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A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração Distribuição Gratuita. Venda proibida. Ano XXXV - nº 398 - Janeiro/Fevereiro/2016

Revista Elo Edição de janeiro e Fevereiro de 2016

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Ano XXXV - nº 398 - Janeiro/Fevereiro/2016

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Page 1: Revista Elo Edição de  janeiro e Fevereiro de 2016

A serviço da Igreja de Dourados, a Diocese do Coração

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A Palavra do Pastor Se, na Igreja, ninguém é insubstituível, seja bem-vindo, Dom Henrique!

Revista Elo - Janeiro/Fevereiro/2016 - Ano XXXV - nº 398Diretor: Pe. Marcos Roberto P. SilvaEquipe Revista Elo: Dom Redovino Rizzardo; Padre Jander da Silva Santos; Seminarista Éverton F. S. Manari; Estanislau N. Sanabria; Adriana dos Santos Gonçalves; Maria Giovanna Maran; Suzana Sotolani; Ozair Sanabria.Diagramação e Projeto Gráfico: Michelle Picolo CaparrózPropriedade: Mitra Diocesana de DouradosTelefone: (67) 3422-6910 / 3422-6911Site: www.diocesededourados.com.brContatos e sugestões: [email protected]ão: Gráfica Infante Tiragem: 18.230 exemplares

Índice

Expediente

Pe. Marcos Roberto P. [email protected]

Apresentação

Patrocinadores

Palavra de vida“Vocês são chamados a proclamar as maravilhas do Senhor” (1 Pd 2,9)

Testemunho de vidaSanto Antão

A Palavra do PapaPara entender o significado do Sínodo e da reforma da Igreja

Opiniões que fazem opiniãoNós que sonhávamos mudar todas as coisas...

Círculos bíblicos

Pergunte e responderemosO Papa Francisco promulgou o Ano Santo da Misericórdia. Mas, o que é este ano? Qual o sentido para minha fé?

A Diocese em revista

Vida em FamíliaA Criança do amanhã não precisa “repetir“ o Adulto de hoje

A Igreja em ServiçoCentro de Promoção da Família e da Vida

Fatos em foco

Fique por Dentro!

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“As funções cessam, mas o amor permanece!” É com esta frase na capa que nossa revista inicia seu curso, em 2016. Esta afirmativa nos revela de imediato duas verdades, a saber: que todo líder deve ter a consciência e a humildade de saber que ninguém é insubstituível, ao mesmo tempo, vem reafirmar que, somente o amor, deve ser a única prerrogativa das ações daqueles que exercem algum cargo na Igreja. Na página A Palavra do Pastor, Dom Redovino, trata de forma convincen-te desse importante assunto.

A revista segue suas páginas nos trazendo mensagens e reflexões, que nos ajudam a formar e fortalecer nossa espiritualidade, para isso, podemos recorrer às páginas Palavra de Vida (p.4) e Testemunho de Vida (p.5). A primeira vem, mais uma vez, apresentar o amor e a uni-dade como o único caminho a ser percorrido por aqueles que desejam encontrar o sentido e a felicidade cristã. Já, a segunda sessão, acima mencionada, apresenta a pessoa e a vida de Santo Antão, homem de alma sublime e inspiradora, considerado também o pai do monarquis-mo cristão.

Para nos ajudar no entendimento de importantes realidades ecle-siais temos à disposição a página A Palavra do Papa (p.6), que especifi-camente, nesta edição, traz o tema sobre o Sínodo. Também na página A Igreja é Notícia podemos conferir algumas importantes notícias que contemplam a Igreja em âmbito universal.

Na tentativa de abrir espaços visanso participações e reflexões que colaborem com nosso senso crítico, político, social e eclesial dispomos da página Opiniões que fazem opiniões (p. 8). Não deixe de conferir!

Nossos grupos de Pequenas Comunidades, terão mais uma vez a disposição os bem elaborados e proveitosos subsídios, para os encontros de Círculos Bíblicos (p. 9-12).

Para melhor fixarmos o significado e sentido do Ano Extraor-dinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, na sessão Pergunte e Responderemos, o Pe. Alex Gonçalves expõe, de maneira es-clarecedora, alguns pontos fundamentais desse importantíssimo evento eclesial.

A página Vida em Família (p. 14), apresenta opiniões e orienta-ções, que muito podem contribuir aos pais e esposos que se esforçam para conduzir sua família nos certames de princípios e valores consis-tentes, maduros e cristãos. Aproveite!

Fique por dentro das obras diocesanas que contribuem para a promoção da vida e sua qualidade. Confira na página 15.

Fique por dentro de alguns fatos relevantes que aconteceram ou que acontecerão em nossa Diocese, através das páginas 16 e 17, bem como as páginas 18 e 19.

Estimado leitor, se você deseja saber um pouco mais da agenda da Diocese e do bispo diocesano, dos religiosos/as, diáconos e sacerdo-tes aniversariantes veja a página 19.

Abraço fraterno e boa leitura!

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Se, na Igreja, ninguém é insubstituível, seja bem-vindo, Dom Henrique!

A Palavra do Pastor

Dom Redovino Rizzardo, csBispo Diocesano

Em sua ânsia de renovar a Igreja, para que nela transpareça cada vez mais a verdadeira face de Cristo, no dia 3 de julho, num discurso na Praça São Pedro, diante de 30.000 pessoas, o Papa Francisco abordou um assunto espinhoso: quanto tempo um eclesiástico pode ficar no cargo: «Sejamos claros. O único que não pode ser substituído na Igreja é o Espírito Santo. Deveria haver um limite de tempo para os cargos na Igreja que, na verdade, são cargos de serviço».

Deixando claro que seus comentários não se restringiam ao clero, mas a todos os fiéis, o Papa acrescentou: «É conveniente que todos os cargos na Igre-ja tenham um limite de tempo. Na Igreja, não há líderes vitalícios. Isto só ocorre em países onde há ditadura».

Francisco, de 79 anos, já deu a entender mais vezes que está pronto a renunciar, ao invés de ficar até o fim da vida, se perceber que não tem condições de continuar liderando a Igreja por razões de saúde ou outras. Foi, aliás, o que fez, em fevereiro de 2013, o an-tecessor de Francisco, Bento 16. Em uma entrevista à televisão mexicana em março deste ano, Francisco disse que o que Bento fez «não deveria ser considerado uma exceção, mas uma instituição».

Dizíamos acima que, «em sua ânsia de renovar a Igreja, para que nela transpareça cada vez mais a verdadeira face de Cristo», o Papa Francisco quer que suas lideranças não se prendam a nada que os impeçam de serem livres e desape-gados em seu ministério: livres e desapegados dos bens materiais, mas também – e sobretudo, do poder e do autoritarismo – a exemplo de Cristo que, «sendo Deus, renunciou ao direito de ser tratado como Deus, es-vaziou-se de si mesmo e fez-se servo de todos» (Fl 2, 6-7).

Para alguns psicólogos, a tentação do poder supera qualquer outra, até mesmo o apego aos bens materiais e ao prazer sexual. Pelo complexo de infe-rioridade que atinge a maioria das pessoas, busca-se com sofreguidão o poder, pensando que, com ele, nos tornamos importantes, necessários, indispensá-veis.

Até mesmo na Igreja Católica, quando somos eleitos bispos e párocos (para não falar de outras lideranças religiosas), não poucas vezes ouvimos frases que não sabemos se nos devem fazer rir ou chorar: «A Diocese (a Paróquia, a Congregação, o Mo-vimento, a Pastoral, etc.) não estava bem. Mas, graças a Deus, agora estou eu aqui para dar um jeito».

Custa-nos sair da cena. A tentação constan-

te de todos, desde crianças até a velhice, é serem o centro das atenções. Por isso, desapegar-se do po-der é atingir o cerne do Evangelho e da santidade: «Quem não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo» (Lc 14,33). A tendência geral é construir um ninho, onde, devagarzinho, vamos nos sentindo em casa, confortáveis e seguros. E de repente, deixar tudo para iniciar uma nova experiência, às vezes to-talmente desconhecida, não é fácil.

Mais difícil ainda é a situação dos idosos – o meu caso! Habituados a tomar decisões, a “manda-rem”, a serem os “primeiros”, de uma hora para ou-tra se veem relegados a ficarem atrás dos bastidores. Alguns deles, ao alcançarem a tão esperada aposen-tadoria, definham e morrem.

