Revista Esmafe Coisa Julgada Direito Canonico

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    SCOLA DE MAGISTRATURA DA 5 REGIO

    A

    COISA

    JULGADA NO DIREITO

    CANNICO

    E

    SUAS POSSVEIS CONTRIBUIES AO DIREITO

    PROCESSUAL

    CIVIL.

    Flvio Roberto Ferreira

    de

    Lima

    Professor da UFPE

    Juiz Federal Substituto da 10

    3

    Vara - PE

    Uno de los temas ms dificiles y discutidos dei Derecho

    procesal lo constituye precisamente la cosa juzgada, la cual, pese a ser

    la caracterstica distintiva de la jurisdiccin respecto de las restantes

    funciones dei Estado, y pese a sua aparente sencillez, ha motivado um

    gran nmero de discusiones doctrinales yjurisprudenciales que no afectan

    a

    la

    institucin em

    si

    misma considerada, sino ms bien a sua alcance,

    discutindose principalmente si las resoluciones procesales produce o

    no cosa juzgada,

    si la cosa juzgada afecta a las cuestiones prejudicales,

    se extiende o no a las cuestiones no planteadas em el proceso pero que

    pudieron plantearse, han sido o no resultas por la sentencia, y sobre todo

    las relaciones entre los diversos ordens jurisdiccionales. (Dominguez,

    Manuel Serra. Prlogo

    In

    Fenoli, Jordi Nieva. La

    Cosa Juzgada.

    Barcelona: Atelier, 2006)

    SUMRIO:

    I. Intrito.

    2.

    Coisa julgada: breves delimitaes

    conceituais no direito. 3. Referncia ao processo cannico. 4. Trnsito

    em

    julgado no direito cannico. 5. Imutabilidade da coisa julgada no

    direito cannico. 6. Meios de impugnao das sentenas no direito

    cannico. 6.1. Querela nullitatis. 6.1.1. Vcios insanveis. 6.1.2. Vcios

    sanveis. 6.1.3. Competncia. 6.1.4. Questes de nota. 6.2. Restitutio

    in integrum

    (Cns. 1645/1648). 7. Principais distines enter o Direito

    Revista Esmafe : Escola de Magistratura Federal da 5 Regio, n. 15, ago. 2007

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    106 REVISTA ESMAFE N15

    Processual Civil Brasileiro e o Direito Cannico quanto coisa julgada e

    seus consectrios. 8. Concluso. 9. Referncias bibliogrficas.

    1

    Intrito

    A coisa julgada

    um tema

    to antigo e controverso

    quanto

    o prprio

    exerccio da atividade

    jurisdicional,

    sendo instituto reiteradamente discutido

    nos mais diversos ordenamentos. caudalosa e atual

    doutrina

    sobre o tema,

    inclui trabalhos de autores nacionais e estrangeiros que so a prova cabal da

    importncia do assunto e de sua

    atualidade

    l2

    . Fenoll v na coisa julgada um

    instituto essencial para o prprio exerccio da jurisdio, tanto que chega a

    dizer:

    i ,

    Puede, a pesar de todo, concebir-se la actividad

    jurisdicional

    sin la

    existencia de la cosa juzgada?"'22

    pacfico doutrinariamente que a

    coisa

    julgada surge

    como

    instituto

    a garantir a segurana jurdica, revelada pela impossibilidade de rediscusso

    da causa(autoridade

    123

    , implicando,

    na prtica, limite ao exerccio do poder

    jurisdicional na

    escolha

    da deciso mais

    adequada

    correta e

    justa).

    O Instituto da

    coisa

    julgada

    encontrado em

    seus

    primrdios

    de

    formao no Cdigo de Hamurabi

    24

    , no qual se previa que o

    Juiz que julgasse

    a causa, no poderia modific-la, sob pena de pagar quantia de doze vezes a

    quantia que a motivou

    l25

    . No entanto,

    no direito romano, no perodo conhecido

    l26

    como

    processo formulrio

    que se observa

    res iudicata

    pela primeira vez .

    121 Destacam-se inmeras obras monogrficas sobre o tema. entre as quais. no Brasil. cito: Celso Neves.

    Coisa

    Julgada

    civil. So Paulo: RT. 1972. Egas Moniz Arago. Sentena e Coisa

    Julgada.

    Rio de Janeiro:

    Aide. 1992. Paulo Roberto de Oliveira Lima. Contribuio

    teoria

    da coisa julgada. So Paulo: RT. 1997.

    Eduardo Talamini. Coisa Julgada e sua Reviso. So Paulo. RT. 2005. Na Espanha: Jordi Nieva Fenol .

    La Cosa Juzgada. Barcelona: Atelier. 2006. Na Itlia: Enrico Tullio Liebman. Eficcia e Autoridade

    da Sentena e outros escritos

    sobre

    a coisa julgada. Trad. da edio italiana de 1935. Alfredo Buzaid.

    Benvindo Aires e Ada Pellegrini Grinover. Rio de Janeiro: Forense. 2006. No direito portugus: Paulo Otero.

    Ensaio sobre o casa julgado inconstitucional. Lisboa: Lex. 1993. No direito canonico: Frederica Bettetini.

