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2009 - ABRIL - EDIÇÃO 022 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 1

Revista do Meio Ambiente 22

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Edição 22 da Revista do Meio Ambiente

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  • 2009 - ABRIL - EDIO 022 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 1

  • 2009 - ABRIL - EDIO 022 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 1

  • 2009 - ABRIL - EDIO 022 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 1

    Um mundo sustentvel e solidrio possvel

    Editorial

    A

    Por Vilmar Sidnei Demamam Berna, escritor - Prmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente (www.portaldomeioambiente.org.br/vilmarberna)

    Rede Brasileira de Informao Ambiental (REBIA) um pro-jeto deliberado de organizao

    da ao humana em torno da idia de que possvel empreender e obter resultados e promover a transformao da realidade rumo a um mundo melhor, mais ecolgico e tambm mais fraterno, pacfico, demo-crtico, uma responsabilidade comum a todos. No uma tarefa de apenas umas

    poucas pessoas ou organizaes, mas de todos. Por isso os membros da REBIA escolheram a rede como forma de orga-nizao para reunir cidados e cidads voluntrios ambientais dispostos a colo-carem a mo na massa por este mundo melhor, por saberem que ele possvel, mas que comea em cada um de ns. A organizao em rede permite REBIA estabelecer metas que vo alm de sua capacidade de estrutura e potencializar suas aes.

    As aes da REBIA distribuem-se em trs reas distintas e interconectadas: COMUNICAO, EDUCAO E CIDADANIA. A REBIA acredita que a sociedade s conseguir fazer escolhas diferentes das atuais - que trouxeram a humanidade beira de uma crise socio-ambiental sem precedentes na histria

    humana -, se tambm tiverem acesso a informaes socioambiental indepen-dentes, capaz de oferecer contraponto informao oferecida em todos os meios mas que estimula o consumismo e a ga-nncia. Por outro lado, a mudana no igual para todo mundo. O desafio dar maior velocidade a este processo de mu-dana de conscincia, para que os nossos filhos e netos possam ter uma chance de continuar a trajetria da espcie humana sobre o planeta - por que no o Planeta quem est em risco, como bem advertiu James Lovelock, mas nossa espcie!

    Capture a apresentao da REBIA para palestras (PDF): http://www.portal-domeioambiente.org.br/palestras/down-loads/rebia/Apresentacao-da-Rebia.pdf

    1. A REBIA o espao de articulao poltica da sociedade civil organizada em torno das questes da democratizao da informao socioambiental no Brasil.

    2. So membros ou parceiros da REBIA todas as pessoas, entidades e organizaes da sociedade civil que aderem presente Carta de Princpios

    3. A REBIA apartidria e rege-se por mandato prprio; respeita totalmente a individualidade e identidade de seus membros e estimula o fortalecimento ou surgimento de outras redes, adotando o princpio de liderana compartilhada.

    4. A REBIA fundamenta-se no compromisso com as necessidades, potencialidades e interesses da sociedade, em especial dos excludos, baseada em: a) democratizao da informao socioambiental de forma ampla, regular, independente; b) educao ambiental com valores para a sustentabilidade solidria; c) estmulo e fortalecimento da cidadania socioambiental planetria.

    5. A REBIA busca contribuir para a democratizao da informao socioambiental, fortalecendo inseres de natureza poltica, tcnica e organizacional, demandadas pelos signatrios; apoia a difuso de mtodos, tcnicas e procedimentos que contribuam para a democratizao da informao socioambiental livre e independente.

    6. A REBIA prope-se a sensibilizar a sociedade civil, os formadores de opinio e os tomadores de deciso poltica para uma ao articulada em prol da democratizao da informao socioambiental no Brasil que oferea sociedade conheci-mento amplo e fundamentado sobre as questes ambientais para alm da lgica do mercado.

    7. A REBIA busca contribuir para a formulao de polticas estruturadoras para a democratizao da informao socio-ambiental, bem como monitorar a execuo das polticas pblicas.

    8. A REBIA prope-se a influenciar os processos decisrios nos quais a sociedade tenha acesso para propor e fortalecer a implementao das propostas da sociedade civil para a democratizao da informao socioambiental, e busca articular-se aos outros Fruns, Redes e organizaes pela democratizao da informao socioambiental.

    Jurujuba, Niteri, RJ, 01 de maio de 2009.www.rebia.org.br

    Carta de Princpios da Rede Brasileira de Informao Ambiental REBIA

  • 2 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIO 022 - ABRIL - 2009

    REBIA Rede Brasileira de Informao Ambiental - organiza-o da sociedade civil, sem fins lucrativos, dedicada democra-tizao da informao ambiental com a proposta de colaborar na formao e mobilizao da CIDADANIA SOCIOAMBIENTAL planetria atravs da edio e distribuio gratuita da Revista do Meio Ambiente, Portal do Meio Ambiente e do boletim digital Notcias do Meio Ambiente (CNPJ 05.291.019/0001-58)

    http://www.portaldomeioambiente.org.br/rebia/conheca.asp

    FundAdoR dA REBIA E EdItoR (voluntRIo)Escritor e jornalista VILMAR Sidnei Demamam BERNA - Prmio Global 500 da ONU Para o Meio Ambiente e Prmio Verde das Amricashttp://www.portaldomeioambiente.org.br/vilmarberna/Contatos: [email protected]: (021) 2610-7365

    ConsElho ConsultIvo dA REBIAhttp://www.portaldomeioambiente.org.br/rebia/conselho.asp

    dIREtoRIA dA REBIA Presidente do Conselho Deliberativo: JC Moreira, jornalista (24) 9812-2272 [email protected] Presidente do Conselho Diretor: Ricardo Harduim, bilogo (21) 9962-1922 [email protected] Presidente do Conselho Fiscal: Flvio Lemos, psiclogo (22) 8801-9757 [email protected] Superintendente executivo: Gustavo da Silva Demamam Ber-na, bilogo marinho - (21) 9719-3974 [email protected] Diretor Jurdico: Dr. Rogrio lvaro Serra de Castro, Rua da Assemblia, n. 10 cj 2514 Telefone: (21) 2531-1005 Telefax: (21) 2531-2949 Centro CEP: 20011-901 Rio de Janeiro Brasil - [email protected]

    PEssoA juRdICAA REBIA mantm Termo de Parceria com OSCIP para a admi-nistrao financeira dos veculos de comunicao e projetos da REBIA. Dados para o cadastro da REBIA e de seus veculos de comunicao: ASSOCIAO ECOLGICA PIRATINGA-NA - CNPJ: 03.744.280/0001-30 Rua Maria Luiza Gonzaga, n 217 - no bairro Ano Bom - Barra Mansa, RJ CEP: 27.323.300 - Representante: Presidente EDUARDO AUGUSTO SILVA WERNECH Tels: (24) 3323-4861 (ACIAP), Celular: (24) 8814-3066 - [email protected]

    Fontes Mistas

    A Revista do Meio Ambiente impressa em papel ecoeficiente couch da SPP - Nemo produzido com florestas plantadas de eucalipto, preservando matas nativas. Para a obteno desta certificao FSC (Forest Stewardship Council) foram estabelecidos os procedimentos de manuteno e controle em cada uma das etapas da cadeia de custdia da SPP-Nemo. Os principais controles do processo foram estudados, sofreram adequaes e aps auditoria, receberam da organizao IMA-FLORA, a devida certificao.

    Mais informaes: SPP - Nemo: http://www.spp-nemo.com.br/principal.cfm?tela=noticias&id=420 Sobre o selo FSC: http://www.suzano.com.br/fsc/index.htm

    REdAoTrav. Gonalo Ferreira, 777 - casaro da Ponta da Ilha, Jurujuba - 24370-290 Niteri, RJ - Tel.: (21) 2610 7365 [email protected]

    PARA AnunCIARDiretor comercial, marketing e captao da REBIAJos Lus Figueiredo (21) 8133 0802 / 2610 2272- [email protected]://www.portaldomeioambiente.org.br/anunciar/anunciar.asp

    Equipe de PublicidadeRJ: Murilo Continentino (21) 9142-9101 - [email protected]: Emlia Rabelo (061) 9114-6769 / (21) 9114-7707 [email protected]

    ComEntRIos, sugEstEs, CRtICAs:http://www.enquetes.com.br/popopina.asp?id=342861

    AssInAtuRAsNa pgina http://www.portaldomeioambiente.org.br/JMA-Assinar/JMA-Assinar.asp voc pode assinar agora pagando apenas R$ 70,00 por ano atravs de depsito ASSOCIAO ECOLGICA PIRATINGANA no Banco Ita - agncia 6105-1 c/c 12.983-4 - CNPJ: 03.744.280/0001-30

    ImPREsso: Novo Estilo Grfica - Rua Professor Rodolfo Coutinho, 27 - Ramos - RJ

    PRoduo gRFICA: Designer: Rodrigo Oliveira da Silva - [email protected]: Leandro Maia - [email protected]

    Os artigos, ensaios, anlises e reportagens assinadas expressam a opinio de seus autores, no representando, necessariamente, o ponto de vista das organizaes parceiras e da REBIA.

    Empresa Amiga do Planeta

    A Lei do Imposto de Renda autoriza que a empresa deixe de pagar at 2% do que declara de lucro real e doe este mesmo valor REBIA para que continue com seu trabalho sem fins lucrativos pela formao da cidadania ambiental planetria.

    Benefcios e Vantagens - A empresa doadora ganha o Certificado de EMPRESA

    Doe uma parte do seu Imposto de Renda a pagar para que a sociedade possa continuar recebendo gratuita-mente informaes socioambientais.

    AMIGA DO PLANETA e ainda poder ter descontos ou mesmo divulgar anncios e informaes institucionais de graa na Revista e Portal do Meio Ambiente, entre outras vantagens a combinar.

    30.856 leitores e membros da REBIA recebem diariamente o boletim digital NOTCIAS DO MEIO AMBIENTE. Muitos desses leitores so jornalistas que usam as notcias do boletim como sugesto de pauta em seus veculos e outros multiplicadores que usam as informa-

    Mais informaes e negociaes:

    Lcio Soares - Diretor (voluntrio) de Projetos da REBIA e da Empresa Amiga do Planeta - (21) 9558-5815 [email protected]

    Nmeros da Rebia

    es em seus locais de trabalho, ONGs, Escolas, etc.

    3.788 membros ativos nos Fruns REBIA (402, na REBIA NACIONAL; 178, na REBIA Sul; 355, na REBIA Sudeste: 355; 144, na REBIA Centro-Oeste; 191, na REBIA Nor-deste; 116, REBIA Norte; 144, na Rede REBIA de Amigos do Planeta; 658, na Rede REBIA de Voluntrios Ambientais)

    3.771 leitores opinaram sobre o Portal do Meio Ambiente (1687 - 44,74% - votaram EXCELENTE!; 1120 - 29,70% - votaram MUITO BOM!; 301 - 7,98% - votaram BOM) http://www.enquetes.com.br

    A R E D E B R A S I L E I R A D E INFORMAO AMBIENTAL (REBIA) uma entidade sem fins lucrativos, independente, que se mantm graas ao apoio de pessoas como voc, que dedica tempo, talento ou dinheiro para assegurar a continuidade de nosso trabalho pela democratizao da informao socioambiental no Brasil de importncia estratgica para o desenvolvimento da cultura e da cidadania socioambiental planetria.

