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Fechamento autorizado – pode ser aberto pela ECT SECOVI/RS • AGADEMI A Revista do Mercado Imobiliário Gaúcho. Ano IX • Março/Abril 2012 - Nº 49 Ar-condicionado também pode esquentar ou esfriar as relações condominiais Problemas provocados por colocação e uso inadequado de climatizadores em condomínios podem ser resolvidos com regulamentação e capacitação técnica.

Revista Espaço Imóvel nº 49

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Revista Espaço Imóvel

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SECOVI/RS • AGADEMI

A Revista do Mercado Imobi l iár io G aúcho. Ano IX • Março/Abril 2012 - Nº 49

Ar-condicionado tambémpode esquentar ou esfriar asrelações condominiaisProblemas provocados por colocação e uso inadequado de climatizadores em condomínios podem ser resolvidos com regulamentação e capacitação técnica.

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15º Encontro Gaúcho de Condomínios acontecerá em agosto

Sobre as ondas

Secovi/RS e Agademi são agraciados com Medalha da Cidade

Prazo para obtenção de Certificação Digital está chegando ao fim

Mulheres ficam com imóvel do Minha Casa, Minha Vida em caso de separação

Condomínio pode alugar espaço para instalação de antena de telefonia

Despesas com pessoal, obras, água e segurança são os itens mais expressivos nos gastos condominiais

Ar-condicionado também pode esquentar ou esfriar as relações condominiais

Localização inadequada é um dos grandes problemas

Lei impõe restrições para a venda e o aluguel de abrigos para veículos em condomínios

Espaço Imóvel responde a questionamentos sobre a área condominial

Inúmeros problemas atingem a cavidade bucal

Encontro reúne Delegados e Diretores do Secovi/RS e da Agademi

Mensagem do Presidente

Evento

Atualização

Homenagem

Documentação

Financiamento

Decisão

Indicadores

Equipamentos

Climatizadores

Legislação

Dúvidas

Espaço SecoviMed

Confira alguns destaques dessa edição

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012

Page 4: Revista Espaço Imóvel nº 49

Expediente

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, obrigatoriamente, o posicionamento editorial da Revista Espaço Imóvel ou das diretorias do Secovi/RS e da Agademi.

CONSELHO EDITORIALMoacyr Schukster, Simone Camargo, Helena Terezinha do Amaral Gomes, Andréia Martins e Maria Angélica S. GarciaPRODUÇÃO EDITORIALProva Comunicação - Fone: (51) 2111 7892Jornalista Responsável: Joni Ferreira Neto - RMTb 7.144

Atendimento: Maurília Souza de LemosRevisão: Greice Zenker PeixotoFoto capa: Ivo Gonçalves - PMPACapa Edição e montagem : Kauer Ideia e ImagemEditoração Eletrônica: Kauer Ideia e ImagemCtP e Impressão: Gráfica Pallotti

Revista Espaço Imóvel:Tiragem: 28 mil exemplaresUma publicação institucional, de periodicidade bimestral, do SECOVI/RS e da AGADEMI.Travessa Francisco de Leonardo Truda, 98 - 9° andar - Porto Alegre/RSTelefone: (51) 3221 3700 - Fax: (51) 3221 3818

DIRETORIA EXECUTIVA DO SECOVI/RS E DA AGADEMIPresidente: Moacyr Schukster1° Vice-presidente: Gaspar FioriniVice-presidente de Condomínios: Simone CamargoVice-presidente de Comercialização: Gilberto CabedaVice-presidente Financeiro: Flávio Roberto StefaniVice-presidente de Locações: Leandro Rossi de Moraes HilbkVice-presidente de Relações do Trabalho: Jane Simões PiresVice-presidente: Adão Alves de OliveiraVice-presidente: Marcelo Luiz Mignone CallegaroVice-presidente: Véra Lucia HahnVice-presidente: Walter Antônio Scuccimarra Marichal

SUPLENTESAlexandre Gilberto Cohen; Ary Costa de Souza; Hugo Del Carrir Euzébio; João Comerlato Neto; Mara Rosane Arnhold; Marco Aurélio Rozas Munhoz; Rafael Padoin Nenê; Ricardo Brandalise; Sileini Sulzbach Mossmann; Valdir Patrício Fin e Viviane Tomazelli

CONSELHO FISCAL - EFETIVOSJosé Cezar Coimbra Sperinde Filho; Júlio César Soares da Silva e Natálio Wulff

SUPLENTESIvar Balconi; Luiz Gustavo Tarrago de Oliveira e Plínio Anele

DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À FEDERAÇÃO - EFETIVOSMoacyr Schukster e Flávio José Gomes

SUPLENTESJane Simões Pires e Simone Camargo

CONSELHO ADMINISTRATIVO - EFETIVOSAlexandre Altenhofen Pazzini; Ingo Luiz Voelcker; Lucília Beck de Freitas; Miriam Ferreira da Silva Salvaterra e Vilson Pascoal Dalla Vecchia

SUPLENTESAttílio Stopassola; Ivan Bento Alves; Manoela de Oliveira Freire; Nilton Mello Amaral e Rudimar José Joner

CONSELHO CONSULTIVO(Ex-Presidentes; Membros Natos)Alfredo E. Mello; Aroni Becker; Avelino Miranda Viana; Ederon Amaro Soares da Silva; Fernando Sarmento Leite Barcellos; Flávio

José Gomes; Gaspar Fiorini; Moacyr Schukster; Natan Sandler e Sandra Thereza Nunes

DELEGADOS E SUBDELEGADOS NO INTERIOR DO ESTADOBento Gonçalves: Ildoíno Pauletto; Cachoeira do Sul: Erli Antão do Canto Calvett; Canela: Attílio Stopassola; Canoas: Ricardo Brandalise; Carazinho: Cláudio Paulo Hoffmann; Caxias do Sul: João Jorge Zanol; Encantado: Vera Lucia Sangalli Sandri; Estrela: Sileini Sulzbach Mossmann; Farroupilha: Milton Carlos de Souza e Adriel Somacal; Gramado: Viviane Tomazelli; Gravataí: Luciane Pessato; Guaíba: Vilmar Silveira da Silva; Ijuí: Cícero Tremea dos Santos; Lajeado: Marco Aurélio Rozas Munhoz; Montenegro: Karl Heinz Kindel; Novo Hamburgo: Véra Lucia Hahn e Leonardo La Bradbury; Osório: Márcio Antônio Vieira Madalena; Passo Fundo: Mara Rosane Arnhold; São Leopoldo: Leandro Rossi de Moraes Hilbk; Santa Cruz do Sul: Roque Dick; Santo Ângelo: Alexandre Altenhofen Pazzini; Tramandaí/Imbé: Marcelo Luiz Mignone Callegaro; Uruguaiana: Jônatas Brazeiro Fernandes; Viamão: José Janes da Silva Nunes

SUPERINTENDENTEHelena Terezinha do Amaral Gomes

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Um sindicato forte tem condições de prestar um bom atendimento.Mantenha em dia suas contribuições.

Representatividade em questões de interesse coletivo - Assessoria Jurídica - Informativos On-line - Revista moderna com reportagens inéditas para síndicos e condôminos - Cursos, palestras e seminários de aperfeiçoamento e atualizações

- Assessoria em gestão de condomínios - Promoção do Encontro Gaúcho de Condomínios, anualmente - Acompanhamento de Projetos de Leis municipais,

estaduais e federais em assuntos relativos a condomínios.

Page 5: Revista Espaço Imóvel nº 49

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Moacyr SchuksterPresidente do Secovi/RS e da Agademi

As valsas estão fora de moda. No passado, mere-ciam concertos exclusivos e eram atração irresistível nos bailes. Não é mais assim. Até nos casamentos, a primeira dança é quase uma concessão quando os nu-bentes optam por esse gênero musical. Contudo, per-manece inconteste sua beleza melódica e o seu ritmo contagiante.

Uma valsa famosa tem o título de “Sobre as Ondas”, e é frequentemente atribuída a Johann Strauss. Enga-no! O autor é um mexicano e que merecia mais sorte na divulgação do seu nome e de sua obra.

A vida assinala constante-mente enganos dessa ordem. As coisas parecem, mas não são. Por exemplo, a área de serviços imobiliários, que tem mostrado um grande desen-volvimento nos últimos anos. Um pouco pela exigência ine-xorável da modernidade. E um tanto maior pela imposição da efervescência do mercado que compele as empresas a ofere-cerem o mais alto padrão em seus produtos. A concorrên-cia ficou acirrada e ai de quem não estiver à altura da porfia.

