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Revista de Desenvolvimento Pessoal
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FEVEREIRO 2013 NMERO 13 MENSAL
www.revistaprogredir.com
REVISTA DIGITAL GRATUITA
Entrevista comLaurinda Alves
Descontraia e Reflita atravs
do vdeo do ms
Motivos para celebrarmos
a crise
Celebrar a vida,
celebrar a iniciativa
Mundo em transio: como tomar decises em tempo de
incertezas Surpreender um estilo
de vida!
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 3
Diretor | Pedro Sciaccaluga [email protected]
Direo Comercial | David Rodriguescomercial @revistaprogredir.com
Editora | Maria [email protected]
Imagem, Montagem e Design | Liliana Gomes [email protected]
Redao | Sofia Frazoa, Catarina Giro,Ctia Mota e Ricardo [email protected]
Partilhas do Leitor | Ricardo [email protected]
Comercial | Slvia Cardoso
Sugestes e [email protected]
editorial
Ca ro s a m i g o s,
Pa ra a p re s e nte e d i o d a R e v i s t a P ro g re d i r e s co l h e m o s o te m a Ce l e b ra r co m o f i o co n d u to r d a m e s m a .
O te m a fo i e s co l h i d o, e nt re o u t ra s ra z e s, p e l o f a c to s i m b l i co d e ce l e b ra r m o s o p r i m e i ro a n i ve r s r i o d e u m a c a m i n h a d a co n j u nt a co nvo s co. No d i a 2 3 d e J a n e i ro d e 2 0 1 2 p u b l i c m o s a p r i m e i ra e d i o d a R e v i s t a P ro g re d i r . Ce rc a d e u m a n o vo l v i d o p u b l i c a m o s, p a ra s i , a e d i o n 1 3 d a R e v i s t a P ro g re d i r . D a n o s s a p a r te te m s i d o u m a c a m i n h a d a c h e i a d e a l e g r i a s, d e s a f i o s e m u i t a a p re n d i z a g e m . U m a c a m i n h a d a d e p ro c u ra co n s t a nte d e co m o p o d e m o s S e r m a i s p a ra S i . D e co m o p o d e m o s S e r v i - l o m e l h o r.
Po r e s te p e rc u r s o co m u m a g ra d e ce m o s a Vo s s a p re s e n a , co nt r i b u to e a p o i o, u m a vez q u e, s e m e s te, o Pro j e to n o s e r i a p o s s ve l.
Ag ra d e o p e s s o a l m e nte a to d a a e q u i p a d a R e v i s t a P ro g re d i r . A to d o s o s s e u s co l a b o ra d o re s e a u to re s o m e u : M u i to O b r i g a d o ! E s t a , a s s i m , m a i s u m a ra z o q u e te m o s p a ra ce l e b ra r, e co m o ce l e b ra r b o m e i m p o r t a nte, ce l e b re m o s ! Ce l e b re m o s a Vi d a ! Co m o n o s p ro p e J o a q u i m Ca e i ro m a i s f re nte. E s p re i te m o s q u e m o t i vo s p o d e re m o s te r p a ra ce l e b ra r a c r i s e, co m o n o s co nt a N u n o M i c h a e l s , o u a re f l ex o d e Cr i s t i n a Fre i re s o b re o s i g n i f i c a d o d a s ce l e b ra e s, co m o o va i s u r p re e n d e r J o o A l b e r to Ca t a l o n a p re s e nte e d i o e o exe m p l o d e v i d a q u e p o d e m o s o b te r d a e nt re v i s t a a La u r i n d a A l ve s co n d u z i d a p o r S o f i a Fra zo a , q u e re co m e n d o fo r te m e nte.
D e s p e o - m e co m u m p e d i d o : Ce l e b re ! Co m e m o re ! Po rq u e a Vi d a u m p re s e n te
U m exce l e nte m s p a ra s i !B e i j o s & Ab ra o sPedro Sciaccaluga Fernandes
Celebrar
Colaboradores desta EdioBernardo Galvo Sousa, Catarina Giro, Carlos Loureno Fernandes, Cristina Freire, Joo Alberto Catalo, Joaquim Caeiro, Glria Aguiam, Maria Melo, Nelson S. Lima, Nuno Michaels, Ricardo Fonseca, Sissi Franco e Sofia Frazoa.
PeriodicidadeMensal
PropriedadeIdeias e Harmonia - Publicaes, Marketing e Eventos, Lda
ERCN. Registo: 126163
expressamente proibida a reproduo da revista, em qualquer lngua no seu todo ou em parte, sem a prvia autorizao escrita do proprietrio. Todas as opinies, notas e comentrios so exclusivos dos autores ou das entidades que produziram os dados.
O contedo dos artigos publicados da exclusiva responsabilidade do seu autor. O contedo dos artigos no expressa necessariamente a opinio da Revista Progredir e sua Direo.
RUA LINO ASSUNON. 24 | 2770-109 PAO DE ARCOS
21 443 83 05 | 96 277 73 21NIF 509 992 978
DIRETOR GERALPEDRO SCIACCALUGA FERNANDES
w w w . r e v i s t a p r o g r e d i r . c o mN. 13 | Fevereiro 2013 | Revista Mensal
4 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Desafios do FemininoCelebrar a vida como ela Por Sofia Frazoa
52
AgendaAtualize a sua Agenda! Encontre atividades para poder participar.
63
VouchersAproveite e desfrute das promoes.
65
ReflexesFrases que nos deixam a pensar!
66
Fontes de SaberUm momento para descontrair, refletir e meditar.
67
BiografiaDescubra quem foi a Walt Disney.
69
GlossrioFerramentas para Progredir:Massagem Ayurvedica.
71
w w w . r e v i s t a p r o g r e d i r . c o [email protected]
sumrionmero 13
6 Notcias BrevesDesfrute das notcias breves.Esteja sempre atualizado.
9 Pergunta do LeitorUm espao dedicado a si. Envie a sua pergunta.
11 Filosofia de VidaMotivos para celebrarmos a crisePor Nuno Michaels
15 SadeA ineficcia das dietas famosas e a importncia da mente-corpo na perda de pesoPor Sissi Franco
20 RelacionamentosCelebrar para progredirPor Cristina Freire
25 EntrevistaOs projetos tm de comear e acabar para que existam outros Entrevista com Laurinda Alves Texto Por Sofia FrazoaFotografia Por Glria Aguiam
FinanasMundo em transio: como tomar decises em tempo de incertezasPor Nelson S. Lima
33
Vida ProfissionalSou um profissional! Vou celebrar!Por Ricardo Fonseca
39
EspiritualidadeCelebrar a vidaPor Joaquim Caeiro
47
LifestyleSurpreender um estilo de vida!Por Joo Alberto Catalo
43
Mudana TranquilaCelebrar a vida, celebrar a iniciativaPor Carlos Loureno Fernandes
58
CELEBRARCELEBRAR
6 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
notcias brevesFevereiro 2013
I r iniciar no dia 21 de Fevereiro, na Akademia do Ser, a 5 edio do Curso Ame-se e cure a sua Vida
baseado no mtodo de Louise Hay,
que ter a durao de 21 semanas e
ser ministrado por Isabel Gomes.
um curso vivencial com poderosas
tcnicas de transformao interna,
que proporcionam uma libertao do
passado, ensinam a mestria emocional
e a escolher os pensamentos para
cocriarmos uma realidade mais
autntica, plena e apaixonada pela
vida.
um mtodo do corao para o
corao, um curso
sobre a conscincia da
Alma e a manifestao
da excelncia do Ser
existente em cada
um de ns. Atravs deste mtodo
descobrimos como as nossas crenas
e ideias limitativas e redutoras
so a causa dos nossos problemas
5 EDIO DO CURSO AME-SE E CURE A SUA VIDA, BASEADO NA FILOSOFIA DE LOUISE HAY
emocionais e fsicos, e como podemos
mudar os nossos pensamentos e as
nossas vidas para melhor.
Mais informao veja aqui
A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Catlica do Porto, promover ao longo do ano algumas
palestras com o objetivo de promover a
reflexo, a formao em contacto com
alguns especialistas de diversas reas.
Em Fevereiro destacam-se duas
palestras:
No dia 20, o orador Dr. Nuno Serqueira
abordar o tema Os desafios da
biodiversidade em Portugal;
No dia 27, a oradora Dra. Snia
Gomes falar sobre O reiki como
terapia complementar em ambiente
teraputico.
Mais informao veja aqui
TERTLIAS NA BIOTECNOLOGIAUNIVERSIDADE CATLICA DO PORTO
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 7
notcias brevesFevereiro 2013
PALESTRAS DE ESPIRITUALIDADE COM TULKU LOBSANG RINPOCHE PORTUGAL
A Unio Budista Portuguesa promover diversas palestras em Portugal, com a participao de
Tulku Lobsang, mestre budista e
um dos mais prestigiados legatrios
dos conhecimentos da medicina
tradicional tibetana. As palestras
abordaro temticas diferentes tendo
em comum o objetivo de aprofundar o
autoconhecimento, a importncia do
amor nas relaes com os nossos entes
queridos e integrar o sentido da vida.
Entre os dias 15 de Fevereiro e 17 de
Fevereiro decorrero as palestras:
Amor para sempre (Porto), O poder
da autotransformao (Aveiro), e o
seminrio Gesto da Dor: perda, luto e
impermanncia (Porto)
Mais informao veja aqui
N o dia 9 de Fevereiro de 2013 pelas 10:00 nas instalaes da Fbrica de Startups (Av. Marginal
Ed. Parque Oceano 3G, Oeiras)
decorrer o FabFounders, um evento
de team building que visa juntar
empreendedores que ainda no tm
equipa e pretendam candidatar-se ao
programa FastStart. No FabFounders
ters:
Sesso de networking;
Pitch pessoal sobre ti ou sobre a
tua ideia de negcio;
Exerccios ice-breaking e de team
building;
Explicao do programa FastStart.