    O critrio de adeso Rede Brasileira de Informao Ambiental (REBIA) ocorre em funo, primeiro do compromisso com a misso da REBIA, consolidado em sua CARTA DE PRINCPIOS, que dever ser assinada por todos os seus membros e, segundo, pela disponibilidade de tempo e trabalho voluntrio e poder contributivo do Associado. Assim, aqueles com maior poder aquisitivo atuam como verdadeiros parceiros, ao viabilizarem, com suas contribuies, a adeso de outros com menor poder aquisitivo.

    Cadastre-se agora no www.portaldomeioambiente.org.br !!

    Associe-se REBIA!!A REBIA possui as seguintes categorias de

    associados. Escolha a sua:

    AMIGO DO PLANETA (pessoa fsica: associado que colabora com contribuies financeiras mensais)

    EMPRESA AMIGA DO PLANETA (pessoa jurdica: associada que colabora com contribuies financeiras dedutveis do I.R.)

    ASSINANTE (Recebe 12 edies impressas da Revista do Meio Ambiente, pelo Correio, por R$ 70,00)

    VOLUNTRIO AMBIENTAL (colabora com trabalho, talento, experincia, recursos materiais)

    VISITANTE (leitor do Portal do Meio Ambiente GRTIS!)

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    Central de Atendimento BB - 4004 0001 ou 0800 729 0001 SAC - 0800 729 0722 Ouvidoria BB - 0800 729 5678De ciente Auditivo ou de Fala - 0800 729 0088 ou conecte bb.com.br

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    A preocupao com o impacto ambiental fez o Banco do Brasil criar o Programa de Ecoe cincia, que, junto aos funcionrios, procura reduzir, reutilizar ou reciclar os recursos, como gua, papel, energia, plstico e vidro.

    Cuidar do planeta um investimento a longo prazo. E quanto mais longo, melhor.22 de abril.Dia do Planeta Terra.Esse dia faz a diferena.

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    om a inexplicvel ausncia dos maiores meios de im-prensa do Rio de Janeiro, a

    Comisso de Direitos Humanos da As-semblia Legislativa do Estado (Alerj) realizou na quarta (25/03) uma audincia pblica que muito lembrou as denncias de violncias cometidas pela ditadura durante a implantao de grandes projetos de infraestrutura nas dcadas de 1960 e 70. Pescadores da Baa de Sepetiba, na zona oeste da capital, relataram a morte de pelo menos um pescador e de no m-nimo trs operrios durante a construo da Companhia Siderrgica do Atlntico (CSA) naquela regio. Durante duas ho-ras, um verdadeiro teatro dos horrores foi narrado, trazendo lembrana um tempo que se supunha extinto no Brasil.

    Foi levantada at a possibilidade de integrantes de milcias atuantes da Zona Oeste terem sido contratados como segu-ranas pela CSA. Pelo menos um pesca-dor que reclama da intimidao, e cujo nome ele pede para manter sigilo, teve de deixar Sepetiba aps sofrer ameaas de morte a si e sua famlia. O repre-sentante da CSA, Pedro Teixeira, disse desconhecer as ameaas e a ocorrncia das mortes, mas admitiu que o homem apontado e fotografado pelos pescadores

    Teatro dos horrores em Sepetiba Meio Ambiente Industrial

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    Por Carlos Tautz, jornalista

    chama-se Barroso e chefe de segurana patrimonial da empresa.

    A CSA tambm acusada de uma srie de irregularidades ambientais e de ter tido influncia, ainda que indireta, na queda de altos funcionrios da superin-tendncia do Ibama no Rio e da Feema, o antigo rgo ambiental do estado, que colocarem ressalvas ao licenciamento da obra o maior projeto privado cons-tante do Programa de Acelerao do Crescimento e que recebeu pelo menos R$ 1,48 bilhes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social, o BNDES. O projeto, em seu total, est orado em R$ 15 bi.

    A corresponsabilidade do BNDES na m conduo da obra um captulo especfico nessa histria macabra, como apontam os pescadores e as organizaes no governamentais que saram em seu apoio. Em 2 de outubro de 2008, uma comisso deles entregou Ouvidoria do Banco um dossi com as denncias e solicitou a suspenso da liberao do emprstimo, baseado no compromisso do BNDES em respeitar clusulas sociais nos contratos que assina com os tomado-res de emprstimos.

    Uma vez comprovadas denncias, como aquelas que j est registradas

    pelo Ministrio Pblico do Estado, o Banco est obrigado a parar a liberao de dinheiro, at que as empresas acusadas expliquem a situao. Mas, no isso que aconteceu.

    A Ouvidoria no se pronunciou at hoje, o que levou a organizao Polticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) a entregar novamente o dossi com as denncias,em 13 de fevereiro, ao prprio presidente do BNDES, Luciano Couti-nho, e ao seu chefe de gabinete, Paulo Mattos. No se conhece qualquer atitude tomada pelo BNDES.

    No final da audincia, o presidente da Comisso de Direitos Humanos, de-putado Marcelo Freixo (PSOL), solicitou a incluso dos pescadores no programa de proteo a testemunhas e comeou a organizar uma visita obra. Fotos are-as tiradas pela Polcia Federal, tambm em posse dos pescadores, mostram que o projeto cortou manguezais e aterrou pelo menos um rio que desembocava na Baa e por onde passavam os barcos dos pescadores.

    Estes tambm denunciaram a utiliza-o de lanchas potentes para ameaar os pescadores. Uma dessas ameaas causou o abalroamento de um barco e a morte de um pescador. Um segundo pescador est abalado emocionalmente e, na poca da agresso, foi mantido em clnicas particu-lares sem aviso famlia. Na busca pelo sobrevivente, os pescadores convocaram o Corpo de Bombeiros, que ento conse-guiu retirar do fundo de um rio prximo obra os trs cadveres vestidos com uniformes de operrios.

    Incensada pela imprensa carioca como um dos smbolos da suposta recuperao econmica do Estado, a siderrgica ter quase toda sua produo exportada para, principalmente, os EUA e a sia, num aparente sinal de modernidade. Mas, na prtica, o simples aparecimento de denncias desse quilate mostra que h algo de podre no reino da Thyssen-Krupp/Vale. E que cheira a um passado do qual precisamos nos livrar.

    Fonte: O Globo Online / REBIA Nacional.

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    Chineses ouvidos por deputados no confirmam denncias contra CSA

    s presidentes das comisses de Direitos Humanos e Defesa da Cidadania e de Defesa do

    Meio Ambiente da Assembleia Legislati-va do Rio, respectivamente, os deputados Marcelo Freixo (PSol) e Andr do PV, estiveram, nesta segunda-feira (06/04), no canteiro de obras da Companhia Si-derrgica do Atlntico (CSA), em Santa Cruz, zona Oeste do Rio, para averiguar denncias de descaso ambiental e traba-lhista. Nosso foco foi verificar as condi-es de trabalho dos quase 600 chineses que foram trazidos para c para trabalhar com tijolos refratrios. Trouxemos uma intrprete e conversamos com grupos diferentes em particular e nenhum deles

    Transnacional alem alega desconhecer perseguio aos pescadores da Baa de Sepetiba

    s representantes do conglo-merado industrial-siderr-gico-porturio da TKCSA

    (Companhia Siderrgica do Atlntico) foram lacnicos ao afirmar que tomavam conhecimentos naquele momento das denncias de intimidaes e ameaas aos pescadores da Baa de Sepetiba, da zona oeste do Rio de Janeiro. A audincia p-blica realizada pela Comisso de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj, presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), foi repleta de falas emocionadas

    confirmou as queixas de que no teriam folgas e que viveriam em condies pre-crias de moradia, confirmou Freixo, dizendo que os estrangeiros comentaram que aqueles que no se adaptaram j vol-taram para a China.

    O parlamentar do PSol garantiu ainda que obteve da companhia o compromisso de investigar as empresas de transporte que prestam servio para o deslocamento dos trabalhadores dentro do canteiro, pois, de acordo com Freixo, elas seriam controladas por milicianos da regio. A empresa que contratamos para fazer este trabalho a Top Rio, mas ela contratou outras empresas que sero investigadas por ns, informou o diretor-executivo da CSA, Rodrigo Tostes. Sobre os chineses, o representante da empresa afirmou que o trabalho com tijolos refratrios requer uma mo-de-obra qualificada inexistente no Brasil. Negamos veementemente qualquer atitude que no seja legal e nos colocamos disposio da Alerj para quaisquer esclarecimentos. Estamos investindo 5 bilhes de euros na regio e gerando mais de 30 mil empregos num local com o mais baixo ndice de De-

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    senvolvimento Humano (IDH) do Rio, pontuou Tostes.

    Quanto s denncias de crimes am-bientais, Andr do PV disse que no tem elementos para dizer se h ou no algu-ma coisa errada nesta obra. por isso que vou convocar uma audincia na As-sembleia para ouvir do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) quantas fiscalizaes foram feitas no local. Vou convidar repre-sentantes da CSA e do Ministrio Pblico tambm, ressaltou. O coordenador-geral de Proteo aos Defensores dos Direitos Humanos da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Fernando Antnio dos Santos Matos, assegurou que a visita foi esclarecedora. A CSA comprometeu-se a encaminhar para nossa secretaria diversos documentos conclusivos sobre as denncias de violao dos direitos humanos, registrou. O deputado Ro-drigo Dantas (DEM) tambm participou da visita.

    Enviado por Fernanda Pedrosa - Diretora-geral da Diretoria de Comuni-cao Social da Alerj (21) 2588-1404 / 2588-1627 (21) 9981-5119

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    O de pescadores e um discurso milimetri-camente calculado dos representantes do empreendimento.

    A surpresa maior ficou nas falas da TKCSA que alegavam desconhecer as acusaes, sendo que a audincia foi convocada exatamente com o objetivo de apurar as denncias de ameaas aos mora-dores e trabalhadores da regio. verdade que as crticas ao projeto, que tem 10% das aes votantes nas mos da VALE (CVRD) e outros 90% com a empresa alem Thyssen Krupp Steel (TKS), vo

    mais longe. Suspeita de relao conjunta com milcias da regio. Impedimento do direito de ir e vir dos pescadores. Ilegali-dades e falta de transparncia no processo de licenciamento ambiental. Cooptao de autoridades pblicas. Violao dos direitos dos trabalhadores. Para reduo dos custos, contrata chineses e nordesti-nos sem lhes garantir condies dignas de vida e trabalho. Alguns imigrantes no possuem documentos, nem contratos de trabalho. Destruio ambiental na Baa de Sepetiba e desmatamento de extensa rea

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    de manguezais. Essas questes, entre outras, foram

    apresentadas na audincia. A economis-ta Sandra Quintela, coordenadora do Instituto de Polticas Alternativas para o Cone Sul (PACS), apresentou um estudo detalhados com as denncias relativas TKCSA. A empresa garantiu que o Ministrio Pblico est ciente de todo o projeto e prometeu iniciar hoje apu-raes sobre s denncias de ameaas e intimidaes.

    Desconhecamos alguns fatos nar-rados aqui. Ao tomar conhecimento agora, vamos apurar essas informaes. O grupo Thyssen Krupp muito srio e jamais compactuaria com atrocidades como as levantadas aqui afirmou Pe-dro Teixeira, diretor jurdico da TKCSA, representante do empreendimento na audincia.

    O depoimento mais emocionante foi o do pescador Luis Carlos da Silva, que relatou ter sido obrigado a se mudar e parar de trabalhar na regio para esca-par das perseguies dos seguranas da Companhia Siderrgica do Atlntico.

