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MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. Relatório Final Revitalização e Valorização Económica do Salgado de Aveiro Estudo de Mercado Dezembro de 2007 Com a participação da União Europeia Projecto cofinanciado pelo FEDER

Revitalização e Valorização Económica do Salgado de Aveiro · As actividades complementares e substitutas do sal aveirense.....88 I.4.1 O turismo concelhio: características,

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MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Relatório Final

Revitalização e Valorização Económica do Salgado de Aveiro

Estudo de Mercado

Dezembro de 2007

Com a participação da União Europeia Projecto cofinanciado pelo FEDER

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

II

O futuro não se prevê, prepara-se

Braudel

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

III

Entidade Responsável pelo Estudo:

Sede: Cais dos Remadores Olímpicos (Antigo Cais de São Roque), nº 75 Apart. 1010

3800-156 - Aveiro

Telefones: 234 371 617/8 – 234 480 114/5/6 Fax: 234 371 619

e-mail: [email protected]/

Delegação Norte:

R. Prof. Emídio Guerreiro, nº 106 - 1º dto.

Refojos de Basto

4860-160 Cabeceiras de Basto

Telefone: 253 66 12 098 Fax: 253 66 12 09

e-mail: [email protected]/

Equipa Técnica:

Maria Alberto Branco (Coordenação Geral)

Helena Santos (Coordenação Executiva)

Ana Almeida Inês Mineiro Paula Mendes Sara Velha Sérgio Pinto

Mariana Lemos (entrevistadora)

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IV

Índice

INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1

METODOLOGIA.................................................................................................. 3

Sistema de Informação.................................................................................... 3

Subsistema primário ................................................................................ 4

Subsistema secundário ............................................................................. 4

DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO .............................................................................. 7

PARTE I - Caracterização da actividade Salícola................................................17

I.1. Situação da exploração salícola aveirense.............................................18

I.1.1 A produção de sal: modos, locais e quantidades..................................18

I.1.2 Os recursos humanos afectos à actividade..........................................37

I.1.3 Os recursos materiais, tecnológicos e financeiros afectos à actividade....41

I.1.4 Os mercados do sal aveirense:Logística, distribuição e comercialização ..46

I.2. A importância do sal aveirense............................................................52

I.2.1 A importância do sal aveirense na produção nacional de sal..................52

I.2.2 A importância da actividade salícola na economia e sociedade aveirense 56

I.2.3 A importância da exploração de sal no território e ambiente .................59

I.2.4 A importância da actividade salícola no turismo local ...........................61

I.3. As condicionantes externas à exploração salícola...................................64

I.3.1 A evolução da economia portuguesa 2000-2005..................................64

I.3.2 As políticas ambientais e de ordenamento do território.........................73

I.3.3 O sal aveirense e seus concorrentes nacionais e internacionais..............75

I.3.4 A salicultura e seu enquadramento legal.............................................81

I.4. As actividades complementares e substitutas do sal aveirense ................88

I.4.1 O turismo concelhio: características, recursos e condicionantes.............88

I.4.2 A aquicultura: características e condicionantes....................................89

I.5. A matriz swot da actividade salícola .....................................................96

PARTE II - Definição de estratégias para o sector salícola ..................................97

II. 1 Análise Morfológica ...........................................................................100

II.1.1 Identificação das variáveis chave do sistema ...................................100

II.1.2 Identificação das relações na matriz de análise estrutural..................104

II. 2 Cenários de evolução ........................................................................115

PARTE III – PLANO DE ACÇÃO......................................................................131

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V

Anexos......................................................................................................158

Anexo 1 - Questionário aos proprietários das salinas ....................................159

Anexo 2 - Questionário aos marnotos .........................................................169

Anexo 3 - Questionário às Associações de produtores de sal .........................175

Anexo 4 - Questionário às indústrias consumidoras de sal.............................181

Anexo 5 - Questionário aos excursionistas / turistas da cidade de Aveiro ........186

Anexo 6 – Guiões de entrevista – Associações e Outros Interlocutores Privilegiados............................................................................................189

6.1 Associação Comercial de Aveiro ...........................................................190

6.3 Departamento de Ambiente e Ordenamento do Território ........................194

6.4 Direcção Regional das Pescas e Aquicultura do Centro ............................197

6.5 Fedrave ............................................................................................199

Anexo 7. Motricidade................................................................................201

Anexo 8. Dependência..............................................................................204

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VI

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Sistematização dos Proprietários Entrevistados.................................. 8

Tabela 2 – Sistematização dos Marnotos Entrevistados....................................... 9

Tabela 3 - Sistematização da informação recolhida acerca das Marinhas, seus Proprietários e Nº de Marnotos.......................................................................11

Tabela 4 - Associações e Interlocutores Privilegiados ........................................14

Tabela 5 – Comparação entre sais marinhos, tradicional e não tradicional............26

Tabela 6 - Marinhas produtoras de sal, tipologia do proprietário e número de marnotos.....................................................................................................27

Tabela 7 - Evolução das Marinhas em actividade ..............................................28

Tabela 8 - Evolução da Produção ....................................................................30

Tabela 9 - Evolução das Receitas ....................................................................31

Tabela 10 - Pontos fortes do sal de Aveiro .......................................................32

Tabela 11 – Número de empresários em nome individual e Sociedades na CAE 144 no Concelho de Aveiro e no Continente (1996 e 2003) ......................................33

Tabela 12 - Número de empresas, estabelecimentos e pessoas ao serviço na CAE 144 no Concelho de Aveiro e no Continente (1996 e 2003) .........................36

Tabela 13 - Profissão actual principal dos marnotos activos ...............................38

Tabela 14 - Nº de marinhas em que os marnotos activos exercem actividade.......39

Tabela 15 - Condição perante o trabalho dos marnotos activos...........................39

Tabela 16 - Evolução do número de marnotos ..................................................40

Tabela 17 - Evolução do nº de marnotos no conjunto das marinhas ....................40

Tabela 18 - Nº de marnotos por marinha.........................................................41

Tabela 19 - Compradores do Sal aveirense ......................................................47

Tabela 20 – Utilização/ consumo do sal aveirense.............................................48

Tabela 21 – Razões para as dificuldades na comercialização do sal aveirense, segundo os marnotos....................................................................................50

Tabela 22 - Razões para as dificuldades na comercialização, do sal aveirense, segundo os Proprietários ...............................................................................51

Tabela 23 – Produção de sal segundo as regiões e salgados (número absoluto e percentagem), 2005 .....................................................................................53

Tabela 24 – Taxa de crescimento quinquenal da produção de sal, segundo as unidades territoriais (1980-2005) ...................................................................54

Tabela 25 – Evolução quinquenal da produção de sal (nº abs. e % em coluna), segundo as unidades territoriais (1980-2005) ..................................................55

Tabela 26 – Produto Interno Bruto, por habitante em PPC, 2000-2005 ................66

Tabela 27 - Taxa de crescimento real do custo unitário do trabalho ....................69

Tabela 28 - Dívida Pública, 2000-2005 ............................................................73

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VII

Tabela 29 – Valores transaccionados (absolutos e relativos) de sal próprio para alimentação humana, 2005............................................................................76

Tabela 30 - Valores transaccionados (absolutos e relativos) de sal próprio para alimentação humana segundo os países e orientação do fluxo comercial, 2005 ....77

Tabela 31 – Fluxos comerciais dos artigos do Grupo 250 (valores absolutos, relativos e taxa de crescimento).....................................................................78

Tabela 32 – Evolução das quantidades transaccionadas de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano (nº absol., % e taxa de crescimento) .........79

Tabela 33 – Evolução dos valores de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano (nº absol. e %) ...................................................................................79

Tabela 34 - Evolução das quantidades transaccionadas de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano, país e orientação do fluxo comercial (nº absol., % e taxa de crescimento) ...................................................................80

Tabela 35 – Quantidade e Valor do peixe transaccionado segundo a orientação do fluxo comercial, 2005....................................................................................91

Tabela 36 – Quantidade de Peixe transaccionado, segundo o país e orientação do fluxo comercial, 2005....................................................................................92

Tabela 37 - Evolução da Produção em Aquicultura em Portugal (toneladas), 1999-2003...........................................................................................................93

Tabela 38 – Número de estabelecimentos de aquicultura activos no concelho de Aveiro, segundo o regime de exploração (1996 – 2003) ....................................94

Tabela 39 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis ................118

Tabela 40 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis ................120

Tabela 41 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis ................123

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VIII

Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Número de sociedades no Subsector 14401 – Extracção de Sal marinho, segundo o Distrito (2003)..............................................................................34

Gráfico 2 – Número de sociedades no Subsector 14401 – Extracção de Sal Marinho, segundo o escalão de pessoas ao serviço (2003) ..............................................35

Gráfico 3 – Distribuição do número de marnotos activos, segundo os escalões etários ........................................................................................................37

Gráfico 4: Distribuição do número de marnotos activos, segundo a escolaridade ..38

Gráfico 5 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto, 2000 – 2005 ..65

Gráfico 6 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto per capita, 2000-2005 ..................................................................................................65

Gráfico 7 - PIB por hora trabalhada, 2000-2005 (1995=100) .............................67

Gráfico 8 - Taxa de Crescimento do Emprego, 2000-2005 .................................67

Gráfico 9 - Taxa de emprego, 2000-2005 ........................................................68

Gráfico 10 - Taxa de desemprego, 2000 – 2005 ...............................................68

Gráfico 11 - Consumo a preços constantes, 2000-2005 (1995=100) ...................70

Gráfico 12- Investimento total, 2000-2005 ......................................................70

Gráfico 13 - Taxa de inflação, 2000-2005 ........................................................72

Gráfico 14 - Défice Público, 2000-2005 ...........................................................72

Gráfico 15 - Plano de motricidade e dependência............................................111

Índice de Figuras

Figura 1 – Esquema de uma salina de Aveiro..............................................................20

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

1

INTRODUÇÃO

A prática da exploração do Sal em Aveiro, tal como o verificado noutros pontos do

País (Figueira da Foz, Alcochete, Alcácer do Sal, Tavira, Olhão e Castro Marim), é

uma actividade muito antiga, sendo o primeiro escrito conhecido acerca do salgado1

de Aveiro anterior à própria fundação da nacionalidade. Contudo, o número e

produção das salinas têm sido muito variáveis ao longo dos séculos, verificando-se

regularmente a alternância entre períodos de decadência, com outros mais

favoráveis à produção.

À importância sócio-económica da produção do sal não é alheio o seu papel em

diversos ciclos produtivos, como a salga do bacalhau e as indústrias químicas. Mas,

paralelamente ao papel directo deste produto na economia local há a acrescentar

quer a possibilidade da exploração de novos produtos no mesmo espaço do salgado

de Aveiro, quer as consequências da salicultura na sua paisagem urbana bem como

em algumas das suas práticas culturais, factores que, conjuntamente, têm

suscitado o desenvolvimento de outras áreas com repercussões na economia local.

Vejamos, a título de exemplo, o impacto na economia local dos visitantes do

Salgado em termos da hotelaria, restauração e comércio.

Ora, a conjugação das vertentes natural, económica e cultural do Salgado conferem

uma mais-valia à cidade de Aveiro, dadas as suas diversas potencialidades, o que

tem vindo a ser crescentemente considerado e aproveitado pelos actores locais,

públicos e privados, mas que carece de um impulso estruturado e baseado no

conhecimento real e actualizado da situação do salgado aveirense, nas suas

múltiplas vertentes, a que este estudo pretende responder. Este estudo surge,

contudo, num contexto de declínio da actividade salineira associado ao crescimento

da consciência social acerca da importância e potencialidades das mesmas para a

Cidade.

De facto, se a dureza do trabalho nas salinas, associado aos decrescentes

dividendos dele retirados, tem conduzido ao progressivo abandono desta

actividade, assiste-se a uma crescente tomada de consciência da sua importância

e, consequentemente, da necessidade de a revitalizar.

1 Salgado designação dada ao conjunto das marinhas ou salinas.

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2

É pois neste contexto de profundas alterações na prática e significados do salgado

de Aveiro que surge o presente Estudo visando, fundamentalmente, dois

objectivos:

• Conhecer a realidade do salgado de Aveiro, e

• Potenciar a vertente económica do Salgado de Aveiro.

O conhecimento da realidade actual do salgado de Aveiro constitui, portanto, um

passo necessário e fundamental para responder à questão central do trabalho que

pretende realizar-se: que fazer para valorizar o salgado de Aveiro, tendo presente

que esta valorização passa pelo aumento do respectivo rendimento, quer directo,

para os que dele dependem, quer indirecto, para a Cidade.

Para atingir os dois objectivos propostos importa, portanto, proceder ao diagnóstico

da situação do Salgado de Aveiro nas suas várias vertentes e interligações para,

posteriormente, definir a estratégia sectorial bem como o respectivo plano de

acção.

O Relatório agora apresentado traduz o trabalho realizado, encontrando-se

organizado em três Partes. Na primeira, procede-se então à Caracterização da

actividade salícola em Aveiro, com a análise da situação actual da exploração

salícola aveirense (ponto I.1), nomeadamente no que concerne aos modos, locais e

quantidades da produção de sal (ponto I.1.1), aos recursos humanos, materiais,

tecnológicos e financeiros afectos à actividade (pontos I.1.2 e I.1.3) bem como aos

mercados do sal aveirense (ponto I.1.4). Nesta primeira Parte analisa-se

igualmente a importância do sal aveirense (ponto I.2) na produção nacional de sal

(ponto I.2.1), na economia e sociedade aveirenses (ponto I.2.2), no território e

ambiente (ponto I.2.3), bem como no turismo local (ponto I.2.4).

As condicionantes externas à exploração salícola são objecto do ponto I.3,

destacando-se de entre estas a evolução passada recente da economia portuguesa

(ponto I.3.1), as políticas ambientais e de ordenamento do território (ponto I.3.2),

os concorrentes nacionais e internacionais do sal aveirense (ponto I.3.3) bem como

o enquadramento legal desta actividade (ponto I.3.4). Por fim, analisar-se-ão as

actividades complementares e substitutas do sal aveirense (ponto I.4),

nomeadamente o turismo (ponto I.4.1) e a aquicultura (ponto I.4.2).

Por fim, e como síntese do diagnóstico realizado, apresenta-se a matriz swot da

actividade salícola aveirense (ponto I.5).

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3

A caracterização da actividade salícola em Aveiro, que corresponde à Parte I do

presente Relatório, é pois o ponto de partida para a definição de uma estratégia

sectorial, apresentada na Parte II, acompanhando-a com a consequente definição

do Plano de Acção para a revitalização do salgado aveirense, objecto da Parte III.

Segue-se a apresentação da metodologia utilizada no desenvolvimento do presente

estudo bem como a sistematização do trabalho de campo realizado.

METODOLOGIA

A metodologia de trabalho prosseguida pressupôs, por um lado, uma grande

componente de recolha e de tratamento de informação (quer de natureza primária,

quer de natureza secundária) e, por outro lado, um relacionamento estreito entre a

Equipa Técnica, a Entidade Contratante e os actores directamente relacionados com

o salgado de Aveiro, como os proprietários das ‘marinhas’, os ‘marnotos’ em

actividade, ou não, os industriais/ produtores locais/ regionais do Sal e os membros

da Cooperativa Agrícola dos Produtores e Transformadores de Sais Marinhos de

Aveiro, tidos como relevantes para o presente Estudo. De facto, a análise da

situação actual do Salgado aveirense, bem como a consequente definição de

estratégias para a sua revitalização e valorização, implica uma colaboração estreita

com os actores sociais locais para que as mesmas sejam definidas seguindo uma

metodologia de trabalho participada.

Seguidamente apresenta-se a concepção e conteúdo do sistema de informação

construído para o presente estudo.

Sistema de Informação

O Sistema de Informação é comummente constituído por dois tipos distintos de

informação: a primária, produzida no âmbito do estudo, e a secundária, produzida

em outras sedes e pertinente para a análise do presente objecto de estudo.

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4

Subsistema primário

O subsistema de informação primária é composto pela informação recolhida através

de inquéritos presenciais e guiões de entrevistas2 aplicados às tipologias de

interlocutores seguidamente enunciadas:

• Inquérito presencial aos proprietários das salinas (anexo 1),

• Inquérito presencial aos marnotos (anexo 2),

• Inquérito presencial junto das principais Associações de produtores de sal

marinho artesanal (anexo 3),

• Inquérito presencial junto das principais indústrias consumidoras de sal

(anexo 4),

• Inquérito aos excursionistas3 / turistas da Cidade de Aveiro (anexo 5), e

• Entrevista junto de Associações e Outros Interlocutores Privilegiados, com

intervenção real ou potencial no salgado de Aveiro, os quais possuirão

visões alternativas acerca do mesmo e cuja informação e opinião se

considere relevantes para a temática (anexo 64).

Para além das entrevistas e inquéritos, realizaram-se duas apresentações do

trabalho desenvolvido, as quais se centraram na exposição do diagnóstico do sector

bem como na discussão das perspectivas para o futuro do salgado aveirense5.

Subsistema secundário

O subsistema de informação secundária contempla a informação produzida em

outras sedes e tida como pertinente para a análise do objecto de estudo, incluindo

2 Os inquéritos e guiões constituem os instrumentos de recolha de informação construídos pela equipa no âmbito do presente estudo. 3 Excursionista: ‘visitante temporário que permanece menos de 24 horas no local visitado’, por oposição ao Turista, visitante que permanece pelo menos 24 horas no local visitado (cf. Confederação do Turismo Português, 2005, ‘Reinventando o Turismo em Portugal’, Lisboa, Confederação do Turismo Português). 4 Em anexo apresentam-se apenas os guiões de entrevistas utilizados para a auscultação de cinco dos interlocutores, a saber: Associação Comercial de Aveiro; Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro; Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro; Direcção Regional das Pescas e Aquicultura; e FEDRAVE. A razão para a apresentação apenas de cinco dos guiões elaborados prende-se com as similitudes dos restantes guiões aplicados a este grupo de interlocutores. 5 Importa referir que paralelamente às apresentações, o documento relativo ao diagnóstico da situação actual do salgado (correspondente à Parte I do presente Relatório) esteve disponível no site da Câmara Municipal de Aveiro com vista a recolher pareceres e/ ou sugestões dos cidadãos.

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5

quer a obtida através da pesquisa bibliográfica/ documental, quer a informação

estatística, sistematizando-se esta última, seguidamente, segundo a fonte:

A. Direcção Geral das Pescas e Aquicultura:

1. Estatísticas da Salicultura: evolução da produção de sal marinho em

Portugal (até 2005 e por Nuts6 / Concelho); Evolução dos apoios financeiros

do PIDDAC à salicultura / nº de Projectos aprovados (de 1998 a 2005).

2. Estatísticas dos principais indicadores sócio-económicos das pescas:

Produção (pescado / aquicultura).

3. Estatísticas da Pesca (aquicultura).

B. Instituto Nacional de Estatística (INE)

1. Estatísticas do comércio internacional relativas aos produtos sal e

derivados e peixe (último ano 2005): importação e exportação – país origem

/ destino; quantidades; valores.

2. Base Belém: listagem das empresas (nome, morada, …), segundo o

Concelho e a CAE (último ano: 2004) bem como os indicadores económicos

das empresas existentes (volume de negócios, natureza jurídica, capital

social, número de pessoas ao serviço, data de constituição).

3. Estatísticas do Turismo (dados de 2003 / 2004): estabelecimentos e

capacidade de alojamento; dormidas e hóspedes; dormidas segundo o país

de residência habitual; duração das estadias.

4. As Cidades em Números (fontes principais: Recenseamento Geral da

População e Anuário Estatístico da Região Centro): população residente;

sectores de actividade; estabelecimentos segundo dimensão, sector de

actividade, volume de negócios.

6 Nomenclatura das Unidades Territoriais, segundo as quais o país se encontra dividido em três níveis, correspondendo o Nível I ao Continente, o II às cinco principais regiões (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), e o III às sub-regiões.

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6

C. DGEEP / MTSS7

1. Base ‘Quadros de Pessoal’8 (ano mais recente: 2003): Número de

empresas segundo o ano de constituição; Número de empresas segundo o

escalão de volume de negócios; Número de empresas segundo a natureza

jurídica; Número de estabelecimentos segundo a dimensão do

estabelecimento; Número de pessoas ao serviço segundo os grupos etários e

o sexo; Número de pessoas ao serviço segundo as habilitações e o sexo;

Número de pessoas ao serviço segundo a profissão e o sexo; Número de

pessoas ao serviço segundo os níveis de qualificação e o sexo; Número de

pessoas ao serviço segundo o escalão de antiguidade e o sexo; Número de

pessoas ao serviço segundo o tipo de contrato e o sexo; Número de pessoas

ao serviço segundo a situação na profissão e o sexo; Número de pessoas ao

serviço segundo o regime de duração do trabalho e o sexo; Número de

pessoas ao serviço segundo o sexo e classes de remuneração mensal ganho.

D. ROTA DA LUZ

1. Informação acerca do perfil do excursionista / turista da cidade de

Aveiro

No caso da informação estatística, e apesar de ter sido adquirida e analisada, há

que ressaltar as limitações da mesma para o sector económico da extracção de sal

marinho. De facto, este sector caracteriza-se por uma elevada informalidade, sendo

pouco significativos os estabelecimentos constituídos, bem como os seus

trabalhadores. Aspectos estes, aliás, confirmados com a informação recolhida

através das entrevistas realizadas aos marnotos, tendo-se verificado que estes

trabalham maioritariamente por conta própria, não possuindo um vínculo contratual

com o proprietário da marinha, sendo esta arrendada ou, maioritariamente, cedida

para exploração.

7 Direcção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social 8 A informação adquirida reporta às CAEs (rev. 2.1) 14401 ‘extracção de sal marinho’, 14402 ‘extracção de sal-gema’, 14403 ‘refinação de sal’ e 05020 ‘aquicultura e serviços relacionados’ e aos anos de 1996 e 2003 para Portugal Continental e concelho de Aveiro.

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7

DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

No que concerne à sistematização da informação (primária) recolhida com o

trabalho de campo apresentar-se-á seguidamente a listagem final das entrevistas

realizadas, organizadas seguindo tipo de interlocutor: I) Proprietários, II) Marnotos

e III) Associações e Interlocutores Privilegiados.

Antes, contudo, importa referir, por um lado, que nem todas as entrevistas e

inquirições inicialmente previstas se realizaram, bem como, por outro lado, a

estratégia de selecção dos interlocutores a auscultar. Ora, se no caso dos

interlocutores privilegiados a sua selecção foi feita pela Equipa técnica em

articulação com a Câmara Municipal; no que concerne aos marnotos e proprietários

a mesma partiu inicialmente das listagens cedidas pela Câmara Municipal.

Entretanto, com a realização das entrevistas foram-se acrescentado alguns nomes

e retirando outros. Ora, se no caso dos marnotos e proprietários acrescentados à

listagem inicial o mesmo se ficou a dever ao comummente designado ‘efeito bola de

neve’, com uns entrevistados a indicarem outros; no caso dos marnotos retirados9,

a equipa optou por privilegiar a inquirição dos que se encontravam no activo,

estivessem, ou não, reformados das suas actividades profissionais principais. Esta

opção foi tomada quer pela maior pertinência da auscultação dos marnotos nesta

situação, quer pela dificuldade de contacto telefónico com os marnotos de idade, na

generalidade, muito avançada e que há muito deixaram de exercer esta actividade.

Refira-se igualmente que a marcação telefónica das entrevistas foi precedida do

envio de uma carta onde se explicava o objectivo do Estudo, sendo esta

acompanhada por uma declaração da Câmara Municipal de Aveiro a confirmar o

envolvimento da Equipa no respectivo Estudo. Por outro lado, é de referir que as

cartas enviadas foram personalizadas, no sentido de facilitar o contacto telefónico

posterior, o que obrigou a um trabalho prévio de confirmação de moradas e

contactos telefónicos bem como da pessoa a contactar10 (quando aplicável).

9 Importa referir que da listagem inicial não se procedeu à retirada de nenhum dos proprietários, pese embora não tenha sido possível entrevistar todos os referenciados, como adiante se explicará. 10 Processo que nem sempre se revelou fácil, até porque algumas das entidades proprietárias desconheciam, aquando do nosso contacto, que eram proprietárias de marinhas, enquanto outras não sabiam quem estaria apto a dar indicações sobre as mesmas.

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8

Relativamente ao período de execução do trabalho de campo, deve referir-se que o

mesmo se realizou, maioritariamente, no terceiro quadrimestre do ano de 2006.

Tabela 1 – Sistematização dos Proprietários Entrevistados

Proprietários Entrevistados

Marinhas (nº)

Observações b)

Tipologia Número Activas Inactivas Total

Disponibili-dade para receber

formandos11

Marinhas muito

degradadas

Disponibili-dade para vender as marinhas

Individuais 9 7 13,5 20,5 a) 6 2 2

Colectivos 3 1 15 16 - 1 1

Total 12 8 28,5 36,5 6 3 3

a) Neste número não foram contabilizadas as marinhas de um dos proprietários contactados por ele não ter referenciado o número das que possui, encontrando-se todas inactivas. b) O somatório do número de proprietários apresentados não corresponde ao seu número total, havendo casos em que os mesmos são omissos a estas matérias (informações complementares) enquanto outros referem mais que um aspecto.

Síntese das entrevistas realizadas aos proprietários:

• Nº de Proprietários identificados: 15

• Nº de Proprietários entrevistados: 12

• Nº de Proprietários por entrevistar: 3

No que se refere aos proprietários e tendo em consideração as informações obtidas

pelo cruzamento das entrevistas aos marnotos com a listagem da Safra de 2005

disponibilizada pela Câmara Municipal, a equipa fez diligências no sentido de

contactar os proprietários de duas Marinhas em falta. Se no que se refere a uma

delas não foi possível entrevistar os seus proprietários, na outra o proprietário (que

também é marnoto) encontrava-se à data da realização do trabalho de campo

ausente do país. A Câmara Municipal de Aveiro, e dado ser proprietária e Entidade

adjudicatária deste estudo, também não foi auscultada.

Relativamente aos 12 proprietários entrevistados, nove são pessoas singulares e 3

colectivas. De entre as pessoas singulares entrevistadas, domina o sexo masculino

(oito contra um do sexo feminino) e uma idade média avançada (67 anos). A

habilitação média é de 12,5 anos, sendo cinco (62,5%) licenciados. Regra geral, os

11 Aquando da realização das entrevistas aos proprietários das marinhas, e estando prevista, a curto prazo, a realização de um curso de formação em Salicultura tradicional aveirense para potenciais marnotos, aqueles foram questionados acerca da sua disponibilidade para receber os formandos nas suas marinhas.

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9

proprietários possuem mais que uma marinha, chegando este número a seis12,

sendo que com uma marinha foram identificados apenas três (25%). De realçar o

motivo da posse, as marinhas possuídas pelos 12 proprietários entrevistados foram

maioritariamente herdadas, surgindo a compra como o segundo motivo de posse,

pese embora com um peso menos significativo, e, por fim, com um carácter

residual, a doação.

Tabela 2 – Sistematização dos Marnotos Entrevistados

Marnotos Entrevistados Número de marnotos segundo o

número de marinhas em que exercem actividade13

Estado face à actividade

Número 1

marinha 2

marinhas Não

aplicável

Activos 12 10 2 -

Inactivos a) 5 - - 5

Total 17 10 2 5

a) Antigos marnotos que se encontram actualmente inactivos devido à sua idade avançada e/ ou condição física.

Síntese das entrevistas realizadas aos marnotos:

• Nº de entrevistados: 17

• Nº de marnotos activos: 12

• Nº de marnotos inactivos: 5

Tal como o verificado com os proprietários, também no caso dos marnotos e

considerando as informações obtidas pelo cruzamento das entrevistas aos

proprietários e marnotos com a listagem dos marnotos activos disponibilizada pela

Câmara Municipal, encontra-se em falta a auscultação de 3 marnotos, tendo a

equipa diligenciado no sentido de os contactar. Se relativamente a dois não foi

possível obter quaisquer informações14, relativamente ao outro, que também é

proprietário, encontrava-se, à data da realização do trabalho de campo, a trabalhar

fora do País, o que inviabilizou a entrevista em tempo útil, pese embora seja um

dos marnotos activos no período da safra.

12 De ressaltar, nesta matéria, que um dos proprietários apenas referiu possuir diversas marinhas, herdadas, não especificando contudo o seu número. 13 De referir que, por vezes, a mesma marinha é explorada por mais de um marnoto ou, não estando dividida, vários elementos da mesma família a exploram conjuntamente, tendo sido todos os elementos entrevistados. 14 Pelo que seja provável que se encontrem inactivos, pois nenhum dos marnotos activos entretanto contactados tinha conhecimento da sua existência.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

10

Ora, considerando as entrevistas realizadas aos marnotos e aos proprietários

conclui-se que foi possível auscultar 12 dos 13 marnotos actualmente (2006) no

activo bem como os proprietários de 9 das 15 marinhas em actividade, seja na

salicultura, seja na piscicultura.

Ora, das 39 marinhas sinalizadas no âmbito do corrente trabalho de campo,

aproximadamente 64% (25) encontram-se inactivas contra as 36% activas (14).

Do conjunto das 14 marinhas activas, aproximadamente 71% (10) dedicam-se à

produção de sal e as restantes quatro (29%) à de peixes. Relativamente às

marinhas em actividade, ficaram por entrevistar um dos proprietários das 10

marinhas que actualmente (2006) produzem sal bem como um dos 13 marnotos

activos.

Na tabela seguinte sistematiza-se a informação recolhida acerca das Marinhas,

Proprietários e Marnotos durante o trabalho de campo:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 11

Tabela 3 - Sistematização da informação recolhida acerca das Marinhas, seus Proprietários e Nº de Marnotos

Designação da Marinha

Tipologia de Proprietários

Proprietários Entrevistados

Estado Actual da Marinha

Produto Marnotos (nº)

Marnotos inquiridos

Casqueira Colectivo sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Carangueja dos 34 Colectivo sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Carangueja dos 30 Colectivo sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Carangueja dos 36 Colectivo sim inactiva não aplicável

não aplicável não aplicável

Carangueja dos 44 Colectivo sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Santiaga da Fonte Colectivo sim activa sal 3 sim

Leonarda Individual sim inactiva não aplicável

não aplicável não aplicável

Cal do Ouro Individual sim activa peixes não aplicável não aplicável

Torta Individual sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Flor de Esgueira Individual sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Reviralha Individual sim inactiva não aplicável

não aplicável não aplicável

Granaxina Velha Individual sim inactiva não aplicável

não aplicável não aplicável

Granaxina Nova Individual sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Granaxina nova do mar Individual sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

12

Sistematização da informação recolhida acerca das Marinhas, seus Proprietários e Marnotos (continuação)

Designação da Marinha

Tipologia de Proprietários

Proprietários Entrevistados

Estado Actual da Marinha

Produto Marnotos (nº)

Marnotos inquiridos

Espaventa Individual sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Corte baixo grande Individual sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Reviralha Individual sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Tão Linda Individual sim inactiva não aplicável

não aplicável não aplicável

Sº Vicente Individual (possui ½15)

sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Grã-Caravela Individual sim activa sal 3 sim

Pajota Individual sim activa sal 1 sim

Sinitra Individual sim activa sal 2 sim

Leivas do mar Colectivo sim inactiva não

aplicável não aplicável não

aplicável

Leivas do Nordeste Colectivo sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Puxadouros16 Individual sim activa sal 1 sim

Troncalhada Colectivo não activa sal 1 sim

15 O proprietário entrevistado possui metade da marinha, sendo a restante pertença de outros familiares. 16 Iniciou a produção em 2006.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

13

Sistematização da informação recolhida acerca das Marinhas, seus Proprietários e Marnotos (continuação)

Designação da Marinha

Tipologia de Proprietários

Proprietários Entrevistados

Estado Actual da Marinha

Produto Marnotos (nº)

Marnotos inquiridos

Gravita Individual não inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Tanoeira do Norte Individual incontactável inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Tanoeira do Sul Individual incontactável inactiva não aplicável

não aplicável não aplicável

Pinta Individual incontactável activa peixes não aplicável não aplicável

Novazinha Individual não activa peixes não aplicável não

aplicável

Boavista Individual sim inactiva não

aplicável não aplicável

não aplicável

Caniceira Individual sim17 activa sal 1 sim

Podre Individual sim activa sal 1 sim

Ramalha Individual não inactiva não aplicável não

aplicável

Passã Individual não activa sal 1 sim

18 dos Caramonetes Individual não - ausente do

país activa sal 1 não

Designação e nº desconhecidos

Individual contacto telefónico

inactivas não

aplicável não aplicável

não aplicável

Designação desconhecida

Individual incontactável activa peixes não aplicável não

aplicável

17 Auscultado o procurador dos herdeiros.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Paralelamente aos proprietários e aos marnotos foram seleccionados e,

posteriormente, entrevistados as Associações e Interlocutores Privilegiados tidos

como relevantes para o presente Estudo, tal como se encontra sistematizado

seguidamente18:

Tabela 4 - Associações e Interlocutores Privilegiados

Designação da Entidade/ Entrevistado

Água Triangular - Associação de ambientalistas da bacia hidrográfica do Vouga

Administração do Porto de Aveiro

Associação Comercial de Aveiro

Associação de defesa da Ilha Puxadouros19

Associação Industrial do Distrito de Aveiro

Associação de Piscicultores da Ria de Aveiro

Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo (APAVT)

Centro de Emprego de Aveiro

Comissão de Coordenação Desenvolvimento da Região Centro

Cooperativa Agrícola dos Produtores e Transf. De Sais Marinhos de Aveiro

Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro

Direcção Regional das Pescas e Aquicultura do Centro

ECORIA- Empresa Turística da Ria de Aveiro

Estabelecimento ‘Mundo do sal’

FEDRAVE – Fundação para o Estudo e Desenvolvimento da Região de Aveiro

IFADAP – Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento das pescas

Inês Amorim (Prof. Dra.)

Quercus – Núcleo Regional de Aveiro

Região de Turismo Rota da Luz

Salineira Aveirense

Vitasal -Sociedade Aveirense de Higienização de Sal, lda

� Excursionistas / turistas da Cidade de Aveiro

Com o objectivo de descortinar o peso que o produto ‘salgado’ detém na decisão de

visitar a cidade de Aveiro, foi elaborado um questionário a aplicar quer na Rota da

Luz, quer nos estabelecimentos hoteleiros e similares, previamente seleccionados.

18 Inicialmente foram contactados mais alguns Interlocutores, não tendo, contudo, sido possível auscultá-los em tempo útil. 19 Associação que congrega os (6) proprietários de 8 marinhas.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 15

No que concerne à aplicação dos questionários na Rota da Luz foi solicitada a

autorização para a permanência de um elemento da Equipa na recepção da Rota da

Luz para inquirir os turistas à medida que estes lá se deslocassem. Contudo, este

procedimento não se revelou muito profícuo, pois os turistas apresentavam-se

muito apressados e pouco colaborantes, tendo-se obtido 30 questionários após os

cinco períodos de inquirição levados a cabo durante o mês de Agosto de 2006.

No que concerne aos estabelecimentos hoteleiros e similares, foram seleccionados,

aleatoriamente segundo a sua categoria, 11 estabelecimentos, a saber:

• Hotel As Américas****

• Hotel Mélia Ria ****

• Hotel Afonso V***

• Hotel Imperial***

• Hotel Mercure Aveiro***

• Hotel Arcada**

• Hotelaria do Alboi – Residencial

• Pensão Estrela – Residencial 2ª

• Pensão Palmeira – Residencial 3ª

• Pousada da Juventude (IPJ – Instituto Português da Juventude)

• Casa do Sol Nascente (Turismo de Habitação)

Após a selecção dos estabelecimentos, a qual teve por base a listagem dos

estabelecimentos hoteleiros e similares do Concelho de Aveiro disponibilizada pela

Câmara Municipal, foi solicitado aos mesmos a sua colaboração na entrega aos seus

clientes do questionário em apreço, explicando-se igualmente os objectivos do

Estudo onde o mesmo se integrava.

Da lista de onze estabelecimentos inicialmente seleccionados, obtivemos a

colaboração de 9, pelo que se acrescentou, à posteriori, mais uma unidade

hoteleira, o Hotel Moliceiro***.

Considerando os questionários recolhidos junto dos estabelecimentos hoteleiros e

da Rota da Luz, recolheram-se um total de 97 questionários válidos20.

Dos 97 turistas inquiridos, aproximadamente 48% são do sexo masculino e 52% do

feminino. Relativamente ao país de origem, a Espanha surge em primeiro lugar,

com 39% dos turistas inquiridos, seguindo-se os turistas nacionais, com 35%, e,

em terceiro lugar, a Alemanha e a França, cada um destes países responsável por

aproximadamente 7% dos turistas.

20 Recolheram-se 110 questionários tendo sido inutilizados 13 por se encontrarem muito incompletos ou imperceptíveis.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 16

Após a sistematização do trabalho de campo realizado, apresentar-se-á

seguidamente a caracterização da actividade salícola aveirense, baseada

maioritariamente, na informação primária recolhida com o trabalho de campo e na

secundária, seja a de natureza documental, seja a de natureza estatística.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 17

PARTE I - CARACTERIZAÇÃO DA ACTIVIDADE SALÍCOLA

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 18

I.1. SITUAÇÃO DA EXPLORAÇÃO SALÍCOLA AVEIRENSE

I.1.1 A produção de sal: modos, locais e quantidades21

O documento mais antigo conhecido sobre o sal em Aveiro data de 959 e refere-se

a uma doação feita pela Condessa Mumadona, de terras e marinhas de sal situadas

em Aveiro, ao mosteiro de São Salvador de Guimarães. Já no século XIII D.

