28
Envolvimento dos condôminos é fundamental para a operacionalidade condominial Noções sobre manutenção, segurança e economia, legislação e questões fiscais, tributárias e trabalhistas são indispensáveis para uma boa gestão Ano X Julho/Agosto 2013 - Nº 57 EFICÁCIA DOS SERVIÇOS ROTINEIROS DE UM CONDOMÍNIO DEPENDE DE PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO

Revista - Espaço Imóvel

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista do Mercado Imobiliário do Rio Grande do Sul

Citation preview

Page 1: Revista - Espaço Imóvel

Envolvimento dos condôminos é fundamental para a operacionalidade condominialNoções sobre manutenção, segurança e economia, legislação e questões �scais,

tributárias e trabalhistas são indispensáveis para uma boa gestão

Ano X Julho/Agosto 2013 - Nº 57

EFICÁCIA DOS SERVIÇOSROTINEIROS DE UM CONDOMÍNIO DEPENDE

DE PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO

Page 2: Revista - Espaço Imóvel
Page 3: Revista - Espaço Imóvel

03

05

06

07

08

10

12

14

16

18

21

24

26

Melhor, mais rápido, mais barato

Mensagem do Presidente

Prefeitura lança portal sobre DM em reunião promovida pelo Secovi/RS e pela Agademi

Registro

Pesquisa aponta médias de despesas condominiais

Economia

Direito Imobiliário esteve em evidência durante Simpósio promovido pela Agadie

Evento

O estabelecimento de diretrizes e o acompanhamento de práticas cotidianas são indispensáveis para uma boa gestão

Administração

Envolvimento dos condôminos é fundamental para a operacionalidade de um condomínio

Participação

Questões fiscais, tributárias e trabalhistas exigem especialização

Qualificação

Revisões e consertos não devem ser descuidados

Manutenção

Segurança também é uma questão de hábito

Prevenção

Condomínios, imobiliárias, empregados e a utilização da Certificação Digital

Orientação

Espaço Imóvel responde a dúvidas sobre a área condominial

Questionamentos

Saiba mais sobre câncer de pele

Espaço Secovimed

Confira alguns destaques dessa edição

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Page 4: Revista - Espaço Imóvel

Expediente

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, obrigatoriamente, o posicionamento editorial da Revista Espaço Imóvel ou das diretorias do Secovi/RS e da Agademi.

CONSELHO EDITORIALMoacyr Schukster, Simone Camargo, Helena Terezinha do Amaral Gomes, Andréia Martins, Maria Angélica S. Garcia e Carolina Cioccari Lannes AlvesPRODUÇÃO EDITORIALProva Comunicação - Fone: (51) 2111 7892Jornalista Responsável: Joni Ferreira Neto - RMTb 7.144

Atendimento: Maurília Souza de LemosRevisão: Greice Zenker PeixotoCapa (Edição e montagem): Kauer Ideia e ImagemEditoração eletrônica: Kauer Ideia e ImagemCtP e impressão: Gráfica Pallotti

Revista Espaço Imóvel:Tiragem: 30 mil exemplaresUma publicação institucional, de periodicidade bimestral, do SECOVI/RS e da AGADEMI.Travessa Francisco de Leonardo Truda, 98 - 9° andar - Porto Alegre/RSTelefone: (51) 3221 3700 - Fax: (51) 3221 3818

DIRETORIA EXECUTIVA DO SECOVI/RS E DA AGADEMIPresidente: Moacyr Schukster1° Vice-presidente: Gaspar FioriniVice-presidente de Condomínios: Simone CamargoVice-presidente de Comercialização: Gilberto CabedaVice-presidente Financeiro: Flávio Roberto StefaniVice-presidente de Locações: Leandro Rossi de Moraes HilbkVice-presidente de Relações do Trabalho: Jane Simões PiresVice-presidente: Adão Alves de OliveiraVice-presidente: Marcelo Luiz Mignone CallegaroVice-presidente: Véra Lucia HahnVice-presidente: Walter Antônio Scuccimarra Marichal

SUPLENTESAlexandre Gilberto Cohen; Ary Costa de Souza; Hugo Del Carrir Euzébio; João Comerlato Neto; Mara Rosane Arnhold; Marco Aurélio Rozas Munhoz; Rafael Padoin Nenê; Ricardo Brandalise; Sileini Sulzbach Mossmann; Valdir Patrício Fin e Viviane Tomazelli

CONSELHO FISCAL - EFETIVOSJosé Cezar Coimbra Sperinde Filho; Júlio César Soares da Silva e Natálio Wulff

SUPLENTESLuiz Gustavo Tarrago de Oliveira e Plínio Anele

DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À FEDERAÇÃO - EFETIVOSMoacyr Schukster e Flávio José Gomes

SUPLENTESJane Simões Pires e Simone Camargo

CONSELHO ADMINISTRATIVO - EFETIVOSAlexandre Altenhofen Pazzini; Ingo Luiz Voelcker; Lucília Beck de Freitas; Miriam Ferreira da Silva Salvaterra e Vilson Pascoal Dalla Vecchia

SUPLENTESAttílio Stopassola; Ivan Bento Alves; Manoela de Oliveira Freire; Nilton Mello Amaral e Rudimar José Joner

CONSELHO CONSULTIVO(Ex-Presidentes; Membros Natos)Alfredo E. Mello; Aroni Becker; Avelino Miranda Viana; Ederon Amaro Soares da Silva; Fernando Sarmento Leite Barcellos; Flávio

José Gomes; Gaspar Fiorini; Moacyr Schukster; Natan Sandler e Sandra Thereza Nunes

DELEGADOS E SUBDELEGADOS NO INTERIOR DO ESTADOCachoeira do Sul: Erli Antão do Canto Calvett; Canela: Attílio Stopassola; Canoas: Ricardo Brandalise; Carazinho: Cláudio Paulo Hoffmann; Caxias do Sul: João Jorge Zanol; Encantado: Vera Lucia Sangalli Sandri; Estrela: Sileini Sulzbach Mossmann; Farroupilha: Milton Carlos de Souza e Adriel Somacal; Gramado: Viviane Tomazelli; Gravataí: Luciane Pessato; Guaíba: Vilmar Silveira da Silva; Ijuí: Cícero Tremea dos Santos; Lajeado: Marco Aurélio Rozas Munhoz; Montenegro: Karl Heinz Kindel; Novo Hamburgo: Véra Lucia Hahn e Leonardo La Bradbury; Osório: Márcio Antônio Vieira Madalena; Passo Fundo: Mara Rosane Arnhold; São Leopoldo: Leandro Rossi de Moraes Hilbk; Santa Cruz do Sul: Roque Dick; Santo Ângelo: Alexandre Altenhofen Pazzini; Tramandaí/Imbé: Marcelo Luiz Mignone Callegaro; Uruguaiana: Jônatas Brazeiro Fernandes; Viamão: José Janes da Silva Nunes

SUPERINTENDENTEHelena Terezinha do Amaral Gomes

Page 5: Revista - Espaço Imóvel

Moacyr SchuksterPresidente do Secovi/RS e da Agademi.

Com a maior naturalidade, na manhã de sábado, recebemos uma revista cujo fechamento se deu na metade do dia anterior. Tiragem superior a um milhão de exemplares. No domingo, temos em mãos, lá pelo meio-dia, a edição dominical de um jornal paulista cuja edição fechou às 20h30min do sábado. Na capital e em muitas cidades do interior do nosso estado, é o que os leitores estão acostumados a ter. Uma coisa é certa: dificilmente, tais jornais chegarão ao destino no dia seguinte ao de sua edição, pois, hoje, não se aceita tal demora. Até porque existe a concorrência de outras mídias, como o rádio, a televi-são e a Internet. Os meios de difusão de notícias evoluíram enormemente. Assim como muitos outros campos da vida humana. Felizmente!

Mas o cotidiano condomi-nial também se aperfeiçoou? É uma pergunta instigante, por-que, se de um lado a humani-dade evolui a olhos vistos, de outro é preciso reconhecer que o que é comunitário anda mais lentamente. Depende de muitas pessoas e, para bem e para mal, as ideias se multipli-cam. Sabe-se que somos todos algo resistentes a inovações. Propostas de modificações que vão atingir muita gente, pior ainda. Haja paciência para persuadir, inteligência para argumentar e simpa-tia para vencer resistências. Talvez esteja aí um dos óbi-ces para que o mundo condominial possa dar passos adiante em termos de busca do aprimoramento.

Condomínio que funciona bem contempla con-trole de custos, equilíbrio financeiro e convivência cor-dial. Isso não cai do céu. Principia pela racionalização do trabalho (é, no condomínio também), prossegue pela cobrança cordialmente eficaz, observa com sabedoria os mandamentos da convenção e do regimento inter-

no, e lida com conflitos via inteligência e compaixão. Em todas as etapas da administração, cabe um novo olhar investigando se as coisas podem ser feitas de ou-tro modo, melhor, mais rápido, mais barato.

Um dos segredos para que se logre a concretiza-ção de mudanças consiste em estudar com cuidado qualquer ideia antes de apresentá-la e ter senso de oportunidade. Não vá se sugerir despesas não essen-ciais em momento de caixa baixo. Desconfie-se de pre-ços baixos. Cautela quase sempre é virtude. Ao se tra-tar com grupos, convém lembrar-se disso. Ao mesmo

tempo, não desanimar com as primeiras objeções. Reconhe-çamos, a administração dos condomínios tem evoluído. Basta dizer que boa parte dos síndicos consegue saber das coisas sob sua responsabili-dade meramente clicando no computador, seja para apurar como andam as finanças ou tendo acesso à lista de forne-cedores para comprar algum artigo ou contratar serviços. Muitas imobiliárias já propi-ciam tais facilidades. Quando não via telinha, mediante um simples telefonema. É bastan-te mais do que tínhamos anos atrás.

Cada cidadão tem o direito de ver o mundo do seu jeito; cada qual pode buscar a satisfação de seus interesses; cada pessoa caminha com os passos que quiser; mas, quando se fala do coletivo, que prevaleça a vontade da maioria. E a unanimidade se converte em momento glorioso do triunfo da conciliação. Na maio-ria das vezes, tal se credita ao síndico, que mostra a que veio e porque veio. Mas, ainda que outra pessoa tenha se salientado, o que importa é poder se celebrar a con-quista do melhor para a comunidade e o sorriso ami-gável de quem compartilha o local onde se vive.

