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3 Sidney Luiz de Matos Mello Pró-Reitor de Assuntos Acadêmicos P R O A C Esforço coletivo Preparamos esta primeira edição da Revista Graduar ins- pirados na valorização do ensino de graduação na Univer- sidade Federal Fluminense e no Brasil. Graças aos investi- mentos do MEC, a expansão da educação superior pública no país tem permitido o aumento de vagas nas institui- ções federais de ensino superior (IFES), em compasso com a garantia da qualidade do ensino e da pesquisa. Rumamos para o crescimento da UFF em Niterói e no interior do Estado do Rio de Janeiro, estabelecendo polos universitários, criando novos campi e, so- bretudo, contratando mais técnicos e docentes altamente qualificados. Toda a Universidade se moderniza, aprimorando seu sistema de informação com intuito de viabilizar uma gestão mais eficiente e menos burocrática. Em parti- cular, a Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos (PROAC), responsável pelo siste- ma de ensino de graduação, vem desenvolvendo projetos e programas para facilitar a vida do estudante e criar mecanismos de apoio para o ensino. Uni- dades da PROAC, como o DAE, a CAEG, o ESTÁGIO, a MONITORIA, a COSEAC, o NDC, o NEAMI, o COLUNI e o Sensibiliza, têm como foco a comunidade, especialmente os estudantes. O objetivo é apresentar uma síntese de nossas atividades e suas repercussões dentro da própria UFF. Vale destacar a construção do IdUFF, o novo sistema acadêmico da Universidade e seus serviços, o Programa de Acolhimento Es- tudantil, que dá boas vindas aos ingressantes e outros programas que envol- vem a manutenção de infra-estrutura de graduação, o Esporte – UFFesporte, o Egresso – Prata da Casa, a Mobilidade Acadêmica no Brasil e exterior e a Dupla Diplomação. A ideia é oferecer um retrato do ensino de graduação da UFF nos últimos três anos, mas significa também o resultado da ação de sucessivas administrações da Universidade e do esforço continuado de uma comunidade universitária comprometida com a formação qualificada, a pesquisa de alto nível e a inclu- são no ensino superior. Como desafios que temos pela frente, apontamos a luta para consolidar e de- mocratizar o acesso ao ensino público e gratuito no Brasil em todos os níveis. A UFF cumpre o seu papel. Para nós, a Revista Graduar simboliza o trabalho coletivo em curso. GRADUAR Ano I l n O. 1 - março de 2010 4 e 5 Acolhimento Estudantil 6 COSEAC 7 Trote Cultural 8 e 9 PET 10 Pró-aluno 11 Labograd 12 Monitoria 13 Neami 15 Mobilidade Estudantil 16 Mobilidade Nacional 17 Bolsas Luso-Brasileiras 18 e 19 Dupla Diplomação 20 Prática Discente 21 Estágio 22 e 23 Colégio Universitário 24 Relatório de Gestão 25 Creche 26 e 27 Núcleo de Documentação 29 Prata da Casa 30 e 31 Sensibiliza 32 e 33 UFFesporte 34 Universidade Revista A Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos foi criada com objetivo de coordenar e supervisionar o ensino de graduação na UFF. É o órgão central responsável pelo acompanhamento da política de ensino de graduação incluindo a criação de seus cursos. Administra a vida escolar do estudante desde seu ingresso até a sua formatura, além de realizar atividades de apoio às coordenações de cursos e o gerenciamento de diversos programas e projetos referentes ao ensino e à pesquisa na área da graduação. Para a realização de suas atri- buições, ações e projetos vem ao longo dos anos se reestruturando e hoje conta com a seguinte organização: Departamento de Administração Escolar (DAE) l Coordenadoria de Apoio ao Ensino de Graduação (CAEG) l Coorde- nadoria de Seleção Acadêmica (COSEAC) l Coordenadoria de Estágio l Coordenadoria de Monitoria l Coordenadoria de Licenciatura l Coordenadoria de Apoio a Programas e Projetos l Coordenadoria de Planejamento e Orçamento Coordenadoria Financeira l Núcleo de Documentação (NDC) l Núcleo de Educação Assistida por Meios Interativos (NEAMI) l Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (SENSIBILIZA) l Colégio Universitário (COLUNI) l Creche UFF

Revista Graduar (interno)

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Sidney Luiz de Matos MelloPró-Reitor de Assuntos Acadêmicos

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AC

Esforço coletivoPreparamos esta primeira edição da Revista Graduar ins-pirados na valorização do ensino de graduação na Univer-sidade Federal Fluminense e no Brasil. Graças aos investi-mentos do MEC, a expansão da educação superior pública no país tem permitido o aumento de vagas nas institui-ções federais de ensino superior (IFES), em compasso com a garantia da qualidade do ensino e da pesquisa.Rumamos para o crescimento da UFF em Niterói e no interior do Estado do Rio de Janeiro, estabelecendo polos universitários, criando novos campi e, so-bretudo, contratando mais técnicos e docentes altamente qualificados. Toda a Universidade se moderniza, aprimorando seu sistema de informação com intuito de viabilizar uma gestão mais eficiente e menos burocrática. Em parti-cular, a Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos (PROAC), responsável pelo siste-ma de ensino de graduação, vem desenvolvendo projetos e programas para facilitar a vida do estudante e criar mecanismos de apoio para o ensino. Uni-dades da PROAC, como o DAE, a CAEG, o ESTÁGIO, a MONITORIA, a COSEAC, o NDC, o NEAMI, o COLUNI e o Sensibiliza, têm como foco a comunidade, especialmente os estudantes.O objetivo é apresentar uma síntese de nossas atividades e suas repercussões dentro da própria UFF. Vale destacar a construção do IdUFF, o novo sistema acadêmico da Universidade e seus serviços, o Programa de Acolhimento Es-tudantil, que dá boas vindas aos ingressantes e outros programas que envol-vem a manutenção de infra-estrutura de graduação, o Esporte – UFFesporte, o Egresso – Prata da Casa, a Mobilidade Acadêmica no Brasil e exterior e a Dupla Diplomação.A ideia é oferecer um retrato do ensino de graduação da UFF nos últimos três anos, mas significa também o resultado da ação de sucessivas administrações da Universidade e do esforço continuado de uma comunidade universitária comprometida com a formação qual ificada, a pesquisa de alto nível e a inclu-são no ensino superior.Como desafios que temos pela frente, apontamos a luta para consolidar e de-mocratizar o acesso ao ensino público e gratuito no Brasil em todos os níveis. A UFF cumpre o seu papel. Para nós, a Revista Graduar simboliza o trabalho coletivo em curso.

graduarAno I l nO. 1 - março de 2010

4 e 5Acolhimento Estudantil 6COSEAC7Trote Cultural8 e 9PET10Pró-aluno11Labograd 12Monitoria 13Neami15Mobilidade Estudantil 16Mobilidade Nacional17Bolsas Luso-Brasileiras18 e 19Dupla Diplomação20Prática Discente 21Estágio22 e 23 Colégio Universitário24 Relatório de Gestão25Creche26 e 27Núcleo de Documentação29Prata da Casa 30 e 31Sensibiliza32 e 33UFFesporte 34 Universidade Revista

A Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos foi criada com objetivo de coordenar e supervisionar o ensino de graduação na UFF. É o órgão central responsável pelo acompanhamento da política de ensino de graduação incluindo a criação de seus cursos. Administra a vida escolar do estudante desde seu ingresso até a sua formatura, além de realizar atividades de apoio às coordenações de cursos e o gerenciamento de diversos programas e projetos referentes ao ensino e à pesquisa na área da graduação. Para a realização de suas atri-buições, ações e projetos vem ao longo dos anos se reestruturando e hoje conta com a seguinte organização: Departamento de Administração Escolar (DAE) l Coordenadoria de Apoio ao Ensino de Graduação (CAEG) l Coorde-nadoria de Seleção Acadêmica (COSEAC) l Coordenadoria de Estágio l Coordenadoria de Monitoria l Coordenadoria de Licenciatura l Coordenadoria de Apoio a Programas e Projetos l Coordenadoria de Planejamento e Orçamento Coordenadoria Financeira l Núcleo de Documentação (NDC) l Núcleo de Educação Assistida por Meios Interativos (NEAMI) l Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (SENSIBILIZA) l Colégio Universitário (COLUNI) l Creche UFF

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Acolhimento estudantil faz as honras da casaSe é verdade que a primeira impressão é a que fica, a recepção aos calouros da UFF no dia da matrícula fun-ciona como uma prova incontestável de carinho. Após uma verdadeira maratona de estudos e provas, em meio a muita tensão, os aprovados no vestibular são recebi-dos por alunos, professores e servidores com uma série de atividades que fazem parte do Programa de Acolhi-mento Estudantil, criado em 2007 para recepcionar os calouros de forma alegre e descontraída.

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Acolhimento estudantil faz as honras da casa

O Acolhimento Estudantil apre-senta a Universidade aos estudan-tes, buscando integrá-los ao novo espaço. Nos dias de matrícula, a PROAC organiza uma grande feira no campus, onde os ingressantes têm oportunidade de visitar es-tandes, conhecer trabalhos de es-tudantes da graduação e receber orientação acadêmica. O calouro conversa com o coordenador do curso para tirar dúvidas e obter informações. Além disso, se quiser, participa de sorteios de prêmios e de uma gincana que contribui com sua familiarização com a UFF.

Os novos alunos fazem ainda um tour pelo campus de Grago-atá, no bairro de São Domingos, e conhecem a Biblioteca Central e o Restaurante Universitário. A gincana inclui corrida de saco, prê-mio para quem cantar mais alto ao microfone e abraço grátis. A feira também abriga um estande para os estudantes que tenham interesse em conhecer as oportu-nidades de estágio em sua área, orientando-os sobre o mercado de trabalho. Além de Niterói, os campi de Santo Antônio de Pádua, Nova Friburgo, Campos e Rio das Ostras também participam do Acolhimen-to Estudantil.

Quando ingressou no curso de Relações Internacionais, no primeiro semestre de 2009, Jardel Schettino estava cheio de dúvi-das e ansioso como todo calouro, mas surpreendeu-se ao chegar à Universidade para a matrícula. “No Gragoatá me deparei com uma turma animada. Havia palhaços, música ao vivo. Recebi abraço grá-tis, teve sorteio de brindes e ganhei um calendário. Foi muito bom”.

O estudante, que veio da ci-dade de Muriaé, na Zona da Ma-ta mineira, descreve com afeto a experiência. “Havia muitas bar ra-quinhas de cursos diferen tes, que ofereciam folhetos, CDs, apresen-tações, tudo muito legal”. Jardel gostou tanto do programa que pretende tornar sua participação um hábito, mas agora na recepção aos novos colegas.

O Acolhimento Estudantil exis-te para mostrar ao estudante que a Universidade é seu espaço, e busca integrar, também, a família e os amigos que acompanham os novos universitários no momento da matrícula. Aos alunos, professo-res e funcionários participantes, a PROAC oferece apoio e infraestru-tura para realização de atividades e montagem de estandes. Em 2009, o Núcleo de Ensino e Pesquisa em Urgências (NEPUR), da Escola de Enfermagem, instalou um estan-de para mostrar técnicas de sal-vamento aos calouros. O curso de Cinema e Audiovisual exibe vídeos e filmes realizados pelos alunos.

Em 2010, uma grande ten-da branca foi erguida no campus do Gragoatá, com monitores de TV, equipamento de som e almo-fadões. Ali os calouros tomavam co nhecimento das salas às quais de viam dirigir-se para efetivar a matrícula. No pátio sob pilotis, es-tudantes de Enfermagem, Nutrição, Medicina e Turismo, entre outros, montaram estandes, onde simula-vam experiências aprendidas em

sa la, como técnicas de atendimen-to de urgência, no caso de Enfer-magem.

