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MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Relatório Final
Revitalização e Valorização Económica do Salgado de Aveiro
Estudo de Mercado
Dezembro de 2007
Com a participação da União Europeia Projecto cofinanciado pelo FEDER
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
II
O futuro não se prevê, prepara-se
Braudel
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
III
Entidade Responsável pelo Estudo:
Sede: Cais dos Remadores Olímpicos (Antigo Cais de São Roque), nº 75 Apart. 1010
3800-156 - Aveiro
Telefones: 234 371 617/8 – 234 480 114/5/6 Fax: 234 371 619
e-mail: [email protected]/
Delegação Norte:
R. Prof. Emídio Guerreiro, nº 106 - 1º dto.
Refojos de Basto
4860-160 Cabeceiras de Basto
Telefone: 253 66 12 098 Fax: 253 66 12 09
e-mail: [email protected]/
Equipa Técnica:
Maria Alberto Branco (Coordenação Geral)
Helena Santos (Coordenação Executiva)
Ana Almeida Inês Mineiro Paula Mendes Sara Velha Sérgio Pinto
Mariana Lemos (entrevistadora)
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
IV
Índice
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1
METODOLOGIA.................................................................................................. 3
Sistema de Informação.................................................................................... 3
Subsistema primário ................................................................................ 4
Subsistema secundário ............................................................................. 4
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO .............................................................................. 7
PARTE I - Caracterização da actividade Salícola................................................17
I.1. Situação da exploração salícola aveirense.............................................18
I.1.1 A produção de sal: modos, locais e quantidades..................................18
I.1.2 Os recursos humanos afectos à actividade..........................................37
I.1.3 Os recursos materiais, tecnológicos e financeiros afectos à actividade....41
I.1.4 Os mercados do sal aveirense:Logística, distribuição e comercialização ..46
I.2. A importância do sal aveirense............................................................52
I.2.1 A importância do sal aveirense na produção nacional de sal..................52
I.2.2 A importância da actividade salícola na economia e sociedade aveirense 56
I.2.3 A importância da exploração de sal no território e ambiente .................59
I.2.4 A importância da actividade salícola no turismo local ...........................61
I.3. As condicionantes externas à exploração salícola...................................64
I.3.1 A evolução da economia portuguesa 2000-2005..................................64
I.3.2 As políticas ambientais e de ordenamento do território.........................73
I.3.3 O sal aveirense e seus concorrentes nacionais e internacionais..............75
I.3.4 A salicultura e seu enquadramento legal.............................................81
I.4. As actividades complementares e substitutas do sal aveirense ................88
I.4.1 O turismo concelhio: características, recursos e condicionantes.............88
I.4.2 A aquicultura: características e condicionantes....................................89
I.5. A matriz swot da actividade salícola .....................................................96
PARTE II - Definição de estratégias para o sector salícola ..................................97
II. 1 Análise Morfológica ...........................................................................100
II.1.1 Identificação das variáveis chave do sistema ...................................100
II.1.2 Identificação das relações na matriz de análise estrutural..................104
II. 2 Cenários de evolução ........................................................................115
PARTE III – PLANO DE ACÇÃO......................................................................131
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
V
Anexos......................................................................................................158
Anexo 1 - Questionário aos proprietários das salinas ....................................159
Anexo 2 - Questionário aos marnotos .........................................................169
Anexo 3 - Questionário às Associações de produtores de sal .........................175
Anexo 4 - Questionário às indústrias consumidoras de sal.............................181
Anexo 5 - Questionário aos excursionistas / turistas da cidade de Aveiro ........186
Anexo 6 – Guiões de entrevista – Associações e Outros Interlocutores Privilegiados............................................................................................189
6.1 Associação Comercial de Aveiro ...........................................................190
6.3 Departamento de Ambiente e Ordenamento do Território ........................194
6.4 Direcção Regional das Pescas e Aquicultura do Centro ............................197
6.5 Fedrave ............................................................................................199
Anexo 7. Motricidade................................................................................201
Anexo 8. Dependência..............................................................................204
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
VI
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Sistematização dos Proprietários Entrevistados.................................. 8
Tabela 2 – Sistematização dos Marnotos Entrevistados....................................... 9
Tabela 3 - Sistematização da informação recolhida acerca das Marinhas, seus Proprietários e Nº de Marnotos.......................................................................11
Tabela 4 - Associações e Interlocutores Privilegiados ........................................14
Tabela 5 – Comparação entre sais marinhos, tradicional e não tradicional............26
Tabela 6 - Marinhas produtoras de sal, tipologia do proprietário e número de marnotos.....................................................................................................27
Tabela 7 - Evolução das Marinhas em actividade ..............................................28
Tabela 8 - Evolução da Produção ....................................................................30
Tabela 9 - Evolução das Receitas ....................................................................31
Tabela 10 - Pontos fortes do sal de Aveiro .......................................................32
Tabela 11 – Número de empresários em nome individual e Sociedades na CAE 144 no Concelho de Aveiro e no Continente (1996 e 2003) ......................................33
Tabela 12 - Número de empresas, estabelecimentos e pessoas ao serviço na CAE 144 no Concelho de Aveiro e no Continente (1996 e 2003) .........................36
Tabela 13 - Profissão actual principal dos marnotos activos ...............................38
Tabela 14 - Nº de marinhas em que os marnotos activos exercem actividade.......39
Tabela 15 - Condição perante o trabalho dos marnotos activos...........................39
Tabela 16 - Evolução do número de marnotos ..................................................40
Tabela 17 - Evolução do nº de marnotos no conjunto das marinhas ....................40
Tabela 18 - Nº de marnotos por marinha.........................................................41
Tabela 19 - Compradores do Sal aveirense ......................................................47
Tabela 20 – Utilização/ consumo do sal aveirense.............................................48
Tabela 21 – Razões para as dificuldades na comercialização do sal aveirense, segundo os marnotos....................................................................................50
Tabela 22 - Razões para as dificuldades na comercialização, do sal aveirense, segundo os Proprietários ...............................................................................51
Tabela 23 – Produção de sal segundo as regiões e salgados (número absoluto e percentagem), 2005 .....................................................................................53
Tabela 24 – Taxa de crescimento quinquenal da produção de sal, segundo as unidades territoriais (1980-2005) ...................................................................54
Tabela 25 – Evolução quinquenal da produção de sal (nº abs. e % em coluna), segundo as unidades territoriais (1980-2005) ..................................................55
Tabela 26 – Produto Interno Bruto, por habitante em PPC, 2000-2005 ................66
Tabela 27 - Taxa de crescimento real do custo unitário do trabalho ....................69
Tabela 28 - Dívida Pública, 2000-2005 ............................................................73
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
VII
Tabela 29 – Valores transaccionados (absolutos e relativos) de sal próprio para alimentação humana, 2005............................................................................76
Tabela 30 - Valores transaccionados (absolutos e relativos) de sal próprio para alimentação humana segundo os países e orientação do fluxo comercial, 2005 ....77
Tabela 31 – Fluxos comerciais dos artigos do Grupo 250 (valores absolutos, relativos e taxa de crescimento).....................................................................78
Tabela 32 – Evolução das quantidades transaccionadas de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano (nº absol., % e taxa de crescimento) .........79
Tabela 33 – Evolução dos valores de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano (nº absol. e %) ...................................................................................79
Tabela 34 - Evolução das quantidades transaccionadas de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano, país e orientação do fluxo comercial (nº absol., % e taxa de crescimento) ...................................................................80
Tabela 35 – Quantidade e Valor do peixe transaccionado segundo a orientação do fluxo comercial, 2005....................................................................................91
Tabela 36 – Quantidade de Peixe transaccionado, segundo o país e orientação do fluxo comercial, 2005....................................................................................92
Tabela 37 - Evolução da Produção em Aquicultura em Portugal (toneladas), 1999-2003...........................................................................................................93
Tabela 38 – Número de estabelecimentos de aquicultura activos no concelho de Aveiro, segundo o regime de exploração (1996 – 2003) ....................................94
Tabela 39 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis ................118
Tabela 40 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis ................120
Tabela 41 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis ................123
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
VIII
Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Número de sociedades no Subsector 14401 – Extracção de Sal marinho, segundo o Distrito (2003)..............................................................................34
Gráfico 2 – Número de sociedades no Subsector 14401 – Extracção de Sal Marinho, segundo o escalão de pessoas ao serviço (2003) ..............................................35
Gráfico 3 – Distribuição do número de marnotos activos, segundo os escalões etários ........................................................................................................37
Gráfico 4: Distribuição do número de marnotos activos, segundo a escolaridade ..38
Gráfico 5 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto, 2000 – 2005 ..65
Gráfico 6 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto per capita, 2000-2005 ..................................................................................................65
Gráfico 7 - PIB por hora trabalhada, 2000-2005 (1995=100) .............................67
Gráfico 8 - Taxa de Crescimento do Emprego, 2000-2005 .................................67
Gráfico 9 - Taxa de emprego, 2000-2005 ........................................................68
Gráfico 10 - Taxa de desemprego, 2000 – 2005 ...............................................68
Gráfico 11 - Consumo a preços constantes, 2000-2005 (1995=100) ...................70
Gráfico 12- Investimento total, 2000-2005 ......................................................70
Gráfico 13 - Taxa de inflação, 2000-2005 ........................................................72
Gráfico 14 - Défice Público, 2000-2005 ...........................................................72
Gráfico 15 - Plano de motricidade e dependência............................................111
Índice de Figuras
Figura 1 – Esquema de uma salina de Aveiro..............................................................20
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
1
INTRODUÇÃO
A prática da exploração do Sal em Aveiro, tal como o verificado noutros pontos do
País (Figueira da Foz, Alcochete, Alcácer do Sal, Tavira, Olhão e Castro Marim), é
uma actividade muito antiga, sendo o primeiro escrito conhecido acerca do salgado1
de Aveiro anterior à própria fundação da nacionalidade. Contudo, o número e
produção das salinas têm sido muito variáveis ao longo dos séculos, verificando-se
regularmente a alternância entre períodos de decadência, com outros mais
favoráveis à produção.
À importância sócio-económica da produção do sal não é alheio o seu papel em
diversos ciclos produtivos, como a salga do bacalhau e as indústrias químicas. Mas,
paralelamente ao papel directo deste produto na economia local há a acrescentar
quer a possibilidade da exploração de novos produtos no mesmo espaço do salgado
de Aveiro, quer as consequências da salicultura na sua paisagem urbana bem como
em algumas das suas práticas culturais, factores que, conjuntamente, têm
suscitado o desenvolvimento de outras áreas com repercussões na economia local.
Vejamos, a título de exemplo, o impacto na economia local dos visitantes do
Salgado em termos da hotelaria, restauração e comércio.
Ora, a conjugação das vertentes natural, económica e cultural do Salgado conferem
uma mais-valia à cidade de Aveiro, dadas as suas diversas potencialidades, o que
tem vindo a ser crescentemente considerado e aproveitado pelos actores locais,
públicos e privados, mas que carece de um impulso estruturado e baseado no
conhecimento real e actualizado da situação do salgado aveirense, nas suas
múltiplas vertentes, a que este estudo pretende responder. Este estudo surge,
contudo, num contexto de declínio da actividade salineira associado ao crescimento
da consciência social acerca da importância e potencialidades das mesmas para a
Cidade.
De facto, se a dureza do trabalho nas salinas, associado aos decrescentes
dividendos dele retirados, tem conduzido ao progressivo abandono desta
actividade, assiste-se a uma crescente tomada de consciência da sua importância
e, consequentemente, da necessidade de a revitalizar.
1 Salgado designação dada ao conjunto das marinhas ou salinas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
2
É pois neste contexto de profundas alterações na prática e significados do salgado
de Aveiro que surge o presente Estudo visando, fundamentalmente, dois
objectivos:
• Conhecer a realidade do salgado de Aveiro, e
• Potenciar a vertente económica do Salgado de Aveiro.
O conhecimento da realidade actual do salgado de Aveiro constitui, portanto, um
passo necessário e fundamental para responder à questão central do trabalho que
pretende realizar-se: que fazer para valorizar o salgado de Aveiro, tendo presente
que esta valorização passa pelo aumento do respectivo rendimento, quer directo,
para os que dele dependem, quer indirecto, para a Cidade.
Para atingir os dois objectivos propostos importa, portanto, proceder ao diagnóstico
da situação do Salgado de Aveiro nas suas várias vertentes e interligações para,
posteriormente, definir a estratégia sectorial bem como o respectivo plano de
acção.
O Relatório agora apresentado traduz o trabalho realizado, encontrando-se
organizado em três Partes. Na primeira, procede-se então à Caracterização da
actividade salícola em Aveiro, com a análise da situação actual da exploração
salícola aveirense (ponto I.1), nomeadamente no que concerne aos modos, locais e
quantidades da produção de sal (ponto I.1.1), aos recursos humanos, materiais,
tecnológicos e financeiros afectos à actividade (pontos I.1.2 e I.1.3) bem como aos
mercados do sal aveirense (ponto I.1.4). Nesta primeira Parte analisa-se
igualmente a importância do sal aveirense (ponto I.2) na produção nacional de sal
(ponto I.2.1), na economia e sociedade aveirenses (ponto I.2.2), no território e
ambiente (ponto I.2.3), bem como no turismo local (ponto I.2.4).
As condicionantes externas à exploração salícola são objecto do ponto I.3,
destacando-se de entre estas a evolução passada recente da economia portuguesa
(ponto I.3.1), as políticas ambientais e de ordenamento do território (ponto I.3.2),
os concorrentes nacionais e internacionais do sal aveirense (ponto I.3.3) bem como
o enquadramento legal desta actividade (ponto I.3.4). Por fim, analisar-se-ão as
actividades complementares e substitutas do sal aveirense (ponto I.4),
nomeadamente o turismo (ponto I.4.1) e a aquicultura (ponto I.4.2).
Por fim, e como síntese do diagnóstico realizado, apresenta-se a matriz swot da
actividade salícola aveirense (ponto I.5).
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
3
A caracterização da actividade salícola em Aveiro, que corresponde à Parte I do
presente Relatório, é pois o ponto de partida para a definição de uma estratégia
sectorial, apresentada na Parte II, acompanhando-a com a consequente definição
do Plano de Acção para a revitalização do salgado aveirense, objecto da Parte III.
Segue-se a apresentação da metodologia utilizada no desenvolvimento do presente
estudo bem como a sistematização do trabalho de campo realizado.
METODOLOGIA
A metodologia de trabalho prosseguida pressupôs, por um lado, uma grande
componente de recolha e de tratamento de informação (quer de natureza primária,
quer de natureza secundária) e, por outro lado, um relacionamento estreito entre a
Equipa Técnica, a Entidade Contratante e os actores directamente relacionados com
o salgado de Aveiro, como os proprietários das ‘marinhas’, os ‘marnotos’ em
actividade, ou não, os industriais/ produtores locais/ regionais do Sal e os membros
da Cooperativa Agrícola dos Produtores e Transformadores de Sais Marinhos de
Aveiro, tidos como relevantes para o presente Estudo. De facto, a análise da
situação actual do Salgado aveirense, bem como a consequente definição de
estratégias para a sua revitalização e valorização, implica uma colaboração estreita
com os actores sociais locais para que as mesmas sejam definidas seguindo uma
metodologia de trabalho participada.
Seguidamente apresenta-se a concepção e conteúdo do sistema de informação
construído para o presente estudo.
Sistema de Informação
O Sistema de Informação é comummente constituído por dois tipos distintos de
informação: a primária, produzida no âmbito do estudo, e a secundária, produzida
em outras sedes e pertinente para a análise do presente objecto de estudo.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
4
Subsistema primário
O subsistema de informação primária é composto pela informação recolhida através
de inquéritos presenciais e guiões de entrevistas2 aplicados às tipologias de
interlocutores seguidamente enunciadas:
• Inquérito presencial aos proprietários das salinas (anexo 1),
• Inquérito presencial aos marnotos (anexo 2),
• Inquérito presencial junto das principais Associações de produtores de sal
marinho artesanal (anexo 3),
• Inquérito presencial junto das principais indústrias consumidoras de sal
(anexo 4),
• Inquérito aos excursionistas3 / turistas da Cidade de Aveiro (anexo 5), e
• Entrevista junto de Associações e Outros Interlocutores Privilegiados, com
intervenção real ou potencial no salgado de Aveiro, os quais possuirão
visões alternativas acerca do mesmo e cuja informação e opinião se
considere relevantes para a temática (anexo 64).
Para além das entrevistas e inquéritos, realizaram-se duas apresentações do
trabalho desenvolvido, as quais se centraram na exposição do diagnóstico do sector
bem como na discussão das perspectivas para o futuro do salgado aveirense5.
Subsistema secundário
O subsistema de informação secundária contempla a informação produzida em
outras sedes e tida como pertinente para a análise do objecto de estudo, incluindo
2 Os inquéritos e guiões constituem os instrumentos de recolha de informação construídos pela equipa no âmbito do presente estudo. 3 Excursionista: ‘visitante temporário que permanece menos de 24 horas no local visitado’, por oposição ao Turista, visitante que permanece pelo menos 24 horas no local visitado (cf. Confederação do Turismo Português, 2005, ‘Reinventando o Turismo em Portugal’, Lisboa, Confederação do Turismo Português). 4 Em anexo apresentam-se apenas os guiões de entrevistas utilizados para a auscultação de cinco dos interlocutores, a saber: Associação Comercial de Aveiro; Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro; Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro; Direcção Regional das Pescas e Aquicultura; e FEDRAVE. A razão para a apresentação apenas de cinco dos guiões elaborados prende-se com as similitudes dos restantes guiões aplicados a este grupo de interlocutores. 5 Importa referir que paralelamente às apresentações, o documento relativo ao diagnóstico da situação actual do salgado (correspondente à Parte I do presente Relatório) esteve disponível no site da Câmara Municipal de Aveiro com vista a recolher pareceres e/ ou sugestões dos cidadãos.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
5
quer a obtida através da pesquisa bibliográfica/ documental, quer a informação
estatística, sistematizando-se esta última, seguidamente, segundo a fonte:
A. Direcção Geral das Pescas e Aquicultura:
1. Estatísticas da Salicultura: evolução da produção de sal marinho em
Portugal (até 2005 e por Nuts6 / Concelho); Evolução dos apoios financeiros
do PIDDAC à salicultura / nº de Projectos aprovados (de 1998 a 2005).
2. Estatísticas dos principais indicadores sócio-económicos das pescas:
Produção (pescado / aquicultura).
3. Estatísticas da Pesca (aquicultura).
B. Instituto Nacional de Estatística (INE)
1. Estatísticas do comércio internacional relativas aos produtos sal e
derivados e peixe (último ano 2005): importação e exportação – país origem
/ destino; quantidades; valores.
2. Base Belém: listagem das empresas (nome, morada, …), segundo o
Concelho e a CAE (último ano: 2004) bem como os indicadores económicos
das empresas existentes (volume de negócios, natureza jurídica, capital
social, número de pessoas ao serviço, data de constituição).
3. Estatísticas do Turismo (dados de 2003 / 2004): estabelecimentos e
capacidade de alojamento; dormidas e hóspedes; dormidas segundo o país
de residência habitual; duração das estadias.
4. As Cidades em Números (fontes principais: Recenseamento Geral da
População e Anuário Estatístico da Região Centro): população residente;
sectores de actividade; estabelecimentos segundo dimensão, sector de
actividade, volume de negócios.
6 Nomenclatura das Unidades Territoriais, segundo as quais o país se encontra dividido em três níveis, correspondendo o Nível I ao Continente, o II às cinco principais regiões (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), e o III às sub-regiões.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
6
C. DGEEP / MTSS7
1. Base ‘Quadros de Pessoal’8 (ano mais recente: 2003): Número de
empresas segundo o ano de constituição; Número de empresas segundo o
escalão de volume de negócios; Número de empresas segundo a natureza
jurídica; Número de estabelecimentos segundo a dimensão do
estabelecimento; Número de pessoas ao serviço segundo os grupos etários e
o sexo; Número de pessoas ao serviço segundo as habilitações e o sexo;
Número de pessoas ao serviço segundo a profissão e o sexo; Número de
pessoas ao serviço segundo os níveis de qualificação e o sexo; Número de
pessoas ao serviço segundo o escalão de antiguidade e o sexo; Número de
pessoas ao serviço segundo o tipo de contrato e o sexo; Número de pessoas
ao serviço segundo a situação na profissão e o sexo; Número de pessoas ao
serviço segundo o regime de duração do trabalho e o sexo; Número de
pessoas ao serviço segundo o sexo e classes de remuneração mensal ganho.
D. ROTA DA LUZ
1. Informação acerca do perfil do excursionista / turista da cidade de
Aveiro
No caso da informação estatística, e apesar de ter sido adquirida e analisada, há
que ressaltar as limitações da mesma para o sector económico da extracção de sal
marinho. De facto, este sector caracteriza-se por uma elevada informalidade, sendo
pouco significativos os estabelecimentos constituídos, bem como os seus
trabalhadores. Aspectos estes, aliás, confirmados com a informação recolhida
através das entrevistas realizadas aos marnotos, tendo-se verificado que estes
trabalham maioritariamente por conta própria, não possuindo um vínculo contratual
com o proprietário da marinha, sendo esta arrendada ou, maioritariamente, cedida
para exploração.
7 Direcção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social 8 A informação adquirida reporta às CAEs (rev. 2.1) 14401 ‘extracção de sal marinho’, 14402 ‘extracção de sal-gema’, 14403 ‘refinação de sal’ e 05020 ‘aquicultura e serviços relacionados’ e aos anos de 1996 e 2003 para Portugal Continental e concelho de Aveiro.
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7
DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO
No que concerne à sistematização da informação (primária) recolhida com o
trabalho de campo apresentar-se-á seguidamente a listagem final das entrevistas
realizadas, organizadas seguindo tipo de interlocutor: I) Proprietários, II) Marnotos
e III) Associações e Interlocutores Privilegiados.
Antes, contudo, importa referir, por um lado, que nem todas as entrevistas e
inquirições inicialmente previstas se realizaram, bem como, por outro lado, a
estratégia de selecção dos interlocutores a auscultar. Ora, se no caso dos
interlocutores privilegiados a sua selecção foi feita pela Equipa técnica em
articulação com a Câmara Municipal; no que concerne aos marnotos e proprietários
a mesma partiu inicialmente das listagens cedidas pela Câmara Municipal.
Entretanto, com a realização das entrevistas foram-se acrescentado alguns nomes
e retirando outros. Ora, se no caso dos marnotos e proprietários acrescentados à
listagem inicial o mesmo se ficou a dever ao comummente designado ‘efeito bola de
neve’, com uns entrevistados a indicarem outros; no caso dos marnotos retirados9,
a equipa optou por privilegiar a inquirição dos que se encontravam no activo,
estivessem, ou não, reformados das suas actividades profissionais principais. Esta
opção foi tomada quer pela maior pertinência da auscultação dos marnotos nesta
situação, quer pela dificuldade de contacto telefónico com os marnotos de idade, na
generalidade, muito avançada e que há muito deixaram de exercer esta actividade.
Refira-se igualmente que a marcação telefónica das entrevistas foi precedida do
envio de uma carta onde se explicava o objectivo do Estudo, sendo esta
acompanhada por uma declaração da Câmara Municipal de Aveiro a confirmar o
envolvimento da Equipa no respectivo Estudo. Por outro lado, é de referir que as
cartas enviadas foram personalizadas, no sentido de facilitar o contacto telefónico
posterior, o que obrigou a um trabalho prévio de confirmação de moradas e
contactos telefónicos bem como da pessoa a contactar10 (quando aplicável).
9 Importa referir que da listagem inicial não se procedeu à retirada de nenhum dos proprietários, pese embora não tenha sido possível entrevistar todos os referenciados, como adiante se explicará. 10 Processo que nem sempre se revelou fácil, até porque algumas das entidades proprietárias desconheciam, aquando do nosso contacto, que eram proprietárias de marinhas, enquanto outras não sabiam quem estaria apto a dar indicações sobre as mesmas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
8
Relativamente ao período de execução do trabalho de campo, deve referir-se que o
mesmo se realizou, maioritariamente, no terceiro quadrimestre do ano de 2006.
Tabela 1 – Sistematização dos Proprietários Entrevistados
Proprietários Entrevistados
Marinhas (nº)
Observações b)
Tipologia Número Activas Inactivas Total
Disponibili-dade para receber
formandos11
Marinhas muito
degradadas
Disponibili-dade para vender as marinhas
Individuais 9 7 13,5 20,5 a) 6 2 2
Colectivos 3 1 15 16 - 1 1
Total 12 8 28,5 36,5 6 3 3
a) Neste número não foram contabilizadas as marinhas de um dos proprietários contactados por ele não ter referenciado o número das que possui, encontrando-se todas inactivas. b) O somatório do número de proprietários apresentados não corresponde ao seu número total, havendo casos em que os mesmos são omissos a estas matérias (informações complementares) enquanto outros referem mais que um aspecto.
Síntese das entrevistas realizadas aos proprietários:
• Nº de Proprietários identificados: 15
• Nº de Proprietários entrevistados: 12
• Nº de Proprietários por entrevistar: 3
No que se refere aos proprietários e tendo em consideração as informações obtidas
pelo cruzamento das entrevistas aos marnotos com a listagem da Safra de 2005
disponibilizada pela Câmara Municipal, a equipa fez diligências no sentido de
contactar os proprietários de duas Marinhas em falta. Se no que se refere a uma
delas não foi possível entrevistar os seus proprietários, na outra o proprietário (que
também é marnoto) encontrava-se à data da realização do trabalho de campo
ausente do país. A Câmara Municipal de Aveiro, e dado ser proprietária e Entidade
adjudicatária deste estudo, também não foi auscultada.
Relativamente aos 12 proprietários entrevistados, nove são pessoas singulares e 3
colectivas. De entre as pessoas singulares entrevistadas, domina o sexo masculino
(oito contra um do sexo feminino) e uma idade média avançada (67 anos). A
habilitação média é de 12,5 anos, sendo cinco (62,5%) licenciados. Regra geral, os
11 Aquando da realização das entrevistas aos proprietários das marinhas, e estando prevista, a curto prazo, a realização de um curso de formação em Salicultura tradicional aveirense para potenciais marnotos, aqueles foram questionados acerca da sua disponibilidade para receber os formandos nas suas marinhas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
9
proprietários possuem mais que uma marinha, chegando este número a seis12,
sendo que com uma marinha foram identificados apenas três (25%). De realçar o
motivo da posse, as marinhas possuídas pelos 12 proprietários entrevistados foram
maioritariamente herdadas, surgindo a compra como o segundo motivo de posse,
pese embora com um peso menos significativo, e, por fim, com um carácter
residual, a doação.
Tabela 2 – Sistematização dos Marnotos Entrevistados
Marnotos Entrevistados Número de marnotos segundo o
número de marinhas em que exercem actividade13
Estado face à actividade
Número 1
marinha 2
marinhas Não
aplicável
Activos 12 10 2 -
Inactivos a) 5 - - 5
Total 17 10 2 5
a) Antigos marnotos que se encontram actualmente inactivos devido à sua idade avançada e/ ou condição física.
Síntese das entrevistas realizadas aos marnotos:
• Nº de entrevistados: 17
• Nº de marnotos activos: 12
• Nº de marnotos inactivos: 5
Tal como o verificado com os proprietários, também no caso dos marnotos e
considerando as informações obtidas pelo cruzamento das entrevistas aos
proprietários e marnotos com a listagem dos marnotos activos disponibilizada pela
Câmara Municipal, encontra-se em falta a auscultação de 3 marnotos, tendo a
equipa diligenciado no sentido de os contactar. Se relativamente a dois não foi
possível obter quaisquer informações14, relativamente ao outro, que também é
proprietário, encontrava-se, à data da realização do trabalho de campo, a trabalhar
fora do País, o que inviabilizou a entrevista em tempo útil, pese embora seja um
dos marnotos activos no período da safra.
12 De ressaltar, nesta matéria, que um dos proprietários apenas referiu possuir diversas marinhas, herdadas, não especificando contudo o seu número. 13 De referir que, por vezes, a mesma marinha é explorada por mais de um marnoto ou, não estando dividida, vários elementos da mesma família a exploram conjuntamente, tendo sido todos os elementos entrevistados. 14 Pelo que seja provável que se encontrem inactivos, pois nenhum dos marnotos activos entretanto contactados tinha conhecimento da sua existência.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
10
Ora, considerando as entrevistas realizadas aos marnotos e aos proprietários
conclui-se que foi possível auscultar 12 dos 13 marnotos actualmente (2006) no
activo bem como os proprietários de 9 das 15 marinhas em actividade, seja na
salicultura, seja na piscicultura.
Ora, das 39 marinhas sinalizadas no âmbito do corrente trabalho de campo,
aproximadamente 64% (25) encontram-se inactivas contra as 36% activas (14).
Do conjunto das 14 marinhas activas, aproximadamente 71% (10) dedicam-se à
produção de sal e as restantes quatro (29%) à de peixes. Relativamente às
marinhas em actividade, ficaram por entrevistar um dos proprietários das 10
marinhas que actualmente (2006) produzem sal bem como um dos 13 marnotos
activos.
Na tabela seguinte sistematiza-se a informação recolhida acerca das Marinhas,
Proprietários e Marnotos durante o trabalho de campo:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 11
Tabela 3 - Sistematização da informação recolhida acerca das Marinhas, seus Proprietários e Nº de Marnotos
Designação da Marinha
Tipologia de Proprietários
Proprietários Entrevistados
Estado Actual da Marinha
Produto Marnotos (nº)
Marnotos inquiridos
Casqueira Colectivo sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Carangueja dos 34 Colectivo sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Carangueja dos 30 Colectivo sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Carangueja dos 36 Colectivo sim inactiva não aplicável
não aplicável não aplicável
Carangueja dos 44 Colectivo sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Santiaga da Fonte Colectivo sim activa sal 3 sim
Leonarda Individual sim inactiva não aplicável
não aplicável não aplicável
Cal do Ouro Individual sim activa peixes não aplicável não aplicável
Torta Individual sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Flor de Esgueira Individual sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Reviralha Individual sim inactiva não aplicável
não aplicável não aplicável
Granaxina Velha Individual sim inactiva não aplicável
não aplicável não aplicável
Granaxina Nova Individual sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Granaxina nova do mar Individual sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
12
Sistematização da informação recolhida acerca das Marinhas, seus Proprietários e Marnotos (continuação)
Designação da Marinha
Tipologia de Proprietários
Proprietários Entrevistados
Estado Actual da Marinha
Produto Marnotos (nº)
Marnotos inquiridos
Espaventa Individual sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Corte baixo grande Individual sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Reviralha Individual sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Tão Linda Individual sim inactiva não aplicável
não aplicável não aplicável
Sº Vicente Individual (possui ½15)
sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Grã-Caravela Individual sim activa sal 3 sim
Pajota Individual sim activa sal 1 sim
Sinitra Individual sim activa sal 2 sim
Leivas do mar Colectivo sim inactiva não
aplicável não aplicável não
aplicável
Leivas do Nordeste Colectivo sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Puxadouros16 Individual sim activa sal 1 sim
Troncalhada Colectivo não activa sal 1 sim
15 O proprietário entrevistado possui metade da marinha, sendo a restante pertença de outros familiares. 16 Iniciou a produção em 2006.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
13
Sistematização da informação recolhida acerca das Marinhas, seus Proprietários e Marnotos (continuação)
Designação da Marinha
Tipologia de Proprietários
Proprietários Entrevistados
Estado Actual da Marinha
Produto Marnotos (nº)
Marnotos inquiridos
Gravita Individual não inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Tanoeira do Norte Individual incontactável inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Tanoeira do Sul Individual incontactável inactiva não aplicável
não aplicável não aplicável
Pinta Individual incontactável activa peixes não aplicável não aplicável
Novazinha Individual não activa peixes não aplicável não
aplicável
Boavista Individual sim inactiva não
aplicável não aplicável
não aplicável
Caniceira Individual sim17 activa sal 1 sim
Podre Individual sim activa sal 1 sim
Ramalha Individual não inactiva não aplicável não
aplicável
Passã Individual não activa sal 1 sim
18 dos Caramonetes Individual não - ausente do
país activa sal 1 não
Designação e nº desconhecidos
Individual contacto telefónico
inactivas não
aplicável não aplicável
não aplicável
Designação desconhecida
Individual incontactável activa peixes não aplicável não
aplicável
17 Auscultado o procurador dos herdeiros.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Paralelamente aos proprietários e aos marnotos foram seleccionados e,
posteriormente, entrevistados as Associações e Interlocutores Privilegiados tidos
como relevantes para o presente Estudo, tal como se encontra sistematizado
seguidamente18:
Tabela 4 - Associações e Interlocutores Privilegiados
Designação da Entidade/ Entrevistado
Água Triangular - Associação de ambientalistas da bacia hidrográfica do Vouga
Administração do Porto de Aveiro
Associação Comercial de Aveiro
Associação de defesa da Ilha Puxadouros19
Associação Industrial do Distrito de Aveiro
Associação de Piscicultores da Ria de Aveiro
Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo (APAVT)
Centro de Emprego de Aveiro
Comissão de Coordenação Desenvolvimento da Região Centro
Cooperativa Agrícola dos Produtores e Transf. De Sais Marinhos de Aveiro
Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro
Direcção Regional das Pescas e Aquicultura do Centro
ECORIA- Empresa Turística da Ria de Aveiro
Estabelecimento ‘Mundo do sal’
FEDRAVE – Fundação para o Estudo e Desenvolvimento da Região de Aveiro
IFADAP – Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento das pescas
Inês Amorim (Prof. Dra.)
Quercus – Núcleo Regional de Aveiro
Região de Turismo Rota da Luz
Salineira Aveirense
Vitasal -Sociedade Aveirense de Higienização de Sal, lda
� Excursionistas / turistas da Cidade de Aveiro
Com o objectivo de descortinar o peso que o produto ‘salgado’ detém na decisão de
visitar a cidade de Aveiro, foi elaborado um questionário a aplicar quer na Rota da
Luz, quer nos estabelecimentos hoteleiros e similares, previamente seleccionados.
18 Inicialmente foram contactados mais alguns Interlocutores, não tendo, contudo, sido possível auscultá-los em tempo útil. 19 Associação que congrega os (6) proprietários de 8 marinhas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 15
No que concerne à aplicação dos questionários na Rota da Luz foi solicitada a
autorização para a permanência de um elemento da Equipa na recepção da Rota da
Luz para inquirir os turistas à medida que estes lá se deslocassem. Contudo, este
procedimento não se revelou muito profícuo, pois os turistas apresentavam-se
muito apressados e pouco colaborantes, tendo-se obtido 30 questionários após os
cinco períodos de inquirição levados a cabo durante o mês de Agosto de 2006.
No que concerne aos estabelecimentos hoteleiros e similares, foram seleccionados,
aleatoriamente segundo a sua categoria, 11 estabelecimentos, a saber:
• Hotel As Américas****
• Hotel Mélia Ria ****
• Hotel Afonso V***
• Hotel Imperial***
• Hotel Mercure Aveiro***
• Hotel Arcada**
• Hotelaria do Alboi – Residencial
• Pensão Estrela – Residencial 2ª
• Pensão Palmeira – Residencial 3ª
• Pousada da Juventude (IPJ – Instituto Português da Juventude)
• Casa do Sol Nascente (Turismo de Habitação)
Após a selecção dos estabelecimentos, a qual teve por base a listagem dos
estabelecimentos hoteleiros e similares do Concelho de Aveiro disponibilizada pela
Câmara Municipal, foi solicitado aos mesmos a sua colaboração na entrega aos seus
clientes do questionário em apreço, explicando-se igualmente os objectivos do
Estudo onde o mesmo se integrava.
Da lista de onze estabelecimentos inicialmente seleccionados, obtivemos a
colaboração de 9, pelo que se acrescentou, à posteriori, mais uma unidade
hoteleira, o Hotel Moliceiro***.
Considerando os questionários recolhidos junto dos estabelecimentos hoteleiros e
da Rota da Luz, recolheram-se um total de 97 questionários válidos20.
Dos 97 turistas inquiridos, aproximadamente 48% são do sexo masculino e 52% do
feminino. Relativamente ao país de origem, a Espanha surge em primeiro lugar,
com 39% dos turistas inquiridos, seguindo-se os turistas nacionais, com 35%, e,
em terceiro lugar, a Alemanha e a França, cada um destes países responsável por
aproximadamente 7% dos turistas.
20 Recolheram-se 110 questionários tendo sido inutilizados 13 por se encontrarem muito incompletos ou imperceptíveis.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 16
Após a sistematização do trabalho de campo realizado, apresentar-se-á
seguidamente a caracterização da actividade salícola aveirense, baseada
maioritariamente, na informação primária recolhida com o trabalho de campo e na
secundária, seja a de natureza documental, seja a de natureza estatística.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 17
PARTE I - CARACTERIZAÇÃO DA ACTIVIDADE SALÍCOLA
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 18
I.1. SITUAÇÃO DA EXPLORAÇÃO SALÍCOLA AVEIRENSE
I.1.1 A produção de sal: modos, locais e quantidades21
O documento mais antigo conhecido sobre o sal em Aveiro data de 959 e refere-se
a uma doação feita pela Condessa Mumadona, de terras e marinhas de sal situadas
em Aveiro, ao mosteiro de São Salvador de Guimarães. Já no século XIII D.