Mais informao veja aqui
CRIA A TUA EQUIPA DEEMPREENDEDORES NO FABFOUNDERS
8 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
notcias brevesFevereiro 2013
CERTIFICAO ENEAGRAMAPELO EPTF MECO
O Enneagram Professional Training
Program (EPTF), promover entre os
dias 16 e 22 de Fevereiro no Meco, a
certificao em eneagrama.
Esta certificao destinada a profissionais
de diferentes reas
de interveno
tem como objetivo
a promoo da
aprendizagem do
eneagrama, um
mtodo que combina as prticas de
auto-observao, exerccios em grupo,
avaliaes pessoais profundas e partilha
de histrias e insights.
Esta certificao passa por vrias etapas
que decorrero com superviso de dois
grandes profissionais desta temtica,
Helen Palmer e David Daniels.
Mais informao veja aqui
N o dia 1 de Fevereiro ir decorrer no Centro Cultural de Belm o seminrio Interpretao dos Sonhos
- uma perspetiva junguiana, com o
autor Murray Stein.
Este evento promovido pelo Ncleo
Portugus de Estudos Junguianos,
sendo o orador Murray Stein um
analista junguiano e autor de livros
como O mapa da alma e The
principle of Individuation .
Este seminr io
tem como
objet ivos a
abordagem das
razes porque
sonhamos e
descobr i r a
impor tncia dos
nossos sonhos
atravs da compreenso do seu
significado.
Mais informao veja aqui
SEMINRIO SOBRE SONHOSCOM MURRAY STEIN
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 9
J todos passamos pela s i tuao do terminar de um relac ionamento, contudo normalmente associamos estas
questes aos f ins de um relac ionamento
amoroso, como um namoro, um casamento,
mas nem s entre amantes se terminam
relaes, e tendo em conta a pergunta da
nossa le i tora i re i abordar esta questo
num futuro ar t igo, obr igado Mar ta pela
dica. Mas como a questo da nossa le i tora
referente ao f im de um namoro, aqui vai
a resposta. No existe a frmula per fe ita
para se terminar uma relao, onde uma
das par tes no pretende o mesmo que a
outra, mas podemos sempre cr iar uma
s i tuao que minimize os danos e que
permita que ambos s igam em frente
sem grandes fer idas ou mgoas. S e aps
ref lexo decidimos terminar a re lao
ento ser impor tante comunicar a nossa
vontade ao outro de uma forma direta e
pessoal, desta forma no estar a cr iar
i luses na cabea do outro. Abordar os
sent imentos nunca fc i l e prec iso
ter coragem de assumir o que se sente,
mas se o sent imento mudou ou acabou,
impor tante ser c laro nas palavras e
repet i r as vezes necessr ias at o outro
f icar consc iente dessa mudana, se ja
coerente e mantenha um compor tamento
que espelho das suas palavras. Lembre -
se terminar um relac ionamento sempre
doloroso. Mesmo que seja uma opo sua,
o sofr imento inevitvel, af inal, aquela
pessoa fez par te da sua v ida e agora
necessr io a justar-se a esta mudana
emocional.
Q ual a melhor forma de terminar uma rela o?
Mar ta Pais, 35 anos, Viseu
pergunta do leitorE n v i e a s u a p e r g u n t a p a r ag e r a l @ r e v i s t a p r o g r e d i r. c o m
MARIA MELOLIFE COACHING
Esteja atento pgina do Facebook da Revista Progredir.
S er publ icada uma imagem sobre o conc urso. Par t i lhe essa imagem
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Progredir. O Autor da f rase mais or ig inal ganhar o l ivro. Leia
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Vencedor de Janeiro:
Lus Matias partilhou a imagem e criou a frase: PROGREDIR no dar um salto (s vezes em direo ao desconhecido, ou pisando os outros, o que resulta
em dor). PROGREDIR dar pequenos passos, mas continuamente, com convico, e numa direo definida.
PROGREDIR ao, mas resulta de uma escolha., e ganhou o Livro Sim ou No, Um guia para tomar as
melhores decises de Dr. Spencer Johnson
Filosofia de Vida
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 11
Falar de crise falar de oportunidade, est na hora de celebrarmos a mudana que surge! Por Nuno Michaels
Motivos para celebrarmos a crise
S ejamos honestos: j no h pachorra para voltar a falar do mesmo disso mesmo de que andamos fartos de ouvir falar, dando-lhe um nome e uma aceo grotesca que nos incita a sofrer e rejeitar, mais do que qualquer outra
coisa, essa coisa, chamada ad nauseam nos ltimos anos, de crise.
Quase todos sabemos que no adianta focarmo-nos no que no queremos,
porque o reafirmamos e vivificamos com a fora da nossa prpria rejeio.
Era por isso, alis, que a Madre Teresa de Calcut se recusava a participar em
manifestaes contra a guerra e se guardava, segundo ela, para aquelas a favor
da paz).
Quase todos sabemos que no adianta focarmo-nos
no que no queremos, porque o reafirmamos e vivificamos com a fora
da nossa prpria rejeio.
Filosofia de Vida
12 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Filosofia de Vida
C.E.O: Crise, Escolha, Oportunidade
Muitos de ns j o sabem: krisis ,
raiz etimolgica grega do palavro
que chamamos coisa, significa
ciso , diviso , e est intimamente
relacionado com um verbo que
significa julgar , discriminar ,
separar .
Crise ciso, separao, e ciso
deciso. A ciso, porque separa e
divide, permite uma escolha que antes
(da crise , da ciso) no era possvel.
Sem se cindir, no se pode decidir.
A oportunidade para uma educao holstica!
Curso de Formao de Professores de Yoga 17de Maio a 7 de Junho 2013
Curso de Formao de Teraputas de Yoga
22 de Julho a 8 de Agosto 2013
Escola acreditada pelo Yoga Alliance International e International Association of Yoga Therapists
Para consultar em detalhe os nossos programas, informaes ou artigos
na imprensa internacional: www.swara-yoga.com
www.elemental-yoga.com
Felizmente e este o primeiro motivo,
ou pretexto, para celebrarmos alm
de honestos, e francos, podemos ser
oportunos, positivos e progressistas
em suma, francamente oportunistas:
e podemos honrar o esprito desta
revista e em especial deste nmero
que celebra o seu primeiro ano de
existncia disponibilizando-nos a
olhar (nem que por uma ltima, ou
nica, vez) para o outro lado dessa
moeda (e no uma aluso irnica
dimenso financeira da coisa)
chamada crise.
A ver se celebramos finalmente.
Mas antes de elencar os principais
motivos para celebrarmos a crise ,
falta apenas introduzir um lugar-
comum. Ou dois. Pois se comunicar
pr em comum, no ser
aproveitamento de espao aproveitar
este lugar para o fazer?
Podemos honrar o esprito desta revista,
em especial deste nmero que celebra o seu primeiro ano
de existncia.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 13
Filosofia de Vida
Crise e permite, para no dizer
obriga, convida ou simplesmente:
consiste de uma oportunidade de
escolha, discriminao, e julgamento
por uma via nova; e aqui que nos
socorremos de mais um lugar-comum
para dar fora e completude nossa
tese:
Diz (quem sabe) que o
ideograma chins para
representar crise
se compe de dois
outros ideogramas
o de perigo e o de
opor tunidade.
No confirmamos nem
atestamos a veracidade
desta informao mas
podemos refletir, e sugiro
ao leitor que o faa, se
as verdades dominantes do senso
comum - aquilo a que os gregos
chamavam doxa e que ns traduzimos
como opinio, para contrastar
com episteme ou conhecimento
verdadeiro), no sero to-somente
- as verses mais repetidas, e aquelas
em que mais pessoas acreditam num
dado momento.
No ser a verdade consensual,
comummente aceite, to-somente
a narrativa dominante, que ganhou
s outras narrativas por fora
da sua prpria repetio e no
necessariamente por vir tude da sua
correspondncia com algo a que
chamaramos real?
Inspirados pelas palavras
de Ortega y Gasset, que
escreveu em 1942 num
livro chamado Esquemas
da Crise e Outros Ensaios
a crise um momento
histrico em que no muda
algo no mundo, mas em
que o mundo inteiro muda ,
elencamos aquelas que so
as grandes oportunidades
atuais inevitveis - de
mudana no mundo:
Desenvolver a Coragem, a Autonomia,
e a Confiana em Si mesmo;
Clarificar quais so os valores mais
fundamentais e importantes;
Relativizar o que antes tomvamos
como certo e seguro, especialmente
a supremacia da prpria viso do
Mundo;
Filosofia de Vida
14 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Filosofia de Vida
NUNO MICHAELSASTRLOGO, PROFESSOR
DE ASTROLOGIA ECONSCINCIA NO QUIRON
E VICE-PRESIDENTE DA ISARhttp://www.taoenchoice.com
Encontrar uma fonte de segurana
dentro , j que as de fora esto a
desaparecer;
Maior Autenticidade no Aqui
e Agora, j que o futuro uma
abstrao cada vez maior e mais
improvvel;
Auto aprimoramento e evoluo
pessoal atravs da diligncia e do
esprito de servio ao prximo;
Relaes mais autnticas, baseadas
na cooperao e interdependncia;
Desativar, abdicar, sacrificar e
transformar desejos egosticos,
esprios, e pouco sbios;
Ampliar a nossa Viso do Mundo e
do Sentido da Vida;
Assumirmos, cada um de ns,
papis mais responsveis no
coletivo;
Desenvolvermos e aproveitarmos
mais e melhores oportunidades para
nos associarmos e expressarmos
Amor e Boa vontade atravs do
empenho grupal;
Fazermos tudo o que est ao nosso
alcance para mudar, melhorar,
servir e curar.. . Entregando o
resto a Deus, Providncia ou s
Finanas.. . Consoante aquele que
seja o deus particular de cada
um. A oportunidade de encontrar
melhores deuses.
Agora, quando ouvir nem que seja
da sua prpria boca - a palavra de que
j andvamos todos fartos (e ainda
antes deste artigo), pode sempre
retorquir, perante a viso caqutica
que insiste em rotular de crise a
coisa oportuna:
Crise?! Qual crise? Esta
opor tunidade maravilhosa chamada
Evoluo?