Os alunos do Diretório Acadê-mico distribuíam folders com infor-mações básicas sobre o curso e as perspectivas do mercado de tra-balho. O Acolhimento permite que os novos estudantes conheçam o curso e se familiarizem, ao mesmo tempo, com a universidade que es colheram. “Pode chegar que a ca sa é grande e é toda nossa”, avisa o folheto do Diretório Acadêmico Lieselotte Ornellas, de Nutrição, ou “Quem vem com tudo não cansa”, do D.A. Aurora de Afonso Costa, de Enfermagem.

Jardel Schettino lembra que foi muito bem recebido ao chegar à UFF. Hoje, o aluno de Relações Internacionais é mais um dos veteranos a recepcionar os calouros

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Em 20 anos o número de cur-sos de gradua ção da UFF praticamen-te duplicou, saltando de 35, em 1990, para 69 em 2010. No último vestibular, quase 7 mil es-tudantes do ensino médio realizaram o sonho de ingres-sar em uma universidade públi-ca, gratuita e de qualidade.

A Coordenadoria de Seleção Acadêmica (COSEAC) é o órgão da PROAC responsável pelo planeja-mento e pela execução dos con-cursos para ingresso nos cursos de graduação. Além do vestibular, a COSEAC cuida também dos pro-cessos de seleção de reingresso e transferência. Nos últimos 10 anos, mais de 4.700 alunos reingressaram na UFF e 3.210 vieram transferidos de outras instituições de ensino.

O maior desafio da COSEAC, po-rém, é o vestibular. Todos os anos, centenas de servidores técnico-administrativos e professores são mobilizados em uma verdadeira ma ra tona que começa em abril/maio, com a publicação do edital, e só termina em março do ano se-guin te com as reclassificações de candi datos. Em 1997, foram ofereci-das 3.250 vagas; em 2009, esse nú-mero subiu para 5.700, o equivalen-te a um aumento de 43% das va gas. Foram mais de 100 mil estudantes matriculados na última década.

A partir de 2008 a COSEAC se empenhou em levar o vestibular da UFF além das fronteiras do Rio de Janeiro. Hoje, os candidatos de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal podem rea lizar as provas em seus estados.

maior demanda. Para o coordena-

dor da COSEAC, pro fessor Néliton Ven-

tura, o desafio consis-te em mudar o perfil do

vestibular para dar chance aos que têm potencial mas

frequentaram escolas com me-nor nível de exigência.

“Pensamos em políticas de in-clusão social, que não fossem pau-tadas na etnia, na cor da pele, e sim na carência socioeconômica do can didato. O vestibular da UFF já era bem organizado e respeitado, dentro e fora da Universidade, mas queríamos trazer alguns aperfei-çoamentos. Criamos o bônus para alunos de es colas públicas. Aqueles que pas sassem pela primeira fase receberiam um bônus de 10% na segunda fase. Procuramos resga-tar a qualidade das escolas públi-cas. No primeiro ano, 10 alunos da rede pública foram aprovados em cursos como Medicina, Direito e Administra ção. Isso não só fez com que mais alunos fizessem o vestibu-lar, como motivou muitos deles a cobrar melhorias em suas escolas”, afirma o coordenador da COSEAC.

Dentro desse princípio, a UFF decidiu reservar 20% das vagas nos cursos de Licenciatura para docen-tes das redes estaduais e municipais. A COSEAC criou postos informati-zados pelo estado para a inscrição online dos candidatos sem acesso à internet. Os planos incluem o au-mento de vagas, principalmente nos polos do interior e a democra-tização do vestibular. “En quanto for necessário um mecanismo de sele-ção, que ele seja o mais democrático possível”, observa Néliton Ventura.

A participação da UFF também ajuda no desenvolvimento do in-terior do estado do Rio de Janeiro. Em 1998, apenas 10% dos cursos eram realizados fora de Niterói. Hoje esse número mais do que dobrou. São quatro polos universi-tários. Com isso, a UFF avançou de 3.635 alunos ingressantes em 1999 para 5.648 em 2009.

Nos últimos três anos a COSEAC tem procurado criar condições para o ingresso de alunos oriundos de escolas públicas, que registram um índice reduzido de aprovação no vestibular, sobretudo nos cursos de

Compromissoé democratizar

acesso àUniversidade

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Trote Cultural dá banho de cidadaniaSer aprovado no vestibular sig -

nifica o coroamento de um pe ríodo de estudo, sacrifício e ansiedade. O ingresso na universidade marca o início de um novo ciclo re pleto de expectativas. Para o es tudante, o primeiro contato com os colegas de graduação representa um momen-to confraternização.

E nada melhor do que promover essa aproximação através da prática de trabalhos sociais. Com nove anos de existência, o Programa Trote Cul-tural deu nova vida ao trote aplica-do na universidade por meio de ati-vidades so cioculturais e voluntárias que valorizam a cidadania e o meio ambiente.

Em 2009, estudantes veteranos de 48 cursos de graduação aderiram ao Trote Cultural em Niterói e nas ci-dades do interior fluminense, como Volta Redonda, Campos, Nova Fri-burgo e Rio das Ostras. A equipe do projeto também acompanha as co-missões de trote respon sáveis para dar apoio aos orga nizadores. Com tanta adesão ao pro jeto a PROAC conseguiu introduzir uma nova pos-tura nos trotes de calouros.

O projeto abre as portas para que os alunos possam atuar em comunidades e instituições que necessitem da promoção de inicia-tivas voluntárias. O Trote Cultural é um projeto realizado junto com as coordenações de curso e os centros acadêmicos. Para ade rir ao projeto, basta encaminhar propostas para análise da Pró-Reito ria de Assuntos Acadêmicos (PROAC), que pode viabilizar a ces são de ônibus, equi-pamentos e material de divulgação.

A estudante de Turismo Suellen Oliveira foi uma das organizado ras do Trote Cultural junto com outros

veteranos do Diretório Acadêmico. “Levamos os calouros a um passeio por Niterói. Fomos ao Museu de Arte Contemporânea (MAC), ao Te-atro Municipal e a outros pontos tu-rísticos da cidade. Fizemos um dia de campanha para doação de san-gue no hospital Azevedo Lima, no Fonseca, e organizamos uma palestra para falar sobre ensino, pesquisa e extensão.”

O Trote Cultural inte-gra os alunos e estimula a participação cultural. A PROAC forneceu ca-misetas aos organizado-res, blocos de anotações da UFF para os calouros e o ônibus para o pas-seio por Niterói.

Os calouros também aprovam o Trote Cultu-ral. Thabata Regina Sali-ba, 19 anos, do primei-ro período de Direito, conta que a iniciativa ajudou a quebrar o medo do trote tradicional, nem sempre de bom gosto. “Tivemos a oportunidade de doar alimentos e agasalhos. Achei importante poder fazer uma ação social através da universidade.”

O Trote Cultural da UFF aproxi-ma o mundo universitário de ou-tras realidades sociais e, com isso, ganhou reconhecimento e admira-ção de muitas instituições, como a Fundação Educar Dpaschoal, que concedeu à UFF o Prêmio Trote da Cidadania. Ao longo desses nove anos, foram realizadas atividades sociais como campanhas de pre-venção de doenças, preservação do

Os calouros de Odontologia fazem aplicação de flúor em crianças de idade pré-escolar, uma das atividades socioculturais e voluntárias estimuladas pelo Trote Cultural

meio ambiente, de esporte, comba-te às drogas e à violência, coleta de roupas, alimentos, doação de me-dicamentos, fraldas descartáveis, brinquedos, livros, material escolar e produtos de limpeza, doação de sangue, além de debates e oficinas com temas de interesse público.

Alguns cursos aprovei-tam o momento do Trote Cultural para oferecer aos calouros o primeiro con-tato com atividades do curso. Os estudantes de Odontologia realizam a cam panha Dê um Trote na Cárie, que prevê uma visita guiada a uma pré-escola para aplicação de flúor e transmissão de noções básicas às crianças sobre a importância da escovação.

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PETestimula

a pesquisa como campo

de atuaçãoContribuir para a melhoria do ensino de graduação e

incentivar a atua ção do aluno na prática de um projeto

acadêmico di ver sificado. Esses são os prin cipais objetivos do

Programa de Educação Tutorial, criado pelo Ministério da

Edu cação para fomentar a pesquisa nas universidades.

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Lérida Povoleri destaca, ain-da, a experiência que o programa proporciona aos professores. “Há um tutor, mas existe a contribuição de outros docentes na pesquisa de acordo com sua especialidade. O PET é uma atividade que inte-gra. Nossos boletins são utilizados como material para aulas da gra-duação. Essa integração também desperta no aluno solidariedade com o colega, companheirismo e contribui para a formação do cará-ter e para formação da cidadania. Queremos que seja uma experiên-cia para vida social do aluno.”

A cada ano, o PET lança um edi tal com novas vagas. O aluno interessado deve procurar um pro-fessor para que juntos possam desenvolver um tema e criar um grupo na sua unidade (informa-ções no portal do MEC: www.mec.gov.br).

Na UFF, o programa mantém quatro grupos nos cursos de En-genharia Mecânica, Engenharia de Telecomunicações, Economia e Geografia. Com um tutor e 12 alunos, cada equipe tem a missão de desenvolver trabalhos nas áreas específicas do curso ou no âmbito da universidade, atuando de forma interdisciplinar.

O PET pode ser aplicado em qualquer curso, desde que atenda aos objetivos do programa Para se candidatar a uma bolsa no PET, o aluno precisa estar entre o segun-do e o quarto períodos. Caso não haja bolsas disponíveis durante o período da inscrição, o estudante pode participar como voluntário. A seleção é feita de acordo com crité-rios estabelecidos pelo tutor.

Os petianos – assim chamados os estudantes que participam do programa – desenvolvem pesqui-sas sobre um tema escolhido e realizam palestras, seminários, pro-dução de folhetos e publicações. O estudante Fernando Bernardo, do sexto período de Economia, fez parte do PET durante um ano. “Quando participei, em 2008, tam-bém tinha um projeto interdiscipli-nar com os alunos de Ciências So-ciais e História. Isso foi muito bom para integrar o pessoal”.

Durante a permanência no PET, Fernando Bernardo apresentou, na Semana Acadêmica da UFF, a pesquisa desenvolvida pelo grupo sobre Energia no Brasil, consumo e fontes alternativas. “Foi muito in-teressante. Eu, que entrei na UFF com o objetivo de trabalhar na área empresarial, hoje quero ter uma vida acadêmica, fazer mes-trado e doutorado,” afirma o futuro economista.

Seu colega de faculdade e xará, Fernando Cruz, 25 anos, do oitavo período de Economia, é o bolsista mais antigo no PET de seu curso. Em 2008, Fernando foi convidado para um seminário na Universida-de Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, para apresentar a pesquisa desenvolvida na UFF. “O PET também contribuiu muito para minha formação como cidadão. É fundamental para nossa vida, den-tro e fora da universidade.”

Há 400 grupos PET entre insti-tuições de ensino superior públi-cas e privadas por todo o país, com a participação de 4 mil estudantes universitários. Os alunos integran-tes promovem encontros regionais e nacional para discutir o programa e apresentar trabalhos. No entanto, as pesquisas do PET não circulam somente na comunidade acadê-mica. Os trabalhos chegam a ou-tros setores da sociedade por meio de palestras, minicursos e blogs na internet. A professora Lérida Povo-leri, tutora do PET na Faculdade de Economia, cita as diversas ativida-des que envolveram bolsistas com a comunidade. “Já oferecemos palestras para pessoas de fora da universidade, produzimos bole-tins eletrônicos e, ao concluir uma pesquisa, publicamos um livro pela EdUFF (Editora da UFF). Em 2009 tivemos uma atividade com alunos de pré-vestibular chamado ‘Show do Tostão’, em que fazía mos perguntas ligadas à Economia co-muns em questões de vestibular.”

