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CUIDADOS MÉDICOS, COMPRINHAS, MINHA HISTÓRIA, CÃES FAMOSOS, ESPORTE E LAZER, GUIA DE RAÇAS, COMPORTAMENTO ANIMAL - COLUNA DA CÃO CIDADÃO, PROTEÇÃO E ADOÇAO, PET NEWS. Somos especiais E MAIS distribuição gratuita www.guiauniversopet.com.br 04 REVISTA DOENÇAS SILECIOSAS Aprenda a identificar alguns sinais. TURISMO ANIMAL Será que as companhias aéreas estão preparadas para atender a demanda pet? A limitação física nunca foi ou será obstáculo para esses mascotes. Conheça algumas histórias. Ensaio fotográfico A Cão em Quadrinhos preparou um ensaio muito especial. Confira!

Revista Universo Pet Ed. 04

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Revista especializada em animais de estimação. Reúne dicas sobre saúde, estética, comportamento, turismo e muito mais. Leia gratuitamente pela internet!

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cuidados médicos, comprinhas, minha história, cães famosos, esporte e lazer, guia de raças, comportamento animal - coluna da cão cidadão, proteção e adoçao, pet news.

Somosespeciais

E MAIS

distribuição gratuita www.guiauniversopet.com.br

04

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DOENÇAS SILECIOSAS

Aprenda aidentificar

alguns sinais.

TURISMOANIMALSerá que ascompanhias aéreas estão preparadas para atender ademanda pet?

A limitação física nuncafoi ou será obstáculo para esses mascotes. Conheçaalgumashistórias.

Ensaiofotográfico

A Cão emQuadrinhos

preparou umensaio muito

especial.Confira!

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esbarre nos móveis? leia o texto e descubra.

o que falar, então, do ensaio da cão em Quadrinhos? os pets mostram e comprovam que realmente são bastante especiais! um mais bo-nito que o outro!

esta edição da universo pet ainda reúne: cuidados com a saúde, com-prinhas, calendário de vacinas, mascotes que aguardam adoção, turismo animal. . . Você também vai conhecer a história do spam, um cãozinho que foi abandonado e res-gatado. por que spam? entenda em “minha história”.

espero que goste!

Um beijo,

carolina nicolai, editora

com aproximadamente três anos e meio, a gatinha tininha teve que extrair os dois olhos, após ter sido diagnosticada com uma doença degenerativa. pensa que ela está menos alegre por isso? Que nada! tina circula numa boa por sua casa e recebe muito carinho de seus donos, fernanda e fernando. conheça a história da felina lendo nossa matéria de capa.

tininha, a garota da capa

Editorial

d emorou, mas chegou. a quarta edição da revista universo pet está recheada de assuntos importantes.

a nossa capa traz emocionantes histórias de donos que adotaram ani-mais com deficiência. os mascotes especiais mostram que, apesar de suas limitações físicas, o carinho e o amor são os mesmos. as dificuldades foram feitas para serem superadas e, ao contrário dos humanos, eles vi-vem dia após dia, sem transformar a deficiência em um obstáculo em suas vidas.

complementando os depoimentos dos proprietários, a cão cidadão elaborou um artigo em que dá dicas sobre como auxiliar o bichinho que se tornou deficiente. será que é pos-sível educar o mascote que perdeu a visão a identificar o espaço em que vive, evitando, assim, que ele

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Colaboradores

cão cidadãoCriada pelo zootecnista Alexandre Rossi, a Cão Ci-dadão é uma empresa especializada em adestramento e comportamento animal. Na coluna “Entendendo o seu cão”, seus especialistas dão dicas de como se rela-cionar melhor com o pet

cão em QuadrinhosAs i rmãs Ana Carolina e Manoela Trava Dutra, do site Cão em Quadrinhos, adoram cães e fotografia. O resultado dessa apaixonante mistura pode ser visto nos ensaios fotográficos que realizam para a revista Universo Pet.

foto da capa:cão em Quadrinhos

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ESPORTES E LAZER

44 Esportes bons para cachorro. . .

e para os donos

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Nesta edição06 pet news

08 pet na rede

10 pets famosos - louKaniKos

12 guia de raça - doBermann pinscher

14 comprinhas

animais especiais

capa

22 Quando a vida se torna diferente

cuidados médicos

16 Controle a raiva

18 Como l idar com uma ameaça, muitas vezes, invisível?

cão cidadão

34 Adestrando o cão deficiente

cão em Quadrinhos

36 Somos especiais, s im!

TURISMO ANIMAL

50 Levar o animal na bagagem

pode náo ser tão simples

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06 pet news

08 pet na rede

10 pets famosos - louKaniKos

12 guia de raça - doBermann pinscher

14 comprinhas

proteção e adoção

54 Quem ama, castra

58 Cães para adoção

fale conosco!envie sua sugestão [email protected]

expediente

editoraCarolina Nicolai - MTB 41.595/[email protected]

repórterÉrika Moraes

redaçãoMegafone Comunicaçã[email protected]

marketingMarcelo Gregorin [email protected]

direção de arte e diagramaçãoMegafone Comunicação

colaboradoresAna Carolina e Manoela Trava Dutra (Cão em Quadrinhos), Claudia Terzian (Cão Cidadão)

anuncieTelefone: (11) [email protected]

As informações e imagens contidas nos anún-cios, bem como o conteúdo dos artigos as-sinados, são de responsabilidade dos anun-ciantes e dos autores, respectivamente.

universo pet é uma publicação gratuita de-senvolvida pela megafone comunicação. cnpJ: 10.825.469/0001-13.

telefone: (11) 3774-0430www.megafonecomunicacao.com.br

Redação: Rua Texas, 635, Brooklin Paulista, São Paulo-SP. CEP 04557-000

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PET NEWSfique por dentro das novidades do mundo animal

mais Que um amigo

O papel do cachorro na sociedade tem se modificado, e muito, com o passar dos anos. Ele não é mais visto apenas como um elemento de guarda ou proteção da casa, mas como um membro da família. Mas, será que humanizar a figura do pet é a melhor forma de ressaltar a sua importância? Uma pesquisa encomendada pela marca americana Mi-lo’s Kitchen revelou dados surpreendentes. Você sabia que 77% dos americanos se re-ferem ao cão como se ele fosse um membro “humano” da família? Veja outros resultados:

81% dos americanos consideram os cachorros membros da família

79% falam mais sobre o pet do que sobre política

72% dos donos aplicam com os cachorros a mesma educação e disciplina dos filhos

57% dos americanos passam mais tempo conversando sobre os pets do que sobre sexo

54% dos entrevistados se consideram pais e não donos de pet

passeio consciente

Quem possui um gato ou cão provavelmente vai concordar que os bichinhos contribuem para minimizar os efeitos do estresse diário. Um estudo realizado por psicólogos das universidades de Miami e St. Louis, nos Es-tados Unidos, conseguiu comprovar que, de

menos estresse, mais saÚde

fato, esse benefício é real. De acordo com os pesquisadores, os donos de pet tendem a ser menos sozinhos, ter maior autoestima, praticar mais exercícios, serem mais ex-trovertidos e possuírem menos medo de se aproximar de outras pessoas.

