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1 Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Revista Trabalho Social 2010

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Publicação do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Produção: Agência Sindical. Acesse: www.agenciasindical.com.br

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1Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social2

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3Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Os direitos são a propriedade do povo. Portanto, quanto mais direi-tos, e tanto eles forem mais aplicáveis, menos pobre será uma Nação.

Os direitos são, portanto, um caminho. Um caminho para a inclusão social, o progresso e a dignidade humana.

E a quem cabe assegurar a efetividade desses direitos, para que a cidadania saia da abstração e vire coisa prática?

Cabe ao Estado, aos indivíduos, às empresas - por sua responsabili-dade social - e a todas as instituições criadas pela sociedade para sua própria proteção e progresso, como é o caso de uma entidade sindical.

Nosso Sindicato tem consciência dessa responsabilidade. Por isso, realiza ações concretas em prol dos comerciários, dos dependentes dos nossos associados, das mulheres, da Terceira Idade e de grupos marginalizados ou excluídos da sociedade.

Esta revista mostra o trabalho social do Sindicato, que, sem dúvida, ajuda a melhorar a vida de milhares de pessoas. Mas não se trata apenas de mostrar. Esta revista, acima de tudo, reafirma nosso compromisso com a inclusão social, dentro da visão de que o progresso econômico - assim como a educação, a cultura, o lazer - deve ser coletivo e não privilégio de uma pequena elite.

Esperamos também estimular nos comerciários - e por que não nos empresários do setor - a ideia de responsabilidade social, fortalecen-do a consciência coletiva, imprescindível para o progresso material e moral da sociedade.

Ricardo Patah Presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo

e da União Geral dos Trabalhadores (UGT)

O progresso é

» EDITORIAL

“A presente publicação,

acima de tudo, reafirma

nosso compromisso com

a inclusão social, dentro

da visão de que

o progresso econômico -

assim como a educação,

a cultura, o lazer - deve ser

coletivo e não privilégio

de uma pequena elite”

um bem coletivo

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» Índice

Assistência Social e Previdência30Com uma equipe especializada, o Departamento oferece apoioe orientação ao trabalhador na garantia de seus direitos

Cooperativa Habitacional 32

Criada em 1995,a Cooperativajá beneficiou 236 famílias comerciárias

ENTREVISTA com Patah8Presidente do Sindicato, Ricardo Patah, fala sobre os princípios éticos e políticos que norteiama ação sindical em prol da cidadania efetiva

Qualificação profissional25Mais de duas mil pessoas por mês passam pelo Centrode Atendimento ao Trabalhador (Ceat), que oferece qualificação e recolocação no mercado de trabalho

Acesso à EducaçãoConvênios com universidades e colégios oferecem descontos de até 70% aos sócios e dependentes

Colônia de Férias e Clube de Campo20Com uma infraestrutura completa de lazer, a categoria desfruta de opções no campo e na praia Atendimento em

22 especialidades14

Sócios e dependentes do Sindicato têm à sua disposição o Ambulatório Médico, além do atendimento na sede e subsedes com diversas especialidades, incluindo dentista

27

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5Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Garantia de direitos35Formado por profissionais especializados, o Departamento Jurídico oferece assistência na área trabalhista, família e cível

Ponte Brasilitália38Parceria promove a inclusãosocial de crianças e jovensda periferia de São Paulo

» Expediente

Mulher Comvida44Evento realizado no Dia Internacional da Mulherreúne centenas de companheiras

Moradores em situação de rua42Ação social garante apoio e pratica a solidariedade

Revista do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.

Rua Formosa, 409, Centro, CEP 01049-000, São Paulo, SP.

Telefone 2121.5900. Site: www.comerciarios.org.br

E-mail: [email protected]

Diretoria: Ricardo Patah, presidente; José Gonzaga da Cruz,

vice-presidente; Edson Ramos, secretário-geral; Antonio Carlos

Duarte, tesoureiro; Cleonice Caetano Souza, diretora do Departamento Jurídico; Antonio Evanildo Cabral, diretor de Educação, Formação

Profissionale Esportes; Josimar Andrade de

Assis, diretor do Patrimônio; Marcos Afonso de Oliveira, diretor de

Relações Sindicais; Neildo Francisco de Assis, diretor de Assistência

Social e Previdência. Suplentes da Diretoria - Aparecido Tadeu Plaça - Cremilda Bastos Cravo - Isabel

Kausz dos Reis - Luiz Hamilton de Sousa - Rosilania Correia Lima - Djalma Alves Domingos - Isaias

Roberto da Silva - Manuel Correia - Marinaldo Antonio de Medeiros. Conselho Fiscal - Avelino Garcia Filho - Domingos Serralvo Moreno - Adriana Machado. Suplentes do Conselho Fiscal - Gino Vaccaro - Julio Nicolau - Rubens Romano. Delegados Federativos - Nildo

Nogueira - Wilson Moura da Silva. Suplentes de Delegados Federativos - Eduardo Karam -

Erasmo Jacinto da Silva.Produção: Agência Sindical (www.agenciasindical.com.br). Textos:

Marcelo Jatobá Duartee João Franzin. Edição: Dayane Santos e João Franzin. Revisão: Waldomiro Bregion. Fotos: Fabio Mendes. Jornalista-responsável:

Mauro Ramos (MTb 11.875). Agosto de 2010. Tiragem: 50 mil.

Impressão: Intergraf

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social6

A inclusão do negro no comércio é conquistaque se consolida a cada dia

» INCLUSÃO DO NEGRO NO COMÉRCIO

Igualdade de

oportunidade

Pesquisa do Sindicato e Dieese, feita em 2003 sobre a renda do comerciário, revelou que havia grande discriminação racial. Dian-te dos números, o presidente

Ricardo Patah liderou uma ampla campanha pela inclusão do negro no comércio. O primeiro acordo, firmado com a Camisaria Colombo em dezembro de 2003, reservava

cota de 20% de vagas. Depois vieram acordos na Têxtil Abril, Lojas Marabrás e Casas Bahia, além de cláusulas de isonomia salarial firmadas com o Grupo Pão

Fábio Martinsé gerente daCamisaria Colombo

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7Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

salário e preconceito

O preconceito racial no Brasil fica evidente quando verificamos o saláriodos trabalhadores negros.O rendimento médio real por hora dos negros é 77% menor em relação aos outros trabalhadores. Os negros ganham R$ 4,62 por hora trabalhada, contra R$ 8,21dos não-negros. Nosso Sindicato foi o primeiro a assinar acordo de cotas no Brasil, colocando-se na linha de frente do debate no movimento sindical. O primeiro acordo foi assinado em 2003, com a Camisaria Colombo. Hoje, o número de afrodescendentes na lojasupera a cota, ou seja,ela só favoreceu a inclusão.A Convenção Coletivade Trabalho do setor de supermercados, por exemplo, estabelece: “As empresas com mais de 50 empregadosse comprometem a destinar30% de seus postos de trabalho para não-brancos”.

» REALIDADE BRASILEIRA

» Lei também garante cotaspara portadores de deficiência

ves, 18 anos, contratado no mesmo mês e ano que Fábio, começou como estoquista, passou para office-boy e hoje é auxiliar adminis-trativo. “Já vi pessoas dizendo que as cotas são um absurdo. Mas as cotas são necessárias. Na história, o branco sempre predominou em tudo. Já que não adianta resolver essa questão conversando, falando em consciência, o jeito é buscar soluções por meio de leis”, opina Bruno. “Tem gente na minha fa-mília que não conseguiu trabalho porque é negro”, lembra ele.

A gerente de Recursos Huma-nos da rede, Niriam Nucci, concor-da com a importância das cotas, mas acredita que a medida seria desnecessária se as empresas uti-lizassem apenas critérios técnicos na hora das contratações.

A Lei 8.213/91 determina que empresas com 100 ou mais em-pregados são obrigadas a cumprir a cota de 2 a 5% dos cargos com pessoas portadoras de deficiência.

Para um desses profissionais, o assistente de vendas da loja Renner do Shopping Santana Parque, Dan Fukushima, 37 anos, a conquista de espaço no mercado de traba-lho “começa na cabeça”. “Muitas vezes, por sermos deficientes, nós mesmos nos bloqueamos, nos fe-chamos. Se o deficiente se coloca

na posição de coitado, perde opor-tunidades. Tudo muda e melhora quando começamos a enxergar a vida de frente”, diz ele.

de Açúcar, Walmart, Carrefour e Eldorado. No final de 2005, foi incluída na Convenção Coletiva do setor de supermercados cláusula para reserva de 30% das vagas para negros.

O gerente da Camisaria Colombo da região da Praça da Sé, no Centro, Fábio Roberto Martins, 37 anos, afirma: “É uma grande conquista. É fato que ainda somos minoria no mercado de trabalho. A criação das cotas é uma forma de diminuir o preconceito e dar espaço para os negros”. Ele pondera: “O maior preconceito está na cabeça das pessoas. Se o negro não encanar com isso, tudo fica mais fácil e as oportunidades surgem”.

DÍVIDA HISTÓRICABruno Augusto Messias Gonçal-

Sindicato mobilizado contra a discriminação e por respeito aos direitos

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social8

Graduado em Direito pela Uni-versidade São Judas Tadeu e em Administração pela Pontifícia Uni-versidade Católica de São Paulo, Ricardo Patah foi fundador da Força Sindical em 1991, sendo tesoureiro--geral da Força de 1993 até seu desligamento, em 2007, ano de

fundação da União Geral dos Tra-balhadores, central que preside.

Patah iniciou sua atuação no Sindicato dos Comerciários de São Paulo, em 1991, tendo ocupado vários cargos até assumir a presi-dência em 2003.

Como sindicalista, Ricardo Patah

sempre defendeu para o movimen-to sindical um papel efetivo na cons-trução de um Brasil mais justo, com inclusão social e plena cidadania.

Em entrevista à Trabalho Social, Patah ressalta as ações cidadãs do Sindicato e reafirma seus compro missos com a justiça social.

Não existe

sem inclusão social

O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e da União Geraldos Trabalhadores (UGT) destaca: “Cidadão não é só quem vota. Cidadãoé quem tem direitos constitucionais. Direito à vida, direito à educação, à moradia, à saúde e ao emprego. E esses direitos têm de ser respeitados”

» Entrevista RICARDO PATAH

cidadania

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9Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social10

Trabalho Social - Patah, você fala mui-to em inclusão social. O que o sindicalismo pode fazer de efetivo nesse sentido?

Ricardo Patah - Inclusão social é perceber o outro como cidadão. E cidadão não é só quem vota. Cidadão é quem tem direitos constitucionais, direito à vida, direito à educação, à moradia, à saúde e ao emprego. E esses direitos têm de ser respeitados.

Os Comerciários de São Paulo têm de longa data uma percepção profunda desse tema. É o caso das pessoas que vivem em situação de rua. O Sindicato se preocupa com elas. Temos três funcionários que eram moradores de rua em São Paulo. Somos uma entidade que, além de se preocupar com as questões relativas ao capital-trabalho, tem uma visão do cidadão.

