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Revista Foco na Pessoa - Segunda Edição

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É maravilhoso observar as coisas incríveis que podemos fazer e quão longe podemos chegar se apoiados pelas ferramentas corretas. Você tem em mãos um catálogo extraordinário de ferramentas poderosas que podem te ajudar a mobilizar a igreja para o cumprimento da missão. Vamos trabalhar?

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APRESENTAÇÃOMAURÍCIO LIMA PRESIDENTE USEB

SUSPIRAR E GEMER OU CLAMAR?

02 FOCO NA PESSOAwww.foconapessoa.org.br

Quero lhe convidar para analisarmos duas situações descritas na Bíblia.

1) A situação do povo e do templo no período do profeta Ezequiel:

a. No capítulo 8 de Ezequiel está relatada a visão do profeta, na qual ele vê a terrível abominação que estava acontecendo no templo. As pessoas es-tavam cometendo idolatria e prosti tuição no páti o do templo, nas portas, nas salas e até no altar do templo;

b. No capítulo 9, a visão conti nua, mostrando agora duas ati tudes que Deus ordena que sejam to-madas diante daquela abominação:

i. Assinalar dentre o povo os que suspiravam e gemiam por não concordarem com o que estava acontecendo; ii. Matar todos os que não foram assinalados e que estavam prati cando ou sendo compla- centes com a situação.

2) No segundo caso, nos dirigimos ao profeta Isaías; a. No capítulo 57 do seu livro, ele também fala da

abominação e da desobediência do povo; b. Isaías começa o capítulo 58 dizendo o que Deus

quer que os Seus fi lhos fi éis façam: “Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue voz como a trombe-ta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, o seus pecados” Isa. 58:1.

Vimos aqui duas situações opostas. O que fazer? Suspirar e gemer ou clamar em alta voz?

Suspirar e gemer é mais cômodo. Quase ninguém percebe. Não incomoda ninguém.

Clamar é diferente: incomoda e traz problemas.Todos os que aceitaram o desafi o do Senhor para

clamar, e clamar em alta voz, foram uma bênção para o seu povo, embora, na maioria dos casos, não te-nham sido apreciados e bem quistos por sua própria nação.

Observando o que tem acontecido com a igreja de Deus nos nossos dias, a despeito das nossas falhas, tenho visto com alegria a igreja se levantando e cla-mando a plenos pulmões.

Distribuir cerca de 52 milhões de livros “A Grande Esperança” na América do Sul e quase 170 milhões no mundo todo não é suspirar ou gemer, mas sim clamar a plenos pulmões.

Ter a TV Novo Tempo pregando abertamente a Palavra de Deus, vinte e quatro horas por dia, não é suspirar ou gemer, é clamar em alta voz. Ter essa TV em canal aberto, em centenas de municípios do nosso país, dentre eles quase 10 capitais, não é suspirar ou gemer, é clamar em alta voz.

Realizar uma série de Evangelismo de Colheita via satélite, ao vivo para toda a América do Sul, apelando às pessoas para tomarem decisão ao lado de Cristo, não é suspirar ou gemer, é clamar a plenos pulmões.

Ter uma cerimônia bati smal num estádio como o Mineirinho, e bati zar ali 1060 pessoas, em menos de uma hora, não é suspirar ou gemer, mas é clamar a plenos pulmões.

Poderíamos aumentar essa lista de ati vidades rea- lizadas hoje pela igreja de forma integrada e também de forma individual, as quais além de demonstrarem um clamor em alta voz, são para nós amostras de pin-gos da Chuva Serôdia que começam a cair sobre o povo de Deus.

Diante dessa realidade presente, temos apenas 3 opções:

1. Não dar importância a nada disso, demonstran-do total indiferença;

2. Suspirar e gemer por causa das coisas erradas que acontecem e fi car à distância;

3. Clamar em alta voz, parti cipando ati vamente desse movimento que, provavelmente, é a conclusão da pregação do Evangelho em todo o mundo.

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03 FOCO NA PESSOA www.foconapessoa.org.br

Ao criar o homem, Deus o dotou com habilidades exclusivas como a auto-consciência, a consciência, a imagi-nação e a vontade para que ele

pudesse ter completo domínio sobre este planeta (Gn 1:26-28). Sua intenção era que pudéssemos fazer coisas, ir a lugares, explorássemos situações, descobríssemos possibilidades, parti cipássemos do Seu reino e fi zéssemos algo que contribuísse para a edifi cação desse reino.

A história das ferramentas é a história de como o homem tem usado essas habilidades exclusivas em seu processo de desenvolvimento. Elas são os instrumentos que desenvolvemos e uti lizamos para fazermos mais, irmos mais longe, conseguir-mos o que ainda não temos e realizarmos tarefas que o corpo humano não conseguiria. Desde o princípio, as ferramentas se tornaram as nossas companheiras inseparáveis todas as vezes que quisemos ampliar nossas possibilidades.

Os dicionários defi nem ferramenta como qual-quer coisa usada como um meio para realizar uma tarefa ou um propósito. É algo considerado necessário para que alguém possa executar a sua profi ssão. Um instrumento usado para fazer um trabalho.

Quais seriam as chances de um neurologista re-mover um tumor no cérebro de alguém sem as fer-ramentas adequadas ou de um atleta pular mais de cinco metros de altura sem o auxílio de uma vara? Como um engenheiro mecânico poderia construir o motor de uma Ferrari sem ferramen-tas? E o pastor ou o líder da igreja, como poderiam mobilizar a maioria dos seus membros para que

estejam diretamente envolvidos na missão sem as ferramentas necessárias?

É verdade! O trabalho de mobilizar a igreja deve ser feito uti lizando mais do que boa vontade, habi-lidade e carisma. É preciso preparo. É preciso saber como fazer! Há ferramentas testadas e aprovadas à sua disposição e você precisa saber como elas funcionam para poder uti lizá-las na hora de mo-bilizar discípulos para o cumprimento da missão.

A revelação afi rma que “tendo aprendido as re-gras simples, os ministros devem inclinar a mente à aquisição de conhecimento em conexão com o seu labor, para que possam ser obreiros que não têm de que se envergonhar”. Testemunhos Para Ministros, p. 194.

A edição deste trimestre apresenta a você al-gumas ferramentas indispensáveis à mobilização da igreja. Veremos que a manutenção da unidade interna é um princípio de liderança fundamental à mobilização duradoura. Descobriremos como mobilizar a igreja a parti r de um planejamento lo-cal. Você vai perceber que para mobilizar é preciso colocar o foco nas pessoas. Também receberemos insights poderosos acerca de como usar as tecno-logias modernas para mobilizar pessoas e pregar o Evangelho, e muito mais!

É maravilhoso observar as coisas incríveis que podemos fazer e quão longe podemos chegar se apoiados pelas ferramentas corretas. Você tem em mãos um catálogo extraordinário de ferramen-tas poderosas que podem te ajudar a mobilizar a igreja para o cumprimento da missão. Vamos tra-balhar?

FERRAMENTAS PARA A MOBILIZAÇÃO

EDITORIALSILVANO BARBOSA

@Silvano Partor

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LIDERANÇA

Almir mArroni

04 FOCO NA PESSOAwww.foconapessoa.org.br

No dia 13 de outubro de 2002, eu estava voltando de uma viagem a Santiago,

do Chile. Enquanto aguardava o início da viagem, folheava o jornal argentino El Clarin e um artigo me chamou a atenção.

Era a notícia de uma partida de rugby realizada trinta anos depois do dia que estava originalmente programada.

Em outubro de 1972 o avião que levava uma equipe de jovens uruguaios para participar de jogos amistosos no Chile, chocou-se em um pico nevado da cordilheira dos Andes.

Como resultado do acidente e dos 72 longos dias de espera pelo resgate, das 43 pessoas à bordo, apenas 16 sobreviveram.

Ao final desta incrível saga os jornais do mundo inteiro noticiaram o “milagre dos Andes”, não deixando de explorar o fato de que os heróis usaram a carne dos colegas mortos como alimento. não fora isso, to-dos teriam morrido.

Desde então, foram produzidos inúmeros documentários, livros e filmes que apresentam um modelo de unidade, planejamento, foco e ação.

lições de liderança e “trabalho

de equipe” tem sido extraídas da incrível maneira com que aqueles fragilizados jovens conseguiram implementar ações consistentes que culminaram no resgate.

na entrevista ao El Clarin ro-berto Canessa, um dos líderes da equipe, revelou detalhes da luta que travaram para sobreviver. Ele disse:

“Vivemos num mundo em que cremos que somos super-homens, mas na verdade somos muito vul-neráveis. Quando você sente a morte de perto, então compreende que de super-homem você se transforma em um super-nada.

“Com essa sensação de vulnera-bilidade começamos a sentir que podíamos ser amigos do Criador. Ele que dirigia a natureza rude, as montanhas geladas, as tormen-tas de neve. Sentíamos que este amigo estava ao nosso lado, que se chamava Deus e que nos ajudava e nos dava paz.

“o Deus que conhecemos lá nos Andes é um Deus amigo e não o deus do colégio ou o do crucifixo...

“Caminhamos 11 dias na neve para encontrar socorro. Foram 100 mil passos planejados em equipe. Com ajuda de mapas e de infor-mações obtidas do piloto antes de morrer, levantamos a teoria de que

em menos de 60 km em direção ao oeste encontraríamos auxílio.

Juntos estudaram as possibi-lidades e desafios. Juntos traçaram um plano, o aprovaram e o exe-cutaram.

Gustavo Zerbino, um dos sobre-viventes afirmou:

“Tínhamos um só objetivo, que era sobreviver. O pensamento: ‘a união faz a força’ pôde ser prati-cado em plena cordilheira”.

O final da reportagem apresen-tou a revelação mais surpreenden-te. O repórter perguntou se havia algo que ainda não havia sido divul-gado tão amplamente por eles?

Zerbino, respondeu:“Se houvéssemos caminhado

em direção ao Leste, à Argentina, teríamos encontrado ajuda em dois dias. Somente por Deus estamos vi-vos.”

Certamente foi uma revelação impactante que traz uma grande lição de liderança e unidade!

Em qualquer empreendimento, e especialmente na Igreja, precisa-mos reconhecer que mais do que qualquer outro fator, a falta de uni-dade é que gera resultados medío-cres e frustração.

Para liderar um movimento vencedor é necessário identificar os seis fatores que destroem a unidade:

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1. Falta de uma visão que inspire e conduza sua equipe ao cumprimen-to de uma missão e meta comum;

2. Comunicação defi ciente;3. Divergências não resolvidas

entre os membros da equipe ou co-munidade;

4. Falta de valorização e respeito mutuo;

5. Falta de credibilidade e confi -ança no líder;

6. Falta de espírito de equipe.

o “milagre dos Andes”, como foi conhecido o heróico feito daqueles jovens uruguaios, ensina várias lições importantes. Eles ti nham lí-deres e como equipe tomaram de-cisões. Graças à unidade houve ação coordenada e produti va.

Embora a decisão tomada não tenha sido a melhor e o caminho escolhido o mais longo e perigoso, roberto Canessa e Gustavo Zerbino saíram em busca de ajuda. A cada minuto durante os onze dias de sua jornada, eles encontraram forças enquanto infl igiam sobre o corpo já debilitado, um descomunal es-forço para cruzar os picos gelados da cordilheira e fi nalmente chegar à

planície e encontrar socorro.A verdade é que a unidade e o

espírito de equipe não nos livra de cometer erros de julgamento. Às vezes, por mais que haja planeja-mento e avaliação dos prós e con-tras, terminamos escolhendo uma rota mais penosa e difí cil.

Contudo, atuar em unidade nos dá a segurança de que, sob a direção de Deus, encontraremos o caminho seguro ainda que tenhamos cometi -do equívocos ou falhas.

