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Revista FEBASE 8 de Fevereiro 2011 - sbn.pt · a campanha eleitoral e não é minha intenção trazer à liça um ... nou uma campanha eleitoral que se ar-rastou por dois meses, desde

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l EDITORIAL

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Propriedade:Federação do Sector FinanceiroNIF 508618029

Correio electrónico:[email protected]

Director:Delmiro Carreira – SBSI

Directores Adjuntos:Carlos Marques – STASCarlos Silva – SBCPereira Gomes – SBNViriato Baptista – SBSI

Conselho editorial:Cristina Damião – SBSIFirmino Marques – SBNSequeira Mendes – SBCPatrícia Caixinha – STAS

Editor:Rui Santos

Redacção e Produção:Rua de S. José, 1311169-046 LisboaTels.: 213 216 113Fax: 213 216 180

Revisão:António Costa

Grafismo:Ricardo Nogueira

Execução Gráfica:Xis e Érre, [email protected] José Afonso, 1 – 2.º Dto.2810-237 Laranjeiro

Tiragem: 80.000 exemplaresPeriodicidade: MensalDepósito legal: 307762/10Registado na ERC: 125 852

Ficha Técnica

l STAS ActividadeSeguradora

2320l Bancários Norte

l Bancários Sul e Ilhas

26 29

l Bancários Centro

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Como é do conhecimento de todos os leitores destarevista, o Orçamento do Estado para 2011 contémmedidas profundamente injustas para todos os tra-

balhadores portugueses em geral, mas muito mais para ostrabalhadores das empresas do perímetro do Estado. En-quanto os trabalhadores em geral foram afectados peloaumento de impostos aplicados das mais variadas moda-lidades, os trabalhadores daquelas empresas viram, alémdisso, os seus salários reduzidos.

Temos perfeita consciência das dificuldades que o Paísatravessa. Temos igualmente noção das responsabilida-des do movimento sindical em situações desta natureza.Foi dentro dessa responsabilidade e consciência sindicaisque a Febase apresentou às diversas Instituições de Cré-dito propostas salariais para 2011 realistas e perfeitamen-te exequíveis.

A esse realismo e a esse sentido de responsabilidade asInstituições de Crédito respondem com algum desprezo,olhando para os seus colaboradores como se de máquinasse tratasse. A resposta de aumento Zero (0) para ostrabalhadores em 2011 é demonstrativa disso mesmo.

Os Sindicatos do sector financeiro, banca e seguros, nãose deixarão intimidar com esse tipo de propostas, atéporque já não é a primeira vez que tal acontece, e tudofarão, estou certo, para que dentro dessas dificuldadesimpere o bom senso e se encontre o ponto de equilíbrio queinteresse a ambas as partes – entidades patronais esindicatos.

A redução de salários e o corte nos complementos ou emoutras remunerações dos trabalhadores – que na práticase traduzem numa redução efectiva do poder de compra– em nada contribuem para o desenvolvimento do nossoPaís. As Instituições do sector financeiro sabem bem que

Revisão salarial: que haja bom senso!

TEXTO: VIRIATO BAPTISTA

os seus colaboradores têm de comer todos os dias e derespeitar os seus compromissos ao fim de cada mês.

Presidente da República atento às questões sociais

Chamado a escolher a mais alta figura da Nação, o povoportuguês pronunciou-se inequivocamente pelo ProfessorAníbal Cavaco Silva, assinalando desta forma a sua satis-fação pela forma como cumpriu o seu primeiro mandatoem Belém.

Muito se disse já e escreveu sobre a forma como decorreua campanha eleitoral e não é minha intenção trazer à liça ummomento pouco honroso para a Democracia do País, dada aforma como algumas candidaturas se comportaram.

Importa, penso, olharmos para o futuro, atentos à situa-ção crítica que o País atravessa, que se reflecte de formanegativa na vida dos portugueses, e especialmente dostrabalhadores e dos reformados.

Perante este momento difícil, Cavaco Silva garantiu queserá um Presidente atento e mais actuante, sensível àsquestões sociais e intervindo (tanto quanto a Constituiçãoo permite) na vida do País, chamando a atenção para osperigos e dando conselhos avisados.

É com essa magistratura de influência, forjada no conhe-cimento técnico e na preocupação social, que todos nóscontamos.

É isso, no fundo, que se espera de um homem que aolongo de décadas interveio, de forma significativa, naconjuntura social e que obteve pelo voto dos portuguesesa confiança de uma maioria que, com clareza, ultrapassouo somatório dos votos de todos os outros candidatosdeixando a larga distância (mais de 30%) o candidato queficou em segundo lugar.

ACTUAL l NacionalCavaco Silva vai continuar em Belém 4

SINDICAL l ActualidadeUNI exige um sistema financeiro justo 5

UNI-Europa propõe sistema de denúncia de crime financeiro 7

Comissão de Acompanhamento analisa relatório do Crédito Agrícola 12

Parecer favorável a contas de 2009e à transferência para o Fundo do Montepio 14

CONTRATAÇÃO l BancaBancos recusam aumento salarial em 2011 8

Febase exige esclarecimentossobre aplicação de medidas do Orçamento 8

CONTRATAÇÃO l SegurosO direito à contratação é fundamental para os trabalhadores 10

JURÍDICAS l QuestõesCódigo Contributivo – algumas implicações práticas 11

DOSSIER l ActualidadeUE quer evitar novas crises financeiras 16

Perguntas & respostas 16

Decisões colegiais em Bancos transnacionais 18

TEMPOS LIVRES l Nacional“Educadores do xuto” voltam ao título nacional 19

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Actualidade l SINDICALACTUAL l Nacional

Eleições presidenciais

Os portugueses voltaram às urnasem 23 de Janeiro, desta vez paraa eleição do Presidente da Repú-

blica. E optaram pela continuidade,dando a maioria dos votos expressos aAníbal Cavaco Silva que, assim, vai con-tinuar em Belém até ao início de 2016.

O acto eleitoral de 23 de Janeiro culmi-nou uma campanha eleitoral que se ar-rastou por dois meses, desde as entrevis-tas televisivas individuais a cinco dosseis candidatos até às arruadas e aoscomícios, que variaram de tom e de som,consoante os candidatos ou os locaisescolhidos. Pelo meio, ficaram algumasacusações mútuas sem o devido esclare-cimento e a sensação de que o povoportuguês tem forte tendência para asrecusar ou para as minimizar.

Esta eleição ficou, ainda, marcadapor forte abstenção dos eleitores, atin-gindo mesmo a mais alta percentagemde sempre em eleições presidenciais.De facto, 53,3% dos eleitores não foramàs urnas, uns assumindo em consciên-

Cavaco Silva vai continuar em Belémcia o desejo de não votar e outros, emnúmero indeterminado, por não tereminformação atempada sobre o seu localde voto, devido a mudanças provoca-das pela obtenção do novo cartão docidadão.

Neste tema, as culpas terão de serrepartidas. E isto porque a Comissão Na-cional de Eleições deveria ter prevenidoo problema, com insistente informaçãoaos eleitores sobre eventuais mudançasprovocadas pela alteração dos númerosde eleitor, ao mesmo tempo que cadacidadão deveria ter-se informado, a tem-po e horas, sobre a manutenção ou alte-ração do seu local de voto.

Se é preocupante o volume das absten-ções, embora alguns entendam que paraisso muito terá contribuído a vaga de frio

tores. E, na noite da consagração, exibiuum tom magoado mas, ao mesmo tem-po, agressivo e afastado da generosidadehabitual de quem ganha uma eleição.Nesse discurso, prometeu ser “o Presi-dente de Portugal inteiro, sem excep-ção”, mas não se coibiu de criticar dura-mente todos os seus adversários que, noconjunto, obtiveram uma percentagemde votos próxima da sua. Uma atitudeque não passou despercebida à comuni-cação social estrangeira, que viu nessediscurso “um inusitado tom de confronta-ção, como sublinha, por exemplo, o diáriomadrileno “El País”.

Cavaco Silva assinalou no seu discurso,que serão “prioridades imediatas” o com-bate ao desemprego, a contenção doendividamento externo e o reforço da com-

Conferência mundial em Lisboa

UNI exige um sistema financeiro justoA prioridade é responder

à crise financeira. Com essepropósito, a UNI-Finanças

vai lançar uma campanha parapromover um sistema financeiro

justo, que defenda os direitosdos trabalhadores e actue para

o bem dos indivíduose da economia real. A estratégia

será delineada em Lisboa,na conferência mundial

da organização, em Março

TEXTOS: ELSA ANDRADE

Lisboa acolhe a 3.ª Conferência Mun-dial da UNI Finanças, que se realizana Escola Superior de Hotelaria do

Estoril, em 16 e 17 de Março. Antecede-ao encontro da UNI-Europa Finanças. AFebase é anfitriã das duas reuniõesmagnas.

Na capital portuguesa, a UNI-Finan-ças vai actualizar a estratégia de acçãoda UNI Global Union aprovada nos en-contros de Nagasaki e da Cidade doCabo, e que define cinco objectivosestratégicos para desenvolver e forta-lecer os seus sindicatos e melhorar avida dos trabalhadores dos serviços.

Divididos por cinco áreas de actua-ção, os objectivos centram-se no refor-ço da influência nas multinacionais eempresas regionais, através de umamaior cobertura dos acordos-quadroglobais e de alianças sindicais; no re-crutamento e sindicalização, que au-mentará a capacidade das organiza-ções filiadas; em enfrentar a crise fi-nanceira com a exigência de trabalhocom justiça, assegurando que o empre-go é colocado no centro do sistemafinanceiro; no aumento da influênciapolítica e normativa da UNI, especial-mente a nível da UE; e, por fim e a nívelde organização interna, a UNI quer ob-ter um compromisso dos seus Sindica-tos sobre troca de informação pertinen-te, de forma a incentivar o intercâmbioe a cooperação.

Com base nestes cinco objectivos, aUNI-Finanças definiu as suas priorida-des e os objectivos a atingir, ou seja,o seu Programa – a plataforma políticaadoptada pela Conferência anterior,

que se realizou em 2006. O objectivo éestabelecer uma união global com umimpacto simultaneamente mundial,sustentável e estruturado sobre ques-

tões transnacionais que afectam ostrabalhadores do sector financeiro,conciliando a força dos sindicatos filia-dos no planeamento de acções conjun-

De Lisboa sairão os novos líderes sectoriais da Organização mundial, já que a Conferênciaelegerá o presidente e os vice-presidentes da UNI-Finanças, bem como os membros do GrupoDirector, quer titulares quer suplentes.

Os mandatos são de quatro anos, a iniciar imediatamente após o encerramento da reuniãomagna e cujo término será, precisamente, na conferência seguinte.

Os quatro vice-presidentes, um por cada região – Europa, África, Américas e Ásia/Pacífico– serão eleitos de entre os membros titulares do Grupo Director da UNI-Finanças.

Recorde-se que o Grupo Director compreende o presidente e os vice-presidentes, bemcomo membros titulares e o responsável pelo Departamento da UNI-Finanças. Por cadamembro titular deve haver um primeiro e um segundo suplemente. O objectivo é garantiro equilíbrio na composição do Grupo em termos de representação de homens e mulheres(cada género deve estar representado por um mínimo de um terço do total de cada região),organizações filiadas, regiões e juventude, bem como do sector da Banca e dos subsectoresdos Seguros.

Em Lisboa, os membros da Conferência da UNI-Finanças vão discutir:- propostas de alteração ao Regulamento da UNI-Finanças;- moção sobre o Plano Estratégico da UNI-Finanças 2011-2015;- propostas de alteração ao Programa da UNI-Finanças;- moções sobre temas diversos.O Grupo Director apresentou projectos de moção sobre o Regulamento e o Plano

Estratégico.O Programa da UNI-Finanças – que define a plataforma política do sector e estabelece os

objectivos gerais, os métodos e as áreas-chave de actividade – divide-se em seis capítulos:1 – objectivos, actividades e método;2 – organização;3 – alianças sindicais e comités de empresa transnacionais;4 – trabalho decente e acordos-quadro internacionais;5 – reestruturação;6 – regulação.

Novos líderes eleitos em Lisboa

TEXTO: RUI SANTOS

que assolou o País naquele dia, não émenos preocupante o número de votosbrancos e nulos, pelo seu significado, e –ainda mais preocupante – o voto emcandidatos que, durante a campanha elei-toral, manifestaram a sua postura contrao regime e os partidos.

Sabe-se que vivemos tempos de criseeconómica e de incerteza. Mas sabe-se,também, que um regime democrático as-senta em partidos políticos e não em “out-siders” que se anunciam como salvadores.

Cavaco Silva, que se apresentou comoo “melhor preparado e com mais conhe-cimentos” para desempenhar o cargo,vai continuar em Belém, graças à escolhade 52,9% dos votos expressos pelos elei-

petitividade da economia portuguesa. Sa-bendo-se que o Governo, por ora, dispõe demecanismos reduzidos para enfrentar taisproblemas, são muitos os que prevêem quea nova coabitação entre o PR e o Governoserá mais difícil que a actual, tanto mais quea campanha eleitoral mostrou bem a dis-tância política e pessoal existente entre osresponsáveis dos dois maiores órgãos po-líticos do País.

Acresce que muitos dos apoiantes do PRagora reeleito nunca esconderam, durantea campanha eleitoral, que vêem em CavacoSilva o político capaz de pôr fim à actualgovernação. Os próximos tempos irão ser-vir para saber se ele será capaz – ou não –de resistir a essas pressões.

Na reportagem sobre a reunião do Conselho Geralda Febase, que teve lugar em 17 de Dezembro einserida no número anterior da nossa revista,faltou referir, por lapso involuntário, que tam-bém José Val-Figueira, dirigente do STAS, estevena mesa que dirigiu os trabalhos da reunião.A devida correcção aqui fica, com o pedido dedesculpas ao visado e aos leitores, bem como afoto da mesa que presidiu à referida reunião.

Revista Febase errou

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SINDICAL l Actualidade

tas, quer a nível mundial quer a nívelda empresa.

Todos os objectivos estratégicos es-tão estreitamente relacionados entresi, mas neste momento a prioridadequer da UNI-Global quer da UNI-Finan-ças é enfrentar a crise financeira.Nesse sentido, a UNI-Finanças vai lide-rar a campanha da Organização Globalpara promover um sistema financeirojusto, que defenda os direitos dos tra-balhadores e trabalhe para o bem dosindivíduos e da economia real.

MultinacionaisMultinacionaisMultinacionaisMultinacionaisMultinacionaise empresas regionais

A UNI-Finanças visa implementar umpacto global sobre assuntos internacio-nais que afectam os trabalhadores dasfinanças em multinacionais, o que passapela manutenção das estruturas e proces-sos existentes para acompanhamento, in-formação, consulta e/ou negociaçõesentre representantes de sindicatos e asdirecções das multinacionais – ou seja, amanutenção dos acordos globais e dosconselhos de empresa transnacionais.

Nesse sentido, a UNI-Finanças quermelhorar o impacto destas estruturasno processo de decisão das empresas,bem como a sua influência e dos seusSindicatos.

A criação ou fortalecimento de redes oualianças de Sindicatos nas multinacionaisé um objectivo prioritário, o que contribui-rá para alargar a cobertura a mais traba-lhadores, especialmente em grandes Ban-cos e companhias de Seguros.

