48
Nº1 1,5 Euros Abr. Jul. Dez. 2013 | | Mensagem do Nosso Bispo D. Gilberto Canavarro dos Reis Ao Serviço do Amor Novo Projeto Casa de S. Paulo Educação Projetos Curriculares Equipamentos O Primeiro / Bairro

Revista + Social 1

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Revista + Social 1

Nº1 1,5 Euros Abr. Jul. Dez. 2013| |

Mensagem

do Nosso BispoD. Gilberto Canavarro dos Reis

Ao Serviço do Amor

Novo ProjetoCasa de S. Paulo

EducaçãoProjetos Curriculares

EquipamentosO Primeiro / Bairro

Page 2: Revista + Social 1

FICHA TÉCNICAREVISTA MAIS SOCIAL

PROPRIEDADE:

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO

Rua Ramiro Ferrão n.º 38 - 2805 Cova de Piedade

Tel.: 212 720 140 - Tlm.: 93 943 09 40

E-mail: [email protected]

DIRECTOR:

PADRE JOSÉ GIL DE BORJA PINHEIRO RIBEIRO

FOTOGRAFIA:

PAULO IMAGENS

VITOR FERNANDES

IMPRESSÃO E PAGINAÇÃO:

TIPOGRAFIA LOBÃO, LDA.

SANDRA LOBÃO

TIRAGEM:

1500 EX.

DEPÓSITO LEGAL:

367956/13

EDIÇÃO, COORDENAÇÃO:

ANA LUISA ATAÍDE ALBINO CAIXAS

ANA TERESA RODRIGUES COSTA

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO:

D. GILBERTO CANAVARRO DOS REIS

ANA MORGADO

ANABELA SOUSA

CATALINA PESTANA

EUGÉNIO FONSECA

REVISOR

RAMIRO AUGUSTO RODRIGUES

O Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro Está Certificado:

- Pelo Referêncial da Norma ISO 9001:2008

- Nível A, nas Respostas Sociais Ativas, onde sejam aplicáveis os modelos de avaliação do ISS (Instituto da Segurança Social)

Page 3: Revista + Social 1

ÍNDICEEDITORIAL

AO SERVIÇO DO AMOR

D. Gilberto Canavarro dos Reis - Bispo de Setúbal

DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

Eugénio Fonseca

ARTIGO DE OPINIÃO

Catalina Pestana

BENÇÃO E LANÇAMENTO DA PRIMEIRA PEDRA DA CASA DE S. PAULO

EQUIPAMENTO DO BAIRRO

EQUIPAMENTO CENTRO COMUNITÁRIO

RESPOSTA SOCIAL REGAÇO MATERNO

EQUIPAMENTO RENASCER

ENTREVISTA

Padre Rui Simão

EQUIPAMENTO DA ROMEIRA

EQUIPAMENTO DA RAMALHA

À CONVERSA COM...

Maria de Lurdes Cândido e Rui Duarte

AÇÃO SOCIAL

ENVELHECIMENTO ATIVO

CULTURA ABERTA

FISIOTERAPIA

ACONTECEU...

VAI ACONTECER...

APOIO DOMICILIÁRIO

PASSATEMPO

O NOSSO PROJETO

CONTRIBUA PARA O BEM COMUM

TRAÇOS DE RECORDAÇÃO

Padre Ricardo Gameiro Lopes

5

7

8

10

12

14

18

20

22

24

26

29

30

33

35

37

39

40

41

43

44

45

46

47

Page 4: Revista + Social 1
Page 5: Revista + Social 1

EDITORIALEDITORIAL

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 5

“Amar é construir para os outros”

“Construir para os outros” tem sido o lema do Centro

Paroquial Padre Ricardo. Este “construir” torna presentes

duas realidades essenciais da nossa missão: a nossa ação

não é um fim em si mesma; e a nossa missão nunca está

completamente conseguida. Ou seja, queremos que

aquilo que construímos não seja apenas útil mas que

ilumine um caminho que leve cada um de nós a

descobrir-se incondicionalmente amado por Deus.

A ideia de uma revista da instituição surgiu com a

necessidade de criar instrumentos que nos permitissem

conhecermo-nos melhor mas também que os outros nos

conhecessem. Este desafio de nos conhecermos naquilo

que somos e fazemos hoje passa por aprofundarmos a

comunhão na complementaridade das diferentes

respostas sociais da nossa instituição, onde naturalmente

incluímos a comunidade paroquial da Cova da Piedade.

Darmo-nos a conhecer às outras instituições sociais que

connosco trabalham na promoção da justiça e da paz é

também importante para nós, sejam católicas,

evangélicas ou muçulmanas. Queremos ter sempre muito

presente as palavras de Jesus quando lembrou aos

apóstolos: «Quem não é contra nós é por nós» (Mc 9, 40).

Também “por nós” são a Câmara de Almada, a Seguração

Social e as diferentes entidades civis e empresariais que

connosco cooperam e que também, cada um à sua

maneira, nos vão confirmando nesta nossa missão de

servir cada vez + e melhor.

Mas também queremos mostrar a nossa história. A nossa

instituição é fruto da providência de Deus mas só possível

de se concretizar pelo árduo trabalho de homens e

mulheres que na fidelidade ao Evangelho de Jesus

gastaram as suas vidas pela causa social. São muitos.

Alguns + conhecidos que outros. Mas todos igualmente

importantes. Vamos recordá-los nos sacerdotes: o Padre

Sobral, que deu início à obra, e o Padre Ricardo que a

continuou; e nos muitos leigos que trabalharam (e

trabalham) para que esta obra pudesse nascer e possa

crescer, uns como dedicados trabalhadores e outros

como voluntários.

O nosso lema “Construir para os outros” não se reduz à

edificação de muitos e bons equipamentos. A raiz da

nossa ação está imersa no Amor de Jesus. Somos

chamados a ser construtores de laços de comunhão na

Igreja, e, a partir da Igreja, com todos os homens e

mulheres do nosso tempo, crentes e não crentes.

Que esta nova revista “ + Social” não sirva para nos

envaidecermos mas que nos comprometa cada vez + no

serviço aos + frágeis da nossa sociedade, procurando

sempre fazê-lo com palavras e gestos de profunda

humildade, que nos permitam revelar ao outro, que nos

procura, toda a sua dignidade.

O Presidente da Instituição

Pe. José Pinheiro

Page 6: Revista + Social 1

O Homem sonha, Deus quer e a obra nasce.

Fernando Pessoa

Page 7: Revista + Social 1

AO SERVIÇOm Centro Social Paroquial não nasce do desejo

do lucro ou do poder mas do desejo de partilhar Uo amor de Jesus que tocou o coração dos

membros da paróquia. Quem foi amado sente o apelo a

partilhar o amor com que foi e se experimenta amado.

No Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro Lopes

este amor, de modo particular, tem sido orientado para o

cuidado das crianças e dos idosos de tal modo que cada

um deles possa sentir-se amado e ser capaz de amar mais.

Diria pois que este Centro assumiu a grande missão de

ajudar os seus educandos (utentes) a serem capazes de

amar ou seja a serem capazes de viver não na busca de si

mesmos mas no serviço dos outros. Este trabalho do

educador seja pai, seja padre ou professor só se alcança

na medida em que o educando se reconhece amado de

tal modo que também deseje amar porque foi amado.

Nascido do amor e por ele sustentado, um Centro

Paroquial é, antes de tudo, uma escola que educa para o

amor verdadeiro e profundo. Se um Centro desse de

comer, ou ensinasse a conviver ou prestasse os serviços

de alimentação e limpeza mas não educasse para o amor

verdadeiro, então, estaria a falhar na sua missão última.

Educar por amor e para o amor pede que o Centro seja

uma escola, um ambiente onde se cultiva o Amor de

Jesus. S. Paulo fala deste amor dizendo: “o amor é

paciente, o amor é prestativo, não é invejoso, não se

ostenta, não incha de orgulho. Nada faz de inconveniente,

não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não

guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas

regozija-se com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo

espera, tudo suporta. O amor jamais passará”. 1Cor. 13,

4ss O Centro há-de, pois, ter como aquecimento central -

além do equipamento vulgar - este amor que há-de estar

presente em todos os educadores sejam técnicos de

educação, cozinheiros ou empregados da limpeza ou na

Direcção, de forma a animar a vida de tudo e de todos e

em todas as circunstâncias. Um Centro Paroquial tem de

se tornar o que é por matriz: uma comunhão de amor.

A revista + Social do Centro Social Padre Ricardo Gameiro

nasce deste amor e quer servi-lo, dando a conhecer o

que de mais importante vai acontecendo nos diversos

serviços da instituição de modo a criar laços de

conhecimento, de amizade, de comunhão e de

crescimento entre a direcção e os trabalhadores dos

diversos sectores e valências e entre estes e entre os

amigos, e entre os utentes, os pais, a comunidade

paroquial e humana.

AO SAO SAo Serviço do Amor

Não basta que o amor exista é preciso que se dê a

conhecer e difunda. Espero que os leitores da revista

+Social se descubram e se tornem mais membros da

família do Centro Social , mais membros da paróquia ,

mais membros da Igreja e mais membros da sociedade.

Sociedade que não será o que deve ser enquanto não for

uma grande comunhão de conhecimento e de amor em

que cada um se esquece de si para ajudar o outro e em

que cada um se faz pequenino para reconhecer e acolher

aquilo que o outro lhe oferece para o complementar.

Parabéns e felicidades para + Social, para o Centro Social,

para a cidade de Almada e para a nossa Diocese de

Setúbal.

+Gilberto, Bispo de Setúbal

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 7

Page 8: Revista + Social 1

DOUTRINAissão dos Centros Sociais Paroquiais à luz da

Doutrina Social da Igreja. Os Centros Sociais

Paroquiais (CSP) são meios, de que a Igreja seMserve, para poder cumprir a sua missão primordial que é a

de evangelizar. Ou seja, «é levar a Boa Nova a todas as

parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude e,

pelo seu influxo, transforma, a partir de dentro, e tornar

nova a própria humanidade: "Eis que faço de novo todas

as coisas". No entanto não haverá humanidade nova, se

não houver, em primeiro lugar, homens novos …» (EN 18).

Bem diferente é a tentação de impormos aos outros a

nossa fé. A Igreja tem tido o cuidado de nos recomendar

que «a caridade não deve ser um meio em função daquilo

que hoje é indicado como proselitismo. O

amor é gratuito; não é realizado para

alcançar outros fins.» (DCE 31c).

A Missão dos Centros

Paroquiais

O fundamento basilar

m i s s ã o d o s C S P é

defender e promover a

dignidade inviolável de

cada pessoa. De todas as

criaturas, ela é o centro de

tudo o que existe. Só a

pessoa é um ser consciente,

responsável e livre, a quem o

Criador inculcou, no mais

profundo do seu ser, a semente do

divino que a fez um pouco menor do que

os anjos. (Sl 8). «Descobrir e ajudar a descobrir a

dignidade inviolável de cada pessoa humana constitui

uma tarefa essencial, diria mesmo em certo sentido, a

tarefa central e unificadora do serviço que a Igreja, e nela

os fiéis leigos, são chamados a prestar à família dos

homens» (ChL 37). Mas de todos os homens e do homem

todo (PP 14), dando, porém uma particular atenção aos

mais vulneráveis, o que o Magistério da Igreja passou a

designar, a partir de CELAM, realizado em Medelin em

1968, por Opção preferencial pelos pobres.

Educar para o bem comum

Educar para o bem comum, é um dos princípios da DSI

que deve estar sempre presente na programação das

acções dos CSP, porque estes têm, antes demais, uma

tarefa educativa que deve contribuir para a

transformação das mentalidades e dos corações. Na

edificação do bem comum, deve procurar alcançar-se

todas as condições de vida social que contribuam para o

desenvolvimento totalizante da personalidade humana e

um progresso verdadeiramente sustentável da sociedade.

(Cfr PT 58). Bento XVI diz mesmo que «Ama-se tanto mais

eficazmente o próximo, quanto mais se trabalha em prol

de um bem comum que dê resposta também às suas

necessidades reais»(CV 7). Entre muitos aspetos que

poderiam ser referidos, deixo duas ideias que me parecem

cruciais para este tipo de instituições: a racionalização dos

recursos naturais e a transparência na utilização dos

recursos materiais que são disponibilizados.

Solidariedade é o princípio da Doutrina Social da

Igreja

Sem dúvida que a solidariedade é o princípio

da DSI que mais tem sido valorizado, na

convicção de que esta prática

«consiste primariamente em que

todos se sintam responsáveis por

todos e, por conseguinte, não

pode ser delegada só ao

E s t ado . » (C V 3 8 ) . S ão

riquíssimas e multifacetadas

a s e x p r e s s õ e s d e

solidariedade existentes nos

CSP, mas refiro, apena três que

n e m s e m p r e s ã o b e m

reconhecidas como tal nem

mesmo, devidamente valorizadas:

a di ferenciação posi t iva nas

diferentes contribuições; o trabalho em

rede e a motivação para a partilha de bens.

