste-ma nervoso central (Gessel, 1928). Nesta visão, a aquisiçãoe o refinamento das habilidades motoras eram decorrentes

de processos geneticamente desencadeados comuns a to-dos os representantes da raça humana.De forma geral, estes estudos iniciais foram decisivos parao nascimento e direcionamento dos estudos em desenvolvi-mento motor durante muito tempo. Na verdade, estes estu-diosos fizeram seu trabalho bem até demais, pois os mesmosinfluenciaram os principais estudos e explicações da áreaaté recentemente. Como conseqüência desta contribuiçãomarcante, a área de desenvolvimento motor passou por umperíodo “moribundo”, até por volta da metade do séculopassado (Thelen, 1995). Os estudiosos, durante este perío-do, pareciam saber tudo sobre desenvolvimento motor sen-do que a visão maturacional fornecia subsídios biológicospara os mais variados aspectos do desenvolvimento.

Este quadro começou a ser alterado quando as idéias deBernstein (1967) e Gibson (1979) começaram a provocarquestionamentos e mudanças paradigmáticas da visão tra-dicional de desenvolvimento motor. A partir disto, uma novavisão de desenvolvimento motor, radicalmente diferente da

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J. A. Barela

visão maturacional, passou a ganhar forma, impulsionadaprincipalmente pelos trabalhos de Thelen e colaboradores(Thelen, 1986; 1989), culminando com uma proposta maisorganizada, na década de 90, baseada em princípios dinâmi-cos (Thelen & Smith, 1994, Thelen, 1995; 2000).

Desenvolvimento Motor: Visão Dinâmica

Tendo em vista que desenvolvimento motor tem comocaracterística principal a ocorrência de mudanças no com-portamento motor ao longo da vida, o mesmo deve ser en-tendido como um processo dinâmico. Neste caso, mudan-ças desenvolvimentais devem ser entendidas como suces-sivos estados de estabilidade, instabilidade e mudanças defases que propiciam ao sistema mudar de um estado atrativopara outro estado atrativo (Thelen, 1989), que quandovisualizadas dentro de um contexto mais amplo, dariam for-ma ao curso desenvolvimental.

Mesmo entendendo desenvolvimento motor como umprocesso dinâmico, duas questões básicas estão presentesdesde os estudos pioneiros da área: a) qual é a origem dosmovimentos presentes no repertório motor e b) qual é o fa-tor desencadeador de mudanças relacionadas ao desenvol-vimento motor. A seguir, algumas considerações são apre-sentadas que podem sugerir possíveis respostas a estasduas questões.

Kit Nascimento

A mão natureza, ao longo do processo evolutivo, incum-biu de nos “presentear” com um repertório básico e inicial,ao nascermos. Na verdade, mesmo antes do nascimento, noútero materno, vários movimentos já são executados evivenciados. Após o nascimento, estas expressões motorassão ampliadas e amplificadas com o recém nascido sendocapaz de realizar vários movimentos. Entretanto, os movi-mentos observados logo após o nascimento são, em suamaioria, involuntários, espontâneos ou reflexivos. Assim,vários autores têm denominado este período inicial do pro-cesso desenvolvimento de “reflexivo” (Clark, 1994; Pellegrini& Barela, 1998; Gallahue & Ozmun, 1995; Gabbard, 1996).Neste caso, movimentos expontâneos são aqueles desenca-deados por estímulos do meio ambiente mas sem uma rela-ção direta como aquela observada em um ato reflexo. Osmovimentos reflexivos, por outro lado, são desencadeadospor estímulos específicos, como nos atos reflexos, entretan-to, no caso reflexivo, as respostas não são estereotipadas epodem ser alteradas.

A primeira função destes movimentos reflexivos é a so-brevivência do recém-nascido. A existência deste repertóriode movimentos reflexivos propicia as condições básicas, comrespostas já incluídas no repertório motor do recém-nasci-do, para facilitar a sua sobrevivência (Clark, 1994). Um exem-plo desta situação é o reflexo de sucção, que desencadeia oato de sugar, entretanto, logo após as primeiras sucções, o

ato de sugar é controlado conforme o interesse do recém-nascido.

Além de propiciar a sobrevivência inicial, os movimen-tos reflexivos também têm uma outra função tão importantequanto a de sobrevivência: este repertório inicial possibilitao início de um “diálogo” do recém-nascido com o ambiente(Clark, 1994). Movimentos reflexivos possibilitam ciclosinterativos nos quais permitem ao recém-nascido vivenciarconseqüências sensórias decorrentes dos atos motores rea-lizados. Assim, o recém-nascido tem a oportunidade de usarestas informações sensoriais para ampliar e refinar as açõesmotoras realizadas. Neste caso, os movimentos reflexivosnão são unidades de estímulo-resposta fixas, mas padrõescomportamentais que podem ser alterados e modificados combase nas experiências sensório-motoras.

Então, a resposta para a origem dos movimentos no re-pertório motor seria que o sistema nervoso central forneceum conjunto de possibilidades que resultaria em padrõesmotores organizados, o “kit nascimento,” que seriamadaptativos às condições ambientais. Mais ainda, estas for-mas de movimentos básicas formam a base ou fundação paraos movimentos que são adquiridos mais tarde no processode desenvolvimento motor.

Princípios da Multicausalidade eExploração-Seleção

Contrário à visão maturacional, a visão dinâmica de de-senvolvimento motor tem como pressuposto o fato de que ocomportamento motor e, em específico, mudançasdesenvolvimentais podem ser implementadas por vários fa-tores (Thelen, 1986), denominados de restrições (Newell,1986). Esta visão multicausal decorre do fato que um ser emdesenvolvimento é um sistema complexo, composto einfluenciável por muitos fatores (Barela, 2001), sejam elesorgânicos, emocionais, psicológicos, ambientais, etc.

Desta forma, mudanças no comportamento motor são de-correntes de mudanças no conjunto de restrições relaciona-dos à execução de uma determinada ação motora (Clark, 1994).Neste caso, códigos genéticos perdem o papel deprescritores da aquisição de novos comportamentos moto-res, como enfatizado pela visão maturacional. Maturação dosistema nervoso, neste caso, é visto como um fator (restri-ção) importante para a manifestação e/ou aquisição de umadeterminada ação motora, mas não o único fator para talcomportamento aparecer.

Assumindo esta multicausalidade no cursodesenvolvimental, faz-se ainda necessário entender comoestes muitos elementos, que podem contribuir com o desen-volvimento motor, interagem e contribuem para a emergên-cia de novas habilidades motoras. Thelen (1995) sugeriu doisprincípios que permeariam este processo: exploração e sele-ção.

O princípio de exploração envolve a “descoberta” decomo realizar uma determinada tarefa, identificando a confi-guração e a relação dos segmentos corporais no contexto

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Atividade Física Adaptada

ambiental necessária para a realização da tarefa. Por exem-plo, durante a aquisição do andar independente o bebê ne-cessita buscar a configuração corporal necessária para man-ter os segmentos alinhados sobre a base de suporte en-quanto realiza a passada. O problema é como fazer isto semnunca ter realizado antes e a solução está em descobrir oque é possível fazer. Neste caso, o bebê terá que explorar asdiversas possibilidades de movimentos e selecionar a quesatisfaça os requisitos para a execução da tarefa. Portanto,este é um processo de explorar o que possamos fazer nesteambiente em que vivemos (com o corpo que temos) e seleci-onar aquelas ações mais apropriadas, considerando os ob-jetivos almejamos.

No caso do andar, as primeiras tentativas são caracteri-zadas por muita dificuldade, inconsistência, quedas, etc. En-tretanto, após algumas tentativas frustradas—porém muitoimportantes—bebês conseguem coordenar e controlar ossegmentos corporais de forma que o andar passe a ser reali-zado. Tendo adquirido o relacionamento corporal necessá-rio para a realização do andar independente, agora se faznecessário refinar a execução desta habilidade, de forma quea mesma se torne consistente e estável. Portanto, a aquisi-ção de uma habilidade motora ocorre em dois estágios: aqui-sição da configuração corporal necessária e refinamento dasações (Thelen, 1995).

A exploração e seleção e, conseqüente, aquisição e refi-namento de habilidades motoras dependem de repetiçõesda tarefa que propiciariam ciclos correspondentes de per-cepção e ação das conseqüências da ação realizada comreferência ao objetivo da tarefa. Neste caso, o relaciona-mento entre a ação e as conseqüências sensoriais proveni-entes desta ação realizada. A Figura 1 apresenta uma repre-sentação da visão de interação dos fatores do organismo,ambiente e tarefa para a ocorrência de uma determinada ha-bilidade motora e do relacionamento entre percepção-açãopara que esta interação entre estes elementos ocorra.

Figura 1. Representação esquemática do conjunto de restri-ções do organismo, ambiente e tarefa que propicia a emer-gência do ato motor (adaptado de Newell, 1986) e o ciclopercepção-ação que permeia o relacionamento e interaçãodas restrições.

coordenaçãoe controle

organismo

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ação

percepção

Assumir a influência de vários fatores no cursodesenvolvimental e que este processo ocorre a partir de ex-ploração da potencialidade do aprendiz no ambiente em queestá inserido, implica que todos os movimentos são apren-didos, mesmo aqueles considerados filogenéticos. Mais ain-da, este processo de aprendizagem ocorre através de modu-lação de vários aspectos do movimento de forma que a novatarefa venha a ser realizada a partir de um amplo universo depossíveis tarefas, norteado pela exploração e seleção. Destaforma, a participação ativa do ser em desenvolvimento (bebê,criança, adulto ou idoso) é essencial para o desenrolar des-te processo. A motivação é o motor propulsor e a tarefaconstitui a razão para que mudanças ocorram na aquisição erefinamento de habilidades motoras (Thelen, 1995; 2000).

Tendo em vista esta estreita relação entre o ser em de-senvolvimento e o meio no qual ele está inserido, informa-ção sensorial coerente constitui o combustível quepropulsiona mudanças desenvolvimentais conforme bebêsaprendem a agir no meio físico e social em que estão inseri-dos (Thelen, 1995; Thelen & Smith, 1994). Sendo assim, oprocesso dinâmico de exploração e seleção está baseadofundamentalmente na habilidade do ser em desenvolvimen-to de gerar comportamentos que fornecem uma ampla varie-dade de experiências percepto-motoras e, então, este servenha a reter àquelas ações que permitam que o mesmo apre-sente comportamentos funcionais no seu meio (Barela, 2001).

Desenvolvimento Motor: Visão Dinâmica emPopulações Especiais

Uma característica marcante no desenvolvimento motorde bebês e crianças com necessidades especiais é que aaquisição dos principais marcos motores ocorre mais tardequando comparada com as respectivas aquisições de crian-ças neurologicamente normais (NN), embora demonstrem amesma sequência desenvolvimental. Como exemplo, crian-ças portadoras de síndrome de Down (SD) adquirem o sen-tar independente em média aos nove meses (amplitude de 6a 16 meses) enquanto que crianças NN adquirem o sentarindependente em média aos sete meses (amplitude de 5 a 9meses). Com relação à aquisição do andar independente,crianças portadoras de SD adquirem o andar independenteem média aos 19 meses (amplitude de 13 a 48 meses), en-quanto que crianças NN andam em média aos 12 meses (am-plitude de 9 e 17 meses) (Schwartzman, 1999). Ainda, emcrianças portadoras de Paralisia Cerebral, dependendo doseu grau de comprometimento, a aquisição do andar inde-pendente ocorre por volta dos 24 meses (Sherril, 1998).

Na visão maturacional, esta demora na aquisição dosmarcos motores é atribuída às alterações do sistema nervo-so, refletindo na impossibilidade de produzir e controlar ati-vações musculares apropriadas para a realização dos movi-mentos. Embora não se possa negar o importante papel dosistema nervoso no desenvolvimento motor das crianças eas conseqüências quando este sistema está alterado pelaocorrência de algum trauma, paralisia ou anomalia, há a ne-

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J. A. Barela

cessidade de aprofundar o entendimento do processodesenvolvimental que ocorre em populações especiais.

Neste caso, gostaria de sugerir que os princípios quenorteiam o desenvolvimento de bebês e crianças com ne-cessidades especiais são os mesmos que norteiam o desen-volvimento motor de bebês e crianças NN. Recentemente,Ulrich, Ulrich, Angulo-Kinzler e Yun (2001) demonstraramque intervenção apropriada pode antecipar a aquisição doandar independente em crianças portadoras de SD. Nestecaso, a aquisição do andar independente nestas crianças foiestimulada através da utilização de um programa de inter-venção em esteira motorizada. As crianças que participaramdo programa de intervenção adquiriram o andar indepen-dente em média três meses e meio antes daquelas que nãoparticiparam do programa de intervenção. Com base nestesresultados, a supremacia da maturação do sistema nervosoe, ainda, o papel da experiência (intervenção), no cursodesenvolvimental, necessitam ser revistos.

Bebês e crianças com necessidades especiais teriam di-ferentes restrições do organismo, que levariam a um relacio-namento diferente entre as demais restrições para a produ-ção de ações motoras. Conseqüentemente, o ciclo percep-ção-ação também estaria alterado e, portanto, o ser em de-senvolvimento apresentaria diferenças nos processos deexplorar as potencialidades de ação motora no ambiente emque vive e, conseqüentemente, teria conseqüências sensó-rias também diferentes. Se este for o caso, o papel da ativi-dade física adaptada é crucial para promover e ampliaresta possibilidade e variedade de experiências percepto-motoras e, então, este ser venha a reter àquelas ações quepermitam que o mesmo apresente comportamentos funcio-nais no seu meio. Neste caso, atividade física adaptada te-ria, entre outros, o papel de propiciar oportunidades de ex-periências percepto-motoras para pessoas com necessida-des especiais que os seus pares NN vivenciam “naturalmen-te.”

Percepção-Ação em Crianças Portadoras de SD

Como mencionado anteriormente, crianças portadoras deSD demoram um tempo maior para adquirir os principaismarcos motores quando comparadas a crianças NN. A per-gunta que surge é se esta demora na aquisição, tendo porbase pressupostos de uma visão dinâmica de desenvolvi-mento, não poderia estar associada à diferenças noacoplamento entre informação sensorial e ação motora. Seráque crianças portadoras de SD apresentariam acoplamentoentre informação sensorial e ação motora similar ao obser-vado em crianças NN?

Recentemente, crianças portadoras de SD com níveis di-ferenciados de experiência no sentar independente foramsubmetidas a situação da sala móvel (Polastri, 2002; Polastri& Barela, 2002; 2005). A utilização da sala móvel possibilitaverificar o relacionamento entre informação sensorial e açãomotora, ou seja, o ciclo percepção-ação. Neste paradigma, asala móvel produz uma situação em que a manipulação da

informação visual, através da movimentação das paredes damesma, provoca percepção ilusória de movimentação cor-poral nestas crianças, que, conseqüentemente, levaria à os-cilação corporal correspondente.

Quando expostas à situação experimental da sala móvel,crianças portadoras de SD acoplaram à informação visual,demonstrando oscilações corporais correspondentes aomovimento da sala. A Figura 2 apresenta exemplos destainfluência da movimentação da sala móvel na oscilação cor-poral de uma criança novata, na freqüência de 0,2 e 0,5 Hz(Figuras 2a e 2b), ao longo de uma tentativa. Verifica-se queas características da oscilação corporal dessa criança foraminfluenciadas pelo movimento da sala, apresentando padrõesdiferenciados nas duas freqüências de movimento da mes-ma (0,2 e 0,5 Hz).

Embora o estímulo visual tenha influenciado a oscilaçãocorporal de ambos os grupos, esses resultados indicaramque a natureza do acoplamento entre informação sensorial eação motora foi diferente de acordo com a experiência nosentar apresentada pelos dois grupos. Com mais experiên-cia na posição sentada, o acoplamento entre informação vi-sual e oscilação corporal foi mais forte (Polastri & Barela,2005).Com base nestes resultados verificou-se que experiência,em realizar uma determinada ação motora, interfere noacoplamento entre informação sensorial e atividade motoraem crianças portadoras de SD. Neste caso, mais experiênciano sentar independente refletiu em um acoplamento maisforte entre informação visual e oscilação corporal nestascrianças, enquanto que, menos experiência nesta posiçãolevou a um acoplamento mais fraco.

De forma geral, Polastri e Barela (2005) sugeriram quecrianças portadoras de SD apresentam acoplamento sensó-rio-motor, mesmo a partir dos primeiros anos de vida. Ainda,quando comparados aos resultados observados em outrosestudos (Barela et al., 2000; Barela, Freitas Júnior et al., 2001)crianças portadoras de SD apresentam um acoplamento si-milar ao observado em populações NN. Contudo, esteacoplamento entre informação sensorial e ação motora emcrianças portadoras de SD mostrou-se diferente frente àsdiferentes experiências que estas crianças haviam tido naposição sentada. Então, prática parece ser um fatordeterminante para a aquisição e refinamento de umacoplamento coerente e estável entre informação sensoriale ação motora também em crianças portadoras de SD.

Polastri (2002) também verificou quais seriam os efeitosda prática sobre o acoplamento entre informação sensorial eação motora em crianças portadoras de SD. Neste caso, cri-anças portadoras de SD foram submetidas à situação experi-mental da sala móvel em sessões realizadas em sete diasconsecutivos. Os resultados indicaram que mesmo depoisde submetidas à estimulação prolongada ao estímulo visual,as oscilações corporais das crianças portadoras de SD, no-vatas e experientes no sentar independente, foram induzidaspelo movimento da sala. Resultados similares foram obser-vados em bebês NN de sete meses de idade submetidos àssessões de prática na sala móvel (Barela, Freitas Júnior et

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Atividade Física Adaptada

indicaram que crianças portadoras de SD experientes no sen-tar independente apresentaram um enfraquecimento noacoplamento entre informação visual e oscilação corporal,enquanto que as crianças novatas apresentaram um fortale-cimento deste relacionamento. É importante apontar que ocomportamento observado nos resultados das crianças ex-perientes deste estudo foi similar àquele verificado para osbebês NN de sete meses de idade do estudo de Barela, FreitasJúnior et al. (2001), que tinham experiência na posição sen-tada de até 1,5 meses.

Uma possível explicação para o enfraquecimento entreinformação visual e oscilação corporal, após um período deprática, seria que a sala móvel provoca uma situação ilusó-ria e conflitante que as crianças conseguiram identificar. Nasituação da sala móvel, o estímulo visual fornece a informa-ção errônea de oscilação corporal, desencadeando oscila-ção corporal acompanhando o movimento da sala. Com aexposição contínua a esta situação, pode ter ocorrido queas crianças portadoras de SD experientes no sentar inde-pendente, com base em outras informações sensoriais, con-seguiram discriminar a incoerência da informação visual pro-duzida por esta situação ilusória. Esta discriminação podeter ocorrido, pois estas crianças já tinham um mapeamentosensório-motor coerente e, assim, puderam discriminar cor-retamente a informação ilusória provocada pela sala móvel.

Contrariamente, no caso das crianças novatas, elas ain-

da estavam explorando e buscando um relacionamento maiscoerente e estável entre as informações sensoriais e as osci-lações do tronco. Desta forma, quando expostas à situaçãoda sala móvel, essas crianças não conseguiram resolver oconflito entre as informações sensoriais e discriminar as in-formações relevantes para a manutenção da posição senta-da. Ainda, a prática nesta situação promoveu um fortaleci-mento no acoplamento, mesmo que incorreto, entre as infor-mações visuais e suas oscilações corporais.

Com base nestes resultados, pode-se salientar dois as-pectos importantes. Primeiro, a experiência tem papel crucialno desenvolvimento do acoplamento entre informação sen-sorial e ação motora em crianças portadoras de SD. Nestecaso, experiência constitui uma possibilidade única na bus-ca de novos mapeamentos sensório-motores através da iden-tificação de acoplamentos coerentes entre informação sen-sorial relevante e ação motora, conseqüentemente, aquisi-ção de novos comportamentos motores. Segundo, experiên-cia é fundamental para o refinamento dos comportamentosmotores já adquiridos. Neste caso, experiência possibilita ofortalecimento do acoplamento entre informação sensorialrelevante e a ação motora, tornando este acoplamento maisestável.

Sendo o acoplamento entre informação sensorial e açãomotora de crianças portadoras de SD similar ao de popula-ções NN, qual seria a causa para as diferenças

Figura 2. Exemplos da movimentação da sala e oscilação corporal de uma criança portadora de SD, na direção ântero-posterior,ao longo de uma tentativa, quando a sala foi movimentada na freqüência de 0,2 Hz e 0,5 Hz. Nota: A linha clara correspondeao movimento da sala e linha escura à oscilação corporal.

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J. A. Barela

desenvolvimentais? Uma possível causa poderia estar rela-cionada às dificuldades dessas crianças em explorar o ambi-ente e selecionar configurações funcionais para interagir como mesmo. Desta forma, as crianças portadoras de SD neces-sitariam de um tempo maior para o mapeamento sensó-rio-motor decorrente dos processos de exploração e seleção.

Pensando de forma mais generalizada, a maioria das po-pulações especiais apresenta um repertório motor reduzido,caracterizado por comportamentos estereotipados e rígidos(Sherril, 1998; Schwartzman, 1999). Estas diferenças poderi-am dificultar que estes bebês e crianças interagissem com omeio ambiente. Sendo assim, a possibilidade destes bebês ecrianças em explorar seus movimentos no ambiente estariareduzida e não teriam as mesmas oportunidades em alcançarum relacionamento coerente e estável entre informação sen-sorial e a ação motora frente às demandas do ambiente. Maisainda, estes bebês e crianças não conseguiriam avançar nocurso desenvolvimental com a mesma velocidade, pois oprocesso de seleção de novos comportamentos motoresestaria também sendo influenciado.

Nesta visão, intervenção assume um papel importante epassa a ser um instrumento valioso para minimizar estas di-ficuldades. Intervenção preencheria a lacuna deixada pelafalta de exploração dos movimentos que populações especi-ais apresentam. Intervenção deveria, assim, ser direcionadapara promover a experiência e prática dos movimentos a se-rem incorporados no repertório motor, pois através de ciclosrepetitivos promoveria o mapeamento sensório-motor ine-rente à realização da ação motora a ser adquirida. Neste sen-tido, pais e profissionais devem, o mais precocemente pos-sível, estimular e intervir, continuamente, no desenvolvimen-to motor desses bebês e crianças. Esta estimulação e inter-venção potencialmente minimizariam as dificuldades encon-tradas por essas populações, levando, desta forma, a aqui-sição de novos comportamentos motores, a fim de auxiliarno pleno desenvolvimento destes indivíduos.

Finalmente, crianças com necessidades especiais deve-riam ser expostas a um ambiente rico em possibilidades demovimentos, em que esses bebês e crianças possam, pelomaior tempo possível, explorar novas possibilidades frentea um conjunto variado de tarefas. Contudo, como eles po-dem estar tendo dificuldades em explorar o ambiente, o pa-pel de pais e profissionais, além de proporcionar este ambi-ente, deve ser o de auxiliar nesta exploração e seleção dosmovimentos, tanto no sentido de encorajar e motivar essesbebês e crianças, mostrando o significado e a importânciade se realizar movimentos (por ex., de ficar em pé e andar aoinvés de somente engatinhar para alcançar um brinquedo)quanto o de oferecer recursos que minimizem as restriçõespara o aparecimento dos marcos motores (por ex., esteirasmotorizadas). Conseqüentemente, pais e profissionais esta-riam ajudando esses bebês e crianças a discriminar as infor-mações relevantes para a realização dos movimentos, frenteàs demandas do ambiente e da tarefa e, desta forma, a “en-contrar” um acoplamento coerente e estável entre as infor-mações sensoriais e suas ações motoras.

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Nota do Autor

José Angelo Barela, pro-fessor assistente doutor noDepartamento de EducaçãoFísica, Insti tuto deBiociências, UNESP de RioClaro.

Endereço para correspondência:Laboratório para Estudos do Movimento (LEM)Departamento de Educação Física – IB – UNESP/RC.Av. 24-A, n. 1515, Rio Claro – SP - 13506-900Fone: (19) 526-4160 Fax: 534-0009E-mail: [email protected]

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ConferencistaReabilitação Cardiovascular

Ivani Credidio TrombettaInCor, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução

Investigações epidemiológicas sugerem que a atividade fí-sica regular está associada a menor freqüência de eventoscardiovasculares do que a observada em indivíduos seden-tários. Mudanças nos hábitos de vida tem sido muito acon-selhadas nos últimos anos como uma conduta efetiva paramelhorar a qualidade de vida e, neste sentido, os exercíciosfísicos freqüentes são parte integrante de qualquer lista derecomendações. Através do exercício físico pacientes cardí-acos passam a ter capacidade funcional semelhante a deuma pessoa sadia da mesma idade. Até mesmo sintomas esinais como alterações eletrocardiográficas podem melhorarou até normalizar. Isto ocorre pela resposta de ajustamentosfisiológicos que reduzem o trabalho cardíaco para a mesmasobrecarga de esforço. A redução na freqüência cardíaca ena pressão arterial e a melhora na contratilidade miocárdicadiminuem o trabalho do coração, retardando, assim, osurgimento da dor anginosa.

O termo reabilitação cardíaca é definido como o proces-so pelo qual o paciente busca retornar a níveis bons doponto de vista físico, mental e social.

Os programas de reabili tação têm um enfoquemultidisciplinar, no qual deve haver uma equipe de apoiopara o controle dos fatores de risco associados à doençaarterial coronariana. No entanto, o exercício físico é consi-derado a parte fundamental.

Nos últimos anos os programas de reabilitação cardíacaforam amplamente aceitos e indicados pelos médicoscardiologistas como uma modalidade terapêutica de grandeimportância.

Para atender a comunidade paulistana, a Unidade de Re-abilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício do InCortem se empenhado em contemplar as diversas camadas soci-ais, oferendo programas supervisionados e não supervisio-nados e, assim, abranger um grande número de pessoas.

A Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologiado Exercício é uma Unidade do Serviço de Prevenção e Rea-bilitação Cardiovascular do Instituto do Coração. Esta Uni-dade dedica-se à assistência, ensino e pesquisa, promoven-do ações de atendimento à sociedade, fundamentado emconhecimento científico, de técnicas e tecnologias em suaespecialidade.

No âmbito da assistência, é oferecida uma variedade deserviços tanto na Unidade InCor, quanto nas Unidades Apoi-adas: USP, Homs, General Motor e CONFIPA (programasnos parques), cujas descrições serão apresentadas a seguir.

A. Unidade InCor

‘Na unidade InCor são oferecidos a AvaliaçãoCardiopulmonar em esforço (Ergoespirometria), o atendimen-to ambulatorial no Ambulatório de Cardiologia do Exercícioe o Programa de Reabilitação Cardiovascular e Condiciona-mento Físico - Fase II.

A Avaliação Cardiopulmonar em Esforço é um importan-te exame para avaliação do sistema cardiovascular em esfor-ço e capacidade física.

O Ambulatório de Cardiologia do Exercício atende atle-tas, preventivos e cardiopatas, e oferece exame clínico inici-al, avaliação cardiopulmonar em esforço, avaliação dacomposição corporal, avaliação e orientação nutricional, ava-liação e orientação psicológica e prescrição e orientação deexercício físico.

O Programa de Reabilitação Cardiovascular e Condicio-namento Físico – Fase II, é o programa de condicionamentofísico iniciado na fase precoce, isto é, pós-alta hospitalar,realizado por um período de aproximadamente 3 meses. Par-ticipam deste programa pacientes submetidos àrevascularização miocárdica ou acometidos por eventocoronariano agudo, sem complicações clínicas no períodopós-operatório ou pós-evento coronariano e sem contra-in-dicações para condicionamento físico, conforme indicaçãodo médico responsável pelo paciente.

Ele é importante à medida que representa um estímulo aopaciente para aderir ao controle clínico dos fatores de riscoe modificar mais eficientemente o seu estilo de vida e com-portamento psicológico, reduzindo, portanto, a reincidênciade eventos a médio prazo.

B. Unidades Fitness

A Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia doExercício do Instituto do Coração, em parceria com a FundaçãoZerbini, criou em 1989 o Programa de Prevenção Primária e Se-cundária de Doença Cardiovascular na Escola de Educação Fí-sica da USP. Mais recentemente, em 2001, abriu uma segundaunidade em parceria com o Club Homs, com sede na AvenidaPaulista. Tem como objetivo a prevenção primária e secundáriadoença cardiovascular, através da identificação e controle dosfatores de risco cardíaco, incentivando a adoção de alternativaspara mudanças no estilo de vida. O programa é desenvolvidopor uma equipe multiprofissional composta por cardiologista,professor de educação física, nutricionista e psicólogo.

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I. C. Trombetta

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C. General Motors (GM)

A Unidade é responsável por um Programa de AvaliaçãoCardiológica e Condicionamento Físico na sede da GeneralMotors do Brasil, em São Caetano e São José dos Campos,nos últimos 17 anos. Nestas Unidades são realizados testesergométricos e programação e orientação de condicionamen-to físico especializado para os funcionários / diretores daGeneral Motors.

D. Condicionamento Físico noParque - Confipa

Visando o fácil acesso da população às informações so-bre exercício físico e saúde, desde junho de 1998 a Compa-nhia de Processamento de Dados do Município de São Pau-lo (Prodam), em colaboração com o Instituto do Coração(InCor/HCFMUSP), iniciou um programa pioneiro de orien-tação informatizada do exercício físico no Parque Ibirapuera(Projeto “Saúde no Parque”- hoje “Confipa”).

Em 2001 esta parceria estendeu-se à prefeitura, atravésdas secretarias de Esportes, da Saúde, de Governo e a doMeio Ambiente, com o objetivo de viabilizar o programa paraum número maior de pessoas e parques. Profissionais deEducação Física estão diariamente no quiosque localizadono Parque do Ibirapuera e do Carmo para proporcionaremprescrição, orientação e acompanhamento individual do exer-cício físico. Para isso são usados também recursos dainformática (internet).O InCor, através da Unidade de Reabi-litação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício, fornece asupervisão e a atividade profissional de uma equipemultidisciplinar (Cardiologia, Nutrição e Psicologia) para odesenvolvimento adequado do Programa. O suporte médicoé dado pelos Postos de Saúde, onde os usuários do Progra-ma que não possuem convênio médico são encaminhadospara avaliação médica e acompanhamento das doenças crô-nicas degenerativas. Um outro suporte importante ao pro-grama é o do Ambulatório de Reumatologia e do Hospitaldas Clínicas, dando atendimento e acompanhamento aosusuários que apresentam lesões ósseas e/ou músculoesqueléticas.

Efeitos do Condicionamento Físico

Na continuada investigação do efeito do exercício físicona qualidade vida, estudamos, em nosso Programa Condici-onamento Físico Aplicado à Prevenção Primária e Secundá-ria de Doença Cardiovascular, a influência do exercício físi-co regular, realizado por um período de 6 meses nos níveisde qualidade de vida de 26 participantes deste programa,através de um inventário de qualidade de vida. Verificamosque o programa de condicionamento físico melhorou a qua-lidade de vida na esfera da saúde e diminuiu os sintomas destress.

Nas décadas de 80 e 90, cresceram as evidências de queo exercício físico pode alterar sobremaneira o perfil lipídico.De fato, nós observamos que um período de 3 a 6 meses decondicionamento físico, com freqüência de 3 vezes por se-mana, numa intensidade de 50 a 60% do consumo máximo deoxigênio, os níveis de triglicérides diminuíram significativa-mente, enquanto os níveis de HDL-colesterol aumentaramsignificativamente.

Um outro aspecto que merece destaque está relacionadoao efeito do exercício físico nas subclasses das lipoproteínas,o que, recentemente, tem sido considerado até mais impor-tante que o seu efeito nas dosagens rotineiras do colesteroltotal. Por exemplo, o treinamento físico reduziu expressiva-mente as subclasses de LDL small (SƒO-7), sem alterar assubclasses de LDL large (Sƒ7-12). Outra observação de in-teresse diz respeito ao fato de corredores apresentarem mai-ores concentrações de apolipoproteina (apo) A-I que indi-víduos sedentários. O exercício físico também pode modificara hiperlipidemia pós-prandial, sendo que isto é um fator derisco para aterosclerose em múltiplos leitos vasculares. Nestecaso, o exercício físico atua aumentando a atividade da lipaselipoproteica no plasma, diminuindo os níveis de triglicéridespós-prandial e elevando as concentrações de HDL-colesterol.

Prática de Exercícios Físicos

Antes de iniciar um programa de exercícios físicos é re-comendável que as pessoas se submetam a uma avaliaçãocardiológica em esforço, principalmente, aquelas que apre-sentam fatores de risco de doenças cardiovasculares ou quetenham mais que 35 anos. Esta avaliação permitirá uma aná-lise efetiva do funcionamento do sistema cardiovasculardurante exercício e, conseqüentemente, a detecção de pos-síveis alterações, bem como a avaliação da capacidade máxi-ma de esforço do examinado.

Após a avaliação cardiológica em esforço, é preciso pro-gramar os exercícios físicos. Neste caso, deve-se levar emconsideração a intensidade, a duração e a freqüência desseexercício físico. Em nossa experiência, o exercício físico deveser realizado numa intensidade que varie do limiar anaeróbioaté 10% abaixo do ponto de compensação respiratória, comduração entre 30 e 45 minutos e freqüência de 3 a 5 vezes porsemana.

A intensidade do exercício físico baseada em parâmetrosmetabólicos, tais como, o limiar anaeróbio e o ponto de com-pensação respiratória só é possível se o participante realizarum teste ergoespirométrico, o que, apesar de ser o ideal,nem sempre é possível. Quando não for possível realizar umteste ergoespirométrico, a intensidade de exercício físicopode ser determinada pela diferença entre a freqüência car-díaca máxima, obtida durante um teste de esforço ou estima-da a partir da idade do participante, e a freqüência cardíacabasal. Esta diferença corrigida por 0.5 ou 0.6 e acrescida dafreqüência cardíaca basal determinará uma intensidade deexercício de 50 ou 60% da freqüência cardíaca de reserva,

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Reabilitação Cardiovascular

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conforme mostrado na seguinte fórmula:

FCR = [(FC max - FC basal) x 0.5 ou 0.6] + FC basal;

onde FCR = freqüência cardíaca de reserva; FC max = freqüên-cia cardíaca máxima obtida no teste de esforço, ou calculadacomo sendo 220 menos a idade em anos; FC basal = freqüênciacardíaca basal, medida durante um minuto, pela palpação dopulso radial, pela manhã, ao acordar, e 0.5 ou 0.6 a intensidadede exercício físico.

A caminhada, a corrida, o ciclismo ou a natação são os tiposde exercício físico cíclicos recomendados na redução dos fato-res de risco cardiovascular. Comprovadamente, esses são osexercícios que mais beneficiam os indivíduos obesos,dislipêmicos e hipertensos.

Em conclusão, o exercício físico regular passa a ser, hoje,parte integrante de um programa de qualidade de vida. No en-tanto, antes de aderir a um programa de exercícios é preciso quese tomem os cuidados necessários para que este programa atin-ja os resultados esperados.

Nota da Autora

Unidade Fitness USPEscola de Educação Física e Esporte da USP - Cidade Universi-táriaAv. Prof. Mello Moraes, nº 65 - São Paulo/SPTel: 11 3091-3183Períodos manhã e noite

Unidade Fitness PaulistaClub HomsAv. Paulista, nº 735 - São Paulo/SPTel.: 11 3283-3139

Endereço para correspondência:Dra. Ivani Credidio TrombettaInstituto do Coração, Unidade de Reabilitação Cardiovascular eFisiologia do ExercícioAv. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 44 1ºSubsolo Bloco IICerqueira César - São Paulo - SPCEP 05403-000 - BrasilPhone: (011) 3069-5099 FAX: (011) 3069-5043e-mail: [email protected]

Revista da SOBAMA

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 27-30

ConferencistaInclusão e Acessibilidade: Contribuições da

Educação Física Adaptada

Edison DuarteFaculdade de Educação Física, Unicamp

Resumo—O objetivo deste estudo foi mostrar a importância da acessibilidade no processo de inclusão e a contri-buição da educação física nesse binômio. Consideramos os documentos da Organização das Nações Unidas(ONU), e do Ministério da Educação (MEC) sobre a inclusão e a importância da escola nesse processo. Observa-mos que a acessibilidade e a inclusão dependem de redes sociais e que há forte interesse econômico na inclusão empaíses como o Brasil. Entendemos que a educação física pode facilitar a sentimento de se estar incluído. Acriatividade associada com a prática reflexiva são necessárias ao professor.

Palavras-chaves: inclusão, acessibilidade, educação física adaptada.

Abstract“Inclusion and Accessibility: Contributions of Adapted Physical Education.” The purpose of thisstudy was to show how accessibility is important to the inclusion process and how physical education contributesto the process. We discussed this process with respect to the guidelines of the United Nations and to the laws ofthe Brazilian Ministry of Education. We also discussed how the school system influences the inclusion process. Incountries like Brazil, accessibility and inclusion are issues advocated by social organizations and they are stronglylimited by economic interests. We found that physical education helps students feel included. Conscientiouspractice and creativity are important strategies for teachers to use in order to implement inclusion.

Keywords: inclusion, accessibility, adapted physical education.

Introdução

Segundo Block (1992) a inclusão social é “oprocesso pelo qual pessoas com qualquer tipode necessidade especial se preparam paraassumir papéis na sociedade e, simultanea-mente, a sociedade se adapta para atender asnecessidades de todas as pessoas.”

O termo inclusão ganhou destaque na última década e se cons-titui em palavra de ordem para a luta social dos considerados“excluídos,” quer sejam pela etnia, pelo gênero, pela deficiênciaou outros atributos. O desvio dos padrões impostos pela estru-tura econômica e social , assim como a exclusão “velada,” fa-zem do tema em pauta um desafio para educadores e pesquisa-dores. O ideal de se ter uma sociedade igualitária, onde as dife-renças, a diversidade, a cooperação, a qualidade de vida portoda a vida e o direito de pertencer estejam sempre presentes éantagônico à ordem econômica colocada pelo capitalismo, ondepredominam a competição e a lógica de mercado. No entanto osesforços dos organismos internacionais para que a inclusãopossa ocorrer ficam evidentes em documentos das Nações Uni-das: “The Salamanca statement and framework for action on

special needs education” (1994), “Monitoring of internationalplants of programmes of action”(1995), entre outros; assim comoem nosso país, na própria Constituição (Art. 208, inciso III) aose referir ao atendimento educacional especializado aos porta-dores de deficiências, “preferencialmente na rede regular deensino,” e também em documentos do Ministério da Educaçãoe da Secretaria de Educação Especial como: “Política Nacionalde Educação Especial.” (Brasil-1995); ”O processo de integraçãoescolar dos alunos portadores de necessidades especiais nosistema educacional brasileiro.” (Brasil-1995a); “Subsídios paraorganização e funcionamento de serviços de educação especi-al: área de deficiência mental.” (1995b); entre outros.

A própria a LDB (Brasil-1996) reconhece a importância desteaspecto como pré-requisito para a inclusão ao estabelecer, emseu artigo 59, que: “Os sistemas de ensino assegurarão aoseducandos com necessidades especiais:” III – professores com especialização adequada em nível mé-dio ou superior, para atendimento especializado, bem como pro-fessores do ensino regular capacitados para a integração des-ses educandos nas classes comuns;

Num primeiro momento podemos julgar que a intenção daInclusão por governantes é grande e que há um esforço paraque o processo tenha sucesso, pois a justiça social estará nagênese da convivência.

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E. Duarte

A lógica, no entanto, passa por questões de fundo, e pode-ríamos levantar pelo menos uma: se o objetivo do governo é ainclusão, por que uma Secretaria de Educação Especial ainda seencontra na estrutura do Ministério da Educação? A mudançadeverá ser gradual e por isso essa estrutura ainda permanece?Cremos que ela será necessária por um bom tempo.

As questões relativas à inclusão podem ser discutidas emvárias instâncias e com várias considerações: econômica, polí-tica, educacional, entre outras. Como o objeto da presente dis-cussão diz respeito à educação física, centraremos nossa dis-cussão na educação.

Ao centrarmos nossa questão na escola observamos, nomodelo atual, o produto final como foco, ou seja, o resultado daavaliação determina a progressão e o sucesso do aluno. O pro-cesso de aprendizagem e a evolução desse processo (e não noproduto) não é valorizada. No modelo inclusivo,o processo, aatenção no aluno e as alterações de sistemas de avaliação, quedeve ser contínua, são fundamentais para se ter uma escolapara todos. As práticas educativas devem ser constantementeatualizadas, e o profundo conhecimento do ser humano se faznecessário a quem trabalha com o ser humano. O que observa-mos, em nossa prática, ao ministrarmos cursos na área, paraprofissionais da educação, é que a maioria dos professores nãoconhecem em profundidade as particularidades de crescimentoe desenvolvimento da criança e do púbere “normais.” Isto pos-to, fica difícil conversar sobre diferenças no processo de cresci-mento e desenvolvimento de crianças com deficiências. Obser-vamos também, a fragilidade no processo de reflexão sobre oato educacional. Encontramos aí um primeiro obstáculo: a for-mação do professor que, ao nosso ver, salvo exceções, nãoapresenta boa qualidade.A formação profissional centradanadiversidade e diferença humana, e não na igualdade trará novaperspectiva educacional. Uma formação consistente, em váriosaspectos, dará base para uma reflexão sobre a prática educativa.A prática reflexiva deverá estar presente durante todo o traba-lho e isso, segundo Pérez Gómes (1992), vem do desejo de supe-rar a relação linear e mecânica entre a racionalidade técnica e aprática em sala de aula. Essa premissa é fundamental a quemtrabalha com ensino, pois o educador deve ser um profissionalreflexivo, como bem salienta Perrenoud (1999).

Ao considerarmos a formação em educação física, dentrodesse contexto, somente após a reforma curricular em 1990, amaioria dos cursos introduziu em seus programas conteúdosrelacionados às pessoas com deficiências. Foi um primeiro pas-so, embora o conteúdo ministrado em praticamente todos oscursos considere, na maioria das vezes, a categorização dasdeficiências. Essa abordagem, do ponto de vista educacional, écontrária ao que preconiza a inclusão. Enfim, estamos diante deum momento histórico interessante: a categorização que sem-pre esteve presente na Educação Física e o “novo” paradigmada inclusão, que não se quer categorial.

Sobre Inclusão, Acessibilidade e Redes Sociais

Devemos ter claro que inclusão, antes de mais nada, se tratade um sentimento ou talvez uma percepção pessoal e

intransferível, difícil de ser mensurada. As pessoas se sentemincluídas ou não. O sentimento de estar incluído, embora possaser freqüente, não ocorre todo tempo em todas as situações devida. Muitas vezes nos sentimos excluídos. No entanto, a maio-ria das pessoas, têm recursos emocionais para entender a situ-ação. Mesmo assim são situações desagradáveis que geram,em maior ou menor grau, certa frustração. Em nosso país, devi-do a desigualdade social significativa, a situação de pobreza secoloca como fator, predominante, de exclusão social. Pertencera uma classe social desfavorecida significa, quase sempre, nãoter o direito primário à escolha. O assistencialismo passa a servisto então como benefício de governo e não como direito docidadão.

Nesse sentido, a diferença entre estar excluído ou não,passa pelo direito à “garantia de acesso a ...”As “garantias de acesso a ...” poderão facilitar o desenvol-vimento de se estar efetivamente se sentindo incluído. Poroutro lado, constrói-se socialmente a inclusão e a exclusão.Não são fenômenos isolados. Eles se encontram no contex-to particular de cada cultura.

Isso posto, podemos considerar Oliveira (2003) que co-loca em seu trabalho o viés econômico que está por trás detodo movimento inclusivo, principalmente nos países con-siderados periféricos, como o Brasil. Segundo a autora, ori-entações do Banco Mundial, do Fundo Monetário Interna-cional e de outros organismos financeiros internacionais sãoexplícitas em apontar as vantagens econômicas, por exem-plo, de serem colocadas todas as crianças na rede regular deensino. Deduz-se que o gasto com o ensino especial éminimizado, gerando economia no sistema educacional. Des-sa forma, houve uma “corrida” dos países periféricos napromulgação de leis e decretos para garantir a inclusão emtodos os níveis. É a inclusão por decreto, e não por transfor-mação social. Inclusão essa que as minorias ao longo dotempo, sempre reinvidicaram das mais variadas formas. Porum lado, os decretos e leis impõem obrigações aos gover-nos e à sociedade como um todo, que favorece aconscientização, pelo tecido social, sobre os direitos dos“excluídos.” Por outro, em nosso país, não há ainda umarede de apoio para atender, de forma adequada, as necessi-dades de todos. Devemos considerar que a inclusão supõeuma rede de suporte em várias áreas: saúde, educação, as-sistência social, justiça, transporte, entre outras, e não serestringe a questões no campo da educação, comofreqüentemente é colocada. No entanto, para que o proces-so de inclusão aconteça é necessário que as redes sociaisestejam preparadas (escolas, unidades básicas de saúde,centros comunitários, entre outros). Não podemos pensarnesse processo ocorrendo somente na escola, como é muitopesquisado e, em particular em nossa área pela educaçãofísica. Ele é maior. Envolve uma rede, que deverá dar suporteàs demandas dessa população.

As redes de atenção são necessárias para estruturar a basepara as ações inclusivas. Carvalho e cols. (1998) relacionam as“Ações de atenção à pessoa com deficiência,” a saber: preven-ção; estimulação precoce; habilitação; reabilitação; formaçãoprofissional; acesso ao mercado de trabalho e a programas de

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Inclusão e Acessibilidade

geração de rendas; residência-lares; abrigos de proteção; aten-dimento à pessoa com deficiência no próprio domicílio, e servi-ços de informação e aconselhamento.

É necessário também o amplo acesso aos bens e equipa-mentos sociais para que a inclusão possa ocorrer. A acessibili-dade portanto é básica para o processo. Acesso à comunica-ção, ao transporte, a educação, ao trabalho, ao lazer, entre ou-tros. Eles fazem parte da vida de qualquer cidadão, e devemtambém fazer parte das “populações excluídas.” A acessibilida-de, em todas as suas dimensões, é pressuposto básico de qual-quer ação que se queira inclusiva. O binômio “Acessibilidade-Inclusão” é inseparável. Então: “garantir o acesso a...” é básicopara o profissional que trabalha em educação. Garantir o acessoao aprendizado através de estratégias de ensino e de conteú-dos adequados ao nível cognitivo da população considerada.Garantir o acesso às práticas de atividades físicas, de esporte,de lazer através de políticas públicas é fundamental para o pro-cesso inclusivo.

Contribuições da Educação Física para oSentimento de Estar Incluído

Estar incluído, do nosso ponto de vista, significa ter acessoaos bens sociais, ser aceito e ter participação social efetiva.Nesse sentido, a educação física, através de seus conteúdos:jogos, dança, ginástica, esporte e lutas pode ser um “instru-mento” eficaz nesse processo. A educação física pode contri-buir em várias fases da vida de alunos com deficiência: no pro-cesso de reabilitação; no “pós-reabilitação”; na transição paraa vida adulta; no desenvolvimento da autonomia e da indepen-dência, entre outros.

Embora o trabalho com educação física não deva ser categorialpara que realmente a inclusão possa ocorrer, o conhecimentodas particularidades de cada deficiência é necessário para seestruturar um programa e também para entender as dificuldadesque são inerentes a cada tipo de deficiência. Nesse sentido,vários aspectos devem ser considerados ao se estruturar umprograma onde estejam presentes alunos com diferentes defici-ências, como: adaptação de material pedagógico; aplicação demetodologia que contemple todos os alunos (níveis de dificul-dades deverão ser considerados); avaliação permanente comomecanismo de feed back para as adequações de cada aula. Nes-se contexto é desejável que o professor ao estruturar suas aulasconsidere o desempenho da turma, portanto deve estar atentoaos eventos que ocorrem durante as aulas.

Ao se trabalhar com alunos com deficiência, vários objeti-vos podem estar incluídos na programação da disciplina. Al-guns exemplos podem ser dados: a) as atividades em educaçãofísica, realizadas com alunos deficientes mentais adolescentes,preparando-os para o mercado de trabalho, onde são priorizados:cooperação, habilidades motoras específicas, concentração,regras, entre outros; b) atividades em cadeiras de rodas comdeficientes físicos visando sua independência; c) trabalho deorientação espacial com deficientes visuais através de ativida-des físicas, objetivando sua locomoção independente.

Sem dúvida, poderíamos dar numerosos exemplos, mas o

fundamental é garantir o acesso à prática da atividade físicaatravés de estratégias de ensino específicas. Essas estratégiasexigem maior criatividade do professor. A educação física pode-rá ser o elemento indutor do sentimento ou da percepção de seestar incluído, já que, como falamos no decorrer desse texto, éalgo individual. Para isso, algumas situações podem desenca-dear esse sentimento. A vivência do ganhar e perder, o senti-mento de pertencer a um grupo/time, a descoberta de possibili-dades motoras, a vivência da autonomia durante o jogo, dacooperação, da independência (na piscina, por exemplo), entreoutros, são elementos que podem contribuir para o sentimentode estar incluído e de não ser tão “diferente” dos demais.

Para isso, o compromisso e a reflexão sobre o processo deensino devem ser uma constante. Essa postura, a maioria dosprofessores não tem e ela, é necessária para garantir a participa-ção de todos os alunos. Talvez, a presença do aluno com defi-ciência na escola regular, faça com que os professores de edu-cação física repensem suas práticas pedagógicas e se tornemmais criativos. Talvez contribua também para o resgate da atitu-de reflexiva sobre o processo de ensinar, esquecida por muitosprofessores.

Conclusão

Ingênuo pensar que a instituição “escola” dará conta dainclusão e que as melhorias de formação profissional, deestratégias de ensino e de conteúdos diferenciados muda-rão de vez a cultura da exclusão. Ela (escola) é fundamentalno processo, mas as ações para a inclusão deverão ocorrerde forma sistêmica, porque a teia da sociedade é plural, nãose resume a escola. A discriminação, o preconceito e a ex-clusão são inerentes, ainda, ao ser humano, e dessa formahá muito que evoluir. Talvez, possamos melhorar a escolaquando a formação do profissional da educação considerarefetivamente as diversidades culturais e de ambiente; as di-ferenças e as desigualdades dos nossos alunos e uma práticaeducativa reflexiva, priorizando o processo e não o produto.Gostaria de concluir lembrando o professor doutor JoséLuiz Rodrigues que em seu trabalho, já na década de 1980,colocava como premissa uma “Educação Física ao Alcancede Todos.” Quando essa premissa se viabilizar, não serámais necessário escrever sobre acessibilidade e inclusão emeducação física.

Referências

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 27-30

E. Duarte

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Nota do Autor

Edison Duarte é docente da Univer-sidade Estadual de Campinas, Facul-dade de Educação Física, Departa-mento de Estudos da Atividade Físi-ca Adaptada.

Endereço:Rua Érico Veríssimo, 701Barão Geraldo - Campinas - São Pau-loCEP: 13083-851 – Caixa Postal 6134

Faculdade de Educação Física da UnicampTel/Fax: 19-37886609e-mail: [email protected]

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 31-36

ConferencistaInclusão e Acessibilidade

Eduardo José ManziniUNESP Marília

Resumo—Inclusão e acessibilidade são temas presentes atualmente. Objetivando ampliar essa discussão, preten-de-se expor algumas diferenças conceituais entre os termos acesso e acessibilidade; apresentar os resultados deum estudo sobre acessibilidade no Campus da Unesp de Marília; apresentar um protocolo para avaliar a acessibi-lidade em escolas do ensino fundamental. Os termos acesso e acessibilidade têm sido interpretados como condi-ções para que a inclusão social ocorra. Porém, o que garante a acessibilidade são as condições presentes nasestruturas física e administrativa das instituições. Em um estudo sobre acessibilidade desenvolvido na Unesp deMarília, foram entrevistados alunos com deficiência. Uma avaliação, por meio de planilha, indicou os problemas daestrutura física. Frente aos dados, iniciaram-se algumas modificações nas estruturas física e social do campus, queculminou em melhorias da acessibilidade. Em estudo sobre acessibilidade física em escolas do ensino fundamental,foi desenvolvido um protocolo para avaliar as condições de acessibilidade. Foi possível mapear e quantificar asáreas escolares que necessitariam de mudanças para melhorar a acessibilidade.

Palavras-chaves: inclusão, acessibilidade, avaliação.

Abstract“Inclusion and Accessibility.” Today inclusion and accessibility are controversial subjects. Aiming toextend this discussion my intention is 1. to discuss some of the conceptual differences between the terms “access”and “accessibility;” 2. to present the results of a study about accessibility at Unesp, Marília campus; 3. to presenta protocol to assess accessibility in elementary schools. The terms access and accessibility have been interpretedas the criteria indicating how social inclusion occurs. However, accessibility can materialize only if several conditionsin the physical and administrative structures of institutions are satisfied. In a study on accessibility developed atUnesp, Marília, students with disabilities were interviewed. The results pointed out problems in the campus´physical structure. According to the data, some adaptations in the physical and social structures of the campuswere initiated, and they improved accessibility. In another study about physical accessibility in elementary schools,a protocol was designed to evaluate accessibility conditions. School areas that would need changes to improveaccessibility were mapped and quantified.

Keywords: inclusion, accessibility, assessment.

Introdução

O presente trabalho tem como objetivos: 1) expor algumasdiferenças conceituais entre os termos acessibilidade e aces-so; 2) apresentar e discutir os resultados de um estudo so-bre acessibilidade realizado no Campus da Unesp de Marília(Manzini, et al. 2003); e 3) apresentar a metodologia utilizadapara o desenvolvimento de um protocolo para avaliar a aces-sibilidade em escolas do ensino fundamental desenvolvidopor Audi (2004).

Os Conceitos de Acessibilidade e Acesso

Uma primeira leitura da palavra acessibilidade faz lembrar deoutra: acesso. Mas acesso a que? Acesso a um maior salário?Acesso a um cargo mais elevado? Uma segunda leitura, maisatenta, faz refletir que acesso significa sair de uma determinada

situação ou local para uma outra situação ou local diferentedo anterior, quer dizer, acesso significa chegar a um lugar ou auma situação diferente da anterior.

O termo acesso tem sido muito utilizado atualmente. Na áreada educação, fala-se sobre o acesso ao currículo; na de saúde,pode-se observar a questão do acesso a medicamentos; emtermos de participação social, pode-se visualizar o assunto aces-so ao trabalho. Esses conceitos estão, de certa forma, relacio-nados, mas suas essências são diferentes.

Uma das interpretações que distingue acesso de acessibili-dade é que o primeiro termo parece refletir um desejo de mudan-ça e a busca a algum objetivo. Acesso parece significar o pro-cesso para atingir algo. O termo acesso significa a necessidadede luta para alcançar um objetivo. Parece estar também relacio-nado à questão da atitude em relação à exclusão.

Já o termo acessibilidade parece refletir algo mais concreto,palpável. O conceito de acessibilidade se sedimenta em situa-ções que podem ser vivenciadas nas condições concretas da

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 31-36

E. J. Manzini

vida cotidiana, ou seja, a acessibilidade parece ser algo quepode ser observado, implementado, medido, legislado e avalia-do. Dessa forma, pode-se criar condições de acessibilidade paraque as pessoas possam ter acesso a determinadas situações oulugares.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (2004)define acessibilidade, por meio da norma NRB 9050, como apossibilidade e condição de alcance, percepção e entendimentopara a utilização com segurança e autonomia de edificações,espaços, mobiliários, equipamentos urbanos e elementos. Amesma norma define o termo acessível como espaço, edificação,mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser al-cançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa,inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessívelimplica tanto acessibilidade física como de comunicação.Dessas definições, quatro elementos principais podem ser abs-traídos. O conceito de acessibilidade salienta diretamente ascondições relacionadas a: 1) edificações; 2) transporte; 3) equi-pamentos e mobiliários; e 4) sistemas de comunicações. Taiscondições são expressas em várias normas técnicas da ABNT(1997, a,b,c; 1999; 2004).

Tomando como base essas definições, os termos podem serconfundidos e utilizados erroneamente. Um exemplo disso serefere à expressão: é preciso que as pessoas com deficiênciatenham acesso à escola. O que isso significa? Pelo apresentadoaté aqui, o acesso significaria a abertura de vagas nas escolas,ou que elas devam ser aceitas na escola. O que seria diferenteao dizer: é preciso que as escolas tenham acessibilidade parareceber pessoas com deficiência. O que significaria a adequa-ção do espaço físico em termos de edificações, equipamentos,mobiliários, transporte e sistemas de comunicação.

Resumindo essa primeira incursão, pode-se concluir que ostermos acesso e acessibilidade têm, muitas vezes, sido interpre-tados como condições para que a inclusão social ocorra e issonem sempre é verdadeiro. A inclusão social deve ser vista, me-dida e interpretada tendo como referencial o próprio meio sociale não somente as condições de acessibilidade. As condiçõesde acessibilidades presentes na estrutura física das instituições,como escolas e universidades devem estar relacionadas às po-líticas inclusivas das estruturas administrativas, que devem re-fletir uma atitude de luta contra a exclusão. Porém, a cultura deincorporar o outro, o diferente, ainda está sendo formada.

Um Estudo Sobre Acessibilidade noCampus da Unesp de Marília

As barreiras em ambiente universitário podem estar rela-cionadas a questões arquitetônicas ou atitudinais e têm sidopesquisadas mais recentemente por vários pesquisadores(Manzini et al., 2002; Oliveira, 2003; Oliveira & Manzini,2003).

Oliveira (2003) desenvolveu uma pesquisa cujo objetivoera que tais barreiras pudessem ser indicadas por estudan-tes universitários com deficiência. Os resultados indicaramque acessibilidade esteve presente e ausente durante a tra-jetória acadêmica dos estudantes, independente do tipo da

deficiência. Segundo os onze participantes entrevistados,os professores contribuíram para criar condições de acessi-bilidade ao utilizarem estratégias e recursos adaptados, bemcomo a rede de relações de ajuda de colegas, que criou pos-sibilidade para estudo em grupo e auxílio ao estudante comdeficiência em situações intra e extra-sala de aula. Pontosnegativos também foram relatados, como a existência debarreiras arquitetônicas e falta de adaptações em banheiros,bebedouros, telefones e mobiliários; dificuldades para aces-so aos serviços de apoio ao estudante; barreiras pedagógi-cas por parte de alguns docentes; barreiras atitudinais pre-sentes em toda a rede de relações interpessoais, entretanto,evidenciada com maior freqüência na díade professor-estu-dante. A importância do estudo se verifica no sentido deindicar que a acessibilidade é um caminho para a inclusãodo estudante com necessidade especial no contexto univer-sitário. Concluiu a autora, apontando que a UniversidadeEstadual de Londrina, local onde o estudo foi desenvolvi-do, trilha pelo caminho de criar condições para acessibilida-de há muitos anos, entretanto, precisaria intensificar e deli-near suas ações para promover e assegurar o acesso, in-gresso, permanência e a terminalidade do curso superior comqualidade, por meio da igualdade de oportunidades e res-peito a este segmento.

Nessa segunda parte deste trabalho, enfocaremos umestudo realizado no Campus da Unesp de Marília, que tevecomo objetivo identificar e mapear as barreiras arquitetônicasda Faculdade, bem como sugerir mudanças nas estruturasfísicas e administrativas.

O contexto da pesquisa foi a Faculdade de Filosofia eCiências da Unesp de Marília (FFC). A FFC é uma das refe-rências no Brasil em educação especial, pois apresenta aformação de professores para o ensino ao deficiente visual,mental, auditivo e físico. Apesar disso, possui uma grandecontradição, pois, o campus, principalmente salas de aulas,possui inúmeras barreiras arquitetônicas.

Devido à configuração arquitetônica, a faculdade neces-sita, ainda, de uma política administrativa para implementarmudanças estruturais, e assim, extinguir ou diminuir as bar-reiras existentes.

Uma boa forma para avaliar a existência dessa políticaseria quantificar e mapear as barreiras e verificar se, ao lon-go do tempo, essas barreiras estariam sendo removidas.

Nesse sentido, uma das primeiras ações do projeto foiquantificar as barreiras existentes ao longo de quatro anos everificar a ocorrência ou não de mudanças.

Neste mesmo sentido, pareceu necessário identificaronde estavam as barreiras e quais eram elas.Metodologicamente, uma boa forma para registraredificações, e preservar a memória entre o velho e o novo,seria fotografar os elementos arquitetônicos como escadas,rampas, banheiros, entradas de edifícios, estacionamentos.O arquivo, por meio de imagens, auxiliaria lembrar e relembrarcomo estavam constituídos esses elementos e verificar comoagora estariam constituídos. Com esse objetivo, foram foto-grafados, digitalmente, os vários elementos arquitetônicosdo campus.

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Inclusão e Acessibilidade

Para quantificar as barreiras, foram elaboradas planilhaspara cada um dos prédios do campus: prédio de atividadesdidáticas, prédio administrativo, graduação, pós-graduação,dentre outros. Por meio das planilhas, foi quantificado onúmero de degraus e escadas, rampas, passarelas inadequa-das, passarelas ampliadas na qual passavam uma pessoa euma cadeira de rodas, passarelas com referenciais (possuí-am uma mureta na qual a pessoa cega que se locomovessecom apoio de bengala poderia sentir a mureta e tê-la comoreferencial de orientação para mobilidade).

A planilha ainda continha um espaço para quantificarpontos de perigo, como, por exemplo, bueiros sem grades,blocos de concretos salientes, canaletas pluviais sem gra-des, mourões de concreto em locais de trânsito de pedes-tres. Os dados foram coletados entre os anos de 2000 a 2004(Manzini, et al, 2003; Manzini & Imamura, 2004). A figura aseguir apresenta os dados referentes às passarelas na FFC.

Ao observar os dados verifica-se que em 2000 não exis-tiam passarelas com referencias, posteriormente, foramconstruídas três em 2002 e apenas uma em 2004. Podemosobservar que o gráfico indica que ainda existe uma passare-la a ser construída, que se refere ao caminho entre o prédiode atividades didáticas e o prédio da graduação. Nesse ca-minho, as pessoas são obrigadas a se locomoverem pela ruaou pela grama. Se levarmos em consideração que as pessoascegas perdem os referenciais de orientação em espaços aber-

Passarelas

02468

10121416

Inadequadas Ampliada Ampliada comreferênciais

Sempassarela

Condições

Qua

ntid

ade

200020022004

Banheiros

05

1015202530

2000 2002 2004

Ano

Qua

ntid

ade Banheiro sem

AdaptaçãoBanheirosAdaptados

tos, a única solução seria fazer esse percurso pela rua, utili-zando as sarjetas como guias, porém, um local que oferece-ria perigo frente ao trânsito de veículos. O ideal seria cons-truir uma passarela, sobre o gramado, para ligar os blocos.A figura que segue apresenta informações sobre banheiros.

Podemos perceber que os banheiros adaptados foramconstruídos em 2002. Em 2004, nenhum banheiro foi adapta-do na Unesp de Marília. A figura que segue apresenta asinformações sobre as escadas.

Podemos verificar que de 2000 para 2002 houve diminui-ção de escadas no prédio da graduação. Tal empreendimen-to ocorreu após conversas de sensibilização entre os mem-bros do grupo de pesquisa Deficiências Físicas e Sensori-ais e os executores das obras de construção do prédio deatividades administrativas. Como o prédio da graduação fi-cava anexo ao prédio em construção, foi possível que, aoinvés de degraus, fosse utilizado a inclinação natural doterreno e as escadas existentes foram substituídas por ram-pas.

Além das variáveis quantificadas, foi dada atenção à ques-tão dos pontos de perigo que cercava o campus. Foram fei-tas sugestões para retirada de mourões, colocação de gra-des em canaletas, dentre outras. As fotos que seguemexemplificam os pontos de perigo.

Figura 1. Grades em bueiros.

Escadas

0

5

10

15

20

25

30

Prédio

Profes

sores

Prédio

Alunos

Prédio

da B

ibliote

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Prédio

Admini

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Prédio

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Prédio

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Prédio

da Filo

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Prédio

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Prédio

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Prédios

Qua

ntid

ade

2000 2002 2004

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E. J. Manzini

Figura 2. Grades em canaletas pluviais.

Figura 3. Retirar bicicletas de rampas.

Figura 4. Retiradas de blocos.

Durante os anos de 1999 a 2003 o grupo de pesquisaDeficiências Físicas e Sensoriais discutiu e assessorou, emtermos técnicos, algumas mudanças na estrutura física, comorebaixamento de guias e pintura e sinalização de vagas paraestacionamento de carros para deficientes físicos. Foi utili-zado um slogan: Pequenas mudanças & Grandes benefíci-os.

Os dados coletados e o registro em imagem digital foramimportantes para a discussão das implementações. Pode-se con-cluir que, principalmente no ano de 2004, as mudanças quanto

às adaptações arquitetônicas decresceram na FFC. No início de2005, sugeriu-se à direção da faculdade a composição de umacomissão permanente de acessibilidade para que o assuntopudesse permanecer em pauta.

Cabe salientar que ao implementar projetos de mudançasambientais seria necessário:! Levar em consideração o ponto de vista do aluno com

deficiência.! Ater-se às normas técnicas no planejamento das mo-

dificações, mas, principalmente, verificar a execução da obra.! Verificar quais as prioridades para mudanças.! Sensibilizar os responsáveis administrativos para as

mudanças.! Lembrar que pequenas mudanças podem gerar grandes

benefícios.

Avaliação da Acessibilidade em Escolas doEnsino Fundamental

Para estudar e avaliar a acessibilidade física em escolasdo ensino fundamental, foi desenvolvido um protocolo paraavaliação (Audi, 2004).

O protocolo foi resultado de dissertação de mestrado doPrograma de Pós-graduação em Educação da Unesp deMarília, linha de pesquisa em educação especial, realizadopor Audi (2004). Os pressupostos para a concepção do pro-tocolo eram que ele: 1) deveria ser auto-aplicável, ou seja,dispensaria manual de instruções; 2) pudesse fornecer aosusuários informações ou feed-back sobre as normas técni-cas; 3) pudesse ser utilizado por profissionais da educação,portanto com linguagem técnica simples; 4) fosse formatadoem branco e preto, para permitir a reprodução de cópias semperder a qualidade das informações.

O desenvolvimento do instrumento foi executado em cin-co fases. Na primeira, foi realizada uma apreensão do ambi-ente físico escolar, ou seja, a identificação da composição edas configurações espaciais da escola de ensino fundamen-tal. Isso foi possível por meio da análise de projetos de es-colas disponíveis na Secretaria de Educação Estadual deSão Paulo, Diretoria de Ensino da Região de Marília e embibliografia específica. Assim, foram analisados espaçoscomo recepção de alunos, salas de aulas, biblioteca, dentreoutros. Observações in lócus foram realizadas a fim de foto-grafar esses espaços e seus componentes, como bebedou-ros, escadas, corrimãos, degraus. As fotos foram transfor-madas em desenhos com caneta nanquim em papel vegetal,pois o intuito seria que o material pudesse ser reproduzidoem cópias em preto e branco.

O estudo inicial permitiu verificar que as composições econfigurações dos espaços escolares eram parecidas. A partirdessa primeira análise, foi composta uma primeira versão doprotocolo que trazia os vários itens que deveriam ser avali-ados em um ambiente escolar.

Iniciou-se, então, a segunda fase, na qual o protocolofoi julgado por arquitetos. A primeira versão trazia uma re-presentação bidimensional, ou seja, muito parecida com os

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 31-36

Inclusão e Acessibilidade

desenhos apresentados pela norma técnica NBR 9050/94. Asugestão dos juízes foi transformar os desenhos em umareprodução tridimensional, o que deveria permitir uma me-lhor iconicidade dos itens¸ como portas, itens relacionadosaos banheiros, diversidade de tipos de degraus.

Na terceira fase, designada como experimental, foi reali-zada a aplicação-teste do protocolo. Quatro avaliadores, alu-nos do curso de pedagogia da Unesp, aplicaram o protocoloem três diferentes escolas. Assim, para cada escola haviaquatro avaliações a serem analisadas, cujo intuito era verifi-car a interpretação dada frente aos itens reais (degraus, por-tas, pisos, etc) e os correspondentes desenhos apresenta-dos, bem como identificar as dificuldades encontradas.

Os critérios utilizados para selecionar as escolas, no qualo protocolo seria aplicado, foram: 1) escolas municipais eestaduais de ensino fundamental, de 1ª a 4ª séries da cidadede Marília; 2) data da construção do prédio anterior a 1996,pois, de acordo com a LDB (1996), as escolas construídasapós essa data deveriam atender aos requisitos de acessibi-lidade; 3) ocupação do solo com pavimentos diferenciados,para que a amostra representasse vários tipos de configura-ções espaciais; 4) escolas que possuíam alunos com defici-ência matriculados, cuja hipótese era a de que, talvez, algu-mas mudanças arquitetônicas pudessem ter ocorrido.Os avaliadores não tiveram contato em si durante aplicação,pois a avaliação foi realizada em dias e horários diferentespara cada escola. Nesta fase experimental, em que o proto-colo foi testado, analisaram-se os registros através de cál-culos de índices de concordância, entre pesquisadora ejuízes, para verificar se os desenhos demonstravam comobjetividade os enunciados.

Para analisar as dificuldades de aplicação foi marcadauma reunião em grupo com todos os avaliadores na qualforam discutidas questões relacionadas à interpretação dosdesenhos, bem como as dificuldades encontradas. A reu-nião foi gravada e a análise indicou os itens do protocoloque deveriam ser reformulados.

A quarta fase do desenvolvimento do protocolo culmi-nou com a revisão conceitual do instrumento. Pelas infor-mações fornecidas pelos juízes, pôde-se constatar que oinstrumento utilizado avaliava itens como degraus, portas,banheiros, mas essa avaliação ainda ocorria de forma secio-nada, ou seja, não era possível uma análise mais integradados espaços. A solução encontrada foi fazer uma análisebaseada em rotas ou caminhos que eram percorridas pelosusuários: 1) entrada da escola para a sala de aula; 2) sala deaula para refeitório; 3) sala de aula para diretoria; 4) sala deaula para banheiros; 5) sala de aula para secretaria; 6) salade aula para biblioteca; 7) sala de aula para quadra esporti-va/piscina. Com essa revisão conceitual, para cada rota, eramavaliados os itens como portas, degraus, corrimões, ram-pas, dentre outros. A partir do re-direcionamento conceitual,foi possível avaliar a acessibilidade de cada uma das rotasda escola.

A quinta fase correspondeu à validação do protocolo,ou seja, se ele poderia ser sensível para medir as diferençasde acessibilidade entre as rotas e entre as escolas. Para isso,

desenvolveu-se um escalonamento da acessibilidade, pormeio da somatória de pontos (Bunchaft & Cavas, 2002), naqual cada elemento arquitetônico avaliado recebeu um valornumérico. Para avaliar o escalonamento, o protocolo foi apli-cado nas três escolas anteriormente citadas, designadascomo escola A, B, C e elegeu-se uma quarta escola D, quedevido a sua história de atendimento a alunos com deficiên-cia física, havia sido arquitetonicamente adaptada.

Os resultados desta aplicação foram discutidos atravésdas seguintes comparações: as somatórias dos pontos acu-mulados com as características dos elementos arquitetônicos,em cada rota de acesso ou caminho nas escolas A, B, C e D;as somatórias dos pontos obtidos em todas as rotas, com asconfigurações espaciais das escolas.

O escalonamento permitiu observar quais os elementosque atuavam como diferenciadores da acessibilidade em es-colas. Assim, foi possível estabelecer parâmetros de com-paração de acessibilidade entre as escolas avaliadas. Verifi-cou-se que o protocolo era sensível para medir a acessibili-dade em escolas com configurações espaciais diferenciadase que por meio da pontuação obtida em cada elementoarquitetônico fornecia-se feedback, sobre a acessibilidadeexistente, ao usuário do protocolo.

Conclusões

Os dois trabalhos apresentados partiram de pontosmetodológicos diferentes. O primeiro realizou uma análisequantitativa, objetivada a partir da remoção de barreirasarquitetônicas. Deu-se dentro de uma corrente da pesquisa-ação, na qual as pessoas envolvidas tinha em mente os mes-mos problemas e que deveriam resolvê-los. Utilizando regis-tros fundamentados na pesquisa tradicional, foi possívelmensurar as modificações do meio ao mesmo tempo em queagia sobre ele.

No segundo, teve como fundamento a pesquisa aplica-da, ou seja, ao finalizar a pesquisa, o produto final poderiaser utilizado para aquilo que ele foi desenvolvido: avaliar aacessibilidade em escolas do ensino fundamental por pro-fissionais da educação, fornecendo feedback sobre as nor-mas técnicas. Ao terminar a avaliação, seria possível identi-ficar as prioridades para mudanças na estrutura física daescola.

O ponto forte, em ambos os estudos, se relaciona com opróprio conceito de acessibilidade, ou seja, ambos estudosindicaram resultados concretos, palpáveis, mesuráveis quepoderiam ser utilizados na vida cotidiana em escolas de en-sino fundamental ou em universidades.

Referências

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 31-36

E. J. Manzini

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Nota do Autor

Prof. Dr. Eduardo José ManziniPresidente da AbpeeEditor da Revista Brasileira de EducaçãoEspecialUNESPMarília - SPE-mail: [email protected]

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 37-46

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ConferencistaA Mulher e o Esporte Adaptado:

Atualidades

Ruth Eugênia CidadeUniversidade Federal do Paraná

Para observar o processo feminino de envolvimento nosesportes, é preciso ter em mente que cada época é válida emsi mesma; tem sua lógica interna segundo a razão histórica,suas possibilidades de felicidade, seus riscos de infelicida-de, seu sentido ou seu sem-sentido, e “convém não projetarlevianamente sobre outras épocas nossa maneira particularde julgar a realidade” (Marías, 1981, p. 9).

Proibidas na Antiguidade de participar dos Jogos Olím-picos como atletas e como espectadoras, o caminho percor-rido pelas mulheres foi longo. Desde o princípio, as mulhe-res tiveram que se esforçar para ter um pé no mundo doesporte. Isso pode ser visto, por exemplo, através da aindadominante presença masculina no esporte e da menor expo-sição das mulheres (Dunning, 1999). A participação maiorou menor da mulher em atividades esportivas, seja comopraticante ou expectadora, variou de cultura para cultura, deépoca para época.

Foi a partir da Revolução Francesa e do surgimento daburguesia que a prosperidade e o desenvolvimento econô-mico começaram a mudar significativamente o cotidiano e avida doméstica da mulher do século XIX, isto é, do mundodesenvolvido. A iluminação a gás, seguida pela luz elétrica,iluminou todos os cômodos das casas; em lugar das tinascheias de água nos lombos dos burros ou das carroças, aágua corrente e abundante passou a sair das torneiras; ofrio no interior das residências foi vencido, as chaminés tor-naram-se mais eficazes pois o carvão de pedra superou aslimitações da lenha; apareceram as primeiras cozinhas mo-dernas, com fogão—uma grande placa de ferro—e suas di-versas bocas com discos que regulavam a intensidade dofogo, conservavam as panelas sempre quentes e permitiamvárias possibilidades culinárias. Na área médica, a introdu-ção da anestesia e da assepsia facilitou os partos e evitouas infecções puerperais, diminuindo a mortalidade materna.Nos transportes, os trens afastaram o perigo das viagensem diligências, tombando pelos caminhos, temíveis em tem-pos de gravidez. A invenção da máquina de costura e da deescrever (Marías, 1981) trouxe, para dentro das casas, afaze-res antes possíveis somente fora delas.

De 1875 em diante, as mulheres do mundo desenvolvidovisivelmente começaram a ter menos filhos. “Não obstante,é razoável supor que o fato de ter menos filhos foi, na vidadas mulheres, uma mudança mais notável do que a de versobreviverem mais filhos seus” (Hobsbawm, 1988, p. 273).A vida da mulher nessa época melhorou admiravelmente, noentanto, ela continuou no mundo privado. A condição femi-

nina consistia no fato de que uma mulher só podia fazeraquilo sobre o que havia um acordo positivo, uma aprova-ção social. Em outros termos, a vida da mulher estava muitodeterminada pelas formas sociais, estritamente canalizada aum conjunto de possibilidades muito limitado.Após a década de 1870, tornou-se óbvia a mudança na posi-ção e nas expectativas sociais das mulheres, principalmenteas das classes médias e sua afinidade de idéias com a bur-guesia. A campanha ativa em prol do direito feminino aovoto; a notável expansão da educação secundária para me-ninas; embora irregular, a incorporação da mulher à culturauniversitária e a identificação com os movimentos operáriose socialistas; o direito de sair para o trabalho e de ter profis-são (Hobsbawm, 1988; Marías, 1981).

O afrouxamento das convenções possibilitou uma maiorliberdade da mulher dentro da sociedade. A prática de dan-çar, social e ocasionalmente, em bailes e o desaparecimentogradual das barbatanas nas roupas femininas, assim como asocialização dos corpos em torno das máquinas para tornaros movimentos mais livres firmes, exigindo o uso de sutiã(criado depois de 1910), são alguns exemplos. O esportepossibilitou aos jovens (homens e mulheres) encontrarem-se fora dos limites da casa, alargando o estreito círculo fami-liar, pois algumas mulheres tornaram-se sócias de clubes deturismo e alpinismo. O tênis, inventado em 1873, rapidamen-te tornou-se o jogo preferido dos subúrbios da classe mé-dia, em grande parte por ser bissexual e, por conseguinte,promover o encontro de filhos e filhas desse universo soci-al. Em 1884, depois de seis anos de criadas as disputas sim-ples masculinas, criaram-se as femininas em Wimbledon.Nessa época, a invenção da bicicleta emancipou mais a mu-lher do que o homem, assim como a prática crescente dosesportes de inverno entre as mulheres; as férias em esta-ções de veraneio possibili taram os banhos mistos(Hobsbawm, 1988).

Essas transformações estão associadas a uma lenta mu-dança na balança de poder entre os sexos, ao desenvolvi-mento de modernas formas de controle da natalidade, e àsinvenções de máquinas domésticas. Dunning (1999) colocaque, provavelmente, as mulheres, ao buscarem o esporte,foram motivadas pelo seguinte:

a) interesse em obter as satisfações miméticas, sociaise de mobilidade que se pode conseguir através do esporte,juntamente com os ganhos relacionados com a identidade eautoconceito que podem advir dessas atividades;

b) igualdade de oportunidades como resultado das li-

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mitações impostas tradicionalmente aos papéis femininos.O ideal do amadorismo, que reunia classe média e nobre-

za, concretizou-se em 1896, nos primeiros Jogos Olímpicosda época moderna. Realizados em Atenas, seguindo a tradi-ção cultural dos jogos, somente os homens competiram. Aparticipação feminina foi admitida formalmente em 1900, nosJogos Olímpicos de Paris, em que 19 mulheres competiramem dois esportes—o golfe e o tênis (Olympic, 2003).

No final do século XIX e início do século XX, mulheresque praticavam esportes considerados categoricamenteinaceitáveis—como o rugby, o boxe e o hockey—, isto é,esportes que ainda são tidos como inapropriados para mu-lheres, provavelmente estavam conscientes da idéia entãodominante da implicação entre modalidade e masculinização.Caso se tornassem feministas ou não, estariamdeliberadamente se posicionando contra os ideais contem-porâneos de então (contra o acordo e aprovação social),quanto à feminilidade e ao habitus feminino.

A condição do esporte como um locus de masculinidadese altera à medida que aumentam a autoconfiança, aassertividade e a independência das mulheres no âmbito deseu habitus e de seu poder. Em termos organizacionais, àmedida que elas ingressavam no esporte, tais experiênciasconcorreram para questionar as idéias e instituições tradici-onais de preponderância masculina. Para tentar combater aidéia do esporte como reduto exclusivamente masculino, asmulheres, nos EUA, receberam suporte de alguns homensinfluentes. James Naismith, por exemplo, que inventou obasquete, em 1891, como um esporte de inverno para osjogadores de futebol, proclamou o basquete como um es-porte ideal para mulheres (Dunning, 1999).

O movimento esportivo feminino ganhou força com umamulher extremamente dedicada, a francesa Alice Melliat, quecomeçou a freqüentar os estádios convencida de que o es-porte auxiliava no desenvolvimento da personalidade, doarrojo e de um espírito desenvolto. Com o tempo, tornou-seuma excelente esportista e a primeira mulher a obter o diplo-ma que era concedido a remadores de longa distância. Em1917, Alice Melliat fundou a Federação de Sociedades Femi-ninas da França (FFSF). Em 1921, em Mônaco, ela organizoua Olimpíada Feminina, com a participação de cinco países:Inglaterra, Suíça, Itália, Noruega e França. Em 31 de outubrode 1921, com o apoio dos Estados Unidos, Inglaterra, Itália,Tcheco-Eslováquia e França, organizou a Federação Inter-nacional Desportiva Feminina (FSFI). Em 1922, aproximada-mente 300 mulheres, de sete países, participaram da segun-da Olimpíada Feminina. Alice Melliat, não contente com apouca atenção dada às mulheres nos Jogos Olímpicos de1928 e 1932, decidiu realizar, em 1930 e 1934, os Jogos Mun-diais Femininos em Praga, Tcheco-Eslováquia, e Londres,respectivamente. A FSFI se dissolveu em 1938, pois as pro-vas femininas foram pouco a pouco incluídas nos JogosOlímpicos (Carrillo, 2000).

A partir do incremento do movimento feminista e com oconseqüente questionamento dos papéis sociais, mesmo asmulheres que rejeitavam o feminismo passaram a participarde atividades esportivas. Tal situação contribuiu para con-

testar antigas crenças, como, por exemplo, a idéia de que asmulheres são o sexo frágil ou que lhes falta espírito compe-titivo e coletivo (Alonso, 2003).

O esporte, em sua dimensão social, ainda é um lugar depredominância masculina.

O fato de o esporte ter emergido de um passa-do de desigualdades, carregado de valoresmasculinos, influencia na menor participaçãodas mulheres na prática esportiva. (RochaFerreira, 1997, p. 126)

O envolvimento feminino em atividades esportivas ain-da é menor que a masculina, mas vem aumentando lenta egradualmente. Nos Jogos Olímpicos, por exemplo, em 1900,eram 19 mulheres participantes (1,6% do total dos partici-pantes); em 1984, 1.567 mulheres (23% do total dos partici-pantes) e 4.069 (38,2% do total dos participantes) nos JogosOlimpicos de Sydney (IOC, 2002).

Para avançar na discussão, é necessário esclarecer que,apesar de tabus, crenças e valores criados em torno da par-ticipação feminina no esporte, o fato de a mulher participardessas atividades é uma realidade sociocultural a ser maisinvestigada.

O esporte é um fenômeno cultural de caráter universal,multirracial, praticado em países ricos e pobres. Tem umalógica própria, isto é, são valores, normas, regras; noções,ordem, função; problemas de tensão e formas de exercício,e, principalmente, controle do poder. São traços peculiarespresentes em maior ou menor intensidade, que podem serdenominados de estrutura. Entretanto, quando o esporte écolocado desta maneira, podemos facilmente interpretar queaquilo a que chamamos de estrutura está separado das pes-soas que a constituem, o que não é real.

As raízes do esporte para deficientes foram lançadas noinício do século XX e podem ser identificadas inicialmentepor meio de eventos isolados. Em 1918, na Alemanha, du-rante a Primeira Grande Guerra, um grupo de sobreviventeslesionados reuniu-se para praticar esporte. Há registros deque em 1932, surgiu, na Inglaterra, a Associação do Golfistade Um-Só-Braço, que não conseguia efetivar a prática dessamodalidade (Comité Olímpico Espanhol, 1994).

Nos Jogos Paraolímpicos, os brasileiros competiram pelaprimeira vez em 1972, na Alemanha. No Canadá, em 1976, oBrasil ganhou suas primeiras medalhas paraolímpicas: osatletas Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho”conquistaram duas medalhas de prata na modalidade debocha.

Na Holanda, em 1980, a delegação brasileira foi represen-tada apenas pelo time de basquetebol sobre rodas masculi-no e por um nadador, mas não conseguiu medalhas. Os jo-gos de 1984 foram divididos em duas sedes (Aylesbury, In-glaterra, e Nova York, EUA). Em Nova York, uma mulher, aatleta Anaelise Hermany, foi a primeira cega brasileira a con-quistar uma medalha no atletismo na prova de 100 metrosrasos. Na Inglaterra, participaram somente atletas em cadei-ras de rodas e o Brasil conquistou 21 medalhas. Em 1988, a

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equipe brasileira trouxe de Seul 27 medalhas (4 de ouro, 10de prata e 13 de bronze), obtendo a 25.ª colocação num totalde 65 países participantes. Nas Paraolimpíadas de Barcelo-na, em 1992, o Brasil ganhou 7 medalhas (3 de ouro e 4 debronze), ficando em 30.º lugar na classificação geral, numtotal de 92 países participantes. Em 1996, a equipe brasileiraretornou ao Brasil trazendo de Atlanta 21 medalhas: 2 deouro, 6 de prata e 13 de bronze. Na última Paraolimpíada domilênio, em Sydney (Austrália), em 2000, o Brasil conquis-tou 22 medalhas: 6 de ouro, 10 de prata e 6 de bronze (Cida-de; Freitas, 2002).

Ao longo desse processo de documentação do esportepara deficiente, que teve seu início nos meados do séculoXX, algumas mudanças, mesmo que acanhadas, foram sen-do observadas.

O esporte para deficiente não é apenas uma atividaderealizada por voluntários sem um objetivo específico. Exis-tem, hoje, estudos, pesquisas e principalmente profissio-nais competentes para atuarem nessa nova área. Ao obser-varmos as Paraolimpíadas de Sydney, vemos que o despor-to para deficientes no mundo cresceu, inspirando as pes-quisas sobre fisiologia do exercício, doping, órteses epróteses esportivas, regras, técnicas, sistemas de treinamen-to e muitos outros temas correlatos.

Entretanto, apesar dessa evolução internacional, no âm-bito nacional, ainda carecemos de informações, bibliografia,capacitação de recursos humanos, estudos e pesquisas.Além de atletas, precisamos de pesquisas objetivas, infor-mações concisas e da disseminação do conhecimento entreas entidades esportivas de deficientes, universidades, pes-quisadores, técnicos e atletas. Uma verdadeira rede de rela-ções.

Assim, são os organismos internacionais que atualmen-te tratam das questões da mulher no esporte. São agrupa-mentos de pessoas em configurações, com a sua dinâmica econformidades, com o intuito de orientar, sistematizar e re-gular as ações e, principalmente, ocupar e consolidar o es-paço legitimado. Esses indivíduos, organizados em confi-gurações, têm se reunido sistematicamente para discutir,apontar caminhos e fortalecer os espaços já alcançados. Oprocesso mulher-esporte foi e continua a ser um contínuoentrelaçar de planos e ações dos indivíduos em grupos.

Mulher e Esporte:Desdobramentos a Partir de Brighton

A mulher no esporte tornou-se um tema que, desde oprincípio dos anos 90, tem recebido crescente atenção nocenário mundial. Em função da realização da “I ConferênciaMundial sobre a Mulher e o Esporte”, é possível apontaralguns dos desdobramentos ocorridos. Essa conferênciareuniu políticos e dirigentes de âmbito nacional e internaci-onal em Brighton, Inglaterra, de 5 a 8 de maio de 1994. Foiorganizada pelo Conselho Britânico do Esporte (British SportCouncil), com apoio do COI, e reuniu 280 representantes deorganizações governamentais e não governamentais de 82

países.Esse evento internacional de amplo alcance, dirigido a

representantes de setores públicos e privados com poderde decisão, concentrou-se exclusivamente na participaçãoda mulher no âmbito esportivo. O evento analisou especifi-camente como acelerar o processo de trocas de experiênciaspara minimizar as barreiras que as mulheres enfrentam quan-do participam ou se interessam por esporte. Nesse sentido,criou importantes oportunidades para acumular experiênciaa partir de casos de sucesso e também para conhecer osproblemas que se apresentavam em outros lugares (IWG,2002). O enfoque internacional sobre a mulher e o esporteabrangeu muitos países em todos os continentes; reconhe-ceu e valorizou as mulheres de todo o mundo e a diversida-de das culturas; examinou temas como: cultura, gênero, se-xualidade e necessidades especiais; incluiu deliberaçõessobre liderança, comercialização e meios de comunicação;além de treinamento com conselheiros e a formação de redesde contato.

Para muitos, foi uma oportunidade para descobrir solu-ções, conhecer pessoas com diferentes opiniões e renovaro compromisso de multiplicar as oportunidades para que apopulação feminina participe no esporte.

No entanto, o que destacou essa conferência mundialcomo marco nos avanços sobre a mulher e o esporte foramseus três resultados principais:! a elaboração da Declaração de Brighton;! o desenvolvimento de uma Estratégia Internacional

para o Esporte Feminino;! a formação de um Grupo de Trabalho Internacional

sobre a Mulher e o Esporte.

A Declaração de Brighton é, em si, um conjunto de prin-cípios estabelecidos para acelerar as mudanças frente à par-ticipação e envolvimento das mulheres no esporte. Ela é ummarco histórico que vem, no decorrer destes anos, transfor-mando-se no eixo das estratégias, articulações e ações emfavor de uma cultura esportiva que capacite e valorize a par-ticipação da mulher em todos os aspectos do esporte.

A declaração reconhece o valor do esporte, uma vez que,quando praticado de maneira honesta e igualitária, enrique-ce a sociedade, fomenta a amizade entre os povos e propor-ciona muitos benefícios aos indivíduos.

Reconhecida como um dos três principais resultados daConferência de Brighton, a Estratégia Internacional para oEsporte Feminino foi estabelecida para coordenar, entre 1994e 1998, no âmbito internacional, os trabalhos realizados emfavor da participação da mulher no esporte. Nela, recomen-da-se aos governos e organismos de todo o mundo queimplementem a Estratégia e a Declaração de Brighton.

A elaboração do enfoque estratégico internacional bus-cou facilitar o intercâmbio de programas-modelo e de casosde sucesso entre federações esportivas nacionais e interna-cionais, a fim de acelerar o desenvolvimento global para umacultura esportiva mais igualitária.

Um dos principais objetivos da Estratégia Internacionalfoi, e ainda é, o de que a declaração seja adotada por todos

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os países do mundo, especialmente pelos organismos e in-divíduos com maior poder de decisão e influência. A metainicial de cem instituições adotarem a Declaração de Brightonentre 1994 e 1998 foi amplamente superada. Em maio de 1998,mais de 200 organismos nacionais e internacionais já havi-am adotado a declaração (IWG, 2002).

Sua ampla aceitação demonstra que a Declaração é rele-vante para numerosos organismos e países de diversas tra-dições culturais e religiosas.

Entre tais instituições governamentais, encontram-se oschefes de governo do Caribe e a Comunidade Britânica, osministros de esporte europeus e o Supremo Conselho para oEsporte da África. Entre os organismos internacionaispoliesportivos, estão o COI, o Comitê Paraolímpico Interna-cional, a Federação de Jogos da Commonwealth, o Conse-lho Internacional para a Ciência do Esporte e Educação Físi-ca (ICSSPE) e as federações internacionais de atletismo, tirocom arco, badminton, ciclismo, vela, halterofilismo e outros(IWG, 2002).

Também estão na liderança do movimento várias associ-ações não governamentais internacionais e regionais quepromovem a participação da mulher no esporte. Entre elas,destacam-se: a Associação Internacional de Educação Físi-ca e Esporte para Meninas e Mulheres (IAPESGW) eWomenSport International (WSI).

Junto a essas associações internacionais, encontram-sevários grupos regionais, tais como as associações esporti-vas, que fomentam a participação da mulher na Arábia, Ásia,Europa e África. Todas essas associações esportivas esti-mulam, pressionam e convencem numerosos organismos na-cionais e internacionais a adotarem a Declaração de Brighton.A influência e recursos de todas essas instituições interna-cionais são inegáveis. Em conjunto, representam uma por-ção significativa da população mundial; cada um dessesOrganismos Internacionais de Educação Física e Esportepossuem afiliadas espalhadas por todo o mundo. E estescontam com o respaldo de mais de 150 organizações nacio-nais, responsáveis pelo esporte em mais de 80 países (IWG,2002).

Outro resultado fundamental da conferência de 1994 foia criação do Grupo de Trabalho Internacional sobre a Mu-lher e o Esporte (GTI). Seus integrantes são do mais altonível na área do esporte e representam todos os continen-tes. O GTI foi instituído para supervisionar a implementaçãoda Estratégia Internacional para o Esporte Feminino (1994-1998). É um organismo independente, integrado por repre-sentantes de organizações não governamentais provenien-tes de diversas regiões do mundo.

O objetivo principal do GTI é promover e facilitar a cria-ção de oportunidades para a participação da população fe-minina no esporte e na Educação Física em todo o mundo. OGTI atua como agente aglutinador dos organismos gover-namentais e não governamentais que se ocupam do desen-volvimento das meninas e mulheres através do esporte.Segundo dados da IWG (2002), os principais objetivos doGTI na fase compreendida entre 1994 e 1998 foram:! promover e supervisionar a adoção e implementação

da Declaração de Brighton por parte dos governos e orga-nismos nacionais e internacionais em todo o mundo;! estabelecer um plano de ação e apoiar a implementação

do mesmo, dando prioridade às áreas e organismos que ain-da não tenham incluído em suas agendas de trabalho a igual-dade da mulher no esporte;

! atuar como organismo de conexão e consulta paraentidades e grupos internacionais, nacionais e regionais,centrando-se nos avanços internacionais em matéria de par-ticipação da mulher no esporte e facilitando o intercâmbiode informação;! estimular o trabalho de redes regionais, nacionais e

internacionais para o avanço da participação da mulher noesporte;! procurar incluir questões relativas aos temas da mu-

lher e o esporte nos programas das principais conferênciasinternacionais e assessorar os conferencistas sobre tais te-mas;! atuar como entidade organizadora das conferências

mundiais sobre a mulher e o esporte;! assegurar a gestão e o avanço do GTI.

Avanços e Ações a Partir de Brighton

O Informe de avance 1998-2002 sobre la mujer y el de-porte (GTI, 2003a) foi elaborado pelo Conselho de Esportedo Reino Unido, sob o título: Women and Sport. FromBrighton to Windhoek: Facing the Challenge.1 O documen-to contém: diretrizes para colocar em prática os dez princípi-os da Declaração de Brighton; uma descrição completa dasatividades realizadas por organismos internacionais e naci-onais e de outros que até aquele momento haviam adotado adeclaração.

Quanto à avaliação dos avanços e à identificação dasinquietações, o informe destacou o progresso alcançadoentre 1994 e 1998 em termos de maior tomada de consciênciasobre a mulher no esporte. Como fruto dessas ações, em1995, em sua Assembléia Geral, o Comitê Paraolímpico Inter-nacional examinou a questão da igualdade dos gêneros eaderiu à Declaração de Brighton. O COI não só adotou adeclaração em 1995 como também criou seu próprio Grupode Trabalho sobre a Mulher e o Esporte. Cabe colocar aquique, em 1981, Anita de Frantz ocupou um cargo e, posterior-mente, foi a primeira mulher a se tornar vice-presidente doCOI. Dados levantados por Mourão (2003) apontam que,nas diretorias regionais do COI, apenas 14,4% dos cargos,entre 1970 e 1995, foram ocupados por mulheres.

Em 1996, esse grupo de trabalho do COI fez várias reco-mendações, entre as quais estava a definição de que ummínimo de 10% dos cargos com poder de decisão nos comi-

1 A versão impressa do informe foi publicada em inglês, francês eespanhol. Foi amplamente distribuída durante 1999 e 2000. Desde2001, o informe encontra-se no site do GTI: www.iwg-gti.org

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tês olímpicos nacionais e nas federações internacionais de-veriam ser ocupados por mulheres antes do fim de 2001, e20% deles antes do final de 2005 (Kluka; Melling; Scoretz,2000; Mourão, 2003).

As inquietações expressadas concentraram-se na expres-são de como os Princípios da Declaração de Brighton esta-vam sendo colocados em prática. O informe sugeriu aindaque os organismos podiam classificar-se em quatro catego-rias:! organismos que não adotaram a Declaração de

Brighton e que não reconheceram que o gênero é um proble-ma da área do esporte;! organismos que adotaram a Declaração de Brighton

ou que se comprometeram, por algum outro instrumento es-crito, a promover a igualdade da mulher, mas não colocaramem ação nenhuma outra iniciativa;! organismos que elaboraram um plano de ação, mas

não asseguraram os recursos humanos e financeiros neces-sários para colocar em prática a Declaração de Brighton;! organismos que tomaram medidas favoráveis, esta-

belecendo objetivos e assegurando os recursos necessári-os, e que seguiram com as ações, obtendo resultados.

O Informe de avanço sobre a mulher e o esporte (1994-1998) conclui que é necessário continuar criando uma maiorconscientização entre os organismos que ainda não reco-nheceram a importância da questão da mulher no esporte(IWG, 2002; Grupo de Trabajo..., 2003).

Outra decisão adotada em Brighton foi estabelecer a re-alização da II Conferência Mundial sobre a Mulher e o Es-porte, que reuniu 400 delegados de 74 países em Windhoek,Namíbia, de 19 a 22 de maio de 1998. Esse encontro reafir-mou a Declaração de Brighton e produziu a Carta deWindhoek, com o objetivo de incrementar as oportunidadesde participação de meninas e mulheres no âmbito esportivoem seu sentido mais amplo (IWG, 2002).

Resumidamente, os 11 pontos que estão contidos naCarta de Windhoek são:! elaborar planos de ação, estabelecendo objetivos de

implantação; supervisionar e informar sobre os avanços al-cançados com a dita implementação;! estabelecer laços de cooperação com setores que

não os de esporte;! trocar informações sobre a contribuição positiva do

esporte;! desenvolver a capacidade das mulheres como líde-

res e responsáveis pela tomada de decisões;! adotar medidas para que as jovens tenham acesso à

educação física;! melhor representação, nos meios de comunicação,

da mulher no esporte;! criação de um meio esportivo seguro e estimulante,

livre de coerção, abuso e exploração;! reconhecimento da diversidade humana;! legislação e políticas governamentais;! ajuda internacional para o desenvolvimento;

! investigação e pesquisa (IWG, 2002; Grupo deTrabajo..., 2003).

A estratégia para continuar avançando a partir dos re-sultados obtidos em Windhoek, 1998, estabelecia umenfoque coordenado e ordenado para manter o impulso domovimento internacional que foi promovido e supervisiona-do simultaneamente à implantação da Declaração de Brightone à Carta Windhoek. Os elementos fundamentais do enfoqueque foram relatados em IWG (2002) são:! compromisso com a implementação e iniciativas conti-

das na Declaração de Brighton e na Carta de Windhoek;! máxima utilização dos mecanismos internacionais de

coordenação, tais como a cooperação entre o GTI, o Grupode Trabalho do COI sobre a Mulher e o Esporte, WomenSportInternational (WSI), a Associação Internacional de Educa-ção Física e Esporte para Meninas e Mulheres (IAPESGW),a Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher (Na-ções Unidas) e outros organismos similares;! organizar conferências e trocar informações com regu-

laridade;! criar e manter alianças estratégicas com o movimento

mundial em favor da mulher;! continuar o trabalho de facilitação, promoção e super-

visão do GTI;! organizar a Conferência Mundial sobre a Mulher e o

Esporte no Canadá, em 2002.

Nessa segunda conferência, a sólida liderança da Namíbiaabriu um importante precedente para o movimento em favorda mulher no esporte. Episódio considerado significativofoi o fato de que metade dos delegados que estavam pre-sentes à conferência provinha da África. Isto significou queos delegados africanos puderam exercer uma influência mui-to maior que o usual sobre os conteúdos das deliberações eos resultados do evento.

A oportunidade permitiu que os participantes proveni-entes de outras regiões do mundo colhessem informaçõessobre a luta de suas colegas africanas e, por sua vez, asdelegadas africanas conheceram e trocaram informações eexperiências. O propósito do GTI foi criar um movimentoglobal em favor da mulher no esporte, mas foi de inegávelimportância o fato de que a segunda conferência tenha sidorealizada na África (IWG, 2002).

O incremento na comunicação e redes de contato maissólidas foram êxitos alcançados entre 1998 e 2002. Duranteesse tempo, a Secretaria do GTI foi propiciada pelo governodo Canadá por meio da sua Direção Geral de Esporte e foiintegrada por representantes de organismos não governa-mentais e importantes associações regionais de diferentescontinentes. Nesses quatro anos, o GTI teve por base otrabalho anterior e alcançou importantes avanços, entre osquais, destacamos o seguintes:! o GTI realizou reuniões regionais em 1998, na Colôm-

bia; em 1999, no Egito; em 2000, na Finlândia; e em 2001, emKukamoto, Japão. Em cada uma dessas ocasiões, houveapoio de associações femininas de esporte do país ou con-

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tinente anfitrião; também houve apoio regional com a cria-ção de associações, como a Associação Japonesa para aMulher no Esporte, criada em 2001, em Kukamoto, entre ou-tras (essas foram ações fundamentais para a disseminaçãodo debate sobre a mulher no esporte);! procedimentos sistematizados e maior

transparência: o GTI sistematizou os métodos para eleger osmembros e presidentes com critérios claros para a suacomposição, baseada na representação de grupos regionaise organismos governamentais e não governamentais;! o avanço da comunicação com as pessoas e orga-

nismos do movimento em favor da mulher no esporte (Grupode Trabajo..., 2003; IWG, 2002).

