Rionor Volume 3

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    Regies Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro

    Plano Bsico para o Desenvolvimento da

    Silvicultura Sustentvel

    Definio das Cadeias Produtivas

    Volume 3 - Maio de 201103

    RegiesNorteeNoroestedoEstadodoRiodeJaneiro-

    DefiniodasCadeiasProdutivas

    PlanoBsicoparaoDesenvolvimentodaSilviculturaSustentvel

    Av. do Contorno, 8000 - sala 1705 - Lourdes30.110-056 - Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

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    Av. do Contorno, 8000 - sala 1705 - Lourdes

    30.110-056 - Belo HorizonteMinas Gerais - Brasil

    Tel.: + 55 31 3291 [email protected]@energychoice.com.br

    PROJETO:Regies Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro

    Plano Bsico para o Desenvolvimento da Silvicultura Sustentvel

    COORDENADORES DOS MDULOS

    SILVICULTURARomeu e Silva Neto

    Milton Casrio

    MERCADOSEduardo Nery

    CADEIA PRODUTIVA E PROGRAMA DE IMPLEMENTAO

    CULTURA E ETNOGRAFIA: Elisiana AlvesSISTEMA SOCIAL: Samantha Nery

    INFRAESTRUTURA: Milton CasrioREGULAO INSTITUCIONAL LEGAL: Rogrio CoutinhoECONOMIA E FINANAS: Nildred Martins

    CARTOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO: Miguel FelippeSISTEMA DE INFORMAO Rosngela Milagres

    AQUARELAS: Elisiana AlvesSrie: A Floresta de Sofia

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    APRESENTAO

    O Plano Bsico para o Desenvolvimento da Silvicultura Sustentvel nas Regies Norte eNoroeste do Estado do Rio de Janeiro constitui uma iniciativa da Secretaria de Estado dePlanejamento e Gesto em articulao com a Petrobrs, por meio de sua unidade de Ne-gcio e Explorao da Produo da Bacia de Campos (UM-BC), com a participao de seuPrograma e Desenvolvimento Social de Maca e Regio, PRODESMAR, tendo contado

    com a parceria da Secretaria de Estado Desenvolvimento Econmico, Energia, Indstria eServios e da Investe Rio, entre outras instituies estaduais. Como parte integrante daCarteira de Projetos elaborada pelo Plano de Desenvolvimento Sustentvel destas Regi-es, ele o primeiro a ser desenvolvido em formato executivo, para implementao. Trata-se de um trabalho que cobre, desde o cultivo das florestas plantadas, comercial e recom-posio da nativa, no caso a Mata Atlntica, especificamente ajustadas s condies eda-foclimticas do Norte e Noroeste Fluminense, os mercados dos produtos florestais madei-reiros e no madeireiros no Brasil e no mundo, cadeias produtivas contendo o modelo denegcio abrangendo as condies sociais, ambientais, infraestrutura, de regulao e a

    viabilidade econmica, e o seu plano de implementao. Para a sua divulgao e a atra-o de investidores, nacionais e estrangeiros, h duas apresentaes especficas com asinformaes que eles necessitam para despertar o seu interesse e instruir a sua decisoinicial.

    O Plano Bsico, em ateno ao que dispe o seu Termo de Referncia, estabelece trsgrandes cadeias produtivas no mnimo, com espcies diversificadas, assegurando a biodi-versidade e prevenindo a monocultura, e mltiplas cadeias menores que ampliam a varie-

    d d id d d i d i i d R i N NO Al diPl d l d i i id d i l di i l d i

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    SUMRIO

    1. A CULTURA DA SILVICULTURA .............................................................. 52. SISTEMA SOCIAL ...................................................................................... 47

    3. INFRAESTRUTURA VIRIA ...................................................................... 133

    4. ECONOMIA DA SILVICULTURA................................................................ 143

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    SUMRIO

    1. INTRODUO................................................................................................ 92. REFERNCIAS............................................................................................. 39

    ANEXO ......................................................................................................... 42ANEXO 1 - PRINCPIOS NORTEADORES PARA A IMPLANTAO DAATIVIDADE DE SILVICULTURA NAS REGIES NORTE NOROESTE DOESTADO DO RIO DE JANEIRO.................................................................... 43

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    LISTAS

    FIGURAS

    Figura 1 - Logomarca 2011- Ano Internacional das Florestas ..................................... 14Figura 2 - Resumo Princpios Voluntrios - FAO.........................................................17Figura 3 - Mosaico de Modelos Agrosilvipastoris ........................................................ 34

    FOTOS

    Foto 1 - Entardecer entre Conferas.............................................................................. 9Foto 2 - No Interior da Floresta...................................................................................10Foto 3 - A rvore ........................................................................................................ 11Foto 4 - Floresta de Eucalipto em Consrcio com Floresta Nativa..............................13Foto 5 Exemplo de rea com Manejo Sustentvel Integrado entre FlorestasPlantadas e Nativas....................................................................................................31

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    1. INTRODUO

    A sociedade humana, desde os primrdios de sua existncia, sempre teve nos produtos dasflorestas, importantes fontes de materiais para sua sobrevivncia, crescimento e desenvolvi-

    mento. No incio, esses produtos eram oferecidos pelas florestas naturais, abundantes no pla-neta. Com a continuada explorao desses recursos florestais, tornou-se necessrio plantar e

    manejar florestas para suprir os produtos exigidos pelo ser humano nas quantidades e nasqualidades requeridas. Com isso, surgiram novas cincias e novas tecnologias, desenvolvidaspela sabedoria do homem e pelas suas pesquisas. Dentre essas cincias, destacam-se a silvi-

    cultura, a ecologia e a hidrologia. Todas interagem de forma absolutamente ntima e intensa

    Celso Foelkel

    Foto 1 - Entardecer entre Conferas

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    Humbaba, Gilgamesh e a floresta protegida pelos deuses1A histria das florestas confunde-se com a prpria histria da civilizao, comeandona antiga e hoje rida Mesopotmia. Naquela regio - Crescente Frtil - foi iniciada aintensiva explorao das reas florestais.

    Foto 2 - No Interior da Floresta

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    prosperidade da Terra, soube da destruio da floresta, lanou uma terrvel maldiosobre o reino de Uruk: "que a comida e a gua de vocs sejam consumidas e tragadaspelo fogo".Este pico transcende o tempo, prenunciando acontecimentos que se repetiriam aolongo da histria. A guerra contra a floresta continuou em quase todo o planeta, com oobjetivo de suprir com materiais de construo e combustvel o contnuo crescimentomaterial da civilizao. Hoje, o sul da Mesopotmia um deserto.Nos ltimos 5000 anos, os seres humanos foram capazes de reduzir as florestas doplaneta a menos de metade da sua rea original. Se antes, 50% da superfcie da terrado planeta era ocupada por florestas, hoje essa extenso corresponde a apenas 20%.Muitas das reas hoje consideradas campo, como as savanas africanas, os pampasargentinos, a pennsula ibrica e algumas pradarias da Amrica do Norte, possuamgrandes extenses cobertas por florestas antes que os seres humanos as destrus-sem. Em reas mais secas como o norte da frica, Grcia, Itlia e Austrlia, as reasdesmatadas foram to consecutivamente utilizadas para agricultura, que tiveram seusolo empobrecido a ponto de se transformarem em desertos.

    Mudar o futuro depende de como se pensa o presente.

    Herbert de Souza, 1993

    A rvore

    E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a rvore agradvel vista e boa para comida: e a

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    A rvore um dos temas simblicos mais ricos e mais generalizados de todos ostempos e civilizaes: smbolo de verticalidade estabelecendo a comunicao entre omundo subterrneo (pelas suas razes), a superfcie da terra (pelo tronco) e as alturas(atravs dos ramos e da copa); smbolo da vida; smbolo da transformao e evoluo(ciclos anuais, morte e regenerao); smbolo do sagrado - em certas religies antigas,nomeadamente nas pr-helnica e Celtas havia rvores consagradas aos deuses;smbolo de uma famlia, de uma cidade, de um rei ou de um pas (folha de cer noCanad, o cedro no Lbano, a palmeira de Cuba); smbolo de fecundidade, da

    fertilidade, da vida (no deserto no h rvores); smbolo da vida do esprito e doconhecimento; smbolo de segurana (pela sua estabilidade) e de proteo (pela suasombra).

    Desde a antiguidade a rvore, como imagem mtica, foi utilizada como smbolo do crescimentoespiritual do ser humano. Existe entre o ser humano e as rvores uma afinidade estrutural ps-

    quica, intimamente associada ao crescimento e realizao de potenciais. A rvore adulta j

    est contida na semente. O ser humano tambm carrega em estado germinal, no fundo doinconsciente, aquilo que poder vir a ser

    (MILANO & DALCIN, 2000).

    Os Gregos e os Romanos tinham o culto de vrias divindades que associaram srvores: a oliveira era a rvore de Minerva, o choupo de Hrcules, o pinheiro de

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    A floresta2As florestas acompanharam a humanidade nas diversas etapas do seu desenvolvi-mento: desde a caa coleta; passando pelo fim da vida nmade e estabelecimentoda agricultura e urbanizao, at a fase moderna da industrializao, iniciada h cercade duzentos anos na Europa e Amrica do Norte. Em todas as pocas, as matas fo-ram amplamente exploradas e destrudas em nome do progresso. Mas nunca em ritmoto avassalador como nos ltimos, que representam uma pequena frao da histriahumana, se comparados s eras anteriores. A histria das civilizaes mostra que, aolongo do tempo, florestas foram queimadas ou destrudas pelos diversos povos emnome da conquista e da expanso de seus domnios. Evidencia tambm que, apesarde se conhecer muito os prejuzos decorrentes de sua remoo, os trabalhos de re-composio da cobertura vegetal foram relativamente pequenos at a segunda meta-de do sculo XX.

    Em todo o mundo, as florestas cobrem 31% da rea terrestre, ou seja, aproximada-mente 3.952 milhes de hectares servem de casa para 300 milhes de pessoas e ga-

    rantem a sobrevivncia de 2,2 bilhes de pessoas.O plantio de florestas pelo homem pode ser considerado uma resposta da sociedadepara reduzir a lacuna existente entre a demanda da madeira prevista e o suprimentodisponvel no planeta. Essa atividade exigiu o desenvolvimento de novas tcnicas deproduo, proporcionadas por intensas pesquisas cientficas aplicadas. Elas resulta-ram na incorporao de modernas tecnologias e possibilitaram a seleo e a multipli-cao de espcies florestais melhoradas. Em conseqncia, as reas plantadas apre-sentam hoje alta produtividade.

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    Ano Internacional das Florestas - 2011As Naes Unidas declararam 2011 como o Ano Internacional das Florestas com des-taque para a conservao, o manejo e o desenvolvimento sustentveis. "Florestaspara as pessoas" o tema do Ano, que foi lanado no dia 24 de janeiro, em Nova Ior-que (EUA), durante a 9 Sesso do Frum das Naes Unidas para Florestas (UNFF,sigla em ingls).