    Verit, giustizia, certeza: sulla cosa giudicata nel

    diritto

    delia chiesa. Pdua: Cedam.2002.

    122 Fenoli. Jordi Nieva. La Cosa

    Juzgada.

    Barcelona: Atelier. 2006. p.25.

    123 Chiovenda. Princpios de Derecho Procesal Civil. Trad. da 3 edio ilaliana. Jose Calais y Santalo.

    Madrid: Institulo Edilorial Reus. S.A . 1977.

    124 Fenoll. ob cil.. p. 26.

    125 "Si um juez h juzgada una causa. pronunciado sentencia (y) depositado el documenlo sellado. si. a

    continuacin. cambia

    su

    decisin,

    se le

    probar que

    eI

    juez cambi

    la

    sentencia que habia dictado

    y

    pagar

    hasta doce veces

    la

    cuanla de lo que motivo

    la

    causa. Adems. publicamente. se le har levantar de su asiento

    de justicia

    (y)

    no volver ms. Nunca ms podr sentarse com los jueces em

    um

    proceso"(Frederico Lara

    Peinado. Cdigo de Hammurabi. Madrid 1997)

    126

    Alves. Moreira

    apud

    Almeida Jnior. Jesualdo Eduardo de. O

    Controle

    da coisa

    julgada

    inconstitucional. Porto Alegre. 2006.

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    ESCOLA

    DE

    MAGISTRATURA DA

    5 REGIO 107

    No direito brasileiro destaca-se a Constituio Federal de 1934

    127

    ,

    como o primeiro texto constitucional brasileiro a trazer o disciplinamento

    do instituto, muito embora

    tenha

    sido suprimido pela Constituio de 1937,

    o Cdigo

    de Processo

    Civil

    de

    1939 passou a disciplin-lo expressamente,

    embora sem

    status constitucional,

    que

    somente

    veio a

    recuperar

    em

    1946.

    2.

    Coisa

    julgada:

    breves

    delimitaes

    conceituais no direito

    O conceito de

    coisa

    julgada varia

    de

    acordo com sua evoluo

    doutrinria. Savigny compreendia a coisa

    julgada

    como mera "fico da

    verdade"'2H, j Chiovenda a entendia em seu

    sentido

    substancial como a la

    indiscutibilidad

    de

    la esencia

    de

    la voluntad concreta

    de

    la ley afirmativa em la

    sentencia"

    129

    No que se refere autoridade da coisa, por sua vez,

    Chiovenda

    a

    definiu como os " .. limites

    discutibilidade

    do decidido na sentena"IJO, no

    entanto, Liebman ensinou que a autoridade

    da

    coisa julgada no

    efeito, mas

    uma qualidade, um modo de ser e

    de

    manifestar-se dos seus efeitos, quaisquer

    sejam, vrios e diversos. consoante as diferentes

    categorias

    das sentenas."131

    A

    doutrina de

    Liebman

    influenciou

    enormemente

    o direito brasileiro,

    embora

    no

    tenha sido recepcionada, em sua pureza, pelo direito brasileiro. o

    que se pode constatar pela redao do art. 467, do Cpc.

    Art. 467, CPC. Denomina-se coisa julgada material a

    eficcia, que toma imutvel e indiscutvel a

    sentena,

    no

    mais sujeita a recurso ordinrio ou extraordinrio.

    O

    Cdigo

    Brasileiro

    distingue

    a

    coisa julgada

    material,

    da coisa

    julgada

    formal, reservando-se primeira, a imutabilidade e indiscutibilidade

    do contedo do decisum evitando que

    nova demanda

    seja ajuizada Na coisa

    julgada

    formal garante-se a indiscutibilidade

    da

    sentena, no que se refere ao

    processo,

    to-somente.

    127 Art

    113

    - A Constituio assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade

    dos direitos concernentes liberdade, subsistncia. segurana individual e propriedade, nos termos

    seguintes:

    [

    ...

    ]

    3) A

    lei

    no prejudicar o direito adquirido. o ato jurdico perfeito e a coisa julgada.

    128 "ficcin de verdad, a travs de la cual la sentencia firme se protege frente a cualquier futuro intento de

    anulacin o desvirtuacin."

    129 Chiovenda. Jos. Ob. cit. p. 441.

    130 Chiovenda. Jose. Ob. cit. p. 442.

    131 Liebman, Emico Tullio. Eficcia e Autoridade

    da

    Sentena e outros escritos sobre a coisa julgada.

    Trad. da edio italiana de 1935. Alfredo Buzaid, Benvindo Aires e Ada Pellegrini Grinover. Rio de Janeiro:

    Forense. 2006.Revista Esmafe : Escola de Magistratura Federal da 5 Regio, n. 15, ago. 2007

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    REVISTA

    ESMAfE N

    15

    3 Referncias ao processo cannico

    Cdigo

    Cannico Codex luris Canonici 132 em

    vigor, promulgado

    em 25 de janeiro de 1983, possui disciplinamento especfico sobre a coisa

    julgada,

    reservando quatro artigos sobre o instituto(Cnones 1.641 a

    1.644)133.