Em 2002, com o tema “Investindo em Mudança,” a IIIConferência Mundial sobre a Mulher no Esporte, realizadaem Montreal, de 16 a 19 de maio, reuniu 550 pessoas de 97países. Foi organizada pelo GTI e patrocinada pelo Ministé-rio de Patrimônio Cultural, auxiliado pela Associação Cana-dense para o Avanço das Mulheres na Atividade Física –ACAMD (GTI, 2003b). A terceira conferência centrou a dis-cussão em infra-estrutura e recursos capazes de sustentar oesporte e a atividade física de meninas e mulheres.

Novamente, os participantes invocaram a Declaração deBrighton e assumiram o desafio de desenvolver um plano deação específico para produzir mudanças, demonstrando comopodem trabalhar em suas comunidades e em seus paísespara implementar a declaração e a Carta de Windhoek.

Durante a conferência, foi possível identificar as barrei-ras que afrontam as mulheres e se festejaram as mudançaspositivas, tanto para as atletas quanto na atividade físicaem geral, ocorridas no período de 1998 a 2002. Os partici-pantes compartilharam suas experiências em torno do es-porte e da atividade física como impulso para o desenvolvi-mento dos indivíduos, das comunidades e das nações (GTI,2003b).A terceira conferência tratou o esporte como estímulo aodesenvolvimento, à cooperação, à liderança comunitária, aoentendimento internacional e à paz como tema principal; noque concerne especificamente à mulher, mencionou-se a im-portância do esporte para o desenvolvimento da segurançae auto-estima, fundamentais para a saúde e realização demeninas e mulheres. Foram expostas diversas maneiras paragarantir que todas as mulheres e meninas tenham acesso aoesporte e à atividade física, sejam quais forem suas necessi-dades e capacidades.

Falou-se sobre as formas de contribuir para produzir umamudança na cultura e nos sistemas esportivos de tal manei-ra que haja maior inclusão e respeito. Além disso, foramexaminados diversos métodos para influir sobre governos,organizações esportivas e patrocinadores (GTI, 2003b).

De Brighton a Montreal, os documentos produzidos re-gistram, de forma clara, o modo como a Declaração deBrighton tem sido o eixo orientador para as articulações eestratégias de implementação de uma cultura esportiva queproporcione e valorize a participação da mulher em todos osaspectos do esporte.

De 1994 a 2002, a I Conferência Mundial da Mulher e oEsporte e, conseqüentemente, a Declaração de Brighton de-sencadearam muitas ações em diferentes lugares do mundo,entre as quais apontamos:! a criação do Grupo de Trabalho Internacional sobre

a Mulher e o Esporte (GTI) e o site criado em inglês, francêse espanhol que está se convertendo em uma importante fontede informação sobre o trabalho do GTI e as diferentes açõesem prol da mulher no esporte;! a sensibilização das Nações Unidas, que incluiu três

menções sobre o esporte e atividade física na “Plataformapara a Ação” das Nações Unidas, considerada como princi-pal resultado da IV Conferência Mundial das Nações Uni-das sobre a Mulher, realizada em 1995, na China;! a sensibilização do Comitê Olímpico Internacional e

do Comitê Paraolímpico Internacional, que examinaram, de-bateram e incorporaram a declaração. Em 1995, o COI criouseu próprio Grupo de Trabalho sobre a Mulher e o Esporte;! a Associação Árabe para a Mulher e o Esporte foi o

primeiro grupo regional criado logo após a Conferência deBrighton; e foi oficialmente estabelecida a Associação Afri-cana de Mulheres no Esporte e o Grupo de Trabalho para aMulher Asiática no Esporte;! o COI organizou as Conferências Mundiais em

Lausanne, em 1996, e Paris em 2000, que resultaram em reco-mendações e uma série de seminários em favor da participa-ção da mulher no esporte;! a Associação Internacional de Educação Física e

Esporte para Meninas e Mulheres (IAPESGW) realizou con-ferências na Finlândia (1997), nos Estados Unidos (1999) eno Egito (2001);! a realização da II Conferência Mundial sobre Mulher

e Esporte, na Namíbia, em 1998, reafirmou os princípios daDeclaração de Brighton e produziu a Carta de Windhoek;ü a Associação Japonesa para a Mulher e o Esporte (JWS)assumiu a iniciativa de criar uma rede na Ásia sobre a mu-lher e o esporte;! a realização da III Conferência Mundial sobre

Mulher e Esporte no Canadá, em 2002;! a diversidade dos organismos que adotaram a de-

claração é também um indício do esforço realizado emBrighton, o que tem assegurado a inclusão de questõescomuns que se apresentam à mulher e ao esporte em eventos,encontros, conferências e grupos de trabalho de todo omundo. O número de adesões continua aumentando; emjaneiro de 2002, 250 organismos notificaram ter adotado adeclaração;! a realização da IV Conferência Mundial sobre Mulher

e Esporte no Japão, que será em 2006.

Embora essas ações sejam recentes, desde muito tempoexistem organismos preocupados especificamente com a pro-moção da Educação Física e dos esportes para meninas, jo-vens e mulheres. Um dos mais destacados é a AssociaçãoInternacional de Educação Física e Desportos paraMenimas e Mulheres (International Association of PhysicalEducation and Sport for Girls and Women – IAPESGW), que

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A Mulher e o Esporte Adaptado

acaba de completar 50 anos de existência. Os organismosnacionais dedicados a promover a igualdade da mulher noâmbito esportivo, tal como a Fundação para o Esporte Fe-minino nos Estados Unidos, também existem há algum tem-po (IWG, 2002).

No entanto, os documentos registram marcadamente asiniciativas, as ações e os avanços a partir da realização da IConferência Mundial sobre a Mulher e o Esporte. Os resul-tados da conferência ainda mobilizam pessoas e em várioslugares do mundo seu desdobramento vem transformandoações e atitudes em benefícios para meninas e mulheres en-volvidas no esporte. Considera-se a Conferência de Brighton,de 1994, como marco, da atualidade, de uma iniciativa inter-nacional, estratégica e coordenada.

Depois desta breve apresentação de alguns dos diferen-tes encaminhamentos e ações no sentido de promover umamaior a participação feminina no esporte, pode-se ter a im-pressão de que as pressões sociais sobre as mulheres cede-ram ou se atenuaram. Na realidade, as pressões e tensõesnão desaparecem, elas foram substituídas, renovadas, recri-adas. As dimensões micro e macro, face e contraface doprocesso social que envolve a participação da mulher noesporte só poderão ser entendidas assim, de forma relacional,considerando as tensões entre indivíduos e gruposinterdependentes.

A partir destas colocações, buscamos localizar, no cen-tro deste estudo, a situação peculiar da mulher atleta comdeficiência, no sentido de explicitar esse recente fenômenosocial no qual as mulheres estão envolvidas.

Recomendações dos OrganismosInternacionais e Referências

à Mulher com Deficiência

A atenção dada a essas recomendações e princípios poressas organizações é de fundamental importância, na medi-da em que têm sido debatidas internacionalmente, com vis-tas ao seu conhecimento e cumprimento pelos diversos ór-gãos que coordenam e administram o esporte mundial naperspectiva da participação da mulher. Neste trecho, procu-ramos destacar nos princípios e recomendações arroladosna seqüência cronológica apenas os enunciados que têmconexão ou que de alguma maneira se reportam às mulheresportadoras de deficiência.

Os princípios da Declaração de Brighton – 1994

Dentre os princípios já comentados anteriormente, des-taca-se o que trata do equilíbrio e igualdade na sociedade eno esporte:

a) todos os esforços devem ser feitos pelas máquinasestatais e governamentais para garantir que as instituiçõese organizações responsáveis pelo esporte concordem comas cláusulas de igualdade da Carta das Nações Unidas, daDeclaração Universal dos Direitos Humanos e da Conven-

ção das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as for-mas de discriminação contra as mulheres;

b) iguais oportunidades de participação eenvolvimento no esporte com o propósito de lazer erecreação, promoção de saúde ou alto nível, é o direito detodas as mulheres, sem distinção de raça, cor, língua, religião,credo, orientação sexual, idade, estado civil, portadora denecessidades especiais, afinidades políticas ou partidárias,nacionalidade ou origem social (Kluka; Melling; Scoretz,2000).Conferência mundial do Comitê Olímpico Internacional so-bre mulheres e esporte – 1996

Um evento marcante na história das mulheres no esporteaconteceu em outubro de 1996, quando o COI deu as boas-vindas para cerca de 220 participantes, de mais de 96 países,para a sua primeira conferência sobre a mulher e o esporte.Os líderes mundiais, representando o comércio, educação,governo e esporte, dirigiram-se até a sede do COI, emLausanne (Suíça), para definir os tópicos referentes às mu-lheres e ao esporte (Kluka; Melling; Scoretz, 2000).

Os três dias de conferência abordaram os cinco temasseguintes:

1. mulheres e o movimento olímpico;2. o papel das mulheres na administração e orientação

técnica;3. cultura e mulheres esportivas: ficou claro que a cul-

tura desempenha diferentes papéis em cada um desses paí-ses, mas que a igualdade de gênero é um problema mundial;

4. educação das mulheres e saúde por meio do esportee da atividade física;

5. apoio governamental e não governamental das mu-lheres esportistas.

Reconhecendo que o ideal olímpico não pode ser com-pletamente realizado sem que—e até que—haja igualdadepara as mulheres dentro do Movimento Olímpico, é neces-sário:! chamar a atenção do Comitê Olímpico Internacional,

federações internacionais e comitês olímpicos nacionais paraque levem em conta as questões de igualdade de gênero emtodas as suas políticas, programas e procedimentos e quereconheçam as necessidades especiais das mulheres, demodo que elas possam tomar parte no esporte completa eativamente;! recomendar que sejam dadas iguais oportunidades

para avanços pessoais e profissionais para todas as mulhe-res envolvidas no esporte, seja como atletas, técnicas ouadministradoras. E, ainda, que as Federações Internacionaise Comitês Olímpicos Nacionais criem comissões especiaisou grupos de trabalho compostos de, pelo menos, 10% demulheres para idealizar e implementar um plano de ação vol-tado à promoção das mulheres no esporte.

E, especificamente em relação às mulheres portadorasde deficiência, chamar a atenção das federações esportivasnacionais e internacionais para facilitar e promover o espor-te para mulheres portadoras de deficiência, tendo em vistaque estas encaram um duplo desafio no mundo do esporte.

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R. E. Cidade

II Conferência Mundial sobre a Mulher e o Esporte – 1998Quatro anos depois de Brighton, 400 delegados de 74 paí-ses participaram da “II Conferência Mundial sobre a Mulhere o Esporte,” realizada em Windhoek, Namíbia, de 19 a 22 demaio de 1998. Nesse evento, os participantes lançaram a“Carta de Windhoek,” a fim de incrementar as oportunida-des da participação de meninas e mulheres na prática deatividades físicas. Os conferencistas reconheceram e afir-maram a importância de maior cooperação e coordenaçãoentre os numerosos organismos responsáveis por questõesque dizem respeito à mulher. Além de reafirmar os princípiosda Declaração de Brighton, os delegados da conferênciaelencaram algumas ações para serem observadas; entre elas,destacamos a que mais diretamente atende às mulheres por-tadoras de deficiências: assegurar que as políticas e progra-mas ofereçam oportunidades a todas as jovens e mulheres,com pleno reconhecimento das diferenças e diversidade queas separam, incluindo fatores como etnia, capacidade, ida-de, religião, orientação sexual, idioma e cultura (IWG, 2002).

IV Conferência das Mulheres Européiase Esporte – 2000

A missão da rede de trabalho das Mulheres Européias eEsporte (MEE) é promover a igualdade de gênero na práticaesportiva. O principal objetivo do Grupo MEE é criar umacultura esportiva em que todos os meninos e meninas, ho-mens e mulheres tenham iguais oportunidades de participa-ção, tarefas e tomada de decisões. A atenção é focada nasatividades que dão suporte a lideranças femininas no espor-te.

A IV Conferência das Mulheres Européias e Esporte foiorganizada em Helsinki, Finlândia, de 07 a 10 de junho de2000. Duzentos e cinqüenta delegados de 47 países da Euro-pa e de outras partes do mundo estiveram presentes no even-to, que tinha como tema “Mulheres, esporte e cultura – comomudar a cultura esportiva.”

Um dos altos principais da conferência foi a apresenta-ção de tópicos voltados para a mulher com deficiência nacultura esportiva. A Dra. Gundrun Doll Tepper, da Alema-nha, fez uma palestra sobre “O movimento internacional dasmulheres e do esporte: estreitamento de conexões para asmulheres com deficiência”. O assunto das mulheres com de-ficiência foi também apresentado em diferentes sessões pa-ralelas e em painéis de discussão. A conferência formulourecomendações chamadas de “Espírito de Helsinki 2000” eque estão baseadas nos princípios da “Declaração deBrighton” e na “Carta de Windhoek” (Kolkka, 2000).

Dentre as recomendações formuladas especificamentepara atender às mulheres portadoras de deficiências, estão:! pessoas com deficiência e com necessidades espe-

ciais devem ter as mesmas oportunidades para participar deatividades físicas, tanto em diferentes esportes como emdiferentes níveis;! mulheres com deficiência e com necessidades es-

peciais devem ter iguais oportunidades na tomada de decisão

dos esportes, em todos os níveis;! por meio da cooperação entre pessoas com e sem

deficiência a tolerância é reforçada. Além do mais, o contatoentre diversos grupos é promovido;! para implementar essas recomendações, planos de

gênero igualitário devem ser desenvolvidos por esses orga-nismos e/ou solicitar a seus membros que façam isso. Essesplanos devem ser divididos pela rede de trabalho MEE.Constante monitoramento e avaliação do processo emdireção à igualdade de gênero devem ser procedidos erelatados.

Mulher e esporte: Sydney 2000

No dia 27 de outubro de 2000, o CPI promoveu uma reu-nião técnica com representantes dos países participantesdos Jogos Paraolímpicos para discutir a situação da atletaportadora de deficiência. As questões discutidas no encon-tro foram publicadas por Mushett (2000), dentre as quaisdestacamos:! a participação feminina nas Paraolimpíadas ainda é

baixa, chegando a apenas 25% em Sydney;! o desenvolvimento e a implementação sistemática

de políticas no sentido de igualar homens e mulherescomeçou a reverter o alarmante declínio da participaçãofeminina no esporte paraolímpico;! a igualdade entre homens e mulheres requer uma

ação coordenada e sistemática por meio do esporte, comitêsnacionais, regionais, gerência e comitê executivo do CPI,comitê de desenvolvimento do CPI e o apoio de toda a equipedo CPI.

Conferência Mundial sobre aMulher e o Esporte – 2002

Mais de 500 pessoas de 97 países assistiram às discus-sões acontecidas na “Conferência Mundial 2002 sobre aMulher e o Esporte,” entre os dias 16 e 19 de maio de 2002,em Montreal, Canadá. A conferência foi organizada pelo Gru-po de Trabalho Internacional sobre Mulher e Esporte e nelaos participantes compartilharam suas experiências em tornodo esporte e da atividade física como ação de desenvolvi-mento dos indivíduos, das comunidades e das nações. Tra-tou-se o tema no sentido de promover desenvolvimento,cooperação, liderança, entendimento internacional e a paz e,especialmente no que diz respeito à mulher, mencionou-se aimportância do esporte na promoção da auto-estima e confi-ança. Durante a conferência, falou-se sobre as maneiras decomo produzir uma mudança na cultura e nos sistemas es-portivos de tal forma que haja maior inclusão, confiança erespeito; e, ainda, examinaram-se diversos métodos para in-fluir sobre os governos, as organizações esportivas, meiosde comunicação e patrocinadores. Quanto à mulher porta-dora de deficiência, o CPI informou a situação e as iniciati-vas relativas à atividade física e ao esporte adaptado parameninas e mulheres portadoras de deficiência. Entre as ini-

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A Mulher e o Esporte Adaptado

ciativas, está a criação de um instrumento que permite aoCPI determinar o nível de participação de mulheres nos prin-cipais eventos internacionais e obter dados por país e pro-vas. Outras iniciativas promovidas pelo CPI e que têm dadoresultado são: maior atenção para as provas de risco paramulheres e atletas com comprometimentos graves; adiçãode provas viáveis para as mulheres; divisão eqüitativa devagas entre os distintos esportes e países; e ênfase em di-fundir as ações realizadas pelos Comitês Paraolímpicos Na-cionais quanto às questões relativas à mulher e o esporte(Reuter, 2002).

Quanto à mulher portadora de deficiência, consideramosque o avanço, tanto na Declaração de Brighton quanto naCarta de Windhoek ou nos informes, é observado quandoesses documentos recomendam, de forma abrangente, a eli-minação de todas as formas de discriminação, a adequaçãodos recursos físicos e o atendimento das necessidades es-pecíficas das mulheres envolvidas com o esporte. De certaforma, essas ações contemplam as mulheres com necessida-des especiais envolvidas no esporte.

De Brighton a Montreal, muitas têm sido as discussões eações e destacamos que, no conjunto das reflexões, há sem-pre a preocupação com as meninas e mulheres portadorasde deficiência. Destacamos que há ênfase em que as medi-das possam ajudá-las a superar dificuldades pessoais e so-ciais, desenvolvendo auto-estima e confiança em si mes-mas, assegurando igualdade de oportunidades no acesso aatividades físicas, competições, treinamentos e posições deliderança propiciando uma mudança na cultura e nos siste-mas esportivos.

Mulher e esporte: Atenas 2004

No dia 25 de setembro de 2004, o CPI promoveu sob acoordenação de Ann Cody uma reunião técnica com repre-sentantes dos países participantes dos Jogos Paraolímpicospara discutir a situação da atleta portadora de deficiência.

Das questões colocadas no encontro destacamos:! a participação feminina nas Paraolimpíadas passou

de 25% em Sydney para 30% em Atenas; houve a inclusãode duas modalidades para a disputa entre mulheres: judô evôlei sentado;! Nas Paraolimpiadas de inverno em Salt Lake City,

2002, 24% de participação feminina, superando os 21% dosJogos de Nagano, 1998;! Criação de um grupo de trabalho (rede) para mobili-

zar a comunidade paraolímpica em torno da temática com afinalidade de promover uma maior participação feminina emtodos os níveis do esporte paraolímpico.

Considerações Finais

Quanto à mulher portadora de deficiência, consideramos queo avanço, tanto na Declaração de Brighton quanto na Carta de

Windhoek ou nos informes, é observado quando esses docu-mentos recomendam, de forma abrangente, a eliminação de to-das as formas de discriminação, a adequação dos recursos físi-cos e o atendimento das necessidades específicas das mulhe-res envolvidas com o esporte. De certa forma, essas ações con-templam as mulheres com necessidades especiais envolvidasno esporte.

De Brighton a Atenas, muitas têm sido as discussões e açõese destacamos que, no conjunto das reflexões, há sempre a pre-ocupação com as meninas e mulheres portadoras de deficiên-cia. Destacamos que há ênfase em que as medidas possam ajudá-las a superar dificuldades pessoais e sociais, desenvolvendoauto-estima e confiança em si mesmas, assegurando igualdadede oportunidades no acesso a atividades físicas, competições,treinamentos e posições de liderança propiciando uma mudan-ça na cultura e nos sistemas esportivos.

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Nota da Autora

Ruth Eugênia Cidade é docente naUniversidade Federal do Paraná,Setor de Ciências Biológicas,Departamento de Educação Física

Endereço:Rua Araticum, 10 (Jardim das Amé-ricas)CEP 81560-030 Curitiba – PRE-mail: [email protected]

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, p. 47

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ConferencistaO Esporte para Deficientes no Brasil

Vital Severino NetoComitê Paraolímpico Brasileiro

O esporte para pessoas com deficiências, no seu início, ti-nha uma função muito mais terapêutica do que competitiva.Assim, foi trabalhado por doutor Ludwig Guttmann comoinstrumento de reabilitação física, emocional e social, apli-cado aos lesionados de guerra que aportavam ao hospitalde Stoke Mandeville na Inglaterra na fase final da segundagrande guerra. Com o passar do tempo, foi ficando claro queas pessoas com deficiências poderiam utilizar o esporte, nasua expressão mais adequada, competição. Os anos que seseguiram ao experimento de doutor Guttmann serviram paradifundir a prática do esporte entre as pessoas com deficiên-cias, por meio de competições nacionais, e internacionais.Bem mais recentemente, para ser mais preciso, nas três ulti-mas edições dos Jogos Paraolímpicos de Verão, aconteci-dos na década de 90, Barcelona, Atlanta e Sydney, o esportepara pessoas com deficiências deu passos vigorosos paraalcançar o altíssimo rendimento, condição que se concreti-zou nos Jogos de Atenas em 2004. Em todos os setores daorganização esportiva, experimentamos uma evolução sig-nificativa. Atenas comprovou para o mundo que háplasticidade e muita beleza nos espetáculos paraolímpicos.A televisão demonstrou em Atenas e vem demonstrandoaqui no Brasil , após Atenas, grande interesse nosespetáculos esportivos paraolímpicos. Vivemos a era doaltíssimo rendimento, da altíssima performance. Paratentarmos manter este status e buscar sempre a melhoria, écerto que precisamos de profissionais habilitados e maisque isto, competentes e interessados no esporte para

pessoas com deficiências, voltado para o alto rendimento.Estamos seguros de que para formarmos um grande atleta,necessário se faz formar um grande cidadão, um indivíduopleno e para isto, são indispensáveis todas as fases quepassam pela reabilitação física motora, emocional e social.Os profissionais de educação física, e especialidades afins,são de importância fundamental para alcançarmos todos osestágios desejados, para o progresso sempre crescente doesporte para pessoas com deficiências. Conclamo aosprofissionais e cientistas vinculados a Sobama que venhamsomar-se a nós nesta campanha, que fomentem em suasuniversidades e instituições de ensino, a importância daprática do esporte para este segmento ainda um tanto quantorelegado a um plano menos privilegiado.

Nota do Autor

Doutor Vital Severino Neto é presidente do ComitêParaolímpico Brasileiro – CPB

Endereço:Comitê Paraolímpico Brasileiro – CPBSBN Quadra 02 Bloco F, Edifício Via Capital, 14º AndarBrasília, DF 70040-020Fone: (61) 3031-3030Fax: (61) 3031-3023E-mail: [email protected] ou [email protected]

Revista da SOBAMA

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, p. 4848

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 49-94

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Resumos de Temas Livres

O processo de inclusão nas aulas deeducação física no ensino

fundamental da rede particular deensino da cidade de Jundiaí, SP

Campos, K.; Tumolo, R.; Ferragut, M. H. B.; Viola,L.; Oliveira, J. R.; Rodrigues, G. M.

Escola Superior de Educação Fisica, UNIMEP

A legislação brasileira assegura às pessoas com deficiênciao pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dosdireitos à educação. A literatura vem apontando que algunsalunos com níveis diferentes de deficiência aprendem maisem ambientes integrados e incluídos, pois são proporciona-das experiências interativas que têm reflexos diretos na aqui-sição de habilidades para o trabalho e para a vida em comu-nidade, contribuindo também para o aprendizado na atua-ção e interação. Com isso, seus pares e professores apren-dem como agir e interagir com eles, norteando respeito econvívio social. Assim, pode-se compreender a inclusãocomo a atitude de respeitar a diversidade entendendo e re-conhecendo o outro. Já nos aspectos educacionais, acres-centamos procedimentos adaptativos e diretivos que po-dem potencializar e maximizar as potencialidades dessaspessoas amenizando as desigualdades do meio escolar. Combase nessas considerações, o objetivo dessa pesquisa foianalisar o processo de inclusão nas aulas de educação físi-ca no ensino fundamental da rede particular de Jundiaí. Fo-ram pesquisadas 11 escolas particulares que atendem pes-soas com necessidades especiais, das quais 11 professoresresponderam a um questionário com perguntas abertas. Uti-lizamos a metodologia análise do discurso coletivo para aanálise dos dados coletados. Os resultados apontaram queo sentido de inclusão congrega a aceitação conceitual queimplica em mudança educacional com reconhecimento e res-peito dos limites de cada um, assegurado pela legislação.Mas as percepções dos pesquisados quanto aos alunos comnecessidades especiais são de atenção, carinho, amor, re-ceio, ética e compromisso com a escola. Nota-se que a boavontade dos professores facilita a inclusão, mas a falta deinfra-estrutura, materiais adequados e preconceito, atrapa-lham o processo. As percepções dos pesquisados quantoao processo revela uma relação marcada pela sobrecargaimposta por uma dificuldade de aceitação somada a nãoespecificidade pedagógica, o que evidencia uma compaixãoàs pessoas com necessidades especiais. Nesse sentido, vê-se uma relação pedagógica impregnada pela angústia de umadecisão imposta sem a noção da amplitude de uma relaçãohistórica e pedagogicamente enfraquecida pelos ranços tra-dicionais escolares.

A percepção sobre o processoinclusivo no esporte de atletas

deficientes visuais participantesdos Jogos Regionais do

Estado de São Paulo

Alves, M.L.T.; Duarte, E.; Caldeira, N.A.O.; Rocha,L.G.F; Matsui, R.; Miranda, T.J.

UNICAMP-Faculdade de Educação Física

A inclusão tem como objetivo construir uma sociedade ca-paz de promover a participação social concreta de seus indi-víduos. A inclusão valoriza a diversidade presente entre aspessoas, assumindo esta como um fator enriquecedor doconvívio social. O processo inclusivo reconhece as neces-sidades individuais, e tem como objetivo principal fornecercondições para que seus indivíduos atinjam um convívio emcomunidade concreto. Suas ações estão presentes em to-dos os aspectos da vida do indivíduo, como no campo edu-cacional, laboral, esportivo, recreativo, social, entre outros.Nesse contexto, a inclusão do deficiente visual torna-se fun-damental. A deficiência visual acarreta para o indivíduo umagrande perda de informações que conseqüentemente redu-zem sua oportunidade de interação com o meio e com aspessoas que o rodeiam. O objetivo de nosso estudo foi ava-liar a percepção sobre o processo inclusivo no esporte deatletas deficientes visuais, servindo como subsídio para osprofissionais de educação física que atuam com essa popu-lação, bem como para o direcionamento de atitudes com fi-nalidade de melhoria do processo inclusivo no esporte. Paratanto realizamos entrevistas nos atletas participantes dasprovas de natação dos jogos regionais do estado de SãoPaulo realizados durante o mês de julho de 2005 em 8 regiõesesportivas. Como resultado observamos que grande partedos atletas apresentam uma visão positiva sobre o proces-so inclusivo, indicando as condições fornecidas para a par-ticipação, bem como a ausência de atitudes preconceituosascomo responsáveis por tal percepção. Entretanto, a ausên-cia de estrutura adequada em todos os locais de provas e oreduzido número das mesmas são encarados como obstácu-los importantes para a sua inclusão no esporte. Concluímosque o processo de inclusão de atletas deficientes visuaisnos jogos regionais, apesar promover a participação dosmesmos, ainda necessita de algumas modificações para suareal concretização.

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 49-94

Resumos Temas Livres

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Perfil psicológico de atletas comdeficiências físicas participantes do

Campeonato Brasileiro deNatação no ano de 2004

Anjos, D. R.1; Samulski, D.M.2

Universidade Presidente Antônio Carlos1; UniversidadeFederal de Minas Gerais2

As investigações sobre as manifestações do estresse emcompetições têm sido bastante exploradas, visando semprea melhor compreensão sobre este fenômeno que exerce in-fluências no rendimento dos atletas, de diferentes níveiscompetitivos. Uma clientela, que na última década, começa areceber atenção na área da Psicologia do Esporte são osatletas com deficiências. O objetivo do presente estudo édescrever e analisar o perfil psicológico dos atletas partici-pantes do Campeonato Brasileiro de Natação, promovidopela Associação Brasileira de Desportos em Cadeiras deRodas -ABRADECAR, ocorrido em novembro de 2004, nacidade de Salvador, BA. Foram entrevistados 55 atletas, osquais deveriam ter participado de pelo menos um eventonacional da modalidade de natação, para fazerem parte dapesquisa. Um questionário contendo dados demográficos,da deficiência, da carreira esportiva e também questões rela-cionadas à Psicologia do Esporte, foi aplicado durante arealização do evento. Dentre os atletas estudados 41 eramdo gênero masculino e 14 do gênero feminino. Como princi-pais causas das deficiências destacam-se as adquiridas, sen-do os acidentes automobilísticos e as lesões com armas defogo relatados com maior freqüência, levando a maioria dosatletas a apresentarem uma paraplegia ou a amputação demembros. A maioria dos atletas tem o segundo grau comple-to e estes relataram que quem mais os motivaram a participardo esporte foram os amigos, seguidos da família. As princi-pais metas a serem alçadas através do esporte estão direta-mente ligadas à participação em uma Paraolimpíada. Dentreos motivos/fatores que influenciam mais negativamente norendimento dos mesmos estão: Conflitos /atritos com trei-nador; Instalações de competições inadequadas e Falta decumprimento do calendário esportivo pelas AssociaçõesNacionais. Como influenciadores positivos destacam-se: Terbom convívio com companheiros na competição; Contar comapoio familiar e Ter alcançado bons resultados em competi-ções anteriores. Como conclusões deste estudo pode-sedizer que a Psicologia do Esporte é um campo que começa ase destacar na área dos Esportes Adaptados e que tem con-tribuído para perceber quais são os principais fatores quepodem influenciar positivamente ou negativamente no ren-dimento esportivo das Pessoas com Deficiências e aindatraçar o perfil psicológico de um grupo de atletas nadadoresbastante relevante no cenário esportivo nacional e interna-cional.

Elaboração e validação de uminstrumento para percepção de

fatores influenciadores no rendimentode atletas com deficiência física

Anjos, D.R; Samulski, D.M.

Universidade Federal de Minas Gerais

O esporte para Pessoas com Deficiência (PCD), nas duasúltimas décadas, abandonou o caráter estritamente de lazere reabilitação, passando a buscar também o alto rendimento.Muitos atletas deixaram para trás o amadorismo e começa-ram a investir na carreira esportiva profissional. Hoje, a rea-lidade do Esporte Adaptado no Brasil, tem possibilitadoconquistas importantes no cenário esportivo internacional,levando nossos atletas a serem pessoas mais respeitadasem diferentes aspectos. Através deste processo deprofissionalização dos Esportes Adaptados certamente ofenômeno estresse passou a ser mais vivenciado pelos atle-tas com Deficiências Físicas (DF). Com o intuito de oferecersubsídios científicos para esta área de atuação e de contri-buir com este processo, o presente estudo aborda questõessobre o estresse e atletas com DF e teve como objetivo ela-borar e validar um instrumento para percepção dos fatoresinfluenciadores no rendimento da referida população. O ins-trumento desenvolvido foi denominado de Teste de EstressePsíquico para Atletas com DF (TEP–DF) e é composto por57 itens. Os itens do questionário foram distribuídos, atra-vés da análise de 14 “Experts” da Psicologia do Esporte, emduas dimensões: a Psicobiológica e a Socioambiental. Osíndices de alfa =0,86 e nas dimensões Psicobiológica eSocioambiental?Cronbach foram, no geral =0,80, respecti-vamente. Os resultados obtidos com o processo?=0,72 e ?dede validação são considerados satisfatórios, de acordo comKELLMANN e KALLUS (2001); PASQUALI (1999, 2003) eindicam validação do TEP-DF. A dimensão Socioambientalteve média de influência mais negativa, quando comparadaà dimensão Psicobiológica (p<0,004). O percentual de influ-ência positiva, em ambas as dimensões, foi bastante seme-lhante sendo de (29,7%) para Psicobiológica e de (28,8%)para a Socioambiental. Com estes resultados de validaçãodos itens do questionário, conclui-se que este instrumentopode ser aplicado a atletas com DF.

A importância da atividade físicadiária na melhoria da qualidade de

vida de crianças e jovens comsíndrome de Down

Antunes, N.; Marques, A. C.; Hax, G.; Martins, L.;Moura, J. B.; Cardoso, L. C.

UFPel

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Nos dias de hoje não se discute mais a imensa utilidade daatividade física, no contexto global da educação de pessoascom Síndrome de Down (SD), seja através das atividadeslúdicas, desportivas ou ainda na realização das atividadesdiárias. O objetivo deste estudo foi descrever e relacionaros benefícios da atividade física diária na melhoria da quali-dade de vida, de crianças portadoras de Síndrome de Down.Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva decorte transversal. Fizeram parte da amostra, 38 crianças comSD do sexo masculino e feminino com idades entre 7 e 15anos participantes do Projeto Carinho da ESEF/UFPel. O ins-trumento utilizado na coleta de dados foi um questionárioque caracterizou aspectos como: nível educacional, doen-ças associadas, hábitos do cotidiano, atividades da vidadiária, atividades físicas e de lazer e hábitos alimentares. Oinstrumento foi respondido pelos pais das crianças. Obser-vou-se que todas ass crianças freqüentam a escola, e destas42% estão em escolas regulares; 62% apresentaram algumtipo de doença associada a SD; 78% desenvolvem tarefasda vida diária independentemente (vestir-se, comer, banhar-se.....); todas participam de atividades físicas regulares pelomenos duas vezes na semana, além da educação física naescola; 65% preferem atividades passivas no momento delazer. Verificou-se que, com a continuidade do programa deatividade física houve uma melhora no desenvolvimento dasatividades de vida diária. Se quisermos que a criança comSD tenha uma vida ativa, com a participação que sua capaci-dade lhe permita, é importante estimula-la no meio em quevive, pois a intervenção se mantém em razão de vários as-pectos, porém, sempre na perspectiva da necessidade dapessoa com SD e o ambiente a sua volta.

A água como meio facilitador noestímulo da psicomotricidade e do

autoconceito em criançascom paralisia cerebral:

estudos preliminares

Arroyo, C. T.; Oliveira, S. R.G. de

Instituição: Faculdades Integradas FAFIBE - ; FAFIBE -Bebedouro/FEUC

A Paralisia Cerebral (PC) é uma seqüela de agressãoencefálica que ocorre na infância, afetando o tono, a postu-ra e o movimento. A disfunção motora dessas crianças e adiscriminação social, pode levá-las ao isolamento e a forma-ção de um autoconceito negativo. Este estudo tem comoobjetivo investigar a influência de atividades aquáticas nopadrão psicomotor e no autoconceito de crianças PCs. Paraa avaliação do autoconceito e com base em estudos de tes-tes padronizados, elaborou-se uma entrevista sobre o dese-nho da figura humana. Para verificar a eficiência do instru-mento, aplicou-se o teste em um jovem de 16 anos, portadorde PC atetóide-espastica-tetraparésica (S1), em outro com

16 anos, sem deficiências (S2); e uma menina de 14 anosparaplégica, com espinha bífida e deficiência mental acentu-ada (S3). Individualmente, entregou-se uma folha em brancoe um lápis, pedindo-se à criança que desenhasse uma pes-soa de corpo inteiro. Em seguida, de forma lúdica, foi simu-lada uma entrevista, onde o pesquisador era o repórter, acriança o entrevistado e a figura a personagem sobre o qualseriam feitas as perguntas. O material coletado foi entregueà duas Psicólogas separadamente. Elas interpretaram o de-senho e as respostas da entrevista, dando um parecer pro-vável do estado psicológico de cada sujeito. Ambas nãoconheciam as crianças, o que foi proposital para que nãofossem sugestionadas, verificando se as característicasprojetadas seriam compatíveis com a realidade das crianças.Os resultados da interpretação das duas profissionais, fo-ram concordantes em relação aos aspectos psicológicos eemocionais. As características extremamente distintas dosparticipantes, também se mostraram um fator positivo a fa-vor do instrumento, pois para todos eles o teste foi de fácilaplicação, retratando muitas características particulares, queas Psicólogas não tinham como saber. O teste de (QI), apli-cado por uma das Psicólogas, não foi compatível com a rea-lidade no caso (S2), o que pode estar refletindo a displicên-cia e infantilidade provocativa do adolescente, durante aaplicação. Assim, a entrevista sobre o desenho da figurahumana, poderá ser um instrumento válido, com possibili-dades de ser utilizado como uma das ferramentas para sealcançar os objetivos deste estudo.

Análise da mobilidade funcional deindivíduos com paralisia cerebralespástica de acordo com a idade

Ayres, T.G.1; Kleiner, A.F. R.1; Saraiva, P. M.1;Gobbi, L.T.B.1; Pietrobon, R.S.2

LEPLO/IB/UNESP/Rio Claro-Brasil1; CESO/MedicalCenter/DUKE University2

INTRODUÇÃO: a espasticidade é um dos distúrbios moto-res mais freqüentes e incapacitantes observados em indiví-duos com lesão no SNC e apresenta grande incidência emindivíduos com paralisia cerebral (PC). Crianças com PCespástica (PCE) apresentam aquisição tardia ou não aquisi-ção do andar e muitas necessitam de equipamentos que au-xiliam na mobilidade. OBJETIVO: analisar a MF de criançasportadoras de PCE de acordo com a idade cronológica pormeio da escala de Mobilidade Funcional (EMF) propostapor GRAHAM et al. (2004). MÉTODOS: 35 crianças com PCEforam divididas em 2 grupos: G1com 19 crianças entre 4-9anos e G2 com 16 crianças entre 10-16anos. Utilizando aEMF, as crianças foram convidadas a percorrer 3 distâncias:5m, 50m e 500m, em um trajeto previamente demarcado. AMF de cada participante foi classificada como: 1 (utiliza ca-deira de rodas, cadeira motorizada ou carrinho); 2 (utilizaandador em K ou outro tipo de andador); 3 (utiliza duas

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muletas); 4 (utiliza uma muleta ou duas bengalas); 5 (semacessório mas com apoio); e 6 (independente em todas assuperfícies). RESULTADOS: Todas as crianças realizaram atarefa de 5m, sendo que 52,6% das crianças de G1 estavamno nível 6 e 26,3% no nível 5; para as crianças do G2 apenas37,5% estavam no nível 6 e 25% no nível 5. Para os 50m, 31crianças completaram o percurso, sendo que 42,1% das cri-anças do G1 e 31,25% das crianças do G2 foram classifica-das no nível 6 e 21% e 31,25%, respectivamente de G1 e G2,no nível 5. Para a distância mais longa, 500m, apenas 22crianças conseguiram completar o percurso. No G1, 31,58%das crianças foram classificadas no nível 6 e 10,52% no ní-vel 5; enquanto que 18,75% das crianças do G2 estavamnível 6 e 31,25% no nível 5. CONCLUSÃO: Os resultadospermitem concluir que: à medida que a distância a ser per-corrida aumenta, o número de crianças que conseguem per-correr o percurso diminui; as crianças mais jovens apresen-taram as maiores porcentagens no nível 6, caracterizado pelalocomoção independente em qualquer tipo de superfície, emtodas as distâncias.

Características cinemáticas do andarde idosos em piscina rasa

Barela, A.M.F.; Duarte, M.

Laboratorio de Biofisica, EEFE - USP

Introdução: O andar em piscina rasa tem sido uma formaalternativa para treinamento, reabilitação e prática de ativi-dade física entre diferentes faixas etárias. No entanto, infor-mações biomecânicas, tais como características cinemáticasde indivíduos idosos andando na água são limitadas. Obje-tivos: No presente estudo, variáveis espaço-temporais dapassada, ângulos articulares do tornozelo, joelho e quadrilnas fases de contato inicial e de balanço inicial e amplitudede movimento dessas articulações foram analisados em in-divíduos idosos andando na água e fora da água e compara-dos com indivíduos adultos andando nas mesmas condi-ções. Métodos: Dez idosos e dez adultos, com idade entre60 e 77 anos e 21 e 38 anos, respectivamente, e todos sadiosforam filmados andando com velocidade auto-selecionada econfortável fora da água e em seguida imersos na água (ní-vel do processo Xifóide do esterno). Para registro dos da-dos cinemáticos, marcadores passivos foram afixados noquinto metatarso, maléolo lateral, epicôndilo lateral, trocantermaior e na porção lateral do tronco. Resultados: A maioriadas variáveis espaço-temporais da passada foi diferenteentre as condições e entre os grupos. Porém, enquanto quea velocidade entre os idosos e os adultos foi diferente paraandar fora da água, os dois grupos apresentaram a mesmavelocidade para andar na água. Os ângulos articulares in-vestigados variaram conforme a condição e/ou grupo e ape-nas a amplitude de movimento articular do joelho foi menorna água do que fora da água. Conclusão: O andar na águafoi diferente do andar fora da água em muitos aspectos devi-

do às propriedades físicas da água, principalmente devido àforça de arrasto e à força empuxo. Provavelmente, os idososapresentaram a mesma velocidade que os adultos para an-dar na água em decorrência da postura adotada para os seg-mentos perna e coxa, uma vez que esses segmentos estavammais inclinados nos idosos do que nos adultos. Com isso,uma área frontal menor se movimentou contra a força dearrasto.

Expectativas e concepções dosacadêmicos sobre a prática da

ginástica olímpica e do handebol poralunos que apresentam deficiênciamental: Relato de uma experiência

Baruki, V.L.; Nunez, P.R.; Sá, S.A.; Rodrigues, A.S.

UNIDERP

Este projeto nasceu da necessidade de junto com os acadê-micos do Curso de Educação Física da UNIDERP, na disci-plina de educação física adaptada, refletir questões acercada inclusão da criança portadora de necessidades especiaisatravés de práticas esportivas, indagando e formulando pro-postas, que acreditamos contribuir no repensar da formaçãoacadêmica e nas práticas desenvolvidas em instituições es-colares com estas crianças, principalmente, nas questõesque perpassam sobre as impossibilidades. A idéia de queuma limitação física ou sensorial prejudica e impede a parti-cipação em atividades esportivas, permanece ainda no pen-samento acadêmico que tem o esporte relacionado a altorendimento e ao seu lema “ganhar a qualquer preço”. Nestecaso, as proezas e demonstrações esportivas, pertencem àspessoas que a sociedade traça com perfil de normalidade.Este projeto tem como objetivo produzir e proporcionar no-vos conhecimentos, e colocar os acadêmicos em contatocom diferentes formas de pensar e agir, a fim de oferecer-lhes suporte para as diversidades que certamente depararãona profissão. Fase inicial do Projeto de Extensão Antes deiniciar o Projeto, foi estabelecido que trabalhassem com alu-nos da Escola Clínica “Raio de Sol” da Sociedade Pestalozzide Campo Grande. Os trinta e cinco alunos foram seleciona-dos pela escola considerando a anamnese e diagnósticoneurológico que os classificavam como deficientes mentais.Foi selecionada uma equipe de acadêmicos para trabalhardiretamente com os alunos do handebol e da ginástica olím-pica. A equipe teria que ser composta por acadêmicos queestavam cursando ou já havia passado pelas disciplinas dasreferidas modalidades. Não foi fácil conseguir adesões, umavez que os acadêmicos se mostraram curiosos, porém teme-rosos em ter algum tipo de contato com deficientes. Conse-guimos um número reduzido de acadêmicos que se engajouno Projeto. Algumas conclusões: a aprendizagem ocorrequando os conteúdos ministrados em uma disciplina se apro-ximam de alguma forma, da realidade vivida pelo acadêmico;

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Esta realidade pode ser captada a partir de situações-pro-blema e práticas desenvolvidas; O confronto entre teoria eprática oportuniza a criação de novas metodologias de tra-balho.

A identificação de desvios posturaisem mulheres mastectomizadas. Um

estudo de caso junto aRede Feminina de Combate ao

Câncer de Joinville, SC

Bento, N. A; Carvalho, M.A; Silva, N.Q.F;Ribeiro, S.M.

Associação Catarinense de Ensino, ACE

Há décadas que o tratamento cirúrgico de câncer de mama ébaseado na retirada do tumor e no esvaziamento axilar. Aretirada do tumor pode exigir uma mastectomia radical, am-putação completa da mama, e de alguns músculos contí-guos à mama. O câncer de mama é o mais incidente na mu-lher brasileira. Na última década tem-se presenciado um in-teresse, por parte dos profissionais da área da saúde, sobreas seqüelas provocadas por este tipo de procedimento. Opresente estudo, desenvolvidos por acadêmicos do Cursode Fisioterapia da ACE-Joinville(SC), objetivou investigarjunto às mulheres que participam do programa de atendi-mento à mulher mastectomizada da Rede Feminina de Com-bate ao Câncer – Joinville –SC, a presença de desviosposturais, tendo como hipótese de que estes, quando iden-tificados poderiam estar relacionados a mastectomia radical.A população foi constituída por 63 mulheres e destas foramselecionadas para a amostra apenas aquelas que haviam sidosubmetidas a cirurgia de retirada total da mama num períodosuperior ou igual a dois anos, resultando num total de 12mulheres. Foi utilizado como instrumento de avaliaçãopostural o simetrógrafo, além de uma anamnese contendodados pessoais e histórico cirúrgico. Os dados foram colhi-dos durante três sessões. A idade da amostra variou entre28 e 79 anos, e o tempo de cirurgia oscilou entre 02 e 12anos. Das mulheres envolvidas na amostra apenas 01 reali-zou reconstituição da mama. Os dados referentes a avalia-ção postural demonstraram que 100% da amostra apresenta-va desvios posturais, como rotação e assimetria dos om-bros, rotação do tronco, atitudes escolióticas, hiperlordose,cabeça lateralizada e inclinada anteriormente. Em todas daamostra havia uma relação direta entre o lado da mastectomiacom o lado em que estes comprometimentos se encontra-vam. Diante do exposto considera-se válido, além de outrosestudos voltados a esta temática, a presença de um grupomultidisciplinar de profissionais no atendimento, tanto précomo pós-cirúrgico em mulheres mastectomizadas, atuandotanto na prevenção quanto na reabilitação funcional, e con-seqüentemente uma melhor qualidade de vida.

Análise do perfil de atletas debasquete sobre rodas participantes da

I Etapa do CampeonatoRegional Paranaense

Bôas, M.S.V.; Bastian, T.V.; Matsuo, A.R.; Nasci-mento Jr., J.R.A.; Quinhoneiro Jr., M.

UEM- Depto. de Educação Física

A pratica do basquete sobre rodas no estado do Paraná épouco difundida. Raras são as equipes e não se têm noticiaisda realização de nenhum torneio e competição desta nature-za. Sabe-se que para se montar uma equipe composta porpessoas com necessidades especiais é necessário a orienta-ção de profissionais especializados bem como a utilizaçãode cadeiras esportivas especiais, o que encarece e dificultaainda mais a massificação desta modalidade. Com intuito demotivar os praticantes deste desporto, foi organizado nesteano de 2005 o I Campeonato Regional Paranaense de bas-quete adaptado, pelos representantes das cidades deMaringá, Umuarama, Foz do Iguaçu e Cascavel. O presenteestudo buscou investigar o perfil destes praticantes inte-grantes das equipes da I Etapa do Campeonato RegionalParanaense de Basquete Sobre Rodas. Participaram da pes-quisa trinta e seis atletas das equipes de Maringá, Umuarama,Foz do Iguaçu e Cascavel. Os resultados mostraram que 38%dos praticantes apresentam a deficiência poliomielite, 82%praticam a mais de 2 anos, que entre os motivos de impor-tância que o esporte adaptado proporciona aos atletas é de27%. Os pesquisados informaram também que o esportepossibilitou melhoras em relação a auto estima, responsabi-lidade, companheirismo e cooperação. Com relação as modi-ficações comportamentais no âmbito familiar constatou-seque o dialogo e a tolerância obtiveram 53% das respostas.

Formação de professores e inclusão:Produção científica nos periódicos de

educação especial – 1994 a 2004

Borges, L.J.; Caporossi, I.V.;Nascimento, P.V.; Sousa, S.B.

Faculdade de Educação Física, UFU

O presente estudo tem como temática central a formação deprofessores e inclusão de educandos com necessidadeseducacionais especiais. O tema inclusão é um assunto degrande foco mundial e destaque na mídia, nos motivandoassim, verificar a produção científica referente à formaçãode profissionais da área de educação/educação física volta-dos para esta questão. O objetivo deste estudo foi identifi-car e analisar a produção científica sobre formação de pro-fessores voltada para inclusão nos periódicos de EducaçãoEspecial, Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE) e

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Revista Cadernos de Educação Especial (RCEE), no períodode 1994 a 2004. A pesquisa é do tipo bibliográfica, de caráteranalítico-crítico. A população foi composta por 148 textospublicados na RCEE e 107 da RBEE. A amostra foi compostapor 6 trabalhos da RCCE e 2 da RBEE, que versavam sobre anossa temática. A coleta de dados foi feita por meio de le-vantamento bibliográfico. Utilizamos uma ficha como ins-trumento de coleta de dados. A análise foi do tipo qualitati-vo-quantitativo. Resultados encontrados na RCEE: do totalde textos 3 versaram sobre formação de professores e 3 so-bre formação de professores/inclusão; as áreas abordadasforam (1 Pedagogia Empresarial, 1 Química, 1 Informática, 2Educação Física, 1 Área Geral); problemas priorizados: (50%educação inclusiva, 33% saberes e práticas, 17% prepara-ção do pedagogo); objetivos (50% analisar a prática peda-gógica, 33% verificar a preparação do professor, 17% contri-buições da informática na educação inclusiva). Já na RBEE:2 textos versaram sobre formação de professores/inclusão;as áreas abordadas foram (1 Educação Física e 1 Geral );problemas priorizados: (50% capacitação pedagógica e 50%política públicas); objetivos: (50% elaborar um programa decapacitação para professores de Educação Física e 50% ana-lisar a formação de professor). Pode-se inferir que no augedas discussões sobre a inclusão, a temática formação deprofessores não foi priorizada, mostrando no nosso enten-dimento um descaso por parte dos estudiosos. Por ser osperiódicos, um veículo de divulgação rápido e confiável, aformação de professores deveria ser mais discutido e estu-dado, pois acreditamos que esta é uma ação imprescindívelpara que o processo de inclusão se efetive.

Avaliação da aptidão física ecapacidade funcional de idosas

praticantes de ginástica doProjeto AFRID

Borges, L.J.; Martins, J.L.A.; Coelho, F.G.M.;Arantes, L.M.; Martins, M.A.; Leite, G.F.

Faculdade de Educação Física, UFU

A avaliação dos componentes da aptidão física e capacida-de funcional é determinante dos efeitos do envelhecimentono desempenho físico, bem como na avaliação de progra-mas de atividade física. O objetivo deste estudo foi avaliar aaptidão física e capacidade funcional em mulheres com maisde 50 anos, praticantes de ginástica. A população estudadafoi as praticantes de ginástica do Projeto AFRID. A amostrafoi composta de 12 mulheres com idade média de 65 anos,sendo que 12 participaram dos três primeiros testes e 9 par-ticiparam dos demais. Os instrumentos utilizados foram oitotestes de aptidão física protocolados por Rikli & Jones (1999),CELAFISCS e William & Greene (1990), bem como Ficha deavaliação da capacidade funcional Rikli & Jones (1999). Osresultados serão apresentados pela média e desvio padrão,respectivamente, de acordo com a idade. Velocidade Máxi-

ma de Andar 50 -59 anos (2,2x; 0,15s); 60- 69 anos (2,4x;0,16s); 70-79 anos (2,6x; 0,18s). Velocidade Normal de Andar50 -59 anos (3x; 0,12s); 60- 69 anos (3,2x; 0,39s); 70-79 anos(3,6x; 0,49s). Velocidade de levantar da cadeira 50 -59 anos(0,6x; 0,13s); 60- 69 anos (0,6x; 0,14s); 70-79 anos (0,6x; 0,15s).Flexão de cotovelo 60-64 anos (24,3x;6,02s); 65 -69 anos(24x;1,41s); 70 -74 anos (21x; 0s); 75 -79 anos (19,5x; 3,53s).Flexibilidade do ombro: 60-64 anos (-1x;10,81s); 65 -69 anos(-4,7x;10,9s); 70 -74 anos (-7x;7,07); 75 -79 anos (3x; 1,41s).Sentar e alcançar 60-64 anos (5,3x;11,93s); 65 -69 anos(6x;9,89s); 70 -74 anos (2,7x; 3,88s); 75 -79 anos (4x; 4,24s).Velocidade para se levantar da posição sentada 60-64 anos(2,2x;0,35s); 65 -69 anos (2,9x;0,35s); 70 -74 anos (3,2x; 0,14s);75 -79 anos (2,5x; 0,10s). Velocidade para se levantar da po-sição deitada 60-64 anos (2,4x;1,75s); 65 -69 anos (4,2x;0,61s);70 -74 anos (4,3x; 0,77); 75 -79 anos (2,9x; 0,09s). Estes resul-tados apresentaram valores iguais e/ou melhores, quandocomparados com os valores padrões de referência, excetono teste de Velocidade Normal de Andar. No questionáriode auto-avaliação pode-se verificar que 89,5 % apresentamnível funcional “avançado”. Pode-se afirmar que o Programade Ginástica tem conseguido melhorar a aptidão física e ca-pacidade funcional desta população estudada.

Desempenho motor de jovens comsíndrome de Down

Branco, S.B.; Diehl, R.M.

Universidade Luterana, Ulbra

O objetivo deste estudo foi analisar o Índice de Massa Cor-poral (IMC), a flexibilidade e a força/resistência de 17 jovenscom síndrome de Down, de ambos os sexos, na faixa etáriade 20 a 26 anos. Os sujeitos do nosso estudo freqüentamprogramas esportivos duas vezes por semana. Os testes fo-ram baseados nas orientações dadas pelo Projeto EsporteBrasil (PROESP-BR, GAYA et al. 2002) e aconteceram no mêsde maio de 2005. Após a análise dos dados foi possível iden-tificar que em relação ao IMC o grupo feminino ficou com30% dentro da faixa do risco baixo, 50% dentro da zona ideale 20% dentro da zona de risco elevado; no grupo masculino57% ficaram na zona ideal e 43% ficaram dentro da zona derisco elevado. Na variável flexibilidade o grupo feminino fi-cou 40% dentro da média, 30% acima da média e 30% nafaixa excelente. O grupo masculino na variável flexibilidadeficou com 43% dentro da faixa ruim, 29% na média, 14% aci-ma da média e 14% na faixa excelente. Na aptidão força/resistência o grupo feminino ficou com 80% na classificaçãofraco e 20% na classificação abaixo da média, porém o grupomasculino ficou com 100% dos avaliados na classificaçãofraco. Com base nos resultados obtidos no IMC, se faz ne-cessário uma investigação mais profunda visando identifi-car se a obesidade oriunda de 29% dos avaliados é fruto doshábitos alimentares, de problemas fisiológicos ou mesmodo estilo de vida. Também é necessário realizar atividades

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que auxiliem o grupo masculino na melhora e manutenção desua flexibilidade, e que seja feito um trabalho específico comambos os grupos para que a força/resistência seja trabalha-da com maior ênfase, pois 88% dos avaliados ficaram com aclassificação fraco. Essas avaliações periódicas são essen-ciais pra determinar eventuais ajustes durante a execuçãodo planejamento anual no CEAMA, embora a freqüência dosalunos seja bastante irregular. GAYA, A. et al. Perfil do cres-cimento somático de crianças e adolescentes da região suldo Brasil. Revista Perfil: Dossiê Esporte Brasil, n.6. p.79-85,2002. Aptidão física relacionada a saúde um estudo pilotosobre o perfil de escolares de 7 a 17 anos da região sul doBrasil. Revista Perfil: Dossiê Esporte Brasil, n.6. pg 50-60,2002.

Implementação de programas deatividade física para mulheres comincontinência urinária de esforço

Caetano, A. S.; Tavares, M. C. G. C. F.;Lopes, M. H. B. M.

Universidade Estadual de Campinas

A incontinência urinária de esforço é definida pelaIntenational Continence Society como a queixa de perdainvoluntária de urina no esforço ou exercício, espirro ou tosse.Esses sintomas são mais comuns em mulheres. Essa ques-tão deve-se a razões anatômicas e conseqüências dos par-tos e gestações que favorecem o enfraquecimento e deslo-camento dos músculos do períneo. Associada ao descon-forto da incontinência urinária, as mulheres com estasintomatologia, freqüentemente sofrem com problemas emo-cionais como depressão, ansiedade, síndrome do pânicoentre outros. A vida social também fica prejudicada, pois seafastam dos amigos, das atividades em comunidade, deixamde freqüentar lugares públicos, festas e evitam realizar via-gens longas para evitar o constrangimento de perder urina.Além disso, observamos que a maioria dessas mulheres aban-donam atividades físicas, principalmente aquelas de impac-to como pular, correr, ginásticas aeróbicas, pois estas estãomais relacionadas com a perda de urina. Dessa forma, essapopulação fica privada dos benefícios inerentes à atividadefísica. Buscando reverter esta situação desenvolvemos umaproposta de atividades físicas para essa população que in-clua os exercícios de Kegel que são exercícios específicospara o fortalecimento da região do períneo. Implementamosessa proposta em cinco grupos de mulheres e constatamosque a adesão ao programa requer alguns cuidados especiaiscomo: evitar a discriminação do grupo formando sempre gru-pos heterogêneos com mulheres com e sem sintomas de in-continência urinária de esforço e inserção dos exercícios deKegel no contexto dos demais tendo cuidado de nãorelacioná-los diretamente a um tratamento, uma vez que aexclusão destes exercícios no contexto de uma ginástica glo-bal não se faz coerente, já que os músculos do períneo fazem

parte da atividade funcional de todas as mulheres e mere-cem a mesma atenção que os demais.

Handebol 4 em cadeira derodas - Handball four

Calegari, D.R.; Gorla, J.I.; Carminato, R.A.; Cândi-do, A. C.; Damaceno, L.; Feiden, R.

Universidade Paranaense, UNIPAR

O objetivo inicial deste estudo foi realizar uma pesquisaexploratória sobre o Handebol para Cadeirantes identifican-do se o mesmo está sendo praticado e quais as regras queestão sendo utilizadas para esta prática, estabelecendo osparâmetros iniciais para a inclusão da modalidade no Proje-to AMA – Atividades Motoras Adaptadas na UniversidadeParanaense – UNIPAR CAMPUS TOLEDO e a construçãode referencial teórico e técnico para implantação e desen-volvimento da modalidade no âmbito do MovimentoParaolímpico Nacional e Internacional. A partir das dificul-dades enfrentadas na implantação da modalidade naUNICAMP, tendo como referencial profissional a experiên-cia de cinco anos de execução do Projeto AMA os autorespropõe a implantação da modalidade de Handebol Adapta-do utilizando como fonte de adaptação as regras do Handebolde Areia para possibilitar a disputa com um número menorde participantes, reduzindo custos de investimento inicial,desenvolvimento e organização de competições. Os jogospodem ser realizados em quadras menores, com cada equipesendo formada por 8 jogadores (4 titulares e 4 reservas) esendo disputada em dois sets de 10 minutos cada e 5 minu-tos de intervalo, substituições e punições serão semelhan-tes ao Handebol de Salão, com a ressalva de que todos osjogadores podem atuar como goleiro a qualquer momentodo jogo, desde que não estejam na área do goleiro dois de-fensores, fato que deve ser punido com um tiro de setemetros (pênalti). As disposições referentes às cadeiras derodas a serem utilizadas seguirão as normas do Basquete emCadeira de Rodas (CBB), até que novos estudos possam serrealizados para a certificação desta adequação. O estudoainda identificou que existem competições organizadas anível internacional para atletas surdos (Deaflimpics) e Defi-cientes Mentais (Olimpíadas Especiais). Apesar de ambasas formas serem motivantes, pois envolvem somente o de-senvolvimento do passe, da recepção e do arremesso, a op-ção por uma ou outra será determinada essencialmente pelacapacidade de investimento, disponibilidade de espaço físi-co e quantidade de praticantes.

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Handebol em cadeira de rodas

Calegari, D. R.; Gorla, J. I.; Carminato, R. A.;Feiden, R.; Damaceno, L.; Cândido, A. C.

Universidade Paranaense, UNIPAR

O objetivo inicial deste estudo foi realizar uma pesquisaexploratória sobre o Handebol para Cadeirantes identifican-do se o mesmo está sendo praticado e quais as regras queestão sendo utilizadas para esta prática, estabelecendo osparâmetros iniciais para a inclusão da modalidade no Proje-to AMA – Atividades Motoras Adaptadas na UniversidadeParanaense – UNIPAR CAMPUS TOLEDO e a construçãode referencial teórico e técnico para implantação e desen-volvimento da modalidade no âmbito do MovimentoParaolímpico Nacional e Internacional. Foram identificadasações de desenvolvimento de Handebol em Cadeira de Ro-das através de iniciativas isoladas das Prefeituras de San-tos, São Sebastião e Jundiaí no Estado de São Paulo, noEstado do Rio de Janeiro por parte da Prefeitura e do CentroEducacional Santa Mônica, na Bahia através do Núcleo deEducação Física e Esporte Adaptado de Feira de Santana ena Sociedade Hípica de Campinas/SP. As ações mais con-sistentes e que estavam fundamentadas em registros cientí-ficos foram as desenvolvidas pela Universidade Estadualde Campinas – UNICAMP, que serviu de apoio para a cons-trução da proposta de regras para o Handebol Adaptado. Apartir das dificuldades enfrentadas na implantação da mo-dalidade na UNICAMP, tendo como referencial profissionala experiência de cinco anos de execução do Projeto AMAos autores propõe a implantação da modalidade de HandebolAdaptado da seguinte forma: disputado na quadra oficialda modalidade, com tempo de jogo, número de jogadores,substituições e punições semelhantes ao Handebol de Sa-lão, com a ressalva de que todos os jogadores podem atuarcomo goleiro a qualquer momento do jogo, desde que nãoestejam na área do goleiro dois defensores, fato que deveser punido com um tiro de sete metros (pênalti). As disposi-ções referentes às cadeiras de rodas a serem utilizadas se-guirão as normas do Basquete em Cadeira de Rodas (CBB),até que novos estudos possam ser realizados para acertificação desta adequação. O estudo ainda identificouque existem competições organizadas a nível internacionalpara atletas surdos (Deaflimpics) e Deficientes Mentais(Olimpíadas Especiais).

Projeto de educação física adaptada“Viva a Diferença:”

Um relato de experiência

Calve, T.

Faculdades Integradas Modulo

A inclusão de pessoas com necessidades especiais na soci-

edade vem sendo realizada de forma mais expressiva. Alémdo direito de acesso aos locais públicos, mobiliários urba-nos, transporte gratuito, cultura e educação, o esporte tam-bém é um direito e uma das maneiras de incluir pessoas comnecessidades especiais na sociedade. Segundo Mauerberg-deCastro (2000), a Educação Física não faz diferença entrepessoas que possuem ou não algum tipo de deficiência, destamaneira todos podem praticar atividade física, independen-te de suas aptidões físicas. Pensando nisso, foi proposta arealização de um projeto em que crianças com necessidadesespeciais e crianças sem deficiência praticassem atividadefísica juntas, quebrando a barreira da diversidade. Assimsurgiu o projeto de Educação Física Adaptada “Viva a Dife-rença”, que tem como objetivos, promover atividade física eintegração de pessoas com e sem deficiência. O projeto “Vivaa Diferença” está sendo desenvolvido em parceria entreCorpo de Bombeiros, APAE e Faculdades Integradas Móduloda cidade de Caraguatatuba/SP. Participam do projeto 12crianças da APAE (diversas deficiências) e 20 adolescentescom idade entre 11 e 14 anos do Projeto Bombeiro Mirim. Asaulas acontecem uma vez por semana e tem duração de umahora e meia. Os mesmos exercícios são realizados por todos,respeitando a individualidade de cada um. Além disso, to-dos trabalham em sistema de cooperação, possibilitando odesenvolvimento da socialização do grupo. Esta atitudemostra a possível inserção de crianças com necessidadesespeciais em uma aula de educação física regular. Algumasobservações puderam ser feitas durante a realização do pro-jeto, por exemplo, a minimização do preconceito em relaçãoàs pessoas deficientes por parte das crianças sem deficiên-cia, uma vez que, a maioria nunca havia tido contato comqualquer tipo de população especial. Outra observação im-portante diz respeito à melhora da socialização dos alunosda APAE, tanto nas aulas de educação física do projeto comodentro da instituição. Desta maneira podemos perceber aimportância do convívio de pessoas com necessidades es-peciais com pessoas sem deficiência, e ainda que a educa-ção física pode ser um sistema facilitador do processo inclu-sivo de populações especiais na sociedade.

Avaliação da capacidade funcional deidosos institucionalizados

Carvalho, C.; Mendonça, D.C.B.; Alves, T.B.;Costa, G.A.; Teixeira, A.P.A.; Cabral, L.S.A.

Universidade Federal de Uberlândia, UFU

O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo noqual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicasque vão alterando progressivamente o organismo, tornan-do-o mais susceptível a agressões. (Fedrigo, 1999). Destemodo, com o avanço da idade as perdas funcionais tornam-se evidentes. Observa-se também que a capacidade funcio-nal é um importante marcador em termos de aptidão e inde-pendência para realizar determinadas atividades, sendo

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significante para a qualidade de vida dos idosos. Assim,tivemos como objetivo da pesquisa identificar a capacidadefuncional de idosos institucionalizados. Foi realizada umapesquisa de campo, com 30 idosos lúcidos em 3 instituiçõesde longa permanência no município de Uberlândia, escolhi-das devido a compatibilidade com o programa AFRID (Ati-vidade Física e Recreativa para Terceira Idade). Foi utilizadaa escala de auto-avaliação da capacidade funcionalprotocolada por SPIRDUSO (1995), que possui 18 tipos di-ferentes de atividades da vida diária e instrumentais. Os re-sultados obtidos demonstram que 90% dos idosos realizamatividades de comer e beber sem ajuda e com facilidade,porém 6,7% desempenham sem ajuda, mas com dificuldade e3,3% realizam com ajuda ou dependem de outros para reali-zar. 53,4% dos idosos movimentam no ambiente o qual resi-dem sem ajuda e com facilidade, no entanto 23,3% alcançamo objetivo da atividade sem ajuda, mas com dificuldade e23,3% realizam com ajuda ou dependem de outros para reali-zar. 70% dos idosos tomam banho sem ajuda e com facilida-de, todavia 10% realizam sem ajuda, mas com dificuldade e20% realizam com ajuda ou dependem de outros para reali-zar. Baseado nos resultados observamos que grande partedos idosos institucionalizados estão aptos a realizar ativi-dades para sua alimentação, para deslocamentos e higiene,porém estas ações são limitadas devido a organização siste-matizada que cada Instituição estabelece.

Atividades de sociabilizaçãode idosos asilados

Celestino, J.Q.; Barros, M.M.S.; Jesus, E.D; Ferrari,H.G; Silva, V.M.T.G; Tolocka, R.E.

Faculdads Integradas Einstein de Limeira

Para Carvalho (2000) nos últimos 100 anos o mundo temvivido uma revolução silenciosa e inusitada: a dalongevidade. Em nosso país, no ano de 2025, o número deidosos poderá chegar a 31 milhões. Muitas pessoas chegama velhice sem boas condições de saúde e sem uma famíliaque possa lhe auxiliar, sendo então encaminhadas para asi-los e lá na maioria das vezes, começam a perder o contatocom a sociedade, em um processo que vai paulatinamentelevando-as ao isolamento social. De outro lado, a sociedadecomeça a buscar caminhos para a inclusão social de todasas pessoas, considerando a diferença como valor, onde es-tratégias diversificadas trazem possibilidades de realizarãohumana Mantoan (1997), Sassaki (1999) e Stanback (1999).Com o objetivo propiciar atividades que permitemo encon-tro de gerações, foi realizado um estudo exploratório, comum lar de idosos, em duas situações distintas: na primeiraeles foram convidados a participar de uma festa fora do asi-lo e na outra a festa foi dentro do “lar” onde eles viviam. Oseventos foram abertos à comunidade e atividades ativida-des de pintura, jogos e danças foram realizadas. A escolhadas atividades levou em consideração as possibilidades

motoras dos idosos, sendo feita a priori, uma análise de cadatarefa, observando-se pré-requisitos necessários, complexi-dade da tarefa e grau de integração. Na dança, foram utiliza-das coreografias em duplas, trios e no grupo todo. Foi tam-bém realizada uma grande quadrilha. Os eventos foram fil-mados para posterior análises. Nas duas situações a ativi-dade que mais motivou os idosos e permitiu entrosamentoentre as diferentes faixas etárias foi a dança. Observou-seque nas atividades de jogos houve dificuldade com o tempode realização da tarefa entre idosos e jovens e que as ativi-dades de pintura ou modelagem não quebravam a barreiraetária. De outro lado, as atividades de dança foram o pontoalto em ambos os eventos, onde os idosos puderam interagircom pessoas de todas as idades, onde todos manifestaramcontentamento, conforme pode ser observado pelagestualidade e pelas expressões faciais. Evidencia-se assimque é possível trazer idosos para o convívio social, tantolevando-os a locais fora de seu abrigo, quanto levando acomunidade para dentro dele.

As opiniões dos professores sobre arealidade da inclusão do deficiente

físico nas aulas de educação física emescolas públicas de São Luís

Cordeiro, M.A.Z.; Silva, S.M.M.

Depto de Educação Física, UFMA

O paradigma da inclusão começou a ser construído a partirde algumas experiências de inserção social das pessoas comdeficiência, desde a década de noventa, quando foram sen-tidas pequenas modificações em setores como educacional,profissional, social e esportivo. Apesar das leis existentes,que procuram assegurar os direitos a essas pessoas, as mes-mas continuam sendo marginalizadas socialmente, incluin-do, as aulas de educação física, conforme denúncias tantodas organizações representativas quanto dos indivíduosisoladamente. Essa investigação tem como objetivo analisaro processo de inclusão do aluno deficiente físico nas aulasde Educação Física em escolas públicas estadual e munici-pal do ensino fundamental de São Luís-MA, segundo asopiniões dos próprios professores. Os instrumentais de co-leta de dados compreenderam a análise de documentos (pro-posta pedagógica da escola) e as entrevistas estruturadascom 25 professores de Educação Física de 10 escolas públi-cas das redes estadual e municipal. Os resultados das entre-vistas mostraram a inexistência de proposta pedagógica emEducação Física, que contemple a inclusão do deficientefísico, segundo 96% dos professores. Os alunos com defici-ência física participavam passivamente das aulas práticasde educação física. As causas atribuídas à exclusão dessesalunos nas referidas aulas foram: falta de conhecimentosespecíficos dos professores sobre inclusão (34%), falta deinteresse da escola (30%) e falta de proposta pedagógicainclusiva formulada pelas Secretarias de Educação Estadual

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e Municipal (36%). Os fatores que dificultavam a inclusãodo aluno com deficiência física nessas no ensino fundamen-tal regular: preconceito do aluno (20%), falta de estruturageral da escola (24%), falta de proposta pedagógica (32%) eo despreparo profissional (24%). Portanto, a realidade apre-sentada pelas escolas selecionadas não contempla a inclu-são do aluno deficiente físico nas aulas de Educação Físicanas redes públicas de ensino, ficando evidentes a falta deadequação tanto física quanto de recursos materiais para oatendimento a essa clientela, destacando-se a carência demaior preparo dos professores e a ausência de propostapedagógica efetiva e que contemple a inclusão dessa clien-tela.

Análise do pico de velocidade máximoda mão na tarefa modificada do erroA não B. Um estudo longitudinal em

crianças com deficiência mental

Cozzani, M.; Souza, J. M; Cavicchia, M. C;Mauerberg-deCastro, E.

Departamento de Educação Física, IB, Unesp

A repetição do gesto de alcançar objetos em uma mesmaposição fortalece a memória motora e leva à maior probabili-dade de perseveração, mesmo que tal comportamento setorne inapropriado. Elementos de controle que podem que-brar a perseveração são o fator atencional e o de memória. Ofenômeno perseverativo é bastante informativo sobre o pro-cesso perceptivo-motor em grupos onde atrasos em ambasfunções (i.e., memória e atenção) são predominantes. Nossoobjetivo foi avaliar longitudinalmente o pico máximo de ve-locidade da mão em crianças com deficiência mental que re-alizaram a tarefa de alcançar objetos em alvos idênticos sobo paradigma “erro A não B” de Piaget (1954). Participaramdeste estudo oito crianças com deficiência mental e idademédia de 4,42±(1,13) anos. Foram realizadas 4 coletas comintervalos de aproximadamente 3 meses. As crianças obser-varam o experimentador agitar uma tampa em um de doislados, assinalados como A ou B e separados por uma pe-quena distância, após um atraso de 3 segundos foi dada aoportunidade para que ela pegasse a tampa. Após 6 tentati-vas em A o experimentador agitou a tampa em B (2 tentati-vas). A variável analisada foi a média do pico máximo develocidade da mão em dois blocos. Bloco 1: alcances em A(i.e., média de 4 alcances) e bloco 2: alcances em B (i.e.,média de 2 alcances). A análise dos resultados revelou dife-rença significativa entre as coletas F(3,46) = 6,779, p =0,001e o teste pos-hoc de Tukey revelou que o pico de velocida-de foi menor na coleta 1 em relação as outra três coletas.Houve também diferença significativa entre as médias dosblocos de alcances (A e B) F(1,46) = 4,772, p =0,032 einteração entre coleta e bloco de alcance F(3,46) = 8,766, p<=0,001. A interação ocorreu na coleta 3 uma vez que o va-lores do pico de velocidade da mão diminuíram drasticamente

nos alcances para a posição B. A maior tendência de quebrara perseveração ocorreu na coleta três. Dos 8 participantes, 5alcançaram pelo menos uma vez em B. Este comportamentopode ter contribuído para a diminuição da velocidade dogesto, uma vez que a memória motora de alcances em Acompete com a atenção e a quebra da perseveração em B.Apoio: CNPq-PIBIC; CAPES

Ação pedagógica dos jogostradicionais infantis para crianças

com deficiência visual

Crós, C.X.; Almeida, J.J.G.; Mataruna, L.

Unicamp, DEAFA

A observação das atividades culturais infantis é importantepara o estudo do desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivodas crianças, dos quais constituem um alicerce para a vidaadulta. O pressuposto de que crianças com deficiência visu-al (DV) brincam menos, quando comparadas com as de vi-são normal, acaba por vezes justificado pelo déficit de opor-tunidades de lazer. Este fato compromete a aquisição denovas habilidades, prejudicando o desenvolvimento geral,e mascarando as potencialidades. O estudo discutiu a açãopedagógica dos Jogos Tradicionais Infantis (JTI) e suaspossíveis adaptações motoras. Sob a perspectiva crítico-dialética, admitiu o estudo de caso como meio de investiga-ção, caracterizando-se como uma pesquisa descritiva. Fo-ram utilizadas entrevistas semi-estruturadas que retratavamas pessoas com DV (n=12) quando crianças, em relação aosJTI. Foram propostos dois jogos, um simbólico e umcognitivo, com o intuito de exemplificar a idéia das possibi-lidades de criação, desenvolvimento e adaptação. Algunsdos jogos estudados foram adaptados às necessidades dascrianças com DV, oferecendo oportunidades de novasvivências; com movimentos próprios; permitindo expressõescorporais criativas; desenvolvendo-as de forma cognitiva emotora. Longe de serem receitas ou modelos, os jogos estu-dados e adaptados são provocações de idéias para que osindivíduos possam construir adaptações sem descaracterizaro contexto nas quais estas e outras estão inseridas. A maio-ria dos entrevistados brincou na rua com atividades queenvolvessem a exploração das possibilidades de movimen-tos e com pessoas do cotidiano, facilitando as atividadesem grupo. Apontaram, porém, ter dificuldades em participarde brincadeiras convencionais por não possuir material adap-tado ou por outros motivos, como por exemplo, o contrastede luz; entretanto realizavam adaptações individuais que aspermitiam brincar usualmente. Assim, os JTI aparentementenão acessíveis à algumas deficiências podem ser aplicadossem perder o foco sobre a potencialidade da pessoa e semdiluir as propostas dos jogos dentro de sua característicatradicional, baseando-se em princípios pedagógicos e cien-tíficos.

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Dança de salão em cadeira de rodas:Um estudo imaginal da fusão corporal

de cadeirantes, cadeira de rodas eandante através da metáfora da

metamorfose da borboleta

Cunha, M. A. T.; Costa, V. L. de M.

Universidade Gama Filho, LIRES, LEL

Pesquisa qualitativa realizada com dezesseis cadeirantes quepraticam dança de salão. Buscamos compreender diversossentidos explicitados no processo da metamorfose, na fu-são dos dançarinos em cadeira de rodas, por meio da metá-fora do modelo evolucionista da borboleta, transmutadopelas luzes do palco e pelo toque dos pares andantes. Fun-damentamos nossos estudos na Análise do Discurso, deOrlandi (2000), que entende a linguagem enquanto lugar deconflito, tendo no silêncio seu elemento fundante, o princí-pio de toda significação e em Durand (1988), para quem doimaginário emergem medos, esperanças, frutos culturais.Vários discursos estão presentes no universo das práticasalternativas dos portadores de deficiências. Realizamos en-trevistas semi-estruturadas, associações livres de idéias,mediante palavras indutoras e a projeção das alegorias ani-mais de Postic (1993), que tem como objetivo detectar oselementos que, no imaginário, por sua ação simbólica, levama libertação de imagens, angústias e expressão de afetos. Osinterditos são suspensos porque nesse jogo alegórico tudopode ser dito. Assim, encontramos pistas para a compreen-são do imaginário social que envolve essa atividade e ossentidos que a dança assume para eles. Dançar é aventura,vida no movimento, prazer, amor, alegria, liberdade, supera-ção. Corpo fazendo da cadeira de rodas instrumento, trans-porte para movimento, arte coreográfica. Re-significam suadança, ultrapassando tradicionais coreografias técnicas, rí-gidas, de passos e movimentos exaustivamente ensaiados,alcançando nuanças de fluência e cadência dinamizadorasdas percepções dos movimentos de cada indivíduo em suascadeiras e rodas, vividas e visualizadas na solidariedade dosandantes. Metamorfoseiam a aparente imobilidade,recobrindo-a de expressões, signos codificados e estabele-cidos em diferentes linguagens e estilos. No movimento, ospares procuram entrar no ritmo, forma, vivendo uma energiadançante que se propaga de um corpo para outro. Na meta-morfose final, pela identificação e magia do Amor, espíritoatravessa corpo, alcançando humanização na natureza, onderodas, movimento, aventura de dançar faz com que se es-queçam dos preconceitos, valores sociais, exclusão, identi-dade dançante e se preparem para um próximo vôo.

A visão do professor de educaçãofísica sobre o deficiente físico

David, P.A.

UniABC, Curso de Educação Física

Em virtude da Lei 7853/89 e considerando os conceitos quedefinem as pessoas com deficiência física, surgiram algunsquestionamentos sobre a relação bastante estreita que aEducação Física tem com o belo, com a estética, com a saú-de, com o corpo ideal e com a possibilidade destes deficien-tes serem alunos integrantes das aulas. Diante desta reali-dade, este estudo buscou verificar como os professores deEducação Física definem a pessoa com deficiência física equal o desejo que eles expressam em relação a tê-los emsuas aulas. Pertenceram a este estudo, 30 professores deEducação Física que ministram aulas no Ensino Fundamen-tal da rede regular e pública do Município de São Caetanodo Sul, na grande São Paulo, que receberam um questioná-rio com duas questões. Para análise dos dados foram utiliza-das duas formas: uma quantitativa para a questão fechada euma qualitativa, através do Discurso do Sujeito Coletivo(DSC), para a questão aberta. Nos resultados obtidos para aquestão: Como você define a pessoa com deficiência física?apresentou-se como idéias centrais do pensamento coletivoa definição de “limitação”, “necessidades especiais”, “difi-culdades e diferenças físicas” e “normal”. Para a questão:Gostaria de tê-lo em suas aulas? Observou-se que 60% res-ponderam que sim, 17% que não e 23% não responderam.Conclui-se que os professores não conseguem definir o de-ficiente físico em termos conceituais (de acordo com as de-finições existentes na literatura) e não os visualizam paraalém de suas limitações física deixando muitas vezestransparecerem qual a representação social que fazem dosmesmos a partir do que considera-se negativo. Em compen-sação, gostar de ter estes alunos nas aulas pode ser enten-dido de duas maneiras: uma como algo desafiador para oprofessor e outra como uma resposta politicamente corretapor se tratarem de escolas públicas. É de se considerar quea falta de conhecimentos teóricos e uma visão bastante limi-tada sobre estes alunos em algum momento pode ser im-prescindível para fundamentar a prática pedagógica, umavez, que a realidade da inclusão está bastante próxima dasaulas de Educação Física.

Análise da idade motora em criançasna faixa etária de 7anos portadoras

da síndrome de Down

Dias, J. L.; Lima, K. K. A. S.; Santos, C. M.

Universidade Estadual da Paraíba

O presente estudo é uma pesquisa de campo de caráter des-critivo, com o objetivo de analisar a idade motora em crian-

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ças portadoras da Síndrome de Down na faixa etária de 7(sete) anos. A amostra foi constituída de sete indivíduos,sendo quatro meninos e três meninas, todos alunos da ins-tituição de ensino: APAE (Associação de Pais e Amigosdos Excepcionais) da cidade de Campina Grande-PB. Foramanalisados os padrões motores nos aspectos de motricidadefina, global, equilíbrio e lateralidade (ouvido, olho, mão epé). Após as coletas e análise dos dados, pudemos obser-var que as crianças portadoras da Síndrome de Down apre-sentaram um atraso na sua idade motora de aproximadamen-te três anos. Onde o objetivo seria aplicar os testes motorespara as seguintes idades, quatro, cinco, seis e sete anosrespectivamente, porém todas as crianças não conseguiramêxito nos testes referentes à idade de cinco anos, assim nãosendo necessário aplicar os testes específicos às outras ida-des. Como nos mostra os resultados a seguir: para amotricidade fina 14,29% obtiveram êxito, onde 85,71% nãoatingiram o êxito, na motricidade global 28,58% foi de êxito e71,42% de não êxito, para o equilíbrio esse percentual foi de14,29% de êxito e 85,71% de não êxito, foi observado aindaque 71,42% das crianças Down apresentaram a lateralidadecruzada e 28,58% a lateralidade definida. Através dos valo-res apresentados, podemos sugerir algumas possíveis cau-sas para esse atraso da idade motora, como por exemplo,déficit atencional, hipotonia, déficit cognitivo e outros. Po-rém, o que destacamos é a intervenção do Profissional deEducação Física, com programas específicos para buscar ummelhor desenvolvimento do padrão motor de crianças por-tadoras da Síndrome de Down.

Educação física escolar inclusivacomo possibilidades de encontro na

educação ambiental

Farias, A. L. P.; Chao, C. H. N.; Santos, C. M.;Silva, J. S. C.; Almeida, X. M.

Universidade Estadual da Paraíba

A flexibilidade da nova LDB tem sido reconhecida e desta-cada como uma de suas características mais expressivas. Naexpectativa de uma educação voltada não apenas para a pro-dução e difusão dos saberes culturalmente construídos, alei preconiza a formação do cidadão participativo eresponsivo às demandas cada vez mais complexas da socie-dade moderna. O processo fenomenológico tem uma contri-buição para o entendimento mais amplo das possibilidadesde inclusão social, nessa perspectiva a educação tem comotarefa a desalienação do sujeito e o ato de educar caracteri-zado pela ampliação da consciência do educando frente àssituações e projetos existenciais. O fato de a Educação Físi-ca ser considerada como “mera atividade”, relegada a algosem importância no conjunto das disciplinas curriculares,restando o papel de mera executora de tarefas, é um exemploda grande polêmica gerada por alguns destes confrontos.Esse fato se reflete num dos pontos centrais da atual dis-

cussão no âmbito da Educação Física Escolar, dizendo res-peito à busca de sua autonomia pedagógica. O presente es-tudo teve como objetivo elaborar uma proposta para o de-senvolvimento da Educação Ambiental (EA) no meio esco-lar através da Educação Física (EF) e as possibilidades deinclusão de grupos com necessidades especiais. Inicialmenteidentificamos as questões que nortearam o estudo, ondeprocuramos determinar como a EF pode contribuir na forma-ção de valores e atitudes ambientais no meio escolar. Paratanto partimos da contextualização da EA, a partir de umaabordagem integrada do homem com o entorno. Após iden-tificamos a competitividade e exclusão presentes no cotidi-ano da EF escolar. Com base no referencial teórico utilizadoelaboramos uma proposição de EF Escolar num modelo deEA. Nesta proposta, identificamos os conteúdos que devemser trabalhados nas aulas de EF, definidos segundo os PCN’se LDB apontamos para a necessidade destes conteúdos es-tarem alicerçados por uma nova ética que privilegie a educa-ção em valores a partir de pressupostos como cooperação,igualdade de direitos, autonomia, democracia eparticipação.Como final, acreditamos que as reflexões aquiapresentadas possam contribuir, para a implementação deum projeto de EA no contexto escolar.

Discursos da/na dança em cadeira derodas: Multiplicidade,

fragmentação e complexidade

Ferreira, E.L.

Faculdade de Educação Física, UFJF

A dança em cadeira de rodas esta sendo desenvolvida nummovimento múltiplo entre duas entidades não fixas. De umlado têm-se a dança composta de dançarinos-deficientes epor outro têm-se a sociedade. que reconhece a dança pelossentidos postos historicamente. Portanto, esta modalidadetem sido possível porque uma entidade não supera a outra,mas elas se interagiram entre si em outros significados quenão são só os da dança. Neste trabalho buscamos compre-ender o funcionamento da dança em cadeira de rodas, en-quanto possibilidade de mudança corporal e social. E paratal estabelecemos uma escuta do discurso verbal e não ver-bal para perceber o que estava sendo “dito” nos gestoscorporais das pessoas com deficiência física, observandoos sentidos postos e propostos pelos mesmos no movimen-to corporal. Do ponto de vista teórico-metodológico, estapesquisa se inscreve no quadro da Análise do Discurso delinha francesa a partir dos trabalhos de Michel Pêcheux eEni Orlandi e da Teoria de Rudolf Laban para a Análise domovimento. A propota deste trabalho foi uma tentativa demostrar que a dança, de um modo geral, tem toda uma ordemdiscursiva que se construiu historicamente, e que a propos-ta de dança em cadeira de rodas, mobiliza uma relação imagi-nária com o corpo do dançarino estabelecendo duas manei-ras de significar esta dança, sendo: a primeira posta pela

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relação do dançarino consigo mesmo onde o dançarino pos-sui um corpo imaginário que é sintoma do corpo real. E asegunda é posta pela relação com o público, que com o pro-pósito de mascarar o preconceito corporal/social, põe-se emevidência critérios de julgamentos baseados nesta memóriaestética/performática. Os resultados desta pesquisa sinali-zam que: a) a dança permite o exercício da cidadania, sendoum lugar em que o dançarino deficiente se subjetiva; b) Têm-se aí uma tentativa de superação da ética individual parauma ética mais solidária; c) A importância desta modalidadese pauta na vontade de proporcionar aos sujeitos uma pos-sibilidade de se conhecerem melhor. E isto pode vir a dimi-nuir as diferenças entre deficientes e não deficientes. Enfim,a dança em cadeira de rodas não deve ser encarada comouma atividade distante e nem distinta daquilo que se realizanas práticas de ensino de dança.

Fisioterapia nos Jogos RegionaisParadesportivos – Região Sul

Figueirêdo, D.C.; Tomaz, A.F.

Centro Universitário de João Pessoa, UNIPÊ

A sociedade conhece a pessoa portadora de deficiência poresta característica e não por sua competência. Torna-se im-prescindível a reversão desta concepção para que o gruposocial possa incluir essas pessoas em seus planejamentoseconômicos e sociais. Precisamos dar a conhecer à socieda-de as potencialidades e habilidades da pessoa portadora dedeficiência nesse novo tempo, e que, certamente poderáalavancar sua mudança, adaptação e conseqüente aceita-ção dos diferentes. No paradesporto fica claro que os limi-tes são mínimos basta apenas oportunidade para alcançá-los. Dentre os objetivos deste trabalho está o de relatar aimportância da Fisioterapia nos Jogos RegionaisParadesportivos da Região Sul, onde tive a oportunidade departicipar como fisioterapeuta voluntária por duas vezesconsecutivas através do convite de um clube da cidade deCuritiba, no Paraná. Durante os 05 dias de competição nacidade de Itajaí, em SC, como sendo uma das fisioterapeutasda equipe técnica deste clube, foram realizados atendimen-tos nos períodos antes, durante e após as competições. Es-tes atendimentos estavam disponíveis para os 25 atletas etambém para os 7 integrantes da equipe técnica deste clube.Durante os atendimentos, foram realizados procedimentosfisioterapêuticos como Ultra - Som, TENS, Crioterapia, Tera-pia Manual Miofascial e Cinesioterapia para aqueles indiví-duos que sofreram algum tipo de agravo no decorrer de suascompetições, nos quais os mais comuns foram: algias emgeral; lesões musculares por sobrecarga; bursites etendinites, agudas e/ou crônicas; tensão muscular e espas-mos musculares de origem neurológica. Os locais de atendi-mento variavam de acordo com a necessidade, sendo reali-zados no quarto do hotel destinado a fisioterapia e nos lo-cais de competição. Durante a realização da conduta

fisioterapêutica e no decorrer dos jogos, percebeu-se a im-portância da fisioterapia, pois os atletas atendidos tiveramum retorno rápido aos seus treinos e, em parceria com oseducadores físicos, foi possível trabalhar e reduzir ao míni-mo os riscos de lesões a que estes indivíduos estavam ex-postos, deixando clara a necessidade do trabalho multi einterdisciplinar.

Apresentação de uma novametodologia da educação física na

reabilitação de pessoas comdeficiencia física

Franco, M.T.F.; Leão, A.F.

Universidade Federal de Minas Gerais

Tradicionalmente, a educação física em nível mundial nãotrabalha com a reabilitação de afecções neurológicas, impli-cando na existência de poucos trabalhos nesta área. No en-tanto, o Centro de Estudos do Esporte para Portadores deDeficiência (CEPODE) (EEFFTO-UFMG) há 30 anos desen-volve teorias e metodologias baseadas na esporteterapia(ação de terapia através do esporte) e neuroplasticidadecerebral (capacidade adaptativa do SNC). O método de rea-bilitação baseado na esporteterapia possui característicasespecificas, em uma programação longitudinal, baseado nateoria do treinamento, tendo-se mostrado capaz de otimizarfunções indenes e induzir a neuroplasticidade, segundoconstatam exames neurológicos. Assim, o objetivo deste tra-balho é apresentar uma nova metodologia, adequando co-nhecimentos da educação física à reabilitação, procurandopossibilitar uma otimização de funções neuromotoras com-prometidas às pessoas com afecções neurológicas deetiologia diversa. O treinamento é elaborado utilizando-sede uma combinação de técnicas de corridas e marchas juntocom o trabalho de musculação, além de outros métodos dotreinamento esportivo, adequando e reajustando-os caso acaso. O trabalho exige uma avaliação cientificamente precisa.No entanto, procurou-se manter a dinâmica das avaliaçõesdentro das condições usuais da educação física. Essa novaforma de trabalho tem proporcionado melhoras significativasno padrão motor, além de aumento dos componentes da for-ça dos membros comprometidos. Em casos de doenças pro-gressivas, quando não houve melhora, constatou-se a esta-bilização, durante anos, do quadro clínico. Aneuroplasticidade só pode ser comprovada pela efetiva me-lhora de afecções neurológicas crônicas, então, fez-se ne-cessária a adoção do Sistema de Análise de Movimento –SIMI MOTION e SIMI TWINNER – para o fornecimento dedados em termos quantitativos, da melhoria do movimento,sem o qual não era possível no início das pesquisas. Consi-derando o exposto, a metodologia possui bases conceituaisque podem ser aplicados à reabilitação, mostrando-se eficaze capaz de ampliar as condições de reabilitação dessas pes-soas.

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O papel da educação fisica nareabilitação da marcha em

um caso de AVC

Franco, M.T.F; Leão, A.F.

Universidade Federal de Minas Gerais

A marcha, apesar de ser simples e automática, envolve umasérie de mecanismos coordenados. Qualquer alteração cere-bral, como ocorre no caso do AVC, ou medular pode levar aalguma desordem desses sistemas, o que acarretaria o com-prometimento funcional da mesma. Este estudo tem comoobjetivo mostrar os resultados obtidos num treinamento pro-porcionado pelo trabalho da Educação Física num caso clí-nico de AVC. J.L.S.M., encaminhado pelo Hospital das Clíni-cas da UFMG no intuito de reabilitar a marcha, sofreu umAVC isquêmico cerebelar que levou, portanto, a um compro-metimento do equilíbrio dinâmico e estático, bem como dacoordenação motora, ocasionando um distúrbio acentuadoda marcha. Após uma avaliação inicial da marcha foiestruturado um programa de treinamento, executado duasvezes por semana, com dosagens compatíveis e ajustadas àcapacidade do mesmo, visando a melhoria de suas condi-ções neuromotoras. Os programas de reabili tação,embasados na esporteterapia, priorizaram o trabalho da mar-cha. As variáveis da marcha foram obtidas pela captura deimagens feitas por 4 câmeras e analisadas pelo Sistema deanálise de movimento - SIMI MOTION v.7. Uma pré-avalia-ção foi feita em ABR/05 com o treinamento se iniciando euma pós avaliação foi realizada em AGO/05. Foram avaliadasas seguintes variáveis: Distância de passada, Flexão de qua-dris e abdução bilateral de quadril. As avaliações detecta-ram os seguintes números: (1) Representa a 1ª avaliação e(2) a 2ª avaliação Distância de passada - (1) 13 cm (2) 18 cmFlexão de quadril esquerdo - (1) 11,18º (2) 10º Flexão de qua-dril direito – (1) 11,8º (2) 17,81º Abdução bilateral de quadril– (1) 39,7 cm (2) 36,5 cm A análise dos dados mostra mudan-ças significativas que refletiram na melhora de distância depassada, melhora de flexão de quadril direito e diminuiçãodo afastamento das pernas. A variação mostrada na flexãode quadril esquerdo não foi significativa. Através dessesdados conclui-se que a educação física tem a contribuir coma melhora da marcha em pessoas com seqüelas de AVC, mes-mo depois de uma alta fisioterápica e médica, além de contri-buir na prevenção secundária e na adoção de um comporta-mento orientado para a saúde.

A relação professor-aluno noprocesso de aprendizagem da natação

da pessoa com deficiência

Fregolente, G.; Prado Jr, M. V.;Garavello, P. J.; Joaquim, E. R.

Depto de Educação Física, FC, UNESP

A Teoria Ecológica de Desenvolvimento ressalta que duaspessoas quando participando de um mesmo ambiente numaatividade é provável que desenvolvam sentimentos dura-douros uma em relação à outra. Portanto, quando essasdíades ocorrem a partir de uma atividade conjunta com rela-ção afetiva positiva e equilíbrio de poder a aprendizagem éfacilitada. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foianalisar a relação professor-aluno em aulas de natação parapessoas com deficiência e a influência desta relação no pro-cesso de aprendizagem. Foram observadas as aulas de nata-ção para 10 pessoas com deficiência durante o I Semestre de2005. Através da observação, participação ativa e descriçãodos acontecimentos é que apontaremos os resultados a se-guir. Ficou evidente que quanto menor o número de alunospor professor melhor foi o desempenho e participação nasatividades propostas. Porém, durante a execução do traba-lho esta relação foi variável, dificultando, principalmente paraas pessoas mais dependentes, sua progressão no processode aprendizagem. Para os participantes já adaptados o fatornúmero de professores não influenciou. Porém, a linguagemutilizada, bem como atividades recreativas com a participa-ção efetiva dos professores foram fatores que criaram umambiente favorável à aprendizagem. Fato marcante nesteperíodo foi a alteração do comportamento de um usuáriocom deficiência mental e auditiva. Este demonstrava dificul-dade na aprendizagem, baixa atenção e motivação duranteas atividades. Após o contato com uma nova professoraeste mudou o seu comportamento e o ritmo de aprendiza-gem. Ficou evidente uma relação de reciprocidade, defeedback mútuo, afetividade entre a professora e o aluno,resultando em um avanço no seu desenvolvimento motor,cognitivo e afetivo-social. O aluno superou o medo em exe-cutar exercícios de respiração, executou com auxílio aflutuação ventral, dorsal e nado costas demonstrando con-fiança no auxílio da nova professora. Além disso, tornou-semais expressivo e participativo nas aulas. Concluímos que,a alteração do ambiente favoreceu o processo de aprendiza-gem dos usuários, demonstrando que a relação professor-aluno é um fator essencial para a aprendizagem, principal-mente para a pessoa com deficiência.

Os efeitos dos broncodilatadores e ainfluência da atividade física notratamento da asma brônquica

Freitas, M.S; Menis, E.L; Gama, E.F

Univerisidade São Judas Tadeu

A Asma Brônquica tem como principal característica a obs-trução das vias aéreas decorrentes da secreção do muco e obroncoespasmo. Os broncodilatadores têm como função ali-viar as crises, reduzindo o broncoespasmo, entretanto sen-do prejudiciais com o mal uso. As atividades físicas são

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consideradas benéficas para nas disfunções pulmonares, asquais proporcionam melhor condicionamento físico, fortale-cendo os músculos da respiração. Esta pesquisa tem comoobjetivo analisar os principais efeitos dos broncodilatadorese das atividades físicas no tratamento da asma em crianças,adultos. O método utilizado foi do tipo bibliográfico com-preendendo as publicações de 1990 a 2005. Na análise deliteratura foi observado que além dos broncodilatadoresagirem nas vias aéreas, são também medicamentos que pos-suem efeitos colaterais. Hoje se sabe que os medicamentosevoluíram e com isso, diminuíram os efeitos colaterais, con-tudo tornaram-se caros e de difícil acesso ás populações debaixa renda. A preocupação dos profissionais de EducaçãoFísica em manter a multidisciplinaridade com a aérea médicapara o bom desenvolvimento do tratamento. Entretanto sabe-se que é indispensável a utilização de recursos das maisdiversas áreas da saúde para um melhor controle dessa do-ença. Como foi apontado na literatura a natação é uma ativi-dade física menos asmogênica, pelas condições que o meiolíquido proporciona. Para os asmáticos não se deve ensinara natação convencional (performática), mas uma nataçãoespecial que permita o bem-estar. Cada paciente pode esco-lher atividade física que mais lhe agrada, todavia o profissi-onal de Educação Física tem que estar ciente quanto a ativi-dade e intensidade, para evitar o broncoespasmo induzidopelo exercício. Essa escolha pelo aluno propicia uma moti-vação maior, contudo muitas vezes é imposto pelo Médicoou Profissional de Educação Física. Ainda muitos aspectosda asma devem ser descobertos, seja sua causa até sua rela-ção com a atividade física. Assim concluímos que uso defármacos e a atividade física são importantes no tratamentoda asma. Essas variáveis devem ser analisadas de forma inter-relacionadas pelos profissionais de cada aérea.

O perfil do atleta brasileiro cego edeficiente visual

praticante de goalball

Furtado, O.L.P.C.1; Morato, M.P.1;Ayala, D.V.G.2; Duarte, E.1

Unicamp, FEF 1; Unicamp-IB2

O goalball é um esporte criado especificamente para cegos edeficientes visuais. Nas últimas duas décadas, tem-se veri-ficado um acentuado crescimento da prática dessa modali-dade no Brasil, porém, pouco se conhece a respeito do seupraticante. O objetivo desse trabalho consiste em verificar operfil dos atletas praticantes de goalball presentes em umcampeonato nacional da modalidade. O estudo foi realizadoatravés da aplicação de questionário com perguntas fecha-das, onde se buscou determinar idade, estado civil, etiologiada deficiência, classificação esportiva e anos de estudo. Aanálise dos dados foi realizada a partir da estatística descri-tiva. A amostra contou com 36 indivíduos do sexo masculi-no e 34 do sexo feminino, dos quais, 78% eram solteiros.

Aproximadamente metade da população possuía entre 20 e30 anos, o atleta mais novo tinha 15 e o mais velho 52 anos.Dentre as formas mais comuns de causa da deficiência, des-tacam-se o glaucoma, acidentes em geral e deslocamento deretina, sendo que 44% apresentam deficiência de nascença.Desse grupo, 64% são cegos e os demais apresentam algumgrau de deficiência visual conforme determinado em classi-ficação esportiva prévia. Constatamos que 71% dos sujei-tos possuía entre 5 e 11 anos de estudo, 30% de 5 a 8 anos e47% de 9 a 11 anos. Concluímos que a população participan-te desse estudo é representada principalmente por cegostotais, jovens e solteiros, com a origem da deficiência ocor-rendo em função de vários fatores e com grau de escolarida-de predominantemente entre o primeiro e terceiro colegial.