Urraca22 doou a produção do sal de Aveiro ao mosteiro de São João de Tarouca. No
reinado de D. Afonso IV o sal de Aveiro assume um papel importante na economia
nacional, existindo cerca de 500 salinas. O sal é então exportado para países
europeus e também serve de “moeda” para pagar as dívidas do país bem como
empreendimentos nacionais. No entanto, durante os séculos XVII e XVIII, toda a
produção de sal decai devido aos problemas da barra e à estagnação das águas da
laguna. No século XIX a indústria do sal iniciou a sua recuperação, restabelecendo-
se até meados do século XX, com as obras hidráulicas, existindo em 1970 cerca
270 marinhas em actividade, que produziam aproximadamente 60.000 toneladas
anuais, distribuídas pelos montes brancos, que durante o mês de Agosto se
espalhavam pela ria de Aveiro. A partir de então, e devido à conjugação de factores
de natureza diferenciados, tem-se assistido ao declínio do número de marinhas
activas com a produção de sal, com o consequente abandono daquelas. De facto, o
21 Este sub-capítulo, bem como o referente aos recursos materiais e tecnológicos, foi parcialmente baseado no trabalho realizado pela Sara Velha, da MULTIAVEIRO, no âmbito do curso frequentado de Técnico Superior de Segurança e Higiene no Trabalho, promovido pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro. A bibliografia consultada para o efeito foi a seguinte:
• Amorim, I. (2001), Aveiro e os caminhos do sal, da produção ao consumo [sécs. XV a XX], Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro
• Círculo de Estudos das Salinas de Aveiro (s.d.), Janelas caídas do céu, Aveiro
• Dias, D. (1996), Glossário: Designações relacionadas com as marinhas de sal da Ria de Aveiro, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro
• Gamelas, J. e Divisão de Museus e Património da C.M.A. (1999), Roteiro do Ecomuseu da Marinha da Troncalhada, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro
• Lemos, J. (1996), A Ria de Aveiro – Um olhar revés, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro
• Martins, F. (2005), “Haverá vida sem sal? Um futuro por contar” In Amorim, I. (coordenação), I Seminário Internacional Sobre o Sal Português, Instituto da História Moderna da Universidade do Porto
• Rodrigues, M. (2004), Aveiro – Cidade de água, sal, argila e luz, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro
• “Marnotos e Embarcações Fluviais” in Castro, D. José (1945), Estudos Etnográficos, IV Tomo, Aveiro, Instituto para a Alta Cultura, Centros de Estudos de Arte e Museologia (edição)
22 Irmã de D. Sancho I, segundo rei de Portugal.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 19
declínio da actividade salícola não foi acompanhado pela emergência de outras
actividades que permitissem a manutenção efectiva das marinhas, excepção feita à
aquicultura. Todavia esta não se assumiu como uma actividade de substituição, não
sendo, ao que tudo indica, o peso das marinhas convertidas em pisciculturas muito
significativo.
Ao local de produção de sal marinho chama-se marinha, sendo esta uma superfície
de terreno vedada por um muro de torrão e dividida regularmente em certos
compartimentos onde a água salgada da ria entra segundo as necessidades no
fabrico do sal. Esta superfície deve localizar-se num nível inferior ao das marés na
praia-mar, ter comunicação com a ria e apresentar um pequeno declive que
permita a circulação das águas entre os vários compartimentos.
Cada compartimento comunica com os restantes através de comportas, tornando
possível a passagem da água, devido à natural força da gravidade. Assim
consegue-se uma precipitação fraccionada dos sais, obtendo-se o cloreto de sódio.
O local de construção de uma marinha, escolhido pelo marnoto em função dos
ventos e marés, deve ser bem exposto aos ventos dominantes com vista a facilitar
a evaporação e obedecer a um plano inclinado.
A marinha é dividida em três partes principais:
� Comedoria: zona de armazenamento de água da salina, constituída
pelo viveiro (1/3 das salinas) e pelos algibés.
� Mandamento: zona de evaporação da água da salina, em cujos
compartimentos (caldeiros, sobrecabeceiras, talhos, depósitos e
cabeceiras), se deposita grande parte das impurezas transportados
pela água e dos sais de ferro, carbonato de cálcio e gesso. Ao longo
destes compartimentos faz-se gradualmente a evaporação da água.
� Marinha: zona de cristalização, constituída pela marinha nova e pela
marinha velha. A marinha nova é contígua ao mandamento e é
formada pelos meios de cima e meios de baixo. A marinha velha é
compartimento que se segue à marinha nova, também sendo
formada pelos meios de cima e meios de baixo. Em cada uma destas
marinhas a linha superior de meios chama-se andaina de cima e a
linha inferior andaina de baixo.
Também faz parte da marinha o malhadal, lugar onde o marnoto geralmente cultiva
a sua horta. Tem duas ou mais eiras, onde se acumula o sal em montes, e o
palheiro, casa simples, normalmente de madeira, onde o marnoto arruma as
alfaias, come e se abriga do mau tempo.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 20
Figura 1 – Esquema de uma salina de Aveiro23
No que concerne ao modo de produção de sal, e tal como o verificado noutros
locais em que o carácter artesanal se mantém, tem permanecido relativamente
estável ao longo dos anos sendo pacífico afirmar-se que aquele se divide em quatro
fases, a saber:
� Limpeza e reconstrução da marinha,
� Cura dos solos,
� Produção, e
� Feitura.
23 In Dias, D. (1996), Glossário: Designações relacionadas com as marinhas de sal da Ria de Aveiro, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro: 80
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 21
Seguidamente esquematizam-se as tarefas inerentes a cada uma das quatro fases:
Escoar as águas depositadas durante o Inverno da comedoria e do mandamento
Reparar os estragos ocasionados nas travessas, durante a época invernal
Travejar o viveiro e o algibés
Aparelhar o mandamento
Reparar com lama, antes da estrangedura, os estragos ocasionados nos liames, durante o Outono e o Inverno
Dar sol à comedoria e mandamentoExpor os compartimentos sem água, à acção do sol, para aquecer os fundos, queimar o moliço e secar as lamas
Tirar o entravalRemover as lamas do entraval, conduzindo-as dali para o malhadal ou para a defensão
Escoar a marinhaVazar a água de alagamento do ano anterior, através da bomba de tubo
Aparelhar a marinhaReparar com lamas as carreiras e tabuleiros e, além destes, as canejas, barachinhas e machos
Regar o mandamentoEnviar, pela primeira vez, água das comedorias para o mandamento, após a fase de limpezas e securas deste
Amanhar o mandamentoAlimentar o mandamento com água vinda dos algibés
EstrangerLimpar os cristalizadores das lamas e moliço, utilizando os ugalhos da lama e as almanjarras
TRABALHOS DE LIMPEZA
Cortar a lama
Fazer poisada
Nivelar o parcel e as barachas
Almanjarrar a lama
Bimbar os machos, barachas e canejas
Tirar as bimbaduras
Apancar a marinha
Abrange os seguintes serviços:
Escoar as águas depositadas durante o Inverno da comedoria e do mandamento
Reparar os estragos ocasionados nas travessas, durante a época invernal
Travejar o viveiro e o algibés
Aparelhar o mandamento
Reparar com lama, antes da estrangedura, os estragos ocasionados nos liames, durante o Outono e o Inverno
Dar sol à comedoria e mandamentoExpor os compartimentos sem água, à acção do sol, para aquecer os fundos, queimar o moliço e secar as lamas
Tirar o entravalRemover as lamas do entraval, conduzindo-as dali para o malhadal ou para a defensão
Escoar a marinhaVazar a água de alagamento do ano anterior, através da bomba de tubo
Aparelhar a marinhaReparar com lamas as carreiras e tabuleiros e, além destes, as canejas, barachinhas e machos
Regar o mandamentoEnviar, pela primeira vez, água das comedorias para o mandamento, após a fase de limpezas e securas deste
Amanhar o mandamentoAlimentar o mandamento com água vinda dos algibés
EstrangerLimpar os cristalizadores das lamas e moliço, utilizando os ugalhos da lama e as almanjarras
TRABALHOS DE LIMPEZA
Cortar a lama
Fazer poisada
Nivelar o parcel e as barachas
Almanjarrar a lama
Bimbar os machos, barachas e canejas
Tirar as bimbaduras
Apancar a marinha
Abrange os seguintes serviços:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 22
Meter água nas cabeceiras
Drenar as nascentes de água doce existentes no subsolo da praia, para serem escoadas para o entraval
Encanar a praia podre dos meios
Dar sol da estrangeduraPrimeiro banho de sol depois de encanados e estrangidos os meios, até o sol fender em sulcos largos e fundos
Governar o mandamentoAlimentar o mandamento com água vinda do algibés, deixando evaporar em seguida
Dar molhadurasMolhar bem o parcel dos meios de cima e de baixo, procurando-se obter uma melhor compactação
CirciarCilindrar os fundos dos cristalizadores e dos alimentadores com o círcio, para os compactar e impermeabilizar
EspanarDar molhaduras aos meios, com o ugalho da lama, com o fim de compactar e salgar a praia
Meter água até formar uma camisa
Desmamar a marinhaPassar a água concentrada dos meios de baixo para os meios de cima, com a intenção de adiantar a botadela
Sustentar a marinhaMeter água nos meios, desde que as condições atmosféricas o permitam: sol e vento
TRABALHOS DE CURA
Alimentar as cabeceiras com água dos depósitos
Meter água nas cabeceiras
Drenar as nascentes de água doce existentes no subsolo da praia, para serem escoadas para o entraval
Encanar a praia podre dos meios
Dar sol da estrangeduraPrimeiro banho de sol depois de encanados e estrangidos os meios, até o sol fender em sulcos largos e fundos
Governar o mandamentoAlimentar o mandamento com água vinda do algibés, deixando evaporar em seguida
Dar molhadurasMolhar bem o parcel dos meios de cima e de baixo, procurando-se obter uma melhor compactação
CirciarCilindrar os fundos dos cristalizadores e dos alimentadores com o círcio, para os compactar e impermeabilizar
EspanarDar molhaduras aos meios, com o ugalho da lama, com o fim de compactar e salgar a praia
Meter água até formar uma camisa
Desmamar a marinhaPassar a água concentrada dos meios de baixo para os meios de cima, com a intenção de adiantar a botadela
Sustentar a marinhaMeter água nos meios, desde que as condições atmosféricas o permitam: sol e vento
TRABALHOS DE CURA
Alimentar as cabeceiras com água dos depósitos
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 23
Botar
Escoar as encanasEsgotar a água depositada nas encanas das marinhas podres, húmidas por natureza
Amanhar o mandamentoAlimentar/ abrir o mandamento com a água vinda dos algibés
BulirAgitar a moira brandamente, a fim de remover a película de sal que a cobre e obter assim melhor evaporação
Quebrar e envieirarJuntar o sal nos lados de cada compartimento cristalizador e acumulá-lo depois em vieiros
RerArrastar o sal para o tabuleiro depois de envieirado
Abrir o tabuleiroAbrir os portais para alimentar os cristalizadores na fase de produção
Imoirar as cabeceiras e os meios de cima
Meter águas concentradas nas cabeceiras e nos meios de cima
Tirar salTransportar o sal do tabuleiro do sal para as eiras, em canastras levadas à cabeça ou em carro de mão
TRABALHOS DE PRODUÇÃO
Cada porção de sal rido leva normalmente três dias a cristalizar
Alimentar os cristalizadores com a água utilizada para iniciar a extracção do sal
Depois de botar a marinha a sal, o marnoto divide a marinha (nova e velha) em 3 partes e diariamente deve proceder às seguintes tarefas:
Botar
Escoar as encanasEsgotar a água depositada nas encanas das marinhas podres, húmidas por natureza
Amanhar o mandamentoAlimentar/ abrir o mandamento com a água vinda dos algibés
BulirAgitar a moira brandamente, a fim de remover a película de sal que a cobre e obter assim melhor evaporação
Quebrar e envieirarJuntar o sal nos lados de cada compartimento cristalizador e acumulá-lo depois em vieiros
RerArrastar o sal para o tabuleiro depois de envieirado
Abrir o tabuleiroAbrir os portais para alimentar os cristalizadores na fase de produção
Imoirar as cabeceiras e os meios de cima
Meter águas concentradas nas cabeceiras e nos meios de cima
Tirar salTransportar o sal do tabuleiro do sal para as eiras, em canastras levadas à cabeça ou em carro de mão
TRABALHOS DE PRODUÇÃO
Cada porção de sal rido leva normalmente três dias a cristalizar
Alimentar os cristalizadores com a água utilizada para iniciar a extracção do sal
Depois de botar a marinha a sal, o marnoto divide a marinha (nova e velha) em 3 partes e diariamente deve proceder às seguintes tarefas:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 24
Os trabalhos inerentes à produção de sal iniciam-se normalmente em finais de
Março ou inícios de Abril, e consistem nos trabalhos preparatórios. Estes, embora
sejam os mais demorados, dependem do estado de deterioração da marinha e
podem dividir-se nas fases de “Limpeza e Reconstrução” e de “Cura dos solos”,
anteriormente sistematizadas.
A fase de limpeza e reconstrução, que se inicia em finais de Março ou inícios de
Abril, corresponde à rectificação material da marinha: reconstrução dos muros
exteriores com torrões, das divisões interiores, barachas e traves, esvaziamento
dos caldeiros, cabeceiras e talhos, desentupimento das canejas e barachas,
secagem do terreno até abrir fendas. A segunda fase (“Cura dos solos”) consiste no
endurecer as praias (solos) dos cristalizadores, através do processo de molhaduras
e secaduras. Esta tarefa realiza-se entre e Maio e Junho.
Segue-se a produção, propriamente dita, ou seja, o conjunto dos trabalhos de
cristalização e colheita do sal, que decorrem de finais de Junho a Setembro, até às
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 25
chuvas novas de Outono. O viveiro enche-se de 15 em 15 dias, durante as fases da
lua nova e lua cheia, nas marés vivas, tornando-se um grande reservatório de
água, pronto a alimentar os diferentes condensadores. É aqui que entram as
operações fundamentais de fazer sal, a saber:
� Bulir – Agitar, levemente, a água dos cristalizadores com o ugalho de
bulir. Desta forma consegue-se precipitar o sal, removendo a
superfície evaporativa, auxiliando a acção do vento, e evitar a
formação de “tremonhas” de grandes dimensões, obtendo-se sal em
pequenos cristais;
� Quebrar – Juntar o sal ou, durante a fase de preparação da marinha,
juntar o moliço, nos vieiros;
� Rer – Puxar para o tabuleiro do sal, com a rasoila, o sal que foi
previamente quebrado.
Por último, a “Feitura”, que se realiza após a Botadela, que corresponde à produção
e conservação do sal.
Concluídos os trabalhos da colheita e conservação do sal procede-se ao alagar das
salinas, submergindo-se inteiramente, mantendo-se assim até à Primavera
seguinte, período em que se iniciarão os trabalhos inerentes a uma nova safra.
O modo de produção de sal tem permanecido relativamente estável ao longo dos
anos, bem como, e consequentemente, o quotidiano do marnoto que diariamente
se levanta bastante cedo para fazer o escoamento das encanas (canais de
drenagem em madeira) e amanhar (alimentar com água) a comedoria e o
mandamento. Terminadas estas tarefas come e descansa um pouco. A meio da
manhã bule todos os meios (agita levemente a água para evitar a formação de sais
de sal demasiado grandes) e começa a juntar o sal (quebrar ou envieirar) que será
puxado para o tabuleiro do sal com a ajuda de uma rasoila (rer ou rapar) no
próprio dia. Entretanto janta24 e descansa. À tarde abre o tabuleiro (abre os portais
que alimentam os cristalizadores) e imoira (mete água das cabeceiras nos meios de
cima) a andaina. Chegando o entardecer, o marnoto regressa a casa para cear.
Como descrito, o sal marinho produzido no concelho de Aveiro é artesanal/
tradicional, o que lhe confere, relativamente ao restante sal marinho, diferenças
significativas a vários níveis, como se sistematiza na tabela seguidamente
apresentada:
24 No vocabulário dos marnotos, ‘jantar’ e ‘cear’ corresponde ao que comum e respectivamente se designa por almoço e jantar.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 26
Tabela 5 – Comparação entre sais marinhos, tradicional e não tradicional
Sal Marinho tradicional Sal Marinho vulgar
As Salinas
Salinas tradicionais. As áreas de cristalização são compostas por pequenos depósitos.
São normalmente bastante escavadas no solo, o movimento da água na salina é feito por gravidade
Salinas mecanizadas (industriais).
As áreas de cristalização, os cristalizadores, são muito grandes. A solução salina concentrada é adicionada aos cristalizadores quando se encontra a 24 graus Baumé.
A colheita A colheita é manual e feita por diversas vezes durante a safra.
A colheita é mecânica, feita com "buldozers", guinchos e tractores ou máquinas de lagartas especializadas. A colheita é feita somente uma vez no final da época de produção.
A Cristalização e forma dos cristais
A cristalização é feita à superfície e no fundo das peças, resultando num cristal de grão substancialmente maior ao da Flor de sal, os cristais têm uma forma mista entre flóculos (palhetas) delgados e cúbica, predominando a forma flocular.
A cristalização é feita no fundo do cristalizador.
O sal resultante tem uma granulometria muito variável, tendencialmente grande, os cristais têm invariavelmente a forma cúbica de halite (cloreto de sódio puro) não sendo possível desagregá-los com os dedos.
O Processamento É seco ao sol em pequenos montes.
Depois de colhido, o sal é pré-lavado e armazenado em grandes pilhas, ou serras.
Antes de ser embalado, e de modo a torná-lo branco, o sal é lavado novamente, centrifugado, seco por calor de combustão de derivados do petróleo, moído e crivado. À água de lavagem poderão ainda ser adicionados agentes químicos branqueadores e oxidantes, de modo a obter o aspecto branco e puro com que chega às embalagens.
Fonte: Adaptado do site da Necton (www.necton.pt)
Refira-se ainda que em Aveiro, tal como noutros salgados, se produz para além do
sal marinho tradicional, a flor de sal25, sendo esta considerada por muitos como a
“fina flor do sal marinho”. A flor de sal resulta da extracção exclusiva da água do
mar por processo natural de evaporação por energia solar e acção dos ventos, com
recolha manual realizada diariamente e apenas à superfície dos cristalizadores,
sendo aliás estes dois dos aspectos que a distinguem do sal marinho tradicional,
onde a recolha, manual, é feita de forma menos frequente e também no fundo dos
cristalizadores26. Outra diferença consiste no facto da flor de sal não sofrer qualquer
espécie de processamento, sendo embalado directamente depois da colheita,
enquanto o sal marinho tradicional é seco ao sol em montes.
25 A flor de sal, também designada por nata ou coalho de sal, por ser recolhida à superfície dos cristalizadores, tal como a nata do leite, é indicada para utilizar após a confecção dos alimentos (Cf. www.necton.pt). 26 Cf. Direcção Geral das Pescas e Aquicultura, Inquérito à Produção de Sal, Lisboa, Ministério da Agricultura, do desenvolvimento Rural e das Pescas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 27
No que concerne aos locais de produção, e tendo por base a informação recolhida
com as entrevistas realizadas a interlocutores diferenciados (Proprietários das
Marinhas e Marnotos), no ano de 2006 a produção de sal no concelho de Aveiro
encontra-se confinada a 10 Marinhas, oito na posse de pessoas singulares e duas
colectivas, a saber:
Tabela 6 - Marinhas produtoras de sal, tipologia do proprietário e número de
marnotos
Designação Tipologia do Proprietário nº de marnotos
Caniceira Individual 1
Grã-Caravela Individual 3
Passã Individual 1
Pajota Individual 1
Podre Individual 1
Puxadouros27 Individual 1
Santiaga da fonte Colectivo 3
Sinitra Individual 2
Troncalhada Colectivo 1
18 dos Caramonetes Individual 1
Segundo os marnotos entrevistados respondentes a esta questão (15), o número
das marinhas em actividade tem vindo a diminuir ligeiramente nos últimos 10 anos:
27 Iniciou a produção em 2006.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 28
Tabela 7 - Evolução das Marinhas em actividade
Nº absoluto %
Diminuiu 8 53,3
Manteve 4 26,7
Não sabe 3 20,0
Nº total de respondentes 15 100,0
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
A evolução registada no número de marinhas é justificada maioritariamente pelo
fraco investimento que as marinhas e a actividade têm sido alvo, bem como pelo
risco elevado que uma actividade dependente das condições climatéricas
representa. A evolução verificada no número de marnotos em actividade bem como
as dificuldades de comercialização do sal produzido foram outros dos argumentos
apresentados.
Nesta matéria é importante realçar a unanimidade dos interlocutores em torno da
afirmação de que a grande quebra nas marinhas activas se verificou há muitos anos
atrás, estando nos últimos 10 anos28 a situação relativamente estável, sendo mais
significativa a variação nas marinhas que se encontram activas, do que o seu
número29.
Por outro lado, quando questionados acerca das perspectivas de utilização futura
das suas marinhas, os proprietários, que possuem frequentemente mais do que
uma marinha, dividem-se entre o desejo de venda (8 referências) e o da
reconversão na salicultura (5 referências), dependendo da marinha em referência.
As possibilidades de arrendar, reconverter para a piscicultura ou de desactivar as
marinhas assumem um peso residual, com uma referência cada, existindo ainda um
proprietário que se encontra receptivo a propostas, dado os anos a que as suas
marinhas se encontram inactivas. As principais razões apontadas pelos
proprietários para o desejo de venda das marinhas prendem-se, maioritariamente,
com os elevados investimentos necessários para a sua manutenção/ recuperação,
visto o avançado estado de degradação e/ ou alagamento. Como factor justificativo
28 Período considerado no âmbito do presente estudo que pretende caracterizar a situação actual do salgado aveirense e que como tal definiu o período temporal de 10 anos para a análise comparativa. 29 Ou seja, verifica-se alguma variação nas marinhas, mas permanece relativamente estável o número das que se encontram activas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 29
da não venda, apontaram-se valores sentimentais relacionados com o facto de
serem um património familiar.
Ora, as 10 marinhas com produção de sal na safra de 2006 são pertença de 6
proprietários, sendo que nelas exercem a actividade 13 marnotos, alguns dos quais
unidos por laços familiares (pais e filhos, ou irmãos). Paralelamente, verifica-se a
situação de que o mesmo marnoto exerce a actividade em mais do que uma
marinha, pese embora o carácter residual desta situação30.
Na generalidade, os proprietários das marinhas não possuem conhecimento das
quantidades de sal produzidas pelas suas marinhas, nem dos respectivos circuitos
de comercialização, tendo apenas conhecimento dos marnotos que as exploram,
regra geral, de forma informal.
Das quantidades produzidas, apenas se tem conhecimento das quantidades da
safra do ano anterior (2005) pois à data da realização do trabalho de campo ainda
a de 2006 não tinha terminado ou sido contabilizada31.
Considerando então a safra de 2005, a produção total de sal aveirense pelas
marinhas nesse ano em actividade (932) foi de aproximadamente 1900 toneladas,
sendo contudo de realçar aqui os seguintes aspectos:
1. A produção acima referenciada foi a disponibilizada pelos entrevistados, sendo
muito provável que, por um lado, tenham referido uma produção aquém da real e,
por outro lado, que não seja muito exacta33, situação esta visível quando a mesma
marinha é explorada por dois ou três elementos da mesma família. De facto, nos
dois casos em que tal se verifica assistimos a um desfasamento aproximado de 50
toneladas entre os entrevistados, um referindo 150 toneladas e outro 200 numa
das marinhas, ou 220 contra 280 toneladas noutra;
2. Comparando a produção por marinha na safra de 2005 disponibilizada pelos
marnotos entrevistados com a disponibilizada pela Câmara Municipal de Aveiro para
o mesmo ano, há a referir igualmente algumas discrepâncias, sendo os valores
apresentados, por marinha, pela Câmara, regra geral, ligeiramente inferiores aos
comunicados pelos marnotos, o que reforça a possibilidade das produções reais e
comunicadas não serem muito coincidentes, e estas últimas subavaliadas, embora
de forma diferenciada segundo o receptor (Câmara ou Entrevistador).
30 Dos 12 marnotos activos, 83% exerce actividade apenas numa marinha, contra os 17% que exercem em duas. 31 A inquirição aos marnotos desenvolveu-se nos meses de Agosto e Setembro de 2006. 32 Uma das 10 marinhas activas em 2006, iniciou este ano a sua produção. 33 Para este factor pode contribuir o elevado teor de humidade do sal aveirense.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 30
Paralelamente e reforçando as discrepâncias encontradas, segundo as Estatísticas
de Salicultura (DGPA34) foram produzidas, no mesmo ano, em Aveiro, 1675
toneladas. Segundo esta mesma fonte encontravam-se nesse ano em actividade 9
marinhas em Aveiro, não sendo contudo certo que o valor de produção acima
identificado a elas seja imputado, tal como é referido pela própria fonte (DGPA).
Como qualquer actividade económica dependente das condições climatéricas, a
produção anual, para além de depender do número de marinhas em actividade,
encontra-se muito dependente da temperatura, do vento e da pluviosidade
registadas durante o período da safra, tendo sido, nesta matéria, o ano de 2005
reconhecido por todos os marnotos activos entrevistados como um ano excepcional
em termos das quantidades produzidas. Na última década, e salvaguardando a
excepção do ano de 2005, a maior parte dos marnotos afirma que a produção
diminuiu:
Tabela 8 - Evolução da Produção
Nº absoluto %
Diminuiu 9 75
Manteve 3 25
Nº total de respondentes 12 100,0
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Esta evolução foi justificada maioritariamente (83%) pela instabilidade crescente
das condições atmosféricas. A necessidade de diminuir as despesas, associada
neste caso, ao facto da produção dos anos anteriores ainda não ter sido vendida,
foi a razão apontada por um dos respondentes.
Esta posição acerca da evolução da produção de sal aveirense é partilhada entre os
marnotos activos, independentemente do nível de análise considerado: a(s)
marinha(s) onde trabalha ou o conjunto das marinhas do Concelho.
Refira-se, nesta matéria, que também os proprietários partilham da opinião de que
nos últimos 10 anos se assistiu a uma diminuição da produção local, justificando-a
contudo com o menor número de marinhas activas e com a elevada idade de
alguns marnotos.
34 DGPA – Direcção Geral das Pescas e Aquicultura.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 31
A par da diminuição da produção, assiste-se a uma certa estabilização nas receitas
oriunda da venda do sal35, o que não tem, na prática e consequentemente,
acompanhado a subida verificada no nível de vida:
Tabela 9 - Evolução das Receitas
Nº absoluto %
Diminuiu 4 40
Manteve 5 50
Cresceu 1 10
Nº total de respondentes 10 100,0
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Várias foram as razões apontadas para esta evolução nas receitas, a saber:
� Descida do preço do sal (3 referências),
� Falta de pagamento do sal ‘vendido’/ entregue (2 referências),
� Concorrência do sal estrangeiro (2 referências),
� Monopólio dos armazenistas (1 referência),
� Concorrência do sal de mina (1 referência).
Relativamente à avaliação dos pontos fortes e fracos do sal de Aveiro
comparativamente com outros, os marnotos destacam as seguintes vantagens
comparativas:
35 Tendo sido referenciado pelos entrevistados o valor de 50€ por tonelada em 2005.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 32
Tabela 10 - Pontos fortes do sal de Aveiro
Nº absoluto %36
Humidade/ derrete bem 8 53,3
Carácter artesanal 5 33,3
Elevado teor de iodo e magnésio
5 33,3
Ausência de químicos 2 13,3
Granulometria fina 1 6,6
Qualidade atestada pela Universidade
1 6,6
Nº total de respondentes 15 146,6
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
No que concerne aos aspectos mais negativos, cinco dos marnotos fazem referência
às eventuais impurezas (areias) que possam conter, não tendo sido referenciados
outros aspectos negativos.
Como anteriormente foi referenciado, e as entrevistas confirmaram, este é um
sector de actividade onde a informalidade nas relações laborais e estabelecimentos
impera, sendo portanto pouco abrangido pelo sistema estatístico nacional. Segundo
o Instituto Nacional de Estatística (INE) não existiam37 no ano de 200338 nem
empresários em nome individual, nem sociedades no concelho de Aveiro na CAE
(rev.2) 14401 (Extracção de sal marinho), existindo apenas duas sociedades na
CAE 14403 (Refinação de Sal). Esta situação representa, relativamente a 1996,
uma diminuição dos empresários em nome individual na extracção de sal marinho,
passando de 7 para nenhum e a manutenção das duas sociedades de Refinação de
Sal, evolução esta semelhante à verificada em Portugal continental nestes dois
subsectores:
36 Percentagem calculada sobre o nº de respondentes (15) e não de respostas (22), pelo que a soma das percentagens ultrapassa os 100%. 37 De acordo com a informação disponibilizada pelo Serviço de Ficheiros de Unidades Estatísticas. 38 À data da aquisição desta informação, 2003 era o ano mais recente para o qual era possível disponibilizar informação.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 33
Tabela 11 – Número de empresários em nome individual e Sociedades na CAE 14439
no Concelho de Aveiro e no Continente (1996 e 2003)
Empresários em nome
individual
(nº)
Sociedades
(nº) Subsector (CAE rev. 2) Ano
Aveiro40 Continente Aveiro41 Continente
1996 7 (16%) 44 0 15
14401 – Extracção de Sal marinho
2003 0 20 0 1042
1996 0 0 0 3
14402 – Extracção de Sal-gema43
2003 0 0 0 2
1996 0 0 2 (33%) 6
14403 – Refinação de Sal44
2003 0 0 2 (50%) 4
1996 7 (16%) 44 2 (8%) 24 Total do Grupo 144 – Extracção e
refinação do sal 2003 0 20 2 (13%) 16
Fonte: INE – Serviço de Ficheiros de Unidades Estatísticas, 1996 e 2003
Considerando apenas o subsector da extracção de sal marinho, constata-se pois a
inexistência de sociedades no concelho de Aveiro no ano de 2003, enquanto no
Continente existiam nessa data dez, o que, relativamente a 1996, representa uma
39 Referente à ‘Extracção e Refinação do Sal’. 40 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector. 41 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector. 42 Para além das 10 sociedades enumeradas, existe também no território nacional uma Cooperativa neste subsector no Distrito de Santarém, Concelho de Rio Maior. Esta cooperativa enquadra-se no escalão de capital social mais baixo (até 5.000€), possui um número de pessoas ao serviço compreendido entre 10 a 19 e um volume de negócios anual significativo, para o subsector, entre 150.001 e 500.000€. 43 Enquanto o sal marinho diz respeito ao sal que se obtém a partir da evaporação da água do mar em reservatórios de terra abertos, construídos para o efeito, o sal-gema diz respeito ao existente como rocha em minas no subsolo, sendo obtido geralmente através de dois processos: “(…) armar galerias subterrâneas e arrancá-lo do jazigo, através de máquinas ou através de sondagem, ou seja, injectar água doce quente para dissolver as camadas subterrâneas de sal, que depois se retira sob a forma de salmoura”. (Morgado, F., 1998, Nos caminhos do Sal, Lisboa, Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo: 22). No modo de extrair sal-gema pode-se descrever o praticado em Rio Maior, onde existem nascentes de água salgada. Neste caso existe um poço de onde se extrai a água salgada que, depois de recolhida e exposta em reservatórios ao ar livre, produz grandes quantidades de sal, por evaporação (cf, Ibidem). 44 Neste subsector incluem-se os estabelecimentos que se dedicam à refinação de sal, ie, ao processo de dissolver e recristalizar, em instalações industriais, o sal antes da sua comercialização.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 34
quebra de 33%. As 10 sociedades existentes concentram-se maioritariamente no
Distrito de Faro, como se sistematiza no gráfico seguidamente apresentado:
Gráfico 1 - Número de sociedades no Subsector 14401 – Extracção de Sal marinho, segundo o Distrito (2003)
Faro; 6
Leiria; 1
Lisboa; 1
Porto; 1
Setúbal; 1
Fonte: INE – Serviço de Ficheiros de Unidades Estatísticas, 2003
As seis sociedades localizadas no distrito de Faro, distribuem-se por 3 concelhos, a
saber: Castro Marim (1), Lagoa (1) e Olhão (4), concentrando pois este último
aproximadamente 67% das sociedades do Distrito, no qual, por sua vez, se
localizam 60% das sociedades existentes em Portugal Continental no ano em
análise.
Tendo por base a informação estatística disponibilizada pelo Serviço de Ficheiros de
Unidades Estatísticas (INE, 2003) é possível apontar os traços caracterizadores das
sociedades que se dedicam à extracção de sal marinho.
A extracção realiza-se maioritariamente em sociedades de pequena dimensão, com
60% das sociedades a possuírem até 4 pessoas ao serviço, como se sistematiza no
gráfico seguidamente apresentado:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 35
Gráfico 2 – Número de sociedades no Subsector 14401 – Extracção de Sal Marinho,
segundo o escalão de pessoas ao serviço (2003)
6
1
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
0-4 5-9 10-19 20-49
Escalões de pessoas ao serviço
Nº so
ciedades
Fonte: INE – Serviço de Ficheiros de Unidades Estatísticas, 2003
Em termos de localização geográfica, se as sociedades de pequena dimensão se
distribuem pelos vários distritos, as de maior dimensão, com 10, ou mais, pessoas
ao serviço, concentram-se no Distrito de Faro, concelho de Olhão: duas possuem
entre 10 a 19 pessoas ao serviço, e uma entre 20 a 49.
Paralelamente à pequena dimensão das sociedades, estas caracterizam-se
igualmente pelo pequeno volume de negócios, bem como pelo baixo capital social.
No que concerne ao volume de negócios, 60% dos estabelecimentos detêm um
volume de negócios anual até 50.000€, distribuindo-se os restantes 40% de forma
igual (20/20%) pelos escalões de 500.001 a 1.500.000€ e de 1.500.001 a
3.000.000€. As quatro sociedades enquadradas nos dois escalões de volume de
negócios mais elevados localizam-se maioritariamente no concelho de Olhão (345),
sendo pois neste concelho que se encontram os estabelecimentos com maior
número de pessoas ao serviço e com maiores volumes de negócios.
Relativamente ao capital social, 50% das sociedades possuem até 25.000€ , sendo
que até 100.000€ se enquadram 70% das sociedades existentes. Também nesta
matéria, o concelho de Olhão concentra as sociedades com capital social mais
45 Destes, dois enquadram-se no escalão de 500.001-1.500.000 € e uma no de 1.500.001-3.000.000€.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 36
elevado, localizando-se nele as três sociedades existentes com um capital superior
a 100.000€.
Considerando a informação disponibilizada pela DGEEP/ MTSS46 com base nos
Quadros de Pessoal mais uma vez se confirma a informalidade deste sector de
actividade, não havendo qualquer registo de estabelecimentos (e
consequentemente, de pessoas ao serviço) na extracção de sal marinho no
Concelho, quer no ano de 1996, quer de 2003. Refira-se a este propósito que esta
fonte de informação não abrange os empresários em nome individual sem pessoas
ao serviço, ao contrário do INE. No que concerne à refinação de sal no Concelho,
esta fonte revela a existência de uma empresa (sociedade por quotas), quer em
1996, quer em 2003, responsável pelo emprego, em 2003, de 39 indivíduos,
distribuídos de forma equilibrada entre ambos os sexos: 20 mulheres e 19 homens.
Tabela 12 - Número de empresas, estabelecimentos e pessoas ao serviço na CAE 144 no Concelho de Aveiro e no Continente (1996 e 2003)
Empresas
(nº)
Estabelecimentos47
(nº)
Pessoas ao serviço
(nº) Subsector
(CAE rev. 2) Ano
Aveiro48 Continente Aveiro49 Continente Aveiro50 Continente
1996 0 4 0 8 0 63 14401 –
Extracção de
Sal marinho 2003 0 6 0 10 0 68
1996 0 3 0 6 0 72 14402 –
Extracção de
Sal-gema 2003 0 2 0 3 0 45
1996 1 (25%) 4 1 (17%) 6 55 (28%) 194 14403 –
Refinação de
Sal 2003 1 (20%) 5 1 (17%) 6 39 (34%) 116
Fonte: Quadros de Pessoal, DGEEP/ MTSS, 1996 e 2003
No ponto seguinte analisar-se-ão os recursos humanos afectos à actividade de
extracção de sal marinho. Dada a referenciada baixa cobertura deste sector em
termos estatísticos, também nesta matéria a fonte de informação privilegiada serão
46 Direcção Geral de Estudos, Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social. 47 A diferença entre empresa e estabelecimento é que uma empresa pode ter diversos estabelecimentos, um bom exemplo são as cadeias de hipermercados, em que cada uma tem diversos estabelecimentos em vários locais do país. 48 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector. 49 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector. 50 Entre parênteses encontra-se a percentagem de Aveiro no total do Continente por ano e subsector.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 37
as entrevistas realizadas. De facto, como verificado na tabela anteriormente
apresentada, no sector de extracção de sal marinho não existiam, no Concelho de
Aveiro, quaisquer estabelecimentos registados, nem, consequentemente, pessoas
ao serviço e, embora a informação estatística reporte ao ano de 2003, é muito
pouco provável que a mesma tenha sofrido alterações de então para cá. Assim
sendo, a caracterização dos recursos humanos será elaborada com base nas
entrevistas realizadas aos marnotos.
I.1.2 Os recursos humanos
afectos à actividade
No âmbito do presente estudo foram inquiridos 17 marnotos, dos quais 12 se
encontram activos e 5 inactivos (respectiva e aproximadamente, 71% e 29%). A
inactividade dos cinco marnotos não se deve a uma mudança na actividade
profissional, mas sim a razões de ordem pessoal associadas à idade avançada e/ ou
a doenças incapacitantes. De facto, enquanto puderam os marnotos exerceram esta
actividade e foi sempre com mágoa que falaram do seu abandono.