Urraca22 doou a produção do sal de Aveiro ao mosteiro de São João de Tarouca. No

reinado de D. Afonso IV o sal de Aveiro assume um papel importante na economia

nacional, existindo cerca de 500 salinas. O sal é então exportado para países

europeus e também serve de “moeda” para pagar as dívidas do país bem como

empreendimentos nacionais. No entanto, durante os séculos XVII e XVIII, toda a

produção de sal decai devido aos problemas da barra e à estagnação das águas da

laguna. No século XIX a indústria do sal iniciou a sua recuperação, restabelecendo-

se até meados do século XX, com as obras hidráulicas, existindo em 1970 cerca

270 marinhas em actividade, que produziam aproximadamente 60.000 toneladas

anuais, distribuídas pelos montes brancos, que durante o mês de Agosto se

espalhavam pela ria de Aveiro. A partir de então, e devido à conjugação de factores

de natureza diferenciados, tem-se assistido ao declínio do número de marinhas

activas com a produção de sal, com o consequente abandono daquelas. De facto, o

21 Este sub-capítulo, bem como o referente aos recursos materiais e tecnológicos, foi parcialmente baseado no trabalho realizado pela Sara Velha, da MULTIAVEIRO, no âmbito do curso frequentado de Técnico Superior de Segurança e Higiene no Trabalho, promovido pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro. A bibliografia consultada para o efeito foi a seguinte:

• Amorim, I. (2001), Aveiro e os caminhos do sal, da produção ao consumo [sécs. XV a XX], Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro

• Círculo de Estudos das Salinas de Aveiro (s.d.), Janelas caídas do céu, Aveiro

• Dias, D. (1996), Glossário: Designações relacionadas com as marinhas de sal da Ria de Aveiro, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro

• Gamelas, J. e Divisão de Museus e Património da C.M.A. (1999), Roteiro do Ecomuseu da Marinha da Troncalhada, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro

• Lemos, J. (1996), A Ria de Aveiro – Um olhar revés, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro

• Martins, F. (2005), “Haverá vida sem sal? Um futuro por contar” In Amorim, I. (coordenação), I Seminário Internacional Sobre o Sal Português, Instituto da História Moderna da Universidade do Porto

• Rodrigues, M. (2004), Aveiro – Cidade de água, sal, argila e luz, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro

• “Marnotos e Embarcações Fluviais” in Castro, D. José (1945), Estudos Etnográficos, IV Tomo, Aveiro, Instituto para a Alta Cultura, Centros de Estudos de Arte e Museologia (edição)

22 Irmã de D. Sancho I, segundo rei de Portugal.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 19

declínio da actividade salícola não foi acompanhado pela emergência de outras

actividades que permitissem a manutenção efectiva das marinhas, excepção feita à

aquicultura. Todavia esta não se assumiu como uma actividade de substituição, não

sendo, ao que tudo indica, o peso das marinhas convertidas em pisciculturas muito

significativo.

Ao local de produção de sal marinho chama-se marinha, sendo esta uma superfície

de terreno vedada por um muro de torrão e dividida regularmente em certos

compartimentos onde a água salgada da ria entra segundo as necessidades no

fabrico do sal. Esta superfície deve localizar-se num nível inferior ao das marés na

praia-mar, ter comunicação com a ria e apresentar um pequeno declive que

permita a circulação das águas entre os vários compartimentos.

Cada compartimento comunica com os restantes através de comportas, tornando

possível a passagem da água, devido à natural força da gravidade. Assim

consegue-se uma precipitação fraccionada dos sais, obtendo-se o cloreto de sódio.

O local de construção de uma marinha, escolhido pelo marnoto em função dos

ventos e marés, deve ser bem exposto aos ventos dominantes com vista a facilitar

a evaporação e obedecer a um plano inclinado.

A marinha é dividida em três partes principais:

� Comedoria: zona de armazenamento de água da salina, constituída

pelo viveiro (1/3 das salinas) e pelos algibés.

� Mandamento: zona de evaporação da água da salina, em cujos

compartimentos (caldeiros, sobrecabeceiras, talhos, depósitos e

cabeceiras), se deposita grande parte das impurezas transportados

pela água e dos sais de ferro, carbonato de cálcio e gesso. Ao longo

destes compartimentos faz-se gradualmente a evaporação da água.

� Marinha: zona de cristalização, constituída pela marinha nova e pela

marinha velha. A marinha nova é contígua ao mandamento e é

formada pelos meios de cima e meios de baixo. A marinha velha é

compartimento que se segue à marinha nova, também sendo

formada pelos meios de cima e meios de baixo. Em cada uma destas

marinhas a linha superior de meios chama-se andaina de cima e a

linha inferior andaina de baixo.

Também faz parte da marinha o malhadal, lugar onde o marnoto geralmente cultiva

a sua horta. Tem duas ou mais eiras, onde se acumula o sal em montes, e o

palheiro, casa simples, normalmente de madeira, onde o marnoto arruma as

alfaias, come e se abriga do mau tempo.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 20

Figura 1 – Esquema de uma salina de Aveiro23

No que concerne ao modo de produção de sal, e tal como o verificado noutros

locais em que o carácter artesanal se mantém, tem permanecido relativamente

estável ao longo dos anos sendo pacífico afirmar-se que aquele se divide em quatro

fases, a saber:

� Limpeza e reconstrução da marinha,

� Cura dos solos,

� Produção, e

� Feitura.

23 In Dias, D. (1996), Glossário: Designações relacionadas com as marinhas de sal da Ria de Aveiro, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro: 80

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 21

Seguidamente esquematizam-se as tarefas inerentes a cada uma das quatro fases:

Escoar as águas depositadas durante o Inverno da comedoria e do mandamento

Reparar os estragos ocasionados nas travessas, durante a época invernal

Travejar o viveiro e o algibés

Aparelhar o mandamento

Reparar com lama, antes da estrangedura, os estragos ocasionados nos liames, durante o Outono e o Inverno

Dar sol à comedoria e mandamentoExpor os compartimentos sem água, à acção do sol, para aquecer os fundos, queimar o moliço e secar as lamas

Tirar o entravalRemover as lamas do entraval, conduzindo-as dali para o malhadal ou para a defensão

Escoar a marinhaVazar a água de alagamento do ano anterior, através da bomba de tubo

Aparelhar a marinhaReparar com lamas as carreiras e tabuleiros e, além destes, as canejas, barachinhas e machos

Regar o mandamentoEnviar, pela primeira vez, água das comedorias para o mandamento, após a fase de limpezas e securas deste

Amanhar o mandamentoAlimentar o mandamento com água vinda dos algibés

EstrangerLimpar os cristalizadores das lamas e moliço, utilizando os ugalhos da lama e as almanjarras

TRABALHOS DE LIMPEZA

Cortar a lama

Fazer poisada

Nivelar o parcel e as barachas

Almanjarrar a lama

Bimbar os machos, barachas e canejas

Tirar as bimbaduras

Apancar a marinha

Abrange os seguintes serviços:

Escoar as águas depositadas durante o Inverno da comedoria e do mandamento

Reparar os estragos ocasionados nas travessas, durante a época invernal

Travejar o viveiro e o algibés

Aparelhar o mandamento

Reparar com lama, antes da estrangedura, os estragos ocasionados nos liames, durante o Outono e o Inverno

Dar sol à comedoria e mandamentoExpor os compartimentos sem água, à acção do sol, para aquecer os fundos, queimar o moliço e secar as lamas

Tirar o entravalRemover as lamas do entraval, conduzindo-as dali para o malhadal ou para a defensão

Escoar a marinhaVazar a água de alagamento do ano anterior, através da bomba de tubo

Aparelhar a marinhaReparar com lamas as carreiras e tabuleiros e, além destes, as canejas, barachinhas e machos

Regar o mandamentoEnviar, pela primeira vez, água das comedorias para o mandamento, após a fase de limpezas e securas deste

Amanhar o mandamentoAlimentar o mandamento com água vinda dos algibés

EstrangerLimpar os cristalizadores das lamas e moliço, utilizando os ugalhos da lama e as almanjarras

TRABALHOS DE LIMPEZA

Cortar a lama

Fazer poisada

Nivelar o parcel e as barachas

Almanjarrar a lama

Bimbar os machos, barachas e canejas

Tirar as bimbaduras

Apancar a marinha

Abrange os seguintes serviços:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 22

Meter água nas cabeceiras

Drenar as nascentes de água doce existentes no subsolo da praia, para serem escoadas para o entraval

Encanar a praia podre dos meios

Dar sol da estrangeduraPrimeiro banho de sol depois de encanados e estrangidos os meios, até o sol fender em sulcos largos e fundos

Governar o mandamentoAlimentar o mandamento com água vinda do algibés, deixando evaporar em seguida

Dar molhadurasMolhar bem o parcel dos meios de cima e de baixo, procurando-se obter uma melhor compactação

CirciarCilindrar os fundos dos cristalizadores e dos alimentadores com o círcio, para os compactar e impermeabilizar

EspanarDar molhaduras aos meios, com o ugalho da lama, com o fim de compactar e salgar a praia

Meter água até formar uma camisa

Desmamar a marinhaPassar a água concentrada dos meios de baixo para os meios de cima, com a intenção de adiantar a botadela

Sustentar a marinhaMeter água nos meios, desde que as condições atmosféricas o permitam: sol e vento

TRABALHOS DE CURA

Alimentar as cabeceiras com água dos depósitos

Meter água nas cabeceiras

Drenar as nascentes de água doce existentes no subsolo da praia, para serem escoadas para o entraval

Encanar a praia podre dos meios

Dar sol da estrangeduraPrimeiro banho de sol depois de encanados e estrangidos os meios, até o sol fender em sulcos largos e fundos

Governar o mandamentoAlimentar o mandamento com água vinda do algibés, deixando evaporar em seguida

Dar molhadurasMolhar bem o parcel dos meios de cima e de baixo, procurando-se obter uma melhor compactação

CirciarCilindrar os fundos dos cristalizadores e dos alimentadores com o círcio, para os compactar e impermeabilizar

EspanarDar molhaduras aos meios, com o ugalho da lama, com o fim de compactar e salgar a praia

Meter água até formar uma camisa

Desmamar a marinhaPassar a água concentrada dos meios de baixo para os meios de cima, com a intenção de adiantar a botadela

Sustentar a marinhaMeter água nos meios, desde que as condições atmosféricas o permitam: sol e vento

TRABALHOS DE CURA

Alimentar as cabeceiras com água dos depósitos

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 23

Botar

Escoar as encanasEsgotar a água depositada nas encanas das marinhas podres, húmidas por natureza

Amanhar o mandamentoAlimentar/ abrir o mandamento com a água vinda dos algibés

BulirAgitar a moira brandamente, a fim de remover a película de sal que a cobre e obter assim melhor evaporação

Quebrar e envieirarJuntar o sal nos lados de cada compartimento cristalizador e acumulá-lo depois em vieiros

RerArrastar o sal para o tabuleiro depois de envieirado

Abrir o tabuleiroAbrir os portais para alimentar os cristalizadores na fase de produção

Imoirar as cabeceiras e os meios de cima

Meter águas concentradas nas cabeceiras e nos meios de cima

Tirar salTransportar o sal do tabuleiro do sal para as eiras, em canastras levadas à cabeça ou em carro de mão

TRABALHOS DE PRODUÇÃO

Cada porção de sal rido leva normalmente três dias a cristalizar

Alimentar os cristalizadores com a água utilizada para iniciar a extracção do sal

Depois de botar a marinha a sal, o marnoto divide a marinha (nova e velha) em 3 partes e diariamente deve proceder às seguintes tarefas:

Botar

Escoar as encanasEsgotar a água depositada nas encanas das marinhas podres, húmidas por natureza

Amanhar o mandamentoAlimentar/ abrir o mandamento com a água vinda dos algibés

BulirAgitar a moira brandamente, a fim de remover a película de sal que a cobre e obter assim melhor evaporação

Quebrar e envieirarJuntar o sal nos lados de cada compartimento cristalizador e acumulá-lo depois em vieiros

RerArrastar o sal para o tabuleiro depois de envieirado

Abrir o tabuleiroAbrir os portais para alimentar os cristalizadores na fase de produção

Imoirar as cabeceiras e os meios de cima

Meter águas concentradas nas cabeceiras e nos meios de cima

Tirar salTransportar o sal do tabuleiro do sal para as eiras, em canastras levadas à cabeça ou em carro de mão

TRABALHOS DE PRODUÇÃO

Cada porção de sal rido leva normalmente três dias a cristalizar

Alimentar os cristalizadores com a água utilizada para iniciar a extracção do sal

Depois de botar a marinha a sal, o marnoto divide a marinha (nova e velha) em 3 partes e diariamente deve proceder às seguintes tarefas:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 24

Os trabalhos inerentes à produção de sal iniciam-se normalmente em finais de

Março ou inícios de Abril, e consistem nos trabalhos preparatórios. Estes, embora

sejam os mais demorados, dependem do estado de deterioração da marinha e

podem dividir-se nas fases de “Limpeza e Reconstrução” e de “Cura dos solos”,

anteriormente sistematizadas.

A fase de limpeza e reconstrução, que se inicia em finais de Março ou inícios de

Abril, corresponde à rectificação material da marinha: reconstrução dos muros

exteriores com torrões, das divisões interiores, barachas e traves, esvaziamento

dos caldeiros, cabeceiras e talhos, desentupimento das canejas e barachas,

secagem do terreno até abrir fendas. A segunda fase (“Cura dos solos”) consiste no

endurecer as praias (solos) dos cristalizadores, através do processo de molhaduras

e secaduras. Esta tarefa realiza-se entre e Maio e Junho.

Segue-se a produção, propriamente dita, ou seja, o conjunto dos trabalhos de

cristalização e colheita do sal, que decorrem de finais de Junho a Setembro, até às

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 25

chuvas novas de Outono. O viveiro enche-se de 15 em 15 dias, durante as fases da

lua nova e lua cheia, nas marés vivas, tornando-se um grande reservatório de

água, pronto a alimentar os diferentes condensadores. É aqui que entram as

operações fundamentais de fazer sal, a saber:

� Bulir – Agitar, levemente, a água dos cristalizadores com o ugalho de

bulir. Desta forma consegue-se precipitar o sal, removendo a

superfície evaporativa, auxiliando a acção do vento, e evitar a

formação de “tremonhas” de grandes dimensões, obtendo-se sal em

pequenos cristais;

� Quebrar – Juntar o sal ou, durante a fase de preparação da marinha,

juntar o moliço, nos vieiros;

� Rer – Puxar para o tabuleiro do sal, com a rasoila, o sal que foi

previamente quebrado.

Por último, a “Feitura”, que se realiza após a Botadela, que corresponde à produção

e conservação do sal.

Concluídos os trabalhos da colheita e conservação do sal procede-se ao alagar das

salinas, submergindo-se inteiramente, mantendo-se assim até à Primavera

seguinte, período em que se iniciarão os trabalhos inerentes a uma nova safra.

O modo de produção de sal tem permanecido relativamente estável ao longo dos

anos, bem como, e consequentemente, o quotidiano do marnoto que diariamente

se levanta bastante cedo para fazer o escoamento das encanas (canais de

drenagem em madeira) e amanhar (alimentar com água) a comedoria e o

mandamento. Terminadas estas tarefas come e descansa um pouco. A meio da

manhã bule todos os meios (agita levemente a água para evitar a formação de sais

de sal demasiado grandes) e começa a juntar o sal (quebrar ou envieirar) que será

puxado para o tabuleiro do sal com a ajuda de uma rasoila (rer ou rapar) no

próprio dia. Entretanto janta24 e descansa. À tarde abre o tabuleiro (abre os portais

que alimentam os cristalizadores) e imoira (mete água das cabeceiras nos meios de

cima) a andaina. Chegando o entardecer, o marnoto regressa a casa para cear.

Como descrito, o sal marinho produzido no concelho de Aveiro é artesanal/

tradicional, o que lhe confere, relativamente ao restante sal marinho, diferenças

significativas a vários níveis, como se sistematiza na tabela seguidamente

apresentada:

24 No vocabulário dos marnotos, ‘jantar’ e ‘cear’ corresponde ao que comum e respectivamente se designa por almoço e jantar.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 26

Tabela 5 – Comparação entre sais marinhos, tradicional e não tradicional

Sal Marinho tradicional Sal Marinho vulgar

As Salinas

Salinas tradicionais. As áreas de cristalização são compostas por pequenos depósitos.

São normalmente bastante escavadas no solo, o movimento da água na salina é feito por gravidade

Salinas mecanizadas (industriais).

As áreas de cristalização, os cristalizadores, são muito grandes. A solução salina concentrada é adicionada aos cristalizadores quando se encontra a 24 graus Baumé.

A colheita A colheita é manual e feita por diversas vezes durante a safra.

A colheita é mecânica, feita com "buldozers", guinchos e tractores ou máquinas de lagartas especializadas. A colheita é feita somente uma vez no final da época de produção.

A Cristalização e forma dos cristais

A cristalização é feita à superfície e no fundo das peças, resultando num cristal de grão substancialmente maior ao da Flor de sal, os cristais têm uma forma mista entre flóculos (palhetas) delgados e cúbica, predominando a forma flocular.

A cristalização é feita no fundo do cristalizador.

O sal resultante tem uma granulometria muito variável, tendencialmente grande, os cristais têm invariavelmente a forma cúbica de halite (cloreto de sódio puro) não sendo possível desagregá-los com os dedos.

O Processamento É seco ao sol em pequenos montes.

Depois de colhido, o sal é pré-lavado e armazenado em grandes pilhas, ou serras.

Antes de ser embalado, e de modo a torná-lo branco, o sal é lavado novamente, centrifugado, seco por calor de combustão de derivados do petróleo, moído e crivado. À água de lavagem poderão ainda ser adicionados agentes químicos branqueadores e oxidantes, de modo a obter o aspecto branco e puro com que chega às embalagens.

Fonte: Adaptado do site da Necton (www.necton.pt)

Refira-se ainda que em Aveiro, tal como noutros salgados, se produz para além do

sal marinho tradicional, a flor de sal25, sendo esta considerada por muitos como a

“fina flor do sal marinho”. A flor de sal resulta da extracção exclusiva da água do

mar por processo natural de evaporação por energia solar e acção dos ventos, com

recolha manual realizada diariamente e apenas à superfície dos cristalizadores,

sendo aliás estes dois dos aspectos que a distinguem do sal marinho tradicional,

onde a recolha, manual, é feita de forma menos frequente e também no fundo dos

cristalizadores26. Outra diferença consiste no facto da flor de sal não sofrer qualquer

espécie de processamento, sendo embalado directamente depois da colheita,

enquanto o sal marinho tradicional é seco ao sol em montes.

25 A flor de sal, também designada por nata ou coalho de sal, por ser recolhida à superfície dos cristalizadores, tal como a nata do leite, é indicada para utilizar após a confecção dos alimentos (Cf. www.necton.pt). 26 Cf. Direcção Geral das Pescas e Aquicultura, Inquérito à Produção de Sal, Lisboa, Ministério da Agricultura, do desenvolvimento Rural e das Pescas.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 27

No que concerne aos locais de produção, e tendo por base a informação recolhida

com as entrevistas realizadas a interlocutores diferenciados (Proprietários das

Marinhas e Marnotos), no ano de 2006 a produção de sal no concelho de Aveiro

encontra-se confinada a 10 Marinhas, oito na posse de pessoas singulares e duas

colectivas, a saber:

Tabela 6 - Marinhas produtoras de sal, tipologia do proprietário e número de

marnotos

Designação Tipologia do Proprietário nº de marnotos

Caniceira Individual 1

Grã-Caravela Individual 3

Passã Individual 1

Pajota Individual 1

Podre Individual 1

Puxadouros27 Individual 1

Santiaga da fonte Colectivo 3

Sinitra Individual 2

Troncalhada Colectivo 1

18 dos Caramonetes Individual 1

Segundo os marnotos entrevistados respondentes a esta questão (15), o número

das marinhas em actividade tem vindo a diminuir ligeiramente nos últimos 10 anos:

27 Iniciou a produção em 2006.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 28

Tabela 7 - Evolução das Marinhas em actividade

Nº absoluto %

Diminuiu 8 53,3

Manteve 4 26,7

Não sabe 3 20,0

Nº total de respondentes 15 100,0

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

A evolução registada no número de marinhas é justificada maioritariamente pelo

fraco investimento que as marinhas e a actividade têm sido alvo, bem como pelo

risco elevado que uma actividade dependente das condições climatéricas

representa. A evolução verificada no número de marnotos em actividade bem como

as dificuldades de comercialização do sal produzido foram outros dos argumentos

apresentados.

Nesta matéria é importante realçar a unanimidade dos interlocutores em torno da

afirmação de que a grande quebra nas marinhas activas se verificou há muitos anos

atrás, estando nos últimos 10 anos28 a situação relativamente estável, sendo mais

significativa a variação nas marinhas que se encontram activas, do que o seu

número29.

Por outro lado, quando questionados acerca das perspectivas de utilização futura

das suas marinhas, os proprietários, que possuem frequentemente mais do que

uma marinha, dividem-se entre o desejo de venda (8 referências) e o da

reconversão na salicultura (5 referências), dependendo da marinha em referência.

As possibilidades de arrendar, reconverter para a piscicultura ou de desactivar as

marinhas assumem um peso residual, com uma referência cada, existindo ainda um

proprietário que se encontra receptivo a propostas, dado os anos a que as suas

marinhas se encontram inactivas. As principais razões apontadas pelos

proprietários para o desejo de venda das marinhas prendem-se, maioritariamente,

com os elevados investimentos necessários para a sua manutenção/ recuperação,

visto o avançado estado de degradação e/ ou alagamento. Como factor justificativo

28 Período considerado no âmbito do presente estudo que pretende caracterizar a situação actual do salgado aveirense e que como tal definiu o período temporal de 10 anos para a análise comparativa. 29 Ou seja, verifica-se alguma variação nas marinhas, mas permanece relativamente estável o número das que se encontram activas.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 29

da não venda, apontaram-se valores sentimentais relacionados com o facto de

serem um património familiar.

Ora, as 10 marinhas com produção de sal na safra de 2006 são pertença de 6

proprietários, sendo que nelas exercem a actividade 13 marnotos, alguns dos quais

unidos por laços familiares (pais e filhos, ou irmãos). Paralelamente, verifica-se a

situação de que o mesmo marnoto exerce a actividade em mais do que uma

marinha, pese embora o carácter residual desta situação30.

Na generalidade, os proprietários das marinhas não possuem conhecimento das

quantidades de sal produzidas pelas suas marinhas, nem dos respectivos circuitos

de comercialização, tendo apenas conhecimento dos marnotos que as exploram,

regra geral, de forma informal.

Das quantidades produzidas, apenas se tem conhecimento das quantidades da

safra do ano anterior (2005) pois à data da realização do trabalho de campo ainda

a de 2006 não tinha terminado ou sido contabilizada31.

Considerando então a safra de 2005, a produção total de sal aveirense pelas

marinhas nesse ano em actividade (932) foi de aproximadamente 1900 toneladas,

sendo contudo de realçar aqui os seguintes aspectos:

1. A produção acima referenciada foi a disponibilizada pelos entrevistados, sendo

muito provável que, por um lado, tenham referido uma produção aquém da real e,

por outro lado, que não seja muito exacta33, situação esta visível quando a mesma

marinha é explorada por dois ou três elementos da mesma família. De facto, nos

dois casos em que tal se verifica assistimos a um desfasamento aproximado de 50

toneladas entre os entrevistados, um referindo 150 toneladas e outro 200 numa

das marinhas, ou 220 contra 280 toneladas noutra;

2. Comparando a produção por marinha na safra de 2005 disponibilizada pelos

marnotos entrevistados com a disponibilizada pela Câmara Municipal de Aveiro para

o mesmo ano, há a referir igualmente algumas discrepâncias, sendo os valores

apresentados, por marinha, pela Câmara, regra geral, ligeiramente inferiores aos

comunicados pelos marnotos, o que reforça a possibilidade das produções reais e

comunicadas não serem muito coincidentes, e estas últimas subavaliadas, embora

de forma diferenciada segundo o receptor (Câmara ou Entrevistador).

30 Dos 12 marnotos activos, 83% exerce actividade apenas numa marinha, contra os 17% que exercem em duas. 31 A inquirição aos marnotos desenvolveu-se nos meses de Agosto e Setembro de 2006. 32 Uma das 10 marinhas activas em 2006, iniciou este ano a sua produção. 33 Para este factor pode contribuir o elevado teor de humidade do sal aveirense.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 30

Paralelamente e reforçando as discrepâncias encontradas, segundo as Estatísticas

de Salicultura (DGPA34) foram produzidas, no mesmo ano, em Aveiro, 1675

toneladas. Segundo esta mesma fonte encontravam-se nesse ano em actividade 9

marinhas em Aveiro, não sendo contudo certo que o valor de produção acima

identificado a elas seja imputado, tal como é referido pela própria fonte (DGPA).

Como qualquer actividade económica dependente das condições climatéricas, a

produção anual, para além de depender do número de marinhas em actividade,

encontra-se muito dependente da temperatura, do vento e da pluviosidade

registadas durante o período da safra, tendo sido, nesta matéria, o ano de 2005

reconhecido por todos os marnotos activos entrevistados como um ano excepcional

em termos das quantidades produzidas. Na última década, e salvaguardando a

excepção do ano de 2005, a maior parte dos marnotos afirma que a produção

diminuiu:

Tabela 8 - Evolução da Produção

Nº absoluto %

Diminuiu 9 75

Manteve 3 25

Nº total de respondentes 12 100,0

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Esta evolução foi justificada maioritariamente (83%) pela instabilidade crescente

das condições atmosféricas. A necessidade de diminuir as despesas, associada

neste caso, ao facto da produção dos anos anteriores ainda não ter sido vendida,

foi a razão apontada por um dos respondentes.

Esta posição acerca da evolução da produção de sal aveirense é partilhada entre os

marnotos activos, independentemente do nível de análise considerado: a(s)

marinha(s) onde trabalha ou o conjunto das marinhas do Concelho.

Refira-se, nesta matéria, que também os proprietários partilham da opinião de que

nos últimos 10 anos se assistiu a uma diminuição da produção local, justificando-a

contudo com o menor número de marinhas activas e com a elevada idade de

alguns marnotos.

34 DGPA – Direcção Geral das Pescas e Aquicultura.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 31

A par da diminuição da produção, assiste-se a uma certa estabilização nas receitas

oriunda da venda do sal35, o que não tem, na prática e consequentemente,

acompanhado a subida verificada no nível de vida:

Tabela 9 - Evolução das Receitas

Nº absoluto %

Diminuiu 4 40

Manteve 5 50

Cresceu 1 10

Nº total de respondentes 10 100,0

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Várias foram as razões apontadas para esta evolução nas receitas, a saber:

� Descida do preço do sal (3 referências),

� Falta de pagamento do sal ‘vendido’/ entregue (2 referências),

� Concorrência do sal estrangeiro (2 referências),

� Monopólio dos armazenistas (1 referência),

� Concorrência do sal de mina (1 referência).

Relativamente à avaliação dos pontos fortes e fracos do sal de Aveiro

comparativamente com outros, os marnotos destacam as seguintes vantagens

comparativas:

35 Tendo sido referenciado pelos entrevistados o valor de 50€ por tonelada em 2005.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 32

Tabela 10 - Pontos fortes do sal de Aveiro

Nº absoluto %36

Humidade/ derrete bem 8 53,3

Carácter artesanal 5 33,3

Elevado teor de iodo e magnésio

5 33,3

Ausência de químicos 2 13,3

Granulometria fina 1 6,6

Qualidade atestada pela Universidade

1 6,6

Nº total de respondentes 15 146,6

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

No que concerne aos aspectos mais negativos, cinco dos marnotos fazem referência

às eventuais impurezas (areias) que possam conter, não tendo sido referenciados

outros aspectos negativos.

Como anteriormente foi referenciado, e as entrevistas confirmaram, este é um

sector de actividade onde a informalidade nas relações laborais e estabelecimentos

impera, sendo portanto pouco abrangido pelo sistema estatístico nacional. Segundo

o Instituto Nacional de Estatística (INE) não existiam37 no ano de 200338 nem

empresários em nome individual, nem sociedades no concelho de Aveiro na CAE

(rev.2) 14401 (Extracção de sal marinho), existindo apenas duas sociedades na

CAE 14403 (Refinação de Sal). Esta situação representa, relativamente a 1996,

uma diminuição dos empresários em nome individual na extracção de sal marinho,

passando de 7 para nenhum e a manutenção das duas sociedades de Refinação de

Sal, evolução esta semelhante à verificada em Portugal continental nestes dois

subsectores:

36 Percentagem calculada sobre o nº de respondentes (15) e não de respostas (22), pelo que a soma das percentagens ultrapassa os 100%. 37 De acordo com a informação disponibilizada pelo Serviço de Ficheiros de Unidades Estatísticas. 38 À data da aquisição desta informação, 2003 era o ano mais recente para o qual era possível disponibilizar informação.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 33

Tabela 11 – Número de empresários em nome individual e Sociedades na CAE 14439

no Concelho de Aveiro e no Continente (1996 e 2003)

Empresários em nome

individual

(nº)

Sociedades

(nº) Subsector (CAE rev. 2) Ano

Aveiro40 Continente Aveiro41 Continente

1996 7 (16%) 44 0 15

14401 – Extracção de Sal marinho

2003 0 20 0 1042

1996 0 0 0 3

14402 – Extracção de Sal-gema43

2003 0 0 0 2

1996 0 0 2 (33%) 6

14403 – Refinação de Sal44

2003 0 0 2 (50%) 4

1996 7 (16%) 44 2 (8%) 24 Total do Grupo 144 – Extracção e

refinação do sal 2003 0 20 2 (13%) 16

Fonte: INE – Serviço de Ficheiros de Unidades Estatísticas, 1996 e 2003

Considerando apenas o subsector da extracção de sal marinho, constata-se pois a

inexistência de sociedades no concelho de Aveiro no ano de 2003, enquanto no

Continente existiam nessa data dez, o que, relativamente a 1996, representa uma

39 Referente à ‘Extracção e Refinação do Sal’. 40 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector. 41 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector. 42 Para além das 10 sociedades enumeradas, existe também no território nacional uma Cooperativa neste subsector no Distrito de Santarém, Concelho de Rio Maior. Esta cooperativa enquadra-se no escalão de capital social mais baixo (até 5.000€), possui um número de pessoas ao serviço compreendido entre 10 a 19 e um volume de negócios anual significativo, para o subsector, entre 150.001 e 500.000€. 43 Enquanto o sal marinho diz respeito ao sal que se obtém a partir da evaporação da água do mar em reservatórios de terra abertos, construídos para o efeito, o sal-gema diz respeito ao existente como rocha em minas no subsolo, sendo obtido geralmente através de dois processos: “(…) armar galerias subterrâneas e arrancá-lo do jazigo, através de máquinas ou através de sondagem, ou seja, injectar água doce quente para dissolver as camadas subterrâneas de sal, que depois se retira sob a forma de salmoura”. (Morgado, F., 1998, Nos caminhos do Sal, Lisboa, Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo: 22). No modo de extrair sal-gema pode-se descrever o praticado em Rio Maior, onde existem nascentes de água salgada. Neste caso existe um poço de onde se extrai a água salgada que, depois de recolhida e exposta em reservatórios ao ar livre, produz grandes quantidades de sal, por evaporação (cf, Ibidem). 44 Neste subsector incluem-se os estabelecimentos que se dedicam à refinação de sal, ie, ao processo de dissolver e recristalizar, em instalações industriais, o sal antes da sua comercialização.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 34

quebra de 33%. As 10 sociedades existentes concentram-se maioritariamente no

Distrito de Faro, como se sistematiza no gráfico seguidamente apresentado:

Gráfico 1 - Número de sociedades no Subsector 14401 – Extracção de Sal marinho, segundo o Distrito (2003)

Faro; 6

Leiria; 1

Lisboa; 1

Porto; 1

Setúbal; 1

Fonte: INE – Serviço de Ficheiros de Unidades Estatísticas, 2003

As seis sociedades localizadas no distrito de Faro, distribuem-se por 3 concelhos, a

saber: Castro Marim (1), Lagoa (1) e Olhão (4), concentrando pois este último

aproximadamente 67% das sociedades do Distrito, no qual, por sua vez, se

localizam 60% das sociedades existentes em Portugal Continental no ano em

análise.

Tendo por base a informação estatística disponibilizada pelo Serviço de Ficheiros de

Unidades Estatísticas (INE, 2003) é possível apontar os traços caracterizadores das

sociedades que se dedicam à extracção de sal marinho.

A extracção realiza-se maioritariamente em sociedades de pequena dimensão, com

60% das sociedades a possuírem até 4 pessoas ao serviço, como se sistematiza no

gráfico seguidamente apresentado:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 35

Gráfico 2 – Número de sociedades no Subsector 14401 – Extracção de Sal Marinho,

segundo o escalão de pessoas ao serviço (2003)

6

1

2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

0-4 5-9 10-19 20-49

Escalões de pessoas ao serviço

Nº so

ciedades

Fonte: INE – Serviço de Ficheiros de Unidades Estatísticas, 2003

Em termos de localização geográfica, se as sociedades de pequena dimensão se

distribuem pelos vários distritos, as de maior dimensão, com 10, ou mais, pessoas

ao serviço, concentram-se no Distrito de Faro, concelho de Olhão: duas possuem

entre 10 a 19 pessoas ao serviço, e uma entre 20 a 49.

Paralelamente à pequena dimensão das sociedades, estas caracterizam-se

igualmente pelo pequeno volume de negócios, bem como pelo baixo capital social.

No que concerne ao volume de negócios, 60% dos estabelecimentos detêm um

volume de negócios anual até 50.000€, distribuindo-se os restantes 40% de forma

igual (20/20%) pelos escalões de 500.001 a 1.500.000€ e de 1.500.001 a

3.000.000€. As quatro sociedades enquadradas nos dois escalões de volume de

negócios mais elevados localizam-se maioritariamente no concelho de Olhão (345),

sendo pois neste concelho que se encontram os estabelecimentos com maior

número de pessoas ao serviço e com maiores volumes de negócios.

Relativamente ao capital social, 50% das sociedades possuem até 25.000€ , sendo

que até 100.000€ se enquadram 70% das sociedades existentes. Também nesta

matéria, o concelho de Olhão concentra as sociedades com capital social mais

45 Destes, dois enquadram-se no escalão de 500.001-1.500.000 € e uma no de 1.500.001-3.000.000€.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 36

elevado, localizando-se nele as três sociedades existentes com um capital superior

a 100.000€.

Considerando a informação disponibilizada pela DGEEP/ MTSS46 com base nos

Quadros de Pessoal mais uma vez se confirma a informalidade deste sector de

actividade, não havendo qualquer registo de estabelecimentos (e

consequentemente, de pessoas ao serviço) na extracção de sal marinho no

Concelho, quer no ano de 1996, quer de 2003. Refira-se a este propósito que esta

fonte de informação não abrange os empresários em nome individual sem pessoas

ao serviço, ao contrário do INE. No que concerne à refinação de sal no Concelho,

esta fonte revela a existência de uma empresa (sociedade por quotas), quer em

1996, quer em 2003, responsável pelo emprego, em 2003, de 39 indivíduos,

distribuídos de forma equilibrada entre ambos os sexos: 20 mulheres e 19 homens.

Tabela 12 - Número de empresas, estabelecimentos e pessoas ao serviço na CAE 144 no Concelho de Aveiro e no Continente (1996 e 2003)

Empresas

(nº)

Estabelecimentos47

(nº)

Pessoas ao serviço

(nº) Subsector

(CAE rev. 2) Ano

Aveiro48 Continente Aveiro49 Continente Aveiro50 Continente

1996 0 4 0 8 0 63 14401 –

Extracção de

Sal marinho 2003 0 6 0 10 0 68

1996 0 3 0 6 0 72 14402 –

Extracção de

Sal-gema 2003 0 2 0 3 0 45

1996 1 (25%) 4 1 (17%) 6 55 (28%) 194 14403 –

Refinação de

Sal 2003 1 (20%) 5 1 (17%) 6 39 (34%) 116

Fonte: Quadros de Pessoal, DGEEP/ MTSS, 1996 e 2003

No ponto seguinte analisar-se-ão os recursos humanos afectos à actividade de

extracção de sal marinho. Dada a referenciada baixa cobertura deste sector em

termos estatísticos, também nesta matéria a fonte de informação privilegiada serão

46 Direcção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social. 47 A diferença entre empresa e estabelecimento é que uma empresa pode ter diversos estabelecimentos, um bom exemplo são as cadeias de hipermercados, em que cada uma tem diversos estabelecimentos em vários locais do país. 48 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector. 49 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector. 50 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 37

as entrevistas realizadas. De facto, como verificado na tabela anteriormente

apresentada, no sector de extracção de sal marinho não existiam, no Concelho de

Aveiro, quaisquer estabelecimentos registados, nem, consequentemente, pessoas

ao serviço e, embora a informação estatística reporte ao ano de 2003, é muito

pouco provável que a mesma tenha sofrido alterações de então para cá. Assim

sendo, a caracterização dos recursos humanos será elaborada com base nas

entrevistas realizadas aos marnotos.