Importa salientar que, apesar dos Centros terem esta

missão, não podem substituir os grupos paroquiais de

ação social e caritativa cuja missão eclesial é bem distinta e

têm fundamentos eclesiológicos que devem ser

salvaguardados, sob pena de a comunidade cristã não

cumprir uma das suas missões irrenunciáveis.

A Prática da Subsidiariedade

A prática da subsidiariedade fundamenta uma das razões

que legitimam a existência dos CSP. É um princípio muito

importante do pensamento social da Igreja, já que

permite a máxima participação e a melhor ordenação da

actividade de todos na construção da sociedade. Este

princípio defende que aquilo que cada nível ou escalão da

sociedade - a começar nas pessoas, passando pelos

grupos intermédios e terminando no Estado, pode realizar

- não deve ser feito pelo escalão superior. Com efeito, «O

fim natural da sociedade e da sua acção é coadjuvar os

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO8

DOUTRINADOUTRINADoutrina Social da Igreja

Page 9: Revista + Social 1

seus membros, não destruí-los nem absorvê-los». (QA pessoa, sobretudo àquelas que, por educação, situação

79) e poder, têm grandes possibilidades de influxo.»

Agentes de Transformação Essas transformações audaciosas devem passar por

evitar os riscos da incapacidade de sair da rotina

A DSI impele os CSP a serem agentes de transformação normalizada, da ordem estabelecida, dos atos

social, realizando todas as iniciativas que estejam ao formalizados (Cfr.ChL 41); da rigidez de funcionalismos

alcance de cada um, mas também a renovar e a (Cfr AO 45); da excessiva tecnicização dos meios que

aprofundar os métodos de ação. Continua assim a ter podem originar desumanidade (Cfr ChL 37); das

atualidade a recomendação de Paulo VI: «..a situação impossibilidades de abertura a outras formas de

atual deve ser enfrentada corajosamente, assim como solidariedade (Cfr DCE 31).

devem ser combatidas e vencidas as injustiças que ela

comporta. O desenvolvimento exige transformações E que nenhum CSP descuide o aprofundamento

audaciosas, profundamente inovadoras. Devem contínuo da sua identidade cristã sob pena de ser

empreender-se, sem demora, reformas urgentes. apenas uma IPSS afastada da fonte que deve saciar a sua

Contribuir para elas com a sua parte, compete a cada permanente necessidade de sentido.

...cont. texto Eugénio Fonseca

Venha ao nosso encontro... seja nosso amigo!

Eugénio Fonseca

Page 10: Revista + Social 1

OPINIÃOOs avós de Palavra de Honra

Conhecia-a já os seus setenta anos iam longos. Pele Uma noite, como quem conta um caso que lhe é alheio,

enrugada como a de um sobreiro; movia o corpo seco, narrou aos seus, de visita à terra, que tinha ido guardar a

mas rijo, com agilidade; olhos azuis transparentes como vinha. O seu tesouro, ficava a mais de três quilómetros,

água de cisterna e sorriso franco para quem ela o por veredas e atalhos. Constara-lhe que andavam a

guardava. Tinha a vontade determinada de quem, muito roubar-lhe as uvas. E então, já sobre os oitenta, lá foi

cedo, começou a decidir da sua vida sozinha. sozinha com um pistolão que não funcionava, mas que

ela, para fazer saber que estava armada, oleava

Era portadora de uma surdez severa, resultante de um meticulosamente todos os verões, sentada no eirado,

sarampo mal tratado. Nunca se sentiu deficiente por isso, para que os restantes não a imaginassem desprotegida.

nem nunca desconfiou que alguém, aproveitando o

defeito, se pudesse rir dela. Quando participava de um Interpelada pela família sobre o desenrolar da estória,

grupo cujas piadas não conseguia ouvir, ria por explicou sorridente: «Era um moço novo, neto dum rapaz

solidariedade. Um dia, numa dessas situações alguém da minha criação, ficou sem pinga de sangue quando me

perguntou “Vó, mecê percebeu?”. Logo ela respondeu: viu. Mas era um grande desgosto para a família se

”Não menina, não ouvi”. A outra replicou: “ Então porque viessem a saber que ele andava nesta vida. Fiz com ele

é que está a rir?”. Ao que retorquiu: - “Porque se vocês uma combinação: quando quisesse uvas passava a pedir-

estão a rir é que têm graça”. mas que eu até lhe emprestava o cesto, mas nunca mais

roubaria nada a ninguém e o nome dele iria comigo para

Enviuvara muito cedo, quando, no rescaldo de uma a cova”.

romaria à Senhora da Rocha, o marido de digestão

inacabada se fez ao mar e não voltou vivo. Quando ela Os netos não se conformaram com a resposta, queriam

deu conta, deixou na praia a filha pequena adormecida e saber a identidade do ladrão. Mas ela rematava sempre

fez-se à maré. Trouxe-o pelos cabelos e assim o manteve do mesmo modo: “Eu dei a minha palavra de honra e o

até que os restantes membros do grupo regressaram da nome dele vai comigo para a cova!”

procissão. Depois do luto teve muitos pretendentes mas, Para a avó Inaicinha a palavra de honra, dada a um

como dizia, “nunca quis dar padrasto à minha filha”. qualquer ladrãozeco de fruta, era tão significativa como a

Aquele era o tempo em que o imaginário das crianças era dada à Rainha D. Amélia, que conhecera. Ela era mesmo

povoado por padrastos e madrastas, que como nas uma pessoa de Palavra de Honra. Tenho saudades.

estórias eram sempre maus.Catalina Pestana

Duvido que alguma vez tenha sabido o significado da

palavra ecologia, mas foi a pessoa mais ecológica e

impermeável à sociedade de consumo que conheci. O

ciclo da água, para ela, era sagrado. Nunca permitiu que o

clã a usasse apenas para uma função. A água de lavar

legumes, recuperava-a para a rega; a água de lavar a loiça

era reutilizada na sanita improvisada e ficava muito

zangada quando os netos se deliciavam com um duche

feito num balde de zinco, nas traseiras da casa.

“A menina Inaicinha” conservou o nome que tinha

quando, depois da morte do marido, recusou voltar à

proteção da casa paterna. “Tenha que pagar as fazendas”,

disse. Quase menina virou lavradora, empresária e mãe

de família. Quando os filhos e os netos voaram para a

grande cidade, ela continuou, sozinha, o seu percurso

obstinado de conservar as terras, por cuja posse, tinha

trocado a vida.

OPINIÃOOPINIÃOArtigo de Opinião

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO10

Page 11: Revista + Social 1

EMPRESAS

[email protected]

EMPEMPEmpresas Solidárias

Rua António Anselmo, n.º 5 • 2820-444 CHARNECA DA CAPARICAwww.santoseoliveira.pt [email protected]

FEIJÓ – ALMADA

Page 12: Revista + Social 1

UM SINAL DE ESPERANÇA

Centro Social e Paroquial Padre Ricardo

Gameiro deu mais um passo para a realização Ode um sonho: a construção de um novo

equipamento social destinado aos mais idosos. No dia 13

de setembro, no espaço onde vai nascer o novo edifício,

teve lugar a cerimónia da bênção e lançamento da

primeira pedra da Residência Sénior, Casa de São Paulo.

Um momento de alegria, comunhão e esperança que

contou com a presença do Bispo de Setúbal, D. Gilberto

Canavarro dos Reis e da, agora, ex-Presidente da Câmara

Municipal de Almada, Maria Emília de Sousa.

«Este é um ato que nos enche de esperança. Uma

iniciativa que nasce da atenção da caridade, que vê as

necessidades e vai ao encontro delas». Foi desta forma

que o Bispo de Setúbal, D. Gilberto dos Reis, descreveu o

momento da bênção e lançamento da primeira pedra da

futura Casa de São Paulo.

De acordo com o Padre José Pinheiro, presidente do

Centro Paroquial, esta é uma resposta social que surge a

pensar nos mais idosos e que aposta na proximidade.

«Queremos que os nossos idosos não tenham que

abandonar o seu bairro ou a sua cidade quando chegar a

hora de procurar uma instituição que os acolha. É muito

triste ficar longe dos amigos, dos familiares, ou da

comunidade religiosa a que sempre pertenceram e

serviram», afirmou o sacerdote.

Bênção e lançamento

da primeira pedra da

Casa de São Paulo

«O coração fala mais alto»

Mesmo em tempo de crise económica, e numa altura em

que o Estado não está disponível para, através da

Segurança Social, dar qualquer apoio financeiro ao

Centro Paroquial da Cova da Piedade nem garantir

futuros protocolos, o presidente da instituição diz que «o

coração fala mais alto».

«As obras na Igreja sempre surgiram em tempos de crise

porque era necessário dar uma resposta que o estado não

era capaz. Vivemos momentos de profunda crise

económica. Mais uma vez a Igreja é chamada a ser e a dar

um sinal de esperança. Não vamos cruzar os braços! Este

projeto surge porque é necessário criar condições para

que as pessoas idosas possam ser acolhidas e tratadas

com toda a dignidade que merecem», sublinhou.

O futuro equipamento, cujo nome, Casa de São Paulo, se

fica a dever ao facto de a direção do Centro Paroquial ter

fechado o negócio para aquisição do espaço no dia da

conversão do apóstolo, 25 de janeiro, vai contar com

vinte e seis quartos, duplos e individuais, e irá criar mais

de vinte novos postos de trabalho.

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO12

texto: Anabela Sousa

Page 13: Revista + Social 1

Obra de todos, amada por todos

A partir daquele momento, salientou ainda o Padre José

Pinheiro, «o caminho vai ser longo e trabalhoso», não só

na angariação de fundos necessários para a construção

do equipamento, mas também no desafio de envolver

toda a comunidade, de crentes e não crentes, a olhar para

aquela obra como sendo sua. Este desejo expresso da

direção foi também evidenciado pelo Bispo de Setúbal.

«Que nesta construção se possam envolver as entidades

e as pessoas. Parece-me ajustado o vosso desejo porque,

quanto mais uma obra é obra de todos, mais ela é amada

por todos e mais tem possibilidades de ir mais longe –

disse o Prelado, que acrescentou – Assim ajudais a

construir a cidade e o mundo. E construir o mundo não é

obra de um só mas de todos. O mundo só se constrói se

cada um partilhar o pouco que tem».

D. Gilberto Canavarro dos Reis referindo-se à bênção da

primeira pedra do equipamento, pediu ainda que a obra

fosse ajustável à grandeza de cada pessoa idosa:

«Amanhã todos vamos ser idosos. Ontem os idosos

ficavam em família, hoje os idosos são separados e

colocados em instituições. Isso é sempre um limite. Que

nesta casa as coisas se organizem de tal forma que os

idosos se sintam em família e que os cuidadores deles se

sintam, não apenas funcionários, mas envolvidos no

amor. Que cada um de vós construa no coração uma casa

para os idosos».

Apoio real da autarquia

Maria Emília de Sousa, que deixou a presidência da

autarquia de Almada em setembro, já depois do dia desta

cerimónia, uma vez que a lei não permitia a sua

continuação, foi também presença marcante. Lembrando

os tempos difíceis que se vivem a, agora, ex-autarca

classificou como «motivante» a forma como as

instituições da cidade de Almada, e em particular as

instituições da Igreja Católica têm «uma intervenção

permanente, olhando para as pessoas, para os seus

problemas e ousando avançar, mesmo sem recursos, com

vontade e convicção de que é capaz de juntar vontades

para chegar a bom porto».

Apesar das dificuldades financeiras e não havendo verbas

que pudessem ser disponibilizadas pelo Município de

Almada, Maria Emília de Sousa anunciou a isenção de

cem mil euros de taxas de urbanização para a construção

da Casa de São Paulo. «Esta é um apoio verdadeiro, real e

já aprovado. Não é só uma intenção», afirmou a então

presidente da Câmara Municipal.

De mãos dadas, entre a Esperança e a Paz

A edil partilhou ainda a sua «enorme alegria» em poder

participar daquele momento e disse emocionada: «O

nosso caminho tem sido tão extraordinário. De mãos que

se dão, de vontades que se juntam para enfrentar

dificuldades e problemas. É bonito ver que hoje, aqui,

entre a Esperança (a Residência) e a Paz (o Parque),

estamos a começar a Casa de São Paulo».

A ex-autarca sublinhou ainda que, do ponto de vista

urbanístico, era preciso avaliar e garantir que tudo era

feito com rigor e que da interação entre o Centro

Paroquial e os serviços da Câmara, resultou um estudo

conjunto que respeita todos: «Este edifício que aqui vai

ser construído para a Casa de São Paulo nasce da

capacidade de diálogo que aqui se estabeleceu com os

serviços da Câmara».