Se a unidade não for quebrada, até mesmo quando nos equivo-camos, teremos mais chances de nos levantarmos. Por outro lado, sem unidade, mesmo que nosso plano de ação esteja cem por cento correto, não conseguiremos mobili-zar aqueles a quem lideramos.

Escrevendo para uma igreja que enfrentava sérias divergências, Pau-lo aconselhou:

“Irmãos, peço pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês estejam de acordo no que di-zem e que não haja divisões entre vocês. Sejam completamente uni-dos num só pensamento e numa só intenção.” i Cor. 1:10 – nTlH

Paulo anima os irmãos de Corin-

to a entrar em acordo, eliminar as facções ou parti dos, a unirem-se com-pletamente em um só pensamento e uma só intenção.

Ao aplicar este apelo para nós, não podemos evitar a pergunta:

Como é possível que isso ocorra?

o homem natural não é inclinado à unidade, geralmente seus pensa-mentos são conjugados na primeira pessoa do singular. Muito correto é o conselho de Ellen White:

“Temos muitas lições para apren-der e muití ssimas para desaprender. Tão somente Deus e o céu são in-falíveis. Quem acha que nunca terá que abandonar uma opinião for-mada, e nunca terá ocasião de mu-dar de critério será decepcionado. Enquanto nos apegarmos obsti na-damente às nossas próprias idéias e opiniões, não podemos ter a uni-dade pela qual Cristo orou.” Ellen White, Vida e Ensinos, p. 203.

A unidade é o pré-requisito sem o qual, líderes e a igreja jamais con-seguiriam implementar ações que revelem o caráter de Deus e trans-mitam Sua mensagem ao mundo.

Pr. Almir mArroni Vice-Presidente da Divisão Sul Americana. Graduou-se em Teologia no iAE em 1982 e iniciou suas ati vidades como pastor assistente na Igreja Central de Cu-riti ba. Em seguida, atuou por 1 ano como professor de Ensino Religioso no IAP. Depois disso, serviu por 28 anos consecuti vos como líder do Ministério de Publi-cações, passando por quatro Associações, União e Divisão. Desde novembro de 2011, o pastor Marroni é Vice-Presidente da DSA.

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MOBILIZANDO A IGREJA LOCAL

HELDER ROGER

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Pare e pense: O que tem defi nido os ru-mos da sua vida? Quais valores tem

sido determinantes? A sua vida é fruto do seu planejamento, do plane-jamento de outros, ou você vive sem qualquer plano? Corremos o risco de passar a vida inteira envolvidos em muitas ati vidades, acalentando sonhos, mas, se não ti vermos um plano, perderemos muito da nossa uti lidade e os sonhos nunca se tor-narão realidade.

Com a igreja não é diferente. Muitas igrejas apenas repetem o que sempre fi zeram, sem ter uma noção exata do que está aconte-cendo, se estão ou não crescendo e se estão realmente focadas no propósito de Deus para elas. Há muito material escrito sobre plane-jamento, diferentes modelos, e quem sabe você até já prati ca al-gum deles, mas se você ainda não tem uma visão clara sobre este as-sunto, vou apresentar seis passos que considero fundamentais para um bom planejamento.

Muitas igrejas tem apenas um cronograma com eventos e datas,

no entanto, isso não é um planejamento. Há, porém, o risco de apresentarmos um planejamento muito com-plexo que acabe indo para a gaveta e não seja colocado em práti ca.

Ao analisar o que vou expor a parti r de agora, tenha em mente que você é livre para adaptar a sua realidade. Primeiramente, será im-portante defi nir se o seu planeja-mento vai ser anual, quinquenal ou decenal. Se você não tem práti ca em fazer planejamento, talvez seja melhor começar com um período menor, de um ano. Mas, tenha em mente que o planejamento es-tará aberto a ajustes ao longo da caminhada.

Apresentarei a seguir seis pas-sos fundamentais para um plane-jamento efi caz, que vão desde o preparo prévio até o acompanha-mento durante sua execução.

1º SER PARTICIPATIVO. Um bom planejamento deve

ser parti cipati vo. Mas, quem deve parti cipar do planejamento? Minha sugestão: de 12 a 25 pes-

soas, dependendo do tamanho da igreja. Igrejas muito numerosas devem defi nir um número ideal. Para uma igreja de até 100 ou 150 membros, 12 a 15 pessoas é o su-fi ciente. Sendo 50% mulheres e 50% homens, abrangendo todas as faixas etárias, desde os adolescen-tes até os de mais idade. A quanti -dade escolhida de cada faixa etária deve ser proporcional ao número de membros com aquela idade na totalidade da igreja. Por exemplo, uma igreja com 40% de membros jovens, terá 40% dos membros do grupo de planejamento, jovens. Uma igreja com 10% de adolescen-tes, terá 10% dos membros do gru-po de planejamento, adolescentes.

É muito importante ter uma

representação de diferentes idades e gêneros, assim o plane-jamento será envolvente, tendo uma contribuição dos diferentes ângulos de visão das necessidades

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e dos sonhos dos membros da igre-ja. Esse grupo deve ser escolhido com oração, sem tendências pes-soais, para que Deus seja o verda-deiro dirigente dos planos da igreja. Quando manipulamos as coisas, perdemos as bênçãos de Deus. Os participantes devem ser escolhidos independentemente de terem ou não cargos na igreja.

Será muito proveitoso se o gru-po se retirar em um final de semana ou pelo menos um dia inteiro em um lugar aprazível, previamente escolhido, a fim de trabalhar no planejamento.

2º TER CLARO O PROPÓSITO DA IGREJA.

Para isso, será importante veri-ficar o que a Bíblia e o Espírito de Profecia dizem sobre o propósito de Deus para a sua igreja. Vejamos al-guns textos bíblicos:

“Porque o Filho do Homem veio salvar o que se havia perdido.” Ma-teus 18:11.

“Assim como o Pai me enviou eu também vos envio.” João 20:21.

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” I Pedro 2:9.

“Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações.” Mateus 28:19.

“Quando ele subiu às alturas [...] concedeu dons [...] com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço [...].” Efésios 4:8 e 12.

“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar [...] a cada nação, e tri-bo, e língua e povo [...].” Apocalipse 14:6.

Alguns elementos importantes nestes textos bíblicos:

1. Jesus veio ao mundo com um propósito: Salvar;

2. Jesus nos enviou para dar con-tinuidade ao Seu propósito: Salvar;

3. Jesus elegeu a sua igreja para testemunhar dAquele que lhes deu a salvação;

4. Jesus ordenou que sua igreja fizesse discípulos;

5. Jesus concedeu dons a fim de habilitar sua igreja para o desem-penho do Seu serviço;

6. Jesus revelou o mesmo propósito para a sua igreja no tem-po do fim.

Ellen White tem inúmeras cita-ções acerca do propósito de Deus para sua igreja, vejamos algumas delas:

“A igreja é o instrumento apon-tado por Deus para a salvação dos homens, foi organizada para servir e sua missão é levar o evangelho ao mundo.” A. A., p.9.

“Cristo morreu na cruz para sal-var o mundo de perecer no pecado. Ele pede nossa cooperação nesta obra. Devemos servir-Lhe de mão ajudadora. Com um esforço sincero e infatigável, devemos buscar salvar os perdidos.” T. I., vol. 7 p.9.

“A mesma intensidade de desejo de salvar pecadores, que assinalou a vida do Salvador, assinala a vida de Seu verdadeiro discípulo.” T. I, vol. 7 p. 10.

“Se esse trabalho fosse feito fielmente, e se os pais e as mães trabalhassem com os membros das próprias famílias, e daquelas que estão ao redor, enaltecendo a Cristo através de uma vida piedosa, milhares de pessoas seriam salvas.” T. I. vol. 7, p. 11.

“Se há na igreja grande número de membros, convém que se orga-nizem em pequenos grupos a fim de trabalhar, não somente pelos mem-

bros da própria igreja, mas também pelos incrédulos.” T. I., vol.7, p. 22.

Alguns elementos importantes nestas citações do Espírito de Pro-fecia:

1. Uma igreja como um instru-mento de salvação. Organizada para servir e levar o evangelho ao mundo;

2. Uma igreja com a mesma in-tensidade de desejo de salvar peca-dores, que o Salvador. Esse é um sinal de que somos verdadeiros dis-cípulos;

3. Uma igreja onde pais e mães trabalham com os membros das próprias famílias e os daquelas que estão ao redor, através do seu exem-plo;

4. Uma igreja que se organiza em grupos a fim de trabalhar pelos membros da própria igreja e pelos de fora.

3º ANALIZAR A HISTÓRIA DA IGREJA NOS ÚLTIMOS ANOS E CONHECER A REALIDADE ATUAL.

Será muito importante fazer alguns preparativos antes de ini-ciar o planejamento. Obtenha as seguintes informações: Qual o per-centual de crescimento do número de membros nos últimos cinco anos (crescimento líquido)? Como esses membros vieram, por batismo ou transferência? Qual o percentual de membros envolvidos na missão? Tem havido perdas entre os filhos dos membros da igreja? O rol de membros está atualizado?

A liderança tem visitado os membros da igreja, especialmente os recém-batizados? A liberalidade e a fidelidade tem sido uma marca da sua igreja? (Ver resultado do diagnóstico financeiro). As ofertas tem sido suficientes para atender bem ao orçamento da igreja?

Antes de iniciar o planejamento, a liderança precisa saber exatamente como está a igreja. O grupo de plane-jamento deve ter essas informações.

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4º DEFINIR AS PRIORIDADES.

Há sempre muita coisa para fazer, mas se você não estabelecer prioridades, é provável que nada de signifi cati vo aconteça. Se você con-seguir defi nir bem suas prioridades, milagres acontecerão. Os mais expe-rientes afi rmam que o ideal é esta-belecer entre 3 a 5 prioridades. Es-sas prioridades devem contemplar:

1. O propósito da visão bíblica e do Espírito de Profecia para a igreja;

2. A maior necessidade da igreja

no momento;3. O maior sonho da igreja;4. O maior desafi o da sua Associa-

ção.É um desafi o estabelecer poucas

prioridades, mas isso é fundamental para obter êxito. O planejamento não será feito por departamento. Depois de estabelecer as prioridades é que os departamentos devem defi nir como vão contribuir para as grandes metas. Ao estabelecer as prioridades, considere também:

1. Os pontos fortes da sua igre-

ja (formação dos membros, força jovem, Escola Adventi sta ao lado, Clube de Desbravadores, membros amorosos, etc.);

2. Os pontos fracos da sua igreja (falta de membros com formação, poucos jovens, estrutura fí sica do templo não atraente, cultos não ani-mados, etc.);

3. As ameaças (infl uência dos novos meios de comunicação, mem-bros muito ocupados trabalhando e estudando, cansados no fi nal de se-mana, etc.);

META: 1_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Resultado Parcial 1 (etapa para alcançar a meta 1):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ação (para alcançar o resultado parcial 1):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ação (para alcançar o resultado parcial 1):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Resultado Parcial 2 (etapa para alcançar a meta 1):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ação (para alcançar o resultado parcial 2):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ação (para alcançar o resultado parcial 2):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

META:2________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Resultado Parcial 1 (etapa para alcançar a meta 2):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ação (para alcançar o resultado parcial 1):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ação (para alcançar o resultado parcial 1):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Resultado Parcial 2 (etapa para alcançar a meta 2):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ação (para alcançar o resultado parcial 2):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Ação (para alcançar o resultado parcial 2):__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

UM MODELO SIMPLES DE FORMULÁRIO:

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4. As oportunidades (neces-sidades da comunidade, temas que preocupam as famílias e autori-dades, etc.).

Para cada prioridade é preciso defi nir resultados parciais. Para cada resultado parcial é preciso defi nir as ações que produzirão estes resulta-dos. É necessário estabelecer a data e o responsável para cada ação. 5º PREPARAR O ORÇAMENTO.

