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CONVERSAMOS COM MARK BERKOFF, AUTOR DO LIVRO “A VIDA EMOCIONAL DOS ANIMAIS”, PARA VERIFICAR SE OS PETS SÃO CAPAZES DE SENTIR E EXPRESSAR EMOÇOÕES O PODER DO CONSUMIDOR MODERNO; CÃES DESAPARECIDOS; CÃES FAMOSOS; GUIA DE RAÇAS; ALERGIA; COMPRINHAS; COMPORTAMENTO ANIMAL; TIRINHA DO FILÉ DE GATO; E PET NA REDE. OS ANIMAIS TÊM SENTIMENTOS? E MAIS distribuição gratuita venda proibida www.guiauniversopet.com.br 03 REVISTA Colecionador de animais Quando a dedicação extrapola os limites da razão MÃES DE PETS Confira o ensaio fotográfico feito em homenagem ao dia das mães

Revista Universo Pet Ed. 03

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Revista especializada em animais de estimação. Reúne dicas sobre saúde, estética, comportamento, turismo e muito mais. Leia gratuitamente pela internet!

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CONVERSAMOS COM MARK BERKOFF, AUTOR DO LIVRO “A VIDA EMOCIONAL DOS ANIMAIS”,PARA VERIFICAR SE OS PETS SÃO CAPAZES DE SENTIR E EXPRESSAR EMOÇOÕES

O PODER DO CONSUMIDOR MODERNO; CÃES DESAPARECIDOS; CÃES FAMOSOS; GUIA DE RAÇAS; ALERGIA; COMPRINHAS; COMPORTAMENTO ANIMAL; T IR INHA DO F ILÉ DE GATO; E PET NA REDE.

OS ANIMAIS TÊM SENTIMENTOS?

E MAIS

distribuição gratuita venda proibida www.guiauniversopet.com.br 03

REVISTA

Colecionadorde animais

Quando adedicação

extrapola oslimites da razão

MÃES DE PETS

Confira o ensaio fotográfico feitoem homenagemao dia das mães

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rador convidado desta edição.

Outro assunto bastante controverso é a síndrome de colecionar cães. Por que algumas pessoas insistem em abri-gar mais animais do que realmente podem, sendo, dessa forma, incapa-zes de fornecer os cuidados básicos necessários para o bem-estar e saúde do bichinho?

E tem muito mais: cuidados médicos, proteção e adoção, comprinhas. Quero dar as boas-vindas, também, para a Carla Pi l la, do Fi lé de Gato. Ela produziu uma tir inha muito bacana para esta edição.

Não poderia deixar de mencionar o ensaio especial em homenagem ao Dia das Mães, produzido pela Cão em Quadrinhos. Mães e f i lhotes de quatro patas lado a lado, em imagens que parecem captar o envolvimento e o carinho entre ambos. As donas corujas ainda enviaram mensagens, nas quais descrevem porque elas são as melhores mães do mundo.

Espero que goste!

Um beijo,

Carolina Nicolai, editora

Sur ya é uma vira-lata de dois anos. Muito bagunceira e meiga, a cadelinha parece descobrir o que estamos pensando apenas com um olhar. Apesar de novinha, Sur ya já enfrentou problemas sérios de saúde, mas agora ela está bem melhor.

Surya, a garota da capa

Editorial

N esta edição da revista Uni-verso Pet, nós trazemos como matéria de capa um as-sunto bastante interessante

e polêmico: será que os animais são capazes de sentir e expressar sen-timentos? Nós, que somos donos de pets, sabemos que isso acontece fre-quentemente, seja quando chegamos em casa e recebemos aquela calorosa recepção, ou mesmo quando damos mais atenção para um mascote do que ao outro e começa aquela ciumeira.

Mas, como a ciência explica isso? Para responder a esta pergunta, consulta-mos o professor emérito de biologia da Universidade do Colorado, Mark Bekoff . Além de possuir mais de duzen-tos artigos científ icos sobre animais, Bekoff já publicou diversos l ivros, entre eles, “A Vida Emocional dos Animais”, lançado em setembro do ano passado no Brasil . Recomendo a leitura.

Você tem dificuldade para passear com o peludo? Caminhar ao lado dele é tão estressante que você preferiu mantê-lo apenas em casa? Não faça isso! Além de contribuir para o bem-es-tar e saúde do animal, passear faz bem para você também. Confira as dicas do especialista em comportamento animal Tomás Szpigel, que é o nosso colabo-

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Colaboradores

Tomás SzpigelAdestrador e autor do l ivro “Adestramento Natural”. É o idealizador e coordenador do fórum Adestramento On-l ine (www.adestramentoonline.com), que reúne dicas e informações sobre comportamento animal.

Cão em QuadrinhosAs i rmãs Ana Carolina e Manoela Trava Dutra, do site Cão em Quadrinhos, adoram cães e fotografia. O resultado dessa apaixonante mistura pode ser visto nos ensaios fotográficos que realizam para a revista Universo Pet.

Filé de GatoCarla Pi l la é designer e i lustradora de l ivros infantis. Inspi-rada em seus bichanos Felpudo e Pelica, cr iou as t i ras de humor fel ino Fi lé de Gato, que agora também podem ser vistas na revista Universo Pet.

Silvana LavechiaA psicóloga clínica, com especial ização em psicos-somática e pós-graduanda em psicologia do envelheci-mento pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, escreve sobre a relação entre os homens e os animais.

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Nesta edição06 PET NEWS

08 PET NA REDE

10 CÃES FAMOSOS - GREYFRIARS BOBBY

12 GUIA DE RAÇA - WEST HIGHLAND WHITE TERRIER

24 Os animais têm sentimentos?

COMPORTAMENTO

16 Quando o passeio não se torna

mais divert ido

21 Coluna Comportamento

animal

COMPRAS

22 Comprinhas

CUIDADOS MÉDICOS

14 O meu pet é alérgico

CÃO EM QUADRINHOS

38 Mães de cachorro

GATO MANIA

30 Fi lé de Gato - Emoticats

UTILIDADES

32 O poder do consumidormoderno

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06 PET NEWS

08 PET NA REDE

10 CÃES FAMOSOS - GREYFRIARS BOBBY

12 GUIA DE RAÇA - WEST HIGHLAND WHITE TERRIER

60 MINHA HISTÓRIA

Fale conosco! Envie sua sugestão [email protected]

expediente

EditoraCarolina Nicolai - MTB 41.595/[email protected]

RedaçãoMegafone Comunicaçã[email protected]

MarketingMarcelo Gregorin [email protected]

Direção de arte e diagramaçãoMegafone Comunicação

ColaboradoresTomáz Szpigel, Ana Carolina

e Manoela Trava Dutra (Cão em Quadrinhos), Carla Pilla (Filé de gato), Silvana Lavechia e Vanessa Gonzalez

ANUNCIETelefone: (11) [email protected]

As informações e imagens contidas nos anúncios, bem como o con-teúdo dos artigos assinados, são de responsabilidade dos anunciantes e dos autores, respectivamente.

Universo Pet é uma publicação desen-volvida pela Megafone Comunicação. CNPJ: 10.825.469/0001-13.

Telefone: (11) 4063-8513www.megafonecomunicacao.com.br

Redação: Rua Texas, 635, Brooklin Paulista, São Paulo-SP. CEP 04557-000

PSICOLOGIA E OS ANIMAIS

54 O colecionador deanimais

59 Amor e carinhona dose certa

PROTEÇÃO E ADOÇÃO

46 Procura-se uma amigo

desaparecido

52 Cães para adoção

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PET NEWSFique por dentro das novidades do mundo animal

PASSEIO CONSCIENTE

Equivocadamente, alguns donos fazem das calçadas e ruas públicas o sanitário de seus bichinhos de estimação. Ao invés de reco-lherem as fezes do animal durante o passeio, preferem disfarçar e fingir que não é com eles. Para tentar minimizar o problema, con-domínios residenciais da cidade de São Pau-lo estão aderindo ao Acacabou - dispenser com saquinhos oxi-biodegradável que, quan-do descartados, se decompõem em apenas seis meses. Perto de mil dispenser já estão es-pelhados pela capital paulista. “Tivemos a ideia de desenvolver o Acacabou porque, além de sujar as ruas e deixar um odor desagradável, as fezes dos animais, quando expostas, podem causar uma série de doen-ças ao ser humano, como bicho geográfico, toxocariose e toxoplasmose”, afirma Wesley Garcia Gomes, diretor comercial da Wesco, empresa responsável pelo Acacabou.