Mensagem do Presidente

Melhor, mais rápido, mais barato

05Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Page 6: Revista - Espaço Imóvel

06 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Registros

Prefeitura lança portal sobre DM em reunião promovida pelo Secovi/RSe pela Agademi

Desde o mês de agosto, as informações sobre condições urbanísticas de uso e ocupação do solo de um determinado imóvel, em Porto Alegre, podem ser consultadas através do site: dmweb.procempa.com.br.

A divulgação de disponibilidade do serviço ocor-reu em reunião promovida pelo Sindicato da Habita-ção e pela Associação Gaúcha de Empresas do Merca-do Imobiliário.

A exposição do sistema que possibilita a consul-ta eletrônica de informações pertinentes à obtenção de uma DM (Declaração Municipal) foi feita pela Co-ordenadora do Escritório de Licenciamento e Regula-rização Fundiária, Ana Maria Pellini. Na ocasião, uma equipe, integrada, ainda, pela Procuradora-Geral Ad-junta, Andrea Vizzotto, e pelo Supervisor do Setor de Geomática, Silvio Vargas, detalhou a maneira pela qual os profissionais que atuam na área imobiliária podem ter acesso aos dados armazenados no portal.

Segundo o Secretário Municipal de Urbanismo – SMURB, Cristiano Tatsch, que também participou da Reunião, a plataforma tem como principais benefícios para o processo de edificação, “as vantagens de torná--lo mais ágil, mais transparente e mais acessível a to-dos”.

O Presidente do Secovi/RS e da Agademi, Moacyr Schukster, elogiou a iniciativa dos órgãos públicos

envolvidos na metodologia que deu origem ao novo serviço. “Este trabalho é notável. Trata-se de uma rea-lização importante da Prefeitura e que será de muita utilidade, no sentido de acelerar os procedimentos e facilitar as negociações”.

Encontro contou com a presença de expressivo número de representantes do mercado imobiliário.

Moacyr Schukster, na foto com a Coordenadora do Escritó-rio de Licenciamento e Regularização Fundiária, Ana Maria Pellini (esq.), e com a Procuradora-Geral Adjunta, Andrea Vi-zzotto (dir.), destacou os méritos da realização.

Page 7: Revista - Espaço Imóvel

Mais de 400 profissionais da área jurídica e em-presarial do mercado imobiliário participaram do 8º Simpósio do Direito Imobiliário, realizado pela Agadie –, Associação Gaúcha dos Advogados do Direito Imobi-liário Empresarial, nos dias 22 e 23 de agosto, em Porto Alegre.

Durante o evento estiveram em discussão temas como a responsabilidade civil decorrente das constru-ções; a preferência da cota condominial no concurso particular de credores; seguro condominial – análise ju-rídica diante das novas regras; peculiaridades da extin-ção da copropriedade em condomínio voluntário; alie-nação fiduciária de bem imóvel – aspectos processuais e registrais; fundo de investimento imobiliário; regimes de bens no casamento e seus reflexos no direito suces-sório e aspectos relevantes da locação.

O Sindimóveis/RS promoveu, de 25 de agosto a 1º de setembro, a 39ª Semana do Corretor de Imóveis, alusi-va à data em homenagem à categoria.

Fez parte da programação a apre-sentação de palestras, a realização de torneios esportivos e o recebimento da Comenda Porto do Sol, concedida pela Câmara Municipal de Porto Ale-gre. A iniciativa atendeu proposição do vereador Márcio Bins Ely e ocorreu em sessão solene presidida pelo vereador Bernardino Vendruscolo.

Também em comemoração ao Dia Nacional dos Corretores de Imóveis, o Creci/RS, por meio do seu Programa de Aperfeiçoamento para Corretores de Imóveis e Funcionários (PACIF), reali-zou a Terceira Jornada de Palestras, ao longo do dia 27 de agosto, data oficial da categoria, com o desenvolvimento de painéis e apresentação cultural.

Sidney Gomes, presidente do Sindimóveis, vereador Bernardino Vendruscolo, Moacyr Schukster, presidente do Secovi/RS e da Agademi, e Roberto Santiago, representando o Creci/RS compuseram a mesa durante sessão solene.

Entidades apoiadoras do Simpósio, o Secovi/RS e a Agademi estiveram representados pelo Presidente Moacyr Schukster (dir.), coordenador da palestra proferida pelo jurista Sílvio de Salvo Venosa.

07Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Registros

Direito Imobiliário esteve em evidência durante Simpósio promovido pela Agadie

Entidades comemoram oDia do Corretor de Imóveis

Aproveitando a presença de diversos profissionais do mercado imobiliário, foi lançado oficialmente o 1º Prêmio Creci-RS/Pense Imó-veis, apresentado pela Gestora de Projetos do Pense Imóveis, Renil-des Snack, informando que as inscrições para participar acontecerão a partir de outubro e as informações em breve serão disponibilizadas pelo Pense Imóveis e pelo CRECI-RS.

Page 8: Revista - Espaço Imóvel

08 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Registros

Mulher é condenada por registrar falsos boletins de ocorrência contra vizinho

Pesquisa aponta médias de despesas condominiais

O Departamento de Economia e Estatística do Secovi/RS e da Agademi elabora, regularmente, uma pesquisa que trata das despesas dos condo-mínios em Porto Alegre. O trabalho que demonstra os gastos mensais, agrupados em 12 rubricas, serve de referência aos síndicos e seus auxiliares na ges-tão condominial, no planejamento e na aplicação dos recursos com mais tranquilidade, tendo em vis-ta que, normalmente, os itens apurados apontam índices proporcionais com variações muito peque-nas.

A pesquisa referente ao mês de junho/13 de-monstra que os seis itens mais expressivos, em ter-mos de despesas, são responsáveis por 82,14% dos gastos condominiais. São as despesas com pessoal, segurança, água, obras, diversos e elevadores. Veja os percentuais das seis rubricas com despesas mais destacadas no quadro ao lado.

Os demais itens que complementam os dis-pêndios são: conservação, gás/combustíveis, lim-peza/higiene, luz (energia elétrica), seguros e taxa de administração.

Segundo a vítima, na ocasião, síndico do pré-dio, a ré alimentava não apenas os seus felinos, mas os que transitavam pela rua. Atraídos para a área comum do edifício, os animais sujavam o condomí-nio, gerando altos custos para limpeza. Além disso, depois de ser acusado pela ré de ter matado de 8 a 11 gatos, a vítima registrou queixa em delegacia.

Em represália, a ré registrou diversas ocorrên-cias, uma das quais sob a alegação de que teria sido ameaçada e ofendida pela vítima. Após diligências, ficou comprovado, por meio de testemunhas, que as denúncias eram falsas e que no dia em que foi registrada a acusação de ameaças e ofensas, a víti-ma estava em outra cidade, como ficou demostra-do por meio de fatura de cartão de crédito.

Em primeira instância, a Juíza de Direito Cidália de Menezes Oliveira, da 4ª Vara Criminal da Comar-ca de Caxias do Sul, julgou procedente a denúncia feita pelo Ministério Público, com base no art. 339, do Código Penal: “dar causa à instauração de inves-tigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, im-putando-lhe crime de que o sabe inocente”.

Foi fixada a pena de dois anos de reclusão, substituída por prestação de serviços à comuni-dade, pelo mesmo período da pena aplicada, bem como o pagamento de um salário mínimo à insti-tuição assistencial. Em recurso, a sentença foi man-tida.

Os desentendimentos entre os condôminos ocorreram em razão dos gatos que habitavam o condomínio.

Com informações da Assessoria de Imprensa do TJRS

Rubricas

Subtotal

Total

PessoalSegurançaÁguaObrasDiversosElevadores

Demais itens 17,86

29,7813,0611,6311,50

9,686,49

% em Junho/13

82,14

100,00

Page 9: Revista - Espaço Imóvel

A regulamentação da lei determinando que os novos empreen-dimentos, com mais de 2.000m², construídos em Porto Alegre, disponham de uma obra de arte visí-vel ao público, completa dois anos no próximo mês de outubro.

Com a proposta de divulgar a normatização e buscar a participação do maior número de ar-tistas interessados, a As-sociação do Aço do RS está promovendo um concurso para a escolha da escultura que deverá ornamentar sua nova sede, o Edifício DNA do

Aço, em construção pró-ximo ao Aeroporto Sal-gado Filho.

Coordenado pelo Doutor em História da Arte, ex-curador geral do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, José Francisco Alves, que também é síndico de um condomínio na Ca-pital, o concurso é aber-to a todos os artistas plásticos brasileiros que estejam cadastrados na Prefeitura de Porto Ale-gre. Outras informações podem ser acessadas pelos sites:www.public.art.br ewww.aars.com.br.

Desde o início de setembro, as certidões do IPTU, Cadastro do Imóvel, Benefício Fiscal, Valor Ve-nal e Não Lançamento podem ser obtidas direta-mente no site da Secretaria Municipal da Fazenda de Porto Alegre, www2.portoalegre.rs.gov.br/smf/.

Para acessar o serviço, o contribuinte deve clicar na seção IPTU, escolher a opção Serviços On-line e clicar na aba Certidões do cadastro imobiliário para acessar o link e emitir as certidões.

09Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Variedades

Associação do Aço promove concurso para escolha de obra de arte

Certidões cadastrais emitidas pela Internet

Características estéticas e construtivas do aço são valorizadas no projeto do edifício em construção.

[email protected]

O Secovi/RS e a Agademi enviam por e-mail, regularmente, para todos os síndicos cadastrados, notícias e informações que dizem respeito à área condominial.O cadastramento e o envio do material são gratuitos e para recebê-lo basta informar seu endereço eletrônico, mandando uma mensagem para:

Cadastre-se e receba por e-mail o ‘Conexão Condomínio’

Page 10: Revista - Espaço Imóvel

10 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Na área de gestão condominial, sobressaem-se pessoas com capacidade de liderança, facilidade de compreensão em termos de relações humanas e vocação para exercer o papel de conciliador. Contudo, apenas essas qualidades não são suficientes para garantir uma boa gestão. Faz-se necessário o conhecimento de noções bá-sicas nas áreas administrativa, financeira, contábil, trabalhista, jurí-dica e técnicas.

