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Jundiaí ANO I - Nº 2 ABRIL DE 2013 O resgate da indispensabilidade do advogado Os novos rumos do convênio de assistência judiciária Entrevista Aguinaldo de Bastos Mundo Digital Configurando seu computador Jurisprudência Comentada Direito Previdênciário

Revista OAB Jundiaí #2

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OAB Jundiaí 2ª Edição da revista OAB Jundiaí

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Page 1: Revista OAB Jundiaí #2

J u n d i a í ANO I - Nº 2ABRIL DE 2013

O resgate daindispensabilidadedo advogadoOs novos rumos do convênio de assistência judiciária

EntrevistaAguinaldo de Bastos

Mundo DigitalConfigurando seu computador

Jurisprudência ComentadaDireito Previdênciário

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2 OABJUNDIAÍ abril de 2013

proordem_041513_anuncio.pdf 1 17/04/13 12:42

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EXPEDIENTE Veículo oficial mensal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) – 33ª Subseção de Jundiaí/SP

Endereço: Rua Rangel Pestana, 636 Centro – Jundiaí/SPCEP: 13.201-000 Fone: (11) 4521-9736

Site: oabjundiai.org.brEmail: [email protected]

Diretoria executivaTriênio 2013/2015Gestão pela Ordem

Presidente:Dr. Airton Sebastião BressanVice-presidente:Dr. Hermes BarrereSecretário-geral:Dr. Daniel do Prado AlvarengaSecretária-adjunta:Dra. Kátia Cristina GanteTesoureiro:Dr. Fábio Henrique Ming Martini

ExpedienteVeículo Informativo Oficial da OAB Jundiaí/SP e RegiãoDistribuição interna gratuita aos inscritos

A Revista OAB Jundiaí/SP e Região é um produto da

Editora-Chefe:Katiê Fernanda Tedesco Bastos(CONRERP: PR1308)

Projeto/edição gráfica:Guilherme Hilário

Colaboradores: Édio Hentz LeitãoImpressão: Gráfica RIPTiragem: 4.000 exemplaresRevisão: Gilmara Berverte Magro

Publicidade/Comercial:José Carlos da Silva(11) 7876-0405

E-mail: [email protected]

Caros Colegas,

O Congresso Nacional promulgou, no último dia 02 de abril, a “PEC das Domésticas”, ou seja, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº. 66/2012, atual Emenda Constitucional nº. 72/2013, depois de a mes-ma ter sido aprovada por unanimidade pelo Senado, no dia 26 de março próximo passado, trazendo para os trabalhadores domésticos direitos como a carga de trabalho de 8 (oito) horas diárias e de 44 (quaren-ta e quatro) horas semanais, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), antes privilégios dos tra-balhadores urbanos e, a partir de 1988, também dos trabalhadores rurais.

Todos os direitos conquistados pelos trabalhadores domésticos, até a promulgação da Emenda Consti-tucional nº. 72/2013, foram-lhes sendo estendidos de forma parcial e gradativa. Os empregados domés-ticos só foram reconhecidos como profissionais em 1972, sendo, a partir de então, tão somente lhes asse-gurado o direito à assinatura da carteira de trabalho e às férias de 20 (vinte) dias. Através da Constituição Federal de 1988, os trabalhadores domésticos passa-ram a ter direito ao salário mínimo e à licença-ma-ternidade de 120 dias. O FGTS só foi estendido aos domésticos em 2001, mas ainda de forma parcial e facultativa, uma vez que o empregador podia optar pelo recolhimento ou não. A partir da promulgação da PEC, tal recolhimento passou a ser obrigatório, po-rém, a sua efetividade ainda espera regulamentação.

Os empregados domésticos, antes da promulgação da Emenda Constitucional nº. 72/2013, tinham con-quistado os seguintes direitos: 1) Aposentadoria; 2) Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço; 3) Férias anuais remuneradas com 1/3 a mais do que o salário normal; 4) Licença-gestante de 120 dias; 5) Licença-paternidade; 6) Irredutibilidade do salário; 7) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 8) Salário mínimo; 9) Seguro contra acidentes de trabalho; 10) 13º salário.

A partir da promulgação da Emenda Constitucional nº. 72/2013, além dos direitos acima enumerados, os empregados domésticos passam, de imediato, a ter respeitados os seguintes direitos: 1) Duração do tra-balho normal não superior a 8 horas diárias e 44 se-manais; 2) Remuneração da hora-extra, superior, no mínimo, em 50% à normal; 3) Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.

Os empregados domésticos ainda tiveram reconhe-cidos, através da Emenda Constitucional nº. 72/2013, mais os seguintes direitos: 1) Auxílio-creche e pré-escola; 2) Fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS) e multa de 40% para demissão sem justa cau-sa; 3) Relação de emprego protegida contra despe-dida arbitrária; 4) Remuneração do trabalho noturno

superior à do diurno; 5) Salário-família; 6) Seguro-de-semprego; 7) Seguro contra acidente de trabalho e indenização.

Os direitos acima enumerados beneficiarão 7,2 mi-lhões de pessoas, sendo que 95% são mulheres que trabalham sem jornada de trabalho regularizada e ganham menos da metade da média dos salários dos trabalhadores em geral. Além disso, um em cada dez trabalhadores brasileiros é empregado doméstico. To-davia, apesar da Emenda Constitucional nº. 72/2013 beneficiar esse grande número de trabalhadores, a mesma não é unanimidade entre as organizações de empregadores, uma vez que eles preveem um au-mento no desemprego desses trabalhadores na or-dem de 10%, já que o custo para o empregador man-ter o trabalhador doméstico deve aumentar em cerca de 35%. Existem organizações não governamentais defendendo uma compensação do aumento do cus-to para os empregadores, através da desoneração da folha de pagamento, com a redução da alíquota do INSS de 12% para 4%. Sem uma compensação aos empregadores, poderá haver demissões em massa. Mais de 800 mil domésticas devem ser mandadas embora em menos de seis meses.

Para o sociólogo Joaze Bernardino, estudioso do tra-balho doméstico, sempre que se ampliam os direitos desses trabalhadores há ameaça de demissões, desde que a profissão foi regulamentada, em 1972. “Mas o vaticínio nunca se cumpriu, o nível de emprego das domésticas se manteve. Não dá para o Estado bra-sileiro, do ponto de vista político e moral, tratar um contingente tão grande de trabalhadores de forma diferenciada dos demais” (in, Agência Câmara de No-tícias).

O jornal francês Le Monde publicou, na sexta-feira (29/03), uma matéria sobre a Emenda Constitucional nº. 72/2013, escrita pelo correspondente do diário centrista no Rio de Janeiro, Nicolas Bourcier, sob o título “A segunda abolição da escravidão para as do-mésticas brasileiras”.

Bourcier entrevistou o advogado Otávio Pinto e Silva, que acredita que a Emenda vai “provocar uma mu-dança cultural radical” no país. O Le Monde também ouviu o especialista de recursos humanos na USP, José Pastore, que estima que a medida deve “irritar” a classe média brasileira, já que resultará em um custo adicional de 10% a 15% no salário dos domésticos.