Passeio consciente

AGENDA

Durante todo o mês de maio, em comemora-ção ao Dia das Mães, a Pet Center Marginal vai organizar uma exposição fotográfica em homenagem às mulheres que cuidam de seus animais de estimação como verdadeiros f i-lhos. As 10 lojas da rede vão abrigar, até 31 de maio, cerca de 300 fotos do fotógrafo de pets Lionel Falcon. As imagens registram

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA HOMENAGEIA MÃES E OS SEUS FILHOTES QUE QUATRO PATAS

as donas e os bichinhos de estimação em momentos de afeto e descontração. A en-trada é gratuita.

Mais informações pelo sitewww.petcentermarginal.com.br.

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HUCK

Durante uma breve viagem de férias, o poodle toy Huck, que havia sido deixado no condado de Ramsey, nos Estados Unidos, acaba fugindo. Mo-radores da pequena cidade se mobil izam para encontrá-lo, distr ibuindo cartazes e fazendo tele-fonemas. É a partir da experiência pessoal de ter perdido o cão que a autora, Janet Elder, divide com os leitores um momento delicado de sua vida: o diagnóstico de um câncer de mama. Ela, que também é editora sênior do jornal The New York Times, conta como o cachorrinho, assim como toda a famíl ia, foi importante durante o período de luta contra a doença e ensina l ições de esperança e solidariedade.

Ficha técnica

Huck, de Janet Elder Páginas: 270 Formato: 14 cm x 21 cm Preço: R$ 29,90

DICAS LIVRO

No dia 10 de maio, o AniMall Pet Stor y vai promover uma palestra sobre aves si lvestres nativas e exóticas em cativeiro. Durante o evento, ministrado pela bióloga Michele Viana Katayama e pelo veterinário espe-cialista Alessandro Bij jeni, os participantes serão orientados quanto aos cuidados ne-cessários para manter os animais em ca-tiveiro, levando em conta as condições a-

dequadas de saúde, alimentação e higiene. Além disso, eles também serão informados, também sobre as principais patologias que podem atingir esses animais.

O AniMaLL Pet Stor y f ica na rua José Jana-rell i, 455, Morumbi. Mais informações pelo telefone (11) 3723-5575 ou pelo site www.animallpetstor y.com.br.

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ANIMALL PET STORY PROMOVE PALESTRA SOBRE AVES SILVESTRES E EXÓTICAS

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Comcara deculpadoNão adianta dizer que não aprontou nada, pois a carinha entrega

DenverA labradora assaltou a dispensa e comeu um petisco próprio para gatos. Ao chegar em casa, o dono se deparou com a bagunça. Acesse e divirta-se: http://cachor.ro/1kw

CodyPara que servem os amigos? Para te entregar quando você faz coisa errada, claro!Acesse: http://cachor.ro/1kz

ShilohHusk siberiano rouba biscoito e faz charme para tentar se l ivrar da bronca.Acesse: http://cachor.ro/1l1

Ladrão de comidaTodo mundo achava que o gato comia demais, mas uma câmera escondida mostrou que, na verdade, o cão é que fazia o banquete.Acesse: http://cachor.ro/1l0

RubenBuldogue resolve jantar antes do previsto e f ica com a tampa entalada na cabeça. Acesse http://cachor.ro/1l2

PET NA REDE

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Greyfriars Bobby,a lealdade que marcoua história de um país

Para Bobby, a morte não é sinônimo de separação ou quebra defidelidade. Durante 14 anos, o cãozinho da raça skye terr ier fez companhia ao dono morto, deixando a lápide apenas durantealguns momentos, quando ia se alimentar. Sua história de lealdademarcou época e avançou além dos l imites da Escócia,conquistando pessoas de todas as nacionalidades.

E m busca de melhores oportun i-dades, o jardinei ro John Gray se mudou para Edimburgo, na Escócia, em 1850. Após pro-

curar emprego, e le conseguiu uma vaga como v igia noturno, mas as lon-gas e f r ias noi tes eram mui to sol i tár ias para ele. Foi quando John resolveu

CACHORROS FAMOSOS

procurar um amigo e encontrou em Bobby, um cãozinho da raça skye ter-r ier, com apenas seis meses na oca-s ião, o companhei ro ideal.

A amizade ent re os dois cresceu rapi-damente. O cão se tornou o f ie l escu-dei ro do v igia, acompanhando-o por

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Não havia local quente ou boa comi-da que f izesse com que ele ar redasse as patas de lá . Bobby escapou até de ser sacr i f icado. Em 1867, quando houve um sur to de raiva e uma nova le i fo i aprovada para que os cães sem donos fossem sacr i f icados, S i r Wi l l iam Chambers, uma autor idade lo-cal, protegeu o cachorro, pagando a sua l icença e o colocando sob a responsabi l idade da Câmara Munic i-pal. Com o passar do tempo, a notí-c ia sobre a lealdade de Bobby foi se espalhando por Edimburgo e os mo-radores, sens ibi l izados com o cão, o protegiam e o al imentavam.

Bobby morreu em 1872, após passar 14 anos v igiando o túmulo do dono. Sua h is tór ia de lealdade e compan-hei r i smo cont inua v iva até hoje, inspi-rando as pessoas que v is i tam o cemi-tér io Greyf r iars e prestam homenagens ao cãozinho.

todos os locais. Bobby sempre foi mui to dedicado à famí l ia e aos amigos, e es-banjava coragem e ousadia.

Em outubro de 1857, John Gray cont raiu tuberculose e acabou falecendo meses depois. Durante o funeral, segundo re la-tos do jardinei ro do cemitér io na épo-ca, James Brown, a t r i s teza de Bobby era evidente. O que James não contava, no entanto, era encontrar o skye ter r ier em cima do túmulo do dono, no dia seguinte ao enter ro. Por haver uma le i que não permi t ia a presença de animais em cemi-tér ios, o jardinei ro fo i obr igado a expul-sá- lo do local.

Na manhã seguinte, porém, lá estava Bobby novamente. Foi expulso. A ins i s tên-cia do cachorro cont inuava e, no tercei ro dia, a re lação ent re James e o cão já es-tava mais próx ima: o jardinei ro al imentou o cachorro e, conforme as noi tes foram se passando, Bobby foi permanecendo no cemitér io, protegendo o dono.

“Deixe que sua lealdade e devoção v i re uma l ição para todos nós ” . Esta é a inscr ição da lápide do cão Bob-by, enter rado ao lado do túmulo do dono, John Gray, no cemitér io Greyf r i -ars, em Edimburgo, Escócia.

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GUIA DE RAÇAS

WEST HIGHLAND WHITE TERRIEROrigem: Escócia

Altura: 23 a 30cm

Peso: 7 a 10kg

Longevidade: 13 a 15 anos

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E les são pequeninos, mas bas-tante geniosos. Quem é que resiste ao olhar penetrante de um west ie? “A personal idade

deles não cabe no tamanho, mas eles são apaixonantes”, conta a Diretora Social do Clube Paul ista do Westie, Vivian Mauro. Originár io da Escócia, o west highland white terr ier costumava ser usado para a caça de raposas e outros animais nas terras altas da cos-ta oeste do país, também conhecidas por Highlands. O inst into de caça do baixinho é aguçado, portanto, muito cuidado ao colocá-lo em contato com animais menores, como roedores e pássaros.

O west ie, que ganhou ainda mais no-tor iedade no Brasi l após aparecer em um comercial de um provedor de in-ternet, embora pareça um urs inho de pelúcia, tem uma personal idade forte e é bastante teimoso. Segundo a Vi-vian, é importante que ele aprenda desde f i lhote o que é certo e errado. “Ou você aprende a dominar, ou ele te domina”, conta. Ensiná-lo comandos

básicos e a fazer x ix i no local correto podem ajudar, e muito, no convívio com o cãozinho adulto.

“Todo animal tem a sua personal i-dade. Eu costumo dizer que o west ie se adapta bem a cr ianças a part i r dos t rês anos. Ele é um cão hiperativo, que gosta de atenção e tem muita energia para gastar com brincadeiras ” , expl i-ca a diretora, que há 20 anos convive com west ies.

Mas, atenção: se você está à procura de um cão que adora colo e mimos, essa raça não é a melhor escolha. “O west ie não é um cão de ‘madame’ . Ele gosta de se sujar, sair correndo, caçar. Não gosta muito de colo e ‘ f ruf ru ’ ” , or ienta Vivian. Claro que um carinho sempre será bem-vindo, mas, apesar do west highland terr ier agir como uma verdadeira sombra do dono, ele apre-senta um comportamento bastante in-dependente.

Como todas as raças, há algumas in-verdades sobre os branquelos que, de

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tanto serem compart i lhadas, acabaram se tornando verdades para alguns. Como é o caso das alergias. “O wes-t ie tem propensão à alergia, mas isso não signi f ica que todos os animais vão desenvolver esse problema. O excesso de banhos, por exemplo, pode ser um agravante. O ideal é que o dono dê banhos mensais ou a cada três sema-nas. O cuidado com os produtos ut i-l izados também é fundamental para manter o bem-estar do cão”, or ienta a diretora. Segundo ela, uma boa esco-vação pode contr ibuir para a higieni-zação do mascote.

