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ANO 5 | NUMERO 13 | FEVEREIRO DE 2009 Azeite Um tempero para a boa saúde Transplantes Como funciona a captação de órgãos Parto Hospital oferece programa especial para gestantes bolivianas A fórmula do amor O que sentimos quando estamos apaixonados.

Revista Saúde São Paulo

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Publicação da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

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Page 1: Revista Saúde São Paulo

ANO 5 | NUMERO 13 | FEVEREIRO DE 2009

AzeiteUm temperopara a boa saúde

TransplantesComo funcionaa captação de órgãos

PartoHospital ofereceprograma especial para gestantesbolivianas

A fórmula do amorO que sentimos quando estamos apaixonados.

Page 2: Revista Saúde São Paulo

Amor, sentimentose um tOque femininO

esta edição da Saúde São Paulo chega com um quê de romantismo,

sentimentos e um toque feminino. tudo começa com a nossa matéria de capa.

neste número, falamos sobre o que sentimos quando estamos apaixonados,

quais alterações ocorrem em nosso organismo e também contamos um

pouco porque o coração foi eleito o protagonista quando o assunto são as

relações amorosas.

mas é justamente isso que revela um sentimento do ser humano: a sensação de

posse. A repórter Roberta Rodrigues traz uma reportagem que explica quando o

ciúmes foge do controle e se torna amor doentio.

Como em março é comemorado o Dia internacional da mulher, a revista

também traz dois textos sobre elas. um deles mostra o serviço oferecido pelo

Hospital e maternidade Leonor mendes de Barros, que realiza 20% de seus

partos em imigrantes bolivianas que vivem e trabalham em situação ilegal

em São Paulo. Já o outro, traça o perfil de Sueli Alves, uma mulher que com

muita coragem e determinação assumiu um cargo dominado pelos homens:

o de motorista de ambulância.

Vanderlei FrançaCoordenador de Comunicação

EDITORIAL | SAÚDE SÃO PAULO

Editorial

Entrevista: José Sanchez de Aquino

Por dentro da Secretaria: Hospital Brigadeiro

Por dentro da Secretaria: Hospital Regional Vale do Ribeira

Terceira idade

Transplantes

Tire suas dúvidasBem-estar

Comportamento

Matéria de capa: A lógica da paixão

Recomendo

Imigração

Nomes da saúde: Emílio Ribas

Evento: Agita São Paulo

Alimentação

Perfil

Saúde em dois tempos: Mandaqui

10 perguntas

Artigo

2

4

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Expediente

Saúde SP é uma publicação produzida pela Assessoriade Comunicação Social da Secretaria de Estado da SaúdeCoordenador de Comunicação: Vanderlei FrançaCoordenadora de Imprensa: Vanessa Silva PintoEditor: Denilson Oliveira (Mtb 044747) Coordenador de Marketing: Denis Zanini Lima

Direção de Arte: Flávio Hypólito e Gustavo Palladini Fotos: Paulo Alexandrowitsch / Denilson Oliveira / Willian Pereira / Photos.com / IORedação: Arthur Chioramital, Danusa Etcheverria, Fernanda Mizzin, Flavia Queiroz, Pâmela Kometani, Roberta Rodrigues e Thais MirottiContatos: (11) 3066-8712 - [email protected], impressão e acabamento: Imprensa Oficial

Fevereiro/Março - 2009

Page 3: Revista Saúde São Paulo

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ENTREVISTA | JOSÉ SANCHEZ DE AQUINO

Denilson oliveirA

Há 23 anos anos no

São Paulo, José San-

ches de Aquino, chefe

da equipe médica do

clube, só tem o que comemorar: além

dos títulos do time, ele lidera uma

das equipes médicas voltadas para o

futebol mais respeitadas do Brasil.

Formado em clínica médica,

Aquino chegou ao São Paulo por

acaso. No começo, ele confessa que

não tinha muitas pretensões den-

tro do clube. “Mas como vi que as

coisas iam muito bem, resolvi me

especializar em medicina esportiva

e me firmei na área”, conta. Na épo-

ca, os profissionais de saúde não

eram figuras fáceis nas grandes

equipes do Brasil e cursos na área

acadêmica também eram raros.

Hoje, ele garante que o Brasil

está entre as maiores potencias na

medicina esportiva. “Não devemos

nada para os grandes times da Eu-

ropa. Tanto que muitos atletas vem

se recuperar aqui”, diz.

São-paulino desde a infância,

com direito a levar na carteira uma

foto usando o uniforme do time

com 1 ano de idade, ele confessa

que é difícil separar o lado torcedor

do lado profissional. “Fico no banco

e me controlo a todo tempo”, brinca.

Nessa entrevista, Aquino fala como

é trabalhar com os jogadores, sobre

os avanços da medicina no esporte

e dos problemas e lesões que os

atletas enfrentam hoje em dia.

saúde são Paulo - Como o

senhor foi parar na equipe médica do

São Paulo?

Aquino - Minha formação é em

clínica. Mas vi que depois do terceiro

ano de formado apareceu a oportuni-

dade de trabalhar aqui no São Paulo.

Vim meio despretensioso, porque real-

mente os vencimentos não eram mui-

to bons e eu não tinha certeza se que-

ria continuar nessa área. Mas acabou

dando certo, e eu fiquei ainda algum

tempo para ter uma definição. Naque-

la época, muitos médicos trabalhavam

em clubes, mas tinham outras forma-

ções, como pediatria e até ginecologia.

Não achava muito certo. Quando senti

que a coisa estava realmente bem,

procurei fazer uma especialização na

área esportiva e em 1990 fiz um curso

na Escola Paulista de Medicina.

saúde são Paulo - E naquela

época como era a medicina no futebol?

Como os clubes viam esse assunto?

Aquino - Eu tive o privilégio de tra-

balhar em um clube como o São Paulo,

que sempre deu muita importância.

Antes de eu vir para cá, o time já tinha

uma preocupação de profissionalizar

a área, que acabou acontecendo com

o decorrer dos anos. O Marco Aurélio

Cunha, que na época era o médico

responsável pelo profissional, montou

um centro de fisiologia, que foi sendo

ampliando e aos poucos tornou-se re-

ferência entre os grandes clubes.

saúde são Paulo - E como é

trabalhar no São Paulo?

Aquino - É ótimo trabalhar no clu-

be. Aqui tenho todas as condições de

exercer um bom trabalho. Além disso

conto com uma equipe de profissionais

competentíssimos e todos se benefi-

ciam com essa troca de experiência.

saúde são Paulo - O depar-

tamento médico do clube é o maior

do Brasil?

Aquino - Em número de pro-

fissionais acredito que não somos a

maior equipe do Brasil. Isso tudo é

muito relativo. Minha dedicação é

� | Fevereiro de 2009

o responsável pela saúde tricolor

“EQuIPE MÉDICA É COMO O TIME.

NÃO DÁ CERTO SE VIVE MuDANDO ”

José Sanchez de Aquino, chefe da equipe médica do São Paulo, conta como é trabalharnum dos maiores clubes do Brasil e fala da importância da medicina no futebol

Paulo Alexandrow

itsch/SeS - SP

Page 4: Revista Saúde São Paulo

� | Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 | �

de alguns profissionais do Instituto

Dante Pazzanese, da Secretaria.

saúde são Paulo - Quem é o

atleta mais bem preparado no futebol?

Aquino - Há tantos. No São Paulo,

a maioria está bem preparada. Também

não posso falar de gente que não está

aqui. O Junior César, que veio do Flumi-

nense, chegou ao futebol paulista com

um preparo absurdo. Hoje, a medicina

no futebol se profissionalizou muito.

saúde são Paulo - O senhor

acredita na recuperação do Ronaldo?

Aquino - Potencial, ele tem. A

cirurgia feita no joelho dele foi ma-

ravilhosa. No Corinthians, o Ronaldo

está na mão de uma equipe compe-

tentíssima. Ele é um cara sensacional

também. Acho que dá e ele já provou

em 2002. Ninguém tem motivo para

duvidar. Mas tudo depende da moti-

vação dele. Torço por ele.

saúde são Paulo - O senhor

sempre foi são paulino?

Aquino - Sempre. Muita gente

me pergunta isso e acha que sou de-

magogo. Até carrego na carteira uma

foto minha com 1 ano e usando o uni-

forme do São Paulo. Foi um presente

de minha mãe.

exclusiva ao tricolor. Tem clube com

quatro, seis médicos, mas que ficam

pouco. No São Paulo, até porque a exi-

gência é muito grande, somos dois e

suprimos isso bem.

saúde são Paulo - Como é fei-

to o acompanhamento da saúde de um

atleta profissional?

Aquino - Quando recebemos

o atleta, seja ele vindo de fora ou do

amador, fazemos uma avaliação inicial,

que inclui consultas e uma série de

exames. Feito isso, temos um histórico

do que o atleta é em termos clínicos e

médicos. A partir de então é feito um

acompanhamento diário, uma vigilân-

cia total. Eles ficam completamente na

dependência da equipe no aspecto

médico. Tudo que acontece nós sabe-

mos. Por algumas restrições que o do-

pping impõe eles tem uma ordem de

não procurar nenhum serviço médico,

exceto em situação de emergência, e

não administrar nenhum tipo de me-

dicamento sem o nosso conhecimen-

to. E nós ficamos “full time” a disposi-

ção deles. Se precisarem de nós às 4 da

manhã, vamos atende-los.

saúde são Paulo - Um jogador

de futebol sabe cuidar bem de sua saúde?

Aquino - Hoje sim. um jogador

se preocupa muito com isso. Claro

que depende das orientações que

ele recebe dentro do clube. Os atletas

da atualidade estão muito mais cons-

cientes em relação aos do passado. A

única coisa que ainda tem um pouco

de dificuldade e que lutamos para

mudar, é o hábito alimentar.

saúde são Paulo - Qual é o de-

safio da equipe médica do SPFC em 2009?

Aquino - Não existe nenhum de-

safio. Nosso objetivo é deixar os atletas

em condições de ser escalado e bem

utilizado. A palavra de ordem em nosso

trabalho é prevenção. Procuramos ter o

menor número de atletas no departa-

mento médico durante o ano. Quanto

menos tempo eles ficam no departa-

mento medico, mais estamos colabo-

rando com o atleta e o treinador.

saúde são Paulo - Por que

cada vez vemos mais jogadores com

contusões?

Aquino - Algumas lesões graves,

que antigamente eram muito mais ra-

ras, hoje acontecem mais. É uma coisa

simples de se analisar: o campo con-

tinua do mesmo tamanho e as regras

são as mesmas, só que se formos ver

a capacidade física de um atleta em

1980 e hoje, é absurda a diferença. Isso

significa que os espaços se reduziram

para quem joga. Significa que quan-

do alguém pega a bola em um curto

espaço de tempo, logo virão dois em

cima dele. Ou seja: aumentou o con-

tato, o toque, a velocidade, a força e a

exigência. Mas na verdade, quem con-

tinua jogando bola é o ser humano,

que apesar de bem preparado, tem al-

gumas limitações que são impossíveis

de se mudar. Então começam a aconte-

cer problemas articulares e de traumas

com mais frequência. Antigamente,

eram raros os traumas da cabeça e da

face. Hoje em dia, a coisa mais comum

é ver atleta com nariz quebrado, cabe-

ças com corte, atleta sair do campo e

ir direto para o hospital. A disputa está

muito mais vigorosa.

saúde são Paulo - E por que

o centro de treinamento do São Paulo é

procurado por atletas em recuperação?