Ainda neste domínio e como forma deexercer pressão sobre as multinacio-nais, a UNI pretende fortalecer aliançasestratégicas e de cooperação com in-vestidores, consumidores, fundos depensão, agências de rating e ONG.

Recrutamento e sindicalização

Como todas as associações congéne-res, a UNI-Finanças quer aumentar a suabase de apoio, o que passa pela sindica-lização de trabalhadores nos sindicatosfiliados e pelo recrutamento de membrospara a organização.

A estratégia para alcançar esta metainclui três vertentes: aumentar o númerode organizações filiadas; aumentar o nú-mero de trabalhadores recrutados pelasfiliadas; aumentar o poder dos filiados,consolidando sua força a nível internaci-onal.

Empregos justos

A UNI-Finanças definiu o objectivo de“empregos com justiça” como a estraté-gia primordial para combater a crise fi-nanceira. Sendo embora prioritário, esteobjectivo está relacionado com os res-tantes e é considerado uma base parapossibilitar a conquista de progressosnos restantes.

Um elemento central da campanha daUNI-Finanças é garantir que os trabalhado-res estão no cerne do sistema financeiro eque o seu papel não é ignorado no processode reformas, pois são os trabalhadores quefazem funcionar o sector financeiro.

Nesse sentido, a UNI defende que cabeaos reguladores e às empresas garantirque as condições de trabalho, bem comoos sistemas de incentivo e de remunera-ção, promovem os objectivos regulamen-tares e a qualidade do serviço prestadoaos clientes – em vez de serem obstáculosà sua concretização.

As políticas da UNI-Finanças relati-vas a esta matéria estão definidas nodocumento “Por um sector financeiro res-ponsável e sustentável – da crise finan-ceira à reforma do sistema financeiro”.

A Conferência da UNI-Europa Finan-ças – uma das quatro estruturasregionais da UNI-Finanças – reali-

za-se dia 15 de Março, antecipando areunião magna da organização sectorial.

O Grupo Director decidiu aproveitar a oca-sião para iniciar um debate sobre o papel eos métodos de trabalho da UNI-Europa Fi-nanças. O objectivo é tirar conclusõespara o futuro da organização.

São dois os principais documentosem discussão: “O movimento sindicalinternacional – uma nova dimensão parareforçar a defesa dos interesses dostrabalhadores”; e “Por um movimentosindical europeu mais forte, mais unidoe pró-activo, capaz de responder aosdesafios: preparemos juntos o futuro”.O primeiro analisa o papel da UNI-Euro-pa Finanças, enquanto o segundo re-flecte sobre os métodos internos detrabalho.

Entre as moções propostas a debateencontra-se uma que concerne às ques-tões da supervisão do sistema, defen-dendo a criação de um sistema europeude denúncia de delitos.

“Na esteira da crise financeira, tor-nou-se claro que as deficiências nosmecanismos de controlo interno dasempresas financeiras foram um factorimportante nesta crise”, lê-se na mo-ção. Tais deficiências, acrescenta, leva-ram a uma situação em que as adver-tências sobre a situação financeira demuitas empresas não chegaram aopúblico em geral ou aos múltiplos inter-venientes no sector.

Os primeiros vigilantes

“Na verdade, denunciar os crimessignifica garantir que os alertas preco-

A campanha da UNI sobre a regulaçãodos mercados financeiros compreende13 reivindicações, que são adaptadassegundo as necessidades e a evolução dasituação. Entre elas contam-se a exigên-cia de medidas sobre transparência; re-gulação estatutária para o sector finan-ceiro; adequação de capital; fundos depensões e seguros; paraísos fiscais; siste-ma salarial de executivos; aquisição,externalização e deslocalização de em-presas; protecção dos consumidores edos trabalhadores.

Influência políticae na regulamentação

Ter força suficiente para influenciaras decisões políticas e legislativas emquestões transnacionais que afectamos trabalhadores do sector financeiroé outro dos grandes objectivos daUNI-Finanças para os próximos quatro anos.

Em causa estão especialmente as acti-vidades de regulação e de governançacorporativa, quer a nível global quer re-gional, o que exige o empenhamento dasorganizações sindicais nacionais. Nessesentido, e tendo presente a meta deexercer pressão sobre políticos, a UNIpretende desenvolver o diálogo socialtransnacional, bem como a cooperação eo estabelecimento de alianças estratégi-cas com investidores, consumidores, fun-dos de pensão, agências de rating e ONGsociais. Assim, a nível global a prioridadeassenta no desenvolvimento de vínculose no intercâmbio de informação cominstituições internacionais como o FMI,Banco Mundial, OCDE ou OIT.

Relativamente à União Europeia, a UNIquer estabelecer canais privilegiados coma Comissão e com os responsáveis peloMercado e pelo Emprego, bem como como Parlamento Europeu, o Conselho e oComité Económico e Social.

Assegurar a participação efectiva derepresentantes sindicais nos órgãos con-sultivos das autoridades de supervisãofinanceira e desenvolver um diálogo cons-trutivo com a Banca e o sector Seguradorsão outras linhas de actuação a seguir.

Organização interna

No que diz respeito à organização inter-na, a UNI-Finanças quer reforçar a coorde-nação e o intercâmbio entre os seus sindi-catos, sob supervisão do Secretariado.

Quanto à UNI-Europa Finanças, a apos-ta vai para o desenvolvimento de gruposde coordenação para as principais áreasde actividade (multinacionais, diálogosocial na Banca e nos Seguros, BancosCentrais…) e para o relançamento darede de negociação colectiva.

ces, vindo de baixo ou de cima, chegamà autoridade de supervisão competen-te. Esta autoridade deve ter o poder, osmeios e os recursos necessários paradar seguimento a esses alertas e, senecessário, para lançar uma investiga-ção sobre toda a empresa”, argumen-ta-se na moção.

Para a UNI-Europa Finanças, “os tra-balhadores são os primeiros a identifi-car falhas sistémicas ou operações derisco, uma vez que isso se enquadra nassuas tarefas quotidianas”. Assim, adenúncia dos crimes não seria apenasum “ponto de entrada” rápido e eficazpara os supervisores nacionais, masserviria também para mostrar aos fun-cionários como as suas preocupaçõessão levadas a sério.

A UNI propõe que as autoridades desupervisão nacionais pudessem con-sultar os representantes dos trabalha-dores, da forma mais apropriada, atra-vés de inquéritos anónimos por telefo-ne ou de reuniões de consulta agenda-das com os sindicatos.

Nesse sentido, a UNI-Europa Finançasdefende que seja posto em prática na UEum quadro legislativo eficaz para a comu-nicação de crimes no sector financeiro.“Este quadro deverá ser projectado deforma a fornecer aos trabalhadores dosector financeiro canais seguros e efica-zes para denunciar comportamentos an-tiéticos e/ou criminais.”

UNI Europa propõe

Sistema de denúncia de crime financeiroOs deficientes mecanismos

internos de fiscalizaçãodas empresas do sector

financeiro foram um dosfactores que contribuíram

para a actual crise. Para evitara repetição do caos,

a UNI-Europa Finanças propõea criação de um espaço

europeu de denúnciade crimes

Compromisso

Na moção a UNI-Europa Finanças e asorganizações afiliadas, garantem o seuempenhamento em:

• trabalhar para que seja posta emprática legislação europeia em matériade denúncia de crimes no sector finan-ceiro, em que os funcionários possamnão só declarar os crimes financeirosmas também infracções aos procedi-mentos relevantes para agências inde-pendentes, ou seja, as autoridades desupervisão;

• trabalhar no sentido de garantir quea legislação protege contra qualquerforma de represália os trabalhadoresque fazem tais denúncias;

• promover as vantagens de umacultura de empresa que usa de formaconstrutiva a denúncia nas empresasfinanceiras (por exemplo aplicando osacordos-quadro mundiais da UNI), evigiar os progressos;

• realizar uma campanha para darformação aos trabalhadores do sectorfinanceiro e actualizar continuamenteos conhecimentos sobre os seus direitose possibilidades para denunciar crimes;

• cooperar com outros parceiros cominteresse nestas questões, nomeada-mente ONG e agências governamen-tais, de forma a colocar o acento nasvantagens dos mecanismos de denún-cia que funcionam bem.

Lisboa é palco da 3.ª Conferência da UNI-Finanças, que se realiza a 16 e 17de Março, na Escola Superior de Hotelaria do Estoril.

A ordem de trabalhos provisória é a seguinte:– Abertura– Eleição das comissões de verificação de mandatos e de resoluções– Quadro de planificação estratégica– Vendas e aconselhamento– Moção sobre a alteração do Regulamento da UNI-Finanças– O futuro do sector financeiro– Relações com as partes interessadas– Empresas multinacionais– Eleição do Grupo Director– Moções– Assuntos diversos

Ordem de trabalhos

Actualidade l SINDICAL

TEXTO: ELSA ANDRADE

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 8 de Fevereiro 2011 ––––– 98 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011

Banca l CONTRATAÇÃOCONTRATAÇÃO l Banca

Após várias diligências junto doMinistério das Finanças, o Secre-tariado da Febase foi finalmente

recebido no dia 12 de Janeiro pelo chefede Gabinete do Secretário de Estado doTesouro e Finanças.

Na Reunião foram discutidas váriaspreocupações da Febase, nomeadamen-te no que diz respeito ao futuro dos tra-balhadores do BPN (ver carta).

Igualmente em análise estiveram asmedidas constantes do OE 2011, e espe-cialmente as suas implicações nas em-presas do perímetro do Estado em que osSindicatos da Febase são subscritores deconvenções colectivas de trabalho.

O chefe de Gabinete de Carlos CostaPina afirmou que sobre essa matéria oGoverno mantém a posição que é publi-

camente conhecida, mas admitiu que oExecutivo tem já em sua posse váriospedidos de adaptação das medidas àrealidade das empresas.

No entanto, adiantou, não foi aindatomada qualquer decisão sobre o as-sunto.

Actualização salarial no IFAP

A Febase quis também explicações so-bre a não actualização salarial no IFAP em2010, mas o chefe de Gabinete de CostaPinto limitou-se a remeter a questãopara a Secretaria de Estado da Adminis-tração Pública, que tutela o Instituto.

A Febase está já a tomar as providên-cias necessárias para solicitar uma reu-nião, com carácter de urgência, ao Se-

cretário de Estado Gonçalo Castilho dosSantos.

Refundação do BPN

O Secretariado da Febase questionoutambém o chefe de Gabinete do Secretá-rio de Estado do Tesouro sobre notíciasvindas a público que apontavam para aredução de postos de trabalho no BPN.

O responsável garantiu que o Governodesconhece em absoluto tal situação enão deu qualquer indicação nesse senti-do à Administração do Banco.

Do mesmo modo, adiantou que nospedidos de adaptação às regras do OE quechegaram ao Governo nenhum apontapara a redução do número de trabalhado-res.

Eventuais excedentáriosserão recolocados

A defesa dos postos de trabalho no BPNfoi também um dos assuntos em foco nareunião realizada dia 13 de Janeiro entreo Secretariado da Febase e o responsável

pelo Departamento de Recursos Huma-nos (DRH) na CGD, que acumula o cargocom idênticas funções no Banco naciona-lizado.

O responsável admitiu que do processode refundação do BPN com vista à suaprivatização poderão resultar alguns ex-cedentários, mas não é intenção da Ad-ministração proceder a despedimentos.

Se tal redução de efectivos se vier ajustificar, ela será analisada à luz dacolocação desses trabalhadores nou-tras empresas, de reformas antecipa-das ou de rescisões amigáveis de con-trato, adiantou o responsável pelo DRH.

Por outro lado, e ao contrário do quepode eventualmente verificar-se nos ser-viços centrais, ao nível da área comercialé possível que haja necessidade de au-mentar o número de efectivos – o quedeve ser colmatado recorrendo aos exce-dentários.

Retenções salariais na CGD

Na mesma reunião, a Febase abordoutambém a questão da eventual aplicaçãode medidas previstas no OE aos trabalha-dores da CGD.

Contraproposta apresentada à Febase é inadmissível

Bancos recusam aumento salarial em 2011

Nos últimos dias, a Federação doSector Financeiro (Febase) temrecebido as respostas à sua pro-

posta de revisão salarial para 2011relativamente às várias convenções deque é subscritora.

O responsável pelos Recursos Huma-nos da Instituição confirmou que a CGDsolicitou ao Governo autorização paraadequar as medidas preconizadas à rea-lidade da empresa, adiantando que aindanão obteve resposta.

Surpreendentemente, no final do mes-mo dia em que esta informação foi pres-tada à Febase, a Administração da CGDenviou uma comunicação aos trabalha-dores, na qual anuncia uma retenção de20% no subsídio de férias de todos ostrabalhadores, que entretanto foi cum-prida.

A Febase entende que tal medida nãosó é lesiva dos interesses dos trabalhado-res como viola a própria lei do OE, peloque pediu já esclarecimentos à Adminis-tração da CGD.

Publicação do AE no BTE

Por fim, a Febase e a CGD acordaram emproceder ao envio para publicação do Acor-do de Empresa em atraso, prosseguindoseparadamente a negociação sobre a adap-tação do AE ao Código do Trabalho. Ou seja,deixando de fazer depender uma matériada conclusão da outra.

As respostas das várias Instituiçõesde Crédito (IC) à proposta de revisão salarial

da Febase foi… zero. Ou seja, em 2011os vencimentos ficam como estão.

A Federação considera esta posiçãoinadmissível e pondera formas de agir

As contrapropostas patronais vãotodas no mesmo sentido: manutençãodos actuais salários dos bancários, ouseja, sem aumento salarial em 2011.

Para a Febase, a proposta de aumen-to zero terá como efeito a desmotiva-ção dos trabalhadores. Os Sindicatosestão contra este possível sentimentodesmoralizante que poderá grassar naBanca e tudo farão para que ele nãoocorra.

A Febase considera que apesar dodifícil momento que o País atravessa, osector bancário está em condições de irmais além do que propõe na sua respos-

ta à reivindicação salarial dos trabalha-dores. A confirmá-lo estão os resulta-dos dos vários Bancos, que vão todos nosentido de um aumento face ao anoanterior.

Tais resultados só são possíveis graçasao empenho e dedicação dos trabalhado-res, quantas vezes com recurso a traba-lho suplementar não remunerado.

Assim, e face a uma contrapropostainadmissível, o Pelouro da Contrataçãoda Federação reuniu-se no dia 1 e decidiusolicitar de imediato, a todas as Institui-ções de Crédito subscritoras de Acordosde trabalho, o início das negociações.

Em reuniões sucessivas

Febase exige esclarecimentossobre aplicação de medidas do OrçamentoO Secretariado da Febase questionou a tutela sobre o futurodos trabalhadores do BPN e quer saber se o Governovai aceitar o pedido de autorização, nomeadamente da CGDe do Banco de Portugal, para adequar a regra dos cortessalariais à realidade da Instituição

TEXTO: INÊS F. NETO

Convençõespublicadas no BTE

A revisão salarial de 2010 do Crédito Agrícola Mútuo (ICAM) foi publicadano n.º 2 do Boletim do Trabalho e Emprego (BTE), de 15 de Janeiro de 2011,enquanto as tabelas salariais referentes ao ACT constam do n.º 3 do BTE, de22 de Janeiro.