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Pró-aluno põe o pé na estrada do conhecimentoSe compararmos a formação uni-versitária a uma viagem de conhe-cimento, poderíamos dizer que o

roteiro inclui escalas em seminá-rios, congressos, fóruns e diver-sos eventos acadêmicos, cien-

tíficos e culturais. Com esse espírito extra-muros, a UFF

mantém o Programa Pró-Aluno, que estimula e viabiliza a participa-ção dos universitários

em eventos que con-tribuem para forma-

ção acadêmica e profissional.

Trata-se de uma parceria entre a Pró-Reitoria de Assuntos Acadê-micos (PROAC), a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e a Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Ino-vação (PROPPi), que fornece pas-sagens terrestres a estudantes de graduação e pós-graduação para participar de atividades realizadas em outros estados.

O programa, que atende a to-dos os polos e campi da UFF, não tem pré-requisito quanto ao perío-do do curso. O aluno faz o pedido à PROAC com pelo menos 15 dias de antecedência, especificando o evento do qual deseja participar e seu objetivo. Ao retornar, ele entre-ga um relatório das atividades rea-lizadas e o comprovante de passa-gem para prestação de contas.

O Pró-Aluno também propor-ciona ao estudante um intercâm-bio de experiências pelo conhe-cimento da realidade em outros estados estabelecendo novas rela-ções acadêmicas e experiências profissionais. Muitos estudantes já apresentaram trabalhos e pesqui-sas desenvolvidas em eventos aca-dêmicos e científicos com o apoio da Universidade.

O programa permite que o es-tudante mostre o que está sendo produzido em sua unidade e in-centiva a disseminação do conhe-cimento. Christian Aparecido da Silva, do sétimo período de Biolo-gia, já participou mais de uma vez. Ele apresentou um projeto em um congresso brasileiro de Botânica, em Natal, e foi a Brasília fazer um curso de cultivo de cogumelos medicinais e comestíveis, na Em-presa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa).

Christian fala com entusiasmo dos benefícios do programa. “Es-sas viagens tiveram um grande impacto tanto na minha vida pes-soal como na minha vida acadê-mica. Tive a experiência e a alegria de apresentar o resultado de mi-nhas pesquisas em um congresso de âmbito nacional, o que me fez amadurecer muito como pesqui-sador.”

Para ser beneficiado, o estu-dante não precisa apresentar tra-balhos nos congressos científicos. Basta querer participar. Caso haja um grande número de interes-sados, a UFF pode reservar um ônibus para o transporte. Não é necessário que o evento esteja dentro do pe ríodo de aulas, e não há limite de vezes para conce der a passagem pa ra o mesmo inte -ressado. O importante é a disponi-bilidade de recursos e a relevância do encontro acadêmico.

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Labogradmoderniza

laboratórios acadêmicos

Quem não conhece a velha má xima de que uma boa aula ex-perimental exige mais do que cus-pe e giz? As oficinas e os laborató-rios acadêmicos constituem hoje um ambiente fundamental na for-mação dos alunos, que encontram nesses espaços condições para de-senvolver atividades práticas. Para garantir o equipamento e a cons-tante renovação das salas ambien-tais, a UFF criou o Labograd (Progra-ma de Apoio aos Laboratórios dos Cursos de Graduação), que atende a todos os cursos que tenham forma-do pelo menos uma turma.

Implantado em 2007, o pro-grama é gerido pela PROAC, que responde pela estruturação e pela manutenção dos laboratórios de todos os cursos da UFF, com verba oriunda do PDI (Plano de Desen-volvimento Institucional). Parte desses recursos destina-se a equi-par, anualmente, os cursos de gra-duação de acordo com o número de alunos inscritos.

Os coordenadores de curso de-finem as necessidades com base nas regras do edital e encaminham à PROAC as solicitações de compra de materiais e equipamentos e re-alização de pequenas obras nas salas ambientais. A coordenadora do programa, Cláudia Fidelis, res-salta a importância do Labograd. “Nosso trabalho vale muito porque sabemos que os laboratórios são essenciais ao ensino, quando estru-turados adequadamente.”

A UFF oferece, atualmente, 69 cursos de graduação. A verba que o Programa Labograd recebe, em média, por ano, oscila em torno de R$ 800 mil, valor insuficiente para atender às necessidades dos labo ratórios, mas permite que es-tes fun cionem adequadamente e preen cham seu papel na formação dos alunos.

A estudante Ana Júlia Couti-nho, do sexto período de Medici-na, destaca o valor de ter aulas em um ambiente bem equipado. “Não tem como estudar Medicina sem os laboratórios, e imagino que seja a mesma coisa para outros cursos. Você pode ver e fazer o que ficaria só na imaginação se não houvesse os laboratórios.”

Ana Júlia considera as aulas prá-ticas essenciais a uma boa formação acadêmica. “Os ambientes precisam estar bem equipados. Não adianta ter um espaço, as disciplinas, e não contar com os materiais e a infraes-trutura necessária para se estudar. Ainda fal tam algumas coisas para chegarmos ao ideal, mas com o tempo sei que as coisas vão se aperfeiçoar.”

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Monitoria abre espaço para carreira docente

Complementar a formação e in-tensificar o envolvimento no proces-so de transmissão do conhe cimento. Com esses objetivos, o Pro grama de Monitoria da UFF abre anualmen-te 1.050 vagas de monitores para estudantes de graduação. Maior programa entre as universidades federais do país, possibilita ao aluno experimentar a docência e a pes-quisa, ampliando sua perspectiva acadêmica.

O coordenador geral, professor Jorge de Sá, ressalta a importância de envolver o maior número possí-vel de pessoas no processo de edu-car. “São mais indivíduos encarre-gados de transmitir conhecimento, o que só enriquece a formação e a prática dos estudantes”. Jorge de Sá lembra que o monitor tem a opor-tunidade de trabalhar dentro da própria universidade e recebe uma bolsa-auxílio, além de todos os ga-nhos pessoais e acadêmicos. “Isso permite o exercício da monitoria

com maior qualidade e dedicação, criando condições para que o estu-dante permaneça na instituição e complemente sua formação.”

Destaque, em 2009, do Progra-ma de Monitoria, o estudante Má-rio Balaro, de Medicina Veterinária, aponta dedicação e coragem como atributos necessários para o exercí-cio da função. “É preciso coragem para levar adiante seus projetos, além de confiança naquilo que se faz, produz e ensina. Muito im-portante também é a capacidade de relacionamento com o outro”, comenta Mário, que ganhou o prêmio de Monitoria pelo projeto GEZ - Grupo de Estudos Zootécni-cos. Nesse projeto, três grupos se encontram quinzenalmente para discutir temas que muitas vezes não ganham espaço no horá rio de sala de aula.

O programa passa por diversas etapas. Na primei-ra, os departamentos en-ca minham à reitoria os projetos de monitoria, que são avaliados quanto à rele-vância e à conformidade com a proposta acadêmica. A seguir, são reencaminha-dos aos cur sos os projetos aprovado com o número de bolsistas que cada um receberá. Só então é realiza-do um concurso com prova escrita para selecionar os monitores.

Com as funções de ministrar aulas extras, orientar gru pos de estudos e realizar experi-mentações em laboratórios, o bolsista atua de abril a de-

zembro sob a orientação de um pro fessor da área. Na Semana de Monitoria, que ocorre anualmente durante a Agenda Acadêmica, ele apresenta um trabalho ligado a sua atividade.

O coordenador de Monitoria da Faculdade de Educação, professor Carlos Coutinho, classifica como uma verdadeira transformação o que sofre um aluno selecionado pelo programa. “Hoje ser monitor não é só auxiliar na docência, é fazer pesquisa, criar autonomia e assim aprimorar sua formação”. Os alunos recebem atenção extraclas-se e podem tirar dúvidas. Uma aju-da essencial que faz a diferença.

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NEAMI encurta distância para a educaçãoDa zona rural de Varre-Sai, no

Noroeste Fluminense, Dayselane Pi-menta, 33 anos, entrou para o curso de Licenciatura de Matemática. Ao contrário do costume, não foi mo-rar em uma república em Niterói. Mãe e professora de uma escola ru-ral, formou-se em quatro anos sem deixar sua terra natal, a 140 quilô-metros de Santo Antônio de Pádua, onde a UFF mantém uma gradua-ção em Matemática, e a 390 quilô-metros do Instituto de Matemática, no Valonguinho, em Niterói.

Como é possível? Dayselane é uma das alunas inscritas no curso de Licenciatura em Matemática a Distância da UFF, gerenciado pelo Núcleo de Educação Assistida por Meios Interativos (NEAMI). Vincula-do à PROAC, o NEAMI/UFF foi cria-do em 2001 para oferecer novas tecnologias de informação e co-municação ao ensino presencial e a distância. Além de Matemática, a UFF disponibiliza o curso de gradu-ação a distância em Tecnolo gia de Sistemas de Computação e prevê lançar um de Letras e outro de Ad-ministração Pública.

Ao todo, 4,5 mil alunos cursam graduação a distância na UFF. Os dois cursos de especialização (No-vas Tecnologias para o Ensino de Matemática e Planejamento, Im-plementação e Gestão de Ensino a Distância) somam mais de 2 mil estudantes, o mesmo número dos seis cursos de extensão (Aperfeiço-amento em Educação para Jovens e Adultos; Relações Étnico-Raciais; Educação Ambiental; Aperfeiçoa-mento em Formação de Tutores; Formação de Tutores para Ensino a Distância; e Auxiliar de Biblioteca).

A modalidade de ensino é gra-tuita, incluindo a distribuição do

material didático. Se precisar tirar dúvidas, o aluno pode recorrer ao serviço 0800 ou participar de chats online. O NEAMI utiliza a ferramenta Moodle, um ambiente virtual que oferece espaço de interação, co-municação e trabalho colaborativo entre professores, tutores e apren-dizes na internet. Por telefone ou internet, uma equipe de tutores esclarece problemas de conteúdo das disciplinas.

Se preferir, o estudante poderá, também, visitar as tutorias sema-nais nos Polos de Apoio Presencial, espaços físicos mantidos por muni-cípios ou governos de estado em regiões com pouca ou nenhuma oferta de educação superior, para dar suporte aos alunos de cursos a distância vinculados à Universidade Aberta Brasil (UAB). Esse programa foi criado pelo MEC para gerir a ex-pansão da educação superior. “Os polos oferecem laboratórios, biblio-tecas, videoconferências e secreta-rias acadêmicas. É lá que os alunos

fazem as provas”, explica o diretor do NEAMI, Luiz Manoel de Figueiredo, PhD em Matemática.

O Estado do Rio pos-sui 27 polos espalhados por municípios diferentes. Aluna da primeira turma de licenciatura em Mate-mática da UFF, Dayselane frequentou o Polo de Itaperuna, a 50 quilômetros de casa. “Para tirar minhas dúvidas saía cedo de casa para pegar um ônibus e viajar uma hora até Itaperuna”.

Luiz Manoel frisa que o ensino a distância permite a expansão de vagas e flexibiliza o local de oferta. “Muitos alunos do interior não têm recursos para se deslocar para as ca-pitais. E os que conseguem, quando se formam, não voltam para com-partilhar o conhecimento adquiri-do”. A cada ano a UFF disponibiliza 2 mil vagas, preenchidas por meio de vestibular, para os cursos de gra-duação a distância.

Na ilha de edição do NEAMI, Luiz Manoel coordena a produção de materiais didáticos audiovisuais, como videoaulas e cursos online de nivelamento em Matemática, Língua Portuguesa, Biologia, Física e Química

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14 De uma forma ou de outra fazemos o possível para que nossos livros estejam sempre ao alcance de suas mãos.