Sade
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 15
A ineficcia das dietas famosas e a importncia da mente-corpo na
perda de peso
Com o aumento alarmante do nmero de pessoas com excesso de peso e obesidade as sociedades
desenvolvidas devero implementar uma soluo que permita ajudar as populaes a encontrar o equilbrio
mente-corpo. Por Sissi Franco
Existem vrias correntes de pensamento sobre alimentao e com vrias prticas de nutrio, cada uma
delas com sua frase chave, e cada uma com
seus princpios diferenciadores. Todas
auguram algo muito semelhante entre
si, a perda de peso e emagrecimento,
com algumas nuances que as tornam
distintas e nicas.
16 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Sade
possvel constatar atravs de
observao, entrevistas presenciais,
investigao na rea e no contacto
com clientes e populao em geral que
nenhuma delas funciona eficazmente
a longo prazo para grande parte dos
seus seguidores. Colocamos assim, as
seguintes questes:
1. Por que razo as dietas mais
famosas, com nomes mais
cativantes, ou mesmo com
designaes pr-histricas no
sero eficazes a longo prazo para a
maioria da populao?
2. Por que motivo os programas
de emagrecimento que tambm
abordam a componente motivacional
tero dificuldade em promover a
aderncia dieta aps o final dos
programas ou quando termina o
acompanhamento?
3. O que conduz a que existam tantas
pessoas insatisfeitas com a sua
condio fsica e com o seu peso
apesar das mltiplas ofertas em
dietas?
Por que razo as dietas mais famosas,
com nomes mais cativantes, ou mesmo
com designaes pr-histricas no
sero eficazes a longo prazo para a
maioria da populao? Acreditamos
que seja, em primeiro lugar porque
a maioria das dietas so muito
restritivas. Em regra, todas excluem
do plano alimentar algum alimento ou
nutriente (glten, tomate, carne, ou
refrigerantes) ou restringem algum
macronutriente (protenas, l pidos
ou hidratos de carbono). Numa fase
inicial a motivao e os resultados
rpidos favorecem a aderncia
dieta e a restrio alimentar torna-se
tolervel, pois o peso est a diminuir.
No entanto, por razes bvias, a
restrio alimentar no sustentada
nem possvel ser mantida a longo
prazo, pois muitas vezes estamos a
dar ao nosso corpo menos energia
do que ele necessita para funcionar.
A restrio alimentar no sustentada nem possvel ser mantida
a longo prazo, pois muitas vezes estamos a dar ao nosso corpo
menos energia.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 17
Sade
Estamos a tentar enganar o nosso
corpo com menos calorias do que
ele necessita para viver em pleno,
na esperana de que ele gaste a
energia que tem acumulada sobre a
forma de gordura. A parte traioeira
que o corpo entra em modo de
sobrevivncia, diminuindo muitas
vezes a taxa metablica, gastando
cada vez menos energia (resultando
muitas vezes em estados de letargia,
mau humor, e cansao), reservando
tudo o que aparece no estmago (a
tendncia para reservar energia sob a
forma de gordura, que aquilo que
no se quer). Aps uma fase inicial
de motivao e adeso restrio
alimentar, o corpo entra muitas vezes
numa fase de hper-compensao,
onde os impulsos para consumir
os alimentos que anteriormente se
ingeria e em quantidades generosas,
ultrapassam a fora de vontade para
seguir o plano alimentar.
Em segundo lugar, esses planos
alimentares alteram muitas vezes a
alimentao das pessoas de forma
muito brusca, e pouco sustentada.
Coma isto, no coma aquilo. Um
hbito demora tempo a criar-se. Da
18 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Sade
mesma forma que levamos anos a
habituar o nosso corpo ao po com
manteiga, ao leite de vaca e s carnes
vermelhas, e levamos anos a aumentar
o peso e a massa gorda, tambm no
deveramos querer nenhuma soluo
milagrosa que alterasse da noite para
o dia os nossos hbitos to enraizados,
sob pena de nunca se tornarem
hbitos mas apenas uma alterao de
comportamentos pontual.
E porque motivo os programas de
emagrecimento que tambm abordam
a componente motivacional tero
dificuldade em promover a aderncia
dieta aps o final dos programas ou
quando termina o acompanhamento?
Para se alterarem comportamentos
alimentares desviantes necessrio
motivao e que os programas que
englobam essa componente sejam
certamente mais eficazes. No entanto,
se no h alterao na forma como as
pessoas olham a comida, e no espao
que esta ocupa nas suas vidas, a
motivao, como um pavio, arde e
apaga-se.
O que conduz a que existam tantas
pessoas insatisfeitas com a sua
condio fsica e com o seu peso apesar
das mltiplas ofertas em dietas? Essas
dietas e correntes de pensamento
sobre alimentao no abordam o
ser humano por inteiro, pois tm
em conta apenas o corpo (e ns no
somos s corpo), e dedicam a sua
ateno aos efeitos que os alimentos
e nutrientes tm, como se o nosso
corpo se tratasse de uma mquina
ou de um laboratrio de absoro de
nutrientes e como se todos os corpos
fossem mquinas iguais.
Se no h alterao na forma de as pessoas
olham a comida, e no espao que esta
ocupa em suas vidas, a motivao, como um pavio, arde e apaga-se.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 19
Sade
Nunca poderemos tratar apenas a
componente corpo e esperar que o peso
a mais desaparea e no mais volte.
No somos aparelhos processadores de
alimentos, e no absorvemos nutrientes
como se de combustvel se tratasse. A
prpria nutrio clssica ainda se baseia
na incompleta roda dos alimentos e
na contagem de calorias, cedendo
muitas vezes aos interesses superiores
do marketing e das vendas, interesses
esses que no so os melhores para a
populao em geral.
certo que reina a dvida e a
confuso e que a populao continua
a engordar, com hbitos de vida que
conduzem a doenas que se podiam
prevenir, mas sempre em busca de
satisfao pessoal. Pois qual seria
ento a soluo para estas maleitas da
sociedade atual? A origem do excesso
de peso reside num desequilbrio
mente-corpo, no nosso interior e
a que se deve procurar o problema e
trabalhar a soluo a longo prazo. Ou
seja, nunca poderemos tratar apenas
a componente corpo e esperar que o
peso a mais desaparea e no mais
volte, se ignoramos por completo a
mente e todos os efeitos que ela tem
sobre o nosso templo de vida!
Um programa de emagrecimento
holstico que trate o Ser por inteiro,
nas vertentes nutrio, exerccio
fsico, meditao e desenvolvimento
pessoal, e que procure equilibrar
a mente-corpo ser certamente
a melhor soluo: a nutrio e o
exerccio fsico so duas vertentes
muito fceis de entender pela
sua importncia; a meditao,
pelos seus mltiplos benefcios
no equilbrio da relao mente-
corpo; o desenvolvimento pessoal,
pela importncia de enriquecer
cada Ser com conhecimentos, com
confiana, autoestima, poder pessoal
e motivao.
SISSI FRANCONUTRICIONISTA & LIFE COACH
http://facebook.com/sissi.franco
Luis
de
Barr
os
Relacionamentos
20 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Celebrar para progredirCelebrar (comemorar (data ou acontecimento) atravs
de festa ou cer imnia) para progredir, o o lhar que propomos nesta ref lexo, acerca do s igni f icado das celebraes, enquanto atos teis de agregao
e cont inuidade dos re lac ionamentos, se jam eles comunitr ios, famil iares, de amizades, de amores
diversos ou de um amor s. Por C ristina Freire
O s tecidos da nossa sociedade parecem romper-se a uma velocidade cada vez maior e as
mquinas da sua tecelagem sofrem o
desalento da falta de conhecimento
dos seus teceles acerca da matria-
prima que trabalham, as emoes
humanas, e dos seus destinatrios:
o prprio Homem como ser gregrio
e normativo. aqui que entra a
celebrao enquanto ato simblico
de consequncias reais.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 21
Relacionamentos
Hoje, quando falamos em celebrar,
pensamos em comemoraes com
mais ou menos festejos que encerram
em si maior ou menor solenidade,
mas j no temos a certeza da
Universalidade dos rituais utilizados
e da sua simbologia. Tememos
confundir tradicional com fora de
moda e precisamos de algum grau de
improvisao que possibilite atualizar
no tempo e nas circunstncias, alguns
rituais marcados pelo poder de unir,
fortalecer laos, consolidar relaes.
Mesmo os rituais que se cumprem
por hbito, para obedecer a uma
tradio, so imprescindveis para o
equilbrio emocional de comunidades
e indivduos, podendo funcionar,
em determinados casos, como
placebo (um alivio ilusrio, contudo,
eficaz para a situao), mas sempre
necessrios e incontornveis em
momentos chave da vida.
Celebramos acontecimentos,
comemoramos datas e festejamos
tudo isto com as pessoas de quem
gostamos, mas ser que podemos
falar em vantagens e desvantagens
das comemoraes e at dos
compromissos finais?
22 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Relacionamentos
J ouvimos objees com sentido.
Factos objetivos contra e a favor
de ambos, por exemplo, desde no
existirem diferenas entre casar
formalmente ou morarem juntos, at
afirmao de que o compromisso
final piora o relacionamento.
Relativamente s celebraes/
comemoraes, h muito quem
no valorize, considerando que os
casais o fazem forados e constroem
uma fachada de comportamentos
artificiais.
Na verdade, evidncias cientficas
e do dia-a-dia, mostram que as
vantagens das comemoraes,
com os seus rituais tradicionais ou
resultado da criatividade do casal, so
maiores do que as suas desvantagens,
melhorando a qualidade e durao
dos relacionamentos.
Tal acontece porque comemorar algo,
significa que isso tem importncia
para ns ao ponto de nos dispormos
a planear, ter trabalho com os
preparativos e estar presente por
inteiro. O simples facto de fazermos
este movimento em direo ao outro
e ao que ele significa para ns,
melhora e refora os laos e, para
o parceiro/a, sentir-se alvo de tal
ateno e investimento, melhora com
certeza a sua autoestima enquanto
pessoa, mas tambm a perceo que
tinha sobre a relao. Estes efeitos
positivos podem ir desde um simples
melhoramento, a salvar mesmo uma
relao em dificuldades.
