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FEVEREIRO 2013 • NÚMERO 13 • MENSAL www.revistaprogredir.com REVISTADIGITAL GRATUITA Entrevista com Laurinda Alves Descontraia e Reflita através do vídeo do mês Motivos para celebrarmos a crise Celebrar a vida, celebrar a iniciativa Mundo em transição: como tomar decisões em tempo de incertezas Surpreender é um estilo de vida!

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Revista de Desenvolvimento Pessoal

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  • FEVEREIRO 2013 NMERO 13 MENSAL

    www.revistaprogredir.com

    REVISTA DIGITAL GRATUITA

    Entrevista comLaurinda Alves

    Descontraia e Reflita atravs

    do vdeo do ms

    Motivos para celebrarmos

    a crise

    Celebrar a vida,

    celebrar a iniciativa

    Mundo em transio: como tomar decises em tempo de

    incertezas Surpreender um estilo

    de vida!

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 3

    Diretor | Pedro Sciaccaluga [email protected]

    Direo Comercial | David Rodriguescomercial @revistaprogredir.com

    Editora | Maria [email protected]

    Imagem, Montagem e Design | Liliana Gomes [email protected]

    Redao | Sofia Frazoa, Catarina Giro,Ctia Mota e Ricardo [email protected]

    Partilhas do Leitor | Ricardo [email protected]

    Comercial | Slvia Cardoso

    Sugestes e [email protected]

    [email protected]

    editorial

    Ca ro s a m i g o s,

    Pa ra a p re s e nte e d i o d a R e v i s t a P ro g re d i r e s co l h e m o s o te m a Ce l e b ra r co m o f i o co n d u to r d a m e s m a .

    O te m a fo i e s co l h i d o, e nt re o u t ra s ra z e s, p e l o f a c to s i m b l i co d e ce l e b ra r m o s o p r i m e i ro a n i ve r s r i o d e u m a c a m i n h a d a co n j u nt a co nvo s co. No d i a 2 3 d e J a n e i ro d e 2 0 1 2 p u b l i c m o s a p r i m e i ra e d i o d a R e v i s t a P ro g re d i r . Ce rc a d e u m a n o vo l v i d o p u b l i c a m o s, p a ra s i , a e d i o n 1 3 d a R e v i s t a P ro g re d i r . D a n o s s a p a r te te m s i d o u m a c a m i n h a d a c h e i a d e a l e g r i a s, d e s a f i o s e m u i t a a p re n d i z a g e m . U m a c a m i n h a d a d e p ro c u ra co n s t a nte d e co m o p o d e m o s S e r m a i s p a ra S i . D e co m o p o d e m o s S e r v i - l o m e l h o r.

    Po r e s te p e rc u r s o co m u m a g ra d e ce m o s a Vo s s a p re s e n a , co nt r i b u to e a p o i o, u m a vez q u e, s e m e s te, o Pro j e to n o s e r i a p o s s ve l.

    Ag ra d e o p e s s o a l m e nte a to d a a e q u i p a d a R e v i s t a P ro g re d i r . A to d o s o s s e u s co l a b o ra d o re s e a u to re s o m e u : M u i to O b r i g a d o ! E s t a , a s s i m , m a i s u m a ra z o q u e te m o s p a ra ce l e b ra r, e co m o ce l e b ra r b o m e i m p o r t a nte, ce l e b re m o s ! Ce l e b re m o s a Vi d a ! Co m o n o s p ro p e J o a q u i m Ca e i ro m a i s f re nte. E s p re i te m o s q u e m o t i vo s p o d e re m o s te r p a ra ce l e b ra r a c r i s e, co m o n o s co nt a N u n o M i c h a e l s , o u a re f l ex o d e Cr i s t i n a Fre i re s o b re o s i g n i f i c a d o d a s ce l e b ra e s, co m o o va i s u r p re e n d e r J o o A l b e r to Ca t a l o n a p re s e nte e d i o e o exe m p l o d e v i d a q u e p o d e m o s o b te r d a e nt re v i s t a a La u r i n d a A l ve s co n d u z i d a p o r S o f i a Fra zo a , q u e re co m e n d o fo r te m e nte.

    D e s p e o - m e co m u m p e d i d o : Ce l e b re ! Co m e m o re ! Po rq u e a Vi d a u m p re s e n te

    U m exce l e nte m s p a ra s i !B e i j o s & Ab ra o sPedro Sciaccaluga Fernandes

    Celebrar

    Colaboradores desta EdioBernardo Galvo Sousa, Catarina Giro, Carlos Loureno Fernandes, Cristina Freire, Joo Alberto Catalo, Joaquim Caeiro, Glria Aguiam, Maria Melo, Nelson S. Lima, Nuno Michaels, Ricardo Fonseca, Sissi Franco e Sofia Frazoa.

    PeriodicidadeMensal

    PropriedadeIdeias e Harmonia - Publicaes, Marketing e Eventos, Lda

    ERCN. Registo: 126163

    expressamente proibida a reproduo da revista, em qualquer lngua no seu todo ou em parte, sem a prvia autorizao escrita do proprietrio. Todas as opinies, notas e comentrios so exclusivos dos autores ou das entidades que produziram os dados.

    O contedo dos artigos publicados da exclusiva responsabilidade do seu autor. O contedo dos artigos no expressa necessariamente a opinio da Revista Progredir e sua Direo.

    RUA LINO ASSUNON. 24 | 2770-109 PAO DE ARCOS

    21 443 83 05 | 96 277 73 21NIF 509 992 978

    DIRETOR GERALPEDRO SCIACCALUGA FERNANDES

    w w w . r e v i s t a p r o g r e d i r . c o mN. 13 | Fevereiro 2013 | Revista Mensal

  • 4 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Desafios do FemininoCelebrar a vida como ela Por Sofia Frazoa

    52

    AgendaAtualize a sua Agenda! Encontre atividades para poder participar.

    63

    VouchersAproveite e desfrute das promoes.

    65

    ReflexesFrases que nos deixam a pensar!

    66

    Fontes de SaberUm momento para descontrair, refletir e meditar.

    67

    BiografiaDescubra quem foi a Walt Disney.

    69

    GlossrioFerramentas para Progredir:Massagem Ayurvedica.

    71

    w w w . r e v i s t a p r o g r e d i r . c o [email protected]

    sumrionmero 13

    6 Notcias BrevesDesfrute das notcias breves.Esteja sempre atualizado.

    9 Pergunta do LeitorUm espao dedicado a si. Envie a sua pergunta.

    11 Filosofia de VidaMotivos para celebrarmos a crisePor Nuno Michaels

    15 SadeA ineficcia das dietas famosas e a importncia da mente-corpo na perda de pesoPor Sissi Franco

    20 RelacionamentosCelebrar para progredirPor Cristina Freire

    25 EntrevistaOs projetos tm de comear e acabar para que existam outros Entrevista com Laurinda Alves Texto Por Sofia FrazoaFotografia Por Glria Aguiam

    FinanasMundo em transio: como tomar decises em tempo de incertezasPor Nelson S. Lima

    33

    Vida ProfissionalSou um profissional! Vou celebrar!Por Ricardo Fonseca

    39

    EspiritualidadeCelebrar a vidaPor Joaquim Caeiro

    47

    LifestyleSurpreender um estilo de vida!Por Joo Alberto Catalo

    43

    Mudana TranquilaCelebrar a vida, celebrar a iniciativaPor Carlos Loureno Fernandes

    58

  • CELEBRARCELEBRAR

  • 6 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    notcias brevesFevereiro 2013

    I r iniciar no dia 21 de Fevereiro, na Akademia do Ser, a 5 edio do Curso Ame-se e cure a sua Vida

    baseado no mtodo de Louise Hay,

    que ter a durao de 21 semanas e

    ser ministrado por Isabel Gomes.

    um curso vivencial com poderosas

    tcnicas de transformao interna,

    que proporcionam uma libertao do

    passado, ensinam a mestria emocional

    e a escolher os pensamentos para

    cocriarmos uma realidade mais

    autntica, plena e apaixonada pela

    vida.

    um mtodo do corao para o

    corao, um curso

    sobre a conscincia da

    Alma e a manifestao

    da excelncia do Ser

    existente em cada

    um de ns. Atravs deste mtodo

    descobrimos como as nossas crenas

    e ideias limitativas e redutoras

    so a causa dos nossos problemas

    5 EDIO DO CURSO AME-SE E CURE A SUA VIDA, BASEADO NA FILOSOFIA DE LOUISE HAY

    emocionais e fsicos, e como podemos

    mudar os nossos pensamentos e as

    nossas vidas para melhor.

    Mais informao veja aqui

    A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Catlica do Porto, promover ao longo do ano algumas

    palestras com o objetivo de promover a

    reflexo, a formao em contacto com

    alguns especialistas de diversas reas.

    Em Fevereiro destacam-se duas

    palestras:

    No dia 20, o orador Dr. Nuno Serqueira

    abordar o tema Os desafios da

    biodiversidade em Portugal;

    No dia 27, a oradora Dra. Snia

    Gomes falar sobre O reiki como

    terapia complementar em ambiente

    teraputico.

    Mais informao veja aqui

    TERTLIAS NA BIOTECNOLOGIAUNIVERSIDADE CATLICA DO PORTO

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 7

    notcias brevesFevereiro 2013

    PALESTRAS DE ESPIRITUALIDADE COM TULKU LOBSANG RINPOCHE PORTUGAL

    A Unio Budista Portuguesa promover diversas palestras em Portugal, com a participao de

    Tulku Lobsang, mestre budista e

    um dos mais prestigiados legatrios

    dos conhecimentos da medicina

    tradicional tibetana. As palestras

    abordaro temticas diferentes tendo

    em comum o objetivo de aprofundar o

    autoconhecimento, a importncia do

    amor nas relaes com os nossos entes

    queridos e integrar o sentido da vida.

    Entre os dias 15 de Fevereiro e 17 de

    Fevereiro decorrero as palestras:

    Amor para sempre (Porto), O poder

    da autotransformao (Aveiro), e o

    seminrio Gesto da Dor: perda, luto e

    impermanncia (Porto)

    Mais informao veja aqui

    N o dia 9 de Fevereiro de 2013 pelas 10:00 nas instalaes da Fbrica de Startups (Av. Marginal

    Ed. Parque Oceano 3G, Oeiras)

    decorrer o FabFounders, um evento

    de team building que visa juntar

    empreendedores que ainda no tm

    equipa e pretendam candidatar-se ao

    programa FastStart. No FabFounders

    ters:

    Sesso de networking;

    Pitch pessoal sobre ti ou sobre a

    tua ideia de negcio;

    Exerccios ice-breaking e de team

    building;

    Explicao do programa FastStart.