Atender a tantas e tão distintas demandas exige o assessora-mento de profissionais qualificados e o planejamento de ações que dinamizem os procedimentos exigidos no dia a dia de um condo-mínio. Em alguns deles, a rotina diária é tão dinâmica e exigente quanto à gestão de uma empresa, onde o lucro é o bem-estar dos condôminos e o crescimento é contabilizado através da boa presta-ção de bons serviços para a coletividade.

“Calma e tranquili-dade são adjetivos que não fazem par-te da vida de quem está à frente de um condomínio. Que o cargo exige respon-sabilidade e dedica-ção ninguém duvida, mas o que nem todos imaginam são as surpresas que ele nos reserva. Existem aquelas ocasiões em que tudo parece estar sob controle e, de repente, os ventos sopram para outro lado. Foi isso, literalmente, que aconteceu em um feriado de Nave-gantes. Eu recém havia chegado a Gramado para desfrutar de um belo final de semana quando ligaram de Porto Alegre avisando que um vendaval havia destelhado o condomínio.Essa foi apenas uma das situações pelas quais já passei. Mas muitas outras existiram. Com o tempo a gente aprende que, para superá-las, é preciso conhecimento e a consciência de que muitas vezes você estará sozinho frente a grandes pro-blemas. Dentre eles, eventualmente, ter que multar pessoas que eram suas amigas antes de você assumir o cargo.”

Lúcia da Silva Castro Síndica do Condomínio Açorianos II

“A agitação, o corre--corre e a necessidade de tomar providên-cias e decisões ime-diatas fazem parte do dia a dia de um con-domínio como o nos-so, onde moram cerca de 4 mil pessoas. Não existem horários pré--fixados, possibilida-de de delegação de responsabilidades ou intervalos para descansos. Todos que-rem que os problemas, às vezes, até mesmo os pessoais, sejam resolvidos pelo síndico.Para dar conta de todas as atribuições e reivindicações não basta uma relação de tarefas ou uma planilha de incumbên-cias, é preciso saber de tudo um pouco; muito jogo de cin-tura; ter vontade de fazer o que é preciso; paciência e muita disponibilidade. Um trabalho que seria bastante facilitado caso houvesse uma maior conscientização das pessoas sobre direitos e deveres de quem mora em um condomínio e, prin-cipalmente, respeito às regras que priorizam o bem-viver em comunidade.”

Paulo Cezar Vieira Síndico do Condomínio Felizardo Furtado

Administração

Como é o dia a dia de um condomínio?

O estabelecimento de diretrizes e o acompanhamento de práticas cotidianas são indispensáveis para uma boa gestão

Page 11: Revista - Espaço Imóvel

11Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Com a experiência de 19 anos no cargo de síndico e atualmente consultor na área con-dominial, Fernando Sérgio Diemer, enumera alguns procedimentos diários que costumava executar quando estava à frente do Condomí-nio Castello Branco, localizado no Bairro Me-dianeira, em Porto Alegre/RS.

Administração

Sete práticas que facilitam uma gestão

Mais do que delegar responsabilidades e cobrar resultados, o car-go de síndico exige acompanhamento permanente de todos os procedimentos do condomínio, como serviços, manutenção e segurança.

Em defesa dos interesses do condomínio, é importante que o síndi-co disponibilize tempo para encaminhar reivindicações junto aos órgãos públicos e participar de audiências representativas ou de eventos de qualificação de atividades do cargo.

Atualizar, constantemente, planilhas de contas a pagar, de recebi-mentos e a receber é fundamental para o planejamento e o suces-so de uma boa administração.

Além do acompanhamento das sistemáticas de manutenção pre-ventiva é preciso que o síndico esteja atento à manutenção corre-tiva, evitando que os problemas se propaguem.

É importante, tanto no turno da manhã quanto à tarde, que o síndico possa ser localizado pelos demais condôminos em casos emergen-ciais. Para outras situações pode haver a marcação de horário.

Ainda no início da manhã é importante verificar o andamento das atividades de limpeza e o uso adequado de materiais e produtos necessários.

Antes de começar as atividades do dia é importante saber se houve notificação de alguma ocorrência que exija providências imedia-tas.

Síndico em mais de um condomínio, Adriano Rossini Vas-concellos sabe como prevenir-se de todos os percalços ou de como aproveitar as oportunidades de fa-zer melhorias e veri-ficações quando per-corre as áreas de uso comum das edifica-ções.

Kit condominial

“Ando sempre com uma máquina fo-tográfica, uma chave de fenda e uma trena. Além disso, procuro ter sempre à mão os relatórios de econo-mias e uma lista de prestadores de servi-ços de cada condomí-nio.”

No que diz respei-to às vistorias predial e de equipamentos, o síndico mantém no es-critório um check-list de itens a serem exe-cutados de acordo com as particularidades de utilização e durabilida-de de materiais e pro-dutos, bem como de prazos de renovação de validades.

Page 12: Revista - Espaço Imóvel

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 201312

Os procedimentos adminis-trativos de um condomínio variam de acordo com o tipo, o tamanho e a forma de gestão. Entretanto, em todos eles, a administração é exercida por meio de três figuras: o síndico, o conselho consulti-vo e a assembleia geral. Também podem influenciar na forma de administrar: o subsíndico, o con-selho fiscal e as comissões espe-cíficas que tenham sido formadas. As funções, as responsabilidades e os limites de todos que atuam nesse processo são facilmente delimitadas pelas legislações ati-nentes ao tema.

Difícil, nesta seara, é promo-ver a conscientização sobre a importância da participação dos condôminos nas assembleias, que são, em todas as instâncias internas, o mais

importante instrumento de poder condominial.

Segundo a vice-presidente de condomínios do Secovi/RS e da Agademi, Simone Camargo, “nor-malmente, o pequeno quórum de participação em assembleias só costuma ser alterado em ocasiões muito especiais, como sorteio de vagas em estacionamentos de áre-as de uso comum, obras de grande monta ou graves questões judiciais envolvendo o condomínio”.

Mas não deveria ser assim, afirma a dirigente. “Além de es-tabelecer ou alterar as regras do condomínio, as assembleias ser-vem para legitimar decisões, ana-

lisar e buscar consenso sobre assuntos que dizem respeito ao patrimônio e à qualidade de vida de todos os moradores.”

Administração

Envolvimento dos condôminos é fundamental para a operacionalidadede um condomínio

Dicas que podem tornar as assembleias mais produtivas

Antes de estabelecer o horário, consulte os moradores para saber quais são os mais acessíveis à maioria dos participantes.

O cumprimento de horários de início e fim das assembleias deve ser seguido rigorosamente. Aguardar a chegada de outros moradores e inter-mináveis discussões são fatores que afastam os participantes em futuras convocações.

Estabeleça a pauta de forma sucinta e obje-tiva. Normalmente as pessoas não são motivadas pelo item ‘assuntos gerais’. Tanto é assim que eles costumam ficar para o final da assembleia e, via de regra, é a senha para esvaziamento da reunião.

Tão importante quanto a diplomacia é a fir-meza de procedimento no sentido de evitar de-bates paralelos e discussões sobre temas que não façam parte da pauta ou questões pessoais entre moradores.

Analise com cuidado os assuntos e determine a forma de votação de acordo com a particularida-de de cada um deles.

Ao programar a assembleia, levante informa-ções e junte a documentação necessária sobre os temas a serem tratados. Muitas reuniões chegam ao fim sem qualquer deliberação, por falta de sub-sídios.

Prepare o ambiente onde será realizada a reu-nião, de tal forma que acomodações e questões físicas, como ventilação e iluminação, não sejam deficientes.

Page 13: Revista - Espaço Imóvel

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013 13

Administração

SUBSÍNDICOA convenção poderá prever

a eleição de subsíndicos, definin-do-lhes atribuições e fixando-lhe mandato, que não poderá exce-der a dois anos, permitida a ree-leição.

CONSELHO CONSULTIVO A Lei n° 10.406/2002 não revogou expres-

samente o art. 23 da Lei n° 4.591/1964, mas tam-bém não dispôs de forma contrária. Assim, per-manece em vigor a norma que determina que será eleito, na forma prevista na convenção, um conselho consultivo, constituído de três condô-minos, para mandato com prazo não superior a dois anos, permitida a reeleição. O conselho con-sultivo funciona como órgão auxiliar do síndico para assessorá-lo na solução dos problemas con-dominiais, podendo a convenção definir funções específicas.

CONSELHO FISCALA Lei n° 10.406/2002 (CCB), no art.

1.356, prevê a possibilidade de elei-ção de um conselho fiscal, composto por três membros, com mandato não superior a dois anos, com a finalidade de emitir parecer sobre as contas do síndico.

CONVENÇÃODocumento subscrito pelos proprietá-

rios, promitentes compradores ou cessioná-rios, que representem, no mínimo, 2/3 (dois terços) das frações ideais do condomínio. Constitui um conjunto de normas que es-tabelecem direitos e deveres, inclusive para aqueles que compõem o 1/3 que eventual-mente não o tenham assinado.

Para ser oponível contra terceiros, a con-venção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis onde es-tejam registradas as unidades. Poderá ser al-terada com a aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos.

O conteúdo mínimo da convenção está descrito nos arts. 1.332 e 1.334 da Lei n° 10.406/2002 do CCB, com a possibilidade da aprovação de regras de interesse específico do conjunto, contanto que não contrarie dis-posição expressa de lei.

ASSEMBLEIASNas assembleias são debatidos e decididos os prin-

cipais assuntos de interesse do condomínio. São três os tipos de assembleias: 1) Assembleia Geral Ordinária (CCB - art. 1.350)

Obrigatória por lei, deve ser realizada anualmente, convocada pelo síndico na forma prevista pela conven-ção. Na assembleia geral ordinária deverão ser aprovadas a prestação de contas, a previsão orçamentária, eleição do Síndico, além das demais matérias inscritas na Ordem do Dia. As decisões da assembleia, salvo disposição diver-sa na Convenção, obrigam a todos os condôminos. 2) Assembleia Geral Extraordinária (CCB - arts. 1.350 e 1.355)

Não é obrigatória por lei e não possui periodicidade regular. Serve para tratar de assuntos urgentes e não pre-vistos nas assembleias gerais ordinárias. Pode ser convo-cada pelo síndico ou por condôminos que representem 1/4 (um quarto), no mínimo, do condomínio, sempre que exigirem os interesses gerais. 3) Assembleia Geral Especial (CCB - art. 1.357)

Na ocorrência de sinistros graves que impliquem a destruição total ou considerável, ou que ameacem de ru-ína a edificação, caberá a convocação de assembleia na modalidade especial.