Contrariando a ideia predefinida, os 12 marnotos em actividade entrevistados,
todos do sexo masculino, possuem uma idade média aproximada de 54 anos,
possuindo o marnoto mais jovem 39 anos, e o mais idoso 76 anos, sistematizando-
se no gráfico seguidamente apresentado a distribuição dos marnotos activos
entrevistados segundo escalões etários:
Gráfico 3 – Distribuição do número de marnotos activos, segundo os escalões etários
1
7
1
3
30-39 anos 40-49 anos 60-65 anos 65-80 anos
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 38
Relativamente às habilitações, a maioria possui o primeiro ciclo do ensino básico
(4ª classe)51, sendo que dois possuem apenas 3 anos de escolaridade e um 11 anos
(ensino complementar), habilitações estas em parte relacionadas com a sua idade
média:
Gráfico 4: Distribuição do número de marnotos activos, segundo a escolaridade
2
7
1 1 1
3º ano deescolaridade
4º ano deescolaridade
6º ano deescolaridade
11º ano deescolaridade
NS/NR
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Na sua maioria, os 12 marnotos activos, assumem a actividade de marnoto como a
sua profissão actual e principal:
Tabela 13 - Profissão actual principal dos marnotos activos
Nº absoluto %
Marnoto 8 66,6
Marnoto e outra profissão 2 16,6
Outra profissão 2 16,6
Nº total de respondentes 12 100
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Refira-se, nesta matéria, que a actividade de marnoto é sazonal, encontrando-se
aproximadamente52 confinada aos meses de Março a Outubro. Assim sendo, é
comum a compatibilização da actividade de marnoto com outras actividades, como
por exemplo, e no caso presente, o trabalho nos armazéns, na pesca, na
agricultura ou na construção civil.
51 A escolaridade média dos marnotos é de 4,6 anos. 52 Aproximadamente porque depende das condições climatéricas de cada ano, sendo as chuvas do Outono, associadas às temperaturas mais baixas desta estação, que ditam o fim da safra.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 39
Os marnotos activos exercem a sua actividade maioritariamente numa marinha,
sendo residuais os casos em que exercem em mais de uma, nunca ultrapassando
as duas marinhas:
Tabela 14 - Nº de marinhas em que os marnotos activos exercem actividade
Nº absoluto %
Uma marinha 10 83,3
Duas marinhas 2 16,7
Nº total de respondentes 12 100
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
O exercício desta actividade em termos de condição perante o trabalho53
caracteriza-se pela informalidade, assumindo-se, na generalidade, os marnotos
como trabalhadores por conta própria:
Tabela 15 - Condição perante o trabalho dos marnotos activos
Nº absoluto %54
Trab. por conta própria 12 100
Trab. por conta de outrem 2 16,7
Nº total de respondentes
1255 116,7
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Na situação em que os marnotos exercem a sua actividade em duas marinhas, nem
sempre a condição perante o trabalho é a mesma. Por outro lado, o trabalhar por
conta própria, no caso dos marnotos, significa, na sua maioria, que o exercem de
forma informal, o que justifica a baixa cobertura desta actividade nas estatísticas
oficiais, tal como anteriormente referenciado.
A distribuição dos marnotos segundo a condição perante o trabalho foi igualmente
confirmada junto dos proprietários das marinhas, não se tendo verificado
desfasamentos nesta matéria. De facto, regra geral os proprietários das marinhas
não detêm qualquer vínculo laboral com os marnotos que lá exercem a sua
actividade, sendo aquelas arrendadas ou cedidas.
53 As condições contempladas no questionário foram: Patrão, Trabalhador por conta própria e Trabalhador por conta de outrem. 54 Percentagem sobre o nº de respondentes (12) e não de respostas (14), pelo que a soma das percentagens por condição perante o trabalho ultrapassa os 100%. 55 O total aqui apresentado é relativo aos respondentes e não ao de respostas (14). Esta discrepância justifica-se pelo facto de dois marnotos exercerem a sua actividade em duas marinhas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 40
Considerando os últimos 10 anos (1995 – 2005), é opinião maioritária que o
número de marnotos em actividade se tem mantido relativamente estável:
Tabela 16 - Evolução do número de marnotos
Nº absoluto %
Diminuiu 1 8,3
Manteve 10 83,3
Não resposta 1 8,3
Nº total de respondentes
12 100
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Estabilidade esta justificada56 maioritariamente pelo facto de ser um negócio
familiar tradicional (3 referências). O facto da mão-de-obra existente ser suficiente
e a baixa rentabilidade da actividade foram aspectos referidos por dois
respondentes cada, enquanto o risco do investimento foi referenciado por um dos
marnotos.
Nesta matéria é interessante verificar que a relativa estabilidade no número de
marnotos nas marinhas em que os entrevistados exercem actividade não é
coincidente com a percepção que os mesmos possuem relativamente ao número de
marnotos em actividade no conjunto das marinhas do Concelho, onde a afirmação
da diminuição do nº de marnotos é mais significativa:
Tabela 17 - Evolução do nº de marnotos no conjunto das marinhas
Nº absoluto %
Diminuiu 5 35,7
Manteve 6 42,9
Não sabe 3 21,4
Nº total de respondentes 14 100
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Relativamente à duração do período de trabalho nas marinhas é de referir que este
se caracteriza por uma elevada carga horária semanal, o que se deve
maioritariamente ao facto de não sofrer interrupções durante os sete dias da
semana. Assim sendo, os marnotos trabalham, regra geral, mais de 45 horas
semanais, durante o período da safra, pese embora não exista uma carga diária
56 De referir nesta matéria que 5 dos marnotos activos não deram justificação para a manutenção do número de marnotos.
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estável, dependendo quer das condições climatéricas, quer do trabalho a realizar no
dia a dia na marinha.
A par da elevada carga horária, o trabalho de marnoto é relativamente solitário,
trabalhando os inquiridos, na generalidade, sozinhos, excepção feita a duas
situações em que é tido como actividade familiar57:
Tabela 18 - Nº de marnotos por marinha
Nº absoluto %
1 marnoto 7 58,3
2 marnotos 2 16,7
3 marnotos 3 25,0
Nº total de respondentes
12 100
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Apesar do carácter solitário da actividade é recorrente o recurso à ajuda de
familiares para as tarefas mais pesadas e que necessitam de um reforço de mão-
de-obra, não se tendo verificado durante as entrevistas a existência de moços58. De
facto, mesmo no caso em que trabalham dois ou três indivíduos na mesma
marinha, todos eles se assumem como marnotos. A inexistência dos moços/
trabalhadores auxiliares é justificada quer pela falta de rentabilidade da actividade
associada às dificuldades na comercialização do sal59, que torna pouco
compensatória a ‘contratação’ de mais trabalhadores, quer pela falta de mão-de-
obra disponível para exercer uma actividade tida como dura e pouco rentável.
I.1.3 Os recursos materiais, tecnológicos e
financeiros afectos à actividade
Os recursos materiais e tecnológicos inerentes à produção de sal marinho no
Concelho de Aveiro, tal como noutros locais em que o carácter artesanal se
mantém, têm permanecido relativamente estáveis ao longo dos anos. De facto,
quando questionados acerca da evolução recente da tecnologia utilizada os
57 Foram entrevistados dois irmãos que trabalham juntos na mesma marinha e um pai e dois filhos que também trabalham em conjunto. 58 Trabalhadores auxiliares do marnoto. 59 Aspecto a desenvolver posteriormente, no sub-capítulo dedicado à Logística, distribuição e comercialização do sal aveirense.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 42
entrevistados (marnotos e proprietários) são unânimes na afirmação da relativa
estabilidade do modo de produção bem como dos recursos que lhe estão afectos,
estando aquele muito dependente do saber-fazer adquirido ao longo de anos e
transmitido de geração em geração, de forma oral.
Os utensílios usados (recursos materiais) na arte de salinagem, as alfaias, são
vários e quase todos construídos em madeira, elencando-se seguidamente os mais
comuns e tradicionais60:
Alferes – Alfaia de madeira ou ferro, em forma de V, com cabo, tendo o
comprimento de 1,10m; usa-se na reparação dos liames finos: canejas e
barachinhas. O mesmo que Anafador e Corredor de barachinhas.
Almanjarras – Rodos com cabos cruzados. Existem duas espécies de almanjarra:
- a de três paus, utilizada para apancar, uniformizar os fundos do mandamento e
empurrar as lamas da praia dos cristalizadores, sendo este último trabalho feito
conjuntamente com a de dois paus; as suas dimensões são as seguintes: pá com
2,20m de comprimento, por 20cm de largura e 2cm de espessura; cabos laterais de
1,60m e central de 1,35m;
- a de dois paus, com as mesmas dimensões, mas menos um cabo; emprega-se,
unicamente, para limpar as lamas do fundo dos cristalizadores.
Ancinho – Alfaia formada por um cabo de 1,50m, tendo, numa das extremidades,
um pente com 10 a 12 dentes, utilizada para emontear o moliço previamente
envieirado com a cabrita. O mesmo que Encinho.
Balde – Espécie de pá de madeira e ferro, com 1,15m de comprimento; usa-se
para compor o torrão e remover as lamas.
Bombeiro – Aparelho rudimentar utilizado para escoar a água do entraval, sempre
que a marinha é mais funda do que o esteiro ou que o canal adjacente. É
constituído por uma pá suspensa, por intermédio de uma corda fixa ao vértice da
tranqueira. Nos últimos anos, foi este instrumento substituído por motobombas.
Cabaço – Alfaia composta por um cabo e um reservatório, em madeira ou lata,
com 1,30m de comprimento, usada para escoar os poços das encanas.
Cabeça de carneiro – Alfaia com 1,20m de comprimento, formada por um cabo,
tendo na extremidade, uma peça em forma de prisma com três lados, dos quais um
é arredondado; serve para abrir as canejas. O mesmo que Canejeiro.
60 Cf. Dias, D. (1996), Glossário: Designações relacionadas com as marinhas de sal da Ria de Aveiro, Aveiro, Câmara Municipal de Aveiro.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 43
Cabrita – Ancinho com um cabo de 1,75m e, mais ou menos, 30 dentes curtos, em
madeira, que, quando se partem, são, por vezes, substituídos por cavilhas de ferro,
de igual tamanho; emprega-se para envieirar o moliço, que se desenvolve durante
o Outono e o Inverno.
Canastras – Cestas utilizadas, principalmente, no transporte de sal, à cabeça, com
uma capacidade que varia entre 60 e 80 quilos para os homens, sendo de 50 quilos
quando utilizadas por mulheres.
Círcio – Cilindro de madeira, com um diâmetro entre 40 a 60cm, e uma distância
entre eixos de 1,10m, com duas hastes chamadas moeiras, cujos elos se adaptam
aos quícios; é utilizado no nivelamento do parcel dos alimentadores e
cristalizadores.
Corta barachas do mandamento – Alfaia com uma lâmina trapezoidal, em aço,
de 1m de base, por 18cm de altura, com cabo em ferro, usada para cortar as
barachas do mandamento, quando há necessidade de aumentar as áreas dos
diferentes reservatórios desta ordem, sendo esta tarefa para três homens: dois
para puxar pelas cordas amarradas em orifícios abertos, no cabo, junto à lâmina, e
outro para manter a direcção pretendida. Tanto quanto se sabe, só existiu um
exemplar.
Corta barachinhas – Alfaia dotada de um cabo de 85cm, tendo, na extremidade,
uma peça em U invertido, que envolve a barachinha da lama, que é cortada cerce
por uma lâmina metálica inserida na parte inferior do referido encaixe; precisa do
trabalho de dois homens: um para a puxar com uma corda e outro para orientar o
rumo.
Engaço – Alfaia formada por um cabo de madeira de 1,30m, tendo na
extremidade, um pente de ferro com 3 ou 4 dentes; entre outras coisas, serve para
abrir a bomba de tubo, no princípio da safra, quando a salina está, ainda, no fundo,
engachando-se um dos dentes na palmeta submersa e puxando-a para cima.
Enxada de correr liames – Enxada pequena utilizada para compactar os liames.
Enxada de cortar torrão – Enxada com uma pá de 20x20cm, usada, não só com
o fim específico que o seu nome indica, mas também em reparações diversas, por
exemplo, dos muros.
Escada – Escada, por vezes, de lanços, que se encosta ao monte de sal, para
colocar a bajunça na sua parte superior, durante a operação de cobrir.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 44
Foicinha – Foice que serve para abrir os portais, para além da função normal de
cortar bajunça e ceifar as ervas dos muros, as quais, especialmente depois de
secas, podem ser mais uma impureza a juntar a muitas outras contidas na água.
Maço – Grande martelo de pau rijo, com um cabo de 1,10m, utilizado para cravar
e consolidar a estacaria e as barachinhas de madeira.
Muradoiro – Pau afiado na ponta, com 80cm, empregue na abertura dos lacrimais.
Pá cova – Pá de forma côncava com o comprimento de 1,20m, utilizada na
remoção das lamas.
Pá de amanhar – Pá com o comprimento de 1,10m, utilizada para a vedação dos
portais da andaina de cima e das bombinhas do mandamento.
Pá do sal – Pá com o comprimento de 1,15m, utilizada para fazer o coruto dos
montes e espalhar a areia nos cristalizadores, imediatamente antes da botadela.
Pá do tabuleiro – Pá chata, em forma de cunha, com o comprimento de 60cm,
utilizada para a abertura e vedação dos portais do tabuleiro do meio.
Pá de valar – Pá côncava com um comprimento de 1,05m, em ferro e com cabo de
madeira, utilizada para baldear.
Padiola – Tabuleiro de 80x80cm, com guardas em três lados e quatro braços de
50cm, a que pegam duas pessoas; emprega-se na remoção das lamas, do moliço e
do codejo para a malhada e para o malhadal.
Pajão – Pá chata com um cabo de 3m, utilizada para apajar os montes.
Palheiro – Casa rudimentar, primitivamente, em madeira e coberta a bajunça, o
mais das vezes, de chão térrea juncado com ervas ceifadas na salina, onde se
guardam as alfaias; serve, também de abrigo para o pessoal, quando faz mau
tempo. Normalmente ostenta, por cima da porta, o nome da marinha.
Punhos – Tábuas, com 40cm de comprimento e 20cm de altura, que os marnotos
utilizam, uma em cada mão, para encher as canastras.
Rapinhadeira – Espécie de rapão, com uma pá de 25cm de comprimento, por
15cm de largura e 1,8cm de espessura, e um cabo de 1,60m, com uma lâmina de
serra mecânica, no gume; serve para cortar os cabeços da praia dos meios e rapar
a tinha.
Rapões – Rasoila mais pequena, de que existem dois modelos:
- o do sal, com um cabo de 1,30m e uma pá de 50cm de comprimento, por 25cm
de largura e 1,3cm de espessura, cujo o bordo inferior é, por vezes, forrado a zinco
ou cobre, para o proteger do desgaste; utiliza-se para encher as canastras de sal;
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 45
- o da lama, cujas medidas são, respectivamente, 1,75m, 50cm, 17cm e 1,55cm;
serve para juntar as lamas, no tempo das limpezas. O mesmo que rodo.
Rasoila – Rodo com um cabo de 2,20m e uma pá de 85cm de comprimento, por
25cm de largura e 1,8cm de espessura, cujo bordo inferior é, por vezes, forrado a
zinco ou cobre, para o tomar mais resistente ao desgaste; usa-se para rer.
Refundeador de barachas – Alfaia em ferro, com gume em cunha, nascendo de
uma base plana, que estabiliza a profundidade do sulco, e um cabo de madeira, de
1,40m, utilizada para abrir o rego onde se encaixam as barachinhas de madeira;
dado que se trata de um utensílio baseado no princípio da arado necessita de dois
homens: um para puxar, por intermédio de uma corda amarrada a um argolão, e
outro para manter o movimento rectilíneo.
Tranqueira – Tripé formado por varas atadas em cima, com uma altura, ao centro,
de 2,30m, onde se suspende a pá do bombeiro. Por baixo do tripé, monta-se uma
tábua de cutelo, perpendicular ao entraval, que funciona como açude, para não
deixar entrar a água da ria, cujo o nível está mais acto.
Ugalhos – Rodos de que existem duas espécies:
- o da lama serve para todos os trabalhos de limpeza das lamas e, ainda para
achegar os montes; tem as seguintes dimensões: pá de 80cm de comprimento, por
12cm de largura e 1,8cm de espessura; cabo de 2,40m.
- o de bulir, usado para bulir e quebrar, tem por medidas: pá de 1m de
comprimento, por 11cm de largura e 1,5cm de espessura; cabo de 2,60m.
Vasculho – Espécie de grande vassoura, com um cabo de 70cm, para espalhar a
ândoa no fundo dos cristalizadores.
Em termos meramente financeiros, e dado o carácter artesanal da actividade, os
custos de produção encontram-se associados essencialmente a dois factores, sendo
contudo o primeiro referenciado bastante mais significativo que o segundo:
� mão-de-obra, utilizada em todas as fases do processo produtivo (desde a
preparação da marinha à extracção e armazenamento do sal); e
� matérias-primas, utilizadas maioritariamente na fase da preparação para a nova
safra bem como na manutenção da marinha, com especial destaque para os seus
muros (‘motas’).
Nesta matéria, bem como na relativa às receitas, deve, aliás, referir-se o
desconhecimento que os proprietários afirmam possuir, justificado pelo regime de
exploração das marinhas. Este caracteriza-se, maioritariamente, pela cedência da
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 46
exploração da marinha a troco da sua manutenção por parte dos marnotos, que
ficam com os dividendos oriundos da produção. Exceptuam-se, neste campo, as
despesas, tidas como significativas61, relativas à contribuição autárquica,
suportadas pelos proprietários.
Ora, apesar do conhecimento quer das despesas, quer das receitas, os marnotos
revelaram-se relutantes em transmitir informações de cariz financeiro, justificando-
se com o seu desconhecimento ou incapacidade de quantificar, no caso das
despesas (custos de produção). De facto, as despesas realizadas pelos marnotos
relacionam-se maioritariamente com o seu tempo/ mão-de-obra, não recorrendo,
regra geral, a terceiros de forma remunerada para o trabalho nas marinhas, o que
dificulta a sua contabilização.
No caso das receitas, esta dificuldade em quantificar prende-se, entre outros, com
o facto dos marnotos nem sempre receberem os dividendos da safra
atempadamente, visto os armazenistas62 apenas procederem ao seu pagamento à
medida que o sal vai sendo escoado, o que nos últimos dois anos se tem revelado
cada vez mais difícil, como será analisado nos pontos seguintes.
I.1.4 Os mercados do sal aveirense:
Logística, distribuição e comercialização
Ao longo das últimas décadas verificaram-se alterações muito significativas ao nível
dos mercados do sal aveirense, causa e consequência, quer da quebra significativa
na produção local, quer das alterações nas características dos mercados, bem
como, dos seus modos de funcionamento, onde novos factores competitivos se têm
vindo a afirmar.
De facto, a conjugação de factores tão diversificados como o abandono progressivo
do sal para a conservação dos alimentos (substituído pelos equipamentos de
refrigeração), a proliferação de marinhas de maiores dimensões e mecanizadas com
grande capacidade de produção a baixo custo, a melhoria nos meios de transporte
internacionais, com a consequente aproximação de locais de produção e consumo,
a valorização de novos factores, como a qualidade e a imagem, ditaram, num
contexto de estagnação, ou mesmo declínio, da produção e estratégia face ao
61 As marinhas para efeito de contribuição autárquica são consideradas prédios urbanos. 62 Principais receptores do sal produzido localmente.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 47
mercado em mutação, a significativa alteração nos mercados a que se destina a
produção de sal local.
Aliás, é uma posição relativamente consensual entre os diversos interlocutores
auscultados que, a manter-se a situação actual, será inevitável o abandono da
actividade, dada a dificuldade crescente em escoar a produção. Constitui uma
excepção neste panorama o Ecomuseu da Marinha da Troncalhada, tendo em conta
a sua natureza cultural/museológica e inerente função lúdico-didáctica de
demonstração da prática da salicultura tradicional de Aveiro. De facto, a conjugação
dos factores ‘quantidade produzida’ e ‘preço praticado’ torna pouco competitivo o
sal aveirense para o sector da distribuição ou mesmo para a indústria, enquanto
matéria-prima.
A este quadro deve acrescentar-se que os marnotos produzem o sal mas não
detém, na sua generalidade, conhecimento dos mercados a que o mesmo se
destina, pois o grosso da sua produção é vendido para os armazenistas/ grossistas
locais, como se sistematiza na tabela seguinte:
Tabela 19 - Compradores do Sal aveirense
Nº absoluto %63
Armazenistas64 15 88,2
Retalhistas Locais 2 11,8
Consumidores locais/ turistas65 3 17,6
Indústria da cura de Presunto 1 5,9
Nº total de respondentes 17 123,5
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Considerando o conjunto dos marnotos e proprietários auscultados, poucos têm
conhecimento do mercado a que se destina o sal produzido localmente:
� os marnotos porque trabalham, regra geral, informalmente66, por conta própria,
não colocando directamente o seu sal no mercado;
63 Percentagem sobre o nº de respondentes (17) e não de respostas (21), pelo que a soma das percentagens por comprador ultrapassa os 100%. 64 Maioritariamente locais, a saber: Sociedade Aveirense de Higienização de Sal, Lda e Salineira Aveirense. Também foram referenciados dois outros armazenistas, um na Taboeira (1 referência) e um em Ovar (2 referências). 65 Pese embora em quantidades tidas pelos marnotos como residuais. 66 O que inviabiliza a emissão de documentos financeiramente válidos, situação que impede, conjuntamente com outros aspectos, a sua entrada directa nos circuitos de comercialização.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 48
� os proprietários das marinhas porque não possuem, na generalidade, um vínculo
formal com os marnotos, sendo apenas estes os responsáveis pela sua venda.
Inerente ao relativo desconhecimento dos mercados, surge a pouca especificação
dos utilizadores/ consumidores reais do sal produzido localmente67 por parte dos
marnotos auscultados. Como, na generalidade, vendem a sua produção aos
armazenistas/ grossistas têm um conhecimento superficial dos verdadeiros
mercados ou consumidores deste produto, sendo pois pouco significativas as
situações da especificação daqueles, como se encontra sistematizado na tabela
seguidamente apresentada:
Tabela 20 – Utilização/ consumo do sal aveirense
Nº absoluto %68
Doméstica (Culinária) 7 43,8
Salga de Carnes 5 31,3
Indústria 4 25,0
Salga do bacalhau 2 12,5
Restaurantes 1 6,3
Grossistas 1 6,3
Não sabe/ vende para Armazenistas 3 18,8
Nº total de respondentes
15 153,3
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
Assim sendo, os principais compradores do sal aveirense e, consequentemente
conhecedores dos seus mercados reais, são os armazenistas/ grossistas. No
entanto, estes nem sempre manifestam interesse na aquisição do sal local, o que
tem ditado dificuldades crescentes no escoamento da produção, estando a do ano
passado (2005) ainda por vender, ou então por pagar, para um número
significativo de marnotos, o mesmo sucedendo com algum do sal de 2004.
Os dois armazenistas auscultados referem, por seu turno, a quebra progressiva nas
quantidades adquiridas e vendidas do sal aveirense nos últimos dez anos, facto
este justificado, no caso da menor aquisição aos marnotos, pela dificuldade de
escoamento do sal. Esta dificuldade encontra-se associada ao menor consumo do
67 A este respeito é interessante assinalar que de entre os 17 marnotos entrevistados 5 (aproximadamente 29%) assumem o seu desconhecimento na matéria: 3 afirmam não saber e 2 não respondem a esta questão. 68 Percentagem sobre o nº de respondentes (15) e não de respostas, pelo que a soma das percentagens ultrapassa os 100%.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 49
mesmo, nomeadamente por parte das indústrias da salga (bacalhau e presunto),
embora estes continuem a ser os grandes consumidores do sal marinho de Aveiro.
Apesar dos armazenistas referirem, como ponto fraco do sal local, a maior
probabilidade de conter alguns insolúveis (maioritariamente, areia69), ambos
referem a intenção de continuar a adquirir o sal produzido localmente70, dadas as
suas características físicas e químicas diferenciadoras (elevado teor de minerais e
de humidade) que o tornam apto para mercados específicos, a preços mais
elevados71. A título de exemplo poder-se-á referir o exemplo do estabelecimento
aveirense ‘O mundo do sal’ que, vendendo sal artesanal aveirense e produtos
derivados, tem registado um aumento significativo nas suas vendas, com o
consequente aumento de aquisição do mesmo. Evolução esta justificada pela
crescente divulgação dos seus produtos junto dos consumidores, com especial
destaque para os turistas, associada à apetência crescente do mercado por
produtos naturais/ artesanais num quadro social de maior preocupação pela saúde
e bem-estar.
O preço elevado do sal local é, aliás, uma das dificuldades apontadas para a sua
venda como matéria-prima no sector industrial. De facto, neste privilegia-se o
preço, quantidade disponível e tempo de entrega, factores a que o produzido
localmente não responde. Assim sendo, os armazenistas importam, a preços
inferiores, maiores quantidades de sal do que o comprado aos produtores locais,
vendendo aquele mais rapidamente. O sal produzido localmente acaba por se ir
acumulando nos armazéns, aguardando encomendas específicas, nomeadamente
dos talhos, mercearias e restaurantes bem como da indústria transformadora e de
alguns consumidores particulares72. Este consumo, regra geral, verifica-se no
mercado nacional, com especial destaque para a dimensão regional, sendo o
mercado internacional pouco significativo, variando entre os 5 e 10% do total
comercializado.
Acresce a esta situação a concorrência directa e crescente do sal marinho artesanal
produzido noutros salgados, nacionais ou não, com preços mais acessíveis, com
estratégias de marketing implementadas e com qualidade certificada ou em vias de
certificação. Paralelamente, este sal confronta-se ainda com a concorrência do sal
marinho industrial, como já referenciado, a preços mais competitivos e com
69 Facto este igualmente reconhecido pelos marnotos e que tem conduzido ao progressivo abandono do uso de areia na camisa dos tabuleiros das marinhas. 70 Salvaguardo contudo a necessidade de primeiro escoar o sal ainda armazenado. 71 De facto, o sal marinho tradicional, ao invés do restante sal marinho, por não ser lavado, conserva mais nutrientes, além de que não contém aditivos químicos. 72 Em sacos de 25kg.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 50
capacidade de colocar no mercado quantidades estáveis ao longo do ano, sendo
esta percepção partilhada por marnotos, proprietários e armazenistas.
Assim sendo, os 17 marnotos auscultados são praticamente unânimes no
reconhecimento da existência de dificuldades na comercialização: 16 (94,1%)
assim o entendem, contra um (5,9%). De facto, as maiores dificuldades
percepcionadas pelos marnotos relacionam-se também com a forte concorrência do
sal industrial oriundo de outros países a preços mais competitivos73. Intimamente
relacionado com este aspecto surgem duas outras dificuldades: o baixo preço
oferecido pelos compradores aos marnotos locais bem como a crescente dificuldade
em escoar o sal produzido localmente. Este aspecto encontra-se parcialmente
relacionado com o anterior, já que o preço oferecido não é suficientemente
atractivo para que os marnotos acordem vender, preferindo sempre que possível
retê-lo nos montes.
Os aspectos anteriormente referenciados são agravados pela percepção da
existência de um monopólio por parte dos armazenistas locais, sendo apenas a
estes que os marnotos vendem o seu sal, por não reunirem condições, na
generalidade das situações, de o comercializar directamente, a não ser pequenas
quantidades que, no conjunto da sua produção, se assumem como residuais:
Tabela 21 – Razões para as dificuldades na comercialização do sal aveirense, segundo os marnotos
Nº absoluto %74
Forte concorrência 7 43,8
Preço praticado, baixo para os produtores
6 37,5
Escoar o sal 6 37,5
Monopólio dos armazenistas 4 25,0
Receber o dinheiro 3 18,8
Obrigatoriedade de oferecer algum sal aos armazenistas75
1 6,3
Fama de má qualidade 1 6,3
Nº total de respondentes 16 175
Fonte: Questionário aos marnotos (2006)
73 Tendo sido referenciados pelos marnotos a Espanha, Tunísia e França. 74 Percentagem sobre o nº de respondentes (16) e não de respostas, pelo que a soma das percentagens ultrapassa os 100%. 75 Aspecto referenciado apenas por um marnoto, o qual se encontra inactivo desde o ano de 2004.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 51
Estas opiniões são igualmente confirmadas pelos proprietários das marinhas, pese
embora o seu maior desconhecimento, pelas razões anteriormente evocadas. De
facto, também os proprietários confirmam a existência de dificuldades de
comercialização do sal aveirense, sendo esta justificada pelos aspectos
seguidamente sistematizados:
Tabela 22 - Razões para as dificuldades na comercialização, do sal aveirense, segundo os Proprietários
Nº absoluto %76
Baixo preço praticado 10 90,9
Escoar o sal 8 72,7
Concorrência do sal estrangeiro 4 36,4
Monopólio dos armazenistas77 3 27,3
Impurezas/ Má qualidade 2 18,2
Preço elevado da mão-de-obra 2 18,2
Nº total de respondentes 11 263,6
Fonte: Questionário aos proprietários (2006)
Considerando os últimos 10 anos, os proprietários também referem, na sua
maioria78, a diminuição da procura do sal artesanal, sendo vários os factores
justificativos, como o desinteresse das grandes superfícies por este tipo de sal,
mais caro; a existência de poucos locais de venda associada a uma insuficiente
promoção/ divulgação das especificidades deste produto; a existência de algumas
impurezas, nomeadamente areia, bem como o seu elevado teor de humidade, com
as consequentes perdas por dissolução (menor rendimento).
Tendo presente as dificuldades de comercialização anteriormente enunciadas,
várias foram as possíveis soluções. Segundo os proprietários, dever-se-ia:
� Subsidiar a produção do sal artesanal, nomeadamente no que concerne à
reconstrução de motas,
� Criar (nova) rede de distribuição da produção,
� Respeitar e discriminar, nas embalagens, a origem geográfica do sal,
76 Percentagem sobre o nº de respondentes (11) e não de respostas, pelo que a soma das percentagens ultrapassa os 100%. 77 Os quais exploram, segundo os entrevistados, a fragilidade/ dependência dos produtores. 78 Dos nove proprietários respondentes, cinco referem a diminuição da procura, dois a sua estabilização e dois o seu aumento, sendo este justificado pela crescente procura de produtos naturais, como é o caso da flor de sal.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 52
� Agrupar as marinhas por utilização dada (sal, peixes ou turismo),
Segundo os marnotos, as soluções passariam por:
� Limitar a entrada de sal estrangeiro,
� Constituir uma cooperativa eficaz, ou redinamizar a existente,
� Melhorar os acessos às marinhas,
� Certificar o sal,
� Possibilitar a venda directa de sal pelos produtores,
� Sensibilizar os consumidores acerca da qualidade do sal local.
I.2. A IMPORTÂNCIA DO SAL AVEIRENSE
I.2.1 A importância do sal aveirense na
produção nacional de sal
A produção de sal marinho nacional distribui-se por três regiões, a saber: Centro;
Lisboa e Vale do Tejo; e Algarve, representando esta última, em 2005,
aproximadamente 90% da produção nacional.
Na região Centro, responsável por 4% do total nacional, a produção localiza-se em
dois salgados: Aveiro e Figueira da Foz, distribuindo-se a produção regional de
forma relativamente equilibrada entre ambos, embora com ligeiro predomínio do da
Figueira (+5,5 pontos percentuais):
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 53
Tabela 23 – Produção de sal segundo as regiões e salgados (número absoluto e
percentagem), 2005
Região/ Salgado
(ano: 2005)
Valor total (toneladas)
% do sal produzido nas unidades
territoriais no total do país
% de Aveiro na região Centro
Centro 3762 4,1
Aveiro 1675 1,8 44,5
Figueira da Foz 2087 2,3
Lisboa e Vale do Tejo 5176 5,6
Tejo 2173 2,3
Sado 3003 3,2
Algarve 83557 90,3
Algarve 83557 90,3
Total 92495 100,0
Fonte: Manifestos da Produção Salineira (DGPA)/ Estatísticas
da Pesca (INE/ DGPA), 2005
Considerando o período 1980–2005, a produção total de sal marinho nacional
diminuiu significativamente, passando de 217.060 toneladas, em 1980, para
92.495, em 2005, sendo que a quebra mais acentuada se registou até 1995,
atingindo-se neste ano, o valor mínimo de 27.903 toneladas, data a partir da qual
se iniciou uma nova fase de crescimento moderado da produção. Este crescimento
ficou a dever-se, contudo, maioritariamente, à produção do salgado algarvio, que
viu, a partir desse ano, a sua produção aumentar consideravelmente, passando de
17.209 toneladas, em 1995, para 69.122, em 2000, e para 83.557 toneladas, em
2005, aumentando consequentemente o seu peso na produção nacional,
representando, neste ano, 90% do total nacional. De facto, nos restantes quatro
salgados verificou-se uma quebra na produção durante todo o período considerado,
para os quais apenas o ano de 2000 parece marcar um ponto de viragem no
declínio da produção, até então, verificado.
A evolução da produção do salgado aveirense, bem como da do seu peso na
produção nacional, não é excepção neste contexto, vendo o seu peso relativo
decrescer de forma contínua, representando, no ano de 2005, aproximadamente
2% da produção nacional. Aspectos estes sistematizados nas duas tabelas
seguidamente apresentadas, sendo a primeira referente à taxa de crescimento
quinquenal da produção de sal nacional, e a segunda aos valores da mesma no
período compreendido entre 1980 e 2005:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 54
Tabela 24 – Taxa de crescimento quinquenal da produção de sal, segundo as unidades territoriais (1980-2005)
Região/ Salgado 1980-1985
1985-1990
1990-1995
1995-2000
2000-2005
Centro -0,43 -0,48 -0,58 -0,32 0,10
Aveiro -0,58 -0,62 -0,59 0,21 -0,24
Figueira da Foz -0,10 -0,33 -0,58 -0,62 0,70
Lisboa e Vale do Tejo -0,14 -0,82 -0,54 -0,74 2,48
Tejo 0,02 -0,81 -0,90 -0,60 7,23
Sado -0,26 -0,83 -0,17 -0,75 1,45
Algarve 0,30 -0,43 -0,76 3,02 0,21
Algarve 0,30 -0,43 -0,76 3,02 0,21
Total 0,00 -0,56 -0,71 1,65 0,25
Fonte: Manifestos da Produção Salineira (DGPA)/
Estatísticas da Pesca (INE/ DGPA), 1980 - 2005
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 55
Tabela 25 – Evolução quinquenal da produção de sal (nº abs. e % em coluna), segundo as unidades territoriais (1980-2005)
1980 1985 1990 1995 2000 2005 Região/ Salgado
Valor total (toneladas)
% coluna
Valor total (toneladas)
% coluna
Valor total (toneladas)
% coluna
Valor total (toneladas)
% coluna
Valor total (toneladas)
% coluna
Valor total (toneladas)
% coluna
Centro 40859 18,8 23286 10,7 12135 12,7 5055 18,1 3416 4,6 3762 4,1
Aveiro 28263 13,0 11910 5,5 4470 4,7 1815 6,5 2190 3,0 1675 1,8
Figueira da Foz
12596 5,8 11376 5,2 7665 8,0 3240 11,6 1226 1,7 2087 2,3
Lisboa e Vale do Tejo
80195 36,9 68809 31,7 12329 12,9 5639 20,2 1489 2,0 5176 5,6
Tejo 32904 15,2 33696 15,5 6329 6,6 653 2,3 264 0,4 2173 2,3
Sado 47291 21,8 35113 16,2 6000 6,3 4986 17,9 1225 1,7 3003 3,2
Algarve 96006 44,2 124931 57,6 71000 74,4 17209 61,7 69122 93,4 83557 90,3
Algarve 96006 44,2 124931 57,6 71000 74,4 17209 61,7 69122 93,4 83557 90,3
Total 217060 100,0 217026 100,0 95464 100,0 27903 100,0 74027 100,0 92495 100,0
Fonte: Manifestos da Produção Salineira (DGPA)/ Estatísticas da Pesca (INE/ DGPA), 1980 - 2005
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
I.2.2 A importância da actividade salícola
na economia e sociedade aveirense
A importância da actividade salícola para a cidade de Aveiro é reconhecida pela
maior parte dos interlocutores auscultados acerca desta matéria, tendo sido várias
as justificações apresentadas. O seu papel na imagem e cultura aveirenses foram
indubitavelmente as razões mais apontadas. De facto, vários entrevistados
consideraram o sal como o Ex-libris da cidade, associando-o a uma identidade
colectiva que deteve no passado um papel significativo na economia local e que
actualmente, apesar do seu declínio, encerra diversas potencialidades,
nomeadamente para o sector turístico e actividades correlacionadas, as quais terão
consequências económicas, directas e indirectas, noutros sectores de actividade.