    Mais informao veja aqui

    CRIA A TUA EQUIPA DEEMPREENDEDORES NO FABFOUNDERS

  • 8 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    notcias brevesFevereiro 2013

    CERTIFICAO ENEAGRAMAPELO EPTF MECO

    O Enneagram Professional Training

    Program (EPTF), promover entre os

    dias 16 e 22 de Fevereiro no Meco, a

    certificao em eneagrama.

    Esta certificao destinada a profissionais

    de diferentes reas

    de interveno

    tem como objetivo

    a promoo da

    aprendizagem do

    eneagrama, um

    mtodo que combina as prticas de

    auto-observao, exerccios em grupo,

    avaliaes pessoais profundas e partilha

    de histrias e insights.

    Esta certificao passa por vrias etapas

    que decorrero com superviso de dois

    grandes profissionais desta temtica,

    Helen Palmer e David Daniels.

    Mais informao veja aqui

    N o dia 1 de Fevereiro ir decorrer no Centro Cultural de Belm o seminrio Interpretao dos Sonhos

    - uma perspetiva junguiana, com o

    autor Murray Stein.

    Este evento promovido pelo Ncleo

    Portugus de Estudos Junguianos,

    sendo o orador Murray Stein um

    analista junguiano e autor de livros

    como O mapa da alma e The

    principle of Individuation .

    Este seminr io

    tem como

    objet ivos a

    abordagem das

    razes porque

    sonhamos e

    descobr i r a

    impor tncia dos

    nossos sonhos

    atravs da compreenso do seu

    significado.

    Mais informao veja aqui

    SEMINRIO SOBRE SONHOSCOM MURRAY STEIN

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 9

    J todos passamos pela s i tuao do terminar de um relac ionamento, contudo normalmente associamos estas

    questes aos f ins de um relac ionamento

    amoroso, como um namoro, um casamento,

    mas nem s entre amantes se terminam

    relaes, e tendo em conta a pergunta da

    nossa le i tora i re i abordar esta questo

    num futuro ar t igo, obr igado Mar ta pela

    dica. Mas como a questo da nossa le i tora

    referente ao f im de um namoro, aqui vai

    a resposta. No existe a frmula per fe ita

    para se terminar uma relao, onde uma

    das par tes no pretende o mesmo que a

    outra, mas podemos sempre cr iar uma

    s i tuao que minimize os danos e que

    permita que ambos s igam em frente

    sem grandes fer idas ou mgoas. S e aps

    ref lexo decidimos terminar a re lao

    ento ser impor tante comunicar a nossa

    vontade ao outro de uma forma direta e

    pessoal, desta forma no estar a cr iar

    i luses na cabea do outro. Abordar os

    sent imentos nunca fc i l e prec iso

    ter coragem de assumir o que se sente,

    mas se o sent imento mudou ou acabou,

    impor tante ser c laro nas palavras e

    repet i r as vezes necessr ias at o outro

    f icar consc iente dessa mudana, se ja

    coerente e mantenha um compor tamento

    que espelho das suas palavras. Lembre -

    se terminar um relac ionamento sempre

    doloroso. Mesmo que seja uma opo sua,

    o sofr imento inevitvel, af inal, aquela

    pessoa fez par te da sua v ida e agora

    necessr io a justar-se a esta mudana

    emocional.

    Q ual a melhor forma de terminar uma rela o?

    Mar ta Pais, 35 anos, Viseu

    pergunta do leitorE n v i e a s u a p e r g u n t a p a r ag e r a l @ r e v i s t a p r o g r e d i r. c o m

    MARIA MELOLIFE COACHING

    [email protected]

  • Esteja atento pgina do Facebook da Revista Progredir.

    S er publ icada uma imagem sobre o conc urso. Par t i lhe essa imagem

    e escreva como comentr io uma frase que inc lua a palavra

    Progredir. O Autor da f rase mais or ig inal ganhar o l ivro. Leia

    informaes detalhadas sobre o conc urso c l ique aqui

    fc i l e grt is

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    Vencedor de Janeiro:

    Lus Matias partilhou a imagem e criou a frase: PROGREDIR no dar um salto (s vezes em direo ao desconhecido, ou pisando os outros, o que resulta

    em dor). PROGREDIR dar pequenos passos, mas continuamente, com convico, e numa direo definida.

    PROGREDIR ao, mas resulta de uma escolha., e ganhou o Livro Sim ou No, Um guia para tomar as

    melhores decises de Dr. Spencer Johnson

  • Filosofia de Vida

    FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 11

    Falar de crise falar de oportunidade, est na hora de celebrarmos a mudana que surge! Por Nuno Michaels

    Motivos para celebrarmos a crise

    S ejamos honestos: j no h pachorra para voltar a falar do mesmo disso mesmo de que andamos fartos de ouvir falar, dando-lhe um nome e uma aceo grotesca que nos incita a sofrer e rejeitar, mais do que qualquer outra

    coisa, essa coisa, chamada ad nauseam nos ltimos anos, de crise.

    Quase todos sabemos que no adianta focarmo-nos no que no queremos,

    porque o reafirmamos e vivificamos com a fora da nossa prpria rejeio.

    Era por isso, alis, que a Madre Teresa de Calcut se recusava a participar em

    manifestaes contra a guerra e se guardava, segundo ela, para aquelas a favor

    da paz).

    Quase todos sabemos que no adianta focarmo-nos

    no que no queremos, porque o reafirmamos e vivificamos com a fora

    da nossa prpria rejeio.

  • Filosofia de Vida

    12 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Filosofia de Vida

    C.E.O: Crise, Escolha, Oportunidade

    Muitos de ns j o sabem: krisis ,

    raiz etimolgica grega do palavro

    que chamamos coisa, significa

    ciso , diviso , e est intimamente

    relacionado com um verbo que

    significa julgar , discriminar ,

    separar .

    Crise ciso, separao, e ciso

    deciso. A ciso, porque separa e

    divide, permite uma escolha que antes

    (da crise , da ciso) no era possvel.

    Sem se cindir, no se pode decidir.

    A oportunidade para uma educao holstica!

    Curso de Formao de Professores de Yoga 17de Maio a 7 de Junho 2013

    Curso de Formao de Teraputas de Yoga

    22 de Julho a 8 de Agosto 2013

    Escola acreditada pelo Yoga Alliance International e International Association of Yoga Therapists

    Para consultar em detalhe os nossos programas, informaes ou artigos

    na imprensa internacional: www.swara-yoga.com

    www.elemental-yoga.com

    Felizmente e este o primeiro motivo,

    ou pretexto, para celebrarmos alm

    de honestos, e francos, podemos ser

    oportunos, positivos e progressistas

    em suma, francamente oportunistas:

    e podemos honrar o esprito desta

    revista e em especial deste nmero

    que celebra o seu primeiro ano de

    existncia disponibilizando-nos a

    olhar (nem que por uma ltima, ou

    nica, vez) para o outro lado dessa

    moeda (e no uma aluso irnica

    dimenso financeira da coisa)

    chamada crise.

    A ver se celebramos finalmente.

    Mas antes de elencar os principais

    motivos para celebrarmos a crise ,

    falta apenas introduzir um lugar-

    comum. Ou dois. Pois se comunicar

    pr em comum, no ser

    aproveitamento de espao aproveitar

    este lugar para o fazer?

    Podemos honrar o esprito desta revista,

    em especial deste nmero que celebra o seu primeiro ano

    de existncia.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 13

    Filosofia de Vida

    Crise e permite, para no dizer

    obriga, convida ou simplesmente:

    consiste de uma oportunidade de

    escolha, discriminao, e julgamento

    por uma via nova; e aqui que nos

    socorremos de mais um lugar-comum

    para dar fora e completude nossa

    tese:

    Diz (quem sabe) que o

    ideograma chins para

    representar crise

    se compe de dois

    outros ideogramas

    o de perigo e o de

    opor tunidade.

    No confirmamos nem

    atestamos a veracidade

    desta informao mas

    podemos refletir, e sugiro

    ao leitor que o faa, se

    as verdades dominantes do senso

    comum - aquilo a que os gregos

    chamavam doxa e que ns traduzimos

    como opinio, para contrastar

    com episteme ou conhecimento

    verdadeiro), no sero to-somente

    - as verses mais repetidas, e aquelas

    em que mais pessoas acreditam num

    dado momento.

    No ser a verdade consensual,

    comummente aceite, to-somente

    a narrativa dominante, que ganhou

    s outras narrativas por fora

    da sua prpria repetio e no

    necessariamente por vir tude da sua

    correspondncia com algo a que

    chamaramos real?

    Inspirados pelas palavras

    de Ortega y Gasset, que

    escreveu em 1942 num

    livro chamado Esquemas

    da Crise e Outros Ensaios

    a crise um momento

    histrico em que no muda

    algo no mundo, mas em

    que o mundo inteiro muda ,

    elencamos aquelas que so

    as grandes oportunidades

    atuais inevitveis - de

    mudana no mundo:

    Desenvolver a Coragem, a Autonomia,

    e a Confiana em Si mesmo;

    Clarificar quais so os valores mais

    fundamentais e importantes;

    Relativizar o que antes tomvamos

    como certo e seguro, especialmente

    a supremacia da prpria viso do

    Mundo;

  • Filosofia de Vida

    14 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Filosofia de Vida

    NUNO MICHAELSASTRLOGO, PROFESSOR

    DE ASTROLOGIA ECONSCINCIA NO QUIRON

    E VICE-PRESIDENTE DA ISARhttp://www.taoenchoice.com

    Encontrar uma fonte de segurana

    dentro , j que as de fora esto a

    desaparecer;

    Maior Autenticidade no Aqui

    e Agora, j que o futuro uma

    abstrao cada vez maior e mais

    improvvel;

    Auto aprimoramento e evoluo

    pessoal atravs da diligncia e do

    esprito de servio ao prximo;

    Relaes mais autnticas, baseadas

    na cooperao e interdependncia;

    Desativar, abdicar, sacrificar e

    transformar desejos egosticos,

    esprios, e pouco sbios;

    Ampliar a nossa Viso do Mundo e

    do Sentido da Vida;

    Assumirmos, cada um de ns,

    papis mais responsveis no

    coletivo;

    Desenvolvermos e aproveitarmos

    mais e melhores oportunidades para

    nos associarmos e expressarmos

    Amor e Boa vontade atravs do

    empenho grupal;

    Fazermos tudo o que est ao nosso

    alcance para mudar, melhorar,

    servir e curar.. . Entregando o

    resto a Deus, Providncia ou s

    Finanas.. . Consoante aquele que

    seja o deus particular de cada

    um. A oportunidade de encontrar

    melhores deuses.