O orçamento é um dos melhores indicadores do que é mais impor-tante. Aplicamos nossos recursos naquilo que nos interessa.

6º DEFINIR DATAS PARA AVALIAR O ANDAMENTO DA EXECUÇÃO.

Essas datas podem ser mensal, bimensal ou trimestral. O ideal é não demorar muito. Nas reuniões de avaliação, podem ser feitos ajus-

tes para aprimorar o processo.Lembre-se dos passos: 1) Ser par-

ti cipati vo; 2) Ter claro o propósito de Deus para a igreja; 3) Conhecer a re-alidade da igreja nos últi mos anos; 4) Defi nir as prioridades; 5) Preparar o orçamento, 6) Defi nir datas para avaliar o andamento da execução.

Que estas orientações possam ser úteis para ajudar sua igreja a ter um crescimento saudável.

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PR. HELDER ROGER Presidente da União Centro-Oeste Brasileira e doutorando em Teologia Pastoral no UNASP – EC. Iniciou o ministério pastoral em 1978 como pastor distrital na cidade de Prazeres – PE. De 1981 a 1983, foi distrital em Maceió. Em 1984, foi nomeado departamental do Ministério Pessoal, Jovens e ADRA na Missão Nordeste, onde fi cou até 1986. Desde então, o pastor Helder tem servido na área administrati va da igreja atuando como presidente na Missão Nordeste, Associação Bahia, União Nordeste Brasileira e União Centro-Oeste Brasileira. É casado com Débora Meira Cavalcanti Silva, tem 3 fi lhos e dois netos.

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A GRANDE ESPERANÇA

OLIVEIROS FERREIRA

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Creio que vivemos hoje em um mo-mento desafiador da história. Nossa

época já está marcada pelo rela-tivismo moral e comportamen-tal tão bem arraigados na filoso-fia de que os fins justificam os meios.

As estruturas culturais que formatam a mentalidade de nosso tempo parecem parte de uma aliança disposta a desar-raigar do coração do homem os referenciais eternos. Não mais aceitam um Deus que criou to-das as coisas e cuida de seus fi-lhos com abnegado amor.

Sentimentos como sadismo, sarcasmo, erotismo e violência são alguns ingredientes indis-pensáveis nos filmes, shows humorísticos e outras formas de entretenimento. Bilhões de dólares de faturamento confir-mam que esses elementos são o tempero principal para en-riquecer atores e empresários do ramo do lazer.

Os gurus do marketing e da mídia global são reverenciados como deuses de genialidade cobiçada e poder invejado. Re-ligiões carismáticas e sincretis-tas desta era pós moderna tam-bém aproveitam a demanda de desesperados e reclamam seu quinhão. Vendem, literalmente, por alto preço, migalhas de es-perança. O deus apresentado por esses “apóstolos” é um ser utilitário, que pode ser manipu-lado para atender às mais egoís-tas “necessidades dos fiéis”.

Sem ter suas verdadeiras ne-cessidades satisfeitas por esses mercadores de utopia, as pes-soas de hoje anelam desespera-damente por algo de real rele-vância.

O vidente de Patmos pare-cia contemplar o mundo real do século 21 ao escrever o livro do Apocalipse. Descrevendo os acontecimentos finais da história humana neste mundo, ele vê a ação de uma mídia

global do mal buscando alcan-çar toda a população do pla-neta.

Diz João: “E vi sair da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, três espíritos imundos semelhantes a rãs. Eles são espíritos de demônios, operadores de sinais e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a batalha do grande dia do Deus Todo Poderoso”. Apocalipse 16: 13 e 14.

Esta é a tríplice mensagem demoníaca. Seu escopo é alcan-çar todas as pessoas do planeta. Para isto usam todos os meios de comunicação existentes. Eu a chamo aqui de “mídia dragônica”. Em Apocalipse 12:7-9, o dragão é identificado como a antiga serpente que enganou Eva no Jardim do Éden. Ele tam-bém é chamado de Diabo e Sa-tanás.

Em Apocalipse 13, o dragão faz surgir uma besta do mar e

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outra da terra. Estes três elementos formam a trin-dade do mal. A besta da terra é mais tarde identi fi cada como falso profeta, o terceiro elemento da mí-dia dragônica.

Mas Jesus também mostra a João outra tríplice aliança (Apo-calipse 14:6-12). São três anjos voando pelo meio do céu. Nós a conhecemos como a tríplice mensagem angélica. Sua men-sagem vem de Deus e também

deve alcançar todas as pessoas do planeta (verso 6). Eu a chamo de mídia celesti al.

Levar o Evangelho Eterno a todas as famílias do planeta é a condição fi nal para o retorno de Jesus a Terra (Mateus 24:14). Como cumprir esta tarefa tão gi-gantesca? Como alcançar cada casa, cada família, cada pessoa do planeta com a mensagem de Deus? Como concorrer com a mídia dragônica que parece controlar todos os meios de comunicação?

Deus quer alcançar cada ser humano com as boas no-vas da salvação. Jesus já veio ao mundo, já derrotou o dragão e seus aliados e disponibiliza todo o seu poder para nós hoje (João 20:23 e 2, Atos 1:8).

No Brasil, somos quase 200 milhões de pessoas. Na APaC, so-mos mais de 5 milhões de habi-tantes, nas 81 cidades de nosso campo. São quase um milhão e setecentas mil famílias que ne-cessitam conhecer o Evangelho Eterno.

Nosso plano é simples: vamos nos unir aos nossos irmãos de

todo o Brasil para entregarmos o livro “A Grande Esperança” em cada residência do nosso ter-ritório. Deus deu a Ellen White uma visão completa do grande confl ito entre Deus e Satanás. Neste livro Ele mostra os deta-lhes desta batalha e a derrota fi -nal do Inimigo.

Eu quero desafi ar você a não apenas saber que este grande movimento está acontecendo mas a parti cipar do pelotão de elite do Senhor dos Exércitos. Parti cipe deste desafi o histórico! Entregue de graça “A Grande Es-perança”.

Entretanto, como líder da igreja, a sua missão não é apenas fazer, mas “mobilizar ajudadores dentre o povo comum”. Esta deve ser a sua prioridade. Mostre a cada pessoa que Deus colocou sob sua responsabilidade que ela não irá parti cipar de uma cam-panha mas do cumprimento de uma profecia.

Foi exatamente para este tem-po que você foi chamado e este é um alto privilégio. O seu esforço não será vão!

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PR. OLIVEIROS P. FERREIRA Estudou Teologia no UNASP-SP, onde se formou em 1982. Concluiu o Curso de Mes-trado em 1992 no UNASP-EC. Trabalhou como pastor distrital em São Paulo, nos distritos de Casa Verde, Vila Nova Cachoeirinha e São José dos Campos. Foi depar-tamental de Mordomia Cristã e Lar e Família na APL, de 1989 a 1992. Em janeiro de 1993 foi para o Newbold College, Inglaterra, e em julho de 1993, seguiu para a Albâ-nia, onde ajudou a estabelecer a IASD, trabalhando como missionário até fevereiro de 1997. Retornou ao Brasil neste mesmo ano e trabalhou um ano como Secretário Ministerial na APL.Em outubro de 1998, foi chamado para o departamento de Mordomia Cristã na UCB. Este cargo ocupou até outubro de 2001, quando foi eleito, pela Assembleia Denomi-nacional Ordinária, presidente da Associação Paulista Central. É casado com a Profª Elange Ester Ferreira, com quem tem três fi lhos: Jonatas Lincoln Ferreira, pastor; Oliveiros Ferreira Júnior, pastor e Ellen Joyce Ferreira, enfermeira.

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PRINCÍPIOS PARA MOBILIZAÇÃO

Silvano BarBoSa

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As pessoas devem ser vistas como o primeiro e último objetivo em todo o processo de mobi-lização. Como o primeiro objetivo, pois você pode se nortear pelos princípios certos, pode ter

os conceitos certos, usar os métodos certos, ter a ideia certa, organizar a estrutura certa, mas, sem pessoas, você não tem nada. Não irá alcançar nada. A execução de tudo depende de pessoas que estejam disponíveis e compro-

metidas. Como o último objetivo, pois, ao final, o nosso ideal é mobilizar pessoas para levar outras ao conheci-mento da fé e da salvação. Portanto, todo líder deve entender que para mobilizar pessoas é preciso colocar o foco nas pessoas, lidando com elas de maneira a conquistar a sua simpatia, com-promisso e paixão.

o foco de deuS eStá na peSSoa

Deus e Satanás estão batalhan-do pelo coração, mente e lealdade de cada pessoa que habita neste planeta. nessa batalha não há tré-gua. não há terreno neutro. cada um, individualmente, é chamado a tomar posição ao lado da verdade ou do erro. na verdade, tudo o que fazemos, cada decisão que toma-mos, já nos posiciona de um lado ou do outro.

Satanás está trabalhando ativa-mente para recrutar seres humanos para serem seus agentes. ele é o mes-

tre do engano e não impõe limites às suas ações. tendo milhares de anos de experiência em como levar pessoas à destruição, ele estuda o comporta-mento humano e conhece as nossas fraquezas. Ele usa todos os artifícios possíveis para nos atrair e capturar. e aqueles de nós que estivermos despre-

venidos ou despreparados podere-mos ser encontrados servindo sob a bandeira do príncipe das trevas.

ao mesmo tempo, deus tem um interesse único em cada pessoa. ele enviou Jesus para morrer em favor de todos e hoje vai à busca de cada um. o foco de deus está na pes-soa. Ele valoriza todo ser particular-mente. ninguém está fora do alcance dos Seus olhos. o Seu alvo é alcançar cada pessoa. ele nos convida indi-vidualmente a tomarmos posição ao Seu lado, como soldados de cristo nessa batalha, e a fazermos resistên-cia a Satanás.

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do mesmo modo, ele espera que mandemos uma mensagem clara para o inimigo, mostrando que nem todo mundo foi enganado por ele e está seguindo a ele. através daqueles que aceitaram serem mobilizados como soldados no exército de cristo, deus mostra para os mundos que não cederam ao pecado, para o inimigo e para aqueles alistados no exército das trevas, que é possível tomar posição ao Seu lado e seguir a Sua instrução.

agora, se o foco de deus está na pessoa, por que você deveria colocar o seu foco em outro lugar?

o foco de JeSuS eStá na peSSoa

Jesus deixou o céu, a Sua glória, a adoração dos anjos, o Seu alto co-mando para “se misturar com as pes-soas”.1 as pessoas estavam no centro dos Seus interesses. era o Seu prazer estar elas. ele sempre era visto ao lado delas em conversas particulares ou cercado pela multidão.

Jesus nos ensina que, embora os resultados de uma mobilização bem sucedida sejam vistos numa multi-dão marchando organizada, unida e com força em direção a um obje-tivo, os fundamentos da mobilização estão na habilidade e na capacidade do líder notar e alcançar cada pessoa individualmente.

após a ressureição, em um mo-mento crucial na Sua estratégia de mobilização, cujo objetivo era a pregação do evangelho a todo o mundo, Jesus lidou individualmente com tomé. a decisão de tomé foi se manter indiferente às boas novas da

ressurreição de Jesus. Suas acaricia-das expectativas de um reino tem-poral haviam sido frustradas. o seu orgulho estava ferido. Jesus havia se revelado aos outros, mas não a ele. a sua inveja o levou a manter uma pos-tura distinta dos seus irmãos: “A me-nos que eu veja nas suas mãos o sinal dos pregos e ponha a minha mão no seu lado, certamente não acredita-rei” (João 20:25).