Apesar desta consciência generalizada, alguns dos inquiridos referem que a
importância tem vindo a diminuir dado o declínio do sector salícola associado à
ausência/ insuficiência de medidas de revitalização e aproveitamento das
potencialidades que o mesmo encerra. Quando questionados acerca da adopção de
medidas conducentes à valorização/ revitalização do salgado aveirense, e dada a
consciência generalizada da sua ausência e/ ou insuficiência, sugerem, entre
outras, a necessidade de adoptar as seguintes:
� Subsidiar os investimentos para a (re)construção das motas e tabuleiros internos
das marinhas79;
� Disponibilizar material aos marnotos para a manutenção das marinhas;
� Implementar o subsídio de risco, à semelhança do verificado noutros sectores de
actividade (exemplo, pesca e agricultura) e proceder à reformulação do cálculo da
pensão atribuída ao marnoto;
� Aumentar o policiamento na zona das marinhas, evitando roubos e destruição;
� Recuperar mais barcos salineiros;
� Implementar barreiras alfandegárias à importação de sal estrangeiro;
� Melhorar e dinamizar o circuito turístico do sal, incluindo as diversas salinas e
armazéns, melhorando a sua sinalética e divulgação;
79 Sendo esta a medida mais consensual/ referenciada pelos entrevistados.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 57
� Possibilitar a venda directa de sal e produtos derivados pelos marnotos e outros
agentes, nomeadamente através do aproveitamento dos armazéns;
� Certificar80 o sal e a flor de sal aveirense;
� Construir e/ ou melhorar os acessos interiores às marinhas;
� Promover a imagem e a qualificação do marnoto bem como a formação de novos
marnotos81;
� Candidatar as marinhas a património mundial e a programas específicos de
preservação ambiental e de espécies.
Apesar do desconhecimento generalizado da existência e/ ou adopção de medidas
conducentes à revitalização do salgado aveirense, existem alguns interlocutores
mais conhecedores, porque envolvidos em Projectos com este objectivo, que
referem a importância crescente do salgado para a Cidade, associada à maior
consciencialização da necessidade de ‘unir esforços dos vários actores com
responsabilidades nesta matéria com vista a inverter o declínio a que se tem vindo
a assistir’. A este propósito foi por diversas vezes referenciada a importância que a
implementação do Ecomuseu da Marinha da Troncalhada deteve nesta inversão de
cenário, assim como a articulação crescente entre a Câmara Municipal e a
Universidade de Aveiro. Também a promoção de passeios na ria por parte de
operadores privados foi tida como propulsora do turismo na região, divulgando
simultaneamente a actividade salícola. Acresce a este quadro o reconhecimento da
necessidade de proceder à certificação do sal e flor de sal aveirenses, enquanto
factor potenciador da viabilidade económica do sector, nomeadamente para os
operadores privados, associando-a a uma estratégia de divulgação e promoção do
produto. De facto, crê-se que, reunindo estes factores, se aumentará o interesse
pela comercialização do produto, possibilitando a venda de maiores quantidades,
com as consequências inerentes ao nível da revitalização do sector.
Contudo, importa referir que estas medidas (e posições) são maioritariamente
reconhecidas pelos actores que directa ou indirectamente estão envolvidos neste
processo, não sendo partilhadas pela maioria dos marnotos, proprietários e outros
interlocutores entrevistados que referem o desconhecimento da adopção de
80 Processo actualmente em análise. 81 Actualmente a Câmara Municipal encontra-se a organizar um curso de formação para novos marnotos. Importa contudo referir que, apesar desta medida ser tida pela generalidade dos auscultados como positiva, dever-se-ia primeiramente recuperar marinhas para a sua posterior colocação, assegurando que o perfil dos formandos se adequa às exigências desta profissão. Por outro lado, foi salientado que o aumento das marinhas em actividade aumentará a produção o que implica um maior esforço de escoamento bem como o agravamento da situação actual de acumulação da produção, caso este curso não seja acompanhado por outras medidas de dinamização da comercialização.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 58
medidas conducentes à revitalização deste sector, anunciando mesmo o seu fim
iminente, como foi anteriormente referenciado. A este propósito, onze dos
marnotos referiram mesmo que se o sector não for alvo de medidas de recuperação
tenderia a desaparecer a curto prazo, pois em termos financeiros tornar-se-á
insustentável, ao que acresce a crença de que com o abandono da actividade por
parte de alguns marnotos mais velhos este cenário se agravará. Esta opinião é
partilhada pelo conjunto dos proprietários respondentes, pese embora ambos os
grupos de interlocutores reconheçam a viabilidade económica das
potencialidades inerentes a esta actividade e a outras correlacionadas.
De facto, os diversos interlocutores auscultados referem a viabilidade económica
das potencialidades do salgado aveirense, concentrando o turismo, associado à
manutenção da produção salícola, o maior número de respostas. Contudo, é
frequentemente salientado, quer pelos proprietários, quer pelos interlocutores
privilegiados, a necessidade do turismo ser controlado, ou seja, que as suas
características e quantidades não sejam incompatíveis com a preservação
ambiental e produção salícola. Alguns actores referem igualmente a viabilidade
económica da articulação de quatro áreas de actividade: produção salícola e seus
derivados, aquicultura (peixes, bivalves, …), cosmética e turismo, podendo este
assumir diversas vertentes (como sejam, passeios de barco ou a pé, fotografia,
pesca, gastronomia, saúde e/ ou estadia). Acresce, nesta matéria, a necessidade
apontada por grande parte dos interlocutores da viabilidade económica do sal e dos
seus derivados se encontrar dependente da sua diferenciação face aos restantes,
como produto natural e artesanal, com uma composição única, diferenciação esta
possível, ou facilitada, com a sua certificação, associada a uma boa campanha de
marketing.
No conjunto dos intervenientes, é pouco significativo o número dos que consideram
inviável a recuperação do salgado aveirense, destacando-se neste grupo, e até
pelas suas características (idade, habilitações, experiência profissional), os
marnotos que tendem a ser mais cépticos que os restantes grupos auscultados.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 59
I.2.3 A importância da exploração de sal
no território e ambiente
A exploração de sal tem reflexos inevitáveis na paisagem e ordenamento do
território, conferindo características específicas à cidade de Aveiro, sendo que a
manutenção das infra-estruturas que lhe estão associadas (‘motas’ e tabuleiros
internos) é igualmente essencial para manter estáveis os níveis de água nos canais
da cidade, evitando-se a erosão, com todas as consequências daí decorrentes. Por
outro lado, a subida das cotas da água impossibilitaria/ dificultaria a proliferação de
diversas espécies aquáticas bem como a reprodução e alimentação
(nomeadamente, durante o Inverno) de várias espécies de aves que encontraram
nas marinhas um habitat adequado às suas necessidades, transformando-as em
ecossistema de substituição. Assim sendo, as alterações decorrentes do abandono
da actividade salícola terão consequências ao nível do equilíbrio ambiental da
Cidade. Sendo nesta matéria igualmente de referenciar o papel das marinhas na
purificação do ar, constituindo-se como ‘pulmão da cidade’.
A Ria de Aveiro representa pois um vasto e complexo ecossistema lagunar, de
reconhecida importância. Este sistema lagunar é constituído por uma rede principal
de canais de maré, permanentemente ligados, e por uma zona terminal de esteiros,
com canais estreitos e de baixas profundidades, sendo a ligação ao mar feita
através de uma barra existente no cordão litoral. Deste sistema são de destacar as
salinas bem como as significativas áreas de sapal, de caniço e de bocage, associado
a áreas agrícolas, as quais se apresentam como importantes locais de alimentação
e reprodução para diversas espécies de aves, albergando regularmente mais de
20.000 aves aquáticas, com particular destaque para o elevado número de aves
limícolas.
As condições apresentadas pela Ria de Aveiro proporcionaram, por outro lado, o
desenvolvimento de diversas actividades económicas e, consequentemente, a
fixação e desenvolvimento da população, com as inerentes consequências no
equilíbrio do ecossistema lagunar.
Nesta matéria são pois inúmeros e variados os factores que ameaçam o equilíbrio
deste importante ecossistema, sendo de destacar aqueles que provocam uma
redução ou alteração significativa dos habitats húmidos, como a drenagem e a
conversão de zonas húmidas para utilização agrícola e a conversão de salinas em
aquiculturas. Também o crescimento da actividade turística, e a consequente
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 60
construção de infra-estruturas, designadamente a abertura de novas vias e a
construção de empreendimentos, têm contribuído para a destruição de habitats
naturais. Igualmente as dragagens efectuadas pelo porto de Aveiro provocam
alterações da dinâmica da ria induzindo um aumento da erosão e da profundidade e
uma consequente redução da disponibilidade alimentar das aves aquáticas. Refira-
se, ainda, a qualidade da água, influenciada pela poluição com origem diversa,
designadamente portuária, industrial e agro-pecuária.
No que concerne à actividade salícola, tem-se assistido ao declínio do número de
marinhas activas, traduzindo-se consequentemente no crescimento do número de
marinhas abandonadas82. Simultaneamente, foi-se assistindo à conversão de
algumas das marinhas, maioritariamente inactivas para a produção de sal, em
tanques de aquicultura, assumindo-se esta actividade como a alternativa mais
viável. Ora, nesta matéria deve referir-se que a extracção de sal é uma actividade
secular, completamente integrada no ecossistema onde é praticada, podendo-se
considerar a existência de um ecossistema característico das salinas. Estas, embora
constituam um habitat artificial, são de grande valor para as aves aquáticas. Por
outro lado, a presença do Homem é perfeitamente tolerada e necessária,
participando os marnotos, na sua actividade diária, na conservação e protecção do
ambiente e da paisagem, permitindo um equilíbrio entre o aproveitamento
económico de um recurso e a conservação da natureza.
Assim sendo, as salinas de Aveiro, além do enorme e reconhecido interesse cultural
e paisagístico, destacam-se, fruto das suas características naturais intrínsecas, pela
riqueza da sua biodiversidade, permitindo a coexistência de uma grande variedade
de organismos. Por este motivo, e ainda pelo facto de não sofrerem o ciclo diário
das marés, as salinas tornam-se muito apelativas para as aves, que aqui
encontram excelentes condições de alimentação e abrigo, concentrando-se pois
nelas uma parte significativa das aves aquáticas que povoam a Ria de Aveiro.
Ora, com o abandono da exploração de uma salina deixa de existir a manipulação
sazonal do nível da água dos tanques, o que pode conduzir a uma alteração
profunda da fauna (espécies piscícolas e outras). Também a avifauna,
designadamente as populações de aves limícolas e migratórias, muitas delas
protegidas por Directivas Europeias, é severamente afectada com a perda de
habitats de alimentação e com as dificuldades acrescidas na nidificação, devido à
deterioração dos locais, criando problemas ao nível da sua reprodução.
Simultaneamente, ocorre a infestação destes locais pela vegetação circundante
82 No ano de 2006 apenas 10 se encontravam activas produzindo sal.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 61
que, com a exploração do sal, era controlada pela manutenção da salina. Assim
sendo a perda de uma salina representa o desaparecimento de um importante
sistema ecológico e biológico.
O abandono das salinas tem-se traduzido na progressiva degradação dos muros de
protecção (“motas”), levando ao desaparecimento de uma vasta área de salinas e
conduzindo ao abandono forçado da actividade devido ao arrombamento, em
cascata, das marinhas vizinhas, num contexto em que a sua reconstrução
representa um investimento significativo. Por outro lado, o abandono das salinas
tem contribuído igualmente para o desaparecimento do mosaico de ilhas da laguna,
aumentando o perigo de inundação das povoações ribeirinhas; para a substituição
da actividade salícola pela aquicultura, a qual constitui uma fonte potencial de
poluição das águas e do equilíbrio ecológico; bem como para o desaparecimento de
uma paisagem característica de Aveiro. De facto, o salgado de Aveiro constitui uma
paisagem única, um espaço vivo e dinâmico.
O panorama descrito impõe a necessidade de uma intervenção neste biótopo de
modo a definirem-se claramente os pontos fortes e os constrangimentos à sua
manutenção e/ou transformação, sendo imprescindível definir estratégias claras de
intervenção para este espaço. O zonamento do salgado apresenta-se como
prioritário e de capital importância, podendo contribuir para a sua recuperação,
limitando as pressões para a crescente mudança do uso das marinhas e evitando
uma maior degradação, ou mesmo desaparecimento, de todo o salgado. Embora
não seja expectável a recuperação de todas as marinhas para a produção de sal, a
sua manutenção afigura-se como essencial quer para a preservação do
ecossistema, quer para a afirmação da imagem e da identidade de Aveiro.
I.2.4 A importância da actividade salícola
no turismo local
As salinas, com os seus montes de sal, conferem uma especificidade paisagística à
cidade de Aveiro, com as consequências daí inerentes para o sector turístico,
estando este facilitado pelos bons acessos rodoviários à cidade bem como pela
proximidade a grandes centros urbanos (Porto, Coimbra e Lisboa) e a dois
aeroportos (Lisboa e Porto). De facto, a cidade de Aveiro, localizada no litoral da
Região Centro (sub-região do Baixo Vouga), é servida por diversos meios de
comunicação e infra-estruturas que a aproximam dos grandes centros urbanos
nacionais e de Espanha. De entre aqueles destacam-se as linhas-férreas do Norte
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 62
(que liga Lisboa ao Porto) e a do Vouga (que liga Aveiro a Sernada), a A1 e A25
ligando, respectivamente, Porto-Lisboa e Aveiro-Vilar Formoso, eixos estruturantes
das ligações a Norte, a Sul, com o interior Centro do País e com Espanha.
Destaque-se igualmente que o concelho dispõe de condições para que as
embarcações de pequena e média dimensão (iates e barcos de lazer até 115
metros) possam atracar, encontrando-se igualmente próximo do aeroporto
Francisco Sá Carneiro, no Porto, distando da cidade aproximadamente 45 minutos.
Em São Jacinto existe o Aeródromo Municipal de Aveiro no qual é permitido aterrar
aeronaves de pequenas dimensões.
Contudo, e dada a informação disponível, nomeadamente estatística, é difícil aferir
o peso da actividade salícola no turismo local. Sendo assim e com o intuito de
tentar averiguar esta questão foi aplicado um questionário aos turistas/
excursionistas83, tendo sido recolhidos 97 questionários válidos. Os respondentes,
maioritariamente do sexo feminino (52%), com idades compreendidas entre os 26
e os 45 anos (57%), são provenientes maioritariamente de Espanha (39%),
representando os turistas/ excursionistas nacionais 35% do conjunto dos inquiridos.
De entre os respondentes que referiram o número de dias que permaneceriam na
cidade de Aveiro (91), aproximadamente 90% referiu pretender permanecer até 5
dias. De referir igualmente, nesta matéria, que se verificou uma distribuição
equilibrada dos respondentes que pretendiam ficar apenas um dia e dos que
ficariam de 3 a 5 dias, cada uma das situações com 32% dos respondentes à
questão. Por outro lado, e de entre os 79 respondentes que assinalaram o número
de pessoas que os acompanharam na visita à Cidade, aproximadamente metade
vieram acompanhados apenas por uma pessoa (48%), sendo pouco significativo o
número de respondentes que se deslocavam sozinhos (5%) ou se faziam
acompanhar por mais de 5 pessoas (10%).
Quando questionados sobre os motivos de visita à cidade84, aproximadamente 64%
referiu a ‘cultura’, ao que se seguiu o ‘Sol-Praia’, com 50% de respondentes, sendo
os restantes motivos apresentados residuais, excepção feita ao motivo ‘família/
amigos’, que concentrou 19% de referências, e o motivo ‘negócios’, com 17% de
referências. De referir, nesta matéria, a ausência de uma referência explicita aos
locais de produção de sal, aparecendo estes, contudo, como um dos locais mais
visitados na cidade. De facto, de entre os respondentes que enunciaram os locais já
83 Como explicado nos pontos relativos à Metodologia e Desenvolvimento do Estudo, inicialmente apresentados. 84 Cada inquirido assinalou mais que um motivo, pelo que a soma das percentagens enunciadas ultrapassa os 100%.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 63
visitados em Aveiro (75 inquiridos), aproximadamente metade já visitou as ‘salinas’
(36 referências), sendo estas o terceiro ponto turístico mais visitado pelos turistas/
excursionistas da cidade, logo a seguir à ‘Ria’ (54 referências) e à ‘Praia’ (53
referências).
Relativamente aos locais a visitar, as salinas, e uma vez que já tinham sido um dos
mais visitados, obteve agora apenas 18 referências, a seguir aos Museus (25
referências), à Reserva Natural das Dunas de Sº Jacinto (21 referências) e à ria
(com 20 referências).
Coerentemente com o número de visitantes das salinas ou dos que as pretendem
visitar, aproximadamente 80% dos inquiridos sabem da existência da produção de
sal na Cidade, tendo na generalidade uma opinião positiva acerca dos locais de
produção de sal. Aliás, de entre os 80 inquiridos que afirmam pretender voltar à
cidade, 84% (61) referiu o interesse em visitar (de novo) os locais de produção de
sal.
Contudo, o facto de visitarem os locais de produção de sal e de possuírem, na
globalidade, a esse respeito uma opinião positiva não se tem traduzido na aquisição
de sal aveirense, apesar de manifestarem esse interesse. De facto, de entre os 72
respondentes à questão, ‘Comprou sal de Aveiro?’ apenas 10 (14%) responderam
afirmativamente, tendo 29 (40%) afirmado que apesar de não terem comprado,
estariam interessados em adquiri-lo, o que indicia a necessidade/ pertinência de
dinamizar a comercialização deste produto. De entre os que compraram sal, ou
afirmaram o seu interesse nessa aquisição, a utilização maioritária seria a culinária
(73%), seguindo-se a recordação pessoal (30%) e a oferta a terceiros (18%).
Em suma, as salinas apesar de não parecerem ser o motivo para a deslocação à
Cidade, acabam por ser reconhecidas e bastante visitadas, o que reforça as suas
potencialidades para a exploração turística.
Paralelamente, a imagem que as mesmas conferem à cidade é difundida quer pelas
entidades privadas que operam neste sector, quer pelas oficiais, como a Câmara
Municipal e a Rota da Luz. Ambas são responsáveis pela publicação de livros
subordinados, em exclusivo, ou não, à ria e às salinas/ produção de sal artesanal,
bem como por diversas brochuras publicitárias do Concelho, onde as mesmas são
referenciadas, estando igualmente presente nos seus sites na internet85.
85 Como o demonstram os resultados da pesquisa pela palavra ‘Aveiro’ . A título de exemplo apresenta-se a seguinte citação: “A primeira surpresa de quem visita a Região de Turismo Rota da Luz é a de tudo estar tão perto (…) A segunda é dada pela Ria, pelos seus horizontes feitos de muitos tons de azul, recortados, aqui e além, pelas pirâmides brancas do sal, as velas dos moliceiros, os milharais e pastagens.” (in www.rotadaluz.pt)
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 64
De facto, as salinas, com a sua produção artesanal de sal, têm vindo a ser, oficial e
publicamente, reconhecidas como um elemento diferenciador para o turismo
concelhio, dada a imagem que conferem à Cidade, aspectos estes sublinhados pelos
interlocutores da área do turismo auscultados no âmbito do presente estudo.
O produto salinas/ sal artesanal, pela sua singularidade no território nacional,
encerra pois diversas potencialidades para o turismo concelhio, tendo visto,
segundo os interlocutores, a sua importância crescer nos últimos anos num
contexto de procura crescente do turismo de natureza, bem como de emergência
de novos tipos de turismo e turistas86. No entanto, os interlocutores auscultados
reconhecem igualmente a necessidade da adopção de novas acções e investimentos
para efectivar as potencialidades deste produto, seja ao nível das campanhas
publicitárias, com tudo o que lhe está inerente, seja ao nível das infra-estruturas e
sinalética, aspectos a considerar conjuntamente, sob pena do publicitado não
corresponder à realidade.
I.3. AS CONDICIONANTES EXTERNAS À EXPLORAÇÃO SALÍCOLA
I.3.1 A evolução da economia portuguesa
2000-2005
A compreensão da evolução da produção de sal tem de ser analisada no contexto
macro-económico que enquadra o respectivo comportamento, na medida em que
dele dependem as atitudes dos diversos agentes económicos que nele actuam.
É este contexto que se pretende aqui caracterizar ao longo dos primeiros anos de
2000.
Em 2000, o contexto europeu caracterizava-se pela retoma do crescimento e por
uma situação económica com défices reduzidos do sector público e inflação e taxas
de juro baixas.
Em 2001, no entanto, a economia europeia entrava num processo de
abrandamento do crescimento económico com efeitos significativos no desempenho
da economia portuguesa, mantendo-se, porém, a tendência decrescente das taxas
86 Nesta matéria é de referir que a abertura do Ecomuseu da Marinha da Troncalhada foi referenciada pelos interlocutores como fundamental para impulsionar e dinamizar a importância deste produto turístico.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 65
de juro, associadas ao processo de convergência nominal, base para a construção
da moeda única. O Produto Interno Bruto Nacional (PIB) iniciava, então, um
processo de divergência relativamente à União Europeia, conforme ilustrado no
gráfico seguinte. O abrandamento deste comportamento divergente, verificado em
2004, não o permitiu anular, tendo o PIB comunitário crescido, entre 2001 e 2005,
à média de 1,63% ao ano e o nacional a 0,66% ao ano.
Gráfico 5 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto, 2000 – 2005
(PO: Portugal; EU15: União Europeia a 15 países)
(preços constantes de 1995)
(%)
-2
-1
0
1
2
3
4
5
2000 2001 2002 2003 2004 2005
UE15
Po
Fonte: Eurostat
A combinação do comportamento do PIB com as variações no quantitativo
populacional condicionou o crescimento do PIB per capita que foi bastante mais
modesto em Portugal que na União Europeia. Face ao crescimento médio de 1,1%
ao ano na UE (15), entre 2000 e 2005, o PIB per capita nacional manteve-se
praticamente constante após 2004, depois de um período de desaceleração do
respectivo crescimento, acompanhando a UE (15), embora com taxas de
crescimento sistematicamente menores.
Gráfico 6 - Taxas de Crescimento Anual do Produto Interno Bruto per capita, 2000-2005
(preços constantes de 1995)
(%)
-2
-1
0
1
2
3
4
2000 2001 2002 2003 2004 2005
UE15
Po
Fonte: Eurostat
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 66
Mesmo considerando a quebra de série em 2003 da taxa de crescimento do PIB per
capita em paridades de poder de compra, a informação evidencia a trajectória de
afastamento relativamente à média europeia que caracterizou o período até 2005.
Efectivamente, o PIB per capita medido em paridades de poder de compra (PPC)
passou de 79,6% da média da UE15, em 2003, para 76,7%, em 2005.
Tabela 26 – Produto Interno Bruto, por habitante em PPC, 2000-2005
(UE15=100)
UE15 Portugal
2000 100,0 88,0
2001 100,0 88,0
2002 100,0 86,1
2003 (a) 100,0 79,6
2004 100,0 78,5
2005 100,0 76,7
(a) Quebra de série Fonte: Eurostat
O comportamento de algumas variáveis é comummente utilizado como explicação
para o comportamento da actividade económica, através, nomeadamente, do
respectivo efeito na capacidade de investimento das empresas e da Administração.
Referimo-nos, por um lado, ao comportamento da produtividade do trabalho,
enquanto indicador de eficiência na utilização dos recursos e, por outro, aos custos
associados aos factores de produção, nomeadamente ao factor trabalho.
Depois de uma quebra importante entre 2000 e 2001, a produtividade do trabalho
em Portugal evoluiu com oscilações até 2004, ano em que inicia um período de
crescimento.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 67
Gráfico 7 - PIB por hora trabalhada, 2000-2005 (1995=100)
(preços constantes de 1995)
0,00
0,50
1,001,50
2,00
2,50
3,00
3,504,00
4,50
5,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005
UE15
Po (a)
(a) 2004 e 2005: previsões87
Fonte: Eurostat
Este comportamento resulta, por um lado, do comportamento do PIB, já referido e,
por outro, do volume de horas trabalhadas, naturalmente associado ao emprego.
“… o ajustamento no produto, reflectindo-se de forma menos intensa no emprego
traduz uma estagnação da produtividade …”, que terá sido ultrapassada em 2005.
Em Portugal verifica-se, desde 2000, uma desaceleração no crescimento do
emprego que observa, mesmo, uma redução em 2003. Os anos de 2004 e 2005
correspondem a um período de quase estagnação do emprego que, no primeiro
ano, cresce 0,1% e, no segundo, regista um crescimento nulo.
Gráfico 8 - Taxa de Crescimento do Emprego, 2000-2005
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Fonte: Eurostat
A taxa de emprego evidencia a capacidade de utilização dos recursos humanos
disponíveis. É, portanto, um indicador complementar ao da evolução do emprego,
na medida em que traduz a relação entre a população empregada entre os 15 e os
64 anos e a população com a mesma idade. A taxa de emprego, em Portugal
87 Na fonte utilizada não se encontra ainda disponível informação não previsional para estes anos.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 68
apresenta valores elevados relativamente ao conjunto da União Europeia,
encontrando-se o País entre os Estados Membros em que ela é mais elevada.
Porém, ao longo do período considerado, a taxa de emprego registou uma redução
persistente após 2001, traduzindo a desaceleração e mesmo redução do emprego e
apesar do seu crescimento mais acentuado em 2004.
Gráfico 9 - Taxa de emprego, 2000-2005
6061626364656667686970
2000 2001 2002 2003 2004 2005
UE15
Po
Fonte: Eurostat
A desaceleração do crescimento e a quebra registada na taxa de emprego
condicionaram o comportamento do desemprego, cuja taxa verificou, ao longo de
todo o período, uma tendência crescente, mais acentuada que na média da UE.
Efectivamente, mantendo níveis sistematicamente inferiores aos da média
comunitária, a taxa de desemprego em Portugal cresceu acentuadamente a partir
de 2001, diminuindo o diferencial que a separava da média do conjunto dos 15
Estados Membros. Assim, se, em 2001, a taxa de desemprego em Portugal era 3,6
pontos percentuais (p.p.) inferior à da UE, em 2005 esse diferencial era de apenas
0,3 p.p..
Gráfico 10 - Taxa de desemprego, 2000 – 2005
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
2000 2001 2002 2003 2004 2005
UE15
Po
Fonte: Eurostat
A evolução nacional da produtividade foi acompanhada por uma desaceleração e
mesmo redução, da remuneração do factor trabalho, que a partir de 2003 e até
2005 verificou uma tendência de recuperação embora mantendo níveis de
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 69
crescimento negativos até 2004. Este comportamento traduz um crescimento da
produtividade mais acentuado que o registado na remuneração do trabalho, entre
2001 e 2004.
Assim, pode afirmar-se que, no que ao custo do factor trabalho diz respeito, o
período se caracterizou por um crescimento real negativo dos custos do factor
trabalho que, apenas em 2005, retoma valores positivos.
Tabela 27 - Taxa de crescimento real do custo unitário do trabalho88
UE15 Portugal (a)
2000 0,3 0,9 2001 0,2 -0,1 2002 -0,3 -0,1 2003 -0,4 -4,3 2004 -0,9 -2,3 2005 -0,4 0,5 (a) 2004 e 2005: previsões89
Fonte: Eurostat
O diferencial entre as taxas de crescimento do custo unitário do trabalho na UE 15
e em Portugal permite identificar os ganhos/ perdas de competitividade deste factor
de produção relativamente ao contexto comunitário. Assim, constata-se que o
período considerado resultou em ganhos de competitividade no que respeita ao
custo deste factor de produção, registando-se, ao longo do período, uma redução
de cerca de 6% face à de cerca de 2% na média comunitária.
Deste comportamento resulta a persistência do suporte da competitividade nacional
nos baixos custos do factor trabalho, dado o seu baixo custo relativamente ao
conjunto da União Europeia (15).
O comportamento do PIB foi determinado pela evolução negativa do investimento,
o crescimento constante do consumo privado e o agravamento do saldo negativo
das trocas externas em cerca de 9%.
Efectivamente, como o gráfico ilustra, o consumo privado registou em 2005 um
crescimento de cerca de 1,6% ao ano, crescendo em dez anos cerca de 33%.
88 Crescimento real do custo unitário do trabalho: taxa de crescimento do rácio (remuneração por empregado a preços correntes dividido pelo PIB a preços correntes pelo emprego total): Este indicador compara a remuneração por empregado e a produtividade e mostra como a remuneração dos empregados se relacional com a produtividade do respectivo trabalho. É a relação entre quanto cada trabalhador recebe e o valor que produz com o seu trabalho. A respectiva taxa de crescimento pretende dar a ideia da dinâmica da participação do factor de produção trabalho no valor criado. Note-se que as variáreis usadas no numerador (remuneração, empregados) referem-se apenas aos trabalhadores por conta de outrem e os do denominador (PIB, emprego) referem-se a todo o emprego, incluindo o auto-emprego. 89 Na fonte utilizada não se encontra ainda disponível informação não previsional para estes anos.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 70
Gráfico 11 - Consumo a preços constantes, 2000-2005 (1995=100)
(preços constantes de 1995)
100
105
110
115
120
125
130
135
2000 2001 2002 2003 2004 2005
UE15
Po (a)
(a) de 2001 a 2005: previsões
Fonte: Eurostat
Pelo contrário, o investimento apresentou uma quebra constante, acompanhada
pela diminuição do respectivo peso no PIB. Esta evolução global do investimento
ficou a dever-se, nos anos de 2002, 2003 e 2005, à quebra simultânea dos
investimentos público e privado. Nos anos de 2001 e 2004, o investimento público
reduziu os efeitos no comportamento do investimento total determinados pela
evolução persistentemente negativa do investimento privado ao longo de todo o
período entre 2001 e 2005.
Gráfico 12- Investimento total, 2000-2005
(% PIB)
0
5
10
15
20
25
30
2000 2001 2002 2003 2004 2005
UE15
Po
Fonte: Eurostat
Aliás, ao longo do período considerado, o investimento viu diminuída a sua
importância no PIB de cerca de 27% em 2000, significativamente mais elevado do
que o registado na UE (15), para 21% em 2005, valor bastante aproximado do
peso médio na UE (15), onde a importância do investimento no PIB se manteve
bastante mais estável (dos 20,5% em 2000, para 19,8% em 2005).
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 71
Quer o investimento do sector público como o investimento no sector privado viram
reduzir a respectiva importância no PIB. O investimento público que, em 2000,
representava cerca de 4% do PIB, correspondia a cerca de 3%, em 2005. O
investimento privado, por seu lado, profundamente influenciado em Portugal pelo
investimento em habitação, assumia, em 2000, 23% do PIB nacional e, em 2005,
19%.
No domínio do comércio internacional, as exportações de bens e serviços
mantiveram, ao longo de praticamente todo o período, um crescimento mais
dinâmico que o das importações, apresentando ritmos de crescimento de cerca de
3,0% e 2,6% ao ano, respectivamente.
Estes ritmos de crescimento, porém, não foram suficientes para impedir o
agravamento do saldo negativo das trocas externas que passou, entre 2000 e
2005, de 17 mil milhões para 18,5 mil milhões.
O crescimento em valor das exportações foi superior ao verificado em volume,
indiciando a valorização dos produtos exportados. Situação semelhante se registou
ao nível das importações, embora de forma menos significativa. Efectivamente,
enquanto as exportações em volume cresceram cerca de 15% contra os 16% em
valor, as importações registaram um crescimento em volume de cerca de 7% e, em
valor, de cerca de 14%, para o conjunto do período.
A degradação dos termos de troca registados nos últimos três anos do período,
após três anos de lenta recuperação, indicia o agravamento das dificuldades de
cobertura das importações pelas exportações e a deterioração da posição das
exportações nacionais no mercado internacional, particularmente no comunitário,
principal destino e origem do comércio externo nacional.
Os preços cresceram em Portugal a níveis superiores aos verificados na zona Euro,
embora em tendência decrescente de aproximação aos ritmos da zona Euro. Em
2000, o crescimento dos preços, em Portugal, foi de 2,8%, tendo, no ano seguinte
registado uma aceleração significativa traduzida numa taxa de inflação superior a
4%. A tendência de desaceleração verificada nos anos seguintes, permitiu que, em
2005, a inflação em Portugal se situasse ligeiramente abaixo dos níveis da zona
Euro, com um valor de 2,1%.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 72
Gráfico 13 - Taxa de inflação, 2000-2005
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Área Euro
Po
Fonte: Eurostat
O défice público em Portugal tem acompanhado os ciclos eleitorais. Em 2000, o
défice público, era de 2,9% do PIB, em 2001, 4,3%, em 2002 e 2003 retoma a
importância que havia registado em 2000 e, nos anos seguintes inicia uma
evolução crescente que, em 2005, atingiu os 6%.
Gráfico 14 - Défice Público, 2000-2005
(% PIB)
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2000 2001 2002 2003 2004 2005
UE 15
Po
Fonte: Eurostat
O peso da dívida pública bruta no PIB manteve alguma estabilidade durante os dois
primeiros anos do período em consideração, crescendo posteriormente até
ultrapassar, em 2005 os 60% do Produto.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 73
Tabela 28 - Dívida Pública, 2000-2005
EU (15) Portugal 2000 64,10 53,30 2001 63,10 53,60 2002 61,50 55,50 2003 63,00 57,00 2004 63,30 58,60 2005 64,50 64,00
Fonte: Eurostat
I.3.2 As políticas ambientais e de
ordenamento do território
Devido à sua importância para a Conservação da Natureza, tanto no contexto
nacional, como internacional, a Ria de Aveiro foi reconhecida Zona de Protecção
Especial90 (ZPE) ao abrigo da Directiva Aves91 (Directiva 79/409/CEE), transposta
para o Direito nacional, tendo sido igualmente integrada na Rede Natura 200092. É
uma das principais Zonas Húmidas Portuguesas, constituindo um lugar de descanso
e reprodução para as aves migratórias oriundas nomeadamente dos Continentes
africano e europeu.
Num momento em que se encontra em curso a Revisão do Plano Director Municipal
(PDM) do Concelho de Aveiro, e sendo este o instrumento de gestão do território
com maior implicação sobre a área municipal, dever-se-á reflectir sobre o salgado
e, em particular, sobre a forma de o preservar. De facto, o PDM permite
regulamentar as actividades, definir a ocupação do território e estabelecer as
respectivas regras. Importa referir, nesta matéria, que o PDM em vigor já
contempla, no seu regulamento, a área das marinhas, tendo inclusivamente
previsto um plano para o salgado93. No entanto, neste mesmo território aplicam-se
políticas de gestão de nível nacional, pelo que existem diversas condicionantes que
90 Área de importância comunitária no território nacional em que são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou restabelecimento do estado de conservação das populações de determinadas espécies de aves selvagens e dos seus habitats. 91 Esta Directiva europeia diz respeito à conservação das aves selvagens, pelo que protege também os seus habitats, criando Zonas de Protecção Especial (ZPE). Estas tentam garantir a conservação de algumas aves, havendo em Portugal várias áreas que foram designadas como ZPE, como a Ria de Aveiro. 92 Rede ecológica para o espaço Comunitário resultante da aplicação das Directivas n.º 79/409/CEE (Directiva Aves) e n.º 92/43/CEE (Directiva Habitats), tendo por ”objectivo contribuir para assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens no território europeu dos Estados-membros em que o Tratado é aplicável”. 93 De referir que este plano ainda não se encontra concretizado (cf. PDM de Aveiro – ratificação - Resolução do Conselho de Ministros n.º 165/95, de 11 de Dezembro).
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 74
obrigam à coordenação e cooperação com outras Entidades, o que se traduz aliás
num problema de gestão efectiva do espaço em apreço94. De facto, a múltipla
jurisdição existente sobre a laguna, e por inerência sobre o salgado, dificulta a sua
eficaz gestão, transformando-a numa “manta de retalhos” de responsabilidades e
competências administrativas, o que é sinónimo de alguns impasses. Acrescem
ainda os inúmeros e variados agentes económicos com interesses, directos ou
indirectos, sobre a laguna.
A gestão da Ria de Aveiro, e do salgado em particular, afigura-se assim como uma
tarefa complexa, profundamente específica, multidisciplinar e intersectorial, que
para ser eficiente exige que esta seja integrada entre os diversos ramos científicos
e técnicos envolvidos e articulada entre os múltiplos domínios da administração
central, regional e local, e ainda com os agentes económicos e outros parceiros com
interesse, directo ou indirecto, nesta área.
No que concerne aos instrumentos de planeamento há igualmente a destacar o
Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000), o qual, embora ainda não se
encontre aprovado e publicado95, constituirá um instrumento de concretização da
política nacional de conservação da diversidade biológica, visando a salvaguarda e
valorização das Zonas de Protecção Especial (ZPE) e dos Sítios. Ora, neste plano as
orientações de gestão para a ZPE da Ria de Aveiro são dirigidas prioritariamente
para a conservação das aves aquáticas e passeriformes migradores. Neste âmbito
deverá ser encarada como fundamental a manutenção e restauração da área
húmida e do seu mosaico de habitats, promovendo a coexistência de habitats de
alimentação (vasas e salinas), habitats de nidificação e repouso (sapais) e
corredores de migração (galerias ripícolas e bosquetes) e assegurar a sua qualidade
ambiental a prazo. Deverá também ser garantida a preservação dos habitats
marinhos, importantes para a preservação de algumas espécies da avifauna. As
actuais actividades que se praticam na área deverão ser compatibilizadas com os
objectivos de conservação da natureza, através da promoção de boas práticas
ambientais e do zonamento de áreas sensíveis. Deverá também ser garantida a
qualidade da água melhorando a eficácia de fiscalização.
Todos os instrumentos de planeamento territorial, designadamente os Planos
Municipais de Ordenamento do Território – PMOT, e de natureza especial, que
definam ou determinem a ocupação física do território, deverão concretizar e
94 Por outro lado, a área do salgado ultrapassa a do município, o que dificulta a sua gestão através de instrumentos vocacionados para áreas geográficas confinadas de forma administrativa, como é o caso do PDM, aplicável à área do Concelho. 95 A fase de Discussão Pública do PSRN2000 decorreu entre 26 de Janeiro e 10 de Março de 2006.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 75
desenvolver as orientações de gestão expressas no PSRN2000. Estes instrumentos
de planeamento, quando existam, devem pois conter as medidas necessárias para
garantir a conservação dos habitats e das populações de espécies para as quais os
referidos sítios e áreas foram designados, sendo que quando tal não se verifique
devem os mesmos integrá-las na primeira revisão a que sejam sujeitos.