    Agora, quando ouvir nem que seja

    da sua prpria boca - a palavra de que

    j andvamos todos fartos (e ainda

    antes deste artigo), pode sempre

    retorquir, perante a viso caqutica

    que insiste em rotular de crise a

    coisa oportuna:

    Crise?! Qual crise? Esta

    opor tunidade maravilhosa chamada

    Evoluo?

  • Sade

    FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 15

    A ineficcia das dietas famosas e a importncia da mente-corpo na

    perda de peso

    Com o aumento alarmante do nmero de pessoas com excesso de peso e obesidade as sociedades

    desenvolvidas devero implementar uma soluo que permita ajudar as populaes a encontrar o equilbrio

    mente-corpo. Por Sissi Franco

    Existem vrias correntes de pensamento sobre alimentao e com vrias prticas de nutrio, cada uma

    delas com sua frase chave, e cada uma com

    seus princpios diferenciadores. Todas

    auguram algo muito semelhante entre

    si, a perda de peso e emagrecimento,

    com algumas nuances que as tornam

    distintas e nicas.

  • 16 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Sade

    possvel constatar atravs de

    observao, entrevistas presenciais,

    investigao na rea e no contacto

    com clientes e populao em geral que

    nenhuma delas funciona eficazmente

    a longo prazo para grande parte dos

    seus seguidores. Colocamos assim, as

    seguintes questes:

    1. Por que razo as dietas mais

    famosas, com nomes mais

    cativantes, ou mesmo com

    designaes pr-histricas no

    sero eficazes a longo prazo para a

    maioria da populao?

    2. Por que motivo os programas

    de emagrecimento que tambm

    abordam a componente motivacional

    tero dificuldade em promover a

    aderncia dieta aps o final dos

    programas ou quando termina o

    acompanhamento?

    3. O que conduz a que existam tantas

    pessoas insatisfeitas com a sua

    condio fsica e com o seu peso

    apesar das mltiplas ofertas em

    dietas?

    Por que razo as dietas mais famosas,

    com nomes mais cativantes, ou mesmo

    com designaes pr-histricas no

    sero eficazes a longo prazo para a

    maioria da populao? Acreditamos

    que seja, em primeiro lugar porque

    a maioria das dietas so muito

    restritivas. Em regra, todas excluem

    do plano alimentar algum alimento ou

    nutriente (glten, tomate, carne, ou

    refrigerantes) ou restringem algum

    macronutriente (protenas, l pidos

    ou hidratos de carbono). Numa fase

    inicial a motivao e os resultados

    rpidos favorecem a aderncia

    dieta e a restrio alimentar torna-se

    tolervel, pois o peso est a diminuir.

    No entanto, por razes bvias, a

    restrio alimentar no sustentada

    nem possvel ser mantida a longo

    prazo, pois muitas vezes estamos a

    dar ao nosso corpo menos energia

    do que ele necessita para funcionar.

    A restrio alimentar no sustentada nem possvel ser mantida

    a longo prazo, pois muitas vezes estamos a dar ao nosso corpo

    menos energia.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 17

    Sade

    Estamos a tentar enganar o nosso

    corpo com menos calorias do que

    ele necessita para viver em pleno,

    na esperana de que ele gaste a

    energia que tem acumulada sobre a

    forma de gordura. A parte traioeira

    que o corpo entra em modo de

    sobrevivncia, diminuindo muitas

    vezes a taxa metablica, gastando

    cada vez menos energia (resultando

    muitas vezes em estados de letargia,

    mau humor, e cansao), reservando

    tudo o que aparece no estmago (a

    tendncia para reservar energia sob a

    forma de gordura, que aquilo que

    no se quer). Aps uma fase inicial

    de motivao e adeso restrio

    alimentar, o corpo entra muitas vezes

    numa fase de hper-compensao,

    onde os impulsos para consumir

    os alimentos que anteriormente se

    ingeria e em quantidades generosas,

    ultrapassam a fora de vontade para

    seguir o plano alimentar.

    Em segundo lugar, esses planos

    alimentares alteram muitas vezes a

    alimentao das pessoas de forma

    muito brusca, e pouco sustentada.

    Coma isto, no coma aquilo. Um

    hbito demora tempo a criar-se. Da

  • 18 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Sade

    mesma forma que levamos anos a

    habituar o nosso corpo ao po com

    manteiga, ao leite de vaca e s carnes

    vermelhas, e levamos anos a aumentar

    o peso e a massa gorda, tambm no

    deveramos querer nenhuma soluo

    milagrosa que alterasse da noite para

    o dia os nossos hbitos to enraizados,

    sob pena de nunca se tornarem

    hbitos mas apenas uma alterao de

    comportamentos pontual.

    E porque motivo os programas de

    emagrecimento que tambm abordam

    a componente motivacional tero

    dificuldade em promover a aderncia

    dieta aps o final dos programas ou

    quando termina o acompanhamento?

    Para se alterarem comportamentos

    alimentares desviantes necessrio

    motivao e que os programas que

    englobam essa componente sejam

    certamente mais eficazes. No entanto,

    se no h alterao na forma como as

    pessoas olham a comida, e no espao

    que esta ocupa nas suas vidas, a

    motivao, como um pavio, arde e

    apaga-se.

    O que conduz a que existam tantas

    pessoas insatisfeitas com a sua

    condio fsica e com o seu peso apesar

    das mltiplas ofertas em dietas? Essas

    dietas e correntes de pensamento

    sobre alimentao no abordam o

    ser humano por inteiro, pois tm

    em conta apenas o corpo (e ns no

    somos s corpo), e dedicam a sua

    ateno aos efeitos que os alimentos

    e nutrientes tm, como se o nosso

    corpo se tratasse de uma mquina

    ou de um laboratrio de absoro de

    nutrientes e como se todos os corpos

    fossem mquinas iguais.

    Se no h alterao na forma de as pessoas

    olham a comida, e no espao que esta

    ocupa em suas vidas, a motivao, como um pavio, arde e apaga-se.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 19

    Sade

    Nunca poderemos tratar apenas a

    componente corpo e esperar que o peso

    a mais desaparea e no mais volte.

    No somos aparelhos processadores de

    alimentos, e no absorvemos nutrientes

    como se de combustvel se tratasse. A

    prpria nutrio clssica ainda se baseia

    na incompleta roda dos alimentos e

    na contagem de calorias, cedendo

    muitas vezes aos interesses superiores

    do marketing e das vendas, interesses

    esses que no so os melhores para a

    populao em geral.

    certo que reina a dvida e a

    confuso e que a populao continua

    a engordar, com hbitos de vida que

    conduzem a doenas que se podiam

    prevenir, mas sempre em busca de

    satisfao pessoal. Pois qual seria

    ento a soluo para estas maleitas da

    sociedade atual? A origem do excesso

    de peso reside num desequilbrio

    mente-corpo, no nosso interior e

    a que se deve procurar o problema e

    trabalhar a soluo a longo prazo. Ou

    seja, nunca poderemos tratar apenas

    a componente corpo e esperar que o

    peso a mais desaparea e no mais

    volte, se ignoramos por completo a

    mente e todos os efeitos que ela tem

    sobre o nosso templo de vida!

    Um programa de emagrecimento

    holstico que trate o Ser por inteiro,

    nas vertentes nutrio, exerccio

    fsico, meditao e desenvolvimento

    pessoal, e que procure equilibrar

    a mente-corpo ser certamente

    a melhor soluo: a nutrio e o

    exerccio fsico so duas vertentes

    muito fceis de entender pela

    sua importncia; a meditao,

    pelos seus mltiplos benefcios

    no equilbrio da relao mente-

    corpo; o desenvolvimento pessoal,

    pela importncia de enriquecer

    cada Ser com conhecimentos, com

    confiana, autoestima, poder pessoal

    e motivao.

    SISSI FRANCONUTRICIONISTA & LIFE COACH

    [email protected]

    http://facebook.com/sissi.franco

    Luis

    de

    Barr

    os

  • Relacionamentos

    20 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Celebrar para progredirCelebrar (comemorar (data ou acontecimento) atravs

    de festa ou cer imnia) para progredir, o o lhar que propomos nesta ref lexo, acerca do s igni f icado das celebraes, enquanto atos teis de agregao

    e cont inuidade dos re lac ionamentos, se jam eles comunitr ios, famil iares, de amizades, de amores

    diversos ou de um amor s. Por C ristina Freire

    O s tecidos da nossa sociedade parecem romper-se a uma velocidade cada vez maior e as

    mquinas da sua tecelagem sofrem o

    desalento da falta de conhecimento

    dos seus teceles acerca da matria-

    prima que trabalham, as emoes

    humanas, e dos seus destinatrios:

    o prprio Homem como ser gregrio

    e normativo. aqui que entra a

    celebrao enquanto ato simblico

    de consequncias reais.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 21

    Relacionamentos

    Hoje, quando falamos em celebrar,

    pensamos em comemoraes com

    mais ou menos festejos que encerram

    em si maior ou menor solenidade,

    mas j no temos a certeza da

    Universalidade dos rituais utilizados

    e da sua simbologia. Tememos

    confundir tradicional com fora de

    moda e precisamos de algum grau de

    improvisao que possibilite atualizar

    no tempo e nas circunstncias, alguns

    rituais marcados pelo poder de unir,

    fortalecer laos, consolidar relaes.

    Mesmo os rituais que se cumprem

    por hbito, para obedecer a uma

    tradio, so imprescindveis para o

    equilbrio emocional de comunidades

    e indivduos, podendo funcionar,

    em determinados casos, como

    placebo (um alivio ilusrio, contudo,

    eficaz para a situao), mas sempre

    necessrios e incontornveis em

    momentos chave da vida.

    Celebramos acontecimentos,

    comemoramos datas e festejamos

    tudo isto com as pessoas de quem

    gostamos, mas ser que podemos

    falar em vantagens e desvantagens

    das comemoraes e at dos

    compromissos finais?

  • 22 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Relacionamentos

    J ouvimos objees com sentido.

    Factos objetivos contra e a favor

    de ambos, por exemplo, desde no

    existirem diferenas entre casar

    formalmente ou morarem juntos, at

    afirmao de que o compromisso

    final piora o relacionamento.

    Relativamente s celebraes/

    comemoraes, h muito quem

    no valorize, considerando que os

    casais o fazem forados e constroem

    uma fachada de comportamentos

    artificiais.

    Na verdade, evidncias cientficas

    e do dia-a-dia, mostram que as

    vantagens das comemoraes,

    com os seus rituais tradicionais ou

    resultado da criatividade do casal, so

    maiores do que as suas desvantagens,

    melhorando a qualidade e durao

    dos relacionamentos.