BTE n.º 2 de 15/01/2011ICAM – Acordo colectivo entre várias Caixas de Crédito Agrícola Mútuo e

outros e o Sindicato dos Bancários do Norte e outros – Alteração salarial eoutras.

Foram remetidos novos elementos em 30/12/2010.

BTE n.º 3 de 22/01/2011ACT – Acordo colectivo entre várias Instituições de Crédito e a FEBASE- Federação

do Sector Financeiro – Alteração salarial e outras e texto consolidado.

Pedido de esclarecimentoA revista Febase publica, na íntegra,a carta enviada ao chefe de Gabinetedo Secretário de Estado do Tesouroe Finanças:

No seguimento da reunião que efectuámos com V.Ex.ª no pretérito dia 12 de Janeiro, vimos colocar porescrito as questões que entendemos necessitar deesclarecimento, já que nos sugeriu que o fizéssemosdesta forma.

Assim:- No que se refere à refundação do Banco Português

de Negócios, pretendemos ser informados se efecti-vamente está previsto, ou não, qualquer corte nonúmero de funcionários;

- Na eventualidade desta situação – redução doquadro de pessoal – de que forma será efectuada,tendo sempre presente o Decreto-Lei de nacionaliza-ção/privatização, bem como os compromissos pu-blicamente assumidos de que todo este processo nãodaria lugar a despedimentos;

- Quanto à questão da não actualização da tabelasalarial e cláusulas de expressão pecuniária em2010, gostaríamos de ver esclarecida esta questão,já que o Grupo Negociador representante das Entida-des Bancárias signatárias do Acordo assinou emrepresentação do Banco Português de Negócios,conforme se verifica na fl. 6 do documento anexo.

Conforme adiantámos na reunião que efectuámoscom V.Ex.ª, acima indicada, relembramos que emreuniões realizadas com o Presidente do Conselho deAdministração do BPN, Dr. Francisco Bandeira, fo-mos informados por este que não procederia àactualização salarial dado estar impedido de o fazerpela tutela, violando, na perspectiva desta Federa-ção, o livremente acordado na mesa negocial.

Aproveitamos para lembrar, mais uma vez, que ostrabalhadores do Banco Português de Negócios sesentem defraudados nas suas expectativas de veremactualizados os seus vencimentos, sendo crescenteo sentimento de desigualdade em relação aos res-tantes trabalhadores bancários, que viram os seusvencimentos serem actualizados em 1% no ano de2010.

Estas são as questões que neste momento quería-mos colocar a V.Ex.ª, na expectativa de uma resolu-ção a contento dos trabalhadores e desta Federação.

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 8 de Fevereiro 2011 ––––– 1110 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011

Para um emprego com direitos através da contratação colectiva

O direito à contrataçãoé fundamental para os trabalhadores TEXTO: LUÍS DIAS

Uma vez mais assistimos, em Portu-gal, a uma tentativa de se procederà desregulamentação das relações

de trabalho, flexibilizando-as, ainda mais, aosabor de muito pouco claros interesses em-presariais sobre a tão propalada ausência decompetitividade das nossas empresas, por-que a nossa realidade, neste contexto dasrelações de trabalho no País, e se fizermosuma análise séria e isenta, diz-nos que oactual quadro normativo tem conduzido aum exponencial aumento do desemprego e,por outro lado, a situações muito precáriasde emprego, que urge corrigir, porque sãogeradoras de injustiças muito gritantes noseio das empresas.

Trabalhadores que desempenham asmesmas funções recebem contrapartidasdas suas prestações de forma muito diferen-ciada, violando o princípio de “trabalho igualsalário igual”, por pertencerem a empresasde trabalho temporário, que incumpremsistematicamente as tabelas salariais míni-mas, acordadas nas convenções colectivasaplicáveis.

Em Portugal, e não obstante as alteraçõesintroduzidas no nosso ordenamento jurídi-co, na sequência do Código do Trabalho, aflexibilização das relações de trabalho temevoluído negativamente à margem deste edisso se aproveitam as empresas, cujosdirigentes menos escrupulosos continuam apraticar a “exploração do homem pelo ho-mem”, recorrendo à subcontratação de tra-balhadores, quando o podem fazer directa-mente, através da figura jurídica do contratoa termo certo.

Tudo isto acontece perante a inoperânciade fiscalização por parte do Governo que, aoinvés de controlar e delimitar o âmbito deactuação dessas empresas, se limitou afazer publicar legislação para enquadrar asua nefasta existência. Tememos que a suacrescente proliferação contribua para agra-var as condições de precariedade do empre-go e, concomitantemente, fazer aumentar,ainda mais, o desemprego.

Como é consabido, é da inteira e exclusivaresponsabilidade política e social do Gover-no a criação de emprego com direitos, sobpena de tudo passar a ser precário e, nolimite, até as próprias instituições do Estadopoderão vir a sê-lo. Será que é isso que sedeseja com mais esta tentativa de flexibili-zação das relações de trabalho?

Obviamente, que se exige uma maiorqualificação profissional dos trabalhadores,quer a nível escolar, quer a nível de proces-sos de formação contínua, direccionada paraa sua integração plena na vida activa, emespecial dos jovens, e para a criação de maise melhor emprego. Também a reconversãoe a requalificação dos actuais activos é umcaminho a prosseguir por todos os agentesintervenientes no sistema produtivo. Aliás,a formação deve passar a ser consideradapelas empresas não como um custo, massim como um investimento de retorno ga-rantido.

Assume assim, cada vez mais, no seio dasempresas, um papel preponderante o que,sociologicamente, se costuma apelidar de“saber fazer”. Ao contrário a mão-de-obraprecária e desqualificada é sinónimo debaixa produtividade.

Se lhe associarmos a falta de capacidadetécnica na gestão das empresas, bem comoo baixo nível de formação escolar e acadé-mica de alguns dos nossos empregadores,que vêem o seu estatuto social ser ameaça-do por um qualquer técnico com maioresqualificações, a situação complica-se e aprecarização vai ganhando terreno em to-dos os domínios. É por isso que os desafiosque se colocam aos empregadores – e tam-bém aos trabalhadores – são múltiplos,nesta conjuntura de crise financeira profun-da a nível mundial, que está a afectar aseconomias mais débeis e vulneráveis, porvirtude da actuação especulativa global dos“agiotas” dos mercados financeiros e, quecertamente, irá provocar uma redivisão in-ternacional do trabalho, à qual ninguémficará imune, porque nada será como dantes.

Neste contexto, ganha primordial impor-tância a necessidade de ser implementadaa criação de emprego com direitos, quepossam minimizar os efeitos mais perver-sos, emergentes desta crise global que afectoutambém as maiores economias mundiais,onde o factor trabalho é determinante paraa sua sustentabilidade. Neste momento,assistimos ao reposicionamento dos “do-nos” do Mundo, os capitalistas “sem rosto”,que pretendem continuar a beneficiar doscontributos da chamada sociedade do co-nhecimento, através da apropriação dossistemas de informação, que lhes permiteespecular sobre tudo e todos, sem seremcontrolados pelos poderes democraticamen-

te constituídos e que relevam do sufrágiouniversal. Daqui releva que temos umadeficiente regulação deste fenómeno, o queprovoca, por sua vez, uma deficiente gover-nação do social à escala planetária, subordi-nando-o aos ditames e à voracidade dosespeculadores financeiros.

É que a economia globalizou-se, mas asinstituições ficam locais. A liberdade deassociação sindical é só para alguns. Aoinvés, a globalização e a crise financeira sãopara todos.

Por outro lado, a responsabilidade socialdas empresas tem de assumir também umadimensão global, através do estabeleci-mento de códigos de ética para as empresastransnacionais, negociados com as estrutu-ras globais representativas dos trabalhado-res (comités de empresa e/ou outras), bemcomo um pacto global, a nível das organiza-ções políticas internacionais, onde se deveráentroncar o direito inalienável à negociaçãocolectiva.

Por isso, num Estado de direito com direi-tos, dizemos sim ao primado da negociaçãocolectiva e aos mecanismos democráticosem sede de concertação social, para além deque, a todos os intervenientes neste proces-so, lhes é exigido que façam um esforçopolítico sério, no sentido de não se continuara alimentar de forma desregulada a “explo-ração do homem pelo homem”.

Será que a pretendida medida economi-cista de reduzir os encargos patronais comos despedimentos dos trabalhadores maisantigos nas empresas irá contribuir paramais e melhor emprego? Ou será através demedidas muito claras, de combate às for-mas atípicas de trabalho precário e à preca-riedade das relações de trabalho, fomentan-do a igualdade de oportunidades e o direitoa uma vida digna, numa simbiose quaseperfeita entre o económico, o social e ocultural no seio das nossas empresas, emque os sistemas educativos e de formação,bem como uma visão estratégica de umagestão dinâmica para o seu desenvolvimen-to sustentado, devem ser os instrumentosprivilegiados para se aumentar a sua produ-tividade e competitividade, sem exclusõesnem reduções dos trabalhadores mais anti-gos e através da negociação colectiva, cer-tamente conduzirá à existência de relaçõesde trabalho duradouras e a um emprego comdireitos.

Código Contributivo– algumas implicações práticas TEXTO: CARLA MIRRA*

Com o Código dos Regimes Contri-butivos do Sistema Previdencialde Segurança Social, uma lei geral

ou código veio sistematizar, num sódiploma, variada legislação (mais de40 diplomas), clarificando os princípiosque determinam os direitos e obriga-ções e introduzindo mais justiça e equi-dade no esforço contributivo. Aliás, nomesmo sentido, pretendeu-se reforçaros mecanismos de combate à fraude eevasão fiscal, aumentando em simul-tâneo as receitas: com alteração dealgumas das taxas e também com oalargamento da base de incidência con-tributiva.

A Lei n.º 110/2009, de 16 de Setem-bro, aprovou o Código, tendo a entradaem vigor sido suspensa por um ano: aoinvés de entrar em vigor no dia 01/01//2010, entrou um ano mais tarde, em01/01/2011. No entanto, o Código veioa ser alterado pela Lei n.º 55-A/2010,de 31 de Dezembro (Lei OE) e regula-mentado pelo Decreto Regulamentarn.º 1-A/2011, de 3 de Janeiro.

As grandes alterações resultantes doCódigo dos Regimes Contributivos po-derão resumir-se aos seguintes aspec-tos: melhor clareza no regime legal;fomento da empregabilidade e dificul-dade na precariedade (suspenso até2014); alargamento da base contributi-va e sua aproximação à do IRS; criaçãode uma taxa para as entidades contra-tantes de trabalhadores independen-tes; desenvolvimento do regime dostrabalhadores independentes e aumen-to escalonado de taxas.

O Código vem regular a relação jurí-dica contributiva entre os contribuintese os beneficiários (trabalhadores) e osistema previdencial da Segurança So-cial, mas alguns dos objectivos aponta-dos, nomeadamente dificultar o traba-lho precário, fomentar o emprego epromover a estabilidade das relaçõeslaborais, acabam por ser postos emcausa ou sair de certa forma frustrados,não só devido ao adiamento de algu-mas das alterações como pelas suaspróprias implicações práticas.

Na verdade, com a Lei n.º 55-A/2010,de 31/12, foi adiada a entrada em vigorde algumas disposições legais cujosobjectivos iam nesse sentido, designa-damente:

a) Foi adiada, para depois de 01/01//2014, a alteração das taxas contribu-tivas das entidades empregadoras, de23,75% para 22,75%, nos contratos semtermo e para 26,75%, nos contratos atermo.

b) Foi adiada, para depois de 01/01//2014, a entrada em vigor da base deincidência contributiva sobre as seguintesremunerações: participação nos lucros dasempresas, contribuições da entidade pa-tronal para seguros de vida, fundos depensões e planos de poupança reforma ouquaisquer regimes complementares deSegurança Social; e prestações relaciona-das com o desempenho obtido pela em-presa, que revistam carácter estável.

Em ambos os casos indicados, a en-trada em vigor destas alterações de-pende de regulamentação e terá de serprecedida de avaliação, em sede deconcertação social.

Maior convergência com sistemade contribuições fiscais

Um ponto que cumpre realçar é o deque passa a existir uma maior conver-gência com o sistema de contribuiçõesfiscais, no que concerne ao conceito deremuneração. Algumas das prestações,que passam a ser alvo de contribuições,estarão sujeitas a incidência contribu-tiva, nos mesmos termos previstos noCódigo do IRS (por exemplo: subsídiosde refeição; ajudas de custo, abonos deviagem, despesas de transporte e ou-tras equivalentes; abonos para falhas;valores correspondentes às retribui-ções a cujo recebimento os trabalhado-res não tenham direito, em consequên-cia de sanção disciplinar; compensaçãopor cessação do contrato de trabalhopor acordo, apenas nas situações comdireito a prestações de desemprego; asimportâncias auferidas pela utilizaçãode automóvel próprio em serviço daentidade empregadora). Para além dis-so, integram ainda a base de incidênciacontributiva, todas as prestações quesejam atribuídas ao trabalhador, comcarácter de regularidade, em dinheiroou em espécie, directa ou indirecta-mente, como contrapartida da presta-ção do trabalho, quando ocorram osseguintes pressupostos: a atribuiçãodas mesmas se encontre prevista se-

gundo critérios de objectividade, aindaque sujeita a condições e constituam umdireito do trabalhador e este possa contarcom o seu recebimento independente-mente da frequência da concessão.

Alterações nas taxas aplicáveis

Também se verificaram alterações anível das taxas aplicáveis: membros dosórgãos estatutários; pré-reforma; pensio-nistas em actividade; trabalhadores emregime de trabalho intermitente; traba-lhadores em regime de muito curta dura-ção; trabalhadores em regime de acumu-lação (trabalho por conta de outrem eactividade profissional independentepara a mesma empresa ou para empresado mesmo agrupamento empresarial) etrabalhadores independentes.

Quanto a este último ponto, cumprerealçar, resumidamente, que os traba-lhadores independentes ou prestado-res de serviços suportarão 29,6% detaxa contributiva, ficando 5% a cargoda entidade contratante (num total de34,6%). A contribuição que impendesobre as entidades contratantes pre-tende-se que funcione como instrumen-to penalizador das empresas que con-tratam a recibo verde. Apenas a entida-de contratante, ou empresa que comela integre o mesmo grupo empresarial,a quem um trabalhador independente,que não seja exclusivamente produtorou vendedor de bens, preste, no mesmoano económico, 80% ou mais do valorda sua actividade em prestação de ser-viços, pagará 5% sobre o valor total daprestação de serviços que lhe foi efec-tuada (dos 80%) referente ao ano eco-nómico em que tal ocorreu.

A avaliação sobre se uma determina-da entidade contratante beneficia de,pelo menos, 80% da actividade de umtrabalhador independente será oficio-samente efectuada pela Segurança So-cial, que poderá alertar a ACT, para queesta avalie a legalidade da situação everifique se a alegada prestação deactividade, não se trata afinal de traba-lho dependente "encapotado".

Agora, só a aplicação prática do Códi-go demonstrará as eventuais "conse-quências".