Jesus não esmagou o relutante tomé, mas revelou-Se a ele.2 Às vezes, a excitação e o entusiasmo da multidão, a experiência de outros e a grandiosidade do projeto, simples-mente não são suficientes para mo-bilizar alguns. pode ser necessário lidar individualmente com esses.

da mesma forma, após a ressur-reição, as evidências indicavam que pedro estava precisando ser mobi-lizado novamente. ele havia deson-rado a cristo e caído em descrédito diante dos irmãos. acreditava que havia perdido o direito e a posição de apóstolo. no entanto, Jesus queria mobilizar alguém mais para dentro do Seu exército de trabalhadores. assim, como havia feito com tomé, Jesus chamou a Pedro por nome: “Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros?” três vezes pedro havia negado a Jesus e três vezes Jesus devolveu as credenciais do apostolado a ele: “Apascenta os meus cordeiros” (João 21:15-17).

Mobilizar pessoas requer mais do que conhecimento superficial daqueles que foram confiados a você.

É preciso conhecê-los por nome,

tratar as suas profundas feridas e restaurá-los, antes que eles possam receber e aceitar o seu chamado.

Há momentos em que ficamos frus-trados porque alguns permanecem re-sistentes. este era o caso de Saulo. “dura coisa é recalcitrares os agui-lhões” (Atos 26:14). Jesus nos mostra como mobilizar esse tipo de pessoa. É preciso ser paciente. Jesus deu tempo a ele. o espírito Santo con-tinuou trabalhando com ele. Jesus sabia que Saulo era um vaso esco-lhido e por isso continuou lidando com ele até o momento em que ele pôde dizer: “Senhor, que queres que eu faça?” (Atos 9:6). Enquanto isso, o trabalho não estava parado. tomé, pedro e os outros já estavam direta-mente envolvidos na missão. Havia um espaço e um tempo determinado para cada um em Seu trabalho.

como mobilizadores do povo de deus, precisamos trabalhar como Jesus. O nosso objetivo é a multidão, mas o nosso foco está na pessoa.

o Seu foco deve eStar na peS-Soa

Como mobilizar eficazmente a maioria dos seus membros para que preguem a mensagem dos três anjos de Apocalipse 14:6-12? Será preciso você se envolver mais do que su-perficialmente com eles. Coloque o seu foco em cada um deles indi-vidualmente. fale diretamente ao seu coração com entusiasmo, paixão e convicção. apresente o papel que cabe a cada um deles na condição de remanescente. deixe claro que esse papel é primordial na estratégia de deus, uma vez que nos aproximamos

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1 WHITE, Ellen. A Ciência do Bom Viver. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003, p. 143.2 WHITE, Ellen. O Desejado de Todas as Nações. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003, p. 807.3 RAINER, Thom S. e GEIGER, Eric. Simple Church: returning to God´s process for making disciples. Nashville, Tennessee: B&H Publishing Group, 2006. Veja também WARREN, Rick. Uma igreja com propósitos. São Paulo: Editora Vida, 1998, pp. 159-166. MYLANDER, Charles. Secrets for Growing Churches. San Francisco, CA: Harper & Row, Publishers, 1977, p. 69.4 MATOS, Jonas Edson Arrais. A Lay-Leadership Training Program for The Seventh-Day Adventi st Church in Brazil. Berrien Springs, Michigan: Ed. D. Tese, Andrews University, 1997. Veja também MYLANDER, Charles. Secrets for Growing Churches. San Francisco, CA: Harper & Row, Publishers, 1977, p.69.5 BOSCH, David J. Transforming Mission: paradigm shift s in theology of mission. Maryknow, NY: Orbis Books, 1991.

pr. Silvano BarBoSaeditor da revista foco na pessoa, é departamental de Ministério pessoal e diretor do Insti tuto Para a Mobilização de Pessoas da Associação Paulista Central. Graduou-se em Teologia no IAENE em 1998 e concluiu o mestrado em Teologia Pastoral no UNASP-EC em 2010. iniciou o ministério na associação Mineira Sul onde permaneceu por quase 10 anos e atuou como diretor da rádio novo tempo, pastor distrital, departamental de Publicações e Secretário MInisterial. Em 2007, aceitou o convite para trabalhar na Asso-ciação paulista leste como pastor distrital. dois anos depois foi nomeado departamental de Ministério Pessoal e Escola Sabati na da Associação Norte Paranaense, onde perma-neceu até dezembro de 2010. desde janeiro de 2011, o pastor Silvano tem servido a APaC. É casado com a enfermeira Léia Sampaio, com quem tem dois fi lhos, Davi e Liz.

do desfecho do grande confl ito.

Enfati ze que estamos no meio de uma guerra cósmica, na qual não há trégua e nada menos do que uma batalha irá nos habilitar a vencer Sa-tanás. destaque que cada decisão que tomamos nos posiciona em um desses lados opostos. confronte-os. Desafi e-os a empregarem cada re-curso que possam ter para a glória de deus, por que tudo o que não for usado para esse propósito será usado para fortalecer as fi leiras de Satanás.

É verdade que, na estrada da san-ti fi cação, cada um de nós está em um ponto do caminho. as pessoas

prosseguem na vida cristã tendo diferentes níveis de maturidade es-piritual e compromisso com cristo. e é esse nível que defi ne se elas vão aceitar ou não serem mobilizadas. portanto, é indispensável que você alimente-as constantemente através dos programas de discipulado con-tí nuo que a igreja oferece: Escola Sa-bati na, Pequenos Grupos e Ciclo do discipulado.

concluSÃo

Onde deveria estar nossa ênfase: no processo que a igreja oferece para o crescimento no discipulado3 ou nos métodos4, projetos e minis-térios que oferecem oportunidade

para inserir o povo de deus em Sua missão?

as escrituras apresentam o me-lhor modelo para o cumprimento da missão5. faça como Jesus. todas es-sas ferramentas são necessárias, ex-tremamente importantes e têm os seus lugares. entretanto, coloque o seu foco nas pessoas. agindo assim, elas irão manejar essas ferramentas para a glória de Deus, para a edifi ca-ção da Sua igreja, para a mobilização do Seu povo para o trabalho e para a salvação de milhões de pessoas para o reino dos céus!

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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GRANDES MOBILIZADORES

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Em 1976, os delegados do Concílio Anual da Associação Geral “colocaram de lado durante a maior parte das reuniões os assuntos administrati vos de roti na e

concentraram-se na busca por métodos para con-cluir a tarefa que eles viam como sendo comission-ada aos Adventi stas”.1 A conclusão foi que fariam tudo que pudessem para despertar a membresia Adventi sta para a urgência do Evangelismo.

Como resposta a esta visão, vários projetos essencialmente evan-gelísti cos foram surgi-

ram nos anos seguintes. O principal deles foi apresentado aos 320 delega-dos do Concílio Anual da Associação Geral de 1981, pelo seu presidente, pastor Neal Wilson, através do docu-mento inti tulado “Prioriti zing Evange-lism One Thousand Days of Reaping” (Priorizando Evangelismo Mil Dias de Colheita).

Se o projeto fosse um fi lme con-correndo a um Oscar, o prêmio de melhor ator coadjuvante seria en-tregue a outra pessoa. O pastor Neal Wilson certamente levaria os prêmios de melhor diretor, melhor produtor, melhor roteiro original, melhor ator e melhor fi lme!

Filho de missionários que ser-viram a igreja na África, Indonésia, América do Norte, Sudeste da Ásia e Sul do Pacífi co, o pastor Neal Wilson passou a infância e adolescência via-jando pelo mundo. Nascido em 1920 em Lodi, Califórnia e ordenado em 1944, já havia atuado como contador, pastor, diretor de departamento e presidente.

Em 1979, foi nomeado presidente da Associação Geral. Foi nessa época que ele começou a conceber esse projeto. O período de gestação durou cerca de dois anos. Naquele momen-to, o bebê já estava pronto para nas-cer e ele o apresentou com inabalável paixão, convicção e entusiasmo.

O documento apresentava o forte e sincero desejo que a liderança da igreja ti nha de ver o reavivamento

espiritual e a rápida conclusão do trabalho de Deus na Terra. A ênfase do documento era a grande neces-sidade que a igreja ti nha de priorizar o evangelismo em tudo o que fi zesse. O objeti vo era mobilizar a Igreja mun-dial a perseguir uma campanha de conquista de almas sem precedentes, que visava ganhar 1000 pessoas por dia durante mil dias.

O concílio aceitou o plano apre-sentado no documento e, como con-sequência, a declaração de que “mi-lhares se converterão em um dia”2 foi aceita como um desafi o “e os mil dias precedentes a Assembleia da Confe-rência Geral de junho de 1985 foram dedicadas a ganhar 1 milhão de no-vos membros”.3

Na sexta-feira, dia 10 de setem-bro de 1982, às 19h na Rizal Arena,

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na cidade de Manila, nas Filipinas, o presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pastor Neal Wilson, começou uma cruzada evangelísti-ca de dezesseis noites, lançando a campanha mundial “1.000 Dias De Colheita”.

Em 1984, a média diária de batis-mos da igreja mundial era de 1.034. Ao final do período, a média foi de 1.171. Na América do Sul, o número de membros saltou de 534,661 para 697,486, tornando esta a segunda maior Divisão da Igreja.

No dia 15 de junho de 1985, a 54ª Assembleia da Con-

ferência Geral, re a l i za d a

em New

Orleans, foi marcada pelas come-morações das vitórias alcançadas e o lançamento do projeto “Colheita 90”. O Pr. Neal Wilson, reeleito presidente da Associação Geral, desafiou cada território da Igreja mundial a dobrar os resultados obtidos através dos “1000 Dias de Colheita”. Na Assembleia da Confe-rência Geral de 1990, o pastor Neal Wilson aposentou-se e foi reconhe-cido como um dos maiores mobili-zadores da história do Adventismo.

Durante 24 anos de liderança na Divisão Norte Americana e de-pois como presidente da Igreja mundial, Neal Wilson conduziu a igreja a um dinâmico crescimento. O número de membros ao redor do mundo dobrou, de 3 milhões para 6 milhões, durante os anos de seu mandato como presidente da As-sociação Geral (1979 a 1990).

Filho de pastor (Nathaniel Wil-son) e pai de outro (Ted Wilson), “os três Wilsons serviram como oficiais da Associação Geral e cada um serviu como presidente de uma divisão da igreja mundial – uma cir-cunstância única na história do Ad-ventismo.”4

Depois de haver gestado os seus projetos plenamente, o pastor Neal Wilson sempre os apresentava com inabalável paixão, convicção e en-tusiasmo. Para isso, visitou aproxi-madamente 170 países, encon-trando-se com líderes da Igreja e

membros voluntários, sendo reconhecido pela ex-

traordinária habilidade de cumprimentá-los sempre pelo nome. Ao longo do seu ministé-rio, o pastor Wilson foi presidente de “12 or-ganizações denomina-cionais, 4 associações, 4 uniões e 4 divisões,”5 aposentando-se como presidente da Associa-ção Geral.

Carlos Aeschlimann, Secretário Associado da Conferência Geral e Coordenador do proje-to “Colheita 90”, apre-

senta algumas razões pelas quais os seus projetos de mobilização da igreja eram tão bem sucedidos:6

1. Eles sempre receberam total apoio de uma Assembleia da Con-ferência Geral e líderes administra-tivos da Associação Geral, Divisões, Uniões e Associações sempre de-ram entusiasticamente total supor-te aos programas;

2. Enquanto a Associação Geral oferecia sugestões e planos, cada campo traçava as próprias estraté-gias e alvos;

3. A contínua troca de informa-ções, notícias, métodos, estatísti-cas, mantinha a Igreja mundial atualizada acerca do progresso dos programas;

4. Os alvos eram específicos e claros;

5. Trabalhando juntos num evangelismo agressivo, pastores e membros eram produtivos na con-quista de almas;

6. Deus manifestava o seu po-der e o Espírito Santo trabalhava através da igreja.

Até hoje, os projetos “1000 Dias de Colheita” e “Colheita 90” são vis-tos como os mais frutíferos esforços evangelísticos da nossa história.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 MALCOLM BULL, KEITH LOCKHART, Seeking a Sanctuary: Seventh-Day Ad-ventism and the American Dream, p. 144.2 ELLEN WHITE, Adventist Review, No-vember 10, 1885.3 W.B. QUIGLEY, “One Thousand Days of Reaping: Midpoint”, Ministry, April, 19844 http://adventistmessenger.ca/news/former-gc-president-passes-away5 http://record.net.au/items/former-general-conference-president-dies6 CARLOS AESCHLIMANN, “Harvest 90, Everyone´s Victory”, Ministry, Dec 1990.