Fonte: Guia de Orientação do Síndico - 3ª edição – Publicado pelo Secovi/RS e pela Agademi.

Page 14: Revista - Espaço Imóvel

Independentemente da profissão que exerça, ne-nhum síndico consegue dominar com profundidade, ao mesmo tempo, todos os conhecimentos exigidos nas áreas legislativa, fiscal, tributária e trabalhista. Torna-se im-prescindível, nesses segmentos, um eficaz assessoramento

multiprofissional. Porém, além de assimilar alguns concei-tos básicos, quem administra um condomínio precisa ter sempre à mão uma agenda com os principais compromis-sos legais e financeiros. Confira, a seguir, as datas de algu-mas obrigações que devem ser observadas com atenção.

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 201314

Administração

Questões fiscais, tributárias e trabalhistas exigem especialização

DIA

Até 5º dia útil

07

07

10

20

20

20

25

COMPROMISSOS MENSAIS

Contribuição de Cláudia Colin Minuzzi – Encarregada de RH.

OBRIGAÇÃO

SaláriosPagamento da folha salarial dos funcionários.

FGTSRecolhimento das contribuições relativas aos salários quita-dos no mês anterior (8%). Não sendo dia útil, antecipar.

CAGED - CADASTRAMENTORemeter ao Ministério do Trabalho a Relação de Admissões e Demissões ocorridas no mês anterior. Antecipar se cair em dia não útil.

ISSQN (DEC mensal e recolhimentos) O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza, retido sobre serviços contratados, deverá ser declarado e recolhido no dia 10 do mês seguinte ao de competência.

Contribuição PrevidenciáriaRecolhimento das contribuições relativas ao mês anterior. O pagamento deve ser antecipado se a data cair em dia não útil.

Imposto de Renda Retido na Fonte Recolhimento das retenções de IRRF efetuadas sobre salá-rios pagos no mês anterior. O pagamento deve ser antecipa-do se a data cair em dia não útil.

Retenções sobre Notas FiscaisAs referentes ao INSS devem ser recolhidas até o dia 20 ou antecipada se a data cair em dia não útil. As que se referem a PIS, COFINS, e CSLL, da 1ª quinzena, até o último dia útil do mês. As da 2ª quinzena, até o último dia útil da 1ª quinzena do mês seguinte.

PISRecolhimento de 1% sobre a folha de pagamento do mês anterior. Sendo domingo ou feriado, o pagamento deve ser antecipado.

COMPROMISSOS ANUAIS

Janeiro

Contribuição Sindical do Emprega-dor.

Fevereiro

Rais – Envio da Relação Anual de In-formações Sociais para o Ministério do Trabalho.

A Dirf pela fonte pagadora, deve in-formar à Receita Federal os valores pagos e o IR retido na fonte sobre salários, no ano anterior, bem como as retenções de 4,65% sobre NF de serviços também contratados no ano anterior.

Março

Contribuição Sindical dos Emprega-dos – Descontar um dia de trabalho do empregado para ser repassado para o sindicato da categoria.

Abril

Repasse do dia descontado do em-pregado para o sindicato da catego-ria.

Novembro

Prazo final para pagamento da 1ª parcela do 13º salário dos empre-gados.

Dezembro

Pagamento da 2ª parcela do 13º sa-lário dos empregados até o dia 20.

Page 15: Revista - Espaço Imóvel

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013 15

Saiba mais

Administração

Os condomínios que remuneram seus síndicos, através de pró-labores ou isenção da taxa condominial, devem recolher 20% sobre a remuneração para a Previdência Social. A contribuição é obrigatória, de acordo com determinação expressa na Instrução Normativa

nº 84/2002 do Instituto Nacional de Seguridade Social.

Independente da contribui-ção que deve ser feita pelo con-domínio, também o síndico, que recebe pró-labore ou isenção da taxa condominial, é obrigado a efetuar o recolhimento, observa-do o limite máximo de contribui-

ção.Vale ressaltar que não basta

ao condomínio recolher a contri-buição. É necessária, ainda, que ela seja relacionada na GFIP e, para isso, é indispensável que o síndi-co esteja inscrito no INSS como contribuinte individual ou possuir inscrição no PIS ou no Pasep.

Plantas das edificações, con-venção e regulamento interno, livro de atas e de presença nas as-sembleias devem ser guardados indefinidamente, passando de sín-

dico para síndico.Os comprovantes de recei-

tas e despesas deverão ser arqui-vados por cinco anos. Laudos de vistoria e relatórios de inspeção

devem ser guardados de acordo com suas respectivas validades e renovados em conformidade com o que a lei determinar para cada um dos casos.

Condomínios que tenham rendimentos ou paguem valores sujeitos à incidência do Imposto de Renda na Fonte são obrigados a se inscreverem no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas. Independen-

te desta obrigatoriedade, o docu-mento é necessário, ainda, para o registro de empregados, tendo em vista que o Ministério do Trabalho dispõe, através da portaria, a apo-sição de carimbo padronizado do

CNPJ/MF na Carteira de Trabalho e Previdência Social, nas folhas de anotações gerais. Além disto, o CNPJ é indispensável para que seus funcionários possam participar da distribuição do abono do PIS.

Uma das funções do síndico deve ser o planejamento do qua-dro de funcionários do condomí-nio adequando-o ao tamanho e à complexidade da estrutura a ser atendida. Deve também observar que a contratação de um número de empregados abaixo do ideal gera custos adicionais com o pa-gamento de horas extras e com-promete a segurança, a limpeza e a manutenção.

O processo de recrutamento

e seleção de pessoal é um traba-lho que exige uma série de cuida-dos e conhecimentos. Diante dis-to, recomenda-se que a escolha seja executada em parceria com a administradora do condomínio. Via de regra, estas empresas já possuem a experiência e a com-petência de profissionais com o domínio de técnicas e conheci-mentos que facilitam a escolha e a determinação do perfil do pro-fissional que está sendo procura-

do no mercado de trabalho. Definido o quadro de pes-

soal, o síndico deve promover a constante qualificação e recicla-gem dos funcionários do con-domínio. Assim, todos, desde os recém-contratados até os mais experientes, terão sempre a opor-tunidade de aperfeiçoar-se, possi-bilitando a valorização profissio-nal, que acabará sendo revertida nos serviços dedicados aos con-dôminos.

CONTRIBUIÇÃO DO SÍNDICO PARA A PREVIDÊNCIA

A IMPORTÂNCIA DO CNPJ PARA OS CONDOMÍNIOS

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

DOCUMENTOS DO CONDOMÍNIO

Page 16: Revista - Espaço Imóvel

16 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Administração

Também faz parte da rotina dos síndicos o acompanhamento de inspeções e providências pre-ventivas e de correção naquilo que diz respeito à manutenção predial

das edificações. Com base em edições ante-

riores da Revista Espaço Imóvel, transcrevemos a seguir algumas recomendações que podem fa-

cilitar a atuação dos síndicos no sentido de manter a capacidade funcional das áreas de uso comum e garantir a valorização patrimonial dos imóveis.

Contratos de manutenção são muito im-portantes

Recomenda-se ao síndico que mante-nha sob contrato de manutenção todos os equipamentos que, em caso de interrupção de funcionamento, possam prejudicar as atividades do condomínio.

Lembre-se que quem responde civil-mente por acidentes causados por mau funcionamento dos equipamentos é o con-domínio, devendo, se for o caso, indenizar as pessoas prejudicadas. Logo, a conservação dos equipamentos constituiu obrigação permanente do síndico. Provada sua culpa ou desinteresse (negligência), cabe a ele in-teira responsabilidade criminal no caso de danos causados a condôminos ou terceiros. Fica para o condomínio a responsabilidade civil.

Itens a serem revisados periodicamenteElevadores, bombas, interfones, portões automáticos, antenas coletivas, geradores, iluminação de emergência,

sensores, instalações elétricas e hidráulicas, extintores e sistemas de prevenção de incêndio, para-raios, jardins, fil-tros e acessórios de piscina, equipamentos de sauna, de ginástica e de segurança.

O ideal é que o zelador verifique constantemente esses itens e informe ao síndico ou à administradora sobre quaisquer irregularidades. Além desses pontos, deve-se observar, também, o desgaste aparente do edifício em itens como rejuntamento de pisos e pastilhas, vazamento de água, queima de lâmpadas e fusíveis, fixação de corrimão, degeneração de pintura e escoamento de águas pluviais (telhados e calhas).

Contratação requer cuidados espe-ciais

A preocupação com a realização de obras em condomínios deve co-meçar antes da execução. É preciso um eficiente planejamento no senti-do de evitar, ao máximo, a incidência de transtornos no dia a dia do condo-mínio. Mais importante ainda são os procedimentos legais de contratação e o acompanhamento dos trabalhos. Diante disto vale a pena seguir algu-mas orientações de profissionais que atuam nessa área:

• Antes de contratar uma empre-

sa busque referências de trabalhos executados em outros condomínios. Ligue para os responsáveis, mencio-nados e informe-se sobre a qualidade dos serviços.

• Exija, sempre, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) pe-rante o Conselho de Engenharia e Agronomia (CREA).

• Confira se a empresa adota os procedimentos de segurança do trabalho previstos na Norma Regula-mentadora (NR) 18. Ela trata dos tipos de andaimes permitidos, da forma de montagem destes e dos EPIs (Equi-

pamentos de Proteção Individual) dos operários. A não observância dos procedimentos explicitados na NR, por parte da empresa, pode levar o condomínio a ser responsabilizado solidariamente por acidentes, ficando sujeito a multas e ações indenizatórias.

• Nunca adiante parcelas de pa-gamento. A empresa sempre deve ter executado mais do que, propor-cionalmente, recebeu de pagamento. Isto assegura ao condomínio que a empresa conclua os trabalhos no pra-zo prometido e que não abandone o serviço.

