48
Ano 14 n 0 148 out2011 www.teletime.com.br ENTREVISTA Presidente da Algar Telecom fala do desafio de ser ao mesmo tempo incumbent e operadora competitiva EVENTO Governo e empresas mostram as cartas na Futurecom e debatem de espectro a neutralidade das redes SUPLEMENTO ESPECIAL MOBILIDADE > > > >

Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

Citation preview

Page 1: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

A n o 1 4 • n 0 1 4 8 • o u t 2 0 1 1 w w w . t e l e t i m e . c o m . b r

ENTREVISTAPresidente da Algar Telecom fala dodesafio de ser ao mesmo tempo incumbent e operadora competitiva

EVENTOGoverno e empresas mostram

as cartas na Futurecom e debatem de espectro a neutralidade das redes

suplemento especial

mobilidade

>>>>

Page 2: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

Untitled-1 1 01/09/2011 17:25:34

Page 3: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

out_2011 TeleTime 3

As perspectivas de crescimento do setor de telecomunicações para este ano e para o próximo são ani-madoras. Um bom termômetro é a indústria de equipamentos, que

detectou no primeiro semestre um nível de inves-timentos 21% superior ao mesmo período de 2010, considerado um ano péssimo. Esse rea-quecimento é bom, mas ainda não é ótimo, visto que as operadoras ainda estão em um nível de investimento em rede inferior a 2008.

A perspectiva, por um lado, é positiva. As principais consolidações que poderiam acontecer no setor (BrT/Oi e Vivo/Telefônica) já passaram e as empresas envolvidas começam a sair do estágio de “digestão” para entrar no período de expansão. Tanto que a Oi já sinalizou investimentos maiores para o próximo ano e a Telefônica buscou uma capitalização junto ao BNDES para o mesmo fim. Some-se a isso o apetite da GVT e da TIM, e a força da Embratel/Net, que agora definitivamente conso-lidadas deverão ser ainda mais agressivas, e o cenário de expansão é positivo.

O problema, contudo, vem de fora. É sabi-do que os resultados das operadoras aqui no Brasil estão fazendo toda a diferença para as matrizes no exterior. Telefônica, Portugal Telecom (controladora da Oi) e TIM não escon-dem a importância que o Brasil tem em seus resultados mundiais, assim como a América Móvil (controladora da Embratel, Claro e Net) e Vivendi (controladora da GVT) têm o Brasil como uma posição estratégica. Este ano, con-tudo, as remessas de lucros das empresas de telecomunicações ao exterior já superam a marca de US$ 1,5 bilhão, segundo dados do Banco Central levantados pelo jornal Valor Econômico. Isso é 50% a mais do que no mesmo período do ano passado, provavelmente porque, com a retração das economias na Europa, os recursos vindos das subsidiárias ao redor do mundo tornaram-se mais indispensáveis.

Só que esse movimento, perfeitamente legal e aceitável do ponto de vista empresarial, acon-tece justamente em um momento em que as operadoras no Brasil têm a necessidade de grandes investimentos. Não só por conta dos eventos esportivos ou das políticas públicas, mas porque já passa da hora de o Brasil reno-var a sua infraestrutura de telecomunicações. As deficiências de redes de transporte e backhaul, o reduzido número de ERBs em com-paração com outros países, a falta de redes de

banda larga em alta capacidade para acesso residencial, sobretudo fora dos grandes centros, são problemas que a própria indústria aponta como críticos. E cabe a ela fazer os investimen-tos necessários para dotar os consumidores de serviços de qualidade mundial. Não dá mais para ter no Brasil algo que está dois ou três anos atrás dos níveis de preços e qualidade pratica-dos em mercados desenvolvidos.

A má notícia é que as empresas vão ter que trabalhar sozinhas nisso se quiserem atender a essa demanda dos seus consumidores. Não se deve esperar grandes ajudas adicionais do gover-no, que deve entrar em um ciclo de contenção de despesas nos próximos dois anos, e os governos estaduais, que poderiam fazer a grande diferença se reduzissem o ICMS dos serviços, certamente não vão se mexer por isso. E tudo isso acontece em um momento em que, queiram as empresas ou não, a atuação reguladora tende a ser mais intensa, porque a banda larga se tornou essencial na vida das pessoas e não se pode esperar que o governo se abstenha de interferir nesse mercado. É um cenário complexo, mas uma coisa é certa: o Brasil é tão importante para os grandes grupos de telecomunicações aqui presentes que deixar de fazer os investimentos necessários será matar a galinha dos ovos de ouro no futuro. Da parte do governo, ele não pode e não deve deixar de regu-lar esse novo cenário, mas não pode atrapalhar.

É com grande orgulho que a Converge Comunicações lança este mês o MOBIlE TIME (www.mobiletime.com.br), sua nova publicação online voltada para o mercado de mobilidade (ver matéria nesta edição). Há vários anos que tratamos desse tema em profundidade na revis-ta e nos nossos eventos Tela Viva Móvel e Mobile Plus, ambos pioneiros em trazer infor-mações sobre serviços de valor adicionado, tecnologias, aplicativos, plataformas móveis e estratégias para o mundo móvel. Mas esse mer-cado deixou de ser exclusivo da área de teleco-municações e hoje permeia o dia-a-dia das empresas de Internet, grandes corporações, governos, agências de publicidade, empresas de conteúdo e, é claro, a vida dos usuários. Por isso decidimos oferecer à nossa já significativa comunidade de cerca de 60 mil leitores que acompanham o tema de mobilidade pela TElETIME e em nossos eventos um espaço exclusivo e inovador, onde certamente agrega-remos novos leitores e parceiros. Aproveitem.

Bom, mas não pode estragar

.:Editorial Samuel Possebonsamuca@con ver ge com.com.br

Instituto Verificador de Circulação

Presidente Rubens Glasberg

diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos

Samuel Possebon (Brasília)

diretor Comercial Manoel Fernandez

diretor Financeiro Otavio Jardanovski

EditorSamuel Possebon

Editora adjunta e Editora de Projetos Especiais

Letícia Cordeiro

Editor de Mobilidade Fernando Paiva

redação Daniel Machado, Wilian Miron,

Helton Posseti (Brasília), Alexandro Cruz, Jaqueline Carvalho,

Marcelo Vieira e Victo Hugo (Colaboradores)

Consultor Especial Cláudio Dascal

arte Edmur Cason (Direção de Arte);

Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica);

Débora Harue Torigoe (Assistente); Alexandre Barros (Colaborador); Bárbara Cason (Colaboradora)

departamento Comercial Ivaneti Longo (Assistente)

inscrições e assinaturas Gislaine Gaspar (Gerente)

Circulação Patricia Brandão (Gerente)

Marketing Harumi Ishihara (Diretora)

Gisella Gimenez (Assistente)

administração Vilma Pereira (Gerente)

tElEtiME é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603

CEP: 01243-001 - Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910 - São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 Bloco D, sala 424 – Torre B - Centro

Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 - Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista

Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é per-mitida a reprodução total ou parcial das matérias

publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

CENtral dE aSSiNaturaS 0800 0145022 das 9 às 19 horas

de segunda a sexta-feira

internet www.teletime.com.br

E-mail [email protected]

rEdaÇÃo (11) 3138-4600

E-mail [email protected]

PuBliCidadE (11) 3214-3747

E-mail [email protected]

FOTO

: AR

Qu

IVO

Page 4: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

4 TeleTime out_2011

w w w . t e l e t i m e . c o m . b r148

Número

Ano 14 | Out11

6

2015

10

Editorial 3 | PoNto & CoNtraPoNto 26

6

12

15

18

20

22

10

CaPa: CLIPAREA L Custom mEdIA / NAtA-LIA / shuttERstoCk / EdItoRIA dE ARtE CoNvERgE

CaPaEducação na telaSetor começa a integrar dispositivos móveis com metodologias pedagógicas. Tablets e smartphones são usados no ensino básico, universidades e preparação para concursos públicos.

NovidadEMobile TimeConverge lança portal dedicado ao segmento de aplicações, conteúdos e dispositivos móveis. M-commerce, m-banking, m-marketing, m-learning e outros temas de mobilidade serão abordados.

ENtrEviStaEntre dois mundosO diretor-presidente da Algar Telecom, Divino Sebastião de Sousa, diz como pretende dobrar o faturamento da operadora mineira nos próximos cinco anos.

ESPECial MoBilidadE

CorPoraÇõESA ascenção da produtividade

iNFraEStruturaPavimentação do acesso ainda preocupa

SEguraNÇaTão essencial quanto a bateria

SiStEMaS oPEraCioNaiSQuem quer assumir a liderança?

CuStoMizaÇÃoAplicativos rurais

MarkEtiNgDisputa por pacotesMercado de banda larga móvel sofre aquecimento e passa a ser o novo front de batalha das operadoras, que redobram a atenção com pacotes de serviços e melhorias das redes.

rEgulaMENtaÇÃoDe olho nas regrasAo contrário do esperado, mudança no Artigo 86 da lGT faz com que concessionárias concentrem ativos fora da concessão a fim de evitar a reversibilidade e o compartilhamento de ganhos.

tv Por aSSiNaturaInjeção de ânimoNovo marco legal para a TV paga enche de otimismo as operadoras, que anunciam planos e investimentos em redes.

EvENtoTomada de posiçãoFuturecom mais uma vez vira palanque das operadoras e do governo, que expõem suas diferenças em relação a temas como 2,5 GHz, 700 MHz e neutralidade de rede.

12

Page 5: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

DIAS 6 E 7 DE OUTUBRO DE 2011 RIO OTHON PALACE HOTEL

C o p a c a b a n a , R i o d e J a n e i r o , R J

PARA PATROCINAR(11) 3138.4623 [email protected]

INFORMAÇÕES0800 77 15 028

[email protected]

Temos um encontro

marcado em Copacabana.

Sempre renovado e relevante, o Congresso Latino-Americano Satélites 2011, discutirá importantes assuntos do setor, como: • Papel do satélite na universalização da banda larga.• O crescimento explosivo do DTH.• A entrada de grandes indústrias brasileiras

no segmento aeroespacial• Novas aplicações em comunicações marítimas, meteorologia,

imagem, sensoriamento remoto.

A reunião de toda indústria de satélites da América Latina.

PromoçãoParceiro de Mídia Realização

Patrocínio BronzePatrocínio Platinum Patrocínio Silver

Patrocínio VIP

Page 6: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

6 TeleTime out_2011

Por muito tempo, o celular foi visto como um inimigo das salas de aula. É comum os professores mandarem os alunos desligarem os apare-

lhos durante as classes. Em alguns colégios, os terminais são retidos e devolvidos apenas ao final do dia. Agora, o setor de educação começa a fazer as pazes com a tecnologia e aprende a usá-la como sua aliada. Dispositivos móveis, como celulares e tablets, estão sendo integrados aos projetos pedagógicos de colégios, cen-tros universitários e cursos de língua Brasil afora. Além de despertarem um maior interesse dos estudantes pelas aulas, as iniciativas proporcionam uma economia em impressões e visibi-lidade de marca para as instituições que largaram na frente.

Há quatro anos, as escolas da rede SEB COC no estado de São Paulo ado-taram netbooks nas salas de aula do ensino fundamental e do ensino médio. Este ano começou a substituição para tablets, a pedido dos próprios estu-dantes. Três mil unidades foram dis-tribuídas a alunos do primeiro ano do ensino médio. “Estamos trabalhando mais próximos da linguagem dos estu-dantes, que são nativos digitais. E o professor atinge com mais facilidade um número maior de alunos. Já perce-bemos que as notas melhoraram ao longo desses quatro anos”, relata o gerente pedagógico de tecnologia do grupo SEB COC, Adriano Polido. Houve também uma redução de problemas de disciplina.

O conteúdo didático embarcado nos tablets usados pelo SEB COC foi desenvolvido pela editora Pearson Brasil. “Não se trata de uma mera transposição do material impresso para PDF. A linguagem tem que ser diferente. O processo de ensino deixa de ser linear. No digital, o aprendizado é feito por múltiplos caminhos”, expli-ca o diretor de mídias digitais da Pearson Brasil, Tadeu Terra. Os pro-

fessores receberam treinamento espe-cial para lidar com a nova ferramenta.

Além do conteúdo didático em for-mato multimídia, com a inclusão de vídeos, jogos e links externos, o aplica-tivo instalado nos tablets dos alunos permite a realização de exercícios. Entretanto, o material impresso e o caderno pautado não foram abando-nados. Segundo as fontes, existe uma pressão dos pais para que essa substi-

tuição não aconteça tão rapidamente. Na opinião de Terra, da Pearson, seria necessária uma mudança cultural na cabeça dos pais para que isso aconte-cesse. O mais provável é que a substi-tuição definitiva do impresso ocorra apenas na geração dos filhos dos nati-vos digitais, prevê o executivo.

Outra questão delicada é sobre o uso do tablet fora da sala de aula. Cabe a cada escola decidir se o apare-

Fernando Paiva, do Rio de [email protected]

Aprendizado em movimentoDo ensino básico às universidades, cursos de língua e preparatórios para concursos públicos, setor de educação começa a integrar metodologias pedagógicas aos dispositivos móveis.

.:CaPa

CLIP

AREA

L C

usto

m m

EdIA

/ N

AtA-

LIA

/ shu

ttER

stoC

k

Page 7: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

out_2011 TeleTime 7

nesse primeiro ano de ado-ção da nova tecnologia o grupo deixará de imprimir 6 milhões de páginas. Em cinco anos, com a expansão do projeto para todos os 240 mil alunos da Estácio, esti-ma-se que 240 milhões de páginas deixarão de ser impressas por ano. O merca-do de cópias ilegais também é afetado. Pelo direito de incluir trechos de livros em

suas apostilas digitais, a Estácio fir-mou um acordo com a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR).

Cursos de ensino superior à distân-cia também aderiram à novidade. O Uniseb Interativo entregou 15 mil tablets para os estudantes que se matricularam neste segundo semestre em qualquer um dos seus 145 pólos de ensino. No seu caso, porém, optou-se por continuar enviando paralelamente o material impresso. “Nossos alunos

têm entre 25 e 40 anos de idade. Não são nativos digitais. Para não causar um choque grande, decidimos traba-lhar com três mídias: web, tablet e impresso. A substituição das apostilas impressas deve acontecer apenas em 2012”, justifica o pró-reitor do Uniseb Interativo, Jeferson Fagundes. O mate-rial didático foi todo digitalizado. Contudo, por exigência do MEC, os alunos seguem obrigados a compare-cer pelo menos uma vez por semana a um pólo de ensino onde assistem à transmissão de aulas em vídeo e reali-zam as provas. No ano que vem, quan-do o Uniseb Interativo pretende entre-gar 20 mil tablets a seus estudantes,

será incluído acesso a pod-casts de aulas e vídeos de correções de provas.

A aposta no uso de tablets é tão grande que o grupo SEB COC, dono do Uniseb Interativo, cogita a possibilidade de montar por conta própria o produto no Brasil, importando compo-nentes da China. O objetivo seria atender sua demanda

dante para o ingresso no mercado de trabalho. “Focamos em empregabili-dade. Nossos alunos daqui a quatro anos terão o conheci-mento dessa tecnologia, saberão usar essa ferramenta”, comenta Pedro Graça, diretor de marketing do Estácio, grupo de universidades privadas que distribuiu neste segundo semestre 5,5 mil tablets para estudantes de Direito, Hotelaria e Gastronomia. O aparelho é entregue em regime de comodato: após a graduação, fica com o estudan-te. Se largar o curso antes, precisa devolvê-lo. Foi embarcado um aplica-tivo com todo o conteúdo didático do semestre. A cada novo período na

faculdade, o aluno precisa atualizar o conteúdo. O aplicativo permite ao estudante tomar notas das aulas no próprio tablet. Em uma segunda etapa, serão adicionadas ferramentas para compartilhamento dessas anotações. Assim, será possível trocá-las com professores e com alunos de outras unidades da faculdade. Os estudantes também poderão marcar aqueles comentários que consideram melho-res, tal como o botão “curtir” do Facebook. “A troca de anotações de aula por meio eletrônico será uma revolução. Ninguém usa isso para estudo ainda”, comenta Graça.

No caso da Estácio, os tablets estão substituindo totalmente as apostilas impressas, o que gera uma economia para a instituição. Calcula-se que

lho pode ser levado para casa ou não. No caso da SEB COC, o aluno pode levá-lo para casa e é esti-mulado a fazer tarefas nele. A instalação de apli-cativos de terceiros é per-mitida pela configuração do terminal, um Archos de 10 polega-das com Android 2.2 e sem 3G. As escolas do grupo são dotadas de rede Wi-Fi com acesso bloqueado a sites inapropriados. “Hoje as crianças utili-zam essa tecnologia como muitos adultos não o fazem. Qualquer restri-ção, se houver, deve ser refletida em suas razões e consequências”, comen-ta Mírian Zippin, professora de peda-gogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O mercado de conteúdo didático digital para escolas está despertando o interesse de diversas editoras. Além da Pearson, a Abril Educação aposta nesse filão. A empresa, dona das edi-toras Ática e Scipione, além dos siste-mas de ensino Anglo e pH, concluiu este ano o desenvolvimento da APIS, uma coleção de e-books multimídia para o curso de todas as disciplinas do primeiro ao quinto ano do ensino fun-damental, pronta para funcionar em tablets Android e iPads. “Repensamos o formato do conteúdo. Incluímos vídeos, animações e até infográficos de revistas da editora Abril”, relata a diretora de tecnologia da Abril Educação, Ana Teresa Ralston. A cole-ção está sendo apresentada a escolas particulares de todo o Brasil.

Existe grande expectativa do mer-cado editorial quanto à adoção de conteúdo didático em formato digital pelo Ministério da Educação (MEC). O governo federal é hoje o maior com-prador de livros didáticos do Brasil, adquirindo algumas dezenas de milhões de exemplares por ano. A pre-visão é de que o edital do MEC para 2014 abra espaço para mídias digitais.

Ensino superiorSe nas escolas a adoção dos tablets

funciona como um atrativo a mais para as crianças prestarem atenção nas aulas, nas universidades o objetivo é outro. No ensino superior, o contato com essa tecnologia é visto como uma preparação do estu-

hÁ grande expectativa do mercado editorial quanto à adoção de conteúdo didÁtico em formato digital pelo mec. o governo federal é o maior comprador de livros didÁticos do Brasil.

Foto

s: d

IvuL

gAçã

o

“o processo de ensino deixa de ser linear. no digital, o aprendizado é

feito por múltiplos caminhos”Tadeu Terra, da Pearson Brasil

“construímos uma plataforma de aprendizagem para curtos espaços

de tempo e acesso em telas pequenas”Rocio del Campo, da La-Mark

Page 8: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

8 TeleTime out_2011

.:CaPainterna e, eventualmente, tornar-se um fornecedor de tablets com conteúdo didá-tico para o setor público.

Inglês, Enem e concursos públicosTablets são produtos

ainda caros para o bolso de muitos brasileiros. As expe-riências de educação móvel usando esses aparelhos no País envolvem, em geral, instituições privadas de ensino, em que o preço do tablet está embutido parcelado nas mensalidades pagas pelos estudantes. Para projetos de m-learning (mobile learning) atingirem um público maior, é preciso usar dispositivos móveis mais populares, ou pelo menos ferramentas acessíveis por eles, como mensagens de texto e portais de voz. Esse foi o caminho escolhido pela empresa la-Mark, que criou um curso de inglês e espanhol para celular, o Kantoo, usado hoje por 4,5 milhões de pessoas no mundo, sendo cerca de 3 milhões somente no Brasil, onde é oferecido com exclusividade para assinantes da Vivo. “Montamos um dream team mul-tidisciplinar com gente de áreas como pedagogia e linguística, que construiu uma plataforma de aprendizagem para curtos espaços de tempo e acesso em telas pequenas”, relata a CEO da la-Mark para América latina, Rocio Del Campo.

A versão para SMS, batiza-da de Kantoo for All, visa aper-feiçoar o vocabulário e a gra-mática em inglês de pessoas

que já tenham um conhecimento básico ou intermediário da língua. Mediante pagamento de uma assinatura semanal, os estudantes recebem lições e exercícios por mensagem de texto. Quem quiser praticar a compreensão e a fala, pode experimentar o Kantoo Voz: pagando outra assinatura semanal, acessa um portal de voz no qual escuta episódios de uma audionovela produzida com finali-dades educacionais e que inclui pausas para exercícios de pronúncia. Há tam-bém versões para acesso via website e

via aplicativo móvel, com assinaturas à parte. O perfil médio dos estudantes do Kantoo é de jovens de 28 a 35 anos de idade, da classe C, que trabalham e não

têm tempo ou dinheiro para fazer um curso de inglês pre-sencial. Em média, eles per-manecem 130 dias usando o Kantoo, o que é um período bastante longo para um servi-ço de valor adicionado (SVA) de assinatura semanal. Em

pesquisas internas realizadas pela Vivo, mais de 90% se dizem satisfeitos com o curso.