Aquino - Talvez pela propaganda

boca a boca entre eles. Mas o fato de

sermos pioneiros nisso, fez surgir cen-

tros muito bem equipados e com pro-

fissionais muito bons, como Palmeiras,

Corinthians e Santos. Nós nos orgulha-

mos que termos dado o ponta pé inicial

no sentido dos clubes formarem bons

departamentos médicos.

saúde são Paulo - E outros

clubes brasileiros, estão tão bem prepa-

rados nessa área como os paulistas?

Aquino - Não conheço muito

bem os outros clubes. Mas ouço falar

na estrutura do Internacional e do

Grêmio. O Cruzeiro também tem boa

estrutura há tempos. Mas outros clu-

bes mandaram uma dezena de mé-

dicos embora em poucos anos. Isso é

como a equipe em campo. Nunca vão

acertar se vivem mudando. E isso não

acontece no São Paulo.

saúde são Paulo - E fora do Brasil?

Aquino - Lá fora, lamentavelmente,

os clubes não tem essa preocupação.

Tanto que o motivo dos atletas procu-

rarem nosso CT é por isso. Não que não

tenham equipamento, mas não tem

profissionais da medicina esportiva. A

reabilitação deixa muito a desejar na

Europa. Não adianta operar o joelho

de um jogador e largar ele. Por isso que

muitos jogadores voltam para o Brasil.

saúde são Paulo - No início da

década, houve vários casos de morte sú-

bita em campo. Como o senhor vê isso?

Aquino - Desde os anos 80, quan-

do comecei a trabalhar com futebol,

tenho uma verdadeira paranóia com

esse assunto. Nunca se deu muita im-

portância. Mas de um anos para cá,

sim. Sempre houve um discurso de

que jogador de futebol não sofre do

coração. É difícil convencer as pessoas

que um rapaz de 19 anos possa morrer

de um ataque cardíaco. Mas se não for

feita uma avaliação criteriosa ele pode

estar em risco sem saber. Já cheguei a

receber atletas de 30 anos que nunca

tinha feito um teste ergométrico. Ou

seja, eles se sujeitavam a ter algo den-

tro de campo. No São Paulo, fazemos

avaliações cardiológicas desde o ama-

dor. Para isso, contamos com a ajuda

“NÃO ADIANTA OPERAR O JOELHO

E LARGAR O ATLETA, POR ISSO

MuITOS VOLTAM PARA O BRASIL”

fotos: Paulo Alexandrow

itsch/SeS - SP

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disponíveis no mundo existem no Brigadei-ro. nossa equipe teve treinamento no Ca-nadá e nos estados unidos.”

Desde 2008 o Hospital também con-ta com um ambulatório especializado na saúde do homem. O serviço é voltado integralmente para a saúde masculina. A unidade ocupa um andar inteiro do novo edifício erguido no Hospital Brigadeiro, cujo investimento foi de R$ 19 milhões.

também foram aplicados R$ 2 milhões na compra de modernos equipamentos de ultrassom, urologia, litotripsia (que destrói o cálculo renal através de ondas de impac-to), além de mobiliário.

O ambulatório ocupa uma área de 1.120 m². entre os consultórios, um é espe-cialmente destinado à biopsia da próstata e outro somente para calculose (cálculo renal). nesse último, o atendimento é ime-diato e as urgências relacionadas a cálculo renal são encaminhadas diretamente para a sala de tratamento medicamentoso ou, se for necessário, procedimento cirúrgico.

A unidade reune especialidades médi-cas como andrologia, patologias da prós-tata e urologia, além dos núcleos de alta resultabilidade (check-up) e de ensino e pesquisa. este último terá palestras e cur-sos abertos ao público.

O ambulatório do homem ainda terá uma área de andrologia, onde os pacien-tes contarão com três setores: sexualidade (que abordará a questão com adolescentes, adultos e idosos, além de problemas de ere-ção); e esterilidade (que também terá pro-gramas de paternidade e vasectomia).

dições melhores de vida”, completa o dire-tor. Os dois procedimentos são exclusivos na rede pública estadual.

Outra referência do hospital é o trata-mento da epilepsia. As cirurgias são feitas geralmente quando o quadro já está mais evoluído. Com esse procedimento, a doen-ça pode ser curada ou controlada com ou sem remédios, dependendo do nível de comprometimento em cada paciente.

Desde 1996, o hospital aperfeiçoa téc-nicas operatórias que permitem tratamen-to quase sempre com sucesso. Há dois tipos de cirurgias: a curativa (ressectiva) e a paliativa. Para indicar a ressectiva, com 90% de chance de cura, o médico explica que é necessário conhecer a porção exata do cérebro a ser removida. Realizada com mais freqüência, corresponde a 80% das 150 operações feitas ao ano no Brigadeiro.

“quando não sabemos exatamente o local do cérebro afetado, se a região não puder ser removida por algum motivo e se os focos forem múltiplos e grandes, reco-mendamos a cirurgia paliativa, de alta efi-cácia, pois as crises reduzem em número e severidade, mas o indivíduo não fica to-talmente livre da epilepsia”, informa o mé-dico. Após a intervenção, diminui-se a do-sagem de medicamento, com melhora de 60% a 90%. em média, cada procedimento custa R$ 20 mil e é arcado integralmente pela Secretaria de estado da Saúde.

O Hospital Brigadeiro é o primeiro da América do Sul a oferecer alternativa de ci-rurgia paliativa chamada implante cerebral de eletrodos profundos, usada para estimu-lação elétrica das regiões cerebrais compro-metidas, sem a necessidade de cortes ou remoções. A nova técnica, empregada há um ano, foi utilizada com sucesso em cinco pacientes. nos euA, custa uS$ 30 mil (cerca de R$ 60 mil). É grande a demanda pela as-sistência no Brigadeiro, por isso há um pra-zo de três a quatro meses de espera após a indicação cirúrgica. mas a média é inferior a de países desenvolvidos, frisa Cukiert, que foi chefe de serviço de epilepsia no Canadá: “Lá, a operação era feita quase um ano de-pois da solicitação. Os mesmos tratamentos

Fevereiro de 2009 | �

unidade é

referência no

tratamento de

doenças como

epilepsia, mal

de parkinson

e conta com

ambulatório

da saúde

do homem

rkinson. A doença se trata de uma degeneração progressiva de células de uma região do cérebro chamada substância nigra, que controla os movimentos e o equilíbrio.

“Para o mal de Parkinson, oferecemos dois tipos de cirur-gia. em uma é identificado o local da lesão e o neurônio é ina-tivado, acabando com os tremores característicos da doença”, diz João Carlos Vicente de Carvalho, diretor da unidade. nesse moderno procedimento, o paciente recebe apenas anestesia local e acompanha toda a operação consciente.

Já no outro tipo de cirurgia, é introduzido no cérebro do paciente um estimulador que inibe o foco do parkin-son. “A neurocirurgia não é a cura, e sim o controle, dá con-

Quando o assunto é serviços de ponta na área da saúde pública, certamente o Hospital Bri-gadeiro, no Jardim Paulista, figura entre as melhores. tudo porque a unidade da secre-

taria é referência em hematologia, hemofilia, oncologia, cirurgia plástica e neurocirurgia.

e é justamente essa última área que nos últimos tempos transformou o Brigadeiro em notícia de jornais, revista e tV. uma das cirurgias oferecidas pelo hospital é a de mal de Pa-

POR DENTRO DA SECRETARIA | SAÚDE SÃO PAULO

� | Fevereiro de 2009

FernAnDA Mizzine Denilson oliveirA

CAPITAL

HOSPITAL BRIgADEIRO:

ESPECIALIZADO EM SERVIçOS DE PONtA

fotos: Wilian Pereira / SeS-SP

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do Vale do Ribeira e Litoral Sul (Codivar), que passou a gerenciar as unidades do Go-verno do estado na região. nesse período, o Vale do Ribeira já realizava por ano 1.353 partos, 28.989 atendimentos de urgência, 61.120 ambulatoriais e 4.280 internações.

em 2001, o Codivar tornou-se o Consór-cio intermunicipal de Saúde do Vale do Ribei-ra (Consaúde), cuidando exclusivamente da área de saúde. no ano seguinte, o hospital já realizava mensalmente 158 partos, 258 cirur-gias, 1.680 consultas ambulatoriais, 17.403 exames laboratoriais, 221 ultra-sonografias, 161 tomografias, 227 mamografias e distri-buía 4.740 medicamentos de alto custo.

Para maria Carmen, o desenvolvimen-to obtido ao longo dos últimos anos foi muito bom, entretanto, a meta é melhorar cada vez mais. “O crescimento desde a inauguração consolidou o hospital como referência. mas, a partir de 2002, o cresci-mento foi muito grande, com a ajuda da Secretaria, que deu uma atenção especial para o Vale, conseguimos trazer novas es-pecialidades e serviços, mas ainda há mui-ta coisa para fazer, pois sempre pensamos em aperfeiçoar o atendimento.” CoNquISTAS E INoVAçõES

Com o dever de acolher toda a popu-lação situada num raio de 250 km, além dos viajantes que trafegam pela BR-116, o Vale do Ribeira precisou aprimorar ainda mais seu serviço.

Assim, implementou, em janeiro de 2004, a unidade neonatal de Alto Risco (unAR), atendendo anualmente cerca de 200 recém-nascidos com peso inferior a 800 gramas.

Dois anos mais tarde, o Centro Regio-nal de Oncologia (CRO) foi inaugurado. A princípio, sua função era tratar dois tipos de câncer: de útero e de colo do útero. Po-rém, em setembro do mesmo ano come-çou a atender quase todos os tipos e a re-alizar cirurgias oncológicas, quimioterapia, consultas psicológicas e nutricionais. men-salmente, são realizadas em torno de 22 cirurgias e cerca de 240 quimioterapias.

Já em 2007, um videolaparoscópio foi adquirido para cirurgias de média com-

Fevereiro de 2009 | 11

plexidade com o uso de micro-câmera e micro-pinça. essa técnica possibilita a realização de mais cirurgias em menos tempo, além de diminuir o tempo de re-cuperação, o trauma pós-operatório e o tamanho do corte.

“estamos empenhados em promover qualidade na saúde pública, em trazer o melhor para os usuários, reduzir o período de internação com as cirurgias minima-mente invasivas e atender a todos no me-nor tempo possível”, reitera a diretora.

em dezembro de 2008, a Casa da Ges-tante iniciou suas atividades para acolher as grávidas de alto-risco do Vale do Ribei-ra. A iniciativa faz parte da estratégia da Secretaria em investir na promoção da saúde e tem como meta prepará-las para que tenham condições de cuidar delas e do bebê com medidas simples e eficazes.

Outras ações realizadas, a partir de 2005, visam humanizar o atendimento, como os programas: Conte Comigo, onde questionários com sugestões sobre o ser-viço são respondidos; Leia Comigo, que disponibiliza livros, jornais, revistas e gibis aos pacientes internados; e o Visita Aberta, que aumentou o período de visitas de trin-ta minutos, para quatro horas.

Atualmente, o Hospital Regional Vale do Ribeira realiza mensalmente, 220 par-tos, 300 cirurgias, 3.393 consultas ambu-latoriais. “Com o crescimento, algumas pessoas de fora estão mudando para a região, para ter um acesso mais fácil ao serviço de saúde. isso mostra o reconhe-cimento do trabalho do HRVR”, enfatiza maria Carmen.

unidade atende

com excelência

população situada

em um raio

de 250 km e

tornou-se a

razão do

aparecimento

de novos

moradores

foi criada a escola de Auxiliar de enfermagem, que resultou na implantação do Centro formador de Recursos Huma-nos de nível médio para a Saúde (Ceforh).