    Tal acontece porque comemorar algo,

    significa que isso tem importncia

    para ns ao ponto de nos dispormos

    a planear, ter trabalho com os

    preparativos e estar presente por

    inteiro. O simples facto de fazermos

    este movimento em direo ao outro

    e ao que ele significa para ns,

    melhora e refora os laos e, para

    o parceiro/a, sentir-se alvo de tal

    ateno e investimento, melhora com

    certeza a sua autoestima enquanto

    pessoa, mas tambm a perceo que

    tinha sobre a relao. Estes efeitos

    positivos podem ir desde um simples

    melhoramento, a salvar mesmo uma

    relao em dificuldades.

    Mas no sempre assim. Quando

    um relacionamento est muito

    desgastado, qualquer tentativa

    de comemorao pode tornar-

    se frustrante, pois haver muita

    Evidncias cientficas e do dia-a-dia, mostram que as vantagens das comemoraes so maiores

    do que as suas desvantagens.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 23

    Relacionamentos

    contrariedade e qualquer combinao

    seguir a linha das discusses

    anteriores, servindo para se magoarem

    e atingirem, rejeitando e gozando

    com as escolhas um do outro. Nestas

    situaes a relao pode terminar em

    vez de melhorar.

    J o mesmo no se pode dizer quando

    a celebrao ocorre numa famlia ou

    comunidade em conflito. A, o facto

    de se terem de encontrar, planear em

    conjunto, juntarem-se na celebrao e

    saborearem o sucesso ou lamentarem

    o insucesso em grupo, reverte-se

    de um significado de agregao,

    tornando mais fortes os laos e

    diluindo conflitos antigos.

    Os Presentes: fonte de prazer ou

    conflito?

    Tambm os presentes se podem

    transformar numa fonte de problemas

    e no de prazer, com a maior facilidade

    de um em conhecer os gostos do outro

    ou o sentimento de obrigatoriedade

    em dar um presente, algo sentido

    como muito frustrante. de tal forma

    complexo que at a escolha de um

    presente personalizado, no baseado

    em consumo (em gastos), pode ser

    entendido como a outra pessoa no

    nos ter achado suficientemente

    importantes para gastar dinheiro

    connosco. Enfim, o mais importante

    mesmo a ateno e carinho com

    que nos presenteamos, diariamente,

    uns aos outros. Afeto, generosidade

    e bem-querer, eis os ingredientes

    dirios que nos podem dar alguma

    garantia da qualidade e durao de

    um relacionamento e muito haver a

    festejar se o conseguirmos.

    O mais importante mesmo a ateno e carinho com que nos presenteamos,

    diariamente, uns aos outros.

  • 24 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Relacionamentos

    Em jeito de concluso, parece que

    celebrar, nos seus diversos e at

    criativos rituais, parte intrnseca do

    Ser humano, dando-lhe continuidade

    enquanto ser gregrio e normativo

    -, atribuindo simbologia e significado

    aos seus atos e contribuindo para

    a preservao da nossa cultura. O

    bom da celebrao a dedicao

    que impulsiona ao encontro do que

    se celebra, a dedicao, o tempo

    e a reflexo, com tudo o que isso

    despoleta.

    A ausncia de qualquer ritual ou ato

    comemorativo numa sociedade, faria

    dela uma anomia, ou seja, deix-la-

    ia num estado de falta de objetivos e

    perda de identidade. Pelo contrrio,

    saber integrar diferenas, diluir

    conflitos, atravs da compreenso,

    motivar-se apesar das frustraes,

    sentir empatia e dar esperana,

    apesar das dificuldades, so

    atributos de pessoas e sociedades

    que conseguem, indubitavelmente,

    relaes emocionalmente mais

    inteligentes e isto, em tempos de

    crise

    O bom da celebrao a dedicao que

    impulsiona ao encontro do que se celebra, a

    dedicao, o tempo e a reflexo, com tudo o

    que isso despoleta.

    CRISTINA FREIREPSICLOGA CLNICA, TERAPEUTA CONJUGAL E AUTORA DO LIVRO

    UM AMOR PARA [email protected]

  • EntrevistaCompleta no Site Progredir

    FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 25

    Os projetos tm de comear e acabar para que existam outros

    aguiam.com

    Para celebrar o primeiro aniversrio da Revista Progredir fomos falar com a criadora e diretora da extinta Revista XIS, uma publicao de sucesso na rea do desenvolvimento

    pessoal. Laurinda Alves, agora jornalista freelancer, recorda a

    dcada que marcou a sua vida e

    que tambm a levou mudana e

    reinveno.

    Texto Por Sofia Frazoa

    Fotografia Por Glria Aguiam

  • 26 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Entrevista

    PROGREDIR: O que a levou a criar a

    revista XIS, em 1999?

    Laurinda Alves: Engraado voltar

    atrs porque a XIS marcou muito

    a minha vida, o meu percurso

    profissional, e continua a ser a minha

    marca de alguma forma. Tem a ver, de

    facto, com um jornalismo construtivo,

    que um bocadinho diferente do

    jornalismo positivo. Ou seja, bom ou

    mau, fcil ou difcil, como que ns

    podemos encontrar sadas para as

    situaes, fazendo mais e melhor. A

    gnese da XIS comeou quando ainda

    era diretora da revista Pais e Filhos,

    com a inaugurao de uma seco

    chamada Antes e Depois. Era uma

    seco em que as mes recentes ou

    com filhos pequenos se candidatavam

    a um dia de maquilhagem e estdio.

    E foi impressionante ver os resultados

    e ver como que pessoas normais,

    banais, algumas at um bocadinho fora

    de forma fsica, ficavam espetaculares,

    de capa de revista internacional.

    Ficavam pessoas luminosas, l indas,

    naquilo que eu acho que esta beleza,

    a beleza das pessoas normais. No

    sou uma pessoa focada na beleza dos

    sex symbols e de Hollywood.

    PROGREDIR: Esses resultados nas

    pessoas inspiraram-na a criar a XIS?

    Laurinda Alves: O feedback das

    pessoas era incrvel. E comecei a

    pensar que tinha de fazer uma revista,

    qualquer coisa em que esta mudana

    fosse muito mais ampla, muito mais

    consciente, e que permanecesse, no

    fosse uma coisa s de um dia. Ento a

    gnese da revista XIS comeou aqui,

    num impacto a um nvel interior que

    uma simples mudana a nvel exterior

    provocava e o efeito construtivo e

    feliz que isso tinha nas pessoas. E

    comecei com a minha irm Catarina.

    A revista comeou por se chamar

    XIS Ideias para Mudar e s passados

    dois anos que se comeou a chamar

    XIS Ideias para Pensar. A mudana

    importante, a abertura mudana,

    esta capacidade plstica de nos

    A gnese da revista XIS comeou num impacto a um nvel interior que

    uma simples mudana a nvel exterior provocava.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 27

    Entrevista

    adaptarmos mudana. A ideia chave

    era esta: ideias para mudar seja

    porque me apetece, seja porque me

    sinto mal ou seja porque estou bem

    mas gosto de mudar. Comeou por a.

    PROGREDIR: Tudo na vida tem um

    limite e acaba por se transformar,

    mas com tanto sucesso e

    longevidade, estava espera que a

    XIS algum dia chegasse ao fim?

    Laurinda Alves: De facto, hoje em

    dia olho para trs e penso: eu nunca

    teria acabado a XIS, no seria capaz.

    Ningum consegue matar um filho

    seu, dizendo isto de uma forma muito

    dramtica. A XIS foi pensada para ser

    mensal e quando surgiu a proposta

    de ser semanal foi um susto. Mas foi

    extraordinrio porque foi uma montra

    permanente, deu uma possibilidade

    de multiplicao de termas e um olhar

    sempre muito em cima da realidade.

    Cumpriu um ciclo quase de 10 anos

    como revista semanal. Completou-

    se de uma forma mais rpida, mas

    com a mesma longevidade que tm

    as revistas mensais, ou seja, no

    h mais nada para dizer naquelas

    matrias. Acho que cobrimos todo o

    espectro. Se entrssemos, imagine,

    numa segunda dcada, se calhar iria

    fazer-nos repetir-nos. Ou no, no sei.

    Fica por saber porque no o fizemos.

    A XIS fechou por questes logsticas

    e de publicidade e por uma crise

    que j se adivinhava no horizonte.

    Tive imensa pena que a XIS tivesse

    acabado naquela altura. Sofremos

    aguiam.com

    Todas as pessoas, de alguma forma, quase tm direito a oportunidades

    de transformao, sejam elas fceis

    ou difceis.

  • 28 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Entrevista

    todos com isso, eu sofri imenso, mas a

    verdade que ainda bem que acabou

    porque acredito nesta filosofia dos

    grandes gurus dos kill ing projects.

    Os projetos tm de comear e acabar

    para que existam outros, para que nos

    transformemos, para que consigamos

    ir mais longe.

    PROGREDIR: Foi este processo

    de transformao que aconteceu

    consigo?

    Laurinda Alves: Hoje olho para mim e

    vejo que seria impossvel fazer o que

    estou a fazer agora se a XIS no tivesse

    acabado e se eu no tivesse sofrido o

    que sofri. Foram tempos dificlimos os

    que vivi. Foram anos de desemprego,

    anos de semi-desemprego, anos em

    que uma pessoa tem imensas dvidas,

    at, se vai conseguir voltar ao sistema,

    a fazer coisas. Ser freelancer em

    Portugal difcil e, portanto, de certa

    forma estes seis anos que passaram

    foram anos difceis e complexos, anos

    cheios, mas ao mesmo tempo anos

    cheios de adversidades e de provaes,

    mas muito transformadores. Eu acho

    que a transformao e essa mudana

    vm de uma XIS ter acabado. Todas

    as pessoas, de alguma forma, quase

    tm direito a oportunidades de

    transformao, sejam elas fceis ou

    difceis. Pessoalmente agradeo isso.

    PROGREDIR: Acredita que melhor

    possvel, quer nas nossas vidas

    pessoais quer a nvel geral?

    Laurinda Alves: Acredito. Acredito

    que melhor possvel, tentar fazer

    mais e melhor, sendo que um

    exerccio difcil e muitas vezes feito

    na adversidade, em que se comea

    em fases muito complicadas. Fao

    voluntariado h 20 e tal anos e

    em imensas reas. O que mais me

    ajudou, no fim da XIS, foi exatamente

    continuar a ser voluntria, a reforar

    o voluntariado porque isso de alguma

    forma reforou o sentido de vida

    e o sentido de pertena. Quando

    ficamos desempregados, aquilo que

    verdadeiramente nos desanima no

    a falta de dinheiro (que difcil,

    mas cada um de ns vai encontrando

    recursos ou tem ajudas, ou procura

    ou tem alternativas, ou, no limite, vai

    fazer trabalhos temporrios e ganhar

    dinheiro). O que mais nos derrota

    o sentido da vida, da realizao, da

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 29

    Entrevista

    utilidade, e esse sentido de pertena.

    Deixamos de pertencer a uma equipa,

    a uma organizao, a uma estrutura.