Diretoria da 33ª. Subseção de Jundiaí e Região

Airton Sebastião BressanPresidente

PALAVRA DO PRESIDENTEJ u n d i a í

3OABJUNDIAÍabril de 2013

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4 OABJUNDIAÍ abril de 2013

18 Artigo Jurídico

23

Aconteceu

Mundo Digital

Configurandoseu computador para o peticionamentoeletrônico

Emagreçacom saúde

Multas coercitivas

Entrega dascarteirinhas

OAB Jundiaí

6

25

16 Bem-estar

Dicasde leitura

Page 5: Revista OAB Jundiaí #2

Resgatando a indispensabilidade do advogado

Lado A Lado B

8

Rapidinhado Luluzão25

12

Matériada Capa

22 Acontece

Dr. Aguinaldo de Bastos

DireitoPrevidenciário

Luiz HaroldoGomes de Soutelo

II Encontro deDireito Desportivo

26

Juri

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cia

Co

men

tad

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5OABJUNDIAÍabril de 2013

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6 OABJUNDIAÍ abril de 2013

Mundo Digital

Após a surpresa do peticionamento eletrônico e a corre-ria para emissão do certificado digital, agora é a hora de deixar o computador em ordem e, quem sabe, investir

em um computador novo e um bom equipamento de scanner.Primeiramente, vamos demonstrar os programas básicos que não podem faltar na configuração do seu computador:

1- Precisaremos de um editor de texto. O mais famoso é o Mi-crosoft Word (software licenciado). Entretanto, temos uma boa opção grátis: o LibreOffice (http://pt-br.libreoffice.org/).

2- Com o documento pronto, necessitamos convertê-lo para PDF, uma vez que o sistema do Tribunal só aceita arquivos nessa extensão.

O próprio sistema e-SAJ aconselha o uso do software PDF-Creator para realização da conversão. Ele funciona como uma im-p r e s s o r a virtual que é

instalada no computador e, ao invés de salvar o arquivo da for-ma tradicional (Arquivo/Salvar), clicamos na opção Imprimir e selecionamos a impressora PDF, no lugar da nossa impressora física. Uma tela se abre e escolhemos onde salvar o arquivo.

Outra opção para criação de arquivos PDF é utilizar a opção de Salvar Como (ou Publicar) do Microsoft Word. Bem mais sim-ples, definimos o destino (pasta) para salvar o arquivo e está concluído. Entretanto, se estiver com problema de espaço e necessitar criar arquivos menores, essa não é uma boa opção, sendo que os arquivos criados no PDFCreator são bem meno-res que os criados diretamente no Word.

3- Para o acesso ao sistema de peticionamento, precisamos de um navegador de internet atualizado, limpo de arquivos temporários e cookies. Temos três navegadores mais famosos: o Internet Explorer, o Google Chrome e o Mozilla Firefox. Após vários testes, optamos pelo Internet Explorer, acreditando ser mais estável e menos suscetível a erros, quando utilizado em um computador livre de vírus, mesmo sendo um pouco mais pesado que os demais, o que não se nota diferença nos com-putadores novos.

Já o sistema da PJe-JT requer necessariamente o uso do na-vegador Mozilla Firefox, o qual foi homologado para fun-

cionamento.

4- O software mestre do peticionamento eletrônico é o Java (http://www.java.com/pt_BR/). O sistema Java é uma tecnologia utilizada para desenvolver aplicações que tornam a internet mais divertida e útil. Quase que semanalmente, depois de instalado, o mesmo avisa so-

bre a necessidade de se fazerem atualizações para um bom funcionamento do sistema.

5- Outra necessidade é o Microsoft .NET Framework (http://www.microsoft.com/pt-br/download/details.aspx?id=17851),

responsável pela criação de aplicativos que oferecem um expe-riência visual surpreendente aos usuários da internet.

Muitos advogados têm dúvidas com relação aos programas e equipamen-tos necessários.

O que é precisopara peticionar?

6 OABJUNDIAÍ abril de 2013

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7OABJUNDIAÍmarço de 2013

Baixe um leitor de QR Codes em seu

smartphone e fotografe este imagem

JUNDIAI, SP

Av. Dona Manoela Lacerda de Vergueiro, 50

tel. 11.4586.5781e-mail. [email protected]

6- Temos também o Platform SDK redis-tribuível: CAPICOM (http://www.microsoft.com/pt-br/download/details.aspx?id=25281), usado para assinar da-dos digitalmente, assinar códigos, verifi-car assinaturas digitais e muito mais.

7- Finalmente, o Adobe Acrobat Rea-der (http://get.adobe.com/br/reader/), software que provavelmente todos já tenham instalado no computador, antes mesmo da implantação do peticiona-mento eletrônico, serve para leitura dos arquivos no formato PDF.Pronto, seu computador está adequado para peticionar eletronicamente.

Sugerimos verificarem a necessidade de realizar uma formatação no computa-dor antes de iniciarem o sistema de pe-ticionamento eletrônico, uma vez que o computador pode ter vírus, spywares, adwares, entre outras pragas que atacam o computador e o deixam lento e com erros.

Equipamentos necessários: após aquisi-ção da leitora do cartão A3 ou do token,

devemos instalar no computador o pro-grama de administração do certificado (Safesign Standard) e a cadeia de certi-ficados. O passo a passo desse procedi-mento vem descrito juntamente com a documentação do equipamento adquiri-do ou no site da certificadora.

Vale a pena conferir as informações do ITI acerca da cadeia de certificados da ICP-Brasil e algumas atualizações (http://www.iti.gov.br/icp-brasil/repositorio).

Com relação ao equipamento de scan-ner, fundamental para conversão de do-cumento físico em digital, devemos basi-camente observar nossa demanda, uma vez que existem milhares de aparelhos no mercado, cada um para um tipo de necessidade.

Resumidamente, aqueles colegas que têm pouca demanda conseguem tra-balhar normalmente com um scanner simples, esses das impressoras multifun-cionais, sendo que alguns softwares já salvam os arquivos escaneados no forma-to PDF. Já nos modelos que não dispõem

dessa facilidade, podemos escanear no formato imagem (jpg) e mandar imprimir na impressora do PDFCreator, criando, dessa forma, um arquivo PDF.

Vale frisar que, se o documento escane-ado necessitar de algum “retoque”, como brilho/contraste ou até recorte, depen-dendo do documento ou do que foi escaneado, será necessário escanear no formato jpg, editá-lo e em seguida con-vertê-lo para PDF.

A Comissão de Informática pretende, em breve, realizar um workshop com os representantes dos equipamentos de scanner, para demonstração aos advo-gados e eventual aquisição de um bom equipamento que, acima de tudo, possa atender as suas necessidades e facilitar o seu dia a dia.

Continuamos à disposição e contamos com a ajuda dos colegas.

Mário Augusto Loschi BarbariniPresidente da Comissão de Informática

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8 OABJUNDIAÍ abril de 2013

Lado A Lado B

Aguinaldo de Bastos, nascido em Mococa/SP, em 05 de janeiro de 1932 e criado na cidade de Caconde/SP, cur-

sou Direito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), concluído em 1957. Nascido em uma família de classe média em ascensão, ainda me-nino engraxou muitos sapatos em sua cidade natal, sendo o único a honrar os impostos de seu trabalho à prefeitura local, atitude que já mostrava sua clara visão de mundo. Apesar de não ser um aluno aplicado aos estudos, Aguinaldo, dedicando, por conta própria, mais de dez horas por dia aos livros, ingressa na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, garantindo, entre os 3000 candidatos, uma das 300 vagas do ves-tibular. Casado há 50 anos com Yolan-da Franco (in memoriam), sua então professora de Física no ensino médio, o advogado e poeta dedica-se também à família. Pai de três filhos, Anadalva, Yolanda e Aguinaldo Anselmo, Agui-naldo concilia a carreira jurídica, a vida

familiar e sua paixão pela literatura. Em Casa Branca/SP, publicou um livro de versos intitula-do Sabá, com tiragem de 2.000 exemplares. Já em 2006, publicou dois livros de poemas, Ouvindo Estrelas e O Náufrago Negro, em Jundiaí, no dia 11 de dezembro, ilustrados pelo pintor Inos Corradin. Em 28 de abril de 2008, lançou um novo livro, intitulado O Elo Perdido, no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Seus livros foram lançados tam-bém na Itália, em Padova, e na França, no trigésimo salão de livros de Paris. O poeta possui ainda obras traduzidas em várias línguas, como italiano, fran-cês, russo, inglês e búlgaro.A Revista OAB Jundiaí teve o prazer de entrevistá-lo e registrar neste veículo um pouco de sua grandiosidade como pessoa e como profissional.