Já em 1956, realizava 540 partos, 262 atendimentos de emergência, 9.575 ambulatoriais e 1.976 internações. De-vido à sua localização, próximo das estradas e da Rodovia Régis Bittencourt (BR116), seu serviço de média e alta com-plexidade é referência para pessoas que sofrem acidentes e também para doenças mais graves.

“O hospital é muito conhecido e respeitado pelos aten-dimentos de urgência e de traumas ortopédicos e cirúrgi-cos, em função dos acidentes que acontecem na região”, afirma maria Carmen Amarante Botelho, diretora do hospi-tal e do Consaúde, OSS que administra unidade.

um convênio integrando a Secretaria de estado da Saúde e a Santa Casa de misericórdia de São Paulo, em 1985, permitiu a implantação do Programa de Residência

médica na unidade, com a contratação de médicos pre-ceptores para aprimorar o atendimento.

em 1989, foi criado o Consór-cio de Desenvolvimento

intermunicipal

Inaugurado em março de 1950, o Hospital Regional Vale do Ribeira nasceu com uma tarefa nada fácil de atender os 26 municípios da região sul do estado de São Paulo. Construído em Pariquera-Açu pelo então governador

Adhemar de Barros em um amplo terreno doado pela famí-lia Zanella, a unidade assumiu a responsabilidade de aten-der com eficiência e qualidade a população local.

Como todo início é complicado, o hospital enfrentou problemas para fixar profissionais, já que sua locali-

zação não oferecia conforto e facilidades semelhantes às grandes cidades.

Para suprir essa deficiência,

POR DENTRO DA SECRETARIA | SAÚDE SÃO PAULO

10 | Fevereiro de 2009

PÂMelA KoMeTAni

INTERIOR

HOSPITAL REgIONAL VALE DO RIBEIRA:

REFERêNCIA PARAO SUL DO EStADO

fotos: Divulgação / H

RVR

Page 7: Revista Saúde São Paulo

12 | Fevereiro de 2009

DAnusA eTcHeverriA

Dançar não tem idade. Compro-

ve tal afirmação conhecendo

a turma de experientes “pés

de valsa” que se reúnem todas

as sextas, na Praça Padre Aleixo Montei-

ro, 34, a partir das 15h. Nesse logradouro

predominam alegria de viver, disposição

para bailar por horas, reveladoras rugas,

teimosos fios brancos e muitas histórias

para contar.

Engana-se quem pensa que a dança

é privilégio apenas dos jovens. A prática é

totalmente democrática, possibilitando a

participação de todos os gêneros e idades.

Os benefícios da dança, como atividade

física, são bem conhecidos: flexibilidade,

melhora do condicionamento aeróbico,

aprimoramento da coordenação motora,

combate à depressão e timidez, perda de

peso, entre tantos outros.

uma grande vantagem da dança é que

ela pode ser feita em qualquer momento

da vida, basta ter vontade para começar.

O Centro de Referência do Idoso da Secre-

taria de Estado da Saúde, mais conhecido

como CRI, promove há sete anos um baile

para pessoas da melhor idade.

O encontro, animado por banda musi-

cal e regado a sucos e refrigerantes, reúne

semanalmente mais de 600 participantes.

A festa funciona como um encerramento

da semana de atividades oferecidas aos

mais de 1.500 usuários ativos do CRI. Nes-

se recanto, os da terceira idade, além de

consultar com médicos de diversas espe-

cialidades, são convidados, após avaliação

médica, a participarem de diferentes mo-

dalidades de danças, apresentações artísti-

mento. E isso o ser humano, nessa especial

fase da vida, tem de sobra. Ao ensaiar os

primeiros passos, os medos e preconcei-

tos evaporam e o estilo de vida de cada

um é transformado.

OS PROTAGONISTAS

A costureira Palmira Aurélia de Oli-

veira, 66 anos, desde os 8 dança de valsa

a lambada. Em 2004, virou freqüentadora

do baile do CRI por indicação das vizinhas.

Toda sexta, vai arrumada para São Miguel

Paulista participar do famoso evento.

Depois de um ano e uma valsa ena-

morada no salão, conheceu Jonas Alves da

Silva, ex-vendedor ambulante, de 61 anos,

agora, seu marido. Juntos, eles percorrem

o salão bailando vários ritmos como forró,

pagode, samba e até o tango.

“Se dançar é pecado, já estou no inferno”,

diz ela, que atualmente faz tratamento para

hipertensão, artrose e osteoporose. Além dis-

so, com o novo companheiro, ela superou os

sintomas da síndrome do ninho vazio, senti-

mento vivenciado por pais quando os filhos

saem de casa. Já seu parceiro caiu na dança

há menos tempo. Ele confessa que com ela

venceu a solidão e o vício do álcool.

Outro bailarino revelação é o pedrei-

ro Jehoval Batista Lopes, de 66 anos. Hoje,

além de dançar, corre 16 quilômetros todos

os dias. O feito, já lhe rendeu 25 medalhas

desde 2004 e até participações em corri-

das profissionais, como a São Silvestre. Ele,

que é ex-alcóolatra, se descreve como um

homem disposto, alegre e amigo. Seu Lo-

pes, como é conhecido no baile, por conta

do vício já dormiu na rua e foi preso por

atos de violência doméstica. “Deus me deu

o caminho da dança para curar os vícios

que eu tinha”, declara emocionado.

cas, atividades aeróbicas, além de práticas

esportivas como o voleibol.

No CRI, senhores e senhoras de várias

regiões da Grande São Paulo encontram

danças alternativas condizentes com sua

realidade e condição física. A dança circular

e a dança sênior, por exemplo, proporcio-

nam o fortalecimento dos movimentos de

cadeirantes, deficientes físicos, vítimas de

AVC e derrames. As danças coreografadas

reportam os participantes às décadas pas-

sadas, fazendo-os reviver boas lembranças

como a agitação do rock and roll.

Mas não só a vontade dos alunos é

suficiente. Professores dispostos a ensinar

essa arte fazem toda a diferença. O técnico

em reabilitação física, Alexandre Morikat-

su Ogido, há três anos orienta seus alunos

grisalhos a envelhecer com saúde. De acor-

do com Ogido, os passos podem, e devem,

ser adaptados às limitações físicas de cada

um, mas não existem impedimentos e

contra-indicações. Ele ressalta ainda que

quem dança desde cedo tem o aparelho

cardiorespiratório e o condicionamento

físico muito melhor.

O médico geriatra, Francisco Souza

do Carmo acompanha os freqüentado-

res e revela que os principais benefícios

são: a reintegração social e a ativação da

memória, já que as aulas são praticadas

em grupos e exigem atenção nas seqü-

ências dos passos.

“Aqui eles voltam a viver romances, fa-

zem amigos, mantém o bom humor e evitam

a depressão”, acrescenta. Ele ainda destaca a

longevidade como característica de quem

pratica a dança regularmente. “O idoso ativo

tem muito mais chances e formas de contro-

lar suas doenças do que o sedentário.”

Mais do que técnica, é preciso senti-

“O idoso ativo

tem muito mais

chances e formas

de controlar

suas doenças do

que o sedentário”,

Francisco Souza

do Carmo,

geriatra

TERCEIRA IDADE | SAÚDE SÃO PAULO

DANÇARé o melhor remédio

12 | Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 | 13

Palmira e Jonas se conheceram em 2005, desde então ela superou a sindrome do ninho vazio e ele o alcoolismo

fotos: Denilson O

liveira/SeS - SP

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TRANSPLANTES | SAÚDE SÃO PAULO

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Um gestoque salva vidas

Milhares de pessoas dependem de um gestode solidariedade todos os dias: a doação de órgãos

primeiro passo para acontecer o transplan-te. Se não houver essa constatação não há doador”, afirma Luiz Augusto Pereira, coor-denador da Central de transplantes.

Para a retirada dos órgãos, primeiramen-te, o potencial doador deve ter morte ence-fálica, depois, são feitos dois exames clínicos para testar a reação do paciente, que in-cluem os seguintes procedimentos: reflexo fotomor (uma luz é colocada sobre o olho), córneo (uma gaze é encostada na córnea), óculo-cefálico (a cabeça é virada de um lado para outro), vestíbulo ocular (soro é coloca-do no ouvido), nauseoso (espátula é introdu-zida na garganta), de tosse e de apnéia.

esses exames são realizados duas ve-zes, por dois médicos diferentes, num in-tervalo de seis horas, após a confirmação de que não houve reação aos estímulos, um exame complementar gráfico precisa ser realizado. esse procedimento consiste em uma angiografia, um doppler transcra-niano ou um eletroencefalograma.

A diferença entre o total de poten-ciais doadores e os doadores viáveis existe devido a recusa da família em autorizar a doação, parada cardíaca do paciente durante o processo, resultados de sorologia positiva para HiV e outras doenças infecciosas.

A Central deve ser notificada mesmo quando o paciente ainda figura como po-tencial doador, assim, ela já estará prepara-da para dar continuidade ao procedimento. “A notificação é essencial para viabilizar o transplante, é o início do processo, pois se isso não ocorre, não é possível conversar com as famílias e dar início a doação. De cada seis notificações possíveis, recebemos uma”, ressalta Reginaldo Carlos Boni, diretor de serviço da Central de transplantes e di-retor do Serviço de Captação de Órgãos e tecidos (SCOt) da Santa Casa de São Paulo.o MoMENTo dIFíCIl

Depois que o paciente passa por todos os exames e a morte encefálica é confirma-da, é preciso conversar com a família e co-municá-los sobre a morte de seu parente e posteriormente sobre a possibilidade de do-ação dos órgãos. “A família possui o direito

Eu posso doar meus órgãos? Como posso me tornar doador? tenho o direito de realizar esse desejo mesmo que minha famí-

lia não aceite? Posso autorizar a doação de um parente? Como devo proceder? essas perguntas passam em muitas ca-beças que estão atravessando um dos momentos mais difíceis de suas vidas, o falecimento de um ente querido.

São esses pensamentos e esse desejo de ajudar e beneficiar outros indivíduos que fizeram o estado de São Paulo regis-trar seu melhor ano de transplantes de órgãos da história. em 2008, foram con-tabilizadas 1.483 cirurgias, superando em 31,5% o total de 2007, que somou 1.127.

milhares de brasileiros dependem desse gesto de solidariedade e de bene-volência para conseguirem vencer sua batalha diária, muitas vezes, levando uma vida debilitada e sem esperanças e tendo o transplante como sua única chance de continuar a viver. nesse mo-mento, o trabalho dos profissionais que viabilizam essas cirurgias é essencial para determinar o futuro dos pacientes.

Assim, a atuação dos médicos e das equipes responsáveis pela doação e cap-tação dos órgãos é o passo inicial para viabilizar o transplante. A identificação de um potencial doador (paciente que apresenta uma patologia cerebral grave ou em situação de coma areativo e aper-ceptivo) e a notificação de sua existência para a Central de transplantes do estado é o começo de tudo. Para a doação de córneas, a morte pode ser por acidente, encefálica ou natural.

Depois, a Organização de Procura de Órgãos (OPO) vai ao hospital para ajudar no processo, realizando exames e avalia-ções, juntamente com a equipe da unida-de, para confirmar a possível doação. O trabalho da OPO é, a partir da notificação, converter o potencial doador em efetivo.

“O diagnóstico de morte encefálica é o

PÂMelA KoMeTAni

Em 2008,

o Estado de

São Paulo bateu

o recorde de

transplantes

realizados. Foram

1.438 cirurgias,

31,5% a mais

que em 2007

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sua região, cerca de 70 a 80, e as de São Paulo também auxiliam as unidades da Baixada Santista.