    No vou dizer s pessoas que, se esto

    desempregadas, faam voluntariado.

    Quando estive desempregada reforcei

    o voluntariado e sei que isso reforou

    o meu sentido de vida, resgatou-me

    a confiana em mim prpria e nas

    minhas capacidades, isso sim.

    PROGREDIR: O facto de ter um nome

    construdo e conhecido no lhe deu

    uma esperana maior de encontrar

    uma alternativa ao desemprego?

    Laurinda Alves: No, no. De facto,

    entre aquilo que escrevemos e o

    que apregoamos e fazemos vai um

    abismo. Porque s vezes escrevemos

    ou dizemos aquilo que gostaramos

    de fazer. O que eu percebi sobre mim

    prpria que, afinal, eu acredito

    e pratico aquilo que muitas vezes

    escrevi e aquilo em que eu acredito

    que no se pode perguntar vida

    o que a vida tem para nos dar.

    perguntar a mim o que que eu tenho

    para dar vida, o que eu tenho para

    dar aos outros, como que eu posso

    estar ao servio e o que que faz de

    mim uma mais-valia ou algum que

    faa a diferena. E tambm percebi

    que pessoas como eu, que tm o seu

    trabalho reconhecido e valorizado,

    podem ficar desempregadas durante

    um tempo longo como acontece a

    toda a gente. Pensei aquilo que todas

    a outras pessoas pensam: nunca mais

    vou voltar ao sistema, se calhar a

    minha vida profissional acabou. Foi

    tima, espetacular, fiz coisas timas

    durante 30 anos que se calhar no vou

    voltar a fazer. Foram pensamentos

    dificlimos durante muito tempo e

    aquilo que mais me ajudou foi ter trs

    ou quatro pessoas que me ajudaram a

    pensar.

    aguiam.com

  • 30 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Entrevista

    PROGREDIR: Ouve -se muito que

    Portugal no tem oportunidades

    para as pessoas. O que podemos

    fazer para acreditar num 2013

    melhor do que aquele que se

    anuncia?

    Laurinda Alves: Primeiro acho que

    temos de estar atentos uns aos outros,

    ou seja, no se pode ter sequer a

    presuno de superioridade de que

    isto a mim no me toca. Isso um tiro

    nos ps. Ainda h pessoas com esta

    ideia de acharem que a eles nunca

    lhes vai acontecer, mas acho que j

    h muito poucos e cada vez menos.

    Temos de ter muita ateno a quem

    anda frgil nossa volta, inquieto,

    pessoas que tm vergonha de dizer

    o estado em que esto. Ajudarmos

    muito mais e ficarmos todos muito

    mais em rede. Este valor da partilha

    e do testemunho. Depois, se possvel,

    as pessoas usarem o seu tempo mais

    livre para se juntarem a grupos, para

    verem o que est a ser feito, o que

    est a acontecer. Nestas fases s

    juntos, sozinhos nunca. Quanto mais

    acompanhados, quanto mais em rede,

    melhor. Eu aposto muito na formao

    acadmica, no voltar a estudar, pode

    ser uma universidade, um curso

    profissional, evoluir numa rea mais

    alternativa.

    PROGREDIR: O que que esta poca

    nos convida a transformar, a nvel

    pessoal?

    Laurinda Alves: O convite hoje em

    dia , primeiro, sermos muito mais

    solidrios, mas ainda muito mais

    solidrios, muito mais generosos,

    muito mais atentos a ns e aos outros.

    Estamos sempre a tentar mudar os

    outros, mas a primeira mudana

    comea em ns. Se eu no mudar o

    que anda aqui dentro de mim, no

    vou mudar ningum. Muito mais

    conscientes da fragilidade de todos e

    de que nada adquirido. H pessoas

    que vivem e agem como se as coisas

    fossem adquiridas, como se fossem

    os reis do mundo. Isso j intolervel

    Temos de ter muita ateno a quem anda

    frgil nossa volta, inquieto, pessoas que tm vergonha de dizer o estado em que esto.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 31

    Entrevista

    em qualquer circunstncia, agora em

    circunstncias de grande sofrimento,

    de grande fragilidade, de grandes

    crises, insuportvel. Mas h pessoas

    assim, que ainda so capazes de ter

    uma atitude de ostentao.

    PROGREDIR: No seu dia-a-dia

    tambm se controla, tendo uma

    vida mais modesta?

    Laurinda Alves: Sim, claro. Muito

    mais. No tenho carro h quatro anos.

    Adoro guiar, adoro carros e adoro

    carros bons, portanto nem sequer

    uma coisa que me seja indiferente.

    Mas tambm digo que nunca na

    minha vida pensei poder vir a no ter

    carro e, hoje em dia, olho para trs e

    penso que no me sabia capaz de no

    ter carro e no sabia que continuava

    a ser feliz, que continuava a ser a

    mesma pessoa tendo carro ou no

    tendo. Espero voltar a ter carro, mas

    agora ando muito mais a p, ando de

    metro todos os dias. Estou mais em

    comunho com as pessoas.

    PROGREDIR: O que faz para

    desenvolver a sua espiritualidade e

    para se manter em equilbrio?

    Laurinda Alves: Fao retiros de

    silncio de uma semana h quase

    20 anos, em que as pessoas so

    orientadas, h muito em que pensar

    e falamos muito com o orientador. D

    para arrumar a casa, as ideias, para

    recentrar, refocar. H muitas pessoas

    que esto a entrar em crise e eu estou,

    no fundo, neste processo h seis

    anos. Ento, graas a Deus, como se

    estivesse a recuperar algo e senti que

    precisava de fazer algumas coisas no

    sentido espiritual. Foi o ano em que

    completei 50 anos, em que decidi ir

    aos Picos da Europa numa viagem de

    superao fsica e de transcendncia,

    e que decidi marcar com os exerccios

    espirituais da vida quotidiana.

    aguiam.com

  • 32 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Entrevista

    PROGREDIR: Qual sente que o

    seu compromisso de vida neste

    momento?

    Laurinda Alves: O meu compromisso

    com a vida neste momento tentar

    sempre, e em tudo, fazer mais e

    melhor. s vezes consigo, a maior

    parte das vezes se calhar no

    PROGREDIR: E para este ano, h

    algum grande projeto que queira

    concretizar?

    Laurinda Alves: So dois grandes

    projetos para mim: pr o Dialogue

    Cafe a cumprir o seu destino e o seu

    desgnio e inaugurar uma cadeira na

    Universidade Nova de Lisboa para

    todos os alunos do 1 e 2 ano da

    licenciatura de Gesto e Economia.

    uma cadeira para interpelar cabeas

    lgicas, matemticas, cientficas,

    de economia e gesto, em que os

    nmeros contam, o negcio conta, o

    lucro conta, e p-los a pensar nestas

    questes das relaes humanas, da

    comunicao, da gesto de tempo, da

    gesto afetiva e efetiva dos negcios

    e das suas ideias. E de como que

    ENTREVISTA POR SOFIA FRAZOAJORNALISTA

    [email protected]

    FOTOGRAFIA POR GLRIA AGUIAMFOTGRAFA

    214 536 187 | 964 690 [email protected]

    http://facebook.com/aguiamfotografas

    A entrevista com LAURINDA ALVES

    encontra-se na integra no site da

    PROGREDIR .

    Clique aqui e veja a entrevista

    completa!

    querem fazer a diferena no mundo,

    atualizando o que uma carreira

    de sucesso. O sucesso, hoje em dia,

    passa se calhar por criar, por resolver

    dilemas e dramas no mundo minha

    volta, muito mais do que ir trabalhar

    para um banco ou ir trabalhar para

    uma empresa onde eu espero s

    progredir na carreira e ganhar muito

    dinheiro.

  • Finanas

    FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 33

    Mundo em transio: como tomar decises em tempo de incertezas

    Hoje, mais do que nunca, vivemos tempos conturbados e cheios de surpresas. O ambiente da nossa vida tornou-se ambguo e indeterminado, e o futuro passou a fazer parte das nossas

    preocupaes de uma forma mais intensa. Por Nelson S. Lima

    Deparamo-nos cada vez mais com o fator incerteza. E, mais ainda, os acasos - eventos imprevisveis e at

    improvveis - assumiram propores

    nunca antes alcanadas. Para piorar

    o cenrio os estudiosos afirmam que

    a sociedade humana tende para uma

    complexidade cada vez maior.

  • 34 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Finanas

    O ritmo e a variedade da vida esto

    intrinsecamente ligados ao conceito

    de transitoriedade, que neste contexto

    quer dizer rotatividade entre as

    relaes que estabelecemos na

    vida, um rompimento ao apego das

    conexes do passado e a efemeridade

    das situaes emergentes. Um nmero

    considervel de antigas certezas

    da vida passaram a ser passageiras e

    efmeras. Temos ento uma sociedade

    marcada pela transitoriedade, pela

    diversidade e pelas novidades.

    O caos de adaptabilidade ocorre quando

    esses fatores convergem criando uma

    ambincia to efmera, to estranha

    e to complexa que passou a ameaar

    milhes de seres humanos com uma

    sensao de fracasso de adaptao.

    Como viver na mudana

    A resposta ao choque do futuro no

    a no-mudana das coisas, mas uma

    diferente espcie de mudana. Deve-

    se, por conseguinte, experimentar uma

    srie nova de medidas reguladoras de

    mudanas, inventando e abandonando

    esses meios, medida que avanamos

    no nosso projeto de vida. Problemas

    novos exigem solues novas. Uma

    das consequncias mais srias das

    mudanas que o mundo tem vivido

    o bombardeamento dos nossos

    sentidos, o excesso de estimulao. Se

    a sobrestimulao sensorial aumentar

    deformamos a nossa perceo da

    realidade. A sobrestimulao cognitiva

    interfere com a nossa capacidade de

    pensar e de sentir. E tomamos ms

    decises.

    Temos uma sociedade

    marcada pela transitoriedade,

    pela diversidade e pelas novidades.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 35

    Finanas

    Quando as pessoas so lanadas em

    situaes que mudam depressa e

    irregularmente ou vivem num contexto

    rico de novidades, surpresas e acasos,

    o comportamento racional pode ficar

    perturbado por desgaste emocional

    e sensorial. o que est a acontecer

    a milhes de pessoas em todo o

    mundo. O que o futuro tambm traz

    de novo a acelerao da mudana.

    No turbilho dos acontecimentos que

    nos cercam resta o nosso espao de

    manobra que dever focalizar-se mais

    no traar objetivos do que confiarmos

    em previses e em planos a longo

    prazo.

    Para melhor nos defendermos dos

    eventos aleatrios marcados pela

    ambiguidade e a indeterminao do

    amanh resta-nos a preparao e a

    adaptao constante. Neste captulo

    a aprendizagem de novos saberes

    e a aquisio (ou a melhoria) de

    novas competncias fundamental.