Há pouco tempo recebi um livro es-crito pelo monge Anselm Grütt, intitulado: “A sublime arte de envelhecer”. Já que todos precisamos aprender esta arte, pois basta nascer para ir envelhecendo, encerro meu artigo com uma de suas reflexões: «Na ve-lhice, mostra-se com mais clareza e precisão se alguém realmente se aceitou. Algumas pessoas se aceitam enquanto têm sucesso, são requisi-tadas, são estimadas e são o centro do interes-se geral. Mas, quando ninguém mais liga para elas, começam a se lamuriar e queixar. Fica claro, então, que elas mesmas não se aceitaram.

Construíram sua vida sobre o reconhecimento dos outros, derivando disso seu sentimento de valor próprio. Na ve-lhice só conseguiremos aceitar a nós mesmos se tivermos construído nossa vida sobre um fundamento mais sólido, isto é, se estiver construído sobre Deus.

No profeta Isaías encontramos um belíssimo texto que expressa esta fé de que, apesar da velhice, continua-mos vivos e sempre recebemos novas forças de Deus para aceitar nossa vida: «Jovens podem cansar-se e estafar-se, guerreiros de elite podem tropeçar e cair, mas os que es-peram no Senhor renovam suas forças, voam nas alturas como as águias, correm e nãos e fatigam, caminham e não se cansam» (Is 40,30s)».

Por isso, novamente, se na Igreja ninguém é insubstituível, seja bem-vindo, Dom Henrique!

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Palavra de Vida

“Vocês são chamados a proclamar as maravilhas do Senhor” (1Pd 2,9)

Pe. Fábio Ciardi

Quando Deus age, realiza grandes feitos. Quando criou o universo, logo “viu que era bom” (Gn 1,25). Mas depois de ter criado o homem e a mulher, confiando-lhes toda a criação, “viu que era muito bom” (Gn 1,31).

Contudo, o seu feito que supera todos os outros é o que Jesus realizou: com a sua morte e ressurreição criou um mundo novo e um povo novo. Um povo ao qual Jesus deu a vida do Céu, uma fraternidade autêntica na acolhida mútua, na partilha, no dom de si. A carta de Pedro conscientiza os primeiros cristãos sobre o que o amor de Deus fez por eles: “Vocês são gente escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para proclamar as maravilhas daquele que os chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. Vocês, que antes não eram povo, agora são povo de Deus. Vocês, que antes não tinham alcançado misericórdia, agora vivem na misericórdia” (1Pd 2,9-10).

Se também nós, como os primeiros cristãos, nos conscien-tizássemos realmente daquilo que somos, de tudo o que a misericór-dia de Deus realizou em nós, entre nós e ao nosso redor, ficaríamos deslumbrados, não conseguirí-amos conter a alegria e sen-tiríamos a necessidade de compartilhá-la com os outros, de “procla-mar as maravilhas do Senhor”.

Mas será difícil, quase impossível, testemunhar de maneira eficaz a beleza da nova humanidade que Jesus fez surgir, se ficarmos isolados uns dos outros. Por isso é lógico que o convite de Pedro seja dirigido a todo o povo. Não é possível mostrarmos desavenças e partidarismos, ou mesmo só indiferença de uns para com os outros, e depois proclamarmos: “O Senhor criou um povo novo, libertou-nos do egoísmo, do ódio e dos rancores, deu-nos por lei o amor mútuo, que faz de nós um só coração e uma só alma...”. No nosso povo cristão existem, sim, diferenças nos modos de pensar, nas tradições e culturas. Mas essas diversidades devem ser acolhidas com respeito, reconhecendo a beleza dessa grande variedade, com a consciência de que a unidade não é uniformidade.

É esse o caminho a ser percorrido durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que na Europa se celebra de 18 a 25 de janeiro. Mas isso deve ser vivido também durante o ano todo. A Palavra de Vida nos convida a procurar conhecermo-nos melhor entre os cristãos

de Igrejas e comunidades diferentes, a narrar uns aos outros os grandes feitos do Senhor. Então, sim, haverá

credibilidade quando “proclamarmos” essas obras:

se testemunharmos que estamos

unidos entre nós justamente nessa diversidade e que nos sustentamos concretamente uns aos outros.

Chiara Lubich incentivou com força esse caminho: «O amor é a mais poderosa força do mundo. Desencadeia a pacífica revolução cristã em torno de quem o vive, chegando a fazer o cristão de hoje repetir aquilo que diziam os primeiros cristãos, muitos séculos atrás: “Somos de ontem e já estamos espalhados no mundo inteiro”.

O amor! Quanta necessidade de amor no mundo! E em nós, cristãos! Todos nós juntos, membros das diversas Igrejas, somos mais de um bilhão. Muitos, portanto; e deveríamos ser bem visíveis. Mas estamos tão divididos entre nós, que muitos não nos enxergam, nem enxergam Cristo através de nós. Ele disse que o mundo haveria de nos reconhecer como discípulos dele e que, através de nós, haveria de reconhecê-lo por meio do nosso amor recíproco, da unidade: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). Dessa forma o tempo presente exige de cada um de nós o amor, pede-nos unidade, comunhão, solidariedade. E chama também as Igrejas a recompor a unidade rompida há séculos».

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Santo AntãoTestemunho de Vida

No ano 313, com o Edi-to de Milão, o Imperador Cons-tantino autorizou os cristãos a praticarem livremente a própria religião. Com o decreto, termina-va o período dos mártires, o “pe-ríodo de ouro da Igreja”, na opinião do bem-aventurado João Batista Scalabrini. Em 380, sob o Impe-rador Teodósio, o cristianismo se tornou a religião oficial do Estado, e a Igreja passou a sofrer cada vez mais as consequências desastrosas que a aliança com o poder político e econômico costuma oferecer.

Foi exatamente por isso que, num século em que o heroísmo do martírio estava sendo substituído pela mediocridade na vida cristã, surgiram os monges: pessoas que, desejando viver a radicalidade do Evangelho, se retiravam para o deserto ou para as montanhas, onde passavam a viver na oração, no silêncio e na penitência. Na prática, era também uma maneira de protestar contra a cultura do luxo e do comodismo que, com a liberdade religiosa, começara a fa-zer parte do dia-a-dia dos cristãos.

É nesse contexto que se deve compreender a figura de Santo Antão. Membro de uma fa-mília que professava a fé cristã, ele nasceu em 251, no Egito. Aos 20 anos, quando seus pais já haviam falecido, ao entrar numa igreja para participar da missa, ouviu a leitura do texto do Evangelho em que Jesus convida um jovem rico a segui-lo, mas que não conseguiu pelo apego dele às riquezas. Uma luz, seguida de uma grande ale-

gria, inundou o coração de Antão, e ele aplicou a si mesmo as pala-vras de Jesus: «Se você

quer ser perfeito, vá, venda seus bens, dis-

tribua aos pobres, e terá um tesouro nos céus. Depois,

venha e me siga!» (Mt 19,21).Voltando para casa, vendeu

os bens que lhe cabiam, destinou outra parte para o sustento e a formação de sua irmã e foi morar numa caverna no deserto, passan-do a dedicar o dia e grande parte da noite à oração, que – pode-se dizer – o sustentou não só espi-ritualmente, mas também fisica-mente, já que seu jejum era cons-tante.

Aos poucos, sua santidade de vida começou a ser conhecida, atraindo uma multidão de pesso-as – inclusive jovens – dispostas a partilhar a mesma experiência de fé. Foi assim que o deserto da Tebaida parecia transformado num imenso convento, formado por centenas de monges que, re-sidindo em cavernas ou choupa-nas, eram conduzidos por Antão no caminho do Espírito. Uma es-piritualidade severa e profunda, mas que gerava paz e alegria em quantos a seguiam. Conta-se que, quando os peregrinos chegavam ao deserto em busca de orientação espiritual e perguntavam: «Onde está Antão?», os demais monges respondiam: «Ande por aí e quando encontrar a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea... é An-tão!».

Os monges costumavam visitá-lo seguidamente para ou-vir seus conselhos e orientações. Numa destas ocasiões, ele reve-lou outro aspecto de sua espiri-tualidade: a partilha de dons e a comunicação espiritual: «A Bíblia é suficiente para nos transmitir todos os ensinamentos necessários à vida. Mas é também importante que nos exortemos mutuamente na fé, man-tendo-nos abertos às conversações e ao diálogo».

Muitas imagens de Santo Antão o representam tendo ao seu lado a figura de um leitão, fazendo com que, em algumas regiões, ele

seja invocado como protetor dos animais... Contudo, o porquinho nada mais é do que a imagem do demônio, que o tentou por longos anos e de todas as maneiras contra a castidade e, sobretudo, contra a fé, pretendendo dar-lhe a enten-der que tudo o que renunciara e fazia, era tempo perdido, já que Deus e o paraíso não passavam de balelas – ou, se existissem, nada ti-nham a ver com ele...