Por Silvano Barbosa, Editor da revista Foco na Pessoa.

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DONS ESPIRITUAIS

EDINALDO JUARÊS

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Seria a pregação do evangelho, respon-sabilidade exclusiva de quem tem certos dons

relacionados com a obra de evangeli-zação? O pastor, o evangelista, o pro-fessor, o pregador, o obreiro bíblico de-veriam dividir entre eles toda a tarefa descrita na grande comissão (Mt 28:18-20; Mc 16:15, 16; Jo 20:21; Lc 24:44-49) de ir, fazer discípulos e pregar o evangelho?

Todos devem saber que uma clara ordem de Deus para cada cris-tão é: “Não te faças negligente para com o dom que há em ti , o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do pres-bitério.” (1Tm 4:14). Isto signifi ca que “Deus deseja que cada membro da igreja trabalhe como se fosse Sua mão ajudadora, buscando, medi-ante ministério de amor, ganhar al-mas para Cristo.”1

Quando todo o arcabouço dos dons espirituais manifestos em uma

igreja é analisado percebe-se uma convergência natural em direção aos ministérios relacionados com a obra de evangelismo, a pregação e a conclusão da grande comissão dada por Cristo (Mt 28:19, 20). Isso se dá porque do ponto de vista de Deus e no contexto do plano da redenção alcançar o mundo com a mensagem do evangelho e prepará-lo para o encontro com o Cristo vin-douro é prioridade máxima em Seus propósitos com este planeta.

Sendo assim, os dons espirituais bem como todas as estruturas, es-tratégias e instrumentos de mobi-lização da igreja devem apoiar este objeti vo fi nal, se ela se sente res-ponsável pela conclusão da obra.

O chamado para evangelizar é para todos. Na igreja do Novo Testa-mento os discípulos, os evangelistas e apóstolos eram todos compro-meti dos com a missão de pregar a mensagem de salvação que há em Jesus Cristo. Os apóstolos eram também evangelistas e esperavam

a mesma coisa dos seus colabora-dores (1Tm 4:5; At 21:8).

Em lugar algum das Escrituras se afi rma que somente aqueles que têm o cargo de evangelista ou o dom espiritual do evangelismo de-vam esforçar-se para ganhar almas para o Senhor. Todo dom do Espírito conduz a essa abençoada ati vidade, direta ou indiretamente.

Todo aquele que recebe o Espíri-to Santo e nasce de novo é chamado a ser testemunha de Jesus Cristo e deve evangelizar, portanto ninguém precisa de um dom espiritual es-pecífi co para fazer a sua parte na grande comissão. “Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como um missionário. Assim que vem a conhe-cer o Salvador, deseja pôr os outros em contato com Ele.”2 Assim, se evangelização fosse um dom es-piritual, seria o dom universal de evangelismo, ou seja, todos os cris-tãos o teriam.

A realidade é que cada pessoa

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pode fazer sua parte na grande obra de evangelizar o mundo dando as cores de seus dons a essa tarefa. Ninguém é obrigado a evangelizar do mesmo modo que o outro. Nos-sos dons espirituais permiti rão que uti lizemos os métodos mais adequa-dos à capacitação que recebemos do Espírito Santo.

Uns evangelizarão com o dom da amizade fazendo amigos para Cristo, outros com o dom da hospitalidade ou da ajuda con-quistarão vidas para o reino de Deus, já outros com a pregação e o ensino encaminharão pessoas para o co-nhecimento a verdade que liberta. Cada um com o seu dom poderá fa-zer uma parte na grande tarefa evangelísti ca e assim abreviar a volta de Jesus.

As ações da Igreja no senti do de alcançar, sensibilizar e comprometer cada membro na missão para cum-prir sua responsabilidade corpora-ti va da pregação do evangelho vem afunilando em direção ao membro individual. Esta verti calização tem sido notada através dos anos nas ên-fases que a igreja tem dando a:

•Grandes eventos (campais): foco em multi dões;

•Evangelismo público: foco em grandes grupos;

•Pequenos grupos: foco em gru-pos pequenos;

•Classes bíbli-

cas: foco em poucas pessoas;•Duplas missionárias: foco em

dois membros;•Dons espirituais do indivíduo:

foco em cada membro.A beleza de tudo isso está no fato

de que estas estratégias não são confl itantes, elas podem conviver bem e apoiarem-se mutuamente. Em especial, os dons espirituais e os ministérios dos indivíduos podem oferecer suporte para todas as ou-tras estratégias citadas.

Neste senti do, três efi cazes fer-ramentas para mobilização dos membros na direção do cumprimen-to da missão evangelísti ca estão relacionadas com os ministérios or-ganizados pelos dons espirituais, são elas: pequenos grupos, discipulado e equipes ministeriais.

DONS ESPIRITUAIS NO AMBI-ENTE DOS PEQUENOS GRUPOS.

No convívio de um pequeno grupo (PG) os membros se senti rão mais esti mulados a manifestar seus dons espirituais, embora não seja apenas no encontro do PG propria-mente dito que os dons encontrarão expressividade.

Os pequenos grupos consti tuem uma oportunidade ideal para que os membros estudem o tema dos dons e dos ministérios a eles rela-cionados, discutam acerca de sua atuação, encontrem parceiros min-

isteriais, se organizem para uma ação coordenada e até ex-

perimentem o exercício de alguns dons.

Uma estratégia que garanti rá excep-cionais resultados será formar peque-nos grupos a parti r de equipes ministe-riais. Depois da im-

plantação de minis-térios orientados pelos

dons e da formação de equipes de ministérios, os membros destas equipes poderiam ser esti mulados a formarem grupos pequenos a parti r de sua afi nidade ministerial e não relacional apenas. Assim teríamos mais um, e provavelmente o mais adequado, critério para a forma-ção de pequenos grupos na igreja: a afi nidade funcional dos membros com base em seus dons espirituais.

“Que os Pequenos Grupos carac-terizem o esti lo de vida da Igreja e funcionem como a base para a co-munidade relacional, crescimento espiritual e cumprimento integral da missão, de acordo com os dons.”3

DONS ESPIRITUAIS E DISCIPU-LADO.

Deus equipa os santos com os dons espirituais, a igreja os equipa com discipulado.

O conceito evangélico de discipu-lado do novo converso enfati za a sua fase e status de aprendiz dos ensinos da igreja mais do que o seu compro-misso de buscar preparo adequado para cumprir a comissão evangélica de Cristo. O equilíbrio entre esses dois aspectos é o enfoque que gos-taríamos de ver presente na igreja adventi sta do séti mo dia.

Todo programa de discipulado que pretende colocar os membros novos e anti gos numa experiência de produti vidade, do ponto de vista dos interesses do reino de Deus, pre-cisará trabalhar em algum de seus estágios com a descoberta dos dons espirituais e o desenvolvimento de ministérios relacionados com eles.

Discipular sem lidar com os dons do membro seria como ensinar al-guém a pintar sem nunca colocar um pincel em suas mãos. Como fer-ramentas para o desenvolvimento de ministérios, os dons espirituais do discipulando facilitarão o tra-

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balho do discipulador. Este poderá acertar no alvo sabendo onde e a que experiências expor o discípulo para favorecer ao seu aprendizado e crescimento.

Falando acerca do sucesso da igreja primiti va, Russell Burrill de-clara que “os novos crentes entra-vam para a igreja, descobriam seus dons e imediatamente eram coloca-dos no ministério. Por isso a igreja cresceu tão rapidamente.”4 Todo novo membro deve ser esti mulado, apoiado e orientado a descobrir seus dons e se inserir numa equipe de ministério que possa explorar suas capacitações.

Burrill vê o bati smo não apenas como cerimônia de purifi cação do pecado, mas também de ordenação para o ministério. Ele afi rma que nas igrejas onde é dada a devida ênfase ao aspecto de entronização ao ministério pelo bati smo “os no-vos conversos entram na igreja com o desejo de descobrir o seu lugar no ministério na congregação lo-cal. Em consequência, sentem-se entusiasmados com a possibilidade de se unirem a uma classe de dons espirituais. Entram na igreja com a expectati va de deverem envolver-se no ministério.”5

Discipular é o trabalho de tornar um membro engajado, produti vo e capaz de gerar outros membros também engajados e produti vos. Esse ciclo não acontecerá sati sfato-riamente a menos que contemple os dons espirituais que foram dis-ponibilizados pelo Espírito Santo aos membros.

Jesus fez Seu trabalho de discipu-lado e deixou para nós um exemplo de atenção focada nas necessidades e característi cas das pessoas. Por isso, Ele se dedicou a poucos indi-víduos, para dar-lhes o melhor de Si mesmo e formar os Seus melhores

representantes.“A obra de Cristo compôs-se em

grande parte de conversas indivi-duais. Ele ti nha em grande apreço o auditório consti tuído de uma única alma. Daquela alma, saía para mi-lhares o conhecimento recebido”.6

EQUIPES DE MINISTÉRIOS ES-TEIO DA MISSÃO DA IGREJA.

Equipe ministerial é um grupo de membros unidos pela afi nidade dos dons espirituais, moti vados pe-los mesmos objeti vos e focados na obtenção dos mesmos resultados. Multi plicar equipes de ministério fa-cilitará a atuação dos membros e a produti vidade da igreja.

Mesmo atuando sobre a estru-tura de departamentos precisamos fazer uso do conceito de equipes de ministérios. Nelas o comprome-ti mento é mais evidente, os relacio-namentos são mais estreitos e “uma equipe multi plica a probabilidade de realizar nossos sonhos com efi cá-cia e alegria. Em equipe somos am-parados, fortalecidos, encorajados e mais produti vos.”7

Com o correto conceito de equi-pes de ministérios trabalharemos com a afi nidade relacional para for-talecer a ideia da afi nidade ministe-rial. Neste paradigma a soberania do Espírito defi ne com quem cada um deve formar uma equipe e trabalhar para Deus.

O programa de implantação de MOD revelará, entre outras coisas, que existem alguns membros na mesma igreja que possuem dons idênti cos ou afi ns. Estes membros formarão equipes de ministérios que, uma vez organizadas, poderão fazer um bonito trabalho usando conjuntamente seus dons. O mais interessante nisso é que podemos ter a certeza de que foi o Espírito Santo que, ao distribuir os dons em

sua igreja, formou estas equipes. Elas não surgiram por imposição, por capricho ou por decreto. Estarão lá porque Deus as colocará com um propósito.

Trabalhar pela identi fi cação des-sas equipes, dar apoio à sua forma-ção e capacitar os membros envolvi-dos para o desempenho de seus ministérios será a prioridade do líder de igreja que quer vivenciar um ambiente enriquecido com “múlti -plas equipes de ministério e estrutu-ras que facilitam a parti cipação dos membros.”8

Essa poderia ser uma das prio-

ridades da liderança da igreja: for-mar equipes ministeriais compostas por membros que encontraram seu dom e lugar no corpo de Cristo. Isso nos ajudaria a selecionar “natural-mente” aquilo que deveria ocupar a agenda da igreja local em termos de programas, eventos e mobilização para fortalecer as estruturas que te-mos.

O autor de “Uma Igreja com Propósitos” adverti u: “Se você quer que sua igreja venha a impressionar o mundo, precisa dar importância ao que é realmente essencial. [...] A maioria das igrejas tenta fazer coi-sas demais. Isto é uma das barreiras que são ignoradas ao se construir uma igreja sadia. Nós simplesmente cansamos o povo.”