    A logomarca preparada pela ONU mostra o papel fundamental das pessoas na con-

    servao e explorao sustentvel das florestas, que garantem moradia para pessoas,habitat para a diversidade biolgica e estabilidade para o clima mundial, alm de se-rem fonte de alimentos, medicamentos e gua potvel.

    Figura 1 - Logomarca 2011- Ano Internacional das Florestas

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    O debate sobre florestas envolve, portanto, assuntos de extrema relevncia, como aconservao e uso sustentvel da biodiversidade, a proteo dos recursos hdricos, apromoo do desenvolvimento sustentvel e a repartio justa e equitativa dos benef-cios resultantes da utilizao de recursos genticos e de conhecimentos tradicionais.

    A participao brasileira junto aos principais foros multilaterais em matria de florestastem por finalidade buscar expresso, no mbito internacional, da complexidade dotema para o Brasil

    Segue lista dos principais foros multilaterais que tratam de florestas e seus objetivosespecficos:

    UNFF Foro das Naes Unidas sobre Florestas: foro multilateral dedicado discus-so de posies e interesses sobre o assunto. Foi criado com vistas a dar continuida-de aos processos do Painel Intergovernamental sobre Florestas (IPF), e do FrumIntergovernamental sobre Florestas (IFF). Seu principal objetivo a promoo do ma-nejo, a conservao e o desenvolvimento sustentvel de todos os tipos de florestas.

    COFO/FAO Comit de Floresta da FAO: principal rgo deliberativo da FAO sobreflorestas. Discusses do COFO visam consolidar temas em negociao nos demaisforos sobre florestas, em especial ao UNFF. A Comisso de Florestas para a AmricaLatina e Caribe (COFLAC), subsidirio ao COFO, constitui a instncia de deliberaolatino-americana da FAO sobre florestas.

    OIMT (ou ITTO, do acrnimo em ingls) Organizao Internacional de Madeiras Tro-

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    um relatrio determinante sobre as questes atuais e emergentes com que se confron-ta o setor florestal.

    Reconhecendo a importncia econmica, social, cultural e ambiental das florestasplantadas, a FAO preparou um conjunto de princpios orientadores para regulamentaras condies tcnicas que permitam a gesto de florestas plantadas em todo o mun-do. Os princpios e as orientaes devem ajudar a garantir que as dimenses culturais,sociais, ambientais e econmicas sejam consideradas e incorporadas na gesto de

    florestas plantadas de forma equilibrada. Alm disso, eles devem considerar o direitointernacional existente, convenes e acordos fora do dilogo florestal especficas, afim de assegurar que as aspiraes mais amplas de uso sustentvel da terra, desen-volvimento sustentvel e os direitos humanos so abordados. O mbito das orienta-es global: eles podem ser adotados e aplicados s florestas plantadas em todasas zonas geogrficas e para pases, regies e paisagens em todas as fases do desen-volvimento econmico. A aceitao e implementao das diretrizes voluntrias no juridicamente vinculativo. As diretrizes voluntrias no substituem as leis nacionais ou

    internacionais, compromissos, tratados ou acordos.As orientaes so aplicveis a florestas plantadas que desempenham funes produ-tivas para o fornecimento da fibra de madeira e produtos florestais no-madeireiros oufunes de proteo para a prestao de servios ambientais e ou social. Eles abran-gem todos os aspectos de florestas plantadas, o desenvolvimento das polticas e pla-nejamento, atravs das consideraes tcnicas de gesto de florestas plantadas.

    Os sistemas de certificao florestal podem ampliar ou complementar as orientaes

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    Figura 2 - Resumo Princpios Voluntrios - FAO3

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    nizadores e a proteo das florestas que comeavam a escassear, em reas pontuaisdo territrio ocupadas pela agricultura e pecuria, surgem em meados do sculo XVIII,principalmente nas regies colonizadas do litoral e s margens dos rios navegveis,onde as florestas cediam lugar ao cultivo da cana-de-acar, gerando medidas de res-trio ao corte das florestas e explorao de madeiras duras, que passaram a serconhecidas, at os dias atuais, como madeiras de lei.

    A criao do Jardim Botnico do Rio de Janeiro, em 1811, constitui importante aconte-cimento do perodo colonial. Embora destinado aclimatao de plantas e ao estudoda botnica econmica da flora brasileira, essa iniciativa representou o embrio daadministrao florestal brasileira.

    A partir de 1822, com a instalao do Imprio, at a Proclamao da Repblica, em1889, foram mantidas as linhas gerais da poltica colonial. Em 1831, o monoplio so-bre o pau-brasil extinto, estabelecendo-se o privilgio do Estado na sua comerciali-zao.

    Na medida em que a colonizao avanava para o interior, aumentavam os conflitos

    iniciados no perodo colonial entre a proteo das florestas e o estmulo agricultura,notadamente os cultivos de cana-de-acar e caf. Em 1876, foram suspensas asrestries impostas aos proprietrios rurais de explorarem as chamadas madeiras delei em reas de sua propriedade, permanecendo a proibio, exclusivamente, nasflorestas pblicas.

    At o final da Repblica Velha, cujo perodo se encerra em 1930, a questo florestalno mereceu grande ateno por parte das autoridades republicanas, excetuando-se atentativa de se organizar a administrao pblica florestal, como ocorreu, em 1921,

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    desdobramento de madeira (83.114), produo florestal em florestas plantadas(62.877), atividades de apoio produo florestal (44.419), produo de estruturas eartefatos de madeira (43.742) e produo florestal em florestas nativas (6.382).

    Atualmente cerca de 110 milhes de m3 de madeira so produzidos a partir das flores-tas plantadas, contribuindo assim com 70% do suprimento de madeira para o setorindustrial. Alm disso, esses macios florestais constituem-se na principal base deatrao de novos investimentos para o setor, mudando consideravelmente o perfil daindstria brasileira de base florestal e, consequentemente, a demanda por novos pos-tos de trabalho.

    No passado, a exemplo do que ocorreu em praticamente todas as partes do mundo, aexplorao das florestas brasileiras ocorria de maneira no sustentvel. Assim aconte-ceu com as florestas de Araucria do Sul, Mata Atlntica e outras formaes inclusivea Caatinga. O processo de uso do recurso, aliado ocupao do territrio e conse-quente transformao do uso do solo pela agricultura e pecuria, levaram a uma e-xausto dessas florestas, a implantao de culturas agrcolas posteriormente substitu-

    das por pastagens e chegando a conjunto de reas degradadas. Em cada etapa, asperdas sociais marcaram a trajetria de contnuo xodo rural.

    Recentemente, a presso sobre as florestas tem se concentrado nas regies de Cer-rado e Floresta Amaznica. Alm da presso pelo desenvolvimento, ocorreram falhasna concepo de mercado e nas aes governamentais, principalmente na alteraodas condies de sobrevivncia das populaes tradicionais. Exemplos de implanta-o desastrosa dessa atividade no pas, na dcada de 80, produziram durante muitotempo, um alto ndice de rejeio atividade. Constatou-se, portanto, a necessidade

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    Gerao de emprego e renda; Fortalecimento de comunidades locais;

    Fortalecimento financeiro do poder pblico (gerao de impostos);

    Desconcentrao industrial;

    Ampliao da infra-estrutura viria, de comunicao e servios; e

    Incremento do setor tercirio local; Diminuio da presso para a produo de madeira proveniente de florestas

    primrias e ecossistemas florestais valiosos.

    A Gesto das Florestas no Brasil

    As florestas plantadas se distribuem entre governos e instituies pblicas (50%); pe-quenos proprietrios individuais (32%); corporaes (17%) e outros (1%). Em 1990,70% pertenciam a rgos pblicos e 12% a pequenos proprietrios.A responsabilidade pela gesto florestal brasileira envolve diferentes instituies e ostrs nveis do governo: federal, estadual e municipal. No mbito do governo federal, aresponsabilidade direta pela gesto florestal fica por conta de quatro instituies:MMA, SBF, IBAMA e ICMBio.

    Ministrio do Meio Ambiente - MMA: responsvel pela formulao das polti-cas florestais, pelos direitos de concesso no setor de produo florestal susten-

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    colegiadas que permitem a participao social no processo de gesto florestal e detomada de deciso: CONAMA, CONAFLOR e CGFLOP.

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente: rgo consultivo e delibe-rativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA, foi institudo pela Lei6.938/81, que dispe sobre a PNMA. Regulamenta a Lei n 6.902, de 27 de abrilde 1981, e a Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispem, respectiva-mente sobre a criao de Estaes Ecolgicas e reas de Proteo Ambiental esobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente.

    CONAFLOR Comisso Nacional de Florestas: fornece diretrizes para im-plementar o Programa Nacional de Florestas (PNF) e coordena a participaodos diferentes grupos envolvidos com o desenvolvimento de polticas pblicaspara o setor florestal brasileiro.

    CGFLOP: Comisso de Gesto de Florestas Pblicas o rgo de nature-za consultiva do Servio Florestal Brasileiro e tambm tem por finalidade asses-sorar, avaliar e propor diretrizes para gesto de florestas pblicas brasileiras, e

    manifestar-se sobre o Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF).Nos mbitos estaduais e municipais aplicada a legislao vigente em cada Estadoou Municpio.

    Certificao Florestal

    Muitas comunidades vivem nas florestas e muitas pessoas dependem das florestas.

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    no emite certificados e sim credencia certificadoras no mundo inteiro, garantindo queos certificados destas obedeam a padres de qualidade. As certificadoras desenvol-vem um mtodo para certificao baseado nos Princpios e Critrios do FSC, adap-tando-os realidade de cada regio ou sistema de produo. Desde 1996, a Socieda-de Brasileira de Silvicultura - SBS em parceria com algumas associaes do setor,instituies de ensino e pesquisa, organizaes no-governamentais e com apoio dealguns rgos do governo, vem trabalhando com um programa voluntrio denominadoCerflor - Programa Brasileiro de Certificao Florestal, que surgiu em agosto de 2002,

    para atender uma demanda do setor produtivo florestal do pas. Desde 1996, a Socie-dade Brasileira de Silvicultura - SBS estabeleceu acordo de cooperao com a ABNTpara desenvolver os princpios e critrios para o setor.