*Advogada do STAS

Questões l JURÍDICASCONTRATAÇÃO l Seguros

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 8 de Fevereiro 2011 ––––– 1312 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011

SINDICAL l Actualidade Actualidade l SINDICAL

Fundo de Pensões

Comissão de Acompanhamento analisarelatório do Crédito Agrícola

A Comissão de Acompanhamentodo Fundo de Pensões do CréditoAgrícola (CA) reuniu-se em 25 de

Janeiro, tendo por objectivo a análiseda documentação disponibilizada, no-meadamente do Relatório do Actuarialde 2009 elaborado pelo actuário res-ponsável. Da Comissão faz parte e es-tiveram presentes, em representaçãodos Sindicatos da Febase, Delmiro Car-reira e Mário Mourão.

«O nível de financiamento aumentouligeiramente relativamente a 2008, es-tando agora em 73,8%. Este valor deri-vou já em 2008 da inclusão das respon-sabilidades com os encargos SAMS. Utili-zando a possibilidade de amortização dodeficit conforme o Aviso 4/2005 do BdP,existe um plano de amortização para odeficit de financiamento devido ao acrés-cimo destas e de outras responsabilida-des decorrentes das situações previstasno mesmo Aviso», refere a análise dosconsultores dos Sindicatos da Febase,pertencentes ao Centro de Investigaçãosobre Economia Financeira (CIEF) do Ins-tituto Superior de Economia e Gestão(ISEG/Universidade Técnica de Lisboa). Econclui:

«Considerando a amortização dessasresponsabilidades, o nível de financia-

mento estimado pelo actuário em 2009,é de 110,5%.»

Ou seja, «o montante em deficit é de18.152.776 euros», pelo que utilizandoum plano de amortização o rácio definanciamento indicado pelo actuáriopassa para 110,5%.

É também salientado o facto de onível de financiamento ter aumentadoligeiramente relativamente a 2008.

Normas do ACTdo Crédito Agrícola

O documento do CIEF refere ainda queas contribuições para 2009 foram reali-zadas, «pelo que se conclui que o Asso-ciado cumpriu o plano de financiamentoindicado pelo actuário responsável».

Nesse sentido, foram efectuadas con-tribuições que totalizam 3.899.215 eu-ros, valor que inclui as contribuições dosparticipantes, que atingiram 1.173.180euros. «Este montante ultrapassa o valorestimado para custo do ano, pelo queconcluímos ter existido em 2009 um es-forço financeiro por parte dos Associadospara cumprir o plano de amortizaçãoprevisto, resultante do acréscimo de res-ponsabilidades decorrentes dos encar-gos com os SAMS», lê-se no documento.

Recorde-se que o financiamento dasresponsabilidades é feito através doFundo de Pensões Crédito Agrícola, cujaentidade gestora é o Crédito AgrícolaVida – Companhia de Seguros, S.A. Osassociados deste Fundo são as Institui-ções de Crédito subscritoras do contra-to constitutivo do Fundo.

O Plano de Pensões do CA segue oestabelecido no Acordo Colectivo deTrabalho das Instituições do CréditoAgrícola (ACT), sendo deste modo com-plementar ao regime geral da Seguran-ça Social.

As contribuições efectuadas por par-ticipantes admitidos após 1 de Janeirode 1995 decorrem do estabelecido noACT do sector bancário.

Benefícios garantidos

O salário pensionável é aquele queestá definido no ACT, sendo os benefíciosgarantidos pelo Fundo de Pensões asreformas por invalidez presumível, porinvalidez e por sobrevivência, bemcomo os encargos com os SAMS.

No que diz respeito aos direitos ad-quiridos, o documento salienta queestão previstos no plano de pensões deacordo com a cláusula 140.ª do ACT.

Refira-se igualmente que os dadosda população revelam uma responsa-bilidade constituída por 358 pensio-nistas, 35 reformas antecipadas e 4.127activos.

A população activa tem uma idademédia de 43 anos, média que sobrepara 60 anos no caso da população depensionistas.

«Relativamente a 2008 verificou-seuma movimentação da população queoriginou aumentos no número de acti-vos em 75 e no número de pensionistasem 69», salienta o estudo.

Pressupostos utilizados

O método utilizado para apuramentodas responsabilidades bem como paraa determinação do custo do ano foi orecomendado pela Normas Internacio-nais de Contabilidade – o Unit CreditProjected.

Já os pressupostos utilizados paraavaliar as responsabilidades são osrecomendados pelas entidades regula-doras bem como pelas normas interna-cionais de contabilidades existentespara este fim (IAS 19).

O documento do CIEF salienta aindaque «apesar de se tratar de um fundosujeito às exigências estabelecidas peloBanco de Portugal, o actuário apresen-ta um cenário mínimo de solvência(segundo as normas do ISP) e outrorelativo ao cenário de financiamento(segundo as normas do BdP)».

Adequação dos activosàs responsabilidades

Analisando a composição da carteirade activos financeiros no final de 2009,os consultores da Febase consideramque «a política de investimentos podeser considerada ajustada ao risco doFundo, tendo em conta a idade médiados participantes (43 anos) e o montan-te de pensões pagos por ano, de 909.574euros».

Comparando a alocação dos activosfinanceiros em 2009 relativamente àverificada em 2008, constata-se que acomponente de rendimento fixo teveum acréscimo de 13,4 pontos percentuaispor contrapartida de uma redução daliquidez de 15,5 pontos percentuais,confirmando assim «a política de ges-tão prudente, mas rentável, que temvindo a ser seguida».

O valor indicado como retorno realdos activos é de 2.647.932 euros, o quese traduziu numa taxa de rendimentoefectiva de 6,94% em 2009, superior àtaxa técnica de 5,5% utilizada para ocálculo das responsabilidades.

O documento salienta que foram es-timadas medidas de risco Activo-Passi-vo e efectuado o Stress test, conside-rando variações nas taxas de juro. «Aanálise de solvência prevê alguns ce-nários tendo em conta o pagamento decontribuições esperadas através dométodo utilizado e também prevendo opagamento das prestações definidas

Pensionistas

N.º Idade Pensão médiamédia anual (€)

Velhice 172 74,00 2.204

Invalidez 88 56,00 3.117

Viuvez 57 62,30 1.114

Orfandade 26 15 485

Pré-reforma 15 63 68.022

Total 358 60,31 2.038

Reformas antecipadas

N.º Idade Pensão médiamédia anual (€)

Total 35 61,80 3.163

Activos

N.º Idade Antiguidade Salário médiomédia média anual (€)

Idades < 65 anos 4.101 42,8 16,1 26.824

Idades >= 65 anos 26 66,1 25,4 29.979

Participantes c/

direitos adquiridos 2 57,5 10 25.820

Total 4.129 42,95 16,16 26.844

Responsabilidades do Fundo

Responsabilidades %

Activos 43.501.417 73,8

Pensionistas 15.452.926 26,2

Total 58.954.343 100,0

Unidade: mil euros

Composição da carteira de títulos

Títulos 2008 2009

Títulos de rendimento fixo 71,8% 85,2%

Taxa fixa 63,0% 75,7%

Taxa variável 8,8% 9,5%

Acções 1,9% 2,4%

Fundos de investimento 7,9% 9,4%

Liquidez 18,4% 3,0%

Total 100,0% 100,0%

para o plano de amortização previstode modo a garantir a total coberturadas responsabilidades estimadas nolongo prazo», conclui.

Assim, atendendo à composição da car-teira afecta aos passivos e aos testes queforam efectuados, os consultores da Febasenão vêem razão para pôr em causa o ALMproposto pelo actuário responsável.

O Fundo de Pensõesdas Instituições de Crédito

do Crédito Agrícola Mútuo (CA)apresentava, no final de Dezembro

de 2009, um rácio de financiamentoindicado pelo actuário de 110,5%,

resultante da utilizaçãoda possibilidade constante do Aviso

4/2005 do Banco de Portugalpara amortização do actual deficit,

sem o que o nível de financiamentoseria de 73,8%. A contribuição

totalizou 3.899.215 euros, incluindo1.173.180 euros relativos

às contribuições dos participantes

TEXTO: INÊS F. NETO

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 8 de Fevereiro 2011 ––––– 1514 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011

Actualidade l SINDICAL

Comissão de Acompanhamento analisa Fundo de Pensões do Finibanco

Parecer favorável a contas de 2009e à transferência para o Fundo do Montepio

O Fundo de Pensões do Banco Finibancoapresentava, no final de Dezembro

de 2009, um nível de financiamentode 111%, cumprindo assim o ráciomínimo de financiamento imposto

pelo Banco de Portugal.As contribuições foram de 6.149.000

euros no caso da quota-partedo Finibanco e de 56.000 euros

na do Finivalor

A Comissão de Acompanhamentodo Fundo de Pensões do BancoFinibanco reuniu-se em 27 de Ja-

neiro, tendo por objectivo a análise doRelatório Actuarial de 2009 elaboradopelo actuário responsável. Da Comis-são faz parte e esteve presente, emrepresentação dos Sindicatos da Feba-se, Delmiro Carreira.

A Comissão pronunciou-se favoravel-mente no que diz respeito às contas de2009, que estavam em análise, mastambém à transferência do Fundo dePensões do Finibanco para o Fundo dePensões do Montepio Geral, em se-quência do processo de integração doBanco na instituição mutualista, há pou-co concluído.

«Dado que as quotas partes do valor dofundo são de 74.423.923 e de 812.774,verifica-se um nível de financiamento de111% face ao montante de 66.826.802 ede 727.819 de responsabilidades, res-pectivamente», refere a análise dos con-sultores dos Sindicatos da Febase, per-tencentes ao Centro de Investigação so-bre Economia Financeira (CIEF) do Institu-to Superior de Economia e Gestão (ISEG/Universidade Técnica de Lisboa). E con-clui: «Verifica-se assim cumprido o ráciomínimo de financiamento, de acordo como Aviso 4/2005 do BdP».

O documento do CIEF refere ainda queas contribuições para 2009 foram rea-lizadas, «pelo que se conclui que oAssociado cumpriu o plano de financia-mento indicado pelo actuário respon-sável». Nesse sentido, foram efectua-

TEXTO: INÊS F. NETO

das contribuições de 6.149.000 euros (Fi-nibanco) e 56.000 euros (Finivalor). Re-corde-se o Fundo de Pensões tem comoúnico associado o Banco Finibanco.

A equipa do CIEF analisou o relatórioactuarial de 2009, cujo financiamentodas responsabilidades é feito através doFundo de Pensões, que tem como entida-de gestora a CGD Pensões – SociedadeGestora de Fundos de Pensões, S.A.

O Plano de Pensões, refira-se, segueo estabelecido no Acordo Colectivo deTrabalho (ACT) do Sector Bancário e écomplementar aos regimes públicos deprotecção social, sendo as pensões re-sultantes dependentes das atribuídaspela Segurança Social. As contribuiçõesdos participantes são aquelas que seencontram previstas com carácter obri-gatório no ACT do sector.

Quanto ao salário pensionável, este éa última retribuição mensal, que incluio vencimento base e as diuturnidades.

Contribuiçõese benefícios garantidos

Os dados da população revelam umaresponsabilidade constituída por 1.683activos e 15 pensionistas.

A população activa tem uma idademédia de 38 anos. A população de pen-sionistas tem uma idade média consi-derada baixa – de 44 anos –, uma vezque existem 53 pensionistas por inva-lidez e 44 pensionistas de viuvez.

Os benefícios garantidos pelo Fundode Pensões são as reformas por invali-dez presumível, por invalidez e porsobrevivência, além do subsídio pormorte e dos encargos com os SAMS.

No que diz respeito aos direitos ad-quiridos, o documento salienta que oPlano está de acordo com a cláusula140.ª do ACT.

O método utilizado para avaliar asresponsabilidades bem como para a

determinação do custo do ano foi orecomendado pela Normas Internacio-nais de Contabilidade – o Unit CreditProjected.

Quanto às contribuições, a análisedo CIEF salienta que «estão em funçãoda massa salarial esperada em cadaano». Relativamente a 2008, refira-seque houve uma alteração do pressu-posto relativamente à taxa de descon-to, que passou de 5,25% para 5,5%.Esta redução «contribuiu para umadiminuição no valor das responsabili-dades», refere o parecer dos especia-listas, acrescentando: «A taxa de ren-dimento obtida em 2009, de 7,73%,contribuiu para um ganho financeiro,uma vez que a taxa estimada de ren-dimento é de 5,5%».

Adequação dos activosàs responsabilidades

«A política de investimentos podeser considerada ajustada ao risco doFundo, tendo em conta a idade médiados participantes (37 anos)», destacamos consultores da Febase na sua análi-se, referindo que «o volume de pensõespagas por ano é de 126.705, valor estemuito inferior aos 10% investidos nomercado monetário». Assim, e de acor-do com o actuário responsável, «o valorem liquidez fará face aos fluxos de pa-gamentos estimados para os próximosoito anos».

Os consultores da Febase destacamque a taxa de rendimento obtida em2009 foi de 7,73%, superior à taxa de5,5% utilizada para o cálculo das res-ponsabilidades, «o que permitiu obterganhos financeiros no ano».

A equipa do CIEF refere ainda que foiadoptado um Benchmark estratégicodefinido de acordo com o perfil de riscodo Associado, bem como foram estima-das medidas de risco Activo-Passivo eefectuado o stress test, considerandovários cenários de risco e tendo emconta variações nas taxas de juro.

«A análise de solvência prevê umacobertura das responsabilidades, em-bora, segundo o actuário responsável,haja sempre a possibilidade de ocorre-rem reforços anuais porque a taxa esti-mada de rendibilidade da carteira nasua composição actual (5,47%) é ligeira-mente inferior à taxa considerada paradescontar os passivos (5,5%)», lê-se nodocumento.

Assim, e atendendo à composição dacarteira afecta aos passivos e aos tes-tes que foram efectuados, não se vêrazão «para pôr em causa o ALM pro-posto pelo actuário responsável», con-cluem os especialistas do CIEF.

FINIBANCO - Pensionistas

N.º Idade Pensão média Total pensõesmédia anual (€) anuais (mil €)

Velhice 5 67 13.460 67.301

Invalidez 2 53 13.640 27.281

Viuvez 4 44 6.685 26.738

Orfandade 4 11 2.910 11.640

Pré-reforma - - - -

Total 15 44 8.864 132.960

Activos

N.º Idade Antiguidade Salário médio Total pensõesmédia média anual (€) anuais (mil €)

Idades < 65 anos 1.265 37,70 7,96 27.902 35.217.166

Idades >= 65 anos 1 65,52 21 351.727

Participantes c/direitos adquiridos 398 40,61 7,3

Total 1.664 38,42 7,81 27.902 35.568.893

FINIVALOR - Activos

N.º Idade Antiguidade Salário médio Total pensõesmédia média anual (€) anuais (mil €)

Idades < 65 anos 14 36,16 6,94 30.578 428.095

Idades >= 65 anos - - - - -

Participantes c/direitos adquiridos 5 38,46 6,33 - -

Total 19 36,77 6,78 30.578 428.095

Responsabilidades do fundo

Responsabilidades % Responsabilidades %

Pensionistas 2.573.799 3,8 - -

Activos 50.141.794 75,0 524.287 72,1

Direitosadquiridos 8.549.987 12,8 146.887 20,2

SAMS 3.785.396 5,7 39.478 5,4

Subsídio de morte 1.811.826 2,7 16.967 2,3

Total 66.862.802 100,0 727.619 100,0

FinibancoFiniValor

Unidade: euros

Composição da carteira de títulos

Classes de Activos Alocação (%) Benchmark (%)

Acções 15,0 15,0

Obrigações – taxa fixa 35,0 35,0

Obrigações – taxa indexada 22,0 30,0

Imóveis 17,0 15,0

MM 10,0 5,0

Hedge Funds 0,0 0,0

Total 100,0 100,0

SINDICAL l Actualidade

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 8 de Fevereiro 2011 ––––– 1716 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011

dossier Actualidade l DOSSIER

Face à crise financeira que arrasoua economia e atirou o Mundo paraa maior recessão desde a grande

depressão da década de 30 do séculopassado, muitas vozes se ergueram

Com o objectivo de esclarecer dúvi-das e estimular uma participaçãoo mais alargada possível, a CE

divulgou a resposta às 19 questõesmais frequentemente colocadas. Desteconjunto, a UGT elegeu 10, que a Febasereproduz.