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pet news

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a saBedoria dos cães

Um cão é capaz de transformar a vida de uma famí-l ia? Alguns podem pensar: “se as travessuras forem consideradas!” . O l ivro “A sabedoria dos cães”, de Gotham Chopra e Deepak Nicholas, mostra que, por trás do jeit inho brincalhão, muitas vezes desengon-çado dos mascotes, é possível t i rar grandes l ições, como respeito, sinceridade e f idelidade. Nas 248 páginas da obra, lançada no Brasi l pela editora Lua de Papel, o leitor vai mergulhar em uma história de descobertas e valores, e na mágica relação entre os homens e os amigos de quatro patas. Preço: R$ 29.

minha Vida com Bóris

Thays Martinez, deficiente visual, ao lado do mas-cote, Boris, é responsável por uma importante conquista: graças a uma iniciativa dela, hoje defi-cientes visuais e cães-guias têm acesso a todo e qualquer lugar público e privado de uso coletivo. Tudo começou há 11 anos, quando a advogada e Boris tentaram embarcar e foram barrados no metrô de São Paulo. Isso porque a entrada de animais, mesmo para essa finalidade especial, não era permi-tida. Thays moveu uma ação judicial contra o Metrô e, após seis anos, obteve vitória. Sua experiência também inspirou a aprovação de duas leis — uma estadual, em 2001, e outra federal, em 2005.

Em “Minha vida com Boris ”, da editora Globo, a história de cidadania de Thays é narrada e somada à relação de amizade e cumplicidade com Boris, o seu inseparável companheiro. R$ 24,90.

DICAS liVro

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PET NAREDEVídeos que bombaramna internet

sorria meu bemO verdadeiro sorr iso é sempre o melhor, certo? E se o sorr iso estiver acompanhado de uma mordidinha? O sorr iso amarelo deste cãozinho vai te fazer r i r de verdade.acesse e divirta-se: http://cachor.ro/9xt

cascão atacaO gatinho não quer nem saber de banho e chora muito quando insistem. A carinha que ele faz é de dar dó, um verdadeiro Cascão!acesse: http://cachor.ro/9xu

promessa do balé aquáticoEsta tartaruguinha mostra que, para praticar esportes aquáticos, ela é bem rápida. Note como ela faz suas exibições com velocidade.acesse: http://cachor.ro/9xv

osso grande de roerEsta pit bul l ganhou um osso de presente de Natal. O problema é que ele é um pouquinho grande, difíci l de roer. . .acesse: http://cachor.ro/9xs

caipirinha siberianaEste rusky siberiano não está acostumado com l imão, e enlouquece com o sabor peculiar da fruta. Até bater no l imão, ele bate!acesse http://cachor.ro/9xr

pet na rede

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Louco nÃoapenas no nomepode-se dizer que loukanikos é um cãozinho bastante diferente dos demais. não que ele não goste de brincar ou buscar a bolinha. mas, o que realmente move o mascote é o seu encantamento pelos protestos. a militância e o engajamento de loukanikos na grécia, o tornaram famoso e bastante popular, a ponto de terem sido criados blogs e perfis na internet em homenagem ao cão rebelde.

pets famosos

a Grécia v ive um momento de-l icado em sua economia, que se ar rasta desde 2008. Mui-tos protestos, marcados por

v io lência e intolerância, fazem parte, quase que diar iamente, do cot idiano da capital Atenas, mais precisamente na praça Syntagma.

Ent re os mi l i tantes, protestam homens e mulheres, mas um ser, em especial, “ late em favor ” de todos os gregos : seu nome é Loukanikos, que s igni f ica “ sals icha” em grego. O cãozinho não tem raça ou dono, mas já tem blog no tumbl r e é cons iderado uma f igura públ ica no Facebook.

Desde 2008, ex is tem regis t ros da par-

t ic ipação de Loukanikos nos protes-tos gregos. Seja qual for a natureza da mani festação, lá está o “ sals icha” levantando a bandei ra e mi l i tando em favor da causa. Em seu tumbl r ex is tem mui tas fotos e postagens, todas fe i tas na pr imei ra pessoa. O autor do blog é desconhecido, mas as fotos são en-v iadas por pessoas de todo o mundo, que já v i ram e cl icaram o cão rebelde.

O que mot iva o peludo a enf rentar pol ic iais e bombas? Talvez i sso nun-ca seja conhecido. O fato é que a bravura de Loukanikos tem inspi rado mui tas pessoas ao redor do mundo, que o acabaram adotando como um símbolo de luta e res is tência.

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louKaniKos na internet

Página no Facebookhttps ://www. facebook.com/pages/Loukanikos/125246147492819

Tumblrhttp:// rebeldog.tumbl r.com/

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guia de raças

DobermannPinscherorigem: Alemanha

peso: 30-40 kg

altura: 61 a 71 cm

longevidade: 10 a 12 anos

preço médio: R$2.000 a R$3.000

l ouis dobermann era um cobra-dor de impostos, que acumu-lava as funções de vigia no-turno e zelador de um abrigo

de cães, na cidade alemã de apolda. ele viajava muito e estava em busca de um cão de guarda que fosse leal. em função disso, em meados de 1860, ele começou a fazer cruzamentos entre algumas raças, como o pinsher alemão, manchester terrier , beuace-ron e rotweiller, até conseguir o “cão perfeito”. durante 10 anos, louis do-bermann manteve esse trabalho que, após a sua morte, foi continuado por otto goeller - responsável pelo re-finamento dos cruzamentos e o esta-belecimento do padrão da raça, tal qual a conhecemos hoje.

o reconhecimento internacional só aconteceu em 1957, pela fci (fé-dération cynologique internatio-nale) - maior organização cinófi la do mundo. em menos de 20 anos, a raça foi amplamente difundida, im-

pulsionada por sua inteligência, agi-l idade e lealdade ao dono. no Bra-si l , essa popularização ocorreu na década de 60, sendo disseminada ainda mais pelo lançamento do fi lme “gangue dos dobermanns” (1972) - que retratava os cães da raça sendo treinados por uma gangue de assal-tantes, para realizarem assaltos sem a ajuda de humanos. após o longa e suas sequências, de 1983 a 1986, o dobermann foi campeão de registros.

“é um cão tradicional. Quem já teve, não muda de raça”, afirma o vete-rinário edgard Brito, do canil weis-sensee, de são paulo. para o profis-sional, o dobermann é um cão ideal para pessoas que gostem de pas-seios e exercícios, pois o seu porte demanda esse tipo de cuidado. “ele é indicado, de preferência, para pessoas de porte vigoroso. elas po-dem passear com o cão na rua, o que será de uma grande uti l idade para gastar energia e se exercitar”.

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de acordo com a dra. Kathleen schwab, do canil phanomen, os do-bermanns são muito apegados e pro-tetores. ”sua fidelidade, docil idade e obediência são inegáveis. eles possuem forte inclinação a se sub-meter incondicionalmente às pes-soas que ele reconhece como do-nos, o que os torna fáceis de l idar e educar. também são absolutamente confiáveis”, completa a veterinária, que nega que o animal sofra de “brancos”, esquecendo-se do dono e o atacando. “ele é procurado por quem sabe o que quer. é um cão aler-ta, sensit ivo e inteligente”, reforça.

com todas essas características, o dobermann se mostra uma raça cer-cada por mitos e admiração. seu porte confere à raça um ar de im-ponência, incomum em outras. “trata-se de uma raça com características únicas de comportamento, estrutura e movimento”, f inaliza Brito.

curiosidades da raça:

- o dobermann é indicado para a prática de esportes, como o flyball, provas de adestramento e também para o agil ity.

- a raça já protagonizou diversos papéis importantes na grande mídia. além do fi lme “gangue dos dobermanns”, de 1972, a raça aparece na série de tV “magnum”, de 1980, com o apollo e zeus. no fi lme “por favor, matem minha mulher”, de 1986, como adolph; e como protagonista no longa “zoltan - o cão Vampiro de drácula”, de 1978.

- o dobermann branco possui um problema genético que mascara a pigmen-tação normal. de acordo com a dra. Ketleen, essa cor em dobermann não é comum e nem desejável.