Branquelos reunidos

Mensa lmente, o C lube Pau l i s ta do Wes t ie o rgan i za, em São Pau lo, um encont ro para os b ranque los. O even to, ge ra lmen te rea l i zado no p r ime i ro dom ingo de cada mês, tem como ob je t i vo con f ra te rn i za r e so-c ia l i za r donos e an ima i s . “ Fazemos pa les t ras pa ra os donos, em que esc la recemos dúv idas sobre a raça,

a lém de passa rmos o r ien tações sobre a saúde do an ima l , com d i -cas, po r exemp lo, sob re como a-fas ta r os ca r rapatos, de rmat i tes, en t re ou t ros as sun tos ” , comenta V iv ian Mau ro. O Encont ro dos B ranquelos já es tá em sua 68ª edição e é gera lmente rea l i zado na praça V in íc ius de Moraes, no bai r ro do Morumbi . O evento a inda tem um papel soc ia l impor tante: du rante os encon-t ros são ar recadadas doações de a l imentos, remédios e roupas, que são dest inados a ONGs de proteção an imal , como a ABEAC. Os organ izadores c r ia ram até uma página no Facebook – Wes-t ies do Bem - , onde são re latados casos de an imais resgatados, de-saparec idos ou que es tão para adoção.

Para saber a data do próximo en-contro, acesse o s i te www.clube-paul istadowest ie.com.br.

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O meu peté alérgico

“A minha cachorra Lady começou a ter uma queda acentuada de pêlos. Notei que ela se coçava muito e que sua pele estava avermelhada e com algumas man-chas. Inicialmente, aquilo foi diagnostica-do como uma sensibilidade acima do nor-mal, que poderia decorrer do calor ou do contato com a grama. Ela foi medicada e melhorou”, lembra a dona Paula Vallias, estudante de direito. A cadelinha, no entanto, voltou a apre-sentar o problema assim que o trata-mento acabou. “Minha preocupação era enorme, porque ela já havia tomado remédios fortes por um tempo razoável e não melhorava. Depois de diversas con-sultas e exames, finalmente descobri que aquilo era dermatite alérgica à picada de pulgas”, diz. Segundo o veterinário Michel Fainge-zicht, a alergia de pele ou de contato está entre os tipos mais comuns que acometem cães e gatos. O problema pode ser causado, principalmente, pela saliva da pulga, picadas de inseto, por alguns tipos de grama, produtos de lim-peza e tecidos, que entram em contato

com a pele do animal. “A alergia é uma resposta do sistema imunológico exa-gerada à exposição de uma substância externa, conhecida como alérgeno. O primeiro contato com o alérgeno pro-duz uma resposta imunológica leve, que sensibiliza o sistema para essa substân-cia específica. A segunda exposição dá origem a uma série de sintomas que vão depender do tipo de substância, da parte do organismo atingido por ela e das características da resposta imu-nológica”, informa Faingezicht.

Depois de diagnosticado o problema, Paula intensificou os cuidados com Lady, que possui sete anos. “Ela não pode ter nenhum contato, por menor que seja, com pulgas. O grande trabalho é a preven-ção, com a qual desde então me preo-cupo e terei que me preocupar sempre”, conta a estudante. Além de banhos com xampus especiais, a cadelinha usa colei-ra preventiva e tem a sua cama lavada com maior frequência. O cuidado com a limpeza da casa também é fundamental para o controle das pulgas. “Costumo brincar dizendo que isso é uma ‘síndrome do pedigree imaginário’, porque a Lady

Seu cachorro está se coçando demais? E o gato, está lambendo bastantea patinha ou está com a pele avermelhada? Cuidado, isso pode ser alergia!

CUIDADOS MÉDICOS

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é uma vira-lata que foi encontrada na rua ainda filhotinha pelo meu pai e, em tese, os vira-latas não poderiam ter essas ‘ frescurinhas’”, comenta Paula. Alergias gastrointestinais e respiratórias também são bastantes comuns, de acor-do com o veterinário Michel Faingezicht. Determinados ingredientes das rações, como carne de boi e porco, milho, trigo, soja, além de corantes, conservantes e aromatizantes podem desencadear rea-

apresentava problemas de pele. Além de se coçar frequentemente, o animal tinha queda de pêlos e manchas avermelhadas pela pele. O problema se estendia por três anos e os donos já haviam tentando de tudo. “O cão realizou o Teste Spot e foi detectado que a reação alérgica era desencadeada pelo tabaco e maquia-gem da dona. Bastou a proprietária não fumar próximo ao animal e lavar sempre as mãos após usar maquiagem, para o ca-chorro melhorar ”, contou o profissional.

ções alérgicas, assim como o contato com o pólen, poeira, ácaros e insetici-das. “ Independentemente da duração e gravidade da alergia, os sintomas mais comuns são a coceira na pele e ouvi-do, pele avermelhada, queda de pêlos, lambedura das patas, inchaço nos o-lhos, espirros, tosse, vômitos e diarréia”, explica o especialista, que informa que todos os animais de estimação podem apresentar alergias, independente-mente da raça, sexo e idade.

O diagnóstico pode ser feito a partir da observação dos sinais clínicos do animal, seu histórico e do local onde ele vive. A confirmação, no entanto, é obtida a partir de um exame laborato-rial conhecido como Teste Spot. “Por meio deste exame, é possível diagnos-ticar até 90 tipos de alérgenos. Entre eles, os mais comuns são os diferentes tipos de gramíneas, fungos e alimentos - carne, frango, batata e soja. Há ai-nda tipos mais raros, como o cigarro, lã, arroz, maquiagem e per fumes”.

O veterinário se lembrou de um atendi-mento que prestou a um cachorro que

Mas nem tudo éconsequência do ambiente

“Apesar de já ter ouvido falar que cães não toleram chocolate humano, a Kimi comia sempre que eu também comia”, relata a farmacêutica Mariana Ber-gamo Oda. Foi então que o inevitável aconteceu: a pequena daschound de Mariana comeu um “Diamante Negro” e começou a apresentar uma forte rea-ção alérgica. ”Ela f icou toda inchada e apareceram também algumas bolinhas na pele. Tive que correr para a vete-rinária”, lembra.

Chocolate feito para humanos é um vene-no para os animais. O composto químico nocivo ao pet é a teobromina, substância que o organismo do cão e do gato não consegue eliminar do sangue de forma rápida. Após o consumo do chocolate, o pet pode apresentar reações alérgicas, como diarréias, vômitos e hiperatividade. “A veterinária me deu uma bronca”, conta Mariana que, após o susto, garante que Kimi passou a comer apenas chocolate próprio para animais.

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QUANDO O PASSEIO NÃO SE TORNA +DIVERTIDONão deixe de levar o cachorro para passearpor falta de tempo ou por medo de se estressarcom as travessuras que ele geralmente aprontapelo caminho. Passear com o mascote fazbem para a sua saúde e a dele!

COMPORTAMENTO

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P assear com o cachorro nem sempre é uma tarefa fáci l. En-quanto alguns peludos pa-recem levar os donos para

dar uma volta, outros insistem em lati r para a própria sombra. Muitas vezes, sem saber como l idar com o mascote, o desejo de passear com o amigo vai diminuindo, ao ponto do pet não con-seguir conviver em nenhum outro ambi-ente, além de sua casa.

“As principais queixas dos donos são sobre a dif iculdade de controlar o ca-chorro durante o passeio, pelo fato do animal puxar muito a guia. Ou então, cães que latem excessivamente para outras pessoas e animais ”, conta Paulo Carreiro, proprietário da Dogwalker,

Outro ponto importante a ser com-preendido é a l iderança. Os cães vi-vem em mati lha e buscam um líder que possa conduzi- los. Ocorre que nem sempre os donos são vistos como essa f igura, o que pode provocar problemas comportamentais, ref letidos durante o passeio. “O animal, quando não se sente amparado pelo dono e percebe que pode ter problemas durante o passeio, se antecipa, como por exem-plo, latindo, para evitar que ele passe por alguma situação de ameaça”, in-dica Carreiro.

Questão de saúde

Manter o animal em ambientes fecha-

“AS PRINCIPAIS QUEIXAS DOS DONOS SÃO SOBRE A DIFICULDADE DE CONTROLAR O CACHORRO DU-RANTE O PASSEIO, PELO FATO DO ANIMAL PUXAR MUITO A GUIA. OU ENTÃO, CÃES QUE LATEM EXCES-SIVAMENTE PARA OUTRAS PESSOAS E ANIMAIS.”

empresa pioneira em passeios com cães, fundada em 2000.

