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Revista Readers | 2 Editorial Literatura Digital é sem dúvida a mais nova utilidade e experiência do mundo moderno, com a finalidade de transformar tudo aquilo que era palpável em informação digital. Para lidar com essa realidade cada vez mais próxima de nós, é necessário que mudemos não somente a nossa forma de escrever, mas a cima de tudo nossa forma de ler e interpretar. A nossa revista, Readers, retrata essa nova realidade de uma forma mais próxima, dinâmica e divertida. Abordaremos conceitos e temas que permeiam a atualidade e deixaremos o leitor por dentro dos novos acontecimentos na era digital. Amanda Oliveira Falcão. Graduanda em Comunicação Social Produção Cultural, UFBA. SER LITERAL LITERALMENTE NÃO É A ESSÊNCIA DO SER LITERÁRIO. SER LITERÁRIO É MUITO MAIS LATERAL, UM LADO A MAIS PARA VER O MUNDO, OU UM LADO PARALELO EXISTINDO ATEMPORALMENTE NO ESPAÇO. SER LITERÁRIO É DESDE O PRINCÍPIO POTENCIALMENTE VIRTUAL E NO UNIVERSO DIGITAL 00 1 OU 0 A LITERATURA NUMERICAMENTE É FORMA NÃO MAIS MATÉRIA PRIMA PRIMEIRA PEDRA OU PAPEL. É FONTE MATERIALIZADORA ATRAVÉS DA LUZ E DO SISTEMA BINÁRIO DE CODIFICAÇÃO. BEM VINDOS, A LITERATURA ESTÁ NA REDE. Gabriela Lima Carvalho Graduanda em Comunicação Social Produção Cultural, UFBA.

Revista Readers

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Revista criada como trabalho final da disciplina comunicação e tecnologia da faculdade de comunicação da UFBA.

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Revista Readers | 2

Editorial

Literatura Digital é sem dúvida a mais nova utilidade e experiência do mundo moderno, com a

finalidade de transformar tudo aquilo que era palpável em informação digital. Para lidar com

essa realidade cada vez mais próxima de nós, é necessário que mudemos não somente a nossa

forma de escrever, mas a cima de tudo nossa forma de ler e interpretar. A nossa revista,

Readers, retrata essa nova realidade de uma forma mais próxima, dinâmica e divertida.

Abordaremos conceitos e temas que permeiam a atualidade e deixaremos o leitor por dentro

dos novos acontecimentos na era digital.

Amanda Oliveira Falcão.

Graduanda em Comunicação Social – Produção Cultural, UFBA.

SER LITERAL LITERALMENTE NÃO É A ESSÊNCIA DO SER

LITERÁRIO. SER LITERÁRIO É MUITO MAIS LATERAL, UM

LADO A MAIS PARA VER O MUNDO, OU UM LADO PARALELO

EXISTINDO ATEMPORALMENTE NO ESPAÇO.

SER LITERÁRIO É DESDE O PRINCÍPIO POTENCIALMENTE

VIRTUAL E NO UNIVERSO DIGITAL 00 1 OU 0 A LITERATURA

NUMERICAMENTE É FORMA NÃO MAIS MATÉRIA PRIMA

PRIMEIRA PEDRA OU PAPEL. É FONTE MATERIALIZADORA

ATRAVÉS DA LUZ E DO SISTEMA BINÁRIO DE CODIFICAÇÃO.

BEM VINDOS, A LITERATURA ESTÁ NA REDE.

Gabriela Lima Carvalho

Graduanda em Comunicação Social – Produção Cultural, UFBA.

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| Revista Readers

04 | Glossário de bolso

06 | Materialidade do livro

07 | Mundo Curioso – linha do tempo da

digitalização do livro

13| No país interativo dos E-books

15 | Transições do texto

17 | Novas possibilidades tecnológicas

18 | A Amazon.com no Brasil

20 | Novas mídias, novas relações

21 | Fica a Dica! Bibliotecas virtuais

Conteúdo

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Memo

Glossário de Bolso RENATA CARFER

Começaremos revelando alguns conceitos sobre novas tecnologias em comunicação, que se mostram essenciais para o entendimento do tema. A grande característica da nova mídia é a interatividade, fornecendo ligação entre o consumidor da informação e o emissor, seja através do jornal online, da televisão a cabo, da videoconferência, ou do próprio computador e suas ligações hipertextuais ou conectado à internet, dentre outros meios que poderíamos citar.