Lado A

Revista OAB (RO): Aguinaldo, conte-nos como escolheu o Direito como profissão.

Aguinaldo: Na época, existiam apenas três profissões: médico, engenheiro e advogado. Assim, fui aconselhado por um advogado de Caconde/SP, que me disse que a profissão de advogado era barata, pois não era necessário dinhei-ro, e sim apenas três livros.

RO: Quais pontos positivos e negati-vos da profissão?

Aguinaldo: Os pontos positivos são as conquistas do direito em favor do clien-

O Poeta da Igualdade

Aguinaldode Bastos

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te, muitas vezes desfavorecido na sociedade. Já o negativo é que nunca a justiça é justa, muitas vezes, ou melhor, na maioria das vezes, a morosidade na conquista de uma decisão favorável acaba chegando tarde demais.

RO: O que mais o marcou nos anos de direito?

Aguinaldo: Primeiramente ter sido orador da turma. Depois, na vida pro-fissional todos os casos foram marcantes, mas teve um em especial em que atuei gratuitamente no tribunal do júri. A mãe de um réu que defendi, o qual foi absolvido, num gesto simples de agradecimento, fez questão de me presentear com uma dúzia de ovos, o que muito me emocionou.

RO: E como se deu sua opção pela literatura?Aguinaldo: A literatura não foi uma opção. Quando jovem, ou melhor, du-rante o curso do antigo científico, hoje ensino médio, escrevia algumas po-esias para exercitar a gramática e a linguagem. Há alguns anos, em 2006, soube que um amigo muito querido dessa época, Jonas Rezende, decla-mava minhas poesias, e, com a intenção de que pelo menos os familiares próximos tomassem conhecimento, resolvi publicá-las. Porém, esse amigo incentivou-me não só a fazer uma edição familiar, como também um livro, para que outras pessoas pudessem ter acesso. E, assim, a literatura entrou na minha vida. Não que eu me considere um escritor, mas, no final das contas, tive a oportunidade de levar os meus livros não só para o Brasil, mas também a outros países, o que me dá um grande orgulho.

RO: Qual conselho o senhor dá aos novos advogados?Aguinaldo: Estudem muito e sejam simples na busca do direito.

Perfil 4x4Nome: Aguinaldo de BastosNascido em 05 de janeiro de 1932, em Mococa, criado em Caconde/SP.Casado há 50 anos com Yolanda Franco (In Memoriam)

Livro de cabeceira:não tenho

Um filme: O homem de La Mancha

Um animal: todos

Um cantor: Frank Sinatra

Uma atriz: Fernanda Montenegro

Mania: perfeccionista

Lembrança de infância: jogar futebol no jardim da Matriz em Caconde/SP

Felicidade é: o objetivo de todos os se-res humanos.

Qual poder que gostaria de ter:nenhum

O que admira em uma pessoa:personalidade

O que repudia: hipocrisia

Uma viagem: Itália de Inos Corradin

Um sonho: Como dizia Nat King Cole – Impossible Dream – alcançar o Dia Mun-dial da Igualdade.

Uma frase: Mais vale acender uma vela, do que clamar na escuridão.

Aguinaldo com suas netas no lançamento

de seu livro, em Padova na Itália.

Lançamento dos livros O Náufrago Negro e Ouvindo Estrelas, na Itália.

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10 OABJUNDIAÍ abril de 2013

No site da 33ª Subseção da OAB/Jundiaí há dois links, CADASTRO e CADASTRO DE EMAIL, onde advogados, advogadas, estagiários e estagiárias poderão efetivar um cadastro, caso não tenham, ou atualizá-lo. Nesses formu-lários, vocês poderão inserir seus dados pessoais, ende-reço residencial e comercial, local onde preferem rece-ber suas correspondências e e-mail.É importante a atualização desses cadastros, para que os colegas recebam suas correspondências e �quem sempre informados sobre cursos, palestras e eventos promovidos pela nossa subseção.

Atualize seu cadastroe cadastro de e-mail

Acesse oabjundiai.org.br e clique em CADASTRO e CADASTRO DE EMAIL.

Page 11: Revista OAB Jundiaí #2

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12 OABJUNDIAÍ abril de 2013

Matéria da Capa | Defensoria Pública

A Seccional Paulista da OAB anunciou, em reunião realizada no dia 21 de março, a regionalização administrativa por parte da

OAB/SP das relações do convênio de Assistência Judiciária firmado com a Defensoria Pública. O que antes era centralizado em São Paulo, agora será pulverizado em regiões ao longo do Estado, como forma de facilitar as relações dos parti-cipantes do convênio na respectiva dinâmica administrativa. Tal medida favorece especialmente os colegas do “interiorzão”, superando a distância com a Capital.

Jundiaí foi inserida na 2.ª Região, sediada em Campinas, a qual contempla ainda as cidades de Aguaí, Águas de Lindoia, Amparo, Atibaia, Bragan-ça Paulista, Caconde, Espírito Santo do Pinhal, In-daiatuba, Itapira, Itatiba, Jaguariúna, Mogi Guaçu, Paulínia, Pedreira, Piracaia, São João da Boa Vista, São Sebastião da Grama, Serra Negra, Socorro, Valinhos, Vargem Grande do Sul e Vinhedo.

Pelo presidente e pelo vice-presidente da Co-missão Estadual, respectivamente Drs. Alexandre Ogusuku e Júlio Cesar Fiorino Vicente, foi exposto que já iniciaram a renegociação com a Defenso-ria Pública de um novo termo de convênio, com condições mais dignas de remuneração para os advogados e outras condições de propiciar me-lhor acesso a ele.

Entre as medidas de destaque da pretensão dessa comis-são, podem-se destacar: 1. O cancelamento de todos os enunciados criados, bus-cando estabelecer cláusu-las contratuais claras que dispensem mecanismos de interpretação; 2. A aber-tura constante de inscri-ções, ou, ao menos, quatro vezes ao ano, como forma de facilitar o ingresso no convênio; 3. Possibilidade de substabelecimento, para atos isolados e eventuais, apenas com o intuito de cobrir a impossibilidade da prática de algum ato proces-sual pelo advogado nomeado e, por isso, responsável pelo caso, sem que isso sirva como aproveita-mento de advogado interposto para angariar clientela.

Foi divulgada, também, a implantação de medidas de valorização da advocacia, como o oferecimento de cursos gratui-tos aos inscritos nas áreas Cível, Penal, Processo Civil e Criminal e Família, bem

NOVOSRUMOS

CONVÊNIO DEASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

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como a realização de campanhas

publicitárias visando à

promoção da ativi-

dade dos advoga-dos pe-rante a socie-dade, ressal-tando sua in-

dispen-sabilida-

de para a segurança

das relações jurídicas.

Torçamos para que essas propostas sejam

implantadas e alcan-cem o sucesso almejado.

E, como forma de contribuir para a efetivação dessas medidas,

tendo oportunidade e legitimidade para sentar com a Defensoria Pública numa mesa de negociação para tratar desse novo termo de convênio, é que estamos aguardando a nomeação formal de dois advogados inscritos em nossa Subseção para compor a

Comissão Estadual de Assistência Judiciária, Drs. João José Delboni

e Thábata Suzigan, já sinalizado como favorável pelo presidente,

justamente por serem pesso-as que conhecem a fundo a

história do convênio, par-ticiparam ativamente da

recente luta na defesa dos advogados na questão

dos enunciados de 2011, e estão dispostos

a assumir mais essa batalha na defesa da advocacia e da cidadania.

Nossos votos de boa sorte e sucesso nessa empreitada!