Uma particularidade se evidencia no setor: por mais que se possa investir em equipamentos, a performance da empresa vai ser per-cebida pela atuação de seus quadros. Eis porque seria temerário dizer que os serviços prestados pelas empre-sas do setor são todos iguais. Engano! Não são. E esse engano é o que acaba conduzindo ao erro de um lado e à concorrência desleal de outro. O cliente que é leva-do apenas pelo preço cai na sedução do mais barato, que, muitas vezes, não corresponde ao que precisa mi-nimamente. A questão assume contornos de alguma gravidade quando se fala em administração de condo-mínios. A bateria de tarefas de que uma administradora cuida e executa é extensa e, quando alguma delas tran-sige na qualidade, as sequelas podem ser fatais. De fato,

havendo falhas, provavelmente surgirão multas, juros e correção monetária, penalidades do mais completo desagrado a condôminos.

A força de um condomínio se sustenta na boa vontade e no bom-senso dos seus integrantes. A partir daí, elegerá síndicos e conselhos prudentes e interes-sados. Estes, por sua vez, indicarão ou escolherão uma empresa especializada para auxiliar em sua gestão. Fa-rão uma coleta de preços. Engano! Não pode ser uma mera coleta de preços, mas uma autêntica auscultação para conhecer organizações de idêntica categoria e

que realmente tenham condições de prestar um trabalho condizente com as necessidades desse con-domínio. Naturalmente, os preços serão cotejados, mas não se constituirão no fator decisivo.

As mesmas conside-rações cabem à interme-diação na locação e na compra e venda. Os atores das negociações carecem de uma orientação precisa que só o profissional pre-parado pode lhes dar. Este é encontrado, principal-

mente, em empresas que primam pelo constante aper-feiçoamento de seus integrantes e pela excelência do seu trabalho. As reputações não se constroem por aca-so e as correntes do bem as robustecem a cada transa-ção. O desempenho capacitado molda seu preço.

O tema é aparentemente controverso, mas as dú-vidas se dissipam quando comparadas as qualidades de qualquer produto. Porque uma variedade de com-ponentes não fica exposta e coloca dúvidas razoáveis na cabeça de quem lida com isso. Há que se ater a tais incertezas. O que não se deve é trilhar por um cami-nho que pode levar a um engano. Lembrar-se de que quem compôs “Sobre as Ondas” não foi Strauss, mas, sim, Juventino Rosas.

Eis porque seria temerário dizer que os serviços prestados pelas empresas

do setor são todos iguais. Engano! Não são. E esse engano é o que acaba conduzindo ao erro de um lado e à

concorrência desleal de outro.O cliente que é levado apenas pelo

preço cai na sedução do mais barato, que, muitas vezes, não corresponde

ao que precisa minimamente.

Mensagem do Presidente

Sobre as ondas

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012

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Qualificando a administraçãocondominial.

(51) 3221.3700www.encontrogauchocondominios.com.br

27 e 28

8h às 18hInformações

Centro de Eventos | Plaza São RafaelAv. Alberto Bins, 509 | Centro Histórico | Porto Alegre

de agosto de 2012

até 31/07R$ 35,00

após 31/07R$ 45,00

Valor da inscrição

Faça parte desse debate e ajude a aprimorar a gestão do seu condomínio.

Participação

CCERGS SESC SENAC IFEP

ApoioRealização

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[email protected]

O Secovi/RS e a Agademi enviam por e-mail, regularmente, para todos os síndicos cadastrados, notícias e informações que dizem respeito à área condominial.O cadastramento e o envio do material são gratuitos e para recebê-lo basta infor-mar seu endereço eletrônico, mandando uma mensagem para:

Cadastre-se e receba por e-mail o ‘Conexão Condomínio’

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Registros

Juntamente com o Presidente, também estiveram representando as Entidades, durante a cerimônia, a Vice-presidente de Relações do Trabalho Jane Simões Pires (esq.), o Vice-presidente Walter Antônio Scuccimarra Marichal, e a Superin-tendente Helena Terezinha do Ama-ral Gomes.

RECONHECIMENTO A medalha, cujo modelo é assinado

pelo artista plástico Nelson Jungbluth, foi instituída por decreto em 1977, como um reconhecimento permanente da co-munidade porto-alegrense à contribui-ção dos homenageados ao desenvolvi-mento da capital gaúcha.

Secovi/RS e Agademi são agraciados com Medalha da CidadeEm comemoração aos 240 anos

de Porto Alegre, 19 personalidades e entidades que se destacaram pelos serviços em prol do desenvolvimen-to da Capital foram homenageadas no último dia 29 de março.

A solenidade, que teve o Sin-dicato da Habitação e a Associação Gaúcha de Empresas do Mercado Imobiliário entre os agraciados, foi realizada no Cais Mauá, no Centro Histórico da cidade.

A láurea foi entregue ao Presi-dente do Secovi/RS e da Agademi, Moacyr Schukster, pelo Prefeito José Fortunatti (esq.) e pelo Secretário do Planejamento de Porto Alegre, Márcio Bins Ely (dir.).

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012

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Encontro reúne Delegados e Diretores do Secovi/RS e da Agademi

No encerramento temático do Encontro, o Jornalista Túlio Milmann explanou acerca da interação entre a política e o mundo nos negócios, bem como o papel do empresaria-do diante dos poderes constituídos.

Na continuidade dos trabalhos, o Diretor Regional do Senac/RS, José Paulo da Rosa, proferiu palestra a respeito da importância e dos resultados que podem ser obtidos por intermédio do associativismo.

Em seguida, o Diretor Regional do Portal Secovi Brasil, Luiz Carlos Borges da Silva, falou sobre a possibilidade de disponibilização, por parte dos Secovis de todo o País, de uma plataforma on-line de oferta de imóveis para locação e comercialização.

As atividades tiveram início com uma exposição, feita pela Superintendente do Secovi/RS e da Agademi, Helena Terezinha do Amaral Gomes, dos projetos atinentes aos segmentos de compra, venda e locação de imóveis e administração de condomí-nios que tramitam no Congresso Nacional.

O evento, com objetivo de promover a atualização e discussão de uma série de temas de interesse do mercado imobiliário, foi realizado em Porto Alegre, no último dia 13 de abril.

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Registros

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012

Delegacias RegionaisO Secovi/RS e a Agademi contam com Delegados em 25 cidades, ampliando, dessa forma, a presença represen-

tativa em todas as regiões de sua base de atuação no estado.

Page 9: Revista Espaço Imóvel nº 49

Registros

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012 09

Secovi/RS participa do PGQP

Em 2006, o Secovi/RS aderiu ao Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) do Sistema Fecomércio/RS – CNC. Desde então, o Sindi-cato da Habitação vem alcançando sucessivos aumentos de pontuação nas respectivas avaliações, o que possibilitou a migração para o Pro-grama Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP) e a obtenção do direito de uso do selo Parceiro Qualidade RS.

Atualmente, integrado ao Comitê Setorial Comércio e Serviços do PGQP, instalado na Fecomércio/RS, o Secovi/RS atua no sentido de fa-cilitar a inserção de imobiliárias que tenham interesse em participar desse importante Programa.

Encerra no próximo dia 30 de junho de 2012 o prazo para que as empresas – e também os condo-mínios – que tenham empregados providenciem a obtenção da Certificação Digital no Padrão ICP-Brasil.

O certificado digital é um documento eletrô-nico que permite a comprovação da identidade de uma pessoa natural (física) ou jurídica (empresa), as-segurando a autenticidade das transações on-line e a troca eletrônica de documentos, mensagens e da-

dos com presunção de validade jurídica.O recurso, a partir da nova data, será obrigatório

para que os empregadores cumpram suas obriga-ções junto ao Canal Conectividade da CEF, utilizado, por exemplo, para fins de recolhimento do FGTS dos funcionários.

Para melhor compreensão do processo, recomenda-se o acesso aos sites www.cef.gov.br, FGTS – conectividade social – Guia de Orientação ao Usuário, e www.fgts.gov.br.

Secovi participa de encontros de apresentação de atividades do PGQP para representantes de imobiliárias.

Prazo para obtenção de Certificação Digitalestá chegando ao fim

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10 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012

Registros

Alvaristo do Amaral Padilha aposentou-se pela Fundação de Economia e Estatística, foi Presidente do Conselho Regional de Estatística/4 por seis mandatos e Coordenador do Departamento de Economia e Esta-tística do Secovi/RS e da Agademi e, também, do Sin-duscon/RS.