I.1.2 Os recursos humanos

afectos à actividade

No âmbito do presente estudo foram inquiridos 17 marnotos, dos quais 12 se

encontram activos e 5 inactivos (respectiva e aproximadamente, 71% e 29%). A

inactividade dos cinco marnotos não se deve a uma mudança na actividade

profissional, mas sim a razões de ordem pessoal associadas à idade avançada e/ ou

a doenças incapacitantes. De facto, enquanto puderam os marnotos exerceram esta

actividade e foi sempre com mágoa que falaram do seu abandono.

Contrariando a ideia predefinida, os 12 marnotos em actividade entrevistados,

todos do sexo masculino, possuem uma idade média aproximada de 54 anos,

possuindo o marnoto mais jovem 39 anos, e o mais idoso 76 anos, sistematizando-

se no gráfico seguidamente apresentado a distribuição dos marnotos activos

entrevistados segundo escalões etários:

Gráfico 3 – Distribuição do número de marnotos activos, segundo os escalões etários

1

7

1

3

30-39 anos 40-49 anos 60-65 anos 65-80 anos

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 38

Relativamente às habilitações, a maioria possui o primeiro ciclo do ensino básico

(4ª classe)51, sendo que dois possuem apenas 3 anos de escolaridade e um 11 anos

(ensino complementar), habilitações estas em parte relacionadas com a sua idade

média:

Gráfico 4: Distribuição do número de marnotos activos, segundo a escolaridade

2

7

1 1 1

3º ano deescolaridade

4º ano deescolaridade

6º ano deescolaridade

11º ano deescolaridade

NS/NR

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Na sua maioria, os 12 marnotos activos, assumem a actividade de marnoto como a

sua profissão actual e principal:

Tabela 13 - Profissão actual principal dos marnotos activos

Nº absoluto %

Marnoto 8 66,6

Marnoto e outra profissão 2 16,6

Outra profissão 2 16,6

Nº total de respondentes 12 100

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Refira-se, nesta matéria, que a actividade de marnoto é sazonal, encontrando-se

aproximadamente52 confinada aos meses de Março a Outubro. Assim sendo, é

comum a compatibilização da actividade de marnoto com outras actividades, como

por exemplo, e no caso presente, o trabalho nos armazéns, na pesca, na

agricultura ou na construção civil.

51 A escolaridade média dos marnotos é de 4,6 anos. 52 Aproximadamente porque depende das condições climatéricas de cada ano, sendo as chuvas do Outono, associadas às temperaturas mais baixas desta estação, que ditam o fim da safra.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 39

Os marnotos activos exercem a sua actividade maioritariamente numa marinha,

sendo residuais os casos em que exercem em mais de uma, nunca ultrapassando

as duas marinhas:

Tabela 14 - Nº de marinhas em que os marnotos activos exercem actividade

Nº absoluto %

Uma marinha 10 83,3

Duas marinhas 2 16,7

Nº total de respondentes 12 100

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

O exercício desta actividade em termos de condição perante o trabalho53

caracteriza-se pela informalidade, assumindo-se, na generalidade, os marnotos

como trabalhadores por conta própria:

Tabela 15 - Condição perante o trabalho dos marnotos activos

Nº absoluto %54

Trab. por conta própria 12 100

Trab. por conta de outrem 2 16,7

Nº total de respondentes

1255 116,7

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Na situação em que os marnotos exercem a sua actividade em duas marinhas, nem

sempre a condição perante o trabalho é a mesma. Por outro lado, o trabalhar por

conta própria, no caso dos marnotos, significa, na sua maioria, que o exercem de

forma informal, o que justifica a baixa cobertura desta actividade nas estatísticas

oficiais, tal como anteriormente referenciado.

A distribuição dos marnotos segundo a condição perante o trabalho foi igualmente

confirmada junto dos proprietários das marinhas, não se tendo verificado

desfasamentos nesta matéria. De facto, regra geral os proprietários das marinhas

não detêm qualquer vínculo laboral com os marnotos que lá exercem a sua

actividade, sendo aquelas arrendadas ou cedidas.

53 As condições contempladas no questionário foram: Patrão, Trabalhador por conta própria e Trabalhador por conta de outrem. 54 Percentagem sobre o nº de respondentes (12) e não de respostas (14), pelo que a soma das percentagens por condição perante o trabalho ultrapassa os 100%. 55 O total aqui apresentado é relativo aos respondentes e não ao de respostas (14). Esta discrepância justifica-se pelo facto de dois marnotos exercerem a sua actividade em duas marinhas.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 40

Considerando os últimos 10 anos (1995 – 2005), é opinião maioritária que o

número de marnotos em actividade se tem mantido relativamente estável:

Tabela 16 - Evolução do número de marnotos

Nº absoluto %

Diminuiu 1 8,3

Manteve 10 83,3

Não resposta 1 8,3

Nº total de respondentes

12 100

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Estabilidade esta justificada56 maioritariamente pelo facto de ser um negócio

familiar tradicional (3 referências). O facto da mão-de-obra existente ser suficiente

e a baixa rentabilidade da actividade foram aspectos referidos por dois

respondentes cada, enquanto o risco do investimento foi referenciado por um dos

marnotos.

Nesta matéria é interessante verificar que a relativa estabilidade no número de

marnotos nas marinhas em que os entrevistados exercem actividade não é

coincidente com a percepção que os mesmos possuem relativamente ao número de

marnotos em actividade no conjunto das marinhas do Concelho, onde a afirmação

da diminuição do nº de marnotos é mais significativa:

Tabela 17 - Evolução do nº de marnotos no conjunto das marinhas

Nº absoluto %

Diminuiu 5 35,7

Manteve 6 42,9

Não sabe 3 21,4

Nº total de respondentes 14 100

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Relativamente à duração do período de trabalho nas marinhas é de referir que este

se caracteriza por uma elevada carga horária semanal, o que se deve

maioritariamente ao facto de não sofrer interrupções durante os sete dias da

semana. Assim sendo, os marnotos trabalham, regra geral, mais de 45 horas

semanais, durante o período da safra, pese embora não exista uma carga diária

56 De referir nesta matéria que 5 dos marnotos activos não deram justificação para a manutenção do número de marnotos.

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estável, dependendo quer das condições climatéricas, quer do trabalho a realizar no

dia a dia na marinha.

A par da elevada carga horária, o trabalho de marnoto é relativamente solitário,

trabalhando os inquiridos, na generalidade, sozinhos, excepção feita a duas

situações em que é tido como actividade familiar57:

Tabela 18 - Nº de marnotos por marinha

Nº absoluto %

1 marnoto 7 58,3

2 marnotos 2 16,7

3 marnotos 3 25,0

Nº total de respondentes

12 100

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Apesar do carácter solitário da actividade é recorrente o recurso à ajuda de

familiares para as tarefas mais pesadas e que necessitam de um reforço de mão-

de-obra, não se tendo verificado durante as entrevistas a existência de moços58. De

facto, mesmo no caso em que trabalham dois ou três indivíduos na mesma

marinha, todos eles se assumem como marnotos. A inexistência dos moços/

trabalhadores auxiliares é justificada quer pela falta de rentabilidade da actividade

associada às dificuldades na comercialização do sal59, que torna pouco

compensatória a ‘contratação’ de mais trabalhadores, quer pela falta de mão-de-

obra disponível para exercer uma actividade tida como dura e pouco rentável.

I.1.3 Os recursos materiais, tecnológicos e

financeiros afectos à actividade

Os recursos materiais e tecnológicos inerentes à produção de sal marinho no

Concelho de Aveiro, tal como noutros locais em que o carácter artesanal se

mantém, têm permanecido relativamente estáveis ao longo dos anos. De facto,

quando questionados acerca da evolução recente da tecnologia utilizada os

57 Foram entrevistados dois irmãos que trabalham juntos na mesma marinha e um pai e dois filhos que também trabalham em conjunto. 58 Trabalhadores auxiliares do marnoto. 59 Aspecto a desenvolver posteriormente, no sub-capítulo dedicado à Logística, distribuição e comercialização do sal aveirense.

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entrevistados (marnotos e proprietários) são unânimes na afirmação da relativa

estabilidade do modo de produção bem como dos recursos que lhe estão afectos,

estando aquele muito dependente do saber-fazer adquirido ao longo de anos e

transmitido de geração em geração, de forma oral.

Os utensílios usados (recursos materiais) na arte de salinagem, as alfaias, são

vários e quase todos construídos em madeira, elencando-se seguidamente os mais

comuns e tradicionais60:

Alferes – Alfaia de madeira ou ferro, em forma de V, com cabo, tendo o

comprimento de 1,10m; usa-se na reparação dos liames finos: canejas e

barachinhas. O mesmo que Anafador e Corredor de barachinhas.

Almanjarras – Rodos com cabos cruzados. Existem duas espécies de almanjarra:

- a de três paus, utilizada para apancar, uniformizar os fundos do mandamento e

empurrar as lamas da praia dos cristalizadores, sendo este último trabalho feito

conjuntamente com a de dois paus; as suas dimensões são as seguintes: pá com

2,20m de comprimento, por 20cm de largura e 2cm de espessura; cabos laterais de

1,60m e central de 1,35m;

- a de dois paus, com as mesmas dimensões, mas menos um cabo; emprega-se,

unicamente, para limpar as lamas do fundo dos cristalizadores.

Ancinho – Alfaia formada por um cabo de 1,50m, tendo, numa das extremidades,

um pente com 10 a 12 dentes, utilizada para emontear o moliço previamente

envieirado com a cabrita. O mesmo que Encinho.

Balde – Espécie de pá de madeira e ferro, com 1,15m de comprimento; usa-se

para compor o torrão e remover as lamas.

Bombeiro – Aparelho rudimentar utilizado para escoar a água do entraval, sempre

que a marinha é mais funda do que o esteiro ou que o canal adjacente. É

constituído por uma pá suspensa, por intermédio de uma corda fixa ao vértice da

tranqueira. Nos últimos anos, foi este instrumento substituído por motobombas.

Cabaço – Alfaia composta por um cabo e um reservatório, em madeira ou lata,

com 1,30m de comprimento, usada para escoar os poços das encanas.

Cabeça de carneiro – Alfaia com 1,20m de comprimento, formada por um cabo,

tendo na extremidade, uma peça em forma de prisma com três lados, dos quais um

é arredondado; serve para abrir as canejas. O mesmo que Canejeiro.

60 Cf. Dias, D. (1996), Glossário: Designações relacionadas com as marinhas de sal da Ria de Aveiro, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 43

Cabrita – Ancinho com um cabo de 1,75m e, mais ou menos, 30 dentes curtos, em

madeira, que, quando se partem, são, por vezes, substituídos por cavilhas de ferro,

de igual tamanho; emprega-se para envieirar o moliço, que se desenvolve durante

o Outono e o Inverno.

Canastras – Cestas utilizadas, principalmente, no transporte de sal, à cabeça, com

uma capacidade que varia entre 60 e 80 quilos para os homens, sendo de 50 quilos

quando utilizadas por mulheres.

Círcio – Cilindro de madeira, com um diâmetro entre 40 a 60cm, e uma distância

entre eixos de 1,10m, com duas hastes chamadas moeiras, cujos elos se adaptam

aos quícios; é utilizado no nivelamento do parcel dos alimentadores e

cristalizadores.

Corta barachas do mandamento – Alfaia com uma lâmina trapezoidal, em aço,

de 1m de base, por 18cm de altura, com cabo em ferro, usada para cortar as

barachas do mandamento, quando há necessidade de aumentar as áreas dos

diferentes reservatórios desta ordem, sendo esta tarefa para três homens: dois

para puxar pelas cordas amarradas em orifícios abertos, no cabo, junto à lâmina, e

outro para manter a direcção pretendida. Tanto quanto se sabe, só existiu um

exemplar.

Corta barachinhas – Alfaia dotada de um cabo de 85cm, tendo, na extremidade,

uma peça em U invertido, que envolve a barachinha da lama, que é cortada cerce

por uma lâmina metálica inserida na parte inferior do referido encaixe; precisa do

trabalho de dois homens: um para a puxar com uma corda e outro para orientar o

rumo.

Engaço – Alfaia formada por um cabo de madeira de 1,30m, tendo na

extremidade, um pente de ferro com 3 ou 4 dentes; entre outras coisas, serve para

abrir a bomba de tubo, no princípio da safra, quando a salina está, ainda, no fundo,

engachando-se um dos dentes na palmeta submersa e puxando-a para cima.

Enxada de correr liames – Enxada pequena utilizada para compactar os liames.

Enxada de cortar torrão – Enxada com uma pá de 20x20cm, usada, não só com

o fim específico que o seu nome indica, mas também em reparações diversas, por

exemplo, dos muros.

Escada – Escada, por vezes, de lanços, que se encosta ao monte de sal, para

colocar a bajunça na sua parte superior, durante a operação de cobrir.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 44

Foicinha – Foice que serve para abrir os portais, para além da função normal de

cortar bajunça e ceifar as ervas dos muros, as quais, especialmente depois de

secas, podem ser mais uma impureza a juntar a muitas outras contidas na água.

Maço – Grande martelo de pau rijo, com um cabo de 1,10m, utilizado para cravar

e consolidar a estacaria e as barachinhas de madeira.

Muradoiro – Pau afiado na ponta, com 80cm, empregue na abertura dos lacrimais.

Pá cova – Pá de forma côncava com o comprimento de 1,20m, utilizada na

remoção das lamas.

Pá de amanhar – Pá com o comprimento de 1,10m, utilizada para a vedação dos

portais da andaina de cima e das bombinhas do mandamento.

Pá do sal – Pá com o comprimento de 1,15m, utilizada para fazer o coruto dos

montes e espalhar a areia nos cristalizadores, imediatamente antes da botadela.

Pá do tabuleiro – Pá chata, em forma de cunha, com o comprimento de 60cm,

utilizada para a abertura e vedação dos portais do tabuleiro do meio.

Pá de valar – Pá côncava com um comprimento de 1,05m, em ferro e com cabo de

madeira, utilizada para baldear.

Padiola – Tabuleiro de 80x80cm, com guardas em três lados e quatro braços de

50cm, a que pegam duas pessoas; emprega-se na remoção das lamas, do moliço e

do codejo para a malhada e para o malhadal.

Pajão – Pá chata com um cabo de 3m, utilizada para apajar os montes.

Palheiro – Casa rudimentar, primitivamente, em madeira e coberta a bajunça, o

mais das vezes, de chão térrea juncado com ervas ceifadas na salina, onde se

guardam as alfaias; serve, também de abrigo para o pessoal, quando faz mau

tempo. Normalmente ostenta, por cima da porta, o nome da marinha.

Punhos – Tábuas, com 40cm de comprimento e 20cm de altura, que os marnotos

utilizam, uma em cada mão, para encher as canastras.

Rapinhadeira – Espécie de rapão, com uma pá de 25cm de comprimento, por

15cm de largura e 1,8cm de espessura, e um cabo de 1,60m, com uma lâmina de

serra mecânica, no gume; serve para cortar os cabeços da praia dos meios e rapar

a tinha.

Rapões – Rasoila mais pequena, de que existem dois modelos:

- o do sal, com um cabo de 1,30m e uma pá de 50cm de comprimento, por 25cm

de largura e 1,3cm de espessura, cujo o bordo inferior é, por vezes, forrado a zinco

ou cobre, para o proteger do desgaste; utiliza-se para encher as canastras de sal;

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 45

- o da lama, cujas medidas são, respectivamente, 1,75m, 50cm, 17cm e 1,55cm;

serve para juntar as lamas, no tempo das limpezas. O mesmo que rodo.

Rasoila – Rodo com um cabo de 2,20m e uma pá de 85cm de comprimento, por

25cm de largura e 1,8cm de espessura, cujo bordo inferior é, por vezes, forrado a

zinco ou cobre, para o tomar mais resistente ao desgaste; usa-se para rer.

Refundeador de barachas – Alfaia em ferro, com gume em cunha, nascendo de

uma base plana, que estabiliza a profundidade do sulco, e um cabo de madeira, de

1,40m, utilizada para abrir o rego onde se encaixam as barachinhas de madeira;

dado que se trata de um utensílio baseado no princípio da arado necessita de dois

homens: um para puxar, por intermédio de uma corda amarrada a um argolão, e

outro para manter o movimento rectilíneo.

Tranqueira – Tripé formado por varas atadas em cima, com uma altura, ao centro,

de 2,30m, onde se suspende a pá do bombeiro. Por baixo do tripé, monta-se uma

tábua de cutelo, perpendicular ao entraval, que funciona como açude, para não

deixar entrar a água da ria, cujo o nível está mais acto.

Ugalhos – Rodos de que existem duas espécies:

- o da lama serve para todos os trabalhos de limpeza das lamas e, ainda para

achegar os montes; tem as seguintes dimensões: pá de 80cm de comprimento, por

12cm de largura e 1,8cm de espessura; cabo de 2,40m.

- o de bulir, usado para bulir e quebrar, tem por medidas: pá de 1m de

comprimento, por 11cm de largura e 1,5cm de espessura; cabo de 2,60m.

Vasculho – Espécie de grande vassoura, com um cabo de 70cm, para espalhar a

ândoa no fundo dos cristalizadores.

Em termos meramente financeiros, e dado o carácter artesanal da actividade, os

custos de produção encontram-se associados essencialmente a dois factores, sendo

contudo o primeiro referenciado bastante mais significativo que o segundo:

� mão-de-obra, utilizada em todas as fases do processo produtivo (desde a

preparação da marinha à extracção e armazenamento do sal); e

� matérias-primas, utilizadas maioritariamente na fase da preparação para a nova

safra bem como na manutenção da marinha, com especial destaque para os seus

muros (‘motas’).

Nesta matéria, bem como na relativa às receitas, deve, aliás, referir-se o

desconhecimento que os proprietários afirmam possuir, justificado pelo regime de

exploração das marinhas. Este caracteriza-se, maioritariamente, pela cedência da

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 46

exploração da marinha a troco da sua manutenção por parte dos marnotos, que

ficam com os dividendos oriundos da produção. Exceptuam-se, neste campo, as

despesas, tidas como significativas61, relativas à contribuição autárquica,

suportadas pelos proprietários.

Ora, apesar do conhecimento quer das despesas, quer das receitas, os marnotos

revelaram-se relutantes em transmitir informações de cariz financeiro, justificando-

se com o seu desconhecimento ou incapacidade de quantificar, no caso das

despesas (custos de produção). De facto, as despesas realizadas pelos marnotos

relacionam-se maioritariamente com o seu tempo/ mão-de-obra, não recorrendo,

regra geral, a terceiros de forma remunerada para o trabalho nas marinhas, o que

dificulta a sua contabilização.

No caso das receitas, esta dificuldade em quantificar prende-se, entre outros, com

o facto dos marnotos nem sempre receberem os dividendos da safra

atempadamente, visto os armazenistas62 apenas procederem ao seu pagamento à

medida que o sal vai sendo escoado, o que nos últimos dois anos se tem revelado

cada vez mais difícil, como será analisado nos pontos seguintes.

I.1.4 Os mercados do sal aveirense:

Logística, distribuição e comercialização

Ao longo das últimas décadas verificaram-se alterações muito significativas ao nível

dos mercados do sal aveirense, causa e consequência, quer da quebra significativa

na produção local, quer das alterações nas características dos mercados, bem

como, dos seus modos de funcionamento, onde novos factores competitivos se têm

vindo a afirmar.

De facto, a conjugação de factores tão diversificados como o abandono progressivo

do sal para a conservação dos alimentos (substituído pelos equipamentos de

refrigeração), a proliferação de marinhas de maiores dimensões e mecanizadas com

grande capacidade de produção a baixo custo, a melhoria nos meios de transporte

internacionais, com a consequente aproximação de locais de produção e consumo,

a valorização de novos factores, como a qualidade e a imagem, ditaram, num

contexto de estagnação, ou mesmo declínio, da produção e estratégia face ao

61 As marinhas para efeito de contribuição autárquica são consideradas prédios urbanos. 62 Principais receptores do sal produzido localmente.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 47

mercado em mutação, a significativa alteração nos mercados a que se destina a

produção de sal local.

Aliás, é uma posição relativamente consensual entre os diversos interlocutores

auscultados que, a manter-se a situação actual, será inevitável o abandono da

actividade, dada a dificuldade crescente em escoar a produção. Constitui uma

excepção neste panorama o Ecomuseu da Marinha da Troncalhada, tendo em conta

a sua natureza cultural/museológica e inerente função lúdico-didáctica de

demonstração da prática da salicultura tradicional de Aveiro. De facto, a conjugação

dos factores ‘quantidade produzida’ e ‘preço praticado’ torna pouco competitivo o

sal aveirense para o sector da distribuição ou mesmo para a indústria, enquanto

matéria-prima.

A este quadro deve acrescentar-se que os marnotos produzem o sal mas não

detém, na sua generalidade, conhecimento dos mercados a que o mesmo se

destina, pois o grosso da sua produção é vendido para os armazenistas/ grossistas

locais, como se sistematiza na tabela seguinte:

Tabela 19 - Compradores do Sal aveirense

Nº absoluto %63

Armazenistas64 15 88,2

Retalhistas Locais 2 11,8

Consumidores locais/ turistas65 3 17,6

Indústria da cura de Presunto 1 5,9

Nº total de respondentes 17 123,5

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Considerando o conjunto dos marnotos e proprietários auscultados, poucos têm

conhecimento do mercado a que se destina o sal produzido localmente:

� os marnotos porque trabalham, regra geral, informalmente66, por conta própria,

não colocando directamente o seu sal no mercado;

63 Percentagem sobre o nº de respondentes (17) e não de respostas (21), pelo que a soma das percentagens por comprador ultrapassa os 100%. 64 Maioritariamente locais, a saber: Sociedade Aveirense de Higienização de Sal, Lda e Salineira Aveirense. Também foram referenciados dois outros armazenistas, um na Taboeira (1 referência) e um em Ovar (2 referências). 65 Pese embora em quantidades tidas pelos marnotos como residuais. 66 O que inviabiliza a emissão de documentos financeiramente válidos, situação que impede, conjuntamente com outros aspectos, a sua entrada directa nos circuitos de comercialização.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 48

� os proprietários das marinhas porque não possuem, na generalidade, um vínculo

formal com os marnotos, sendo apenas estes os responsáveis pela sua venda.

Inerente ao relativo desconhecimento dos mercados, surge a pouca especificação

dos utilizadores/ consumidores reais do sal produzido localmente67 por parte dos

marnotos auscultados. Como, na generalidade, vendem a sua produção aos

armazenistas/ grossistas têm um conhecimento superficial dos verdadeiros

mercados ou consumidores deste produto, sendo pois pouco significativas as

situações da especificação daqueles, como se encontra sistematizado na tabela

seguidamente apresentada:

Tabela 20 – Utilização/ consumo do sal aveirense

Nº absoluto %68

Doméstica (Culinária) 7 43,8

Salga de Carnes 5 31,3

Indústria 4 25,0

Salga do bacalhau 2 12,5

Restaurantes 1 6,3

Grossistas 1 6,3

Não sabe/ vende para Armazenistas 3 18,8

Nº total de respondentes

15 153,3

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

Assim sendo, os principais compradores do sal aveirense e, consequentemente

conhecedores dos seus mercados reais, são os armazenistas/ grossistas. No

entanto, estes nem sempre manifestam interesse na aquisição do sal local, o que

tem ditado dificuldades crescentes no escoamento da produção, estando a do ano

passado (2005) ainda por vender, ou então por pagar, para um número

significativo de marnotos, o mesmo sucedendo com algum do sal de 2004.

Os dois armazenistas auscultados referem, por seu turno, a quebra progressiva nas

quantidades adquiridas e vendidas do sal aveirense nos últimos dez anos, facto

este justificado, no caso da menor aquisição aos marnotos, pela dificuldade de

escoamento do sal. Esta dificuldade encontra-se associada ao menor consumo do

67 A este respeito é interessante assinalar que de entre os 17 marnotos entrevistados 5 (aproximadamente 29%) assumem o seu desconhecimento na matéria: 3 afirmam não saber e 2 não respondem a esta questão. 68 Percentagem sobre o nº de respondentes (15) e não de respostas, pelo que a soma das percentagens ultrapassa os 100%.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 49

mesmo, nomeadamente por parte das indústrias da salga (bacalhau e presunto),

embora estes continuem a ser os grandes consumidores do sal marinho de Aveiro.

Apesar dos armazenistas referirem, como ponto fraco do sal local, a maior

probabilidade de conter alguns insolúveis (maioritariamente, areia69), ambos

referem a intenção de continuar a adquirir o sal produzido localmente70, dadas as

suas características físicas e químicas diferenciadoras (elevado teor de minerais e

de humidade) que o tornam apto para mercados específicos, a preços mais

elevados71. A título de exemplo poder-se-á referir o exemplo do estabelecimento

aveirense ‘O mundo do sal’ que, vendendo sal artesanal aveirense e produtos

derivados, tem registado um aumento significativo nas suas vendas, com o

consequente aumento de aquisição do mesmo. Evolução esta justificada pela

crescente divulgação dos seus produtos junto dos consumidores, com especial

destaque para os turistas, associada à apetência crescente do mercado por

produtos naturais/ artesanais num quadro social de maior preocupação pela saúde

e bem-estar.

O preço elevado do sal local é, aliás, uma das dificuldades apontadas para a sua

venda como matéria-prima no sector industrial. De facto, neste privilegia-se o

preço, quantidade disponível e tempo de entrega, factores a que o produzido

localmente não responde. Assim sendo, os armazenistas importam, a preços

inferiores, maiores quantidades de sal do que o comprado aos produtores locais,

vendendo aquele mais rapidamente. O sal produzido localmente acaba por se ir

acumulando nos armazéns, aguardando encomendas específicas, nomeadamente

dos talhos, mercearias e restaurantes bem como da indústria transformadora e de

alguns consumidores particulares72. Este consumo, regra geral, verifica-se no

mercado nacional, com especial destaque para a dimensão regional, sendo o

mercado internacional pouco significativo, variando entre os 5 e 10% do total

comercializado.

Acresce a esta situação a concorrência directa e crescente do sal marinho artesanal

produzido noutros salgados, nacionais ou não, com preços mais acessíveis, com

estratégias de marketing implementadas e com qualidade certificada ou em vias de

certificação. Paralelamente, este sal confronta-se ainda com a concorrência do sal

marinho industrial, como já referenciado, a preços mais competitivos e com

69 Facto este igualmente reconhecido pelos marnotos e que tem conduzido ao progressivo abandono do uso de areia na camisa dos tabuleiros das marinhas. 70 Salvaguardo contudo a necessidade de primeiro escoar o sal ainda armazenado. 71 De facto, o sal marinho tradicional, ao invés do restante sal marinho, por não ser lavado, conserva mais nutrientes, além de que não contém aditivos químicos. 72 Em sacos de 25kg.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 50

capacidade de colocar no mercado quantidades estáveis ao longo do ano, sendo

esta percepção partilhada por marnotos, proprietários e armazenistas.

Assim sendo, os 17 marnotos auscultados são praticamente unânimes no

reconhecimento da existência de dificuldades na comercialização: 16 (94,1%)

assim o entendem, contra um (5,9%). De facto, as maiores dificuldades

percepcionadas pelos marnotos relacionam-se também com a forte concorrência do

sal industrial oriundo de outros países a preços mais competitivos73. Intimamente

relacionado com este aspecto surgem duas outras dificuldades: o baixo preço

oferecido pelos compradores aos marnotos locais bem como a crescente dificuldade

em escoar o sal produzido localmente. Este aspecto encontra-se parcialmente

relacionado com o anterior, já que o preço oferecido não é suficientemente

atractivo para que os marnotos acordem vender, preferindo sempre que possível

retê-lo nos montes.

Os aspectos anteriormente referenciados são agravados pela percepção da

existência de um monopólio por parte dos armazenistas locais, sendo apenas a

estes que os marnotos vendem o seu sal, por não reunirem condições, na

generalidade das situações, de o comercializar directamente, a não ser pequenas

quantidades que, no conjunto da sua produção, se assumem como residuais:

Tabela 21 – Razões para as dificuldades na comercialização do sal aveirense, segundo os marnotos

Nº absoluto %74

Forte concorrência 7 43,8

Preço praticado, baixo para os produtores

6 37,5

Escoar o sal 6 37,5

Monopólio dos armazenistas 4 25,0

Receber o dinheiro 3 18,8

Obrigatoriedade de oferecer algum sal aos armazenistas75

1 6,3

Fama de má qualidade 1 6,3

Nº total de respondentes 16 175

Fonte: Questionário aos marnotos (2006)

73 Tendo sido referenciados pelos marnotos a Espanha, Tunísia e França. 74 Percentagem sobre o nº de respondentes (16) e não de respostas, pelo que a soma das percentagens ultrapassa os 100%. 75 Aspecto referenciado apenas por um marnoto, o qual se encontra inactivo desde o ano de 2004.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 51

Estas opiniões são igualmente confirmadas pelos proprietários das marinhas, pese

embora o seu maior desconhecimento, pelas razões anteriormente evocadas. De

facto, também os proprietários confirmam a existência de dificuldades de

comercialização do sal aveirense, sendo esta justificada pelos aspectos

seguidamente sistematizados:

Tabela 22 - Razões para as dificuldades na comercialização, do sal aveirense, segundo os Proprietários

Nº absoluto %76

Baixo preço praticado 10 90,9

Escoar o sal 8 72,7

Concorrência do sal estrangeiro 4 36,4

Monopólio dos armazenistas77 3 27,3

Impurezas/ Má qualidade 2 18,2

Preço elevado da mão-de-obra 2 18,2

Nº total de respondentes 11 263,6

Fonte: Questionário aos proprietários (2006)

Considerando os últimos 10 anos, os proprietários também referem, na sua

maioria78, a diminuição da procura do sal artesanal, sendo vários os factores

justificativos, como o desinteresse das grandes superfícies por este tipo de sal,

mais caro; a existência de poucos locais de venda associada a uma insuficiente

promoção/ divulgação das especificidades deste produto; a existência de algumas

impurezas, nomeadamente areia, bem como o seu elevado teor de humidade, com

as consequentes perdas por dissolução (menor rendimento).

Tendo presente as dificuldades de comercialização anteriormente enunciadas,

várias foram as possíveis soluções. Segundo os proprietários, dever-se-ia:

� Subsidiar a produção do sal artesanal, nomeadamente no que concerne à

reconstrução de motas,

� Criar (nova) rede de distribuição da produção,

� Respeitar e discriminar, nas embalagens, a origem geográfica do sal,

76 Percentagem sobre o nº de respondentes (11) e não de respostas, pelo que a soma das percentagens ultrapassa os 100%. 77 Os quais exploram, segundo os entrevistados, a fragilidade/ dependência dos produtores. 78 Dos nove proprietários respondentes, cinco referem a diminuição da procura, dois a sua estabilização e dois o seu aumento, sendo este justificado pela crescente procura de produtos naturais, como é o caso da flor de sal.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 52

� Agrupar as marinhas por utilização dada (sal, peixes ou turismo),

Segundo os marnotos, as soluções passariam por:

� Limitar a entrada de sal estrangeiro,

� Constituir uma cooperativa eficaz, ou redinamizar a existente,

� Melhorar os acessos às marinhas,

� Certificar o sal,

� Possibilitar a venda directa de sal pelos produtores,

� Sensibilizar os consumidores acerca da qualidade do sal local.

I.2. A IMPORTÂNCIA DO SAL AVEIRENSE

I.2.1 A importância do sal aveirense na

produção nacional de sal

A produção de sal marinho nacional distribui-se por três regiões, a saber: Centro;

Lisboa e Vale do Tejo; e Algarve, representando esta última, em 2005,

aproximadamente 90% da produção nacional.

Na região Centro, responsável por 4% do total nacional, a produção localiza-se em

dois salgados: Aveiro e Figueira da Foz, distribuindo-se a produção regional de

forma relativamente equilibrada entre ambos, embora com ligeiro predomínio do da

Figueira (+5,5 pontos percentuais):

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 53

Tabela 23 – Produção de sal segundo as regiões e salgados (número absoluto e

percentagem), 2005

Região/ Salgado

(ano: 2005)

Valor total (toneladas)

% do sal produzido nas unidades

territoriais no total do país

% de Aveiro na região Centro

Centro 3762 4,1

Aveiro 1675 1,8 44,5

Figueira da Foz 2087 2,3

Lisboa e Vale do Tejo 5176 5,6

Tejo 2173 2,3

Sado 3003 3,2

Algarve 83557 90,3

Algarve 83557 90,3

Total 92495 100,0

Fonte: Manifestos da Produção Salineira (DGPA)/ Estatísticas

da Pesca (INE/ DGPA), 2005

Considerando o período 1980–2005, a produção total de sal marinho nacional

diminuiu significativamente, passando de 217.060 toneladas, em 1980, para

92.495, em 2005, sendo que a quebra mais acentuada se registou até 1995,

atingindo-se neste ano, o valor mínimo de 27.903 toneladas, data a partir da qual

se iniciou uma nova fase de crescimento moderado da produção. Este crescimento

ficou a dever-se, contudo, maioritariamente, à produção do salgado algarvio, que

viu, a partir desse ano, a sua produção aumentar consideravelmente, passando de

17.209 toneladas, em 1995, para 69.122, em 2000, e para 83.557 toneladas, em

2005, aumentando consequentemente o seu peso na produção nacional,

representando, neste ano, 90% do total nacional. De facto, nos restantes quatro

salgados verificou-se uma quebra na produção durante todo o período considerado,

para os quais apenas o ano de 2000 parece marcar um ponto de viragem no

declínio da produção, até então, verificado.

A evolução da produção do salgado aveirense, bem como da do seu peso na

produção nacional, não é excepção neste contexto, vendo o seu peso relativo

decrescer de forma contínua, representando, no ano de 2005, aproximadamente

2% da produção nacional. Aspectos estes sistematizados nas duas tabelas

seguidamente apresentadas, sendo a primeira referente à taxa de crescimento

quinquenal da produção de sal nacional, e a segunda aos valores da mesma no

período compreendido entre 1980 e 2005:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 54

Tabela 24 – Taxa de crescimento quinquenal da produção de sal, segundo as unidades territoriais (1980-2005)

Região/ Salgado 1980-1985

1985-1990

1990-1995

1995-2000

2000-2005

Centro -0,43 -0,48 -0,58 -0,32 0,10

Aveiro -0,58 -0,62 -0,59 0,21 -0,24

Figueira da Foz -0,10 -0,33 -0,58 -0,62 0,70

Lisboa e Vale do Tejo -0,14 -0,82 -0,54 -0,74 2,48

Tejo 0,02 -0,81 -0,90 -0,60 7,23

Sado -0,26 -0,83 -0,17 -0,75 1,45

Algarve 0,30 -0,43 -0,76 3,02 0,21

Algarve 0,30 -0,43 -0,76 3,02 0,21

Total 0,00 -0,56 -0,71 1,65 0,25

Fonte: Manifestos da Produção Salineira (DGPA)/

Estatísticas da Pesca (INE/ DGPA), 1980 - 2005

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 55

Tabela 25 – Evolução quinquenal da produção de sal (nº abs. e % em coluna), segundo as unidades territoriais (1980-2005)

1980 1985 1990 1995 2000 2005 Região/ Salgado

Valor total (toneladas)

% coluna

Valor total (toneladas)

% coluna

Valor total (toneladas)

% coluna

Valor total (toneladas)

% coluna

Valor total (toneladas)

% coluna

Valor total (toneladas)

% coluna

Centro 40859 18,8 23286 10,7 12135 12,7 5055 18,1 3416 4,6 3762 4,1

Aveiro 28263 13,0 11910 5,5 4470 4,7 1815 6,5 2190 3,0 1675 1,8

Figueira da Foz

12596 5,8 11376 5,2 7665 8,0 3240 11,6 1226 1,7 2087 2,3

Lisboa e Vale do Tejo

80195 36,9 68809 31,7 12329 12,9 5639 20,2 1489 2,0 5176 5,6

Tejo 32904 15,2 33696 15,5 6329 6,6 653 2,3 264 0,4 2173 2,3

Sado 47291 21,8 35113 16,2 6000 6,3 4986 17,9 1225 1,7 3003 3,2

Algarve 96006 44,2 124931 57,6 71000 74,4 17209 61,7 69122 93,4 83557 90,3

Algarve 96006 44,2 124931 57,6 71000 74,4 17209 61,7 69122 93,4 83557 90,3

Total 217060 100,0 217026 100,0 95464 100,0 27903 100,0 74027 100,0 92495 100,0

Fonte: Manifestos da Produção Salineira (DGPA)/ Estatísticas da Pesca (INE/ DGPA), 1980 - 2005

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

I.2.2 A importância da actividade salícola

na economia e sociedade aveirense

A importância da actividade salícola para a cidade de Aveiro é reconhecida pela

maior parte dos interlocutores auscultados acerca desta matéria, tendo sido várias

as justificações apresentadas. O seu papel na imagem e cultura aveirenses foram

indubitavelmente as razões mais apontadas. De facto, vários entrevistados

consideraram o sal como o Ex-libris da cidade, associando-o a uma identidade

colectiva que deteve no passado um papel significativo na economia local e que

actualmente, apesar do seu declínio, encerra diversas potencialidades,

nomeadamente para o sector turístico e actividades correlacionadas, as quais terão

consequências económicas, directas e indirectas, noutros sectores de actividade.

