16

Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Temáticas abordadas no âmbito do Núcleo.

Citation preview

Page 1: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC
Page 2: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

2 |

Page 3: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

3 |

1. HORTAS URBANAS: LEVAR AS RAÍZES À

CIDADE

As hortas urbanas são um fenómeno

relativamente recente em Portugal: são

desenvolvidas por “agricultores citadinos” e

estão a aumentar diariamente. Os motivos

prendem-se com a ocupação de tempos livres,

o alívio do stress e a prática de agricultura de

auto-subsistência.

As hortas urbanas, familiares ou comunitárias

são pequenas parcelas de terreno alugadas a

particulares para a cultura de legumes, flores e

frutos em pleno cenário citadino. Este

fenómeno surgiu nos países do Norte da

Europa, durante a segunda metade do século

XIX. Em Portugal, a atividade começou a ser

implementada e divulgada há pouco tempo

mas, ainda assim, o número de hortas urbanas

tem vindo a crescer, até nos contextos menos

previsíveis.

A criação de hortas na cidade pretende, por um

lado, garantir a autossubsistência através de

produtos hortícolas e, por outro, promover a

eco sustentabilidade.

Em contexto de crise, o projeto garante um

apoio orçamental às famílias, "tentando ir de

encontro às carências" da população.

HORTAS DE SUBSISTÊNCIA AJUDAM FAMÍLIAS

CARENCIADAS NA PÓVOA DE VARZIM

As hortas de subsistência têm como

missão ajudar na qualidade de vida das

populações. Em 2009, foram criadas as

duas primeiras hortas de subsistência, na

Maia e Póvoa de Varzim.

Na cidade do Porto, o "Horta à Porta"

surge em 2003 para "promover a

qualidade de vida da população, através

de boas práticas agrícolas, ambientais e

sociais"

Aos interessados em praticar agricultura

biológica e compostagem, a rede da "Horta

à Porta" disponibiliza talhões de, no

mínimo, 25 metros quadrados. A água e o

local de armazenamento das ferramentas

também são assegurados. Uma das regras

impostas pela Lipor é a utilização exclusiva

de produtos biológicos.

Em 2008, a cidade tinha oito hortas

urbanas em atividade. Três anos depois,

são 17 as hortas ativas no Grande Porto.

Os utilizadores podem cultivar produtos

hortícolas, plantas aromáticas, medicinais

e condimentares e flores comestíveis.

Page 4: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

4 |

Em vez de se contorcer no ginásio, debruce-se

sobre a terra e faça nascer algo novo, fresco e

saudável. Poderá também ser uma excelente

forma de educar os mais pequenos e ensinar-

lhes todos os benefícios dos alimentos livres

de adubos químicos e tóxicos.

PROJETO DE HORTAS URBANAS EM FARO

O presidente da Câmara Municipal de Faro,

Macário Correia quer criar 12 hortas urbanas

na horta da misericórdia junto ao Museu

Municipal de Faro, mas a oposição local

considera a ideia um "absurdo" porque o

terreno escolhido para promover a agricultura

guarda vestígios arqueológicos como um

"bairro" com construções que vão desde o

período islâmico até ao século XVIII.

Concluí, assim, que esta iniciativa, além de

ser económica e de estar em expansão, é

também um excelente elemento decorativo,

reconhecida pelos seus efeitos terapêuticos e

de relaxamento.

Por Helena Afonso de Sousa

Page 5: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

5 |

2. AGRICULTURA VERTICAL:

O QUE É?

Com o aumento da população vão-

se criando novas ideias com o

objetivo de minimizar o impacto nos

ecossistemas, neste caso tenta-se

criar novas práticas de agricultura.

Perante este cenário surgiu a ideia

inovadora de agricultura vertical,

desenvolvido nos EUA, como

potencial solução. Ainda em fase de

projeto, que consiste em aproveitar

ao máximo os espaços urbanos

ocupando a área da base e

formando pisos sobrepostos.