Trabalho Social - O trabalhador sem registro, que faz jornada de 53 horas semanais, que ganha salário indigno - esse trabalhador também não é um ex-cluído? E o que o Sindicato faz por ele?

Patah - Além de presidir o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, também presido a União Geral dos Trabalhadores, a UGT. Uma parte dos Sindicatos filiados à UGT é do comércio e serviços. E nesses lugares há preca-riedade, discriminação racial e informalidade. Mas, nos últimos anos, os Sindicatos têm feito um trabalho intenso, buscando garantir as ne-cessidades básicas desses trabalhadores. E em São Paulo muitas das cláusulas da Convenção Coletiva contemplam essa questão.

Estamos fazendo um trabalho intenso pela formalização, pela diminuição da jornada ex-traordinariamente elevada. Segundo o Dieese, o comerciário trabalha 53 horas por semana.

Trabalho Social - O Sindicato defen-de a cota de emprego para afrodescen-dentes. Essa garantia também consta da Convenção Coletiva?

Patah - Pesquisa feita pelo Dieese indicou diferenças gritantes. Na cidade de São Paulo, no mesmo local de trabalho, o afrodescendente chega a ganhar quase metade do salário de outros trabalhadores. É um problema grave que a pesquisa apontou. Mais grave: o em-presário prefere pagar o dobro para o branco a contratar um negro.

Então, a partir dessa pesquisa, de 2004, o Sindicato iniciou importantes negociações. E passou a ser o primeiro Sindicato do Brasil a conseguir uma cláusula, na área de super-mercados, onde 30% dos trabalhadores têm de ser não-brancos. Estamos tentando avançar também em outros setores do comércio.

Infelizmente, a Convenção com os super-mercados é a única no Brasil. Importante seria que todos os Sindicatos pudessem implementar essa garantia em Convenção Coletiva. Nós pre-cisamos dar oportunidades. E os Comerciários de São Paulo têm feito isso.

Trabalho Social - O Sindicato tam-bém defende cotas nas universidades públicas? Por quê?

Patah - Nós temos uma dívida histórica. Todos os indicadores mostram que os mais excluídos são os negros, por falta de oportuni-dade ou pela discriminação que existe. E todos os lugares que estão adotando cotas estão tendo boas surpresas: os estudantes que mais se dedicam e as melhores notas são daqueles que até então eram discriminados.

Trabalho Social - A falta de lazer é uma forma de exclusão social. O que o Sindicato oferece nesse campo?

Patah - Quando falamos do lazer, leva-mos em consideração a célula básica da socie-dade, que é a família. Hoje, o trabalhador, com jornada de até 53 horas, não tem tempo pra nada. Nosso Sindicato tem Colônia de Férias, Clube de Campo e uma relação estreita com o

sistema S, especialmente Sesc e Senac. Então, os sócios do Sindicato que queiram utilizar o Sistema S têm grandes vantagens.

Nosso Clube de Campo em Cotia é extra-ordinário, tem lago com pedalinhos, chalés para os sócios e familiares passarem o final de semana, tem quadras esportivas de qualidade, tem campo de futebol... O local tem 200 mil metros quadrados. É importante aproveitar essa estrutura e equipamentos voltados para a família do comerciário.

Trabalho Social - Um dos problemas crônicos do Brasil é a falta de habitação para boa parcela da população, em especial a mais pobre. O Sindicato tem ações nessa área?

Patah - Nosso Sindicato tem atividades em várias direções. Na habitação, que é o so-nho de todo brasileiro, nós temos cooperativa que já proporcionou habitação a centenas de comerciários em apartamento próprio em Itaquera, em local muito bem urbanizado.

Trabalho Social - Com relação aos moradores de rua, que trabalho exata-mente o Sindicato desenvolve?

“Nós temos uma dívida histórica Os indicadores mostram

que os mais excluídos são os negros. E todos os

lugares que estão adotando cotas estão tendo boas

surpresas: os estudantes que mais se dedicam e

as melhores notas são daqueles que até então

eram discriminados”

» Entrevista RICARDO PATAH

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11Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Patah - Nós trabalhamos em parceria com o padre Lancelotti e também buscamos sensibilizar a área empresarial.

O importante é dar oportunidade a essas pessoas. Nosso Sindicato deu exemplo contra-tando três pessoas, uma delas um militante chamado Anderson, líder nacional nessa área. Temos desenvolvido parcerias e também feito gestão junto a empresários, inclusive atenden-do a reclamações de moradores de rua, que pedem: “Patah, fale com o dono da loja pra não jogar água na gente”. Ou seja, o Sindicato também age pra diminuir essa tensão. Essas pessoas precisam que alguém lhes dê a mão. Porque elas são capazes e inteligentes. Não podem ficar na marginalidade.

Trabalho Social - Grande parte dos brasileiros não tem acesso à rede pública de saúde, o que gera, na práti-ca, uma grande exclusão. O Sindicato presta serviços no setor de saúde? De que forma? E a que custo?

Patah - Atuamos em duas direções nesse campo, que é um dos pontos fortes de nossa estrutura. O primeiro cuidado é direcionado aos sócios do Sindicato. A quem paga R$ 16,00 por mês, tendo direito a médico, a dentista, a exames.

Inauguramos o serviço de mamografia no Ambulatório na Vila Clementino, atendendo a um pedido geral da categoria, que tem muitas mulheres. Prestamos um amplo atendimento médico em nosso Ambulatório, além dos serviços prestados nas oito subsedes.

Na nossa sede, no Anhangabaú, reserva-mos um andar inteiro para a saúde. Temos parceria com vários hospitais e médicos cre-denciados. Nos hospitais, atende-se mediante autorização dos profissionais do Sindicato. Quando é uma especialidade, isso tem custo, mas é muito mais barato do que a pessoa pa-garia se fosse por um atendimento particular. Nós também atuamos para que o atendimento à saúde seja garantido em Convenção Coletiva,

e as empresas ofereçam assistência aos empre-gados. Já conseguimos avanços. Por exemplo: toda empresa de supermercados com mais de 400 funcionários é obrigada a dar assistência médica ao comerciário. Ou seja, nossa atuação na questão da saúde busca beneficiar sócios e não-sócios do Sindicato.

Trabalho Social - O Sindicato man-tém projeto social em parceria com uma entidade italiana. Como ele funciona? A quem beneficia?

Patah - Me orgulha presidir um Sindicato que tem essa vocação social. Temos parceria com a entidade sindical italiana UIL, adotando uma favela no bairro do Rio Pequeno. Constru-ímos lá uma casa chamada A Casa dos Sonhos, onde acontecem muitas atividades culturais. Valorizamos de verdade as crianças e os adolescentes pra que possam ter oportunidade na vida. É um trabalho que nos orgulha, que apresenta resultados especiais. Imagine que até violino os nossos alunos tocam!

Trabalho Social - Anos atrás, o Sindi-cato iniciou um trabalho com catadores de papel. Essa iniciativa cresceu e virou refe-rência. Conta um pouco dessa história...

Patah - Essa ação foi feita justamente com pessoas que estão em situação de rua, que buscaram viabilizar sua vida, do ponto de vista econômico, com sua cooperativa. O Sindicato, junto com as cooperativas, tem atuado pra otimizar esse trabalho ou pelo me-nos dar visibilidade a essa iniciativa. Não nos cabe dar apoio econômico, até por questões estatutárias. Mas o que é possível nós temos feito, pra possibilitar que essas cooperativas do Centro de São Paulo sejam valorizadas e possam selecionar lata, papéis, papelão, tirando daí seus ganhos. O próprio papel de sobras de jornais e materiais impressos do Sindicato nós doamos a essas cooperativas.

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social12

» Entrevista RICARDO PATAH

Trabalho Social - Os idosos são outra parcela excluída da sociedade. O que fazer pra promover a inclusão desse contingente populacional crescente?

Patah - Quem visita a sede dos Comerciários em São Paulo vê um andar especial para os companheiros da Melhor Idade. Eu daqui a pouco estou chegando lá, e quero aproveitar as oportunidades que o Sindicato oferece,

inclusive de lazer. Nós fazemos caravanas à nossa Colônia de Férias na Praia Grande. Eles passam lá de duas a três temporadas por ano, com preços módicos. A sede do Anhangabaú também oferece dominó, jogos de cartas, entre outros.

Sempre digo que os idosos têm muito a contribuir com o Sindicato, por meio de sua história e de sua vivência. Temos um núcleo de aposentados em nosso Sindicato e criamos o Sindicato Estadual de Aposentados da UGT. O nacional já foi criado. Temos parcerias com

farmácias, médicos especialistas pra retribuir em benefícios o esforço daqueles que construíram nosso País e nosso Sindicato. Devemos muito aos aposentados. E eu tenho essa gratidão.

Trabalho Social - O Sindicato inau-gurou o Centro de Atendimento ao Tra-balhador, pelo qual cadastra candidatos ao emprego e encaminha ao mercado de trabalho. O que é este Ceat? Que

serviços ele oferece? É cobrada alguma taxa de quem o procura?

Patah - É um serviço que desde a inaugu-ração da sede, no Anhangabaú, nós tentamos oferecer. E agora com o Ceat, ou seja, Centro de Atendimento ao Trabalhador, que é uma instituição ligada à Igreja Católica, firmamos parceria atendendo milhares de pessoas, todo mês, buscando oportunidade de emprego. Nós temos atuado em duas frentes. Uma, oferecendo esse serviço gratuitamente a quem nos procura na sede; outra, com empresas com quem temos

relação de parceria que queiram incluir essas pessoas. Essas empresas têm colocado suas vagas lá no Ceat. E isso tem possibilitado emprego e a geração de renda de muita gente.

Quem desejar ir direto ao Vale do Anhan-gabaú (rua Formosa, 409, térreo) será recebi-do com carinho. E com certeza estará abrindo possibilidade do primeiro, do segundo ou do terceiro emprego.

Trabalho Social - Pela lei, a em-presa acima de 100 funcionários deve contratar portadores de deficiência. As empresas do comércio cumprem essa lei? O Sindicato também contrata portadores de deficiência?

Patah - Nosso Sindicato tem mais de 600 empregados. Por isso, tanto na questão dos afrodescendentes e das pessoas com deficiência, estamos fazendo nossa parte.

Quero ressaltar que as pessoas com deficiência são sempre as primeiras a chegar, e estão sempre lá, pontuais. São valorosas, e trabalham muito bem. Nós temos feito gestões junto à Superintendência do Trabalho e à Federação do Comércio para efetivar a lei. Pra mim não precisaria nem de lei, pois todos nós temos responsabilidade social. Se as pessoas com deficiência têm problema cabe a nós oferecer essa oportunidade. Ou seja, nós temos obrigação dupla: moral e legal. Temos que cumprir as cotas. Infelizmente nem todos cumprem, mas os Comerciários de São Paulo cumprem.

Trabalho Social - A mulher sofre preconceito e exclusão. O Sindicato tem ações específicas voltadas à mulher?

Patah - Esse é um tema muito especial, até porque 50% da nossa categoria são mu-lheres. Mas muitas vezes a atribuição a elas não é adequada, por discriminação, assédio moral ou assédio sexual.