Apesar desta consciência generalizada, alguns dos inquiridos referem que a

importância tem vindo a diminuir dado o declínio do sector salícola associado à

ausência/ insuficiência de medidas de revitalização e aproveitamento das

potencialidades que o mesmo encerra. Quando questionados acerca da adopção de

medidas conducentes à valorização/ revitalização do salgado aveirense, e dada a

consciência generalizada da sua ausência e/ ou insuficiência, sugerem, entre

outras, a necessidade de adoptar as seguintes:

� Subsidiar os investimentos para a (re)construção das motas e tabuleiros internos

das marinhas79;

� Disponibilizar material aos marnotos para a manutenção das marinhas;

� Implementar o subsídio de risco, à semelhança do verificado noutros sectores de

actividade (exemplo, pesca e agricultura) e proceder à reformulação do cálculo da

pensão atribuída ao marnoto;

� Aumentar o policiamento na zona das marinhas, evitando roubos e destruição;

� Recuperar mais barcos salineiros;

� Implementar barreiras alfandegárias à importação de sal estrangeiro;

� Melhorar e dinamizar o circuito turístico do sal, incluindo as diversas salinas e

armazéns, melhorando a sua sinalética e divulgação;

79 Sendo esta a medida mais consensual/ referenciada pelos entrevistados.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 57

� Possibilitar a venda directa de sal e produtos derivados pelos marnotos e outros

agentes, nomeadamente através do aproveitamento dos armazéns;

� Certificar80 o sal e a flor de sal aveirense;

� Construir e/ ou melhorar os acessos interiores às marinhas;

� Promover a imagem e a qualificação do marnoto bem como a formação de novos

marnotos81;

� Candidatar as marinhas a património mundial e a programas específicos de

preservação ambiental e de espécies.

Apesar do desconhecimento generalizado da existência e/ ou adopção de medidas

conducentes à revitalização do salgado aveirense, existem alguns interlocutores

mais conhecedores, porque envolvidos em Projectos com este objectivo, que

referem a importância crescente do salgado para a Cidade, associada à maior

consciencialização da necessidade de ‘unir esforços dos vários actores com

responsabilidades nesta matéria com vista a inverter o declínio a que se tem vindo

a assistir’. A este propósito foi por diversas vezes referenciada a importância que a

implementação do Ecomuseu da Marinha da Troncalhada deteve nesta inversão de

cenário, assim como a articulação crescente entre a Câmara Municipal e a

Universidade de Aveiro. Também a promoção de passeios na ria por parte de

operadores privados foi tida como propulsora do turismo na região, divulgando

simultaneamente a actividade salícola. Acresce a este quadro o reconhecimento da

necessidade de proceder à certificação do sal e flor de sal aveirenses, enquanto

factor potenciador da viabilidade económica do sector, nomeadamente para os

operadores privados, associando-a a uma estratégia de divulgação e promoção do

produto. De facto, crê-se que, reunindo estes factores, se aumentará o interesse

pela comercialização do produto, possibilitando a venda de maiores quantidades,

com as consequências inerentes ao nível da revitalização do sector.

Contudo, importa referir que estas medidas (e posições) são maioritariamente

reconhecidas pelos actores que directa ou indirectamente estão envolvidos neste

processo, não sendo partilhadas pela maioria dos marnotos, proprietários e outros

interlocutores entrevistados que referem o desconhecimento da adopção de

80 Processo actualmente em análise. 81 Actualmente a Câmara Municipal encontra-se a organizar um curso de formação para novos marnotos. Importa contudo referir que, apesar desta medida ser tida pela generalidade dos auscultados como positiva, dever-se-ia primeiramente recuperar marinhas para a sua posterior colocação, assegurando que o perfil dos formandos se adequa às exigências desta profissão. Por outro lado, foi salientado que o aumento das marinhas em actividade aumentará a produção o que implica um maior esforço de escoamento bem como o agravamento da situação actual de acumulação da produção, caso este curso não seja acompanhado por outras medidas de dinamização da comercialização.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 58

medidas conducentes à revitalização deste sector, anunciando mesmo o seu fim

iminente, como foi anteriormente referenciado. A este propósito, onze dos

marnotos referiram mesmo que se o sector não for alvo de medidas de recuperação

tenderia a desaparecer a curto prazo, pois em termos financeiros tornar-se-á

insustentável, ao que acresce a crença de que com o abandono da actividade por

parte de alguns marnotos mais velhos este cenário se agravará. Esta opinião é

partilhada pelo conjunto dos proprietários respondentes, pese embora ambos os

grupos de interlocutores reconheçam a viabilidade económica das

potencialidades inerentes a esta actividade e a outras correlacionadas.

De facto, os diversos interlocutores auscultados referem a viabilidade económica

das potencialidades do salgado aveirense, concentrando o turismo, associado à

manutenção da produção salícola, o maior número de respostas. Contudo, é

frequentemente salientado, quer pelos proprietários, quer pelos interlocutores

privilegiados, a necessidade do turismo ser controlado, ou seja, que as suas

características e quantidades não sejam incompatíveis com a preservação

ambiental e produção salícola. Alguns actores referem igualmente a viabilidade

económica da articulação de quatro áreas de actividade: produção salícola e seus

derivados, aquicultura (peixes, bivalves, …), cosmética e turismo, podendo este

assumir diversas vertentes (como sejam, passeios de barco ou a pé, fotografia,

pesca, gastronomia, saúde e/ ou estadia). Acresce, nesta matéria, a necessidade

apontada por grande parte dos interlocutores da viabilidade económica do sal e dos

seus derivados se encontrar dependente da sua diferenciação face aos restantes,

como produto natural e artesanal, com uma composição única, diferenciação esta

possível, ou facilitada, com a sua certificação, associada a uma boa campanha de

marketing.

No conjunto dos intervenientes, é pouco significativo o número dos que consideram

inviável a recuperação do salgado aveirense, destacando-se neste grupo, e até

pelas suas características (idade, habilitações, experiência profissional), os

marnotos que tendem a ser mais cépticos que os restantes grupos auscultados.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 59

I.2.3 A importância da exploração de sal

no território e ambiente

A exploração de sal tem reflexos inevitáveis na paisagem e ordenamento do

território, conferindo características específicas à cidade de Aveiro, sendo que a

manutenção das infra-estruturas que lhe estão associadas (‘motas’ e tabuleiros

internos) é igualmente essencial para manter estáveis os níveis de água nos canais

da cidade, evitando-se a erosão, com todas as consequências daí decorrentes. Por

outro lado, a subida das cotas da água impossibilitaria/ dificultaria a proliferação de

diversas espécies aquáticas bem como a reprodução e alimentação

(nomeadamente, durante o Inverno) de várias espécies de aves que encontraram

nas marinhas um habitat adequado às suas necessidades, transformando-as em

ecossistema de substituição. Assim sendo, as alterações decorrentes do abandono

da actividade salícola terão consequências ao nível do equilíbrio ambiental da

Cidade. Sendo nesta matéria igualmente de referenciar o papel das marinhas na

purificação do ar, constituindo-se como ‘pulmão da cidade’.

A Ria de Aveiro representa pois um vasto e complexo ecossistema lagunar, de

reconhecida importância. Este sistema lagunar é constituído por uma rede principal

de canais de maré, permanentemente ligados, e por uma zona terminal de esteiros,

com canais estreitos e de baixas profundidades, sendo a ligação ao mar feita

através de uma barra existente no cordão litoral. Deste sistema são de destacar as

salinas bem como as significativas áreas de sapal, de caniço e de bocage, associado

a áreas agrícolas, as quais se apresentam como importantes locais de alimentação

e reprodução para diversas espécies de aves, albergando regularmente mais de

20.000 aves aquáticas, com particular destaque para o elevado número de aves

limícolas.

As condições apresentadas pela Ria de Aveiro proporcionaram, por outro lado, o

desenvolvimento de diversas actividades económicas e, consequentemente, a

fixação e desenvolvimento da população, com as inerentes consequências no

equilíbrio do ecossistema lagunar.

Nesta matéria são pois inúmeros e variados os factores que ameaçam o equilíbrio

deste importante ecossistema, sendo de destacar aqueles que provocam uma

redução ou alteração significativa dos habitats húmidos, como a drenagem e a

conversão de zonas húmidas para utilização agrícola e a conversão de salinas em

aquiculturas. Também o crescimento da actividade turística, e a consequente

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 60

construção de infra-estruturas, designadamente a abertura de novas vias e a

construção de empreendimentos, têm contribuído para a destruição de habitats

naturais. Igualmente as dragagens efectuadas pelo porto de Aveiro provocam

alterações da dinâmica da ria induzindo um aumento da erosão e da profundidade e

uma consequente redução da disponibilidade alimentar das aves aquáticas. Refira-

se, ainda, a qualidade da água, influenciada pela poluição com origem diversa,

designadamente portuária, industrial e agro-pecuária.

No que concerne à actividade salícola, tem-se assistido ao declínio do número de

marinhas activas, traduzindo-se consequentemente no crescimento do número de

marinhas abandonadas82. Simultaneamente, foi-se assistindo à conversão de

algumas das marinhas, maioritariamente inactivas para a produção de sal, em

tanques de aquicultura, assumindo-se esta actividade como a alternativa mais

viável. Ora, nesta matéria deve referir-se que a extracção de sal é uma actividade

secular, completamente integrada no ecossistema onde é praticada, podendo-se

considerar a existência de um ecossistema característico das salinas. Estas, embora

constituam um habitat artificial, são de grande valor para as aves aquáticas. Por

outro lado, a presença do Homem é perfeitamente tolerada e necessária,

participando os marnotos, na sua actividade diária, na conservação e protecção do

ambiente e da paisagem, permitindo um equilíbrio entre o aproveitamento

económico de um recurso e a conservação da natureza.

Assim sendo, as salinas de Aveiro, além do enorme e reconhecido interesse cultural

e paisagístico, destacam-se, fruto das suas características naturais intrínsecas, pela

riqueza da sua biodiversidade, permitindo a coexistência de uma grande variedade

de organismos. Por este motivo, e ainda pelo facto de não sofrerem o ciclo diário

das marés, as salinas tornam-se muito apelativas para as aves, que aqui

encontram excelentes condições de alimentação e abrigo, concentrando-se pois

nelas uma parte significativa das aves aquáticas que povoam a Ria de Aveiro.

Ora, com o abandono da exploração de uma salina deixa de existir a manipulação

sazonal do nível da água dos tanques, o que pode conduzir a uma alteração

profunda da fauna (espécies piscícolas e outras). Também a avifauna,

designadamente as populações de aves limícolas e migratórias, muitas delas

protegidas por Directivas Europeias, é severamente afectada com a perda de

habitats de alimentação e com as dificuldades acrescidas na nidificação, devido à

deterioração dos locais, criando problemas ao nível da sua reprodução.

Simultaneamente, ocorre a infestação destes locais pela vegetação circundante

82 No ano de 2006 apenas 10 se encontravam activas produzindo sal.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 61

que, com a exploração do sal, era controlada pela manutenção da salina. Assim

sendo a perda de uma salina representa o desaparecimento de um importante

sistema ecológico e biológico.

O abandono das salinas tem-se traduzido na progressiva degradação dos muros de

protecção (“motas”), levando ao desaparecimento de uma vasta área de salinas e

conduzindo ao abandono forçado da actividade devido ao arrombamento, em

cascata, das marinhas vizinhas, num contexto em que a sua reconstrução

representa um investimento significativo. Por outro lado, o abandono das salinas

tem contribuído igualmente para o desaparecimento do mosaico de ilhas da laguna,

aumentando o perigo de inundação das povoações ribeirinhas; para a substituição

da actividade salícola pela aquicultura, a qual constitui uma fonte potencial de

poluição das águas e do equilíbrio ecológico; bem como para o desaparecimento de

uma paisagem característica de Aveiro. De facto, o salgado de Aveiro constitui uma

paisagem única, um espaço vivo e dinâmico.

O panorama descrito impõe a necessidade de uma intervenção neste biótopo de

modo a definirem-se claramente os pontos fortes e os constrangimentos à sua

manutenção e/ou transformação, sendo imprescindível definir estratégias claras de

intervenção para este espaço. O zonamento do salgado apresenta-se como

prioritário e de capital importância, podendo contribuir para a sua recuperação,

limitando as pressões para a crescente mudança do uso das marinhas e evitando

uma maior degradação, ou mesmo desaparecimento, de todo o salgado. Embora

não seja expectável a recuperação de todas as marinhas para a produção de sal, a

sua manutenção afigura-se como essencial quer para a preservação do

ecossistema, quer para a afirmação da imagem e da identidade de Aveiro.

I.2.4 A importância da actividade salícola

no turismo local

As salinas, com os seus montes de sal, conferem uma especificidade paisagística à

cidade de Aveiro, com as consequências daí inerentes para o sector turístico,

estando este facilitado pelos bons acessos rodoviários à cidade bem como pela

proximidade a grandes centros urbanos (Porto, Coimbra e Lisboa) e a dois

aeroportos (Lisboa e Porto). De facto, a cidade de Aveiro, localizada no litoral da

Região Centro (sub-região do Baixo Vouga), é servida por diversos meios de

comunicação e infra-estruturas que a aproximam dos grandes centros urbanos

nacionais e de Espanha. De entre aqueles destacam-se as linhas-férreas do Norte

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 62

(que liga Lisboa ao Porto) e a do Vouga (que liga Aveiro a Sernada), a A1 e A25

ligando, respectivamente, Porto-Lisboa e Aveiro-Vilar Formoso, eixos estruturantes

das ligações a Norte, a Sul, com o interior Centro do País e com Espanha.

Destaque-se igualmente que o concelho dispõe de condições para que as

embarcações de pequena e média dimensão (iates e barcos de lazer até 115

metros) possam atracar, encontrando-se igualmente próximo do aeroporto

Francisco Sá Carneiro, no Porto, distando da cidade aproximadamente 45 minutos.

Em São Jacinto existe o Aeródromo Municipal de Aveiro no qual é permitido aterrar

aeronaves de pequenas dimensões.

Contudo, e dada a informação disponível, nomeadamente estatística, é difícil aferir

o peso da actividade salícola no turismo local. Sendo assim e com o intuito de

tentar averiguar esta questão foi aplicado um questionário aos turistas/

excursionistas83, tendo sido recolhidos 97 questionários válidos. Os respondentes,

maioritariamente do sexo feminino (52%), com idades compreendidas entre os 26

e os 45 anos (57%), são provenientes maioritariamente de Espanha (39%),

representando os turistas/ excursionistas nacionais 35% do conjunto dos inquiridos.

De entre os respondentes que referiram o número de dias que permaneceriam na

cidade de Aveiro (91), aproximadamente 90% referiu pretender permanecer até 5

dias. De referir igualmente, nesta matéria, que se verificou uma distribuição

equilibrada dos respondentes que pretendiam ficar apenas um dia e dos que

ficariam de 3 a 5 dias, cada uma das situações com 32% dos respondentes à

questão. Por outro lado, e de entre os 79 respondentes que assinalaram o número

de pessoas que os acompanharam na visita à Cidade, aproximadamente metade

vieram acompanhados apenas por uma pessoa (48%), sendo pouco significativo o

número de respondentes que se deslocavam sozinhos (5%) ou se faziam

acompanhar por mais de 5 pessoas (10%).

Quando questionados sobre os motivos de visita à cidade84, aproximadamente 64%

referiu a ‘cultura’, ao que se seguiu o ‘Sol-Praia’, com 50% de respondentes, sendo

os restantes motivos apresentados residuais, excepção feita ao motivo ‘família/

amigos’, que concentrou 19% de referências, e o motivo ‘negócios’, com 17% de

referências. De referir, nesta matéria, a ausência de uma referência explicita aos

locais de produção de sal, aparecendo estes, contudo, como um dos locais mais

visitados na cidade. De facto, de entre os respondentes que enunciaram os locais já

83 Como explicado nos pontos relativos à Metodologia e Desenvolvimento do Estudo, inicialmente apresentados. 84 Cada inquirido assinalou mais que um motivo, pelo que a soma das percentagens enunciadas ultrapassa os 100%.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 63

visitados em Aveiro (75 inquiridos), aproximadamente metade já visitou as ‘salinas’

(36 referências), sendo estas o terceiro ponto turístico mais visitado pelos turistas/

excursionistas da cidade, logo a seguir à ‘Ria’ (54 referências) e à ‘Praia’ (53

referências).

Relativamente aos locais a visitar, as salinas, e uma vez que já tinham sido um dos

mais visitados, obteve agora apenas 18 referências, a seguir aos Museus (25

referências), à Reserva Natural das Dunas de Sº Jacinto (21 referências) e à ria

(com 20 referências).

Coerentemente com o número de visitantes das salinas ou dos que as pretendem

visitar, aproximadamente 80% dos inquiridos sabem da existência da produção de

sal na Cidade, tendo na generalidade uma opinião positiva acerca dos locais de

produção de sal. Aliás, de entre os 80 inquiridos que afirmam pretender voltar à

cidade, 84% (61) referiu o interesse em visitar (de novo) os locais de produção de

sal.

Contudo, o facto de visitarem os locais de produção de sal e de possuírem, na

globalidade, a esse respeito uma opinião positiva não se tem traduzido na aquisição

de sal aveirense, apesar de manifestarem esse interesse. De facto, de entre os 72

respondentes à questão, ‘Comprou sal de Aveiro?’ apenas 10 (14%) responderam

afirmativamente, tendo 29 (40%) afirmado que apesar de não terem comprado,

estariam interessados em adquiri-lo, o que indicia a necessidade/ pertinência de

dinamizar a comercialização deste produto. De entre os que compraram sal, ou

afirmaram o seu interesse nessa aquisição, a utilização maioritária seria a culinária

(73%), seguindo-se a recordação pessoal (30%) e a oferta a terceiros (18%).

Em suma, as salinas apesar de não parecerem ser o motivo para a deslocação à

Cidade, acabam por ser reconhecidas e bastante visitadas, o que reforça as suas

potencialidades para a exploração turística.

Paralelamente, a imagem que as mesmas conferem à cidade é difundida quer pelas

entidades privadas que operam neste sector, quer pelas oficiais, como a Câmara

Municipal e a Rota da Luz. Ambas são responsáveis pela publicação de livros

subordinados, em exclusivo, ou não, à ria e às salinas/ produção de sal artesanal,

bem como por diversas brochuras publicitárias do Concelho, onde as mesmas são

referenciadas, estando igualmente presente nos seus sites na internet85.

85 Como o demonstram os resultados da pesquisa pela palavra ‘Aveiro’ . A título de exemplo apresenta-se a seguinte citação: “A primeira surpresa de quem visita a Região de Turismo Rota da Luz é a de tudo estar tão perto (…) A segunda é dada pela Ria, pelos seus horizontes feitos de muitos tons de azul, recortados, aqui e além, pelas pirâmides brancas do sal, as velas dos moliceiros, os milharais e pastagens.” (in www.rotadaluz.pt)

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 64

De facto, as salinas, com a sua produção artesanal de sal, têm vindo a ser, oficial e

publicamente, reconhecidas como um elemento diferenciador para o turismo

concelhio, dada a imagem que conferem à Cidade, aspectos estes sublinhados pelos

interlocutores da área do turismo auscultados no âmbito do presente estudo.

O produto salinas/ sal artesanal, pela sua singularidade no território nacional,

encerra pois diversas potencialidades para o turismo concelhio, tendo visto,

segundo os interlocutores, a sua importância crescer nos últimos anos num

contexto de procura crescente do turismo de natureza, bem como de emergência

de novos tipos de turismo e turistas86. No entanto, os interlocutores auscultados

reconhecem igualmente a necessidade da adopção de novas acções e investimentos

para efectivar as potencialidades deste produto, seja ao nível das campanhas

publicitárias, com tudo o que lhe está inerente, seja ao nível das infra-estruturas e

sinalética, aspectos a considerar conjuntamente, sob pena do publicitado não

corresponder à realidade.

I.3. AS CONDICIONANTES EXTERNAS À EXPLORAÇÃO SALÍCOLA

I.3.1 A evolução da economia portuguesa

2000-2005

A compreensão da evolução da produção de sal tem de ser analisada no contexto

macro-económico que enquadra o respectivo comportamento, na medida em que

dele dependem as atitudes dos diversos agentes económicos que nele actuam.

É este contexto que se pretende aqui caracterizar ao longo dos primeiros anos de

2000.

Em 2000, o contexto europeu caracterizava-se pela retoma do crescimento e por

uma situação económica com défices reduzidos do sector público e inflação e taxas

de juro baixas.

Em 2001, no entanto, a economia europeia entrava num processo de

abrandamento do crescimento económico com efeitos significativos no desempenho

da economia portuguesa, mantendo-se, porém, a tendência decrescente das taxas

86 Nesta matéria é de referir que a abertura do Ecomuseu da Marinha da Troncalhada foi referenciada pelos interlocutores como fundamental para impulsionar e dinamizar a importância deste produto turístico.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 65

de juro, associadas ao processo de convergência nominal, base para a construção

da moeda única. O Produto Interno Bruto Nacional (PIB) iniciava, então, um

processo de divergência relativamente à União Europeia, conforme ilustrado no

gráfico seguinte. O abrandamento deste comportamento divergente, verificado em

2004, não o permitiu anular, tendo o PIB comunitário crescido, entre 2001 e 2005,

à média de 1,63% ao ano e o nacional a 0,66% ao ano.

Gráfico 5 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto, 2000 – 2005

(PO: Portugal; EU15: União Europeia a 15 países)

(preços constantes de 1995)

(%)

-2

-1

0

1

2

3

4

5

2000 2001 2002 2003 2004 2005

UE15

Po

Fonte: Eurostat

A combinação do comportamento do PIB com as variações no quantitativo

populacional condicionou o crescimento do PIB per capita que foi bastante mais

modesto em Portugal que na União Europeia. Face ao crescimento médio de 1,1%

ao ano na UE (15), entre 2000 e 2005, o PIB per capita nacional manteve-se

praticamente constante após 2004, depois de um período de desaceleração do

respectivo crescimento, acompanhando a UE (15), embora com taxas de

crescimento sistematicamente menores.

Gráfico 6 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto per capita, 2000-2005

(preços constantes de 1995)

(%)

-2

-1

0

1

2

3

4

2000 2001 2002 2003 2004 2005

UE15

Po

Fonte: Eurostat

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 66

Mesmo considerando a quebra de série em 2003 da taxa de crescimento do PIB per

capita em paridades de poder de compra, a informação evidencia a trajectória de

afastamento relativamente à média europeia que caracterizou o período até 2005.

Efectivamente, o PIB per capita medido em paridades de poder de compra (PPC)

passou de 79,6% da média da UE15, em 2003, para 76,7%, em 2005.

Tabela 26 – Produto Interno Bruto, por habitante em PPC, 2000-2005

(UE15=100)

UE15 Portugal

2000 100,0 88,0

2001 100,0 88,0

2002 100,0 86,1

2003 (a) 100,0 79,6

2004 100,0 78,5

2005 100,0 76,7

(a) Quebra de série Fonte: Eurostat

O comportamento de algumas variáveis é comummente utilizado como explicação

para o comportamento da actividade económica, através, nomeadamente, do

respectivo efeito na capacidade de investimento das empresas e da Administração.

Referimo-nos, por um lado, ao comportamento da produtividade do trabalho,

enquanto indicador de eficiência na utilização dos recursos e, por outro, aos custos

associados aos factores de produção, nomeadamente ao factor trabalho.

Depois de uma quebra importante entre 2000 e 2001, a produtividade do trabalho

em Portugal evoluiu com oscilações até 2004, ano em que inicia um período de

crescimento.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 67

Gráfico 7 - PIB por hora trabalhada, 2000-2005 (1995=100)

(preços constantes de 1995)

0,00

0,50

1,001,50

2,00

2,50

3,00

3,504,00

4,50

5,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005

UE15

Po (a)

(a) 2004 e 2005: previsões87

Fonte: Eurostat

Este comportamento resulta, por um lado, do comportamento do PIB, já referido e,

por outro, do volume de horas trabalhadas, naturalmente associado ao emprego.

“… o ajustamento no produto, reflectindo-se de forma menos intensa no emprego

traduz uma estagnação da produtividade …”, que terá sido ultrapassada em 2005.

Em Portugal verifica-se, desde 2000, uma desaceleração no crescimento do

emprego que observa, mesmo, uma redução em 2003. Os anos de 2004 e 2005

correspondem a um período de quase estagnação do emprego que, no primeiro

ano, cresce 0,1% e, no segundo, regista um crescimento nulo.

Gráfico 8 - Taxa de Crescimento do Emprego, 2000-2005

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Fonte: Eurostat

A taxa de emprego evidencia a capacidade de utilização dos recursos humanos

disponíveis. É, portanto, um indicador complementar ao da evolução do emprego,

na medida em que traduz a relação entre a população empregada entre os 15 e os

64 anos e a população com a mesma idade. A taxa de emprego, em Portugal

87 Na fonte utilizada não se encontra ainda disponível informação não previsional para estes anos.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 68

apresenta valores elevados relativamente ao conjunto da União Europeia,

encontrando-se o País entre os Estados Membros em que ela é mais elevada.

Porém, ao longo do período considerado, a taxa de emprego registou uma redução

persistente após 2001, traduzindo a desaceleração e mesmo redução do emprego e

apesar do seu crescimento mais acentuado em 2004.

Gráfico 9 - Taxa de emprego, 2000-2005

6061626364656667686970

2000 2001 2002 2003 2004 2005

UE15

Po

Fonte: Eurostat

A desaceleração do crescimento e a quebra registada na taxa de emprego

condicionaram o comportamento do desemprego, cuja taxa verificou, ao longo de

todo o período, uma tendência crescente, mais acentuada que na média da UE.

Efectivamente, mantendo níveis sistematicamente inferiores aos da média

comunitária, a taxa de desemprego em Portugal cresceu acentuadamente a partir

de 2001, diminuindo o diferencial que a separava da média do conjunto dos 15

Estados Membros. Assim, se, em 2001, a taxa de desemprego em Portugal era 3,6

pontos percentuais (p.p.) inferior à da UE, em 2005 esse diferencial era de apenas

0,3 p.p..

Gráfico 10 - Taxa de desemprego, 2000 – 2005

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

2000 2001 2002 2003 2004 2005

UE15

Po

Fonte: Eurostat

A evolução nacional da produtividade foi acompanhada por uma desaceleração e

mesmo redução, da remuneração do factor trabalho, que a partir de 2003 e até

2005 verificou uma tendência de recuperação embora mantendo níveis de

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 69

crescimento negativos até 2004. Este comportamento traduz um crescimento da

produtividade mais acentuado que o registado na remuneração do trabalho, entre

2001 e 2004.

Assim, pode afirmar-se que, no que ao custo do factor trabalho diz respeito, o

período se caracterizou por um crescimento real negativo dos custos do factor

trabalho que, apenas em 2005, retoma valores positivos.

Tabela 27 - Taxa de crescimento real do custo unitário do trabalho88

UE15 Portugal (a)

2000 0,3 0,9 2001 0,2 -0,1 2002 -0,3 -0,1 2003 -0,4 -4,3 2004 -0,9 -2,3 2005 -0,4 0,5 (a) 2004 e 2005: previsões89

Fonte: Eurostat

O diferencial entre as taxas de crescimento do custo unitário do trabalho na UE 15

e em Portugal permite identificar os ganhos/ perdas de competitividade deste factor

de produção relativamente ao contexto comunitário. Assim, constata-se que o

período considerado resultou em ganhos de competitividade no que respeita ao

custo deste factor de produção, registando-se, ao longo do período, uma redução

de cerca de 6% face à de cerca de 2% na média comunitária.

Deste comportamento resulta a persistência do suporte da competitividade nacional

nos baixos custos do factor trabalho, dado o seu baixo custo relativamente ao

conjunto da União Europeia (15).

O comportamento do PIB foi determinado pela evolução negativa do investimento,

o crescimento constante do consumo privado e o agravamento do saldo negativo

das trocas externas em cerca de 9%.

Efectivamente, como o gráfico ilustra, o consumo privado registou em 2005 um

crescimento de cerca de 1,6% ao ano, crescendo em dez anos cerca de 33%.

88 Crescimento real do custo unitário do trabalho: taxa de crescimento do rácio (remuneração por empregado a preços correntes dividido pelo PIB a preços correntes pelo emprego total): Este indicador compara a remuneração por empregado e a produtividade e mostra como a remuneração dos empregados se relacional com a produtividade do respectivo trabalho. É a relação entre quanto cada trabalhador recebe e o valor que produz com o seu trabalho. A respectiva taxa de crescimento pretende dar a ideia da dinâmica da participação do factor de produção trabalho no valor criado. Note-se que as variáreis usadas no numerador (remuneração, empregados) referem-se apenas aos trabalhadores por conta de outrem e os do denominador (PIB, emprego) referem-se a todo o emprego, incluindo o auto-emprego. 89 Na fonte utilizada não se encontra ainda disponível informação não previsional para estes anos.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 70

Gráfico 11 - Consumo a preços constantes, 2000-2005 (1995=100)

(preços constantes de 1995)

100

105

110

115

120

125

130

135

2000 2001 2002 2003 2004 2005

UE15

Po (a)

(a) de 2001 a 2005: previsões

Fonte: Eurostat

Pelo contrário, o investimento apresentou uma quebra constante, acompanhada

pela diminuição do respectivo peso no PIB. Esta evolução global do investimento

ficou a dever-se, nos anos de 2002, 2003 e 2005, à quebra simultânea dos

investimentos público e privado. Nos anos de 2001 e 2004, o investimento público

reduziu os efeitos no comportamento do investimento total determinados pela

evolução persistentemente negativa do investimento privado ao longo de todo o

período entre 2001 e 2005.

Gráfico 12- Investimento total, 2000-2005

(% PIB)

0

5

10

15

20

25

30

2000 2001 2002 2003 2004 2005

UE15

Po

Fonte: Eurostat

Aliás, ao longo do período considerado, o investimento viu diminuída a sua

importância no PIB de cerca de 27% em 2000, significativamente mais elevado do

que o registado na UE (15), para 21% em 2005, valor bastante aproximado do

peso médio na UE (15), onde a importância do investimento no PIB se manteve

bastante mais estável (dos 20,5% em 2000, para 19,8% em 2005).

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 71

Quer o investimento do sector público como o investimento no sector privado viram

reduzir a respectiva importância no PIB. O investimento público que, em 2000,

representava cerca de 4% do PIB, correspondia a cerca de 3%, em 2005. O

investimento privado, por seu lado, profundamente influenciado em Portugal pelo

investimento em habitação, assumia, em 2000, 23% do PIB nacional e, em 2005,

19%.

No domínio do comércio internacional, as exportações de bens e serviços

mantiveram, ao longo de praticamente todo o período, um crescimento mais

dinâmico que o das importações, apresentando ritmos de crescimento de cerca de

3,0% e 2,6% ao ano, respectivamente.

Estes ritmos de crescimento, porém, não foram suficientes para impedir o

agravamento do saldo negativo das trocas externas que passou, entre 2000 e

2005, de 17 mil milhões para 18,5 mil milhões.

O crescimento em valor das exportações foi superior ao verificado em volume,

indiciando a valorização dos produtos exportados. Situação semelhante se registou

ao nível das importações, embora de forma menos significativa. Efectivamente,

enquanto as exportações em volume cresceram cerca de 15% contra os 16% em

valor, as importações registaram um crescimento em volume de cerca de 7% e, em

valor, de cerca de 14%, para o conjunto do período.

A degradação dos termos de troca registados nos últimos três anos do período,

após três anos de lenta recuperação, indicia o agravamento das dificuldades de

cobertura das importações pelas exportações e a deterioração da posição das

exportações nacionais no mercado internacional, particularmente no comunitário,

principal destino e origem do comércio externo nacional.

Os preços cresceram em Portugal a níveis superiores aos verificados na zona Euro,

embora em tendência decrescente de aproximação aos ritmos da zona Euro. Em

2000, o crescimento dos preços, em Portugal, foi de 2,8%, tendo, no ano seguinte

registado uma aceleração significativa traduzida numa taxa de inflação superior a

4%. A tendência de desaceleração verificada nos anos seguintes, permitiu que, em

2005, a inflação em Portugal se situasse ligeiramente abaixo dos níveis da zona

Euro, com um valor de 2,1%.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 72

Gráfico 13 - Taxa de inflação, 2000-2005

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Área Euro

Po

Fonte: Eurostat

O défice público em Portugal tem acompanhado os ciclos eleitorais. Em 2000, o

défice público, era de 2,9% do PIB, em 2001, 4,3%, em 2002 e 2003 retoma a

importância que havia registado em 2000 e, nos anos seguintes inicia uma

evolução crescente que, em 2005, atingiu os 6%.

Gráfico 14 - Défice Público, 2000-2005

(% PIB)

-7

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2000 2001 2002 2003 2004 2005

UE 15

Po

Fonte: Eurostat

O peso da dívida pública bruta no PIB manteve alguma estabilidade durante os dois

primeiros anos do período em consideração, crescendo posteriormente até

ultrapassar, em 2005 os 60% do Produto.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 73

Tabela 28 - Dívida Pública, 2000-2005

EU (15) Portugal 2000 64,10 53,30 2001 63,10 53,60 2002 61,50 55,50 2003 63,00 57,00 2004 63,30 58,60 2005 64,50 64,00

Fonte: Eurostat

I.3.2 As políticas ambientais e de

ordenamento do território

Devido à sua importância para a Conservação da Natureza, tanto no contexto

nacional, como internacional, a Ria de Aveiro foi reconhecida Zona de Protecção

Especial90 (ZPE) ao abrigo da Directiva Aves91 (Directiva 79/409/CEE), transposta

para o Direito nacional, tendo sido igualmente integrada na Rede Natura 200092. É

uma das principais Zonas Húmidas Portuguesas, constituindo um lugar de descanso

e reprodução para as aves migratórias oriundas nomeadamente dos Continentes

africano e europeu.

Num momento em que se encontra em curso a Revisão do Plano Director Municipal

(PDM) do Concelho de Aveiro, e sendo este o instrumento de gestão do território

com maior implicação sobre a área municipal, dever-se-á reflectir sobre o salgado

e, em particular, sobre a forma de o preservar. De facto, o PDM permite

regulamentar as actividades, definir a ocupação do território e estabelecer as

respectivas regras. Importa referir, nesta matéria, que o PDM em vigor já

contempla, no seu regulamento, a área das marinhas, tendo inclusivamente

previsto um plano para o salgado93. No entanto, neste mesmo território aplicam-se

políticas de gestão de nível nacional, pelo que existem diversas condicionantes que

90 Área de importância comunitária no território nacional em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou restabelecimento do estado de conservação das populações de determinadas espécies de aves selvagens e dos seus habitats. 91 Esta Directiva europeia diz respeito à conservação das aves selvagens, pelo que protege também os seus habitats, criando Zonas de Protecção Especial (ZPE). Estas tentam garantir a conservação de algumas aves, havendo em Portugal várias áreas que foram designadas como ZPE, como a Ria de Aveiro. 92 Rede ecológica para o espaço Comunitário resultante da aplicação das Directivas n.º 79/409/CEE (Directiva Aves) e n.º 92/43/CEE (Directiva Habitats), tendo por ”objectivo contribuir para assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens no território europeu dos Estados-membros em que o Tratado é aplicável”. 93 De referir que este plano ainda não se encontra concretizado (cf. PDM de Aveiro – ratificação - Resolução do Conselho de Ministros n.º 165/95, de 11 de Dezembro).

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 74

obrigam à coordenação e cooperação com outras Entidades, o que se traduz aliás

num problema de gestão efectiva do espaço em apreço94. De facto, a múltipla

jurisdição existente sobre a laguna, e por inerência sobre o salgado, dificulta a sua

eficaz gestão, transformando-a numa “manta de retalhos” de responsabilidades e

competências administrativas, o que é sinónimo de alguns impasses. Acrescem

ainda os inúmeros e variados agentes económicos com interesses, directos ou

indirectos, sobre a laguna.

A gestão da Ria de Aveiro, e do salgado em particular, afigura-se assim como uma

tarefa complexa, profundamente específica, multidisciplinar e intersectorial, que

para ser eficiente exige que esta seja integrada entre os diversos ramos científicos

e técnicos envolvidos e articulada entre os múltiplos domínios da administração

central, regional e local, e ainda com os agentes económicos e outros parceiros com

interesse, directo ou indirecto, nesta área.

No que concerne aos instrumentos de planeamento há igualmente a destacar o

Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000), o qual, embora ainda não se

encontre aprovado e publicado95, constituirá um instrumento de concretização da

política nacional de conservação da diversidade biológica, visando a salvaguarda e

valorização das Zonas de Protecção Especial (ZPE) e dos Sítios. Ora, neste plano as

orientações de gestão para a ZPE da Ria de Aveiro são dirigidas prioritariamente

para a conservação das aves aquáticas e passeriformes migradores. Neste âmbito

deverá ser encarada como fundamental a manutenção e restauração da área

húmida e do seu mosaico de habitats, promovendo a coexistência de habitats de

alimentação (vasas e salinas), habitats de nidificação e repouso (sapais) e

corredores de migração (galerias ripícolas e bosquetes) e assegurar a sua qualidade

ambiental a prazo. Deverá também ser garantida a preservação dos habitats

marinhos, importantes para a preservação de algumas espécies da avifauna. As

actuais actividades que se praticam na área deverão ser compatibilizadas com os

objectivos de conservação da natureza, através da promoção de boas práticas

ambientais e do zonamento de áreas sensíveis. Deverá também ser garantida a

qualidade da água melhorando a eficácia de fiscalização.