D. Gilberto dos Reis, numa palavra final, mostrou-se

visivelmente satisfeito por este entendimento e

entendeu-o como graça divina. «Precisamos de construir

a cidade e de construir o mundo. Sou Bispo da Igreja

Católica e sou Homem que faço parte deste mundo. Por

isso mesmo amo o mundo e procuro ter o sentido do

mundo todo. Podemos ter a ideia limitada e acanhada

que Deus está só nesta Igreja e neste lugar, mas não. Este

Deus que existe tem no seu coração o mundo inteiro. E

tudo o que acontece vem do Seu amor».

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO

Page 14: Revista + Social 1

BAIRROBAIRR

Em 1975, o senhor Padre Ricardo Gameiro Lopes, integrou

a comunidade como pároco na Cova da Piedade e

assumiu a presidência da Instituição, que, na época,

contava com um pequeno grupo de idosos (10/15) e

crianças (60).

O Equipamento do Bairro (naquela altura a Instituição)

foi-se desenvolvendo e crescendo, numa perspetiva de

melhoria contínua, empreendendo uma resposta eficaz

às necessidades identificadas na comunidade. “Vedes,

pois, como o homem é justificado pelas obras e não

somente segundo a fé.” (Tiago 2, 24) Passagem bíblica

muita vezes citada pelo padre Ricardo.

A Instituição, ainda no Equipamento do Bairro, assegurou

as respostas sociais: Creche familiar, creche tradicional,

Jardim-de-Infância, Catl, Centro de dia e Apoio

Domiciliário. Atualmente desenvolve a sua ação em

creche (A Nossa Creche (32 crianças) e O Berço (35

crianças), jardim-de-infância (150 crianças), Catl (170

crianças) e é, ainda, refeitório escolar da EB1 nº2 da Cova

da Piedade e Entidade Promotora das AEC (Atividades de

Enriquecimento Curricular) em duas escolas de 1º ciclo

(EB1 nº1 e nº2 da Cova da Piedade).

o espaço envolvente à Capela, num terreno

cedido à Paróquia da Cova da Piedade, no Bairro Ndas Casas Económicas (Bairro Nossa Senhora da

Piedade), surge o Centro Social como resposta objetiva à

população nas áreas onde se sentiam maiores carências,

identificadas a partir de um inquérito realizado pela

paróquia, cujo pároco era o Padre António Sobral. Com o

aumento exponencial da entrada da mulher no mercado

de trabalho, no topo da lista, as respostas indicavam a

necessidade de: creches e jardins de Infância, bem como

de centros de convívio e de ocupação válida para idosos,

entre outras.

Em 1971 nasceu o Centro Social Paroquial da Cova da

Piedade, com estatutos aprovados pelo Patriarcado no

mês de Novembro, mais tarde, em Fevereiro de 1973

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO14

BAIRRBAIRREquipamento do Bairro

Page 15: Revista + Social 1

Agir no presente, perspetivando o futuro, com a máxima

“Amar é construir para os outros”, levou à divulgação e ao

crescimento desta Instituição que, de uma forma

laboriosa, desenvolveu novos projetos, construiu novos

espaços e, desta forma, alargou o seu âmbito e a sua

capacidade de reposta.

Desde sempre, muitos têm sido as atividades e projetos

desenvolvidos, tendo sempre presente:

- O bem-estar físico psíquico e emocional das

crianças, no respeito pela individualidade de cada

uma

- A importância da relação Instituição-Família e

envolvimento da mesma em todo o processo

educativo, para o sucesso das aprendizagens da

criança

- Uma organização criteriosa do espaço e materiais

que assuma intencionalidade educativa

- A presença de Jesus e dos valores associados à

religião católica

- A relevância da abertura e interação com a

comunidade.

Visita do Senhor 1º Ministro Professor Cavaco Silva (1985)

Visita do Presidente da Republica Dr. Jorge Sampaio (1997)

A presidente da Câmara, entregou a chave

da Cidade de Almada, no dia 17 de Dezembro de 1997Visita do Senhor Dom Gilberto (1998)

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 15

Visitas de Estado

Page 16: Revista + Social 1

BAIRROProjeto Educativo e Social da Instituição

“O projeto não é uma simples representação do futuro,

mas um futuro para fazer, um futuro para construir, uma

ideia a transformar em ato.”Jean Marie BARBIER

O Projeto Educativo e Social da Instituição é um

documento vértice e ponto de referência, orientador de

toda a atividade desenvolvida. Este projeto é elaborado

por toda a comunidade educativa e o seu horizonte

temporal é de 3 anos.

Tem como objetivos gerais:

• Ser unificador dos diferentes equipamentos;

• Envolver todos os elementos da equipa no processo

educativo e social, contribuindo para a excelência

dos serviços prestados;

• Ir ao encontro das expectativas dos nossos utentes;

• Contribuir para a melhoria continuamente do

sistema de gestão implementado.

As suas diretrizes concretizam-se, no Plano Anual de

Atividades da Instituição, nos Projetos Curriculares de

Equipamento, no Plano Anual de Atividades do

Equipamento, nos Projetos Pedagógicos e

Curriculares de Equipamento e Projeto Sénior.

Vanda Pinheiro

Projeto Curricular de Equipamento iniciado em

2012/2013

“A Educação para a Cidadania é um processo ao longo da

vida. Começa em casa e no meio próximo das crianças (…)

e desenvolve-se na medida em que se expandem os

horizontes de vida.” (Reis, citado em Projeto Curricular de

Equipamento).

Com este projeto pretendemos ajudar a criança a

conhecer e a compreender o seu mundo, a exprimir-se e a

transformá-lo, contribuindo desta forma, para a

aprendizagem social. Desta forma, facilitamos que as

crianças se tornem cidadãos informados, responsáveis,

coerentes, solidários, ativos, capacitados para a resolução

de problemas.

Este ano, na apresentação do projeto às famílias,

escolhemos dramatizar a história “Orelhas de Borboleta”

e partilhámo-la com as crianças e famílias.

A equipa do Equipamento do Bairro

“Cidadania com o olhar no futuro”

Feira de Trocas – Atividade desenvolvida no

âmbito do projeto: “Cidadania com o olhar

no futuro”, com a participação ativa da família,

que disponibilizou os artigos para troca

entre famílias.

BAIRRPresépio vivo (anos 90) junto à capela do Bairro

e canções à volta do presépio tradicional

(ano 2012)

Grupo de crianças de Jardim de Infância de 2006/2007 junto da capela do Bairro.

Grupo de folclore infantil e etnográfico

projeto desenvolvido entre o Centro Social

Paroquial padre Ricardo Gameiro

e a EB1 nº2 da Cova da Piedade (1991 – 2006),

com o objetivo de divulgar a cultura portuguesa

e proporcionar a redescoberta de valores.

A relação das crianças com os “avós” do

centro de dia (ano 2001) e “visita de aconchego”

a um utente do apoio domiciliário (ano 2012).

Visita de Matilde Rosa Araújo à creche

no âmbito de um encontro de autor

realizado no Bairro durante a feira do livro.

Fruto de uma caminhada de partilha quaresmal

desenvolvida pelos colaboradores do equipamento

e pelos pais que se quiseram associar.

Estes alimentos foram agrupados em pequenos

cabazes e entregues a algumas famílias.

Relação com a comunidade, cantar as janeiras

(ano 2007) na rede de vizinhança

e participação nas marchas populares

de Almada (ANO 1999)

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO16

BAIRRBAIRREquipamento do Bairro

Page 17: Revista + Social 1

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 17

A nossa atual equipa do Bairro

... e por isso, mantemos a nossa confeção, com produtos frescos e entregues diariamente.

Page 18: Revista + Social 1

CENTRO COM

A nossa MISSÃO assenta na Dignidade Humana, manifestadas pelas famílias, crianças e equipa

promovendo Respostas Sociais que visem o pedagógica que diretamente trabalha na

crescimento e a promoção de cada educação. Os valores tão importantes na

individuo, através de Valores Cristãos, de vida em sociedade não se podem limitar

Ética, de Igualdade e de Solidariedade. ao que queremos transmitir às crianças.

No triénio 2011/2014 propusemo-nos Estes têm que estar presentes no dia a

trabalhar com as crianças e os seus dia da instituição, nas atitudes, nas

familiares o Projeto Curricular de relações entre adultos, entre crianças

Equipamento “Educação para os /adulto e crianças/crianças. Educar é

Valores” um ato Humanizado. Esta Humanização

implica Valores que devidamente

apropriados tornam pessoas livres, O Projeto surgiu devido às preocupações autónomas, responsáveis e solidárias.sentidas face à nossa sociedade e

A apresentação às famílias do nosso Projeto Curricular de Equipamento decorreu no dia 19 de setembro, no espaço exterior.

A adesão por parte das familias foi grande. Estas, juntamente com as suas crianças, colaram materiais recicláveis: rolhas, pacotes

de acúçar, capsúlas de café, pacotes de leite, entre outros..construindo alegres murais e dando asas à sua imaginação que

posteriormente alegraram os corredores do nossoequipamento.

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO18

CENTRCENTREquipamento Centro Comunitário

Page 19: Revista + Social 1

“Educação por uma Causa” será o tema do nosso adquirir uma cadeira de rodas, um andarilho e muita

Projeto Curricular de Equipamento deste ano letivo fisioterapia. A ajuda consiste em recolher materiais

2013/2014, que pretende abraçar várias causas, como por recicláveis: tampas de garrafas, caricas, embalagens,

exemplo: Apoiar a construção da obra de São Paulo cartão, jornal… Todos os materiais trazidos pelas crianças

(Residência para Seniores), Apoiar crianças com alguma e familiares são entregues à associação “Tampinha

necessidade específica, entre outras…Neste momento Solidária”, à qual nos juntámos nesta causa!

estamos a ajudar a Estera Taut que precisa de nós para

“ Educa-se com o sentir e não com a inteligência.

Só se educa inteligentemente, se se educa pelo coração

e com amor”

“UM PASSEIO DA SALA MIL CORES”

O QUE FOI REALIZADO ENTRE SETEMBRO E

DEZEMBRO…

O NOSSO FUTURO…

Os meninos da Sala Mil Cores decoraram o Placard da

entrada do Equipamento para o mês de Novembro

alusivo ao S. Martinho. Esta ideia surgiu depois de um

passeio ao parque num dia convidativo de Outono.

Começaram a ver que existiam muitas folhas caídas pelo

chão, recolheram- nas e trouxeram-nas para a sala.

Apresentação do Projeto Curricular de Equipamento.

Reuniões dos Encarregados de Educação: Sala Verde 04

Outubro, Sala Mil Cores 09 Outubro, Sala Rosa/Amarela

15 Outubro, CATL 17 Outubro e Sala Azul 18 Outubro.

A Feira de São Martinho a 11 de Novembro.

Simulacro de Incêndio a 27 de Novembro.

A Caminhada do Advento: com a participação das

crianças, famílias e colaboradores.

Festa de Natal.

Janeiras.

Reunião de Encarregados de Educação.

Festejar a chegada da Primavera.

A Caminhada Quaresmal

A Páscoa.

João Santos (1979)

Estas folhas foram decalcadas com cores garridas para alegrar

a entrada do nosso Equipamento.

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 19

Page 20: Revista + Social 1

REGAÇOCentro de Acolhimento Temporário (CAT) Deve ainda ter capacidade para efetuar um diagnóstico

Regaço Materno é uma resposta social para cada menor institucionalizado para, posteriormente, Odestinada ao acolhimento urgente e transitório ser definido o respetivo projeto de vida, com vista à

de crianças/jovens em situação de perigo eminente integração familiar, adoção e/ou transição de resposta

(negligência, maus tratos, abandono, abusos sexuais, social. Assim, é de extrema importância a articulação com

violência doméstica, exposição a modelos desviantes), as entidades com competência em matéria de infância e

estando preparado para o acolhimento de doze crianças, juventude, bem como a intervenção junto das famílias

com uma unidade de emergência, abrangendo a faixa e/ou outras pessoas de referência para os menores.

etária dos 0 aos 12 anos, de ambos os sexos.