A principal meta de uma estru-tura montada sobre equipes minis-teriais é o cumprimento da grande comissão, o fortalecimento dos ministérios da igreja e o engajamen-to das pessoas envolvidas evitando assim que elas se enfraqueçam es-piritualmente e se afastem do con-vívio e do trabalho da igreja.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A igreja militante, comprometi da com o projeto de Deus de evangeli-

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1 Ellen G. White, Evangelismo (Tatuí SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), 111. ____________, A Ciência do Bom Viver (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997), 102.2 Citado pelo Pr. Silvano B. Santos em palestra sobre discipulado e PG, Foz do Iguaçu, 05/05/09.3 Russell Burrill, Revolução na Igreja (Almargem do Bispo, Portugal: Publicadora Atlânti co S.A., 1999), 83. 4 Idem, 91.5 Ellen G. White, Testemunhos Seletos (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008), v. 2, p. 402.6 David Kornfi eld, Desenvolvendo Dons Espirituais e Equipes de Ministérios (São Paulo, SP: Ed. Sepal, 1998), 191.7 David Kornfi eld, 11.8 Rick Warren, Uma Igreja com Propósitos (São Paulo, SP: Editora Vida, 1998), 110.

PR. EDINALDO JUAREZ SILVAMestre em Teologia Aplicada, Doutor em Missiologia, Departamental de Mordomia Cristã - ANP. É natural de Salvador – BA, adventi sta desde 1982, graduou-se em Teologia em 1994 pela Faculdade Adventi sta do Nordeste. Em 2005, concluiu o Mestrado em Teologia pela mesma insti tuição e em 2011, concluiu o Doutorado. em Missiologia pela Faculdade Teológica Sul Americana de Londrina - PR. Sua experiência ministerial inclui: professor de educação religiosa, capelão, distrital e Departamental de Mordomia Cristã, função atual que exerce na Associação Norte Paranaense da IASD. É au-tor do livro Impacto dos Dons, publicado pela Casa Publicadora Brasileira. Casado com Wélida Dancini Silva, tem dois fi lhos: Wéslley e Sophie, de quatro e dois anos respecti vamente.

zar o mundo, precisa da liderança de pastores e membros com a correta visão dos planos de Deus para ela e precisa ser orientada pelos dons. Sua relação com os ministérios orien-tados pelos dons será senti da num efi ciente programa de formação de equipes ministeriais, discipulado e pequenos grupos. Você pode ser este líder chamado para um momento e uma tarefa tão especiais para a igreja.

O cumprimento da grande comissão implementado no coração da expressiva maioria da igreja não é apenas o sonho de líderes visio-nários, é o plano de Deus para nos-sos dias, cuja solução está em nos-sas mãos, revelada nas páginas das Escrituras.

Membros conhecedores de seus dons espirituais e atuando em har-

monia com eles, pastores cumprindo suas funções sem fugirem do foco, equipes ministeriais operando em harmonia, pequenos grupos dinâmi-cos e um consistente programa de discipulado. Este é o sonho e esta pode ser a nossa realidade. Depende muito de você.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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PEQUENOS GRUPOS

EvEron Donato

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IntroDução:

Um cliente de uma pequena loja descobriu que Eddie, o balconista vagaroso, não es-tava presente. “‘onde está o Eddie? Ele está doente?’

“‘não’, foi a resposta. ‘Ele não trabalha mais aqui.’“‘você já tem alguém em mente para a vaga dele?’ Perguntou o cliente.“‘não! Eddie não deixou nenhuma vaga!’”(BECKHaM, 2007, p. 55)na maioria das igrejas existem pessoas como Eddie,

mas por que elas desaparecem e não deixam vagas?Essa é uma particularidade marcante na igreja institu-cional moderna. À semelhança de Eddie, uma grande fatia de membros (em torno de 80% ou mais) contribui muito pouco ou nada para a vida da igreja. uma das razões é que as igrejas não possuem um sistema que percebam os membros e os integrem aos os ministé-rios da igreja.os Pequenos Grupos permitem que a igreja tenha uma abordagem melhor a fim de obterem um ministério integrado. Podemos sugerir que os Pquenos Grupos integram a obra e o ministério da igreja quando con-siderados em pelo menos quatro áreas:

1. IntEGração PsIColóGICa;2. IntEGração soCIal;3. IntEGração EsPIrItual;4. IntEGração orGanIzaCIonal.

1. Do ponto de vista psicológi-co, as estruturas dos Pequenos Grupos possibilitam “a integração do pensamento comum, propósito compartilhado que permeia todo o grupo” (KornFIElD, 2002, p.50). o

pequeno grupo oferece o contexto para uma visão geral que mantém o grupo unido, fortalecido e poderoso para ser um agente de mudanças. unidas, as pessoas podem con-seguir muito mais do que o fariam

individualmente. “Se tiver mais do que uma visão, o grupo poderá cair na maldição do ditado: ‘visão mais visão resulta em divisão’ ” (Idem).

um exemplo da integração psi-

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cológica pode ser visto no pequeno grupo da casa de Áquila e Priscila. Onde quer que estivessem, Roma, Éfeso ou Corinto (rom. 16:3-5; I Cor. 16:19), abriam a casa deles como um centro de evangelização para não crentes, e de apoio e discipu-lado para os crentes. Este casal fazia parte do ministério de Paulo e dis-cipularam apolo em Éfeso “decla-rando mais pontualmente o Cami-nho de Deus” At 18:26. Não restam dúvidas de que havia na igreja-lar de Áquila e Priscila um pensamento comum de transformar a casa deles num centro evangelístico.

2. Do ponto de vista social, es-sas estruturas possibilitam e estimu-lam “os relacionamentos primários, face a face, que dão à igreja coesão social e poder” (BARCLAY, 1983, p. 31). a igreja tem um “sistema de entrega” na sociedade em que o crente e o descrente podem experi-mentar a cura na comunidade.

a igreja em atos apresentava essa integração sociológica. “tinha o que alguém chamou a grande qualidade de estar juntos. nelson explicava uma de suas grandes vitórias di-zendo: ‘tive a alegria de comandar um grupo de irmãos’. a Igreja só é uma verdadeira Igreja quando é um grupo de irmãos” (Idem).

a expressão que marca a integra-ção social na igreja primitiva é a de atos 2:42 “e perseveravam na [...] comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. observe como era mar-cante este tipo de integração:

“A Igreja primitiva tinha um costume; tratava-se de uma festa chamada Ágape ou Festa de amor. todos os cristãos concorriam a ela, levando o que podiam, e quando se juntava todo o contribuído, sen-

tavam-se e tinham uma comida em comum [...]. A Igreja primitiva era o único lugar em todo mundo antigo em que as barreiras que o dividiam tinham caído. O mundo antigo es-tava dividido rigidamente: havia os homens livres e os escravos, havia os gregos e os bárbaros [...]. a Igreja era o único lugar em que todos os homens podiam reunir-se” (Ibidem, p. 102 e 103).

Quando Cristo iniciou a primeira ceia, realizou-a “na sala do superior no formato simples da família juda-ica, que ocorria após ocasiões espe-ciais da família [...] Jesus deu signifi-cado espiritual a um evento familiar muito comum” (BECKHaM,2007, p. 133). a informalidade e o calor pessoal dessa refeição eram mais apropriados para um contexto de pequeno grupo.

3. Do ponto de vista teológico e bíblico, essas estruturas proveem o contexto para experimentar a co-munhão do Espírito santo, a inte-gração espiritual.

Foi este o caso da comunidade cristã que se reunia no andar supe-rior de uma casa particular, da mãe de João Marcos em Jerusalém. sua integração espiritual era tão grande que a obra do Espírito santo pôde ser percebida de maneira irresistível na libertação de Pedro da prisão. os cristãos nessa casa, que provavel-mente foi a sede da igreja cristã, es-tavam orando para que Deus fizesse frente às dificuldades, retirando Pe-dro da prisão. o relato diz que Deus ouviu a oração daquela comunidade que estava integrada espiritual-mente (atos 12:1-17).

4. a igreja em PGs também unifica a igreja de maneira orga-nizacional. Jesus projetou a igreja

do novo testamento para funcionar como um sistema integrado sim-ples, organizado ao redor da vida em Pequenos Grupos. temos de-senvolvido um sistema administrati-vo compartimentalizado complexo, organizado ao redor de programas independentes.

o resultado é um sistema que exige cada vez mais administração, promoção, instalações e atividades. Exige-se um esforço cada vez maior por parte dos líderes para mantê-lo em movimento.

a complexidade da igreja brota do modelo de igreja. o “malabaris-mo” é uma ilustração perfeita desse fenômeno. Esse tipo de artista, nor-malmente, lança as esferas ao ar, acrescentando cada vez mais es-feras, no entanto, esse é um desas-tre programado, pois à medida que as esferas giram mais lentamente, elas estão em perigo de cair. o ar-tista então aumenta a velocidade para mantê-las girando no ar. o pú-blico se envolve encorajando o ar-tista, apontando para as esferas que estão prestes a cair e expressando consternação quando uma cai.

Como líder de igreja, às vezes você se sente como esse artista? Coloca os “programas giratórios” no ar, mas não demora muito para per-ceber que quanto mais programas coloca para girar, tanto mais precisa trabalhar para mantê-los todos gi-rando. logo você está correndo de lá para cá entre todos os programas compartimentalizados, trabalhan-do arduamente para mantê-los no ar. logo aprende que o problema não está na falta de esforço ou ha-bilidade. o problema é que cada esfera deveria ter sua própria fonte de poder para mantê-la girando. a questão é encontrar uma fonte

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vEJa alGuns EXEMPlos:

todos na igreja precisam ter o seu lugar. Precisamos parar de fabricar “Eddies” que não façam falta, jus-tamente por que nunca se senti ram

integrados e deixaram de ocupar seu espaço. assim, a igreja em PGs será poderosa para integrar seus membros psicologicamente, social-

mente, espiritualmente e organiza-cionalmente. lideremos a igreja com o modelo de Jesus!

BECKHaM, William a. a segunda reforma: a igreja do novo testamento no século XXI. tradução Janzen, Harold. Curiti ba: Ministério Igreja em Células no Brasil, 2007.KORNFIELD, David. Equipes de ministério que mudam o mundo: oito característi cas de uma equipe de alto ren-dimento. são Paulo: sepal, 2002.BARCLAY, William. A primeira carta aos corínti os. Tradução Piou, Dafne Sabanes de; Biagini, Carlos. Buenos Aires: Asociación Ediciones La Aurora, 1983.BurrIll, russell. Como reavivar a igreja do século 21: o poder transformador dos Pequenos Grupos. tradução Franco, Ellen Mary t. B. tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005.

de “poder giratório” para todas as esferas, a fi m de que o trabalho se torne possível e prazeroso.

É preciso que paremos de correr e lideremos a igreja à maneira de

Jesus. É preciso experimentar uma mudança, um novo modelo: “o novo paradigma é uma igreja onde o PG é o princípio organizador sobre o qual tudo na igreja está baseado” (Bur-rIll, 2005, p. 172).

Como seria o funcionamento de uma igreja assim na práti ca, toman-do o PG como ponto de parti da das suas ações?

Pr. Pastor EvEron Donato É líder do Ministério Pessoal da Divisão sul-americana. É mes-tre em teologia Pastoral e Mestre em liderança pela andrews university. sua experiência anterior inclui as funções de pas-tor distrital em Palmares, Pernambuco e diretor de Ministé-rio Pessoal na associação Pernambucana, associação Bahia e união nordeste. antes de aceitar o chamado para a Divisão sul-americana o pastor Everon servia como presidente da Missão sergipe.

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BIBlIoGraFIa

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MObilizaçãO Digital

Michelson Borges

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Como utilizar as tecnologias modernas para mobilizar pessoas e pregar o evangelho.