Estes edifícios pretendem-se de

construção pouco dispendiosa, de

operação duradoura e segura e

funcionariam apenas imitando o

processo ecológico, reciclando

segura e eficazmente toda a matéria

orgânica, bem como o tratamento

da água usada nas culturas e

transformando-a em água potável.

Por Mário Costa

Dentro dos potenciais benefícios associados a uma

implementação alargada destes centros de

produção alimentar urbanos, destacam-se:

O fornecimento sustentável e suficiente de

alimentos durante o ano inteiro para toda a

humanidade num futuro próximo.

A reconversão de áreas desocupadas do espaço

urbano para a produção biológica de alimentos

variados e de boa qualidade, permitindo eliminar

a grande escala o uso de pesticidas e

fertilizantes.

A preservação dos ecossistemas naturais, por

enquanto protegidos das práticas agrícolas, o

restauro de actuais ecossistemas afectos à

agricultura e a reconversão de grandes áreas a

paisagem natural.

A reciclagem segura e eficaz dos resíduos

orgânicos de origem doméstica e agrícola, com

produção de energia através do gás metano

obtido e a redução significativa de populações de

pequenos animais e insetos nocivos à saúde.

A promoção da qualidade do ambiente urbano e

da saúde dos citadinos, com a melhoria da

qualidade do ar.

Contudo para tornar-se realidade, este projeto

requer pesquisa adicional em diversas áreas,

incentivos económicos e cooperação entre setor

privado, universidades e governos locais.

Page 6: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

6 |

3. A AGRICULTURA BIOLÓGICA

Agricultura orgânica também conhecida por

agricultura biológica é o termo frequentemente

usado para designar a produção de alimentos e

outros produtos vegetais que não faz uso de

produtos químicos sintéticos, tais como

fertilizantes e pesticidas, nem de organismos

geneticamente modificados, e geralmente

adere aos princípios de agricultura sustentável.

Este sistema de produção, que exclui o uso de

fertilizantes, agro-tóxicos e produtos

reguladores de crescimento, tem como base o

uso de estercos animais, rotação de culturas,

adubação verde, compostagem e controle

biológico de pragas e doenças. Pressupõe ainda

a manutenção da estrutura e da profundidade

do solo, sem alterar suas propriedades por

meio do uso de produtos químicos e sintéticos.

A agricultura é uma das atividades humanas

que mais dependem do meio ambiente e que

tem uma relação muito estreita com ele.

Com o crescimento da demanda por

alimentos e fibras, e de uma população

cada vez mais numerosa, a agricultura foi

submetida a uma mudança acelerada, já

que são necessários mais recursos

naturais para atender as crescentes

necessidades humanas e foram

introduzidas tecnologias para explorar

mais intensamente esses recursos. Por

isso, a agricultura transformou-se numa

das principais causas de deterioração e

esgotamento e contaminação dos recursos

naturais. Atualmente, o objetivo é

alimentar de maneira eficaz e igualitária

uma população crescente sem destruir a

natureza e prejudicar permanentemente o

ambiente. Na Cúpula Mundial sobre

Alimentação, que aconteceu em Roma

(Novembro de 1996) afirmou-se que “A

produção mundial de alimentos aumentou

rapidamente durante os últimos 30 anos, e

chegou a superar o crescimento

demográfico. Entretanto, no mundo de

hoje, onde é possível produzir alimentos

suficientes para fornecer uma dieta

adequada a todos, centenas de milhões de

pessoas sofrem com a fome. Ainda

persiste a desnutrição crónica,

principalmente nos países de baixa renda,

que geralmente dependem da agricultura.

Enquanto essa situação persistir, será

necessário haver um esforço para acelerar

o desenvolvimento agrícola e rural,

visando a eliminação da fome

generalizada”.