Um próximo passo será o lança-mento do Kantoo Beginners, voltado para um público sem qualquer conhe-cimento prévio de inglês. O alvo são profissionais da área de serviços, como taxistas e garçons, que precisam aprender o básico da língua por conta da realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil.

Não são apenas cursos de inglês que podem ser adaptados para inter-faces móveis mais simples como SMS. O site Descomplica, especializado em preparação para vestibulares, desen-

volveu para os assi-nantes da Vivo um serviço com envio de dicas para a prova do Enem por mensagem de texto, com assina-tura semanal de R$ 2,50. Por sua vez, o

site Escola24h desenvolveu um portal móvel para clientes da TIM com conte-údo preparatório para vestibulares. Parte está disponível gratuitamente,

“a troca de anotações de aula por meio eletrônico serÁ uma revolução. ninguém usa isso para estudo ainda”Pedro Graça, da Estácio

Foto

s: d

IvuL

gAçã

o

As operadoras celulares podem exercer uma participação ativa em projetos educacionais. Ou seja, em vez de simplesmente proverem a rede para o tráfego de dados,

podem ajudar na promoção e na oferta dos serviços, agregando valor às suas marcas e gerando novas fontes de receita, principalmente através do modelo de assinatura semanal de conteúdos didáticos. A Vivo é uma das mais engajadas nesse campo, tendo inclusive uma equipe dedicada a mobile learning dentro de sua área de serviços de valor adicionado (SVA). A empresa apostou nos cursos de inglês e espanhol via celular Kantoo, para os quais tem acordo de exclusividade com a desenvolvedora La-Mark. E agora coordena com outros provedores de conteúdo o lançamento de serviços móveis de preparação para vestibulares e concursos públicos. “Queremos nos consolidar como líderes nesse mercado. Não vamos parar em cursos de língua”, afirma João Victor Martins, gerente de SVA da Vivo.

A TIM quer seguir o mesmo caminho, tendo lançado recentemente um portal móvel com conteúdo para a prova do Enem, em parceria com o site Escola24h. “Há carência por capacitação no Brasil e as operadoras podem exercer um papel importante em educação”, avalia Flávio Ferreira, gerente de

SVA da TIM, lembrando que m-learning não pode se limitar a tablets e smartphones, mas atingir as massas através de SMS e portais de voz. A diretora regional da Claro para o Rio de Janeiro e Espírito Santo, Gabriela Derenne, concorda: “Nas classes C e D, mais do que um laptop ou tablet, o veículo de inclusão é o aparelho celular 3G.”

Nos casos em que o conteúdo é modelado e oferecido aos alunos diretamente pela própria instituição de ensino, a oportunidade para as operadoras é de prestar a conexão. Naqueles projetos que envolvem dezenas de milhares de estudantes, vale a pena procurar uma parceria exclusiva, oferecendo algum tipo de desconto ou benefício para conquistar os novos clientes. Foi o que fez a Claro com a Estácio. Os estudantes da universidade que receberam um tablet com material didático ganharam também um chip 3G da operadora. Quem ativar o plano de dados tem 10% de desconto. E o acesso remoto ao conteúdo didático do portal da Estácio é gratuito: não desconta da franquia da Claro e pode ser feito mesmo se o assinante estiver sem crédito. Segundo Gabriela Derenne, da Claro, várias outras universidades e cursos de MBA estão batendo às portas da operadora querendo firmar parcerias semelhantes.

O papel das operadoras móveis

para projetos de m-learning atingirem um púBlico maior, é preciso usar dispositivos mais populares, ou pelo menos ferramentas acessíveis, como sms e portais de voz.

Page 9: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

mas para ter acesso ao conteúdo inte-gral é necessário pagar uma assinatu-ra semanal de R$ 1,99.

Até cursinhos preparatórios para concursos públicos identificaram uma oportunidade nos celulares. A OneBrasil lançou em agosto um servi-ço que, em uma primeira etapa, envia alertas de vagas via SMS. Em uma segunda fase, que começará ainda este ano, será oferecido conteúdo didático via mensagem de texto e por-tal de voz, por R$ 2,99 por semana para clientes da Vivo.

Outro mercado possível para m-lear-ning é o de treinamento corporativo. Essa é uma das novas apostas da la-Mark. Sua plataforma de ensino já está sendo utilizada na Europa para a capacitação dos funcionários de um banco privado. Em um aplicativo móvel, eles acessam a lista de serviços do banco e aprendem como cada um deve ser ofe-recido aos correntistas. “O e-learning não chega a todos. Se uma empresa qui-ser alcançar um representante comercial nos confins do Amazonas, precisará usar SMS. Queremos propor ao mercado cor-porativo soluções mistas que mesclem e-learning, SMS, smartphones e tablets”, diz Rocio, da la-Mark.

O uso de dispositivos móveis para fins educacionais está apenas come-çando. As escolas e seus professores e pedagogos ainda têm muito o que aprender para aprimorar os projetos de m-learning, independentemente da interface, seja ela uma mensagem de 160 caracteres ou uma aula multi-

mídia na tela touch screen de um tablet. O im -por tan te é não es quecer que a tecnologia é um meio, não um fim, e que deve estar a serviço de um pro jeto e de uma me todologia pedagógica.

“para não causar um choque grande, decidimos traBalhar com três mídias: weB, taBlet e impresso”Jeferson Fagundes, do Uniseb Interativo

InStItuIção IntERFacE PRoJEto PRóxImoS PaSSoS

GRuPo EStácIo Tablets

Distribuiu, em agosto deste ano, 5,5 mil tablets da SempToshiba de 10 polegadas, dual core e Android 2.2, para alunos recém matriculados nos cursos de Direito, Gastronomia e Hotelaria do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, com material didático embarcado, acesso a biblioteca virtual, banco de questões e possibilidade de fazer anotações.

Em 2012, o projeto será estendido aos demais alunos de Direito e talvez a algum curso de ciências exatas, provavelmente Engenharia. Em cinco anos a meta é alcançar todos os alunos da Estácio, que hoje somam 240 mil.

unISEb IntERatIvo Tablets

Distribuiu 15 mil tablets Android para alunos ingressantes neste segundo semestre de 2011 em cursos de ensino à distância espalhados por 145 pólos. Os aparelhos contêm conteúdo didático produzido pela própria instituição. Segue entregando material impresso, que só deve ser substituído por tablets a partir de 2012.

Em 2012 distribuirá 20 mil tablets, que passarão a ter conectividade 3G. Aplicativo didático incluirá novas ferramentas, como a possibilidade de fazer anotações. Avalia a ideia de fabricar por conta própria os tablets no País.

KantooSMS, portal de voz, aplicativo Java e site web

Curso de inglês e espanhol via SMS, portal de voz, aplicativo Java e site web, com cobrança de assinatura semanal. Presente em seis países, soma mais de 4,5 milhões de usuários ativos, sendo cerca de 3 milhões no Brasil, onde é oferecido com exclusividade pela Vivo.

Lançará ainda este ano no Brasil dois novos serviços: o Kantoo for All – Class, curso de inglês que mesclará SMS e portal de voz; e Kantoo Beginners, curso de inglês por SMS para iniciantes sem qualquer conhecimento prévio de inglês.

SEb coc Netbooks e tablets

Há quatro anos a rede de escolas iniciou a distribuição de netbooks a alunos do ensino médio e fundamental. Em 2011, começou a substituir os netbooks por tablets. As notas melhoraram em quatro anos.

Objetivo é levar tablets a todos os seus alunos do ensino fundamental e médio.

EScola24h E tIm Site móvel

Portal móvel lançado este ano com conteúdo preparatório para o Enem. Segue modelo “free-mium”: parte do conteúdo é gra-tuito. Se estudante quiser acessar o resto, que inclui mais material para leitura e aulas em MP3, pre-cisa pagar uma assinatura sema-nal de R$ 1,99.

TIM avalia lançamento de outros serviços educacionais usando interfaces massivas como SMS e portal de voz

As primeiras experiências de m-Learning no Brasil

out_2011 TeleTime 9

Page 10: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

10 TeleTime out_2011

A sociedade da informação agora é uma sociedade da informação móvel. Os dados do dia-a-dia de uma empresa, antes restrito às

telas de desktops conectados a cabos e tomadas, agora são acessados nas telas de smartphones e tablets. Companhias de todos os setores da economia come-çam a investir em soluções de mobilida-de, seja para a comunicação interna entre funcionários, com o objetivo de ganhar em agilidade e produtividade, seja para a comunicação com seus clien-tes. Há uma infinidade de projetos em andamento no Brasil e no mundo visan-do a mobilidade das informações corpo-rativas. Como consequência, desenvol-vedores, integradores, provedores de conteúdo, fabricantes de terminais e operadoras móveis crescem juntos com esse boom. É diante desse cenário que a Converge Co municações, conhecida por sua experiência em veículos de mídia

especializados e com longa história de sucesso, como Teletime, Tela Viva e TI Inside, decidiu criar um novo site jorna-lístico dedicado exclusivamente ao mer-cado de mobilidade: o Mobile Time (www.mobiletime.com.br).

O site trará notícias diárias e uma newsletter semanal gratuita sobre o mercado de aplicações, conteúdos e dispositivos móveis (celulares, smar-tphones e tablets), além de artigos e tutoriais assinados por especialistas. Serão abordados temas como mobile commerce, mobile banking, mobile marketing, m-learning, m-health, M2M, mobilidade corporativa, entrete-nimento móvel (música, games, vídeos

etc), dentre outros. As notícias serão apuradas e escritas pela equipe de jor-nalistas profissionais da Converge Comunicações, sob a coordenação do jornalista Fernando Paiva, que há onze anos cobre o setor de telecomunicações para a Teletime.

Previsões do tempo móvelUma das inovações do site é trazer

um espaço dedicado a previsões de insti-tutos de pesquisa e empresas sobre o mercado de mobilidade no Brasil e no mundo. Batizado de “Previsões do tempo móvel”, esse espaço é, na prática, um banco de dados de fácil acesso e pesquisa de projeções do setor, permitindo a busca por assunto, abrangência, data de publi-cação e fonte.

Mobile Time nasce como um filho do site Teletime News, com o objetivo de dar mais destaque à cobertura do setor de mobilidade. Isso não significa que o segundo deixará de ter notícias sobre o mercado móvel. Pelo contrário: sempre que seus editores julgarem pertinente, notícias do Mobile Time serão publicadas no site da Teletime e vice-versa.

A proposta do Mobile Time é se tor-nar uma referência na Internet brasilei-ra sobre o mercado de mobilidade, sendo fonte de consulta sobre o que há de mais novo nesse campo. É um site para ser lido não apenas pelo setor de telecom, mas por executivos de compa-nhias de quaisquer áreas que tenham ou planejem ter projetos de mobilidade, de bancos a redes varejistas, de monta-doras de automóveis à indústria farma-cêutica, de editoras de livros a institui-ções de ensino.

A newsletter semanal do Mobile Time será enviada inicialmente para cerca de 60 mil leitores que atuam na área de mobilidade, telecom e mercado corporativo das bases do Teletime News e do TI Inside News, publicações da Converge Comunicações. Para se cadastrar e receber as últimas notícias sobre o mercado de mobilidade, aces-se: www.mobiletime.com.br

.:NovidadE Da redaçã[email protected]

Converge lança Mobile TimePortal será dedicado ao mercado de aplicações, conteúdos e dispositivos móveis, abordando temas como m-commerce, m-banking, m-marketing, m-learning, m-health, M2M, mobilidade corporativa, tecnologias, dispositivos e entretenimento.

site trarÁ notícias diÁrias e uma newsletter semanal gratuita soBre o mercado de aplicações, conteúdos e dispositivos móveis, além de artigos e tutoriais assinados por especialistas

Page 11: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

Parceiros InstitucionaisApoio

Promoção Realização

A sustentabilidade em TIC faz parte

dos seus negócios. Participe!

O Fórum Green Tech vai discutir as questões de sustentabilidade no setor de TI e Telecom. Venha conhecer temas como Data Center Green, Green

Building, impacto de carbono em instalações de TIC, política de compras sustentáveis na

área pública, estratégia de desenvolvimento de produtos, política de resíduos eletrônicos, cases

de grandes usuários, entre outros.

Saiba a importância da sustentabilidade para o setor e os negócios das empresas.

Tomas Roque, gerente executivo de estratégias de TI da Pricewaterhousecoopers

Kami Saidi, diretor de sustentabilidade da HP

Julio Cesar di Conti, superintendente de Infraestrutura em TI do Itaú Unibanco

André Luís Saraiva, diretor de responsabilidade socioambiental da ABINEE

André Luís Saraiva, diretor de

ALGUNS PALESTRANTES CONFIRMADOS:

25 DE OUTUBRO DE 2011HOTEL PAULISTA PLAZA, SÃO PAULO - SP

PARTICIPE DO GRUPO DO FÓRUM

GREEN TECH NOInformações e Inscrições: 0800 7715028www.convergeeventos.com.br

Page 12: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

12 TeleTime out_2011

.:ENtrEviSta

A Algar Telecom, novo nome da CTBC, vive uma situação con-traditória: está longe de ter o porte de concessionárias

locais gigantes como Oi e Telefônica, mas precisa seguir a mesma regula-mentação desenhada para elas. Ao mesmo tempo, se esforça para se expandir para fora de sua área de con-cessão, atuando como uma nova entran-te em vários mercados. A empresa faz parte de duas associações que quase sempre estão em lados opostos em uma mesa de discussões: a Telebrasil e a Telcomp. Em meio a esse dilema de agir como incumbent ou como nova compe-tidora, a Algar Telecom se organiza para crescer. Sua meta é dobrar o fatu-ramento anual ao longo dos próximos cinco anos, atingindo uma receita de R$ 3 bilhões. O diretor-presidente da companhia, Divino Sebastião de Sousa, relata nesta entrevista à TELETIME os próximos passos da expansão da empre-sa, os testes com LTE, a dificuldade de negociação para ser uma MVNO fora de sua área de concessão e sua visão sobre o Plano Geral de Metas de Competição (PGMC).

tElEtImE - Quais são as priorida-des da algar telecom atualmente?

DIvIno SEbaStIão DE SouSa – Nós estamos em um processo de crescimento. A empresa nos últimos quatro anos fez uma reestruturação organizacional, paramos para pensar nossas estratégias e vimos que precisávamos fazer mais daquilo em que somos bons. Precisávamos fazer mais do core, sem inventar muitas outras linhas de serviços que não fizemos em nossos 57 anos de história. Somos bons em varejo, onde temos grande market share. Mesmo com todos os con-correntes do País atuando na nossa área, somos líderes em todos os serviços: móvel, fixo, TV e banda larga. Quanto à expan-

são para fora da área de concessão, nosso foco é servir médias empresas com servi-ços dedicados de links, voz e dados. Temos autorizações nacionais para isso. Optamos por fazer essa expansão ao longo do nosso backbone, que é um dife-rencial estratégico. Essa rede vai de Brasília até Curitiba e concentra o maior PIB de telecom do País.

a empresa pensa em expandir esse backbone para além de curitiba e brasília?

Precisamos estar onde há mais gap de oferta. Sabemos que nessa área estão nossos maiores concorrentes, mas há gap no atendimento às médias

hÁ gap no atendimento às médias empresas. o BackBone próprio nos dÁ um diferencial de mercado, garantindo mais agilidade e qualidade em serviço.”

empresas. E o backbone sendo próprio nos dá um diferencial de mercado, garantindo mais agilidade e qualidade em serviço. No momento, a ideia é a expansão radial. Se passamos por Ribeirão Preto, chegamos também em São José do Rio Preto e São Carlos. Se passamos em Campinas, expandimos para Valinhos etc.

há algumas iniciativas de opera-doras construindo backbones com-partilhados nas regiões centro-oeste e norte. a algar telecom participa de algum desses projetos?

Não. Apenas em trechos metropoli-tanos, não de longa distância.

Entre as grandes e as pequenasAlgar Telecom planeja dobrar de faturamento em cinco anos e foca nos serviços corporativos para expandir seu mercado. Mas terá que fazer isso levando o peso de ser uma concessionária.

Foto

: dIv

uLgA

ção

Divino Sebastião de Sousa

Fernando Paiva, de uberlâ[email protected]

Page 13: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

out_2011 TeleTime 13

a algar telecom chamou a atenção do mercado quando lançou, no começo do ano, um serviço de Ftth com velo-cidade de 1 Gbps. Passados mais de seis meses, qual a sua avaliação? Pretendem levar a outras cidades além de uberlândia?

Sim, mas sabemos que não é servi-ço de varejo que se vende diariamen-te. São serviços dedicados, atendidos com fibra. Temos cabeadas com par metálico todas as cidades, mas não temos essa capilaridade em fibra. Atendemos apenas alguns condomí-nios de Uberlândia, Uberaba, Franca e Belo Horizonte, onde usamos a fibra da Cemig. Não é produto de grande demanda em nossa área de concessão. Cliente precisa sentir necessidade por 1 Gbps em casa. Mesmo com roteado-res internos, 1 Gbps é muita coisa. Eu tenho 100 Mbps em casa e acho que não uso tudo isso. Não tenho necessidade cons-tante de 100 Mbps. Por isso ainda estamos pensando em LTE, se vai ter mercado. Talvez tenha em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Mas para o interior do País, ainda não identifi-camos mercado. Entretanto, quando lançamos telefonia móvel, o cliente também não enxergava necessidade e depois se formaram filas para com-prar. Acredito que em algum momen-to o cliente vai despertar para a necessidade de maiores velocidades em banda larga.

não há mercado então para ltE na sua área de concessão?

Essa é uma percepção minha, não fizemos pesquisas ainda. Apesar disso, as compras que fazemos já são de equipamentos preparados para LTE. E temos testes em campo, em 850 MHz e 1.800 MHz, com equipamentos da Huawei. Basta adicionar algumas pla-cas... Estamos aguardando a definição das frequências. Se mais uma vez tivermos que investir em frequência será complicado. Em muitos países as fre quências usadas para LTE são as mesmas de hoje, como 1.800 MHz e 850 MHz. Gostaria de usar o que tenho porque já fiz investimento nessa frequ-ência no passado. Já paguei por ela.

mas dá para acomodar os usuários de 2G, 3G e 4G?

Nossos técnicos estão justamente avaliando isso.

Qual é a opinião da algar telecom sobre a data do leilão de 2,5 Ghz?

Quem pede para adiar é porque tem espectro. Quem não quer adiar é porque precisa da frequência. No nosso caso, dependendo do espectro que poderá ser usado para 4G, ou seja, se pudermos usar o que temos, eu prefiro adiar. Prefiro usar esse dinheiro para o cliente, para chegar em cidades menores. Gostei das palavras do ministro Paulo Bernardo na Futurecom: fre quência não pode visar angariar dinheiro simplesmente, mas tem que incluir compromissos de atendimento das operadoras. Já temos frequência para usar em 4G: basta fazer-mos alguns remanejamentos e acomo-dações, talvez alargar um pouco faixa... Mas tenho dúvidas quanto à demanda. Na minha área de celular não vejo mer-

cado para LTE nos próximos dois anos. Em outras cidades do Brasil, contudo, acho que precisa. Não dá pra ficar fora em mercados como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. No interior do País, onde operamos, vejo que o cliente ainda não sente essa necessidade.

Se não tem mercado, qual a razão desses testes de campo?

Queremos saber mais sobre como a tecnologia se comporta nas nossas fre-quências... E pode ser que o LTE venha. Quando vier, não poderemos ficar fora. Precisamos estar preparados.

E hSPa+? Estamos fazendo testes. Temos

alguns celulares em serviço ativados. Pensamos seriamente, inclusive, em usar essa tecnologia na banda H. Está na prancheta essa ideia.

a algar telecom comprou licenças na banda h para operar em cerca de 200 localidades nas áreas com DDD 34, 35 e 37, certo?

São 230. Pelo edital somos obriga-dos a atender 42 em dois anos. Agora falta um ano e meio. Mas acho que vamos atender mais do que 42.

Em algumas delas, como Poços de caldas (mG), a algar telecom será a quinta entrante. Qual será a estraté-gia para se diferenciar dos concor-rentes e conquistar clientes em áreas tão competitivas?

Sabemos que será difícil. Quando lançamos 3G na nossa região, fizemos em três meses após o leilão. Nesse caso seremos os últimos a entrar. Precisamos ter estratégia de ocupar espaços que as outras não ocuparam. Mas não pensa-mos em fazer guerra aberta com a incumbent em celular.

a algar telecom ainda deseja se tornar uma operadora móvel virtual (mvno, na sigla em inglês) fora de sua área de concessão?