    Visivelmente emocionado, Luis Carlos garantiu at que h corpos nas guas ao redor da empresa.

    O deputado Marcelo Freixo assumiu o com-promisso de encaminhar a entrada imediata de Luis Carlos no Programa Nacio-nal de Defesa dos Direitos Humanos, garantindo assim apoio pblico ao pescador para reconstruo de sua vida. A audincia tambm encaminhou uma visita ao empreendimento por parte da Comisso de Direitos Humanos da Alerj, em conjunto com as comisses de Trabalho, Meio Ambiente e Sade, alm da Superintendncia Regional do Trabalho, do Ministrio Pblico Estadual e do Federal. Toda a relatoria da atividade ser encaminhada Secretaria Estadual de Segurana Pblica e ao Ministrio Pblico.

    Em 2006, nos reunimos com a empresa para buscar uma soluo para toda esse pro-

    blema. No final das contas, eles no fizeram nada e mandaram a gente procurar a justia. A chegam aqui e ficam querendo enrolar dizendo que no sabem de nada. A fala deles no foi ver-dadeira questiona Ansio Vieira de Souza, pescador h mais de 30 na Baa de Sepetiba e presidente do Conselho Fiscal da Associao de Pescadores APESCARI. O morador de Seropdica conclui: Foi um bom comeo. Agora, pelo menos, estamos conseguindo falar sobre esse problema.

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    ara abrir as negociaes de clima das Naes Unidas em Bonn, o WWF e um Grupo

    de Escoteiros alemo entregou uma urna simblica ao Secretrio Executivo da Conveno de Clima, Yvo de Ber com os votos de centenas de milhes de cidados de todo o planeta que votaram pela Terra durante o movimento Hora do Planeta numa demonstrao de que esto a favor de aes de combate ao aquecimento global.

    A mensagem da Hora do Planeta muito clara, cidados do mundo todo votam, ao apagarem suas luzes, pelo combate s mudanas climticas. Est na hora de nossos representantes mostrarem liderana e agirem em prol do planeta. Uma pea fundamental o tratado inter-nacional de clima justo, efetivo e baseado nas ltimas descobertas cientficas, afir-ma Denise Ham, Secretria Executiva do WWF-Brasil.

    O encontro a primeira de uma srie de reunies da Conveno de Clima que acontecero ao longo deste ano at de-

    zembro na COP (Con-veno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudanas Climti-cas) em Copenhagen, Dinamarca. Negocia-dores internacionais de cada pas signa-trio e especialistas tcnicos em diversos assuntos estaro em Bonn, na Alemanha, de 29 de maro a 8 de abril, com o objetivo de delinear um texto ambicioso que servir de base para o acordo global em dezembro.

    O sucesso de Co-penhagen depende-r dos nossos lderes ouvirem os cidados do mundo todo. Em Bonn, os negociadores precisam colocar as cartas na mesa e traba-lhar de forma urgente e focada em direo

    a um consenso afirma Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, Superintendente de Conservao do WWF-Brasil, que acompanha a reunio.

    Para combater o aquecimento global preciso pavimentar o caminho em dire-o a uma economia de baixo carbono, diz Scaramuzza. Qualquer plano de de-senvolvimento ou pacote de recuperao econmica dever dar suporte s pessoas mais carentes e ao mesmo tempo respeitar os limites naturais do planeta; o nico caminho lgico a seguir complementa Scaramuzza.

    Em Bonn, os negociadores tem que superar os obstculos e a lenta velocidade das negociaes at o momento. Para definir a arquitetura do novo tratado de clima, preciso se chegar a um acordo quanto s opes para adaptao, reduo de emisses, papel das florestas, financia-mento e tecnologia.

    Em dezembro de 2008 o Brasil deu um passo importante, ao apresentar du-rante a ltima COP em Poznan, o Plano Nacional de Mudanas Climticas que

    A Hora do Planeta em ano decisivo para o clima

    Especial: A Hora do Planeta

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    www.wwf.org.br

    estabelece metas nacionais de reduo do desmatamento de at 70% at 2017. Tais metas so um exemplo claro das chama-das aes de mitigao para pases em desenvolvimento, um dos componentes essncias do novo acordo.

    Metas de reduo de emisses am-biciosas para os pases desenvolvidos e compromissos nacionais claros para os pases em desenvolvimento so uma das chaves para destrancar as negociaes. As aes nos pases em desenvolvimento devem ser amparadas por recursos finan-ceiros e transferncia de tecnologias.

    Hora do PlanetaA Hora do Planeta, primeiro voto

    global sobre o futuro da Terra, superou todas as expectativas. Mais de 3.900 cida-des de 88 pases aderiram ao movimento promovido pela Rede WWF, desligando as luzes de prdios simblicos.

    Do Rio de Janeiro a Xangai, de Sid-ney a Estocolmo, milhares de pessoas participaram da Hora do Planeta apagan-do as luzes de suas casas no sbado, 28 de maro, por uma hora, para votar pelo planeta e contra o aquecimento global.

    No Brasil, 107 cidades aderiram Hora do Planeta, dentre elas 13 capitais: Rio de Janeiro, So Paulo, Braslia, Curi-tiba, Florianpolis, Porto Alegre, Manaus, Rio Branco, Belm, Belo Horizonte, Vit-ria, Campo Grande e Fortaleza. Mais de 1.600 empresas e organizaes e 52.500 pessoas se cadastraram para fazerem parte do voto brasileiro.

    Fonte: WWF

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    Cristo Redentor, antes e depois da Hora do Planeta.

  • 8 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIO 022 - ABRIL - 2009

    CAIXA inicia implantao da Agenda Caixa para a Sustentabilidade

    EntrevistaPor Vilmar S. D. Berna, editor

    Jean Rodrigues Benevides, Gerente Nacional de Meio Ambiente da Caixa Econmica Federal, educador,

    ps-graduado em educao ambiental e especialista em desenvolvimento local e em gesto social.

    RMA - O que o projeto Agenda Caixa para a Sustentabilidade implementado em 13 de maro pela CAIXA?

    Jean: A Agenda CAIXA para Sus-tentabilidade um instrumento que pos-sibilita aos gestores e equipes da CAIXA planejar e praticar a responsabilidade social empresarial e o desenvolvimento sustentvel cotidianamente, em suas unidades de trabalho, criando condies para a consolidao de aes transfor-madoras. As aes de cada unidade, somadas, contribuiro para a elaborao da Agenda CAIXA, consolidando o papel da empresa como um agente de mudanas do nosso pas.

    A Agenda possibilita s equipes um novo olhar sobre seus processos, produtos e servios, identificando pontos fortes e a desenvolver, bem como oportunidades para desencadear aes na perspectiva de incorporar a responsabilidade social em-presarial e o desenvolvimento sustentvel nos negcios em que atuam.

    Que iniciativas socioambientais sero incentivadas nas agncias da CAIXA?

    Jean: A CAIXA adotou o modelo de Responsabilidade Social Empre-sarial - RSE (O modelo utilizado na Agenda CAIXA para Sustentabilidade, com as sete dimenses, inspirado no modelo proposto pelo Instituto ETHOS) composto por sete dimenses: Valores, Transparncia e Governana, Pblico Interno, Governo e Sociedade, Meio Ambiente, Clientes, Relacionamento com Fornecedores e Comunidade.

    Cada dimenso possui indicadores, que por sua vez trazem sugestes de aes. Por exemplo, um dos indicadores da dimenso meio ambiente Geren-ciamento do Impacto no Meio Ambiente dos Produtos e Servios, que conta com doze aes que podem ser implementadas nas unidades, tais como: realizar reunies virtuais (audioconferncias, netmeeting, etc.) evitando emisses de Gases de Efeito Estufa GEE e poupando recur-

    sos financeiros e implementar a logstica reversa dos cartuchos de impresso.

    Cada unidade ser convidada a elabo-rar um Plano de Trabalho especfico, que poder conter as aes sugeridas em cada indicador alm de novas aes criadas pela equipe. Ao todo a Agenda prope 96 aes, mas no h limite para o nmero de aes a ser adotado pelas unidades.

    Qual ser a estratgia para implantao em todas as agncias da CAIXA levando em conta o tamanho continental do Brasil e a presena da CAIXA em praticamente todos os municpios do pas?

    Jean: Esse realmente um desafio para ns, pois, como voc disse, a CAI-XA est presente em todos os municpios brasileiros, com mais de 100 mil pessoas trabalhando em suas agncias e escrit-rios, entre empregados e prestadores de servio.

    Para viabilizar a construo de uma Agenda com essas propores, foi desenvolvido um sistema corporativo especfico, onde cada Unidade pode acompanhar o seu Diagnstico e Plano de Trabalho, bem como se inspirar nas aes propostas pelas demais Unidades, criando uma movimentao transforma-dora na CAIXA.

    A implementao da Agenda ocorrer em quatro etapas: sensibilizao (equipe conhece a proposta da agenda), adeso (o gestor formaliza a adeso da unidade Agenda no sistema), diagnstico (equipe faz uma autoavaliao da unidade em relao s dimenses) e plano de trabalho (equipe define aes a serem desenvolvi-das na unidade, a partir do diagnstico).

    Como o Projeto espera sensibilizar e envolver o pblico interno, seus gestores e equipes nas agncias da CAIXA, para se motivarem a planejar a prtica da responsabilidade social empresarial e do desenvolvimento sustentvel em seus locais de trabalho?

    Jean: Esse outro grande desafio, pois a sensibilizao e mobilizao de

    cada um so imprescindveis para o sucesso da Agenda CAIXA para Susten-tabilidade. Nesse sentido, desenvolvemos um plano de endomarketing que conta com um vdeo de sensibilizao, peas publicitrias na Intranet e nas caixas postais eletrnicas, artigos de opinio, cartilha, entre outros.

    A importncia desse fator fica de-monstrada no fato de que a primeira etapa da implementao da Agenda a Sensibilizao, quando toda a equipe dever se reunir para assistir ao vdeo e a uma apresentao da proposta da Agenda, discutir, debater, entender e, ento, reali-zar a adeso da unidade.

    Por que a CAIXA se preocupa com a questo da sustentabilidade a ponto de criar este projeto como uma proposta de construir uma nova cultura institucional na empresa, baseada na Responsabilida-de Social Empresarial (RSE) e no Desen-volvimento Sustentvel (DS)? Por que a atual cultura institucional precisa passar por um processo como este?

    Jean: Nossa gerao vive um tempo

  • 2009 - ABRIL - EDIO 022 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 9

    de grandes conflitos, vemos o avano tecnolgico e econmico de um lado e as injustias sociais e mudanas climticas de outro. Nesse contexto, as empresas so desafiadas a adotar um modelo de gesto que procure integrar os aspectos sociais, ambientais e econmicos para alcanar a sustentabilidade.

    A CAIXA o maior banco pblico da Amrica Latina e, como tal, reconhece sua responsabilidade frente a essa reali-dade. Temos um grande potencial influen-ciador, pois estamos em todo o Brasil e alcanamos pblicos muito diversos, de representantes do Governo Federal s famlias beneficirias do Bolsa Famlia.

    Mas, para que possamos influenciar nossos clientes e parceiros, precisamos nos certificar de que os empregados da CAIXA compreendem e praticam os princpios e valores que levam Susten-tabilidade. Essa a proposta da Agenda CAIXA para Sustentabilidade, promover uma mudana interna que, certamente, alcanar todos os pblicos envolvidos em nossos negcios.