Quem pretenda aceder à versão inte-gral (apenas disponível em inglês),basta ir à página da União Europeia naInternet, escolher “Press releases” eclicar em MEMO/11/6.

O endereço é o indicado em rodapé.

Comissão faz consulta sobre alterações ao sistema

UE quer evitar novas crises financeirasO sistema financeiro colapsou

e os contribuintes estãoa pagar a crise – a um preço

demasiado elevado. Encontrarmecanismos técnicos quepermitam actuar a tempoe evitar futuras crises é o

objectivo da ComissãoEuropeia, que até ao início deMarço tem em consulta o seuprojecto de quadro de gestão

para as instituições financeiras

TEXTO: INÊS F. NETO

exigindo o fim da desregulação finan-ceira responsável pela situação queestá a custar milhões de postos detrabalho e a fazer aumentar os níveis depobreza, e não só dos mais vulneráveis.

As falências de instituições financei-ras sucederam-se e os Estados, con-frontados com a ausência de mecanis-mos eficazes de actuação e perante orisco da implosão total do sistema vi-ram-se obrigados a salvar o sector ban-cário – com o dinheiro dos contribuin-tes. A ajuda estatal aos Bancos atingiujá 13% do PIB.

Uma das ideias-chave que (quase)ninguém se atreveu a contestar é que acrise demonstrou bem como são neces-sárias medidas para evitar que se repitaa irresponsabilidade, avidez e negligên-cia que conduziram ao abismo.

Mais: ficou claramente demonstradoque a opção por uma intervenção a nívelnacional, em vez da concertação europeiae consequente criação de instrumentos de

resposta, poderá resultar menos eficaz emais onerosa para os contribuintes.

As exigências e propostas de refor-ma do sistema têm surgido de váriosquadrantes, especialmente do movi-mento sindical mundial, porque são ostrabalhadores quem acaba sempre porpagar a crise. Com mais ou menosentusiasmo, também governos e ins-tituições supranacionais como a UniãoEuropeia e o G20 aproveitaram a ocasiãopara deitar mãos à obra e reforçar osquadros legais de supervisão financeira.

No caso da União Europeia, o passomais recente é precisamente a resolu-ção da Comissão Europeia (CE) sobreos aspectos técnicos para um quadrode gestão para as instituições finan-ceiras, em consulta até 3 de Março.

Para fomentar a participação na con-sulta, a CE elaborou um conjunto de“perguntas e respostas” sobre o as-sunto, de que a Febase publica as maispertinentes.

Perguntas & respostasA Comissão Europeia lançou

uma consulta sobre osaspectos técnicos queenvolvem um quadro

europeu de gestão da crisepara o sector financeiro, cuja

data limite de resposta é odia 3 de Março

Falências bancárias

Por que é necessário para a UniãoEuropeia (UE) uma nova recuperação dosector financeiro, bem como uma reso-lução sobre o seu enquadramento?

A crise financeira demonstrou cabal-mente a necessidade de existirem instru-mentos mais abrangentes e eficazes pararesolver, a nível nacional, as falênciasbancárias, bem como a necessidade dese implementarem disposições com

melhores condições no que respeita àsfalências bancárias transnacionais.

Durante a crise ocorreu um númerosignificativo de falências no sector bancá-rio (Fortis, Lehman Brothers, Bancos islan-deses, Anglo Irish Bank) que revelou assérias insuficiências do actual sistema.

Na ausência de mecanismos para or-ganizar uma desaceleração ordenada, osEstados-membros da UE não tiveram ou-tra alternativa senão socorrerem o seusector bancário. A ajuda estatal de apoioaos Bancos atingiu 13% do PIB. O impactonos contribuintes é evidente.

Um novo quadro de gestão de crise éessencial a fim de complementar outrasmedidas destinadas a tornar o sistemafinanceiro sólido, isto é, fortalecer osBancos com níveis mais elevados decapital e de melhor qualidade, uma maiorprotecção dos depositantes e uma super-visão mais eficaz.

Quais são os principais elementosda Consulta?

A Consulta procura conhecer a opiniãodos interessados relativamente a umconjunto alargado de medidas cujo objec-tivo central é garantir que as autoridadesnacionais estejam apetrechadas com asferramentas necessárias para intervi-rem numa Instituição em risco, com aantecedência suficiente, que lhes per-mita enfrentar os problemas existentes;que as empresas e as autoridades elabo-rem uma resposta adequada às crises;que as autoridades nacionais tenham,em conjunto, instrumentos de decisão epoder para, rapidamente, poderem agirquando a falência de um Banco nãopuder ser evitada; e que as autoridadescooperem efectivamente quando con-frontadas com a falência de um Bancotransnacional.

Estas medidas incluem:– Medidas preparatórias e preventivas;– Poder para agir preventivamente no

sentido de solucionar os problemas numafase inicial;

– Instrumentos de decisão;– Um quadro de cooperação entre as

autoridades nacionais.O objectivo final é implementar um qua-

dro que permitirá a um Banco falir – inde-pendentemente da sua dimensão, comple-xidade ou importância para o sistema fi-nanceiro – assegurando simultaneamenteos serviços bancários essenciais, minimi-zando o impacto da falência em causa sobreo sistema financeiro e evitando os respec-tivos custos para os contribuintes. Isto écrucial para se evitar o “risco moral” queadvém da percepção de que alguns Bancossão demasiado grandes, complexos ou li-gados entre si para poderem falir.

Acção a nível europeu

Por que razão a UE não tinha já estequadro implementado antes da crise? Eo que foi feito a partir daí?

Até à crise, muitos eram de opinião deque a sua gestão era melhor controladaa nível nacional, especialmente se exis-tisse um risco de possíveis implicaçõesorçamentais e tendo em consideração aestreita ligação das medidas da crisecom os regimes nacionais de insolvência.As medidas existentes diferem grande-mente entre os vários Estados-membros.

No entanto, a crise veio reforçar aopção por uma acção a nível europeu,uma vez que ficou claramente demons-trado que a falta de instrumentos a essenível possivelmente teria como resulta-do soluções nacionais “ad hoc”, que po-deriam ser menos eficazes na resoluçãoda situação e, em última instância, reve-larem-se mais onerosas para os contri-buintes nacionais. Acresce, ainda, que acrise veio sublinhar a não-existência deum mecanismo para enfrentar as situa-ções de falência bancária de instituiçõesque funcionam em mais do que um Esta-do-membro.

Que tipo de medidas preparatórias epreventivas é que a Comissão consideranecessárias?

As medidas preventivas incluirão me-didas destinadas a garantir que os pro-blemas existentes serão identificados eencarados numa fase inicial, a fim demelhorar a preparação das empresas edas autoridades para que ambas saibamlidar com as dificuldades mais graves.

Este objectivo inclui o reforço dos poderesde supervisão (isto é, dotar a supervisãode avaliações intrusivas, análises locaismais sistemáticas, etc.) e introduzindocritérios específicos para a recuperaçãode uma empresa e respectivos planos dedecisão. A parte da recuperação seriapreparada pela empresa e seriam imple-mentadas medidas tendo a empresa delidar com os problemas financeiros numasérie de cenários possíveis.

A parte decisória seria preparada pelasautoridades com a cooperação da em-presa e esta implementaria planos noque respeita a como é que a sua situaçãopoderia ser resolvida, preservando assuas principais funções, em caso de umapossível falência.

As medidas preparatórias e preventi-vas podem também incluir o poder paraas autoridades tomarem medidas ouexigirem à empresa que proceda a alte-rações na sua estrutura ou organizaçãocomercial, se as autoridades decidiremque a empresa não é viável com osinstrumentos disponíveis.

Agir a tempo

Que tipo de alterações às estruturaslegais ou operacionais poderão ser exi-gidas pelas autoridades?

Esta Consulta procura conhecer a pers-pectiva dos interessados no que respeitaaos poderes que estariam disponíveisquando, no decurso do planeamento deuma resolução, as autoridades identifi-carem obstáculos à solvabilidade de umadeterminada Instituição. Os poderes aserem considerados permitiriam às au-

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dossier

Como é que a Consulta aborda a cooperação transnacional?Além de ser necessário garantir instrumentos comuns em todos os Estados-membros, é

igualmente necessário assegurar uma cooperação harmoniosa tanto prévia como durante umacrise. A Consulta pretende obter opiniões sobre um quadro de coordenação transnacionalbaseada em “decisões colegiais” para cada um dos Bancos transnacionais que deverá incluirtodas as autoridades nacionais de supervisão e de decisão importantes, e deverá ter em contaas entidades de supervisão existentes (que estão a ser estabelecidas para os Bancos transna-cionais na Directiva Requisitos de Capital (DRC, ver IP/08/1433). Essas entidades seriamresponsáveis pelo planeamento (preparação dos planos de decisão, acordando os princípiospara a repartição de encargos, etc.) e seria um fórum para troca de informações e coordenaçãodurante uma crise. A Consulta procura também conhecer pontos de vista, nos casos apropriados,sobre o papel de um grupo de autoridades de decisão, no sentido de este poder elaborar umesquema de decisão em grupo, que passaria então a ser implementado pelas autoridadesnacionais. Finalmente, a Consulta procura conhecer as opiniões sobre o papel adequado paraas recém-criadas Autoridades Europeias de Supervisão (ver MEMO/10/434) nas fases prepa-ratória, preventiva, de intervenção precoce e elementos de coordenação do novo quadro.

Que tipo de Instituição financeira seria coberta por um regime da UE?A Consulta centra-se na intervenção e em medidas de decisão para os Bancos, uma vez que

o seu papel exclusivo de concessão de crédito, de tomador de depósitos e de intermediário depagamentos dá origem a problemas particulares e atinge objectivos na área das políticaspúblicas, em caso de falência bancária. Além disso, procura conhecer a opinião sobre a inclusãodas empresas de investimento, cuja falência pode também colocar em risco a estabilidadefinanceira.

Acresce que a Comissão também reconhece que diferentes tipos de medidas de gestão decrise podem ser necessários para enfrentar riscos específicos no sentido de garantir aestabilidade do mercado representado por outros tipos de Instituições financeiras. A Comissãotenciona prosseguir os trabalhos até ao final de 2011 para analisar que medidas de gestão decrise podem ser necessárias para outros tipos de Instituições financeiras, incluindo Seguradoras,empresas de investimento e Contrapartes Centrais (CPC).

Como é que tudo isto se relaciona com as discussões a nível internacional?A Comissão está a ajudar a elaborar o trabalho do CEF (Conselho de Estabilidade Financeira) e

do G20, e também está a monitorizar de perto outros desenvolvimentos internacionais. A Cimeirado G20, realizada em Toronto em Junho de 2010, comprometeu-se com a concepção e aimplementação de sistemas em que as autoridades têm o poder e os instrumentos parareestruturar ou solucionar todo o tipo de Instituições financeiras em crise, sem que os contribuintes,em última análise, suportem os encargos. No ano passado, o CEF aprovou recomendações parareduzir o “risco moral” colocado por Instituições Financeiras com Importância Sistémica (IFIS). Umaparte substancial dessas recomendações visa assegurar que a resolução IFIS é uma opção viável.As ideias apresentadas durante a Consulta, se aprovadas, constituirão um passo significativo daUE para a concretização do quadro de decisão solicitado pelo CEF.

toridades, no seguimento de um intensodiálogo com o Banco em causa, exigir queeste tome as medidas adequadas quegarantam que a situação será resolvidacom os instrumentos disponíveis de umaforma que não ponha em causa a estabi-lidade financeira e que não envolva custospara o contribuinte. Estas medidas podemincluir a exigência de que o Banco elaboreacordos ao nível dos serviços a fim decobrir as provisões de funções económicasessenciais, limitar os riscos, cortar ou

limitar actividades específicas ou o desen-volvimento de novos produtos ou linhasde negócios, ou proceder a alteraçõesestruturais na forma como o Banco orga-niza os seus negócios – por exemplo, de-senhando mais eficazmente as funçõessistémicas para as entidades legais.

Porque estes poderes poderão ser intru-sivos, a Consulta discute as salvaguardasadequadas, incluindo a exigência de quequalquer medida requerida tem de sernecessária, proporcionada e adequada

para alcançar o objectivo exclusivo deremover os obstáculos resultantes da or-ganização comercial do Banco ou da suaestrutura legal que tenham sido identifi-cados. A Consulta discute, igualmente, assalvaguardas processuais para os Bancos,incluindo o direito a uma acção judicial.

Quais são as medidas de decisão?A decisão ocorre no momento em que

a Instituição chega a uma situação de talforma angustiante que não existam pers-pectivas realistas de recuperação ao lon-go de um prazo adequado e que todas asoutras medidas tenham sido esgotadas.Os instrumentos de decisão considera-dos na Consulta incluem a venda de fer-ramentas comerciais (partes da Institui-ção de crédito ou partes dos seus negó-cios podem ser vendidos a um ou maiscompradores, sem o consentimento dosaccionistas); uma ferramenta de transi-ção bancária (as autoridades podemtransferir algumas ou mesmo todas asferramentas comerciais para um Bancode transição temporária, a fim de preser-var as funções bancárias essenciais oufacilitar o acesso contínuo aos depósi-tos), e uma ferramenta de separação dosactivos (para remover os activos tóxicospara uma estrutura independente). Alémdisso, a Consulta pretende auscultar asopiniões dos accionistas sobre os possí-veis mecanismos para amortizar a dívidade um Banco em processo de falência oupara a converter em acções, como meiode recuperar a posição da Instituição noque respeita ao capital (‘bail in’). Issopermitirá que o Banco seja reestruturadoem continuidade ou num processo dedesaceleração de forma ordenada e podefornecer um instrumento adicional dedecisão que daria às autoridades umamaior flexibilidade para lidar com a falên-cia das Instituições mais complexas.

Evitar futuras crises

Este trabalho é destinado a resolver aactual crise?

A crise económica e financeira exigiu quefossem tomadas medidas extraordináriasa fim de evitar um potencial colapso dosector financeiro global. Contudo, as medi-das incluídas nesta Consulta são destina-das a enfrentar futuras falências bancárias.Uma intervenção atempada de supervisãocontribuiria para a prevenção de falênciasbancárias passíveis de serem evitadas,enquanto um quadro decisório a nível da UEiria dotar as autoridades nacionais dosinstrumentos adequados para gerir as con-sequências das falências que, de outraforma, não poderiam ser evitadas.