No final de uma dessas ten-tações, Antão viu que, do teto da capelinha que construíra perto de sua choupana, um raio de luz des-cia sobre ele. Respirando aliviado, percebeu que uma grande paz en-volvia o seu coração e, junto com ela, a inefável presença de Deus. Perguntou: «Onde estavas, Senhor, quando eu era tentado? Por que não vieste antes para acabar com meu so-frimento?». Ouviu, então, em seu coração, uma Voz ao mesmo tem-po suave e firme: «Eu estava aqui, Antão. Fui eu que te ajudei no com-bate. Já que perseveraste e resististe, serei sempre o teu socorro!».

Em outra ocasião, não se sentindo à vontade com a multi-dão de pessoas que o procuravam, impedindo-o de viver na solidão e no silêncio, decidiu abandonar o local onde residia e adentrar-se no deserto, onde ninguém pudesse encontrá-lo. Novamente, a Voz se fez ouvir: «Para onde vais Antão, e por quê?». Ele respondeu: «As pes-soas não me deixa viver como eremi-ta. Quero ir para longe, a fim de evitar tantas importunações, pois me pedem coisas que ultrapassam a minha capa-cidade». A Voz continuou: «Se que-res realmente ser eremita, vai para o deserto interior!»

O ascetismo de Santo Antão e sua vida de sacrifícios não o im-pediram de viver 105 anos! Mor-reu serenamente no dia 17 de ja-neiro de 356. É considerado o fun-dador da vida religiosa na Igreja.

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A Palavra do Papa

Para entender o significado do Sínodo e da reforma da Igreja

Enquanto acompanhava os trabalhos do Sí-nodo, fiz-me esta pergunta: «O que significa, para a Igreja, encerrar um Sínodo dedicado à família?».

Certamente não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família, mas que procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja, infundindo neles a alegria da esperança, sem cair na fácil repetição do que é indiscutível ou já se disse.

Não significa que encontramos soluções exaus-tivas para todas as dificuldades e dúvidas que desa-fiam e ameaçam a família, mas que colocamos tais dificuldades e dúvidas sob a luz da Fé, examinamo--las cuidadosamente, abordamo-las sem medo e sem esconder a cabeça na areia.

Significa que solicitamos todos a compreender a importância da instituição da família e do matri-mônio entre homem e mulher, fundado sobre a uni-dade e a indissolubilidade e a apreciá-la como base fundamental da sociedade e da vida humana.

Significa que escutamos e fizemos escutar as vozes das famílias e dos pastores da Igreja que vie-ram a Roma carregando sobre os ombros os fardos e as esperanças, as riquezas e os desafios das famílias do mundo inteiro.

Significa que demos provas da vitalidade da Igreja Católica, que não tem medo de abalar as cons-ciências anestesiadas ou sujar as mãos discutindo, animada e francamente, sobre a família.

Significa que procuramos olhar e ler a realida-de, melhor dito as realidades, de hoje com os olhos de Deus, para acender e iluminar, com a chama da fé, os corações dos homens, num período histórico de desânimo e de crise social, econômica, moral e de prevalecente negatividade.

Significa que testemunhamos a todos que o Evangelho continua a ser, para a Igreja, a fonte viva de novidade eterna, contra aqueles que querem “en-doutriná-lo” como pedras mortas para as jogar con-tra os outros.

Significa também que sacudimos os corações fechados que, frequentemente, se escondem até mes-mo por detrás dos ensinamentos da Igreja ou das boas intenções para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialida-de, os casos difíceis e as famílias feridas.

Significa que afirmamos que a Igreja é Igreja dos pobres em espírito e dos pecadores à procura do perdão e não apenas dos justos e dos santos, ou me-lhor é a Igreja dos justos e dos santos que se sentem pobres e pecadores.

Significa que procuramos abrir os horizontes para superar toda a hermenêutica conspiradora ou perspectiva fechada, para defender e difundir a li-berdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem duma linguagem arcaica ou simplesmente incom-preensível.

Vimos, inclusive através da riqueza da nossa diversidade, que o desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje, defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas.

E, sem nunca cair no perigo do relativismo ou de demonizar os outros, procuramos abraçar plena e corajosamente a bondade e a misericórdia de Deus, que ultrapassa os nossos cálculos humanos e nada mais quer senão que “todos os homens sejam sal-vos”, para integrar e viver este Sínodo no contexto do Ano Extraordinário da Misericórdia que a Igreja está chamada a viver.

A experiência do Sínodo nos fez compreender melhor que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gra-tuidade do amor de Deus e do seu perdão. Isto não significa de forma alguma diminuir a importância das fórmulas – são necessárias –, a importância das leis e dos mandamentos divinos, mas exaltar a grandeza do verdadeiro Deus, que não nos trata segundo os nos-sos méritos nem segundo as nossas obras, mas uni-camente segundo a generosidade sem limites da sua Misericórdia. Significa vencer as tentações constantes do irmão mais velho e dos trabalhadores invejosos. Antes, significa valorizar ainda mais as leis e os man-damentos, criados para o homem e não vice-versa.

O primeiro dever da Igreja não é aplicar con-denações ou anátemas, mas proclamar a misericór-dia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens à salvação do Senhor. Do Bem-aventurado Paulo VI temos estas palavras estupendas: «Cada um dos nossos pecados ou fugas de Deus acende nele uma cha-ma de amor mais intenso, um desejo de nos reaver e inserir de novo no seu plano de salvação. Deus, em Cristo, se re-vela infinitamente bom. Deus é bom. E não apenas em si mesmo. Deus – dizemo-lo chorando – é bom para nós. Ele nos ama, procura, pensa, conhece, inspira e espera. Ele – se tal se pode dizer – será feliz no dia em que regressarmos e she dissermos: Senhor, na vossa bondade, perdoai-me. O nosso arrependimento se torna a alegria de Deus».

(Tópicos do Discurso de Encerramento do Sínodo, 25 de

outubro de 2015).6

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A Igreja é Notícia

Minas, terra de santos?

É possível modernizar o Islã?

«A alegria do Senhor é nossa força. É um tempo de alegria para todos nós», disse o Bispo de Campanha/MG, Dom Diamantino Prata de Carvalho, ao presidir no sábado, dia 14 de no-vembro, a santa missa de beatificação de Padre Francisco de Paula Victor, conhecido como o Anjo Tutelar de Três Pontas.

É a segunda beatificação que acontece na Diocese de Campanha. A primeira foi a da tam-bém negra e filha de escravos, Nhá Chica, em 2013.

Cerca de 20 mil fiéis participaram da ceri-mônia, que aconteceu no Campo de Aviação de Três Pontas, cidade onde o sacerdote foi pároco durante 53 anos.

A beatificação de Pe. Victor foi autoriza-da em junho deste ano, após a comprovação do milagre em favor de Maria Isabel de Figuei-redo, que embora tivesse problemas de saúde que não lhe permitiam engravidar, o conseguiu após pedir a intercessão do sacerdote mineiro. Foi ela quem, juntamente com o marido e a fi-lha Sofia, de quatro anos, conduziu ao altar as relíquias do novo bem-aventurado.

Padre Francisco de Paula Victor nasceu em Campanha no dia 12 de abril de 1827. Era negro, filho de escravos. Entrou para o semi-nário em 1848. Foi ordenado sacerdote a 14 de junho de 1851. Após exercer a função de vigá-rio paroquial em Campanha por um ano, foi enviado para Três Pontas, como pároco, onde permaneceu por 53 anos, até sua morte, ocor-rida a 23 de setembro de 1905, aos 78 anos de idade.

Seu ministério foi marcado pela caridade e proximidade com os últimos da sociedade, e pela instrução do povo, edificando a Escola Sa-grada Família para crianças e jovens.

O Papa Francisco expressou sua profunda dor pe-los ataques terroristas que durante a noite da sexta-feira, dia 13 de novembro, ensanguentaram a França, causan-do numerosas vítimas. Ao mesmo tempo, assegurou com determinação que, utilizar o nome de Deus para justificar esse caminho é uma blasfêmia.

Foi o que disse após a oração do Ângelus na Praça de São Pedro, no domingo, dia 15: «Tanta barbárie nos deixa a todos chocados e questionando como é possível o co-ração humano conceber tanto horror, que abalou não somente a França, mas o mundo inteiro. Ao Presidente da República Francesa e a todos os cidadãos ofereço a expressão de minha mais profunda condolência. De maneira particular, estou próximo dos familiares de todos aqueles que faleceram e dos feridos. Diante de tais atos, não se pode deixar de condenar a inqualificável afronta à dignidade da pessoa humana. Quero reafirmar com veemência que o caminho da violência e do ódio não resolve os problemas da humanidade!».

