Revista Portuguesa

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  • Rev Port Pneumol. 2011;17(3):131138

    www.revportpneumol.org

    ARTIGO ORIGINAL

    A importncia da dispneia no diagnstico da doenca pulmonarobstrutiva crnica uma anlise descritiva de uma coorte estvelem Po

    C. Brba

    a Servico deda Universib Servico dec Servico ded Servico dee Departam

    Recebido eDisponvel n

    PALAVRDoenca pobstrutivDispneiaComorbi

    Autor paCorreio e

    0873-2159/$doi:10.1016rtugal (ensaio clnico SAFE)

    raa,, J. Moitab, J. Cardosoc, R. Costad, R. Redondeiroe e M. Gaspare

    Pneumologia II do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E. - Hospital Pulido Valente, Faculdade de Cincias Mdicasdade Nova de Lisboa, Lisboa, PortugalPneumologia, Centro Hospitalar de Coimbra E.P.E., Coimbra, PortugalPneumologia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. - Hospital Santa Marta, Lisboa, PortugalPneumologia, Hospital Fernando Fonseca, Lisboa, Portugal

    ento de Medicina, Boehringer Ingelheim Lda., Lisboa, Portugal

    m 23 de junho de 2010; aceite em 11 de janeiro de 2011a Internet em 13 de abril de 2011

    AS-CHAVEulmonara crnica;;lidades

    ResumoIntroduco: Este estudo teve como objectivo determinar os principais sintomas percepcionadospelos doentes com doenca pulmonar obstrutiva crnica (DPOC) numa coorte de doentes queparticiparam num grande ensaio clnico, que avaliou o tiotrpio e que decorreu em Portugal.Populaco e mtodos: A caracterizaco dos sintomas, no momento de avaliaco basal dos doen-tes foi efectuada atravs do recurso a um questionrio padronizado. Os doentes foram inquiridosquanto aos principais sintomas que tinham levado ao diagnstico e tambm quanto ao sintomaactual mais problemtico.Resultados: Os resultados foram obtidos de 298 doentes, maioritariamente masculinos (95%),que apresentavam, uma mdia (desvio padro) de volume expiratrio forcado no primeirosegundo basal de 1,1 (0,4) L (40,6 [13.3] % do valor preditivo), uma duraco mdia da doencade 14,4 (10,1) anos e uma carga tabgica de 55,1 (25,3) unidades maco ano. A dispneia foi osintoma mais frequentemente reportado, como tendo sido o sintoma que levou ao diagnsticoda doenca (55,0% de doentes), seguindo-se-lhe a tosse (33,2%). A dispneia foi tambm o sin-toma actual mais problemtico (82,6%), seguindo-se-lhe tambm a tosse (8,4%). A presenca dedispneia ou tosse foi independente da gravidade da DPOC. As comorbilidades mais frequente-mente reportadas foram as doencas cardiovasculares (49% dos doentes), gastrointestinais (20%)e metablicas (16%), principalmente a diabetes mellitus.

    ra correspondncia.lectrnico: [email protected] (C. Brbara).

    see front matter 2011 Publicado por Elsevier Espaa, S.L. em nome da Sociedade Portuguesa de Pneumologia./j.rppneu.2011.03.004

  • 132 C. Brbara et al

    Concluses: Esta anlise conrma a importncia da dispneia como o sintoma mais comum queleva ao diagnstico inicial da DPOC e o sintoma actual mais problemtico para os doentes.As comorbilidades so comuns entre os doentes com DPOC, pelo que a espirometria deve serrealizada nos doentes que apresentem dispneia associada s patologias mais frequentes. 2011 Publicado por Elsevier Espaa, S.L. em nome da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

    KEYWOChronicpulmonaDyspnoeComorbi

    diaa sta

    s to dPD)

    tomss th

    patie in

    ) yeaeportDysp. Theortes (20

    impe symnd hed wit.L. o

    Introduc

    A doenca pgressivamede sade pcrnica dosintomas de dispneiavrios esttante notratamento

    De acortive for ChGlobal paranstico eparmetrosclnica dasrio um msintomas ddoenca.