O que é um eBook? Termo de origem inglesa, e-Book é uma abreviação para “electronic book”, ou livro eletrônico: trata-se

de uma obra com o mesmo conteúdo da versão impressa, com a exceção de ser uma mídia digital.Podem ser lidos em computadores ou em aparelhos portáteis chamados eBookReaders (eReaders).Os formatos em que essas obras são encontradas variam, sendo que os mais tradicionais são .pdf, .doc, .odt, .txt, .lit e .opf; devido a essa variedade de extensões, foram desenvolvidos programas específicos para a leitura de e-Books – softwares que são capazes de reconhecer todos esses formatos e apresentá-los em forma de texto. E-readers É um pequeno aparelho que tem como função principal mostrar em uma

tela, para leitura, o conteúdo de livros digitais (e-books) e outros tipos de mídia digital. Possui uma tecnologia de iluminação da tela diferente dos outros leitores digitais, possibilitando ao leitor uma sensação mais próxima da leitura do livro em papel. O que é a biblioteca virtual? É a visualização das bibliotecas tradicionais. Depende de recursos disponíveis em sistemas computadorizados que são acessados por meio de redes. Isso favorece a qualificação da própria biblioteca, pois será mais eficiente ao oferecer seus serviços e produtos aos usuários.

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Biblioteca Digital Além dos livros, publicações impressas e outros materiais armazenados em suportes físicos, as bibliotecas passaram a disponibilizar aos seus usuários arquivos eletrônicos com os mais diferentes conteúdos. “Um dispositivo em que um indivíduo armazena todos os seus livros, dados e mensagens, estando mecanizado de tal maneira que possa ser consultado com grande velocidade e flexibilidade” (BUSH e CUNHA, 2008, p.4) O que é o formato ePub? O formato ePub (sigla para electronicpublication

– publicação eletrônica) é um padrão aberto para livros eletrônicos definido pela International Digital PublishingForum (IDPF). O formato ePub foi desenvolvido para apresentar um conteúdo redimensionável, o que significa que a apresentação do texto pode ser otimizado para diversos dispositivos diferentes.

Cresce a cada dia o número de brasileiros que lê livros digitais; no final do ano passado, esse número já ultrapassava nove milhões de leitores.

A chegada de grandes livrarias virtuais ao país – como Amazon, Google Play e a iBookStore – também animou o setor. Junto com elas e-readers (os leitores digitais) lançados oficialmente no Brasil fizeram crescer o consumo de e-books. Uma coisa é certa, tablets e e-readers cumprem a função. É possível ler com total comodidade e funções idênticas nos dois dispositivos. Mas são aparelhos com propostas e características diferentes. Enquanto o tablet é mais voltado para o consumo de conteúdo, acesso à internet e dezenas de outras possíveis funções com o download de aplicativos, o e-reader é somente para ler livros digitais; mas isso tem suas vantagens.

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Materialidade do livro O livro produz sentido através da sua materialidade. Enquanto objeto produzido industrialmente, segue uma cadeia produtiva complexa que envolve, desde escritor até o leitor. O livro foi projetado de tal forma que o leitor tem a impressão de estar com um objeto antigo em suas mãos, através da coloração do papel, pelo estilo das ilustrações e pela capa. Por outro lado, há materialidades que se distanciam das idéias veiculadas pelo livro, mas permanecem atraentes, pelo cuidado com que são tratadas pelos

profissionais que trabalham no processo de elaboração do produto.

Na era da tecnologia destacam-se as transformações dos suportes de leitura, levando em conta as novas formas de ler, as mudanças nos períodos históricos até as perspectiva e desafios em relação à digitalização de acervos. Depois que as letras e as palavras foram ganhando materialidades virtuais/digitais, sem a mesma concretude do objeto, o livro teve que se reinventar, com a associação da

palavra e da arte gráfica.