Mas no sempre assim. Quando
um relacionamento est muito
desgastado, qualquer tentativa
de comemorao pode tornar-
se frustrante, pois haver muita
Evidncias cientficas e do dia-a-dia, mostram que as vantagens das comemoraes so maiores
do que as suas desvantagens.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 23
Relacionamentos
contrariedade e qualquer combinao
seguir a linha das discusses
anteriores, servindo para se magoarem
e atingirem, rejeitando e gozando
com as escolhas um do outro. Nestas
situaes a relao pode terminar em
vez de melhorar.
J o mesmo no se pode dizer quando
a celebrao ocorre numa famlia ou
comunidade em conflito. A, o facto
de se terem de encontrar, planear em
conjunto, juntarem-se na celebrao e
saborearem o sucesso ou lamentarem
o insucesso em grupo, reverte-se
de um significado de agregao,
tornando mais fortes os laos e
diluindo conflitos antigos.
Os Presentes: fonte de prazer ou
conflito?
Tambm os presentes se podem
transformar numa fonte de problemas
e no de prazer, com a maior facilidade
de um em conhecer os gostos do outro
ou o sentimento de obrigatoriedade
em dar um presente, algo sentido
como muito frustrante. de tal forma
complexo que at a escolha de um
presente personalizado, no baseado
em consumo (em gastos), pode ser
entendido como a outra pessoa no
nos ter achado suficientemente
importantes para gastar dinheiro
connosco. Enfim, o mais importante
mesmo a ateno e carinho com
que nos presenteamos, diariamente,
uns aos outros. Afeto, generosidade
e bem-querer, eis os ingredientes
dirios que nos podem dar alguma
garantia da qualidade e durao de
um relacionamento e muito haver a
festejar se o conseguirmos.
O mais importante mesmo a ateno e carinho com que nos presenteamos,
diariamente, uns aos outros.
24 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Relacionamentos
Em jeito de concluso, parece que
celebrar, nos seus diversos e at
criativos rituais, parte intrnseca do
Ser humano, dando-lhe continuidade
enquanto ser gregrio e normativo
-, atribuindo simbologia e significado
aos seus atos e contribuindo para
a preservao da nossa cultura. O
bom da celebrao a dedicao
que impulsiona ao encontro do que
se celebra, a dedicao, o tempo
e a reflexo, com tudo o que isso
despoleta.
A ausncia de qualquer ritual ou ato
comemorativo numa sociedade, faria
dela uma anomia, ou seja, deix-la-
ia num estado de falta de objetivos e
perda de identidade. Pelo contrrio,
saber integrar diferenas, diluir
conflitos, atravs da compreenso,
motivar-se apesar das frustraes,
sentir empatia e dar esperana,
apesar das dificuldades, so
atributos de pessoas e sociedades
que conseguem, indubitavelmente,
relaes emocionalmente mais
inteligentes e isto, em tempos de
crise
O bom da celebrao a dedicao que
impulsiona ao encontro do que se celebra, a
dedicao, o tempo e a reflexo, com tudo o
que isso despoleta.
CRISTINA FREIREPSICLOGA CLNICA, TERAPEUTA CONJUGAL E AUTORA DO LIVRO
UM AMOR PARA [email protected]
EntrevistaCompleta no Site Progredir
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 25
Os projetos tm de comear e acabar para que existam outros
aguiam.com
Para celebrar o primeiro aniversrio da Revista Progredir fomos falar com a criadora e diretora da extinta Revista XIS, uma publicao de sucesso na rea do desenvolvimento
pessoal. Laurinda Alves, agora jornalista freelancer, recorda a
dcada que marcou a sua vida e
que tambm a levou mudana e
reinveno.
Texto Por Sofia Frazoa
Fotografia Por Glria Aguiam
26 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Entrevista
PROGREDIR: O que a levou a criar a
revista XIS, em 1999?
Laurinda Alves: Engraado voltar
atrs porque a XIS marcou muito
a minha vida, o meu percurso
profissional, e continua a ser a minha
marca de alguma forma. Tem a ver, de
facto, com um jornalismo construtivo,
que um bocadinho diferente do
jornalismo positivo. Ou seja, bom ou
mau, fcil ou difcil, como que ns
podemos encontrar sadas para as
situaes, fazendo mais e melhor. A
gnese da XIS comeou quando ainda
era diretora da revista Pais e Filhos,
com a inaugurao de uma seco
chamada Antes e Depois. Era uma
seco em que as mes recentes ou
com filhos pequenos se candidatavam
a um dia de maquilhagem e estdio.
E foi impressionante ver os resultados
e ver como que pessoas normais,
banais, algumas at um bocadinho fora
de forma fsica, ficavam espetaculares,
de capa de revista internacional.
Ficavam pessoas luminosas, l indas,
naquilo que eu acho que esta beleza,
a beleza das pessoas normais. No
sou uma pessoa focada na beleza dos
sex symbols e de Hollywood.
PROGREDIR: Esses resultados nas
pessoas inspiraram-na a criar a XIS?
Laurinda Alves: O feedback das
pessoas era incrvel. E comecei a
pensar que tinha de fazer uma revista,
qualquer coisa em que esta mudana
fosse muito mais ampla, muito mais
consciente, e que permanecesse, no
fosse uma coisa s de um dia. Ento a
gnese da revista XIS comeou aqui,
num impacto a um nvel interior que
uma simples mudana a nvel exterior
provocava e o efeito construtivo e
feliz que isso tinha nas pessoas. E
comecei com a minha irm Catarina.
A revista comeou por se chamar
XIS Ideias para Mudar e s passados
dois anos que se comeou a chamar
XIS Ideias para Pensar. A mudana
importante, a abertura mudana,
esta capacidade plstica de nos
A gnese da revista XIS comeou num impacto a um nvel interior que
uma simples mudana a nvel exterior provocava.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 27
Entrevista
adaptarmos mudana. A ideia chave
era esta: ideias para mudar seja
porque me apetece, seja porque me
sinto mal ou seja porque estou bem
mas gosto de mudar. Comeou por a.
PROGREDIR: Tudo na vida tem um
limite e acaba por se transformar,
mas com tanto sucesso e
longevidade, estava espera que a
XIS algum dia chegasse ao fim?
Laurinda Alves: De facto, hoje em
dia olho para trs e penso: eu nunca
teria acabado a XIS, no seria capaz.
Ningum consegue matar um filho
seu, dizendo isto de uma forma muito
dramtica. A XIS foi pensada para ser
mensal e quando surgiu a proposta
de ser semanal foi um susto. Mas foi
extraordinrio porque foi uma montra
permanente, deu uma possibilidade
de multiplicao de termas e um olhar
sempre muito em cima da realidade.
Cumpriu um ciclo quase de 10 anos
como revista semanal. Completou-
se de uma forma mais rpida, mas
com a mesma longevidade que tm
as revistas mensais, ou seja, no
h mais nada para dizer naquelas
matrias. Acho que cobrimos todo o
espectro. Se entrssemos, imagine,
numa segunda dcada, se calhar iria
fazer-nos repetir-nos. Ou no, no sei.
Fica por saber porque no o fizemos.
A XIS fechou por questes logsticas
e de publicidade e por uma crise
que j se adivinhava no horizonte.
Tive imensa pena que a XIS tivesse
acabado naquela altura. Sofremos
aguiam.com
Todas as pessoas, de alguma forma, quase tm direito a oportunidades
de transformao, sejam elas fceis
ou difceis.
28 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Entrevista
todos com isso, eu sofri imenso, mas a
verdade que ainda bem que acabou
porque acredito nesta filosofia dos
grandes gurus dos kill ing projects.
Os projetos tm de comear e acabar
para que existam outros, para que nos
transformemos, para que consigamos
ir mais longe.
PROGREDIR: Foi este processo
de transformao que aconteceu
consigo?
Laurinda Alves: Hoje olho para mim e
vejo que seria impossvel fazer o que
estou a fazer agora se a XIS no tivesse
acabado e se eu no tivesse sofrido o
que sofri. Foram tempos dificlimos os
que vivi. Foram anos de desemprego,
anos de semi-desemprego, anos em
que uma pessoa tem imensas dvidas,
at, se vai conseguir voltar ao sistema,
a fazer coisas. Ser freelancer em
Portugal difcil e, portanto, de certa
forma estes seis anos que passaram
foram anos difceis e complexos, anos
cheios, mas ao mesmo tempo anos
cheios de adversidades e de provaes,
mas muito transformadores. Eu acho
que a transformao e essa mudana
vm de uma XIS ter acabado. Todas
as pessoas, de alguma forma, quase
tm direito a oportunidades de
transformao, sejam elas fceis ou
difceis. Pessoalmente agradeo isso.
PROGREDIR: Acredita que melhor
possvel, quer nas nossas vidas
pessoais quer a nvel geral?
Laurinda Alves: Acredito. Acredito
que melhor possvel, tentar fazer
mais e melhor, sendo que um
exerccio difcil e muitas vezes feito
na adversidade, em que se comea
em fases muito complicadas. Fao
voluntariado h 20 e tal anos e
em imensas reas. O que mais me
ajudou, no fim da XIS, foi exatamente
continuar a ser voluntria, a reforar
o voluntariado porque isso de alguma
forma reforou o sentido de vida
e o sentido de pertena. Quando
ficamos desempregados, aquilo que
verdadeiramente nos desanima no
a falta de dinheiro (que difcil,
mas cada um de ns vai encontrando
recursos ou tem ajudas, ou procura
ou tem alternativas, ou, no limite, vai
fazer trabalhos temporrios e ganhar
dinheiro). O que mais nos derrota
o sentido da vida, da realizao, da
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 29
Entrevista
utilidade, e esse sentido de pertena.
Deixamos de pertencer a uma equipa,
a uma organizao, a uma estrutura.
No vou dizer s pessoas que, se esto
desempregadas, faam voluntariado.