Nosso Sindicato tem um Departamento da Mulher, onde a companheira Cléo faz um

Patah comanda ato de entrega da pauta de reivindicações da campanha salarial à federação patronal

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13Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

fALe Com o [email protected]/ricardopatahtwitter.com/comerciariosspblogdopatah.blogspot.comTelefone 2121.5972.

trabalho importantíssimo. E o mais importante é não ficar no discurso.

Nosso Sindicato tem muitas mulheres na direção e que são licenciadas para as tarefas sindicais. Acho que isso deve servir de modelo a outras entidades, porque às vezes nós falamos, falamos, mas não fazemos a lição de casa.

Existe o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. Por dois anos seguidos fizemos ações de valorização, especialmente da mulher em situação de rua.

Em 2009, fizemos um trabalho extraor-dinário no Vale do Anhangabaú: mais de mil mulheres tomaram banho, se maquiaram, fizeram tratamento odontológico, médico e receberam orientação jurídica. E não só naquele dia. Nós estamos dando continuidade àquele trabalho. Nosso Sindicato abre as portas e faz o atendimento ou atua em parceria com a Secretaria da Saúde de São Paulo. Mas ainda é muito pouco. Precisamos fazer muito mais.

Trabalho Social - Patah, você não

acha que todos esses serviços ofere-cidos pelo Sindicato aos sócios, como atendimento médico, lazer e moradia, são obrigação do Estado?

Patah - Sim. E temos cobrado dos governos, em diversas esferas, que cumpram seu dever e garantam atendimento médico digno, moradia e educação de qualidade para todos. Mas enquanto isso não acontece não podemos deixar as pessoas desamparadas. E onde podemos atuar buscamos oferecer o que há de melhor. Nas ações sociais de inclusão não é diferente. Nosso compromisso é promover oportunidade aos excluídos. Não é assistencialismo. E não fazemos isso uma vez por ano só. É um trabalho diário, que envolve toda a estrutura do Sindicato.

Quero também lembrar a responsabi-lidade dos empresários, que, muitas vezes, exigem jornadas extenuantes dos funcionários, mas não oferecem qualquer contrapartida em termos de lazer e qualidade de vida.

» Serviço

Reunião e planejamento: a diretoria do Sindicato coloca o comerciário em primeiríssimo lugar

Trabalho Social - Patah, por mais que alguém seja competente, ninguém constrói nada sozinho. Qual é o enga-jamento da diretoria do Sindicato em todas essas ações e lutas?

Patah - Total. Nossa diretoria veste a camisa, se engaja, participa, contribui. É um grupo de companheiros e companheiras que só me dá alegria, que me encoraja, que aponta rumos. É realmente um pessoal extraordinário, que coloca o interesse do comerciário em primeiríssimo lugar.

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social14

No Ambulatório, na sede ou nas oito subsedes, o trabalhadore seus dependentes têm acesso a diversos serviços coma qualidade e a atenção que merecem. O objetivo do Sindicatoé garantir a efetiva assistência aos comerciários

» AMBULATÓRIO MÉDICO

Nosso Ambulatório médico assegura

respeito à saúde

“Prevenção é o nosso foco. Fazemos esse trabalho em várias especialidades médicas. E temos excelência nisso. É muito melhor fazer um trabalho para evitar problemas do que precisar tratar depois. Os pacientes ganham qua-lidade de vida.” O depoimento de Adriano Vasconcellos, adminis-

trador do Ambulatório Médico e Odontológico do Sindicato, na Vila Clementino, retrata o per-manente trabalho do Sindicato voltado à saúde do comerciário. E os investimentos em melhorias da estrutura física e em novos equipamentos não param.

O prédio do Ambulatório tem

MAIS SAÚDE - Com o atendimento médico e odontológico, o Sindicato busca garantir esse direito na prática

oito andares. O quarto andar está em reforma. Até o final do ano abrigará o setor de fisioterapia, que atualmente funciona no oitavo, ao lado do setor administrativo. O novo setor será mais moderno, me-lhor equipado e com mais espaço. “Eu e minha mulher temos plano de saúde, mas preferimos vir aqui. O

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15Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

ESTRUTURA - São oito andares com o que háde mais moderno em atendimento ambulatorial

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social16

atendimento é muito melhor. Tudo é rápido e com muita qualida-de”, conta o aposentado José Maria Viana Cardoso, 72 anos. Ele é sócio do Sindicato desde que começou a trabalhar no comércio, há 50 anos.

“No Ambulatório, o atendimen-to é rápido e com muita qualidade. O Sindicato melhorou muito nas mãos do Patah”, afirma José Maria.

Outro que aprova o serviço é o

só 29,1% das brasileirastêm acesso à mamografia

» EXAMES DE PREVENÇÃO

Segundo o IBGE, o acesso da mulhera exames preventivos varia de acordo com a renda. Os dados mostram que, no caso da mamografia, apenas 29,1% das mulheres com 25 anos ou mais realizaram o exame em 2008, antea 80,7% das mais ricas.Este não é o caso das comerciárias.O Ambulatório do Sindicato temà disposição das trabalhadoraso equipamento chamado Lorad M-IV, um dos mais modernos do País para mamografia e ainda pouco comum nas clínicas e hospitais. “Nosso foco

» oito andares de serviçosJosé Viana,aposentado de 72 anos,sócio há 50 anos, enfatiza: “O Ambulatório é ótimo, é fantástico. Eu e minha esposa usamos muito”

vendedor Wagner Fixter Cleim, 38 anos. Ele levou o filho, Caio Hen-rique, 8 anos, para tratamento odontológico.

“O serviço é ótimo”, resume. “Tudo o que oferecemos aqui não deixa a desejar em compara-ção com nenhum dos melhores hospitais, como Albert Einstein e Sírio Libanês. Zelamos demais pela qualidade”, diz Vasconcellos.

No térreo do Ambulatório fun-cionam a recepção e o call center. O primeiro andar é depósito de materiais e equipamentos. No segundo estão ginecologia, der-

matologia e três salas de coleta de material para exames. Teste ergométrico, eletrocardiograma, cardiologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, geriatria e clínica

COMERCIáRIAS fAzEM - Ambulatório oferece exame às trabalhadoras

Page 17: Revista Trabalho Social 2010

17Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

é a prevenção. Zelamos demais pela qualidade. Nosso atendimentode mamografia vai se tornar referência nacional”, prevê o administrador do Ambulatório, Adriano Vasconcellos.Pelas usuárias, a aprovação é unânime. “Este exame foi um presente de Deus”, disse a recepcionista Maria Lucinalva Freire, 48 anos, logo apósa consulta médica no final de maio. “Além de ter acesso a um equipamento moderno, de primeira qualidade, ainda ganhamos coma centralização do serviço. Antes,só era possível fazer o exame em clínicas conveniadas. Agora, fazemos tudo aqui. Com o Patah, tudo melhorou no Sindicato”, afirma Maria Lucinalva.

A auxiliar administrativa Liliane Christina da Silva, 31 anos, aproveitou e fez sua primeira mamografia. “É moderno, organizado, de Primeiro Mundo.A aparelhagem e o atendimentosão ótimos. É tudo 100%”, elogia.Ela concorda que a centralização do atendimento no Ambulatório facilita muito a vida das pacientes. “Eu vim aqui para uma consulta com o dermatologistae aproveitei pra fazera mamografia e não perderdois dias de trabalho. Já fiz tudode uma vez. Foi ótimo”, afirma Liliane. “Hoje, não preciso mais ir pra lá e pra cá e gastar mais com condução. É muito melhor

fazer todos os exames aqui. O atendimento é excelente”, concorda a vendedora Inez Palermo Robles, 72 anos.

geral ficam no terceiro andar. Em breve, os usuários terão acesso também a ecocardiograma. Neste mesmo andar funciona o setor vascular. “É muito utilizado pelas comerciárias, que trabalham mui-

to tempo de pé”, diz Adriano.

fISIoTeRAPIAO quarto pavi-

mento, que passa por reforma, abriga-rá o setor de fisiote-

rapia, que atualmente funciona no oitavo andar, ao lado do De-partamento Administrativo.

Já o quinto conta com a grande novidade do Ambulatório: o Lorad

M-IV, um moderno equipamento para exames de mamografia. “O resultado do exame fica pronto em minutos. Em seguida, a pa-ciente já é atendida pela equipe médica. Em caso de problemas, a punção é feita na hora e o ma-terial coletado vai para avaliação. O resultado sai em uma semana”, detalha Vasconcellos.

No sexto andar funcionam pe-diatria, urologia, clínica geral, reu-matologia, neurologia e nefrologia. Já no sétimo estão odontologia, or-todontia, próteses, cirurgias bucais e clínica geral.

O subsolo do prédio tem es-tacionamento (gratuito), com espaço para 60 veículos.

Liliane já fez o seu exame

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social18

transporte grátis do metrÔ ao ambulatório» ACESSO fACILITADO

Desde março deste ano,os usuários do Ambulatório Médico e Odontológico, na Vila Clementino, contam com transporte gratuito, que parte da rua Tenente Gomes Ribeiro, 88,ao lado da estação Santa Cruzdo Metrô. Vale destacar que,a pé, da estação do Metrôao Ambulatório, o paciente leva

Para muitos brasileiros, cuidar da saúde bucal é um privilégio de poucos, pois ainda é muito caro. Mas nosso Sindicato atua há tempos nessa área, assegurando

o acesso do comerciário e seus dependentes a tratamento odon-tológico de qualidade.

As clínicas oferecem serviços em diversas especialidades, como clínica geral, próteses, ortodontia, odontopediatria, endontia (canal), raios X dentários.

mATeRIAL De PRImeIRAJane Mark Araújo Brito, 27

anos, atendente, é sócia do Sindi-cato há quatro anos. Desde então usa os serviços odontológicos. E garante: “O atendimento e os ma-teriais usados são ótimos. Aqui é bem melhor do que muita clínica particular que já conheci”.

Além de tratamento odonto-lógico, ela resolveu fazer também

» Saúde bucal comtudo de primeira

cerca de 25 minutos. O transporteé oferecido das 7h30 às 18h45,às segundas, quartas, quintase sextas. Às terças, o horárioé das 11h às 16h30, em funçãodo rodízio de veículos.Por enquanto, apenas um veículo transporta cerca de 500 pacientes por mês. O Sindicato irá disponibilizar mais um veículo

para esse serviço e já solicitouà SPTrans um ponto de paradaao lado da estação do Metrô.Com a autorização, dois veículos farão o trajeto de ida e volta.A ideia também é trocar a kombi por vans, maiores e ainda mais confortáveis e seguras. Para usar o serviço é só apresentara Carteirinha de sócio do Sindicato.

tratamento ortodôntico. “Colo-quei o aparelho aqui e faço a ma-nutenção. Estou bem satisfeita.”

Outra que diz estar plenamen-Crianças, como Caio Henrique, também têm atenção especial

Page 19: Revista Trabalho Social 2010

19Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

transporte grátis do metrÔ ao ambulatório

» ServiçoAmbuLATÓRIo méDICoRua Dr. Diogo de faria, 967.Telefone 2142.3350.