Todos os instrumentos de planeamento territorial, designadamente os Planos

Municipais de Ordenamento do Território – PMOT, e de natureza especial, que

definam ou determinem a ocupação física do território, deverão concretizar e

94 Por outro lado, a área do salgado ultrapassa a do município, o que dificulta a sua gestão através de instrumentos vocacionados para áreas geográficas confinadas de forma administrativa, como é o caso do PDM, aplicável à área do Concelho. 95 A fase de Discussão Pública do PSRN2000 decorreu entre 26 de Janeiro e 10 de Março de 2006.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 75

desenvolver as orientações de gestão expressas no PSRN2000. Estes instrumentos

de planeamento, quando existam, devem pois conter as medidas necessárias para

garantir a conservação dos habitats e das populações de espécies para as quais os

referidos sítios e áreas foram designados, sendo que quando tal não se verifique

devem os mesmos integrá-las na primeira revisão a que sejam sujeitos.

A elaboração de um plano de ordenamento do salgado de Aveiro, que compatibilize

as acções de conservação da natureza com as actividades existentes e as que aí se

pretendam instalar, nomeadamente a aquicultura, o turismo e outras actividades

de cariz ambiental, já previsto no PDM de Aveiro, reveste-se pois de capital

importância num contexto em que o salgado constitui um elemento fundamental

para a estabilidade do ecossistema.

Quando auscultados acerca dos instrumentos de política ambiental aplicáveis na

preservação e protecção da ria, os interlocutores foram unânimes na referência ao

seu papel limitador da intervenção humana, frequentemente prejudicial ao

equilíbrio ambiental, limitando, por exemplo, a construção e infra-estruturas

associadas, bem como a instalação de pisciculturas em regime intensivo. Contudo,

também não os consideraram um garante à revitalização do salgado dada a sua

aplicabilidade limitada, e o seu carácter pouco pró-activo.

I.3.3 O sal aveirense e seus concorrentes

nacionais e internacionais

No que concerne à concorrência nacional e internacional ao sal aveirense, os

interlocutores auscultados destacam dois tipos diferentes de concorrentes

dependendo de se estar a considerar apenas sal artesanal, ou não. No caso do sal

artesanal, foi destacado o sal dos outros salgados nacionais. Considerando o sal,

independentemente do seu carácter artesanal, foi referido o sal proveniente de

Espanha, Tunísia (entrado via França), França, bem como o sal-gema, de diversas

origens.

Nesta matéria analisar-se-á seguidamente a evolução das importações e

exportações do produto em apreço, utilizando para o efeito os dados

disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, sendo contudo possível

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 76

adiantar, e considerando apenas o sal próprio para alimentação humana96, que no

ano de 2005 foram transaccionados 46.547.700 quilos de sal. Destes, 87% reporta

a entradas de sal no país, contra 12,6% de exportações.

Em termos financeiros, os 46.547.700 quilos de sal próprio para alimentação

humana transaccionados no ano de 2005 representaram um valor de 4.346.883€.

Se relativamente às quantidades, as entradas são muitíssimo superiores às saídas

(87% contra 13%, respectiva e aproximadamente), no que concerne aos valores

envolvidos, a distribuição é muito equilibrada, o que traduz as diferenças deveras

significativas existentes no preço do sal, em função de se considerar o importado

ou o exportado, estando o nacional, nesta matéria, em clara desvantagem, como se

sistematiza na tabela seguinte, sendo o sal exportado 6 vezes mais caro que o

importado:

Tabela 29 – Valores transaccionados (absolutos e relativos) de sal próprio para alimentação humana, 2005

Valores

transaccionados (moeda: Euros)

Quantidades transaccionadas (unidade: 100kg)

ANO: 2005 FLUXO

valor % coluna quantidade % coluna

Preço (€) por 100kg

ENTRADA 2259112 52,0 407028 87,4 5,6

SAÍDA 2087771 48,0 58449 12,6 35,7

Total Geral 4346883 100,0 465477 100,0 9,3

Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 2005

Relativamente às entradas no país, o sal próprio para consumo humano provém

maioritariamente da França (52,3%) e Espanha (37,2%), assumindo os restantes

países exportadores valores residuais, inferiores a 1%, excepção feita ao Reino

Unido, responsável pela colocação no mercado nacional de 5,4% do sal importado e

Israel, responsável por 4,5%, sendo estes quatro países responsáveis por 99,3%

das importações de sal em Portugal no ano de 2005. Apesar de em muito menor

quantidade, o sal nacional é exportado para um número significativamente superior

de países, assumindo especial destaque Angola, consumidora de 26,3% do sal

nacional exportado, Espanha (15,8%) e finalmente França, Estados Unidos e Países

Baixos, cada um destes países responsáveis pela assimilação aproximada de 10,5%

do sal exportado:

96 As estatísticas da importação e exportação discriminam, nesta matéria, os seguintes produtos: Água do mar e aguas mães de salinas, Sal e Cloreto de sódio puro para transformação química, Sal e Cloreto de sódio puro, desnaturados ou para outros usos industriais, Sal próprio para a alimentação humana, e Sal e cloreto de sódio puro não contemplado nas outras categorias.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 77

Tabela 30 - Valores transaccionados (absolutos e relativos) de sal próprio para alimentação humana segundo os países e orientação do fluxo comercial, 2005

2005 Quantidade unidade: 100kg

País nº absol. % em coluna

ESPANHA 151226 37,2

FRANÇA 212834 52,3

ISRAEL 18158 4,5

REINO UNIDO 22032 5,4

Subtotal dos 4 países 404250 99,3

Entrada

Total - Entrada 407028 100,0

ALEMANHA 3565 6,1

ANGOLA 15356 26,3

BÉLGICA 3979 6,8

CANADÁ 2283 3,9

ESPANHA 9207 15,8

ESTADOS UNIDOS 5937 10,2

FRANÇA 6840 11,7

LUXEMBURGO 1203 2,1

PAÍSES BAIXOS 5423 9,3

REINO UNIDO 1473 2,5

SUIÇA 1624 2,8

Subtotal dos 11 países 56890 97,3

Saída

Total - Saída 58449 100,0

Total transaccionado 465477

Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 2005

Refira-se, por outro lado, que no conjunto dos produtos considerados no Grupo 250

e anteriormente elencados, o sal próprio para alimentação humana representa o

grosso das importações e das exportações transaccionadas no ano de 2005, sendo

responsável por 61% das quantidades transaccionadas neste grupo de produtos.

Discriminando as entradas e as saídas, a prevalência do sal para consumo humano

mantém-se, sendo responsável por 95% das exportações e por 58% das

importações:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 78

Tabela 31 – Fluxos comerciais dos artigos do Grupo 250 (valores absolutos, relativos e taxa de crescimento)

ARTIGO e DESIGNAÇÃO FLUXO

Quantidade

(unidade: 100 Kg)

% sobre total parcial

/ ano

% sobre total / ano

Taxa de crescimento

(1996-2005)

ENTRADA 10431 99,8 1,5 48,0

SAÍDA 17 0,2 0,0 -1,0 25010010 - Agua do mar e aguas maes de salinas

Total parcial 10448 100,0 1,4 -0,8

ENTRADA 3 1,4 0,0

SAÍDA 212 98,6 0,3 20,2

25010031 - Sal e Clor. de sódio puro para transf. química (separação de 'NA' de 'CI'), para fabricação de outros produtos Total

parcial 215 100,0 0,0 20,5

ENTRADA 204922 99,9 29,2 28,0

SAÍDA 248 0,1 0,4 247,0

25010051 - Sal e Cloreto de sódio puro, desnaturados ou para outros usos indust. (exclui 2501.00.31), excepto conserv. ou prepar. de outros prod. para alimentação humana ou animal

Total parcial

205170 100,0 26,9 28,0

ENTRADA 407028 87,4 57,9 -0,4

SAÍDA 58449 12,6 95,3 -0,6 25010091 - Sal próprio para a alimentação humana

Total parcial

465477 100,0 60,9 -0,5

ENTRADA 80274 97,1 11,4 -0,5

SAÍDA 2380 2,9 3,9 -0,5 25010099 - Sal e cloreto de sódio puro (exclui 2501.00.31 a 2501.00.91)

Total parcial

82654 100,0 10,8 -0,5

ENTRADA 702658 92,0 -0,2

SAÍDA 61306 8,0 -0,7 Grupo 250 _ Total

Total 763964 100,0 -0,3

Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996, 2003 e 2005

Considerando a evolução verificada nas quantidades transaccionadas nos últimos

anos (1996-2005) constata-se a existência de oscilações consideráveis, quer em

termos totais, quer em termos das entradas e saídas, sendo que existe uma relação

inversa na evolução verificada nestes dois fluxos, ou seja, quando as saídas

diminuem, aumentam as entradas. No entanto, e num contexto de diminuição das

quantidades totais transaccionadas no período de 1996 a 2005, importa referir que

esta relação não é proporcional. Por outro lado, a exportação de sal assume, em

qualquer um dos anos considerados, um peso relativamente residual no total das

quantidades transaccionadas, aspectos estes sistematizados na tabela

seguidamente apresentada:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 79

Tabela 32 – Evolução das quantidades transaccionadas de sal próprio para

alimentação humana, segundo o ano (nº absol., % e taxa de crescimento)

Quantidade/ ano unid: 100 KG

1996 2003 2005 Taxa de crescimento

FLUXO nº absol. % coluna nº absol. % coluna nº absol. % coluna 1996- 2003

2003- 2005

1996- 2005

ENTRADA 722546 81,7 1062332 96,4 407028 87,4 0,5 -0,6 -0,4

SAÍDA 162165 18,3 39205 3,6 58449 12,6 -0,8 0,5 -0,6

Total 884711 100,0 1101537 100,0 465477 100,0 0,2 -0,6 -0,5

Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996, 2003 e 2005

À diminuição das quantidades totais transaccionadas entre 1996 e 2006 não será

alheia a menor procura do mercado por este produto, tendo-se verificado, pois,

neste período uma quebra aproximada de 50%. A quebra verificada foi, contudo,

bastante mais acentuada nas saídas que nas entradas, ao que não será alheio, quer

a quebra na produção nacional, quer a evolução verificada nos preços praticados,

bastante mais significativa no sal que sai de Portugal, do que no que entra. De

facto, e como sistematizado na tabela seguidamente apresentada, o sal que sai de

Portugal passou de 6€ por cada 100Kg, em 1996, para 35,7€, em 2005, ou seja,

seis vezes mais, enquanto o que entra não chegou a ver o seu preço duplicado,

passando de 3,6€, em 1996, para 5,6€, em 2005:

Tabela 33 – Evolução dos valores de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano (nº absol. e %)

Valor / ano moeda: €

1996 2003 2005

FLUXO nº absol. % coluna Preço/ 100kg

nº absol. % coluna Preço/ 100kg

nº absol. % coluna Preço/ 100kg

ENTRADA 2632715 73,0 3,6 3824609 80,6 3,6 2259112 52,0 5,6

SAÍDA 972132,2 27,0 6,0 922398 19,4 23,5 2087771 48,0 35,7

Total 3604847 100,0 4,1 4747007 100,0 4,3 4346883 100,0 9,3

Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996, 2003 e 2005

Da análise dos fluxos comerciais segundo os países e ano verifica-se que,

independentemente do ano considerado, mais de 99% do sal que entra no nosso

país é proveniente de apenas quatro países, a saber: Espanha, França, Israel e

Reino Unido, tendo os primeiros dois um peso bastante mais significativo que os

restantes, em que o peso relativo varia entre os 2,5% de Israel em 1996 e os 5,4%

do Reino Unido em 2006.

Se o sal que entra no país provém de um reduzido número de países, o que sai,

embora em menores quantidades, destina-se a um número significativamente

superior de países, o que poderá indiciar que sendo menos e mais caro se destinará

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 80

a nichos de mercado, variando estes significativamente em função do ano

considerado, como se sistematiza na tabela seguidamente apresentada:

Tabela 34 - Evolução das quantidades transaccionadas de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano, país e orientação do fluxo comercial (nº

absol., % e taxa de crescimento)

1996 2003 2005 Taxa de crescimento Quantidade unidade: 100kg

Ano/ País nº

absol. % em coluna

nº absol. % em coluna

nº absol.

% em coluna

1996-2003

2003-2005

1996-2005

ESPANHA 374311 51,8 150911 14,2 151226 37,2 -0,6 0,0 -0,6

FRANÇA 307415 42,5 879899 82,8 212834 52,3 1,9 -0,8 -0,3

ISRAEL 17740 2,5 0,0 18158 4,5 -1,0 0,0

REINO UNIDO 21848 3,0 27126 2,6 22032 5,4 0,2 -0,2 0,0

Subtotal dos 4 países

721314 99,83 1057936 99,59 404250 99,32 0,5 -0,6 -0,4

Entrada

Total - Entrada 722546 100,0 1062332 100,0 407028 100,0 0,5 -0,6 -0,4

ALEMANHA 5561 3,4 2798 7,1 3565 6,1 -0,5 0,3 -0,4

ANGOLA 2497 1,5 6040 15,4 15356 26,3 1,4 1,5 5,1

BÉLGICA 0,0 517 1,3 3979 6,8 6,7

CANADÁ 1028 0,6 2133 5,4 2283 3,9 1,1 0,1 1,2

ESPANHA 4 0,0 4884 12,5 9207 15,8 1220,0 0,9 2300,8

ESTADOS UNIDOS

3167 2,0 4621 11,8 5937 10,2 0,5 0,3 0,9

FRANÇA 85 0,1 9545 24,3 6840 11,7 111,3 -0,3 79,5

LUXEMBURGO 0,0 1453 3,7 1203 2,1 -0,2

PAÍSES BAIXOS

835 0,5 3674 9,4 5423 9,3 3,4 0,5 5,5

REINO UNIDO 257 0,2 382 1,0 1473 2,5 0,5 2,9 4,7

NIGÉRIA 145093 89,5 0,0 0,0 -1,0 -1,0

SUIÇA 389 0,2 1606 4,1 1624 2,8 3,1 0,0 3,2

Subtotal dos 12 países

158916 98,0 37653 96,0 56890 97,3 -0,8 0,5 -0,6

Saída

Total - Saída 162165 100,0 39205 100,0 58449 100,0 -0,8 0,5 -0,6

Total transaccionado 884711 1101537 465477

Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996, 2003 e 2005

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 81

I.3.4 A salicultura e seu enquadramento legal

O conhecimento do enquadramento legal da actividade salícola nas suas diversas

vertentes afigura-se como determinante para a compreensão do contexto em que a

actividade se desenvolve bem como para a definição do plano de acção conducente

à revitalização do salgado aveirense. De facto, a produção, transformação e

comercialização do sal marinho artesanal aveirense não podem ser devidamente

compreendidos sem o respectivo enquadramento legal, sendo este o objecto do

presente sub-capítulo, o qual se encontra dividido em três partes, a saber: i) tipos

de sal e regras para a sua comercialização, ii) apoios à salicultura e iii)

enquadramento institucional do sector.

� Tipos de sal e regras para a sua comercialização

A portaria nº 20216, de 4 de Dezembro de 1963, revê o regime estabelecido com

vista a obter uma maior liberdade dos circuitos de comercialização de sal marinho,

depois de alguns anos de condicionamento do seu comércio. Da análise desta

portaria são de destacar, para o caso presente, os seguintes aspectos:

•••• A obrigatoriedade de inscrição na Comissão Reguladora dos Produtos

Químicos e Farmacêuticos (CRPQF)97 dos produtores, armazenistas e

exportadores de sal, assim como dos industriais de moagem, higienização e

refinação de sal;

•••• A definição clara das condições indispensáveis para a inscrição na CRPQF

como armazenista de sal98;

97 Comissão criada pelo Decreto 30270 de 12 de Janeiro de 1940. Esta comissão possui funções oficiais, personalidade jurídica e administração autónoma e dependente do Ministério do Comércio e Indústria. 98 As condições definidas no diploma são: “a) Possuir idoneidade comercial e capacidade financeira comprovada por um capital mínimo de 300.000$00, quando se tratar de sociedades comerciais, ou por garantia bancária de valor equivalente, no caso de se tratar de comerciantes em nome individual;

b) Ter armazém com capacidade mínima de 400 t e que obedeça às condições fixadas na Portaria 18187, de 3 de Janeiro de 1961 [resumidamente as condições aqui definidas são: as instalações carecem de estar situadas em local de fácil acesso e em terrenos não inundáveis; devem possuir água corrente; armazéns para depósito, em separado, do sal de ressalga e do sal higienizado e limpo; recinto próprio para arrecadação e guarda dos objectos e utensílios empregados na arrumação, carga e descarga do sal; mangueiras para lavagem; adequado arejamento; e conveniente iluminação e protecção contra as poeiras, moscas e ratos. Os pavimentos deverão ser impermeabilizados, com declive suficiente para fácil lavagem e esgotos com ralos de sifão, e serão sempre cobertos, na parte utilizável, com estrados de madeira articulados e móveis; as paredes e tectos serão lisos, impermeáveis e laváveis, e em

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 82

•••• A obrigatoriedade dos produtores só poderem vender sal aos armazenistas

inscritos na CRPQF ou às grandes indústrias consumidoras de sal, bem como

à frota de pesca nacional, desde que adquiram por ano um mínimo de 1000

toneladas99. Esta venda poderá ser realizada por intermédio dos grémios da

lavoura onde funcionem secções diferenciadas de sal, ou directamente

quando estas não existam ou não funcionem;

•••• O levantamento do sal marinho, em cada campanha, só é permitido a partir

de 1 de Novembro de cada ano;

•••• Os preços de compra do sal à produção serão fixados por despacho;

•••• A venda ao público de sal embalado, além do refinado e de mesa, só é

permitida quando se trate de produto que haja sido previamente higienizado

por industrial inscrito na CRPQF.

Tendo-se determinado nesta portaria (20216, de 4 de Dezembro de 1963) que o sal

embalado, quando não seja refinado ou de mesa, só pode ser vendido ao público

depois de previamente higienizado por industrial inscrito na CRPQ, a Portaria nº

20400, de 28 de Fevereiro de 1964, define o que se entende por sal purificado (ou

higienizado). Assim, entende-se por sal purificado o que for obtido através das

seguintes operações sobre sal marinho ou sal-gema, efectuadas na mesma

instalação: lavagem, moagem (facultativa), secagem e embalagem. O sal purificado

deve pois possuir determinadas características analíticas e granulométricas, a

saber:

•••• Características analíticas:

Humidade – 1% máximo,

Cloreto de sódio no produto seco – 98% (mínimo)

Insolúvel no produto seco – 0,2% (máximo)

•••• Características granulométricas: ficam ao critério do fabricante, consoante

as aplicações.

De referir que o emprego de anti-sépticos na esterilização do sal dependerá de

prévia autorização. Mais se acrescenta neste diploma que o sal purificado deve ser

contacto com o sal não poderá haver superfícies metálicas e os utensílios empregados na arrumação, carga ou descarga serão de material inalterável à acção do sal]; c) Encontrar-se devidamente colectado como armazenista de sal.” (cf. Portaria 20216, de 4 de Dezembro de 1963) 99 Para que as grandes indústrias e a frota da pesca nacional possam beneficiar desta faculdade terão que se submeter à aprovação da CRPQF e que assumir o compromisso de procederem ao levantamento do sal nas épocas acordadas.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 83

acondicionado pela empresa produtora de forma a evitar contaminações ulteriores,

sendo que as embalagens deverão garantir a manutenção das características do

produto.

Relativamente à comercialização, e tal como o regulamentado no presente diploma

(Portaria nº 20400, de 28 de Fevereiro de 1964) só é permitida a venda de sal

purificado em embalagens de 0,5kg, 1kg, 5kg, 10kg, 25kg e 50kg, devendo as

embalagens conter, de forma legível e durável, as seguintes indicações:

•••• Sal purificado,

•••• Peso líquido,

•••• Preço de venda ao consumidor, aspecto entretanto revogado pela Portaria

nº 282/84, de 9 de Maio, e

•••• Nome da empresa produtora.

Após nove anos de vigência da Portaria nº 20216, de 4 de Dezembro de 1963, este

diploma foi revisto no sentido de simplificar a comercialização do sal, surgindo

assim a Portaria nº 404/73, de 8 de Junho. Segundo esta portaria entende-se por

sal o produto de extracção, no estado natural ou tratado, essencialmente

constituído por cloreto de sódio, num mínimo de 70%.

No que concerne à comercialização e segundo a presente portaria, o sal pode ser

comercializado na forma de sal tal qual ou na forma de sal tratado, quando tenha

sido submetido, posteriormente à extracção, a adequado tratamento industrial100.

O sal tal qual compreende i) o sal marinho extraído da água do mar por

evaporação, ii) o sal de fontes salinas extraído de águas salinas subterrâneas, e iii)

o sal-gema proveniente de jazigos minerais.

O sal tratado compreende i) o sal purificado, ou higienizado, caracterizado na

portaria supra referenciada nº 20400, de 28 de Fevereiro de 1964, ii) o sal

refinado, definido na norma NP-145, iii) o sal de mesa, definido na norma NP-146,

iv) o sal iodado, caracterizado na Portaria nº 49271, de 26 de Setembro de

1969101, e v) o cloreto de sódio, definido na Farmacopeia Portuguesa. De referir

que a introdução no mercado de outros tipos de sal tratado depende de normas

portuguesas que se definam ou caracterizem ou de autorização governamental.

100 Refira-se que as operações de moagem, de lavagem, de secagem à temperatura ambiente e de recristalização por evaporação não são consideradas como tratamento industrial. 101 Neste diploma restringe-se a venda de sal iodado a áreas onde se verifique significativa incidência de Bócio, de forma endémica, áreas estas que devem ser convenientemente estudadas e delimitadas. Posteriormente este diploma for revogado, tendo sido liberalizada a venda de sal iodado, em 1996, através do Decreto-lei 87/96, de 3 de Julho.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 84

Ora, o sal tal qual é classificado, de acordo com o seu teor em cloretos, expressos

em cloreto de sódio, a humidade e os caracteres organolépticos, em três tipos

comerciais: sal de primeira qualidade, sal de segunda qualidade e sal de refugo,

sendo que este último não pode ser comercializado para fins alimentares.

Relativamente à comercialização, o sal tal qual pode ser comercializado a granel,

independentemente do seu tipo, ou embalado em embalagens de 25kg e de 50kg,

exceptuando-se aqui o sal de refugo que não pode ser vendido embalado.

As embalagens de sal destinado a fins alimentares devem obedecer às seguintes

regras segundo o tipo de sal, assim:

As de sal tal qual deverão conter a indicação do tipo comercial (se de primeira se

de segunda qualidade), o peso líquido, preço máximo de venda ao público,

designação e sede da entidade que procedeu à embalagem. As embalagens de sal

purificado devem obedecer ao regulamentado pela Portaria nº 20400, de 28 de

Fevereiro de 1964 e anteriormente referenciada. As de sal refinado devem

obedecer ao definido pela norma NP-145 e conter o preço de venda ao público,

tendo sido este último aspecto revogado pela Portaria nº 282/84, de 9 de Maio,

enquanto as de sal de mesa ao contemplado na norma NP-146.

O diploma em análise (Portaria nº 404/73, de 8 de Junho) refere ainda que apenas

podem adquirir sal, na produção, os comerciantes de sal, os industriais de

tratamento de sal e os industriais que o utilizem na sua indústria. Por outro lado,

sempre que se comercialize por grosso é obrigatório que os vendedores, incluindo

os produtores, passem um documento de venda, do qual constem os nomes e

moradas dos compradores e vendedores, a qualidade em que intervêm, a

quantidade e o preço do produto vendido, sendo, por outro lado, obrigatória a

inscrição na CRPQF os produtores de sal, os industriais de tratamento de sal e os

armazenistas, importadores e exportadores de sal. De referir que o presente

diploma define ainda as condições para a inscrição na CRPQF, segundo a tipologia

de actor, a saber: produtor de sal, industrial de tratamento de sal, armazenista e

importador de sal e exportador de sal. Os armazéns destinados a sal devem, por

outro lado, preencher os requisitos legalmente estabelecidos, nomeadamente pela

Portaria nº 18187, de 3 de Janeiro de 1961.

A Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos foi extinta pelo

decreto-lei nº 352/75, de 7 de Julho, tendo-se integrado as suas funções/

competências na esfera de acção de outros departamentos estatais, a saber:

•••• O licenciamento do comércio interno, nomeadamente as condições mínimas

para o exercício das actividades de armazenista e importador, normas sobre

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 85

a circulação, rotulagem e cuidados a ter no manuseamento e aplicação dos

produtos, entre outras passarão para a Direcção Geral do Comércio Interno.

•••• O licenciamento do comércio externo passará para a Direcção Geral do

Comércio Externo.

•••• As actividades da produção, comércio e indústria do sal marinho102, com

excepção das referentes ao licenciamento do comércio externo, passarão

para a Secretaria de Estado das Pescas103.

•••• A análise de produtos químicos industriais passa para o Ministério da

Indústria e Tecnologia.

•••• O ensaio e verificação de medicamentos e substâncias medicinais passarão

para a Secretaria de Estado da Saúde.

Contudo, deve referir-se que este diploma (Decreto-lei nº 352/75, de 7 de Julho)

marcou o início da extinção da CRPQF sendo que esta só se tornaria efectiva

quando se encontrassem realizadas as transferências nele previstas. De facto,

ainda no Despacho normativo nº 155/81, de 15 de Maio, e tendo já sido transferido

para o Ministério do Comércio e Turismo a disciplina do comércio de sal marinho

(cf. Decreto-lei 419/80, de 29 de Setembro), se enunciavam funções afectas à

referida Comissão. Assim sendo, no despacho normativo em apreço (nº 155/81, de

15 de Maio) determina-se que caberá à Direcção-Geral de Comércio Alimentar a

competência relativamente ao sal comum e tratado, sob qualquer forma que se

apresente e seja qual for o consumo a que se destine; à Direcção-Geral de

Coordenação Comercial competirá propor as normas que entender convenientes

para a regulamentação das actividades de armazenista, importador e exportador de

sal; enquanto a Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos

mantém a sua competência no que respeita à inscrição dos armazenistas,

importadores e exportadores de sal.

A portaria nº 359/ 94, de 7 de Junho, define o regime jurídico aplicável aos

produtos pré-embalados destinados à comercialização em quantidades ou

102 Este decreto-lei extingue a CRPQF determinando a transferência das actividades de produção, comércio e indústria de sal marinho para a Secretaria de Estado das Pescas, sendo o processamento desta transferência objecto do Despacho Normativo nº 247/77 de 23 de Dezembro. Tendo em consideração que nenhum destes diplomas se refere ao sal proveniente de fontes salinas obtido a partir de salmouras subterrâneas, cuja regulamentação também era da competência da Comissão em apreço, e que apresenta características e processos de extracção semelhantes ao sal marinho, o Despacho Normativo nº 334/78, de 28 de Novembro determina que a expressão sal marinho constante dos diplomas anteriormente citados deva ser interpretada extensivamente, por forma a incluir o sal proveniente de fontes salinas extraído de salmouras subterrâneas. 103 Apesar das diversas designações que teve ao longo das últimas décadas deve referir-se que ainda actualmente a produção de sal, e aspectos correlacionados, se encontra, em termos institucionais, no sector das pescas e, consequentemente no ministério que as tutele, como adiante se referirá.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 86

capacidades nominais unitárias iguais ou superiores a 5 gr ou 5 ml e iguais ou

inferiores a 10 kg ou 10 litros, permitindo para o produto sal de mesa ou de

cozinha pré-embalados os seguintes valores, em gramas: 125 – 250 – 500 – 750 –

1000 – 1500 – 5000. O sal tal qual, como anteriormente definido, continua apenas

a poder ser comercializado a granel ou em sacos de 25 kg, de acordo com a

legislação em vigor104.

O Despacho Normativo nº 255/ 91, de 14 de Outubro, reafirma a sujeição ao

regime de preços vigiados a que se refere a Portaria nº 650/81, de 29 de Julho105,

nos estádios de produção, importação e comercialização os bens enquadráveis nas

CAE’s referentes à extracção de sal marinho e de extracção de sal-gema.

Posteriormente, a Portaria nº 1143/91, de 6 de Novembro, exclui do regime de

preços declarados os bens enquadráveis na CAE referente à extracção de sal

marinho.

� Apoios à Salicultura

O Despacho Normativo nº 40/2000, de 6 de Setembro, regulamenta o Regime de

Apoio à Salicultura, num contexto de “(…) redução continuada da produção,

consequência da fraca competitividade dos produtos nacionais e da apetência pela

utilização das marinhas noutras actividades mais rentáveis”106 e de consciência

crescente da importância ambiental das salinas, as quais “(…) fazem parte de um

ecossistema muito específico, importante para a co-habitação de espécies várias,

que convém manter.”107

Assim, o presente diploma visa regulamentar o apoio financeiro para a “(…)

recuperação e modernização de salinas técnica e economicamente viáveis,

contribuindo desta forma para a revitalização deste sector”.108

O regime de apoio à salicultura tem pois como objectivo apoiar a beneficiação de

estruturas produtivas, a melhoria de rentabilidade da actividade salícola e a

104 A este respeito têm sido, e continuam a ser, feitas algumas diligências por parte de actores diferenciados para rever a legislação, podendo-se apontar, a título de exemplo, o requerimento apresentado a 24 de Maio de 2004 por dois deputados na Assembleia da República no sentido de questionar quer o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, quer o Ministério da Economia e Inovação acerca do prazo previsto para a respectiva alteração legislativa, já reconhecida por eles como necessária e urgente. O requerimento em causa é justificado pelos seus autores com o facto da legislação em vigor impossibilitar o acesso, à generalidade dos consumidores, a um alimento com crescente procura e de maior qualidade, bem como com o facto de desde o ano dois mil os produtores de sal marinho tradicional solicitarem esta alteração sem que a mesma tenha sido concretizada. 105 Esta portaria explica o motivo e o que se entende pelo regime de preços vigiados. 106 Cf. Despacho Normativo nº 40/2000, de 6 de Setembro. 107 Cf. Ibidem 108 Cf. Ibidem

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 87

melhoria das condições higienossanitárias, tendo as candidaturas de respeitar,

entre outras, as seguintes condições:

•••• Ser apresentadas pelo proprietário ou arrendatário da salina objecto do

Projecto,

•••• Dizer respeito a salinas em actividade, com produção declarada no ano

anterior ao da apresentação da candidatura ou, em caso de inactividade,

com justificação aceitável.

Deve igualmente referir-se que o apoio financeiro109 é dado prioritariamente às

candidaturas apresentadas colectivamente ou por associação do sector; que visem

a racionalização da actividade e que contribuam para a competitividade do sector.

O despacho em apreço (nº 40/2000, de 6 de Setembro) sofreu posteriormente três

actualizações, através do Despacho Normativo nº 48/2000, de 22 de Dezembro, do

Despacho Normativo nº 44/2002, de 30 de Julho, e do Despacho Normativo nº

24/2005, de 11 de Abril, tendo-se incluído nesta última actualização algumas

diferenças significativas, nomeadamente as seguintes:

•••• Contemplar, como objectivo do regime de apoio, a produção de sal marinho

artesanal,

•••• Incluir, como condição de acesso, a situação regularizada perante a

administração fiscal, a segurança social e as entidades pagadoras de

qualquer apoio público e

•••• Introduzir, como factor de prioridade, o destinar-se à produção de sal

marinho artesanal em zonas com condições naturais adequadas.

� Enquadramento institucional do sector

Relativamente ao enquadramento da actividade na Classificação das Actividades

Económicas (CAE), a extracção e refinação do sal integra-se na subsecção referente

às indústrias extractivas, correspondendo ao código 1440 da CAE (rev. 2). No que

concerne ao enquadramento institucional, actualmente a produção de sal encontra-

se integrada na Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura do Ministério da

Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, tendo estado, contudo, ao longo das

últimas décadas, sob a alçada de outros ministérios ou direcções.

109 Os apoios correspondem a uma comparticipação do Estado de 60% do investimento elegível dos projectos, sob a forma de ajuda financeira a fundo perdido.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 88

I.4. AS ACTIVIDADES COMPLEMENTARES E SUBSTITUTAS DO SAL AVEIRENSE

I.4.1 O turismo concelhio: características,

recursos e condicionantes

Como referenciado anteriormente é difícil aferir o peso da actividade salícola, ou do

salgado aveirense, no turismo local, pese embora seja inquestionável a sua

importância para a singularidade paisagística da cidade, bem como as

potencialidades que encerra para o incremento deste sector. Seguidamente

analisar-se-ão alguns dos seus traços caracterizadores, tendo por base a

informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística para o ano de

2004. De facto, o conhecimento das características e recursos concelhios existentes

afigura-se como importante para a adequação da promoção do produto ‘sal/

salinas’ ao perfil do turista e aos recursos existentes, permitindo, por outro lado,

antever as necessidades de actuação para potenciar a sua importância efectiva no

turismo concelhio.

Em primeiro lugar importa referir que Aveiro além de se localizar no Litoral Centro

do País, se encontra bem servida de meios de comunicação, o que a transforma

numa cidade de fácil acesso, embora também lhe confira o estatuto de cidade de

passagem, entre os grandes centros urbanos nacionais, o que implica investimentos

acrescidos na divulgação das suas potencialidades para justificar a permanência dos

turistas na cidade e onde o produto sal/ salinas pode assumir um peso significativo.

O concelho de Aveiro possuía, em 2004, 14 estabelecimentos hoteleiros (8 hotéis e

6 pensões), concentrando, tal como Anadia, 21% dos estabelecimentos da sub-

região onde se integra, sendo nesta estes os dois concelhos com maior número

absoluto de estabelecimentos. Os 14 estabelecimentos existentes no Concelho

disponibilizavam, à data, 1107 camas.

Os estabelecimentos concelhios conferiam uma capacidade média de alojamento

por cada 1000 habitantes superior ao verificado quer na sub-região (+3,2), quer na

Região (+0,5) onde o concelho se integra (respectivamente, Baixo Vouga e

Centro), embora muito inferior ao registado para Portugal Continental: 21,8, contra

os 15 verificados no concelho.

Por outro lado, o número de hóspedes por habitante é bastante positivo (1),

considerando os valores da sub-região (0,5), da região (0,7) e mesmo do

Continente, onde o número por habitante é igual ao registado no Concelho (1).

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 89

Considerando a distribuição dos hóspedes segundo a sua proveniência (nacional ou

estrangeira), Aveiro regista valores muito positivos no contexto regional,

representando os hóspedes estrangeiros 41% do total. Contudo, a sua estada

média de duas noites é relativamente baixa face à média nacional, de 3,6 noites,

pese embora seja semelhante ao verificado na sub-região e região.

No ano de 2004, foram contabilizados 129.595 dormidas nos estabelecimentos

hoteleiros concelhios, valor que representa 22% das dormidas na sub-região Baixo

Vouga, 4,1% das da Região Centro e 0,5% das do Continente. Do total de

dormidas, 91% são de indivíduos provenientes da União Europeia (a 15 países),

concentrando de entre estes Espanha o maior peso, exceptuando os nacionais

(59%), com 20%.

A proporção de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros entre Julho e Setembro

ronda os 30% o que traduz a menor sazonalidade do turismo concelhio,

especialmente se comparado com o verificado na região Centro e em Portugal

continental, onde estes valores sobem para, respectivamente, 35% e 37%.

I.4.2 A aquicultura: características

e condicionantes

Os produtos do mar, em geral, e o peixe em particular, constituem uma importante

fonte de proteínas, sendo ricos em ácidos gordos polinsaturados, e por isso mesmo

parte integrante de uma alimentação saudável.

Os produtos do mar, e especialmente o peixe, são um dos principais constituintes

da alimentação dos portugueses, o que os torna um dos maiores consumidores

destes produtos ao nível da Europa, e mesmo ao nível mundial.

A necessidade da preservação dos recursos marinhos ainda existentes, em

resultado da sobre exploração dos recursos pesqueiros, e as imprescindíveis

restrições impostas pela Política de Pescas da União Europeia, levou ao declínio das

capturas comerciais provenientes das pescas.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 90

A aquicultura110 aparece assim como forma de complemento das capturas

provenientes da pesca, no sentido de satisfazer as necessidades humanas em

matéria de produtos do mar e, mais propriamente, em peixe.

Nos últimos 40 anos registou-se um crescimento acentuado da indústria da

aquicultura em todo o Mundo, e na Europa, em particular.

A Aquicultura define-se como um conjunto de actividades que dizem respeito à

cultura de organismos aquáticos, designadamente peixe, moluscos, crustáceos e

plantas aquáticas, caracterizando-se pela intervenção do Homem no ciclo biológico

das espécies produzidas, através da regulação da alimentação e da protecção dos

predadores.

De acordo com os dados estatísticos publicados no sítio da FAO (Food and

Agriculture Organization of the United Nations)111, relativos à produção aquícola da

União Europeia, em 2003, verifica-se que a Espanha é o maior produtor (313 mil

toneladas), seguido da França (245 mil toneladas), Itália (191 mil toneladas) e

Reino Unido (181 mil toneladas). Portugal aparece em 14.º lugar com uma

produção de aproximadamente 8 mil toneladas, em 2003, contra as 6 mil toneladas

em 1990. É ainda de destacar que a Grécia passou de uma produção de 9 mil

toneladas, em 1990, para 101 mil toneladas em 2003, e a Irlanda de 26 mil

toneladas para 62 mil, nesse mesmo período de tempo.

Registe-se ainda que na União Europeia, em 2003, a aquicultura representou cerca

de 19% do total de pescado. Em Portugal representou cerca de 3.5%. Ao nível

mundial a aquicultura atingiu um valor de grande dimensão representando mais de

50% do total dos produtos do mar.