Atividades de educação física noprocesso de reabilitação do lesado

medular: Intervenção pós-alta

Gama, R. M.; Lopes, K.A.T;Ponce, K.B; Fernandes, D.M

UFAM

Quem espera sofrer uma lesão medular? Uutilizar uma cadei-ra de rodas para as atividades do cotidiano? Um trauma me-dular pode ser um dos acometimentos drásticos para a vidade uma pessoa (Rowland). Embora a lesão medular deixeseqüelas irreversíveis, isto não significa que a pessoa ficaráincapacitada por toda a vida, é importante aprender a vivernesta nova condição, procurando meios que possam pro-mover a melhoria de suas funcionalidades e contribuir parauma melhorar sua qualidade de vida. OBJETIVO: Desenvol-ver atividades de educação física no período pós alta parapessoas com seqüelas de lesão medular visando o aprendi-zado de habilidades motoras: manejo em cadeira de rodas,transferências, chão - cadeira de rodas –chão.METODOLOGIA: atendimento em grupo de 05 pessoas comlesão medular que tiveram alta do Hospital UniversitárioGetúlio Vargas - HUGV, durante um período aproximadamen-te de 2 meses, com duas sessões semanais de 3 horas deduração. São realizadas duas avaliações, uma no início doprograma e outra ao final a fim de verificar os ganhos moto-res obtidos pelos alunos. A avaliação é focalizada nos as-pectos cadeira de rodas (deslocamento, frenagem, rotações,equilíbrio dinâmico e estático - subir e descer rampas, de-graus), proteção na queda, amplitude demovimento.RESULTADOS: Em 2004 foram atendidos 19 alu-nos com predominância do sexo masculino (89%), com cau-sas Queda (32%) e Mergulho (26%) , sendo o maior numerode pessoas atendidas tem lesão torácica (63%) , com maiorpercentual para idade de 20 a 40 anos (69%) e o grau deensino é Fundamental Incompleto (52%). Em 2005 foram aten-didos 10 alunos, de janeiro a agosto ( duas turmas), todosdo sexo masculino, onde a maioria da causa é Queda (30%)seguida por PAF (20%) , com a idade variando de 15 a 20

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(30%) e de 35 a 40 (30%) . Foram observadas mudanças deatitudes e melhoria nos aspectos motores relacionados aomanejo de cadeira, posição na cadeira, mobilidade e transfe-rências, apresentando também mudança de comportamen-tos em casa, incluindo a realização de atividades domésti-cas, antes não realizadas, e a utilização de transporte coleti-vo de forma independente.

A contribuição da natação parapessoas com deficiência mental

Garcez, A.A.

Faculdade de Educação Física, UFU

O trabalho visa relatar as experiências realizadas durante oprimeiro semestre de 2005, na disciplina de Estágio Práticoem Educação Física e Esportes Adaptados, a qual faz partedo programa de atendimento para pessoas com deficiências(PAPD), na Faculdade de Educação Física da UFU, às terçase quintas-feiras, das 14:00 às 14:50, com um grupo de 7 alu-nos com deficiência mental. Esta deficiência “é caracteriza-da por indivíduos que apresentam desempenho intelectualgeral abaixo da média, que se origina durante o período dedesenvolvimento e se caracteriza pela inadequação do com-portamento adaptativo (aprendizagem e socialização)”(AADM- Associação Americana de Deficiência Mental). Osobjetivos das atividades desenvolvidas foram: estimular odesenvolvimento da motricidade, o poder de concentraçãoe a socialização através dos jogos cooperativos, proporcio-nar momentos de recreação, satisfazer as necessidades demovimento, desenvolver a auto-confiança e a independên-cia dos alunos. A metodologia utilizada foi: desenvolver arespiração tanto a aprendizagem quanto o controle, aflutuação ventral e dorsal, o mergulho em distâncias curtas,a propulsão de pernas com auxílio nos estilos crawl e cos-tas, propulsão de braços e sincronização do nado com auxí-lio no estilo crawl. Os materiais utilizados foram: pranchas,macarrão, bolas, arcos, cesta, cones e outros. Nos resulta-dos deste trabalho observamos que os participantes pode-riam ter apresentado melhor desempenho se fossem maisassíduos, tendo em vista o baixo rendimento com relação aaprendizagem. Percebemos que 4 dos 7 alunos melhoraramquanto aos aspectos técnicos da natação como: indepen-dência, respiração, nado sincronizado com o auxílio. O res-tante não apresentou melhora significativa, seja por desin-teresse ou por dificuldade de entendimento e/ou execuçãoda técnica. Observamos também que todo o grupo melhorouquanto aos aspectos psicossociais (auto-confiança, auto-estima, socialização). Concluímos que é de suma importân-cia dar continuidade nas atividades coletivas e recreativas,processos de adaptação e respiração para que os alunosconsigam ultrapassar os limites impostos pela deficiência.

Atividades aquáticas e de musculaçãopara reabilitação de pessoas que

sofreram acidente vascular celebral

Gomes, A.C.; Oliveira, T.C

Faculdade de Educação Física, UFU

Este trabalho foi realizado com pessoas com seqüelas deAcidente vascular cerebral do Programa de Atendimento aPessoa Portadora de Necessidades Especiais da Faculdadede Educação Física da cidade de Uberlândia – MG, perfa-zendo um total de quatro horas semanais divididas em doisdias da semana. O acidente vascular cerebral resulta de he-morragia cerebral súbita, ou abrupta interrupção dosuprimento sanguíneo para uma parte do encéfalo. O objetivodo trabalho foi desenvolver no grupo concentração,coordenação motora, proporcionar bem-estar, e melhorar oconvívio social, assim como iniciá-los no aprendizado danatação. As atividades desenvolvidas para alcançar osobjetivos propostos foram atividades de musculação comséries individuais, natação com atividades lúdicas eadaptação a água. A metodologia utilizada foi: à iniciação anatação e mergulhos, através de exercícios de alongamento,caminhadas com redução progressiva do apoio e batidas depernas em decúbito ventral e dorsal, brincadeiras quetrabalhassem concentração e que desenvolvessem acoordenação motora. Na musculação foram desenvolvidosexercícios para fortalecimento de membros superiores einferiores. Foi observada ao final do estágio uma melhoraconsiderável de fortalecimento muscular. No que diz respeitoàs evoluções ocorridas nas atividades de natação, podemosdestacar: a maioria dos alunos perderam o receio que tinhampela água, melhorando assim o processo de respiração(conseguem colocar o rosto dentro d a água e soltar o ar),entram na piscina sozinhos, conseguem flutuar sem o auxiliode nós estagiários, executam movimentos da braçada mesmoque de forma adaptada e caminham sozinhos na piscina. Énecessário que o trabalho continue com exercícios paramelhorar o equilíbrio na locomoção e também a continuaçãoda pratica da natação. As atividades de musculação tambémsão importantes, porém aquelas realizadas na piscina pare-cem apresentar uma resposta maior. É conveniente salientarque os resultados com esses alunos exigem tempo, por issoé importante à continuação desse trabalho. Uma dica paraas pessoas que desenvolvem trabalhos com grupos especi-ais é que desenvolvam aulas dinâmicas, pois os resultadosforam ótimos, visto que os alunos se concentraram mais eparticiparam mais ativamente.

A prática da musculação para pessoasportadoras de poliomielite

Gomes, A.C.; Oliveira, T.C; Cabral, L. S. A.

Universidade Federal de Uberlândia, UFU

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O presente trabalho foi realizado com a aluna M. A. quesofreu Poliomielite quando criança, e que agora faz parte doPrograma de Atendimento a Pessoa Portadora de Necessi-dades Especiais da Faculdade de Educação Física da cidadede Uberlândia – MG. Esta doença é causada por um vírusaltamente contagioso, que leva a alteração de algunsneurônios motores, e também a distúrbios cardiovascularese respiratórios. Este trabalho teve como objetivo desenvol-ver aspectos como: equilíbrio, coordenação motora, fortale-cimento muscular, aumento da resistência aeróbica, além deproporcionar bem-estar, tranqüilidade e socialização. A ati-vidade desenvolvida para alcançar os objetivos foi àmusculação. A metodologia utilizada foi uma série individu-al com exercícios da musculação, e também alongamentos, eexercícios aeróbicos na bicicleta. Devido a um déficit de for-ça muscular decorrente da musculatura corporal atrofiada, aaluna não conseguia fazer adaptações em alguns exercíciosda musculação, fazendo-se necessário o auxilio quase quetotal de nós professores estagiários. Foram trabalhadas tam-bém massagens, as quais contribuíram bastante para o rela-xamento muscular da mesma. Os resultados obtidos namusculação foram excelentes, onde a aluna apresentou umamelhora no seu condicionamento físico, além de ter melho-rado sua auto-estima, tornando-se uma pessoa mais segura,confiante e sociável. Recomenda-se que o trabalho namusculação continue com aumento gradual, pois foi produ-tivo e que, os próximos estagiários atentem para alguns de-talhes como o isolamento e nervosismo apresentado pelaaluna. Além do mais, o estagiário deve ter confiança em seutrabalho e passar essa confiança para a aluna explicandocada dúvida que ela tenha, para que o trabalho seja realiza-do com mais produtividade e para que se tenha uma boarelação professor-aluno.

Análise comparativa entre atletasolímpicos e paraolímpicos de judô:

A luta de solo

Gomes, M.S.P.; Oliveira Filho, C.W.; Maturuna, L.;Araújo, P.F.; Ferreira, A.C.G.O.; Almeida, J.J.G.

Faculdade de Educação Fisica, UNICAMP

O Judô é um esporte que na atualidade se destaca por umcrescente número de praticantes. Partindo deste princípio,tivemos como objetivo neste estudo, observar as lutas deJudô realizadas nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos acon-tecidos em Atenas, 2004. Nossa pesquisa foi caracterizadacomo quantitativa e os resultados foram obtidos através databulação das pontuações e características do desempenhodos atletas nessas lutas. Para isso, utilizamos todo o acervode relatórios oficiais dos grupos trazidos pelas comissõestécnicas, os registros de chaves e resultadosdisponibilizados nos sítios oficiais da Internet de ambosgrupos, pelos comitês internacionais olímpico eparaolímpico, assim como a análise de vídeos, com o intuito

de levantarmos outras peculiaridades de ambos eventos.Observamos os atletas de Judô do sexo feminino e masculi-no, de todas as categorias de peso das equipes brasileirasparticipantes das Olimpíadas e Paraolimpíadas. Buscamosverificar aspectos diferenciados nos dois grupos, observan-do assim, um maior número de atletas, de combates por cate-goria e de vitórias por ippon (golpe perfeito) na competiçãoolímpica, o que acarretou em diferenças também na luta desolo. Ao almejarmos a identificação de diferenças na luta desolo entre olímpicos e paraolímpicos, arquitetávamos possí-veis desvantagens técnicas nos atletas paraolímpicos emdecorrência de sua deficiência visual; entretanto, ao finali-zarmos este estudo detectamos a existência de diferençasentre os grupos, não somente em relação às técnicas de solo,mas a todo o desempenho na modalidade, porém issoindepende da deficiência visual.

Velocidade de adolescentes cegos noteste de 30 metros. Uma análise das

escolas inclusivas e das especiais

Gorgatti, M.G.; De Rose Jr., D.

Escola de Educação Física e Esporte

A idéia de incluir alunos com deficiências no sistema regularde ensino é recente e ainda gera muitas dúvidas dentro dasescolas. Em muitos casos, pela falta de subsídios para aefetiva inclusão, alunos de escolas especiais, voltadas ape-nas para a sua deficiência, vêm obtendo experiências muitomais positivas do que aqueles inseridos em escolas regula-res. O objetivo deste trabalho foi comparar os resultadosobtidos em um teste de velocidade de 30 metros por adoles-centes cegos que estudavam em uma escola especial e emescolas regulares. Para tanto, foram avaliados 28 adolescen-tes cegos com idades entre 14 e 16 anos, todos do sexomasculino, divididos em dois grupos: G1 = 14 estudantes doInstituto de Cegos Padre Chico (sistema segregado) e G2 =14 estudantes de escolas regulares da Grande São Paulo(sistema inclusivo). Nenhum sujeito da amostra praticavaatividade física regular, exceto as aulas de educação físicana escola. Foi aplicado o teste de 30 metros de corrida, noqual os adolescentes correram segurando um cone de plás-tico, colocado ao redor de uma corda de 40 metros que ser-viu como guia durante o percurso. O teste foi realizado em 3momentos diferentes, com um intervalo de 8 meses entre asmedições. Os resultados mostram que os adolescentes doG1 apresentaram valores médios de tempo para completar opercurso significativamente menores do que aqueles do G2nas três medições (P< 0,05), demonstrando assim uma maiorvelocidade de corrida. Com relação à evolução dos adoles-centes, G2 não evoluiu de forma significativa durante astrês medições. Já G1 evoluiu nas três medições de formasignificativa (P< 0,05). As 3 médias (em segundos) foram,respectivamente: G1 = 7,0(+1,07); 6,9(+0,91); 6,6(+0,85); G2= 9,6(+1,08); 9,4(+0,92); 9,4(+0,85). Percebe-se pelos resulta-

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dos apresentados que os adolescentes cegos que estudamno sistema especial de ensino do Instituto de Cegos PadreChico demonstram uma melhor velocidade do que aquelesque estão inclusos em escolas regulares, assim como umamelhor evolução nas três medições realizadas. Nota-se queas aulas de educação física, para o desenvolvimento da ha-bilidade de corrida desses adolescentes, mostra-se mais efi-ciente na escola que trabalha no sistema especial do quenas escolas que trabalham em sistema inclusivo.

Correlação das variáveisantropometricas e da coordenação

motora em portadores dedeficiência mental

Gorla, J.I.1; Coelho, E.S.1; Araujo, P.F.2; Rodrigues,V.P.3; Silva, A.A.C.1

UNIPAR1;Faculdade de Educação Física, UNICAMP2;Depto Educação Física, UEM3

Para o entendimento dos fatores relacionados ao crescimentoe a coordenação motora entre crianças e adolescentes por-tadores de deficiência mental(D.M.), que em sua maioria vi-vem em condições sócio-econômicas e ambientais desfavo-ráveis, há necessidade de um modelo conceitual para expli-car as relações referentes a estas variáveis. O objetivo doestudo foi caracterizar o comportamento das variáveisantropométricas correlacionadas com as variáveis da coor-denação motora global em pessoas portadoras de D.M. Aamostra utilizada constitui-se de 236 sujeitos de ambos ossexos, sendo 149 meninos e 87 meninas, com idade entre 7 e14 anos , matriculados nas APAEs da Região Noroeste eOeste do estado do Paraná. As características de cresci-mento foram determinadas a partir das medidas de estatura epeso corporal. Para a composição corporal recorreu-se àsespessuras de dobras cutâneas determinadas nas regiõestricipital e subescapular. Quanto a coordenação motora, foiadministrada a bateria de testes KTK. Observou que o pesocorporal e a estatura são altamente significativos (P < 0.01)quando correlacionado com os saltos laterais e os saltosmonopedais para ambos os sexos. Estas tarefas requeremum grau de força na execução, o que provavelmente possainterferir nos resultados. Os resultados deste estudo suge-rem as seguintes conclusões: verificamos que os resultadosmédios do nosso estudo são mais baixos em relação ao es-tudo original; o IMC tem influência fraca e moderada nosresultados de cada teste, principalmente nos saltosmonopedais e laterais, portanto, podemos afirmar que osvalores de IMC estão ligeiramente associados ao nível dedesenvolvimento coordenativo; que provavelmente o esta-do sócio-econômico, meio ambiente, associados a sua defi-ciência e à reduzida prática motora estruturada e orientada,entre outros, são fatores responsáveis pelo nível insufici-ente de desenvolvimento coordenativo.

A prática de lazer e turismo dosdeficientes físicos

Goulart, R.R.

UCS

O presente artigo mostrará uma breve discussão com rela-ção a prática de lazer e turismo de deficientes físicos, indiví-duos ativos na sociedade. Em seguida, através do exemplode uma deficiente física, atuante nas questões de lazer eturismo, descreve-se um breve relato na prática destas ativi-dades. O lazer é uma atividade que se estrutura em uma dasocupações do tempo livre, onde algo prazeroso é realizado.Alguns estudos sobre o lazer de portadores de lesão medu-lar, mostram a maior opção por atividades manuais pela con-dição de estarem em cadeira de rodas, como concertos, arte-sanato e jardinagem são relacionadas à vida diária comorotina. Nas atividades sociais, gostam de sair, ir a festas,porém não são muito realizadas em função das barreirasarquitetônicas e de existirem preconceitos. Com relação aoturismo, viajar implica transporte, hospedagem entre outrosaspectos. A opção por passeio curto ou viagem à casa deparentes são as de maior prevalência. Independente de odeficiente praticar atividades práticas ou contemplativas,essas devem ser apresentadas com qualidade. Percebe-seque os deficientes ainda são uma população marginal e seusdesejos e necessidades não são respeitados. No exemplo deuma deficiente com mielomeningocele, 20 anos, que praticaexercícios físicos de natação e musculação com sua personaljá a 5 anos, relatos são feitos e a partir daí é que se estruturoua pesquisa. As principais atividades são: sair para jantar, ir ashows e apresentações musicais. Descreveu as dificulda-des de conseguir um espaço para assistir a um show comtranqüilidade. Quanto às atividades turísticas, geralmenteocorrem nas férias, sendo o principal destino o litoral de SC.Contou sobre uma viagem ao RJ, em que, na época, nãosubiu até o Cristo Redentor, pois não tinha acesso a defici-entes. Nas férias deste ano, viajou com a família para umacolônia de férias no interior de SP, nesta felizmente partici-pou efetivamente das atividades, pois o hotel tinha profissi-onais habilitados ou interessados em atender os hóspedescom necessidades especiais. Por fim, percebe-se que os pre-conceitos e noções equivocadas nutrem o imaginário sociale são capazes de criar situações que determinam os defici-entes como diferentes ou problemáticos. Tudo é mais difícilpara os deficientes que, quase sempre necessitam de ajudapara realizarem as mais simples tarefas, como pegar um ôni-bus ou fazer um passeio. Ainda há muito a ser feito paramelhorar a condição de vida dos deficientes e entende-seque a primeira atitude é assumir o paradigma da inclusão,onde a sociedade assume o deficiente como parte integran-te de todo o contexto, além do próprio deficiente anular osestigmas e apresentar-se em sua real condição sem receiosde ser aceito. Nota-se que mais difícil que romper barreirasarquitetônicas, é romper as barreiras de atitude. Fala-se emdiversidade, mas não se aceitam as diferenças. A sociedade,

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pelo menos a brasileira, parece não estar preparada para li-dar com isso.

Percepção de pais e professores dainfluência de um programa motor

inclusivo no comportamento social decrianças portadoras e não-portadoras

de necessidades especiais

Guaragna, M.M; Pick, R.K.; Valentini, N.C.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

O contexto escolar propicia à criança oportunidades de en-frentar desafios, conquistar e dominar novas habilidades. Asatisfação experimentada com as conquistas a auxilia naconstrução de julgamentos positivos sobre suas habilida-des motoras, cognitivas e sociais, e a ganhar confiança nassuas ações. Investigar a percepção de pessoas significati-vas na vida da criança pode propiciar a compreensão sobreo impacto de programas motores nas interações sociais,cognitivas e motoras cotidianas da mesma, contribuindo paraa estruturação de programas infantis que venham ao encon-tro das necessidades das crianças. Esta pesquisa descritivateve como objetivo investigar as percepções de pais e pro-fessores sobre possíveis mudanças no comportamento so-cial, bem como a repercussão do processo inclusivo, de cri-anças, portadoras de necessidades especiais (PNE) e nãoportadoras de necessidades especiais (n-PNE), com atrasosmotores, que participaram de um Programa de IntervençãoMotora Inclusiva (PIMI). O programa foi desenvolvido du-rante 14 semanas, com duas sessões semanais de 1 horacada. Foram entrevistados 15 pais e 06 professores, volun-tários, de crianças que freqüentaram o PIMI. As entrevistas,semi-estruturadas, foram gravadas em fita cassete e trans-critas na íntegra pelo pesquisador. Duas questõesnorteadoras foram feitas para pais e professores: (1) Após oPIMI, você percebeu alguma mudança de comportamentosocial de seu filho com amigos, colegas, pais e professores?(2) O PIMI foi realizado com crianças PNE e crianças n-PNE.Como o processo de inclusão repercutiu em seu filho? Aolongo deste estudo, mediado pela percepção de pais e pro-fessores, foram constatadas importantes mudanças positi-vas na interação social, na autonomia, na confiança, na res-ponsabilidade, no convívio com a diversidade e na diminui-ção da agressividade de crianças com atrasos motores queparticiparam do PIMI. Por meio das experiências motoras, ascrianças desenvolveram proximidade com seus pares, enri-quecendo suas interações sociais em jogos e brincadeiras.As oportunidades oferecidas de práticas motoras, rotinei-ras e adequadas ao desenvolvimento de todos auxiliaram naautonomia das crianças para a realização de tarefas diversasem casa e/ou na escola. A autonomia do movimento tambémgerou a sensação de bem-estar em algumas crianças, porterem conseguido realizar tarefas que antes não consegui-

am. Na percepção de seus pais e professores, o PIMI e suacaracterística inclusiva proporcionou aos participantes ri-queza na diversidade das experiências motoras e da convi-vência social, auxiliando-as a se tornarem mais aptas paraadministrar tarefas cotidianas.

Brincando com o ritmo: A expressãocorporal do deficiente visual numa

perspectiva inclusiva

Guerbes, H.C.; Gaio, R.C.

Universidade Metodista de Piracicaba

O presente trabalho apresenta uma proposta de aulas comatividades de dança e Ginastica Rítmica numa perspectivainclusiva. Para o desenvolvimento deste estão sendo minis-tradas aulas para um grupo de quatro meninas com faixaetária entre cinco e seis anos, onde uma destas meninas édeficiente visual. As aulas ocorrem duas vezes por semanacom duração de uma hora cada aula. Por meio de ritmos va-riados e com o uso de materiais alternativos, tais como apa-relhos da Ginástica Rítmica adaptados e outros, são desen-volvidas coreografias com a ajuda das alunas na criaçãodos mais diversos movimentos com a total liberdade de ex-pressão. O objetivo do estudo é investigar se aulas compropostas de atividades de Ginástica Rítmica e dança po-dem servir como um instrumento utilizado pelos profissio-nais de Educação Física para estimular o desenvolvimentoda expressão corporal, em especial de crianças com defici-ência visual em comunhão com as demais crianças, numaperspectiva inclusiva. Como profissionais de Educação Fí-sica, é nosso papel interferir neste momento ajudando osdeficientes a se desenvolverem, não numa perspectiva ho-mogênea, visto que cada um possui suas diferenças, massim proporcionar ações que efetivamente possam estimularo seu desenvolvimento como um todo, e em especial o desua expressão corporal. Quanto a metodologia , estamosutilizando o Estudo de caso, e através de um diário de cam-po estamos levantando os resultados obtidos nas seguin-tes categorias: consciência corporal, percepção espacial,percepção temporal-ritmo e em especial a expressão corpo-ral, juntamente com a observação de como se dá a relaçãoentre as meninas. Até o momento os resultado obtidos sãoexcelentes, em todas as categorias, em especial o desenvol-vimento da expressão corporal e a forma como esta se dan-do a relação entre as alunas. Ainda restam três meses deaula para serem analisados, entretanto já podemos concluirque as atividades com Ginastica Rítmica e dança proporcio-nam o desenvolvimento corporal num todo de forma muitosimples e agradável.

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Qualidade de vida e doença deParkinson: Frequentadores e não

frequentadores de uma associação deparkinsonianos

Hirayama, M.S.; Oliani, M.M.; Caritá, L.P.; Gobbi,L.T.B.; Stella, F.; Gobbi, S.

UNESP-RC

Introdução: A doença de Parkinson (DP) produz comprome-timentos orgânicos, funcionais, distúrbios emocionais ebarreiras sociais dentre outros. Acredita-se que instituiçõescom serviço especializado e multidisciplinar podem contri-buir para a promoção do bem estar desse paciente com do-ença crônica e progressiva. Objetivo: Comparar a percepçãoda qualidade de vida de indivíduos com DP que freqüentame não, uma associação de parkinsonianos. Materiais e méto-dos: Participaram deste estudo 68 sujeitos com DP, residen-tes na região metropolitana da cidade de São Paulo e nointerior do Estado, 30 mulheres e 38 homens, idade média de66,68 ± 8,92 anos, nível de gravidade da doença entre 0 e 4,de acordo com escala modificada de Hoehn e Yarh. Todosparticipantes foram avaliados através de entrevista e ques-tionário em relação aos dados pessoais, clínicos e pelo Ins-trumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida daOrganização Mundial de Saúde (WHOQOL-bref). Dividiu-se em 2 grupos: 31 freqüentadores e 37 não freqüentadoresda Associação Brasil Parkinson, instituição filantrópica lo-calizada no cidade de São Paulo. Os dados foram analisadosatravés do Teste-t de Student e Teste U de Mann-Whitney,com nível de significância para p<0,05. Resultados: os doisgrupos apresentaram características semelhantes, não apre-sentando diferença estatística com relação à idade, escolari-dade, idade de início da DP, tempo de doença e nível degravidade da doença. Com relação à percepção da qualidadede vida, o grupo que freqüentava a ABP apresentou valoressignificativamente maiores nos domínios físico e psicológi-co não apresentando diferenças nos domínios relações so-ciais e meio ambiente. Conclusão: Os indivíduos que fre-qüentam uma associação com serviços especializados têmuma percepção de qualidade de vida melhor nos aspectosfísicos e psicológicos, quando comparados aos indivíduosque não freqüentam. Essas diferenças foram percebidas porum instrumento de avaliação da qualidade de vida para apopulação em geral. Possivelmente outros benefícios pode-riam ser confirmados através de outros instrumentos espe-cíficos aos parkinsonianos. Confirma-se assim a importân-cia, viabilidade e presença da instituição especializada e fi-lantrópica na promoção do bem estar do Parkinsoniano.

Projeto de natação inclusiva doNEFEA-UEFS no trabalho com

crianças deficientes e em áreas derisco social “Projeto Golfinhos do

Sertão:” Uma proposta metodológicade ensino da natação

Jesus, G. M. de; Ferreira, L. A.; Silva, J. R.;Nougueira, S. A.; Santos, V.A.; Fernandes, I. O.

Educação Física, UEFS

O projeto em questão para o ensino e aperfeiçoamento donado, e treinamento dos estilos formais da Natação no Nú-cleo de Educação Física e Esporte Adaptado (NEFEA/UEFS)da UEFS. Trata-se de uma proposta pedagógica para os fun-damentos técnicos da natação, desenvolvida para criançasdeficientes e em situação de risco social que habitam asregiões próximas a UEFS, em faixa etária entre sete 07 e 11anos da idade. A base de elaboração esta de acordo com osprincípios da Concepção Sintética ou Moderna da natação(CATTEAU; GAROFF, 1990). O objetivo principal é a cria-ção de uma estratégia de sistematização / organização doensino-aprendizagem da natação que não reduza o ato denadar aos estilos formais da natação. Isto, para que os pa-drões do ato de nadar, desde o seu reflexo de nadar(MCGRAW, 1939 apud XAVIER FILHO; MANOEL, 2002),sejam considerados no ensino, e não sejam encarados comoerros de performance, em relação aos padrões tecnicamenteestruturados dos quatro estilos tradicionais de abordagem.O planejamento de ensino-aprendizagem será dividido emBlocos, de objetivos específicos, subdivididos em Fases.Cada fase será composta por Módulos, constituídos por umnúmero indeterminado de aulas, que terão, alicerçados noobjetivo e característica de cada Fase, suas metaspsicomotoras e do comportamento motor aquático, o queconstituirá seus conteúdos. Nesse sentido, o Bloco 01corresponde à Adaptação, sendo constituído pela Fase 01 -adaptação ao meio líquido (VELASCO, 1997) e a Fase 02 -enriquecimento adaptativo (VELASCO, 1997). O Bloco 02corresponde ao desenvolvimento e aperfeiçoamento dosdeslocamentos ativos, independentes e autônomos, estimu-lados por situações problema no meio líquido e, caracteriza-do pela consideração do simples ato de nadar (nado huma-no elementar e Crawl rudimentar, segundo Xavier Filho eManoel, 2002), sendo constituído pela Fase 03. Em seguida,o Bloco 03 que é caracterizado pela aprendizagem da nata-ção formal, estando subdividido em Fase 04 – Crawl, Fase 05– Costas, Fase 06 - Borboleta e Fase 07 - Peito. Uma vezposto em prática, o projeto tenderá, além da inclusão, de-senvolver nos alunos uma consciência social de interação econvivência com a diversidade.

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Lazer, inclusão e qualidade de vida:Uma experiência no NEFEA–UEFS

nas atividades de musculação e natação

Jesus, G. M. de; Santos, A.; Ferreira, A. L.; Silva, J.R. de; Barros, J. H. C.; Oliveira, J. D. B. de

Educação Física, UEFS

As atividades apresentadas neste trabalho fazem parte deum eixo temático de atividades de extensão e pesquisa de-senvolvidos através do projeto “Esporte sem Barreiras” noNúcleo de Educação Física e Esporte Adaptado da Univer-sidade Estadual de Feira de Santana (NEFEA-UEFS). Fazemparte dessas oficinas grupos heterogêneos com relação aosexo, idade (adulta) e tipo de deficiência. A oficina de Nata-ção Adaptada busca, através do ensino das atividades aqu-áticas buscamos trabalhar as particularidades de cada alu-no, permitindo – lhes adquirir liberdade de movimento, se-gurança, domínio do equilíbrio e trazendo novas possibili-dades de movimento. O Treinamento de Força tem comoobjetivo o ganho de força e resistência, estímulo neuro- fun-cional e adaptação dos músculos, ossos e articulações nasáreas atingidas pela deficiência. Isso para que haja maiorliberdade na prática das atividades diárias e do trabalho. Aaplicação das aulas baseia – se em fatores como conheci-mento prévio dos indivíduos, estudo das deficiências e rela-tório médico (tipo de deficiência, tempo, locais e sistemasafetados, etc.), além da observação freqüente e diária dodesempenho dos alunos através de relatos de experiência eficha de desempenho atualizadas de acordo com o nível dedesempenho individual. As aulas são ministradas dois diasna semana por três monitores voluntários, em horário ves-pertino, acadêmicos do curso de Educação Física. Atravésda atividade física a exemplo da natação, de jogos e do tra-balho de exercícios resistido, os sujeitos depõem sobre aimportância dessas atividades em seu desenvolvimento so-cial, seja em comunidade, na família e em outros espaçosque freqüentem. A partir dessas atividades ficou evidenteque as relações interpessoais e afetivas desses indivíduostiveram uma melhora substancial, além do respeito da comu-nidade e dos familiares para com eles, deixando, então, deser um “peso morto” para a família. A pretensão é de que aevolução física desses indivíduos seja observada atravésde avaliação física (aumento de carga, de massa muscular,de força e resistência e modificação na amplitude de movi-mento) e do desempenho aquático através da participaçãoem competições de natação e que essa evolução seja anali-sada em grupos, nas reuniões de estudo de caso.

Comparação do perfil antropométricoentre os sexos da pessoa com

deficiência usuárias daSorri/Bauru, SP

Joaquim, E.R; Fegolenti, G; Souza, S.P;Garavello, P; Prado Jr, M.V

Depto de Educação Física, Unesp-Bauru

Conhecer o perfil antropométrico da pessoa com deficiênciaé fundamental para atuarmos de forma consciente com estapopulação. A partir destes dados podemos identificar alte-rações em variáveis que podem apontar para distúrbios nasaúde, principalmente quando detectado casos de acúmulode gordura corporal e obesidade. Este estudo teve por obje-tivo verificar e comparar por sexo, o perfil antropométricodos usuários da SORRI-Bauru. Participaram deste estudo 62pessoas com deficiência mental, sendo 19 mulheres (idademédia de 25±9,0) e 43 homens (idade média 25±8,1). Foramcoletados dados de altura total e de tronco, peso, enverga-dura, circunferências corporais, dobras cutâneas. A partirdos dados foram calculados a média, desvio padrão, valoresmáximo e mínimo das variáveis, bem como o Índice de Mas-sa Corporal (IMC), percentual de gordura e classificamospor nível de obesidade. Os resultados apontaram que oshomens são mais altos (H– 1,68±0,09;M– 1,52±0,07), possu-em maior altura de tronco (H- 88,8±5,3; M- 82±4,6), maiorenvergadura (H-1,75±0,1; M- 1,57±0,08), são mais pesados(H-69,1±18,1; M-58±11,8) do que as mulheres. O peso míni-mo dos homens foi de 43,3kg e o máximo de 116kg. Já asmulheres o peso mínimo 41,9kg e o máximo de 85,5kg. Quan-do calculamos o IMC classificamos 27,9% dos homens e15,7% das mulheres com baixo peso. Já com excesso de pesoe obesidade 32,5% para os homens e 36,8% para as mulhe-res, demonstrando que um percentual significativo dos su-jeitos estão fora da normalidade, necessitando ser acompa-nhados quanto as variáveis que influenciam na sua saúde.Este quadro fica ainda mais preocupante quando analisa-mos o percentual de gordura corporal, visto que 48,7% doshomens e 100% das mulheres encontram-se classificadoscom excesso de peso e obesidade. Podemos concluir, queno perfil antropométrico da pessoa com deficiência os ho-mens são superiores que as mulheres quanto as medidas.Quando calculamos o IMC e o percentual de gordura, asmulheres, percentualmente são mais obesas e possuem mai-or acúmulo de gordura corporal que os homens. Tais fatoresnecessitam ser acompanhados com o controle de ingestãoalimentar e aumento no nível de atividade física, principal-mente para o sexo feminino.

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Rompendo barreiras através daginástica artística para surdos

Kaiser, D.C.; Kenski, F.S.

Univerdidade Federal do Paraná

A Educação Física Adaptada é uma área que busca atendera pessoas portadoras de diversas deficiências, e tem comoobjetivo mostrar as capacidades e limites de cada uma, de-senvolvendo a motricidade e integrando-as à sociedade. Aotrabalhar com educação física adaptada encontramos váriasbarreiras, e no projeto de ginástica artística para deficientesauditivos não foi diferente. O projeto é realizado pela UFPR,com o envolvimento de acadêmicos e professores colabora-dores, que juntos atendem aos alunos da Escola EstadualAlcindo Fanaya Júnior. Estas crianças apresentam deficiên-cia auditiva severa ou total, e estão compreendidas na faixaetária entre 08 e 10 anos. A maior barreira que encontramosfoi a comunicação, pois os alunos são usuários da LIBRAS(Língua Brasileira de Sinais), e nós enquanto estagiários nãosabíamos nada de LIBRAS, o que no início nos pareceu umgrande empecilho para trabalhar a ginástica artística. Outrasdificuldades encontradas foram a indisciplina e a debilidademotora, como falta de força, equilíbrio e coordenação demovimentos. Com o passar do tempo, a barreira da comuni-cação foi rompida e agora já conseguimos transmitir o quepretendemos, salvo algumas exceções nas quais necessita-mos do auxílio da professora das crianças na tradução. Alémda comunicação conseguimos ganhar também a confiançados alunos, pois mostramos a eles que estamos prontos aajudá-los na execução dos exercícios, principalmente os maiscomplexos. Desde o inicio do projeto, primeiro semestre de2004, participamos de dois Festivais de Ginástica do CEFET-PR. A participação foi muito significativa, porque pudemosperceber que o público sentiu-se envolvido com a apresen-tação da coreografia, que teve seu começo em silêncio parasimbolizar o mudo dos surdos. Depois a música foi inseridaem respeito ao público presente, que ao final aplaudiu ascrianças em LIBRAS. Hoje notamos a diferença do desen-volvimento do acervo motor das crianças em relação ao iní-cio do projeto. Observamos também uma melhora qualitati-va na disciplina dos alunos, bem como na socialização entreeles e os acadêmicos envolvidos. Cremos que esse projeto éde importante valia para o processo de formação humana,além de oferecer o aprendizado de um esporte e momentosde descontração.

Paralisia cerebral (PC) espástica:Análise da mobilidade

funcional (MF) de crianças

Kleiner, A.F.R.1; Ayres, T.G.1; Saraiva, P.M.1;Gobbi, L.T.B.1; Pietrobon, R.S.2

LEPLO/IB/UNESP/Rio Claro-Brasil1; CESO/MedicalCenter/DUKE University2

INTRODUÇÃO: MF é a habilidade de se mover independen-temente de um local ao outro e atingir o destino desejado.Diferentes t ipos de PC comprometem a MF e,consequentemente, interfere no desenvolvimento geral e nodesenvolvimento motor. OBJETIVO: analisar, quanto ao tipode PC e ao gênero, a MF de crianças que apresentam altera-ções funcionais do movimento decorrentes de uma lesãonão progressiva do trato piramidal, utilizando a Escala deMF (EMF), proposta por GRAHAM et al. (2004). MÉTO-DOS: Participaram deste estudo 35 crianças PC espásticasde 4 a 16 anos (13 diparéticas-DE; 15 hemiparéticas-HE; 7tetraparéticas-TE), sendo 22 do gênero masculino e 13 dogênero feminino. Utilizando a EMF, as crianças foram convi-dadas a percorrer 3 distâncias: 5m, 50m e 500m, em um traje-to previamente demarcado e cronometrado. A MF foi classi-ficada como: 1 (utiliza cadeira de rodas, cadeira motorizadaou carrinho); 2 (utiliza andador em K ou outro tipo deandador); 3 (utiliza duas muletas); 4 (utiliza uma muleta ouduas bengalas); 5 (independente do nível da superfície); e 6(independente de todas as superfícies). As variáveis de-pendentes para cada distância (tempo gasto e classificaçãona EMF), foram tratadas por meio de ANOVA (tipo de PC egênero) e post hoc de Scheffé. RESULTADOS: Para a classi-ficação na EMF, a ANOVA apontou efeito principal de PCnos 5m (F2,29=4,912;p<0,015; HE>DE) e nos 50m(F2,25=6,974;p<0,004; HE>DE). Para o tempo gasto, ocorreuefeito principal de PC nos 50m (F2,25=6,056;p<0,007; HE <DE)e interação entre t ipo de PC e gênero nos 50m(F2,25=7,092;p<0,004) e nos 500m (F2,16=10,266;p<0,001).Como esperado, as crianças DE e TE, com maior acometi-mento nos membros inferiores, apresentaram piores classifi-cações na EMF e foram mais lentas quando comparadas comas crianças HE, que apresentam apenas o hemicorpo afeta-do. CONCLUSÃO: O tipo de PC e o gênero interferem na MFdestas crianças. A interação entre tipo de PC e gênero parao tempo gasto se explica pelo grau leve de espasticidade.Com esses resultados sugere-se que novos estudosenvolvendo MF e atividade física sejam realizados nestapopulação, levando em consideração o gênero.

Histórias de vida de idososparticipantes do programa

Universidade Aberta no tempo livreem Campina Grande, PB

Lisboa, M.G.C.; Macedo, B. K. C.

Universidade Estadual da Paraíba

Nos últimos anos, acentua-se na realidade brasileira ques-tões sociais referentes ao idoso, apesar dos mesmos seremfocos de atenção de vários profissionais, instituições soci-ais e órgãos governamentais. No Brasil o número de idososestá aumentando consideravelmente, dentro dos próximos20 anos, deverá representar cerca de 7% da população. Nospreocupa a qualidade de vida dos idosos e a maneira que

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Resumos Temas Livres

estes vivem a velhice. É preocupante o sedentarismo noenvelhecimento, se percebe que idosos que não têm estilode vida ativo enfrentam patologias relacionadas à inativida-de física e exclusão social. O objetivo da pesquisa é identi-ficar e analisar o perfil de idosos participantes das ativida-des desenvolvidas pelo Programa Universidade Aberta noTempo Livre da UEPB a partir de seus estilos de vida. Esta-belecemos as questões de investigação: a) Quais as carac-terísticas fundamentais do atual modo de vida desses ido-sos? b) Quais os aspectos significativos nas histórias devida dos idosos relacionados ao estilo de vida ativo eautorrealizado? c) Qual significado do Programa sócio-educativo de apoio ao idoso para cotidiano do grupo? Pes-quisa qualitativa que utiliza histórias de vidas como proce-dimentos de investigação através da história oral. O grupoinvestigado é constituído por idosos participantes do Pro-grama Universidade Aberta no Tempo Livre. Os dados estãosendo obtidos através da entrevista semi-estruturada. In-formações fornecidas pelos sujeitos através dos relatos bi-ográficos recebem tratamento, evidenciando-se 3 momen-tos para ordenação dos dados. O primeiro é denominado deregistro geral. O segundo é constituído pelo registro crono-lógico da trajetória existencial. O terceiro é constituído peloregistro temático, se refere ao agrupamento dos dados. Apóso tratamento descritivo e contextual o procedimento seguintediz respeito à análise interpretativa das trajetórias existenci-ais. Destacamos resultados positivos com desenvolvimen-to das atividades do Programa, onde idosos afirmam quesentem-se bem e dispostas para as atividades, saíram doestado depressivo, e até diminuíram as dosagens dos medi-camentos comum nessa fase da vida. Na ocasião do eventoapresentaremos e discutiremos mais dados, uma vez que apesquisa encontra-se na fase de coleta e discussão de da-dos.

Possibilidades corporais dos usuáriosem cadeiras de rodas na cidade: Umestudo bibliográfico da acessibilidade

Mandarino, C. M.; Santos, E. S.

Unisinos/Ulbra

O objetivo desta investigação é identificar os temas quetratam sobre a Acessibilidade. O debate vai estar concentra-do sobre as possibilidades de lazer que estas modificaçõespodem trazer para o segmento das pessoas usuárias de ca-deiras de rodas. Referencial teórico: O lazer para estas pes-soas passa a ser um elemento importante a ser consideradonas políticas públicas no momento em que se faz necessáriogarantir condições de normalização de espaços físicos comsegurança e autonomia (Lei 10.098). Ao trazermos a cidadecomo lugar de pesquisa, estamos trabalhando com o concei-to de espaço, pois é nas cidades que nos organizamosterritorial e geograficamente. Veiga- Neto (2000, p15), co-menta que o conceito de espaço, “não se reduz a um simples

cenário onde se inscreve e atua um corpo. Muito mais doque isso, é o próprio corpo que institui e organiza o espaço,enquanto o espaço dá um ‘sentido’ ao corpo”. Metodologia:este é um estudo bibliográfico. Foram analisados 14 estu-dos desenvolvidos com tema da acessibilidade. Os estudosestão divididos em monografias, dissertações, artigos e ca-pítulos de livros. Existe, atualmente, uma concentração depesquisas em relação a acessibilidade nas escolas (públicasmunicipais, estaduais e particulares), clubes academias epraças públicas, preocupações com o deslocamento nostransportes coletivos, logradouros e edifícios públicos. Emprimeiro, os estudos sobre a acessibilidade, nos conduzema perceber que existe uma necessidade em ampliar as análi-ses dos espaços de lazer desportivo. Em segundo, os estu-dos mostram que os sentidos dados aos corpos dos usuári-os de cadeiras de rodas estabelecem uma categoria relacio-nada a alteridade. Neste sentido, se faz necessário inverteras identidades, incapacidade, deficiência, que são forjadasnum espaço que não consegue se adequar a uma estéticadiferente daquela que foi imaginada para o andante nos bair-ros da cidade. Como notas conclusivas, entendemos que énecessário que os próximos estudos façam uma análise so-bre os níveis de caminhabilidade que poderemos encontrare locais que já eliminaram as barreiras arquitetônicas. Nestesentido identificar de que forma os aclives e declives difi-cultam a autonomia e a segurança em relação a acessibilida-de nos espaços de lazer desportivo.

Projeto música no bairro

Mareschachi, C.R.

Depto de Educação Física, Unirp

A dança faz parte do conhecimento em Educação Física; amúsica, porém, já não é tão abordada. Mas, a partir dela, oaluno pode desenvolver ritmo, coordenação motora, tempoe a própria musicalidade. Partindo desses fatores e das ex-periências com crianças e adolescentes do Centro Social daVila Toninho e do Centro Comunitário Dom José de AquinoPereira - Instituição Paulista Adventista de Educação e As-sistência Social de São José do Rio Preto e da Escola daFamília da Escola Estadual Archimedes Aristeu Mendes deCarvalho de São Carlos, através do Projeto “Música no Bair-ro”, verificamos que é possível o trabalho de recreação alia-do ao desenvolvimento musical. O processo inclui a confec-ção de instrumentos musicais com materiais reciclados -como madeira, garrafas plásticas, latas, tampinhas de garra-fas, chaves, ferros de construção, etc. - pelos integrantesdo Instituto dos Cegos Trabalhadores de São José do RioPreto, aulas práticas utilizando os instrumentos de percus-são focalizando ritmos da cultura brasileira e a interaçãocom grupos da comunidade de dança de rua, danças folcló-ricas, etc. Os exercícios são criativos e cooperativos. Asturmas são mistas e todos os alunos têm a oportunidade departicipar das atividades.

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Perfil da atitude postural de membrosinferiores de indivíduos com

síndrome de Down

Marques, A. C.1; Lemos, A. T.2;Machado, D. T.2; Gaya, A. C.2

UFPel1 ; UFRGS2

A avaliação da atitude postural em pessoas com Síndromede Down (SD) tem despertado crescente interesse nos pro-fissionais da área da saúde. A educação física, enquantofomentadora e promotora do desenvolvimento dos indica-dores de saúde, adquire responsabilidade tanto na preven-ção, quanto na detecção de possíveis alterações. Algunsproblemas músculoesqueléticos, como hálux valgo e pé pla-no severo, além de instabilidades femoro-patelar, na articu-lação coxo femoral e da coluna cervical, são comuns na SD.O objetivo deste estudo foi descrever o perfil da atitudepostural de membros inferiores de indivíduos com SD, per-tencentes a escolas especiais da cidade de Pelotas/RS. Aamostra foi selecionada de forma intencional e compôs-sede 52 pessoas, de 5 a 51 anos de idade, sendo 20 (38,5%) dosexo feminino e 32 (61,5%) do sexo masculino. Após obten-ção do termo de consentimento, com os indivíduos devida-mente vestidos (sunga para os homens e maiô ou biquínipara as mulheres) foram marcados com etiquetas adesivas,pontos anatômicos de referência nos membros inferiores.Posteriormente, os alunos foram posicionados em ortostaseseguindo as marcações na base do posturógrafo, sendo fo-tografados nas vistas anterior, posterior, lateral direita e es-querda. A partir da analise das fotografias observou-se quetodos os indivíduos apresentaram retropé valgo, pés pla-nos e joelhos valgos. Quanto a avaliação dos joelhos navista lateral, 19 (36,5%) apresentaram posição neutra, 21(40,4%) genum flexo, 3 (5,7%) genum recurvatum e 9 (17,3%)apresentaram diferença entre os lados. Esses achados refor-çam os estudos descritos na literatura, indicando a necessi-dade de uma intervenção multidisciplinar já na primeira in-fância em pessoas com SD.

Treinamento competitivo paradeficiente físico com raquitismo

hipofosfatêmico familiar

Marra, S.B.F

Faculdade de Educação Física, UFU

Este trabalho vem relatar as experiências vivenciadas com oaluno A.S.F., 13 anos, oportunizadas pela Disciplina “Está-gio Prático em Esportes Adaptados” ministrada na Faculda-de de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândiano 1º semestre de 2004, enquanto acadêmica do 4º período.Desde o primeiro ano de vida o aluno apresenta uma defici-ência osteogênica denominada Raquitismo Hipofosfatêmico

Familiar. A única conseqüência relativa a esse dignósticofoi no âmbito motor (membros inferiores), ou seja, a criançanão teve desenvolvimento cognitivo e afetivo anormal.Nosso objetivo foi fazer do aluno um atleta competitivo,aproveitando as potencialidades e sua experiência com água.Para tanto elaboramos um programa que envolvia atividadesde resistência aeróbia com aumento gradativo do volume detreinamento, diminuição do intervalo de recuperação e utili-zação do chamado “gato” para intensificar o treinamento.Também abordamos no programa de atividades o aperfeiço-amento dos estilos Crawl e Peito, simulação de competições,saída e chegada em provas oficiais, preparação individualdo treino, autocontrole do treinamento, auto-avaliação, den-tre outros. Os resultados foram surpreendentes, o alunoconseguiu progressos significativos em curto espaço detempo: reduziu seu tempo na prova de 25m nado Crawl emquase 3s (de 30´´44´´´ para 27´´90´´´) em menos de um mês detreino e depois o manteve, assim como o nado peito, redu-zindo-o em mais de 6s (de 47´´44´´´ para 41´´09´´´). Se obtive-mos esses resultados, podemos concluir que todas as ativi-dades adotadas foram pertinentes e, unidas numa única ver-tente (melhora da perfomance), trouxeram excelentes con-quistas. A.S.F é um aluno exemplar e mostra-se disposto asuperar-se sempre, está satisfeito e recebe o incentivo e re-conhecimento de todos nós que o orientamos.

Estudo da flexibilidade de ombro emidosos praticantes de hidroginástica

do projeto AFRID

Martins, J.L.A.; Borges, L.J.; Costa, G.A.;Arantes, L.M.; Novais, F.V.

Faculdade de Educação Física

Introdução: A flexibilidade é um dos componentes de apti-dão física que é responsável pela execução voluntária de ummovimento, com máxima amplitude, por articulação ou con-junto de articulações, dentro do limites morfo-fisiológicos.A flexibilidade é um dos fatores que podem comprometer arealização das AVD’s ou AIVD’s. Objetivo: Verificar o graude flexibilidade do ombro de idosos praticantes dehidroginástica. Metodologia: Os sujeitos da pesquisa foram101 idosas e 18 idosos, com idade variando de 60 a 84 anos,praticantes de hidroginástica do Projeto AFRID. A análisefoi do tipo quantitativo-qualitativo e o instrumento utiliza-do foi o Teste de flexibilidade do ombro, protocolado porRikli & Jones, 1999. A amostra foi dividida de acordo comsexo, idade e serão apresentados média (x) em centímetros edesvio padrão (s). Resultados: Homens: 60-64 anos(1,5x;1,5s); 65-69 anos (-13,62x;13,51s); 70-74 anos (-10,9x;21,28s); 75-79 anos (-25,4x;13,12s); 80-84 anos (-17,33x; 2,3s).Mulheres: 60-64 anos (-1,71x;8,42s); 65-69 anos (-4,38x;8,28s); 70-74 anos (-7,5x; 8,55s); 75-79 anos (-8,77x;17,58s); 80-84 anos (-13,88x; 7,7s).A população apre-sentou graus significantes de flexibilidade do ombro, com

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valores da média dentro dos valores padrões, sendo quesomente o grupo masculino de homens de 75-79 anos, apre-sentou média inferior, quando comparado com os valores dereferência do Teste.Conclusão: De acordo com os dadosapresentados é possível inferir que a hidroginástica é umaatividade física que proporciona melhora e/ou manutençãoda amplitude articular dos movimentos em especial, a flexi-bilidade do ombro, permitindo a realização das AVD´s eAIVD´s, conseqüentemente proporcionando melhor quali-dade de vida.

Deficiência mental e atividade física

Martins, M.A; Justino, L.B; Leite, G.F; Coelho,F.G.M; Tibúrcio, F.R.N; Maria, J.B.L

Universidade Federal de Uberlândia

O atraso no desenvolvimento dos portadores de DeficiênciaMental pode se dar em nível neuro-psicomotor. Pode aindadar-se em nível de aprendizado com notável dificuldade decompreensão de normas e ordens, dificuldade no aprendiza-do escolar e de interação sócio-afetiva. Este resumo temcomo finalidade mostrar o trabalho feito com portadores denecessidades especiais realizado no 4° Período na discipli-na Esportes Adaptados. A aluna L.D.B possui DeficiênciaMental que é adquirida por vários fatores pré-natais, peri-natais e pós-natais. Durante esses meses de trabalho foitrabalhado com a aluna exercícios de psicomotricidade enatação que são ótimos para o seu desenvolvimento. Mui-tos materiais são utilizados para as atividades como: pran-chas para o equilíbrio, tapetes para fazer exercícios de per-nas e braços, e outros que são usados na psicomotricidadepara desenvolver as habilidades psíquicas, de equilíbrio,locomoção, manipulação dos objetos, coordenação, sensa-ção, etc. A adaptação à natação foi o objetivo principal dotrabalho semestral e a aluna adquiriu, com o tempo, suascapacidades e controlou seu medo. O alongamento foi mui-to importante para o auxilio da aluna nas atividades propos-tas. A recreação ajudou na aprendizagem, pois a aluna apren-de brincando, visto que muitas vezes não foi possível exe-cutar o que foi programado e também na sociabilização compessoas que possuem o mesmo tipo de deficiência. O traba-lho foi realizado da melhor maneira ao longo do tempo e terácontinuidade com os próximos alunos da Faculdade de Edu-cação Física de Uberlândia.

Hiperatividade e atividade física

Martins, M.A; Justino, L.B; Santos, J.A; Leite, G.F;Teixeira, A.C; Oliveira, D.R

Universidade Federal de Uberlândia

A hiperatividade interfere na habilidade da pessoa de man-ter a atenção - especialmente em tarefas repetitivas - de con-

trolar adequadamente as emoções e o nível de atividade, deenfrentar conseqüências consistentemente e, talvez o maisimportante, na habilidade de controle e inibição. A atividadefísica, por sua dinamicidade, tem a capacidade de inovartodo dia, sem que a pessoa perca os conhecimentos já ad-quiridos. Este resumo tem como finalidade mostrar o traba-lho feito com portadores de necessidades especiais realiza-do no 4° Período na disciplina Esportes Adaptados. O alunoE.L.L tem hiperatividade que é uma doença que faz com quea pessoa não preste atenção em detalhes ou comete errospor falta de cuidado, dificuldade em manter a atenção, difi-culdade em seguir instruções, dificuldade na organização,evita tarefas que exigem um esforço mental prolongado,freqüentemente perde os objetos necessários para uma ati-vidade, distrai-se com facilidade, esquece as atividades diá-rias. As crianças com hiperatividade são capazes de apren-der, mas têm dificuldade em se sair bem na escola devido aoimpacto que os sintomas da hiperatividade têm sobre umaboa atuação. Os objetivos do trabalho realizado com o alu-no desenvolveu uma ótima capacidade de adquirir atenção,equilíbrio além de aprender os princípios da natação. A re-creação também foi dada, pois o aluno necessitou de brinca-deiras variadas para manter a atenção nos exercícios queforam passados, por isso a recreação tem também o intuitode exercitar sem que a pessoa note. Vários materiais foramutilizados com esse aluno, pois ele se adápta fácil ao que lheé passado. A cada dia ele adquiriu mais independência oque tornou muito mais fácil o trabalho que foi desenvolvido.Os resultados das atividades foram de grande valia paramim e para o aluno. O trabalho foi realizado da melhor maneiraao longo do tempo e terá continuidade com os próximosalunos da Faculdade de Educação Física de Uberlândia.

Incidência de asma emcrianças obesas

Matteoni, S.P.C.; Oshiro, S.H.; Oliveira, S.;Mattos, E.; Cortese, M.

EEFEUSP

Introdução: A grande incidência de asma e obesidade é no-tória e vem sendo estudado nos últimos anos. Nas crianças,a prevalência de obesidade tem aumentado e tem sido asso-ciada ao aparecimento de problemas respiratórios. Atual-mente os estudos mostram uma associação entre IMC e asma,ocorrendo em crianças obesas, ocasionando maior tendên-cia a doenças respiratórias, como a rinite e a asma. Objetivo:O objetivo deste trabalho foi verificar a relação entre Índicede Massa Corpórea (IMC) e o Pico de Fluxo Expiratório (PFE)em crianças com histórico clínico positivo de asma e/ ourinite alérgica. Metodologia: A população foi de crianças de9 anos ± 3, de uma escola da zona sul de São Paulo. A amos-tra foi composta por 30 crianças, sendo 10 obesas, 10sobrepeso e 10 normais com histórico positivo de asma e/ourinite. Para verificarmos o PFE foi utilizado o monitor de pico

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de fluxo expiratório. Foram coletados dados antropométricosde estatura (EST), índice de massa corporal (IMC) e o picode fluxo espiratório (PFE). Resultados: Neste estudo, os re-sultados demonstraram uma prevalência de broncoespasmoem 53,33% das crianças, sendo 60% das crianças comsobrepeso, 80% das crianças obesas e 20% em crianças nor-mais. Conclusão: As crianças obesas apresentaram maiorprevalência de broncoespasmo. Esta maior prevalência estádiretamente relacionada ao IMC e PFE, que são indicativosda associação entre obesidade e disfunção pulmonar. Suge-re-se um estudo longitudinal que verifique broncoespasmoinduzido pelo exercício para preparar um programa de condi-cionamento físico para esta população.

O uso de ferramentas não-rígidas poradultos com deficiência mental

Mauerberg-deCastro, E.; Viveiros, F.F.;Cozzani, M.V.

UNESP Rio Claro

A forma como o indivíduo explora o ambiente através dapercepção háptica sugere uma forma de ancoragem entreambos onde o mecanismo exploratório é restrito pelo objeti-vo da tarefa (Mauerberg-deCastro, 2004). O objetivo desteestudo é avaliar, em tarefas de equilíbrio estático, como de-ficientes mentais usam a percepção háptica, influenciadapelas propriedades de ferramentas não-rígidas. Participaramdo estudo dez indivíduos com deficiência mental (GDM) edez adultos não-deficientes (GND). Os participantes foramavaliados em sua capacidade de permanecer sobre uma tra-ve de equilíbrio por 30s, utilizando um sistema de âncorascom cargas de 250g, 500g e 1kg para apoio ao equilíbrio.Duas condições sem âncora foram realizadas, no início (CI)e no final (CF). Três tentativas foram realizadas. As variá-veis foram: tempo de permanência na tarefa e número dequedas para ambos os grupos e variáveis cinemáticas parao GDM. Com relação ao tempo de permanência na tarefa foiencontrada diferença significativa entre grupos (p<0.001),tentativas (p<0.001) e condições (p=0.029). O GND foi me-lhor que o GDM, todos os participantes foram melhores naúltima tentativa e na condição 1kg. Com relação ao númerode quedas, foi encontrada diferença significativa entre osgrupos (p<0.001) e marginal entre tentativas (p<0,056). Comoanteriormente o GND foi melhor e todos os participantesforam melhores na última tentativa. Quanto à variável des-vio padrão de janela dos dados cinemáticos (DPJD) nota-mos uma melhora no desempenho da tarefa quando os parti-cipantes utilizaram o sistema âncora. Quanto às variáveiscinemáticas derivadas em fft não encontramos diferençassignificativas entre as condições com ou sem âncora. Comojá era esperado o GND teve um desempenho superior aoGDM, confirmando a interferência dos atrasos posturais,comuns as pessoas com deficiência mental. Apesar disso, oGDM apresentou melhoras no seu desempenho com o uso

do sistema de âncoras, principalmente para retornar à posi-ção de equilíbrio, fato confirmado na variável tempo de per-manência na tarefa. Outro aspecto importante se refere àmelhora do desempenho na última tentativa, o que implicaque, com a prática, ocorre um processo de aprendizagemonde os participantes potencializam o uso das âncoras.Apoio: CNPQ PIBIQ

Razões pela qual os professores deeducação física optam em atuar com

pessoas com deficiências

Moura, D.L; Torres, M.S

Centro Universitário da Cidade

Introdução: Segundo Ghiraldelli Junior (1988) o campo deatuação do profissional de educação física é extremamentevasto. Além do tradicional campo de ensino nas escolas de1º, 2º e 3º grau públicas e particulares, surge a possibilidadeatuação em centros de reabilitação, hospitais, academias,clubes e outros. Alguns novos campos vem ganhando des-taque como: os programas de atividades esportivas parapessoas com deficiência (PCD’s), a educação física adapta-da. Objetivo: Identificar as razões pela qual os professoresde Educação Física, em vilas olímpicas do Rio de Janeirooptam por trabalhar com PCD’s. Metodologia: Trata-se deum trabalho de campo, transversal, dados primários. A amos-tra selecionada foi composta por dez professores de Educa-ção Física lotados em três Vilas Olímpicas,na cidade do Riode Janeiro, que trabalham com a Educação Física Adaptada.As entrevistas possuíram caráter semi estruturado, que ne-las, segundo os autores André & Lüdke (1986, p.33) “O en-trevistado discorre sobre o tema proposto com base nasinformações que ele detém e que no fundo são a verdadeirarazão da entrevista.” Resultados: Quando perguntamos so-bre as razões pela qual optaram pelo trabalho com PCD’s,identificamos as seguintes categorias: Interesse, pessoal,necessidade, maior liberdade e a insatisfação com a educa-ção física convencional. Ao responder sobre as razões, es-tes profissionais relataram as conseqüências desta opção,que foram: a gratificação pessoal, desenvolvimento dos alu-nos e o encantamento. Conclusão: Com base nos dados con-sideramos que a curiosidade é um fator de grande influenciana escolha de atuar com PCD’s. Estes professores foramapresentados a esta prática ou buscaram conhecê-la por umainiciativa própria. Percebemos que esta curiosidade foiaguçada por uma experiência pessoal ou uma insatisfaçãocom a educação física convencional, que não permite uma“liberdade”. Concordamos sobre a necessidade de propor-cionar uma abertura de espaços físicos para as pessoas por-tadoras de deficiência praticarem uma atividade fisica-es-portiva-recreativa. No entanto, não somente uma prática cominicio e fim em si mesma, mas como relata Resende (1995),um espaço educativo privilegiado para promover as rela-ções interpessoais, a auto-estima e a autoconfiança, valori-

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zando aquilo que cada indivíduo é capaz de fazer em funçãode suas possibilidades e limitações pessoais. A opção ematuar com PCD’s deve ser afirmada diariamente na prática decada profissional para que seja legítima.

Impacto do envelhecimento sobre asatisfação com a imagem corporal

percebida por mulheresfisicamente ativas

Novais, F. V.; Costa, G. A.; Azevedo, P. G.; Arantes,L. M.; Borges, L. J.; Martins, J. L. A.

Faculdade de Educação Física, UFU

Introdução: A imagem corporal é a percepção que temos denós mesmos, é influenciada pelos padrões estipulados pelasociedade e a cultura que nos rodeia. O modelo de belezaimposto pela sociedade hoje, corresponde a um corpo ma-gro sem, contudo, considerar aspectos inerentes ao proces-so natural de envelhecimento.Objetivo: Verificar o impactodo envelhecimento na satisfação com imagem corporal per-cebida por mulheres fisicamente ativas. Metodologia: Fo-ram avaliadas através do “Questionário de percepção de si-lhueta corporal” de STUNKARD e SORENSEN (1993) 100mulheres escolhidas aleatoriamente entre as praticantes deatividades físicas em academias de ginástica e no ProjetoAFRID na cidade de Uberlândia-MG por pelo menos 3 horassemanais. A amostra foi dividida etariamente, GI(10 a 20anos) n=15, GII(21 a 30 anos) n= 20, GIII(31 a 40 anos) n= 10,GIV(41 a 50 anos) n=10, GV(51 a 60 anos) n=15, GVI(61 a 70anos) n= 15, GVII (71 a 80 anos) n= 20 e GVIII(+ de 80 anos)n= 5. Para análise dos dados utilizou-se a estatística descri-tiva. Resultados: Foram percebidos que 75% das mulheresdo GI estavam insatisfeitas com a imagem corporal, no GII asatisfação foi de 37,03%, no GIII a insatisfação percebida foide 57,15%, no GIV houve 80% de insatisfação com a própriaimagem, no GV 44,44% estavam satisfeitas, no GVI 40% sa-tisfeitas, no GVII 58,34% estavam insatisfeitas e no GIII 44,3%das mulheres estavam satisfeitas com a imagem atual. Con-clusão: A análise dos dados demonstrou uma extrema insa-tisfação com a imagem corporal percebida em todas as faixasetárias. Pôde-se notar também que com o acrescer da idadehá um maior conformismo com a atual imagem.

Aumento de força em um indivíduocom esclerose multipla

Ocampos, M. S.

Universidade Católica Dom Bosco

INTRODUÇÃO: O presente estudo analisou os resultadosapós treino de força em um individuo com esclerose múlti-pla. Segundo as definições de vários autores: A esclerose

múltipla (EM) é doença desmielinizante e inflamatória, deprovável etiologia auto-imune que compromete o sistemanervoso central (SNC) e cuja susceptibilidade é determina-da por fatores complexos, tais como: a carga genética e ainfluência ambiental. Esse estudo nasceu após verificarmosque a musculação não era indicada a portadores de esclerosemúltipla, isso esta relacionado diretamente a fadiga, que eum sintoma da patologia. Mas após aplicarmos um treino deresistência muscular localizada (RML) constatamos um au-mento considerável na sua carga, por exemplo, no exercíciode tríceps na polia, o mesmo que no começo do treino erarealizado com 5 kg, atualmente esta sendo realizado com 15kg, sem nunca ter levado a fadiga. No exercício de pressãode pernas houve um aumento considerável na carga, o mes-mo era realizado sem carga, atualmente esta sendo realizadocom 10 kg. Em geral houve um aumento considerável deforca, outro aspecto que pode ser verificado foi o aumentoda auto-estima, esse relatado pelo individuo, onde houveuma melhora no quadro da depressão, isso porque os exer-cícios são realizados em uma academia, em um ambientedescontraído e com musica, totalmente diferente das clinicasfreqüentadas por esse individuo. Após o inicio do treinohouve tembém melhora na caminhada do individuo que es-tava muito comprometida devido a patologia, que alem deter muita dificuldade no andar apresenta em seu quadroclinico um déficit no seu equilíbrio, no inicio do programa deexercícios não conseguia caminhar 1 minuto na esteira, navelocidade, 1,6 Km/h, atualmente consegue caminhar 5 mi-nutos. Após efetuarmos o acompanhamento do indivíduodurante seis meses, chegamos a conclusão de que houveum aumento considerável na força desse indivíduo, issopode ser constatado no aumento de carga apresentado du-rante o treino. O aumento da disposição para realizar tarefasde seu cotidiano se deve ao aumento de força para realizarpequenas tarefas do dia-dia, antes do treino esse indivíduoencontrava muita dificuldade para realizar essas pequenastarefas, e com o aumento de sua força ele sentia mais dispo-sição para executa-las.

Imagem corporal edeficiência física

Oliveira, D.F.S.; Silvério, K.R.

Depto de Educação Física,UFG-CAJ

Atualmente, o tema imagem corporal ainda é pouco explora-do no âmbito da Educação Física. Consideramos, portanto,relevante a articulação desse tema em outra área que neces-sita também ser amplamente discutida, que é a da deficiên-cia. Esta pesquisa teve como principal objetivo analisar aImagem Corporal de pessoas com deficiência física do ensi-no regular de Jataí-GO, bem como, observar as sensaçõesque os mesmos têm em relação aos seus corpos e, investigara influência do contexto social na construção da imagemcorporal destas pessoas. Esta pesquisa foi realizada em três

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escolas inclusivas do ensino regular de Jataí. Os sujeitosdesta pesquisa foram 8 alunos com deficiência física. O ins-trumento de pesquisa utilizado foi o questionário (teste)validado; “A Minha Imagem Corporal” de David Rodrigues.Através dos dados coletados na pesquisa, ressaltamos al-gumas questões que nos possibilitaram identificar três cate-gorias de análise. O primeiro diz respeito à Condição Física,no qual 90% dos sujeitos afirmaram sentirem a força físicacomo um aspecto fraco em seus corpos. Outro aspecto rele-vante encontrado nos resultados, diz respeito à Aparência.Neste, 80% dos sujeitos afirmaram não gostarem da maneiracomo se vestem, da aparência cotidiana, de não se sentirematraentes para pessoas do outro sexo. O último aspecto res-saltado para a discussão neste estudo, é a Falta de Confian-ça em seu Corpo, no qual 80% afirmaram não terem confian-ça em seus corpos. Constatamos através deste estudo, queé extremamente importante para a pessoa com deficiênciafísica, o fato de descobrir seu corpo, senti-lo, conhecê-lo,em seu poder, sua força, para através desse corpo conheci-do, consciente, ter um contato com a realidade. Porém essassensações são carregadas de significados advindos da so-ciedade que ainda hoje é extremamente preconceituosa ediscriminadora. Vale ressaltar a importância deste trabalhopara o profissional de Educação Física, que através da cul-tura corporal, dos conteúdos da Educação Física, podemcontribuir bastante para o desenvolvimento harmonioso daimagem corporal desse indivíduo.

Percepções de pessoas com esclerosemúltipla na prática do yoga

Oliveira, G.; Tavares, M.C.G.C.F.

FEF, Unicamp

Apesar da existência de experimentos científicos sobre oYoga, ainda existe uma carência de estudos sobre o tema;principalmente com relação ao Yoga aplicado a pessoas comesclerose múltipla. As práticas do Yoga caracterizam-se pelapermanência numa condição de controle e conforto, suge-rindo relaxamento e prazer ao praticante; não estipula umpadrão de execução e nem coloca metas de desempenhomotor. A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônicadesmielinizante que resulta de reações inflamatóriasdesencadeadas por mecanismos complexos de anormalida-de imunorregulatória. Com a utilização do exame de resso-nância magnética tem-se deparado com um crescente núme-ro de casos da doença. A EM acomete principalmente adultojovem, na faixa etária entre 20 e 40 anos. Leva ao apareci-mento de diversificados sinais e sintomas neurológicos. Oquadro clínico depende da topologia das lesões, observa-se com freqüência neurite óptica, hemiparesias, paraparesias,síndromes sensitivas, cerebelares, esfincterianas e mentais.A fadiga é um sintoma que acomete de 75% a 95% das pes-soas com EM. A incidência de transtornos psicopatológicos,principalmente de depressão maior, é alta e pode chegar a

ser maior do que em outras doenças neurológicas crônicas eincapacitantes. Os objetivos desta pesquisa foram identifi-car adaptações que facilitem a prática do Yoga, a partir dasnecessidades específicas de pessoas com EM e coletar suaspercepções. Um grupo de 07 pessoas, pertencentes ao Gru-po de Esclerose Múltipla de Campinas, foi submetido a dozepráticas consecutivas de Yoga, uma vez por semana, comduração de 50 minutos cada. Trata-se de uma pesquisa des-critiva do tipo estudo de caso. Para coletarmos essas per-cepções disponibilizamos no final de cada prática um mo-mento para registrar as experiências durante a prática, sen-do os relatos gravados. Também foi disponibilizado um ca-derno para preenchimento espontâneo, e criado um grupode correio eletrônico, para manifestações espontâneas apósas práticas. Pelos relatos e observações feitos no estudo, apercepção dos sujeitos de pesquisa é que o Yoga facilita orelaxamento e a diminuição dos estados de ansiedade e can-saço, propicia a melhora motora e interfere positivamente naproblemática do equilíbrio.

Paralisia cerebral:Uma abordagem prática

Oliveira, T.C

Faculdade de Educação Física,UFU

Este trabalho visa relatar o desenvolvimento da aluna N.F.S,portadora de Paralisia Cerebral, no Programa de Atendimen-to à Pessoa Portadora de Deficiência Física – UFU realizadaatravés da disciplina Estágio Prático de Educação Física eEsportes Adaptados. A Paralisia Cerebral é definida comouma desordem ou dano no Sistema Nervoso Central que levaà inabilidade, dificuldade ou descontrole na coordenaçãodos músculos resultando na incapacidade de desenvolvertarefas motoras do cotidiano. É importante ressaltar que aParalisia Cerebral é uma doença que nas condições médicas,resulta principalmente na perturbação da postura e tambémdos movimentos do corpo. Essas perturbações podem sermotoras e sensoriais, auditivas, visuais e sensoriais. O tipode paralisia da aluna é espástica sendo caracterizada pelahipertonia permanente, mesmo em repouso, deixando osmovimentos restritos na amplitude, exigindo esforço exces-sivo. A partir destas características teve-se como objetivoprincipal preparar a aluna de modo que aumentasse seu graude independência e mais especificamente minimizar a tensãomuscular, melhorar amplitude de movimento, desenvolveros aspectos cognitivos, sensório-motor, sócio-afetivo eorgano-funcionais, além de trabalhar sempre que era possí-vel a sociabilidade. A metodologia utilizada foi a partir dotrabalho realizado após uma criteriosa observação da alunae um rigoroso estudo sobre sua deficiência. As aulas foramdesenvolvidas na piscina e na psicomotricidade, exploran-do os espaços em todos os aspectos possíveis de diferen-tes formas, sempre analisando e identificando cada momen-to vivenciado. Os resultados foram muito favoráveis para o

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desenvolvimento da aluna. Os exercícios foram específicospara cada objetivo definido antecipadamente, a aluna pro-curou executá-los de forma correta, entretanto não conse-guiu iniciar o nado crawl como foi previsto no planejamento.

Autismo: experiência ou desafio

Oliveira, T.C.; Gomes, A.C.; Cabral, L.S.A.; Pereira,S.F.; Santana, L.G.; Teixeira, A.P.A.

Depto de Educação Física, UFU

Este trabalho é um relato de experiência realizado com crian-ças autistas, vivenciado na Universidade Federal deUberlândia, durante a disciplina Educação Física e EsportesAdaptados; juntamente ao Programa de Atendimento à Pes-soa Portadora de Deficiência. A disciplina oferece aos alu-nos do programa atividades como: psicomotricidade,hidroterapia, natação, atletismo, entre outras atividades.Após vários estudos realizados sobre autismo definimos - ocomo uma alteração cerebral que afeta a capacidade do serhumano de comunicar – se e estabelecer relacionamentoscom outras pessoas respondendo às ações do meio ambien-te, que se manifesta até os três anos de idade. Este transtor-no, compromete todo o desenvolvimento psiconeurológico,afetando a comunicação, a fala, o entendimento e o conví-vio social, apresentando em muitos casos um retardo men-tal. O comportamento ritualizado do autista detêm a hábitosanormais, resistências às mudanças singulares e brincadei-ras estereotipadas, ou seja comum a maioria dos “deficien-tes”. Partindo desta perspectiva, tentamos amenizar estasalterações determinando e desenvolvendo atividades prin-cipalmente o aspecto sócio-afetivo, pois é o mais afetadopela “deficiência”. Mais especificamente realizamos ativida-des que desenvolvem os aspectos cognitivos, trabalhamosa recreação e o lazer, desenvolvemos a socialização, traba-lhamos principalmente as atividades aquáticas, desenvol-vemos a natação com a finalidade de integrar os alunos.Todos os alunos do programa primeiramente passam por umdiagnóstico para posterior encaminhamento às atividadesespecíficas determinado pelos professores. Os estagiáriosforam preparados anteriormente com teoria, prática e obser-vações sobre as deficiências dos alunos, para o atendimen-to dos mesmos. Constantemente realizávamos testes e exer-cícios para analisar a efetivação das aulas e das atividades.Dessa forma procurávamos sempre atingir todos os objeti-vos determinados e os aspectos importantes para integrá-los de maneira satisfatória no meio social em que vivem.Exigíamos de todos a participação ativa nas atividades rea-lizadas desenvolvendo outras possibilidades, os alunos eramestimulados incessantemente de diferentes formas pelosestagiários e professores para a realização correta das ativi-dades propostas.

O interesse de pessoas com esclerosemúltipla por atividades

físicas e recreativas

Orlando, M.S.

FEF, UNICAMP

A Esclerose Múltipla (EM) é uma disfunção neurológica quegeralmente ocorre em adultos e é caracterizada por apresen-tar numerosos focos de desmielinização no Sistema Nervo-so Central, que interferem nas transmissões dos impulsosnervosos. No Brasil, estima-se que a prevalência da EM sejade 10 para cada 100 mil habitantes. Os sintomas mais co-muns da EM são a depressão, déficits sensoriais e motores,a fadiga, o comprometimento cognitivo e a espasticidade. Anatureza da EM é um considerável fator que aumenta a pro-babilidade de ocorrência de alterações psíquicas, pois ela,geralmente, se manifesta em indivíduos jovens no auge desua produtividade profissional, que lidam freqüentementecom decisões vitais, e que, de repente, se vêem atormenta-dos com a possibilidade de sofrerem grandes perdas funcio-nais. Os objetivos desta pesquisa foram investigar o inte-resse das pessoas com EM pela a prática de atividades físi-cas recreativas, bem como descrever a prática destas ativi-dades de lazer antes e após o diagnóstico da doença. Pararealizar esta investigação elaboramos um questionário quefoi entregue a 30 participantes do Grupo de Esclerose Múl-tipla de Campinas. 13 sujeitos responderam aoquestionário.Após as análises dos mesmos, observamos queas atividades de caráter lúdico são menos enfatizadas nestapopulação, em detrimento de atividades mais leves que pa-reçam possuir um traço terapêutico. 92% dos sujeitos disseque o diagnóstico da EM interferiu negativamente em suasatividades físicas e de lazer. Muitas interromperam ativida-des prazerosas para elas devido aos sintomas da doença.As atividades que se mostraram mais interessantes foramalongamento/relaxamento e vivências corporais. Pudemosconcluir que o diagnóstico da EM interferiu negativamentenas atividades físicas e de lazer. Há uma preferência destapopulação por atividades físicas individuais e de objetivosterapêuticos. Algumas atividades poderiam ser realizadaspor estas pessoas mas estas não as realizam devido a ques-tões como: medo da doença, desânimo e tristeza. Neste sen-tido, o professor de Educação Física tem um papel importan-te: ampliar os conhecimentos e a compreensão das pessoascom EM bem como as atividades que se adaptam e trazembenefícios físicos e psicológicos a esta população.

Dificuldades dos professores deeducação físicada cidade de Bauru

com a inclusão

Orlando, P. A.

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Resumos Temas Livres

Lapef, Departamento de Educação Física,Unesp

Atualmente verifica-se que o tema inclusão dos alunos por-tadores de necessidades educacionais especiais no sistemaregular de ensino tem dominado as discussões na área deEducação Especial. Na Educação Física existem alguns rela-tos de professores que avaliam que esta proposta é impos-sível, considerando que uma educação para todos é válida,porém utópica principalmente devido às condições em quese trabalha, hoje, nas escolas. Por isso, o presente estudotem o objetivo de identificar quais são as principais dificul-dades que os professores de Educação Física encontram emsuas aulas quando nestas estão presentes alunos com ne-cessidades educacionais especiais. Com base na análise dosresultados, são propostas estratégias de ensino que essesprofessores poderiam estar utilizando para promover a in-clusão. Para a coleta de dados sobre as principais dificulda-des encontradas pelos professores foi aplicada uma ques-tão aberta à 22 professores de Educação Física da rede esta-dual de ensino da cidade de Bauru e região. A análise dosdados mostrou que a maior dificuldade encontrada é a faltade infra-estrutura (por exemplo, dificuldade de acesso à qua-dra de esportes) e que fatores como a falta de material didá-tico pedagógico adequado e discriminação, também dificul-tam o trabalho de inclusão. Com base em uma revisão deliteratura proponho que os professores utilizem em suasaulas, atividades, jogos e exercícios para estimular e valori-zar o que é diferente entre os alunos, com o objetivo dediminuir as dificuldades de promover a inclusão devido àdiscriminação. Em relação à falta de infra-estrutura adequa-da, são dados exemplos de atividades, jogos e exercíciosque podem ser trabalhados em espaços alternativos, como asala de aula, o que proporcionaria a participação de todosos alunos em uma aula de Educação Física.

Atividade física e paralisiacerebral espastica

Paula, G.I.; Vale, K.M.; Junior, E.N.S.P.

Universidade Federal de Uberlândia

O presente trabalho tem como objetivo relatar as experiênci-as sobre o desenvolvimento de atividades físicas com umapessoa com Paralisia Cerebral Espastica, realizado do mêsde setembro de 2003 a dezembro de 2003, por meio da disci-plina de Estágio Pratico de Educação Física e Esportes Adap-tados da Faculdade de Educação Física da UniversidadeFederal de Uberlândia. O individuo sofreu falta de oxigenaçãodo cérebro durante o parto o que ocasionou a perda parcialde movimento dos quatro membros, levando a utilizar a ca-deira de rodas mais tarde. Foram feitas atividades na águacomo recreação, apnéias, trabalho de respiração de estilocrawl com apoio, deslocamento do aluno em diversos pla-nos. Notamos que a atividade na água permitiu ao alunouma maior independência de movimentos, uma melhora dacirculação periférica, melhora no sistema cardio-respirátorio,

melhora da auto-estima do aluno, este, procurou ao longodestas atividades a exploração de seus potenciais físicos, ementais.

Atividade física e AVC

Paula, G.I; Junior, E.N.S.P; Feitas, S.P;Martins, L.R.S

Universidade Federal de Uberlândia

O presente trabalho é um relato da experiência obtida pormeio do Estágio Prático em Educação Física e Esportes Adap-tados, realizado no período compreendido entre Setembro eDezembro do ando de 2003. O Trabalho realizado com a alu-na portadora de Acidente Vascular Cerebral adquiriu estadeficiência durante uma cirurgia de vesícula cujas seqüelassão tetraplégica espástica e mecanismo de fala ineficiente.O Acidente Vascular Cerebral ou AVC ou ainda “derrame”,ocorre quando alguma das artérias responsáveis pela irriga-ção do cérebro fica obstruída faltando oxigenação adequa-da naquele local. As conseqüências deste acontecimentovão desde a perda da fala e da capacidade de raciocínio aperda total ou parcial dos movimentos. Pode ocorrer de for-ma isquêmica, como descrito acima, ou na forma hemorrágicaquando esta artéria obstruída se rompe. No projeto foramdesenvolvidas atividades que visaram diminuir suaespasticidade, controlar seu processo de osteoporose, au-mento da força dos seus membros inferiores tais como alon-gamentos antes do início das aulas, execução de novosmovimentos como a locomoção por meio da adução e daabdução das pernas. Observamos que houve uma melhorano aspecto emocional da aluna, de coordenação motora e deuma confiança maior de sua potencialidade.

Dança em cadeira de rodas: Propostametodológica para a identificação dos

deslocamentos do conjuntocadeira de rodas/cadeirante

através da cinemetria

Paula, O.R.; Novo Jr., J.M.

Faculdade de Educação Física, UFJF

A Dança em Cadeira de Rodas apresenta-se como demons-tração artística e/ou de competição, com significados para aeducação e a reabilitação. Sua avaliação em competições ésubjetiva, uma vez que os árbitros devem comparar aperformance de vários casais simultaneamente. Não há es-tudos que identifiquem parâmetros para uma avaliação quan-titativa das evoluções do conjunto cadeira de rodas/cadeirante (CRC) na área de execução da dança. OBJETIVO:Desenvolvimento de um método que, através da cinemetriae da reconstrução bidimensional, possa permitir a identifi-

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cação dos padrões de deslocamento do CRC. MÉTODOS:Registro de imagens das evoluções do CRC que realizoudiversas manobras dentro de uma área de 9x9 metros duran-te 60 segundos. O CRC foi devidamente instrumentado com5 marcadores externos (esferas brancas) que serviram paraidentificar a orientação do CRC, cuja disposição formou umafigura geométrica. Fixou-se uma câmera digital de tal modo aabranger a área desejada (na direção diagonal), configuradanuma freqüência de aquisição de 30 Hz. A calibração foirealizada por meio de marcadores suspensos, posicionadosnos vértices da área, à altura dos marcadores do CRC. Asimagens, registradas em fitas, foram transmitidas a um com-putador por uma placa de vídeo, gerando um arquivo noformato AVI. Da edição deste arquivo, foi possível a extraçãode 1800 quadros, dos quais foram identificadas as sucessivasposições dos marcadores por meio da digitalização manual(através do cursor) a cada 10 quadros. Cada marcador foientão representado por uma coordenada, em pixels, sendoposteriormente convertida para metros. RESULTADOS: Exi-bição gráfica dos deslocamentos do CRC na área determina-da. CONCLUSÃO: A forma geométrica dos marcadores pos-sibilitou a identificação das sucessivas posições e a orien-tação do CRC a cada instante. Dessa proposta metodológica,vale ressaltar as seguintes inovações: 1-disposição dosmarcadores, numa forma geométrica possibilitando identifi-car a orientação do CRC, sem interferir na sua livre movi-mentação; 2-processo de calibração baseado nas dimensõesda área; 3-reconstrução do movimento em 2D. Como conti-nuidade deste estudo, sugere-se a utilização de marcadoresauto-reflexivos e o seu reconhecimento automático, via pro-grama específico de computador.

Ação ConVidAtiva: Um projeto quevirou realidade

Pegoretti, C.; Tafner, P.H.; Gardin, L.A.;Nardini, S.F.

Faculdades Integradas de Amparo

A idealização de um projeto de atividades físicas adaptadas,na cidade de Amparo, surgiu após um levantamento de da-dos, realizado pela Amparo Eficiente - Associação Cidada-nia das Pessoas com Necessidades Especiais, sem fins lu-crativos, que com o apoio da Prefeitura Municipal de Ampa-ro, APAE Amparo, Associação da Mulher Unimed, conse-guiu cadastrar 600 pessoas portadoras de necessidades es-peciais (PPNEs) interessadas e conscientes de suas neces-sidades e possibilidades, dentre os possíveis 6.300 existen-tes segundo censo IBGE 2000. Neste cadastro, foi possívelverificar as necessidades das PPNEs, e dentre elas, foi iden-tificado o não oferecimento de atividades físicas adaptadasalém do interesse desse segmento em participar desse tipode atividade. Pretendendo dessa forma atender as necessi-dades identificadas e visando a melhoria da qualidade devida das PPNEs, a Associação Amparo Eficiente, em parce-

ria com o curso de Educação Física das Faculdades Integra-das de Amparo (FIA) e voluntários (profissionais liberais dediversas áreas), tomaram a iniciativa de organizarem ativida-des físicas, recreativas, e culturais de interação social. Asatividades físicas e recreativas são ministradas por profissi-onais graduados e pós-graduados da área de Educação Físi-ca juntamente com os alunos do curso de Educação Física(estagiários). Hoje, as atividades físicas e recreativas ofere-cidas pelo projeto são: Recreação, ocorrendo quinzenalmenteaos sábados nas dependências das FIA, Equitação Especi-al, em parceria com o Haras São Sebastião, semanalmentepara 8 alunos, Natação e Hidroginástica, em parceria com aAcademia Golfinho, duas vezes por semana cada atividadepara 10 alunos. Em breve, o projeto também oferecerá o Judô,nas dependências da Secretaria Municipal de Esportes FIA,duas turmas de 12 alunos, duas vezes por semana. O projetotambém promove iniciativas culturais, como a criação de umbloco de carnaval, que participou no Carnaval de rua de2005, na cidade de Amparo, com um samba enredo próprio, eainda, palestras sobre esportes adaptados e debates sobrea melhoria da qualidade de vida dos PPNEs.

Intervenção motora inclusiva comofator de modificação do

desenvolvimento motor de crianças,portadoras e não portadoras de

necessidades especiais,com atrasos motores

Pick, R.K; Valentini, N.C

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

As habilidades motoras fundamentais são blocos críticosna construção de habilidades mais complexas utilizadas, aolongo da vida, em atividades físicas, na dança e em espor-tes. O objetivo desta pesquisa, de delineamento quase-ex-perimental, foi verificar a influência de um Programa de In-tervenção Motora Inclusiva (PIMI) no desenvolvimentomotor de crianças, portadoras de necessidades especiais(PNE) e não portadoras de necessidades especiais (n-PNE),com atrasos motores. A amostra desta pesquisa foi intenci-onal e não probabilística, sendo composta por 76 crianças(43 meninos e 33 meninas), com idades de 4 a 10 anos(M=7,00, DP=1,44), sendo 24 (31,6%) crianças PNE e 52(68,4%) crianças n-PNE, que apresentaram desempenhosmotores inferiores a seus pares, configurando atrasos mo-tores, avaliados através do Test of Gross MotorDevelopment-2 (TGMD-2) (ULRICH, 2000). Trinta e cincocrianças constituíram o Grupo de Intervenção (GI) e quaren-ta e uma crianças constituíram o Grupo Controle (GC). OPIMI foi desenvolvido em 14 semanas, tendo duas sessõessemanais, sendo implementado os princípios do ContextoMotivacional para a Maestria através das estratégias daestrutura TARGET. General Linear Model com medidas re-

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petidas no fator tempo foi conduzida para avaliar os efeitosdo PIMI no desenvolvimento motor das crianças. Os resul-tados indicaram que: (1) crianças, PNE e n-PNE, do GI de-monstraram ganhos significantes em habilidades de loco-moção e de controle de objeto do pré-teste para o pós-teste,enquanto que para as crianças, PNE e n-PNE, do GC mudan-ças significativas não foram observadas; (2) crianças, PNE en-PNE, do GI demonstraram desempenho significantementesuperior em habilidades de locomoção e de controle de ob-jeto comparadas às crianças, PNE e n-PNE, do GC no pós-teste; (3) crianças PNE, do GI, demonstraram padrões demudanças positivas e significativas do pré-teste para o pós-teste nas habilidades de locomoção e de controle de objetosemelhantes aos seus pares n-PNE do mesmo grupo; (4)crianças PNE, do GI, demonstraram no pós-teste desempe-nho significantemente superior nas habilidades de locomo-ção e controle de objeto comparadas aos seus pares PNE doGC; (5) crianças n-PNE, do GI, demonstraram no pós-testedesempenho significantemente superior nas habilidades delocomoção e de controle de objeto comparadas aos seuspares n-PNE do GC. E mais, as estratégias implementadasatravés da estrutura TARGET no Contexto Motivacional paraa Maestria possibilitaram a participação cooperativa e efeti-va de todas as crianças indiferentemente dos níveis de habi-lidade motora.

Parâmetros temporais dos ajusteslocomotores antecipatórios àultrapassagem de obstáculos

sensíveis a L-DOPA, em idosos comdoença de Parkinson (DP)

Pieruccini-Faria, F.; Gobbi, L.T.B.; Silveira, C.R.A.;Caetano, M.J.D.; Vitório, R.; Stella, F.

Instituto de Biociências, UNESP

Introdução: Parâmetros temporais da marcha na ultrapassa-gem de obstáculos têm sido sensíveis à medicação dos pa-cientes com DP (L-Dopa), mas pouco se sabe sobre seusefeitos nas passadas anteriores à ultrapassagem. Objetivo:Verificar se os tempos de duplo suporte (TDS) e de suportesimples (TSS) dos passos das duas passadas que antece-dem a ultrapassagem de obstáculos foram influenciados pelaL-DOPA e pela altura do obstáculo. Método: 8 idosos comDP (idade=66,5±6,86anos; H&Y=2,13) realizaram a primeiraetapa da coleta de dados em jejum de 12 horas da L-DOPA(Off), ingeriram o medicamento como de costume, esperaram1 hora e, então, realizaram a segunda etapa da coleta, estan-do sob efeito do medicamento (On). Marcadores reflexivosforam fixados nos seguintes pontos anatômicos: 5º metatarsodireito e 1º metatarso esquerdo, face lateral do calcâneo di-reito e medial do esquerdo. Duas alturas de obstáculo forampersonalizadas sendo: obstáculo baixo (OB - altura do tor-nozelo) e obstáculo alto (OA - metade da altura do joelho).

As tentativas dos participantes foram gravadas, a 60 Hz, poruma câmera digital posicionada no plano sagital direito, cap-turadas pelo software Pinnacle Studio Deluxe edesentrelaçadas pelo software Dvideow. Os frames, indica-dos por números, que correspondiam aos eventos de TDS eTSS, foram determinados visualmente e, com a referênciados marcadores, TDS e TSS foram calculados por umalgoritmo em Matlab. O Teste pareado de Wilcoxon foi em-pregado na comparação de TDS e TSS para cada altura deobstáculo. Resultados: Evidências da sensibilidade a L-DOPA foram observadas nas seguintes fases: diminuiçãodo tempo do último duplo suporte para a abordagem do OB(Z=-2,359; p=0,018) em estado On; diminuição do primeiroduplo suporte para a abordagem do OA (Z=-2,116; p= 0,034)no estado On; o suporte simples do último passo também semostrou sensível, apenas para OA (Z=-2,293 p=0,022), reve-lando uma diminuição na condição On. Conclusão: O au-mento na altura do obstáculo requereu o início dos ajustesantecipatórios a pelo menos quatro passos de distância daultrapassagem, onde mais tempo é necessário para selecio-nar o lugar ideal do posicionamento do pé de suporte. A L-Dopa permitiu que os ajustes fossem realizados indepen-dente da altura do obstáculo.

Programa de educação fisica parapessoas com necessidades

especiais da UEM:O perfil dos participantes da natação

Rabello, C.L.B.1; Becchi, A.C.1; Sagawa, V.S.M.1;Natal, C.S.1; Lima, S. M. T.1; Souto, E.C.2

Universidade Estadual de Maringá1 ; AssociaçãoMaringaense de Desporto para Deficientes2

Apesar da diversidade de programas de atividades físicasprivados e públicos oferecidos nas mais diferentes faixasetárias, a participação das pessoas com deficiência ainda émínima e incipiente. O fato é que em Maringá cerca de 11.901pessoas têm algum tipo de deficiência física e se estima que,menos de 1% desses, participam de alguma atividade. AUniversidade como uma vinculadora de ações vem em 2005,reativar o projeto de extensão intitulado: Programa de Edu-cação Física para pessoas com necessidades especiais emparceria com o Centro de Vida Independente e AMDD, como intuito de desenvolver e promover a inclusão das pessoascom necessidades especiais através de atividades físicas.Esse trabalho tem como objetivo relatar o perfil dos partici-pantes envolvidos na proposta de ensino da natação pro-movido pelo Programa, nas variáveis: idade, gênero, defici-ência e objetivos para o desenvolvimento dessa prática. Ametodologia utilizada para esse estudo foi levantar informa-ções por meios de dados da ficha cadastral e entrevista comoito participantes, sendo seis do sexo feminino e dois dosexo masculino. A idade dos integrantes é de 8 a 45 anos deidade. O ensino da natação ocorre duas vezes por semana,

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com a duração de 45 minutos cada, sendo uma vez desen-volvida na Universidade Estadual de Maringá e outra noCentro Esportivo Miyake da Silveira. Por meio da ficha deanamnése constatamos que os comprometimentos físicossão: lesão medular, poliomielite, distrofia muscular, atrofiamuscular, paralisia cerebral, amputação e acidente vascularcerebral.Quanto aos objetivos em relação a intenção de par-ticipar da prática da natação, foram manifestados: aprendera nadar à competição, buscar auxílio para execução de suasatividades de vida diária, ocupação do tempo e executar aatividade como anti estresse. Os dados obtidos demons-tram que o grupo atendido é amplamente heterogêneo e queembora os objetivos sejam diversificados a atividade vematendendo as necessidades básicas que são oportunizar: odesenvolvimento de uma prática, obter um momento socialcom seus pares, aprender a natação também para competirindependentemente de sua condição física.

O desempenho da orientação emobilidade em deficientes visuaisapós programa de estimulação da

coordenação motora

Ravache, R.; Ribeiro, S.

Universidade da Região de Joinvile

O presente estudo teve como objetivo identificar como umprograma voltado à coordenação motora ampla pode influ-enciar no desempenho da orientação e mobilidade em crian-ças deficientes visuais. O estudo foi desenvolvido atravésde pesquisa de campo, do tipo experimental, a amostra foicomposta por 10 crianças de ambos os sexos cuja faixa etáriavariou de 11 a 14 anos, todos integrantes da AJIDEVI-As-sociação Joinvilense para Integração do Deficiente Visual-Joinville(SC). Foram realizados como pré e pós-testes osTestes de Dribling, Skipping, Anferssem, além destes ins-trumentos foram utilizadas fichas de registro diário e filma-gens. O programa desenvolvido junto à amostra, teve dura-ção de 15 meses, baseou-se em atividades psicomotoras paraestimulação da coordenação motora ampla, onde através dasatividades desenvolvidas as crianças demonstraram satis-fação ao descobrir novas possibilidades de movimentos bemcomo a melhora de outros já estimulados. Após a compara-ção dos dados obtidos entre o pré e pós-testes verificou-seque houve uma melhora significativa em 04 integrantes daamostra, desempenho este que repercutiu em movimentoscom maior desenvoltura e confiança, como maior elevaçãodos pés durante a marcha. Acrescenta-se as alteraçõesmotoras mudanças na expressão facial quando estes realiza-vam atividades que demandavam deslocamentos pelo espa-ço, como andar, correr, saltar. Os demais componentes daamostra, 06 sujeitos, apresentaram uma melhora no desem-penho, porém ainda eram presentes algumas dificuldadescomo a dissociação dos segmentos corporais, os movimen-tos mantiveram-se limitados, com pouca amplitude articular.

Pode-se concluir com esta pesquisa que é possível desen-volver a orientação e mobilidade em indivíduos que apre-sentam deficiência visual quando estes são submetidos aum programa de atividades que atenda ao desenvolvimentoprogressivo da coordenação motora. Através dos resulta-dos obtidos pode-se dizer que a mostra passou a apresentaruma melhor orientação e mobilidade com repercussões tan-to no ambiente familiar como escolar, oportunizando umamelhora na autonomia dos mesmos.

A inclusão de pessoas comnecessidades especiais, nas aulas de

educação física em instituiçõespúblicas, particulares eespeciais de Barueri, SP

Ricardo, E.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

A inclusão escolar visa possibilitar que todos possam parti-cipar da vida escolar tanto em escolas comuns como nasclasses regulares, através de uma proposta pedagógica queatenda a todos sem discriminação. Com isso, surge a preo-cupação de incluir grupos estigmatizados, mais especifica-mente no meio escolar. Inseridos nesse contexto, traçamoso objetivo dessa pesquisa que foi verificar como ocorre oprocesso de inclusão de pessoas com necessidades especi-ais (p.n.e) nas aulas de Educação Física em instituições pú-blicas, particulares e especiais de Barueri - SP. Três eixosnorteadores foram considerados para a elaboração dametodologia de coleta e análise dos dados dessa pesquisa:aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais. Nossaamostra foi de nove professores de Educação Física queatuam em programas públicos, particulares e especiais juntoà p.n.e. os quais responderam a um questionário com dozeperguntas abertas. A análise do conteúdo foi utilizada paraanalisar os dados. Pudemos verificar que o significado deinclusão para os pesquisados se baseia em acolher o alunoindependente de suas dificuldades e limitações e na promo-ção da convivência com os demais alunos. Já a integração, éentendida como a aceitação das p.n.e. pelo grupo possibili-tando que estas façam parte do mesmo. Quanto à segrega-ção, foi apontada a relação com a exclusão das pessoas queapresentam comportamentos e dificuldades de aprendiza-gem no grupo. As estratégias mais utilizadas referem-se aodinamismo dos professores nas aulas, com perfil de aulaintegrada, pois promove participação maior de todos, redu-zindo assim a exposição e promovendo a vivência de cadaum de acordo com suas qualidades, dificuldades e habilida-des, valorizando a participação e não o rendimento nas ati-vidades. Constatou-se também, que a maioria dos profissio-nais não recebe nenhuma interferência das instituições emque atuam, tendo assim total autonomia na escolha do perfile conteúdos das aulas. Concluímos que a inclusão vem serespaldando nas concepções dos próprios profissionais que

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se adaptam a uma imposição legal. Entre as três característi-cas institucionais, verificamos que a especial pública foi aque mais se aproximou dos preceitos inclusivo com relaçãoaos aspectos procedimentais e atitudinais.

Estímulos ambientais nodesenvolvimento sensório-perceptivo

motor de pessoas com deficiênciamental: Avaliando sua interferência

Rodriguez, J.L.

Atividade Motora Adaptada, UNICAMP

Introdução O presente trabalho trata de um assunto muitodiscutido na atualidade, porém pouco sistematizado. As for-mas como percebemos o ambiente e que interagimos física esocialmente representam um grande passo no trabalho compessoas com deficiência mental. Objetivo O objetivo dessetrabalho é sistematizar esse conhecimento para, posterior-mente, utilizá-lo na averiguação das condições de estímulosadequados a determinados locais. Método O estudo reque-reu uma revisão bibliográfica através de palavras-chave nasbases e catálogos, SPORT DISCUS – ERL (SD-ERL), SCIENCEDIRECT (SD), SCIRUS, SCIELO, NUTESES, UNIBIBLIWEB,além da consulta em bibliotecas da USP/ Ribeirão Preto,UNICAMP/Campinas e UNESP/Rio Claro. Uma observaçãoenfocando a teoria ecológica foi realizada em escola especi-al a ASSOCIAÇÃO DE REABILITAÇÃO INFANTIL DE LI-MEIRA (ARIL). O público observado foram alunos adoles-centes de ambos os sexos do Centro de Habilitação e Trei-namento Profissional (CHTP). Resultados Esse estudo per-mitiu a identificação de variáveis ambientais que colaborampara o potencial desenvolvimental de ambientes que traba-lhem com pessoas com deficiência mental; identificação deestímulos ambientais favoráveis e desfavoráveis, percep-ção e interação variadas com o ambiente em função das sen-sibilidades expandidas e desenvolvimento motor. Conclu-são A principal conclusão remete à projeção de uma escolaque contemple as variáveis ambientais físicas, a ambiência,os arranjos físicos e sociais mais adequados ao seu público.Palavras-chave: estímulos ambientais, desenvolvimento,deficiência mental.

Travessias de cegos em águasabertas: Um estudo do imaginário

Rosa, R.M.N.; Costa, V.L.M; Cunha, M.A.T

UGF, PPGEF, Lires, LEL

Cegos praticantes de esportes exercitam, além da atividadefísica, o direito de ir e vir com independência e autonomia. Énesta prática, que com liberdade, ousam e desafiam suascondições de deficientes visuais, nadando em águas aber-

tas. Ver o mar em toda sua extensão nos leva a viagensfantasiosas, imaginativas. No entanto estas imagens sãoconstruídas subjetivamente por indícios de percepção, pa-lavras, linguagem e, não só, pelos órgãos da visão. O imagi-nário se constitui de imagens, símbolos, crenças, mitos e,ainda que o corpo não veja a realidade, a sentirá. O contatodesse atleta com o mar, representado por suas sensações eimagens construídas, constitui-se numa aventura impregna-da de sentidos. Desvendá-los no Imaginário Social (IS), traznovas discussões e olhares da educação física. Renascerheroicamente das águas do mar, buscando forças para o diaa dia é superação, conquistas que parecem conseguir para,numa perspectiva inclusiva, encarar a discriminação social.Além de explicitar os sentidos de aventura, orientação emobilidade corporal e o mundo das significações que for-mam o IS de oito nadadores cegos do Instituto BenjaminConstant, em travessias em águas abertas, o estudo objeti-va destacar alguns elementos simbólicos expressos nos dis-cursos. O estudo, de natureza qualitativa, emprega as técni-cas de entrevista semi-estruturada (Gil, 1987) e da alegoriados animais (Postic, 1993). Vários discursos estão presen-tes no universo dos deficientes, fornecendo pistas para com-preensão do IS que envolve a natação em águas abertas. Aointerpretar os resultados, foram detectados três animais:cachorro, golfinho e ave. Ligado à trilogia, o cachorro temfunção de psicopombo, clarividência, guia do homem, feiti-ceiro, vidente. Os golfinhos tornam-se símbolos daregenerência, adivinhação, sabedoria, prudência, junto àvelocidade de deslocamento, representando o senhor danavegação. A ave simboliza leveza/libertação, é representa-da como, mensageira, advinha, poeta e lunática. A aventurade nadar em águas abertas permitiu-nos compreender o ima-ginário dos atores cegos, onde a água é vida, se descobrin-do nas trevas, regenerando-se. Movem-se por símbolos desuperação, conquista, vidência, guia e força interior.