DePARTAmeNTooDoNToLÓgICoNa sede, nas oito subsedesdo Sindicato e no Ambulatório.Telefone 2121.5900.

CARêNCIASAtendimento imediato - Clínica geral, ginecologia e pediatria (atendimento gratuito para o associado; dependentes pagam uma taxa de consulta).6 meses - Dentistas.12 meses - Análises clínicas, fisioterapia, eletrocardiograma, teste ergométrico, eletroencefalograma, ultrassonografia, audiometria, exames oftalmológicos, raios X dentários, médicos especialistas, pequenas cirurgias, radiografia médica, lavagem otológica (ouvido), imobilizações ortopédicas e cauterizações.Após 12 meses - Dermatologia, cardiologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, reumatologia, ortopedia, neurologia, psiquiatria, proctologia, mastologia, angiologia (vascular), endocrinologia, alergologia, gastroenterologia, pneumologia e urologia.Atenção - Para as especialidades acima, será cobrada uma taxa por consulta, com direito a retorno em até 30 dias sem custo.

te satisfeita com os dentistas do Sindicato é a vendedora Maria de Fátima Soares da Silva, 51 anos: “O atendimento é maravilhoso.

É a segunda vez que faço trata-mento aqui na clínica. E é sempre ótimo. Sem dúvida, é um dos melhores serviços odontológicos que já conheci”.

Os elogios são unânimes. “O tratamento é de ótima qualidade. Só material de primeira e os pro-fissionais são muito bons”, avalia o vendedor Luiz Carlos Bertan, 58 anos, que confessou ter medo da dor provocada pela picada das agulhas das injeções de anestesia.

Bertan completa: “Mas aqui os pacientes ficam tranquilos. O astral é muito bom. Fazia muito tempo que eu não tomava anes-tesia. Mas nem senti. São ótimos profissionais”.

SATISfAÇÃO - “Aqui é bem melhor do que muita clínica particular que já conheci”, diz Jane

Page 20: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social20

campopraia

Lazer na

no

» COLÔNIA E CLUBE

e

COLÔNIA DE fÉRIAS - São 125 apartamentos à sua disposição

Page 21: Revista Trabalho Social 2010

21Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Poucos Sindicatos no Brasil possuem uma estrutura de lazer tão completa como a que nós oferecemos aos comerciários e seus familiares. Lazer é direito, é saúde, é qualidade de vida.Utilize nossa Colônia de Férias e o Clube de Campo

Lazer é direito do trabalhador. Além de fazer bem para a saúde, o descanso é garanti do por lei a todo trabalhador.

Mas, infelizmente, por conta da correria diária e do custo fi nancei-ro, o trabalhador muitas vezes não consegue ter acesso a esse direito como deveria.

Para mudar esse cenário, o

Sindicato disponibiliza à família comerciária a Colônia de Férias, na Praia Grande, e o Clube de Campo, em Coti a. Ou seja, des-canso no campo ou na praia com diversas opções de lazer, além de segurança e conforto.

PRAIA gRANDe A Colônia de Férias do Sindi-

cato, na Praia Grande, Baixada Santi sta, fi ca a um quarteirão da praia.

As acomodações são amplas e contam com 125 apartamentos, incluindo suítes. Os quartos pos-suem banheiro privati vo, interfo-ne, TV e frigobar. A maioria com sacadas. O associado pode desfru-tar de piscinas (adulto e infanti l),

CLUBE DE CAMPO - São 200 mil metros quadrados de muito verde

Page 22: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social22

playground, quadra poliespor-tiva e de bocha e salão de jogos. O restaurante oferece um delicioso café da manhã e refeições self--service, com cardápio variado no almoço e no jantar.

O salão de festas, com vista

» Quem usa aprova: conforto, segurança e ótima infraestrutura

Conforto, segurança, comodi-dade, ótima infraestrutura, locali-zação e preços atrativos. Essas são algumas das qualidades da Colônia de Férias do Sindicato, na Praia Grande, destacadas tanto por usu-ários de primeira viagem quanto por assíduos frequentadores, como a aposentada Ruth Campos Guzzi, 73 anos, esposa do comerciário Antonio Carlos de Souza.

Tem TuDo“Costumamos ir bem cedinho

no sábado e voltar no domingo. Pra mim, a Colônia é ótima. Tem tudo o que precisamos para rela-xar e curtir um final de semana de verdade. Pode pôr na revista que eu amo a Colônia”, brinca Ruth.

Ela aponta a segurança e os preços como dois dos aspectos positivos. “Os preços são ótimos. Tem estacionamento e segurança 24 horas. E pagamos muito pouco pra guardar o carro. O preço da di-ária também é ótimo”, enfatiza ela. “Mesmo com frio aqui é gostoso.

Tem muita coisa pra se fazer. Pra mim, não tem passeio melhor. E olha que conheço a Bahia, Forta-leza... No Carnaval teve um baile ótimo [na Colônia], tem hidrogi-nástica, tem bingo. E todo mundo que vai fala a mesma linguagem. Sempre descansamos e nos diver-timos muito”, afirma Ruth.

Já o montador de móveis Mai-kon Martins Pereira, 26 anos, conheceu a Colônia no início de junho. E valeu a pena, diz ele. “Ficamos seis dias lá. É tudo muito bom, sossegado. O ambiente é bem agradável. A piscina é ótima, os quartos são muito bons, limpos e organizados”, avalia. Ele foi com a esposa e a filha.

Segundo ele, os preços facili-tam o acesso do comerciário. “É tranquilo. É claro que quanto mais barato melhor. Mas a estrutura é ótima. Tem outros lugares nem tão bons e muito mais caros”, diz.

Outro que foi pela primeira vez à Colônia é o auxiliar de vendas Cle-milson Dias Rios. Ficou apenas dois

panorâmica, tem capacidade para cerca de 200 pessoas. A Colônia de Férias possui, ainda, auditório com capacidade para 400 acomo-dações, que pode ser usado para eventos, palestras, formaturas e convenções.

dias, num final de semana, em maio. E aprovou: “O quarto é bem baca-na, a piscina é maravilhosa, tudo é perto, nem precisei tirar o carro do estacionamento. A segurança é dez. Gostei muito de tudo”.

Além de piscinas adulto e infantil, a Colônia possui ampla

infraestrutura para atender a família comerciária

Crianças têm espaço garantido no playground

Page 23: Revista Trabalho Social 2010

23Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

» Ar puro e muito verde a poucos minutos da Capital

Localizado em Cotia, a 20 minu-tos do Centro, o Clube de Campo do Sindicato conta com 200 mil metros quadrados de área verde,

lago para pesca e com pedalinhos.

No total, 78 quios-ques com churrasquei-ras ficam à disposição da família comerciária. Os quiosques - todos cobertos - têm ampla churrasqueira, uma grande mesa e banco de concreto.

Os chalés são compostos por um ou dois dormitórios, sala com lareira, banheiro privativo e cozi-nha com fogão e frigobar. Campo oficial de futebol e de bocha, qua-dras, ginásio poliesportivo, duas piscinas, capela ecumênica, dois restaurantes e estacionamento

para 400 veículos completam a estrutura do local.

Para usar as piscinas, é neces-sário fazer o exame médico, no Clube, mediante o pagamento de uma taxa simbólica.

Sócio do Sindicato há dois anos, o vendedor Marcos Roberto Lotério Gomes, 29 anos, é frequentador assíduo do Clube de Campo. Para ele, um dia ou um final de semana no Clube é uma “terapia”.

SÓ RELAXMarcos Roberto afirma: “Gosto

muito de toda a estrutura, prin-cipalmente das piscinas. Quando vamos ao Clube, a semana de tra-balho fica muito melhor. Tudo fica mais tranquilo, porque tiramos todo o estresse. Aqui, é só relax”.

Enquanto pescava no lago, toda sua família curtia o almoço, com direi

Marcos Robertoé sócio do Sindicato e frequentador assíduo

do Clube, em Cotia. Ele afirma: “Aqui é só relax”

Restaurante dispõe de cardápio variado e com sabor de comida caseira

Page 24: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social24

Francisco das Chagas,que frequenta o Clube com a família,enfatiza: “É muito bom acordar no meiodesse verde, ouvindo os passarinhos cantando”

» ServiçoCoLôNIA De féRIASAvenida guilhermina, 240,Praia grande (SP).Reservas na sede e subsedes.Telefone 2121.5967.

CLube De CAmPoestrada do morro grande, 3.000, coti a (SP).Reservas na sede e subsedes.Telefone 2121.5967.

to a churrasco, em um dos 78 quiosques. “Sempre vem a família toda. É bem sossegado”, conclui Marcos.

Já o gerente Luiz Antônio Cons--tanti no, 57 anos, foi com a es-posa apenas pra curti r algumas horas em um domingo.

AR Sem PoLuIÇãoO casal saiu de Guarulhos para

aproveitar a bela paisagem e tomar um sorvete. “Moro muito longe da-qui: em Guarulhos. Mesmo assim, venho curti r porque é bom demais. Adoro esse verde. É um sossego total”, diz Luiz. Sua esposa, Nice da Silva, concorda: “É muito bom respirar um ar sem aquela poluição da cidade grande”.

Francisco das Chagas da Silva Santos, 33 anos, também costuma levar a família ao Clube: “Venho direto. Desta vez, não ficamos para dormir. Mas adoro os cha-lés. Quando dá, a gente vem pra

passar o fi nal de semana. É mui-to bom acordar no meio desse verde, ouvindo os passarinhos cantando”. Sua esposa, Eliete Muniz, 34 anos, afirma: “Nem parece que a gente está tão perto de São Paulo”.

O casal, Moisés Leite Barbosa, 36 anos, e Sandra Regina de Jesus Barbosa, 31 anos, fi cou encanta-do com a estrutura oferecida no Clube. “É maravilhoso”, resume Sandra. “E é bem pertinho de

São Paulo. Bem fácil de chegar”, completa Moisés Leite.

Há poucas semanas, Olívio Fran-cisco da Cruz, 40 anos, que não é comerciário, resolveu ficar sócio do Clube. Apesar do pouco tempo como associado, já curtiu com a família dois fi nais de semana em um dos chalés do Clube. “Aqui, tudo é muito bom. Acordar rodeado por esse verde todo é revigorante, ma-ravilhoso”, afi rma Olívio.

CHURRASCO - 78 quiosques com churrasqueira, bancadade concreto e cobertos

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25Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat) propiciaqualifi cação profi ssional e retorno ao mercado de trabalho

Desti nado aos trabalhadores que buscam uma vaga no merca-do, funciona no térreo da sede do Sindicato o Centro de Atendimen-to ao Trabalhador (Ceat).

Com atendimento de segunda a sexta, das 8 às 17 horas, o Ceat oferece orientação ou qualifi cação profi ssional e recolocação no mer-

» RETORNO AO MERCADO DE TRABALHO

aos desempregadosApoio e qualifi cação

cado de trabalho. Por mês mais de duas mil pessoas são atendidas.