Quando estive desempregada reforcei
o voluntariado e sei que isso reforou
o meu sentido de vida, resgatou-me
a confiana em mim prpria e nas
minhas capacidades, isso sim.
PROGREDIR: O facto de ter um nome
construdo e conhecido no lhe deu
uma esperana maior de encontrar
uma alternativa ao desemprego?
Laurinda Alves: No, no. De facto,
entre aquilo que escrevemos e o
que apregoamos e fazemos vai um
abismo. Porque s vezes escrevemos
ou dizemos aquilo que gostaramos
de fazer. O que eu percebi sobre mim
prpria que, afinal, eu acredito
e pratico aquilo que muitas vezes
escrevi e aquilo em que eu acredito
que no se pode perguntar vida
o que a vida tem para nos dar.
perguntar a mim o que que eu tenho
para dar vida, o que eu tenho para
dar aos outros, como que eu posso
estar ao servio e o que que faz de
mim uma mais-valia ou algum que
faa a diferena. E tambm percebi
que pessoas como eu, que tm o seu
trabalho reconhecido e valorizado,
podem ficar desempregadas durante
um tempo longo como acontece a
toda a gente. Pensei aquilo que todas
a outras pessoas pensam: nunca mais
vou voltar ao sistema, se calhar a
minha vida profissional acabou. Foi
tima, espetacular, fiz coisas timas
durante 30 anos que se calhar no vou
voltar a fazer. Foram pensamentos
dificlimos durante muito tempo e
aquilo que mais me ajudou foi ter trs
ou quatro pessoas que me ajudaram a
pensar.
aguiam.com
30 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Entrevista
PROGREDIR: Ouve -se muito que
Portugal no tem oportunidades
para as pessoas. O que podemos
fazer para acreditar num 2013
melhor do que aquele que se
anuncia?
Laurinda Alves: Primeiro acho que
temos de estar atentos uns aos outros,
ou seja, no se pode ter sequer a
presuno de superioridade de que
isto a mim no me toca. Isso um tiro
nos ps. Ainda h pessoas com esta
ideia de acharem que a eles nunca
lhes vai acontecer, mas acho que j
h muito poucos e cada vez menos.
Temos de ter muita ateno a quem
anda frgil nossa volta, inquieto,
pessoas que tm vergonha de dizer
o estado em que esto. Ajudarmos
muito mais e ficarmos todos muito
mais em rede. Este valor da partilha
e do testemunho. Depois, se possvel,
as pessoas usarem o seu tempo mais
livre para se juntarem a grupos, para
verem o que est a ser feito, o que
est a acontecer. Nestas fases s
juntos, sozinhos nunca. Quanto mais
acompanhados, quanto mais em rede,
melhor. Eu aposto muito na formao
acadmica, no voltar a estudar, pode
ser uma universidade, um curso
profissional, evoluir numa rea mais
alternativa.
PROGREDIR: O que que esta poca
nos convida a transformar, a nvel
pessoal?
Laurinda Alves: O convite hoje em
dia , primeiro, sermos muito mais
solidrios, mas ainda muito mais
solidrios, muito mais generosos,
muito mais atentos a ns e aos outros.
Estamos sempre a tentar mudar os
outros, mas a primeira mudana
comea em ns. Se eu no mudar o
que anda aqui dentro de mim, no
vou mudar ningum. Muito mais
conscientes da fragilidade de todos e
de que nada adquirido. H pessoas
que vivem e agem como se as coisas
fossem adquiridas, como se fossem
os reis do mundo. Isso j intolervel
Temos de ter muita ateno a quem anda
frgil nossa volta, inquieto, pessoas que tm vergonha de dizer o estado em que esto.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 31
Entrevista
em qualquer circunstncia, agora em
circunstncias de grande sofrimento,
de grande fragilidade, de grandes
crises, insuportvel. Mas h pessoas
assim, que ainda so capazes de ter
uma atitude de ostentao.
PROGREDIR: No seu dia-a-dia
tambm se controla, tendo uma
vida mais modesta?
Laurinda Alves: Sim, claro. Muito
mais. No tenho carro h quatro anos.
Adoro guiar, adoro carros e adoro
carros bons, portanto nem sequer
uma coisa que me seja indiferente.
Mas tambm digo que nunca na
minha vida pensei poder vir a no ter
carro e, hoje em dia, olho para trs e
penso que no me sabia capaz de no
ter carro e no sabia que continuava
a ser feliz, que continuava a ser a
mesma pessoa tendo carro ou no
tendo. Espero voltar a ter carro, mas
agora ando muito mais a p, ando de
metro todos os dias. Estou mais em
comunho com as pessoas.
PROGREDIR: O que faz para
desenvolver a sua espiritualidade e
para se manter em equilbrio?
Laurinda Alves: Fao retiros de
silncio de uma semana h quase
20 anos, em que as pessoas so
orientadas, h muito em que pensar
e falamos muito com o orientador. D
para arrumar a casa, as ideias, para
recentrar, refocar. H muitas pessoas
que esto a entrar em crise e eu estou,
no fundo, neste processo h seis
anos. Ento, graas a Deus, como se
estivesse a recuperar algo e senti que
precisava de fazer algumas coisas no
sentido espiritual. Foi o ano em que
completei 50 anos, em que decidi ir
aos Picos da Europa numa viagem de
superao fsica e de transcendncia,
e que decidi marcar com os exerccios
espirituais da vida quotidiana.
aguiam.com
32 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Entrevista
PROGREDIR: Qual sente que o
seu compromisso de vida neste
momento?
Laurinda Alves: O meu compromisso
com a vida neste momento tentar
sempre, e em tudo, fazer mais e
melhor. s vezes consigo, a maior
parte das vezes se calhar no
PROGREDIR: E para este ano, h
algum grande projeto que queira
concretizar?
Laurinda Alves: So dois grandes
projetos para mim: pr o Dialogue
Cafe a cumprir o seu destino e o seu
desgnio e inaugurar uma cadeira na
Universidade Nova de Lisboa para
todos os alunos do 1 e 2 ano da
licenciatura de Gesto e Economia.
uma cadeira para interpelar cabeas
lgicas, matemticas, cientficas,
de economia e gesto, em que os
nmeros contam, o negcio conta, o
lucro conta, e p-los a pensar nestas
questes das relaes humanas, da
comunicao, da gesto de tempo, da
gesto afetiva e efetiva dos negcios
e das suas ideias. E de como que
ENTREVISTA POR SOFIA FRAZOAJORNALISTA
FOTOGRAFIA POR GLRIA AGUIAMFOTGRAFA
214 536 187 | 964 690 [email protected]
http://facebook.com/aguiamfotografas
A entrevista com LAURINDA ALVES
encontra-se na integra no site da
PROGREDIR .
Clique aqui e veja a entrevista
completa!
querem fazer a diferena no mundo,
atualizando o que uma carreira
de sucesso. O sucesso, hoje em dia,
passa se calhar por criar, por resolver
dilemas e dramas no mundo minha
volta, muito mais do que ir trabalhar
para um banco ou ir trabalhar para
uma empresa onde eu espero s
progredir na carreira e ganhar muito
dinheiro.
Finanas
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 33
Mundo em transio: como tomar decises em tempo de incertezas
Hoje, mais do que nunca, vivemos tempos conturbados e cheios de surpresas. O ambiente da nossa vida tornou-se ambguo e indeterminado, e o futuro passou a fazer parte das nossas
preocupaes de uma forma mais intensa. Por Nelson S. Lima
Deparamo-nos cada vez mais com o fator incerteza. E, mais ainda, os acasos - eventos imprevisveis e at
improvveis - assumiram propores
nunca antes alcanadas. Para piorar
o cenrio os estudiosos afirmam que
a sociedade humana tende para uma
complexidade cada vez maior.
34 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Finanas
O ritmo e a variedade da vida esto
intrinsecamente ligados ao conceito
de transitoriedade, que neste contexto
quer dizer rotatividade entre as
relaes que estabelecemos na
vida, um rompimento ao apego das
conexes do passado e a efemeridade
das situaes emergentes. Um nmero
considervel de antigas certezas
da vida passaram a ser passageiras e
efmeras. Temos ento uma sociedade
marcada pela transitoriedade, pela
diversidade e pelas novidades.
O caos de adaptabilidade ocorre quando
esses fatores convergem criando uma
ambincia to efmera, to estranha
e to complexa que passou a ameaar
milhes de seres humanos com uma
sensao de fracasso de adaptao.
Como viver na mudana
A resposta ao choque do futuro no
a no-mudana das coisas, mas uma
diferente espcie de mudana. Deve-
se, por conseguinte, experimentar uma
srie nova de medidas reguladoras de
mudanas, inventando e abandonando
esses meios, medida que avanamos
no nosso projeto de vida. Problemas
novos exigem solues novas. Uma
das consequncias mais srias das
mudanas que o mundo tem vivido
o bombardeamento dos nossos
sentidos, o excesso de estimulao. Se
a sobrestimulao sensorial aumentar
deformamos a nossa perceo da
realidade. A sobrestimulao cognitiva
interfere com a nossa capacidade de
pensar e de sentir. E tomamos ms
decises.
Temos uma sociedade
marcada pela transitoriedade,
pela diversidade e pelas novidades.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 35
Finanas
Quando as pessoas so lanadas em
situaes que mudam depressa e
irregularmente ou vivem num contexto
rico de novidades, surpresas e acasos,
o comportamento racional pode ficar
perturbado por desgaste emocional
e sensorial. o que est a acontecer
a milhes de pessoas em todo o
mundo. O que o futuro tambm traz
de novo a acelerao da mudana.
No turbilho dos acontecimentos que
nos cercam resta o nosso espao de
manobra que dever focalizar-se mais
no traar objetivos do que confiarmos
em previses e em planos a longo
prazo.
Para melhor nos defendermos dos
eventos aleatrios marcados pela
ambiguidade e a indeterminao do
amanh resta-nos a preparao e a
adaptao constante. Neste captulo
a aprendizagem de novos saberes
e a aquisio (ou a melhoria) de
novas competncias fundamental.