    Este estcom a gravtomticas pdiagnsticoram num endesta sub-ada doenca,o/os mais pRDSobstructivery disease;a;dites

    The importance of dyspnoea in thedisease a descriptive analysis of

    AbstractIntroduction: The aim of this study wanic obstructive pulmonary disease (COtiotropium bromide.Patients and methods: Baseline symptionnaire. Patients reported symptomtroublesome symptom.Results: Data were obtained from 298ation) baseline forced expiratory volummean disease duration of 14.4 (10.1Dyspnoea was the most frequently rpatients), followed by cough (33.2%).tom (82.6%), followed by cough (8.4%)COPD severity. The most commonly repof patients), gastrointestinal disordermellitus.Conclusions: This analysis conrms theleading to initial COPD diagnosis and thare common among COPD patients, awho presents with dyspnoea associate 2011 Published by Elsevier Espaa, So

    ulmonar obstrutiva crnica (DPOC) tem vindo pro-nte a ser reconhecida como um desao majorblica1, sendo caracterizada por uma limitacodbito respiratrio, geralmente associada aos

    e tosse, aumento da produco de expectoraco2. A caracterizaco adequada dos sintomas nosdios de gravidade da doenca um passo impor-s para o diagnstico, mas tambm para o.do com as linhas de orientaco da Global Initia-ronic Obstructive Lung Disease (GOLD) (Iniciativaa Doenca Pulmonar Obstrutiva Crnica)3, o diag-

    a gravidade da DPOC so denidos atravs dede funco pulmonar. Apesar da caracterizaco

    doenca estar bem estabelecida, ainda neces-aior conhecimento acerca do curso natural dose acordo com os vrios estdios de gravidade da

    udo teve como objectivo identicar, de acordoidade da doenca, as principais caractersticas sin-ercepcionadas pelos doentes, que conduziram aode DPOC, numa coorte de doentes que participa-saio clnico do brometo de tiotrpio. O objectivonlise foi identicar, de acordo com a gravidadeno s os sintomas mais frequentes, mas tambmroblemtico/s.

    Doentes

    Desenho

    Foram avambito detiotrpio.Forced Expdo Volumesegundo)estudo prosocultaco,los, desenpulmonarvez ao diatabagismo4

    clnico trinses. O ensConselhostaram o sdo incioensaio.

    O objecvale do vo(FEV1) ap

    Durantedos doenthistria clgnosis of chronic obstructive pulmonaryble cohort in Portugal (SAFE trial)

    etermine patient-perceived characteristics of chro-in patients participating in a large trial evaluating

    were assessed by means of a standardized ques-at led to diagnosis as well as their current most

    ents, mostly male (95%), with mean (standard devi-1 second of 1.1 (0.4) L (40.6 [13.3] % of predicted),rs and smoking history of 55.1 (25.3) pack-years.ed symptom leading to COPD diagnosis (55.0% ofnoea was also the current most troublesome symp-presence of dyspnoea or cough was independent ofd co-morbidities were cardiovascular disorders (49%%) and metabolic disorders (16%), mainly diabetes

    ortance of dyspnoea as the most common symptomptom most troublesome to patients. Co-morbiditiesnce spirometric testing is appropriate in a patienth such a condition.n behalf of Sociedade Portuguesa de Pneumologia.e mtodos

    do estudo

    liados trezentos e onze doentes com DPOC, noum ensaio clnico que avaliou o brometo de

    Este ensaio denominado SPIRIVA Assessment ofiratory volume in 1 second (SPIRIVA Avaliacodo Dbito Respiratrio Forcado no primeiro

    (SAFE; ensaio # 205.282), tratou-se de umpectivo, multi-cntrico, aleatorizado, com duplacontrolado com placebo e de grupos parale-

    hado para determinar se o efeito na funcode tiotrpio inalado na dose de 18g, uma, ao longo de 12 semanas, era afectado pelo. Para o efeito, participaram, neste ensaiota e um servicos de pneumologia portugue-aio foi aprovado pelas Comisses de tica ede Administraco locais. Todos os doentes pres-eu consentimento informado por escrito antesde qualquer procedimento relacionado com o

    tivo primrio foi a avaliaco das alteraces nolume expiratrio forcado no primeiro segundos 12 semanas de tratamento4.a visita inicial de recrutamento, a avaliaco

    es incluiu a recolha de dados demogrcos,nica e tabgica, diagnsticos e teraputicas

  • A importncia da dispneia no diagnstico da doenca pulmonar obstrutiva crnica 133

    concomitantes e exame fsico, incluindo tambm testes deestudo da funco pulmonar.