Ainda nessa reunião, durante a abertura de suges-tões das Subseções, depois da questão dos absurdos enunciados, campeã invicta das manifestações de indignação, uma das maiores polêmicas discu-tidas, levantadas por representantes de Jundiaí, foi a impossibilidade de nomeação de advogados para réus para audiências de conciliação/media-ção designadas. Colegas de outras regiões trou-xeram experiência ainda pior, que é a realização de processos de família sem qualquer advogado interveniente, nem mesmo na função de media-dores, nos Centros Judiciário de Solução de Con-flitos-CEJUSC. Numa situação e noutra, está ferido de morte o princípio da indispensabilidade do advogado prevista no artigo 133 da Constituição Federal, todo o Estatuto da Advocacia, regido por lei federal (Lei n.º 8.906/94), e coloca os jurisdicio-nados em grande situação de risco pela falta de intervenção de advogados a orientá-los sobre as melhores decisões a serem tomadas.

Nem é preciso mencionar aqui a sensação de extrema pressão que o ambiente forense propor-ciona naquele que está envolvido num processo judicial. A condução de sessões de conciliação e mediação por pessoas que não têm qualquer compromisso com o interesse parcial das partes, não conhecem a completude de seus problemas, suas intimidades, papel esse desenvolvido pelos advogados, ainda não raras vezes preocupados com a agilidade da pauta do dia, não conseguem oferecer a segurança jurídica desejada pelas par-tes. Isso incorre em nítido vício de consentimento.

Não se pode atribuir ao advogado a culpa pela demora do Judiciário. Pelo contrário, o advoga-do tem função essencial para a administração da Justiça e, infelizmente, está sendo dispensado em número cada vez maior de situações em franco prejuízo da sociedade.

A OAB tem o dever de lutar não só em favor da classe, mas também em favor da cidadania. Es-tamos atentos e buscaremos incansavelmente a defesa de nossas prerrogativas. Contem conosco!

Fábio Henrique Ming MartiniDiretor Tesoureiro, responsável pelo convênio de Assistência Judiciária

13OABJUNDIAÍabril de 2013

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14 OABJUNDIAÍ abril de 2013

Matéria da Capa | Defensoria Pública

NOTA DE ESCLARECIMENTO À OPINIÃO PÚBLICA

Com o intuito de trazer ao conhecimento da opinião pública, esclarecimentos quanto à matéria recente-mente publicada pelo Jornal de Jundiaí, na edição

do dia 19/03/2013, que abordou aspectos relacionados à Defensoria Pública de Jundiaí, a Ordem dos Advogados do Brasil, representada pela 33ª. Subsecção de Jundiaí – SP, vê-se na obrigação de manifestar-se quanto à aludida matéria, no sentido de demonstrar a atual realidade do Convênio estabelecido entre OAB/SP e Defensoria Pública do Estado de São Paulo, mais especificamente, no que concerne à Co-marca de Jundiaí.

Por primeiro, cumpre contestar veementemente as afirma-ções exaradas pela Douta Defensora Pública de Jundiaí, Dra. Mailane Rodrigues de Oliveira, quando afirma que seriam necessários mais seis defensores públicos para suprir a de-manda atualmente existente, o que possibilitaria, inclusive, o desfazimento do convênio existente, na cidade de Jundiaí – SP.O assunto não deve ser tratado apenas no âmbito da cidade de Jundiaí, mas sim na Comarca de Jundiaí, a qual abrange, além deste município, também os municípios de Campo Limpo Paulista, Itupeva, Cajamar, bem como Várzea Paulis-ta que, apesar de haver sido alçada ao nível de comarca, é abrangida pela atuação desta 33ª. Subsecção da OAB/SP.

O número de atendimentos realizados pela Defensoria Pú-blica de Jundiaí, que segundo a reportagem é de 80 (oiten-ta) por dia, apenas o é em função da limitação imposta pela própria Defensoria, esquecendo-se de dizer, no entanto, que outros quase 200 (duzentos) atendimentos são realiza-dos, diariamente, pela 33ª. OAB/SP nos municípios de Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Cajamar e Itupeva, através de seus advogados inscritos.

Esqueceu-se de dizer também, a Douta Defensora, que es-tão inscritos no convênio, atualmente, quase 800 (oitocen-tos) advogados em toda a Comarca de Jundiaí, que aten-dem uma demanda de aproximadamente 900 (novecentas) nomeações por mês, sendo que, especificamente no muni-cípio de Jundiaí, são 433 (quatrocentos e trinta e três) advo-gados inscritos, para atender a demanda aproximada de 450 (quatrocentos e cinquenta) nomeações mensais, isso sem considerarmos que esses advogados ainda têm a obrigação de acompanhar, diariamente, os processos já em tramitação, originados de nomeações anteriores.Absurda, portanto, a afirmação de que o acréscimo de 06 (seis) defensores ao quadro de 08 (oito) já existentes seria suficiente para atendimento da enorme demanda existente e possibilitaria o desfazimento do Convênio na cidade de Jundiaí – SP. Absurda e que beira a irresponsabilidade.

A aceitarmos tal afirmação, a 33ª. OAB/SP estaria admitin-do uma hipótese que colocaria em risco o atendimento da população carente, destinatária do aludido convênio, difi-cultando o exercício de seu direito constitucional de acesso à Justiça, instalando-se dessa forma um verdadeiro caos na solução de litígios a serem submetidos à apreciação do Po-der Judiciário, envolvendo direitos dos hipossuficientes.E com tal afirmativa não podemos concordar!E a OAB/SP, nesta nota representada pela 33ª. OAB/SP – Sub-secção de Jundiaí, instituição que age, essencialmente, na defesa da Constituição Federal, da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos, da justiça so-cial, acompanhando e fiscalizando a boa aplicação das leis, pela rápida administração da Justiça e pelo aperfeiçoamen-to da cultura e das instituições jurídicas, não pode se calar diante de manifestações equivocadas como as apresenta-das na matéria jornalística mencionada.É de suma importância que os órgãos da imprensa, exercen-do o direito constitucional de livre exercício de expressão, promovam a divulgação de informações de fundamental importância à sociedade, de forma imparcial, buscando ouvir sempre todos os envolvidos no assunto, o que, infe-lizmente, não ocorreu no presente caso, obrigando, assim, a emissão da presente nota, a fim de fazer-se justiça, bem como informar e melhor esclarecer grande parte da socie-dade que depende da existência e da boa administração do convênio firmado entre Defensoria Pública e OAB/SP.

Em todo o Estado de São Paulo, a Defensoria conta com 500 (quinhentos) Defensores Públicos, e, ainda que a estes sejam somados mais 400 (quatrocentos), formará um quadro com 900 (novecentos) defensores, número este que será absolu-tamente insuficiente para atender uma demanda estadual que ultrapassa a casa de um milhão de atendimentos por ano, e que hoje é suprida por quase 45.000 (quarenta e cin-co mil) advogados inscritos em todo o Estado de São Paulo.

Não nos parece sensato, portanto, que a Douta Defensora Pública de Jundiaí, no exercício de cargo de suma impor-tância, venha a público apresentar afirmações equivocadas e que não refletem a realidade da atual situação nos atendi-mentos à população carente, tanto do município quanto da comarca de Jundiaí – SP.

Jundiaí, 04 de abril de 2013.

Ayrton Sebastião BressanPresidente 33ª. Subsecção OAB/SP – JundiaíFábio Henrique Ming MartiniDiretor 33ª. Subsecção OAB/SP – JundiaíJoão José DelboniPresidente Comissão de Assistência Judiciária33ª. Subsecção OAB/SP – Jundiaí

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Entenda uma coisa: excetuando-se os casos de distúrbios hormonais e psicológicos, sem esforço progressivo e constante, você não perderá os

quilinhos extras! Um corpo saudável e bonito deve ser buscado o ano todo, não apenas no período no qual sua exposição é maior.Quem já não se fez as seguintes perguntas: “Mas por que fulano(a) come tudo o que quer e não engorda? Por que eu como certinho e mesmo assim não consigo emagrecer?”A resposta é simples: Genética! Cada um tem uma res-posta diferente para os mesmos alimentos, o que torna ineficaz qualquer comparação sua com outra pessoa. Pois bem, mas você, caro leitor, deve estar se pergun-tando: O que devo fazer para eliminar os quilinhos extras?