A elaboração de um plano de ordenamento do salgado de Aveiro, que compatibilize
as acções de conservação da natureza com as actividades existentes e as que aí se
pretendam instalar, nomeadamente a aquicultura, o turismo e outras actividades
de cariz ambiental, já previsto no PDM de Aveiro, reveste-se pois de capital
importância num contexto em que o salgado constitui um elemento fundamental
para a estabilidade do ecossistema.
Quando auscultados acerca dos instrumentos de política ambiental aplicáveis na
preservação e protecção da ria, os interlocutores foram unânimes na referência ao
seu papel limitador da intervenção humana, frequentemente prejudicial ao
equilíbrio ambiental, limitando, por exemplo, a construção e infra-estruturas
associadas, bem como a instalação de pisciculturas em regime intensivo. Contudo,
também não os consideraram um garante à revitalização do salgado dada a sua
aplicabilidade limitada, e o seu carácter pouco pró-activo.
I.3.3 O sal aveirense e seus concorrentes
nacionais e internacionais
No que concerne à concorrência nacional e internacional ao sal aveirense, os
interlocutores auscultados destacam dois tipos diferentes de concorrentes
dependendo de se estar a considerar apenas sal artesanal, ou não. No caso do sal
artesanal, foi destacado o sal dos outros salgados nacionais. Considerando o sal,
independentemente do seu carácter artesanal, foi referido o sal proveniente de
Espanha, Tunísia (entrado via França), França, bem como o sal-gema, de diversas
origens.
Nesta matéria analisar-se-á seguidamente a evolução das importações e
exportações do produto em apreço, utilizando para o efeito os dados
disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, sendo contudo possível
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 76
adiantar, e considerando apenas o sal próprio para alimentação humana96, que no
ano de 2005 foram transaccionados 46.547.700 quilos de sal. Destes, 87% reporta
a entradas de sal no país, contra 12,6% de exportações.
Em termos financeiros, os 46.547.700 quilos de sal próprio para alimentação
humana transaccionados no ano de 2005 representaram um valor de 4.346.883€.
Se relativamente às quantidades, as entradas são muitíssimo superiores às saídas
(87% contra 13%, respectiva e aproximadamente), no que concerne aos valores
envolvidos, a distribuição é muito equilibrada, o que traduz as diferenças deveras
significativas existentes no preço do sal, em função de se considerar o importado
ou o exportado, estando o nacional, nesta matéria, em clara desvantagem, como se
sistematiza na tabela seguinte, sendo o sal exportado 6 vezes mais caro que o
importado:
Tabela 29 – Valores transaccionados (absolutos e relativos) de sal próprio para alimentação humana, 2005
Valores
transaccionados (moeda: Euros)
Quantidades transaccionadas (unidade: 100kg)
ANO: 2005 FLUXO
valor % coluna quantidade % coluna
Preço (€) por 100kg
ENTRADA 2259112 52,0 407028 87,4 5,6
SAÍDA 2087771 48,0 58449 12,6 35,7
Total Geral 4346883 100,0 465477 100,0 9,3
Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 2005
Relativamente às entradas no país, o sal próprio para consumo humano provém
maioritariamente da França (52,3%) e Espanha (37,2%), assumindo os restantes
países exportadores valores residuais, inferiores a 1%, excepção feita ao Reino
Unido, responsável pela colocação no mercado nacional de 5,4% do sal importado e
Israel, responsável por 4,5%, sendo estes quatro países responsáveis por 99,3%
das importações de sal em Portugal no ano de 2005. Apesar de em muito menor
quantidade, o sal nacional é exportado para um número significativamente superior
de países, assumindo especial destaque Angola, consumidora de 26,3% do sal
nacional exportado, Espanha (15,8%) e finalmente França, Estados Unidos e Países
Baixos, cada um destes países responsáveis pela assimilação aproximada de 10,5%
do sal exportado:
96 As estatísticas da importação e exportação discriminam, nesta matéria, os seguintes produtos: Água do mar e aguas mães de salinas, Sal e Cloreto de sódio puro para transformação química, Sal e Cloreto de sódio puro, desnaturados ou para outros usos industriais, Sal próprio para a alimentação humana, e Sal e cloreto de sódio puro não contemplado nas outras categorias.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 77
Tabela 30 - Valores transaccionados (absolutos e relativos) de sal próprio para alimentação humana segundo os países e orientação do fluxo comercial, 2005
2005 Quantidade unidade: 100kg
País nº absol. % em coluna
ESPANHA 151226 37,2
FRANÇA 212834 52,3
ISRAEL 18158 4,5
REINO UNIDO 22032 5,4
Subtotal dos 4 países 404250 99,3
Entrada
Total - Entrada 407028 100,0
ALEMANHA 3565 6,1
ANGOLA 15356 26,3
BÉLGICA 3979 6,8
CANADÁ 2283 3,9
ESPANHA 9207 15,8
ESTADOS UNIDOS 5937 10,2
FRANÇA 6840 11,7
LUXEMBURGO 1203 2,1
PAÍSES BAIXOS 5423 9,3
REINO UNIDO 1473 2,5
SUIÇA 1624 2,8
Subtotal dos 11 países 56890 97,3
Saída
Total - Saída 58449 100,0
Total transaccionado 465477
Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 2005
Refira-se, por outro lado, que no conjunto dos produtos considerados no Grupo 250
e anteriormente elencados, o sal próprio para alimentação humana representa o
grosso das importações e das exportações transaccionadas no ano de 2005, sendo
responsável por 61% das quantidades transaccionadas neste grupo de produtos.
Discriminando as entradas e as saídas, a prevalência do sal para consumo humano
mantém-se, sendo responsável por 95% das exportações e por 58% das
importações:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 78
Tabela 31 – Fluxos comerciais dos artigos do Grupo 250 (valores absolutos, relativos e taxa de crescimento)
ARTIGO e DESIGNAÇÃO FLUXO
Quantidade
(unidade: 100 Kg)
% sobre total parcial
/ ano
% sobre total / ano
Taxa de crescimento
(1996-2005)
ENTRADA 10431 99,8 1,5 48,0
SAÍDA 17 0,2 0,0 -1,0 25010010 - Agua do mar e aguas maes de salinas
Total parcial 10448 100,0 1,4 -0,8
ENTRADA 3 1,4 0,0
SAÍDA 212 98,6 0,3 20,2
25010031 - Sal e Clor. de sódio puro para transf. química (separação de 'NA' de 'CI'), para fabricação de outros produtos Total
parcial 215 100,0 0,0 20,5
ENTRADA 204922 99,9 29,2 28,0
SAÍDA 248 0,1 0,4 247,0
25010051 - Sal e Cloreto de sódio puro, desnaturados ou para outros usos indust. (exclui 2501.00.31), excepto conserv. ou prepar. de outros prod. para alimentação humana ou animal
Total parcial
205170 100,0 26,9 28,0
ENTRADA 407028 87,4 57,9 -0,4
SAÍDA 58449 12,6 95,3 -0,6 25010091 - Sal próprio para a alimentação humana
Total parcial
465477 100,0 60,9 -0,5
ENTRADA 80274 97,1 11,4 -0,5
SAÍDA 2380 2,9 3,9 -0,5 25010099 - Sal e cloreto de sódio puro (exclui 2501.00.31 a 2501.00.91)
Total parcial
82654 100,0 10,8 -0,5
ENTRADA 702658 92,0 -0,2
SAÍDA 61306 8,0 -0,7 Grupo 250 _ Total
Total 763964 100,0 -0,3
Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996, 2003 e 2005
Considerando a evolução verificada nas quantidades transaccionadas nos últimos
anos (1996-2005) constata-se a existência de oscilações consideráveis, quer em
termos totais, quer em termos das entradas e saídas, sendo que existe uma relação
inversa na evolução verificada nestes dois fluxos, ou seja, quando as saídas
diminuem, aumentam as entradas. No entanto, e num contexto de diminuição das
quantidades totais transaccionadas no período de 1996 a 2005, importa referir que
esta relação não é proporcional. Por outro lado, a exportação de sal assume, em
qualquer um dos anos considerados, um peso relativamente residual no total das
quantidades transaccionadas, aspectos estes sistematizados na tabela
seguidamente apresentada:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 79
Tabela 32 – Evolução das quantidades transaccionadas de sal próprio para
alimentação humana, segundo o ano (nº absol., % e taxa de crescimento)
Quantidade/ ano unid: 100 KG
1996 2003 2005 Taxa de crescimento
FLUXO nº absol. % coluna nº absol. % coluna nº absol. % coluna 1996- 2003
2003- 2005
1996- 2005
ENTRADA 722546 81,7 1062332 96,4 407028 87,4 0,5 -0,6 -0,4
SAÍDA 162165 18,3 39205 3,6 58449 12,6 -0,8 0,5 -0,6
Total 884711 100,0 1101537 100,0 465477 100,0 0,2 -0,6 -0,5
Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996, 2003 e 2005
À diminuição das quantidades totais transaccionadas entre 1996 e 2006 não será
alheia a menor procura do mercado por este produto, tendo-se verificado, pois,
neste período uma quebra aproximada de 50%. A quebra verificada foi, contudo,
bastante mais acentuada nas saídas que nas entradas, ao que não será alheio, quer
a quebra na produção nacional, quer a evolução verificada nos preços praticados,
bastante mais significativa no sal que sai de Portugal, do que no que entra. De
facto, e como sistematizado na tabela seguidamente apresentada, o sal que sai de
Portugal passou de 6€ por cada 100Kg, em 1996, para 35,7€, em 2005, ou seja,
seis vezes mais, enquanto o que entra não chegou a ver o seu preço duplicado,
passando de 3,6€, em 1996, para 5,6€, em 2005:
Tabela 33 – Evolução dos valores de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano (nº absol. e %)
Valor / ano moeda: €
1996 2003 2005
FLUXO nº absol. % coluna Preço/ 100kg
nº absol. % coluna Preço/ 100kg
nº absol. % coluna Preço/ 100kg
ENTRADA 2632715 73,0 3,6 3824609 80,6 3,6 2259112 52,0 5,6
SAÍDA 972132,2 27,0 6,0 922398 19,4 23,5 2087771 48,0 35,7
Total 3604847 100,0 4,1 4747007 100,0 4,3 4346883 100,0 9,3
Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996, 2003 e 2005
Da análise dos fluxos comerciais segundo os países e ano verifica-se que,
independentemente do ano considerado, mais de 99% do sal que entra no nosso
país é proveniente de apenas quatro países, a saber: Espanha, França, Israel e
Reino Unido, tendo os primeiros dois um peso bastante mais significativo que os
restantes, em que o peso relativo varia entre os 2,5% de Israel em 1996 e os 5,4%
do Reino Unido em 2006.
Se o sal que entra no país provém de um reduzido número de países, o que sai,
embora em menores quantidades, destina-se a um número significativamente
superior de países, o que poderá indiciar que sendo menos e mais caro se destinará
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 80
a nichos de mercado, variando estes significativamente em função do ano
considerado, como se sistematiza na tabela seguidamente apresentada:
Tabela 34 - Evolução das quantidades transaccionadas de sal próprio para alimentação humana, segundo o ano, país e orientação do fluxo comercial (nº
absol., % e taxa de crescimento)
1996 2003 2005 Taxa de crescimento Quantidade unidade: 100kg
Ano/ País nº
absol. % em coluna
nº absol. % em coluna
nº absol.
% em coluna
1996-2003
2003-2005
1996-2005
ESPANHA 374311 51,8 150911 14,2 151226 37,2 -0,6 0,0 -0,6
FRANÇA 307415 42,5 879899 82,8 212834 52,3 1,9 -0,8 -0,3
ISRAEL 17740 2,5 0,0 18158 4,5 -1,0 0,0
REINO UNIDO 21848 3,0 27126 2,6 22032 5,4 0,2 -0,2 0,0
Subtotal dos 4 países
721314 99,83 1057936 99,59 404250 99,32 0,5 -0,6 -0,4
Entrada
Total - Entrada 722546 100,0 1062332 100,0 407028 100,0 0,5 -0,6 -0,4
ALEMANHA 5561 3,4 2798 7,1 3565 6,1 -0,5 0,3 -0,4
ANGOLA 2497 1,5 6040 15,4 15356 26,3 1,4 1,5 5,1
BÉLGICA 0,0 517 1,3 3979 6,8 6,7
CANADÁ 1028 0,6 2133 5,4 2283 3,9 1,1 0,1 1,2
ESPANHA 4 0,0 4884 12,5 9207 15,8 1220,0 0,9 2300,8
ESTADOS UNIDOS
3167 2,0 4621 11,8 5937 10,2 0,5 0,3 0,9
FRANÇA 85 0,1 9545 24,3 6840 11,7 111,3 -0,3 79,5
LUXEMBURGO 0,0 1453 3,7 1203 2,1 -0,2
PAÍSES BAIXOS
835 0,5 3674 9,4 5423 9,3 3,4 0,5 5,5
REINO UNIDO 257 0,2 382 1,0 1473 2,5 0,5 2,9 4,7
NIGÉRIA 145093 89,5 0,0 0,0 -1,0 -1,0
SUIÇA 389 0,2 1606 4,1 1624 2,8 3,1 0,0 3,2
Subtotal dos 12 países
158916 98,0 37653 96,0 56890 97,3 -0,8 0,5 -0,6
Saída
Total - Saída 162165 100,0 39205 100,0 58449 100,0 -0,8 0,5 -0,6
Total transaccionado 884711 1101537 465477
Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996, 2003 e 2005
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 81
I.3.4 A salicultura e seu enquadramento legal
O conhecimento do enquadramento legal da actividade salícola nas suas diversas
vertentes afigura-se como determinante para a compreensão do contexto em que a
actividade se desenvolve bem como para a definição do plano de acção conducente
à revitalização do salgado aveirense. De facto, a produção, transformação e
comercialização do sal marinho artesanal aveirense não podem ser devidamente
compreendidos sem o respectivo enquadramento legal, sendo este o objecto do
presente sub-capítulo, o qual se encontra dividido em três partes, a saber: i) tipos
de sal e regras para a sua comercialização, ii) apoios à salicultura e iii)
enquadramento institucional do sector.
� Tipos de sal e regras para a sua comercialização
A portaria nº 20216, de 4 de Dezembro de 1963, revê o regime estabelecido com
vista a obter uma maior liberdade dos circuitos de comercialização de sal marinho,
depois de alguns anos de condicionamento do seu comércio. Da análise desta
portaria são de destacar, para o caso presente, os seguintes aspectos:
•••• A obrigatoriedade de inscrição na Comissão Reguladora dos Produtos
Químicos e Farmacêuticos (CRPQF)97 dos produtores, armazenistas e
exportadores de sal, assim como dos industriais de moagem, higienização e
refinação de sal;
•••• A definição clara das condições indispensáveis para a inscrição na CRPQF
como armazenista de sal98;
97 Comissão criada pelo Decreto 30270 de 12 de Janeiro de 1940. Esta comissão possui funções oficiais, personalidade jurídica e administração autónoma e dependente do Ministério do Comércio e Indústria. 98 As condições definidas no diploma são: “a) Possuir idoneidade comercial e capacidade financeira comprovada por um capital mínimo de 300.000$00, quando se tratar de sociedades comerciais, ou por garantia bancária de valor equivalente, no caso de se tratar de comerciantes em nome individual;
b) Ter armazém com capacidade mínima de 400 t e que obedeça às condições fixadas na Portaria 18187, de 3 de Janeiro de 1961 [resumidamente as condições aqui definidas são: as instalações carecem de estar situadas em local de fácil acesso e em terrenos não inundáveis; devem possuir água corrente; armazéns para depósito, em separado, do sal de ressalga e do sal higienizado e limpo; recinto próprio para arrecadação e guarda dos objectos e utensílios empregados na arrumação, carga e descarga do sal; mangueiras para lavagem; adequado arejamento; e conveniente iluminação e protecção contra as poeiras, moscas e ratos. Os pavimentos deverão ser impermeabilizados, com declive suficiente para fácil lavagem e esgotos com ralos de sifão, e serão sempre cobertos, na parte utilizável, com estrados de madeira articulados e móveis; as paredes e tectos serão lisos, impermeáveis e laváveis, e em
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 82
•••• A obrigatoriedade dos produtores só poderem vender sal aos armazenistas
inscritos na CRPQF ou às grandes indústrias consumidoras de sal, bem como
à frota de pesca nacional, desde que adquiram por ano um mínimo de 1000
toneladas99. Esta venda poderá ser realizada por intermédio dos grémios da
lavoura onde funcionem secções diferenciadas de sal, ou directamente
quando estas não existam ou não funcionem;
•••• O levantamento do sal marinho, em cada campanha, só é permitido a partir
de 1 de Novembro de cada ano;
•••• Os preços de compra do sal à produção serão fixados por despacho;
•••• A venda ao público de sal embalado, além do refinado e de mesa, só é
permitida quando se trate de produto que haja sido previamente higienizado
por industrial inscrito na CRPQF.
Tendo-se determinado nesta portaria (20216, de 4 de Dezembro de 1963) que o sal
embalado, quando não seja refinado ou de mesa, só pode ser vendido ao público
depois de previamente higienizado por industrial inscrito na CRPQ, a Portaria nº
20400, de 28 de Fevereiro de 1964, define o que se entende por sal purificado (ou
higienizado). Assim, entende-se por sal purificado o que for obtido através das
seguintes operações sobre sal marinho ou sal-gema, efectuadas na mesma
instalação: lavagem, moagem (facultativa), secagem e embalagem. O sal purificado
deve pois possuir determinadas características analíticas e granulométricas, a
saber:
•••• Características analíticas:
Humidade – 1% máximo,
Cloreto de sódio no produto seco – 98% (mínimo)
Insolúvel no produto seco – 0,2% (máximo)
•••• Características granulométricas: ficam ao critério do fabricante, consoante
as aplicações.
De referir que o emprego de anti-sépticos na esterilização do sal dependerá de
prévia autorização. Mais se acrescenta neste diploma que o sal purificado deve ser
contacto com o sal não poderá haver superfícies metálicas e os utensílios empregados na arrumação, carga ou descarga serão de material inalterável à acção do sal]; c) Encontrar-se devidamente colectado como armazenista de sal.” (cf. Portaria 20216, de 4 de Dezembro de 1963) 99 Para que as grandes indústrias e a frota da pesca nacional possam beneficiar desta faculdade terão que se submeter à aprovação da CRPQF e que assumir o compromisso de procederem ao levantamento do sal nas épocas acordadas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 83
acondicionado pela empresa produtora de forma a evitar contaminações ulteriores,
sendo que as embalagens deverão garantir a manutenção das características do
produto.
Relativamente à comercialização, e tal como o regulamentado no presente diploma
(Portaria nº 20400, de 28 de Fevereiro de 1964) só é permitida a venda de sal
purificado em embalagens de 0,5kg, 1kg, 5kg, 10kg, 25kg e 50kg, devendo as
embalagens conter, de forma legível e durável, as seguintes indicações:
•••• Sal purificado,
•••• Peso líquido,
•••• Preço de venda ao consumidor, aspecto entretanto revogado pela Portaria
nº 282/84, de 9 de Maio, e
•••• Nome da empresa produtora.
Após nove anos de vigência da Portaria nº 20216, de 4 de Dezembro de 1963, este
diploma foi revisto no sentido de simplificar a comercialização do sal, surgindo
assim a Portaria nº 404/73, de 8 de Junho. Segundo esta portaria entende-se por
sal o produto de extracção, no estado natural ou tratado, essencialmente
constituído por cloreto de sódio, num mínimo de 70%.
No que concerne à comercialização e segundo a presente portaria, o sal pode ser
comercializado na forma de sal tal qual ou na forma de sal tratado, quando tenha
sido submetido, posteriormente à extracção, a adequado tratamento industrial100.
O sal tal qual compreende i) o sal marinho extraído da água do mar por
evaporação, ii) o sal de fontes salinas extraído de águas salinas subterrâneas, e iii)
o sal-gema proveniente de jazigos minerais.
O sal tratado compreende i) o sal purificado, ou higienizado, caracterizado na
portaria supra referenciada nº 20400, de 28 de Fevereiro de 1964, ii) o sal
refinado, definido na norma NP-145, iii) o sal de mesa, definido na norma NP-146,
iv) o sal iodado, caracterizado na Portaria nº 49271, de 26 de Setembro de
1969101, e v) o cloreto de sódio, definido na Farmacopeia Portuguesa. De referir
que a introdução no mercado de outros tipos de sal tratado depende de normas
portuguesas que se definam ou caracterizem ou de autorização governamental.
100 Refira-se que as operações de moagem, de lavagem, de secagem à temperatura ambiente e de recristalização por evaporação não são consideradas como tratamento industrial. 101 Neste diploma restringe-se a venda de sal iodado a áreas onde se verifique significativa incidência de Bócio, de forma endémica, áreas estas que devem ser convenientemente estudadas e delimitadas. Posteriormente este diploma for revogado, tendo sido liberalizada a venda de sal iodado, em 1996, através do Decreto-lei 87/96, de 3 de Julho.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 84
Ora, o sal tal qual é classificado, de acordo com o seu teor em cloretos, expressos
em cloreto de sódio, a humidade e os caracteres organolépticos, em três tipos
comerciais: sal de primeira qualidade, sal de segunda qualidade e sal de refugo,
sendo que este último não pode ser comercializado para fins alimentares.
Relativamente à comercialização, o sal tal qual pode ser comercializado a granel,
independentemente do seu tipo, ou embalado em embalagens de 25kg e de 50kg,
exceptuando-se aqui o sal de refugo que não pode ser vendido embalado.
As embalagens de sal destinado a fins alimentares devem obedecer às seguintes
regras segundo o tipo de sal, assim:
As de sal tal qual deverão conter a indicação do tipo comercial (se de primeira se
de segunda qualidade), o peso líquido, preço máximo de venda ao público,
designação e sede da entidade que procedeu à embalagem. As embalagens de sal
purificado devem obedecer ao regulamentado pela Portaria nº 20400, de 28 de
Fevereiro de 1964 e anteriormente referenciada. As de sal refinado devem
obedecer ao definido pela norma NP-145 e conter o preço de venda ao público,
tendo sido este último aspecto revogado pela Portaria nº 282/84, de 9 de Maio,
enquanto as de sal de mesa ao contemplado na norma NP-146.
O diploma em análise (Portaria nº 404/73, de 8 de Junho) refere ainda que apenas
podem adquirir sal, na produção, os comerciantes de sal, os industriais de
tratamento de sal e os industriais que o utilizem na sua indústria. Por outro lado,
sempre que se comercialize por grosso é obrigatório que os vendedores, incluindo
os produtores, passem um documento de venda, do qual constem os nomes e
moradas dos compradores e vendedores, a qualidade em que intervêm, a
quantidade e o preço do produto vendido, sendo, por outro lado, obrigatória a
inscrição na CRPQF os produtores de sal, os industriais de tratamento de sal e os
armazenistas, importadores e exportadores de sal. De referir que o presente
diploma define ainda as condições para a inscrição na CRPQF, segundo a tipologia
de actor, a saber: produtor de sal, industrial de tratamento de sal, armazenista e
importador de sal e exportador de sal. Os armazéns destinados a sal devem, por
outro lado, preencher os requisitos legalmente estabelecidos, nomeadamente pela
Portaria nº 18187, de 3 de Janeiro de 1961.
A Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos foi extinta pelo
decreto-lei nº 352/75, de 7 de Julho, tendo-se integrado as suas funções/
competências na esfera de acção de outros departamentos estatais, a saber:
•••• O licenciamento do comércio interno, nomeadamente as condições mínimas
para o exercício das actividades de armazenista e importador, normas sobre
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 85
a circulação, rotulagem e cuidados a ter no manuseamento e aplicação dos
produtos, entre outras passarão para a Direcção Geral do Comércio Interno.
•••• O licenciamento do comércio externo passará para a Direcção Geral do
Comércio Externo.
•••• As actividades da produção, comércio e indústria do sal marinho102, com
excepção das referentes ao licenciamento do comércio externo, passarão
para a Secretaria de Estado das Pescas103.
•••• A análise de produtos químicos industriais passa para o Ministério da
Indústria e Tecnologia.
•••• O ensaio e verificação de medicamentos e substâncias medicinais passarão
para a Secretaria de Estado da Saúde.
Contudo, deve referir-se que este diploma (Decreto-lei nº 352/75, de 7 de Julho)
marcou o início da extinção da CRPQF sendo que esta só se tornaria efectiva
quando se encontrassem realizadas as transferências nele previstas. De facto,
ainda no Despacho normativo nº 155/81, de 15 de Maio, e tendo já sido transferido
para o Ministério do Comércio e Turismo a disciplina do comércio de sal marinho
(cf. Decreto-lei 419/80, de 29 de Setembro), se enunciavam funções afectas à
referida Comissão. Assim sendo, no despacho normativo em apreço (nº 155/81, de
15 de Maio) determina-se que caberá à Direcção-Geral de Comércio Alimentar a
competência relativamente ao sal comum e tratado, sob qualquer forma que se
apresente e seja qual for o consumo a que se destine; à Direcção-Geral de
Coordenação Comercial competirá propor as normas que entender convenientes
para a regulamentação das actividades de armazenista, importador e exportador de
sal; enquanto a Comissão Reguladora dos Produtos Químicos e Farmacêuticos
mantém a sua competência no que respeita à inscrição dos armazenistas,
importadores e exportadores de sal.
A portaria nº 359/ 94, de 7 de Junho, define o regime jurídico aplicável aos
produtos pré-embalados destinados à comercialização em quantidades ou
102 Este decreto-lei extingue a CRPQF determinando a transferência das actividades de produção, comércio e indústria de sal marinho para a Secretaria de Estado das Pescas, sendo o processamento desta transferência objecto do Despacho Normativo nº 247/77 de 23 de Dezembro. Tendo em consideração que nenhum destes diplomas se refere ao sal proveniente de fontes salinas obtido a partir de salmouras subterrâneas, cuja regulamentação também era da competência da Comissão em apreço, e que apresenta características e processos de extracção semelhantes ao sal marinho, o Despacho Normativo nº 334/78, de 28 de Novembro determina que a expressão sal marinho constante dos diplomas anteriormente citados deva ser interpretada extensivamente, por forma a incluir o sal proveniente de fontes salinas extraído de salmouras subterrâneas. 103 Apesar das diversas designações que teve ao longo das últimas décadas deve referir-se que ainda actualmente a produção de sal, e aspectos correlacionados, se encontra, em termos institucionais, no sector das pescas e, consequentemente no ministério que as tutele, como adiante se referirá.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 86
capacidades nominais unitárias iguais ou superiores a 5 gr ou 5 ml e iguais ou
inferiores a 10 kg ou 10 litros, permitindo para o produto sal de mesa ou de
cozinha pré-embalados os seguintes valores, em gramas: 125 – 250 – 500 – 750 –
1000 – 1500 – 5000. O sal tal qual, como anteriormente definido, continua apenas
a poder ser comercializado a granel ou em sacos de 25 kg, de acordo com a
legislação em vigor104.
O Despacho Normativo nº 255/ 91, de 14 de Outubro, reafirma a sujeição ao
regime de preços vigiados a que se refere a Portaria nº 650/81, de 29 de Julho105,
nos estádios de produção, importação e comercialização os bens enquadráveis nas
CAE’s referentes à extracção de sal marinho e de extracção de sal-gema.
Posteriormente, a Portaria nº 1143/91, de 6 de Novembro, exclui do regime de
preços declarados os bens enquadráveis na CAE referente à extracção de sal
marinho.
� Apoios à Salicultura
O Despacho Normativo nº 40/2000, de 6 de Setembro, regulamenta o Regime de
Apoio à Salicultura, num contexto de “(…) redução continuada da produção,
consequência da fraca competitividade dos produtos nacionais e da apetência pela
utilização das marinhas noutras actividades mais rentáveis”106 e de consciência
crescente da importância ambiental das salinas, as quais “(…) fazem parte de um
ecossistema muito específico, importante para a co-habitação de espécies várias,
que convém manter.”107
Assim, o presente diploma visa regulamentar o apoio financeiro para a “(…)
recuperação e modernização de salinas técnica e economicamente viáveis,
contribuindo desta forma para a revitalização deste sector”.108
O regime de apoio à salicultura tem pois como objectivo apoiar a beneficiação de
estruturas produtivas, a melhoria de rentabilidade da actividade salícola e a
104 A este respeito têm sido, e continuam a ser, feitas algumas diligências por parte de actores diferenciados para rever a legislação, podendo-se apontar, a título de exemplo, o requerimento apresentado a 24 de Maio de 2004 por dois deputados na Assembleia da República no sentido de questionar quer o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, quer o Ministério da Economia e Inovação acerca do prazo previsto para a respectiva alteração legislativa, já reconhecida por eles como necessária e urgente. O requerimento em causa é justificado pelos seus autores com o facto da legislação em vigor impossibilitar o acesso, à generalidade dos consumidores, a um alimento com crescente procura e de maior qualidade, bem como com o facto de desde o ano dois mil os produtores de sal marinho tradicional solicitarem esta alteração sem que a mesma tenha sido concretizada. 105 Esta portaria explica o motivo e o que se entende pelo regime de preços vigiados. 106 Cf. Despacho Normativo nº 40/2000, de 6 de Setembro. 107 Cf. Ibidem 108 Cf. Ibidem
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 87
melhoria das condições higienossanitárias, tendo as candidaturas de respeitar,
entre outras, as seguintes condições:
•••• Ser apresentadas pelo proprietário ou arrendatário da salina objecto do
Projecto,
•••• Dizer respeito a salinas em actividade, com produção declarada no ano
anterior ao da apresentação da candidatura ou, em caso de inactividade,
com justificação aceitável.
Deve igualmente referir-se que o apoio financeiro109 é dado prioritariamente às
candidaturas apresentadas colectivamente ou por associação do sector; que visem
a racionalização da actividade e que contribuam para a competitividade do sector.
O despacho em apreço (nº 40/2000, de 6 de Setembro) sofreu posteriormente três
actualizações, através do Despacho Normativo nº 48/2000, de 22 de Dezembro, do
Despacho Normativo nº 44/2002, de 30 de Julho, e do Despacho Normativo nº
24/2005, de 11 de Abril, tendo-se incluído nesta última actualização algumas
diferenças significativas, nomeadamente as seguintes:
•••• Contemplar, como objectivo do regime de apoio, a produção de sal marinho
artesanal,
•••• Incluir, como condição de acesso, a situação regularizada perante a
administração fiscal, a segurança social e as entidades pagadoras de
qualquer apoio público e
•••• Introduzir, como factor de prioridade, o destinar-se à produção de sal
marinho artesanal em zonas com condições naturais adequadas.
� Enquadramento institucional do sector
Relativamente ao enquadramento da actividade na Classificação das Actividades
Económicas (CAE), a extracção e refinação do sal integra-se na subsecção referente
às indústrias extractivas, correspondendo ao código 1440 da CAE (rev. 2). No que
concerne ao enquadramento institucional, actualmente a produção de sal encontra-
se integrada na Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura do Ministério da
Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, tendo estado, contudo, ao longo das
últimas décadas, sob a alçada de outros ministérios ou direcções.
109 Os apoios correspondem a uma comparticipação do Estado de 60% do investimento elegível dos projectos, sob a forma de ajuda financeira a fundo perdido.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 88
I.4. AS ACTIVIDADES COMPLEMENTARES E SUBSTITUTAS DO SAL AVEIRENSE
I.4.1 O turismo concelhio: características,
recursos e condicionantes
Como referenciado anteriormente é difícil aferir o peso da actividade salícola, ou do
salgado aveirense, no turismo local, pese embora seja inquestionável a sua
importância para a singularidade paisagística da cidade, bem como as
potencialidades que encerra para o incremento deste sector. Seguidamente
analisar-se-ão alguns dos seus traços caracterizadores, tendo por base a
informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística para o ano de
2004. De facto, o conhecimento das características e recursos concelhios existentes
afigura-se como importante para a adequação da promoção do produto ‘sal/
salinas’ ao perfil do turista e aos recursos existentes, permitindo, por outro lado,
antever as necessidades de actuação para potenciar a sua importância efectiva no
turismo concelhio.
Em primeiro lugar importa referir que Aveiro além de se localizar no Litoral Centro
do País, se encontra bem servida de meios de comunicação, o que a transforma
numa cidade de fácil acesso, embora também lhe confira o estatuto de cidade de
passagem, entre os grandes centros urbanos nacionais, o que implica investimentos
acrescidos na divulgação das suas potencialidades para justificar a permanência dos
turistas na cidade e onde o produto sal/ salinas pode assumir um peso significativo.
O concelho de Aveiro possuía, em 2004, 14 estabelecimentos hoteleiros (8 hotéis e
6 pensões), concentrando, tal como Anadia, 21% dos estabelecimentos da sub-
região onde se integra, sendo nesta estes os dois concelhos com maior número
absoluto de estabelecimentos. Os 14 estabelecimentos existentes no Concelho
disponibilizavam, à data, 1107 camas.
Os estabelecimentos concelhios conferiam uma capacidade média de alojamento
por cada 1000 habitantes superior ao verificado quer na sub-região (+3,2), quer na
Região (+0,5) onde o concelho se integra (respectivamente, Baixo Vouga e
Centro), embora muito inferior ao registado para Portugal Continental: 21,8, contra
os 15 verificados no concelho.
Por outro lado, o número de hóspedes por habitante é bastante positivo (1),
considerando os valores da sub-região (0,5), da região (0,7) e mesmo do
Continente, onde o número por habitante é igual ao registado no Concelho (1).
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 89
Considerando a distribuição dos hóspedes segundo a sua proveniência (nacional ou
estrangeira), Aveiro regista valores muito positivos no contexto regional,
representando os hóspedes estrangeiros 41% do total. Contudo, a sua estada
média de duas noites é relativamente baixa face à média nacional, de 3,6 noites,
pese embora seja semelhante ao verificado na sub-região e região.
No ano de 2004, foram contabilizados 129.595 dormidas nos estabelecimentos
hoteleiros concelhios, valor que representa 22% das dormidas na sub-região Baixo
Vouga, 4,1% das da Região Centro e 0,5% das do Continente. Do total de
dormidas, 91% são de indivíduos provenientes da União Europeia (a 15 países),
concentrando de entre estes Espanha o maior peso, exceptuando os nacionais
(59%), com 20%.
A proporção de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros entre Julho e Setembro
ronda os 30% o que traduz a menor sazonalidade do turismo concelhio,
especialmente se comparado com o verificado na região Centro e em Portugal
continental, onde estes valores sobem para, respectivamente, 35% e 37%.
I.4.2 A aquicultura: características
e condicionantes
Os produtos do mar, em geral, e o peixe em particular, constituem uma importante
fonte de proteínas, sendo ricos em ácidos gordos polinsaturados, e por isso mesmo
parte integrante de uma alimentação saudável.
Os produtos do mar, e especialmente o peixe, são um dos principais constituintes
da alimentação dos portugueses, o que os torna um dos maiores consumidores
destes produtos ao nível da Europa, e mesmo ao nível mundial.
A necessidade da preservação dos recursos marinhos ainda existentes, em
resultado da sobre exploração dos recursos pesqueiros, e as imprescindíveis
restrições impostas pela Política de Pescas da União Europeia, levou ao declínio das
capturas comerciais provenientes das pescas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 90
A aquicultura110 aparece assim como forma de complemento das capturas
provenientes da pesca, no sentido de satisfazer as necessidades humanas em
matéria de produtos do mar e, mais propriamente, em peixe.
Nos últimos 40 anos registou-se um crescimento acentuado da indústria da
aquicultura em todo o Mundo, e na Europa, em particular.
A Aquicultura define-se como um conjunto de actividades que dizem respeito à
cultura de organismos aquáticos, designadamente peixe, moluscos, crustáceos e
plantas aquáticas, caracterizando-se pela intervenção do Homem no ciclo biológico
das espécies produzidas, através da regulação da alimentação e da protecção dos
predadores.
De acordo com os dados estatísticos publicados no sítio da FAO (Food and
Agriculture Organization of the United Nations)111, relativos à produção aquícola da
União Europeia, em 2003, verifica-se que a Espanha é o maior produtor (313 mil
toneladas), seguido da França (245 mil toneladas), Itália (191 mil toneladas) e
Reino Unido (181 mil toneladas). Portugal aparece em 14.º lugar com uma
produção de aproximadamente 8 mil toneladas, em 2003, contra as 6 mil toneladas
em 1990. É ainda de destacar que a Grécia passou de uma produção de 9 mil
toneladas, em 1990, para 101 mil toneladas em 2003, e a Irlanda de 26 mil
toneladas para 62 mil, nesse mesmo período de tempo.
Registe-se ainda que na União Europeia, em 2003, a aquicultura representou cerca
de 19% do total de pescado. Em Portugal representou cerca de 3.5%. Ao nível
mundial a aquicultura atingiu um valor de grande dimensão representando mais de
50% do total dos produtos do mar.
