25
3

Revista univesidade cultura

Embed Size (px)

DESCRIPTION

previa 1

Citation preview

Page 1: Revista univesidade cultura

3

Page 2: Revista univesidade cultura

4

Notas da coNstrução de um semiNário

A realização desse seminário foi uma das últimas ações da Coordenação Nacional de Cultura do

Fórum de Pró Reitores de Extensão, no período representado pela Profª Dulce Aquino, tendo sido

necessários aproximadamente dois anos de diálogo entre distintas instituições para o estabeleci-

mento dessa parceria que culminou nesse espaço de discussão e de ampliação do entendimento

sobre uma área - que desde o início do primeiro governo Lula - tem se expandido consideravelmente

em todo o Brasil.

As formulações presentes nesta publicação são, portanto, fruto da construção colaborativa en-

tre pesquisadores, Pró-Reitores de Ensino, Pesquisa e Extensão, representantes da sociedade civil,

gestores públicos e diretores de institutos participantes do 1º Seminário Cultura e Universidade,

realizado no mês de abril de 2013, em Salvador - BA.

A principal finalidade do Seminário foi debater propostas para a construção e consolidação de uma

política de cultura voltada às instituições de ensino superior. Ou segundo a Profª Dulce,

Cabe ressaltar que todo o conteúdo produzido durante o I Seminário Cultura e Universidade ne-

cessita continuar sendo debatido e divulgado visando manter uma reflexão crítica sobre possíveis

projetos que pretendem se transformar em diretrizes e ações para a efetivação de uma política

cultural e educacional para o país.

Por fim, o conjunto de propostas elaboradas durante o encontro, que deverão nortear a construção de

uma política de cultura nas universidades públicas, com coordenação do MinC, foram pautadas em

cima das novas metas da cultura para as áreas da educação, pesquisa e extensão; na formação cultural

dos setores criativos da sociedade; na utilização dos equipamentos culturais; na difusão da produção

artística, na reformulação da legislação dos direitos autorais e nos recursos educacionais abertos.

“A importância desse Seminário é reunir as Universidades Públicas e o Ministério da Cultura com vistas à construção de políticas de cultura para o ensino superior do País. Sendo a universidade importante vetor de desenvolvi-mento social, este seminário contribuirá para o início de um processo de construção de políti-cas na área da cultura tendo a universidade como protagonista em parceria com o Ministé-

rio da Cultura”Dulce Aquino, Pró-reitorA De Ações AfirmAti-vAs e AssistênciA estuDAntil/ufBA

Page 3: Revista univesidade cultura

5

Page 4: Revista univesidade cultura

8

Políticas culturais Para o eNsiNo suPerior

A partir de uma importante política de ampliação e interiorização

do ensino superior gratuito no governo Lula, com continuidade na

gestão Dilma, houve um aumento considerável dos cursos de ar-

tes que hoje somam mais de 150 e que atendem a formação nas

linguagens do teatro, da dança, das artes plásticas e da música. As-

sim como foram criados cursos de design, de cinema, de educação

artística, de decoração e moda além de bacharelados interdisciplin-

ares nas artes.

Conforme Juana Nunes, Diretora de Educação e Comunicação para

a Cultura da Secretaria de Políticas Culturais e responsável pela im-

plementação do Acordo de Cooperação firmado entre o Ministério da

Cultura e o Ministério da Educação:

“Com esse debate queremos que a Universidade se comprometa com as políticas culturais, repense seu papel como produtora e circuladora de cultura, valorize a produção cultural universitária e possa ver a Cultura em sua importância na pesquisa, no ensino e extensão. Nós queremos colaborar para implementar essas mu-

danças” (2013)

E sem dúvida alguma, as universidades podem ser consideradas um

dos territórios mais férteis para o fortalecimento das políticas cul-

turais pela própria natureza dessa instituição.

Por esse viés, parece importante lembrar que tanto uma parceria

entre o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura, quanto o

interesse em potencializar as universidades como fomentadoras da

cultura e das artes, já havia sido divulgado em junho de 2013 quando

o ministro da Educação, Aloizio Mercadante em consonância com a

Ministra da Cultura, Marta Suplicy, anunciou a proposta de criar uma

universidade de artes, para o ano de 2014.

O intuito era o de oferecer cursos de graduação e pós-graduação

como mencionou Mercadante:

“Queremos reunir na universidade todas as expressões da cultura: a música clássica, a dança clássica, a música popular, a dança popular, as artes plásticas, a pintura, a poesia, tudo em cursos de graduação, mestrado, douto-

rado, em uma única instituição” (2013)

Confira os resultados propostos pelos Grupos de Trabalhos a seguir:

Page 5: Revista univesidade cultura

9

Gt1o desafio da exPaNsão do eNsiNo, da Pesquisa e da exteNsão em arte e cultura

Coordenação: Juana Nunes e Maria Lúcia Pardi (SPC/MinC)

O Grupo de Trabalho apontou uma série de indicações para o es-

tabelecimento de políticas para as universidade no que concerne à

proposta de fortalecimento da cultura e das artes nessas instituições.

As propostas finais ressaltam as potências e as fragilidades da es-

trutura universitária permitindo redimensionar a pertinência de

projetos lançados anteriormente e as demandas - tanto para promov-

er a articulação de programas quanto para o investimento na pes-

quisa, na produção e na circulação – daquilo que já existe em cursos

de graduação e pós-graduação pelo país.

Ocorre que se tornou de fundamental importância e um grande de-

safio dar continuidade não apenas a manutenção desses cursos, mas

ao investimento e aperfeiçoamento dessas estruturas e sobre o que

nelas é produzido seja na pesquisa, no ensino e/ou na extensão. Es-

pecialmente na articulação desse tripé.

ob

jeti

vo

O objetivo deste GT é discutir formas concretas para subsidiar a for-

mulação de novas políticas, a partir do conhecimento sistematizado

das particularidades dos cursos que podem ser atribuídos como pert-

encentes a este campo de ensino, respeitando a diversidade e a dinami-

cidade do setor. Visa definir as orientações estratégicas para incentivar

a criação de novos cursos de graduação e pós, além de consolidar os já

existentes e levantar questões sobre as formas de estimular a criação

de linhas de pesquisa interdisciplinares, assim como estabelecer pro-

grama de concessão de bolsas da graduação às de produtividade. Nesse

esteio, cabe refletir sobre novas formas de avaliação e flexibilização das

estruturas, para que atuem em torno de um conceito de cultura inclu-

sivo, atento ás demandas dos novos atores. De forma geral, pretende

discutir também a troca dos distintos saberes entre universidade e so-

ciedade, por meio do reconhecimento, certificação e inserção dos tra-

balhadores com saberes culturais, não acadêmicos, nas instituições de

ensino superior, além de envolver novos agentes financiadores.

ProPostas

Page 6: Revista univesidade cultura

10

1. P

reÂ

mb

ulo

Programa de Cultura e Arte - Pro-Cultura Univer-

sitária: é um instrumento que abrange programas

de apoio a arte e cultura universitária, com ênfase

na inclusão social nas suas mais diversas dimen-

sões, visando aprofundar uma política que venha

fortalecer a institucionalização das ações nessas

áreas, promovendo de forma indissociável o ensi-

no, a pesquisa e a extensão, tendo como objetivos:

1. Apoiar as instituições publicas de

ensino superior no desenvolvimento de

programas que contribuam para a im-

plementação de políticas publicas nas

áreas da cultura e arte, com ênfase: na

valorização, no intercâmbio e na difusão

da produção teórica, prática, crítica e re-

flexiva e sistematização de ações no âm-

bito do ensino, da pesquisa e da extensão,

de forma indissociável;

2. Contribuir para a formação profissional,

cidadã e crítica dos alunos de graduação e

de pós-graduação, pautada na função so-

cial da educação superior, mediante a sua

participação em programas.

3. Estimular e difundir a produção cul-

tural e artística à população, em con-

sonância com as diretrizes do Plano Na-

cional de Cultura.

3.1 – Fortalecer e expandir os cursos

de graduação, pós-graduação, pes-

quisa e extensão nas áreas de Cultura

e Arte.

3.2 – Promover a melhoria da infra

estrutura cultural das Instituições de

Ensino Superior Públicas.

3.3 – Apoiar eventos, grupos, redes,

ações e circuitos culturaisvinculados

aos programas de cultura e arte.

3.4 – Incentivar a circulação da produção

acadêmica sobre cultura e arte.

2. a

br

aN

GÊN

cia

2.1 A abrangência a que se refere este Edital está

vinculado as linhas discriminadas abaixo:

a) Cultura e identidade – Saberes e fazeres

da maestria popular (processos, eventos e

produtos);

b) Artes Cênicas - Dança, teatro, técnicas cir-

censes, performance; formação, capacitação e

qualificação de pessoas que atuam na área;

memória, produção e difusão cultural e artística.

c) Artes Integradas - Ações multiculturais, envol-

vendo as diversas áreas da produção e da prática

artística em um único programa integrado; memória, produção e di-

fusão cultural e artística.

d) Artes Plásticas - Escultura, pintura, arquitetura, desenho, gravu-

ra, instalação, apropriação; formação, memória, produção e difusão

cultural e artística.

e) Artes Visuais - Artes gráficas, fotografia, cinema, vídeo; memória,

produção e difusão cultural e artística.

f) Espaços de Ciência – Difusão e divulgação de conhecimentos

científicos e tecnológicos em espaços de ciência, como museus, ob-

servatórios, planetários, estações marinhas, entre outros espaços.

g) Mídias–Artes - Mídias contemporâneas, multimídia, web-arte,

arte digital.

h) Música - Apreciação, criação e performance; formação, capaci-

tação e qualificação de pessoas que atuam na área musical; produção

e divulgação de informações, conhecimentos e material didático na

área; memória, produção e difusão cultural e artística.

i) Patrimônio cultural, histórico e imaterial – promoção, valorização

e difusão de patrimônio artístico, cultural e histórico (arquitetura,

espaço urbano, paisagismo, música, literatura, teatro, dança, artesan-

ato, folclore, manifestações religiosas populares) e natureza imaterial

(culinária e costumes do povo); assessoria à organização de museus,

bibliotecas e centros culturais comunitários.

j) Arqueologia enquanto cultura com ênfase na arte rupestre.

k) Culturas indígenas e afro.

Page 7: Revista univesidade cultura

11

No âmbito deste Edital serão compro-

metidos recursos financeiros no valor

de até R$ 2.500.000,00 (dois milhões e

quinhentos mil reais) para cada insti-

tuição de nível superior federal, es-

tadual e municipal. Há necessidade de

arranjo legal para garantir os recur-

sos das políticas públicas do governo

federal para repasse direto as institu-

ições estaduais e municipais. Os re-

cursos a que se referem neste Edital

serão assim distribuídos:

a) Custeio: R$ 1.500.000,00 (um milhão

e quinhentos mil reais);

b) Capital: R$ 1.000.000,00 (um milhão

de reais),

3. r

ecu

rs

o o

rça

meN

tár

io e

fiN

aN

ceir

os

rel

ato

discussÕes coletivas Redatora: Julia Santos (UFBA – mestranda de Pós-graduação/Cultura)

Na abertura foram tratados os objetivos do grupo de trabalho a partir do elenco de perguntas com três eixos: fortalecimento e

expansão do ensino de graduação e pós em cultura; pesquisa e extensão como território acadêmico privilegiado para desenvolvi-

mento das articulações entre cultura, universidade e sociedade. Foi efetuada uma apresentação breve dos participantes, solicitado

suas contribuições e propostas individuais, a serem entregues no documento disponibilizado e discutiu-se de forma ampla durante

uma hora, a partir da qual tratou-se da divisão dos grupos. Segue o que foi colocado na conversa coletiva.

PoNtos aPreseNtados:

1. Necessidade de interface para a questão da cultura nas redes das

universidades.

2. É necessário articular as questões discutidas nos fóruns es-

pecíficos da CAPES e CPNPq, para trabalhar de forma conjunta, a

exemplo do Seminário de Interdisciplinaridade, recém realizado e

edição da revista.

3. Será preciso ampliar a percepção da universidade para a atuação

da cultura além do campo da extensão, pontuando suas demandas

e possibilidades e também no campo da pesquisa e da formação,

graduação e pós.

4. Devem ser garantidas estruturas mínimas para as universi-

dades atuarem no campo da cultura.

5. Foi levantada como estratégia básica de atuação que os atores

articulem suas propostas em consonância com as estruturas e in-

strumentos do MinC - CNPC, PNC, FNC e os demais que estão sendo

criados, como PDC.

6. É necessária uma proposta holística para integrar ensino, pes-

quisa e extensão para atuar no campo da cultura, criando argu-

mentação forte e fundamentada, a fim de sensibilizar outras áreas

como Agro-business e Agrotecnia, entre outros.

7. Para entrada do campo da cultura nas universidades será pre-

ciso, flexibilizar as estruturas e pensar na mobilidade acadêmica,

assim como criar programas a exemplo do Programa Cultura Sem

Fronteiras.

8. Refletir epistemologicamente sob o conceito de cultura e seu

reflexo na inclusão de áreas ainda não identificadas, a exemplo

da arqueologia, educação patrimonial entre outros.

9. Unipampa ofereceu o campus como centro de cultura, relatando

que a universidade é o único equipamento cultural da região.

Page 8: Revista univesidade cultura

12

10. Será necessário que universidades potencializarem

em cada campus seus equipamentos culturais, abrindo-

os para a comunidade e para novos cursos.

11. Foi dito que a falta de mapeamento sobre as deman-

das de cursos de graduação e pós-graduação dificultam

as ações.

12. O Conselho Nacional de cursos (CNPq e MEC) têm

critérios tecnicistas para aprovação de novos cursos e isto

dificulta novas propostas.

13. Precisamos entender a extensão como fomentador

de cultura e que esta tenha a devida importância para o

CNPq/CAPES. Hoje a extensão não vale pontuação para a

Plataforma Lattes.

14. É preciso que os editais apóiem as artes e a cultura,

com editais específicos, fomentando pesquisa de alunos

de graduação e pós com oferecimento de bolsas e criação

de redes de ação.

15. Reforçaram a necessidade de incluir a atuação de

mestres populares nas universidades.

16. Repensar a carga horária dos professores em função

das pesquisas, extensão, observatórios, entre outros.

17. Desburocratizar recursos para remunerar agentes

culturais, artistas, mestres, entre outros.

18. Não existe mapeamento de atividades de extensão

oferecidas e isto poderia ajudar a definir novas ações.

19. Os observatórios e os Pontos de Cultura poderiam se

encarregar dos mapeamentos necessários.

20. Poderia ser utilizado o modelo do Sistema Nacional

de Cultura para nortear os planos estratégicos nas uni-

versidades.

21. Há dificuldades e algumas vezes até inexistência de

articulação entre os cursos da própria universidade.

22. Necessidade de articulação entre os programas das

secretarias municipais e estaduais.

23. Será preciso avaliar como vão impactar os programas

existentes as modificações metodológicas e curriculares

na pesquisa, extensão e ensino, a partir da inclusão da

cultura.

24. Faz-se necessária mobilidade política acadêmica e

desenvolvimento de argumentos que defendam e vali-

dem os formatos específicos das áreas de arte e cultura

e de suas produções.

25. É preciso incluir nesta discussão o Latto Senso e a

Educação a Distância.

26. Tivemos o relato de sucesso de Goiás sobre a ex-

periência da formação de professores para atender alu-

nos PNE – Pessoas com Necessidades Especiais, ofere-

cida na modalidade EAD – Ensino a Distância, que teve

a adesão de 22 estados.

27. Será importante documentar, sistematizar e dis-

ponibilizar informações do seminário, para que se

possa levar para a universidade o que foi debatido e

dar continuidade.

28. A Universidade precisa ser pensada além dos lim-

ites das federais, incluindo equidade para as estaduais

e municipais.

29. Há necessidade de sinergia entre as universi-

dades, pois muitas vezes não se conhece o que está

sendo realizado e o que poderia ser compartilhado.

30. Partindo do princípio que não devemos dissociar

extensão, pesquisa e ensino, devemos pensar princí-

pios e diretrizes nos grupos, a fim de que se crie um

plano estratégico para as universidades.

31. Se as universidades disponibilizarem seus proje-

tos, equipamentos e pesquisas a qualidade das escolas

básicas será potencializada.

32. As universidades com infra estrutura reduzida

não irão conseguir ampliar seus cursos para atender

a demanda da cultura, fazendo-se necessárias articu-

lações e arranjos internos e externos.

33. Foi citado o exemplo da Arqueologia que se divide

em licenciatura e pesquisa e possui uma lei promov-

endo a socialização de ações e resultados. Porém, mui-

tas vezes, por falta de preparo dos professores, têm as

ações resumidas às palestras e educação patrimonial.

Não há preparo para outras inter relações com mercado

e comunidade.

Page 9: Revista univesidade cultura

13

46. Foram levantados alguns pontos, como: a) teoria e

prática não devem ser dissociadas; b) é preciso mapea-

mento de novas ocupações; c) criar metodologias que

tirem o aluno das salas de aulas; d) Diminuir o tempo de

formação dos cursos nas universidades, face as mudan-

ças na atualidade; e) Nos cursos de gestão em produção

cultural, poderiam ser desmembrados em eventos, em

recursos, etc; f) dar mais mobilidade ao professor através

de uma rede de atuação.

47. Será preciso definir o entendimento que se tem de

cultura.

48. Foi disponibilizada a cartilha dos estudantes e citou-

se o CUCA – Circuito Universitário de Cultura da UNE.

49. Falou-se sobre os eixos transversais nos cursos

existentes e a necessidade da cultura se transformar em

um deles.

50. Salientou-se a necessidade do MinC ser interlocu-

tor com o MEC.

51. Há o perigo de grandes programas substituírem os

pequenos do dia a dia.

52. Foi ressaltada e existência do Mapeamento Re-

cursos Humanos e Materiais em Cultura das Univer-

sidades Públicas Brasileiras, disponibilizado no site da

Cult/UFBA.

53. Salientou-se que a Lei de Diretrizes e Bases Edu-

cacionais obriga, hoje, as escolas a oferecer artes nos

currículos desde que se tenha professores da área. Há

exceção da Bahia, em que a UFBA forma professores de

dança, música e teatro.

54. Foi colocada com muita ênfase a necessidade de

criar o lattes da cultura e o qualis da cultura e outros

instrumentos adaptados as especificidades do setor.

55. Citou-se, também, o mapeamento da cadeia produ-

tiva de dança da UFBA.

56. É preciso ação conjunta com as escolas públicas

básicas.

57. Foi Informado por Juana o compromisso da DEC/

SPC de reunião mais especifica em Brasília.

34. Ainda na Arqueologia, existem duas questões: a) o

IPHAN não responde por todas as demandas, esta pauta

de difusão e formação precisam ser incluídas nas ativi-

dades de outras instituições e b) as provas do ENAD e

SISU são feitas e avaliadas por historiadores e vale ressal-

tar que só parte dos arqueólogos trabalha com arqueolo-

gia histórica, ficando o setor bastante prejudicado.

35. Há que se levar em conta as fragilidades dos cur-

sos existentes, citando como exemplo, novamente, a

arqueologia.

36. Faz-se necessário discutir a educação formal e

informal.

37. Ressaltaram que no Nordeste e Norte a dificuldade

é maior para a chegada de verbas, o que destrói a credi-

bilidade do pesquisador.

38. As únicas vias de mudanças não deveriam ser

apenas as Pró–Reitorias, pois muitas não abraçam a

diversidade.

39. Professores pesquisadores muitas vezes não con-

hecem outros pesquisadores de sua universidade em

áreas afins.

40. Em algumas universidades o REUNI não terminou

os laboratórios e outros equipamentos, o que dificulta o

andamento de cursos.

41. As universidades não têm recursos para extensão

e muitos itens não podem ser colocados em orçamentos

de projetos e editais, a exemplo de verba para material

de consumo, o que prejudica o andamento das atividades.

42. São escassas as bolsas de estudo e muitos alunos

bolsistas sequer possuem dinheiro para se deslocarem

para as universidades.

43. Os museus não são apenas assunto das diretorias

de cultura e sim da área de extensão nas universidades.

44. Devemos pensar culturas para todos e tomar certos

cuidados para não torná-la apenas espetacularização.

45. Deveríamos fazer como dever de casa, mapear o que

esta sendo feito nas universidades e criar parcerias com

sistemas S e coletivos.

Page 10: Revista univesidade cultura

14

fortalecimeNto e exPaNsão da arte e cultura em eNsiNo,

Pesquisa e exteNsão

1. Institucionalização da Extensão, aprofundando

relações interinstitucionais entre esferas pública e pri-

vada, buscando atender demandas próximas às comu-

nidades locais e considerando questões problemáticas

relacionadas ao exercício da cidadania.

2. Estimular abordagem transdisciplinar dos temas

da arte e da cultura em todos os níveis de formação

universitária.

3. Fortalecimento de programas e projetos já existentes

com a ampliação na área de arte e cultura – PROEXT –

PIBID – PET.

4. Para fortalecimento de cursos e iniciativas já ex-

istentes ou expansão e criação, propõem-se mudan-

ças nos paradigmas curriculares que valorizem as

experiências de extensão com vocação interdisciplinar

desenvolvidas nas universidades. Deve-se promover

também troca entre as IES.

5. Consultas a grupos de extensão com percursos

formativos diferenciados.

6. Mapeamento e disponibilização em redes as infor-

mações curriculares dos cursos de graduação, pós-

graduação, extensão.

7. Identificação dos déficits e áreas de carência das

atividades artísticas e culturais visando saná-las.

8. Implementação de mestrados compartilhados entre

instituições para reforçar a prática do trabalho em rede.

9. MINC e MEC devem criar espaços de interlocução

regionais e nacionais.

10. Aumento na fluidez das políticas de financiamento

para pesquisa e extensão.

11. Avançar nas discussões sobre adequação das

grandes áreas de conhecimento da CAPES às especifi-

cidades do campo de arte e de cultura, provocando mu-

danças no sistema atual de avaliação das propostas de

mestrado e doutorado encaminhadas para aprovação.

12. Estimular Pós-graduações multidisciplinares.

13. Abertura de editais específicos para os campos da

arte e cultura, bem como para estudos culturais, cri-

ando incubadoras de projetos nessas áreas.

14. Estímulo, por parte dos órgãos de fomento, à cri-

ação de linhas de fomento para novos produtos artísti-

cos e culturais, considerando suas especificidades.

15. Ampliação da oferta de cursos de Especializações

Lato Sensu para gestores culturais pelas instituições

públicas com apoio do Minc.

16. Ampliação dos mestrados profissionalizantes na

área de gestão cultural, artes e cultura, atendendo de-

mandas reprimidas e viabilizando ações de consoli-

dação da área.

17. Criação de fundos de cultura específicos para as

universidades com aproveitamento da tecnologia de

gestão e conhecimento do MEC e do MINC, que deverá

ser transferido para as IES.

18. Criação de conselhos universitários de cultura

para gestão desses mesmos fundos.

19. Criação de museus universitários e de plataformas

digitais compartilhadas de informação para divulgação

entre as instituições da sua produção artística e cultural.

20. Criação de centros culturais para infraestrutura ad-

equada e ideal para promoção da produção estética, do

encontro de culturas e que estimule a crítica e a reflexão.

21. Criação de Laboratórios e estabelecimento de

parcerias com grupos de cultura e coletivos de arte

tendo em vista o desenvolvimento de arte e cultura na

universidade.

20. Concursos para servidores técnicos e docentes

vinculados às necessidades das áreas específicas e seus

programas e projetos.

Page 11: Revista univesidade cultura

15

o fortalecimeNto e exPaNsão do eNsiNo

suPerior em cultura

1. Criar cursos em cultura, em nível de graduação

e pós-graduação nas modalidades presenciais e à

distância. A criação dos mesmos deve:

a. Apontar para a rediscussão do conceito de

cultura com fins à inclusão de áreas pouco

visíveis como arqueologia, a cultura na sua

dimensão econômica e outras;

b. Priorizar currículos e metodologias ino-

vadoras, com duração modular e flexível, que

proponham modelos que superam as formas

tradicionais, como, por exemplo: cursos in-

terdisciplinares; que valorizem a formação

laboratorial; que validem experiências fora da

universidade, ciclos de conferências, entre out-

ros, como créditos, atividades complementares,

extra-curriculares e outras formas alternativas

de validação.

2. Criar concursos públicos com novos critérios

de titulação para além da formação superior, como

por exemplo, valorização da experiência prática;

dos saberes tradicionais (notório saber), etc.

iNcremeNto da Pesquisa e da PÓs- Graduação em cultura

1. Criar critérios, indicadores e parâmetros referenciais junto

as agencias de fomento, acompanhamento e avaliação para con-

templar ações de extensão em arte e cultura, como a valori-

zação e pontuação de fazeres artístico culturais, dentro e fora

da universidade.

2. Revisar planilhas internas de avaliação de projetos de exten-

são para equalização entre a pontuação de produção cientifica e

de projetos de extensão (Qualis da extensão).

3. Ampliar número de bolsas destinadas a extensionistas nas IFES.

4. Criar bolsas junto às agencias de fomento (CNPQ/Capes/Pibic,

entre outras), que contemplem os fazedores de cultura sem titu-

lação acadêmicas (mestres da cultura oral, artistas, etc).

5. Promover o mapeamento de experiências de educação não

formal, criar banco de dados, metodologias inovadoras e redes

nacionais de atividades de extensão em arte e cultura.

6. Criar formas de certificação colaborativa e multicertificações

que incluam os parceiros não formais.

7. Criar percursos de formação livre com origem fora das uni-

versidades, mas certificados por elas tendo em vista o reconheci-

mento e a valorização de outros saberes.

melHoria da iNfra-estrutura cultural das uNiversidades1. Fortalecer a infra-estrutura dos cursos de arte e cultura e seus equipamentos, com lançamento de editais específicos e divul-

gação dos já existentes.

2. Criação de centros multiculturais universitários com gestões participativas a partir de lançamento de edital do MINC/MEC/

Ministérios das Cidades, para construção/reforma dos equipamentos culturais existentes.

3. Abrir a infraestrutura instalada nas IFES (salas de aula, laboratórios, auditórios, etc.) para uso de atividades culturais e for-

mação em cultura da comunidade externa.

4. Abrir os campi aos sábados, domingos e feriados à comunidade interna e externa.

5. Abrir concursos para técnicos com habilitação para trabalhos na área da arte e da cultura, que possam preencher as lacunas

existentes, em número e especificidades.

Page 12: Revista univesidade cultura

16

Gestão cultural e as iNstituiçÕes de eNsiNo suPerior

Coordenação: Angela Maria Menezes de Andrade (SAI/MinC)

Gt2

ob

jeti

vo

O objetivo deste GT foi discutir princípios, estratégias,

metas e ações do Programa Nacional de Formação de

Gestores e Conselheiros de Cultura, como base para a

fundação de uma política nacional. As discussões foram

inspiradas em relatos dos resultados das parcerias cel-

Pr

oP

os

tas

1. Captação de membros do GT para atuarem nos módu-

los EAD (vídeo aula) no curso de gestão cultural da PB.

2. Socialização da metodologia aplicada no PADEC/RJ.

3. Fomentar junto as IES o uso de recursos do Fundo

Nacional de Cultura para a realização de cursos de ca-

pacitação na aera de gestão cultural.

4. Inserir no PNFGC o trabalho da UFF, cujo o enfoque

é a graduação e pós-graduação com conclusão em

2010. (Há uma confusão terminológica nos cursos do

setor o que dificulta)

5. O mapeamento no Brasil, a complementação das

pesquisas é interessante.

6. Considerar um processo de plano de certificação dos recur-

sos na área de formação em produção cultural, visto que há

a participação de recursos públicos envolvidos (este envolve a

reavaliação dos cursos em andamento).

7. Incentivo as publicações para facilitar o acesso as bibliografias.

8. Abrir espaço (físico ou virtual) para que a produção acadêmi-

ca seja depositada e possa contribuir em futuras pesquisas e

elaboração de projetos.

9. A discussão do GP deve focar na formação de uma ar-

quitetura preliminar para o sistema

10. É importante favorecer a relação inter-ministerial, MINC

e MEC.

ebradas pela Secretaria de Articulação Institucional/MINC e In-

stituições de Ensino, entre 2009 e 2012, para a oferta de cursos

de extensão e especialização em política e gestão cultural, como

também para a capacitação de consultores para a elaboração de

Planos Estaduais e Municipais de Cultura.

Page 13: Revista univesidade cultura

17

coNtribuiçÕessu

bGr

uPo

1: e

dit

ais

1. Regularidade no oferecimento dos editais;

2. Edital nacional e regional, para observar a

questão das particularidades e especificidades locais;

3. Edital - federal, estadual e municipal;

4. Seminários de avaliação após dois anos da reali-

zação do projeto;

5. Elaboração de indicadores, além da utilização

dos existentes, no que diz respeito ao acompanha-

mento e desdobramentos da formação dos gestores

e também sobre o produto do projeto em questão;

6. Seminários de avaliação após dois anos da reali-

zação do projeto;

7. Elaboração de indicadores, além da utilização dos existentes,

no que diz respeito ao acompanhamento e desdobramentos da

formação dos gestores e também sobre o produto do projeto em

questão;

8. Abertura das vias de acesso aos saberes da universidade. In-

corporação de vivências e práticas entre a universidade e os entes

externos;

9. Compartilhamento e sistematização das experiências envolvidas;

10. Elegibilidade - envolvendo pesquisas, cursos, publicações e re-

positórios;

11. Eixos - retirados da política do SNC;

12. Méritos - técnico e filosófico;

subG

ru

Po2:

Pla

tafo

rm

a d

e r

efer

ÊNci

a N

a fo

rm

ação

de

Ges

tor

es c

ult

ur

ais

1. o que é?

i. Plataforma para a promoção de intercâmbio

de experiências nacionais e internacionais de

formação e qualificação de gestores culturais,

organização de seminários e cursos para a con-

tínua atualização de professores, realização e

difusão de pesquisas e publicações sobre o uni-

verso das ações e de interesse do Programa;

ii. Ambiente de fomento, estudo e pesquisa vol-

tado para o desenvolvimento do Programa Na-

cional de Formação e Qualificação de Gestores

Culturais;

2. Para que? (objetivos)

i. Atualizar permanentemente os coordenadores

e professores sobre os conteúdos referentes às

políticas públicas de cultura com ênfase no SNC;

ii. Acompanhar e avaliar os resultados dos cur-

sos desenvolvidos com apoio do MINC;

iii. Criar e manter atualizada uma base de dados,

nacional e internacional, sobre oferta de cursos, es-

pecialistas e pesquisadores, pesquisas e publicações;

iv. Constituir e mediar uma Rede de Formação na

Organização da Cultura;

v. Assessorar o MINC sobre o chancelamento de cur-

sos propostos por instituições públicas e privadas;

vi. Apoiar o MINC na interlocução com CAPES,

CNPQ e Agências de fomento, no sentido de finan-

ciamento de pesquisas, desenvolvimento de cursos,

aumento do número de bolsas, ampliação de linhas

de pesquisas reconhecimento de valores e métricas

referentes a produção Cientifica, Tecnológica e Téc-

nica no campo da cultura.

vii. Apoia o desenvolvimento de programas de

intercâmbio, nacional e internacional, para profes-

sores, pesquisadores e gestores culturais.

3. Por que? (justificativa)

Page 14: Revista univesidade cultura

18

3. Por que? (justificativa)

i. Estimular a reflexão crítica con-

tínua e a difusão do conhecimento

gerado pelas ações do Programa;

ii. Criar uma instância permanente

de apoio e respaldo acadêmico às

ações do Programa, considerando as

perspectivas de sua ampliação e ex-

tensão e a correspondente responsa-

bilidade de assegurar um alto padrão

de qualidade;

iii. Engendrar a implementação

de uma política nacional para a for-

mação de gestores culturais, envol-

vendo desde o início uma rede de

especialistas, nacionais e internacio-

nais, na sua concepção, acompanha-

mento e avaliação.

4. como? (estrutura efuNcioNameNto)

i. Criar um grupo de trabalho para

apoio ao desenvolvimento do projeto

dedicando-se especialmente aos ar-

ranjos organizacionais, financiamen-

tos e mecanismos de articulação.

“A universidade deveria ser a grande gestora da cultura e da educação no Brasil. Nós tivemos hoje por exemplo esse seminário que esta uma maravilha, nos tivemos a oportunidade de acom-panhar o que o professor Anísio Teixeira sempre pensou na co-municação sob o ponto de vista da educação e da cultura para a população, informação para a população para que ela fizesse, na verdade, seu passo de introdução junto ao conhecimento, por-tanto a inclusão social ”(entrevistA com AnDré BArBosA, suPerintenDente DA eBc)

“A idéia é criar politicas públicas que articulem de forma mais consistente a universidade e a cultura. Nós sempre buscamos, quando se fala em uma universidade pública, uma universidade federal que tenha padrões de qualidade e é dessa forma que sua expansão tem sido feita. Agora podemos fazer muito mais, o que não podemos é pensar que a universidade vai substituir o poder público. Você tem uma Secretaria de Cultura, você tem um Governo do Estado, você tem uma prefeitura, você tem um Governo Federal. Agora, a universidade tem um papel impor-tante na formação de gestores, de quadros, de profissionais, na realização de pesquisas ”(entrevistA com PAulo sPeller, secretário Do sesu/mec)

Page 15: Revista univesidade cultura

19

PersPectivas Para a formação de ProfissioNais dos setores criativos

Coordenação e mediação: Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Luciana Guilherme, Suzete Nunes e Selma Santiago

Gt3

ob

jeti

vo

O Grupo de Trabalho teve como objetivo aprofundar o

debate acerca das fragilidades, potencialidades e opor-

tunidades de formação para profissionais dos setores

criativos, com enfoque nas temáticas do empreende-

dorismo, da gestão e da inovação, considerando-se o

momento econômico do país, as necessidades do merca-

do de trabalho contemporâneo e os novos perfis profis-

sionais demandados.

rel

ato

Foram debatidas propostas de conteúdos formativos, me-

todologias e tecnologias de ensino e aprendizagem, itin-

erários formativos, formação docente, prática discente

e extensão universitária, Pós-graduação e pesquisa. Os

participantes representaram diversas instituições, den-

tre professores, Pró-Reitores de extensão, estudantes,

representantes de escolas livres, e outros segmentos

que atuam para o desenvolvimento da economia criativa

brasileira, distribuídos em 03 sub-grupos, que realizar-

am debates sobre os temas de interesse, e de acordo com

as questões norteadoras.

relato dos debates

Perfis e comPetÊNcias Para ProfissioNais

dos setores criativos

questão Norteadora - Qual o perfil

e as competências do profissional contemporâneo

necessário para o desenvolvimento dos profission-

ais que atuam nos setores criativos brasileiro?

resPostas

Page 16: Revista univesidade cultura

20

resPostas:• Domínio das linguagens simbólicas;

• Competência estratégico-empreen-

dedora e gerencial;

• Atitude empreendedora, espírito in-

ovador e habilidades multidisciplinares;

• Visão do que significa o empreendedoris-

mo colaborativo e o competitivo;

• Conhecimento sobre a realidade regional

num contexto global;

Pr

oP

os

tas

- Convivência na diversidade e con-

strução de consensos.

- Gerencia ágil de projetos.

- Pensamento complexo e sistêmico.

- Capacidade de fazer gestão do con-

hecimento.

- Conhecimento sobre a interdiscipli-

naridade das políticas públicas.

- Conhecimento sobre aspectos ju-

rídicos e reguladores das atividades do

campo criativo.

- Capacidade de gestão para o desen-

volvimento social, cultural e humano.

- Capacidade conceitual - processo di-

alético do conhecimento.

- Competências cognitivas (técnicas).

- Competências sociais - respeito à

diversidade cultural, capacidade de se

relacionar com os diferentes.

- Capacidade para solucionar proble-

mas sociais e territoriais.

Perfil dos Professores questão Norteadora - Qual o perfil necessário para

o docente atuante na formação dos profissionais criativos brasilei-

ros, e o que fazer para criar e fortalecer um programa de bolsas de

produtividade voltadas para professores focados nas temáticas da

economia criativa? resPostas:• Domínio de conceitos associados à temática da economia criativa

e suas dinâmicas sociais, culturais e econômicas.

• Facilitador de aprendizagem, construtivista, sócio-interacionista,

biologista cultural (Maturana).

• Desenvolvimento de inteligência colaborativa.

• Desenvolvimento de processos de articulação com suas turmas,

formação de redes, grupos, etc.

ProPostas: Estratégias que favoreçam a criação de um programa de formação

necessária ao desenvolvimento contínuo de um corpo docente ca-

paz de responder às necessidades do campo criativo atual.

“A economia criativa é uma economia que não é nova, em-bora no mundo se tenha percebido o potencial dos bens sim-bólicos nos últimos vinte anos, não é? Por outro lado, a criação da Secretaria Nacional da Economia Criativa no Brasil é sim muito mais recente, uma visão mais institucionalizada de um potencial de um novo desenvolvimento que passa acontecer a partir do fomento, da formação, da pesquisa, dos marcos legais, pros setores que a gente chama de culturais, ou cria-tivos, ou simbólicos. No século XXI, falamos cada vez mais

• Aptidão a pensar programas, a pen-

sar da sua relação com o mundo;

• Articulação em redes, co-empreende-

dorismo, diversidade em diálogos,

através do desenvolvimento de habili-

dades de relacionamento em rede.

de conteúdos culturais, dos produtos, dos bens, dos serviços que tomam uma dimensão maior com a ciência e tecnolo-gia porque nós temos ai a possibilidade de dar cada vez mais acesso e protagonismo a populações, a comunidades, a redes, a coletivos a grupos sociais que tradicionalmente estariam

excluídos da produção cultural no mundo e no Brasil ”(entrevistA com cláuDiA leitão, secretáriA De econo-miA criAtivA Do minc)

Page 17: Revista univesidade cultura

21

diversidade Na uNiversidadeCoordenação: Antônia Rangel (SCDC/MinC) e Lia Calabre (FCRB)

Gt4

A Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Ex-

pressões Culturais, resultado do encontro realizado em 2005, coloca

a diversidade como um aspecto essencial dos preceitos humanitári-

os, um patrimônio comum, um direito humano fundamental para

qualquer democracia.

Olhar a vida sob diferentes pontos de vistas, modos de fazer, agir, con-

siderar a alteridade e reconhecer essa diversidade é também papel

das instituições públicas, sobretudo das universidades. A represen-

tação deve considerar esses aspectos: não só representar os interess-

es desses grupos, mas ter como representantes agentes desses grupos.

Em 2003, com a posse do presidente Luis Inácio Lula da Silva, ini-

ciou-se, no âmbito das políticas culturais, um processo de mudança

de agenda com o objetivo de romper com o modelo tradicional, de

governo anteriores, das leis de incentivo, ou o conhecido mecenato.

Essa mudança possibilitou a criação de distintas políticas públi-

cas e passaram a inserir grupos culturais diversos. Tivemos dois

movimentos: a inclusão de sujeitos até então não contemplados e a

crianção de novas instâncias institucionais de participação.

Essa mudança de paradigma permitiu, portanto, que um conjunto

de conceitos, isto é, os direitos culturais, a participação, a auto-

nomia e emponderamento, a democracia e a diversidade cultural,

entre outros, potencializassem a concepção das políticas culturais

que estavam sendo formuladas, entre elas, o Programa Cultura Viva

desenvolvido a partir de 2004 e tributário dessa inclusão de agentes

culturais, antes não reconhecidos.

No campo universitário, experienciaram-se ações de Pontões de

Cultura que, a partir de editais públicos, garantiram recursos para

as instituições de ensino superior realizarem ações de articulação

de grupos e expressões culturais existentes com objetivos de for-

mação, como o Pontão da Universidade Federal de Santa Catarina;

divulgação e produção multimídia como o Pontão da Escola de Co-

municação da Universidade Federal do Rio de Janeiro; de memória e

preservação do patrimônio como o Jongo/Caxambu, Pontão da Uni-

versidade Federal Fluminense.

Contudo, apesar de algumas instituições de ensino superior terem

incorporado ações do Cultura Viva, percebe-se uma baixa dis-

ponibilidade e/ou utilização de estrutura física e, principalmente,

do conhecimento agregado no ambiente universitário através de

projetos de extensão e pesquisa no campo da cultura. Por outro

lado, as universidades possuem um potencial criador e gestor de

iniciativas de reconhecimento da diversidade cultural e inclusão

de agentes até então não contemplados que podem e devem ser

melhor aproveitados pela comunidade universitária e pela socie-

dade civil como um todo.

Os Pontões de Cultura podem ampliar a capacidade das ações culturais

universitárias assim como fortalecer iniciativas como as dos Obser-

vatórios de Políticas Culturais, que tanto podem fiscalizar e/ou formu-

lar políticas públicas e auxiliar na construção de indicadores culturais

tendo em vista o mapeamento e a implementação de projetos de aces-

sibilidade para pessoas com deficiência, comunidades tradicionais etc.

Podem ainda criar ou ampliar espaços, nas universidades, para que

os diversos grupos culturais possam ser protagonistas das próprias

pesquisas acerca dos coletivos ampliando de maneira estratégica as

possibilidades de ações culturais no âmbito universitário.

Page 18: Revista univesidade cultura

22

ob

jeti

vo

s O Grupo de Trabalho 4 refletiu sobre os desafios e re-

sultados de experiências na parceria entre as políticas

públicas de cultura e as universidades no campo da

cidadania e da diversidade cultural. O foco foi a pro-

moção dos direitos culturais e da acessibilidade de povos

e comunidades tradicionais – tais como povos indíge-

nas, ciganos, quilombolas etc, e de outros segmentos da

sociedade com reduzido acesso ao universo acadêmico

e às próprias políticas de cultura, incluindo as pessoas

com deficiência e as que estão em sofrimento psíquico.

PriNcíPios que orieNtam as ProPostas desse Gt:

- As ações a serem desenvolvidas devem, obrigatoria-

mente, contar com a participação efetiva dos grupos de-

tentores dos saberes.

- Na escolha dos interlocutores e representantes dos

poderes públicos devem ser considerados os órgãos e

experiências já existentes.P

ro

Po

sta

s

1. Integrar a diversidade cultural como componente

curricular no ensino com a realização de concursos es-

pecíficos para professores das novas disciplinas.

2. Trazer para universidade outras pedagogias

3. Criação de novos laboratórios, pontões e centros de

cultura nas universidades, extensão universidades e os

como também a articulação e sujeitos-protagonistas

fortalecimento dos já existentes

4. Elaboração de uma cartografia Extensão/Pesquisa

colaborativa, com sistematização da universidades e os

produção dos mapeamentos já sujeitos-protagonistas ex-

istentes e a inclusão de novos das ações mapeamentos de

conhecimento dos sujeitos-protagonistas da diversidade cultural

5. Produção de material didático e pedagógico para a implemen-

tação das universidades e a lei *11.645/2008 (historia e cultura afro

brasileira indígena).

6. Implementar mapeamento e garantir visibilidade aos materiais

publicados sobre Ensino/Pesquisa/Extensão bem com.

7.Implementação de projetos de publicações e reedições.

8. Projetos de produção de material didático sobre a diversidade

cultural nas universidades produzidos pelos próprios protagonistas.

9. Sistematização e incorporação de metodologias descoloniza-

doras para extensão em universidades e cursos de formação de

professores sujeitos-protagonistas visando a incorporação de di-

versas das ações e formas de produção e trocas\diálogos de

conhecimentos.

10. Repensar e reavaliar currículos e investigar as deficiên-

cias que ainda persistem na estrutura do ensino superior

através de uma política de fomento de linhas de pesquisa e

projetos na área da diversidade.

11. Mapeamento dos atores\autoras e das e ações que atuam

na universidade no campo da diversidade cultural (para um

diálogo com o MEC).

12. Diálogo entre CAPES, CNPq, MinC e MEC para o forta-

lecimento, valorização e reconhecimento das práticas exten-

sionistas.

13. Criação de nova legislação visando a construção de univer-

sidades indígenas, de matrizes africanas e outras demandas da

diversidade, assim como cursos específicos dentro das universi-

dades existentes.

14. Formação de um grupo de trabalho para a elaboração de uma

proposta de portaria ao MEC visando a criação de cargos especí-

ficos para a promoção da diversidade (cargos para diplomados e

cargos para detentores de saberes tradicionais, reconhecendo seu

notório saber).

15. Garantir remuneração equivalente a uma bolsa de douto-

rado para os mestres das culturas tradicionais inseridos na uni-

versidade.

Page 19: Revista univesidade cultura

23

“O encontro tem esse desafio de como introduzir o tema da diversidade cultural nas práticas educacionais da maio-ria das universidades, mas a gente também tem trabalhado a questão do ensino fundamental, ensino básico, ensino médio, para que esses valores que trazem a diversidade cul-tural de fato sejam apreendidos pela sociedade brasileira. É um desafio muito grande, porque nós trabalhamos sempre com uma outra lógica de educação que é uma logica que não privilegia essa nossa riqueza, essa nossa diversidade cultural. Então, mudar a cultura da educação, a cultura do educar, na verdade, nós estamos falando de coisas que ex-istem e precisam ser praticadas, inclusive conjugar o verbo Paulo Freirear que sempre pensou nessa outra escola, que trabalhasse essa pluralidade. Outra questão importante é

16. Elaborar um sistema para financiar as redes de

pesquisa e ensino multidisciplinar no campo da diver-

sidade cultural (através de uma política de financia-

mento ampliado e disponibilização de bolsas).

17. Criação de um programa de fomento de projetos

interinstitucionais, extensão, interdisciplinares e in-

ter-culturais que contemplem ações associadas entre

instituições acadêmicas e outras organizações socio-

culturais.

18. Realização de um seminário para a elaboração de

uma carta de princípios e estabelecimento de um grupo

de trabalho inter-cultural para a visibilização de práti-

cas pedagógicas bem sucedidas no campo da diversi-

dade cultural.

19. Garantir a acessibilidade de todo material produz-

ido no campo da diversidade cultural (transcrição em

libras, audiodescrição, etc.)

20. Cursos de especialização que incluam no corpo do-

cente os sujeitos-protagonistas da diversidade cultural.

21. Estudo do impacto das ações realizadas no âmbito

da diversidade cultural, de maneira a subsidiar o aper-

feiçoamento de ações e políticas.

22. Inclusão dos mestres na área de ensino obrig-

atório de música.

23. Mapear locais não contemplados com projetos de

inclusão social e de diversidade cultural e promover

uma expansão dessas políticas/projetos.

24. Fomentar projetos de educação de patrimônio mate-

rial e imaterial (em todos os seus aspectos).

25. Qualificar a implementação das normas sobre ar-

queologia vigentes, visando a extensão do conhecimento

da diversidade arqueológica do país.

26. Envio das resoluções das Conferencias de Cultura

para o MEC e para as universidades para publicização

das mesmas.

27. Instituição do programa Ação Griô no MEC junto à

rede e comissão nacional dos griôs, mestres, sábios da

tradição oral do Brasil.

28. Apresentação, visibilização e fomento da pedagogia

griô, como referência pedagógica entre a tradição oral e

o ensino formal.

29. Levantamento de todas as propostas que tramitam

no Congresso a respeito da diversidade, avaliação das

mesmas e articulação política para sua aprovação.

30. Lei nº 11.645/2008/MEC: Estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional, para incluir no curriculo

oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática

História e Cultura Afro-brasileira e indígena.

31. Integrar diversidade cultural como componente da

grade curricular de ensino

32. Garantir fomento aos mestres das culturas tradicio-

nais orais;

que o desenvolvimento desses valores, dessa nossa diver-sidade, vai permitir que a gente desenvolva outro aspecto do crescimento do país que é a riqueza cultural. Hoje temos no país o slogan: “país sem pobreza”, mas um país rico é também um país com riqueza cultural. Esse valor intangível talvez seja muito maior, muito melhor que o valor econômico. Acredita que se a gente cuidar e colocar isso dentro da educação, esses outros valores, que são valores ancestrais, que são valores que a gente tem, que a gente nunca revelou, nunca colocou em prática, poder-

emos transformar a sociedade”(entrevistA com Américo corDulA, 2013, Diretor De PolíticAs culturAis minc)

Page 20: Revista univesidade cultura

24

estratéGias traNsversais de comuNicação e cultura

Coordenação: Alcione Silva, Karina Gama e Paulo Lara (SPC/MinC)

Gt5

Partindo do pressuposto de que a educação e comunicação são dimen-

sões da cultura que se alicerçam em processos dialógicos, o Grupo de

Trabalho provocou uma reflexão acerca dos meios de comunicação

universitários e seus novos usos, de modo a produzir possibilidades do

exercício do direito à comunicação e à liberdade da expressão cultural.

Durante o debate foram levantadas questões sobre a infraestrutura

das tv’s e a relação com a comunidade. A gerência na condução da

programação foi apontado como entrave para o melhor desenvolvi-

mento do meio. A ausência de recursos financeiros para investimento

em tecnologia e avanços na programação também apareceu como fator

de inibição do desenvolvimento das tv’s. Foram feitas algumas críti-

cas à legislação do audiovisual, especialmente nas ações de fomento à

produção das tv’s universitárias e comunitárias.

Identificou-se também as dificuldades enfrentadas pela rádios uni-

versitárias, a necessidade de reformular a programação musical,

para que outros estilos musicais, normalmente apartados da grande

mídia possam ser contemplados na programação. Foi debatido tam-

bém os entraves para promover uma expansão nas editoras uni-

versitárias, com a análise de que é necessário mais diálogo entre os

ministérios para que um método de gestão e fiscalização dos recur-

sos disponíveis para pesquisa seja desenvolvido. Destacou-se ainda

o papel das editoras universitárias no mercado editorial regional, a

exemplo da região Nordeste, onde essas unidades suprem a carência

de produção editorial local.

O documento gerado apresenta a discussão sobre o modelo mais efi-

ciente para o repasse de recursos às atividades de extensão e pesquisa

da universidade. O modelo deve ser adequado aos objetivos do progra-

ma de integração entre Cultura, Comunicação e Educação e seguir as

diretrizes legais. Foi sugerida uma aproximação entre o MINC, o MEC e

o CNPq para viabilizar esse processo. Algumas sugestões foram elen-

cadas sobre esse tema como a criação de fundações ou a publicação

de um edital pelo MINC que contemple recursos para as estruturas de

comunicação das universidades mediante pré-requisitos formais como

a criação de um conselho curador dessas unidades.

Page 21: Revista univesidade cultura

25

Pr

oP

os

tas

coNsideraNdo:Que as TVs, rádios, editoras e outras mídias univer-

sitárias devem cumprir sua função pública e colabo-

rar para o exercício do direito à comunicação, infor-

mação e cultura;

A necessidade do fortalecimento do campo público da

comunicação como alternativa à hegemonia estética

e narrativa da mídia privada verticalizada;

A urgência do reconhecimento do direito de ex-

pressão da diversidade cultural dos segmentos cul-

turais e das regionalidades brasileiras;

As dificuldades presentes na Universidade na desti-

nação de verba específica e perene para o desenvolvi-

mento das atividades de comunicação, informação e

cultura;

A necessidade de adequação administrativo finan-

ceira da gestão pública com vistas ao funcionamento

satisfatório das rádios, tv’s, editoras e outras mídias

universitárias;

E que o desenho institucional das TVs, rádios, edito-

ras e outras mídias universitárias é bastante diversi-

ficado no âmbito das universidades brasileiras;

ProPomos e recomeNdamos a imple-

mentação de uma política específica para esse setor

visando o desenvolvimento e fortalecimento cultural

nos meios de comunicação e informação universi-

tários operada por meio de editais anuais que con-

templem as seguintes necessidades:

Editais deverão ser anuais com o compromisso de

operarem até 2020. Terão validade de dois anos com

possibilidade de renovação e seguirão as diretrizes

pactuadas abaixo:

a) Terão como público-alvo as universidades federais,

estaduais e municipais.

b) Exijam do proponente a apresentação dos seguintes

pré-requisitos:

– oferecer mecanismos de gestão compartilhada

por meio de conselhos específicos das rádios, tv’s e

editoras universitárias (curador, deliberativo, gestão,

editorial), composto por representantes docentes,

discentes, técnicos administrativos, usuários e

representantes da comunidade externa;

Observem os seguintes eixos para utilização dos

recursos:

1) Produção:

a) Produção de conteúdo pela comunidade externa;

b) Produção de conteúdo pela comunidade univer-

sitária;

c) Pesquisa, desenvolvimento e inovação;

2)iNvestimeNto em iNfra-es-trutura e recursos HumaNos:

a) compra e manutenção de equipamentos e mate-

rial de consumo;

b) formação e atualização;

c) reforma, adequação e construção de espaço físico;

d) concessão de bolsas e contratação de serviços;

3) circulação

a) Passagens e diárias;

b) Festivais, eventos e mostras

c) Prêmios, concursos e editais;

d) Os gastos com o item 2 não poderá ultrapassar

50% do valor dos recursos garantidos pelo edital;

e) A 2ª parcela do recurso, a ser repassada no se-

gundo ano, está condicionada à realização de um

fórum da universidade para a definição de uma

política integrada de comunicação, informação e

cultura, reunindo os diversos atores da comuni-

dade interna e externa à universidade.

As propostas de recursos do edital compreendem

os seguintes valores:

Até R$ 200 mil;

Até R$ 500 mil; e

Até R$ 1 milhão.

Page 22: Revista univesidade cultura

26

estratéGias traNsversais de comuNicação e cultura

Coordenação: Carla Dozzi, Elaine Ruas, Verena Santiago e Roberto Santos (SPC/MinC)

Gt6

O Grupo de Trabalho 6 abordou a fruição e difusão da cultura produzida pelas universidades

a partir de dois pilares: a) da circulação da produção artística e cultural e b) dos equipamentos

físicos culturais. O Objetivo foi diagnosticar a situação dos estabelecimentos de ensino, realizar

escuta de suas demandas com vistas à elaboração de uma política que: I) possibilite o melhor

aproveitamento, a requalificação e redimensionamento dos equipamentos culturais das institu-

ições de ensino superior (tais como museus, salas de exibição, teatros entre outros), por meio de

melhorias infra estruturais, reformas, modernização de seus espaços e equipamentos e inves-

timento em recursos humanos e de gestão e; II) apóie eventos, grupos, redes, ações e circuitos

culturais nas universidades para fortalecer as iniciativas em curso, se estimular o desenvolvi-

mento de ações espontâneas da comunidade acadêmica e gerar condições para a institucion-

alização de agentes, atividades, redes, circuitos e calendários culturais que demandem por um

maior grau de enraizamento e perenidade.

1. Proporcionar incentivos para que artistas, agentes culturais, gestores,

produtores, técnicos e especialistas possam atuar diretamente na for-

mação acadêmica dos estudantes;

2. Criar um Programa Institucional de Bolsas para iniciação e aper-

feiçoamento artístico/cultural (uma espécie de PIBIC da cultura) que at-

enda a comunidade acadêmica e não acadêmica;

3. Garantir programa que incentive a integração entre projetos culturais

em âmbito universitário e comunitário (procult);

4. Criar prêmios de reconhecimento das produções artísticas e culturais

Pr

oP

os

tas

Page 23: Revista univesidade cultura

27

universitárias e comunitárias;

5. Incentivar residências artísticas e culturais de estudantes nas co-

munidades e das comunidades nas universidades;

6. Definir linhas de incentivo para circulação e acesso a produção

cultural universitária em equipamentos e espaços culturais já ex-

istentes, assim como incentivar a formação de redes, circuitos, festivais

universitários;

7. Incentivar a circulação da produção artística não universitária no

âmbito universitário;

8. Incentivar criação de fóruns regionais, estaduais, e nacionais que

potencializem a interação entre as produções culturais e artísticas das

universidades, ampliem as possibilidades de intercâmbios e o apro-

fundamento das propostas políticas voltadas para cultura e educação,

a partir das realidades locais;

9. Fortalecer a pauta da cultura e educação nas instâncias políticas já

instituídas (conselho de políticas culturais, conselho nacional de edu-

cação, conferências de cultura e conferências de educação);

10. Garantir instrumentos que amparem legalmente a implemen-

tação da política de cultura e universidade (efetivar a portaria 70 de

junho 2010);

11. Mapear e diagnosticar qualitativamente e quantitativamente equi-

pamentos culturais da universidade e do seu território, promovendo o

reconhecimento de novas formas de espaços culturais;

12. Garantir periodicidade e padronização dos procedimentos de ma-

nutenção, bem como a qualificação de recursos humanos para cada

momento da cadeia de construção, manutenção, circulação e gestão

dos equipamentos;

13. Criar mecanismos de gestão compartilhada de equipamentos e

grupos artísticos culturais entre as universidades e a comunidade;

14. Definir alocação de recursos do Ministério da Cultura para con-

strução, reforma, manutenção e gestão dos equipamentos culturais

condicionados a assessoria técnica especializada assim como dotá-los

de recursos materiais (Proinfra da Cultura);

15. Garantir vagas para servidores efetivos com formação técnica

para cada momento da cadeia de construção, manutenção e gestão

dos equipamentos e grupos culturais das universidades (liberação do

código pelo MEC);

16. Criação de um fundo especifico voltado para financiamento e de-

senvolvimentos de programas e projetos culturais nas universidades;

- Promover a interacao entre agentes culturais, universidade e comunidade.

- Projetos de incentivo (bolsa/progra-mas) de iniciação e aperfeiçoamento artístico/cultural para atender a comu-nidade acadêmica e não acadêmica, as-sim como o incentivo à integração entre universidade e comunidade.

- Mapear e diagnosticar qualitativamente e quantitativamente equipamentos cul-turais nas universidades e territórios.

*PortAriA nº 70, De 30 De junho De 2010 – Cria o Programa Cultura e Universidade, com o objetivo de fomentar ações e con-solidar políticas culturais no âmbito das instituições de ensino superior brasileiras.

Page 24: Revista univesidade cultura

28

direitos autorais e recursos educacioNais abertos

Coordenação: Francimária Bergamo e Oséias Alves (DDI/MinC)

Gt7

ob

jeti

vo

s

O impacto da atual Lei de Direito Autoral sobre as

atividades universitárias, seus aspectos positivos e

negativos em relação as atividades de ensino, pes-

quisa e extensão, os desafios para circulação de

conhecimento no âmbito escolar e a discussão de

como uma mudança do texto da lei pode propiciar o

maior acesso do corpo docente e discente à produção

acadêmica e de como a produção colaborativa e in-

tersetorial pode ser facilitada fora os objetivos de

debate do grupo de trabalho 7.

A partir de uma reflexão sobre o papel das limitações e exceções

aos direitos autorais no campo acadêmico, o grupo abordou o im-

pacto dos chamados “Recursos Educacionais Abertos” no incen-

tivo à criação e à circulação de conhecimento, e as consequências

da adoção dessa abordagem no relacionamento do conhecimento

produzido na universidade com a sua divulgação pelos métodos

tradicionais do mercado, tais como as editoras universitárias e as

editoras comerciais.

Pr

oP

os

tas 1. Estimular que as universidades insiram a temática dos direitos culturais

e direitos autorais nas instâncias de ensino, pesquisa e extensão;

2. Fomentar uma mudança na cultura da produção de conteúdo no âmbito

acadêmico, com vistas à produção colaborativa e sua divulgação aberta;

3. Criar repositórios institucionais e estimular a interligação entre eles com

licenças institucionais abertas;

4. Valorizar, na avaliação docente, sua produção no campo dos REA;

5. Fomentar a produção coletiva e circulação de REA;

Page 25: Revista univesidade cultura

29