    As etapas de um processo de certificao do manejo florestal podem ser assim descri-tas:

    1. Depois da deciso em se certificar, pode ser solicitada junto a uma das certifica-doras credenciadas uma pr-avaliao do manejo da floresta, que no represen-

    ta uma etapa obrigatria do processo, mas uma consulta para verificar como aoperao florestal est em relao aos padres de certificao referentes queletipo de manejo ou tipo de floresta;

    2. A certificadora contratada para fazer uma avaliao completa da rea, comobjetivo de certificar a unidade de manejo. A certificadora define o escopo, aequipe de avaliao e as fases da auditoria de campo. Antes da avaliao decampo realizado um processo de consulta pblica para que as certificadoraspossam colher comentrios das populaes locais acerca do manejo praticado

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    Em resumo, as etapas de um processo de certificao so as seguintes: Requerimento e proposta para certificao;

    Pr-avaliao (opcional);

    Consulta a lideranas locais/regionais - consulta pblica;

    Auditoria principal;

    Relatrio e reviso do processo;

    Disponibilizar aos interessados um resumo pblico referente certificao;

    Monitoramento anual;

    Renovao da certificao.

    Tipos de certificao

    Certificao de Manejo Florestal

    Todos os produtores podem obter o certificado, sejam pequenas ou grandes opera-es ou ainda associaes comunitrias. Estas florestas podem ser naturais ou plan-tadas, pblicas ou privadas. A certificao de manejo florestal pode ser caracterizadapor tipo de produto: madeireiro, como toras ou pranchas; ou no- madeireiros, comoleo, sementes e castanhas. O certificado vlido por 5 anos, sendo realizado pelomenos um monitoramento a cada ano.

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    Os custos das auditorias de campo (pr-avaliao e avaliao completa), quevariam em relao localizao, acesso s unidades de manejo, perfil scio-econmico da operao florestal etc;

    Custos do monitoramento anual;

    Taxa anual de certificao, varivel de acordo com o tamanho da unidade pro-dutiva.

    Custos indiretos da certificao:

    No manejo florestal, por exemplo, pode ser necessrio aumentar os gastos compessoal, treinamento, inventrios, monitoramento da floresta, planejamento oumudanas no mtodo do cultivo;

    Na cadeia de custdia, pode haver gastos com a separao dos produtos certifi-cados dos no-certificados e capacitao do pessoal da unidade de processa-

    mento para se adequar s normas de cadeia de custdia.A certificao exige o cumprimento das leis nacionais vigentes, o pagamento de im-

    postos, regularizao da situao funcional dos trabalhadores, dentre outros requisitosda legislao. Assim, esses ajustes, quando inexistentes, tambm faro parte doscustos indiretos da certificao.

    (Fontes: FSC e Cerflor)

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    Grfico 1 - rea Florestal Certificada com Selo Cerflor no Brasil (2010)4

    Fonte: INMETRO (2010)

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    Princpio 3: Direitos dos Povos Indgenas

    Os direitos legais e consuetudinrios dos povos indgenas de possuir, usar e manejarsuas terras, territrios e recursos devem ser reconhecidos e respeitados.

    Princpio 4: Relaes Comunitrias e Direitos dos Trabalhadores

    As atividades de manejo florestal devem manter ou ampliar o bem estar econmico e

    social de longo prazo dos trabalhadores florestais e das comunidades locais. Princpio 5: Benefcios da Floresta

    As operaes de manejo florestal devem incentivar o uso eficiente dos mltiplos pro-dutos e servios da floresta para assegurar a viabilidade econmica e uma grandegama de benefcios ambientais e sociais.

    Princpio 6: Impacto Ambiental

    O manejo florestal deve conservar a diversidade ecolgica e seus valores associados,os recursos hdricos, os solos, e os ecossistemas e paisagens frgeis e singulares, eao assim atuar, manter as funes ecolgicas e a integridade da floresta.

    Princpio 7: Plano de Manejo

    O plano de manejo - apropriado escala e intensidade das operaes propostas -

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    Grfico 2 - rea Florestal Certificada com Selo FSC no Brasil ( 2010)6

    Fonte: FSC ( 2010)

    Novos conceitos foram incorporados e, agora, as perspectivas de crescimento se

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    A prosperidade da Capitania foi definitivamente assegurado quando o porto da cidadedo Rio de Janeiro comeou a exportar o ouro e os diamantes extrados de MinasGerais, no sculo XVIII, de tal forma que, a partir de 1763, a cidade do Rio de Janeirotornou-se a sede do Vice-reino do Brasil e a capital da colnia.

    Aps a transferncia da Corte portuguesa para a cidade do Rio de Janeiro, aautonomia, que a provncia tanto aspirava, no foi alcanada da mesma forma que asdemais, j que ao ministro do Reino, cargo que foi praticamente um substituto para ode Vice-Rei com relao ao Rio de Janeiro, era confiada a sua administrao.

    Aliado a isto, estava o fato de que a cidade do Rio era a capital do Imprio, o que faziacom que o ministro administrasse a provncia inteira por meio de "avisos", os quaisdirigia s Cmaras Municipais de cidades que, naquela poca, cresciam a passoslargos devido ampliao e fortalecimento da lavoura cafeeira, que j sobrepujava fora da lavoura canavieira na regio Norte Fluminense.

    O trabalho escravo, tornou-se a base de sustentao da sociedade cafeeirafluminense que crescia sem parar medida que as lavouras se ampliavam pelo Vale

    do Paraba. Nesse perodo, a provncia se tornou a mais rica e poderosa no pas e suaprincipal exportadora.

    Essa situao perdurou at por volta de 1888. Com a abolio da escravatura, aaristocracia fluminense se empobrece, j no tem mais sua mo-de-obra e ainda v aexausto do solo e a reduo das safras colhidas ano aps ano.

    A Modelagem Atravs dos Ciclos

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    De fato, a economia brasileira viveu vrios ciclos ao longo da Histria. Em cada ciclo,um setor especfico foi privilegiado, provocando sucessivas mudanas sociais, popula-cionais, polticas e culturais dentro da sociedade brasileira. As grandes fazendas flu-minenses se instalaram pomposas; receberam em seus recitais e bailes a famlia reale toda a corte; foram chamadas de os jardins da monarquia. Dias e dias de festanascom louas, pinturas, mveis e tapetes vindos da Europa. Se o caf esteve mais aoNoroeste (montanhas) o acar ficou mais ao Norte (baixadas) e inundou aquelas por-es de terra com riquezas, trouxe o luxo da corte, decorou as casas e enfeitou as

    donzelas, levantou suas palmeiras imperiais na entrada das fazendas; a fortaleza dosengenhos que depois viraram usinas. E novamente se fechou o crculo. Madeira, ga-do, caf e acar trouxeram suas contribuies e se sucederam at o nascimento deum novo ciclo; o petrleo.

    A regio enfrentou dificuldades ao migrar de um sistema inadmissvel j naquela po-ca; o Brasil foi um dos ltimos pases a destituir a escravido como mo de obra. Mui-tas famlias tiveram dificuldade em tocar as fazendas e acabaram se mudando para ascidades. As grandes fazendas foram divididas e vendidas, mudando consideravelmen-

    te o sistema fundirio da regio.O Estado do Rio de Janeiro foi partcipe e condutor do processo de desenvolvimentodo pas; foi sempre o Estado das riquezas. Como capital do pas governou a distncia,como capital do Estado centralizou todos os processos de desenvolvimento, intelign-cia e tecnologia. regio Norte-Noroeste, coube sempre o trabalho de suprir comseus produtos: florestas, gado, cana, caf. Ciclos comeam e terminam sem ter suascadeias produtivas internalizadas; no participam de toda a trajetria do processo, notiveram a governana, e com isso no aprenderam a diferena entre uma boa produ-

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    aos seus prprios valores e eticamente censurvel no respeito aos direitos humanos eaos das demais espcies.

    A Silvicultura como Proposta

    Chegou-se a um ponto de evoluo na pesquisa florestal em que se aprendeu a plantar flores-tas com qualidade, eficincia e rapidez. Os estudos mais atuais mostram, no entanto, que

    preciso cada vez mais imitar a natureza ela, sim, tem os modelos perfeitos para assegurar o

    equilbrio entre a produo sustentvel de madeira, a obteno dos bens e servios proporcio-nados pelas florestas e a conservao adequada do patrimnio ambiental para as geraesfuturas.

    Manoel de Freitas, presidente do IPEF

    Foto 5 Exemplo de rea com Manejo Sustentvel Integrado entre Florestas Plantadas eNativas

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    que com baixos ndices de produo. Ao contrrio; o mercado aquecido incrementa aatividade, atrai investidores e com isso atribui um novo flego s atividades locais.

    Analisando um Modelo

    Sistemas Agroflorestais9

    Sistemas agroflorestais so formas de uso ou manejo da terra, nos quais se combinamespcies arbreas (frutferas e/ou madeireiras) com cultivos agrcolas e/ou criao deanimais, de forma simultnea ou em sequncia temporal e que promovem benefcioseconmicos e ecolgicos. Os sistemas agroflorestais ou agroflorestas apresentamcomo principais vantagens, frente agricultura convencional, a fcil recuperao dafertilidade dos solos, o fornecimento de adubos verdes, o controle de ervas daninhas,entre outras coisas, a recuperao de mananciais e do ar.

    A integrao da floresta com as culturas agrcolas e com a pecuria oferece uma al-

    ternativa para enfrentar os problemas crnicos de degradao ambiental generalizadae ainda reduz o risco de perda de produo. Outro ponto vantajoso dos sistemas agro-florestais que, na maioria das vezes, as rvores podem servir como fonte de renda,uma vez que a madeira e, por vezes, os frutos das mesmas podem ser explorados evendidos. A combinao desses fatores encaixa as agroflorestas no modelo de agri-cultura sustentvel.

    H quatro tipos de sistemas agroflorestais:

    1. Sistemas agrossilviculturais - combinam rvores com cultivos agrcolas anuais;

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    Figura 3 - Mosaico de Modelos Agrosilvipastoris

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    Princpios Culturais para a Sustentabilidade da Silvicultura do Norte NoroesteFluminense

    As florestas so elementos essenciais existncia do planeta e da vida. O seu signifi-cado ou identidade, ento, subsiste na sua contribuio para o existir e viver das pes-soas. Assim, ao mesmo tempo em que as pessoas devem preserv-las, elas tambmdevem preservar as populaes que vivem no seu entorno, trata-se de um pacto deconvivncia mtua pelo qual se probe o desmatamento assim como as expropriaesde moradores rurais para substitu-los pela floresta plantada.

    Este princpio se aplica igualmente entre a floresta e todas as demais formas de vida,abrangendo a fauna e a flora, numa reciprocidade abrangente.

    As florestas plantadas consomem continuamente gua para o seu crescimento e sus-tentao. Na escolha das espcies a serem plantadas num determinado territrio, co-mo o caso do Norte e Noroeste Fluminense, no ato das espcies se acoplarem mu-tuamente com as condies ambientais (edafoclimticas, entre outras), deve ser con-siderado o balano hdrico que respeite as prioridades nos usos da gua que antece-

    dem aos do seu consumo pela floresta que so, na sequncia, os decorrentes do a-bastecimento, saneamento e a produo de alimentos. Pode-se plantar florestas des-de que estejam assegurados pelo balano hdrico, prioritariamente, os atendimentos populao destas trs necessidades essenciais, sendo as duas primeiras absoluta-mente mandatrias.