O Patriarca de Bagdá (Ira-que), Dom Louis Sako, assina-lou que irá aos tribunais inter-nacionais de direitos humanos a fim de evitar que crianças cristãs sejam obrigadas a mudar de re-ligião, quando capturadas pelo Estado Islâmico, de acordo com

uma lei que dispõe que crianças devem passar automa-ticamente ao Islã quando um de seus pais se converter a essa religião.

A lei que obriga à conversão tem aproximadamente 20 anos. O Patriarca disse à Rádio Vaticano que «o mundo mudou, existe uma cultura de mais liberdade no Iraque. Antes havia ditadura, hoje podemos manifestar-nos nas ruas, criticar. A Constituição mudou e, portanto, deve mudar tudo. O dever do governo não é pôr barreiras entre as pessoas, mas construir uma sociedade secular, com dignidade e liberdade. Não pode-mos viver num estado teocrático como no século VII».

Em seguida, falando mais especificamente do Islã, acrescentou: «Acredito que existe um movimento extremista religioso no mundo árabe, com um conceito religioso muito fe-chado. Se os muçulmanos não chegarem a uma explicação regulada, aberta, atualizada, sinto que não terão futuro. O Islã deve ser atualizado. Criar regimes baseados numa úni-ca religião é discriminação».

Matar em nome de Deus é blasfêmia!

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Opiniões que fazem opinião

Claudino PilettiProfessor e escritor

Nós que sonhávamos mudar todas as coisas...

gê-los, saímos em busca de recursos vendendo es-trelinhas do PT, enquanto isso, os dois iam de casa em casa pedindo votos. Mas, apesar dos esforços, receberam poucos votos. E não é pra menos. Em Ibiúna, onde Fernando Henrique Cardoso e outros importantes políticos do PSDB têm sítio, localiza-se o ninho dos tucanos. Assim, nós petistas, éramos estranhos no ninho.

Estranho no ninho é o que, com o tempo e à medida que o PT crescia, passei a me sentir no partido. Após a eleição do Lula, muitos que nada tinham a ver com ideais defendidos pelo PT, foram admitidos no partido.

No âmbito nacional, o PT passou a se preocu-par em se perpetuar no poder a qualquer custo. E o custo chegou com a Operação Lava Jato, que colo-cou na prisão vários petistas importantes.

Mas, nós que sonhávamos mudar todas as coisas através do PT, não desistimos do sonho. Aprendemos, no entanto, que não é possível mu-dar as coisas sem mudar as pessoas. No dia em que as pessoas forem honestas e justas, as coisas muda-rão, através do PT ou de outro partido. E, a melhor forma de mudar as pessoas, é através da educação. Assim, diante da atual crise econômica, política, so-cial e ética que o país atravessa, só nos resta levar a sério o que afirmou o escritor inglês H.G.Wells (1866-1944): “Entramos numa corrida entre educação e catástrofe”.

Se os petistas tivessem melhor nível de edu-cação, sobretudo ética, talvez o PT fosse, hoje, o grande partido não só do Brasil, mas do Ocidente. O problema não foi o PT, mas os petistas. Lembro que, ao falar de socialismo, o escritor irlandês Geor-ge Bernard Shaw (1856-1950), Prêmio Nobel, afir-mou: “Já poderíamos ter o socialismo, se não fosse pelos socialistas”. Talvez possamos dizer: “Já poderíamos ter o PT, se não fosse pelos petistas”.

Observação: a secção “Opiniões que fazem opi-nião” foi criada para ajudar a conhecer, avaliar e discernir a realidade eclesial, social e política. Todos podem participar e escrever, contanto, que o façam, como queria São João XXIII, buscando o que nos une, não o que nos coloca em margens opostas. Ademais, advertimos que o conteúdo da secção pode não representar a opinião da Direção da Revista.

Nada mais frustrante do que ver um belo sonho virar pesadelo. É o que aconteceu conosco que sonhávamos mudar todas as coisas e embarca-mos na canoa do PT. Ocorre que, de canoa, o PT tornou-se barco, depois, transatlântico e, enfim, Ti-tanic.

Isso ocorreu sobretudo a partir da eleição de Lula a presidente, em 2002. No poder, um tanto des-lumbrado, ele proclamou: “Não tem dificuldade que me assuste, que me acanhe”. E, mais: “Neste país de 180 mi-lhões de brasileiros, pode ter igual, mas não pensem que tem nem mulher nem homem que tem a coragem, de me dar lição de ética, moral e honestidade”. E, talvez, por ninguém ter tido tal coragem – e teria adiantado? – o PT (Partido Titanic), tornou-se um TP (Titanic Parti-do) ao se chocar contra o iceberg da corrupção.

Já há algum tempo, quando o PT ainda era simples barco, ao perceber que enquanto alguns remavam e outros se refestelavam, desembarquei do partido. Restaram, no entanto, recordações.

Após passar anos no seminário, meu irmão Nélson e eu desistimos do sacerdócio, mas não do ideal de tentar mudar, senão todas as coisas, ao menos algumas delas. Esse é o ideal que, ao lado dos valores morais, nos foi incutido no seminário e que, como professores, procurávamos cultivar e transmitir aos alunos. E, sobretudo, acreditávamos poder realizá-lo através do PT. Por isso, logo após deixar o seminário, o meu irmão saiu do Rio Gran-de do Sul para participar do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na cidade de Ibiú-na, em São Paulo, onde foi preso.

Por coincidência, mais tarde, meu irmão e eu passamos a residir em Ibiúna, onde fundamos o PT e um jornal local do partido. O Nélson, inclusive, foi candidato a prefeito da cidade pelo PT, e minha esposa candidatou-se a vereadora. Para tentar ele-

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Círculos Bíblicos

Acolhida: preparar Bíblia, vela, flores e imagens de pessoas que mostram misericórdia.

Animador/a: Bem vindos para o nosso encontro! É o próprio Deus que nos acolhe. “Que a graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco!”

Todos: E contigo também!

Canto: “O povo de Deus...”

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: O Ano Santo da Mi-sericórdia foi solenemente aberto pelo Papa Francisco no dia 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. O tema deste Ano Santo é:Todos: “Misericordiosos como o Pai!”

Leitor/a 1: Misericórdia signifi-ca: ter um coração compassivo e sensível à miséria, à dor, material ou espiritual, do outro. Tudo em Jesus fala de misericórdia. Em todas as circunstâncias, o que O movia era a compaixão com a dor humana; mostrou-nos o rosto mi-sericordioso de Deus Pai.

Todos: “Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso!”(Lc 6, 36)

Leitor/a 2: A Misericórdia do PAI é sempre maior do que qualquer fraqueza humana. Ninguém pode pôr limites ao amor mise-ricordioso de Deus, que perdoa. Suas portas estão sempre abertas. Ele não exclui ninguém! Miseri-córdia é graça; é dom de Deus!

Todos: “Felizes os que são mise-ricordiosos, porque encontrarão misericórdia!” (Mt 5, 7).

ORAÇÃO: Salmo 146

Animador/a: Com o olhar fixo em Jesus misericor-dioso, rezemos:Todos: Nosso Deus é o Deus, que- faz justiça aos oprimi-dos;- dá o pão aos famintos;- abre os olhos aos cegos;- ampara o órfão e a viúva;- liberta os prisioneiros;- ama os justos,- levanta os abatidos;- reanima os corações atribulados;- trata das feridas doloridas;- reabilita os humilhados;- abriga os marginalizados;- mas entrava o caminho dos maus!Meu povo, este é o nosso Deus! Vamos louvá-lo!

ESCUTANDO A PALAVRAAnimador/a: “Nos nossos dias, a Esposa de Cristo (a Igreja) pre-fere usar mais o remédio da mi-sericórdia, que o da severidade. Deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos separados e afastados!” (Papa João 23) Deus não se can-sa de estender a mão! “Eterna é a sua misericórdia!”

Canto de Aclamação: à escolha

Leitor/a 3: Proclamação do Evan-gelho de Jesus Cristo segundo Mateus 9, 9 - 13

a) O que chamou mais sua aten-ção neste Evangelho?b) O que significa para você: “Eu quero a misericórdia e não o sa-crifício!”?