    Como se desdobraro os temas a serem trabalhados pelo Projeto? Pode explicar rapidamente cada um deles?

    Jean: Como eu disse anteriormente, a Agenda CAIXA para Sustentabilidade trabalha com as sete dimenses da Res-ponsabilidade Social Empresarial - RSE, com seus respectivos indicadores. O que procuramos fazer foi propor aes para cada indicador que pudessem ser com-preendidas e internalizadas na realidade do dia a dia de cada unidade.

    A idia envolver os empregados e possibilitar que os princpios e valores que levam Sustentabilidade sejam pra-ticados na conduo de suas atividades. Este o carter mais inovador da Agenda, levar cada equipe a refletir e se enxer-gar nesse contexto, fazendo com que

    o tema saia dos discursos e passe para a prtica.O projeto pretende incentivar parcerias das agncias com demais organizaes locais que atuam na questo da sustenta-bilidade e meio ambiente, como as ONGs e as escolas vizinhas s agncias? Quem so os parceiros na sociedade identifi-cados como estratgicos para o sucesso deste projeto?

    Jean: Como banco pblico focado no fomento ao desenvolvimento regio-nal sustentvel, promover a melhoria contnua da qualidade de vida da socie-dade brasileira faz parte da misso da CAIXA. Pela natureza de seus negcios, a empresa tem forte atuao nos muni-cpios, prestando assistncia tcnica e social s comunidades beneficirias dos programas de habitao, saneamento e infra-estrutura.

    A CAIXA tambm atua no apoio e patrocnio a atividades socioambientais. No ano de 2008, foram investidos mais de R$ 1,4 milho em eventos e publicaes sobre a temtica meio ambiente.

    A REBIA tem desenvolvido, em parceria com diversas organizaes, o Projeto Escola Amiga do Planeta que, entre outras atividades educativas, resulta no final do ano letivo na Escola Neutra em Carbono. O que a CAIXA acha da idia de tambm tornar suas agncias neutras em carbono?

    Jean: Ns compreendemos a impor-tncia de neutralizar as emisses de car-bono e temos trabalhado nesse sentido. J iniciamos os inventrios das emisses de GEE e, a partir dos resultados, desenvol-veremos aes para reduzir, neutralizar e/ou compensar as emisses.

    To importante quanto fazer o certo e de forma sustentvel, divulgar os resulta-dos junto aos pblicos de interesse, pelo

    aspecto pedaggico e multiplicador que as boas prticas assumem no inconsciente coletivo. A CAIXA concorda com isso? Ento, como o Projeto planeja divulgar seus resultados para os diferentes pblicos de interesse?

    Jean: Nossos resultados sero de-monstrados no Balano Social e no Re-latrio de Sustentabilidade da CAIXA. Alm disso, pretendemos contar com nossa rede de relacionamentos para atuar como multiplicadora dessas informaes. A CAIXA participa de diversos fruns e comits externos, nossos parceiros so os nossos maiores comunicadores, pois a troca de experincias muito rica. Exem-plo disso a RMA, que nos procurou espontaneamente para essa entrevista.

    A REBIA possui entre seus mais de 35 mil leitores cadastrados, muitos funcionrios e gestores ligados direta ou indiretamente CAIXA. Eu, por exemplo, sou cliente da CAIXA. Que mensagem voc deixa para esse pblico interessado que est lendo agora esta entrevista!

    Jean: A CAIXA v em seu com-promisso com a sustentabilidade uma garantia de manter a solidez da empresa no futuro. Percebe-se haver, em nosso pas e em todo o mundo, a necessidade de uma mudana cultural para que seja dado o devido valor s atitudes e aos empreendimentos viabilizadores do bem-estar da vida em nosso planeta. Nosso desafio para um futuro prximo buscamos integrar, de forma simultnea, os interesses da CAIXA com aspectos econmicos, sociais e ambientais. Esta-mos trabalhando para que a CAIXA esteja no futuro em um Brasil melhor, mais tico e sustentvel, junto com toda essa rede de relacionamentos que hoje mantemos no pas, isto , nossos clientes, fornecedores e cidados em geral.

  • 10 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIO 022 - ABRIL - 2009

    Governo investir R$ 34 bilhes para construir 1 milho de casas

    Meio Ambiente Urbano

    U

    Por Eduardo Cucolo da Folha Online, em Braslia

    m milho de casas, consideran-do a mdia de construo para dois quartos e dependncias,

    atenderia uma famlia de quatro pesso-as, por conseguinte uma populao de 4 milhes de pessoas. Ainda assim o dficit habitacional brasileiro seria enorme. Mas j um bom comeo, abstraindo-se das intenes eleitoreiras. Em todo projeto h o que considerar a teoria de sistemas gerais, pois tudo sistmico, tudo se relaciona e pode ter interdependncia. Vamos ento tentar colocar esse projeto no sistema.

    1. Localizao do terrenoA questo fundamental do projeto onde. 1.1 O projeto para casas populares ser perto ou longe dos grandes centros?1.2 Facilidade de emprego local? 1.3 O Plano Diretor da cidade contem-pla que locais?

    1.4 Fere a Lei por se tratar de APP, rea de Preservao Permanente?1.5 Facilidades para servios pblicos, com prioridade para gua, esgoto e ele-tricidade?1.6 O terreno para o projeto est lega-lizado?1.7 Facilidades de transporte pblico?Essas so questes fundamentais para incio de projeto.

    2. O projeto da casaNo Brasil os arquitetos que bolam as

    casas populares condenam seus morado-res eterna pobreza (vide foto do projeto de Vrzea Grande). No prevem espao para garagem, mquina de lavar, TV a cabo, essas modernidades disponveis para todos. E o mais preocupante: NO TEM JARDINS NEM RVORES. aquele projeto morto, tudo igual, her-mtico.

    Ento, aproveitando a mdia para o assunto, o governo pode orientar os

    projetos assim:2.1 Facilidades para expanso da moradia verticalmente (evitando aqueles puxa-dinhos ridculos e mais a compactao do solo).2.2 Facilidades para utilizao das dependncias para futuras utilidades domsticas2.3 Aquecedor solar2.4 Captao de gua de chuvas (regar jardim, lavar calada, banho).2.5 Garagem 2.6 Previso para jardim na frente da casa e horta nos fundos2.7 Pelo menos uma rvore plantada na frente de cada casa. 2.8 Um manual para o morador com pro-jetos eltricos, hidrulicos e expanso do imvel e sua utilizao. 2.9 E o mais importante: garantia legal para o registro do imvel.

    Fonte: www.jornaldosamigos.com.br

    governo federal anunciou no ms passado o programa Mi-nha Casa, Minha Vida, cujo

    objetivo construir 1 milho de moradias para famlias com renda at dez salrios mnimos (R$ 4.650). O investimento es-timado de R$ 34 bilhes, considerando o dinheiro do governo para subsdios e para o fundo garantidor das prestaes. A

    Um milho de casas

    parcela mnima ser de R$ 50, enquanto o valor mximo do imvel a ser financiado de R$ 130 mil. Do dinheiro a ser gasto, R$ 25,5 bilhes sero diretamente da Unio, R$ 7,5 bilhes do FGTS e R$ 1 bilho do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econmico e Social). Em discurso na abertura da cerimnia, a ministra Rousseff (Casa Civil) afirmou que o objetivo do pro-grama compatibilizar renda e gastos. Esse um programa que vai compatibilizar a prestao da casa prpria com a capacidade de renda da populao, afirmou.

    Para populao com renda de at trs salrios mnimos (R$ 1.395), o subsdio para o financiamento ser integral e haver iseno do pagamento do seguro, sendo que o governo investir R$ 16 bilhes. Nesta faixa, est prevista a construo de 400 mil casas, cuja parcela mnima ser de R$ 50 por ms e a mxima de 10% da renda (R$ 139). O pagamento poder ser feito em at dez anos.

    Em relao ao licenciamento ambiental,

    o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) vai aprovar uma resoluo redu-zindo prazos e procedimentos. O objetivo conceder as licenas dentro de no mximo 30 dias. As novas regras vo valer para construes de at 100 hectares. Estados e municpios

    O Estado de So Paulo ser respon-svel pela construo de 18,4% dos 1 milho de casas previstos no pacote ha-bitacional. Sero 184 mil moradias para as famlias paulistas com renda de at 10 salrios mnimos. A diviso foi feita de acordo com o dficit habitacional do pas, calculado pelo IBGE.

    Ao todo, a regio Sudeste ficar com 363.984 moradias (36,4% do total). A segunda regio mais beneficiada a Nor-deste (343.197, ou 34,3% do total), segui-da pelo Sul (120.016), Norte (103.018) e Centro-Oeste (69.786).

    Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u540229.shtml

    Por Roberto Bendia, editor do Jornal dos Amigos

    OLula admite que construo de 1 milho de casas pode levar mais de dois anos

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    Opinio

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    omo foi constatado na maior Conferncia mundial sobre o meio ambiente e desenvolvi-

    mento, a Rio 92, os maiores poluidores so os que se declaram os maiores defensores da causa ambiental. Essa tentativa de sair do papel de vilo para o de mocinho da histria muito explorada atravs de suas estratgias de marketing, supervisionadas pelas estratgias de comunicao empre-sarial, saturando as mdias com suas falsas intenes, impondo uma imagem que no condiz com a realidade. Paralelamente, cresce tambm, de modo significativo, a quantidade de campanhas socioambientais realizadas pela empresa: alm de anncios, a empresa passa a utilizar-se de patrocnios e apoio a eventos e projetos, fora as no-tcias, muitas patrocinadas, inseridas nos principais jornais e revistas do pas.

    No ms de abril de 2008, pela primei-ra vez, o CONAR (Conselho Nacional de Auto-regulamentao Publicitria) mandou suspender duas campanhas por divulgarem uma idia falsa de contribui-o ambiental e sustentvel para o pas. As campanhas so da estatal brasileira Petrobras e foram denunciadas por entida-des governamentais e no governamentais do estado de So Paulo, Minas Gerais e outras. O CONAR julgou procedentes as denncias e decidiu suspender a veicula-o das campanhas, que ficaram conheci-das como Maquiagem Verde, nome dado

    Mimetismo PublicitrioComunicao Ambiental

    C

    Pela primeira vez no Brasil, uma campanha ambiental considerada enganosa e sua veicu-lao suspensa. A propaganda Estar no meio ambiente sem ser notada divulgava a preocu-pao da empresa Petrobras com o meio ambiente. Na verdade, a empresa investe, de forma massi-va, na construo dessa imagem preocupada com o meio ambien-te, camuflando-se sob um discurso ambientalista, diametralmente oposto suas aes degradadoras.

    Por Raquel Valentini Bastos*

    atualmente para campanhas ambientais de empresas que, na realidade, agem de forma incoerente com a sua imagem ambiental criada.

    A campanha analisada recebe o ttulo de Petrobras Estar no meio ambiente sem ser notada. Em funo da suspenso da campanha, teve-se acesso apenas a um vdeo de 30 segundos mais trs anncios impressos. Sero analisados somente os anncios impressos, que possuem o mes-mo texto, diferindo apenas nas imagens. A escolha pelo anncio impresso deve-se ao fato do vdeo conter apenas imagens em movimento das situaes encontradas no anncio, com uma msica de fundo, finalizando com o mesmo ttulo utilizado nos anncios.