    A grande vantagem desta sociedade

    radical que ela tambm est cheia

    de possibilidades em aberto que

    deveremos procurar insistentemente

    quando queremos mudanas efetivas

    na nossa vida. O viver, ao contrrio

  • 36 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Finanas

    do que alguns autores querem fazer

    crer, no uma cincia, e nem sempre

    est de acordo com a lgica. mais

    um saber criativo, uma arte das mais

    exigentes, sempre em mudana - ela

    prpria!

    Veja-se como cada vez mais as pessoas

    se socorrem de astrlogos, magos e

    orculos tentando encontrar respostas

    para as suas dvidas, incertezas e

    desconhecimentos. No de estranhar

    que at muitos lderes se faam

    acompanhar de videntes lembrando

    tempos muito recuados quando faltava

    informao que servisse de apoio

    tomada de decises.

    O acaso na nossa vida

    Muitos acontecimentos da vida (desde

    o Universo ao ser mais simples que

    nele habite) so simplesmente obra

    do acaso, totalmente imprevisveis

    e inesperados. No significa que

    cada acaso no tenha uma causa.

    Nada aparece sem ter uma origem

    e esta mesma resulta de uma

    sucesso de acasos. Com o aumento

    da complexidade da vida humana

    tambm aumenta o nmero de acasos,

    em muitos dos quais nem reparamos

    e nem lhes damos importncia pois

    j intumos que o acaso faz parte da

    vida.

    H quem prefira chamar-lhe sorte

    ou at destino. Esses termos no

    esto corretos pois trata-se de

    coisas diferentes. A sorte pode ter

    vrios significados e quanto ao

    destino faz pensar que a vida est

    pr-determinada. Mas no assim,

    embora muita gente acredite nisso. O

    acaso resulta da arbitrariedade. Um

    acontecimento algures no passado e

    num qualquer local determina um ou

    mais acontecimentos no presente e no

    futuro, e que influenciaro o percurso

    da nossa vida. Entramos no campo do

    imprevisvel.

    O viver, mais um saber criativo, uma arte das mais exigentes,

    sempre em mudana - ela prpria!

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 37

    Finanas

    O mais perigoso disto tudo que,

    como o crebro humano no est

    preparado para lidar com a incerteza

    (ele procura sempre que acreditemos

    na racionalidade e na lgica dos

    acontecimentos para nos sentirmos

    em segurana), ns acabamos por

    correr demasiados riscos ao longo da

    vida. E s com alguma sorte pelo meio

    escapamos at da autodestruio.

    Mas uma nova viso est em curso: o

    acaso, a que nunca poderemos fugir,

    pode ser nosso aliado. Pelo menos de

    forma mais segura do que o habitual

    (em que simplesmente vivemos como

    que dependentes do acaso mesmo

    quando tomamos decises com

    base em muitas previses e planos

    matematicamente construdos).

    Nisso, verdade seja dita, somos muito

    irresponsveis pois confiamos em

    demasia naquilo em que acreditamos

    e esquecemo-nos que, medida que

    a vida vai seguindo o seu curso, vo

    ocorrer mudanas provocadas pelo

    acaso.

    Estratgias para vencer a incerteza

    A palavra inglesa chance, a qual

    significa no apenas sorte e acaso

    como tambm oportunidade. Tirar

    partido dos acasos da vida uma boa

    estratgia para vivermos. E isso exige

    uma certa cincia. Ou, se quisermos

    ser mais rigorosos, uma boa dose

    de inteligncia e perspiccia. Alm,

    obviamente, de uma mente aberta para

    as possibilidades e as oportunidades

    da vida.

    Disse o grande socilogo Edgar Morin

    que o maior contributo de conhecimento

    do sculo XX foi o o conhecimento dos

    limites do nosso conhecimento, o que

    - digo eu agora - nos faz viver ainda

    mais nos territrios da incerteza. Cerca

    de 70% dos estudantes universitrios,

    sobretudo dos cursos de humanidades,

    desistem ou mudam de curso por terem

    feito escolhas com poucas certezas

    relativamente ao que os esperava. Ou

    seja, praticamente escolhem ao acaso

    deixando que o futuro lhes troque as

    voltas.

    Tirar partido dos acasos

    da vida uma boa estratgia para vivermos.

  • 38 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Finanas

    Num mundo de futuro incerto temos

    ao nosso dispor duas estratgias que

    se tm mostrado serem as melhores

    para a tomada de decises.

    A primeira fazer pequenos planos

    em vez de grandes projetos tendo em

    vista os objetivos a atingir. Quando

    fazemos pequenos planos de cada

    vez, os riscos que corremos so muito

    menores quando algo corre mal ( o que

    faz a Natureza: ela evolui lentamente).

    Sonhar alto, acreditar no futuro e dar

    grandes passos empurraram milhes

    de pessoas para situaes financeiras

    catastrficas porque estavam

    confiantes em cenrios onde no

    vislumbraram problemas. A segunda

    estratgia diversificar, isto , apostar

    em mais do que uma resposta. Se

    alguma escolha falhar restam outras.

    E se aplicarmos simultaneamente

    a estratgia dos pequenos passos

    conseguimos avanar com mais

    confiana mesmo que os inevitveis

    acasos da vida nos tragam surpresas

    desagradveis.

    Esta sabedoria milenar atualmente

    de uma pertinncia inquestionvel.

    Podemos, enfim, avanar na vida

    traando objetivos e fazendo pequenas

    conquistas de cada vez ao contrrio de

    nos aventurarmos com grandes planos,

    projetos e investimentos que, devido ao

    imprevisvel, podem fazer desmoronar

    tudo aquilo que construmos e em que

    acreditmos.

    Se soubermos conviver com a

    possibilidade das incertezas e dos

    acasos da vida acabamos por ser

    premiados bem mais vezes do que

    espervamos.

    NELSON S. LIMAINVESTIGADOR, CONFERENCISTA

    E PROFESSOR UNIVERSITRIO. PRESIDENTE DO INSTITUTO

    DA INTELIGNCIA (EUROPEAN INTELLIGENCE INSTITUTE

    www.brightminds.net.br

    Esta sabedor

    ia

    milenar at

    ualmente

    de uma pert

    inncia

    inquestion

    vel.

  • Vida Profissional

    FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 39

    N esta edio da Revista Progredir o tema central Celebrar , ou seja, festejar, comemorar em vrios nveis da

    nossa Vida, cada um com a sua devida

    importncia. Antes de nos dedicarmos ao

    ttulo deste artigo sentimos a necessidade

    de fazer breves consideraes, pois

    numa altura em que existe um grande

    nmero de desempregados, o ato da

    celebrao profissional poder causar

    algum desconforto a alguns leitores.

    Neste sentido, tudo aquilo que for escrito

    Sou um profissional! Vou celebrar!

    Numa altura em que o emprego um bem escasso, torna-se fundamental Celebrar! Esta celebrao prende-se com as aprendizagens profissionais,

    pessoais que nos permitem crescer e desenvolver como profissional e ser humano. Por Ricardo Fonseca

  • 40 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Vida Profissional

    no para ser considerado como uma

    generalizao, mas sim como uma

    opinio relacionada com o fato de se

    ser profissional.

    O ato de celebrar desde sempre

    associado a festividades, a

    solenidades (mbito cerimonial), mas

    pode e dever ser tambm vivido em

    situaes banais do nosso dia-a-dia,

    como neste caso em concreto a nossa

    atividade profissional.

    Muitos de ns j exercermos

    alguma atividade profissional que

    despertou inmeros sentimentos e

    emoes pelas funes que foram

    desempenhadas, pelo pblico-alvo

    das nossas responsabilidades, pela

    equipa com quem trabalhvamos.

    Estes fatores so todos motivos de

    celebrao.

    Vamos ento ver um pouco mais

    pormenorizadamente quais os

    motivos de celebrao nos pontos

    citados anteriormente. As funes

    que desempenhamos e que nos

    foram atribudas em dada altura da

    nossa vida profissional so motivo

    de celebrao pessoal pois referem-

    se a um processo de escolha e

    atribuio, onde ns (muitas vezes

    no meio de tantos candidatos) fomos

    os selecionados mediante as nossas

    competncias, caractersticas e at

    pela forma positiva e entusiasta como

    manifestamos a vontade de as exercer.

    A celebrao torna-se mais intensa

    medida que toda as componentes da

    nossa profisso se vo interligando,

    como a adequao das nossas

    funes s nossas competncias, aos

    O ato de celebrar desde sempre associado a

    festividades, mas pode e dever ser tambm vivido em situaes banais do

    nosso dia-a-dia, como neste caso em concreto a nossa

    atividade profissional.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 41

    Vida Profissional

    clientes com os quais ns gostamos

    de trabalhar, equipa com que

    nos relacionamos saudavelmente

    e com a qual criamos um ambiente

    que potencia a nossa qualidade

    profissional.

    Porm, indagam muitos de vs, se h

    pessoas que no exercem a profisso

    que querem, que trabalham em reas

    muito distintas das suas competncias

    profissionais e acadmicas, que

    no trabalham com os clientes que

    desejavam, que no esto integrados

    numa boa equipa, porque devem

    celebrar?

    Neste caso pode-se dizer que a

    celebrao profissional advm do

    simples fato de se ter um emprego que

    nos dias de hoje um bem escasso e

    em simultneo das aprendizagens

    que adquirimos num meio onde no

    nos sentimos confortveis.

    Quando trabalhamos num meio que

    nos incmodo podemos ter dois

    tipos de atitudes: vivemos com o

    desconforto e vamos nos queixando

    dia-a-dia do emprego que temos

    A celebrao torna-se mais intensa medida que toda as componentes da nossa

    profisso se vo interligando

    ou aproveitmos as oportunidades

    que esse meio laboral nos est a

    proporcionar para crescermos e

    nos desenvolvermos profissional e

    pessoalmente.

    No caso de estarmos desempregados

    e no encontrarmos motivos de

    celebrao, podemos por uns

    pequenos instantes relembrar todos

    os empregos que j tivemos, tudo

    aquilo que aprendemos, as pessoas

    com quem convivemos, os clientes a

    quem ajudmos e acredito que mesmo

    que seja um nico e simples aspeto,

    haver um motivo para celebrar.

  • 42 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Vida Profissional

    Celebrar o fato de que desenvolvemos

    as nossas competncias pessoais

    e profissionais, aper feioamos

    as nossas habilidades e

    assim ganhamos novas

    capacidades que so

    grandes aliados para

    a procura de um novo

    emprego, para otimizar uma

    nova seleo profissional

    ou at para nos tornarmos

    num criador.