ASSUMINDO A PALAVRAAnimador/a: Papa Francisco nos lembra as sete Obras de Miseri-

córdia Corporal:

Leitor/a: 1) Dar de comer aos famintos; 2) Dar de beber aos sedentos; 3) Vestir os nus; 4) Aco-lher os peregrinos; 5) Dar assistência aos enfermos; 6) Visitar os

presos; 7) Enterrar os mortos.

O que eu posso fazer de con-creto neste “Ano Santo da Mise-ricórdia”?

REZANDO A PALAVRA Todos: Senhor Deus, Pai de mi-sericórdia, Jesus nos pediu a sermos misericordiosos, como Vós sois misericordioso. Que te-nhamos compaixão por aquelas pessoas que vivem na miséria, na dor e no erro. Que elas se sin-tam acolhidas, amadas e perdoa-das por Vós e por nós. Que este “Ano Santo da Misericórdia” seja um ano de graça do Senhor! Que vossa Igreja, com renovado entu-siasmo, anuncie a Boa Notícia aos pobres; proclame a libertação aos presos e oprimidos; recupere a vista aos cegos; cure os corações feridos; e console todos os aflitos! Isso Vos pedimos em nome de Jesus, manso e misericordioso de coração! Amém.Pai Nosso, Ave Maria, Gloria ao Pai.

BÊNÇÃOAnimador/a: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das Misericórdias e Deus de toda Consolação!” (2 Cor 1, 3).Que Deus nos proteja, nos guie, nos anime, nos guarde na palma de sua mão e nos abençoe: Pai, Fi-lho e Espírito Santo. Amém!

Canto final e abraço da paz.

1º EncontroMovidos pela Misericórdia

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2º EncontroEm defesa da casa comum

Círculos Bíblicos

Acolhida: Preparar um altar com a Bíblia em destaque, um crucifi-xo e se possível um cartaz com a frase deste encontro.

Animador/a: Irmãos e irmãs, se-jam bem vindos! A Graça e a Paz de nosso Deus Santíssima Trinda-de estejam com todos vocês. Esta-mos alegres por mais um encon-tro como família, o segundo deste ano. Saudemo-nos uns aos outros dando boas vindas com um forte abraço e façamos o sinal da cruz, que nos identifica como cristãos. Em nome do Pai...

Canto: HINO DA CF 2016Eis, ó meu povo o tempo favorá-vel da conversão que te faz mais feliz; da construção de um mun-do sustentável, “Casa Comum” é teu Senhor quem diz: Quero ver, como fonte o direito a brotar, a gestar tempo novo: e a justiça, qual rio em seu leito, dar mais vida pra vida do povo. ABRINDO OS OLHOS PARA VER

Animador/a: O tema deste nosso encontro é bastante pertinente, porque é inspirado na própria Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é: “Casa comum,

nossa responsabilidade”.

Leitor/a 1: O Papa Francisco na sua carta sobre a casa comum nos diz que: “o crente contempla o mun-do, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a to-dos os seres” (LAUDATO SI 220).

Oração da CF 2016.Deus da vida, da justiça e do amor, Tu fizeste com ternura o nosso pla-neta, morada de todas as espécies e povos. Dá-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na cons-trução de um mundo sustentável e justo, para todos. No seguimen-to de Jesus, com Alegria do Evan-gelho e com a opção pelos pobres. Amém!

ESCUTANDO A PALAVRAAnimador/a: Quando falamos “em casa comum”, a própria de-finição já nos leva a pensar num bem que é de todos, e não ape-nas propriedade particular de alguém, de algum grupo, ou de uma única nação, ou ainda ape-nas de uma geração.

Leitor/a 2: A pessoa humana cres-ce, amadurece e santifica-se tanto mais, quanto mais se relaciona, sai de si mesma para viver em co-munhão com Deus, com os outros e com todas as criaturas. (LS 240)

Canto: Eu vim para escutar. Tua Palavra tua Palavra tua Palavra. Eu gosto de escutar...

Leitor/a 3: Leitura do Livro do Gênesis 2, 8-16.

PARTILHANDO A PALAVRA a) O texto, que acabamos de ou-vir, narra a história do Eden, um paraíso. O que Deus pediu ao ho-

mem ao colocá-lo nesse jardim? b) Nós cuidamos da natureza, da ecologia, do meio ambiente, dos animais, das pessoas, conforme o pensamento divino?

ASSUMINDO A PALAVRAAnimador/a: Deus realizou sua obra criando o jardim, o paraíso e por último colocou a pessoa hu-mana para que cultivasse e guar-dasse os bens criados, e pudesse viver de seus frutos.

c) O nosso estilo de vida e os nos-sos ideais comtemplam o Criador e Sua obra?

REZANDO A PALAVRAOração de S. Francisco de Assis

Senhor, fazei de mim um instru-mento de vossa paz; Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvidas, que eu leve a fé; Onde houver erros, que eu leve a verdade; Onde hou-ver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz.Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar, que ser consolado; Compreender, que ser compreendido; Amar, que ser amado; Pois é dando que se rece-be; É perdoando, que se é perdoa-do; E é morrendo que se vive para a vida eterna

BÊNÇÃO FINALEm círculo, colocar a mão na ca-beça da pessoa que está ao lado e juntos, repetir: Deus te abençoe, Deus te proteja, Deus te dê a paz. Pai, Filho e Espírito Santo...

Canto Final: Cristo quero ser ins-trumento...

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3º EncontroA ganância provoca destruição

Círculos Bíblicos

Acolhida: Dispor sobre a mesa um crucifixo, a Bíblia, um globo terrestre e, diante destes, figuras de desastres naturais ou agres-sões à natureza, provocadas pelo homem.

Animador/a: Irmãos e irmãs, se-jam todos bem-vindos ao nosso encontro. A todo instante somos “bombardeados” com um turbi-lhão de notícias ruins: catástrofes naturais de toda espécie, violên-cia, agressões, destruição, corrup-ção, enfim, são tantos males que ficamos paralisados, atemoriza-dos. Por isso tudo, uma atitude positiva e, necessária, é nos unir-mos em oração, por nós, nosso país e pelo mundo inteiro. Inicie-mos, invocando a Trindade San-ta, cantando: Em nome do Pai...

ABRINDO OS OLHOS PARA VER Animador/a: Se por um lado não há dúvidas de que o pecado ori-ginal é a causa de tantos males que acontecem, por outro, é bom refletirmos na falta de responsabi-lidade do ser humano, em relação ao meio ambiente, sobretudo, por causa da ambição desenfreada, o consumismo e o descaso com a na-tureza, de modo geral. Tudo isso, são fatores que geram as tragé-dias, e assim, não estamos isentos de uma parcela de culpa, tanto na destruição da natureza, quanto no sofrimento do próximo, em virtu-des dos desastres naturais.

Leitor/a 1: Rezemos com o Salmo 8

Todos: Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!

Homens: Quando contemplo o firmamento, obras de vossas mãos, a lua e as estrelas que fixas-tes, eu digo: Que é o homem, para

pensardes nele?

Mulheres: O que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizeste quase igual aos anjos, de honra e glória o coroastes.

Homens: Destes-lhe poder so-bre as obras de vossas mãos, lhe submetestes todo o universo: re-banhos e gados, e até os animais bravios.

Mulheres: Pássaros do céu e pei-xes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano.

Canto: Obrigado, Senhor / Por-que És meu amigo / Porque sem-pre comigo / Tu Estás a FalarNo perfume das flores / Na har-monia das cores / E no mar que murmura / Teu Nome a RezarEscondido tu estás / No verde das florestas / Nas aves em festa / E no sol a brilhar.

ESCUTANDO A PALAVRAAnimador/a: A Palavra de Deus nos exorta, nos conscientiza da necessidade em sermos responsá-veis, pela vida de todo ser huma-no e de todo ser vivo que povoa a Terra, obra de Suas mãos.Canto: É como a chuva que lava...

Leitor 2: Ouçamos Deus que nos fala através de Oséias 4,1-3

PARTILHANDO A PALAVRALeitor 3: Com base no texto de Oséias, no salmo 8 e nas realida-des que vivemos hoje, vamos re-fletir e partilhar.a) As causas, os pecados pelos quais Deus declara que a terra está de luto, ainda acontecem hoje?b) Podemos afirmar que a ga-nância leva à destruição! Temos exemplos disso no Brasil e no

mundo?