Essas transformações dos suportes midiáticos no processo da leitura trazem uma perspectiva de inclusão digital e promoção do conhecimento o que, nessa linha de pensamento, contribuiria para a inclusão social, uma vez que o hábito da leitura auxilia na formação de uma postura crítica e ajudando a promover a democracia.

RENATA CARFER

Fonte: Zonadigital.pacc.ufrj.

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MUNDO

CURIOSO CONHEÇA A LINHA DO TEMPO DA EXPANSÃO DIGITALIZAÇÃO DO LIVRO

GABRIELA CARVALHO

O livro digital, eletronic book ou para os íntimos e-book possibilitou uma nova forma de acessar informações contidas em livros produzidos. Antes presos a um suporte que só concebia o contato na comunhão de um mesmo tempo e espaço podem hoje ser acessados num mesmo tempo em espaços distantes e distintos. O processo de digitalização do livro é dado com a captura das imagens das páginas em papel e convertidas em formatos digitais com o auxilio de um digitalizador. Essa técnica é comumente utilizada por bibliotecas digitais como o Google Book Search, o Projeto Gutenberg, o Distributed Proofreaders, ou a Biblioteca Nacional Digital. Após esse processo,geralmente, as páginas são submetidas um OCR (reconhecimento óptico de caracteres) gerando documentos de texto facilitando o acesso a leitura e busca de conteúdo em computadores e PDA (Personal digital assistants - assistente pessoal digital, PDAs , handhelds, ou palmtop. Veja os formatos existentes na coluna ao lado:

ePub, International

Digital Publishing

Forum

.lit, Microsoft

Reader .pdf, Acrobat

Reader

.chm, Microsoft

Compiled HTML Help

.opf, Open EBook

Format

.exe, eBook auto-

executável

em Windows

.jar, eBook em Java

ME para celulares

.prc, Mobipocket

Reader

.rb, RocketEditions

.kml, Hiebook

.pdb, iSilo

.DjVu

.vbo, Virtual Book

.mobi, Amazon Kindle

.azw, Amazon

Kindle.tx rtf, Rich

Text Format,

originalmente criado

no WordPad

odt, OpenDocument

Text

Há o processo mais rápido e com mais qualidade chamado de digitalização destrutiva no qual o livro é desmontado e transformado numa pilha de papéis que serão rapidamnete digitalizados por um digitalizador comum. Enquanto por outro lado há a digitalização não destrutuva que evita a destruição do livro.

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A história da entrada dos livros no

sistema digital está ligada a própria

criação do computador e do mundo

digital. O texto integralmente

digitalizado fora a Declaração de

Independência dos Estados Unidos

da América em 1971 por Michael

Hart, considerado o inventor do livro

eletrônico. Hart também fora o

fundador do mais antigo produtor

de livros do mundo o Projeto

Gutemberg que hoje oferece mais

de 38 mil livros eletrônicos gratuitos

com o intuito de disponibilizá-lo

gratuitamente.

Acompanhe a linha do tempo e

veja como foi o desenvolvimento

e expansão do livro no mundo

digital!

1971: Michael Hart

lidera o projecto Gutenberg que procura digitalizar livros e oferece-los gratuitamente.

1993: Zahur Klemath Zapata

registra o primeiro programa de livros digitais. Digital Book v.1, DBF.

1993:Publica-se o primeiro livro

digital: Do assassinato, considerado uma das belas artes, de Thomas de Quincey.

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1995: Amazon

começa a vender livros através da Internet.

1996: O projecto

Gutenberg alcança os 1.000 livros digitalizados. A meta é um milhão.

1998: São lançados

ao mercado os leitores de livros electrónicos:

Rocket ebook e Softbook.

1998-1999: Surgem sítios

na Internet que vendem livros electrónicos, como eReader.com e eReads.com.

2000: Stephen King

lança seu romance Riding Bullet em formato digital. Só pode ser lído em computadores.