“As organizações não ficam esperan-do notificações, os médicos e enfermei-ros realizam uma busca ativa de doado-res nos hospitais que possuem utis e um serviço de trauma, para viabilizar novas doações”, reitera Boni.CuRSo dA SECRETARIA

Para aprimorar a procura, a identifica-ção e a notificação de doadores, a Secre-taria de estado da Saúde oferece desde 2006 o curso de formação de Coordena-dores intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e tecidos para transplantes, que já formou de 400 profissionais.

O treinamento, prático e teórico, in-clui a identificação de potenciais doa-dores, diagnóstico de morte encefálica, manutenção de doadores, contra-indica-ções clínicas, legislação, ética e dinâmica do processo doação-transplante.

“É um trabalho para disseminar a cul-tura da doação de órgãos, fornecendo co-nhecimento técnico aos profissionais para ampliar a identificação de potenciais doa-dores no estado”, conclui Pereira.

de decisão, é preciso explicar o que é a mor-te, o que ocorreu. não deve haver pressão ou coação. essa entrevista é muito importante para determinar se a doação será feita ou não”, explica Pereira.

“O médico deve falar como ocorre a morte encefálica. ele precisa direcionar a entrevista e conversar tranquilamente com a pessoa. também é necessário ex-plicar que o processo de retirada dos ór-gãos não deixa marcas”, acrescenta Boni.

Se os familiares quiserem doar os órgãos, o médico comunicará que o po-tencial doador tornou-se viável e a OPO informará todos os dados do doador, com a descrição cirúrgica de cada órgão para a Central, que fará listas dos possíveis con-templados, pois pode haver incompatibi-lidade imunológica, entre o tamanho do órgão e a pessoa e de tipos sanguíneos, e assim, seleciona os receptores.

em seis horas, a extração é feita e os receptores já começam a ser preparados para os transplantes. enquanto aguar-dam a cirurgia, os órgãos ficam guar-dados numa temperatura de 0ºC a 4ºC, para permanecerem gelados em isque-mia fria. Cada órgão possui um prazo de-finido para ser utilizado. O coração, por exemplo, tem um limite entre quatro e seis horas; já o rim tem de 24 a 36 horas.o TRABAlHo dAS oPoS

As Organizações de Procura de Ór-gãos (OPOs) desempenham um papel fundamental para viabilizar os trans-plantes, ajudando na notificação de po-tenciais doadores e convertendo-os em efetivos. elas atuam como um suporte para os hospitais.

no estado de São Paulo existem dez organizações, situadas nas seguintes lo-calidades: Botucatu, Campinas, marília, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, So-rocaba e o restante na Grande São Paulo, escola Paulista de medicina (ePm), ins-tituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Santa Casa e Hospital das Clínicas (HC).

Cada OPO atende os hospitais de

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Cada órgão

possui um prazo

definido para

ser utilizado,

o coração, por

exemplo, tem

um limite entre

quatro e seis

horas

Pereira: “A família possui o direito de decisão

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leitor: meu filho tem 4 anos e sempre faz xixi na cama. Até qual idade devo aguardar para saber se é necessá-rio tratamento?José Donizete Castro – Guarulhos/SPdoutor: fazer xixi na cama, ou enurese, é normal até os 5 ou 6 anos. A partir disso é necessário uma investigação e a instituição de algumas opções de tratamento, como DDAVP ou imitramina. É importante ressaltar que os pais não devem repreender a criança pelo ato, pois é uma atitude involuntária. Outro fator importante é o caráter familiar, normalmente filhos de pais enuréticos costumam ter o controle voluntário da micção em um tempo maior.Fernanda Pilan é nefrologista do Hospital Infantil Darcy Vargas

A revista Saúde São Paulo reservou este espaço para o leitor tirar qualquer tipo

de dúvida em relação à saúde. Sinta-se à vontade para perguntar sobre doenças, tratamentos,

medicamentos, alimentos, etc. Especialistas estão prontos para ajudá-lo a ter uma vida mais saudável

Envie uma pergunta para [email protected]. Sua dúvida será publicada nas próximas edições da revista Saúde

São Paulo. o espaço é todo seu. Aproveite.

leitor: eu tenho sopro cardíaco. Devo me preocupar?Cleide Teixeira – São Paulo/SPdoutor: O sopro cardíaco pose ser preocupante ou não. mas você tem que procurar um cardiologista para fazer uma avaliação do tipo de sopro que possui e se há ou não necessidade de tratamento, pois existem vários tipos da doença.Vivian Lermer Amato é cardiologista do instituto Dante Pazzanese

leitor: quais os riscos e até que ponto um transplante interfere na vida de uma pessoa? e o que acontece se houver rejeição?Ana Maria Proença – Taubaté/SPdoutor: O transplante é uma modalidade terapêutica que visa melhorar a qualidade de vida dos receptores (como no caso dos transplantes de rim, pâncreas, córneas) ou possibilitar que o paciente continue vivo (como no caso do fígado, pulmões e coração) uma vez que, para esses últimos órgãos, não há terapêutica substitutiva como a hemodiálise (no caso dos rins). Os eventos de rejeição podem ocorrer com freqüência variada e não significam a perda do órgão, por haver tratamento para a rejeição. nos casos, felizmente menos frequentes, de rejeição não tratável ainda há a possibilidade de um novo transplante.Luiz Augusto Pereira é coordenador da Central de Transplantes

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Wilian Pereira / SeS-SP

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Luciana conta que já ligou para o com-panheiro mais de 15 vezes em uma hora. “Ligava no celular, no serviço, para mãe dele. Até para o chefe”, diz.

“numa de nossas brigas a gente termi-nou, e ele se envolveu com outra mulher. fiz de tudo para separá-los. Cheguei até a usar meus filhos para tê-lo por perto”. Luciana conta que numa das separações pensou que não conseguiria viver sem ele. “Pensei em fazer algo com ele, em suicídio, várias coisas passaram por minha cabeça.”

A fim de melhorar o comportamento diante da relação e de outras pessoas, Lu-ciana procurou ajuda médica, religiosa e fez tratamento com psicólogos e psiquia-tras. “ele me chamava de louca. Sabia que não conseguia controlar minhas atitudes e resolvi que era hora de buscar ajuda.”

A auxiliar de compras Luciana Sue-li de Almeida, de 29 anos, sentiu na pele os efeitos de uma rela-ção cercada por ciúme e amor

patológicos. O relacionamento que já dura mais de sete anos é cheio de idas e vindas. “meu companheiro é três anos mais novo e sempre encarei isso como um motivo para desconfiar dele. ele tinha apenas 19 anos quando começamos a namorar e eu tinha medo de ele ser muito imaturo”, justifica.

“Sentia um ciúme além do normal. Até quando ele conversava com amigos eu não gostava”. Segundo ela, se o companheiro demorasse cinco minutos para chegar era motivo para perder o controle.

COMPORTAMENTO | SAÚDE SÃO PAULO

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roberTA roDrigues

Sensação

de posse e

irritabilidade são

sintomas de que

o sentimento

virou doença

Quando o ciúmesfoge ao controle

Católica de São Paulo (PuC-SP). Segundo ele, o ciúme está associado ao fato de exis-tir uma terceira pessoa na relação. ele pode surgir entre amigos, irmãos, companheiros. “uma das partes tem que se sentir excluída da relação”, diz. entre os casais, quando não há confirmação de uma traição, é mais co-mum o ciúme surgir quando uma das par-tes tem a autoestima baixa.

Para Banaco, o ciumento quer ser dono da vontade do outro. quer que as vontades do parceiro sejam submetidas ao seu gos-to. “ele sente que todos estão se divertindo, menos ele”. O psicólogo ainda diz que o ciu-mento busca amigos, mas não é razoável. “Aos poucos as pessoas não aguentam e acabam rejeitando-o. isso ratifica as carac-terísticas dos ciumentos.”

O especialista alerta que o ciúme pato-lógico se parece com o transtorno obses-sivo compulsivo (tOC). “É uma obsessão pelo outro”. nesses casos o tratamento pode ser combinado com sessões com psi-cólogos, psiquiatras e medicação. “não há uma receita para tratar pacientes ciumen-tos. É preciso que cada caso seja avaliado e assim submeter à pessoa ao tratamento que melhor resultado lhe trouxer”. O psi-cólogo esclarece ainda que é preciso saber se de fato existe uma terceira pessoa na relação ou se ela é fruto da imaginação e ressalta ainda que algumas pessoas justifi-cam o ciúme como sendo amor. “Há gente que acha que isso é sinônimo de paixão. isso é sinal de posse e não pode ser con-fundido com amor”.

Depois de se tratar, Luciana afirma que colocou todo a relação na balança e des-cobriu que realmente precisava de ajuda. “não tive alta do tratamento, mas vi que estava melhor e que conseguia controlar minhas atitudes. isso foi essencial para mi-nha recuperação”. ela conta que está dan-do uma nova chance para o relacionamen-to. “estava separada e conseguindo me virar muito bem, mas ele apareceu pedin-do para voltar. Vamos tentar novamente, mas sei que se me separar outra vez não vou passar por tudo o que já vivi. estamos mais maduros e ele sente que mudei”.

eglacy Sophia, coordenadora do am-bulatório de múltiplos transtornos do im-pulso do instituto de Psiquiatria do Hospi-tal das Clínicas de São Paulo, explica que há diferenças entre o amor patológico e o ciúme. “O paciente com amor patológico precisa de atenção para se sentir bem. não consegue melhorar e nem sair da relação. É como qualquer outra dependência. tem até sintomas físicos”.

Segundo ela, o primeiro passo para quem sofre com o amor patológico é ter uma conversa franca com o parceiro. quem padece desse tipo de amor tem necessi-dade de receber mais atenção e carinho do que o parceiro pode proporcionar. “Se a relação melhorar com a conversa não há necessidade de procurar ajuda profissional, mas, caso não seja obtido nenhum avanço é preciso, sim, ajuda de um especialista”. Se-gundo a psicoterapeuta, é preciso entender que o amor patológico é uma enfermidade e que precisa de cuidados. “não são todos que superaram isso sozinhos.”

eglacy explica que o amor patológico tem ligação com o tipo de relacionamen-to que a pessoa teve com a mãe ou com a pessoa com quem viveu até completar um ano de vida. A relação pode ser cheia de segurança ou cercada de ansiedade. tudo depende de como era o comportamento da mãe com o filho. “A pessoa pode repro-duzir o mesmo tipo de relacionamento. Dependendo do parceiro pode desenvol-ver os sintomas do amor patológico”, diz.

A especialista defendeu em dezembro passado sua tese de mestrado que tem como tema o amor patológico. Segundo ela, a pesquisa comprovou que existe mu-dança entre a pessoa saudável e a que so-fre com a doença. “ela tem mais impulsivi-dade, atos semelhantes ao de pessoas que sofrem com outros tipos de transtornos do comportamento. Os sintomas são pareci-dos com o de qualquer outra dependência química”, conta.

O ciúme também pode ser patológico. A afirmação é do psicólogo Roberto Banaco, professor titular da disciplina de Análise do Comportamento da Pontifícia universidade

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MATÉRIA DE CAPA | SAÚDE SÃO PAULO

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Alterações no organismo, produção de substâncias

químicas e hormônios, coração mais acelerado.

O que muda em nosso corpo quando

estamos apaixonados

Denilson O

liveira/SeS - SP

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Então você está lá, tocando a vida sem maiores preocupações e sem mais nem menos alguém chama sua atenção de forma inesperada.