Revisões e consertos não devem ser descuidados

Page 17: Revista - Espaço Imóvel

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013 17

Saiba Mais

Administração

Na maioria dos serviços de instalação de equipamentos, ma-nutenção e projetos de prevenção, como centrais de gás, elevadores e prevenção contra incêndio, a le-gislação determina a contratação de profissionais devidamente ha-

bilitados, ou seja, pessoas ou em-presas que possam fornecer a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) pelos serviços prestados.

Sendo assim, em qualquer trabalho que venha a ser desen-volvido em um condomínio, o ide-

al é que o síndico contrate apenas empresas legalmente habilitadas. O procedimento assegura a tran-quilidade do síndico e dos demais condôminos, garantindo, também, que o condomínio sempre estará cumprindo as exigências da Lei.

Em instalações muito antigas, o ideal é substituir o cabeamento original como forma de prevenir os acidentes que podem causar perda de bens e risco de prejuízos pesso-ais.

Mesmo em instalações recen-tes, evite sobrecarregar as tomadas

e não esqueça que os fios e disjun-tores devem estar adequados à carga elétrica de suas instalações, pois esse procedimento reflete em segurança e economia.

A limpeza nas partes externas das instalações elétricas (espelhos, tampas de quadros, etc.), deve ser

feita somente com pano ligeira-mente úmido.

O quadro de luz deve estar sempre limpo, ventilado, desimpe-dido e longe de botijões de gás. Eles também devem ser protegidos dos efeitos da corrosão e vistoria-dos e pintados com anticorrosivos.

Os extintores e as mangueiras de incêndio devem receber manu-tenção anual.

A iluminação e a sinalização de saída de emergência precisam ser substituídas quando queima-das ou apresentarem defeitos.

Teste os alarmes todos os meses e sempre mantenha as portas das es-cadas de emergência fechadas.

Em Porto Alegre, o Laudo de Prevenção (PPCI) deve ser renovado a cada cinco anos e os laudos estru-turais (marquises) a cada três anos.

Para outras cidades, informe-se junto à sua Prefeitura respectiva.

Saiba mais sobre a legislação estadual que trata sobre o tema através do site:

www.brigadamilitar.rs.gov.br/bombeiros/legislação.

Mesmo sem serem especialis-tas, os síndicos devem ficar atentos a paredes que apresentam manchas de cor amarelada, característica que pode indicar a existência de umida-

de no local.Pequenas fissuras ou trincas, a

presença de uma espécie de fuligem provocada pelo acúmulo de sais de concreto dissolvidos pela água, o

aparecimento de ferrugem em ferros que fazem parte de lajes e estruturas e, é claro, o gotejamento de líquidos, mesmo em pequenas quantidades, indicam a existência do problema.

O ideal é que haja uma alter-nância quanto ao uso de equipa-mentos em duplicidade que exista no condomínio, em especial das bombas de recalque. Máquinas e instrumentos, quando sem uso,

podem emperrar alguns meca-nismos, devido ao acúmulo de poeira, ferrugem, etc. Além disto, o uso de uma das bombas, num determinado período, e da outra, em diferente espaço de tempo,

comprova que as duas estão em condições de uso. Logo, se uma delas “pifar’ não haverá o risco de perceber-se, só na hora do aciona-mento, que a reserva também não está funcionando.

INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS, REVISÕES E PROJETOS DE PREVENÇÃO EXIGEM PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS

REVISÕES ELÉTRICAS

PREVENÇÃO DE INCÊNDIO

INDÍCIOS DE INFILTRAÇÕES

ALTERNÂNCIA DE EQUIPAMENTOS

Page 18: Revista - Espaço Imóvel

Segurança também é uma questão de hábito

18 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

A palavra “segurança” repre-senta bem mais do que proteção. Ela significa qualidade de vida, bem-estar, liberdade, preservação da vida e do patrimônio. Para que haja segurança é necessário um controle eficaz sobre a acessibilida-de ou abordagem em termos físi-cos, seja ela pessoal ou predial.

Veja, a seguir, algumas reco-mendações feitas por representan-tes da Brigada Militar, por ocasião de eventos, destinados a síndicos e condôminos, promovidos pelo Se-covi/RS e pela Agademi:

Administração

Lembre-se

MORADORES E FUNCIONÁRIOS DEVEM SER MOBILIZADOS Em se tratando de segurança, a conscientização

de moradores e empregados sobre os riscos e as me-didas de prevenção é fundamental. O objetivo pode ser facilitado através de reuniões e palestras a respei-to do assunto. O tema também pode ser relembrado através de orientações fixadas em quadros de aviso

ou instrumentos de comunicação interna.Convém não esquecer, ainda, que os funcioná-

rios do condomínio devem ser instruídos sobre o uso adequado dos equipamentos de prevenção e, por fim, alertados sobre as diferentes técnicas e tipos de frau-des utilizados por criminosos para ingressar em pré-dios.

Identificação: O ingresso de funcionários de prestadoras de serviços só deve ser permitido de-pois da identificação do mesmo e consulta junto ao morador sobre a solicitação do serviço prestado. Os veículos também devem ser iden-tificados, com a anotação da placa.

Acesso: O ideal é que a entra-da de entregadores de produtos, no prédio, seja proibida, sendo que alguém do apartamento deverá re-ceber as encomendas na portaria. Uma recomendação é instalar um “passador de encomendas”: uma caixa com portinhola ou abertura na recepção para o recebimento de encomendas, evitando, assim, a entrada do entregador. Enco-mendas que não estejam sendo esperadas pelo morador devem ser recusadas, ainda que o porta-dor compareça acompanhado por

pessoa conhecida. Já os visitantes deverão se apresentar, através de portão eletrônico ou interfone, e só poderão entrar no prédio após au-torização do morador que estiver sendo visitado.

Portaria: O acesso deve es-tar sempre fechado e os porteiros não devem abandonar seus postos para atender estranhos no portão ou na garagem. Devem, ainda, co-municar aos síndicos a ocorrência de movimentação próxima a estes locais. À noite, o interior do local deve ter pouca iluminação. O exte-rior é que deve ser bem iluminado.

Equipamentos: Sempre que as condições financeiras permiti-rem, deve-se priorizar a instalação de equipamentos como interfones, alarmes, câmeras e monitores. Ha-vendo sistema de circuito interno, a observação é importante, mas as outras tarefas de rotina não devem ser descuidadas. Lembre-se que o monitor, por si só, não impede uma abordagem. Uma boa iniciativa é colocar uma guarita recuada do portão, com grades altas ao redor do edifício e sempre controlar o portão da garagem.

Vigilância: Os moradores devem atentar para os momen-tos em que estiverem saindo ou entrando no prédio, verificando a presença de pessoas suspeitas nas imediações. Sendo o caso, o ideal é dar mais uma volta e só entrar

quando houver a certeza de que não existe qualquer tipo de risco. Antes que qualquer pessoa faça o recolhimento de lixo ou a limpeza em áreas externas, todas as entra-das devem ser fechadas. Uma dica interessante é estabelecer uma senha entre moradores, visando casos de perigo. A senha deverá ser substituída periodicamente e, é claro, mantida em segredo por seus usuários.

Procure deixar em local acessível uma lista de telefones úteis: Brigada Militar, Polícia Civil, serviços de atendimento de emer-gência médica e bombeiros, dentre outros que julgar necessários.

Page 19: Revista - Espaço Imóvel

19Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Vários são os itens nos quais os síndicos podem buscar economia, mas a redução no consumo de água e energia merece atenção especial. Nos dois casos, os resultados vão depender da conscientização dos mo-radores e, ainda, de um controle eficiente, de vistorias

constantes, de reposições imediatas e, sempre que pos-sível, de atualizações materiais e tecnológicas.

Confira algumas dicas repassadas por síndicos e especialistas, também publicadas em edições anterio-res da Revista Espaço Imóvel.

Uso de planilhas: uma medida interessante que pode ser adotada pelos síndicos é o uso de planilhas para acompanhamento diário de consumo de água. No documento é feita a anotação dos números mostrados pelos medidores a cada 24 horas. Além de monitorar o comportamento do sistema hidráulico dos prédios, a comparação entre a média diária e a variação em rela-ção ao dia anterior permite a constatação de eventuais excessos de consumo. O acompanhamento alerta, en-tão, para a necessidade de localizar a origem do vaza-mento e de buscar soluções para estancá-lo.

Válvulas e torneiras: a verificação rotineira de vál-vulas e torneiras de áreas de uso comum, ou a deter-minação de que alguém a faça, também permite a de-tecção de desperdícios. Já nas unidades individuais, o ideal é que o assunto seja discutido com os moradores no sentido de permitir vistorias periódicas nas instala-ções hidráulicas para constatar ou prevenir eventuais

vazamentos. A execução do trabalho fica facilitada se os representantes do condomínio conhecerem um profissional habilitado nessa área.

Temporizadores e arejadores: bastante utilizados em locais públicos, os temporizadores conquistam es-paço cada vez maiores em áreas privativas. Nas tornei-ras, o sistema pode ser manual, através de pressão em vez de registro, ou automático, quando basta à pessoa aproximar as mãos da pia. O controle também pode ser usado em chuveiros e lavatórios. Em qualquer situação é possível controlar o jato de água e o tempo que ele fica liberado a cada acionamento.

Outro tipo de acessório que começa a ser bastante utilizado são os “arejadores”, peças que proporcionam o aumento da pressão do fluxo de água. Eles já vem acoplados em alguns tipos de torneiras e, em outras, é possível fazer a adaptação pela aquisição da peça indi-vidualmente.

Limpe as lâmpadas regularmente e verifique se elas não estão posicionadas em locais que diminuem sua luminosidade, como atrás de colunas, embutidas em tetos ou envolvidas por calhas inadequadas.

Lembre-se de que o aquecimento excessivo, de-vido à falta de ventilação adequada, também dimi-nui a vida útil das lâmpadas, principalmente se elas forem incandescentes.

A substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes, que consomem menos energia, só deve ser feita em pontos onde as fontes lumino-sas não sejam ligadas e desligadas constantemente. Nestes casos, a vida útil das fluorescentes é bastante reduzida, não compensando o seu custo mais eleva-do.