Decisões colegiaisem Bancos transnacionais

18 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011

Nacional l TEMPOS LIVRES

Futsal

O pavilhão do Inatel, em Mirande-la, foi o palco da “final four” na-cional e esteve sempre bem re-

pleto de público, pois as quatro equipasfizeram questão de se equivaler noapoio recebido das suas ruidosas e nu-merosas claques.

Na manhã do dia 29 tiveram lugar asmeias-finais, com o primeiro jogo a serdisputado pelos lisboetas do BCP Foot Vete os açorianos do Agriteam Vet, que estesvenceram por 2-1, após a igualdade a umgolo verificada ao intervalo, tendo cabidoa Paulo Andrade inaugurar o marcador,para depois bisar, já na etapa comple-mentar e com o tento dos lisboetas apertencer a José Manuel Ribeiro.

Foi um jogo vivo e bem disputado, comas defesas a superiorizarem-se aos ata-cantes e com o guardião açoriano CésarPinheiro a dar nas vistas, sobretudo quan-do defendeu um remate, da marca dos 11metros, que poderia ter valido o empatepara os homens do BCP.

O segundo jogo opôs os Educadores doxuto, da Guarda, aos Pernetas, de VilaReal, tendo os primeiros ganho por 3-2.

Foram os beirões os primeiros a mar-car, por Carlos Pacheco, para depoisdesperdiçarem uma grande penalidade.O empate chegou aos 31 minutos, comJosé Varela a aproveitar um momentode desconcentração da defesa adversá-ria. Com esta igualdade ao cabo do tem-po regulamentar, houve que recorrer aoprolongamento e foram os transmonta-nos que se colocaram em vantagem, denovo por José Varela. Contudo, a reacçãoda equipa mais credenciada não se fezesperar e Alfeu Nascimento fez dois

“Educadores do xuto” voltam ao título nacionalA 12.ª edição do torneio

nacional interbancáriode futsal chegou ao fim,

com a realização da “finalfour”, que decorreu

em Mirandela, em 29 e 30de Janeiro, e que culminou

com a vitória dos“Educadores do xuto”,

da Guarda, que renovamo título já conquistadoem 2000, 2006 e 2007

golos em três minutos, garantindo avitória da sua equipa.

Os dois últimos jogos do torneio tive-ram lugar na fria manhã do dia 30. Aabrir, o jogo para discussão do 3.º lugar,entre os vencidos do dia anterior e queculminou com o triunfo dos Pernetassobre o BCP Foot Vet, mas só no desem-pate por penalidades.

No tempo regulamentar, Carlos Alvese José Manuel Ribeiro bisaram, para osPernetas e para o BCP Foot Vet, respecti-vamente e com os lisboetas a responde-rem, por duas vezes, à vantagem doshomens de Vila Real no marcador.

No prolongamento não houve golosmas por pouco, pois um remate dos trans-montanos bateu no poste e percorreutoda a linha de golo, sem a ultrapassar,para desespero do autor do remate, queainda esboçou protestos, alegando que abola tinha entrado na baliza.

Nas penalidades, os nortenhos forammais felizes e certeiros nos três golosobtidos, enquanto os lisboetas falha-ram todas as suas três tentativas.

Agriteam Vet foi digno rival

Seguiu-se a ansiada final, entre osEducadores do xuto e o Agriteam Vet,com as duas equipas a alinharem assiminicialmente, sob a arbitragem da duplaformada por José Padinha e M. Vieira:

Educadores do xuto – Fernando Melo;Alfeu Nascimento, Paulo Alves, Joa-quim Alexandre e Carlos Pacheco;

Agriteam Vet – César Pinheiro; CarlosMedeiros, José Rebelo, Paulo Alexandree Luís Cabral.

Jogaram ainda José Arrifano, VítorRodrigues e José Cariano, pelos primei-ros, e Mariano Raposo, Rúben Andradee Jaime Cabral, pelos segundos.

Desde cedo se entendeu porque eramestas as duas equipas finalistas. Os bei-rões entraram melhor no jogo e adianta-ram-se aos 7 minutos, por intermédio dePaulo Alves. Os açorianos reagiram eesforçaram-se para chegar à igualdade,que só viriam a conseguir aos 29 minu-tos, por Paulo Andrade, e num momentode abrandamento da equipa contrária.Contudo, três minutos depois, JoaquimAlexandre colocou os açorianos de novoem vantagem e o resultado não viria asofrer alteração, fazendo justiça à me-lhor equipa em campo.

Os Educadores do xuto revalidaram,assim, o título nacional, já conquistadoem 2000, 2006 e 2007. Aliás, desde oseu primeiro título, só no ano seguintenão estiveram na “final four” nacional,onde obtiveram, também, três tercei-ros e três quartos lugares, sem nuncaterem perdido uma final.

No final, foram entregues troféus àequipa vencedora e, também, ao me-lhor marcador (José Manuel Ribeiro, doBCP Foot Vet), ao guardião menos bati-do (César Pinheiro, do Agriteam Vet) e,ainda, o troféu Disciplina aos Pernetas,que só foram castigados com um cartãoamarelo nos dois jogos disputados.

Da Comissão Organizadora deste cam-peonato fizeram parte José AntónioGonçalves, Francisco Mateus e AlfredoCorreia, do SBN; Manuel Camacho eVasco Santos, do SBSI; e Francisco Cara-pinha e António Guiné, do SBC.

TEXTO: RUI SANTOS

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Notícias l Bancários NorteNotícias l Bancários Norte��

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����������Norte

TrofaSenior Residências

“Cada vez temos mais bancários acontactarem connosco, para saberemda evolução do projecto. Têm níveis deexigência muito elevados. Mas, agorasim, a qualidade dos serviços que ofe-recemos corresponde às suas expecta-tivas e necessidades. Ninguém se sen-te defraudado – muito antes pelo con-trário. A TrofaSenior Residências, em-bora sendo uma continuidade do ante-riormente chamado Clube Residencialde S. Miguel-o-Anjo, deixou de ser umprojecto para se tornar numa fantásti-ca realidade, em que os bancários bempodem acreditar, sem margem para amenor dúvida. Aliás, o facto de o SBNse ter aliado a um conceituadíssimogrupo de saúde – Trofa Saúde – contri-bui decisivamente para dar mais con-fiança aos actuais e potenciais uten-tes, inclusive a nível clínico. Destaaliança resultou a criação de sinergiasimportantíssimas.”

Estas são as primeiras palavras comque a assistente social Marta Paulino,directora técnica da TrofaSenior Resi-dências, responde às nossas pergun-tas, numa entrevista que passamos apublicar.

P – Para que os bancários que aindanão conhecem o empreendimento pos-sam ter uma noção mais aproximadado que estamos a falar, importa-se dedescrever o equipamento?

R – Começo então pelos apartamen-tos. Neles se pretende que os utentesse sintam confortavelmente acolhi-dos, garantidamente bem acompanha-dos e com respostas quase imediatas,que lhes permitam, senão resolver,ao menos minorar os seus problemas.Na realidade, os nossos apartamen-tos proporcionam maior conforto emaior privacidade, pelo que têm tidouma aceitação excelente por partedos bancários.

P – Como é o seu interior?R – Dispõem de quarto, kitchnet e

varanda. Para além disso, como consi-deramos que cada caso é um caso, épermitido aos utentes rechearem-noscom aquilo a que se chama de “objec-tos de transferência emocial”. Ou seja,

Um projecto renascido com boa adesão dos bancários

podem levar a mobília e todos os ob-jectos que lhes sejam particularmentequeridos e de que desfrutavam na suacasa anterior. Assim, eles sentem ape-nas uma transferência de espaço, oque é extremamente importante parao seu equilíbrio emocional.

P – E quanto à equipa que superinten-de? Há muitos colaboradores com for-mação específica?

R – Muitos, não! São todos! Aliás,sinto-me verdadeiramente privilegia-da por ter uma equipa de trabalho que,para além da sua excelente formaçãotécnica, está sempre totalmente dis-ponível para toda a espécie de solici-tações. Mas tenho também de desta-car a componente humana de todoseles. São muito carinhosos e acolhedo-res, desde a equipa de limpeza à demanutenção, da portaria aos fisiotera-

peutas e aos médicos, todos, enfim,são de uma humanidade incrível! Ima-gine que até temos um médico, que,além da sua vida profissional activanoutro local, nos vem prestar volunta-riado! E todas as semanas vem cá! Jánem sei como hei-de enfatizar e deelogiar o espírito de pertença e o “amorà camisola” de todos eles!

P – Existem actividades de anima-ção para os utentes da vossa institui-ção?

R – Para lhe responder correctamen-te, devo referir que o conceito de “ani-mação” tem de ser interpretado, numainstituição de excelência como a nos-sa, de forma alargada. E – sim! – aanimação é uma constante, sendo ogrande objectivo o de fazer com que osutentes trabalhem as suas competên-cias cognitivas e físicas, desde os cui-

dados básicos, como levantar, vestir,lavar… Depois, existem actividadesorganizadas, não só de um modo for-mal mas também informal. Neste pres-suposto, temos também uma extraor-dinária interacção dos familiares, que

estão presentes sempre que podem eque fazem questão de partilhar con-nosco a responsabilidade do acompa-nhamento dos membros do seu agre-gado. Escuso de dizer que esta proac-tividade é muito bem-vinda da nossaparte, porque resulta num ainda maiorbem-estar dos utentes.

P – Mas com certeza que há regrasque têm de ser observadas…

R – Isso é claro. Mas o facto deexistirem regras, não significa que nãoas flexibilizemos, neste domínio darelação do utente com a família. Nanossa instituição temos um conceitodinâmico e não estático de se estabe-lecer e de se incentivar essa relação.“Interpretamos” cada utente com todoo respeito pela sua individualidade.Por exemplo: temos uma residente cujafilha tem uma cama no quarto dela,para vir cá dormir com a mãe sempreque desejar. Muitas outras pessoasvêm cá fazer as refeições com os fami-liares. E, por isso, não estabelecemoshoras fixas de entrada ou de saída. Éenternecedor poder assistir-se a estestipos de relacionamento, que fazemtoda a diferença.

P – Mas não correm o risco de essetipo de situações fugirem ao vossocontrolo?

R – Não, de forma alguma. Nós sótemos de estimular a espontaneidadede todos. Outro exemplo: nesta últimafesta de Natal, eu estava com receio deque as coisas não ficassem bem prepa-

radas. Por isso convidei dois amigos –a psicóloga Manuela Seixas e o arqui-tecto Fernando Magalhães, que, porsinal, são familiares de residentes – aque juntei um residente (o Sr. Pereirada Silva), para preparem um texto e oenquadramento que fosse necessário.Mas, logo que a festa começou, deu-seaquilo com que eu não contava: toda agente se juntou, incluindo um estagiá-rio e uma administrativa. Os residen-tes e os familiares acabaram por sereles os “donos” da festa. Repare queaté os apresentadores e os condutoresdos acontecimentos acabaram por seros próprios residentes! Lá se foi a pla-nificação toda! E ainda bem! Foi a tra-dução plena do espírito da mais com-pleta e saudável cumplicidade que aquiexiste. Já agora, deixe-me contar ocaso de uma médica que, entre duasconsultas, fez um poema. Partilhou-oconnosco e acabou a cantar o fado,situação que não tinha sido preparada.É assim o espírito de família, porqueem família não se preparam estascoisas. Nascem espontaneamente.

P – Este empreendimento é tidocomo sendo muito caro para quemdele pretende beneficiar…

R – Posso garantir-lhe que não há nadade mais errado! E mais: os bancários têmvindo a ficar cada vez mais surpreendidoscom os preços que praticamos. Aliás, essafoi uma exigência do SBN, que mereceu amelhor aceitação e a plena concordânciapor parte do Grupo Trofa Saúde. É curiosoque, embora, à partida, sejam duas ins-tituições com objectivos totalmente dife-rentes, noto, no trabalho do terreno, que secomplementam muito bem e que conse-guem uma grande aproximação de ideias.Afinal, não são tão diferentes assim, emtermos de objectivos sociais…

P – Para terminar: se um bancárioquiser contactar-vos, qual a forma maiseficaz e expedita para o fazer?

R – Se pretender, pode, desde logo,estabelecer um contacto telefónico di-recto, através do número azul 808 236524. Mas pode também consultar o por-tal da empresa – www.trofasenior.com.

E sejam bem-vindos!

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TEXTO: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

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Notícias l Bancários Norte��

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Notícias l Bancários Centro����������Centro

Por proposta da Direcção, foi criadaa Secção Sindical de Reformados,como componente da estrutura

sindical e que passa a ser constituídapor todos os trabalhadores reformados,que sejam sócios do SBC e foi introdu-zida uma cláusula, também nova, quediz respeito à limitação de mandatosdo Presidente da Direcção e do Presi-dente da Mesa da Assembleia Geral edo Conselho Geral, que não podem sereleitos mais de três vezes consecutivaspara as mesmas funções.

Foi o Presidente, Carlos Silva, quedefendeu estas alterações estatutá-rias, referindo que ela foi mais alonga-da do que inicialmente se previa, poisalém de algumas adaptações pontuais,teve lugar um rearranjo do clausulado,por via das normas remissivas, muitoembora o espírito dos Estatutos nãofosse sequer beliscado.

A Comissão Sindical de Reformadospassa a ser eleita em listas próprias,deixando de estar amarrada à Direcção,tem orçamento próprio e o seu órgão

executivo, o Secretariado, é constituídopelos três elementos mais votados naslistas apresentadas a escrutínio.

A segunda vertente importante des-ta alteração estatutária, a limitação demandatos, decorre também de umapromessa eleitoral, tornando-se o SBCa segunda estrutura sindical nacionalque o faz depois da UGT, procedendo-se,deste modo, a uma auto-limitação demandatos, de modo a combater a ma-nutenção ilimitada no poder.

De referir, também, que foi criada afigura do Vice-Presidente da Mesa daAssembleia Geral e do Conselho Geral,passando este a substituir o Presidentenas suas ausências.

Uma nota final para uma alteraçãoestatutária muito importante e queconsiste na delegação do SBC na Febaseda revisão das convenções colectivasde trabalho, das cláusulas com expres-são pecuniária e das tabelas salariais,conferindo à Febase a dignidade que elamerece como embrião do almejado Sin-dicato único.

Estas alterações reuniram grandeconsenso no seio do Conselho Geral,pois o resultado das votações assim oatesta: quer na votação global, quer navotação na especialidade não houvevotos contra, apenas algumas (poucas)abstenções.

A Direcção do SBC regozijou-se pelogrande alcance destas alterações, sen-do seu desejo que as eleições que de-correrão, estatutariamente, durante opróximo mês de Abril, sejam realizadasà luz dos novos Estatutos.

A delegação do SBN de S. Joãoda Madeira vai levar a efeitoum passeio a Óbidos e a Fátima,

nos dias 26 e 27 do próximo mês deMarço.