    Os grupos do ensaio foram formados por doentes exter-nos dos dois sexos com idades 40 anos e diagnstico clnicode DPOC, conforme denido pela American Thoracic Soci-ety (ATS)5.que apresedes Maco Aestvel e Dvalor de Fcom um vaEsta denimidade cofoi desenhvalor de Fbroncodiladerados copulmonar nmente segOutros critalrgica, aenfarte dogia clinicamem risco dcom 3 eexacerbac6 semanasdos.

    Nenhumcom tiotr

    Avaliaco

    Nesta anldiagnsticodoente, no

    O primefoi investidos doentedoente.

    O sintompieira, faltso torciquestionr(vide Apndor preencavaliaco dbase no seuda informatoma foi cmas facilmdesconforttidiana) outrabalharsintomas fo

    Anlise e

    As avaliacas 07:00 h eAs manobr

    tendo sido registados os valores de FEV1 e FVC mais ele-vados. Estas avaliaces foram realizadas num espirmetroDatospir 120C (Sibelmed, Barcelona, Espanha) de acordocom os critrios da ATS6. Os valores previstos da normalidadepara o FEV1 e a FVC decorreram da aplicaco de equaces

    rnc

    e es

    ise dan

    l foiticaersos deresu(DPrecuManna da5.

    tad

    alea31, apalte

    eencs naenteno Ts eram Dstddilatispnrepoenteaoo nontarm oncianca,e foisticosegupo dneiao jcom

    ncianca.pecsticoativao bentes e aoiComo critrios de incluso os doentes tinhamntar uma carga tabgica de pelo menos 10 Unida-no, obstruco das vias respiratrias clinicamentePOC moderada a muito grave, denida por um

    EV1 pr broncodilataco 70% do valor previstolor de FEV1/capacidade vital forcada (FVC) 70%.co de gravidade da DPOC estava em confor-m as guidelines GOLD data em que o ensaioado (2002)3, onde se preconizava a utilizaco doEV1 pr broncodilataco e no o seu valor pstaco. Os doentes eram excludos se fossem consi-mo estando em risco de DPOC (ou seja com funcoormal associada a tosse e expectoraco), nova-

    undo as recomendaces GOLD datadas de 20023.rios de excluso foram: histria de asma, rinitetopia, histria recente (6 meses ou menos) demiocrdio, arritmia instvel e qualquer patolo-ente signicativa que pudesse colocar o doente

    evido sua participaco no ensaio. Os doentesxacerbaces de DPOC no ano anterior ou umao/infecco das vias respiratrias inferiores nasanteriores aleatorizaco foram tambm exclu-

    dos doentes tinha sido tratado anteriormentepio.

    dos sintomas

    ise, foi avaliado o primeiro sintoma que levou aode DPOC e o sintoma mais problemtico para omomento do recrutamento.iro sintoma que levou ao diagnstico da DPOC

    gado atravs da anlise dos processos clnicoss onde se encontrava a histria clnica de cada

    a mais problemtico mais frequente, incluindoa de ar (dispneia), tosse e sensaco de opres-ca, foi avaliado atravs da aplicaco de umio padronizado no momento da aleatorizacodice para detalhes adicionais). Cada investiga-heu este questionrio, proporcionando assim umao sintoma mais problemtico para o doente, comestado de sade na semana anterior prestacoco. Nesta avaliaco, a gravidade de cada sin-lassicada como ligeira (sintoma percepcionadoente tolerado), moderada (sintoma causando

    o suciente para interferir com a actividade quo-grave (sintoma provocando incapacidade para

    ou realizar as tarefas dirias). A avaliaco dosi realizada antes da realizaco da espirometria.

    spiromtrica

    es espiromtricas basais foram efectuadas entreas 10:00 h, duas semanas antes da aleatorizaco.

    as espiromtricas foram realizadas em triplicado,

    de refe

    Anlis

    A anldos naClinicaestatsSAS, vdoente

    Ospadrocom otestes2 parp < 0, 0

    Resul

    Foramtes deanlisevos: 7no prvaliado298 donadasdoentesentavpelos ebronco

    A dDPOC,dos dolevouexceptapresetambfrequda doeA tossdiagnbm oNo gruda disptal comparadafrequda doeram exdiagn

    Relavaliacdos dodoenteNo fia europeias7.