Para ele, parte dos problemas relaciona-dos ao passeio pode ser minimizada se o dono conhecer um pouco mais sobre o comportamento e temperamento da raça do animal. “É importante distinguir uma atitude inadequada, de uma ação instintiva, própria do cão. Conhecendo as particularidades da raça, essa identi-ficação pode se tornar mais fácil. Por e-xemplo, um basset hound possui um olfato aguçado, ele vai querer sentir todos os odores e passear com o focinho no chão. Determinadas atitudes não devem ser encaradas como um problema, mas sim como uma característica da raça, que não precisa ser corrigida com adestra-mento, pois é natural ”, explica.

dos, seja pelo receio de passear ou pela falta de tempo, não é a melhor solução. O mascote pode f icar es-tressado e descontar toda a energia no sofá. Ou então, o que é mais impor-tante, desenvolver sér ias doenças por falta de atividade fís ica f requente.

O número de animais obesos tem cresci-do de forma assustadora no mundo. Na Grã-Bretanha, por exemplo, um estudo da organização PSDA mostra que, até 2013, metade dos cachorros britânicos poderá morrer em decorrência da obe-sidade. O controle do peso também é essencial para evitar problemas que surgem em decorrência “dos qui l inhos a mais ” , como diabetes, pancreatite, distúrbios respiratór ios, dores art icula-res e problemas de coluna.

COMPORTAMENTO

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“A maioria dos donos que procura a Dogwalker está preocupada com a saúde do animal. Eles querem que o cachorro pratique atividades fís icas regularmente”, aponta o proprietário. A empresa atende hoje uma média de 150 a 160 cl ientes, entre passeio e creche. “Nossa equipe é formada por profiss ionais capacitados a realizar passeios recreativos com os animais. Entre eles, nós temos zootecnistas, ve-terinários e biólogos. Ter conhecimento sobre comportamento animal é impor-tante, pois estimulamos brincadeiras, os deixamos soltos, então ter controle é fundamental ”, completa.

Ao levar o cãozinho para passear, o dono está permit indo que ele conheça

Caso tenha alguma dificul-dade em passear com o mas-cote, procure o auxíl io de profissionais especializados em comportamento animal. A Dogwalker, por exemplo, pro-move periodicamente cursos com o objetivo de orientar donos ou mesmo profissio-ßnais que queiram proporcio-nar aos amigos peludos pas-seios mais divertidos e menos estressantes. O próximo está previsto para junho.

“AS PRINCIPAIS QUEIXAS DOS DONOS SÃO SOBRE A DIFICULDADE DE CONTROLAR O CACHORRO DU-RANTE O PASSEIO, PELO FATO DO ANIMAL PUXAR MUITO A GUIA. OU ENTÃO, CÃES QUE LATEM EXCES-SIVAMENTE PARA OUTRAS PESSOAS E ANIMAIS.”

o mundo que está à volta, encontre novas pessoas, animais, s inta novos cheiros. É um universo fantástico para o animalzinho, que gera ganhos signif ica-tivos para o seu bem-estar e saúde. E o proprietário também sai ganhando. Um estudo divulgado pela Michigan State University, nos Estados Unidos, indicou que pessoas que levam o cachorro para passear acabam praticando mais exercícios e caminhando cerca de uma hora a mais por semana.

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A credito que junto ao sonho de ter um cão, toda pessoa que leva seu primeiro filhote para casa tem a visão de longas

caminhadas e passeios prazerosos ao lado do novo companheiro. Mas, o que muitos não sabem é que o treinamento de guia é uma das partes mais difíceis da educação de um cão. A maioria dos donos de animais pequenos simples-mente não se preocupa em ensiná-los a não puxar a guia, mas no caso dos cães de médio e grande porte, isso pode se tornar um grande problema, levando al-guns donos a cessarem os passeios.

O importante é entendermos que um cão que se comporta na rua é educa-do e uma boa educação começa em casa. O bom comportamento canino é a soma de todos os cuidados tomados pelos responsáveis por ele. Adestra-mento não é algo que optamos por fazer, e sim algo que devemos fazer, seja por conta própria, através de pesquisas, leitura, cursos, l ivros ou com a ajuda de um profiss ional.

O que quero salientar é que se os outros elementos da educação ou as necessidades básicas de um cão não estão sendo supridas, provavelmente não haverá possibil idade de sucesso no treino de guia. Educar um cão en-volve dedicação. Saber adestrar é uma capacitação que precisamos ter para

Passeio com o cão:pesadelo ou diversão?

*Tomás Szpigel é adestrador e autor do l ivro “Adestramento Natural”. Para mais informações sobre o treino de guia e outras dicas de adestramento, visite o canal de vídeos (www.youtube.com/adestradoronline) e o fórum (www.adestradoronline.com) mantidos pelo profissional.

educar um ser vivo diferente. Qualquer um pode aprender e colocar em práti-ca toda a educação de seu cão, inclu-sive, um bom treinamento de guia.

Dicas básicas que podem ajudar:

1. Ensine alguns exercícios básicos, como o “senta”, “ f ica” e “deita” antes de ensinar a andar na rua

2. Acostume o cão com a coleira, dias antes de iniciar o treino de guia

3. Na empolgue o cão com expressões do tipo “ vamos passear ” e só saia da casa depois que o cão se acalmar

4. Acostume o cão desde cedo com a presença de outros cães

5. Inicie os treinos em locais mais tran-qui los e aumente gradativamente a ex-posição do cão às distrações

6. Seja paciente e persistente, e não dê trancos ou puxões na guia

7. Sempre caminhe na direção oposta a que o cão deseja i r

8. Não saia de casa para passear e sim para treinar. Quando o cão souber an-dar na guia, você poderá passear. Até lá, o cão estará em treinamento.

por TOMÁS SZPIGEL*

COMPORTAMENTO ANIMALCOLUNA

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COMPRAS

COMPRINHAS

CAMAS PERSONALIZADASLarmodA partir de R$ 150

MOCHILA e WATER BALLWoof Pet DesignR$ 200

REMOVEDOR DE PÊLOSPet SocietyA partir de R$16

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Onde encontrar:

DOG’S CARE - www.dogscare.netE-PET - www.e-petstore.com.brLARMOD - www.larmod.com.brMIMA PET- www.mimapet.com.br PET SOCIETY - www.petsociety.com.br Fo

tos:

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ção

CAPA DE CHUVAMima PetEntre R$ 70 e R$ 110

COMEDOURO AUTOMÁTICOE-PetR$ 145

KIT BANHODog’s CareR$ 49,90

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CAPA

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E les já fazem parte de 44% dos lares brasi leiros e formam uma população de 33 milhões de cães e 17 milhões de gatos.

O número de animais de estimação cresce no mundo, na medida em que o relacionamento entre humanos e pets se torna cada vez mais estreito. Quem foi que disse que o cão, por exemplo, serve apenas para proteger a casa? Ele também pode fazer natação e reiki , por que não? Pode ajudar a identif icar doenças, localizar feridos em desmo-ronamentos ou ser mais que um amigo para um deficiente visual.

A identif icação do animal como um ser que merece atenção e cuida-dos contribuiu para que as pessoas começassem a fazer uma série de ques-tionamentos, entre eles, sobre a capa-cidade de ter e expressar sentimentos.

Para o professor emérito de biologia da Universidade do Colorado, Marc Bekoff, as pessoas se deram conta que os animais são seres com sentimentos e não apenas objetos ir racionais e in-sensíveis. “Elas querem saber o porquê das emoções deles terem evoluído e não se eles evoluíram”, explica Bekoff, que é autor e organizador de mais de duzentos artigos cientí f icos e diver-sos l ivros sobre animais, entre eles, “A Vida Emocional dos Animais”, lançado em setembro do ano passado no Brasi l , pela editora Cultr ix .

É comum os donos comparti lharem as experiências que eles possuem ao lado dos pets, ressaltando o quanto eles f i-cam fel izes, tr istes ou mesmo manhosos. A desc r ição das caracte r í s t icas do mascote já demons t ra o g rau de en-vo lv imento en t re ambos . P o r e x e m -

Os animais têmsentimentos?Donos corujas não economizam adjetivos para descrever os mascotes - ele é corajoso, alegre, fica triste quando eu saio para o trabalho. Mas, será que os bichinhos são capazes de sentir e expressar tantas emoções assim?

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RaivaFelicidadeTristezaAversãoMedoSurpresa

SENTIMENTOSDOS ANIMAIS

CiúmesDesprezoCulpaInveja

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plo, faça o teste, se te perguntarem como é o seu cachorro, o que você responderia? Aposto que destacaria aspectos comportamentais dele, e não f ís icos. Acredita que esse tipo de des-crição se repetir ia anos atrás? “As pessoas estão compreendendo que a aproximação com os animais de com-panhia se deve ao fato deles terem sentimentos. Elas também perceberam como a presença dos pets é boa e como eles também gostam de estar na companhia dos humanos”, aponta o especialista.