Page 7: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

7 |

OS PRINCÍPIOS DA AGRICULTURA ORGÂNICA

Dentro do modelo da agricultura orgânica, o

solo desempenha um papel determinante, já

que o objetivo é o de manter um equilíbrio

dinâmico, formado pelos organismos vivos

como bactérias, fungos, parasitas da terra e

uma alta taxa de matéria orgânica, para que

as plantas se desenvolvam de maneira

exuberante e sem doenças.

O solo é considerado um organismo vivo e

deve ser revolvido o mínimo possível;

Uso de adubos orgânicos de baixa

solubilidade;

Controle com medidas preventivas e

produtos naturais;

O mato (ervas daninhas) faz parte do

sistema. Pode ser usado como cobertura de

solo e abrigo de insetos;

O controlo de ervas daninhas é preventivo:

manual e mecânico (roçadas);

Teor de nitrato na planta é baixo;

Os efeitos no meio ambientes são positivos:

preservação do solo e das fontes de água.

MOTIVOS PARA CONSUMIR PRODUTOS ORGÂNICOS

Proteger as futuras gerações;

Prevenir a erosão do solo;

Proteger a qualidade da água;

Rejeitar alimentos com agrotóxicos;

Melhorar a saúde dos agricultores;

Aumentar a renda dos pequenos

agricultores (agricultura familiar,

comércio justo);

Apoiar os pequenos agricultores;

Prevenir gastos futuros;

Promover a biodiversidade;

Descobrir sabores naturais.

Você contribuir para acabar com

envenenamento por pesticidas de

milhares de agricultores;

Ajuda a preservar pequenas

propriedades.

Page 8: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

8 |

VANTAGENS DA AGRICULTURA ORGÂNICA

Além de serem isentos de agro tóxicos, os

alimentos orgânicos tendem a ser mais

saborosos que os tradicionais. O morango e o

tomate, por exemplo, teriam um sabor muito

mais pronunciado que aqueles cultivados

normalmente. Há quem diga que a carne de

galinha, porco e boi que se alimentam ao ar

livre (criados sem farinhas) e não recebem

hormonais de crescimento também têm sabor

diferente, em comparação com os criados

"industrialmente". Em geral, seriam carnes

mais magras e mais saborosas. Outra das

vantagens dos orgânicos, seria o fato desses

alimentos apresentarem vantagens nutricionais.

Embora ainda exista muita discussão a respeito

desse assunto e não haja consenso científico

sobre o tema, existem vários estudos sendo

realizados na tentativa de provar que os

produtos livres de agro tóxicos são também

mais nutritivos que os convencionais. Mesmo

sabendo que a genética da planta, o clima, a

irrigação e a época da colheita têm um impacto

muito maior no conteúdo nutricional do que o

tipo de fertilizante usado, natural ou artificial,

existem estudos como o realizado por

pesquisadores da Universidade Estadual

Paulista (UNESP), em Botucatu, mostrando que

cenouras cultivadas sem agro tóxicos têm uma

maior durabilidade (tempo de conservação é

maior) e apresentam maiores teores de

vitamina A e betacaroteno.

Outro estudo, este realizado pela

Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp), irá comparar os teores de

carotenóides de cenouras e alfaces

plantados sem pesticidas no cinturão

verde de São Paulo com aqueles

cultivados de modo convencional. A

intenção é utilizar amostras que vêm

direto do produtor, já que de acordo

com os pesquisadores as análises com

amostras cultivadas em hortas

experimentais não reflectiriam

necessariamente a realidade das

plantações.

DESVANTAGENS DA AGRICULTURA ORGÂNICA:

Os alimentos orgânicos dizem respeito

à aparência e ao custo. Por serem

cultivados naturalmente, geralmente

esses alimentos tendem a ser menores

e ao mesmo tempo, alguns também

podem apresentar manchas na casca

devido aos ataques de insetos. A cor

também pode não ser uniforme e tão

intensa quanto a alcançada através da

utilização de corantes ou ceras (o que

é feito em alimentos convencionais).