A grande vantagem desta sociedade
radical que ela tambm est cheia
de possibilidades em aberto que
deveremos procurar insistentemente
quando queremos mudanas efetivas
na nossa vida. O viver, ao contrrio
36 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Finanas
do que alguns autores querem fazer
crer, no uma cincia, e nem sempre
est de acordo com a lgica. mais
um saber criativo, uma arte das mais
exigentes, sempre em mudana - ela
prpria!
Veja-se como cada vez mais as pessoas
se socorrem de astrlogos, magos e
orculos tentando encontrar respostas
para as suas dvidas, incertezas e
desconhecimentos. No de estranhar
que at muitos lderes se faam
acompanhar de videntes lembrando
tempos muito recuados quando faltava
informao que servisse de apoio
tomada de decises.
O acaso na nossa vida
Muitos acontecimentos da vida (desde
o Universo ao ser mais simples que
nele habite) so simplesmente obra
do acaso, totalmente imprevisveis
e inesperados. No significa que
cada acaso no tenha uma causa.
Nada aparece sem ter uma origem
e esta mesma resulta de uma
sucesso de acasos. Com o aumento
da complexidade da vida humana
tambm aumenta o nmero de acasos,
em muitos dos quais nem reparamos
e nem lhes damos importncia pois
j intumos que o acaso faz parte da
vida.
H quem prefira chamar-lhe sorte
ou at destino. Esses termos no
esto corretos pois trata-se de
coisas diferentes. A sorte pode ter
vrios significados e quanto ao
destino faz pensar que a vida est
pr-determinada. Mas no assim,
embora muita gente acredite nisso. O
acaso resulta da arbitrariedade. Um
acontecimento algures no passado e
num qualquer local determina um ou
mais acontecimentos no presente e no
futuro, e que influenciaro o percurso
da nossa vida. Entramos no campo do
imprevisvel.
O viver, mais um saber criativo, uma arte das mais exigentes,
sempre em mudana - ela prpria!
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 37
Finanas
O mais perigoso disto tudo que,
como o crebro humano no est
preparado para lidar com a incerteza
(ele procura sempre que acreditemos
na racionalidade e na lgica dos
acontecimentos para nos sentirmos
em segurana), ns acabamos por
correr demasiados riscos ao longo da
vida. E s com alguma sorte pelo meio
escapamos at da autodestruio.
Mas uma nova viso est em curso: o
acaso, a que nunca poderemos fugir,
pode ser nosso aliado. Pelo menos de
forma mais segura do que o habitual
(em que simplesmente vivemos como
que dependentes do acaso mesmo
quando tomamos decises com
base em muitas previses e planos
matematicamente construdos).
Nisso, verdade seja dita, somos muito
irresponsveis pois confiamos em
demasia naquilo em que acreditamos
e esquecemo-nos que, medida que
a vida vai seguindo o seu curso, vo
ocorrer mudanas provocadas pelo
acaso.
Estratgias para vencer a incerteza
A palavra inglesa chance, a qual
significa no apenas sorte e acaso
como tambm oportunidade. Tirar
partido dos acasos da vida uma boa
estratgia para vivermos. E isso exige
uma certa cincia. Ou, se quisermos
ser mais rigorosos, uma boa dose
de inteligncia e perspiccia. Alm,
obviamente, de uma mente aberta para
as possibilidades e as oportunidades
da vida.
Disse o grande socilogo Edgar Morin
que o maior contributo de conhecimento
do sculo XX foi o o conhecimento dos
limites do nosso conhecimento, o que
- digo eu agora - nos faz viver ainda
mais nos territrios da incerteza. Cerca
de 70% dos estudantes universitrios,
sobretudo dos cursos de humanidades,
desistem ou mudam de curso por terem
feito escolhas com poucas certezas
relativamente ao que os esperava. Ou
seja, praticamente escolhem ao acaso
deixando que o futuro lhes troque as
voltas.
Tirar partido dos acasos
da vida uma boa estratgia para vivermos.
38 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Finanas
Num mundo de futuro incerto temos
ao nosso dispor duas estratgias que
se tm mostrado serem as melhores
para a tomada de decises.
A primeira fazer pequenos planos
em vez de grandes projetos tendo em
vista os objetivos a atingir. Quando
fazemos pequenos planos de cada
vez, os riscos que corremos so muito
menores quando algo corre mal ( o que
faz a Natureza: ela evolui lentamente).
Sonhar alto, acreditar no futuro e dar
grandes passos empurraram milhes
de pessoas para situaes financeiras
catastrficas porque estavam
confiantes em cenrios onde no
vislumbraram problemas. A segunda
estratgia diversificar, isto , apostar
em mais do que uma resposta. Se
alguma escolha falhar restam outras.
E se aplicarmos simultaneamente
a estratgia dos pequenos passos
conseguimos avanar com mais
confiana mesmo que os inevitveis
acasos da vida nos tragam surpresas
desagradveis.
Esta sabedoria milenar atualmente
de uma pertinncia inquestionvel.
Podemos, enfim, avanar na vida
traando objetivos e fazendo pequenas
conquistas de cada vez ao contrrio de
nos aventurarmos com grandes planos,
projetos e investimentos que, devido ao
imprevisvel, podem fazer desmoronar
tudo aquilo que construmos e em que
acreditmos.
Se soubermos conviver com a
possibilidade das incertezas e dos
acasos da vida acabamos por ser
premiados bem mais vezes do que
espervamos.
NELSON S. LIMAINVESTIGADOR, CONFERENCISTA
E PROFESSOR UNIVERSITRIO. PRESIDENTE DO INSTITUTO
DA INTELIGNCIA (EUROPEAN INTELLIGENCE INSTITUTE
www.brightminds.net.br
Esta sabedor
ia
milenar at
ualmente
de uma pert
inncia
inquestion
vel.
Vida Profissional
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 39
N esta edio da Revista Progredir o tema central Celebrar , ou seja, festejar, comemorar em vrios nveis da
nossa Vida, cada um com a sua devida
importncia. Antes de nos dedicarmos ao
ttulo deste artigo sentimos a necessidade
de fazer breves consideraes, pois
numa altura em que existe um grande
nmero de desempregados, o ato da
celebrao profissional poder causar
algum desconforto a alguns leitores.
Neste sentido, tudo aquilo que for escrito
Sou um profissional! Vou celebrar!
Numa altura em que o emprego um bem escasso, torna-se fundamental Celebrar! Esta celebrao prende-se com as aprendizagens profissionais,
pessoais que nos permitem crescer e desenvolver como profissional e ser humano. Por Ricardo Fonseca
40 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Vida Profissional
no para ser considerado como uma
generalizao, mas sim como uma
opinio relacionada com o fato de se
ser profissional.
O ato de celebrar desde sempre
associado a festividades, a
solenidades (mbito cerimonial), mas
pode e dever ser tambm vivido em
situaes banais do nosso dia-a-dia,
como neste caso em concreto a nossa
atividade profissional.
Muitos de ns j exercermos
alguma atividade profissional que
despertou inmeros sentimentos e
emoes pelas funes que foram
desempenhadas, pelo pblico-alvo
das nossas responsabilidades, pela
equipa com quem trabalhvamos.
Estes fatores so todos motivos de
celebrao.
Vamos ento ver um pouco mais
pormenorizadamente quais os
motivos de celebrao nos pontos
citados anteriormente. As funes
que desempenhamos e que nos
foram atribudas em dada altura da
nossa vida profissional so motivo
de celebrao pessoal pois referem-
se a um processo de escolha e
atribuio, onde ns (muitas vezes
no meio de tantos candidatos) fomos
os selecionados mediante as nossas
competncias, caractersticas e at
pela forma positiva e entusiasta como
manifestamos a vontade de as exercer.
A celebrao torna-se mais intensa
medida que toda as componentes da
nossa profisso se vo interligando,
como a adequao das nossas
funes s nossas competncias, aos
O ato de celebrar desde sempre associado a
festividades, mas pode e dever ser tambm vivido em situaes banais do
nosso dia-a-dia, como neste caso em concreto a nossa
atividade profissional.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 41
Vida Profissional
clientes com os quais ns gostamos
de trabalhar, equipa com que
nos relacionamos saudavelmente
e com a qual criamos um ambiente
que potencia a nossa qualidade
profissional.
Porm, indagam muitos de vs, se h
pessoas que no exercem a profisso
que querem, que trabalham em reas
muito distintas das suas competncias
profissionais e acadmicas, que
no trabalham com os clientes que
desejavam, que no esto integrados
numa boa equipa, porque devem
celebrar?
Neste caso pode-se dizer que a
celebrao profissional advm do
simples fato de se ter um emprego que
nos dias de hoje um bem escasso e
em simultneo das aprendizagens
que adquirimos num meio onde no
nos sentimos confortveis.
Quando trabalhamos num meio que
nos incmodo podemos ter dois
tipos de atitudes: vivemos com o
desconforto e vamos nos queixando
dia-a-dia do emprego que temos
A celebrao torna-se mais intensa medida que toda as componentes da nossa
profisso se vo interligando
ou aproveitmos as oportunidades
que esse meio laboral nos est a
proporcionar para crescermos e
nos desenvolvermos profissional e
pessoalmente.
No caso de estarmos desempregados
e no encontrarmos motivos de
celebrao, podemos por uns
pequenos instantes relembrar todos
os empregos que j tivemos, tudo
aquilo que aprendemos, as pessoas
com quem convivemos, os clientes a
quem ajudmos e acredito que mesmo
que seja um nico e simples aspeto,
haver um motivo para celebrar.
42 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Vida Profissional
Celebrar o fato de que desenvolvemos
as nossas competncias pessoais
e profissionais, aper feioamos
as nossas habilidades e
assim ganhamos novas
capacidades que so
grandes aliados para
a procura de um novo
emprego, para otimizar uma
nova seleo profissional
ou at para nos tornarmos
num criador.
Uma situao decorrente do
desemprego e que tem sido
motivo de celebraes por
muitas pessoas a criao
dos prprios empregos,
das suas pequenas
empresas que origina
motivos de festejo e permite olhar
para o desemprego como um fator
primordial para este acontecimento.