Nós dependemos das grandes. Se elas não venderem, não aceitarem, não tem como fazer. Ainda não conse-guimos explicar para nossos parcei-ros/concorrentes que não queremos ser operadora comercial grande virtu-al. Queremos apenas entregar pacotes de soluções para nossos clientes cor-porativos. É o que já faço na conces-são: entregar celular, fixo, vídeo, banda larga.

com quem conversaram até agora?Tentamos duas operadoras, mas não

posso revelar os nomes. Só posso dizer que não está muito adiantado. Temos acordos de confidencialidade.

Em tv por assinatura, após a apro-vação do Plc 116, quais são os planos da algar telecom para uso de IPtv?

Queremos usar IPTV. Isso era muito represado dentro das teles. Queremos transitar os conteúdos dentro da nossa rede. Em 93% dos lares na nossa área de concessão chegamos com par metá-lico. E todos estão a menos de 1 km da fibra. É uma rede muito boa para tran-sitar vídeo, basta apenas algumas modi-ficações técnicas.

Quando vocês devem lançar IPtv?Ainda há alguns itens de regulamen-

tação sendo questionados. Estamos identificando alguns mercados, espe-cialmente em cidades maiores da nossa área onde temos mais capilaridade de fibra. São sete cidades, dentre elas Uberlândia, Uberaba, Franca...

Desde o ano passado, com o lança-mento de seu serviço de Dth, a algar telecom oferece um pacote quad-play,

tenho dúvidas quanto à demanda. na minha Área de celular não vejo mercado para lte nos próximos dois anos. em outras cidades do Brasil, acho que precisa.”

Page 14: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

14 TeleTime out_2011

Desde que tenha gente competente, não sejam indicações políticas ou das próprias operadoras... Senão eu fico desbalanceado. Se forem fóruns técni-cos e independentes, tudo bem. Tudo que é técnico a gente concorda.

a algar telecom tem uma situação sui generis. É uma concessionária, mas não tem o poder de uma grande concessionária. ao mesmo tempo, está em expansão para outras áreas, onde atua como nova entrante. o senhor sente a empresa mais como concessio-nária ou concorrente?

Em alguns momentos somos incum-bent, em outros, attackers. Somos bem parecidos com os novos competidores, mas muito influenciados pelos interes-ses das grandes concessionárias. Qualquer alteração na concessão, quei-ra ou não, afeta nosso negócio, porque somos concessionária. Já fizemos algu-mas contas que em alguns casos era melhor entregar a concessão. Estamos no meio do caminho.

a algar telecom é associada de quais associações?

Somos das duas. Claro que o grupo das grandes dentro da Abrafix tem algumas divergências. E eles estão cor-

retos dentro da visão deles, de defender seus negócios. Há empresas que pegam muito osso, precisam cobrir áreas que não têm ninguém, com custo alto, onde só tem mato. Há localidades cujo retor-no leva 30 anos. As grandes têm a van-tagem de ter escala, mas a desvanta-gem de chegar em mercados piores. Por isso eles defendem o grande mercado.

como vê a algar telecom daqui a cinco anos?

Acabei de apresentar um projeto para dobrar a empresa em cinco anos em faturamento. A previsão para 2011 é crescer duas vezes o PIB e chegar a R$ 1,6 bilhão. Daqui a cinco anos alcan-çaremos R$ 3 bilhões, mais ou menos.

E como você vai conseguir alcançar essa meta?

Através da expansão no mercado corporativo para fora da área de con-cessão e analisando ao longo dos próxi-mos anos qual o espaço que teremos para varejo. Do rastro dessa expansão para corporativo virá o varejo. Como somos autorizadas, podemos escolher os melhores mercados. O grande segre-do de todas as operadoras daqui para frente é como operar com custos meno-res, tornar as empresas mais leves.

chamado ctbc mix. Que percentual da base já migrou para esse plano?

Em torno de 30% já usam o pacote de quad-play. Se considerarmos tam-bém os pacotes de triple play, devem ser cerca de 50%. Hoje menos da meta-de da nossa base paga assinatura bási-ca. Acredito que em menos de dois anos não teremos mais clientes pagando assinatura básica. Vem tudo em uma conta só, o que facilita bastante. Antes o cliente recebia quatro ou cinco con-tas. Agora recebe duas, quando é clien-te da TV a cabo. Com a nova lei, pode-remos fazer um arranjo contábil e a própria telecom terá uma empresa de cabo. Assim reduziremos para uma conta só. Queremos facilitar a vida do cliente. Ter várias contas é complicado.

Qual é a sua opinião sobre o Plano Geral de metas de competição (PGmc)?

O PGMC demorou tanto... Achamos que não deve haver mais tempo para discussão. Do jeito que saiu, tem que ser. Precisamos apenas garantir que haja espaço para as pequenas competirem, em mer-cados pequenos e grandes. Somos 2% do mercado nacional. Se não houver regras claras de competição, a empresa desaparece. Se não houver condições de competição em padrões iguais... Do jeito que saiu o PGMC achamos que beneficia os dois lados. Achei razoável, estamos satisfeitos.

E o que pensa sobre ser considera-da uma empresa com Poder de mercado Significativo (PmS)?

Consideraram que em duas ou três cidades em telefonia fixa temos PMS. Nós discordamos. Quando olhamos no âmbito nacional, somos pequenos. Não adianta considerar apenas telefonia local. O cliente fala com o Brasil inteiro. O código de LDN 12 fala com o Brasil inteiro, não apenas com Franca. Esse 12 precisa chegar com o mesmo preço de custo até Manaus quanto chegaria um concorrente. Não dá para considerar apenas a telefonia local, que virou com-modity. Quando se analisa o código de LDN, somos muito pequenos, não dete-mos poder de mercado significativo. A competição não é só local. Já houve um tempo em que as operadoras eram locais. Elas são nacionais, mundiais.

o que acha de a anatel delegar cer-tas discussões a entidades autônomas?

do jeito que saiu (o pgmc), tem que ser. precisamos apenas garantir que haja espaço para as pequenas competirem. se não houver regras claras de competição, a empresa desaparece.”

Foto

: dIv

uLgA

ção

.:ENtrEviSta

Page 15: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

s e t e m b r o d e 2 0 1 1 | e s p e c i a l m o b i l i d a d e 1 5

>>

> >especialmobILIdAdE

A mobilidAde no brAsil está A pleno vApor, e As vendAs explosivAs de smArtphones e tAblets não deixAm dúvidAs de que estAmos diAnte de um cenário dominAnte. neste especiAl mobilidAde registrAmos o rápido crescimento dA plAtAformA dentro dAs corporAções e concluímos que, pArA As empresAs, o diferenciAl está nAs AplicAções ou Apps desenvolvidAs pArA cAdA sistemA operAcionAl.entretAnto, A cApAcidAde de trAnsmissão de dAdos dAs redes móveis pode ser um gArgAlo dAqui pArA frente

Page 16: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

OI. PATROCINADORA OFICIAL E FORNECEDORA DETODOS OS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES PARAA COPA DO MUNDO DA FIFA BRASIL 2014™.

O MAIOR EVENTO DE FUTEBOL DO PLANETA. A GENTE NÃO IA FICAR NO BANCO.

Oi.PATROCINADOROFICIAL.

Oi.PATROCINADOROFICIAL.

Oi.PATROCINADOROFICIAL.

Oi.PATROCINADOROFICIAL.

Oi.PATROCINADOROFICIAL.

NBRJ1.1656.005F AN COPA LARANJA 23X30,5.indd 1 9/20/11 12:26:35 PM

Page 17: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

a g o s t o d e 2 0 1 1 | e s p e c i a l m o b i l i d a d e 3

recursos como videoconferência, voip em telefones celulares e computado-res pessoais, além de smartphones e tablets estão fazendo com que funcio-

nários remotos trabalhem entre 10 e 20 horas a mais do que se ficassem apenas no escritório, revela um estudo feito pela ipass. Apesar disso, essas pessoas conseguem ter um estilo de vida mais “balanceado”, diz o estudo.

de acordo com o levantamento, 55% dos entrevistados trabalharam ao menos 10 horas a mais por semana e outros 12% dis-seram que, como resultado dos seus horá-rios mais flexíveis, estavam trabalhando 20 ou mais horas adicionais.

foram entrevistados 3,1 mil trabalhadores e três quartos deles disseram trabalhar mais agora. os dados obtidos apontam que 38% dos “trabalhadores móveis” trabalham antes de ir ao escritório, e 25% durante o trajeto até a empresa. no horário de almoço, 37% trabalham em seus dispositivos móveis e outros 37% o fazem à noite, antes de dormir.

Desempenhopara as empresas, a boa notícia é que o

novo cenário permite que os funcionários sejam mais produtivos e eficientes. em torno de 64% dos trabalhadores móveis disseram ter melhorado o seu equilíbrio entre vida pes-soal e trabalho; e mais da metade disse se sentir mais relaxada.

“começamos a perceber um equilíbrio maior, com 68% dos trabalhadores móveis se ‘desconectando’ ocasionalmente para passar mais tempo com suas famílias”, diz a cto da ipass, barbara nelson. “parece que a força de trabalho móvel está equilibrando melhor suas vidas pessoais e corporativas.”

especificamente na área de ti no brasil, levantamento patrocinado pela unisys e conduzido pela idc sobre a “consumerização de ti” demonstra que 37% dos chamados trabalhadores de infor-mação, ou iWorkers (funcionários que usam ti como parte de seu dia-a-dia), utilizam um

dispositivos móveis e expAnsão dAs redes de dAdos sem fio motivAm o trAbAlho remoto e fAzem com que profissionAis fiquem mAis tempo por diA em AtividAde

PoRJackeline Carvalho

smartphone para acessar aplicações de negócios nas suas empresas.

entre estes colaboradores, 22% usam tablets para trabalhar. A média global de uso deste equipamento no ambiente corporativo foi de 13%. A pesquisa também indica que a porcentagem dos iWorkers que consideram o desktop como o equipamento mais importante para trabalhar no brasil cairá cerca de 28% no próximo ano, enquanto a porcentagem daque-les que consideram os laptops como a princi-pal ferramenta subirá de 31% para 43%.

Atualmente, apenas 4% dos iWorkers brasileiros consideram o tablet como a fer-ramenta de trabalho mais importante para realizar suas tarefas no escritório, mas 18% afirmam que ele se tornará a ferramenta mais importante nos próximos 12 meses.

RelaxAssim como em 2010, a pesquisa atual

mostra que os iWorkers brasileiros ainda

realizam mais atividades durante o expe-diente de trabalho do que suas companhias estão cientes: 44% dos funcionários dizem que seus patrões permitem que eles aces-sem sites de mídias sociais por razões pes-soais no escritório, enquanto apenas 24% dos executivos de ti reconhecem que esta prática ocorre em suas organizações.

o acesso a sites de mídias sociais no trabalho também aumentou. no estudo do ano passado, 16% dos iWorkers brasileiros entrevistados disseram usar o facebook para temas relacionados ao trabalho. em 2011, este número saltou para 34% dos entrevista-dos. em comparação com os outros oito paí-ses da pesquisa, 59% dos iWorkers brasilei-ros disseram acessar sites de mídias sociais ao menos uma vez por dia no trabalho, enquanto 48% dos norte-americanos e 37% dos europeus confirmaram entrar neste tipo de site durante o expediente.

de acordo com a pesquisa deste ano, o

Ph

iliP

Dat

e/s

hu

tte

rs

toc

k

a asCensÃo Da pRoDUTIVIDaDe CoRpoRaTIVa

especial mobilidadeCoRPoRAçõEs

>>

> >

Page 18: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

4 e s p e c i a l m o b i l i d a d e | s e t e m b r o d e 2 0 1 1

uso acentuado das tecnologias móveis e das mídias sociais aponta sérios impactos para as organizações no que diz respeito ao suporte aos equipamentos e à segurança das informa-ções. sessenta e um porcento dos executivos brasileiros de ti afirmam que quando seus funcionários encontram um problema técnico em seus aparelhos pessoais usados no traba-lho, buscam assistência nas próprias áreas de ti das organizações.

o estudo também indica que a falta de consciência impede que as áreas de ti lidem com estes desafios de maneira adequada. enquanto 75% dos iWorkers no brasil alegam usar seus smartphones pessoais para traba-lhar, apenas 38% dos executivos de ti acredi-tam que isso ocorra. similarmente, 22% des-tes profissionais disseram que utilizam seus tablets pessoais para o trabalho, enquanto apenas 4% dos executivos de ti creem que seus funcionários usem este aparelho.

RelaCIonamenToos departamentos de ti também estão

tomando menos medidas de segurança em relação ao uso destes dispositivos para o tra-balho: em 2010, 58% dos executivos reco-nheceram a necessidade de oferecer treina-mento a seus funcionários para o uso mais adequado destes equipamentos. esse núme-ro caiu para 44% neste ano.

situação semelhante ocorre em relação à publicação de procedimentos corporativos sobre como usar as mídias sociais: no ano passado, 61% das empresas confirmaram ter trabalhado neste tipo de diretrizes, enquanto somente 42% das organizações entrevistadas em 2011 reconheceram tomar esta iniciativa.

“vivemos um momento no qual as orga-nizações não estão mais ditando as tecnolo-gias a serem usadas dentro de seu ambiente. hoje, este movimento ocorre em direção oposta: são os funcionários que estão trazen-do seus equipamentos para o trabalho”, diz paulo roberto carvalho, diretor de negócios de outsourcing da unisys na América latina.

mÃo DUplae no setor hoteleiro há ainda um segun-

do personagem a ditar mudanças: os usuá-rios. esta deve ser uma das atividades a efetuar maior investimento em tecnologias de redes sem fio nos próximos anos no brasil, em função dos grandes eventos esportivos e do já registrado aumento do turismo interno provocado pela expansão do poder aquisitivo da população.

um outro estudo, feito pela motorola solutions e divulgado em meados do ano,

indica que 56% das empresas desse setor planejam aumentar os investimentos em mobilidade para equipar os colaboradores, melhorar a eficiência operacional e a expe-riência do consumidor.

o barômetro do mercado hoteleiro revela que 91% dos tomadores de decisão da indústria têm consciência do importante aumento das tecnologias móveis e sem fio, enquanto 78% reconhecem o papel que a mobilidade exerce para garantir uma vanta-gem competitiva aos seus negócios. como resultado, os hotéis estão investindo em novas tecnologias, bem como em potentes redes sem fio, para administrar maiores volumes de dados e de demanda dos clien-tes por acesso de alta velocidade.

melhorar a experiência para o hóspede é o fator principal para investir em mobilidade, de acordo com 76% dos hotéis pesquisados. os tomadores de decisão do segmento hote-leiro estão investindo em tecnologias móveis para dar suporte à interação do consumidor com os aplicativos que melhoram os serviços voltados a ele, por meio de acesso sem fio a e-mails, check-in do hóspede/participante, pedidos/pagamentos em restaurantes ou ingressos para eventos, entre outros.

entre os entrevistados, 61% planejam instalar alguma ferramenta de vídeo, incluindo videomonitoramento, videoconfe-

rência e transmissão de conteúdo em tempo real para áreas de acesso público, como saguões, e 58% das empresas do setor que dispõem de tecnologia móvel observaram melhoria na satisfação do consumidor.

para 59% dos entrevistados que atual-mente dispõem de tecnologia móvel e sem fio, a produtividade e a eficiência do funcio-nário aumentaram, enquanto 55% constata-ram melhores resultados nas ven-das. gerentes, funcionários da segurança e do serviço de atendimento ao consumidor são os principais usuários de aparelhos móveis e sem fio nas companhias do merca-do hoteleiro pesquisadas.

entre esses, 71% dos supervisores usam smartphones, 52% dos seguranças usam rádio, 19% dos agentes de bilheteria são equipados com voz sobre ip (voip) e 26% dos administradores dos locais pos-suem tablets.

RáDIoAtualmente as aplicações mais popula-

res de rádios bidirecionais são para admi-nistração de projetos (51%) e colaboração (41%). mensagens unificadas e gerencia-mento/monitoramento remoto possuem a mais alta taxa de disponibilização planejada até 2012. entre os que responderam à pes-quisa, os tablets e os aparelhos voip são os dois principais dispositivos móveis planeja-dos para ser implementados até 2012.

com o propósito de incrementar a efici-ência operacional, 75% das empresas pes-quisadas já possuem rede sem fio lAn (WlAn) funcionando em suas instalações. na América do norte, um terço desses locais possui Wi-fi no padrão 802.11n, enquanto na europa a maioria utiliza os padrões 802.11b/g. entre os consultados, 42% possuem redes WlAn e esperam estar

os iWorkers brasileiros ainda realizam mais atividades durante o

expediente de trabalho do que suas companhias

registram oficialmente

Go

oD

luz/

sh

utt

er

sto

ck

especial mobilidadeCoRPoRAçõEs

Page 19: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

completamente atualizados para o padrão 802.11n até o final de 2012.

melhorar a produtividade e a confiabili-dade, além de expandir o alcance das atu-ais redes sem fio, são os três fatores princi-pais para a adoção do padrão 802.11n WlAn, de forma a assegurar que todas as características críticas da rede atendam a mais volumes de dados e ao aumento das demandas do consumidor e dos funcionários móveis por acesso.

“os avanços dos produtos e dos serviços móveis e sem fio estão mudando o cenário da indústria de hotéis e como ela opera. com clientes exigentes e equipados com um núme-ro cada vez maior de smartphones, tablets, notebooks e até mesmo aparelhos robustos, os departamentos de ti dos hotéis reconhe-cem a necessidade de atualizar suas WlAns para melhorar a confiabilidade da rede, a capacidade e a cobertura, além de dar suporte à interação do consumidor com os aplicativos, bem como seus serviços internos que melho-ram a experiência do hóspede”, analisa craig mathias, diretor do grupo farpoint.

“A indústria hoteleira está presenciando a rápida adoção de tecnologia móvel e sem fio e as organizações estão reconhecendo rapidamente os benefícios e as vantagens competitivas associados à utilização. com as inovações é possível preparar as empre-sas do setor – restaurantes full-service, hotéis e resorts, cassinos, estádios e cen-tros de conferência – para aumentar as ven-das e a produtividade, simplificar as opera-ções e aumentar a satisfação do consumi-dor a curto prazo”, finaliza thomas moore, diretor de soluções para indústria hoteleira da motorola solutions.

A Polícia Militar de São Paulo começou a usar tablets em viaturas na capital paulis-ta para auxiliar suas tarefas. A partir dos computadores de telas sensíveis ao toque, que ficam presos no vidro dianteiro sobre o painel, os policiais podem consultar bancos de dados criminais e civis, registrar boletins de ocorrências, fazer anotações e relatórios, além de enviar informações aos seus res-pectivos comandos.

Os aparelhos têm GPS e receberam localizadores automáticos de viaturas (AVL), tecnologia que permite que as unidades de comando acompanhem, em tempo real, a movimentação dos veícu-los. Segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo, os tablets já equipam cerca de três mil viaturas. Os aparelhos chamados de i-MXT são da fabricante brasileira Maxtrack, de Minas Gerais, e rodam o sistema Android em telas de sete polegadas.

Os recursos incluem processador de

polícia equipada800 MHz, 512 MB de memória RAM, conexões Wi-Fi e 3G, câmeras frontal e traseira, além de portas USB e HDMI. O produto pesa 650g e tem dimensões de 192mm por 128mm por 30mm.

O plano da Secretaria é que, no futu-ro, toda a frota da Polícia Militar de qua-tro rodas tenha o tablet. Até o final do ano, todas as 11 mil viaturas de quatro rodas da PM receberão este equipamen-to. Ao todo, o governo paulista investiu R$ 23 milhões na compra de 16,5 mil computadores compactos sensíveis ao toque, sendo que parte deles será usada para o policiamento com motocicletas.