Por Lina Machado

Page 9: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

9 |

4. AGRICULTURA HIDROPÓNICA

A palavra hidroponia vem do grego

dos radicais gregos hydro = água e

ponos = trabalho. Apesar de ser

uma técnica relativamente muito

antiga, o termo hidroponia só foi

utilizado pela primeira vez pelo Dr.

W. F. Gerke, em 1930. A

Hidroponia é um sistema de cultivo,

dentro de estufas sem uso de solo.

Os nutrientes que a planta precisa

para desenvolvimento e produção

são fornecidos somente por água

enriquecida (solução nutritiva) com

os elementos necessários:

nitrogênio, potássio, fósforo,

magnésio, etc., dissolvidos na

forma de sais. Basicamente

qualquer água potável para

consumo humano serve para

hidroponia. Existem diversos

processos hidropônicos como:

floating, aeroponia, NFT etc. O

processo NFT (fluxo laminar de

nutrientes) foi desenvolvido nos

anos 70 pelo Dr. Alan Cooper. O

processo NFT da HIDROGOOD

elimina os antigos métodos de

telha, plástico e brita e tubos de

PVC e os substitui por um perfil de

polipropileno totalmente atóxico,

isento de metais pesados, que não

contamina a planta e dá maior

sustentação aos vegetais.

COMO FUNCIONA?

As plantas são cultivadas em perfis específicos, 80

cm acima do solo, por onde circula uma solução

nutritiva composta de água pura e de nutrientes

dissolvidos de forma balanceada, de acordo com a

necessidade de cada espécie vegetal. Esses perfis

provêm o meio de sustentação para as plantas,

sem necessidade de pedrinhas ou areia. A solução

nutritiva tem um controle rigoroso para manter

suas características. Periodicamente é feito um

monitoramento do pH e da concentração de

nutrientes, assim as plantas crescem sob as

melores condições possíveis. Essa solução fica

guardada em reservatórios e é bombeada para os

perfis, conforme a necessidade, retornando para o

mesmo reservatório. É o sistema de cultivo NFT

(Nutrient Film Technique) — fluxo laminar de

nutrientes.

Page 10: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

10 |

O QUE SE PODE CULTIVAR POR

HIDROPONIA?

Praticamente tudo. Hoje em dia a

alface ainda é a mais cultivada, mas

pode-se plantar brócolis, feijão-vagem,

repolho, couve, salsa, melão, agrião,

pepino, berinjela, pimentão, tomate,

arroz, morango, forrageiras para

alimentação animal, mudas de árvores,

plantas ornamentais, entre outras

espécies.

QUAIS AS VANTAGENS DA

HIDROPONIA?

O produto final cultivado em hidroponia

é de qualidade superior, com

aproveitamento total, pois é cultivado

em estufa protegida e limpa, livre das

variações do clima, dos insetos,

animais e outros parasitas que vivem

no solo. Na hidroponia os nutrientes

são balanceados diariamente, conforme

a necessidade do cultivo, fazendo com

que as plantas recebam durante todo

seu ciclo de crescimento, as

quantidades ideais de nutrientes.

QUAIS AS PRINCIPAIS

EXIGÊNCIAS E CONDIÇÕES?

Os custos iniciais não são elevados e o

retorno é imediato e a curto prazo. É

necessário prevenir-se contra a falta de

energia elétrica. Exige conhecimentos

técnicos e de fisiologia vegetal. Uma

planta doente pode contaminar toda a

produção. Requer rotinas regulares e

periódicas de trabalho.

Por Rosa Ramos, Dimitila Cavaco e Ana Bela Martinho

Page 11: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

11 |

Como evoluiu a agricultura biológica? Quais

sãos os seus objectivos? Por que motivo é tão

importante para a vida do Homem e para

evolução da humanidade? Saiba como este

tipo de agricultura é importante no mundo.

O que é?