    Uma situao decorrente do

    desemprego e que tem sido

    motivo de celebraes por

    muitas pessoas a criao

    dos prprios empregos,

    das suas pequenas

    empresas que origina

    motivos de festejo e permite olhar

    para o desemprego como um fator

    primordial para este acontecimento.

    Sou profissional! Vou Celebrar!

    Sim, todos ns somos profissionais

    dentro da sua rea ou reas de estudo,

    de trabalho, de conhecimento, mesmo

    que neste momento no se esteja

    a desenvolver qualquer atividade

    profissional. No por no se exercer

    que se deixa de ser profissional.

    Celebremos ento todos

    os conhecimentos, todos

    os saberes e celebremos

    tambm as oportunidades

    que temos nossa frente

    para desenvolvermos

    o nosso conhecimento,

    adquirir novos saberes que

    contribuiro para a nossa

    vida como profissional.

    Sou profissional! Vou

    celebrar! Vou procurar

    novas fontes de saber,

    novas formas de

    demonstrar as minhas

    competncias, de viver

    as minhas habilidades e celebrar o

    simples fato de reconhecer que cada

    oportunidade que surge um motivo

    para Celebrar!

    RICARDO FONSECAENFERMEIRO, ESCRITOR

    www.escritadoautoconhecimento.webnode.ptpercursosdevida@gmail.com

  • LifestyleLifestyle

    FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 43

    Surpreender um estilo de vida!

    A pior coisa que poderamos fazer pela nossa vida seria desperdiar o potencial de a enriquecermos

    continuamente. Num contexto global dominado por incertezas e ambiguidades cresce a necessidade de

    encontrarmos um caminho estilo de vida compatvel com o nosso potencial e com a harmonia que desejamos para ns e para os outros. Por Joo Alberto Catalo

    A Sociedade adquire vantagens competitivas em consequncia da reciprocidade! Que melhor estilo de vida poderemos ter do que sermos capazes de gerar satisfao nos outros e em ns prprios? Possuir-se um estilo de vida naturalmente

    gerador de satisfao bidirecional, isto , ser-se capaz de gerar satisfao nos outros

    e em ns prprios, parece algo desejvel e difcil, quando na realidade no o !

  • 44 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Lifestyle

    Sabia que independentemente da

    altura, do peso, das habilitaes

    literrias e profissionais, ou da dimenso

    da conta bancria que qualquer

    um de ns possui, todos viemos ao

    mundo habilitados com uma emoo

    bsica chamada SURPRESA? Um facto

    indiscutvel: quando surpreendemos

    positivamente algum, geramos nele

    satisfao acompanhada, na maioria

    dos casos, de vontade de retribuir. Isto

    parece bvio para todos, no entanto,

    porque que ainda existe tanta

    gente que no faz da capacidade de

    surpreender positivamente um estilo

    de vida?

    Teoricamente a explicao simples!

    Todos possumos um conjunto de

    emoes bsicas protetoras/defensivas,

    cuja funo a de nos proteger dos

    perigos resultantes do diferente e do

    risco. So essas emoes as grandes

    responsveis pela nossa sobrevivncia.

    No entanto, se por um lado essas

    emoes - como por exemplo o medo,

    a raiva ou o nojo - cumprem a sua

    funo protetora, por outro lado, elas

    inibem-nos de potenciarmos os efeitos

    positivos da surpresa, da criatividade,

    etc. A assimetria entre as emoes

    bsicas positivas e as emoes bsicas

    negativas requer de ns a tomada de

    conscincia sobre o papel que cada

    uma destas emoes bsicas possui, e

    a CORAGEM necessria para no nos

    deixarmos ficar refns das mesmas,

    afetando negativamente o estilo de

    vida desejado.

    Surpreender, enquanto estilo de vida

    requer, acima de tudo, a posse de

    um propsito de vida humanista e

    sustentvel.

    Vivemos num mundo sujeito rotina

    das mudanas frequentes, muitas vezes

    rumo a destinos que desconhecemos.

    Surpreender, enquanto estilo de vida requer, acima de tudo, a posse de um propsito de vida

    humanista e sustentvel.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 45

    Lifestyle

    Somos a todo o momento abordados

    por novas solues, novos produtos,

    nova informao. Essas novidades

    so potenciadas pela evoluo

    tecnolgica, pela velocidade dos meios

    de comunicao, pelas mudanas

    sociais, polticas, econmicas, culturais

    e ambientais. Uma realidade: vivemos

    num mundo globalizado e cada vez mais

    interconectado. Essas transformaes

    fazem da vida um caminho que no ,

    nem pode ser linear.

    Como Charles Chaplin disse: A vida

    uma pea de teatro que no permite

    ensaios. Cante, chore, dance. Ria, interaja

    e viva intensamente antes que a cortina

    se feche e a pea termine sem aplausos!.

    A SURPRESA POSITIVA, conduz os

    impulsos do pensamento de um

    estado passivo para um estado ativo,

    favorecendo a ao e a mudana

    necessrios a um estilo de vida

    consistente.

    Mudar-se a si prprio um

    desafio maior!

    Mudar-se a si prprio um desafio

    maior! Evoluir harmoniosamente de

    forma solitria muito difcil!

    Possuir um estilo de vida adequado

    aos desafios e s oportunidades que

    decorrem deste mundo acelerado ,

    acima de tudo, compreender que a

    sustentabilidade de qualquer estilo de

    vida decorre da qualidade da interao

    com os outros. Independentemente da

    forma como algum interaja connosco,

    a escolha da interpretao da sua ao

    e a escolha da resposta ser sempre

    nossa.

    Saber assumir um estilo de vida onde

    tenhamos no s capacidade de

    apreciar o que possumos, mas tambm

    a capacidade de apreciar e elogiar o

    que est alm de ns, facilita a nossa

    evoluo contnua, e permite-nos uma

    melhor visualizao e confiana no

    futuro.

  • 46 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Lifestyle

    JOO ALBERTO CATALOMILITANTE DA VIDA, MASTER EM

    COACHING E AUTOR DOS LIVROS: ATITUDE UAUME!, FERRAMENTAS DE

    COACHING E NEGOCIAR & VENDERwww.viatminacatalao.com

    [email protected]

    SURPREENDER um estilo de vida

    virtuoso porque favorece a mudana,

    facilita interaes positivas e favorece

    a evoluo sustentada das atitudes

    individuais e coletivas. Adicionalmente,

    surpreender positivamente desperta

    tambm nos outros um sentimento de

    reconhecimento e gratido.

    Como incorporar a SURPRESA

    POSITIVA no seu estilo de vida?

    Adotando um discurso interno

    positivo;

    Sabendo apreciar e encorajar os

    outros;

    Sendo capaz de cultivar uma viso

    positiva do mundo;

    Tendo e sabendo partilhar energia

    positiva;

    Sendo resiliente,

    Tendo iniciativa;

    Tendo coragem;

    Aceitando que a vida Relao;

    Conhecendo o significado e sabendo

    praticar o conceito da GRATIVIDADE

    (Gratido em Atividade).

    Em concluso: A SURPRESA POSITIVA

    um estilo de vida, porque um

    comportamento de resposta ativa dos

    indivduos, singulares ou coletivos,

    potenciando a criatividade social,

    a espontaneidade e o desejo de

    servir, geradores de uma dinmica

    interpessoal em cadeia.

    PS: Gratividade, um Conceito criado

    por Joo Alberto Catalo e Ana Teresa

    Penim. Informao mais aprofundada

    pode ser encontrada atravs da consulta

    no livro Atitude UAUme!

    (Edio SmartBook)

    Adicionalmente, surpreender positivamente

    desperta tambm nos outros um sentimento de

    reconhecimento e gratido.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 47

    Espiritualidade

    Espiritualidade

    Celebrar a vida reconhecer em cada semelhante uma parte de ns uma dica, um espelho em que nos podemos ver, observar,

    analisar at tomada de conscincia que EU

    SOU TU e TU S EU. Celebrar a vida comemorar

    cada abrao como uma reconciliao eterna

    com o EU integrar a verdade que nunca

    existiu separaonunca existiu zanga

    apenas processamento e compreenso.

    Celebrar a vidaCelebrar a vida viver cada momento como nico,

    contemplar a beleza do respirar e a frescura do sorrir. Celebrar a vida amar abraar tudo o que se apresenta

    em cada dia e em cada momento celebrar a vida ver em tudo o que os olhos fsicos observam perceber

    que fazemos parte de tudo e tudo faz parte de ns, porque tudo dentro e nada fora. Celebrar a vida sentir leveza em cada despertar e acordar com a certeza que tudo est

    feito apenas preciso SER. Por Joaquim Caeiro

  • 48 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Espiritualidade

    Celebrar a vida fazer amor connosco

    mesmos e ser tudo o que o nosso corpo

    nos permite ser entregar-nos aos

    sentidos e descansar na manifestao de

    cada emoo. Celebrar a vida aceitar

    que somos um ser perfeito e que temos

    tudo para alcanar o que pretendemos

    focar-nos no no foco e ser natural

    e verdadeiro em ns, porque s assim o

    conseguimos ser em todas as coisas e

    pessoas.

    Celebrar a vida reconhecer-nos no Cu

    e na Terra, na sombra e na luz, no homem

    e na mulher... e no final perceber que

    tudo em simultneo e que a separao

    ou dualidade so apenas faris que

    nos ajudam a ver a verdade que EU

    SOU. Celebrar a vida reconhecer-

    nos como o nosso prprio mestre

    e aprendiz, praticar a conscincia

    de que a fonte habita em ns e que

    podemos criar TUDO, tal como algum

    um dia comeou a criar. Celebrar a vida

    permitir a presena de Deus de uma

    forma constante, no porque alguma

    vez esse Deus estivesse fora, mas sim

    porque nos disponibilizamos a SER esse

    Deus. Celebrar a vida lembrar-me da

    humildade em cada meta alcanada e

    celebrar naturalmente em amor e em

    gratido e s isso !

    Uma conscincia, um estado, uma

    verdade da alma

    Mas quem somos ns para questionar

    ou tentar perceber o prprio processo

    da celebrao da vida, se a prpria

    vida j se celebra a si mesma em cada

    momento? Quem somos ns para

    delinear tarefas, caminhos, estradas ou

    metas, indicando patamares evolutivos

    ou estados corretos se a prpria vida

    disso se encarrega naturalmente? Quem

    somos ns para rejeitar, contradizer ou

    ir revolucionar se somos ns mesmos

    que atramos e criamos a nossa realidade

    em que vivemos e somos?