A praxis do trabalho desenvolvido é sustentada, também,

Esta resposta é uma das medidas de promoção e pela elaboração anual de um Projeto Educativo que visa

proteção previstas na Lei n.º 147/99 de 1 de Setembro, Lei contribuir para a orientação estratégica de metodologias

de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, que se refletem num plano de intervenção, direcionado

visando afastar os menores do perigo, colocando-os ao para o projeto de vida dos menores institucionalizados. O

cuidado de serviços especializados, com técnicos modelo de intervenção utilizado, o sistémico-ecológico,

adequados. O acolhimento deverá ter uma duração não traduz-se na cooperação das diferentes áreas, não só ao

superior a seis meses, de forma a garantir às nível da educação, mas também em áreas fulcrais que

crianças/jovens os cuidados adequados às suas contribuem para a melhoria da trajetória de vida dos

necessidades e proporcionar-lhes condições que menores e, desta forma, asseguram os cuidados básicos

permitam a sua educação, bem-estar e desenvolvimento para um desenvolvimento integral. Reforça-se, desta

integral. forma, a importante articulação com os diferentes atores

sociais (entidades/instituições) que contribuem para o

Neste contexto, o CAT deverá possuir condições em sucesso do trabalho realizado.

ambiente semelhante ao de uma habitação familiar,

proporcionando a inserção das crianças e jovens na Assim, pretende-se a promoção do auto educação, auto

comunidade nas diferentes frentes de intervenção, como realização, promoção da disciplina e estabilização

educação, saúde, tempos livres, cuidados básicos de emocional como objetivos educacionais. Estes objetivos

higiene e de alimentação. Apresenta-se como um espaço são alcançados por meio da criação de relações

de conforto e ambiente calmo, prestando os cuidados gratificantes e satisfatórias, e realização de atividades que

adequados à satisfação das necessidades, com objetivo visem a recuperação emocional e psicológica das

da promoção e manutenção da autonomia e crianças/jovens institucionalizadas.

independência.

A Equipa do CAT “Regaço Materno”

REGAÇREGAÇResposta Social Regaço Materno

Page 21: Revista + Social 1

Encontramo-nos inseridos na comunidade e

estabelecemos com ela laços e parcerias importantes que

permitem irmos ao encontro dos objetivos do Projeto

Educativo do CAT, que visam proporcionar às nossas

crianças um ambiente securizante, promotor do seu bem-

estar, equilíbrio emocional e de um desenvolvimento

saudável e integral.

O regresso ao J.I. e Creche das nossas crianças

Aniversários

Passeios e diversas atividades ao ar livre com

os voluntários

Algumas crianças saíram da instituição para

concretizarem novas etapas de vida que

passam pela adoção

Outras crianças entraram para a nossa casa e

aqui dão início a novas e enriquecedoras

etapas de vida que nesta transição esperamos

serem significativas e positivas

A Caminhada do Advento

A festa de São Martinho

A reunião dos Voluntários do CAT

Festa de Natal da Instituição

A Equipa do CAT

O que aconteceu nos meses de Setembro a Dezembro:

O nosso Projeto Educativo e toda a nossa intervenção

estão erigidos nos sólidos valores da instituição que se

refletem na sua MISSÃO, assente na Dignidade Humana,

promovendo Respostas Sociais que visem o crescimento

e a promoção de cada individuo, através de Valores

Cristãos, de Ética, de Igualdade e de Solidariedade.

Page 22: Revista + Social 1

RENASCER

O Centro Comunitário Renascer foi inaugurado no dia 1 sociais de Creche, Jardim Infância, Espaço Lúdico-

de Junho de 2000. Este equipamento surgiu a partir de Pedagógico, Centro de Dia e Apoio Domiciliário, com a

um Projeto de Luta Contra a Pobreza (1998 – 2000). finalidade de responder eficazmente às necessidades

Atualmente, neste equipamento funcionam as respostas educativas e sociais da população envolvente.

RENAS

No que concerne ao Projeto Curricular de Equipamento

em vigor no Renascer, é um projeto trianual (2012/2015) e

tem como título “Hábitos Saudáveis fazem Crescer e

Viver”. Para o presente ano letivo (2013/2014) o sub

projeto tem como tema “Mente Sã em Corpo São”. Este

projeto assenta no princípio de que uma vida saudável se

caracteriza por sentimentos de bem-estar a nível físico,

mas também a nível psicológico e emocional. Assim,

pretendemos que este projeto seja multidimensional e

toque todas as dimensões da vida da criança.

O projeto “Mente Sã em Corpo São” assentará na

promoção da atividade físico-motora na escola e,

também, no contato direto com o meio natural e nas

atividades ao ar livre, aproveitando por exemplo, a nossa

proximidade com o maravilhoso espaço que é o Parque

da Paz. Consideramos, no entanto, que a ideia de uma

Mente Sã em Corpo São, não se esgota na atividade física;

assim pretendemos que as atividades tenham uma forte

componente lúdica e relacional, uma vez que a atividade

lúdica é sem duvida a mais completa e vital atividade da

Infância. Por último, pretendemos incrementar na criança,

hábitos saudáveis ao nível da relação consigo mesma,

com os outros e com o mundo, promovendo nas crianças

sentimentos positivos de pertença à família e ao meio

envolvente. Assim, as atividades serão pensadas,

também, como oportunidades de desenvolvimento de

competências sociais e relacionais.

Projeto curricular

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO22

RENASRENASEquipamento Renascer

Page 23: Revista + Social 1

O projeto Agir a Fazer o Futuro – E5G tem vindo a promover,

ao longo dos últimos dois anos, a atividade Conversas entre

Gerações na qual se promove a interação entre as crianças e

jovens do projeto e séniores, nomeadamente os utentes do

Centro de Dia da Residência Nossa Senhora da Esperança.

No passado dia 16 de outubro celebrou-se o dia Mundial da

Alimentação e para assinalar esta data as nossas crianças e

jovens visitaram os seus avós de afeto com o objetivo de

recolher receitas para aproveitamento de alimentos pois, em

tempos de crise, há que poupar para além de fazer uma

alimentação saudável.

Estas receitas serão posteriormente

compiladas, dando origem a um

livro com os saberes e sabores

que atravessam gerações.

Iniciou-se em setembro a

segunda edição da L iga

Escolhas, torneio de Futebol

entre projetos financiados pelo

Programa Escolhas, que visa

promover o desporto bem como o

sucesso escolar e a participação cívica

dos jovens nas suas comunidades.

O projeto Agir a Fazer o Futuro – E5G participa mais uma vez

neste torneio, tendo estado alguns dos elementos da equipa

presentes no lançamento oficial da Liga Escolhas, que

decorreu no passado dia 5 de Novembro no Auditório Artur

Agostinho do Estádio José Alvalade.

Esta edição da Liga Escolhas conta com o apoio do Sporting

Clube de Portugal, sendo que a equipa técnica da equipa

principal do clube disponibilizará às equipas participantes

vídeos com exercícios de treino com o objetivo de melhorar o

desempenho dos jogadores. Esta edição da Liga é ainda

apadrinhada pelo jogador leonino Fredy Montero e decorrerá

até ao mês de Julho.

Próximas atividades:

• Jogos quinzenais da Liga Escolhas

• Rastreio dentário com o projeto “Dentistas do Bem” –

destinado a crianças e jovens dos 11 aos 17 anos que serão

acompanhados gratuitamente até aos 18 anos por dentistas

voluntários envolvidos no projeto “Dentistas do Bem”

• Gala Escolhas 2013 by Glam – Cerimónia que visa mostrar o

trabalho desenvolvido no terreno pelos projetos Escolhas,

bem como distinguir crianças, jovens e organizações que se

destacam nas comunidades em que estão inseridos.

Novembro – “Semana a Dançar”

Nesta semana que decorreu entre 18 e 22 de

Novembro, o trabalho das salas foi orientado

para a sensibilização das crianças à dança;

tivemos um dia dedicado a cada estilo de dança

com observação e experimentação de

diferentes formas de dançar.

Abril – “Semana a Caminhar”

Com esta atividade pretende-se que as crianças

vivam um conjunto de experiências de

caminhada e exploração do meio natural;

teremos marcha, corrida, percursos de

descoberta, entre outras.

Esta atividade terá o envolvimento ativo das

famílias.

Julho – “Semana a relaxar”

Esta semana será dedicada a atividades de

relaxamento e bem estar. Procuraremos

proporcionar às crianças o contato com

práticas relaxantes como o ioga, massagens,

entre outros momentos relaxantes.

Como já foi referido, o Projeto Curricular de

Equipamento é trianual “Hábitos saudáveis

fazem crescer e viver”; Assim, no próximo ano

letivo daremos continuidade ao projeto,

sempre com a ideia de que o nosso

compromisso educacional é proporcionar às

crianças uma infância feliz e rica em

experiências de vida.

Atividades centrais

do Projeto:

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 23

Page 24: Revista + Social 1

ENTREVISTAUm caminho sempre ligado à Igreja

Padre Rui Simão: uma vocação gerada na Cova da

Piedade

Nasceu na zona de Almada velha, onde agora se encontra

a Santa Casa da Misericórdia, e cresceu na Cova da

Piedade. O pequeno Rui Simão, que servia ao altar com o

Padre Ricardo Gameiro e com o Diácono Inácio da Silva,

encontrou ali a sua vocação. Hoje, com vinte e cinco anos,

é sacerdote e pároco 'in solidum' de Santa Cruz no

Barreiro e reitor da Reitoria de Nossa Senhora do Rosário.

Numa destas manhãs de sábado, entre os seus muitos

afazeres, voltou a lembrar os tempos de infância e

juventude passados entre a Igreja Matriz, a Igreja de

Nossa Senhora de Fátima, o Pré-Seminário e, mais tarde, o

Seminário.

A mãe era doméstica e o pai era telegrafista na Marinha.

Com dois irmãos que desde cedo emigraram, um para a

Alemanha e a outra para a Suíça, o Padre Rui Simão conta-

nos como as suas memórias de infância estão sobretudo

associadas à presença da sua mãe e às visitas temporárias

que recebia dos irmãos. O pai, que faleceu quando o

pequeno Rui tinha seis anos de idade, acabou por ser uma

marca na sua vocação ao sacerdócio.

«Eu tinha seis anos quando o meu pai faleceu e foi nessa

altura que senti um apoio incondicional da nossa família

cristã, mais precisamente em algumas pessoas da Igreja, e

em particular o Diácono Inácio, que foi como um segundo

pai para mim e um grande ponto forte na minha história

de vocação – diz o Padre Rui – Há várias coisas que a

minha mãe vai dizendo, para puxar pela minha memória,

coisas que eu dizia até ao meu próprio pai e hoje

interrogo-me em como é que era capaz, tão novo, de

dizer aquelas coisas».

Rui Simão começou cedo a servir ao altar, enquanto

acólito, e sentia-se fascinado pela vida na Igreja. O facto

de o pai estar na Marinha não permitia que pudesse

acompanhar regularmente a família à Igreja mas, quando

estava com o pai, dizia-lhe: 'Tu vais ver. Um dia ainda vou

ser Padre'. E o pai ficava sempre na ideia que era conversa

de miúdo. A verdade é que a «conversa de miúdo» se

tornou numa vocação sacerdotal e muito se deve ao

amparo que sentiu no seio da família cristã.

«Entregar-me à Igreja da mesma forma que ela se deu

a mim»

«Quando retrato o testemunho da minha vocação, tenho

isto sempre presente – afirma o Padre Rui Simão – desta

família que nunca me desamparou, e que se calhar por

isso deu um forte sentido à minha vida e me levou a

querer entregar-me à Igreja da mesma forma que ela se

deu a mim». Acabou por ser uma história de vocação que

foi acontecendo naturalmente, em vários momentos.

«Houve vários marcos que me fizeram questionar e é

difícil apontar um – conta Rui Simão – Mas foi um

caminho feito com calma e ponderação, apesar de já

desde miúdo eu dizer que já queria ser qualquer coisa

relacionada à Igreja».

Os quatro anos que passou no pré-seminário, explica-

nos, foram anos importantes de discernimento. Em

Outubro de 2003, o Padre Ricardo convidou-o para ir a

uma festa do pré-seminário e lá o apresentou aos

sacerdotes responsáveis da altura: o Padre José Manuel e

o Padre Miguel Alves.

Ao chegar à sua comunidade, ia de tal forma

entusiasmado que procurou anunciar a sua alegria aos

que estavam perto dele. Uma das pessoas foi o Padre

Marco Belchior, um dos outros jovens padres gerados na

Paróquia da Cova da Piedade: «Ele sempre me dizia 'Não,

isso não é para mim', mas eu insistia que ele podia

experimentar. E foi na missa de sétimo dia da mãe dele

que já não me disse um não e deu-me um talvez. A partir

daí, foi tudo muito rápido».

No meio da escola, o testemunho de Igreja

Criança e adolescente como os outros, apesar de sentir

desde cedo o chamamento para a vida de Igreja e um

apelo à responsabilidade, Rui Simão também era dado às

traquinices: «Sempre fui uma pessoa que procurei, de

alguma forma, assumir a minha responsabilidade e isso

levava a que, apesar de muitos avisos, arriscasse a fazer

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO24

texto: Anabela Sousa

ENTREENTREEntrevista

Page 25: Revista + Social 1

aventuras mas sempre com uma certa proteção em

relação à minha mãe para que não se preocupasse. Dizia-

lhe sempre 'vou ali a um sítio, fazer umas coisas, com

umas pessoas' e isso irritava-a, claro».