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2002: Os editoriais Random House

y HarperCollins começan a vender versões electrónicas dos seus títulos na Internet.

2005: Amazon compra Mobipocket

na sua estratégia sobre o livro electrónico.

2006: Acordo entre Google e a

Biblioteca Nacional do Brasil para digitalizar 2 milhões de títulos.

2006: Sony lança o leitor

Sony Reader que conta com a tecnologia da tinta electrónica

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2007: Amazon lança o Kindle.

2008: Adobe e Sony fazem

compativéis suas tecnologias de livros electrónicos (Leitor e DRM).

2008: Sony lança seu PRS-505.

2009: Barnes &

Noble lança o Nook.

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2010: Apple lança o iPad e os iBooks CURIOSIDADE O

iBooks é um aplicativo distribuído pela Apple Inc.. Foi anunciado junto com o iPad em 27 de janeiro de 2010, e foi lançado para o iPhone e iPod Touch em meados de 2010, como parte da atualização do iOS 4. Ele recebe principalmente arquivos no formato ePub, conteúdo da iBookstore, mas os usuários também podem adicionar seus próprios arquivos ePub e PDF via a sincronização de dados com o iTunes. Além disso, PDFs podem ser baixadas para o iBooks através donavegador Safari. Ele também é capaz de exibir e-books que incorporam multimídia.

ASCENSÃO E COMERCIALIZAÇÃO

DOS E-BOOKS SUELY ALVES Com a divulgação e compartilhamento, os e-books começaram a adquirir um público cada vez maior, abordando também assuntos diversificados. Com o tempo, não só o público e o assunto abordado dos e-books foi mudando, mas também o seu formato, em que se aderiu alguns já compatíveis como o PDF, da Adobe, por exemplo. Hoje, ainda não há uma universalização do padrão estético dos e-books, devido ao seu público ainda restrito, mas isso não o impediu de garantir seu espaço no mercado. É de importância ímpar destacar aqui o seu valor, pois existem muitos escritores cujos livros escritos não foram aceitos em editoras de modelo impresso mas já estão sendo comercializados com os e-books. Esse trabalho não deixa de ser uma forma de divulgação das obras que muitas vezes desconhecemos de alguns escritores. Possibilita uma maior popularização de produtos uma crescente procura no mercado. Temos atualmente circulando e dominando o mercado, dois leitores de e-books: o Kindle da Amazon, e o PRS-500, da marca Sony.

Referência:HTTP ://WWW .universitario.com.br/noticias/n.php?i=7645

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NO PAÍS INTERATIVO

DOS E-BOOKS

Segundo Alexsandro

Stumpf e Berenice Santos Gonçalves da Universidade Federal de Santa Catarina, “a maior parte dos livros digitais que apresentam atualmente recursos avançados de interação são os livros construídos em forma de aplicativos e direcionados para uma plataforma específica de leitura.

Livros como este requsitam um alto investimento e uma equipe de profissionais especializada que possa atuar nas mais diversas áreas que envolvem a produção de um livro digital interativo, a saber: criação do projeto gráfico, ilustração, animação, programação digital, diagramação, etc. Cada profissional em uma área específica, unindo esforços para a construção de interações de qualidade.

Muitos designers vêm assumindo o papel de programadores para conseguirem dessa forma também ingressar na produção dos livros digitais. Para Lúcia Santaella (2007), "a linguagem da hipermídia se constitui no hipertexto fundido à multimídia". Em vez de um fluxo linear de texto, como é próprio da linguagem verbal impressa, no livro digital a leitura pode ocorrer por caminhos distintos.

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Segundo Arlindo Machado (1997), “[...] a hipermídia é um conjunto que compreende o hipertexto e apresenta imagens estáticas e dinâmicas, sons (músicas, trilhas, ruídos, sinais de advertência), animações, filmes texto. Enfim, é um campo em que se estabelece a inter-relação entre elementos resultantes de linguagens distintas.” O livro digital precisa através do design alcançar o uso da linguagem hipermidiática,

construindo formas de estabelecer uma interação entre o usuário e a interface que sejam capazes de despertar o interesse pela leitura. O primeiro livro digital interativo produzido no Brasil foi "A menina do narizinho arrebitado", de autoria de Monteiro Lobato, publicada originalmente em papel no ano de 1920, foi apresentada na Bienal do Livro de 2010 para o público em tablet com inúmeras possibilidades de interação.