    Celebrar a vida fazer amor connosco mesmos e ser tudo o

    que o nosso corpo nos permite ser.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 49

    Espiritualidade

    Crescemos com a ideia que temos uma

    estrada, um caminho a percorrer. Fazem-

    nos acreditar que para sermos felizes

    precisamos TER uma famlia, precisamos

    TER um emprego, precisamos TER

    dinheiro para SERMOS reconhecidos

    socialmente. Fazem-nos acreditar

    que o certo ou correto o que j est

    comprovado, esquecendo que esse

    mesmo certo foi alcanado com o erro e

    a vivncia de uma experincia individual

    e coletiva. Fazem-nos acreditar que

    pertencemos a um sistema, ao qual

    devemos responder, respeitar e fazer

    parte, caso contrrio somos marginais

    sociais. Fazem-nos acreditar numa lei,

    em princpios, em fundamentos no

    comportamento humano, esquecendo

    completamente a necessidade do espao

    individual e essncia de cada um. Fazem-

    nos acreditar que SER FELIZ impossvel,

    e que um estado de conscincia e

    completa contemplao pela vida

    estado alterado de conscincia ou

    esquizofrenia ou bipolaridade . e

    afinal quem somos ns? Afinal qual

    verdade escondida que nos poder levar

    completa celebrao da vida?

    Somos a prpria celebrao

    Quando observa o mar o que v?

  • 50 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Espiritualidade

    Quando observa as rvores descansando

    sobre si mesmas o que v? Quando

    observa a pessoa que ama o que

    v? Na verdade nada v tudo ! No

    momento em que olha e observa tudo

    entra em si tudo faz parte de si nesse

    momento. De acordo com a sua histria,

    os seus conceitos, a sua conscincia,

    tudo isso entrar e ser processado de

    acordo, ou seja, co-criado por si.

    Cada momento, cada pensamento,

    cada emoo acontece em tempo

    real ou seja neste exato momento.

    Crimos a iluso de um passado e de um

    futuro, quando na verdade tudo no

    presente em tempo contnuo e nico. A

    mente processa o que lhe damos para

    processar no sabe o que certo ou

    errado simplesmente processa

    natural e fluidamente. Tal como a vida,

    no existem pausas, tudo acontece de

    uma forma contnua e natural. Para a vida

    no existem momentos, no existem

    emoes, no existem pensamentos, a

    vida TUDO isso em simultneo. Por isso

    sempre que dizemos em cada momento

    devemos saber que nos estamos a tentar

    referir vida contnua e ao todo que

    se processa fluidamente, deixando de

    parte a ideia da separao ou de marco

    de algo parte.

    Cada clula, cada rgo do nosso corpo,

    cada milmetro da nossa pele, VIVE

    celebrando a sua manifestao

    sem necessitar de uma ordem ou uma

    instruo consciente da nossa parte

    j pensou nisso? Antes de tudo TUDO

    mesmo, a vida acontece e s ela nos

    permite estar aqui a divagar e a tentar usar

    palavras que a descrevam, quando ela

    prpria no permite descrio possvel

    tal como Deus simplesmente e

    agora talvez consigamos perceber que

    celebrar a vida reconhecer que somos

    DEUS e tal como ele no precisamos

    preparar-nos para celebrar e sim celebrar

    simplesmente.

    JOAQUIM CAEIROPROFESSOR DE MEDITAO &

    PSICOTERAPEUTA DA ALMAwww.jcaeiro.blogspot.com

    Cada momento, cada pensamento, cada emoo

    acontece em tempo real ou seja neste exato momento.

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  • 54 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    Costumamos festejar e agradecer o que temos em determinadas datas ou perante acontecimentos que consideramos importantes. Pelo contrrio, frequente protestarmos e desvalorizarmos momentos que fogem ao que estvamos espera e/ou queramos para ns. Celebrar a vida como ela no significa resignao. um convite a aceitar que tudo est certo e faz parte do nosso caminho de

    mudana e evoluo. Por S ofia Frazoa

    desafios do feminino

    N a rea do feminino e dos estudos de gnero, so vrias as efemrides que se assinalam

    no ms de fevereiro e que foram,

    independentemente de sermos

    ou no a favor delas, importantes

    conquistas histricas para as

    mulheres. S para citar algumas:

    assinala-se o dia internacional de

    tolerncia zero mutilao genital

    feminina; em 1957, a ONU adotou a

    Celebrar a vida como ela

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 55

    desafios do feminino

    Conveno Sobre a Nacionalidade da

    Mulher Casada; em 2002 realizou-se,

    em Madrid, a primeira manifestao

    de trabalhadoras sexuais; em 2007,

    em referendo, Portugal assistia

    vitria do sim pela despenalizao

    do aborto.

    A um nvel global e nas nossas vidas,

    as datas servem para nos manterem

    vivas as memrias e lembrar que

    houve acontecimentos importantes.

    To importantes ao ponto de serem

    anualmente recordados e, na maior

    parte dos casos, festejados. O nosso

    aniversrio, os anos de namoro ou

    casamento, o nascimento de um/a

    fi lho/a, o dia em que resolvemos

    mudar de vida ou abrimos um

    negcio, a data em que um ente

    querido faleceu, entre muitos

    exemplos. Celebrar faz parte da vida

    e revela a nossa capacidade de nos

    entusiasmarmos e darmos valor a

    algumas coisas que nos acontecem.

    Mas, da mesma forma que valorizamos

    umas, menosprezamos outras que,

    se analisarmos melhor, poderiam ser

    motivo de igual ou maior celebrao.

    Valorizar as alegrias, reprimir as

    tristezas

    A um nvel global e nas nossas vidas,

    as datas servem para nos manterem vivas as memrias e lembrar que houve

    acontecimentos importantes.

  • 56 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    A vida como um todo a celebrar

    Celebrar o dom da vida deveria ser,

    por si s, um ato natural e espontneo,

    to bvio como respirar ou beber

    gua. Celebrar a vida que temos, que

    cada um tem, tambm deveria ser

    assim muito evidente. bonito, em

    teoria, mas na prtica bem diferente.

    No nos culpemos se nem sempre

    o conseguimos fazer, pois j toda/

    os ns, a dado momento, quisemos

    desistir, nos vitimizmos, preferimos

    viver a vida de outrem, desejmos

    adormecer e acordar no outro dia com

    tudo resolvido. J toda/os pensmos

    que a vida seria bem melhor sem dor

    e provaes. E pensamos isto, claro,

    quando sofremos. Depois de passado

    o sofrimento, at conseguimos

    encontrar motivos para celebrar e

    agradecer ter sido assim. Imaginemos

    desafios do feminino

    A tendncia do ser humano,

    habituado a competir e ter sucesso

    para se inserir em sociedade,

    valorizar-se pelas conquistas que faz

    e pelas coisas boas que tem e que lhe

    acontecem. Os acontecimentos que

    nos desafiam a enfrentar a dor e nos

    deixam tristes so entendidos como

    falhas, fracassos, derrotas pessoais.

    Afinal, tr istezas no pagam dvidas

    e fomos habituados a fazer um

    esforo tremendo para no mostrar

    fragil idades e disfarar o que nos vai

    realmente na Alma. Ento, quando

    os imprevistos e desafios dolorosos

    nos acontecem, lamentamos a m

    sorte e a vida que temos. E queremos

    rapidamente encontrar uma sada

    para voltar a ter motivos para sorrir

    e celebrar, sem dar tempo dor e

    tr isteza. Mais uma conquista, mais

    uma vitria, mais um passo para o

    sucesso, mais uma aferio de que

    somos capazes. Assim mostramos

    aos outros, mas principalmente a

    ns, que somos fortes e conseguimos

    ultrapassar o problema.

    J toda/os pensmos que a vida seria bem melhor

    sem dor e provaes. E pensamos isto, claro,

    quando sofremos.

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 57

    desafios do feminino

    se tivssemos continuado a relao

    com aquela pessoa que viemos a

    perceber no ser a melhor para ns;

    se no tivssemos sado daquele

    emprego que nos estava a consumir

    aos poucos; se no tivssemos

    sentido que falhmos e, por isso, tido

    a oportunidade de escolher fazer

    diferente.

    SOFIA FRAZOATERAPEUTA

    [email protected]

    Nos tempos que correm, toda/os

    enfrentamos grandes desafios e

    nos confrontamos com o sentido da

    vida (da nossa vida), ponderando

    com frequncia quais os motivos

    de celebrao. Se estamos a passar

    por esta fase e no por outra,

    importante conseguirmos tentar

    manter algumas orientaes: tudo

    acontece por alguma razo e isto

    tem um propsito; a vida est em

    permanente mudana e tambm isto

    vai mudar; h sempre alguma coisa

    que podemos fazer que contribui para

    essa mudana. Celebrar quem somos

    e o que temos a cada momento um

    exerccio exigente e muito difcil,

    mas pode ser encarado como um dos

    nossos prximos desafios de vida.

    Toda/os enfrentamos grandes desafios e nos

    confrontamos com o sentido da vida (da nossa vida).

  • TRANQU I L AM U D A N A

  • zcoo

    l.com

    .cnZ

  • 60 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013

    mudana tranquila

    C elebrar consiste neste esforo de compreenso do mundo em relevar um acontecimento, um facto, uma data, assinalando-o com ato mais ou menos formal, com uma cerimnia, com maior ou menor solenidade. Celebrar

    uma iniciativa a edio da Revista Progredir pode consistir, justamente, em

    sublinhar o percurso com uma edio dedicada. Porqu? Por razo de afirmao

    da vida, das responsabilidades inerentes, o dever de solucionar problemas

    (a vida est associada aos problemas: os organismos vivos so vivos porque

    se especializaram em solucionar problemas), e construir iniciativas dirigidas

    ao esforo de criar valor, de disseminar conhecimento merecedor de ser

    celebrvel.

    Celebramos o nascimento da Revista Progredir, uma fonte de conhecimento que promove a expresso da sabedoria

    atravs do discurso escritoda palavra.Por Carlos Loureno Fernandes

    Celebrar a vida, celebrar a iniciativa

  • FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 61

    mudana tranquila

    A funo da linguagem e a sua

    progressiva complexidade diferenciou

    animais dos seres humanos. Comum

    aos animais e aos seres humanos

    so as linguagens de expresso

    e de comunicao. Distintas so

    as funes da linguagem que

    desenvolveu proposies descritivas

    (a linguagem descritiva) e a capacidade

    argumentativa, a emergncia e

    competitividade entre teorias (a

    linguagem argumentativa). Ns, os

    seres humanos desenvolvemos (e por

    isso nos diferencimos dos animais)

    a l inguagem descritiva e a linguagem

    argumentativa. A promoo de

    espaos destinados ao confronto de

    ideias, disseminao e construo

    de conhecimento um elemento

    promotor de sociedade aberta, afirma

    a razo crtica, sublinha o avano

    por tentativas e eliminao de erros

    por via de anlise critica. Promove

    a no-violncia crtica, a abertura

    democrtica, a maturidade cvica.

    A Revista Progredir cumpre funo