Estique o braço para pegar um livro ou, se preferir, dê um clique. O site do Núcleo de Documentação (NDC) dá acesso ao catálogo online das bibliotecas da UFF, com a ficha catalográfica dos livros disponíveis para empréstimo. Saiba mais acessando www.ndc.uff.br e ponha a leitura em dia.

De uma forma ou de outra fazemos o possível para que nossos livros estejam sempre ao alcance de suas mãos.

Estique o braço para pegar um livro ou, se preferir, dê um clique. O site do Núcleo de Documentação (NDC) dá acesso ao catálogo online das bibliotecas da UFF, com a ficha catalográfica dos livros disponíveis para empréstimo. Saiba mais acessando www.ndc.uff.br e ponha a leitura em dia.

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Que tal ser admitido em uma universidade federal, cursar outra durante um ano e depois voltar para a universidade de origem? Pois bem, essa possibili dade existe atra vés do Programa de Mobilidade Acadêmica, regulamentado pela Associação Nacional dos Dirigen-tes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Os uni versitários podem cursar até dois semestres do curso de graduação em uma das mais de 50 instituições conveniadas em todo o Brasil. Quem quiser par-ticipar precisa ter completado no mínimo os dois semestres iniciais, não ter mais de uma reprovação por período e esperar a aceitação da universidade anfitriã.

As disciplinas devem ser equi-valentes às do currículo na UFF. Os estudantes devem procurar o coordenador para preparar uma carta de apresentação que cite o plano de curso pretendido e enca-minhá-la à Pró-Reitoria de Assun-tos Acadêmicos (PROAC). Somente alunos de graduação podem par-ticipar da Mobilidade Acadêmica, que tem como objetivo promover a integração entre estudantes das diferentes instituições.

Juliana Alves, 24 anos, do oitavo período de Psicologia, cursou dois semestres na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Assim, ela pôde voltar a morar com o pai e os irmãos, com quem não convivia há mais de 15 anos. “Escolhi Recife por-que minha família morava lá, mas eu gosto muito da cidade e de sua cultura. Passar um ano lá melhorou a relação com a minha família.”

Com a Mobi-li dade Acadê-mi ca Juliana ga nhou nova experiência acadêmi-ca. “A UFPE é muito diferente, estudar lá me fez entender melhor o estilo de ensino da UFF.” A vivência em outro estado também permite ampliar os hori-zontes quanto à atuação no merca-do de trabalho.

A Mobilidade pode abrir as por-tas para estudantes viverem o coti-diano de outra cidade e conhece-rem pessoas novas dentro e fora do ambiente acadêmico. Os interessa-dos podem procurar a instituição pretendida para pedir orientação quanto a locais de moradia e servi-ços que a universidade oferece. De-pois de aceito, o aluno tem acesso a praticamente todas as possibilida-des oferecidas aos colegas, como participar de grupos de pesquisa e extensão, e está sujeito às regras da entidade receptora. O vínculo estabeleci do entre aluno e institui-ção é temporário, sem caráter de

trans ferência algum. A Mobilidade Estudantil é mais uma oportunida-de ofe recida para que o universitá-rio possa acrescentar experiência e conhecimento a sua formação aca-dêmica unindo ensino e experiên-cia de vida.

A Mobilidade Estudantil na UFF também conta com apoio do San-tander Universidades não só para mobilidade nacional como tam-bém para mobilidade internacional e luso-brasileira.

Mobilidade Estudantil alarga fronteira acadêmica

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Programa incentiva intercâmbio na graduaçãoO Programa Santander Universi-

dades de Mobilidade Nacional ofe-rece 10 bolsas de estudo a cada semestre, para estudantes da UFF cursarem gratuitamente disciplinas em outras universidades brasileiras, com direito a uma bolsa de R$ 2.500. Podem candidatar-se alunos de qualquer curso de graduação entre o quarto e o sexto períodos que não tenham mais de uma reprovação e com Coeficiente de Rendimento (CR) superior a sete. Os pedidos são avaliados por um comitê formado por professores e servidores.

Os candidatos devem inscrever-se no Serviço de Comunicações Administrativas (SCA), na reitoria, in-dicando a universidade de seu inte-resse e as disciplinas que dese ja cur-sar. A instituição escolhida tam bém deve ser fazer parte do Programa Santander Universidades de Mobilida-de Nacional. Para elaborar o plano de estudo, o estudante deve procurar seu orientador e escolher matérias, obrigatórias ou optativas, que sejam compatíveis com a ementa do curso de origem na UFF, para que sejam aproveitadas no currículo.

O plano de estudo fica sujeito à aprovação de uma das 20 univer-sidades receptoras cadastradas no programa. Entre os documentos exigidos estão uma carta do coor-denador do curso, uma carta do candidato explicando por que de-seja participar do programa, além de duas cartas de recomendação de professores do curso de origem.

A estudante de Letras (Portu-guês/Alemão) Luiza Mariana Man-gueira, de 21 anos, que reside em Niterói, foi selecionada para fazer um período de seu curso na Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRGS). “Na UFRGS, tive a chance de cursar disciplinas que não são oferecidas na UFF, como Tradução do Alemão e Didática da Língua Alemã. Além disso, eu convivi com professores que me estimularam bastante a seguir estudando na área de licenciatura e não desani-mar com a ideia de me tornar pro-fessora de alemão.”

Luiza acrescenta ainda que mo-rar fora foi uma experiência impor-tante pela chance de conviver com as diferenças culturais de outro Es-tado. “O programa é interessante pela oportunidade que dá ao aluno de desenvolver mais o lado profis-sional e social”, comenta a estudan-te de Letras.

O programa, administrado pe-la PROAC desde 2008, permite ao aluno conhecer o mercado de trabalho em outras regiões e ter contato com modelos de prática de ensino, pesquisa e extensão em outras universidades brasileiras. Até 2009 a UFF havia recebido 12 estudantes de variados cursos que permaneceram um semestre na Universidade.

Um deles é Adriano Macieira Pinho, 22 anos, estudante de En-genharia de Telecomunicações da Universidade de Fortaleza (Unifor), instituição privada da capital cea-rense. “Fui muito bem recebido por professores e alunos. O curso de Engenharia de Telecomunicações da UFF é muito bem conceituado. Quero fazer mestrado aqui.”

No segundo semestre de 2009, Adriano cursou quatro disciplinas, todas com equivalência prevista na Unifor. Além da receptividade, ele destaca a dedicação dos professo-res e a estrutura da Universidade

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Viagem de descobrimento rumo a PortugalEm busca das raízes. Uma par-

ceria entre a Universidade Federal Flu minense e o Banco Santander ofe rece aos alunos da graduação a alternativa de estudar seis meses em Portugal. O Programa de Bolsas Luso-Brasileiras Santander Univer-sidades disponibiliza 10 bolsas por semestre para os estudantes que já tenham cursado no mínimo quatro períodos e que alcancem Coefi-ciente de Rendimento (CR) acima de sete. Para participar, é necessário ter acima de 18 anos e frequentar aulas na universidade receptora compatíveis com as disciplinas do currículo na UFF.

Os alunos interessados devem procurar a Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos (PROAC) ou a Assesso-ria de Assuntos Internacionais. Os contemplados não têm custos com taxas na instituição em Portugal e recebem bolsa no valor de 3.300 euros. Os estudantes escolhem uma entre as 10 universidades convenia-das em Portugal que ofereçam o mesmo curso de sua graduação. O processo de seleção divide-se em duas etapas: o candidato deve ser

aceito no programa primeiramente pela UFF e em seguida pela univer-sidade portuguesa receptora. Na UFF, a escolha é realizada por um comitê que analisa o histórico aca-dêmico do estudante.

Recomenda-se ao aluno estabe-lecer contato com a instituição de interesse para buscar informações sobre moradia e outros hábitos lo-cais. A bolsa pode ser paga em até três parcelas. O valor e a forma de pagamento podem ser alterados a critério do Banco Santander, finan-ciador do programa.

Podem-se inscrever estudantes de qualquer cursos de graduação e não há um número específico de bolsas para cada curso. A per-manência em Portugal é de um semestre, sem chance de prorroga-ção. A primeira edi ção na UFF do Programa de Bolsas Luso-Brasileiras Santander ocorreu no segundo semestre de 2009, atendendo es-tudantes de História, Odontologia, Produção Cultural e Arquitetura. Nessa viagem de descobrimento, to dos regressaram com imensa ba-gagem cultural.

“Os professores são muito bons e a biblioteca também ”.

Para o estudante cearense, o programa significa ao mesmo tem-po uma experiência acadêmica e de vida. “Durante a mobilidade tive que resolver os problemas sozinho, o que me deu mais responsabilida-de. Todo estudante universitário de-veria passar por essa experiência”

Quando chegou a Niterói, Adria-no encontrou por meio de um anún-cio no campus da Praia Vermelha o endereço de uma república de es-tudantes próxima do prédio da Fa-culdade de Engenharia. “É tão perto

que eu acordo 10 minutos antes do início da aula”.

Segundo Adriano, o custo de vida no Rio é semelhante ao de For-taleza. Com os recursos da bolsa, foi possível estudar, manter-se fa-zendo as refeições nio restaurante universitário e, ainda, ir a festas e aproveitar o circuito universitário. “Fazer amizades foi fácil. Niterói é uma cidade fantástica. Valeu a pena participar do Programa Santander, porque dá uma visão geral do mer-cado de trabalho e de pesquisas que estão sendo realizadas. A UFF é tão legal que eu quero voltar!”.

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Dupla Diplomação leva estudante a mares nunca dantes navegadosQual estudante não deseja estu-

dar no exterior, aumentar sua baga-gem de vivências e, ainda, re ceber dois diplomas no fim de seu curso?

O Programa Internacional de Dupla Diplomação oferece a chan-ce de o estudante adquirir parte de sua formação na Universidade Federal Fluminense e passar uma temporada em uma instituição es-tran geira que tenha convênio com a UFF. Ao fim do curso, ele recebe diploma das duas universidades.

Duas instituições portuguesas já acertaram os ponteiros para se engajar no projeto: a Universidade de Coimbra, uma das mais tradi-cionais da Europa; e a Universidade Técnica de Lisboa. A ideia é ampliar, em prazo curto, o leque de universi-dades europeias que desejam par-ticipar do intercâmbio em nível de graduação.

A oportunidade será dada aos estudantes de qualquer curso de graduação, porém fica a cargo do Colegiado de cada curso definir o perfil e os requisitos do aluno apto a se candidatar ao programa. Só as instituições credenciadas po derão ser o destino dos alunos. Cabe a cada curso definir o que de verá ser cumprido em cada uni versidade, compatibilizando car ga horária e currículo. Uma vez concluído o curso, o egresso adquire os mesmos direitos acadêmi-cos do cidadão do país e pode pleitear o re-gistro profissional no conselho da catego-ria quando for o caso.

O programa já vem sendo ado-tado pelas universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal de Minas Gerais (UFMG) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), entre outras. O país pioneiro em convê-nios dessa natureza com institui-ções brasileiras de ensino superior foi a França, que mantém convênios com a UFRJ e a PUC-Rio na área de Engenharia.

O professor Alberto di Sabbato, diretor da Faculdade de Economia, explica que o estudante, depois de graduado, poderá atuar na área de formação nos dois países. “Este pro-grama é mais abrangente do que o intercâmbio ou a mobilidade aca-dêmica. porque obriga o aluno a ter responsabilidade com os estudos fora do país para cumprir todos os requisitos e completar a parte do curso”, frisa Alberto, que partici-pou da comissão que elaborou as normas da dupla diploma-ção na UFF.