Há quase dois mil anos, o apóstolo Pau-lo escreveu: “Mas, quando chegou a

plenitude do tempo [kairós, tempo escolhido por Deus], Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher” (Gála-tas 4:4, 5). De acordo com os estu-diosos, a interpretação adequada de “plenitude dos tempos” é: “tempo certo”, “momento ideal”, “ocasião propícia” designada por Deus. Mas por que Paulo considerava aquele o tempo certo para a vinda do Mes-sias? Por, pelo menos, seis motivos: (1) domínio mundial do Império Romano; (2) povos unificados (hoje chamamos isso de “globalização”); (3) predomínio da cultura greco-romana e de uma língua universal, o grego koiné; (4) paz universal (pax romana) que conferia relativa esta-bilidade ao Império; (5) importância das cidades (aglomerados e rotas populacionais), que favoreciam o contato com pessoas e ideias; e (6) intercâmbio entre os vários povos (estradas boas e seguras).

Júlio Fontana, em seu artigo “Plenitude dos Tempos, um estudo contextualizado de Gálatas 4:4”, publicado no site Ciberteologia, analisa: “A ausência de guerras con-tribuiu para o cristianismo, contudo as guerras também influenciaram na prosperidade da nova religião. As conquistas romanas levaram muitos

povos à falta de fé em seus deuses, uma vez que eles não foram capazes de protegê-los dos romanos. Os ro-manos não possuíam uma crença especial e somente adoravam o im-perador, ficando os povos conquista-dos carentes espiritualmente, sendo deixados num vácuo espiritual que não era satisfeito pelas religiões de então.”

“Globalização”, acesso à infor-mação, falta de fé, vazio espiritual. Parece com algum tempo que você conhece?

NOvA PleNITuDe DOS TeMPOS

A invenção dos modernos mei-os de comunicação, com destaque para a internet, o desenvolvimento das tecnologias relacionadas à web, bem como a facilidade de dissemi-nação de conteúdos, apontam para uma nova “plenitude dos tempos”.

e os números contam a história do crescimento da aldeia global cri-ada pela internet. em 1995, o núme-ro de usuários da rede chegava a 45 milhões. Até 2000, esse número já havia alcançado os 420 milhões. em 2005, a quantidade de usuários da rede ultrapassava a marca de um bilhão. No fim de 2011, o total de usuários passou de dois bilhões. Quase 90% dos jovens com idade entre 12 e 17 anos usam a inter-net. Haverá cerca de três bilhões de

usuários de internet em 2015, que é mais do que 40% da população mundial projetada.

Para se ter uma ideia do tráfego de informações no mundo virtual, deve-se levar em conta que, a cada minuto o Google recebe quase 700 mil consultas; 6.600 imagens são enviadas para o Flickr; 600 vídeos são enviados para o YouTube, totali-zando mais de 25 horas de conteú-do; 695 mil atualizações de status, 79.364 postagens no mural e 510 mil comentários são publicados no Facebook; 70 novos domínios são registrados; 168 milhões de e-mails são enviados; 320 novas contas são criadas e cerca de 100 mil tweets são enviados pelo Twitter; aplicativos de iPhone são baixados mais de 13 mil vezes e 100 contas são criadas na rede de profissionais linkedIn.

levando em conta todo esse po-tencial, de que maneiras podemos usar a rede em nosso benefício e para o bem do semelhante? Segun-do o “Global entertaiment and Me-dia Outlook,” a internet será a mídia que mais crescerá, com uma média anual de 13% de avanço. O diretor da Consultoria Gartner, Brian Blau, diz que “a nova geração de consumi-dores é incansável e tem uma janela curta de atenção, e é preciso muita criatividade para criar impacto sig-nificativo”. O desafio é urgente, mas a recomendação não é de hoje: “O

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Senhor me respondeu e disse: es-creve a visão, grava-a sobre tábuas [tablets], para que a possa ler até quem passa correndo” (Habacuque 2:2). Na Nova Tradução na lingua-gem de Hoje, fi ca assim: “e o Senhor Deus disse: ‘escreva em tábuas [jor-nal, folhetos, livros, sites, blogs] a visão que você vai ter, escreva com clareza o que vou lhe mostrar, para que possa ser lido com facilidade’” (Habacuque 2:2).

Deus chama atenção para a clare-za e facilidade de compreensão. Ar-thur Schopenhauer, no óti mo livro A Arte de escrever, pontua: “Não há nada mais fácil do que escrever de tal maneira que ninguém entenda; em compensação, nada mais difí cil do que expressar pensamentos sig-nifi cati vos de modo que todos os compreendam [...]. O sinal de uma cabeça eminente é resumir muitos pensamentos em poucas palavras” (p. 83, 843).

Nosso objeti vo é atrair “a atenção das pessoas para as verdades vivas da [Palavra de Deus]”, diz ellen White no livro “O Outro Poder,” página 9. e mais: “Nossos periódicos [sites idem] devem sair repletos de verdade que apresente interesse vital e espiritual para o povo. [...] Compete a nossas publicações [página escrita] a mais sagrada obra de tornar clara, com-preensível e simples a base espiritual da nossa fé” (Ibidem, p. 9).

Clareza, compreensibilidade e simplicidade deveriam ser quali-dades do conteúdo de todos os que escrevem para o público. O alvo? ei-lo: “A escrita [lembre-se de que os meios não impressos também de-pendem de textos] deve ser usada como meio de semear a semente

para a vida eterna” (Ibidem, p. 13).MeIOS RÁPIDOS e NOvAS TeCNOlO-GIAS

Há mais de um século, ellen White escreveu: “Deus dotou os homens de talentos e capacidade inventi va, a fi m de que seja efetuada a Sua grande obra em nosso mundo. As invenções da mente humana parecem proceder da humanidade, mas Deus está atrás de tudo isso. ele fez com que fossem inventados os rápidos meios de co-municação para o grande dia de Sua preparação [plenitude dos tempos]” (Fundamentos da educação Cristã, p. 409).

em 2005, resolvi criar um blog para disseminar, de maneira clara e acessível, conteúdos relacionados com ciência e religião. Depois re-gistrei o domínio www.criacionismo.com.br e passei a usar também o Twitt er para chamar atenção para os conteúdos do blog. valeu a pena? Creio que os muitos contatos que fi z ao longo desses anos com pessoas de diversas denominações religiosas e mesmo ateus e agnósti cos são uma evidência de que todo esforço, nesse senti do, é compensador.

Baseado nessa experiência de seis anos, deixo aqui algumas dicas:

1. use a internet como ferramen-ta de pregação, pedindo a Deus sa-bedoria para produzir material que se destaque e atraia a atenção dos in-ternautas que navegam diariamente num vasto mar de conteúdos.

2. Blogs são uma boa opção, por ser simples o seu manejo e gratuita sua hospedagem. Para que o blog alcance boa audiência é preciso ser atualizado com certa frequência e ter conteúdos de interesse geral. Como

a intenção é pregar o evangelho, é sempre importante relacionar os conteúdos com a fé cristã bíblica.

3. As redes sociais são outra “fer-ramenta” imprescindível, pois, além de poderem chamar atenção para os conteúdos mais aprofundados do blog/site, favorecem o contato mais direto com os internautas. Muitas pessoas que inicialmente eram um tanto arredias em relação a igrejas acabaram “abaixando a guarda” gra-ças ao contato que ti veram com bons cristãos nas redes sociais.

4. O Twitt er é uma boa opção de mobilização, haja vista que mani-festações populares são organizadas por meio dele. esse recurso pode ser usado para defender uma causa ou disseminar conteúdos, com os co-nhecidos “tuitaços” (evento virtual em que tuiteiros tuítam e retuítam mensagens com assuntos e tags es-pecífi cos, como, por exemplo, #cria-cionismo).

5. Com criati vidade e equipamen-tos hoje não muito caros, podem ser produzidos pequenos vídeos para o YouTube. Todos os dias, inúmeras pessoas procuram conteúdos inte-ressantes nos canais do YouTube e alguns vídeos acabam se tornando virais.

Muitas outras ideias poderiam ser acrescentadas, mas o mais impor-tante é que todas elas tenham o “selo de aprovação” do Céu. Peça a Deus que use seus dons e sua moti vação para levar adiante a maior notí cia de todos os tempos: Jesus em breve virá!

PR. MICHelSON BORGeS Jornalista, formado pela universidade Federal de Santa Catarina. É editor de livros na Casa Publicadora Brasileira. Também é autor dos livros História da vida, Por Que Creio, Nos Basti dores da Mídia (também publicado em espanhol, com o tí tulo Detrás de los Medios), esperança Para você e da Série Grandes Impérios e Civili-zações, composta de seis volumes. Mestre em Teologia pelo unasp, é membro da Sociedade Criacionista Brasileira e tem parti cipado de seminários criacionistas por todo o Brasil. Casado com Débora Tati ane (co-autora do e-book Deus Nos uniu), tem três fi lhos. Ambos gostam de desenhar nas (poucas) horas vagas.

Nota: Mais detalhes sobre o trabalho do jornalista Michelson Borges na internet podem ser conhecidos na entrevista: htt p://www.criacionismo.com.br/2010/12/as-redes-sociais-e-o-evangelho-viral.html

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nota de convocação

Paulo Godinho

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desde a queda de nossos pais, foi pro-fetizado que Deus teria um remanescente na Terra até a consumação final do grande conflito (Gn 3:15). Entende-se como rema-nescente: a) uma minoria que sobreviveu à apostasia e calamidade (2Cr 30:6; Is 10: 20-

22; Ez 6: 8, 9; 9:14; 14: 22); os que aceitam a responsabilidade de permanecer leais ao concerto (2Rs 19:30-31; Is 66:18-19); her-deiros espirituais do conhecimento das verdades bíblicas, com uma responsabili-dade missiológica.

Desde o início, o remanescente foi formado pelas famílias temen-

tes a Deus (Adão, Sete, Noé, Sem, Abrão, etc.). Eles eram os guardiões da verdade no mundo antigo. Essas famílias constituíam igrejas em miniatura. A Abraão foi feita a promessa de uma grande nação e o cumprimento se deu por ocasião da permanên-cia do povo de Deus no Egito (Gn 12:1-3). Ao saírem do cativeiro, entraram em aliança com Deus e foram considerados como um reino de sacerdotes e nação santa (Êx 19:4; 20:1-17). Para repre-sentá-Lo, Deus os tirou do Egito, porque os amava. Eles deveriam ser depositários de Suas ver-dades para toda a humanidade: “Deus escolheu Israel, entre to-dos os povos da terra” (Dt 7:6).

O remanescente do Anti-go Testamento tinha a missão de preservar e proclamar as verdades da Sua Palavra: o

monoteísmo, a criação, os dez mandamentos, o sábado, o san-tuário, a verdade sobre a morte, a reforma de saúde, o grande conflito entre Deus e Satanás, o dom de profecia, o dia da expia-ção, o anúncio da primeira vinda do Redentor.

O remanescente no Novo Tes-tamento é caracterizado pela experiência vivida com o próprio Messias. Alguns dos conceitos acariciados pela liderança do antigo povo teocrático foram re-interpretados por Jesus e Seus apóstolos, que realçaram as verdades fundamentais das an-tigas Escrituras, enquanto que reduziram à insignificância as tradições religiosas que macula-vam os claros ensinos da Palavra de Deus.

Daniel profetizou que o povo de Deus estaria nas mãos de um poder assolador por 1260 anos (Dn 7:25). Logo após esse período, o remanescente se levantaria, isto é, no final das

2.300 tardes e manhãs de Da-niel 8:14, através de um grande desapontamento descrito no livro do Apocalipse (Ap 10:1-11). No período que antecede a volta de Jesus, o remanescente seria organizado para pregar as mesmas verdades do remanes-cente do Antigo Testamento: fé em Jesus como único Salvador, o monoteísmo trinitário, a criação, os dez mandamentos, o sábado, o santuário, a verdade sobre a morte, a reforma de saúde, o grande conflito entre Deus e Sa-tanás, o dom de profecia, o dia da expiação, o anúncio da segunda vinda de Jesus. Toda mensagem a ser proclamada pelo remanes-cente no tempo do fim é descrita em Apocalipse 14:6-12. Ou- tros movimentos religiosos não proclamariam as verdades apre-sentadas pelo remanescente de forma integrada à profecia nem em sua totalidade.