REZANDO A PALAVRAAnimador/a: A Palavra de Deus, o magistério da Igreja, nossa Igre-ja particular, através da CF 2016, e, todos os males que vemos e vivemos, nos alertam acerca do perigo da ganância, do desejo de ter, do poder e do egoísmo que, de modo irracional, contrariam as Leis Divinas e os planos de amor de Deus, por nós e por todas as criaturas. Pedindo a mudança de coração e de atitude rezemos:

Oração da CF 2016Deus da vida, da justiça e do amor,Tu fizeste com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos.Dá-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a cor-responsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos.No seguimento de Jesus, Com a Alegria do Evangelho e com a op-ção pelos pobres. Amém!

ASSUMINDO A PALAVRAc) Na sua opinião, as tragédias naturais são fruto da ira de Deus ou consequências da ação do ho-mem?

BÊNÇÃO FINALAnimador/a: Pela intercessão de Nossa Senhora, a nova Eva, mãe de todas as criaturas, peçamos que nos abençoe, nosso Deus mi-sericordioso. Pai...

Canto: Erguei as mãos...

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Círculos Bíblicos

4º EncontroO clima: um bem de todos, para todos

Acolhida: Preparar ambiente: mesa com Bíblia, vela e jarro com flores e se possível um globo ter-restre.

Animador/a: Amados irmãos, es-tamos iniciando um novo ano. A Campanha da Fraternidade nos faz olhar para o nosso planeta, como olhamos para nossa casa e nos convidará a assumir compro-missos em defesa do clima, da natureza. Cantemos invocando a Santíssima Trindade.

Em nome do Pai...

ABRINDO OS OLHOS PARA VERAnimador/a: Deus, em sua infi-nita misericórdia, criou a vida, e deu-lhe tudo o necessário para a sua subsistência. Leitor/a 1: Para as plantas, provi-denciou a terra, os minerais, a sei-va, para que pudesse lançar suas raízes, firmar-se, crescer e frutifi-car, dar sombra e abrigar.

Leitor/a 2: Para a terra providenciou a água para regar, fertilizar, purifi-car e refrescar e formar os rios, os lagos, os mares e os oceanos.Todos: O Senhor é Rei, e se reves-tiu de majestade, a terra que com firmeza ele estabeleceu, não será abalada! (Salmo 92, 1)

ORAÇÃO INICIALAnimador/a: Por causa da falta de amor a Deus, o Criador, a hu-manidade está se autodestruindo, ao usar de forma desequilibra-da os recursos naturais deixados por Deus, para nossa sobrevivên-cia. Reconheçamos nossa falta de cuidado para com a criação e peçamos perdão.

Leitor/a 1: Deus criador, te agra-decemos por todos os bens da na-tureza e te pedimos perdão, pela

destruição que causamos, usando a terra que nos destes, de forma injusta e sem amor aos irmãos.Todos: Nós Vos louvamos, Pai, com todas as vossas criaturas, que saíram da vossa mão podero-sa!

Leitor/a 2: Senhor, Te agradece-mos pelo ar que nos permite con-tinuar vivos e te pedimos perdão pelo egoísmo que nos torna insen-síveis ao grito de socorro do nosso planeta

Leitor/a 3: Senhor, Te agradece-mos pelas condições climáticas adequadas à nossa sobrevivência e te pedimos perdão pelas mui-tas vezes que provocamos o de-sequilíbrio climático, ensejando tragédias que ceifam tantas vidas inocentes.

Canto à escolha

ESCUTANDO A PALAVRAAnimador/a: A Palavra de Deus também nos orienta a respeito do cuidado e do zelo que devemos ter, por tudo o que Deus colocou à nossa disposição.

Canto: Fala Senhor...

Leitor/a 1: Isaias 65, 17-23

PARTILHANDO A PALAVRA Animador/a: Deus propõe “novos céus e uma nova terra”. Como essa promessa e esse desejo do Criador chegam ao nosso coração?

Leitor/a 2: «Nenhuma terra será vendida definitivamente, porque a terra pertence-Me, e vós sois apenas estrangeiros e meus hóspedes» (Lv 25, 23). Estamos todos em uma mesma casa, que se chama plane-ta e nele somos hóspedes do Divi-no Anfitrião, que nos acolhe com amor. Como estamos cuidado da

casa de Deus que nos acolhe?

Leitor/a 3: Os versículos 20 e 21 definem claramente a vontade do Senhor. Como podemos executar e tornar realidade essa vontade do Criador?

Animador/a: “O clima é um bem comum, um bem de todos e por isso as mudanças climáticas são um problema global que reque-rem o empenho responsável de todos para o seu melhoramento”, palavras do Papa Francisco na ONU, diante das autoridades do mundo. Devemos tratar do nosso lixo, cuidar e economizar a nossa água, e tomar providências para melhorar a qualidade do ar que respiramos.

Canto: Irmão sol com irmã lua (Padre Zezinho)

REZANDO A PALAVRAOração da CF 2016Deus da vida, da justiça e do amor, Tu fizeste com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos.Dá-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a cor-responsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos.No seguimento de Jesus, Com a Alegria do Evangelho e com a op-ção pelos pobres. Amém!

ASSUMINDO A PALAVRAAnimador/a: Irmãos, que a nos-sa vida seja um contínuo ato de amor à natureza, defendendo-a e através dela louvando e adorando ao seu Criador, nosso Deus. Reze-mos uma dezena do Terço, pedin-do a intercessão de Nossa Senhora por nós e pela natureza.

BENÇÃO FINALCanto Final e abraço da paz.

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Pergunte e Responderemos

Pe. Alex DiasParóquia São Francisco - Dourados

O Papa Francisco promulgou o Ano Santo da Misericórdia. Mas, o que é este ano? Qual o sentido dele para a minha fé?

Envie sua pergunta para:[email protected]

“Decidi convocar um Jubileu Extraordiná-rio que tenha o seu centro na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia.” Papa Fran-cisco

Foi com estas palavras que o Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia, no dia 13 de Março de 2015, segundo aniversário de sua eleição ao Pontificado, durante a celebração penitencial presidida na basílica de São Pedro.

Conforme observamos, em dezembro do mes-mo ano, diversas foram as festividades e atividades que marcaram o início do Ano Santo, como a aber-tura solene da Porta Santa da basílica de São Pedro, no Vaticano e a abertura das Portas da Misericórdia em todas as dioceses, numa uníssona comunhão com a Igreja de Roma.

Na diocese de Dourados, a Catedral Imacula-da Conceição e o Santuário de Nossa senhora Apa-recida, na vila São Pedro, foram os lugares estabele-cidos para acolher os fiéis peregrinos, que desejam passar pela porta e receber indulgências.

Depois de atravessar a Porta Santa ou a Porta da Misericórdia, ou ainda que se tenha verificado uma das outras circunstâncias que o Papa Francis-co concedeu, para que se possa obter a indulgência, (por exemplo, para os doentes, para os presos e para quem realizar uma obra de misericórdia), além das habituais condições que exigem um coração dispo-nível, para que a graça possa trazer os frutos deseja-dos, os fiéis deverão deter-se em oração, para reali-zar os últimos atos necessários: a profissão de fé e a oração pelo Papa e pelas suas intenções.

Segundo o desejo enraizado no coração do santo Padre, as celebrações deste Ano Santo, devem proporcionar a todos os crentes, um verdadeiro mo-mento de encontro com a misericórdia de Deus.

Em carta dirigida a Dom Rino Fisichella, Pre-sidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, em setembro passado, conten-do indicações sobre o perdão dos pecados graves, como o aborto, as indulgências plenárias e outros temas de interesse para todos os católicos, em vir-tude do Ano Santo, o papa afirmou: “Que o Jubileu seja uma experiência viva da proximidade do pai, como se quiséssemos sentir pessoalmente a sua ternura, para que a fé de cada crente se revigore, e assim, o testemunho se torne cada vez mais eficaz”.

O papa pede que os fiéis, em cada diocese, ou como peregrinos de Roma, vivam a graça do Jubi-leu. O Jubileu, como sabemos, é o ano da grande reconciliação com Deus e com os irmãos, do perdão

dos pecados, da penitência, da conversão. Sua ori-gem prática vem do Antigo Testamento. Em Levíti-co, Deus dá a Moisés a ordem para fazer ressoar o chifre do cordeiro a cada 50 anos, declarando santo este ano e proclamando a remissão de todo o povo. (Lv 25)

No Jubileu os escravos eram libertos, as dívi-das canceladas, as terras vendidas voltavam para o primeiro dono. A terra não podia ser cultivada, e aquilo que se produzia espontaneamente era para todos.