A coordenadora do curso de Engenharia de Produção, Maria He-lena Soares de Melo, também fez parte da comissão que trabalhou durante seis meses na sistematiza-ção do programa. Ela cita a grade curricular no formato da letra Y para explicar o tipo de curso mais ade-quado à graduação feita simultane-amente no Brasil e no exterior. “Aqui na Engenharia, depois de cumprir os requisitos básicos, ou seja, a per-na maior do ‘Y’, o aluno pode seguir a perna da carreira técnica ou a da carreira gerencial. Assim é também com a dupla diplomação. Ele deve

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É comum um estudante brasileiro fazer um curso de graduação ou pós-graduação no exterior e, ao regressar, esbarrar em obstáculos para reconhecer o diploma por diferenças como carga horária ou conteúdo programático. Nos últimos anos as autoridades educacionais de diversos países têm buscado superar barreiras e encontrar formas de estimular o intercâmbio.

O Acordo de Bolonha, que estabelece uma padronização do ensino em todos os níveis entre os países europeus, significa uma tentativa de aproximação. O objetivo é facilitar a mobilidade estudantil e a for-mação de um mercado profissional com habilidades comuns do Mar do Norte ao Mediterrâneo. Os países que saíram à frente nesse processo foram Reino Unido, Alemanha, França e Itália.

Firmada, em junho de 1999, por 29 países europeus, a Declaração de Bolonha representou uma carta de intenções, na qual os signatários assumem o compro-misso de promover reformas no ensino. A escolha da cidade italiana não foi à toa: com mais de 900 anos, a Universidade de Bolonha é a mais antiga instituição de ensino superior que se conhece no mun-do. O documento ressalta a relevância da educação para a socialização do conhe-cimento. Com o tempo, outros países do continente aderiram à proposta para en-frentar a concorrência de universidades na Ásia e nos Estados Unidos.

A ideia é que estudantes tenham o di-reito de mudar de país e encontrem con-dições semelhantes de aprendizagem em outras instituições de ensino. O Acordo de Bolonha prevê a padronização das fases do ensino desde o período fundamental à pós-graduação em toda a Europa. Os edu-

cadores críticos do acordo, no entanto, alertam para o risco de perda da iden-

tidade nacional, principalmente no caso dos países de desenvolvimen-

to industrial e tecnológico ainda incipiente.

Dupla Diplomação leva estudante a mares nunca dantes navegadosfazer lá fora as disciplinas que não estão previstas aqui na UFF”.

A coordenadora ressalta as diferenças entre o ensino de Ma-temática no Bra sil e na Europa. “Nosso ensino tem uma visão mais prática, dentro do modelo norte-americano. Já na Europa a Matemá-tica é mais voltada para a análise e compreensão dos fe nô menos. Não é que um curso esteja certo e o outro, errado. São apenas visões distintas. Essa di ferença exige uma preparação prévia do estudante que se candidata à dupla diplo-mação”. Para Maria Helena, o papel

desempenhado pelo coordenador de cada curso será fundamental no preparo do aluno que pensa em es-tudar no exterior.

A viabilidade do intercâmbio com dupla diplomação depende, en tre outros aspectos, do perfil da grade curricular dos cursos pre-ten didos. Quanto mais flexível e menos engessado for o currículo, maior será a possibilidade de inter-câmbio. Na UFF, os cursos que, no momento, adaptam-se melhor ao projeto de dupla diplomação estão na área de Engenharia, Geociências e Economia.

O programa nasceu na PROAC a partir da vontade dos próprios alunos. “Seria ideal que o intercâm-bio ou a mobilidade evo luíssem, além de toda a experiência que já significa estar em outro país, com pessoas novas, cultura diferente, em outro ambiente acadêmico, ga-nhar mais um diploma é fantástico”,

afirma a estudante de Psicologia Roberta Nunes.

Acordo de Bolonha unifica Europa

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“Ensinar não é fácil, porque en-volve a relação entre seres huma-nos.” Com essas palavras, a profes-sora Sueli Camargo, da Faculdade de Educação, responsável pelo pro grama Bolsa de Apoio à Prática Discente, define a necessidade de

experimentar novas práti-cas pedagógicas que me-lhorem a relação ensino-aprendizagem.

O projeto aproxima os estudantes de Licenciatu-ra à realidade da sala de aula por meio da convi-vência com professores e alunos da rede pública. Sueli Camargo considera fundamental que o fu-turo professor conheça o ambiente da escola de ensino básico. “É nessa interação que ele percebe como se organiza a rela-

ção professor-aluno e, de maneira crí tica, envolve-se com a educação pública numa troca de experiências que enriquece a todos.”

A Bolsa estreita a relação da UFF com as escolas de ensino básico e contribui para a formação acadê-mica e pessoal do bolsista. Desde 2008 são distribuídas 260 bolsas de auxílio para licenciandos de todas as áreas. O número por curso va-ria de acordo com a demanda. Em média cada área recebe de 10 a 15 bolsas, ajuda de custo fundamental para o estudante sem recursos.

Para receber a ajuda, o univer-sitário deve apresentar um projeto pedagógico para uma das 15 esco-las que mantêm convênio com a UFF. A atividade é realizada, geral-mente, por estudantes da disciplina Pesquisa e Prática de Ensino. O pro-fessor seleciona o bolsista e orien-ta e acompanha a realização do projeto na escola básica. A escolha passa por dois critérios: a relevância da proposta e a carência da esco-

la. O resultado é apresentado em dois eventos anuais: o Seminário Interativo de Prática Pedagógica e a Agenda Acadêmica.

A estudante Karla Silene Ma-rinho, de Física, atua no Colégio Es tadual Pinto Lima. Karla propõe textos e atividades especiais para os alunos portadores de deficiên-cia visual. “Essa experiência contri-buiu muito para que eu resolvesse prosseguir na área de Educação Especial”. Sob a orientação de duas professoras, ela produziu artigos acadêmicos sobre o tema.

Priscila Nunes, estudante de Le-tras, vê o magistério como um de-safio. “Manter contato direto com as escolas serve de ensaio do que vamos enfrentar no futuro”. Outra bolsista de Prática Docência, Deni-se Cardoso, acha que seria muito mais difícil se começasse a lecionar só depois de formada. Ambas dão aulas de Redação no pré-vestibular comunitário. “A maior satisfação é quando um aluno vem contar que conseguiu bom resultado no vesti-bular”, revela Denise.

Sueli Camargo, coordenadora do

programa, considera importante para

o futuro professor conhecer a prática

de sala de aula

Prática Discente, ensaio em sala de aula

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“Não quero mais ficar à toa. Quero estagiar pra sempre.” A dis posição da estudante Geani Vargas, de Comunicação Social, evidencia a importância que os alunos dedicam ao estágio, por-ta de entrada para o cada vez mais disputado mercado de tra-balho. Geani começou a estagiar em junho de 2009 na Fundação Euclides da Cunha (FEC), dentro do Programa de Estágios da UFF. “No início tive dúvida, com medo de atrapalhar a faculdade, mas o ambiente de trabalho é tranquilo. Aprendo muito e tenho liberdade para produzir e escrever”.

O programa da UFF busca orientar e preparar os alunos que ingressam no mercado de traba-lho. Segundo o coordenador do programa, professor Luiz Flávio Machado, o estágio representa um estímulo para o estudante pôr em prática aquilo que aprendeu na faculdade. “O aluno é um cidadão em formação, estagiar significa antecipar o mundo que, a rigor, só conheceria no fim do curso”, ob-serva Luiz Flávio.

Hoje, a UFF conta com 169 cam pos de estágio em suas pró-prias unidades, e um total de 340 estudantes que recebem uma bol-sa com duração de seis meses. A seleção é feita através de concur-so, e o número de estagiários varia de acordo com as necessidades dos setores. Para o professor Luiz Flávio, a UFF possui um grande campo em todas as áreas; “Somos um laboratório de aprendizado prático. Uma vantagem do estágio interno é estar próximo ao local onde estuda. O custo de transpor-te é zero.”

A relação entre estagiário e contratante deve ser fundamen-

talmente pedagógica para evitar problemas comuns de exploração do trabalho, “Há empresas não muito sérias que demitem pro-fissionais e contratam estagiários com custo muito mais baixo. Por isso, a UFF credencia empresas interessadas, o que nos permite maior controle”, frisa Luiz Flávio.

A Universidade possui con-vênio com mais de 920 empresas amplian do diariamente esse nú-mero. No estágio obrigatório, a ava-liação pelo professor-orien tador e pelo estudante é indispensável. Para o professor Armando Pereira do Nascimento, coor denador de estágio do Instituto de Química, a interação com as empresas deve-ria ser mais efetiva.

“Idealmente, o aluno deveria começar a estagiar por volta do 3º período durante seis meses. Esse contato externo é extremamente importante para ampliar conhe-cimentos e técnicas sem compro-meter os estudos. Num se gundo

momento, perto do fim do curso, a imersão deveria durar um ano, para o jovem ter noção da realida-de da empresa e das relações de trabalho. Dessa maneira, o aluno adquire uma bagagem profissio-nal e de vida muito maior. Sem contato com essa realidade ele pode se iludir”, alerta Armando Nascimento.

O coordenador de estágio da Escola de Engenharia, professor Vitor Hugo Ferreira, afirma que a experiência incentiva trabalhos em grupo, o que melhora a con-vivência interpessoal e o apro-veitamento do curso. “Estagiar é a oportunidade de se colocar em prática o que se apren-deu. O importante é encarar o estágio como aprendizado, valorizar o que ele vai agregar de conhecimento e entender o processo como um adicional na formação”.

A estudante Geani Vargas, de Comunicação Social, faz estágio na Fundação Euclides da Cunha e considera fundamental a experiência para complementação das atividades na sala de aula

Prática Discente, ensaio em sala de aula

Estágio, porta de entrada do mercado de trabalho

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Aprendendo a ensinarUm aluno de Química precisa

testar soluções para aprender. Um estudante de Medicina tem que tra-tar pacientes. E um futuro professor não aprende a lecionar sem a expe-riência em sala de aula. O Colégio Universitário Geraldo Reis (Coluni) nasceu para possibilitar aos estu-dantes das licenciaturas um espaço de vivência da prática de ensino por meio de estágios supervisionados e projetos de iniciação à docência.

Fundado na década de 1980 pelo Governo Estadual, o então Centro Integrado de Educação Pú-blica (CIEP) só se transformou em um colégio universitário em 2006, quando o Estado assinou um con-vênio com a UFF. Com a parceria, a escola, no bairro de São Domingos, tornou-se uma unidade acadê mica vinculada à PROAC a fim de atender

à demanda de alunos por educação básica e formar professores.

“Os estudantes de licenciatura vão para escola e ganham com a experiência dos professores. E os professores ganham com o con-tato com novos conhecimentos e propostas. É uma troca importante”, destaca a diretora geral do Coluni/UFF, Iduína Mont’Alverne. Desde que a UFF assumiu a gestão do CIEP, cerca de 500 estagiários já pas-saram por experiências no colégio entre estudantes de Serviço Social, Informática, Letras, Pedagogia, His-tória, Ciências e Sociologia.

A importância do colégio vai além da formação profissional dos estudantes de licenciatura. Hoje, com turmas do 1º ao 9º ano, a esco-la atende 350 alunos, contando os 290 do ensino fundamental, mais os 60 atendidos pela Creche UFF, que integra o Departamento de Educação Infantil do Colégio Uni-versitário Geraldo Reis.

Os alunos estudam em horário integral. “Nossa proposta pedagó-gica é de inclusão, de formação hu mana. Preparamos a criança pro-fissional e pessoalmente”, explica Iduína, doutora em Educação. Pela manhã, a escola oferece as disci-plinas regulares, como Matemática e Língua Portuguesa. À tarde, são desenvolvidos os projetos extra-curriculares, como aulas de Inglês e Francês, escolinha de futebol, sala de leitura, teatro e jogos matemá-ticos. Enquanto estão na escola, os alunos recebem, ao todo, quatro refeições por dia. A UFF ampliou de 20 para 35 o nú mero de vagas em sala de aula. O processo de seleção é feito por sorteio.