Sou profissional! Vou Celebrar!
Sim, todos ns somos profissionais
dentro da sua rea ou reas de estudo,
de trabalho, de conhecimento, mesmo
que neste momento no se esteja
a desenvolver qualquer atividade
profissional. No por no se exercer
que se deixa de ser profissional.
Celebremos ento todos
os conhecimentos, todos
os saberes e celebremos
tambm as oportunidades
que temos nossa frente
para desenvolvermos
o nosso conhecimento,
adquirir novos saberes que
contribuiro para a nossa
vida como profissional.
Sou profissional! Vou
celebrar! Vou procurar
novas fontes de saber,
novas formas de
demonstrar as minhas
competncias, de viver
as minhas habilidades e celebrar o
simples fato de reconhecer que cada
oportunidade que surge um motivo
para Celebrar!
RICARDO FONSECAENFERMEIRO, ESCRITOR
www.escritadoautoconhecimento.webnode.ptpercursosdevida@gmail.com
LifestyleLifestyle
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 43
Surpreender um estilo de vida!
A pior coisa que poderamos fazer pela nossa vida seria desperdiar o potencial de a enriquecermos
continuamente. Num contexto global dominado por incertezas e ambiguidades cresce a necessidade de
encontrarmos um caminho estilo de vida compatvel com o nosso potencial e com a harmonia que desejamos para ns e para os outros. Por Joo Alberto Catalo
A Sociedade adquire vantagens competitivas em consequncia da reciprocidade! Que melhor estilo de vida poderemos ter do que sermos capazes de gerar satisfao nos outros e em ns prprios? Possuir-se um estilo de vida naturalmente
gerador de satisfao bidirecional, isto , ser-se capaz de gerar satisfao nos outros
e em ns prprios, parece algo desejvel e difcil, quando na realidade no o !
44 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Lifestyle
Sabia que independentemente da
altura, do peso, das habilitaes
literrias e profissionais, ou da dimenso
da conta bancria que qualquer
um de ns possui, todos viemos ao
mundo habilitados com uma emoo
bsica chamada SURPRESA? Um facto
indiscutvel: quando surpreendemos
positivamente algum, geramos nele
satisfao acompanhada, na maioria
dos casos, de vontade de retribuir. Isto
parece bvio para todos, no entanto,
porque que ainda existe tanta
gente que no faz da capacidade de
surpreender positivamente um estilo
de vida?
Teoricamente a explicao simples!
Todos possumos um conjunto de
emoes bsicas protetoras/defensivas,
cuja funo a de nos proteger dos
perigos resultantes do diferente e do
risco. So essas emoes as grandes
responsveis pela nossa sobrevivncia.
No entanto, se por um lado essas
emoes - como por exemplo o medo,
a raiva ou o nojo - cumprem a sua
funo protetora, por outro lado, elas
inibem-nos de potenciarmos os efeitos
positivos da surpresa, da criatividade,
etc. A assimetria entre as emoes
bsicas positivas e as emoes bsicas
negativas requer de ns a tomada de
conscincia sobre o papel que cada
uma destas emoes bsicas possui, e
a CORAGEM necessria para no nos
deixarmos ficar refns das mesmas,
afetando negativamente o estilo de
vida desejado.
Surpreender, enquanto estilo de vida
requer, acima de tudo, a posse de
um propsito de vida humanista e
sustentvel.
Vivemos num mundo sujeito rotina
das mudanas frequentes, muitas vezes
rumo a destinos que desconhecemos.
Surpreender, enquanto estilo de vida requer, acima de tudo, a posse de um propsito de vida
humanista e sustentvel.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 45
Lifestyle
Somos a todo o momento abordados
por novas solues, novos produtos,
nova informao. Essas novidades
so potenciadas pela evoluo
tecnolgica, pela velocidade dos meios
de comunicao, pelas mudanas
sociais, polticas, econmicas, culturais
e ambientais. Uma realidade: vivemos
num mundo globalizado e cada vez mais
interconectado. Essas transformaes
fazem da vida um caminho que no ,
nem pode ser linear.
Como Charles Chaplin disse: A vida
uma pea de teatro que no permite
ensaios. Cante, chore, dance. Ria, interaja
e viva intensamente antes que a cortina
se feche e a pea termine sem aplausos!.
A SURPRESA POSITIVA, conduz os
impulsos do pensamento de um
estado passivo para um estado ativo,
favorecendo a ao e a mudana
necessrios a um estilo de vida
consistente.
Mudar-se a si prprio um
desafio maior!
Mudar-se a si prprio um desafio
maior! Evoluir harmoniosamente de
forma solitria muito difcil!
Possuir um estilo de vida adequado
aos desafios e s oportunidades que
decorrem deste mundo acelerado ,
acima de tudo, compreender que a
sustentabilidade de qualquer estilo de
vida decorre da qualidade da interao
com os outros. Independentemente da
forma como algum interaja connosco,
a escolha da interpretao da sua ao
e a escolha da resposta ser sempre
nossa.
Saber assumir um estilo de vida onde
tenhamos no s capacidade de
apreciar o que possumos, mas tambm
a capacidade de apreciar e elogiar o
que est alm de ns, facilita a nossa
evoluo contnua, e permite-nos uma
melhor visualizao e confiana no
futuro.
46 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Lifestyle
JOO ALBERTO CATALOMILITANTE DA VIDA, MASTER EM
COACHING E AUTOR DOS LIVROS: ATITUDE UAUME!, FERRAMENTAS DE
COACHING E NEGOCIAR & VENDERwww.viatminacatalao.com
SURPREENDER um estilo de vida
virtuoso porque favorece a mudana,
facilita interaes positivas e favorece
a evoluo sustentada das atitudes
individuais e coletivas. Adicionalmente,
surpreender positivamente desperta
tambm nos outros um sentimento de
reconhecimento e gratido.
Como incorporar a SURPRESA
POSITIVA no seu estilo de vida?
Adotando um discurso interno
positivo;
Sabendo apreciar e encorajar os
outros;
Sendo capaz de cultivar uma viso
positiva do mundo;
Tendo e sabendo partilhar energia
positiva;
Sendo resiliente,
Tendo iniciativa;
Tendo coragem;
Aceitando que a vida Relao;
Conhecendo o significado e sabendo
praticar o conceito da GRATIVIDADE
(Gratido em Atividade).
Em concluso: A SURPRESA POSITIVA
um estilo de vida, porque um
comportamento de resposta ativa dos
indivduos, singulares ou coletivos,
potenciando a criatividade social,
a espontaneidade e o desejo de
servir, geradores de uma dinmica
interpessoal em cadeia.
PS: Gratividade, um Conceito criado
por Joo Alberto Catalo e Ana Teresa
Penim. Informao mais aprofundada
pode ser encontrada atravs da consulta
no livro Atitude UAUme!
(Edio SmartBook)
Adicionalmente, surpreender positivamente
desperta tambm nos outros um sentimento de
reconhecimento e gratido.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 47
Espiritualidade
Espiritualidade
Celebrar a vida reconhecer em cada semelhante uma parte de ns uma dica, um espelho em que nos podemos ver, observar,
analisar at tomada de conscincia que EU
SOU TU e TU S EU. Celebrar a vida comemorar
cada abrao como uma reconciliao eterna
com o EU integrar a verdade que nunca
existiu separaonunca existiu zanga
apenas processamento e compreenso.
Celebrar a vidaCelebrar a vida viver cada momento como nico,
contemplar a beleza do respirar e a frescura do sorrir. Celebrar a vida amar abraar tudo o que se apresenta
em cada dia e em cada momento celebrar a vida ver em tudo o que os olhos fsicos observam perceber
que fazemos parte de tudo e tudo faz parte de ns, porque tudo dentro e nada fora. Celebrar a vida sentir leveza em cada despertar e acordar com a certeza que tudo est
feito apenas preciso SER. Por Joaquim Caeiro
48 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Espiritualidade
Celebrar a vida fazer amor connosco
mesmos e ser tudo o que o nosso corpo
nos permite ser entregar-nos aos
sentidos e descansar na manifestao de
cada emoo. Celebrar a vida aceitar
que somos um ser perfeito e que temos
tudo para alcanar o que pretendemos
focar-nos no no foco e ser natural
e verdadeiro em ns, porque s assim o
conseguimos ser em todas as coisas e
pessoas.
Celebrar a vida reconhecer-nos no Cu
e na Terra, na sombra e na luz, no homem
e na mulher... e no final perceber que
tudo em simultneo e que a separao
ou dualidade so apenas faris que
nos ajudam a ver a verdade que EU
SOU. Celebrar a vida reconhecer-
nos como o nosso prprio mestre
e aprendiz, praticar a conscincia
de que a fonte habita em ns e que
podemos criar TUDO, tal como algum
um dia comeou a criar. Celebrar a vida
permitir a presena de Deus de uma
forma constante, no porque alguma
vez esse Deus estivesse fora, mas sim
porque nos disponibilizamos a SER esse
Deus. Celebrar a vida lembrar-me da
humildade em cada meta alcanada e
celebrar naturalmente em amor e em
gratido e s isso !
Uma conscincia, um estado, uma
verdade da alma
Mas quem somos ns para questionar
ou tentar perceber o prprio processo
da celebrao da vida, se a prpria
vida j se celebra a si mesma em cada
momento? Quem somos ns para
delinear tarefas, caminhos, estradas ou
metas, indicando patamares evolutivos
ou estados corretos se a prpria vida
disso se encarrega naturalmente? Quem
somos ns para rejeitar, contradizer ou
ir revolucionar se somos ns mesmos
que atramos e criamos a nossa realidade
em que vivemos e somos?