1- Para emagrecer, a primeira atitude a ser tomada é

mudar a mentalidade. Pense de forma saudável e aja como tal.

2- Procure um médico, faça um check up e peça um teste de esforço, o qual vai predizer qual a frequência alvo de exercício. Fuja da fórmula “220 menos a idade”;

3- Exercite-se de forma constante, segura e adequada ao seu objetivo;

4- Não seja enganado por dietas extremamente seve-ras e/ou milagrosas. A oxidação de gordura acontece de forma gradual e discreta. Seja persistente e paciente com seus resultados;

5- Procure um nutricionista. Coma corretamente e não ultrapasse três horas sem se alimentar;

6- Trace metas graduais e possíveis. Além de mais seguro, ao alcançar cada etapa, estará ainda mais moti-vado a prosseguir.

Bem-estar | Emagreça

Emagreça,MAS NÃO SÓ PARA O VERÃO!

Quer emagrecer?Então faça por merecer!

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A obesidade, hoje em dia, é vista como uma pandemia. Deve ser tratada de uma forma contundente por toda a sociedade para que se possam evitar as complicações inerentes às doenças crônico- degenerativas (diabetes, cardiopatias, hipertensão etc.). Engordar significa que, de uma forma crônica, a ingestão está ultrapassando o gasto calórico. Dessa forma, são ne-cessárias intervenções profissionais (Médico - Nutricionista - Educador Físico), que traçarão em conjunto uma estraté-gia segura a longo prazo.Se você é um adulto jovem, cuidado! O período dos 25 aos 44 anos representa um enorme perigo para o surgimento da adiposi-dade excessiva, razão pela qual a atenção deve ser redobrada. (Katch, Katck e McArdle, 2008).

Outro fator importante para o acúmulo excessivo de gordura é o sedentaris-mo. Estratégias simples, como trocar o elevador pelas escadas, fazer

caminhadas e ir ao trabalho de bicicleta, podem melhorar e

muito sua condição atual. Para que ocorra uma maior oxidação de lí-

pides, deve-se

trabalhar em torno de 65 a 70% da frequência cardíaca máxima (Edwards S., 2001). Essa estimativa é feita pelo educador físico, e é predita a partir do teste de esforço ou teste ergométrico, que registra a atividade elétrica do cora-ção durante o esforço físico. Permite ainda avaliar como se porta a pressão arterial no esforço, os sintomas percebidos pelo paciente e sua aptidão física atual. Não tenha um corpo bonito e saudável apenas no verão. Mude seus hábitos para sempre! Sua saúde agradece!

Prof. Esp. Gustavo Zorzi – CREF 051157 G-SP.Educador físico, Pós-Graduado em Fisiologia do Exercício (UGF), Musculação e Condicionamento Físico (UNIFMU) e em Biomecânica da Atividade

Física e Saúde (UGF).

Atua como Personal Trainer e Professor faixa-preta 1º grau de Jiu-Jítsu.www.gustavozorzi.com.br

Fontes: Diretrizes do American College of Sports Medicine; Fisiologia do Exercício, Katch, Katck e McArdle (2008); O Livro do Monitor de Frequência Cardíaca, Edwards. S. (2001).

Coma direitoe treineadequadamente.

Infelizmente, essa é

uma verdade para a

maioria da população

mundial.

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A execução das multas coercitivas (astreintes) nos juizados especiaiscíveis se limita ao teto de 40(quarenta) salários mínimos?

Artigo | Manifestação do STJ

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Eduardo Henrique Balbino Pasqua

Especialista em Direito Processual Civil pela PUC/SP. Pro-fessor de Direito Processual Penal e Processual Civil dos cursos de pós-graduação lato sensu da Escola Paulista de Direito – EPD (São Paulo-SP) e da Escola de Direito de Campo Grande – EDCG (Campo Grande-MS), da Facul-dade de Direito da Anhanguera Educacional – FPJ (Jun-diaí-SP) e do curso Proordem (Campinas-SP e Jundiaí-SP). Coordenador do Curso Proordem de Jundiaí-SP. Membro do Conselho Editorial da Tribuna Virtual (publicações eletrônicas) do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCRIM. Advogado.

Conforme noticiado no dia 13.02.2013, no site do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ministra Isabel Gallotti determinou o processamento de quatro

reclamações que impugnam o montante de multas fi-xadas nos juizados especiais cíveis, em valor superior ao teto de 40 salários mínimos (art. 3.º, I, Lei 9.099/95). Se-gundo a ministra, esse teto, além de limitar a competên-cia dos juizados, também limita a execução das multas coercitivas.

Conforme a ministra, “Se a obrigação é tida pelo autor, no momento da opção pela via do juizado especial, como de baixa complexidade, a demora em seu cumprimento não deve resultar em valor devido a título de multa supe-rior ao valor da alçada”. Então, nesses casos, e segundo a ministra, o valor executado a título de multa, que exceda o mencionado teto, deve ser suprimido, sem que isso ca-racterize ofensa à coisa julgada. Numa das reclamações (Rcl 9.749/SP), a empresa Telefô-nica Brasil S/A foi condenada a pagar ao autor da ação indenização por danos morais o valor de R$ 3.000,00. A multa foi fixada em R$ 10.000,00 mensais, limitada a cinco meses. Na execução, o valor da multa alcançou R$ 79.507,72.

Noutra reclamação (Rcl 10.537/PR), a empresa Tim Celu-lar S/A foi executada pelo valor de R$ 23.000,00, resulta-do da fixação de multa diária de R$ 500,00, por descum-primento de ordem judicial. Uma terceira reclamação (Rcl 10.591/GO) foi ajuizada pela Americel S/A contra uma execução, processada pe-rante o juizado especial, no valor de R$ 235.223,14. Tal montante, inclusive, já foi objeto de “penhora on line”. Nesses três casos, além de ter sido determinado o pro-cessamento das reclamações, deferiu-se liminar para limitar a execução da multa ao valor equivalente a 40 salários mínimos.

Por fim, na reclamação 10.967/PR, o Banco Santander Brasil S/A, réu numa ação de obrigação de fazer cumu-lada com indenização por dano moral, foi compelido a

providenciar a retirada de todas as restrições junto ao Detran de Santa Catarina, sob pena de multa diária de R$ 15.000,00. Quando da execução, constatou-se que a indenização era de R$ 5.000,00 e a multa de R$ 30.000,00. Nesse caso, a ministra Isabel Gallotti concedeu liminar para suspender a execução na parte relativa à multa.

Assim, diante dessa notícia, indaga-se: estaria correto esse posicionamento do STJ, no sentido de limitar a exe-cução da multa coercitiva (astreintes) ao teto estabeleci-do no art. 3.º, I, Lei 9.099/95?Antes que se responda a essa questão, deve-se lembrar que a Constituição Federal assegura a todos o acesso à Justiça (art. 5.º, XXXV, CF) e o viabiliza pelo devido pro-cesso legal (art. 5.º, LIV, CF). Para que o processo legal, como meio de acesso à Justiça, seja devido, precisa ele ser apto a dar ao jurisdicionado exatamente aquilo que ele conseguiria se o seu direito (material), então violado, tivesse sido voluntariamente respeitado pelo respectivo “devedor”.