O uso de minuteiras e, principalmente, de senso-

res de presença deve ser priorizado em espaços onde não exista a necessidade de longos períodos de ilu-minação. Os sensores, aliás, vêm sendo muito usados, também, em áreas externas de alguns condomínios, denunciando, através do acendimento de lâmpadas, a presença de estranhos nas proximidades. Além de colaborar para a redução do consumo, podendo au-xiliar na segurança, o sensor é um aparelho de baixo custo de aquisição, instalação e manutenção.

Revisões da rede elétrica devem ser feitas regu-larmente. Excessos de cargas, em redes subdimen-sionadas provocam aquecimento excessivo dos fios condutores, gerando maior consumo.

Procure pintar paredes ou tetos de áreas de uso comum com cores claras. Desta forma, os ambientes exigem menor intensidade de iluminação.

Administração

Economia deve ser objetivo constante

DICAS PARA REDUZIRO CONSUMO DE ÁGUA

DICAS PARA REDUZIRO CONSUMO DE ENERGIA

Page 20: Revista - Espaço Imóvel

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 201320

Administração

Atendo-se apenas ao exercício do cargo, é muito importante que os síndicos saibam que o Código Civil estabelece, no art. 1348, as atribuições mínimas que a eles competem. Mas há, ainda, aquelas pre-vistas em convenção e regimento interno, sendo as mais comuns as que seguem:

Quem exerce o cargo de síndico precisa, obrigato-riamente, inteirar-se sobre algumas noções na área de legislação condominial. Uma gama de conhecimentos que envolvem regras específicas sobre constituição e convenção de um condomínio, despesas, contrata-ção de seguro, utilização da edificação e realização de assembleias. Amplia-se o rol, ainda, para segmen-tos atinentes a normas sobre direito de vizinhança, de propriedade, de prestação de serviços públicos e traba-lhistas, dentre outros.

Torna-se imprescindível, nesse segmento, um as-sessoramento constante e a participação em eventos que permitam a troca de experiências e a ampliação de conhecimentos sobre tais temas. Uma sugestão interes-sante é que, sempre que possível, os síndicos se façam presentes em atividades como workshops, encontros e palestras regularmente promovidas pelo Secovi/RS e

Procure saber mais sobre legislação condominial

pela Agademi. As entidades disponibilizam, ainda, um departamento de orientações jurídicas, que pode ser consultado diretamente ou por contatos telefônicos.

PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO SÍNDICO

OUTROS COMPROMISSOS QUE TAMBÉM DEVEM FAZER PARTE DO DIA A DIA DOS SÍNDICOS

Manter e estimular boas relações entre con-dôminos, promovendo ações de integração e estar atento às ocorrências de atos ou procedimentos an-tissociais ou de atitudes não permitidas por lei.

Colaborar com os poderes constituídos e os órgãos de segurança, a educação ambiental, e de saúde pública por meio de procedimentos que resultem em benefício do condomínio e da comunidade da qual ele faz parte.

Exercer a administração inter-na do prédio, referente à vigilância, moralidade e segurança.

Representar o condomínio em Juízo ou fora dele, defendendo os interesses comuns.

Selecionar, admitir e demitir funcionários, fixando-lhes os sa-lários de acordo com a verba do orçamento do ano, respeitando o piso salarial da categoria.

Cumprir e fazer cumprir a con-venção, o regimento interno e as determinações das assembleias.

Aplicar as multas estabeleci-das na Lei, na convenção ou no re-gulamento interno.

Prestar contas à assembleia dos atos de sua gestão.

Arrecadar dos condôminos as suas contribuições (quotas partes, despesas ordinárias, extraordiná-rias e fundos).

Guardar toda documentação administrativa, bancária, técnica, fiscal, previdenciária e trabalhista.

Proceder à cobrança judicial contra os devedores.

Escolher empresas prestado-ras de serviços ou terceiros para execução das obras que interes-sem ao edifício, desde que aprova-das por assembleia.

Contratar seguro de toda a edificação contra o risco de incên-dio ou destruição total ou parcial.

Convocar assembleia geral or-dinária e extraordinária.

Dar imediato conhecimento à assembleia da existência de proce-dimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio.

Comunicar aos condôminos, nos oito dias subsequentes à as-sembleia, o que foi deliberado.

Elaborar a previsão orçamen-tária de cada período.

Diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns, além de zelar pela prestação dos ser-viços que interessem ao condo-mínio.

Page 21: Revista - Espaço Imóvel

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013 21

Orientação

Olemar TeixeiraProfessor Universitário

e Consultor Empresarial.

Condomínios,imobiliárias,empregados e autilização daCertificação Digital

Em 2001, começou uma verdadeira transforma-ção na forma como os contribuintes, pessoas físicas e jurídicas, devem se relacionar com a Receita Fede-ral do Brasil. Neste período, através da Medida Provi-sória nº 2.200, foi criado o ICP-Brasil, que tinha como meta, a criação da infraestrutura de chaves públicas brasileiras (assinatura digital).

A partir deste fato, fomos bombardeados com atos declaratórios, instruções normativas, portarias que dispõem sobre atos e termos processuais em forma eletrônica, bem como digitalização e arma-zenamento de documentos digitais no âmbito das esferas federais, estaduais e municipais.

As tecnologias vieram para ficar, assim como utilizamos os celulares, tablets, note books, palm tops, internet, para comunicação com nossos amigos e fa-miliares. A certificação digital é uma forma pela qual nos relacionamos com órgãos públicos, no cumpri-mento de obrigações e na solicitação de providên-cias.

Começamos com a digitalização de documen-tos, transformando nossos arquivos físicos (papel), em informações digitais, caso em que a ocupação de espaços e a preservação e conservação da infor-mação é muito mais segura, assim passamos pela nota fiscal eletrônica, onde foram testadas todas as formas de fraude ou de simulação, até chegarmos ao modelo atual.

Hoje temos o SPED-FISCAL (Sistema de Proces-samento Eletrônico de Dados), no qual as informa-ções de movimentação de mercadorias e serviços são informadas on-line, no momento da transação para o Fisco.

Em 2010 foi criado o SPED-CONTABIL, no qual as informações das empresas referente à movimen-tação contábil, compra, venda, despesas e receitas, com as devidas demonstrações contábeis, mais toda a movimentação de impostos que geram o lucro ou prejuízo, são informadas por meio digital para a Re-ceita Federal do Brasil, trimestralmente.

A escrituração fiscal digital do Imposto de Ren-

da integrará o Sistema Público de Escrituração Di-gital (SPED), que reunirá em um único ambiente nacional informações sobre a escrituração contábil, apuração de PIS e de COFINS e Folha de Pagamen-to das empresas. Através de convênios, as Receitas Estaduais e Municipais poderão ter acesso às infor-mações prestadas pelos contribuintes à Receita Fe-deral, o que facilitará o cruzamento de informações.

É inegável o avanço na relação entre Fisco e os contribuintes, com a redução de arquivos físicos, agilidade no envio de informações, redução das obrigações acessórias e integração das administra-ções tributárias das três esferas governamentais.

O Judiciário Federal implantou, nos últimos quatro anos, a informatização de todos os processos. As varas previdenciárias funcionam somente pela via eletrônica. A penhora on-line é uma realidade.

Na verdade, o governo descobriu uma forma de arrecadar mais impostos e fiscalizar de forma mais dinâmica toda a cadeia produtiva brasileira. Basta observar os recordes sucessivos de arrecadação a cada ano.

Denominados por alguns como “big brother fiscal”, o fato é que o SPED torna muito mais fácil a identificação de irregularidades e equívocos e ainda a falta de recolhimento de tributos. Conforme dados divulgados nos meios de comunicação, houve um crescimento de 16,8% no volume de autuações na comparação entre 2011 e o ano passado.

Para usufruir dos benefícios dos referidos avan-ços tecnológicos e afastar eventuais riscos decor-rentes da maior exposição perante as autoridades fiscais, é essencial a adoção de medidas preventivas. Neste contexto, inicialmente deve ser realizado o mapeamento das operações realizadas pelo contri-buinte, visando a identificação de vulnerabilidade nos controles internos relacionados à escrituração contábil-fiscal.

Por outro lado, esta modernização no cumpri-mento das obrigações acessórias exigirá dos contri-buintes uma especial cautela na análise e no envio

Page 22: Revista - Espaço Imóvel

das informações para os órgãos fiscalizadores. Além de existirem penalidades pela falta de entrega pelo preenchimento incorreto de informações nos ar-quivos transmitidos, mister se faz mencionar que as autoridades fiscais, através da escrituração contábil, terão acesso à movimentação econômico-financeira dos contribuintes.

Neste contexto surgiu a conectividade social, que é um canal eletrônico de comunicação entre o Ministério do Trabalho, a Previdência e o emprega-dor (condomínios), com as informações dos empre-gados. Através de disquete, a Caixa Econômica Fede-ral, que é gestora do FGTS e da Previdência, dispunha de um banco de dados, onde era possível acessar e alterar as informações do trabalhador, constantes na folha de pagamento, enviar os arquivos com as infor-mações através do ambiente conexão segura. Nesta fase, precisávamos instalar em nossos computado-res a versão do programa, para informar registro ou alteração de situação de empregados constantes da folha de pagamentos do empregador.

A partir de 2011, com a nova versão do canal eletrônico da conectividade social, ficou evidencia-da a necessidade de possuir um certificado digital no padrão ICP-Brasil, que deve ser contratado ou ad-quirido em qualquer autoridade certificadora. (Sa-feweb, SERASA, Sindicatos, Federações, Caixa Econô-mica Federal, etc.).

As imobiliárias que efetuam recolhimentos e prestam informações ao FGTS e INSS em nome de seus clientes podem utilizar a conectividade social por procuração eletrônica. Tal procuração pode ser revogada a qualquer momento, por ocasião da troca de administradora, ou por qualquer outro motivo.

Os condomínios devem ter CNPJ (cadastro na-cional de pessoa jurídica) e a convenção de condo-mínio registrada e arquivada no registro imobiliário, por um motivo muito simples, que é a responsabili-dade solidária e subsidiária, nas relações trabalhis-tas, que poderão resultar de alguma ação, promovi-da por empregados.