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compras

COMPRINHAS

coleira refletiVaSão Franciscoa partir de r$ 27

wafer happY hourV.I.P. Dogsr$ 5

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onde encontrar:

BUDDY TOYS - www.buddytoys.com.brmima pet- www.mimapet.com.br PET SOCIETY - www.petsociety.com.brSÃO FRANCISCO - www.saofranciscopets.com.brV.I.P. DOG - www.vipdog.com.br

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ofurÔPet Societyr$ 1.479

futon gatoEmpório Mima Petr$ 88

arranhador de sofÁs catEmpório Mima Petsr$ 160

osso nYlon com proteção antiBacterianaBuddy Toys & Carer$ 26,90

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a raiva é uma doença infecciosa mui-to conhecida pelos donos de pets. transmitida por um vírus do gênero Lyssavirus, ela afeta unicamente os mamíferos, e por se tratar de uma zoo-nose, também pode atingir os huma-nos. de acordo com o biólogo e pro-fessor da rede estadual de ensino de são paulo, Jefferson fagundes, imuni-zar o mascote é importante, pois, só se tem conhecimento de três casos de pacientes que conseguiram sobrevi-ver após a confirmação do quadro de raiva, sendo um deles no Brasil.

os cães são os principais transmis-sores da doença, seguidos pelos ga-tos e morcegos hematófagos - que se alimentam de sangue. “a infecção ocorre quando o animal entra em contato com outro infectado, o que pode acontecer através da mordida ou lambedura de mucosas de regiões feridas. o vírus se aloja no sistema nervoso central, causando os pri-meiros sintomas, que são: mudança no comportamento, dilatação das pupi-las e salivação - o animal ‘morde o ar’ e late com um som rouco”, explica o profissional. “em até 10 dias, ele entra em coma e morre”, completa.

a vacinação deve ser aplicada em cães e gatos a partir do quarto mês

cuidados médicos

de vida, e reforçada anualmente, em qualquer época do ano. porém, devi-do ao problema enfrentado durante a campanha de vacinação promovida pelo governo federal no ano passa-do, em que alguns animais faleceram por conta de uma reação à vacina, certos donos ficaram preocupados e, com isso, os mascotes não foram imu-nizados.

a raiva não tem cura, por esse mo-tivo, os donos devem levar a sério os cuidados com o pet. mas, atenção: segundo o dr. marcelo Quinzani, do hospital Veterinário pet care, ani-mais doentes, f i lhotes com menos de 30 dias e fêmeas em gestação não devem ser vacinados contra a raiva ou qualquer outra doença. caso o peludo tenha um histórico de rea-ções alérgicas, ele não deve receber várias vacinas no mesmo dia. ele vai precisar ser medicado antes e depois da vacinação, para diminuir a possi-bilidade de reação anafilática, além de ficar em observação veterinária nas primeiras 12 horas após o pro-cedimento.

procure o médico veterinário de sua confiança e esclareças as dúvidas. não coloque em risco a sua saúde e a do seu melhor amigo.

CONTROLE ARAIVAPor ÉRIKA MORAES

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com que frequência você vacina o pet?

A antirábica não é a única vacina que deve fazer parte do calendário do amigo de quatro patas. A imunização deve ser feita, também, contra outras doenças e reforçadas anualmente.

Para cães, por exemplo, também é considerada essencial a V8 ou V10 (polivalentes). De acordo com o Dr. Marcelo Quinzani, as vacinas contra gripe e leptospirose são consideradas opcionais, aplicadas mediante indica-ção médica. Já os gatos devem rece-ber anualmente as vacinas antirrábica e a quádrupla fel ina, enquanto os fer-retes ou furões devem ser imunizados contra a cinomose.

anote na agenda

* Fonte: Hospital Veterinário Pet Care.

idade

6 a 8 semanas

6 a 8 semanas

V8 ou V10cinomose, hepatite infecciosa canina, adenovírus canino tipo 2, coronavírus

Canino, Parainfluenza Canina, Parvovírus Canino e Leptospirose

dose de reforço

Adenovírus Canino Tipo 2, Parainfluenenza Canina e Bordetella bronchiseptica

Última dose de reforço

dose de reforço da vacina injetável; a intranasal é aplicada em dose única.

raiva

raiva

auxiliar na prevenção das doenças causadas por vírus da rinotraqueíte,calicivirose, panleucopenia felinas e por chlamydia psittaci

dose de reforço

Última dose de reforço

V8 ou V10

gripe canina

V8 ou V10

gripe canina

antirrábica

antirrábica

Quadrupla felina

Quadrupla felina

Quadrupla felina

12 semanas

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16 semanas

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elas chegam de mansinho, como quem não quer nada. Quando os donos se dão conta ou no momento em que os animais começam a manifestar os sintomas, elas já estão alojadas. as chamadas doenças silenciosas têm afetado cada vez mais um número ex-pressivo de animais e deixado os do-nos mais cuidadosos, preocupados: “onde foi que eu errei?”, “como eu não percebi que meu pet tinha esse problema, se estou sempre ao lado dele?”. Visitas regulares ao médico veterinário de confiança e a obser-vação constante do comportamento do mascote podem ajudar a minimizar surpresas desagradáveis.

segundo o médico veterinário e ge-rente de produto da merial saúde animal, leonardo Brandão, as doen-ças silenciosas mais comuns nos mas-cotes são as diabetes, insuficiência renal crônica e o câncer. o profis-sional alerta que elas são de difícil prevenção, em função disso, o mais importante é manter uma rotina de visitas ao médico veterinário, para que o animal seja avaliado em rela-ção ao seu estado de saúde. “outra importância dessa visita periódica é manter a carteira de vacinação sem-pre atualizada, pois as doenças in-fecciosas são mais comuns e frequen-tes nos cães e gatos do que essas doenças silenciosas”.

cuidados médicos

Apesar dos esforços e atenção dos donos, algumas doenças po-dem se alojar no mascote, sem necessariamente manifestar sintomas imediatos. Ou então, apesar do problema provocar uma mudança na atitude do animal, por aparecer algo corriqueiro ou passageiro, o dono acaba não dando a devida importância. Conheça as prin-cipais doenças si lenciosas e saiba como identif icar alguns de seus sintomas. É importante reforçar que a visita periódica ao veterinário é fundamental para preservar a saúde do bichinho.

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o câncer pode ser dividido em di-versos tipos de tumores, malignos e benignos, cada um levando ao apa-recimento de sintomas diferentes nos animais. alguns deles, como os mas-tocitomas e linfomas cutâneos, apa-recem na pele e são facilmente de-tectáveis. Já o osteossarcoma e a leucemia acometem órgãos internos e os animais não costumam demonstrar os sintomas rapidamente. normal-mente, os tumores ocorrem em animais de meia idade e idosos.

observar o comportamento do ani-mal, notando, por exemplo, se ele começou a mancar de uma hora para outra, e apalpá-lo frequentemente, em busca de possíveis nódulos, são duas iniciativas que podem ser de-terminantes para um diagnóstico pre-coce da doença e a sua consequente cura.

é a principal doença renal em cães e gatos, manifestando-se de forma mais comum em gatos e animais idosos. os sintomas mais comuns são o aumento da ingestão de água e do volume da urina, emagrecimento, pelagem opaca e sem brilho e, em casos mais graves, vômito e diarreia. “a doen-ça pode ter diversas causas, como doenças infecciosas (infecção crôni-ca e ascendente do trato urinário, leptospirose, etc), câncer (como o linfoma), urólitos (cálculos renais) e doenças de má formação (como doença cística renal em gatos)”, ex-plica o gerente de produto da merial saúde animal, leonardo Brandão.

infelizmente, a insuficiência renal pode trazer outras complicações ao animal, como anemia, infecções no trato urinário e hipertensão arterial. independentemente de sua causa, ela ocorre pela lesão irreversível das células renais, afetando a funcionali-dade do órgão.

cuidados médicos

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a diabetes é uma doença que resulta da deficiência de insulina no orga-nismo dos animais, e pode acometer cães e gatos de qualquer idade, em-bora seja mais comum nos animais de meia idade e idosos. Vários fatores podem levar o amigo de quatro patas a sofrerem dessa doença, entre eles, características genéticas, ocorrên-cia de outras doenças endócrinas, util ização de medicamentos corticoi-des por longo período de tempo e obesidade.

“o diabetes pode afetar um em cada 100 cães e gatos. o aumento da sede, a perda de peso - apesar do aumento do apetite, o urinar fre-quentemente e, posteriormente, a le-targia são os principais sintomas que indicam que o seu cão ou gato pode ter diabetes. o diagnostico é simples: consiste em apenas um teste de urina e/ou uma avaliação dos níveis de glicose no sangue”, explica o médico

veterinário e gerente técnico da msd saúde animal, andrei nascimento. em casos mais graves, dr. Brandão in-dica que o animal ainda pode mani-festar “depressão, fraqueza, falta de apetite, vômito e hálito forte”.

o médico veterinário marcelo Quinzani, do hospital Veterinário pet care, explica que cães e gatos apre-sentam tipos diferentes de diabetes. “o cão desenvolve normalmente o diabetes do tipo i, que é dependente de tratamento com insulina, porque o pâncreas deixa de produzi-la. no gato, a forma mais comum é o dia-betes do tipo ii, caracterizada pela diminuição da secreção desse hor-mônio”, diz. para o profissional, raças como o poodle, schnauzer, teckel, labrador, rottweiler, beagle, pinscher e samoieda são mais predispostas a desenvolverem a doença, embora no Brasil não haja estudos com os números exatos de animais diabéticos. E.M.

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QUANDO A VIDA SE TORNADIFERENTE

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a vida é capaz de “pregar” peças não apenas nos humanos, mas nos bichinhos também. o triste é pen-sar que muitas das situações ruins, que acometem os animais, foram provocadas pelos próprios homens. fortes, valentes e persistentes, eles mostram a todos que os problemas existem para serem superados e nun-ca são mais importantes ou merecem mais destaque do que um bom e ve-lho carinho.

eles podem não mover uma perna ou não enxergar os donos, mas nada disso é tão importante quanto a certeza de que estão sendo prote-gidos e cuidados. “ah, mas eles dão muito trabalho!”, alguns podem pen-sar, enquanto outros dizem - “coi-tado, o melhor não seria sacrificá-lo?”. conheça a história de quatro donos e entenda como a relação com os animais deficientes pode ser muito especial.

QUANDO A VIDA SE TORNADIFERENTE

por carolina nicolai

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Quem olha o zequinha, um charmoso gatinho de olhos azuis, não é capaz de imaginar a crueldade a qual ele foi submetido. hoje, com aproxima-damente um ano e muito bem cuidado pela psicóloga simone lala Veras, ele ainda caminha com dificuldades, mas já conseguiu deixar para trás uma paralisia. “estava em presidente prudente, sentada em uma lancho-nete, quando percebi que um gato, que andava com dificuldade, passou entre as minhas pernas. começou a chover e ele foi se proteger debaixo do meu carro. ele não mexia da cin-tura para baixo”, relata simone. o gatinho tinha sido vítima de um grupo de adolescentes, que o acertou com um pedaço de madeira.

com pena do animal, a psicóloga o levou a um veterinário da região. o que escutou do profissional não foi nada animador. “o veterinário disse para eu sacrificá-lo, pois ele tinha sofrido uma lesão na coluna. eu não concordei com a postura dele e pedi apenas para medicá-lo e minimizar as dores”. ao voltar para goiânia, si-mone o levou ao profissional de sua confiança. “como não se sabia se a medula havia sido rompida, não com-pensaria, em um primeiro momento, fazer uma cirurgia. optou-se, então, por tratá-lo com medicamentos e fi-sioterapia”.

com muito carinho e amor, zeca começou a esboçar uma reação. ele, que no começo precisava ser aju-dado pela dona para praticamente tudo, começou a apresentar uma me-lhora a partir da sexta sessão de fi-sioterapia. “ele não pula a janela e ainda anda arrastando a perna, mas ele mostrou a sua superação e como o impossível pode se tornar possível”, orgulha-se simone.

ATO DE CRUELDADEcapa

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ATO DE CRUELDADE

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a secretária executiva e encarrega-da de negócios internacionais, lu-cimara portil lo, também adestradora nas horas vagas, adotou há quatro meses e meio o theo, um fi lhotinho de golden retriever.

“o theo veio para mim com 28 dias. a proprietária da tynna [mãe do cãoz-inho] pediu socorro aos vete-rinários, pois a cadela estava passando mal, sem conseguir se levantar, a uma semana da data do parto – ela car-regava 13 fi lhotes no ventre. durante o p a r t o , t y n n a e o i t o d o s f i l h o -tes acabaram morrendo”, conta luci-mara. “segundo me foi relatado pela dona da tynna, o que causou a morte foi o excesso de anestesia. durante o parto, também, a imperícia dos vete-rinários provocou este dano ao theo - eles cortaram a sua patinha e só perceberam depois”.

por consequência do erro médico, theo é hoje um cãozinho que possui dificuldades para correr e descer es-cadas, não aguenta caminhar muito, e que corre o risco de sofrer lesões na coluna, bem como de desenvolver dis-plasia nas articulações. “ele está em franco crescimento. é um cão robusto, grande e pesado. isso tudo pode ser evitado com o uso de uma prótese. es-tamos providenciando uma através da empresa orthopets, nos estados uni-dos. infelizmente, no Brasil, não temos próteses para animais com a mesma

qualidade ou durabilidade”.

e a rotina de um dono que possui um animal especial em casa, será que muda bastante? segundo a se-cretária, o cotidiano dela não foi alterado pelo theo. diferentemente dos outros animais, o deficiente de-mandará mais atenção, nada que não possa ser realizado. “precisamos apenas estar ao lado dele, ajudan-do-o a caminhar quando se cansa, ao descer as escadas. para isso, com-prei uma coleira especial para dar suporte nessas ocasiões”, explica.

lucimara avisa aos demais tutores que alguns cuidados podem ser to-mados para favorecer o bem-estar e a qualidade de vida do amigo espe-cial. além de muito carinho e amor, é preciso que o dono fique atento para não o expor a situações que ele não consiga lidar facilmente sem a ajuda de ninguém. a dona do theo ainda afirma que é preciso tomar cui-dado com o peso do animal, em fun-ção da pouca movimentação, e com a higiene, principalmente nos casos de tetraplegia. “hoje em dia, até cães paraplégicos têm meios para se transportar, através das cadeirinhas com rodas. ao passear o cão, o dono deve levá-lo para locais sem o trân-sito de veículos e onde outros cães não andem soltos. muitos cães são instáveis e podem atacar o cão defi-ciente, que não poderá se defender”.

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o TININHA

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“nossa fi lhota estava na fi la para ser sacrificada, pois ninguém havia demonstrado vontade e/ou coragem de adotá-la. adotamos achando que as dificuldades iam ser muito maio-res - por pura falta de informação -, mas, desde o primeiro contato, a tininha foi doce e demonstrou muita confiança. depois de conhecê-la, foi impossível não adotar”, comenta o arquiteto fernando Bartelle que, ao lado da esposa fernanda Bortolon, nutricionista, é o tutor da gatinha, hoje com três anos e meio.

tina foi diagnosticada com uma doença degenerativa e teve que ex-trair os dois olhos. “achamos que ela devia ter cerca de seis meses quando os olhos foram extraídos. em nenhum momento ela mostrou muitas dificul-dades de conviver com o problema e sempre pareceu feliz e grata por ter um lugar seguro para viver!”, explica Bartelle.

segundo o arquiteto, o maior desafio de ter um pet deficiente é entender

as suas necessidades. “no início, todo animal exige uma modificação na rotina da casa para a sua adap-tação. a única diferença da tina para os outros dois bichinhos que temos [zizou, 5 anos, e pipoca, 4 anos, não deficientes] é que, a partir da chegada dela, precisamos manter fixa a posição dos móveis e demais objetos. ela co-nhece o ambiente dela com exatidão, corre pelos corredores, sobe na mesa, cama, sofá, brinquedos. ela sabe onde fica a comida, a água e a caixa das necessidades”, ressalta o dono. “a ausência da visão aguçou o faro e a audição, a ponto dela parecer não sentir a mínima falta da visão”, completa.

o carinho e gratidão que tininha devolve aos donos, fernando e fer-nanda, é imensa. “eles nos pedem tão pouco, em troca de uma dedicação fantástica. a tina, especialmente, costumamos chamá-la de ‘anjo da guarda’ da fernanda. é um grude só, uma confiança total que, às vezes, até nos deixa incrédulos”.

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PINK

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a cadelinha pink, srd, hoje com seis anos, teve uma sorte que, infeliz-mente, poucos animais que enfrentam a mesma situação têm: ela escapou da morte e encontrou nos braços da enfermeira lívia tais fernandes de sousa, a proteção que tanto pre-cisava.

a mascote nasceu com problemas nas articulações, que não a permitem movimentar os cotovelos, patas ou pulso. ela também tinha sarna de-modécica, que foi controlada com a castração. “logo depois que ela nasceu, o dono a levou para a clíni-ca, para sacrificá-la. o veterinário não aceitou e ficou com ela. fomos visitar a clínica para ver outro ca-chorro e, quando me deparei com a pink, me apaixonei”, conta lívia.

para melhorar a locomoção da ca-delinha, a enfermeira providenciou

uma cadeirinha especial, porém, pink não se adaptou. ela também pro-curou um veterinário, para verif icar se existia a possibilidade de fazer uma cirurgia para as patas ficarem apoiadas no chão. “ele me disse que conseguiria e a fizemos em uma pata só. graças a deus. a cirurgia não teve sucesso e gerou muito sofrimento para a pink, gastos e decepções. a pata direita ficou mais alinhada que a esquerda e ela teve que colocar vários pinos”.

pelo fato da cadelinha andar com as patas de trás, a dona teve que to-mar alguns cuidados para evitar que ela se ferisse ao transitar pela casa. “procuro mantê-la na parte de piso liso, para não machucar a barriga, e a levo no quintal para fazer neces-sidades. sempre deixo um cobertor para ela descansar, o que também ajuda a não ferir as patas”.

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VOCÊ RECOMENDARIA A ADOÇÃO DE UMANIMAL DEFICIENTE?“sim, claro! um cão deficiente desenvolve em nós o sentimento do doar-se mais, do amar mais. a deficiência exige dos donos mais dedicação e carinho, não no sentido apenas do afago, mas no sentido do cuidar desinteressadamente, pois sabemos que o animal não nos pede nada e nos dá seu coração, amor, f idelidade, incondicionalmente. isto é o que precisamos aprender a fazer uns aos outros e por que não começar a treinar esse amor incondicional pelos nossos irmãos com o nosso melhor amigo, o de quatro patas?”

Lucimara Portil lo, secretária executiva e encarregada de negócios internacionais,dona do golden retriever Theo.

“sem dúvida. os animais não têm rancor do que ocorre com eles. eles se adaptam às circunstâncias sem aquele martírio do “por que eu?”, que nós, humanos, tanto usamos em momentos de dificuldades. a tina é plenamente feliz exatamente as-sim. ela nos ensina, todos os dias, que é necessário muito pouco para que nos sintamos realizados. sempre que pensamos nos problemas e temos dificuldades de assimilá-los, lembramos da tina. como diz aquele ditado: ‘a vida é simples, nós é que a complicamos’”

Fernando Bartelle, arquiteto, dono da Tina.

“recomendo e muito! Ver a pink aprender a driblar a deficiência é uma lição de vida. ela está sempre feliz, brincalhona e carinhosa. faz bem para a alma saber que tenho um animalzinho em casa, que a maioria das pessoas não gostaria de ter, e que eu posso proporcionar a ela uma vida confortável e com dignidade. passa a lição de que deficiência não é defeito, que eles não se preocupam com a parte estética, que nós, seres humanos, tanto nos preocupamos. o que importa é realmente viver a vida!”

Lívia Tais Fernandes de Sousa, enfermeira, dona da Pink.

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c ães deficientes podem ter uma boa qualidade de vida? Esta é, sem dúvida, a pr inci-pal pe rgun ta de mu i tos do-

nos que têm um animal nestas condições. O que podemos fazer para melhorar o dia-a-dia deles? O adestramento pode ajudar?

Em diversos casos de deficiência, o a-destramento com reforço posit ivo – re-compensando com petiscos e carinho a cada acerto – ajuda bastante o cão a se adaptar a sua nova realidade e interagir melhor com o ambiente em que vive.

surdez

Mas, e no caso dos cães deficien-tes auditivos, como dar os comandos básicos: “senta”, “ f ica”, “deita”, “dá a pata”?

É possível ensinar associando cada comando a um gesto – gestos esses que também são usados no adestramento de cachorros que ouvem normalmente.

Para sinalizar o “ vem” e o “não”, é pos-sível uti l izar outra estratégia: luzes! A luz vermelha produzida por canetas la-ser pode ser associada ao “ vem”, e pis-

Adestrandoo cão deficiente

*Claudia Terzian é adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão, empresa do zootecnista Alexandre Rossi, especialista em adestramento e comportamento animal.

car uma lanterna comum de luz branca associada ao signif icado repreensivo do “não”. cães cegos

Os problemas visuais no cão se tornam perceptíveis quando o animal começa a trombar nos móveis e em outros obs-táculos, muitas vezes devido à velhice. Neste caso, nos treinos, ao invés de gestos, é possível usar sons.

Palavras curtas podem ser associadas a ações. Por exemplo, dizer SENta (co-locando ênfase no Sen) no exato mo-mento em que o cão sentou e premiá-lo. DEIta no momento em que ele se deitou e assim por diante. Isso é mais difíci l e demorado do que ensinar os sinais, mas com paciência e repetição o cão tam-bém aprende!

O “para” é um comando importante para evitar a colisão com obstáculos. Dizemos “PAra” e impedimos que o cão se movimente com a guia, até que ele pare sozinho ao ouvir o comando e, claro, ele é premiado quando acerta.

Apitos também podem ser usados para chamar o cachorro quando ele está mais distante. Apitamos e premiamos,

por CLAUDIA TERZIAN*

ENTENDENDO SEU CÃOcoluna

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*Claudia Terzian é adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão, empresa do zootecnista Alexandre Rossi, especialista em adestramento e comportamento animal.

apitamos e premiamos, e aos poucos nos afastamos para que o animal vá na direção do som. Quanto mais distante estiver o cachorro, mais vezes será ne-cessário apitar para que ele possa se orientar e corrigir seu trajeto, seguindo o som.

O ambiente pode ser melhorado com tapetes e passarelas, que ajudam o cão a reconhecer sua localização dentro de casa e identif icar essa tex-tura como um caminho sem obstáculos. Proteja os cantos e pés de móveis em que ele tromba com tiras de espuma para evitar acidentes, e converse com o cachorro enquanto anda, para que ele possa saber onde você está.

cães deficientes físicos

Cães paraplégicos ou que tenham tido algum membro amputado também po-dem ser adestrados para se adaptarem às l imitações que terão por conta de sua deficiência.

É possível ensiná-los a como subir ou descer uma escada ou de um sofá – no caso dos cachorros que não tenham uma das patas –, ou se adaptar à ca-deirinha, no caso dos cães paraplégi-cos.

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Somosmais do queespeciais

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a gata, que ilustra a capa da universo pet, foi resgatada com um probleminha nos olhos, que tiveram que ser extraídos posteriormente.

Tina

animais com deficiência colecionam histórias de superação e coragem. infelizmente, apenas a minoria tem a felicidade

de encontrar donos que os deem carinho e dedicação. muito mais que exemplos, eles mostraram desenvoltura ao particira-

rem deste ensaio feito pela cão em Quadrinhos - uma ho-menagem a esses amigos que só nos pedem um pouco de amor.

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atropelado quando ainda era um filhote, o cãozinho ganhou o nome de francisco, em homenagem a são

franscico de assis, santo protetor dos animais. ele corre, sobe escadas, pula

na cama... leva uma vidacompletamente normal!

Francisco

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ao subir no banco do carro,dragão acabou machucando

a coluna.

Dragão

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a gata foi resgatada muito machucada, com escoriações e sem os movimentos

das patas traseiras. mesmo assim, olívia consegue ser muito independente. ela

voa pelo apartamento onde mora, apoiada nas patinhas traseiras. a gat-inha consegue subir na cama e no sofá

com as unhas.

Olívia

cão em Quadrinhos

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para sempre cachorro

nossa primeira paixão são os cães e, a segunda, fotografá-los. adoramos a sinceridade desses animais e o quanto eles ficam à vontade em frente a câmera. eternizamos momentos em imagens criativas e espontâneas, contando a história de um cão e most-rando sua perso-nalidade através delas.

Olívia

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praticar esportes faz bem não apenas para a saúde do mas-cote, mas para a do dono também. caminhar, correr, andar de bicicleta ao lado do melhor amigo são boas opções para os mais tradicionais. agora, os donos “aventureiros” podem escolher esportes mais radicais. confira algumas práticas es-portivas pouco conhecidas no Brasil, mas bastante populares nos estados unidos e europa.

esporte e lazer

ESPORTES BONS PRACACHORRO...E PARA OS DONOS!

Por ÉRIKA MORAES

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ESPORTES BONS PRACACHORRO...E PARA OS DONOS!

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o canicross foi desenvolvido no rei-no unido, no início da década de 90, como um treinamento para cães de tração ou de trenó. o primeiro campeonato mundial foi acontecer somente em 2002, na província de ravena, na itália. trata-se de uma corrida na natureza, onde o dono e o cão competem juntos. a modalidade esportiva é muito popular em países europeus.

durante a corrida, dono e cão estão ligados por um cinto. o corredor e-xecuta o trajeto com as mãos livres, sempre atento para projetar o corpo para trás e reduzir o ritmo do animal ou dar comandos de “esquerda” ou

“direita”, de acordo com a direção da tri lha da competição. a prova é dividida por categorias, como mas-culino e feminino, ou pela idade dos corredores.

no canicross profissional, os cães devem ter mais que um ano de idade e os competidores, a partir de sete anos. o cão não precisa ter pedi-gree, nem tamanho, raça ou peso ideal. trata-se de uma prova bastan-te democrática.

no Brasil, este esporte tem chegado aos poucos e a criação da federa-ção Brasileira de canicross está em andamento.

CANICROSS

esporte e lazer

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o flyball surgiu entre o final dos anos 60 e início dos anos 70, no sul da califórnia. a ideia inicial era a de criar um circuito de corrida, combi-nando-o com obstáculos e o lança-mento de bolas de tênis. a todo ar-remesso, o cão deveria pegar a bola e voltar ao circuito.

o esporte é praticado em um cir-cuito composto por quatro obstácu-los e uma caixa de flyball – respon-sável pelo arremesso das bolinhas. os participantes são divididos em dois times, com quatro cães e quatro treinadores. os animais devem passar pelos obstáculos, acionar o pedal, pegar a bola e retornar ao circuito com obstáculos. o próximo cão só

poderá iniciar o circuito quando o anterior cruzar a linha de chegada.

“a etapa termina quando o quarto cão cruzar a linha de partida ou chegada. Vence o time que terminar o percurso mais rápido e sem erros”, in-forma o adestrador andré Barreto, do andré Barreto treinamento de cães.

a partir dos anos 90, o esporte teve grande aceitação e reconhecimento em países como estados unidos, aus-trália, canadá e inglaterra. no Brasil, o flyball ainda não é reconhecido como esporte, mas como atividade recreativa, oferecida por clubes.

FLYBALL

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o dock Jumping, também conhecido por dock diving, surgiu em 1997, em um evento realizado pela marca de rações purina. o esporte pode ser feito por cães de qualquer raça e idade, e é praticado em um tanque ou piscina com, pelo menos, 1,2 me-tros de profundidade. os cães devem saltar de um píer, sob a orientação de um condutor. o espaço, que pos-sui entre 11 e 12 metros de compri-mento, por 2,5 m de largura, é for-rado com material antiderrapante, o que garante a segurança dos com-petidores.

a competição é dividida em três mo-dalidades:

Speed Retrieving: o cão deve pegar o brinquedo e trazer de volta o mais rápido possível.

Extreme Vertical: nesta categoria, um guindaste segura o brinquedo e vai aumentando a altura, conforme as orientações do condutor. ganha o animal que conseguir pegar o brinquedo, saltando a maior altura.

Big Air: quem pular a maior distância ganha. dependendo do organizador da competição, a distância pode ser medida pelo focinho ou pela base da cauda, no momento em que o animal cai na água.

em 2000, a espn inseriu o dock Jum-ping na competição great outdoor games e, desde então, diversos campeonatos da modalidade têm sido disputados em países como es-tados unidos, canadá, reino unido, alemanha e austrália.

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o frisbee, também conhecido como disco canino, é um esporte em ascen-são nos estados unidos e europa. no Brasil, ele ainda é pouco conhecido.

o esporte canino é dividido em basi-camente três categorias que, segun-do o adestrador andré Barreto, são:

arremessos à distância: o condutor se posiciona atrás de uma linha com o cão e um disco, e realiza diversos arremessos à distância. “a intenção é fazer o maior número de pegadas a longa distância, durante dois minu-tos”, explica Barreto.

freestyle frisbee: nesta modalidade, o condutor dança com o cão. ele es-colhe uma música, realiza movimentos sincronizados e diversos tipos de ar-remessos com os discos. de acordo com andré Barreto, é a categoria que exige maior treinamento.

arremessos com precisão: é uma mo-dalidade similar a de arremessos à distância. a diferença é que o con-dutor deve arremessar o disco e o cão deve pegá-lo dentro de alguns círculos desenhados no chão.

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turismo

LEVAR O MASCOTE NA BAGAGEMPODE NÃO SER TÃO SIMPLES

será que as companhias aéreas estão preparadas para aten-der a demanda de transporte de animais de estimação? Quais os cuidados que os donos devem ter ao optar pelo transporte aéreo ou levar o pet para outro país?Por CAROLINA NICOLAI

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LEVAR O MASCOTE NA BAGAGEMPODE NÃO SER TÃO SIMPLES

Viajar com o melhor amigo pode ser muito agradável, desde que o dono tome alguns cuidados. antes de qual-quer coisa, é necessário planejar com antecedência a viagem e listar as possíveis necessidades do pet. al-gumas vezes, porém, embora o roteiro tenha sido traçado cuidadosamente, imprevistos acontecem. casos recen-tes de animais perdidos em aeropor-tos brasileiros (relembre na pág. 52)mostraram o quanto o país ainda pre-

cisa se adaptar, para atender a de-manda crescente de transporte aéreo animal.

de acordo com a diretora adminis-trativa da petsVentura, lia Barros, empresa que presta serviços de as-sessoria ao transporte aéreo animal na américa latina, além de oferecer serviços veterinários e de pet hotel, as companhias aéreas brasileiras, seguindo o modelo das empresas es-

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turismo

trangeiras, deveriam ter um setor es-pecífico para lidar com os animais de estimação. “é com certeza um mercado em expansão. algumas com-panhias, como a delta airl ines, Klm e British, possuem em seus terminais setores exclusivos para o recebimen-to, translado e estadia de pets, nos principais aeroportos em que ope-ram”, diz.

a especialista explica que o pro-cesso de transporte aéreo animal é muito detalhado e deve ser organiza-do com cuidado, seguindo à risca os requerimentos do país de chega-da. Qualquer erro pode ser crucial. “tivemos, por exemplo, problemas

com uma companhia aérea americana que, por falta de conhecimento, deu informações errôneas a alguns cli-entes na saída dos estados unidos [documentação equivocada], o que, ao final, causou um enorme problema na chegada à argentina”.

lia alerta ainda sobre a importân-cia do dono verificar a idoneidade da empresa que está contratando para organizar o traslado do pet. uma alternativa, segundo a diretora do petsVentura, é verif icar se a com-panhia é membro de alguma associa-ção internacional, como ipata (www.ipata.com).

25 de abrilesquilo, o gatinho do pesquisador maicon faria, fugiu durante o transporte de bagagens no aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasíl ia. da sala onde faria esperava por sua conexão, ele avistou o felino fugindo da caixa de transporte, durante a transferência de bagagens. apesar das intensas buscas e divulgação, esquilo ainda não foi encontrado. a saga pela procura do gatinho pode ser acompanhada pelo twitter @maiconfaria.

2 de marçopinpoo ganhou notoriedade após forçar as grades do compartimento em que estava e fugir no aeroporto salgado filho, em porto alegre. segundo informou a companhia aérea, o contêiner em que o cão estava tinha sido vistoriado e se apresentava em situações adequadas. depois de 14 dias de buscas, pinpoo foi localizado pela Brigada militar no próprio aeroporto, e devolvido à dona.

Animais x Aeroportos

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em um novo país

uma das etapas fundamentais, quan-do se pretende viajar com o bicho de estimação util izando o transporte aéreo, é identificar e providenciar todas as exigências legais. isso é válido tanto para voos domésticos como internacionais. muita aten-ção, também, com as regras para a entrada de animais, estabelecidas em cada país. assim, você vai evitar dores de cabeça e problemas futuros,

para fugir da fiscalização, já que ela não tinha a documentação do mas-cote, a dona passeava com Jhonny bem cedinho ou à noite. há dois me-ses, porém, ela foi abordada por um agente da prefeitura. “ele pediu os meus documentos e o do cachorro. como não o tinha, quase fui presa e o Jhonny eutanasiado”, lembra. ori-entada por um advogado, ela pediu para que fosse feito um teste de ín-dole no animal, para ganhar tempo e pensar sobre o que faria. “neste

teste, eles passam 24 horas com o cão e, caso ele apresente alguma falha de comportamento, é automaticamente sa-crif icado”.

temendo pela vida de Jhonny, gabriela teve que tomar uma difícil decisão: aproveitou que uma amiga estava voltando para o Brasil e despachou o cãozinho. “foi muito doloroso ter que fazer isso, mas não tive escolha. eu conver-sei com o Jhonny e ex-pliquei a situação. ele

ficou bastante triste”. diante da impossibilidade de ter o amigo de quatro patas por perto, gabriela, que ressalta que jamais vai abandoná-lo, está em busca de um lar brasileiro para o pet, que atualmente está na chácara de um amigo.

Você se sensibilizou com a história do Jhonny? se tiver interesse em ado-tá-lo, entre em contato pelo e-mail [email protected], colocando no assunto “Quero me candidatar a adotar o Jhonny”. todos os interessa-dos passarão por uma entrevista.

como o que está enfrentando gabri-ela von gal pinheiro, que morava há seis anos com o seu pit bull, Jhonny, na alemanha.

o cãozinho ingressou no país por terra, vindo de portugal, onde ele foi vacinado e submetido à quarentena. porém, os alemães possuem leis rígi-das sobre os animais, principalmente com os pit bulls, raça não aceita no país. “Vejo pit bulls nas ruas e per-gunto como as pessoas fizeram para trazê-los. alguns animais acabam sendo registrados como vira-latas e outros como mestiços de boxer”, con-ta gabriela.

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A castração é o que há de mais importante em termos de proteção animal, mas, infelizmente, é cercada de mitos e desinformação. Al-guns donos consideram que o procedimento elimina a liberdade de “namorar” do mascote, além de fazê-lo engordar e não proteger mais a casa. Todos esses mitos contribuem para a superpopulação de cães e gatos abandonados.

Segundo a jornalista Lucille Veschi, que também é professora uni-versitária e membro da ONG AjudAnimal, os números apontam que um único casal de gatos, por exemplo, pode produzir mais de um milhão de descendentes em oito anos, considerando, também, os cruzamentos dos descendentes do casal inicial. Para ela, a única saída é a castração que, para surtir efeito, deve ser encarada de forma séria pelo poder público.

Quem ama, castra!

proteção e adoção

universo pet - por que a castra-ção é recomendável? o que deve ser avaliado?

lucille Veschi - No caso dos animais em risco, a castração é, simplesmente, a única saída viável para amenizar o imenso problema do abandono de ani-mais. Os pobres animais que estão ou já nascem em situação de abandono, infel izmente, sofrem horr ivelmente com fome, sede, fr io, doenças e maus-tratos

de pessoas absolutamente inomináveis. Existem programas de castração ofe-recidos pelos Centros de Controle de Zoonoses, e também mutirões de ve-terinários solidários, mas isso precisa ser ampliado, e muito. A ideia correta seria fazer um mapeamento sazonal, começando pelas áreas de maior in-cidência de animais abandonados, que devem ser castrados em massa, passando à região seguinte, e assim sucessivamente.

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up – por que os donos têm tantas re-strições com a castração?

lV - Sobre o procedimento da castra-ção em si, as pessoas não são devi-damente informadas e educadas a respeito, por conta dos mi-tos e ideias erradas que cercam o as-sunto. Uma campanha de educação em massa tam-bém deve ser c o n s i d e r a d a como muito relevante, e a mídia tem um papel im-portante nesse processo.

Isso porque, independente da situa-ção do animal (protegido ou em ris-co), a castração é um procedimento altamente recomendável, que traz in-úmeros benefícios aos animais. Então, se é benéfico, por que as pessoas evitam? Por que pensam “ah! coitadinho!”? Não faz o menor sentido! O correto seria “se você ama seu bichinho de esti-mação, castre”. A castra-ção previne doenças sérias, especialmente nas fêmeas.