    O territrio do Norte e Noroeste Fluminense tem condies, as mais indicadas, paraabrigar a sua populao e a floresta plantada e nativa em harmonia. Os limites da flo-resta so os limites da disponibilidade das suas condies naturais e, particularmente,

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    ja, culturas que esto associadas sua existncia: cogumelos, fitos, flores, pssaros,apicultura, etc., o que amplia as possibilidades de diversificao perifrica. O conjuntose enriquece e as trocas nas interaes, se bem gerenciadas, promovem o desenvol-vimento acelerado do bioma. Se este o modelo, uma vez mais, recorre-se ao balan-o hdrico, que deve ser capaz de suportar esse conjunto de atividades. Para atribuirviabilidade ao Plano da Silvicultura, adotou-se um critrio muito rigoroso de se utilizarat onze por cento das terras mais disponveis, no utilizadas, de modo a permitir queas propriedades abriguem a silvicultura at um mximo, da metade de sua rea, per-

    mitindo a coexistncia da floresta, agricultura e pecuria e atividades acessrias. Dadaa configurao e topografia das bacias regionais, conseguiu-se uma disperso vivel eabrangente que viabiliza todas elas em sinergias.

    O protocolo de relacionamento entre pessoas e florestas estabelece que os elementosde ocupao do viver humano, as reas por ele utilizadas, representadas pelas resi-dncias e suas circunvizinhanas, aglomeraes, edificaes produtivas e sociais, oscaminhos, os espaos de convivncia existentes ou planejados, com a emergncia dafloresta plantada, mantenham a viso da paisagem, do distante remoto, dos pontos de

    fuga. Esta condio deve ser respeitada, usando-se afastamentos regulados das -reas plantadas, fazendo uso de cintures ou corredores externos de mata nativa quepermanecem enquanto a sua parte interna, a floresta extica, se renova pelo corte.Com isto, a percepo das pessoas, a sua relao de identidade se constri sobre avariedade de elementos faciais que perduram, cuja unidade se mantm ainda que asua estrutura se modifique na autoproduo ou reproduo. Os habitantes das flores-tas passam a observar nesse seu dia a dia, o simbolismo do ciclo da vida e a suacompreenso se transforma para uma nova condio cultural. E vale mencionar, o

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    O princpio para a implantao da silvicultura no Norte e Noroeste Fluminense envol-ve, em simultaneidade, alguns poucos grandes empreendimentos, ocupando grandesreas, com grandes grupos de investidores, e mltiplos pequenos e mdios empreen-dimentos, ocupando reas menores. Os primeiros tem uma caracterstica mais con-centrada no processamento, enquanto os segundos se dispem mais distribudos nageografia do territrio. O sucesso do Plano depende de cada um deles e da interaoentre eles e o meio ou, dos acoplamentos estruturais que construrem. Para assegu-rar-lhes condio de sucesso, distriburam-se as reas atendendo ao que cada um

    precisa para desenvolver-se, assegurando as viabilidades e a coexistncia em simbio-se.

    Na medida em que a Regio apresenta uma estrutura fundiria atomizada, com milha-res de pequenas propriedades, na medida em que os empreendimentos podem e de-vem incluir os proprietrios de terras nos negcios, na medida em que se observa aevoluo no ambiente nacional e internacional de modelagem dos negcios em silvi-cultura, a soluo negocial proposta para os grandes empreendimentos inclui os pe-quenos proprietrios de terras como parte da viabilizao do negcio. H um elenco

    de possibilidades que permitem a sua participao associativa, comeando com ochamado fomento agrcola at a converso acionria ou cotista minoritria. As aquisi-es e desapropriaes em massa devem ser prevenidas e evitadas, desde que vio-lam os princpios de sustentabilidade. Os meios de apoio e incentivo do Estado devemestimular tanto os grandes como os pequenos investidores, de modo diferenciado quese lhes atribuam as viabilidades devidas, vinculadas ao comprometimento com osprincpios proscritivos da sustentabilidade regional.

    O princpio da sustentabilidade cultural constitui-se no considerar pessoas e popula-

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    Janeiro, PESAGRO, entre outras instituies estaduais, outras redes regionais, atuan-do de forma integrada e articulada com o Plano Bsico constituem instrumento funda-mental e imprescindvel para a implementao, desenvolvimento e sustentabilidade dasilvicultura no Norte e Noroeste Fluminense.

    Uma Questo de Pertencimento10

    A cultura est diretamente ligada aos seres humanos e s suas relaes com o seu

    meio.Os lugares so vivenciados de forma imediata, sendo eles, recipientes e receptoresdas prticas culturais e rotinas cotidianas numa interao diria e contnua entre indi-vduos e seus lugares. Essa interao estabelece um relacionamento que leva a umaconstruo mtua e simultnea do indivduo e do lugar (CASEY, 2001). Os indivduospersonalizam os lugares em todos seus aspectos e os lugares nutrem, ancoram e for-talecem a existncia e forma de ser desses indivduos, tornando a existncia de am-bos, recproca e indissocivel. O carter nico de cada lugar e regio constitui o refle-xo da disponibilidade de recursos materiais e imateriais e da integrao em sistemas eredes, nos ambientes globais e locais, tais como, entre outros, os ciclos naturais e ossistemas sociais, os recursos naturais e humanos, o capital fsico e social, os modosde produo, distribuio e consumo e os fluxos de informao e comunicao. A i-dentificao territorial leva os indivduos a desenvolverem forte apego aos lugaresvendo-se como parte integrante e atuante desse, por participar da criao de suasgeoestruturas e empregar em sua paisagem uma complexa semiografia capaz de ex-primir e representar sua concepo de mundo, isto , empregar os geossmbolos ne-

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    trio nas quais podem ser encontrados seus semelhantes. Nelas os indivduos socapazes de se reconhecerem como um grupo e neles esto os alicerces ou fontes daidentidade, compartilhada por esse mesmo grupo. As delimitaes territoriais estipu-lam a abrangncia do espao de ao das coletividades ou os lugares com os quaisela tem familiaridade e acessibilidade. Eles formam o universo onde ocorre a convi-vncia social e as atividades dirias, se desenvolvem as prticas culturais e sociais ese encontram os referenciais socioespaciais.

    A configurao do territrio ao mesmo tempo, produto e processo social. Nele, esto

    registrados os movimentos da dinmica social. O territrio revela a dinmica da socie-dade e sua histria pontuada por aes de apropriao e uso do espao. Para Clau-de Raffestin, o territrio fruto do processo histrico de transformao do espao (an-tropizao), principalmente econmica e politicamente.

    Sem o sentimento de pertencimento o territrio perde seu sentido ontolgico para a-quele grupo, desligando-o dos crculos sociais e redes de lugares que o formam. Oscrculos sociais e as redes de lugares se renem e compem um territrio em funodas significaes dadas a determinados espaos. Essas significaes norteiam a pre-ferncia espacial de uma coletividade promovendo a formao de agregados socioes-paciais ou espao de convivncia onde uma coletividade que guarda semelhanas emseus atributos socioculturais ou socioeconmicos se agrega e se encontra (COSTA,2005) que refletem e alimentam a identidade da coletividade possibilitando a perma-nncia do agrupamento e suas relaes com seu territrio. Os lugares e territrio re-presentam uma parte da existncia do individuo e vivendo seus lugares que eleconstri sua existncia, sua maneira de ser e garante a continuidade desse ser(CASEY, 2001).

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    WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferena: uma introduo terica e conceitual.In: SILVA, T. (Org.). Identidade e diferena, a perspectiva dos estudos culturais. Pe-trpolis: Vozes, 2000.p.7-72.

    HAESBAERT, Rogrio. (1999). Identidades Territoriais. In: CORRA, Roberto Lobatoe ROSENDAHL, Zeny (Orgs.). Manifestaes da Cultura no Espao. Rio de Janeiro:UERJ.

    BONNEMAISON, Joel. Viagem em torno do territrio. In: CORRA, Roberto L. eROSENDAHL, Zeny (orgs.). Geografia Cultural: um sculo (3). Rio de Janeiro:EdUERJ, 2002. p.83-131.

    CASEY, Edward. Between Geography and Philosophy: what does it mean to be in theplace-world? Annals of the Association of American Geographers, v.91, n.4, p.683-693,2001.

    CORRA, Roberto L. O Urbano e a Cultura: Alguns Estudos. In: CORRA, Roberto L.

    e ROSENDAHL, Zeny (orgs.). Cultura, Espao e o Urbano. Rio de Janeiro: Ed. UERJ,2006. p.141-165.

    COSTA, Benhur P. da. As relaes entre os conceitos de territrio, identidade e culturano espao urbano: por uma abordagem microgeogrfica. In: CORRA, Roberto L. eROSENDAHL, Zeny (orgs.). Geografia: temas sobre cultura e espao. Rio de Janeiro:Ed. UERJ, 2005. p.79-113.

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    Sites de Referncia - Links sobre florestas:Frum das Naes Unidas sobre Florestas (UNFF):

    Collaborative Partnership on Forests:

    Comit de Florestas da FAO (COFO):

    Ministrio do Meio Ambiente:< http:// www.mma.gov.br >

    Servio Florestal Brasileiro:< http:// www.sfb.gov.br>

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    ANEXO

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    ANEXO 1 - PRINCPIOS NORTEADORES PARA A IMPLANTAO DA ATIVIDADEDE SILVICULTURA NAS REGIES NORTE NOROESTE DO ESTADO DO RIO DEJANEIRO

    A implantao das atividades de silvicultura nas Regies Norte Noroeste do Estado doRio de Janeiro, visando o atendimento aos princpios da sustentabilidade que a orien-tam, se consubstanciam por:

    Competncia do poder pblico

    Constituir o Organismo Estadual de Silvicultura com a funo de coordenar, arti-cular e gerenciar conduzindo esta atividade no Estado do Rio de Janeiro;

    Constituir, liderados pela Investe Rio, algumas linhas de crdito diferenciadasdestinadas ao financiamento para a viabilizao de (pequenos e mdios; gran-des investidores) tanto para a produo da madeira quanto para produtos no

    madeireiros, e para o seu beneficiamento/processamento nas Regies Norte eNoroeste Fluminense;

    Implantar o Programa Rodovirio do Norte e Noroeste, de acordo com o propos-to neste trabalho e no Plano de Desenvolvimento Sustentvel, no sentido de via-bilizar os fluxos e a logstica dos sistemas produtivos da silvicultura e associa-das;

    Disponibilizar os servios bsicos de infraestrutura, particularmente nas ecovi-

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    Atualizar a legislao estadual em compatibilidade com o novo Cdigo Nacionale aglutinando, com uniformidade, as legislaes municipais da Regio.