No que concerne às estatísticas nacionais dos fluxos comerciais disponibilizadas

pelo Instituto Nacional de Estatística não é possível distinguir se o peixe

transaccionado diz respeito à produção aquícola, ou não, disponibilizando apenas

informações acerca da quantidade (kg) e valor (€), segundo a orientação do fluxo

(entrada ou saída no país), país e espécie. Da sua análise é possível concluir que as

entradas de peixe no nosso país são significativamente superiores às saídas, o que

confirma a elevada procura deste produto por parte do mercado nacional, num

contexto em que não são muito significativas as diferenças verificadas no preço:

110 A aquicultura refere-se ao cultivo de organismos aquáticos, incluindo peixes, moluscos, crustáceos e plantas aquáticas, sendo que o cultivo implica algum tipo de intervenção humana no processo de criação para aumentar a produção. Cultivo implica também a propriedade individual ou corporativa da produção, diferindo também nesta matéria da pesca pois esta refere-se à exploração pelo público de riqueza (organismos aquáticos) de propriedade comum (cf. FAO, 1997). 111 Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 91

Tabela 35 – Quantidade e Valor do peixe transaccionado segundo a orientação do fluxo comercial, 2005

Quantidade unidade: 100 KG

Valor moeda: € FLUXO

Ano: 2005 nº absol. % coluna

Tx cresc. 1996-2005

nº absol. % coluna

Preço/ 100kg (*)

ENTRADA 1914844 77,7 0,1 445729444 80,4 232,8

SAÍDA 549781 22,3 0,2 108667154 19,6 197,7

Total Geral 2464625 100,0 0,2 554396598 100,0 224,9

(*) Considerando o total do peixe transaccionado (Grupo 030), independentemente da espécie e destino

Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996 e 2005

Considerando o período 1996-2006 assistiu-se a um ligeiro crescimento das

quantidades transaccionadas seja ao nível das entradas, seja ao nível das saídas de

peixe do país, tendo sido o crescimento nestas últimas ligeiramente superior ao

verificado nas entradas.

Relativamente aos países de origem e de destino do peixe transaccionado,

aproximadamente 85% é proveniente de 6 países, com especial destaque para a

Espanha, país de onde é proveniente 59% do peixe que entrou em território

nacional em 2005. Também em termos de destino, a Espanha assume o

protagonismo, sendo responsável pela absorção de 78% do peixe nacional, como se

sistematiza na tabela seguidamente apresentada:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 92

Tabela 36 – Quantidade de Peixe transaccionado, segundo o país e orientação do

fluxo comercial, 2005

Ano: 2005 FLUXO

Quantidade unidade: 100 KG

PAÍS nº absoluto % coluna %

acumulada

Espanha 1119604 58,5 58,5

Rússia 196579 10,3 68,7

Estados Unidos 149136 7,8 76,5

Reino Unido 63537 3,3 79,8

Países Baixos 53800 2,8 82,7

África do Sul 41973 2,2 84,8

Subtotal dos 6 países

1624629 84,8

ENTRADA

Total _ Entrada

1914844 100,0

Espanha 430725 78,3 78,3

França 34054 6,2 84,5

China 17270 3,1 87,7

Subtotal dos 3 países

482049 87,7

SAÍDA

Total _ Saída 549781 100,0

Total Transaccionado 2464625

% Entradas no total transaccionado

77,7

% das Saídas no total transaccionado

22,3

Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 2005

O elevado peso relativo do peixe que entra em Portugal em comparação com o que

sai indicia as possibilidades de crescimento deste sector de actividade. A este facto

deve acrescentar-se que algumas regiões de Portugal oferecem condições

privilegiadas para a aquicultura, registando elevados níveis de produtividade.

Os primeiros indícios desta actividade, em Portugal, remontam ao ano de 1984,

tendo-se verificado, desde então, um ligeiro crescimento, pese embora, nos últimos

anos, se verificar uma certa estagnação.

Considerando o meio de cultura (águas doces ou Águas Salgadas e Salobras)

importa referir o crescimento contínuo do peso relativo das espécies de água

salgada e salobra na totalidade das espécies ‘cultivadas’ em território nacional,

passando de 80%, em 1999, para 88%, em 2003. De entre aquelas assumem

especial destaque duas: a Dourada e a Amêijoa Boa, tendo esta registado, aliás, a

maior taxa de crescimento no período de 1999 a 2003, logo seguida pelo robalo

legítimo, aspectos estes sistematizados na tabela seguidamente exposta:

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 93

Tabela 37 - Evolução da Produção em Aquicultura em Portugal (toneladas), 1999-2003

1999 2000 2001 2002 2003 Meio de cultura/

Espécies nº absol.

% coluna

nº absol.

% coluna

nº absol.

% coluna

nº absol.

% coluna

nº absol.

% coluna

tx de cresc. 1999-2003

Águas Doces 1271 20,3 1257 16,7 1213 14,8 1233 14,9 954 11,9 -0,2

Truta Arco-Iris 1261 20,1 1256 16,7 1211 14,8 1232 14,9 953 11,9 -0,2

Outras 10 0,2 1 0,0 2 0,0 1 0,0 1 0,0 -0,9

Água Salgada e Salobra 4991 79,7 6279 83,3 6997 85,2 7054 85,1 7078 88,1 0,4

Pregado 378 6,0 379 5,0 343 4,2 386 4,7 323 4,0 -0,1

Robalo Legítimo 711 11,4 653 8,7 925 11,3 808 9,8 1384 17,2 0,9

Dourada 1351 21,6 1815 24,1 1762 21,5 1855 22,4 1449 18,0 0,1

Amêijoa Boa 1380 22,0 2416 32,1 2723 33,2 3094 37,3 3186 39,7 1,3

Ostras 754 12,0 546 7,2 955 11,6 420 5,1 418 5,2 -0,4

Outras 417 6,7 471 6,3 289 3,5 491 5,9 319 4,0 -0,2

TOTAL 6261 100,0 7536 100,0 8210 100,0 8287 100,0 8033 100,0 0,3

Fonte: PEN Pescas - Plano Estratégico Nacional das Pescas 2007 - 2013

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 94

Por outro lado, e conforme se pode constatar da análise da tabela anterior, é a

cultura de bivalves, designadamente a amêijoa, que regista maior peso nos

produtos da aquicultura em Portugal. No sector da produção de espécies piscícolas

marinhas verifica-se que as maiores produções são de Dourada e Robalo, em

regime de produção semi-intensivo. Já no que diz respeito às espécies de água

doce a truta regista, igualmente, valores apreciáveis da ordem das espécies

marinhas referidas.

Na região de Aveiro a aquicultura, apesar dos problemas ambientais que estão

associados a esta actividade, tem vindo a implantar-se, nomeadamente na área do

salgado.

Tabela 38 – Número de estabelecimentos de aquicultura activos no concelho de Aveiro, segundo o regime de exploração (1996 – 2003)

Regime semi-intensivo Regime extensivo

Ano

Nº de estabelecimentos

Nº de marinhas que ocupam

Nº de estabelecimentos

Nº de marinhas que ocupam

1996 12 15 a) 7 7

2003 6 7 a) 4 6

a) Para além das marinhas, ocupam uma área significativa de sapal

Fonte: Direcção Geral das Pescas - Centro

O número total de estabelecimentos de aquicultura activos, em 1996, era de 19,

ocupando um total de 22 marinhas. Este número registou contudo um decréscimo

acentuado pelo que, em 2003, apenas estavam em actividade 10 estabelecimentos,

que por sua vez ocupavam 13 marinhas.

Registe-se ainda que, além dos referidos, existem outros estabelecimentos em

actividade, que não estão devidamente licenciados, funcionando ilegalmente, não

sendo por isso contabilizáveis. Por outro lado existem alguns estabelecimentos

licenciados que não se encontram em actividade.

É ainda de destacar que as marinhas ocupadas pelos estabelecimentos de

aquicultura se encontravam maioritariamente abandonadas, não se tendo verificado

pois, regra geral, uma reconversão directa de uma actividade para outra.

Apesar da aquicultura ser uma actividade industrial que representa riscos

ambientais pode constituir, desde que controlada e integrada no ambiente, uma

alternativa viável à actividade salícola que se encontra em declínio nesta região.

Nesta matéria, também os interlocutores com intervenção neste sector de

actividade auscultados referiram que a salicultura tem vindo a ser parcialmente

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 95

substituída pela aquicultura (peixes e bivalves) em regime semi-intensivo. Esta

situação é justificada quer pelo carácter contínuo da actividade, quer pela

existência de financiamentos ao investimento o que torna esta actividade mais

rentável e, consequentemente, mais atractiva. No entanto, apesar desta gradual

substituição deve salvaguardar-se que, nos últimos 10 anos, se verificou, segundo

os entrevistados, um declínio no número de explorações e de produção,

eventualmente justificado por uma descontinuidade no investimento para a

manutenção das infra-estruturas, a par de um aumento da concorrência estrangeira

no produto ‘peixe’, com especial destaque para o Robalo e a Dourada. O carácter

semi-intensivo, exigido por razões ambientais, pode igualmente justificar algum

desinteresse por esta actividade, pela rentabilidade limitada da exploração.

No ponto seguinte (I.5), e como síntese do diagnóstico realizado, procede-se à

apresentação da matriz swot da actividade salícola aveirense.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 96

I.5. A MATRIZ SWOT DA ACTIVIDADE SALÍCOLA

Pontos fortes Pontos fracos

• Carácter artesanal da produção

• Saber-fazer

• Especificidade de Aveiro (salgado localizado na laguna)

• Sal de Aveiro: produto diferenciado

• Preços

• Afastamento dos consumidores

• Baixos níveis de rentabilidade

• Fraca capacidade de investimento

• Informalidade das relações de trabalho

• Gestão informal

• Dependência das condições atmosféricas

• Condições de armazenamento

• Insolúveis

• Degradação das marinhas

• Acesso condicionado às marinhas

• Ausência de divulgação

• Envelhecimento dos marnotos

• Ausência de associativismo

Oportunidades Ameaças

• Crescimento da população mundial

• Ex-libris da Cidade de Aveiro

• Equilíbrio ecológico

• Procura de produtos naturais

• Aquicultura

• Turismo

• Procura de novos produtos

• Acessibilidades

• Estabilidade do mercado mundial de sal

• Excesso de sal no mercado mundial

• Concentração da produção mundial

• Concorrência dos produtos importados

• Regulamentação

• Concentração do mercado nacional

• Escoamento do sal de Aveiro

• Abandono da actividade

• Subida das águas

• Redução do sector químico em território nacional

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 97

PARTE II - DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS PARA O SECTOR SALÍCOLA

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 98

Apresentado o diagnóstico, importa realizar o trabalho de reflexão estratégica sobre

o salgado de Aveiro, tendo em conta o objectivo de revitalizar o salgado de Aveiro,

considerando, portanto, os futuros possíveis. A análise destes futuros é, então, o

primeiro trabalho a desenvolver, no sentido de apoiar a definição de estratégias,

ponto de partida para a concretização do Plano de Acção.

É, então, sobre a identificação de futuros possíveis que a presente Parte se

debruça. Para o efeito, foi necessário levar a cabo a análise morfológica do sistema

constituído pelo salgado de Aveiro, não limitado à produção de sal, mas antes

procurando abarcar as suas diferentes valências. Isto é, procurou-se que a análise

morfológica não se centrasse na produção de sal, mas antes no salgado, no sentido

de estudar as diferentes alternativas de utilização possíveis.

A análise morfológica do salgado de Aveiro constitui o primeiro capítulo da Parte II

do presente Relatório. Através do resultado deste trabalho é possível compreender

as relações entre as diferentes variáveis que caracterizam o sistema ou o

influenciam, ponto de partida para a construção de cenários, e identificar as

variáveis que se podem constituir como instrumentais para a sua alteração.

O exercício de cenarização que se apresenta seguidamente trabalha quatro dos

vários futuros possíveis de evolução do salgado:

� A manutenção da tendência identificada em sede de diagnóstico – Morte,

� A musealização do salgado e o seu aproveitamento turístico – Mnemósine112,

� A diferenciação do produto (sal de Aveiro) - Lemnos113, e

� Recuperação das marinhas para efeitos museológicos e turísticos com

desenvolvimento de actividades substitutas (aquicultura e derivados do sal)

- Fénix114.

Em qualquer dos cenários apresentados parte-se dos comportamentos das variáveis

motrizes, embora outras opções pudessem ser consideradas e, para efeito de

construção do Plano de Acção, tenham de o ser, nomeadamente as variáveis de

ligação, aquelas sobre as quais é possível agir, dado o seu grau de dependência e

que, simultaneamente, apresentam grande capacidade motriz. No entanto, dado o

objectivo deste Relatório ser, fundamentalmente, a identificação de estratégias,

112 Filha de Urano, deusa da memória, amada de Júpiter e mãe das nove Musas. É representada por uma mulher segurando o queixo em atitude de meditação. 113 Ilha turca do mar Egeu, a que se prendem inúmeras recordações mitológicas. Ali Vulcano caiu e montou a sua forja, quando Júpiter ou Juno o atirou do alto do Olimpo. 114 Ave fabulosa que viveu séculos nos desertos da Arábia e que, queimada em uma fogueira, renascia das suas próprias cinzas.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 99

pareceu mais adequada a opção tomada. Ela tem, ainda, a vantagem de chamar a

atenção para a importância de algumas variáveis motrizes e o papel determinante

que assumem na alteração da situação do salgado, nomeadamente o papel

desempenhado no sistema pelas estratégias da Administração Central.

Este papel resulta, fundamentalmente, da sua capacidade de intervenção em

diferentes áreas com importância significativa no salgado, desde a qualidade da

água até à regulamentação sobre a comercialização do sal, passando pelos

instrumentos de apoio ao investimento.

Os cenários são, por natureza, representações simplificadas da realidade. Assim, a

maior parte dos cenários que se apresentam não consideram as combinações

possíveis da ocorrência de alterações simultâneas em diversas variáveis, induzidas

por acontecimentos exteriores ao sistema, excepto, como se referiu, no caso das

variáveis motrizes, as quais apresentam um pequeno grau de dependência

relativamente ao sistema. Procurou-se, sobretudo, evidenciar, as consequências

para o salgado das diferentes opções de utilização que têm vindo a ser abordadas,

quer entre as equipas da Câmara Municipal de Aveiro e da MultiAveiro, quer em

discussões mais abrangentes.

Os cenários que se apresentam são, por isso, fundamentalmente exploratórios,

antecipativos e normativos, constituindo, como referido um passo prévio à definição

de estratégias e, consequentemente, ao Plano de Acção que a operacionalize.

Após a exposição de cada cenário, apresenta-se a cenarização dos comportamentos

das variáveis resultado e pelotão decorrentes das alterações das variáveis motrizes,

bem como uma breve síntese das respectivas vantagens e desvantagens, tendo em

conta o objectivo de revitalização do salgado de Aveiro.

A presente parte II do Relatório apresenta-se assim dividida em dois capítulos, para

além da presente introdução, o primeiro dos quais destinado à análise morfológica

do salgado e o segundo à apresentação de quatro dos cenários de evolução

possível.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 100

II. 1 ANÁLISE MORFOLÓGICA

II.1.1 Identificação das variáveis

chave do sistema

Do diagnóstico elaborado é possível identificar as variáveis que o caracterizam e

que se agrupam em:

Variáveis internas que caracterizam o salgado de Aveiro (Sistema Interno);

Variáveis externas que caracterizam a envolvente que influencia a

exploração do salgado de Aveiro (Sistema Externo)

Sistema Interno

Variáveis de organização e de estratégia

1. Informação

Traduz o conhecimento dos produtores relativamente à produção e ao mercado.

2. Jurisdição

Prende-se com o número de entidades com jurisdição sobre o salgado de Aveiro.

3. Estratégias dos proprietários

Prende-se com a actuação dos proprietários

4. Estratégias dos produtores

Prende-se com a actuação dos produtores directos (marnotos)

5. Estratégias dos armazenistas

Prende-se com a actuação armazenistas

6. Estratégias dos agentes turísticos

Prende-se com a actuação dos agentes turísticos

7. Estratégias da Administração Central

Prende-se com a actuação das instituições dependentes da Administração Central

com jurisdição sobre o salgado de Aveiro

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 101

8. Estratégias da Administração Local

Prende-se com a actuação da Câmara Municipal de Aveiro relativamente ao

salgado, nomeadamente no que se refere à Contribuição autárquica

Variáveis produtos, mercados, tecnologias

9. Poder comercial dos armazenistas

Traduz o poder dos produtores de sal na comercialização do produto.

10. Volume de vendas

Refere-se às vendas de sal de Aveiro

11. Preço

Traduz o preço a que é comercializado o sal de Aveiro

12. Concentração

Tem a ver a com o domínio do mercado do sal

13. Diferenciação

Traduz as estratégias de afirmação das qualidades distintivas do sal de Aveiro

14. Promoção do sal de Aveiro

Traduz as políticas de comercialização a retalho do sal de Aveiro

15. Promoção turística

Prende-se com a força do produto “salgado de Aveiro”

Variáveis produção

16. Tecnologia

Traduz o nível de mecanização do processo produtivo

17. Intensidade em trabalho

Traduz a importância do trabalho na produção do sal de Aveiro

18. Qualidade da água

Prende-se com o nível de poluição da água da Ria de Aveiro

19. Acessibilidades

Traduz a qualidade dos acessos às marinhas

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 102

20. Qualidade do sal

Traduz o nível de insolúveis contidos no produto

Variáveis sociais

21. Idade dos marnotos

Traduz a estrutura etária dos marnotos

22. Atractividade do sector salícola

Prende-se com a capacidade do sector atrair novos marnotos

23. Atractividade da aquicultura

Prende-se com a capacidade do sector aquícola atrair novos produtores

24. Tradição

Traduz a importância da produção salícola na tradição familiar

25. Habilitações

Traduz a estrutura habilitacional dos marnotos

26. Relações de trabalho

Traduz as relações jurídicas e económicas que se estabelecem entre o proprietário

das marinhas e os marnotos

27. Qualificação para a gestão

Traduz os níveis de formação dos marnotos para o desempenho das funções de

gestão

Variáveis financeiras

28. Rentabilidade

29. Custos de produção do sal

Traduz os custos associados à produção salícola, nomeadamente, recursos

humanos, matérias-primas, contribuição autárquica

30. Investimento

Sistema Externo

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 103

Variáveis gerais

31. Mudança tecnológica

Tem a ver com a mecanização da produção de sal

32. Normas de comercialização

Prende-se com o normativo legal que regulamenta a comercialização de sal

33. Desemprego

34. Apoios ao investimento na produção de sal

35. Apoios ao investimento na produção aquícola

36. Apoios ao investimento na actividade turística

37. Políticas sociais

Políticas sociais dirigidas ao produtor de sal

38. Subsídios de risco

Refere-se às políticas de apoio às actividades dependentes das condições

atmosféricas

39. Condições atmosféricas

Refere-se à dependência da actividade salícola face às condições atmosféricas

40. Políticas ambientais

Refere-se às políticas de protecção ambiental

41. Porto de Aveiro

Traduz a expansão do porto de Aveiro

Variáveis de distribuição

42. Organização dos distribuidores

Prende-se com o mercado de distribuição de sal

Variáveis do consumidor

43. Comportamentos ao consumo de sal

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 104

Prende-se com os comportamentos dos consumidores relativamente à utilização de

sal

44. Comportamentos ao consumo de peixe

Prende-se com os comportamentos dos consumidores relativamente ao peixe

45. Tendências turísticas

46. Novas tendências de consumo alimentar

Refere-se à evolução do mercado de pré-cozinhados

47. Indústria química (cosmética)

Prende-se com a procura de sal proveniente da indústria química

Variáveis de risco

48. Preço da produção nacional de sal

49. Preço da produção estrangeira de sal

II.1.2 Identificação das relações na

matriz de análise estrutural

A análise das relações entre as variáveis, numa lógica de avaliação da respectiva

dependência, permitiu o preenchimento das matrizes que se apresentam

seguidamente e que correspondem aos quatro quadrantes de uma matriz quadrada

que, em coluna e em linha apresentam a totalidade das variáveis identificadas.

Consequentemente, cada célula da matriz aji é preenchida quando a variável aj age

directamente sobre a variável ai.

Por razões de dimensão, cada um dos quadrantes da matriz é apresentado

individualmente.

A partir da leitura desta matriz, é possível identificar as variáveis que agem

directamente sobre um maior número de variáveis e aquelas que dependem da

acção directa de uma maior número de variáveis.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 105

Acção das variáveis internas sobre si próprias

Variáveis Internas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Variáv

eis intern

as

24

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 106

Variáveis Internas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 107

Acção das variáveis internas sobre as externas

Variáveis externas 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

Variáv

eis intern

as

23

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 108

Variáveis externas 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49

24

25

26

27

28

29

30

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 109

Acção das variáveis externas sobre as internas

Variáveis Internas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

31

32 33

34 35

36 37

38 39

40 41

42 43

44 45

46 47

48

Var

iáve

is e

xter

nas

49

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 110

Acção das variáveis externas sobre si próprias

Variáveis externas 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49

31

32 33

34 35

36 37

38 39

40 41

42 43

44 45

46 47

48

Variáv

eis ex

tern

as

49

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Variáveis motrizes e dependentes

Da leitura da matriz apresentada classificaram-se as variáveis de acordo com a sua

capacidade para condicionar o sistema e com a sensibilidade às variações que nele

ocorrem.

No gráfico seguinte encontram-se representadas as variáveis consideradas segundo

o respectivo grau de motricidade e dependência (vide anexos 7 e 8,

respectivamente). No gráfico, a capacidade para influenciar o comportamento do

sistema – a motricidade – encontra-se representada no eixo do Y e a sensibilidade

ao seu comportamento – a dependência – no eixo do X.

Gráfico 15 - Plano de motricidade e dependência

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0

Dependência

6

4

3

10

1

14

2

2

2

3

12

1

1

5

1

1

9

2

0

2

1

2

2

26

2

7

2

3

3

3

34

35

3

37

38

3

44

45

5

7 8

9

13

117

4

0

4

2

4

4

47

4849

A média do indicador de motricidade e dependência divide o gráfico em cinco

sectores de acordo com os níveis de motricidade e dependência.

No sector I encontram-se as variáveis motrizes, com elevada capacidade para

induzir comportamentos do sistema e fraca dependência em relação à respectiva

evolução.

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São os casos das variáveis seguintes:

Variáveis motrizes Nº Designação

7 Estratégias da Administração Central 46 Novas tendências de consumo alimentar 43 Comportamentos do consumo de sal 42 Organização dos distribuidores 40 Políticas ambientais 32 Normas de comercialização 27 Qualificação para a gestão 47 Indústria química

A motricidade mais elevada encontra-se localizada, principalmente, em três áreas

do sistema, nomeadamente, a regulação do sector, materializada nas estratégias

da Administração Central, nas políticas ambientais e nas normas de

comercialização, a procura, o mercado de distribuição e as competências de gestão,

qualquer uma delas com baixos níveis de dependência relativamente ao sistema. A

independência relativamente ao sistema é particularmente significativa nas novas

tendências de consumo alimentar, no comportamento do consumo de sal e na

qualificação para a gestão. No primeiro caso, a variável não é influenciada por

nenhuma variável considerada e, nos restantes, apenas por uma.

As estratégias da Administração Central são, entre as variáveis motrizes, aquela

com maior capacidade directa para induzir alterações no comportamento do

sistema, pelos efeitos que desencadeia num conjunto muito significativo de

variáveis.

Efectivamente, as estratégias da Administração Central reflectem-se directamente

nas estratégias dos restantes actores, nomeadamente através do desenvolvimento

de diversas políticas sectoriais e da regulamentação do sector.

No sector II encontram-se as variáveis simultaneamente motrizes e dependentes.

Constituem as variáveis de ligação. Qualquer acção sobre elas produzirá efeitos

sobre outras variáveis que induzirão efeitos de retroacção sobre si próprias, numa

cadeia que os poderá ampliar ou atenuar.

São os casos das seguintes variáveis:

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Variáveis de ligação Nº Designação

8 Estratégias da Administração local 13 Diferenciação

4 Estratégias dos produtores 5 Estratégias dos armazenistas 9 Poder comercial dos armazenistas

16 Tecnologia 17 Intensidade da mão de obra

Entre estas, destacam-se quanto à respectiva capacidade de desenvolvimento de

efeitos no comportamento do sistema as estratégias dos produtores e da

Administração Local e as políticas de diferenciação do produto, as quais

apresentam, simultaneamente, elevada dependência.

As estratégias dos produtores dependem da acção de várias variáveis, constituindo

a variável que regista maior sensibilidade aos comportamentos das restantes, e é,

simultaneamente a que apresenta a maior capacidade para interferir no

funcionamento do sistema, aspectos que lhe conferem uma importância

fundamental, nomeadamente na estabilidade do sistema: estratégias estáveis dos

produtores induzirão a estabilidade do sistema e a sua alteração terá consequências

significativas num conjunto importante de variáveis.

No sector III encontram-se as variáveis pouco motrizes e com elevada dependência

que se constituem como resultado da acção das restantes. Denominam-se,

portanto, variáveis resultado.

Variáveis resultado Nº Designação

30 Investimento 22 Atractividade do sector salícola 11 Preço 28 Rentabilidade 23 Atractividade do sector da aquicultura

As variáveis do sector IV não são nem muito motrizes, nem muito dependentes e

constituem as variáveis sobre as quais é pequena a influência do comportamento

do sistema, sendo antes determinadas fora dele, embora exercendo nele a sua

influência. No entanto, dada a fraca capacidade para as influenciar elas são de

pouco interesse para a definição de estratégias a não ser na medida em que as

influenciam.

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Tendências pesadas Nº Designação 33 Desemprego 45 Tendências turísticas 35 Apoios ao investimento na produção aquícola 37 Políticas sociais 44 Comportamentos do consumo de peixe 41 Porto de Aveiro

As variáveis pelotão, que se posicionam em torno da média apresentam evoluções

e efeitos sobre os quais recai grande imprevisibilidade. São a maior parte das

variáveis do sistema.

Variáveis pelotão Nº Designação Nº Designação

1 Informação 2 Jurisdição 3 Estratégias dos proprietários 6 Estratégias dos agentes turísticos

10 Volume de vendas 12 Concentração 14 Promoção do sal de Aveiro 15 Promoção turística 18 Qualidade da água 19 Acessibilidades

20 Qualidade do sal 21 Idade dos marnotos

24 Tradição 25 Habilitações 26 Relações de trabalho 29 Custos de produção de sal 31 Mudança tecnológica 34 Apoios ao investimento na produção de sal

36 Apoios ao investimento na actividade turística 38 Subsídios de risco

39 Condições atmosféricas 48 Preço da produção nacional de sal

49 Preço da produção estrangeira de sal

Seguidamente apresentam-se de forma detalhada os quatro cenários de evolução,

a saber: Cenário 1 - Morte, Cenário 2 – Mnemósine, Cenário 3 - Lemnos, e Cenário

4 – Fénix.

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II. 2 CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO

Cenário 1 – Morte

A continuação da situação presente traduzir-se-á no futuro abandono da produção

de sal nas marinhas da Ria de Aveiro, embora num tempo mais ou menos longo,

dado o efeito de contra-tendência do comportamento de algumas variáveis.

As estratégias da Administração Central não assumiram ainda a necessidade de

articulação de políticas tendentes à manutenção do salgado de Aveiro, quer

enquanto produtor de sal com características artesanais, quer enquanto elemento

de protecção ambiental da Cidade de Aveiro. Consequentemente, mantém-se a

legislação regulamentadora da comercialização de sal, desadequada à produção de

pequenas quantidades com características específicas, e a múltipla jurisdição sobre

a Ria, impeditiva de medidas articuladas de protecção da qualidade das águas.

Simultaneamente, não foram concebidas medidas adequadas à protecção social dos

marnotos, com consequências no prolongamento da vida activa e na inexistência de

substituição de competências, necessária à assunção de atitudes pró-activas dos

marnotos face às ameaças que recaem sobre a produção de sal na Ria. Do mesmo

modo, o salgado não tem sido objecto de promoção turística adequada à criação de

um mercado de escoamento do sal produzido na Ria, associado à procura turística

dirigida à Região Centro e, especificamente, à Cidade de Aveiro, nem de

instrumentos de apoio ao investimento quer na referida promoção, quer na

recuperação do salgado.

Apesar das tendências contraditórias que influenciam o mercado do sal,

confrontado, por um lado, com o alargamento da sua utilização em diversas

indústrias e com a dinamização da procura da indústria alimentar, em resultado do

crescimento do mercado de pré-cozinhados, e, por outro, com a redução da procura

de particulares, quer devido às campanhas de redução do consumo de sal na

alimentação humana, quer pela redução da população nos países desenvolvidos, os

proprietários e produtores de sal de Aveiro não têm promovido a respectiva

adequação àquelas tendências, mantendo, no essencial, o mesmo posicionamento,

que conduziu à diminuição do número de marinhas em actividade de produção de

sal.

A organização da distribuição de sal desempenha também um papel determinante

no desenvolvimento do salgado, nomeadamente através do exclusivo da

distribuição da produção. Agindo no mercado da produção enquanto compradores

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

e, no mercado do consumo como fornecedores, os distribuidores desempenham um

papel fundamental na produção cabendo-lhes o estabelecimento da ligação entre a

produção e o consumo. Dependendo, portanto, da concentração existente na

distribuição, a respectiva força de aquisição e fornecimento é maior ou menor e,

consequentemente, a força para determinar as condições de compra e venda, com

consequências, naturalmente, na venda do sal, nomeadamente o produzido no

salgado de Aveiro.

A ausência de competências em gestão dos marnotos constitui um elemento

impeditivo do desenvolvimento de estratégias capazes de ultrapassar as ameaças

impostas pelo enquadramento legislativo do salgado e da produção de sal e pelo

desenvolvimento do mercado nacional de sal.

A manutenção do comportamento destas variáveis tem efeitos profundamente

limitativos da adequação do salgado às novas condições do mercado do sal,

constituindo, consequentemente, por efeitos directos e indirectos, factores

conducentes ao abandono, a prazo mais ou menos longo, da produção de sal na

Ria.

Este conjunto de situações tenderá, por um lado, a manter a baixa capacidade

atractiva da actividade e, por outro, a manter os marnotos em actividade muito

para além da idade activa, com consequências nas competências disponíveis e no

dinamismo dos produtores.

Assim, a manutenção da situação tenderá a manter os níveis de qualidade do sal de

Aveiro, dificultando o respectivo escoamento, a preços acima da média verificada

nos mercados nacional e internacional, pondo em causa a rentabilidade da

exploração e, consequentemente a capacidade atractiva da produção de sal na Ria

de Aveiro que acabará por desaparecer, à medida que os actuais marnotos forem

abandonando a actividade e que a tradição diminua o respectivo peso nas decisões

dos proprietários.

Entretanto, e dadas as políticas de estímulo à aquicultura e o desenvolvimento do

mercado de peixe resultante deste tipo de produção, abre-se a possibilidade de

reconversão das marinhas para a produção aquícola, que apenas a tradição, a

ausência de alternativas de rendimento e a dimensão do desemprego poderão

contra-balançar, diminuindo a velocidade do referido processo.

É pela alteração das estratégias dos proprietários, dos produtores e da

Administração local que a atractividade da produção aquícola desencadeia os

respectivos efeitos no sistema.

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No entanto, a reconversão do salgado para a produção aquícola pressupõe a quebra

com a tradição e a alteração das estratégias dos proprietários que, directamente ou

através da venda das marinhas a empresas de produção aquícola, encetariam esse

caminho cujos efeitos se podem esquematizar conforme se apresenta na figura

seguinte.

Reconversãodo salgado p/

aquicultura

Redução do volumede negócios

de armazenistas

Redução/ desaparecimento

da produção de sal do salgadode Aveiro

Alteração daimagem da cidade

Alteraçõesna qualidade do ar

da cidade

Desadequação decompetências dos

marnotos

Criação de novosempregos

Inactividade Reconversãode marnotos

Aumento doemprego

Degradaçãoda qualidade da água

Abandono daprodução de sal

Reconversãodo salgado p/

aquicultura

Redução do volumede negócios

de armazenistas

Redução/ desaparecimento

da produção de sal do salgadode Aveiro

Alteração daimagem da cidade

Alteraçõesna qualidade do ar

da cidade

Desadequação decompetências dos

marnotos

Criação de novosempregos

Inactividade Reconversãode marnotos

Aumento doemprego

Degradaçãoda qualidade da água

Abandono daprodução de sal

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Tabela 39 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis

Curto prazo Médio/ longo prazo

Investimento Ausência de investimento nas marinhas

Investimento na reconversão das marinhas para a produção aquícola

Atractividade do sector salícola Diminuição da

atractividade do sector

Preço Manutenção do preço, com consequências no posicionamento competitivo do sal de Aveiro

Rentabilidade Manutenção/ agravamento da rentabilidade da produção do sal

Aumento da rentabilidade das marinhas reconvertidas para a produção aquícola

Atractividade do sector da aquicultura Aumento da atractividade

da produção aquícola

Estratégias dos proprietários Abandono da produção

Eventual venda

Reconversão das marinhas para a aquicultura

Volume de vendas Diminuição do volume de vendas

Qualidade da água Degradação

Este cenário apresenta como principal vantagem a não necessidade de intervenção

dos poderes públicos e, como principais desvantagens a tendência para o

desaparecimento do salgado tal como se conhece e, consequentemente, dos

respectivos efeitos sobre a qualidade do ar e a imagem da Cidade. Tem ainda como

desvantagem as eventuais consequências da produção aquícola na qualidade das

águas da Ria de Aveiro e, do ponto de vista social, a inactividade dos marnotos que

não forem reconvertidos para outra actividade, nomeadamente, a produção

aquícola, e a consequente degradação das suas condições de vida.

Cenário 2 – Mnemósine

A iniciativa de musealização do salgado pressupõe uma alteração das estratégias da

Administração Local. Esta iniciativa terá, porém, efeitos limitados no

desenvolvimento do salgado.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Efectivamente, sem outras alterações nas estratégias da Administração Local, a

musealização ficará limitada às marinhas das quais a Câmara Municipal é

proprietária. Apenas se as alterações nas estratégias da Administração Local forem

associadas a alterações nas estratégias da Administração Central, é possível

combinar a musealização com estratégias de diferenciação, indutoras de

modificações nos comportamentos de proprietários e, sobretudo, produtores.

Isto porque a musealização do salgado não altera as condições gerais de

funcionamento do sistema e, consequentemente, permite a manutenção, no

essencial, dos comportamentos das restantes variáveis e, assim, a permanência

das tendências que, hoje, se desenvolvem.

No entanto, a alteração das estratégias da Administração Central tendentes à

promoção do salgado enquanto produto turístico da Região Centro e da Cidade de

Aveiro, poderá gerar uma nova procura dirigida ao sal de Aveiro (procura turística

de recordações) eventualmente estimulante, a prazo, de alterações nas estratégias

de produtores e proprietários.

Esta, porém, apenas poderá ser satisfeita se, por um lado, for alterada a legislação

de comercialização do sal ou se para o efeito forem mobilizados os armazenistas e,

por outro, se proprietários, produtores e armazenistas tiveram a informação sobre

a existência daquela nova procura.

Porém, a degradação financeira das explorações dificilmente permitirá a

concretização das necessárias alterações daquelas estratégias, sendo necessário o

apoio aos proprietários para a recuperação das marinhas. Esta não é porém

suficiente para permitir a rentabilidade das explorações. É ainda necessária a

associação dos produtores tendente à criação de estruturas de embalagem e

divulgação do sal produzido, aspecto que se confronta com os baixos níveis

habilitacionais e a ausência de competências de gestão dos produtores. O

necessário acordo entre proprietários e produtores que mobilizem uns e outros para

o necessário investimento exige, igualmente, a clarificação de regras relacionais

entre uns e outros, cuja ausência poderá constituir limitação significativa.

O esforço necessário para a criação de uma situação que permita a manutenção da

produção de sal nas marinhas de Aveiro para consumo turístico continuará a

manter a fraca atractividade do sector até ao momento em que esta estratégia

surtir os seus efeitos e, deste modo, demonstrar a sua bondade enquanto

instrumento de viabilização financeira da exploração. Até lá, continuará a assistir-se

ao progresso da tendência em curso e à eventual atracção por outras actividades.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Para além disso, a procura assim obtida poderia ser insuficiente para absorver a

totalidade da produção de sal e, em consequência, serem limitados os seus efeitos

na rentabilização da exploração.

Tabela 40 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis

Curto prazo Médio/ longo prazo

Investimento Investimento na musealização do salgado

Investimento na recuperação de marinhas (investimento material)

Investimento em embalagem (investimento material)

Investimento de divulgação (investimento imaterial)

Atractividade do sector salícola Diminuição da

atractividade do sector

Preço Manutenção do preço, com consequências no posicionamento competitivo do sal de Aveiro

Rentabilidade Manutenção/ agravamento da rentabilidade da produção do sal

Aumento da rentabilidade das marinhas aderentes

Atractividade do sector da aquicultura Aumento da atractividade

da produção aquícola

Estratégias dos proprietários Recuperação das marinhas Recuperação de marinhas

Abandono de marinhas

Reconversão de marinhas

Volume de vendas Diminuição do volume de vendas nas marinhas não aderentes

Aumento do volume de vendas das marinhas aderentes

Aumento do volume de vendas das marinhas aderentes

Promoção do sal de Aveiro Aumento da promoção

dirigida ao visitante e turista

Qualidade do sal Aumento da qualidade do

sal das marinhas aderentes

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Curto prazo Médio/ longo prazo

Qualidade da água Degradação da qualidade

da água

Relações de trabalho Clarificação das relações entre proprietários e produtores

Apoios ao investimento na actividade turística Necessidade de apoios ao

investimento na promoção do salgado e do sal de Aveiro

Estratégias dos agentes turísticos Venda do produto turístico

sal de Aveiro

Acessibilidades Construção de acessibilidades que permitam a visita

A principal vantagem desta estratégia é a de não exigir grandes esforços da

Administração Central, obrigando, porém, a um esforço significativo de concertação

entre os agentes envolvidos na produção de sal. A sua principal desvantagem é a

de ser insuficiente para, no curto prazo, produzir efeitos capazes de estancar a

tendência para o abandono da produção de sal no salgado de Aveiro.