    Antes de tratarmos sobre o disciplinamento especfico sobre a coisa julgada,

    parece-me adequado tecer breves referncias ao processo cannico.

    O processo cannico, regulado pelo Cdigo Cannico, tem por objeto

    de exame os temas versados nos Cnones 1.400 e 1.401

    134

    As causas relativas

    beatificao so versadas por lei especial(Cnon 1.403).

    No direito cannico, a regra geral,

    que o Juiz

    de

    10 grau

    o Bispo

    diocesano(Cnon 1.419)135, que no

    julgamento

    das demandas prolata sentenas

    definitivas

    ou

    interlocutrias(Cnon 1.607), sendo reguladas pelos Cnones

    1.607 ao 1.617, destacando-se como requisitos formais os Cnones

    1.611

    e

    1.612

    136

    132 texto do Cdigo Cannico foi extrado da verso espanhola capturada no Stio do Vaticano: http://

    www.vatican.va/archive/ESL0020/_INDEX.HTM (em 29/(112006). Embora o Brasil seja o maior Pas

    catlico do mundo. no Stio do Vaticano no consta verso em portugus.

    133 O presente trabalho versa sobre o

    Cdigo

    Cannico que regula a Igreja Catlica no ocidente. havendo

    Cdigo Cannico que regula as Igreja Catlica no oriente e que tambm possui disciplinamento especfico

    sobre a coisa

    julgada(Cnones

    1.322 a 1325), com tratamento bastante assemelhado ao aqui versado.

    134

    1400 I Son objeto de juicio:

    I la reclamacin o reivindicacin de derechos de persanas t1sicas o jurdicas, o la declaracin de hechos

    jurdicos;

    2 los delitos, por lo que se refiere a infligir o declarar una pena.

    2.

    Sin embargo, las controversias provenientes de

    un

    acto de la potestad administrativa pueden lIevarse

    slo aI Superior o ai tribunal administrativo.

    1401

    La

    Iglesiajuzga

    con derecho propio y exclusivo:

    I las causas que se refieren a cosas espirituales o anejas a ellas;

    2 La violacin de las leyes eclesisticas y de todo aquello que contenga razn de pecado. por lo que se refiere

    a la determinacin de la culpa y a la imposicin de penas eclesisticas.

    135 O Cdigo Cannico prev diversas hipteses nas quais o Bispo diocesano no julgar a demanda,

    quando por exemplo, o Bispo est impedido(Cnon 1419, , quando constituido um Vigrio Judicial

    para o julgamento das demandas em 10 grau, pratica prevista ordinariamente no Cdigo Cannico ou em

    entre outras hipteses, disciplinadas nos Cnones 1419 ao 1427.

    136

    161

    I La sentencia debe:

    I dirimir la controversia discutida ante el tribunal, dando a cada

    duda

    la respuesta conveniente;

    2 determinar cules son las obligaciones de las partes derivadas dei juicio, y cmo han de cumplirse;

    3 exponer

    las razones o motivos, tanto

    de

    derecho como de hecho. en los que se tunda la parte dispositiva

    de la sentencia;

    4 determinar lo referente a las costas dei litigio.

    1612 I. Despus de invocar el Nombre de Dias, la sentencia debe exponer, por orden, quin es el juez o

    el tribunal; quines son el actor, el demandado y

    eI

    procurador, indicando sus nombres y domicilios; as como

    el

    promotor

    de justicia y el defensor dei vinculo, si tomaron parte en el juicio.

    2.

    Despus debe exponer brevemente el hecho deI que se trata. Ias conclusiones

    de

    las partes y

    la

    frmula

    de las dlldas.

    Revista Esmafe : Escola de Magistratura Federal da 5 Regio, n. 15, ago. 2007

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    SCOL DE M GISTR TUR DA 5" REGIO

    4 Trnsito em julgado no direito cannico

    O direito cannico prev

    4(

    quatro) hipteses pelas quais a sentena

    pode transitar

    em

    julgado(Cnon 1.641 )137:

    1

    3

    ) "DUPLEX CONFORMIS"

    3

    ) PRECLUSO DOS PRAZOS PROCESSUAIS

    Y PEREMPO OU

    RENNcIA

    EM GRAU DE APELAO;

    4

    3

    ) INADMISSIBILIDADE DE RECURSO.

    Com exceo da primeira hiptese, as demais so conhecidas no direito

    processual civil brasileiro. As hipteses 2

    3

    4

    3

    contemplam as situaes em que

    o recurso no foi manejado no prazo e segundo as formalidades previstas na

    norma ou no foi mantido pela vontade da Parte interessada, que renunciou ao

    recurso ou o mesmo foi atingido pela perempo. No caso da duplex conjrmis

    a coisa julgada ocorre pela conformidade sucessiva de decises num mesmo

    processo.

    Tucci e Azevedo

    explicam a origem do instituto:

    a imposio da duplex conjrmis segundo abalizada

    doutrina, foi inicialmente introduzida nas aes de nulidade

    de casamento pelo Papa Benedito XIV (1740 - 1758), em

    1741, com a finalidade de coibir graves abusos advindos da

    irresponsvel facilidade e excessiva precipitao com que

    muitos juzes dissolviam o matrimnio.