O Coluni/UFF conta com uma gestão colegiada, com representan-tes da PROAC, Colegiado de Licen-ciatura, professores e pais. A escola passa por momento de transição. No corpo docente, por exemplo, 26 professores substitutos foram contratados e mais cinco estão em fase de seleção para, aos poucos, substituírem o quadro de profissio-nais vinculados à rede estadual de ensino. Na estrutura física, o colégio ganhou um laboratório de infor-mática, com 18 computadores, e um espaço voltado para atividades das turmas iniciais.

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Geraldo Reis, um educadorQuem passa em frente ao Colé-gio Universitário não sabe por que a escola recebeu o nome de Geral-do Reis, ainda como CIEP e depois mantido pela Universidade Federal Fluminense. Os livros não contam e as ferramentas de busca na internet ignoram. Certamente um aluno do COLUNI que receba a tarefa de escre-ver sobre o personagem que apare-ce na fachada do prédio encontrará dificuldade.

Geraldo Achiles dos Reis, mineiro da região de Teófilo Otoni e formado em Direto pela UFF, lecionou Língua Portuguesa em diversas escolas de Niterói, como o Colégio Brasil, no Fonseca, e o Figueiredo Costa, em Santa Rosa; mas gostava mesmo é de ensinar em cursos noturnos para estudantes pobres que trabalhavam de dia e só tinham a noite para se de-dicar aos estudos.

Ex-aluno de um seminário em Araçuaí, no nordeste de Minas, e marxista por formação, Geraldo Reis elegeu-se deputado estadual pelo antigo Estado do Rio no final dos anos 50, na legenda do Partido So-cialista Brasileiro (PSB). Em maio de 1964, um mês após o golpe militar, ficou preso no Estádio Caio Martins acusado de subversão.

“Como ele tinha nível universitá-rio, podia ficar nos alojamentos do estádio, junto com advogados e mé-

dicos, mas preferiu ficar na quadra de basquete para conversar com a gen-te dos sindicatos”, relembra a viú va Martha Reis, 81 anos, ex-diretora do Departamento de Assistência Social (DAS) da UFF. Tempos depois, Geral-do foi preso novamente, desta vez na estação de trem desativada em Neves, São Gonçalo.

As sucessivas prisões e os proces-sos políticos interromperam a car-reira de Geraldo Reis no magistério. “Naquela época, ninguém queria dar emprego a comunista. Ele dava aula particular em casa; mas, quando as mães descobriam que tinha sido preso político, cancelavam a aula dos filhos”, diz Martha, que, depois de se aposentar na UFF, ajudou a fundar o projeto social Criança=Vidda, que dá assistência a órfãos de pais aidéticos.

“Geraldo não sofreu tortura fí-sica, mas a tortura psicológica era enorme. Às vezes, chegava arrasado em casa quando descobria que, entre os interrogadores, ha-via ex-alunos”, recorda Mar-

tha, que recentemente se desfez das apostilas de Português do marido. Queria apagar da memória o sofri-mento vivido por Geraldo para con-ciliar a necessidade de sobrevivên-cia como professor e a convicção ideológica nos tempos da ditadura.

O cantor Achiles Reis, do grupo vocal MPB-4, conta que volta e meia, após os shows ou nas ruas, é procu-rado por ex-alunos do pai. “As pesso-as se referem a ele não apenas como professor, mas como educador, pela importância na formação do caráter deles”, conta o filho.

Geraldo Achiles dos Reis morreu em dezembro de 1973, vítima de aplasia medular, após 11 meses de internação no Hospital Santa Cruz, em Niterói. Dei xou na memória de seus ex-alunos o aprendizado de um educador que se eter niza mais do que qualquer apostila.

Reis:entre a convicção e a sobrevivência

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Relatório de gestão tem números otimistas

Quem não conhece a expres-são cérebro eletrônico? Aquele dis-positivo impessoal que digere um emaranhado de dados fornecidos em série e os transforma em índices matemáticos. O cargo não existe no serviço público, mas talvez a função que mais se assemelhe a um cére-bro eletrônico, em carne e osso, seja a do pesquisador institucional. Ele tem a missão de traçar um qua-dro de desempenho com base nos resultados informados por todos os órgãos da instituição.

Na UFF, quem exerce esse tra-balho há 12 anos é o professor José Márcio Lima, coordenador de gestão da Informação da Pró-Rei-toria de Planejamento (Proplan). Ex-diretor do Instituto de Matemá-tica, José Márcio ocupa uma pe-quena sala no primeiro andar da reitoria com uma secretária e um com putador.

É para lá que seguem os dados extraídos dos sistemas acadêmicos de graduação e pós-graduação e de outros sistemas como o Relatório Anual dos Docentes (RAD), número de alunos matriculados, prováveis

concluintes, transferências, tran-camentos, bolsistas, titulação dos docentes, qualificação de servido-res, projetos de iniciação científica e uma infinidade de informações que precisam ser fornecidas ao MEC e influenciam o orçamento da uni-versidade.

Com base nesses números, a Coordenação de Gestão da Infor-mação elabora planilhas, tabelas e gráficos que atuam como uma espécie de radiografia dessa insti-tuição que mantém 63 cursos de graduação, 28 mil estudantes, 2.500 professores e 3.900 servidores. As informações ajudam o MEC a atua-lizar a Plataforma de Integração de Dados das Instituições Federais de Ensino Superior (PingIFES), que ser-ve de referência para a distribuição de recursos para as IFES.

Um item em que a UFF apresen-ta uma melhora sensível de desem-penho nos últimos anos diz respei-to à Taxa de Sucesso na Graduação (TSG) que mede o percentual de alunos formados no tempo míni-mo previsto na grade curricular dos cursos de graduação. Em 2009, a média na UFF chegou a 0,79%. Isso

significa que, de cada 10 estudantes que ingressaram na universidade, aproximadamente 7,9 concluem seu curso no prazo previsto.

“Nosso TSG poderia melhorar ainda mais se os horários fossem elaborados levando em conta o in-teresse dos alunos. Cursos que são definidos como de tempo integral no Manual do Vestibular poderiam ser oferecidos em um único turno”, frisa José Márcio, docente da UFF há 32 anos.

O Índice de Qualificação do Cor-po Docente (IQCD), que leva em con-ta o número de doutores e mestres, é outro índice no qual a UFF apre-senta bons resultados. Em 2009, o índice chegou a 3,94 em uma escala que varia de um a cinco. José Márcio explica que esse número só não foi maior porque o Tribunal de Contas exige a inclusão no cálculo dos pro-fessores substitutos que, indepen-dentemente da titulação, são regis-trados como docentes graduados no SIAPE. Sem os substitutos, o ín-dice subiria para 4,22, mesmo resul-tado alcançado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 2008.

Em 2003, o grau de envolvi-mento dos alunos da UFF na pós-graduação era de 11,78%. Seis anos depois, em 2009, saltou para 14,96. Essa elevação de mais de 3 pontos percentuais se deve ao aumento do número de pós-graduações stricto sensu, tanto de cursos de mestrado como de doutorado.

Esse índice ganha dimensão ain da maior se lembrarmos que a graduação também registrou cres-cimento expressivo no número de vagas nos últimos dois anos, des-de o lançamento do Programa de Reestruturação e Ampliação das Universidades Federais (REUNI). Em 2010, foram ofertadas 6.528 vagas no vestibular, 20% a mais do que em 2008.

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Creche leva a sério arte das brincadeirasClarice Sena foi mãe logo no início da faculdade. Para dar à luz Eduarda, em 2004, a es-tudante de Pedagogia preci-sou afastar-se das aulas. Dois

anos depois, a nova mamãe deci-diu retomar os estudos, mas esbar-rou em um obstá culo: com quem deixar a filha? Clarice contou com apoio da própria Uni ver sidade. En-quanto a mãe as sis te às aulas, Edu-arda é uma das 60 crian ças que fi-cam sob o cuidado da Creche UFF, que constitui o Departamento de Educação Infantil do Colégio Uni-versitário Geraldo Reis.

Fundada em outubro de 1997 e vinculada à PROAC, a Creche UFF surgiu para atender à demanda da comunidade universitária por um campo de aplicação voltado para a formação profissional dos estu-dantes de graduação e pós-gradu-ação da área de Educação Infantil. De quebra, beneficiou também servidores técnico-administrativos, pro fessores e alunos, cujos filhos fre quentam gratuitamente a creche enquanto os pais trabalham ou es-tudam. “Teria sido muito difícil conti-nuar os estudos sem o apoio da UFF, porque não existem creches perto da faculdade e da minha casa”, con-ta Clarice, 39 anos, moradora de São Gonçalo.

O centro escolar, voltado a crianças entre 1 ano e meio e 6 anos, funciona nos turnos da ma-

nhã e da tarde ou integral. As vagas são distribuídas entre as categorias de funcionários, professores e es-tudantes, cabendo 20 vagas para cada uma. Na prática, no entanto, os filhos de alunos chegam a ocu-par metade das va gas, preenchidas com base em uma lista de espera. “Como os estudantes geralmente possuem uma renda inferior, a de-manda dos alunos é maior”, explica a coordenadora geral, Dominique Colinvaux, na creche desde 2003 e na coordenação desde 2008, acres-centando que a proposta educa-tiva privilegia a brincadeira como princípio educativo na construção de conhecimentos e valores como respeito, autonomia e cidadania.

Com um espaço para formação profissional, estagiários e bol sistas de pesquisa e extensão desenvol-vem na Creche UFF projetos es pe-cíficos com crianças, famílias e edu-cadores. Ao todo, 11 estagiá rios e 26 bolsistas dos cursos de Psi cologia e Serviço Social integram o quadro de trabalho. Além disso, os cursos de graduação em Educação Física, Nutrição e Pedagogia contam com disciplinas que se articulam com a creche e preveem atividades práti-cas de visita e permanência na uni-dade. “Um dos objetivos da creche é inves tir no educador como sujei-to pensante, em processo de for-

mação sempre permanente, e não um sujeito que só executa”, frisa Dominique, doutora em Educação.

A creche abre espaço pa-ra aperfeiçoamento da for-mação de professores em atividade. Como parte de um convênio entre a UFF e a Secretaria de Educação de São Gonçalo, conta com a cola-boração de sete professoras da rede municipal. O centro esco lar busca , também, integrar-se a movimentos sociais de debate e formulação de políticas públicas para a Educação Infantil e promo ve fóruns e pales-tras sobre o assunto. Só em 2009, recebeu 450 visitas, tanto de estu-dantes da UFF quanto de alunos e profissio nais de outras instituições que de sejam conhecer as ativida-des de um centro de educação de referência.

A creche segue um modelo par ticipativo e colegiado. A coor-denação geral conta com o apoio de um grupo gestor, formado por professoras da Faculdade de Edu-cação, da Escola de Serviço Social e do curso de Psicologia, além de representante do grupo de pais e do corpo técnico administrativo.

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Usuário das bibliotecas

navega pelo mundo digital

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Comprar tudo que é livro in-dicado por professor pode custar caro no final do curso. Com ser-viço de empréstimo gratuito, as bibliotecas da UFF se apresentam como excelente alternativa a livra-rias e sebos. E, se o deslocamen-to até uma das 27 bibliotecas da Universidade for difícil, uma nova possibilidade se abre: o Núcleo de Documentação (NDC) começa a entrar no mundo digital para facili-tar os empréstimos a quem deseja ter acesso aos mais de 1 milhão de exemplares do acervo.