    Competncia da sociedade

    Participar de forma voluntria e ativa/proativa das oportunidades oferecidas peloPlano Bsico de Silvicultura regional;

    Organizar-se para dele participar, sob a forma de associaes ou cooperativas; Participar dos programas de capacitao para atuar em atividades das cadeias

    produtivas da silvicultura;

    Fiscalizar e reivindicar o respeito s leis, cultura e pessoas, ao meio ambiente;

    Estar aberta e participar de parcerias, particularmente no tocante aos processosprodutivos;

    Empreender aproveitando as demandas existentes e projetadas das cadeiasprodutivas.

    Zelar pelo conhecimento de sua base socioeconmica em silvicultura, pelo seudesenvolvimento e expanso.

    Competncia dos investidores

    Firmar parcerias com instituies de pesquisa e inovao e empreende-dorismo,

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    Sustentabilidade Social - Melhoria da qualidade de vida da populao, equidade nadistribuio de renda e diminuio das diferenas sociais, com participao e organi-zao popular;

    Que tenham acesso a tecnologias, pesquisas, educao bsica e tcnica paraque saibam que no h limites;

    Que sejam mantidos vrios canais de comunicao entre as comunidades paraque a troca de experincias possa ser feita;

    Sustentabilidade Institucional e Econmica Regularizao do fluxo de investi-mentos, compatibilidade entre padres de produo e consumo, legislao, e financi-amento.

    Que sejam dadas condies diferenciadas ao pequeno produtor para que possacompetir no mercado;

    Que as espcies sejam variadas para que mltiplas cadeias se formem;

    Que parcerias entre poder pblico, sociedade e investidores sejam pactuadas;

    Que se regule o uso mandatrio parcial da terra com o sistema agroflorestal,tendo a possibilidade de usar-se o mecanismo do terreno criado para a forma-o e viabilizao de situaes particulares que exijam continuidade e escalasno cultivo da floresta plantada.

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    Que o novo considere a importncia do velho para que se aprenda com os errose acertos do passado.

    Sustentabilidade Espacial - Equilbrio entre o rural e o urbano, equilbrio de migra-es, desconcentrao das metrpoles, adoo de prticas agrcolas mais inteligentese no agressivas sade humana e ao ambiente, manejo sustentado das florestas eindustrializao descentralizada.

    Que as oportunidades sejam distribudas levando em considerao, os critriosde viabilidade, potencialidade e necessidade de cada um e de todos os munic-pios da Regio cobrindo todo o territrio;

    Que a infraestrutura regional cubra todo o territrio para que a atividade permeiee cumpra a sua finalidade socioeconmica e ambiental;

    Sustentabilidade Poltica - Autonomia e governana regional;

    Que a sociedade possa se manifestar e se organizar e se fazer ouvir em todo oprocesso;

    Sustentabilidade Ambiental - O uso dos recursos naturais deve priorizar as tecnolo-gias limpas e evitar impactos e quaisquer efeitos prejudiciais aos sistemas de susten-tao da vida: preveno de quaisquer resduos txicos, sem poluio, reciclagem de

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    SUMRIO

    1. INTRODUO.............................................................................................. 53

    2. PERFIL DA POPULAO ............................................................................ 64

    2.1 Populao Urbana e Populao Rural .......................................................... 68

    2.2 Populao Residente Por Sexo e Por Faixa Etria ....................................... 74

    2.3 Populao Por Distritos................................................................................. 79

    3. RENDA PER CAPITA E POBREZA/VULNERABILIDADE - BOLSA FAMLIA81

    3.1 Renda per Capita e Pobreza......................................................................... 81

    3.2 Bolsa Famlia - Regio Norte e Noroeste Fluminense - Servios Prestados naProteo Social Bsica ................................................................................. 86

    3.3 Trabalho e Renda nas Regies Norte e Noroeste......................................... 89

    3.4 PEA............................................................................................................... 90

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    LISTAS

    FOTOS

    Fotos 1 e 2 Laje do Muria ...................................................................................... 73

    Fotos 3 e 4 Maca, Multinacional Localizada em uma de suas reas Industriais eMaquete de Plataforma de Petrleo da Petrobrs ...................................................... 96

    GRFICOS

    Grfico 1 Rio de Janeiro, Distribuio Percentual da Populao por Regies doEstado, 2009 ..............................................................................................................64

    Grfico 2 Regio Norte Fluminense, Evoluo da Populao, 1991 a 2010 ............65

    Grfico 3 Regio Norte Fluminense, Distribuio Percentual da Populao porMunicpio, 2010 .......................................................................................................... 66

    Grfico 4 Regio Noroeste Fluminense, Evoluo da Populao, 1991 - 2010........67

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    Mapa 6 Regio Norte Fluminense, Nmero de Trabalhadores Formais porMunicpios, 2008.......................................................................................................101Mapa 7 reas Preferenciais de Cultivo e Localizao dos Plos de Produo dasRegies Norte-Noroeste Fluminense e Entorno........................................................ 103Mapa 8 reas Preferenciais de Uso e Distritos Norte-Noroeste Fluminense e Entorno................................................................................................................................. 104Mapa 9 Localizao Proposta para as Unidades de Produo de Mudas no Norte-Noroeste Fluminense e Entorno ............................................................................... 105Mapa 10 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Nmero de Instituies de EnsinoSuperior, 2009..........................................................................................................122Mapa 11 - Regies Norte e Noroeste Fluminense, Nmero de Instituies de EnsinoTcnico, 2009...........................................................................................................123

    TABELAS

    Tabela 1 reas de Florestas Plantadas com Outros Grupos de Espcies no Brasil(em hectares).............................................................................................................. 57Tabela 2 Regio Norte Fluminense, Populao por Situao de Domiclio, 1991,

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    Tabela 12 Regio Norte Fluminense, Famlias Beneficirias do Bolsa Famlia, 2009...................................................................................................................................88

    Tabela 13 Regio Noroeste Fluminense, Famlias Beneficirias do Bolsa Famlia,2009 ........................................................................................................................... 88

    Tabela 14 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Pessoas de 10 Anos ou Mais deIdade, Economicamente Ativas e Populao Ocupada por Sexo e Situao doDomiclio, 2000........................................................................................................... 90

    Tabela 15 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Formalidade Ocupacional, 2000 e2007 ........................................................................................................................... 91

    Tabela 16 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Informalidade e Precariedade eRemunerao Mdia dos Setores Formal e Informal, 2000 ........................................93

    Tabela 17 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Pessoas de 10 Anos ou Mais de

    Idade, Economicamente Ativas, com Rendimento, por Classe de Rendimento NominalMensal, 2000 ..............................................................................................................93

    Tabela 18 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Pessoal Ocupado no Setor Formal(%), por Faixa de Remunerao Mdia, 2008.............................................................94

    Tabela 19 Regio Noroeste Fluminense, Empregos Formais Agropecuria,Remunerao e Salrio Admisso.............................................................................. 95

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    1. INTRODUO

    Objetivo deste trabalho: efetuar estudos e avaliao do ajustamento do sistema socialregional aos projetos de silvicultura abrangendo a incluso social, a qualificao eformao das pessoas, as condies de habitabilidade, implantao de programas degerao de trabalho e renda associado com o cultivo e com as cadeias de transforma-o, o equacionamento dos problemas de reassentamento das populaes rurais, dos

    impactos sociais e sua mitigao, entre outros.As florestas plantadas facilitam o processo produtivo e fornecem artigos comcaractersticas desejadas para a indstria. Tecnicamente, as plantaes florestais temcomo vantagens as facilidades de manejo para a obteno dos produtos de interessecom as caractersticas requeridas de qualidade, homogeneidade e uniformidade e amaior produo de madeira por unidade de rea, em comparao com uma florestanativa, propiciando elevados desempenhos produtivos para as indstrias detransformao, conforme informaes do Anurio de Silvicultura (2008).

    Aproximadamente 1,6 bilhes de pessoas (hoje estima-se que se aproximam de 2,2bilhes), que representam quase 25% (ou mais) da populao mundial, dependem derecursos florestais para sua sobrevivncia e a maioria destes, 1,2 bilhes utiliza asrvores plantadas em fazendas para gerar comida, combustvel para cozinha,aquecimento e outras necessidades bsicas, de acordo com o FAO (Food andAgricultural Organization das Naes Unidas) 1. Alm disto, muitos dos pases emdesenvolvimento dependem da lenha para satisfazer at 90% de suas necessidades

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    Isto aponta para outro possvel benefcio da silvicultura, que a proteo ambiental,resultante de uma diminuio da presso sofrida pelas matas nativas com a utilizaoda floresta plantada, alm da restaurao de reas degradadas afetadas pela erosoou por atividades como a pecuria intensiva e a minerao. A prtica se embasaespecialmente em leis de proteo que demandam o plantio de um percentual dervores a serem preservadas, proporcional ao tamanho de novas reas plantadas,garantindo tanto a preservao das pequenas reas restantes de mata nativa atravs da reduo do desmatamento - como a sua reconstituio, constituindoespaos de preservao permanente e corredores ecolgicos, protegendo-se abiodiversidade e os ecossistemas, que possuem importncia no apenas do ponto devista ambiental, mas tambm cultural e histrica.

    Alm disto, as florestas plantadas tem destaque como um dos principais recursosatuais no combate s causas das mudanas do clima, devido sua alta capacidade defixar o carbono atmosfrico.

    Assim, soma-se aos ganhos da atividade a integrao de aes pro ambientais, que

    se fortalecem tambm com o aumento de cultura das populaes locais, envolvendo oplantio de rvores que lhes provero sustento, o aumento de qualificaes locais e avalorizao ampliada do meio ambiente, ou seja, o aumento da capacidade criticalocal atravs da insero de novos processos produtivos nas regies nas quais seinsere esta nova atividade.

    O manejo florestal abrange desde a manuteno de reas com as suas caractersticasnaturais essencialmente intactas at a implantao de monoculturas de espcies

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    tambm para a ampliao da diversidade biolgica, aumentando a oferta de habitatspara diversas espcies silvestres e diminuindo o risco de ocorrncia de pragas edoenas (Dubois, 1996; Galvo, 2000; Young, 1989).

    Esta proposta de constituio de um sistema agroflorestal ou agrossilvicultural temganhado cada vez mais fora no pas, especialmente porque a integrao entreculturas alimentares e madeireiras uma alternativa de produo importante para ospequenos e mdios produtores.

    Estes so sistemas de produo consorciada envolvendo um componente arbreo eoutro, que pode ser animal ou cultivo agrcola, de forma a maximizar a aocompensatria e minimizar a competio entre as espcies, com o objetivo de conciliaro aumento de produtividade e rentabilidade econmica com a proteo ambiental e amelhoria da qualidade de vida das populaes rurais, promovendo, assim, odesenvolvimento sustentado. (Fatos e Nmeros do Brasil Florestal, 2008, p. 78).