Portanto, para fazer o registro da assinatura eletrônica, e obter o certificado digital, é necessário apresentar cópia da convenção de condomínio re-gistrada no registro imobiliário, ou então a certidão de individualização do condomínio, acompanhada da ata de eleição do síndico, com a lista dos partici-pantes da eleição.

O síndico precisa comprovar sua identidade e sua condição de responsável pelo condomínio, apresentando sua carteira de identidade, seu CPF, seu comprovante de residência, a ata de eleição de-vidamente registrada e arquivada no cartório de tí-

tulos e documentos. Na verdade, estamos fazendo o registro de uma assinatura eletrônica. Não é pos-sível alguém ser identificado por telefone, Internet, ou outra forma imaginável, que não a presencial. Por este motivo, o responsável (no caso, o síndico em exercício) deve comparecer munido dos documen-tos originais em uma autoridade certificadora para realizar a confirmação de sua assinatura eletrônica.

Uma questão importante a ressaltar é que a cer-tificação digital não é opcional, mas, sim, obrigatória, porque todas as informações sobre os empregados devem ser repassadas aos órgãos governamentais através deste sistema.

Não será possível fazer a rescisão de um empre-gado do condomínio sem a certificação digital, nem emissão do extrato do FGTS, para fins rescisórios, comunicação de movimentação do trabalhador, re-tificação dos dados, emissão de GRRF (guia de reco-lhimento do fundo para fins rescisórios), multa de 50% sobre o saldo dos depósitos vinculados, muito menos consulta de dados do empregado. Não é pos-sível fazer os recolhimentos de FGTS, nem de Previ-dência.

Assim, o condomínio poderá ser vítima de ações trabalhistas tendo que pagar multas pelo não cum-primento da obrigação acessória e pelo não recolhi-mento das contribuições devidas, gerando um pas-sivo para o condomínio.

A Certificação Digital é uma ferramenta de se-gurança que permite ao cidadão brasileiro realizar transações por meio eletrônico com segurança. É um documento eletrônico que funciona como uma carteira de identidade virtual, permitindo a identi-ficação do autor de uma transação com os efeitos jurídicos deste ato.

O certificado digital também oferece benefí-cios, como simplificar e facilitar o processo de reco-lhimento do FGTS, aumentando a segurança e o sigi-lo das transações do FGTS, aumentar a proteção do condomínio contra irregularidades, reduzir custos com a desmaterialização de processos e preocupa-ção com o meio ambiente, eliminando o uso desne-cessário de papel.

Apesar de a circular CEF nº 626, de 26.06.2013, prorrogar a validade dos certificados em disquete, conforme teor a seguir: “as empresas que possuem o certificado eletrônico em disquete, expedidos pela Caixa Econômica Federal, autorizados anteriormen-te à obrigatoriedade da utilização da certificação digital no modelo ICP-Brasil, independente do nú-mero de empregados, podem continuar utilizando o ambiente conexão segura”. Esta decisão poderá ser revogada a qualquer momento, mediante prévio co-

22 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Orientação

Page 23: Revista - Espaço Imóvel

23Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Orientação

Acessando o site www.secovirsagademi.com.br, você vai conhecer melhor o trabalho e as prerrogativas do Sindicato da Habitação e da Associação Gaúcha de Empresas do Mercado Imobiliário.Saiba o que as entidades estão fazendo por intermédio dos comunicados on-line ou publicações permanentes voltados para o mercado de imóveis.Consulte também a agenda de eventos e outras orientações, como as respostas para as perguntas mais frequentes nos segmentos de locação, compra e venda e administração condominial. Acesse agora e confira.

Conecte-se ainda mais com o mercado imobiliário

municado da Caixa Econômica Federal.A aplicação do SPED tem ampliado o contro-

le sobre o pagamento das obrigações tributárias pela Receita, aumentando a transparência. Com a implantação do sistema eletrônico, o órgão arreca-dou cerca de R$115,8 bilhões em autuações fiscais, de acordo com a própria Receita Federal. Essa fis-calização deve ser ainda maior no próximo ano, já que, com a EFD, os dados da folha de pagamento e o registro de empregados serão armazenados em um cadastro único, compartilhado pela Receita Federal, pela Caixa Econômica, pelo Ministério do Trabalho, pela Previdência Social, pelo Ministério Público do Trabalho e pela Justiça do Trabalho.

É certo que sua implantação propiciará aos ór-gãos de fiscalização maior agilidade no processo de apuração de eventuais desvios relacionados à con-tratação, remuneração e tributação da mão de obra direta ou terceirizada utilizada por todas as empre-sas e condomínios, independente de seu porte, ati-vidade ou número de empregados. Apesar da clara vantagem para o governo e as empresas, a medida também traz uma série de complicações por conta dos ajustes que serão necessários.

Setores com grande movimentação de mão de obra, como construção civil, TI, telemarketing, agro-negócio, petróleo e gás, e prestação de serviços, de-vem ser os principais alvos da fiscalização, além das tomadoras de serviços terceirizados, entre os quais estão os condomínios.

A EFD-Social englobará todos os contribuintes em geral, do empregador doméstico às grandes cor-porações. O empregador doméstico, por exemplo, já tem o seu portal disponível no site da Receita Fede-ral para preenchimento e apresentação das informa-ções.

Estas obrigações acessórias consistem na escri-turação digital da folha de pagamento e das obriga-ções trabalhistas, previdenciárias e fiscais relativas a todo e qualquer vínculo trabalhista contratado no Brasil.

Não será mais possível documento em bran-co, para depois retificar. De acordo com a Lei n° 12.766/2012, as penalidades acarretam multas pe-sadas.

Como exemplo: o não atendimento à intimação da Receita Federal, para apresentar a declaração, o demonstrativo ou a escrituração digital, no prazo estipulado pela autoridade fiscal nunca inferior a 45 dias, multa de R$ 1.000,00 por mês/calendário.

As empresas de assessoria, imobiliárias e escri-tórios contábeis devem treinar suas equipes, atra-vés de cursos de atualização e especialização, nesta nova forma de comunicação com os órgãos públi-cos, que regulam as relações de trabalho.

Em breve, os trabalhadores brasileiros usarão um cartão eletrônico com todas as informações tra-balhistas, não necessitando portar ou apresentar a carteira de trabalho para seus empregadores.

Este artigo não esgota o assunto que, por sua complexidade e sucessivas atualizações, vai gerar muitas dúvidas e novos questionamentos. Mas, uma coisa é certa, a certificação digital e a comunicação eletrônica vieram para ficar e todos devem se acos-tumar.

REFERÊNCIAS:www.caixa.gov.br › FGTSwww.fgts.gov.br/empregador/conectividade_social.aspwww.receita.fazenda.gov.brwww.fisconet.com.brwww.portalcontabeis.com.br

Page 24: Revista - Espaço Imóvel

são ao ressarcimento de danos morais. Apelação desprovida. (Apelação Cível Nº 70018630665, Vigésima Câmara Cí-vel, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Cini Marchionatti, Julgado em 11/04/2007).

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. CON-

DOMÍNIO. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. IMPROCEDÊNCIA. AÇÃO DE COBRANÇA. PARCIAL PROCEDÊNCIA.

Condômino que desobedece a convenção do con-domínio, mantendo animal de estimação de grande porte em sua residência, não pode ser absolvido do pagamento da multa imposta. Ausência de previsão no regimento interno do condomínio quanto à adver-tência prévia sobre a infração, o que está por afastar a abusividade da aplicação direta da multa. Recusa justa do condomínio quanto ao pagamento da ape-lante, que não abrangeu a integralidade do débito, composto pelas cotas condominiais e pela multa, o que impõe a improcedência da consignatória e par-cial procedência da cobrança do apelado. Sentença confirmada. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNANIME. (Apelação Cível Nº 70032685166, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Rela-tor: Nelson José Gonzaga, Julgado em 14/06/2012).

Verificando a tendência em reconhecer o di-reito à posse de animais em condomínios, torna-se essencial a criação de regras claras de convivência, que devem compreender a proibição da circulação em áreas comuns, a utilização de elevadores de serviço ou escadas, a obrigatoriedade do uso de coleira e a previsão de multas em casos de trans-gressões, e o respeito ao horário de silêncio e ao sossego.

De todo o exposto, pode-se concluir que, em-bora as decisões judiciais sejam em sua maioria favorável ao direito de propriedade, consagrado na Constituição Federal, isto não isenta o condô-mino dos cumprimentos das regras estabelecidas na convenção de condomínio e no regimento in-terno, referentes à criação de animais, especialmen-te quanto ao sossego e à integridade dos demais condôminos, cabendo, nestes casos, a aplicação das multas regimentais previstas, que encontram am-paro legal.

Espaço Imóvel Responde

24 Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013

Resposta: Carolina Rodrigues Atz. Advogada e integrante do Departamento Jurídico do Secovi/RS e da Agademi.

Estamos implantando um condo-mínio e o mesmo ainda não tem regimento interno. Na Assembleia de implantação foi questionado sobre ter ou não animais nas áre-as condominiais e unidades. Como podemos normatizar essa questão no regimento interno?

A possibilidade de permanên-cia de animais em condomínios tem sido tratada na prática de três formas distintas: quando a convenção de condomínio tem regras de convivência com os animais, quando é omissa a respeito, ou quando proíbe a guarda de animais de qualquer espécie, de forma expressa.

A primeira situação nos parece a mais conve-niente, sendo ideal a adoção de regras claras de transporte e permanência dos animais de estima-ção, determinadas pela Assembleia Geral, podendo incluir, ainda, regras para determinação das espé-cies proibidas, que deve levar em consideração o porte e a periculosidade.

Na segunda hipótese, referente à omissão, a situação deve ser tratada de forma análoga à si-tuação anterior, procurando estabelecer as regras de convívio, através da convocação de Assembleia Geral com esta finalidade.

Finalmente, a situação que tem levado ao pronunciamento da justiça, referente à proibição expressa, cujo conjunto de decisões dos tribunais acerca do assunto, denominado jurisprudência, tem se mostrado no sentido de não dar caráter absolu-to, sendo necessária a demonstração de ocorrência de incômodo aos demais moradores ou ameaça à sua higiene e segurança.