CARTeIRA ASSINADAGilvamberto Rodrigues, 23

anos, estava sem emprego há um ano e dois meses. Vivia de “bicos”. Em fevereiro, foi chamado pela Dicico para trabalhar como repo-

sitor. Ele conquistou um emprego formal, com benefícios como cesta básica, assistência médica e odontológica, e a tranquilidade de contar com uma renda men-sal fi xa. “Eu não ti nha segurança nenhuma, nada de benefício. E quando vivemos de bico não temos garanti as, como

INSCRITO - Luiz Carlos Martins se inscreveu para um dos cursos do Ceat

Page 26: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social26

a Previdência, em caso de do-ença ou acidente”, diz Rodrigues, que conseguiu o emprego logo na primeira vez que usou os serviços do Ceat.

“Nunca tinha ido lá. Foi uma ami-ga da minha esposa que comentou. Fiz o cadastro, fui chamado para a seleção, passei e estou aqui, traba-lhando”, conta ele.

eSPoSA feLIZA esposa de Rodrigues, Tamara

de Souza Oliveira, 27 anos, tam-bém aprova. Ela lembra que já foi chamada para mais de cinco entrevistas. E chegou a recusar propostas de trabalho por causa do horário. “Tem horários que não dão para mim”, explica.

Mesmo depois do emprego conquistado, os atendentes do Ceat mantêm contato. “Ligaram duas ve-zes pra saber se estava tudo bem e se a empresa registrou direitinho”, elogia Rodrigues.

Viviane Gomes de Almeida, 25

anos, é outra que está feliz com o novo emprego. Depois de oito meses desempregada, ela agora é operadora de telemarketing da Atento graças ao Ceat.

“Estava complicado pagar as contas. Eu e meu marido sem-pre dividimos tudo. Meu marido trabalha, mas precisou se sacrificar e arrumar bico pra conseguirmos manter as coisas. Agora, tudo vai entrar nos eixos de novo. A gente vai pagar tudo o que deve”, diz ela.

Rita de Cássia de Sena, 19 anos, vê no Ceat a chance de conseguir seu primeiro emprego. “Esse ser-viço é muito bom porque também abre as portas para quem não tem experiência”, define.

Segundo ela, o serviço é de pri-meira qualidade: “O atendimento

é ótimo. É rápido, fácil, tranquilo”. Rita já foi chamada para concor-rer a uma vaga de atendente de telemarketing.

Kelly Cristina da Silva, 35 anos, destaca a seriedade do Ceat: “Hoje em dia é arriscado procurar emprego por anúncio. Não dá pra saber se a empresa é séria. Aqui é garantido, porque tem o respaldo do Sindicato”.

Já Luiz Carlos Martins, 34 anos, estava à procura de um novo em-prego e aproveitou pra inscrever--se nos cursos oferecidos pelo Ceat. “Fiquei muito interessado pelos cursos de Design de Vitrines e Gerente de Supermercados. Já estou inscrito”, comemora.

Para ele, o Ceat ajuda até no bolso do trabalhador: “Não preci-samos ficar rodando pela cidade atrás de emprego. E nem todo de-sempregado tem condições de gas-tar com condução. É bom ter acesso às vagas de forma centralizada”.

SeguRo-DeSemPRegoAlém de encaminhamento

para vagas no mercado de tra-balho e promoção de cursos de qualificação e palestras gra-tuitas, o Ceat também agiliza o processo de pedido de seguro--desemprego.

» ServiçocEAT - uNIDADe CARDeAL Dom CLÁuDIo HummeSRua formosa, 409, térreo, Vale do Anhangabaú. Telefone 4119.3794.mande seu currículo para [email protected]

Rita de Cássia,de 19 anos, conquistou o primeiro emprego por meio do Ceat.“Esse serviço é muito bom”, diz

Page 27: Revista Trabalho Social 2010

27Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Graças a parcerias firmadas pelo Sindicato,sócios e dependentes têm descontos de até70% em cursos superiores e de qualificação

Pesquisa feita pelo Sindicato e Dieese apontou que 89,2% dos comerciários sonham completar os estudos e 80,7% querem cursar ou concluir o ensino superior.

Mas bancar um colégio ou uma faculdade, além das despesas pes-soais, não é fácil. Infelizmente, o fator financeiro é o principal obs-táculo para o acesso dos interes-sados na conclusão dos estudos

Comerciários chegam à

universidade

que potencializem a realização profissional.

No campo sindical e político, temos pressionado os governantes a promover a qualificação e a pro-fissionalização da juventude, pois sem isso não haverá crescimento efetivo do País.

Na ação cidadã, temos convê-nio com mais de 109 instituições de ensino, garantindo descontos

de até 70% nas mensalidades. As opções não se restringem à graduação tradicional. As par-cerias também oferecem cursos de Tecnologia, além de Ensino à Distância (EAD) com duração de um ano e meio a dois anos.

Alex Ferreira Quaresma, 28 anos, é aluno do último ano do curso Sistema de Informação da Universidade Ibirapuera. Ele é

Alex Ferreira,de blusa cinza, cursa o último ano de Sistema de Informaçãona Universidade Ibirapuera

ACESSO À EDUCAÇÃO »

Page 28: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social28

dependente da gerente admi-nistrativa Darci Ferreira Pereira, sócia há seis anos do Sindicato. “O desconto é muito bom. Meu filho é pai solteiro. Então, com a economia que fazemos, podemos pagar a escolinha do meu neto”, conta Darci.

eCoNomIA De R$ 10 mIL“O desconto é uma ‘mão na

roda’. No final do mês dá pra

pagar a escola e ajudar mais na alimentação. Se for pôr no papel o que economizei nesses quatro anos de faculdade, dá um valor significa-tivo”, avalia Alex.

Fizemos a conta: o valor integral da mensalidade do Alex é de cerca de R$ 700,00. Com os descontos, cai para R$ 483,00. Ou seja, eco-nomia mensal de R$ 217,00. Se o valor for multiplicado pelos 12 meses do ano, ficam na conta da

família mais R$ 2.604,00. E se este último valor for multiplicado por quatro, que é a duração do curso universitário, a economia ultrapassa os R$ 10 mil.

foLgA No oRÇAmeNToA esposa de Antônio Carlos

Fontenele dos Santos, 45 anos, Valéria Conceição Fontenele, 33 anos, é outra dependente beneficiada. Ela cursa Pedagogia

Page 29: Revista Trabalho Social 2010

29Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

» ServiçoDeSCoNTo NAS meNSALIDADeSPara obter o desconto, o comerciário associado ao Sindicato deve ir até a sede ou às subsedes da entidade e apresentar os seguintes documentos: Carteirinha de sócio (estar com a mensalidade de sócio em dia); comprovante de matrícula; CPf e Rg. Telefone 2111.1851.

na Uniradial. Com a economia mensal seu orçamento cresce. “Com o dinheiro que sobra coloco combustível no carro e pago ou-tras despesas da faculdade onde estudo”, diz Valéria.

Além dos convênios com as universidades, o Sindicato tam-bém fechou parcerias que ga-rantem desconto em colégios, escolas técnicas, cursos profissio-nalizantes e de línguas.

O filho de Alex, Luis Felippe Ferreira Quaresma, 8 anos, é aluno de escola particular, com ensino de qualidade. Ele também

desfruta dos descontos propicia-dos pelo Sindicato, garantindo mais economia para o bolso da família Quaresma.

Page 30: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social30

A prioridade do Sindicato é garantir segurançano trabalho. Porém, quando o acidente acontece,a pessoa recebe atendimento e assistência

Em março de 2009, o instalador de acessórios da concessionária Ford da Frei Caneca, Reinaldo Ta-deu Luiz, 31 anos, foi mais uma das milhares de vítimas de acidentes de trabalho no Brasil. Ele escorre-gou na escada molhada pela água da chuva. Na queda, rompeu o menisco e os ligamentos cruza-dos do joelho esquerdo. Hoje, com o apoio do Departamento de Assistência Social e Previdência do Sindicato, Luiz está licenciado, recebendo o salário por intermé-dio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Ele conta que a concessionária Ford o demitiu logo após o aci-dente. “Trabalhava mancando, me arrastando. Minha perna nem dobrava nem esticava. Mas eu ia trabalhar mesmo assim porque

» ASSISTÊNCIA SOCIAL E PREVIDÊNCIA

fiquei com medo de ser manda-do embora. Mas não adiantou. Fui demitido do mesmo jeito”, lembra ele.

PARCeIRoSPorém, logo após os exames

médicos, a empresa foi obrigada a recontratá-lo. “Foi uma baita saca-nagem o que a concessionária Ford fez comigo. Mas tiveram de me colocar no quadro de funcionários de novo.”

Luiz está afastado há um ano. “Estou recebendo pela Previdência graças ao Sindicato, que foi fora de série. Nunca fui tão bem atendido na minha vida. Me tranquilizaram muito e garantiram que fariam tudo o que estivesse ao alcance para me ajudar. São muito parceiros.”

História parecida viveu o aju-

dante geral Rubens Viana Bento, 53 anos. Em junho de 2009, ele sofreu um acidente após tentar segurar uma pesada bobina de plástico em uma loja da Vila Dilva: “Fui subir pra trocar a bobina na máquina. Mas é muito pesada. Escorreguei e caí. Machuquei o

atendido na vida”“Nunca fui tão bem

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31Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

ombro e as costas. Deu até rom-pimento de tendão”.

VALe A PeNAMesmo após o acidente, ele

continuou no trabalho naquele dia. Mas, com fortes dores, foi ao médico no dia seguinte. “O

médico pediu afastamento na hora”, recorda Bento. A empresa da qual ele é funcionário não emi-tiu a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), documento exigido por lei e que garante ao trabalhador o acesso a direitos, como recebimento de salário por meio do INSS enquanto o afasta-mento prevalecer.

“Mas passei pelo médico do trabalho do Sindicato. Levei os

exames. Ele viu que eu não tinha condições de voltar ao trabalho e emitiu a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Se não fosse o Sindicato, provavelmente eu já teria sido demitido e estaria por aí jogado às traças. Deus me deu a chance de me associar ao Sindicato. E vale a pena. Nessas horas de aperto sabemos quem realmente está do nosso lado”, finaliza Bento.

Reinaldo Tadeufoi readmitido após açãodo Sindicato que garantiu seus direitos

» Apoio e orientação fortalecem luta contra acidentes e doenças

Carregar caixas pesadas, sem qualquer equipamento de apoio, em uma loja na Lapa era rotina no dia a dia de trabalho da vendedo-ra Edleusa Maria da Silva, 49 anos. “O patrão escolhia as mais fortes pra isso”, afirma Edleusa. Mas não eram só as caixas que pesavam. A carga horária também. Mais de 12 horas por dia no batente. Resultado: fortes dores na coluna.

“Adoeci por causa do trabalho. Comecei a sentir dor quando subia as escadas. Procurei um médico no Hospital Sorocabana. O médico pediu os exames. E também procu-rei a médica do Sindicato, doutora Roberta Barros. Chegaram à con-clusão que não posso trabalhar porque não dá para pegar peso nem ficar muito em pé ou muito tempo sentada. Minha coluna está comprometida”, afirma ela, que já

» ServiçoDePARTAmeNTo De ASSISTêNCIA SoCIALe PReVIDêNCIARua formosa, 409,Vale do Anhangabaú.Telefone 2111.1833.

está afastada do trabalho há quase cinco anos.