A síndrome do autismo: O corpo, ojogo e o brinquedo

Rosadas, S.C.; Magro, R.M.

LAEFA/CEFD/UFES ; LAEFA

A Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Basesda Educação Nacional – Lei 9394/96 estabelecem que a edu-cação é direito de todos, garantindo atendimento educacio-nal aos portadores de deficiências e a todos com necessida-des especiais. Nesse sentido surgem empreendimentosobjetivando e desencadeando processo de inserção social eeducacional para os grupos excluídos de nossa sociedadecomo, por exemplo, os movimentos de integração e, maisrecente, o de inclusão sem restrições. Para tanto, algunsquestionamentos se tornam necessários para o sucesso des-ses empreendimentos e para contribuir com o processo derelacionamento importante nessa fase de construção: quemsão essas pessoas que devemos destinar nossa atenção?

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Quais suas necessidades? Como se relacionam com os fatosdo dia a dia? Como são suas famílias ? Com o passar dosanos e o despertar da educação física brasileira, reveladapelo grande “boom” efetivamente demonstrado pela educa-ção física para os portadores de necessidades especiais,esses fatos passam a nos preocupar, principalmente quandoos destinatários são portadores da Síndrome do Autismo. Opúblico autista é ainda pouco conhecido e entendido pelasociedade e até por muitos profissionais da área de saúde eeducação, principalmente se relacionarmos a outros tiposde necessidades especiais, hoje mais contempladas e com-preendidas pelos profissionais da educação e da saúde.Portanto, esse pequeno atendimento é ainda mais restrito àpopulação autista. Pensando assim, e motivados para a cons-trução do conhecimento, desenvolvemos a pesquisa e o pro-jeto objetivando o atendimento permanente aos portadoresdesta síndrome, ora conhecido por “Síndrome do Autismo:o corpo, o jogo e o brinquedo”, e desenvolvido pelo LAEFA- Laboratório de Educação Física Adaptada do Centro deEducação Física da Universidade Federal do Espírito Santo– UFES. Trata-se este de um programa de atividadespsicomotoras que pretende, mais do que desenvolver amotricidade propriamente dita, enfatizar as relações afetivo-sociais, primando por tornar o portador da síndrome doautismo capaz de relaciona-se de maneira mais efetiva comas pessoas e com sua comunidade. Utilizamos a ludicidade,manifestada neste caso pelo brinquedo e pelo jogo, comoinstrumento pedagógico para atingirmos nossos objetivos.Acreditamos que estes sejam elementos de granderepresentatividade e persuasão, pois nos possibilita promo-ver a aprendizagem através do prazer. Visto que a populaçãoautista necessita ser muito estimulada, e o prazer em estarconosco e de executar as atividades propostas é fundamen-tal para sua evolução e desenvolvimento dentro desta pro-posta que ora desenvolvemos. Sendo assim, o projeto “OJogo e o Brinquedo” não tem o intuito de reabilitar o porta-dor da síndrome do autismo, porém objetiva proporcionaruma melhor qualidade de vida tanto para ele quanto parasua família, e de levar conhecimento para outras pessoas eprofissionais interessados nos problemas dos autistas. Oprograma teve início em março de 2004 com o atendimento econstrução de fichas de anamnese através dados coletadoscom as famílias dessas pessoas. O atendimento pessoal nosrevelou a necessidade de constituir quatro momentos com aduração de quarenta minutos cada um, onde foi possívelcontemplar três portadores do autismo em cada um dessesmomentos. A equipe de atendimento foi constituída de pro-fessores e estagiários de educação física, de musicoterapiae de psicologia, totalizando doze pessoas interagindo todasas terças e quintas feiras das nove horas às doze horas damanhã.O programa se baseia no propostometodologicamente pelo LAEFA e sua equipe de atendimento,que procura estimular o envolvimento do aluno em todos osmomentos do dia, buscando sua reflexão sobre o que estáfazendo e como está realizando suas tarefas cotidianas, semesquecer dos princípios básicos da adaptação, do conheci-mento de seus limites e impedimentos e de seu desenvolvi-

mento propriamente dito. A avaliação do desenvolvimentoe progresso dos alunos, se da predominantemente atravésda observação. Neste processo entra a observação da equipedisciplinar que é registrada em forma de relatórios de todasas aulas; dos pais, que irão observar seus filhos fora doambiente da aula (em casa, no parque, no clube e na praia),Os dezoito meses de atividades com o programa que oraapresentamos nos revelam dados qualitativos significativos,somente percebidos através o dia – dia e através sua coletade dados, e esses resultados podem ser percebidos tambémpela relação afetiva que se desenvolve tanto no ambiente detrabalho no LAEFA quanto na residência dessas pessoas,conforme nos relata seus familiares. Assim, o propósito deapresentar esse programa de atendimento e pesquisa e osdados revelados através sua prática se tornam relevantespara o estimulo de novas interações entre a educação físicae os portadores da síndrome do autismo, ambiente de rela-ção ainda tímido no momento da educação física brasileira,principalmente quando o objeto de mediação trata-se docomportamento afetivo.

Atividade física e deficiência

Santos, J.A.; Martins, M.A.; Leite, G.F.; Melo, F.G

Faculdade de Educação Física, UFU-FAEFI

O Programa de Atendimento a Portadores de Deficiência daUniversidade Federal de Uberlândia, além de contribuir paraa melhora física e mental dos portadores de deficiência, aju-dam os alunos do curso de Educação Física da mesma uni-versidade, na sua formação acadêmica, pois por dois perío-dos eles trabalham com essas pessoas especiais, com ativi-dades físicas que abrangem desde a natação até apiscicomotricidade. A aluna M.A, 58 anos, é uma das muitaspessoas atendidas pelo programa. Ingressou no segundosemestre de 2003, com debilidade nos membros inferiores.Se locomovia com o uso da cadeira de rodas, pois não con-seguia se manter em pé, porém começou a perder a forçasdos membros superiores os quais a ajudavam a fazer as pas-sagens da cadeira para outro locais, pelo fato de não prati-car nenhuma atividade para o seu fortalecimento. O motivode sua deficiência é ainda um mistério para os médicos sen-do diagnosticado como paralisia dos membros inferiores pormotivo indefinido, pois a mesma não perderá o movimentodos membros e sim a força para se manter em pé e conseguircaminhar. O objetivo principal do trabalho com a aluna, foi ofortalecimento muscular dos membros superiores e recupe-ração parcial de força e movimento dos membros inferiores.Para tanto o trabalho foi executado na musculação com exer-cícios de extensão de joelho, abdução e adução de pernas,flexão de quadril e coluna, adução, abdução, flexão e exten-são de braços, ombros e cotovelos e alongamentos, feitostantos com aparelhos comuns da academia como com apare-lhos alternativos, bola, arco, bastão entre outros. A alunaapresentou após um ano, com aulas de uma hora, duas ve-

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zes por semana, melhora nas dores constantes de ombro equadril, melhora de força muscular de membros superiores,conseguindo passar da cadeira para outros lugares commaior facilidade e nos movimentos de membros inferiores,sem entretanto conseguir caminhar. Conclui-se que o traba-lho foi executado de forma correta alcançando seus objeti-vos e que a aluna se tornou mais confiante em si mesmatendo mais coragem em executar movimentos que antes acha-va impossível de ser executado.

Evoluções motoras e psicológicas deum portador de paralisia cerebral

Santos, J.A.; Martins, M.A.; Leite, G.F.;Teodoro, B.G.; Melo, F.G.

Faculdade de Educação Física,UFU-FAEFI

O aluno MML, 6 anos é Portador de Paralisia Cerebral dotipo Disparesia Espástica. A deficiência foi diagnosticadaao nascer, por falta de oxigênio no cérebro. Teve um desen-volvimento significativo, sentou-se com um ano e andouaos quatro anos. Hoje é uma criança quase independente, aparte mais afetada pela paralisia foram os membros inferio-res, entretanto anda sem ajuda em locais isentos de obstá-culos e se comunica normalmente. O aluno participa do Pro-grama de Atendimento a Portadores de Deficiência da Uni-versidade Federal de Uberlândia desde o segundo semestrede 2003. O objetivo proposto para o aluno foi a adaptaçãocompleta a água e iniciação a natação. Verificou-se que oaluno precisa de exercícios variados porem exaustivamenterepetidos para que conseguisse executa-lo sozinho. Os exer-cícios de adaptação a água foram, caminhar na piscina, dediversas formas e velocidades, brincar de roda sentando nofundo da piscina, levantar-se em diversas posições paraadquirir equilíbrio, esse trabalho foi feito também utilizandoflutuadores, mergulhar com ou sem ajuda de materiais colo-ridos e flutuar. As atividades propostas para a iniciação aoestilo crawl de natação foram, bater pernas com ou sem ma-terial (prancha, espaguete, flutuadores), fazendo respiraçãofrontal e lateral, com os braços esticados, bater braços epernas sem técnica para acostumar com o estilo. Os objeti-vos propostos no inicio do trabalho foram alcançados, aofinal do primeiro ano o aluno já conseguiu, mergulhar, ficarsozinho na piscina bater pernas e braços com auxilio domateriais citados acima e ainda conseguimos evoluções se-cundárias como a desinibição do aluno, hoje ele conversanormalmente, o que antes seria impossível por sua vergo-nha, sorri, faz outras atividades fora da piscina, o que anteslhe causava aflição e o fazia chorar muito. Portanto pode-seconcluir que o trabalho trouxe melhoras significativas nãosó para o aspecto esportivo mais também para o psicológicoe o social do aluno.

A prática do jiu-jitsu para odeficiente visual: Implicações e

importância no desenvolvimento dehabilidades motoras

e funções psicomotoras

Sauáia, G.R.M; Silva, S.M.M.

Depto de Educação Física,UFMA

O jiu-jitsu adaptado, embora possua em linhas gerais, osmesmos objetivos do jiu-jitsu comum, utiliza metodologiaespecial, atendimento diferenciado e recursos humanosespecializados, necessitando de fundamentação teórica con-sistente para nortear as orientações específicas, indispen-sáveis no trabalho com o deficiente visual. A presente in-vestigação tem como objetivo analisar a importância do jiu-jitsu como prática corporal adequada para o desenvolvimen-to das habilidades motoras e funções psicomotoras no defi-ciente visual, a partir do referencial teórico. Utiliza-se comoelemento metodológico a pesquisa bibliográfica. A impor-tância da prática do jiu-jitsu consiste em utilizar uma apren-dizagem significativa, através de uma diretriz educacional,para o desenvolvimento dessas habilidades motoras e fun-ções, propiciando condições para que o deficiente visualorganize e elabore as informações do mundo ao seu redor,além de diminuir as defasagens psicomotoras comuns à de-ficiência visual, proporcionando o desenvolvimento daautoconfiança e formação de novos conceitos através daexploração do ambiente e das situações de aprendizagem.Através deste estudo, apresenta-se aos deficientes visuaise profissionais, que atuam na área da Educação Física Adap-tada, a prática de um jiu-jitsu, como instrumento que auxiliena diminuição das limitações impostas pela deficiência e peloconvívio social, através de recursos pedagógicos que de-senvolverão as habilidades motoras e funções psicomotoras,proporcionando inclusão social, através da autonomia ad-quirida pela mobilidade, permitindo que o deficiente visualviva com sucesso, independência e que promova a qualida-de de vida dessa pessoa. Observou-se no decorrer da expo-sição, que o jiu-jitsu enquanto prática desportiva constitui-se numa atividade física que oferece condições de desen-volvimento de habilidades motoras e funções psicomotorase influencia de forma positiva na liberação da ansiedade pro-movida pelas limitações da deficiência e pela necessidadede integrar-se socialmente. Ressalta-se a necessidade de oeducador adotar o jiu-jitsu como prática corporal, pois omesmo funciona como instrumento capaz de oferecer ao pra-ticante a oportunidade de superação dos limites da deficiên-cia.

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Estimativa da composição corporalem indivíduos com lesão medular

praticantes de basquetebol emcadeira de rodas

Silva, A.A.C. e.; Coelho, E.S.; Amorim, G.P.; Vas-concelos, M.A.; Rossa, V.C.; Gorla, J.I.

Universidade Paranaense, UNIPAR

Os indivíduos com lesão medular estão sujeitos a inúmerasalterações fisiológicas, como por exemplo, a perda de massaóssea, atrofia muscular, aumento do percentual de gordura,dentre outras.Este estudo teve como objetivo determinar aDensidade Corporal e o Percentual de Gordura (%) de indi-víduos com lesão medular, praticantes de basquetebol emcadeiras de rodas. A população foi composta de indivíduoscom lesão medular, de equipes participantes da Liga Sul e do1º Torneio Regional Paranaense de basquetebol em cadeirade rodas. A avaliação foi feita com um total de 22 sujeitos,sendo que, os mesmos foram divididos em dois grupos, oGrupo I (n=10) sujeitos com lesão abaixo do nível T-10, oGrupo II (n=12) sujeitos com lesão acima do nível T-10. Paraa análise dos dados foram utilizadas as equações deBULBULIAN (1987), e SIRI (1961). Os Instrumentos utiliza-dos foram: o Compasso de Dobras marca CESCORF, a FitaAntropométrica da Marca Cardiomed e o Paquímetro de diâ-metro ósseo confeccionado em madeira. As medidasAntropométricas aferidas foram: Dobra CutâneaSubescapular, Circunferência Abdominal, Circunferência dePanturrilha e Diâmetro torácico. Foi observada uma diferen-ça entre as médias de percentual de gordura dos gruposavaliados: grupo I (M=24,45 +6,94) grupo II (M=18,77 +8,22).Isto pode ser devido ao maior gasto energético dos indiví-duos com lesão alta, em função da lesão ou das atividadesde vida diária desses sujeitos. Apesar das alterações fisio-lógicas ocorridas nos sujeitos com lesão medular, opercentual de gordura estimado ficou acima dos níveis nor-mais, porém o grupo II, apresentou um índice do percentualde gordura inferior ao grupo I. Essa ocorrência, provavel-mente, pode ser em função dos níveis de lesão e das ativida-des de vida diária desses sujeitos. Apoio: PEBIC/UNIPAR;Fundação Araucaria; PIBIC/UNIPAR

Atividades de educação física paraportadores de síndrome neurológica

Silva, E.V.A1; Silva, R.S.2; Moreira, R.S2;Lopes, K.A.T2; Caleffi, G.D.2

Centro Luterano de Manaus, UL1 ; Universidade Federaldo Amazononas2

A Síndrome Neurológica ou Espinocerebelar é um grupo dedoenças hereditárias degenerativas progressivas, com dis-túrbios dos sistemas sensoriais e motores que tem como

sinais característicos: uma tendência dos movimentos dosmembros em ultrapassar ou não alcançar um objetivo(disartria), um tremor que ocorre durante a tentativa de rea-lizar movimentos (ataxia progressiva), força e ritmo deficien-tes dos movimentos rapidamente alternados e instabilidadepostural (http://decs.bvs.br). Este trabalho pretende relatara experiência de uma prática pedagógica supervisionada deeducação física em um programa de atividades motoras paradeficientes – PROAMDE na Universidade Federal do Ama-zonas realizada com um grupo de alunos com síndromesneurológicas. As atividades físicas realizadas tinham comoobjetivo o desenvolvimento de: 1. habilidades motoras: lo-comoção - manejo de cadeira, quadrupedia, sextupedia, ro-lamentos; manipulação - coordenação motora fina, lança-mentos, encaixe e desencaixe, pinturas, recortes, colagem.No aspecto cognitivo foram trabalhados a formação de pa-lavras, seqüência lógica, através jogos individuais e coleti-vos e atividades lúdicas. As aulas foram realizadas duasvezes por semana, com uma hora e meia de duração. Foramrealizadas duas avaliações semestrais com os alunos, apóscada aula ministrada foram feitas anotações individuais arespeito do desempenho de cada aluno nas atividades pro-postas pelo professor. Um dos alunos mostrou melhoras noseu desempenho motor com relação à coordenação motorafina, as habilidades de manipulação, maior eficiência noslançamentos e aquisição de novos conceitos, o outro alunotalvez por não ter sido assíduo, apresentou poucos pro-gressos.

Hidroginástica na terceira idade:Uma proposta de qualidade de vida

Silva, L.M.; Silvério, K.R.

Fesurv-Escisa

Abordar o tema terceira idade atualmente, tem sido impres-cindível em quase todas as áreas de conhecimento. E buscaroportunizar sentido e qualidade de vida a esta terceira etapada existência, revalorizando essa pessoas perante aos seuspróprios olhos e aos da sociedade, reintegrando-os ao jogodas relações sociais, também tem sido na história das socie-dades modernas, fontes de importantes iniciativas. Diantedo exposto, objetivamos, portanto, investigar a relação en-tre o envelhecimento, hidroginástica e qualidade de vida,resgatando o sentido e significado de vida dos sujeitospesquisados. Esta pesquisa foi desenvolvida através daobservação de aulas de hidroginástica e também através daaplicação de um questionário. Os sujeitos da pesquisa fo-ram 40 idosos, sendo 25 de sexo feminino e 15 do sexo mas-culino, todos participantes das aulas observadas. Durante aanálise dos dados coletados, identificamos três categoriasde análise. A primeira categoria, diz respeito aos AspectosBiológicos, que surgiu na medida em que constatamos que87% dos idosos praticavam a hidroginástica por indicaçãomédica, devido a problemas de saúde, e que manifestaram

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melhoras após o início da prática do exercício físico. A se-gunda categoria de análise aborda os Aspectos Psicológi-cos, na qual 93% dos idosos manifestaram mudanças dehábitos, influenciados pela nova concepção de vida adqui-rida a partir das aulas de hidroginástica. A terceira e últimacategoria de análise, diz respeito aos Aspectos Sociais, quesurgiram como complemento ou conseqüência da primeira eda segunda categoria, pois a mudança nos aspectos psico-lógicos e físicos se refletiu em seus convívios sociais, rein-tegrando-os à sociedade. Acreditamos serem os aspectosbiológicos, psicológicos e sociais interligados e, extrema-mente importantes tanto no estudo do processo de envelhe-cimento e quanto na qualidade de vida. Através desta pes-quisa constatamos que a hidroginástica trabalha estes as-pectos de maneira harmoniosa e prazerosa, se constituindo,portanto, em uma proposta de qualidade de vida.

A distrofia muscular e o mergulho

Silva, M.A.F. E.1; Souza, L.H.R.2;Mendonça, D.C.B.1; Costa, G.A.1; Costa, A.M.1

Faculdade de Educação Física, UFU1 ; UniversidadeCatólica de Brasília2

Segundo Freitas e Cidade (1997) existem vários tipos dedistrofia muscular, porém a mais conhecida é a de Duchenne,e é caracterizada pela deteriorização da musculaturaesquelética voluntária, levando a dificuldade ou ausênciade contração muscular. É progressiva e leva a morte. Asatividades realizadas com o aluno L.G.P., 22 anos, portadorde distrofia muscular de Duchenne, foram a natação, o mer-gulho, e atividades que enfatizavam a aprendizagem do con-trole respiratório, tendo como principais objetivos: estimu-lar o aluno a mergulhar; dominar a água propiciando a suamovimentação sozinho, com e sem auxílio de qualquer ins-trumento de locomoção; a melhoria dos aspectos fisiológi-cos, sociais, psicológicos, entre outros. Para alcançar essesobjetivos, foram realizadas atividades de equilibrar na água,jogar água em direções variadas para melhor desenvolver alateralidade e o sentido de direção, exercícios de respiraçãocom a bóia e com um companheiro, o aluno livre fazer a ins-piração, bloqueio e a expiração, flutuação ventral e dorsal,mergulhar. Como resultado, observou-se que o aluno obte-ve uma considerável melhora no seu equilíbrio horizontal,conseguindo deslocar-se sem auxílio; apresentou uma con-siderável melhora no seu controle respiratório, e o resultadomais positivo foi com relação ao seu tempo de mergulho queno primeiro dia de aula era de apenas 7 segundos, e hoje nofinal do semestre esse valor subiu significativamente che-gando a 23 segundos. Além disso apresentou-se mais cal-mo, concentrado e menos tímido comparando com o iníciodo estágio.

A criança portadora de hemiparesiadireita e anemia falciforme

Silva, M.A.F.E.1; Souza, L.H.R.2;Mendonça, D.C.B.1; Costa, G.A.1; Costa, A.M.1

Faculdade de Educação Física, UFU1; UniversidadeCatólica de Brasília2

A Anemia Falciforme é uma doença genética e hereditária,causada por anormalidade da hemoglobina dos glóbulosvermelhos do sangue, responsáveis pela retirada do oxigê-nio dos pulmões, transportando-os para os tecidos. Essesglóbulos vermelhos perdem a forma discóide, enrijecem-se edeformam-se, tomando o formato de “foice”. O AVC podeser compreendido como uma dificuldade, em maior ou menorgrau, de fornecimento de sangue e seus constituintes a umadeterminada área do cérebro, determinando o sofrimento oumorte desta (neste caso, chamado infarto) e, conseqüente-mente, perda ou diminuição das respectivas funções. A ati-vidade realizada com o aluno I.D.C.S., 8 anos, portador deanemia falciforme e hemiparesia direita, por possível seqüe-la de Acidente Vascular Cerebral, foi a natação, mais especi-ficamente, o estilo crawl, tendo como principais objetivos:estimular o aluno a mergulhar, fazer com que o aluno dominea água, propiciando a sua movimentação sozinho, melhoriados aspectos fisiológicos, sociais e psicológicos. Para al-cançar esses objetivos, foram realizadas atividades taiscomo: exercícios de respiração segurando na borda da pisci-na, na prancha e com a ajuda de um companheiro, jogar águaem várias direções para desenvolver melhor sua lateralidade,mergulhar em diversas profundidades, flutuação ventral edorsal, com e sem auxílio, deslocamentos mergulhando enadando, exercícios de relaxamento muscular, além de exer-cícios para melhorar o nado crawl. O resultado, obtido peloaluno foi uma considerável melhora no nado, e na realizaçãoda respiração frontal, além disso, apresentou-se menos tími-do comparando com o início da atividade.

O relaxamento muscular para agestante portadora de

paralisia cerebral

Silva, M.A.F. E.1; Souza, L.H.R.2;Mendonça, D.C.B.1; Costa, G.A.1; Costa, A.M.1

Faculdade de Educação Física, UFU1; UniversidadeCatólica de Brasília2

De acordo com Bobath (1979) essa paralisia se caracterizacomo uma desordem do movimento e da postura devido aum defeito ou lesão do cérebro. A principal característica éque a lesão afeta o cérebro imaturo e interfere na maturaçãodo Sistema Nervoso Central (SNC). Foram desenvolvidasatividades de relaxamento muscular, alongamento e algumasaulas de natação com a aluna M.C.O., 32 anos, portadora de

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paralisia cerebral espástica. A aluna estava no 5º mês degestação, por isso estava enjoando muito. Os principaisobjetivos deste trabalho foram: propiciar a movimentaçãoda aluna sem o auxílio de pessoas ou qualquer instrumentode locomoção, a melhoria dos aspectos fisiológicos, sociaise psicológicos, promover a liberação da tensão, além de umagestação tranqüila no que diz respeito à prática de ativida-des físicas. Para alcançar esses objetivos, foram realizadasatividades como: entrar na piscina com auxílio de uma pes-soa, equilibrar na água, jogar água em várias direções paramelhor desenvolver sua lateralidade, exercícios de respira-ção completo, atividades de flutuação ventral e dorsal, exer-cícios de relaxamento muscular e alongamentos. Como re-sultado foi observado que a aluna obteve uma considerávelmelhora em sua flexibilidade, não estava sentindo dores coma gestação, ou seja, com o crescimento da barriga e seuaumento de peso e a mesma não queixou de dores muscula-res. Não foi possível concluir o objetivo proposto, pelo fatoda mesma estar tendo constantes enjôos não conseguindorealizar todas as aulas.

Processos pedagogicos dedança em cadeira de rodas

Silveira, S.S; Portela, V.T; Ferreira, E.L.

Faculdade de Educação Física,UFJF

A dança em cadeira de rodas é uma modalidade artística-esportiva que tem-se difundido mais nesta última década. Oaparecimento constante de novos grupos, a iniciativa deórgãos públicos e privados, assim como a emergência dadiscussão acadêmica, passaram a reconhecê-la no cenárionacional. Esta modalidade vem apontando para a sualegitimação, porém ela ainda não se afirmou no sítio designificância da dança, de um modo mais específico. Em ter-mos do desenvolvimento, no âmbito geográfico brasileiro,esta modalidade tem-se desenvolvido por diversas regiõesdo país, com predominância nos grandes centros culturais.Há uma tendência também de aparecimento e desapareci-mento de muitos grupos. Compreender o processo de de-senvolvimento desta modalidade assim como conhecer osmétodos de dança apresentados pelos diversos grupos bra-sileiros tornou-se o objetivo deste trabalho. Esta pesquisase caracteriza como uma pesquisa qualitativa, utilizando pro-cedimentos de análise do discurso na perspectiva de Orlandi(1998). Metodologicamente o trabalho foi desenvolvido deacordo com os seguintes passos: 1) Seleção de material bi-bliográfico; 2) Identificação da população de estudo; 3) Sis-tematização do material; 4) Análise dos dados. O corpus deanalise foi apoiado nos anais produzido no I, II e III SimpósioInternacional de dança em cadeira de rodas; b) vídeos dasapresentações artísticas e esportivas filmados nos respecti-vos eventos; c) entrevistas com coreógrafos e dançarinosde diversos grupos de dança do Brasil reportando sobre odesenvolvimento das atividades aplicadas nos grupos de

dança.Diante das análises podemos apontar que trabalharcom a dança em cadeira de rodas não é algo tão simples. Nãoé supor e nem adaptar gestos corporais, nem tão pouco umafrouxamento do rigor, das exigências técnicas para o de-senvolvimento de qualquer modalidade. O exercício dessaprática requer uma instrumentalização capaz de propiciar aconstrução de uma ordem de movimentos que sejam ade-quados à percepção de padrões estruturantes de uma técni-ca que permita a realização de gestos corporais que tenhasentido para o dançarino com deficiência.

Relações entre fadiga e pessoas comnecessidades especiais: Uma pesquisa

bibliográfica

Siviero, E.K.1; Tavares, M.C.G.C.F.2

Depto de Educação Física, FEUC1; Depto de AtividadeFísica Adaptada, FEF, UNICAMP1

A fadiga é um sintoma presente em várias doenças como:câncer, diabetes, hipotireoidismo, fibromialgia, esclerosemúltipla, lúpus, entre outras. Pode ser classificada em crôni-ca e aguda sendo esta dividida em central e periférica. Devi-do à diversidade de seus conceitos, a definição do termofadiga não se apresenta muito clara, principalmente quandoo fenômeno está associado a uma doença crônica. Portanto,o presente estudo buscou realizar uma reflexão sobre a rela-ção entre a fadiga e pessoas com necessidades especiais,baseando-se na pesquisa bibliográfica. O termo fadiga foipesquisado em bases de dados da Lilacs, Medline, ADOLEC,BBO, BDENF, HOMEOINDEX, Angeline, PsycoINFO, SPORTDiscus, sem restrição do período de publicação. O termo foiidentificado em mais de 8.500 publicações. Para a compila-ção das referências foram utilizadas as palavras-chave “fa-diga-classificação”, pois foi onde houve o maior número deregistros que relacionavam a fadiga com doenças crônicas,resultando em 196 publicações. Verificou-se que a fadiga éum sintoma presente na maioria dos indivíduos com neces-sidades especiais. Poucos autores definem e diferenciam ossintomas da fadiga ao relaciona-la com uma patologiaespecífica.Os instrumentos utilizados para a avaliação dafadiga, em sua maioria avaliam dimensões mais gerais sobreo fenômeno do que propriamente a sua relação com umadeterminada doença. A sua prevenção, também independeda associação da fadiga com doenças crônicas, os autoresdestacam de forma geral a necessidade da organização ediminuição das tarefas diárias e atividades físicas leves, paranão comprometer as funções sociais e de trabalho do indiví-duo atingido. As formas de tratamentos vão desde medica-mentos até exercícios suaves como alongamentos e relaxa-mentos. Pudemos constatar com este estudo que a fadiga éabordada de forma global. Com poucas exceções como nocaso da esclerose múltipla, são escassas as pesquisas queinvestigam especificamente a manifestação da fadiga relaci-onada a uma determinada doença.

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Mergulho autônomo recreativoadaptado: Uma opção de lazer e

aventura pelos oceanosdo planeta terra

Sodré, L.

Universidade Gama Filho

O Mergulho Autônomo Adaptado é uma opção de lazer eaventura, uma vivência lúdica também, para pessoas porta-doras de deficiência pelos oceanos do planeta terra. O estu-do quer saber quais os sentidos de lazer, de aventura, derisco, de deficiência e de pessoas com deficiência, presen-tes no imaginário social de mergulhadores portadores dedeficiências física, visual, auditiva e audiovisual. Tem porobjetivos: (a)Identificar os sentidos de lazer, de aventura ede risco que emergem dos discursos de mergulhadores por-tadores de deficiência; (b) Identificar as crenças, os mitossobre deficiência e sobre pessoas com deficiência que emer-gem do imaginário social de mergulhadores portadores dedeficiência. O referencial teórico se apóia em Ferreira (1998),Costa (2000) e Simmel (2005). Adota como metodologia en-trevista com 05 mergulhadores: 03 com deficiência física e02 com deficiência visual, sob a forma de história oral dospraticantes e análise de discurso de Orlandi (2001). Os en-trevistados consideram que mergulhar é uma aventura, e queapós o mergulho é uma festa, onde todos compartilham asua aventura; mergulham para explorar, conhecer, sentir e seemocionar a cada instante no mundo subaquático. Aproxi-mam-se do divino, dos mistérios e beleza da natureza, mer-gulham dentro de si e percebem a necessidade de compreen-são e respeito em relação à individualidade do outro.

A psicomotricidade aquática noatendimento de indivíduos com

defasagens psicomotoras

Soppa, D.; Carvalho, J.; Ribeiro, S.R.

Depto. de Educação Física, UNIVILLE

O propósito deste é o de apresentar um relato de experiênciabaseado na utilização da Psicomotricidade Aquática comométodo principal no processo de estimulação psicomotoraem indivíduos com deficiência que participam do PROESA –Projeto de desenvolvimento do Esporte Adaptado, vincula-do a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade da Região deJoinville-UNIVILLE (SC). O projeto foi criado a dezoito me-ses e dentre as diversas modalidades esportivas desenvol-vidas inclui-se a natação que é praticada por indivíduos comidade entre três e vinte e cinco anos, de ambos os sexos,com paralisia cerebral, amputações (congênitas e adquiri-das), defasagem cognitiva e cegueira. O atendimento ocorreduas vezes por semana em sessões de 45 minutos cada. Ao

ingressar no projeto os indivíduos passam por uma avalia-ção psicomotora (FONSECA,1998). A partir da identificaçãodo desempenho psicomotor, baseada nos conceitos funcio-nais psicomotores (esquema corporal, equilíbrio, lateralidade,tônus, orientação espaço-temporal, entre outros) um pro-grama de atendimento individualizado é elaborado visandoatender o(s) conceito(s) que se encontram em defasagem.Por psicomotricidade aquática entende-se “a estimulaçãodas potencialidades do indivíduo, utilizando a água comomeio de ação mais global, com o outro, com o objeto e con-sigo mesmo”. (BUENO, 1995). A util ização dapsicomotricidade aquática, baseada em atividades voltadasà organização do sujeito, consigo mesmo, com o outro ecom o objeto, tem apresentado resultados significativos nareorganização psicomotora permitindo que alguns dos par-ticipantes possam ser inseridos em um programa de apren-dizagem dos nados e outros, quando há interesse por partedo mesmo, são introduzidos em um programa de treinamen-to dos nados. Diante do exposto pretende-se ressaltar a im-portância da psicomotricidade aquática como facilitadora noprocesso de desenvolvimento psicomotor em indivíduos queapresentam defasagens no seu desenvpenho psicomotor.

Atendimento individualizado em umprograma de educação física

adaptada na UNESP de Rio Claro

Souza, J.M.; Calve, T.; Cavicchia, M.C.; Tinosi, S.

Depto de Educação Física, IB, Unesp

Atualmente crianças com atrasos no desenvolvimento têmo direito de freqüentar a escola comum. Conseqüentemente,ela tem o direito de participar das aulas de educação física.Assim, é fundamental que o professor saiba elaborar pro-gramas de atividade física adaptada. Segundo Mauerberg-deCastro (2005) os objetivos da atividade física adaptadainclui a integração multidisciplinar das áreas da saúde e edu-cação, além da integração dos fundamentos teóricos e práti-cos, dos conhecimentos das disciplinas da motricidade.Dentro de um programa de atividade física adaptada pode-mos ter varias deficiências, algumas leves e outras mais se-veras. As deficiências leves podem ser tratadas em grupos,porém os mais acometidos necessitam de um atendimentoindividualizado. Nosso objetivo é mostrar para os profissio-nais que o atendimento individualizado de educação físicapode trazer inúmeros benefícios, tanto no âmbito psicomotor,como no social e afetivo. O Programa de Educação físicaAdaptada (PROEFA) atende atualmente 3 crianças com aco-metimentos severos, entre eles, paralisia cerebral, autismo edéficits sensoriais. Para estas crianças elaboramos um pro-grama de atividades de 2 horas semanais, no qual sãopriorizadas as necessidades e potencialidades de cada um.O programa de atividades, através de brincadeiras, incluiestímulos a reações posturais, desenvolvimento de habili-dades, estimulação sensorial, fortalecimento e alongamento

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muscular, socialização e estimulo à afetividade. Para issousamos materiais como: bolas, brinquedos, cama elástica,arcos, cordas, trave de equilíbrio, colchonetes, entre ou-tros. Através das atividades observamos os benefícios queo programa trouxe para essas crianças, por exemplo, a me-lhora das habilidades motoras, a socialização e a felicidadeque fica explícita no rosto de cada criança após a brincadei-ra. Concluímos que a criança com déficits no desenvolvi-mento motor e cognitivo podem e devem fazer parte de pro-gramas de atividade física adaptada, pois seus benefíciosatingem a criança como um todo, desde a performance motoraaté a sua auto-estima. Apoio PROEX-UNESP

Comparação do coeficiente emocionalde um atleta paraolímpico

Souza, L.P.; Zanatta, C.L.; Tkac, C.M.

Potifícia Universidade Católica, Paraná

O fator psicológico pode ser alterado diante eventos de gran-de importância em nossa vida. Para um atleta paraolímpico,as paraolimpíadas representam um marco na sua carreira pro-fissional, podendo gerar aspectos positivos ou negativosno seu emocional. O objetivo deste trabalho foi comparar ocoeficiente emocional de um atleta em período pré e pósparaolímpico. Para avaliação do coeficiente emocional, foiaplicada a escala de avaliação EQ Map em um atletaparaolímpico de natação, com 30 anos de idade, nos anos de2004 e 2005, antes e após as paraolimpíadas de Atenas. Comotratamento estatístico foi utilizada a estatística inferencial.Os resultados demonstram que no geral o atleta em questãopossui um equilibrado coeficiente emocional. Nas variáveisde intencionalidade, resiliência, conexões interpessoais eraio de confiança, o sujeito apresentou resultados inferio-res ao ano paraolímpico. Porém, a insatisfação construtivaapresentou melhoras após o evento. Em contra partida nosquesitos pressões da vida, criatividade, expressão emocio-nal, perspectiva, força pessoal e saúde geral, o atleta nãoapresentaram mudanças. Ou seja, as capacidades de pensare agir, superar problemas, e as relações de amizade e confi-ança sofreram alterações negativas enquanto que a capaci-dade de aprender com os erros teve uma alteração positiva.Tendo em vista as variáveis da escala, pode-se concluir queas paraolimpíadas não foram favoráveis para o coeficienteemocional do atleta provavelmente por não ter obtido o ren-dimento esperado na competição.

Natação para pessoas comdeficiência: Uma experiência no

NEFEA-UEFS

Souza, O. M. de; Fernandes, I. O.;Santos, A.; Oliveira, J. D. B. de

Educação Física, UEFS

As atividades desenvolvidas neste trabalho a partir doNEFEA estão relacionadas a uma matriz que busca acumularexperiências teórico-práticas nas atividades de extensão epesquisa acerca de temáticas que relacionem a EducaçãoFísica, o Esporte e as Pessoas com Deficiência. Compreen-demos que a referência esportiva no espaço de educação,saúde e lazer, objetos de nossa intervenção, não devem tercomo referência à reprodução do esporte performance ourendimento e sim uma prática esportiva que permita o movi-mentar-se, entendendo a ação do esporte na construção daprática esportiva, da socialização e da expressividade daspessoas com deficiência. Assim o esporte, especificamentea natação, é capaz de promover a socialização, trazer acen-tuada melhoria no bem estar e na saúde das pessoas comdeficiência e em seu processo educativo. O objetivo do pro-jeto é desenvolver aulas de natação para Pessoas com defi-ciência, tendo em vista buscar promover melhoria nas fun-ções motoras, cognitivas e sociais destes indivíduos. Alémdisso, analisar e desenvolver estudos sobre as influênciasda natação para essas pessoas. As aulas são realizadas 2vezes por semana na piscina do Parque Esportivo da UEFS esão caracterizadas pela aprendizagem das técnicas de nadoalém de atividades lúdicas que facilitam a interação social ea expressividade das pessoas com deficiência. Ao longo dasaulas observamos alguns resultados positivos: todos os alu-nos se adaptaram ao meio aquático, a maioria dos alunosaprendeu pelo menos um estilo de nado, e observamos me-lhora na sua motricidade, de forma geral, todos interagempromovendo uma melhor socialização e capacidade comuni-cativa-expressiva.

O professor de educação físicaescolar e a educação inclusiva

Squarcini, C.F.R.

Depto de Psicobiologia, UNIFESP

Embora seja direito de todo cidadão estar matriculado nosistema regular de ensino, não se tem visto muitos alunoscom deficiência inseridos nas escolas regulares no municí-pio de Taubaté-SP. Para que tal educação se concretize épreciso que a escola adote uma filosofia que reconheça adiversidade. Com isso é fundamental a postura adotada peloprofessor diante da heterogeneidade do grupo. Dessa for-ma, acreditando na importância de incluir todo aluno na es-cola regular em prol da inclusão, bem como da postura ado-tada pelo professor, a presente pesquisa objetivou analisarse na cidade de Taubaté existe a consciência sobre a impor-tância da educação inclusiva por parte de professores deEducação Física de Escolas Regulares municipais e particu-lares do Segundo Ciclo do Ensino Fundamental. Nesse sen-tido, foram entrevistados sete professores de Educação Fí-sica, sendo três professores da rede municipal e quatro de

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escolas particulares. As análises dos depoimentos pauta-ram-se nos conceitos de inclusão escolar, nos benefíciosatribuídos pelo processo da inclusão, nas dificuldades apon-tadas pelos depoentes, na formação profissional e na posi-ção da escola perante tal temática. Observou-se que todosentrevistados reconhecem e concordam com a importância eos benefícios de uma classe heterogênea na qual as aulas deEducação Física passem a valorizar a individualidade de cadaaluno, mesmo que para alguns professores isso traga difi-culdades tais como: falta de material apropriado para as au-las, opinião dos demais alunos a respeito do processo deinclusão, dificuldade do aluno com deficiência se sentir in-cluído, a forma com que se avalia o aluno, entre outros. Alémdisso, foi unânime entre os depoentes a importância da for-mação profissional continuada. Com isso, pôde-se concluirque há esclarecimento e interesse por parte dos professoresde Educação Física em incluir alunos com deficiência men-tal, visual, auditiva ou física nas aulas de Educação FísicaEscolar nas turmas do Segundo Ciclo do Ensino Fundamen-tal. Com isso supõe-se a inexistência de uma política volta-da para a inclusão na cidade de Taubaté que incentive eoriente a comunidade a matricular seus filhos em escolasregulares a fim de utilizar as escolas especiais apenas comocomplemento às necessidades de seus filhos.

Avaliação do autoconceito de jovenscom síndrome de Down inseridos em

um programa de esportes na natureza

Squarisi, A.J.; Almeida, J.J.G.; Gomes, M.S.P.;Duarte, E.; Ferreira, A.C.G.O.

FEF-UNICAMP

Este trabalho teve como objetivo viabilizar as práticas es-portivas envolvendo a natureza e avaliar o autoconceito,que é “a forma como o indivíduo se avalia, e desta avaliaçãodependerá seu sucesso afetivo, social e cognitivo”, dos alu-nos com Síndrome de Down inseridos neste programa. Arealização da pesquisa compreendeu 3 etapas: uma pesqui-sa bibliográfica; a aplicação do Teste de Autoconceito In-fantil (PAI) aos sujeitos envolvidos na pesquisa, seguidopela elaboração e aplicação de um Programa de Esportes naNatureza; e novamente a aplicação do PAI aos sujeitos en-volvidos na pesquisa e análise dos dados coletados atravésdos testes e das aulas realizadas. Foi desenvolvido durantetodo o trabalho um “diário de campo”, ou seja, relatório dasaulas não apenas contendo aspectos técnicos, mas tambémum registro de impressões, sugestões, sensações, compor-tamentos e situações especiais colhidas em prática. Ao finaldo trabalho comparamos os resultados obtidos no início eno final da pesquisa e realizamos uma discussão sobre ainfluência das atividades desenvolvidas no autoconceitodos adolescentes com Síndrome de Down. Através da análi-se dos testes constatamos que dos 23 alunos participantes12 tiveram um aumento na pontuação (máxima=136 pontos)

de seu teste de autoconceito e 11 uma diminuição sendoque do primeiro grupo, todos tiveram um aumento maior que3 pontos e 3 alunos um aumento superior a 10 pontos e dosegundo grupo, 5 tiveram uma diferença apenas igual oumenor que 3 pontos e os outros 6 alunos tiveram um déficitmaior que 3, sendo que apenas 2 destes alunos com déficitmaior que 10 pontos. Assim, podemos concluir que o grupoteve uma melhora no seu autoconceito. Ficou claro, com odesenvolvimento do projeto, que os jovens com Síndromede Down evidenciam atrasos motores relacionados, na mai-oria das vezes, a fatores cognitivos de atenção e compreen-são e não devido a déficits motores. Acreditamos que a prá-tica de esportes na natureza pode contribuir nas fases demelhoria do autoconceito, pois ajuda o aluno a descobrirsuas potencialidades e a mantê-las.

Estimulação psicomotora em criançascom síndrome de Apert.

Um estudo de caso

Strapasson, A.M.1; Duarte, E.2

FADEP, Pato Branco, PR1; UNICAMP, SP1

A síndrome de Apert é uma alteração genética e compõe asquase seis mil síndromes conhecidas. Pode ser herdada deum dos pais ou ser uma mutação de caráter desconhecido. Écaracterizada por má formação específica do crânio, terçomédio da face, mãos e pés; fusão precoce de qualquer sutu-ra craniana; sindactilia; podendo ocorrer estrabismo,hipertelorismo, proptose, nariz pequeno, palato em ogiva,agenesia de corpo caloso, aplasia de septo pelúcido ehidrocefalia; além de outras alterações funcionais que vari-am de um indivíduo à outro. A maioria dos portadores apre-senta deficiência mental com atraso no desenvolvimento.Dessa forma, o profissional de educação física poderá atuarcom essa população objetivando estimular o desenvolvi-mento psicomotor e/ou diminuir as deficiências já existen-tes. Esta é uma pesquisa exploratório-descritiva, do tipo es-tudo de caso, com abordagem qualitativa, e teve por finali-dade analisar questões relacionadas ao desenvolvimentomotor. Como amostra, tivemos uma criança de dois meses deidade (na época, julho de 2003), com síndrome de Apert,nascida no dia 03 de junho de 2003. A estimulaçãopsicomotora foi realizada voluntariamente na residência damesma, três vezes por semana, com duração de 1 hora á 1hora e trinta minutos, no período de 10 de julho de 2003 a 03de junho de 2004. Os objetivos deste estudo foram: adaptare sugerir um programa de estimulação psicomotora que pos-sa ser aplicado por profissionais de educação física e queauxilie a criança no desenvolvimento de seu potencial, vi-sando prevenir as deficiências de que são ou poderão ter,possibilitando uma evolução compatível com a idade damesma; avaliar e comparar o desenvolvimento do comporta-mento motor dessa criança com o desenvolvimento de cri-anças “normais”. A coleta de dados foi realizada mensal-

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mente (durante 1 ano) através da Escala de Desenvolvimen-to do Comportamento da Criança: o primeiro ano de vida(PINTO; et al, 1997), que é um instrumento lúdico e simplifi-cado, estruturado com metodologia atual e padronizado paracrianças brasileiras; filmagem; fichas de registro e roteiro deanamnese. Através dos dados coletados, verificamos quedos 3 aos 8 meses de idade, a criança apresentou um desen-volvimento do comportamento motor atrasado, em virtudedo que não conseguiu fazer nas fases determinadas para asua idade. A partir dos 9 meses, a criança reagiu com maisintensidade ao trabalho e demonstrou um bom desenvolvi-mento do comportamento motor avaliado. Mesmo assim, acriança apresenta um leve atraso no desenvolvimento docomportamento motor, mas com o acompanhamento familiare multidisciplinar, acreditamos que possa desenvolver-se tãonormal quanto possível, confirmando a importância daestimulação psicomotora em casos de risco.

Orientação espacial eindivíduos idosos

Tavares, C.P.1; Mauerberg-deCastro, E.2; Calve, T.3

Unicentro1; Unesp2; Faculdades Integradas Módulo3

A orientação espacial é o comportamento pelo qual as pes-soas adquirem a percepção do seu corpo e sua localizaçãono espaço. Os objetivos deste estudo foram verificar, emindivíduos idosos: influências sócio-culturais do ambientede residência (na comunidade e instituição); influência dacapacidade física (sedentário e fisicamente ativo); impactode restrições visuais (monocular e sem visão); comporta-mento de orientação espacial (apontar e andar até um pontode origem) e papel da complexidade de rotas de navegaçãono julgamento em tarefas de orientação espacial. Participa-ram deste estudo 28 indivíduos idosos e três grupos foramformados: grupo idosos ativos, grupo idosos da comunida-de, grupo idosos institucionalizados, e um grupo de 10 adul-tos jovens. Os participantes realizaram duas tarefas de ori-entação espacial, ou seja: 1. voltar andando para o ponto deorigem e 2. apontar para o ponto de origem. Cada tarefa foicomposta por três rotas e duas condições visuais: monoculare sem visão. Para as variáveis perceptivas os grupos idososdiferiram entre si e em comparação com o grupo jovem. Paraa variável perceptiva variação angular, tarefas andar e apon-tar, o grupo jovem apresentou os melhores resultados emambas condições visuais. Entre os grupos de idosos, o gru-po ativo foi o que apresentou melhor performance para atarefa de andar em ambas condições visuais. Para a tarefa deapontar, o grupo institucionalizado teve melhor performanceentre os idosos na condição monocular e o grupo ativo nacondição sem visão. Para as variáveis cadência e velocida-de média, o grupo jovem apresentou um padrão de locomo-ção mais rápido. Como era esperado, o grupo idoso ativoapresentou resultados semelhantes aos do grupo jovemnessas duas variáveis, enquanto que os grupos comunida-

de e institucionalizado também apresentaram performancesparecidas, só que com valores abaixo dos demais grupos.Concluímos que a performance de idosos ativos aproxima-se da performance de adultos jovens. Ainda, o estilo de vidainstitucional revela um padrão de locomoção mais lento ecuidadoso em relação aos seus pares idosos nãoinstitucionalizados, além de uma performance empobrecidana capacidade de orientar-se adequadamente no espaço.Apoio: CNPq

A imagem corporal e as experiêciascorporais de crianças com

mielomeningocele

Tavares, Mª.C.G.C.F.; Catusso, R.L.

Faculdade de Educação Física, Unicamp

A mielomeningocele é uma lesão congênita grave da falhado fechamento do tubo neural. A criança commielomeningocele apresenta graus variáveis de paralisia eausência de sensibilidade. Pode estar associada àhidrocefalia e o ato cirúrgico é realizado logo após o nasci-mento. Desta forma, o contato com o próprio corpo e com omundo, desde a mais tenra idade, apresenta característicasbem diferentes do habitual. Durante 12 anos, em uma insti-tuição que atende de maneira multidisciplinar crianças por-tadoras de mielomeningocele, utilizamos de forma rotineirao Teste da Figura Humana, no contexto da avaliaçãopsicodiagnóstica. Pudemos constatar que as formas gráfi-cas dos desenhos apresentavam algumas característicaspeculiares como omissão dos membros inferiores ou pésdesenhados diretamente ao corpo. Estes dados já foram des-critos na literatura. Françoise Dolto, psicanalista francesa,distinguiu imagem do corpo e esquema corporal, conside-rando o esquema corporal como uma representação relacio-nada à própria espécie, e a imagem do corpo, ligada de formasingular ao sujeito e à sua história. Dolto enfatiza que emcasos de problemas neurológicos, mesmo havendo uma fa-lha no esquema corporal, existe a possibilidade da criança,através da relação satisfatória com a mãe e com o ambiente,ter uma imagem do corpo saudável e adequada. Para isto, elaprecisa ter experiências corporais significativas, em que asvivencias do outro sem lesão corporal, possam ser compar-tilhadas de forma afetiva no processo de desenvolvimentoda identidade corporal e imagem corporal das pessoas commielomeningocele. Nesse sentido, consideramos que o pro-fessor de educação física tem papel fundamental. Ele poderácriar condições para que haja o compartilhamento de sensa-ções e pensamentos, sobre o corpo durante a prática deatividade física em um contexto de cumplicidade afetiva.

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O desenvolvimento da coordenaçãomotora ampla em adolescentes com

visão subnoral e cegueira

Tavares, S.F.; Ribeiro, S.M.

Universidade da Região de Joinvile

Esta pesquisa, desenvolvida como trabalho de conclusãode curso, objetivou identificar as melhoras no padrão dacoordenação motora ampla em crianças com visão subnormale cegas (congênita ou adquirida) associados da AJIDEVI –Associação Joinvilense para Integração de Deficientes Vi-suais - Joinville (SC). A pesquisa caracterizou-se como pes-quisa de campo do tipo experimental, investigou uma amos-tra de 10 crianças entre 11 e 14 anos, de ambos os sexos. Aduração foi de sete meses, num total de 84 horas, com duassessões semanais com uma hora de duração. Foram realiza-das vivências em diferentes tipos de terreno como areia,brita, aclives e declives. Aplicou-se pré e pós-testes adap-tados voltados à identificação da coordenação motora amplacomo: Teste de “Romberg”; “Quatro”, “Engatinhar”, “An-dar”, “Rolamento para frente”. As atividades propostas noprograma envolveram a estimulação dos conceitos funcio-nais da psicomotricidade,como: esquema corporal, equilí-brio, orientação espacial, orientação temporal, lateralidade etônus. Através do pré-teste identificou-se que no Teste“Andar” 100% da amostra apresentou dificuldades na reali-zação, e no Teste “Rolamentos para frente” 90% apresenta-ram dificuldades. Com a aplicação do pós-teste identificou-se que os sujeitos não apresentaram alterações em relação aestes comportamentos, a justificativa para tal resultado atri-bui-se ao fato destes exigirem uma melhor organização tem-poral e espacial. No entanto, apresentaram resultados supe-riores nos testes de Romberg e Quatro uma vez que os con-ceitos exigidos nestes testes, tônus e força, puderam serestimulados junto à amostra. Diante do exposto pode-seconcluir que a amostra evoluiu nos movimentos relaciona-dos à reorganização postural. No entanto, os movimentosque exigiam o deslocamento de grandes grupos musculares,como andar, engatinhar e rolar não foram alterados. Atribui-se tal resultado ao curto espaço de tempo em que o progra-ma foi aplicado, acredita-se que seria necessário um tempomaior para provocar alterações significativas na amostra.No entanto, os resultados obtidos demonstraram a impor-tância de programas voltados à abordagem psicomotora naestimulação de indivíduos que apresentam visão subnormalou cegueira.

Natação: Prática mais que perfeita

Thomazi, M.A.; Costa, G.A.

Faculdade de Educação Física,UFU

O processo de envelhecimento do ser humano modifica, ao

longo de um processo contínuo, as habilidades motoras,sensitivas e cognitivas dos indivíduos. Através de um ensi-no vivenciado com as idosas que participam das aulas denatação do Projeto AFRID (Atividades Físicas e Recreati-vas para Terceira Idade) da Faculdade de Educação Físicada Universidade Federal de Uberlândia, têm-se como objeti-vo geral trabalhar a capacidade motora e respiratória atra-vés do estímulo aquático. Nossos objetivos específicos sãoaumentar o contato social dos idosos a fim de que eles te-nham um cotidiano social mais dinâmico; trabalhar a capaci-dade de coordenação através do batimento de pernas, movi-mentação de braços e coordenação do ato de respirar; tra-balhar os quatro estilos da natação; incentivar a participa-ção em festivais e competições; auxiliar na melhoria da qua-lidade de vida das integrantes deste Projeto e criar oportu-nidades para que as alunas alcancem seus objetivos pesso-ais. A metodologia utilizada neste trabalho é a de iniciar anatação através do uso de educativos e de algumas adapta-ções necessárias para o prosseguimento das aulas. As alu-nas, de um modo em geral, apresentaram medo ao iniciaremas aulas. De acordo com relatos das alunas, o interesse pelaprática da natação foi o de aprender o esporte, perder omedo que sentiam pela água, melhorar a circulação sanguí-nea e o cansaço que sentiam durante a realização das AVDs.Pode-se observar como resultados da natação neste Projetoa resposta positiva das alunas aos estilos já ensinados, onado de crawl e o de costas, apresentando sincronia no nado.A natação, apesar de ser um esporte que requer habilidadesde um único indivíduo e não de um grupo, vem nos mostran-do que é possível trabalhar coletivamente para a obtençãode ótimos resultados.

A prática do lian gong para pessoascom esclerose múltipla

Ushirobira, S.; Siviero, E.K.; Tavares, M.C.G.C.F.

Depto. Ativ. Fis. Adaptada, FEF, UNICAMP

Pessoas com esclerose múltipla podem apresentar grausvariados de limitações como a perda parcial da visão, difi-culdade no equilíbrio, falta de coordenação, dor nos braços,vertigem, dormência nas pernas e sensação de cansaço.OLian Gong é uma ginástica terapêutica que tem como carac-terística melhorar a condição do corpo e a sua relação com omeio oferecendo, aos seus praticantes, uma melhora na qua-lidade de vida. O objetivo deste estudo foi verificar quais asadaptações necessárias para a prática do Lian Gong por pes-soas com esclerose múltipla e os benefícios obtidos comessa ginástica. Foi realizada uma revisão da literatura sobreesclerose múltipla (definição, etiologia, diagnóstico e trata-mento), origem do Lian Gong e uma pesquisa de campo denatureza exploratória. Participaram da pesquisa oito mulhe-res entre 30 e 60 anos, com níveis variados de comprometi-mento, pertencentes ao grupo de Esclerose Múltipla de Cam-pinas - S.P. Foram realizadas dez aulas de Lian Gong, sendo

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uma por semana. Foram feitos relatórios redigidos após cadaaula e os dados foram analisados qualitativamente. Consta-tou-se que não houve necessidade de adaptações para al-gumas participantes, pois conseguiram realizar as movimen-tações originais.Outras alunas necessitaram de adaptaçõespara a realização dos exercícios propostos. As adaptaçõesfeitas foram: utilização de cadeiras, de apoio do corpo (naparede, no colega ou professor) principalmente devido aodéficit de equilíbrio, respeitando o limite de cada pessoa. Osbenefícios observados foram: sensação de relaxamento, des-coberta de possibilidades como a capacidade de realizarnovos movimentos e vivenciar outras sensações corporais,prazer em praticar a ginástica e ampliar a comunicação con-sigo, com o grupo e com o meio. Desta forma, se pode con-siderar que é possível a prática do Lian Gong por pessoascom esclerose múltipla. A utilização de adaptações é coe-rente com a perspectiva do Lian Gong de respeito à indivi-dualidade de cada pessoa. Finalmente os efeitos observadossão similares em pessoas que não apresentam esta patolo-gia.

Sapateado e deficiência visual:Aprendizagem e corporeidade

Valla, D. C. R. M.; Tolocka, R. E.; Porto, E. T. R.

Universidade Metodista de Piracicaba

O sapateado é um estilo de dança que se utiliza de sonsproduzidos pelos pés, sendo importante ter ritmo, equilíbrioe coordenação motora entre outros fatores. A intenção detrabalhar o sapateado com deficientes visuais, além da apren-dizagem dos passos, é a de procurar melhorar sua comuni-cação e compreensão do mundo e que através da dança e domovimento possam estabelecer novas relações com as ou-tras pessoas e com ela própria. Para isto foi realizado umEstudo de Caso, de acordo com Silva (1996), com uma aluna,com 27 anos de idade, que foi escolhida devido a afinidadejá estabelecida. Foi realizado um programa com 12 aulas, eforam feitas duas avaliações (inicial e final). Para tanto foifeito um teste com os passos principais deste estilo de dan-ça, filmando-se a execução e classificando o nível de apren-dizagem em três categorias: inicial, elementar e avançada.Na segunda avaliação foi feita também uma entrevista filma-da, com uma pergunta aberta “como você vê o sapateado nasua vida?”. Os resultados indicaram que na avaliação iniciala aluna se encontrava em estágios iniciais e elementares noque diz respeito às habilidades motoras envolvidas nos qua-tro passos que foram avaliados: shuflle, flap, shuflle ballchange e draw back, sendo que as execuções com a pernadireita foram consideradas elementares com exceção do mo-vimento de pernas e pés do flap, e com a perna esquerda odraw back foi considerados elementar e os outros três pas-sos como iniciais e elementares, nas avaliações de ritmo,equilíbrio e pernas e pés. Na avaliação final, com a pernadireita, todos os passos já estavam em estágio maduro, com

exceção da avaliação do equilíbrio dos passos shuflle eshuflle ball change, considerados elementares, e com a per-na esquerda, o shufle teve avaliação elementar, o draw back,maduro e o flap e o shuflle ball change apresentou faseselementares e maduras. Na entrevista, a aluna revelou quegostava muito de dançar, que o sapateado a fazia feliz e atéajudava em seu cotidiano. Conclui-se que a proposta pro-porcionou aprendizagem de elementos importantes para aexecução deste estilo, apresentando também contribuiçõespara sua vida pessoal. Sugere-se que novos estudos sejamfeitos, para verificar se o método utilizado seria adequadopara atividades em grupo.

Dança com pacientes esquizofrênicos

Vizioli, K.F.; Martins, J.B.

Faculdade de Educação Física, Unicastelo

O presente relato de experiência é resultado de um trabalhode monografia de final de curso que se desenvolve há umano no Centro de Atendimento Psicossocial em São Carlos(SP). A esquizofrenia é uma doença psíquica caracterizadapor uma cisão entre pensamento, sentimento e vontade. Apessoa afasta-se da realidade, chegando a sofrer delírios ealucinações. Neste centro é feito um trabalho multidisciplinarentre os vários profissionais da área de saúde, entretanto,faltava um profissional de Educação Física que conduzissetrabalhos pertinentes a sua área. A oportunidade surgiu coma proposta do trabalho de monografia de final de curso cujotema é a dança e o desenvolvimento da consciência corpo-ral para esta população. Desde o início do trabalho, verifica-mos que a dança vem motivando os pacientes, tornando-osmenos indiferentes às possibilidades de movimentos, rit-mos corporais e expressões. Como recursos metodológicosutilizamos o Teste de Desenho da Figura Humana (TDFH) ea análise deste baseia-se na escala de Wintsch. Pudemosnotar que desde o início houve sinais de progressos expres-sos em elementos do corpo humano que surgem agora nosnovos desenhos feitos pelos pacientes. Há pacientes cujonível da doença manifesta-se mais intensamente, e não pu-demos visualizar melhoras na aplicação dos testes. Apesardisto, estes mesmos pacientes mostraram gradativa adesãoàs aulas, pois no início chegavam a se recusar a fazer aulasde dança, isso nos faz acreditar no sucesso a longo prazo.São aulas semanais de 45 minutos em média, e podemosdispor de diversos materiais existentes no CAPS. Cada paci-ente tem sua pasta onde documentamos suas vivências. Paracumprir com as exigências de um trabalho acadêmico temos8 pacientes (de 20 a 54 anos) de ambos os sexos que sãosubmetidos aos testes desde o início do trabalho, mas efeti-vamente, este grupo felizmente vem crescendo ao longo dosmeses (variando em torno de 12 pacientes). Antes da chega-da de um profissional de Educação Física, nenhuma avalia-ção física era feita, atualmente a ficha de anamnese incluidados colhidos por este profissional. Nossa expectativa atu-

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al é a criação de mais um grupo trabalhando comesquizofrênicos e com pacientes portadores de neuroses.

Atividades para paraplégicos

Zilioli, R.M; Liang, T.G

Unesp-Turismo

Atividades para paraplégicos O presente projeto tem comotemática as atividades possíveis, principalmente às relacio-nados ao Turismo, aos deficientes paraplégicos. O objetode estudo concentra-se na relação entre as atividades es-portivas, o turismo e os portadores de necessidades especi-ais, levando em consideração suas dificuldades e supera-ções, alegando a potencialidade dos paraplégicos em reali-zar as mais diversas atividades, mesmo com todas as limita-ções que possuem. Atualmente, cerca de 10% da populaçãobrasileira apresenta algum tipo de deficiência, de acordo comdados da ONU, seja ela mental, auditiva, visual, física, motora,deficiências múltiplas, distúrbio emocionais severos, dis-túrbios de aprendizagem, superdotação. Segundo dados doúltimo censo do IBGE, há 24,5 milhões de brasileiros comoalgum tipo de deficiência, que representam 14,9% da popu-lação. Segundo a Organização Mundial da Saúde, diariamen-te 500 pessoas tornam-se portadoras de algum tipo de defi-ciência no Brasil, vitimas de doenças, violência urbana ouacidentes. O objetivo deste projeto é, portanto, ter contatocom as experiências vividas pelos portadores de necessida-des especiais a fim de propor novas atividades que possibi-lite que eles usufruam uma vida física e, principalmente psi-cológica, mais saudável. Várias são as atividades que osparaplégicos podem praticar, tais como: basquetebol, tênisde campo, tênis de mesa, corrida em cadeira de rodas, atle-tismo, esgrima, arco e flecha, halterofilismo, além de espor-tes radicais como canoagem, escalada, rapel, trekking, rafting,tirolesa entre outros. A metodologia utilizada neste projetofoi uma pesquisa bibliográfica através da consulta em li-vros, endereços eletrônicos e revistas, além de contatos comportadores desta deficiência. A partir das informações ad-quiridas até o atual momento, com projeto foi possível mos-trar que estes podem superar suas dificuldades e necessida-des, desfrutando das mesmas atividades que as demais pes-soas realizam, provando assim que são capazes, contribuin-do também para a diminuição do preconceito e conseqüen-temente proporcionando uma inclusão.

Variação do pico de fluxo expirado empacientes pré e pós cirurgia bariátrica

Zwarg, B.R.A.Z.; Teixeira, L.R.T.;Zwarg, M.G.G.Z.

UCDB Universidade Católica

INTRODUÇÃO: Estudos apontam alterações nos valoresespirométricos em indivíduos com o Índice de Massa Cor-poral acima de 35kg/m2, devido ao comprometimento domovimento do diafragma além da musculatura da paredetorácica. Pessoas obesas, sem qualquer outra enfermidade,apresentam alterações no bom funcionamento pulmonar de-corrente do aumento progressivo de tecido adiposo no tó-rax e abdome. O tórax e o diafragma são afetados, o quedetermina alterações na função respiratória mesmo com ospulmões em perfeito estado de funcionamento, devido aoaumento do esforço respiratório e comprometimento do sis-tema de transporte dos gases. OBJETIVOS: O presente es-tudo procurou investigar o comportamento do pico de fluxoexpiratório após programas de atividades físicas em um indi-víduo obeso antes e após a cirurgia bariátrica. MÉTODOS:Esta pesquisa é um relato de experiência singular de um pa-ciente do sexo masculino com idade de 50 anos, procedentede Campo Grande/MS, submetido à cirurgia bariátrica no dia30 de abril de 2004, e autorizado a praticar exercícios físicosapós 3 meses da cirurgia. Durante todo o programa, foramutilizados exercícios para aumentar resistência muscular lo-calizada, e exercícios aeróbicos. Os materiais utilizados du-rante as aulas foram colchonetes, aparelhos de musculaçãopara o exercício resistido, monitor de freqüência cardíaca,estetoscópio, esfigmomanômetro, esteira. Para controle daanálise trimestral foram utilizado os seguintes materiais: umabalança antropométrica com precisão de 100mg para tomadadas medidas de peso, uma fita antropométrica para as medi-das de perimetria, um adipômetro da marca Sanny e um apa-relho PFE – Medidor de Pico de Fluxo Expiratório. O progra-ma de reabilitação teve a duração de 12 meses com 3 ses-sões de exercício em cada semana, estando o indivíduo noestado de esforço físico aproximadamente 60 minutos porsessão. O estudo foi caracterizado como longitudinal compaciente obeso de IMC acima de 35 kg/ m2. CONCLUSÃO: Oprograma de resistência muscular localizada juntamente como exercício aeróbio teve uma influência significativa no au-mento do fluxo expiratório, além da redução do peso corpo-ral e perimetria.

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Resumos de Relatos de Experiências

Corpos dançantes:Refletindo a inclusão

Antunes, M.R.; Carneiro, A.A; Jacques, A.V.;Martins, A.P.F.; Flores, J.; Correa, R.A.

“Corpos dançantes:refletindo a inclusão” Dados do CensoDemográfico de 2000, realizado pelo IBGE, verificam que14,5% da população brasileira têm algum tipo de deficiênciafísica, entre elas 27% possuem deficiência física. As pesso-as com deficiência física, além das complicações orgânicas,muitas vezes convivem com o distanciamento das ativida-des sociais. Isto ocorre devido ao valor negativo que é dadopela sociedade ao comprometimento físico, classificando apessoa com “incapaz”.Há uma idéia de que as pessoas comdeficiência física, não correspondem ao desempenho espe-rado pela comunidade, e esta passa, então a excluir os cor-pos “diferentes”, através de atitudes preconceituosas e res-trições ambientais. O significado de corpo saudável estabe-lecido pelo contexto social e imposto pela mídia, geralmenteestá relacionado à estética. Com corpos fora destes padrões,a maioria das pessoas com deficiência física, têm em seuscorpos uma “marca” que pode ser entendida como sinônimode um ser doente, e por conseguinte, torna-se um grupomenos aceito pela sociedade, pois são vistos como pessoasque carregam traços visíveis de suas limitações, tornandoseu padrão estético causa de rejeição, medo e indiferença.Neste projeto, temos como objetivos oportunizar a vivênciade dança à pessoas com deficiência física, buscar a melhorada auto-imagem e da auto-estima, bem como ativar a capaci-dade física em geral e buscar a inclusão social destas pesso-as. No desenvolvimento das atividades, buscamosreferenciais que abordam a deficiência física, a dança en-quanto fenômeno educacional, terapêutico e artístico, as-sim como os métodos utilizados, no caso os princípios daDança Educativa Moderna, da Dança - Educação Física e daDança - Educação. A dança, além de ser um meio de comuni-cação e expressão faz com que o praticante desenvolva seupotencial crítico e criativo. Desta forma, o ser humano pode-rá emancipar-se socialmente, porque a criatividade possibi-lita a independência, a liberdade e a autonomia.

O judô e o deficiente visual: Umrelato de experiência

Bacciotti, S.M.

Depto de Educação Física,UFMS

A atividade física, seja recreativa, educacional ou esportiva,pode ser importante para a melhora da auto-estima do defici-ente visual, além de auxiliar na melhora das capacidadescoordenativas gerais, integração, sociabilização, melhora naindependência das atividades diárias, noções de higiene econhecimento do corpo, inclusão social, melhora na postu-ra e marcha, no tônus muscular, na expressão corporal efacial. Dessa forma, o judô pode atuar como via determinantepara auto-descoberta, mobilidade, independência e orienta-ção segura, para que possam ir além dos limites a eles preco-nizados, apresentando ganhos na capacidade de controle,adaptação e readaptação motora. Os deficientes visuais po-dem ser classificados a partir da perda total (cegueira), ouperda parcial da visão (visão subnormal ou baixa visão),portanto necessitam de recursos especiais, de caráter tem-porário ou permanente, para a alfabetização e sociabilização.Havendo necessidade de adaptações na proposta de aula aser ministrada ao deficiente visual. Apesar da classificaçãoser feita após correção ótica, que considera o melhor olho,durante a prática do judô essa correção não é utilizada, oque solicita do praticante uma reorganização, dependendomuito mais de percepção e compreenssão do que dos resí-duos visuais. Assim, o patricante poderá utilizar outros sen-tidos remanescentes para orientar-se. Como não há um re-gra pré determinada para o ensino do judô para o DV, o ob-jetivo deste estudo foi de relatar o procedimento adotadonas aulas no período de agosto de 2004 à agosto de 2005,iniciando com elementos básicos do judô, inclusão em tur-mas mistas e participação em eventos esportivos. Para asegurança dos alunos e professor, foi realizado avaliaçãooftamológica. No processo de ensino-apredizagem foi ado-tado a forma oral, demonstração corporal (utilizando o cor-po do aluno e também com mapeamento do movimento nocorpo de um colega ou professor) e associação destes ele-mentos à execução do movimento para o aluno com baixavisão. O trabalho foi realizado de forma gradativa e adapta-da à faixa etária (acima de 13 anos), com objetividade, to-mando-se o cuidado para não subestimar ou super protegero DV, conscientizando-o de suas capacidades e limites, bus-cando uma forma de superar-se e conhecer-se.

Ginástica olímpica para o deficientemental: Um relato de experiência

Bacciotti, S.M.

Depto de Educação Física, UCDB

A criança com deficiência mental, assim como as demais cri-

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anças deficientes muitas vezes são super-protegidas, ou atémesmo recebem um tratamento de pena no qual os pais pre-ferem deixá-las livres e sem regras, tornando-as sem limites.Nestes casos o mal comportamento presente em alguns de-ficientes, pode ser fruto da falta de limites produzida pelospróprios pais no intuito de protegê-los ou “amenizar a dorpor ser deficiente”. As crianças que chegam às instituiçõespara atendimento com uma idade já avançada, acabam en-contrando muitos obstáculos no relacionamento com pro-fessores e colegas, pois geralmente são crianças com com-portamento problemático. Esse comportamento pode ser vis-to como uma forma de chamar a atenção, no momento emque a criança infringe as regras estabelecidas pelo profes-sor. A ginástica olímpica é uma atividade que exige atençãoe responsabilidade do praticante em relação a si mesmo etambém com os colegas que a praticam, o que permite sefazer um trabalho educativo, com estabelecimento de roti-nas bem definidas que o ajuda a aprender a respeitar limitesimpostos, o que deveria ser trabalhado pelos pais, uma vezque são os primeiros educadores. Dessa forma, o presenteestudo teve como objetivo observar o comportamento deuma criança de 10 anos durante a prática de Ginástica Olím-pica no projeto de Extensão Vida Nova desenvolvido naUniversidade Católica Dom Bosco. As aulas acontecem noginásio de esportes com duração de uma hora semanal des-de o mês de março de 2005, trabalhando os elementos daginástica olímpica, utilizando os aparelhos e o solo. Alémdisso, são desenvolvidas atividades que trabalhem a rotinados alunos, como local certo para as aulas, para se guardaros sapatos, entre outros combinados. Com as crianças commal comportamento são delegadas funções de ajudante.Sendo assim, os mesmos permanecessem ocupados em au-xiliar os colegas e o professor, permitindo que os mesmosrecebam a atenção que tanto desejam, sem extrapolar os li-mites impostos pelo professor. No trabalho específico querealizamos, através da rotina observamos que os alunos tor-nam–se mais responsáveis, auxiliando uns aos outros a lem-brarem quais regras devem ser seguidas, melhorando o com-portamento dos mesmos durante a execução das aulas.

Desenvolvimento de habilidadesmotoras de locomoção: Manejo de

cadeira de rodas paralesados medulares

Caleffi, G.D.; Lopes, K.A.T; Silva, R.S.;Silva, E.V.A.; Moreira, R.S.M

Universidade Federal do Amazononas

Os casos de lesão medular, no início da Segunda GuerraMundial, tinham uma mortalidade de quase 100%, ainda nafase aguda, isso se dava por causa de infecções respiratóri-as, urinárias e escaras de decúbito. Com o surgimento denovos e específicos equipamentos e medicamentos, o qua-

dro mudou. Os paraplégicos e tetraplégicos, ao serem bemtratados, não morriam mais na fase aguda, surgindo à neces-sidade de tratamento de reabilitação para minimizar estasseqüelas (Souza, 1994). Uma reabilitação adequada deve pre-ver a seleção de atividades procurando desenvolver as fun-ções remanescentes, favorecendo assim o desenvolvimen-to das potencialidades do indivíduo. Este relato faz referên-cia ao trabalho desenvolvido com pessoas com seqüelas delesão medular no Programa de Atividades Motoras paraDeficientes - PROAMDE, da Universidade Federal do Ama-zonas. Objetivamos desenvolver habilidades motoras de lo-comoção para pessoas com lesão medular com diferentestempos de aquisição da deficiência, visando um melhor de-sempenho nas atividades da vida diária; obtenção de auto-nomia e independência no desempenho social; melhora nascapacidades físicas; favorecer o hábito pela práticadesportiva. A turma possui três alunos, as atividades foramrealizadas duas vezes por semana, com duração de uma horae trinta minutos cada. O foco do trabalho foram as habilida-des motoras de locomoção com os seguintes conteúdos:conhecimento da cadeira de rodas; empunhadura na cadeirade rodas; queda e recuperação; deslocamentos; freios; gi-ros; empinar e deslocamentos urbanos. Foram realizadas duasavaliações, uma no início do período e outra após quatromeses de atividades. Os três alunos observados consegui-ram executar todos os conteúdos abordados, isso lhes pro-porcionou uma maior independência e capacidade de inicia-tiva; melhorou a auto-estima e as capacidades físicas; re-verteu possível tendência ao ócio, à apatia e ao isolamento;oportunizou o convívio e interação em grupos sociais; pro-porcionou vivências de sucesso; promoveu a educação paraa saúde; favoreceu a transição entre a deficiência e a apti-dão; motivando os alunos a continuarem freqüentando oprograma e participarem de outras atividades como o bas-quete sobre rodas, arco e flecha e atletismo.

Projeto criança especial

Campos, C.; Del Alamo, R.C.; Parreira, M.A.F.;Silva, R.P.; Vilela, M.G.; Brighetti, V.

Centro Universitário de Votuporanga, UNIFEV

Entre a população brasileira que apresenta algum tipo dedeficiência, a maior incidência relatada é de problemas men-tais. Existem diferentes níveis de comprometimento mental,e estes são acompanhados por diferentes características fí-sicas e comportamentais. Pessoas com retardo mental po-dem apresentar: equilíbrio insuficiente, hipotonia abdomi-nal, insuficiência respiratória, distúrbios de lateralidade, entreoutros aspectos físicos, cognitivos e emocionais afetados.Com base nessas informações fica clara a importância de umtrabalho específico de atividade física envolvendo essa po-pulação. O projeto Criança Especial é realizado desde o anode 2002 pelo curso de Educação Física do Centro Universi-tário de Votuporanga, e já atendeu mais de 100 crianças e

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jovens, com idade entre 6 e 18 anos provenientes de duasescolas especiais da cidade. As atividades do projeto sãorealizadas nas dependências do Centro Universitário deVotuporanga, duas vezes por semana e constam de: a) ativi-dades de desenvolvimento e refinamento de padrões de ha-bilidades básicas como, andar, correr, saltar, chutar, receber,entre outras; b) introdução a atividades esportivas comofutebol, basquete, vôlei e atletismo; c) atividades que en-volvam ritmo e expressão, com o objetivo de desenvolver acriatividade e a desenvoltura; d) atividades de controle ma-nual, como desenhar, pintar, recortar, com o intuito de de-senvolver a coordenação motora fina; e) entre outras. Alémdos benefícios afetivos, sociais e físicos alcançados pelosindivíduos portadores de deficiência, ainda temos a possi-bilidade de proporcionar aos alunos do curso de graduaçãoem Educação Física um laboratório onde os mesmos possamcolocar em prática todo conhecimento teórico adquirido emsala de aula. No caso, esses alunos estão envolvidos comoestagiários, auxiliando na elaboração e condução das aulas.O programa também possibilita aos estagiários e alunos aten-didos a vivência relacionada à diversidade do comporta-mento humano, favorecendo a afetividade e a troca de emo-ções reais a cada passo conquistado, proporcionando aosalunos estímulos para romperem as barreiras impostas peladeficiência, vibrando juntos a cada vitória e colocando emprática o verdadeiro sentido do “educador”: ensinar... apren-der... e se emocionar.

Projeto: Bom Dia na Praça

Felix, A.A.; Siqueira, K.C.F.

Prefeitura do Municipio de Conchal

Atualmente, neste mundo contemporâneo muito se tem dis-cutido em relação aos benefícios da prática regular de exer-cícios físicos. No que diz respeito ao cidadão idoso e a ma-nutenção de sua saúde, observamos a utilização e a praticade exercícios físicos, de maneira preventiva e reabilitadora.Neste sentido o projeto “Bom Dia na Praça”, realizado juntoao SETUR – Setor de Esportes e Turismo da Prefeitura Mu-nicipal da Cidade de Conchal, visa oportunizar a populaçãoConchalense em específico o cidadão idoso, a prática deforma regular e orientada de atividades corporais. As ativi-dades são ministradas por um fisioterapeuta. O local esco-lhido é a praça central da cidade, num espaço rodeado deflores e árvores. A atividade é desenvolvida uma vez porsemana com duração de uma hora. São realizados alonga-mentos, trabalhos respiratórios, posturais, trabalhos de equi-líbrio e força entre outros. Fazem parte das atividades astécnicas de: Liang Gong; Massagens; Auto Massagem;Alongamento Global; Além de orientações específicas. Osconteúdos que norteiam este projeto, objetivam amanutenção e melhora das capacidades orgânicasrelacionadas ao sistema neuro-osteo-muscular. A

particularidade deste projeto, refere-se a utilização do tra-balho de “toque” como ferramenta primordial e indispensá-vel das praticas citadas, bem como das relações humanas.

Formação profissional vinculada a umprograma de atividade

motora adaptada

França, C. de; Pick, R. K.;Zuchetto, A. T.; Nasser, J. P.

AMA/CDS/UFSC

O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de duaspessoas em suas trajetórias dentro de um Programa de Ati-vidade Motora Adaptada (AMA), durante cinco anos deenvolvimento, e descrever a importância deste percurso nodesenvolvimento pessoal e profissional. O programa AMA,desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarinapropicia atividade motora aos portadores de necessidadesespeciais (física, mental, visual e auditiva); oportuniza aosalunos interessados vivências práticas com esta população;estimula processo de educação continuada e desenvolvepesquisa na área de atividade motora adaptada. A estruturado programa possibilita aos acadêmicos passar por diver-sas etapas e estas com diferentes graus de complexidade.As disciplinas que dão suporte teórico a esta formação são:Educação Física Especial, Atividade Física para grupos Es-peciais e Estudos Individuais, culminando no trabalho deconclusão de curso. O engajamento do acadêmico ao pro-grama se dá quando o mesmo demonstra interesses em tra-balhar como voluntário com portadores de necessidadesespeciais. Esta primeira etapa proporcionou a vivência prá-tica, emergindo em uma curiosidade sobre temas mais espe-cíficos relacionados aos portadores de necessidades espe-ciais. Diante desta curiosidade e havendo disponibilidadena grade de horário, o acadêmico pode passar à segundaetapa deste processo, a bolsa de extensão. Esta, além daresponsabilidade em termos de horário e envolvimento naformação teórica, requer um envolvimento mais ativo duran-te as aulas práticas e iniciação aos processos de pesquisa.Independente do tipo de vínculo do acadêmico ao programanão significa isentar-se da pesquisa e extensão, podendonas próximas etapas, obter bolsa de monitoria ou pesquisa.A formação teórica ocorre durante todo o período deengajamento ao programa. A terceira etapa deste processode formação inicial envolveu a monitoria, que consistiu noacompanhamento do planejamento das aulas para a gradua-ção, auxílio aos acadêmicos, assim como participação naspesquisas realizadas pelo programa. Uma outra forma deenvolvimento oferecida foi a bolsa de iniciação científicaonde ocorreu o aprendizado dos processos de pesquisa (ela-boração de projeto, técnicas de coleta de dados, métodosde estudo, análise dos dados, elaboração do relatório cien-tífico, publicações e participação em eventos científicos).Este processo de formação profissional permitiu que os aca-

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dêmicos se formassem com bom suporte teórico, segurançapara o mercado de trabalho e apto a ingressar em um progra-ma de Pós-Graduação.

A educação física inclusivaquebrando o preconceito

Fregolente, G.; Nabeiro, M.; Castro, A. F.;Prado Jr, M. V.

Depto de Educação Física, FC, Unesp

A educação física escolar tem um papel muito importante naformação de cidadãos críticos e capazes de exercer sua cida-dania. É através dela que buscamos a participação de todos,contribuindo para que os alunos aprendam com as diferen-ças e as respeite. O objetivo deste estudo foi demonstrarque uma aula de educação física pode ser utilizada para asuperação de um obstáculo tão comum em nossa sociedade,a questão do preconceito a que pessoas com deficiênciasão submetidas. A idéia deste estudo derivou do estágiocurricular obrigatório da disciplina de Prática de Ensino emEducação Física Escolar IV, realizado em uma escola privadade educação infantil na cidade de Bauru – SP durante o 1ºsemestre de 2005. Foram cumpridas trinta horas de observa-ção e co-participação nas aulas de educação física de 1º à 3ºséries, onde na 3º série havia um aluno com deficiência físi-ca (cadeirante). A professora demonstrou estar muito bempreparada para trabalhar com o tema inclusão. Ela aplicavadiferentes formas de atividades e jogos adaptados, criandosituações em que os alunos desenvolviam umainterdependência entre os participantes, onde todos repre-sentavam uma peça fundamental para o sucesso da aula. Umexemplo disso foi a participação do aluno cadeirante naQuadrilha da Festa Junina da escola. A cada exercício dado,a professora adaptava às necessidades do aluno com defici-ência, nunca o deixando sem executar o exercício. Atravésdas observações feitas nas aulas foi possível constatar agrande demonstração de cooperação entre os alunos confir-mando que a inclusão é possível e estimula muito o aspectoafetivo-social das crianças. As aulas proporcionavam o con-tentamento de todos e assim, despertando o desejo de com-partilhar, descobrindo a importância de ajudar ao próximo eformando adultos mais conscientes. Verificamos que a aulade educação física desenvolvida com adequada seleção deatividades e estratégias de ensino auxilia na superação daquestão do preconceito.

A ação da pedagogia num programade atividades motoras

para deficientes

Moreira, R.S.M; Lopes, K.A.T; Silva, R.S.;Silva, E.V.A.; Caleffi, G.D.

Universidade Federal do Amazononas

A ação da pedagogia associada a atividade motora princi-palmente pelo fato de aproveitar a ludicidade dos exercíciosfacilita a aprendizagem do aluno e estimula o aspectocognitivo, a socialização, atenção de forma individual e emgrupos. Este resumo trata-se de um relato de experiências daprática da pedagogia num Programa de Atividades Motoraspara Deficientes-PROAMDE, realizado pela Faculdade deEducação Física da Universidade Federal do Amazonas(Ufam) que visa estimular o interesse do aluno para apren-der, tentar envolve-lo e motiva-lo para o processo de apren-dizagem. O programa é desenvolvido duas vezes por sema-na com a participação de pais e alunos, com duração de umahora e meia. O apoio pedagógico ocorre na última parte daaula, chamada volta calma, são realizados com as oito tur-mas do Programa (adolescentes com deficiência mental, cri-ança de 06 a 11 anos, paralisado cerebral, síndrome neuroló-gicas, cadeirantes, acidente vascular encefálico, crianças de02 a 04 anos) . Na parte final da aula os alunos são incentiva-dos a realizar exercícios didáticos baseados em atividadeslúdicas com jogos, utilização de recursos audiovisuais, sãoincentivados a relatar o que vivenciaram na educação físicaatravés de desenhos e brinquedo cantado. As atividadessão de acordo com as possibilidades de cada turma focali-zando o processo de aquisição de conceitos pedagógicos(tamanho, número, cores, formas). Utilizamos pranchetas,mesas adaptadas, tatame. Podemos perceber através dasavaliações uma melhora no desempenho cognitivo de al-guns alunos e uma conceituação efetiva de conteúdos for-mais como cores, formas, partes do corpo, higiene, bem comoa relação escrita e leitura.

Efeito de um programa de atividadesfísicas na mudança do estilo de vidade pessoas com síndrome de Down

Moura, J.B.; Marques, A. C.; Antunes, N.;Martins, L.; Recuero, J.; Machado, C.F.

UFPel

Desde 1997, a ESEF/UFPel desnvolve o Projeto Carinho, queatende pessoas com Síndrome de Down (SD). Enquanto ex-tensão busca-se oportunizar as pessoas com SD um espaçopara desenvolverem atividades, que possam modificar seuestilo de vida (EV), e em conseqüência disso, melhorar a suaQualidade de Vida (QV); enquanto ensino, este programacapacita o futuro profissional da área da Educação Física,na medida em que este participa do planejamento e desen-volvimento das atividades, através da vivência de situaçõesconcretas de ensino–aprendizagem; e enquanto pesquisa,investiga os benefícios da atividade física no desenvolvi-mento harmônico das capacidades afetivas, cognitivas emotoras dessas pessoas. Este programa atende 92 pessoasna faixa etária dos zero aos 53 anos, desenvolvendo ativida-

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des aquáticas, recreativas, comemorativas, passeios, acam-pamentos e de dança. Podemos dizer que, como qualquerindivíduo, este grupo com SD tem seu EV próprio, alicerçadonas suas necessidades e desejos, interagindo no seu cotidi-ano na família, na escola e nas suas atividades físicas e delazer com os amigos. Este projeto tem observado e registra-do através de pesquisas paralelas, mudanças significativasnessas pessoas, relacionadas ao seu EV, por meio das opor-tunidades de estimulação e integração à que têm tido aces-so. Com certeza uma das causas destas mudanças, é o nú-mero cada vez maior de pais, que incentivados durante oprograma, decidiram criar seus filhos com SD, como parte dafamília, proporcionando-lhes uma atenção e um meio esti-mulante no qual têm crescido e aprendido com amor e cari-nho. Esta mudança de atitude dos pais, tem resultado emuma maior competência das pessoas com SD. Na realidade,estes indivíduos têm apresentado uma vida mais saudável,estão capacitados e integrados mais do que nunca na soci-edade. Como reflexo desta melhora, outras pessoas da co-munidade tem uma maior consciência da sua individualida-de e potencial. Por outro lado, podemos dizer que as mudan-ças de atitude da sociedade, frente às pessoas com SD nosúltimos anos, estão sendo uma das transformações sociaismais positivas destes tempos. A formação de associações,grupos de convivência e projetos de pesquisa como este,tem estimulado profissionais e pesquisadores a olharem aSD com outros olhos, exigindo maiores oportunidades edu-cacionais, de lazer e trabalho. Com tais mudanças, o futurodas pessoas com Síndrome de Down se apresentará maisbrilhante do que nunca, contendo a promessa de muitasoportunidades e realizações.

Esportes na natureza e deficiênciavisual: Uma abordagem pedagógica

Munster, M.A.1; Almeida, J.J.G.2

Universidade Federal de São Carlos1; UniversidadeEstadual de Campinas2

A escolha do tema “Esportes na Natureza enquanto possi-bilidade para a pessoa com deficiência visual” justifica-sepela necessidade de trazer, para o âmbito acadêmico, adiscussão referente ao exercício pedagógico de tais modali-dades esportivas, sob o argumento de que o envolvimentocom esse conjunto de práticas consiste em uma experiênciaexistencial fértil para o fortalecimento das relações da pes-soa com deficiência visual consigo mesma, com o outro, ecom a sociedade. A partir de um referencial sócio-educativo,este estudo visa discutir a pedagogia dos Esportes na Natu-reza e os principais aspectos envolvidos em sua prática,analisando a contribuição dos mesmos em um programa deAtividade Motora para pessoas com deficiência visual. Sobperspectiva qualitativa e enfoque pedagógico, a presentepesquisa baseia-se em uma abordagem crítico-dialético, ca-racterizando-se como um estudo de caso. O quadro teórico

envolveu a investigação de três pontos principais: análisedo objeto de estudo em questão (os esportes na natureza);estudo da variável que caracteriza a população envolvida (adeficiência visual); descrição dos procedimentosmetodológicos que nortearam a realização do Programa deEsportes na Natureza. O conteúdo programático abrangeuseis modalidades distintas: trekking, rafting, caving, escala-da em rocha, canyoning e mergulho subaquático. Ametodologia de ensino do programa foi baseada na conju-gação de três elementos fundamentais: jogos cooperativos,jogos de sensibilização à natureza e educativos relaciona-dos aos aspectos técnicos de cada uma das modalidades. Apesquisa de campo foi realizada junto ao Projeto de Exten-são “Atividade Motora Adaptada a Pessoas com Deficiên-cia Visual”, promovido pela Faculdade de Educação Físicada UNICAMP. A amostra envolvida neste estudo foi com-posta por um grupo de 11 pessoas com cegueira ou baixavisão, com faixa etária entre 14 e 52 anos. Durante a faseexploratória, caracterizada pelos encontros semanais e saí-das a campo, foi empregada a observação participante comoinstrumento de coleta de dados. Após os 8 meses de dura-ção do programa, teve início a segunda fase da pesquisa decampo, baseada na aplicação de uma entrevista semi-estruturada a cada integrante da amostra, utilizada como ins-trumento complementar de coleta de dados. Como forma detratamento aos dados coletados, recorreu-se à análise deconteúdo sugerida por Bardin (1977) na tentativa de identi-ficar, por meio do discurso dos participantes, as possíveisrepercussões ou os principais aspectos envolvidos na prá-tica de Esportes na Natureza durante a vivência do progra-ma em questão.

Ginástica e atividades recreativas napromoção da qualidade de vida para

idosos pertencentes ao projetoAFRID da cidade de Uberlândia, MG

Novais, F. V.; Costa, G. A.; Azevedo, P. G.; Arantes,L. M.; Borges, L. J.; Martins, J. L. A.

Faculdade de Educação Física,UFU

Introdução:Sabe-se que um programa de exercício físico re-gular pode influenciar beneficamente no processo de enve-lhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa devida, melhorando as funções orgânicas, sociais e emocio-nais, garantindo assim uma maior independência pessoal.Objetivos: Os objetivos foram traçados visando prevenir eatenuar o declínio funcional decorrente do processo de en-velhecimento, trabalhando qualidades físicas como força,equilíbrio, flexibilidade, resistência e coordenação e tambémproporcionar momentos de descontração e interação daspessoas. Metodologia: As aulas foram realizadas em suamaioria no Ginásio de Ginástica Rítmica Desportiva na Fa-culdade de Educação Física da Universidade Federal de

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Uberlândia. Pudemos contar com a presença constante de23 alunas, cujas idades variavam entre 54 a 76 anos. Com aduração de 60 minutos no período vespertino e a freqüênciade 3 sessões semanais em dias alternados as aulas seguirama linha planejada de serem divididas em aquecimento, exer-cícios musculares localizados e alongamento, tendo uma vezna semana uma aula voltada para alongamento, flexionamentoe relaxamento. Durante o aquecimento procuramos variarbastante, tanto o material quanto o t ipo deatividade.Conclusão: Através de vários testes físicos, sub-jetivos e dos próprios relatos das alunas pudemos concluirque nossos objetivos foram alcançados e que temos a certe-za de que estamos no caminho certo, a fim de proporcionaruma melhor qualidade de vida e satisfação pessoal aos ido-sos que nos procuram.

Treinamento em mergulhoautônomo adaptado

Redoschi, M.

FEF, Unicamp

Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência adquiri-da nas aulas do curso básico de mergulho autônomo adap-tado (HSA) ministradas por mim no ambiente de uma escolade mergulho na cidade de São Paulo. As imagenssubaquáticas apresentadas em formato de DVD demonstramas habilidades desenvolvidas em águas confinadas (piscinaaquecida em academia) e águas abertas (pontos de mergu-lho em Paraty) por um portador de deficiência física. Com aprofissionalização do setor, nota-se um crescente interessepela atividade que contudo ainda carece de maior divulga-ção. Espera-se com isso contribuir para a difusão do mergu-lho adaptado como opção de lazer, trabalho e pesquisa naárea da atividade motora adaptada.

Um olhar sobre o programa praiaspara pessoas deficientes que oferece

a Prefeitura de Montevidéu.Relato de experiência

Rubinstein, S.

Introdução: O programa praias da Prefeitura de Montevidéucomeçou a princípios da década dos ’90 como experiênciade esporte comunitário, desenvolvendo-se de forma contí-nua até nossos dias. Em linhas gerais, o programa tem tidoduas áreas de trabalho que se abordam de forma conjunta: aárea lúdico-recreativa e a esportivo-competitiva. A inclusãodo programa de atenção à pessoa com deficiência na praia,como uma parte do primeiro, ocorreu no ano 2004, com arealização da sua primeira temporada. Desta forma, o progra-ma constituiu-se num espaço ao serviço da população defi-

ciente que até esse momento não tinha o próprio, com pro-postas adaptadas a suas necessidades, capacidades e inte-resses. Breve explicação da proposta: Na temporada 2004/05, participaram do programa pessoas com deficiências inte-lectuais, psíquicas, motrizes, sensoriais e atrasos sociais.Ao analisar os percentuais com relação às distintas defici-ências, visualiza-se que um 51% corresponde à populaçãocom deficiência intelectual, 21% à deficiência motriz, 11% àpopulação com deficiências psíquicas, o mesmo percentualpara o atraso social, 4% às deficiências sensoriais, e porúltimo só um 1% sem deficiência, observando-se que aindafalta muito para que a integração entre pessoas deficientese não deficientes seja um fato. Os objetivos gerais quedirecionaram o trabalho foram: melhorar a qualidade de vidapara as pessoas com deficiência a través da atividade física;promover o uso do tempo livre e ócio; promover a integraçãodas pessoas com deficiência ao meio social assistente à praiae a sua projeção ao resto da comunidade. As atividadesplanejadas para a praia, foram as próprias do meio e adaptadasàs características da população que participou. Procurou-seque todas as atividades foram atraentes, acessíveis - nãofácies - e desafiantes para os participantes. Foram selecio-nados movimentos possíveis de serem realizados. Conclui-se que se elevou a motivação, alterou positivamente aautoconfiança, fomentou a livre participação, o descobri-mento de cada um através do intercâmbio social, o desen-volvimento da comunicação e autonomia pessoal e o forta-lecimento das relações pessoais.

Atividade física parahemiplégicos adultos

Silva, K. R. M; Lopes, K. A. T.

Faculdade de Educação Física, UFAM

A causa mais comum da hemiplegia no adulto é o AVE (Aci-dente Vascular Encefálico), definidos como o início de sin-tomas neurológicos causados por lesões vasculares no cé-rebro ou a sua volta. Geralmente estes acidentes causam umdano no motoneurônio superior, resultando no aumento exa-gerado do tônus muscular, fortes dores e contraturas nosmembros afetados e distúrbios de ordem sensorial,perceptiva e cognitiva. Poucos estudos relatam o efeito deatividades físicas na diminuição destes problemas. Há umano e seis meses tive a oportunidade de ministrar aulas deeducação física à turma de hemiplégicos adultos doPROAMDE - Programa de Atividades Motoras para Defici-entes – para tanto, adequando as atividades às suas limita-ções. A turma possuía 15 alunos cuja faixa etária variava de21 a 79 anos. Os principais objetivos das aulas foram desen-volver habilidades motoras básicas e específicas, capacida-des físicas, conhecimento sobre o corpo, promover a socia-lização e estimular o lado parético e não-parético, relacio-nando-os com as atividades do cotidiano, prevenindo pos-síveis problemas decorrentes do sedentarismo As aulas fo-

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 95-102

ram realizadas duas vezes por semana, cada qual com umahora e meia de duração, sendo que no início e no fim do anoletivo fiz uma avaliação motora com cada aluno. Os conteú-dos das atividades foram: treinamento da marcha e locomo-ção; reeducação muscular, habilidades com bola e introdu-ção ao desporto adaptado. Ao fim do programa percebi atra-vés das avaliações e das observações que cada aluno obte-ve um melhora significativa no equilíbrio, por meio da aqui-sição de novas habilidades físicas, reduzindo o risco dequedas. Nove dos dez alunos obtiveram maior independên-cia física e psicológica, melhorando o seu nível de auto-estima. Aprendi, com essa experiência, que a mudança cor-poral decorrente de percepções e movimentosdisponibilizados a partir de uma intervenção profissionalsignificativa pode abrir novos caminhos na existência des-sas pessoas ampliando suas possibilidades de novas per-cepções e movimentos, melhorando sua autonomia e auto-estima.

Educação física para crianças comdeficiência em um programa de

atividades motoras

Silva, R.S.1; Silva, E.V.A.2; Moreira, R.S.M.1;Lopes, K.A.T.1; Caleffi, G.D.1

Universidade Federal do Amazononas1; Centro Luteranode Manaus, UL1

Este relato pretende apresentar a experiência adquirida naprática pedagógica supervisionada de educação física comcrianças com deficiência mental no Programa de AtividadesMotoras para Deficientes - PROAMDE da Universidade Fe-deral do Amazonas. De forma sistemática é oferecido umprograma de educação física adaptada às pessoas com defi-ciência com objetivo de desenvolver as habilidades motorasdo aluno, através do potencial que o mesmo possui, respei-tando suas limitações. A turma era formada de crianças entre05 e 11 anos de idade com deficiência mental, Síndrome deDown, paralisia cerebral, deficiência auditiva e deficiênciafísica. As aulas foram realizadas duas vezes por semana comuma hora e meia de duração com a participação dos pais.Três avaliações anuais foram realizadas com os alunos, alémdas anotações feitas após cada aula na qual era registrado odesempenho do aluno, observando os aspectos cognitivos,afetivos e motores. Foram desenvolvidas atividades de equi-líbrio, locomoção e manipulação. As avaliações realizadasmostraram que os alunos apresentaram uma considerávelmelhora com relação a sua situação inicial ao entrar no pro-grama. Habilidades como saltar, rolar, atividades de força ehabilidades com bola como arremessar, quicar e rolar foramas habilidades mais aprendidas e aprimoradas durante o pri-meiro semestre entre os alunos com síndrome de Down edeficiência mental. Deficiência mental pode ser definidacomo pessoas diagnosticadas como estando significativa-mente abaixo da inteligência média e tendo problemas con-

sideráveis na adaptação à vida cotidiana ou carentes de in-dependência com respeito a atividades da vida diária.(Descritor: http://decs.bvs.br). Um outro aspecto deste gru-po de alunos está relacionado a sua afetividade. Através doprograma observamos uma melhoria nas interações sociais,pois muitos alunos já realizam as aulas interagindo com ogrupo e mais independentes dos pais em relação a realiza-ção das atividades.

Polybat: Um jogo para pessoas comparalisia cerebral

Strapasson, A.M.1; Duarte, E.2

Faculdade de Pato Branco, PR-FADEP 1; Depto deEducação Física Adaptada, Unicamp2

O polybat ou tênis de mesa lateral, como também é conheci-do, é uma nova prática esportiva que foi criado na Inglaterraem meados dos anos 80. Surgiu como alternativa recreativapara aqueles que não possuíam o perfil da bocha adaptada enão conseguiam praticar o tênis de mesa convencional. Ojogo permite que qualquer pessoa pratique esta atividadecomo, por exemplo: paralisados cerebrais, pessoas que tive-ram acidente vascular encefálico, espinha bífida, distrofiamuscular, lesão medular, paralisia infantil, enfim não se res-tringe quanto ao comprometimento motor, basta que o prati-cante tenha a possibilidade de segurar a raquete e movimen-to de membros superiores. O polybat é um jogo de adapta-ção simples, praticado em uma mesa de tênis de mesa “nor-mal” (convencional), sem a utilização da rede, com antepa-ros fixados nas laterais da mesa. A raquete é retangular enão pode perder o contato com a superfície da mesa duranteos golpes. Os golpes devem ser direcionados para as bor-das laterais e o receptor só pode receber a bola assim queela tocar no anteparo. O jogo é disputado em 11 (jogo curto)ou 21 pontos (jogo longo), podendo ser entre duas (sim-ples, individual) ou quatro pessoas (duplas), sem divisãopor sexo. O polybat é dividido em classes quanto a coorde-nação e domínio de membros que o indivíduo possua. Aclasse “A” é a mais baixa (na qual os alunos têm maior com-prometimento motor), em seguida aparecem as classes “B”,“C” e “D”. As principais distinções entre as classes são quena classe “A” o jogador fica somente sentado; nas classes“B” e “C” o jogador fica sentado ou em pé, conforme o equi-líbrio de membros inferiores que ele possua. Na classe “D” ojogador fica somente em pé. O jogo pode também ser dispu-tado em duplas, a divisão é por classe e não por sexo, destaforma homens e mulheres participam juntos. O esporte podeser usado como uma atividade ou uma série de situaçõespara aqueles indivíduos com limitações que impeçam a suaparticipação em tênis de mesa recreativo: aulas de EducaçãoFísica, recreação, reabilitação e competições esportivas.