Vinculado à Pró-Reitoria de As-suntos Acadêmicos (PROAC), o NDC responde pela coordenação técni-ca e administrativa do Sistema de Bibliotecas e Arquivo da UFF. A divi-são tem como objetivo desenvolver serviços e produtos que atendam às necessidades de informação da comunidade acadêmica, além da demanda externa. “As bibliotecas têm uma função essencial na for-mação do cidadão. Como existe um défice de bibliotecas públicas, o NDC atende também à sociedade, que tem acesso gratuito ao acervo”, conta a bibliotecária Ana Maria de Sá Couto, diretora desde 2007.

Ao todo, o Núcleo adminis-tra 290 mil títulos. Para se ter uma ideia da importância do sistema de bibliotecas, o acervo é três ve-zes maior do que o da Biblioteca Estadual de Niterói. E não para de crescer. Com recursos do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o NDC investe R$ 520 mil por ano em novas aquisições, o que dá para comprar cerca de 9 mil exem-plares. Além disso, o Núcleo conta com doações. Só em 2009, foram 28 mil volumes.

Usuário das bibliotecas

navega pelo mundo digital

Para tornar o acervo mais aces-sível, o NDC aposta na digitalização das informações. Navegando pelo site do núcleo www.ndc.uff.br, o internauta tem acesso ao catálogo online das bibliotecas da UFF, com a ficha catalográfica dos livros dispo-níveis para empréstimo. Em 2009, a Divisão de Bibliotecas (DBT) lan-çou, oficialmente, o projeto Desen-volvimento de Interfaces Web para controle da circulação e acesso universal de material bibliográfico, que visa ao aperfeiçoamento do sistema antecessor de informatiza-ção do serviço de empréstimos.

Com o repasse de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), o projeto incorporou ao serviço de empréstimo online das bibliotecas da UFF, entre outros benefícios, a cobrança automática dos usuários em débito e a emissão de recibos e acesso ao catálogo.

Ao todo, 14 bibliotecas já ade-riram ao serviço informatizado. A curto prazo, a ideia é estender o projeto a mais 11 locais. “A interfa-ce web é uma via de mão dupla. Dá mais facilidade e rapidez ao usuário e maior controle e gerência de em-préstimos para o núcleo, porque o número de visitantes aumenta a cada ano”, destaca Ana Couto.

De acordo com dados do NDC, diariamente 3,4 mil pessoas fre-quentam, em média, as bibliotecas da UFF. O número daria para lotar duas barcas que fazem a travessia Rio-Niterói pela Baía de Guanabara e ainda sobraria gente.

Quem quer acessar o acervo de teses e dissertações, em alguns ca-sos, nem precisa sair de casa. O La-boratório de Reprografia (LARE) do NDC cuida da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) da UFF, que disponibiliza, na web, as pro-duções dos alunos dos programas de pós-graduação da Universidade. No total, mais de 2 mil teses estão disponíveis na internet, em resumo ou na íntegra, dependendo do pes-quisador.

A proposta de acesso fácil à infor-mação se estende ainda para além do sistema de bibliotecas. “O NDC é um núcleo de interação com todas as pró-reitorias”, conta a diretora da Divisão de Bibliotecas, Sandra Coe-lho. A digitalização dos prontuários médicos do Hospital Universitário Antônio Pedro; dos arquivos de con tabilidade da Pró-Reitoria de Pla nejamento (Proplan) e do acervo administrativo da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inova-ção (Proppi) são alguns dos projetos desenvolvidos pelo Núcleo.

Para cuidar de todas suas ativi-dades, o NDC conta com um qua-dro de 310 pessoas (214 servidores, 85 prestadores de serviço e 41 esta-giários, alunos de Biblioteconomia e Arquivologia). Esses estudantes têm na biblioteca não apenas aces-so a uma complementação teórica com os livros, mas também a opor-tunidade de enriquecer, na prática, sua formação profissional.

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IdUFF. Você aqui na Universidade.

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“O bom filho à casa torna.” Foi com base nesse espírito de reencon-tro que nasceu o Programa Prata da Casa, que busca retomar o contato com profissionais de nível superior que se graduaram ao longo dos 50 anos de existência da Universidade Federal Fluminense. O objetivo é manter o elo entre a UFF e os milha-res de brasileiros que conquistaram com esforço um diploma universi-tário e, agora, prestam serviço à so-ciedade. Formar uma comunidade de ex-alunos, promover encontros e divulgar o trabalho realizado por eles são algumas das estratégias do Prata da Casa.

O programa surgiu em 2008 com a elaboração de uma home page. Foi feito um trabalho de divulgação por meio de cartas, telefonemas e e-mails para que ex-alunos tomas-sem conhecimento do programa e se cadastrassem. Em dezembro de 2009, o registro contava com 1.700 ex-alunos cadastrados. As inscrições já se tornaram espontâneas.

O trabalho com os formandos procura despertar o sentimento de pertencimento à UFF, convidando-os a manter os laços com o am-biente universitário. O egresso tem a chance de divulgar, no portal da UFF, sua produção, seu evento ou prêmio que tenha recebido. O por-tal, interativo, disponibiliza notícias sobre a Universidade e conta, tam-bém, com um twitter.

A coordenadora Rita Cubel Gar-cia diz que o principal objetivo do Prata da Casa é estimular o ex-aluno a manter contato com a instituição onde se formou. “Não queremos que ele se sinta fora desse ambien-te só porque terminou o curso. Ele precisa ter consciência de que pode

Prata da Casa aproxima gente formada na UFFvoltar”, defende Rita, professora do Departamento de Microbiologia.

A divulgação no site também permite que empresas busquem profissionais formados na UFF. “Já tivemos ex-aluno que lançou livro e divulgamos a noite de autógra-fos.” O site também conta com uma janela para disponibilizar trabalhos e pesquisas.

As mensagens recebidas con-firmam o sentimento de saudade e o desejo de retomar os contatos com antigos colegas, professores e funcionários. “As mensagens reve-lam um carinho especial pela UFF”, garante Rita Cubel.

A saudade não é apenas da Universidade, mas também dos colegas de turma que, ao longo do tempo, perdem o contato. Tia-go Afonso Santos, cadastrado no programa, se diz muito satisfeito pela iniciativa. “Nunca mais esqueci os anos que passei lá. Quero reen-contrar meus antigos amigos”. Para viabilizar esse reencontro, o Prata da Casa está elaborando uma fer-ramenta de busca no próprio site que facilitará a localização de gente formada na UFF ao longo dos anos. A ferramenta permitirá que uma pessoa encontre outra pelo nome entre os cadastrados e envie uma mensagem pelo site.

O projeto significa, ainda, a possibilidade de a UFF resgatar sua história. “Nessa busca de ex-alunos, encontramos nomes importantes. A UFF não conhece sua memória. Precisa buscar essa identidade”, fri-sa Rita.

Para conhecer o site, deixar al-gum recado, postar notícia e reen-contrar um colega antigo, acesse: www.proac.uff.br/exalunos.

Terminei meu curso de licenciatura plena no 2º semestre de 1973. Foi muito bom, aprendi muito, pois foi um curso que me ajudou no decorrer da minha carreira de professora, durante 31 anos em que trabalhei na rede de escolas do Município de Niterói

Eliana Martins SantosPedagogia - conclusão em 1973

A UFF representou a escolha certa da carreira ideal. Tenho boas lembrançase muitos amigos conquistados

Rafael Barreto AlmadaQuímica Industrial - conclusão em 2005

Antonio Carlos Martins da CostaDireito - conclusão em 1986

A UFF representou, representa e sempre

representará, pelo ensino superior de excelência, minha sólida formação acadêmica e um futuro mais construtivo e solidário para o país, social e profissionalmente falando

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Sensibiliza reduz obstáculos e reforça o acesso à cidadaniaA universidade é o lugar da in-

terdisciplinaridade e do exercício da cidadania; mas, para que essas duas qualidades se concretizem, é preciso entender e respeitar as diferenças.

O Núcleo de Acessibilidade e Inclu-são - Sensibiliza promove o acesso e a inclusão social de portadores de necessidades especiais. Com medi-das que visam a reduzir as barreiras físicas, educacionais e comunicacio-nais, o núcleo procura conscientizar a comunidade acadêmica através de palestras e ações que transfor-mam o ambiente educacional.

A coordenadora do Sensibili-za, Luiza Santos Moreira da Costa, conta que o NAIS foi criado para assessorar a Universidade em rela-ção à acessibilidade. “Falamos da acessibilidade não só arquitetônica, mas também comunicacional, ins-trumental, programática e metodo-lógica”, diz a professora do Instituto de Saúde da Comunidade.

O núcleo iniciou as atividades, em 2007, promovendo debates sobre a inclusão dos deficientes fí-sicos. O principal foco do trabalho concentra-se nos estudantes com necessidades especiais. São alunos com problemas de visão, audição, locomoção, com transtorno de de-senvolvimento e superdotados. O Plano de Promoção de Acessibili-dade prevê a adoção de pisos lisos (sem paralelepípedos) em todos os campi, e, pelo menos um banhei-ro acessível a cadeirantes em cada pavimento de todos os prédios. O plano inclui, ainda, construção de rampas e balcões de atendimento com altura acessível a cadeirantes e adaptação das bibliotecas com piso tátil e equipamentos voltados para deficientes visuais.

Além das barreiras físicas, po-rém, existem entraves que afastam das faculdades milhares de brasi-leiros portadores de necessidades

espe ciais. O Núcleo propõe tornar acessíveis todas as páginas institu-cionais da UFF na internet e instalar programas de leitura de tela nos computadores de bibliotecas e la-boratórios. Outra proposta é dispor de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais para atender estudantes surdos e estimular a produção de livros falados na EDUFF.

Rayssa Almeida Araújo, de 19 anos, cursa o 3º período de Arqui-tetura e Urbanismo. Um glaucoma reduziu em 10% sua capacidade de visão, mas não diminuiu a capaci-dade de superar barreiras. Carioca da Tijuca, Rayssa frequenta o curso em tempo integral e já participa in-formalmente do escritório modelo de Arquitetura, que faz projetos de reforma e restauração para comuni-dades carentes.

“Sempre quis estudar Artes. Mas, como não existe muito mercado no Brasil, escolhi Arquitetura. Que-

O advogado Geraldo Nogueira, em palestra para alunos

de Direito, fala sobre dificuldades e soluções

para portadores de deficiência

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Sensibiliza reduz obstáculos e reforça o acesso à cidadania

Os alunos de licenciatura da UFF poderão aprender a linguagem de sinais Libras sem sair de casa. O curso a distância de Língua Brasileira de Sinais é uma parceria entre o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão – Sensibiliza e o Núcleo de Educação Assistida por Meios Interativos (NEAMI) e deve estar disponível para os estudantes ainda em 2010.

Letícia Matheus embarca no ônibus da linha 47, na Ave-nida Almirante Ary Parreiras, em Santa Rosa, em Niterói. Com uma bengala, ultrapas-sa com alguma dificuldade a roleta. São 15 minutos de via-gem até a Rua Tiradentes, no Ingá, onde conclui este ano o doutorado em Comunicação. Na hora de saltar, estica-se toda para acionar a sineta.

Com 34 anos e 1,12 metro de altura, Letícia sofre de oste-ogênese imperfeita, doença de origem genética que causa traumatismos nos ossos, pre-judicando o crescimento. Há mais de 15 anos, desde que ingressou no curso de gradua-ção em Jornalismo do Institu-to de Arte e Comunicação So-cial, Letícia Matheus percorre o caminho entre os bairros de Santa Rosa e Ingá.

Dentro da Universidade, as dificuldades de acesso di-minuem, mas não cessam. An dar pelos paralelepípe-

dos do campus de Gragoa-tá, para chegar à Biblioteca Central, e subir as rampas e escadas do prédio principal do IACS, na Rua Lara Vilela, requerem esforço extra.