O primeiro órgão de nosso corpo a sen-tir essa mudança é o o coração. e não dá mesmo para subestimar o poder de um coração apaixonado.

Bem, o problema é que esse perso-nagem que recebe tanto destaque nas histórias de amor não é o grande protago-nista em todas as sensações que inebriam amantes pelo mundo a fora.

Se você quer entender como o amor verdadeiramente acontece é melhor vol-tar sua atenção para outra parte do corpo. Abandone agora mesmo o lado esquerdo do peito e rume ao cérebro. A adrenalina, a noradrenalina, a feniletilamina e a oxito-cina, são os neurotransmissores responsá-veis, normalmente, por provocar sensações como ansiedade e atração sexual, além de colocar o coração para bater mais rápido. Detalhe: no cérebro de uma pessoa apai-xonada elas estão presentes em concen-trações muito maiores do que seria normal. São elas que trabalham duro para que toda aquela euforia, empolgação e desejo (in-clua nessa lista os possíveis ataques de pâ-nico) tomem conta dos pombinhos.

De acordo com a psiquiatra márcia Re-gina urias, o amor causa transformações fi-siológicas e comportamentais tão grandes que, em muitos pontos, se aproxima dos distúrbios e doenças mentais. “Algumas teorias apontam que o amor entre duas pessoas nada mais é do que o encontro en-tre suas neuroses. De um lado temos, por exemplo, alguém que precisa ser cuidado e do outro alguém com uma inclinação patológica para cuidar de alguém. Porém, nada disso é gratuito. Para cada suspiro de admiração ou crise de ciúmes há a ação de uma substância no nosso cérebro que in-fluencia o nosso comportamento. muitas delas em concentrações e combinações muito semelhantes àquelas encontradas

em quadros de desequilíbrio.” ela não é a única a pensar assim. Pes-

quisas realizadas pela universidade de Pisa, na itália, revelaram que a paixão e a psicose obsessivo-compulsiva apresen-tam estados cerebrais semelhantes. Am-bas são caracterizadas, por exemplo, por níveis muito baixos de serotonina no cére-bro, o que compromete nossa capacidade de lidar com situações estressantes. Ou seja, o amor é algo tão ligado ao cérebro que pode até ser considerado como uma espécie de “distúrbio”.

Claro que o coração não fica comple-tamente de fora do processo. De acordo com cardiologista do instituto Dante Pazzanese, Carlos Gum, como órgão res-ponsável pelo bombeamento de sangue para todo o corpo, o coração tem um papel importante na história. “quando nos apaixonamos há um aumento da concentração de testosterona na corren-te sanguínea. esse hormônio funciona como motivador da libido. Os níveis de dopamina e norepirefrina também cres-cem, o que nos leva a taquicardia, perda do sono, do apetite e o rubor na face. É o coração, que ao levar o sangue para todo o corpo que permite que essas circuns-tâncias atuem de forma sistêmicas.” CuLtO AO CORAÇÃO

Se você quiser mesmo culpar alguém por todos esses anos de idolatria ao órgão errado prepare-se para colocar o dedo na cara dos egípcios. É com eles que você terá que tirar satisfações. A propósito, se você pretende, realmente, levar esta em-preitada em frente, terá que voltar uns 5 mil anos no passado.

isso mesmo, foi às margens do rio nilo, uns 3 mil anos antes de Cristo, que as pes-soas começaram a pensar que, quando o assunto é sentimento, o coração tem toda essa importância. isso porque, na religião egípcia, com todos aqueles deuses com corpo de homem e cabeça de animal, o coração era considerado uma peça central na existência. não que isso seja menti-ra, afinal, sem ele bombear o sangue por todo o corpo nós não estaríamos aqui. A

ArTHur cHiorAMiTAl

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diferença é que para o povo egípcio o co-ração desempenhava também uma fun-ção metafísica. era nele que todos os sen-timentos das pessoas eram gerados. mais do que ser um órgão vital para o corpo, ele era imprescindível para a alma.

Por acreditarem na vida após a mor-te, os egípcios mumificavam os corpos de seus faraós para que eles ficassem pre-servados para a próxima vida. Depois de mortos, os espíritos eram julgados no tri-bunal de Osíris. O deus da morte pesava os corações e condenava a uma vida de expiações aqueles cujo órgão era pesado (o que significava seu dono tinha feito muitas coisas ruins) e para uma boa vida aquele com o coração leve. ironicamen-te, eles embalsamavam todos os órgãos para que eles pudessem ser utilizados na próxima encarnação, com exceção do cé-rebro, que era descartado “por não pos-suir nenhuma utilidade”.

Daí para frente, a idéia do coração como sendo o centro das emoções e, principal-mente, do amor ganhou força à medida que o próprio sentimento conquistava espaço e importância nas sociedades ocidentais.

Para os gregos, o amor era um elemento e um objetivo tão importante que não cabia em um deus só. Afrodite e eros, mãe e filho, agiam juntos para espalhar o romance por aí. ela, uma mulher de beleza incomparável, era a manifestação do amor sensual. ele, um sujeito que se divertia disparando suas flechas a torto e a direito e atingindo os co-rações (sempre eles) desavisados, formando os casais mais improváveis, representava a face passional do sentimento.

De lá para cá muita coisa mudou. O amor, assim como os demais sentimentos, assumiu a cor e a forma da ideologia rei-nante em cada época. O homem medieval enxergava o amor como algo contempla-tivo. Para ele, a mulher era uma substituta à adoração de Deus, ou seja, o amor carnal estava fora de cogitação.

Alguns séculos mais tarde o romantis-mo vira o jogo, tira o sentimento dessa es-fera exclusivamente espiritual e prega jus-tamente o contrário. A realização do amor

não seria possível sem o encontro dos cor-pos. O amor passa de uma dimensão de pureza e assume ares revoltos e atormen-tados. O sentimento que antes trazia paz e acalentava o espírito, agora tirava o juízo e o sossego de homens e mulheres.

Depois dos românticos vieram os rea-listas e mudaram todas as regras de novo. ficava combinado que, dali em diante, as idealizações com relação ao amor estavam proibidas. quem quisesse se apaixonar te-ria que encarar o amor e o mundo como eles realmente são: com defeitos, brigas, ciúmes, desavenças, desencontros e mal-dade. e tem sido assim até hoje.

em seu artigo “O mito do Amor Român-tico”, a mestre em Ciências da Religião, ma-ria Célia menezes, acompanha os diversos conceitos de amor ao longo dos séculos e nos mostra que, como todo produto da interação social, ele também é fruto do seu tempo. Para ela, as diferentes formas de se entender o que é amor confe-riu a cada época certas maneiras de expressá-lo e senti-lo. O ser humano se deixa conduzir pelas discretas sugestões que o social lhe ofere-ce, tornando-se alienado, embebi-do nestas maneiras de pensar e sentir a vida, as quais lhe diri-gem a mente através dos mitos e da religião, que juntos reforçam a sua alienação.

mais ou menos arrebata-dos. Humanos ou divinos. Os amores não saíram da berlinda em nenhum momento da histó-ria humana. em todos os relatos e histórias de amor é o coração que

Num cérebro

apaixonado,

substâncias como

a adrenalina

estão presentes

em concentrações

maiores que

o normal

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aparece como astro principal. Grande par-te disso se deve àquela história ancestral de que todas as emoções nasciam no lado esquerdo do peito. mas essa não é a única explicação possível. Há de se considerar a total falta de informações sobre o papel do cérebro no organismo. Afinal, as desco-bertas sobre neurônios, neurotransmisso-res, sinapses e toda a sorte de coisas que acontecem dentro das nossas cabeças são relativamente recentes. Somem a isso a inércia em que vive o nosso cérebro se comparada com a vibrante e movimenta-da rotina do coração, sempre bombeando sangue para todo o corpo. não é de se estranhar que os egípcios pensassem que não valia a pena guardar o cérebro para a encarnação seguinte.

maria Célia levanta mais uma razão para a nossa “resistência” em aceitar que o cérebro é o verdadeiro ninho do amor. no mesmo artigo ela afirma que de uma certa forma, todos nós somos famintos por histórias de amor e, de uma certa maneira, queremos fazer parte delas nem que seja secretamente. Os contempo-râneos se aproximam dos cortesões da Renascença, pois consideram o amor um valor em suas vidas. esse padrão de amor ocidental, diferente de outras culturas primitivas, é atraente, pois tenta combi-nar atração sexual, procriação e família em um só relacionamento entre dois par-ceiros heterossexuais. Assim, o amor está em alta como sempre esteve, pois ainda associamos a felicidade com a união en-tre duas pessoas que se amam. e é preci-so concordar que um coração pulsante e vivo combina muito mais com essa idéia de encontro apaixonado do que algumas reações químicas realizadas por substân-cias de nomes complicados. que SeJA eteRnO enquAntO DuRe

Os especialistas ainda não entraram em um acordo sobre o prazo de validade da paixão, mas todos eles concordam que ela não dura para sempre. As alterações fisiológicas resultantes dos encontros ro-mânticos são tão grandes e mexem de forma tão significativa com o equilíbrio do

organismo que esfriar os ânimos e voltar ao “normal” é uma questão de sobrevi-vência. “Apaixonar-se é uma experiência absurdamente extenuante para o organis-mo. qualquer pessoa apaixonada fica em estado de alerta permanente. Diminuem as horas de sono e o apetite. A freqüência cardíaca. São tantas diferenças que nin-guém suportaria permanecer sob o sig-no da paixão por tempo indeterminado”, afirma a Dra. Carmita Abdo, coordenadora do Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Ok, o amor é resultado de um punha-do de reações químicas que acontecem na cabeça e nada tem a ver com o coração. e mais, nosso organismo tem todo esse trabalho só para embotar nossos sentidos durante um período de tempo limitado com o objetivo de garantir a perpetuação da espécie, certo?

mas o que dizer daqueles casais que es-tão juntos há anos, felizes e satisfeitos mui-to depois que a fase mais “animada” da pai-xão acaba? eles são exceção à regra? Seus organismos funcionam de forma diferente? nada disso. Os relacionamentos duradou-ros e tranqüilos também fazem parte de um arranjo da mãe natureza para garantir a continuação das nossas linhagens.

De acordo com a bióloga márcia Gu-tierrez de Souza a dificuldade de se arru-mar um parceiro viável forçou a natureza a dar um empurrãozinho para garantir a per-manência dos casais e, assim, aumentar as chances de uma prole numerosa. “Alguns animais escolhem seus parceiros e os man-tém por toda a vida. Com os seres humanos acontece mais ou menos assim. Homens e mulheres levam em conta inúmeros fatores na hora de escolher um parceiro. O que tor-na o processo longo e demorado. uma vez que a escolha é feita, é mais interessante em termos evolucionários, que eles perma-neçam juntos pelo maior tempo possível para que tenham a chance de ter muitos filhos. Para isso o cérebro secreta substân-cias que tornam atraente a tranquilidade da vida a dois em detrimento da competiti-va e agitada rotina dos solteiros”.

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Nome: Arthur Kalichman Cargo: Coordenador Adjunto do Programa Estadualde Combate a DST/ AidsLivro: Grande Sertão: Veredas (Nova Fronteira)Sinopse: Para falar sobre o sertão, Guimarães Rosa utiliza o idioma do próprio local, falado por Riobaldo em sua ex-tensa narrativa. Nessa história, a região é vista e vivida de uma maneira subjetiva, profunda, e não apenas como uma paisagem a ser descrita, ou como uma série de costumes que parecem pitorescos.