Jamais se pode esquecer que o processo é instrumen-to do direito material e, para que se permita o acesso substancial à Justiça - e não meramente formal, como o simples direito de bater às portas do Poder Judiciário -, o processo deve ser célere, adequado e eficaz. Só assim se pode ter “acesso à ordem jurídica justa”. “O direito à sentença deve ser visto como direito ao provimento e aos seus meios executivos capazes de dar efetividade ao direito substancial, o que significa o direito à efetividade em sentido estrito”. “Quanto mais tivermos procedimen-tos adequados às especificidades da tutela pleiteada, mais próximos estaremos da justiça substancial, isto é, mais o direito processual se aproximará do direito ma-terial, com vista a assegurar, com eficiência, a efetividade deste”. Concebe-se, assim, um verdadeiro direito funda-mental à efetividade do processo.

E, a partir dessa premissa, pode-se afirmar que, para que o processo seja efetivo, deve ele ser dotado de mecanis-mos executivos bastantes e eficientes (direito fundamen-tal à tutela executiva). Noutras palavras, “o ordenamento deve prever e colocar à disposição dos jurisdicionados meios executivos adequados e suficientes para propor-cionar, dentro do que for prática e juridicamente pos-sível, a exata satisfação de todos os direitos julgados merecedores de tutela executiva e, por isso mesmo, con-sagrados em títulos executivos”.

Como se sabe, a multa coercitiva (astreintes) é um dos mencionados mecanismos executivos. Essa multa não tem caráter compensatório, indenizatório ou sanciona-tório. Na verdade, tem natureza “intimidatória” (comina-tória), para conseguir, do próprio réu, o comportamento (ou abstenção) específico buscado pelo autor e deter-

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Artigo Jurídico | Manifestação do STJ

minado pelo juiz. Justamente por ter essa natureza, a multa “não pode ser insuficiente a ponto de não criar no obrigado qualquer receio quanto às conseqüências de seu não-acatamento. Não pode, de outro lado, ser des-proporcional ou desarrazoada a ponto de colocar o réu em situação vexatória. O Magistrado, assim, deve ajustar o valor e a periodicidade da multa consoante as circuns-tâncias concretas, com vista à obtenção do resultado es-pecífico da obrigação reclamada pelo credor”. Assim, percebe-se que a manifestação do STJ, nas alu-didas reclamações, indevidamente (inconstitucional-mente) minimiza o direito fundamental à efetividade do processo (devido processo legal), quando em trâmite perante os juizados especiais. É que, limitando-se, a prio-ri, em 40 salários mínimos a execução da multa coerciti-va, reduz-se consideravelmente a eficiência desse meca-nismo executivo, por limitar o seu caráter intimidatório e, por sua vez, a possibilidade de se lograr, junto ao réu, o cumprimento da obrigação. Esse entendimento po-tencializa a indesejada conver-são da obrigação em perdas e danos, já que o réu, e v e n t u a l -mente va-l e n d o -se do s e u po-

derio econômico (v.g. empre-sas de telefonia e bancos), pode preferir, em dado caso concreto, “com-prar” o “direito” de descumprir (ou ao menos de retardar o cumprimento da) a obrigação (mui-tas vezes infungível), sabedor da limitação (quantitativa) da mul-ta coercitiva. Com isso, permite-se que o autor, vitorioso na ação, veja-se diante de uma sentença que não lhe pode dar o bem da vida nela reconhecido, mas ape-nas um montante in-denizatório (um mero suce-

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dâneo). Isso frustra a função (instrumental) do processo, que é viabilizar a realização do direito material da forma mais coincidente possível à atuação voluntária do deve-dor.

Certo é que o autor que postula nos juizados especiais já sabe, de antemão, que terá por renunciado o valor exce-dente a 40 salários mínimos (art. 3.º, § 3.º, Lei 9.099/95). Mas essa renúncia, evidentemente, diz respeito ao valor da sua pretensão, do bem da vida inicialmente deman-dado, e não da multa coercitiva. Aliás, o autor nem mes-mo sabe, quando ajuíza a ação, se o réu cumprirá ou não eventual decisão judicial, tampouco se haverá ou não incidência de astreintes e o montante que isso atingi-rá. Respeitado o teto de 40 salários mínimos, uma vez proposta a ação perante o juizado, restará fixada a sua

competência, que permanecerá para a execução de qualquer montante, inclusive a título de astrein-

tes. Afinal, nos termos do art. 3.º, § 1.º, I, Lei 9.099/95, compete aos juizados promover

a execução dos seus julgados, sendo que

o teto de 40salários

apenas se aplica às execuções de títulos extrajudiciais (art. 3.º, § 1.º, II, Lei 9.099/95).

Nem se argumente que, como o ingresso nos juizados é uma opção do autor, deve ele suportar as restrições pro-cedimentais inerentes a esse microssistema (v.g. restrição quanto às perícias, não cabimento de recurso especial, impossibilidade de ação rescisória etc.). Diz-se isso, pois não há como admitir que um procedimento, qualquer que seja, conduza a uma sentença de mérito (condena-tória) e, ao mesmo passo, não preveja mecanismos aptos a possibilitar, da forma mais completa possível, a sua efe-tivação (tutela executiva efetiva). Ou não é possível pro-ferir uma sentença de mérito nos juizados (v.g. pela sua incompetência, impossibilidade de perícias complexas), devendo-se então extinguir o processo sem resolução do mérito (art. 2.º c.c. art. 52, II, Lei 9.099/95); ou é possível que se profira uma sentença de mérito (condenatória) nos juizados, devendo-se, assim, viabilizar a sua execução

da forma mais completa e efetiva possível. Não há meio termo.

Não se defende aqui a possibilidade de se fixarem multas coercitivas em valores desarrazoados, mas sim que se dê liberdade (sem limitações abs-

tratas e apriorísticas), também aos jui-zados, para que fixem a multa em valor

bastante, conforme as peculiaridades de cada caso concreto, para tornar efetiva a sentença (ou limi-

nar) nos casos de crise de inadimplemento. Como se não bastasse, vale lembrar que o descumprimento de ordem judicial caracteriza, inclusive, “ato atentatório à dignidade da Justiça” - contempt of court (art. 14, parágrafo único; art. 600, CPC), não podendo se admitir, sob qualquer pre-texto, o descumprimento dos provimentos jurisdicionais.

Encontram-se no STJ precedentes no sentido de não se aplicar o teto de 40 salários mínimos para os valores acres-cidos à condenação, inclusive quanto à multa coercitiva. Contudo, a recente manifestação do STJ, nas noticiadas reclamações – ações estas que servem como instrumen-to (anômalo) para uniformização da jurisprudência dos juizados especiais estaduais (Resolução 12/2009 do STJ) e, assim, para que o STJ profira decisões paradigmáticas -, sinaliza, infelizmente, para um considerável retrocesso, por ignorar a constante preocupação da doutrina com a instrumentalidade do processo, bem como por descon-siderar as sucessivas reformas da legislação processual na busca pela máxima efetividade da função jurisdicio-nal. Espera-se, assim, que essa orientação não prevaleça quando do julgamento definitivo dessas reclamações.

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Acontece | 2º Encontro de Direito Desportivo

9h30 – Credenciamento10h30 – Abertura

Solenidade de abertura

11h – Atletas de Base: Formas de contratação, proteção ao clube formador e hipótese de aliciamento.

Expositor: Márcio Fernando Andraus Nogueira

Expositor: Carlos Eduardo Ambiel

12h – Intervalo

14h – Violência no esporte Tema: Causas e soluções para a violência nos estádios de futebol.

Expositor: Gustavo Lopes de Pires de Souza

Tema: Os reflexos da

violência dos torcedores nos negócios dos clubes.

Expositor: Eduardo Conde Tega

15h30 – Coffee Break16h – ESTUDO DE CASO: Corinthians X San José - As decisões dos tribunais desportivos e suas implicações no ordenamento jurídico brasileiro

Expositor: Gustavo Normanton Delbin

Expositor: Luiz Roberto Martins CastroLocal: Rua Rangel Pestana, 636, Centro, Jundiaí/SP. Fones (11) 4521-9736 – 4586-3656.