    Assim, como este estudo aponta, a agrossilvicultura representa um sistema racional e

    eficiente de uso da terra. Consiste numa prtica de manejo na qual as culturas socultivadas nas ruas entre as fileiras ou renques plantados com espcies arbustivas ouarbreas, geralmente leguminosas e na qual as espcies lenhosas so podadasperiodicamente durante a poca de cultivo.

    Sintetizando, entre suas vantagens esto a recuperao da fertilidade dos solos, ofornecimento de adubos verdes e o controle de ervas daninhas. Possibilita ainda oaumento da diversidade dos sistemas monoculturais, controle das condies

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    presente Plano, uma vez que a gerao de trabalho e renda uma das necessidadesmais prementes das Regies.

    Em anlise do IFDM ndice Firjan de Desenvolvimento Municipal4 - realizada pelaABRAF (Anurio Estatstico da ABRAF, 2010), foram selecionadas algumas capitaisde estados e municpios com atividades florestais associadas a florestas plantadas,para verificar-se o efeito das atividades sobre o desenvolvimento local.

    O resultado revela que nestes municpios o IFDM aumentou em todos os seuscomponentes, entre 2000-2006, principalmente para o Emprego & Renda (E&R) e aEducao apresentando, em termos relativos, crescimento superior aos dasrespectivas capitais, sinalizando o impacto positivo da atividade florestal emmunicpios nas quais esta apresenta posio relevante no cenrio econmico.

    Alm disto, o comrcio mundial de produtos florestais teve crescimento de 6,8% nosltimos 20 anos, segundo Marco Tuota (Anurio Brasileiro de Silvicultura, 2008, p.24).Entre os principais produtos esto o papel, 51% do volume total, seguido da madeiraserrada, com 18% e a celulose, com 11%. Os maiores produtores so o Canad, com20,5% do volume mundial; os Estados Unidos, com 11,6% e a Finlndia, com 7,6%.Em 2007, o Brasil foi responsvel por 1,5% do montante mundial, segundoinformaes do Anurio Brasileiro de Silvicultura deste ano.

    O crescimento contnuo das exportaes, apresentado nos ltimos anos,

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    As reas de florestas plantadas com seringueira no Brasil foram revisadas em funo dedados publicados pela Associao Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha.reas com florestas tais como ip roxo, fava arara, jatob, mogno, acapu, entre outras.

    Este crescimento da silvicultura brasileira totalizou, em 2006, 131 mil ha em novasreas/ano, junto a outros 500 mil ha de reformas florestais. O aumento ocorre atravsda expanso das indstrias florestais e dos investimentos em novas fbricas decelulose, de painis de madeira reconstituda e de MDF Mdium Density Fiberboard e o uso do solo para florestamento vem se constituindo como uma alternativa

    econmica no pas, diante da grande demanda por matria prima (Anurio, 2007).Metade da demanda tem sido suprida por florestas plantadas de pinus e eucalipto,estimada em 390 milhes de m3/ano, cuja produo anual tem sido de 184 milhesm3/ano. Assim, das florestas plantadas, 27% madeira proveniente de pinus e 73%de eucalipto, aponta o Anurio Estatstico de 2007.

    A evoluo produtiva destas duas espcies, que tiveram aumento expressivo nas duasltimas dcadas de quase 100%, de acordo com a BRACELPA, se deu devido s

    questes de clima e solo, pesquisa e desenvolvimento, setor privado organizado emo de obra altamente qualificada que, somado aos avanos tecnolgicos atingidos.Estes avanos ocorreram em gentica, biotecnologia, matria prima de alta qualidade,planejamento scio-ambiental, manejo florestal e rotao de reas plantadas.(BRACELPA, 2008).

    Este crescimento foi ainda mais impulsionado diante do risco de um apago florestal,sanado devido ao plantio de 1 bilho de rvores em 2006, ao grande aumento de

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    Brasil, o que dever incrementar muito a situao atual.Participaram de sua elaborao, inmeros representantes de indstrias de transforma-o da madeira, profissionais e executivos especializados dos segmentos produtivosde celulose e papel, siderurgia a carvo vegetal e painis de madeira industrializados,alm de representantes dos produtores independentes. A partir dos cenriosanalisados, foram elaborados quatro planos de ao para a obteno dos nveis decrescimento projetados:

    A) reviso do Cdigo Florestal;

    B) Ampliao dos mecanismos de financiamento atualmente disponveis para o plantiode florestas de eucalipto e pinus e criao de novos;

    C) Criao de uma Poltica Nacional de apoio s florestas plantadas, fundamentadaem polticas pblicas para o setor;

    D) Identificao e superao dos gargalos de infraestrututra, em especial dos meiosde transporte para madeira e para os produtos industriais da cadeia de base florestal.

    Nestes estudos, destacam-se alguns efeitos positivos oriundos do setor de florestasplantadas, que alm dos j citados como o potencial de criao de empregos egerao de renda, a capacidade de gerao de receita bruta do setor e asoportunidades de mitigao dos problemas ambientais, possibilitam tambm amanuteno da biodiversidade, a reduo do ritmo de urbanizao que em ambasas regies encontra-se bastante elevado a sustentao de pequenas propriedades e

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    Mapa 1 Regies Norte e Noroeste Fluminense, Diviso Poltico Administrat

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    No entanto, de acordo com o Anurio, o Estado com a maior extenso de florestas depinus e eucalipto foi Minas Gerais, seguido por So Paulo, Paran, Santa Catarina,Bahia e Rio Grande do Sul incluindo-se o plantio de outras espcies para oaproveitamento da madeira ou de outros subprodutos - ou seja, o Estado do Rio deJaneiro ainda no ocupa um lugar de destaque na economia brasileira no que serefere silvicultura e nas regies Norte e Noroeste, a silvicultura muito poucosignificativa, praticamente inexistente.

    O Mapa a seguir, com ano de referncia de 2009, revela a distribuio de florestas

    plantadas no Brasil, com destaque para os Estados de Minas Gerais e So Paulo, comas maiores reas plantadas.

    Mapa 2 rea e Distribuio das Florestas Plantadas no Brasil em 2009

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    reas plantadas, o baixo nvel tecnolgico empregado ou o abandono das reas apso plantio. Iniciativas mais recentes, vinculadas diretamente, e em geral, a indstriasconsumidoras de matria-prima florestal e que incorporam os avanos da cinciaflorestal no pas, apresentam nveis bem mais elevados de rendimento no Estado(Mora & Garcia, 2000).

    Alm disto, h que se considerar que especificamente no territrio fluminense visvela perda da cobertura vegetal nativa e sua substituio por pastagens. Segundo dadosdo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as diferentes formaes de mata

    nativa que cobriam 97% deste territrio em 1500, estavam reduzidas a 16%, no ano de2000 e, apesar de ter havido recentemente uma pequena recuperao da coberturavegetal fluminense, os fragmentos vegetais existentes continuam sob pressoconstante da ao humana, pelo crescimento urbano descontrolado ou pela ampliaodas atividades agrcolas (Pedlowski, 2003).

    No Norte e Noroeste Fluminense as perdas de reas da Mata Atlntica so ainda maisagudas, explica Pedlowski, uma vez que a implantao das monoculturas de cana-de-

    acar e caf, combinadas com a pecuria extensiva, tiveram um impacto dramticosobre seus estoques de floresta nativa. Isto h provocado inmeros problemas nasltimas dcadas, como a reduo dos ndices pluviomtricos e a conseqentediminuio dos volumes hdricos em muitos de seus municpios.

    Tal panorama indica que as regies possuem caractersticas ambientais dedegradao que modificaram bastante sua condio inicial e, portanto, a introduo dasilvicultura necessita dar-se de uma maneira acima de tudo protetora com as

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    Primeiramente ser traado um perfil macro das populaes a serem atingidas peloProjeto, que incluem os dados das Regies Norte e Noroeste em termos de populaourbana e rural, densidade populacional, caractersticas de gnero e faixa etria.

    Outro aspecto investigado relaciona-se com questes de vulnerabilidade constatadasnestas reas, utilizando para tal as medidas de renda per capita, grau de pobreza epercentual de famlias beneficiadas pelo Bolsa Famlia.

    Em um terceiro momento diagnstico trata-se do tema Trabalho, abordando-se as

    questes da PEA, caractersticas de informalidade e precariedade nas condies detrabalho ofertadas, remuneraes ofertadas e especializaes produtivas municipais.

    Posteriormente so sugeridas estratgias para a implantao da atividade em si, juntocom a definio das espcies e suas atividades de manejo e produo secundria,que determinaro em grande parte o perfil produtivo para o qual a populao deverse preparar. So discutidas estratgias para a relocao das famlias e a criao deecovilas-novas centralidades, alm do processo de qualificao profissional,

    apontando-se algumas grandes reas de formao que devero ser ofertadas paraseus habitantes, visando a absoro mais ampla possvel da populao local, paraerradicar a pobreza e o desemprego que atingem parte expressiva destes municpios.

    Complementariamente, sugere-se a implantao de aes para apoio s pequenas emdias empresas na rea do desenvolvimento de atividades advindas das florestas.

    2. PERFIL DA POPULAO

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    Pesquisas e prospeces do IBGE, no perodo de 1991 a 2009, apontam para umaumento populacional gradativo na Regio, no se diferenciando muito das tendnciasestadual e nacional.

    No entanto, percebe-se que a taxa de crescimento demogrfico da Regio, nestasdcadas, foi mais expressiva do que a do Estado e a do Brasil. Neste perodo, a taxade crescimento total estadual foi de 25%, o que corresponde a uma mdia de 1,39%ao ano, enquanto o Brasil apresentou a taxa de crescimento total de 30,4%,perfazendo a mdia de 1,69% ao ano.

    A Regio Norte, por sua vez, apresentou taxa de crescimento total de 32,6% e amdia anual de crescimento foi de 1,81%. Ou seja, seu crescimento populacional foi7,6% maior que o crescimento estadual e 2,2% maior que o crescimento do pas.

    Grfico 2 Regio Norte Fluminense, Evoluo da Populao, 1991 a 2010

    611.576653.844

    698.783766.320

    811.089 812.358

    600.000

    700.000

    800.000

    900.000

    Evoluo da Populao Total da Regio Norte Fluminense

    hab.

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    Em 2009, dados atualizados mostram que Campos dos Gytacazes possua a metadeda populao regional, com 54,5%, seguido por Maca, com cerca da metade destepercentual, 23,94%, ambos os municpios totalizando 78,44%. Os outrosapresentaram percentuais populacionais pequenos, ficando 4,98% em So Fidlis,4,51% em So Francisco de Itabapoana e 3,95% em So Joo da Barra, sendo quetodos os demais estavam abaixo do percentual de 3%, cada.