As pessoas normalmente “humanizam” o sentimento animal, não percebendo que a relação sexual, para os bichos, está ligada estritamente a questões hor-monais. Não há essa questão de que o bicho deve “namorar” antes de castrar, isso é uma tremenda besteira, pois o ani-mal é regido por estímulos. Se não houver o estímulo hormonal, o animal não sente necessidade nenhuma de cruzar.

up - após a castração, o temperamen-to do animal muda?

lV - Outro mito que cerca a castra-ção é o de que o animal engordará. Isso não é verdade: o que ocorre é que o bichinho castrado f ica mais se-dentário, portanto, pode engordar se a ração não for controlada. Então, na verdade, o animal só engorda se o dono o engordar com alimentação inadequada. Ou seja, quem engorda o animal é o dono, e não a castração.

Quanto à demarcação de terr itório, o famoso “xixi” nos cantinhos, a castra-ção pode ajudar a cessar o processo, ou pelo menos amenizá-lo. Em outros casos, a castração também colabora para “acalmar” cães e gatos mais agi-tados.

Com tantos benefícios, não con-sigo entender o enorme preconceito que cer-ca a castração. Por isso eu digo: quem ama,castra!

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Quando deve ser feita

Segundo o Dr. José Roberto July, médi-co veterinário da Julyvet Clínica Ve-terinária, a retirada do útero e dos ovários antes do primeiro cio, ou seja, até os oito meses de vida, reduz a praticamente a “zero” a incidência de câncer de mama e da piometra (infecção do útero) nas cadelas. “Na gata, o cio, a falsa gestação, a lac-tação e as múlt iplas gestações desa-parecem. No macho, a castração pre-coce inibe o interesse sexual”, afirma. O procedimento pode ser realizado a partir do 40º dia do nascimento.

mitos

De acordo com o veterinário, a cas-tração não deixa o animal mais gordo, como muitos donos podem imaginar. “Na verdade, ele apenas precisa de menos alimento e de mais exercícios. As fêmeas não precisam ter uma ni-nhada antes de serem castradas e é importante ressaltar que a cirurgia é indolor, feita sob anestesia geral”.

processo

Machos – os testículos são extraídosFêmeas – retirada do útero e ovários

alguns benefícios

- Reduz o r isco de tumores de mama, próstata e tumores transmit idos sexual-mente, assim como elimina a gravidez psicológica nas fêmeas.

- Nos gatos, há a diminuição do hábito de urinar nos objetos para demarcar terr itório e evita que eles f iquem fora de casa por dias, sem se alimentar, para o acasalamento.

- Nos animais saudáveis, a expecta-tiva de vida aumenta, pois há menor chance de surgirem doenças reprodu-tivas.

Raio-Xda castração

proteção e adoção

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Victória

idade: 7 anosraça: cão São Bernardocidade: Santo André

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proteção e adoção

BillY

raça: srdidade: 2 meses

sexo: macho

está vermifugado, com primeira dose de vacina e com a castração agendada.

Juninho

raça: srdidade: 2 meses

sexo: macho

está vermifugado, com primeira dose de vacina e com a castração agendada.

Bruno

raça: srdidade: 2 mesessexo: macho

está vermifugado, com primeira dose de vacina e com a castração agendada.

Cãespara adoção

ajude a transformar a realizade destes bichinhos, que não estão pedindo nada além de carinho, atenção e cuidados. mas, atenção: nunca incentive a adoção impulsiva! os interessados, antes de adotar um animal, de-vem considerar que o cão vive em média 12 anos e, no decorrer desse tempo, precisará alimentá-lo e oferecer cuidados médicos, o que implicará em custos.

ficou interessado? entre em contato com dinorah através do e-mail [email protected]

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laila

raça: mestiça de fox paulistinha

laila é uma linda menina, parece mestiça de fox paulistinha. ela é carinhosa e adorável. sorri mos-trando os dentinhos e repuxando a boca. uma fofa mesmo. precisa urgentemente de um adotante que cuide dela com todo o carinho que merece.foi abandonada com os pontos de castração.

pitico

raça: srdidade: 2 meses

sexo: macho

está vermifugado, com primeira dose de vacina e com a castração agendada.

pitoco

raça: srdidade: 2 meses

sexo: macho

está vermifugado, com primeira dose de vacina e com a castração agendada.

ajude a transformar a realizade destes bichinhos, que não estão pedindo nada além de carinho, atenção e cuidados. mas, atenção: nunca incentive a adoção impulsiva! os interessados, antes de adotar um animal, de-vem considerar que o cão vive em média 12 anos e, no decorrer desse tempo, precisará alimentá-lo e oferecer cuidados médicos, o que implicará em custos.

ficou interessado? entre em contato com dinorah através do e-mail [email protected]

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minha história

o fim de semana tinha tudo para ser normal e tranquilo, mas eu estava enganada. logo no sábado pela manhã, comecei a ouvir um choro de cachorro alto e, sempre que isso acontece, eu fico nervosa e procuro saber o que está acontecendo.

estava na casa do meu noivo e minha sogra veio explicar que um cachorro entrou na casa do vizinho - que não tinha portão - e eles ficaram com medo de que ele atacasse os seus fi lhos, por isso, estavam tentando tirá-lo de lá. detalhe: batendo com uma vassoura em um tambor. os ganidos de desespero agora faziam todo sentido.

ia arrumar as coisas para ir embora, de tão perturbada que fico com essas coisas, quando me chamaram na janela - “olha, ele saiu e até que é bonitinho!”. na hora eu decidi que tinha que fazer alguma coisa, não podia deixar aquele ser inde-feso na rua. como não era a minha casa, primeiro pedi permissão para deixar o cachorro dormir lá uma noite e, depois, o levaria para a minha casa para tentar a adoção.

a preocupação era tanta que, quando eu fui dar um pouco de ração para ele, coloquei na mão e tomei uma dentada logo de cara. óbvio, a cadela - sim, era menina - estava com tanta fome, que ia comer o que visse pela frente.

a segunda medida foi tirar fotos e fazer vídeos para subir na internet o quanto antes e ver se alguém já se interessava pela moça. o engraçado foi que geramos uma verdadeira comoção, com muita gente feliz pelo nosso ato, mas ninguém que-rendo adotá-la de fato.

no domingo, tivemos um churrasco e ela já ficou lá se socializando com a família. no fim da tarde era hora de fazer a viagem para o seu novo lar temporário, a minha casa. mudamos muito por aqui, pois nunca tive um cachorro maiorzinho. no dia seguinte, a veterinária passou em casa e disse que ela deveria ter uns quatro meses. as patinhas eram enormes, isso queria dizer que ela ainda cresceria bas-tante.

continuei por mais duas ou três semanas procurando uma pessoa para adotá-la, mas não encontrava ninguém em quem confiasse. descobri que muita gente queria saber se ela poderia procriar e fiquei morrendo de medo de doá-la para alguém que fosse assim.

fizemos uma extensa divulgação nas redes sociais e o que mais ouvíamos era: “Que lindinha, vai arrumar alguém logo!”. por conta disso, acabamos escolhendo o seu nome: spam - uma coisa bonitinha, que todos elogiam, mas ninguém quer receber ou ter. e eu tomei outra decisão: ninguém ficaria com ela, eu mesma iria adotá-la.

depois de convencer todo mundo em casa, finalmente a spam tinha um lar, e assim pôde começar a viver tranquilamente, sem medo de não ter comida ou um lugar confortável para dormir. a cada dia eu só tenho mais certeza de que essa foi a melhor decisão que tomei.

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Bárbara franzin é jornalista, trabalha em uma agência de publicidade em mídias sociais e edita o blog Velocidade.org. desde sempre, uma amante dos animais.