Ainda em agosto, as 39 cidades da região metropolitana de SP receberão os tablets. Já em outubro será a vez das via-turas do interior. “Será uma média de mil por mês”, afirma o chefe do Centro de Processamento de Dados da PM e um dos idealizadores do projeto, o coronel Alfredo Deak.

foto

s: J

os

é l

uis

Da

co

nc

eiç

ão

>>

> >

Page 20: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

6 e s p e c i a l m o b i l i d a d e | s e t e m b r o d e 2 0 1 1

especial mobilidadeINfRAEstRutuRA PoR

Alexandro Cruz

nos últimos 15 meses, o Acesso às redes móveis de dAdos cresceu 96% no brAsil. o resultAdo mostrA que As empresAs de telefoniA devem estAr AtentAs às futurAs demAndAs. o que está sendo feito?

paVImenTaÇÃo Do aCesso aInDa pReoCUpa

Alô, desculpe, mas não posso falar no momento. encaminhe os arquivos para o meu celular que depois res-pondo a você. como, o seu celular

não tem internet?” A questão e a surpresa têm se tornado comuns, na proporção da popularidade da rede ip móvel, porque ter um plano de dados tornou-se mais importante do que ter um plano de voz.

segundo o levantamento da Associação brasileira de telecomunicações (telebrasil), o brasil registrou 18,4 milhões de novos acessos à banda larga nos últimos 15 meses. o resulta-do demonstra um acréscimo de 67% desde maio de 2010, quando foi editado o decreto que instituiu o plano nacional de banda larga (pnbl) no país. Além disso, o acesso à internet móvel teve um crescimento expressivo, quase dobrando a sua base na primeira fase do estu-do (96%), com 29,7 milhões de conexões no final do primeiro semestre de 2011.

na mesma linha de análise, segundo a cisco, até 2015, os usuários de internet no país passarão a transmitir oito vezes mais dados em relação ao período atual e, mundialmente, o índice aumenta-rá quatro vezes.

diante desse cenário, como as operadoras estão se alinhando para suprir a forte deman-da de dados sobre ip? A resposta ou mesmo um alerta é o levantamento realizado pelo sindicato nacional das empresas de telecomunicações do brasil (sinditelebrasil), que aponta a necessidade de investimentos de mais de r$ 144 bilhões, nos próximos nove anos, apenas para atingir a meta de triplicar o número de usuários de internet em banda larga (fixa e móvel) no país e conseguir atingir a 153 milhões de pessoas.

por parte das operadoras, apesar da cobertura de dados ainda ser inferior e pouco interiorana, é aparente a existência de uma força-tarefa para ampliar suas infraestruturas de rede. A claro tem a meta de, até o final de 2011, alcançar 100% da sua rede de acesso em ip e, com isso, oferecer mais capacidade nos serviços de dados. “estamos nos prepa-

rando para ter uma rede de acesso totalmente ip, com mais de 8,5 mil roteadores instalados, utilizando prioritariamente a fibra óptica como meio de transporte. esse projeto totalizará mais de 89 mil quilômetros de fibra construí-dos”, afirma márcio nunes, diretor de plata-formas e rede da claro.

na mesma linha de investimento, a vivo afirma que está em processo da implementa-ção de uma rede nacional de fibra ótica que atingirá todas as capitais - cidades que já dis-põem de tecnologia 3g - e que sua malha já está preparada para oferecer 3,5g ou hspA+.

no final do segundo trimestre de 2011, a companhia obteve como receitas de internet móvel um aumento de 37,1%, em comparação com o segundo trimestre de 2010, e 9,4% em relação ao primeiros três meses de 2011. esse crescimento decorre do incentivo à utilização desse modelo de serviço por smartphones. os números apontam a necessidade de ampliar suas condições estruturais para atender à forte demanda nesse segmento de mercado.

Até o final deste ano, a tim prevê um

aporte de r$ 2,9 bilhões para o país, sendo 85% deste valor direcionados à infraestrutura. segundo o responsável pela oferta de internet móvel da operadora, bruno marsili, para o tri-ênio 2011-2013, a previsão de recursos é de r$ 8,5 bilhões. “estamos substituindo todos os equipamentos do núcleo ip (rede nacional ip multiserviço) pela tecnologia mais avança-da do mercado de telecom, o terarouter crs-3 (carrier routing system)”, informa o executivo.

“A tim é a primeira operadora do brasil e a segunda da América latina a investir na mais avançada tecnologia em termos de equipamentos de redes ip”, diz claudio merulla, responsável pela rede de transporte da tim brasil. “com a capacida-de disponibilizada pelos novos equipamen-tos é possível fazer o download de mais de 15 mil filmes de alta definição em um minuto, além de garantir um novo e mais alto padrão de qualidade, permitindo, por exemplo, o redirecionamento dos fluxos de dados em caso de falha, sem que a mesma seja percebida.”

“P

ho

tob

an

k.k

iev.

ua

/sh

utt

er

sto

ck

Page 21: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

s e t e m b r o d e 2 0 1 1 | e s p e c i a l m o b i l i d a d e 7

A operadora planeja finalizar a insta-lação das máquinas, 12 no total, até o fim de novembro. A nova geração de roteado-res possui capacidade individual de até 4,5 terabits por segundo, 14 vezes supe-rior à utilizada atualmente pela empresa e até três vezes mais que as demais tec-nologias existentes no mercado.

sobReposIÇÃoAlém dos investimentos na otimização

da infraestrutura, as operadoras também estão cientes de que a usabilidade móvel tem influenciado no perfil do consumidor. Junto a isso, conforme destaca marsili, da tim, o brasileiro passa mais tempo na internet do que usuários de outros países e o uso em mobilidade começa a crescer gra-ças à penetração de smartphones e note-books, e a tarifas mais acessíveis.

“uma diferença importante entre o clien-te daqui e de outros países é que, pela menor disponibilidade de banda larga fixa, a móvel, em várias ocasiões, é utilizada como acesso único residencial”, avalia o executivo. (veja mais em “explosão de consumo”).

outro fator preponderante para as opera-doras está relacionado às características de distribuição de renda no brasil, onde ainda há um percentual significativo da população que não tem computador com banda larga em suas residências e, por conta disso, a navegação via celulares torna-se a primeira opção de acesso à internet. esta constatação reforça o perfil de inclusão digital da telefo-nia móvel.

alTeRnaTIVaspara tornar o serviço móvel ainda

mais acessível, ocorreu a promulgação do decreto da Agência nacional de telecomunicações (Anatel) que autoriza a criação de operadoras móveis virtuais (mvno, na sigla em inglês) no país, em novembro de 2010. o modelo possibilita às empresas que não possuem licenças de smp (não têm frequências nem redes) o exercício deste tipo de atividade, atuan-do por meio de serviços associados à telefonia celular. Atualmente, o modelo de operadora móvel virtual já é utilizado em mais de 40 países, sendo que a europa concentra grande parte delas.

porém, é importante entender que a autorização da Agência não está vinculada às melhorias de infraestrutura, porque as empresas (atacado e varejo) que aderirem a esses serviços oferecerão apenas soluções que podem ser customizadas. As mvnos

terão benefícios nos negócios, devido à pos-sibilidade de desenvolver uma comunicação direta, que atenda ao interesse de cada seg-mento de cliente, com base no seu perfil, suas preferências de consumo, característi-cas de compra e serviços.

laDo Do goVeRnocopa do mundo e olimpíadas no brasil

são os principais chavões de negócios para que as empresas, principalmente as de telefo-nia, aumentem o cApex e opex de seus orça-mentos. por outro lado, a ação do governo em relação a telecom ainda caminha a passos lentos, como a demora na aprovação de algu-mas regulamentações de telefonia.

mesmo assim, o grupo telefônica se mostra bastante confiante de que as autori-dades e a sociedade brasileira conseguirão cumprir todos os seus compromissos para fazer com que a copa

“estamos nos preparando para ter uma rede de acesso totalmente ip, com mais de 8,5 mil roteadores instalados, utilizando prioritariamente a fibra óptica como meio de transporte” márcio nunes, da claro

explosão de consumoO tráfego de dados online a partir de

dispositivos móveis cresceu 77% em todo mundo durante o primeiro semestre de 2011, se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa divulgada pela consultoria Allot. Só o YouTube repre-senta 22% desse total. O consumo de vídeo firma-se como uma tendência em dis-positivos móveis, e representa no total 39% dos dados acessados pelos usuários, cres-cimento de 93% no semestre.

Os clientes de VoIP em smartphones (como o Skype) também tiveram o cresci-mento substancial de 101%, segundo a pesquisa. No entanto, os serviços de SMS e MMS decresceram, confirmando uma tendência. Os downloads de aplicativos para smartphones também cresceram, sendo que o Android Market, loja para o sistema operacional móvel do Google, representa 13% do total de acessos. Quase todo o resto do tráfego (ou 84%) veio da loja virtual da Apple, a App Store. O acesso às redes sociais tiveram crescimento acima da casa dos 100%, principalmente o Twitter (297%) e o Facebook (166%).

A tim anunciou aporte de r$ 8,5 bilhões, no triênio 2011-2013, para substituir todos os equipamentos do núcleo ip (rede nacional ip multiserviço)

>>

> >

foto

Div

ulG

ão

Page 22: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

8 e s p e c i a l m o b i l i d a d e | s e t e m b r o d e 2 0 1 1

especial mobilidadeINfRAEstRutuRA

do mundo e a olimpíada sejam eventos muito bem sucedidos e que tragam benefícios para o país.

Já a tim acredita que o tema precisa ser enfrentado com a seriedade necessária, uma vez que o mercado de atacado no brasil enfrenta problemas estruturais que se constituem em fatores críticos de sucesso para que a correta infraestrutura de telecomunicações esteja à disposição da sociedade até 2014.

o brasil não é exclusivamente esportes. também é economia, moeda e mercado relativamente forte, e tem a comunicação sobre ip móvel como uma das principais ferramentas de inclusão digital e social. “As empresas precisam estar preparadas para atender a uma demanda de dados cada vez maior”, conclui o executivo da tim, bruno marsili.

be

bo

y/s

hu

tte

rs

toc

k

A huawei, em parceria com a consultoria teleco, constata no balanço huawei da banda larga móvel que este serviço no

país cresceu 35% no 1º semestre e deve che-gar no final de 2011 a 35 milhões de acessos, mais que o dobro da rede fixa.

na banda larga móvel, o acesso através do hspA+ continua ganhando terreno na expan-são da capacidade das redes das operadoras. elas vislumbram a possibilidade de maximizar o retorno sobre os investimentos realiza-dos nas redes 3g, antes de migrarem para o lte que, por sua vez, já conta-va mundialmente com 26 redes em operação comercial ao final de junho de 2011.

os dados apurados apontam a tendência de que o smartpho-ne se torne o principal dispositi-vo de acesso à internet. seu volu-me de vendas superou novamente o de pcs pelo terceiro trimestre consecutivo, e para cada 10 celula-res vendidos no mundo, 3 já são smar-tphones. dispositivos como ereaders e tablets também estão estimulando o cresci-mento da banda larga móvel.

na banda larga fixa, verifica-se um aumento global da participação das redes de fibras ópti-cas. mas enquanto no Japão e coreia estas redes representam mais de 50% do total de conexões de banda larga, em alguns países da

resultados da competitividade no mercado no brasil (venda de modem 3g/2T11)

Fonte: balanço huawei da banda larga móvel/Agosto 2011

2,931 milhões de modems ou 42,57% do market share

2 milhões de modems com 29,3% do market share

1,485 milhões de modems com 21,6% do market share

399 mil modems com 5,8% de market share

Acesso 3g via celular no brasil – 2T11

40,6%

31,3%

23%

4,47%

Acessos à internet por smArtphones devem chegAr A 35 milhões de dispositivos Ao finAl do Ano

expansÃo DesenFReaDa

Page 23: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

s e t e m b r o d e 2 0 1 1 | e s p e c i a l m o b i l i d a d e 9

Atualização do estudo de 2008 da Nokia Siemens Networks sobre o tráfego de dados nas redes móveis confirma as pro-jeções de três anos atrás: o ritmo de cresci-mento do tráfego se manteve na média de 80% a 90% ao ano. “Os investimentos nas redes móveis até 2015 vão aumentar em 250% e a base de assinantes crescerá em 140%”, analisa Wilson Cardoso, diretor de tecnologia para América Latina da empresa.

A pesquisa indica que o backbone em 2015 para as redes móveis crescerá quase 11 vezes em relação a 2011. De acordo com dados da Anatel, em julho desse ano, o número de usuários ficou em 22,77 milhões. “Apesar do atraso da implantação do LTE no País, as expectativas continuam quase as mesmas. Nossa previsão é que, até o fim do ano, o número de usuários 3G chegue a 39 milhões”, registra o relatório.

backbone

Jac

ob

ha

mb

lin

/sh

utt

er

sto

ck

Ainda segundo o levantamento, para atender à alta demanda por dados é neces-sário um espectro quase duas vezes maior do que o atual. “De 2008 para cá, houve um crescimento de quase 40 vezes no uso do espectro. O desafio continua sendo o de encontrar soluções para o esgotamento dele e como elevar a eficiência das opera-doras. Investimentos em novas tecnologias, que otimizem as redes 3G, são essenciais para oferecer serviços de qualidade, a menores preços e ao mesmo tempo com maior rentabilidade para as empresas”.

A estimativa é de que os usuários 3G passem de 18,916 milhões em 2010 para 39,970 milhões em 2011. Já a largura de banda no backbone deve ir de 257 Gbps no ano passado para 772 Gbps neste ano. O espectro necessário era de 37 MHz em 2010 e deve ir para 118 MHz em 2011.

europa como portugal e itália este número está pouco acima de 1%. no brasil, o percentual é ainda inferior: 0,1%.

no paísno brasil, com os respectivos crescimen-

tos de 10% e 35% verificados no 1º semestre deste ano, a banda larga fixa fechou o período com 15 milhões de acessos e a móvel com 28 milhões. A densidade dos acessos 3g chegou a 13,7 para cada 100 habitantes, superando a média mundial do final de 2010. na projeção para 2011, a banda larga móvel deverá contar com 35 milhões de acessos, uma quantidade maior que o dobro da banda larga fixa, esti-mada em 17 milhões.

A participação dos serviços de dados na receita das teles registrou um expressivo aumento de 30% no segundo trimestre de 2011 em relação ao período equivalente do ano anterior, levando o faturamento a 18,7% da receita total de serviços das ope-radoras no país.

mas há ainda muito espaço para cres-cimento, uma vez que essa participação é de 2 a 3 vezes superior nas operadoras do mundo desenvolvido, atingindo mais de 50% da receita da japonesa ntt docomo, por exemplo.

Apesar do crescimento igualmente expressivo de 7% na receita de voz registra-do no segundo trimestre, a expectativa é de menor participação de voz no total da receita das operadoras, fazendo os serviços de dados cada vez mais importantes como fon-tes de crescimento.

As operadoras móveis estão se concen-trando na ampliação da capacidade do backhaul de suas redes nas cidades já atendi-das. segundo os dados do segundo trimestre, a banda larga móvel está disponível para 76% da população e em 28% dos municípios brasi-leiros. no período, 102 novos municípios, que compreendem 2,4 milhões de pessoas come-çaram a ser atendidos por este serviço.

planos e pReÇosAs operadoras estão customizando paco-

tes para diferentes usos como e-mail, redes sociais, chat ou acesso à internet convencio-nal. essa estratégia impulsiona a adesão aos planos oferecidos que, hoje, são cobrados por volume de dados - a cobrança por velocidade caiu em desuso. em geral, ao consumir a fran-quia de dados o usuário continua com acesso ao serviço, mas com uma velocidade reduzida.

A média de preços no brasil para pacotes de 2g e 3g está acima dos valores praticados

A vivo está em processo da implementação de uma rede nacional de

fibra óptica que atingirá todas as capitais

em outros países. A carga tributária e a taxa de câmbio afetam esta comparação.

mesmo com queda média de 8% no segundo trimestre, o preço dos telefones celulares 3g ainda é uma barreira para a difusão da banda larga móvel, principalmen-te no segmento pré-pago. Já no pós-pago, o preço desse tipo de aparelho pode cair con-sideravelmente, de acordo com o plano adquirido. os modems 3g também apresen-taram leve queda de preço no trimestre e já podem ser encontrados por r$ 96,00. tendo como referência o segundro trimestre de 2010, o preço médio do modem no brasil caiu 35% ao longo de um ano.

>>

> >

Page 24: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

1 0 e s p e c i a l m o b i l i d a d e | s e t e m b r o d e 2 0 1 1

especial mobilidadesEguRANçA PoR

Marcelo Vieira

populArizAção de smArtphones e tAblets AtrAi A Atenção de criminosos virtuAis, que fAturAm milhões, e exigem mAis Atenção de usuários e empresAs com A segurAnçA

TÃo essenCIal QUanTo a baTeRIa

segundo pesquisa divulgada pela Juniper research, empresa especiali-zada em estatísticas do setor de tele-comunicações, o mercado de softwa-

res de segurança para dispositivos móveis (incluindo tablets, smartphones e feature pho-nes) deve ultrapassar us$ 1 bilhão já em 2013, e quase us$ 3,7 bilhões em 2016 – quando haverá 277 milhões de aparelhos com algum tipo de proteção instalada. quase 69% das vendas desse tipo de solução serão desti-nadas ao mercado empresarial.

A presença de softwares de segurança é comum no setor de computadores e laptops há muitos anos, mas ainda não nos dispositi-vos móveis. o aumento explosivo nas vendas de smartphones e tablets, que cada vez mais substituem outros dispositivos como principal terminal de acesso à internet, no entanto, tem continuamente atraído a atenção de crimino-sos virtuais. Assim, explica a Juniper, a cons-cientização do público sobre a vulnerabilidade desses aparelhos também aumenta.

“os usuários corporativos são o maior alvo em potencial devido à segurança móvel insufi-ciente”, diz nitin bhas, analista da Juniper e autor do relatório da pesquisa. “As empresas terão que incorporar dispositivos móveis às suas redes corporativas, como forma de reforçar polí-ticas de proteção e auditar os aparelhos.”

A pesquisa descobriu que as empresas estão começando a gastar mais em aplicativos de segurança para dispositivos móveis, confor-me se tornam parte crítica da política empresa-rial. no entanto, apenas um em cada 20 smar-tphones e tablets possui softwares de seguran-ça de terceiros instalado, apesar do aumento das ameaças.

empResasde olho não só no tamanho do mercado,

mas também na migração natural para os dis-positivos móveis, os grandes players desenvol-vem linhas completas de segurança móvel, seja para o consumidor final ou corporativo. “As companhias de todo o mundo estão interessa-

das em trazer a mobilidade para dentro de suas organizações”, diz chris Kenworthy, vice-presi-dente sênior mundial da mcAfee para grandes empresas. A mcAfee, explica, está apostando em segurança para todo tipo de endpoints, pois eles são extensões de uma mesma rede.

Kenworthy acredita que as companhias

não deveriam ter que criar todo um ecossiste-ma separado para proteger apenas dispositivos móveis. mas isso, explica, esbarra em uma série de dificuldades, principalmente dos departamentos de ti. “este grande fenômeno que chamamos de mobilidade está entrando nas empresas mais rápido do que elas são capazes de se adaptar”.

segundo o executivo, as tecnologias prede-

cessoras vieram devagar, e os departamentos de ti conseguiram controlar a entrada dos res-pectivos dispositivos nas redes empresariais e assegurar a segurança. com os dispositivos móveis foi diferente, e as corporações se veem obrigadas a trabalhar muito rapidamente.

no entanto, as tecnologias desenvolvi-das para este mercado ainda são muito

recentes, e muitas vezes os gestores desconhecem os portifólios de pro-teção móvel das empresas. “o desafio para os profissionais de ti é saber o que usar e comprar, pois as empresas precisam da mesma

proteção de antes.”para Kenworthy, as companhias já

estão correndo atrás do prejuízo: 70% delas permitem o uso de tecnologias móveis

na rede corporativa. “há uma série de vanta-gens nisso, como a diminuição na carga de tra-balho dos funcionários que operam o sistema de telefonia tradicional nas grandes empresas. A maioria dos funcionários também está feliz com a migração.”

haCkeRsroubar informações, incluindo arquivos e

dados de contatos, além de obter acesso a ser-vidores corporativos remotos e localidades geográficas: esses são os principais objetivos dos hackers que desenvolvem malwares para smartphones e tablets, diz vanessa pádua,

engenheira de sistemas da fortinet. “os princi-pais alvos são quaisquer dispositivos móveis que possuam conectividade”, explica. esses aparelhos, que armazenam informações profis-sionais e pessoais de seus usuários, ainda são afetados por dois fatores agravantes: estão conectados em todos os lugares, o tempo todo.

“na verdade, o perfil dos criminosos ciber-néticos mudou bastante nos últimos anos”, diz

ilin

se

rG

ey

/sh

utt

er

sto

ck

70% das organizações já permitem o uso de tecnologias móveis na rede corporativa, segundo estudo

Page 25: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

s e t e m b r o d e 2 0 1 1 | e s p e c i a l m o b i l i d a d e 1 1

Ascold szymanskyj, vice-presidente de vendas e operações para América latina da f-secure. “Antigamente os vírus eram escritos por ado-lescentes, e a principal motivação era deixar uma marca, como um pichador. hoje existem verdadeiras quadrilhas organizadas nesse tipo de crime pela internet, que movimentam milhões de dólares.”

para szymanskyj, os dispositivos móveis são ainda mais vulneráveis do que os pcs. primeiro, porque passam a falsa sensação de que os vírus atacam mais os desktops e note-books, e “qualquer dispositivo que esteja conectado à internet pode sofrer algum tipo de invasão”. Além disso, com a utilização de smartphones e tablets no ambiente corporativo, o interesse dos cibercriminosos por dados sen-síveis aumenta.