Inscrições: Pelo site: www.oabjundiai.org.br, mediante a doação de um quilo de alimento não perecível.

Organização:Comissão de Direito Desportivo da 33ª Subseção da OAB/Jundiaí/SP

Presidente: Edio Hentz Leitão

II ENCONTRO DEDIREITO DESPORTIVO

DA OAB/JUNDIAÍ10 de maio de 2013

na Casa do Advogado da 33ª Subseção da OAB Jundiaí/SP

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No dia 13 de março, às 19 horas, a OAB Jundiaí realizou, na Casa do Advogado em Jundiaí, a sessão solene de en-trega das carteirinhas da OAB. Foram 32 advogados e 18 estagiários. A advogada Camila da Silva Sá fez o juramen-to representando os mais novos advogados da cidade. Nossas congratulações a todos. Confira a relação abaixo:

Aconteceu

Entrega das carteirinhas

Ana Paula GiorgianiAdriana Garcia LibaAecio MalatestaAlexandre Valentim Job de OliveiraAna Carolina Moreira CesarAndre Henrique PaulinoAramis Zampieri LatorreBruna Laura Tabarin ScarabeliniCamila da Silva SáCristina Maria Pescarini GregorioDanielle Correia FerreiraEdilson Alexandre Ferreira do AmaralElaine Silva Quirino MoreiraFernanda BallassoGilberto Ferreira JuniorIvone da Silva BarrosJane Couto Insfran de OliveiraJorge Augusto Ribeiro BressanLivia Baldan GregorioLuciane Vieira Teles do RegoLuzia Aparecida TripiquiaMaria Ap. do Monte Carmelo Martins PereiraMaria do Rosario Paranhos GordalizaMaria Fernanda TavaresMariana VaniniPablo Salvadori NavesPedro Egidio NakasoneRoberto Barbosa LealRosana Silva CarvalhoSamia AiubTarcio José Visnardi FerreiraValeria Martins Silva

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S)

Alcidio Raimundo SantosCarlos Andre Peixoto RedelDaiane Marcondes dos SantosDebora Ortega OrtizEduardo Roberto Massa DrezzaEsli Ferreira dos SantosEvangelista Gonçalves da SilvaFrancisco Carlos CardosoLuciana BonanomeLuciana do AmaralLuciano Devico NagyMarly Soares CardosoMauricio Vanderlei Pereira da SilvaPatrícia Pereira da SilvaPedro Rafael de Moraes BritoRafael Alexandre Di BerardoReinaldo PorcariRogério Banzato

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24 OABJUNDIAÍ abril de 2013

AconteceuA 33ª Subseção da OAB Jundiaí lançou, no dia 25 de março, sua nova Revista. O evento, realizado na Casa do Advogado, contou com a presença da imprensa, anun-ciantes e convidados. A nova revista, que é mensal e possui quatro mil exemplares, traz informações da área, bem como pautas de bem-estar, as Rapidinhas do Lu-luzão, Jurisprudência Comentada, entre outras.

OAB lança revista

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O saudoso Ubirajara Ribeiro Campos, pernambucano de Panelas de Miranda, foi, nas décadas de quarenta e cinquenta, o mais eficiente corretor de imóveis de São Paulo. Dizia-se que ele era capaz de vender areia para beduíno e gelo para esquimó. Também ficou famoso pela arte de pechinchar. Não era pelo dinheiro, pois foi um corretor muito bem-sucedido, era pelo prazer de negociar sempre o melhor preço possível. Sua maior proeza nesse campo foi conseguir um desconto até nos preços, já rebaixados, da liquidação permanente do porão da Macy’s, em Nova York. O reverso lógico des-sa habilidade é que ninguém conseguia vender para o Ubirajara alguma coisa que ele não quisesse comprar.

Certa vez, alguém manifestou dúvida de que isso fosse verdade. Os amigos do Ubirajara, então, fizeram uma aposta com o incrédulo. Procuraram, junto com ele, um vendedor da Enciclopédia Britânica, que acabava de ga-nhar o prêmio de melhor vendedor do ano, e sugeriram que ele tentasse vender uma enciclopédia ao Ubirajara.

O rapaz foi lá e vendeu a enciclopédia. Muito desapon-tados, os perdedores da aposta vingaram-se, ironizando o amigo Ubirajara:

- Pois é, ouvimos contar que você comprou uma enci-clopédia...- Comprei sim. Quem me vendeu foi um rapaz que ga-nhou o prêmio de melhor vendedor do ano. Ele ainda não havia aplicado o dinheiro do prêmio e eu tinha um imóvel à venda exatamente naquele valor. Ele comprou o imóvel, de maneira que a enciclopédia me saiu de graça e ainda sobrou uma boa parte da comissão.

O ex-incrédulo, honestamente, considerou a aposta empatada.

Lei Geral da Copa Comentada Autores: Wladimyr Vinycius de Moraes Camargos e Luiz Felipe Guimarães SantoroEditora: RTA Copa do Mundo está aí! Come-ça, já em 2013, com a Copa das Confederações, considerada pela FIFA como um evento teste do Mundial. Visando cumprir as ga-rantias prestadas pelo Governo Federal para que o Brasil pudes-se realizar a Copa do Mundo FIFA 2014, foi necessária a edição da chamada lei Geral da Copa (Lei

12.663/2012), que congrega dispositivos legais voltados a di-versas áreas do Direito, todos eles focados na organização da Copa das Confederações 2012 e da Copa do Mundo de 2014.

Abuso do Direito no novo Có-digo Civil - Coleção Professor Arruda AlvimAutor: Daniel M. BoulosEditora: MelhoramentosPor conta das inovações trazi-das pelo Código Civil de 2002, a temática do abuso do direito, prevista no artigo 187 do Código Civil, vem retratada nesse livro de maneira clara e qualificada. O au-tor se debruçou em vasta biblio-grafia para a realização desse tra-balho, o que denota a seriedade e idoneidade da obra.

A Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova No Processo do TrabalhoAutora: Graziella AmbrosioEditora: LTRA distribuição dinâmica do ônus da prova vem romper com a po-sição tradicional de distribuição do ônus da prova, baseada na posição processual das partes e na natureza dos fatos discutidos em juízo, adequando esse encar-go ao caso concreto, com vistas a uma prestação jurisdicional mais justa. O presente trabalho tem

por objetivo o estudo dessa teoria, com destaque para a iden-tificação das ações trabalhistas em que essa teoria impor-se-ia como forma de se garantir efetivo acesso ao Poder Judiciário.

RAPIDINHADO LULUZÃO

LUIZ HAROLDOGOMES DE SOUTELO

Dicas de Leitura

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Jurisprudência Comentada

O benefício previdenciário auxílio-acidente (seguro de Direito Público, devido a todos os trabalhadores, inclu-sive aos trabalhadores aposentados), está expresso no artigo 7º da Carta Magna, em seu inciso XXVIII.

Trata-se de um Direito Social de todos os trabalhadores urbanos e rurais, portanto, uma Cláusula Pétrea (artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV) – e está expresso no artigo 6º da CF/88 (a previdência social - onde estão englobados todos os benefícios e serviços).

O parágrafo 1º do artigo 86 da Lei 8.213/91, em sua re-dação original, previa seu pagamento de forma mensal e vitalícia, sendo fixada a sua porcentagem conforme o grau da lesão incapacitante decorrente de acidente do trabalho, que poderia variar entre 30% (inciso I da Lei),

40% (inciso II) e 60% (inciso III) do salário-de-contribui-ção.

A partir da vigência da Lei 9.032 de 28/04/1995, deu-se um novo panorama ao benefício, afirmando a sua con-cessão como indenização vitalícia ao segurado que, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza (ampliou o benefício sem observar o artigo 195, § 5º da CF/88), acabou com a “lista do açou-gueiro”, padronizando o percentual para 50% do salário-de-benefício.