Uma das interações do livro apresenta-se em uma parte específica da história, na qual o texto sugere que o leitor tem que bater três vezes no gongo para que um destacamento de grilos fardados aparecesse na cena. Segundo a profissional, os grilos só aparecem se de fato o usuário bater as três vezes na ilustração do gongo. As interações vão surgindo de acordo com o desenrolar da história. Segundo Alexandre e Berenice “À medida que os livros digitais vão ganhando mais visibilidade no meio editorial, novas formas de apresentação do conteúdo dos livros também vão sendo exploradas com o

objetivo de aproximar mais o público geral para o ato da leitura. Os recursos interativos trazem novas possibilidades de conquistar novos leitores e até mesmo de envolver, de forma diferenciada, os que já estão habituados ao livro em seu formato tradicional. Mas para isso é preciso que os projetos de design dos livros interativos sejam construídos de forma a proporcionar um satisfatório nível de interação com o usuário. Tanto o projeto visual quanto de interação devem ser, ao mesmo tempo, estimulantes e intuitivos. O usuário precisa se sentir no comando da interação, e a interface deve surpreender o usuário por meio da qualidade do design nela empregado.”

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Transições do texto Antes de entrarmos em qualquer questão é de extrema necessidade que nos interroguemos sobre o que é literatura digital. Baseado em estudos e pesquisas, podemos definir esse conceito com exatidão: Literatura Digital são as várias possibilidades de exploração de acordo com o desenvolvimento de tecnologias visuais e sonoras como, por exemplo, o computador, o vídeo e a edição eletrônica dos textos. Na tentativa de buscar argumentos no passado, percebe-se que atravessamos um processo evolutivo da escrita, onde primeiramente a máquina de escrever era utilizada como meio mais acessível para traduzir no papel aquilo que o pensamento criava. Logo em seguida o computador, ainda tímido, ganhou vez e conquista até hoje seu lugar como artefato

tecnológico. Hoje em pleno século XXI criamos inúmeras mídias digitais que ganham vários sentidos e funções. O espaço cedido para essas mídias é também perigoso, alguns estudiosos e pesquisadores afirmam que hoje somos dominados pelo que criamos. Perdemos a noção do que é criado em função da criação e é nesse contexto que nasce e cresce a literatura digital. Os estudos revelam a notória evolução e a crescente busca por parte dos leitores para com as leituras feitas em tela. Inúmeras conclusões e dúvidas podem ser tiradas diante desses estudos. O livro escrito tem seu público fiel e mesmo com o constante aumento dos seus usuários se aproximando dessa realidade virtual, é

muito cedo e muito inconsequente afirmarmos que o livro irá ser extinto das estantes e as bibliotecas apenas representarão futuros museus. Segundo o escritor Michel Laub, a internet tornou os textos mais naturais e coloquiais, embora não seja a única responsável por essas mudanças. Muita coisa mudou desde a crescente evolução das mídias digitais. Algumas pessoas afirmam não sentir a mesma sensação ou veracidade lendo um romance na tela do seu computador ou e-book. “Não é a mesma coisa, é como se retirassem um traço da realidade. No papel tem o palpável, tem o real, na tela a realidade fica cada vez mais longe, fica distante”, diz a estudante de Produção Cultural da UFBA, Carolina De Jesus.