No que concerne às estatísticas nacionais dos fluxos comerciais disponibilizadas
pelo Instituto Nacional de Estatística não é possível distinguir se o peixe
transaccionado diz respeito à produção aquícola, ou não, disponibilizando apenas
informações acerca da quantidade (kg) e valor (€), segundo a orientação do fluxo
(entrada ou saída no país), país e espécie. Da sua análise é possível concluir que as
entradas de peixe no nosso país são significativamente superiores às saídas, o que
confirma a elevada procura deste produto por parte do mercado nacional, num
contexto em que não são muito significativas as diferenças verificadas no preço:
110 A aquicultura refere-se ao cultivo de organismos aquáticos, incluindo peixes, moluscos, crustáceos e plantas aquáticas, sendo que o cultivo implica algum tipo de intervenção humana no processo de criação para aumentar a produção. Cultivo implica também a propriedade individual ou corporativa da produção, diferindo também nesta matéria da pesca pois esta refere-se à exploração pelo público de riqueza (organismos aquáticos) de propriedade comum (cf. FAO, 1997). 111 Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 91
Tabela 35 – Quantidade e Valor do peixe transaccionado segundo a orientação do fluxo comercial, 2005
Quantidade unidade: 100 KG
Valor moeda: € FLUXO
Ano: 2005 nº absol. % coluna
Tx cresc. 1996-2005
nº absol. % coluna
Preço/ 100kg (*)
ENTRADA 1914844 77,7 0,1 445729444 80,4 232,8
SAÍDA 549781 22,3 0,2 108667154 19,6 197,7
Total Geral 2464625 100,0 0,2 554396598 100,0 224,9
(*) Considerando o total do peixe transaccionado (Grupo 030), independentemente da espécie e destino
Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 1996 e 2005
Considerando o período 1996-2006 assistiu-se a um ligeiro crescimento das
quantidades transaccionadas seja ao nível das entradas, seja ao nível das saídas de
peixe do país, tendo sido o crescimento nestas últimas ligeiramente superior ao
verificado nas entradas.
Relativamente aos países de origem e de destino do peixe transaccionado,
aproximadamente 85% é proveniente de 6 países, com especial destaque para a
Espanha, país de onde é proveniente 59% do peixe que entrou em território
nacional em 2005. Também em termos de destino, a Espanha assume o
protagonismo, sendo responsável pela absorção de 78% do peixe nacional, como se
sistematiza na tabela seguidamente apresentada:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 92
Tabela 36 – Quantidade de Peixe transaccionado, segundo o país e orientação do
fluxo comercial, 2005
Ano: 2005 FLUXO
Quantidade unidade: 100 KG
PAÍS nº absoluto % coluna %
acumulada
Espanha 1119604 58,5 58,5
Rússia 196579 10,3 68,7
Estados Unidos 149136 7,8 76,5
Reino Unido 63537 3,3 79,8
Países Baixos 53800 2,8 82,7
África do Sul 41973 2,2 84,8
Subtotal dos 6 países
1624629 84,8
ENTRADA
Total _ Entrada
1914844 100,0
Espanha 430725 78,3 78,3
França 34054 6,2 84,5
China 17270 3,1 87,7
Subtotal dos 3 países
482049 87,7
SAÍDA
Total _ Saída 549781 100,0
Total Transaccionado 2464625
% Entradas no total transaccionado
77,7
% das Saídas no total transaccionado
22,3
Fonte: INE, Fluxos Comerciais, 2005
O elevado peso relativo do peixe que entra em Portugal em comparação com o que
sai indicia as possibilidades de crescimento deste sector de actividade. A este facto
deve acrescentar-se que algumas regiões de Portugal oferecem condições
privilegiadas para a aquicultura, registando elevados níveis de produtividade.
Os primeiros indícios desta actividade, em Portugal, remontam ao ano de 1984,
tendo-se verificado, desde então, um ligeiro crescimento, pese embora, nos últimos
anos, se verificar uma certa estagnação.
Considerando o meio de cultura (águas doces ou Águas Salgadas e Salobras)
importa referir o crescimento contínuo do peso relativo das espécies de água
salgada e salobra na totalidade das espécies ‘cultivadas’ em território nacional,
passando de 80%, em 1999, para 88%, em 2003. De entre aquelas assumem
especial destaque duas: a Dourada e a Amêijoa Boa, tendo esta registado, aliás, a
maior taxa de crescimento no período de 1999 a 2003, logo seguida pelo robalo
legítimo, aspectos estes sistematizados na tabela seguidamente exposta:
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 93
Tabela 37 - Evolução da Produção em Aquicultura em Portugal (toneladas), 1999-2003
1999 2000 2001 2002 2003 Meio de cultura/
Espécies nº absol.
% coluna
nº absol.
% coluna
nº absol.
% coluna
nº absol.
% coluna
nº absol.
% coluna
tx de cresc. 1999-2003
Águas Doces 1271 20,3 1257 16,7 1213 14,8 1233 14,9 954 11,9 -0,2
Truta Arco-Iris 1261 20,1 1256 16,7 1211 14,8 1232 14,9 953 11,9 -0,2
Outras 10 0,2 1 0,0 2 0,0 1 0,0 1 0,0 -0,9
Água Salgada e Salobra 4991 79,7 6279 83,3 6997 85,2 7054 85,1 7078 88,1 0,4
Pregado 378 6,0 379 5,0 343 4,2 386 4,7 323 4,0 -0,1
Robalo Legítimo 711 11,4 653 8,7 925 11,3 808 9,8 1384 17,2 0,9
Dourada 1351 21,6 1815 24,1 1762 21,5 1855 22,4 1449 18,0 0,1
Amêijoa Boa 1380 22,0 2416 32,1 2723 33,2 3094 37,3 3186 39,7 1,3
Ostras 754 12,0 546 7,2 955 11,6 420 5,1 418 5,2 -0,4
Outras 417 6,7 471 6,3 289 3,5 491 5,9 319 4,0 -0,2
TOTAL 6261 100,0 7536 100,0 8210 100,0 8287 100,0 8033 100,0 0,3
Fonte: PEN Pescas - Plano Estratégico Nacional das Pescas 2007 - 2013
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 94
Por outro lado, e conforme se pode constatar da análise da tabela anterior, é a
cultura de bivalves, designadamente a amêijoa, que regista maior peso nos
produtos da aquicultura em Portugal. No sector da produção de espécies piscícolas
marinhas verifica-se que as maiores produções são de Dourada e Robalo, em
regime de produção semi-intensivo. Já no que diz respeito às espécies de água
doce a truta regista, igualmente, valores apreciáveis da ordem das espécies
marinhas referidas.
Na região de Aveiro a aquicultura, apesar dos problemas ambientais que estão
associados a esta actividade, tem vindo a implantar-se, nomeadamente na área do
salgado.
Tabela 38 – Número de estabelecimentos de aquicultura activos no concelho de Aveiro, segundo o regime de exploração (1996 – 2003)
Regime semi-intensivo Regime extensivo
Ano
Nº de estabelecimentos
Nº de marinhas que ocupam
Nº de estabelecimentos
Nº de marinhas que ocupam
1996 12 15 a) 7 7
2003 6 7 a) 4 6
a) Para além das marinhas, ocupam uma área significativa de sapal
Fonte: Direcção Geral das Pescas - Centro
O número total de estabelecimentos de aquicultura activos, em 1996, era de 19,
ocupando um total de 22 marinhas. Este número registou contudo um decréscimo
acentuado pelo que, em 2003, apenas estavam em actividade 10 estabelecimentos,
que por sua vez ocupavam 13 marinhas.
Registe-se ainda que, além dos referidos, existem outros estabelecimentos em
actividade, que não estão devidamente licenciados, funcionando ilegalmente, não
sendo por isso contabilizáveis. Por outro lado existem alguns estabelecimentos
licenciados que não se encontram em actividade.
É ainda de destacar que as marinhas ocupadas pelos estabelecimentos de
aquicultura se encontravam maioritariamente abandonadas, não se tendo verificado
pois, regra geral, uma reconversão directa de uma actividade para outra.
Apesar da aquicultura ser uma actividade industrial que representa riscos
ambientais pode constituir, desde que controlada e integrada no ambiente, uma
alternativa viável à actividade salícola que se encontra em declínio nesta região.
Nesta matéria, também os interlocutores com intervenção neste sector de
actividade auscultados referiram que a salicultura tem vindo a ser parcialmente
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 95
substituída pela aquicultura (peixes e bivalves) em regime semi-intensivo. Esta
situação é justificada quer pelo carácter contínuo da actividade, quer pela
existência de financiamentos ao investimento o que torna esta actividade mais
rentável e, consequentemente, mais atractiva. No entanto, apesar desta gradual
substituição deve salvaguardar-se que, nos últimos 10 anos, se verificou, segundo
os entrevistados, um declínio no número de explorações e de produção,
eventualmente justificado por uma descontinuidade no investimento para a
manutenção das infra-estruturas, a par de um aumento da concorrência estrangeira
no produto ‘peixe’, com especial destaque para o Robalo e a Dourada. O carácter
semi-intensivo, exigido por razões ambientais, pode igualmente justificar algum
desinteresse por esta actividade, pela rentabilidade limitada da exploração.
No ponto seguinte (I.5), e como síntese do diagnóstico realizado, procede-se à
apresentação da matriz swot da actividade salícola aveirense.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 96
I.5. A MATRIZ SWOT DA ACTIVIDADE SALÍCOLA
Pontos fortes Pontos fracos
• Carácter artesanal da produção
• Saber-fazer
• Especificidade de Aveiro (salgado localizado na laguna)
• Sal de Aveiro: produto diferenciado
• Preços
• Afastamento dos consumidores
• Baixos níveis de rentabilidade
• Fraca capacidade de investimento
• Informalidade das relações de trabalho
• Gestão informal
• Dependência das condições atmosféricas
• Condições de armazenamento
• Insolúveis
• Degradação das marinhas
• Acesso condicionado às marinhas
• Ausência de divulgação
• Envelhecimento dos marnotos
• Ausência de associativismo
Oportunidades Ameaças
• Crescimento da população mundial
• Ex-libris da Cidade de Aveiro
• Equilíbrio ecológico
• Procura de produtos naturais
• Aquicultura
• Turismo
• Procura de novos produtos
• Acessibilidades
• Estabilidade do mercado mundial de sal
• Excesso de sal no mercado mundial
• Concentração da produção mundial
• Concorrência dos produtos importados
• Regulamentação
• Concentração do mercado nacional
• Escoamento do sal de Aveiro
• Abandono da actividade
• Subida das águas
• Redução do sector químico em território nacional
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 97
PARTE II - DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIAS PARA O SECTOR SALÍCOLA
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 98
Apresentado o diagnóstico, importa realizar o trabalho de reflexão estratégica sobre
o salgado de Aveiro, tendo em conta o objectivo de revitalizar o salgado de Aveiro,
considerando, portanto, os futuros possíveis. A análise destes futuros é, então, o
primeiro trabalho a desenvolver, no sentido de apoiar a definição de estratégias,
ponto de partida para a concretização do Plano de Acção.
É, então, sobre a identificação de futuros possíveis que a presente Parte se
debruça. Para o efeito, foi necessário levar a cabo a análise morfológica do sistema
constituído pelo salgado de Aveiro, não limitado à produção de sal, mas antes
procurando abarcar as suas diferentes valências. Isto é, procurou-se que a análise
morfológica não se centrasse na produção de sal, mas antes no salgado, no sentido
de estudar as diferentes alternativas de utilização possíveis.
A análise morfológica do salgado de Aveiro constitui o primeiro capítulo da Parte II
do presente Relatório. Através do resultado deste trabalho é possível compreender
as relações entre as diferentes variáveis que caracterizam o sistema ou o
influenciam, ponto de partida para a construção de cenários, e identificar as
variáveis que se podem constituir como instrumentais para a sua alteração.
O exercício de cenarização que se apresenta seguidamente trabalha quatro dos
vários futuros possíveis de evolução do salgado:
� A manutenção da tendência identificada em sede de diagnóstico – Morte,
� A musealização do salgado e o seu aproveitamento turístico – Mnemósine112,
� A diferenciação do produto (sal de Aveiro) - Lemnos113, e
� Recuperação das marinhas para efeitos museológicos e turísticos com
desenvolvimento de actividades substitutas (aquicultura e derivados do sal)
- Fénix114.
Em qualquer dos cenários apresentados parte-se dos comportamentos das variáveis
motrizes, embora outras opções pudessem ser consideradas e, para efeito de
construção do Plano de Acção, tenham de o ser, nomeadamente as variáveis de
ligação, aquelas sobre as quais é possível agir, dado o seu grau de dependência e
que, simultaneamente, apresentam grande capacidade motriz. No entanto, dado o
objectivo deste Relatório ser, fundamentalmente, a identificação de estratégias,
112 Filha de Urano, deusa da memória, amada de Júpiter e mãe das nove Musas. É representada por uma mulher segurando o queixo em atitude de meditação. 113 Ilha turca do mar Egeu, a que se prendem inúmeras recordações mitológicas. Ali Vulcano caiu e montou a sua forja, quando Júpiter ou Juno o atirou do alto do Olimpo. 114 Ave fabulosa que viveu séculos nos desertos da Arábia e que, queimada em uma fogueira, renascia das suas próprias cinzas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 99
pareceu mais adequada a opção tomada. Ela tem, ainda, a vantagem de chamar a
atenção para a importância de algumas variáveis motrizes e o papel determinante
que assumem na alteração da situação do salgado, nomeadamente o papel
desempenhado no sistema pelas estratégias da Administração Central.
Este papel resulta, fundamentalmente, da sua capacidade de intervenção em
diferentes áreas com importância significativa no salgado, desde a qualidade da
água até à regulamentação sobre a comercialização do sal, passando pelos
instrumentos de apoio ao investimento.
Os cenários são, por natureza, representações simplificadas da realidade. Assim, a
maior parte dos cenários que se apresentam não consideram as combinações
possíveis da ocorrência de alterações simultâneas em diversas variáveis, induzidas
por acontecimentos exteriores ao sistema, excepto, como se referiu, no caso das
variáveis motrizes, as quais apresentam um pequeno grau de dependência
relativamente ao sistema. Procurou-se, sobretudo, evidenciar, as consequências
para o salgado das diferentes opções de utilização que têm vindo a ser abordadas,
quer entre as equipas da Câmara Municipal de Aveiro e da MultiAveiro, quer em
discussões mais abrangentes.
Os cenários que se apresentam são, por isso, fundamentalmente exploratórios,
antecipativos e normativos, constituindo, como referido um passo prévio à definição
de estratégias e, consequentemente, ao Plano de Acção que a operacionalize.
Após a exposição de cada cenário, apresenta-se a cenarização dos comportamentos
das variáveis resultado e pelotão decorrentes das alterações das variáveis motrizes,
bem como uma breve síntese das respectivas vantagens e desvantagens, tendo em
conta o objectivo de revitalização do salgado de Aveiro.
A presente parte II do Relatório apresenta-se assim dividida em dois capítulos, para
além da presente introdução, o primeiro dos quais destinado à análise morfológica
do salgado e o segundo à apresentação de quatro dos cenários de evolução
possível.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 100
II. 1 ANÁLISE MORFOLÓGICA
II.1.1 Identificação das variáveis
chave do sistema
Do diagnóstico elaborado é possível identificar as variáveis que o caracterizam e
que se agrupam em:
Variáveis internas que caracterizam o salgado de Aveiro (Sistema Interno);
Variáveis externas que caracterizam a envolvente que influencia a
exploração do salgado de Aveiro (Sistema Externo)
Sistema Interno
Variáveis de organização e de estratégia
1. Informação
Traduz o conhecimento dos produtores relativamente à produção e ao mercado.
2. Jurisdição
Prende-se com o número de entidades com jurisdição sobre o salgado de Aveiro.
3. Estratégias dos proprietários
Prende-se com a actuação dos proprietários
4. Estratégias dos produtores
Prende-se com a actuação dos produtores directos (marnotos)
5. Estratégias dos armazenistas
Prende-se com a actuação armazenistas
6. Estratégias dos agentes turísticos
Prende-se com a actuação dos agentes turísticos
7. Estratégias da Administração Central
Prende-se com a actuação das instituições dependentes da Administração Central
com jurisdição sobre o salgado de Aveiro
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 101
8. Estratégias da Administração Local
Prende-se com a actuação da Câmara Municipal de Aveiro relativamente ao
salgado, nomeadamente no que se refere à Contribuição autárquica
Variáveis produtos, mercados, tecnologias
9. Poder comercial dos armazenistas
Traduz o poder dos produtores de sal na comercialização do produto.
10. Volume de vendas
Refere-se às vendas de sal de Aveiro
11. Preço
Traduz o preço a que é comercializado o sal de Aveiro
12. Concentração
Tem a ver a com o domínio do mercado do sal
13. Diferenciação
Traduz as estratégias de afirmação das qualidades distintivas do sal de Aveiro
14. Promoção do sal de Aveiro
Traduz as políticas de comercialização a retalho do sal de Aveiro
15. Promoção turística
Prende-se com a força do produto “salgado de Aveiro”
Variáveis produção
16. Tecnologia
Traduz o nível de mecanização do processo produtivo
17. Intensidade em trabalho
Traduz a importância do trabalho na produção do sal de Aveiro
18. Qualidade da água
Prende-se com o nível de poluição da água da Ria de Aveiro
19. Acessibilidades
Traduz a qualidade dos acessos às marinhas
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 102
20. Qualidade do sal
Traduz o nível de insolúveis contidos no produto
Variáveis sociais
21. Idade dos marnotos
Traduz a estrutura etária dos marnotos
22. Atractividade do sector salícola
Prende-se com a capacidade do sector atrair novos marnotos
23. Atractividade da aquicultura
Prende-se com a capacidade do sector aquícola atrair novos produtores
24. Tradição
Traduz a importância da produção salícola na tradição familiar
25. Habilitações
Traduz a estrutura habilitacional dos marnotos
26. Relações de trabalho
Traduz as relações jurídicas e económicas que se estabelecem entre o proprietário
das marinhas e os marnotos
27. Qualificação para a gestão
Traduz os níveis de formação dos marnotos para o desempenho das funções de
gestão
Variáveis financeiras
28. Rentabilidade
29. Custos de produção do sal
Traduz os custos associados à produção salícola, nomeadamente, recursos
humanos, matérias-primas, contribuição autárquica
30. Investimento
Sistema Externo
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 103
Variáveis gerais
31. Mudança tecnológica
Tem a ver com a mecanização da produção de sal
32. Normas de comercialização
Prende-se com o normativo legal que regulamenta a comercialização de sal
33. Desemprego
34. Apoios ao investimento na produção de sal
35. Apoios ao investimento na produção aquícola
36. Apoios ao investimento na actividade turística
37. Políticas sociais
Políticas sociais dirigidas ao produtor de sal
38. Subsídios de risco
Refere-se às políticas de apoio às actividades dependentes das condições
atmosféricas
39. Condições atmosféricas
Refere-se à dependência da actividade salícola face às condições atmosféricas
40. Políticas ambientais
Refere-se às políticas de protecção ambiental
41. Porto de Aveiro
Traduz a expansão do porto de Aveiro
Variáveis de distribuição
42. Organização dos distribuidores
Prende-se com o mercado de distribuição de sal
Variáveis do consumidor
43. Comportamentos ao consumo de sal
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 104
Prende-se com os comportamentos dos consumidores relativamente à utilização de
sal
44. Comportamentos ao consumo de peixe
Prende-se com os comportamentos dos consumidores relativamente ao peixe
45. Tendências turísticas
46. Novas tendências de consumo alimentar
Refere-se à evolução do mercado de pré-cozinhados
47. Indústria química (cosmética)
Prende-se com a procura de sal proveniente da indústria química
Variáveis de risco
48. Preço da produção nacional de sal
49. Preço da produção estrangeira de sal
II.1.2 Identificação das relações na
matriz de análise estrutural
A análise das relações entre as variáveis, numa lógica de avaliação da respectiva
dependência, permitiu o preenchimento das matrizes que se apresentam
seguidamente e que correspondem aos quatro quadrantes de uma matriz quadrada
que, em coluna e em linha apresentam a totalidade das variáveis identificadas.
Consequentemente, cada célula da matriz aji é preenchida quando a variável aj age
directamente sobre a variável ai.
Por razões de dimensão, cada um dos quadrantes da matriz é apresentado
individualmente.
A partir da leitura desta matriz, é possível identificar as variáveis que agem
directamente sobre um maior número de variáveis e aquelas que dependem da
acção directa de uma maior número de variáveis.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 105
Acção das variáveis internas sobre si próprias
Variáveis Internas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Variáv
eis intern
as
24
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 106
Variáveis Internas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 107
Acção das variáveis internas sobre as externas
Variáveis externas 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Variáv
eis intern
as
23
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 108
Variáveis externas 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49
24
25
26
27
28
29
30
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 109
Acção das variáveis externas sobre as internas
Variáveis Internas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31
32 33
34 35
36 37
38 39
40 41
42 43
44 45
46 47
48
Var
iáve
is e
xter
nas
49
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 110
Acção das variáveis externas sobre si próprias
Variáveis externas 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49
31
32 33
34 35
36 37
38 39
40 41
42 43
44 45
46 47
48
Variáv
eis ex
tern
as
49
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Variáveis motrizes e dependentes
Da leitura da matriz apresentada classificaram-se as variáveis de acordo com a sua
capacidade para condicionar o sistema e com a sensibilidade às variações que nele
ocorrem.
No gráfico seguinte encontram-se representadas as variáveis consideradas segundo
o respectivo grau de motricidade e dependência (vide anexos 7 e 8,
respectivamente). No gráfico, a capacidade para influenciar o comportamento do
sistema – a motricidade – encontra-se representada no eixo do Y e a sensibilidade
ao seu comportamento – a dependência – no eixo do X.
Gráfico 15 - Plano de motricidade e dependência
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0
Dependência
6
4
3
10
1
14
2
2
2
3
12
1
1
5
1
1
9
2
0
2
1
2
2
26
2
7
2
3
3
3
34
35
3
37
38
3
44
45
5
7 8
9
13
117
4
0
4
2
4
4
47
4849
A média do indicador de motricidade e dependência divide o gráfico em cinco
sectores de acordo com os níveis de motricidade e dependência.
No sector I encontram-se as variáveis motrizes, com elevada capacidade para
induzir comportamentos do sistema e fraca dependência em relação à respectiva
evolução.
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São os casos das variáveis seguintes:
Variáveis motrizes Nº Designação
7 Estratégias da Administração Central 46 Novas tendências de consumo alimentar 43 Comportamentos do consumo de sal 42 Organização dos distribuidores 40 Políticas ambientais 32 Normas de comercialização 27 Qualificação para a gestão 47 Indústria química
A motricidade mais elevada encontra-se localizada, principalmente, em três áreas
do sistema, nomeadamente, a regulação do sector, materializada nas estratégias
da Administração Central, nas políticas ambientais e nas normas de
comercialização, a procura, o mercado de distribuição e as competências de gestão,
qualquer uma delas com baixos níveis de dependência relativamente ao sistema. A
independência relativamente ao sistema é particularmente significativa nas novas
tendências de consumo alimentar, no comportamento do consumo de sal e na
qualificação para a gestão. No primeiro caso, a variável não é influenciada por
nenhuma variável considerada e, nos restantes, apenas por uma.
As estratégias da Administração Central são, entre as variáveis motrizes, aquela
com maior capacidade directa para induzir alterações no comportamento do
sistema, pelos efeitos que desencadeia num conjunto muito significativo de
variáveis.
Efectivamente, as estratégias da Administração Central reflectem-se directamente
nas estratégias dos restantes actores, nomeadamente através do desenvolvimento
de diversas políticas sectoriais e da regulamentação do sector.
No sector II encontram-se as variáveis simultaneamente motrizes e dependentes.
Constituem as variáveis de ligação. Qualquer acção sobre elas produzirá efeitos
sobre outras variáveis que induzirão efeitos de retroacção sobre si próprias, numa
cadeia que os poderá ampliar ou atenuar.
São os casos das seguintes variáveis:
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Variáveis de ligação Nº Designação
8 Estratégias da Administração local 13 Diferenciação
4 Estratégias dos produtores 5 Estratégias dos armazenistas 9 Poder comercial dos armazenistas
16 Tecnologia 17 Intensidade da mão de obra
Entre estas, destacam-se quanto à respectiva capacidade de desenvolvimento de
efeitos no comportamento do sistema as estratégias dos produtores e da
Administração Local e as políticas de diferenciação do produto, as quais
apresentam, simultaneamente, elevada dependência.
As estratégias dos produtores dependem da acção de várias variáveis, constituindo
a variável que regista maior sensibilidade aos comportamentos das restantes, e é,
simultaneamente a que apresenta a maior capacidade para interferir no
funcionamento do sistema, aspectos que lhe conferem uma importância
fundamental, nomeadamente na estabilidade do sistema: estratégias estáveis dos
produtores induzirão a estabilidade do sistema e a sua alteração terá consequências
significativas num conjunto importante de variáveis.
No sector III encontram-se as variáveis pouco motrizes e com elevada dependência
que se constituem como resultado da acção das restantes. Denominam-se,
portanto, variáveis resultado.
Variáveis resultado Nº Designação
30 Investimento 22 Atractividade do sector salícola 11 Preço 28 Rentabilidade 23 Atractividade do sector da aquicultura
As variáveis do sector IV não são nem muito motrizes, nem muito dependentes e
constituem as variáveis sobre as quais é pequena a influência do comportamento
do sistema, sendo antes determinadas fora dele, embora exercendo nele a sua
influência. No entanto, dada a fraca capacidade para as influenciar elas são de
pouco interesse para a definição de estratégias a não ser na medida em que as
influenciam.
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Tendências pesadas Nº Designação 33 Desemprego 45 Tendências turísticas 35 Apoios ao investimento na produção aquícola 37 Políticas sociais 44 Comportamentos do consumo de peixe 41 Porto de Aveiro
As variáveis pelotão, que se posicionam em torno da média apresentam evoluções
e efeitos sobre os quais recai grande imprevisibilidade. São a maior parte das
variáveis do sistema.
Variáveis pelotão Nº Designação Nº Designação
1 Informação 2 Jurisdição 3 Estratégias dos proprietários 6 Estratégias dos agentes turísticos
10 Volume de vendas 12 Concentração 14 Promoção do sal de Aveiro 15 Promoção turística 18 Qualidade da água 19 Acessibilidades
20 Qualidade do sal 21 Idade dos marnotos
24 Tradição 25 Habilitações 26 Relações de trabalho 29 Custos de produção de sal 31 Mudança tecnológica 34 Apoios ao investimento na produção de sal
36 Apoios ao investimento na actividade turística 38 Subsídios de risco
39 Condições atmosféricas 48 Preço da produção nacional de sal
49 Preço da produção estrangeira de sal
Seguidamente apresentam-se de forma detalhada os quatro cenários de evolução,
a saber: Cenário 1 - Morte, Cenário 2 – Mnemósine, Cenário 3 - Lemnos, e Cenário
4 – Fénix.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
II. 2 CENÁRIOS DE EVOLUÇÃO
Cenário 1 – Morte
A continuação da situação presente traduzir-se-á no futuro abandono da produção
de sal nas marinhas da Ria de Aveiro, embora num tempo mais ou menos longo,
dado o efeito de contra-tendência do comportamento de algumas variáveis.
As estratégias da Administração Central não assumiram ainda a necessidade de
articulação de políticas tendentes à manutenção do salgado de Aveiro, quer
enquanto produtor de sal com características artesanais, quer enquanto elemento
de protecção ambiental da Cidade de Aveiro. Consequentemente, mantém-se a
legislação regulamentadora da comercialização de sal, desadequada à produção de
pequenas quantidades com características específicas, e a múltipla jurisdição sobre
a Ria, impeditiva de medidas articuladas de protecção da qualidade das águas.
Simultaneamente, não foram concebidas medidas adequadas à protecção social dos
marnotos, com consequências no prolongamento da vida activa e na inexistência de
substituição de competências, necessária à assunção de atitudes pró-activas dos
marnotos face às ameaças que recaem sobre a produção de sal na Ria. Do mesmo
modo, o salgado não tem sido objecto de promoção turística adequada à criação de
um mercado de escoamento do sal produzido na Ria, associado à procura turística
dirigida à Região Centro e, especificamente, à Cidade de Aveiro, nem de
instrumentos de apoio ao investimento quer na referida promoção, quer na
recuperação do salgado.
Apesar das tendências contraditórias que influenciam o mercado do sal,
confrontado, por um lado, com o alargamento da sua utilização em diversas
indústrias e com a dinamização da procura da indústria alimentar, em resultado do
crescimento do mercado de pré-cozinhados, e, por outro, com a redução da procura
de particulares, quer devido às campanhas de redução do consumo de sal na
alimentação humana, quer pela redução da população nos países desenvolvidos, os
proprietários e produtores de sal de Aveiro não têm promovido a respectiva
adequação àquelas tendências, mantendo, no essencial, o mesmo posicionamento,
que conduziu à diminuição do número de marinhas em actividade de produção de
sal.
A organização da distribuição de sal desempenha também um papel determinante
no desenvolvimento do salgado, nomeadamente através do exclusivo da
distribuição da produção. Agindo no mercado da produção enquanto compradores
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
e, no mercado do consumo como fornecedores, os distribuidores desempenham um
papel fundamental na produção cabendo-lhes o estabelecimento da ligação entre a
produção e o consumo. Dependendo, portanto, da concentração existente na
distribuição, a respectiva força de aquisição e fornecimento é maior ou menor e,
consequentemente, a força para determinar as condições de compra e venda, com
consequências, naturalmente, na venda do sal, nomeadamente o produzido no
salgado de Aveiro.
A ausência de competências em gestão dos marnotos constitui um elemento
impeditivo do desenvolvimento de estratégias capazes de ultrapassar as ameaças
impostas pelo enquadramento legislativo do salgado e da produção de sal e pelo
desenvolvimento do mercado nacional de sal.
A manutenção do comportamento destas variáveis tem efeitos profundamente
limitativos da adequação do salgado às novas condições do mercado do sal,
constituindo, consequentemente, por efeitos directos e indirectos, factores
conducentes ao abandono, a prazo mais ou menos longo, da produção de sal na
Ria.
Este conjunto de situações tenderá, por um lado, a manter a baixa capacidade
atractiva da actividade e, por outro, a manter os marnotos em actividade muito
para além da idade activa, com consequências nas competências disponíveis e no
dinamismo dos produtores.
Assim, a manutenção da situação tenderá a manter os níveis de qualidade do sal de
Aveiro, dificultando o respectivo escoamento, a preços acima da média verificada
nos mercados nacional e internacional, pondo em causa a rentabilidade da
exploração e, consequentemente a capacidade atractiva da produção de sal na Ria
de Aveiro que acabará por desaparecer, à medida que os actuais marnotos forem
abandonando a actividade e que a tradição diminua o respectivo peso nas decisões
dos proprietários.
Entretanto, e dadas as políticas de estímulo à aquicultura e o desenvolvimento do
mercado de peixe resultante deste tipo de produção, abre-se a possibilidade de
reconversão das marinhas para a produção aquícola, que apenas a tradição, a
ausência de alternativas de rendimento e a dimensão do desemprego poderão
contra-balançar, diminuindo a velocidade do referido processo.
É pela alteração das estratégias dos proprietários, dos produtores e da
Administração local que a atractividade da produção aquícola desencadeia os
respectivos efeitos no sistema.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
No entanto, a reconversão do salgado para a produção aquícola pressupõe a quebra
com a tradição e a alteração das estratégias dos proprietários que, directamente ou
através da venda das marinhas a empresas de produção aquícola, encetariam esse
caminho cujos efeitos se podem esquematizar conforme se apresenta na figura
seguinte.
Reconversãodo salgado p/
aquicultura
Redução do volumede negócios
de armazenistas
Redução/ desaparecimento
da produção de sal do salgadode Aveiro
Alteração daimagem da cidade
Alteraçõesna qualidade do ar
da cidade
Desadequação decompetências dos
marnotos
Criação de novosempregos
Inactividade Reconversãode marnotos
Aumento doemprego
Degradaçãoda qualidade da água
Abandono daprodução de sal
Reconversãodo salgado p/
aquicultura
Redução do volumede negócios
de armazenistas
Redução/ desaparecimento
da produção de sal do salgadode Aveiro
Alteração daimagem da cidade
Alteraçõesna qualidade do ar
da cidade
Desadequação decompetências dos
marnotos
Criação de novosempregos
Inactividade Reconversãode marnotos
Aumento doemprego
Degradaçãoda qualidade da água
Abandono daprodução de sal
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Tabela 39 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis
Curto prazo Médio/ longo prazo
Investimento Ausência de investimento nas marinhas
Investimento na reconversão das marinhas para a produção aquícola
Atractividade do sector salícola Diminuição da
atractividade do sector
Preço Manutenção do preço, com consequências no posicionamento competitivo do sal de Aveiro
Rentabilidade Manutenção/ agravamento da rentabilidade da produção do sal
Aumento da rentabilidade das marinhas reconvertidas para a produção aquícola
Atractividade do sector da aquicultura Aumento da atractividade
da produção aquícola
Estratégias dos proprietários Abandono da produção
Eventual venda
Reconversão das marinhas para a aquicultura
Volume de vendas Diminuição do volume de vendas
Qualidade da água Degradação
Este cenário apresenta como principal vantagem a não necessidade de intervenção
dos poderes públicos e, como principais desvantagens a tendência para o
desaparecimento do salgado tal como se conhece e, consequentemente, dos
respectivos efeitos sobre a qualidade do ar e a imagem da Cidade. Tem ainda como
desvantagem as eventuais consequências da produção aquícola na qualidade das
águas da Ria de Aveiro e, do ponto de vista social, a inactividade dos marnotos que
não forem reconvertidos para outra actividade, nomeadamente, a produção
aquícola, e a consequente degradação das suas condições de vida.
Cenário 2 – Mnemósine
A iniciativa de musealização do salgado pressupõe uma alteração das estratégias da
Administração Local. Esta iniciativa terá, porém, efeitos limitados no
desenvolvimento do salgado.
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Efectivamente, sem outras alterações nas estratégias da Administração Local, a
musealização ficará limitada às marinhas das quais a Câmara Municipal é
proprietária. Apenas se as alterações nas estratégias da Administração Local forem
associadas a alterações nas estratégias da Administração Central, é possível
combinar a musealização com estratégias de diferenciação, indutoras de
modificações nos comportamentos de proprietários e, sobretudo, produtores.
Isto porque a musealização do salgado não altera as condições gerais de
funcionamento do sistema e, consequentemente, permite a manutenção, no
essencial, dos comportamentos das restantes variáveis e, assim, a permanência
das tendências que, hoje, se desenvolvem.
No entanto, a alteração das estratégias da Administração Central tendentes à
promoção do salgado enquanto produto turístico da Região Centro e da Cidade de
Aveiro, poderá gerar uma nova procura dirigida ao sal de Aveiro (procura turística
de recordações) eventualmente estimulante, a prazo, de alterações nas estratégias
de produtores e proprietários.
Esta, porém, apenas poderá ser satisfeita se, por um lado, for alterada a legislação
de comercialização do sal ou se para o efeito forem mobilizados os armazenistas e,
por outro, se proprietários, produtores e armazenistas tiveram a informação sobre
a existência daquela nova procura.
Porém, a degradação financeira das explorações dificilmente permitirá a
concretização das necessárias alterações daquelas estratégias, sendo necessário o
apoio aos proprietários para a recuperação das marinhas. Esta não é porém
suficiente para permitir a rentabilidade das explorações. É ainda necessária a
associação dos produtores tendente à criação de estruturas de embalagem e
divulgação do sal produzido, aspecto que se confronta com os baixos níveis
habilitacionais e a ausência de competências de gestão dos produtores. O
necessário acordo entre proprietários e produtores que mobilizem uns e outros para
o necessário investimento exige, igualmente, a clarificação de regras relacionais
entre uns e outros, cuja ausência poderá constituir limitação significativa.
O esforço necessário para a criação de uma situação que permita a manutenção da
produção de sal nas marinhas de Aveiro para consumo turístico continuará a
manter a fraca atractividade do sector até ao momento em que esta estratégia
surtir os seus efeitos e, deste modo, demonstrar a sua bondade enquanto
instrumento de viabilização financeira da exploração. Até lá, continuará a assistir-se
ao progresso da tendência em curso e à eventual atracção por outras actividades.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Para além disso, a procura assim obtida poderia ser insuficiente para absorver a
totalidade da produção de sal e, em consequência, serem limitados os seus efeitos
na rentabilização da exploração.
Tabela 40 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis
Curto prazo Médio/ longo prazo
Investimento Investimento na musealização do salgado
Investimento na recuperação de marinhas (investimento material)
Investimento em embalagem (investimento material)
Investimento de divulgação (investimento imaterial)
Atractividade do sector salícola Diminuição da
atractividade do sector
Preço Manutenção do preço, com consequências no posicionamento competitivo do sal de Aveiro
Rentabilidade Manutenção/ agravamento da rentabilidade da produção do sal
Aumento da rentabilidade das marinhas aderentes
Atractividade do sector da aquicultura Aumento da atractividade
da produção aquícola
Estratégias dos proprietários Recuperação das marinhas Recuperação de marinhas
Abandono de marinhas
Reconversão de marinhas
Volume de vendas Diminuição do volume de vendas nas marinhas não aderentes
Aumento do volume de vendas das marinhas aderentes
Aumento do volume de vendas das marinhas aderentes
Promoção do sal de Aveiro Aumento da promoção
dirigida ao visitante e turista
Qualidade do sal Aumento da qualidade do
sal das marinhas aderentes
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Curto prazo Médio/ longo prazo
Qualidade da água Degradação da qualidade
da água
Relações de trabalho Clarificação das relações entre proprietários e produtores
Apoios ao investimento na actividade turística Necessidade de apoios ao
investimento na promoção do salgado e do sal de Aveiro
Estratégias dos agentes turísticos Venda do produto turístico
sal de Aveiro
Acessibilidades Construção de acessibilidades que permitam a visita
A principal vantagem desta estratégia é a de não exigir grandes esforços da
Administração Central, obrigando, porém, a um esforço significativo de concertação
entre os agentes envolvidos na produção de sal. A sua principal desvantagem é a
de ser insuficiente para, no curto prazo, produzir efeitos capazes de estancar a
tendência para o abandono da produção de sal no salgado de Aveiro.