“hoje é comum a figura dos crackers, cuja principal motivação é o roubo de dados que possam ter algum valor comer-cial, como informações cadastrais, núme-ros e senhas de contas bancárias e car-tões de crédito”, diz o executivo da f-secure, que lista ainda aplicativos mali-ciosos que se instalam no dispositivo e gravam tudo o que o usuário digita.

Apesar de ainda poucos (com relação aos malwares para sistemas operacionais em com-putadores), o número de novos vírus específi-cos para dispositivos móveis tem crescido exponencialmente. segundo Ascold, um levan-tamento apontou que, apenas no primeiro tri-mestre deste ano, mais de 600 tipos de malwa-res para sistemas operacionais móveis. “todos são considerados alvos; não existe um sistema operacional imune a ataques”, diz.

chris Kenworthy, da mcAfee, explica que, além dos malwares tradicionais, como vírus, trojans e worms adaptados para dispositivos móveis, há outras áreas de risco na mobilidade corporativa, como os aplicativos. “nos velhos tempos dos desktops, 95% do que fazíamos se restringia ao e-mail, web e editores de texto e planilhas. nas lojas online são milhares de novos aplicativos móveis disponíveis todos os dias. será que pensaram na segurança?”

Websites maliciosos também represen-tam risco. segundo Kenworthy, os usuários de dispositivos móveis são três vezes mais sus-cetíveis a fraudes bancárias na web, pois não

conseguem identificar com clareza se estão em um site autêntico em uma tela tão peque-na. “o que os hackers fazem é seguir o dinheiro. quanto mais transações financeiras são feitas em smartphones, mais os hackers vão tentar encontrar um meio de explorar isso. hoje eles faturam muito mais através dos pcs, mas isso vai mudar.”

solUÇõesAs soluções oferecidas pelas empresas se

destinam tanto ao consumidor final quanto às empresas. A mcAfee, por exemplo, já conta com uma unidade específica apenas para desenvolvimento e pesquisa em segurança móvel. outras fornecedoras, como a fortinet, apresentam alternativas específicas para dispo-sitivos (como apps de varredura) e também para redes móveis corporativas.

o controle parental, que identifica sites

“A mobilidade está entrando nas empresas mais rápido do que elas são capazes de se adaptar”chris Kenworthy, da mcAfee

potencialmente perigosos antes que sejam acessados, também é uma constante no por-tfólio das empresas, bem como soluções de rastreamento de dispositivos roubados ou perdidos. “se perder um device já é ruim, perder os dados nele contidos pode ser pior ainda”, diz Kenworthy, da mcAfee, que ofe-rece uma solução que permite apagar remo-tamente os dados contidos em um aparelho.

Ascold szymanskyj, da f-secure, acredita que, além do esforço da indústria no desen-volvimento de soluções eficientes, é neces-sária “uma reeducação digital por parte do consumidor. há muita informação do usuário flutuando na nuvem sem muitos critérios de segurança.” segundo ele, é fundamental possuir um software de segurança associado ao dispositivo e mantê-lo sempre atualizado. A proteção ideal, diz, combina solução de antivírus com backup dos dados.

outras precauções também são impor-tantes, enumera vanessa pádua, da fortinet: evitar abrir e-mails, mensagens sms e links desconhecidos nas redes sociais; verificar pontuações e quantidade de downloads durante a instalação de um novo aplicativo; desconfiar de aplicativos gratuitos que solici-tam informações pessoais; manter o disposi-tivo sempre ao alcance.

“É importante uma reeducação digital por parte do consumidor”

Ascold szymanskyj, da f-secure

• Evitar abrir Emails, mensagens sms e lInks DesConheCIDos nas ReDes soCIaIs

• vErificar pontuaçõEs E QUanTIDaDe De DownloaDs DURanTe a InsTalaÇÃo De Um noVo aplICaTIVo

• DEsconfiar DE aplicativos gRaTUITos QUe solICITam InFoRmaÇões pessoaIs

• mantEr o Dispositivo sempRe ao alCanCe

precauções

Fonte: fortinet

>>

> >

foto

s D

ivu

lGa

çã

o

Page 26: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

1 2 e s p e c i a l m o b i l i d a d e | s e t e m b r o d e 2 0 1 1

>>

> >especial mobilidadesIstEmAs oPERACIoNAIs PoR

Victor Hugo

Antes dominAnte no segmento, o blAcKberry pAssA A ser cAdA vez mAis AmeAçAdo por Android e ios, enquAnto os tAblets começAm A mArcAr presençA desde A diretoriA AtÉ A forçA de vendAs. mAior vAriedAde de dispositivos e sistemAs resultArá em desAfios pArA os fornecedores em curto prAzo

QUem QUeR assUmIR a lIDeRanÇa?

A questão de mobilidade já se tor-nou, há algum tempo, um ponto crítico e relevante para o mercado corporativo. entretanto, se ante-

riormente o blackberry, da rim, dominava com folga este ambiente, com a nova dinâ-mica da consumerização e o avanço das novas plataformas como ios e Android, o cenário está se transformando. dessa forma, ocorrem alterações na estratificação das plataformas presentes em cada área da empresa, como diretoria e alta gerência, média gerência e força de campo/vendas.

uma tendência apontada por especia-listas, e que começou a tomar corpo no ano passado, se confirma neste ano: a maior presença de aparelhos com Android, e, principalmente, do iphone, nos setores de alta gerência e diretoria. o apelo des-tes modelos na questão de design e na gama de aplicativos disponíveis os transfor-ma em objetos de desejos dos executivos nestes cargos caracterizados pela maior autonomia e poder de decisão sobre qual dispositivo usar.

diante disso, o blackberry vem perden-do relativa participação nas empresas. os tablets, por outro lado, começam a marcar presença relevante nas mãos de diretores e gerentes, fato que se constata com o cresci-mento da penetração do ios, por meio do ipad, e do Andorid, embarcado em tablets da motorola, lg, samsung, entre outros.

ameaÇano que tange a média e baixa gerência,

ainda há um amplo predomínio do blackberry, mas smartphones menos parrudos com Android começam a aparecer com mais força neste meio. há também uma incidência do iphone, mas em menor escala. “Ainda não chega a ameaçar o blackberry, mas o Android e o iphone já passam a roubar algum espaço da rim na gerência”, diz fabrício bindi, diretor de produtos e serviços da telefônica/vivo

empresas. segundo ele, deve existir uma con-vergência da alta e da média gerência, com essa quebra de mercado ficando menos nítida. um fato que garantirá espaço para todos os players de mercado. “não haverá um player totalmente líder”, observa.

por fim, quando analisado o segmento de força de vendas e campo, a grande dominância do Windows mobile e a presen-ça do symbian não tendem a se manter por

muito mais tempo. isso porque a falta de aparelhos com o sistema da microsoft e a falta de adaptação do symbian às necessi-dades das empresas estão abrindo portas para a entrada do Android, já presente em uma gama maior de aparelhos, inclusive naqueles de menor custo para as organiza-ções. “As empresas que estão migrando as soluções de força de campo/vendas adotam o Android por custo e porque o sistema já permite o desenvolvimento de aplicações específicas”, analisa bindi.

entretanto, o executivo ressalta que essa mudança depende do porte da empresa e adaptação não é rápida, até pelo fato de representar alto custo. “A adoção do mercado corporativo é mais lenta do que no consumo. mas essa é uma tendência que tem acontecido”, complementa. Além disso, vale ressaltar que os tablets também passam a ser utili-zados por algumas empresas na força de vendas/campo, possibilitando ao

estudo aponta que, no brasil, 75% dos

profissionais que utilizam a tecnologia no

seu dia-a-dia alegam usar seus próprios

smartphones, e acessam aplicações de negócios

ole

ks

iy m

ar

k/s

hu

tte

rs

toc

k

Page 27: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

>

Untitled-1 1 16/09/2011 16:12:11

Page 28: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

1 4 e s p e c i a l m o b i l i d a d e | s e t e m b r o d e 2 0 1 1

>>

> >especial mobilidadesIstEmAs oPERACIoNAIs

Android, principalmente com o galaxy tab da samsung, ter ainda mais oportunidades nesta área das empresas, assim como garantir a presença do ios, com o ipad. entre as empresas que já usam ipads na força de vendas/campo, destaque para a eurofarma, galderma e ems.

É meUmas não é somente nestas divisões

das empresas que a adoção de smartpho-nes acontece. mesmo sem a necessidade das companhias investirem na compra de smartphones para o restante de seus fun-cionários, estes passam a colocar seus próprios dispositivos a serviço das empre-sas. estudo realizado pela idc, e encomen-dado pela unisys, apontou que no brasil, 75% dos profissionais que utilizam a tec-nologia no seu dia-a-dia alegam usar seus próprios smartphones para o trabalho, sendo que 37% dos trabalhadores brasilei-ros usam smartphones para acessar apli-cações de negócios.

Além disso, 22% afirmam utilizar tablets no trabalho. no entanto, há uma discrepância entre o uso e o conhecimento dos executivos de ti sobre esse fato, já que apenas 38% deles acreditam que os funcionários utilizem smartphones. no outro extremo, 44% dos executivos de ti reconhecem a necessidade de oferecer treinamento aos funcionários para que estes utilizem mais adequadamente os dis-positivos móveis no ambiente corporativo.

tal treinamento faz todo sentido para esse processo de consumerização de ti, fato evidenciado por uma pesquisa realiza-da pela mcAfee, em parceria com a universidade carnegie mellon, segundo a qual, apesar de crescer o número de pes-soas que fazem uso de dispositivos móveis próprios para praticar atividades profissio-nais, a maior parcela destes não tem conhecimento sobre a política da compa-nhia sobre o uso de tais equipamentos.

essa tendência de consumerização traz implicações para a atuação do cio, que deverá criar mecanismos para garantir a segurança e a harmonia do ambiente de ti da empresa diante dessa avalanche de dife-rentes dispositivos móveis e plataformas presentes na companhia. “o desafio do cio é se adequar aos novos aparelhos e siste-mas que estão entrando no seu ambiente. muitos estão preocupados em como gerir todo esse novo mundo de mobilidade corpo-rativa. o cio do futuro tem que estar prepa-rado para lidar com todos esses diferentes sistemas”, atesta fernando belfort, analista sênior da frost & sullivan.

segundo ele, a consumerização e o desejo dos gerentes e diretores por novos dispositivos acabam por gerar uma quebra de paradigma. isso porque o pensamento do cio sempre foi fornecer smartphones blackberry por conta da questão de segu-rança da informação. “mas boa parte dos funcionários e executivos querem outros aparelhos. um desejo é impulsionado por design e aplicativos”, pondera belfort.

o diretor da telefônica/vivo empresas, por sua vez, comenta que apesar do blackberry ser um apelo superior no quesi-to segurança, todas as outras plataformas têm condições de atingir a mesma robus-tez. A diferença, ele acrescenta, é que no balckberry esse fato já é nativo, enquanto que para sistemas como ios e Android se faz necessário um desenvolvimento, o que gera mais custos.

opoRTUnIDaDe o avanço da adoção de mobilidade

pelo mercado corporativo gera grandes oportunidades. na telefônica/vivo empresas, por exemplo, frisa bindi, a venda de smartphones já representa entre 40% e 50% do total, contra parcela ante-rior de 20% a 30%. tal fato eleva a demanda das empresas pela contratação de desenvolvimento de aplicações móveis.

de olho nesse potencial de mercado, a vivo prepara, em curto prazo, o lançamento de uma loja de aplicativos móveis voltada exclusivamente para o segmento corporativo. A empresa está fazendo alianças estratégi-cas com desenvolvedores para proporcionar uma vasta gama de aplicações aos seus clientes. “Já estamos em negociação com diversos desenvolvedores e a plataforma está em implantação. Acreditamos muito nesse segmento de aplicativos móveis para as empresas”, revela o executivo.

A Apple é outra empresa que pretende se aproveitar dessa demanda corporativa por aplicativos móveis. tanto que, na tenta-tiva de expandir a participação no mercado corporativo, a empresa criou um programa de venda de apps por volume para empre-sas, batizado de volume purchase program. A oferta estará disponível inicialmente ape-nas para empresas nos estados unidos e oferecerá aplicativos para iphone e ipad.

A Apple não esclareceu, entretanto, se haverá descontos para clientes corpo-rativos devido à compra em volume. com tal serviço, a companhia abre portas para o desenvolvimento e a venda de aplicati-vos personalizados para atender a neces-sidades específicas das empresas.

“o desafio do cio é se adequar aos novos aparelhos e sistemas que estão entrando no seu ambiente. muitos

estão preocupados em como gerir todo esse novo mundo de mobilidade corporativa. o cio do futuro tem

que estar preparado para lidar com todos esses diferentes sistemas”

fernando belfort, da frost & sullivan

44% dos executivos de ti reconhecem a

necessidade de oferecer treinamento aos

funcionários

foto

Div

ulG

ão

Page 29: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

>

Untitled-1 1 09/09/2011 15:09:37

Page 30: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

1 6 e s p e c i a l m o b i l i d a d e | s e t e m b r o d e 2 0 1 1

>>

> >especial mobilidadeAPLICAtIvos PoR

Alexandro Cruz, especial para a TI Inside

nA esteirA do crescimento dA vendA de smArtphones, blAcKberries e tAblets, os AplicAtivos tornArAm-se ferrAmentA essenciAl pArA AtrAir clientes

aplICaTIVos RURaIs

o pc está com os dias contados? de acordo com as últimas pesquisas, tudo indica que sim. o gartner reduziu a projeção de crescimento

para o mercado mundial de computadores pessoais de 9,3% para 3,8% este ano, decorrente da desaceleração das economias da europa ocidental e dos estados unidos. por outro lado, houve uma forte demanda por tablets. A nielsen também mostra que os desktops estão na uti e diz que a venda de celulares inteligentes no primeiro semes-tre de 2011 aumentou 165% em compara-ção igual período de 2010 e que 44% dos usuários de celular pretendem comprar smartphones nos próximos seis meses.

com a mobilidade no brasil a pleno vapor, novos segmentos de mercado surgi-ram, tendo como alvo a criação de aplicati-vos. impulsionados pelo aumento da internet móvel no país, que deverá chegar a 35 milhões de acessos até o fim de 2011, conforme indica a huawei, empresas como google, Apple e microsoft passaram a investir pesado neste modelo de atividade comercial. responsável por tornar os celula-res mais atrativos e ágeis com seus inúme-ros serviços customizados, o negócio de soluções mobile é um midas para esta área, principalmente para as fabricantes de tele-fonia móvel e de desenvolvimento.

hoje, para aumentar o número de clien-tes, as empresas passaram a oferecer junto aos seus sistemas operacionais, como ios, blackberry os, Android e symbian, aplicati-vos projetados em parceira com empresas desenvolvedoras. A nokia é um exemplo de como as fabricantes estão apostando nos apps como estratégia de marketing. em mea-dos de agosto deste ano, a fabricante anun-ciou o acordo com a canadense polar mobile para desenvolver mais de 300 aplicativos móveis para smartphones durante 12 meses.

mais uma fabricante que resolveu ampliar sua estratégia de vendas por meio dos aplicativos, mas de outra forma, foi a rim. como medida de mudar o clima ruim de desaceleração da venda do seu blackberry, a fabricante decidiu comerciali-zar aplicativos que sejam compatíveis com

o sistema operacional Android, da google. segundo a empresa, existe mais de 250 mil aplicativos disponíveis no Android market, equivalente a seis vezes mais do que a rim oferece mundialmente o que o torna um canal atrativo para novos negócios.

ConsolIDaÇÃopara os desenvolvedores, a parceria

com os grandes players tornou-se essen-cial para fortalecer as suas marcas neste segmento de mercado e ampliar a safra de lucro. segundo fábio nunes, diretor de operações da navita, empresa especiali-zada em soluções para mobilidade, tele-com e portais corporativos, 2011 foi o ano de amadurecimento e consolidação do mercado. “neste ano vimos todas as empresas se movimentando para estar presente neste novo mundo, que agora não é mais apenas smartphones, mas também de tablets”, afirma.

A avaliação do executivo está alinhada às boas perspectivas para este setor, como aparece no estudo das empresas de consul-toria marketsandmarkets e forrester research, apontando que o mercado de aplicativos deverá movimentar cerca de 6,8 bilhões de dólares (r$ 10,6 bilhões) ao longo deste ano e até 2015. A estimativa é

que se deva alcançar uma movimentação de 25 a 38 bilhões de dólares. no entanto, as consultorias avaliam que o brasil ainda engatinha se comparado ao padrão mundial. como exemplo, no ano passado, foi regis-trado no país um movimento de r$ 50 milhões neste segmento.

gaRanTIa De lUCRo?para o executivo da navita, o cresci-

mento no segmento de apps ainda não pode ser considerado uma fonte de renda expres-siva para as empresas. Ainda segundo nunes, neste formato de negócios - loja de aplicativo -, a operadora tem receita prati-camente zero e são poucos os casos das companhias de telefonia a faturar algo. “As fabricantes têm um revenue share sobre a negociação de aplicativos em suas lojas, variando entre 20% e 30%. porém, apenas a loja da Apple tem um volume considerável de vendas de aplicativos para representar uma receita interessante ao fabricante. A cultura de aplicativos grátis é muito grande, o volume de downloads de apps gratuitos é bem maior do que os pagos, especialmente em plataformas não Apple”, avalia.

entre os desenvolvedores, o executivo afirma que são poucos os casos de sucesso, alguns desses profissionais de fora do brasil, especialmente de games, que ganha-ram dinheiro. “mas, no brasil, os casos são raros (não conheço nenhum) de fabricante que vive de vendas de aplicativos. o que mantem os desenvolvedores ativos no país é o desenvolvimento de apps para marcas

“neste ano vimos todas as empresas se movimentando para estar presente neste novo mundo, que agora não é mais apenas smartphones, mas também de tablets”fábio nunes, da navita

foto

Div

ulG

ão

Conecte-se a esta nova rede.

8 de novembro de 2011Hotel Paulista Plaza

das 9h as 18hAlameda Santos, 85 - São Paulo, SP

INSCRIÇÕES 0800 77 15 [email protected]

PARA PATROCINAR 11. 3138 [email protected]

Saiba mais sobre a programação em www.convergeeventos.com.br

PRINCIPAIS TEMAS AS LOJAS DE APLICATIVOS E SEUS MODELOS DE NEGÓCIOS | OS CONTEÚDOS PATROCINADOS | DAS MÍDIAS SOCIAIS À TV SOCIAL

O GINGA E AS PLATAFORMAS ABERTAS | CONTEÚDO E ENTRETENIMENTO | SERVIÇOS DE REDE E MUITO MAIS!

Venha participar do TV.APPs 2011. Evento pioneiro que reunirá fabricantes, desenvolvedores de aplicativos e detentores de conteúdos para discutir interatividade e conectividade na TV.

EVENTO INÉDITO!

Page 31: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

>

Conecte-se a esta nova rede.

8 de novembro de 2011Hotel Paulista Plaza

das 9h as 18hAlameda Santos, 85 - São Paulo, SP

INSCRIÇÕES 0800 77 15 [email protected]

PARA PATROCINAR 11. 3138 [email protected]

Saiba mais sobre a programação em www.convergeeventos.com.br

PRINCIPAIS TEMAS AS LOJAS DE APLICATIVOS E SEUS MODELOS DE NEGÓCIOS | OS CONTEÚDOS PATROCINADOS | DAS MÍDIAS SOCIAIS À TV SOCIAL

O GINGA E AS PLATAFORMAS ABERTAS | CONTEÚDO E ENTRETENIMENTO | SERVIÇOS DE REDE E MUITO MAIS!

Venha participar do TV.APPs 2011. Evento pioneiro que reunirá fabricantes, desenvolvedores de aplicativos e detentores de conteúdos para discutir interatividade e conectividade na TV.

EVENTO INÉDITO!

Page 32: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

1 8 e s p e c i a l m o b i l i d a d e | s e t e m b r o d e 2 0 1 1

>>

> >especial mobilidadeAPLICAtIvos

(empresas de mercado que querem ter seus aplicativos e contratam desenvolvedo-res)”, diz.