Os participantes sairão da delega-ção, com destino às Caldas da Rainha,onde será servido um almoço buffetnum hotel local, após o que os partici-

Bancários de S. João da Madeiravão provar o chocolate de Óbidos

pantes se dirigirão a Óbidos, para usu-fruírem das maravilhas arquitectóni-cas e paisagísticas que aquela vila ofe-rece aos visitantes e poderem regalar--se no tradicional “festival do chocola-te”. O regresso ao hotel, para o jantare alojamento, far-se-á pelas 20 horas.

A manhã do dia 27 será livre, parauma visita às Caldas da Rainha. Após

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Conselho Geral aprovaalteração dos Estatutos

O Conselho Geral do Sindicato dos Bancários do Centro,sob a presidência de Mário Figueira, reuniu no passadodia 19, numa unidade hoteleira da cidade de Coimbra,com o objectivo de proceder à revisão parcial dos Estatutos,de modo a cumprir a promessa eleitoral de 2005, aquandoda sua candidatura aos Corpos Gerentes do SBC,sob o lema “Renovar com Esperança”

Aníbal RibeiroCarlos Silva

TEXTO: SEQUEIRA MENDES

o almoço, o rumo será Fátima, comvisita ao santuário e regresso às 18horas.

As inscrições serão limitadas e con-sideradas por ordem de chegada. Paraqualquer esclarecimento deverá sercontactada a delegação, através dostelefones 256 201 550/2 ou do fax 256829 668.

Uma obra do associado Jacinto Alves

Oassociado Jacinto Alves acabade publicar a obra “Operação:Quinto Império”. Nela, os portu-

gueses voltam a ser cavaleiros navegado-res da Ordem de Cristo Guardiã, não paranavegarem nos mares e oceanos do Mundomas sim nas dimensões do tempo e serem,por isso, chamados de “temponautas”.

Jacinto Alves nasceu em Lisboa, há 72anos, viveu em Angola e regressou aPortugal após o 25 de Abril de 1974.

“Operação: Quinto Império”Tendo exercido a actividade de ban-

cário, em Vila Real, foi fundador dosemanário “A Região”, com sede namesma cidade, onde residiu durantecerca de vinte anos.

Após a sua passagem à situação dereformado da Banca, fixou residênciaem S. João da Madeira, onde foi um dosfundadores do Clube de Empresários,tendo chegado a exercer as funções deVice-presidente da Direcção.

Neste primeiro romance, o autorprocura desenvolver uma nova pers-pectiva sobre Portugal, fundamenta-da na obra “Mensagem”, de FernandoPessoa, em particular quando o poetase refere à terceira e última missãoque ao nosso País falta cumprir noMundo.

A obra, cujo preço de capa é de € 24,50,é disponibilizada aos sócios do SBN por€ 22,05.

TEXTOS: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 8 de Fevereiro 2011 ––––– 2524 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011

Notícias l Bancários Centro��

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Foi a partir desta evidência que aDirecção do SBC, desde a sua to-mada de posse, em Abril de 2007,

decidiu enveredar por uma atitude nova,relativamente à sindicalização. Decidin-do que o nosso lugar é sempre junto dosnossos associados, foi definida uma polí-tica de proximidade, uma política de vi-sitas permanentes a todos os balcões.

As visitas que diariamente efectuamosàs agências têm tido resultados espanto-sos, pois apesar da erosão natural decor-rente do falecimento de sócios, das resci-sões contratuais, dos naturais abandonosdo sector, da feroz concorrência de outrosSindicatos e da mais recente praga dosector que é o trabalho precário, traduzidonos contratos a termo não-renovados, éreconfortante verificar que continuamos acrescer de forma bastante consistente.

Há que referir que, relativamente àCGD, temos duas equipas permanente-mente dedicadas às tarefas de sindicali-zação, pois foi também na CGD que per-demos mais sócios, fruto de políticas

TEXTO: SEQUEIRA MENDES

Sindicalização e política de proximidade

erradas no passado, nomeadamente aspolíticas de quotização que, só por si,foram responsáveis por muitos abando-nos naquela Instituição, mas que esta-mos a recuperar.

Fruto das dificuldades económicas queatravessamos, há associados, principal-mente nas camadas mais jovens, quenão optam pela sindicalização, associan-do-se apenas aos SAMS. Esta é uma novarealidade, emergente no nosso seio e quetemos vindo a combater, visitando estescolegas um a um, fazendo-lhes ver asvantagens que decorrem de serem asso-ciados de um Sindicato democrático evertical, oferendo-lhes a nossa confian-ça, com argumentos que os levem asindicalizar-se.

As tarefas de sindicalização, definidascomo prioritárias, são protagonizadas pelaestrutura sindical que integra elementosdos Corpos Gerentes e dos SecretariadosRegionais e de Empresa, sempre que setorne necessário.

Semanalmente, e em sede própria, éfeito o balanço de toda a actividade sin-dical desenvolvida durante a semana esão definidas e organizadas todas as ta-refas consideradas urgentes e exequíveispara a semana imediata.

Por fim, há que referir que não pode-mos nem devemos dar tréguas aos Sindi-catos amarelos, combatendo-os no localpróprio, isto é, junto dos trabalhadores,desmascarando as suas práticas de caçaaos associados enganados.

Tudo isto são razões pelas quais deve-mos exigir de nós próprios um sindicalis-mo forte e preparado, pois só desta ma-neira, na auscultação do associado, napercepção das suas necessidades e naforma como nos avaliam, se revitaliza osindicalismo.

TEXTO: VASCO GARCIA

Futsal

Educadores do Xuto vencem em Tondela

Aequipa dos Educadores do Xuto foi agrande vencedora da 12.ª edição dotorneio regional de futsal, para ve-

teranos.Na final, que se disputou em 8 de Janei-

ro, no Pavilhão Municipal de Tondela, oconjunto da Guarda bateu os leirienses daCosta Oeste, por quatro bolas a uma.

Após o encontro, que decorreu comelevada correcção, realizou-se um almo-ço de confraternização e a entrega deprémios, num restaurante local. Estive-ram presentes Aníbal Ribeiro, FranciscoCarapinha e, pela organização, AntónioGuiné e António Pimentel, tendo usado dapalavra os referidos membros da Direcçãodo Sindicato dos Bancários do Centro.

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Os seus associadosconstituem o principal

património do Sindicatodos Bancários do Centro

Equipas permanentementededicadas às tarefasde sindicalização no SBC

Artigo 2.ºConcorrentes

1 – O concurso destina-se exclusivamente aos associadosdos Sindicatos da FEBASE.

2 – Os membros dirigentes dos Sindicatos não poderãoparticipar neste concurso.

Artigo 3.ºTema

1 – O concurso abrange dois temas distintos:a)Tema livre;b)Tema "Os quatro elementos" (água, ar, fogo e terra).

Artigo 4.ºCalendarização

1 – O concurso decorrerá durante o ano de 2011, iniciando--se em Fevereiro e terminando em Novembro. O mês deDezembro será destinado ao apuramento das três melhoresfotografias a concurso, por Sindicato.

2 – Para o efeito, mensalmente, serão apuradas por Sindi-cato, as três melhores fotografias por tema, do mês emquestão, salvo nos casos em que a qualidade, originalidadee criatividade a concurso, não permita tal apuramento.

3 – As fotografias não apuradas mensalmente, ficarão naposse da FEBASE para divulgação final, não podendo estas sersubmetidas novamente a concurso.

Artigo 5.ºAdmissão e recepção de fotografias

1 – Serão admitidas mensalmente, até ao máximo de duasfotografias por concorrente e por tema.

2 – As fotografias deverão ser enviadas até ao dia 20 decada mês, sendo a selecção mensal feita com base nasfotografias recepcionadas até esse limite.

3 – Todas as fotografias que não forem enviadas dentro desseprazo não serão contempladas na selecção do mês em questão,passando automaticamente para o mês seguinte, aplicando-se, namesma, o limite máximo mensal de fotografias por concorrente epor tema, de acordo com o estipulado no n.º 1 do presente artigo.

4 – A recepção das fotografias será feita, através de e-mail,para os seguintes endereços:

A) [email protected] – para sócios STASB) [email protected] – para sócios SBSIC) [email protected] – para sócios SBND) [email protected] – para sócios SBCE) [email protected] – para sócios SISEP

5 – Aquando do envio da(s) fotografia(s), deverão serfornecidos, obrigatoriamente, os seguintes dados:

– Nome e apelido do participante;– Sindicato ao qual pertence;– N.º de sócio;– Telefone de contacto;– Correio electrónico;– Título da fotografia;– Lugar e data onde foi tirada.

6 – As fotografias enviadas não deverão conter qualquertipo de informação inscrita nas mesmas, como data, nome doparticipante ou local onde foram tiradas, sob pena de nãoserem admitidas.

7 – As fotografias para concurso deverão ser digitais eenviadas em formato JPG.

8 – O concurso ficará disponível on-line, através de umblogue criado para o efeito.

Artigo 7.ºPrémios

1 – Prémios finais: – 1.º prémio: material digital/fotográficono valor de 1.000 euros; – 2.º prémio: material digital/fotográficono valor de 750 euros; – 3.º prémio: material digital/fotográficono valor de 500 euros.

2 – A todos os concorrentes será entregue um certificadode participação.

3 – Pela qualidade e originalidade dos trabalhos apresen-tados poderão ainda ser atribuídas pelo Júri menções honro-sas, caso tal se justifique.

4 – Os prémios e os diplomas serão entregues em cerimó-nia, a realizar em data e local a designar.

Extracto do Regulamento

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Notícias l STAS - Actividade Seguradora Notícias l STAS - Actividade SeguradoraST

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STAS-A

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e Seguradora

Uma comitiva da Direcção do STASdeslocou-se a Badajoz no passa-do dia 12 de Janeiro, para reunir

com dirigentes da Federación Estatalde Servicios (FES UGT Espanhola).

O objectivo deste encontro ibéricofoi, sobretudo, a troca de experiênciase a partilha de informação sobre o ac-tual sindicalismo e o papel dos Sindica-tos.

Foi um encontro enriquecedor, quepermitiu um intercâmbio de indicado-res sobre a realidade no sector segura-dor, quer em Portugal, quer em Espa-nha.

Foram abordados temas como a si-tuação do mercado de trabalho nosector de seguros; a caracterizaçãodas empresas que operam no merca-do; as convenções colectivas em vigor

Encontro Ibérico STAS / FES UGT de EspanhaTEXTO: PATRÍCIA CAIXINHA

nos dois países; as estruturas sindicaisem cada um dos países; o estabeleci-mento de canais de comunicação re-

gular entre as estruturas sindicais; aanálise de formas de colaboração ime-diata: juventude, mulheres, turismo eformação.

O debate de ideias permitiu definirdiversas acções que poderemos traba-lhar em conjunto, melhorando assimas sinergias entre os dois países e, aomesmo tempo, permitir que as duasentidades envolvidas neste encontroganhem asas e cresçam, no sentido deum sindicalismo contemporâneo, adap-tado à realidade que marca o nossodia-a-dia.

Projectos como o intercâmbio dejovens estudantes entre os dois paísese a participação em iniciativas pelaigualdade ficaram no ar, entre muitasoutras que esta sinergia ibérica permi-tirá desfrutar.

Oprimeiro curso de formação e--learning “O contrato de seguro”iniciou-se em 17 de Janeiro.

Temos 21 formandos “on-line” nestaprimeira acção, que navegam numaplataforma intuitiva e moderna, cons-

Formação

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Calendarização das acções no 1.º trimestre

Janeiro Fevereiro Março

O contrato de seguro 6 17-01-2011 11-02-2011 09-03-2011

Seguro automóvel 6 18-01-2011 12-02-2011 10-03-2011

Seguro de incêndio e elementos da natureza 6 19-01-2011 14-02-2011 11-03-2011

Seguro de multirriscos e segurosde responsabilidades 6 20-01-2011 15-02-2011 14-03-2011

Acidentes pessoais 6 21-01-2011 16-02-2011 15-03-2011

Introdução aos seguros de saúde 6 24-01-2011 17-02-2011 16-03-2011

Acidentes de trabalho 6 25-01-2011 18-02-2011 17-03-2011

Aspectos gerais de seguros de vida 6 26-01-2011 21-02-2011 18-03-2011

Seguros de vida clássicos 6 27-01-2011 22-02-2011 21-03-2011

Produtos financeiros 6 28-01-2011 23-02-2011 22-03-2011

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1.º TRIMESTRE 2011

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RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 8 de Fevereiro 2011 ––––– 2726 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011

Alude, ainda, a APS ao (…) “factode não ter sido possível chegara um patamar mínimo de en-

tendimento com os sindicatos, quan-to à revisão do CCT de Seguros, cujadenúncia foi oportunamente efectua-da pela Associação Portuguesa de Se-guradores, em Março de 2004”.

Concluindo, estar (...) “a aguardar aconclusão deste processo de estudo eavaliação”, para comunicar a sua po-sição sobre a proposta efectuada, es-tando, ainda, a envidar todos esforçospara poder assumir uma posição, quegaranta o necessário equilíbrio entreos interesses das suas Associadas e adefinição de um referencial mínimode segurança para os colaboradoresdo sector.

Registamos com agrado a últimapreocupação da APS, na procura donecessário equilíbrio conciliatório deinteresses entre empregadores e tra-balhadores. Discordamos, todavia, daalusão que é feita de não se ter chega-do a acordo quanto à revisão do CCT,chamando a atenção para os seguin-tes factos:

1. O processo de revisão global doCCT de Seguros iniciou-se, formalmen-te, no dia 1 de Abril de 2004, compropostas sindicais e contrapropostapatronal, tendo sido dada prioridade àdiscussão, conforme proposta da APS,da matéria das carreiras, categorias efunções, a partir dum estudo, enco-mendado pela própria APS a umaempresa especializada, e que foi acei-te pelos Sindicatos como documentobase, sobre o qual se esteve a traba-lhar, desde Outubro de 2006 até 12 deSetembro de 2007, e em relação ao

qual os Sindicatos foram dando as suascontribuições, espelhadas num documen-to intitulado “relatório de progressos”,que os negociadores das partes foramvalidando, através das respectivas actas.

2. O estudo feito pela empresa espe-cializada junto das seguradoras entronca-va-se, em certa medida, na proposta con-junta apresentada, em 2004, pelos Sindi-catos (STAS e SISEP), sobre esta matéria.

3. Sob proposta, ainda, destes dois Sindi-catos foram consensualmente estabeleci-das a metodologia e a calendarização dasreuniões, que passaram a ser semanais; etodas as partes deveriam fazer um esforçopara que, em 30 de Abril de 2007, se dessepor concluída a discussão desta matéria.

4. Foi, ainda, consensualizado pelo Gru-po de Negociadores que a restante discus-são do novo clausulado pudesse estarfinalizada até ao 31 de Dezembro de 2007.

5. Só que por razões totalmente alheiasaos Sindicatos foram as negociações inter-rompidas pela APS, em 12 de Setembro de2007, alegando necessidade de fazer umaconsulta aos técnicos que tinham elabora-do o primitivo estudo para a sua proposta.

6. Apesar das constantes insistências deper si que os Sindicatos foram fazendo,junto da APS, para serem retomadas asnegociações, em Março de 2009, a suaactual Direcção fez tábua rasa deste pro-cesso negocial e informou os Sindicatos deque, apenas, pretendia uma revisão “ci-rúrgica” das cláusulas do CCT vigente, quese encontrassem em desconformidadecom as normas imperativas do Código doTrabalho, o que surpreendeu de sobrema-neira os negociadores do STAS e do SISEP,tanto mais que tinha sido o seu anteriorPresidente a eleger como matéria priori-tária a revisão das carreiras, categorias e

funções, cujo desajustamento urge corri-gir.