Agricultura biológica é o termo

frequentemente usado para a produção de

alimentos e outros produtos vegetais

(“comestíveis” ou não, como as flores, as

fibras de algodão, de cânhamo ou de linho, as

ervas usadas para fins terapêuticos, a cortiça,

etc.) que não faz uso de produtos químicos

sintéticos, tais como fertilizantes e pesticidas,

nem de organismos geneticamente

modificados, e geralmente adere aos

princípios de agricultura sustentável.

A Agricultura Biológica, também conhecida

como “agricultura orgânica” (Brasil e países

de língua inglesa), “agricultura ecológica”

(Espanha, Dinamarca) ou “agricultura natural”

(Japão).

Fertilizantes autorizados

Estrume, turfa, compostos de culturas de

cogumelos, excrementos de minhocas, guano,

algas, serradura, casca de árvore, cinzas de

madeira, fosfato natural, sais brutos de

potássio, vinhaça, carbonato de cálcio, sulfato

de magnésio, enxofre elementar, pó de rocha,

argila.

Agricultura Biológica

Características

Destino da produção: Venda para mercado

Técnicas utilizadas: Técnica Rudimentares,

por vezes maquinaria

Dimensão das propriedades: Latifúndios

Fertilização dos solos: Adubos Naturais

Produtividade: Baixa Produtividade

Rendimento: Baixo Rendimento

Ocupação dos Solos: Intensiva

Variedade das Culturas: Policultura

Objetivos

Agricultura biológica foi concebida com os

seguintes objetivos:

Produção de alimentos de alta

qualidade nutritiva

Manutenção de habitats, fertilidade dos solos

Promoção da correta gestão utilização

de recursos hídricos

Promoção desenvolvimento

de ciclos biológicos dentro do sistema de

Produção

Utilização de energias renováveis

Redução da utilização de energias fósseis

5.

Page 12: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

12 |

Na agricultura biológica há vantagens e

desvantagens entre as quais:

Vantagens:

- São mais benéficos para a saúde;

- Provêm de um método de cultivo mais

amigo do ambiente;

- Na sua produção houve controlo e

certificação;

- Os alimentos são mais saborosos;

- O método de produção respeita o bem-estar

animal;

Desvantagens:

- São mais caros que os produtos normais;

- Existem poucos locais de venda, é preciso

andar km para encontrar uma loja;

- É raro encontrar um restaurante que

convencione refeições apenas com estes

produtos;

Razões que levam os consumidores a não

escolherem alimentos da Agricultura

Biológica:

Preço demasiado caro

Dificuldade em encontrar estes alimentos

em grandes superfícies e indisponibilidade

de tempo para os procurar em lojas da

especialidade;

Satisfação com os produtos alimentares

habitualmente consumidos;

Falta de familiaridade com o termo

“biológico” e sistemas de certificação de

produtos de agricultura biológica.

Razões que levam os consumidores a

escolherem alimentos da agricultura

Biológica:

Benefícios globais na saúde

Segurança

Valor nutricional

Sabor

Razões ambientais

Cada vez mais é necessário incentivar o

desenvolvimento da AGRICULTURA

BIOLÓGICA, através da motivação dos

jovens, disponibilidade de informação

técnica e divulgação junto de escolas, com

folhetos e material de divulgação adaptado,

apoio técnico efetivo, difusão nos diversos

meios de ensino e graus de ensino,

formação profissional e outros, para que se

consiga vencer o desafio de aumentar a

área em modo de produção biológico.

Por Marlene Guerreiro

Page 13: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

13 |

HORTAS URBANAS

Um fenómeno recente em Portugal, que é

utilizado por “agricultores citadinos” e que

aumenta diariamente.

Em 1943, os EUA combatiam na Segunda

Grande Guerra, investiam-se esforços para que

não faltasse comida no prato. Desse modo, a

primeira-dama Americana estimulou os lares

Americanos a plantarem hortas caseiras, o que

se refletiu na supressão de 40% das

necessidades da nação, no final da guerra.

O fenómeno das hortas urbanas é recente em

Portugal, mas os agricultores citadinos

aumentam a cada dia. Os motivos prendem-se

com a ocupação de tempos livres, o alívio do

stress e a prática de agricultura de

autossubsistência.

Acredite que não precisa ser herdeiro de

grandes terrenos para beneficiar de todos os

prazeres da terra. Imaginação e alguns vasos

na marquise, no terraço, na varanda ou até

mesmo na cozinha poderão fazer brotar

legumes e verduras, temperos, ervas

terapêuticas e aromáticas home made.

Além de um excelente elemento decorativo com

um aroma surpreendente, a horta urbana é

também reconhecida pelos seus efeitos

terapêuticos e de relaxamento. Em vez de se

contorcer no ginásio, debruce-se sobre a terra

e faça nascer algo novo, fresco e saudável.

Poderá também ser uma excelente

forma de educar crianças e jovens e

ensinar-lhes todos os benefícios dos

alimentos livres de adubos químicos

tóxicos e começarem desde cedo a

valorizar a produção nacional e a

desenvolver uma consciência

ambiental.

Outra das vantagens de cultivar esta

ideia na sua cabeça e em sua casa

encontra-se na carteira. Em tempo de

crise, troque algumas idas ao

supermercado por uma horta caseira e

verá como aliviar os gastos

domésticos.

Num plano mais abrangente,

dominado pela crise do combustível e

perante a eventual escassez de

determinados alimentos, esta

tendência ganha ainda mais força

vindo ao encontro de alguns adeptos

das hortas urbanas entre nós.

Page 14: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

14 |

QUE VANTAGEM A AGRICULTURA URBANA PODE TRAZER

PARA A CIDADE E AS PESSOAS?

• Geração de renda e alimentos mais

baratos.

• Trabalho para adolescentes e

desempregados

• Mais segurança alimentar

• Reciclagem do lixo orgânico/doméstico

• Absorção da água e reciclagem das

águas pluviais e menos enchentes.

• Melhoria do meio ambiente e estética

• Prazer de cultivar e criar

Para que as hortas urbanas se imponham

enquanto fenómeno social não basta a boa

vontade individual, terão que ser as autarquias

a promover incentivos dando origem a projetos

municipais. É que não está em causa apenas o

acesso a novos terrenos. O acesso à agua para

rega, a proteção ao roubo e ao vandalismo são

também desafios que se colocam e aos quais é

necessário dar resposta.

AS PRIMEIRAS COLHEITAS

Para iniciar-se no fabuloso mundo hortícola não

precisa de muito mais do que vasos, terra, um

sacho, sementes, água e sol. Como em tudo na

vida, a primeira etapa faz-se de preparação.

Comece por livrar a terra de pedras, entulho ou

cascalho e divida-a em canteiros que, no caso

de um espaço mais amplo, não deverá

ultrapassar um metro de largura.

O segundo passo faz-se, adubando a terra.

Fundamentalmente, trata-se da etapa em que

se devolvem nutrientes à terra, possibilitando o

desenvolvimento saudável das colheitas.

Existem vários métodos, sendo que

podemos destacar a adubação verde,

utilizada há mais de mil anos por

diversos povos, a preparação de

composto, criado a partir de qualquer

material de origem animal ou vegetal,

como restos de alimentos, palha,

folhas, etc. No entanto, o mais comum

é a utilização de estrume, que se

destaca por ser um dos métodos mais

económicos de fertilização da terra.

Prosseguimos agora para a

semeadora, a etapa onde poderá

depositar toda a sua fé. Em plantações

maiores, utilizam-se os sulcos e covas,

nas mais pequenas, opta-se pelas

sementeiras para as quais deverá

apenas necessitar de uma caixa de

sapatos. O crescimento saudável do

cultivo deriva da rega atenta e

constante, exposição solar,

especialmente no caso das hortaliças e

a rotação da cultura que evita o

desgaste prematuro do solo.