Escrevendo a história através dos númerosEm junho, o Secovi/RS comemora seu 29º ano de

existência. Nessas quase três décadas, colaboraram para a projeção do Sindicato da Habitação o vanguar-dismo, a isenção e a confiabilidade dos trabalhos exe-cutados pelo Departamento de Economia e Estatística. Uma divisão que, desde 1987, vinha sendo coordenada pelo Estatístico Alvaristo do Amaral Padilha.

Nascido em 1935, na cidade de Santiago, no Rio Grande do Sul, o Professor Padilha, como era conheci-do, faleceu no último dia 04 de maio em Porto Alegre.

Com sua capacidade profissional, Padilha marcou sua participação na história do Secovi/RS e, desde 1999, também da Agademi. Pelo jeito de ser, ele ficou na lem-brança de colegas e amigos com os quais conviveu.

E foi para prestar-lhe uma homenagem póstuma que esses mesmos colegas e amigos se reuniram, na sede do Secovi/RS e da Agademi, no dia 07 de maio.

Alvaristo do Amaral Padilha foi relembrado com carinho e emoção por colegas de trabalho.

Através da apresentação de vídeos, demonstran-do os resultados dos trabalhos que estiveram sob o comando dele, da apresentação dos livros que ele es-creveu e de depoimentos que relembraram os muitos momentos em que esteve presente, a deferência ao Professor Padilha se fez.

Por ocasião da homenagem, o Presidente do Se-covi/RS e da Agademi, Moacyr Schukster, descreveu Alvaristo do Amaral Padilha como uma pessoa tran-quila. Um homem de família que construiu uma repu-tação profissional invejável. “Ele sempre foi respeitado nos meios estatísticos, nos quais foi um dos pioneiros no Rio Grande do Sul, sendo, inclusive, autor de algu-mas publicações nesta área.”

Disse ainda o Presidente: “além de ter deixado uma obra maravilhosa, todos os que o conheceram sabem que ele era uma pessoa correta, ética e incapaz de ma-goar quem quer que fosse, sempre demonstrando-nos o quanto um homem de bem pode marcar nossa exis-tência.”.

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11Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012

Mercado Imobiliário

Mulheres ficam com imóvel do Minha Casa, Minha Vida em caso de separação

Demanda maior faz seguro-fiança crescer 25%Dados da Superintendência de Seguros Privados (Su-

sep) demonstram que, no ano de 2011, o seguro-fiança movimentou R$ 239,4 milhões, 25% a mais em relação ao ano de 2010. Segundo corretores e imobiliárias, o volume de pessoas que optam pelo produto em vez de apresentar um fiador gira entre 15% a 20% das locações.

Na Porto Seguro, líder de mercado nesse ramo, o cres-cimento foi de 17% em 2011. Segundo o Diretor do Porto Seguro Aluguel, Edson Frizzarim, além da garantia finan-ceira, a apólice também oferece coberturas para encargos como IPTU e despesas de condomínio, serviços emergen-ciais 24 horas, de chaveiro, conserto de eletrodomésticos e a possibilidade de parcelar o valor do seguro.

O Superintendente de seguros tradicionais do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, Danilo Silveira, con-firma o aumento da procura. “Muita gente não tem como conseguir um fiador e, em relação ao depósito caução, o seguro-fiança é mais vantajoso, porque cobre danos aos imóveis”, afirma.

No seguro-fiança, a exemplo de outros tipos de se-guro, não há reembolso ao fim do contrato. Mas, diante do aumento da demanda, uma modalidade está em alta: um título de capitalização específico para aluguel. Segundo a Diretora comercial da Triunfo BrasilInsurance

A Presidente Dilma Rousseff assinou no Dia Interna-cional da Mulher, 08 de março, uma medida provisória garantindo que, em caso de divórcio ou dissolução de união estável, a propriedade de imóvel financiado pelo Programa Minha Casa, Minha Vida ficará com a mulher.

A regra é válida para famílias com renda mensal de até três salários mínimos, inscritas no programa. Nessa faixa de renda, o subsídio do governo para a compra do imóvel chega a 95% do valor. A única exceção será quan-do o pai tiver a guarda exclusiva dos filhos. Neste caso, o marido ficará com o imóvel após a separação.

Notas

Um site voltado exclusivamente para o mercado imobiliário

Acessando o site www.secovirsagademi.com.br, você vai conhecer um pouco mais sobre o Sindicato da Ha-bitação e a Associação Gaúcha de Empresas do Mercado Imobiliário. Saiba o que as entidades estão fazendo por intermédio dos comunicados on-line ou publicações permanentes voltados para o mercado de imóveis. Consulte, também, a agenda de eventos e outras orientações, como as respostas para as perguntas mais fre-quentes nos segmentos de locação, compra e venda e administração condominial.Acesse agora e confira.

Carmem Ribeiro, a opção funciona como um investi-mento. “O inquilino faz um título em nome da imobiliá-ria, no valor de 12 ou 15 meses de aluguel, faz o depósito e, ao fim do prazo, pode resgatar o valor integral, corrigi-do pela TR”, explica. A Sul América foi pioneira com esse produto, que já começa a ter concorrentes. É o caso da Brasilcap, que lançou recentemente o Cap Fiador de 15 ou 30 meses. Durante o prazo de vigência, o inquilino ainda concorre a prêmios.

Com informações do Portal www.segs.com.br.

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12 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012

Mercado Imobiliário

Comissão da Câmara rejeita limite para diferença entre taxas de condomínio

Incorporador responde solidariamentepor danos em construção defeituosa

Condomínio pode alugar espaço parainstalação de antena de telefonia

Projeto propõe novas regras para locação de imóveis sob encomenda

A Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câ-mara dos Deputados rejeitou, no final de março, a proposta que estabelecia um teto para a diferença entre as taxas de condomínio em um mesmo empre-endimento. Pelo projeto de lei do Deputado Leonardo Quintão, a diferença entre a taxa da maior e da menor unidade de um condomínio deveria ser, no máximo, de 30%.

O relator da Comissão, Deputado Roberto Britto, recomendou a rejeição da proposta, sob a argumenta-ção de que, atualmente, o rateio das despesas condo-miniais é proporcional à fração ideal (parte da área co-mum calculada a partir da dimensão de cada unidade

O incorporador também possui responsabili-dade por danos que possam resultar da inexecução ou da má execução do contrato de incorporação, incluindo-se aí os danos advindos de construção de-feituosa. A decisão é da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que rejeitou recurso de um incorporador contra o condomínio de um edifício em Brasília.

O incorporador do edifício recorreu ao STJ após o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) en-tender que respondem pelos defeitos de constru-ção surgidos no prédio tanto o construtor quanto o incorporador, em regime de solidariedade. Segundo o TJDF, ainda que não tenha participado da constru-ção, o incorporador é aquele que aparece na rela-ção contratual ante os compradores das unidades autônomas integrantes do empreendimento como o responsável pela entrega do imóvel com garantia de solidez e segurança.

A Vara do Juizado Especial Cível do Foro Regional do Tatuapé/SP negou pedido formulado pelo morador de um edifício que pretendia anular a reunião de condo-mínio em que foi autorizada a locação do átrio do prédio para instalação de antenas por concessionárias de tele-fonia.

O autor da ação argumentava que a deliberação al-teraria normas dispostas no regimento e na convenção do prédio, e, portanto, exigia a aprovação por pelo menos dois terços dos condôminos, o que não teria ocorrido.

De acordo com a sentença do juiz Pedro Paulo Maillet Preuss, a locação para instalação de antenas não traria prejuízos e não deve ser anulada. “Insurge-se o au-tor tão só e unicamente por mero espírito de emulação, circunstância que afeta o próprio interesse de agir, à me-dida que a instalação aprovada em assembleia importa em crédito para o condomínio e não despesas, acaban-do mesmo por diminuir o valor do custeio condominial”, afirmou o magistrado. Cabe recurso da decisão.

A Comissão de Constituição e Justiça e de Ci-dadania aprovou, no início do mês de abril, em ca-ráter conclusivo, proposta que incorpora à Lei do Inquilinato (8.245/91) os chamados contratos built to suit (de imóveis construídos ou reformados sob encomenda). Pela proposta, os termos desse tipo de locação serão pactuados livremente pelas partes nos contratos.

De acordo com o texto aprovado, pelo prazo estipulado para duração da locação do imóvel, o proprietário não poderá solicitá-lo de volta. Ao loca-

Legislativas e Jurídicas

de um condomínio). “Em termos práticos, quem detém maior área privada igualmente tem maior comprome-timento com a área comum.”