Cenário 3 – Lemnos

A alteração das estratégias da Administração Central tendentes a apoiar o

investimento, material e imaterial, na recuperação das marinhas e no produto delas

resultante, permitirá a promoção do sal do salgado de Aveiro e a melhoria da

respectiva qualidade.

Estas opções da Administração Central induzirão o desenvolvimento de estratégias

dos produtores no sentido da criação de imagem e marca do sal de Aveiro, bem

como a construção de mecanismos de embalagem e distribuição distintos dos

existentes actualmente. Para o efeito, porém, importa alterar as normas de

comercialização de sal, permitindo a respectiva embalagem em menores

quantidades.

A existência de apoios ao investimento poderá constituir motivação para

proprietários e produtores no sentido do respectivo acordo para a clarificação das

relações jurídicas existentes entre si, bem como para a associação que propicie a

criação das estruturas que uma estratégia desta natureza impõe (marca, imagem,

embalagem e distribuição).

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Está-se, portanto, perante uma estratégia de diferenciação do produto induzida

pelos poderes públicos que, ainda assim, terá que ultrapassar as dificuldades

resultantes dos baixos níveis habilitacionais e de competências dos produtores para

a gestão.

Em qualquer dos casos, a iniciativa da Administração daria um claro sinal a

proprietários e produtores relativamente à determinação para a recuperação da

produção de sal no salgado de Aveiro.

Com maior capacidade de mobilização à partida, os efeitos do estímulo da

Administração Pública seriam maiores permitindo uma maior rapidez no estancar

das tendências existentes para o abandono da produção de sal. Ainda assim, a

utilização dos diversos apoios a disponibilizar dependeriam, também, do efeito

demonstrador que fosse possível obter.

Apoio ao investimentonas marinhas e

na promoção do sal

Alteração de estratégias da Administração Central

Alteração nas normasde comercialização de

sal

Aumento da qualidadedo sal

Construção de imagem,marca e circuitos dedistribuição próprios

Alteração das estratégias

de proprietáriose produtores

Apoio ao investimentonas marinhas e

na promoção do sal

Alteração de estratégias da Administração Central

Alteração nas normasde comercialização de

sal

Aumento da qualidadedo sal

Construção de imagem,marca e circuitos dedistribuição próprios

Alteração das estratégias

de proprietáriose produtores

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Tabela 41 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis

Curto prazo Médio/ longo prazo

Investimento Investimento na recuperação de marinhas (investimento material)

Investimento em embalagem (investimento material)

Investimento de divulgação (investimento imaterial)

Investimento de distribuição (investimento imaterial)

Atractividade do sector salícola Aumento da atractividade

do sector

Preço Manutenção do preço, com consequências no posicionamento competitivo do sal de Aveiro

Rentabilidade Aumento da rentabilidade

Atractividade do sector da aquicultura Diminuição da

atractividade da produção aquícola

Estratégias dos proprietários Recuperação das marinhas

Volume de vendas Aumento do volume de vendas

Qualidade do sal Aumento da qualidade do

sal

Relações de trabalho Clarificação das relações entre proprietários e produtores

A principal vantagem desta estratégia é a de possibilitar a revitalização de sal no

salgado de Aveiro. No entanto, o seu desenvolvimento é bastante exigente

relativamente à intervenção da Administração Central e, como o anterior, exigir um

importante esforço de concertação entre os agentes envolvidos na produção de sal.

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Cenário 4 - Fénix115

Este cenário corresponde ao desenvolvimento do cenário 2 – Mnemósine. Conforme

referimos então aquele cenário seria insuficiente para estancar as tendências em

curso e, assim, conforme se afirma na descrição do cenário 1 – Morte, manter-se-á

a tendência para o aumento da atracção relativamente a outras actividades,

nomeadamente a aquicultura.

A opção pela combinação dos cenários Minemósine e Lemnos apresenta-se como

a orientação da acção capaz de permitir a manutenção da actividade de produção

salícola em Aveiro, constituindo-se, simultaneamente, com um importante potencial

de divulgação turística da Cidade.

No sentido de atingir este cenário, há, porém, que ter em conta a identificação e

classificação das variáveis do sistema analisadas.

Antes do mais importa clarificar o comportamento esperado das variáveis

independentes, isto é, daquelas variáveis que não dependem da evolução do

sistema mas que condicionam o comportamento da globalidade do sistema.

� Desemprego

A tendência que se tem vindo a desenvolver em Portugal para a manutenção de

taxas de desemprego com algum significado abre espaço à atracção de novos

produtores, desde que a actividade de produção de sal garanta níveis adequados de

remuneração e condições de trabalho.

� Tendências turísticas

O turismo mantém a tendência crescente que vem registando nos últimos 50 anos,

adquirindo, porém, novas características, nomeadamente no que respeita à

diversidade dos critérios de selecção de destinos. Cada vez mais o turista procura,

num mesmo período de férias, actividades e lazeres variados, desde a praia ao

património e à cultura.

Embora persista a tendência para o envelhecimento do turista, hoje o principal

grupo etário é, ainda, o dos 24 aos 44 anos.

Neste contexto, Aveiro confronta-se com diversas oportunidades enriquecidas com

a dinamização do salgado enquanto produto turístico, devendo considerar-se o seu

desenvolvimento.

115 Ave fabulosa que viveu séculos nos desertos da Arábia e que, queimada em uma fogueira, renascia das suas próprias cinzas.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

� Apoios ao investimento na produção aquícola

A estrutura dos apoios existentes passa mais pela empresa do que pela actividade

especifica. No entanto, dada a importância conferida pela União Europeia à

aquicultura, é de esperar que se mantenham os apoios às empresas deste sector.

� Políticas sociais

A ausência de vínculos claros entre proprietários e marnotos e a não clarificação da

respectiva situação face ao emprego, constitui um factor que prolonga a vida activa

dos marnotos dada a inexistência de contribuições para a segurança social. Não é

previsível que esta situação seja alterada para os actuais marnotos de forma a ter

eficácia durante o seu tempo de vida. É, porém, aconselhável a clarificação da

posição dos novos marnotos face ao emprego de forma a evitar a perpetuação

desta situação nas gerações mais jovens de marnotos. É, apesar disso, de

equacionar, dado o seu pequeno número, a possibilidade de criação de uma

situação de excepção junto da Segurança Social.

� Comportamentos do consumo de peixe

O consumo de peixe tenderá a decrescer resultado do efeito da diminuição da

população dos países desenvolvidos e da disseminação de novos hábitos

alimentares com predomínio do consumo de carne. No entanto, as políticas de

controlo do esforço de pesca estimulam o desenvolvimento de fontes alternativas

de pescado, nas quais as práticas de aquicultura se integram.

As tendências identificadas contextualizam o quadro de desenvolvimento do

sistema de produção do sal de Aveiro, constituindo aquele o objectivo da estratégia

proposta.

A sua definição deve dirigir-se à acção sobre as variáveis de ligação que

determinam a evolução do sistema no sentido desejado, pela capacidade de gerar

efeitos de retroacção que poderão ampliar os efeitos das acções sobre elas

desencadeadas.

As estratégias da Administração Local (8), de produtores (4), de armazenistas (5),

o desenvolvimento de estratégias de diferenciação (13), o poder comercial dos

armazenistas (9), a intensidade tecnológica (16) e em trabalho (17), são portanto

as variáveis objectivo das acções a desenvolver.

Para atingir alterações nos comportamentos das variáveis que acabam de

identificar-se há que, na medida do possível, actuar sobre as variáveis motrizes. No

entanto, nem todas elas serão de fácil manuseamento ao nível da Autarquia,

cabendo papel importante à Administração Central. Assim é particularmente

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

relevante equacionar o papel potencial dos parceiros locais e, particularmente, da

autarquia aveirense na influência dos comportamentos da Administração Central.

Importa, a este respeito referir que o Programa Operacional da Região Centro, que

define a estratégia governativa para a região, assume como seu terceiro domínio

prioritário de valorização territorial a protecção de zonas ambientalmente sensíveis

e a valorização de recursos específicos da região, nomeadamente através da

protecção da orla costeira e da valorização dos recursos culturais, arquitectónicos,

paisagísticos, os produtos artesanais, etc. localizados em lugares particulares.

A concretização operacional desta estratégia desenvolve-se em vários eixos, entre

os quais:

Eixo 1 – Competitividade, Inovação e Conhecimento, no qual se propõe o

apoio à qualificação de micro e pequenas empresas,

Eixo 3 – Consolidação e qualificação dos espaços sub-regionais, no qual se

inclui a valorização de recursos específicos do território e

Eixo 4 – Protecção e valorização ambiental, no qual se integra a valorização

e ordenamento da orla costeira e a protecção e valorização de outras zonas

sensíveis e qualificação da paisagem.

A estratégia apresentada configura a disponibilidade da Administração Central para

o apoio a acções de valorização do sal aveirense que a Câmara Municipal de Aveiro,

os proprietários das marinhas e os produtores de sal não podem deixar de

aproveitar.

Abre-se, assim, espaço para o desenvolvimento de um projecto integrado que

abranja o conjunto de acções de valorização do sal de Aveiro que lhe possibilite um

espaço de mercado no qual o peso da indústria de pré-cozinhados e as tendências

para a redução do consumo alimentar de sal possam ser minoradas.

Efectivamente, a transferência cada vez maior dos trabalhos de confecção de

alimentos para a esfera pública traduziu-se no aumento do mercado dos alimentos

pré-cozinhados, traduzindo o desenvolvimento da indústria química e das técnicas

de conservação. O crescimento do mercado dos alimentos pré-cozinhados permitiu

o aumento do papel da indústria alimentar na procura de sal, já não apenas para a

conservação, agora utilizando processos diferentes da salga, mas também para o

tempero. Simultaneamente, verificou-se também o crescimento internacional das

cadeias de “comida rápida” transferindo da família o consumo final de uma parte

importante do consumo de sal para alimentação humana. Estas tendências

tenderão a aprofundar-se em consequência do aumento da taxa de actividade das

mulheres.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

O aumento da importância da indústria alimentar, coincide com alterações nos

comportamentos do consumo de sal os quais apresentam tendências contraditórias

cujo resultado é de difícil determinação. Se, por um lado, se intensificam as

campanhas para o controle/ diminuição do consumo de sal, por outro, a

coincidência entre a propriedade da indústria de pré-cozinhados e farmacêutica

tende a aumentar a utilização de sal pela primeira, com vista a aumentar o

mercado da segunda. Assim, tenderá a diminuir o consumo de sal pelas famílias e,

simultaneamente, a aumentar a utilização do sal pela indústria de pré-cozinhados

que, assim, aumenta ainda mais a sua importância na procura de sal para

alimentação humana.

A intervenção neste contexto encontra-se fora do âmbito de intervenção dos

actores do sal aveirense que se confrontam, ainda, com o aumento das fontes de

origem do sal e a evolução da tecnologia utilizada na extracção de sal marinho

diminuindo, em consequência, a competitividade do sal aveirense, cujo o processo

de extracção contínua com uma elevada intensidade em trabalho. Obrigado, por

força da lei, a vender a sua produção a armazenistas com estratégias próprias, o

sal de Aveiro fica destinado a procuras específicas nas quais as suas características

constituem factor distintivo. A intervenção no domínio da comercialização do sal

surge, assim, como um dos imperativos da estratégia a desenvolver, quer ao nível

de actividades de lobbying junto do legislador no sentido de alterar o normativo

regulamentar da distribuição do sal, quer criando estruturas dirigidas à

especificidade do sal de Aveiro, nomeadamente o carácter manual da sua extracção

e as suas características físicas.

Esta diferenciação do sal aveirense aconselha a prioridade ao mercado gourmet,

suportado nas condições químicas do sal de Aveiro, e na respectiva qualidade,

particularmente no que respeita ao seu conteúdo em insolúveis, instituindo

mecanismos de garantia da respectiva qualidade.

A preservação e valorização da produção do sal de Aveiro prende-se, também, com

as condições da sua principal matéria-prima – a água da Ria de Aveiro. Para

garantir a qualidade da água importa monitorizar e agir no sentido de a preservar,

assegurando a qualidade do sal produzido. Neste campo, responsabilidades recaem

quer sobre a Administração Central, quer sobre a Administração Local,

nomeadamente através do ordenamento das actividades económicas que se

desenvolvem naquele espaço. Também, neste caso, as estratégias expostas no

documento disponibilizado de apresentação do Programa Operacional da Região

Centro apontam para a necessidade do ordenamento do território das zonas a

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

preservar e valorizar, o que não pode deixar de considerar-se uma linha de

intervenção positiva para a dinamização do sal aveirense.

Ao nível das variáveis motrizes outra área de intervenção se coloca, pelos

respectivos efeitos potenciais, a da qualificação para a gestão dos marnotos, dela

resultando uma mais correcta gestão das explorações, bem como maior

sensibilidade para a importância do acompanhamento do mercado.

A formação dos marnotos não pode dissociar-se do seu necessário

rejuvenescimento, quer com vista a aumentar o nível habilitacional do grupo

profissional, quer, principalmente, para garantir a manutenção da actividade. A

atracção do sector passa, por um lado, pela criação das condições necessárias ao

aumento da rentabilidade da actividade e, por outro, pela dignificação da actividade

quer através da respectiva certificação, quer pela melhoria das condições em que

ela se desenvolve.

A melhoria das condições de trabalho, bem como a manutenção da actividade

pressupõem também a recuperação das salinas, obrigando, no contexto de baixa

rentabilidade existente, ao apoio da Administração, possível através dos sistemas

de financiamento anunciados, que mobilize os proprietários, com vista a

rendimentos futuros, e abra perspectivas aos produtores de rentabilidade da

exploração.

Na estratégia de afirmação do sal de Aveiro, o turismo desempenha um papel

importante, na medida em que possibilita a divulgação do sal enquanto elemento

do turismo aveirense. Assim, importa reforçar as salinas enquanto elemento de

divulgação da imagem de Aveiro, estimulando o turismo de natureza dirigido ao

aproveitamento das potencialidades das salinas no respeito pelo eco-sistema.

O conjunto de acções que se propõem na Parte III do presente Estudo, pressupõem

o entendimento entre os diversos agentes com intervenção no salgado de Aveiro,

particularmente proprietários e produtores, entendimento este no qual a Autarquia

deverá assumir o papel de mediador, enquanto actor independente dos interesses

dos restantes intervenientes. Neste contexto, constitui uma limitação ao papel que

a Câmara Municipal de Aveiro deverá desempenhar neste processo, o seu

posicionamento enquanto proprietária de uma marinha com interesses comerciais,

na medida em que a coloca em concorrência com os restantes proprietários. Seria

aconselhável que a Autarquia considerasse um destino para o sal produzido na

Marinha da Troncalhada que, nesta fase, não passasse pela sua comercialização,

nomeadamente transformando-o em ofertas a visitantes e turistas, integrando

ofertas institucionais da própria Autarquia e reduzindo a sua própria produção.

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O entendimento entre os diversos intervenientes na produção do sal de Aveiro

possibilitaria a construção de um programa integrado de adesão voluntária, passível

de candidatura a diferentes fontes de financiamento, nomeadamente ao Programa

Operacional da Região Centro e a eventuais empréstimos bancários a negociar de

forma colectiva, aumentando, consequentemente, a capacidade negocial.

Este Programa deveria ser desenvolvido por uma associação constituída por todos

os intervenientes na produção, dos proprietários aos produtores, à Universidade de

Aveiro e à Câmara Municipal, incluindo ainda outras entidades e agentes que o

desejassem, no sentido de reabilitar o salgado de Aveiro, quer na perspectiva de

produção de sal, quer na perspectiva da sua exploração turística e museológica – a

Associação de Desenvolvimento do Salgado.

Propõem-se, assim, as medidas e acções seguidamente sistematizadas visando a

concretização operacional dos cenários seleccionados que estruturam o Programa

de Valorização do Sal de Aveiro, visando uma intervenção articulada passível de

apoio financeiro pelo Programa Operacional da Região Centro, quer na sua

globalidade, quer nas suas diferentes medidas e acções. Pressupõe-se uma

intervenção pró-activa da Câmara Municipal de Aveiro no sentido de dinamizar e

estruturar as actividades que o integram:

Medida I. Construção da Associação de Desenvolvimento do Salgado

Medida II. Plano de Formação dos Marnotos

Acção II.1 Certificação da profissão de marnoto

Acção II.2 Melhoria das Habilitações

Acção II.3 Formação em gestão

Medida III. Recuperação das salinas

Medida IV. Certificação e garantia da qualidade

Acção IV.1 Ordenamento do salgado

Acção IV.2 Sistema de garantia da qualidade

Acção IV.3 Certificação de origem

Medida V. Promoção e comercialização do sal

Acção V.1 Observatório do mercado do sal

Acção V. 2 Embalagem, distribuição e comercialização

Acção V.3 Estudo de marketing

Medida VI Diversificação da actividade museológica

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

Acção VI.1 Campanha de divulgação escolar

Acção VI.2 Concepção e implementação de actividades lúdicas

Acção VI.3 Inventariação, investigação e divulgação do património cultural do

salgado aveirense

Medida VII. Promoção turística do sal

Acção VII.1 Sinalização

Acção VII.2 Campanha de divulgação junto dos agentes turísticos

Acção VII.3 Página do sal de Aveiro

Acção VII.4 Realização anual da feira do sal

Seguidamente, na Parte III, apresenta-se pois o Plano de acção proposto, com as

Fichas relativas às sete medidas enunciadas e respectivas acções.

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

PARTE III – PLANO DE ACÇÃO

MEDIDA I

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA I Construção da Associação de Desenvolvimento do Salgado

OBJECTIVO

Associar os interesses dos intervenientes no salgado de Aveiro

DESCRIÇÃO

Trata-se de desenvolver o processo de construção de uma associação que reúna todos os intervenientes no salgado, bem como outros interessados na respectiva revalorização

EFEITOS

Associação de Desenvolvimento do Salgado

Plano de Formação dos

Marnotos

Recuperação das salinas

Certificação e garantia

da qualidade

Promoção e comercialização

do sal

Promoção Turística do

sal

JUSTIFICAÇÃO

O desenvolvimento do presente Plano de Acção pressupõe a existência de uma estrutura com capacidade para albergar os consensos necessários à sua realização e a protagonizar o conjunto de acções que necessitam de suporte institucional.

RESULTADOS ESPERADOS

Associação de Desenvolvimento do Salgado em funcionamento

ENTIDADES EXECUTORAS C. M. Aveiro (Coord.); entidades e indivíduos intervenientes no salgado

FONTES DE FINANCIAMENTO Contribuições dos participantes

MEDIDA II

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA II Plano de Formação dos Marnotos

OBJECTIVO

Atrair novos marnotos Melhorar as competências habilitacionais e de gestão dos marnotos activos

DESCRIÇÃO

II. Plano de Formação dos Marnotos II.1 Certificação da profissão de marnoto II.2 Melhoria das Habilitações II.3 Formação em gestão

EFEITOS

Plano de Formação dos Marnotos

Certificação profissional ehabilitacional

Qualificação dos marnotospara a gestão

Atractividade do sectorsalícola

Dignificação da profissão

Perfil profissional

Formação inicial

Habilitações dos marnotos

Formação básicaem gestão

Estratégias dos produtores

JUSTIFICAÇÃO

A necessidade de atrair novos marnotos exige medidas ao nível da dignificação da da profissão, aconselhando medidas em duas vertentes: a dos futuros marnotos e a dos actuais marnotos. No primeiro caso, trata-se de garantir a formação de novos marnotos, mais jovens e com maiores níveis habilitacionais, fornecendo aos jovens desempregados uma possibilidade de ingresso na profissão. No segundo, de permitir aos marnotos em actividade uma formação base em gestão que lhes permita responder às exigências do presente, nomeadamente através da procura do necessário aconselhamento.

Esta é, porém, uma medida que, para ter efectivos efeitos ao nível da atracção de novos profissionais, exige também outras medidas tendentes a promover a rentabilidade da exploração.

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; ANQ116; IEFP117

FONTES DE FINANCIAMENTO PO Temático Potencial Humano

116 ANQ – Agência Nacional para a Qualificação 117 IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional

MEDIDA II

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA II Plano de Formação dos Marnotos

ACÇÃO II.1 Certificação da profissão de marnoto

OBJECTIVO

Dignificar a profissão de marnoto

Atrair novos marnotos

DESCRIÇÃO

Definição do perfil profissional de marnoto

Construção de oferta formativa inicial para a profissão

Disponibilização de oferta formativa inicial para a profissão

JUSTIFICAÇÃO

A atracção de novos marnotos exige uma política dignifique a profissão, através da respectiva certificação. Não se encontrando entre os perfis profissionais já definidos ao nível nacional, importa, portanto, construir aquele perfil com vista a permitir o desenvolvimento de acções de formação inicial para a actividade e a respectiva certificação, atraindo novos profissionais que rejuvenesçam o grupo profissional e aumentem os respectivos níveis habilitacionais.

RESULTADOS ESPERADOS

Perfil profissional do marnoto

Formação inicial para marnotos

ENTIDADES EXECUTORAS ANQ; IEFP; Associação para o Desenvolvimento do Salgado (a)

FONTES DE FINANCIAMENTO PO Temático Potencial Humano

(a) Esta acção materializa-se através de parceria com a Agência Nacional para as Qualificações e com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, decorrendo os respectivos custos, essencialmente, do tempo utilizado pelos técnicos da CMA no processo negocial.

MEDIDA II

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA II Plano de Formação dos Marnotos

ACÇÃO II.2 Melhoria das habilitações

OBJECTIVO

Aumentar as habilitações dos marnotos

Preparar os marnotos para a formação em gestão

Certificar os marnotos profissionalmente

DESCRIÇÃO

Trata-se de utilizar as metodologias de RVCC para melhorar os níveis habilitacionais dos marnotos e certificá-los profissionalmente.

JUSTIFICAÇÃO

O baixo nível habilitacional dos marnotos constitui um factor limitativo à formação para a gestão

RESULTADOS ESPERADOS

Marnotos com maiores níveis habilitacionais e profissionalmente certificados

ENTIDADES EXECUTORAS IEFP; Associação para o Desenvolvimento do Salgado(a)

FONTES DE FINANCIAMENTO PO Temático Potencial Humano

(a) Esta acção materializa-se através de parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, decorrendo os respectivos custos, essencialmente, do tempo utilizado pelos técnicos da CMA no processo negocial.

MEDIDA II

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA II Plano de Formação dos Marnotos

ACÇÃO II.3 Formação em gestão

OBJECTIVO

Melhorar as competências em gestão dos produtores

DESCRIÇÃO

Trata-se de fornecer aos marnotos algumas noções básicas de gestão que permitam melhorar a gestão das explorações. Importa que os marnotos que frequentem estas acções de formação demonstrem competências para o respectivo aproveitamento, podendo-se, ainda, organizar as acções a desenvolver em grupos homogéneos do ponto de vista habilitacional. Estas acções deverão estar especificamente dirigidas às características destes públicos.

JUSTIFICAÇÃO

A falta de competências em gestão dos marnotos contribui para limitar a rentabilidade da exploração

RESULTADOS ESPERADOS

Marnotos com competências básicas em gestão

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado

FONTES DE FINANCIAMENTO PO Temático Potencial Humano

MEDIDA III

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA III Recuperação das salinas

OBJECTIVO

Promover o investimento de recuperação das marinhas

Garantir a qualidade da produção de sal

Melhorar as condições de trabalho dos marnotos

DESCRIÇÃO

Trata-se de mobilizar os proprietários das salinas para a respectiva recuperação, através da disponibilização de apoios públicos para o investimento necessário.

Na medida em que os apoios possíveis obrigam à apresentação de uma candidatura é necessário definir os proprietários disponíveis para o efeito. Assim, esta medida materializa-se através da mobilização dos proprietários para a apresentação de uma candidatura comum a financiamento pelo Programa Operacional da Região Centro.

Estes investimentos deveriam incluir uma vertente de melhoria das condições de trabalho dos marnotos, reforçando as medidas já referenciadas de dignificação da profissão e de atracção de novos marnotos.

EFEITOS

Apoio à recuperação das salinas

Estratégias dos proprietários

Investimento Estratégias dos produtores

Condiçõesde trabalho

Estado das salinas

Qualidade do salAtracção do sector

MEDIDA III

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

JUSTIFICAÇÃO

O estado actual das salinas de Aveiro constitui uma limitação ao desenvolvimento da actividade salícola nos padrões adequados à garantia da qualidade do sal extraído. A rentabilidade da exploração ao longo dos últimos anos, porém, não permitiu a constituição das poupanças necessárias ao financiamento daquele investimento, justificando-se, assim, no contexto da valorização do salgado de Aveiro, o apoio público àqueles investimentos, apoiando a rentabilização da actividade e a respectiva sustentabilidade futura.

O aumento da atractividade da actividade salícola aconselha a tomada de medidas no âmbito da melhoria das condições de trabalho dos marnotos.

RESULTADOS ESPERADOS

Recuperação das marinhas de Aveiro

Condições de trabalho melhoradas

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; Proprietários

FONTES DE FINANCIAMENTO PORCentro118; Instituições bancárias

118 PORCentro – Programa Operacional da Região Centro

MEDIDA IV

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA IV Certificação e garantia da qualidade

OBJECTIVO

Contribuir para a afirmação do sal de Aveiro

Garantir a qualidade do sal aveirense

DESCRIÇÃO

IV.1. Ordenamento do salgado de Aveiro

IV 2. Sistema de garantia da qualidade

IV.3. Certificação de origem

EFEITOS

Certificação e garantia da qualidade

Sistema de Garantia da Qualidade

Certificação de origem

Ordenamento do

salgado

Qualidade do sal

Qualidade da água

Volume de vendas

Rentabilidade

JUSTIFICAÇÃO

O preço de venda do sal aveirense coloca-o numa posição pouco competitiva no contexto da oferta do sal em Portugal. Assim, importa conquistar novos mercados, mais exigentes do ponto de vista da qualidade do produto.

RESULTADOS ESPERADOS

Melhor qualidade da água da Ria de Aveiro

Certificação de origem do sal de Aveiro

Sistema de garantia da qualidade do sal aveirense em funcionamento

ENTIDADES EXECUTORAS CCDR Centro119; Associação de Desenvolvimento do Salgado

FONTES DE FINANCIAMENTO POR Centro

119 CCDR Centro – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro

MEDIDA IV

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA IV Certificação e garantia da qualidade

ACÇÃO IV.1 Ordenamento do salgado de Aveiro

OBJECTIVO

Garantir a qualidade do sal aveirense

DESCRIÇÃO

Trata-se de promover o ordenamento das actividades desenvolvidas na Ria de modo a garantir a protecção adequada da água e, consequentemente, de contribuir para a qualidade do sal dela extraído

JUSTIFICAÇÃO

A qualidade da água de extracção do sal marinho é condição necessária à qualidade do produto dela extraído. No entanto, o desenvolvimento de diversas actividades na Ria, algumas com consequências ambientais, aconselha a uma avaliação cuidada da respectiva compatibilidade, no sentido de permitir a tomada de medidas de prevenção e correcção.

RESULTADOS ESPERADOS

Certificação de origem do sal de Aveiro

Sistema de garantia da qualidade do sal aveirense em funcionamento

ENTIDADES EXECUTORAS CCDR Centro; Entidades privadas

FONTES DE FINANCIAMENTO POR Centro

MEDIDA IV

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA IV Certificação e garantia da qualidade

ACÇÃO IV.2 Sistema de garantia da qualidade

OBJECTIVO

Assegurar a qualidade do sal de Aveiro

DESCRIÇÃO

Trata-se de implementar um sistema de garantia da qualidade do sal aveirense comum às explorações em actividade no salgado de Aveiro.

JUSTIFICAÇÃO

A promoção do sal de Aveiro no mercado gourmet é apenas possível através da exploração das respectivas especificidades. Estas têm de ser garantidas, assim como a respectiva pureza (ausência de insolúveis). Assim, a construção de um sistema de garantia da qualidade constituirá um instrumento fundamental à segurança do consumidor relativamente à qualidade do produto adquirido.

RESULTADOS ESPERADOS

Sistema de garantia da qualidade do sal aveirense construído

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado

FONTES DE FINANCIAMENTO POR Centro

MEDIDA IV

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA IV Certificação e garantia da qualidade

ACÇÃO IV.3 CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM

OBJECTIVO

Certificar a origem do sal de aveiro

DESCRIÇÃO

Trata-se de promover a Certificação de Origem do sal aveirense

JUSTIFICAÇÃO

A promoção do sal de Aveiro no mercado gourmet exige a exploração das respectivas especificidades. Assim, a certificação de origem constitui uma garantia para o consumidor da respectiva proveniência.

RESULTADOS ESPERADOS

Certificação de Origem do sal de Aveiro

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado

FONTES DE FINANCIAMENTO POR Centro

MEDIDA V

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA V Promoção e comercialização do sal

OBJECTIVO

Adequar a produção à procura

Promover o sal de Aveiro

DESCRIÇÃO

V.1 Observatório do mercado do sal

V. 2 Embalagem, distribuição e comercialização

V. 3 Estudo de marketing

Informação aos produtores

Qualidade do sal Volume de produção

Embalagem, promoção e comercialização

Imagem DivulgaçãoCircuitos dedistribuição

Volume de vendas

JUSTIFICAÇÃO

A ausência de informação sobre o mercado constitui um obstáculo à adequação da oferta relativamente à procura. Assim, complementando a formação dos marnotos, importa fornecer-lhes informação legível sobre a evolução do mercado.

As medidas propostas para a certificação do sal aveirense são, por si só, insuficientes para garantir a conquista de novos mercados. Há, portanto, que investir na concepção de uma imagem para o sal de Aveiro e desenvolver a respectiva promoção. Simultaneamente, impõe-se também desenvolver os circuitos de distribuição compatíveis com os mercados que se pretendem conquistar, no contexto legal em vigor.

RESULTADOS ESPERADOS

Existência de um sistema de informação aos produtores sobre o mercado

Imagem do sal de Aveiro executada e utilizada na promoção do sal

Novos circuitos de distribuição do sal utilizados na respectiva comercialização

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; Empresa de comercialização do sal

FONTES DE FINANCIAMENTO PORCentro

MEDIDA V

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA V Promoção e comercialização do sal

ACÇÃO V.1 Observatório do mercado do sal

OBJECTIVO

Informar os marnotos sobre o comportamento do mercado do sal

DESCRIÇÃO

Trata-se de construir um sistema de acompanhamento do mercado, cuja análise possa ser objecto de divulgação junto dos marnotos.

JUSTIFICAÇÃO

A ausência de informação sobre o mercado constitui um obstáculo à adequação da oferta relativamente à procura. Assim, complementando a formação dos marnotos, importa fornecer-lhes informação legível sobre a evolução do mercado.

RESULTADOS ESPERADOS

Sistema de informação sobre o mercado

Informação disponível para os marnotos

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado

FONTES DE FINANCIAMENTO Associação para o Desenvolvimento do Salgado

MEDIDA V

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA V Promoção e comercialização do sal

ACÇÃO V.2 Embalagem, distribuição e comercialização

OBJECTIVO

Criar estruturas de embalagem, distribuição e comercialização do sal aveirense

DESCRIÇÃO

Constituição de empresa cuja missão deverá ser a de garantir a comercialização do sal de Aveiro no mercado gourmet, garantindo a sua embalagem, distribuição e promoção.

JUSTIFICAÇÃO

O papel desempenhado pelos armazenistas na comercialização do sal aveirense constitui uma dificuldade para a respectiva afirmação no mercado gourmet. A lei, porém, obriga a respeitar determinadas condições na comercialização do sal, devendo, portanto, criar-se uma estrutura que, ultrapassando os obstáculos colocados pelos armazenistas, desenvolva uma estratégia de afirmação do sal naquele mercado. Assim, deverá criar-se uma empresa cooperativa de produtores, com gestão profissionalizada cuja missão será a de garantir a embalagem do produto e a sua distribuição junto do comércio.

A gestão profissionalizada constituirá a garantia, junto dos produtores, do tratamento em igualdade de circunstâncias.

RESULTADOS ESPERADOS

Empresa cooperativa de comercialização do sal aveirense

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado

FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO

MEDIDA V

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA V Promoção e comercialização do sal

ACÇÃO V.3 Estudo de marketing

OBJECTIVO

Conhecer o mercado gourmet

Criar a imagem e marca do sal aveirense

Construir uma campanha de promoção do sal aveirense

DESCRIÇÃO

Trata-se de promover um estudo de marketing que, a partir do conhecimento do mercado que se pretende atingir e dos respectivos circuitos, construa a imagem, a marca e uma campanha de promoção do sal aveirense.

Este estudo e os seus resultados constitui um instrumento fundamental para a actuação da empresa referida na Acção V.2

JUSTIFICAÇÃO

A necessidade de entrar em novos mercados aconselha um estudo cuidado da respectiva procura e circuitos de distribuição, com vista a adequar a estratégia de marketing à realidade do mercado que se pretende atingir. Este estudo deve ainda contribuir para a criação da imagem e da marca do sal aveirense, instrumento importante de penetração do mercado a que se deve associar uma campanha de promoção dirigida ao público daquele tipo de mercado.

RESULTADOS ESPERADOS

Sal aveirense com uma marca e imagem próprias

Campanha de promoção concebida

Conhecido o mercado gourmet e respectivos circuitos

ENTIDADES EXECUTORAS Empresa de comercialização do sal

FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO

MEDIDA VI

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VI Diversificação da oferta museológica

OBJECTIVO

Promover a divulgação da produção de sal marinho

Dinamizar as actividades lúdicas ligadas ao salgado

Conhecer e divulgar a cultura do salgado

DESCRIÇÃO

VI.1 Campanha de divulgação escolar

VI.2 Concepção e implementação de actividades lúdicas

VI.3 Inventariação, investigação e divulgação do património cultural do salgado aveirense

EFEITOS

Diversificação da oferta museológica

Campanha de divulgação

escolar

Concepção e implementação de actividades lúdicas

Inventariação, investigação e divulgação do

património etnográfico

Divulgação do sal e do salgado

Volume de vendas

Rentabilidade

Atracção de visitantes e

turistas

MEDIDA VI

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

JUSTIFICAÇÃO

A recuperação do salgado aconselha a respectiva dinamização do sentimento de pertença da população aveirense, de modo a permitir a sua utilização enquanto elemento do produto turístico Aveiro. Por outro lado, as necessidades de oferta turística diversificada constituem uma oportunidade para a cidade e, particularmente, para o salgado, estimulando a sua utilização como espaço de lazer cultural, quer para a população das escolas do país, quer para a população de Aveiro, quer aos turistas que visitem a cidade.

RESULTADOS ESPERADOS

Divulgação do salgado de Aveiro

Diversificação da oferta cultural ligada ao salgado

ENTIDADES EXECUTORAS Câmara Municipal de Aveiro; Universidade de Aveiro

FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO

MEDIDA VI

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VI Diversificação da oferta museológica

ACÇÃO VI.1 Campanha de divulgação escolar

OBJECTIVO

Divulgar as marinhas de Aveiro junto do pessoal docente das áreas das ciências naturais e da biologia

Promover a realização de visitas de estudo nas marinhas de Aveiro

DESCRIÇÃO

Trata-se de promover uma campanha de divulgação das marinhas de Aveiro enquanto objecto de estudo nas áreas das ciências naturais e da biologia junto dos professores daquelas áreas e das escolas do País.

Para o efeito, importa criar circuitos didácticos nas marinhas que correspondam às necessidades curriculares dos ensinos básico e secundário, bem como publicar documentos de suporte à missão educativa das marinhas de Aveiro.

JUSTIFICAÇÃO

As crianças e jovens poderão constituir veículos de divulgação das marinhas aveirenses junto da população adulta de todo o País. A este instrumento, associa-se ainda a divulgação junto de uma população com a dimensão do pessoal docente.

Trata-se, ainda, de permitir a utilização das marinhas para fins de turismo didáctico e de natureza.

RESULTADOS ESPERADOS

Divulgação das marinhas de Aveiro

Percursos didácticos construídos

Documentos de apoio à utilização pedagógica das marinhas editados.

ENTIDADES EXECUTORAS Câmara Municipal de Aveiro; Universidade de Aveiro

FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO

MEDIDA VI

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VI Diversificação da oferta museológica

ACÇÃO VI.2 Concepção e implementação de actividades lúdicas

OBJECTIVO

Divulgar as marinhas de Aveiro

Promover a visita ao salgado

DESCRIÇÃO

Trata-se de desenvolver um conjunto de actividades associadas ao salgado que possam ser experimentadas pelos visitantes, diversificando os motivos de visita ao salgado. Entre elas podem incluir-se, a título de exemplo

Um jogo de damas com recurso a motivos associados ao salgado (p.ex. as peças poderiam ser constituídas por pacotes de sal de dimensões consideráveis, para que os jogadores tivessem que transportar os sacos em cada uma das jogadas);

Um dia na extracção de sal (os visitantes teriam oportunidade de desenvolver as tarefas de extracção de sal durante um dia);

Percursos de natureza no salgado (visitas para observação de espécies características do salgado);

JUSTIFICAÇÃO

A visita ao salgado de habitantes, visitantes e turistas constitui uma forma de divulgação do salgado e do sal nele produzido. No sentido de estimular aquelas visitas importa desenvolver actividades que ofereçam actividades inovadoras e atractivas.