Segundo Bekoff , o natural ista britâni-co Charles Darwin foi o primeiro a estudar as emoções dos animais de maneira sistemática, no entanto, os estudos mais aprofundados sobre o tema se iniciaram há aproximadamente 15 e 20 anos. Darwin atr ibuiu aos ani-mais seis emoções – raiva, fel icidade, tr isteza, aversão, medo e surpresa -, considerando-as básicas. Com o tem-po, outros estudiosos acrescentaram mais sentimentos, entre eles, o ciúme, desprezo, culpa e a inveja. “Eu sabia

que os animais, incluindo os cachor-ros, mostravam empatia e compaixão, mas f iquei surpreso ao ver o quanto isso era difundido no reino animal . Ra-tos e galinhas também sentem empa-tia”, revela o professor, em referência a um estudo divulgado pela Univer-s idade de Bristol , no Reino Unido, em março deste ano.

A estudante Si lvana Fighera, dona do pequeno Spike, um yorkshire terr ier de três anos, acha que os animais expres-sam os seus sentimentos na maneira como agem com as pessoas. “Desde

Identifique os sinais

Os gestos do seu cão podem falar muito sobre o que ele está sentindo.

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MEDO

FELIZ

Olhos dilatados, com a boca fechada o levemente aberta mostrando os dentes, com a orelha para trás e a cauda entre as pernas. o cão se comporta de forma que ele se pareça menor.

Músculos da face relaxados, com os olhos em seu tamanho normal, boca fechada ou um pouco aberta, orelhas na forma natural e cauda balançando em movimento circular.

fonte: ASPCA

SPIKE

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A dor da separação

A história mostra com casos como o do akita Hachiko, que esperou pelo dono durante nove anos no Japão, e Bobby Grefr iars, que protegeu o túmulo de John Gray por 14 anos na Escócia, que os pets são capazes de manter o com-panherismo e a lealdade mesmo após a morte dos donos.

Não precisa ir tão longe. No Rio de Janeiro, o cãozinho Branquinho espe-ra pelo dono na entrada do Hospital Souza Aguiar há cinco anos. O pro-prietário acabou falecendo, vít ima de um atropelamento. O exemplo de f ide-l idade e persistência, que ganhou no-toriedade pela TV Record, contagiou a todos os brasi leiros.

Assim como os humanos, os animais também sofrem ao se separarem de quem gostam. “Eles sentem uma sen-sação de perda. A tr isteza e a dor são muito comuns e eles sentem falta de seus amigos e famil iares”, expl ica Marc Bekoff .

pequeno o Spike sempre foi muito co-municativo. Quando ele percebe que nós vamos sair e ele não vai junto, ele f ica, digamos, ‘emburradinho’ . Sempre se esconde no meu quarto, f ica tr iste e normalmente não come se eu não est iver em casa. Spike espera que eu retorne e, então, faz a festa. Só de-pois ele come”, expl ica Si lvana, que afi rma que o cãozinho também é ciu-mento e possessivo. “Ele anda atrás de mim, dorme na minha cama sempre que pode, mesmo tendo a caminha e o colchonete dele. Além disso, ele não deixa que ninguém entre no meu quar-to quando eu estou ou que me abra-cem. Fica fur ioso!”, diz .

A demonstração dos sentimentos varia para cada espécie e é baseada ain-da em fatores sociais, ecológicos e f ís icos. É até por essa razão que não é aconselhável estabelecer uma es-cala entre os animais que conseguem expressar mais faci lmente as emoções. “Eu sempre tomo cuidado para não fazer nenhum ranking, pois os animais fazem o que eles têm que fazer para serem membros de sua espécie e não há nenhum valor, em minha opinião, em dizer que alguns animais são melhores do que os outros em expressar os seus sentimentos, porque nós realmente não sabemos se isso é verdade”, reforça Marc Bekoff .

Spike, por sua vez, parece não ter qualquer dif iculdade em demonstrar para a dona o que ele sente ou pensa. “Ele sempre ‘conversou’ com a gente, digo, ele faz sons como se est ivesse respondendo às perguntas. Se per-gunto - cadê a vovó? -, ele responde e, algumas vezes, corre para chamá-lo. O mesmo acontece com a border col l ie da minha t ia, a Lal i” , informa a estudante, que ressalta a alegria do mascote. “Spike sobe no sofá, lambe,

corre para a caminha dele e traz to-dos os brinquedos para a vis i ta brin-car com ele”.

Com tantas pesquisas e estudos so-bre a vida emocional dos animais, f ica difícil imaginar as descobertas que ainda estão por vir . “Eu acho que a pesquisa não-invasiva, como a ima-giologia neural, nos permitirá aprender muito sobre as emoções dos animais”, avalia Bekoff . “Também precisamos de mais detalhes sobre o que os animais fazem quando interagem com os ou-tros. Nós podemos aprender muito so-bre cães em parques”, f inaliza.

fonte: ASPCA

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GATOMANIA

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Você já comprou algum produto para o seu bichinho de esti-mação e, depois de algum tempo, o objeto apresentou defeito ou causou algum dano à saúde dele? Já enfrentou problemas ao deixar o animal para o banho e tosa, ou se irritou com a falha de um atendimento veterinário? Deixe a raiva e o senti-mento de impotência de lado e conheça os seus direitos.

O PODER DOCONSUMIDORMODERNO

Há 21 anos, as relações de consumo no Brasi l ganharam um novo rumo. O que antes f icava disperso, ganhou

uma legis lação própria: o Código de Defesa do Consumidor (CDC). O consumidor moderno, atento às res-ponsabi l idades dos fornecedores de produtos e serviços, tem exigido cada vez mais os seus direitos. Tele-visão quebrada? Serviço contra-tado e não cumprido? O sentimento de impotência diante de problemas como esses passaram a fazer parte do passado.

O que algumas pessoas podem não saber, por exemplo, é que o Código de Defesa do Consumidor é também um importante aliado quando o as-

sunto é animais de estimação. A contratação de serviços ou compra de produtos para os mascotes con-figuram uma relação de consumo, portanto, os donos podem fazer prevalecer os seus direitos em caso de falhas ou defeitos.

“O Brasil é hoje o segundo mercado de animais de estimação do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O crescente número de pets tem el-evado o volume de reclamações, afi-nal, o animal deixou o quintal para ficar dentro de casa, e se tornou um membro da família”, informa Monica Grimaldi, advogada especializada em direito animal. Segundo a Dra. Monica, os alvos das reclamações são variados. “Venda de animais com

UTILIDADES

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NU

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problemas congênitos, serviços insa-tisfatórios de hospedagem, banho e tosa, condomínios, além de problemas com produtos e serviços adquiridos para o animal”, informa.

A publicitária Andreza Novo, dona do Nut, cãozinho da raça west highland terrier, levou um grande susto no iní-cio deste ano, após comprar um mimo para o pet. “No dia 19 de fevereiro, eu comprei uma caminha para o meu westie. No dia 27 do mesmo mês, eu notei que as patas do meu cachorro estavam com um tom azulado. No mes-mo momento, eu associei o problema à cama recém-comprada, pois era o único objeto que ele tinha contato que era azul”, conta. “Percebi depois que, além das patas, todo focinho e parte da barriga do meu westie tam-bém estavam azulados”, diz.

A primeira ação de Andreza foi in-formar o fabricante. “No dia seguinte ao surgimento do problema, eu liguei para a empresa que produziu a cama, que disse que era o primeiro caso deste tipo que tinha sido relatado”, lembra. “Informei que minha maior preocupação era uma intoxicação pelo tingimento do meu cachorro pelo tecido, que na época estava com três meses. A empresa solicitou que eu enviasse um e-mail, pois o caso seria analisado diretamente pela Gerência Comercial, que me retornaria o mais breve possível”, completa.

Mas o retorno demorou mais do que o imaginado: o fabricante levou 17 dias para passar uma posição para a dona que, neste intervalo, acabou conseguindo a troca do produto na loja onde o comprou. “Fomos muito

Procurar o fabricante e a loja onde comprou o

produto pet, para tentar solucionar o inconveniente.

Atendimento veterinário

Caso não seja atendido, o dono pode recorrer à justiça

Caso o pet sofra danos decorrentes de falhas

médicas ou mesmo tenha falecido em função delas

SAIBA COMO AGIR

PRODUTOS

SERVIÇOS

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bem atendidos por todos, que pron-tamente nos auxi l iaram, real izam a troca da cama e nos devolveram o dinheiro em crédito para escolher outro produto”, relata a publ ici-tár ia.

Nut também foi levado ao veteri-nário. “Tivemos que dar banho nele para tirar o azulado, mesmo ele não podendo, pois não havia tomado a 3ª dose da vacina V10. Nós encon-tramos um pet shop que nos auxi-l iou neste processo, tomando todos os cuidados possíveis para evitar qualquer contaminação”, explica Andreza. “Ainda bem que não ocor-reu nada mais grave com o meu ca-chorro. Como o westie possui uma tendência a ter problemas de pele, também fizemos um acompanhamento veterinário durante 20 dias”.

De acordo com a Dra. Monica Grimaldi, em situações como essa, tanto o fabricante como a loja que comercializa o produto respondem concomitantemente pelo problema. “O dono deve procurar solucionar o inconveniente primeiramente com o fabricante e com a loja. Caso a situação não se resolva, ele pode recorrer à justiça para exigir even-tual indenização de danos morais e materiais”, orienta a advogada es-pecializada em direito animal.

Os donos de Nut estudam se vão ou não dar andamento ao caso. “Eu não sei se quero me desgastar mais ainda, pois para a empresa o meu caso foi único, já resolvido e ponto final. O que quero é alertar as demais pes-soas sobre o caso que passei”, escla-rece Andreza Novo.

CRMV

Procurar o conselho, informar sobre o caso, apresentando laudo de outro profissional atestando a

imprudência, imperícia ounegligência do veterinário

Juizado Especial Cível

Justiça comum

Multa

Advertência

Suspensão

Indenização por danos morais e materiais

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Quando o problemaestá no atendimento veterinário

A professora de italiano Adriana Fon-tana é protetora e, ao lado de ou-tras voluntárias, resgata animais de rua. Histórias, infelizmente tristes, é que não faltam para ela compartilhar. “Recebemos um pedido de ajuda em Guarulhos, informando que havia um cachorro que mal conseguia andar e aparentava muita dor rondando por um supermercado. Ao chegar até o lo-cal, uma protetora encontrou o cão dentro de um bueiro”, conta Adriana.

Com o auxílio de um taxi-dog, o ani-mal, que foi chamado de Mingo, foi levado e deixado em uma clínica veterinária da cidade. “Pelo tele-fone, eles nos informaram que não iriam atender o cachorro enquanto não pagássemos. Ao chegarmos na clínica, Mingo estava em uma maca e

a veterinária disse que ele não tinha nada e que podia ir para a casa. A barriga dele estava bastante incha-da, mas nos disseram que o cão es-tava apenas gordinho”, explica a professora. O animal foi então medi-cado com um analgésico e começou a esboçar reação, porém, como ele estava muito sujo e precisava fazer raios-X de coluna e quadril, ficou in-ternado.

No dia seguinte, Adriana ligou para a clínica e foi informada que nenhum problema havia sido detectado pelo exame. Porém, como a protetora não podia buscá-lo naquela data, Min-go permaneceu no estabelecimento por mais dois dias. “Ele foi retirado da clínica e levado para a casa de uma protetora em São Paulo. O cão estava muito estranho, parecia ainda estar doente. Ele tremia, os olhos es-tavam remelentos e ele apresentava

MINGO

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provocou danos ou mesmo a morte do animal, o dono pode recorrer não apenas à justiça, como também ao Conselho Regional de Medicina Veterinária. “O proprietário deve comunicar o CRMV sobre o caso, de preferência, anexando ao processo um laudo de outro veterinário que ateste a imprudência, negligência ou imperícia do profissional. Se for com-provada a falha ou a falta de con-duta médica, o conselho pode apli-car, dependendo da infração, multa, advertência ou mesmo suspensão”, informa a Dra. Monica Grimaldi. “Além disso, o veterinário também pode re-sponder pelos danos morais e materi-ais ocasionados na justiça”.

A mesma situação se aplica a outros serviços oferecidos por pet shops, como o banho e a tosa, por exemplo, que obrigatoriamente devem ter um veterinário responsável.

QUEM PROCURAR

Se o valor da causa for de:

até 20 salários mínimos: o dono pode procurar o Juizado Especial Cível (antigo pequenas causas), sem a obrigatoriedade da presença de um advogado.

até 40 salários mínimos: Juizado Especial Cível, porém, a presença de um advogado é obrigatória.

acima de 40 salários mínimos: o proprietário deve ingressar com uma ação na Justiça Comum, com a orientação e auxíl io de um advogado.

DICA DE BLOG

Quem quiser se aprofundar sobre o tema pode acessar o blog da Dra. Monica Grimaldi, advogada especializada em direito animal - monicagrimaldidireitoanimal.blogspot.com.

um vômito escuro”. Mingo foi então levado às pressas para uma clínica veterinária de confiança, onde pas-sou por uma série de exames. “Quando o veterinário o viu, ele disse - ‘como deram alta para ele?’”, lembra a pro-tetora.

Lembra-se da “barriguinha gorda” do Mingo? Na verdade, não era um sinal de saúde, como indicou a pri-meira veterinária que o atendeu, mas sim um sério problema: o pâncreas do animal estava bastante aumentado, o que comprometeu a vida do cão. “Infelizmente já era tarde e Mingo não resistiu. Deixamos 520 reais na clínica de Guarulhos e eles nos l iga-vam toda a hora para dizer que o cão já podia ir embora. Que clínica é essa?”, lamenta Adriana.

Em casos como o do Mingo, em que o atendimento veterinário prestado

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CÃO EM QUADRINHOS

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CÃO EM QUADRINHOS

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Para Sempre Cachorro

Nossa primeira paixão são os cães e, a segunda, fotografá-los. Adoramos a sinceridade desses animais e o quanto eles ficam à vontade em frente a câmera. Eternizamos momentos em imagens criativas e espontâneas, contando a história de um cão e most-rando sua perso-nalidade através delas.

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PROCURA-SEUM AMIGODESAPARECIDO

Cartazes, gratificações e até crianças doentes pela ausência do melhor amigo. Basta caminhar pelas ruas e observar a quantidade de pedidos de ajuda para encontrar cães e gatos desapa-recidos, que poderiam ser mais facilmente localizados se tivessem plaquetas de identificação.

PROTEÇÃO E ADOÇÃO

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PROCURA-SEUM AMIGODESAPARECIDO

Cartazes, gratificações e até crianças doentes pela ausência do melhor amigo. Basta caminhar pelas ruas e observar a quantidade de pedidos de ajuda para encontrar cães e gatos desapa-recidos, que poderiam ser mais facilmente localizados se tivessem plaquetas de identificação.

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Brasilândia

Freguesia do Ó

CasaVerde

20 km

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de cachorros perdidos, 343 de res-gatados, 524 que aguardam adoção e 52 de pessoas interessadas em adotar. Os anúncios perdem a vali-dade a cada 30 dias, mas todos os anunciantes recebem um alerta e po-dem renová-lo automaticamente.

Se perder o cachorro uma vez é ruim, imagine perdê-lo novamente. “Eu recebi um e-mail de uma senhora que disse ter perdido o cachorro duas vezes. Na primeira vez, ela o encon-trou após 15 dias e, na segunda, em 24 horas. Nas duas situações, ela contou com a ajuda do Cachorro Perdido”, recorda-se Fábio, que diz receber frequentemente e-mails de

“Meu cachorro, um pastor alemão, es-tava na casa do adestrador e acabou escapando. O adestrador demorou um pouco para nos avisar sobre o ocor-rido, pois estava tentando encontrá-lo por conta própria. Nós começamos a procurá-lo pelas ruas, mostrávamos fotos, colocamos cartazes e até tí-nhamos oferecido uma gratificação”. Quem já passou pela experiência de perder um animal, consegue com-preender muito bem a aflição sentida pelo administrador de empresas Fábio Motta. Mesmo quem nunca enfrentou essa situação, sabe o quanto pode ser difícil não ter mais notícias de um animal que, até então, fazia parte da família.

Fábio não desistiu de sua busca. Con-versando com algumas pessoas, ele descobriu, no dia seguinte ao desa-parecimento do cão, que o animal ha-via sido resgatado por um senhor na Freguesia do Ò - algo em torno de 7 a 8 km da casa do adestrador, que fi-cava na Casa Verde, em São Paulo. O pastor alemão, no entanto, foi levado para a Vila Brasilândia – a mais de 20 km do local original. “O meu cachorro havia perdido a plaqueta de identifi-cação, por isso não nos contataram de imediato”, diz.

A experiência ruim marcou bastante a vida do administrador e o levou a aju-dar outros donos que, assim como ele, haviam perdido o pet: em 2002, Fábio lançou o Cachorro Perdido (www.ca-chorroperdido.com.br), site onde são publicadas fotos de animais desapa-recidos, encontrados ou que estejam para doação. “Já tinha uma noção de como estruturar o site e contratei uma empresa para programá-lo. Aos poucos ele foi ganhando audiência”, conta o administrador. Hoje, o Cão Perdido possui 775 anúncios ativos

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usuários do site, compartilhando as experiências vivenciadas. “Além do cuidado com a guarda do animal, é importante que o dono faça o RGA (Registro Geral Animal), que per-mite que o cão seja encontrado mais facilmente. Há ainda outros recursos tecnológicos, como o microchip, por exemplo”.

Encontrei um animal, e agora?

Cartazes, bilhetes, recompensas. Todos esses artifícios utilizados pe-los donos de animais desaparecidos poderiam ser facilmente descartados se o pet tivesse uma plaqueta de identificação na coleira. Fragilizados e um ambiente estranho, os mascotes perdidos têm que contar com a sorte e a boa vontade de outras pessoas para voltarem para casa.

“Meu irmão me avisou que havia um shar pei perdido na rua. Eu peguei o carro e fui dar uma olhada, mas não o encontrei. A minha cunhada me ligou e falou que tinha achado o cachor-ro e que ele estava bebendo água da chuva, exausto”. Assim se iniciou a história do resgate de um shar pei pelas ruas do bairro do Brooklin, em São Paulo.

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Ana Lúcia Deodato, proprietária do pet shop Dog’s Family, localizado no Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, conta que o cãozinho, muito assustado, não deixava ninguém se aproximar. Ela, o irmão e mais um casal estavam tentando colocá-lo dentro de um carro e foi necessário muita in-sistência para que isso acontecesse. “Meu irmão disse para eu desistir, mas o animal poderia ser meu, e eu gosta-ria que alguém o pegasse. O cão es-tava cheiroso, bem arrumado, o pêlo bem tratado, devia ser de alguém que o perdeu por uma fatalidade”, explica Ana. “Fizemos uma trilha de petisco no chão e, assim, ele acabou entrando no carro”, completa.

O shar pei foi levado para o con-sultório da Ana Lúcia, que é dentista. “Fiz algumas fotos, conversei com al-guns amigos e apareceram muitos in-teressados em adotá-lo. Ele era lindo e jovem, devia ter um aninho”, conta. Como ele parecia ser bem comporta-do, Ana o soltou dentro de sua clínica. “Eu saí para comprar um almoço para mim e um petisco para ele. Quando eu estava saindo do shopping, que fica em frente ao meu consultório, e o vi na janela. Eu achei que ele estivesse apenas com a pata apoiada mas, de repente, eu vejo o corpo dele inteiro. Ele simplesmente pulou do parapeito

da janela, de um sobrado de dois an-dares, não se machucou e fugiu nova-mente”, lembra a dentista, que con-seguiu recuperá-lo novamente pelo estômago. “Não teve outro jeito, eu o subornei com o meu lanche”.

O dono do shar pei só foi encontra-do graças a um cartaz fixado em um poste. “Comentando para um dos se-guranças do meu prédio que eu tinha encontrado um shar pei, ele me avisou que havia um cartaz com a foto de um cachorro perdido no poste. E não é que era o cachorro! Liguei para a pessoa, para ter certeza que o ca-chorro iria ficar bem. Percebi que a dona realmente gostava do cãozinho e que ele havia se perdido por uma fatalidade”.

Ao levar o cão de volta para a casa, a festa foi grande. “Ele reconheceu a famíl ia e a dona ficou muito con-tente, ainda mais porque era o ani-versário dela”. O mais interessante, comenta Ana, é que ela descobriu que o cachorro era bastante bravo. “Com a gente o sharpei era um amor, fazíamos carinho nele, ele pegava o meu braço e colocava na boca, mas não machucava. Quando eu fui devolvê-lo, a famíl ia disse que ele já tinha mordido o cachorro do vizinho e o próprio vizinho”.

PROTEÇÃO E ADOÇÃO

COMO TIRAR O RGA?

Para quem é da cidade de São Pau-lo, basta comparecer ao CCZ ou a um estabelecimento credenciado, munido de CPF, RG, comprovante de residência e atestado de vacinação contra a raiva do animal. Caso não tenha o comprovante, a vacina será

aplicada no ato da solicitação.

Quem levar o animal para ser castrado no CCZ, procedimento que é feito de graça, também obtém o RGA gratuita-mente. Caso o dono queira apenas tirar o documento, paga uma taxa simbólica.

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Victória

Idade: 7 anosRaça: cão São BernardoCidade: Santo André

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Idade: 7 anosRaça: cão São BernardoCidade: Santo André

Victória

Idade: 7 anosRaça: cão São BernardoCidade: Santo André

Cãespara adoção

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Estes animais estão à procura de uma família que possa tornar a vida deles mais alegre e feliz. Todos têm em comum um histórico de maus-tratos e abandono. Foram vítimas de donos cruéis e insensíveis, que ainda não aprenderam a diferenciar um objeto de um amigo de quatro patas.

Ajude a transformar a realizade destes bichinhos, que não estão pedin-do nada além de carinho, atenção e cuidados.

Mas, atenção: nunca incentive a adoção impulsiva! Os interessados, an-tes de adotar um animal, devem considerar que o cão vive em média 12 anos e, no decorrer desse tempo, precisará alimentá-lo e oferecer cui-dados médicos, o que implicará em custos.

Ficou interessado?Mande um e-mail para a ONG S.A.V.A - [email protected].

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PROTEÇÃO E ADOÇÃO

COLECIONADOR DE ANIMAISO que fazer quando a dedicação extrapola os limites da razão e o excesso de zelo perdeo caráter positivo, para se tornar algo ruim? Qual é o limite entre o saudável e o doentio?

PSICOLOGIA E ANIMAIS

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COLECIONADOR DE ANIMAISO que fazer quando a dedicação extrapola os limites da razão e o excesso de zelo perdeo caráter positivo, para se tornar algo ruim? Qual é o limite entre o saudável e o doentio?

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P i racicaba, interior do Estado de São Paulo, 2009. A falência da empresa fez com que uma empresária da cidade não con-

seguisse mais arcar com os custos de manutenção de seu abrigo. Nele, 500 animais estavam vivendo em situação precária de alimentação e higiene. A maioria dos cães estava desnutrida, com vermes e sarna. Foi necessário um mutirão de voluntários para tentar re-verter à situação. A empresária, que na época informou que o abrigo chegou a ter 800 animais, disse que a doação era difíci l, pois as pessoas preferiam os cães mais “bonitinhos”.

O que será que motiva alguns prote-tores a abrigar um número expressivo de animais? No caso da empresária, por exemplo, quando ela estava bem f inanceiramente, os cachorros eram bem tratados, recebiam ração da me-lhor qual idade e cuidados médicos f requentes. Porém, imprevistos acon-tecem, ela fal iu. O carinho e a boa intenção eram grandes, mas será que são suf icientes?

Para Bado Siberi, di retor presidente da ONG Diama, que há 20 anos está envolvido com proteção animal, a falta de planejamento é um sér io pro-blema. “Buscar informação é a base

de tudo. Antes de cr iar uma ONG, é necessário pensar sobre questões-chaves, como por exemplo, quanto o protetor poderá gastar e por quanto tempo isso poderá ser feito, quem vai part icipar, haverá voluntár ios, entre outros pontos. O ideal é ser voluntár io de outra organização, para ver como ela funciona. Não faça nada sem co-nhecimento do assunto ou por impul-so”, or ienta Siberi.

Nos Estados Unidos, um grupo indepen-dente de pesquisadores acadêmicos criou, em 1997, a Hoarding Animals Research Consortium (HARC), para es-tudar a “síndrome de colecionar cães” e encontrar possíveis soluções. Se-gundo o grupo, o acúmulo patológico de animais foi descrito pela primeira vez em 1981 e os colecionadores de animais formalmente definidos em 1999. Os colecionadores se caracterizam por abrigar um número de animais de companhia superior a média e falham ao fornecer as mínimas condições de saúde e alimentação, o que re-sulta em doença ou mesmo morte.

CERCA DE 3,5 MIL NOVOS CASOS DE COLECIONADORES SÃO DESCOBERTOS POR ANO, NOSESTADOS UNIDOS.

PSICOLOGIA E ANIMAIS

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“Eles normalmente acabam com a vida deles e com a do animal. Os abrigos que absorvem mais animais do que po-dem, acabam se tornando verdadeiros campos de concentração”, aponta Bado Siberi. “Acredito que a maioria das pessoas não faça isso por mal, mas com o intuito de ajudar os animais. Elas são levadas pelo coração e não pela razão. Não se planejam e, com isso, não medem as consequências”.

Os colecionadores de animais tam-bém negam a fal ta de condições para manter os bichos, pers i s t indo no acúmulo exagerado de animais. Mui-tos acreditam realmente quem este jam resgatando e ajudando, af inal, “onde come um, comem dois ” , já diz ia o di ta-do popular. Para esses protetores, os animais estão melhores na companhia deles, do que nas ruas. O que nem sempre é verdade. “Os animais que estão em r i sco de v ida devem ser res-gatados, socorr idos e doados. Não somos o lar, mas a ponte de t râns i to para o novo lar ” , expl ica o di retor pres idente da Diama.

O número cresce

Perto de 250 mil animais são vítimas de colecionadores todos os anos, nos

Estados Unidos, segundo a HARC. A Animal Legal Defense Fund também

divulgou uma informação bastante preocupante: de acordo com um

levantamento realizado pela en-tidade, nos últimos quatro anos,

o número de casos reportados mais do que dobrou.

A situação alarmante levou a Socie-dade Americana de Prevenção à Cruel-dade Contra Animais (ASPCA) a lan-çar, em janeiro deste ano, um pro-grama para combater as negligências

Fonte: Hoarding Animals Research Consortium (HARC)

COLECIONADORESDE ANIMAIS

40% das pessoas que possuem ob-

sessão por colecio-nar objetos, também colecionam animais

65% dos casos de colecionadores,

nos Estados Unidos, envolvem gatos e

60% cachorro

72% dos colecio-nadores de animais

são mulheres

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e consequências trazidas pelos cole-cionadores de cães. “Os dois princi-pais desafios que nós enfrentamos é o grande número de animais e l idar com os colecionadores, incapazes de perceber que os animais estão sofren-do com a falta de cuidado. Levá-los nem sempre é a melhor solução, e o nosso programa preenche essa lacuna monitorando de perto cada incidente, para impedir que ele fu ja do controle”, informou a diretora responsável pelo programa, Fiona Knight.

Os pesqu i sadores da HARC ind icam que, apesar dos es tudos sobre a “ s índrome de colec ionar an imais ” a i -nda es tarem em níve i s in ic ia i s, há um consenso em re lac ioná- la a um s in-toma ps ico lógico e neuro lógico, que pode es tar assoc iado ao t rans torno obsess ivo compuls ivo, es t resse pós-t raumát ico e déf ic i t de atenção.

SOLAR DOS CÃES

Recentemente, o caso do Solar dos Cães foi am-plamente divulgado pela imprensa e protetores. José Xavier de Oliveira, que mantinha o abrigo por 12 anos, faleceu e deixou os seus 41 cães, que nunca quis doá-los, órfãos. Sem alternativas, o filho, Alex Xavier, iniciou uma campanha de adoção e, também de arrecadação de ração, na tentativa de manter as boas condições de saúde e alimen-tação dos animais.

Passados mais de quatro meses e apesar de toda a mobilização, ainda faltam 28 animais para serem adotados. Alex até criou uma página no Facebook, para divulgar os cães (http://migre.me/4q0BS).

Ajude os animais, masnão se esqueça de incentivar a adoção consciente.

Alguns colecionadores podem buscar nos animais o carinho e a segurança que não sentem nos seres humanos. “Muitos se envolvem sentimentalmente com os animais e geram atritos com a famíl ia. Mesmo quando organizam fei-ras de adoção, algumas pessoas aca-bam desistindo de doar o animal. Neste caso, o coração acaba atrapalhando. O ideal é pensar mais com a razão”, argumenta Siberi.

Para tentar minimizar o problema no Brasi l, a Diama está organizando um circuito de palestras em várias cidades, para orientar ONGs e prefeituras a l i-dar com a “síndrome de colecionar animais”. “Pesquisei o assunto durante muitos anos, participei de estudos, e o que queremos é ajudar as entidades de proteção animal a se planejarem e organizarem, para assim evitarem pro-blemas futuros”.

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E muitas pessoas, individualmente, ab-raçam esta causa, levando para seus lares animais em situação de abando-no e que sofrem de maus-tratos, o que é muito elogiável. Porém, alguns ultra-passam seus l imites, e embora sendo bem intencionados, quando acolhem em seus lares mais animais do que real-mente podem cuidar, sem se dar con-ta, acabam por não conseguirem dar o devido cuidado, repetindo assim, a situação de maus-tratos.

Observa-se, em muitos casos, a dif icul-dade das pessoas em colocarem um l imite, e chegando a um exagero, vão abrigando animais abandonados, dei-xando até mesmo de cuidar de si próprio, prover para os seus, em função desta inesgotável tarefa. Muitos che-gam ao extremo de sacrificar sua própria saúde e, sem se perceberem, vão deixan-do de ter contato com pessoas, levando ao isolamento social, o que traz grandes prejuízos para sua qualidade de vida.

Amor e carinhona dose certa

*Silvana Lavechia (CRP 59.132) é psicóloga clínica, com especialização em Psicossomática e Psicologia do Envelhecimento pelo Hospital das Clínicas de São Paulo. E-mail: [email protected] | Felicità Residência e Cuidados para Idosos: rua Rosa de Siqueira, 398, bairro Campestre. Santo André – SP. Tel: (11) 4421-5769. Site: www.lar felicita.com.br.

É bem sabido que muitos animais trazem alegria em uma casa, promovem uma relação de carinho, afeto e amenizam a solidão de muitas pessoas, mas ele nunca irá ocupar o lugar de um mem-bro da famíl ia, pois a relação homem X animal é diferente, não podemos nos esquecer disso.

Assim, é importante as pessoas terem bastante claro qual o papel destes animais em suas vidas, e procurarem a dose certa, não ultrapassando seus l i-mites, pois assim como quando a pes-soa precisa tomar um remédio, não o faz de uma só vez, mas sim, em períodos estipulados pelo médico, para alcan-çar o resultado desejado, da mesma forma, em relação aos cuidados com os animais, precisamos da dose certa, para podermos sentir prazer nesta rela-ção, e não que ela seja um indicativo de que ultrapassamos nossos l imites, e o fazemos de forma desequil ibrada.

E xistem vários trabalhos em relação à proteção aos animais, inclusive uma Lei específ ica para o este f im. Me ref i ro ao Substitut ivo do PL 116/2000 – Lei do Trípoli (Substitut ivo ao Projeto de Lei 121, de 1999), que dita a Lei da Posse Responsável, em seu Art igo 6°, que nos diz: “O criador, proprietário ou

responsável pela guarda do animal responde civi l e penalmente pelos danos fís icos e materiais, decorrentes de agressão dos animais a qualquer pessoa, seres vivos ou bens de terceiros” .

por SILVANA LAVECHIA*

ANIMAIS E PSICOLOGIACOLUNA

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MINHA HISTÓRIA

M inha história com os animais começou no dia em que nasci. Desde cedo, eu convivi com os mais diferentes tipos de bichos. Atualmente, eu tenho apenas gatos - optei pelos felinos por morar em

apartamento. Tenho alguns cães que são os meus protegi-dos, mas estão hospedados para doação.

Meus amores felinos são ao todo cinco, chamam-se Nanny, Teté (o único macho), Nikita, Pepper e Luiza. Todos foram resgatados das ruas, alguns antes mesmo de saber que isso era uma ação ligada à proteção animal.

Embora eu tenha sempre contato com os resgatados, me controlo muito, temos que ter consciência da quantidade de animais que podemos ter. Não existe nada pior do que uma pessoa que pega bichos em sofrimento para fazê-los passar por privações, por não saber o seu limite, ou porque vive da grana que arrecada às custas desses animais ca-rentes.

A grande maioria se dedica aos resgates, tratamentos e doação dos animais carentes. Ações importantes, mas que não garantem que, no futuro, mais crueldades, maus-tratos, crias indesejadas e abandonos continuem a ocorrer na vida dos nossos protegidos.

Com o surgimento da lei municipal 14.483, que regula-menta o comércio, a criação e a adoção de animais na cidade de São Paulo, e como ativista, sabendo que sem que ocorra uma diminuição no número de animais de raça comprados por impulso e depois abandonados, resolvi, em parceria com a Roberta Palmari, abraçar a lei e criar o EsquadrãoPet.

Hoje, a nossa atuação é bem ampla, com encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes, orientação sobre a legislação e batalha por políticas públicas voltadas para os animais.

Há alguns anos, um grande shopping center de São Paulo fez uma mega campanha, em que dava como prêmio uma passagem de férias para a família. O material de divulga-ção tinha na foto um lindo golden retriever correndo pela pista do aeroporto, enquanto o avião já decolara com a sua família humana. Após um intenso movimento na internet, conseguimos fazer com que modificassem todo o material da campanha, retirando o animal do contexto. Todo mate-rial de divulgação foi reformulado, incluindo anúncios na tv, revistas, outdoors e banners. Uma vitória!

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Izolina Ribeiro, paulistana de 53 anos, é uma protetora bastante diferenciada. Afinal, engana-se quem pensa que aju-

dar é só tirar os peludos das ruas. Por VANESSA GONZALEZ