Indo muitas vezes para a zona das Barrocas, onde existia

um ringue de futebol, o Padre Rui usava, mesmo assim,

uma cruz ao pescoço. E isso acontecia na escola também,

o que levava a alguns comentários menos agradáveis dos

colegas. «Quando usavam alcunhas – conta – diziam de

mim 'olha, lá vai o Padre'. Isto tem o seu lado bom e o seu

lado menos bom porque quando queres mostrar quem

és, e aquilo que és não ser aceite, é um pouco doloroso.

Havia, claro, aqueles que respeitavam, mas outros

provocavam».

Os acólitos e a catequese

Ao longo da nossa conversa com o Padre Rui Simão,

vamos passando pelos sítios marcantes do seu

crescimento na comunidade da Cova da Piedade. Ao

chegar à «nova» Igreja de Nossa Senhora de Fátima, diz-

nos que ali foi o momento em que foi chamado a crescer.

«Se na Igreja Matriz, lá em baixo, tinha o Diácono Inácio a

amparar-me, aqui passei a ser responsável dos acólitos

desde 1998 e, apesar de novo, eu era muito responsável

por aquilo que fazia. Uma vez consegui fazer uma

peregrinação a Fátima só com os acólitos. Falei com o

Padre Ricardo e conseguimos ir, mesmo sem a presença

de qualquer adulto», menciona. Com a sua entrada no

Seminário, este grupo de acólitos foi-se perdendo na sua

maioria.

Um dos outros percursos que ali fez foi o da catequese,

até ao oitavo ano, altura em que por motivos vários e dos

quais guarda alguma tristeza, acabou por deixar devido à

sua presença, de quinze em quinze dias, no pré-

seminário. «De facto – aponta o Padre Rui Simão – se não

estivesse no pré-seminário, se não tivesse um outro

acompanhamento e outra ligação à Igreja, a orientação

do padre Ricardo e do Diácono Inácio, se calhar era mais

um daqueles miúdos que, nesta altura, se tinha ido

embora. Felizmente, o pré-seminário também me

amparava nestas pequenas quedas, porque tudo o que fiz

lá marca o que eu sou hoje».

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 25

Os mestres com quem aprendeu e que permanecem

O Diácono Inácio, o Padre Ricardo Gameiro, e o Bispo

emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, foram, diz o Padre

Rui Simão, os professores com quem aprendeu e que

muito moldam aquilo que é hoje. Não podendo ter

consigo, fisicamente, na sua ordenação sacerdotal, duas

das pessoas com quem mais aprendeu e que foram os

pais da sua vocação, Rui confessa sentir alguma tristeza,

mas garante que não deixou de os sentir de outra forma:

«O Diácono Inácio e o Padre Ricardo acompanharam-me

durante toda a minha caminhada de seminário, e quando

cheguei ao fim, e eles não estavam lá fisicamente.

Lembrei-me muito deles e do meu pai na minha

ordenação».

E acrescenta, afirmando a sua esperança na vida eterna:

«É curiosa a data em que eles morrem, muito perto um do

outro. Um a uma semana do Natal e outro a uma semana

da Páscoa. Com tão pouco tempo de diferença, uma a 19

de Dezembro, e o outro a 1 de Abril. Parecem mortes

inacreditáveis. Eu ajudei muito na preparação das

cerimónias fúnebres deles. Acho até que acabei por ser

um bocadinho frio porque evitava chorar em público para

dar mais alento aos outros. Fiz tudo para que déssemos

uma grande despedida a estas duas pessoas. Mas,

confesso, os óculos escuros servem muito nestas

alturas».

Hoje, com o novo desafio de abraçar a paroquialidade de

duas comunidades no Barreiro, o Padre Rui Simão coloca

em prática muito do que aprendeu com eles: «O Diácono

Inácio era uma pessoa muito humana e dele aprendi que

as pessoas devem ser próximas e procurem amar. Retiro

muito, do diácono Inácio, essa proximidade, essa

humanidade de estar bem e nos sentirmos acolhidos.

Quanto ao Padre Ricardo, a sua obra social fala por si e

dele aprendi também isso. Quem diz dele que era rude,

não o conhecia. Ele transparecia isso, mas não era assim

porque, de facto é preciso sempre alguma distância e

autoridade, porque somos Padres e estamos e falamos

em nome da Igreja».

...continua na pág. 28

Page 26: Revista + Social 1

ROMEIRAMEIRAo passado ano letivo a equipa propôs

trabalhar, para o triénio de 2012/2015, o Nprojecto “ Eu, Tu, Nós e o Mundo”. No ano

lect ivo de 2012/2013 trabalhou-se o tema

“Multiculturalidade”, em que foram partilhadas

diferentes tradições, apelando à participação das

famílias, cuja colaboração foi imprescindível para o

sucesso da implementação deste tema.

No presente ano letivo de 2013/ 2014, a equipa

pedagógica, em conjunto com as famílias, trabalha “ A

Arte na Infância “, que tem como objetivos principais:

• Explorar diferentes linguagens expressivas em

produções espontâneas;

• Expressar ideias e sentimentos através do corpo e da

música;

• Explorar experiências artísticas individuais e de grupo;

• Dar a conhecer várias técnicas de expressão plástica.

Apresentação do Projeto Curricular às Familias

No dia 26 de Setembro de 2013, foi apresentado o

Projecto Curricular de Equipamento às famílias. A equipa

organizou diversos ateliers de pintura, de forma a

envolvê-las e a dar-lhes a oportunidade de explorar

algumas linguagens expressivas.

Foi dado a conhecer o Plano Anual de Actividades a

desenvolver ao longo deste ano lectivo, algumas das

quais dirigidas também á Comunidade, como já é

prática da Instituição.

Aconteceu ou vai acontecer

No passado mês de Outubro realizaram-se as reuniões de

pais/ encarregados de educação nas diversas respostas

sociais tendo, como objectivo, apresentar os projectos

pedagógicos e curriculares de sala.

Com a Comunidade foi realizada a Procissão de Velas

tendo a celebração da palavra decorrido no Ringue do

Clube Recreativo Romeirense.

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO26

ROMEIRAMEIRAROMEIRAEquipamento da Romeira

Page 27: Revista + Social 1

Ainda no decorrer do mês de Outubro, em que também

se assinala o mês do Idoso, convidámos os seniores do

Centro de Dia, Residência e do Serviço de Apoio

Domiciliário, a participar numa actividade de pintura com

as crianças do jardim de infância.

Com a aproximação de mais uma quadra natalícia, a equipa do Jardim Infantil da Romeira

deseja a todos um Santo e Feliz Natal!

O dia a dia no Jardim Infantil da Romeira é feito de rotinas.

O facto de as crianças saberem o que vai acontecer no

momento seguinte transmite-lhes segurança e confiança

nas pessoas e no espaça que as rodeia. Depois do

acolhimento, durante a primeira reunião de grande grupo

é marcada a presença no respectivo mapa. Este tipo de

instrumentos de regulação de grupo está acessível às

crianças de modo a que possam ser utilizados por elas.

Após esta reunião as crianças brincam nas diferentes áreas

da sala e/ou fazem atividades orientadas. Existem várias

áreas em cada sala, por exemplo: área da casinha, área dos

jogos, área da biblioteca, área da garagem. Cada área tem a

sua especificidade e intencionalidade educativa.

Depois do tempo de trabalho, segue-se o tempo de

exterior, em que as crianças podem usufruir do nosso

espaço equipado de acordo com a sua faixa etária.

Posteriormente ao almoço as crianças que têm

necessidade repousam, respeitando sempre os ritmos de

cada uma. Este tempo de repouso é feito numa zona da

sala mais tranquila e escurecida, enquanto que o restante

grupo permanece em atividades calmas numa área mais

iluminada.

Segue-se depois a higiene e o lanche, terminando então o

dia com as saídas das crianças. Sempre que as condições

meteorológicas assim o permitem existe também um

tempo de exterior depois do lanche.

Esta rotina é seguida diariamente, no entanto, sempre que

se justifique, poderá sofrer algumas alterações .

Ao longo do ano lectivo são diversas as actividades

desenvolvidas envolvendo as várias respostas sociais do

equipamento. Estas imagens são ilustrativas de uma dessas

actividades que foi desenvolvida no Dia da Árvore. A

equipa e as crianças divertiram-se a plantar diversas

espécies vegetais oferecidas pela Câmara Municipal de

Almada.

A Nossa Rotina

No mês de Novembro realizou-se a Feira de São

Martinho. Esta actividade envolveu as crianças e as suas

famílias não tendo faltado as castanhas e outros produtos

alusivos à época do Outono.

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 27

Page 28: Revista + Social 1

Na Igreja da Piedade, a missa nova

É já na Igreja Matriz, onde tudo começou, pois era ali que

ia à missa com a sua mãe e o Diácono Inácio o chamava

para ajudar em alguma tarefa durante a Eucaristia, que o

Padre Rui Simão conta viveu a sua missa nova após a

ordenação presbiteral: «Foi um momento especial, no

qual pus tudo de mim. Foi uma emoção muito, muito

grande. Preparei tudo com muito cuidado e, nesta missa,

senti-me à vontade. Preparei tudo para entregar ao

Senhor, com o coro entregue ao Padre Marco Belchior e,

como mestre-de-cerimónias, o Padre Casimiro

Henriques».

Ali foi batizado, cresceu, e recebeu pela primeira vez a

Sagrada Comunhão. Apesar de a Igreja ser pequena, e de

muita gente lhe dizer que não conseguiria receber tanta

gente como na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, o

Padre Rui Simão quis ali celebrar a sua missa nova:

«Foram pequenas coisas que me foram trazendo até aqui

e foi, até, muito bonito e enriquecedor ver a Igreja

restaurada. No fim de contas, foi também um presente

que eu quis trazer à comunidade que me viu crescer».

Os tempos de Seminário, que hoje são diferentes

Ao final da manhã, chegamos ao Seminário de São Paulo

em Almada. Ali chegou o ainda Rui Simão, quando tinha

dezoito anos de idade. Saiu, sacerdote, depois de sete

anos de caminho. «Há sempre incertezas ao longo do

caminho – afirma – perguntamo-nos: 'Será que sim, que

não, que sou capaz?'. E ao longo do tempo as dúvidas vão

mudando. No final da caminhada até aqui, a pergunta já

não era se eu queria ser Padre ou não, mas se eu seria

digno deste ministério e capaz de servir o Senhor, mas eu

entrego-me de tal forma ao Senhor que ele é que define

qual é o meu caminho. Na minha vida não foi difícil pelos

exemplos que tive de proximidade, humildade e serviço.

Não havia outra forma de ser padre. Foi assim que fui

habituado e foi assim que cresci».

Com um temperamento, aparentemente calmo, mas

também agressivo, Rui Simão diz que foi no seminário

que aprendeu a ganhar algum equilíbrio e muito,

também, pela relação com os colegas da comunidade,

porque ali são chamados a cultivar a paciência e a

obediência: «Há tantos momentos importantes que nos

ajudaram a crescer. Até os momentos mais difíceis. A cada

momento havia novos obstáculos e eu ambicionava

ultrapassá-los».

Por outro lado, o Padre Rui Simão relata-nos, com alguma

melancolia como encontra agora o Seminário: «Comigo

entraram três rapazes. Dois saíram e um foi ordenado

sacerdote. Naquela altura, éramos dezoito. Agora, custa-

me ver que são só cinco. Muitas vezes na Igreja temos

medo de pensar a mudança. Esta comunidade, eramos

dezoito e agora custa-me ver que são só cinco. Não sei

dizer porque é que isto é assim, pode ser por muitas

razões. Dá-me pena ver a comunidade do Seminário a

reduzir cada vez mais».

Adepto do Sport Lisboa e Benfica, o Padre Rui Simão

gosta também muito de passar tempo com os amigos e

de viver a vida, mas também sente alguma necessidade

de recolhimento e que, quando se sente em perigo, é ao

recolhimento e ao encontro com Nosso Senhor que vai

buscar forças.

Hoje, diz, irrita-se muito com o facto de os cristãos não

saberem viver o amor e deixa uma mensagem aos

católicos das comunidades. «Há tantos problemas que

geramos nas comunidades por ambições pessoais que

não fazem sentido. Enquanto não formos capazes de

viver o amor e o perdão, não conseguimos ser

comunidade e crescer».

...continuação da pág. 25

Page 29: Revista + Social 1

RAMALHA

“Creche e Jardim de Infância da Ramalha” é o O Centro de Documentação das Instituições Religiosas e

mais recente equipamento do “Centro Social da Família inaugurado no dia 04 de Novembro de 2012, AParoquial Padre Ricardo Gameiro” (CSPPRG) e tem como objetivo inventariar, organizar, preservar,

fica situado na Freguesia da Cova da Piedade (Concelho digitalizar, adquirir, disponibilizar e difundir recursos de

de Almada, Distrito de Setúbal). natureza documental afetos a instituições religiosas e da

família sedeados no concelho de Almada, e organizar

A Creche e Jardim de Infância da Ramalha, não é apenas exposições culturais variadas. O Centro de

um equipamento social, tendo também o carácter Documentação encontra-se aberto de segunda a sexta

religioso e cultural através dos espaços da Capela de São feira das 10h às 19h.