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Resumos Relatos de Experiências

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 95-102

Extensão universitária: Porta abertaàs pessoas com deficiências

Vitório, R.; Garcia, V.D.; Pires Jr., L.;Bichusky, R.; Nabeiro, M.

UNESP-BAURU

Atualmente as pessoas com deficiências vêm buscando seuespaço social nos diferentes ambientes que possibilitam ocontato social, prática de atividades físicas, bem como aintenção de adentrar as instituições de ensino superior. Den-tro desse novo contexto, a Unesp de Bauru, através do cur-so de Educação Física, tem contribuído para ser um agentefacilitador da inclusão dessas pessoas em atividades físico-esportivas, dança, exercício resistido e atividades corporaisdiversas. O projeto de extensão universitária, intitulado“Aprendendo com o corpo D’eficiente”, está em seu segun-do ano de atuação, atendendo uma média de 12 pessoascom diferentes tipos de deficiência física: paraplegia,mielomeningocele, poliomielite, distrofia muscular, paralisiacerebral e deficiência auditiva. O objetivo do programa ébuscar primeiramente o desenvolvimento das capacidadesmotoras e, através disso, auxiliar na melhora dos aspectosemocionais e cognitivos dos adultos e crianças participan-tes das atividades. Como ferramenta, dispõe dos conheci-mentos baseados no desenvolvimento motor do ser huma-no e também utiliza o esporte adaptado em atividades maisdinâmicas e que requerem maior número de praticantes. Ape-sar de todos os esforços, ainda encontramos muita dificul-dade em manter constante a freqüência dos participantes,pois acaba oscilando bastante devido às oportunidades detransporte restritas e de acesso complicado. Embora essasadversidades prejudiquem o pleno funcionamento e aabrangência do projeto de extensão, notamos sua relevanteimportância dentro da universidade, por possibilitar o con-tato e a aprendizagem para a formação dos graduandos emgeral e principalmente dos envolvidos no projeto, ofertaratividades pertinentes à educação física e condizentes coma realidade de seus praticantes, preocupada em desenvol-ver hábitos de práticas saudáveis e estilo de vida ativa aessa parcela da população que carece e merece a atenção detodas especificidades acadêmicas. Desse modo, acredita-mos estar cumprindo o papel social da Extensão Universitá-ria, onde seu sucesso reflete claramente no seio da comuni-dade e cria um elo de benefícios mútuos entre essas duas“instituições”.

Aprendendo com o corpo d’eficiente:Flashes do cotidiano

Zonta, A. F. Z.; Luchesi, F. D. M.; Manson, F.;Lopes, A.; Garavello, P.; Orlando, P.

Depto de Educação Física, LAPEF, UNESP-Bauru

O Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciên-cias da UNESP- Bauru tem no rol de seus Projetos de Exten-são o Programa “Aprendendo com o Corpo d’Eficiente”,coordenado pelas professoras Ana Flora Z. Zonta e MarliNabeiro ligadas ao LAPEF (Laboratório de Pesquisas emEducação Física) onde desenvolvem trabalhos nas áreas deDança e Educação Física Adaptada. Esse programa atendecrianças, adolescentes e adultos com deficiências física,auditiva e visual, atualmente o maior número de participan-tes assíduos são os com deficiências físicas, tais como: es-pinha bífida, do tipo mielominengocele, encefalopatia,distrofia muscular progressiva de Duchenne, lesão medular.O programa visa contribuir para o desenvolvimento dos as-pectos motores, emocionais, cognitivos e todoscoordenadamente contribuírem para o artístico e sócio-cul-tural, através de atividades físico-desportivas, dança, exer-cícios resistidos e atividades corporais. Entendemos que ainclusão também se dá por meio de atividades que promo-vam o trabalho coletivo como: a dança, o esporte e ativida-des corporais variadas. Para o desenvolvimento do progra-ma contamos com alunos bolsistas e voluntários que reali-zam a ponte entre a teoria e a prática quando do estudo doscasos, planejamento das atividades motoras e a execuçãodas mesmas, o que contribui na formação desses futurosprofissionais. As Mães tem uma responsabilidade funda-mental que é conseguir chegar com as crianças ao local doprograma já que Bauru conta com um número reduzido detransportes adaptados o que reflete na freqüência flutuantedos participantes.

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 103-160

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Resumos de Painéis

Análise biomecânica da marcha depessoas com deficiências visuais

Carvalho, K.M.; Teixeira, S.; Saito, V.H.; Oliveira,A. F.; Silva, M. C. A.; Rodrigues, G.M.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

O andar é algo altamente complexo e comum nos seres hu-manos. Pode ser considerado como a decolagem de um pédo solo para projetá-lo adiante. A seqüência de movimentosdo andar forma a marcha. Durante a marcha o apoio pode serdividido em três fases, o primeiro quando os dois pés estãoapoiados, o segundo quando acontece o equilíbrio em umsó pé e o terceiro quando o apoio volta a ser em ambos ospés. Fatores como postura, ação da gravidade, equilíbrio efamília de receptores (labirínticos, visuais esomatopropioceptivos) podem interferir na marcha. Assim,através de informações visuais é possível perceber e con-trolar o movimento. Com base nessas considerações, esseestudo objetivou analisar a marcha de pessoas com defici-ências visuais. Realizamos uma análise biomecânica na qualfoi utilizada para capitação de sinais uma plataforma de for-ça modelo AMTI – OR6-6-2000 com placa analógica digitalADI 32, amplificador MAS-6 e softer específico. Participa-ram dessa pesquisa 12 sujeitos, sendo 6 com deficiênciasvisuais e 6 com cegueira, com idades entre 12 a 40 anosparticipantes do Projeto de Atividades Motoras Adaptadasda FEF Mackenzie – Barueri – SP. Analisandos os gráficosobtidos, foi possível detectar que, enquanto que um indiví-duo se desloca em velocidade normal, e o seu passo encon-tra o solo com um peso aproximadamente de 120% acima doseu peso corporal e no momento em que todo o peso docorpo é aplicado em um único pé, esse peso fica próximo a60% do peso do indivíduo, nas pessoas com baixa visãodesse estudo as porcentagens ficaram em torno de 98% parao encontro inicial com o solo e 100 % para a aplicação em umúnico pé. Para o momento de transição, encontramos 92%.Já nas pessoas cegas pudemos verificar um percentual de97% e 103%, e na transição 106%. Assim, a marcha dospesquisados sinaliza pouca elevação do pé em decolagem erápida aterrissagem, o que configura uma passada próximaao chão, com centro de gravidade com oscilação acentuada.Esses dados confirmam a literatura sobre a marcha da pes-soa com comprometimento visual, as quais apontam um an-dar arrastado, com característica pendular e aproximaçãorápida do solo na aterrissagem para que haja diminuição dodesequilíbrio e instabilidade, compensando o déficit visual.

Uma experiência de inclusão reversacom tutores auxiliando numa aula de

educação física adaptada.Um relato de experiência

Polanczyk, S.D.

Depto de Educação Física,IB, Unesp

O Programa de Educação Física Adaptada (PROEFA) reali-zado na Unesp/RC atende indivíduos com deficiência men-tal e outras que afetam o desenvolvimento global da crian-ça, através de atividades adaptadas em grupo ou individua-lizada, que incluem habilidades motoras básicas, aptidão fí-sica e auto-competência social. Estas atividades são plane-jadas baseadas nas capacidades e necessidades dos parti-cipantes e contribuem para melhorias posturais e de habili-dades básicas, diminuição de movimentos estereotipados,desenvolvimento da aptidão física, qualidade de vida, au-mento da auto-estima e socialização. O objetivo principal doprograma é atuar como um laboratório de treinamento pro-fissional aos estudantes. Em 1999, nós resolvemos adotar omodelo de inclusão reversa com alunos de escolas regula-res da faixa etária de 7 a 12 anos. O papel dos tutores (comosão chamados) é auxiliar, motivar e potencializar o aluno de-ficiente em um contexto inclusivo, em que a participaçãomáxima de todos é visada. Interessante é que a diversidadedo deficiente, para nós Porfessores e tutores), é uma poten-cial para aprendizagem profissional e social, o que favoreceo desenvolvimento de attitudes e de uma linguagem paraintegrar os mesmos no contexto da aula. O papel do profes-sor na relação tutor-aluno é muito importante, pois cabe aele motivar e otimizar os esforços dos tutores para a apren-dizagem dos alunos através de atividades cooperativas.Assim, na medida que a criança com deficiência adquire au-tonomia, ambos devem partilhar de metas comuns dentro daaula (cooperação). Além disso, a comunicação e a repetiçãodo gesto deve ser constante entre aluno-tutor. As instru-ções são direcionadas para os objetivos da tarefa e para aforma como a criança deficiente realiza a mesma. Conforme otutor adquire conhecimento sobre as características de umadeficiência, a segurança e o desenvolvimento da criançaocorrem. Entretanto, o professor deve alertar também paramanobras físicas que facilitam a independência do alunodeficiente. Assim, a educação inclusiva permite um aprendi-zado dinâmico entre aluno, professor e criança tutor, esti-mulando todos a reconhecer o valor da diversidade. É umarelação em que todos saem ganhando, além de proporcionaramizade e ajudar a eliminar o preconceito.

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 104-162

A inclusão na disciplina educaçãofísica nas instituições de ensino

municipal de Maceió/AL

Alves, K. D.; Fumes, N. L. F.

Universidade Federal de Alagoas

A Declaração de Salamanca, da qual o Brasil é signatário,põe para a escola o desafio de atender com qualidade a to-dos os seus alunos e neste processo o professor desempe-nha um papel fulcral. Reconhecendo tal papel, o presenteestudo visou analisar a percepção dos professores de Edu-cação Física acerca do processo de inclusão na sua discipli-na nas instituições públicas de ensino da cidade de Maceió/Al., em 2003, especificamente no que dizia respeito ao pro-posto pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED), comoainda pretendeu confrontar essas percepções com àquelasdos gestores desta mesma Secretaria. Para tanto foram en-trevistados 7 componentes da Equipe Gestora, dentre elesorientadores, formadores de professores, coordenadores, e15 professores de Educação Física, utilizando como instru-mentos para a coleta de dados entrevistas semi-estruturadase conversacional informal e diário de campo. A análise reve-lou que os professores de Educação Física desconheciamas matrizes curriculares da área de Educação Física (instru-mento indicativo dos objetivos e dos critérios de avaliaçãopara a disciplina, elaborado pelo Departamento de Educa-ção Física da respectiva Secretaria); evidenciou a inexistênciade um trabalho interdisciplinar, a carência de intérpretes emLIBRAS, monitores e professores de apoio para a disciplinaem questão, como também a não percepção por esses pro-fessores de haver acompanhamento e apoio por parte dosprofissionais da SEMED no decorrer do processo inclusivo.Ao confrontar estes dados com os da Equipe Gestora pôde-se perceber que havia um distanciamento entre o proposto eo executado por essa Secretaria. Enfim, a maioria dos pro-fessores não sabia o que fazer, o que denunciava uma for-mação continuada inadequada e a falta de uma rede de apoiopara respaldar a sua prática pedagógica.

Natação e actividades rítmicasexpressivas: Um contributo para odesenvolvimento global da pessoa

com deficiência

Amorim, M.L. de C.; Bastos, T.;Gaspar, E.; Rodrigues, N.

Faculdade de Ciências do Desporto e de EducaçãoFísica da Universidade do Porto

Relato: O Departamento de Desporto Adaptado do BoavistaFutebol Clube criado em 1985 oferece actualmente as se-guintes modalidades à população com deficiência: Boccia,

Goalball, Actividades Rítmicas Expressivas (ARE), Natação,Ténis de Mesa, Futebol, Atletismo, aulas dePsicomotricidade e de Orientação e Mobilidade. No âmbitodeste relato abordaremos a Natação e as ARE. Estas moda-lidades estão sob a responsabilidade de um técnico formadoem Ciências do Desporto e Educação Física com especiali-dade em Desporto de Reeducação e de Reabilitação e con-tam com a colaboração de um grupo de voluntários da Fa-culdade de Ciências do Desporto e de Educação Física daUniversidade do Porto (FCDEF-UP). Nas ARE desenvolve-se as capacidades motoras, promovendo uma participaçãoactiva e empenhada dos atletas nas diversas actividades.Através da elaboração de coreografias pretende-se promo-ver a interacção e o convívio durante a organização de even-tos desportivos. Também se desenvolvem outras actividadesassociadas à iniciação aos jogos desportivos com carácterlúdico. A Natação visa a aprendizagem de competências ine-rentes à adaptação ao meio aquático e da iniciação às técni-cas de nado. No entanto, actividades como a hidroginásticae os jogos na água estão incluídas. Actualmente, a Ginásticaocorre nas instalações da FCDEF-UP às terças e quintas das18:30 às 19:30. A Natação acontece aos sábados das 12:00às 13:00 nas dependências do Solinca Health Club. O grupoque integra estas actividades caracteriza-se por ser porta-dor de Deficiência Mental, possuindo alguns atletas outrosproblemas associados. É constituído por 15 atletas entre os9 e 47 anos de idade de ambos os sexos. Após uma avaliaçãodos atletas no início e fim da época, bem como recolha deinformação proveniente dos pais e psicólogos, é possívelconcluir que os benefícios decorrentes da prática destasmodalidades são evidentes a distintos níveis. Ao nível físi-co devido a uma alargada actividade muscular com melhoriasnas capacidades motoras básicas, ao nível psicológico de-senvolvendo traços da personalidade, bem como ao nívelsocial devido à promoção de interacções sociais de suces-so. Deste modo, parece ser evidente para os técnicos que oponto fulcral da intervenção consiste em maximizar as capa-cidades dos atletas.

A pessoa em condição de deficiência ea acessibilidade à recreação e ao

lazer: Experiência apartir de uma ação pedagógica

Araújo, P.F.1; Silva, R.F.1; Almeida, J.J.G.1, 2

UNICAMP1; UNIPINHAL, AES1

Diversas são as discussões em torno das possibilidades daspessoas em condição de deficiência. Atualmente caminha-se no sentido de buscar romper com o paradigma daintegração no qual existem “escolas especiais”, ou oficinasabrigadas de trabalho e defesa de espaços exclusivos parapessoas em condição de deficiência. Este rompimento apon-ta para um outro momento: o paradigma da inclusão, no qualdefende-se a convivência baseada em programas de “re”-

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 103-160

Resumos de Painéis

educação de ambas as partes. Pensar a recreação e lazerdentro deste contexto é extremamente urgente. Neste traba-lho pretende-se socializar a proposta pedagógica para a dis-ciplina “Recreação e Lazer para Pessoas Portadoras de Ne-cessidades Especiais” que acontece no 7º. Semestre do cur-so de Bacharel, da Faculdade de Educação Física, da Uni-versidade Estadual de Campinas e que, no momento, contacom um professor doutor em atividade física, adaptação esaúde, uma professora auxiliar, doutoranda em atividade fí-sica, adaptação e saúde e quatorze alunos. Esta disciplinatem por “ementa a execução e avaliação de serviços de re-creação específicos para o portador de deficiências física,mental, auditiva e visual nos seus diversos estágios de de-senvolvimento” e foi dividida em blocos, quais sejam: asteorias do lazer e sua relação com a pessoa em condição dedeficiência; noções de normas padrão com relação à acessi-bilidade de pessoas em condição de deficiência em locais delazer; mapeamento dos locais e serviços de lazer oferecidosna cidade de Campinas , São Paulo, finalizando com a apre-sentação de síntese sobre a fundamentação teórica, alémdos dados coletados no mapeamento. A partir da análisequantificativa destes pode-se apontar quantos e quais sãoos locais de recreação e lazer em Campinas preparados paraatender bem a grande diversidade de pessoas, independen-temente de sua condição física sensorial, não sensorial emental.

A educação física nas escolasespecializadas no atendimento a

portadores de deficiência mental nacidade de Campo Grande, MS

Bacciotti, S.M.

Depto de Educação Física,IESF

É expressivo o número de profissionais que se formam emEducação Física a cada ano em Campo Grande – MS emquatro instituições de Ensino Superior, sendo duas dessascom várias turmas formadas. Somando a esses profissionaistemos ainda aqueles que se graduam em outras localidades.Dessa forma, há um grande número de profissionais parapreencher as ofertas de trabalho na área de Educação Física.Atualmente a disciplina de educação física adaptada temsido oferecida pela maior parte dos cursos de educação físi-ca, preparando desta forma, os profissionais para atuaremrespeitando à diversidade. Com o objetivo de conhecer asituação atual da educação física nas escolas especializadasde Campo Grande -MS e a atuação do profissional de Educa-ção Física nestas entidades, realizou-se pesquisa nessesestabelecimentos afim de quantificarmos momentaneamen-te esse universo. A presente pesquisa foi realizada no mêsde setembro de 2004 em nove estabelecimentos que aten-dem indivíduos com deficiência mental. Desse total, apenasuma instituição não tem aulas de Educação Física. As de-mais instituições oferecem esta disciplina, mas nem sempre

esta atividade é aplicada por profissionais formados na área.Em 22,5% das instituições a educação física é ensinada porprofissionais de outras áreas e 77,5% por profissionais daeducação física. O ideal seria termos aulas de Educação Fí-sica em todos esses estabelecimentos e que todos os pro-fessores fossem formados e especializados na área da Edu-cação Física Adaptada. No entanto, os números devem serconsiderados satisfatórios. O caminho para se atingir a quan-tidade ideal não está distante e pelo contrário, muito próxi-mo de ser atingido. Concluímos que a disciplina de Educa-ção Física Adaptada é de grande valia para os profissionaisque atuam nas instituições especializadas e que 77,5% dosentrevistados tiveram essa aula na grade curricular durantesua formação inicial no ensino superior, o que colabora dire-tamente para o exercício da profissão nesses locais. O mer-cado cada vez mais exigente, cobrará em pouco tempo, aespecialização nessa área (pós graduação). O processo énaturalmente seletivo e qualificador dessa profissão e estaárea de atuação exige profissionais altamente qualificados eespecializados.

Lançamento do disco adaptado:Comparação entre analise

cinemática 2D e 3D

Banja, T.1; Costa, M.2

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física,UP1; Escola Superior de Educação Física, UFE 2

Estudos envolvendo lançamentos e arremessos têm sidodesenvolvidos na tentativa de compreender, habilidade deatletas nessa modalidade (Bartlett, 1992). Investigações noatletismo adaptado são poucas e a especialidade de lança-mentos talvez seja a menos investigada (Cumellas, 2000). Oobjetivo desse estudo é comparar os resultado obtidos atra-vés de dados cinemáticos o lançamento do disco em atletaportador de deficiência física através da cinemetria em duasdimensões (2D) com uma câmera doméstica e três dimen-sões (3D) com duas câmeras de alta velocidade para obser-var a fiabilidade entre duas abordagens na cinemetria. Fo-ram realizados (n=31) lançamentos por uma atleta medalhade ouro e recordista na prova na classe F-56. Os dados develocidade inicial do disco em 2D e 3D (V0 2D e V0 3D)altura de saída do disco (h) e ângulo de saída do disco (T)Onde: V0 3D = 13,64 m s-1 ± (1,62) e V0 2D = 15,42 m s-1 ±(0,79); h= 1,65m ± 0,06m e T = 35º,8 ± 2º,1. A seguir foramgeradas duas equações de regressão linear uma contendoos dados V0 3D , h e T e outra com os dados V0 2D , h e T. Aseguir a predição dessas equações foram comparadas comos resultados alcançados pelo atleta. Os mesmos dados fo-ram calculados através da equações do movimento de projé-teis. Os resultados demonstram que a regressão utilizandoV0 3D tem um excelente poder de predição do alcance dodisco e demonstrou-se mais fidedigna no poder de prediçãodo disco que a V0 2D . A regressão utilizando a V0 2D ,

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Resumos de Painéis

apresenta um erro na predição quase duas vezes maior queV0 3D . A equação do movimento também aponta diferençassemelhantes na predição do alcance do disco. O Teste-t de-monstra que só para V0 3D não existem diferenças significa-tivas entre os valores preditos e os valores reais. Concluí-mos que mesmo apesar do baixo custo a avaliação 2D paraavaliações em lançadores portadores de deficiência físicaque competem em alto nível não seria fiável, e que para es-ses atletas a análise cinemática do movimento deverá serfilmada a alta velocidade e em 3D.

Uso da informação visual esomatosensorial no controle posturalde pessoas com síndrome de Down

Barela, J.A.1; Perotti Júnior, A.2;Prada, A.C.B.1; Gomes, M.M.1

LEM, EDF, IB, UNESP1; LACOM, EEFE, USP2

O objetivo deste estudo foi examinar o uso da informaçãovisual e somatosensorial, proveniente do toque do dedo emuma superfície estacionária, durante a manutenção da posi-ção em pé em adultos jovem portadores de Síndrome deDown. Dez participantes, idade média de 20,9 anos, perma-neceram em pé sobre uma plataforma de força (AMTI, mode-lo OR6), o mais estático possível, em quatro condições ex-perimentais: sem visão e sem toque (SVST); com visão esem toque (CVST); sem visão e com toque (SVCT) e comvisão e com toque (CVCT). Na condição com visão, os par-ticipantes olharam fixamente um alvo posicionado a 1 m dedistância e na altura do olhar de cada participante. Na con-dição sem visão, os participantes tiveram seus olhos venda-dos. Na condição de toque, os participantes tocaram com odedo indicador da mão direita uma superfície metálica esta-cionária, posicionada no lado direito e na altura do quadril.Nesta condição, foi solicitado que fosse realizado um toqueleve, sendo o mesmo limitado a aproximadamente 2 N deforça aplicada. Na condição sem toque, foi solicitado que osbraços ficassem relaxados ao lado do corpo. A partir da pla-taforma de força, o centro de pressão, nas direções ântero-posterior e médio-lateral, foi obtido e a variabilidade do cen-tro de pressão foi quantificada calculando a amplitude mé-dia de oscilação. Os resultados revelaram que a amplitudemédia da oscilação do centro de pressão foi maior na condi-ção SVST e diminuiu quando qualquer uma das duas infor-mações estava disponível (CVST e SVCT) ou ambas em con-junto (CVCT). Nenhuma diferença na oscilação foi observa-da quando uma ou duas informações sensoriais estavamdisponíveis. Com base nestes resultados, é possível con-cluir que adultos jovens portadores de Síndrome de Downutilizam informação visual e somatosensorial no controlepostural, reduzindo a oscilação corporal. Entretanto, quan-do estas fontes de informação sensoriais sãodisponibilizadas simultaneamente, nenhuma melhora naperformance do controle postural é observada. Assim, em-

bora portadores de Síndrome de Down consigam utilizar in-formação sensorial para implementar o controle postural, elesnão conseguem integrar as informações sensoriais disponí-veis para melhorar a performance do sistema de controlepostural. CNPq 132 353/2005-9.

A qualificação dos professores deeducação física emtempos de inclusão

Barros, M. L. N. L.; Fumes, N. L. F.

Universidade Federal de Alagoas

Esta pesquisa teve como objetivo analisar como os profes-sores de Educação Física do Ensino Fundamental da redeestadual de ensino de Alagoas percebiam a sua qualificaçãopara atuar com a inclusão. Trata-se de um estudo de nature-za qualitativa, em que foi utilizado como estratégia de pes-quisa a análise do conteúdo. A população foi composta porprofessores de Educação Física estaduais da 1ª CRE, maisespecificamente os do Núcleo I. A amostra foi composta por08 professores, selecionados por técnica não probabilística(a aleatória simples). O instrumento utilizado para a coletade dados foi a entrevista semi-estruturada ou o questioná-rio (este somente foi empregue nos casos em que o infor-mante negou-se a ser entrevistado). Os resultados mostra-ram que a maioria dos professores possuía um conhecimen-to espontâneo, no sentido vigotskiano, acerca do conceitode inclusão, não haviam freqüentado cursos específicos enem contavam com nenhum tipo de apoio em suas escolas.Desta maneira, pôde-se concluir que os professores de Edu-cação Física das escolas estaduais careciam de informaçõesa respeito do processo de inclusão escolar, havendo a ne-cessidade de realização de cursos de formação continuadanesta área e uma maior divulgação dos mesmos. Além disso,constatou-se haver certa omissão por parte dos gestoresestaduais quanto à inclusão no âmbito escolar.

Análise do perfil de atletas debasquete sobre rodas participantes doI Campeonato Regional Paranaense

Bastian, T.V.; Quinhoneiro, M. J.;Nascimento, J. R. A.; Matsuo, A. R.

Depto. de Educação Física,UEM

A pratica do basquete sobre rodas no estado do Paraná épouco difundida. Raras são as equipes e não se têm noticiaisda realização de nenhum torneio e competição desta nature-za. Sabe-se que para se montar uma equipe composta porpessoas com necessidades especiais é necessário a orienta-ção de profissionais especializados bem como a utilizaçãode cadeiras esportivas especiais, o que encarece e dificulta

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ainda mais a massificação desta modalidade. Com intuito demotivar os praticantes deste desporto, foi organizado nesteano de 2005 o I Campeonato Regional Paranaense de bas-quete adaptado, pelos representantes das cidades deMaringá, Umuarama, Foz do Iguaçu e Cascavel. O presenteestudo buscou investigar o perfil destes praticantes inte-grantes das equipes da I Etapa do Campeonato RegionalParanaense de Basquete Sobre Rodas. Participaram da pes-quisa trinta e seis atletas das equipes de Maringá, Umuarama,Foz do Iguaçu e Cascavel. Os resultados mostraram que 36% dos praticantes apresentam a deficiência poliomielite, 82%praticam a mais de 2 anos, que entre os motivos de impor-tância que o esporte adaptado proporciona aos atletas é de27 % . Os pesquisados informaram também que o esportepossibilitou melhoras em relação a auto estima, responsabi-lidade, companheirismo e cooperação. Com relação as modi-ficações comportamentais no âmbito familiar constatou-seque o dialogo e a tolerância obtiveram 53%.

Acessibilidade ao lazer e esporte parapessoas portadoras de deficiência em

Presidente Prudente

Bausas, E.; Chagas, E.F.

FCT, Unesp-Presidente Prudente

INTRODUÇÃO: Órgãos competentes e a sociedade em ge-ral devem contribuir para a superação do problema da exclu-são social de pessoas portadoras de deficiência, buscandodiscutir, planejar e implantar políticas públicas específicas.Para alcançar tal objetivo, a sociedade deve adaptar-se,aprender a lidar com as diferenças, apresentar condiçõesambientais para oportunizar o acesso a todos. Desta forma,com propósito detectar a situação das pessoas portadorasde deficiência em seu espaço urbano com direcionamento àsquestões relativas às relações sociais voltadas à educação,esporte e lazer, em 2004, foi realizado um mapeamento sobreeste tema, retratando a situação da cidade de PresidentePrudente. Uma das situações encontradas foi que as áreasde lazer e esportes mapeadas eram, em grande parte, volta-das a campos de futebol. Baseado neste trabalho surgiu àpreocupação em conhecer os equipamentos e áreas de lazermapeadas e buscar informações sobre a participação da pes-soa portadora de deficiência nestes locais. OBJETIVO: Es-tudo sobre o acesso de pessoas portadoras de deficiência àAtividade Física e a equipamentos de Esporte e Lazer nacidade de Presidente Prudente. MÉTODO: O estudo é decaráter qualitativo, utilizando a observação e a entrevistacomo meio de coleta de dados. Os locais identificados foramvisitados e entrevistas individuais com questionário semi-estruturado foi utilizado. RESULTADOS: Até o momentoforam visitados os locais da região norte da cidade o quepermitiu verificar instalações como campos de futebol, pra-ças públicas e escolas, sendo que nesta última, são espaçosabertos para o uso da população local, sem a orientação de

profissionais ou de professores voluntários. Constatou-seque, nas áreas visitadas, não há participação de pessoasportadoras de deficiências nas áreas de lazer e esporte, ape-sar de haver possibilidades de acesso pelas adaptações exis-tentes. CONCLUSÃO: O lazer e o esporte são componentesimportantes para a qualidade de vida de toda a população.Sendo assim, atualmente há preocupação política em possi-bilitar acesso aos equipamentos de lazer e esporte nesteslocais, constatados pelas adaptações nos locais. Porém ain-da não significa a participação social da pessoa portadorade deficiência.

Atividades lúdicas temáticas e amemória de idosos

Becker, A. M.; Saito, V.H.; Nascimento, K. P.;Lima, M. C.; Remedi, T.T.; Rodrigues, G.M.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Com o envelhecimento, mudanças biopsicosociais aconte-cem, tais como a degeneração de alguns sistemas, entre eles,o sistema nervoso, que ao longo do tempo vai diminuindo onúmero total de células, acarretando o comprometimento dealgumas funções, como a memória. A memória pode ser ca-racterizada pela propriedade de armazenamento de episódi-os ou conhecimentos adquiridos na interação com outraspessoas e o meio, e ainda é a capacidade de inter-relacionarinformações guardadas com novas transformando-as emconclusões que são resgatadas durante a vida. Com a idade,há preservação do reconhecimento da memória de longaduração, apesar de haver dificuldade de recuperar as infor-mações armazenadas. Já a de curto prazo, apresenta umdeclínio progressivo com o passar dos anos. Com essasconsiderações, esse estudo teve como objetivo analisar amemória de longo e curto prazo de um grupo de 25 idosos de60 a 83 anos de idade que freqüentam o Projeto de Ativida-des Motoras Adaptadas na FEF Mackenzie. A pesquisa con-tou com uma proposta de 7 encontros com atividades lúdicas,nos quais desenvolvemos os temas sugeridos pelos sujei-tos mensalmente, que foram: artrite, artrose, osteoporose,amizade, depressão, hipertensão, memória. Para maior fixa-ção dos temas, ao final de cada encontro, os idosos afixa-vam um objeto utilizado durante as atividades em um emara-nhado de barbante confeccionado pelo próprio grupo. Paracoleta de dados, utilizamos uma entrevista estruturada naqual focamos os temas abordados. Pudemos perceber que48%dos idosos recordaram do encontro sobre osteoporosee hipertensão; 32% sobre artrose; 16% sobre amizade e 8%sobre artrite. Verificamos também, que houve maiormemorização dos temas iniciais, e os recentemente desen-volvidos, não foram citados. Esses dados confirmam a lite-ratura, que salienta a alteração na memória de curto prazo.Deve-se ressaltar também que a significação estabelecidapelos sujeitos e a simbologia dos objetos afixados nos en-contros merecem destaque. Dos pesquisados, 25% lembra

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de algum objeto ou tarefa realizada. Assim, um programa deatividades físicas deve ser fortalecido por procedimentosde fixação e resgate das informações relevantes para as açõesdo idoso, para que possa contribuir também como treino damemória de curto e longo prazo.

Turismo, lazer e inclusão

Bezon, J. B.; Morelli, G. A. S; Morais, V. V.

Centro Universitário Barão de Mauá

A OMS (Organização Mundial da Saúde) e a ONU (Organi-zação da Nações Unidas) apresentam índices estimando que10% da população mundial é composta por pessoas porta-doras de algum tipo de deficiência, no Brasil esse índiceelevou-se chegando a mais de 13%. A falta de produtos eserviços que atendam as necessidades de segmentos espe-cíficos da população é evidente, a adequação de tais produ-tos e serviços contribuem para a prática de inúmeras ativi-dades. O turismo e o lazer têm se mostrado o setor da econo-mia que mais se expande em todo o mundo segundo a Orga-nização Mundial de Turismo (OMT). Leis que determinam ainclusão social têm contribuído para o desenvolvimento doTurismo para deficientes físicos, aqui chamado de Turismoadaptado. Mas a falta de acesso, qualificação profissional ede interesse de autoridades ligadas ao assunto e mesmodescaso da comunidade limitam a acessibilidade, que deixade ser apenas arquitetônica e passa a ser social causandoinúmeras perdas para o setor e principalmente para as rela-ções sociais existentes nessa atividade. O objetivo destetrabalho é analisar as barreiras que dificultam e/ou impedema acessibilidade, destacando projetos realizados na área eenfatizando a importância do lazer na melhoria da qualidadede vida dos deficientes; Para isso realizou-se uma pesquisana cidade de Ribeirão Preto, interior do Estado de São Pauloonde foram analisados atrativos como: cinemas, shoppings,museus, teatros, parques, clubes, bares, restaurantes, casasnoturnas, entre outros além de rodoviária, aeroportos e mei-os de transporte em geral. Utilizando-se de pesquisa quali-tativa/quantitativa de observação direta participante, com-parativa com entrevistas semi-abertas estruturadas. Os re-sultados formatados como um guia turístico adaptado per-mite que os deficientes físicos se informem sobre a disponi-bilidade de atendimento dos estabelecimentos da cidade emquestão, além disso, uma maior divulgação de tais atrativosincentivando-os ao convívio social.

Percepção de qualidade de vida deindivíduos portadores de insuficiênciacardíaca (IC) submetidos a exercício

físico supervisionado

Bocalini, D.A.1; Santos, R.N.2;

Araujo, T.L.2; Pedrinelli, V.J.2

Lab. Fisiologia e Fi, UNIFESP1; Depto de EducaçãoFisica, USJT2

As doenças cardiovasculares representam a principal causade morte no Brasil. Dados do Ministério da Saúde apontamque somente em 2002 a doença isquêmica e o infarto agudodo miocárdio foram responsáveis pôr mais de 142 mil óbitos,sendo que os sobreviventes desenvolvem IC, que se carac-teriza por hipertrofia miocárdica, disfunção ventricular into-lerância ao exercício e piora na qualidade de vida. O exercí-cio físico que pôr muitas décadas foi considerado como umaatividade de risco, atualmente é parte integrante do trata-mento, sendo assim o objetivo desta pesquisa foi verificarqual a influencia da prática de exercício físico na qualidadede vida percebida de pacientes portadores de IC. Foram se-lecionados 22 indivíduos portadores de IC de classe funcio-nal II e III e sendo em dois grupos Controle (C) 61,5 ± 12,01anos e Treino (T) 60,08 ± 11,96 anos. O protocolo de treinofoi realizado conforme parâmetros já definidos pela literatu-ra sendo: exercícios aeróbios de 70% a 80% do VO2 máx,exercícios resistidos e alongamentos com freqüência de trêsdias semanais. Foi utilizado o questionário Whoqool briefdesenvolvido pela OMS para avaliar a qualidade de vida,sendo dividido em quatro dimensões: Físico (D1), Psicoló-gico (D2), Relações Sociais (D3) e Meio Ambiente (D4). Fo-ram encontradas diferenças em todas as variaveis:D1 (C:33,21 ± 12; T: 67,85 ± 13, p > 0,01), D2 (C: 49,53 ± 9; T: 79,26 ±13 p > 0,01); D3 (C: 61,25 ± 14, T: 81,25, ± 12, p> 0,05) e D4 (C:44,68 ± 9, T: 60,15 ± 8, p > 0,05). Os resultados indicam queindivíduos que participam de programas de exercícios físi-cos supervisionados possuem uma melhor percepção daqualidade de vida. Fato já confirmados pela literatura. Por-tanto, tal proposta torna-se eficiente no tratamento da ICexercendo influencia tanto da qualidade de vida quanto doquadro geral dos indivíduos.

Comparação dos níveis deflexibilidade apresentados por

crianças e jovens com esem retardo mental

Borges Jr, W.L.; Lima, G.F.; Souza, J.H.M.; Fonte,R.N.; Nunes, N.F.; Orugian, S.M.

Centro Universitário,UNIFEV

A flexibilidade é um fator neuromotor que exerce papel fun-damental na manutenção de uma boa qualidade de vida, prin-cipalmente no que se refere a atividades da vida diária(WINNICK & SHORT, 2001). O nível de capacidade física deum indivíduo depende de uma série de fatores. Entre os fa-tores biológicos, restrições no organismo conseqüentes doretardo mental (RM) podem interferir negativamente no es-tado das capacidades físicas, podendo resultar numa redu-

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ção do nível de qualidade de vida (WINNICK, 2004). O RMcaracteriza-se por uma função intelectual abaixo da média,acompanhada de limitações em áreas como habilidades davida diária, habilidades sociais e comunicação. Além do dé-ficit cognitivo, estudos apontam que pessoas com RM apre-sentam resultados mais baixos que os de não-deficientes,em medidas como força, equilíbrio, flexibilidade, entre ou-tros (KREBS, 2004). A detecção desses déficits pode indicara necessidade da realização de um trabalho específico edirecionado às necessidades apresentadas, na tentativa dereduzir os prejuízos advindos da deficiência. O objetivo dopresente estudo foi comparar os níveis de flexibilidade apre-sentados por indivíduos com RM leve com aqueles apre-sentados por indivíduos sem déficit intelectual. Foram tes-tados 54 indivíduos, de ambos os sexos, com idade entre 12e 29 anos, divididos em dois grupos (Portadores de RetardoMental PR - 10 meninos e 12 meninas e Não Portadores deRetardo Mental NPR – 15 e 17). Foi utilizado o teste de sen-tar e alcançar. Para fins de análise, utilizamos a tabela doCanadian Standardized Test of Fítness, que aponta níveismédios de flexibilidade ideais para cada grupo etário. Osresultados encontrados para o grupo PR foram: excelente,acima da média e média = 9.09% cada, abaixo da média =18.18% e fraco = 54.54% e para o grupo NPR: excelente:3.12%, acima da média = 9.37%, média = 37.5%, abaixo damédia e fraco = 25% cada. Cabe ressaltar que os valoresacima da média apresentados pelo grupo PR foram obtidospor indivíduos portadores da Síndrome de Down. Com basenos resultados apresentados podemos concluir que indiví-duos que não apresentam deficiências possuem melhor fle-xibilidade que seus pares portadores de retardo mental eque o tipo de deficiência pode interferir nos resultados doteste.

Educação física e o portador dasíndrome de West

Borges, L.J.

Faculdade de Educação Física,UFU

O trabalho realizado na disciplina Estágio Prático em Educa-ção Física e Esportes Adaptados, na Faculdade de Educa-ção Física (FAEFI), foi com uma aluna portadora da Síndromede West. A síndrome de West é um tipo de espasmo infantilcaracterizado por encefalopatia epiléptica associado a es-pasmos em flexão e deficiência mental de instalação no pri-meiro ano de vida e de etiologia incerta. Acredita-se ser de-terminada por diferentes fatores etiológicos como infecçãointrauterina, esclerose tuberosa, asfixia perinatal ou afecçõespós-natais. Os objetivos propostos foram: socialização, co-ordenação motora (global e fina), atenção, percepção,lateralidade, equilíbrio, orientação espaço-temporal e espa-ço-corporal, desenvolver fundamentos da natação. As au-las foram ministradas na piscina, psicomotricidade, pista deatletismo. No primeiro horário de aula, foram ministradas ati-

vidades na psicomotricidade, com atividades de caráterlúdico, utilizando brinquedos de montar, quebra-cabeças,vai e vem, jogos de formas e cores, etc. No segundo horário,as atividades foram desenvolvidas na piscina, baseando-senos fundamentos de iniciação da natação como: respiração,mergulho, flutuação, propulsão de pernas. Como comple-mento das atividades da psicomotricidade, foram desenvol-vidos jogos infantis (pular corda, atividade com arco, bola,boliche) na pista de atletismo, como também a utilização dacama elástica. Os resultados obtidos não foram satisfatóriospara o aspecto cognitivo, visto que foi o mais difícil de sertrabalhado. No aspecto motor houve melhorias na coorde-nação motora fina, na amplitude dos movimentos, como apropulsão de pernas e respiração. No aspecto social, os re-sultados não são relevantes, devido à sua agressividade edificuldade de se relacionar com outras pessoas. Conclui-seque apesar das dificuldades encontradas para o desenvol-vimento dos objetivos, houve algumas melhoras no aspectomotor e que a relação aluno/estagiário foi enriquecedora parameu crescimento pessoal e profissional.

Qualidade de vida para o portador deparalisia cerebral

Borges, L.J.

Faculdade de Educação Física,UFU

O presente trabalho desenvolvido no estágio prático emEducação Física e Esportes Adaptados, na Faculdade deEducação Física (FAEFI), foi com a aluna G., 30 anos, porta-dora de paralisia cerebral espástica. A paralisia cerebral éuma lesão irreversível do S.N.C., que pode ser conseqüên-cia de problemas ocorridos durante a gravidez; como infec-ções maternas, uso de drogas, etc. ou problemas ocorridosdurante o parto e que provoquem má oxigenação cerebral.Na paralisia cerebral espástica, a rigidez pode afetar todosos membros (quadriplegia), principalmente os membros in-feriores (diplegia), ou apenas o membro superior e o inferiorde um dos lados (hemiplegia). Os membros afetados apre-sentam um mau desenvolvimento, são rígidos e fracos. Otrabalho desenvolvido teve como objetivos: melhorar ashabilidades físicas e coordenação, ritmo, equilíbrio, fortale-cimento muscular, ampliar e valorizar suas experiências, aten-do-se à satisfação, prazer e conseqüentemente, melhorar aqualidade de vida. Esta melhoria está relacionada com osbenefícios da natação na água quente, por diminuir talespasticidade, relaxando os músculos, e também por tirá-lado sedentarismo, ampliar o contato com outras pessoas, e/ou não portadoras de deficiência. As atividades com dura-ção de 40 minutos foram ministradas na piscina e namusculação. Foram trabalhadas caminhadas; circuitos –mergulhar, propulsão de pernas, propulsão de braços, esti-los “adaptado” propriamente dito (crawl e peito). Namusculação, as atividades foram desenvolvidas em apare-lhos com menor grau de dificuldade, como bicicleta, leg press

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e remada curvada. Os resultados obtidos foram considerá-veis e de grande relevância, principalmente no aspecto mo-tor. Neste aspecto foi observado maior plasticidade e ampli-tude dos movimentos. Conclui-se, portanto, que a atividadefísica contribuiu para melhorar sua qualidade de vida, poisalém dos benefícios observados no aspecto motor terem fa-cilitado suas atividades de vida diária, houve também me-lhoras na sua sociabilidade.

Estudo do equilíbrio em idosaspraticantes de ginástica no

projeto AFRID

Borges, L.J.; Costa, G.A.; Martins, M.A.; Leite,G.F.; Coelho, F.G.M.; Novais, F.V.

Faculdade de Educação Física,UFU

O equilíbrio é um dos componentes da aptidão física que éconseguido por combinações de ações musculares, com opropósito de assumir e sustentar o corpo. O equilíbrio dimi-nui com o envelhecimento, devido à diminuição da massamuscular, alterações no sistema nervoso e doenças neuro-lógicas. Este estudo teve por objetivo verificar as melhoriasdo equilíbrio estático após 8 semanas de treinamento. Apesquisa foi realizada com 14 idosas fisicamente indepen-dentes, com idade entre 60 a 76 anos, praticantes de ginásticado Projeto AFRID. O instrumento utilizado foi o Teste deEquilíbrio, protocolado por Willians e Greene (1990), adap-tado por Matsudo (2000). Após a realização do pré-testeforam enfatizados exercícios de equilíbrio durante as aulasque tiveram duração de 60 minutos, 3 vezes na semana. Aamostragem do pré e pós-teste foi dividida em 2 grupos,com média em segundos e desvio padrão, respectivamente.Resultados do pré-teste: 60-69 anos (18,04X;12,44S); 70-79anos (5,99X;3,29S). Resultados do pós-teste: 60-69 anos(17,69X;12,55 S); 70-79 anos (8,37X;6,68S). Diante dos da-dos obtidos, o Teste t Student para variáveis dependentes,mostrou que os resultados não são significantes estatisti-camente. Porém o grupo de 70-79 anos, aumentou a média eo grupo de 60-69 anos, alcançou melhor média em relaçãoaos valores padrões de referência de Matsudo (2000). Con-clui-se, portanto que a metodologia utilizada nas aulas deginástica não foi suficiente para aumentar consideravelmenteo equilíbrio das idosas, mas ressalta-se que os números sãosignificantes levando em consideração a população em des-taque.

Análise do percentual de gordura decrianças e jovens com e sem

déficits cogntivos

Brighetti, V.; Campos, C.; Borges Jr., W.L.; Dias,W.B.; Rubio, T.A.; Teixeira, D.

Centro Universitário de Votuporanga, UNIFEV

A saúde e a qualidade de vida dos indivíduos depende dorelacionamento estável de um conjunto de variáveis, comonível de capacidade aeróbica, função muscular e composi-ção corporal (SHORT, 2004). Todos os indivíduos têm algu-mas necessidades relacionadas à saúde. A pessoa portado-ra de deficiência tem as mesmas necessidades, muitas vezesadicionadas de outras advindas de restrições orgânicas eambientais relacionadas à própria deficiência. SegundoWinnick e Short (2001), meninos e meninas com idade entre10 e 17 anos, portadores de retardo mental e leves limitaçõesna aptidão física, devem possuir, no mínimo, níveis de com-portamento aeróbico consistentes com a capacidade de sus-tentar atividades físicas moderadas ou um nível de capaci-dade aeróbica compatível com a saúde positiva; composi-ção corporal compatível com a saúde positiva; níveis sau-dáveis de flexibilidade; e níveis de força e resistência abdo-minal e dos membros superiores apropriados para uma vidaindependente, participação em atividades físicas e um pro-gresso em direção aos níveis de desempenho da populaçãoem geral. O objetivo do presente estudo foi comparar a por-centagem de gordura corporal apresentada por crianças ejovens com e sem retardo mental, utilizando como referênciaos valores indicados como ideais para a população normal.O estudo contou com 49 participantes, de ambos os sexos,com idade entre 14 e 29 anos, divididos em dois grupos (Por-tadores de Retardo mental PR - 7 meninos e 10 meninas eNão Portadores de Retardo NPR - 15 meninos e 17 meninas.Para o cálculo da porcentagem de gordura utilizamos o pro-grama SAPAF, com as medidas de dobras cutâneas indicadaspara cada faixa etária. Os resultados encontrados para o gru-po PR foram: excelente, bom e acima da média = 11.76% cada,na média = 23.53%, abaixo da média = 5.88%, ruim = 11.76%e muito ruim = 23.53% e para o grupo NPR: excelente =12.50%, bom = 31.50%, acima da média = 18.75%, na média =21.88%, abaixo da média = 12.50% e ruim = 3.13%. Com basenos resultados podemos concluir que a maioria dos indiví-duos que não apresentam deficiências possuem níveis deporcentagem de gordura mais adequados que seus paresportadores de retardo mental, embora a deficiência não pa-reça ser a única variável influenciando nos resultados apre-sentados.

Concepção de gestantes sobre apossibilidade de virem a ter filhos com

necessidades especiais

Cabral, L.S.A.; Alves, T.B.; Carvalho, C., C.;Coleta, M.F.D.; Oliveira, T.C.; Teixeira, A.P.A.

Universidade Federal de Uberlândia, FAEFI

Historicamente, as pessoas com necessidades especiais(PNEs) são estigmatizadas. Nesta mesma perspectiva, aspráticas sociais para estas pessoas, foram marcadas por di-

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ferentes fases, começando pela exclusão social, passandopelo atendimento segregado e, recentemente, pela suaintegração na sociedade. Entretanto, a partir dos estudosbibliográficos sobre a temática, constatamos que ainda háatitudes de rejeição e eliminação para com as PNEs. Paraexplorar uma possível origem desta discriminação, este es-tudo analisou o discurso de gestantes sobre a possibilidadede seus filhos nascerem com necessidades especiais. O in-teresse pela temática está relacionado ao nosso percursoacadêmico, durante o qual tivemos a oportunidade devivenciarmos estágios práticos em Educação Física e Es-portes Adaptados, na Faculdade de Educação Física daUniversidade Federal de Uberlândia – FAEFI/UFU. Este es-tudo justifica-se pela verificação da escassez de produçõescientíficas voltadas para conhecer e analisar o perfil de futu-ros bebês a partir do discurso de gestantes no tocante aosexo, fisionomia, saúde e normalidade, o qual se tornou nos-so objetivo. Realizamos esta pesquisa de campo, de caráteranalítico-crítico, no Hospital de Clínicas da UFU através deentrevista semi-estruturada direcionada a gestantes comensinos fundamental e médio. As análises sobre os resulta-dos obtidos foram do tipo quantitativo-qualitativo, as quaispermitiram-nos identificar na maioria das gestantes, seudespreparo psicológico, negação à possibilidade de seusfilhos nascerem com necessidades especiais edesinformação. Concluímos, com isso, que a discriminaçãodas pessoas com necessidades especiais se inicia a partirdo momento em que as gestantes pensam sobre o assunto,não discutem sobre o mesmo com seus companheiros e nemprocuram preparar-se para essa possibilidade, o que dificul-tará o processo de independência de seus filhos e conse-qüente aceitação destes pela sociedade.

Deficientes visuais e o paradesporto:Instrumento de inclusão social

Cabral, L.S.A.; Garcia, L.S.N.

Universidade Federal de Uberlândia, FAEFI

O presente estudo tem como temática central o paradesportopara deficientes visuais como instrumento de inclusão nasociedade. Bagatini apud Prudente (1998), diz que a defici-ência visual se caracteriza pela incapacidade total ou parcialde seus portadores utilizarem o sentido da visão nas ativi-dades normais da vida e pela capacidade de superarem suadeficiência, valendo-se dos sentidos remanescentes. Na ci-dade de Uberlândia-MG, a Associação de Deficientes Visu-ais de Uberlândia – ADEVIUDI desenvolve um projeto deparadesporto para pessoas desta classe, mais especifica-mente o atletismo. O objetivo deste estudo foi o de analisaro discurso de atletas com deficiência visual sobre a influên-cia do esporte em seus aspectos motores, cognitivos e soci-ais. Este foi um estudo de campo, de caráter analítico-críti-co. O roteiro da entrevista estruturada foi aplicado a todosos atletas da ADEVIUDI visando obter dados sobre os se-

guintes aspectos: histórico da deficiência em cada atleta;conseqüências motoras e sócio-afetivas; ano em que ini-ciou no esporte; contribuições do esporte nos aspectosmotores, sócio-afetivos e psíquicos. Na ADEVIUDI há atle-tas com idades entre 14 até 50 anos de idade. Alguns possu-em a deficiência visual congênita, outros adquirida. Estes,discursaram sobre as dificuldades sentidas nos aspectosmotores e sócio-afetivos. Contudo, todos discursaram daimportância que o esporte exerceu em suas vidas, ressaltan-do que o paradesporto é a forma mais eficiente de integra-rem-se na sociedade. Alguns disseram que apenas começa-ram a falar da própria deficiência na sociedade após tereminiciado práticas esportivas. Os atletas reconheceram o pa-pel exercido pela mídia na divulgação e esclarecimentos so-bre o paradesporto. A Deficiência Visual não impede a práti-ca esportiva e sim, muitas vezes, estimula os portadores damesma a utilizar o desporto para provar que não são “invá-lidos”. A prática esportiva estimula o portador de deficiên-cia visual a melhorar suas capacidades de orientação e mo-bilidade além de diminuir suas defasagens motoras e sócio-afetivas.

Educação física na Escola Municipalde Educação Especial Emerson

Ferreira Prestes

Caleffi, G.D.; Menezes, M.R.G.

Escola Mun. de Educação EspecialEmerson Ferreira Prestes

Na rede municipal de Manaus o atendimento aos alunoscom deficiência é feito através das escolas especiais e clas-ses especiais ou salas de recursos. Existem duas escolasespeciais, que atendem somente alunos com deficiência:Escola Dr. José Salomão Schwartzman, onde a clientela écomposta por alunos com deficiência auditiva e a EscolaEmerson Ferreira Prestes, onde são encaminhados os alu-nos que não conseguiriam serem incluídos no ensino regu-lar devido o seu grau de comprometimento físico ou mental,esta, funciona há dois anos. As classes especiais e salas derecursos são utilizadas pelo ensino regular para a inclusãode alunos com deficiências. A Escola Especial EmersonFerreira Prestes tem como objetivo desenvolver atividadespedagógicas que propiciem o desenvolvimento daspotencialidades, bem como a sociabilização. Nas aulas deEducação Física buscamos desenvolver as habilidadesmotoras fundamentais, visando autonomia e independên-cia; propiciar o conhecimento sobre o corpo, suas limita-ções e principalmente suas possibilidades; favorecer rela-ções afetivas e sociais; conhecimento e utilização de peque-nas regras; estimular o comportamento solidário e coopera-tivo. As aulas de Educação Física são desenvolvidas duasvezes na semana, com quarenta minutos de duração, sendoum encontro na sala de aula e outro na piscina. Trabalhamoscom oito turmas, duas de paralisados cerebrais, duas de

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deficiências múltiplas, duas de deficientes mentais e duasde síndrome do autismo, na faixa etária de cinco a quatorzeanos. Os conteúdos desenvolvidos são: relação do corpono espaço, relação do corpo no tempo, motricidade ampla,motricidade fina, esquema corporal, habilidades perceptivas,habilidades físicas, saúde e higiene, datas festivas e ativi-dades esportivas. Os alunos apresentam resultados carac-terísticos de uma experiência que está em processo de im-plantação, pretendemos alcançar todos os objetivos pro-gramados, sempre buscando melhorar as potencialidades dosalunos.

Criança especial 2005: O esportecomo agente motivador

Campos, C.; Lima, G.F.; Nunes, N.F.; Fonte, R.N.;Toschi, M.A.R.; Martins, M.R.

Centro Universitário de Votuporanga, UNIFEV

O Projeto Criança Especial é realizado desde o ano de 2002pelo Centro Universitário de Votuporanga (UNIFEV), aten-dendo crianças e jovens portadores de retardo mental, comatividades gerais de educação física. Para este ano, opta-mos por trabalhar com modalidades esportivas específicas,já que esta sempre foi uma expectativa dos alunos e coorde-nadores institucionais. Para Muerberg-deCastro (2005), todapessoa com deficiência possui interesse para a prática es-portiva, desde que a ela sejam dadas oportunidades e con-dições para desenvolver o seu potencial. Além disso, o am-biente esportivo promove efeitos positivos no comporta-mento psicoemocional e social dos participantes, sendo umcaminho efetivo para o sucesso e a auto-estima dos mesmos(KREBS, 2004). Segunda a mesma autora, as atividadesselecionadas e as habilidades ensinadas num programa deeducação física para pessoas portadoras de deficiência de-vem estar baseadas na idade cronológica do aluno e nasatividades que seus colegas da mesma idade apreciam, comono caso de jovens, o esporte. Esse fator pode diminuir asdiscrepâncias estigmatizantes entre alunos com e sem defi-ciências. Infelizmente, como apontado por Paciorek (2004),as oportunidades para alunos portadores de deficiência nemsempre estão aparentes ou disponíveis. Baseados nesseselementos, resolvemos direcionar as atividades do projetopara modalidades esportivas, no caso o futebol para os me-ninos e vôlei, handebol e basquete para as meninas. O pro-jeto é realizado uma vez por semana, com sessões de umahora, atendendo cerca de 50 (cinqüenta) alunos provenien-tes de duas instituições de ensino especial da cidade deVotuporanga. Pudemos notar que, principalmente no casodos meninos, as atividades esportivas aumentaram a moti-vação e o empenho durante as atividades, tendo os mesmosapresentado excelentes níveis de habilidade e conhecimen-to relacionados ao esporte.

Condição de saúde em atletas degoalball segundo

classificação canadense

Campos, D.

Universidade Federal de Santa Catarina

A análise da composição corporal pode fornecer dados paraestimar os riscos associados a baixos ou elevados níveis degordura corporal geral, e distribuição de gordura centraliza-da. Assim, este estudo tem como objetivo realizar uma aná-lise da condição de saúde de atletas de goalball da Universi-dade Federal de Santa Catarina (UFSC). A pesquisa desen-volvida caracteriza-se como um estudo de caso. Os dadosforam obtidos através de avaliação física de cinco atletas degoalball, do sexo masculino, participantes do projeto “Sába-do no Campus: Esportes Adaptados” da UFSC. Os atletasda respectiva modalidade apresentam deficiência visual.Foram mensuradas as variáveis de dobras cutâneas (tríceps,bíceps, subescapular, supra-ilíaca, panturrilha), massa cor-poral, estatura, e perímetro do abdômen. Foi utilizado umplicômetro CESCORF, para a mensuração das dobrascutâneas. Através das medidas realizadas foram analisadosquatro indicadores específicos em relação a condição desaúde, que são: Índice de Massa Corporal (IMC), soma decinco dobras cutâneas (“5DC), soma de duas dobrascutâneas, subescapular e supra-ilíaca (“2DC) (mm), e PAB(cm), utilizados no estudo, segundo o Plano Canadense deAtividade Física, Aptidão e Estilo de Vida (CSEP, 1998). Osresultados apresentaram para todos os atletas uma condi-ção adequada para o PAB, e destes dois tiveram condiçãoadequada para a “2DC, o que indica nos atletas com condi-ção não adequada maior gordura corporal centralizada. Quan-to ao IMC, três atletas, apresentaram condição adequada, epara a “5DC dois tiveram condição adequada, sendo queestes dois indicadores denotam a gordura corporal geral.Analisando-se os resultados com relação à Zona Benéficapara a Saúde, têm-se as seguintes conclusões: três atletasestão no intervalo que apresentam benefícios a saúde, sen-do um em nível excelente, um muito bom e um bom. No en-tanto, dois atletas encontram-se no nível classificado comoregular, pois têm fatores de risco para a saúde, ou seja, apre-sentaram indicadores desfavoráveis na composição corpo-ral, o que denota a necessidade de avaliação do estilo devida, e maior atenção para a realização de exercícios aeróbiosa fim de proporcionar o alcance de uma zona com mais indi-cadores para a saúde.

Projeto “Sábado no Campus:Esportes Adaptados” e a contribuição

para a formação acadêmica eprofissional na UFSC

Campos, D.

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Resumos de Painéis

Universidade Federal de Santa Catarina

O curso de graduação em Educação Física da UniversidadeFederal de Santa Catarina (UFSC), oferece a disciplina deEstudos Individuais em Educação Física Especial, na qualos acadêmicos realizam estágio em um projeto de extensãona respectiva universidade, objetivando-se aproximar osestudos teóricos da prática profissional. Assim, o estágiorealizado envolveu esportes adaptados, a fim de obter maiorconhecimento nesta área, que é um campo de atuação, pes-quisa e estudos para o profissional. O presente estudo foirealizado junto à modalidade de goalball, jogo para deficien-tes visuais (cegos e baixa visão), pertencente ao projeto“Sábado no Campus: Esportes Adaptados”. Assim a parti-cipação no projeto objetivou contribuir com a equipe degoalball, composta pelos atletas, acadêmicos e coordena-dor, com conhecimento advindo da formação como fisiote-rapeuta, bem como estender os conhecimentos como acadê-mica de Educação Física. Inicialmente houve observação dealgumas aulas, para analisar o relacionamento entre acadê-micos e atletas, e entre estes últimos, o comportamento e acomunicação, interesse nas atividades propostas, e os ob-jetivos com o treinamento. Após este período inicial, pudecontribuir para o planejamento semanal das aulas. Duranteeste período no projeto observei que os jogadores têm obje-tivo de melhorar a performance, participar de jogos e campe-onatos, e como todos os atletas, precisam de estímulo eajuda em certos momentos. Ajuda esta realizada por acadê-micos, os quais além de contribuir para a continuação doprojeto, estão ampliando o conhecimento teórico apresen-tado nos bancos da universidade, e tendo um contato diretocom esportes e atividades motoras adaptadas. Conclui-seapós a realização deste estágio a importância da do contatodireto com deficientes visuais, pois através da prática nota-se quanto os livros são superficiais, teoria esta que não sedescarta, mas que se completa com a experiência, comovivenciar treinamentos treinamento no goalball, que não setem nos livros. Observa-se a necessidade de reaprender a secomunicar e a motivar os jogadores, ou seja, a interagir comeles. Assim, denota-se a importância de projetos de exten-são, pois são locais para ampliação da formação acadêmicae aproximação com a vida profissional.

Atividades lúdicas aquáticas paraalunos com necessidades especiais

Cardoso, V.D.; Saenger, G.; Anzanello, J.; Meurer,S.T.; Prates, W.M.; Palma, L.E.

Centro de Educação Física, UFSM

Este projeto elaborado para ser desenvolvido com a comu-nidade de Santa Maria/RS, tem por objetivo desenvolveratividades recreativas em meio líquido para alunos com de-ficiência física, mental e múltipla buscando proporcionar odesenvolvimento das habilidades físicas e capacidades

motoras, estimular as percepções táteis, visuais,sinestésicas, propiciar e estimular o desenvolvimento dosdomínios cognitivo, afetivo, social e comunicativo, propici-ar a integração e interação entre alunos e professores e pro-porcionar o desenvolvimento da auto-estima e autoconfiançados alunos. As atividades são realizadas no Complexo dePiscinas Térmicas do CEFD/UFSM-RS, no horário das 17:30hàs 18:30h e a metodologia utilizada é de três monitores res-ponsáveis em ministrar a aula fora da piscina, pois são ativi-dades de recreação e os demais auxiliam os alunos dentrod’água nas atividades. Como forma de avaliação utiliza-se aelaborado de um Parecer Descritivo que é anexado junto àficha do aluno. Por este trabalho estar ainda em andamentoe, contudo, tendo sua conclusão prevista para final do anode 2005, destacam-se alguns objetivos já alcançados, taiscomo: no que diz respeito as capacidades motoras, observa-se melhorias nas habilidades manipulativas, como preensãoe controle de objetos; nas habilidades básicas, como a mar-cha; nas habilidades especializadas, como os arremessos esaltos; nas habilidade para a vida cotidiana, como reaçõesde proteção, equilíbrio e orientação espacial; e no condicio-namento físico, segundo depoimento de alguns pais. Ainda,destaca-se o desenvolvimento efetivo da auto-estima,autoconfiança e, principalmente, o crescente vínculo afetivosolidificado ente alunos/alunos e alunos/professores favo-recendo, desta forma, a vida social dos alunos.

Aprender com a deficiência

Carvalho, C.; Camilla; Alves, T.B.;Teixeira, A.P.A.; Cabral, L.S.A.

Universidade Federal de Uberlândia, UFU

Este trabalho teve como finalidade relatar as experiênciasvivenciadas no Estágio Prático de Educação Física e Espor-tes Adaptados. O trabalho foi realizado com a aluna BCFSque é portadora da Paralisia Cerebral (PC). Este termo é usa-do para definir qualquer desordem conforme a alteração domovimento secundária a uma lesão não progressiva do cére-bro em desenvolvimento. A PC pode ser caracterizada comoespástica quando a lesão está localizada na área responsá-vel pelo início dos movimentos voluntários, os músculossão tensos e os reflexos tendinosos são acentuados. Assim,as crianças com espasticidade tendem a desenvolver defor-midades articulares porque o músculo espástico não temcrescimento normal. Flexão e rotação interna dos quadris,flexão dos joelhos e equinismo são as deformidades maisfreqüentes nas crianças que adquirem marcha. Além destas,as crianças com tetraplegia espástica podem desenvolverainda, luxação paralítica dos quadris e escoliose. Para deter-minado trabalho, tivemos o objetivo de promover o alonga-mento e o fortalecimento muscular para tentar amenizar con-seqüências como as deformidades articulares, desta formafavorecer melhor desempenho motor e interferir de maneirapositiva com relação ao desenvolvimento emocional e soci-al. Foram realizadas atividades na psicomotricidade e na pis-

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Resumos de Painéis

cina, utilizando materiais coloridos para chamar a atenção emuita motivação fornecida pelos estagiários. A aluna apre-sentou resultado extraordinário, devido ao desenvolvimen-to psicomotor. Esta aluna deve ser incentivada à realizaçãodas atividades, pois apresenta “choramingações”, devido acriação caracterizada por mimos. Desta maneira, ela executa-rá movimentos nunca previstos pelos estagiários, surpreen-dendo-os.

Comportamentos sociais esperados eocorridos em aulas de iniciação ao

basquetebol com PNEs

Carvalho, P. G.; Zuchetto, A. T.; França, C.

Universidade Federal de Santa Catarina

Neste estudo compararam-se os comportamentos sociaisesperados e os ocorridos em duas aulas de iniciação ao bas-quete no Programa Atividade Motora Adaptada - AMA. Asaulas tiveram a duração de 90 minutos e foram compostaspor 10 atividades em que se trabalharam os fundamentos dobasquetebol (passe, drible, arremessos). Os comportamen-tos sociais esperados foram: Aula 1: A1, A4. Atender, cola-borar, compartilhar materiais, respeitar regras, brincar, aju-dar colegas, mostrar assertividade A2. Atender, solicitar,colaborar, respeitar regras, brincar, mostrar assertividade A3,A3.1, A3.2. Atender, colaborar, compartilhar materiais, res-peitar regras, mostrar assertividade A5. Atender, colaborar,respeitar regras, brincar, mostrar assertividade A6, A7, A8,A8.1, A9, A10. Conversar com adultos, atender, solicitar,colaborar, conversar com colegas, compartilhar materiais,respeitar regras, brincar, ajudar colegas, mostrarassertividade; Aula 2: A1, A4, A10. Atender, colaborar, res-peitar regras, brincar A2, A3, A5. Atender, colaborar, com-partilhar material, respeitar regras, brincar, ajudar colega,mostrar assertividade A6, A7, A8, A9. Conversar com adul-tos, atender, solicitar, colaborar, conversar com colegas,compartilhar materiais, respeitar regras, brincar, ajudar cole-gas, mostrar assertividade. Para coleta dos dados utilizou-se: filmagem e o Registro Cursivo. Para análise: Sistema deCategorias do Comportamento Social. Os sujeitos analisa-dos foram: S1. síndrome de Asperger (17 anos) S2.quadriparesia atetósica (29 anos) S3.DM e distúrbio de com-portamento (20 anos). Resultados: Na Aula 1 a maioria doscomportamentos esperados ocorreu: em todas as atividadespara o S1, nas atividades 7, 9 e 10 para o S2 e nas atividades2, 5, 8 ,9 e 10 para o S3. Na Aula 2 a maioria dos comporta-mentos esperados ocorreu: nas atividades 1, 2, 6, 7, 8 e 9para S1, nas 1, 6 e 10 para S2 e nas 2, 3, 4, 5, 9 e 10 para S3.Conclusão: a disposição para a prática da atividade foi refle-tida nos comportamentos do S1. As limitações físicas impe-diram que o S2 obtivesse maior número de ocorrências decomportamentos sociais esperados. As atividades dinâmi-cas favoreceram a ocorrência de comportamentos sociaispara o S3.

Caracterização da marcha de umacriança com síndrome de Apert.

Estudo de caso

Carvalho, R.P.; Buzato, E.;Rocha, N.A.C.F.; Tudella, E.

Departamento de Fisioterapia, UFSCar

A Síndrome de Apert, também denominadaacrocefalossindactilia tipo I, é uma disostose craniofacialde caráter hereditário autossômico dominante. Caracteriza-se por distúrbio severo de desenvolvimento na regiãocraniofacial, incluindo sinostose bilateral da sutura coronal,associada a hipoplasia maxilar, exoftalmia, hipertelorismo esindactilia simétrica dos pés e mãos. O presente trabalhoteve por objetivo caracterizar os parâmetros cinemáticos damarcha de uma criança com Síndrome de Apert. Após apro-vação do estudo pelo comitê de ética, foi realizada uma úni-ca avaliação da marcha independente da criança, sem auxíliode órteses, por uma distância de 1,50m. Foram fixadosmarcadores retroflexivos nas articulações de quadril, joelhoe tornozelo, de ambos membros inferiores. Quatro câmerasfilmadoras foram utilizadas para captura das imagens sendoa análise cinemática feita pelo sistema Dvideow e o cálculodas variáveis cinemáticas pelo Matlab. Os parâmetroscinemáticos analisados foram comprimento da passada e dopasso, cadência, velocidade, ângulo das articulações avali-adas em 2 ciclos da marcha. Os resultados mostraram altera-ções nos parâmetros comprimento da passada (direita de0,352m e esquerda de 0,276m) e do passo (direita de 0,239me esquerda de 0,201m), cadência (35,643 passos/min) e velo-cidade (0,186m/seg), sendo esses menores em relação aocitado na literatura para uma criança normal. Constatou-setambém aumento da eversão e ausência de flexão plantar nafase de impulsão de ambos os tornozelos, aumento na rota-ção externa de quadril esquerdo e diminuição na flexão dejoelho esquerdo. Conclui-se que a análise cinemática permi-tiu caracterizar a marcha da criança com Síndrome de Apert,verificando suas alterações, para possibilitar a elaboraçãode estratégias de tratamento adequadas às disfunções es-pecíficas observadas.

Efeito da intervenção fisioterapêuticanas habilidades funcionais de umacriança com paralisica cebebral.

Estudo de caso

Carvalho, R.P.; Sganzella, D.;Rocha, N.A.C.F.; Tudella, E.

Departamento de Fisioterapia, UFSCar

Paralisia Cerebral (PC) é a seqüela de lesão, de caráter não-evolutivo, que ocorreu no encéfalo imaturo de crianças em

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Resumos de Painéis

desenvolvimento. O presente estudo propôs-se a verificar oefeito da intervenção fisioterapêutica no desempenho dashabilidades funcionais de uma criança com PC. Este estudode desenho longitudinal contou com a participação de umacriança de 4 anos e 5 meses de idade, classificada comonível II segundo GMFCS. Após aprovação do estudo peloComitê de Ética, foi realizada uma avaliação inicial, por meiodo teste Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI),que fornece como resultado os escores normativo (comparao desempenho com crianças de mesma faixa etária) e contí-nuo (estimativa em relação ao seu próprio desempenho).Após identificação dos déficits funcionais da criança peloPEDI nas áreas de auto-cuidado e mobilidade, foi planejadoum protocolo de tratamento fisioterapêutico baseado noconceito Bobath, com ênfase nas disfunções específicasdetectadas. As sessões de tratamento fisioterapêutico fo-ram realizadas 3 vezes por semana, com duração de 50 minu-tos cada, durante 2 meses consecutivos, sendo duas reali-zadas no Setor de Fisioterapia em Neuropediatria da UFSCare uma na casa da criança. Após a intervenção, a criança foireavaliada pelo PEDI. Constatou-se um aumento de 10,6%no escore normativo (de 15,6 para 26,2) e de 10,4% no escorecontínuo (de 57,4 para 67,8), na área de auto-cuidado. Quan-to à mobilidade, o escore normativo manteve-se inferior a 10e o escore contínuo aumentou 9% (de 53,9 para 62,9). Refe-rente à ajuda do cuidador, o escore normativo aumentou22,7% (de 13,7 para 36,4) e o escore contínuo 9,2% (de 17,2para 26,4), no auto-cuidado. Na mobilidade, o escorenormativo aumentou 30,7% (de 37,8 para 68,5) e o escorecontínuo 20,8% (de 40,3 para 61,1). Dessa forma, pode-severificar que a intervenção fisioterapêutica promoveu o au-mento no desempenho das habilidades funcionais pela cri-ança PC, principalmente em relação ao seu próprio desem-penho (escore contínuo), bem como à redução no auxílio docuidador à criança, principalmente em relação às crianças damesma faixa etária (escore normativo). Além disso, a PEDIpermitiu avaliar pontos específicos apontados pelo cuidadorpara, assim, atingí-los de forma mais enfática.

Inclusão escolar em aulas deeducação física: Um diagnóstico

preliminar na rede pública

Castro, G.S. de; Palma, L.E; Andrades, A.P.O. de;Freitas, F.C.; Berguemmayer, L.C.; Matthes, S.E.R

Universidade Federal de Santa Maria

As constantes transformações na educação levam educa-dores a repensar os campos de conhecimento, práticas eexperiências que facilitem uma compreensão mais reflexiva ecrítica da realidade. Nesse contexto, a educação física inclu-siva passa a integrar o cotidiano escolar, no qual ANEEs temo direito de inserir-se no ensino regular. Com o presenteestudo, objetivou-se analisar a implementação da inclusão

em aulas de educação física nas escolas da rede pública deSanta Maria/RS. A amostra foi constituída por seis escolas,três da rede municipal e três da rede estadual. Como proce-dimentos utilizou-se: observação de aulas e entrevista como professor(a) de educação física. Ressaltam-se alguns da-dos parciais: em ambas as redes. No relacionamento profes-sor/aluno/professor o ANEE buscava integrar-se com o pro-fessor e colegas e vice-versa; em relação ao comportamentoe atitudes de professor e colegas, na rede municipal não seobservou forma de discriminação; já na estadual, em sériesdiferentes, observou-se especialmente nas séries iniciais quehá preconceito entre colegas e ANEE, como por exemplo, anão aceitação de aproximação. Na rede municipal observou-se que os colegas buscavam incluir o ANEE, e este buscavaintegrar-se; já na rede estadual ocorreu de forma oposta prin-cipalmente nas séries iniciais, contrapondo nossas expecta-tivas iniciais.Em relação às formas propiciadoras de inclu-são utilizadas pelo professor/colegas, na rede municipal,ambos buscavam incluir o ANEE em todas as atividadesrealizadas. Na rede estadual (séries iniciais), as formaspropiciadoras de inclusão partiam somente do professor, eem séries finais do ensino fundamental partiam de ambas aspartes. Destacam-se algumas considerações: há a relaçãoprofessor/ANEE/colegas que na maioria dos casos foi posi-tiva, porém houve um caso de exclusão que partiu das sériesiniciais em relação ao ANEE, indo na direção oposta à nossoidéia inicial, mostrando com essa atitude a importância deum esclarecimento mais aprofundado sobre esses assuntosdesde pequenos. Percebeu-se então que o processo de in-clusão ainda caminha a passos lentos e necessita de umolhar crítico e construtivo de todos.

Acessibilidade aos ambientes deesporte e lazer na cidade de

Campina Grande, PB

Castro, J. S. C; Chao, C. H. N.; Farias, A. L. P.;Santos, C. M.; Almeida, W. M.

Universidade Estadual da Paraíba

O presente estudo visa mapear através de fotografias osprincipais ambientes públicos passíveis ao desenvolvimen-to de esporte e lazer na cidade de Campina Grande – PB. Talmapeamento demonstrará os principais acessos e as princi-pais barreiras que a população com necessidades especiaisencontram nos diferentes ambientes estudados para o de-senvolvimento de práticas corporais saudáveis. Demons-trará ainda como as políticas públicas orientadas ao esportee lazer para esta parcela da população são desenvolvidas eaplicadas no município. Utilizamos como método para o de-senvolvimento desse estudo a captação de imagens atravésde fotografias, e a aplicação de entrevistas realizadas emprofundidade, na qual o entrevistado não é submetido a umquestionário com perguntas fechadas, tendo ele a possibili-dade de discorrer acerca do assunto sob os aspectos mais

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Resumos de Painéis

relevantes segundo seu entendimento e sua compreensão.Percebeu-se que a Cidade de Campina Grande possui diver-sos ambientes direcionados à práticas lúdico-desportivas, eque tais ambientes estão bem distribuídos, dando acesso atodas as camadas da população, inclusive por possuírempoucas barreiras arquitetônicas, porém com ausência de si-nalização sonora, o que dificulta (mas não exclui) o acesso acegos e deficientes visuais. Ao nos referirmos à políticaspúblicas direcionadas à população com necessidades espe-ciais constatamos a mera realização de eventos esporádi-cos, sem uma contínua e efetiva política direcionado a po-pulação selecionada para o estudo. Ao término constata-mos o grande potencial que possui a cidade de CampinaGrande para o desenvolvimento de atividades lúdico-desportivas, inclusive para pessoas com necessidades es-peciais. São poucos os melhoramentos arquitetônicos a se-rem desenvolvidos, porém muitos de práticas públicas queforneçam maior atenção, conhecimento e dedicação das en-tidades responsáveis pela melhoria da qualidade de vida emsua população.

Julgamento perceptual de distânciaem idosos ativos e sedentários

Cavicchia, M.C.; Cozzani, M.; Dascal, J.B.; Souza,J.M.; Viveiros, F.F.; Mauerberg-deCastro, E.

LAP, Depto de Educação Física, IB, Unesp-IB

Este estudo teve como objetivo verificar o julgamentoperceptivo de distância em idosos ativos e sedentários apartir da tarefa de estimação de magnitude. Para tanto, parti-ciparam deste estudo 10 idosos ativos (GA) com idade mé-dia de 66,7 ± 4,8 anos e 10 idosos sedentários (GS) comidade média de 66,2 ± 5,2 anos. Os participantes receberamsempre a mesma instrução que consistiu em pedir que olhas-sem para um alvo padrão de 1 metro e posteriormente, olharuma alea visual com diversos alvos e julgar verbalmente,com base na distância padrão de 1 metro, a distância entre aponta de seus pés e o alvo teste. Os alvos foram fixados a 4distâncias: 8, 13, 20 e 30 metros. Cada alvo foi posicionadoem uma alea distinta num campo aberto. Em cada uma dasaleas, dois julgamentos foram estimados. O primeiro julga-mento foi realizado no ponto inicial de uma trajetória emlinha reta de 5 metros, e o segundo após o percurso do tra-jeto de 5 metros. A análise psicofísica sobre o julgamentoda distância incluiu o cálculo do expoente (n) (índice desensibilidade) e da constante escalar dos estímulos (i.e., dis-tâncias dos alvos) no início e no final da trajetória. Foirealizada ANOVA two-way (2 grupos x 2 tentativas) paraavaliar o grau de relação entre o estímulo e resposta foi. Aanálise do expoente do início da trajetória foi muito parecidaentre as duas tentativas (1,04 e 0,99) para o GA. Esseresultado revela uma tendência para a constância perceptivapelo GA, ou seja a razão de aumento das respostas é muitosemelhante com a razão de aumento dos estímulos reais. Por

outro lado, o GS apresentou uma tendência asuperconstância (i.e., n > 1) na 2ª. tentativa (1,17) em relaçãoa 1ª tentativa (1,02). No final da trajetória houve a mesmatendência do início, o GA apresentou valores médios deexpoente muito próximos (0,99 e 1,03) nas tentativas,enquanto o GS uma tendência a superconstância (i.e., n > 1)na 2ª. tentativa (1,22) em relação a 1ª (1,01). Não houvediferença estatística entre os grupos. O desvio padrão foiligeiramente superior na 2ª tentativa para o GS em ambosmomentos da trajetória, início (0.33)e final (0,33).

Atividades aquáticas paradeficientes múltiplos

Cavion, M.H.; Almeida, T.M.; Zanandrea, M.F.;Lucca, F.V.; Tremea, V.S.

FSG

A diversidade de atividades motoras oportunizadas aos de-ficientes múltiplos ainda está além das suas necessidades.Por apresentarem uma capacidade funcional limitada e de-monstrarem dificuldades em estabelecer relaçõesinterpessoais, torna-se fundamental a intervenção atravésde diferentes tipos de atendimentos em contextos variados.O projeto “Atividades Aquáticas para deficientes múltiplos”em parceria com a Escola Helen Keller, Pranadar e Faculdadeda Serra Gaúcha-FSG, através do Fundo Municipal de De-senvolvimento do Esporte e Lazer, vem ocorrendo desdemarço de 2005 e tem como objetivo promover atividadesaquáticas para os sujeitos especiais.Participam 10 criançase adolescentes deficientes múltiplos, com idade entre 3 e 16anos. O programa de atividades consiste na realização deexercícios de alongamento e relaxamento do tônus muscu-lar, caminhadas, exercícios de mergulho, habilidades relati-vas às atividades do meio líquido, estilos de natação, jogoscooperativos e brincadeiras. Através das atividades aquáti-cas lúdicas desenvolvidas procura-se criar situações deaprendizagem que venham a contribuir para o desenvolvi-mento dos sujeitos, explorando as suas potencialidades,colaborando para o processo de formação da identidadepessoal, além de oportunizar momentos de socialização e deindependização. A freqüência é de um encontro semanal,com duração de 45 minutos. Durante o período de interven-ção pode-se perceber que o interesse e disposição dos su-jeitos pelas atividades, condizem com as manifestações dasforças ambientais que estão interferindo na participação eno envolvimento durante os encontros e, conseqüentemen-te, na melhoria de suas condições de saúde, aperfeiçoamen-to das habilidades motoras aquáticas, relaxamento do tônusmuscular, aumento da autoconfiança, auto-estima e aquisi-ção de hábitos de higiene e cuidados pessoais. As relaçõesinterpessoais evidenciaram-se como positivas e importan-tes durante os encontros. Acredita-se que as oportunida-des para a prática e a instrução em um ambiente que propicieo aprendizado são importantes não só para o desenvolvi-

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Resumos de Painéis

mento motor das crianças, como também cognitivo, social,emocional, sendo que o fator tempo é um importante coad-juvante para a interação e participação dos sujeitos.

As maiores dificuldades das pessoascom deficiência no curso de

graduação em educação física

Cazes, A.L.A.

Universidade Federal do Rio de Janeiro

A vida de uma pessoa com deficiência (PD) não é nada fácilem nosso país, se for um cadeirante aí mesmo é que as coi-sas se complicam. Sem falar na nossa sociedade que a todoinstante discrimina e por muitas vezes incapacita este seg-mento da população sem saber do que realmente ele é capazde fazer. Apesar dos estudos médicos e de alguns esclareci-mentos, os mesmos enfrentam na atualidade a mesma situa-ção de tempos atrás. Problemas com a acessibilidadearquitetônica, comunicacional que só fazem dificultar aindamais o fato de ser deficiente no Brasil. Surgiu, então, o obje-tivo do estudo que foi investigar as maiores dificuldadesdos alunos com necessidades especiais no curso de gradu-ação em Educação Física já que são poucos os que conse-guem chegar ao ensino superior e menos ainda os que esco-lhem um curso de Educação Física. Dentro deste objetivotambém destacaria a preparação dos profissionais para lidarcom este público. Para a viabilização da pesquisa foi utiliza-do um questionário validado por três professores da Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro, além de uma revisão deliteratura que serviu como base do estudo resultando, as-sim, numa pesquisa teórico-empírica com um estudo de cam-po. Este questionário foi respondido por uma amostra quecontinha duas PDs que cursaram Universidades da cidadedo Rio de Janeiro. Neste questionário haviam perguntas re-lacionadas à acessibilidade, inclusão, metodologia, discri-minação e relação com os alunos e demais pessoas da insti-tuição. Foi realizada uma análise comparativa dos dados ondese pode constatar grandes problemas com relação à acessi-bilidade. Um outro destaque, que pôde ser feito a partir daanálise dos dados, foi com relação à metodologia dos pro-fessores frente aos alunos deficientes que, segundo os pró-prios alunos, era nenhuma para lidar com este público. Mui-tas das vezes este grupo é que se adaptava as aulas dosprofessores e não o contrário. Temos que parar e refletirseriamente sobre o problema dos alunos deficientes no Bra-sil. A Educação Inclusiva deve deixar o papel e passar a seruma realidade em todos os setores do ensino com o apoionão só da sociedade, como também do Governo que devecriar políticas para incentivar esta prática. A acessibilidadedeve deixar de ser um direito e passar a ser um dever dasociedade. E a inclusão social deve ser feita desde pequeno,pois só assim, o deficiente no Brasil consiguirá viver comum pouco mais de independência e mostrar a esta sociedadeo quanto ele é capaz de fazer.

Xadrez adaptado: Umaexperiência inclusiva

Christofoletti, D.F.A.; Moreira, J.C.C

Unesp, Rio Claro

A visão constitui a principal captação de estímulos, em suaausência, o movimento e as outras sensibilidades permitema inter-relação com o ambiente. Entretanto os ambientesconstruídos são predominantemente direcionados para aspessoas videntes. Pessoas com deficiência visual total ouparcial, nata ou adquirida, num sentido de adaptação e so-brevivência, criam uma representação bastante peculiar, cha-mado mapa cognitivo, composto dos processos de aquisi-ção, codificação, armazenamento, lembranças e decodificaçãode informação de locais e fenômenos dentro de um espaço,ou como uma representação mental do ambiente físico. Oobjetivo desse estudo é investigar o relacionamento destemapa com o xadrez adaptado. O enxadrista necessita de al-gumas habilidades específicas como o raciocínio lógico;estratégias; otimização do uso de memórias: visual, sonora,cinestésica, táctil; concentração; organização espaço tem-poral; ritmo; domínio de lateralidades utilizadas no decorrerda partida. Este estudo de natureza qualitativa, buscou re-tratar várias partidas de um torneio paulista/2005, relatandoa experiência de assistir os jogos entre um enxadrista comdeficiência visual e seus adversários videntes. Houveraminquietações referentes aos procedimentos usados no xa-drez adaptado. O jogador de xadrez conhece as coordena-das cartesianas do tabuleiro, dividido em letras e números,possibilitando a anotação das partidas. No xadrez adaptadotem-se que: a jogada é passada de forma oral ; as peçasbrancas diferenciam-se das pretas devido a presença de pinoem seu topo; a distinção das casas brancas e pretas é feitaatravés de baixo e alto relevos e a única adaptação feita norelógio, é a existência do fone de ouvido. As regras sofremalgumas adequações, são utilizados dois tabuleiros; enquan-to o toque na peça significa a efetivação da jogada, no jogoadaptado, o enxadrista com deficiência visual realiza os lan-ces após ter tocado no tabuleiro e “mentalizado” sua posi-ção. Na ausência de árbitro de partida, a ética entre os joga-dores é relevante na questão dos lances irregulares. Atra-vés desta prática é possível estimular a construção do mapacognitivo espacial, auxiliar novas relações espaço-temporale sociais.

Avaliação da força e agilidade emjogadores de basquetebol em cadeiras

de rodas da IV Etapa da Liga Sul

Coelho, E. S.; Fenato, R. R.; Stabile, F. A.;Silva, A. A. C; Gorla, J. I.

Universidade Paranaense, UNIPAR

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Resumos de Painéis

O esporte, enquanto fenômeno social, tem contribuído deforma significativa na vida das pessoas portadoras de defi-ciência. Entretanto, precisamos aplicar novas tecnologias eestratégias para um aumento significativo de performanceesportiva. O objetivo do presente estudo foi analisar as va-riáveis de força e agilidade de jogadores de basquetebol emcadeiras de rodas na IV etapa da Liga Sul. Foram avaliados38 sujeitos do sexo masculino, distribuídos por equipes, comsuas respectivas faixas etárias, da seguinte forma: EquipeRaposas do Sul (8) 28,25 +7,36, equipe Pantanal sobre Ro-das (9) 30,22 +5,19, equipe CEDE(12) 29,72 +7,66 e equipeUnipar (9) 31,29 +4,95.Todos indivíduos foram submetidos amedidas de força (através do teste de Dinamometria manual- kg) e teste Agilidade (seg) adaptado paracadeirantes.Utilizou-se da estatística descritiva bem como acorrelação de Pearson. A análise dos resultados deste estu-do, resultante de tratamentos estatísticos previstos nametodologia, permitiu verificar a validade do problemaapresentado.Verificou-se o desempenho dos sujeitos em cadateste motor. A equipe Pantanal sobre rodas teve uma altacorrelação entre a força de mão direita com a agilidade. Pro-vavelmente, essa correlação pode ser em função do tempode utilização e treinamento em cadeiras de rodas. Desta for-ma é possível não apenas a obtenção da medida destesparâmetros, como também a possibilidade de estabelecer-mos valores referenciais para estas variáveis nessa popula-ção, assim como poderemos prescrever atividades físicasque possibilitem melhores condições de saúde e tambémtreinamentos físicos adequados às modalidades por elespraticadas.

Determinação do duplo-produto emexercicios resistidos

Corá, E.C.; Esteves, A.

Escola Superior de Educação Fisica

O objetivo do presente estudo foi realizar um mapeamentodas respostas do duplo-produto nos diversos exercícios demusculação, viabilizando o conhecimento da sobrecargacardíaca e os eventuais riscos do exercício resistido paraindivíduos que apresentem limitações quanto às respostascardiovasculares ao exercício. A amostra foi constituída por10 voluntários do sexo masculino, praticantes de treinamen-to resistido, os quais foram submetidos a 2 séries de10RMpara: Costas - Puxador Horizontal Frente e Remeda Simultâ-nea; Peito - Supino Reto e Peck-Deck; Ombro - Desenvolvi-mento Atrás e Elevação Lateral; Bíceps - Rosca direta e Ros-ca Alteres Simultânea; Tríceps – Pulley e Rosca Testa; Per-na – Leg-Press e Agachamento. Após a determinação dopeso de 10RM para cada exercício, os voluntários realizaramas sessões para cada grupo muscular individualmente,totalizando 6 sessões de treino. Foram realizadas duas séri-es de cada exercício, com intervalo de descanso de 10 minu-tos, monitorando-se a freqüência cardíaca e a pressão arte-

rial em repouso e no momento da fase excêntrica da décimarepetição. Cada repetição foi realizada numa velocidade de 4segundos/ciclo, com 2 segundos na fase excêntrica e 2 se-gundos na fase concêntrica. Conforme os resultados obti-dos por média de grupo, temos os seguintes duplo-produtoe analise do desvio padrão: Remada Simultânea é de23.770,6(±2563,8858), o Puxador Frente 20.818,4(±2925,1380),o Supino Reto 22.356,2(±3218,7131), o Peck-Deck19.399,3(±2047,9009), a Abdução Ombros 21.290,1(±2437,5059), o Desenvolvimento Ombros 18.698,7(±2642,0133), a Rosca Direta 23.434,2(±3201,861), a RoscaSimultânea 22.935,9(±3293,1181), o Tríceps Pulley20.658,7(±3257,393), o Tríceps Testa 18.771,5(±2243,7259), oAgachamento 20.968,5(±2647,2120) e o Leg-Press 20.679,9(±1938,7225). Nossos resultados nos permitem concluir queas repostas cardiovasculares agudas ao exercício resistidosão dependentes da massa muscular envolvida, do padrãode movimento executado e da posição corporal adotada.

Composição corporal de alunos comdeficiência mental da educaçãoespecial da prefeitura de São

Bernardo do Campo

Cruz, C.F.; Carvalho, L.M.; Domingues, M.V.; Poian,R.T.; Lazarini, L.H.

Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo

Composição corporal se refere à proporção entre os tecidosde gordura e os tecidos isentos de gordura (músculos, os-sos, pele, sangue e outros). Geralmente, a composição cor-poral é expressa em porcentagem de gordura corporal, queserve de parâmetro para avaliar se a pessoa apresenta des-nutrição aparente, sobrepeso ou obesidade. Muitos estu-dos sobre a composição corporal de pessoas com deficiên-cia mental (DM) mostram um padrão de obesidade destapopulação (Fox e Rotatori, 1982; Fox et al., 1983; Fox et al.,1984; Jackson e Thorbeck, 1982; Joachim, 1977; Joachim eKorboot, 1975; Pitetti, 1994; Rotatori et al., 1980). Porém,DM fisicamente ativos têm menor porcentual de gorduracorporal que a população geral (Barros et al., 1999). Esteestudo avaliou a composição corporal de 72 alunos comdeficiência mental (40 do sexo feminino e 32 do sexo mascu-lino, com idades entre 12 e 25 anos) da Escola Municipal deEducação Básica Especial Professora Marly Buissa Chiedde,da Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo – SP. Foiutilizado o método de dobras cutâneas (Guedes, 1994) e osdados foram coletados com plicômetro de pinça longaCescorf. O grupo de alunas (n=40) apresentou 30,5 ± 9,2%(média ± desvio padrão) de gordura corporal, resultado su-perior ao da população geral. Nenhuma aluna apresentoubaixo peso, 17,5% apresentaram peso dentro da faixa normalda população, 40% apresentaram sobrepeso e 42,5% apre-sentaram obesidade. O grupo de alunos (n=32) apresentou17,9 ± 12,8% de gordura corporal, um pouco acima do ideal

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Resumos de Painéis

para esta faixa etária. 18,8% dos alunos apresentaram baixopeso, 31,3% apresentaram peso normal, 21,9% apresentaramsobrepeso e 28,1% obesidade. Estes resultados indicam anecessidade de medidas para diminuir e controlar a massacorporal, como meio de minimizar perigos à saúde. Algumasmedidas têm sido tomadas: educação nutricional como con-teúdo do ensino fundamental, orientação nutricional aos paise adequação do cardápio escolar. Porém, faz-se necessário oaumento das atividades físicas, que, além de consumir ener-gia durante o exercício, aumenta a massa muscular e, conse-qüentemente, o metabolismo em repouso. Outro fatopreocupante, cujas causas devem ser investigadas, é o bai-xo peso de 18,8% dos meninos.

Incidência de desvios posturais emalunos com deficiência mental da

educação especial da prefeitura deSão Bernardo do Campo

Cruz, C.F.; Cruz, L.A.F.; Hyodo, K.R.C.;Sacchi, A.; Fernandes, F.M.

Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo

Uma boa postura é o estado de equilíbrio de músculos, os-sos e articulações, capaz de proteger o corpo humano con-tra os traumatismos a deformação gradativa, seja qual for aposição (ereta, em decúbito, de cócoras, recurvada) assumi-da por essas estruturas em repouso ou durante o trabalhocorporal. A maioria das pessoas com deficiência, especial-mente as com paralisia cerebral, deficiência mental, lesõesmedulares e amputações desenvolvem problemas posturaisgraves. Este estudo avaliou a postura ortostática de 63 alu-nos com deficiência mental da Escola Municipal de Educa-ção Básica Especial Professora Marly Buissa Chiedde, daPrefeitura Municipal de São Bernardo do Campo – SP. Paratanto, foi utilizado um tabuleiro de madeira (195 x 90 cm),quadriculado (7,5 x 7,5 cm), com fio de prumo 60 cm à frente.Cada aluno permaneceu em pé entre o tabuleiro e o fio deprumo e foi avaliado em duas posições: vista posterior evista lateral. As regiões anatômicas foram pontuadas de 1 a4, registrando-se o valor 1 para ausência de desvio postural,2 para desvio duvidoso, 3 para desvio discreto e 4 para des-vio acentuado. Os resultados encontrados para desvios dis-cretos ou acentuados foram os seguintes: lordose: 54% dosalunos, cifose: 17,5%, escoliose: 19%, escápula direita maisbaixa: 9,5%, escápula esquerda mais baixa: 6,3%, escápuladireita alada: 11,1%, escápula esquerda alada: 9,5%, quadrildireito mais baixo: 4,8%, quadril esquerdo mais baixo: 0,genovalgo: 38,1%, genovaro: 1,6%, arco plantar direito re-duzido: 52,4%, arco plantar esquerdo reduzido: 54%. Em re-lação aos sexos, as diferenças mais importantes foram: cifose(8 homens e 3 mulheres), desvios de escápula (17 homens e6 mulheres), genovalgo (6 homens e 18 mulheres). Este últi-mo dado (54,5% das mulheres com genovalgo) era espera-do, devido à angulação da articulação do quadril típica das

mulheres. Porém, não foi encontrado nenhum homem comgenovaro, o que seria típico deste sexo. Os dados obtidospodem auxiliar os profissionais da escola a adequar as posi-ções do aluno em sala de aula, melhorar sua auto-imagem,controlar a obesidade (causa de alguns desvios posturais),detectar casos degenerativos, orientar as famílias e ofereceratividades físicas adaptadas que compensem os desviosposturais.

Estudo comparativo da percepção daimagem corporal em indivíduos do

sexo masculino com deficiência visual,em função da prática de actividade

física e da idade

Cunha, M.S.A.; Carvalho, S.M.P.; Bastos, T.C.L.

Ao longo dos tempos, o Corpo tem sido olhado das maisdiversas formas. A sociedade actual procura no Corpo a suaafirmação, o seu eu. O Homem tenta alcançar uma identida-de, aceite pelos ideais sociais, através do seu corpo, sendoeste construído pelo olhar dos outros e só depois pelo seuolhar. Mas como será construída a Imagem Corporal pelo“olhar” de quem não possui o sentido da visão? O objectivodeste trabalho foi investigar a Percepção da Imagem Corpo-ral (PIC) em indivíduos com o diagnóstico de DeficiênciaVisual (grande ambliope e cego), que se encontram integra-dos no Centro de Reabilitação da Areosa e no Boavista Fu-tebol Clube. A amostra foi constituída por 16 indivíduos dosexo masculino (grande ambliope e cego) dos quais 8 sãopraticantes de actividade física e 8 não praticantes. Para aAvaliação da Percepção da Imagem Corporal foi efectuadoum questionário da Percepção da Imagem Corporal criadopor Kreitler & Kreitler (1988), o “Body Size EstimationMethod” (BSEM). Desta forma foram efectuadas dezmensurações antropométricas a cada indivíduo. O tratamen-to estatístico inclui procedimentos da estatística descritivae da estatística inferencial. A PIC é pior em indivíduos por-tadores de deficiência visual praticantes de actividade físicado que nos não praticantes de actividade física, apesar dasdiferenças não serem significativas, situação que contrariaa nossa hipótese e para a qual não encontramos uma razão.A PIC é pior em indivíduos adultos do que em adultos jo-vens portadores de deficiência visual praticantes deactividade física, apesar das diferenças não serem significa-tivas. A PIC é pior em indivíduos adultos do que em adultosjovens portadores de deficiência visual não praticantes deactividade física, no entanto as diferenças não são signifi-cativas. Constatamos que os resultados finais deste estudoforam de encontro aos resultados de estudos anteriormenterealizados, no que diz respeito à sobrestimação do tamanhodas partes corporais ao longo da idade. O grupo dos adul-tos apresentou um índice de percepção corporal médiosobrestimado, quer nos indivíduos praticantes e não prati-cantes de actividade física. Não constatamos uma diminui-

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Resumos de Painéis

ção das diferenças entre o valor percepcionado e o valorreal ao longo da idade.

Turismo adaptado: Acessibilidade nosalbergues da rede hostelling

international no Brasil

Custódio, V.S.; Hammerl, P.; Bittencourt, T. F.

Unesp, Rosana

Esta pesquisa trata sobre a questão dos direitos de acessoao lazer e ao turismo dos portadores de deficiência. Delimi-tando a área de estudo, tratou-se da questão da hotelaria,mais especificamente dos albergues da rede HostellingInternational quanto às adaptações que facilitem a acessibi-lidade de deficientes. O objetivo é mostrar que existem fa-lhas quanto à acessibilidade de deficientes ao turismo edescumprimento da Lei nº 10.098/00 que estabelece normasgerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidadedas pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidadereduzida, bem como do Código Mundial de Ética do Turismoque afirma que o turismo de deficientes deve ser encorajadoe facilitado. A metodologia consistiu em uma pesquisa do-cumental através de websites e guias de albergues da redeHostelling International no Brasil, que é a maior rede de hos-pedagem do mundo e, tem por filosofia e objetivo o inter-câmbio cultural, em diversos países e localidades. Essa ins-tituição, é regida sob cinco premissas básicas: segurança,higiene, conforto, hospitalidade e bom preço. Analisando afilosofia da rede, seria ideal que ela promovesse o acesso atodos, sem exceção. No entanto, essa pesquisa demonstrouque em nosso país apenas dez, dentre os mais de 60 alber-gues, contam com algum tipo de adaptação aos portadoresde necessidades especiais. Essa situação se contrapõe aoatual contexto descrito por SAETA & TEIXEIRA (2005), quedescreve o turismo para deficientes como uma área emer-gente devido ao aumento da renda e tempo livre dessa po-pulação. Nessa perspectiva, esse trabalho sugere que a redeHostelling International, agregue valor aos seus alberguesfiliados exigindo a adaptação às necessidades e à realidadedos portadores de necessidades especiais.

A importância do guia na performancedo deficiente visual B1

de Paula, M. L.; Rocha, L. O.; Rodrigues Jr., L.A.S.; Fernandes, L. L.; Monte, A.

Universidade Federal de Santa Catarina

O atletismo, por conter movimentos naturais ao ser humano,e muitas vezes necessitar de pequenas adaptações para asua prática, torna-se uma modalidade de grande procuraentre a comunidade das pessoas com deficiência. As pesso-

as com deficiência visual, devido às limitações sensoriais,necessitam de algumas adaptações especiais, principalmen-te para adequar sua orientação e mobilidade. O objetivo dopresente estudo foi analisar o desempenho de um atleta commúltiplas deficiências (física, auditiva e visual), durante umacorrida de 30 (trinta) metros, em diferentes modos de condu-ção: com estímulo sonoro (palmas), orientado por uma cor-da e com o guia vidente. Esta investigação caracterizou-secomo sendo um estudo de caso. Para a realização do testefoi utilizado um aparelho com um sistema de cronometragemautomática com três barreiras de infravermelho, que ficavacom seus sensores na saída, aos 15 (quinze) metros (parcial1) e na chegada (parcial 2), o qual marcou com precisão asaída e a chegada de cada um dos modos do teste. Após averificação chegamos aos seguintes resultados: Na corridacom estímulo sonoro foi percebida insegurança por parte doatleta, dificuldade em manter-se em linha reta, baixa veloci-dade, postura não ideal. Em todas as baterias com este tipode condução, o atleta desviava o percurso para o lado direi-to. Este fato talvez seja explicado pela amputação de seuantebraço direito, o que causa deslocamento do seu centrode gravidade; Na corrida com corda percebemos uma dimi-nuição na insegurança, perceptível aumento da velocidade,maior direcionalidade e uma melhora na marcha; Na corridacom o guia vidente notaram-se os melhores resultados taiscomo: segurança por parte do atleta, velocidade alta e cons-tante, melhora significativa em seus gestos técnicos e pos-tura. Através destes resultados concluímos que a presençade um guia vidente mostrou-se ser o meio mais eficiente naadaptação deste indivíduo para a corrida, pois possibilitoua utilização de dois dos sentidos remanescentes: o tato, pelocontato indireto através da guia, e a audição, pela orienta-ção do atleta através da fala do guia durante a corrida. En-quanto a corda e as palmas utilizam apenas um, o tato eaudição respectivamente.