Já paulo mira, presidente mundial da nor-te-americana phd mobi, agência digital espe-cializada em aplicativos e mobilesites, alerta que a pouca informação, muitas vezes influen-ciada por agências com pouca ou nenhuma experiência mobile, acreditam que produzindo apps estão entrando com grande força de negócio no mundo móvel. “os apps funcionam muito bem, mas não para qualquer um. Além disso, essas soluções requerem diversas ver-sões e atualizações para falarem com todo o mercado. quem faz um app para iphone está começando bem, mas terá muito o que fazer, principalmente em investimentos, para que interajam com todo o mercado”, explica.

segURanÇacomo qualquer segmento de comunicação

sobre ip, com a expansão dos aplicativos móveis, os usuários também estão sendo pre-senteados com os inúmeros problemas de segurança. segundo umberto rosti, sócio-fun-dador da safeWay consultoria, especializada em segurança da informação e gestão de ti, em geral, os aplicativos não são seguros.

o executivo diz que, por ser uma nova tecnologia, muitas vezes, as informações

críticas dos usuários ficam nestes dispositi-vos móveis, nas empresas ou em data cen-ter, sem segurança alguma. “como exem-plo, os dispositivos móveis geralmente só têm uma senha, não têm dois fatores de autenticação, nem criptografia dos dados. hoje, estamos em uma era onde estes dis-positivos estão recebendo spam de uma forma diferente que recebíamos por e-mail, sms e outros. Ainda não se incorporou con-troles adequados a este ambiente como, por exemplo, antivírus, criptografia, ou fator de autenticação forte”, alerta.

de acordo o levantamento realizado pela mcAfee, só no primeiro semestre de 2011 houve um recorde no volume de amea-ças para este segmento. A quantidade de vírus destinada aos dispositivos móveis aumentou consideravelmente no segundo trimestre. como exemplo, o estudo mostra um crescimento de 76% no número de ame-aças destinadas a dispositivos Android desde o último trimestre analisado.

mesmo que o resultado seja pavoroso, umberto rosti alerta que os usuários não têm preocupação com a segurança. “eles até acham que essa tecnologia é segura por ter evoluído de um equipamento no qual não existia vulnerabilidade, como os equipamen-tos eletrônicos, assim tem uma falsa sensa-ção de segurança. porém, estes dispositivos são praticamente computadores móveis”, afirma. os especialistas em segurança ava-liam que essa falsa segurança é muito seme-lhante ao que existia no começo da internet.

como acontece na rede fixa, o mercado de segurança móvel pode ser visto como um leque de oportunidades. rosti afirma que, no brasil, este segmento ainda é um ambiente pouco explorado e com poucas pessoas que têm conhecimento. “É um mer-cado a ser explorado e ainda tem que ganhar muita maturidade. uma oportunida-de de negócio, mas ainda tem uma deman-da a ser reconhecida por segurança”.

VIÉshá outra via à visão de que o mercado

de aplicativos é o detentor de novos negó-cios mobile. segundo o ceo da phd mobi, paulo mira, mais importante do que ter apps é ter um mobile site. de acordo com ele, 68% dos usuários que fizeram downlo-ad de algum app o estão utilizando pelo menos uma vez por semana, enquanto que 81% das pessoas estão navegando na internet no mesmo período. “mais usuários estão procurando informação ao navegar com seus aparelhos móveis e 51% estão tomando decisões de compra baseados no que encontram”, compara.

o executivo também afirma que, se uma empresa oferece a navegação via mobilesite, proporciona uma experiência positiva com sua marca e 89% de seus consumidores decidem comprar em menos de 24h, sendo que 36% decidem imediatamente.

hoje, sabemos que 79% das pessoas usam seus smartphones para comprar pro-dutos e serviços. “desta vez, não é uma onda como aconteceu com o início da internet, é uma tsunami com mais de 220 milhões de aparelhos móveis no brasil, sendo mais de 35 milhões de smartphones (estimado). isto torna o país uma das potên-cias mundiais em termos de evolução e crescimento de mercado. e que continua crescendo”, conclui mira.

“os apps requerem diversas versões e atualizações para falarem com todo o mercado. quem faz

um app para iphone está começando bem, mas terá muito o que fazer”

paulo mira, da phd mobi

“os dispositivos estão recebendo spam de uma forma diferente que recebíamos por e-mail, sms e outros”umberto rosti, da safeWay consultoria

foto

s D

ivu

lGa

çã

o

Untitled-1 1 06/09/2011 17:15:07

Page 33: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

>

Untitled-1 1 06/09/2011 17:15:07

Page 34: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

Untitled-1 1 31/08/2011 18:18:16

zEN

tILI

A/sh

uttE

Rsto

Ck

Page 35: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

out_2011 TeleTime 15

Aquecido, o mercado de banda larga móvel é o novo front de batalha das operadoras, que já redo-bram a atenção com

pacotes de serviços e melhoria das redes. Com a perspectiva de que o trá-fego de dados se torne sua principal fonte de renda, as empresas de teleco-municações, especialmente das opera-doras de celular, têm se aplicado em oferecer pacotes diferenciados para implantar seu chip numa quantidade cada vez maior de telefones inteligen-tes (smartphones), tablets e demais dispositivos que permitem o uso inten-sivo da rede. Hoje, de cada três apare-lhos vendidos no mercado brasileiro, ao menos um tem acesso 3G.

Para a Vivo, maior operadora do Brasil em número de clientes, com 65 milhões, a queda nos preços dos ter-minais, somada à chegada ao mercado de smartphones cada vez mais avan-çados, é o grande motor da venda de planos. Este fator impulsiona, espe-cialmente, os planos na tecnologia 3G, explica o diretor de marketing móvel da operadora, Daniel Cardoso. “Vemos que 70% dos clientes da telefonia móvel procuram aparelhos com aces-so à rede”, diz.

É mirando este interesse acentua-do dos clientes por conectividade que a Vivo busca parcerias com as fabri-cantes de aparelhos para construir seu portfólio e, consequentemente, ofertas de serviços a preços considerados atraentes aos olhos do consumidor. “O subsí-dio, por exemplo, é uma alavanca que usamos, mas com cui-dado e disciplina”, explica o diretor de marketing móvel da empresa. “Temos outras soluções tam-bém, como as parce-rias com os fabrican-

tes para ter aparelhos mais baratos e, assim, subsidiar dispositivos apenas aos clientes de maior valor, àqueles que assumem um compromisso com você em planos pós-pagos”.

Um exemplo desta estratégia é o trabalho que a operadora tem feito com a ZTE e outras fabricantes para trazer aparelhos com recursos sofisti-cados e custo final reduzido. Cardoso também afirmou que a empresa pro-cura conceber planos estruturados para atender o maior número de clien-tes possível. “Desta maneira, podemos ter planos e aparelhos para pratica-mente todos os perfis. Esta é a forma que temos para garantir o crescimen-to”, comenta.

Ele também diz que a empresa está atenta aos incentivos governamentais para reduzir o preço final da banda

larga, fato que pode provocar uma demanda ainda maior pelo serviço

e por aparelhos 3G de baixo custo. “Por conta deste momento do mercado tentamos mostrar aos fabricantes o que é mais importante para o nosso cliente, as faixas de preços na qual a gente consegue ver maior interesse e trabalhar com eles algumas especifica-ções, como configurações corretas, vantagens para oferecer ao cliente e volume”.

O diretor de vendas da Claro, Ricardo César, acredita que as opera-doras precisam olhar com mais aten-ção para os clientes pré-pagos, hoje maioria entre os consumidores da telefonia celular. De acordo com o exe-cutivo, é preciso desenvolver planos nos quais estes clientes tenham mais vantagens, uma forma de estimular os gastos com serviços de telecomunica-ções. “Esse conceito de classe C não é apenas uma questão de ascensão financeira, e por isso podemos estimu-

lar o uso do celular”. Ele acredi-ta que os usuários não optam pelo plano pré-pago para usar menos o telefone e, sim, pela comodidade do controle de gas-tos. “Para atender a esses clien-tes podemos continuar crescen-do a cobertura 2G e 3G”, comentou. Tanto a Claro quanto a TIM acreditam que a competi

.:MarkEtiNg Wilian [email protected]

Novo frontCom crescimento da banda larga móvel, disputa das operadoras passa a ser por este mercado e para ver quem está mais presente no universo dos smartphones e tablets.

“o suBsídio é uma alavanca que usamos, mas com cuidado e disciplina. temos tamBém parcerias com os faBricantes para ter aparelhos mais Baratos.”Daniel Cardoso, da Vivo

Foto

: dIv

uLgA

ção

Page 36: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

16 TeleTime out_2011

ção no setor está atrelada ao desenvolvimento de pacotes focados nos “diversos perfis de usuários: tem aqueles que procuram bônus, outros pro-curam vantagens como sub-sídio de aparelhos, ou custo mais baixo por minuto, e temos que atender a essas expectativas”, disse Ricardo César durante a Futurecom.

O presidente da Claro no Brasil, Carlos Zenteno, acres-centa que a estratégia da empresa para pegar carona no bom momento da banda larga móvel é disponibilizar variedade de aparelhos, especialmen-te aqueles com recursos tecnológicos mais avançados. “Dentro de uma ofer-ta acessível ao cliente”, disse. Zenteno também diz acreditar que é preciso fazer um esforço para ensinar aos clientes como tirar proveito dos recur-sos dos aparelhos. “Fazemos esse tra-balho de comunicar o que a tecnologia pode fazer para os nossos clientes e vemos que eles estão fazendo um uso cada vez mais intensivo das redes”.

É com estas armas que a Claro pre-tende reconquistar a vice-liderança do setor, hoje nas mãos da TIM, atual-mente com aproximadamente 610 mil clientes mais do que a operadora do grupo América Móvil. “Estamos traba-lhando para melhorar a qualidade do serviço e, acredito que retomar a essa posição é consequência de cumprir com as metas de longo prazo, e conti-nuar com investimentos para melho-

rar o atendimento e qualida-de da rede, com ofertas

acessíveis aos clientes”. Zenteno refor-ça que a política da empresa para agregar novos contratos passa por redobrar a atenção com os clientes pré-pagos, com planos de Internet vol-tados àqueles clientes que usam cone-xão Wi-Fi em casa ou no trabalho, e deixam o acesso 3G para situações nas quais vê a necessidade de usar esta tecnologia. “Para eles, temos um servi-ço no qual você paga um valor fixo diário apenas quando usar o serviço de Internet. Isso significa que os clien-tes de pré também podem usar 3G e navegação”, diz. “Mas, realmente não importa muito se é pré ou pós-pago, de qualquer jeito todos os produtos têm que ser bons para as necessidades dos clientes”, conclui.

Animada com o crescimento do mercado de dados na telefonia móvel, a Claro firmou recentemente uma par-ceria com a rede de universidades Estácio Uniradial. O convênio coloca à disposição da operadora um universo com 241 mil possíveis clientes, entre estudantes matriculados nas escolas da instituição de ensino. Para esta parceria a operadora oferece 10% de desconto e o dobro da franquia de Internet aos alunos da Estácio que aderirem à banda larga acima de 1 GB, da operadora. A oferta é atrelada à iniciativa da universidade de ceder tablets a seis mil alunos de cursos como Direito, Gastronomia e Hotelaria, da instituição de ensino (ver matéria de capa desta edição).

Sem subsídioCom pouco mais de 56

milhões de assinantes, a TIM, segunda maior ope-radora móvel, mantém uma política de descontos, em vez de subsidiar a aquisição de aparelhos aos clientes. “Hoje vemos que o cliente valoriza esta

posição, porque assim conseguimos oferecer aparelhos mais baratos e sem fidelização ou multa, o que é uma maneira pouco transparente de se relacionar com o cliente”, comenta o diretor de marketing da operadora, Roger Solé. “No início eles estranha-ram, pois, estavam acostumados com o sistema de fidelização, mas a mudan-ça foi rápida, agora eles entendem que este sistema é melhor”.

O diretor da TIM afirma que, se somado o valor de plano na operadora com o custo mensal da prestação do aparelho, o cliente ainda pagará menos do que se ele optar por um smartphone subsidiado numa das con-correntes. “Podemos oferecer vanta-gens como parcelamento ou um bom desconto na fatura mensal de quem adquire plano pós-pago”, emenda.

De acordo com Solé, para estimular a penetração do serviço, a empresa aposta em vendas de modelos com recursos modernos e preço reduzido. “Trabalhamos com portfólio seleciona-do e, então, negociamos grandes quantidades dos modelos que escolhe-mos. Esta é uma maneira interessante de levar o fornecedor a reduzir custos fixos e lucrar em escala, baixando os preços”, diz.

Após fortalecer sua presença no mercado de “consumer”, a TIM resol-veu desenvolver uma campanha para mostrar aos clientes as vantagens de se usar a banda larga móvel no seg-mento corporativo. Entretanto, o modelo de negó-cios dos planos fixos e móveis

.:MarkEtiNg

“negociamos grandes quantidades dos modelos que escolhemos. é uma maneira de

levar o fornecedor a reduzir custos fixos e lucrar em escala, Baixando os preços.”

Roger Solé, da TIM

Perfil do usuário de mobilidade52% desejam ter um tablet79% acessam a internet por

mais de uma hora diária23 milhões de celulares 3g no brasil em junho

51% dos usuários 3g têm planos pré pagos

R$ 62 é o gasto médio por mês com o serviço

35% foi o crescimento da banda larga móvel no primeiro semestre

13,7 foi a quantidade de acessos para cada 100 habitantes

71% dos celulares brasileiros acessam a internet90% deles são 3g

56% são smartphonesFonte: Huawei.

“estamos traBalhando para melhorar a qualidade do serviço, e acredito que retomar a vice-liderança é consequência de cumprir com as metas de longo prazo.”Carlos Zenteno, da Claro

Foto

: dIv

uLgA

ção

JoJJ

E/sh

uttE

Rsto

Ck

Page 37: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

são semelhantes. “A diferença mesmo está na campanha, que visa mostrar ao cliente que é vantagem ele usar a nossa conexão móvel no trabalho também”, conclui.

Ao ver as concorrentes ganhando terreno, a Oi estuda uma política mais agressiva de ampliação da cobertura 3G, que será reforçada pelos incenti-vos à penetração de terminais. É com este foco que a operadora já considera voltar a subsidiar aparelhos, uma maneira de alçar voo no mercado pós--pago. “Há uma grande chance de haver subsídios novamente, especial-mente se as condições do mercado se mantiverem”, comentou o presidente da Oi Francisco Valim, durante a Futurecom. Outra estratégia da opera-dora para se manter na briga e não se distanciar das três maiores concorren-tes é continuar investindo na cobertu-ra de terceira geração, levando a tec-nologia para novas cidades e também melhorando a qualidade do sinal nos municípios já atendidos pelo serviço. Números recentes mostram que a

empresa tem 41 milhões de assinantes no serviço móvel, em quarto lugar. De acordo com Valim, a Oi também espera aumentar sua base de clientes com a oferta de banda larga a preços populares, a partir de outubro. No curto prazo o serviço pode atender entre 200 e 300 cidades em todo o País. “A meta é levar os benefícios do PNBl - Programa Nacional de Banda larga - a toda a nossa área de cobertura até 2014”.

capacidade de redeNa visão das operadoras, a chegada e

possível ascensão dos tablets entre os principais canais de acesso à Internet

deve movimentar as estraté-gias, que tendem a desenvol-ver ofertas específicas para quem utiliza o aparelho. “Acontece que para computa-dores você precisa ter grandes volumes de dados, enquanto nos celulares a quantidade é menor. Então o tablet fica no meio do caminho. E a gente vai buscando novas alternati-vas, novos planos, pacotes

interessantes para este público tam-bém”, diz Daniel Cardoso, da Vivo. O pensamento dele é seguido, e posto em prática, pelo colega da TIM, que já tem no mercado um pacote de serviços dire-cionado aos clientes que usam a Internet no tablet. “Estamos com este programa desde abril, porque o consumo de dados neste aparelho é diferente”, reforça Solé, ao dizer que a empresa oferece planos ilimitados para estes dispositivos. “Não vamos bloquear se o cliente ultrapassar a franquia, mas vamos reduzir a velocida-de. É uma maneira de evitar um uso descontrolado do serviço”, conclui.

“hÁ uma grande chance de haver suBsídios novamente,

especialmente se as condições do mercado se mantiverem.”

Francisco Valim, da Oi

Page 38: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

18 TeleTime out_2011

Quando o Congresso negociava o Pl 29, depois chamado de PlC 116 e agora sancionado como lei sob o número 12.485/2011, uma das grandes inovações,

para as empresas de telecomunicações, era o fim das limitações previstas no Artigo 86 da lei Geral de Telecomunicações (lGT). Pela nova redação, as concessionárias de telefonia fixa seriam autorizadas a consoli-dar em um único CNPJ, preferencialmente o da concessão, todas as suas atividades, o que traria ganhos tributários e fiscais. Mas a mudança, que em determinado momento contou com uma forte intervenção da Anatel para acontecer, pode ter efeito contrário.

Diversos fatores indicam que as conces-sionárias não deverão se valer do instru-mento para consolidar na concessão todos os serviços prestados e, assim, usufruir ao máximo de sinergias contábeis. Esse movi-mento, se realmente acontecer, representa muito mais do que uma opção das empre-sas: mostra indícios de um desajuste na regulação do setor.

A telefonia fixa é um serviço em declínio em todo o mundo. A tendência é que todos os novos investimentos (e as novas fontes de receita) sejam destinados aos serviços prestados em regime privado, como o SCM (banda larga), o SMP (telefonia móvel) e o recém criado SeAC, o Serviço de Acesso Condicionado (TV por assinatura). Do ponto de vista mercadológico, as teles alegam que não têm incentivos em investir na conces-são. Mas não é só isso. Do ponto de vista regulatório, o cenário sem uma definição sobre o que acontecerá a partir de 2025, quando acaba o contrato de concessão da telefonia fixa, também estimula as empre-sas a “ficarem longe da concessão”, como diz uma fonte ligada às concessionárias.

A principal preocupação das empresas está relacionada à falta de uma visão única sobre o tratamento dos bens rever-síveis. Embora a agência já tenha subme-tido a consulta pública um novo regula-mento de bens reversíveis que flexibiliza o controle sobre a alienação dos bens, representantes da agência vez ou outra

dão sinais contraditórios sobre o assunto. Já foi dito, por exemplo, que se um bit de voz passar por determinada rede ou equi-pamento, ela é reversível.

Além disso, segundo essa fonte das con-cessionárias, do ponto de vista fiscal, as empresas teriam mais benefícios em conso-lidar as operações na operadora móvel do que na fixa. As operadoras móveis têm um grande número de créditos tributários em função do longo período em que registra-ram prejuízo contábil, já que os investimen-tos ainda estão sendo amortizados. Assim, ao realizarem os novos investimentos elas conseguem recuperar esses créditos fiscais que não existem na pessoa jurídica da con-cessão. “Não vou fazer investimento em fibra dentro da concessionária. SCM, SMP e SeAC vão estar dentro de uma mesma pes-soa jurídica e é melhor colocar todas essas

licenças dentro da operadora móvel”, diz a fonte. É o oposto do que estava esperando o governo, que imaginava que esses ganhos tributários pudessem ser revertidos para as tarifas de telefonia.

A posição das empresas, entretanto, não causa surpresa para algumas áreas da Anatel. “Eles não são malucos de fazer (a consolidação na concessão). Preferem não ter o ganho tributário pleno”, diz uma fonte da agência. Ao manter a telefonia fixa em uma operação separada das demais, a empresa não captura totalmente as sinergias contábeis e tributárias que poderia ter. Um exemplo desse ganho já identificado pelo Ministério das Co -municações é quando uma chamada fixa termina na rede móvel da companhia do mesmo grupo, a fixa deverá pagar a VU-M para a móvel e sobre essa transação incide PIS e Cofins. Se tudo ficar sob a mesma

empresa, essa tributação deixa de existir.

RegulaçãoO pano de fundo dessa discussão diz

respeito à própria atuação regulatória da Anatel. As empresas temem que, no futuro, a agência possa entender como reversíveis os bens adquiridos para a prestação do SeAC, por exemplo. “Como vai ter que devolver em 2025, eles mantêm essa estru-tura pública no limite. É muito mais inte-ressante fazer investimento na rede priva-da”, diz uma fonte da Anatel. Segundo essa fonte, a cada PGMU a Anatel tenta ampliar o escopo da concessão, o que, aliado ao fato do serviço poder ser prestado por outras tecnologias, contribui para que as empresas se distanciem do STFC.

Na opinião de algumas áreas da agên-cia, é preciso abandonar a visão patrimo-

nialista dos bens reversíveis – o que está refletido no texto do novo regulamento que foi à consulta pública. Outro fator que assusta as empresas é a chamada “cultura do Pado”. Cada suposta infração encon-trada por um fiscal gera um Pado; e as empresas acumu-

lam milhões de reais em multas, sendo que a maior parte delas não serão reco-lhidas, em função das várias instâncias de contestação dentro da própria Anatel. No fim, o Pado acaba não gerando nenhum tipo de resultado prático para a sociedade e as empresas continuam des-cumprindo suas obrigações.