    Grfico 3 Regio Norte Fluminense, Distribuio Percentual da Populao porMunicpio, 2010

    Regio Norte Fluminense Distribuio Populacional %, 2010

    So Joo da Barra

    3,95%

    So Fidlis

    So Francisco deItabapoana

    4,51%Cardoso Moreira

    1,53%

    Carapebus1,62%

    Campos dosGoytacazes

    54,45%

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    Grfico 5 Regio Noroeste Fluminense, Distribuio Percentual da Populao porMunicpio, 2010

    Regio Noroeste Fluminense Distribuio Populacional %, 2010

    Porcincula5,75%

    Santo Antnio dePdua12,92%

    So Jos de Ub

    2,28%

    Varre-Sai2,99%

    Aperib3,32%

    Bom Jesus doItabapoana

    11,42%

    Cambuci4,74%

    Italva4,07% Itaocara

    7,44%

    Miracema8,56%

    Laje do Muria2,43%

    Itaperuna

    29,18%

    Natividade4,89%

    Fonte: IBGE - Censo Demogrfico 2010. Elaborao da autora.

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    maioria dos municpios apontam para a perda de populao rural da Regio Norte, nadcada de 90, principalmente devido substituio crescente dos meios produtivosrurais, em detrimento dos grandes processos industriais e do mercado de trabalhopresumivelmente potencializado nos centros urbanos.

    Embora a indstria aucareira e alcooleira ainda tenha importncia na atividadeeconmica regional, nos ltimos anos a produo do petrleo e do gs natural naBacia de Campos foi a principal responsvel pela dinamizao da economia regional.Soma-se a esse fator a maior oferta de polticas pblicas e servios nas reas

    urbanas, que no atendem, na mesma proporo, s reas rurais.

    No entanto, nesta ltima dcada, apesar do salto expressivo da populao urbana de594 mil habitantes para cerca de 750 mil habitantes, a populao rural se mantevepraticamente estvel, na casa de 100 mil habitantes, ou seja, neste caso no houveperda to expressiva de populao rural, mas sim incremento do nmero dehabitantes nas reas urbanas.

    Grfico 6 Regio Norte Fluminense, Populao por Situao de Domiclio, 1991, 2000 e2010

    594.713

    748.586

    700.000

    800.000

    Hab.Evoluo da Populao por Situao de Domiclio na Regio Norte

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    Tabela 3 Populao por Situao de Domiclio, 2010

    Populao Por Situao de Domiclio 2010

    Regio Norte FluminensePopulao

    UrbanaPopulao

    RuralPopulao

    TotalPopulao Rural /

    Populao Total (%)

    Campos do Goytacazes 418.565 44.980 463.545 9,70

    Carapebus 10.542 2.806 13.348 21,02

    Cardoso Moreira 8.764 3.776 12.540 30,11

    Conceio de Macabu 18.332 2.868 21.200 13,53Maca 202.873 3.875 206.748 1,87

    Quissam 13.016 7.228 20.244 35,70

    So Fidelis 29.689 7.864 37.553 20,94

    So Francisco de Itabapoana 21.090 20.267 41.357 49,01

    So Joo da Barra 25.715 7.052 32.767 21,52

    Total da Regio Norte 748.586 100.716 849.302 12,25

    Fonte: IBGE, Censo Demogrfico 2010. Elaborao da autora.

    Na Regio Noroeste, as elevadas taxas de urbanizao tambm indicam uma perdacontnua de populao rural, igualmente devido substituio crescente dos meiosprodutivos rurais, reforado pelas limitaes no processo de comercializao produtivalocal, resultando no xodo rural.

    Comparando-se a Regio com o Estado, observa-se que esta vem se aproximando

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    Em 2010, exceo de Santo Antnio de Pdua que manteve a mesma taxa deurbanizao, todos os outros municpios apresentaram aumento. As maiores taxasforam registradas em Itaperuna e Miracema, os dois municpios com taxa acima de90%, seguidos por Aperib e Bom Jesus de Itabapoana. A maioria dos municpios teveuma taxa de 75%, sendo que Varre-Sai e So Jos de Ub apresentaram as menorestaxas, de 61% e 44%, respectivamente.

    Tabela 4 Regio Noroeste Fluminense, Populao por Situao de Domiclio, 1991,2000 e 2010

    Populao por Situao de Domiclio - 1991, 2000 e 2010

    Populao Urbana Populao Rural Taxa de Urbanizao %Municpios daRegio

    NoroesteFluminense

    1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010

    Aperib - 6.842 8.880 - 1.176 1.335 - 85,33 86,93

    Bom Jesus deItabapoana 21.180 27.425 29.912 8.693 6.230 5.472 70,9 81,49 84,54

    Cambuci 9.362 9.946 11.301 11.649 4.724 3.528 44,56 67,8 76,21

    Italva 6.352 8.841 10.228 6.412 3.780 3.799 49,76 70,05 72,92

    Itaocara 13.494 15.928 17.329 9.439 7.075 5.573 58,84 69,24 75,67

    Itaperuna 61.742 77.378 88.408 16.258 9.342 7.468 79,16 89,23 92,21

    Laje do Muria 3.804 5.624 5.636 3.660 2.285 1.855 50,96 71,11 75,24

    Miracema 20.954 24.044 24.701 4.137 3.020 2.128 83,51 88,84 92,068

    Natividade 12 136 11 741 12 041 9 629 3 384 3 036 55 76 77 63 79 863

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    Grfico 7 Regio Noroeste Fluminense, Populao por Situao de Domiclio, 1991,2000 e 2010

    186.584

    235.660

    262.327

    86.478

    62.036 55.149

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    Hab.

    1991 2000 2010 1991 2000 2010 Ano

    Evoluo da Populao por Situao de Domiclio da Regio Noroeste

    Populao Urbana Populao Rural

    Fonte: IBGE - Censos Demogrficos. Elaborao da autora.

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    Tabela 5 Regio Noroeste Fluminense, Populao por Situao de Domiclio, 2010

    Populao por Situao de Domiclio 2010

    Regio NoroesteFluminense

    PopulaoUrbana

    PopulaoRural

    PopulaoTotal

    Populao Rural /Populao Total (%)

    Aperib 8.880 1.335 10.215 13,07Bom Jesus de Itabapoana 29.912 5.472 35.384 15,46Cambuci 11.301 3.528 14.829 23,79Italva 10.228 3.799 14.027 27,08

    Itaocara 17.329 5.573 22.902 24,33Itaperuna 88.408 7.468 95.876 7,79Laje do Muria 5.636 1.855 7.491 24,76Miracema 24.701 2.128 26.829 7,93Natividade 12.041 3.036 15.077 20,14Porcincula 13.902 3.869 17.771 21,77Santo Antnio de Pdua 31.086 9.483 40.569 23,37

    So Jos de Ub 3.098 3.905 7.003 55,76Varre-Sai 5.805 3.698 9.503 38,91Total da Regio Noroeste 262.327 55.149 317.476 17,37

    Fonte: IBGE - Censo Demogrfico 2010. Elaborao da autora.

    Sintetizando, isto significa que a populao rural no Norte foi de 12,25%, com 100.716habitantes e a populao rural no Noroeste foi de 17,37%, com 55.149 mil hab.totalizando 156.000 habitantes.

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    conhecimentos que homens e mulheres possuem com relao silvicultura e quelevam a diferentes papeis no uso e manejo florestal.

    Assim, observa-se o acesso limitado das mulheres formao e participao natomada de decises, ou seja, foi constatado que o sexo feminino se encontra, emmuitos casos, menos preparado para lidar com a implantao da silvicultura em iguaiscondies que o sexo masculino. Neste sentido, torna-se importante conhecer asdiferenas locais para atuar de maneira equnime com relao aos habitantes e suascaractersticas propiciando, por exemplo, iniciativas voltadas para as mulheres,

    trabalhando na extrao e processamento de produtos florestais no madeireiros.(www.fao.org/forestry/enterprises/en/, 2010).

    Considerando o tema em questo, as razes de sexo da Regio Norte apontam parauma pequena tendncia de predomnio feminino em sua composio populacional,salvo em Quissam, So Francisco de Itabapoana e Carapebus, onde predomina osexo masculino, conforme se constata na tabela abaixo6.

    Em Cardoso Moreira e So Joo da Barra, as razes de sexo se apresentam bemequilibradas. Segundo o Caderno de Informaes em Sade (2009), contribui para oaumento da populao feminina no Norte a variao da mortalidade entre os homense as mulheres. As causas externas de morte associadas s agresses, homicdios eacidentes de trnsito tiveram aumento significativo entre os anos de 1999 e 2005, nasquais os homens esto mais envolvidos do que as mulheres.

    Tabela 6 Regio Norte Fluminense, Populao Residente por Sexo, 2010

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    anos representou 56,45%, sendo aquela considerada aptas para o trabalho deacordo com a definio usual - constituindo a PEA, populao economicamente ativa.

    Tabela 7 Regio Norte Fluminense, Distribuio da Populao por Faixa Etria, 2009

    Regio Norte Distribuio da Populao por Faixa Etria - 2009Faixa Etria Total % em Relao a Populao Total

    Menor 1 1.0461 1,291 a 4 48.411 5,97

    5 a 9 67.526 8,3310 a 14 64.903 8,0015 a 19 65.656 8,0920 a 29 139.595 17,2130 a 39 119.392 14,7240 a 49 114.558 14,1250 a 59 85.450 10,5460 a 69 50.843 6,2770 a 79 29.999 3,7080 e + 14.295 1,76Total da Regio Norte 811.089 100,00

    Fonte: Ministrio da Sade, Informaes da Sade, DATASUS. Elaborao da autora.

    Na Pirmide Etria abaixo, visualizam-se estes dados, com destaque para a sua partecentral, que indica um elevado nmero de residentes jovens e em sua fase produtiva,

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    Proporcionalmente sua populao total, a Regio Noroeste foi a que concentrou omaior percentual de idosos no Estado, correspondendo aproximadamente 14% dototal da populao residente na Regio. Portanto, o ndice de envelhecimento regional elevado, destacando Cardoso Moreira, Cambuci, Italva e Itaocara.

    Segundo dados da Secretaria Estadual de Sade (2009), no houve nestes municpiosuma aumento na expectativa de vida da populao, de maneira geral, supondo-se queo nmero mais elevado da populao idosa se deve, principalmente, a um evasosignificativa de jovens e no necessariamente melhoria na qualidade e aumento da

    expectativa de vida.Observando-se todos estes dados, constata-se que h um pequeno predomnio dosexo feminino em ambas as regies, ainda que este valor no seja to expressivo. Ja PEA registrada foi de aproximadamente 56% no Norte e no Noroeste Fluminenses,representando mais da metade de suas populaes totais, alm de que, nos temposatuais, h um grande contingente de pessoas fora da idade considerada constituinteda PEA, de 20 a 59 anos, que trabalham, o que provavelmente representa, na prtica,um nmero ainda mais elevado de habitantes atuando no mercado de trabalho.

    Outro levantamento importante que foi considerado diz respeito possvel existnciade comunidades indgenas ou quilombolas nas Regies.