Influência da eletroestimulação nafuncionalidade de membro de membro

superior na paralisiacerebral hemiparética

Diz, M.C.; Diz, M.A.; Iwabe, I.; Deloroso, M.G

Ambulatório de Fisioterapia, UNIARARAS

Introdução: Com o intuito de melhorar o nível de reabilita-ção de pacientes com PC, principalmente nas formas clíni-cas onde predomina a espasticidade, tem sido utilizado re-cursos terapêuticos auxiliares, como a estimulação elétricafuncional (EEF) que produz contrações muscularesprovocadas a partir de pulsos de pequena duração, simu-lando a contração muscular fisiológica com finalidade funci-onal, objetivando o condicionamento muscular, redução daespasticidade e auxílio na aprendizagem motora. Objetivo:Verificar a influência da estimulação elétrica funcional notono, força muscular (FM), amplitude de movimento (ADM),

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Resumos de Painéis

sincinesia e funcionalidade da mão em indivíduos com para-lisia cerebral hemiparética (PC-H). Métodos: Foram incluí-dos 8 pacientes, sendo 4 do sexo masculino e 4 do feminino,com diagnóstico de PC-H apresentando padrão flexor depunho e dedos predominantemente em membro superior (MS)e nível de compreensão preservada. Realizou-se a análise daADM- Goniometria, tono muscular- escala modificada deAshworth, FM dos músculos oponente do polegar,extensores e flexores de punho e dedos- testes de forçamuscular de Kendal, habilidades manuais- Teste TIME esincinesia- Miyazaki et al. A EEF foi aplicada no MShemiparético por 30 min., 2 vezes por semana, no período de5 meses, utilizando o aparelho Neurodyn II (Ibramed), nafreqüência de 90 Hz, largura de pulso 60 ms, tempo On de15s e Off de 20s. Ao final do tratamento ossujeitos foramreavaliados. Realizou-se a comparação quantitativa das va-riáveis ADM, tono, FM, sincinesia e habilidades manuais,antes e após o tratamento, através da análise de gráficos,além da observação visual das mesmas em registro fotográ-fico e em vídeo. Resultados: No final do tratamento comEEF, observou-se aumento da ADM e FM dos músculosflexores e extensores de punho e dedos, modulação do tonodos músculos analisados em 75% dos sujeitos, diminuiçãodas sincinesias e melhora das habilidades funcionais. Con-clusão: A EEF apresentou resultados favoráveis e pode serindicada para a prática terapêutica, porém ressaltamos quenão deve ser uma técnica única de tratamento e sim um com-plemento de outras técnicas de tratamento.

Determinação do limiar ventilatóriode atleta deficiente visual em esteira

rolante: Estudo preliminar

Dorigan, D.F.; Celestino, J.Q.; Piscitelli, G.F.M.;Batista, J.C.F.; Manchado, F.B.

Laboratório de Avaliação Física, UNESP

Muitos portadores de necessidades especiais, dentre elesdeficientes visuais, vêm atingindo excelentes resultados noesporte de alto rendimento. Nesse sentido, avaliações queforneçam subsídios para o treinamento desportivo dessesatletas apresentam grande importância. O objetivo do estu-do foi verificar a possibilidade de avaliação da condiçãoaeróbia de um atleta deficiente visual utilizando a corrida emesteira rolante. O atleta de 21 anos, competidor nas provasde 800m e 1500m na categoria B1 (deficiente visual total), foiinicialmente submetido à mensuração da massa corporal,estatura e dobras cutâneas triciptal, abdominal e supra-ilíaca.Posteriormente, realizou um teste progressivo de corrida emesteira rolante (TK30 Cefise), com velocidade inicial de 12Km/h e aumento de 1Km/h a cada 2 minutos de esforço. Duranteo teste, houve mensuração da FC e ventilação a cada 10segundos (ventilômetro VLA SG6 Cefise) para determinaçãodo limiar anaeróbio. Para manutenção da segurança, dois

avaliadores posicionaram-se ao lado do ergômetro portan-do cintas de proteção mantidas sob os braços do partici-pante. Uma alça elástica também foi utilizada para fornecerao atleta informação tátil acerca do limite posterior da estei-ra. O participante apresentou massa corporal 44,7Kg, esta-tura 162cm e 6,6% de gordura corporal. O teste progressivofoi realizado até o 5° estágio (15km/h), com duração total de9 minutos. O limiar anaeróbio ocorreu em velocidade de14,8km/h, porém a curva ventilatória não apresentou com-portamento esperado. A alteração dos padrões ventilatóriospode ser creditada ao reduzido processo de adaptação doatleta à máscara de captação de ar e à esteira rolante. Apartir dos resultados é possível concluir que há possibilidadede aplicação de teste em esteira rolante para avaliação dolimiar ventilatório de atletas com deficiência visual.Entretanto, cabe ressaltar a importância de um padronizadoprocesso de adaptação dos atletas ao procedimento, paraque respostas fisiológicas inesperadas sejam evitadas. Dessaforma, esse estudo preliminar foi importante para direcionarnossas pesquisas futuras à avaliação física de deficientesvisuais, acompanhando as respostas positivas desses atletasfrente a um processo de adaptação padronizado. ApoioFinanceiro: FAPESP.

Disfunção neuromotora: Umaconcepção ecológica do brincar na

relação materno-infantil

Duarte, E.1; Gomes, C.1; Souza, V.1; Zuben, A.2

Depto de Educação Física, Unicamp1; Hospital dasClínicas, Unicamp2

O amor – escreve Maturana(2002) – é a emoção que funda aorigem do humano.A participação básica do amor na evolu-ção da humanidade ainda se conserva no desenvolvimentoinfantil, na necessidade da criança de viver em amor paracumprir seu desenvolvimento fisiológico e social normal.Paraque isso aconteça, é preciso respeitar a biologia da relaçãomaterno-infantil.As consciências individual e social da cri-ança surgem nas interações corporais com as mães, numadinâmica de aceitação mútua na intimidade do brincar.A cri-ança com disfunção neuromotora e sua mãe também neces-sitam do encontro no brincar, mas a presença de tônuspostural anormal ou desordens do movimento voluntáriopodem dificultar o diálogo tônico-afetivo e criar barreiraspara o aprendizado conjunto.Compreendemos assim como éimportante proporcionar à díade mãe-criança com disfunçãoneuromotora um ambiente físico e social acolhedor, que per-mita e estimule uma interação na biologia do brincar.Nossoambiente de atividades foi implantado na “sala de espera”da fisioterapia neurológica infantil do Hospital das Clínicasda UNICAMP. O principal objetivo é proporcionar um ambi-ente físico e social com potencial desenvolvimental positi-vo, dentro de uma concepção de desenvolvimento-no-con-texto, envolvendo mães e crianças com disfunção

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Resumos de Painéis

neuromotora em atividades que favoreçam a relação mater-no-infantil de total aceitação. As brincadeiras sãooportunizadas durante a permanência no hospital à esperade atendimento fisioterápico.Observamos que a criação deum ambiente acolhedor proporcionou inicialmente uma di-minuição de reações negativas e uma crescente participa-ção da díade nas atividades propostas.O envolvimento damãe aumentou consideravelmente a motivação das crian-ças, o que pode ser avaliado pelo relato espontâneo, porparte das mães, da satisfação demonstrada por seus filhosao irem para o hospital, na expectativa de brincar com elas.Deacordo com Bronfenbrenner(2002), para demonstrar que odesenvolvimento ocorreu, é necessário que uma mudançade comportamento seja transferida para outros ambientes.Acreditamos que o desejo espontâneo de ir ao hospital paraparticipar das atividades pode ser considerado uma valida-ção desta hipótese.

O papel de um programa de atividadefísica na vivência de lazer de

adolescentes surdos

Duarte, M. S.; Fumes, N. L. F.

Universidade Federal de Alagoas

A Educação Física nos últimos anos vem conquistando seuespaço na sociedade através da atividade física regular e dolazer por meio de atividades desenvolvidas de forma consci-ente e baseadas na necessidade de cada aluno. Nesse qua-dro, podem-se incluir as pessoas com deficiência que, mui-tas vezes, não têm acesso a este tipo de atividade, pois asociedade nem sempre está adaptada a esses grupos de pes-soas. O presente estudo teve o objetivo analisar as vivênciasde lazer de adolescentes surdos, participantes de um pro-grama de atividade física na cidade de Maceió, bem comoidentificar em que esse programa interferia nessas vivências.Tratou-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, onde orecolhimento dos dados se deu através da observação par-ticipante, com anotações feitas em diário de campo, segui-das por entrevistas semi-estruturadas e conversacionaisinformais com adolescentes surdos e alguns de seus famili-ares, em momentos pré e pós-atividade. Também foram fei-tas análises de documentos e textos. Analisando os dadosrecolhidos percebeu-se que os adolescentes surdos tinhamcomo principais atividades desenvolvidas no tempo livre:os jogos eletrônicos, a prática esportiva, estudar, assistirTV, dormir e conversar com amigos; os locais mais freqüen-tados por eles em seu tempo livre eram: as suas residências,os clubes, as praias, o shopping, as residências de amigos eos programas sociais; já as pessoas com quem eles compar-tilhavam o seu tempo livre eram: os familiares, os amigos eo(a) namorado(a). Constatou-se também que o programa deatividade física em questão contribuiu de forma efetiva nomodo que os adolescentes surdos vivenciavam o lazer, pois

aumentou os seus ciclos de amizades, como ainda as opor-tunidades de saírem juntos para passear e as suas possibili-dades em participar de festas.

Determinação de presão arterial efrequência cardiaca em

exercicios resistidos

Esteves, A.; Cora, E.C.

Escola Superior de Educação Fisica

O objetivo do presente estudo foi realizar um mapeamentodas respostas da pressão arterial e freqüência cardíaca nosdiversos exercícios de musculação, viabilizando o conheci-mento da sobrecarga cardíaca e os eventuais riscos do exer-cício resistidos para indivíduos que apresentem limitaçõesquanto às respostas cardiovasculares ao exercício. A amos-tra foi constituída por 10 voluntários do sexo masculino pra-ticante de treinamento resistido, os quais foram submetidosa 2 séries de10RM para: Costas - Puxador Horizontal Frentee Remeda Simultânea; Peito - Supino Reto e Peck-Deck;Ombro - Desenvolvimento Atrás e Elevação Lateral; Bíceps- Rosca direta e Rosca Alteres Simultânea; Tríceps – Pulleye Rosca Testa; Perna – Leg-Press e Agachamento. Após adeterminação do peso de 10RM para cada exercício, os vo-luntários realizaram as sessões para cada grupo muscularindividualmente, totalizando 6 sessões de treino. Foram rea-lizadas duas séries de cada exercício com intervalo de des-canso de 10 minutos, monitorando-se a freqüência cardíacae a pressão arterial em repouso e no momento da fase excên-trica da décima repetição. Cada repetição foi realizada numavelocidade de 4 segundos/ciclo, com 2 segundos na faseexcêntrica e 2 segundos na fase concêntrica. Os resultadosobtidos pela média do grupo indicam os exercícios que maiselevarão a PAS, PAD, e FC e considerando seus respectivosdesvio padrão: para PAS a Rosca Simultânea (150,3mm/Hg,±8,2198) e a Rosca Direta (150,2mm/Hg,±12,6033), paraPAD a Rosca Simultânea (80,8mm/Hg,±4,4422), TrícepsPulley (79,6mm/Hg,±3,8643) e a Abdução de Ombro(79,6mm/Hg,±5,6213) e para FC a Remada Simultânea (161,8bpm,±14,5592) e a Rosca Direta (155,5 bpm,±11,0816). Nos-sos resultados nos permitem concluir que as repostascronotrópicas e pressóricas agudas ao exercício resistidosão dependentes da massa muscular envolvida, do padrãode movimento executado e da posição corporal adotada.

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Resumos de Painéis

Imagem corporal de pessoas comcomprometimentos visuais:

Implicações pedagógicas

Fachin, N.G.; Nakahara, N.T.; Rodrigues, G.M.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

A imagem corporal é a forma pela qual nós observamos onosso corpo e o representamos para nós mesmos, ou seja, aimagem ou a representação mental é uma experiência subje-tiva de como nós vemos o mundo, os objetos, as situações,as pessoas e, portanto, se dá de forma mental e se apresentaatravés de processos psíquicos conscientes e inconscien-tes. Com isso, sabe-se que o conhecimento do corpo se dáem suas partes, na relação que fazemos delas com as nossaspercepções que se tornam base para as ações. Assim, a ex-periência da construção da imagem do próprio corpo comounidade, não se dá de forma estanque, pois os membros nãosão vistos como soma de partes, mas são formas integradase carregam aspectos sociais, psíquicos e fisiológicos. Comessas considerações, essa pesquisa teve como objetivo ana-lisar a imagem corporal de pessoas com deficiências visuaise monitores que participam do Projeto de Extensão em Edu-cação Física Adaptada da FEF - Mackenzie. A metodologiadesse estudo caracterizou-se como exploratória na qual uti-lizamos os pressupostos do teste da figura humana paraformulação da coleta de dados. Propusemos aos sujeitos, 7monitores e 14 pessoas com comprometimentos visuais, queelaborassem um corpo com massa e posteriormente com bar-bante e cola ou lápis, projetados sobre papel. Verificamosque os monitores apresentaram uma maior uniformidade narepresentação do corpo e detalhamento da unificação dosmembros, com descrição das roupas e expressões. Os alu-nos com deficiências visuais apresentaram desarticulaçãonas áreas corporais e falta e fragmentação de membros comrara representação de vestimentas. Observamos que as ques-tões que representam personificação e relação social evi-denciam-se nas projeções dos sujeitos videntes. Já nas pro-jeções dos deficientes visuais há uma grande relevância nosaspectos intrínsecos e psíquicos na percepção de seus cor-pos, grande apreço por algumas partes do corpo e os olhos,que ganham destaque ou são a única forma representada.Assim, verificamos que se deve atentar para emergência deum trabalho que enfatize a percepção corporal para umaampliação da unificação do corpo no espaço, a fim de favo-recer a percepção das orientações durante o processo deensino aprendizagem no projeto.

Análise espirometrica em atletas debasquetebol em cadeiras de rodas

Fenato, R.R.; Silva, A.A.C.; Coelho, E.S; Gorla, J.I.

Educação Física, Universidade Paranaense

O teste ergoespirométrico é um exame de grande aplicação,tanto para atletas como também para praticantes de ativida-de física não competitiva. Este teste possibilita determinarvariáveis respiratórias, metabólicas e cardiovasculares pelamedida das trocas gasosas pulmonares durante o exercícioe a expressão dos índices de avaliação funcional. Esse testeergoespirométrico traz na realidade, informações a respeitoda integridade de todos os sistemas envolvidos com o trans-porte de gases, não envolvendo assim, somente os ajustescardiovasculares e respiratórios. O objetivo deste estudofoi avaliar a função respiratória de portadores de deficiênciafísica praticantes de basquetebol em cadeira de rodas. Esteestudo caracterizou-se como sendo de caráter descritivo,envolvendo variáveis que procuraram identificar a funçãorespiratória em portadores de deficiência física praticantesda modalidade de basquetebol em cadeira de rodas. Foramestudados 12 sujeitos, praticantes de basquetebol em ca-deiras de rodas, com idade média de 31,08 +7,75 anos querealizaram uma avaliação da função pulmonar através daespirometria, analisando as curvas de capacidade vital for-çada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segun-do (VEF1), classificados por lesão medular, poliomielite,amputação de membro inferior, doenças degenerativas emeningomieloceli. O espirômetro utilizado foi um modeloPony Espirometer Graphic. Dos avaliados, cinco(5) indiví-duos obtiveram valores espirométricos normais (média de96,0% da CVF predita) enquanto que cinco(5) apresentaramum distúrbio restritivo leve (média de76,8% da CVF predita),um(1) sujeito apresentou distúrbio restritivo moderado (64,0% da CVF predita) e um(1) sujeito apresentou restriçãosevera( 54,0% da CVF predita). Observamos que a maioriados indivíduos apresentou valores normais e restrições le-ves para a CVF. Esses valores, provavelmente, apresenta-ram bons em função do treinamento desenvolvido pela equi-pe.

Estratificação de risco e avaliação desaúde: Uma necessidade para grupos

com pessoas especiais

Ferreira, P.L.; Coelho, V.A.C.; De Marco, M.;Tolocka, R.E.; Barion, R.; César, M.C.

Universidade Metodista de Piracicaba

Serviços de extensão à comunidade tem recebido pessoasem diferentes condições para participarem de seus progra-mas, e estas muitas vezes, não chegam com condições clíni-cas adequadas. Por isto, este estudo teve como objetivorealizar uma triagem das condições clínicas e estratificar osriscos de saúde, tanto para encaminhamentos preventivos,quanto para adequação dos programa a serem executados.Metodologia: Trata-se de um estudo com 12 mulheres entre29 e 55 anos, realizado no Centro de Qualidade de Vida CQV/UNIMEP. Foram coletados dados de saúde, através de fi-chas, avaliação antropométrica de peso e estatura para veri-

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ficação do Índice de Massa Corporal (IMC) e avaliação dopercentual de gordura por dobras cutâneas. Resultados:Foram observadas queixas de dores articulares, dispnéia edor torácica; como antecedentes pessoais foram menciona-dos hipertensão arterial, obesidade, dislipidemia, diabetes,depressão, asma, rinite alérgica e fraturas; cinco pessoasmencionaram alergia à alimentos e medicamentos; sete esta-vam em tratamento médico e oito faziam uso de medicamen-tos. Em relação ao IMC, quatro participantes foram classifi-cadas como eutróficas, duas com sobrepeso, quatro comobesidade grau 1, uma com obesidade grau 2 e uma comobesidade grau 3 .Após essa triagem, cinco pessoas foramencaminhadas para avaliação clínica, sendo que uma foisuspensa das atividades por apresentar isquemia domiocárdio e as outras duas foram classificadas como “riscoaumentado”, sendo encaminhadas para um programa de ori-entação à obesidade. Percebe-se assim, que tal avaliação foiimportante para detectar riscos de saúde, esclarecer a popu-lação, fazer encaminhamentos necessários e re-orientar oprograma, considerando que no grupo formado a maioriados participantes apresentam IMC acima do esperado, o queindicada adaptações de atividades. Sugere-se que progra-mas de atividades motoras, contribuam para a saúdepopulacional, fazendo avaliações iniciais e encaminhamen-tos necessários.

A inclusão leva a exclusão

Ferrer, S.R.; Nabeiro, M.

Unesp, Bauru

A inclusão social e principalmente a educacional, de indiví-duos portadores de necessidades especiais, é um dos as-suntos mais atuais e discutidos entre educadores. Atrelan-do-se a importância do tema, o presente trabalho teve pordeterminante analisar a relação entre o contexto inclusivoteórico e as práticas inclusivas, visando o combate a exclu-são direcionada aos portadores de necessidades especiais,como de fato vem ocorrendo, com enfoque a área educacio-nal. Sendo assim, o objetivo específico desse trabalho foiverificar e analisar qual a opinião dos Professores de Educa-ção Física quanto à inclusão de alunos com necessidadesespeciais em suas aulas. Portanto, foi elaborado um questi-onário para averiguar as opiniões a respeito da inclusãoeducacional e as reais condições para que esta ocorra, omesmo foi encaminhado às escolas e aplicado a 13 profes-sores de Educação Física, atuantes na cidade de Pedernei-ras. O contexto teórico constituiu-se da revisão de literaturade diversas obras, de vários autores que referenciam o tema.Após a coleta de dados referente à pesquisa os resultadosobtidos foram analisados e discutidos, onde foi constatadoque entre as varias dificuldades apontadas pelos professo-res a respeito da inclusão educacional, as de maior freqüên-cia são, a falta de materiais didáticos, a precariedade da for-

mação profissional e o grande número de alunos na sala deaula. Concluindo constatamos que o contexto teórico en-contrado na literatura não está presente na realidadepesquisada, existindo assim, uma realidade mais voltada paraa exclusão do que para a inclusão.

Adequações necessárias em sessõesde basquetebol adaptado

Fischer, A.L.; Zuchetto, A.T.

Universidade Federal de Santa Catarina

O objetivo deste estudo foi analisar duas aulas de basque-tebol adaptado para portadores de necessidades especiaise identificar as adequações ocorridas. Participaram destasaulas 6 sujeitos e 5 deles fizeram parte da amostra, sendo:P1- 19 anos, portador de Deficiência Mental (DM) e Síndromede Down (SD), P2- 29 anos, portador de Paralisia CerebralAtetósica com quadriparesia, P3- 20 anos, portador de DM eDistúrbio de Comportamento, P4- 17 anos, portador deSíndrome de Asperger e P5- 20 anos, portador de SD. Para acoleta e análise dos dados foram utilizadas filmagens e re-gistros cursivos. A 1ª aula durou 98 minutos, a 2ª 108 minu-tos e ambas constaram de 8 atividades que desenvolverameducativos do basquetebol, além de jogos adaptados e vol-ta a calma. Resultados: P1 necessitou de estímulos em todasas atividades e só participou de algumas delas quando con-duzido, necessitando informações e demonstrações adicio-nais devido a dificuldades de compreensão. P2 necessitouque alguém conduzisse sua cadeira e lhe entregasse bolas,além disso, adequou movimentos em uma atividade onde aoinvés de girar como os outros colegas apenas quicava abola no chão para facilitar a realização da tarefa. P3 necessi-tou apenas de algumas informações como qual tipo de pas-se deveria realizar, demonstrações de como fazer o giro, etc.,realizando de forma autônoma a maior parte do tempo. P4realizou quase todas as tarefas sem dificuldades e por contaprópria, necessitando apenas estímulos para arremessar nosarcos e demonstrações para realizar o giro em torno de si. P5necessitou apenas de incentivos (ele compreendia e realiza-va por conta própria), estímulos para arremessar, realizar ozig-zag e demonstrações de como realizar o giro. Foram pou-cas as adequações necessárias, relacionando-se a: informa-ções adicionais e demonstrações, mais tempo para realizaras tarefas e auxílio devido a dificuldades motoras. Quanto àadequação de materiais percebeu-se que o uso de balões ebolas de diferentes tamanhos facilitou a execução doseducativos e possibilitou aumentar de forma gradativa acomplexidade a tarefa.

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O processo inclusivo e a educaçãofísica na rede regular de ensino do

município de São João da Boa Vista,SP: Um estudo de caso

Florence, R.B.P; Silva, R.de F.da; Toledo, E.C. de;Seabra Junior, L.; Araújo, P.F. de; Giacomini, M.C.C.

FEF, UNICAMP

A educação inclusiva é um tema que vem despertando refle-xões e polêmicas no campo educacional. Trata-se de abraçara diversidade, pois nesta nova proposta os olhares não sãodirigidos às deficiências, mas sim ao aluno, como ser único.O presente trabalho trata-se de um estudo acerca dos cami-nhos enfrentados pelo atual processo inclusivo e suaefetivação, mediante os alunos com necessidades educaci-onais especiais presentes nas instituições escolares da redemunicipal e estadual de ensino do município de São João daBoa Vista-SP.Como recurso metodológico para esteestudo,para contemplar a prática da educação física face àinclusão escolar, foi realizada uma pesquisa qualitativa dotipo estudo de caso, com a realização de entrevistas semi-estruturadas com os professores de educaçãofísica que atu-am junto a estes alunos especiais na rede regular.Como amos-tra para a coleta de dados, delimitou-se o Ciclo I da etapa doensino fundamental de escolas do município que incorpora-ram a inclusão em seu atendimento com de alunos com ne-cessidades educacionais especiais.Concluímos que não con-seguiremos abrir as escolas às diferenças e à qualidade daeducação, onde todos devem ser bem-vindos, se não esti-vermos dispostos a repensar valores e costumes, procuran-do por uma sociedade mais justa e igualitária. A educaçãoinclusiva não é somente uma nova proposta de lei, masimpolica na mudança de atitudes: de pais, professores, alu-nos, dirigentes e comunidade. Não é nossa pretensão fe-char este assunto com este estudo, mas sim alertar os seg-mentos polít icos,educacionais e de formação deprofessores,para as ações que devam permear estes dife-rentes segmentos em função de um abraço à diversidade.Palavras-chave: 1 Inclusão. 2 Educação Física. Este artigo éparte da dissertação de Mestrado – A Educação Física naRede Pública do Município de São João da Boa Vista-SP: dodireito ao alcance - do programa de pós-graduação da Fa-culdade de Educação Física- UNICAMP.

Iniciação ao basquete e oscomportamentos sociais de

portadores de necessidades especiais

França, C. de; Carvalho, P. G.;Zuchetto, A. T.; Nasser, J. P.

AMA, CDS, UFSC

Este estudo tem como objetivo analisar o comportamentosocial de portadores de necessidades especiais em duasaulas de iniciação ao Basquete, em contexto de atividademotora adaptada. Foram observados cinco alunos, sendouma com distúrbio de comportamento (P1), um com síndromede Asperger (P2), dois com Síndrome de Down (P3 e P4) eum com paralisia cerebral do tipo atetósica sem deficiênciamental (P5). Para a coleta de dados utilizou-se o registrocursivo da filmagem da aula. Para a análise dos dados ade-quaram-se os comportamentos observados no registro cur-sivo ao Sistema de Categorias de Comportamentos Sociais,este que aborda comportamentos relacionados aos adultose aos colegas e subdividem-se em comportamentos na dire-ção e contrários aos objetivos propostos. Na análise do re-gistro cursivo foi possível observar que houve maior fre-qüência de comportamentos positivos e estes foram maisconsistentes no decorrer da segunda aula analisada. A ca-tegoria atender às solicitações do adulto foi a que teve omaior número de ocorrências por parte de todos os partici-pantes observados, ocorrendo em maior número na segundaaula observada. Destaca-se o número de ocorrências dascategorias conversar com adulto e conversar com colegas,onde foi obtido um grande número de ocorrências pelo P1,P2 e P5, havendo uma diferença discrepante em relação aosalunos com síndrome de Down nas duas aulas, que eviden-cia a maior dificuldade de linguagem dos portadores destasíndrome. Estas aulas proporcionaram a todos os partici-pantes analisados compartilharem materiais, respeitarem re-gras e brincarem. P1 destacou-se na primeira aula no com-portamento de colaborar e na segunda no solicitar. P2 sesobressaiu nos comportamentos de colaborar e ajudar cole-gas na primeira aula e mostrar assertividade na segunda. Onúmero de ocorrências da categoria solicitar e a consistên-cia do comportamento de respeitar regras foi relevante paraP5. Dos comportamentos opostos aos objetivos apenas orecusar proposta manifestou-se por todos os participantes.A categoria perturbar foi a que teve o maior número de ocor-rência para P1. Para o P2, P3, P4 e P5 foi recusar. Como nasegunda aula foi observado maior número de ocorrências decomportamentos positivos, pode-se perceber que os alunospuderam comportar-se melhor socialmente por estarem maisfamiliarizados com as atividades. Apesar da observação decomportamentos negativos, os positivos sobressaíram-seaos mesmos, verificando que a aula de iniciação ao basque-te, além de proporcionar vivências diferentes das habituais,pôde contribuir para a ocorrência de comportamentos soci-ais positivos.

Educação e reeducação motoraaquática para pessoas com deficiência

Franken, M.; Rigon, C.P.; Buske, D.; Freitas, F.C.;Borges, F.P.; Palma, L.E.

Centro de Educação Física,UFSM

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Resumos de Painéis

Objetivando desenvolver atividades aquáticas que visempromover a educação e reeducação motora de alunos comdeficiência física e múltipla, assim como, propiciar a melhoriadas funções cardio-respiratórias, promover a interação so-cial, proporcionar o desenvolvimento da auto-estima eautoconfiança dos alunos, foi que este projeto foi elabora-do. O mesmo é desenvolvido com alunos entre 12 e 48 anos,nas quintas-feiras, no horário das 16:30h às 17:30h, no Com-plexo de Piscinas Térmicas do CEFD/UFSM/RS. Inicialmen-te foi realizado um trabalho de adaptação ao meio líquidocom os participantes, objetivando conhecer as suasvivências. Posteriormente, foram desenvolvidas atividadesvisando conhecer suas especificidades, necessidades indi-viduais e independência no meio líquido, para posteriormen-te embasar a construção do planejamento das atividades/aulas. A metodologia de trabalho utilizada é de dois profes-sores/monitores para cada aluno em função das necessida-des individuais apresentadas pelos mesmos. Como avalia-ção, elabora-se um Parecer Descritivo sobre a aula e o de-senvolvimento do aluno que é anexado a sua ficha para odirecionamento e acompanhamento das próximas aulas. Con-tudo, e tendo em vista que o projeto foi iniciado neste ano etendo sua conclusão prevista para o mês de dezembro, des-tacam-se alguns resultados já observados, como: melhoriasnas funções cardio-respiratórias, interação social de aluno/aluno e aluno/professor e o destaque para o aumento daauto-estima autoconfiança refletindo sua qualidade de vida.

Discursos da mídia & campeonatos dedança esportiva em cadeira de rodas

Freitas, M.C.R.; Tolocka, R.E.

NUPEM, UNIMEP, Piracicaba

A Dança Esportiva em Cadeira de Rodas é uma modalidadeque foi estabelecida a partir de 1989, pela Organização Es-portiva Internacional para Deficientes (ISOD). O primeirocampeonato brasileiro ocorreu em Campinas, em 2002. Atra-vés da dança, buscam-se mudanças sociais, apresentando ocorpo deficiente, bem como mostrando suas capacidades eseus sentimentos perante uma sociedade que os olha comum sentimento de pena, diferenciando-os devido aos pa-drões sociais e estéticos. Desde o primeiro campeonato bra-sileiro, este esporte contou com a presença da mídia, sendonecessário analisar qual o discurso que tem sido veiculado,uma vez que a mídia é importante canal para formação deopiniões. Foi utilizada a técnica de análise do discurso, pro-posta por Orlandi (1999), verificando-se os discursos namídia televisiva e de imprensa, veiculados durante os trêscampeonatos brasileiros e o campeonato paulista, de formaa analisar não o ideológico explícito no texto, mas a maneiracomo o dito se significa, e a historicidade deste significar.Resultados: no discurso da mídia sobre a DECR, encontram-se informações sobre este esporte, narrativas sobre comoas deficiências foram adquiridas e uma preocupação de mos-

trar que a dança é uma atividade nova que possibilita umainteração do deficiente na sociedade. Observa-se a inten-ção de destacar que o fato de dançar é uma maneira de supe-rar limites não só fisiológicos, mas sociais, sendo de certaforma uma novidade também para o mundo televisivo. Nota-se que as entrevistas enfocam a imagem de usuários de ca-deira de rodas, explorando as emoções que podem ser cap-tadas através de imagens e falas, que são montadas de for-ma a dar a conotação de que assistir àqueles movimentos eimagens é muito emocionante, dando a entender que quemassiste também sente uma emoção, por sua vez essa emoçãoseria demonstrada nas imagens de forma a comover ostelespectadores de que este é um fato novo e surpreenden-te. Esta surpresa esta relacionada ao preconceito existentena sociedade, que está presente também na maneira como asreportagens são montadas, apresentando espanto com aspossibilidades motoras mostradas pelos dançarinos. Emcontraste com o espanto do repórter, os dançarinos mos-tram que a deficiência não é o limite das pessoas e que hámuita coisa para se fazer fora de casa. Conclui-se que a dan-ça esportiva em cadeira de rodas mostra-se através da mídiacomo um contexto novo e de surpresa, pois a mesma aindasofre os “preconceitos” existentes na sociedade, porém podeser parceira na luta pela mudança sobre o olhar dado àspessoas com deficiência e em particular ao significado deuma cadeira de rodas, passando da imobilidade à possibili-dade de expressão artística e participação ativa na socieda-de.

Idoso asmático e atividade física:Relato de caso

Freitas, S.L.; Magalhães, R.X.; Villa, F.; Teixeira, L.

Escola de Educação Física e Esportes, USP

Introdução: Biologicamente, o envelhecimento é entendidocomo um processo múltiplo e complexo de mudanças ao lon-go do curso da vida, com incrementos, reduções e reorgani-zações de caráter estrutural e funcional. Já com relação àfunção pulmonar, há diminuição de 40-50% da capacidadevital e aumento de 30-50% do volume residual respiratório.A asma pode iniciar em qualquer idade e a sua prevalênciaem idosos não é muito diferente daquela nos grupos de me-nor idade. Ela não parece aumentar o risco de morte do ido-so quando corretamente tratada, o que possibilita ao asmá-tico da terceira idade ter uma vida ativa e plena. Muitosestudos mostram que a asma vem sendo subdiagnosticadae conseqüentemente subtratada na população idosa, poismuitas vezes ela é encoberta por outros problemas de saúdecomo doenças do coração e enfisema. Nesse grupo etário,os principais agentes desencadeantes são as viroses respi-ratórias, os irritantes e alguns medicamentos freqüentementeprescritos para doenças concomitantes. Objetivo: Verificaros efeitos de um programa regular de atividade física adap-tada a uma idosa asmática. Métodos: A participante tinha 78

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anos, sendo asmática desde a fase adulta. A aula era com-posta de aquecimento, avaliação do pico de fluxo expiratórioe do desconforto respiratório, exercícios aeróbios e de for-talecimento muscular, exercícios respiratórios e natação. Oprograma era realizado duas vezes por semana, com duraçãode 1h30 cada sessão. Conclusão: Um programa de ativida-des físicas para idosos é extremamente importante na medi-da em que vise atenuar a velocidade do declínio das capaci-dades funcionais, assim como promover a interação e o con-vívio entre os próprios idosos e com a sociedade, o querefletirá em melhoras do seu auto-conceito, auto-estima emelhora da qualidade de vida.

O jogo em crianças autistas: Umestudo de caso

Fumes, N. L. F; Lima, T. B. B.

Universidade Federal de Alagoas

A presente pesquisa teve como objetivo identificar as for-mas de jogos vivenciadas pelas crianças autistas em suasvidas diárias e analisar a contribuição do Projeto Brincarpara a aquisição de novos jogos. Tratou-se de um estudo decaso, de natureza qualitativa, em que tomaram parte 6 crian-ças participantes de um programa educativo especializadoda cidade de Maceió, sendo 5 meninos e 1 menina, com ida-des compreendidas entre 5 e 12 anos, bem como os seuspais, familiares ou responsáveis legais. O instrumento utili-zado para a coleta de dados foi a entrevista semi-estruturada.Os resultados mostraram que os principais jogos realizadospor estas crianças eram os com bola e os no meio líquido,destacando que as mesmas tinham muitas dificuldades emparticipar nestas atividades, passando pouco tempo envol-vidos com as mesmas. A análise do nível de interação dosprincipais jogos realizados por estas crianças no seu dia adia indicou que estes eram sobretudo os de nível autistícose os exploratórios, de acordo com escala de Sherrill (1998).No que diz respeito à contribuição do programa de ativida-des recreativas, este não foi tão enfatizado pelas famílias.Assim, conclui-se que para um programa do gênero alcançaros resultados almejados é necessário haver um trabalho con-junto entre família e escola, o que não foi possível realizarpelo Projeto Desenvolver.

Atividades motoras inclusivas: Umaexperiência com portadores desindrome de Down no centro dequalidade de vida da UNIMEP

Gaio, R.1; Porto, E.2; Cabral, E.2; Terezani, O.2

UNIMEP e PUC DE CAMPINAS1; UNIMEP2

Introdução Esse relato de experiência tem como objetivo

apresentar as ações realizadas durante o período de um anojunto ao projeto intitulado PROPOSTA DE ATIVIDADESMOTORAS INCLUSIVAS: UMA EXPERIÊNCIA NO CEN-TRO DE QUALIDADE DE VIDA DA UNIMEP, tendo a prá-tica esportiva como instrumento pedagógico para interven-ção, sendo o Portador de Sindrome de Down atendido juntoas demais crianças que freqüentam o Centro de Qualidadede Vida (CQV) da UNIMEP, numa perspectiva inclusiva.Objetivos Esse artigo, fruto das reflexões ocorridas ao lon-go do desenvolvimento do projeto já mencionado, frente aocotidiano de atividades motoras junto ao CQV, atingiu asseguintes metas: - Promoveu a intervenção junto à comuni-dade que freqüenta o CQV, na faixa etária de 7 a 12, numaperspectiva inclusiva, atendendo em especial os Portadoresde Síndrome de Down; - Possibilitou a pesquisa sobre práti-ca de atividades motoras e esportivas de Portadores deSíndrome de Down, numa perspectiva inclusiva, num traba-lho conjunto da Educação Física e Psicologia. Considera-ções Finais Que possamos sempre entender a relação deigualdade e diferença em aulas de Educação Física, isto é,igualdade como ponto de partida, como direito de participa-ção de todas as crianças em atividades motoras e, diferençacomo presença contínua no processo de ensino-aprendiza-gem dos movimentos. Ao final do trabalho podemos con-cluir que atividades motoras de inclusivas tentem a benefi-ciar todas as crianças, pois os valores presentes nas aulassão absorvidos por todas as crianças o que nos leva a acre-ditar numa sociedade mais justa e digna, do ponto de vistada igualdade social. Bibliografia GAIO, R.; MENEGHETTI,R. (organizadoras) Caminhos Pedagógicos da Educação Es-pecial. Petrópolis, Editora Vozes, 2004. MANTOAN, M.T.E.Inclusão Escolar: o que é? por quê? Como fazer? 3ª edição,São Paulo, Editora Moderna, 2003.

O esporte performance e acontribuição para a inclusão

Garcia, V.D.G.; Vitório, R.V.; Nabeiro, M.N.

Depto de Educação Física,Unesp, Bauru

O fato das pessoas com deficiências físicas não produziremna mesma velocidade que a sociedade exige, muitas vezespor razões físicas incapacitantes, são vitimas do preconcei-to que é fruto da ignorância de uma sociedade que, atravésde estereótipos, as rotulam incapazes. Dentro desse contex-to, a sociedade e até mesmo a pessoa com deficiência física,acabam limitando suas potencialidades e atuação social. Noentanto, o esporte vem sendo utilizado como uma medida derompimento deste paradigma, onde através de suas três di-mensões, que são: Esporte – educação, Esporte – participa-ção e Esporte – performance, desempenham um papel deci-sivo e provedor da inclusão. O presente trabalho objetivarelacionar exclusivamente o Esporte – performance com ainclusão e a melhora da qualidade de vida de seus pratican-tes. Foram entrevistados 7 indivíduos com idades entre 27 e

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Resumos de Painéis

38 anos, praticantes das modalidades natação, tênis de mesa,halterofilismo e atletismo, que disputaram os Jogosparadesportivos na cidade de Bauru, no ano de 2003. Elesresponderam a duas questões estruturadas e abertas: 1.Como você caracteriza a importância da prática de esportena sua vida? 2. Quais as experiências e/ou vivências a práti-ca de atividades esportivas lhe proporcionou? De acordocom as respostas dos entrevistados, na questão 1 obtive-mos como fator mais importante a melhora física (3), eleva-ção da auto-estima (3), ampliação das amizades (1) e partici-pação em campeonatos (2); Já na questão número 2, todosos entrevistados citaram a melhora física e psicológica comoo fator preponderante nas práticas esportivas, o que os im-pulsionaram a prosseguirem e incorporarem-nas em suasvidas. Analisando o exposto acima, podemos concluir que oesporte-performance contribuiu de maneira positiva na vidadesses indivíduos, onde notaram grande melhora no desem-penho físico, devido ao treinamento, melhora da auto-esti-ma, bem como aumento das amizades e possibilidade de com-petir em diversas cidades, sentindo-se privilegiados porpoderem usufruir a nova realidade em que se encontram, ouseja, passaram de incapazes para esportistas.

Elementos rítmicos e expressivos dadança para sujeitos comnecessidades especiais

Gobbi, M.; Tremea, V.S.

FSG

Durante as últimas décadas se enfatiza cada vez mais pro-gramas voltados para crianças com necessidades especiais,dentre esses, atividades da cultura corporal que possibili-tam a cada indivíduo construir para si uma imagem de corpoa partir da sua experiência pessoal. O objetivo desse traba-lho foi desenvolver um programa de intervenção, buscandofavorecer a consciência corporal de uma criança com neces-sidade especial mediante a prática de atividades rítmico-ex-pressivas. A criança, sujeito do estudo, é uma menina de 7anos de idade, com paralisia cerebral. Como instrumentospara a coleta de dados foram utilizados: entrevistas semi-estruturadas, aplicadas aos pais da criança e professora,bem como, filmagem e diário de campo, para anotações dasobservações. As intervenções tiveram seu início a partir demaio de 2005, uma vez por semana, durante 1h30min paracada uma das 30 sessões. Durante as sessões foram estimu-ladas as noções de imagem corporal, esquema corporal, ori-entação espacial e temporal, através de atividades expressi-vo-criativas, utilizando-se de músicas e diversos materiais.Realizar as atividades expressivo-criativas não se resumesimplesmente na aquisição de habilidades, mas também con-tribuem para o aprimoramento dos padrões de movimento ehabilidades básicas do sujeito, além da estimulação de suaspotencialidades e sua relação consigo e com o mundo. Atra-vés da expressão corporal, empregando os mais variados

recursos que a dança e seus elementos podem oferecer, foipossível perceber que apesar das limitações da criança, amesma demonstrou que tem potencialidades: seu corpo,quando envolvido com a música e com os movimentos, tor-nou-se mais confiante, evidenciando a superação de limitese a busca pela autonomia. Sua disposição para se engajar epersistir na prática das atividades, possivelmente condissecom as manifestações do ambiente e da aprendizagem medi-ada, refletindo em recursos positivos para sua atuação nes-sas tarefas. Assim sendo, ressalta-se que não é um proces-so rápido de mudanças para o desenvolvimento, mas possí-vel, sendo que o desenvolvimento da criança depende dasrelações estabelecidas com as pessoas que também estãoengajadas no processo e os ambientes significativos quecompõe seu mundo.

As formas de comunicação e oprocesso de inclusão de alunos comnecessidades educacionais especiaisem aulas de educação física escolar

Gulart, L.F.A.; Palma, L.E.

Universidade Federal de Santa Maria

O estudo objetivou analisar as formas de comunicação dealunos com necessidades educacionais especiais (NEEs),colegas e professor, e a contribuição destas para o processode inclusão em aulas de Educação Física de uma Escola Es-tadual de Ensino Básico do município de Santa Maria/RS. Aamostra foi composta por uma turma de 2ª série com 26 alu-nos, tendo uma aluna com NEEs (paralisia cerebral); e umada 4ª série com 27 alunos, com um aluno com NEEs (defici-ência mental); e a professora de Educação Física. Utilizou-se como metodologia: Filmagens de 05 aulas de cada turma,para verificar as formas de comunicação estabelecidas entreprofessor, alunos com NEEs e colegas e o Processo de In-clusão. Os dados foram transcritos para uma Ficha de Aná-lise das Aulas para as Formas de Comunicação e para umade Análise do Processo de Inclusão. Observou-se: a) A alu-na com NEEs da 2ª série, participou poucas vezes das ativi-dades nas aulas, interagindo menos e, com isso, poucas fo-ram as oportunidades de trocas, de interação e formas decomunicação surgidas, comprometendo o Processo de In-clusão. b) O aluno com NEEs, da 4ª série interagiu de formasatisfatória, havendo trocas entre colegas e professora e osurgimento de formas de comunicação, auxiliando o Proces-so de Inclusão. Infere-se que a comunicação é importante enecessária para o processo de inclusão, pois, só por meiodela, professor e alunos conseguem interagir de várias for-mas. Portanto a comunicação contribui para que o Processode Inclusão ocorra nas aulas, através de um bom planeja-mento do professor, que necessita estar preparado; da ela-boração de estratégias para alcançar os objetivos propos-tos; a criação de adaptações necessárias à participação dosalunos com NEEs, propiciando a interação de alunos e pro-

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fessor, através de trocas de experiências, que se dão unica-mente pela comunicação. Sendo assim, é necessário que oprofessor, utilize várias formas de comunicação, para que osalunos com NEEs consigam entendê-lo, realizando de formaprazerosa o que está sendo solicitado, auxiliando em suaefetiva participação nas aulas e no bom relacionamento comcolegas e professor.

A história do “futebol de cinco” noBrasil e no mundo

Itani, D. E.; Morato, M. P.; Almeida, J. J.

Faculdade de Educação Física,Unicamp

O presente trabalho objetiva relatar o processo histórico dofutebol praticado pelas pessoas deficientes visuais, deno-minado Futebol de Cinco, através da pesquisa bibliográfica,da pesquisa documental dos arquivos da Associação Brasi-leira de Desportos para Cegos (ABDC), somadas as obser-vações do Grupo de Estudo e Pesquisa em Atividade MotoraAdaptada (GEPEAMA) da Faculdade de Educação física daUNICAMP e as nossas participações nos eventos organiza-dos pelas entidades responsáveis pelo futebol para defici-entes visuais no Brasil. Discutimos brevemente as altera-ções existentes desta prática desportiva em discussão, pon-tuando as mudanças ocorridas para a concretização do jogopela população deficiente visual, em especifico, os cegostotais (categoria B1). Organizamos cronologicamente as da-tas importantes para o desenvolvimento desta modalidadeesportiva no Brasil e no Mundo. Discutimos as duas déca-das de existência da ABDC, esta demonstrando com os seustrabalhos, um quadro positivo no processo histórico do fu-tebol de cinco. Ordenamos materiais que estimularam a re-flexão da atual situação do futebol de cinco no Brasil e asperspectivas quanto ao crescimento qualitativo e quantita-tivo no âmbito nacional e internacional. Ao constatarmos onúmero de entidades que participam em campeonatos orga-nizados pela ABDC, no decorrer dos anos, percebemos oaumento considerável de pessoas deficientes visuais prati-cando futebol no Brasil. As conquistas da equipe brasileirade “futebol de cinco” para cegos, mais especificamente dobi-campeonato mundial, do tri-campeonato da Copa Améri-ca sob a responsabilidade da Internacional Blind SportFederation (IBSA) e recentemente a conquista dos JogosParaolimpicos de Athenas, revelam ao Brasil a condição deuma potência internacional nesta modalidade. Faz-se neces-sário registrar que o desenvolvimento da prática do futebolpela população deficiente visual tem-se restringido a cate-goria B1, de cegos totais, visto a viabilização dos inúmeroscampeonatos internacionais e da inclusão desta modalidadenas Paraolímpiadas. Percebemos, enfim, a carência de regis-tros que acompanhem, de maneira sistemática, o desenvol-vimento e conquistas desta modalidade tão presente na cul-tura do nosso país e, portanto, passível de atenções peda-gógicas-acadêmicas.

Natação no desenvolvimento decrianças com paralisia cerebral

Laranjeira, A.L.G.

Universidade Municipal de São Caetano do Sul, IMES

O desenvolvimento da criança portadora de Paralisia Cere-bral é comprometido devido às desordens causadas por umalesão no Sistema Nervoso Central. Este comprometimentoresulta no retardo da aquisição de habilidades cognitivas,afetivas e motoras. Estudos sobre atividades físicas adapta-das para crianças portadoras de necessidade especiais sur-gem a cada dia, pois se constatou que elas são uma boamaneira de intensificar o desenvolvimento dessas crianças.Uma das atividades físicas mais indicadas para o PC é anatação, por proporcionar ao portador de Paralisia Cerebralmuitos benefícios. A questão que surgiu a partir destes es-tudos foi se a natação poderia auxiliar as crianças com Para-lisia Cerebral a se desenvolverem integralmente. Desta for-ma, o objetivo do estudo foi observar aulas de natação paracrianças com paralisia cerebral, identificando mudanças nodesenvolvimento cognitivo, afetivo e motor. Participaramdeste estudo 5 crianças com Paralisia Cerebral, com idadesentre 5 e 10 anos. As aulas ocorreram numa escola na cidadede São Caetano do Sul que visa a educação de surdos, para-lisados cerebrais, surdos-cegos e autistas. As crianças ti-nham aulas de natação uma vez por semana, com uma pro-fessora de educação física. No total foram observadas 10aulas durante 3 meses. Foram verificadas característicasmotoras dos alunos, como a movimentação de pés e de bra-ços, características cognitivas, como o poder de raciocínioe concentração e características afetivas, como expressõesfaciais e a relação com a professora. O que se observouforam alterações em aspectos cognitivos, tais como umamelhora no poder de concentração e raciocínio das crian-ças. Em relação aos aspectos afetivos a relação com a pro-fessora também apresentou diferenças significativas, poisforam observadas atitudes de segurança em relação a ela. János aspectos motores, foram observados poucos ganhos.Isto pode ser explicado pelo número pequeno de aulas ob-servadas e também pelo fato das crianças apresentarem umgrave comprometimento. Portanto, a natação parece ser ummeio muito interessante para auxiliar o desenvolvimento decrianças com Paralisia Cerebral em relação a seus aspectoscognitivos e afetivos, além de motores.

Atividade física quebrando abarreira da surdez

Leal, J.; Farias, Á.L.P.; Melo, S.W.M.; Maia, D.F.

Depto. de Educação Física,UEPB, CAMPUS I

Através da atividade física o deficiente auditivo procura umaconscientização corporal e uma maior participação na comu-

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nidade, o surdo é capaz de exercer as suas tarefas da mesmamaneira que um ouvinte. Por isso é importante que os de-mais profissionais envolvidos na educação de surdos te-nham consciência das diferenças culturais existentes nacomunidade ouvinte e na comunidade surda, às quais apre-sentam características bem distintas, tais como a comunica-ção através da língua brasileira de sinais (LIBRAS).O conta-to das pessoas com deficiência e os esportes trazem para asociedade um novo enfoque sobre o processo de inserção.A prática de atividade física e os esportes são grandes ins-trumentos de reabilitação e de habilitação e tem propiciadoa inserção e valorização dessas pessoas na sociedade, poisnão coloca o deficiente em condição incapaz. A prática es-portiva ressalta as potencialidades e traz na medida em queestas pessoas são mais aceitas, uma melhora na sua auto-estima e na qualidade de vida. Este trabalho tem como obje-tivo investigar a contribuição da prática de Educação Físicana formação esportiva do surdo. Este estudo foi realizadona Escola Estadual de Audiocomunicação em Campina Gran-de-PB. O objetivo desse projeto foi investigar a contribui-ção da prática de educação Física na formação esportiva dosurdo enquanto cidadão. A metodologia teve um caráterdescritivo com as ações propostas neste projeto tendo comofinalidade minimizar as diferenças individuais, a falta demotivação e a exclusão. Para este estudo, foram seleciona-dos alunos das séries do ensino-fundamental II do turno damanha, foram realizadas atividades físicas direcionadas parao atletismo. Os resultados demonstraram que a grande mai-oria dos envolvidos tem boa disposição na presença do aque-cimento, revelou satisfação e conscientização ao participa-rem dos momentos de ginástica coletiva, no sentido de alivi-arem as tensões da sala de aula e descobriram a sua impor-tância através da prática da atividade física. As alunas de-clararam que o aquecimento esportivo geral fez nascer-lhesmais disposição para executarem os fundamentos do espor-te. A educação física tem permitido o conhecimento do modode viver do surdo, apontando novas possibilidades para avida e tornando as expectativas mais reais.

Comparação da força muscular dosmembros inferiores em idosaspraticantes de musculação do

projeto AFRID

Leite, G.F.; Coelho, F.G.M.; Maria, J.B.L.; Santos,J.A.; Martins, M.A.; Araújo, G.C.

Universidade Federal de Uberlândia, UFU

Introdução: O envelhecimento está associado a uma perdada massa muscular. O exercício físico, mais especificamente,o treinamento resistido regular pode aumentar essa forçanos idosos, entretanto, não consegue eliminar completamen-te o acelerado declínio das capacidades físicas inerentes aoprocesso. Objetivo: Comparar a força muscular de membrosinferiores de idosas praticantes de musculação – um grupo

de iniciantes (grupo I) e um grupo de praticantes há mais deum ano (grupo II). Método: A pesquisa foi realizada comidosas praticantes de musculação do Projeto AFRID, na Fa-culdade de educação Física da UFU. A amostra foi compostapor 16 idosas, sendo 8 idosas para cada grupo, com idadevariando entre 51 a 77 anos. Os sujeitos da pesquisa prati-cavam exercícios físicos regulares, ou seja, 3x/semana comdurante 1 hora cada sessão. O pós-teste foi realizado 16semanas após o pré-teste. Os instrumentos de coleta utiliza-dos foram o teste de levantar e sentar da cadeira em 30 seg.protocolado por Rikli e Jones (1999) e o teste de subir esca-das por Matsudo (2000). Para a análise dos dados, foramrealizadas as comparações da média entre os dois grupos eutilizou o teste t de Student para amostras dependentes, emnível de significância de p< 0,05. Resultados: Os resultadosmostraram que os dois grupos não obtiveram significânciaestatisticamente comprovada tanto na média quanto no tes-te t de student. No entanto, podê-se verificar que o grupodas idosas iniciantes apresentou um maior rendimento com-parado ao outro grupo. Conclusão: Diante dos resultados, eainda, de acordo com a literatura, pôde-se concluir que amusculação é uma modalidade de exercícios físicos que pro-porciona inúmeros benefícios para os que dela fazem uso. Ogrupo de idosas iniciantes (grupo I) apresentou maior gan-ho de força comparado ao grupo que pratica a musculaçãohá mais de um ano (grupo II). Os dados coletados confir-mam o que vem sendo apontado por estudiosos da área.

A musculação e a natação como formade reabilitação muscular

Leite, G.F.; Coelho, F.G.M.; Maria, J.B.L.; Santos,J.A.; Martins, M.A.; Borges, L.J.

Universidade Federal de Uberlândia,UFU

O portador de deficiência física tem poucas oportunidadesde se movimentar, jogar ou praticar esportes, seja em umaescola ou fora dela. As experiências motoras dos deficientesfísicos poderão ser ampliadas através de conhecimentos denovas possibilidades de movimentos, novos jogos adapta-dos às suas limitações e potencialidades. A Faculdade deEducação Física - UFU possui a disciplina Educação Físicae Esportes Adaptados que proporciona desenvolvimentode atividades esportivas para deficientes. O objetivo do es-tudo foi aprimorar as qualidades físicas, resistência e força,e desenvolver as habilidades físicas, equilíbrio e coordena-ção, do aluno. Metodologia: O aluno H.L., 30 anos, portadorda deficiência física, (traumatismo Cervico-Medular), apre-senta dificuldades de comunicação e locomoção, (locomoveapenas com cadeira de rodas). As atividades desenvolvidasforam a musculação com trabalhos envolvendo levantamen-to de peso tanto para membros inferiores, quanto para supe-riores e atividades na piscina como: natação (estilo crawl ecosta) e andar na piscina de uma borda a outra, todas comauxilio do macarrão. As atividades foram realizadas duas

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vezes por semana, com aulas de 50 minutos, durante trêsmeses. Os resultados indicaram que na musculação houveum aumento de 25% de força muscular nos membros inferio-res e 42% nos membros superiores. Com relação aos traba-lhos realizados na piscina, o aluno melhorou sua resistênciacom a natação e quanto a locomoção dentro da água eleconseguiu andar sem o auxílio do macarrão. Pode-se con-cluir que as atividades propostas durante a disciplina per-mitiram um melhora significativa no condicionamento físicoe nas habilidades físicas do aluno.

Capoeira: Arte, cultura, inclusão

Lemos, A.P.

INTRODUÇÃO: O prazer de gingar o corpo no espaço tra-duzindo a alegria que experimentamos quando desafiamosas possibilidades corporais revela na capoeira a arte de umaexpressão corporal envolta por traços culturais de ritmos,sons e movimentos. A capoeira embala em sua cultura asraízes e crenças de um povo, mas também é uma históriacontada a partir do corpo despertando sentidos corporaiscomo: coordenação; leveza; equilíbrio; força; flexibilidade.Assim podemos dizer que o trabalho corporal na capoeiraestá associado a uma integração cognitiva, motora e psíqui-ca a permear o processo de aprendizagem do aluno. Pensa-mos que a capoeira oferece um excelente meio para o desen-volvimento das habilidades corporais, o que leva a propos-ta de uma capoeira adaptada para portadores de necessida-des especiais onde podemos incluir um grupo de alunossignificativamente heterogêneos em suas condiçõespsicomotora. OBJETIVO: A proposta consiste em uma ca-poeira preocupada com a diversidade das possibilidades cor-porais e que proporcione ao aluno deficiente uma consciên-cia corporal para além dos aspectos motores,redimensionando a sua auto-estima com a conquista dosmovimentos até então inexistentes. A capoeira como inclu-são parte do princípio de caminhar com as capacidades pre-sentes, experimentando o corpo a cada nova experiência noespaço e em movimento. METODOLOGIA: O trabalho dacapoeira com pessoas portadoras de necessidades especi-ais acontece em Araraquara há três anos e vem sendo de-senvolvido na Apae com 50 alunos portadores de deficiên-cia: física, sensorial e mental, com idade entre 15 e 30 anos.Os treinos são realizados na APAE três vezes por semanacom duração de 1 hora. RESULTADOS: Os resultados destetrabalho demonstram a melhora do desempenho e da resis-tência física do grupo, podemos observar que o aluno ga-nha para as suas atividades diárias uma maior facilitação domovimento que lhe permite uma liberdade muscuoloes-quelética e postural diferenciada para a conquista de novosmovimentos no espaço dando assim independência motorapara as tarefas diárias. CONCLUSÃO: O grupo conquista odireito à diferença e cresce com o auxílio e cooperação mú-tua, em uma relação de fraternidade, disciplina, determina-ção e liberdade.

Os discursos do corpo na vivência dojogo: Uma reflexão sobre inclusão,

escola e educação física

Lemos, E.M.B.C.; Lima, R.A.

Grupo de Pesquisa Cor, DEF, UEPB

Os discursos sobre o Corpo, na escola, retratam a necessi-dade de uma ação pedagógica que exercite o diálogo entre aigualdade e a diferença, a singularidade e a pluralidade (COS-TA, 2004; SOUZA, 1999). O objetivo do estudo é descrevere apresentar possibilidades de ensino – aprendizagem doJogo, considerando a singularidade e a pluralidade dos Cor-pos a partir de uma experiência pedagógica. O estudo é denatureza qualitativa e caracteriza-se como uma pesquisadescritiva. O grupo investigado foi constituído por uma tur-ma de alunos (as) que concentra crianças da Escola NúcleoEducacional Infantil da 1ª à 4ª séries, e a aluna – mestre /pesquisadora em Educação Física. O instrumento de coletade dados foi o caderno de bordo que apresenta os registrosde aulas, anexando os respectivos planos. A partir da expe-riência pedagógica, identificaram-se os seguintes resulta-dos: 1) A escola pode tornar-se um espaço de inclusão soci-al por abrigar diversos saberes e experiências que podemser revelados na vivência com o Jogo nas aulas de Educa-ção Física; 2) O Jogo é um instrumento de grande importân-cia no exercício da inclusão, pois permite à criança explorarsua criatividade, dentro de suas possibilidades e limitações,além de lhe permitir condições de intervir na construção desi e do outro; 3) Na prática da inclusão os alunos aprendemuns com os outros e ambos vão se modificando, mas paratal, é necessário não só adaptar o portador de necessidadesespeciais, como também todos os outros alunos que convi-vem com ele. Visto que conviver “é respeitar a singularidadeno tornar-se diferente um corpo do outro, pois as experiên-cias de cada um são únicas e individuais porque fazem partede uma história particular e, ao mesmo tempo, são múltiplase coletivas porque elas são construídas na presença do ou-tro” (COSTA, 2004, p. 95).

Vida e obra de artistas brasileiros

Lima, A.B.; Valarini, D.

PUC Campinas

O projeto “Vida e Obra de Artistas Brasileiros” tem comoobjetivo o conhecimento da vida e obras dos artistas esco-lhidos a cada semestre por apresentar uma aproximação como histórico de vida dos nossos alunos. Esse projeto vemsendo desenvolvido ha três anos com jovens e adultos doInstituto Pedagógico Terapêutico Profº Norberto de SouzaPinto, que freqüentam o Centro Interdisciplinar de Atençãoao Deficiente–CIAD–PUC-Campinas sob a coordenação daProfª Adriana Bittencourt de Lima. Pensamos que a arte pro-

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picia a interação social, pois através das linguagens artísti-cas, seus conceitos, seus materiais específicos e sua dinâ-mica, podemos trabalhar também a observação, a concentra-ção, o pensamento abstrato, a comunicação verbal e nãoverbal, facilitando e mediando o seu fazer artístico, suashistórias e o seu cotidiano, estimulando/instigando para queo atendido tenha subsídios para refazer o seu interior e secomunicar melhor com o outro, desenvolvendo o seu pen-samento criativo e abstrato. O projeto visa, também explorare facilitar a expressão de seus anseios, de conhecer e parti-cipar de outros ambientes artísticos que facilite o seu apren-dizado adequando as atividades às necessidades individu-ais. O projeto trás, para os estagiários, momentos de discus-sões e atualização teórica de artes e da deficiência mental,bem como técnicas e conhecimento dos materiais específi-cos que possibilitem a sua melhor atuação junto aos alunose momentos de pesquisa e reflexão de assuntos pertinentesao nosso dia a dia. É realizada duas reuniões a cada encon-tro, uma antes da chegada dos atendidos e a segunda apóso atendimento, para sanar duvidas, esclarecer procedimen-tos, repassar algumas informações, acompanhar o desen-volvimento dos alunos e para avaliação do projeto. Obser-vamos que a maioria dos alunos tem alcançado os objetivosestabelecidos do conhecimento de artes e também têm serelacionado melhor, bem como tem desenvolvido o seu pen-samento abstrato e começam a usar a criatividade de manei-ra efetiva.

Comportamento adaptativo e aprática do remo: Um estudo de casocom pessoa com síndrome de Down

Lima, J.P.S.; Rodrigues, G.M.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

A busca por respostas que melhorem o rendimento e adap-tação de pessoas com deficiências na prática dos esportesadaptados vem direcionando várias pesquisas. É sabido queo comportamento do individuo com deficiência, não é sóindividual, mas também contextual. Assim, o comportamen-to adaptativo, surge como um papel determinante no senti-do de identificar áreas fortes e fracas de pessoas com com-prometimento para um melhor ajustamento pessoal e socialno ambiente onde está inserido. Considerando as áreas decomportamentos adaptativos e visualizando o esporte comoum fenômeno social que delineia o comportamento de umasociedade, verificamos que uma das modalidades que come-ça a ser praticado por pessoas com deficiências mentais é oremo. O remo é uma atividade em que a propulsão do barcodepende de um conjunto de alavancas promovidas pelainteração do remador e barco e remete o praticante a umaatenção constante para direcionamento do barco e execu-ção das remadas. Assim, há necessidade de autonomia etambém socialização com os outros praticantes e ambiente.Neste sentido, esse estudo de caso teve como objetivo ave-

riguar qual a contribuição do remo no comportamentoadaptativo de uma pessoa com síndrome de Down. Para isso,utilizamos a observação assistemática nos procedimentosusuais da prática do remo, que foram: uso de um simuladordo movimento da remada, barco coletivos e individuais, come sem bóia. Participou desse estudo um indivíduo comsíndrome de Down com idade de 22 anos. Pudemos verificarnas relações interpessoais e pelos diferentes papéis assu-midos no processo de desenvolvimento para a prática doremo, que o pesquisado apresentou comportamentos autô-nomos na execução das tarefas o que possibilitou a praticado esporte sem ressalvas quanto ao atendimento às normasde segurança e deslocamento com o barco individual. Foipossível perceber que o remo pode potencializar a autono-mia de uma pessoa com comprometimento mental, pois re-quer a atenção focada e a execução responsável para quepossa haver uma prática segura. Assim, o remo pode serconsiderado um esporte instigador da autonomia.

Ballet clássico: Umaproposta inclusiva

Lima, S.M.T.; Martineli, T.A.P.; Sampaio, A.M.

Depto de Educação Física, UEM

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN9394/96) delega à família, à escola e à sociedade o compro-misso para a efetivação de uma proposta de escola para to-dos. No contexto histórico atual, pautado no modo de pro-dução capitalista, a inclusão é um desafio principalmente emmeio escolar, visto que, pessoas com deficiência tiveram in-corporado a sua imagem uma idéia de improdutividade e in-capacidade. Mesmo com os grandes avanços e descobertasem relação a deficiência, a inclusão social e sua recente pro-posição ainda apresentam algumas dificuldades para umaefetiva intervenção. Neste contexto, temos por objetivo so-cializar a experiência em desenvolvimento na Educação Físi-ca escolar extra curricular, por meio do conteúdo dança, es-pecificamente o Ballet Clássico, na perspectiva da educaçãoinclusiva. A pesquisa é descritiva de caráter experimental econta com a participação de quatorze alunos com idade mé-dia de cinco anos sendo que, um deles, com dez anos, tem aSíndrome de Down. As aulas têm a duração de cinqüentaminutos e vem acontecendo uma vez por semana em umaescola de educação infantil desde o mês de março do cor-rente ano. Foram realizadas observações sistemáticas asquais tiveram suas anotações em fichas de registro. Com aanálise das observações, após seis meses de pesquisa, apro-ximadamente vinte e duas aulas, não percebeu-se atitudesde exclusão e/ou rejeição, tanto do aluno com a Síndrome deDown como daqueles tidos como normais, em exercícios re-alizados em duplas ou trios; as atividades transcorreram deforma natural, visto que, não foi necessário em nenhumaocasião a preparação de atividades diferenciadas e/ou adap-tadas para o aluno com a Síndrome de Down; os alunos se

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apropriaram dos conhecimentos tratados sobre os movimen-tos do Ballet Clássico, a partir do imaginário social e dacultura lúdica. A partir do trabalho desenvolvido com o gru-po concluiu-se que o Ballet Clássico pode ser uma outrapossibilidade para a educação inclusiva, na perspectiva delevar ao despertar do respeito mútuo, além de oportunizar aconvivência entre crianças tidas como normais e aquelascom algum tipo de deficiência. A necessidade no desenvol-vimento de pesquisas e outras experiências nesta área se fazcada vez mais importante para que novos caminhos sejamtraçados, afim de alcançarmos uma sociedade inclusiva.

Relato de experiência e um projeto deextensão para pessoas com

necessidades especiais

Lima,, S. M. T.; Moises,, R. A.; Pupio,, B. C. B.;Bernardo,, M. A.; Nakada,, K.; Sanches,, A.

Depto de Educação Física,UEM

O trabalho está sendo representado pelo projeto de ativida-des físicas para pessoas com necessidades especiais deMaringá que tem por objetivo transmitir o conhecimento te-órico-prático com a troca comunicativa de ações. Nessemomento, estamos apresentando os resultados da etapa ini-cial do processo de formação, que buscou identificar o im-pacto dos discentes que participam do projeto de extensãoque tem como atividade a natação, atletismo e hidroginásticapara pessoas com paralisia cerebral, lesão medular, distrofiamuscular, traumatismo craniano encefálico, acidente vascularcerebral, reumáticos, diabéticos e idosos. A atividade é pra-ticada na Universidade e no Centro Esportivo Miyake daSilveira, duas vezes por semana cada. O relato de experiên-cia se justifica pelo fato dos discentes não terem, anterior-mente, qualquer contato com a população acima descrita.Utilizou-se como metodologia um relato descritivo, com aparticipação de onze discentes que descreveram os senti-mentos e as percepções durante o processo de cinco meses.Ao categorizar os depoimentos, constatamos uma seqüên-cia situacional, manifestados pelo sentir, perceber, conhe-cer e apreciar. Verificando que o ato de experimentar a sen-sação é o de enfrentamento pelo desconhecido; o segundoacontecimento, é o do perceber que ao adquirir informaçãosobre o ignorado, os mesmos passam à condição de segu-rança, tendo como conseqüência o entendimento e a com-preensão sobre as diferenças. Outra constatação é a de queapós essas etapas, inicia-se a inclusão da palavra e do sig-nificado de possibilidades, ou seja, a de que todos possuemcapacidade, independentemente das limitações individuais.As frases de identificação são: “um desafio”, “tinha outraopinião formada”, “indo muito além de seus limites”, “elesquerem ser tratados como qualquer outra pessoa”, “desco-bri”, “respeitar e conhecer que cada movimento tem seuslimites”, “podemos intervir”, entre outros. A análise geral éa de que a atividade de extensão tem proporcionado refletir

sobre: preconceito, possibilidades, impossibilidades, e que,as ações vivenciadas e efetuadas tem possibilitado partici-par, organizar e intervir na condição motora, política, sociale psicológica de todos que participam do projeto de exten-são.

Análise cinesiológica-funcional ematletas portadores denecessidades especiais

Maia, A.C.; Amici, B.R.; Ferla, J.F.; Volpi, L.;Lopez, L.; Costa, M.C.G.

Depto de Fisioterapia, Puc, PR

Introdução: Os esportes praticados por atletas PNE neces-sitam adaptações diante da impossibilidade de serem usa-dos os meios convencionais. A prática de esportes deve serestimulada, procurando assim dar consciência de suas limi-tações, e potencialidades, motivando-os e os integrando àsociedade. É interessante detectar suas capacidades funci-onais preservadas pela lesão inicial, a fim de potencializarseu rendimento e prevenir possíveis lesões. Objetivo: anali-sar as características cinesiológica-funcionais de 12 atletasPNE profissionais, em relação às limitações determinadaspela deficiência física. Metodologia: foi realizada em atletasPNE, de ambos os sexos, praticantes de modalidades espor-tivas a mais de 2 anos, acima de 18 anos de idade, avaliaçãofuncional, mensuração do comprimento, perimetria, provade força muscular, avaliação da flexibilidade (goniometria)de membros superiores e inferiores, teste de comprimentomuscular, avaliação dos reflexos tendíneos profundos, ava-liação dos miótomos, avaliação musculoesquelética, avalia-ção do equilíbrio corporal, avaliação da coordenação ampla,testes especiais das articulações dos membros superiores einferiores e avaliação postural. Resultados: no quesito flexi-bilidade e comprimento muscular tem-se encurtado empercentual de atletas: 98% peitoral menor, 95% rotadoreslaterais de ombro, 80% flexores de quadril e 85% isquiotibiais,sendo estes os músculos mais exigidos no esporte. As prin-cipais alterações posturais foram: 100% ombros assimétricos,60% protusão de ombro. A força muscular se apresenta pre-servada, tendo grande grau de agilidade. Conclusão: apesarda grande força muscular e agilidade dos atletas PNE, pode-se observar que há encurtamentos musculares e alteraçõesposturais, os quais podem prejudicar o desempenho do atle-ta, podendo acarretar lesões e possíveis afastamentos. Es-tas alterações podem estar diretamente relacionadas às com-pensações que são realizadas a fim de tornar o movimentomais produtivo, mesmo sendo sua execução de forma incor-reta.

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Resumos de Painéis

Atividade física e a pessoa comdeficiência física: Uma investigação

Maia, F. da R.; Peres, A. de S.; Mezzomo, S.P.;Borges, F.P.; Palma, L.E.

Universidade Federal de Santa Maria

O estudo teve como objetivo analisar a prática de atividadesfísicas por pessoas com deficiência física na cidade de San-ta Maria – RS. Procurou-se também verificar os motivos e aimportância para a prática de atividades físicas, como tam-bém, os espaços disponíveis e as opções de atividades físi-cas oferecidas a estas pessoas. O estudo foi desenvolvidoem escolas estaduais e municipais, instituições especiais deensino e Associação de Deficientes Físicos da mesma cida-de. Fizeram parte da amostra 88 pessoas de ambos os sexos,entre 5 e 70 anos. Aplicou-se um questionário composto porperguntas semi-estruturadas. Analisando os questionáriosobservou-se que 60 pessoas entrevistadas eram do sexomasculino e 28 do sexo feminino. Em relação aos motivos e àimportância atribuídos à prática de atividades físicas todosafirmaram ser pela qualidade de vida e consequentementepela busca da saúde, ambas associadas ou relacionadas àatividade física. Quanto aos espaços físicos disponíveis paraa prática de atividade física na cidade, estes são poucos enão adaptados. De igual forma, as opções de prática sãorestritas. Quando perguntou-se sobre qual atividade físicagostariam de praticar, as atividades que se destacaram foi anatação com 39,77%, basquetebol com 32,95%, futebol com25% e dança com 23,86%. Outras atividades foram citadascomo voleibol, atletismo e handebol, porém com menor pre-ferência. As respostas em relação aos espaços e opçõesobtiveram destaque, pois 23,86% dos entrevistados possu-em Paralisia Cerebral, 19,31% com Paraplegia, 11,36% comHemiplegia e 9,08% com Deficiência nos Membros inferio-res, necessitando com isso de espaços adaptados e opçõesdiferenciadas para prática. Conclui-se que a maioria dos en-trevistados não praticam atividades físicas, primeiro por fal-ta de espaços adaptados e em segundo por falta de opçõesde prática, mas atribuem relevância e importância à ativida-de física para a qualidade de vida. É quase que inadmissívelque uma cidade como Santa Maria, não ofereça estes espa-ços e opções à estas pessoas, sendo elas como qualqueroutra, cidadãs e portanto, tendo os mesmos direitos e deve-res como todos.

Sobama 10 anos: Análise dosartigosdos periódicos - Uma

perspectiva inclusiva?

Manzini, E. J.

Unesp, Marília

O objetivo deste trabalho foi identificar o tipo de aborda-

gem, se inclusiva ou não, nos artigos das revistas da Sobama,de 1996 a 2004. A análise remete-nos as categorias: Enfoqueno indivíduo ou no meio; Faixa etária; Categorias de defici-ência; Objetivos priorizados quanto à área de atuação; ade-quação/adaptação de estratégias e recursos pedagógicos eTipo de artigo publicado. Obteve-se como resultados 52 ar-tigos, desses, 43 apresentavam um enfoque inclusivo e 22enfocaram crianças e escolares com tendências a entenderos contextos da inclusão. Quanto à área de atuação, nãoestão centrados numa única deficiência e enfocam o contex-to geral. Os temas integração/inclusão, história/filosofia ecomportamento motor foram mais freqüentes, Estratégias deensino e recursos pedagógicos foram poucos investigados.Conclui-se que, nos artigos publicados, há uma busca deconhecimento sobre inclusão social e escolar visando en-tender à inclusão em seus contextos e, ainda, de adquirirreferências, investigar comportamentos e opiniões referen-tes a essa temática.

Comparação da força muscular dosmembros superiores de idosas

praticantes de musculaçãodo projeto AFRID

Maria, J.B.L; Coelho, F.G.M.; Leite, G.F.; Martins,M.A.; Tibúrcio, F.R.N.; Costa, G.A.

Faculdade de Educação Física,UFU

Introdução: Com o passar da idade é normal acontecer umaperda considerável de massa muscular esquelética. Essamassa pode ser mantida pelos idosos, em níveis possíveis edesejáveis, se estes se propuserem a realizar exercícios re-sistidos regularmente, com o objetivo de minimizar o declíniodas capacidades físicas, inerentes ao processo. Objetivo:Comparar, em valores numéricos, média e porcentagem, aforça muscular dos membros superiores (músculos flexoresdos dedos da mão) de idosas praticantes de musculação.Metodologia: A pesquisa foi realizada na Faculdade de Edu-cação Física da Universidade Federal de Uberlândia, comidosas regularmente praticantes de musculação. A freqüên-cia das atividades não poderia ser inferior a três vezes sema-nais e a duração de 1 hora em cada sessão de aula. Os testesforam realizados com 14 idosas, com idade variando entre 50e 71 anos. Foi realizado, após o período de férias, o pré testee após dezesseis semanas realizou-se o pós teste. O instru-mento para a coleta dos dados foi o teste de Força dePreensão Manual, adaptado para a terceira idade, por SOA-RES e SESSA (1995). Resultados: Os resultados podem seravaliados através da média, 20,2 kg no pré-teste e 23,8 kg nopós teste; desvio padrão, 6,158 no pré-teste e 6,701 no pósteste; t-student ,0011307 < 0,05 e porcentagem, positiva nadiferença da força pré e pós-teste 17,8 %. Conclusão: A par-tir dos resultados obtidos, podemos analisar que houve umaumento de 17,8% Kg no teste de Força de Preensão Manu-al, o que significa que passadas dezesseis semanas, as ido-

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sas desenvolveram mais força nos músculos flexores dosdedos da mão que pode ser explicado pela adição de umexercício visando à atividade deste grupo muscular, estedenominado “rosca punho.”

A utilização da plataforma comoinstrumento facilitador do processopedagógico nas atividades aquáticas

para crianças e jovens comsíndrome de Down

Marques, A. C.; Martins, L.; Antunes, N.; Moura, J.B.; Cardoso, L. C; Recuero, J.

UFPel

A natação estimula sentimentos de aceitação e euforia, jápela ação benéfica particularmente estimuladora, traduzidapela ação da água e sua temperatura sobre o corpo humano.Em razão de ser um meio diferente do qual as crianças nãoestavam vivenciando, algumas barreiras se interpõem a cadaatividade solicitada ou construída. Este trabalho tem comoobjetivo relatar os benefícios na utilização da plataformanas atividades aquáticas com crianças portadoras deSíndrome de Down (SD). Estas atividades são desenvolvi-das pelo do Projeto Carinho da ESEF / UFPel, com a partici-pação de 42 crianças e adolescentes com SD na faixa etáriade 0 a 20 anos de ambos os sexos. Uma das barreiras encon-tradas para o desenvolvimento das atividades aquáticasnesse projeto, é o fato da piscina apresentar uma profundi-dade que não oferece apoio vertical para a maioria dos alu-nos. Este fato tende a comprometer a confiança geral sehouver um acidente, por menor que seja, alem de inibir arealização de vários jogos pedagógicos. Com a utilização daplataforma de apoio, notou-se uma melhoria da auto-estimae auto-confiança das crianças, onde aqueles que apresenta-vam maiores dificuldades, aos poucos foram adaptando-seà novas situações realizando as tarefas com mais desenvol-tura. A possibilidade de eliminar-se o uso de flutuadores,permite a utilização de objetos de diversos tamanhos, deformas diferentes, texturas variadas e pesos desiguais, pro-porcionando um treinamento vestibular através de exercíci-os de giros, deslocamentos, caminhadas, corridas, saltos eoutros. Sinteticamente observou-se uma melhora conside-rável nas atitudes de equilíbrio dessas crianças, tanto verti-cal quanto horizontal, pois as situações de equilíbrio cria-das n’água sem a utilização de flutuadores, constituem umelemento especialmente interessante tanto pelos aspectosmotores como pelos estritamente psicológicos. As ativida-des na plataforma promovem a vivência de diferentes pos-turas experimentadas pelos alunos, para a aquisição de ummelhor equilíbrio estático e dinâmico nas atividades da pis-cina e fora dela.

Acessibilidade para os cadeirantesnas praças do município de Canoas:

Um estudo descritivo

Medeiros, L.L.de; Mandarino, C.M.

Ulbra

A presente investigação trata sobre o tema: Acessibilidadepara os cadeirantes nas praças do município de Canoas. Oobjetivo do estudo é verificar as praças de Canoas quanto àacessibilidade; verificar e identificar as partes acessíveis enão acessíveis mais comuns nas praças analisadas; verifi-car quais as praças possuem melhores condições de acessopara os deficientes físicos (cadeirantes). Este estudo trata-se de uma pesquisa com abordagem descritiva exploratória.Esta pesquisa, apresenta em sua revisão literária, dados so-bre a cidade de Canoas e estudos bibliográficos dos temas:a pessoa com deficiência; o esporte para os deficientes físi-cos; o direito a acessibilidade e ao lazer e também apresentaalguns resultados de consulta a outros trabalhos que utili-zaram o tema acessibilidade. Para realização deste estudoforam visitadas 86 praças, sendo analisadas quanto a aces-sibilidade somente as que possuem quadras esportivas quecompreendem um total de 38. O estudo revelou que das 38praças analisadas somente 37% possuem rebaixamento dacalçada sendo que somente 21% estão em condições ade-quadas para acesso dos cadeirantes, conforme a NBR 9050(2004). Quanto as quadras esportivas, das 44 quadras distri-buídas nas 38 praças, somente 25% possuem acesso e 70%possuem tela. Quanto a barreiras arquitetônicas, urbanísti-cas e ambientais, 66% das praças apresentam algum tipodessas. Nas 86 praças visitadas em apenas 04 existem sani-tários masculinos e femininos, sendo que nenhum está adap-tado. Enfim, o trabalho analisou uma outra série de variáveisque não corresponderam de acordo com a norma e legisla-ção que garantem o direito de acessibilidade. Concluiu-se,assim, que o cadeirante, não tem seus direitos garantidos naprática, pois as legislações existem, porém não são cumpri-das, o que inibem os direitos dessas pessoas ao lazer, soci-alização e a práticas esportivas nestes locais.

Formação de professores para aescola inclusiva: um estudo sobre o

curso de educação física da FaculdadeSocial da Bahia

Mello, P. B. de; Oliveira, J. D. B. de; Santos, A.

Educação Física, FSBA

Este estudo monográfico, realizado como TCC, procura le-vantar quais conhecimentos estão sendo oferecidos aos alu-nos do curso de graduação em Educação Física da Faculda-de Social da Bahia, em sua formação inicial, que possam

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contribuir para que o professor formado por este curso noâmbito de sua docência, em aulas regulares de educaçãofísica, trabalhe com o princípio da inclusão das pessoas comdeficiências, como também saber deles qual a visão que elestêm sobre a competência deles, para trabalhar de forma in-clusiva, para tanto a fundamentação teórica para esta dis-cussão foi obtida através da leitura de autores que discutema legislação, inclusão e a formação de professores. Trata-sede um estudo de caso de natureza qualitativa, exploratória edescritiva baseado nos referencias de Gil (1999), Minaio(1994) e Trivinos(1987), a amostragem está sendo constitu-ída por acessibilidade e pela identificação dos sujeitos quejulgamos melhor contribuir para as discussões e está desti-tuída de qualquer rigor estatístico, como instrumentos deinvestigação estão sendo utilizados o questionário e a en-trevista. Embora os dados estejam ainda em fase de analisepodemos apontar alguns elementos que aparecem na pes-quisa de campo. 1. O trato do conteúdo-conhecimento so-bre pessoas com deficiência em apenas uma disciplina docurso, com poucas referências a outros professores e disci-plinas a essa temática; 2. A fragmentação entre teoria e prá-tica com poucas experiências concretas de educação daspessoas com deficiência e de educação inclusiva; 3. O co-nhecimento sobre as pessoas com deficiência, teorias peda-gógicas e de desenvolvimento e da educação inclusiva tam-bém são incipientes entre os formadores. Embora este estu-do não tenha ainda notas conclusivas, percebemos a priorique os conhecimentos sobre a educação física, as pessoascom deficiência e a educação inclusiva embora seja cada vezmais discutida dentro do contexto da formação, ainda seencontra carentes de estudos, de aprofundamentos e dasocialização de experiências para que realmente possamosatribuir a formação inicial um componente consistente paraa formação dos professores de educação física que se con-fronte de forma positiva com a inclusão escolar das pessoascom deficiência.

Atividade física para quem sofreu umAVC: Indispensável para uma vida

mais saudável

Melo, D.A.F.; Moraes, M.C.C.; Furlanetto, D.

Universidade Federal de Uberlândia, UFU

O presente trabalho relata a experiência adquirida no está-gio prático em Educação Física e Esportes Adaptados noPrograma de Atendimento a Pessoas Portadoras de Defici-ência realizado no 1o semestre de 2004 na Faculdade de Edu-cação Física da Universidade Federal de Uberlândia com aaluna C.N.S., 67 anos, que sofreu um A.V.C. provocado porchoque anafilático, apresentando tetraplegia espástica ad-quirida. O A.V.C., popularmente conhecido como derrame, éuma doença que pode causar seqüelas irreversíveis. É ca-racterizado pela lesão no cérebro causada por um “aciden-te” nos vasos sangüíneos que irrigam a região cerebral, po-

dendo ser hemorrágico ou isquêmico. As seqüelas comunsdo A.V.C. são paralisia total ou parcial do corpo, alteraçõesna fala, na visão e na memória. Os objetivos do trabalhorealizado com a aluna foram basicamente de manutenção dosmovimentos residuais, bem como a melhoria da amplitudedos mesmos, aquisição de força principalmente nos mem-bros inferiores, reeducar sua postura dentro e fora da pisci-na, melhorar sua capacidade respiratória e promover a soci-alização com outros alunos do projeto. As atividades pro-postas para obter tais objetivos foram exercícios de alonga-mento que estimulassem movimentos amplos da aluna, mer-gulhos com tempos controlados, além da prática do nadonos estilos crawl e costas solicitados pela própria aluna.Também foram realizadas caminhadas dentro da piscina, oque estimulou a noção de equilíbrio, lateralidade e melhorapostural. Como resultados, observou-se que a aluna obteveum aumento considerável na amplitude de movimentos dosmembros, além de grande avanço na aquisição de força paraos mesmos. Hoje a aluna apresenta-se mais segura de seusmovimentos, se portando melhor dentro e fora da piscina.Houve grande melhora no aspecto social, embora ainda hajaalgumas restrições por parte da própria aluna. A conclusãodeste trabalho foi bastante satisfatória tanto para melhoriada aluna, como para uma melhor formação acadêmica de nósprofessores, onde nos permitimos conhecer, estudar e tra-balhar na prática com pessoas portadoras de deficiência,despertando nelas suas capacidades e respeitando seus li-mites.

Manutenção das capacidades físicaspara portador de traumatismo raqui-

medular através da natação

Melo, D.A.F.; Moraes, M.C.C.; Furlanetto, D.

Universidade Federal de Uberlândia, UFU

O presente trabalho relata a experiência adquirida no está-gio prático em Educação Física e Esportes Adaptados noPrograma de Atendimento a Pessoas Portadoras de Defici-ência realizado no 1o semestre de 2004 na Faculdade de Edu-cação Física da Universidade Federal de Uberlândia com oaluno C.M., 33 anos, portador de deficiência física causadapor uma lesão raqui-medular de origem traumática a nívelsensitivo em T2 (direita e esquerda) e motor em C4 (direita) eC5 (esquerda) caracterizando tetraplegia. A lesão medularpode ocorrer de diversas formas, por diversas causas e emdiferentes alturas da medula, e é a altura da lesão que indicaa sua gravidade. Essa lesão ocorre devido a morte dosneurônios na medula, impedindo a comunicação entre esta eo cérebro. Pode ser traumática ou não traumática de acordocom a sua causa, ou ainda completas e incompletas de acor-do com o dano causado na medula. Os objetivos do trabalhorealizado com o aluno foram proporcionar momentos dedescontração, lazer e relaxamento juntamente trabalhando amusculatura residual; desenvolver estímulos de movimen-

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Resumos de Painéis

tos independentes dentro da piscina; e aumentar sua capa-cidade cardio-respiratória. Para atingir os objetivos propos-tos foi enfatizada a aprendizagem do nado crawl com e sem autilização de pequenos pesos e ainda mergulhos. Ativida-des de estímulos a lateralidade como flutuação e “rolamen-tos” na água também foram trabalhados. Os resultados obti-dos foram aquém do esperado, pois o aluno faltou muito,fazendo com que os trabalhos de adaptação fossem semprereiniciados. No entanto, observou-se que houve grandeentusiasmo do aluno às novas atividades propostas e umamaior segurança individual dentro da piscina. Assim tira-mos como conclusão que um trabalho para alcançar todosos objetivos propostos tem que ser contínuo, obedecendocada fase do planejamento, porém as poucas aulas foramaproveitadas de forma significativa, trazendo alegria para oaluno e aprendizado para nós professores através dos di-versos imprevistos que ocorrem na nossa profissão.

A importância das ações dereabilitação em meninas portadoras

de síndrome de Rett

Melo, F.G.; Leite, G.F.; Maria, J.B.l.; Borges, L.J;Carrijo, P.L; Costa, G.A

FAEFI-UFU

Introdução: O presente trabalho consiste em um relato deexperiência com a aluna J.L.H. 15 anos, portadora deSíndrome de Rett. A S.R. é uma desordem neurológica decausa genética, envolvendo mutações l igadas aocromossomo X. A síndrome tem sido considerada umaencefalopatia crônica e progressiva, comprometendo as fun-ções motora, intelectual assim como os distúrbios de com-portamento e dependência. A deficiência só foi detectadaaos oito meses de vida, quando a mãe percebeu que a crian-ça não sustentava a cabeça, não conseguia sentar sem apoioe apresentava episódios freqüentes de vômito. A meninaantes normal desenvolve uma progressiva perda de aquisi-ções motoras e cognitivas. Objetivo: diminuir aespasticidade, melhorar a amplitude articular, reduzir os mo-vimentos estereotipados das mãos e melhorar aautoconfiança. Metodologia: As atividades foram desenvol-vidas na piscina no campus da Faculdade de Educação Físi-ca da Universidade Federal de Uberlândia, durante um perí-odo de 4 meses, dentre elas: a hidroterapia, recreação, e ati-vidades relacionadas a manipulação de objetos, destacandoque todas foram acompanhadas com músicas. O trabalhoproporcionou uma maior movimentação das pernas, relaxa-mento muscular, uma pequena diminuição dos movimentosesreotipados, e tranqüilidade durante as aulas. As ativida-des de hidroterapia e musicoterapia são essenciais, promo-vendo um bem estar físico e psíquico, melhorando a quali-dade de vida e manutenção da própria sobrevida da aluna.

Os benefícios das atividades físicas erecreativas para pessoas portadoras

de paralisia cerebral

Melo, F.G; Borges, L.J; Leite, G.F; Costa, G.A

Faculdade de Educação Física, UFU

Introdução: Este trabalho foi desenvolvido na disciplinaEstágio Prático em Educação Física e Esportes Adaptados,com o aluno R.S.R. 15 anos, portador de Paralisia Cerebral,que acometeu o lado direito do corpo (hemiparesia). Adqui-riu a deficiência após o nascimento, resultado de uma con-vulsão. Paralisia Cerebral é o resultado de uma lesão ou maudesenvolvimento do cérebro, de caráter não progressivo,existindo desde a infância. A deficiência motora se expressaem padrões anormais de postura e movimentos, associadosa um tônus postural anormal. Dentre os fatores potencial-mente determinantes de lesão cerebral irreversível, os maiscomumente observados são infecções do sistema nervoso,hipóxia (falta de oxigênio) e traumas de crânio. O desenvol-vimento anormal do cérebro pode também estar relacionadocom uma desordem genética, e nestas circunstâncias, geral-mente, observa-se outras alterações primárias além da cere-bral. Em muitas crianças, a lesão ocorre nos primeiros mesesde gestação e a causa é desconhecida. Objetivos: Desen-volver a força residual muscular de membro superior e infe-rior (lado afetado); finalizar o nado costa, desenvolvendo aflutuação dorsal; aumento da amplitude articular; estimularautoconfiança, auto-estima, e socialização; e diminuir aagressividade e nervosismo do aluno. Metodologia: O alu-no realizou atividades durante 4 meses no campus da Facul-dade de Educação Física da Universidade Federal deUberlândia. Foram desenvolvidas atividades como:hidroginástica; natação (estilo costas); musculação; exercí-cios específicos para pernada, braçada e flutuação dorsaldo nado; e ainda atividades recreativas.Resultados: Evolu-ção do nado costa (sem uso do colete), melhora da braçadae pernada; aumento da amplitude articular de ambos os mem-bros; as atividades recreativas contribuíram para reduçãoda agressividade. Concluímos que as atividades físicas erecreativas são de fundamental importância na reabilitaçãoe socialização do aluno, proporcionando benefícios na suaqualidade de vida.

Atividades físicas para reabilitaçãomotora em portadores de paralisia

cerebral espástica

Melo, F.G; Leite, G.F; Costa, G.A.

Faculdade de Educação Física, UFU

Introdução: O presente trabalho desenvolvido na disciplinaEstágio Prático em Educação Física e Esportes Adaptados,

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Resumos de Painéis

aborda um relato de experiência com a aluna M.A.O. 41ANOS, portadora de Paralisia Cerebral Espástica. A defici-ência foi adquirida após um desmaio no nascimento, resul-tado da falta de oxigênio (anóxia). A aluna apresenta distúr-bios no ato de caminhar, falar e usar as mãos. A P.C. Espásticaé o tipo mais comum de PC, estando a sua incidência emtorno de 75%, é caracterizada por uma lesão localizada naárea responsável pelo início dos movimentos voluntários, otônus muscular é aumentado, isto é, os músculos são ten-sos e os reflexos tendinosos são exacerbados. Como aespasticidade predomina em alguns grupos musculares, oaparecimento de deformidades articulares neste grupo deParalisia Cerebral é comum. Objetivo: Desenvolver a ampli-tude articular, diminuir a espasticidade e melhorar as habili-dades motoras.Metodologia: A aluna realizou atividades deequilíbrio, como caminhada na piscina com braços abertosou segurando um bastão, hidroginástica, musculação, nata-ção e alongamento, durante um período de 4 meses nocampus da Faculdade de Educação Física da UniversidadeFederal de Uberlândia. Resultados: Melhora do equilíbrioestático e dinâmico, aumento da amplitude articular, evolu-ção no nado costa e diminuição da tensão muscular. Con-cluímos assim, que os exercícios físicos oferecem uma reabi-litação no aspecto motor de pessoas portadora de P.CEspástica, proporcionando autonomia e independência narealização das atividades diárias.

Barreiras arquitetônicas eeducação física escolar

Menezes, R.; Rodrigues, G.M.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

A inclusão de crianças com necessidades especiais na rederegular de ensino é um direito constitucional, mas para queela se efetive é necessário que haja uma mudança na estru-tura e perspectiva educacional, bem como apoio a todos osenvolvidos: professores, alunos, corpo administrativo eambiente adequado. Assim, não devemos esquecer que oambiente antes de qualquer coisa deve ser o mais próximopossível do normal, oferecendo as mesmas oportunidades eparticipação, a todos. Concebendo ambiente físico com tudoque é construído que cerca o homem, incluindo asedificações até os meios de transporte, vemos que as cons-truções escolares, geralmente, são inaptas para a circulaçãode pessoas com necessidades especiais, pois faltam ram-pas, o calçamento e a largura das portas são inadequadasdificultando assim o êxito da inclusão. Pensando na ques-tão da acessibilidade na escola, esse estudo objetivou veri-ficar como a questão da inclusão vem atingindo os espaçosescolares através da análise dos espaços arquitetônicos,infra-estrutura de apoio e capacitação profissional na áreada Educação Física. A metodologia utilizada foi qualitativadescritiva, na qual utilizou-se de um questionário com per-guntas fechadas e abertas. A amostra foi selecionada de

forma intencional e por acessibilidade aos bairros doTucuruvi e Tremembé, localizados na Zona Norte da cidadede São Paulo, da qual obtivemos dados com 12 profissio-nais de educação física atuante em 09 escolas públicas eparticulares. Os resultados apontaram que nas escolaspesquisadas são atendidas pessoas com deficiências visu-ais e físicas. Observamos que a maioria das instituições nãopossui adequação arquitetônica, pois existem objetos ina-dequados espalhados pelo espaço escolar que dificultam alocomoção e o acesso aos locais de aula de educação física.Quanto aos professores pesquisados, a metade da amostraapontou que não promove a inclusão, 05 não possuem cur-sos extras e 06 citam não ter investimento profissional porparte do governo e/ou escola para efetivação da inclusão.Pudemos verificar que a inclusão parece estar se desenvol-vendo de forma vagarosa, com despreparo por parte profis-sional e infra-estrutura escolar precária para acessibilidadeda pessoa com deficiência, tornando a cidadania distantedessas pessoas.

Concepções de corpo sobre pessoascom deficiência para adolescentes

Meurer, S.T; Palma, L.E; Freitas, F.C

Universidade Federal de Santa Maria

Este estudo surgiu do interesse pelas questões relativas àconcepções de corpo, de corpo deficiente e de observar queeste tema é valorizado entre adolescentes. Como objetivosteve-se, identificar e analisar as concepções de corpo sobrepessoas com deficiência (PD) apresentadas pelos escolaresem contexto inclusivo e não-inclusivo. Utilizou-se como ins-trumento questionário com perguntas semi-estruturadas. Osparticipantes do estudo eram de turmas de 8ªs séries doEnsino Fundamental da rede pública. As turmas compreen-diam: uma turma com aluno com deficiência (AD) incluído eoutra sem da mesma escola; uma turma de outra escola semAD. Identificou-se que as 03 turmas atribuem importânciaao corpo relacionando-a com o bem-estar. Na escola quenão havia AD, bem-estar foi relacionado com modelos esté-ticos. Na escola que havia AD, o bem-estar foi relacionadocom a personalidade e atitude. Infere-se que as concepçõesde corpo apresentadas na turma da escola sem AD, foraminfluenciadas por fatores como: mídia, condição financeira elazer. Nas 03 turmas as concepções mais pontuadas sobrePD foram as positivas e, entre as negativas, as maiores pon-tuações foram na turma onde há AD, mostrando que o con-texto educacional inclusivo exerce influências sobre as con-cepções de corpo. As concepções identificadas como posi-tiva foram quando percebiam as superações e vitórias docolega com deficiência; e negativa, quando viam as limita-ções e as relacionavam com a deficiência. Quanto à Educa-ção Física, nas 03 turmas, acreditavam que o colega ou pos-sível colega com deficiência teria condições de participarpois estas poderiam ser adaptadas. Concluí-se que a expec-

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tativa de valorização do corpo foi confirmada e que fatoresdo contexto social e cultural têm interferência nas concep-ções. A hipótese de que PD seriam consideradas inferiorese incapazes foi desmistificada, pois as turmas apresentaramconcepção positiva das PD, acreditando nas capacidades epossibilidades destas, independente da forma de corpo queapresentavam. Acredita-se que os objetivos foram alcança-dos e este estudo será importante para ser discutido emcontexto escolar e universitário, colaborando naconcretização da inclusão e auxiliando na formação de edu-cadores.

Perfil dos idosos na hidroginástica

Moises,, R. A.;; Veiga, N. K.;; Silva,, C.A. F.;;Lima,, S. M. T.,; Silveira,, A. M. da.

Departamento de Educação Física, UEM

Os idosos têm procurado, cada vez mais, desenvolver umaatividade física em busca de uma melhor representação filo-sófica de vida. E, como a Universidade por meio de um pro-jeto de extensão, oportuniza participar de um projeto quedesenvolve atividades físicas junto às pessoas idosas,objetivamos nesse trabalho identificar o perfil dos pratican-tes de hidroginástica. A percepção do resultado dessa ativi-dade entre os praticantes foi em sua grande maioria, 95,25%dos entrevistados, no sentido do aumento e melhora da dis-posição para realização das atividades de vida diária, esta-bilização e em alguns casos redução da utilização de medi-camentos e redução de dores no sistema orgânico. AMetodologia utilizada para a pesquisa foi um questionáriocomposto por 19 questões abertas e fechadas que tinha porobjetivo verificar o tempo de prática com a hidroginástica, odiagnóstico médico, o objetivo para o desenvolvimento daatividade, os hábitos de vida e utilização de medicamentos.As atividades são desenvolvidas 2 vezes por semana com aduração de cinqüenta minutos cada. O grupo pesquisadofoi composto por 22 pessoas, sendo 21 do sexo feminino e 1do sexo masculino. Dentre os resultados obtidos, identifica-mos que a idade média dos praticantes é de 70 anos e 7meses de idade e que o tempo de desenvolvimento dehidroginástica varia de 4 meses a 9 anos, constatamos tam-bém que 95,3% deles não fumam e em nenhum caso se cons-tatou o hábito rotineiro de beber. A maior concentração deproblemas detectados entre eles na ficha de anamnése foi ahipertensão com 61,9% e o colesterol com 38,09% informan-do que cada praticante apresenta mais de uma disfunção.Outro dado relevante é que 90,25% dos idosos tomam remé-dio regularmente. Constatamos com essa pesquisa que ogrupo participante tem tido melhoria na estabilização dasdores e estabilização do uso de medicamentos e tem mostra-do melhora satisfatória na sua qualidade de vida diária emrelação ao aspecto biológico, psicológico e motor.

A importância da atividade física empacientes com trauma raquimedular

Monteiro, L.Z.