O deputado considera a regra atual justa, pois di-vide os gastos de acordo com o tamanho do imóvel. A limitação proposta pelo Projeto de Lei, segundo ele, seria injusta com os condôminos que possuem imó-veis menores.

O relator ainda explica que a legislação atual já admite que as convenções de condomínio estabe-leçam outras formas de cálculos para o rateio, o que permitiria a aplicação da regra prevista no projeto, se houver interesse dos condôminos.

tário, no entanto, o projeto concede a possibilidade de romper o contrato antecipadamente, desde que pague o valor correspondente aos aluguéis devidos até o fim do prazo acordado.

O projeto deixa explícito que essas regras valem apenas para imóveis construídos sob en-comenda ou que sofram reforma “substancial” requerida pelo locatário. Deixa claro, ainda, que os contratos de locação devem ser registrados no registro de títulos e documentos da situação do imóvel.

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Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012 13

Mercado Imobiliário

Indicadores Despesas com pessoal, obras, água e segurança são os itens mais expressivos nos gastos condominiais

Índice Nacional da Construção Civil varia 0,64% em abril

Regularmente, o Departamento de Economia e Esta-tística do Secovi/RS e da Agademi elabora uma pesquisa que trata das despesas dos condomínios em Porto Alegre. O trabalho que demonstra os gastos mensais, agrupados em 12 rubricas, serve de referência aos síndicos e admi-nistradores no planejamento e na aplicação dos recursos com mais segurança, tendo em vista que, normalmente, os itens apurados apontam índices proporcionais com varia-ções muito pequenas.

Na pesquisa referente ao mês de março/2012, percebe-se que os quatro itens mais expressivos, em termos de despesas, são responsáveis por 67,26% dos gastos condominiais. São eles: as despesas com pessoal, 31,14%; obras, 13,14%; água, 11,55%; e segurança, 11,43%.

Os demais itens que complementam as des-pesas são: conservação, diversos, elevadores, gás/combustíveis, limpeza/higiene, luz/energia elé-trica, seguros e taxa de administração.Tipo Preço Mínimo Preço Máximo Preço Médio

Apto. 02 dorm.Apto. 03 dorm.

380,00600,00

2.000,004.000,00

996,261.977,09

LojaSala/Conjunto

300,00200,00

12.000,005.400,00

2.919,231.453,73

Garagem/BoxTerreno

50,00300,00

200,003.000,00

136,991.631,43

Preços solicitados pela locação de alguns tipos de imóveis em Porto Alegre, no mês de março/2012

O Índice Nacional da Construção Civil, calculado pelo IBGE em convênio com a CEF, apresentou variação de 0,64% em abril, ficando 0,33 ponto percentual acima da taxa de março (0,31%). O custo nacional da constru-ção por metro quadrado, que em março havia sido de R$ 819,53, em abril passou para R$ 824,81, sendo R$ 446,25 relativos aos materiais e R$ 378,56 à mão de obra.

A Região Sudeste, com alta de 0,92%, ficou com a maior taxa regional em abril. Os demais resultados fo-ram: 0,79% (Nordeste); 0,27% (Sul); 0,09% (Norte) e 0,06% (Centro-Oeste). Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 863,23 (Sudeste); R$ 834,27 (Norte); R$ 819,23 (Centro-Oeste); R$ 814,76 (Sul); R$ 781,43 (Nordeste).

Tais resultados são calculados mensalmente pelo IBGE, por meio de convênio com a Caixa Econômica Fe-deral, a partir do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil). A publicação com-pleta da pesquisa pode ser acessada na página http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/sinapi/default.shtm.

PADRÃO DEACABAMENTO

CÓDIGO CUSTOR$/m²

VARIAÇÃO %MENSAL 12 MESESANUAL

R8-BR8-NR8-A

-0,010,010,13

2,081,931,81

6,687,826,63

BaixoNormalAlto

Fonte: Sinduscon/RS

826,97964,89

1.190,48

CUB/RS Projeto: Residência Multifamiliar

* Percentuais mensais acumulados a cada 12 meses consecutivos. Fonte: IEPE/UFRGS; IBGE; FIPE; FGV. Elaboração: DEE –Secovi/RS- Agademi

Índice IPC/IEPEINPC/IBGEIPC/FIPEIGP-DI/FGVIGP-M/FGVIPCA/IBGEMÉDIA INPC/IBGE e IGP-DI/FGV

Fev.6,47%5,63%5,30%4,29%4,53%6,22%4,96%

Mar.6,10%5,47%4,60%3,38%3,43%5,84%4,43%

Abr.5,58%4,97%4,39%3,32%3,23%5,24%4,15%

Percentual de reajustamento de contratos de locação deimóveis residenciais e não residenciais

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Ar-condicionado também pode esquentar ou esfriar as relações condominiais

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Equipamentos

Muitos podem ser os problemas provocados pela colocação e pelo uso inadequado de aparelhos de ar--condicionado em condomínios, mas o importante é que síndicos e condôminos estejam preparados para enfrentar todos eles.

Definir regras sobre o assunto e fazer com que elas sejam cumpridas é o passo inicial. Promover a cons-cientização dos moradores sobre os benefícios das

práticas de boa vizinhança e demonstrar que fachadas bem-cuidadas valorizam o patrimônio, que é de todos, também é importante. Por fim, quanto maior o número de informações e subsídios fornecidos por especialistas no assunto, melhores serão os resultados obtidos, tan-to pelos condomínios, em termos de boa convivência, quanto pelos condôminos no sentido de desfrutarem de merecido conforto em suas unidades.

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Uma das grandes preocu-pações quanto à instalação de aparelhos de ar-condicionado em unidades condominiais diz respeito às alterações de facha-da. Se, por um lado, o Código Ci-vil, no artigo 1336, inciso III, diz que “são deveres do condômino não alterar a forma e a cor da fa-chada, das partes e esquadrias externas”, de outro, começa a discussão sobre o que é altera-ção de fachada. Fechamento de sacadas, por exemplo, pode ser considerado, e amparado por decisões judiciais, como um as-pecto de segurança e que, por-tanto, não deve ser proibido ao condômino.

Nesta seara, argumen-tos e contra-argumentos são apresentados em profusão, até mesmo em situações de menor complexidade, como no caso de instalação de antenas por satélites ou a colocação de um vaso com plantas ornamentais em espaços que fiquem visíveis pelo lado de fora da unidade, seja na frente, nas laterais e nos fundos da edificação. Nessas duas situações, dizem alguns que é uma questão de neces-sidade e de embelezamento do prédio. Afirmam outros que qualquer intervenção ou colo-cação de material que destoe do projeto original do prédio é alteração de fachada, indepen-dente da finalidade ou intenção.

A favor do ar-condicionado ressalta-se o conforto, mas, em contrapartida, é inegável que, muitas vezes, a instalação de um condicionador de ar na pa-rede, de forma inconveniente, agride a estética e, por conse-quência, desvaloriza o bem co-mum.

Segundo a Advogada Elia-ne Maria Virtuoso, integrante do Departamento Jurídico do Se-covi/RS, considerando apenas o aspecto da alteração de facha-da, ela pode, sim, acontecer. “Po-rém, para um condômino pro-mover alteração de fachada em sua unidade é preciso que haja a aprovação de todos os condô-minos. Uma unanimidade que, na prática, principalmente em condomínios de porte médio ou grande, só em casos muito raros pode ser obtida.”

A advogada diz ainda que, no caso da instalação de apa-relhos de ar-condicionado, se a matéria não estiver regrada pela convenção, o ideal é que o assunto seja decidido em as-sembleia. “Através dela, com quórum de maioria simples, é que o tema poderá ser norma-tizado. Mais do que buscar uma padronização, a redução de pre-juízos estéticos e o atendimen-to das necessidades dos condô-minos, a providência reduzirá conflitos e permitirá a aplicação de penalidades se as regras de instalação ou de uso deixarem de ser cumpridas”, afirma Eliane Virtuoso.

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Equipamentos

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Aparelhos alteram ou não alteram fachadasdos prédios?

Segundo o Mestre em Di-reito Gilberto Koenig, o quó-rum necessário para alteração de fachada de um prédio em condomínio edilício, salvo de-terminação contrária expressa em convenção, é de maioria dos condôminos presentes em as-sembleia convocada, especial-mente para este fim, desde que os mesmos representem meta-de das frações ideais.