No início do seu ministério, Jesus dá ao Jubi-leu um novo e mais profundo significado. Depois de ter vencido as tentações no deserto, Ele vai à si-nagoga de Nazaré e lê Is 61,1ss: “O espírito do se-nhor está sobre mim, porque me ungiu; enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a re-denção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da gra-ça do Senhor”.(Lc 4, 18-19)

O ano da graça se manifesta pela presença de Jesus, enviado para dar o perdão de Deus a todos os homens e mulheres de boa vontade. O mais im-portante é anunciar que não existe pecado que não possa ser perdoado, quando for acompanhado pelo arrependimento e pelo desejo de começar uma vida nova.

O Jubileu se chama Ano Santo, porque é o chamado de Deus para que a Igreja, isto é, todo o povo de Deus, busque de um modo maior a santi-dade de vida. “Um Ano Santo para sentirmos inten-samente em nós a alegria de termos sido reencontrados por Jesus, que veio, como o Bom Pastor. Um Jubileu para darmos conta do calor do seu amor, quando nos carrega em seus ombros e nos traz de volta à casa do Pai. Um Ano em que sejamos tocados pelo Senhor Jesus e transforma-dos pela sua misericórdia, tornando-nos, também nós, testemunhas da misericórdia”, afirmou o pontífice.

Assim sendo, todo homem e mulher de boa vontade é convidado a viver bem este ano santo, de modo que a inti-midade com Deus e a maturidade de fé o conduza sempre mais a uma vida de santidade.

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Vida em família

A Criança do amanhã não precisa “repetir” o Adulto de hoje

“Educador por vocação, educando disciplinado sem domesticação...”

contas, eles não nascem com nada disso. Será então coisa instintiva, como é a capacidade de sentir fome e frio; ou ao contrário, isso se aprende através da imitação, de um modelo que lhes sirva de exemplo?

Para diferenciar uma coisa instintiva de outra adquirida através do hábito, é simples, basta separar aquilo que é movido pelo desejo, pela vontade, daquilo que não é. Por exemplo, sentir fome, sentir dor, chorar no berço ao sentir desconforto, e assim por diante, isso não depende de nossa vontade, ocorre à revelia do nosso querer, logo aí não há a interferência do pensamento, isso é instinto, coisa irracional, dotes da natureza primata.

No entanto, se somos capazes de escolher ou comparar, preferir ou rejeitar, então é coisa do pensamento, faz parte das memórias adquiridas, acumuladas através de nossa experiência pessoal. E essa experiência inclui as influências que assimilamos e copiamos, para usar como modelo de conduta.

Perceber que os vícios do mundo, a cada geração, são repassados para seus residentes, que nesse caso são nossos herdeiros, esse deveria ser o primeiro passo. Aceitar que esse é o modo usado como gabarito para condicionar as futuras gerações é compreender a coisa, por ter constatado um fato.

Feito isso, como educadores, assim como o agricultor que pretende separar os grãos incapazes de germinar, daqueles que não são, devemos avaliar e refletir sobre tudo aquilo que não mais nos serve. Aliás, até que serve, mas apenas como exemplo;

exemplo de tudo aquilo que não deve mais ser replicado, ou presenteado como espólio para nossos descendentes, como até hoje o temos feito.

Não podemos mudar o mundo, e isso é tão óbvio quando o ar que respiramos,

mas podemos sim, transformar o indivíduo que está sob nossos

cuidados. Ele é uma entidade que irá viver nesse mundo, com todas suas distorções, e poderá ser um

multiplicador de toda essa confusão, ou não. Trata-se de um processo individual,

lento, mas necessário, se quisermos que, ao menos para ele, sua trajetória existencial tenha um desdobramento profícuo.

Jon Talber

Educar sem vocação é o mesmo que tentar ler com o livro fechado...

Se uma criança aprende através da imitação, logo ela precisa de um exemplo prático para que seja capaz de reproduzir. Isto é, um ou vários espelhos para se guiar, e destes, finalmente, vai tirar aquilo que de acordo com suas tendências ou não, servirão como gabarito, tutorial, para construir sua própria personalidade. Não há outra maneira, mas existem muitas formas de como tudo isso irá entrar na sua vida como força indutora.

Elas não poderão gostar das coisas lá de fora, se já não tiverem uma predisposição psicológica, uma força sugestiva, para que tais influências acabem por inspirá-las. Não se trata de atração involuntária, ou necessidade física por uma ou outra coisa do mundo, pois o que existe de concreto, é uma mente, um cérebro a deduzir, a avaliar, tudo aquilo que pode lhe proporcionar alguma vantagem, alguma compensação ou prazer. Criança não é burra, apenas ingênua.

No cérebro, é lá dentro que estão suas memórias, suas lembranças, tudo aquilo que aprendeu a odiar ou preferir, a rejeitar ou idolatrar, e tudo isso, num primeiro momento, é incorporado de acordo com suas tendências inatas. No entanto, num segundo momento, isso ocorre à revelia do seu temperamento. E isso se aprende; tudo isso é efeito do condicionamento externo, ali não há nada sem uma origem. Há de existir um mestre, qualificado ou não, seja o que for. E tais influências não são coisas inatas, nem uma condição física que não esteja sob o domínio da vontade, como acontece, por exemplo, com uma corrente sanguínea, que flui, sem depender do nosso desejo, credo ou opinião.

A questão que fica então é essa: Como surgem as predisposições, não os traços de tendências inatas e inconscientes, mas os conscientes, tais como os desejos lúcidos, as preferências, as antipatias ou empatias que darão lastro a personalidade dos nossos filhos? Afinal de

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Centro de Promoção da Família e da Vida

Maria do Carmo Alves XimenesCoordenadora do Centro de Promoção

da Família e da Vida

Abrimos as atividades com um pequeno gru-po, faziam parte da equipe: Roberto Pina e sua es-posa Miriam Pina, que participam do movimento Focolares, alguns casais voluntários da RCC (es-pecialmente da Paróquia São João Batista) e as três psicólogas Joice Marques, Silvia Mara Pagliuzo Mu-raki, Rosemeire Martins, e meu esposo Ângelo Xi-menes. Além destes já citados, um funcionário, que era mantido pela Mitra Diocesana.

Hoje, o Centro de Promoção da Família e da Vida, conta com mais de 50 voluntários, entre eles psicólogos, assistentes sociais e advogados. Contamos também com três locais de atendimen-to, sendo eles: Catedral, Paróquia São Carlos e São José Operário. Os atendimentos são realizados da seguinte maneira: as pessoas se dirigem ao Centro de Promoção, deixam os seus dados pessoais e rela-tam os seus problemas, passam por uma triagem e logo após, são encaminhados para os profissionais segundo a necessidade. Atualmente são realizados cerca de 50 atendimentos mensais. Todos os que já passaram por este Centro agradecem a acolhida e se declaram satisfeitos. Assim reafirmamos as sábias palavras de São João Paulo II, que a família é o “santuário da vida” e por isso merece tamanho cuida-do e dignidade.

Para entendermos o histórico do Centro de Promoção da Família e Vida, é preciso que eu aden-tre um pouco em minha história pessoal de vida. O ano era 1990, quando começamos a participar da Pastoral Familiar. Éramos, jovens e sentimos a ne-cessidade de estar ligados a Igreja, pois queríamos que a nossa família estivesse alicerçada sobre a ro-cha que é Jesus (cf. Mateus 7,24).

Partindo desse desejo começamos a formação de família e Igreja, e já naquela época percebíamos como as famílias passavam por muitas dificuldades, especialmente nos relacionamentos. Através dos en-contros em grupos de casais, participação na Euca-ristia e retiros de formação, fortalecíamos o nosso matrimônio e, a partir daí, casais nos procuravam, e pediam ajuda, muitos conseguíamos ajudar, mas fomos percebendo que precisavam muitas vezes de uma ajuda profissional e por isso não íamos ao cer-ne de toda a situação.

Frei João Maria, na época, já percebia a neces-sidade de um local e de mais pessoas para atender a demanda, o tempo foi passando e fomos amadure-cendo essa ideia, nos fortalecendo como casal cris-tão, nossos filhos foram crescendo e assim notamos que estávamos prontos para começar aquele traba-lho sonhado lá no início da nossa vida matrimonial.

Padre Wilson Cardoso de Sá, pároco da Ca-tedral diocesana na época, também tinha esse dese-jo, e em uma conversa com Dom Redovino nasceu a ideia de começarem os atendimentos; a Catedral tinha o espaço e o Padre sabia que era um projeto muito sonhado por nós. Começamos imediatamen-te a reforma do local (abril de 2005) e em dois meses iniciamos os atendimentos, (junho de 2005) contan-do com o apoio do novo pároco Padre Rubens José dos Santos.