Para o advogado Floriano de Azevedo Marques, um dos redatores da lGT e hoje advogado das empresas, a mudan-ça no Artigo 86 veio tarde, já que o ser-viço está migrando para outras tecnolo-gias. A concessionária pode prestar ser-viço de telefonia fixa através da rede de banda larga, como faz a GVT, por exem-plo. Ou pela infraestrutura da operação móvel, como anunciou recentemente a Telefônica. Assim, o interesse da empre-sa em consolidar os serviços na conces-sionário fica reduzido.

em que pese a possiBilidade de a anatel estaBelecer contrapartidas às consolidações, perde-se chance enorme de compartilhar os ganhos econômicos das empresas com os consumidores

.:rEgulaMENtaÇÃo

Fuga da concessãoMudança no Artigo 86 da LGT terá efeito oposto ao esperado. Concessionárias devem concentrar ativos fora da concessão, para evitar a reversibilidade e o compartilhamento de ganhos.

helton Posseti, de brasí[email protected]

Page 39: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

out_2011 TeleTime 19

Segundo ele, neste momento, as empre-sas têm de colocar duas situações na balan-ça. Consolidar as operações na telefonia fixa e aproveitar ao máximo os ganhos econô-micos e se sujeitar às incertezas sobre a reversibilidade dos bens ou abrir mão do ganho econômico pleno e consolidar as ope-rações na móvel. Vale lembrar que, segundo fonte das empresas, com a consolidação na móvel a empresa pode usufruir de créditos tributários que não existem na fixa.

O presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, disse à TElETIME durante a Futurecom que ainda que a mudança no Artigo 86 possa permitir ganhos, existem vantagens e desvantagens que precisam ser ponderadas. “Ainda não posso dizer se vamos consolidar tudo embaixo da opera-ção fixa ou móvel, tudo isso depende das vantagens e das desvantagens. Agora é a hora de fazer essas contas e ver quanto vale o Artigo 86”, disse Valente. Ele reconhece que esse foi um pleito importante das con-cessionárias durante a tramitação do PlC 116, mas que as decisões dependem dos resultados dessas contas.

consumidor A mudança do Artigo 86 repete a obri-

gação que já existe na lGT de que os ganhos econômicos obtidos pelas conces-sionárias devam ser compartilhados com os consumidores. Ao consolidar suas ope-rações na empresa móvel, entretanto, as empresas não estariam sujeitas a essa regra, na opinião dos advogados consulta-dos por TElETIME. Para alguns técnicos da Anatel, entretanto, nada impede que a agência estabeleça condicionantes para aprovar uma consolidação deste tipo. O fato é que nesse cenário o poder de regula-ção da Anatel fica enfraquecido porque a agência tem poder de ingerência muito menor sobre a empresa móvel do que sobre a concessionária.

A mudança no Artigo 86 fez com que a associação ProTeste enviasse uma carta ao presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, pedindo a revisão da estrutura tarifária do STFC. A consolidação das ope-rações na empresa móvel, na opinião da advogada da associação, Flávia lefèvre Guimarães, não invalida a tese da revisão tarifária. Segundo ela, o subsídio cruzado entre a operação fixa e as demais é “tão claro” que mesmo que não haja a consoli-dação na concessão a Anatel deveria revi-sar a assinatura básica.

A advogada entende que, caso as empresas optem por consolidar as opera-ções na concessão, isso não poderia ser

feito sem que houvesse a separação estru-tural, já que o subsídio cruzado continua sendo proibido pela lGT. “O contrato de concessão não tem o inventário dos bens reversíveis. Como vamos garantir que a Telefônica ou a Oi não vão esvaziar a con-cessão e transferir ativos para o SMP?”, questiona a advogada.

Para Flávia lefévre, a situação é desa-lentadora. Se as empresas consolidam as operações na concessão, os bens reversí-veis podem ser transferidos indevidamente para o SMP ou para o SCM, já que a Anatel ainda não tem o inventário desses bens. Por outro lado, se as empresas consolidam os serviços na operação móvel, como pare-ce ser o que vai acontecer, os consumidores não estão sujeitos aos benefícios do com-partilhamento dos ganhos econômicos.

Independentemente da mudança no Artigo 86, as empresas já tiveram outros ganhos que ensejam uma revisão da assi-natura básica, na opinião da ProTeste. Na carta encaminhada à Anatel, a associação menciona um informe da própria agência segundo o qual a troca de metas de PST por backhaul gerou um saldo em favor dos consumidores que pode chegar a R$ 1 bilhão. Além disso, a ProTeste repro-duz uma nota técnica em que a Anatel

admite que as empresas usam os recursos da concessão para financiar o investimento em redes de dados. A advogada ainda menciona outros fatores acordados no âmbito do PGMU III que, na opinião da entidade, favoreceriam financeiramente as empresas e, portanto, devem ser comparti-lhados com os consumidores: a permissão de utilização do ônus da concessão para cumprimento das metas, a diminuição da densidade dos TUPs e a retirada da amplia-ção das metas de backhaul.

As empresas dizem que a consolidação na operação móvel é mais vantajosa em função dos créditos tributários. Mas é ine-gável que a consolidação na concessão ensejaria uma revisão do contrato de con-cessão para adequar o seu equilíbrio eco-nômico financeiro. Nesse contexto, é certo que a agência encontraria alguma forma de compartilhar os ganhos econômicos das empresas com os consumidores. A conclu-são é que, em que pese a possibilidade de a Anatel estabelecer contrapartidas na anuência dessas consolidações, perde-se uma chance enorme de compartilhar os ganhos econômicos das empresas com os consumidores. “Eu quero saber o seguinte: em que hora o consumidor vai ter a sua contrapartida”, pergunta Flávia lefèvre.

Como ficou o Artigo 86 da LGT após a aprovação da Lei 12.485/2011ANTES

Art. 86. A concessão somente poderá ser outorgada a empresa constituída segundo as leis brasileiras, com sede e administração no País, criada para explorar exclusivamente os serviços de telecomunicações objeto da concessão.

Parágrafo único. A participação, na licitação para outorga, de quem não atenda ao disposto neste artigo, será condicionada ao compromisso de, antes da celebração do contrato, adaptar-se ou constituir empresa com as características adequadas.

DEPOISArt. 86. A concessão somente poderá ser outorgada a empresa constituída segundo

as leis brasileiras, com sede e administração no País, criada para explorar exclusivamente serviços de telecomunicações. (Redação dada pela Lei 12.485, de 2011)

Parágrafo único. Os critérios e condições para a prestação de outros serviços de telecomunicações diretamente pela concessionária obedecerão, entre outros, aos seguintes princípios, de acordo com regulamentação da Anatel: (Redação dada pela Lei 12.485, de 2011)

I - garantia dos interesses dos usuários, nos mecanismos de reajuste e revisão das tarifas, mediante o compartilhamento dos ganhos econômicos advindos da racionalização decorrente da prestação de outros serviços de telecomunicações, ou ainda mediante a transferência integral dos ganhos econômicos que não decorram da eficiência ou iniciativa empresarial, observados os termos dos §§ 2o e 3o do art. 108 desta Lei; (Incluído pela Lei 12.485, de 2011)

II - atuação do poder público para propiciar a livre, ampla e justa competição, reprimidas as infrações da ordem econômica, nos termos do art. 6º desta Lei; (Incluído pela Lei 12.485, de 2011)

III - existência de mecanismos que assegurem o adequado controle público no que tange aos bens reversíveis. (Incluído pela Lei 12.485, de 2011)

Page 40: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

20 TeleTime out_2011

Já faz um tempo que a TV por assinatura está na moda, impul-sionada pelas taxas de cresci-mento “chinesas” que são regis-tradas no mercado nos últimos

anos. Mas com a publicação do novo marco legal do setor, a lei 12.485 de 12 de setembro de 2011 (derivada do famo-so PlC 116), o ambiente regulatório e mercadológico muda significativamente.

O fato foi comemorado pelas opera-doras de telefonia durante a Futurecom 2011, que aconteceu no começo de setembro em São Paulo, quando recebe-ram a notícia da sanção presidencial durante o evento. O governo tentou fatu-rar em cima do fato, prometendo uma expansão de mais de 100% no mercado nos próximos anos e sinalizando com a expansão das redes de alta capacidade que vão levar o serviço de TV paga jun-tamente com a oferta de banda larga. E nesse sentido, todos os olhos se voltam para a Oi, que atua na maior parte das cidades brasileiras e é a operadora que tinha mais expectativa na mudança do marco legal.

A Oi deve concentrar esforços agora na construção de sua estratégia de televi-são. “Vamos ter de começar nesse mer-cado em um estágio muito baixo, porque apenas agora o projeto que nos permite oferecer TV foi aprovado e ainda temos muitos degraus a galgar”, admite o pre-sidente da operadora, Francisco Valim. Segundo fontes do mercado familiariza-das com a estratégia da Oi, os efeitos práticos devem começar a ser sentidos apenas em maio do ano que vem, quando a fase de ajustes e preparação da rede deve ser concluída.

A escolha do fornecedor da plataforma de TV paga estava na reta final no fechamento nesta edição e envolve todos os principais fornecedores do mercado, incluindo Alcatel-lucent (fornecedora da Portugal Telecom, em parceria

com a Microsoft), Ericsson, Huawei e ZTE, entre outras. Segundo apurou este noticiário, a Oi pretende comprar a solu-ção ponta-a-ponta, e não praticar o modelo de pay-as-you-grow, que foi ado-tado pela Brasil Telecom quando testou o serviço de IPTV ou mesmo pela Oi na expansão da rede de banda larga, e que basicamente transfere para os fornece-dores o risco de sucesso na implantação do serviço. “A ideia é entrar muito forte em vídeo e esse modelo de contratação é uma prova disso”, diz uma fonte da ope-radora. A Oi deverá implementar essa solução até o final do ano para, a partir

do ano que vem, lançar os pro-dutos, que passam pela oferta de IPTV puro sobre a rede de fibra e também pela oferta

combinada. E a estratégia, já antecipada por TElETIME, é reposicionar seu pro-duto, oferecendo uma opção para os consumidores de maior poder aquisitivo, o que significa acertar um contrato com a Globosat.

Mas a vida da Oi não será simples, e isso ficou evidente na manifestação de seu acionista controlador, a Andrade Gutierrez. Segundo Otávio Marques, pre-sidente da empresa, talvez seja a hora de operadores de telecomunicações se uni-rem para negociar programação em con-junto e com isso reduzir os preços. A declaração causou constrangimento den-tro da própria Oi, que está em pleno pro-cesso de renegociação de programação.

InvestimentosSegundo Valim, dos R$ 5 bilhões

que a operadora investirá em 2011, pelo menos R$ 1 bilhão será destinado à TV por assinatura. “Já operamos DTH e devemos ter FTTx, com fibra chegando até perto da casa do usuá-rio, num modelo evolutivo do nosso negócio”, revela. Segundo ele, testes estão em andamento e a ideia é ter um negócio massivo de fibra óptica. “A Telefônica está há seis anos colocando fibra na casa do cliente e só tem 30 mil clientes. Investir em fibra só faz senti-do se pudermos oferecer vídeo e esse não pode ser um negócio de poucos milhares apenas”, diz. Na área de pro-gramação, Valim afirma que as nego-ciações com a Globosat estão “muito avançadas” e que “em breve” os canais deverão ser lançados, sem detalhar se isso acontecerá ainda em 2011. “Queremos ter uma condição melhor de mercado para anunciar esse lança-

.:tv Por aSSiNatura Da redaçã[email protected]

Primeiros efeitosSanção da Lei 12.485/2011, que cria o novo marco legal para a TV paga, enche de otimismo as operadoras de telecomunicações, que anunciam planos e investimentos.

“temos planos de competir diretamente com as duas maiores operadoras de tv paga. não seremos um jogador de nicho, temos amBições grandes para esse novo negócio.”Amos Genish, da GVT

Foto

: ARq

uIvo

ANAt

oLym

/IdAL

/shu

ttER

stoC

k

Page 41: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

out_2011 TeleTime 21

mento e causar um impac-to maior”, ponderou.

Um passo adiante, a GVT já anunciou o seu ser-viço de TV paga, que tem como grande inovação o fato de incluir, em todos os pacotes, programação HD. Isso significa uma mudança importante na forma tradi-cional de empacotar os canais pagos e mostra um sinal do que a entrada das teles pode provocar no mercado. Com a GVT, os canais HD não ficarão necessariamente em um pacote superior. Já em termos de preço, a ope-radora está operando na média do mercado para pacotes semelhantes, mas sem conteúdos em alta definição.

Outra inovação importante no projeto do GVT TV é a forma como os serviços serão distribuídos dentro da casa do assi-nante. Como a operadora adota uma plataforma híbrida, em que os canais lineares chegam por satélite e os conteú-dos não lineares, como vídeo sob-deman-da e conteúdos interativos, chegam por IP, é preciso fazer internamente essa distribuição do conteúdo IP no ambiente doméstico. Por isso, a operadora está trabalhando com o conceito de home gateway, um set-top central que concen-tra os serviços e faz a distribuição domés-tica por meio de uma rede HPNA. Outro desafio técnico da GVT é o acesso condi-cional. A operadora optou por um con-trole de acesso condicional feito por soft-ware, baseado em DRM (Digital Rights Management). Isso requer que a caixa esteja, o tempo todo, conectada à Internet para fazer a validação do conteúdo.

Essa arquitetura de rede permitirá o multiroom, ou seja, com apenas um DVR será possível acessar conteúdo gravado ou realizar pausas ao vivo em qualquer dos pontos de TV da casa. No futuro, além dos aparelhos de televisão, a ideia é que o conteúdo possa ser compartilhado com outros aparelhos conectados, como tablets e smartphones. “O equipamento está preparado, mas as negociações para distribuição de conteúdos em dispositi-vos móveis ainda estão em andamento. Nesse primeiro momento vamos fazer TV para televisores”, conta Dante Campagno, head de TV por assinatura da operadora.

Montar uma rede residencial e ban-car um home gateway para cada assi-nante não será barato. Por isso, a GVT calcula que para 2012, 90% dos investi-

regulamentado pela Anatel, o que deve acontecer até novembro, segundo as expectativas da agência) está incentivando os anúncios de novas ofertas de TV paga por parte das teles (até a Sercomtel está preparando um serviço de DTH para ser lançado até o final do ano), de outro há quem veja com pessimismo as mudanças que estão por vir. Um desses

exemplos é a Sky.

alertaPara o presidente da Sky, luiz

Eduardo Baptista, a questão das cotas de programação trazidas pela nova legislação é um problema grande para a indústria, principalmente na questão mercadológica. “Não existe hipótese de que as cotas façam o conteúdo da TV por assinatura ficar mais barato. Ao contrário, certamente o preço vai subir em decorrência disso”. Ele lembra que mesmo as empresas de telecomunica-ções terão que cumprir as obrigações legais e vão ter que pagar por isso. “As teles podem até ter negociado essas cotas, mas agora terão que pagar a conta de um conteúdo que necessaria-mente será mais caro, porque o Brasil não tem escala sozinho para que os preços sejam competitivos com os con-teúdos estrangeiros”, diz. Ele afirma que a Sky já está preparada para ado-tar em seu lineup a política de cotas estabelecidas e que agora está em busca dos conteúdos necessários, mas que em hipótese alguma pagará qual-quer preço só para se adequar à legis-lação. “Até porque, quem vai pagar essa conta é o consumidor, e além da nova lei eu tenho que seguir o Código de Defesa do Consumidor, então não posso impor um aumento de preço injustificado por algo que o assinante não pediu”.

Ele diz que a indústria audiovisual brasileira não deve acreditar que por-que existe uma obrigação legal as operadoras de TV paga pagarão qual-quer coisa pelo conteúdo. “Criaram uma solução para um problema que não existia. Os produtores nacionais estão cheios de ideias de canais, mas não existe ainda um produto. Ideia não é produto. Um canal de TV paga tem que se manter e se sustentar por muito tempo”, diz.

mentos na GVT TV serão direcionados para os equipa-mentos na casa do cliente. “Estamos investindo R$ 650 milhões entre 2011 e 2012. R$ 200 milhões ainda este ano, para cobrir gastos com o lançamento do serviço; e outros R$ 450 milhões para o ano que vem”, afirma o presidente da GVT, Amos Genish.

Segundo ele, o serviço de televisão será uma nova área de negócios da empresa, e não apenas uma oferta complementar. “Temos planos de com-petir diretamente com as duas maiores operadoras de TV paga. Não seremos um jogador de nicho, temos ambições grandes para esse novo negócio”, garante Genish. A ideia do executivo é conseguir em cinco anos, um market share no mercado de TV por assinatura superior à participação que a operado-ra tem no mercado de telecomunica-ções, que está entre 15% e 20%, em média, segundo Ricardo Sanfelice, diretor de marketing da GVT.

Inicialmente, o serviço GVT TV pode-rá ser adquirido apenas por clientes de telefonia fixa e banda larga da operado-ra, mas a expectativa é que ele se torne, no futuro, um negócio em separado e possa ser vendido mesmo em praças em que a GVT não tenha infraestrutura de telecom. O serviço será comercializado em soft-launch até meados de outubro, quando a operadora estreia uma campa-nha de mídia para divulgar o serviço. A GVT atua em 106 cidades e planeja cobrir outras 27 localidades em 2012, chegando a 2016 com um total de 180 municípios atendidos.

Mas se de um lado o novo marco legal do setor (que ainda precisa ser

“não existe hipótese de que as cotas façam o conteúdo da tv por assinatura ficar mais Barato. ao contrÁrio, certamente o preço vai

suBir em decorrência disso”Luiz Eduardo Baptista, da Sky

segundo francisco valim, dos r$ 5 Bilhões que a oi investirÁ em 2011, pelo menos r$ 1 Bilhão serÁ em tv paga.

Page 42: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

22 TeleTime out_2011

A Futurecom tradicionalmente serve de palanque para auto-ridades governamentais e executivos do setor lançarem suas agendas. Na última edi-

ção do evento, realizado entre 12 e 14 de setembro, em São Paulo, alguns temas dividiram opiniões nos debates e pales-tras, como o edital de 2,5 GHz, cujo leilão deve ser realizado até abril de 2012, e a questão da neutralidade de rede.

A TIM se posicionou enfaticamente a favor do adiamento da licitação da faixa que será usada para a quarta geração (4G) de serviços móveis, levantando uma polêmica que até então era tratada ape-nas reservadamente. “O lTE agrega complexidade e não ajuda o negócio”, disse luca luciani, presidente da opera-dora. “Na faixa de 2,5 GHz teríamos de instalar cinco ou seis vezes mais antenas do que em 700 MHz”, acrescentou. Indiretamente, ganhou o apoio da Oi em relação ao adiamento, mas não em rela-ção à tecnologia, já que a Oi vê o lTE como um caminho inevitável.

A Claro enviou comunicado à impren-sa manifestando-se “contra a possibilida-de de se mudar o leilão previsto pela Anatel para permitir a chegada da tecno-logia 4G ao País”. Segundo o comunicado, o planejamento da operadora foi feito com base no cronograma já divulgado pela Anatel. “As datas determinadas para a licitação são do conhecimento de todos. Como empresa do grupo América Móvil, que investirá até 2012 R$ 10 bilhões no País, a Claro tem a certeza que um even-tual adiamento traria prejuízos no momento em que nos prepara-mos para as exigências de eventos da magnitude de uma Copa do Mundo e de uma Olim-píada. Antecedendo ao calen-dário que mostrará o Brasil ao mundo, temos, porém o com-promisso de não negar aos brasileiros o acesso ao que existe de mais moderno no mundo das telecomunicações. Não existe antagonismo entre

democratização do acesso à banda larga e a chegada do 4G. A questão toda é de investimento e a Claro renova sua aposta no Brasil com investimento e inovação”, disse a operadora.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, entrou na polêmica e declarou achar “incompreensível” o pedido de algumas empresas de telecomunicações para adiar o leilão de 2,5 GHz. Já para o presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, no que depender da agência, o assunto será acelerado. “A Anatel tem interesse em acelerar o anda-mento desse assunto. É a minha opinião pessoal e de presidente da agência. A cada semana que se perde, torna-se mais difícil cumprir o prazo estabelecido pelo decreto da presidenta Dilma Rousseff que determina que o leilão seja realizado em abril (de 2012)”, afirmou Sardenberg.

Se no 2,5 GHz há divergências, na antecipação das discussões de atribuição da faixa de 700 MHz todas as teles pare-

cem concordar, mas ficam no campo oposto das empresas de TV aberta. O espectro é atualmente utilizado pela

radiodifusão e deve ser desocupado a partir de 2016, com o fim das transmis-sões analógicas de TV.

Mas, para o conselheiro da Anatel João Batista Rezende, a pressão das teles não surtirá efeito. “Todas as ope-radoras estão fazendo pressão para discutirmos a destinação da faixa de 700 MHz. Claro, é a faixa mais eficien-te para banda larga móvel, mais baixa

e de menor Capex, mas temos de resol-ver primeiro a questão do 2,5 GHz”,

afirma Rezende. “Se invertermos os processos, vamos ter um desgaste desne-cessário com os radiodifusores por conta de um dividendo digital que só começará a existir a partir de 2016”, pondera. Segundo apurou TElETIME, a agência não pensa em começar esse debate antes do segundo semestre de 2012.