Nome: Maria Bernadete de Paula Eduardo Cargo: Diretora da Divisão de Doenças de TransmissãoHídrica e Alimentar do CVE Livro: Vencendo o Medo (Agora Editora)Sinopse: Nesse livro, Jerilyn Ross, psicóloga e ex-fóbica, descreve os diferentes tipos de distúrbios de forma simples e coloquial, acessível para todos os leitores. Também reflete sobre seu método de trabalho, citando alguns casos.

Nome: Nadia Aparecida MantoriniCargo: Diretora da DRS de PiracicabaLivro: Histórias de uma repórter brasileira na China(Letras Brasileiras)Sinopse: Misto de reportagem e diário de viagem, narra a permanência do casal Sônia Bridi (autora) e Paulo Zero na China, entre 2005 e 2006. Sem falar o idioma e com um filho de três anos, encaram o desafio de montar a primeira base da TV Globo no Oriente. Sônia constrói um retrato pitoresco, emocionado e requintado da sociedade chine-sa, sob o ponto de vista de uma laowai (estrangeiro).

Nome: Naide Aparecida de Oliveira Cargo: Coordenadora dos Mutirões da SecretariaLivro: Café com Eficiência - uma História Sobre a Diferen-ça entre Trabalhar Muito e Ser Produtivo (Editora Sextante)Sinopse: Nessa narrativa, Chuck Martin mostra através do personagem Bill, como é importante parar um pouco para avaliar seu desempenho. O líder sobrecarregado, mesmo re-lutante, concorda em dar um tempo no trabalho e acaba re-cebendo lições simples que vão colocar sua vida em ordem.

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IMIgRAÇÃO | SAÚDE SÃO PAULO

2� | Fevereiro de 2009

Paulo Cesar da Silva/ Agência iO

O Hospital e Maternidade Le-

onor Mendes de Barros, na

Capital, mantém desde 2005

um projeto inédito de aten-

ção à saúde da população boliviana que

vive em São Paulo. Por estar situada em

uma região próxima aos pólos de trabalho

de imigrantes vindos da Bolívia, a unida-

de sempre foi muito procurada por essas

mulheres na hora de dar à luz. A busca é

tamanha que, hoje em dia, as bolivianas

representam cerca de 20% das pacientes

internadas no hospital.

A presença delas chamou a atenção da

direção do hospital que passou a empre-

ender uma série de ações para capacitar a

equipe para atender melhor esse público.

“Quando o número de bolivianas que pro-

curavam nosso hospital para dar à luz co-

meçou a aumentar, percebemos que algo

precisava ser feito para preparar a equipe

e garantir a essas mulheres o melhor aten-

dimento possível. Passamos então a pen-

sar em ações que nos ajudariam a resolver

os principais problemas enfrentados na

relação com essa população”, afirma Regi-

na Dias de Barros, chefe do serviço social

da maternidade.

uma das grandes barreiras era o idio-

ma. A maioria das pacientes não fala por-

tuguês. Diante disso, médicos, enfermei-

ros, psicólogos, voluntários e assistentes

sociais passaram a estudar o aymara, um

Denilson oliveirAe ArTHur cHiorAMiTAl

Fevereiro de 2009 | 2�

PACHAMAMAPaulistana

dos dialetos falados na Bolívia e a língua

mais comum entre as parturientes.

Outro ponto que mereceu atenção foi

o fato de que grande parte das bolivianas

está clandestinamente no Brasil. A falta

de documentação representava um dos

maiores entraves na hora de procurar um

serviço de saúde. Por estarem em situação

irregular, essas mulheres evitam se expor.

“O medo de serem presas e deportadas

é tão grande que o acompanhamento

pré-natal é coisa rara entre elas. Soma-se

a isso a situação que estão expostas e há

um cenário nada aconselhável para uma

gravidez”, diz Regina.

Antes, o processo para dar entrada no

pedido de regularização da situação dos

imigrantes ilegais cujos filhos nasciam no

Brasil era demorado. Os pais precisavam

de uma carta do consulado autorizando a

retirada do bebê do hospital. O casal pedia,

então, uma declaração da unidade de saúde

com os dados do parto. Com isso em mãos,

iam até a Polícia Federal para dar entrada

na legalização. Só então eles recebiam um

salvo-conduto, o que impedia que fossem

presos e deportados.

Para resolver o assunto e encurtar o

caminho, o hospital firmou importantes

parcerias com o consulado da Bolívia e a

Pastoral do Imigrante. Agora, o bebê sai do

hospital em poucos dias e os pais já levam

a declaração, o que torna desnecessário

procurar o consulado. O contanto com a

Polícia Federal ficou mais fácil. O processo,

que antes levava em média dois anos, hoje

demora alguns meses. “Agora, ficou bem

Expressão,

que quer dizer

terra mãe,

traduz o

trabalho da

Maternidade

Leonor Mendes

de Barros, que

faz 20% de

seus partos

em gestantes

bolivianas

Page 15: Revista Saúde São Paulo

2� | Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 | 2�

um intervalo de somente 30 minutos para

um café. Por peça produzida, ganha R$ 0,70.

“Chego a costurar mais de 100 por dia.”

Silvéria tomou conhecimento do Leonor

Mendes de Barros através de sua irmã, que

também vive em São Paulo. “Não sei como

eu teria dado a luz sem a ajuda da equipe do

hospital”, diz. Quando está de folga, seu pas-

seio preferido é levar a filha ao jardim zooló-

gico. “Se tenho mais tempo, também gosto

de dar uma volta no shopping”, conta.

Maria Angélica Albareto, de 26 anos,

também está feliz com o nascimento de

seu filho Nicolas. Ela, que vive com seu

companheiro no Brasil há dois anos, já

deram entrada nos papéis de legalização

através da parceria com o hospital, a Pas-

toral do Imigrante e a Polícia Federal.

A situação de Maria é um pouco diferen-

te das de seus compatriotas. Com a ajuda do

marido, conseguiu comprar duas máquinas e

montou sua própria oficina. “Minha vida mu-

dou depois disso. Passei meses trabalhando

trancada e sem ver a luz do sol”, conta.

Mesmo com a possibilidade de lega-

lizar sua situação, o casal também pensa

em voltar para a Bolívia. “Sei que meu filho,

como brasileiro, terá muito mais oportuni-

dades se continuarmos aqui. Mas a Bolívia

é minha terra e sinto muita falta de lá”, diz

ela, que deixou a faculdade de lingüística

antes de se mudar para São Paulo.

2� | Fevereiro de 2009

mais fácil para os imigrantes regulariza-

rem a sua situação. Ao todo, mais de 2.000

mulheres já foram beneficiadas por nossas

ações”, declara Corintio Mariani Neto, dire-

tor técnico do Leonor Mendes de Barros.

As ações do hospital em prol das pa-

cientes bolivianas não passaram desper-

cebidas. Em agosto de 2007 a unidade re-

cebeu uma placa do Consulado da Bolívia

homenageando o hospital pelos excelen-

tes serviços prestados ao seu povo.

DIFíCIL ROTINA

Entre as voluntárias da maternidade

está Isabel Mercado, também boliviana.

Ela vive no Brasil desde os anos 60, quan-

do veio da Bolívia, ainda pequena, com os

pais. “Ajudo essas mulheres porque minha

família e eu passamos pelas mesmas di-

ficuldades quando viemos para o Brasil”,

conta. Isabel começou seu trabalho com

as bolivianas na Pastoral do Imigrante. Na

maternidade, Isabel visita suas compatrio-

tas nas enfermarias. “Elas até se sentem

mais à vontade quando vêem que sou da

Bolívia e falo o idioma delas”.

O trabalho da voluntária não fica res-

trito somente à maternidade. Ela também

sai às ruas dos bairros do Pari, Bom Retiro e

Brás e visita as oficinas onde os bolivianos

trabalham e também tem suas residências.

“uma vez visitei uma oficina onde a

dona trancava os funcionários sempre

quando saía. Ela alegava que fazia aquilo

porque a região é muito violenta”, conta.

Para resolver a situação, ela disse à dona

da oficina que a denunciaria caso conti-

nuasse a trancar seus empregados. Isabel

também lembra que em muitos locais de

trabalho a situação é precária e muitos

sofrem de problemas de saúde, como tu-

berculose, já que estão em ambientes to-

talmente fechados.

Regina, do serviço social, também

alerta que esse tipo de ambiente não

ajuda em nada à saúde dos bebês. “Essas

oficinas são frias e tem muita poeira. Já

cheguei a visitar lugares onde fica a mãe,

a máquina de costura e um moisés com o

bebê do lado”. Além disso, a alimentação

desses imigrantes geralmente é sopa ou

arroz com salsicha. “Conheci uma mulher

que recebia dois pratos de sopa no jantar.

um era do marido, o outro ela tinha que

dividir com os outros dois filhos.”

Atualmente, cerca de 250 mil imi-

grantes bolivianos vivem em situação

ilegal na cidade de São Paulo. São atraí-

dos com falsas promessas de que ganha-

rão salários em dólares e mais altos que

os pagos na Bolívia. Quando chegam

ao Brasil, tem seus documentos retidos

por seus patrões e são obrigados a tra-

balhar até 15 horas por dia. “Há oficinas

que usam um sistema de uma cader-

neta onde tudo é anotado, como peças

produzidas e horas trabalhadas. Mas os

chefes também descontam o valor das

Atualmente,

cerca de 250 mil

bolivianos vivem

de forma ilegal

na cidade de

São Paulo

Silvéria Rojas, de 24 anos, acompanha seu filho Jeferson, no berçário da maternidade

fotos: Denilson O

liveira/SeS - SP

Fevereiro de 2009 | 2�

refeições, hospedagem e até a passa-

gem da Bolívia para São Paulo. Há casos

de pessoas que ficam meses sem ganhar

um tostão”, denuncia Isabel.

FELICIDADE, APESAR DO SOFRIMENTO

Mesmo diante de toda essa situação,

quando chega a hora do nascimento dos

filhos, as imigrantes esquecem um pouco

as dificuldades do dia-a-dia em São Paulo.

Delia Aruquipa, de 23 anos, deu a luz

a Daiane Nicole, sua primeira filha. A cos-

tureira tomou conhecimento do trabalho

feito na maternidade através da propa-

ganda boca a boca feita por outras mulhe-

res que já tiveram seus filhos no hospital.

“A primeira vez que vim, estava com medo.

Mas me trataram muito bem e me senti

mais segura e tranqüila”, conta.

Delia está no Brasil desde 2001. Natu-

ral do interior da província de La Paz, ela

veio sozinha para São Paulo. Hoje, graças

a um acordo bilateral entre Brasil e Bolívia,

ela já está em situação legal no país, mas

mesmo assim afirma que ainda precisa tra-

balhar muito para ganhar um salário que

varia entre R$ 450 e R$ 500. “Chego a ficar

na oficina umas 17 horas por dia. Só tenho

folga em dia que é feriado na Bolívia.”

Atualmente, o principal objetivo da jo-

vem é juntar dinheiro e voltar para o seu

país. “Só vou esperar minha filha completar

um ano. Quero montar um salão de beleza

e ser cabeleireira”, conta. Além disso, Daiane

planeja aprender informática e terminar

seus estudos, já que parou na sexta série.

Ao contrário de Delia, Silvéria Rojas, de

24 anos, não está em situação legal no país.

Ela já entregou sua documentação na Polí-

cia Federal, mas infelizmente não consegue

juntar os R$ 800 que o órgão cobra de taxa

para legalizar sua situação no país. Mãe do

recém-nascido Jefferson, ela vive no bairro

da Pari com sua outra filha e trabalha de se-

gunda a sábado das 7h às 22h. Durante essa

longa jornada, para uma hora almoçar e tem

Os imigrantes

vem ao Brasil

atraídos por

falsas promessas

de bons salários.