“O Sindicato me ajudou em tudo. Primeiro foi a médica, ex-celente. Na hora, quando viu o que eu tinha, me encaminhou para a ortopedista, que pediu os exames. O atendimento foi muito bom. Além de ter médico bom, há os atendentes que são muito bons e atenciosos também”, frisa Edleusa.

Page 32: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social32

CasaSonho do trabalhador realizado pelo Sindicato Comerciários moram em condomíniofechado, com toda infraestrutura

própria

Morar e morar bem. Esse devia ser um direito de todos, na práti ca. Mas não é. Por isso, o Sindicato criou em 1995 a Cooperativa Habitacional dos Comerciários, a fi m de facilitar o acesso à casa própria. Desde então, 236 famílias foram benefi ciadas pelos imóveis construídos a parti r de 1996.

São 236 apartamentos distri-buídos em dois condomínios com

sete prédios de oito andares cada, quatro dos quais no condomínio Rubens Romano (144 unidades) e os outros três no Salvador Astone (92 unidades), em Itaquera, Zona Leste de São Paulo.

Os apartamentos têm 50 me-tros quadrados de área úti l, dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, além de uma vaga na garagem. Os condôminos

» CONJUNTO HABITACIONAL DO SINDICATO

CONDOMÍNIO COMERCIáRIO236 famílias conquistaramo sonho da casa própria

Page 33: Revista Trabalho Social 2010

33Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Sullivan Pinheirodestaca: “Hoje estou morando no que é meu. Foi a chance da nossa vida”

contam com quadra poliesportiva, playground, churrasqueira coleti-va e salão de festa.

O montador de móveis Sulli-van Pinheiro Fandinho da Silva, 35 anos, que financiou o aparta-mento 13, no bloco 1, do Salva-

dor Astone, ficou surpreso com as condições: “Eram tão boas que até descon-fiamos. Era muito bom pra ser verdade. Mas hoje moro no que é meu. Foi a chance da nossa vida”, diz Sullivan.

Ele, sua esposa, Leidjane Pessoa de Souza, 33 anos, e o único filho, Dorian de Souza Silva, 12 anos, moram no local desde 2008. “An-tes, morávamos de favor nos fun-dos da casa dos pais dela. E não tem jeito. Quem casa quer casa”, ressalta Sullivan. “Não tínhamos nenhuma chance de comprar um imóvel. Mas o financiamento foi superfacilitado”, lembra ele.

“Aqui é ótimo. É bem tranquilo”, completa Leidjane.

O casal já havia levado um golpe de uma outra cooperativa. Pagaram a entrada e começaram a pagar as mensalidades. Depois, nem sinal da cooperativa e do dinheiro. “Mas aqui não. Quan-do vi que o negócio era ligado ao Sindicato, confiamos. Com o Sindicato, sabíamos que era um negócio com credibilidade”, afir-ma Sullivan.

Há 10 anos no apartamento 23 do bloco IV, no condomínio Rubens

APARTAMENTOS DE 50 m2

São dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço

Page 34: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social34

Romano, a telefonista Maria Francisca dos Santos, 54 anos, lembra: “Ficamos sabendo pelos panfletos. Liguei na cooperativa e confirmaram. Era tão bom o ne-gócio que foi difícil de acreditar. Preço ótimo e condições de finan-ciamento muito boas”. “Somos a quinta família a se mudar pra cá. Gosto de tudo aqui. A estrutura é ótima”, elogia a filha do casal, Fa-bíola Luciana dos Santos, 17 anos.

Para o marido de Francisca, o motorista Nilson Luís dos Santos, 52 anos, a distância entre o con-domínio e a estação do Metrô é um dos aspectos positivos. “Faci-lita muito”, resume ele.

CoNfIANÇA NA eNTRegAJá o vendedor Elias Jorge da Silva,

47 anos, que vive com a família no apartamento 82, no bloco 1, do con-

domínio Rubens Romano, destaca a segurança: “É o principal aqui. Saí-mos de casa sossegados. Viajamos sem preocupação. Nós podemos ficar três, quatro dias fora, com a certeza de que tudo vai estar em ordem quando a gente voltar”.

Elias e família moram no local há mais de sete anos. “Quando ca-samos, já estávamos com o apar-tamento montado. Foi ótimo”, diz a esposa, Vera Lúcia Bahú, 40 anos.

“Quando li no jornal do Sindi-cato sobre a construção e venda dos imóveis, me informei. Disse-ram que estava no projeto. Mas fui adiante. Fiquei estimulado e tranquilo porque era o Sindicato que estava no comando do ne-gócio. Eu sabia que era sério”, ressalta o comerciário Elias.

» ServiçoCooPeRATIVA HAbITACIoNALDoS ComeRCIÁRIoSRua formosa, 409, 9º andar. Vale do Anhangabaú.Telefone 2111.1845. Tire suas dúvidas pelo [email protected]

Para Elias, o Sindicato foi a garantia de que o negócio era sério

Família SantosNilson Luís dos Santos, a esposa Maria Francisca e a filha Fabíola, moradores do condomínio Rubens Romano

Page 35: Revista Trabalho Social 2010

35Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

DEPARTAMENTO JURÍDICO »

Equipe especializadapara informar eorientar o trabalhador

Sindicato atuante na garantia de direitos

Cristi ane Vieira de Sá, 29 anos, gerente de RH, recebeu uma proposta de R$ 4 mil da empresa onde trabalhava para quitar as verbas rescisórias. O objeti vo do empregador era pôr fi m à ação trabalhista que tramitava na Jus-ti ça. Cristi ane considerou o valor muito abaixo do que a empresa

devia e recusou. Com o apoio do Departamento Jurídico do Sindi-cato, seguiu com a ação. Resulta-do: causa ganha e R$ 42.923,00 no bolso, já considerados os descontos. O valor total da ação foi de R$ 51.930,00.

“O Sindicato foi muito ati vo, dando retornos constantes, tanto

por e-mail quanto por telefone. Nas audiências, sempre esti veram presentes, oferecendo todo o su-porte possível e necessário”, afi rma Cristi ane. Ela destaca a seriedade da assistência: “Todos foram mui-to éti cos durante o processo. Não tenho nada para reclamar”.

ASSISTêNCIAMas o Sindicato não oferece só

assistência trabalhista. O Departa-mento Jurídico atua até em ações de família, como o caso de Tati ane Masetti de Almeida Santos, 28 anos. O ex-marido foi à Justi ça para dimi-nuir o valor da pensão alimentí cia do seu fi lho, de seis anos.

Queria baixar de R$ 480,00 para pouco mais de R$ 200,00. “Ele pediu que o percentual de cálculo

Atendimento na sedee em todas as subsedes

Comerciária tem orientação jurídica necessária para garantir seus direitos

Page 36: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social36

» ServiçoDePARTAmeNTo juRÍDICoCausas Trabalhistas, Previdência e Família.Atendimento na sedee subsedes do Sindicato.Telefone 2111.1805.

sobre seus rendimentos fosse reduzido dos 33 para 20%. Graças a Deus, com o apoio do Sindicato, conseguimos fechar nos 28% mais o plano de saúde do meu filho”, comemora Tatiane. Ela elogia: “Foi tudo muito rápido e eficiente. Se não fosse o Jurídico do Sindicato, o valor teria sido reduzido muito. O atendimento é ótimo”.

CASo mAPPINOutra grande vitória do Depar-

tamento Jurídico do Sindicato teve repercussão nacional. Na Justiça, os funcionários que trabalhavam nas lojas Mappin, durante o de-

creto da falência, no final dos anos 1990, conseguiram receber suas verbas rescisórias. Não antes sem uma boa dose de luta.

Maria de Lourdes Alves Silva, 50 anos, trabalhou no Mappin du-rante 23 anos, entre 1976 e 1999. Ela foi uma das beneficiadas pelo apoio do Sindicato. Além de ter conseguido receber o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que estava bloqueado, Lourdes recebeu mais R$ 17 mil de verbas rescisórias.

“Não teríamos conseguido isso se não fosse o Sindicato. Foi fundamental a intervenção

do Jurídico. O Patah também se envolveu diretamente. Enfim, tivemos todo o apoio. Sem isso, não sei o que teria acontecido. Talvez, estaríamos sem receber um centavo até hoje”, diz Maria de Lourdes.

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37Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

NÚCLEO DOS APOSENTADOS »

Aposentados têm Departamento exclusivo que orienta lutase ações cidadãs

A Terceira Idade ocupa um papel social cada vez mais impor-tante na vida nacional. Em nosso Sindicato quem organiza e mobili-za esses companheiros é o Núcleo dos Aposentados na luta por mais direitos e aposentadoria digna.

Além disso, o Departamento dispõe de manicure, barbeiro, sala de leitura, snooker e ou-tros atrativos. O associado do Sindicato que está próximo de aposentar-se pode fazer o pro-cesso nos terminais instalados na sede, ingressando na hora com

pedido de aposentadoria. Quem solicita aposentadoria conta com inteira assistência, ou seja, desde as primeiras orientações, como os documentos necessários, até encaminhamento ao INSS. E tudo grátis!

Sócio do Sindicato há mais de 50 anos (desde 1958), Nestor Pe-reira de França, 78 anos, costuma

Atuação que dignifica a

Terceira Idade

frequentar o Núcleo dos Aposen-tados. As reuniões acontecem todas as terças e sextas-feiras, no 6º andar da sede do Sindicato, no Anhangabaú.

Nestor gosta de jogar snooker, na mesa oficial instalada no local: “Faz muito bem pra cabeça essa descontração”. Ele destaca outras opções de lazer: “Acompanhei o crescimento da entidade, desde o início. Hoje, temos muita coisa boa, como o Clube e a Colônia de Férias”.

» ServiçoNÚCLeo DoS APoSeNTADoSSede do SindicatoRua formosa, 409, 6º andar, bloco A. Telefone 2111.1756.

Mobilização dos aposentados por dignidade no atendimento do INSS

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social38

Projeto é uma parceria vitoriosa de nossoSindicato com entidade sindical italiana

Amor e carinho com a

infância

» PONTE BRASILITáLIA

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39Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

A Associação Ponte Brasilitália (APB) é resultado de nossa parce-ria com o Sindicato dos Aposen-tados da Itália (UIL Pensionati) e Associazione Deger Anzione (ADA) em benefício de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos da

Vila Dalva (Rio Pequeno). O projeto começou em 1992 pelas mãos da irmã Maria Crepaldi, da Congrega-ção das Irmãzinhas da Assunção, em conjunto com Ricardo Patah, Rubens Romano, Edson Ramos e Antônio Duarte pelo Sindicato e,

pela Itália, Silvano Miniatti, Gio-vani Tevesio, Elena Marini, Fabio Porta, Romano Bellissima e Guido Moretti.

Iniciamos com 25 crianças. E hoje temos 300 crianças e adolescentes beneficiados.

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social40

pais falam que estou bem melhor. E minhas notas melhoraram bas-tante na escola”.