“Essas dificuldades são tão comuns que eu já me acostu-mei. Mas, com o tempo, fazer coisas simples, como ir ao ba-nheiro e tomar café, passam a ser tarefas cansativas”, frisa a doutoranda. No campus do Gragoatá, os paralelepípedos fazem doer o corpo e o bolso. “A bengala tem um amorte-cedor que desgasta muito rápido. É um par de borrachas amortecedoras por mês”.

As pedras no meio do ca-minho, no entanto, não impe-diram que Letícia alcançasse uma carrei ra bem sucedida no meio aca dêmico e profissio-nal. Recém-formada em Jor-nalismo, foi aprovada no pro-cesso de seleção de estágio no jornal O Globo, disputado por centenas de estudantes

do Rio e de Niterói, e acabou sendo con-tratada como repór-ter de cidade. Antes trabalhou em O Flu-minense. A atividade de repórter exige a presença diá ria na rua para as tarefas de apu ração.

De volta à UFF, tornou-se mes tre, em 2006, e deu aulas até 2008 co mo pro-fessora-substituta no IACS. Em 2010, a ex-repórter de O Globo e O Fluminense aca-ba de defender tese de doutorado sobre a história da imprensa no Brasil. Se, durante a vida uni-versitária, Letícia Matheus enfrentou dificuldades de acesso à faculdade, também encontrou apoio de pro-fessores e funcionários. No IACS, despertou a atenção do servidor José Marques,

do Arquivo Audiovisual, que teve a ideia de construir um platô de madeira para que a professora pudesse alcançar o quadro bran-co. Uma pedra a menos no ca-minho da pro-fessora.

ro aproveitar minha experiência e meus conhecimentos na universi-dade para melhorar o acesso das pessoas portadoras de deficiência”, planeja a estudante, que ingres-sou na UFF no vestibular de 2009 realizando as provas em formato ampliado para facilitar a leitura. Na faculdade, ela conta com a colabo-ração dos professores e da secre-taria, que amplia as provas para a folha de tamanho A-3.

“A boa vontade da faculdade é excelente. Logo na primeira sema-

na de aula, na recepção aos calou-ros pelo pessoal do diretório, eu falei que faltava uma sinalização no casarão da Arquitetura, que é um prédio tombado pelo patrimônio histórico. Mesmo assim, eles encon-traram um jeito de atender ao meu pedido”, conta a estudante.

Rayssa Araújo aponta como um dos maiores obstáculos o piso de paralelepípedos que trava a ben-gala dos portadores de deficiência visual e as cadeiras de rodas. Ela recomenda a construção de cami-

nhos alternativos nos campi, em piso liso e dotado de sinalização com ranhuras ou em alto relevo para facilitar a identificação dos obstáculos.

A estudante de Arquitetura elo gia o Sensibiliza, mas acha que ainda existem muitos caminhos a serem percorridos. “O projeto mostra a importância de entender as diferenças e estimula as pessoas tidas como diferentes a lutar pela igualdade de direitos”.

No meio do caminho tinha uma pedra

Com uma carga horária de 30h, o curso consiste em videoaulas produzidas pelo NEAMI,

com apoio da PROAC.

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UFFesporte ajuda a vencer barreirasMens sana in corpore sano. A as-

sociação entre esporte e conheci-mento, preconizada na citação, se concretiza no Projeto UFFesporte, que desde sua criação, em outubro de 2008, já atendeu a 60 atletas, entre estudantes, servidores e pro-fessores da Universidade Federal Fluminense, de 15 moda lidades es-portivas. O apoio vai desde o paga-mento de inscrições em competi-ções, hospedagem e transporte até a compra de equipamentos.

O projeto apoia o time do Prai-bola Futebol Clube, a equipe UFF de Rugby, a equipe de Fórmula SAE, a Atlética do curso de Veteriná-ria, 10 atletas de corrida de rua, um atleta de corrida de orientação, dois atletas no kart, dois surfistas, dois

nadadores, quatro na maratona aquática, dois esportistas de triatlo e um de paraglider. Desde seu iní-cio, apoiou o I e o II Torneio de Ru-gby UFF Sevens em 2008 e 2009, as Olimpíadas UFF 2008 e 2009 e o Troféu UFF de Orientação.

A coordenadora geral do pro-jeto, Nelma Cezário, afirma que o apoio a esses atletas valoriza a au-toestima do aluno ou funcionário e contribui para sua formação pes-soal. “A gente não forma atletas, mas ajuda quem tem alguma ba-gagem e principalmente vontade de continuar com essa prática.”

A meta atual é expandir o pro-jeto, com a chegada de novos parceiros e financiamentos, agre-gando pessoas e programas para atender ao maior número possível de pedidos. Nelma lembra que

os atletas precisam de apoio em todo o processo de treinamento, incluindo a participação em com-petições fora do Estado do Rio de Janeiro e do país. “Esse apoio tem possibilitado muitas conquistas.” O projeto pos sibilitou, por exemplo, a participação de quatro atletas na corrida de São Silvestre em 2009, e em outras competições com resul-tados expressivos dos corredores. A realização das Olimpíadas UFF é um sucesso e conta sempre com a par-ticipação de muitos alunos de di-versos cursos da instituição. No mo-mento, ainda não é possível federar os atletas para competir em nome da UFF, mas essa é uma possibilida-de que está sendo estudada.

Um destaque do UFFesporte é Yuri Cantarino, aluno de Nutrição. Ainda na infância, o jovem come-çou a se interessar pelo atletismo pelas mãos do avô, treinador da

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modalidade. Há cinco anos treina seriamente e participa de compe-tições importantes em corridas de longa distância. Yuri está no proje-to desde outubro de 2008 e deseja tornar-se profissional. Já participou de competições importantes e, em sua última prova, a maratona Adi-das no Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, conseguiu o primeiro lu-gar entre aproximadamente 12 mil competidores no dia 11 de outu-bro de 2009. “Antes do UFFesporte, sempre participei das competições, treinei e me alimentei por conta própria e com a ajuda da família.” Ele destacou a importância do auxí-lio do programa. “Mesmo ainda não sendo suficiente para cobrir todos meus gastos e necessidades com o

esporte, já é uma grande ajuda não ter que me preocupar em pa-gar as inscrições em competições e, algumas vezes, o transporte.”

A escolha do curso de Nutrição na UFF também não foi ao acaso. “A alimentação é parte essencial nessa preparação. Muita coisa que aprendo utilizo em beneficio próprio, para a saúde e para um desempenho melhor no atletis-mo”, comenta Yuri, um entre vá-rios estudantes que conheceram o projeto graças à divulgação na internet ou através de amigos e que, agora, colhem resultados po-sitivos não só nas competições, mas na prática do esporte como fator de desenvolvimento pessoal e socialização.

Madrinha é a medalhista Isabel SwanA cineasta recém-formada pela

UFF Isabel Swan, que conquistou uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, no iatis mo (classe 470), aceitou o con-vite para ser madrinha do UFFespor-te e ajudar em seu desenvolvimento. “O projeto é muito válido, é uma for-ma de fomentar o esporte dentro da universidade. É um pequeno passo por enquanto, uma iniciativa única no país que tem que crescer. Nos Es-tados Unidos, por exemplo, os atle-tas profissionais, em sua maioria, são formados nas universidades.”

Isabel diz que se sentiu muito honrada quando foi convidada pela coordenadora Nelma Cezário para ser madrinha do programa. “Acho que posso dar mais visibilidade, e é dessa maneira que eu posso ajudar. Eu também sou ajudada pelo proje-to já que todas as quintas-feiras corro na pista de atletismo da UFF e treino com o Carlos Eugênio, que é o pre-parador físico do UFFesporte.” A ve-

lejadora conta que sempre conciliou, com uma certa tranquilidade, os es-tudos. “No primeiro período da facul-dade peguei o máximo de matérias possíveis e depois, fui conciliando os horários.”

Isabel lembra que se valeu de ou-tro programa da UFF, o de Mobilidade Acadêmica, pelo qual pôde transferir-se temporariamente para a Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul de maneira a conciliar os estudos com os treinamentos com a gaúcha Fernanda Oliveira, com quem obteve a medalha olímpica. “Con tei com a ajuda da coordenação, que sempre me apoiou”, comenta Isabel, que con-tinua intimamente ligada à UFF: além de utilizar as dependências da Uni-versidade para treinar. Sua parceira de tripulação, hoje, é Martine Grael, estudante de Engenharia Ambiental e filha de Torben Grael, ex-aluno da instituição nos cursos de Engenharia (inacabado) e Administração (pelo qual se graduou).

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Roberto FalcãoJornalista e professor do Departamento

de Comunicação Social

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEReitor

Roberto de Souza Salles

Vice-reitorEmmanuel Paiva de Andrade

Pró-reitor de Assuntos AcadêmicosSidney Luiz de Matos Mello

Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduaçãoAntonio Claudio Lucas da Nobrega

Pró-reitor de ExtensãoFábio Barboza Passos

Pró-reitora de PlanejamentoMiriam Assunção de Souza Lepsch

Superintendência de Arquitetura, Engenharia e Patrimônio (SAEP)

Mario Augusto Ronconi

Superintendênciade Administração (SDA)

Leonardo Vargas

Superintendência de Recursos Humanos

Jovina Maria de Barros Bruno

Produção PROAC/ NDCAlessandra Menezes, Loana Castro,

Nelma Cezário, Rita Quintiere, Sandra Coelho e Sonia Carvalho

Esta publicação foi produzida pelo curso de Comunicação Social

(Jornalismo e Publicidade)

Estudantes bolsistasAndré Ramalho, Fernando Pinto,

Laura Marques, Maira Renou, Rodrigo Costa, Sarah Gomes

Fotografia André Ramalho, Laura Marques,

Ronaldo Coelho

RevisãoMaria Luiza Macedo de Lima

EdiçãoJoão Batista de Abreu

Roberto Falcão

Planejamento Visual e Ilustraçõesildo nascimento

www.ildonascimento.com

Edição onlineJoão Fanara

Fernando Benevides

AgradecimentosMartha Reis

Endereço para correspondência

PRó-REITORIA DE ASSUNTOS ACADêMICOSRua Miguel de Frias, nº 9 -2º andar

Icaraí - NiteróiRJ 24.220-000

Universidade revistaNo momento em que se realiza o processo de edição final desta revista, contam exatos 30 anos desde que iniciei minha relação com a Universidade Federal Fluminense. Então calouro do curso de Comunicação Social, em 1980, não poderia imaginar que, três décadas depois estaria na UFF, agora na condição de professor, no mesmo Instituto de Artes e Comunicação Social que me legou não só formação acadêmica, mas também me ofereceu os vários caminhos para a vida profissional e até mesmo pessoal.

Essa distância de 30 anos per-mite uma análise crítica simples, mas bastante clara, de como re-almente os tempos mudaram. Hoje, o aluno da UFF dispõe de uma oferta de programas que, certamente, faz inveja ao seu colega dos anos 80. Para chegar até este artigo, o leitor atraves-sou mais de 30 páginas rechea-das de opções acadêmicas para que os alunos possam viver a Universidade segundo sua vo-cação e papel social: de produ-ção e troca de conhecimento.

A construção de uma Universi-dade que não se limite às salas de aula é, hoje, fundamental para a formação do aluno, que tem a oportunidade de apren-der e, principalmente, de exer-cer seu senso crítico. Cada vez que se insere em um programa, o aluno ganha novas perspecti-vas acadêmicas, profissionais e até mesmo pessoais, como de-monstram nossas reportagens.

A própria construção desta re-vista, com a fundamental vivên-cia dos alunos em sua feitura, é exemplo da importância da participação do estudante nas atividades da Universidade. Com a feitura de textos, fotos e anún-cios, os alunos envolvidos neste projeto puderam aplicar e aper-feiçoar os conhecimentos adqui-ridos em sala, mas também con-tribuíram para o crescimento da própria Universidade na medida em que a produção interna de serviços e produtos impulsiona outra produção, a mais impor-tante: de conhecimento.