A Jurisprudência tem se manifestando confor-me a prova no caso concreto:

EMENTA: Condomínio edilício. Animais de esti-mação. Imposição de multa pelo condomínio. Pre-tensão da autora ao afastamento da sanção, com o reconhecimento do direito de manter e criar seus ani-mais em sua unidade condominial. Pretensão, outros-sim, ao ressarcimento de danos morais decorrentes da cobrança abusiva da multa. Sentença de impro-cedência do pedido. Recurso de apelação da auto-ra. Manutenção da sentença. Exame da prova que corrobora as alegações do condomínio no sentido de que os animais de estimação da autora perturba-vam o sossego dos condôminos. Licitude da sanção imposta à demandante. Improcedência da preten-

Page 25: Revista - Espaço Imóvel

Representantes de imobiliárias e síndicos de condomínios, em dia com a contribuiçãosindical, podem enviar seus questionamentos por carta, fax ou e-mail.Confira detalhes no site: www.secovirsagademi.com.br.

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 2013 25

Resposta: Tiago Strassburger. Advogado e integrante do Departamento Jurídico do Secovi/RS e da Agademi.

Espaço Imóvel Responde

pectiva externa ou interna, a harmonia estética da edificação, pode-se dizer que houve alteração. Neste contexto, al-teração ou modificação das esquadrias, portas e janelas, também se enquadram no conceito de alterações proibidas ao condômino.

Regra geral, as portas de acesso às unidades são consideradas, pela doutri-na, como esquadrias externas, posto que compõem o padrão estético da edifica-

ção, logo não podem ser alteradas, de forma a não cau-sar prejuízo ao conjunto.

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. CONDOMÍNIO. ALTERA-ÇÃO DE FACHADA. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO AR-TIGO 10, I, DA LEI Nº 4.591/64. ARTIGO 1336, INCISO III DO CÓDIGO CIVIL. CONVENÇÃO DE CONDOMÍNIO. Alteração de fisionomia externa de prédio. É defeso aos condômi-nos proceder na alteração da fachada, estabelecida pelo modelo padrão do condomínio, com alteração de cores, sem prévia autorização dos demais. Disposição expressa, transparente, na convenção de condomínio, a estabelecer a impossibilidade de utilizar nas portas e esquadrias ex-ternas cores ou tonalidades diversas das empregadas no restante do edifício. Infringência ao art. 10, inciso I, da Lei nº 4.591/1964 e art. 1336, inciso III do Código Civil. Pata-mar fixado a título de honorários advocatícios, que con-diz com o trabalho realizado e merece ser mantido. Sen-tença confirmada. NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO. UNANIME. (Apelação Cível Nº 70034582486, Décima Oita-va Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Julgado em 27/09/2012).

Assim, qualquer elemento que seja estranho ao projeto original do edifício constitui alteração, e só pode ser realizada com aprovação da unanimidade dos condôminos, ou seja, 100% do total dos condôminos do condomínio.

Sou síndica de condomínio e, anali-sando a convenção observei que está desatualizada, pois a cobrança de multa por infração é pela OTN. Desta forma, é possível aplicar multas? De que forma devemos agir? Existe al-gum limite de valor para penalidades aos condôminos?

Realmente, não é possível aplicar multas em OTN (Obrigações do Tesouro Nacional) devido ao fato de que foi ex-tinta em 16/01/1989 pela Lei nº 7.730/1989. Neste caso, será necessária atualizar a convenção de seu condomí-nio o mais breve possível. O Código Civil estabelece, no artigo 1.351, que depende da aprovação de dois terços dos votos dos condôminos a alteração da convenção.

Atualmente, o critério indicado como referência na aplicação de multas é aquele baseado no valor das contribuições mensais, conforme descrito no Código Civil, artigos 1.336 e 1.337. Quanto ao limite em valor, com referência aos artigos antes citados, o Código Civil indica que o condômino que não cumprir os seus de-veres ficará sujeito à multa não superior a cinco vezes o valor de suas contribuições e, na hipótese de reiterado comportamento antissocial, gerando incompatibilida-de de convivência com os demais, ficará sujeito à multa correspondente a dez vezes o valor atribuído à contri-buição para as despesas condominiais.

Somos do conselho consultivo e fomos consultados sobre a possibilidade de troca do modelo da porta de acesso das unidades ou das cores destas. A con-venção do condomínio não trata claramente destas questões. Solicitamos um esclarecimento a este res-peito.

O Código Civil dispõe, no inciso III, do artigo 1.336, que são deveres do condômino “não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas.” Para um melhor entendimento, este é um dos deveres principais dos condôminos, ou seja, manter a harmonia estética da edificação. E, na medida em que se preten-de qualquer modificação física de sorte a desequilibrar ostensivamente, à primeira vista ou de qualquer pers-

Page 26: Revista - Espaço Imóvel

O câncer de pele é o mais comum de todos os tipos de câncer. Existem basicamente dois tipos: o não melano-ma, que é o mais comum e raramente causa a morte do paciente, e o câncer de pele tipo melanoma, que, apesar de mais raro, apresenta alta letalidade, principalmente pela sua alta capacidade de desenvolvimento de metástases.

O principal fator de risco associado aos cânceres de pele é a exposição excessiva aos raios ultravioletas. Irrita-ções crônicas, como úlceras, cicatriz de queimadura e ex-posição a fatores químicos, como arsênico, também po-dem levar ao desenvolvimento do câncer de pele.

Com relação ao melanoma, associam-se a história prévia de câncer de pele, a história familiar de melanoma, o nevo congênito (pinta escura), o xeroderma pigmento-so (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol com queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos) e o nevo displásico (lesões escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas).

As queixas mais comuns relacionadas ao câncer da pele são: elevação ou nódulo circunscrito e adquirido da pele que aumenta de tamanho e tem aparência perolada, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolori-da; uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura,

torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho; uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, utiliza-se a regra do ABCD:

• Assimetria: uma metade diferente da outra.• Bordas irregulares: contorno mal definido.• Cor variável: várias cores (preta, castanha, branca,

avermelhada ou azul) em uma mesma lesão.• Diâmetro: maior do que 6 mm.Alguns hábitos fazem muita diferença para sua pele

e saúde, evitando não somente o câncer, mas o envelhe-cimento precoce e manchas: é fundamental o aconselha-mento para proteção contra a radiação solar por meio da utilização de filtros solares, roupas adequadas e acessórios protetores (camiseta, chapéu, guarda-sol e óculos escuros). Nunca deixe de usar um protetor solar adequado ao seu tipo de pele. Evite horários de maior incidência dos raios ultravioletas – das 10h às 16h. Utilize chapéus e roupas que exponham o mínimo necessário da sua pele ao sol.

Consulte o dermatologista periodicamente e, ao sur-gir qualquer sinal, como manchas ou feridas com cicatriza-ção anormal, não hesite em procurar seu médico.

Espaço Imóvel - SECOVI / RS • AGADEMI - Julho/Agosto 201326

Saiba mais sobre câncer de pele

Fernanda Klein DiasMédica Dermatologista.

Integrante do quadro clínico do Secovimed/RS.

Espaço Secovimed

O Secovimed/RS é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, criada a partir da parceria entre os sindicatos dos empregados em empresas imobiliárias (Se-mirgs), o sindicato dos empregados em edifícios (Sindef/RS) e o Secovi/RS, na qualidade de representante patronal das categorias mencionadas.

O objetivo maior da Entidade é a priorização da saúde dos integrantes das categorias representadas pelas instituições envolvidas, possibilitando as-sistência médico-ambulatorial, medicina do trabalho, assistência odontológica, exames laboratoriais básicos e uma farmácia, que pratica preços diferenciados em relação ao mercado.

Aderindo ao Secovimed/RS, as administradoras de imóveis e condomí-nios estarão cumprindo com a determinação legal das Convenções Coletivas de Trabalho, que estabelece a estes empregadores a disponibilização de servi-ços de saúde aos seus funcionários.

Secovimed/RS - Rua 7 de Setembro, 1096 - 4º, 5º e 6º andares, Porto Alegre/RS(51) 3284 5600 - www.secovimed.com.br

Page 27: Revista - Espaço Imóvel

6. Descarte pilhas e

baterias nos locais que

vendem esses produtos, como

supermercados e lojas de

eletroeletrônicos. A reciclagem

desses materiais permite a

sua reutilização por diversos

setores da indústria.

8. Diversos materiais não podem ser reciclados, tais como: espelhos, vidros de janelas e automóveis, cerâmicas, papel laminado, entre outros. Por isso, devem ser descartados em locais adequados.

7. Na hora de descartar vidros,

separe-os em três tipos: marrom,

verde ou transparente. Isso é

extremamente importante para a

fabricação de novos objetos, pois

garante suas características e qualidades.

3. Instalar coletores

individuais ou coletivos

nos prédios evita que

moradores e pedestres

coloquem os resíduos na

calçada.

1. Separe o lixo em orgânico (alimentos, matéria vegetal, matéria animal etc.) e seco (papel, plástico, vidro etc.) para que ele possa ser comercializado ou recolhido pela coleta seletiva e convencional.

4. Não misture lâmpadas com o lixo doméstico, pois elas

contaminam o meio ambiente e colocam em risco a saúde dos

funcionários de limpeza. Descarte-as em locais apropriados, como

supermercados e lojas especializadas.

5. Não jogue óleo de

cozinha na pia. Coloque-o

em recipientes e leve-o até

postos de recolhimento.

Além de evitar a

contaminação da água, ele

pode ser aproveitado para

gerar energia em caldeiras

e para produção

de ração animal.

2. Respeite os dias de coleta seletiva e convencional, assim o lixo não se acumula e não fica

exalando mau cheiro.

AO QUE VOCECONSOME

NOVO RUMOE DAR UMRECICLAR

Ideias para aplicar na sua casa, no seu condomínio e na sua vida:

Page 28: Revista - Espaço Imóvel

Envolvimento dos condôminos é fundamental para a operacionalidade condominialNoções sobre manutenção, segurança e economia, legislação e questões �scais,

tributárias e trabalhistas são indispensáveis para uma boa gestão

Ano X Julho/Agosto 2013 - Nº 57

EFICÁCIA DOS SERVIÇOSROTINEIROS DE UM CONDOMÍNIO DEPENDE

DE PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO