36

Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Que venha 2012

Citation preview

Page 1: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

capa_79:Layout 1 5/12/2011 09:14 Page 33

Page 2: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Sexo e Saúde

Associação Imagem ComunitáriaBelo Horizonte (MG)

www.aic.org.br

Universidade Popular – Belém (PA)www.unipop.org.br

Rede Sou de Atitude MaranhãoSão Luís (MA)

www.soudeatitude.org.br

Avalanche Missões Urbanas UndergroundVitória (ES)

www.avalanchemissoes.org

Casa da Juventude Pe. Burnier – Goiânia (GO)www.casadajuventude.org.br

Centro de Refererência Integralde Adolescentes – Salvador (BA)

blogdocria.blogspot.com

Cipó Comunicação InterativaSalvador (BA)

www.cipo.org.br

Jornal O Cidadão – Rio de Janeiro (RJ)ocidadaonline.blogspot.com

Movimento de Intercâmbiode Adolescentes de Lavras – Lavras (MG)

Grupo Conectados de ComunicaçãoAlternativa GCCA - Fortaleza (CE)www.taconectados.blogspot.com

Instituto de Estudos SocioeconômicosBrasília (DF)

www.inesc.org.br

Ciranda – Curitiba (PR) Central de Notícias dos Direitos

da Infância e Adolescência www.ciranda.org.br

Catavento Comunicação e Educação Fortaleza (CE)

www.catavento.org.br Agência Fotec – Natal (RN)

Projeto Juventude, Educaçãoe Comunicação Alternativa

Maceió (AL)

União da Juventude Socialista – Rio Branco (AC)ujsacre.blogspot.com

Grupo Cultural EntrefaceBelo Horizonte (MG)

gcentreface.blogspot.com

Grupo Makunaima Protagonismo Juvenil (RR)

grupomakunaimarr.blogspot.com

Taba - Campinas (SP)www.espacotaba.org.br

Veja quem faz a Vira

pelo Brasil

Apôitcha - Lucena (PB)www.apoitcha.org

Gira Solidário Campo Grande (MS)

www.girasolidario.org.br

Lunos - Boituva (SP)www.lunos.com.br

2a capa_apoios_79:Layout 1 30/11/2011 08:19 Page 33

Page 3: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Apoio Institucional

Revista Viração • Ano 9 • Edição 79 03

Copie sem moderação! Você pode:

• Copiar e distribuir• Criar obras derivadas

Basta dar o crédito para a Vira!

Conteúdo

“Este ano foi intenso para os jovens engajados nas questões

da Juventude e Comunicação e este mês, em Brasília, promete

ainda mais com a 2ª Conferência Nacional da Juventude, evento

para o qual milhares de jovens de todo o país se prepararam durante todo o

ano. Na próxima edição da Vira, publicaremos uma reportagem especial com

um balanço do processo das conferências que rolaram antes da Nacional,

além da cobertura jovem que vai rolar durante o evento na capital do país.

E como já estamos com um pé em 2012, a nossa reportagem de capa

desta edição faz um balanço da agenda da juventude em 2011, além de

apresentar os aspectos mais importantes da agenda do ano que vem,

que promete!

Você confere ainda nesta edição uma entrevista feita pelos

jovens de São Paulo com a cineasta Laís Bodanzky, diretora

do filme As Melhores Coisas do Mundo, além de

reportagem sobre a importância ao incentivo à

leitura, promovido, muitas vezes, por meio

de editais públicos. Boa leitura!

AViração é um uma organização nãogovernamental (ONG), de educomunicação,

sem fins lucrativos, criada em março de 2003.Recebe apoio institucional do Fundo das NaçõesUnidas para a Infância (UNICEF), da Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), do Núcleo deComunicação e Educação da Universidade deSão Paulo e da Agência de Notícias dos Direitosda Infância (ANDI). Além de produzir a revista,oferece cursos e oficinas de capacitação emcomunicação popular feita para jovens, porjovens e com jovens em escolas, grupos e comunidades em todo o Brasil.

Para a produção da revista impressa e eletrônica (www.viracao.org),contamos coma participação dos conselhos editoriais jovensde 22 Estados, que reúnem representantes deescolas públicas e particulares, projetos emovimentos sociais. Entre os prêmiosconquistados nesses oito anos, estão PrêmioDon Mario Pasini Comunicatore, em Roma(Itália), o Prêmio Cidadania Mundial, concedidopela Comunidade Bahá'í. E mais: no ranking daAndi, a Viração é a primeira entre as revistasvoltadas para jovens. Participe você tambémdesse projeto. Veja, ao lado, nossos contatosnos Estados.

Paulo Pereira de lima Diretor Executivo da Viração – MTB 27.300

Conheça os Virajovens em 22 Estadosbrasileiros e no distrito FederalBelém (PA) - [email protected]

Belo Horizonte (MG) - [email protected]

Boa Vista (RR) - [email protected]

Brasília (DF) - [email protected]

Campinas (SP) - [email protected]

Campo Grande (MS) - [email protected]

Curitiba (PR) - [email protected]

Fortaleza (CE) - [email protected]

Goiânia (GO) - [email protected]

João Pessoa (PB) - [email protected]

Lavras (MG) - [email protected]

Lima Duarte (MG) - [email protected]

Maceió (AL) - [email protected]

Manaus (AM) - [email protected]

Natal (RN) - [email protected]

Porto Velho (RO) - [email protected]

Recife (PE) - [email protected]

Rio Branco (AC) - [email protected]

Rio de Janeiro (RJ) - [email protected]

Sabará (MG) - [email protected]

Salvador (BA) - [email protected]

S. Gabriel da Cachoeira - [email protected]

São Luís (MA) - [email protected]

São Paulo (SP) - [email protected]

Serra do Navio (AP) - [email protected]

Teresina (PI) - [email protected]

Vitória (ES) – [email protected]

Quem somos

Rua Augusta, 1239 - conj. 11 - Consolação01305-100 - São Paulo - SPTel./Fax: (11) 3237-4091 / 3567-8687

HoRáRio dE atEndimEnto

Das 9h às 13h e das 14h às 18h

E-mail da REdação E assinatuRa

[email protected]@viracao.org

at endiment o ao l eit o r

Com 12 edições anuais, a Revista

Viração é publicada mensalmente em

São Paulo (SP) pela ONG Viração

Educomunicação, filiada ao Sindicato

das Empresas Proprietárias de Jornais

e Revistas de São Paulo (Sindjore).

Um pé em 2012

Associazione Jangada

editorial_79:Layout 1 1/12/2011 15:00 Page 3

Page 4: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

12

Sempre na ViraManda Vê . . . . . . . . . . . . . 06De Olho no Eca. . . . . . . . . 08Imagens que Viram. . . . . . 10No Escurinho . . . . . . . . . . 30Que Figura . . . . . . . . . . . . 31Sexo e Saúde . . . . . . . . . . 32Rango da Terrinha . . . . . . 33Parada Social . . . . . . . . . . 34Rap Dez . . . . . . . . . . . . . . 35

Preço da assinatura anualAssinatura Nova R$ 58,00Renovação R$ 48,00De colaboração R$ 70,00Exterior US$ 75,00

RG VÁLIDO EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL

Intolerância religiosaEstudantes seguidores da fé bahá'í são impedidos defrequentar a universidade no Irã por serem adeptos deuma religião diferente da oficial

26 Direito de ser adolescenteEm Brasília (DF), adolescentes de todo o país discutem

questões da juventude em evento promovido pelo UNICEF

24 Vulnerabilidade socialConheça a região de Engenheiro Marsilac, na capital

paulista, onde jovens vivem em situação de exclusão

social, conforme indicativos de pesquisa

8 TV ExperimentalEm meio a latas e pneus, TV online é feita feita por

crianças e adolescentes de Salvador (BA) que usam e

abusam da criatividade

20

14 Cinema e JuventudeLaís Bodanzky, diretora de As Melhores Coisas do Mundo,conversa com os jovens da Vira sobre o filme, que retratacom fidelidade o universo juvenil, segundo a crítica

28 Violação de direitosMeia-entrada está ameaçada por conta de exigênciasda Fifa, que pressiona o governo brasileiro para abrirmão do direito

16 Passe LivreMovimentos sociais questionam a existência de tarifas para

o transporte público em diversas cidades brasileiras, e lutam

pela gratuidade do serviço

18 Incentivo à leituraSaiba como editais públicos promovem o acesso ao

conhecimento por meio da distribuição de periódicos

para Pontos de Cultura de todo o país

Revista Viração - ISSN 2236-6806

Conselho EditorialEugênio Bucci, Ismar de Oliveira, Izabel Leão,Immaculada Lopez, João Pedro Baresi, Mara

Luquet e Valdênia Paulino

Conselho FiscalEveraldo Oliveira, Renata Rosa e Rodrigo Bandeira

Conselho PedagógicoAlexsandro Santos, Aparecida Jurado,Isabel Santos, Leandro Nonato e Vera Lion

Presidente

Juliana Rocha Barroso

Vice-Presidente

Cristina Paloschi Uchôa

Primeiro-Secretário

Eduardo Peterle Nascimento

Direção ExecutivaPaulo Lima e Lilian Romão

EquipeAdrielly dos Santos, Ana Paula Marques,Bruno Ferreira, Elisangela Nunes, Eric Silva,Evelyn Araripe, Gisella Hiche, Karina Lakerbai,Gutierrez de Jesus Silva, Ionara Silva, ManuelaRibeiro, Mariana Rosário, Novaes,Sonia Regina e Vânia Correia

Administração/Assinaturas

Douglas Ramos e Norma Cinara Padilha

Mobilizadores da ViraAcre (Leonardo Nora), Alagoas (Jhonathan Pino),Amapá (Camilo de Almeida Mota), Amazonas(Cláudia Ferraz e Délio Alves), Bahia (EvertonNova), Ceará (Amanda Nogueira e Rones Maciel),Distrito Federal (Danuse Queiroz e Pedro Couto),Espírito Santo (Jéssica Delcarro e Leandra Barros),

Goiás (Érika Pereira e Sheila Manço),Maranhão (Sidnei Costa), Mato Grosso doSul (Fernanda Pereira), Minas Gerais (EmíliaMerlini, Reynaldo Gosmão, Silmara Aparecidados Santos e Pablo Abranches), Pará (AlexPamplona), Paraíba (Niedja Ribeiro), Paraná(Juliana Cordeiro e Vinícius Gallon),Pernambuco (Maria Camila Florêncio),

Piauí (Anderson Ramos da Luz), Rio de

Janeiro (Gizele Martins), Rio Grande doNorte (Alessandro Muniz), Rondônia(Luciano Henrique da Costa), Roraima(Graciele Oliveira dos Santos) e São Paulo(Gutierrez de Jesus Silva e Tamires Ribeiro).

ColaboradoresAntônio Martins, Heloísa Sato, Lentini,

Márcio Baraldi, Natália Forcat e Sérgio Rizzo .

Projeto GráficoAna Paula Marques e Cristina Sayuri

Jornalista ResponsávelPaulo Pereira Lima – MTb 27.300

Divulgação

Equipe Viração

E-mail Redação e [email protected]@viracao.org

Planos para o anoEm uma retrospectiva do ano de 2011, relembre as conquistas

nas áreas de Juventude e Comunicação, e programe-se para os

acontecimentos políticos e sociais de 2012

mapa_da_mina_79:Layout 1 1/12/2011 15:05 Page 4

Page 5: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

A Vira pela igualdade. Diga lá. Todas e todos Mudança, Atitude e Ousadia jovem.

Diga lá

Mande seus comentários sobre a Vira, dizendo o queachou de nossas reportagens e seções. Suassugestões são bem-vindas! Escreva para Rua Augusta,1239 - Conj. 11 - Consolação - 0135-100 - São Paulo(SP) ou para o e-mail: [email protected] -Aguardamos sua colaboração!

Ponto G

E-mail

Sou jornalista, jovem eacompanho a revista Viração. Gosto

dos temas abordados pela revista, achointeressante e prestativo para o público-alvo. Moro em Porto Alegre e vi que a

revista não tem representante aqui no RioGrande do Sul. Gostaria de saber se possocontribuir com matérias, se há interesse

por parte de vocês. Abraço!

Raul Pujol

Agora você pode acessar, de graça, asedições anteriores da revista na internet:www.issuu.com/viracao

Parceiros de Conteúdo

Para garantir a igualdade entre os gêneros na linguagem da Vira, ondese lê “o jovem” ou “os jovens”, leia-se também “a jovem” ou “as jovens”,assim como outros substantivos com variação de masculino e feminino.

Siga a Vira noTwitter: @viracao.E também confira apágina e o perfil da

Viração Educomunicaçãono Facebok.

E-mail

Olá, sou de Sergipe e sei que oEstado não possui um núcleo

virajovem. Gostaria de saber comocriar um já que trabalhamos comEducomunicação na escola. Grato!

Wil Marques

Fale com a gente!

Via Facebook

Olá, como devo proceder parasolicitar exemplares de edições

anteriores deste ano? Sou aluno dejornalismo da Universidade Federal doCeará e a revista viração se encaixa

bastante com o tema do meuTrabalho de Conclusão de Curso.

Roger Quentin Pires

Perdeu alguma ediçãoda Vira? Não esquenta!

Raul e Wil, que bacanasaber que vocês têm interesse em

colaborar conosco! De fato, não temosconselho no Rio Grande do Sul e sará uma

honra ter colaboradores no Estado. EmSergipe, temos um conselho em formação

na cidade de Lagarto, mas quanto maisjovens produzindo melhor! Entraremos

em contato para articular aformação dos conselhos!

Oi, Roger! Faça asolicitação pelo nosso email:[email protected]. Assim,

encaminhamos para o departamentoresponsável! Agradecemos o seuinteresse em utilizar a Viraçãocomo objeto de estudo. Um

abraço!

diga_la_79:Layout 1 1/12/2011 13:11 Page 5

Page 6: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Manda Vê

*Integrantes de Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados do País eno Distrito Federal ([email protected] e [email protected])

06 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

A cultura dos EstadosUnidos é mais valorizadapelo jovem brasileiro do

que a nacional?

José Brendel Oliveirade Sousa, 17 anos,

Campina Grande (PB)

“Os jovens de hoje gostam mais da culturaamericana, e acabam desvalorizando

a cultura de sua origem, principalmente a juventude, pois prefere os estilos

americanos de roupas de marcas, de bandasinternacionais, alimentação, entre outrascoisas. Em geral, a sociedade brasileira

valoriza mais a cultura americanapelo seu reconhecimento

mundial.”

Gislayne Caxias dosSantos, 16 anos, São Gabriel

da Cachoeira (AM)

“A cultura americana é mais valorizadapelo jovem, pois ela o influencia muito

quanto ao estilo de música e modo de sevestir. Mas nem por isso os jovensdesvalorizam a cultura brasileira. E

sabemos que o nosso Brasil é rico emdiversidade e temos váriasculturas, temos pessoas de

vários lugares aqui.”

Cláudia Ferraz, do Virajovem São Gabriel da Cachoeira (AM)*; Tamires Ribeiro, do Virajovem São Paulo (SP)*; e Mariana Rosário, da Redação

A cultura dos Estados Unidos influencia o pensamento,hábitos de consumo e gosto das pessoas em diversos lugares.Exercendo o seu poder de principal economia do planeta,especialmente, no âmbito cultural, suas produçõescinematográficas e artistas são conhecidos mundialmente. NoBrasil, a maior parte dos filmes em cartaz são estadunidenses,assim como os seus best-sellers são muito bem aceitos econsumidos no Brasil.

As produções do país norteamericano são tidas comoreferência de qualidade. A internet intensificou essa influência,divulgando mais ainda a produção estadunidense, e trazendoainda novas referências, como as próprias redes sociais, como oFacebook, utilizada vastamente no Brasil. Quase 70% de usuáriosda rede social são brasileiros.

Nesse contexto, os virajovens de São Gabriel da Cachoeira(AM) e São Paulo (SP) perguntaram aos jovens:

manda_ve_79:Layout 1 1/12/2011 10:01 Page 6

Page 7: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Jonildo Alves de Lima,15 anos, São Gabriel da

Cachoeira (AM)

“Ela não é só valorizada pelo jovem.Tudo começa pelas as emissoras de

TV tipo a Multishow, MTV e assim pordiante. E sabemos que a mídia tem

uma grande influência sobreisso.”

A presença de palavras ou expressões eminglês já foram incorporadas pelo nossovocabulário. Os termos “internet”,

“bullying”, “download” e “mouse”, porexemplo, são usados no Brasil exatamente

como nos Estados Unidos, tão automaticamenteque não nos damos conta que se trata de um idiomaestrangeiro. É comum ver nas ruas pequenas lojas oumarcas que preferem usar o inglês. Para algumas pessoas, o uso dessa língua significa status, mas há ainda bandas e escritores que usam o inglês para se aproximar mais dojovem que curtem bandas e artistas dos Estados Unidos.

FazParte

Laís Almeida, 22anos, São Paulo (SP)

“Os jovens gostam mais da músicaestrangeira do que da nossa própria.Temos também, a questão da línguaser conhecida mundialmente, o quefacilita mais ainda o contato com

o país, e assim, com acultura.”

Jacqueline Moniz, 24anos, São Paulo (SP)

“A cultura dos Estados Unidosinfluencia grande parte dos países, masacredito que o jovem brasileiro valoriza

bastante a cultura norteamericana, já quea tecnologia faz essa conexão. Aindatemos parte da nossa cultura salva,mas a tendência é que ela passe por

um processo de transição,influenciada por outras

culturas.”

Mydsan Silva, 20 anos,São Paulo (SP)

“Jovens artistas estadunidenses fazemsucesso pelo mundo afora e influenciam

a maneira de viver e tornam-sevangloriados. Há também o idioma inglês

e o intercâmbio que proporcionanovos horizontes

e a formação em instituiçõesconceituadas.”

A cultura dos Estados Unidos está muito presenteno nosso dia a dia, mas nem sempre o nosso paísesteve aberto para essa influência. Na época emque o regime militar estava em vigor, o

nacionalismo e a valorização do produto nacionaleram amplamente divulgados e apoiados. A abertura

para novas políticas e culturas poderia atrapalhar ocontrole social da ditadura e o nacionalismo, dando ênfaseà valorização das questões do país, disfarçou a intençãodos militares.

Não é de hoje

Anderson Rodrigues, 23 anos, São Paulo (SP)

“Sim. Se o jovem não estiverenvolvido na cultura local do seu

estado ou região, ele dá mais valor àcultura de fora. Por exemplo, oHalloween é mais lembrado doque as comemorações locais

das regiões sul, norte e nordeste.”

Anderson Martins, 17 anos, São Gabriel da

Cachoeira (AM)

“Na minha opinião, em parte sim,porque a cultura americana tem mas

a ver com os jovens, seja ela nosestilos de músicas, roupa ou corte

de cabelo. Todas essas coisasmotivam, animam edivertem os jovens.”

manda_ve_79:Layout 1 1/12/2011 10:02 Page 7

Page 8: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

IvoSousa

Viagens

Para alguns, estar de férias significa

viajar. Para evitar dores de cabeça, atente

para as recomendações e restrições

legais. Crianças de até 12 anos

só podem viajar pelo Brasil

acompanhadas dos pais

ou responsáveis,

parentes de até

terceiro grau ou

pessoa com

autorização feita

pelo pai, mãe ou

responsável. Os

acompanhantes

devem ser

maiores de idade.

Se a criança

tiver que viajar

desacompanhada de

um maior de idade,

os pais precisam solicitar

uma autorização judicial no

fórum da cidade. Os documentos de

identificação da criança, como certidão de

nascimento ou RG (originais), devem ficar com

ela ou o responsável durante toda a viagem.

Já os adolescentes podem viajar por todo o

território nacional sem a necessidade do acompanhamento

dos pais, mas devem portar o documento de identificação

original. Apesar da liberdade de ir e vir em território

nacional, adolescentes não podem se hospedar em hotéis,

motéis, pousadas, pensões sem a autorização dos pais.

Por isso, se for viajar, prepare-se com antecedência!

08 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Direito ao lazer e à culturaLarissa Pereira Ocampos e Equipe do Portal Pró-Menino*

Dezembro é mês de férias escolares. Nada melhor que

aproveitar o tempo livre e descansar, ler, se divertir, praticar

esportes e conhecer lugares novos, como museus, cidades

históricas e praias. Até porque, como prevê o ECA no artigo

4º e no inciso IV do artigo 16º, são direitos da criança e

do adolescente poder brincar e se divertir, e dever

da família, da sociedade em geral e do poder

público tornar esse direito realidade.

No entanto, muitas vezes, o direito ao

lazer e à cultura são deixados em segundo

plano e perdem lugar na garantia dos

direitos infantojuvenis. Uma pesquisa

lançada pelo Centro de

Empreendedorismo Social e Administração

em Terceiro Setor (CEATS), no ano

passado, apontou que a violação dos

direitos de acesso à cultura, ao esporte e

ao lazer é citada com menor frequência

entre as demais. Isso não quer dizer que ela

quase não ocorra, mas simplesmente que as

pessoas têm maior dificuldade em reconhecer a

importância desses direitos.

É preciso entender que não há um grau hierárquico

de violações. O fato de uma criança não possuir

brinquedos, espaço para brincar ou atividades culturais

disponíveis na comunidade, como os cinemas comunitários, é

tão importante quanto uma violação relacionada à sua

educação, saúde ou integridade. Principalmente porque a

diversão é extremamente importante para o pleno

desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Portanto, a sociedade, poder público e organizações sociais têm

também a obrigação de trabalhar para garantir o lazer e o acesso à

cultura a crianças e adolescentes. Procure em seu bairro ou

comunidade as opções de lazer oferecidas à população e, caso não

haja, entre em contato com ONGs e conselhos que atuem na região.

De olho no ECA

*O Portal Pró-Menino, parceiro da Vira, é uma iniciativa da Fundação Telefônica em conjuntocom o Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (CEATS/FIA).

V

Lent

ini

eca_79:Layout 1 1/12/2011 15:08 Page 16

Page 9: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

“Em 2007, a ONG Bagunçaço, localizada no Jardim

Cruzeiro, em Salvador (BA), criou o projeto TV Lata,

uma TV experimental on-line que teve início a partir

de uma conversa do coordenador em Brasília com um parceiro

que se ofereceu para fazer um projeto de filmagem com o

grupo. A ideia era trabalhar com câmeras de segurança, fazer

filmagens e colocar no ar, via internet. Ao chegar essa notícia

no grupo, todos ficaram muito motivados, vendo que a ideia

de criar uma TV dentro da comunidade instigava a imaginação

dos jovens, que começaram a pensar em elaborar filmes,

novelas e até mesmo pequenos vídeos na comunidade.

O mais incrível foi que essa motivação foi em frente e o

projeto saiu do papel. Mas, para ficar com a cara da ONG, que

trabalha com instrumentos percussivos feitos com latas, pneus,

entre outros materiais recicláveis, as câmeras de segurança são

colocadas dentro de uma armação feita com lata de leite e

ligadas a uma ilha de edição.

Elvis dos Santos, 20 anos, entrou no projeto em 2007 como

aluno. Ele não se via com um grande dom musical. Ao ouvir falar

do projeto, se encantou e o abraçou de tal forma que hoje é

educador. “Quando encontrei a TV Lata, eu encontrei logo de cara

Mídias Livres

a edição. Foi quando eu me apaixonei, e aí eu descobri que tinha

um dom. Quando o professor precisou ir embora, então tomei a

frente da TV Lata, como jovem multiplicador”, diz.

Tudo que é criado na TV Lata é de forma livre, sem

nenhum modelo prévio. É uma ideia, uma vontade e a única

coisa obrigatória é ser possível filmar. Num vídeo feito por

eles, foram usadas sandálias como personagens e uma música,

na qual as crianças participaram de forma muito criativa e

original. Além dos vídeos, a TV Lata também realiza o Sarau,

um programa transmitido ao vivo para mostrar tudo que é

feito pelas crianças, adolescentes e jovens da comunidade. Vai

ao ar todas às sextas-feiras a partir das 14h. “O objetivo é não

deixar que isso acabe”, relata Elvis.

O projeto deu tão certo que ele hoje já se expandiu para

Moçambique. A parceria do Bagunçaço partiu de uma visita ao

país africano e gerou a ideia de produzir uma ramificação da

organização para ajudar no desenvolvimento de adolescentes

e jovens daquele país.

Gizele Martins, do Virajovem Rio de Janeiro (RJ)*

V

Revista Viração • Ano 9 • Edição 79 09

Projeto da ONG Bagunçaço, a TV Lata existe desde 2007

com uma programação feita de jovem para jovem

Uma TV debagunça e aço

Acompanhe a TV Lata pelo site: www.tvlata.org.

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

midias_livres_79:Layout 1 29/11/2011 15:10 Page 11

Page 10: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

V

IMAGENS QUE VIRAM

10 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Texto e fotos: Filipe Borges Campos, do Virajovem Vitória (ES)*

Entre os meses de setembro e outubro deste ano, a Avalanche Missões Urbanas Underground, ONGlocalizada na cidade de Vitória (ES), promoveu eventos artísticos com caráter de protesto na capitaldo Espírito Santo, com a participação de jovens da cidade. O primeiro foi o Boca no Trombone, uma

intervenção com intuito de protestar contra o abuso sexual de crianças e adolescentes. Além disso, rolou o Festival de Artes Avalache, que teve como objetivo mobilizar a nossa geração a

sonhar com um mundo melhor, a ter mais atitude, responsabilidade e amor, sentimentos manifestadoscom oficinas, exposições, shows, feira mix, apresentações artísticas, um fórum e muito mais! Ocaráter inovador na forma de agir e expressar o anseio por essas mudanças foi a base do evento, cujotema foi Corrupção Mata. Confira algumas das imagens produzidas durante esses dois eventos.

ARTE EENGAJAMENTO

imagens_que_viram_79:Layout 1 2/12/2011 11:48 Page 10

Page 11: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Conheça mais sobre o trabalho da Avalanche Missões no site: www.avalanchemissoes.org

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22 Estados e no Distrito Federal ([email protected])

imagens_que_viram_79:Layout 1 2/12/2011 11:49 Page 11

Page 12: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

12 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Jordana Araújo, colaboradora da Vira em São Paulo (SP)

No Irã, jovens ainda são impedidos de frequentar a universidade devido à opção religiosa

V

Em 10 de dezembro de 1948, há mais de 60 anos, foiproclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos,fruto da iniciativa das Nações Unidas e que consiste no

ideal comum de todos os povos e nações adotarem medidasque assegurem, efetivamente, por meio do ensino e daeducação, o respeito a tais direitos; seja pelo indivíduo ou órgãoinstitucional. Um dos preceitos básicos universais citados nodocumento é que toda pessoa tem direito à educação.

Mas, e se esse direito fosse violado? E se você fosseimpedido de ingressar no ensino superior? E, se você estudassebastante para passar, por exemplo, na prova da Universidade deSão Paulo ou na Universidade de Brasília e, ainda que aprovadono vestibular, fosse barrado de prosseguir os estudos por contada sua crença religiosa?

Pois é essa a realidade hoje no Irã, na vida de jovensseguidores da Fé Bahá’í – estudantes como Alborz Norani, AvaTavakol, Mona Momeni, Arkideh Aghaie e Malika Vazirzadeh.O único crime que cometeram foi seguir uma religião queacredita na unidade do gênero humano, no amor, no mútuorespeito, na igualdade de direitos entre mulheres e homens,na educação universal.

Ao concluírem o ensino médio e tentarem acesso nasuniversidades iranianas, esses jovens descobriram que asportas da educação superior estavam fechadas para eles.Você deve estar se perguntando: por que isso ocorre empleno século 21? A resposta é identificada facilmente comointolerância religiosa e, nesse caso, compromete não apenasa liberdade de pensamento, consciência e religião, comotambém o direito fundamental e universal à educação.

Uma alternativa encontrada por professores voluntáriosbahá’ís foi estabelecer, em 1987, o Instituto Bahá’í de EducaçãoSuperior (BIHE). Contudo, a partir de meados de 2011, essainiciativa informal e sem fins lucrativos passou a ser consideradailegal pelo governo iraniano, que nega perseguir a religião nopaís. No dia 18 de outubro de 2011, sete integrantes do corpodocente do BIHE foram condenados de quatro a cinco anos deprisão por estarem exercendo a sua profissão, ensinando osexcluídos da sociedade iraniana, e por recusarem negar sua fé,que é seguida por mais de 300 mil pessoas naquele país, apesardas perseguições intensificadas após a Revolução Islâmica.

Estudare�crime-

Para saber mais sobre a negativa deacesso à educação superior no Irã, acesse:www.bahai.org.br/noticias/educacao

Perguntamos a jovens representantes de todos os continentesdo mundo sobre a situação imposta aos estudantes bahá'ís pelogoverno do Irã, a fim de ilustrar nesta reportagem a universalidadede perspectiva sobre o tema. Em suma, todos os entrevistadosdefendem que esta é uma luta contra a violação de direitoshumanos e não uma questão meramente religiosa.

Os jovens entrevistados foram unânimes: desejam ser a vozde Alborz, de Ava, de Mona, de Arkideh, de Malika e de tantasoutras vítimas da opressão religiosa no Irã. Por isso, realizamações que promovem a visibilidade dessa injustiça, como ascampanhas www.can-you-solve-this.org/br ewww.educationunderfire.com. Você também pode defender osjovens iranianos barrados das universidades participando eajudando a divulgar essas campanhas mundiais.

Você tem outras ideias de como defender o direito àeducação desses jovens? Quer iniciar uma campanha na suaescola ou faculdade? Envie a sua sugestão [email protected].

País: IrãCapital:TeerãPopulação: 74,2 milhõesLíngua oficial: Persa

viracao_world_79:Layout 1 1/12/2011 15:17 Page 10

Page 13: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Tiyamike Blantyre, 27 anos, bahá’í, Bacharel em Ciências Sociais pela

Universidade de Malawi - África

“Embora na África a educação seja de acesso restrito, considerada uma

forma de escapar da pobreza, a situação no Irã é ainda pior. Se eu

estivesse no Irã, a minha esperança para o futuro seria diretamente

abalada, pois tal privação é um ato gravíssimo, que deve ser condenado.”

Jonathan Chacon, 19 anos, cristão, estudante de Medicina no Texas A&m University – Estados Unidos

“Eu nunca enfrentei perseguição religiosa, mas se estivesse no lugar desses jovens eu também não

negaria a minha fé. Eu acho que todos algum dia enfrentaram julgamento, no entanto, eu não

poderia viver se tivesse que negar a minha fé apenas para não sofrer perseguição. Esperaria que o

mundo me defendesse, já que eu estaria impossibilitado de me defender.”

Júlia Duringer, 22 anos, bahá’í, estudante da Faculdade de Medicina de Petrópolis - Brasil

“Se estivesse no Irã, agora, buscaria soluções em fóruns de debate sobre o tema. Talvez o

ensino coletivo à distância que tivesse respaldo internacional fosse uma alternativa. Tentaria

combater o ódio e o preconceito com o amor. Embora seja bahá’í, acredito que não se trata

de uma causa religiosa, mas sim, um manifesto em favor dos direitos humanos.”

Stéphanie Fernandes, 22 anos, sem religião, Bacharel em Direito pelo Uniceub - Brasil

“Minha religião é a de Deus, e não apenas uma em particular. Como recém formada no curso de

direito, o que ressalta a meus olhos é a quebra aos direitos fundamentais do homem no

tocante à prisão de pessoas condignas - e que buscam o bem - no Irã apenas por terem

ideologias diferentes. Não vejo sentido em recriminar pessoas que acreditam no amor, na

ajuda ao próximo e na união. A ignorância de alguns, ao meu ver, priva bons homens de

mostrarem sua devida importância ao mundo.”

DepoimentosYeo Ying Quan, 30 anos, católico, estudante de Ciências Biomédicas na

Universidade Nacional de Singapura

“Decepcionado pela decisão. Sei que esses jovens estudantes não cometeram

erro algum. Parece algo tão inédito nessa época encontrar líderes de um país

que consideram uma lei para negar um importante aspecto do desenvolvimento

humano apenas por causa da sua fé. Se mais vozes fossem ouvidas, esse tipo

de discriminação não existiria.”

viracao_world_79:Layout 1 1/12/2011 15:18 Page 11

Page 14: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Douglas Lima, colaborador da Vira em São Paulo (SP); Adriélly Aparecida dos Santos, da

Agência Jovem de Notícias; Tamires Ribeiro da Silva e Guilherme Ramos Santos, da Plataforma

dos Centros Urbanos, Sâmia Pereira, do Virajovem São Paulo (SP)*

RepórterGalera

Inicia o projeto Cine Tela Brasil, levandocinema itinerante a regiões dos Estadosde São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

2005

14 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Lança o filme Bicho de Sete Cabeças, com poucorecurso, mas com grandes atores brasileiros noelenco, como Rodrigo Santoro e Cássia Kiss.

2007

Linha do Tempo

Elogiado pela crítica e pelos grandes veículos de imprensa, ofilme As Melhores Coisas do Mundo chama a atenção pelaabordagem real da adolescência, uma produção que dialoga

com o jovem e promove identificação com o seu público-alvo. Emconversa na sede da Vira, em São Paulo, a diretora do filme, LaísBodanzky, conta à galera do Virajovem São Paulo, da AgênciaJovem de Notícias e Plataforma dos Centros Urbanos como foi aprocesso de construção do filme.

Reconhecida e premiada pelo filme Bicho de Sete Cabeças, acineasta é engajada em um projeto de exibição de filmes desde 2005,em parceria com o marido e também cineasta Luís Bolognese,roteirista de As Melhores Coisas do Mundo. O Cine Tela Brasilpercorre em um caminhão alguns estados brasileiros, além deoferecer formações em audiovisual. Confira trechos desse bate-papo:

Viração: Como vocês escolheram as histórias que compõem

o filme?

Laís: Essa história, a partir da série de livros Mano, tevetotal liberdade pra ser construída. Então nós fomos a váriasescolas particulares de São Paulo. Vamos descobrir nossopersonagem no meio dele, que deve estar aí camuflado no meiode tantos estudantes. E essa pesquisa foi muito importante,porque eram conversas parecidas com essa, de uma tardeinteira numa roda, um grupo pequeno. E vieram histórias muitofortes, então nós dizemos que parte das histórias do filmevieram da vida real. A gente percebeu que adolescência éadolescência sempre, é universal e atemporal. Entra geração,sai geração, as questões da adolescência continuam, e muitosadultos se identificam com a história.

Fiel aadolescencia

,.,

A cineasta Laís Bodanzky, em bate-papo na Viração, fala sobre o

processo de realização do filme As Melhores Coisas do Mundo

galera_reporter_79:Layout 1 1/12/2011 15:55 Page 26

Page 15: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Lança As Melhores Coisas do Mundo,livremente inspirado na série de livros Mano,de Gilberto Dimenstein e Heloísa Prieto.

2010 2010

V

* Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em22 Estados e no Distrito Federal ([email protected]) Revista Viração • Ano 9 • Edição 79 15

A linguagem utilizada no filme é a mesma utilizada pelos

adolescentes e jovens. Como rolou a construção dessa

linguagem?

No roteiro, nós escrevemos o diálogo como eles sãofalados, mas na hora da atuação, desde a preparação dosatores, eu fiz questão de avisá-los que era muito importanteque eles entendessem sobre o que estavam falando. Tal fraseprecisa de tal emoção, de tal sentimento para fazer sentidoembutido nela. Mas demos total liberdade aos atores para queeles escolhessem a forma de falarem as frases, colocando asua linguagem. Uma curiosidade é que o filme tem muitopalavrão. Não dá pra fazer um filme de adolescentes retirandoos palavrões! Faz parte desta forma de se expressar. Eu queriafalar com adolescentes, pra que pudesse ser um jogo deespelho: “Pô, minha turma fala assim, eu me expresso assim”.

Um dos principais questionamentos do filme é sobre a

juventude de hoje não ser a mesma de 10 ou 15 anos atrás.

Qual é a sua visão da juventude de

hoje em relação às anteriores?

Olha, tem diferença sim, semdúvida nenhuma, mas acho que amaior diferença é na forma de seexpressar, com a entrada datecnologia digital. Os medos e asinseguranças, pra mim, são asmesmas. Os jovens que querem seposicionar, que têm umaconsciência política são poucos,mas sempre existiram. Então, àsvezes, a gente tem a impressãoque nas gerações anteriores, osadolescentes eram mais engajadose unidos, mas tem um pouco defolclore nisso. Sei que são poucos,mas esses poucos são muito especiais, fazem um barulhodanado, e isso é muito legal. E isso continua sendo amesma coisa.

Nós percebemos que 75% dos jovens do Brasil nunca

foram ao cinema. Nós queríamos saber a sua visão, como

cineasta, dessa situação.

Acho esse número completamente assustador. Sou cineastamas, em paralelo, também sou produtora cultural e desenvolvo umprojeto que tem o objetivo de diminuir esse indicativo. O projeto sechama Cine Tela Brasil e leva cinema, de graça, às periferias dascidades do Brasil inteiro. Além disso, o projeto tem doisdesdobramentos: o primeiro é composto por oficinas deaudiovisual, o segundo é um portal na internet, o Tela BR, que sãooficinas virtuais. Quem quiser aprender sobre a linguagemaudiovisual pode acessar este portal, que é de formação e deinformação ao mesmo tempo. Com esse projeto, queremosaproximar principalmente o jovem de escola pública, já que o nossouniverso é o audiovisual, mas o da escola não é assim, ainda estánum processo impresso.

Qual foi o impacto que este filme causou? Como você acredita

que ele atingiu o adolescente?

Tenho um retorno sempre muito forte e positivo pelo blog dofilme, pelos debates que rolavam em torno do filme, ou reações de

grupos que diziam: “Caramba, somos nósali!”. Foi muito provocativo, no final dascontas. E um filme é eterno, é feito pradurar. Então, existem pessoas que viramagora e ficaram muito emocionadas, eexistem outras que assistiram várias evárias vezes, e ainda têm o mesmosentimento, o mesmo carinho. Pelosdepoimentos que ouvi, o filme foi muitorespeitoso, fiel à adolescência de hoje eserve como um documento para que, nofuturo, possam investigar como foram osadolescentes desta geração. Sei que épretensioso dizer isso, mas acho queatingimos o nosso objetivo.

Recebe o prêmio de melhor direção da Associação Paulistade Críticos de Arte (APCA) pelo trabalho com o filme sobreo universo adolescente.

“Adolescência é adolescênciasempre, é universal e atemporal.Entra geração, sai geração, as questõesda adolescência continuam.”

Lais Bodanzky

Div

ulga

ção

,

galera_reporter_79:Layout 1 1/12/2011 15:55 Page 27

Page 16: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Beatriz Troncone, do Cieds*

16 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Muitos movimentos reivindicam o passe livre, uma prestação

de serviço gratuito e democrático de transporte coletivo

Se e direito, nao ha tarifa!

Na França, em 1662, Blaise Pascal definiu os primeiros conceitos sobretransporte público coletivo. O serviço perdurou por quinze anos apóssua morte, mas o Parlamento criou restrições para o seu uso, sugerindo

que fosse utilizado apenas por pessoas "de condições". O aumento gradual datarifa levaram a sua extinção em 1677. Apenas em 1826, com a criação doônibus por Stanislas Baudry (França), o conceito de transporte público foiretomado seguindo os mesmos critérios definidos por Pascal, permanecendoaté hoje, conforme indica o site Wikipedia.

De acordo com a SPTrans, empresa que administra as linhas de ônibus nacidade de São Paulo, a capital do Estado e seus 38 municípios vizinhos têmhoje quase 17 milhões de pessoas. Na região metropolitana, cerca de 55% dasviagens motorizadas são feitas em transporte coletivo, num total de seismilhões de passageiros transportados por dia. O sistema compreende 16consórcios responsáveis por aproximadamente 15 mil veículos.

O transporte é hoje um dos maiores problemas sociais de São Paulo. Hácongestionamentos cada vez maiores, ônibus inadequados e precáriosoperam com uma quantidade reduzida de carros, limitação das linhas egrande duração das viagens. Fundamentada no entendimento de que otransporte é, além de essencial, um direito fundamental, previsto pelaConstituição brasileira, na garantia de acesso aos demais direitos – comosaúde e educação – pergunta-se sobre a legitimidade da cobrança de taxaspara o uso desse direito.

O acesso a direitos como saúde, educação, lazer ou trabalho na regiãourbana é diretamente dependente da qualidade e acesso ao sistema detransporte coletivo. Além de contornar as consequências logísticas docrescimento intenso e sem planejamento das cidades – que ainda contamcom um modelo de transporte social e economicamente centrado noautomóvel – um grande complicador na garantia desses acessos é a cobrançacada vez mais exagerada nos valores das passagens, que permitem – ouimpedem? – à população de usar o sistema.

O uso prioritário do automóvel gera impactos negativos: a segregaçãoespacial (quem não tem carro só pode estar dentro do ônibus, enquantoquem tem, pode sempre optar), exclusão social (o automóvel é de posse deseu dono, enquanto o transporte coletivo é de posse da empresa que oadministra – o usuário não tem posse de nada) além de altos custosambientais, sociais e econômicos.

ii i

Art. 30 – Compete aosMunicípiosV - organizar e prestar,diretamente ou sob regime deconcessão ou permissão, osserviços públicos de interesselocal, incluído o de transportecoletivo, que tem caráteressencial; (ConstituiçãoBrasileira, 1988)

Custo dos reparos à sociedade(em geral, arcados pelo Estado)por danos gerados pela iniciativaprivada. Por exemplo, parte dapiora nos níveis de poluiçãoatmosférica no Município de SãoPaulo é um problema decorrentedo recente aumento no númerode automóveis circulantes. Emfunção disso, aumentou (entreoutras coisas) o número deatendimentos nos hospitaispúblicos para problemaspulmonares, relacionados aouso desenfreado de automóveis.Esse “reparo” é custeado peloEstado, com impostos pagospor toda a população e nãopela indústria automobilística,principal responsávelpelo problema.

tarifa_zero_79:Layout 1 2/12/2011 11:58 Page 14

Page 17: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

V

Revista Viração • Ano 9 • Edição 79 17

Passe Livre

O uso do ônibus implica em um custo social de R$ 0,20 por viagem,enquanto do automóvel é R$ 0,50; otratamento das vítimas de acidentes detrânsito é o fator que mais gera custosao sistema público de saúde em todo opaís e, atrelados aos custos ambientais,que também não são pequenos, temosque, segundo a Faculdade de Medicina daUSP, cerca de três mil mortes por anoestão relacionadas à poluição do ar, sóem São Paulo, e a circulação deautomóveis é responsável por 70% dasemissões que contaminam a atmosferadas grandes cidades brasileiras.

Além disso, o tempo dedeslocamento é de cerca de duas horaspor viagem para 66% dos paulistanos,podendo ser drasticamente reduzido se amaioria usasse transporte coletivo:enquanto duas mil pessoas podem cruzaruma via em carros, os ônibus permitiriamo transporte de nove mil passageirospelo mesmo espaço.

Contra essas mazelas, atua oMovimento Passe Livre. O movimentonasceu das consequências de duasgrandes revoltas: a Revolta do Buzu, de2003, ocorrida em Salvador (BA); e asRevoltas da Catraca, ocorridas entre2004 e 2005, em Florianópolis (SC),batizadas com esse nome na PlenáriaNacional pelo Passe Livre, organizada no5° Fórum Mundial Social, em 2005.

O fato de o serviço ser gratuito paraa população e desvinculado da iniciativaprivada garantiria a posse do serviçopela população – afinal, vivemos umaDemocracia.

Segundo o MPL, mais que a lutacontra o aumento da tarifa, luta-secontra a existência de uma tarifa. Issonão significa que o transporte seria dadode graça, mas seu custo seria dado pelacobrança de impostos progressivos,refletindo as reais possibilidades decusteamento desse direito, de formaparticipativa, beneficiando eresponsabilizando toda a população.Lembrando que, no Rio de Janeiro (RJ), oPasse Livre estudantil já é uma vitoriosarealidade.

*www.cieds.org.br

Plín

io Z

únic

a

tarifa_zero_79:Layout 1 2/12/2011 11:58 Page 15

Page 18: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Da Redação

Para incentivar a leitura e o direito humano à comunicação,

editais do governo multiplicam iniciativas autônomas

Exercendo odireito à voz

Quando se fala em comunicação no Brasil, logopensamos nos grandes veículos como RedeGlobo, Editora Abril, Grupo Folha, algumas das

empresas responsáveis pela comunicação de massano país, ou seja, aquela que atinge milhares depessoas de uma só vez, influenciando diretamente omodo de pensar, os gostos, hábitos e cultura de todauma população.

O documentário Levante sua Voz, produzido peloColetivo Intervozes, revela que apenas 11 famílias noBrasil detém o monopólio dos veículos decomunicação. Isso significa que poucas pessoas têmefetivamente a possibilidade de comunicar suasideias e visões de mundo. A Declaração Universal dosDireitos Humanos trata a comunicação como direitoessencial, a partir do qual outros serão efetivados.

O documentário conta a história real de doisirmãos portadores de deficiência visual. Eles tiverama ideia de estabelecer uma rádio comunitáriadestinada a pessoas que não enxergam, mas apolícia fechou a emissora, impedindo que os doisirmãos exercessem o seu direito à voz, por nãoterem uma concessão pública, que é uma autorizaçãoformal do governo para que qualquer emissora derádio ou TV possa funcionar.

No entanto, editais públicos criados recentementepelo governo federal têm apoiado iniciativas eprojetos autônomos de mídias alternativas. Um delesé o Edital Periódico do Ministério da Cultura, queincentiva com recursos materiais publicaçõesproduzidas por pequenas editoras e ONGs,distribuindo-as em bibliotecas públicas e pontos decultura de todo o país.

O jornalista Antonio Martins, do Ponto de Cultura

Outras Palavras, de São Paulo (SP), entende queiniciativas como esta são positivas, pois garantema pluralidade de opiniões e visões a serviço dasociedade. Para ele, o Estado deve ofereceroportunidades para que iniciativas culturais e decomunicação possam ter como se sustentar. E delasseria cobrando compromisso com o cultivo dadiversidade comunicativa.

“Há uma comunicação horizontal, participativa,expressão do direito humano à comunicação,autônomo, que não tem vocação para produtocomercial e tem de ser apoiada pela sociedade. É como a universidade pública, sustentada pelasociedade, que não precisa se vender, não tem quese preocupar em atrair alunos, mas sim em prestarum serviço para a sociedade, fazendo pesquisas dealta qualidade e outras questões que se referem àsociedade”, compara.

Experiência bem sucedidaNa cidade de Guaraciaba do Norte, localizada no

sertão do Ceará, o Ponto de Cultura Arte da Praçarecebe 12 publicações que foram contempladas pelo

18 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

edital_minc_79:Layout 1 1/12/2011 15:27 Page 14

Page 19: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

V

Edital Periódicos do Ministério da Cultura, queauxiliam na formação de crianças e jovensestudantes dos ensinos fundamental e médio quevivem na zona rural da cidade.

O local, que existe há 15 anos e oferece reforçoescolar, cursos de música, teatro, pintura, além dedesenvolver projetos culturais, ganha muito com essainiciativa, de acordo

com Márcio Pena, coordenador da instituição: “O Editaltem sido de grande importância e de aprendizado paraos jovens que frequentam o Ponto e quem ganha comtudo isso é a nossa comunidade, com o aprimoramentodo conhecimento do jovem.”

“O Estado deve aperfeiçoar o sistema de avaliaçãodessas políticas, ainda muito frágil. Deveria ser melhor,com um sistema efetivo de controle. Iniciativas como essapermitem a existência e o fortalecimento de projetosimportantes. Os primeiros resultados mostram como épreciso multiplicar”, analisa Antonio Martins.

A Fundação Biblioteca Nacional acaba de criar o Cadastro Nacional de Bibliotecas

Públicas, um instrumento fundamental para subsidiar a criação e ampliação das

políticas públicas do livro, leitura, literatura e bibliotecas do governo federal.

Participar do Cadastro Nacional de Bibliotecas Públicas é uma condição indispensável

para que sua biblioteca possa receber recursos do Ministério da Cultura para

�nanciar ações de modernização, ampliação e atualização de seus acervos.

Acesse www.bn.br e inscreva-se!

CADASTRO NACIONAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS

(Divulgação

Ponto de Cultura do sertão cearense éfavorecido com edital de periódicos

edital_minc_79:Layout 1 1/12/2011 15:28 Page 15

Page 20: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

OBrasil nunca esteve tão jovem. Maisde 50 milhões de brasileiros têmidade entre 15 e 29 anos, o que

representa cerca de 30% da populaçãomundial, segundo dados de 2010, mas orestante do planeta não fica muito atrás.Cerca de 18% da população mundial éjovem, o que significa que mais de 1,2bilhão de pessoas no mundo têm idadeentre 18 e 24 anos. Desse total, 87%vivem nos países em desenvolvimento,enfrentando dificuldades de acesso adireitos fundamentais como emprego,moradia, saúde e cultura.

Foi nesse contexto que a AssembleiaGeral das Nações Unidas lançou o AnoInternacional da Juventude sob o temaDiálogo e Entendimento Mútuo, quecomeçou em 12 de agosto de 2010 eterminou com as celebrações do diaInternacional da Juventude, em 12 deagosto de 2011.

O encerramento do Ano Internacionalda Juventude aconteceu em julho nacidade de Nova Iorque, durante oEncontro de Alto Nível das Nações Unidas

sobre Juventude. Na ocasião, a SecretariaNacional da Juventude assinou termo decooperação com o Fundo de Populaçãodas Nações Unidas (UNFPA) que prevê acolaboração mútua para disseminação deboas práticas na área das políticaspúblicas de juventude no eixo sul-sul.

Em 2011, o desafio era continuarampliando direitos e conquistar marcoslegais. Aumentar o investimento najuventude, sua participação, além deestabelecer parcerias e ampliar acompreensão intercultural entre osjovens, eram os principais objetivos doAno. Em todo o mundo aconteceramdiferentes iniciativas, envolvendogovernos e sociedade civil, queevidenciaram a importância e a urgênciade considerar os jovens como agentesestratégicos do desenvolvimento.

No Brasil, aconteceram momentosmuito importantes nesse sentido. A 2ªConferência Nacional de Políticas Públicasde Juventude é um deles, que vai rolaresse mês, mas as mobilizações para esseevento começaram cedo ainda no âmbito

O QUE VEMPOR AÍ...

municipal. Milhares de jovens estiveramempenhados em elaborar propostas depolíticas públicas e de marcos legais quepromovam a institucionalização dapolítica nacional de juventude.

A aprovação do Estatuto daJuventude na Câmara dos Deputadostambém representa uma grandeconquista, embora ainda não tenha sidoaprovado pelo Senado. Mas as conquistasnão começaram este ano. Em 2010, porexemplo, o Congresso Nacionalpromulgou a Emenda Constitucional denº 65, que inseriu o termo “jovem” nocapítulo dos Direitos e GarantiasFundamentais da Constituição Federal. A aprovação da PEC da Juventude(42/2008), como ficou conhecida, foiuma importante vitória e garante aosjovens o acesso a direitos constitucionaisjá assegurados às crianças, adolescentese idosos.

Com tantas conquistas ao longo dosúltimos anos, especialmente o de 2011, oque podemos esperar para 2012? De queformas a Juventude pode continuarengajada?

Luciano Frontelle, do Virajovem Boituva (SP), Gutierrez de Jesus Silva, do Virajovem São Paulo (SP)*,

Mariana Kz, Mariana Manfredi, Isis Lima Soares e Tiago Luna, colaboradores da Vira, Evelyn Araripe Vânia

Correia e Bruno Ferreira, da Redação

O ano de 2011 foi marcado por conquistas e avanços importantes nas

áreas da Juventude e Comunicação. Confira o que nos aguarda para 2012

20 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Capa

materiacapa_79:Layout 1 2/12/2011 13:10 Page 24

Page 21: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Revista Viração • Ano 9 • Edição 79 21

parceiras, entre elas o Parlamento capixaba. O presidente doTRE/ES, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, em entrevistacedida a Web Ales, comenta que o projeto nasceu modesto,mas hoje toma proporções maiores.

“Atingimos diretamente 30 mil estudantes, abordadosdiretamente por mim e pelos juízes eleitorais. Foram visitadas53 escolas e realizadas eleições para Fiscal Cidadão nas 13maiores escolas do estado, atingindo mais de 400 alunos, queserão diplomados no TRE. É uma vitória da população, umavitória das futuras gerações, que não precisarão mais fazercampanhas contra compra de votos e boca de urna", diz.

No Acre, o desembargador Pedro Ranzi declarou durante oanúncio do calendário eleitoral de 2012 que o eleitor jovemserá o foco principal do TRE/AC. “Temos que mostrar paranossos jovens a importância e o valor do voto. Vamos até àsuniversidades e colégios para conversar com a juventude econvidá-los a uma reflexão sobre o que representa uma eleiçãoe o voto de cada um”, revela o desembargador.

Partidos e juventudeDiretórios de todos os partidos políticos do país também

estão planejando focar mais na participação dos jovens naspróximas eleições. Nesse mês de dezembro acontece oCongresso Nacional da Juventude Social Democrata (JPSDB), quetem como um dos objetivos o lançamento de 400 candidaturasjovens para as eleições municipais de 2012.

No Partido dos Trabalhadores (PT) também se debate o tema.O Secretário Nacional de Juventude do PT, Valdemir Pascoal,afirma que as eleições serão importantíssimas para demarcar aquantidade significativa de jovens que há no país. “É nomunicípio que os 52 milhões de jovens brasileiros podempotencializar nosso crescimento econômico com distribuição derenda e desenvolver a sua trajetória pessoal”, declara.

Campanha Banda Larga é Um Direito SeuEm 2011, a Campanha Banda Larga é Um Direito Seu agitou a

pauta da Comunicação. Em 25 de abril em diversas capitais

Meio ambiente em debate2012 é ano da Rio+20, evento que retoma as

discussões da ECO 92 vinte anos depois (daí o “+20”). Aideia desse evento é reunir novamente os líderes mundiais,empresários e sociedade civil, agora incluindo crianças ejovens, para ver o que mudou ao longo dessas duasdécadas, quais problemas socioambientais foramsolucionados, o que se agravou e quais novos surgiram, afim de retomar os compromissos assumidos na época,avaliar o que já está em prática e o que pode ser feito nospróximos anos para garantir que as pessoas e os paísescontinuem a se desenvolver sem agredir o planeta.

Como o nome do evento sugere, essas discussões vão rolarno Rio de Janeiro, cidade que sediou, em 1992, a ECO 92, tambémconhecido como Rio 92 ou Cúpula da Terra, um encontrohistórico, organizado pelas Nações Unidas, que reuniu líderesmundiais de 108 países, além de representantes da sociedadecivil, para discutir as questões de meio ambiente do planeta.

“E o que tem de tão especial nisso?”, você pode perguntar.O grande diferencial é que essa foi a primeira vez na históriado mundo que se discutiu meio ambiente de forma tão séria eglobal. Foi a primeira vez que os países admitiram anecessidade de unir forças para solucionar os problemasambientais que começavam a despontar pelo mundo.

Essa cúpula resultou em alguns acordos e tratados em queos países se comprometeram a cumprir metas ao longo dosanos seguintes e na criação da Agenda 21 e da Carta da Terra,documentos que são referências até hoje para ações ligadasao meio ambiente. Agora, 20 anos depois, a Rio +20 prometeser um novo marco ambiental no planeta, já que estará empauta grandes discussões sobre um novo modelo de economiae desenvolvimento global, a chamada Economia Verde.

Um dos preparativos para a Rio+20 que rolou neste ano foia Conferência Internacional Tunza de Crianças e Jovens,abordada na seção Viração World da nossa edição anterior.Crianças e jovens do mundo todo, inclusive do Brasil,elaboraram a Declaração de Bandung, um documento quemostra as preocupações e propostas da galera para temas queconsideram importantes estar na pauta da Rio+20, queacontece entre os dias 20 e 23 de junho de 2012, e contarácom a presença dos virajovens e da turma da Agência Jovemde Notícias para fazer uma super cobertura.

Juventude e eleiçõesAlém de todos os eventos nos quais a Juventude poderá se

envolver no ano de 2012, um dos principais é o processoeleitoral que elegerá prefeitos e vereadores em todo o país.Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), organizações e partidospolíticos têm buscado envolver cada vez mais o jovem nesseprocesso.

Em todos os Estados têm rolado campanhas e projetospara que o jovem possa enxergar no voto a possibilidade decombate à corrupção e um instrumento para a busca de umanova realidade. No Espirito Santo, há o Programa de Ética eTransparência Eleitoral (Prete). Liderado pelo TRE/ES, buscaformar jovens cidadãos em eleitores conscientes.

Durante o ano de 2010, o programa contou com aparticipação efetiva de 12.697 pessoas e 4.225 instituições

Oficina sobre meio ambiente com

Jovens de São Paulo (SP)

materiacapa_79:Layout 1 2/12/2011 13:11 Page 25

Page 22: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

*Integrante de um dos Conselhos Jovens presentes em 22 Estados

e no Distrito Federal ([email protected])22 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

onde surgiram propostas aprovadas para que o governo institua ummarco regulatório que realize o que está previsto na Constituição. Ogoverno ainda não fez. O Estado está devendo explicações”, criticaCelso.

O FNDC lançou recentemente um documento chamado 20pontos para democratizar as comunicações no Brasil, consideradoa reunião dos principais objetivos do movimento para ospróximos anos. O documento, disponível no site do Fórum, foielaborado para garantir maior transparência no debate sobreComunicação no país, além de buscar a sua democratização.

A criação de um Conselho Nacional de Comunicação paraestabelecer diretrizes paras as políticas públicas da Comunicaçãoe regulação do setor, garantia da participação popular nos

brasileiras foi feito o lançamento oficial da campanha,buscando bater de frente com o governo e conseguir auniversalização da internet para todos. E o que issosignifica? A ideia é que todos possamos ter acesso àinternet com um custo justo e com uma boa velocidade denavegação. Em 2010 foi feito o lançamento do PlanoNacional de Banda Larga (PNBL), elaborado pelo governofederal, e esse ano foi fechado um acordo decompromisso com as empresas de telecomunicações, aschamadas teles.

O acordo determinou quais ofertas elas fariam parafacilitar o acesso da população ao PNBL. Existiram aindaoutros fatores ao longo desse ano que foi o Plano Geral deMetas de Universalização (PGMU), voltado à telefonia fixa,e veio junto também com a renovação dos contratos deconcessão das teles.

O momento, portanto, foi propício para o debatesobre a Banda Larga. A campanha, que reúne entidadesda sociedade civil, articulou um tuitaço no dia 21 dejunho para chamar a atenção para os problemas notermo de compromisso com as empresas detelecomunicações, utilizando a hashtag#MinhaInternetCaiu.

O tuitaço gerou uma grande movimentação nainternet, “logo depois tivemos uma movimentação muitoimportante também na discussão de qualidade dainternet, que acredito que foi uma vitória importante doultimo mês, quando a Anatel aprovou parâmetros dequalidade bastante avançados para a internet”, diz JoãoBrant, um dos principais articuladores da campanha emembro do Coletivo Intervozes.

Para João, o tuitaço teve saldo positivo: “O que seesperava foi alcançado, porque acredito que ele conseguiumostrar que tem muita gente insatisfeita com o tipo deiniciativa que o governo teve na relação com as empresasde telecomunicações. As empresas são as verdadeiras vilãsdessa história. Elas prestam serviços de muito baixaqualidade, e as pessoas estão acostumadas a ter que brigarcom essas empresas no seu dia a dia”.

Para 2012, a campanha não tem uma agenda fixa,mas pretende continuar acompanhando a agendagovernamental e pressionando o poder público e asiniciativas privadas. “Quando falamos em regime público,significa um regime de prestação de serviço em que vocêtem condições de impor obrigações às teles, e é isso quea gente sente que não tem sido a tônica do governo, eesperamos que o debate possa crescer ao longo de2012”, finaliza João Brant.

20 pontos para a ComunicaçãoEmbora o diálogo com o Ministério tenha sido difícil, na

opinião de Celso Schroder, diretor executivo do FórumNacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), osavanços pela democratização da Comunicação vêmacontecendo desde 1985. “A partir do governo Lula osmovimentos começaram e em 2009 houve a Confecom, de

Capa

A Edição nº 72 da Vira, de maio de 2011

abordou a questão da banda larga na

reportagem de capa

Arquivo Viração

materiacapa_79:Layout 1 2/12/2011 13:12 Page 26

Page 23: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

V

Saiba mais sobre a Campanha Banda Largaé Um Direito Seu e sobre o FNDC nos sites:www.campanhabandalarga.org.br ewww.fndc.org.br

processos e tomadas de decisões, prestaçãodos serviços de Comunicação em regimepúblico, fortalecimento das rádios e TVscomunitárias e limite à concentração nascomunicações são alguns dos pontospresentes no documento.

Arquivo Viração

Jovens Comunicadores marcarão presençanos debates sobre Comunicação eJuventude em 2012

materiacapa_79:Layout 1 2/12/2011 13:13 Page 27

Page 24: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

À beirado risco

Pesquisa retrata exclusão social de jovens moradores

de Engenheiro Marsilac, bairro da zona sul de São Paulo

Rena

n Vi

eira

And

rade

Engenheiro Marsilac talvez seja o único bairro dentro deSão Paulo (SP) em que o caos urbano não figura comofator dominante da paisagem e do cotidiano. Com a

mais extensa área territorial, de menor densidadedemográfica do município – que mede o número dehabitantes por metro quadrado -, é o último distrito, noextremo da zona sul da capital paulista. Movimentadoprincipalmente por atividades rurais, é todo ladeado pelaMata Atlântica. Em contrapartida, o que o difere do restanteda capital paulista é outro índice, nada favorável: possui amaior taxa de vulnerabilidade juvenil da cidade.

Partindo desse conceito, que mede o risco do jovem emsituações sociais, transgressoras e de violência, o psicólogoAntônio Ribeiro desenvolveu o estudo Jovens em Marsilac,como objeto de sua pós-graduação em psicologia social. Oprincipal objetivo do trabalho, também calcado nos ideais dosociólogo francês Robert Castel, que analisa a sociedademedindo duas formas de exigência sobre os indivíduos, foiidentificar e discutir os possíveis estados de vulnerabilidade dajuventude dessa região e mostrar as eventuais representaçõesdessa situação nas vidas deles. O trabalho concluído, segundoele, é uma “tentativa de tradução da realidade”.

Durante quase três anos, o psicólogo colheu dadossobre a região e a população residente em Marsilac. Paraisso, ele contou com a participação de 36 jovens de ambosos sexos, de idades entre 12 e 17 anos, “a fim de subsidiarampla discussão sobre o contexto de em que sãoinseridos”, explica o pesquisador. “É um bairro marcadopela falta de oferta pública e pela baixa renda”, completa.Ribeiro começou o contato com Marsilac em 2007, quandoparticipou de uma equipe para levar oficinas de arte-educação a Parelheiros e região, Marsilac é o bairrovizinho. Esse foi o pontapé para se questionar sobre osprocessos sociais naquele local.

Ouvindo as fontesFábio Cavalcanti, Kérsia Oliveira e Anderson Almeida, de

respectivamente 16, 15 e 16 anos, cursam o 1° ano doensino médio na Escola Estadual Hilton Reis, em Marsilac.Participaram das conversas com Antônio Ribeiro em 2009,quando estavam no sétimo ano do ensino fundamental. “Aqui é longe de tudo”, reclamam todos juntos quandoperguntados da informação mais marcante que deram aopesquisador. Pela falta de serviços públicos no bairro, a

24 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Bruno Gaspar Romualdo, do Setor 3*

setor3_79:Layout 1 1/12/2011 14:52 Page 26

Page 25: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

população de lá leva cerca de quatro horas parachegar ao centro da capital paulista, via transportepúblico. “Mas gostamos do sossego daqui”, dizem.

Anderson quer ser técnico de informática,enquanto Fábio sonha com a carreira de músico. JáKérsia pensa em ser policial: “gosto da aventura”,justifica. No entanto, eles têm a certeza de queprecisam se mudar para outras zonas para teremchances de concretizar suas vontades. “Falta muitainformação por aqui, e já perdi emprego porquedisse que morava em Marsilac”, diz Anderson.Mesmo com a distância do “resto do mundo”,conforme exemplificam, esses jovens são otimistas:“ir ao centro de São Paulo é um ótimo passeio parao fim de semana”.

Embora acuados na periferia por conta dadistância, não se sentem excluídos. “Com a internettemos, ao mesmo tempo, informação econhecimento”, concordam. Conectados, não sãodiferentes de qualquer outro jovem das áreascentrais da capital. Fábio, por exemplo, faz questãode dizer que é antenado e baixa as novidades domundo da música o tempo inteiro. Navegam nainternet em casa, cerca de cinco horas por dia. NaHilton Reis, no entanto, os estudantes nãocostumam acessar por conta da falta de estrutura.Na escola há apenas uma sala de informática, quelota depois do horário de aula.

Segundo eles, a falta da participação dajuventude é por conta do pouco incentivo. “O jovemdaqui não tem interesse”, revela Kérsia, que nuncaparticipou de iniciativas públicas. Fábio, todavia, jácolheu assinaturas para conseguir asfaltar a ruaonde mora, há um ano. Reitera: “Até agora nãoresolveram, mas o prazo ainda não acabou”. Paraele, o principal encarregado de motivar acomunidade de jovens é o próprio jovem. “Somos aforça do Brasil. A gente tem que se mexer”, diz.

Articulação localA ONG Mão Cooperadora atua na região de

Engenheiro Marsilac há quatro anos. Com projetosfocados na educação e na harmonia no convívio dejovens de seis a 14 anos, oferece cursos extra-curriculares anuais. Em 2011, estão sendoministrados conteúdos de inglês, conscientizaçãoambiental e robótica. Segundo a assistente decoordenação da entidade, Elaine Albuquerque, ocomportamento de grande parte das 130 crianças láatendidas já melhorou. “A frequência escolar émaior, bem como o convívio entre eles, maispacífico e saudável”, completa.

População: 8252 habitantesÍndice de vulnerabilidade juvenil (IVJ): 92,00Jovens de 15 a 17 anos que não frequentama escola: entre 38% e 40%Renda média da população: R$446IDH: 0,701 – o mais baixo da cidadeFonte: dados da Prefeitura da cidade e do IBGE.

V

Segundo ela, o maior problema da região é a falta deoportunidades, em vários setores: “O governo deveriaimplantar mais iniciativas para o jovem daqui não precisarse deslocar”. Ela ainda afirma que os fatores-chave para ocrescimento da região seriam: uma maior estruturaturística, dadas as condições ambientais do local, além decursos profissionalizantes e maior incentivo do poderpúblico para empresas, indústrias e comércios seinstalarem por lá. Citou o programa Ação Jovem,governamental, que dava uma bolsa de R$ 90 para cursos,mas foi suspenso por falta de cadastrados.

Em 2009, Antônio Ribeiro entrevistou onze crianças daONG. A pesquisa destaca que o critério para a escolha deconversar com jovens da Mão Cooperadora e da Escola HiltonReis foi justamente o aspecto mais marcante, a distância –uma fica cerca de 30 km da outra. No entanto, ElaineAlbuquerque afirma que a situação é homogênea, praticamentea mesma em todo o bairro: “Ou a criança mora no meio domato, ou na favela. Aqui não tem área nobre e eles vivem emcondições sub-humanas”, alerta. A região também tem a maiortaxa de mortalidade infantil de São Paulo.

Revista Viração • Ano 9 • Edição 79 25

www.setor3.com.br

setor3_79:Layout 1 1/12/2011 14:58 Page 27

Page 26: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

26 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Os dias 27, 28 e 29 de outubro aconteceu, em Brasília(DF), o Encontro Nacional O Direito de Seradolescente. Adolescentes de todo o país discutiram

sobre temas que representavam a situação atual daadolescência no Brasil. O encontro foi realizado peloFundo das Nações Unidas para a Criança (UNICEF) com aparceria do Instituto Internacional para oDesenvolvimento da Cidadania (IIDAC).

Muitos foram os momentos em que grupos detrabalho opinaram sobre diversos fatores e contaram umpouco sobre a sua realidade e experiências nessa faseda vida. Os adolescentes presentes tiveram acesso adados de um relatório que foi lançado posteriormente aoencontro, na última semana de novembro.

A discussão trouxe dados preocupantes sobreadolescentes que têm seus direitos violados, por viveremem situação de vulnerabilidade. Índices mostraram asdesigualdades que determinam as condições de vida dosadolescentes. Fatores como sexo, etnia, condiçõessocioeconômicas e lugar onde se vive refletem diretamentena qualidade de vida da juventude.

Meninos de baixa renda e negros são os que mais têmseus direitos violados, por viverem em regiões de risco, oupor se tornarem pais e chefes de família muito cedo, eestando mais expostos à criminalidade e à violência. É entreesse público que há maior indíce de analfabetismo, e tambémde homicídios. Já meninas sofrem mais com a violênciasexual e também apresentam maior índice de infecção pelovírus HIV. Para cada oito meninos portadores do vírusexistem 10 meninas, de acordo com dados expostos duranteo encontro.

Outro aspecto abordado sobre a adolescência no Brasilfoi que adolescentes que vivem na região do Semi-árido, demodo geral, não estão na série adequada para sua faixa

Jovens da Plataforma dos Centros Urbanos de São Paulo

e da Agência Jovem de Notícias; Mariana Rosário, enviada

especial a Brasília, e Larissa Domingues, da REJUPE

UNICEF promove encontro com jovens de todo o Brasil para discutir o direito de ser adolescente

Orgulho de seradolescente

Orgulho de seradolescente

Adolescentes de todo o Brasil trocamexperiências e informações em encontropromovido pelo UNICEF

Fotos: Divulgação

pcu_79:Layout 1 1/12/2011 14:50 Page 10

Page 27: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Revista Viração • Ano 9 • Edição 79 27

A Plataforma dos Centros Urbanos(PCU) é uma iniciativa do Fundo dasNações Unidades para a Infância(Unicef) voltada para a garantia dosdireitos de crianças e adolescentes. Oobjetivo é reduzir as iniquidades garantindo que as crianças eadolescentes, de regiões periféricas das cidades, possam crescer ese desenvolver integralmente como previsto no ECA.

A iniciativa é desenvolvida em ciclos com duração de quatroanos (2008 a 2011) e está sendo implementada inicialmente nascidades de São Paulo e Itaquaquecetuba (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

A Viração Educomuncação é parceira técnica do Unicefnessa ação, atuando diretamente na formação de adolescentesque, por meio da comunicação, mobilizam as comunidades emtorno de seus direitos.

plataforma doscentros urbanos

O encontro teve inicio com uma roda de conversa ondeforam colocadas as principais ações desenvolvidas emcidades pelos jovens, enfatizando avanços e desafios.

Divididos em quatro grupos detrabalho, os participantes discutiramtemáticas que serão trabalhadasdurante os megaeventos. Eram elas:comunicação, mobilização social,transferências de boas práticas eincidência política.

Desses grupos saíram estratégias, viasde atuação e possíveis parceiros que irãocontribuir para o crescimento da Rede.

Ainda no dia 27, todos os jovenstiveram um encontro de confraternizaçãopara que pudessem se conhecer melhore dar boas vindas a quem estavachegando em Brasília, principalmentea galera que iria participar do encontroDireito a Ser Adolescente.

No mesmo dia aconteceu o debatecom Claudio Langone, coordenador da Câmara Nacional deMeio Ambiente para a Copa de 2014, ocasião para que asdúvidas sobre sustentabilidade fossem tiradas, além dediscutir possíveis riscos e oportunidades para o meioambiente que irão surgir durante este período.

etária. Sobre adolescentes da Amazônia, foi constatado quequase 57% deles convivem com a pobreza na região e adistorção de idade esérie é de 48,8% sendoque a média nacional éde 35,9%.

Adolescentes quevivem em centrosurbanos convivem comum índice elevado dehomicídios entre 10 e19 anos de idade. Amédia da cidade deSão Paulo é de 10,7para cada 100 milhabitantes, em umbairro da periferiaesse índice chega até28,3 por 100 mil.

Também foidiscutida a valorização do adolescente não apenas comofuturo da Nação, mas como participante da sociedade,sujeito com direito à participação e opinião sobre odesenvolvimento do país.

Foram também apresentados dados que pautam osdiferentes tipos de adolescência no nosso país,mostrando o que deve ser mudado para que todospossam se desenvolver e aproveitar as oportunidadesnessa fase da vida.

Para descontrair, o encontro contou com uma noitecultural, na qual os jovens mostraram um pouco dacultura do lugar onde vivem, com apresentação de dança,canto, cordel, audiovisual e outras ferramentas quecelebraram uma noite cheia de aprendizado e diversidade.Todos encontraram espaço para participar e conhecer,fazendo parte da mistura que divertiu e ensinou coisasnovas a todos.

Juventude e Copa do MundoRepresentantes da Rede de Juventudes Pelo Esporte

(REJUPE) dos 12 estados que irão sediar a Copa do Mundotambém se encontraram em Brasília com o objetivo dediscutir linhas estratégicas de atuação que serviram debase para mobilizações de consolidação da rede nas cincoregiões do país durante os próximos meses.

V

pcu_79:Layout 1 1/12/2011 14:51 Page 11

Page 28: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

anuncio:Layout 1 02/11/2011 22:31 Page 28

Page 29: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Revista Viração • Ano 9 • Edição 79 29

Nealla Machado, do Virajovem Campo Grande (MS)*

E eu com isso?!

ACopa do Mundo de 2014, que será sediada no Brasil,está chegando e gerando várias polêmicas. A maiscomentada é o direito à meia-entrada para os jovens

assistirem aos jogos de futebol. E, consequentemente, aaprovação da Câmara sobre o Estatuto da Juventude tambémaparece para colocar mais gasolina sobre a fogueira.

Mas a Federação Internacional de Futebol (Fifa) nãoconcorda com a meia-entrada na Copa do Mundo e jápediu ao governo brasileiro que faça mudanças na Lei Geralpara deixar claro este ponto. A Lei Geral da Copa traz umconjunto de medidas exigidas pela Fifa para a realização dacompetição no Brasil.

A Constituição Federal garante desde 1988 o direito detoda uma população, não só dos jovens, ao acesso àcultura. O Art. 215 do Capitulo III admite que é obrigaçãodo Estado garantir a todos o pleno exercício dos direitosculturais e o acesso às fontes da cultura nacional.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tambémgarante e defende o direito à educação, ao esporte a aolazer, no art. 53. O acesso a esses direitos surge como umfator de transformação social, visando o enfrentamento àexclusão social por meio da cultura, permitindo que osjovens se desenvolvam e estejam preparados para exigênciasda vida em sociedade, tanto quanto aos seus direitos edeveres no convívio com as pessoas.

“Eu acho que tem que ter a meia entrada sim. Masem um número bem limitado, para evitar que osestudantes vão em massa pagando meia-entrada,deixando os turistas e outras pessoas sem os seusingressos. Sem contar que se a maioria pagar meia,pode dar algum tipo de prejuízo para osestabelecimentos”, argumenta o estudante de 19anos, Carlos Potter.

*Um dos Conselhos Jovens da Vira presentes em 22Estados do País e no Distrito Federal ([email protected])

A gente quersó a metade!

V

A cobrança da meia entrada atualmente é definidapelos Estados da federação, no entanto ela pode vir a serregida por lei federal caso o Estatuto da Juventude sejavalidado. O estatuto determina o direito à meia-entrada emeventos artísticos e esportivos em todo o territórionacional para jovens entre 15 e 29 anos.

O Estatuto da Juventude aparece no sentido de garantiraos jovens o acesso à cultura, na forma de pagar metadedo valor do ingresso de peças, cinemas, shows e atémesmo viagens de ônibus interestaduais.

“Acredito que as pessoas não veem que o jovem temvulnerabilidade. Ele não é criança, mas, passa pormudanças e começa a formular as suas experiênciassociais nessa faixa etária. Porém até 29 anos pra mim é umexagero. No entanto, acho válida essa preocupaçãoespecial com a juventude”, afirma a universitária StefaniSantana, de 20 anos.

Fifa pressiona governo brasileiro para abrir mão de meia-entrada para adolescentes e jovens

e_eu_com_isso_79:Layout 1 1/12/2011 14:56 Page 1

Page 30: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Sérgio Rizzo*, crítico de cinema

V

No escurinho

30 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

Há quem diga que a produção cinematográficabrasileira vive, desde o início de sua história, depequenos surtos de boa comunicação com o

público, que seriam sucedidos por grandes crises. E hátambém quem prefira ver uma crise contínua,interrompida ocasionalmente por momentos favoráveis– que não teriam força, entretanto, para consolidar aatividade cinematográfica no país de acordo comparâmetros desejáveis.

Na passagem dos anos 1970 para os 1980, osnúmeros indicam que os ventos sopravam a favor. Aprodução nacional chegou a ocupar, em 1982, 36%do mercado doméstico. Dez anos depois, em virtudede diversos fatores, entre os quais a política dedesmanche cultural do governo Collor, o índice deocupação do mercado por filmes nacionaisdespencou para um número irrisório: 0,05%. Ou seja:99,95% dos ingressos vendidos naquele ano em todoo país foram para assistir a produções estrangeiras.

Nos últimos dez anos, o índice de ocupaçãooscilou entre 10% e 20%, graças especialmente aosmecanismos de incentivo fiscal que possibilitaram, apartir de 1994, a retomada da produção. Passamos ater filmes, novamente. A maior parte deles, contudo,ainda é vista por um público restrito. Para acabar comesse entrave, são prioritários os investimentos nasáreas de distribuição e de exibição. Sem eles, umaparcela representativa do público continuará sem teracesso ao cinema nacional.

Maior bilheteria na história do cinema nacional,Tropa de Elite 2 (2010) foi uma exceção à regra, ou um"desvio na curva", com mais de 11 milhões de

* www.sergiorizzo.com.br

Em busca dopúblico perdido

Div

ulga

ção

História do Cinema - Parte 10

A cada edição, Sérgio Rizzo traz em capítulos umpouco da história cinematográfica. Umaoportunidade para colecionar e conhecer asdiferentes fases que ajudaram a tornar o escurinhoda sala de cinema um espaço apreciado por muitos

espectadores. A cada ano, apenas três ou quatro filmesbrasileiros ultrapassam a barreira de um milhão deespectadores. Entre os demais, poucos superam amarca dos 500 mil; a maioria tem públicos inferiores a100 mil espectadores, ficando muitas vezes apenas umaou duas semanas em cartaz, em poucas salas,localizadas geralmente nos grandes centros.

Cena do filme Tropa de Elite 2

no_escurinho_79:Layout 1 29/11/2011 12:50 Page 1

Page 31: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Padroeirados pobres

Que Figura!

Madre Tereza de Calcutá demonstrou que a caridade éamor em ação. Nascida em 26 de agosto de 1910, amacedônia Agnes Gonxha Bojaxhiu se tornaria Madre

Tereza aos 18 anos, quando deixou sua casa para entrar emum convento irlandês, onde recebeu esse nome por contade sua padroeira, a Santa Tereza de Lisieux.

Em 1929, foi enviada para a cidade indiana de Calcutá,onde iniciou seus trabalhos ensinando em uma escolasecundária, na qual começou o seu trabalho de auxílio apessoas necessitadas, conquistando a todos que estavam aoseu redor com seu exemplo e boa vontade, inclusiveseguidores que professavam outras doutrinas religiosas.Recebeu donativos de budistas, hindus e islâmicos, o quepossibilitou ampliar a sua atuação entre crianças e mulheresabandonadas, vítimas de violência, portadores do vírus daaids e com lepra.

Mas foi em 1946 que recebeu a inspiração paraestabelecer o seu mais amplo trabalho de auxílio aosnecessitados: a família dos Missionários da Caridade, queteve início em Calcutá e expandiu-se para toda a Índiadurante a década de 1950. A partir dos anos 1960, osbenefícios da obra de Madre Tereza não ficariam restritosaos indianos. Em 1965, a cidade de Cocorote, na Venezuelaseria a primeira fora da Índia a receber os Missionários daCaridade. Posteriormente, a Europa, com início na periferiade Roma, e países africanos, no final da década de 1960,foram beneficiados.

No período da Guerra Fria, conflito ideológico marcadopela disputa de influências entre Capitalismo e Socialismo, aobra de Madre Tereza de Calcutá esteve presente tambémem países comunistas, havendo 15 fundações na antigaUnião Soviética.

Bruno Ferreira, da Redação

“A todos os que sofrem e estão sós, dai sempre um sorriso de alegria. Nãolhes proporciones apenas os vossos cuidados, mas também o vosso coração.”

Madre Tereza de Calcutá

Madre Tereza de Calcutá dedicou sua vida aos

pobres e vítimas de tragédias em todo o mundo

Durante os anos 1990, mesmo com a saúde debilitada, amadre deu sequência a sua peregrinação pelo mundo, com oobjetivo de abrir novas casas de missão para continuarservindo aos mais pobres e vítima de tragédias e guerras.Retornou a Calcutá em 1997, ano que morreu aos 87 anos.

Foi beatificada em 19 de outubro de 2003 por conta deum milagre que teria operado em uma indiana que sofriacom um tumor no estômago, do qualfoi curada de forma inesperada,caso inexplicável para aciência. O processo decanonização de MadreTereza, no entanto,segue em aberto, mas jáé considerada pormuitos como “apadroeira dos pobres eincapacitados”.

A vida da beata foitema de documentáriose do filme Em nome dospobres de Deus, de1997, com a direção deKevin Cannor, além deuma minissérie na TVindiana, no ano de2003. V

que_figura_79:Layout 1 2/12/2011 13:25 Page 1

Page 32: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

AEducação Sexual tem recebido muito pouca atenção daspolíticas públicas e educacionais. Os ParâmetrosCurriculares Nacionais abordam a Educação Sexual

como um dos temas transversais, assim como: ética, meioambiente, trabalho e consumo, saúde, pluralidade cultural ecultura jovem, entretanto, a maioria das escolas ainda relutapara incluí-la na programação pedagógica.

Além disso, existem alguns professores que acham o assuntoincômodo, complexo, e que deve ser transmitido por uma pessoacapacitada, como médico, enfermeiro, psicólogo ou pela família.O Ministério da Saúde aprovou recentemente um conjunto dediretrizes para a saúde do adolescente que estão sendo adotadas

*www.bemvindo.org.br

Nat

ália

For

cat

Sexo e Saúde

Mande suas dúvidas sobre Sexo e Saúde,que a galera da Vira vai buscar as respostaspara você! O e-mail é [email protected]

32 Revista Viração • Ano 9 • Edição 79

e acompanhadas pelos serviços de saúde municipais. Existe,inclusive, uma carteira específica para o acompanhamento dasaúde de meninos e meninas adolescentes, contendo tambéminformações relevantes sobre saúde sexual e reprodutiva.

Apesar de a família ter papel fundamental noesclarecimento e orientação sobre sexualidade, a escola eoutros locais que atuam diretamente com crianças eadolescentes são os melhores lugares para ter esse tipo dediscussão, onde eles se sentem mais a vontade para trocarconhecimento e compartilhar dúvidas.

A cada 10 adolescentes que participam da oficina doPrograma Adolescer da Associação BemVindo, quatro têm algumacolega de classe que está grávida, com idade entre 14 e 16 anos.

Considerando que a sexualidade faz parte de um conjuntode valores, comportamentos, emoções e possibilidades quedependem do processo de desenvolvimento da sociedade, dos

padrões definidos e principalmente dasrelações sociais estabelecidas, oprocesso educativo eacompanhamento em relação àcriança e ao adolescente deve estarpresente desde a primeira infância.

É preciso falar sobre sexo desdecedo, deixar claro para a criançaque esse é um assunto permitido,

sobre o qual ela pode falar àvontade, sem ser condenada e criticadapor tratá-lo abertamente. A criança quersaber se o adulto está acessível pararesponder às suas dúvidas e se esse é

um tema proibido ou não. Com oficinas lúdicas, desenhos, teatro, material

informativo, as crianças e os adolescentes interagem uns comos outros, sempre respeitando a particularidade de cada um,além de valores étnicos, sociais, culturais e religiosos. V

Cristiane Rosa, da Associação BemVindo*

sexo_e_saude_79:Layout 1 2/12/2011 14:17 Page 1

Page 33: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Graciele Oliveira dos Santos e Chris Thomazelli, do Virajovem Boa Vista (RR)*

Conheça o sabor da pizza que tem feito sucesso entre

a população e turistas que visitam Boa Vista (RR)

Rango da terrinha

CUPOM DE

ASSINATURA

anual e renovação 12 edições

+ newsletter

É MUITO FÁCIL FAZER OU RENOVAR A ASSINATURA DA

SUA REVISTA VIRAÇÃO

Basta preencher e nos enviar ocupom que está no verso juntocom o comprovante (ou cópia) doseu depósito.

Para o pagamento, escolha umadas seguintes opções:

1. CHEQUE NOMINAL e cruzado emfavor da VIRAÇÃO.

2. DEPÓSITO INSTANTÂNEO numadas agências do seguinte banco,em qualquer parte do Brasil:

• BANCO DO BRASIL – Agência 2947-5Conta corrente 14712-5em nome da VIRAÇÃO

OBS: O comprovante do depósitotambém pode ser enviado por fax.

3. VALE POSTAL em favor daVIRAÇÃO, pagável na AgênciaAugusta – São Paulo (SP), código72300078

4. BOLETO BANCÁRIO(R$2,95 de taxa bancária)

+

Chris Thomazelli

Ingredientes:Massa tradicional de pizza pré-assadaMolho de tomate caseiro (ou se preferir de caixinha ou latinha)Banana bem madura para fritar (conhecida também comobanana Pacovan, banana coruda ou banana d’agua)Paçoca de carneQueijo muçarela fatiadoTomate em rodelasAzeitonas

V

Apizza é praticamente uma unanimidade no gosto popular e, em Roraima, um saborespecífico vem chamando a atenção dos roraimenses e visitantes. Conhecida como“Pizza Macuxi”, o prato possui um sabor bem regional, que mistura a massa tradicional

da pizza com a paçoca de carne e banana, e está se tornando um prato típico local.O nome dado à pizza é uma homenagem à tradição do povo roraimense, pois se

costuma dizer que quem nasce em Roraima é macuxi, nome originado dos povosindígenas. A Macuxi é considerada a maior população indígena do Estado, um povo delíngua caribe que habita a região do Monte Roraima na região nordeste do Estado.

Um único local que oferece essa novidade é a Pizzaria Sorelle, inaugurada em 5 defevereiro de 2010 sob propriedade de Valdecir Lorenzi, que está localizada na AvenidaMario Homem de Melo, 1719 – Mecejana, na capital Boa Vista.

Modo depreparo:

Frite a banana antes damontagem da pizza.A paçoca deve ser feitacom carne, nesse caso, umtipo apropriado para assare que seja bem macio,temperado e bem frito.A carne deve ser batida nopilão ou liquidificador juntocom a farinha de mandiocaaté ficar bem fininha.Depois disso, é só montara pizza. Primeiro jogue omolho de tomate sobre amassa, depois distribua abanana e a paçoca decarne. Em seguida, cubracom queijo muçarela,tomate em rodelas eazeitonas. Leve ao fornoaté que o queijo derretae depois é só servir!Bom apetite!

Pizza àbrasileira

rango_79:Layout 1 29/11/2011 14:37 Page 33

Page 34: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

Parada Social

V

Enquanto muitos têm no livro um

companheiro inseparável nos trajetos

entre casa e trabalho, outros o

enxergam com indiferença ou preguiça. Para

reverter essa situação, alguns projetos de

estímulo à literatura são idealizados por

jovens e desconhecidos escritores, como

Hugo Paz, paulistano de 24 anos que,

recentemente, laçou seu terceiro livro de

poesia. Em parceria com a noiva Marah

Mendes, procura realizar projetos para

incentivar o gosto pela leitura e a expressão

por meio da poesia.

O projeto Bate-papo Literário é um deles.

Realizado em Centros de Educação Unificados

(CEUs) e bibliotecas da capital paulista com

estudantes e frequentadores, consiste em

uma sabatina a escritores sobre o seu

trabalho, características e o papel da

Literatura nos dias de hoje. O encontro

pretende fazer com que todos entendam e

vivenciem a arte das palavras, presente para

muitos apenas no currículo escolar.

“Essa iniciativa propõe que as pessoas

reflitam, analisem e tenham acesso a

informações sobre os escritores: como

iniciaram no meio literário, suas inspirações,

suas visões de mundo e cotidiano, influências,

seus desafios e como a escrita pode

influenciar as pessoas”, explica Hugo Paz.

Outro projeto coordenado pelo jovem

poeta paulistano é o Sarau nas Escolas, que

teve início no ano passado, com a intenção de

estimular a poesia como linguagem entre

estudantes do supletivo de uma escola pública

de São Paulo, que declamam textos diversos.

TIP

O D

E A

SSIN

ATU

RA:

Ass

inat

ura

nova

Reno

vaçã

oD

e co

labo

raçã

o

Exte

rior

REVIS

TA

VIR

ÃO

Rua

Aug

usta

, 12

39 –

Cj.

11

Cons

ola

ção

– 0

1305

-100

São P

aulo

(SP

)

Tel

./Fa

x: (

11)

3237

-409

1 /

3567

-868

7

FORM

A D

E PA

GA

MEN

TO

:

Cheq

ue n

omin

alD

epós

ito

banc

ário

no

banc

o em

/

/ /

Vale

Pos

tal

Bole

to B

ancá

rio

NO

ME

SEXO

ES

T. C

IVIL

EN

DER

EÇO

BA

IRRO

CE

P FO

NE(

RES.

) FO

NE(

COM

.) CI

DA

DE

ESTA

DO

D

ATA

DE

NA

SC.

E-M

AIL

PREÇ

O D

A A

SSIN

ATU

RA

Ass

inat

ura

nova

R$ 5

8,00

Reno

vaçã

oR$

48,

00D

e co

labo

raçã

oR$

70,

00Ex

teri

orU

S$90

,00

Projetos incentivam a poesia e dão um novo sentido à literatura

Ao final dos saraus, rolam debates sobre

questões sociais e são sorteados livros, como

forma de estimular a leitura e a expressão por

meio de versos. “É preciso levar a literatura

periférica para as salas de aula. Com a

chegada desse evento eles podem expor e

debater ideias, além de conhecer escritores

que estão escrevendo sobre sua realidade”,

finaliza Hugo.

Da Redação

Divulgação

Bate-papoLiterário

Participantes utilizavamviolão em sarau

parada_social_79:Layout 1 29/11/2011 14:53 Page 34

Page 35: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

35_rap_dez_79:Layout 1 1/12/2011 15:46 Page 33

Page 36: Revista Viração - Edição 79 - Dezembro/2011

4a_capa_79:Layout 1 30/11/2011 10:12 Page 28