    Os anncios foram criados pela agn-cia Qu Comunicao, do Rio de Janeiro, e fazem parte da campanha institucional da Petrobras, no tendo sido encontrada a data exata de sua divulgao. Pressupe-se que seja datada de 2007/2008. Possuem o ttulo: Esse tambm o nosso desafio. Estar no meio ambiente sem ser notada e cada uma possui a imagem de um animal camuflado em seu habitat. No meio, pouco abaixo do quadro do ttulo, contm mais um quadro de texto, onde est escrito O compromisso da Petrobras com o meio ambiente vai alm de operar dentro dos mais rigorosos padres de segurana. O desafio fazer tudo isso com o menor impacto possvel natureza. No canto direito, embaixo, est a logomarca e assi-natura da Petrobras e do Governo Federal Ministrio de Minas e Energia.

    Na biologia este fenmeno de assimi-lao ao meio denominado mimetismo, pelo qual um ser vivo se apresenta com aparncia (forma, desenho, colorido, odor ou emisso de som) de outro, ou assume caractersticas que o confundem com o meio ambiente em que se situa (BARSA, 2000, p. 38). Os animais comportam-se desse modo por dois fatores: para se proteger, assumindo as caractersticas de um ambiente e se tornar invisvel para seu

    Os antigos relutavam em falar, temendo a vergonha caso seus feitos no equivalessem a suas palavras. - Confcio (551 479 a. C.), Os Analectos

    predador e, para ataque, com a inteno de enganar a presa, passando despercebido onde ela circula. Diferindo-se, apenas no objeto da ao, do mimetismo em seu significado, camuflagem o conjunto de medidas para dificultar a observao das foras militares e de suas atividades (BARSA, 2000, p. 349), explicitando que o ato de camuflar uma ao do homem, com a inteno de imitar uma ao natural pertencentes a outras espcies animais, para se proteger.

    O anncio tem a inteno de passar a imagem de que a empresa quase im-perceptvel com suas atividades no meio ambiente. De uma empresa correta que opera dentro dos mais rigorosos padres de segurana e respeita o ambiente ao ponto de no se detectar quaisquer alteraes s vistas dos mais desatentos. Mas, qual a semelhana conforme anunciada entre a Petrobras e os animais que se camuflam? Na realidade, nenhuma. O animal age natu-ralmente em seu fenmeno de mimetismo. uma ao natural, conquistada atravs da evoluo, prprio de sua espcie. E a Petrobras, como uma empresa que atua com petrleo, segue o ritmo das multina-cionais que correm contra o tempo para a obteno cada vez mais rpida de bene-fcios, ignorando os apelos por mtodos que diminuam a degradao do planeta. A empresa investe, de forma massiva, na construo dessa imagem preocupada com o meio ambiente, camuflando-se sob um discurso ambientalista, diametralmente oposto suas aes degradadoras.

    Na primeira parte do texto O com-promisso da Petrobras com o meio ambiente vai alm de operar dentro dos mais rigorosos padres de segurana a informao publicitria entra em choque com as denncias veiculadas nos diversos meios de informao, apontando falhas na segurana, desde o projeto. Como no caso da plataforma P-36, inmeras acusa-es de falhas por parte dos funcionrios e sindicatos de petroleiros, da prpria Agncia Nacional de Petrleo (ANP) e

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    da Marinha apontam vrias contradies. Um relatrio, elaborado pela ANP e pela Marinha, aponta falhas de procedimento como causa do acidente e no o defeito de equipamento uma vlvula apontado pela Petrobras. De acordo com o Sindi-cato Mercosul, os prprios funcionrios apontam irregularidades, delatando erros desde o projeto da plataforma. Em seus depoimentos, alertam que um queimador de gs natural foi instalado muito prximo ao deck principal da plataforma, contra-dizendo a prpria norma de segurana, a qual afirma que esse queimador deve ficar longe do deck. Um engenheiro da Associao dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) relata que as altas temperaturas, podem ter alterado o funcionamento de equipamentos sensveis e prejudicado a deteco de irregularidades.

    Outra falha de segurana refere-se terceirizao. Nos acidentes mais graves, as associaes sindicais de petroleiros denunciaram a poltica de terceirizao da Petrobras nociva segurana e qualidade do trabalho. Os trabalhadores terceirizados no recebem o mesmo treinamento que um funcionrio contratado. Deste modo, a associao da Petrobras com empresas privadas e com certos governos no contribui para elevar o padro de atuao destas empresas e destes governos. Muitas empresas, para conter gastos e responsa-bilidades, optam por aes que reduzam

    seu custo, muitas vezes o primeiro corte atrelado a pessoal e equipamentos peas importantes para a segurana operacional. Alm dos funcionrios que ali trabalham, qualquer tipo de vazamento, exploses e outros acidentes que a atividade de uma empresa com o porte da Petrobras, po-dem ocasionar grandes tragdias, como o exemplo do vazamento de leo na Baa de Guanabara (RJ) e nos rios Barigui e Iguau em Araucria (PR). A fauna e a flora exis-tentes nos locais so as mais atingidas por serem mais frgeis, ocasionando morte em grande escala. J para os humanos, a falta de gua potvel e alimentao representam significativa queda na qualidade de vida.

    Tudo isso causa um grande impacto na natureza, contradizendo a vontade a ser alcanada do texto do anncio. E como alcanar um menor impacto na natureza, se a falha encontra-se na deteco dos proble-mas? Como profissionais com menor pre-paro e equipamentos que falham, quando no deveriam, podem reduzir os riscos? A soluo so aqueles conjuntos de aes para alcanar o desejo, no caso medidas de preveno eficazes, investimento em equi-pamentos de boa qualidade, em programas de manuteno constantes e investimentos em profissionais qualificados. Mas, parece que a soluo est focada no depois que a situao nociva j ocorreu. E a a empresa entra com grande fora para restabelecer sua imagem, literalmente.

    A Petrobras muito conhecida pelos seus inmeros projetos junto sociedade e ao meio ambiente. Na verdade a empre-sa, segundo depoimento pessoal de Vilmar Berna, que mais investe em meio ambiente no Brasil. Mas, cabe entender at aonde essas aes so de sua prpria iniciativa ou meras imposies para o cumprimento da lei. Nota-se que a empresa tem um nmero reduzido de investimento em projetos prprios em benefcio do meio ambiente e prefere designar recursos para ONGs, que pouco fazem para a natureza, ao invs de investir em polticas pblicas lembrando que a empresa (ainda) uma estatal. Este ltimo recurso muito bem utilizado na construo de sua imagem. No prprio site da empresa encontram-se informaes sobre os projetos que patrocina e a cada dois anos abre-se a oportunidade para o ingresso de novos projetos. E notcias sobre novos projetos beneficiados so encontradas em larga escala.

    * Bacharel em Comunicao Social com habilitao em Publicidade e Pro-paganda. Artigo retirado de seu trabalho de concluso de curso: monografia in-titulada: Publicidade e meio ambiente: ausncia da tica nas campanhas ambien-tais. Texto publicado na ntegra no www.portaldomeioambiente.org.br

    Na imagem 1, encontra-se uma mariposa de colorao verde, pousada em uma folha verde com bordas amareladas. Pelo tom da imagem, um dia ensolarado. necessrio ateno para enxergar a mariposa direita do anncio, confundindo-se com a folhagem apresentada.

    Na imagem 2 encontra-se um polvo esquerda, de colorao rosa e branca, agarrado a uma rocha, onde tambm h outras espcies agarradas como algas e corais de diversas tonalidades e texturas. H vrias espcies de peixes e uma grande rocha desfocada e escura ao fundo, caracterizando o ambiente marinho.

    Na imagem 3, encontra-se um lagarto direita, de colorao azul esverdeada, da mesma tonalidade do detalhe do tronco da rvore. Possui at desenhos em seu corpo parecidos com a textura do tronco. O lagarto est quase imperceptvel na foto. As imagens so totalmente condizentes com o ttulo, estar no meio ambiente sem ser notada, assim mesmo como fazem os animais que possuem a capacidade de se assimilarem ao ambiente em que se encontram.

    Os annciosFonte: Clube de Criao de So Paulo (CCSP)

  • 2009 - ABRIL - EDIO 022 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 13

    Prezada Raquel Valentini,

    tomamos conhecimento da publica-o do artigo de sua autoria denominado Petrobras e a arte da camuflagem campanhas antiticas ambientais, no site Portal do Meio Ambiente. Por este motivo, gostaramos de esclarecer que em relao deciso do Conselho Nacional de Auto-Regulamentao Publicitria (Conar) de suspender a veiculao de dois anncios publicitrios da Petro-bras relacionados ao meio ambiente, a companhia recorreu a esta deciso em abril de 2008, pedindo a suspenso da liminar e o arquivamento do processo por falta de fundamentos objetivos que a justificassem. At o momento, o Conar no realizou um novo julgamento final, e a Petrobras aguarda a deciso final. Em relao a um terceiro anncio que tambm havia sido suspenso pelo Conar, a Petrobras, por meio de recurso, conquis-tou o direito de veicul-lo novamente.

    Em relao Resoluo Conama 315, informamos que o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabeleceu, em 1986, o Programa de Controle da Poluio do Ar por Veculos Automotores (Proconve), que se transformou num pro-grama de sucesso com as participaes da Petrobras e das montadoras de veculos, que desde o seu incio vm trabalhando para sua implementao.

    Como exemplo de iniciativas desen-volvidas dentro do Proconve pela Pe-trobras, podemos citar os investimentos j realizados para reduo do teor de enxofre, a retirada do chumbo da gasolina e a construo de laboratrios de emis-ses veiculares no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) para testar os seus combustveis.

    O Conama, periodicamente, esta-belece limites das emisses veiculares que os veculos devem atender atravs de resolues. Esses poluentes so decorrentes da queima incompleta dos combustveis, quer seja diesel, gasolina, lcool, biodiesel, gs natural. Dentre eles,

    esto o monxido de carbono, os xidos de nitrognio, os hidrocarbonetos, os aldedos e o material particulado.

    No caso do diesel, foi estabelecido o limite de emisses P-6, equivalente ao padro europeu Euro IV, para janeiro de 2009. Na ocasio, sabia-se que na Europa esses veculos deveriam utilizar um diesel com 50 partculas por milho (ppm) de enxofre. No entanto, a Petrobras no podia utilizar o diesel europeu como modelo, j que o combustvel utilizado na regio tem caractersticas prprias, decorrentes de fatores climticos, tecno-lgicos, logsticos e outros. Era preciso uma regulamentao das caractersticas do diesel S-50 brasileiro, que s foi feita em outubro de 2007, atravs de resoluo da Agncia Nacional de Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP).

    Nesse perodo, a Petrobras no aguar-dou inerte. Apostou num cenrio de qua-lidade e comeou a investir na tecnologia antes mesmo da regulamentao da ANP. No entanto, s pde ter uma postura mais ativa aps a regulamentao. At 2013, a Petrobras ter investido 6 bilhes de dlares em unidades de hidrotratamento, tecnologia necessria para que as refi-narias produzam o diesel S-50 e S-10. Em breve elas estaro em produo.

    Em 2008, a Petrobras anunciou pu-blicamente e em juzo que forneceria o diesel especificado pela ANP em janeiro de 2009 para os novos veculos diesel P-6. No mesmo ano, a Anfavea comunicou ao Ministrio do Meio Ambiente que no te-ria tempo hbil para produzir os veculos com tecnologia P-6 na data marcada.