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O índice de concentração também é questionável. Ler no computador significa estar aberto a outras funções que ele possibilita, podendo levar o leitor ao desfoco no texto e a vontade/ansiedade de estar ligado ou acessando outras redes de informação. Porém existem pesquisas e artigos que trazem uma ideia contrária, sendo o uso do computador um instrumento de leitura para aquisição do conhecimento, como foi o artigo produzido por Vanessa Lacerda da Silva (UERJ). O computador vem facilitando as relações e fazendo com que pessoas possam ter acesso a realidade através da tela de um conectivo tecnológico. É bem verdade que há uma mudança no modo de ver a realidade, pois passamos um bom tempo dos nossos contínuos dias acostumados a projetar uma possível realidade de fatos narrados e lidos através de folhas corridas de papel agrupadas, formando uma história real ou não, mas que prendia o leitor e aguçava sua imaginação no campo das ideias. Hoje, além

da mudança palpável e visível do papel para a tela, ainda acrescentamos características que estimulam a formação da imaginação desse leitor, que é nada menos do que as imagens que descrevem as cenas narradas. É bem certo que as imagens não vieram apenas com o uso da literatura digital, elas já existiam antes, principalmente nos livros de categoria infantil. Porém com a crescente busca das leituras na tela, ela vem ajudando e tentando trazer talvez essa sensação do real, que muitas pessoas afirmam perder ao ler livros e/ou textos no computador.

Há comentários que afirmam que o iPad e outros suportes como o pc possuem luz de tela muito “forte” tornando a leitura mais cansativa, contudo aparelhos como o Kindle da Amazon já têm aderido a tecnologias para tornar a leitura dos e-books mais confortável. Enquanto muitas pessoas estão completamente adaptadas a este novo modelo, satisfeitas pelo reduzido peso ou

volume no armazenamento de seus livros de interesse, outras não aderiram a novidade e ainda repelem a ideia de largar as páginas de papel e passar a leitura para uma telinha. O livro impresso, possui um padrão quase sempre respeitado por escritores e editoras, onde a letra e cor são totalmente pensadas e voltadas para facilitar a leitura. As pesquisas apontam para uma crescente migração e adaptação de pessoas para a literatura digital, ao mesmo tempo afirma-se a existência de um público fiel que não abandonará o passar das páginas e o ritual ímpar de ir à biblioteca escolher seu livro, poder toca-lo e logo após a finalização da leitura, guardá-lo junto aos outros em uma biblioteca pessoal. O mundo digital é amplo e fornece inúmeras possibilidades de avanços e facilidades, mas o tradicional também sobrevive e tem seu espaço no mundo moderno. AMANDA FALCÃO

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Novas

possibilidades

tecnológicas Com a

possibilidade da produção apenas de textos escritos e explorados em suportes escritos e palpáveis não existia a pluralidade e as diversas maneiras de explorar e/ou aguçar os vários sentidos humanos. Com os avanços tecnológicos ficou mais fácil utilizar meios visuais e sonoros dentro das produções midiáticas, como por exemplo livros ilustrativos e que contém músicas relacionadas geralmente ao público infantil. A literatura digital disponibiliza e facilita esse intercâmbio que perpassa entre uma boa demonstração da escrita e uma boa leitura, reformulando seu conceito. O ponto chave e o que na verdade, marca a transição da literatura digital é a passagem do

livro escrito para o livro digital, onde na tela acontece a semelhança com vídeos e com o cinema, contendo elementos que os interliga. Mas o que há de novo na tela? Essa pergunta vem intrigando à todos, mas ela é de fácil resposta, basta entrarmos nesse mundo virtual e descobrir suas facilidades e inovações. A tela proporciona uma interação maior entre o produto e o seu público, fazendo com que, a mobilidade dessa interação seja em maior nível. Temos como exemplo a sincronização da imagem com a palavra, e ao mesmo tempo do som com a palavra, fazendo o receptor ter que lidar com a ambiguidade da palavra escrita que faz fronteira com suas funções, tanto iônica, quanto

simbólica. O primeiro exemplo da literatura digital que temos é a poesia, servindo assim de base para outras obras que mais tarde já se tornariam hábias para a introdução dessas novas tecnologias. Hoje em dia existe um público bem dividido entre os adeptos essa realidade cibernética, e os que ainda não interagem de forma direta com essa realidade que se torna a cada dia mais próxima de todos nós. A expansão da literatura digital é encontrada e observada hoje em algumas escolas que fazem uso desses produtos. Com essa tendência, é uma crescente que as tecnologias visuais e sonoras expandam tornando-se assim integrante constante desse contexto atual.