João da Ramalha e do “Centro de Documentação das

Instituições Religiosas e da Família”, respectivamente. Apesar de distintos objectivos, o polo da Ramalha

(Infância, Capela e Centro de Documentação) trabalha

A Capela de S. João da Ramalha encontra-se aberta à para e com a comunidade procurando responder de

comunidade às terças-feiras de tarde para a oração do forma eficiente às suas várias necessidades, nunca

terço, e às sextas-feiras às 12h30 para a Eucaristia esquecendo o nível A do sistema de qualidade da

semanal, assim como para visitas mediante marcação. Instituição que certifica todas estas respostas sociais, e os

Sendo S. João padroeiro do nosso Concelho, e como dita valores cristãos com que se rege.

a tradição, nos dias 23 e 24 de junho acolhe as

celebrações religiosas em honra do santo padroeiro.

RAMALHA

somos nós...

Teve início este ano letivo e terá duração até 2016. Foi de desenvolver a identidade moral, intelectual e cultural

apelidado de “Crescer, Formar e Recordar com Histórias das crianças, e ainda, apelando ao maravilhoso, à fantasia

de Encantar” e consta de um projecto dedicado às e ao imaginário de cada um. A equipa pedagógica

histórias infantis tradicionais. Tem como principal promove e participa ainda em actividades externas à

objectivo potenciar o conhecimento das histórias infantis Instituição, sejam camarárias ou até nacionais, e apela

no desenvolvimento da criança, promovendo e habitualmente ao envolvimento das famílias dos utentes.

valorizando este instrumento pedagógico como forma

Projecto Curricular de Equipamento

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 29

RAMALHARAMALHAEquipamento da Ramalha

Page 30: Revista + Social 1

CONVERSAO mais antigo trabalhador do Centro

Paroquial

Maria de Lurdes Cândido trabalha no Centro Social

e Paroquial Padre Ricardo Gameiro há quase quarenta

anos. Ela é auxiliar de educação no equipamento do

Bairro, ele é responsável do armazém e gestor da frota do

Centro Paroquial. São, respetivamente, o trabalhador

mais antigo e o trabalhador mais recente desta casa.

Fomos falar com eles e ficámos a saber o que sentem e

vivem no seu dia-a-dia, enquanto funcionários da

instituição.

«Esta é a minha casa, é a minha alegria, é a minha vida.

Aqui cresci e aqui me fiz mulher». É desta forma simples,

com um sorriso estampado no rosto, e a lágrima a querer

espreitar no canto do olho que Maria de Lurdes Cândido

nos conta que chegou ao equipamento do Bairro, aos

dezasseis anos de idade, no primeiro dia de setembro de

1975, e como se sente feliz no trabalho que desenvolve

todos os dias.

«Na altura vim trabalhar em jardim infantil e isto não era

nada do que é hoje. Éramos poucos trabalhadores, quase

como uma família, e havia até uma colega, que já cá não

está, e que eu até dizia que ela era a minha segunda mãe»,

diz-nos. Hoje, a realidade é diferente. Com cerca de

trezentos trabalhadores, Maria de Lurdes Cândido

garante que o sentimento de família não se perdeu mas

que as pessoas estão mais dispersas. «De qualquer forma

– afirma – eu tenho sempre um cantinho no meu coração

para cada um».

«Gosto de tudo aqui»

Ao acompanhar o crescimento da instituição onde

trabalha há quase quarenta anos, e ao ver um novo

equipamento a nascer – a Residência Sénior, Casa de São

Paulo – Lurdes fica encantada: «Quando vemos a nossa

casa a crescer e vemos que a nossa casa está bem, nós

também nos sentimos bem. Quando falo com alguém

sobre esta casa, sobre o meu trabalho e aquilo que faço

todos os dias com as crianças e com as colegas, encho a

boca de alegria. Não podia ser de outa maneira. Eu gosto

de tudo aqui e se um dia tiver que sair vai ser difícil».

Desde que chegou ao Centro Paroquial da Cova da

Crescer, servir e ser feliz

Piedade, Maria de Lurdes sempre esteve no equipamento

do Bairro e por ela já passaram várias gerações de famílias.

Começou no jardim infantil, a onde regressou neste

momento, mas também já passou pela creche e pelo ATL.

E foi precisamente neste último que se passou uma das

muitas histórias que nos contou.

«Há muitos anos atrás, ainda o ATL era na zona onde está

agora a secretaria, nós tínhamos um grupinho pequeno e

havia lá uma criança que, todos os dias, quando a mãe a ia

buscar, lhe dizia ‘Oh mãe, faz-me a mala que eu quero ir

para casa da Lurdes’. Esta menina marcou-me muito

porque era muito ligada a mim e ainda hoje, quando a

vejo, já com os filhos, faz-me sempre uma grande festa».

«São tantas alegrias»

Quando lhe perguntamos pelas maiores alegrias que tem

vivido no seio desta família que Lurdes diz ser o Centro

Social e Paroquial Padre Ricardo Gameiro, a dificuldade

em escolher um momento é evidente. «São tantas

alegrias», suspira. Mas depois de pensar um pouco, lá nos

diz: «A maior alegria foi eu ter começado a trabalhar aqui

porque a minha mãe não tinha grandes posses e eu não

pude continuar a estudar. Depois, foram e têm sido

muitos os bons momentos».

Quanto aos momentos mais complicados pelos quais

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO30

texto: Anabela SousaCONVERSNVERSCONVERSÀ Conversa com...

Page 31: Revista + Social 1

sente que tem passado, Maria de Lurdes escolhe,

precisamente, os dois momentos em que esteve longe do

«seu Bairro». Com os olhos marejados de lágrimas diz: «O

pior foi mesmo quando fui operada por duas vezes e tive

que ficar muito tempo em casa. Gosto disto e quando não

estou cá, custa-me. O que me vale é que com a minha

brincadeira e a minha alegria, consigo levar tudo para a

frente».

As memórias do Padre Ricardo Gameiro

Maria de Lurdes Cândido chegou à instituição três meses

depois do Padre Ricardo Gameiro. Ao recordar-se dele e

do que foi trabalhar com ele durante anos, os olhos

voltam a encher-se de lágrimas. «Lá estou eu outra vez.

Está a ver?! – diz-me – Aqui até me chamam a chorona.

Mas eu emociono-me muito a falar das memórias felizes,

dos tempos que já lá vão».

E relata-nos algumas recordações, entre as muitas que

tem, do Padre Ricardo Gameiro. «Quando vim para a

creche, o senhor Padre Ricardo morava aqui em frente e

às vezes os pais quando vinham trazer as crianças,

punham o carro ali em frente à garagem e às vezes ele não

conseguia tirar o carro. Então, vinha ali ao portão da

creche, e com oito ou nove pessoas ali a trabalhar, ele só

chamava por mim para o socorrer», conta.

Menciona ainda Maria de Lurdes que, ao lembrar-se do

Padre Ricardo se recorda também da sua mãe: «Quando

existiam aqui os convívios, a minha mãe fazia sempre uma

dobradinha ao senhor Padre Ricardo. E quando se

aproximavam essas datas, ele dizia-me sempre ‘Oh

Lurdes, não se esqueça de pedir à mãe que faça aquele

petisco que ela costuma fazer’.

Os novos tempos

Após a morte do Padre Ricardo Gameiro em 2011 e com a

chegada do Padre José Pinheiro, o atual presidente ao

Centro Paroquial, em 2012, Maria de Lurdes Cândido

salienta a importância da mudança. «O Padre José é uma

pessoa nova, dinâmica e com garra para isto. E eu estou

sempre disponível para abraçar novos desafios. Se for

preciso experimentar coisas novas, não tenho medo.

Experimento e logo vejo se sei ou não sei. As mudanças

são boas, ajudam-nos a crescer e aprendemos coisas

novas», assegura.

Page 32: Revista + Social 1

O mais novo trabalhador do Centro

Paroquial

Novo Presidente - 05/08/2012

É já com o novo presidente na instituição que

Rui Duarte chega ao Centro Paroquial da Cova da

Piedade. Com trinta e um anos de idade, Rui passou de

um ambiente profissional empresarial para trabalhar

nesta área social e, confessa, era «algo que já desejava há

muito tempo». Do Padre Ricardo Gameiro, tem apenas os

testemunhos vivos daqueles com quem trabalha

diariamente.

«Vê-se que ele deixou um grande legado, uma grande

obra e isso permite continuar o apoio a muita gente. É

notório o que Padre Ricardo fez, a forma como marcou

determinadas pessoas na instituição e é recorrente ouvir-

se falar muito dele. A D. Elisa Sousa que trabalha comigo

no armazém, por exemplo, fala-me muito daquilo que ele

fez a determinada pessoa ou família e tem-me dado

muitos exemplos do quão bom Homem e bom Padre

era», diz.

Sempre disponível para Servir

Quando chegou à instituição, aquilo que mais espantou

Rui Duarte foi a grandeza do Centro Paroquial. «É uma

organização muito grande – afirma – eu passei de uma

empresa com trinta trabalhadores para esta instituição

que tem trezentos, mas com um respeito muito grande

entre os funcionários. É outra dimensão e não se

consegue comparar. Para além disso, eu estava

acostumado a um ambiente mais empresarial e aqui é

diferente, é mais informal, não deixando de haver

responsabilidades ao cargo de cada um».

Feliz por estar a trabalhar na área social, Rui olha para

aquilo que faz como um serviço ao outro, sem, no

entanto, descurar o profissionalismo que a sua função lhe

exige. «Mais do que um trabalho, vejo aquilo que faço

como um serviço. No armazém não temos a componente

mais humana e mais relacional como nos outros

equipamentos, é certo. Mas somos o pulmão da

instituição porque, se falham os nossos fornecimentos,

está em causa, por exemplo, cerca de setenta por cento da

alimentação», refere.

A Grandeza da Instituição

Numa instituição que tem sete equipamentos e mais de

mil e trezentos utentes, o dia-a-dia é uma azáfama. O

armazém assume, por isso, um papel essencial e ali têm

que estar sempre prontos a responder, depressa e bem, às

solicitações. A função de Rui Duarte na gestão do

armazém passa, entre outras tarefas, pelos contactos com

os fornecedores e por pesquisas de mercado para

determinados produtos. Além disso, é também

responsável pela gestão da frota do Centro Paroquial,

tendo que orientar todos os aspetos relacionados com as

carrinhas. «Estou sempre disponível para tudo aquilo que

me pedem», garante.

Um apelo ao crescimento na fé

Para lá do aspeto social do seu trabalho, este funcionário

menciona ainda o facto de trabalhar numa instituição da

Igreja. «Isto, para mim, é outra tranquilidade – admite Rui

Duarte – Por exemplo, ainda numa destas sextas-feiras

fiquei um pouco até mais tarde no trabalho, subi as

escadas, e fui à missa. Esta seria daquelas coisas em que

noutro local não teria possibilidade de fazer».

Apesar de procurar aumentar a sua fé dentro do trabalho

que desenvolve no Centro Paroquial, Rui admite que

pode não ser fácil anunciar os valores do Evangelho. «Por

um lado, é mais fácil. Mas por outro não é. À partida é uma

realidade que já se conhece, mas ao mesmo tempo

encontra-se muita gente que não está ligada à Igreja.

Pode ser mais simples porque se fala sem medos e sem

vergonhas, mas ao mesmo tempo as pessoas podem não

estar abertas a ouvir falar das coisas de Nosso Senhor e da

Igreja», sublinha.

De qualquer forma, o responsável do armazém assegura

que este crescimento espiritual dos seus trabalhadores é

uma preocupação da Direção do Centro Paroquial: «Na

frota, por exemplo, foi-me pedido que reunisse

regularmente com os motoristas e houvesse, no início de

cada reunião, uma partilha ou uma leitura em que

pudéssemos meditar», remata Rui Duarte.

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO32

Page 33: Revista + Social 1

AÇÃO SOCIALApoio Alimentar

É quinta-feira, dia de apoio alimentar e mais uma vez os

voluntários chegam para ajudar na distribuição dos

alimentos. Uma carrinha do CSPPRG já se deslocou ao

Banco Alimentar da Península de Setúbal e trouxe os

alimentos que são destinados aos mais carenciados da

Cova da Piedade. Ao início da tarde começam os

preparativos para a distribuição, com o acompanhamento

da técnica, Dra. Adelaide. Rapidamente os voluntários

Carlos Alberto, José Luís, Mário e a equipa do armazém,

põem mãos obra e vão construindo os cabazes que são

entregues. O armazém é local de entrega de alimentos e

entrega pessoal. A doação que cada um faz do seu tempo

permite que outros possam ter algo melhor na sua vida e

saíam da paróquia da Cova da Piedade com a certeza que

alguém os auxilia e se preocupa com eles.