    tatstica

    os dados foi baseada na coorte de doentes inclu-lise primria dos doentes. O sistema Oracleutilizado para gerir a base de dados e a anlisefoi realizada utilizando o software SAS (Instituto8.2). Foi realizada uma anlise descritiva dos

    acordo com o questionrio utilizado.ltados so apresentados como mdia e desvio). As comparaces estatsticas foram efectuadasrso ao teste t Student para dados paramtricos,Whitney U para dados no-paramtricos e teste

    dos descritivos. Foi considerado signicativo um

    os

    torizados para tratamento, um total de 311 doen-centros. Destes, 13 doentes foram excludos das a aleatorizaco devido aos seguintes moti-raram o hbito tabgico durante o ensaio e 6hiam os critrios de incluso quando foram rea-visita basal. Assim, foram includos na anlises cujas caractersticas se encontram discrimi-abela 1, de acordo com a gravidade basal. Osam maioritariamente do sexo masculino e apre-POC moderada a muito grave, conforme denidoios GOLD, mas utilizando os valores de FEV1 praco.eia foi o sintoma que levou ao diagnstico dertado com maior frequncia, ocorrendo em 55%s. Foi tambm o sintoma mais frequente quediagnstico em todos os estdios da doenca,

    estdio moderado, onde a dispneia e a tosseam uma prevalncia equivalente (Figura 1). Foisintoma mais problemtico referido com maiorpelos doentes, independentemente da gravidadesendo referido por 82,6% dos doentes (Figura 2).o segundo sintoma mais referido que levou ao(em 33,2% dos doentes) (Figura 1), sendo tam-

    ndo sintoma mais problemtico (8,4%) (Figura 2).e gravidade moderada, a frequncia da tosse eforam semelhantes no momento do diagnstico,referimos (Figura 1). No entanto, quando com-a dispneia, a tosse apresentou um padro de

    inverso (Figura 2), se considerarmos a gravidadeDe assinalar que apenas 5% dos doentes relata-

    toraco como o primeiro sintoma que levou ao(Figura 1).

    mente gravidade dos sintomas, no momento daasal, a dispneia foi ligeira ou moderada em 75,9%s, a tosse foi ligeira ou moderada em 64,3% dospieira relatada em 53% dos doentes (Tabela 2).

    observada uma associaco estatisticamente

  • 134 C. Brbara et al

    Tabela 1 Dados demogrcos de avaliaco basal, em funco da gravidade da doenca.

    Moderada Grave Muito grave Total

    N de doentes 81 142 75 298Sexo masculino (%) 90Idade (anos)a 64,5 (9,8)Duraco da DPOC (anos) a 13,4 (10,8)Tabagismo (UMA)a 56,7 (25,1)Fumador actual (%) 23 (28,4)FEV1 (L)a 1,6 (0,3)FEV1 (% do previsto)a 57,7 (6,4)FVC (L)a 3,0 (0,7)FEV1/FVC (%)a 53,2 (9,2)IMC (kg/m2)a 27,3 (5,1)Idas a Ser )Tratament 98)Tratament 94)

    Abreviatur acosegundo; Fa Valores

    Figura 1com a gravi

    signicativversus ex-diagnstico(p = 0,554).

    Do mesmtisticamen

    Tabela 2avaliaco

    PieiraDispneiaTossevico de Urgncia hospitalar nos ltimos 12 mesesa 0,5 (1,2o c/ antibiticos(%) 0,84 (0,o com corticosterides(%) 0,33 (0,

    as: DPOC: doenca pulmonar obstrutiva crnica; UMA: unidades mVC: capacidade vital forcada; IMC: ndice de massa corporal.expressos como mdia (DP).43,2

    57,0

    64,0

    43,2

    28,930,7

    1,3

    6,39,9

    7,03,7

    0,70,00

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Moderada(n=81)

    Grave(n=142)

    Muito g(n=7

    Doe

    ntes

    (%)

    Distribuico dos principais sintomas percepcionados pelo doente nodade da doenca.

    a entre a histria tabgica (fumadores actuaisfumadores) e o primeiro sintoma que levou ao(p = 0,699) ou com o sintoma mais problemtico

    o modo, no se observou uma associaco esta-te signicativa entre o ndice de massa corporal

    Gravidade dos sintomas de DPOC no momento dabasal (% de doentes).