Pamella Costa dos Santos, 12 anos, afirma que hoje gosta até de matemática, matéria que, em regra, provoca repulsa em grande parte dos alunos. Ela conta: “Aqui eu aprendo a desenvolver meu racio-cínio, aprendo a pensar. E também sabemos a hora de brincar e a hora de estudar. Isso ajuda muito”.

Outro que diz ter aprendido a ser disciplinado e a gostar de matemática é Getúlio Douglas dos Santos Moreira, 8 anos. “Não converso mais durante as aulas. Melhorei bastante. Mas posso falar a verdade? Gosto muito de brincar e de matemática”, conta ele. Ao fazer 17 anos, o jovem passa a ser multiplicador do saber adquirido. Tem ainda oportunida-de de cursar faculdade, por meio

ariadny: “aqui é muito legal”

» ACESSO fACILITADO

Educação e cidadania. Estas são as palavras chaves da Associação Ponte Brasilitália. As crianças têm prazer em aprender e desenvolvem a criatividadecom atividades lúdicas, aulasde música e artesanato. Ariadny Marcolino da Silva, 10 anos, está há três na Associação.Ela conta o que mudou neste tempo: “Quando eu não estava aqui, eu tinha nota vermelha. Agora, tenho nota azul. Aqui aprendo bem mais. É muito bom quando temos uma matéria na escola e vemos aqui de novo. Reforça o aprendizado.Aqui é muito legal”.

A entidade funcionava, no início, em uma casa. Hoje, um pré-dio com completa infraestrutura atende crianças e adolescentes. As crianças têm aula de reforço escolar de português, inglês, italiano, violino, violão, dança, oficina de pintura em papel, artesanato, informática, coral, capoeira e circo escola.

A sede possui amplo espaço para capoeira e dança, refeitório, biblioteca com 2 mil livros, terraço com arquibancada e local para apresentações, mais uma completa oficina de costura para qualificação das mães. Além de infraestrutura ao projeto, nosso Sindicato oferece assistência médica e odontológica às crianças. “Hoje nosso sonho é uma realidade e as crianças são a principal razão de ser”, diz o diretor Rubens Romano.

Roberta Cristina da Silva Lima, 10 anos, concorda: “As atividades me ajudaram a aprender melhor

as lições”.Já Cláudio Silva de França

Junior destaca a mudança de comportamento: “Eu bagun-

çava demais. Agora, fico mais quieto, presto atenção. Meus

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41Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

de bolsas que a Associação obtém em universidades da Capital. Ma-ria Marineide Furtado Leite, 61

anos, mãe de um ex-aluno da Associação, confirma os óti-

mos resultados. Seu filho, Paulo Henrique Leite de

Medeiros, 23 anos, que foi beneficiado

pela Ponte Brasilitália, dos oito aos 16 anos, hoje é aluno univer-sitário.

Paulo cursa Publicidade na Uni-versidade São Judas. “Ele recebeu muita orientação aqui, inclusive psicológica. Todos chegam com dificuldades na escola e melhoram muito. E não sou eu que digo isso.

Todas as mães sentem e comentam isso”, afirma Marineide.

“A gente percebe uma dife-rença muito grande no comporta-mento. Aqui, as crianças aprendem a respeitar as regras. Tem mães que chegam a chorar quando per-cebem que o filho, que já estava na 4ª série e não sabia ler, em dois meses de Associação já está lendo”, testemunha Neusa Lopes Severino, coordenadora social da Ponte Brasilitália.

» ServiçoASSoCIAÇãoPoNTe bRASILITÁLIARua Tasseli ugo, 310, Vila Dalva, Rio Pequeno.Telefone 3761.5115.

Além do reforço escolar,as crianças têm aulas de informática, inglês, italiano e atividades esportivas

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social42

Moradores emsituação de RuaSindicato promove Campanha do Agasalho,Natal Solidário e contrata ex-moradores

Ele era casado, pai de dois filhos e trabalhava pra sustentar a família. Até que, em 1987, An-tonio Carlos Araújo, 49 anos, re-cebeu a notícia que marcaria, para sempre, sua vida. Sua esposa, que tinha problemas cardíacos, mor-reu. Foi o estopim para o início de uma rotina de consumo de bebida e de cocaína. Perdeu o emprego, bens e a dignidade. Sem trabalho, sem dinheiro e envolvido com drogas, foi parar nas ruas, onde ficou entre 1996 e 2004.

» APOIO A QUEM MAIS PRECISA

Ao contrário de Araújo, Jovenil Ribeiro, 42 anos, que diz estar há dois anos e meio nas ruas, conta que não sofreu qualquer impacto emocional que o tenha levado a essa condição. Natural de Terra Roxa, Paraná, decidiu, aos 26 anos, sair em busca de aventura. “Era funcionário público no Para-ná. Mas nunca fui muito ligado à família, que é toda de lá. Já morava sozinho. Estava cansado da rotina. Nunca gostei de regras. Resolvi vir pra São Paulo”, detalha Ribeiro.

O que os dois têm em comum? No primeiro momento, o vício em álcool e drogas, que arruinou suas vidas. Depois, envolvimento com as lutas sociais, muitas das quais lideradas ou apoiadas pelo Sindicato, que devolveu aos dois o ânimo para resgatar a cidadania e a dignidade.

Hoje, Araújo trabalha em defe-sa e pela inclusão dos moradores em situação de rua com a Pastoral da Rua da Igreja Nossa Senhora do Bom Parto. “Faço um trabalho

Homens sÃo 86% da populaÇÃo de rua em sÃo paulo

» CENSO DA CAPITAL

Recente pesquisa feitapela Prefeitura de São Pauloaponta que, em seis anos, maisde três mil pessoas passarama morar na rua. De acordocom levantamento feito

pela Fipe (Fundação Institutode Pesquisas Econômicas), em 2003, o número de moradoresde rua era de 10.399; em 2009,esse número subiu para 13.666 moradores, um aumento de 31%.

Os homens representam 86%da população que vive nas ruasda Capital paulista. Eles possuem em média 40 anos.A grande maioria (74%) declara utilizar álcool ou drogas.

Moradores emsituação de Rua

A geração de emprego paraos excluídos tem apoio

firme do Sindicato

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43Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

socioeducati vo na Comunidade São Marti nho de Lima. Pra gente, o Sindicato é parceiro da luta. Quando temos um apoio desse por-te, ganhamos muito em consciência. Mais vale ter consciência de que é possível conquistar uma vida me-lhor do que ganhar um lanche, um almoço. A consciência muda nosso desti no”, enfati za Araújo.

Já Ribeiro diz que saiu das ruas após o contato com o movimento sindical. Hoje, costuma pagar para

pernoitar em pensões: “Muitas ações do Sindicato nos ajudam, fortalecem nossos protestos. O Sindicato e a UGT (União Geral dos Trabalhadores) têm sido muito importantes pra ajudar a resolver os problemas dos mora-dores de rua”.

SoLIDARIeDADeO Sindicato sempre procurou

apoiar o movimento de inclusão dessas pessoas. Em 2004, poucos dias após os assassinatos de mo-radores de rua nas madrugadas de 19 e 22 de agosto daquele ano, que deixaram sete mortos, o Sindicato desenvolveu um amplo trabalho social. Em parceria com o Movi-mento Nacional da População de Rua, o Sindicato tem parti cipado ati vamente das ações por dignida-de e cidadania, cedendo carro de som, confeccionando faixas e car-tazes, fornecendo lanches, entre outras formas de apoio material.

Realizamos também a cam-panha Natal Solidário. Em 2009, arrecadamos dois mil brinquedos,

Antonio Carlos Araújo

foi morador de rua e hoje atua na inclusão de pessoas

nessa situação: “Mais vale ter consciência de que é

possível conquistar uma vida melhor do que ganhar um

lanche, um almoço.A consciência muda

nosso destino”

que foram distribuídos a crianças do Jardim Guarani, Associação da Vila Santa Terezinha (favela do Carumbé), Casa Maria Maria (Be-lém) e Casa Marta Maria (Jardim Peri). Esta ação recebeu menção honrosa do presidente Lula, dia 23 de dezembro de 2009, durante evento na Quadra dos Bancários.

Ex-morador de rua, hoje funcio-nário do Sindicato e um dos coor-denadores do Movimento Nacional da População de Rua, Anderson Lopes Miranda, 34 anos, defende a união como forma de transfor-mação social. Ele prega: “Sozinhos, damos murro em ponta de faca. Unidos, podemos transformar a sociedade e devolver a dignidade e a cidadania a milhares de brasi-leiros em situação de rua”.

» ServiçoASSISTêNCIA SoCIALSaiba mais sobre osprojetos e como contribuir. Telefone 2111.1864.

A geração de emprego paraos excluídos tem apoio

firme do Sindicato

Arrecadamos também roupas e sapatos

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social44

» MULHER COMVIDA

Promover a participaçãoplena da mulher na sociedadee assegurar seus direitos.Esses são os objetivos do Solidariedade Mulher Comvida,que oferece serviços de cidadania, saúde e belezaa milhares de mulheres

Resgatando a

cidadaniada mulher

Em 2009, Nilza Cristina Marques, moradora em

situação de rua, foi uma das milhares de mulheres beneficiadas pelo evento

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45Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Quando a diretoria do Sindicato começou a apoiar movimentos em defesa e por inclusão de moradores em situação de rua, em 2004, per-cebeu que as mulheres precisavam de atenção diferenciada. Foi então que começou a surgir a ideia de criar o programa Solidariedade Mulher Comvida, cuja pri-meira edição aconteceu em 2009. A segunda foi este ano. Milhares já foram beneficia-das e conseguiram pôr um fim ao ciclo da falta de emprego, moradia e dignidade. O even-to também foi incluído no calendário oficial da cidade de São Paulo por meio da Lei 15.104, de 6 de janeiro de 2010, de autoria do vereador Antonio Goulart.

É o caso de Fátima Cristina de Oliveira, 46 anos. Ela foi uma das

beneficiadas pela primeira edição do programa. Até então ela mo-rava num abrigo para mulheres, na avenida Celso Garcia, na Zona Leste, estava desempregada e sem perspectivas de uma vida nova.

TuDo muDou“Fiquei nesse abrigo durante

um ano. Morei em outros lugares, mas nunca deu certo, e morei na rua. Precisava de ajuda. Não tinha a menor ideia de onde poderia con-seguir uma mão. Foi quando fiquei sabendo do Solidariedade Mulher Comvida. Participei e conheci al-

Evento que acontece sempre dia 8 de Marçoreúne centenas de mulheres, que transformam o Vale do Anhangabaú numa imensa praça de cidadania

Page 46: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social46

gumas pessoas do Sindicato. Tudo começou a mudar, pra melhor”, lembra Fátima.

Com o apoio e a orientação do Sindicato, Fátima conquistou alguns benefícios: “Consegui o auxílio-aluguel do governo. Eles agilizaram o processo pra mim. Com os R$ 300,00 mensais, pago

meu aluguel. Hoje, moro na minha casa, com a minha filha. Sempre foi meu sonho sair do abrigo. E ficar junto da minha filha”.