Porém, se a alteração im-plicar despesas, tratando-se de obras úteis, o quórum será de maioria dos condôminos; e, se voluptuárias (de deleite..., tal como embelezamento), o quó-rum passa a ser de 2/3 dos con-dôminos.

Situação ímpar é a alteração de fachada decorrente de obras urgentes, como, por exemplo, a retirada de uma marquise que esteja prestes a ruir. Neste caso, o síndico, resguardando-se de comprovar a necessidade do ato, pode determinar a realização da obra, obtendo aquiescência em deliberação de assembleia a ser realizada em data posterior, de-fende Koenig.

Já para o caso de um con-dômino promover alteração de fachada em sua unidade, Koenig alerta: “faz-se necessária a ob-tenção de aprovação, junto aos outros condôminos, de forma expressa e unânime”.

Quórum para alteração de fachadas depende do tipo de obra a ser executada

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Localização inadequada é um dos grandes problemas

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Onde colocar o aparelho de ar-condicionado é uma pergunta que os condôminos costu-mam fazer. Mas quase sempre para si mes-mo e de acordo com suas necessidades. Se o condomínio não possui nenhum regramento sobre o assunto, os problemas começam a surgir. O pior é que, há algum tempo, quando o uso desse tipo de aparelho não era tão co-mum e acessível, a maioria dos condomínios não tinha o cuidado de normatizar o assunto. O resultado disso é que, veem-se, hoje, coisas bem estranhas.

São aparelhos de ar-condicionado de-salinhados, tubulações ocupando paredes externas ao bel-prazer dos usuários, supor-tes e apoios indevidos, e falta de manuten-ção de dar dó em quem olha para aquilo sem ter o que fazer.

Afinal, aparelhos de todos os tipos es-tão naquelas paredes não se sabe quanto tempo. Foram colocados quando não havia nenhuma regulamentação ou penalidades para as inadequações.

Equipamentos

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Existem circunstâncias nas quais a fal-ta de critérios quanto à colocação envolve até mesmo questões de segurança. Esse é o caso, por exemplo, das edificações cons-truídas com estruturas de alvenaria e não de concreto. A forma construtiva é correta e permitida em prédios com determinado número de pavimentos, mas impõe alguns cuidados especiais quando se trata de me-xer em paredes. Para que algumas paredes sejam retiradas, é preciso que a sustenta-ção seja garantida por meio de técnicas de construção civil.

Não havendo essa precaução, as pare-des não devem sofrer abalos e podem ser removidas ou alteradas apenas nos locais onde já existem aberturas. Ou seja, portas e janelas.

No caso do Condomínio Castello Bran-co, a não observância das providências necessárias já causou desconfortos para a administração. “Em alguns casos, tivemos de entrar na Justiça para que aparelhos de ar-condicionado, colocados em partes es-truturais do prédio, fossem retirados e para que as paredes fossem recompostas”, conta o síndico Fernando Sérgio Diemer.

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O inadequado posicionamento dos apa-relhos envolve, também, questões estéticas.

Mesmo sem falar naquelas situações onde, em cada unidade, o ar-condicionado, normalmente de janela, ocupa diferentes es-paços, uns na sala, outros em sacadas fecha-das ou quartos, há, ainda, a falta de critérios no que diz respeito à tubulação, quando se trata de aparelhos do tipo Split.

Técnicos explicam, de forma simplifica-da, que o sistema é constituído por dois equi-pamentos: a unidade evaporadora, interna, e a unidade condensadora, externa. Essas duas partes são unidas por tubulações de cobre e, de acordo com a capacidade do sistema, são definidas considerando-se distância e o desnível entre as unidades. É aí que surgem as adversidades. Sem querer refazer o reves-timento de paredes internas, alguns condô-minos insistem em estender as tubulações pelas paredes externas dos prédios.

“Em nosso condomínio, estabelecemos uma série de regras com relação à instala-ção de ar-condicionado nos apartamentos. Uma das mais importantes determina que a tubulação dos splits deve ficar ao lado e, preferencialmente, atrás da unidade externa do aparelho. Hoje, existe apenas uma unida-de onde esta determinação não está sendo cumprida, mas estamos tomando as provi-dências”, diz Pedro Luis Vieira Garroni, síndi-co do condomínio Salomoni I, localizado na Zona Sul de Porto Alegre.

Com referência à localização do apa-relho, no Condomínio Salomoni I está es-tabelecido que, externamente deve ficar abaixo das janelas das salas. Como a regra não existia anteriormente, alguns aparelhos foram colocados em outras posições, como nas extremidades dos apartamentos. “Com relação a esses casos, nada podemos fazer. O constrangedor é que, às vezes, alguns con-dôminos, alegando que outros já o fizeram, entendem ter o direito de fazer o mesmo. Pior ainda é quando as pessoas não se dão conta de que o aparelho está prejudicando outros vizinhos, como ocorre quando come-ça aquele pinga-pinga na janela do aparta-mento de baixo”, lembra Garroni.

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Equipamentos

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Falta de critérios quanto a alinhamento, tubulações, drenos e sobrecarga elétrica são motivos de preocupação

E a lembrança procede. Não são poucas as queixas sobre a falta de escoamento da água proveniente da condensação da umidade do ambiente onde o aparelho está funcionando. Algumas pessoas simplesmente não se importam com os in-convenientes provocados aos vizinhos. E a situação só é resol-vida com o envio de advertências ou a aplicação de multas. Outras escondem o problema apenas fixando a mangueira na parede externa do prédio, uma medida que desmerece a edificação e que acelera a necessidade de manutenção em termos de impermeabilização e pintura.

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Ainda sobre essa questão de goteja-mento, vale lembrar que, em Porto Alegre, a Lei Complementar nº 12/1975, estabe-lece a proibição de deixar cair água de aparelho de ar-condicionado em passeios públicos. Na capital, denúncias sobre esse tipo de ocorrência podem ser feitas para o telefone 156. Consultados, representantes da Secretaria Municipal de Obras (SMOV) não informaram sobre reclamações ou fis-calizações efetuadas nos últimos meses envolvendo o pinga-pinga proveniente de ar-condicionado nas calçadas.

Outra precaução que os condôminos devem ter é verificar se não está haven-do um consumo excessivo de energia elétrica em seus apartamentos, uma vez que o uso de equipamentos eletroeletrô-nicos nas unidades é crescente, contexto em que o acréscimo de aparelhos de ar--condicionado também deve ser levado em consideração.

Levantamento divulgado pela Brigada Militar aponta que, de janeiro a abril des-te ano, o Corpo de Bombeiros atendeu 86 casos de incêndio que tiveram início em redes elétricas.

Via de regra, em prédios de construção mais recente, a demanda exigida por apa-relhos de climatização já foi prevista du-rante a execução da obra. Porém, para os empreendimentos existentes há mais tem-po, que não preveem espera elétrica para o condicionador de ar, se faz necessário con-sultar o projeto elétrico, a fim de verificar as possibilidades de instalar uma maior de-manda ou, caso necessário, redimensionar a entrada de força para tal.

Lembre-se

Fonte: CEEE – AES Sul

Somente pessoas com conhecimento técnico devem executar trabalhos em instalações elétricas.Antes de instalar aparelhos elétricos, leia atentamente as instruções do fabricante.Para desligar aparelhos, nunca puxe pelo fio. Use sempre a tecla ou o botão de liga/desliga. Jamais toque em circuitos ou equipamentos elétricos quando estiver com as mãos, as roupas ou os calçados molhados.Verifique sempre se os aparelhos elétricos não estão com os fios desencapados.Se as lâmpadas ou os aparelhos elétricos de sua residência queimam com frequência, verifique o estado da instalação elétrica.Não ligue vários aparelhos em uma só tomada. Isso pode causar incêndios. Desligue imediatamente seu eletrodoméstico caso ele comece a fazer barulhos estranhos ou a soltar faíscas.Cuidado com instalações elétricas em lugares úmidos, como lavanderias, garagens ou jardins.

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Equipamentos

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Mangueiras são importantes para evitar incômodos aos vizinhos.

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O primeiro passo para acabar com desavenças com relação aos aparelhos de ar-condicionado em condomínios é o bom-senso. Questões estéticas, valorização patrimonial e política de boa vizi-nhança são fatores que vão depender, exclusivamente, da conscien-tização e do aprimoramento da capacidade de convivência social de cada um.