Muitos tem seus

documentos

retidos por seus

chefes e chegam

a trabalhar 15

horas por dia

Maria Angelica Albareto (no centro) ao lado da equipe que atende as imigrantes no hospital

Page 16: Revista Saúde São Paulo

30 | Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 | 31

picada de mosquitos e não pelo contá-gio com pessoas infectadas.

Logo após essa vitória, o governo paulista o nomeou diretor do Serviço Sa-nitário do estado de São Paulo, cargo que exerceu até 1917. Durante esse período, além da cuidar da febre amarela, também atuou contra a peste bubônica, febre ti-fóide e varíola.

Após anos dedicados à saúde, ele se aventurou em outra área: foi um dos ide-alizadores da estrada de ferro Campos do Jordão, ligando Pindamonhangaba a Cam-pos do Jordão. A finalidade da “estradinha”, como ele próprio a chamava, era transpor-tar os doentes para tratamento no alto da Serra da mantiqueira.

emílio marcondes Ribas morreu em dezembro de 1925. Durante toda sua carreira as homenagens eram algo co-mum e o mesmo aconteceu após sua morte. entre os grandes tributos que recebeu está o instituto de infectologia emílio Ribas, na Capital, considerado um dos melhores hospitais para o tratamen-to de doenças infecciosas e Aids da Amé-rica Latina.

Emílio marcondes Ribas nasceu em Pindamonhangaba, em 11 de abril de 1862. formado pela faculdade de medicina do Rio de

Janeiro, logo aos 25 anos, Ribas apresen-tou sua primeira tese de doutorado. em 1895, foi nomeado inspetor sanitário. mas foi em 1896, aos 34 anos, com seu trabalho no combate às epidemias, que começou a se destacar como grande sanitarista. tudo porque ele foi transferido para o Desinfe-tório Central de São Paulo.

Seus maiores trabalhos foram sobre as doenças transmissíveis, tendo notável sucesso no combate à febre amarela. em 1903, ele decidiu fazer uma experiência semelhante a que era realizada em Cuba: Ribas, Adolfo Lutz e mais dois voluntá-rios deixaram-se picar por mosquitos que estiveram em contato com vítimas da doença. As provas foram acompanha-das por médicos que não acreditavam na tese de Ribas. O resultado mostrou que a transmissão da febre amarela se dá pela

NOMES DA SAÚDE | SAÚDE SÃO PAULO

O médico teve

grande atuação

na luta contra

Febre Amarela

e de diversas

doenças

transmissíveis

no Brasil

eMílio ribAs,PIONEIRISMO NA SAÚDE

FernAnDA Mizzin

sessão de ginástica.“As pessoas precisam se conscientizar

que realizar qualquer tipo de atividade física já é muito importante para a saúde. um pequeno esforço hoje pode significar uma melhor qualidade física amanhã”, afir-ma timóteo Leandro, assistente técnico científico do Progama Agita SP.AçõES PElo ESTAdo

A Secretaria também promove, em parceria com as prefeituras, ações de incentivo à atividade física. em diversas cidades do estado acontecem eventos para sensibilizar a população para a importância da adoção de um estilo de vida mais ativo.

entre as atividades estão caminhadas, aulas de ginástica, palestras, alongamen-to, aferição de pressão arterial e avaliação com nutricionistas. em todos os eventos, a participação da população é gratuita.AgITA No MuNdo

neste ano, o Agita mundo, do qual a caminha faz parte, será promovido no méxico, Argentina, equador, Peru, Colôm-bia, Costa Rica, uruguai, Chile, Venezuela e estados unidos. O Programa Agita São Paulo é o responsável por coordenar a ce-lebração desse evento em todo mundo. nos últimos anos, foram realizados aproxi-madamente 6.000 atividades em diversos

países. Só em 2006, ocorreram mais de 2.200 eventos, nos cinco continentes,

envolvendo milhões de pessoas. mais informações estão disponíveis no site

www.agitamundo.org.

A Secretaria de estado da Saúde prepara um grande evento para o dia 5 de abril. A partir das 9h, mais de 20 mil pessoas devem

se reunir no masp, na Avenida Paulista, para a grande caminhada em comemoração ao Dia mundial da Atividade física.

Realizado pelo programa estadual Agita São Paulo, referência para a Organi-zação mundial de Saúde (OmS), o objetivo do evento é incentivar a prática de ativi-dades físicas. quem comparecer ao local receberá gratuitamente um kit para a ca-minhada contendo uma camiseta, uma garrafa d´água e uma bexiga. A concentra-ção para a grande caminhada será na Pra-ça Geremias Lunardelli, atrás do museu, a partir das 8h.

Para agitar a galera, trios elétricos acompanharão todo o percurso da cami-nhada, que termina na Assembléia Legis-lativa, no ibirapuera, onde as atividades continuarão por mais uma hora, com uma

EVENTO | SAÚDE SÃO PAULO

Saúde

comemora

o Dia Mundial

da Atividade

Física com

caminhada

para 20 mil

pessoas

5 de abril: Agite-se!Denilson oliveirA

Fevereiro de 2009 | 31

Page 17: Revista Saúde São Paulo

32 | Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 | 33

ras produzem variados sabores e aromas. Além de ser um ótimo tempero para os alimentos, o azeite também é precioso quando o assunto é saúde.

A iguaria é provavelmente o mais an-tigo alimento que atenda todos os requi-sitos da ciência em se tratando de uma substância alimentar. É um ingrediente ex-tremamente saudável e que tornou-se, de uns anos pra cá, indispensável em dietas que contribuem para evitar as doenças da modernidade, por exemplo.

um estudo realizado por cientistas da universidade de málaga, na espa-nha, constatou que o azeite é capaz de impedir a formação de coágulos no san-gue. A descoberta está relacionada com a diminuição do risco de se ter um Aci-dente Vascular Cerebral. mas a pesquisa faz um alerta: o tipo de azeite por trás dessa ação cheia de benefícios é o ex-tra-virgem. É nele que está concentrada a maior quantidade de substâncias que fazem essa proteção.

Segundo Daniel magnoni, cardiologis-ta e nutrólogo do instituto Dante Pazzane-se, o azeite extra-virgem é o mais indicado para o consumo por ser mais nutritivo e menos ácido que os demais. “O azeite ex-tra-virgem possui antioxidantes que po-dem atuar na prevenção de doenças car-díacas e alguns tipos de câncer, além de fortalecer o sistema imunológico”, alerta.

Um sabor e aroma dos deuses. Sim, ele pode e merece ser com-parado com os grandes e pode-rosos. muito citado na história

da humanidade, o azeite, mais conhecido como ouro líquido, ganha belíssimos capí-tulos na mitologia que conta sua origem.

Segundo os gregos, o deus dos mares, Poseidon, e a deusa da sabedoria, Atenas, disputavam um grande pedaço de terra. Para amenizar essa briga, Zeus, o maior de todos os deuses, decidiu que a cidade seria daquele que apresentasse a melhor e mais proveitosa invenção para o povo. Poseidon criou um belo e forte cavalo, que seria muito utilizado para o transpor-te. Já a deusa Atena criou uma esplêndida e delicada árvore de oliveira, com frutos valiosos que seriam capazes de alimentar e curar o povo. Zeus ficou tão surpreso com a invenção da deusa que não só deu de presente a cidade em disputa como também batizou o pedaço de terra com seu nome: Atenas. não que o cavalo não fosse útil, mas sejamos honestos, séculos e séculos depois, essa suntuosa e precio-sa árvore continua fornecendo a matéria prima do azeite.

Apreciado muito além das terras eu-ropéias, as mais de 700 espécies de olivei-

ALIMENTAÇÃO | SAÚDE SÃO PAULO

32 | Fevereiro de 2009

Cada vez mais

conquistando a

mesa e o paladar

das pessoas,

o azeite, além

de seu sabor

inigualável é

um grande

aliado da saúde

THAis MiroTTi

Considerado o melhor da categoria, o extra-virgem tem essas características de-vido ao seu preparo e processo de fabrica-ção. O óleo é extraído da primeira prensa das azeitonas, ou seja, quando elas ainda não sofreram modificações. O resultado disso é um azeite incrivelmente saboroso e bem mais nutritivo.

Outro ponto importante é com relação à sua acidez. O extra-virgem, além de ter um alto teor de antioxidantes, possui aci-dez menor ou igual a 1%. e o que o torna ele tão especial é que quanto menor for a acidez, melhor será a qualidade do azeite e seus benefícios para a saúde.

uma outra boa notícia é que seu con-sumo está relacionado contra as dores crônicas. Cientistas do instituto monell, nos estados unidos, encontraram uma molécula presente no azeite que inibe a atividade de enzimas envolvidas em processos inflamatórios. trata-se de um composto com ação praticamente idên-tica à de analgésicos e que, portanto, alivia as dores. O que os pesquisadores sugerem é que um consumo regular ofe-reça um alívio para quem sofre com do-res crônicas.

independente da quantidade de be-nefícios que o azeite carrega, é importante saber consumi-lo de uma maneira ade-quada. A ingestão diária ideal é de cerca de 20ml, o que representa aproximada-mente duas colheres de sopa. “Consumir uma quantidade muito maior que essa pode acabar causando obesidade. não po-demos esquecer que apesar de saudável, o azeite é uma gordura”, alerta magnoni.

É importante ressaltar também que o azeite deve ser sempre misturado na alimentação e nunca consumido puro. Para quem gosta de esquentar o azeite, vai uma dica. Com altas temperaturas, ele perde os antioxidantes presentes, porém, não deixa de ser bem mais saudável que os demais óleos.

Os deuses acertaram em cheio. uma verdadeira obra prima, com sabor incon-fundível e saúde em forma de líquido, que realmente vale ouro!

Fevereiro de 2009 | 33

Page 18: Revista Saúde São Paulo

3� | Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 | 3�

sofri muito preconceito. As pessoas não aceitam que uma mulher possa conduzir uma ambulância. tem aquele velha histó-ria de que somos péssimas no volante. A princípio até as próprias médicas descon-fiavam do meu trabalho. Hoje, sei que a história mudou e elas até preferem que eu dirija”, conta ela, que é mãe de dois filhos e, mesmo com a pouca idade e o ar jovial, já tem uma neta.

mesmo com o trânsito caótico e es-tressante da capital paulista, Sueli pa-rece uma ilha de sossego. quando saiu com a equipe da Saúde São Paulo para dar uma entrevista, ela pouco se impor-tou com o tráfego totalmente parado na avenida Rebouças, em pleno meio-dia. “Dá um pouco de nervoso dirigir aqui na Capital. Ainda mais se a criança que estou levando precisa ser transferida rapidamente ou sei que está sentindo muita dor. mas já estou acostumada. O negócio é relaxar, senão você enlouque-

ce”, diz. Para ela, o fato de poder ajudar uma mãe e seu filho é uma emoção.