    138

    A

    duplex confrmis

    certamente poderia ser objeto de introduo no

    direito processual civil brasileiro, especialmente para as causas consideradas

    de pequeno valor, mesmo quando no sujeitas aos juizados especiais. Tal

    contribuio no apenas iria ao encontro da racionalidade processual que sempre

    se impe na tramitao processual, como reservaria aos tribunais superiores

    3. A continuacin seguir la parte disposit iva de

    la

    sentencia, precedida de las razones en que

    se

    fundamenta.

    4. Se concluye

    con

    la indicacin dei dia y dei lugar en que se

    ha

    dictado. con

    la

    firma delJuez o de todos

    los jueces. si

    eI

    tribunal es colegial. y dei notario.

    137 1641 Quedando a salvo lo que prescribe el c. 1643, se produce la cosajuzgada:

    I

    si

    hay dos sentencias conformes eotre los mismos litigantes. sobre

    \a

    misma peticin hecha por los mismos

    motivos:

    2 si no se hubiera interpuesto apelacin contra

    la

    sentencia dentro dei plazo til:

    3 si, en grado de apelacin, hubiera caducado la instancia o se hubiera renunciado a ella;

    4 si se dict sentencia definitiva, contra la cua no cabe apelacin. de acuerdo con el c. 1629.

    138 Tucci e Azevedo. Ob. cit..

    p.

    142.

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    REVISTA ESMAFE

    N15

    o exame das questes evidentemente controvertidas. bvio que tal medida

    poderia ser entendida como obstculo ao acesso justia, na medida em que o

    3 degrau recursal estaria vedado, no entanto, a agilidade que o processo iria

    ganhar certamente superaria os eventuais prejuzos da impossibilidade da 3

    3

    via

    recursal.

    No se pode esquecer, outrossim, que os diversos mecanismos

    processuais existentes

    como

    as smulas vinculantes, as aes declaratrias

    de constitucionalidade e inconstitucionalidade, a via rescisria, o manejo das

    impugnaes de inconstitucionalidade(art. 475-L, do

    CPC

    e art. 741, pargrafo

    nico), possibilitariam, de fato, que

    na

    maioria dos casos, as demandas seriam

    reexaminadas, mesmo aps o trnsito

    em

    julgado.

    5 Imutabilidade da coisa julgada no direito cannico

    A coisa

    julgada

    no direito cannico est associada, tambm, noo

    de estabilidade e faz direito entre as partes e proporciona a ao de

    julgado

    e exceo de coisa julgada, que o juiz pode declarar tambm

    ex officio,

    para

    impedir nova introduo da mesma causa. 139

    Tal qual no nosso direito positivo, as causas sobre o estado das

    pessoas no faz coisa

    julgada, como

    se observa pela dico do

    Cnon

    1.643

    mesmo no caso da existncia de duas sentenas concordes(nas

    mesmas condies da duplex conformis , quando possvel a interposio

    de recurso ao tribunal de apelao apresentando novas e graves provas

    ou

    argumentos, no prazo de 30(trinta) dias, da impugnao. Em seguida o tribunal

    ir examinar a admissibilidade do recurso, tambm em 30(trinta) dias

    '41

    .

    Tucci e zevedo

    advertem que

    mesmo

    no caso das aes sobre

    o estado das pessoas h trnsito

    em

    julgado. Dizem os Autores: A bem da

    verdade, tais decises tambm transitam

    emjulgado

    quando houver nova causa

    petendi a justificar o ajuizamento de nova ao...

    142

    139 1642

    9 I

    La cosa

    juzgada

    goza de la firmeza dei derecho, y no puede impugnarse directamente, si no

    es de acuerdo con

    el

    c. 1645

    J.

    9 2. La misma hace ley entre las partes y da lugar a accin y a excepcin de cosa juzgada, que puede

    tambin

    el

    juez declarar de oficio para impedir que vuelva a introducirse la misma causa.

    140 1643 Nunca pasan a cosajuzgada las causas sobre el estado de las personas, incluso las de separacin

    de los cnyuges.

    141

    1644 9 I. Si se pronuncian dos sentencias conformes en una causa acerca dei estado de las personas,

    puede recurrirse en cualquier momento ai tribunal de apelacin, aduciendo nuevas y graves pruebas o razones,

    dentro dei plazo perentorio de treinta dias desde que se propuso la impugnacin. Y dentro de

    un

    mes a partir

    de la

    presentacin de las nuevas pruebas y razones. el tribunal de apelacin debe decidir mediante decreto

    si

    admite o no la nueva proposicin de la causa.

    142 Ob. cit.. 143.

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    111

    SCOLA DE MAGISTRATURA DA 5

    REGIO

    Em verdade, tenho por discordar

    dos

    mencionados Autores. que

    no caso confunde-se a eficcia da sentena com possibilidade de reviso

    do

    julgado. A qualquer tempo o julgado pode ser impugnado, quebrando-se um

    dos

    pilares da

    coisa

    julgada

    que a imutabilidade

    do

    comando decisrio. De outra

    parte, a

    reviso

    do julgado

    no suspende

    a

    execuo(Cnon

    1644, item 2

    43

    ),

    sendo

    regra ao processo cannico,

    diversamente do

    Processo

    Civil Brasileiro,

    quando o recurso suspende a execuo

    do

    julgado.