    Paralelamente, corria ao preventi-va do Estado de So Paulo contra Pe-trobras, ANP e montadoras de veculos pelo suposto descumprimento da citada resoluo. No segundo semestre de 2008, a Procuradora do Ministrio Publico Sra. Ana Cristina Bandeira Lins solicitou por quatro vezes uma liminar para que a Petrobras fornecesse diesel S-50 para todos os veculos. Mas na liminar o juiz definiu que a Petrobras deveria fornecer

    o diesel somente para os veculos novos com tecnologia P-6.

    A Petrobras j havia manifestado publicamente e em juzo que atenderia a determinao. Entretanto para o aten-dimento da resoluo eram necessrios os novos motores. Considerando que a resoluo 315 no seria atendida, o Mi-nistrio do Meio Ambiente liderou uma srie de reunies para propor medidas alternativas que no prejudicassem a qualidade do ar. Dessas reunies ficou decidida a antecipao, para 2012, de uma nova fase de emisses, a P-7, equivalente europia Euro V. Decidiu-se ainda que, como o assunto da Resoluo 315 estava no mbito da justia, as propostas estu-dadas no Ministrio do Meio Ambiente deveriam fazer parte de um acordo no Ministrio Pblico Federal.

    Assim, mesmo sem estar descumprin-do a citada Resoluo, face liminar con-cedida pelo juiz, a Petrobras participou do acordo no Ministrio Pblico Federal, do qual participaram todas as entidades envolvidas no assunto. Foi criado um grupo tcnico do qual participaram re-presentantes da Anfavea, Cetesb, Ibama, MMA, ANP, Instituto do Meio Ambiente e alguns consultores independentes para clculo dos impactos ambientais pelo no atendimento da Resoluo em janeiro de 2009 e os benefcios ambientais das medidas propostas. No balano final, ser obtido um benefcio nas emisses de xido de nitrognio de mais de 8 milhes de toneladas.

    A Petrobras concordou com as seguin-tes determinaes:

    - Janeiro de 2009 Substituio de todo o diesel S-500 por S-50 para as frotas de nibus urbanos nas cidades de So Paulo e Rio de Janeiro.

    - Maio de 2009 - Substituio de todo o diesel S-500 por S-50 em todo o diesel nas regies metropolitanas de Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belm (PA).

    - Agosto de 2009 - Substituio de todo o diesel S-500 por S-50 para as frotas de nibus urbanos nas cidade de

    Resposta da Petrobras

  • 14 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIO 022 - ABRIL - 2009

    m 2009 a Petrobrs ir investir R$ 60 milhes de reais em 47 projetos aprovados entre os

    892 apresentados no Programa Petrobras Ambiental atravs de seleo pblica de projetos que ocorreu em 2008. Os projetos aprovados iro contribuir para a conservao e preservao dos recursos ambientais e consolidao da consci-ncia socioambiental brasileira voltadas

    Curitiba (PR).- Janeiro de 2010 - Substituio de

    todo o diesel S-500 por S-50 para as frotas de nibus urbanos nas cidades de Porto Alegre (RS), Belo Horizonte

    (MG) e Salvador (BA)- Janeiro de 2010 - Substituio de

    todo o diesel S-500 por S-50 para as frotas cativas de nibus da Regio Metropolita-na de So Paulo.

    - Janeiro de 2011 - Substituio de todo o diesel S-500 por S-50 para as frotas de nibus das Regies Metropolitanas do Estado de So Paulo (Baixada Santista, Campinas e So Jos dos Campos) e do Estado do Rio de Janeiro.

    - Janeiro de 2013 - Disponibilizao de um novo leo diesel comercial, com 10 ppm de enxofre, a partir de janeiro de 2013, para os veculos novos.

    - Desenvolvimento das atividades do Conpet para So Paulo e Rio de Janeiro (a partir de janeiro de 2009), Curitiba e Porto Alegre (a partir de janeiro de 2010) e Belo Horizonte, Salvador e Vitria (a partir de janeiro de 2011).

    - Investimento de R$ 1 milho para o programa de fiscalizao de emisso de fumaa preta da Cetesb em So Paulo.

    O fornecimento de diesel com menor teor de enxofre para as frotas cativas de nibus urbanos das cidades de So Paulo e Rio de Janeiro foi iniciado no dia 1 de janeiro de 2009. Nas demais regies do pas, o fornecimento de diesel S-50 se dar conforme o cronograma. Para isso, sero investidos, at 2013, R$ 8,5 bilhes em 13 unidades de hidrotrata-mento (HDTs).

    Por interagir de diversas formas com o meio ambiente ao desenvolver seus negcios e atividades, a Petrobras sem-pre se comprometeu a manter padres de excelncia ambiental, a fim de garantir

    produtos e servios adequados s expec-tativas de seus clientes e s legislaes vigentes nos locais em que atua. Em sua contribuio para o desenvolvimento sustentvel, a companhia busca manter um sistema de gesto com foco em meio ambiente, para melhoria contnua dos seus processos, incluindo a cadeia produtiva e promover aes internas e externas de conscientizao ambiental. A Companhia investiu, somente em 2008, R$ 1,92 bilho na melhoria dos processos operacionais, de forma a torn-los mais seguros e eficientes em relao ao meio ambiente.

    Alm disso, foram investidos mais R$ 53,8 milhes em patrocnios a projetos ambientais voltados ao tema gua e Clima, que fazem parte do Programa Petrobras Ambiental, desenvolvido no Brasil.

    Garantir que medidas preventivas e de controle adotadas nos seus empre-endimentos sejam compatveis com o compromisso com o desenvolvimento sustentvel reflete o esforo da com-panhia em permanentemente atuar na minimizao dos impactos ambientais. Das unidades certificveis, 93% delas receberam certificaes de organismos brasileiros ou internacionais por aten-derem satisfatoriamente s normas ISO 14001 (meio ambiente) e BS 8800 ou OHSAS 18001 (segurana e sade).

    Com investimentos de cerca de R$ 100 milhes, a Petrobras mantm, desde 2001, dez Centros de Defesa Ambiental (CDA) localizados em pontos estrat-gicos de operao da companhia com o objetivo de ampliar a abrangncia de suas aes de preveno e resposta a emergn-cias. Cada centro possui lanchas, balsas, recolhedores de leo, dispersantes qu-micos, biorremediadores, equipamentos

    de comunicao e barreiras de conteno e absoro.

    A Petrobras conta tambm com 13 ba-ses avanadas, mantidas em todo o terri-trio brasileiro, alm de trs embarcaes equipadas com recursos necessrios para agilizar e tornar mais eficaz a resposta em caso de vazamentos de leo. Mantidas de prontido no litoral brasileiro, essas embarcaes permanecem tripuladas 24 horas por dia, e cada uma delas apta a recolher at 300 mil litros de leo por hora do mar.

    Alm dos procedimentos de segu-rana e de controle dos impactos sobre o meio ambiente em seus processos produtivos, a Petrobras tambm desen-volve aes voltadas aos seus produtos e servios. So exigncias das certificaes pela norma ISO 14001, por exemplo, o monitoramento e a minimizao dos riscos associados aos produtos.

    Diante do exposto, a Petrobras rea-firma seu compromisso com os valores de responsabilidade social e ambiental expressos em sua misso, assim como reitera seu respeito aos consumidores, clientes, comunidades e demais pblicos de interesse.

    Estamos disposio caso sejam necessrios mais esclarecimentos.

    Atenciosamente,

    Sue Wolter ViannaGerente Setorial de Orientaes e

    Prticas de Responsabilidade Social Comunicao Institucional

    Tel Ext : 3224 -1720 Ramal : 814 - 1720

    Email : [email protected]

    47 Projetos ambientais ganham 60 milhes de reais em 2009

    E para o tema gua e Clima: contribuies para o desenvolvimento sustentvel. O Programa Petrobras Ambiental representa uma contribuio da compa-nhia para a construo de uma agenda ambiental brasileira, reafirmando seu compromisso estratgico de proteo aos ecossistemas em todos os locais onde atua, diz o gerente-executivo de Comu-nicao Institucional da companhia, Wil-

    son Santa Rosa. As caravanas ambientais da empresa percorreram em 23 cidades de 20 estados brasileiros e reuniram cerca de 1200 representantes do Terceiro Setor. A novidade desta edio foram as carava-nas virtuais com aproximadamente 1000 atendimentos.

    Conhea os projetos no site: http://www2.petrobras.com.br/minisite/progra-ma-ambiental/resultado.asp

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  • 18 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIO 022 - ABRIL - 2009

    oi realizado no dia 15 de Abril na sede do SIQUIRJ - Sindi-cato da Indstria de Produtos

    Qumicos do Estado do Rio de Janeiro, a palestra do Dr. LUIZ FIRMINO MAR-TINS PEREIRA ( Presidente do Instituto Estadual do Meio Ambiente - INEA ) que traou as diretrizes para novo orgo nascido em Janeiro de 2009, da fuso da FEEMA ( Fundao Estadual de Meio Ambiente ) SERLA ( Secretaria Gestora de guas ) e IEF ( Instituto Estadual de Florestas ) criando um modelo de Primei-ra Agncia Ambiental do Brasil.

    Foram apresentadas novas estruturas do organismo ambiental e os novos pro-jetos para o desenvolvimento sustentvel para o Estado do Rio de Janeiro conforme destacou o Presidente do SIQUI - Isaac Plachta, para um pblico composto em sua maioria de gestores oriundos da rea qumica. Representantes da Firjan e do

    Encontro Empresarial rene lideranas do Setor Qumico do Estado do Rio de Janeiro

    Empresa Amiga do Planeta

    F

    stamos todos ns diante de uma oportunidade mpar de tornar o nosso Pas como de primeiro mundo, deixando de ser Pais do Futuro ou Emergente . No de hoje que j detemos as maiores reservas minerais e de gua doce do mundo. Agora tambm detemos as matrizes

    energticas, sendo que boa parte destas renovveis e limpas. A Revista do Meio Ambiente e nossos canais de comunicao vm passando por transformaes que se fazem necessrias, pois se constituiu atravs da difuso das notcias Socioambientais em um Frum privilegiado para discusses. Algumas bem aca-loradas, em defesa dos interesses sociambientais, seja sobre a tica que for, do ambientalista, ou sobre a

    viso dos Empresrios e Terceiro Setor ( ONGs, Governos e MPs ), assegurando em qualquer situao disponvel o seu espao democrtico para que se manifestem. Temos que conciliar nossos interesses em favor de um interesse maior que de tornar o nosso Pas econmico e ambientalmente vivel. Crescer de uma forma sustentvel, pois a misria e a pobreza so os maiores agentes poluidores do meio ambiente.

    Convidamos a todos os envolvidos com esta causa a abraarem o Planeta e tornar o nosso pedao de cho em um lugar melhor para se viver e garantir a sobrevivncia das geraes futuras.

    CRQ tambm esti-veram presente ao evento.

    Os temas am-bientais abordados incluram ainda os novos processos e prazos para licenas e renovao destas. Alm de destacar o COMPERJ ( Com-plexo Petroqumico do Rio de Janeiro ), inicialmente orado em 8,4 bilhes, mas que deve ultrapas-

    sar esta previso, se confirmando assim como o maior investimento pblico-privado j realizado no pas.

    A expectativa por parte dos empre-srios de que a nova agncia venha reduzir os prazos de licenciamento e prin-cipalmente de renovao, simplificando os mtodos, pois dentre tantos prejuzos que a demora da obteno destas licenas gera, foi citado o exemplo o BNDES que s libera recursos para empresas que atendam os princpios de boas prticas em sustentabilidade, e que estejam com suas LOs ( Licenas Operacionais ) em dia. Fato que tambm se observa em vrias instituies financeiras privadas no Brasil.