Celebrar a vida fazer amor connosco mesmos e ser tudo o
que o nosso corpo nos permite ser.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 49
Espiritualidade
Crescemos com a ideia que temos uma
estrada, um caminho a percorrer. Fazem-
nos acreditar que para sermos felizes
precisamos TER uma famlia, precisamos
TER um emprego, precisamos TER
dinheiro para SERMOS reconhecidos
socialmente. Fazem-nos acreditar
que o certo ou correto o que j est
comprovado, esquecendo que esse
mesmo certo foi alcanado com o erro e
a vivncia de uma experincia individual
e coletiva. Fazem-nos acreditar que
pertencemos a um sistema, ao qual
devemos responder, respeitar e fazer
parte, caso contrrio somos marginais
sociais. Fazem-nos acreditar numa lei,
em princpios, em fundamentos no
comportamento humano, esquecendo
completamente a necessidade do espao
individual e essncia de cada um. Fazem-
nos acreditar que SER FELIZ impossvel,
e que um estado de conscincia e
completa contemplao pela vida
estado alterado de conscincia ou
esquizofrenia ou bipolaridade . e
afinal quem somos ns? Afinal qual
verdade escondida que nos poder levar
completa celebrao da vida?
Somos a prpria celebrao
Quando observa o mar o que v?
50 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Espiritualidade
Quando observa as rvores descansando
sobre si mesmas o que v? Quando
observa a pessoa que ama o que
v? Na verdade nada v tudo ! No
momento em que olha e observa tudo
entra em si tudo faz parte de si nesse
momento. De acordo com a sua histria,
os seus conceitos, a sua conscincia,
tudo isso entrar e ser processado de
acordo, ou seja, co-criado por si.
Cada momento, cada pensamento,
cada emoo acontece em tempo
real ou seja neste exato momento.
Crimos a iluso de um passado e de um
futuro, quando na verdade tudo no
presente em tempo contnuo e nico. A
mente processa o que lhe damos para
processar no sabe o que certo ou
errado simplesmente processa
natural e fluidamente. Tal como a vida,
no existem pausas, tudo acontece de
uma forma contnua e natural. Para a vida
no existem momentos, no existem
emoes, no existem pensamentos, a
vida TUDO isso em simultneo. Por isso
sempre que dizemos em cada momento
devemos saber que nos estamos a tentar
referir vida contnua e ao todo que
se processa fluidamente, deixando de
parte a ideia da separao ou de marco
de algo parte.
Cada clula, cada rgo do nosso corpo,
cada milmetro da nossa pele, VIVE
celebrando a sua manifestao
sem necessitar de uma ordem ou uma
instruo consciente da nossa parte
j pensou nisso? Antes de tudo TUDO
mesmo, a vida acontece e s ela nos
permite estar aqui a divagar e a tentar usar
palavras que a descrevam, quando ela
prpria no permite descrio possvel
tal como Deus simplesmente e
agora talvez consigamos perceber que
celebrar a vida reconhecer que somos
DEUS e tal como ele no precisamos
preparar-nos para celebrar e sim celebrar
simplesmente.
JOAQUIM CAEIROPROFESSOR DE MEDITAO &
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Cada momento, cada pensamento, cada emoo
acontece em tempo real ou seja neste exato momento.
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54 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
Costumamos festejar e agradecer o que temos em determinadas datas ou perante acontecimentos que consideramos importantes. Pelo contrrio, frequente protestarmos e desvalorizarmos momentos que fogem ao que estvamos espera e/ou queramos para ns. Celebrar a vida como ela no significa resignao. um convite a aceitar que tudo est certo e faz parte do nosso caminho de
mudana e evoluo. Por S ofia Frazoa
desafios do feminino
N a rea do feminino e dos estudos de gnero, so vrias as efemrides que se assinalam
no ms de fevereiro e que foram,
independentemente de sermos
ou no a favor delas, importantes
conquistas histricas para as
mulheres. S para citar algumas:
assinala-se o dia internacional de
tolerncia zero mutilao genital
feminina; em 1957, a ONU adotou a
Celebrar a vida como ela
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 55
desafios do feminino
Conveno Sobre a Nacionalidade da
Mulher Casada; em 2002 realizou-se,
em Madrid, a primeira manifestao
de trabalhadoras sexuais; em 2007,
em referendo, Portugal assistia
vitria do sim pela despenalizao
do aborto.
A um nvel global e nas nossas vidas,
as datas servem para nos manterem
vivas as memrias e lembrar que
houve acontecimentos importantes.
To importantes ao ponto de serem
anualmente recordados e, na maior
parte dos casos, festejados. O nosso
aniversrio, os anos de namoro ou
casamento, o nascimento de um/a
fi lho/a, o dia em que resolvemos
mudar de vida ou abrimos um
negcio, a data em que um ente
querido faleceu, entre muitos
exemplos. Celebrar faz parte da vida
e revela a nossa capacidade de nos
entusiasmarmos e darmos valor a
algumas coisas que nos acontecem.
Mas, da mesma forma que valorizamos
umas, menosprezamos outras que,
se analisarmos melhor, poderiam ser
motivo de igual ou maior celebrao.
Valorizar as alegrias, reprimir as
tristezas
A um nvel global e nas nossas vidas,
as datas servem para nos manterem vivas as memrias e lembrar que houve
acontecimentos importantes.
56 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
A vida como um todo a celebrar
Celebrar o dom da vida deveria ser,
por si s, um ato natural e espontneo,
to bvio como respirar ou beber
gua. Celebrar a vida que temos, que
cada um tem, tambm deveria ser
assim muito evidente. bonito, em
teoria, mas na prtica bem diferente.
No nos culpemos se nem sempre
o conseguimos fazer, pois j toda/
os ns, a dado momento, quisemos
desistir, nos vitimizmos, preferimos
viver a vida de outrem, desejmos
adormecer e acordar no outro dia com
tudo resolvido. J toda/os pensmos
que a vida seria bem melhor sem dor
e provaes. E pensamos isto, claro,
quando sofremos. Depois de passado
o sofrimento, at conseguimos
encontrar motivos para celebrar e
agradecer ter sido assim. Imaginemos
desafios do feminino
A tendncia do ser humano,
habituado a competir e ter sucesso
para se inserir em sociedade,
valorizar-se pelas conquistas que faz
e pelas coisas boas que tem e que lhe
acontecem. Os acontecimentos que
nos desafiam a enfrentar a dor e nos
deixam tristes so entendidos como
falhas, fracassos, derrotas pessoais.
Afinal, tr istezas no pagam dvidas
e fomos habituados a fazer um
esforo tremendo para no mostrar
fragil idades e disfarar o que nos vai
realmente na Alma. Ento, quando
os imprevistos e desafios dolorosos
nos acontecem, lamentamos a m
sorte e a vida que temos. E queremos
rapidamente encontrar uma sada
para voltar a ter motivos para sorrir
e celebrar, sem dar tempo dor e
tr isteza. Mais uma conquista, mais
uma vitria, mais um passo para o
sucesso, mais uma aferio de que
somos capazes. Assim mostramos
aos outros, mas principalmente a
ns, que somos fortes e conseguimos
ultrapassar o problema.
J toda/os pensmos que a vida seria bem melhor
sem dor e provaes. E pensamos isto, claro,
quando sofremos.
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 57
desafios do feminino
se tivssemos continuado a relao
com aquela pessoa que viemos a
perceber no ser a melhor para ns;
se no tivssemos sado daquele
emprego que nos estava a consumir
aos poucos; se no tivssemos
sentido que falhmos e, por isso, tido
a oportunidade de escolher fazer
diferente.
SOFIA FRAZOATERAPEUTA
Nos tempos que correm, toda/os
enfrentamos grandes desafios e
nos confrontamos com o sentido da
vida (da nossa vida), ponderando
com frequncia quais os motivos
de celebrao. Se estamos a passar
por esta fase e no por outra,
importante conseguirmos tentar
manter algumas orientaes: tudo
acontece por alguma razo e isto
tem um propsito; a vida est em
permanente mudana e tambm isto
vai mudar; h sempre alguma coisa
que podemos fazer que contribui para
essa mudana. Celebrar quem somos
e o que temos a cada momento um
exerccio exigente e muito difcil,
mas pode ser encarado como um dos
nossos prximos desafios de vida.
Toda/os enfrentamos grandes desafios e nos
confrontamos com o sentido da vida (da nossa vida).
TRANQU I L AM U D A N A
zcoo
l.com
.cnZ
60 | REVISTA PROGREDIR | FEVEREIRO 2013
mudana tranquila
C elebrar consiste neste esforo de compreenso do mundo em relevar um acontecimento, um facto, uma data, assinalando-o com ato mais ou menos formal, com uma cerimnia, com maior ou menor solenidade. Celebrar
uma iniciativa a edio da Revista Progredir pode consistir, justamente, em
sublinhar o percurso com uma edio dedicada. Porqu? Por razo de afirmao
da vida, das responsabilidades inerentes, o dever de solucionar problemas
(a vida est associada aos problemas: os organismos vivos so vivos porque
se especializaram em solucionar problemas), e construir iniciativas dirigidas
ao esforo de criar valor, de disseminar conhecimento merecedor de ser
celebrvel.
Celebramos o nascimento da Revista Progredir, uma fonte de conhecimento que promove a expresso da sabedoria
atravs do discurso escritoda palavra.Por Carlos Loureno Fernandes
Celebrar a vida, celebrar a iniciativa
FEVEREIRO 2013 | REVISTA PROGREDIR | 61
mudana tranquila
A funo da linguagem e a sua
progressiva complexidade diferenciou
animais dos seres humanos. Comum
aos animais e aos seres humanos
so as linguagens de expresso
e de comunicao. Distintas so
as funes da linguagem que
desenvolveu proposies descritivas
(a linguagem descritiva) e a capacidade
argumentativa, a emergncia e
competitividade entre teorias (a
linguagem argumentativa). Ns, os
seres humanos desenvolvemos (e por
isso nos diferencimos dos animais)
a l inguagem descritiva e a linguagem
argumentativa. A promoo de
espaos destinados ao confronto de
ideias, disseminao e construo
de conhecimento um elemento
promotor de sociedade aberta, afirma
a razo crtica, sublinha o avano
por tentativas e eliminao de erros
por via de anlise critica. Promove
a no-violncia crtica, a abertura
democrtica, a maturidade cvica.
A Revista Progredir cumpre funo