Cenário 3 – Lemnos
A alteração das estratégias da Administração Central tendentes a apoiar o
investimento, material e imaterial, na recuperação das marinhas e no produto delas
resultante, permitirá a promoção do sal do salgado de Aveiro e a melhoria da
respectiva qualidade.
Estas opções da Administração Central induzirão o desenvolvimento de estratégias
dos produtores no sentido da criação de imagem e marca do sal de Aveiro, bem
como a construção de mecanismos de embalagem e distribuição distintos dos
existentes actualmente. Para o efeito, porém, importa alterar as normas de
comercialização de sal, permitindo a respectiva embalagem em menores
quantidades.
A existência de apoios ao investimento poderá constituir motivação para
proprietários e produtores no sentido do respectivo acordo para a clarificação das
relações jurídicas existentes entre si, bem como para a associação que propicie a
criação das estruturas que uma estratégia desta natureza impõe (marca, imagem,
embalagem e distribuição).
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Está-se, portanto, perante uma estratégia de diferenciação do produto induzida
pelos poderes públicos que, ainda assim, terá que ultrapassar as dificuldades
resultantes dos baixos níveis habilitacionais e de competências dos produtores para
a gestão.
Em qualquer dos casos, a iniciativa da Administração daria um claro sinal a
proprietários e produtores relativamente à determinação para a recuperação da
produção de sal no salgado de Aveiro.
Com maior capacidade de mobilização à partida, os efeitos do estímulo da
Administração Pública seriam maiores permitindo uma maior rapidez no estancar
das tendências existentes para o abandono da produção de sal. Ainda assim, a
utilização dos diversos apoios a disponibilizar dependeriam, também, do efeito
demonstrador que fosse possível obter.
Apoio ao investimentonas marinhas e
na promoção do sal
Alteração de estratégias da Administração Central
Alteração nas normasde comercialização de
sal
Aumento da qualidadedo sal
Construção de imagem,marca e circuitos dedistribuição próprios
Alteração das estratégias
de proprietáriose produtores
Apoio ao investimentonas marinhas e
na promoção do sal
Alteração de estratégias da Administração Central
Alteração nas normasde comercialização de
sal
Aumento da qualidadedo sal
Construção de imagem,marca e circuitos dedistribuição próprios
Alteração das estratégias
de proprietáriose produtores
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Tabela 41 - Consequências nos comportamentos de outras variáveis
Curto prazo Médio/ longo prazo
Investimento Investimento na recuperação de marinhas (investimento material)
Investimento em embalagem (investimento material)
Investimento de divulgação (investimento imaterial)
Investimento de distribuição (investimento imaterial)
Atractividade do sector salícola Aumento da atractividade
do sector
Preço Manutenção do preço, com consequências no posicionamento competitivo do sal de Aveiro
Rentabilidade Aumento da rentabilidade
Atractividade do sector da aquicultura Diminuição da
atractividade da produção aquícola
Estratégias dos proprietários Recuperação das marinhas
Volume de vendas Aumento do volume de vendas
Qualidade do sal Aumento da qualidade do
sal
Relações de trabalho Clarificação das relações entre proprietários e produtores
A principal vantagem desta estratégia é a de possibilitar a revitalização de sal no
salgado de Aveiro. No entanto, o seu desenvolvimento é bastante exigente
relativamente à intervenção da Administração Central e, como o anterior, exigir um
importante esforço de concertação entre os agentes envolvidos na produção de sal.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Cenário 4 - Fénix115
Este cenário corresponde ao desenvolvimento do cenário 2 – Mnemósine. Conforme
referimos então aquele cenário seria insuficiente para estancar as tendências em
curso e, assim, conforme se afirma na descrição do cenário 1 – Morte, manter-se-á
a tendência para o aumento da atracção relativamente a outras actividades,
nomeadamente a aquicultura.
A opção pela combinação dos cenários Minemósine e Lemnos apresenta-se como
a orientação da acção capaz de permitir a manutenção da actividade de produção
salícola em Aveiro, constituindo-se, simultaneamente, com um importante potencial
de divulgação turística da Cidade.
No sentido de atingir este cenário, há, porém, que ter em conta a identificação e
classificação das variáveis do sistema analisadas.
Antes do mais importa clarificar o comportamento esperado das variáveis
independentes, isto é, daquelas variáveis que não dependem da evolução do
sistema mas que condicionam o comportamento da globalidade do sistema.
� Desemprego
A tendência que se tem vindo a desenvolver em Portugal para a manutenção de
taxas de desemprego com algum significado abre espaço à atracção de novos
produtores, desde que a actividade de produção de sal garanta níveis adequados de
remuneração e condições de trabalho.
� Tendências turísticas
O turismo mantém a tendência crescente que vem registando nos últimos 50 anos,
adquirindo, porém, novas características, nomeadamente no que respeita à
diversidade dos critérios de selecção de destinos. Cada vez mais o turista procura,
num mesmo período de férias, actividades e lazeres variados, desde a praia ao
património e à cultura.
Embora persista a tendência para o envelhecimento do turista, hoje o principal
grupo etário é, ainda, o dos 24 aos 44 anos.
Neste contexto, Aveiro confronta-se com diversas oportunidades enriquecidas com
a dinamização do salgado enquanto produto turístico, devendo considerar-se o seu
desenvolvimento.
115 Ave fabulosa que viveu séculos nos desertos da Arábia e que, queimada em uma fogueira, renascia das suas próprias cinzas.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
� Apoios ao investimento na produção aquícola
A estrutura dos apoios existentes passa mais pela empresa do que pela actividade
especifica. No entanto, dada a importância conferida pela União Europeia à
aquicultura, é de esperar que se mantenham os apoios às empresas deste sector.
� Políticas sociais
A ausência de vínculos claros entre proprietários e marnotos e a não clarificação da
respectiva situação face ao emprego, constitui um factor que prolonga a vida activa
dos marnotos dada a inexistência de contribuições para a segurança social. Não é
previsível que esta situação seja alterada para os actuais marnotos de forma a ter
eficácia durante o seu tempo de vida. É, porém, aconselhável a clarificação da
posição dos novos marnotos face ao emprego de forma a evitar a perpetuação
desta situação nas gerações mais jovens de marnotos. É, apesar disso, de
equacionar, dado o seu pequeno número, a possibilidade de criação de uma
situação de excepção junto da Segurança Social.
� Comportamentos do consumo de peixe
O consumo de peixe tenderá a decrescer resultado do efeito da diminuição da
população dos países desenvolvidos e da disseminação de novos hábitos
alimentares com predomínio do consumo de carne. No entanto, as políticas de
controlo do esforço de pesca estimulam o desenvolvimento de fontes alternativas
de pescado, nas quais as práticas de aquicultura se integram.
As tendências identificadas contextualizam o quadro de desenvolvimento do
sistema de produção do sal de Aveiro, constituindo aquele o objectivo da estratégia
proposta.
A sua definição deve dirigir-se à acção sobre as variáveis de ligação que
determinam a evolução do sistema no sentido desejado, pela capacidade de gerar
efeitos de retroacção que poderão ampliar os efeitos das acções sobre elas
desencadeadas.
As estratégias da Administração Local (8), de produtores (4), de armazenistas (5),
o desenvolvimento de estratégias de diferenciação (13), o poder comercial dos
armazenistas (9), a intensidade tecnológica (16) e em trabalho (17), são portanto
as variáveis objectivo das acções a desenvolver.
Para atingir alterações nos comportamentos das variáveis que acabam de
identificar-se há que, na medida do possível, actuar sobre as variáveis motrizes. No
entanto, nem todas elas serão de fácil manuseamento ao nível da Autarquia,
cabendo papel importante à Administração Central. Assim é particularmente
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
relevante equacionar o papel potencial dos parceiros locais e, particularmente, da
autarquia aveirense na influência dos comportamentos da Administração Central.
Importa, a este respeito referir que o Programa Operacional da Região Centro, que
define a estratégia governativa para a região, assume como seu terceiro domínio
prioritário de valorização territorial a protecção de zonas ambientalmente sensíveis
e a valorização de recursos específicos da região, nomeadamente através da
protecção da orla costeira e da valorização dos recursos culturais, arquitectónicos,
paisagísticos, os produtos artesanais, etc. localizados em lugares particulares.
A concretização operacional desta estratégia desenvolve-se em vários eixos, entre
os quais:
Eixo 1 – Competitividade, Inovação e Conhecimento, no qual se propõe o
apoio à qualificação de micro e pequenas empresas,
Eixo 3 – Consolidação e qualificação dos espaços sub-regionais, no qual se
inclui a valorização de recursos específicos do território e
Eixo 4 – Protecção e valorização ambiental, no qual se integra a valorização
e ordenamento da orla costeira e a protecção e valorização de outras zonas
sensíveis e qualificação da paisagem.
A estratégia apresentada configura a disponibilidade da Administração Central para
o apoio a acções de valorização do sal aveirense que a Câmara Municipal de Aveiro,
os proprietários das marinhas e os produtores de sal não podem deixar de
aproveitar.
Abre-se, assim, espaço para o desenvolvimento de um projecto integrado que
abranja o conjunto de acções de valorização do sal de Aveiro que lhe possibilite um
espaço de mercado no qual o peso da indústria de pré-cozinhados e as tendências
para a redução do consumo alimentar de sal possam ser minoradas.
Efectivamente, a transferência cada vez maior dos trabalhos de confecção de
alimentos para a esfera pública traduziu-se no aumento do mercado dos alimentos
pré-cozinhados, traduzindo o desenvolvimento da indústria química e das técnicas
de conservação. O crescimento do mercado dos alimentos pré-cozinhados permitiu
o aumento do papel da indústria alimentar na procura de sal, já não apenas para a
conservação, agora utilizando processos diferentes da salga, mas também para o
tempero. Simultaneamente, verificou-se também o crescimento internacional das
cadeias de “comida rápida” transferindo da família o consumo final de uma parte
importante do consumo de sal para alimentação humana. Estas tendências
tenderão a aprofundar-se em consequência do aumento da taxa de actividade das
mulheres.
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
O aumento da importância da indústria alimentar, coincide com alterações nos
comportamentos do consumo de sal os quais apresentam tendências contraditórias
cujo resultado é de difícil determinação. Se, por um lado, se intensificam as
campanhas para o controle/ diminuição do consumo de sal, por outro, a
coincidência entre a propriedade da indústria de pré-cozinhados e farmacêutica
tende a aumentar a utilização de sal pela primeira, com vista a aumentar o
mercado da segunda. Assim, tenderá a diminuir o consumo de sal pelas famílias e,
simultaneamente, a aumentar a utilização do sal pela indústria de pré-cozinhados
que, assim, aumenta ainda mais a sua importância na procura de sal para
alimentação humana.
A intervenção neste contexto encontra-se fora do âmbito de intervenção dos
actores do sal aveirense que se confrontam, ainda, com o aumento das fontes de
origem do sal e a evolução da tecnologia utilizada na extracção de sal marinho
diminuindo, em consequência, a competitividade do sal aveirense, cujo o processo
de extracção contínua com uma elevada intensidade em trabalho. Obrigado, por
força da lei, a vender a sua produção a armazenistas com estratégias próprias, o
sal de Aveiro fica destinado a procuras específicas nas quais as suas características
constituem factor distintivo. A intervenção no domínio da comercialização do sal
surge, assim, como um dos imperativos da estratégia a desenvolver, quer ao nível
de actividades de lobbying junto do legislador no sentido de alterar o normativo
regulamentar da distribuição do sal, quer criando estruturas dirigidas à
especificidade do sal de Aveiro, nomeadamente o carácter manual da sua extracção
e as suas características físicas.
Esta diferenciação do sal aveirense aconselha a prioridade ao mercado gourmet,
suportado nas condições químicas do sal de Aveiro, e na respectiva qualidade,
particularmente no que respeita ao seu conteúdo em insolúveis, instituindo
mecanismos de garantia da respectiva qualidade.
A preservação e valorização da produção do sal de Aveiro prende-se, também, com
as condições da sua principal matéria-prima – a água da Ria de Aveiro. Para
garantir a qualidade da água importa monitorizar e agir no sentido de a preservar,
assegurando a qualidade do sal produzido. Neste campo, responsabilidades recaem
quer sobre a Administração Central, quer sobre a Administração Local,
nomeadamente através do ordenamento das actividades económicas que se
desenvolvem naquele espaço. Também, neste caso, as estratégias expostas no
documento disponibilizado de apresentação do Programa Operacional da Região
Centro apontam para a necessidade do ordenamento do território das zonas a
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preservar e valorizar, o que não pode deixar de considerar-se uma linha de
intervenção positiva para a dinamização do sal aveirense.
Ao nível das variáveis motrizes outra área de intervenção se coloca, pelos
respectivos efeitos potenciais, a da qualificação para a gestão dos marnotos, dela
resultando uma mais correcta gestão das explorações, bem como maior
sensibilidade para a importância do acompanhamento do mercado.
A formação dos marnotos não pode dissociar-se do seu necessário
rejuvenescimento, quer com vista a aumentar o nível habilitacional do grupo
profissional, quer, principalmente, para garantir a manutenção da actividade. A
atracção do sector passa, por um lado, pela criação das condições necessárias ao
aumento da rentabilidade da actividade e, por outro, pela dignificação da actividade
quer através da respectiva certificação, quer pela melhoria das condições em que
ela se desenvolve.
A melhoria das condições de trabalho, bem como a manutenção da actividade
pressupõem também a recuperação das salinas, obrigando, no contexto de baixa
rentabilidade existente, ao apoio da Administração, possível através dos sistemas
de financiamento anunciados, que mobilize os proprietários, com vista a
rendimentos futuros, e abra perspectivas aos produtores de rentabilidade da
exploração.
Na estratégia de afirmação do sal de Aveiro, o turismo desempenha um papel
importante, na medida em que possibilita a divulgação do sal enquanto elemento
do turismo aveirense. Assim, importa reforçar as salinas enquanto elemento de
divulgação da imagem de Aveiro, estimulando o turismo de natureza dirigido ao
aproveitamento das potencialidades das salinas no respeito pelo eco-sistema.
O conjunto de acções que se propõem na Parte III do presente Estudo, pressupõem
o entendimento entre os diversos agentes com intervenção no salgado de Aveiro,
particularmente proprietários e produtores, entendimento este no qual a Autarquia
deverá assumir o papel de mediador, enquanto actor independente dos interesses
dos restantes intervenientes. Neste contexto, constitui uma limitação ao papel que
a Câmara Municipal de Aveiro deverá desempenhar neste processo, o seu
posicionamento enquanto proprietária de uma marinha com interesses comerciais,
na medida em que a coloca em concorrência com os restantes proprietários. Seria
aconselhável que a Autarquia considerasse um destino para o sal produzido na
Marinha da Troncalhada que, nesta fase, não passasse pela sua comercialização,
nomeadamente transformando-o em ofertas a visitantes e turistas, integrando
ofertas institucionais da própria Autarquia e reduzindo a sua própria produção.
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O entendimento entre os diversos intervenientes na produção do sal de Aveiro
possibilitaria a construção de um programa integrado de adesão voluntária, passível
de candidatura a diferentes fontes de financiamento, nomeadamente ao Programa
Operacional da Região Centro e a eventuais empréstimos bancários a negociar de
forma colectiva, aumentando, consequentemente, a capacidade negocial.
Este Programa deveria ser desenvolvido por uma associação constituída por todos
os intervenientes na produção, dos proprietários aos produtores, à Universidade de
Aveiro e à Câmara Municipal, incluindo ainda outras entidades e agentes que o
desejassem, no sentido de reabilitar o salgado de Aveiro, quer na perspectiva de
produção de sal, quer na perspectiva da sua exploração turística e museológica – a
Associação de Desenvolvimento do Salgado.
Propõem-se, assim, as medidas e acções seguidamente sistematizadas visando a
concretização operacional dos cenários seleccionados que estruturam o Programa
de Valorização do Sal de Aveiro, visando uma intervenção articulada passível de
apoio financeiro pelo Programa Operacional da Região Centro, quer na sua
globalidade, quer nas suas diferentes medidas e acções. Pressupõe-se uma
intervenção pró-activa da Câmara Municipal de Aveiro no sentido de dinamizar e
estruturar as actividades que o integram:
Medida I. Construção da Associação de Desenvolvimento do Salgado
Medida II. Plano de Formação dos Marnotos
Acção II.1 Certificação da profissão de marnoto
Acção II.2 Melhoria das Habilitações
Acção II.3 Formação em gestão
Medida III. Recuperação das salinas
Medida IV. Certificação e garantia da qualidade
Acção IV.1 Ordenamento do salgado
Acção IV.2 Sistema de garantia da qualidade
Acção IV.3 Certificação de origem
Medida V. Promoção e comercialização do sal
Acção V.1 Observatório do mercado do sal
Acção V. 2 Embalagem, distribuição e comercialização
Acção V.3 Estudo de marketing
Medida VI Diversificação da actividade museológica
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
Acção VI.1 Campanha de divulgação escolar
Acção VI.2 Concepção e implementação de actividades lúdicas
Acção VI.3 Inventariação, investigação e divulgação do património cultural do
salgado aveirense
Medida VII. Promoção turística do sal
Acção VII.1 Sinalização
Acção VII.2 Campanha de divulgação junto dos agentes turísticos
Acção VII.3 Página do sal de Aveiro
Acção VII.4 Realização anual da feira do sal
Seguidamente, na Parte III, apresenta-se pois o Plano de acção proposto, com as
Fichas relativas às sete medidas enunciadas e respectivas acções.
MEDIDA I
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA I Construção da Associação de Desenvolvimento do Salgado
OBJECTIVO
Associar os interesses dos intervenientes no salgado de Aveiro
DESCRIÇÃO
Trata-se de desenvolver o processo de construção de uma associação que reúna todos os intervenientes no salgado, bem como outros interessados na respectiva revalorização
EFEITOS
Associação de Desenvolvimento do Salgado
Plano de Formação dos
Marnotos
Recuperação das salinas
Certificação e garantia
da qualidade
Promoção e comercialização
do sal
Promoção Turística do
sal
JUSTIFICAÇÃO
O desenvolvimento do presente Plano de Acção pressupõe a existência de uma estrutura com capacidade para albergar os consensos necessários à sua realização e a protagonizar o conjunto de acções que necessitam de suporte institucional.
RESULTADOS ESPERADOS
Associação de Desenvolvimento do Salgado em funcionamento
ENTIDADES EXECUTORAS C. M. Aveiro (Coord.); entidades e indivíduos intervenientes no salgado
FONTES DE FINANCIAMENTO Contribuições dos participantes
MEDIDA II
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MEDIDA II Plano de Formação dos Marnotos
OBJECTIVO
Atrair novos marnotos Melhorar as competências habilitacionais e de gestão dos marnotos activos
DESCRIÇÃO
II. Plano de Formação dos Marnotos II.1 Certificação da profissão de marnoto II.2 Melhoria das Habilitações II.3 Formação em gestão
EFEITOS
Plano de Formação dos Marnotos
Certificação profissional ehabilitacional
Qualificação dos marnotospara a gestão
Atractividade do sectorsalícola
Dignificação da profissão
Perfil profissional
Formação inicial
Habilitações dos marnotos
Formação básicaem gestão
Estratégias dos produtores
JUSTIFICAÇÃO
A necessidade de atrair novos marnotos exige medidas ao nível da dignificação da da profissão, aconselhando medidas em duas vertentes: a dos futuros marnotos e a dos actuais marnotos. No primeiro caso, trata-se de garantir a formação de novos marnotos, mais jovens e com maiores níveis habilitacionais, fornecendo aos jovens desempregados uma possibilidade de ingresso na profissão. No segundo, de permitir aos marnotos em actividade uma formação base em gestão que lhes permita responder às exigências do presente, nomeadamente através da procura do necessário aconselhamento.
Esta é, porém, uma medida que, para ter efectivos efeitos ao nível da atracção de novos profissionais, exige também outras medidas tendentes a promover a rentabilidade da exploração.
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; ANQ116; IEFP117
FONTES DE FINANCIAMENTO PO Temático Potencial Humano
116 ANQ – Agência Nacional para a Qualificação 117 IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional
MEDIDA II
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MEDIDA II Plano de Formação dos Marnotos
ACÇÃO II.1 Certificação da profissão de marnoto
OBJECTIVO
Dignificar a profissão de marnoto
Atrair novos marnotos
DESCRIÇÃO
Definição do perfil profissional de marnoto
Construção de oferta formativa inicial para a profissão
Disponibilização de oferta formativa inicial para a profissão
JUSTIFICAÇÃO
A atracção de novos marnotos exige uma política dignifique a profissão, através da respectiva certificação. Não se encontrando entre os perfis profissionais já definidos ao nível nacional, importa, portanto, construir aquele perfil com vista a permitir o desenvolvimento de acções de formação inicial para a actividade e a respectiva certificação, atraindo novos profissionais que rejuvenesçam o grupo profissional e aumentem os respectivos níveis habilitacionais.
RESULTADOS ESPERADOS
Perfil profissional do marnoto
Formação inicial para marnotos
ENTIDADES EXECUTORAS ANQ; IEFP; Associação para o Desenvolvimento do Salgado (a)
FONTES DE FINANCIAMENTO PO Temático Potencial Humano
(a) Esta acção materializa-se através de parceria com a Agência Nacional para as Qualificações e com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, decorrendo os respectivos custos, essencialmente, do tempo utilizado pelos técnicos da CMA no processo negocial.
MEDIDA II
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA II Plano de Formação dos Marnotos
ACÇÃO II.2 Melhoria das habilitações
OBJECTIVO
Aumentar as habilitações dos marnotos
Preparar os marnotos para a formação em gestão
Certificar os marnotos profissionalmente
DESCRIÇÃO
Trata-se de utilizar as metodologias de RVCC para melhorar os níveis habilitacionais dos marnotos e certificá-los profissionalmente.
JUSTIFICAÇÃO
O baixo nível habilitacional dos marnotos constitui um factor limitativo à formação para a gestão
RESULTADOS ESPERADOS
Marnotos com maiores níveis habilitacionais e profissionalmente certificados
ENTIDADES EXECUTORAS IEFP; Associação para o Desenvolvimento do Salgado(a)
FONTES DE FINANCIAMENTO PO Temático Potencial Humano
(a) Esta acção materializa-se através de parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, decorrendo os respectivos custos, essencialmente, do tempo utilizado pelos técnicos da CMA no processo negocial.
MEDIDA II
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA II Plano de Formação dos Marnotos
ACÇÃO II.3 Formação em gestão
OBJECTIVO
Melhorar as competências em gestão dos produtores
DESCRIÇÃO
Trata-se de fornecer aos marnotos algumas noções básicas de gestão que permitam melhorar a gestão das explorações. Importa que os marnotos que frequentem estas acções de formação demonstrem competências para o respectivo aproveitamento, podendo-se, ainda, organizar as acções a desenvolver em grupos homogéneos do ponto de vista habilitacional. Estas acções deverão estar especificamente dirigidas às características destes públicos.
JUSTIFICAÇÃO
A falta de competências em gestão dos marnotos contribui para limitar a rentabilidade da exploração
RESULTADOS ESPERADOS
Marnotos com competências básicas em gestão
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado
FONTES DE FINANCIAMENTO PO Temático Potencial Humano
MEDIDA III
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA III Recuperação das salinas
OBJECTIVO
Promover o investimento de recuperação das marinhas
Garantir a qualidade da produção de sal
Melhorar as condições de trabalho dos marnotos
DESCRIÇÃO
Trata-se de mobilizar os proprietários das salinas para a respectiva recuperação, através da disponibilização de apoios públicos para o investimento necessário.
Na medida em que os apoios possíveis obrigam à apresentação de uma candidatura é necessário definir os proprietários disponíveis para o efeito. Assim, esta medida materializa-se através da mobilização dos proprietários para a apresentação de uma candidatura comum a financiamento pelo Programa Operacional da Região Centro.
Estes investimentos deveriam incluir uma vertente de melhoria das condições de trabalho dos marnotos, reforçando as medidas já referenciadas de dignificação da profissão e de atracção de novos marnotos.
EFEITOS
Apoio à recuperação das salinas
Estratégias dos proprietários
Investimento Estratégias dos produtores
Condiçõesde trabalho
Estado das salinas
Qualidade do salAtracção do sector
MEDIDA III
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
JUSTIFICAÇÃO
O estado actual das salinas de Aveiro constitui uma limitação ao desenvolvimento da actividade salícola nos padrões adequados à garantia da qualidade do sal extraído. A rentabilidade da exploração ao longo dos últimos anos, porém, não permitiu a constituição das poupanças necessárias ao financiamento daquele investimento, justificando-se, assim, no contexto da valorização do salgado de Aveiro, o apoio público àqueles investimentos, apoiando a rentabilização da actividade e a respectiva sustentabilidade futura.
O aumento da atractividade da actividade salícola aconselha a tomada de medidas no âmbito da melhoria das condições de trabalho dos marnotos.
RESULTADOS ESPERADOS
Recuperação das marinhas de Aveiro
Condições de trabalho melhoradas
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; Proprietários
FONTES DE FINANCIAMENTO PORCentro118; Instituições bancárias
118 PORCentro – Programa Operacional da Região Centro
MEDIDA IV
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA IV Certificação e garantia da qualidade
OBJECTIVO
Contribuir para a afirmação do sal de Aveiro
Garantir a qualidade do sal aveirense
DESCRIÇÃO
IV.1. Ordenamento do salgado de Aveiro
IV 2. Sistema de garantia da qualidade
IV.3. Certificação de origem
EFEITOS
Certificação e garantia da qualidade
Sistema de Garantia da Qualidade
Certificação de origem
Ordenamento do
salgado
Qualidade do sal
Qualidade da água
Volume de vendas
Rentabilidade
JUSTIFICAÇÃO
O preço de venda do sal aveirense coloca-o numa posição pouco competitiva no contexto da oferta do sal em Portugal. Assim, importa conquistar novos mercados, mais exigentes do ponto de vista da qualidade do produto.
RESULTADOS ESPERADOS
Melhor qualidade da água da Ria de Aveiro
Certificação de origem do sal de Aveiro
Sistema de garantia da qualidade do sal aveirense em funcionamento
ENTIDADES EXECUTORAS CCDR Centro119; Associação de Desenvolvimento do Salgado
FONTES DE FINANCIAMENTO POR Centro
119 CCDR Centro – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
MEDIDA IV
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA IV Certificação e garantia da qualidade
ACÇÃO IV.1 Ordenamento do salgado de Aveiro
OBJECTIVO
Garantir a qualidade do sal aveirense
DESCRIÇÃO
Trata-se de promover o ordenamento das actividades desenvolvidas na Ria de modo a garantir a protecção adequada da água e, consequentemente, de contribuir para a qualidade do sal dela extraído
JUSTIFICAÇÃO
A qualidade da água de extracção do sal marinho é condição necessária à qualidade do produto dela extraído. No entanto, o desenvolvimento de diversas actividades na Ria, algumas com consequências ambientais, aconselha a uma avaliação cuidada da respectiva compatibilidade, no sentido de permitir a tomada de medidas de prevenção e correcção.
RESULTADOS ESPERADOS
Certificação de origem do sal de Aveiro
Sistema de garantia da qualidade do sal aveirense em funcionamento
ENTIDADES EXECUTORAS CCDR Centro; Entidades privadas
FONTES DE FINANCIAMENTO POR Centro
MEDIDA IV
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA IV Certificação e garantia da qualidade
ACÇÃO IV.2 Sistema de garantia da qualidade
OBJECTIVO
Assegurar a qualidade do sal de Aveiro
DESCRIÇÃO
Trata-se de implementar um sistema de garantia da qualidade do sal aveirense comum às explorações em actividade no salgado de Aveiro.
JUSTIFICAÇÃO
A promoção do sal de Aveiro no mercado gourmet é apenas possível através da exploração das respectivas especificidades. Estas têm de ser garantidas, assim como a respectiva pureza (ausência de insolúveis). Assim, a construção de um sistema de garantia da qualidade constituirá um instrumento fundamental à segurança do consumidor relativamente à qualidade do produto adquirido.
RESULTADOS ESPERADOS
Sistema de garantia da qualidade do sal aveirense construído
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado
FONTES DE FINANCIAMENTO POR Centro
MEDIDA IV
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA IV Certificação e garantia da qualidade
ACÇÃO IV.3 CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM
OBJECTIVO
Certificar a origem do sal de aveiro
DESCRIÇÃO
Trata-se de promover a Certificação de Origem do sal aveirense
JUSTIFICAÇÃO
A promoção do sal de Aveiro no mercado gourmet exige a exploração das respectivas especificidades. Assim, a certificação de origem constitui uma garantia para o consumidor da respectiva proveniência.
RESULTADOS ESPERADOS
Certificação de Origem do sal de Aveiro
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado
FONTES DE FINANCIAMENTO POR Centro
MEDIDA V
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA V Promoção e comercialização do sal
OBJECTIVO
Adequar a produção à procura
Promover o sal de Aveiro
DESCRIÇÃO
V.1 Observatório do mercado do sal
V. 2 Embalagem, distribuição e comercialização
V. 3 Estudo de marketing
Informação aos produtores
Qualidade do sal Volume de produção
Embalagem, promoção e comercialização
Imagem DivulgaçãoCircuitos dedistribuição
Volume de vendas
JUSTIFICAÇÃO
A ausência de informação sobre o mercado constitui um obstáculo à adequação da oferta relativamente à procura. Assim, complementando a formação dos marnotos, importa fornecer-lhes informação legível sobre a evolução do mercado.
As medidas propostas para a certificação do sal aveirense são, por si só, insuficientes para garantir a conquista de novos mercados. Há, portanto, que investir na concepção de uma imagem para o sal de Aveiro e desenvolver a respectiva promoção. Simultaneamente, impõe-se também desenvolver os circuitos de distribuição compatíveis com os mercados que se pretendem conquistar, no contexto legal em vigor.
RESULTADOS ESPERADOS
Existência de um sistema de informação aos produtores sobre o mercado
Imagem do sal de Aveiro executada e utilizada na promoção do sal
Novos circuitos de distribuição do sal utilizados na respectiva comercialização
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; Empresa de comercialização do sal
FONTES DE FINANCIAMENTO PORCentro
MEDIDA V
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA V Promoção e comercialização do sal
ACÇÃO V.1 Observatório do mercado do sal
OBJECTIVO
Informar os marnotos sobre o comportamento do mercado do sal
DESCRIÇÃO
Trata-se de construir um sistema de acompanhamento do mercado, cuja análise possa ser objecto de divulgação junto dos marnotos.
JUSTIFICAÇÃO
A ausência de informação sobre o mercado constitui um obstáculo à adequação da oferta relativamente à procura. Assim, complementando a formação dos marnotos, importa fornecer-lhes informação legível sobre a evolução do mercado.
RESULTADOS ESPERADOS
Sistema de informação sobre o mercado
Informação disponível para os marnotos
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado
FONTES DE FINANCIAMENTO Associação para o Desenvolvimento do Salgado
MEDIDA V
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA V Promoção e comercialização do sal
ACÇÃO V.2 Embalagem, distribuição e comercialização
OBJECTIVO
Criar estruturas de embalagem, distribuição e comercialização do sal aveirense
DESCRIÇÃO
Constituição de empresa cuja missão deverá ser a de garantir a comercialização do sal de Aveiro no mercado gourmet, garantindo a sua embalagem, distribuição e promoção.
JUSTIFICAÇÃO
O papel desempenhado pelos armazenistas na comercialização do sal aveirense constitui uma dificuldade para a respectiva afirmação no mercado gourmet. A lei, porém, obriga a respeitar determinadas condições na comercialização do sal, devendo, portanto, criar-se uma estrutura que, ultrapassando os obstáculos colocados pelos armazenistas, desenvolva uma estratégia de afirmação do sal naquele mercado. Assim, deverá criar-se uma empresa cooperativa de produtores, com gestão profissionalizada cuja missão será a de garantir a embalagem do produto e a sua distribuição junto do comércio.
A gestão profissionalizada constituirá a garantia, junto dos produtores, do tratamento em igualdade de circunstâncias.
RESULTADOS ESPERADOS
Empresa cooperativa de comercialização do sal aveirense
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado
FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO
MEDIDA V
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA V Promoção e comercialização do sal
ACÇÃO V.3 Estudo de marketing
OBJECTIVO
Conhecer o mercado gourmet
Criar a imagem e marca do sal aveirense
Construir uma campanha de promoção do sal aveirense
DESCRIÇÃO
Trata-se de promover um estudo de marketing que, a partir do conhecimento do mercado que se pretende atingir e dos respectivos circuitos, construa a imagem, a marca e uma campanha de promoção do sal aveirense.
Este estudo e os seus resultados constitui um instrumento fundamental para a actuação da empresa referida na Acção V.2
JUSTIFICAÇÃO
A necessidade de entrar em novos mercados aconselha um estudo cuidado da respectiva procura e circuitos de distribuição, com vista a adequar a estratégia de marketing à realidade do mercado que se pretende atingir. Este estudo deve ainda contribuir para a criação da imagem e da marca do sal aveirense, instrumento importante de penetração do mercado a que se deve associar uma campanha de promoção dirigida ao público daquele tipo de mercado.
RESULTADOS ESPERADOS
Sal aveirense com uma marca e imagem próprias
Campanha de promoção concebida
Conhecido o mercado gourmet e respectivos circuitos
ENTIDADES EXECUTORAS Empresa de comercialização do sal
FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO
MEDIDA VI
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VI Diversificação da oferta museológica
OBJECTIVO
Promover a divulgação da produção de sal marinho
Dinamizar as actividades lúdicas ligadas ao salgado
Conhecer e divulgar a cultura do salgado
DESCRIÇÃO
VI.1 Campanha de divulgação escolar
VI.2 Concepção e implementação de actividades lúdicas
VI.3 Inventariação, investigação e divulgação do património cultural do salgado aveirense
EFEITOS
Diversificação da oferta museológica
Campanha de divulgação
escolar
Concepção e implementação de actividades lúdicas
Inventariação, investigação e divulgação do
património etnográfico
Divulgação do sal e do salgado
Volume de vendas
Rentabilidade
Atracção de visitantes e
turistas
MEDIDA VI
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
JUSTIFICAÇÃO
A recuperação do salgado aconselha a respectiva dinamização do sentimento de pertença da população aveirense, de modo a permitir a sua utilização enquanto elemento do produto turístico Aveiro. Por outro lado, as necessidades de oferta turística diversificada constituem uma oportunidade para a cidade e, particularmente, para o salgado, estimulando a sua utilização como espaço de lazer cultural, quer para a população das escolas do país, quer para a população de Aveiro, quer aos turistas que visitem a cidade.
RESULTADOS ESPERADOS
Divulgação do salgado de Aveiro
Diversificação da oferta cultural ligada ao salgado
ENTIDADES EXECUTORAS Câmara Municipal de Aveiro; Universidade de Aveiro
FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO
MEDIDA VI
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VI Diversificação da oferta museológica
ACÇÃO VI.1 Campanha de divulgação escolar
OBJECTIVO
Divulgar as marinhas de Aveiro junto do pessoal docente das áreas das ciências naturais e da biologia
Promover a realização de visitas de estudo nas marinhas de Aveiro
DESCRIÇÃO
Trata-se de promover uma campanha de divulgação das marinhas de Aveiro enquanto objecto de estudo nas áreas das ciências naturais e da biologia junto dos professores daquelas áreas e das escolas do País.
Para o efeito, importa criar circuitos didácticos nas marinhas que correspondam às necessidades curriculares dos ensinos básico e secundário, bem como publicar documentos de suporte à missão educativa das marinhas de Aveiro.
JUSTIFICAÇÃO
As crianças e jovens poderão constituir veículos de divulgação das marinhas aveirenses junto da população adulta de todo o País. A este instrumento, associa-se ainda a divulgação junto de uma população com a dimensão do pessoal docente.
Trata-se, ainda, de permitir a utilização das marinhas para fins de turismo didáctico e de natureza.
RESULTADOS ESPERADOS
Divulgação das marinhas de Aveiro
Percursos didácticos construídos
Documentos de apoio à utilização pedagógica das marinhas editados.
ENTIDADES EXECUTORAS Câmara Municipal de Aveiro; Universidade de Aveiro
FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO
MEDIDA VI
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VI Diversificação da oferta museológica
ACÇÃO VI.2 Concepção e implementação de actividades lúdicas
OBJECTIVO
Divulgar as marinhas de Aveiro
Promover a visita ao salgado
DESCRIÇÃO
Trata-se de desenvolver um conjunto de actividades associadas ao salgado que possam ser experimentadas pelos visitantes, diversificando os motivos de visita ao salgado. Entre elas podem incluir-se, a título de exemplo
Um jogo de damas com recurso a motivos associados ao salgado (p.ex. as peças poderiam ser constituídas por pacotes de sal de dimensões consideráveis, para que os jogadores tivessem que transportar os sacos em cada uma das jogadas);
Um dia na extracção de sal (os visitantes teriam oportunidade de desenvolver as tarefas de extracção de sal durante um dia);
Percursos de natureza no salgado (visitas para observação de espécies características do salgado);
JUSTIFICAÇÃO
A visita ao salgado de habitantes, visitantes e turistas constitui uma forma de divulgação do salgado e do sal nele produzido. No sentido de estimular aquelas visitas importa desenvolver actividades que ofereçam actividades inovadoras e atractivas.