Universidade de Fortaleza

O traumatismo raquimedular (TRM) tem sido identificadocomo uma incapacidade de alto custo, que exige muitas alte-rações no estilo de vida do paciente. O aumento da expecta-tiva de vida desses indivíduos fez com que o processo dereabilitação fosse para além da prevenção dos danos causa-dos pela lesão medular, e objetivasse também a melhora daqualidade de vida e a independência funcional. A inativida-de após o trauma raquimedular causa uma diminuição damassa muscular e da capacidade aeróbica e coloca oindividuo em risco de doenças cardíacas e com isso umaredução na expectativa de vida. A prática de atividade físicaregular em indivíduos com TRM melhora a força muscular,diminui reações psicológicas como a depressão, inatividademental, isolamento social e melhora da independência. Oobjetivo deste estudo é evidenciar a importância da ativida-de física na qualidade de vida dos lesados medulares. Foramselecionados 15 pacientes voluntários com lesãomedular,praticantes de atividade física, estes foram interro-gados com uma ficha de avaliação contendo os dados pes-soais e das disfunções existentes, e foi aplicado o questio-nário genérico SF-36 para avaliar a qualidade de vida dessespacientes.O resultados encontrados foram: em relação a ca-pacidade funcional, aos aspectos físicos e sociais constata-mos que a atividade física, melhora a independência nasAVDs, auto estima, diminui o isolamento social, melhora ohumor e a autoconfiança. Os praticantes de atividades físi-cas apresentam uma menor dificuldade para realizar as ativi-dades do dia-a-dia, ou seja, possuem uma melhor capacida-de funcional. Os aspectos físicos e sociais são elevados.Combase nesse estudo, concluímos que a atividade física é mui-to importante para uma melhor qualidade de vida dos lesa-dos medulares, pois melhora a capacidade funcional, os as-pectos físicos e sociais. Devemos incentivar a prática deatividade física regular para obtermos uma melhora na qua-lidade de vida desses indivíduos.

Atividade física como promoção desaúde para o idoso

Monteiro, L.Z.

Universidade de Fortaleza

O aumento da população idosa é um fenômeno mundial, tan-to no que se refere aos países desenvolvidos como nos pa-íses em desenvolvimento. Estimativas para a população idosabrasileira apontam que o país em duas décadas terá 32 mi-lhões de pessoas com idade superior a 60 anos, sendo osexto país com o maior contingente de idosos no mundo. A

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Resumos de Painéis

atividade e o exercício físico foram reconhecidos formalmentecomo fatores que desempenham um papel essencial no apri-moramento da saúde; no controle, prevenção e no tratamen-to das doenças; além de enfatizar o caráter psíquico esocializador. O nível reduzido de atividade física e o númerocrescente de doenças crônicas que acompanham o envelhe-cimento, freqüentemente propiciam um círculo vicioso: do-enças e incapacidades reduzem o nível de atividade física, oque por sua vez, tem efeito negativo na capacidade funcio-nal, aumentando as incapacidades decorrentes das doen-ças. Foi realizada uma descrição do perfil demográfico, só-cio-econômico e de morbidade de um grupo populacional,bem como de suas atividades e grau de independência. Fo-ram entrevistados em seus domicílios 30 idosos (15 homense 15 mulheres), escolhidos aleatoriamente, residentes na ci-dade de Fortaleza com faixa etária acima de 60 anos. A maio-ria dos idosos entrevistados eram casados, aposentados,com 1º grau completo e com renda individual de 5 a 10 salá-rios mínimos. Apresentavam como transtornos crônicos maisfreqüentes: a hipertensão arterial, diabetes, doenças do tra-to digestório e pulmonar. Eram pessoas independentes paraa maioria das atividades da vida diária. As tarefas mais cita-das entre os homens, em ordem decrescente, foram:as do-mésticas, as sociais e de lazer; e entre as mulheres: as do-mésticas, as sociais, o cuidar de pessoas e as manuais. Aescolha das atividades que desejariam fazer entre os ho-mens foi determinada, pelas necessidades econômicas: ven-der peixe ou retomar a ocupação anterior. Já as mulheres,optaram por: freqüentar grupo de idosas, costurar, aprendera ler e fazer caminhadas. Concluiu-se que a promoção dasaúde e a qualidade de vida traduzem-se na manutenção dacapacidade funcional, a ocupação do tempo livre, o relacio-namento social e, principalmente, a existência de projetosde vida.

O handebol adaptado para pessoascom deficiência mental

Monteiro, M.C.M.; Zanandrea, M.F.; Tremea, V.S.

FSG

Através da Educação Física Adaptada podemos proporcio-nar situações de superação, interação e satisfação, além defacilitar as relações interpessoais. A partir de maio desteano, uma acadêmica do curso de Educação Física da Facul-dade da Serra Gaúcha, vem desenvolvendo um projeto deintegração comunitária relacionado ao Treinamento deHandebol em parceria com a Escola Estadual Especial JoãoPratavieira através do Fundo Municipal de Desenvolvimen-to do Esporte e Lazer, o FUNDEL. Esse projeto tem comoobjetivo desenvolver atividades motoras direcionadas aohandebol e adaptadas às pessoas com necessidades espe-ciais, criando situações de aprendizagem que contribuampara o seu desenvolvimento, explorando as potencialidadese respeitando suas individualidades. Participam do projeto

28 alunos com idades entre 09 e 24 anos de ambos os sexos,diagnosticados como deficientes mentais. As atividades sãodesenvolvidas em uma quadra esportiva coberta e nas de-pendências da escola, oportunizadas uma vez por semanapara cada grupo dividido de acordo com os recursos e dis-posições pessoais. A aquisição e/ou o aperfeiçoamento dehabilidades motoras específicas do handebol são o foco doprojeto, sempre levando em consideração a individualidadee o nível de desenvolvimento de cada aluno, visando umaaprendizagem que satisfaça as necessidades básicas para aprática do handebol. Durante as aulas são realizadas ativi-dades de baixa organização, jogos pré-esportivos, funda-mentos e aprofundamentos do Handebol que possibilitemdesenvolver a Inteligência Motora dos sujeitos(KREBS,2000). Nesse contexto, rico em estímulos, pode-se observare constatar que os sujeitos participam ativamente das ativi-dades, demonstrando interesse pelas mesmas, procurandosuperar seus próprios limites. Percebeu-se mudanças nosaspectos relacionados às consciências corporal e espacio-temporal, bem como nos aspectos social, familiar e escolar, apartir das observações realizadas e os relatos de professo-res, pais e dos próprios alunos. Os alunos não apresentaramforças desorganizadoras ou outro sentimento que pudesseinterferir negativamente no desenvolvimento das ativida-des. Como fatores positivos que tem auxiliado no processode aprendizagem cabe destacar a motivação da monitora e ainteração com atletas profissionais de Handebol de Caxiasdo Sul, que tem visitado o projeto. A participação da equipenos Jogos Internos do Rio Grande do Sul (JIRGS) tambémfoi motivo favorável para o engajamento e persistência nasatividades. O projeto estender-se-á até o final deste ano,oportunizando um maior número de encontros e atividades,visando sempre o desenvolvimento dos participantes nosseus aspectos físicos, motores, sócio-afetivos e cognitivos.

Participação de deficientes noPrograma Integrado de Atenção àsPessoas Portadoras de Deficiência

(PIAPPD) da Universidade Federal deSanta Catarina (UFSC)

Moreira, C.Z.; Costa, A.J.; Scherer, R.L.;Fernandes, L.L.

Centro de Desportos, UFSC

Este estudo tem como objetivo apresentar algumas conside-rações a respeito do perfil dos participantes do ProgramaIntegrado de Atenção às Pessoas Portadoras de Deficiência(PIAPPD) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).Esse programa, que visa cadastrar, orientar e acompanhar aintegração desses indivíduos à comunidade universitária,conta com a participação de professores e acadêmicos dediversos cursos da UFSC. Sabe-se que as pessoas com de-ficiência encontram, em geral, dificuldades para a prática de

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atividades físicas e esportes no seu cotidiano. Caracteriza-se como um diagnóstico exploratório, em que foram utiliza-das as respostas obtidas no questionário de cadastro doPrograma, no capitulo referente à prática de atividades físi-cas, aplicado durante o primeiro semestre de 2005 a 22 indi-víduos (14 homens e 8 mulheres) participantes das ativida-des do Projeto Sábado no Campus. Com base nos dadosobtidos através do questionário, pode-se notar que 10 co-nheceram o projeto através de amigos, outros 10 atravésdas instituições a qual são filiados, e apenas 2 através dauniversidade. As atividades com maior participação entreos praticantes são: goalball (11) e basquete sobre rodas (8).Dentre os indivíduos, 9 praticam as atividades em três diasda semana e 7 apenas um dia da semana. Quanto ao tempoem que já praticam essas atividades, 9 relataram praticar amenos de 1 ano, e outros 9 praticam há até 5 anos. Sobre osmotivos que os levam a permanecer na prática, os mais rela-tados foram o gosto pelo esporte (10), cuidado com a saúde(7) e as amizades (6). Quanto aos benefícios notados a partirda prática, os mais citados foram a maior disposição (7) emelhora na locomoção (5). Por último, um aspecto bastanteimportante é a necessidade de outros profissionais atuandono projeto sentida pelos praticantes. Dentre diversas op-ções, os mais apontados foram nutricionistas (10), dentistas(8) e psicólogos (7). A partir das respostas, temos um perfildos participantes e de seus anseios acerca do projeto, vi-sando qualificar as intervenções, atendendo às necessida-des dessa população.

Vivências motoras lúdicas parapessoas com necessidades especiais

Moreto, D.F.; Tremea, V.S.;Zanandrea, M.F.; Ramalho, M.H.S

FSG

A vivência motora é de grande importância para o desenvol-vimento do ser humano, uma vez que contribui para o aper-feiçoamento de habilidades e a interação dos sujeitos. Oprojeto de integração comunitária “Vivências MotorasLúdicas para Pessoas com Necessidades Especiais” em par-ceria com a Escola Estadual João Pratavieira, através doFundo Municipal de Desenvolvimento do Esporte e Lazer,tem como objetivo oportunizar vivências expressivo-criati-vas para pessoas com necessidades especiais. Atualmente,participam do projeto 20 crianças e 61 adolescentes do sexofeminino, da Escola Estadual João Pratavieira. O projeto fun-damenta-se na Teoria Ecológica proposta porBronfenbrenner, compreendendo um contexto amplo, masao mesmo tempo bastante específico e delimitado, um ambi-ente dinâmico e em contínua modificação, com característi-cas particulares contendo os sujeitos e as outras pessoasse relacionando no contexto. As atividades gímnicas, rítmi-cas e de expressão, oportunizadas em dois encontros sema-nais, com duração de 50 min., têm como finalidade a vivência

motora e o autoconhecimento das possibilidades de movi-mento do corpo do sujeito, com diversificação e utilizaçãode materiais. Ao iniciarmos as atividades organizadas e pla-nejadas, tanto as crianças quanto as adolescentes chega-ram trazendo o que era seu em universo referencial, consti-tuído por uma rede de significação própria. Desconfiadas,apreensivas, alegres, interessadas, observadoras, distraídas,temerosas, tímidas, expansivas, silenciosas, resistentes, seaproximaram em busca das atividades, cada uma com o seutemperamento, com sua história de vida e seus desejos. Ocontexto tem permitido às crianças explorarem a diversidadedas atividades de forma lúdica, favorecendo a criação, aintegração e o contato corporal, despertando alegria, aten-ção e participação de todos. Um dos fatores que provavel-mente tem contribuído para o bom andamento das ativida-des é o papel mediador do professor, a motivação e princi-palmente o relacionamento afetivo, criando assim um ambi-ente favorável ao desenvolvimento e à aprendizagem.

Informações básicas para a prática dapreparação física no tênis

em cadeira de rodas

Munno, F.M.; Fernandes, L.L.; Dias, J.M.

Centro de Desportos, UFSC

O tênis em cadeira de rodas existe desde 1976. Este esportefoi criado nos EUA e desde então vem sendo difundido pelomundo, sendo, inclusive, considerado como a mais crescen-te modalidade para deficientes físicos. No Brasil esse de-senvolvimento também é visível, hoje há campeonatos regi-onais e brasileiros contando pontos para seus respectivosrankings, nas últimas paraolimpiadas o Brasil teve dois re-presentantes nesta modalidade, e com isso, é natural que ostreinamentos desses atletas tenham a necessidade de se tor-narem mais completos, exigindo uma melhora técnica e físi-ca. Este trabalho tem como objetivo proporcionar aos pro-fessores de tênis em cadeira de rodas, ou outros profissio-nais, com formação apropriada, informações básicas para aprática da preparação física de seus atletas, contribuindopara um melhor condicionamento físico destes, evitando le-sões e facilitando a aprendizagem das técnicas específicasda modalidade e, conseqüentemente, facilitando o seu dia-a-dia. Este estudo está embasado principalmente numametodologia bibliográfica, mas foi utilizado também o méto-do empírico nos projetos do Núcleo de Estudos de Tênis deCampo em parceria com o Núcleo de Atividade Física Adap-tada do Centro de Desportos da Universidade Federal deSanta Catarina, onde os autores estão envolvidos com apreparação física do tênis convencional assim como sua formaadaptada aos portadores de deficiência física. Com base nabibliografia consultada chegamos a algumas informações:identificação das qualidades físicas treináveis da modalida-de algumas formas indicadas para a mensuração e o traba-lho dessas qualidades físicas em pessoas portadoras de ne-

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cessidades especiais, as conseqüências desse treinamentoe seus benefícios. Constatamos que na bibliografia consul-tada desta área dificilmente abordam este tema, e quando ofazem, não o realizam em sua totalidade, dificultando um maioraprofundamento o que levou a recorrer a bibliografias dotênis convencional, através desta consulta pode-se dizerque o treinamento do condicionamento físico pode trazervários benefícios aos atletas de tênis em cadeira de rodas sebem trabalhado, sempre respeitando sua individualidade.

Água Viva: O recurso aquático naprática de uma terapia motora

Murilo, P.C.

INTRODUÇÃO: A terapia aquática vem desempenhandoimportante trabalho na área da habilitação física, e recursoscomo a hidrocinesioterapia auxiliam pessoas portadoras dedeficiência no sentido de promover um trabalho corporalque contribui para o restabelecimento da motricidade. A te-rapia aquática além de oferecer alguns benefíciosbiomecânicos como o relaxamento e o alongamento muscu-lar desperta o caráter lúdico e prazeroso do corpo imerso,proporcionando bem estar, aconchego e liberdade ao flutu-ar. OBJETIVO: A pesquisa estuda a questão da imagem cor-poral e do movimento singular que cada sujeito subjetivoencontra na água ao experimentar as suas possibilidades elimites corporais, despertando o desejo de movimentar-selivremente. METODOLOGIA: A pesquisa se desenvolve há3 anos sendo de caráter qualitativo investiga o aspectopsicomotor de crianças, adolescentes e adultos portadoresde deficiência: física, sensorial, mental, psíquica. Para a pes-quisa estudamos 3 grupos de alunos que passaram regular-mente por avaliação física e postural, o que nos permitiutraçar individualmente um programa de atividades corporaismediante os dados obtidos. Os grupos foram dispostos deacordo com as propostas de atividades estabelecidas paracada aluno e de acordo com a faixa etária. As sessões acon-tecem semanalmente com duração de 1 hora. RESULTADOS:Os resultados encontrados são compatíveis a uma melhorada condição tônica da musculatura, da mobilidade e alonga-mento corporal e da própria auto-estima. O aluno encontrana água uma forma prazerosa de se movimentar e observa-mos que à medida que novos movimentos são conquistadosou aprimorados há uma transposição desta coordenação paraas atividades realizadas no cotidiano do aluno como o equi-líbrio postural para a marcha. CONCLUSÕES: A água é umimportante recurso terapêutico que disponibiliza uma sen-sação de bem estar e liberdade atuando como facilitadora domovimento. Os benefícios da terapia aquática não estão res-tritos a uma condição biomecânica do corpo, expandem-separa uma vida psíquica e subjetiva. Os sentidos corporais:cinestésicos e sensoriais resgatam desejos conscientestransformando-os em movimento.

Distribuição e aproveitamento dotempo em sessões de atividade

motora adaptada

Nasser, J. P.; Zuchetto, A. T. Z.; Silva, C. G.

Universidade Federal de Santa Catarina

Analisou-se a distribuição e o aproveitamento do tempo de4 PNEs, sendo 1 Síndrome de Down (P4), 1 Síndrome deAsperger (P2), 1 Distúrbio de Comportamento (P1) e 1 comParalisia Cerebral Atetóide (P3). Para a coleta de dados uti-lizou-se filmagem de 4 aulas e registro cursivo marcandotempo a cada minuto. Os dados foram analisadosquantitativamente e qualitativamente, conforme o tempo dasatividades, da aula em geral e aproveitamento dos partici-pantes em relação aos itens: Tempo de Ocupação (TO), Forade Foco (FF), Tempo de Desperdício (TD), Tempo de Transi-ção (TT), Tempo Atribuído e a Prenda (P). O TT das aulas foiem média 90 minutos. A aula dança foi a que provocou maiorentusiasmo nos participantes que, tiveram seus TD reduzi-dos. Todos realizaram as atividades de acordo com sua ca-pacidade. Quanto à distribuição dos tempos dos participan-tes durante as aulas pôde-se perceber que P1 e P2, foramconstantes seus TO em todas as aulas. P3 participou detodas as atividades e por não ter deficiência mental, inter-pretava as regras das atividades com clareza, obtendo bomaproveitamento no TO. Em alguns momentos teve seu TOprejudicado devido ao seu grande comprometimento motor.P4 apresentou maior TO na aula de circuito e menor na aulade dança, mas na dança participou de forma espontânea,enquanto em algumas atividades das outras aulas seu TOdependia de ser conduzido por um auxiliar. O TT foi um im-portante elemento diagnosticado na pesquisa, servindo parademonstrar quanto tempo se gasta da aula para a explicaçãodas atividades e o engajamento dos alunos nelas. Pareceumuito, mas torna-se o necessário quando se respeita à indi-vidualidade para cada participante se engajar nas ativida-des. As razões dos desperdícios nas aulas variaram paracada aluno, de acordo com suas características e particulari-dades. Os TT, TD, FF, teoricamente seriam aspectos negati-vos na aula pelo fato dos participantes não estarem execu-tando as atividades. Porém, foi pouco comparado aos totaisdas aulas e serviu para observar as interações sociais. Ainvestigação da distribuição e do aproveitamento do tempoem aulas de atividade motora adaptada possibilita adminis-trar o tempo repercutindo na adequação de atividades eenvolvimento dos participantes.

Evolução da esgrima em cadeira derodas no Brasil

Nazareth, V. L.; Duarte, E.

FEF, Unicamp

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O presente estudo teve por objetivo analisar as açõesevolutivas do esporte esgrima em cadeira de rodas no Bra-sil. Tendo uma perspectiva de estudo exploratório, os dadosforam estruturados a partir de revisões de literárias e análi-ses documentais. A arte das armas brancas é reconhecidano contexto do desporto adaptado como aquela direcionadaespecificamente as pessoas com deficiência física, sendooficialmente denominada Esgrima em Cadeira de Rodas.Surgida em meados dos anos 50 na unidade de lesionadosmedulares de Rockwood (Cardiff) na Inglaterra, este esporteteve sua primeira apresentação nos Jogos de StokeMandeville em 1954. Desde então, a esgrima adaptada veiose estruturando no âmbito internacional em suas açõesinstitucionais, dando base para o seu estabelecimento comomodalidade paraolímpica. No Brasil ao contrário, a esgrimaadaptada ainda é pouco difundida, chegando a ser quaseque inexistente. Mesmo existindo no país alguns pratican-tes deste esporte, a esgrima adaptada ainda encontra-semuito distante da realidade da esgrima convencional “paranão deficientes” no que tange aos aspectos técnicos e apoiofinanceiros. Entre os fatores que evidenciam o atrasoevolutivo da esgrima adaptada no país, desacatam-se o des-conhecimento da modalidade por grande parte da popula-ção e pessoas atuantes no contexto da esgrima convencio-nal, falta de capacitação e aperfeiçoamento dos profissio-nais de esgrima quanto ao contexto das pessoas com defici-ências e particularidades de ensino para os mesmos, a pro-blemática da aquisição dos equipamentos devido ao altocusto de importação e sobre tudo a inexistência de uma as-sociação específica de representação da modalidade. Atre-lando-se a todos estes problemas evidencia-se a escassezde bibliografias e pesquisas científicas sobre as dimensõesda esgrima em cadeira de rodas. Todos estes fatores colo-cam a esgrima adaptada em situação de desvantagem emrelação a outras modalidades paraolímpicas, sendo neces-sárias ações mais amplas para efetiva implantação deste es-porte no país.

Sintomas depressivos emparkinsonianos: A influência daatividade física supervisionada

Oliani, M. M.1; Corazza, D. I.1; Gobbi, S.1;Stella, F.2; Gobbi, L. T. B.1

Depto de Educação Física, IB, Unesp1; Depto deEducação,IB, Unesp2

Introdução: sintomas depressivos podem decorrer das con-seqüências psicossociais e limitações causadas pela deteri-oração física. Na Doença de Parkinson (DP), tais fatorescomumente ocorrem por ser um processo neurodegenerativoque acomete principalmente a atividade motora. Objetivo:analisar a influência de um programa de atividade física su-pervisionada sobre sintomas depressivos emparkinsonianos. Materiais e métodos: sete sujeitos, com ida-

de média de 66,4±9,8 anos, após serem avaliados por médi-co, foram classificados de acordo com o nível de gravidadeda doença 1,57±0,78 (Escala de Hoehn e Yarh, 1967), condi-ção motora e da capacidade funcional 34±26,31 (UnifiedParkinson´s Disease Rating Scale, 1987), escolaridade de8±3,7 anos e funções cognitivas 26,7±1,7 (Mini Exame doEstado Mental, 1975). Para quantificar os sintomasdepressivos utilizou-se da Escala de Hamilton para Depres-são (1960). Todos os sujeitos participaram de um programade atividade física supervisionado, com 3 sessões semanaisde aproximadamente 40 minutos, durante 15 semanas. Talprograma consistiu de treinamento com pesos, flexibilidadee ginástica geral. Resultados: a análise estatística não-paramétrica de Wilcoxon revelou diferença significativa(p<0,05), apontando diminuição dos sintomas depressivosapós o programa de atividade física, revelando que os sujei-tos saíram do quadro de sintomas depressivos leves. Con-clusão: Conquanto os resultados do presente estudo sejampreliminares e restringidos pelo pequeno tamanho da amos-tra, observa-se que parkinsonianos se beneficiam de um pro-grama de atividade física e que este tem influência positivana diminuição de sintomas depressivos, provavelmente poruma melhora da capacidade funcional com conseqüentemelhora da autonomia, diminuindo sua dependência nas ati-vidades da vida diária. Sugere-se a implementação de ativi-dade física regular para parkinsonianos, visto que esta pos-sivelmente pode ser empregada como meio coadjuvante enão-farmacológico ao tratamento de sintomas depressivos.

O tae kwon do paradeficientes visuais

Oliveira, B.B.

Depto. de Educação Física, Centro UNIFIEO

Este estudo tem por objetivo estabelecer critérios para asistematização de conhecimentos orientados para um pro-cesso de ensino e aprendizagem da arte marcial coreana de-nominada Tae Kwon Do (TKD), considerando as necessida-des específicas de cidadãos portadores de deficiênciavisual.Para tanto, considerar-se-à a necessidade de umatransformação didático-pedagógica dos diferentes procedi-mentos de ensino, tendo em vista os múltiplos saberes ine-rentes ao processo de aprendizagem dessa manifestaçãocultural (TKD) nos seus mais diversos componentes (histó-rico, filosófico, ético, pedagógico e técnico). Este trabalhoimplicou uma pesquisa de natureza teórico-bibliográfica,associada as percepções pedagógicas provenientes da ex-periência profissional da autora deste mesmo estudo. Forammobilizados conceitos norteadores de forma a subsidiar al-gumas recomendações de natureza didático-metodológicascomo passos efetivos para um processo consistente de sis-tematização de conhecimentos. Portanto,foram considera-dos aspectos relacionados as questões relativas aos temasinclusão social; características e aspectos intervenientes da

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deficiência visual; aspectos inerentes ao processo de apren-dizagem, entre outros.

Estimulação essencial motoraaquática para bebês e

crianças com deficiência

Oliveira, G.B. de; Andrades, A.P.O. de; Scherer, C.;Walker, D.; Malezan, L.M.; Palma, L.E.

Centro de Educação Física, UFSM

Por meio das limitações e privações que bebês e criançascom necessidades especiais têm em relação ao seu desen-volvimento, propô-se esse projeto de extensão com o obje-tivo de propiciar atividades em meio líquido que estimulem odesenvolvimento motor global de bebês e crianças com ne-cessidades especiais, como também, estimular as percep-ções táteis, visuais, auditivas e sinestésicas e auxiliar namelhoria das funções cardio-respiratórias, mobilidade arti-cular e locomoção, proporcionar o desenvolvimento dascapacidades motoras, especialmente o equilíbrio, postura,ritmo e coordenação. O grupo é constituído por cinco (05)alunos, com Síndrome de Down, hidrocefalia e deficiênciafísica e sete (07) professores/monitores. As aulas são reali-zadas às quintas-feiras, em sessões de 40 minutos, das 16:30às 17:10, no Complexo de Piscinas Térmicas do CEFD/UFSM.As atividades são desenvolvidas de forma lúdica estimu-lando os alunos em relação às áreas motora, perceptivo-cognitiva, da linguagem e social. Como forma de avaliaçãodos alunos e das aulas, utiliza-se o Parecer Descritivo e oDiário de Campo, respectivamente. Sendo este um projetoiniciado em março de 2005 e com a sua conclusão previstapara dezembro do corrente ano, inferem-se as seguintes con-siderações: com o andamento das aulas observou-se que osbebês e crianças já demonstram estarem adaptados ao meiolíquido, principalmente os que caminham, demonstrandomelhorias na mobilidade articular e locomoção, deslocando-se de um lado ao outro da piscina e realizando seus primei-ros mergulhos; ainda, observaram-se melhorias no desen-volvimento das capacidades motoras, especialmente no equi-líbrio e postura e no desenvolvimento da autoconfiança.

A participação da criança hiperativanas aulas de educação física infantil

Oliveira, L. P. G.; Fumes, N. L. F.

Universidade Federal de Alagoas

O presente estudo teve como objetivo principal analisar aparticipação de uma criança hiperativa durante as aulas deEducação Física Infantil. O estudo de caso, de natureza qua-litativa, foi o modelo de estudo seguido para o seu desen-volvimento. Nele foi investigada uma criança hiperativa, de

6 anos de idade, do sexo masculino, aluno de uma classeregular de Educação Infantil (alfabetização), de uma escolaparticular de classe média alta, situada no município deMaceió. Para melhor compreensão do caso participaram doestudo como informantes a professora de alfabetização e deEducação Física (esta última também desempenhava o papelde pesquisadora deste estudo), a auxiliar de sala de aula, apsicóloga educacional da escola e a mãe da criança. A ob-servação participante das aulas de Educação Física, o diáriode campo, a entrevista semi-estruturada foram utilizados paralevantamento dos dados. Empregou-se, também, o Inventá-rio de Comportamentos do Jogo Social de Sherrill (1998). Osresultados mostraram que dos cinco níveis de interação dojogo social apresentados pelo Inventário, aluno manifestoucomportamentos em pelo menos quatro níveis de interação:o solitário/exploratório, o paralelo, o associativo/interativoe o cooperativo. Dessa forma, pôde-se concluir que o alunopossuía um bom nível de interação com a professora, comos colegas e com os objetos. No entanto, esse nível deinteração podia variar, de acordo com as atividades propos-tas: aquelas que utilizavam materiais sempre propiciavammaior nível participação do aluno, mas muitas vezes levava-no a se afastar do grupo para brincar individualmente; asatividades de imitação possibilitavam maior nível deinteração grupal (desde que não se permanecesse muito tem-po nela); já as atividades que implicavam a permanência pro-longada na posição sentada não favoreciam a interação doaluno e levavam-no a se afastar do grupo.

Ginástica harmônica para deficientesvisuais: Um recurso de inclusão social

Oliveira, L.Z

Clínica Movimento, Centro de Estudos e Terapia

O projeto de levar a Ginástica Harmônica para o universodos deficientes visuais começou a ser desenvolvido em fe-vereiro de 2005 na Clínica Movimento, com os alunos deuma instituição municipal, que atende a crianças e adoles-centes com deficiência visual. A Ginástica Harmônica partede um pressuposto holístico, mesclando elementos científi-cos ocidentais com conhecimentos orientais. Esse métodotraz uma sensível evolução na conscientização do corpo,pois estimula a expressão corporal através de diferentes rit-mos musicais, para reorganizar no indivíduo sua flexibilida-de natural, a harmonia das expressões, seu equilíbrio verti-cal e consciência de si. A Ginástica Harmônica demonstragrande potencial de inclusão social, na medida que possibi-lita um desenvolvimento psico-corporal respeitando a indi-vidualidade, sem a imposição de padrões pré-determinadosde movimentos, respeitando-se à plástica e expressão decada um como algo valioso ao processo de desenvolvimen-to humano. Na aplicação do método neste projeto em espe-cial, também havia a expectativa de valorizar a autonomia,promovendo ganhos nas habilidades físicas e na auto-esti-

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ma destes jovens. A primeira inovação do projeto foi criaruma adaptação metodológica, pois o recurso mais utilizadona aula é a imitação dos movimentos do condutor do grupo,através da percepção visual. Para substituir este recursoutilizou-se de pessoas sem deficiência visual para serviremde guias, possibilitando a imitação. Também foram desen-volvidos códigos verbais representando movimentos e pos-turas para serem utilizados, sendo que estes foram se tor-nando cada vez mais eficientes, pois o repertório gestualdos participantes foi se ampliando e adaptando-se à Ginás-tica Harmônica; chegando-se a eficiência de cada um dosparticipantes conseguir conduzir o grupo. Estimulados porum novo universo de sensações e possibilidades, pôde-seobservar muitas mudanças em cada um dos jovens, como odesenvolvimento ou aprimoramento de algumas habilidadesfísicas, a reestruturação de padrões posturais e mudançasde comportamento.

Qualidade de vida social através daprática de natação

Oliveira, S. S.; Mattos, E.;Matteoni, S. P. C.; Cortese, M. C.

Escola de Educação Física e Esportes, USP

No Brasil, segundo IBGE 2001, 14,8% da população é cons-tituída de pessoas que possuem algum tipo de deficiênciafísica, sensorial ou mental. Elas têm suas atividades sociaisdificultadas. O objetivo deste trabalho foi verificar se a prá-tica de natação de forma inclusiva com não portadores favo-rece a melhora na qualidade de vida social dos participantesdo grupo. Foi feito um questionário para os alunos do cursode “Natação Inclusiva” da EEFEUSP. A idade dos partici-pantes variou entre 11 e 78 anos, abrangendo o período de1998 a 2004. A amostra foi composta por 347 componentes,sendo 181 mulheres e 166 homens portadores de diversostipos de deficiências. Eles foram divididos por sexo e diag-nóstico, bem como nível de escolaridade e profissão. O re-sultado demonstrou que os portadores de deficiências am-pliam suas relações sociais, mas não dependem ou se impor-tam com a presença dos não portadores de deficiências nogrupo. Já os não portadores também ampliam suas relaçõessociais e se estimulam com a presença de portadores de de-ficiência no grupo, no sentido de superar suas dificuldadesem termos de aprendizagem das habilidades aquáticas. Onível de escolaridade influencia na velocidade de aprendiza-gem e desenvolvimento de habilidades aquáticas. As mu-lheres são as que mais procuram as atividades inclusivas,porém os homens são os que mais se entrosam nas ativida-des sociais extra aula. Eles promovem reuniões sócias pós-aulas e tomam mais iniciativas em relação à comemoraçõesde aniversários ou outras datas comemorativas. As mulhe-res tendem a organizar as comemorações me termos de orna-mentação dos locais e trazer presentes. As mulheres têmprocurado em maior número os recursos da natação inclusi-

va como um instrumento a mais no processo de seu desen-volvimento global visando melhor qualidade de vida.

Envolvimento de portadores denecessidades especiais ematividades de pular corda

Pacheco Izidoro, G.; Zuchetto, A.T.; Nasser, J.P.

Centro de Desportos, UFSC

Objetivou-se analisar o envolvimento de seis sujeitos naatividade de “pular corda”, em uma sessão no Programa deAtividade Motora Adaptada. Analisou-se: P1 comHemiparesia Espástica,16 anos; P2 com Síndrome deAsperger, 17 anos, P3 com distúrbio de comportamento edeficiência mental, 19 anos, P4 com quadriparesia atetósica,28 anos, P5 e P6 com síndrome de Down, 19 e 17 anos res-pectivamente e três acadêmicos. A sessão durou 95 minutosdistribuídos em 5 atividades (A): A1-Alongamento (11:39-12,16%); A2-Pegar o rabo (6:35-6,88%);A3-Atividades comcorda (36:00-38%); A4-Alternância de arcos (8:40-9,04%);A5-Telefone sem fio (7:10-7,5%). O tempo atribuído (TA)(tempo que durou a atividade) de “pular corda” foi 36 minu-tos, 38% do total. E constou de cinco variações (V) e se-guintes tempos atribuídos: V1-Cobrinha (10:30-28,61%): duaspessoas balançam a corda no chão, pulando sem encostar.V2-Passar por baixo da corda (10:34-28,72%): passar por baixoda corda sem encostar-se à mesma. V3-Pular sobre a corda(2:19-6,08%): Pular sobre a corda, mais alta. V4-Pular corda(7:36-20,44%): Pular corda enquanto duas pessoas a giram.V5-Pular corda cantando (5:07-14,08%): Pular a corda giran-do, conforme a música. Dos 36 minutos do tempo atribuído(100%), P1 teve um tempo de ocupação (TO) de 9,8%, P28,4%, P3 10,98%, P4 9,9%, P5 29% e P6 17,48%. O tempo dedesperdício (TD tempo que não estão executando) de P1 foi90,2%, P2 91,6%, P3 89,02%, P4 90,1%, P5 71% e P6 82,52%,permitindo o exercício do comportamento social como res-peitar regras, esperar sua vez e incentivar os colegas. P1, P2e P3 foram os mais rápidos e ágeis, sendo que P1 conseguemaior êxito na V4 e P3 nas V2 e 5. As atividades para P4foram modificadas devido à sua impossibilidade de pular. P5e P6 tem TO maiores devido às dificuldades de pular e pas-sar por baixo da corda . Conclusão: P1, P2 e P3 realizaramrapidamente e com facilidade. Quanto aos outros, tambémrealizaram com êxito, pois incentivaram os colegas, espera-ram a sua vez, atenderam aos pedidos dos acadêmicos. Asatividades com corda permitiram aos participantes compar-tilhar materiais, brincar e colaborar.

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Resumos de Painéis

Visibilidade da beleza de pessoas comdeficiência mental

Paula, A.I.1,2 Mauerberg-deCastro, E.1;Campbell, D.F.1

UNESP, RC1; UNIRP/FIB2

O advento da globalização e da comunicação de massa dei-xou as pessoas obcecadas com a aparência e com a buscado tão propalado padrão de beleza. A cultura dominanterompeu as barreiras geográfica e econômica e embutiu noconsciente coletivo a cultura da magreza como ideal deperfeição e essa busca, muitas vezes, condicionoucomportamentos auto-destrutivos. A partir dessaproblemática, imagine como é viver fora dos padrõesdeterminados como belo, principalmente no que diz respeitoà auto-estima, já que ela em grande medida evolui de comonos sentimos sobre nossa aparência física? Normalmente amídia associa pessoas com deficiência à vítimas; heróis;ameaça; incapacidade de se ajustar; aquele que precisa decuidados, ou ainda aquele que não deveria ter sobrevividoe, em geral, é comum pessoas com deficiência apresentaremproblemas na auto-imagem e conseqüentemente umsentimento de inferioridade. Então, como reverter estasituação e facilitar a melhoria da auto-estima das pessoascom deficiência? Uma das crenças básicas da atividade físicaadaptada salienta que “todos os alunos têm seus direitosassegurados para qualidade de vida que pode ser atingidapela prática de atividade física. Esta, por sua vez, podemelhorar a auto-estima e contribuir para a saúde mental.”Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é dar visibilidade àbeleza da pessoa com deficiência mental que praticaatividades físicas no programa de extensão de educação físicaadaptada (PROEFA) da UNESP de Rio Claro. Os participantesforam fotografados durante as aulas de atividade física edemonstraram, à partir das belas fotos, que os padrões debeleza hierarquicamente impostos devem ser urgentementerevisitados, e que a beleza pode estar mais próxima,disponível e alcançável do aquela divulgada na mídia(tendenciosa e impregnada de estereótipos). Suas imagensrevelaram alegria, inocência, espontaneidade, camaradagem,sinceridade, e vários atributos de expressão socialimpregnando e ampliando a concepção de estética, de bele-za. Apoio: PROEX-UNESP

A natação para o portador desíndrome de Down

Paula, G.I; Junior, E. N. S. P; Fretas, P.S

Universidade Federal de Uberlândia

Este presente trabalho foi realizado com o aluno portador deSíndrome de Down no segundo semestre do ano de 2003,por meio do estágio Prático de Esportes Adaptados. Esta é

uma categoria de deficiência mental cuja origem está na exis-tência de uma trissomia no cromossomo 21(CONDE, 2000).As crianças portadoras de tal anomalia geralmente são me-nores, possuem o desenvolvimento motor atrasado e sãomais suscetíveis a disfunções hormonais, doenças cardía-cas e pulmonares, desnutrição e problemas ortopédicos(DROWVATISKY, 1973). Assim uma das formas de preven-ção destes problemas está na prática de atividades físicascomo a natação. Esta promove o desenvolvimento muscu-lar, já que muitas dessas crianças possuem a musculaturaflácida. Então, nada melhor do que oferecer uma atividadede baixo impacto que facilita o equilíbrio estático e dinâmicodos participantes, além de melhorar o desenvolvimentocardiovascular e respiratório. Psicologicamente, a nataçãopromove o aumento da autoconfiança, um dos objetivos dotrabalho. Em relação aos demais resultados, o aluno obteveum pequeno progresso nessa parte pelo fato de serindisciplinado e desconcentrado. Ele perdeu parte do seumedo em permanecer nas posições de decúbito ventral edorsal e de ficar sozinho na piscina. Seus mergulhos já nãosão tão breves. Quando perder o receio de mergulhar, per-manecer nas posições de decúbito e submergir o rosto pormais tempo, ele estará pronto para aprender as modalidadesde nado. Para isso, também é necessário que seja vencida aresistência que ele possui quanto a utilização dos recursosmateriais, tais como a prancha. Ë interessante que seja de-senvolvido um trabalho de psicomotricidade para que eleaumente sua capacidade de concentração.

O mal de Alzheimer e asatividades motoras

Piveta, C.; Tolocka, R.E.

NUPEM, UNIMEP

O presente estudo tem como foco a relação entre o Mal deAlzheimer e as Atividades Motoras. Para tanto, foi realizadauma pesquisa bibliográfica utilizando-se os arquivos damedline, bibliotecas online:USP,UNICAMP, UNESP,UNIMEPe textos disponíveis em sites específicos com as seguintespalavras-chave :Mal de Alzheimer, Atividades Motoras, exer-cício físico e Educação Física. Quanto a patologia, ela causauma desintegração progressiva global, homogênea eirreversível das funções mentais durante um período quepode variar de 02 a 20 anos. Durante o período de evoluçãoda doença, todas as esferas da atividade mental são atingi-das sucessivamente pelo processo patológico, sobretudo amemória recente, ocasionando a falta de palavras, impossi-bilidade de executar tarefas do cotidiano, de reproduzir mo-vimentos simples, seguidos de esquecimento dos conheci-mentos e hábitos adquiridos há anos. Vários fatores de ris-co foram identificados: idade, antecedentes familiares dedemências degenerativas, alguns traços genéticos (dos quaisa apolipoproteína E4), efeito tóxico do alumínio, dentre ou-tros. Como a causa da patologia permanece desconhecida

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até hoje, não há ainda um tratamento de cura. Quanto a rela-ção Atividades Motoras e o Mal de Alzheimer foram encon-trados poucos estudos, mesmo assim, verificou-se que aatividade física regular, bem orientada e que considere aspossibilidades individuais pode reduzir o número de que-das e fraturas, diminuir os níveis de depressão e agitaçãodecorrentes desta doença, a dependência funcional na reali-zação das atividades de vida diária, melhorar a funçãocardiorespiratória e o condicionamento físico, os níveis deforça , o equilíbrio, a mobilidade, o aspecto moral, a confian-ça, restituir a auto-estima, facilitar uma redescoberta do es-quema corporal, preservar as capacidades funcionais rema-nescentes durante o máximo de tempo possível e principal-mente manter uma certa qualidade de vida. Conclui-se quesão necessários mais estudos abordando esta patologia eas contribuições da prática de Atividades Motoras, trazen-do assim maiores parâmetros aos profissionais de EducaçãoFísica.

Estratégias do deficiente mental emtarefas complexas de equilibrio

dinâmico e estático em umtreinamento com o sistema âncora

Polanczyk, S.D.

LAP, Depto de Educação Física, Unesp, IB

O indivíduo pode usar elementos do ambiente (não-biológi-cos) como um mecanismo de seu sistema exploratório eregulação postural. O paradigma âncora sugere que o orga-nismo detecta informações mediadas por ferramentas, ca-racterizando uma relação mútua entre a dinâmica do orga-nismo e ambiente, formando uma espécie de ancoragem en-tre ambos. O sistema consiste em segurar dois cabos flexí-veis, um em cada mão, enquanto as massas são mantidas emcontato com o solo durante tarefas posturais. O sistemaâncora é uma ferramenta não-rígida que permite, além dosuporte mecânico (aparentemente secundário), oportunida-des exploratórias do tipo háptica. Desta forma, o objetivodeste estudo foi relatar as estratégias adotadas pelo defici-ente mental em tarefas de equilibrio com o uso do sistema“âncora.” Para tanto, 9 adultos com deficiência mental denível moderado e idade média de 31,1 anos e desvio padrãode 10.10 anos realizaram 8 sessões de 50 minutos de treina-mento, 2 vezes por semana. As aulas foram organizadas emcircuito e sub-divididas em: controle postural (estático edinâmico) e mobilidade. O contexto das aulas incluíram: ul-trapassagem de obstáculos, passagem por aberturas e espa-ços de restrição ao volume corporal, locomoção sobre dife-rentes superfícies (rígidas e deformáveis), em diferentes pla-nos e direções de deslocamento. No início, a maioria dosparticipantes encontrou dificuldade em realizar as tarefas,necessitando de ajuda do experimentador para a realizaçãodos mesmos. Entretanto, rapidamente nas sessões seguin-tes houve uma melhora no desempenho das atividades e da

auto-confiança dos participantes. Desta forma, foi aumenta-da a complexidade da tarefa, inserindo objetos deformáveisem cima da cabeça e vendando alguns participantes. Alémdisso, alguns dispensaram a ajuda do experimentador o queantes era essencial para os mesmos. Ainda, notamos mu-dança na forma de utilizar o âncora em alguns, pois no inícioeles arrastavam as massas, com a experiência eles começa-ram a antecipar as massas antes de se deslocar, além deesticar a corda em situações de desequilíbrio. Então, o siste-ma âncora foi uma ferramenta que auxiliou o deficiente men-tal a encontrar soluções para tarefas complexas de equilí-brio dinâmico e estático, melhorando o controle posturaldas mesmas.

Efeito de um programa de atividadefísica generalizada sobre a

flexibilidade de idososinstitucionalizados

Prada, A.C.B.

FUNEC

Ser idoso é uma chance que cada dia mais pessoas conse-guem alcançar. Existe nos dias de hoje um maior número deidosos podendo viver uma vida saudável e muito se temfalado sobre os benefícios da atividade física para os indiví-duos na terceira idade. Por isso o objetivo deste trabalho foiatravés de um programa de atividade física generalizado (dan-ça, ginástica e atividades recreativas) verificar mudanças naflexibilidade em idosos institucionalizados no asilo SãoVicente de Paula em Santa Fé do Sul – SP. Participaram dessetrabalho 5 idosos de ambos os sexos com idade entre 56 a 80anos. Durante 4 meses, 2 vezes por semana com duração deuma hora cada aula. Essa aula seguiu um esquema pré-esta-belecido: (1) Aquecimento – 10 minutos; (2) Parte principal– 30 a 35 minutos e (3) Parte Final – 05 a 10 minutos. Paraavaliar a flexibilidade utilizou-se a Bateria de Testes daAAHPERD (American Alliance for Health Physical Education,Recreation and Dance) onde foram realizados dois testes:um pré-teste no inicio do programa e um pós-teste no finaldo programa. Os resultados obtidos foram significativamentediferentes: no pré-teste 44,4 ± 7,7 (cm) e no pós-teste 66,1 ±7,27 (cm). Concluí que a prática da atividade física regularmelhora a flexibilidade dos idosos institucionalizados.

Flexibilidade em mulheres idosas

Ramos, L.; Martins, J.B.

Faculdade de Educação Física, Unicastelo

Introdução Envelhecer bem e com saúde está fortementerelacionado à atividade física, quer seja em ambientes espe-cíficos tais como academias e clubes, quer seja em situações

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da vida diária. Um dos problemas que acomete boa parte dapopulação idosa é a perda da capacidade de flexibilidade,que repercute em sua vida tornando movimentos que fazemparte de seu cotidiano mais difíceis de serem executados.Objetivo Tivemos como objetivos desenvolver trabalho demelhora e manutenção da flexibilidade de mulheres idosasna faixa etária de 65 anos com vistas à autonomia das ativi-dades de vida diária, e discutir o impacto de um trabalho queprivilegia a flexibilidade no dia-a-dia do idoso. Métodos Alémda revisão bibliográfica do tema, conduzimos um trabalhode campo que consubstanciou-se em duas sessões sema-nais de 45 minutos durante 6 meses para 10 idosas cuja mé-dia da idade é de 65 anos. Aplicamos o Teste de Wells antesdo início do trabalho e ao final do semestre. Da mesma for-ma, aplicamos um questionário onde tentamos listar todasas atividades cotidianas de uma dona-de-casa e pedimosque a pessoa classificasse cada um dos ítens elencados em:realizo com facilidade, realizo com dificuldade, não realizo.A escolha das atividades desenvolvidas nas sessões levaramem conta as respostas dadas neste questionário. Resulta-dos Pudemos verificar ao longo das sessões um aumento daauto-estima das idosas expressa em seus discursos. No tes-te do banco de Wells notamos melhora significativa em 3mulheres, e na manutenção dos resultados das demais, oque de certa forma nos estimula, pois não verificamos de-créscimos. Em relação ao questionário, verificamos coinci-dência dos resultados do teste de Wells com as respostasdo questionário, ou seja, as idosas que tiveram bom desem-penho no teste apresentaram respostas que demonstramautonomia nas atividades de vida diária. Conclusão Conclu-ímos que trabalhos de atividade física específicos, tais comode desenvolvimento e manutenção da flexibilidade que bus-quem informações nos movimentos que fazem parte ou quedeveriam fazer parte do cotidiano do idoso concedendo au-tonomia e auto-estima, mostram-se eficazes, pois o trabalhode planejamento das sessões, bem como acompanhamentoindividualizado torna-se mais fácil.

Fisiologia do exercicio em esferaclínica atraves do exercício em meio

aquatico como capacitação ereabilitação para individuos

portadores de hemiplegia emdecorrência do acidente

vascular encefálico

Raszl, CRC

Faculdade de Educação Física da ACM de Sorocaba

Introdução: Trata-se de um trabalho com estudo de caso emque se relaciona o exercício físico em meio aquoso comoreabilitação de indivíduo portador de Hemiplegia após umAcidente Vascular Cerebral. Objetivo: tem-se como finalida-de avaliar e comparar os resultados no início do treinamento

e após o período estabelecido, neste caso de 12 meses, duasvezes por semana com 30 minutos de duração, dessa formaestabelecendo para indivíduos hemiplégicos decorrente deacidente vascular cerebral o exercício físico em meio aquáti-co como possível meio de terapia reabilitadora no sistemamúsculo esquelético e atividade motora através da nataçãoadaptada. Método: para avaliar a força foi utilizada inicial-mente a gravidade eliminada, tempo e numero de repetiçõescom aumento gradativo de carga até 3 Kg; para averiguarforça de preensão fui utilizado o dinamômetro; para a resis-tência utilizou-se a natação adaptada com aumento de per-curso até atingir 16 metros com a redução no tempo e sem aalteração substancial na freqüência cardíaca. Resultados: apreensão realizada pela mão direita que era zero no início,após as atividades chegou-se a 7 Kg e a mão esquerda queinicialmente era de 30 Kg chegou-se a 35 Kg, devido a isso,em exercícios isométricos consegue segurar peso com a mãodireita1kg fora da água e de 3kg submerso por um períodomáximo de 1 minuto; quanto à resistência tem conseguidofazer 16 metros sem ultrapassar a freqüência cardíacaestabelecida que é de 120bpm. Conclusão: o exercício emmeio aquático devidamente monitorado para indivíduos comacidente vascular cerebral, mostrou-se bastante eficiente,pois, na medida em que a densidade do meio líquido possi-bilita o aluno a executar com maior habilidade e rapidez oexercício, alcançando assim maior equilíbrio, força, e resis-tência cardiovascular, sem possíveis riscos para lesões cujosresultados, neste caso, contribuem e favorecem na vida diá-ria.

A estimulação global da criançadeficiente visual por meio do

treino de equilíbrio

Ribeiro, P.C.; Noronha, A.J.; Silveira, F.M.

Pró-Visão, Sociedade Campineira

1. Introdução: O treino de equilíbrio como meio para aestimulação global de crianças deficientes visuais (cegasou com baixa visão) faz parte do programa chamado Ativi-dade Sensório Motora desenvolvido na Pró-Visão – Socie-dade Campineira de Atendimento ao Deficiente Visual. Emvirtude da pouca movimentação de cabeça é que a criançacom perda visual apresenta baixa reação vestibular,mostrando-se tensa e insegura nos movimentos do corpo.Isso prejudica a formação de reações de equilíbrio e osprimeiros deslocamentos no espaço (Bruno. 1993). 2- Obje-tivos: Este trabalho tem como objetivo demonstrar uma rela-ção entre o déficit visual e o déficit de equilíbrio e apresen-tar uma proposta de atendimento que utiliza-se do treino deequilíbrio para a estimulação do desenvolvimento global decrianças deficientes visuais. 3-Métodos: Em 2003 realizou-se testes de equilíbrio estático e dinâmico com 20 criançasdeficientes visuais com idade de 2 a 7 anos. Os resultadosdesta avaliação levaram os educadores físicos e a fisiotera-

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peuta a propor a realização de atividades com enfoque noequilíbrio. Os atendimentos são semanais com duração de45 min., em grupos formados de acordo com o nível de habi-lidades psicomotoras. Utilizamos pranchas de equilíbrio,cordas, bolas Bobath, discos de ar, rolos, skate, cama elásti-ca, rede de balanço, arcos e aquatubos. São feitos relatóriosde aulas e registro de freqüência diariamente. 4- Resultadosobtidos: A deficiência visual pode promover alteração nasreações de equilíbrio já que todas as crianças avaliadas apre-sentaram algum déficit de equilíbrio. Resultados imediatosdurante os exercícios de equilíbrio foram observados, sen-do eles: reações de equilíbrio automáticas e mais eficientes,movimentos espontâneos de cabeça, aumento do tônusextensor do tronco, melhora da postura global, surgimentodas reações de proteção e trabalho muscular intenso. 5-Conclusão: Concluiu-se que o treino de equilíbrio ajuda naconsciência corporal, pois envolve o corpo como um todo,contribuindo no processo de desenvolvimento global dacriança deficiente visual.

Estratégias de ensino-aprendizagemdo kung fu para pessoas

deficientes visuais

Rocha, L.G.F.; Almeida, J.J.G.

Depto de Estudos de Atividade Física Adaptada,FEF, UNICAMP

As pessoas com deficiência visual podem apresentar defa-sagens no desenvolvimento psicomotor, social e afetivo,comumente em função da falta de oportunidades gerada pelofalta de informações sobre a deficiência e, conseqüentemen-te, gera-se um preconceito que encobre os olhares para aspotencialidades dos indivíduos. A prática do Kung Fu trazinúmeros benefícios bio-psico-sociais, tais como melhoriasdo condicionamento físico, autoconfiança, auto-estima ecooperação, além de contribuir para o desenvolvimento dapercepção espacial e consciência corporal, que são muitoimportantes de serem trabalhados num programa de educa-ção física, especialmente para as pessoas com deficiênciavisual. Pela contribuição que a prática do Kung Fu podetrazer para o desenvolvimento e a formação de pessoas comdeficiência visual e pela ausência de estudos sobre este temaconsideramos de extrema relevância as pesquisas neste cam-po de estudo. O objetivo deste trabalho foi estudar as ques-tões referentes aos processos de ensino do Kung Fu parapessoas com deficiência visual e identificar as diferençasno processo de ensino-aprendizagem. Para tanto realizamospesquisa cujo foco metodológico foi extensa revisão de lite-ratura sobre os temas deficiência visual, Kung Fu e estraté-gias de ensino. Como resultado, constatamos: 1. Aspotencialidades possíveis de serem exploradas pelos defici-entes visuais; 2. quais os conteúdos que compõem a basepara o desenvolvimento do Kung Fu; 3. Os modelos eindicativos para utilização de estratégias de ensino-apren-

dizagem de atividades motoras para as pessoas com defici-ência visual. Concluímos, portanto, que o ensino do KungFu para as pessoas com deficiência visual não difere dopraticado pelas pessoas sem deficiência visual, no que serefere aos equipamentos e nas técnicas. Desta forma, com odevido tratamento pedagógico, adequação dos mecanismosde informação, adaptações relativas ao espaço físico e re-cursos materiais adequados, as pessoas com deficiência vi-sual podem e devem ter acesso e oportunidades para desen-volverem suas potencialidades praticando esta arte milenarchinesa, visto ainda o desenvolvimento do Kung Fu en-quanto conteúdo da cultura corporal.

A presença da debilidade motora emdiversos casos de dificuldade de

aprendizagem

Rocha, R.C. da S.

Faculdade de Educação Física, UNIFOA

O presente estudo parte de uma preocupação que nasceu dareflexão sobre casos de crianças, apontadas e encaminha-das para avaliação, por professores do Ensino Fundamen-tal, visando posterior encaminhamento para Apoio Pedagó-gico Especializado, muitas delas com solicitação de encami-nhamento para Classe Especial. Este fato preocupa, não so-mente pela quantidade e frequência em que esses pedidosocorrem, como porque nenhuma dessas crianças possui lau-do de deficiência mental. Mais ainda, pelo crescente movi-mento no sentido da “inclusão” de todas as crianças noensino regular. Refletindo sobre a avaliação realizada comalunos encaminhados de classes regulares, no município deVolta Redonda, observou-se, que as queixas sobre essesalunos eram sempre as mesmas: dificuldade de atenção, emmemorizar, na compreensão, além de raciocínio lento. Gran-de parte com queixa de “hiperatividade” (sem laudo), ouseja, alunos com dificuldade em se manter sentados na car-teira, estando sempre em movimento pela sala de aula. E55,5% eram repetentes, sendo que, dos outros 44,5%, al-guns só não repetiram porque a rede onde estudam adota apromoção automática e outros com grandes chances de re-petir. Analisando 18 desses casos, através da Escala de De-senvolvimento Motor de Francisco Rosa Neto(2002), um dosinstrumentos de avaliação utilizados, detectou-se que amaioria apresentava défict no desenvolvimento motor, ouseja, 66,6% apresentava quociente motor geral “inferior” ou“muito inferior” na escala de desenvolvimento. Os outros33,4% desenvolvimento “normal médio” ou “normal baixo”,ou seja com déficit em uma ou mais áreas do desenvolvi-mento motor. A discussão desses dados levou a muitosquestionamentos, dos quais consideramos bastante impor-tante, o fato de os sistemas educacionais não darem a devi-da importância ao desenvolvimento motor, valorizando emexcesso o desenvolvimento cognitivo. E essasupervalorização não considerar, que um desenvolvimento

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motor harmonioso é fundamental para o bom desenvolvi-mento cognitivo. Não avaliam que a debilidade motriz podelevar à debilidade intelectual. As crianças tem passado pelaEducação Infantil e pela primeira fase do Ensino Fundamen-tal sem que se reconheça a mportância da atividade motorapara o seu desenvolvimento global.O resultado disso temsido um sem número de crianças com dificuldades na apren-dizagem. Acrescentando a isso a grande defasagem que seobserva na formação dos professores, podemos concluir quea dificuldade em trabalhar devidamente o desenvolvimentomotor e em detectar o déficit motor, tem levado muitos pro-fessores a proporem o encaminhamento equivocado dessascrianças para a classe especial e se transformando em cruéisprodutores de deficiência.

Educação física e inclusão: Análise dapreparação dos professores de

escolas públicas regulares

Rodrigues, A.L.C.; Machado, D.S.

Centro Universitário, Uni-BH

O envolvimento da Educação Física com as pessoas comnecessidades educacionais especiais não é um fato novo.Entretanto, os professores não se sentem preparados paraos trabalhos relativos à Educação Física para esta popula-ção com necessidades diferenciadas. A construção de umaprática pedagógica adequada pode fornecer informaçõespara o trabalho com esses alunos diferenciados. O estudoteve como objetivo analisar a preparação e prática pedagó-gica do professor de Educação Física, em escolas públicasregulares, sobre a inclusão de alunos com necessidades es-peciais em suas aulas. A amostra foi constituída de 13 pro-fessores de Educação Física, que trabalham em escolas pú-blicas. Para coleta de dados foi utilizado um questionárioadaptado de Araújo (1999), para verificar a formação, prepa-ração e prática pedagógica do professor, quanto à inclusãode alunos com necessidades especiais em suas aulas. Deacordo com as respostas dos professores 77% estudaramem instituições federais; 54% tiveram a disciplina EducaçãoFísica Adaptada durante a graduação; 85% não possuemcursos de especialização em Educação Física Especial; 54%se consideram despreparados para trabalhar com esta popu-lação; 85% não possuem planejamentos que facilitam aintegração desses alunos; 77% responderam que os alunoscom necessidades especiais participam das aulas junto comos outros alunos “normais” e 85% sentem dificuldades emtrabalhar com esses alunos. Percebe-se que a Educação Fí-sica nas escolas públicas regulares acontece de formadesconectada. Há necessidade de uma preparação e adapta-ção do planejamento dos professores, para que assim, pos-sam atender esses alunos especiais, proporcionando umdesenvolvimento o menos fragmentado possível.

Transição para a vida adulta,acessibilidade ao trabalho e a pessoaem condição de deficiência mental.

Um relato de experiência

Rodrigues, J.L.1,2 ;Rodrigues, R. C.1,2; Silva, R.F.3

UNICAMP1;ARIL2 ;UNIPINHAL/AES 3

Considerando que a educação deve levar em conta toda aexperiência trazida pelo educando, respeitando-o como serúnico, singular, podemos imaginar a complexidade da edu-cação da pessoa em condição de deficiência mental, umavez que aí as diferenças entre as pessoas se apresentammais acentuadas. Permeando toda essa complexidade, sabe-se que as instituições envolvidas com a educação dessaspessoas têm por objetivo declarado no final do processoprepará-las para o trabalho, enfim “profissionalizá-las”. Acomplexidade que envolve a formação da pessoa em condi-ção de deficiência na passagem da adolescência para a vidaadulta, bem como a necessidade de entender com maior cla-reza como se dá essa transição para a vida adulta são osbalizadores de nosso relato de experiência. O dia-a-dia dasinstituições de educação especial em nosso país, têm reve-lado alguns problemas em relação à formação dos educandos,com ênfase principalmente nos programas cujo objetivo éprepara-los para o trabalho. Essa afirmação fundamentaçãona literatura, bem como nas observações feitas ao longo denosso trabalho, coordenando um Centro em Habilitação eTreinamento Profissional em instituição especial desde 1980,que atende a pessoas em condição de deficiência mental, apartir de 14 anos. Nosso relato de experiência busca respon-der as seguintes questões: quando a pessoa em condiçãode deficiência mental está pronta deixar a instituição? Seráque os currículos e a dinâmica da instituição levam em contaa heterogeneidade dessas pessoas, as exigências da socie-dade, da família e a expectativa do educando? Todos alcan-çarão a profissionalização? Todos poderão ser encaminha-dos ao mercado de trabalho? O trabalho com as pessoas emcondição de deficiência só é válido na medida da possibili-dade de encaminhamento ao mercado comum de trabalho?A pessoa só será valorizada na medida de sua capacidadede produzir e consumir? Consideramos ser relevante a con-tribuição das atividades corporais, presentes na EducaçãoFísica/Esportes, artes e áreas afins, buscando perceber seas atividades de formação para o trabalho e para a vida, bemcomo as atividades desenvolvidas nessas áreas fazem sen-tido e se integram, quando se objetiva a transição dessaspessoas para a vida adulta. Entendemos que uma percepçãomais clara destas questões pode ajudar ao profissional queatua mais diretamente nesses programas a trabalhar melhorseus anseios, sua prática e suas expectativas, bem comopode auxiliar aos dirigentes nas tomadas de decisões. Paratanto, é necessário que os objetivos que norteiam os pro-gramas de educação e preparação sejam bem definidos, nãose perdendo de vista as diferenças entre as pessoas e a pró-pria responsabilidade educacional e social da instituição.

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Resumos de Painéis

Esporte promovendo autonomia emjovens com síndrome de Down

Rossato, M.J; Diehl, R.; Simioni, A; Tóvoa, F.P

CEAMA, ULBRA

Este estudo de caráter descritivo tem como objetivo geralidentificar a influência de programas esportivos nas ativida-des da vida diária de jovens com síndrome de Down. Ossujeitos desse estudo eram jovens na faixa etária dos 15 aos30 anos de idade, sendo 7 do sexo feminino e 5 do sexomasculino, praticantes de dança e natação. Para coleta dosdados utilizou-se um questionário com dez perguntas semi-estruturadas, respondidas pelas mães desses jovens. Iden-tificou-se a influência referente a autonomia em tarefas dehigiene, alimentação e cuidado pessoal de proteção. A aná-lise dos dados foi realizada através da metodologia descriti-va, onde foram calculados os dados referentes ao percentualpara cada variável analisada. De acordo com os dadoscoletados referentes a autonomia durante momentos de ali-mentação, 21% dos alunos parecem conseguir realizar suastarefas sem auxílio de alguém, 63% porem parece não reali-zar, pois as mães não permitem esta autonomia, elas prepa-ram sempre seus alimentos e 16% às vezes realiza suas tare-fas sem auxilio. Conforme os resultados referentes a prote-ção 80% possuem independência nas atividades diárias, 8%não possuem, e 12% às vezes possuem independência. Arespeito de cuidados com a higiene, 75% dos avaliados têminiciativa própria, 13% não têm e 12% às vezes têm iniciati-va. 100% das mães entrevistadas acreditam que a atividadefísica auxilia nas atividades do dia-dia de seus(as) filhos(as).Podemos concluir conforme os dados analisados que as ati-vidades esportivas parecem contribuir para a autonomia re-ferente a proteção e higiene de jovens com síndrome deDown. Acreditamos que os projetos de lazer das cidadesdeveriam promover programas esportivos para jovens comsíndrome de Down em parques e praças. Dessa forma mais emais pessoas poderiam ser beneficiadas pela prática espor-tiva de uma forma mais inclusiva.

Estimulação motora no meio líquido:Uma possibilidade a criança

com deficiência

Russo, R.C.T; Abrão, P.; Bertanha, L.P.; Rinaudo,B.; Valarine, D.; Barbosa, V.C.

PUC Campinas

Até algumas décadas atrás, as pessoas com deficiência físi-ca estavam destinadas ao abandono e a uma vida pratica-mente vegetativa. A expectativa de vida dos indivíduos erabaixa, e muitos morriam em decorrência de problemasadvindos do sedentarismo. Somente há alguns anos quealguns profissionais apostaram na idéia de ajudar pessoas

com lesões por meio de atividade física. Antes disso, essaspessoas eram condenadas a uma vida praticamentevegetativa, com pouco ou nenhum estimulo para a melhorade sua condição física. Atualmente, é sabido que aestimulação física para essa população pode acarretar enor-mes ganhos, tanto no aspecto motor quanto no social e nopsicológico. Neste projeto atendemos 10 crianças com Defi-ciência Física da Instituição Casa da Criança Paralítica, sen-do 7 com faixas etárias entre 2 e 4 anos e 3 com faixa etáriaentre 7 e 10 anos, sendo subdivididas em 2 grupos, cadaqual com 30 minutos de duração. Enquanto um grupo estácom a estimulação motora no meio líquido o outro grupoestá com atividades motoras no salão do CIAD. As ativida-des têm como objetivo colaborar com o desenvolvimentomaturacional e neuro-motor da criança auxiliando no equilí-brio, orientação espacial, coordenação motora, lateralidadee outros. Em pouco tempo de trabalho pudemos perceberuma boa adaptação das crianças no meio líquido e, nas ativi-dades fora d’água uma melhora na percepção corporal.

Atividade física para deficientevisual: Uma proposta de

qualidade de vida

Russo, R.C.T; Moreira, F.M.; Benevides, M.D.

PUC Campinas

Olhar para as pessoas que apresentam diferentes condiçõespara a prática das atividades físicas e perceber, não a limita-ção, nem a desvantagem, mas suas capacidades, possibili-dades, potencialidades, ou seja, sua essência, contribui paraum efetivo processo a fim de assegurar os direitos humanose os sociais e melhorar a qualidade de vida. Atualmente, osdireitos sociais asseguram o direito de igual oportunidade,independentemente da diferente condição que uma pessoapossa apresentar. É preciso ressignificar a diferença - serdiferente não é ser melhor ou pior; a diferença simplesmenteexiste. Lidar com as diferenças constitui um grande desafionas relações interpessoais. É importante focalizar o desen-volvimento das habilidades, selecionando atividades apro-priadas, providenciando um ambiente favorável à aprendi-zagem encorajando a auto-superação. Este é o objetivo doprojeto em que o CIAD propicia vários momentos apresen-tando diferentes formas de movimento. Na avaliaçãodiagnóstica pudemos perceber que a maioria de nossos alu-nos tinham uma dificuldade muito grande em sua locomo-ção. Iniciamos então um trabalho voltado ao Atletismo poracreditar que esta prática possa não só motivá-los à ativida-de física como também adquirir uma da qualidade de vida .Nossos encontros acontecem às 5ªs feiras das 14:00 às 15:30horas, com 10 atendidos do Instituto Braille de Campinas e01 morador do Instituto dos Cegos Trabalhadores. Este pro-jeto é desenvolvido nas dependências da Faculdade de Edu-cação Física da PUC-Campinas, contando com 12 estagiári-os de diferentes cursos desta Instituição.

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Resumos de Painéis

A escola regular comoespaço de interação

Salerno, M. B.; Araújo, P. F. de

Faculdade de Educação Física, UNICAMP

O tempo passado dentro da escola é suficientemente grandepara pensarmos que laços de amizade que se formam refor-çam a importância da participação nas instituições escola-res. É lá que terão fortes influências na construção de co-nhecimento não apenas científico, mas também de cresci-mento pessoal em se tratando de relacionamentos, do tratocom o outro, de saber conviver com o outro que possuípontos de vista diferentes e algumas vezes é fisicamentediferente. Posto isso, esse trabalho trata do relacionamentode crianças com necessidades educativas especiais e seuscolegas em escolas regulares que já iniciaram o processo deinclusão, durante as aulas de Educação Física, verificandose há o respeito pelo outro, o incentivo dos colegas para aprática das atividades efetivando ou não a filosofiainclusivista no segmento escolar. A inclusão, um processoque trará mudanças em toda nossa sociedade, incluindo aacessibilidade ampla ao Sistema de Ensino, é um tema estu-dado por profissionais de diversas áreas. Esses enfocam aformação profissional para o trabalho com pessoas com ne-cessidades educativas especiais, a necessidade de adequa-ção ou readequação das escolas, das metodologias empre-gadas, porém, pouco se pensa nos alunos, principal foco denosso trabalho. Para tanto, realizamos observações durantetrês visitas, em escolas públicas e particulares, as quais se-guiram apontamentos colocados na ficha de observação.Para verificarmos a interação entre os alunos utilizamos ométodo de intervalo, no qual durante o tempo das aulas deeducação física observamos se os itens de interesse deter-minados para a pesquisa ocorreram. Podemos afirmar queprocesso de inclusão está sim avançando nas escolas, po-rém ainda há dificuldade quanto a interação dentro das au-las de educação física. A proximidade física existente não édeterminante para a interação positiva entre os alunos. Comisso, dentro das aulas de educação física, o professor tempapel fundamental como mediador do processo inclusivista,proporciondo atividades que possibilitem a participação efe-tiva de todos os alunos e então a interação real e a formaçãode laços de amizade por afinidade.

Ginástica ritmica. Umaequipe de surdas

Sandes, M.; Filha, D.; Santos, C.

INES

O PROJETO “RÍTMO E MOVIMENTO – UM DESAFIO DASURDEZ”, desenvolvido no Núcleo Desportivo Sócio-Cul-tural do Instituto Nacional de Educação de Surdos – Rio de

Janeiro possui entre outros trabalhos de atividade motoraadaptada, o de Ginástica Rítmica com pessoas surdas. Ca-racterizado por ritmo e movimento o trabalho tem o escopode mostrar que mesmo sem ouvir o som, podemos desenvol-ver atividades integradas e interativas para as pessoas comdeficiência. O objetivo é implantar a Ginástica Rítmica ( ex -GRD), para pessoas com deficiência auditivas – Surdos, ecriar uma relação histórica entre a Ginástica Rítmica e a Sur-dez, destacando suas características, objetivos e seus fato-res que levam a Ginástica Rítmica , a ser importante para odesenvolvimento da criança, promovendo melhoria da ca-pacidade física, cognitiva, afetiva e motora aumentando aauto – estima. Especificamente, proporciona uma relaçãoharmoniosa dos movimentos entre seu dinamismo e o equi-líbrio. Ainda, visa a educação dos movimento aumentando aqualidade física,em especial a valência motora:coordenação,percepção corporal, criatividade e imaginação. Levando aosalunos elementos corporais como: salto, equilíbrio, flexibili-dade, entre outros. O material utilizado é constituído de cor-da, arco, fitas, bola e maça.

Relatório de acompanhamento doaluno V.H.

Santos, J.A.; Martins, M.A.; Leite, G.F.;Teodoro, B.G.

Faculdade de Educação Física, FAEFI, UFU

O aluno V.H, 4 anos, é portador de paralisia cerebral, não setem conhecimento do tipo de sua paralisia. Ingressou noPrograma de Atendimento a Portadores de Deficiência exis-tente na universidade Federal de Uberlândia (UFU), no se-gundo semestre de 2003. Este programa atende crianças eadultos com diversos tipos de deficiência e ainda proporci-ona aos alunos do curso de Educação Física da UFU apren-der um pouco sobre cada deficiência, estagiando no progra-ma durante dois períodos. O objetivo do trabalho com oaluno foi a iniciação a natação, proporcionado a adaptaçãodo aluno a água. Observou-se a necessidade de comple-mentar suas atividades com a piscicomotricidade, com intui-to de melhorar a parte cognitiva, bem como a atenção, coor-denação, audição, percepção, memória da criança. Na pisci-na foram executadas atividades de adaptação comobalanceamentos laterais e frontais, impulso do quadril, utili-zando materiais coloridos para chamar atenção do aluno,bóia e flutuador. Na piscicomotricidade as atividades de-senvolvidas foram, o rolamento sobre a bola, caminhar, pu-lar na cama elástica, atividades que estimulam a atenção,audição e memória. Foram utilizados todos os materiais quepoderiam contribuir com as atividades, existentes no local.O aluno possuía grande dificuldade de atenção, não res-pondia a maioria das atividades propostas, chorava muitodurante toda aula, por informações da mãe, a criança passoua ter esse tipo de comportamento por perceber que conse-guiria as coisas pelo choro, por esse motivo nenhuma das

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atividades foram interrompida. Conclui-se que o os objeti-vos foram alcançados parcialmente e que o aluno possui odesenvolvimento lento para as atividades propostas sendonecessário um período maior de trabalho para que ele possaresponder favoravelmente a elas, entretanto foi possívelobservar ao término de um ano com o aluno, que o mesmoencontrou-se mais tranqüilo durante as ultimas aulas, pro-porcionado ao próximo estagiário uma maior tranquilidadeem executar as atividades com o aluno.

Natação inclusiva. Um desafio

Santos, O.S.; Mattos, E.; Oshiro, S. H., S.;Matteoni, S. P. C. S; Cortese, M.

USP

Introdução: Segundo ALMEIDA no Brasil, conforme esti-mativas da ONU, aproximadamente l0% da população sãoconstituídos de pessoas que possuem algum tipo de defici-ência física, sensorial ou mental, isto é cerca de 16 milhõesde pessoas, têm suas atividades particulares ou sociaisdificultadas.Objetivo: deste trabalho foi verificar a relaçãodo gênero de portadores de necessidades especiais, a equi-paração de oportunidades e qualidade de vida social atra-vés natação inclusiva.METODOLOGIA: A população foi decrianças e adultos com a variação de idade entre 11 e 78anos, das turmas da natação inclusiva da USP, abrangendoo período de 1998 a 2004. A amostra foi composta por 347componentes, sendo 181 mulheres e 166 homens portadoresde necessidades especiais orientados por monitores queacompanharam e direcionaram atividades específicas. Foifeita uma triagem, verificando-se o diagnóstico. RESULTA-DO: Neste estudo, o resultado demonstrou que no total de347,participantes 62% foram mulheres e 57% homens tive-ram o acesso e equiparação de oportunidades de vida socialdurante as aulas da natação inclusiva.Conclusão: As mu-lheres têm procurado em maior número os recursos da nata-ção inclusiva como um instrumento a mais no processo deseu desenvolvimento global e ao mesmo tempo exercendo acidadania com qualidade de vida.

A prática de dança de salão porpessoas com deficiência visual e seusefeitos sobre a organização espacial

Santos, R.N.; Pedrinelli, V.J.; Bocalini, D.S.

Universidade São Judas Tadeu

O presente estudo teve como objetivo principal verificar acontribuição da dança de salão sobre a organização espaci-al de pessoas com deficiência visual, envolvendo uma pes-quisa quase experimental com praticantes de dança de salãocom deficiência visual na instituição Laramara. A dança de

salão é uma atividade física realizada por casais envolvendoritmos variados, possibilitando aos seus participantes co-municarem-se entre si, viabilizando o desenvolvimento deaspectos de caráter motor (ritmo, equilíbrio, coordenação,noção de espaço) e aspectos de caráter psicológico (bemestar, estado de ânimo). A organização espacial é um sistemade referência a partir do próprio corpo para o indivíduo per-ceber e diferenciar seu corpo no espaço, e depende de infor-mações exteroceptivas como a visão, olfação, tato e/ou aaudição e informações interoceptivas, como o sentido ves-tibular, propriocepção e cinestesia. Participaram deste estu-do 10 adultos com deficiência visual que freqüentaram umprograma de dança de salão durante três meses de interven-ção semanal. Foi utilizado um teste adaptado de BryantCratty e Teresa Sams sobre orientação espacial para defici-entes visuais. Para verificação dos dados, foi feita a compa-ração entre os resultados obtidos na avaliação pré e pós-teste e utilizado o cálculo delta percentual. Pôde-se identifi-car as dificuldades iniciais encontradas em relação à per-cepção espacial e as mudanças observadas incluindo a me-lhora na execução das tarefas em 38% e um decréscimo de52,3% na não-realização das habilidades propostas sobreorganização do espaço. A partir dos resultados podemosinferir que a prática da dança de salão pode contribuir emalguns aspectos da organização espacial da pessoa com li-mitação visual, propiciando desta forma novas buscas e re-alizações no universo da atividade física adaptada, envol-vendo uma atividade física pouco explorada para pessoascom deficiência visual. Envolvendo movimentos de mudan-ças constantes, a dança de salão pode possibilitar à pessoacom limitação visual um melhor aproveitamento do espaçoem seu cotidiano.

A formação da consciência corporaldo portador de síndrome de Angelman

através da educação motora

Santos, V.J.

Moventis, Centro de Educação Pelo Movimento

A Síndrome de Angelman é um distúrbio que causa retardomental, alteração do comportamento e algumas característi-cas peculiares. Essa pesquisa intitulada “A formação daconsciência corporal do portador de síndrome de Angelmanatravés da educação motora”, tem por objetivo estudar aimportância da educação física, através da educação motora,no processo de formação da consciência corporal de indiví-duos portadores desta síndrome. Método: a) pesquisa decampo com a seguinte população - 2 crianças, sendo ummenino com idade de 11 anos e uma menina com idade de 10anos; b) instrumento - atividades de educação motora; c)procedimento - avaliação inicial nas áreas de fonoaudiologia,terapia ocupacional, fisioterapia e psicomotricidade, analisedos dados e posteriormente planejamento de atividades, asaulas aconteceram uma vez por semana com duração de uma

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hora cada. Resultados: ambos obtiveram melhora em seudesenvolvimento motor e na execução das atividades diári-as, demonstrando assim a importância da educação física naeducação dessas crianças.

Projeto sábado no campus: Goalball,do lúdico ao rendimento

Scherer, R.L.; Costa, A.J.S.; Moreira, C.Z.;Fernandes, L.L.

CDS, UFSC

A história do Goalball, esporte desenvolvido para as pesso-as cegas ou com baixa visão, na UFSC começou em 1996.Nesta época as atividades tinham um caráter lúdico, e com opassar dos anos passaram para o rendimento. Os objetivosdeste trabalho são contar um pouco desta transição e mos-trar a evolução que tivemos durante estes anos. Este estudopode ser caracterizado como diagnóstico exploratório, umavez que pretendemos conhecer e descrever os fatos quedeterminaram a trajetória desta modalidade na UFSC. Al-guns resultados desta pesquisa foram: As atividades noinicio eram desenvolvidas no campo de Futebol e asdemarcações eram com colchonetes. Foram utilizadas bolasde futsal com guizo e cones para demarcar as traves; Docampo esta atividade passou a ser desenvolvida no Ginásio,e neste ambiente foi confeccionado uma trave de PVC; Amudança de lúdico para treinamento veio da possívelparticipação em uma competição em 1999, a qual não foipossível participar pelo atraso da inscrição. Mas em 2000, oque era apenas atividade lúdica passou a ser tratada comotreinamento; Atualmente o projeto conta com implementosnecessários à prática do Goalball, que vão: da trave á bolaoficial, do jogo de camisas aos equipamentos de segurança,do espaço físico apropriado aos espaços para treinamentosdas valências físicas. Após a primeira participação emcompetição, os objetivos do projeto, nesta modalidade,passaram-se para o desenvolvimento da técnica e da tática.Desta forma tivemos como um dos principais resultadospositivos, após os treinamentos, a convocação de duasparticipantes do projeto para compor a equipe brasileira, paradisputar o Campeonato Mundial da IBSA no Canadá, em2003. Neste evento o Brasil conseguiu obter pela primeiravez uma vaga, nesta modalidade, em uma paraolimpíada. Umdos ponto positivos também conseguidos nesta caminhadaa disseminação desta modalidade junto as associações euniversidades dos estados de Santa Catarina e Rio Grandedo Sul. Concluímos enfocando que a trajetória destamodalidade na UFSC só foi possível, graças ao envolvimento,desprendimento e participação coletiva. O Goalball da UFSCé uma prova de que nada se consegue de um dia para ooutro, muito se fez e muito se tem a fazer.

Esporte, educação física escolar einclusão: Diagnóstico e reflexões

acerca da ação pedagógica

Seabra Jr., L.1, 2, 3; Silva, R. F.3, 2, 4; Araújo, P.F.3;Florence, R.B.P.3, 5; Toledo, E.C.V.3; Giacomini,

M.C.C.3

UNORP1; UNIPINHAL2; UNICAMP3; AES4; UNIFAE5

É fato que a partir da década de 1990 a Educação Físicabrasileira tem feito uma ampla reflexão do seu papel nos seusdiferentes segmentos de atuação, despertando discussõese reflexões principalmente no ambiente escolar, nos setoresligados à educação de pessoas com necessidades educativasespeciais e educação inclusiva.Todavia, segundo a literatu-ra, as mudanças qualitativas esperadas como resultado des-tas discussões, não têm se refletido na prática diária tãopouco na ação profissional já que ainda é comum observar-mos uma Educação Física Escolar, pautada predominante-mente na aptidão, performance e no conteúdo esporte. Esteensaio buscou diagnosticar e refletir como o conteúdo es-portivo tem sido abordado no ambiente escolar, na perspec-tiva da inclusão, nas escolas públicas da cidade de São Josédo Rio Preto - São Paulo – Brasil. Metodologicamente carac-terizou-se como qualitativo, com teor de registro de análisedocumental (relatório final da disciplina de estágio supervi-sionado e prática de ensino). A seleção da amostra foi feitade maneira aleatória, correspondendo a 10 relatórios de es-tágio, referentes a 10 professores de educação física do en-sino fundamental - 1ª á 4ª série - formados nos últimos 14anos. Foi realizada uma observação direta e individual daação do professor de educação física, por um observadorestagiário, durante 15 horas/aula. Após a analise dos resul-tados, obtidos a partir das narrativas dos relatórios, os da-dos nos levam a inferir a predominância de conteúdos es-portivos, trabalhados de maneira aleatória, e uma falta deação pedagógica condizente com as diferentes faixas etáriasno ambiente escolar. Observou-se também um distanciamentode muitos alunos das aulas, não podendo ser observadauma educação inclusiva de maneira efetiva.

Programa de atividade físicaadaptada para criança asmática do

DEF, UFPB

Silva, A.J.F; Pereira, V.A

Programa de Atividade Física Adaptada para CriançaAsmática do DEF/UFPB, Departamento de Educação

Física da Universidade Federal da Paraíba , DEF, UFPB

O programa de atividade física adaptada para criançaasmática, é um projeto de extensão desenvolvido pelo De-partamento de Educação Física (DEF) da Universidade Fe-

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deral da Paraíba (UFPB), visa auxiliar no controle e reduçãodos sintomas da asma, promovendo uma melhor performancefísica, motora, respiratória e postural,otimizando a qualida-de de vida.Para a avaliação nutricional utiliza-se os indica-dores Peso/altura e Altura/idade em tabela padrão de refe-rência de percentis da NCHS e prega cutânea tricipital esubescapular para o %G em crianças a partir dos 07 anosatravés do protocolo de GUEDES para crianças eadolescente.O perímetro torácico inspirado e expirado paraverificar a amplitude torácica prejudicada pela deficiênciarespiratória e ainda a aferição quinzenal do PFE (Pico defluxo expiratório), que consiste em quantificar a obstruçãodo fluxo aéreo, medindo a velocidade com que o ar é expeli-do dos pulmões em litros por minuto (l/min), esta medida sefaz importante, pois o asmático possui dificuldade deexpiração.O controle e classificação das crises em grave,moderada e leve, possibilitam observar o comportamento naintensidade, duração e freqüência.Exercícios respiratórios eposturais fora d’água auxiliam na restauração da funçãopulmonar e postural.Atividades aquáticas são recomenda-das devido ao menor aumento da temperatura corporal, pres-são hidrostática e a inalação do ar mais quente e úmido.Oensino da natação contribui para o trabalho postural, de-senvolve resistência pulmonar, muscular, cardiovascular ehabilidades aquáticas.Exercícios extenuantes e de longaduração que possam provocar hiperventilação pulmonar e ainalação inadequada do ar não são recomendados devido àprobabilidade do asmático desencadear um BIE(Broncoespasmo Induzido pelo Exercício), caso isso ocorra,o exercício deve ser interrompido e utilizada a medicaçãoprescrita à criança.A essência da criança é o brincar e este éindispensável para o seu desenvolvimento intergral, sugeri-mos uma estratégia prazerosa para aguçar e elevar este de-senvolvimento, a aplicação destes conteúdos através devivências lúdicas.

A inclusão de alunos surdos nas aulasde educação física

Silva, L. L. S.; Fumes, N. L. F.

Universidade Federal de Alagoas

A presente pesquisa teve como objetivo identificar as estra-tégias de ensino utilizadas por professores de Educação Fí-sica para a promoção da inclusão de alunos surdos em suasaulas em uma escola da rede pública estadual do municípiode Maceió. Este estudo pode ser caracterizado como sendoum estudo de caso, de natureza qualitativa. Os sujeitos par-ticipantes da pesquisa foram dois professores de EducaçãoFísica, da 5ª série do ensino fundamental, de uma escolaregular estadual que reunia o maior contingente de alunoscom alguma deficiência em seu corpo discente. Estes pro-fessores foram escolhidos intencionalmente, uma vez queministravam aulas de Educação Física para alunos com defi-ciência numa situação inclusiva. Dois instrumentos de cole-

ta de dados foram utilizados: a entrevista semi-estruturada ea observação sistemática. De acordo com as respostas apre-sentadas pelas professoras, pôde-se constatar que as mes-mas não tinham conhecimento bem-definido com relação àsestratégias metodológicas que poderiam ser aplicadas paraa promoção da inclusão de alunos com deficiência em suasaulas. Esse resultado foi confirmado pelas observações, vis-to que durante o período de realização das mesmas não sepôde ver a professora 1 utilizar tais estratégias em suas au-las, enquanto que a professora 2 fez uso apenas raramentedesses procedimentos, na categoria método de ensino e or-ganização didática. Mediante isso, pôde-se concluir que ainclusão de alunos com deficiência nas aulas de EducaçãoFísica ainda era um projeto a ser construído e que estesestudantes, embora compartilhassem dos mesmos espaçosde aprendizagem que seus pares com desenvolvimento típi-co, não estavam tendo acesso a um ensino de qualidade nadisciplina em questão.

História de vida de mulheresmastectomizadas e suas percepções

acerca da atividade física

Silva, P. H.; Bulhões, A. M. C.; Fumes, N. L. F.

Universidade Federal de Alagoas

Este estudo teve como objetivo investigar como as mulhe-res que se submeteram à cirurgia de câncer de mama perce-biam a atividade física em sua vida após a mastectomia. Pro-curou-se ainda compreender se elas percebiam os benefíci-os que a atividade física podia proporcionar-lhes, particu-larmente no âmbito de sua reabilitação anatômo-fisiológicaou apoio psicológico. Este estudo foi realizado num grupode ginástica para mulheres mastectomizadas de uma clínicade oncologia de Maceió – Al, sendo realizada a observaçãoparticipante e os dados relevantes anotados em um diáriode campo. A entrevista semi-estruturada foi realizada comas mulheres participantes. A metodologia adotada foi ahistória de vida, tendo como atores sociais três mulheresque freqüentavam esse grupo por mais de seis meses e quetinham maior assiduidade nas aulas de ginástica. Ao analisaros dados, foi possível identificar que as mulheresmastectomizadas que participavam destas atividades perce-biam os benefícios da atividade física, tanto no âmbitoanatômico-fisiológico (reabilitação dos movimentos, dimi-nuição de dores), quanto no âmbito psicológico. Foi relata-do ainda que a forma como essas mulheres percebiam seucorpo após a mastectomia, apesar de passar pela percepçãoda falta do órgão, elas não se sentiam mutiladas. Quanto aosaspectos semelhantes nos discursos das narradoras, foramidentificados como sendo: a preocupação com a sociedadee família, uma nova visão da vida e a presença da fé.

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Educação física escolar: Acesso eparticipação ou exclusão?

Silva, R.F.1, 2, 3; Seabra Júnior, L.1, 4, 2;Almeida, J.J.G.1; Araújo, P.F.1

UNICAMP1; UNIPINHAL2; AES3 ; UNORP4

A Educação Física tem procurado fazer uma ampla reflexãode sua prática. Essa reflexão abarca, entre outras, questõescomo conceitos, paradigma, metodologia, identidade, obje-to, preparação e atuação profissional, acessibilidade. Nesteestudo objetivamos refletir sobre a atuação do professor deeducação física no âmbito escolar acerca da gestão de aulae inclusão educacional naquilo que diz respeito a possibili-tar ou não o acesso de todo e qualquer aluno em suas aulas,no ensino fundamental (5ª á 8ª série), em escolas públicasna região de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil. Ométodo utilizado foi de pesquisa descritiva com teor de aná-lise documental. Os trinta sujeitos foram selecionados alea-toriamente, sendo todos professores de educação física darede pública de ensino. Pudemos inferir que devido à predo-minância de conteúdos esportivos, nos moldes de uma Edu-cação Física inspirada na aptidão física e no desporto dealto rendimento, cuja meta principal é aprimorar capacida-des físicas e desenvolver habilidades esportivas, aspectosestes identificados na maioria das narrativas descritivas dosestagiários, quando em seus depoimentos relataram quemesmo os professores observando em seus alunos a faltade vivência em alguns conteúdos básicos como lançar, re-bater, saltar entre outros, ainda assim aplicam o conteúdoesportivo, aceitando qualquer resultado, tornando suas au-las treino de modalidades esportivas. Aparece, então, a ques-tão central detectada nas observações: a falta de interessedo professor, seguida por questões metodológicas e de ges-tão de aula. A grande maioria diz trabalhar o esporte comoconteúdo de suas aulas: futebol, voleibol, basquete entreoutros. Gostaríamos de refletir, então, ‘como’ ele vem sendoabordado nas escolas. Desta forma não se pôde ser obser-vada a inclusão de maneira efetiva, uma vez que o acesso dealguns é vetado em detrimento de suas “capacidades físi-cas”. Torna-se urgente, portanto, refletir sobre nossas açõescom maturidade e o distanciamento necessário para enxer-garmos não apenas os equívocos, mas também os caminhospossíveis de serem percorridos.

O olhar dos alunos de ginásticaolímpica do CEDEG/APAE

de Campo Grande, MS

Souza, J.V.

UCDB-Depto de Educação Física

A atividade física para o deficiente é praticada com diversosobjetivos, entre eles a participação em eventos esportivos

representando as instituições. Dessa forma, os professoresde educação física encaminham seus alunos para a práticade esportes, muitas vezes excluindo alguns em detrimentodos mais hábeis ou encaminhando-os para as modalidadessem respeitar suas escolhas. A atividade física deve ser umaescolha do aluno, conforme seus significados e gostos enão somente baseada nas suas habilidades. Assim, o pre-sente estudo teve como objetivo compreender o significadoda prática da ginástica olímpica (GO) a partir da ótica doaluno com deficiência mental (DM). Foram avaliados setealunos com DM, na faixa de 12 a 17 anos, que freqüentamaulas semanais, apresentações e competições de GO há apro-ximadamente 2 anos no Centro de Educação Especial Giras-sol-CEDEG- da Associação de Pais e Amigos dos Excepcio-nais (APAE) de Campo Grande -MS. Como pré-requisito paraparticipação no estudo, os alunos deveriam ter freqüentadoas aulas por, no mínimo, um ano e meio e terem participadode pelo menos duas apresentações em público. Foram reali-zadas individualmente entrevistas dirigidas, com perguntasabertas e registradas através do uso de um gravador. Asentrevistas foram transcritas, analisadas e discutidas. O pre-sente estudo nos mostra a importância de ouvir o indivíduocom DM oferecendo condições de desenvolvimento de suashabilidades sociais e de comunicação. Contudo, a prática daGO parece contribuir para que os mesmos desenvolvam tam-bém as habilidades de cuidados pessoais, saúde e seguran-ça. Os alunos parecem conhecer as atividades e materiaisutilizados nas aulas, gostar muito da ginástica, e tê-la comoinstrumento de valorização pessoal e social (“sou sabida einteligente quando faço ginástica”; “gosto de fazer amiza-de”, “gosto de viajar”). Assim, através da fala dos alunos,momento de rico valor que oferecemos para se expressarem,é possível se fazer uma reflexão profunda sobre a práticaeducativa utilizada com os mesmos, pois quando colocadosna posição de professor indicam possíveis falhas na práticaeducativa e dão importantes sugestões de mudança de com-portamento por parte do professor.

Nível de aptidão física relacionada àsaúde de atletas de goalball masculinoda equipe da Associação Catarinense

de Integração do Cego (ACIC) eUniversidade Federal de Santa

Catarina (UFSC)

Souza, K.M.; Costa, A.J.; Scherer, R.L.;Fernandes, L.L.

Depto de Educação Física, CDS,UFSC

O Goalball é um esporte criado para pessoas cegas ou combaixa visão. Esta modalidade paradesportiva é uma das ati-vidades desenvolvidas no projeto Sábado no Campus: Es-portes Adaptados da UFSC, em parceria com a ACIC. Umapreocupação básica do atendimento aos praticantes é a ma-

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Resumos de Painéis

nutenção da qualidade de vida, que se expressa nos indica-dores de aptidão física. Tivemos como objetivo neste traba-lho investigar a aptidão física relacionada à saúde dos atle-tas de Goalball da equipe masculina ACIC/UFSC. Esta pes-quisa caracterizou-se como sendo diagnóstico exploratório.A população foi constituída por oito atletas do sexo mascu-lino, com idade de 33,88 ± 7,24 anos, estatura de 176,50 ±5,76 cm, massa corporal de 71,48 ± 11,34 kg. Aplicaram-setestes de capacidade aeróbia (caminhada da milha), flexibili-dade (sentar-e-alcançar e flexibilidade de ombros), resistên-cia muscular (apoio de frente e abdominal), composição cor-poral (dobras cutâneas e perímetros), além das medidas dealtura tronco-cefálica e envergadura vertical. Com base nes-ses dados foram calculados: índice de massa corporal (IMC),razão cintura quadril (RCQ), percentual de gordura (%G) econsumo máximo de oxigênio (VO2máx). Após a análise che-gamos aos seguintes resultados: o IMC médio da equipe(23,0 kg/m2) encontrou-se dentro da faixa recomendada (18,5-24,9 kg/m2), porém um atleta apresentou situação desobrepeso, um atleta apresentou situação de obesidade I, eoutro apresentou baixo peso; com relação ao %G, apenasum atleta encontrou-se acima dos valores recomendados (10a 18%) e dois encontram-se abaixo do limite mínimo; comrelação ao VO2máx e os testes de resistência muscular, foramdetectados resultados positivos entre todos os atletas; nostestes de flexibilidade, apenas um encontrou-se abaixo dosvalores recomendados. Com estes resultados chegamos àconclusão que os atletas apresentaram uma boa aptidão fí-sica, no entanto, existem alguns indicadores bastantepreocupantes, que devem ser levados em consideração nostreinamentos. Também seria importante que houvesse ori-entação nutricional, para diminuir os índices de sobrepesoencontrados.

O polybat como atividade inclusivanas aulas de educação física

Strapasson, A.M.1; Duarte, E.2

Fadep, Pato Branco, PR1; Unicamp2

Mesmo que as crianças com deficiência tenham limitações“evidentes”, consideramos que as suas necessidades e odesejo de participar das aulas de Educação Física ou deatividades recreativas em geral são idênticos ao de qualquercriança. Os alunos com deficiência física com ou sem defici-ência mental associada participam das aulas de EducaçãoFísica, mas muitos não são inclusos adequadamente nas ati-vidades propostas, ou seja, não saem satisfeitos das aulasdevido à falta de adaptação das atividades. O presente estu-do teve como objetivo enfocar a temática da educação físicainclusiva sob a perspectiva do Polybat, através da pesquisabibliográfica. O Polybat, ou tênis de mesa lateral como tam-bém é conhecido, é uma nova prática esportiva e foi criadona Inglaterra, por Douglas Williamson, em meados dos anos80. A atividade surgiu como uma alternativa recreativa paraaqueles que não possuíam o perfil da bocha adaptada e não

conseguiam praticar o tênis de mesa convencional. O jogo érealizado em uma mesa de tênis convencional (de 1,2m x2,4m), sem a utilização da rede, com proteção em todo ocomprimento de suas laterais para que a bola não saia pelolado, possuindo uma altura de até 10cm. A mesa deve pos-suir altura suficiente para que uma cadeira de rodas possuafácil acesso. A bola utilizada é a plástica de golf, tipo airflow.A raquete é retangular, deve possuir uma área de batida de180cm quadrados e um comprimento máximo de 30cm. O jogoé disputado em 11 pontos (jogo curto) ou 21 pontos (jogolongo), onde cada jogador saca 5 vezes em séries alterna-das. A raquete deve manter contato com a mesa durante osgolpes (ela é arrastada) e a bolinha deve ser lançada semprenas bordas laterais. Ganha quem atingir 11 ou 21 pontosprimeiro e caso o jogo empate em 10 a 10 ou 20 a 20, quemfizer o 11o ou o 21o ponto vencerá. Não ocorre a vantagem,desta forma toda a bola ou infração resulta em ponto. Nãoexiste também o pedido de tempo. O jogo pode também serdisputado em duplas, a divisão é por classes e não por sexo.Enfim, o Polybat como atividade inclusiva permite que qual-quer pessoa pratique, independente da idade e da deficiên-cia que possua. É um jogo simples, com regras fáceis, dinâ-mico, divertido, que possibilita ao participante uma vivênciamotora, cognitiva, afetiva, recreativa e social. Atualmente,no Brasil, pouco se sabe sobre o assunto. As referênciasbibliográficas são escassas, quase inexistentes. Percebe-seuma mobilização das associações de desporto para defici-entes em termos de divulgação do esporte, o que vem ren-dendo formação de equipes de Polybat em escolas especi-ais, programas universitários, núcleos de atendimento a pes-soa com deficiência, entre outros, sendo de suma importân-cia para a inclusão dessa clientela na prática da EF e doesporte.

Hipismo adaptado: Uma novapossibilidade de intervenção em clube

associativo de Campinas

Toledo, E.C.V.1, 2; Gonçalves, M.S.3, ; Araújo, P.F.1, 4

FEF, UNICAMP1; SHC2; PUC, SP3; DEAFA4

O presente trabalho surgiu do interesse em compreender aimportância do Hipismo Adaptado, existente há dois anos,em um programa de Atividade Motora Adaptada em clubeassociativo de Campinas. Tem como objetivo apresentar umanova possibilidade de intervenção com pessoas em condi-ção de deficiência, utilizando o contato com o cavalo comoelemento motivador. O trabalho desenvolvido na SociedadeHípica de Campinas, por responsabilidade do Departamentode Esportes denomina-se Hipismo Adaptado (nome dadopara diferencia-lo da Eqüoterapia e do Hipismoconvencional).Trata-se de uma atividade complementar, ex-tensão da modalidade “Atividades Especiais”, ministradapor uma equipe multidisciplinar, sem finalidade terapêutica,segundo estatuto da SHC, que visa explorar mais um espaçooferecido pelo clube, tendo o cavalo como elemento

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motivador para o alcance dos objetivos propostos. Consis-te em realizar as atividades dentro do planejamento propos-to pela modalidade Atividades Especiais, adaptando estede acordo com a necessidade de cada aluno. Após cadaatendimento são realizados registros que são categorizadossob os aspectos: motor, emocional, cognitivo e social. Per-cebemos que o contato com o animal possibilita ao alunoconhecer e perceber o seu corpo em todas as suas dimensões,além deste vivenciar novas experiências, gerando inúmerosbenefícios contribuindo para uma melhor qualidade de vida.Podemos concluir que o hipismo adaptado é muito impor-tante dentro de um programa de Atividade Motora Adapta-da, pois possibilita o desenvolvimento completo dos prati-cantes, tornando-se uma nova possibilidade de intervençãode trabalho para o profissional que atua na área da Ativida-de Motora Adaptada.

Formação de vínculos afetivos comautistas e portadores de transtornos

invasivos do desenvolvimento

Toledo, M.H.C.; Abrão, P.; Bertanha, L.P.;Valarine, D.; Rinaudo, B.

PUC Campinas

A vivência empírica permitiu a conclusão de que a melhortécnica de aproximação com autistas e portadores de trans-tornos invasivos do desenvolvimento, é a observação, atéque se possa identificar uma via de acesso e de comunica-ção, tendo a criatividade como um instrumento valioso nes-te percurso. A formação deste vínculo, permite que se esta-beleça um processo de comunicação e de aprendizagem. Nocaso de pessoas com necessidades especiais, o processode ensino-aprendizagem fica impossibilitado de ocorrer naausência do vínculo, daí a importância das atividades possi-bilitarem a formação de duplas entre estagiários e clientela,que devem se formar livremente, condição básica para a for-mação de vínculo. O presente projeto tem como objetivocriar condições que favoreçam a formação de vínculo afetivoentre autistas e portadores de transtornos invasivos do de-senvolvimento e estagiários do CIAD. As atividades pro-postas são realizadas em grupo (cerca de 22 adolescentescom diagnóstico de autismo ou portadores de transtornosinvasivos do desenvolvimento, com idade entre 11 e 26 anose igual número de estagiários). São utilizadas atividades fí-sicas utilizando materiais esportivos, tais como bolas de di-ferentes tamanhos, arcos, cordas, entre outros;materiais re-creativos; atividades no meio líquido com diferentes tiposde bóias, baldes e brinquedos próprios para a água, o quefacilita a aproximação física entre os Estagiários e a clientelade modo geral e material gráfico, além de atividades temáticas,com o fim de facilitar a identificação das áreas de interesse e,a partir daí, identificar-se uma via de acesso ao mundo men-tal do indivíduo. Os resultados esperados são: o estabeleci-mento do vínculo entre atendido/Estagiário; o desenvolvi-

mento de um processo de comunicação e de aprendizagem;resgate da linguagem verbal e favorecimento da socializa-ção da clientela. Resultados que já podem ser observadosna mudança de atitude dos atendidos em relação aos Estagi-ários, na apreensão da realidade em geral, que permite quese possa inferir o estabelecimento do vínculo entre clientelae Estagiários, no desenvolvimento de uma forma de comuni-cação e numa maior interação entre os próprios atendidos.

O papel da direção escolar frente àinclusão de crianças comnecessidades especiais

Tremea, V.S.; Beltrame, T.S.