    Sem sintomas Ligeira Moderada Grave

    45,0 39,5 13,5 1,917,7 40,5 35,4 6,433,4 48,2 16,1 2,3

    (IMC) e o(p = 0,80) o

    Cerca dapresentavsendo este(comorbilide patologiaEntre o grdades cardfrequente,doentes. Ndoenca p53% tinhamtes foramtinham odo sono o99 96 9666,1 (8,3) 63,2 (8,5) 64,9 (8,9)14,8 (10,4) 13,7 (8,8) 14,4 (10,1)54,0 (25,2) 55,6 (26,0) 55,1 (25,3)38 (26,8) 14 (18,7) 75 (25,2)1,1 (0,2) 0,7 (0,1) 1,1 (0,4)39,3 (5,6) 24,5 (4,0) 40,6 (13,3)2,5 (0,6) 2,0 (0,5) 2,5 (0,7)44,6 (9,4) 36,6 (9,5) 44,9 (11,1)26,9 (5,2) 24,4 (4,4) 26,4 (5,1)0,6 (2,3) 1,1 (3,0) 0,7 (2,3)1,01 (1,21) 1,25 (1,56) 1,02 (1,26)0,39 (0,83) 0,85 (2,51) 0,49 (1,47)

    ano; FEV1: volume expiratrio forcado no primeiro55,0

    33,2

    6,0 5,02,7

    0,71,3

    rave5)

    Todos(n=298)

    Dispneia

    Tosse

    Pieira

    Expectorao

    Outros

    momento do diagnstico inicial de DPOC, de acordo

    primeiro sintoma que conduziu ao diagnsticou com o sintoma mais problemtico (p = 0,336).e metade (49%) dos doentes includos no estudoam patologia cardiovascular nos ltimos 5 anos,

    o diagnstico concomitante mais frequenteade), seguido por doenca gastrointestinal (20%)s metablicas e/ou endcrinas (16%) (Figura 3).upo de doentes que apresentavam comorbili-iovasculares, a hipertenso arterial foi a maisestando presente em 88% do grupo global de

    o grupo com doenca gastrointestinal, 85% tinhamptica; e no grupo das perturbaces metablicas

    diabetes mellitus. Em 14% (n = 48) dos doen-reportadas patologias respiratrias. Destes, 14diagnstico de sndrome de apneia obstrutivau sequelas de tuberculose (n = 8), os restantes

  • A importncia da dispneia no diagnstico da doenca pulmonar obstrutiva crnica 135

    77,881,7

    89,3

    82,6

    11,17,7 6,7 8,48,6 5,6 4,0 6,02,5

    4,90,0

    3,00,00,00,00,0

    0.0

    10.0

    20.0

    30.0

    40.0

    50.0

    60.0

    70.0

    80.0

    90.0

    Moderada(n=81)

    Grave(n=142)

    Muito grave(n=75)

    Todos(n=298)

    Doe

    ntes

    (%)

    Dispneia

    Tosse

    Pieira

    Expectorao

    Outros

    Figura 2 Sintoma mais problemtico nos doentes com DPOC, de acordo com a gravidade da doenca.

    26 apresentavam um diagnstico que poderia ser conside-rado comoexacerbacectasias (ndo pulmo

    No anosade foi eao servicograves, facsdios apremesmo mobeu um macorticoster2 grupos.

    sso

    ise dtomem tmaEstesde

    entea ar, usudisp. Eseraduma complicaco da DPOC: pneumonia (n = 13),es de DPOC (n = 4), pneumotrax (n = 4), bronqui-= 3), tromboembolismo pulmonar (n = 1) e cancro(n = 1).anterior ao ensaio, a utilizaco de recursos dem mdia superior a uma episdio/ano de recursode urgncia, apenas no grupo de doentes muitoe aos grupos moderado e grave onde estes epi-sentaram uma menor prevalncia (Tabela 1). Dodo, o grupo muito grave tendencialmente rece-ior nmero de prescrices de antibiticos ou deides orais durante o ano anterior, face aos outros

    Discu

    A anl o sinDPOCo sintodade.prvioum doemborocorrexas dedoencaconsid127

    4

    141620

    49

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    Cardiovascular

    Gastro-intestinal

    Metablico-endcrino

    Respiratrio

    Musculo-esqueltico

    Renal-urinrio

    Alergias

    Neu

    Doe

    ntes

    (%)

    Figura 3 Principal diagnstico conca populaco estudada demonstrou que a dispneiaa mais frequente que conduz ao diagnstico deodos os estdios da doenca, sendo igualmentemais problemtico em todos os nveis de gravi-resultados so consistentes com o conhecimentoque a dispneia o primeiro sintoma que levaa procurar cuidados mdicos8. Por outro lado,

    tosse seja habitualmente o primeiro sintoma aalmente negligenciada pelos doentes8. As quei-neia aumentam com o aumento da gravidade dates resultados sugerem que a dispneia deve sera como um marcador de diagnstico da DPOC,44 3

    12

    rolgico

    Psiquitrico

    Reprodutivo

    Outros

    omitante.