Já, em se tratando de fatores técnicos, na opinião do Enge-nheiro de Produção Rui Muniz, “eventuais impactos negativos na instalação de sistemas e equipamentos de ar-condicionado têm a ver com a não observância de requisitos de conformidade, como o inadequado dimensionamento e com o baixo nível de serviço na instalação”. Neste sentido, o engenheiro chama atenção para que os condôminos avaliem com bastante cuidado a qualificação profis-sional do instalador em termos de formação, habilitação e registro profissional.

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Planejamento e capacitação técnica são a solução para todasas dificuldades

Para o Presidente da Associação Sul-Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), Luiz Afonso Dias, o ide-al seria elaborar, juntamente com o projeto arquitetônico, um projeto de climatização e, posteriormente, executar as esperas do condicionador de ar com uma empresa especializada. “Dessa forma, os equipamentos e a respectiva instalação se dariam de acordo com o especificado no projeto. Um procedimento que também orienta a padronização, evitando a des-caracterização das fachadas dos prédios.”

“Além disso, quando da execução das esperas, também é prevista a instalação das tubulações de dreno, as quais serão interligadas aos dre-nos dos equipamentos, evitando, com isso, o gotejamento no entorno do prédio”. Para prédios já construídos, sem que tenha havido a execução de um projeto de climatização, existem empresas especializadas que apre-sentam soluções de atendimento a pré-requisitos que, até então, não es-tejam sendo atendidos.

Tipos de aparelhosDe acordo com publicação da Asbrav, em se tratan-

do de climatizadores residenciais, existem quatro dife-rentes tipos de equipamentos disponíveis no mercado: ar-condicionado de janela (ACJ), splits, multsplit VRF e centrais (utilizados em hospitais, shoppings, salas comer-ciais a partir de 50m², grandes espaços em geral). Ainda, de acordo com divulgação da Associação, a diferença principal entre eles é que o ACJ é constituído de um ga-binete único fixado à janela ou no caixilho de madeira em um buraco aberto na parede. O split, por sua versa-tilidade, pode ser instalado na parede, modelo high wall, sob teto ou console, modelo Piso Teto e embutido no forro, modelo cassete, sendo feita a conexão à unidade externa através de tubulações de cobre ou alumínio, fia-

ção elétrica e de comando, que passam através de uma pequena abertura na parede. Pode ser um split conven-cional ou do tipo inverter, que tem valor mais elevado, porém consome menos energia, podendo ser mais em conta a médio e longo prazo. As máquinas centrais são utilizadas em instalações de médio e grande porte.

Falando especificamente sobre os splits, o presi-dente da Asbrav diz que, atualmente, são a preferência, uma vez que os preços dos aparelhos estão acessíveis, em patamares muito próximos aos de janela. “O que di-fere um pouco são os custos de instalação, por conta dos materiais aplicados e dos serviços de um profissional habilitado. No entanto, o benefício é bem superior, haja vista o menor consumo de energia, baixo nível de ruído e design moderno.”

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Complementarmente, Afonso Dias lembra que, nos casos dos condomínios, quando da utilização de climatizadores em espaços maiores, em áreas de uso comum e de convívio público, é fundamental atentar para a distribuição do ar e a qualidade do ar interior. “Para esses espaços, é sempre recomendável utilizar

equipamentos que permitam a utilização de filtragem mínima recomendada pela NBR16401, distribuição por dutos e saídas de ar através de grades ou difusores, e que também contemplem um sistema mecânico de re-novação do ar interno, proporcionando a qualidade do ar interior para os ocupantes.”

Afonso Dias lembra, ainda, que, em se tratando da linha splits já existem outros tipos, os quais propor-cionam significativa redução no número de unidades externas (condensadoras), beneficiando os espaços físicos, permitindo também maior autonomia das tu-bulações e a instalação da unidade externa em um

lugar estratégico. “Estes equipamentos são dotados de compressores inverter, os quais proporcionam re-dução significativa no consumo de energia e utilizam fluido refrigerante, gás, que não prejudica a camada de ozônio, e possuem ótimo desenvolvimento tecno-lógico.”

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Equipamentos

Guia ensina consumidores a adquirirem condicionadores de ar e a contratarem serviços de instalação

Não se esqueça da limpeza do ar-condicionado

A Síndrome do Edifício Doente

Visando prestar maiores esclarecimentos para aqueles que desejam adquirir aparelhos de ar-condicionado, a Associação Sul-Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Aquecimento e Ventilação produziu um guia gratuito com orien-tações sobre como escolher o aparelho, garantir a instalação correta e fazer seu melhor uso.

Especialistas alertam que a falta de limpeza nos filtros dos aparelhos de ar-condicionado aumenta o risco de surgimento de alergias entre os frequenta-dores dos ambientes climatizados. Dizem, também, que ficar por muitas horas fechado em ambientes com ar condicionado também pode favorecer o apa-recimento de alguns tipos de irritações ou até mesmo infecções. Algumas das recomendações para preve-nir essas ocorrências é ingerir bastante líquido, a fim de hidratar a garganta e o nariz, e, ao mesmo tempo, evitar mudanças bruscas de temperatura em troca de ambientes.

Além desses cuidados, de acordo com o Engenhei-

Os poluentes químicos, produzidos no interior dos estabelecimentos a partir de materiais de construção, materiais de limpeza, fumaça de cigarro, fotocopiadoras e pelo próprio metabolismo humano, e os poluentes bioló-gicos, como fungos, algas, protozoários, bactérias e ácaros, foram a causa do que se convencionou chamar de “Sín-drome do Edifício Doente” (Sick Building Syndrome – SBS).

A Síndrome do Edifício Doente refere-se à relação entre causa e efeito das condições ambientais observa-das em áreas internas, com reduzida renovação de ar, e os vários níveis de agressão à saúde de seus ocupantes

No Guia de Aquisição e Instalação de Condicio-nadores de Ar, o consumidor poderá tirar dúvidas, verificar se a rede elétrica é segura, analisar o or-çamento apresentado e saber como descobrir se a empresa contratada é confiável. O consumidor também saberá o motivo da importância de fazer o cálculo para certificar-se de que está comprando o aparelho com a potência correta para as dimensões do ambiente que será climatizado. As orientações estão descritas com uma linguagem simples e di-dática.

Com a leitura do resumido guia, que tem ape-nas 12 páginas, é possível aprender o que é real-mente necessário. Assim, o comprador se torna apto a obter um equipamento de ar-condicionado com segurança e eficiência, analisando importantes cri-térios de julgamento a serem utilizados durante o processo de aquisição do produto. Os interessados em comprar aparelhos de ar-condicionado podem consultar o guia pelo site www.asbrav.org.br.

ro de Produção Rui Muniz, é importante ressaltar a ne-cessidade periódica de manutenção. “Falo de medidas preventivas, instruções que os próprios fabricantes apontam como imprescindíveis, tais como limpeza pe-riódica de condensador, retirada de poeiras de partes móveis ou aparentes no ambiente, como aletas e ga-binetes. A falta deste tipo de cautela, além de diminuir a eficiência do aparelho, pode comprometer questões relacionadas à saúde. É bom alertar: esses procedimen-tos preventivos são obrigatórios por legislações espe-cíficas e são eles que garantem o bom funcionamento do sistema e asseguram a qualidade do ar respirado pelos usuários”.

por fontes poluentes de origem física, química e/ou mi-crobiológica.

Diz-se que um edifício está “doente” quando cerca de 20% de seus ocupantes apresentam manifestações transitórias associadas ao tempo de permanência em seu interior, que tendem a desaparecer após curtos períodos de afastamento. Em alguns casos, a simples saída do local já é suficiente para que os indícios desapareçam. Os prin-cipais sintomas apresentados são: irritação dos olhos, do nariz, da pele e da garganta, dores de cabeça, fadiga, falta de concentração, náuseas, entre outros.

Fonte: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/qualidadedoAr.asp

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A preocupação com a realização de obras em con-domínios deve começar antes da execução. É preciso um eficiente planejamento no sentido de evitar, ao máximo possível, a incidência de transtornos no dia a dia do condomínio. Mais importante ainda são os procedimentos legais de contratação e o acompanha-mento dos trabalhos. Diante disso, vale a pena seguir algumas recomendações, como as que são descritas a seguir:

Antes de contratar uma empresa, busque referên-cias de trabalhos executados em outros condomínios. Ligue para os responsáveis, mencionados nas referên-cias, e informe-se sobre a qualidade dos serviços.

Exija, sempre, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) perante o Conselho Regional de Enge-nharia e Arquitetura (CREA).