RESULTADOS ESPERADOS
Divulgação das marinhas de Aveiro
Actividades de lazer diversificadas oferecidas no Museu da Troncalhada
Percursos de natureza construídos
ENTIDADES EXECUTORAS Câmara Municipal de Aveiro; Universidade de Aveiro
FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO
MEDIDA VI
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VI Diversificação da oferta museológica
ACÇÃO VI.3 Inventariação, investigação e divulgação do património cultural do salgado aveirense
OBJECTIVO
Conhecer o património etnográfico do salgado
Divulgar o património etnográfico do salgado
DESCRIÇÃO
Trata-se de desenvolver um conjunto de actividades que aprofundem a ligação entre a cidade e o salgado, através da promoção de estudos de inventariação, investigação e divulgação do seu património, nomeadamente através do Eco-museu, de publicações a editar e da internet.
JUSTIFICAÇÃO
Está difusa a ligação entre a cidade e o salgado, factor que limita o respectivo aproveitamento turístico, procurando-se, com esta medida, estimular aquela ligação, conferindo aos habitantes da cidade um papel importante na divulgação do sal e do salgado.
RESULTADOS ESPERADOS
Património etnográfico do salgado conhecido.
ENTIDADES EXECUTORAS Câmara Municipal de Aveiro; Universidade de Aveiro
FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO
MEDIDA VII
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VII Promoção turística do sal
OBJECTIVO
Promover o turismo e a visita às salinas
Promover o sal de Aveiro
DESCRIÇÃO
VI.1 Sinalização
VI.2 Campanha de divulgação junto dos agentes turísticos
VI.3 Página do sal de Aveiro
VI.4 Realização anual da feira do sal
EFEITOS
Promoção turística do sal
Campanha de divulgação junto
dos agentes turísticos
Sinalização
Página web
Divulgação do salgado no mercado turístico
Volume de vendas
Rentabilidade
Atracção de visitantes e
turistas
Feira do Sal
Informação a turistas e visitantes
Divulgação do salgado no mercado nacional
Divulgação do salgado no mercado nacional
Divulgação do sal nos mercados nacional e
internacional
MEDIDA VII
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
JUSTIFICAÇÃO
A atracção de visitantes e turistas à ria de Aveiro e, especificamente, às marinhas constitui um instrumento de promoção do sal associando o produto ao local visitado.
A visita às marinhas deve, porém, ser estimulada, nomeadamente através de uma adequada sinalização na Cidade. No entanto, esta é insuficiente para incluir o salgado no produto turístico Aveiro. Há, portanto, que mobilizar os agentes turísticos no sentido de divulgarem as marinhas enquanto factor de atracção de turistas, divulgação que deverá também fazer-se através da internet e da realização de eventos com expressão internacional.
RESULTADOS ESPERADOS
Divulgação das marinhas de Aveiro e, consequentemente, do sal nelas produzido.
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; CMA
FONTES DE FINANCIAMENTO PIT120; CMA
120 PIT – Programa de Intervenção do Turismo
MEDIDA VII
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VII Promoção turística do sal
ACÇÃO VII.1 Sinalização
OBJECTIVO
Divulgar as marinhas de Aveiro junto dos visitantes e turistas da Cidade
Dinamizar as visitas às marinhas
DESCRIÇÃO
Trata-se de promover as visitas às marinhas de visitantes e turistas da Cidade, nomeadamente através de uma adequada sinalização na Cidade.
JUSTIFICAÇÃO
A atracção de visitantes às marinhas passa pelo conhecimento da respectiva existência e pela indicação dos caminhos para chegar ao Ecomuseu Marinha da Troncalhada a partir do qual se iniciarão as visitas, nos diferentes percursos temáticos disponíveis.
RESULTADOS ESPERADOS
Divulgação das marinhas de Aveiro e, consequentemente, do sal nelas produzido.
ENTIDADES EXECUTORAS CMA
FONTES DE FINANCIAMENTO PIT
MEDIDA VII
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VII Promoção turística do sal
ACÇÃO VII.2 Campanha de divulgação junto dos agentes turísticos
OBJECTIVO
Divulgar as marinhas de Aveiro junto dos agentes turísticos
Promover a divulgação das marinhas de Aveiro
DESCRIÇÃO
Trata-se de promover uma campanha de divulgação das marinhas de Aveiro junto dos operadores turísticos, associando as marinhas ao produto turístico Aveiro, promovendo, consequentemente, a visita às marinhas e ao Ecomuseu Marinha da Troncalhada, dinamizando, em simultâneo, a venda de sal na óptica do merchandising do turismo aveirense.
JUSTIFICAÇÃO
A entrada do sal aveirense no mercado gourmet obriga a um esforço importante de promoção para a qual a actividade turística pode ser um importante contributo, na medida em que pode transformar cada turista/ visitante num instrumento de divulgação.
RESULTADOS ESPERADOS
Divulgação das marinhas de Aveiro e, consequentemente, do sal nelas produzido.
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; CMA
FONTES DE FINANCIAMENTO CMA
MEDIDA VII
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VII Promoção turística do sal
ACÇÃO VII.3 Página do sal de Aveiro
OBJECTIVO
Divulgar as marinhas de Aveiro
Promover a divulgação das marinhas de Aveiro
DESCRIÇÃO
Trata-se de divulgar a actividade salícola através da internet, nomeadamente através do desenvolvimento de uma página com link para o endereço electrónico da CM de Aveiro, no qual se divulgassem os processos de produção e as ofertas museológicas e de lazer associadas ao sal, e que constituísse factor de atracção de futuros visitantes.
JUSTIFICAÇÃO
Não existe na internet uma oferta nacional relativa ao salgado que permita a respectiva divulgação e estimule a visita.
RESULTADOS ESPERADOS
Página na internet sobre o sal de Aveiro.
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; CMA
FONTES DE FINANCIAMENTO POR CENTRO
MEDIDA VII
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
MEDIDA VII Promoção turística do sal
ACÇÃO VII.4 Realização anual da feira do sal
OBJECTIVO
Divulgar o sal de Aveiro
Aprofundar a imagem das marinhas ligadas ao produto turístico Aveiro
DESCRIÇÃO
Trata-se de promover a realização de um conjunto de eventos ligados ao produto e à cultura da extracção de sal, de modo a atrair turistas e visitantes, bem como a divulgar a imagem e a marca do sal aveirense e a associar as marinhas ao produto turístico Aveiro.
JUSTIFICAÇÃO
A promoção do sal de Aveiro passa também pela divulgação da cultura ligada à respectiva extracção que justifica a realização de um evento capaz de contribuir para a projecção do sal de Aveiro
RESULTADOS ESPERADOS
Divulgação do sal aveirense
ENTIDADES EXECUTORAS Associação para o Desenvolvimento do Salgado; CMA
FONTES DE FINANCIAMENTO PIT
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 159
ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO AOS PROPRIETÁRIOS DAS SALINAS
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 160
Questionário aos proprietários das salinas
Grupo 1 – Caracterização do Proprietário
Pessoa individual ____ (passe para 1.1) Pessoa Colectiva ____ (passe para 1.2)
1.1 Identificação Individual
Nome: _____________________________________________________________
Sexo: ____________
Idade: ____________
Habilitações: ____________
Percurso profissional: ________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Actividade profissional principal (actual):__________________________________
1.2 Identificação colectiva
Designação: _______________________________________________________
Natureza jurídica: ___________________________________________________
CAE (actividade principal): ____________________________________________
Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 161
Grupo 2 – Caracterização das salinas possuídas
2.1 – Número _________
2.2 – Caracterização individual das salinas:
Nº de marnotos e trabalhadores Designação Dimensão (referenciar
medida m2, ha) Actual Evolução recente (1995-2005) do nº de trabalhadores:
(Cresceu, manteve ou diminuiu)
Situação contratual maioritária dos trabalhadores
(Sem vínculo, Trabalhador independente ou Contratado)
Salina 1
Salina 2
Salina 3
Salina 4
Salina 5
Salina 6
Salina 7
Salina 8
Total
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 162
2.2 – Caracterização individual das salinas (cont.)
Utilização dada Motivo da Posse (herança, aquisição, ou
doação)
Historial da Marinha (anos que a possui e designação de anteriores proprietários) Actualmente Outras utilizações no passado (quais e
razão da reconversão)
Salina 1
Salina 2
Salina 3
Salina 4
Salina 5
Salina 6
Salina 7
Salina 8
Total
MultiAveiro – Projectos de Formação e Investimentos, Lda.
163
Grupo 3 – Caracterização da exploração das suas salinas
3.1 – situação actual e evolução recente
Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação
Produto A -
Produto B -
Produção Produtos produzidos
Produto C -
Total ________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Produto A ________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Produto B ________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Prod
uçã
o (ton)
Produto C ________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de salinas em actividade
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de marnotos em actividade
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de trabalhadores
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Habilitações maioritárias dos marnotos
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Despesa com as marinhas em 2005
(tipo e montante),
________(€) n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Receita com as marinhas em 2005 (tipo e montante)
________(€) n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Peso relativo do rendimento das marinhas no seu rendimento anual
________(%) n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 164
3.2 - Evolução recente (1995–2005) da tecnologia utilizada:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Grupo 4 – Circuito de Comercialização do sal
4.1 – Principais consumidores do sal produzido nas suas marinhas
Não sabe ___ Justificação: ________________________________________
___________________________________________________________
Tipologia de consumidores Designação do sector e / ou da localização %
Indústria transformadora
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
Cooperativa / Associação de produtores
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
Comércio Retalhista
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
Panificação Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
Restauração
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
Consumidores particulares
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
4.1.1 – Existem dificuldades na comercialização do sal (assinale com x):
sim___não___Se sim:
Quais as maiores dificuldades: ____________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 165
Possíveis soluções: ________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4.1.2 – Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais consumidores do sal marinho artesanal (assinale com x):
sim ___ não ___ n/ sabe___ n/ resp__
Se sim, as alterações foram: __________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4.2 – Mercados consumidores do sal marinho artesanal e % de quota
Não sabe ___ Justificação: ________________________________________
___________________________________________________________
Peso relativo aproximado
Princ. Locais e tipo de consumidores
mercado local
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
mercado regional
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
mercado nacional
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
mercado interna-cional
Sim ___
Não ___
n/ sabe __ n/ resp __
___ % do total de sal comercializado
4.2.1 - Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais mercados consumidores do sal marinho artesanal (assinale com x):
sim ___ não ___ n/ sabe___ n/ resp__
Se sim, as alterações foram: __________________________________________
__________________________________________________________________
4.3 - Evolução recente (1995–2005) do mercado, e respectivas justificações, aos níveis:
4.3.1 - da procura: cresceu __ manteve __ diminuiu __ n/ sabe___ n/ resp__
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 166
Justificação: _______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4.3.2 - da oferta: cresceu __ manteve __ diminuiu __ n/ sabe___ n/ resp__
Justificação: _______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4.3.3 - da concorrência: cresceu__ manteve__ diminuiu__ n/ sabe___ n/ resp__
Justificação: _______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Grupo 5 – Perspectivas Futuras
5.1 Perspectivas futuras para as suas marinhas
5.1.1 – Perspectivas, e respectiva justificação, de utilização futura:
- manter estado actual:___
- vender:___
- arrendar:___
- desactivar a exploração:___
- reutilizar na salinicultura:___
- reconverter:___ Actividade / fins: ____________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 167
Justificação (análise da sustentabilidade económica da utilização prevista):
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
5.2 Perspectivas futuras para as marinhas da cidade de Aveiro
5.2.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
5.2.2 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
5.3 - Importância do salgado para a Cidade de Aveiro
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 168
5.4. Sabe se estão a ser tomadas acções/ medidas visando a revitalização do Salgado de Aveiro? Caso saiba, enuncie-as (caso não saiba, passe para 5.4.1.2):
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
5.4.1 No seu entender, aquelas medidas são adequadas?
sim __ (passe para 5.4.1.1) não __ (passe para 5.4.1.2)
5.4.1.1. Porquê?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
5.4.1.2 Quais consideraria (mais) adequadas?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Fim. Obrigado pela colaboração
Observações
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da Entrevista: _______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 170
Questionário aos marnotos
Grupo 1 – Caracterização do marnoto
1.1 Caracterização Pessoal
sexo: ____________
idade: ____________
habilitações: ____________
percurso profissional: ________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
actividade profissional principal (actualmente):_____________________________
1.2 - Caracterização Profissional como marnoto (caso aplicável, caso não esteja a exercer perguntar ano em que deixou de ser marnoto ___________ e motivo para o abandono ____________________________________________________
__________________________________________________________________ passando depois para a questão 2.2)
Designação da(s) marinha(s) e do(s) proprietário(s) da(s) salinas
Marinha(s) _____________________________________
______________________________________________
Proprietário(s) __________________________________
______________________________________________
Parte da Marinha que explora
______________________________________________
Dimensão das marinhas onde Trabalha e percentagem de utilização
Dimensão das marinhas __________________________
______________________________________________
Percentagem de utilização para a produção de sal_______ ________________________________________________
Periodicidade da prestação (Set-Out) (assinale com x)
Contínua ___ Sazonal ___ Pontual ____
Condição perante o trabalho (assinale com x)
Patrão ___
Trabalhador por conta de outrem ___
Trabalhador por conta própria ___
Outra situação ___. Qual: _________________________
Regime contratual, caso aplicável, (assinale com x)
Sem vínculo (a dias) ___
Trabalhador independente (recibos verdes) ___
Contratado: termo / prazo __; sem termo / efectivo __
Duração semanal do trabalho (horas)
Até 14 horas ___ De 35 a 39 horas ___
De 15 a 29 horas ___ De 40 a 44 horas ___
De 30 a 34 horas ___ 45 ou mais horas ___
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 171
1.2 - Caracterização Profissional como marnoto (cont.)
Rendimento (ilíquido) mensal auferido (€) com a actividade de marnoto (assinale com x)
Menos de 250 ___ De 1000 a 1499 ___
De 250 a 299 ___ De 1500 a 2499 ___
De 300 a 399 ___ De 2500 a 3749 ___
De 400 a 499 ___ De 3750 a 4999 ___
De 500 a 749 ___ De 5000 e mais ___
De 750 a 999 ___
Grupo 2 – Caracterização da exploração das marinhas
2.1 – Situação actual e evolução recente das marinhas onde exerce actividade (assinale com x)
Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação
Produção (ton)
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de trabalhadores
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Receitas da venda do sal, caso aplicável
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 172
2.2 – Situação actual e evolução recente do conjunto das marinhas (exploradas) de Aveiro:
Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação
Produção (ton)
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de marinhas em actividade
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de marnotos
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de trabalhadores
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Receitas provenientes da venda do sal, caso aplicável
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Grupo 3 – Mercado Local do Sal
3.1 - A quem se vende o sal produzido localmente
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.1.1 – Existem dificuldades na comercialização do sal (assinale com x):
sim___não___Se sim:
Quais as maiores dificuldades: ____________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Possíveis soluções: ________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 173
3.2 - Utilização do sal produzido localmente
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.2.1 – Comparando o sal marinho artesanal produzido em Aveiro com o de outras regiões, assinale:
Aspectos mais positivos: _______________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Aspectos mais negativos: ______________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Grupo 4 – Perspectivas Futuras
4.1 - Importância do salgado para a Cidade de Aveiro
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4.2 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4.3 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 174
4.4 - No seu entender, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização do Salgado de Aveiro:
sim __ (passe para 4.4.1) não __ (passe para 4.4.2)
4.4.1. Quais e porquê: _____________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
4.4.2. Porquê e medidas propostas: __________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Fim. Obrigado pela colaboração
Observações:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da entrevista:_______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 175
ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO ÀS ASSOCIAÇÕES DE PRODUTORES DE SAL
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 176
Questionário às Associações de produtores de sal
Grupo 1 – Caracterização da Associação
1.1 – Designação da Entidade: __________________________________________________________
1.2 – Anos: de Constituição ____________________ de início de actividade ______________________
1.3 – Área Geográfica de intervenção da Associação (Freguesia, Concelho, Distrito): ___________________________________________________________________________________
1.4– Nº actual de associados ________
1.3.1. Nos últimos 10 anos (1995-2005), o nº de associados (assinale com x):
cresceu ________ manteve ________ diminuiu ________
1.4 – Principais serviços prestados aos associados:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Grupo 2 – Caracterização da exploração das salinas na sua área de Abrangência
2.1 – situação actual e evolução recente (assinale com x)
Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação
Produção (ton) ________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de salinas em actividade
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de marnotos ________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Nº de trabalhadores
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 177
2.2 – Principais características dos actores envolvidos
2.2.2 – Marnotos
sexo maioritário: ____________
habilitações médias: ____________
idade média: ____________
‘origem’ maioritária das marinhas (assinale com x): herdada __ comprada __ arrendada __ emprestada __ doada __
profissão principal dominante: ___________________________________________________________
2.2.3 – Trabalhadores
sexo maioritário: ____________
habilitações médias: ____________
idade média: ____________
profissão principal dominante: ___________________________________________________________
2.3 – Caso aplicável, evolução das despesas e receitas da produção do sal (assinale com x)
Actual – ano 2005 Evolução recente (1995 a 2005) e Justificação
Despesas com a produção de sal em 2005 (€)
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Receitas da produção do sal em 2005 (€)
________ n/ sabe __ n/ resp __
cresceu __
manteve __
diminuiu __
Grupo 3 – Circuito de Comercialização do sal
3.1 – Consumidores do sal marinho artesanal da área de abrangência da Associação e % de quota em 2005 (assinale com x)
Designação do sector e / ou da localização % do total de sal
comercializado
Indústria transformadora
Sim ___
Não ___
___ % do total
Comércio retalhista
Sim ___
Não ___
___ % do total
Panificação Sim ___
Não ___
___ % do total
Restauração Sim ___
Não ___
___ % do total
Consumidores particulares
Sim ___
Não ___
___ % do total
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 178
3.1.1 – Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais consumidores do sal marinho artesanal da região (assinale com x): sim ___ não ___
Se sim, as alterações foram: __________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.2 – Mercados consumidores do sal marinho artesanal e % de quota em 2005 (assinale com x)
Peso relativo aproximado
Princ. locais e tipo de consumidores
mercado local Sim ___
Não ___
___ % do total de sal comercializado
mercado regional
Sim ___
Não ___
___ % do total de sal comercializado
mercado nacional
Sim ___
Não ___
___ % do total de sal comercializado
mercado internacional
Sim ___
Não ___
___ % do total de sal comercializado
3.2.1 - Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais mercados consumidores do sal marinho artesanal da região (assinale com x): sim ___ não ___
Se sim, as alterações foram: __________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Grupo 4 – Análise Comparativa
4.2.1 – Comparando o sal marinho artesanal produzido nesta região com o de outras, assinale:
Aspectos mais positivos: ____________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Aspectos mais negativos: ______________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 179
Grupo 5 – Perspectivas Futuras
5.1 - Importância do salgado na região
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
5.2 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal na região e no País e respectiva justificação
região: _____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
País: _______________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
5.3 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)
região: _____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
País: _______________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
5.4 - Considera importante a revitalização da produção de sal artesanal:
sim __ não __
Justificação: ________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 180
Caso considere importante, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização da produção artesanal (na Região e no País):
Na Região: sim __ (passe para 5.4.1) não __ (passe para 5.4.2)
No País: sim __ (passe para 5.4.1) não __ (passe para 5.4.2)
5.4.1 - Porquê: Na região __________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
No País _____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
5.4.2 - Que medidas considera necessárias? Na região ___________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
No País _____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Fim. Obrigada pela Colaboração
Observações:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da entrevista:_______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 181
ANEXO 4 - QUESTIONÁRIO ÀS INDÚSTRIAS CONSUMIDORAS DE SAL
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 182
Questionário aos estabelecimentos consumidores de sal marinho artesanal
Grupo 1 – Identificação do Estabelecimento
Designação: _______________________________________________________
Natureza jurídica: ___________________________________________________
CAE (actividade principal): ____________________________________________
Nº de Trabalhadores actual: _________________
Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________
Grupo 2 –Consumo do sal
2.1 – Quantidade:
. adquirida no último ano (2005)_________ (referir unidade de medida)
. vendida no último ano (2005)_________ (referir unidade de medida)
2.1.1 – Nos últimos anos (1995/ 2005) a quantidade
. adquirida por ano (assinale com x): cresceu __ manteve __ diminuiu __
. vendida por ano (assinale com x): cresceu __ manteve __ diminuiu __
2.1.1.1 Razões apontadas para a evolução verificada:
na aquisição : _______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
na venda : __________________________________________________________________________
2.2 – Onde adquire o sal e local(ais) de proveniência do mesmo:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.3 – Aquisição do sal marinho artesanal de Aveiro:
- já comprei no passado, mas actualmente não ___
- comprei e continuo a comprar ___
- compro, mas penso deixar de comprar ____
- não compro, mas penso vir a comprar ____
- não compro, nem penso vir a comprar ____
Justificação: ______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 183
2.4 – Tendo por referência o sal de Aveiro, e enquanto consumidor deste produto, refira (caso aplicável) quais são:
2.4.1 – os seus pontos fracos: ________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
2.4.2 – os seus pontos fortes / factores competitivos: _________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
2.4.3 – principais consumidores e utilizações
Designação do sector e fim a que se destina % do total de sal
comercializado
Indústria transformadora
Sim ___
Não ___
___ % do total
Comércio retalhista
Sim ___
Não ___
___ % do total
Panificação Sim ___
Não ___
___ % do total
Restauração Sim ___
Não ___
___ % do total
Consumidores particulares
Sim ___
Não ___
___ % do total
2.4.3.1 – Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais consumidores do sal marinho artesanal (assinale com x): sim ___ não ___
Se sim, as alterações foram: __________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
2.4.4 – Mercados consumidores do sal marinho artesanal e % de quota em 2005 (assinale com x)
Peso relativo aproximado
Princ. Locais e tipo de consumidores
mercado local Sim ___
Não ___
___ % do total de sal comercializado
mercado regional
Sim ___
Não ___
___ % do total de sal comercializado
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 184
Peso relativo aproximado
Princ. Locais e tipo de consumidores
mercado nacional
Sim ___
Não ___
___ % do total de sal comercializado
mercado internacional
Sim ___
Não ___
___ % do total de sal comercializado
2.4.4.1 - Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações nos principais mercados consumidores do sal marinho artesanal (assinale com x): sim ___ não ___
Se sim, as alterações foram: _____________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Grupo 3 – Perspectivas de evolução da exploração e do consumo do sal marinho artesanal
3.1 – Na sua opinião, nos próximos anos o consumo de sal marinho artesanal de Aveiro vai (assinale com x):
crescer __ manter __ diminuir __
Justificação: ______________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.2 – Quais são, na sua opinião, os principais concorrentes dos produtores e produto ‘sal de Aveiro’:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.3 – Existem perspectivas de novas utilizações para este sal (assinale com x):
sim __ não __
Justificação e, caso aplicável, quais: ______________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Resumindo, qual a sua opinião acerca do futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 185
Grupo 4 - Perspectivas futuras para as marinhas da cidade de Aveiro
4.1 - Viabilidade económica do salgado de Aveiro e em que domínio (produção de sal, turismo, …)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4.2 - Importância do salgado para a Cidade de Aveiro
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4.3 - No seu entender, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização do Salgado de Aveiro (caso aplicável):
sim __ (passe para 4.3.1) não __ (passe para 4.3.2)
4.3.1. Quais e porquê: ____________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
4.3.2. Porquê e medidas propostas: __________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Fim. Obrigada pela Colaboração
Observações:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da entrevista:_______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 186
ANEXO 5 - QUESTIONÁRIO AOS EXCURSIONISTAS / TURISTAS DA
CIDADE DE AVEIRO121
121 O presente questionário foi traduzido em quatro línguas, a saber: espanhol, francês, inglês e alemão, apresentando-se aqui apenas a versão em Português.
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 187
A empresa MULTIAVEIRO encontra-se a realizar, para a Câmara Municipal de Aveiro, o estudo sobre o Salgado de Aveiro, onde se integra o presente questionário.
A sua resposta ao questionário é confidencial. Obrigado pela colaboração.
Grupo 1 – Caracterização Pessoal
Sexo: Masculino___ Feminino ___ Idade: ___ Habilitações:_______________ Profissão actual: _________________ País de residência habitual: _____________
Grupo 2 – Motivação para a deslocação a Aveiro
2.1 - Assinale com um x, os principais motivos (no máximo 3) para a visita à Cidade de Aveiro:
1. Sol-Praia ���� 2. Cultura � 3. Família/ amigos � 4. Desporto � 5. Saúde � 6. Negócios � 7. Político � 8. Religioso � 9. Outro. Qual: ___________________________________ �
2.2 - Assinale com um x, o que já visitou e pretende visitar durante a sua visita a Aveiro:
Já visitou Pretende visitar
1. Museus � � 2. Igrejas e Capelas � � 3. Universidade � � 4. Reserva Natural das dunas de Sº Jacinto � � 5. Centro Cultural e de Congressos � � 6. Fábrica da Ciência Viva � � 7. Teatro Aveirense � � 8. Salinas � � 9. Arquitectura / Arte Nova � � 10. Ria � � 11. Praia � � 12. Outro. Qual:_______________________ � �
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 188
Grupo 3 – Caracterização da Visita
3.1 – Relativamente à sua estadia na Cidade, assinale com um x o número de:
0 1 2 3-5 6-10 11-15
16-20
+ de 21
Dias Noites
Horas
Pessoas que viajam consigo
3.2 - Tem conhecimento da existência de produção de sal na cidade (assinale com x):
sim ___ (passe para questão 3.2.1) não ___ (passe para a questão 3.3)
3.2.1 - Se sim, visitou / pretende visitar os locais de produção de sal (assinale com x):
sim ___ (passe para questão 3.2.1.1) não ___ (passe para questão 3.2.2)
3.2.1.1 - Se sim, qual a sua opinião sobre esses locais (assinale com x):
Negativa ___ Positiva ___ Ainda não sei ___
3.2.2 – Comprou sal de Aveiro (assinale com x)?
sim__(passe para 3.2.2.1) não, mas estou interessado__ (passe para 3.2.2.1) não__ (passe para 3.3)
3.2.2.1 – Para que efeito comprou/ comprará o sal (assinale com x):
Culinária ___ Recordação pessoal___ Oferta ___ Outro ___________
3.3 – Tem intenção de regressar à cidade de Aveiro (assinale com x):
sim ___ (passe para 3.3.1) não ___ (Fim. Obrigado pela Colaboração)
3.3.1 - Se sim, tem intenção de regressar para:
ficar mais tempo ___ trazer novos amigos/ familiares ___
visitar mais coisas ___ outro motivo___ Qual________________________
3.3.1.1 – Quando voltar à cidade, pretende visitar os locais de produção de sal
sim ___ não ___
Fim. Obrigado pela Colaboração!
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 189
ANEXO 6 – GUIÕES DE ENTREVISTA – ASSOCIAÇÕES E OUTROS INTERLOCUTORES
PRIVILEGIADOS
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 190
6.1 ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE AVEIRO
Guião de Entrevista _ Associação Comercial de Aveiro
Grupo 1. Caracterização do Interlocutor
1.1 Identificação
Designação e objectivos da Entidade:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Natureza jurídica: ___________________________________________________
CAE (actividade principal): ____________________________________________
Nº de Trabalhadores actual: _________________
Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________
Grupo 2 – Os consumidores regionais de Sal
2.1 Tem conhecimento dos principais estabelecimentos comerciais que comercializam sal122 (assinale com x):
sim ___ (passe para 2.1.1) não ___ (passe para 3.1) não sabe (passe para 3.1) ____
2.1.1 – Caso sim, indique, por favor:
Designação do Estabelecimento (se
possível)
Tipo de mercado a que se dedicam (local, regional, nacional,
internacional)
Peso relativo do consumo de sal pelo
sector no total comercializado
2.2 Nos últimos anos (1995-2005) verificaram-se alterações
2.2.1 nos principais agentes comerciais de sal na região (assinale com x):
sim ___ não ___ não sabe ____
Se sim, as alterações foram: __________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
122 Independentemente do seu tipo (artesanal ou não) e local de proveniência
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 191
2.3 Os estabelecimentos comerciais do Distrito comercializam sal marinho artesanal de Aveiro (assinale com x):
sim ___ (passe para 2.3.1) não ___ (passe para 2.3.2) não sabe (passe para 3.1) ____
2.3.1 Refira o fim (turismo, consumo doméstico, …) a que o mesmo se destina e a razão para a sua comercialização (qualidade, características, …):___________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
2.3.2 Refira o motivo: ________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Grupo 3 – A viabilidade económica do Produto sal marinho artesanal de Aveiro
3.1 Na opinião, o produto sal marinho artesanal de Aveiro possui viabilidade económica:
sim __ (passe para 3.1.1) não __ (passe para 3.1.2) não sabe __ (Fim. Obrigada pela Colaboração)
3.1.1. Caso sim, em que áreas (turismo, comércio, …):
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
3.1.2 Caso não, porquê:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
3.2 Na sua opinião, quais as medidas que poderiam ser adoptadas (e em que áreas) para
aumentar a viabilidade económica da exploração deste produto:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Fim. Obrigada pela Colaboração
Observações:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da entrevista:_______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 192
6.2 Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
Guião _ CCDRC
Grupo 1. Caracterização do Interlocutor
1.1 Identificação
Designação e objectivos da Entidade:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Natureza jurídica: ___________________________________________________
Nº de Trabalhadores actual: _________________
Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________
Grupo 2 – O salgado de Aveiro e a economia local
2.1 – Avaliação da importância da exploração do sal:
2.1.1 Para a economia local (e respectiva justificação, especificando sectores)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.1.1.1 Evolução recente (1995-2005) desta importância:
cresceu _____ manteve _____ diminuiu _____ não sabe____
Justificação: ________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.2 Quais os pontos fortes e fracos actuais da produção artesanal de sal em Aveiro para a sua ‘exploração’ em termos económicos:
. pontos fortes (acessibilidades, enquadramento natural, …): _______________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
. pontos fracos (declínio, caminhos, divulgação,…): _______________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.3 - Considera importante a revitalização da produção de sal artesanal:
sim __ não __
Justificação: ________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 193
Caso considere importante, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a sua revitalização:
sim __ (passe para 2.3.1) não __ (passe para 2.3.2)
2.3.1 Quais e porquê: ____________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2.3.2 Porquê e medidas propostas: _________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Grupo 3 – Perspectivas Futuras
3.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.2 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Fim. Obrigada pela Colaboração
Observações:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da entrevista:_______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 194
6.3 DEPARTAMENTO DE AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
Guião _ Interlocutores na Área do Ambiente e Ordenamento
Grupo 1. Caracterização do Interlocutor
Pessoa individual ____ (passe para 1.1) Pessoa Colectiva ____ (passe para 1.2)
1.1 Identificação Individual
Nome: _____________________________________________________________
Sexo: ____________
Idade: ____________
Habilitações: ____________
Percurso profissional: ________________________________________________
Actividade profissional principal (actualmente):_____________________________
Cargo (designação e antiguidade no posto): _______________________________
1.2 Identificação colectiva
Designação e objectivos da Entidade (solicitar estatutos ou regulamento, caso aplicável):
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Natureza jurídica: ___________________________________________________
CAE (actividade principal): ____________________________________________
Nº de Trabalhadores actual: _________________
Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________
Grupo 2 – O salgado, a Cidade e o meio ambiente
2.1 – Avaliação da importância da exploração do sal:
2.1.1 Para a Cidade de Aveiro
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.2 - Nas últimas décadas tem-se assistido ao abandono da actividade da salinicultura devido à conjugação de uma série de factores. No seu entender quais os mais determinantes:
__________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 195
2.3 - O abandono da actividade da salinicultura comporta, certamente, uma série problemas do ponto de vista ambiental. Quais:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.4 – Considera que os instrumentos de política ambiental/ordenamento aplicáveis (Corine, Avifauna, REN, RAN e PDM, entre outros) são um garante da protecção desta área da Ria de Aveiro. De que modo estes instrumentos condicionam a actividade salícola e outras actividades alternativas ou complementares (aquacultura, turismo ...)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.5 - As actividades alternativas/complementares à actividade salícola são, entre outras, a aquacultura, o turismo (ornitológico, ambiental, paisagístico) ... Considera estas actividades viáveis. A aposta nestas actividades alternativas ou complementares poderão alterar os equilíbrios existentes. De que forma:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.6 - No seu entender, é importante a revitalização da produção de sal artesanal em Aveiro:
sim __ não __
Justificação: ________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Caso considere importante, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para essa revitalização:
sim __ (passe para 2.2.1) não __ (passe para 2.2.2)
2.6.1. Quais e porquê: _____________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2.6.2. Porquê e medidas propostas: __________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 196
2.7 Quais os pontos fortes e fracos actuais da produção artesanal de sal em Aveiro para a sua ‘exploração’ em termos económicos:
. pontos fortes (acessibilidades, enquadramento natural, …): _______________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
. pontos fracos (declínio, caminhos, divulgação,…): _______________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Grupo 3 – Perspectivas Futuras
3.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.2 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Fim. Obrigado pela sua colaboração
Observações:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da entrevista:_______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 197
6.4 DIRECÇÃO REGIONAL DAS PESCAS E AQUICULTURA DO CENTRO
Guião de entrevista – Direcção Regional das Pescas e Aquicultura do Centro
1. Grupo 1 – Caracterização do Interlocutor
1.1 Identificação colectiva
Designação e objectivos da Entidade:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Natureza jurídica: ___________________________________________________
Nº de Trabalhadores actual: _________________
Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________
Grupo 2 – O salgado e a economia local
2.1 – Avaliação da importância da exploração do sal:
2.1.1 Para a economia local (e respectiva justificação, especificando sectores)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.1.1.1 Evolução recente (1995-2005) desta importância:
cresceu _____ manteve _____ diminuiu _____ não sabe____
Justificação: ________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Caso tenha diminuído, nas marinhas de Aveiro, a produção de sal está a ser substituída por outras actividades económicas:
Sim ___ Não ____ Não sabe ____
Se sim, enuncie quais as actividades: ____________________________________
e as razões para essa substituição: ______________________________________
Se não, o que pensa que irá acontecer às marinhas de Aveiro a curto prazo: _____
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 198
2.2 Quais os pontos fortes e fracos actuais do salgado de Aveiro para a sua ‘exploração’ em termos económicos:
. pontos fortes (acessibilidades, enquadramento natural/ …): _______________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
. pontos fracos (declínio/ caminhos/ divulgação): ________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.3 - No seu entender, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização do Salgado de Aveiro:
sim __ (passe para 2.3.1) não __ (passe para 2.3.2)
2.3.1. Quais e porquê: _____________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2.3.2. Porquê e medidas propostas: __________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Grupo 3 – Perspectivas Futuras
3.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.2 - Viabilidade económica do salgado e em que área (produção de sal, turismo, …)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Fim. Obrigado pela Colaboração
Observações:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da entrevista:_______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 199
6.5 FEDRAVE
Guião _ FEDRAVE
Grupo 1. Caracterização do Interlocutor
1.1 Identificação
Designação e objectivos da Entidade:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
CAE (actividade principal): ____________________________________________
Natureza jurídica: ___________________________________________________
Nº de Trabalhadores actual: _________________
Anos de: constituição ________ e de início de actividade ________
Grupo 2 – O salgado de Aveiro e a Cidade
2.1 – Avaliação da importância da exploração do sal:
2.1.1 Para a Cidade de Aveiro (e respectiva justificação)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.1.1.1 Evolução recente (1995-2005) desta importância:
cresceu _____ manteve _____ diminuiu _____ não sabe____
Justificação: ________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.1.2 Para a economia local (e respectiva justificação, especificando áreas)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.1.2.1 Evolução recente (1995-2005) desta importância:
cresceu _____ manteve _____ diminuiu _____ não sabe____
Justificação: ________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 200
2.2 - No seu entender, considera importante a revitalização da produção de sal artesanal
sim __ não __
Justificação: ________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Caso considere importante, estão a adoptar-se as acções / medidas adequadas para a revitalização da produção artesanal de sal em Aveiro:
sim __ (passe para 2.2.1) não __ (passe para 2.2.2)
2.2.1 Quais e porquê: ____________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2.2. 2. Porquê e medidas propostas: _________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Grupo 3 – Perspectivas Futuras
3.1 - Perspectivas para o futuro da exploração do sal marinho artesanal em Aveiro e respectiva justificação
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.2 - Viabilidade económica do salgado e em que domínio (produção de sal, turismo, …)
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Fim. Obrigada pela Colaboração
Observações:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Data da entrevista:_______________
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 202
Variável nº Motricidade
4 17 7 17 8 17
13 16 43 14 46 13 5 12
42 12 9 11
16 11 17 11 40 11 27 10 36 10 47 10 6 9
32 9 39 9 1 8 2 8 3 8
12 8 14 8 18 8 20 8 34 8 38 8 10 7 15 7 31 7 19 6 21 6 24 6 25 6 26 6 48 6
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 203
(Continuação)
Variável nº Motricidade
49 6 22 5 30 5 33 5 11 4 28 4 35 4 37 4 45 4 23 3 29 3 44 3 41 1
MULTIAVEIRO – Projectos de Formação e Investimentos, Lda. 205
Variável nº Motricidade
4 41 3 30 5 20
10 20 8 18
11 17 22 17 28 17 13 15 30 15 16 14 17 14 14 13 23 12 6 11 9 11 1 10
12 9 15 8 20 8 29 8 19 7 48 7 18 5 49 5 7 4
26 4 36 4 40 4 25 3 34 3 35 3 42 3 47 3 21 2 31 2 32 2