  • 136 C. Brbara et al

    mesmo em estdios menos graves ou moderados. Uma vezque a dispneia foi o sintoma mais problemtico para os doen-tes com DPOC, dever igualmente constituir um objectivoprimrio de tratamento.

    Deve realcar-se que a tosse, o sintoma principal que levouao diagnslou um sinaumento dque aumen

    Resultadliteratura.em doentena Europade ar nasdagem, umde falta drepouso, emou que ligeiras emcava comTorna-se evum grandevidades qucapacidadedade sexuaos doentesligeira a mtivamenteinerentes aEsta patoloparcialmennheceremdeve ser ptosse, dispmente se oO factor da exposicdemonstrados fumada nvel reincluso nopositiva. Odentro de cfumos e in

    Os doensentavam Dtratados equesto da populacseleccionada um sub-gtamente rereal. A ele(96%) podeet al demvam uma be recomenespirometrque, questde DPOCoutro estu

    tomas (pieira e produco de expectoraco), histria detabagismo, IMC e diagnstico anterior de doenca pulmo-nar obstrutiva apresentou uma sensibilidade de 85% e umaespecicidade de 45%10. Este resultado foi comparvel aoobtido com outros instrumentos desenhados para utilizaco

    pulacal strrde pr valo, dfum

    reas80%s coso ensar de DPntesrome, enl dossperaportaiu astede eda

    onrra limel qur intntoms ptomabacentesint

    tanto. Asractiferepnendee u

    neume doproimpos (6ca.ualmmo

    m DPel17

    idncvascm quzes scontico em doentes com DPOC moderada, se reve-toma relativamente menos problemtico com oa gravidade da doenca, ao contrrio da dispneia,tou em todos os grupos de doenca grave.os idnticos aos nossos tm sido relatados naAssim, uma sondagem realizada telefonicamentes com DPOC residentes na Amrica do Norte ereferiu elevada prevalncia de sensaco de faltaactividades dirias9. De acordo com esta son-quinto dos doentes referiu car com sensaco

    e ar, mesmo quando sentados ou deitados em24% at mesmo quando falavam. Um terco ar-cava com falta de ar quando realizava tarefascasa ou quando se lavava ou vestia e quase 70%falta de ar quando subia um lance de escadas.idente, com base nestes dados, que a DPOC temimpacto como doenca e que afecta muitas acti-e so fundamentais para a vida diria, como ade respirar, falar, trabalhar, dormir, ter activi-l e socializar. No entanto, no mesmo estudo9,com DPOC consideravam a sua doenca como

    oderada, apesar de sofrerem de dispneia rela-grave. Este ltimo dado realca as diculdadeso diagnstico da DPOC com base nos sintomas.gia muitas vezes sub-diagnosticada, pelo menoste devido ao facto dos prprios doentes no reco-os sintomas relevantes10. O diagnstico de DPOConderado em qualquer doente que apresenteneia ou produco de expectoraco, particular-doente esteve exposto a factores de risco8,11.

    e risco mais bem estabelecido para a DPOC o ao fumo de tabaco8. Estudos epidemiolgicosram que, com exposico suciente, a maior parteores ir eventualmente desenvolver limitacesspiratrio12. Deste modo, um dos critrios depresente estudo foi uma histria de tabagismo

    utros factores de risco incluem a poluico do arasa, a exposico ocupacional a poeiras, gases ouuncias genticas8.tes que participaram neste ensaio clnico apre-POC moderada a muito grave, e estavam a ser

    m centros da especialidade. Assim coloca-se aincapacidade de generalizaco das concluses

    o geral. De facto, porque estes doentes foramos em servicos de pneumologia, correspondemrupo de doentes com DPOC e no so comple-presentativos da populaco com DPOC na vidavada prevalncia de doentes do sexo masculino

    ter sido resultado desta selecco. Akamatsuonstraram que os sintomas isolados apresenta-aixa sensibilidade para o diagnstico da DPOCdaram a conrmaco do diagnstico atravs deia13. Outros estudos no entanto, demonstraramionrios baseados em sintomas caractersticosso adequados para a populaco geral. Numdo, um questionrio com base na idade, sin-

    na poprincipAo conde samelhoentantde 169vias aFEV1