Amanda Falcão Referência: Itaú cultural

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A Amazon.com

no Brasil

A Amazon surgiu Em 1994, quando o empresário Geff Bezos deixou o trabalho em uma empresa de Wall Street para investir na rede mundial de computadores. Diante de uma pesquisa, o empresário observou que os norte-americanos tinham o hábito de fazerem compras pelo correio. A pesquisa apontou também, uma relação de produtos que poderia ser comercializados pela internet, inclusive o livro que ficou em segundo lugar, atrás apenas da música.

Na época as pessoas não compravam livros pelo correio, porque não disponibilizavam de catálogos grandes para atender aos interesses variados dos consumidores, pra isso o catálogo teria de

ser tão pesado que não era possível ser enviado pelo correio. Geff Bezos notou que na internet o armazenamento de dados não tem espaço limitado para peso e tamanho do objeto. Outro fator influentemente positivo é que na internet o material pode permanecer disponível para consultas 24 horas por dia. A partir dessas observações Geff Bezos idealizou e realizou a abertura uma loja virtual com um milhão de títulos nas prateleiras. Assim nasceu a Amazon.

No início a empresa deveria ser batizada com o nome de Cadabra, mas por remeter a ideia de cadáver foi repensada com o nome Amazon, ou em português:

Amazônia. O objetivo do nome Amazon fora pensado com duas finalidades, remeter a grandiosidade de maior rio do mundo à empresa e, também estar em primeiro lugar listagem de páginas disponíveis na internet, por ser um nome começado com a letra “a”.

No início do negócio Geff Bezo não apostou em nenhum tipo de publicidade para divulgar a empresa, arriscou no boca a boca. Convidou 300 conhecidos para testar o novo site e, só depois permitiu que todos tivessem acesso ao conteúdo na rede mundial de computadores. Em apenas 30 dias a Amazon já enviava encomendas para 50 estados americanos e 45 países no mundo.

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A Amazon chega ao Brasil

A empresa iniciou suas atividades no país em março de 2012, segundo documentos divulgados pela Junta Comercial de São Paulo. Conforme as informações, a Amazon está registrada para realizar o “comércio varejista de outros produtos não especificados anteriormente”. Além disso, poderá tratar de “depósitos de mercadorias para terceiros”, atividades relacionadas ao transporte de mercadorias e o tratamento de dados, provedores de serviços e serviços de hospedagem na internet.

A Amazon já é a segunda maior vendedora de e-books do país – a Apple, com iBooks, é líder com alguma folga. Mas enfrenta um enorme

obstáculo para subir ao topo: são quatro milhões de iPads no Brasil aptos a comprar os e-books vendidos pela Apple contra cerca de 45 000 kindles que podem baixar livros pela Amazon. A empresa de Jeff Bezos tem contra si uma espécie de barreira levantada pelos grandes varejistas para vender o Kindle. Até agora, somente uma livraria paulistana e o Ponto Frio toparam vendê-lo – e mesmo assim, somente pela internet. Os outros resistem. Para tentar minorar o problema, a Amazon começou a abrir quiosques em shoppings centers no Rio de Janeiro e São Paulo, uma estratégia que a empresa só

adotou no Brasil até agora. A Amazon apesar de já se posicionar como a segunda maior vendedora de e-books no Brasil, ainda aparece com bastante desvantagem em relação da líder Apple com seus iBooks. Será preciso buscar novas estratégias para atrair o consumidor brasileiro, assim como a medida já adotada pela empresa de realizar vendas do kindle em quiosques em shoppings no sudeste. Os resultados por enquanto são imprevisíveis e só os próximos meses trarão algumas respostas.

SUELY ALVES

Referência: g1.globo.com/tecnologia

Page 19: Revista Readers

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NOVAS MÍDIAS, NOVAS RELAÇÕES?