Confira se a empresa adota os procedimentos de segurança do trabalho previstos na Norma Regula-mentadora (NR) 18. Essa norma trata dos tipos de an-daimes permitidos, da forma de montagem dos mes-mos e dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) dos operários. A não observância dos procedimentos explicitados na NR, por parte da empresa, pode levar o condomínio a ser corresponsabilizado por acidentes, ficando sujeito a multas e ações indenizatórias.

Nunca antecipe parcelas de pagamento. A em-presa sempre deve ter executado mais do que propor-cionalmente recebeu como pagamento. Tal medida assegura ao condomínio que a empresa conclua os trabalhos no prazo prometido e que não abandone o serviço.

Sempre contrate profissionais especializados

Obras exigem cuidados especiais

Na maioria dos serviços de instalação de equipamentos, manutenção e projetos de pre-venção, a legislação determina a contratação de profissionais devidamente habilitados, ou seja, pessoas ou empresas que possam fornecer a ART pelos serviços prestados.

Desta forma, em qualquer trabalho que ve-nha a ser desenvolvido em um condomínio, o ideal é que os síndicos contratem somente em-presas especializadas. O procedimento, além da certeza de serviço bem-executado, assegura que o condomínio sempre estará cumprindo o dis-posto em lei.

As legislações municipais estabelecem que cabe aos proprietários a pavimentação da calçada. Dizem, ainda, as legislações, que compete ao dono do imó-vel a conservação do passeio público de acordo com as normas estabelecidas pela municipalidade. Comu-mente essas normas especificam o tipo de material a ser utilizado, as metragens, bem como permitem ou não a colocação de acessórios como lixeiras, floreiras, canteiros, etc.

Os síndicos devem considerar, também, o fato de que a manutenção das calçadas, além de evitar eventu-ais penalizações, garantir a segurança de quem as uti-lizam e eliminar a possibilidade de responsabilização por acidentes, implica, ainda, valorização patrimonial.

Execução e manutenção das calçadas são de responsabilidade dos proprietários

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Manutenção

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Legislação

Lei impõe restrições para a venda e o aluguel de abrigos para veículos em condomínios

A NOVA LEILei nº 12.607, de 04 de abrilde 2012.

A partir de agora, a venda ou o aluguel de va-gas de estacionamento para pessoas de fora do condomínio só podem ser feitas se a convenção permitir. A Lei que estabelece essa condição foi sancionada pela Presidente Dilma Rousseff em abril desse ano. O texto da nova norma altera o Código Civil, promul-gado em 2002, que até então amparava as ne-gociações envolvendo áreas privativas des-tinadas ao estaciona-mento de veículos.

O principal argu-mento em favor da re-gra vigente diz respei-to ao suposto aumento de segurança. Na opi-nião do Advogado Cé-sar Augusto Boeira da Silva, Presidente da Associação Gaúcha dos Advo-gados do Direito Imobiliário Empresarial (Agadie), “não há dúvida de que a intenção do legislador é, em linhas gerais, favorecer a segurança daqueles que integram a coletividade, evitando o acesso frequente de estranhos”. Já para alguns síndicos, outro grande problema é a falta de envolvimento - e o comprometimento - de compradores e loca-tários das vagas com as questões condominiais.

A falta de fechamento de grades e portões, desrespeito aos horários de silêncio, a despreo-cupação com a limpeza e a dificuldade de iden-tificação do condutor do veículo são as infrações mais comuns por parte de algumas pessoas que não moram no prédio. O controle dessas situa-ções dá certo trabalho, mas, segundo a Vice-presi-dente de condomínios do Secovi/RS e da Agade-mi, Simone Camargo, são fáceis de resolver. “Basta que o síndico notifique e penalize o proprietário da vaga de estacionamento, respaldado pelo que estiver determinado na convenção do condomí-nio ou que tenha sido decidido e aprovado em assembleia”. As questões mencionadas, aliás, são bastante corriqueiras em se tratando de vagas de estacionamento condominial, tanto privativas quanto de uso comum, sejam elas provocadas por moradores do prédio ou não.

Altera o § 1º do art. 1.331 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, no que tange ao cri-tério de fixação da fração ideal e às disposições sobre alienação e locação de abrigos para veículos em con-domínios edilícios.

Art. 1º - O § 1º do art. 1.331 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1.331...............................................................§ 1º - As partes suscetíveis de utilização indepen-

dente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a proprieda-de exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livre-mente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autoriza-ção expressa na convenção de condomínio.”

Independente dessas considerações, a al-teração legislativa - que não se aplica a prédios comerciais com garagens independentes dos condôminos ou edifícios-garagem - não proíbe, terminantemente, que a venda ou locação das va-

gas de estacionamen-to sejam feitas para pessoas que não mo-ram nos condomínios. Boeira da Silva explica que “a lei faculta a per-missão de alienação e aluguel de vagas me-diante cláusula a ser inserida na convenção de condomínio”. Neste caso, será necessária a aprovação de 2/3 dos condôminos.

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atribuindo o caráter de pétrea, à cláusu-la que tratava da forma de distribuição das despesas condominiais, que não pode prevalecer em razão da vontade, soberana, da quase totalidade dos con-dôminos. Rateio a ser realizado em ob-servância à fração ideal de cada condô-mino, afastada a distribuição igualitária até então vigente. Desnecessidade de aprovação unânime da alteração. Sen-tença reformada. Ônus sucumbenciais

redimensionados. DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70040476533, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Rela-tor: Nelson José Gonzaga, Julgado em 28/07/2011).

Todo o ano o síndico do meu condomínio faz se-guro do prédio. Isto é obrigatório?

O Código Civil dispõe que é obrigatório o segu-ro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição total ou parcial. E compete ao síndico realizar o seguro da edificação.

Como se vê, a responsabilidade de contratar os seguros de um condomínio, qualquer que seja a fi-nalidade ou a utilização de suas unidades autôno-mas e partes comuns, bem como sua configuração (edifício, conjunto de edifícios ou casas) é inteira, única e exclusivamente do síndico em exercício. Se o síndico deixar de contratá-lo, estará sujeito a uma série de sanções legais, das quais a mais grave é ter de responder com seu patrimônio pessoal no caso de acontecer um sinistro e não haver o seguro ou este for insuficiente.

Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edifi-cação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial.

Art. 1.348. Compete ao síndico:(...)IX - realizar o seguro da edificação.A contratação do seguro da edificação é obri-

gatória e constitui uma despesa ordinária. Deve abranger toda a edificação, tanto as áreas comuns como as partes autônomas, e visa garantir eventual sinistro que cause incêndio ou destruição do todo ou parte da edificação.

Por todo o exposto, é possível concluir que o síndico deverá contratar o seguro contra o risco de incêndio ou destruição total ou parcial.

Em nosso condomínio estão ocor-rendo discussões referentes ao ra-teio das despesas, pois algumas uni-dades são maiores do que as outras, ou por contribuírem com aumento no consumo de água, por exemplo. O condomínio possui convenção. O que é possível fazer?

Conforme o art. 1.336 do Código Civil, todos os condôminos devem contribuir com as despesas do condo-mínio na proporção da fração ideal, salvo disposição expressa em contrário na convenção. O artigo em questão ensina que o rateio deverá ser por frações ideais, mas, possuindo convenção, esta então pode-rá dispor de forma diversa. Portanto, pelo previsto no dispositivo legal, a convenção poderá prever ou-tra forma de rateio de despesas que não pela fração ideal.

Art. 1.336. São deveres do condômino:I - contribuir para as despesas do condomínio na

proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção.

Logo, modificar a situação apresentada depen-de apenas da alteração da convenção do condomí-nio, prevendo algum instrumento ou fórmula de compensação pelo gasto excessivo de água, confor-me citado na consulta.

Para alterar a convenção, é necessário aprova-ção pelo quórum de 2/3 dos condôminos, em as-sembleia especialmente convocada para este fim, conforme dispõe o artigo 1.351 do Código Civil.

Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração da con-venção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela una-nimidade dos condôminos. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)

Corroborando o caso em tela, segue jurispru-dência do Tribunal de Justiça do RS.

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. CONDOMÍNIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DECISÃO DE ASSEMBLEIA E ALTERA-ÇÃO DE CONVENÇÃO CONDOMINIAL. MODIFICAÇÃO DA FORMA DE RATEIO DAS DESPESAS, POSSIBILIDADE. RESPEITADO O QUÓRUM PREVISTO NO ART. 1.351 DO CÓDIGO CIVIL. De ser tida como válida a alteração realizada na convenção condominial por ocasião da Assembleia Geral Extraordinária, no atinente à forma de rateio das despesas condominiais, considerando o quórum maior de 2/3, conforme previsão do art. 1.351, do Código Civil. Previsão na convenção condominial

Respostas: Tiago Strassburger, advogado, integrante do Departamento Jurídico do Secovi/RS e da Agademi.