    6. Meios de impugnao das sentenas no direito cannico

    As sentenas

    podem

    ser atacadas pelas seguintes vias processuais:

    A

    QUERELA NULLlTATIS;

    B RESTITUTIO IN INTEGRUM

    C)

    APELAO

    As

    duas primeiras vias(querela

    nullitatis e restitutio in

    integrum)

    so

    reservadas

    para

    as hipteses

    em que j ocorreu

    o trnsito em

    julgado, sendo

    meios

    extraordinrios

    de

    impugnao da

    sentena, por via de ao, na

    terceira

    hiptese, a sentena foi prolatada, no transitou

    em julgado

    e a apelao tem,

    tal qual

    nosso

    sistema, possui

    natureza

    recursal.

    Em

    face

    do

    prprio

    objetivo

    deste escrito,

    me

    reservarei a analisar as

    duas

    hipteses iniciais.

    6.1. Querela nullitatis

    A

    querela nullitatis

    reservada aos casos

    de

    sentena

    e decises

    interlocutrias nulas,

    diferentemente da

    apelao e

    da restitutio in integrum

    que so

    manejados

    contra sentenas vlidas. Pito explica bem

    essa

    distino

    de tratamento:

    nella querela, si

    suppone uma

    sentenza nulla, che non ha

    prodotto effetti giuridici; nell'appello invece si difronte

    a uma sentenza valida e efficace, ma ritenuta ingiusta

    dali 'appelante.

    44

    A

    querela nullitatis

    (ou querela de nulidade) regulada pelo Cdigo

    Cannico

    nos

    Cnones

    1.619

    ao

    1.627

    4

    \

    sendo

    instituto

    assemelhado

    ao

    143

    2.

    La peticin ai tribunal superior para obtcner una nueva proposicin de la causa no suspende la

    ejecucin

    de

    la sentencia. a no ser que la ley establezca otra cosa o

    cl

    tribunal de apelacin mande que se

    Suspenda de acuerdo con

    el

    c.

    1650 3.

    \44 Pito, Pio Vito. I PROCESSI NEL CODlCE DI DlREITTO CANONICO.

    Commento

    sistemtico

    ai Ub.

    VII. Vaticano: Vaticana,

    1983

    ,p. 407

    145 1619

    Siempre que se trate

    de

    una causa que se refiera ai bien de las personas privadas,

    quedan

    sanadas

    por la sentencia las nulidades de los actos establecidos por

    el

    derecho positivo que, siendo conocidas por la

    Revista Esmafe : Escola de Magistratura Federal da 5 Regio, n. 15, ago. 2007

  • 7/25/2019 Revista Esmafe Coisa Julgada Direito Canonico

    8/14

    112

    REVISTA

    ESMAFE N15

    nosso instituto de mesmo nome, divergindo, no entanto, quanto aos prazos de

    interposio e o rol de hipteses elencadas no Cdigo Cannico.

    A via processual pode ser oposta em prazos diferenciados, caso a

    nulidade for insanvel ou sanvel, no sendo cabvel, no entanto, sua interposio

    na hiptese das nulidades no terem sido denunciadas ao juiz

    at o momento

    da sentena, quando a demanda versar sobre bens particulares, excetuando

    se os vCios enumerados no Cnon 1.622, quando cabvel o ajuizamento da

    demanda.

    A regra, portanto, que

    as

    nulidades que versam sobre bens

    particulares devem ser impugnadas at o momento de prolao da sentena,

    sob pena de precluso, no entanto, nos casos expressamente reservados pelo

    parte que propone

    la

    querella, no hayan sido denunciadas ai

    juez

    antes de la sentencia. quedando en pie lo

    que prescriben los cc. 1622 y 1623.

    1620 La sentencia adolece de vicio de nulidad insanable si:

    1 rue dictada por

    un

    juez absolutamente incompetente;

    2 rue dictada por quien carece de potestad de

    juzgar

    en el tribunal ante

    el

    cua! se ha tratado

    la

    causa;

    3

    el

    juez emiti sentencia coaccionado por violencia o miedo grave;

    4

    el

    juicio se ha realizado sin

    la

    peticin judicial de

    la

    que se trata en el

    c.

    150 I. o no se entabl contra algn

    demandado;

    5 se dio entre partes de las cuales una aI

    menos no tiene capacidad de actuar en juicio;

    6 alguien actu en nombre de otro sin mandato legtimo;

    7 rue denegado a una de las dos partes

    el

    derecho de defensa;

    g no dirimi

    la

    controversia.

    ni

    siquiera parcialmente.

    1621 La querella de nulidad a

    la

    que se refiere el

    c.

    1620 puede proponerse perpetuamente como excepcin

    y como accin, en el plazo de diez anos desde la fecha de la sentencia, ante el juez que la dict.

    1622 La sentencia adolece de vicio de nulidad sanable, exclusivamente si:

    I ha sido dada por

    un

    nmero no legtimo

    dejueces,

    contra lo que prescribe

    el

    c. 1425

    I.