RENATA CARFER

Diante da diversidade de novos aplicativos e dos tablets, escritores, leitores e autores criam novas maneiras de relação com a literatura tradicional. Sem proclamar o fim do livro e da prosa, está claro que "ler e escrever" ganha novos significados.

Inúmeros são os questionamentos inspirados pela revolução digital nas últimas décadas. As alterações trazidas pelas novas tecnologias atingiram, no mundo da literatura, primeiro o plano da produção do texto, ou seja, da escrita. Escrever no teclado é hoje algo considerado uma "segunda natureza".

De repente, o teclado substitui a caneta e a quantidade de conteúdos disponíveis na internet faz com que a leitura em telas passasse a fazer parte do cotidiano, roubando o tempo dedicado aos livros de papel. Esses avanços

tecnológicos e a grande revolução podem ser chamados de Sociedade da Informação. Se presenciamos o surgimento de uma nova cultura, significa que também estamos sujeitos a conviver com os transtornos próprios deste mundo virtual. A superexposição, a necessidade de sempre adquirir a mais nova tecnologia e o vício em estar sempre conectado são alguns dos limites que este mundo começa a nos apresentar.

Apesar dos baixos índices de leitura do Brasil, pode-se identificar uma rápida e poderosa expansão do número de computadores e do conteúdo disponível de textos na rede, especialmente em português. O país ocupa a terceira posição mundial em venda de computadores, abaixo apenas dos EUA e da China, sendo a metade de notebooks. Hoje 74 milhões de pessoas estão

conectadas a internet. Para um país que tem poucas livrarias, considerando seu número de habitantes, essa notícia ganha importância maior que em outros lugares do mundo.

“Enquanto os limites ecológicos ligados à indústria do papel tornam os livros cada vez mais caros, no meio digital ocorre o contrário, com equipamentos tendencialmente mais baratos, capacidade de armazenamento maior e menor consumo de energia. Sendo assim, a migração de boa parte do papel para o digital é inevitável. Um veredicto que não implica em querer decretar o fim dos livros ‘convencionais’, que provavelmente se transformarão num nicho de mercado, com espaço para produções especiais e mais elaborado”, diz Andrade Garcia, escritor e diretor de projetos audiovisuais e multimídia.

Page 20: Revista Readers

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Em alguns setores é provável que o papel seja substituído, mas sabe-se também que o livro de papel é objeto de desejo, apto a sobreviver em publicações de obras que tenham na plasticidade um elemento fundante, como nas edições de arte.

“Cada tecnologia colocada na sociedade ela muda a sociedade logo em seguida. Hoje, nós temos uma nova tecnologia revolucionária a cada 18 meses”, é o que diz a especialista em Marketing Digital,

escritora e palestrante internacional Martha Gabriel. Segundo ela, é impossível pensar o mundo como o vemos hoje, sem estarmos conectados. “Se pararmos para pensar, nós não conseguiremos imaginar o mundo sem eletricidade. Eu diria que é a mesma coisa com relação à internet”, diz Martha.

Vivemos uma época onde as fronteiras conhecidas estão sendo desfeitas, os contornos estão borrados e novos limites ainda não estão definidos. Masa

cada dia serão mais específicos: cada obra e cada conteúdo exigirão muito mais de autores e editores, uma vez que os recursos disponíveis para materializá-los aumentam em número e complexidade.

Referências: http://olhardigital.uol.com.br/home.php http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/2176-8552.2011nesp1p16/22895

Page 21: Revista Readers

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Fica a dica:

Bibliotecas Digitais

Preparamos uma lista com as principais bibliotecas virtuais

disponíveis para acessar e-books:

Biblioteca de Livros Digitais

http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/bibliotecadigital/

Editora IFRN

http://portal.ifrn.edu.br/pesquisa/editora

Livros Digitais

http://www.livros-digitais.com/

Google livros

http://books.google.com.br/bkshp?hl=pt-PT&tab=pp

Domínio Público

www.dominiopublico.gov.br/

Biblioteca Digital Mundial

http://www.wdl.org/pt/

Itaú Cultural

conexoesitaucultural.org.br/tag/biblioteca-digital/