    Segundo o Presidente do INEA a simples fuso dos vrios rgos j tornou o processo mais dinmico, com obteno de novos recursos e redistribuio da mquina administrativa que visa torn-la

    Isaac, Lucio e Luiz Firmino

    Como ocorre em todos os eventos cobertos pela REBIA, exemplares da mais recente REVISTA DO MEIO AMBIENTE foram distribudas aos

    participantes esgotando-se rapidamente.

    mais eficiente a cada dia, principalmente aps resolver vrios passivos na conces-so e renovao de licenas.

    Percebe-se que a cada dia, que oito em cada dez eventos, abordam as questes ambientais devido a urgncia que temos em salvar nosso planeta.

    Por Lcio Soares*

    E

    Evento Ambiental

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    utilizao de microorganismos pelo homem j conhecida desde os primrdios da civili-

    zao na acelerao de processos de fabri-cao em pes e vinhos, dentre outros.

    A cincia comprova que se no fosse s aes destes microrganismos, o mundo teria aumentado 150 vezes em tamanho.

    A biotecnologia, nascida com Pasteur no sculo XIX, o estudo e aplicao cientfica da microbiologia demonstra os vrios tipos de utilidades que s bactrias podem oferecer.

    Uma destas aplicaes a do Tra-tamento de Resduos Industriais que contribuem, desta forma, para a reduo de carga orgnica, toxidades, e impactos ambientais.

    A depurao de efluentes e resduos, por via biolgica, se baseia na degradao da matria orgnica atravs de enzimas produzidas pelos microrganismos. Os microrganismos, em seu estado natural, frequentemente so insuficientes para depurarem efluentes e resduos. Para solucionar este problema, utiliza-se a BIOAUMENTAO, para elevar a populao bacteriana e melhorar a de-gradao dos contaminantes.

    Utilizados ao redor do mundo, e em larga escala, este tipo de tratamento aperfeioa e redimensiona a capacidade de estaes de tratamento industrial que no possuem espao fsico e que operem abaixo da capacidade e de parmetros exigidos por lei. Destacam-se no domnio neste tipo de biotecnologia paises como Frana (Fixao C.O. R) Estados Unidos,

    Tratamento de resduos industriais com a utilizao de aditivos biolgicos

    A Israel e Rssia, no sendo passveis de registro em rgos como o F.D.A, por no serem reengenheiradas. O Brasil lder em empresas de pesquisa na Am-rica do Sul.

    So utilizadas cepas que so extradas do prprio meio para onde sero designa-das para tratamento, sendo de ocorrncia natural, isoladas e treinadas para terem maior capacidade de remoo e multi-plicadas em colnias para finalidade es-pecfica. Tal isolamento ocorre de forma segura, eliminando corpos estranhos ou bactrias patognicas. No so corrosivas e nem txicas.

    O princpio o mesmo das vrias empresas que possuem autorizao para comercializao e aplicao, LODO ATIVADO, variando somente no tipo de suporte, vegetal ou mineral, este ltimo e mais vantajoso, devido ao seu peso molecular agregando um maior efeito residual. Destaca-se, a utilizao do Li-thothamnium (espcie de rocha calcria vulcnica) devido sua micro-porosidade e infinidade de aplicaes.

    A utilizao deste tipo de agentes, no elimina a necessidade do dos processos mecnicos e de remoo das estaes de tratamento. Sendo ainda necessrias aes como: bom controle de nutrientes, oxignio e pH, e neutralizao de descar-tes txicos. Representando sim, um tipo de polimento. Existindo, desta forma um processo fsico-qumico e biolgico.

    Antes de qualquer aplicao e sugesto de tratamento, feito um levantamento dos parmetros do sistema, aps ter sido

    respondido um questionrio e mesmo realizada uma visita tcnica E.T.D.I da planta industrial. S aps este levan-tamento, sugerido ento uma metodo-logia aplicao e tratamento, utilizando um aditivo especfico ou coquetel de microrganismos.

    Convm ressaltar que no ocorrem competies que modifiquem a biota na-tiva. No agredindo em momento algum o meio ambiente, e sim, contribuindo desta forma para sua preservao. Ao trmino de cada ciclo destas colnias, que ocorre a cada 20 minutos, estes microorganismos morrem, se transformando em alimento para outros tipos de bactrias.

    Em vrias indstrias que se utilizam da captao de gua para seus processos produtivos e de tratamento de resduos, a sadas dos efluentes tratados, chega a ser melhor do que no momento da captao.

    Destacam-se tambm, as vantagens operacionais e comerciais devido ao trata-mento ser realizado In Situ, no havendo a necessidade de licenas ambientais extras, custos de transporte e risco de acidentes destes resduos.

    *Lcio Soares Diretor ( Voluntrio ) de Projetos da REBIA e da EMPRESA AMIGA DO PLANETA. Delegado do Rio de Janeiro na IICNMA Braslia. Empresrio Palestrante e Consultor so-bre Tratamento de Resduos Indstriais utilizando Aditivos Biolgicos. e-mail: [email protected]

    Artigo

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    Vamos comemorar o Dia da Terra! Sim, mas comemorar o qu?

    Dia do Planeta Terra

    Dia da Terra comeou em 22 de abril de 1970 quando o Senador norte-americano

    Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacional contra a poluio. O senador neste ano viajava por diversos estados americanos denunciando a degradao ambiental pelo qual estava passando os Estados Unidos e tentando convencer o governo do presidente John Kennedy a colocar a preocupao com o meio ambiente na sua agenda. Com a Guerra do Vietn em alta, pouca coisa avanou oficialmente, mas os esforos se pagaram e mais de 20 milhes de pessoas organizaran demonstraes e protestos em vrios estados americanos. Somente a partir de 1990, que o Dia da Terra comeou a ser festejado em todos os pases.

    Mas afinal o que temos para comemorar no Sculo 21, nos 39 anos do Dia da Terra?

    A comear pela cri-se ambiental que se aprofundou ao ponto do Planeta estar na eminncia de um co-lapso do clima devido ao aquecimento global! De termos destrudo qua-se todas nossas florestas nativas, poludo rios e ma-res, envenenado solos frteis com tanto agrotxico e de quebra colocarmos dezenas de espcies na lista de extino! Certa-mente temos uma minoria consciente que vem fazendo alguma coisa nestes quase 40 anosmas ser o suficiente para deixarmos um Planeta habitvel para as futuras geraes?

    No livro Colapso como as socie-dades escolhem o fracasso ou o sucesso, o gegrafo Jared Diamond nos conta com dados histricos e cientficos como ocorreu o eco-suicdio de grandes ci-vilizaes, isto , as que exploraram em excesso os recursos naturais, movidos

    O pela necessidade ou pela imprevidncia, caminharam para o fracasso e sua total extino. Ao contrrio daquelas que entenderam a tempo que a continuidade da vida estava intimamente associada s suas capacidades de se adaptarem s mudanas. Sociedades que souberam cuidar dos seus recursos naturais foram mais bem sucedidas ao se anteciparem s alteraes climticas e ambientais de modo a conseguir sobreviver a elas.

    Mesmo no meio da atual crise finan-ceira, os Estados Unidos ainda so o Xerife da Terra. Ser que o Obama ter a capacidade de liderar uma revoluo sustentvel para que todos os pases comecem a reverter nosso eco-suicdio? No bastar apenas os Estados Unidos aderir ao novo protocolo que substi-

    tuira Quioto em 2012 para maior con-

    trole das emisses dos gases do Efeito Estufa (GEE). Se realmente queremos salvar o Planeta, devero haver acordos e comprometimentos reais para que haja redues de GEE que podem chegar a 80%, conforme sugere os relatrios do Painel Intergovernamental de Mudanas Climticas (IPCC, em ingls). Obama guerreiro ir liderar a batalha contra o lobby da indstria do petrleo para que estas metas sejam alcanadas? Poderemos ter uma economia mundial que no esteja baseada apenas em bancos e montadoras de automveis?

    E o que dizer do pas que canta no seu hino teus risonhos, lindos campos tm mais flores e nossos bosques tm mais vida, onde um bando de depu-tados federais do agronegcio querem

    derrubar o cdigo florestal, a nica lei que ainda garante que no

    seja destrudo o pouco que restou das nos-sas florestas e matas ciliares! Em Santa Catarina o cdigo j foi derrubado! Ter fora o Minc ou ca-ra como Marina?

    E agora Jos? ou melhor Lus Incio?

    O Obama disse que voc o cara! Ento

    mostra tua cara e diga ao que veio...um Brasil para

    seus netos? Ou um Brasil sem florestas, desfigurado?

    Por Eloy F. Casagrande Jr, PhD [email protected]

  • 22 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - EDIO 022 - ABRIL - 2009

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    Brasil reduziu em 45% o desmatamento na Amaznia

    ?

    Fundo Amaznia, desmatamento, aquecimento global, licenciamento de hidreltricas por bacias hidrogrficas (que tem como principal objetivo aumentar e garantir a participao e o controle social nesta forma de empreendimento) e criao de novas reas de conservao ambiental na Amaznia foram alguns dos temas abordados pelo ministro do Meio Ambiente (MMA), Carlos Minc, durante entrevista para o Bom Dia Ministro realizada no dia 02 de abril. O programa produzido pela Secretaria de Imprensa da Presidncia da Repblica e transmitido via satlite para rdios de todo Pas. Leia os principais trechos da entrevista.

    Carlos Minc, Ministro do Meio Ambiente

    Desmatamento - Nos ltimos dez meses conseguimos diminuir em 45% o desma-tamento na Amaznia. O que fizemos? Primeiro: cortamos o crdito daqueles desmatadores, dos que esto ilegais do ponto de vista ambiental e fundirio. Se-gundo: ampliamos as operaes do Ibama e da Polcia Federal. Terceiro: estamos usando, no s os satlites do INPE, mas um satlite japons que consegue ver atra-vs das nuvens. Quarto: fizemos barreiras em rodovias como a BR-163, que a Cuiab-Santarm, e a BR-364, que atra-vessa Rondnia. Isso na altura de Vilhena. No caso do Amazonas, o desmatamento relativamente pequeno. Basicamente temos um municpio do Amazonas que Labria, que figura na lista. O governa-dor do estado est criando unidades de conservao. Estive esta semana com ele discutindo isso. Ele criou, a pedido do MMA, cinco novos parques estaduais. Vamos garantir recursos federais para que esses parques realmente sejam implanta-dos e garantam que a populao possa ter mais ecoturismo, emprego, artesanato, sem destruir as populaes nativas e a Floresta Amaznica.

    Emisso de gases - O Brasil at agora avanou no combate ao desmatamento,

    que a nossa principal fonte de emisso de CO2. Levando nossa meta at 2017, de reduzir 70%, o Brasil vai deixar de emitir 4,8 bilhes de toneladas de CO2. Isso mais do que a soma de todos os pases ricos, o que eles se compromete-ram no protocolo de Kyoto. Mas temos que fazer um dever de casa maior ainda: realizar vistoria e regulagem dos carros em todas as capitais. Hoje s o Rio de Janeiro faz isso por conta de uma lei de 12 anos atrs. Temos que substituir as tr-micas a leo e a carvo por energia solar e elica e vrias outras coisas que faro com que as indstrias usem uma energia mais renovvel, desperdicem menos e reaproveitem mais energia.