    2

    no contiene los motivos o razones de

    la

    decisin;

    3 carece de las firmas prescritas por el derecho:

    4 no Ileva indicacin dei ano, mes. dia y lugar en que rue dictada;

    5 se basa en

    un

    acto judicial afectado de una nulidad que no haya quedado subsanada a tenor dei

    c.

    1619;

    6 rue dada contra una parte legitimamente ausente, de acuerdo con el c. 1593 2.

    1623 En los casos a que se refiere

    el

    c. 1622, la querella de nulidad puede proponerse en

    el

    plazo de tres

    meses desde que se tuvo conocimiento de

    la

    publicacin de

    la

    sentencia.

    1624 Examina

    la

    querei

    la

    de nulidad

    el

    mismo

    juez

    que dict

    la

    sentencia; pero

    si la

    parte teme que dicho

    juez tenga prejuicios

    y,

    por tanto. lo considera sospechoso. puede exigir que sea sustituido por otro juez, de

    acuerdo con el c. 1450.

    1625 La querella de nulidad puede proponerse junto con

    la

    apelacin. dentro dei plazo establecido para

    sta.

    1626

    I

    Pueden interponer querella de nulidad no slo las partes que se consideren perjudicadas, sino

    tambin el promotor de justicia o el delensor dei vinculo, cuando stos tienen derecho a ntervenir.

    2.

    EI

    mismo

    juez

    puede revocar o enmendar de oficio

    la

    sentencia nula que dict, dentro dei plazo

    determinado en el c. 1623, a no ser que, entretanto, se haya interpuesto apelacn junto con la querella de

    nulidad, o que

    la

    nulidad haya quedado subsanada por caducidad dei plazo indicado en el c. 1623.

    1627 Las causas sobre querella de nulidad pueden tratarse segn las normas dei proceso contencioso oral.

    Revista Esmafe : Escola de Magistratura Federal da 5 Regio, n. 15, ago. 2007

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    ESCOLA

    DE MAGISTRATURA DA

    5

    REGIO

    113

    Cdigo Cannico em que h vcios insanveis ou vcios sanveis enumerados,

    passvel o ajuizamento da querela de nulidade.

    6.1.1.Vcios insanveis

    Cdigo Cannico apresenta o elenco de vcios insanveis no Cnon

    1.620:

    1620 La sentencia adolece de vicio de nulidad insanable

    SI:

    I fue dictada por un juez absolutamente incompetente;

    2 fue dictada por quien carece de potestad de

    juzgar

    en l

    tribunal ante el cual se ha tratado la causa;

    3

    el juez

    emiti sentencia coaccionado por violencia o

    miedo grave;

    4 el juicio se ha realizado sin la peticin judicial de la

    que se trata en

    el

    c. 150 I, o no se entabl contra algn

    demandado;

    5 se dio entre partes de las cuales una ai menos no tiene

    capacidad de actuar en juicio;

    6 alguien actu en nombre de otro sin mandato legtimo;

    7 fue denegado a una de las dos partes el derecho de

    defensa;

    8 no dirimi la controversia,

    ni

    siquiera parcialmente.

    Nesse caso, a ao pode ser movida no prazo de lO dez)

    anos, a

    partir da publicao da sentena, admitindo-se que a qualquer tempo possa ser

    invocada a nulidade como exceo Cnon 1.621).

    Tal enumerao, como o do Cnon 1622 parece-me claramente

    enunciativa, como defende a maioria dos Autores, como ensina

    Tucci

    e

    Azevedo

    46

    .

    6.1.2. Vcios sanveis

    o Cnon 1.622 enumera os vcios considerados como sanveis. So

    eles:

    146 Tucci. Jos Rogrio Cruz; Azevedo, Luiz Carlos de. Lies de Processo Civil Cannico. So Paulo.

    RT.

    2001 152

  • 7/25/2019 Revista Esmafe Coisa Julgada Direito Canonico

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    114

    REVISTA

    ESM FE

    N15

    1622 La sentencia adolece de vicio de nulidad sanable,

    exclusivamente si:

    1 ha sido dada por un nmero no legtimo de jueces, contra

    lo que prescribe e1

    c.

    1425 1.

    2 no contiene los motivos o razones de la decisin;

    3 carece de las firmas prescritas por el derecho;

    4 no lIeva indicacin deI afio, mes, da y lugar en que fue

    dictada;

    5 se basa en un acto judicial afectado de una nulidad que no

    haya quedado subsanada a tenor

    deI c.

    1619;

    6 fue dada contra una parte legtimamente ausente, de

    acuerdo con el c. 1593 2.

    o

    prazo para ajuizamento da querela em casos tais de trs meses aps

    o conhecimento da publicao da sentena Cnon 1.623) ou pode ser proposta

    junto com a apelao, dentro do prazo estabelecido para o recurso Cnon 1.625),

    que no direito cannico de 15 quinze) dias teis

    -

    Cnon 1630). No caso do

    ajuizamento e interposio do recurso, embora no haja norma expressa nesse

    sentido, os julgamentos devem ocorrer em seqncia, de acordo com o critrio

    da prejudicialidade, iniciando-se, portanto, pela querela e, se for o caso, pela

    apelao. Se a parte interessada no apresentar a querela de nulidade no prazo

    do recurso de apelao, no ter oportunidade do processo ser julgado com

    prioridade ao julgamento da apelao.