“Sei que diante da situação que estão passando, o que eu faço é pouco. mas receber um obrigado delas é uma satisfação imensa para mim.”

mas como ela lida com agres-sividade de seus colegas do sexo masculino ao volante? “muitos buzinam. não respeitam nem

H á 17 anos, a rotina de Sueli Alves dos Santos, de 49 anos, é a mesma. Antes de sair de casa, ela se arruma, capricha

no penteado e não esquece de um deta-lhe: o batom. quando chega ao trabalho, no Hospital infantil Darcy Vargas, na Ca-pital, ela assume o comando de uma das ambulâncias da unidade.

isso mesmo, Sueli é uma das únicas mulheres motoristas de ambulância em

São Paulo. e o desafio de exercer uma profissão dominada pelos

homens não foi fácil no início. “eu

PERFIL | SAÚDE SÃO PAULO

3� | Fevereiro de 2009

Aos 49 anos,

Sueli, é uma

das únicas

motoristas

de ambulância

no Estado

Denilson oliveirA

Com ela no volante,

o CUidadoé Constante

ambulância. mas quando vêem que é uma mulher ao volante. abrem um sor-riso e não implicam. Alguns ficam até curiosos. mas acho que dirigimos me-lhor que eles.”

e o que Sueli supõe, foi comprovado por um estudo recentemente divulgado pelo Departamento de trânsito do esta-do do Rio de Janeiro. na Cidade mara-vilhosa, que não fica atrás de São Paulo quando o assunto é trânsito, os homens cometem duas vezes mais infrações que as mulheres.

Dos 8.460 motoristas que, desde maio do ano passado tiveram o direito de di-rigir suspenso por ter ultrapassado os 20 pontos na Carteira nacional de Habilita-ção (CnH) ou cometido infração gravíssi-ma, 7.202 são do sexo masculino e ape-nas 1.258 do feminino. Para se ter idéia, elas representam 17,46% desse total.

Se for levado em consideração o fato de que a quantidade de homens habi-litados no Rio é quase três vezes maior que o número de mulheres aptas a diri-gir, eles continuam liderando o ranking dos maus motoristas, já que 0,25% dos homens com licença para conduzir per-deram suas carteiras no útlimo ano. Do universo de mulheres motoristas, ape-nas 0,11% cometeram infrações que as levaram à perda da carteira.

mulheres ao volante não significam perigo constante, contradizendo o dita-do popular. no Brasil, as companhias se-guradoras gastam, anualmente, mais do que o dobro em indenizações por danos em carros dirigidos por homens do que em veículos conduzidos por mãos femi-ninas. As mulheres são mais cuidadosas, atentas e correm menos ao volante.

Dados compilados pela fenaseg (federação nacional das empresas de Seguros Privados e de Capitalização) mostraram que, segundo pesquisa rea-lizada POR umA SeGuRADORA com 200 mil homens e mulheres, elas são mais cautelosas ao dirigir: as colisões são 32% menores entre aquelas com 24 anos de idade, na comparação com homens na

Fevereiro de 2009 | 3�

mesma faixa etária. em conseqüência, os danos são 8% menores.

Já as mulheres com 33 anos provo-cam prejuízos 14% abaixo dos causados pelos homens na mesma idade. na mé-dia, elas batem 2% menos. em contrapar-tida, os danos causados a terceiros (coli-sões em outros vehículos) são liderados pelas mulheres, com 15% a mais do que os homens. no caso de roubos e furtos, elas são o principal alvo: no caso das jo-vens com 29 anos, a taxa é 8% maior.

“mas aí é por culpa deles”, brinca a motorista. nas horas vagas, já que seu plantão no Darcy Vargas é de 12 por 36 horas, ela ainda exerce outra pro-fissão, também sobre rodas: motogirl. “Sempre gostei de moto. mas confesso: nessa área, o preconceito é maior ain-da. Porém, nós mulheres somos fortes e já estamos conquistando diversos es-paços que eram só dos homens”, conta ela que aprendeu a pilotar uma moto com seu filho.

Apesar do

preconceito inicial,

ela garante que

hoje orgulha-se

de sua profissão

e garante que

as mulheres são

melhores que

eles no volante

O trânsito caótico da Capital já não assusta a motorista

Page 19: Revista Saúde São Paulo

3� | Fevereiro de 2009 Fevereiro de 2009 | 3�

da Saúde, consolidando-o como hospital de nível terciário, referência para a região.

O hospital recebeu 14 novos leitos de unidade de terapia intensiva em 2007, passando de 16 para 30, e oito foram trans-formados em semi-intensivos. O Pronto Socorro Adulto foi reformado, atendendo 32 mil pessoas por mês.

“O mandaqui cresceu muito. Agora atende toda a Zona norte e é a referência da região para politraumatismos”, fala magali Vicente Proença, diretora do Complexo.

O hospital presta atendimentos de ur-gência e emergência, clínica médica e pe-diatria, contando com equipamentos de ponta e equipes de saúde especializadas nas áreas de cirurgia plástica, urologia, ci-rurgia toráxica, vascular, ortopedia, neu-rocirurgia, buco-maxilo e cirurgia geral.

Para magali, as melhorias devem conti-nuar. “As reformas estruturais e o investimen-to da Secretaria vão aprimorar o atendimen-to, aumentar as especialidades oferecidas e a tecnologia empregada”, afirma.

Em dezembro de 2008, o Conjunto Hospitalar do mandaqui comple-tou 70 anos de existência. São sete décadas de história e dedi-

cação, atendendo a população da Zona norte da Capital.

inaugurado em 1938, o hospital trata-va pacientes tuberculosos, possuía três pa-vilhões e 86 leitos. Já no ano seguinte, au-mentou sua capacidade para 180 leitos.

em 1950, atingiu os 446 leitos e já era referência no tratamento de tuberculose no estado. entre 1960 e 1983, com a am-pliação dos laboratórios e a instalação do pronto socorro, passou a atender pacientes com doenças pulmonares não tuberculosas.

em 1983, tornou-se o Conjunto Hospitalar do mandaqui. e em 1996, o gerenciamento do Pronto Socorro passou para a Secretaria de estado

SAÚDE EM DOIS TEMPOS | SAÚDE SÃO PAULO

3� | Fevereiro de 2009

A unidade é

referência para

toda população

da zona norte da

Capital

O septagenário MAndAquiPÂMelA KoMeTAni

1)

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5)

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9)

10)

Quando não está trabalhando, o que faz nas horas de lazer? Estou sempre em companhia de meus familiares e amigos. Gosto de uma boa música, de ir ao clube velejare de uma leitura agradável. Isso tudo se o meu time do coração, que é o São Paulo, não estiver jogando.

Tem algum hobby?O futebol é uma das minhas paixões, além de gostar de velejar. Mas ultimamente tenho me dedicado pouco a isso.

Qual sua formação acadêmica? Exerceu quais cargos até chegar ao atual?Sou médico pediatra, formado, pela USP. Também fiz o curso de Administração em Sistemas de Saúde pela Escola de Admi-nistração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas . Já trabalhei no Instituto da Criança do HC, no Hospital Municipal Jose Soares Hungria, na Capital, e fui médico assistente da disciplina de Pediatria Preventiva e Social do curso de medicina da USP.

Que notícia gostaria de ler nos jornais e ver amplamente divulgada na imprensa?A erradicação da fome no mundo.

Se não fosse médico o que seria? Veterinário.

Qual seu prato predileto? Lasanha verde à bolonhesa com molho branco, gratinada.

A senhor é vaidoso?Sim, na área profissional e pessoal.

Tem algum ídolo? Meu pai.

Qual filme marcou sua vida? Nenhum em especial.

Recomenda algum lugar especial?A praia do Gunga em Maceió e a foz do Rio São Francisco.

Fevereiro de 2009 | 3�

Page 20: Revista Saúde São Paulo

Fevereiro de 2009 | 3�

ARTIgO | SAÚDE SÃO PAULO

São Paulo foi um dos primeiros

estados a elaborar e implantar um

programa de saúde da mulher no iní-

cio dos anos 80. Com isso, atendeu-se

à reivindicação para que se rompesse

com a limitação da assistência públi-

ca à população feminina. Reconhecia-

se, a partir de então, que suas neces-

sidades em saúde eram mais amplas,

e não estavam determinadas ape-

nas pelas diferenças biológicas, mas

também pelas desigualdades sociais

existentes entre elas e os homens.

Passaram a se constituir as ações das

unidades básicas de saúde, a atenção

às demandas das mulheres no âmbi-

to da sexualidade e do planejamento

reprodutivo, a prevenção do câncer

do colo do útero e a assistência às

queixas ginecológicas.

Com o processo de construção do

SuS e a progressiva descentralização

das ações básicas, tais atividades pas-

saram a se constituir em responsabi-

lidade dos municípios. A Secretaria

de Estado da Saúde, além de manter

sua ação articuladora da política es-

tadual de saúde e da organização do

sistema de atenção, vem assumindo

de forma crescente o cofinanciamen-

to da assistência à saúde, boa parte

da prestação de serviços em âmbito

hospitalar e a organização de estraté-

gias, como os mutirões.

Os reflexos dessa atuação do Esta-

do para a atenção à saúde da mulher

foram muito positivos. No que se refere

à assistência obstétrica, a implantação

de hospitais operados por Organiza-

ções Sociais de Saúde ampliou signi-

ficativamente a oferta de leitos, de tal

forma que o percentual de partos reali-

zados na rede estadual passou de 11%,

em 1998, para quase 27%, em 2007.

Para assegurar às mulheres o exer-

cício dos direitos reprodutivos, além

de trabalhar pelo acesso à materni-

dade segura, a SES/SP vem atuando

para oferecer a elas os meios para o

planejamento da reprodução. Mé-

todos contraceptivos (pílulas, DIus,

hormonais injetáveis e a pílula do dia

seguinte) vem sendo adquiridos pela

Secretaria desde 2007, e enviados

gratuitamente a todos os municípios

integrantes do Programa Dose Certa,

sem que haja descontinuidade na

oferta. Mais recentemente, incorpo-

raram-se a esses quantitativos, pílulas

e anticoncepcionais injetáveis envia-

dos pelo Ministério da Saúde.

Os mutirões para mamografia tem

ampliado a oferta em 300 mil novos

exames anuais, contribuindo para en-

curtar o período de espera pelo exa-

me e consequentemente, para o diag-

nóstico mais precoce da doença.

Inclui-se também no rol de priori-

dades em saúde da mulher, o enfren-

tamento da violência de gênero e, em

particular, a violência sexual. O pronto

e adequado acolhimento das vítimas,

a administração da pílula do dia se-

guinte e de medidas profiláticas das

DST constituem-se em obrigações

intransferíveis do setor saúde. Além

de contar com a assistência exemplar

desenvolvida pela equipe responsá-

vel pelo Programa de Atenção Inte-

gral à Mulher em Situação de Violên-

cia Sexual no Centro de Referência da

Saúde da Mulher, pretende-se apoiar

a implantação desses serviços em

unidades de saúde localizadas no in-

terior do Estado, Isso já é realidade em

Sorocaba, Assis e Ribeirão Preto.

um plano para o enfrentamen-

to da feminização da epidemia de

aids foi elaborado em parceria com

a sociedade civil e vem sendo deba-

tido com os municípios que devem

operacionalizá-lo. Boas perspectivas

também se delineiam com a criação

dos AME. Isso possibilitará equacio-

nar uma série de obstáculos existen-

tes para o tratamento de patologias

femininas que requerem recursos

assistenciais de média complexidade,

com destaque para a assistência às

gestações de alto risco, a investigação

diagnóstica do câncer de mama, do

câncer de colo do útero e tratamento

de suas lesões precursoras.

Apesar desses esforços, sabemos

que boa parte das mulheres enfrenta

dificuldades para satisfazer suas ne-

cessidades em saúde, o que nos obriga

a seguir trabalhando para superá-las.

Tânia Lago é coordenadora do Pro-grama de Saúde da Mulher da SES/SP

saúde da mulherno estado de são Paulo

3� | Fevereiro de 2009

Page 21: Revista Saúde São Paulo

um simples toque pode salvar a sua vida.

Toda mulher acima de 50 anos deve fazer o examede mamografia pelo menos uma vez a cada dois anos.