RESULTADOS ESPERADOS

Divulgação das marinhas de Aveiro

Actividades de lazer diversificadas oferecidas no Museu da Troncalhada

Percursos de natureza construídos

ENTIDADES EXECUTORAS Câmara Municipal de Aveiro; Universidade de Aveiro

FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO

MEDIDA VI

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VI Diversificação da oferta museológica

ACÇÃO VI.3 Inventariação, investigação e divulgação do património cultural do salgado aveirense

OBJECTIVO

Conhecer o património etnográfico do salgado

Divulgar o património etnográfico do salgado

DESCRIÇÃO

Trata-se de desenvolver um conjunto de actividades que aprofundem a ligação entre a cidade e o salgado, através da promoção de estudos de inventariação, investigação e divulgação do seu património, nomeadamente através do Eco-museu, de publicações a editar e da internet.

JUSTIFICAÇÃO

Está difusa a ligação entre a cidade e o salgado, factor que limita o respectivo aproveitamento turístico, procurando-se, com esta medida, estimular aquela ligação, conferindo aos habitantes da cidade um papel importante na divulgação do sal e do salgado.

RESULTADOS ESPERADOS

Património etnográfico do salgado conhecido.

ENTIDADES EXECUTORAS Câmara Municipal de Aveiro; Universidade de Aveiro

FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO

MEDIDA VII

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VII Promoção turística do sal

OBJECTIVO

Promover o turismo e a visita às salinas

Promover o sal de Aveiro

DESCRIÇÃO

VI.1 Sinalização

VI.2 Campanha de divulgação junto dos agentes turísticos

VI.3 Página do sal de Aveiro

VI.4 Realização anual da feira do sal

EFEITOS

Promoção turística do sal

Campanha de divulgação junto

dos agentes turísticos

Sinalização

Página web

Divulgação do salgado no mercado turístico

Volume de vendas

Rentabilidade

Atracção de visitantes e

turistas

Feira do Sal

Informação a turistas e visitantes

Divulgação do salgado no mercado nacional

Divulgação do salgado no mercado nacional

Divulgação do sal nos mercados nacional e

internacional

MEDIDA VII

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

JUSTIFICAÇÃO

A atracção de visitantes e turistas à ria de Aveiro e, especificamente, às marinhas constitui um instrumento de promoção do sal associando o produto ao local visitado.

A visita às marinhas deve, porém, ser estimulada, nomeadamente através de uma adequada sinalização na Cidade. No entanto, esta é insuficiente para incluir o salgado no produto turístico Aveiro. Há, portanto, que mobilizar os agentes turísticos no sentido de divulgarem as marinhas enquanto factor de atracção de turistas, divulgação que deverá também fazer-se através da internet e da realização de eventos com expressão internacional.

RESULTADOS ESPERADOS

Divulgação das marinhas de Aveiro e, consequentemente, do sal nelas produzido.

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; CMA

FONTES DE FINANCIAMENTO PIT120; CMA

120 PIT – Programa de Intervenção do Turismo

MEDIDA VII

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VII Promoção turística do sal

ACÇÃO VII.1 Sinalização

OBJECTIVO

Divulgar as marinhas de Aveiro junto dos visitantes e turistas da Cidade

Dinamizar as visitas às marinhas

DESCRIÇÃO

Trata-se de promover as visitas às marinhas de visitantes e turistas da Cidade, nomeadamente através de uma adequada sinalização na Cidade.

JUSTIFICAÇÃO

A atracção de visitantes às marinhas passa pelo conhecimento da respectiva existência e pela indicação dos caminhos para chegar ao Ecomuseu Marinha da Troncalhada a partir do qual se iniciarão as visitas, nos diferentes percursos temáticos disponíveis.

RESULTADOS ESPERADOS

Divulgação das marinhas de Aveiro e, consequentemente, do sal nelas produzido.

ENTIDADES EXECUTORAS CMA

FONTES DE FINANCIAMENTO PIT

MEDIDA VII

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VII Promoção turística do sal

ACÇÃO VII.2 Campanha de divulgação junto dos agentes turísticos

OBJECTIVO

Divulgar as marinhas de Aveiro junto dos agentes turísticos

Promover a divulgação das marinhas de Aveiro

DESCRIÇÃO

Trata-se de promover uma campanha de divulgação das marinhas de Aveiro junto dos operadores turísticos, associando as marinhas ao produto turístico Aveiro, promovendo, consequentemente, a visita às marinhas e ao Ecomuseu Marinha da Troncalhada, dinamizando, em simultâneo, a venda de sal na óptica do merchandising do turismo aveirense.

JUSTIFICAÇÃO

A entrada do sal aveirense no mercado gourmet obriga a um esforço importante de promoção para a qual a actividade turística pode ser um importante contributo, na medida em que pode transformar cada turista/ visitante num instrumento de divulgação.

RESULTADOS ESPERADOS

Divulgação das marinhas de Aveiro e, consequentemente, do sal nelas produzido.

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; CMA

FONTES DE FINANCIAMENTO CMA

MEDIDA VII

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VII Promoção turística do sal

ACÇÃO VII.3 Página do sal de Aveiro

OBJECTIVO

Divulgar as marinhas de Aveiro

Promover a divulgação das marinhas de Aveiro

DESCRIÇÃO

Trata-se de divulgar a actividade salícola através da internet, nomeadamente através do desenvolvimento de uma página com link para o endereço electrónico da CM de Aveiro, no qual se divulgassem os processos de produção e as ofertas museológicas e de lazer associadas ao sal, e que constituísse factor de atracção de futuros visitantes.

JUSTIFICAÇÃO

Não existe na internet uma oferta nacional relativa ao salgado que permita a respectiva divulgação e estimule a visita.

RESULTADOS ESPERADOS

Página na internet sobre o sal de Aveiro.

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; CMA

FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO

MEDIDA VII

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

MEDIDA VII Promoção turística do sal

ACÇÃO VII.4 Realização anual da feira do sal

OBJECTIVO

Divulgar o sal de Aveiro

Aprofundar a imagem das marinhas ligadas ao produto turístico Aveiro

DESCRIÇÃO

Trata-se de promover a realização de um conjunto de eventos ligados ao produto e à cultura da extracção de sal, de modo a atrair turistas e visitantes, bem como a divulgar a imagem e a marca do sal aveirense e a associar as marinhas ao produto turístico Aveiro.

JUSTIFICAÇÃO

A promoção do sal de Aveiro passa também pela divulgação da cultura ligada à respectiva extracção que justifica a realização de um evento capaz de contribuir para a projecção do sal de Aveiro

RESULTADOS ESPERADOS

Divulgação do sal aveirense

ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; CMA

FONTES DE FINANCIAMENTO PIT

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

158

ANEXOS

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 159

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO AOS PROPRIETÁRIOS DAS SALINAS

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 160

Questionário aos proprietários das salinas

Grupo 1 – Caracterização do Proprietário

Pessoa individual ____ (passe para 1.1) Pessoa Colectiva ____ (passe para 1.2)

1.1 Identificação Individual

Nome: _____________________________________________________________

Sexo: ____________

Idade: ____________

Habilitações: ____________

Percurso profissional: ________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Actividade profissional principal (actual):__________________________________

1.2 Identificação colectiva

Designação: _______________________________________________________

Natureza jurídica: ___________________________________________________

CAE (actividade principal): ____________________________________________

Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 161

Grupo 2 – Caracterização das salinas possuídas

2.1 – Número _________

2.2 – Caracterização individual das salinas:

Nº de marnotos e trabalhadores Designação Dimensão (referenciar

medida m2, ha) Actual Evolução recente (1995-2005) do nº de trabalhadores:

(Cresceu, manteve ou diminuiu)

Situação contratual maioritária dos trabalhadores

(Sem vínculo, Trabalhador independente ou Contratado)

Salina 1

Salina 2

Salina 3

Salina 4

Salina 5

Salina 6

Salina 7

Salina 8

Total

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 162

2.2 – Caracterização individual das salinas (cont.)

Utilização dada Motivo da Posse (herança, aquisição, ou

doação)

Historial da Marinha (anos que a possui e designação de anteriores proprietários) Actualmente Outras utilizações no passado (quais e

razão da reconversão)

Salina 1

Salina 2

Salina 3

Salina 4

Salina 5

Salina 6

Salina 7

Salina 8

Total

MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.

163

Grupo 3 – Caracterização da exploração das suas salinas

3.1 – situação actual e evolução recente

Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação

Produto A -

Produto B -

Produção Produtos produzidos

Produto C -

Total ________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Produto A ________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Produto B ________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Prod

uçã

o (ton)

Produto C ________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de salinas em actividade

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de marnotos em actividade

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de trabalhadores

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Habilitações maioritárias dos marnotos

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Despesa com as marinhas em 2005

(tipo e montante),

________(€) n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Receita com as marinhas em 2005 (tipo e montante)

________(€) n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Peso relativo do rendimento das marinhas no seu rendimento anual

________(%) n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 164

3.2 - Evolução recente (1995–2005) da tecnologia utilizada:

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Grupo 4 – Circuito de Comercialização do sal

4.1 – Principais consumidores do sal produzido nas suas marinhas

Não sabe ___ Justificação: ________________________________________

___________________________________________________________

Tipologia de consumidores Designação do sector e / ou da localização %

Indústria transformadora

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

Cooperativa / Associação de produtores

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

Comércio Retalhista

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

Panificação Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

Restauração

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

Consumidores particulares

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

4.1.1 – Existem dificuldades na comercialização do sal (assinale com x):

sim___não___Se sim:

Quais as maiores dificuldades: ____________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 165

Possíveis soluções: ________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

4.1.2 – Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais consumidores do sal marinho artesanal (assinale com x):

sim ___ não ___ n/ sabe___ n/ resp__

Se sim, as alterações foram: __________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

4.2 – Mercados consumidores do sal marinho artesanal e % de quota

Não sabe ___ Justificação: ________________________________________

___________________________________________________________

Peso relativo aproximado

Princ. Locais e tipo de consumidores

mercado local

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

mercado regional

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

mercado nacional

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

mercado interna-cional

Sim ___

Não ___

n/ sabe __ n/ resp __

___ % do total de sal comercializado

4.2.1 - Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais mercados consumidores do sal marinho artesanal (assinale com x):

sim ___ não ___ n/ sabe___ n/ resp__

Se sim, as alterações foram: __________________________________________

__________________________________________________________________

4.3 - Evolução recente (1995–2005) do mercado, e respectivas justificações, aos níveis:

4.3.1 - da procura: cresceu __ manteve __ diminuiu __ n/ sabe___ n/ resp__

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 166

Justificação: _______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

4.3.2 - da oferta: cresceu __ manteve __ diminuiu __ n/ sabe___ n/ resp__

Justificação: _______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

4.3.3 - da concorrência: cresceu__ manteve__ diminuiu__ n/ sabe___ n/ resp__

Justificação: _______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Grupo 5 – Perspectivas Futuras

5.1 Perspectivas futuras para as suas marinhas

5.1.1 – Perspectivas, e respectiva justificação, de utilização futura:

- manter estado actual:___

- vender:___

- arrendar:___

- desactivar a exploração:___

- reutilizar na salinicultura:___

- reconverter:___ Actividade / fins: ____________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 167

Justificação (análise da sustentabilidade económica da utilização prevista):

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

5.2 Perspectivas futuras para as marinhas da cidade de Aveiro

5.2.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

5.2.2 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

5.3 - Importância do salgado para a Cidade de Aveiro

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 168

5.4. Sabe se estão a ser tomadas acções/ medidas visando a revitalização do Salgado de Aveiro? Caso saiba, enuncie-as (caso não saiba, passe para 5.4.1.2):

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

5.4.1 No seu entender, aquelas medidas são adequadas?

sim __ (passe para 5.4.1.1) não __ (passe para 5.4.1.2)

5.4.1.1. Porquê?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

5.4.1.2 Quais consideraria (mais) adequadas?

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Fim. Obrigado pela colaboração

Observações

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da Entrevista: _______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 169

ANEXO 2 - QUESTIONÁRIO AOS MARNOTOS

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 170

Questionário aos marnotos

Grupo 1 – Caracterização do marnoto

1.1 Caracterização Pessoal

sexo: ____________

idade: ____________

habilitações: ____________

percurso profissional: ________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

actividade profissional principal (actualmente):_____________________________

1.2 - Caracterização Profissional como marnoto (caso aplicável, caso não esteja a exercer perguntar ano em que deixou de ser marnoto ___________ e motivo para o abandono ____________________________________________________

__________________________________________________________________ passando depois para a questão 2.2)

Designação da(s) marinha(s) e do(s) proprietário(s) da(s) salinas

Marinha(s) _____________________________________

______________________________________________

Proprietário(s) __________________________________

______________________________________________

Parte da Marinha que explora

______________________________________________

Dimensão das marinhas onde Trabalha e percentagem de utilização

Dimensão das marinhas __________________________

______________________________________________

Percentagem de utilização para a produção de sal_______ ________________________________________________

Periodicidade da prestação (Set-Out) (assinale com x)

Contínua ___ Sazonal ___ Pontual ____

Condição perante o trabalho (assinale com x)

Patrão ___

Trabalhador por conta de outrem ___

Trabalhador por conta própria ___

Outra situação ___. Qual: _________________________

Regime contratual, caso aplicável, (assinale com x)

Sem vínculo (a dias) ___

Trabalhador independente (recibos verdes) ___

Contratado: termo / prazo __; sem termo / efectivo __

Duração semanal do trabalho (horas)

Até 14 horas ___ De 35 a 39 horas ___

De 15 a 29 horas ___ De 40 a 44 horas ___

De 30 a 34 horas ___ 45 ou mais horas ___

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 171

1.2 - Caracterização Profissional como marnoto (cont.)

Rendimento (ilíquido) mensal auferido (€) com a actividade de marnoto (assinale com x)

Menos de 250 ___ De 1000 a 1499 ___

De 250 a 299 ___ De 1500 a 2499 ___

De 300 a 399 ___ De 2500 a 3749 ___

De 400 a 499 ___ De 3750 a 4999 ___

De 500 a 749 ___ De 5000 e mais ___

De 750 a 999 ___

Grupo 2 – Caracterização da exploração das marinhas

2.1 – Situação actual e evolução recente das marinhas onde exerce actividade (assinale com x)

Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação

Produção (ton)

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de trabalhadores

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Receitas da venda do sal, caso aplicável

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 172

2.2 – Situação actual e evolução recente do conjunto das marinhas (exploradas) de Aveiro:

Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação

Produção (ton)

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de marinhas em actividade

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de marnotos

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de trabalhadores

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Receitas provenientes da venda do sal, caso aplicável

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Grupo 3 – Mercado Local do Sal

3.1 - A quem se vende o sal produzido localmente

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.1.1 – Existem dificuldades na comercialização do sal (assinale com x):

sim___não___Se sim:

Quais as maiores dificuldades: ____________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Possíveis soluções: ________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 173

3.2 - Utilização do sal produzido localmente

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.2.1 – Comparando o sal marinho artesanal produzido em Aveiro com o de outras regiões, assinale:

Aspectos mais positivos: _______________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Aspectos mais negativos: ______________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Grupo 4 – Perspectivas Futuras

4.1 - Importância do salgado para a Cidade de Aveiro

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

4.2 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

4.3 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 174

4.4 - No seu entender, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização do Salgado de Aveiro:

sim __ (passe para 4.4.1) não __ (passe para 4.4.2)

4.4.1. Quais e porquê: _____________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4.4.2. Porquê e medidas propostas: __________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Fim. Obrigado pela colaboração

Observações:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da entrevista:_______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 175

ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO ÀS ASSOCIAÇÕES DE PRODUTORES DE SAL

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 176

Questionário às Associações de produtores de sal

Grupo 1 – Caracterização da Associação

1.1 – Designação da Entidade: __________________________________________________________

1.2 – Anos: de Constituição ____________________ de início de actividade ______________________

1.3 – Área Geográfica de intervenção da Associação (Freguesia, Concelho, Distrito): ___________________________________________________________________________________

1.4– Nº actual de associados ________

1.3.1. Nos últimos 10 anos (1995-2005), o nº de associados (assinale com x):

cresceu ________ manteve ________ diminuiu ________

1.4 – Principais serviços prestados aos associados:

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Grupo 2 – Caracterização da exploração das salinas na sua área de Abrangência

2.1 – situação actual e evolução recente (assinale com x)

Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação

Produção (ton) ________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de salinas em actividade

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de marnotos ________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Nº de trabalhadores

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 177

2.2 – Principais características dos actores envolvidos

2.2.2 – Marnotos

sexo maioritário: ____________

habilitações médias: ____________

idade média: ____________

‘origem’ maioritária das marinhas (assinale com x): herdada __ comprada __ arrendada __ emprestada __ doada __

profissão principal dominante: ___________________________________________________________

2.2.3 – Trabalhadores

sexo maioritário: ____________

habilitações médias: ____________

idade média: ____________

profissão principal dominante: ___________________________________________________________

2.3 – Caso aplicável, evolução das despesas e receitas da produção do sal (assinale com x)

Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação

Despesas com a produção de sal em 2005 (€)

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Receitas da produção do sal em 2005 (€)

________ n/ sabe __ n/ resp __

cresceu __

manteve __

diminuiu __

Grupo 3 – Circuito de Comercialização do sal

3.1 – Consumidores do sal marinho artesanal da área de abrangência da Associação e % de quota em 2005 (assinale com x)

Designação do sector e / ou da localização % do total de sal

comercializado

Indústria transformadora

Sim ___

Não ___

___ % do total

Comércio retalhista

Sim ___

Não ___

___ % do total

Panificação Sim ___

Não ___

___ % do total

Restauração Sim ___

Não ___

___ % do total

Consumidores particulares

Sim ___

Não ___

___ % do total

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 178

3.1.1 – Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais consumidores do sal marinho artesanal da região (assinale com x): sim ___ não ___

Se sim, as alterações foram: __________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.2 – Mercados consumidores do sal marinho artesanal e % de quota em 2005 (assinale com x)

Peso relativo aproximado

Princ. locais e tipo de consumidores

mercado local Sim ___

Não ___

___ % do total de sal comercializado

mercado regional

Sim ___

Não ___

___ % do total de sal comercializado

mercado nacional

Sim ___

Não ___

___ % do total de sal comercializado

mercado internacional

Sim ___

Não ___

___ % do total de sal comercializado

3.2.1 - Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais mercados consumidores do sal marinho artesanal da região (assinale com x): sim ___ não ___

Se sim, as alterações foram: __________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Grupo 4 – Análise Comparativa

4.2.1 – Comparando o sal marinho artesanal produzido nesta região com o de outras, assinale:

Aspectos mais positivos: ____________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Aspectos mais negativos: ______________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 179

Grupo 5 – Perspectivas Futuras

5.1 - Importância do salgado na região

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

5.2 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal na região e no País e respectiva justificação

região: _____________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

País: _______________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

5.3 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)

região: _____________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

País: _______________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

5.4 - Considera importante a revitalização da produção de sal artesanal:

sim __ não __

Justificação: ________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 180

Caso considere importante, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização da produção artesanal (na Região e no País):

Na Região: sim __ (passe para 5.4.1) não __ (passe para 5.4.2)

No País: sim __ (passe para 5.4.1) não __ (passe para 5.4.2)

5.4.1 - Porquê: Na região __________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

No País _____________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

5.4.2 - Que medidas considera necessárias? Na região ___________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

No País _____________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Fim. Obrigada pela Colaboração

Observações:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da entrevista:_______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 181

ANEXO 4 - QUESTIONÁRIO ÀS INDÚSTRIAS CONSUMIDORAS DE SAL

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 182

Questionário aos estabelecimentos consumidores de sal marinho artesanal

Grupo 1 – Identificação do Estabelecimento

Designação: _______________________________________________________

Natureza jurídica: ___________________________________________________

CAE (actividade principal): ____________________________________________

Nº de Trabalhadores actual: _________________

Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________

Grupo 2 –Consumo do sal

2.1 – Quantidade:

. adquirida no último ano (2005)_________ (referir unidade de medida)

. vendida no último ano (2005)_________ (referir unidade de medida)

2.1.1 – Nos últimos anos (1995/ 2005) a quantidade

. adquirida por ano (assinale com x): cresceu __ manteve __ diminuiu __

. vendida por ano (assinale com x): cresceu __ manteve __ diminuiu __

2.1.1.1 Razões apontadas para a evolução verificada:

na aquisição : _______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

na venda : __________________________________________________________________________

2.2 – Onde adquire o sal e local(ais) de proveniência do mesmo:

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.3 – Aquisição do sal marinho artesanal de Aveiro:

- já comprei no passado, mas actualmente não ___

- comprei e continuo a comprar ___

- compro, mas penso deixar de comprar ____

- não compro, mas penso vir a comprar ____

- não compro, nem penso vir a comprar ____

Justificação: ______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 183

2.4 – Tendo por referência o sal de Aveiro, e enquanto consumidor deste produto, refira (caso aplicável) quais são:

2.4.1 – os seus pontos fracos: ________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

2.4.2 – os seus pontos fortes / factores competitivos: _________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

2.4.3 – principais consumidores e utilizações

Designação do sector e fim a que se destina % do total de sal

comercializado

Indústria transformadora

Sim ___

Não ___

___ % do total

Comércio retalhista

Sim ___

Não ___

___ % do total

Panificação Sim ___

Não ___

___ % do total

Restauração Sim ___

Não ___

___ % do total

Consumidores particulares

Sim ___

Não ___

___ % do total

2.4.3.1 – Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais consumidores do sal marinho artesanal (assinale com x): sim ___ não ___

Se sim, as alterações foram: __________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________________

2.4.4 – Mercados consumidores do sal marinho artesanal e % de quota em 2005 (assinale com x)

Peso relativo aproximado

Princ. Locais e tipo de consumidores

mercado local Sim ___

Não ___

___ % do total de sal comercializado

mercado regional

Sim ___

Não ___

___ % do total de sal comercializado

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 184

Peso relativo aproximado

Princ. Locais e tipo de consumidores

mercado nacional

Sim ___

Não ___

___ % do total de sal comercializado

mercado internacional

Sim ___

Não ___

___ % do total de sal comercializado

2.4.4.1 - Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais mercados consumidores do sal marinho artesanal (assinale com x): sim ___ não ___

Se sim, as alterações foram: _____________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Grupo 3 – Perspectivas de evolução da exploração e do consumo do sal marinho artesanal

3.1 – Na sua opinião, nos próximos anos o consumo de sal marinho artesanal de Aveiro vai (assinale com x):

crescer __ manter __ diminuir __

Justificação: ______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.2 – Quais são, na sua opinião, os principais concorrentes dos produtores e produto ‘sal de Aveiro’:

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.3 – Existem perspectivas de novas utilizações para este sal (assinale com x):

sim __ não __

Justificação e, caso aplicável, quais: ______________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Resumindo, qual a sua opinião acerca do futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 185

Grupo 4 - Perspectivas futuras para as marinhas da cidade de Aveiro

4.1 - Viabilidade económica do salgado de Aveiro e em que domínio (produção de sal, turismo, …)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

4.2 - Importância do salgado para a Cidade de Aveiro

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

4.3 - No seu entender, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização do Salgado de Aveiro (caso aplicável):

sim __ (passe para 4.3.1) não __ (passe para 4.3.2)

4.3.1. Quais e porquê: ____________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

4.3.2. Porquê e medidas propostas: __________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Fim. Obrigada pela Colaboração

Observações:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da entrevista:_______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 186

ANEXO 5 - QUESTIONÁRIO AOS EXCURSIONISTAS / TURISTAS DA

CIDADE DE AVEIRO121

121 O presente questionário foi traduzido em quatro línguas, a saber: espanhol, francês, inglês e alemão, apresentando-se aqui apenas a versão em Português.

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 187

A empresa MULTIAVEIRO encontra-se a realizar, para a Câmara Municipal de Aveiro, o estudo sobre o Salgado de Aveiro, onde se integra o presente questionário.

A sua resposta ao questionário é confidencial. Obrigado pela colaboração.

Grupo 1 – Caracterização Pessoal

Sexo: Masculino___ Feminino ___ Idade: ___ Habilitações:_______________ Profissão actual: _________________ País de residência habitual: _____________

Grupo 2 – Motivação para a deslocação a Aveiro

2.1 - Assinale com um x, os principais motivos (no máximo 3) para a visita à Cidade de Aveiro:

1. Sol-Praia ���� 2. Cultura � 3. Família/ amigos � 4. Desporto � 5. Saúde � 6. Negócios � 7. Político � 8. Religioso � 9. Outro. Qual: ___________________________________ �

2.2 - Assinale com um x, o que já visitou e pretende visitar durante a sua visita a Aveiro:

Já visitou Pretende visitar

1. Museus � � 2. Igrejas e Capelas � � 3. Universidade � � 4. Reserva Natural das dunas de Sº Jacinto � � 5. Centro Cultural e de Congressos � � 6. Fábrica da Ciência Viva � � 7. Teatro Aveirense � � 8. Salinas � � 9. Arquitectura / Arte Nova � � 10. Ria � � 11. Praia � � 12. Outro. Qual:_______________________ � �

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 188

Grupo 3 – Caracterização da Visita

3.1 – Relativamente à sua estadia na Cidade, assinale com um x o número de:

0 1 2 3-5 6-10 11-15

16-20

+ de 21

Dias Noites

Horas

Pessoas que viajam consigo

3.2 - Tem conhecimento da existência de produção de sal na cidade (assinale com x):

sim ___ (passe para questão 3.2.1) não ___ (passe para a questão 3.3)

3.2.1 - Se sim, visitou / pretende visitar os locais de produção de sal (assinale com x):

sim ___ (passe para questão 3.2.1.1) não ___ (passe para questão 3.2.2)

3.2.1.1 - Se sim, qual a sua opinião sobre esses locais (assinale com x):

Negativa ___ Positiva ___ Ainda não sei ___

3.2.2 – Comprou sal de Aveiro (assinale com x)?

sim__(passe para 3.2.2.1) não, mas estou interessado__ (passe para 3.2.2.1) não__ (passe para 3.3)

3.2.2.1 – Para que efeito comprou/ comprará o sal (assinale com x):

Culinária ___ Recordação pessoal___ Oferta ___ Outro ___________

3.3 – Tem intenção de regressar à cidade de Aveiro (assinale com x):

sim ___ (passe para 3.3.1) não ___ (Fim. Obrigado pela Colaboração)

3.3.1 - Se sim, tem intenção de regressar para:

ficar mais tempo ___ trazer novos amigos/ familiares ___

visitar mais coisas ___ outro motivo___ Qual________________________

3.3.1.1 – Quando voltar à cidade, pretende visitar os locais de produção de sal

sim ___ não ___

Fim. Obrigado pela Colaboração!

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 189

ANEXO 6 – GUIÕES DE ENTREVISTA – ASSOCIAÇÕES E OUTROS INTERLOCUTORES

PRIVILEGIADOS

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 190

6.1 ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE AVEIRO

Guião de Entrevista _ Associação Comercial de Aveiro

Grupo 1. Caracterização do Interlocutor

1.1 Identificação

Designação e objectivos da Entidade:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Natureza jurídica: ___________________________________________________

CAE (actividade principal): ____________________________________________

Nº de Trabalhadores actual: _________________

Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________

Grupo 2 – Os consumidores regionais de Sal

2.1 Tem conhecimento dos principais estabelecimentos comerciais que comercializam sal122 (assinale com x):

sim ___ (passe para 2.1.1) não ___ (passe para 3.1) não sabe (passe para 3.1) ____

2.1.1 – Caso sim, indique, por favor:

Designação do Estabelecimento (se

possível)

Tipo de mercado a que se dedicam (local, regional, nacional,

internacional)

Peso relativo do consumo de sal pelo

sector no total comercializado

2.2 Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações

2.2.1 nos principais agentes comerciais de sal na região (assinale com x):

sim ___ não ___ não sabe ____

Se sim, as alterações foram: __________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

122 Independentemente do seu tipo (artesanal ou não) e local de proveniência

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 191

2.3 Os estabelecimentos comerciais do Distrito comercializam sal marinho artesanal de Aveiro (assinale com x):

sim ___ (passe para 2.3.1) não ___ (passe para 2.3.2) não sabe (passe para 3.1) ____

2.3.1 Refira o fim (turismo, consumo doméstico, …) a que o mesmo se destina e a razão para a sua comercialização (qualidade, características, …):___________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

2.3.2 Refira o motivo: ________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Grupo 3 – A viabilidade económica do Produto sal marinho artesanal de Aveiro

3.1 Na opinião, o produto sal marinho artesanal de Aveiro possui viabilidade económica:

sim __ (passe para 3.1.1) não __ (passe para 3.1.2) não sabe __ (Fim. Obrigada pela Colaboração)

3.1.1. Caso sim, em que áreas (turismo, comércio, …):

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

3.1.2 Caso não, porquê:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

3.2 Na sua opinião, quais as medidas que poderiam ser adoptadas (e em que áreas) para

aumentar a viabilidade económica da exploração deste produto:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Fim. Obrigada pela Colaboração

Observações:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da entrevista:_______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 192

6.2 Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro

Guião _ CCDRC

Grupo 1. Caracterização do Interlocutor

1.1 Identificação

Designação e objectivos da Entidade:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

Natureza jurídica: ___________________________________________________

Nº de Trabalhadores actual: _________________

Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________

Grupo 2 – O salgado de Aveiro e a economia local

2.1 – Avaliação da importância da exploração do sal:

2.1.1 Para a economia local (e respectiva justificação, especificando sectores)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.1.1.1 Evolução recente (1995-2005) desta importância:

cresceu _____ manteve _____ diminuiu _____ não sabe____

Justificação: ________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.2 Quais os pontos fortes e fracos actuais da produção artesanal de sal em Aveiro para a sua ‘exploração’ em termos económicos:

. pontos fortes (acessibilidades, enquadramento natural, …): _______________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

. pontos fracos (declínio, caminhos, divulgação,…): _______________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.3 - Considera importante a revitalização da produção de sal artesanal:

sim __ não __

Justificação: ________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 193

Caso considere importante, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a sua revitalização:

sim __ (passe para 2.3.1) não __ (passe para 2.3.2)

2.3.1 Quais e porquê: ____________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2.3.2 Porquê e medidas propostas: _________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Grupo 3 – Perspectivas Futuras

3.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.2 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Fim. Obrigada pela Colaboração

Observações:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da entrevista:_______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 194

6.3 DEPARTAMENTO DE AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

Guião _ Interlocutores na Área do Ambiente e Ordenamento

Grupo 1. Caracterização do Interlocutor

Pessoa individual ____ (passe para 1.1) Pessoa Colectiva ____ (passe para 1.2)

1.1 Identificação Individual

Nome: _____________________________________________________________

Sexo: ____________

Idade: ____________

Habilitações: ____________

Percurso profissional: ________________________________________________

Actividade profissional principal (actualmente):_____________________________

Cargo (designação e antiguidade no posto): _______________________________

1.2 Identificação colectiva

Designação e objectivos da Entidade (solicitar estatutos ou regulamento, caso aplicável):

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Natureza jurídica: ___________________________________________________

CAE (actividade principal): ____________________________________________

Nº de Trabalhadores actual: _________________

Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________

Grupo 2 – O salgado, a Cidade e o meio ambiente

2.1 – Avaliação da importância da exploração do sal:

2.1.1 Para a Cidade de Aveiro

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.2 - Nas últimas décadas tem-se assistido ao abandono da actividade da salinicultura devido à conjugação de uma série de factores. No seu entender quais os mais determinantes:

__________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 195

2.3 - O abandono da actividade da salinicultura comporta, certamente, uma série problemas do ponto de vista ambiental. Quais:

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.4 – Considera que os instrumentos de política ambiental/ordenamento aplicáveis (Corine, Avifauna, REN, RAN e PDM, entre outros) são um garante da protecção desta área da Ria de Aveiro. De que modo estes instrumentos condicionam a actividade salícola e outras actividades alternativas ou complementares (aquacultura, turismo ...)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.5 - As actividades alternativas/complementares à actividade salícola são, entre outras, a aquacultura, o turismo (ornitológico, ambiental, paisagístico) ... Considera estas actividades viáveis. A aposta nestas actividades alternativas ou complementares poderão alterar os equilíbrios existentes. De que forma:

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.6 - No seu entender, é importante a revitalização da produção de sal artesanal em Aveiro:

sim __ não __

Justificação: ________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Caso considere importante, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para essa revitalização:

sim __ (passe para 2.2.1) não __ (passe para 2.2.2)

2.6.1. Quais e porquê: _____________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2.6.2. Porquê e medidas propostas: __________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 196

2.7 Quais os pontos fortes e fracos actuais da produção artesanal de sal em Aveiro para a sua ‘exploração’ em termos económicos:

. pontos fortes (acessibilidades, enquadramento natural, …): _______________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

. pontos fracos (declínio, caminhos, divulgação,…): _______________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Grupo 3 – Perspectivas Futuras

3.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.2 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Fim. Obrigado pela sua colaboração

Observações:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da entrevista:_______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 197

6.4 DIRECÇÃO REGIONAL DAS PESCAS E AQUICULTURA DO CENTRO

Guião de entrevista – Direcção Regional das Pescas e Aquicultura do Centro

1. Grupo 1 – Caracterização do Interlocutor

1.1 Identificação colectiva

Designação e objectivos da Entidade:

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Natureza jurídica: ___________________________________________________

Nº de Trabalhadores actual: _________________

Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________

Grupo 2 – O salgado e a economia local

2.1 – Avaliação da importância da exploração do sal:

2.1.1 Para a economia local (e respectiva justificação, especificando sectores)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.1.1.1 Evolução recente (1995-2005) desta importância:

cresceu _____ manteve _____ diminuiu _____ não sabe____

Justificação: ________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Caso tenha diminuído, nas marinhas de Aveiro, a produção de sal está a ser substituída por outras actividades económicas:

Sim ___ Não ____ Não sabe ____

Se sim, enuncie quais as actividades: ____________________________________

e as razões para essa substituição: ______________________________________

Se não, o que pensa que irá acontecer às marinhas de Aveiro a curto prazo: _____

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 198

2.2 Quais os pontos fortes e fracos actuais do salgado de Aveiro para a sua ‘exploração’ em termos económicos:

. pontos fortes (acessibilidades, enquadramento natural/ …): _______________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

. pontos fracos (declínio/ caminhos/ divulgação): ________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.3 - No seu entender, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização do Salgado de Aveiro:

sim __ (passe para 2.3.1) não __ (passe para 2.3.2)

2.3.1. Quais e porquê: _____________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2.3.2. Porquê e medidas propostas: __________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Grupo 3 – Perspectivas Futuras

3.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.2 - Viabilidade económica do salgado e em que área (produção de sal, turismo, …)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Fim. Obrigado pela Colaboração

Observações:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da entrevista:_______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 199

6.5 FEDRAVE

Guião _ FEDRAVE

Grupo 1. Caracterização do Interlocutor

1.1 Identificação

Designação e objectivos da Entidade:

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

CAE (actividade principal): ____________________________________________

Natureza jurídica: ___________________________________________________

Nº de Trabalhadores actual: _________________

Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________

Grupo 2 – O salgado de Aveiro e a Cidade

2.1 – Avaliação da importância da exploração do sal:

2.1.1 Para a Cidade de Aveiro (e respectiva justificação)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.1.1.1 Evolução recente (1995-2005) desta importância:

cresceu _____ manteve _____ diminuiu _____ não sabe____

Justificação: ________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.1.2 Para a economia local (e respectiva justificação, especificando áreas)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

2.1.2.1 Evolução recente (1995-2005) desta importância:

cresceu _____ manteve _____ diminuiu _____ não sabe____

Justificação: ________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 200

2.2 - No seu entender, considera importante a revitalização da produção de sal artesanal

sim __ não __

Justificação: ________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Caso considere importante, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização da produção artesanal de sal em Aveiro:

sim __ (passe para 2.2.1) não __ (passe para 2.2.2)

2.2.1 Quais e porquê: ____________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

2.2. 2. Porquê e medidas propostas: _________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Grupo 3 – Perspectivas Futuras

3.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3.2 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

Fim. Obrigada pela Colaboração

Observações:

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

__________________________________________________________________

Data da entrevista:_______________

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 201

ANEXO 7. MOTRICIDADE

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 202

Variável nº Motricidade

4 17 7 17 8 17

13 16 43 14 46 13 5 12

42 12 9 11

16 11 17 11 40 11 27 10 36 10 47 10 6 9

32 9 39 9 1 8 2 8 3 8

12 8 14 8 18 8 20 8 34 8 38 8 10 7 15 7 31 7 19 6 21 6 24 6 25 6 26 6 48 6

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 203

(Continuação)

Variável nº Motricidade

49 6 22 5 30 5 33 5 11 4 28 4 35 4 37 4 45 4 23 3 29 3 44 3 41 1

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 204

ANEXO 8. DEPENDÊNCIA

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 205

Variável nº Motricidade

4 41 3 30 5 20

10 20 8 18

11 17 22 17 28 17 13 15 30 15 16 14 17 14 14 13 23 12 6 11 9 11 1 10

12 9 15 8 20 8 29 8 19 7 48 7 18 5 49 5 7 4

26 4 36 4 40 4 25 3 34 3 35 3 42 3 47 3 21 2 31 2 32 2

MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 206

(Continuação)

Variável nº Motricidade 37 2 38 2 41 2 2 1

24 1 27 1 43 1 33 0 39 0 44 0 45 0 46 0