Fátima também conseguiu tra-balho. Hoje, ela presta serviço para a Companhia de Engenharia de Tráfe-go (CET). O contrato com a empresa é até dezembro. Mas ela diz que já

há grandes chances de renovação. “É que a CET quer renovar o con-trato. Naquela região tem muito atropelamento”, ressalta.

DIgNIDADe“É uma sensação muito boa ter

meu canto pra morar, trabalhar, ter uma vida normal”, resume Fátima.

A jovem Ana Paula Aparecido, 21 anos, também foi uma das be-neficiadas. Quando ela conheceu o Programa, perambulava pelas ruas da cidade, grávida de oito meses. Quando o bebê nasceu, foi obrigada a abrir mão da guarda por falta de condições de criá-lo. Hoje, ela tem emprego, casa pra morar e o apoio do Sindicato - inclusive jurídico - a fim de reconquistar a guarda da filha.

“Graças ao Sindicato, consegui meu primeiro emprego. Nunca tinha trabalhado. Não sou mais discriminada. Ter trabalho e casa para morar é uma sensação de vitó-ria”, conta Ana Paula, cuja história é parecida com a de milhares de pessoas em situação de rua.

ReALIDADe ComumAna Paula conheceu a mãe so-

mente aos 15 anos. “Ela está presa há 21 anos”, conta ela, que diz ter duas irmãs, uma de 23 e outra de 27 anos, que não conhece. Ana Paula afirma que reconquistou a perspectiva de poder lutar por um futuro digno por meio do Solida-riedade Mulher Comvida. “Hoje, me sinto uma pessoa normal”, completa.

» ServiçoSoLIDARIeDADe muLHeR ComVIDARua formosa, 409. Telefone 2111.1844.

Fátima Cristinade Oliveirafoi uma das beneficiadas pela primeira edição do programa. Hoje, ela tem casa e presta serviços para a CET

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47Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

Prevenção e apoio na

superação do vício

José Carlos de Oliveira é um ex-dependente químico. Ele está “limpo” há 25 anos. Hoje, é o res-ponsável pelas palestras de apoio ao combate à dependência quí-mica. A atividade é desenvolvida pelo Sindicato desde 2002 e já beneficiou milhares de pessoas.

José Carlos destaca: “Quando conseguimos resgatar um depen-dente comemoramos como uma grande vitória”. Segundo ele, tão importante quanto apoiar o dependente a interromper o uso

das drogas é conseguir a partici-pação da família no tratamento. “Nesses casos, todos da família são afetados, de um jeito ou de outro. E o dependente, muitas vezes, manipula a família. Por isso, é fun-damental que todos se envolvam no processo”, explica o palestrante.

DoeNÇAOutro ponto importante é saber

que não existe cura para a depen-dência química. “É uma doença sem cura. O que existem são formas

DROGAS E áLCOOL »

Apoiar e orientar o dependente e estimular sua família são as fórmulas de sucesso praticadas pelo Sindicato

de controle. Ter essa consciência é fundamental para evitar a volta ao consumo. Só assim dá pra se obter resultados positivos”, ele diz.

As palestras de combate à dependência química, tanto para usuários de drogas quanto para seus familiares, são promovidas pelo Departamento de Forma-ção, Esporte, Cultura e Lazer do Sindicato. As palestras e ações, gratuitas, são voltadas para todos, inclusive não-comerciários.

No desenvolvimento dessas ati-vidades do Departamento, o Sindi-cato conta também com o trabalho de assistentes sociais. “Damos todo o suporte aos interessados”, afirma José Carlos.

DePARTAmeNTo De foRmAÇão, eSPoRTe, CuLTuRA e LAZeRRua formosa, 409, 3º andar.Telefone 2111.1869.

» Serviço

Diretor Cabral, à direita, coordena as atividades do setor

Page 48: Revista Trabalho Social 2010

Comerciários de São Paulo - Trabalho Social48

A comunicação com a categoria é uma estrada de duas mãos: o Sin-dicato fala com o comerciário e tam-bém ouve o comerciário. Pedimos a você, trabalhador no comércio, que se comunique com o Sindicato, faça propostas e exponha suas ideias ou mesmo suas críticas.

VOZ COMERCIÁRIATemos veículos impressos e

online, além de programas de rádio e televisão. Dos impressos destacam-se o jornal Voz Comer-ciária (200 mil exemplares men-sais) e a revista trimestral Voz Comerciária (70 mil exemplares). Publicamos ainda o Voz Comerciá-ria - Especial Supermercados (100 mil exemplares mensais).

O Sindicato também divulga ações e informações por meio de cartilhas (como as das Con-venções Coletivas), calendários, folhetos, boletins e releases (enviados para toda a imprensa).

CARROs dE sOMHá, ainda, as faixas (geral-

mente usadas em protestos e em eventos festivos e come-morativos) e os “pirulitos” (em protestos e campanhas, como a salarial).

O Sindicato dispõe de um

caminhão de som, para mani-

festações maiores, e de equi-pamento acústico móvel para locais menores.

Na internet, disponibilizamos o site www.comerciarios.org.br, com informações completas e atualiza-das e espaço para o trabalhador opi-nar. Atento às inovações, especial-mente às dinâmicas redes sociais, o Sindicato está também no Twitter: twitter.com/comerciariossp.

O presidente Ricardo Patah man-tém contato direto, por meio do Twitter (twitter.com/ricardopatah) e via blog (blogdopatah.blogspot.com).

RÁdIO E TVPatah também apresenta o pro-

grama Ideias em Debate, que trata de temas como saúde, economia, direito, comportamento e meio am-biente. O programa é transmitido na TV Aberta (canal 9 da Net ou 72 da TVA), às segundas, das 10 às 11 horas; às terças, à 1 hora, às 11 horas e às 13 horas; às quartas, às 8h30; às quintas, às 21 horas; às sextas, às 10 horas e às 20 horas; e aos domingos, às 18h30.

No rádio, o Sindicato tem parti-cipações nos programas Figueiredo Júnior, às quartas, das 10 às 11 horas, na rádio Trianon (AM 740 KHz), e no Bom Dia Companheiro, às quintas, das 6h30 às 7 horas, na rádio Terra (AM 1.330 KHz).

Page 49: Revista Trabalho Social 2010

49Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

O chefe de seção Alex Santana Alves, 30 anos, e os vendedores Henrique Guedes da Silva, 22 anos, Marcos da Silveira Sobral, 43 anos, e Agnaldo Fernandes Soares, 46 anos, são só quatro dos muitos casos de sócios do Sindicato be-nefi ciados pelas ações promovidas pelo Departamento de Formação, Esporte, Cultura e Lazer.

Alex e Henrique são jogadores de futsal. Atuam pelo ti me do Sin-dicato e falam, com orgulho, dos bons resultados da equipe. “Temos tudo o que precisamos pra desen-volver nossas atividades. Jogar futsal é muito prazeroso pra mim”, afi rma Alex.

Henrique concorda: “O Sindicato nos dá todo o respaldo para prati car

Ações desenvolvidas pelo Sindicato promovema prática de esportes e garantem o acessoda categoria comerciária à cultura e ao lazer

vencedoresfutsal. Essa iniciati va de investi r em esporte é muito legal. Ganhamos bem-estar e mantemos nossa saúde em dia”.

Marcos e Agnaldo são mara-tonistas. Eles também elogiam a estrutura. “Não nos falta nada pra correr. Temos de tudo”, conta Marcos. “Na corrida do Pão de Açúcar [no Rio de Janeiro], teve até massagista”, brinca Agnaldo.

AuLAS De mÚSICAO diretor Antonio Evanildo

Cabral afi rma que, além de es-timular a prática de esportes,

o Departamento realiza outras ações, como aulas de inglês, violão, teclado, cavaquinho e neurolinguísti ca.

De tempos em tempos, os comerciários participam, ainda, de outras competi ções, como bas-quete, vôlei, natação e atleti smo. Em breve, avisa Cabral, os sócios também terão acesso a aulas de te-atro, pintura, artes e canto. “Esporte é vida. Não tenho a menor dúvida de que são muitos os benefí cios, prin-cipalmente em termos de saúde. E as ati vidades na área de formação e cultura são muito importantes para o desenvolvimento de todos”, ressalta o diretor.

um time de ESPORTE E CULTURA »

DePARTAmeNTo De foRmAÇão, eSPoRTe, CuLTuRA e LAZeRRua formosa, 409.Telefone 2121.5941.

» Serviço

Henrique e Alexsão do time de futsaldo Sindicato

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Comerciários de São Paulo - Trabalho Social50

» endereços e telefones úteiso Sindicato tem ampliado sua presença e atuação na cidade. Por isso e para facilitar

o acesso aos serviços e benefícios, nossos associados contam com oito subsedes: São Miguel, Tatuapé, Bom Retiro, Santana, Santo Amaro, Pinheiros, Lapa e Higienópolis. Os pontos de apoio estão estruturados para oferecer assistência jurídica, médica e odontológica. Homologações e reservas para a Colônia de férias, na Praia grande, e o clube de campo, em cotia, também podem ser feitas nas subsedes.

SeDeRua Formosa, 409, Anhangabaú, Centro. Telefone 2121.5900. [email protected]

DIReToRIA Do [email protected]

ATeNDImeNTo Ao SÓCIoTelefone 2121.5925. [email protected]

DeNuNCIe IRReguLARIDADeSTelefone [email protected]

ATeNDImeNTo juRÍDICoTelefone [email protected]

DePARTAmeNTo De SAÚDee SeguRANÇATelefone [email protected]

SeCReTARIA DA DIVeRSIDADeTelefone [email protected]

ouVIDoRIA Do SINDICAToTelefone [email protected]

SeToR De APoSeNTADoRIATelefone [email protected]

DePARTAmeNTo De ImPReNSATelefone [email protected]

SubSeDeS

Pinheiros - Rua Dep. Lacerda Franco, 125. Telefone [email protected]

Tatuapé - Rua Dr. Raul da Rocha Medeiros, 72. Telefone [email protected]

Higienópolis - Temporariamente indisponível, devido à reforma do Shopping Higienópolis.

Lapa - Rua 12 de outubro, 385, 4º andar, conjuntos 41 e 42, e 6º andar, conjunto 62. Telefones 2131.9900 e [email protected]

Santo Amaro - Rua Coronel Luís Barroso, 102 e 106. Telefones 2162.1700 e [email protected]

Santana - Rua Voluntários da Pátria, 1.961, 4º andar, conjuntos 401 e 402. Telefone [email protected]

São miguel - Rua Arlindo Colaço, 162. Telefone [email protected]

bom Retiro - Rua José Paulino, 586, 5º andar, salas 53 e 54. Telefones 3221.1518 e [email protected]

AmbuLATÓRIo méDICoe oDoNToLÓgICoSYLVIo De VASCoNCeLLoSRua Dr. Diogo de Faria, 967. Vila Clementino. Telefone 2142.3350. [email protected]

CLube De CAmPoEstrada do Morro Grande, 3.000, Cotia. Telefones 4616.2876e [email protected]

CoLôNIA De féRIASAvenida Guilhermina, 240, Praia Grande, São Paulo.Telefone (13) 3474.2310. [email protected]

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51Comerciários de São Paulo - Trabalho Social

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