Por Paula Rosa

Page 15: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

15 |

6. O QUE É O PROGRAMA POLIS?

É um programa nacional de requalificação

urbana e valorização ambiental das cidades.

Tem uma visão estratégica renovada do

ambiente e do ordenamento do território.

Permite a eleição para a requalificação de

meios urbanos com importância estratégica

para o desenvolvimento do nosso país.

Tem como preocupação principal o ambiente

das cidades, porque a vida urbana acarreta

problemas ambientais gravíssimos, ligados à

saúde pública como por exemplo o ruído ou o

excesso do trânsito automóvel. Contudo os

cidadãos precisam de viver nos polos urbanos

porque lhes facilita a vida quotidiana

permitindo-lhe elevados níveis de conforto,

atração e lazer.

Mas o programa polis não surgiu apenas para

solucionar os problemas ambientais mas

também para salvaguardar a qualidade

urbanística e arquitetónica dos espaços públicos

destes polos urbanos, bem como os níveis de

segurança.

Atualmente a tendência é para um

desenvolvimento económico e social

desarticulado dentro de uma sociedade global,

com índices preocupantes a nível do sector

terciário, inserido em polos urbanos onde o

ambiente e as atratividades não lhes oferecem

qualidade.

QUAIS OS ANTECEDENTES DO

PROGRAMA PÓLIS?

A nível comunitário, a primeira

iniciativa surge por parte da Comissão

Europeia em 1990, com a publicação

do “Livro Verde sobre Ambiente

Urbano”. Este documento alerta toda a

comunidade europeia para os

problemas ambientais, que existem

nas cidades da Europa.

Em Fevereiro de 1993 é aprovado o 5º

Programa de Ambiente da Comunidade

Europeia , dedica-se aos problemas

urbanos nomeadamente aos “Temas e

Metas do Programa, dando especial

ênfase ao ruído nos polos urbanos.

Page 16: Revista do Núcleo de Urbanismo e Mobilidade - STC

16 |

Em 1994, a Comissão Europeia, lança uma

iniciativa comunitária designada URBAN, cuja

primeira fase termina em 2000, o seu último

ano de execução. O Parlamento Europeu

conduziu esta iniciativa até 2006, no quadro da

Agenda 2000.

Em 1996, surge um relatório cujo tema é

“Cidades Europeias Sustentáveis que pressupõe

princípios de gestão urbana, integração politica,

reflexão sobre os ecossistemas, cooperação e

parcerias. A preocupação fulcral deste relatório

são as cidades sustentáveis.

Programa Polis – Coimbra

Por Conceição Brito

QUAL A ORIGEM DO PROGRAMA

POLIS?

O Programa Polis, resulta da reflexão

do amadurecimento de muitas ideias,

que têm vindo a tomar forma na

última década em Portugal e no

quadro da UE.

O Ministério do Ambiente e

Ordenamento do Território, criou pelo

Despacho n.º47/MAOT/99 de 18 de

Novembro, um Grupo de Trabalho,

constituído por várias pessoas, a quem

foi atribuída a responsabilidade de até

31 de Março de 2000, realizar as

seguintes atividades:

a) Estabelecer as linhas mestras de

um Programa Nacional de

Requalificação Urbana e Valorização

Ambiental das Cidades;

b) Caracterizar as condições de acesso

e de participação para os diferentes

tipos de projeto;

c) Analisar os instrumentos

necessários para a viabilização do

Programa, tais como:

- origens de financiamento;

- aspetos jurídicos;

- formas de contratualização com as

autarquias locais;

- potencialidades do recurso a

soluções empresariais.

E é deste modo que o Programa Polis,

adquire uma forma real e objectiva em

Portugal. As cidades assumem na

reorganização do território, na

qualidade do ambiente e na correção

de erros urbanísticos, um papel

estratégico importante para a sua

afirmação.