A Lei 9.129 de 20/11/1995 trouxe a palavra “sequela”, como resultado da lesão de qualquer natureza. Mas o grande impacto, não só para o Segurado, como também para nós, Juristas, veio com a Lei 9.528/97 de

DIREITO PREVIDENCIÁRIO:

Daniela Aparecida Flausino NegriniAdvogada, Mestranda pela PUC/SP, Pós-Graduada em Direito Tributário e Previdenciário pela EPD e em Direito do Trabalho pela UNIANCHIETA, Pro-fessora da ESA e membro da Comis-são de Direito Previdenciário da 33ª Subseção de Jundiaí – OAB/SP.

POSSIBILIDADE DE ACUMULAR APOSENTADORIA COM AUXÍLIO-ACIDENTE APÓS 12/11/1997

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10/11/1997, DOU 11/12/1997, com o acréscimo da se-gunda parte do parágrafo 2º: vedando a “acumulação desse benefício com qualquer aposentadoria”.

Em decorrência disso, resultados imediatos vieram: o INSS passou a cessar todos os auxílios-acidentes, quan-do da concessão da aposentadoria após 11/11/1997,

precisando o Segurado se socorrer do Poder Judiciário, vindo então a prevalência do entendimento pacificado na Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, segun-do o qual é viável a acumulação de auxílio-acidente com qualquer aposentadoria, desde que a moléstia incapaci-tante tenha surgido antes da vigência da Lei nº9.528/97 (EREsp351.291/SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJ 11/10/2004; EREsp 431.249/SP, Rel. JANESILVA, DJe 4/3/08; EREsp 467.756, Rel. Arnaldo Lima, DJ 12/2/2010).Verifica-se que essa posição do STJ faz com que te-nhamos a seguinte interpretação: primeiro passo, não importa a data em que se está requerendo o benefício auxílio-acidente; segundo passo, desde que se prove que a moléstia incapacitante tenha surgido antes de 11/11/1997.

Para ratificar esse posicionamento, a Advocacia Geral da União, em 17/09/2009, publicou e editou a Súmula de nº 44, permitindo a acumulação dos benefícios (auxílio-aci-dente com aposentadoria) desde que a consolidação da lesão tiver ocorrido até 10/11/1997. E essa Súmula não se reporta à questão da concessão do auxílio, fato este que já está pacificado “tempus regis actum”, pelo STF.

Agora, se o Segurado tiver a sua aposentadoria concedida antes de 12/11/1997, poderá receber cumulativamente o auxílio-aci-dente posterior a essa data? A resposta é sim, pois tem que se observar a data do fato gerador – momento da Subsunção da Nor-ma Jurídica, como bem explica em suas aulas o Professor Paulo de Barros Carvalho, o que, nesse caso, deu-se antes da referida Lei.

Segundo o Juiz de Direito da 6ª Vara Cível da Comarca de Jun-diaí, Dr. Antônio Carlos Soares de Moura e Sedeh, em sentença da-tada em 31/10/2012, no Processo nº 0002761-33.2012.8.26.0309, fundamentou “(...) se pelo menos um dos benefícios resultar de si-tuação anterior a esta data, não haverá vedação ao recebimento de ambos. No caso em tela, ape-sar da alegada surdez profissional do autor ter acontecido no perí-odo ”. E quando ambos os benefícios (aposentadoria e auxílio-aci-dente) são concedidos após 11/11/1997? A resposta é sim,

desde que o auxílio-acidente não tenha entrado na base de cálculo da aposentadoria (bis in idem).

Ressaltando que, no REsp 1244257 RS 2011/0059583-0, julgado em 13/03/2012, a Suprema Corte destaca a vedação do acúmulo, justificando que o auxílio-acidente passou a “integrar o salário de contribui-ção para fins de cálculo da aposentadoria previdenciária”, porém, se olharmos a ordem cronológica, chegaremos à seguinte conclusão: - a Lei 9.528, de 1997, não permite que um Segurado receba primeiro o benefício auxílio-acidente, e, poste-riormente, acumule com a Aposentadoria, pois, se esse benefício for concedido nessa ordem cronológica, o auxílio-acidente com caráter indenizatório irá integrar a base de cálculo da aposentadoria;

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portanto, a concessão, primeiro da aposentadoria e de-pois do auxílio-acidente, é possível juridicamente e, logi-camente, a acumulação dos dois benefícios.

E, para fechar a fundamentação, destaca-se que a fonte de custeio do benefício – auxílio-acidente é o SAT (se-guro de acidente de trabalho – artigo 22, inciso II da Lei

8.212/91 Lei de Custeio do Regime Geral da Previdência Social), onde a Empregadora do Segurado recolhe as contribuições para o sistema previdenciário e mais uma porcentagem para o SAT.

Como também, com sabedoria, o Constituinte deixou o parágrafo 5º do Artigo 195 da CF/88, como regra (Prin-cípio Implícito): “Artigo 195, §5º. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majora-do ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”.

Essa regra diz que nenhum benefício pode ser criado, majorado ou estendido, sem uma fonte de custeio correspondente, como bem observa o brilhante Professor Wagner Balera em suas aulas ministradas: “Nenhum benefício poderá ser negado (não ser concedido) se há uma fonte de custeio correspon-dente!”

A pacificação desse tema pelos Superiores Tribunais não deve se esquecer do Princípio da Isonomia, pois é um Direito de todos os trabalhadores ao seguro acidente (Direito Fundamental), e se a empregado-ra do segurado pagou o tributo exigido pelo Estado,

para garantir ao seu empregado, no caso de lesão com redução da capacidade laborativa, o benefício

auxílio-acidente (seguro), conforme reza o artigo 7º da Carta Magna, em seu inciso XXVIII, deve ser deferido.

Com isso, um aposentado que permanece trabalhando e que se acidenta no exercício da atividade profissional tem direito ao auxílio-acidente (PRINCÍPIO DA ISONO-MIA), pois o direito ao Seguro Acidente (seguro públi-co) – É DIREITO DE TODOS, ESTÁ EXPRESSO NO TEXTO CONSTITUCIONAL, e mais, o Ordenamento Jurídico tem hierarquias: 1º VALOR; 2º PRINCÍPIO; 3º NORMA.

Essas hierarquias têm que ser respeitadas em sua inter-pretação e aplicação – é uma análise SISTEMÁTICA – para que o Sistema Jurídico seja harmônico. Como também a inconstitucionalidade do parágrafo 2º do artigo 86 da Lei 8213/91, dada pela Lei 9.528/97, que afrontou diretamente o artigo 7º inciso XXVIII da Carta Magna de 1988, portanto, uma Lei Ordinária não pode criar barreiras ao Segurado de ter acessos aos Direitos Fundamentais, expressos da Carta Máxima, além desse parágrafo estar na contramão do artigo 124, da Lei de Benefícios.

E o papel do Operador do Direito é fazer/mudar, Juris-prudência.

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30 OABJUNDIAÍ abril de 2013

Conforme já destacado em nossa edição an-terior, a CAASP – Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo - é um órgão da

Ordem dos Advogados do Brasil – Secção de São Paulo, onde todos os advogados (as) e estagiários (as) re-

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A primeira rodada do tradicional campeonato estadual de futebol da OAB, iniciado em 13 de abril, ocorreu debaixo de muita chuva. O time de Jundiaí enfrentou a equipe Sumaré, no centro esportivo Benedito de Lima, no Retiro, vencendo de 5 a 1.

O campeonato, que tem previsão de duração até setembro deste ano, conta com a participação de 70 times de várias subseções do estado de São Paulo. A equipe de Jundiaí, bicampeã em 2012, participará da segunda rodada no próximo dia 20 de abril contra Sorocaba, na cida-de do adversário.Boa sorte a todos!

Crist

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Bern

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XIV Campeonato de Futebol Estadual da OAB inicia com vitória para Jundiaí

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