    6.1.3. Competncia

    O Juiz que proferiu a sentena, em regra, julga tambm a querela

    de nulidade contra ela interposta, salvo se a parte recear que o juiz no tenha

    iseno de nimo para o julgamento da demanda, podendo exigir que o outro

    juiz o substitua.

    o que se extrai da dico do art. 1624:

    1624 Examina la querella de nulidad

    e1

    mismo

    juez

    que

    dict la sentencia; pero si la parte teme que dicho

    juez

    tenga

    prejuicios y por tanto, lo considera sospechoso, puede exigir

    que sea sustituido por otro juez, de acuerdo con el c. 1450.

    Tal substituio do magistrado ocorre segundo as regras do Cnon

    1450. Eis a norma:

    1450.Admitida la recusacin, deben cambiarse las personas,

    pero sin cambiar el grado deI juicio.

  • 7/25/2019 Revista Esmafe Coisa Julgada Direito Canonico

    11/14

    5SCOLA

    DE

    MAGISTRATURA DA 5 REGIo

    Quando

    a sentena

    impugnada houver

    sido proferida pela Rota

    Romana, a ao dever ser ajuizada perante o Supremo Tribunal da Assinatura

    Apostlica

    (Cnon

    1445).

    6.1.4.

    Questes

    de

    nota

    O ajuizamento

    da

    querela nullitatis reservada no apenas s partes

    prejudicadas pelo

    julgado,

    como

    tambm

    ao

    promotor

    de

    justia

    e ao

    defensor

    pblico,

    quando

    lhes

    couber

    intervir na demanda.

    Enumera

    Pio Pito

    '47

    que o juiz pode se retratar ou cornglr a

    sentena nula nas seguintes hipteses:

    1-

    Quando no fluiu o prazo de trs meses, previsto no Cnon

    1.623;

    2

    - No prazo previsto no Cnon 1.623 se no foi interposta

    apelao ao lado de

    querela nullitatis;

    3 -

    Que

    a

    nulidade no foi sanada pelo decurso de tempo do

    Cnon 1.623.

    6.2. Restitutio in integrum

    (Cns.

    1645/1648)

    A

    restitutio in integrum

    via processual muito prxima

    da

    ao

    rescisria do direito brasileiro e cabivel

    de

    sentenas vlidas, possuindo

    como requisito geral, no dizer de Rodrguez-Ocafia Para que haya posibilidad

    de

    conceder

    la restitutio in integrum hace falta: que la decisin judicial haya

    alcanzado el efecto de cosa juzgada y que consta la injusticia de la decisin. '4s

    a manifesta injustia, nas hipteses previstas nos itens I a 5, do 2,

    do Cnon

    1.645

    49

    sendo assim consideradas:

    147 Tuttavia la possibilita riconosciuta aI giudice di sanare egli stesso la sentenza, nom

    e

    ilimitata;

    essa e

    sottomessa a tre condizioni:

    c le lof cci entro illermine slabililo daI

    caIJ

    1623;

    c le nelf-allempo non sai slalo presenlalo appel/o insieme con la querela a norma deI cano 1625.

    c le la nul/il non sai

    Hala

    sanala in/r::a deI decorso lerminle prescrilo daI cano 1623 "(Oh. cil

    fl

    40li)

    148 Rorguez-Ocana. Ralcl. La demanda Judicial Cannica. Pamplona: Navarra,

    2()(J2,

    p. 315.

    149 1645 I. Contra la sentencia

    que

    haya pasado a cosajuzgada

    cabe

    la restitucin

    in

    integrum, con tal

    de que constc manificstamente su injusticia.

    2. Slo se considera manifiesta la injusticia:

    I si la sentencia de tal manera se basa

    en

    pruebas. que posteriormente sc han escui:>ierto

    ser

    lilisas. que sin

    tales pruebas

    la

    parte dispositiva de la sentencia resulte insostenible;

    2 si

    se

    descubren posteriormente

    documentos que

    prueban sin lugar a

    duda

    hechos nuevos

    que

    exigen una

    decisin contraria;

    3 si

    la

    sentencia ha sido

    originada

    por el

    dolo

    de una parte y en

    dano

    de la

    otra;

    Revista Esmafe : Escola de Magistratura Federal da 5 Regio, n. 15, ago. 2007

  • 7/25/2019 Revista Esmafe Coisa Julgada Direito Canonico

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    6

    REVISTA ESMAFE N15

    1 - Proferida com suporte em prova falsa determinante do resultado

    processo;

    2 - descoberto documento novo determinante de deciso contrria;

    3

    - acarretar dano a uma parte em decorrncia de dolo da outra;

    4 - infringente de prescrio legal de direito material;

    5 - ofender a coisa julgada Cnon 1.645,2)

    Sintetiza os requisitos para a restitutio in integrum

    5.1.