    Nestas localidades no h registros de comunidades indgenas remanescentes,segundo informaes da FUNAI, Fundao Nacional do ndio. Em 2010, havia trsterras indgenas regularizadas no Estado, mas nenhuma no Norte e Noroeste.

    Referente s comunidades quilombolas, h pelos menos 15 delas no Estado do Rio deJaneiro sendo que aproximadamente a metade est localizada na regio litornea do

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    Mapa 3 Regio Norte Fluminense, Distribuio da Populao por Distrito - 2

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    A partir desta caracterizao da populao, o pblico a ser consideradoprimordialmente no presente trabalho foi estimado com base nos percentuais de rearural a serem utilizados pela silvicultura.

    H um grande volume de terras passveis de serem transformadas em florestasplantadas no Norte e Noroeste Fluminense, baseado em informaes tcnicas,desenvolvidas no Capitulo 1.

    Deste volume total, cerca de 1.000.000 ha, definiu-se que sero consideradasaproximadamente at 11% para a atividade da silvicultura e, conquanto no sedisponha de dados precisos sobre as reas que sero efetivamente usadas, eranecessrio seguir um critrio para calcular-se, ainda que por estimativa, o nmero dehabitantes diretamente atingidos pela implantao da silvicultura.

    Este clculo foi feito, ento, considerando-se o mesmo percentual utilizado para o usodas terras, o que representa aproximadamente 10% a 15% da populao rural totaldas Regies. De tal modo, em 2009, foram contabilizados 100.716 habitantes na rea

    rural dos municpios do Norte e 55.149 habitantes/rural do Noroeste, o que perfazem156.000 habitantes/rea rural, ou seja, calcula-se que entre 15 e 20 mil habitantessero diretamente atingidos pela silvicultura, no momento em que todas as reaseleitas como prioritrias estiverem ocupadas pelas florestas plantadas, possibilitandocompreender a dimenso da influncia direta que este empreendimento poder atingirem termos de populao. Ou seja, foram calculados que 15.000 a 20.000 habitantestem a probabilidade de serem mais atingidos pelo projeto, considerando-se aspopulaes rurais dos 22 municpios, nos territrios sugeridos para o plantio dos

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    Tabela 10 Regio Norte Fluminense, Indicadores de Renda e Pobreza, 1991 e 2000

    Indicadores de Renda e Pobreza - 1991 e 2000

    Renda per Capita Mdia(R$ de 2000)

    Proporo de Pobres(%)Municpios da Regio

    Norte Fluminense1.991 2.000 1.991 2.000

    Campos dos Goytacazes 190,56 247,20 43,15 38,29

    Carapebus 125,93 203,22 37,75 40,01

    Cardoso Moreira 81,86 166,05 53,08 36,71

    Conceio de Macabu 143,74 213,91 40,07 43,07

    Maca 295,34 392,94 39,28 40,58

    Quissam 115,84 181,91 44,70 37,48

    So Fidlis 151,89 212,84 47,08 37,80

    So Francisco de Itabapoana 76,60 156,00 47,76 43,66So Joo da Barra 140,93 177,33 40,33 38,32

    Estado do Rio de Janeiro 312,00 413,90 25,50 19,20

    Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil, PNUD, 2003. Elaborao da autora.

    Nos municpios do Noroeste tambm houve melhorias expressivas na renda per capitamdia entre 1991-2000, mas seus valores ainda foram extremamente baixos.

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    Tabela 11 Regio Noroeste Fluminense, Indicadores de Renda e Pobreza, 1991 e 2000

    Indicadores de Renda e Pobreza 1991 e 2000

    Renda per Capita Mdia(R$ de 2000)

    Proporo de Pobres(%)Municpios da Regio

    Noroeste Fluminense1.991 2.000 1.991 2.000

    Aperib 120,72 240,16 45,16 34,89

    Bom Jesus do Itabapoana 142,12 242,49 44,21 35,33

    Cambuci 139,08 199,09 52,26 33,46

    Italva 142,01 212,05 43,01 36,35

    Itaocara 146,93 287,50 44,38 31,82

    Itaperuna 211,86 261,87 39,94 38,47

    Laje do Muria 102,97 166,94 48,68 38,30

    Miracema 151,34 236,98 42,76 41,65

    Natividade 148,35 242,38 45,52 34,73

    Porcincula 153,95 180,80 42,22 38,99

    Santo Antnio de Pdua 163,72 242,03 40,99 30,71

    So Jos de Ub 148,40 199,51 48,27 38,39

    Varre-Sai 115,04 176,02 49,60 38,50

    Estado do Rio de Janeiro 312 00 413 90 25 50 19 20

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    Mapa 4 Rio de Janeiro, Taxa de Pobreza

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    De acordo com estes dados, no Noroeste, Pdua, Aperib e Itaperuna apresentaramos menores ndices de pobreza, de 21,44 a 26,43%. Seguiram-se Itaocara, Bom Jesusde Itabapoana e Italva, com ndices de 26,95% a 31,3%. O grupo mais empobrecido,de 31,33% a 50,19% foi formado por Varre-Sai, Porcincula, Natividade, Laje deMuria, Miracema, So Jos de Ub e Cambuci, ou seja, a maioria dos municpiosdesta Regio est classificada no nvel de pobreza mais acentuado de todo o Estado,uma situao efetivamente alarmante.

    Nos municpios do Norte a situao um pouco melhor, mas no menos preocupante.Maca apresentou o menor ndice de pobreza de ambas as regies, situando-se nafaixa de 0,01% a 14,17%, seguido por Carapebus, com o nvel de pobreza de 14,18%para 21,43%. No outro grupo, com percentuais entre 21,44% e 26,94% estavamCampos dos Goytacazes e So Fidlis. Os demais municpios se encontraram nogrupo com maior ndice de pobreza, de 31,33% a 50,19%: Cardoso Moreira, SoFrancisco de Itabapoana, So Joo da Barra e Quissam, o que reflete asdisparidades econmicas internas enfrentadas pela Regio Norte.

    Outro indicador utilizado na compreenso da situao econmica das populaes foi adistributividade do Bolsa Famlia, programa do Governo Federal que auxilia o grupo depopulao mais necessitado.

    3.2 Bolsa Famlia - Regio Norte e Noroeste Fluminense - ServiosPrestados na Proteo Social Bsica

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    extremamente pobres (com renda mensal por pessoa de at R$ 60,00). As famliasbeneficirias recebem do Programa o valor de R$ 18 a R$ 112/ms, de acordo com arenda mensal/membro da famlia e proporcional ao nmero de crianas, gestantes enutrizes.

    O PBF integra o Programa FOME ZERO do Governo Federal, que visa assegurar odireito humano alimentao adequada, promovendo a segurana alimentar enutricional e contribuindo para a erradicao da extrema pobreza e para a conquistada cidadania, pela parcela da populao mais vulnervel situaes de fome.

    Para tal, pauta-se na articulao de trs dimenses essenciais superao da fome eda pobreza:

    Promoo do alvio imediato da pobreza, por meio da transferncia direta derenda famlia;

    Reforo ao exerccio de direitos sociais bsicos nas reas de Sade e

    Educao, por meio do cumprimento de condicionalidades9

    , o que contribui paraque as famlias consigam romper o ciclo da pobreza entre geraes;

    Coordenao de programas complementares, que objetivam o desenvolvimentodas famlias, de modo que os beneficirios do Bolsa Famlia superarem asituao de vulnerabilidade e pobreza. So exemplos de Programascomplementares: programas de gerao de trabalho e renda, de alfabetizaode adultos, de fornecimento de registro civil.

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    aproximadamente 25 mil famlias, atravs do repasse de R$ 100,00/ms, segundoinformaes de Vidigal (2009, no site municipal).

    Tabela 12 Regio Norte Fluminense, Famlias Beneficirias do Bolsa Famlia, 2009

    Municpios da RegioNorte Fluminense

    PopulaoTotal

    MdiaAproximadade Famlias *

    FamliasBeneficirias

    Proporo deFamlias

    Beneficirias(%)

    Campos dos Goytacases 434.008 108.502 19.030 17,53Carapebus 11.939 2.984 552 18,5Cardoso Moreira 12.481 3.120 981 31,4Conceio de Macabu 20.687 5.171 1.275 24,6Maca 194.413 48.603 7.614 15,6Quissam 19.878 4.969 1.065 21,4So Fidelis 39.256 8.814 2.541 28,8So Francisco de Itabapoana 47.832 11.958 3.729 31,1

    So Joo da Barra 30.595 7.648 1,969 25,7Total da Regio Norte 811.089 292.772 38.756 13,2

    Nota: * O clculo do nmero de famlias residentes nos municpios no ano de 2009 foi realizadoa partir da populao total, considerando a composio familiar com uma mdia de 4 membros

    por famlia.

    Fonte: Ministrio de Desenvolvimento Social e Combate Fome, 2009.

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    (continuao)

    Municpios da RegioNoroeste Fluminense

    PopulaoTotal

    MdiaAproximadade Famlias *

    FamliasBeneficirias

    Proporo deFamlias

    Beneficirias(%)

    Laje do Muria 7.997 1.999 601 30,0Miracema 26.824 6.706 1.660 24,7Natividade 15.406 3.851 888 23,0Porcincula 18.444 4.611 1.208 26,1

    Santo Antnio de Pdua 42.405 10.601 1.317 12,4So Jos de Ub 7.297 1.824 476 26,0Varre-Sai 8.852 2.213 624 28,1Total da Regio Noroeste 323.436 80.859 17.785 21,8

    Nota: * O clculo do nmero de famlias residentes nos municpios no ano de 2009 foi realizadoa partir da populao total, considerando a composio familiar com uma mdia de 4 membros

    por famlia.

    Fonte: Ministrio de Desenvolvimento Social e Combate Fome, 2009.Verifica-se, portanto, que em ambas Regies uma parcela bastante elevada de cercade 20 a 30% da populao total depende do Benefcio Bolsa Famlia para suasobrevivncia, pressupondo-se ausncia de trabalho e condies indesejveis dedesigualdade e acessos, caracterizando-se um processo de excluso social.

    Os dados so, contudo, insuficientes para concluir-se que os municpios queapresentavam menores propores de famlias beneficirias so aqueles que

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    3.4 PEA10

    Ao se analisar os dados da Populao Economicamente Ativa PEA e da populaoocupada das Regies Norte e Noroeste Fluminense, conforme a tabela seguinte,percebe-se claramente que o percentual de populao ocupada relativamente maiorentre os homens e na zona rural.

    Na Regio Noroeste, de acordo com os levantamentos censitrios de 2000, aproxi-madamente 89% da PEA encontravam-se efetivamente ocupadas. A populaomasculina ocupada equivalia a 92% da PEA masculina, enquanto a feminina equivaliaa 85% da PEA feminina. J na zona rural 93% da PEA