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Respostas: Eliane Maria Virtuoso, advogada, integrante do Departamento Jurídico do Secovi/RS e da Agademi.

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Muro divisório responsável pela contenção entre ambos os condo-mínios apresenta fissuras em vá-rios pontos, decorrentes de infiltra-ções, além de deslocamento, o que causou um “embarrigamento” em direção à área de estacionamento do condomínio, ameaçando cair. Em razão disso, o condomínio pre-tende demolir e reconstruir. Quem paga?

A redação do § 1º do art. 1.297 do Código Ci-vil dispõe que os intervalos, os muros, as cercas e os tapumes divisórios etc. presumem-se pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.

Portanto, pelo disposto no artigo de lei, ambos os condomínios deverão arcar com o ônus da re-construção do muro.

O condomínio pode adotar o “desconto pontualida-de” para incentivar o pagamento no vencimen-to?

O desconto pela pontualidade é considerado pelos tribunais uma dupla penalidade quando co-brada com a multa moratória, portanto não tem sido admitido. É considerado bis in idem, por que, além da multa decorrente da falsa bonificação, o condomínio faz incidir multa de 2%. Assim entende o Tribunal de Justiça do Estado no caso das loca-ções.

EMENTA: LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO POR FAL-TA DE PAGAMENTO C/C COBRANÇA. PURGA DA MORA. PRAZO DECADENCIAL. ART. 62, INC. II, DA LEI 8.245/91. PRECLUSÃO. ALUGUEL. DESCONTO NO VALOR DO LO-CATIVO. MULTA MORATÓRIA DISFARÇADA. CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA. INADMISSIBILIDADE. DES-CABIMENTO DE DUPLA PENALIZAÇÃO. INAPLICABILI-

DADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CON-SUMIDOR ÀS RELAÇÕES LOCATÍCIAS. MULTA MORATÓRIA MANTIDA EM 9%, CONFORME PACTUADA. DESPESAS OR-DINÁRIAS DE CONDOMÍNIO. RESPON-SABILIDADE DO LOCATÁRIO. ART. 23, INC. XII, §1º, DA LEI 8.245/91. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70008713166, Dé-cima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Otávio Augusto

de Freitas Barcellos, Julgado em 09/06/2004).E não é diferente quando se trata da relação con-

dominial, como se vê na ementa de decisão do TJRJ:Convenção autorizando percentual de descon-

to para pagamento da quota condominial até o seu vencimento, prevendo ainda multa pelo atraso. Bis in idem caracterizado, porquanto o desconto representa a aplicação de multa invertida, em desacordo com as leis 4.591/64 e 10.406/02 (CC 2002), conforme enten-dimento do órgão Especial, consolidado no Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº 01/2000. Lei de Condomínios e Incorporações. Inocorrência de es-tabelecimento específico de condição da ação. Parcial Provimento ao primeiro apelo e improvimento do se-gundo. Número do Processo: 2002.001.23073. Órgão Julgador: DÉCIMA OITAVA CÂMARA CIVEL. DES. CELIA MELIGA PESSOA. Julgado em 27/05/2003 - TJ-RJ

Portanto, não é recomendável a adoção do chamado “desconto pontualidade”, conhecido tam-bém por “cláusula de bonificação”, tendo em vista predominar o entendimento, na doutrina e na juris-prudência, de que tal medida caracteriza burla da lei, isto é, uma aplicação de multa moratória, mas-carada, acima do limite permitido previsto no art. 1.336 § 1º, do Código Civil.

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 2012

Representantes de imobiliárias e síndicos de condomínios, em dia com acontribuição sindical, podem enviar seus questionamentos por carta, faxou e-mail.Confira detalhes no site: www.secovi-rs-agademi.com.br

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Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Março/Abril 201226

Espaço Secovimed

Eduardo José Gaio – Cirurgião-dentista, mestrado e doutorado em Periodontia, autor de diversos artigos científicos

com vinculação internacional, integrante do corpo clínico do Secovimed/RS na especialidade de Periodontia.

Inúmeros problemas atingem a cavidade bucal

A odontologia tem evoluído rapidamente nos últimos anos. Profissionais mais capacitados, téc-nicas menos invasivas, diagnósticos mais precisos e materiais mais seguros ajudaram a alavancar a especialidade de uma profissão meramente tecni-cista para uma odontologia científica. Inúmeros são os problemas bucais que podem surgir na cavida-de. Eles podem ir de uma simples mancha branca até mesmo a um câncer. Entretanto, as principais doenças que acometem o ser humano são a cárie dentária e as doenças gengivais. Ambas têm sua origem no acúmulo de bactérias sobre a superfície dentária, ou seja, são infecções bucais. Essas doen-ças são reconhecidas hoje como importantes pro-blemas de saúde pública.

A presença de bactérias na cavidade bucal é normal no ser humano. Todos nós temos uma quan-tidade e variedade muito grande delas dispersas na boca. Essas bactérias, como qualquer ser vivo, têm interesse em sobreviver e procriar a espécie. Sendo assim, a superfície do dente, por ser uma estrutura rígida e não descamativa, se tornou um lugar interessante para as bactérias manterem seu objetivo de sobrevivência ao longo da evolução do ser humano. No entanto, quando elas se acumulam sobre o dente e ali permanecem por algum tem-po sem serem removidas por instrumentos, como o fio dental e a escova, possibilitam a formação da cárie e o desenvolvimento de inflamação gengival. Sabe-se, atualmente, que as infecções gengivais estão entre as principais infecções que acometem o ser humano. Estudos realizados na região metro-politana de Porto Alegre têm mostrado que mais de 50% dos indivíduos na idade adulta apresentam importantes problemas de saúde gengival. Essa situação põe em alerta toda a comunidade odon-tológica, bem como os representantes de governo, uma vez que tal problema pode acarretar a perda do(s) dente(s). Além disso, inflamações de origem bucal podem entrar na corrente sanguínea e atin-gir importantes órgãos, como coração, cérebro, pul-mão, entre outros. Diversos estudos, em diferentes

países, têm mostrado associações entre as infec-ções bucais (principalmente as gengivais) e outros órgãos. A cárie dentária também preocupa os den-tistas e os órgãos públicos. Embora o número de casos tenha caído consideravelmente nos últimos anos, uma pequena parcela da população ainda sofre com uma grande ocorrência da doença. Além disso, estudos têm mostrado um crescente número de casos de cárie radicular em indivíduos idosos.

O Rio Grande do Sul é o estado com maior ocor-rência de diversos tipos de câncer. Além de sermos “campeões” em câncer de mama, também somos o estado com maior número de pessoas com câncer bucal. O leitor pode estar se perguntando o porquê disso, e a resposta é bastante simples. Infelizmen-te, aqui, é onde mais se consome cigarros e álcool, além de ser a região com maior número de pessoas acima do peso ou obesas. Além destes chamados fatores de risco para o aparecimento do câncer, a exposição solar, certos tipos de vírus e a genética do indivíduo contribuem para o surgimento desta importante doença.

A sensibilidade dentinária também atinge uma parcela grande da população. Ela surge devido, principalmente, à exposição da raiz do dente. Muito embora não se conheça inteiramente o mecanismo de surgimento da sensibilidade, acredita-se que devido ao fato de que a raiz do dente é repleta de pequenos canais que vão em direção à polpa do dente, estímulos mecânicos (escova, fio) e térmi-cos (líquido gelado) deslocam o líquido que há no interior desses canais, provocando a sensibilidade dolorosa. O diagnóstico preciso desta situação jun-to ao dentista pode ajudar consideravelmente na redução do problema.

Dentro desse contexto, toda a equipe médico--odontológica do Secovimed/RS está à disposição de seus associados para melhor ajudar. É de suma importância lembrar sempre que o conhecimento, a prevenção e o diagnóstico precoce são as melho-res formas de abordar e diminuir os problemas que acometem a cavidade bucal.

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SECOVI/RS • AGADEMI

A Revista do Mercado Imobi l iár io G aúcho. Ano IX • Março/Abril 2012 - Nº 49

Ar-condicionado tambémpode esquentar ou esfriar asrelações condominiaisProblemas provocados por colocação e uso inadequado de climatizadores em condomínios podem ser resolvidos com regulamentação e capacitação técnica.