Na opinião do conselheiro, parte da faixa de 700 MHz pode, sim, vir a ser destinada para a banda larga móvel a partir de contrapartidas. Um exemplo seria a destinação de parte das receitas da licitação da faixa para subsídio de equipamentos de recepção digital (set tops), como aconteceu nos Estados Unidos. “Mas essa discussão não é para agora. Tudo tem de ser costurado politi-camente e desenhado tecnicamente para poder liberar essa faixa também para a banda larga móvel”, enfatiza.

Para Rezende, a faixa de 2,5 GHz é importante para atender ao crescimento exponencial da banda larga móvel no Brasil, principalmente com a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. “Com a explosão da demanda que esta-mos esperando, as operadoras móveis vão precisar de todo o espectro disponí-vel: 2,5 GHz, 3,5 GHz, 450 MHz e até mesmo dos 700 MHz”, admite o conse-

lheiro, reafirmando, entretanto, que não há nenhum cronogra-ma para estudos desta última na Anatel.

PressaApesar de o País ainda

estar a cinco anos da desativa

.:EvENtoS Daniel [email protected]

Agendas divergentesOperadoras e governo expuseram suas diferenças na Futurecom em relação a temas como 2,5 GHz, 700 MHz e neutralidade de rede. Isenção de impostos na construção de redes e maior investimento deram o tom do discurso oficial.

Foto

: ARq

uIvo

“em 2,5 ghz teríamos de instalar cinco ou seis vezes mais antenas do que em 700 mhz.”Luca Luciani, da TIM

PLIN

g/sh

uttE

Rsto

Ck

Page 43: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

APAREÇA PARA TODO O MERCADO DE TELECOMUNICAÇÕES.

Para anunciar 11 [email protected]

O ATLAS BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES TRAZ O PANORAMA COMPLETO E ATUALIZADO DO MERCADO. MAPAS, TABELAS E GRÁFICOS COM A DISTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS E TECNOLOGIAS, ANÁLISES POR SEGMENTO DO BRASIL E AMÉRICA LATINA, E OS DADOS DE MERCADO DAS OPERADORAS FIXAS, MÓVEIS E DE TV POR ASSINATURA.

Anuncie e garanta visibilidade para sua marca.

Page 44: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

24 TeleTime out_2011

ção das transmissões das TVs ana-lógicas, os representantes do setor de telecomunicações acreditam que quanto antes esse debate acontecer, melhor. “Temos que ser realistas. Perdemos cinco anos de investimentos em banda larga. O executivo precisa ter um papel de mediador ativo, ou vamos perder mais cinco anos”, diz o diretor de assuntos regulatórios da Ericsson, Ricardo Tavares.

Já Frederico Nogueira, vice-presidente da Band, obviamente discorda das coloca-ções. Para ele, há outras destinações pos-síveis para a faixa, como a utilização para rádio AM. “Não há solução tecnológica para o rádio AM, que hoje está morren-do”, diz ele, lembrando que há anos a Band propõe que a faixa de 700 MHz seja usada para resolver o problema das emis-soras. Já leila loria, diretora de assuntos institucionais da Telefônica, aponta para o caminho da conciliação. Para ela, existe a possibilidade de transferência de recursos da venda da faixa para acelerar a migra-ção para a TV digital. Mas a executiva também fez uma provocação: “telecom paga por espectro, o que não ocorre com a radiodifusão”. Nogueira rebateu: “Nós não pagamos pelo espectro mas presta-mos serviço gratuitamente, com qualida-de”.

Para o ex-deputado Jorge Bittar, hoje secretário da Habitação do Rio de Janeiro, é necessário que a escolha do Brasil seja a opção do resto do mundo, já que a harmo-nização de frequências é vital para a indústria. “O mundo usa o 700 MHz para a banda larga. Eu acho que a gente deve-ria pensar seriamente nisso”, diz ele.

Segundo Maximiliano Martinhão, secretário de Telecomunicações do Minicom, a faixa não está ainda harmoni-zada mundialmente e por isso não é pre-ciso nenhum tipo de precipitação no debate. Apenas nos EUA ela foi usada para a banda larga. Ainda faltariam as posições da Europa e da Ásia. Vale lem-brar que o modelo brasileiro para a aloca-ção de frequência vem seguindo historica-mente o modelo europeu.

neutralidadeCom a chegada da Netflix e outras

empresas over-the-top (OTT), as operado-ras também aproveitaram a Futurecom para defender um novo modelo de rede, cobrado de acordo com o tráfego. “Um agente como a Netflix não precisa investir em rede nem ter uma estrutura, e conse-gue oferecer um serviço muito barato.

Nada errado do ponto de vista do consumidor, mas precisamos discutir os modelos para repartir os custos”, disse leila, da Telefônica. “Temos um dilema muito pesado para quem investe em rede e precisa ser remunerado por isso”.

Para Paulo Mattos, diretor regulatório da Oi, o consumidor precisa ter direito de escolha do conteúdo, direito de escolher operadoras, direito de acessar qualquer informação e direito de conectar qualquer dispositivo a essa rede. “Precisamos fazer uma diferenciação de alocação de custos, o que não fere os direitos de escolha do consumidor”, diz ele, destacando que quem está gerando mais tráfego na ponta deve assumir uma parte dos custos de infraestrutura. “Acho que a oportunidade

de debate sobre isso está no Marco Civil da Internet, que está no Congresso”, diz.

Em sentido oposto aos seus pares, contudo, luca luciani afirmou que a TIM não pretende concorrer com as OTTs, mas estabelecer parcerias com elas. “Não é nosso negócio ir para conteúdo, nosso negócio é oferecer boa conexão, seja via fibra, Wi-Fi ou o que for”, diz.

A declaração do principal executivo da TIM surpreende por contrastar com o posicionamento de alguns dos principais concorrentes do País, como a Oi, Vivo/Telefônica e Claro/Net/Embratel, que não querem ser meros “canos” (ou ‘pipes’, em inglês) e investem na consolidação e inte-gração de suas operações convergentes. “Cada um tem sua estratégia. Não seria tão emocionante se todos seguissem o mesmo caminho”, ironizou luciani.

InvestimentoPara o ministro das Comunicações,

Paulo Bernardo, há um regime especial de tributação a ser encaminhado à presi-denta Dilma Rousseff, que prevê isenção

de PIS e Cofins para construção de redes de serviços de telecomuni-cações. “Acreditamos que esse regime especial antecipará investimen-tos da ordem de R$ 20 bilhões nos próximos quatro anos, aumentan-do para 62% a partici-pação de equipamentos nacionais nas redes.

Essas ações são parte de um pacote de medidas de longo prazo, das metas do plano plurianual para 2015”, disse.

Mas para Jonio Foigel, presidente da Alcatel-lucent, para estimular a constru-ção de redes e a universalização da banda larga no Brasil não basta o gover-no desonerar as infraestruturas. “Não vamos conseguir fibrar um país como o Brasil e também não vamos conseguir cobrir áreas rurais sem 4G. Serão preci-sos investimentos do governo. Onde é economicamente viável, as operadoras vão fazer, não precisa o governo empur-rar”, alerta.

O ministro adverte que as operado-ras precisam retomar o nível de investi-

mentos vividos pelo setor após a privatização das telecomunicações, que cul-minou com R$ 24 bilhões investidos em 2001. “Apenas no primeiro

semestre deste ano, o setor de telecomu-nicações faturou R$ 100,7 bilhões e está caminhando para superar tranquila-mente os R$ 185 bilhões de faturamento de 2010. Não é à toa que estão todos rindo na mesa”, brincou o ministro. De acordo com Paulo Bernardo, os investi-mentos do setor nos últimos anos, no entanto, não chegaram à média de R$ 17 bilhões ao ano. “Isso não é suficiente, esse investimento não dá conta de acompanhar a grande demanda de ser-viços de telecomunicações por que vai passar o setor, principalmente quando levarmos em consideração o impacto da adoção de tablets em salas de aula de escolas públicas e a chegada, a partir de 1º de outubro, da Internet popular com banda larga a R$ 35”, ressalta. Para o ministro, é preciso um esforço conjunto do governo e empresas para aumentar esse investimento. “O setor privado pre-cisa ousar mais, a economia está estável e há uma base de clientes grande, ávida por serviços. Essa aposta no Brasil vai valer a pena”, argumenta.

Foto

: ARq

uIvo

“o investimento das operadoras não é suficiente, não dÁ conta de acompanhar a grande demanda de serviços de telecomunicações por que vai passar o setor.”

Paulo Bernardo, do Minicom

.:EvENtoS

as operadoras aproveitaram a futurecom para defender um novo modelo de rede, coBrado de acordo com o trÁfego.

SAIBA ANTES NO MAIS COMPLETO EVENTO PARA OS DECISORES PÚBLICOS.

PROMOVIDO PELAS PUBLICAÇÕES TI INSIDE E TELETIME, O EVENTO TERÁ COMO FOCO A DISCUSSÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO DO GOVERNO 2.0. PARTICIPE!

2O DE OUTUBRO DE 2011Auditório da Finatec/UnB - Brasília-DF

QUAIS ASPRIORIDADES

DE TIC DO GOVERNO

PRINCIPAIS TEMAS:

O GOVERNO E A SOCIEDADE CONECTADA As perspectivas de uma política nacional de desenvolvimento das TICs e o papel do governo, empresas e sociedade nesse esforço.

COMUNIDADES DIGITAIS Iniciativas de governos locais e privadas para o desenvolvimento da conectividade e do uso das TICs

DA BANDA LARGA AO CLOUD COMPUTING Infraestrutura e alternativas para dar suporte às novas ferramentas do governo 2.0

MOBILIDADE E GOVERNO: aplicações e ferramentas móveis que podem fazer a diferença no atendimento ao cidadão e facilitar a comunicação e a troca de informações entre órgãos públicos.

Confira a programação no site: www.convergeeventos.com.br

PARA PATROCINAR: (11) [email protected]

INSCRIÇÕES: 0800 77 [email protected]

ORGANIZAÇÃOPROMOÇÃO

PARCEIROS INSTITUCIONAIS

APOIO

Page 45: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

SAIBA ANTES NO MAIS COMPLETO EVENTO PARA OS DECISORES PÚBLICOS.

PROMOVIDO PELAS PUBLICAÇÕES TI INSIDE E TELETIME, O EVENTO TERÁ COMO FOCO A DISCUSSÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO DO GOVERNO 2.0. PARTICIPE!

2O DE OUTUBRO DE 2011Auditório da Finatec/UnB - Brasília-DF

QUAIS ASPRIORIDADES

DE TIC DO GOVERNO

PRINCIPAIS TEMAS:

O GOVERNO E A SOCIEDADE CONECTADA As perspectivas de uma política nacional de desenvolvimento das TICs e o papel do governo, empresas e sociedade nesse esforço.

COMUNIDADES DIGITAIS Iniciativas de governos locais e privadas para o desenvolvimento da conectividade e do uso das TICs

DA BANDA LARGA AO CLOUD COMPUTING Infraestrutura e alternativas para dar suporte às novas ferramentas do governo 2.0

MOBILIDADE E GOVERNO: aplicações e ferramentas móveis que podem fazer a diferença no atendimento ao cidadão e facilitar a comunicação e a troca de informações entre órgãos públicos.

Confira a programação no site: www.convergeeventos.com.br

PARA PATROCINAR: (11) [email protected]

INSCRIÇÕES: 0800 77 [email protected]

ORGANIZAÇÃOPROMOÇÃO

PARCEIROS INSTITUCIONAIS

APOIO

Page 46: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

26 TeleTime out_2011

A presidenta Dilma Rousseff sancio-nou e o Diário Oficial publicou no começo de setembro a lei 12.485/11, derivada do PlC 116, que cria o

novo ordenamento legal da TV por assinatura e o Serviço de Acesso Condicionado (SeAC).

Na prática, a lei dará respaldo a uma situ-ação de fato, que é a presença das operadoras de telecomunicações no serviço de vídeo (TV paga). À exceção da Sky e de pequenas opera-doras independentes, a maior parte das opera-ções atuais é ligada de alguma forma a um dos grupos de telecomunicações atuantes no País e na região (América latina).

Com a lei, serão consolidadas as operações da Net/Embratel e TVA/Telefônica, enquanto Oi e GVT ficam também liberadas para prestar o serviço de TV a cabo.

As operações ligadas à Telmex, Net e Embratel, saem na frente nesta corrida. E com grande vantagem. Suas operações, hoje sepa-radas, de cabo e DTH, somam quase 7 milhões de assinantes (perto de 5 milhões da Net e 2 milhões da Via Embratel), ou 60% do total nacional (de 11,2 milhões de lares assinantes). Além disso, carregam grande expertise no negócio, e já oferecem, no caso da Net, servi-ços avançados, como o VOD (vídeo on--demand). As demais operadoras de telecom, por sua vez, terão ainda que fazer pesados investimentos em rede terrestre se quiserem competir de verdade no mundo do triple play.

Mas fazer TV por assinatura envolve muito mais do que deitar fibras e cabos coa-xiais e emitir faturas. Trata-se de mexer com um insumo de características bem diferentes daquelas dos produtos tradicionais de tele-com, como a voz e a banda larga. Bem-vindos, senhores operadores, ao complicado mundo do conteúdo.

EstabilidadeTecnicamente, o vídeo exige uma confiabi-

lidade muito maior do que os demais serviços. O usuário tolera uma chamada derrubada no celular, mas não uma interrupção da TV no horário da novela. As exigências também pas-sam a ser de outra ordem de complexidade. Os call centers precisam estar preparados para queixas sobre as repetições de filmes, as pro-pagandas, os erros nas legendas, assuntos que muitas vezes não são nem mesmo de respon-sabilidade do operador, mas pelos quais ele tem que responder.

Mas o mais complexo é entender e se adaptar à lógica dos acordos de programação. Muitas vezes, novos operadores se propõem a reinventar o mercado, atender a velhas demandas dos assinantes, como o fim dos pacotes e a adoção da venda de canais à la carte, mas se deparam com uma realidade de mercado bem diferente, estabelecida em todo o mundo, que torna proibitivos os preços dos canais avulsos, caso não sejam vendidos nos pacotes atuais. É cada vez mais difícil um operador se diferenciar pela oferta de conteú-dos, pois os pacotes acabam ficando todos muito parecidos entre as operadoras (até porque nenhuma programadora vai oferecer a um entrante condições melhores do que as que já oferece a seus clientes tradicionais). A diferenciação tem que se dar na tecnologia, na qualidade e no serviço.

Outra questão, que nasce também no bojo da lei 12.485, é a das cotas de progra-mação nacional e independente. lembrando: ao final do período de transição, cada canal qualificado deve oferecer um mínimo de 3,5 horas de produ-ção nacional por semana, sendo 50% de produção independen-te. Essa é uma cota que afeta sobretudo as programadoras, que terão que fazer esse investi-mento na produção própria.

Mas há também a cota de pacotes. Um em cada três canais de um determinado pacote tem que ser nacional. E aí o calo que aperta é o das operadoras. Não existem hoje canais suficien-tes em oferta no mercado para atingir esta cota, o que implica a redução do número total de canais ofertados (ou seja, terão que cortar canais internacionais para manter a propor-ção) ou uma exceção regulatória temporária que terá que ser negociada.

Além disso, é importante ter em mente os custos dos canais nacionais. Qualquer opera-dor de TV paga sabe que um canal nacional de qualidade é mais caro do que um canal estrangeiro, por uma razão simples: escala. Não basta dizer “eu apoio a indústria audiovi-sual nacional” se a conta não fechar para o assinante, e essa negociação entre os novos operadores e os novos produtores está apenas começando. Vale lembrar que a nova legisla-ção prevê recursos da ordem de R$ 660 milhões para incentivar a produção audiovi-

sual, o que é muita coisa, mas certamente esses recursos não serão aplicados integral-mente no mercado produtor, já que o governo precisa do contingenciamento de investimen-tos para manter o superávit de suas contas.

Outro desafio a ser enfrentado é a pirata-ria. Embora exista a figura do “gato” tam-bém na telefonia, no caso da TV por assina-tura este é um grande dreno de receitas e uma dor de cabeça constante. Há desde a pirataria do próprio assinante, que puxa pontos extras dentro de casa sem pagar nada, até a pirataria organizada, que conse-gue quebrar os códigos dos sistemas de aces-so condicionado e vender set-tops “libera-dos”, que pegam todos os canais “de graça”. Isso para não falar na pirataria de conteúdo na forma de DVDs e troca de arquivos de Internet que muitas vezes acabam tirando dos operadores de TV paga a prerrogativa de serem os primeiros a entregarem o tão comentado capítulo inédito de determinada série ao assinante, por exemplo.

O maravilhoso mundo da TV por assinatura terá ainda uma característica única daqui para frente que se aplicará aos antigos e também aos novos players que vierem a entrar nesse mercado: uma regulação feita por duas agências. Para evitar surpresas, operadores do SeAC deverão estar atentos ao que sai dos escritórios da Ancine

(que por sinal tem sede no Rio, para quem não sabe). É mais uma parte do Diário Oficial a ser lida, mais reguladores a serem conhecidos, mais uma lógica regulatória a ser entendida e mais advogados a serem contratados.

Enfim, o novo marco legal da TV por assinatura terá agora que ser cumprido por todos, sem direito a testes ou ajustes. Os desafios desse setor já eram muitos, e fica-ram mais complexos. Para muito além do discurso convergente, agora é preciso colo-car em prática o que até agora era apenas teoria. Estamos certos de que não faltarão desafios e oportunidades nesse cenário que se abre. Boa sorte a todos!

* André Mermelstein é editor da Revista TELA VIVA. A coluna de Cláudio Dascal não foi publicada esse mês em caráter excepcional, mas retorna na próxima edição.

.:PoNto&CoNtraPoNto andré mermelstein*andre@con ver ge com.com.br

FO

TO

: AR

QU

IVO

fazer tv por assinatura envolve

muito mais do que deitar fiBras e caBos coaxiais e emitir faturas.

Da voz ao vídeo

Page 47: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

Assine por um preço especial e ganhe 10% de desconto nos eventos

da Converge Comunicações.

Saiba mais sobre os eventos: www.convergecom.com.br/eventos

LIGUE GRÁTIS PARA0800 014 [email protected]

Preç

os vá

lidos

até

30/

12/2

011

som

ente

par

a o

terri

tório

nac

iona

l.

Revista TELA VIVAHá mais de 15 anos a principal revista

brasileira sobre TV aberta e paga, cinema e novas mídias em multiplataformas.

Realizada por uma equipe especializada no segmento de audiovisuais.

1 ANO = 11 EDIÇÕES + 3 ESPECIAISPagamento único R$ 150,00

Cartão de crédito 3x R$ 50,00

Revista TELETIMELeitura obrigatória para o profi ssional

de telecomunicações. Jornalismo independente e confi ável, acompanhando

e antecipando tendências do mercado de telecom desde 1997.

1 ANO = 11 EDIÇÕES + 4 ESPECIAISPagamento único R$ 186,00

Cartão de crédito 3x R$ 62,00

Revista TI INSIDE Publicação especializada em gestão e soluções de tecnologia da informação para os negócios. Abordagens instigantes em linguagem acessível a todos os públicos.

1 ANO = 11 EDIÇÕESPagamento único R$ 132,00Cartão de crédito 3x R$ 44,00

Revista TELETIMELeitura obrigatória para o profi ssional

de telecomunicações. Jornalismo independente e confi ável, acompanhando

e antecipando tendências do mercado de telecom desde 1997.

+ 4 ESPECIAISPagamento único R$ 186,00

Cartão de crédito 3x R$ 62,00

Revista TELA VIVAHá mais de 15 anos a principal revista Revista TI INSIDE

Publicação especializada em gestão e soluções de tecnologia da informação para os negócios. Abordagens instigantes em linguagem acessível a todos os públicos.

11 EDIÇÕESPagamento único R$ 132,00Cartão de crédito 3x R$ 44,00

Revista TELETIMELeitura obrigatória para o profi ssional

de telecomunicações. Jornalismo independente e confi ável, acompanhando

e antecipando tendências do mercado de telecom desde 1997.

4 ESPECIAISPagamento único R$ 186,00

Cartão de crédito 3x R$ 62,00

Revista TI INSIDE Publicação especializada em gestão e soluções de tecnologia da informação para os negócios. Abordagens instigantes em linguagem acessível a todos os públicos.

1 ANO = 11 EDIÇÕESPagamento único R$ 132,00Cartão de crédito 3x R$ 44,00

Page 48: Revista Teletime - 148 - Outubro 2011

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

AFMH_ANUNCIO_teletime_ago11_curvas.pdf 1 7/25/11 6:45 PM