A Igreja em serviço

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A Diocese em Revista

Saudação da CNBB ao novo Bispo de Dourados

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB congra-tula-se com o Revmº. Pe. Henrique Aparecido de Lima, CSSR, nomeado pelo Papa Francisco, Bispo da Diocese de Dourados – MS.

Nascido aos 28 de julho de 1964, em Assis Chateaubriand – PR, ingressou no Seminário de Santo Afonso da Congregação do Santíssimo Redentor, emitiu os votos solenes em maio de 1999, sendo ordenado presbítero aos 21 de novembro do mesmo ano. Em 2017, foi eleito Vigário da Província e, em 2014, assumiu como Provincial dos Redentoristas de Campo Grande-MS.

Ao mesmo tempo em que agradecemos a Dom Redovino Ri-zzardo, CS pela dedicação generosa à Igreja Particular de Doura-dos, acolhemos o Revmº. Pe. Henrique como novo membro da CNBB, desejando que o seu ministério episcopal seja vivido na incansável doação, especialmente aos mais pobres e necessitados.

Suplicamos a Deus, pela intercessão da Virgem Maria, as bên-çãos necessárias para um frutuoso serviço, nesta nova missão.

Unidos pela mesma missão,

Brasília, 21 de outubro de 2015

Dom Leonardo Ulrich SteinerBispo Auxiliar de Brasília-DF

Secretário-Geral da CNBB

Aconteceu...

Acontecerá...

18/10 - Visita aos padres e à Igreja Matriz de São Gabriel do Oeste

Encontro fraterno dos bispos em Coxim

19/10 - Passeio pelo Rio Taquari, em Coxim.

Celebração da Santa Missa, em Rio Verde

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A Diocese em Revista

Maracaju, 8 de novembro: Jornada Diocesana da Juventude

Dourados, 9 de novembro: Inauguração da Casa Jão José (para padres e bispos idosos e doentes)

Dourados, 21 de novembro: Encontro do Caminho Neocatecumenal.

Dourados, 14 de novembro: Escola Catequética Diocesana, no IPAD

Dourados, 31 de outubro: Crismas

na Paróquia Sagrado Coração

de Jesus.

Dourados, 18 de outubro: Missionários da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt (CMPS) de Dourados comemoram os 101 anos da Aliança de Amor.

Dourados, 25 de outubro: Crismas na Paróquia São João Batista.

Dourados, 14 de novembro:

1ª Eucaristia, na Capela Santa Cruz.

Dourados, 15 de novembro: Inauguração do memorial do Padre Manoel Farinha Costa, primeiro pároco da paróquia São João Batista

Glória de Dourados,1º de novembro: Crismas.

Dourados, 20 de novembro: Assembleia

Regional do COMIRE.

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Fatos em foco

Implantação de hortas

“familiares” na Reserva Indígena

de Dourados, projeto das Irmãs

Missionárias da Consolata.

Dourados, 29 de novembro: Posse do Pe. Pedro A. Mendes na paróquia São João Batista.

Caarapó, 29 de novembro: Posse

do Pe. Alberto na paróquia

Paróquia Senhor Bom Jesus. Caarapó, 29 de novembro:

Posse do Pe. Paulino na paróquia São Francisco de Assis.

Caarapó, 29 de novembro: Criação da

paróquia São Francisco de Assis.

Dourados, 22 de novembro: Missa de despedida do

Pe. Alberto Wiese na paróquia São

João Batista.

Dourados, 23 de novembro: Visita

de Dom Redovino e Monsenhor

Henrique ao CEIA.

Indápolis, 22 de novembro: Crismas.

Dourados, 28 de novembro: Confraternização de encerramento das atividades da CRB.

Dourados, 23 de novembro: Missa de confraternização do

Cursilho, presidida por Monsenhor

Henrique e concelebrada por

Dom Redovino.

Dourados, 29 de novembro: Primeira Eucaristia na Comunidade Católica São Jorge, Paroquia Bom Jesus.

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Datas Significativas

Agenda Diocesana

AniversariantesReligiosos/as Padres e Diáconos

Fique por dentro!

Janeiro:01 – Solenidade da Santa Mãe de Deus – Dia da Paz e da

Confraternização Universal03 – Epifania do Senhor: Santos Reis10 – Batismo de Jesus16 – Aniversário de morte de Dom Carlos Schmitt, 2°

bispo de Dourados (2006)17 – 2º Domingo do Tempo Comum24 – 3º Domingo do Tempo Comum28 – Santo Tomás de Aquino31 – 4º Domingo do Tempo Comum

Janeiro:25/29 – Escola Teológica para Leigos, no IPAD30 – Ordenação episcopal e posse de Dom Henrique

Aparecido de Lima, CSsR

Fevereiro:11 – Aniversário da Dedi-

cação da Catedral Dio-cesana

14 – Abertura Diocesana da Campanha da Fraternidade19/20 – Assembleia Diocesana de Pastoral, no IPAD

Fevereiro:02 – Apresentação do Senhor – Encerramento do “Ano

da Vida Consagrada”07 – 5º Domingo do Tempo Comum08 – Carnaval09 – Quarta-feira de cinzas – Início da Quaresma11 – Nossa Senhora de Lourdes – Dia Mundial do Enfermo14 – 1º Domingo da Quaresma 21 – 2º Domingo da Quaresma28 – 3º Domingo da Quaresma – Aniversário de faleci-

mento de Dom Teodardo Leitz, 3° bispo de Doura-dos (1999).

NascimentoJaneiro01. Pe. João B. Ferreira, mps04. Pe. Alberto Wiese07. Pe. Pedro Wegmann, sac23. Diác. Antônio B. do Amaral23. Pe. Aldoir Ceolin, sac31. Diác. Vilson Buzzio Hernandes

Fevereiro05. Pe. Martinho A. de Sousa, sjs13. Pe. Crispim Guimarães dos Santos14. Pe. Vilmo N. de Souza19. Pe. Rubens José dos Santos22. Pe. Leão Pedro Kolbe de Lima29. Diác. Alcides Martins Salviano

OrdenaçãoJaneiro05. Pe. Josué Ruivo, mps23. Pe. Paulino C. de Oliveira

Fevereiro02. Pe. Wilson Cardoso de Sá07. Pe. Adriano Van de Ven, svd10. Pe. Tiago G. de Oliveira, sjs23. Pe. Ademir Luiz Fontana

NascimentoJaneiro05. Ir. Olga Manosso, isj19. Ir. Mª Beatriz de C. Rei, ocs27. Ir. Álison H. Furlan, Maristas

Fevereiro03. Ir. Rafka Sacerdote, fpss03. Ir. Maria V. Menina, ssvm05. Ir. Adiles Schäfer, mesc05. Ir. Aurora Tormen, isj09. Ir. Meire de C. Bem, fpss12. Ir. Iolanda dos Santos, icmes12. Ir. Graciema M. Parizoto, isj14. Ir. Elisa Maria Bisol, sts19. Ir. Iraci Petry, ufcc22. Ir. Nelsa de J. Alves, ufcc23. Ir. Lúcia da Silva, isvpg

Profissão ReligiosaJaneiro06. Ir. Mª Jesuína Espírito, ocs20. Ir. Teresinha Schlindwein, cifsj22. Ir. Claudete Boldori, iascj25. Ir. Marlene Thomazini, iascj26. Ir. Maria de Oliveira, iascj26. Ir. Teresinha Felipe, iascj

29. Ir. Clemência A. Siculpira, imc

Fevereiro01. Ir. Janete R. Rojek, ufcc02. Ir. Rita B. Röhsler, ufcc02. Ir. Salete Conte, ufcc02. Ir. Anete Sens, cifsj02. Ir. Elita Kuhnen, cifsj02. Ir. Mª C. Munhoz, Orionita02. Ir. Severina de Lima, sts02. Ir. Maria José Silva, isna02. Ir. Nair F. de Brites, isvpg02. Ir. Antônio M. Teles, Maristas03. Ir. Lúcia Wolfart, ufcc03. Ir. Maria A. Betoni, ufcc03. Ir. Nelsa de J. Alves, ufcc03. Ir. Olga Biss06. Ir. Cristina Souza, cicaf09. Ir. Ivani Bislin11. Ir. Clarice Romagna, iascj11. Ir. Terezinha Pessini, iascj11. Ir. Maria Kathamokya, ufcc12. Ir. Iraci Petry, ufcc14. Ir. Anari Nantes, isj14. Ir. Mª do Nascimento, isj16. Ir. Lúcia da Silva, isvpg17. Ir. Adriana A. do Rosário, sjs18. Ir. Míriam Spezia, cicaf

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