7. Perante este comportamento anti-negocial da actual Direcção da APS e nasreuniões que se realizaram sobre o pros-seguimento deste processo à luz desta suanova pretensão, o STAS, como Sindicatomaioritário no contexto da actividade se-guradora, nunca abdicou do seu propósitode retomar a discussão da revisão dascarreiras, categorias e funções e dessedesiderato sempre fez eco nas suas inter-venções e escritos.

8. A tal propósito o STAS apresentounuma das últimas reuniões de negocia-ções uma declaração escrita, para serincluída na acta daquela reunião, no sen-tido das partes serem mais assertivas,face à realidade que perpassa todas asempresas de seguros, no que concerne àscarreiras, categorias e funções.

9. Pelo seu lado, a APS apresentou tam-bém uma declaração escrita, o que surpre-endeu os Sindicatos, onde referia que, faceà posição do STAS, se encontrava impossi-bilitada objectivamente de continuar asnegociações, acrescentando que “a alte-ração de circunstância justifica, a nossover, uma pausa para reflexão…”.

10. Uma vez mais, a APS utilizou oargumento de “pausa para reflexão”, comotem sido seu apanágio nos últimos anos,para não prosseguir as negociações, quan-do até já se tinham estabelecido os neces-sários consensos para a adequação dealgumas cláusulas do CCT vigente às nor-mas imperativas.

Ficamos, assim, expectantes a aguar-dar pelo resultado da clarividente “refle-xão” sobre o processo de revisão do CCT,encetado em 2004 e interrompido unilate-ralmente pela APS em 12 de Setembro de2007, bem como pela conclusão do estudoe avaliação dos impactos das medidas doOE sobre a nossa proposta de actualizaçãosalarial para 2011.

É que a nobre arte da negociação colec-tiva requer seriedade, empenhamento,compreensão, mas sobretudo vontadepolítica para se chegar a consenso.

Da nossa parte, como Sindicato queelege o primado da negociação colectivacomo a via mais importante para se alcan-çarem os necessários equilíbrios dinâmi-cos nos processos negociais em que par-ticipamos, continuamos empenhados naprocura dos indispensáveis consensos paraque sejam encontradas as soluções maisajustadas aos interesses em confronto.

Tabela Salarial 2011

Resposta da APS à proposta do STASEm resposta à nossa proposta de actualização da tabela salariale das cláusulas de expressão pecuniária do CCT de Seguros para2011, apresentada à APS nos primórdios de Novembro passado,

e depois de duas reuniões informais sobre a matéria, entre osPresidentes da APS, STAS e SISEP, recebemos formalmente uma

resposta, através da qual a APS informa encontrar-se, (…)“a pedido das Associadas, a estudar não só o impacto que as

medidas insertas na Lei do Orçamento do Estado para 2011 têmem todo o processo da contratação colectiva do sector

segurador, mas a avaliar também em que medida a aplicaçãoprática das mesmas pode comprometer a igualdade

competitiva entre as Associadas”

TEXTO: LUÍS DIAS

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De acordo com a convocatória doPresidente da Mecodec, as elei-ções para os Corpos Gerentes do

SBSI, bem como dos delegados ao Con-gresso, irão decorrer em 13 e 14 deAbril. Mas, por força das alteraçõesestatutárias de 2008, há algumas alte-rações em relação a actos eleitoraisanteriores, que importa desde já reter:

Caderno eleitoral únicoSerá elaborado um caderno eleitoral

único, pelo que os eleitores poderãovotar em qualquer mesa de voto da suaSecção Sindical (de Empresa ou Regio-nais). Esse caderno estará disponívelno site do Sindicato desde 12 de Feve-reiro, para que cada eleitor possa sa-ber, atempadamente, se nele figura ese a Secção Sindical onde está inscritoé a que lhe corresponde, de facto.

Eleição em dois diasA votação presencial decorre, ape-

nas, em 14 de Abril. Mas os eleitoresque optarem por votar pela Internet,podem fazê-lo desde as zero horas dodia anterior.

Todas as mesas de voto encerrarãoàs 18 horas do dia 14, tal como a vota-ção pela Internet. Mas, porque existediferença horária nos Açores, os eleito-res daquela Região Autónoma poderãovotar, presencialmente e pela Internet,até às 18 horas locais.

Votos por correspondênciaMantém-se a possibilidade do voto por

correspondência, que, pelos correios,deverá chegar à Mecodec até às 18horas de 14 de Abril. O material paraessa opção será enviado a todos osreformados e os associados no activodeverão pedir esse material, como atéagora. Mas deixa de ser necessária aabonação administrativa da assinatu-ra, que passará a ser conferida pelafotocópia do BI ou do cartão do cidadão,que terá de ser enviada com os boletinsde voto.

Voto pela InternetDeixa de ser necessário pedir o “pin”

pessoal para a votação pela Internet,porque ele será enviado a todos osassociados, no activo e reformados, emenvelope dirigido à sua residência.

Voto condicionadoDeixa de haver o chamado “voto con-

dicionado”, uma vez que os eleitorespodem votar em qualquer mesa devoto da sua Secção Sindical e a suaparticipação no acto eleitoral será des-carregada, de imediato, no caderno elei-toral único.

Mesas descentralizadasTendo em conta uma maior facilidade

no voto pela Internet, será reduzido onúmero de mesas descentralizadas para

o voto presencial, sendo criado essetipo de mesa de voto apenas nos locaisonde existam mais de 30 eleitores eonde haja condições para o seu funcio-namento.

Entrega de listase campanha eleitoral

A entrega das listas concorrentes aestas eleições terá de ser feita até 9 deMarço, com a campanha eleitoral decada lista a decorrer entre 29 de Marçoe 12 de Abril.

Eleições em 13 e 14 de Abril

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TEXTO: RUI SANTOS

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Notícias l Bancários Sul e IlhasNotícias l Bancários Sul e Ilhas����������Sul e Ilhas

As comemorações destes almoçosanuais de convívio dos informadoresbancários tiveram um ponto alto em

8 de Janeiro, com a realização do seu 50.ºalmoço de confraternização, no qual parti-ciparam quase duas centenas de pessoas.O local escolhido, desta vez, foi o Centro deFérias e Formação do SBSI, em Ferreira doZêzere, e ali também estiveram presentesJosé Resende, Mendes Dias e Rui Riso que,em nome da Direcção, tiveram ocasião deexpressar a satisfação pela manutençãodestes encontros, com Mendes Dias a pro-por que todos voltassem àquele local em2014, ano em que Augusto Poiares come-moraria o seu centenário de vida.

Também intervieram a filha do homena-geado, Ana Poiares, e um antigo colegadaquelas lides, Santos Pinto, que fez umrasgado e emotivo elogio à memória deAugusto Poiares, relembrando a sua nobreactividade como casapiano e terminando:

"No prefácio do seu livro "Marcos daminha vida", o meu companheiro dos tem-

pos da Casa Pia, Adérito Tavares, começapor citar Alberto Caeiro, o poeta filósofo aquem Fernando Pessoa emprestou vida evoz, e que escreveu, numa das suas odes"põe quanto és no mínimo que fazes", paraafirmar, precisamente, que Augusto Poia-res é um desses homens "que pôs tudo desi em tudo quanto fez. Um homem de causase de princípios que bebeu na Casa Pia e queeducou o amor pelo trabalho, pela amizade,pela tolerância e pela gratidão", valores evirtudes universais, exemplarmente prati-cadas, que levaram o Presidente da Repú-blica a agraciá-lo com a Ordem de Mérito,no grau de Comendador. Pouco tempo exi-biu no seu peito honrado tão precioso galar-dão, porque a exploração mediática e espe-culativa, que determinada comunicaçãosocial fazia da sua "mãe" Casa Pia, minou--lhe o coração até ele não aguentar mais. Iaa caminho de 95 anos e quando ele queriachegar aos 100, para os celebrar jubilosa efraternamente na "sua" Casa Pia. Celebrá-los-emos nós, casapianos, seus irmãos e

bancários seus amigos, em 2014. O seuexemplo nunca será esquecido".

A efeméride também foi assinalada como lançamento do livro "50 anos de convíviodos informadores bancários", que teve acolaboração do SBSI, que, ao longo dosanos, sempre apoiou a realização destesencontros, com um exemplar do livro a serdistribuído por cada participante.

Também nesse livro é feita a justa home-nagem a Augusto Poiares, ali se relem-brando que "faleceu onde quis: no Lar daAssociação Casapiana de Solidariedade,junto ao Estádio Pina Manique. Este Lar foiuma das inúmeras ideias que o AugustoPoiares levou por diante, na imensa obraque presenteou a Casa Pia de Lisboa. Ho-mem de convicções e ideias, foi ele queiniciou o convívio dos informadores bancá-rios, tradição que ainda hoje se mantém.Uma das suas últimas ideias é que chegariaaos 100 anos. Não foi possível, mas até aícumpriu, com uma margem ínfima de 5%de erro: faleceu ao chegar aos 95 anos".

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Os Acordos colectivos e de empre-sa, as tabelas salariais, os SAMS,não apareceram por acaso: são

resultado da actividade sindical demuitos bancários, desde há muito tem-po, que, estando nos locais de trabalhoou no Sindicato, estiveram sempre como Sindicato.

Os SAMS do SBSI dispõem de serviçospróprios de saúde, onde os encargospara os beneficiários são mais baixos eo pagamento diferido e/ou fracciona-do. Dispomos de um Centro Clínico, comcerca de 40 especialidades médicas, eum Hospital. Dispomos ainda de postosclínicos periféricos e regionais. A qua-lidade da prestação de serviços dosSAMS do SBSI é reconhecida pela comu-nidade em geral, incluindo profissio-nais de saúde, bem como por segurado-ras e outros subsistemas. Aconselha-mos sempre o recurso às nossas unida-des em primeiro lugar e, em alternati-va, às redes convencionadas da Advan-ceCare e/ou da Médis, no caso doscolaboradores (e familiares) do BCP,devendo o beneficiário optar pela quelhe for mais favorável, sendo o encargopara os beneficiários nas consultasmédicas na rede AdvanceCare de 10€

na província e 12,5€ na grande Lisboaou grande Porto, e de 15€ na redeMédis, em todo o País. Nas duas redeshaverá, decerto, um prestador quepreencha os requisitos que o benefici-ário procura.

Para além disso, os serviços internosdos SAMS/SBSI – porque temos serviçospróprios onde, por exemplo, são pres-tadas cerca de 400.000 consultas/ano,20.000 cirurgias/ano, mais de 1M deanálises clínicas, rádio e quimiotera-pia, fisioterapia e muitos outros actose meios técnicos – estão também aodispor dos familiares dos nossos sóciose beneficiários, os designados “utentesfamiliares”, que têm, assim, também,acesso a serviços de saúde de elevada

SAMS: há que distinguir entre os que fazeme os que seguem o que está feitoDe quando em vez temos conhecimento de campanhas,mais ou menos organizadas, que procuram pôr em causaos SAMS dos Sindicatos verticais, nomeadamente os do SBSI.Instalou-se o mal dizer, é mais fácil, não tem de serexplicado. O difícil é explicar o que de bom se faz todosos dias e os efeitos no amanhã do que se fez hoje

qualidade, em condições francamentevantajosas e com pagamento fraccio-nado, de acordo com o tipo e o montan-te da despesa.

Esclarece-se que a Médis funcionaapenas como intermediária, uma vezque as despesas são suportadas pelosSAMS, cobrando por essa intermedia-ção uma comissão, alta, muito alta, emuito mais alta do que a cobrada pelaAdvanceCare para o mesmo tipo deserviço. Nem uma nem outra prestamserviços de saúde.

Nos SAMS/SBSI os beneficiários têmainda acesso à rede bem-estar da Ad-vanceCare, podendo aceder, com van-tagens significativas, a produtos e servi-ços que vão das ópticas (30% de des-conto, a que ainda há a abater o valorda comparticipação) aos ginásios, es-téticas, SPA, homeopatia e tantos ou-tros mais.

Independentemente das percenta-gens das comparticipações, o queimporta avaliar é o custo final, adimensão da rede assistencial e aqualidade dos serviços. Acresce queos encargos nos nossos serviços,

nomeadamente no Hospital, são in-feriores aos que são imputados aosbeneficiários do SIB, a fazer fé nastabelas publicadas.

Nunca é demais destacar o facto denão impormos tectos nas despesas, denão virarmos as costas aos bancários,de não os encaminharmos para o SNS ou

para outro subsistema, quando a des-pesa é maior. Seria útil saber-se quan-tos beneficiários tem o SIB, qual a es-trutura etária, qual a percentagem deactivos e de reformados.

O desvirtuar de princípios como asolidariedade e a transversalidade, queestão na génese de sistemas como osSAMS do SBSI, tem permitido divisões esubdivisões geradoras de assimetriasde distribuição de benefícios, questio-náveis, sobretudo, numa área tão sen-sível como a da saúde. Divisões e sub-divisões quase sempre associadas acampanhas negativas sobre o que exis-te, como se as organizações não tives-sem passado e fosse dispensável o seupapel social no futuro.

Sabe-se que as novas formas de viver,incluindo as de trabalhar, têm vindo aafastar os cidadãos da participação socialmas não podemos viver sempre de cos-tas, criticando as organizações e institui-ções que pugnam pelos interesses daclasse e, aí, há que saber distinguir entreos que fazem e os outros, os que seguemo que está feito porque não se lhes conhe-ce qualquer actividade sindical.

TEXTO: RUI RISO

TEXTO: RUI SANTOS

Informadores bancários reúnem-se há 50 anosOs antigos trabalhadores

das informações comerciaisda Banca mantêm, desde1962, um salutar espírito

de equipa, que atinge o seuexpoente máximo com

a realização dos seusalmoços anuais, que ainda

hoje se mantêm, mesmodepois do falecimento

de Augusto Poiares, o principalmentor deste invulgar espírito

de equipa, e que nos deixouno início de 2009

Informador bancário - o que eraA actividade do informador bancário foi extinta no final dos anos oitenta, com a introdução do "scoring",

um sistema informático que permite aos Bancos obterem informação comercial sobre os clientes quea eles recorrem para a obtenção de crédito.

Antes, sobretudo nas décadas de 60 a 80 do século passado, cada Banco tinha a sua secção deinformações comerciais, de que fazia parte um número variável de bancários, uns com a função derecolherem informações externas sobre os clientes – particulares e empresas – e outros, na retaguarda,para fazerem a necessária compilação dos dados obtidos, para a posterior concessão de crédito.

Estes bancários não se regiam por regulamentos internos mas, fundamentalmente, por códigos deética. E as informações que recolhiam sempre foram consideradas sólidas e altamente fiáveis.

Esta actividade era de extrema utilidade para os Bancos mas só foi reconhecida como parte daactividade bancária nos anos sessenta, já que, até aí, as entidades patronais não a reconheciam comotal e, por isso, os informadores bancários eram associados do Sindicato dos Escritórios.

Augusto Poiares emplena actividade

32 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 8 de Fevereiro 2011