Naturalmente que a distribuição alimentar se faz também

com o auxílio de todos aqueles a quem não vemos as

caras, mas que deixam na igreja as suas ofertas em forma

de alimentos e que são também distribuídos em todas as

quintas-feiras. Este apoio permite que os cabazes sejam

dignos de alguém que, por azar na vida ou fruto da crise,

perdeu bens, perdeu esperança.

Jesus Cristo pode-se ver nos mais pequenos, nos mais

pobres e é por isso que a paróquia não se desliga dos que

mais precisam. Não é demais lembrar a missão do

CSPPRG, focalizada numa acção centrada na dignidade

humana, promovendo respostas sociais que visam o

crescimento e promoção de cada indivíduo, através de

valores cristãos, ética, igualdade e solidariedade. O

armazém e a sua equipa vai tentando dar resposta a isto

mesmo, queira Deus que nunca o esqueçamos.

Rui Duarte

Cantina Social

A Cantina Social é uma resposta de intervenção do

programa de emergência alimentar, na Freguesia da Cova

da Piedade tendo por objectivo suprir as necessidades

alimentares dos indivíduos e famílias em situação de

vulnerabil idade sócio económica, através da

disponibilização de refeições para consumo no domicílio.

O serviço prestado pela Cantina Social está disponível

para todo e qualquer cidadão que cumpra os critérios de

acesso à mesma, sendo garantido o total respeito pela sua

p r i vac idade e in t im idade , a s s im como da

confidencialidade dos seus dados pessoais.

A Cantina Social fornece as refeições diárias, de acordo

com as necessidades de cada agregado familiar (almoço /

jantar) . A Cantina Social encontra-se em

funcionamento de 2ª a domingo, nos diversos

equipamentos do CSPPRG.

Loja Solidária

A Loja Solidária do CSPPRG nasceu da vontade em

realizar e apoiar iniciativas orientadas para a minimização

de desequilíbrios sociais. É um projecto que pretende

disponibilizar de forma gratuita, roupa, procurando

auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade que

necessitam de apoio para enfrentar o presente. Este é um

espaço que surgiu da necessidade de dar uma resposta

adequada e em tempo útil às solicitações sociais com que

a comunidade se confronta na atualidade, num momento

de crise que afeta sobretudo os cidadãos de maior

fragilidade social e económica. O acesso à Loja Solidária

pode ser direto, ou através do encaminhamento pelas

Instituições Concelhias e grupos paroquiais. A Loja

Solidária encontra-se aberta 2ª e 5ª feira das 14h às

17h e Sábados das 15h às 17h, na Praceta Luísa Sigeia,

n.º 40 A - Cova da Piedade.

Agradecemos a colaboração de todos os anónimos que

abraçam esta causa, disponibilizando roupa, como

também aos voluntários dedicam o seu tempo!

Gabinete de Inserção Profissional (GIP

O Gabinete de Inserção Profissional (GIP) tem como

objectivo apoiar Jovens e Adultos desempregados no seu

percurso de inserção ou reinserção no mercado de

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 33

AÇÃOAÇÃOAção Social

Page 34: Revista + Social 1

AtividadesGIP

Total

(junho anovembro de 2013)

Atendimentos

533

Encaminhamento paraEmprego

146

Encaminhamento paraFormação

205

ApresentaçõesQuinzenais 9883

Quadro com as Atividades desenvolvidas nos últimos 5

meses do ano 2013 (junho a novembro):

Estaremos ao dispor

nos seguintes horários:

Atendimento:

2ª/4ª/5ª/6ª feira de manhã

das 09h15 às 10h15,

4ª feiras tarde

das 14h30 às 16h30.

Apresentações Quinzenais:

2ª/4ª/5ª/6ª feira de manhã

das 10h30 às 12h30

3ª feiras tarde

das 15h00 às 17h00.

As Técnicas de Serviço Social

Adelaide Leite

Ana Carvalho

Ana Rita Ferreira

trabalho, com estreita colaboração com os Centros de

Emprego. O GIP desenvolve várias atividades: controlo

das Apresentações Quinzenais; divulgação e captação de

emprego, Atendimento: inscrições e entregas de

Currículos, apoiamos na procura de emprego, através das

várias ofertas disponíveis no site (IEFP) fazendo o

respetivo encaminhamento para as entidades e para

formações, fazemos sessões de informação sobre vários

temas: Técnicas de Procura de Emprego, Formação

(gratuita, ainda com direito a apoios sociais). Estas

formações contribuem para manter ativos estes públicos,

adquirindo competências relevantes para o mercado de

trabalho, que potenciem ou valorizem as que já possuem,

diminuindo os períodos de inatividade dos

desempregados e o risco de desatualização ou

diminuição de capacidades de comportamentos de

trabalho, promovendo a melhoria da empregabilidade.

No GIP tentamos ainda fazer um trabalho de parceria com

as Instituições e Empresas da nossa comunidade local ou

outras que nos contactem, potenciando condições de

empregabilidade e de transição para a vida activa aos

nossos desempregados. É um serviço gratuito, no qual

seremos apenas mediadores na seleção do profissional

para o cargo que possam necessitar, informamos sobre os

vários apoios que podem beneficiar como as Medidas de

Apoio à Contratação, tendo como exemplo a Medida

Estágio-Emprego onde 100% da bolsa é paga pelo IEFP,

pagando a Entidade apenas o seguro e os descontos para

a Segurança Social, a Medida Estímulo 2013 tem um

apoio financeiro de 50% do vencimento, a medida de

Reembolso da TSU, entre outras.

GIP

O trabalho desenvolvido pelo GIP não tem mãos a medir

devido ao aumento exponencial do desemprego

verificado atualmente no nosso concelho, temos de ter

uma preocupação ainda maior de formar os nossos

jovens e adultos, de modo a que consigam lidar com este

panorama e fazerem face aos desafios que os esperam no

mundo do trabalho.

Comercializamos e distribuimos mais de 400 produtos alimentares

Rua Vale de Cucena nº 18 Telf. 212 269 768 Email [email protected]

2840-132 Aldeia de Paio Pires Fax 212 243 490 Certificação HACCP

Page 35: Revista + Social 1

através da Resolução 46/91, recomenda aos

Governos que introduzam nos seus programas

nacionais princípios a favor das pessoas idosas,

designadamente autonomia, participação,

cuidados, auto-realização e dignidade;

1999 - “Ano Internacional para as pessoas Idosas,

com o lema “Uma Sociedade para todas as Idades”,

proclamado pela AGNU;

2002 - A 2ª Assembleia Mundial sobre o

Envelhecimento (Madrid), convocada pela AGNU,

debateu o impacto e as consequências do processo

de envelhecimento da população mundial, reviu o

p lano in te rnac iona l de ação sobre o

envelhecimento, aprovado em Viena em 1982, e

aprovou uma nova declaração política com o intuito

de influenciar as políticas e programas dirigidos à

população idosa de todo o mundo;

2012 - “Ano Europeu para o Envelhecimento Ativo

e da Solidariedade Entre as Gerações”, decisão N.º

940/2011/UE do Parlamento Europeu e do

Conselho de 14 de Setembro de 2011, teve como

objectivo global facilitar a criação de uma cultura de

envelhecimento activo na Europa, baseada numa

sociedade para todas as idades, tendo apresentado,

a 7 de Dezembro do mesmo ano, o documento:

"Declaração do Conselho da União Europeia sobre

o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da

Solidariedade entre as Gerações: Perspectivas",

contendo os “Princípios Orientadores para o

Envelhecimento Ativo e a Solidariedade entre as

Gerações, aprovados de comum acordo pelos

Comités do Emprego e da Proteção Social”.

De referir ainda que a OMS, nas últimas décadas do

Seculo XX, já havia emitido orientações sobre o

Envelhecimento Saudável com enfoque em adequados

estilos de vida (alimentação, exercício físico, vigilância de

saúde, luta contra o tabagismo, entre outros).

Sem desvalorizar os princípios do Envelhecimento

Saudável, a partir do início do Sec. XXI, a OMS dá início a

campanhas sobre o Envelhecimento Ativo, privilegiando a

participação do indivíduo na gestão do seu próprio

envelhecimento, com ênfase na promoção da saúde e na

prevenção da perda de funcionalidade.

Segundo a OMS, entende-se por envelhecimento ativo o

processo de optimização das oportunidades de saúde,

participação e segurança com vista à melhoria da

qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem

(Cf. WHO. Active Ageing, A Policy Framework. A

contribution of the WHO to the Second United Nations

De acordo com os Censos 2011, Portugal apresenta um

quadro de envelhecimento demográfico acentuado, com

19,15%, de pessoas com 65 e mais anos, 14,89% de

pessoas com 14 e menos anos e uma esperança média de

vida à nascença de 79,2 anos.

As previsões para 2050 apontam para um alargamento do

envelhecimento de 16,75 pontos percentuais, passado

Portugal a ter 35,72% de pessoas com 65 e mais anos,

14,4% de crianças e jovens e uma longevidade de 81 anos.

No concernente ao género, verifica-se que o grupo das

mulheres representa 58% de pessoas com 65 e mais anos

e o dos homens 42%, mantendo-se a “feminização” do

envelhecimento, que se vem observando na sociedade

portuguesa desde o século passado. Estamos, pois, numa

sociedade longeva feminina.

No entanto, apesar das mulheres viverem mais anos,

possuem uma esperança de vida saudável ou sem

incapacidade menor, isto é, o número de anos que vivem

depois dos 65 anos sem limitações funcionais ou

incapacidades é menor que o dos homens. Fontes da

Eurostat, atualizadas a 3/07/2013, indicam que, em 2011,

para este grupo etário, a esperança de vida saudável em

Portugal era de 7,9 anos para os homens e de 6,4 anos

para as mulheres.

Quer os ganhos em saúde, quer em anos de vida, têm

produzido alterações sociais que já se vêm manifestando

actualmente e que, no futuro, requerem cada vez mais a

adopção de novos comportamentos, estilos de vida e

expectativas tendo sempre presente a cidadania.

Nesta dinâmica, o envelhecimento demográfico deverá

ser encarado como um desafio, uma vez que até tem

assumido relevância nas agendas sociais e políticas,

nomeadamente da Organização Mundial de Saúde

(OMS), da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU),

do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia.

Numa análise diacrónica sobre esta matéria, diremos que

os marcos fundamentais político-sociais sobre o

envelhecimento são os seguintes:

1982 – A 1ª Assembleia Mundial sobre o

Envelhecimento (Viena), convocada pela AGNU,

estabeleceu na agenda internacional as políticas

públicas para a população idosa e apresentou o

Plano Internacional de Acção com recomendações

para melhorar as condições de vida dos Idosos;

1991 - A Assembleia Geral das Nações Unidas,

“ Da ideia do indivíduo passivo sentado no banco do jardim, a ver passar as pessoas,

vai-se chegando à de um cidadão dinâmico, desejoso de participar na vida da comunidade”

António Simões, 2006

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 35

ENVELHECIMENTO ATIVO

Page 36: Revista + Social 1

Bibliografia:

Paúl, C., Fonseca, AM (2005).

Envelhecer em Portugal.

Psicologia, saúde e prestação de cuidados.

Lisboa: Climepsi Editores.

Simões, António (2006).

A Nova Velhice – Um Novo Público a Educar.

Editora AMBAR

www.dgs.pt

www.pordata.pt

http://register.consilium.europa.eu/pdf/pt/12/st17/st17468.pt12.pdf

ENVELHECIMENTO

ATIVO

SAÚDE

PARTICIPAÇÃO SEGURANÇA

World Assembly on Ageing, Madrid, Spain, April, 2002)

Estamos, assim, perante a tríade saúde, participação e

segurança:

O “Ano Europeu para o Envelhecimento Ativo e da

Solidariedade Entre as Gerações” veio dar visibilidade ao

conceito de envelhecimento ativo reforçando-o com o da

cidadania, relevando a importância de serem mantidas as

relações intergeracionais e a aprendizagem ao longo da

vida.

Assim sendo, o envelhecimento ativo exige o

envolvimento de várias entidades públicas, privadas e da

sociedade civil, promovendo uma melhor qualidade de

vida da população de 65 e mais anos e das suas famílias e

contribuindo para o envelhecimento digno de todos,

independentemente do género, etnia, meio cultural ou

eventual deficiência.

Parafraseando Constança Paul diremos que “É

fundamental desenvolver a capacidade das pessoas de

continuarem a participar na sua comunidade,

continuarem a sentir que são úteis. Esse sentimento é

essencial para manterem o sentido de vida.”