No percurso da história do Novo Testamento, Cristo e os

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apóstolos representaram o rema-nescente de Deus, os depositários do Evangelho. No período pós-bíblico, os representantes foram os reformadores e o movimento adventi sta. O remanescente ao longo de sua história sempre teve como característi ca predomi-nante o compromisso de ensinar as Escrituras (Dt 6:4-6). Esse com-promisso foi a essência do minis-tério de Jesus. “E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24:27). O após-tolo Paulo uti lizou esta metodolo-gia para expandir a mensagem do Evangelho. “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras” (At 17:2).

REMANESCENTE DOS ÚLTI-MOS DIAS

A Igreja Adventi sta do Séti mo Dia nasceu como cumprimento da profecia de Daniel 8:14. O apóstolo João apresenta no capí-tulo 10 do livro do Apocalipse o contexto e as circunstâncias em que o remanescente de Deus re-nasceria no tempo do fi m. O capí-tulo 12 do Apocalipse apresenta as característi cas do remanescen-te enfati zando o seu compromis-so em guardar os mandamentos de Deus e manter os ensinos de Jesus “fé em Jesus” (Apocalipse 12:17). O apóstolo João apresen-ta a grande comissão dada por Deus ao remanescente no tempo do fi m (Apocalipse 14:6-12).

Ao longo de sua história o movimento adventi sta tem se caracterizado pela compreen-são e ensino das Escrituras. His-toricamente os adventi stas são considerados o povo da Bíblia, sua missão é ensinar as grandes verdades conti das na Palavra de

Deus no contexto do grande con-fl ito. Ellen G. White afi rma que nos dias que antecedem a segun-da vinda de Cristo, Deus teria um povo que manteria “a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas” (O Grande Confl ito, p. 595).

A singularidade da mensagem adventi sta não consiste somente na compreensão cogniti va das Escrituras, mas também no com-promisso de ensinar a Bíblia para as pessoas.

MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO DO REMANESCENTE

Para nós, adventi stas do sé-ti mo dia, a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus (2Pe 1:20, 21; 2Tm 3:16), consti tui nossa única regra de fé e práti ca, e ela não contém a verdade, ela é a ver-dade (Jo 17:3). Aceitamos o An-ti go e o Novo Testamento como uma unidade indivisível, sem dis-ti nção quanto ao nível de inspira-ção. Cremos que a Bíblia é a sua própria intérprete. Ao estudar um tema devemos considerar todas as passagens que tratam do as-sunto para termos uma visão do todo e não apenas de um verso fora do contexto. As passagens difí ceis devem ser entendidas à luz das passagens mais claras. Re-conhecemos que a fi losofi a, psi-cologia, sociologia, tradição e a ciência, embora tenham seu lugar na vida das pessoas, não devem determinar assuntos de fé.

Rejeitamos a abordagem moderna de interpretação da Palavra de Deus que é humanis-ta, racionalista, existencialista e relati vista. Na abordagem pós-moderna destaca-se o pluralismo religioso, ou seja, se aceita todas as interpretações e manifesta-se ati tude de indiferença contra os

princípios e doutrinas. Tanto a abordagem moderna quanto a pós-moderna compromete a uni-dade e os princípios bíblicos. En-tendemos que a tradição (católi-cos), a razão (pós-modernos) e a experiência pessoal (pente-costais) não devem estar acima da autoridade da Bíblia.

MÉTODO DE ENSINO DADO POR DEUS AO REMANESCENTE

No ano de 1852, Thiago White, preocupado com o ensino das Es-crituras, esboçou uma série de lições bíblicas que se tornaram as primeiras lições de Escola Sa-bati na com o objeti vo de manter diante dos membros as doutrinas disti nti vas.

Em maio de 1883, o Pr. Haskel, presidente do Sul da Califórnia, estava pregando em uma campal missionária e foi surpreendido por uma forte tempestade que impedia as pessoas de ouvirem o sermão. Reuniu as pessoas no centro da tenda e distribuiu passagens, perguntas e textos bíblicos. Todos fi caram entusi-asmados com o novo método de ensinar a Bíblia. Ellen White estava presente na campal, mas não assisti u a reunião do Pr. Haskel. Seu fi lho William estava presente e contou à mãe sobre o sucesso da reunião. No outro dia, Ellen White reuniu os pastores e disse que o método usado pelo Pr. Haskel estava em conformi-dade com a luz que o Senhor lhe dera. No mesmo ano, a Conferên-cia Geral propôs a publicação de um estudo bíblico mensal, publi-cado em 1884. O primeiro estudo bíblico foi escrito pelo Pr. Haskel, sobre o tema do santuário, com 163 perguntas e respostas.

Ellen White foi a principal pro-motora deste método para apre-sentar a verdade presente. “En-

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tre os membros de nossas igrejas deve haver mais trabalho de casa em casa, dando estudos bíblicos e distribuindo literatura” (Serviço Cristão, p. 113). “A melhor ma-neira de convencer o povo da ver-dade é visitando as pessoas em seus lares, dando estudos bíblicos e orando por elas” (Congresso As-sociação Geral, 1889). “A ideia de dar estudos bíblicos é uma ideia de origem celesti al” (Serviço Cris-tão, p. 141).

No Brasil, a parti r de 1920, os adventi stas do séti mo dia começaram a ensinar a Bíblia através do método de estudos bí-blicos. As primeiras séries foram traduzidas do inglês para o por-tuguês. Antes de 1920, todas as conversões ao adventi smo ocor-reram por meio de testemunhos de irmãos, leitura da Bíblia e do livro “O Grande Confl ito” em alemão.

Estudos indicam que o méto-do de estudos bíblicos teve uma parti cipação relevante no início da Igreja Adventi sta do Séti mo Dia no Brasil: colaborou para o seu crescimento, preparando mi-lhares de pessoas para o bati smo, manteve a identi dade da Igreja Adventi sta e promoveu o cresci-mento (Paulo Cilas, p. 50-51).

Uma refl exão: o método de es-tudos bíblicos tem sido enfati za-do hoje em dia no púlpito, nas classes de escola sabati na, nos cultos familiares? Se o método de estudos bíblicos com o con-teúdo adequado não for prioriza-do, presenciaremos aumento de apostasia e descompromisso com a mensagem e o esti lo de vida ad-venti sta. Se não há prioridade no ensino da Bíblia, como podemos afi rmar que somos o povo da Bíblia? Se não priorizarmos o mé-todo de ensino dado por Deus ao remanescente no tempo do fi m, nada justi fi ca a existência de um movimento restaurador da

verdade presente. A indiferença diante deste método implica em três acontecimentos no movi-mento adventi sta: 1) Perda da identi dade adventi sta (quem eu sou); 2) Falta de identi fi cação com o esti lo de vida adventi sta (como devo viver); 3) Perda da visão pro-féti ca (conteúdo). Nosso grande desafi o ao ensinar o conteúdo bí-blico é despertar fé em Deus e em Sua Palavra.

PONTOS IMPORTANTES AO MINISTRAR UM ESTUDO BÍ-BLICO

O que dizer, como e quando dizer. O que dizer está relaciona-do ao conteúdo do estudo; como dizer está relacionado ao método que o instrutor usa; quando dizer está relacionado ao momento certo de apresentar o tema. Jesus disse: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar” (Jo 16:12). “Se as pes-soas não aceitam o instrutor bí-blico, não importa quão lógica e verdadeira seja a mensagem, elas não a aceitarão” Mark Finley.

Para sermos bem-sucedidos em nossa missão evangelizadora, é indispensável que saibamos o que fazer antes de iniciar o estu-do, introduzir, desenvolver e con-cluir um estudo bíblico.

ANTES DE INICIAR O ESTUDO

Ellen G. White dá um sábio conselho: “Não procuremos, logo de início, impor ao povo os aspec-tos mais objetáveis de nossa fé, para que eles não fechem os ouvi-dos ao que para eles surge como nova revelação” (Evangelismo, p. 201).

•Nunca ministre um tema bí-blico sem antes estudá-lo para si mesmo;

•Os estudos iniciais devem ser

de pouca duração;•Seja pontual e chegue à casa

do interessado com alegria;•Cumprimente a todos e os

chame pelo nome; •Demonstre interesse por to-

dos da família;•Converse sobre acontecimen-

tos da semana;•Convide para estudar a Bíblia;•Deixe que a pessoa escolha o

melhor local para o estudo.

INICIANDO O ESTUDO...

•Recapitule o estudo anterior;•Faça uma breve oração pedin-

do a benção de Deus; •Todos devem ter a Bíblia em

mãos; •Caso o aluno tenha uma

Bíblia especial, deixe-o usá-la; •Ao introduzir o tema, faça a

seguinte pergunta: O que o se-nhor já ouviu, aprendeu ou sabe sobre o assunto de hoje?;

•Leia a introdução ou peça que o aluno faça a leitura. Faça um breve comentário.

DESENVOLVENDO O ESTUDO...

•Leia a pergunta e deixe que a própria Bíblia responda;

•Ajude o interessado a encon-trar as passagens bíblicas;

•Após a leitura, faça um breve comentário do texto;

•Elogie de maneira sincera a parti cipação e as contribuições do aluno;

•Antes de passar para a próxi-ma pergunta, certi fi que-se que a explicação foi clara;

•Seja didáti co, use ilustrações e gráfi cos;

•Não fale demais, seja simples e deixe que a Bíblia dê a mensa-gem;

•Nunca criti que outras igrejas;•Cuidado com o tempo. O ide-

al para o estudo é 45 minutos;•Apresente a doutrina em for-

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ma lógica e progressiva;•Independente do tema a ser

apresentado, exalte a Cristo; •Se alguém fi zer uma pergunta

relacionada com o tema, respon-da;

•Se a pergunta for do tema posterior, diga cortesmente que será respondida de maneira com-pleta em estudos posteriores;

•Em algum momento do es-tudo conte seu testemunho pes-soal.

FINALIZANDO O ESTUDO...

•Após cada estudo, faça um resumo e certi fi que-se de que a explicação tenha sido clara;

•Faça o apelo escrito no es-tudo;

•Deixe que o aluno preencha a opção do apelo;

•O apelo é o ponto principal do estudo e não pode deixar de ser feito;

•Conclua o estudo com uma breve oração;

•Cite o nome do interessado na oração, apresente os pedidos dele a Deus;

•Peça que Deus o abençoe na decisão tomada;

•Combine a data e hora do próximo estudo;

•Reti re-se em clima de gra-ti dão.

Ao ministrar estudos bíblicos pessoais, duplas missionárias, classes bíblicas, evangelismo pú-blico, lembre-se que esses atos

trazem alegria ao coração do instrutor, do aluno e de Deus. “Deus não permiti rá que esta preciosa obra em seu favor fi que sem recompensa. Coroará de êxi-to todo esforço humilde feito em seu nome” (Obreiros Evangélicos, p. 192). Deus deixou o método de estudos bíblicos para o remanes-cente para proclamar a verdade presente, fortalecer o membro em sua identi dade adventi sta e aprofundar sua experiência com

Deus. EXPERIMENTE!

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PR. PAULO GODINHOMestre em Telogia, é diretor de Ministério Pessoal e Escola Sabati na da União Sudeste Brasileira. Casado com Rejane Célia de Souza Godinho, tem dois fi lhos: Paulo Gabriel e Agatha Fernanda.E-mail: paulo.godinho@adventi stas.org.br