FSG,UDESC

A aceitação de crianças com necessidades especiais em es-colas de Ensino Regular implica em esforços conjuntos detoda a Instituição Escolar. Sob o prisma do paradigmabioecológico a pessoa com necessidade especial deve serentendida pelas suas características físicas, biológicas, psi-cológicas e sociais em interação com o ambiente. Esse estu-do teve como objetivo analisar o papel da direção escolar,frente ao processo de inclusão de crianças com necessida-des especiais em uma escola particular no município de SãoJosé/SC. A pesquisa caracterizou-se como um estudo des-critivo, com abordagem teórico-metodológica baseada noModelo Bioecológico. Fizeram parte do estudo duas profes-soras que compõem a equipe diretiva de uma Escola Particu-lar do município de São José/SC. Como instrumentos de co-leta de dados foram utilizada a entrevista semi-estruturada,fontes documentais e diário de campo. Pode-se evidenciarque o processo de inclusão envolve uma articulação entre apessoa em desenvolvimento e os contextos nos quais elaconstrói seu cotidiano. A escola mostrou-se favorável e pro-pícia à inclusão, uma vez que a filosofia, política, diretrizes,proposta pedagógica, estrutura, funcionamento, recursosmateriais e humanos, estão voltados para atender e valorizara todos os alunos, atingindo assim todo um sistema cultu-ral, que gira em torno da sociedade. Percebe-se que há umcomprometimento da direção em auxiliar o professor frenteàs dificuldades encontradas para trabalhar com a criançaespecial, procurando incentivar à permanente qualificaçãodos mesmos, bem como adequar suas necessidades com aspossibilidades a serem desenvolvidas. A orientação peda-gógica busca valorizar o aluno como um todo, estimulandoseu desenvolvimento, considerando o aluno um agente pro-dutor e não mero receptor. Conclui-se que há por parte dadireção uma preocupação em desenvolver um ensino dequalidade, sendo que considera a inclusão importante parao desenvolvimento do sujeito e para o desenvolvimento detoda a comunidade escolar, uma vez que enriquecem o ambi-ente, contribuindo para a aceitação das diferenças e que asoportunidades e recursos oferecidos tal qual para as outrascrianças, podem trazer à tona, superações e potencialidades.

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Esporte e interação socialpara deficientes

Valim, M.M.; Moraes, M.C.; Martins, L.R.; deSouza, L.; de Freitas, P.S.; de Paula, G.I.

Universidade Federal de Uberlândia

No primeiro semestre de 2005, desenvolveu-se um trabalhocom o objetivo de proporcionar às alunas do projeto de aten-dimento a pessoas portadoras de deficiência, momentos delazer, esportes e principalmente um melhor convívio social.O trabalho foi desenvolvido de forma especifica para a ne-cessidade de cada aluna, para que com isso, elas tentassemsuperar seus limites e assim obterem uma melhora na suaqualidade de vida. A aluna L.S.C, de 13 anos, portadora daSíndrome de West, causada por uso de produtos tóxicosdurante o período de gestação, afeta a coordenação motorafina, grossa e a fala do individuo. Foram desenvolvidas ati-vidades de equilíbrio na psicomotricidade para melhora desua coordenação motora fina e grossa com montagem dequebra cabeça, tiro ao alvo com bolas e algumas atividadesde lazer. Na piscina foram feitas atividades de mergulho paracontrole da respiração e iniciação à natação, exercícios paraaprender a propulsão de pernas no estilo Crawl. A alunaG.F.S, de 31 anos, é portadora de Paralisia Cerebral, mas nãopossui nenhum problema de comunicação, possuiHemiplegia do lado esquerdo do corpo, mas atingindo maisa parte inferior dos membros. As atividades com a aluna sãodesenvolvidas na piscina e musculação (somente para alon-gamento e alguns exercícios de perna), na piscina trabalha-se natação estilo Crawl, e a respiração é feita girando seucorpo com ajuda de outra pessoa, são feitos alongamentosantes e depois das aulas pois a aluna queixa de dores naspernas e coluna. Assim concluiu-se que o esporte é um itemque ajuda na inclusão social de uma pessoa com deficiência,ajuda também na melhora da qualidade de vida e aumentar aauto-estima desses deficientes.

A prática da natação para um jovemportador de paralisia cerebral: Um

estudo descritivo observacional

Vasconcelos, E. P.; Mandarino, C.M.

Ulbra

Este trabalho tem como objetivo geral investigar a práticaproporcionada pela natação em um jovem portador de para-lisia cerebral. A paralisia cerebral caracteriza-se por ser umaalteração secundária a uma lesão, danificação ou disfunçãodo Sistema Nervoso Central, não progressiva, podendo afe-tar tanto a parte motora quanto cognitiva e ser acompanha-da por várias outras disfunções associadas. Dentre as vári-as intervenções terapêuticas a estas crianças, uma delas é aprática da natação, esta desenvolve os elementos

coordenativos, reduz a espasticidade, contribui para o pro-cesso de reabilitação e pode reduzir o grau de fraqueza e decomplicações A abordagem metodológica caracteriza-secomo descritiva do tipo observacional. O participante desteestudo tinha a idade de 11 anos, do sexo masculino, portadorde paralisia cerebral, do tipo diplegia espástica, decorrentede anóxia neonatal. Apresenta atraso no desenvolvimentomotor e cognitivo, com comprometimento auditivo, na fala,e um leve descontrole esfincteriano. As observações foramrealizadas pelo professor, no período de agosto de 2004 aabril de 2005, realizando 57 observações de cada uma dassessões. A partir destas observações foram identificadas 80unidades de significado, e definidas duas categorias de aná-lise: Autonomia do Aluno e Intervenção do Professor. Notérmino das aulas, foram descritas todas as atividades apli-cadas pelo professor e realizadas ou não pelo aluno naqueledia. No final das atividades, foi entregue um questionáriopara os pais, para verificar o desenvolvimento e comporta-mento do aluno como um todo. Na análise do jovem, foramencontrados uma melhora significativa na sua marcha, nadiminuição de sua espasticidade, na sua autonomia einteração com professor dentro da piscina, revelando umganho significativo nas suas atividades de vida diária e in-dependência pessoal, claramente demonstrado pelos paisdo jovem. A partir disso, podemos concluir que a natação éum componente importante para o desenvolvimento da cri-ança portadora de paralisia cerebral.

Recreação hospitalar: Uma propostapara a melhoria do estilo

de vida dos internos

Volpe, F.F.; Souza, L.J.; Basto, L.S.C.; Romera, L.

Hospital Padre Albino

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei Fede-ral 11.104 garantem o direito das crianças e adolescentesinternos em alas pediátricas a participarem de programasrecreativos especializados para este ambiente hospitalar, taiscomo brinquedoteca e interação com profissionais que sedispõe a essa função recreativa. Portanto o presente traba-lho apresenta uma pesquisa que teve como objetivo verifi-car se esses direitos estavam sendo cumpridos. OsParâmetros utilizados nesse estudo, têm como base os prin-cípios de Adams (1999), pois o autor defende que através daintervenção lúdica hospitalar, a criança usufrui de momen-tos de descontração e dessa forma favorece seu organismocom a receptividade positiva necessária ao tratamento. Paraisso pesquisamos em 25, das 101 cidades que compõem aDiretoria Regional de Saúde (DIR) da região norte do estadode São Paulo. Pelo critério de acessibilidade dos pesquisa-dores, tivemos como ponto de partida a Cidade de Catanduvae as cidades que se localizam em um raio de 70Km de distân-cia dessa cidade escolhida. Entre os dados obtidos ressalta-mos que 22 cidades, das 25 pesquisadas têm ala pediátrica

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em seus hospitais, porém, apenas 35% dessas alas oferecemo serviço de recreação e/ou brinquedoteca. Entretanto acre-ditamos que a região pesquisada apresenta-se em déficit noque se diz respeito às oportunidades oferecidas para crian-ças em sua condição de vulnerabilidade hospitalar. Consi-deramos que seja importante elucidar as pessoas envolvi-das, ou seja, profissionais de saúde e pacientes, sob o quantoimportante é o trabalho de recreação em alas pediátricas esugerimos que o profissional de Educação Física contribuacom esse trabalho, pois o mesmo tem habilidades para exer-cer tal função recreativa respeitando os limites das condi-ções clinicas e propiciando um melhor estilo de vida dosinternos.

AMA: Dez anos de ensinopesquisa e extenção

Zuchetto, A.T.; Nasser, J.P.

Depto Educação Física, CDS, UFSC

O programa de Atividade Motora Adaptada, completa 10anos. Surgiu e é oferecido para atender ao aprofundamentoem Educação Física Especial, do Curso de Educação Físicaoferecido pelo CDS/UFSC, desde 1995. Em toda sua trajetó-ria procurou estabelecer o vínculo ensino/pesquisa/exten-são. E, isto acontece da seguinte forma: Ensino o programaé vinculado a três disciplinas do curso: A disciplina Educa-ção Física Especial (3 créditos) desenvolve conteúdos teó-ricos sobre população especial em 18 encontros semanaisde três horas/aulas, seguidos de vivências práticas. Primei-ramente com os próprios acadêmicos e, a partir da aula 4, noAMA. Os acadêmicos formam duplas de trabalho que aolongo do semestre ministram as atividades e as analisam,estes resultados, no final do semestre, são apresentados noseminário. Os demais alunos auxiliam na aula e fazem o rela-tório de observação. A disciplina Atividade Física p/ GruposEspeciais, objetiva conhecer como se trabalha com popula-ções especiais, vivenciar experiências. As atividades são asseguintes: a) elaboração de 2 aulas; b) ministra-las; c) filma-gens; d) transcrição das fitas e) seminários mensais sobreos temas estabelecidos; f) organização das fichas dos alu-nos e g) seminário de encerramento. O acadêmico escolheum aluno e o acompanha durante 18 semanas, observando ocomportamento social e motor bem como a adequação dasatividades. Estudos Individuais (5 créditos) doaprofundamento, objetiva conhecer o trabalho com popula-ções especiais vivenciando experiências como professor. Asatividades são: a) elaborar e; b) ministrar aulas; c) elaborar orelatório final. Para melhor compreensão e aprendizado dosacadêmicos e alunos do ama, as aulas são filmadas pararposterior analise. A pesquisa vem ocorrendo sistematica-mente (Pibic/CNPq e vinculado a cursos “lato e stricto sensu”e TCC) nos seguintes temas: desenvolvimento social e mo-tor, aprendizagem motora, atividades na água, gestão do tem-po, adequações de atividades e processos pedagógicos. A

extensão ocorre pela oferta sistemática de um programa di-versificado de atividades motoras adequado às necessida-des, capacidades e interesses de pessoas portadoras denecessidades especiais e, com qualidade e gratuito.

Proposta de avaliação em educaçãofísica adaptada, do comportamentoAdaptativo – Área da comunicação

Saldanha, R. T. C.; Duarte, E.

UNICAMP

A avaliação do comportamento adaptativo de pessoas comdeficiência mental é necessária, tanto por sua importânciano diagnóstico da deficiência, como para planejamento deprogramas educacionais (Sálvia & Ysseldyke, 1991). O com-portamento adaptativo é composto por habilidadesconceituais, sociais e práticas que se refletem na capacida-de da pessoa para satisfazer padrões sociais (AAMR, 2005).O objetivo deste estudo é apresentar uma proposta de ava-liação, em Educação Física Adaptada, do comportamentoadaptativo de pessoas com deficiência mental, em uma dasdez áreas em que se divide esse comportamento: a Comuni-cação. Para a coleta de dados, nossa proposta sugere a en-trevista pessoal e a observação direta, utilizando os seguin-tes instrumentos: questionário composto por questões demúltipla escolha, aplicado ao professor de sala e aos pais ouresponsáveis pelo aluno avaliado e ficha para observaçãodo comportamento adaptativo em Educação Física. Os com-ponentes para investigação que constam nos instrumentossão: a capacidade de receber e fornecer informações atravésda linguagem falada, escrita e corporal (toque, gesto, movi-mento do corpo e expressão facial). A atividade propostapara a coleta de dados da ficha de observação é um jogoconcernente ao conteúdo das aulas de Educação Física e sepropõe a solicitar do aluno habilidades relacionadas a áreaavaliada. O questionário é um instrumento de apoio parainterpretação dos dados coletados na ficha de observação.O acesso ao prontuário do aluno e relatos de outros profis-sionais envolvidos na sua educação também foram sugeri-dos para conclusão do processo de avaliação. Os instru-mentos usados tradicionalmente para a avaliação do com-portamento adaptativo são as escalas de competência soci-al (Sálvia & Ysseldyke, 1991). Esses testes são padroniza-dos e normalizados para populações com e sem deficiênciamental e se baseiam em julgamentos de pessoas familiariza-das com o sujeito avaliado. Essas características podem in-fluenciar diretamente as respostas aos testes produzindodados que não refletem a realidade. A presente proposta deavaliação levou em consideração as relações entre o objeti-vo da tarefa, o ambiente e o indivíduo, numa tentativa defacilitar o processo de coleta de dados, para identificaçãodas reais necessidades do aluno com deficiência mental edestacou a utilização desses dados para o planejamento deprogramas para o trabalho na área motora.

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Projeto Criança Especial

Campos, C.; Del Alamo, R.C.; Parreira, M.A.F.;Silva, R. P.; Vilela, M.G.; Brighetti, V.

Centro Universitário de Votuporanga, UNIFEV

Entre a população brasileira que apresenta algum tipo dedeficiência, a maior incidência relatada é de problemas men-tais. Existem diferentes níveis de comprometimento mental,e estes são acompanhados por diferentes características fí-sicas e comportamentais. Pessoas com retardo mental po-dem apresentar: equilíbrio insuficiente, hipotonia abdomi-nal, insuficiência respiratória, distúrbios de lateralidade, entreoutros aspectos físicos, cognitivos e emocionais afetados.Com base nessas informações fica clara a importância de umtrabalho específico de atividade física envolvendo essa po-pulação. O projeto Criança Especial é realizado desde o anode 2002 pelo curso de Educação Física do Centro Universi-tário de Votuporanga, e já atendeu mais de 100 crianças ejovens, com idade entre 6 e 18 anos provenientes de duasescolas especiais da cidade. As atividades do projeto sãorealizadas nas dependências do Centro Universitário deVotuporanga, duas vezes por semana e constam de: a) ativi-dades de desenvolvimento e refinamento de padrões de ha-bilidades básicas como, andar, correr, saltar, chutar, receber,entre outras; b) introdução a atividades esportivas comofutebol, basquete, vôlei e atletismo; c) atividades que en-volvam ritmo e expressão, com o objetivo de desenvolver acriatividade e a desenvoltura; d) atividades de controle ma-nual, como desenhar, pintar, recortar, com o intuito de de-senvolver a coordenação motora fina; e) entre outras. Alémdos benefícios afetivos, sociais e físicos alcançados pelosindivíduos portadores de deficiência, ainda temos a possi-bilidade de proporcionar aos alunos do curso de graduaçãoem Educação Física um laboratório onde os mesmos possamcolocar em prática todo conhecimento teórico adquirido emsala de aula. No caso, esses alunos estão envolvidos comoestagiários, auxiliando na elaboração e condução das aulas.O programa também possibilita aos estagiários e alunos aten-didos a vivência relacionada à diversidade do comporta-mento humano, favorecendo a afetividade e a troca de emo-ções reais a cada passo conquistado, proporcionando aosalunos estímulos para romperem as barreiras impostas peladeficiência, vibrando juntos a cada vitória e colocando emprática o verdadeiro sentido do “educador”: ensinar... apren-der... e se emocionar.

Pet terapia no Programa de EducaçãoFísica Adaptada (PROEFA) da

UNESP de Rio Claro

Mauerberg-deCastro, E.; Lucena,C.S.; Batistela,R.A.; Cuba, B.W.

Unesp, Rio Claro

O que tem de comum entre um monte de alunos com síndromede Down, com paralisia cerebral, crianças e adolescentescom habilidades diferentes, cachorros e atividade físicaadaptada? Este vídeo ilustra como a peterapia ou atividadeassistida por animal (AAA) pode ser coordenada por umprofissional da saúde ou de serviço social. O animal, geral-mente o cachorro serve de co-terapêuta num contexto ondealunos com deficiência, tanto em contexto inclusivo comode atividade fíisica individualizada. Um aluno é designado aum animal e metas específicas são traçadas na reabilitação.Os objetivos incluem melhora no funcionamento físico,cognitivo, social e emocional. Incorporando AAA em umaaula de educação física adaptada requer alguns passos: 1.contato inicial - é feito num dia separado em forma de visita.A única atividade é a apresentação dos alunos aos cães.Estes permanecem o resto da aula assistindo a atividade. Seos cães não se conhecem é importante que algumas sessõessejam feitas com reforço do treino de obediência com todosjuntos. Os alunos então podem assistir e depois participarconduzindo o seu animal. Muitos cães reagem latindo unspara os outros. Em território fora de suas residências, umcão obediente e na guia não irá ameaçar a menos que estejasendo intimidado. Antes dos animais comparecerem, infor-me os alunos da visita com antecedência e conte um poucoda história e perfil de cada animal; 2. recepção - deve serfeita individualmente, sempre com o cão na guia. Antes docontato físico faça o animal ir ao encontro e imediatamentesentar; 3. organização de atividades - após uma ou duassessões de observação, os cães podem ser guiados em ati-vidades como: circuitos (manobras e deslocamentos);pegador (o cão na guia corre junto com o aluno ou treinadoratrás de uma bola); controle em atividades de equilíbrio (ocão pode ajudar o aluno a se equilibrar em apoios restritostocando sobre o dorso—alguns cães não permitem a abor-dagem por detrás); transporte e condução (incluindo emambientes aquáticos); socialização em jogos e outras ativi-dades (futebol, basquete, dança); contato físico (massagem,carinho, obediência, outros cuidados com o animal).

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Inclusão e tutoria no Programa deEducação Física Adaptada (PROEFA)

da UNESP de Rio Claro

Mauerberg-deCastro, E.; Batistela, R.A.; Lucena,C.S.; Cuba, B.W.

UNESP, Rio Claro

Este vídeo ilustra as experiências de futuros educadores fí-sicos, terapeutas, alunos de 8a. série sem deficiências naqualidade de tutores, e participantes com diversas condi-ções de deficiência dentro de um programa de educação físi-ca adaptada (PROEFA) na UNESP de Rio Claro. O PROEFA éuma das poucas oportunidades onde alunos com necessi-dades especiais tem a oportunidade de ser educadores. Dra.Mauerberg-deCastro iniciou o PROEFA em 1989 para quealunos de escolas e intituições locais pudessem dar umaoportunidade de aprendizado aos alunos universitários, osquais põem em prática as teorias e técnicas em educaçãofísica adaptada que eles aprenderam durante o semestre ouirão aprender ao longo do curso de graduação. O vídeo mos-tra cenas do PROEFA enquanto um laboratório de aprendi-zagem, pesquisa, de educação para a vida especialmenteorganizado para alunos da graduação em educação física eáreas afins (pedagogia, fisioterapia, etc). O PROEFA é umlaboratório para desenvolver técnicas e possivelmente mé-todos específicos para a inclusão de indivíduos com defici-ência na atividade física regular com alunos não-deficientesde 5a. a 8a. série desenvolvendo tutoria junto com os profes-sores (estagiários universitários) do programa. Para infor-mações, visite: http://www.rc.unesp.br/ib/e_fisica/proefa/proefa.htm, ou envie um email para: [email protected]

Esportes na natureza e deficiênciavisual: Uma abordagem pedagógica

Munster. M. A.1; Almeida, J.J.G.2

UFSCar1; Unicamp2

A escolha do tema “Esportes na Natureza enquanto possi-bilidade para a pessoa com deficiência visual” justifica-sepela necessidade de trazer, para o âmbito acadêmico, adiscussão referente ao exercício pedagógico de taismodalidades esportivas, sob o argumento de que oenvolvimento com esse conjunto de práticas consiste emuma experiência existencial fértil para o fortalecimento dasrelações da pessoa com deficiência visual consigo mesma,com o outro, e com a sociedade. A partir de um referencialsócio-educativo, este estudo visa discutir a pedagogia dosEsportes na Natureza e os principais aspectos envolvidosem sua prática, analisando a contribuição dos mesmos emum programa de Atividade Motora para pessoas comdeficiência visual. Sob perspectiva qualitativa e enfoquepedagógico, a presente pesquisa baseia-se em uma

abordagem crítico-dialética, caracterizando-se como umestudo de caso. O quadro teórico envolveu a investigaçãode três pontos principais: análise do objeto de estudo emquestão (os esportes na natureza); estudo da variável quecaracteriza a população envolvida (a deficiência visual);descrição dos procedimentos metodológicos que nortearama realização do Programa de Esportes na Natureza. Oconteúdo programático abrangeu seis modalidades distintas:trekking, rafting, caving, escalada em rocha, canyoning emergulho subaquático. A metodologia de ensino doprograma foi baseada na conjugação de três elementosfundamentais: jogos cooperativos, jogos de sensibilizaçãoà natureza e educativos relacionados aos aspectos técnicosde cada uma das modalidades. A pesquisa de campo foirealizada junto ao Projeto de Extensão “Atividade MotoraAdaptada a Pessoas com Deficiência Visual”, promovido pelaFaculdade de Educação Física da UNICAMP. A amostraenvolvida neste estudo foi composta por um grupo de 11pessoas com cegueira ou baixa visão, com faixa etária entre14 e 52 anos. Durante a fase exploratória, caracterizada pelosencontros semanais e saídas a campo, foi empregada aobservação participante como instrumento de coleta dedados. Após os 8 meses de duração do programa, teve inícioa segunda fase da pesquisa de campo, baseada na aplicaçãode uma entrevista semi-estruturada a cada integrante daamostra, utilizada como instrumento complementar de coletade dados. Como forma de tratamento aos dados coletados,recorreu-se à análise de conteúdo sugerida por Bardin (1977)na tentativa de identificar, por meio do discurso dosparticipantes, as possíveis repercussões ou os principaisaspectos envolvidos na prática de Esportes na Naturezadurante a vivência do programa em questão.

Oficina de atividades físicasadaptadas para pessoas com

deficiência visual

Silva, F.T.1; Silva, E.M.2; Teixeira, C.G.3; Almeida,D.H.L.4; Souto, E.C.5

ADEVILORC1; Fund. Municipal de Esportes deJoinville2; Colégio Marista de Londrina3; Colégio

Londrinense4; Centro de Vida Independente de Maringá5

Atualmente discute-se a relevância da presença de pessoascom deficiência em atividades física e esportiva. Como estásendo apresentada esta proposta? Em relação as possibili-dades de oportunizar atividades para pessoas com deficiên-cia visual, foi realizado no Centro de Educação Física e Des-portos da Universidade Estadual de Londrina, no mês denovembro de 2004, uma oficina de Atividades Físicas Adap-tadas para esta população, com duração de 5 horas. O obje-tivo desse evento foi proporcionar condições necessáriaspara atender pessoas com deficiência visual nas realizaçõesde atividades físicas adaptadas. O grupo era composto de22 participantes, 13 do sexo masculino e 9 do sexo feminino.

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No aspecto de acuidade visual, contava com 9 pessoas combaixa visão e 13 cegos. Para a execução das atividades pro-postas observou-se o seguinte roteiro: alongamento comformação em semi círculo, aquecimento lúdico com forma-ção em círculo utilizando arcos, jogo de bola queimada adap-tado, com espaços demarcados e bolas com guizos. Para ofundamento do arremesso no basquetebol os procedimen-tos utilizados foram: reconhecimento das áreas demarcadas,bolas e instruções para os movimentos gestuais. No funda-mento do saque no tênis de campo o processo foi: reconhe-cimento da quadra, bolas, raquetes e as ações motoras re-quisitadas. Na atividade de corrida as pessoas com baixavisão eram instruídas para os deslocamentos individuais,enquanto as pessoas cegas corriam com guias. A caminhadafoi realizada pela maioria dos participantes que percorrerama extensão de 400 metros de pista de atletismo. Para conclu-são da oficina, os participantes realizaram alguns alonga-mentos e um feedback. Para oa tendimento do público alvo,os instrutores tiveram uma capacitação de 3 horas de dura-ção pertinentes a abordagens, procedimentos e condutas.Sabe-se que muito ainda tem que ser feito, pois atividadesfísica e esportiva direcionadas a pessoas com deficiênciavisual, possibilitam a acessibilidade para o desenvolvimen-to e descoberta das capacidades motoras e potenciais, per-mitindo assim a fomentação de ações futuras, gerando mei-os para contribuir no processo de inclusão.

Polybat: Um jogo para pessoas comparalisia cerebral

Strapasson, A.M.1; Duarte, E.2

Faculdade de Pato Branco, FADEP1; Unicamp2

O polybat ou tênis de mesa lateral, como também é conheci-do, é uma nova prática esportiva que foi criado na Inglaterraem meados dos anos 80. Surgiu como alternativa recreativapara aqueles que não possuíam o perfil da bocha adaptada enão conseguiam praticar o tênis de mesa convencional. Ojogo permite que qualquer pessoa pratique esta atividadecomo, por exemplo: paralisados cerebrais, pessoas que tive-ram acidente vascular encefálico, espinha bífida, distrofiamuscular, lesão medular, paralisia infantil, enfim não se res-tringe quanto ao comprometimento motor, basta que o prati-cante tenha a possibilidade de segurar a raquete e movimen-to de membros superiores. O polybat é um jogo de adapta-ção simples, praticado em uma mesa de tênis de mesa “nor-mal” (convencional), sem a utilização da rede, com antepa-ros fixados nas laterais da mesa. A raquete é retangular enão pode perder o contato com a superfície da mesa duranteos golpes. Os golpes devem ser direcionados para as bor-das laterais e o receptor só pode receber a bola assim queela tocar no anteparo. O jogo é disputado em 11 (jogo curto)ou 21 pontos (jogo longo), podendo ser entre duas (sim-ples, individual) ou quatro pessoas (duplas), sem divisãopor sexo. O polybat é dividido em classes quanto a coorde-

nação e domínio de membros que o indivíduo possua. Aclasse “A” é a mais baixa (na qual os alunos têm maior com-prometimento motor), em seguida aparecem as classes “B”,“C” e “D”. As principais distinções entre as classes são quena classe “A” o jogador fica somente sentado; nas classes“B” e “C” o jogador fica sentado ou em pé, conforme o equi-líbrio de membros inferiores que ele possua. Na classe “D” ojogador fica somente em pé. O jogo pode também ser dispu-tado em duplas, a divisão é por classe e não por sexo, destaforma homens e mulheres participam juntos. Oesporte pode ser usado como uma atividade ou uma série desituações para aqueles indivíduos com limitações queimpeçam a sua participação em tênis de mesa recreativo:aulas de Educação Física, recreação, reabilitação ecompetições esportivas.

Esclerose múltipla e Lian Gong:Adaptações e benefícios

Ushirobira, S.; Consolação, M. Da; Tavares, G. C. F.

Unicamp

Pessoas com esclerose múltipla podem manifestar diversossinais e sintomas como alterações na aparência ou funcio-namento da visão, dificuldade no equilíbrio, falta de coorde-nação, dor nos braços, vertigem, dormência nas pernas esensação de cansaço.O Lian Gong é uma ginástica de ori-gem chinesa que se caracteriza por melhorar a condição docorpo e a sua relação com o meio, oferecendo aos pratican-tes uma melhora na qualidade de vida. O objetivo deste es-tudo foi verificar quais as adaptações necessárias para aprática desta ginástica por pessoas com esclerose múltipla eos benefícios obtidos. Este trabalho visual é uma síntese dapesquisa de campo na qual foi feita uma revisão literáriasobre a esclerose múltipla e sobre o Lian Gong. Participaramoito mulheres entre 30 e 60 anos, com níveis variados decomprometimento, pertencentes ao grupo de Esclerose Múl-tipla de Campinas - S.P. Dez sessões da ginástica se realiza-ram uma vez por semana e após cada aula foram redigidosrelatórios, cujos dados foram analisados qualitativamente.Constatou-se que não houve necessidade de adaptaçõespara algumas participantes, pois conseguiram executar osmovimentos originais. Outras, para efetuar os exercícios pro-postos, necessitaram de adaptações como: utilização de ca-deiras, de apoio do corpo (na parede, no colega ou no pro-fessor), principalmente devido ao déficit de equilíbrio, res-peitando o limite de cada pessoa. Os benefícios relatadosforam: sensação de relaxamento, descoberta de possibilida-des (como a capacidade de realizar novos movimentos evivenciar outras sensações corporais), prazer em praticar aginástica e ampliar a comunicação consigo, com o grupo ecom o meio. Desta forma, pode-se considerar que é possívela prática do Lian Gong por pessoas com esclerose múltipla eas adaptações são coerentes com a perspectiva da ginásticaem respeitar a individualidade dos participantes.

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Resumos da Mostra de Vídeos

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Aprendendo com o corpo d´eficiente:Flashes do cotidiano

Zonta, A.F.Z.; Luchesi, F.D.M.; Manson, F.; Lopes,A.; Garavello, P.; Orlando, P.

Depto. Ed. Física, LAPEF, Unesp, Bauru

O Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciên-cias da UNESP- Bauru tem no rol de seus Projetos de Exten-são o Programa “Aprendendo com o Corpo d’Eficiente”,coordenado pelas professoras Ana Flora Z. Zonta e MarliNabeiro ligadas ao LAPEF (Laboratório de Pesquisas emEducação Física) onde desenvolvem trabalhos nas áreas deDança e Educação Física Adaptada. Esse programa atendecrianças, adolescentes e adultos com deficiências física,auditiva e visual, atualmente o maior número de participan-tes assíduos são os com deficiências físicas, tais como: es-pinha bífida, do tipo mielominengocele, encefalopatia,distrofia muscular progressiva de Duchenne, lesão medular.O programa visa contribuir para o desenvolvimento dos as-pectos motores, emocionais, cognitivos e todoscoordenadamente contribuírem para o artístico e sócio-cul-tural, através de atividades físico-desportivas, dança, exer-cícios resistidos e atividades corporais. Entendemos que ainclusão também se dá por meio de atividades que promo-vam o trabalho coletivo como: a dança, o esporte e ativida-des corporais variadas. Para o desenvolvimento do progra-ma contamos com alunos bolsistas e voluntários que reali-zam a ponte entre a teoria e a prática quando do estudo doscasos, planejamento das atividades motoras e a execuçãodas mesmas, o que contribui na formação desses futurosprofissionais. As Mães tem uma responsabilidade funda-mental que é conseguir chegar com as crianças ao local doprograma já que Bauru conta com um número reduzido detransportes adaptados o que reflete na freqüência flutuantedos participantes.

Corpos dançantes: Refletindo ainclusão

Antunes, M.R.; Carneiro, A.A.; Jacques, A.V.;Martins, A.P.F.; Flores, J.; Correa, A.

Centro de Educação Física e Desportos da UFSM, RS

Dados do Censo Demográfico de 2000, realizado pelo IBGE,verificam que 14,5% da população brasileira têm algum tipode deficiência física, entre elas 27% possuem deficiênciafísica. As pessoas com deficiência física, além dascomplicações orgânicas, muitas vezes convivem com odistanciamento das atividades sociais. Isto ocorre devidoao valor negativo que é dado pela sociedade aocomprometimento físico, classificando a pessoa com“incapaz”.Há uma idéia de que as pessoas com deficiênciafísica, não correspondem ao desempenho esperado pela

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comunidade, e esta passa, então a excluir os corpos “dife-rentes”, através de atitudes preconceituosas e restriçõesambientais. O significado de corpo saudável estabelecidopelo contexto social e imposto pela mídia, geralmente estárelacionado à estética. Com corpos fora destes padrões, amaioria das pessoas com deficiência física, têm em seus cor-pos uma “marca” que pode ser entendida como sinônimo deum ser doente, e por conseguinte, torna-se um grupo menosaceito pela sociedade, pois são vistos como pessoas quecarregam traços visíveis de suas limitações, tornando seupadrão estético causa de rejeição, medo e indiferença. Nesteprojeto, temos como objetivos oportunizar a vivência dedança à pessoas com deficiência física, buscar a melhora daauto-imagem e da auto-estima, bem como ativar a capacida-de física em geral e buscar a inclusão social destas pessoas.No desenvolvimento das atividades, buscamos referenciaisque abordam a deficiência física, a dança enquanto fenôme-no educacional, terapêutico e artístico, assim como os méto-dos utilizados, no caso os princípios da Dança EducativaModerna, da Dança - Educação Física e da Dança - Educa-ção. A dança, além de ser um meio de comunicação e expres-são faz com que o praticante desenvolva seu potencial críti-co e criativo. Desta forma, o ser humano poderá emancipar-se socialmente, porque a criatividade possibilita a indepen-dência, a liberdade e a autonomia.

Prática pedagógica da turma deNatação II com turma especial do

Clube Escolar

Lugão, E.C.; Fontes, L.O.M.

EEFD/UERJ

A disciplina natação II, através do Programa de ApoioPedagógico (PAPE) da EEFD/UFRJ juntamente com oPrograma Clube Escolar da Secretaria Municipal de Educaçãodo Rio de Janeiro, tem oportunidade de promover a vivênciade situações ensino-aprendizagem para o graduando emEducação Física, com crianças e jovens com necessidadesespeciais ou não. As aulas da turma especial do ClubeEscolar acontecem 4as e 6as feiras das 9h30min às 10h20min.Os alunos-mestres trabalham com uma população de 10alunos com necessidades especiais variadas: paralisiacerebral, síndrome de Rett, autismo, síndrome de Asperger,síndrome de Alexander, síndrome de Turner e retardo mentale psicomotor. Os objetivos do trabalho dentro da água são:melhorar equilíbrio, experimentar movimentos variados,participar de diferentes atividades visando facilitar aalfabetização e a execução de atividades da vida diária, alémde favorecer a socialização através de contato (com osprofessores, alunos-mestres e outras crianças e jovens) eprogramação diversa (gincanas, festas de aniversário, festajunina, festa de encerramento, entre outras), dentro e forada água. O vídeo mostra uma aula de natação em que osalunos-mestres estão trabalhando a adaptação à água e po-

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Resumos da Mostra de Vídeos

demos perceber que a turma especial não é homogênea, ha-vendo jovens que já submergem o rosto e atendem às solici-tações, enquanto outra não entra na água e outro está napiscina funda. Gravamos depoimentos das mães, dos alu-nos-mestres, da professora da disciplina Natação II e doprofessor do Clube Escolar. Os alunos-mestres atuam porsemestres letivos, que é a duração da disciplina. Hádeficientes que freqüentam esta classe há dois anos,aproximadamente, e alguns que entraram este semestre, poreste motivo, as habilidades aquáticas são tão heterogêneas.Não temos problemas com a rotatividade dos alunos-mestrese percebemos que o aluno deficiente demonstra grande prazerno tratamento que recebe por parte de todos que trabalhamcom eles. É o que a atividade se propõe: ser prazerosa eeducativa.

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Revista da SOBAMA

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Normas para Publicação

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Normas para Publicação na Revista da Sobama

Apresentação

A revista da Sobama é um órgão de divulgação da Socieda-de Brasileira de Atividade Motora Adaptada. A revista daSobama foi criada para atender às necessidades de divulga-ção e discussão da produção científica e de assuntos daárea de atividade motora adaptada. A revista da Sobamaaceita a submissão de manuscritos de profissionais e pes-quisadores de diferentes áreas como educação física eesportes, fisioterapia, educação especial, psicologia e outrascujos manuscritos tenham perfis direcionados à área deatividade motora adaptada ou pertinentes aos interesses dosleitores da revista da Sobama. Cabe aos editores da revistada Sobama decidir sobre a pertinência da colaboração.

I. Tipos de colaboração aceitos pelarevista da Sobama

Trabalhos originais relacionados à área de atividademotora adaptada que se enquadrem nas seguintes categori-as:

1. Relato de pesquisa: investigação baseada em dadosempíricos, utilizando metodologia científica.

2. Estudo teórico: análise de construtos teóricos, levan-do ao questionamento de modelos existentes e à elaboraçãode hipóteses para futuras pesquisas.

3. Relato de experiência profissional: estudo de caso, con-tendo análise de implicações conceituais, ou descrição deprocedimentos ou estratégias de intervenção, contendo evi-dência metodologicamente apropriada de avaliação de efi-cácia, de interesse para a atuação de profissionais em áreasafins.

4. Revisão crítica da literatura: análise de um corpoabrangente de investigação, relativa a assuntos de interes-se para o desenvolvimento da área de atividade motora adap-tada.

5. Comunicação breve: relato de pesquisa sucinto, mascompleto, de uma investigação específica. Limitado a 12páginas espaço duplo conforme especificações do item III.

6. Ponto de Vista: Temas de relevância para o conheci-mento pedagógico, científico, universitário ou profissional,apresentados na forma de comentários que favoreçam no-vas idéias ou perspectivas sobre o assunto. Limitado a 12páginas espaço duplo conforme especificações do item III.

7. Carta ao Editor: avaliação crítica de artigo publicadona revista da Sobama ou resposta de autores à crítica formu-lada a artigo de sua autoria. Limitado a 12 páginas espaçoduplo conforme especificações do item III.

8. Nota técnica: descrição de instrumentos e técnicasoriginais de pesquisa. Limitado a 12 páginas espaço duplo

conforme especificações do item III.9. Resenha: revisão crítica de obra recém publicada, ori-

entando o leitor quanto a suas características e usos poten-ciais. Limitado a 6 páginas espaço duplo conformeespecificações do item III.Poderá também ser publicada, a critério do editor:

10. Notícia: divulgação de fato ou evento de conteúdorelacionado à área de atividade motora adaptada, não sendoexigidas originalidade e exclusividade na publicação. Limi-tado a 6 páginas espaço duplo conforme especificações doitem III.

II. Apreciação pelo conselho editorial

O manuscrito—nas categorias 1 a 8—é aceito para análi-se pressupondo-se que: (a) o mesmo não foi publicado enem está sendo submetido para publicação em outro perió-dico; (b) todas as pessoas listadas como autores aprovaramo seu encaminhamento à revista da Sobama; (c) qualquerpessoa citada como fonte de comunicação pessoal aprovoua citação.Os trabalhos enviados serão apreciados pelo editor-chefe epelos editores associados especialistas nas áreas afins, quedeverão fazer uso de consultores ad hoc. Os autores serãonotificados da aceitação ou recusa de seus manuscritos. Osmanuscritos, mesmo quando rejeitados, não serão devolvi-dos.

Pequenas modificações no texto poderão ser feitas peloeditor-chefe ou pelos editores associados. Quando estesjulgarem necessárias modificações substanciais, o(s)autor(es) será(ão) notificado(s) e encarregado(s) de fazê-las, devolvendo o trabalho reformulado no prazo máximo deduas semanas. Manuscritos re-submetidos depois do prazode seis meses do envio do último resultado da análise pelosconsultores não serão considerados para continuidade doprocesso de revisão. Neste caso, serão considerados comouma submissão nova e um novo processo de avaliação seráreiniciado.

III. Forma de apresentação dos manuscritos

A revista da Sobama adota as normas de publicação daAPA (American Psychological Association), exceto em si-tuações específicas onde há conflito com a necessidade dese assegurar o cumprimento da revisão cega por pares, regrasdo uso da língua portuguesa, normas gerais da ABNT, pro-cedimentos internos da revista, inclusive características deinfra-estrutura operacional. A omissão de informação nodetalhamento que se segue implica em que prevalece a ori-entação do manual da APA. Os manuscritos devem ser redi-

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gidos em português. Excepcionalmente, o inglês, o francês,o espanhol e o alemão poderão ser aceitos, a critério doseditores.

Os manuscritos originais deverão ser encaminhados emquatro cópias—sendo uma cópia com identificação comple-ta dos autores e três cópias sem identificação—digitadosem espaço duplo, fonte tipo Courier, tamanho 12, não exce-dendo, quando for o caso, o número de páginas apropriadode cada categoria em que o manuscrito se insere. A páginadeverá ser tamanho carta, com formatação de margens supe-rior e inferior no mínimo de 2,5 cm, esquerda e direita nomínimo de 3 cm. Para estimar a equivalência considere queuma página impressa da publicação corresponde a 3 pági-nas do manuscrito. Além das cópias impressas, o autor de-verá incluir uma cópia em disquete, em processador de textoformato IBM Microsoft Word ou formato texto.A versão final revisada deverá ser encaminhada em duascópias impressas no mesmo formato da versão inicial. Tam-bém deverá incluir uma cópia em disquete, em processadorde texto formato IBM Microsoft Word ou formato texto.Todo e qualquer encaminhamento à revista deve ser acom-panhado de carta assinada pelo autor principal, onde estejaexplicitada a intenção de submissão ou re-submissão do tra-balho para publicação. Em caso de aceite do trabalho umacarta de acordo de publicação deverá ser preenchida e assi-nada pelo autor principal para encaminhamento do trabalhopara prelo.

Obs. geral: Nunca utilize caixa alta em palavras inteiras(exemplo: ATIVIDADE MOTORA) em nenhuma etapa do ma-nuscrito. Utilize, quando apropriado, apenas a inicial em cai-xa alta (exemplo: Atividade Motora).

No caso de siglas que são compostas por partes dasiniciais do nome de um órgão ou entidade, a exemplo deSobama, estas devem ser escritas apenas com a primeira le-tra em caixa alta. O mesmo vale para siglas com quatro oumais letras (por exemplo, Vasp, Cobal, Masp, Varig) a menosque cada uma de suas letras seja pronunciada separadamen-te (por exemplo, IPTU, BNDES). Algumas siglas têm letrasmaiúsculas e minúsculas para diferenciá-las de outras iguais(por exemplo, CNPq, UnB). Siglas com até três letras, devemser escritas em letras maiúsculas (USP, ONU, OMS). Quan-do utilizar a sigla: na primeira citação escreva o nome com-pleto e a seguir (nunca antes!), a sigla entre parênteses.

A apresentação dos trabalhos deve seguir a seguinte ar-dem:1. Folha de rosto despersonalizada contendo apenas:

1.1. Título sem abreviações, em português, não devendoexceder 10 palavras.

1.2. Sugestão de título abreviado para cabeçalho, nãodevendo exceder 4 palavras.

1.3. Título sem abreviações, em inglês, compatível com otítulo em português.2. Folha de rosto personalizada contendo:

2.1. Mesma informação dos itens 1.1; 1.2 e 1.3. acima.2.2. Nome de cada autor, seguido por uma afiliação

institucional apenas e por extenso por ocasião da

submislegendas mantenham qualidade de leitura, caso re-dução seja necessária. O encaminhamento de arquivos ele-trônicos das figuras em formato JPG ou inseridos em docu-mento MSWord ou Excel é recomendado aos autores.

Tabelas, incluindo título e notas, uma por página em papel epor arquivo de computador. Na publicação impressa a tabe-la não poderá exceder 17,5 cm de largura x 23,7 cm de compri-mento. Ao prepará-las, o autor deverá limitar sua largura a60 caracteres, para tabelas simples de modo a ocupar umacoluna impressa, incluindo 3 caracteres de espaço entre co-lunas da tabela, e limitar a 125 caracteres para tabelas com-plexas de modo a ocupar duas colunas impressas. O compri-mento da tabela não deve exceder 55 linhas, incluindo títuloe rodapé(s). Para outros detalhamentos, especialmente emcasos omissos, o manual da APA deverá ser consultado.

IV. Tipos comuns de citação no texto

Citação de artigo de autoria múltipla

1. Dois autoresO sobrenome dos autores é explicitado em todas as cita-ções, usando e ou & conforme abaixo:“O método proposto por Ulrich e Thelen (1979)” ou “Estemétodo foi inicialmente proposto para o estudo da marchaautomática (Ulrich & Thelen, 1979).”

2. De três a cinco autoresO sobrenome de todos os autores é explicitado na pri-

meira citação, como acima. Da segunda citação em diante sóo sobrenome do primeiro autor é explicitado, seguido de “etal.” e o ano, se for a primeira citação de uma referência den-tro de um mesmo parágrafo:

“Mattos, Lima e Teixeira (1994) verificaram que...” [pri-meira citação no texto]; Mattos et al. (1994) verificaramque...” [citação subseqüente, primeira no parágrafo]; “Mattoset al. Verificaram...” [omita o ano em citações subseqüentesdentro de um mesmo parágrafo].

Exceção: Se a forma abreviada gerar aparente identidadede dois trabalhos em que os co-autores diferem, os co-auto-res são explicitados até que a ambigüidade seja eliminada.Os trabalhos de Hayes, S.C., Brownstein, A.J. Haas, J.R., &Greenway, D.E. (1986) e Hayes, S.C. Brownstein, A.J., Zettle,R.D., Rosenfarb, I. & Korn, Z. (1986) são assim citados:“Hayes, Brownstein, Haas et al. (1986) e Hayes, Brownstein,Zettle et al. (1986) verificaram que...”

Na seção de referências todos os nomes são relaciona-dos.

3. Seis ou mais autoresNo texto, desde a primeira citação, só o sobrenome do

primeiro autor é mencionado, seguido de “et al.” exceto seeste formato gerar ambigüidade, caso em que a mesma solu-ção indicada no item anterior deve ser utilizada:

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“Rodrigues et al. (1988).”

Na seção de referências todos os nomes são relaciona-dos.Citações de trabalho discutido em uma fontesecundária

O trabalho usa como fonte um trabalho discutido em outro,sem que o trabalho original tenha sido lido (por exemplo, umestudo de Lima, citado por Silva, 1982). No texto, use a se-guinte citação:“Lima (conforme citado por Silva, 1982) acrescenta que es-tes estudantes...”Na seção de referências informe apenas a fonte secundária,no caso Silva, usando o formato apropriado.

Citações de obras antigas reeditadas

Autor (data da publicação original/data da edição con-sultada). Ex.: Campbell (1790/1946).

Citação de comunicação pessoal

Este tipo de citação deve ser evitado, por não oferecerinformação recuperável por meios convencionais. Se inevi-tável, deve aparecer no texto, mas não na seção de Referên-cias. “B. D. Ulrich (comunicação pessoal, 5 de maio de 1995)...”

Citação de obras disponíveis na Internet

Se houver nome de autor e data do artigo, utilizar asorientações apresentadas até o momento. Se não houverdata da publicação, mencione o autor e a seguir, entre pa-rênteses, ´s.d.‘.“Gorla e Araújo (s.d.)...”“. . . muitos l inks interessantes. (Endereçosinteressantes,s.d.).”

V. Exemplos de tipos comuns de referência

1. Relatório técnico.Birney, A.J., & Hall, M.M. (1981). Early identification of

children with written language disabilities (relatório n. 81-1502). Washington, DC: National Education Association.

2. Trabalho apresentado em congresso, mas não publicado.Haidt, J., Dias, M.G., & Koller, 5. (1991, fevereiro). Disgust.

disrespect and culture: Moral judgement of victimlessviolations in the USA and Brazil. Trabalho apresentado emReunião Anual (Annual Meeting) da Society for Cross-Cul-tural Research, Isla Verde, Puerto Rico.

3. Trabalho apresentado em congresso com resumo publica-

do em publicação seriada regular. Tratar como publicaçãoem periódico, acrescentando logo após o título a indicaçãode que se trata de resumo.

Silva, A. A., & Engelmann, A. (1988). Teste de eficáciade um curso para melhorar a capacidade de julgamentos cor-retos de expressões faciais de emoções [Resumo]. Ciência eCultura. 40 (7, Suplemento), 927.

4. Trabalho apresentado em congresso com resumo publica-do em publicação especial. Tratar como publicação em livro,informando sobre o evento de acordo com as informaçõesdisponíveis em capa.

Mauerberg-deCastro, E. & Moraes, R. (1962). Psicofísicado esforço: Impacto no Esporte [Resumo]. Em SociedadeBrasileira de Psicologia (Org.), Resumos de comunicaçõescientíficas. XXII Reunião Anual de Psicologia (p.666). Ri-beirão Preto: SBP.

5. Teses ou dissertações não publicadas.Castro, L. (1889). A família atleta: interação entre compe-

tência e competição. Estudo de caso. Dissertação deMestrado, Universidade de São Paulo, São Carlos.

6. Livros.Silva, C. (1983). Educação Física Adaptada. Rio de Janeiro:Zahar.

7. Capítulo de livro.Block, S. S., & Borg, P. (1677). Early psychophysics. In:

A.T. Moore & J.E. Stadium (Eds.), Handbook of humanbehavior (pp.500-550). Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall.

Hoffman, L.W. (1979). Experiência da primeira infância erealizações femininas. Em: H. Bee (Ed.), Psicologia do de-senvolvimento: questões sociais (pp.45-65). Rio de Janeiro:Interamericana.

8. Livro traduzido, em língua portuguesa.Magill, C.C. (1900). Aprendizagem motora. (E.J. Costa,

Trad.) Porto Alegre: Artes Médicas. (Trabalho original pu-blicado em 1800)

Se a tradução em língua portuguesa de um trabalho emoutra língua é usada como fonte, citar a tradução em portu-guês e indicar ano de publicação do trabalho original.No texto, citar o ano da publicação original e o ano da tradu-ção: (Magill, 1800/1900).

9. Artigo em periódico científico.Moore, J. M.; Thompson, G., & Thompson, M. (1975).

Auditory localization of infants as a function of reinforcementconditions. Journal of Speech and Hearing Disorders, 40,29-34.

Informar número, em parênteses e em seguida o volume,apenas quando a paginação reinicia a cada número (e não acada volume, como a regra geral).

Affonso, D. M. (1887). Sobre o surgimento do voleibolradical. Educação, 3 (2) 1-19.

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10. Obras antigas com reedição em data muito posteriorCabral, P. A. (1946). Tratado sobre o Brasil. Rio de Janei-

ro: Colombo (Originalmente publicado em 1500).11. Obra no prelo.

Não forneça ano, volume ou número de páginas até queo artigo esteja publicado. Respeitada a ordem de nomes, é aúltima referência do autor.

Moraes, R. M.; Mauerberg-deCastro, E., & Schuller, J.(no prelo). Nada sobre nada em esporte. Motriz.

12. Autoria institucional.American Psychiatric Association (1988). DSM-III-R.-

Diagnostic and statistical manual of mental disorder (3 ed.revisada). Washington, DC: Autor.

13. Obras publicadas na internetSobrenome do autor, primeira inicial. (data da publicação

ou “sem data” se não disponível). Título do artigo ou seçãoutilizada [Número de parágrafos]. Título do trabalho com-pleto. [Forma, tal como HTTP, CD-ROM, E-MAIL]. Disponí-vel em: URL completo [data de acesso].

Anjos, M. (2002). Dicionário de bioética. Revista Bioética,v.10, n.1. Atualidades. [http]. Disponível em: http://www.cfm.org.br/revista/bio10v1.htm [19 de julho de 2004]

Gorla, J., & Araújo, P. (s.d.). Avaliação em educaçãofísica adaptada. [HTTP]. Disponível em: http:/ /www.sobama.org.br,revista virtual. [19 de julho de 2004].

Hara, N., & Kling, R. (2001). Students´Distress with aWeb-based Distance Education Course. Indiana University,Bloomington, Center for Social Informatics (SLIS). [http].Avaiable at: http://www.slis.indiana.edu/CSI/wp00-01.html.[March 30, 2002]

Endereços interessantes (s.d.). [HTTP]. Disponível em:http://www.sobama.org.br, links. [27 de setembro de 2003]

VI. Direitos autorais

Artigos publicados na revista da Sobama

Os direitos autorais dos artigos publicados pertencem àrevista da Sobama. A reprodução total dos artigos destarevista em outras publicações, ou para qualquer outra utili-dade, está condicionada à autorização escrita do editor darevista da Sobama. Pessoas interessadas em reproduzir par-cialmente os artigos desta revista (partes do texto que exce-derem 500 palavras, tabelas, figuras e outras ilustrações)deverão ter permissão escrita do(s) autor(es). O autor prin-cipal de cada artigo receberá uma revista contendo o seuartigo.

Reprodução parcial de outras publicações

Manuscritos submetidos que contiverem partes de texto

extraídas de outras publicações deverão obedecer aos limi-tes especificados para garantir originalidade do trabalhosubmetido. Recomenda-se evitar a reprodução de figuras,tabelas e desenhos extraídos de outras publicações.

O manuscrito que contiver reprodução de uma ou maisfiguras, tabelas e desenhos extraídos de outras publicaçõessó será encaminhado para análise se vier acompanhado depermissão escrita do detentor do direito autoral do trabalhooriginal para a reprodução especificada na revista da Sobama.A permissão deve ser endereçada ao autor do trabalho sub-metido. Em nenhuma circunstância a revista da Sobama e osautores dos trabalhos publicados nesta revista repassarãodireitos assim obtidos.

Mitos sobre direitos autorais na internet

A seguir são apresentadas algumas considerações feitascom base no trabalho de Templeton, B. (no date), cuja refe-rência é:

Templeton, B. (no date). 10 Big Myths about copyrightexplained. [URL]. Available: http://www.templetons.com/brad/copymyths.html [2000, May 11]

- “Se não tem um aviso sobre direitos autorais (oucopyright, em inglês) não está protegido.”

Era verdade no passado, mas hoje a maioria das naçõessegue a convenção de Berne copyright. Nos EUA quasetudo criado em caráter privado após 1 de Abril de 1989 estáprotegido por lei tenha ou não aviso sobre direitos autorais.Isto inclui figuras. “Scanear” figura da internet é ilegal amenos que esteja explicitamente anunciado “domínio públi-co” ou “sem reservas autorais” ou “pode copiar à vontade.”

- “Se eu não usar com fins lucrativos ou usar com finali-dades acadêmicas ou educacionais, não é crime.”

Errado. Fatos e idéias não podem se limitados nos direi-tos autorais, mas sua expressão escrita e estrutura podem.Você sempre pode escrever sobre fatos com suas própriaspalavras.

- “Se eu criar minha própria história baseada em outrotrabalho, meu novo trabalho me pertence.”

Errado. Leis de direitos autorais são bem explicitas quantoaos “trabalhos derivativos”—Você precisa de permissãoautoral.

- “Se eu não causar danos a ninguém, tudo bem—naverdade é até propaganda de graça.”

Errado. É decisão do autor se ele quer ou não propagan-da de graça.

Para obter mais informações visite:http://www.templetons.com/brad/copymyths.htmlhttp://www.tjc.com/copyrighthttp://lcweb.loc.gov/copyright/

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h t t p : / / w w w . a u s t l i i . e d u . a u / a u / l e g i s / c t h /consol_actca1968133/index.htmlhttp://cipo.gc.ca/http://www.benedict.com/http://www.eff.org/pub/CAF/law/ip-primer

No Brasil:http://www.persocom.com.br/brasilia/plagio1.htm

VII. Endereço para encaminhamento

A remessa de manuscritos para publicação, bem comotoda a correspondência que se fizer necessária, deve serendereçada para:Verena J. Pedrinelli (Editora-chefe)Rua General Almério de Moura, 70005690-080 - São Paulo - SPE-mail: [email protected]

Comunicações rápidas podem também ser feitas através doendereço eletrônico:E-mail: [email protected]

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Revista da SOBAMA

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Estatuto da SOBAMA

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Informações e Estatuto da Sobama

O que é Sobama?

A Sobama, Sociedade Brasileira de Atividade Motora, fundada em 9 de dezembro de 1994, na cidade de São Paulo, é umasociedade civil de caráter científico e educacional sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria que visa o progres-so dos estudos da atividade motora adaptada em todas as suas áreas.

A idéia da criação da Sobama nasceu de vários profissionais que atuando na área por vários anos, sentiram a necessidade dese aglutinarem em uma sociedade de caráter científico, facilitando, desta forma, o intercâmbio e a troca de experiência.

Quais os objetivos da Sobama?

Congregar estudiosos da área de atividade motora adaptada; Apoiar e incentivar o desenvolvimento técnico-científico dosseus associados; Promover congressos, cursos, simpósios sobre assuntos relacionados à área; Manter intercâmbio cultural,técnico, científico e associativo com entidades congêneres do país e exterior; Conferir títulos, certificados e prêmios; Promo-ver a divulgação do conhecimento produzido na área.

Por que “atividade motora” e não “educação física?”

Em muitos lugares utiliza-se tanto os termos educação física adaptada como atividade motora adaptada. Na Sobama conside-ra-se que a palavra “atividade motora” enfatiza as necessidades de vivências relacionadas ao movimento corporal em todotipo de ambiente. A palavra “educação,” por outro lado, é freqüentemente usada para enfocar indivíduos na idade escolar emambientes de instrução. A atividade motora adaptada corresponde a um conjunto de atos intencionais que visam melhorar epromover a capacidade para o movimento considerando-se as diferenças individuais e as discapacidades em contextosinclusivos ou não.

Como associar-se à Sobama?

Se você é...... uma pessoa estudiosa e profissional comprometida com a atividade motoraadaptada,

Se você quer..... assinar a revista da Sobama, publicada anualmente,

Se você pretende...... aproveitar os descontos no Congresso Brasileiro de Atividade Motora Adaptadae outros eventos na área,

... então associe-se e compartilhe investigações, teorias, modelos, e práticas.

Ajude a fortalecer o futuro da atividade motora adaptada para pessoas portadoras de deficiências/discapacidades.

Poderão fazer parte da Sobama todos os profissionais acadêmicos que exerçam funções ou atividades na área da atividademotora adaptada.

Modificações no estatuto aprovadas em 19 de maio de 2004.

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Normas para Publicação

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O que mudou?

Por: Verena Junghähnel Pedrinelli

As alterações de estatuto foram motivadas para atuali-zar, modernizar, simplificar e adequar as normas à realidadeoperacional da Sobama. Em essência as mudanças foram asseguintes:

- Valores e prazos da anuidade (contribuição regular) pas-sam a ser definidos pela diretoria (item d, Art. 12o. e Art.19o.),sendo a anuidade válida para o período correspondente aoano civil;

- Eliminou-se a obrigatoriedade de pagamentos atrasa-dos (o que gerava as repetidas discussões e anistias). Des-ta forma passa a constar no estatuto que será eliminadosócio que não pagar a anuidade vigente (Art. 14o.) e que osócio eliminado por falta de pagamento poderá filiar-se no-vamente, a qualquer momento, mediante pagamento da anui-dade vigente como “novo sócio” (Art. 15o.);

- Ajustou-se a nomenclatura dos “delegados estaduais”que passam a ser designados “representantes estaduais”(Art. 21o.), sendo eleitos um titular e um suplente (Art.º 49o.e Art. 50o.); foram inseridos itens descrevendo as compe-tências dos representantes estaduais (Art. 51o);

- Foi removida a exigência de admissão de sócios porintermédio do delegado estadual ou sócio fundador acom-panhado de curriculum vitae (na prática as inscrições têmsido feitas via preenchimento de formulário, diretamente àsecretaria da Sobama);

- O presidente e sede do congresso brasileiro passam aser indicados pela nova diretoria (Art. 33o. e Art. 41o.) (Foieliminado o item que atribuía à assembléia a competência deeleger em escrutínio secreto o presidente e a sede do próxi-mo congresso brasileiro);

- Foi inserido um parágrafo único no Art. 4o. atribuindoà gestão eleita a responsabilidade de organizar e executar oCongresso Brasileiro de Atividade Motora Adaptada (o con-gresso da Sobama);

- Os artigos referentes às reuniões formais ordinárias doconselho consultivo e do conselho fiscal foram removidos;

- O conselho fiscal passa a emitir parecer sobre os livroscontábeis, documentos e papéis da tesouraria geral, e o en-caminhará para o conselho consultivo, para então ser apre-sentado e aprovado em assembléia. O mesmo é válido parao balanço dos congressos (Art. 30o.)

E ainda:

- Site e propriedade intelectual (revista, livros, boletim)foram acrescentados ao patrimônio da Sobama (Art.3o.);

- A indicação de sócios honorários passa a ser apresen-tada por escrito à diretoria e incluída em pauta para aprova-ção em assembléia (Art.10o.);

- Foi inserido um item sobre o editor-chefe, que deveráser indicado pelo presidente e proposto à assembléia geral(Art. 34o.).

Estatuto da Sobama

Capítulo I

Da Constituição, Denominação, Sede, Duração e Fins.

Art.1º - A Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adap-tada (Sobama), fundada em 9 de dezembro de 1994, na cida-de de São Paulo, é uma sociedade civil, de caráter científicoe educacional sem fins lucrativos, com personalidade Jurídi-ca e patrimônio próprio que visa o progresso dos estudosda atividade motora adaptada em todos os seus ramos.

Art.2º - A Sobama tem sede permanente na cidade de Campi-nas, Estado de São Paulo, é de duração indeterminada e pas-sa a reger-se por estes estatutos.

Parágrafo único - A Sobama, terá sempre sede administrati-va e foro na cidade e estado onde residir o presidente etesoureiro, podendo abrir sub-sedes em qualquer unidadeda Federação.

Art.3º - O patrimônio da entidade será constituído de mó-veis e utensílios, imóveis, veículos, contribuições dos sóci-os, site, propriedade intelectual (revista, livros, boletim)eoutros donativos em dinheiro ou em espécie, auxílios ofici-ais ou subvenções e de qualquer tipo de aplicação financei-ra de qualquer espécie entre ativos da sociedade.

Art.4º - A Sobama tem por finalidade:a) Congregar os estudiosos da área de atividade motora adap-tada;b) Apoiar e incentivar o desenvolvimento técnico-científicodos seus sócios;c) Promover congressos, cursos, simpósios sobre assuntosrelacionados à área;Parágrafo único – A gestão eleita fica responsável em orga-nizar e executar o congresso brasileiro da Sobamad) Manter intercâmbio cultural, técnico, científico eassociativo com entidades congêneres do país e do exteri-or;e) Conferir títulos, certificados e prêmios;f) Outras ações que não colidam com este estatuto;g) Promover a divulgação do conhecimento produzido naárea.

Capítulo ll

Dos Sócios

Seção lDa AdmissãoArt.5º - Poderão fazer parte da Sobama todos os profissio-nais e acadêmicos que exerçam funções ou atividades naárea de atividade motora adaptada.

Estatuto da SOBAMA

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 173-179

Seção llDa Classificação

Art.6º - O quadro social da Sobama é composta de sócios,cujo número é ilimitado e que são divididos nas seguintescategorias:a) Fundadorb) Titular Efetivoc) Colaboradord) Honorárioe) Beneméritos

Art.7º - Entende-se por “sócio fundador” o profissional e/ou acadêmico que participaram da primeira reunião daSobama e assinaram a respectiva ata de fundação.

Art.8º - Entende-se por “sócio titular efetivo” o profissionalportador de título universitário que exerça atividades noreferido campo de conhecimento.

Art.9º - Entende-se por “sócio colaborador” o profissionalainda não portador de título universitário, que desejar inte-grar o quadro social da Sobama.

Art.10o. - Entende-se por “sócio honorário” o profissionalbrasileiro ou estrangeiro, que tenha prestado relevantes ser-viços à área de atividade motora adaptada. Nomes de candi-datos devem ser apresentados por escrito à diretoria e in-cluídos em pauta para aprovação em assembléia geral.Parágrafo único - A outorga desta honraria efetuada medi-ante proposta fundamentada da diretoria executiva e homo-logação da assembléia geral.

Art.11o. - Entende-se por “sócio benemérito” o que tenhacontribuído substancialmente para o aumento do patrimônioda entidade.

Seção lllDos Deveres e Direitos dos Sócios

Art.12o. - São deveres dos sócios:a) Cumprir as disposições deste estatuto;b) Concorrer para o cumprimento das finalidades da Sobama;c) Prestigiar a sociedade, difundir o espírito associativo econcorrer para o aumento do quadro social;d) Pagar anuidade conforme a categoria, valores e condi-ções fixados pela diretoria executiva através de resoluçãointerna.e) Comunicar à secretaria da Sobama a alteração de seu en-dereço, até 30 (trinta) dias após a efetivação da mesma.Parágrafo Único. Para efeito do caput deste artigo, compre-ender-se-á como anuidade o período correspondente ao anocivil.

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Art.13o. - Uma vez obedecidos os dispositivos deste esta-tuto, são direitos dos sócios:a) Participar das atividades da Sobama;b) Receber as comunicações da Sobama;c) Informar por escrito à diretoria da Sobama qualquer ocor-rência de interesse pessoal ou coletivo e que exija providên-cia ao alcance da sociedade;d) Votar nas eleições da Sobama.Parágrafo único - Constitui-se direito exclusivo dos sóciosfundadores e titulares efetivos, serem votados para os car-gos da diretoria executiva e comissões ou conselhos perma-nentes.

Seção IVDas Penalidades

Art.14o. - Os sócios que procederem em desacordo com asnormas estatutárias. serão passiveis das seguintes penali-dades:1) Advertência2) Suspensão3) Eliminação

1) Advertência escrita, aplicada pelo presidente da Sobama,com aprovação da diretoria e registrada em ata, nas trans-gressões do estatuto.

2) Suspensão dos direitos sociais até 3 (três) meses por trans-gressões reincidentes do estatuto passivo de uma puniçãoou pela prática de atos incompatíveis com as finalidades dasociedade, por recomendação da diretoria e aprovação doconselho consultivo.

3) Eliminação do quadro social:a) Pelo não pagamento da anuidade.b) Por reincidência nas transgressões do estatuto;c) Por prejuízos morais e materiais à sociedade.Parágrafo único - Para o item 1., a punição é de competênciada diretoria, enquanto que o item 2., compete ao conselhoconsultivo e o item 3., depende da aprovação da assembléiageral.

Art. 15o. - O sócio eliminado por falta de pagamento poderáfiliar-se novamente, a qualquer momento, mediante paga-mento da anuidade vigente como “novo sócio” paraefetivação da admissão no quadro social.

Art.16o. - Das penalidades impostas pela diretoria executi-va, caberá recurso ao conselho consultivo no prazo de 30(trinta) dias, contados a partir da data da ciência da punição.

Art.17o. - Das penalidades impostas pelo conselho consul-tivo, caberá recurso ao colegiado formado pela diretoria exe-cutiva e conselhos permanentes, obedecendo ao prazo es-tabelecido no artigo anterior.

Estatuto da SOBAMA

Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 173-179176

Seção VDa Receita

Art.18o. - Constituem fontes de receita da Sobama:a) Anuidadesb) Doações oficiais e particularesc) Subvençõesd) Vendas eventuais

Art.19o. - A anuidade dos sócios será fixada pela diretoriaexecutiva e seu pagamento é indispensável para efetivaçãoda admissão no quadro social.

Capítulo lll

Seção lDos Poderes Diretivos

Art.20o. - A estrutura de poder da Sobama está assim cons-tituída:a) Assembléia Geralb) Conselho Consultivoc) Conselho Fiscald) Diretoria ExecutivaParágrafo único - Participam na qualidade de auxiliares daadministração: diretoria do congresso, representantes esta-duais

Seção llDa Assembléia Geral

Art.21o. - A assembléia geral, constituída por todos os sóci-os, é o órgão soberano, com poderes para decidir ou delibe-rar sobre todos os assuntos pertinentes a Sobama nos limi-tes da lei e deste estatuto.

Art.22o. - A assembléia geral reunir-se-á, ordinariamente, acada ano, preferencialmente durante os trabalhos de cadaCongresso Brasileiro de Atividade Motora Adaptada ou emoutro evento similar a ser convocada com no mínimo 30 diasde antecedência, com a sua respectiva pauta.

Art.23o. - A assembléia geral reunir-se-á extraordinariamen-te por convocação do presidente da Sobama, mediante re-querimento fundamentado da diretoria executiva ou de cadaum dos conselhos permanentes ou ainda por no mínimo 2/3(dois terços) de seus associados em pleno gozo de seusdireitos.Parágrafo único - Recebendo o requerimento fica o presi-dente obrigado a expedir a convocação no prazo máximo de10 (dez) dias. O intervalo para sua instalação será de nomínimo 15 (quinze) dias e no máximo 30 (trinta) dias a contarda expedição da convocação.

Art.24o. - Compete à assembléia geral:a) Promover a eleição e empossar a diretoria executiva, oconselho consultivo e o conselho fiscal de acordo com esteestatuto;b) Discutir e aprovar as contas da diretoria executiva comprévio parecer do conselho fiscal;c) Aprovar propostas de modificação estatutária;d) Dissolver a sociedade em assembléia extraordinária,convocada para este fim, exigindo-se um quorum mínimo de2/3 (dois terços) dos sócios em pleno gozo de seus direitos.

Art.25o. - A assembléia geral será instalada, em primeira con-vocação, com a presença de metade mais um dos sóciosquites com a Sobama, em segunda convocação (30 minutosdepois), com qualquer número de sócios presentes.

§ 1º - As deliberações serão tomadas por maioria simples devotos.

§ 2º - As decisões contrárias a pareceres do conselho con-sultivo deverão ter voto favorável de pelo menos 2/3 (doisterços) dos sócios que assinaram a lista de presença da as-sembléia geral.

§ 3º - Poderá existir o voto por procuração ou correio so-mente nas reuniões ordinárias.

Seção lllDo Conselho Consultivo

Art.26o. - Ao conselho consultivo, com mandato de doisanos, compete opinar sobre qualquer assunto encaminhadopela diretoria, que para este fim o convocará.

Art.27o. - O conselho consultivo é constituído por:a) Cinco sócios titulares efetivos;b) Pelo representante da diretoria executiva;c) Pelo representante da diretoria do congresso;d) Pelos representantes estaduais;Parágrafo único - O presidente do conselho e um secretárioserão eleitos entre seus membros.

Art.28o. - Ao conselho consultivo compete referenciar pu-nições e julgar recursos na forma deste estatuto.

Seção IVDo Conselho Fiscal

Art.29o. - O conselho fiscal é constituído por 3 (três) sóciostitulares efetivos e/ou fundadores, igual número de suplen-tes, da mesma categoria, sendo eleito conjuntamente com adiretoria executiva e conselho consultivo, para um mandatode 2 (dois) anos, exceto para a 1ª gestão cujo mandato seráde 4 (quatro) anos.

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Art.30o. - Ao conselho fiscal compete:a) Examinar e emitir parecer, a qualquer tempo, livroscontábeis, os documentos e papéis da tesouraria geral dadiretoria executiva da Sobama e o balanço dos congressos.b) Emitir parecer sobre o balanço e as contas anuais da dire-toria executiva da Sobama e o balanço dos congressos, en-caminhando posteriormente para aprovação em assembléia.Encaminhar ao conselho consultivo até 90 (noventa) diasantes da instalação da assembléia geral o referido parecer.

Seção VDa Diretoria Executiva

Art.31o. - A diretoria da Sobama compõe-se de: presidente,vice-presidente, secretário geral, 1º secretário, tesoureirogeral e 1º tesoureiro.

Art.32o. - A diretoria executiva será eleita pela assembléiageral ordinária, podendo haver voto por procuração de acor-do com o disposto neste estatuto e seu mandato terá a dura-ção de 2 (dois) anos, sem limite de re-eleição.

§ 1º - No caso de vacância de cargo de presidente, o vice-presidente o substituirá até o fim do mandato. Se as vagasocorrerem em qualquer dos demais postos da diretoria, se-rão preenchidas através de eleição, com colégio eleitoralformado pelos conselhos consultivo e fiscal.

§ 2º - Aos membros da diretoria é proibido receber qualquertipo de remuneração pelo exercício das funções de cargo.

Art.33o. - À diretoria compete:a) Cumprir e fazer cumprir este estatuto;b) Exercer a administração superior da Sobama;c) Defender, em qualquer ocasião, os interesses dos sóciosda Sobama;d) Encaminhar ao conselho fiscal inicialmente, e depois àassembléia geral, o relatório anual e o balanço financeiro;e) Reunir-se em sessão ordinária, no mínimo uma vez porano, devendo as decisões ser tomadas pela maioria dos vo-tos presentes cabendo ao presidente, além do seu voto, ode qualidade;f) Decidir sobre as propostas de novos sócios e recomendarao conselho consultivo as penalidades estatutárias;g) Resolver os casos omissos, cientificando a seguir, casonecessário, o conselho fiscal e o conselho consultivo;h) Apresentar à assembléia geral proposta para outorga detítulo de sócio honorário;i) Apresentar à assembléia geral a nomeação do presidentedo congresso brasileiro e sede do evento;j) Homologar pedidos de afastamento dos sócios.

Art.34o. - Ao presidente compete:a) Exercer a representação legítima da Sobama em juízo oufora dele;b) Presidir as assembléias e reuniões da diretoria executiva;

c) Assinar conjuntamente com o tesoureiro geral, os docu-mentos que representem valores.d) Indicar e propor à assembléia geral o editor-chefe da re-vista da Sobama.

Art.35o. - Ao vice-presidente compete:a) Colaborar com o presidente e substituí-lo em suas ausên-cias e impedimentos legais;b) Suceder o presidente em caso de vacância do cargo, até ofinal do mandato.

Art.36o. - Ao secretário geral compete:a) Assinar, com o presidente, diplomas concebidos pelaSobama;b) Editar e redigir, com a diretoria, o Boletim da Sobama;c) Organizar os serviços de secretaria.

Art.37o. - Ao primeiro secretário compete:a) Secretariar as atas de reuniões da diretoria;b) Substituir o secretário geral em seus impedimentos e su-cedê-lo em caso de vacância do cargo, até o final do manda-to.

Art.38o. - Ao tesoureiro geral compete:a) Dirigir e ter sob sua responsabilidade a tesouraria daSobama;b) Efetuar o recebimento de anuidades;c) Assinar, juntamente com o presidente, os documentosque representem valores;d) Apresentar à diretoria executiva, para encaminhamentoao conselho fiscal até 31 de maio o balanço anual do exercí-cio anterior.

Art.39o. - Ao primeiro tesoureiro compete:a) Substituir o tesoureiro geral em seus impedimentos e su-cedê-lo em caso de vacâncias, até o final do mandato.

Capítulo IV

Dos Órgãos Auxiliares da Administração

Seção lDiretoria do Congresso

Art. 40o. - A diretoria do Congresso Brasileiro de AtividadeMotora Adaptada será composta de presidente, vice-presi-dente, secretário executivo e tesoureiro do congresso.Art. 41o. - O presidente do congresso brasileiro e a sede doevento serão indicados pela diretoria executiva da Sobama.

Art.42o. - O vice-presidente, o secretário executivo e o te-soureiro do congresso serão escolhidos pelo presidente domesmo.

Art.43o. - São atribuições do presidente do congresso:

Estatuto da SOBAMA

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a) Tomar as providências necessárias para a realização doCongresso Brasileiro de Atividade Motora Adaptada;b) Presidir o referido congresso.

Art.44o. - Ao vice-presidente cabe:a) Colaborar com o presidente e substituí-lo em seus impedi-mentos legais.

Art.45o. - Ao secretário executivo cabe:a) Auxiliar o presidente do congresso na organização e rea-lização do Congresso Brasileiro de Atividade Motora Adap-tada.

Art.46o. - Ao tesoureiro do congresso cabe:a) Dirigir e ter sob sua responsabilidade a tesouraria do con-gresso.b) Assinar, juntamente com o presidente, documentos ne-cessários ao pagamento das despesas autorizadas.c) Apresentar à diretoria executiva da Sobama o balanço doCongresso Brasileiro de Atividade Motora Adaptada.d) Abrir e fechar contas bancárias em conjunto com o presi-dente.

Art.47o. - Constitui objetivos do Congresso Brasileiro deAtividade Motora Adaptada difundir e atualizar a área deestudo através dos procedimentos utilizados neste tipo deevento.

Art.48o. - Todos os trabalhos científicos e demais ativida-des do Congresso deverá obedecer ao disposto e estabele-cido pelas respectivas Comissões organizadoras e respon-sáveis pelo congresso.

Seção llDos Representantes Estaduais

Art. 49o. – Cada estado terá um representante titular e umrepresentante suplente, cujas funções são estabelecidasneste estatuto, com mandato coincidente com a da diretoriaexecutiva.

Art.50o. - Os representantes estaduais (titular e suplente)serão eleitos pelos associados de cada estado presentes naassembléia geral.Parágrafo único - A sede do representante estadual coinci-dirá sempre com o domicílio representante titular eleito. Napresença de um único sócio de um estado da Federação arepresentação do mesmo será definida pelos sócios presen-tes na assembléia geral.

Art.51o. - Ao representante estadual compete:a) Repassar as informações das ações da Sobama e informa-ções recebidas, exceto a convocação da assembléia geral.b) Promover a implementação das finalidades da Sobama emseu estado;c) Divulgar e popularizar os serviços da Sobama,

disponibilizando informação aos interessados;d) promover a adesão de novos sócios e encoraja-los a par-ticiparem ativamente dos trabalhos da Sobma;e) Apresentar relatórios das atividades desenvolvidas noseu estado à diretoria executiva.

Capítulo V

Das Eleições

Art.52o. - As eleições na Sobama se efetivarão mediante ainscrição de chapas completas, (diretoria executiva, conse-lho consultivo e conselho fiscal) e, por escrutínio secreto.

§ 1º - As chapas deverão ser registradas na secretaria geralda Sobama, até uma hora antes da instalação da assembléiageral.

§ 2º - O requerimento de registro da chapa deverá conter onome completo de cada ocupante de cargo, sua qualificaçãoe assinatura.

§ 3º - Para fins de elaboração de material indispensável àeleição, será obedecida à ordem de inscrição.

§ 4º - Em caso de empate, será considerado eleito o candida-to o presidente mais idoso.

Art.53o. - A diretoria executiva nomeará a comissão eleitoralcomposta por 3 (três) sócios, com antecedência mínima de30 (trinta) dias para a instalação da assembléia geral.

Art.54o. - Compete a comissão eleitoral:a) Dirigir os trabalhos de eleição;b) preparar o material necessário para a eleição;c) Proceder à apuração dos votos;d) Divulgar o resultado oficial e empossar a chapa eleitaimediatamente.

Capítulo Vl

Das Disposições Gerais

Art.55o. - Os sócios não respondem, solidária ousubsidiariamente pelas obrigações que a diretoria e seusrepresentantes legais contraírem tácita ou expressamente emnome da entidade.

Art.56o. - A Sobama "estabelece que aplica suas rendas,recursos e eventual resultado operacional na manutenção edesenvolvimento dos objetivos institucionais no territórionacional."

Art.57o. - A Sobama estabelece que "não remunera, nem

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concede vantagens ou benefícios por qualquer forma outítulo, a seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores,benfeitores ou equivalentes."

Art.58o. - A Sobama estabelece que a entidade é sem finslucrativos e não distribui resultados, dividendos,bonificações, participações ou parcela do seu patrimôniosob nenhuma forma ou pretexto.

Art.59o. - A Sobama estabelece que "em caso de dissoluçãoou extinção, destina o eventual patrimônio remanescente àentidade registrada no CNAS ou entidade pública a critérioda instituição."

Art.60o. - A Sobama estabelece o "livre ingresso aos quesolicitarem sua filiação, conforme os critérios estabelecidospor este estatuto."

Capítulo Vll

Das Disposições Finais

Art.61o. - Este estatuto entrará em vigor imediatamente apósa sua aprovação pela assembléia geral e o devido registrono cartório competente.

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Sociedade Brasileira de Atividade Motora AdaptadaFicha de inscrição/renovação

Nome_____________________________________________________________________________Formação Acadêmica __________________________________________________________Cargo/Função_______________________________________________________________Título ___Dr. ___Ms. ___Lic. ___Bach.Instituição__________________________________________________________________Endereço para correspondência__________ ________________________________________________________________CEP______________________Cidade_________________________________________________UF____ Fone_____________________________Fax________________________________E-mail______________________________________________________________________Áreas de interesse/especialização: __________________________________________________________________________________________

Tipo de inscrição e valores vigentes até 31.03.2005.___Nova ___Sócio Efetivo (R$ 124,00) ___Sócio Colaborador (R$ 70,00)

___Renovação ___Sócio Efetivo (R$ 104,00) ___Sócio Colaborador (R$ 50,00)

___Re-filiação ___Novo Sócio Efetivo (R$ 124,00) ___Novo Sócio Colaborador (R$ 70,00)

TODAS INSCRIÇÕES SÃO VÁLIDAS PARA 1 ANO (referente ao período de janeiro a dezem-bro do ano vigente) E VENCEM NO DIA 31 DE MARÇO DO ANO CORRESPONDENTE.

Para sócios novos:Como soube a respeito da Sobama?________________________________________________________________________________________________

Você foi indicado por alguém?_____________________________________________________________________________________________

Forma de pagamento___Cheque nominal ___ Depósito em conta bancária

Se você escolheu cheque nominal, envie esta ficha de inscrição e o cheque nominal e cruzado à:SobamaDepartamento de Educação FísicaUNESPAv. 24-A, 151513506-900 Rio Claro – SP

Se você escolheu depósito em conta bancária, envie o comprovante do depósito e esta ficha deinscrição por fax (19-3526-4333) ou por E-mail ([email protected]) a/c de Eliane Mauerberg-deCastro. (Não esqueça de se identificar com o seu nome completo e especificar que o assunto éreferente ao pagamento da anuidade da Sobama 2004).

Conta para depósito:Banco do BrasilAg. 3556-4 Visconde Rio ClaroCC 14.880-6 (conta juridica)Em nome de: Sobama

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Revista da Sobama

Periodicidade anual

Individual- R$ 15,00 Institucional - R$ 25,00

Exemplares esgotados, porém disponíveis on-line: http://www.sobama.org.brv.1(1996) v.2 (1997) v.3 (1998) v.4 (1999)

V.8 suplemento/2003

____________________________________________________________________________________________________Ficha de Assinatura Anual

Preencher a máquina ou em letra de forma______________________________________________________________________v.5 n.1 (dez/2000) ___Individual R$ 15,00 ___Institucional - R$ 25,00___v.6 n.1 (dez/2001) ___Individual R$ 15,00 ___Institucional - R$ 25,00___v.7 n.1 (dez/2002) ___Individual R$ 15,00 ___Institucional - R$ 25,00___v.8 n.1 (dez/2003) ___Individual R$ 15,00 (no prelo) ___Institucional - R$ 25,00___v.9 n.1 (dez/2004) ___Individual R$ 15,00 ___Institucional - R$ 25,00___v.10 n.1 (dez/2005) ___Individual R$ 15,00 (no prelo) ___Institucional - R$ 25,00 ___________________________________________________________________

Total R$_____________

Nome: _______________________________________________ .Sexo: ___ Fone: ______________Ramal _______Instituição a que está vinculado __________________________________________________________________________ Estudante ___ ProfissionalProfissão: ________________________________________Endereço: ______________________________________________ Compl.: _________ Bairro: ____________________Cidade: ______________________________ Estado: ______ CEP: ___________________Caixa Postal:_______________E-mail: _______________________________________________ Depósito em CC ____ Pagamento com chequePagamento: cheque n.º _______________________ Valor ____________________Banco _________________________Data: ___/ ___/ ______ Assinatura: _____________________________________

Requer recibo___Homepage: http://www.sobama.org.br

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Recorte esta ficha junto com um cheque nominal e cruzado à “Sobama” no valor correspondente à sua opção, e envie para:Departamento de Educação Física - Revista SobamaAv. 24-A, 1515 - Bela Vista - Rio Claro SP, 13506-900Telefone: 19 3526.4320FAX : 19.3526.4321E-mail: [email protected]

Ouvia depósito em conta:Banco do BrasilAg. 3556-4 Visconde Rio ClaroCC 14.880-6 (conta juridica)Em nome de: Sobama

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, p. 182

Revista da SOBAMA

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Revista da Sobama Dezembro 2005, Vol. 10, n.1, Suplemento, pp. 183-188

Índice de Autores

Abrão, P. 151,158Almeida, D.H.L. 162Almeida, J.J. 129Almeida, J.J.G. 58, 65, 90, 99, 104, 149, 156,162Almeida, T.M. 116Almeida, W. M. 115Almeida, X.M. 60Alves, K. D. 104Alves, M.L.T. 49Alves, T.B. 56, 110, 113Amici, B.R. 133Amorim, G.P. 85Amorim, M.L. DE C. 104Andrades, A.P.O. DE 115, 144Anjos, D.R. 50Antunes, M.R. 95Antunes, N. 50, 98, 135Anzanello, J. 113Arantes, L.M. 54, 72, 75, 99Araújo, G.C. 130Araújo, P. F. 104, 65, 66, 125, 152, 154, 156, 157Araujo, T.L. 108Arroyo, C. T. 51Ayala, D.V.G. 63Ayres, T.G. 51, 70Azevedo, P. G. 75, 99Bacciotti, S.M. 95, 105Banja, T. 105Batistela, R.A. 161, 162Barbosa, V.C. 151Barela, A.M.F. 52Barela, J.A. 15, 106Barion, R. 123Barros, J. H. C. 69Barros, M. L. N. L. 106Barros, M.M.S. 57Baruki, V.L. 52Bastian, T.V. 53, 106Basto, L.S.C. 159Bastos, T. 104Bastos, T.C.L. 119Batista, J.C.F. 121Batista, O. L.Bausas, E. 107Becchi, A.C. 80Becker, A. M. 107Beltrame, T.S. 158Benevides, M.D. 151Bento, N. A. 53

Berguemmayer, L.C. 115Bernardo, M. A. 133Bertanha, L.P. 151, 158Bezon, J. B. 108Bichusky, R. 102Bittencourt, T. F. 120Bôas, M.S.V. 53Bocalini, D.A. 108Bocalini, D.S. 153Borges Jr, W.L. 108, 109, 110Borges, F.P. 125, 134Borges, L. J. 54, 72, 75, 99, 110, 130, 137Branco, S.B. 54Bredahl, A.M. 9Brighetti, V. 96, 110, 161Bulhões, A. M. C. 155Buske, D. 125Buzato, E. 114Cabral, E. 127Cabral, L.S.A. 56, 77, 110, 111, 113Caetano, A S. 55Caetano, M.J.D. 80Caldeira, N.A.O. 49Caleffi, G.D. 85, 96, 98, 101, 111Calegari, D.R. 55, 56Calve, T. 56, 88, 91Campbell, D.F. 146Campos, C. 96, 110, 112, 161Campos, D. 112Campos, K. 49Cândido, A.C. 55, 56Caporossi, I.V. 53Cardoso, L. C. 50, 135Cardoso, V.D. 113Caritá, L.P. 68Carminato, R.A. 55, 56Carneiro, A.A. 95, 164Carrijo, P.L. 137Carvalho, C. 56, 113Carvalho, C. C. 110Carvalho, J. 88Carvalho, K.M. 103Carvalho, L.M. 118Carvalho, M.A. 53Carvalho, P. G. 114, 125Carvalho, R.P. 114Carvalho, S.M.P. 119Castro, A. F. 98Castro, G.S. De. 115

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Índice de Autores

Castro, J. S. C. 115Catusso, R.L. 91Cavicchia, M. C. 58, 88, 116Cavion, M.H. 116Cazes, A.L.A. 117Celestino, J.Q. 57, 121César, M.C. 123Chagas, E.F. 107Chao, C. H. N. 60, 115Christofoletti, D.F.A. 117Cidade, R.E. 37Coelho, E.S. 66, 85, 118, 123Coelho, F.G.M. 53, 73, 110, 130, 134Coelho, V.A.C. 123Coleta, M.F.D. 110Consolação, M. 163Corá, E.C. 118, 122Corazza, D. I. 143Cordeiro, M.A.Z. 57Correa, A. 164Correa, R.A. 95Cortese, M. 73Cortese, M.C. 145, 153Costa, A.J. 140, 156Costa, A.J.S. 154Costa, A.M. 86Costa, G. A. 56, 72, 75, 86, 92, 99, 110, 134, 137Costa, M. 105Costa, M.C.G. 133Costa, V. L. DE M. 59, 82Cozzani, M. 58, 74, 116Crós, C.X. 58Cruz, C.F. 118, 119Cruz, L.A.F. 119Cuba, B.W. 161, 162Cunha, M.A.T . 59, 82Cunha, M.S.A. 119Custódio, V.S. 120Damaceno, L. 55, 56Dascal, J.B. 116David, P.A. 59De Freitas, P.S. 159De Marco, M. 123De Paula, G.I. 159De Paula, M. L. 120De Rose J., D. 65De Souza, L. 159Del Alamo, R.C. 96, 161Deloroso, M.G. 120Dias, J.M. 141Dias, W.B. 110Diehl, R.M. 54, 151Diz, M.A. 120Diz, M.C. 120Domingues, M.V. 116Dorigan, D.F. 121Duarte, E. 27, 49, 63, 90, 101, 121, 142, 157, 161, 163

Duarte, M. 52Duarte, M. S. 122Esteves, A. 118, 122Fachin, N.G. 123Farias, A. L. P. 60, 115, 129Fegolenti, G. 69Feiden, R. 55, 56Feitas, S.P. 78Felix, A.A. 97Fenato, R. R. 118, 123Ferla, J.F. 133Fernandes, D.M. 63Fernandes, F.M. 119Fernandes, I.O. 68, 89Fernandes, L. L. 120, 140, 141, 154, 156Ferragut, M.H.B. 49Ferrari, H.G. 57Ferreira, A.C.G.O. 65, 90Ferreira, A.L. 69Ferreira, E.L. 60Ferreira, L. A. 68Ferreira, P.L.123Ferrer, S.R.124Figueirêdo, D.C. 61Filha, D. 152Fischer, A.L. 124Florence, R.B.P.125, 154Flores, J. 95, 164Fonte, R.N. 108, 112Fontes, L.O.M. 164França, C. 114França, C. De. 97, 125Franco, M.T.F. 61, 62Franken, M. 125Fregolente, G. 98Freitas, F.C. 115, 125, 138Freitas, M.C.R.126Freitas, M.S. 62Freitas, S.L.126Fretas, P.S. 126Fumes, N. L. F. 104, 106, 122, 127, 144, 155Furtado, O.L.P.C. 63Gaio, R.127Gaio, R.C. 67Gama, E.F. 62Gama, R. M. 63Garavello, P. 69, 102Garavello, P. J. 62 , 102Garcez, A.A. 64Garcia, L.S.N. 111Garcia, V.D. 102Garcia, V.D.G. 127Gardin, L.A. 79Gaspar, E. 104Gaya, A.C. 72Giacomini, M.C.C. 125, 154Gobbi, L. T. B. 51, 68, 70, 80, 143

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Índice de Autores

Gobbi, M. 128Gobbi, S. 68, 143Gomes, A.C. 64, 77Gomes, C. 121Gomes, M.M. 106Gomes, M.S.P. 65, 90Gonçalves, M.S. 157Gorgatti, M.G. 65Gorla, J. I. 66, 55, 56, 84, 118, 123Goulart, R.R. 66Guaragna, M.M. 67Guerbes, H.C. 67Guimarães, R.C.S.Gulart, L.F.A. 128Hammerl, P. 120Hax, G. 50Hirayama, M.S. 68Hyodo, K.R.C. 119Itani, D.E. 129Iwabe, I. 120Jacques, A.V. 94, 164Jesus, E.D. 57Jesus, G.M. De. 68, 69Joaquim, E.R. 62, 69Junior, E,N.S.P. 78, 146Justino, L.B. 73Kaiser, D.C. 70Kenski, F.S. 70Kleiner, A.F.R. 51, 70Laranjeira, A.L.G. 129Lazarini, L.H. 118Leal, J. 129Leão, A.F. 61, 62Leite, G.F. 54, 73, 83, 84, 110, 130, 134, 137, 152Lemos, A.P. 131Lemos, A.T. 72Lemos, E.M.B.C. 131Liang, T.G. 94Lima, A.B. 131Lima, G.F. 108, 112Lima, J.P.S.132Lima, K. K. A. S. 59Lima, M.C. 107Lima, R.A. 131Lima, S. M. T. 80, 132, 133, 134Lima, T. B. B. 127Lisboa, M.G.C. 70Lopes, A. 102, 164Lopes, K.A.T. 63, 96, 98, 100, 101Lopes, M H.B.M. 55Lopez, L. 133Lucca, F.V. 116Lucena, C.S. 161, 162Luchesi, F.D.M. 102, 164Lugão, E.C. 164Macedo, B.K.C. 70Machado, C.F. 98

Machado, D.S. 150Machado, D.T. 72Magalhães, R.X. 126Magro, R.M. 82Maia, A.C. 133Maia, D.F. 129Maia, F. Da R.134Malezan, L.M. 144Manchado, F.B. 121Mandarino, C. M. 71, 135, 159Manson, F. 102Manzini, E.J. 31, 134Mareschachi, C.R. 71Maria, J.B.L. 73, 130, 134, 137Marques, A.C. 50, 72, 98, 135Marra, S.B.F. 72Martineli, T.A.P. 132Martins, A.P.F. 94, 164Martins, J.B. 93, 147Martins, J.L.A. 54, 72, 75, 99Martins, L. 50, 98, 135Martins, L.R. 159Martins, L.R.S. 78Martins, M.A. 54, 73, 83, 84, 110, 130, 134, 152Martins, M.R. 112Mataruna, L. 52Matsui, R. 49Matsuo, A R. 53, 106Matteoni, S.P.C. 73, 145, 153Matthes, S.E.R. 115Mattos, E. 73, 145, 153Maturuna, L. 65Mauerberg-decastro, E. 74, 58, 91, 116, 146, 161, 162Medeiros, L. L. De. 135Mello, P.B.De. 135Melo, D.A.F. 136Melo, F.G. 83, 84,137Melo, S.W.M. 129Mendonça, D.C.B. 56, 86Menezes, M.R.G. 112Menezes, R.138Menis, E.L. 62Meurer, S.T. 112,138Mezzomo, S.P. 134Miranda, T.J. 49Moises, R.A. 133, 139Monte, A. 120Monteiro, L.Z. 139Monteiro, M.C.M. 140Moraes, M.C. 159Moraes, M.C.C.136Morais, V.V. 108Morato, M.P. 63, 129Moreira, C.Z. 140, 154Moreira, F.M. 151Moreira, J.C.C. 117Moreira, R.S. 85

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Índice de Autores

Moreira, R.S.M. 96, 98, 101Morelli, G.A.S. 108Moreto, D.F. 141Moura, D.L. 74Moura, J.B. 50, 98, 135Munno, F.M. 141Munster, M.A.V. 99, 162Murilo, P.C. 142Nabeiro, M.N. 98, 102, 124, 127Nakada,, K. 133Nakahara, N.T. 123Nardini, S.F. 79Nascimento Jr., J.R.A. 53Nascimento, J.R.A. 106Nascimento, K.P. 107Nascimento, P.V. 53Nasser, J.P. 97, 125, 142, 145, 160Natal, C.S. 80Nazareth, V.L. 142Noronha, A.J. 148Novais, F.V. 72, 75, 99, 110Novo jr., J.M. 78Nunes, N.F. 108, 112Nunez, P.R. 52Ocampos, M.S. 75Oliani, M. M. 68, 143Oliveira filho, C.W. 65Oliveira, A. F. 103Oliveira, B.B. 143Oliveira, D.F.S. 75Oliveira, D.R. 73Oliveira, G. 76Oliveira, G.B. De. 144Oliveira, J. R. 49Oliveira, J.D.B.De. 69, 89, 135Oliveira, L.P.G. 144Oliveira, L.Z.144Oliveira, S. 73Oliveira, S.R.G.De. 51Oliveira, S.S. 145Oliveira, T.C. 64,76, 77, 110Orlando, M.S. 77Orlando, P. 102, 164Orlando, P.A. 77Orugian, S.M. 108Oshiro, S.H. 73, 153Pacheco, I. G. 145Palma, L.E. 113, 115, 125, 128, 134, 138, 144Parreira, M.A.F. 96, 161Paula, A.I. 146Paula, G.I. 78, 146Paula, O.R. 78Pedrinelli, V.J. 108, 153Pegoretti, C. 79Pereira, S.F. 77Pereira, V.A 154Peres, A. De S. 134

Perotti júnior, A. 106Pick, R.K. 67, 79, 97Pieruccini-Faria, F. 80Pietrobon, R. S. 51, 70Pires jr., L. 102Piscitelli, G.F.M. 121Piveta, C. 146Poian, R.T. 118Polanczyk, S.D. 103Polanczyk, S.D. 103, 147Ponce, K.B. 63Portela, V.T. 87Porto, E. 127Porto, E.T.R. 93Prada, A.C.B. 106, 147Prado jr, M.V. 62, 68, 98Prates, W.M.113Pupio, B.C.B. 133Quinhoneiro Jr., M. 53Quinhoneiro, M.J.Rabello, C.L.B. 80Ramalho, M.H.S. 141Ramos, L. 147Raszl, C.R.C. 148Ravache, R. 81Recuero, J. 98, 135Redoschi, M. 100Remedi, T.T. 107Ribeiro, P.C. 148Ribeiro, S. 81Ribeiro, S.M. 53, 92Ribeiro, S.R. 88Ricardo, E. 81Rigon, C.P.125Rinaudo, B. 151, 158Rocha, L.G.F. 149Rocha, L.O. 120Rocha, N.A.C.F. 114Rocha, R.C. Da S. 149Rodrigues Jr., L.A.S. 120Rodrigues, A.L.C. 150Rodrigues, A.S. 52Rodrigues, G.M. 49, 103, 107, 123, 132, 138Rodrigues, J.L. 150Rodrigues, N. 104Rodrigues, R.C. 150Rodrigues, V.P. 66Rodriguez, J.L. 82Romera, L. 159Rosa, R.M.N. 82Rosadas, S.C. 82Rossa, V.C. 85Rossato, M.J. 151Rubinstein, S. 100Rubio, T.A. 110Russo, R.C.T. 151Sá, S.A. 52

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Índice de Autores

Sacchi, A. 119Saenger, G. 113Sagawa, V.S.M. 80Saito, V.H. 103, 107Saldanha, R. T. C., 161Salerno, M.B. 152Sampaio, A.M. 132Samulski, D.M 50Sanches, A. 133Sandes, M. 152Santana, L.G. 77Santos, A. 69, 89, 135Santos, C. 152Santos, C.M. 59, 60, 115Santos, E. S. 71Santos, J.A. 73, 83, 84, 130, 152Santos, O. S. 153Santos, R.N. 153Santos, V.A. 68Santos, V.J. 153Saraiva, P.M. 51, 70Sauáia, G.R.M. 84Severino Neto, V. 47Scherer, C. 144Scherer, R.L. 140, 154, 156Seabra Junior, L. 125, 154, 156Sganzella, D. 114Sherrill, C. 1Silva, A.A.C. 85Silva, A.J.F. 154Silva, C.A.F. 139Silva, C.G. 142Silva, E.M. 162Silva, E.V.A. 85, 96, 98, 101Silva, J.R. 68Silva, J.R.De. 69Silva, J.S.C. 60Silva, K.R.M. 100Silva, L.L.S. 155Silva, L.M. 85Silva, M.A.F.E. 86Silva, N.Q.F. 53Silva, P.H. 155Silva, R.de F.da. 125Silva, R.F. 104, 154, 156Silva, R.F. 150Silva, R.P. 96, 161Silva, R.S. 85, 96, 98, 101Silva, S.M.M. 57, 84Silva, V.M.T.G. 57Silveira, A.M.Da. 139Silveira, C.R.A. 80Silveira, F.M. 148Silveira, S.S. 87Silvério, K.R. 75, 85Simioni, A. 151Siqueira, K.C.F. 97

Siviero, E.K. 87, 92Sodré, L. 88Sousa, S.B. 53Souto, E.C. 80, 162Souza, J.H.M. 108Souza, J.M. 58, 116Souza, J.M. 88Souza, J.V. 156Souza, K.M. 156Souza, L.H.R 86.Souza, L.J. 159Souza, L.P. 89Souza, O.M.De. 89Souza, S.P. 69Souza, V. 121Squarcini, C.F.R. 89Squarisi, A.J. 90Stabile, F.A. 118Stella, F. 68, 80, 143Strapasson, A.M. 101, 157, 162Tafner, P.H. 79Tavares, C.P. 91Tavares, G. C. F. 163Tavares, M.C.G.C.F. 55, 76, 87, 91, 92Tavares, S.F. 92Teixeira, A.C. 73Teixeira, A.P.A. 56, 77, 110, 113Teixeira, C.G. 162Teixeira, D. 110Teixeira, L. 126Teixeira, L.R.T. 94Teixeira, S. 103Teodoro, B.G. 84, 152Terezani, O. 127Thomazi, M.A. 92Tibúrcio, F.R.N. 73, 134Tinosi, S. 88Tkac, C.M. 89Toledo, E.C.De. 125Toledo, E.C.V. 154, 157Toledo, M.H.C. 158Tolocka, R.E. 57, 93, 123, 126, 146Tomaz, A.F. 61Torres, M.S. 74Toschi, M.A.R.112Tóvoa, F.P. 151Tremea, V.S. 116, 128, 140, 141, 158Trombetta, I.C. 23Tudella, E. 114Tumolo, R. 49Ulrich, D.A. 13Ushirobira, S. 92, 163Valarine, D. 131, 151, 158Vale, K.M. 78Valentini, N.C. 67, 79Valim, M.M. 159Valla, D.C.R.M. 93

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Índice de Autores

Vasconcelos, E. P. 159Vasconcelos, M.A. 85Vilela, M.G. 96, 161Villa, F. 126Viola, L. 49Vitório, R. 80, 102Vitório, R.V. 127Viveiros, F.F. 74, 116Vizioli, K.F. 93Volpe, F.F. 159Volpi, L. 133Walker, D. 144Zanandrea, M.F. 116, 140, 141Zanatta, C.L. 89Zilioli, R.M. 94Zonta, A.F.Z. 102, 164Zuben, A. 121Zuchetto, A.T. 97, 114, 124, 125, 145, 160Zuchetto, A.T.Z. 142Zwarg, B.R.A.Z. 94Zwarg, M.G.G.Z. 94

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