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO

O SEGREDO

A fé é pedir.

A fé é saber pedir.

Quem não precisa de pedir

Nesta vida de faltas e incertezas?

Pede-se o ar, a água,

O pão. Pede-se amor,

Esmola, compreensão.

Pede-se a vida, pede-se a morte.

O segredo é pedir

Com o jeito, já, de agradecer

A fé é pedir a agradecer…

29/XI/75

Dr. Luís Cabral Adão(Médico)

Ana Morgado

Faz hoje, uma

Pessoa Feliz

36

Page 37: Revista + Social 1

CULTURA ABERTANo passado dia 15 de Outubro realizou-se, no Centro

Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro, a sessão solene

de abertura de mais um ano do projecto Cultura Aberta,

pólo educativo desta comunidade.

No seu discurso de abertura, o Presidente desta

Instituição Padre José Pinheiro, apelidou-o de

“Universidade Católica Sénior, aberta a todos os credos”.

Designação que consideramos válida e verdadeira,

justificando-se pela diversidade de disciplinas existentes,

pela qualidade do seu quadro docente e ainda pela faixa

etária que a constitui, maioritariamente sénior.

Assim, orgulhamo-nos de, publicamente, apresentar a

lista das várias actividades e respectivos formadores:

(grelha com lista de disciplinas e professores)

Ligada a este projecto está também a “Confraria de Doces

e Compotas”. Os distintos confrades têm representado a

Instituição em inúmeros eventos ligados aos sabores da

nossa terra.

Cabe-nos ainda informar, que este pólo educativo, apesar

de sénior, acolhe pessoas de todas as idades: jovens,

desempregados ou não, que pretendam aprender, ter

outras valências e alternativas para a vida.

Venham ter connosco!!

Foi em 2009, que o Centro Social Padre Ricardo

Gameiro/Residência Nossa Senhora da Esperança

recebeu e deu vida a este projecto cultural. É aqui que a

maioria das actividades se desenrolam.

Os alunos e formadores são sempre bem-vindos e nesta

Instituição acolhidos calorosamente, havendo, muitas

vezes, uma palavra amiga, no momento oportuno, para

os que dela precisam.

Por isso, agradecemos ao CSPPRG o acolhimento que

sempre nos dispensa. Desejamos que o novo ano seja

profícuo para todos: de bem-estar, aprendizagem e

sobretudo de enriquecimento pessoal.

Cecília Correia

TURA ABERABERTURA SOLENE DO ANO

LETIVO 2013/2014CULCULCultura Aberta

Page 38: Revista + Social 1

ATELIERS

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO38

OS NOSSOS ATELIERS

Page 39: Revista + Social 1

FISIOTERAPIA

Residencia Nossa Senhora da Esperança

disponibiliza a todos os utentes institu-Acionalizados e inseridos nos Serviços de Centro

de Dia e Apoio Domiciliário, assim como a toda a

comunidade local, o serviço de Fisioterapia.

Com este serviço, a Residência pretende responder às

necessidades e problemas dos utentes, actuando não só

ao nível da reabilitação/manutenção da capacidade

funcional e de movimento, mas também na promoção de

saúde, prevenção de doença e maximização do bem-

estar e da qualidade de vida.

A equipa deste serviço é constituída por uma médica

Fisiatra, Directora Clínica, uma Fisioterapeuta e uma

Auxiliar de Fisioterapia que realizam tratamentos de

electroterapia, termoterapia, fototerapia, pressoterapia,

massoterapia, vibroterapia, cinesioterapia, mecano-

terapia, treinos terapêuticos entre outros. O serviço de

Fisioterapia funciona de segunda a sexta das 10 horas às

18 horas e as consultas de Fisiatria são realizadas às

quartas-feiras no período da tarde. Também estão a ser

realizadas classes de movimento diárias no período da

manhã constituídas por exercícios apropriados a adultos

seniores que propicia bem-estar, relaxamento, aumento

da força muscular, melhora o equilíbrio, a coordenação

motora, a flexibilidade e a auto-estima.

O Espaço

O espaço é constituído por 3 zonas distintas, ginásio, sala

de tratamentos individualizados e zona para actividades

da vida diária. O ginásio encontra-se equipado com todo

o material necessário e específico para o público-alvo.

A sala de tratamentos individualizados é constituída por 4

marquesas e aparelhos específicos para a realização dos

tratamentos de Fisioterapia.

O serviço de Fisioterapia é prestado com todo o

profissionalismo e qualidade.

Testemunho

A Fisioterapia pode ser necessária em qualquer fase da

vida, no entanto, na terceira idade é essencial para

melhorar a qualidade de vida, o bem-estar, a prevenção

da doença e promoção da saúde. O trabalho que

desenvolvo como Fisioterapeuta da Residência traz-me

bastantes gratificações, pois, com os tratamentos que

efectuo acalmo a dor, alivio o desconforto, diminuo o

receio de voltar a dar um passo, confiro segurança,

promovo autonomia, estimulo as capacidades funcionais,

ajudo a recuperar e promover conforto físico e funcional.

Carla Duarte

Fisioterapeuta da Residência Nª. Senhora da Esperança

O Funcionamento

FISFISFisioterapia

Page 40: Revista + Social 1

ACONTECEU1º Aniversário

Foi com grande satisfação que o Centro de

Documentação de Instituições Religiosas e da Família

comemorou o seu 1º aniversário, no passado dia 4 de

novembro de 2013. Compareceram na comemoração

cerca de três dezenas de cidadãos do Concelho de

Almada e amigos do Centro. Com o objetivo de bem

celebrar um ano de existência realizou-se um Workshop,

enquadrado na temática deste espaço, subordinado ao

tema “ Como construir a minha árvore Genealógica”, e

orientado por o nosso incansável voluntário António

Policarpo. Todos os presentes ficaram entusiasmados,

para também eles próprios, começarem a aventura de

construir a sua genealogia e descobrir os seus

antepassados.

O evento

Aproveitando o evento, inaugurou-se a exposição

temporária “Os brinquedos da minha infância”. Esta

exposição concretizou-se com a preciosa colaboração de

Hadriel Ramos, colecionador já há meio século, que nos

cedeu os brinquedos em lata. Imbuídos pela mesma

paixão de colecionar, outros sentiram o apelo de tornar

esta exposição ainda mais completa, trouxeram das suas

casas, pedaços de recordações da sua infância. Temos o

privilégio também, de podermos olhar para dentro de

uma casa de bonecas, que foi construída com muito

carinho pelas mãos do nosso querido ancião José Júnior.

O Jornal de Almada em Formato Digital

Atualmente, o Centro de Documentação tem já disponível

ao público, para consulta em formato digital, o mediático

Jornal de Almada que relatou os acontecimentos mais

marcantes do Concelho de Almada; bem como, um

interessante espólio documental produzido pela Igreja de

Nossa Senhora da Piedade – Cova da Piedade.

A equipa e amigos do Centro de Documentação esperam

comemorar muitos aniversários, tornando possível cada

vez mais a valorização e o tratamento arquivístico dos

valiosos fundos documentais das Paróquias do Concelho

de Almada, disponibilizando o seu acesso a todos os

interessados.

NTECEU CENTRO DE DOCUMENTAÇÃOOACOACOAconteceu...

Page 41: Revista + Social 1

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 41

VAI ACONTVAI AVAI AVVAI AVAI AV

Vai acontecer...

Ciclo de Conferência a realizar no Centro de Documentação

ENTRADA LIVRE

Page 42: Revista + Social 1

VAI ACONTIsabel Cordovil é uma das pessoas envolvidas na

conceção do Projeto GIAS – Grupos de Interajuda Social.

Isabel Cordovil apresentou este trabalho como um

potenciador do desenvolvimento humano, na Semana

Cáritas e nessa sequência esteve presente na nossa

Instituição no dia 25 de Novembro de 2013.

“Criar Laços e derrubar Muros!” Esta frase resume, na

opinião de Isabel Cordovil, o objetivo do Projeto GIAS –

Grupos de Interajuda Social. Convidada pela Cáritas

Portuguesa a participar na equipa nacional que desenhou

e estruturou este projeto que pretende ser um espaço de

encontro entre pessoas a viver a realidade do

desemprego, esta psicóloga com experiência profissional

ligada ao mundo do trabalho, acredita que projetos como

este são a oportunidade ideal para que as pessoas a viver

a mesma realidade possam “descobrir as suas

capacidades e redescobrir os seus potenciais”.

GIAS - Gupos de Inter-Ajuda Social

A apresentação deste projeto ao Centro Social

Paroquial Padre Ricardo Gameiro por Isabel

Cordovil, logo despertou a implementação

deste Projeto na Paróquia/Obra Social, por isso

foram agendados 2 encontros de Formação.

VAI AVAI AVVAI AVAI AVVai acontecer...

Page 43: Revista + Social 1

APOIO DInstitucionalizar nem sempre é a resposta.

Esta grande equipa pode ir ao seu encontro, e servi-lo com

profissionalismo, boa disposição, afeto.

UM SERVIÇO EM SUA CASA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL PADRE RICARDO GAMEIRO 43

• Cuidados de Higiene

• Tratamento de Roupas

• Arrumação e Pequenas Limpezas no domicílio

• Administração da Medicação prescrita

• Alimentação

• Acompanhamento ao exterior a consultas

• Aquisição de géneros alimentícios e outros artigos de primeira necessidade

• Serviço Religioso

• Actividades de Animação

• Cedência de ajudas técnicas.

CONTATOS: Tel. 21 272 01 40 - Residência Nossa Senhora da Esperança

www.cparoquial-covapiedade.pt

Nós podemos ir a sua casa...

OAPOOAPOOApoio Domiciliário

Page 44: Revista + Social 1

PASSATEMPODPASPASPASPASPASP

Passatempo

Page 45: Revista + Social 1

“Amar é construir para os Outros”

Estrutura Residencial

com capacidade para 46 utentes.

Casa de São Paulo

Foi no passado dia 25 de Janeiro de 2013 que adquirimos o terreno,

dia da festa da conversão de São Paulo.

Início da Obra em janeiro de 2014

Inauguração prevista para 25 de janeiro de 2015

O Nosso novo Projeto

Page 46: Revista + Social 1

CONTRIB

Ao Adquirir qualquer um destes artigos, estará a colaborar connosco

e a apoiar os nossos projetos solidários.

Os que irão benefeciar da sua ajuda agradecem o seu gesto.

P EQUENOS CONTRIBUTOS DE SUSTENTABILIDADE CONTRIBNTRIBCONTRIBContribua para o bem comum

Quando eu era criança,

falava como criança,

pensava como criança,

raciocinava como criança…

1 C

or 13, 11

Agora permanecem estas três coisas:

a fé, a esperança e a caridade;

mas a maior de todas é a caridade

1 Cor 13, 13

CADERNOS2,00€

PAGELAS0,50€

TELAS DOMENINO JESUS

2,50€

DOCES4,00€/5,00€

ALMOFADAS25,00€

ALMOFCACTOS7,00€

TALEGOS3,00€

TALEGOSTALEGOST

AUTOCOLANTESVIATURA

0,50€

Page 47: Revista + Social 1

Traços de recordação

QUEREMOS O VERDADEIRO NATAL!

Palavra mágica, evocadora de tantos sonhos, anseios,

correntes de inúmeros votos, carga excessiva de mil

desejos

formulados, renovados até à exaustão... tanto para dizer e

muito mais fica por dizer...

Porque é vulcão de apelos qual corrente que tudo

inunda e invade...

Mas aos sentimentos contraditórios apetece-nos gritar:

Queremos mais paz, mais alegria, melhor bem estar, mais

justiça, maior solidariedade, mais caridade e muito mais

amor.

Por isso declaramos guerra ao ódio, à intolerância, à

mentira, à frieza face ao bem, à hipocrisia, às

inimizades e à indiferença face aos irmãos.

NATAL: É o pregão interminável que canta a vida e

todos os seus valores;

NATAL: É a salvaguarda da ternura duma criança, o

carinho face às mãos enrugadas do idoso...

NATAL: Cheio de contrastes para as crianças, jovens,

adultos e idosos...

Mas este Natal, não é natal, só com prendas, presentes e

tudo o mais que o consumismo efémero inventou.

Queremos o verdadeiro Natal que só tem um nome: O

Natal de Jesus Cristo, e com Ele a verdadeira alegria; a

paz

reconciliadora e o amor infindável.

Abaixo o Natal da guerra, do ódio, da intolerância e

dos

horrores terroristas.

Viva o Natal da esperança, da Paz, da Alegria e do

Amor

porque só este é o Natal de Jesus Cristo.

Padre Ricardo Gameiro(in GAMEIRO, Ricardo. Natal, Natal, Natal, Folha Paroquial,

19 de dezembro de 2004)

Page 48: Revista + Social 1