    Monitoramento por satlite - At agora o Brasil, atravs do INPE, s monitorava a Amaznia. Por isso, o Plano Nacional de Mudanas Climticas, que o presidente assinou em 1 de dezembro, foi interna-cionalmente elogiado. Semana que vem, vamos fazer uma coletiva mostrando que iremos monitorar todos os biomas brasi-leiros, a caatinga, o cerrado, o Pantanal, a Mata Atlntica. E na primeira reviso do Plano teremos metas de reduo, no s para a Amaznia, mas para todos os biomas do Brasil. Isso j est come-ando a andar. Fizemos convnios com universidades, ONGs, outros satlites do Inpe e mostraremos o monitoramento em ao.

    Amaznia Legal - O MMA apoia a implementao de compensaes finan-ceiras aos produtores rurais que deixarem de desmatar, os chamados pagamentos por servios ambientais. Estive ontem em Cuiab com vrios governadores da Amaznia e assinamos uma lei importan-te, o MT Legal, que vai permitir que os produtores e pecuaristas de Mato Grosso progressivamente recuperem as reas degradadas, as APPs (reas de Preser-vao Permanente) e as reservas legais. O pagamento por servios ambientais algo que defendo h muito tempo. Por exemplo, no Rio de Janeiro, no Guandu, cadastramos milhares de agricultores ao

    longo do rio, que leva gua para nove mi-lhes de pessoas e que tem suas margens desmatadas. Esses pequenos proprietrios e agricultores passaram a recompor as matas ciliares. Estamos pagando a eles por isso.

    Operao Arco Verde - As operaes fo-ram retomadas. Houve uma reunio de dez ministrios em Belm do Par h duas sema-nas, depois em Porto Velho, e em Manaus. Temos que combater o crime ambiental. Isso significa Polcia Federal, Ibama, uso de satlites, polcia nas estradas. Vamos ao Par ms que vem, e depois em Manaus e em Cuiab, levando dez ministrios. Ento, teremos o Ministrio do Desenvolvimento Agrrio fazendo a regularizao fundiria, entregando para cada um o ttulo da terra, o que uma coisa importante e boa porque o agricultor ter crdito. Em compensao, ele se compromete a no desmatar, porque se fizer isso perde o ttulo. Depois, o Banco do Brasil e o Basa (Banco da Amaznia) vo dar dinheiro para pequenos negcios sustentveis. Vamos ensinar o pessoal, atravs do servio florestal brasileiro, a fazer um manejo florestal sustentvel. O que quer dizer isso? Voc pode pegar um pouquinho de madeira, exportar, fazer mvel, ganhar o seu salrio e fazer de tal maneira que daqui a 40 anos a cobertura florestal esteja a mesma. Portanto, vamos

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    proteger mais, garantindo empregos, preo mnimo para os dez produtos extrativistas e criar empregos com as obras de saneamento e as de hidreltricas.

    Plano de Bacias - No Brasil, a constru-o de cada hidreltrica uma guerra. O governo quer todas, os ambientalistas no querem nenhuma. Isso no racional. Vamos adotar um novo modelo, que por bacia hidrogrfica. Quem discute o Plano de Bacia? As secretarias estaduais de recursos hdricos e meio ambiente, uni-versidades, empresrios, ambientalistas. Dentro da bacia, vemos no s a parte de hidreltrica, mas reas que precisam de irrigao, de hidrovia, em que o esgoto to grande que o prprio abastecimento de gua da populao est sob risco, porque as doenas de veiculao hdrica usadas pela gua contaminada ainda so a primeira causa da mortalidade infantil no Pas. A primeira grande bacia ser analisada do Araguaia (TO). Levei isso na mais recente reunio do Conselho Na-cional de Recursos Hdricos, que presido, para os grupos tcnicos e a votao defi-nitiva ser em 14 de abril. A indicao do Plano que no caso das hidreltricas nos concentremos no rio Tocantins, onde h hidreltricas e locais bem encaixados, ou seja, gera muita energia, alagando pouca rea. No caso do Araguaia, h peixe, rea de conservao e a indicao do Plano de Bacias que num primeiro momento sejam poupadas as guas do Araguaia de hidreltricas, explorando mais o eco-

    turismo e o abastecimento. Alm disso, so recomendadas vrias eclusas, para garantir trechos de rios navegveis, o que significa abrir menos estradas, desmatar menos, botar menos caminho a diesel e irrigar cerca de um milho de hectares de terras.

    MT Legal - No incio da minha gesto, tive vrios embates com o governador de Mato Grosso por causa da questo do des-matamento, de unidades de conservao, do avano da soja. Estive vrias vezes no estado e trabalhei junto com a equipe do governador na elaborao do MT Legal. Conseguimos chegar a um ponto muito bom, que vai simplificar o cadastramento das propriedades, agilizar os agricultores a entrarem na legalidade e for-los a compensar tudo o que foi destrudo no passado, progressivamente, recompondo e replantando as reas de preservao e as reservas legais. No caso dessas, vrios podem se juntar e comprar uma terra pr-xima das nascentes num local indicado pelo rgo ambiental que do ponto de vista ecolgico ser ainda mais produtivo. Foi um grande avano. Dos 36 munic-pios que mais desmatam, trs saram da lista, todos de Mato Grosso. Acho que os problemas no foram todos resolvidos, mas creio que a regio encontrou um bom caminho que pode ajudar outros estados da regio amaznica.

    Carvo vegetal - Estive em vrias opera-es no Nordeste, em Pernambuco e Para-

    ba, onde destrumos respectivamente 600 e 800 fornos de carvo ilegal. Estavam transformando a mata da caatinga em carvo, que estava indo para siderrgicas do Esprito Santo e de Minas Gerais. E ainda tinha o seguinte requinte: um tero de cima do caminho era de carvo de manejo e os dois teros de baixo eram de carvo ilegal. Tenho conversado com o secretrio de Meio Ambiente de Minas e estamos obrigando a todas as siderrgicas a plantarem o carvo que precisam. Pois se no h carvo vegetal plantado, eles vo para cima da mata nativa. A partir da semana que vem, todas as atividades que usem leo e carvo, sejam siderrgicas ou trmicas, tero que compensar todas as emisses de carbono que gerarem. Isso faz parte do primeiro plano brasileiro de mudanas climticas.

    Fundo Amaznia - O Fundo que ideali-zamos e o presidente Lula assinou em 1 de agosto, e que s a Noruega vai dar US$ 1 bilho, prev oito modalidades, como recuperar reservas, apoiar o extrativismo, e uma delas o pagamento por servio ambiental. Incorporamos a populao num programa de recuperao do solo, nascente e floresta. bom, democrtico e inclusivo.

    Editado pela Secretaria de Comunicao Social da Presidncia da RepblicaN 109 - Braslia, 2 de Abril de 2009

  • 2009 - ABRIL - EDIO 022 - REVISTA DO MEIO AMBIENTE - 25

    os corredores do MMA, es-palham-se rumores e notcias de rumores. Segundo estes

    rumores o Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc e sua Secretria-Executiva estariam tramando uma contra-reforma no Ministrio. O centro desta reforma consistiria em fragmentar, despotencia-lizar, enfraquecer e mesmo eliminar as reas de fomento, para privilegiar as aes de comando e controle e seus caros e furados planos centralizados.

    Os atuais ocupantes da direo do MMA de fato, at o momento, no demonstraram estratgias claras para consolidar a estruturao do Sistema Na-cional do Meio Ambiente (SISNAMA), principalmente junto aos municpios e aos organismos de gesto ambiental, par-ticipao e monitoramento. Muito pelo contrrio, assiste-se o desmantelamento das comisses gestoras bipartites e tripar-tites. Faltam metas e aes concretas que aprofundem a implementao do SISNA-MA. O MMA precisa antes fortalecer os rgos ambientais estaduais e municipais, resgatando nosso Estado Federativo, antes de entregar-lhes as competncias para as quais no esto preparados nesse momento.

    As aes do MMA com os munic-pios no combate ao desmatamento e desertificao, no apoio ao extrativismo, desenvolvimento rural sustentvel e ecoturismo, e nas reas ambiente urbano, gesto dos resduos slidos, coleta sele-tiva e reciclagem do lixo, biodiversidade e unidades de conservao, Agenda 21, Cidadania, gerenciamento costeiro, proje-to ORLA e qualidade ambiental sem uma poltica clara de fomento necessria para a materializao eficiente das iniciativas destes programas leva ao insucesso dos mesmos, acompanhado de desesperana e falta de estmulo para a busca de um novo paradigma de modelo de desenvolvimen-to. Desta forma, os caminhos traados para a sustentabilidade ficam cada vez mais distantes e existiro to somente de forma fragmentada em publicaes e prestaes dos governos que assumem temporariamente as administraes,

    Anlise crtica da atual gesto do Ministrio do Meio Ambiente

    conforme estabelece o processo eleitoral do pas.

    A falta de compromisso da atual direo do MMA com a construo de um modelo de desenvolvimento para o nosso pas que seja social- e ambiental-mente sustentvel, se revela atravs da falta de polticas claras que garantam a aplicao correta e rigorosa do licencia-mento ambiental. Ao contrrio, o que vemos a poltica da "concesso" de licenciamento para projetos privados de grande impacto ambiental em troca, por exemplo, de parques nacionais, ou para negociar a defesa da implementao e regulamentao do Cdigo Florestal (que uma obrigao do MMA e no um fa-vor que o empreendedor concede) que j sofre fortes ataques da bancada ruralista no Congresso Nacional. Enquanto isso, importantes planos nacionais ficam na gaveta, como o de recursos hdricos e da segurana qumica.

    No caso do licenciamento ambiental, a situao mais grave quando observa-mos os rgos de fiscalizao ambiental submetidos lgica perversa, predatria e excludente do mercado, sem que possam exigir os vrios requisitos de defesa da sustentabilidade socioambiental ao licen-ciarem e monitorarem o uso dos recursos naturais e a ocupao o solo, principal-mente a aplicao do Princpio da Pre-cauo, instrumento internacionalmente reconhecido e utilizado no ordenamento jurdico dos pases de todo o mundo e que o governo brasileiro parece desconhecer. O licenciamento de algumas obras do PAC e da iniciativa privada demonstram este modelo adotado pela atual gesto do MMA, gesto esta parabenizada pelos senhores deste mercado.

    As licenas ambientais emitidas nestes dez meses de gesto, com o slogan "destrava IBAMA" tm como lema "endurecer sim, mas, sem perder o cronograma jamais", so entregues aos empreendedores com a velocidade da luz. O Ministro declara que no perder o rigor na exigncia de limites de emisses, por exemplo, mas no diz como moni-torar essas emisses j que os rgos

    ambientais no possuem equipamentos nem pessoal qualificado para prestar esse servio sociedade brasileira. Com isso, percebe-se que sequer a existe uma moeda de troca. Os recursos naturais so generosamente doados, praticamente sem as respectivas salvaguardas e seu monito-ramento. Nesse cenrio, no h a menor garantia para a sociedade brasileira

    de que os licenciamentos ambientais iro impedir com a mesma velocidade os impactos irreversveis que iro apa-recer nos Estados e Municpios onde as obras de infra-estruturas do PAC e tantas outras da iniciativa privada esto sendo construdas. Vejamos o caso do Madeira, onde graves problemas sociais e ambien-tais j comeam a surgir nos noticirios como conseqncia da obra e da falta de fiscalizao pelo estado, resultado de um licenciamento aodado. Assim, como no passado, erros e equvocos perpassam todos estes investimentos enquant