    Competncia

    e

    Prazo

    5.1.1 - Juiz que proferiu a sentena:

    Para os casos dos itens I a

    3

    do 2, do Cnon 1.645, no prazo de

    trs meses a partir do conhecimento dos motivos;

    5.1.2 -

    Tribunal de Apelao;

    No

    caso dos itens 4 e 5 no prazo de trs meses, a partir da publicao

    da sentena ou, NO CASO DO ITEM

    5

    se o conhecimento da deciso

    precedente ocorreu em data posterior 2

    a

    sentena, quando se contar a partir

    dessa notcia.

    5.1.3 -

    Suspenso

    O pedido de

    restitutio

    n

    integrum

    suspende, em regra, a execuo da

    sentena ainda no iniciada), Cnon 1.647.

    4 si es evidente que se ha menospreciado la prescripcin de una ley no meramente procesal;

    5 si la sentencia contradice una decisin precedente que haya pasado a cosa juzgada.

    Revista Esmafe : Escola de Magistratura Federal da 5 Regio, n. 15, ago. 2007

  • 7/25/2019 Revista Esmafe Coisa Julgada Direito Canonico

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    117

    SCOL

    DE MAGISTRATURA DA 5

    a

    REGIO

    7 Principais distines entre o Direito Processual Civil Brasileiro e o

    Direito Processual Cannico quanto Coisa Julgada e seus consectrios

    DIREITO

    PROCESSU L

    C NNICO

    DIREITO

    PROCESSU L

    CIVIL

    BRASILEIRO

    Apelao: Suspende a execuo

    como regra, Cnon 1.638.

    Apelao: No suspende a

    execuo como regra, pois

    recebido no duplo efeito art. 520).

    Reviso de oficio da sentena

    pelo Juiz, nas hipteses dos

    Cnones 1.623 e 1626.

    Reviso de oficio para as

    hipteses de erros materiais.

    Restitutio

    n

    integrum julgada

    pelo juiz de 1 grau ou Tribunal

    de Apelao Cnon 1645),

    sendo ajuizada no prazo de trs

    meses.

    Ao rescisria julgada pelo

    Tribunal de 2 grau ou por

    tribunais de grau de seus

    julgados, tendo o prazo de 2 dois)

    anos para ajuizamento.

    Duplex conformis

    julgados

    sucessivos no mesmo sentido

    transitam em julgado.

    Inexistncia do Instituto

    Querela nullitatis prazo

    de 10 dez) anos para vcios

    insanveis e trs meses para

    sanveis.

    Querela de nulidade: inexistncia

    de prazo para interposio.

    Exceo de

    inconstitucionalidade:

    inexistncia

    Exceo de inconstitucionalidade:

    art. 475-L e 751, pargrafo nico.

    8 Concluso

    O presente trabalho buscou demonstrar a importncia do direito

    processual cannico, como fonte de institutos aplicveis ao direito processual

    civil brasileiro,

    em

    especial no que se refere ao tema da coisa julgada. Os

    nossos legisladores muitas vezes esforam-se em buscar institutos aplicveis

    em ordenamentos aliengenas, sem se aperceberem das inmeras dificuldades

    que a importao ocasiona, notadamente quando se verifica que nossa realidade

    diversa dos pases de origem. O direito processual cannico embora seja

    oriundo da Igreja Catlica Apostlica romana h muito utilizado em nosso

    Pas, estando adaptado s nossas circunstncias. bvio que no se pode

  • 7/25/2019 Revista Esmafe Coisa Julgada Direito Canonico

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    REVISTA ESMAFE N15

    18

    pretender uma transposio, to-somente, dos institutos do direito processual

    cannico para o direito processual civil brasileiro, no entanto, entendo ser

    possvel util izar o direito cannico como base interpretativa dos nossos institutos

    atuais e, principalmente, base inspirativa para a evoluo desejada de nosso

    Processo Civil Brasileiro. Dos vrios institutos mencionados no texto, destaco

    o duplex conformis como mecanismo de elevada simplicidade e de alto grau

    de praticidade na busca de um processo mais clere e racional.

    9.

    Referncias

    Bibliogrficas.

    Chiovenda. Princpios de Derecho Procesal Civil. Trad. da Y edio italiana.

    Jose Calais

    y

    Santalo. Madrid: Instituto Editorial Reus, S.A., 1977.

    Fenoli, Jordi Nieva. La Cosa

    Juzgada.

    Barcelona: Atelier, 2006.

    Liebman, Enrico Tullio. Eficcia e Autoridade da

    Sentena

    e outros escritos

    sobre a coisa

    julgada,

    Trad. da edio italiana de

    1935.

    Alfredo Buzaid,

    Benvindo Aires e Ada Pellegrini Grinover. Rio de Janeiro: Forense.

    2006.

    Pito, Pio Vito. I Processi nel

    Codicc

    di Diritto

    Canonico.

    Commento

    sistemtico ai Ub. VII. Vaticano: Vaticana, 1983.

    Tucci, Jos Rogrio Cruz; Azevedo, Luiz Carlos de. Lies

    de Processo

    Civil

    Cannico.

    So Paulo,

    RT

    200 I.

    Rodrguez-Ocana, Rafael.

    La demanda

    Judicial Cannica. Pamplona:

    Navarra,2002.