Ritual de 1822 das 3 Lojas Fundadoras do GOB

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Material descoberto no baú de D. Pedro I no porão do Museu Imperial de Petrópolis

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  • RITUAL DE 1822

    LojaS FUNDADORAS

    RL de S. Joo Commercio e Artes na Idade de Ouro n 1

    RL de S. Joo Unio e Tranquilidade n 2

    RL de S. Joo Esperana de Nictheroy n 3

    1 Grau APRENDIZ MAOM

    6012 AL

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    RITUAL DE 1822

    NDICE

    APRESENTAO.............................................................................................02

    UMA EXPLICAO NECESSRIA ............................................................ ....03

    OS ESTANDARTES DAS LOJAS FUNDADORAS..........................................05

    O RITUAL ....................................................................................................... 08

    ANEXO (FAC-SMILE DO MANUSCRITO) .................................................... 12

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    RITUAL DE 1822 2

    APRESENTAO

    No ano de 2006, EV, o ento Gro-Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal, Irmo HELIO LEITE, acolheu sugesto dos membros da Confraria dos Talhadores de Pedra no sentido de promover, anualmente, uma Sesso Magna Festiva de uma Loja Licenciada, nos termos do 7 Landmark de Mackey, com o Ttulo Distintivo de NELSON CARNEIRO. A idia de homenagearmos um Irmo notvel, grande tribuno, jurista, escritor, membro da Academia Manica de Letras do DF, parlamentar combativo, paladino de grandes causas libertrias, como o Estatuto da Mulher e a Lei do Divrcio, veio ao encontro da campanha que se promovia para o resgate do Orgulho de Ser Maom.

    Nessa reunio anual, que se pretendia fosse realizada prximo Semana do Maom ou Semana da Ptria, marcos do civismo, estaramos homenageando, ainda, cidados que se destacassem na vida pblica pela defesa dos princpios, ideais e propostas abraadas pela Maonaria Universal, sejam eles - ou elas-, Maons ou no.

    Nesse contexto, foi decidido, a exemplo do que se faz h alguns anos no Grande Oriente do Brasil - Paran e tambm na Maonaria Unida do Rio Grande do Sul, marcar essa celebrao pelo uso, apenas nessa ocasio, de um Ritual Especial, no caso o mesmo Ritual praticado, em 1822, pelas trs Lojas Fundadoras do Grande Oriente do Brasil, a RL de So Joo Commercio e Artes na Idade de Ouro, Primaz do Brasil, a RL de So Joo Unio e Tranquilidade n 2, Primaz do Rito Moderno, e a RL de So Joo Esperana de Nictheroy, n 3. Naquela ocasio, esteve presente o ento VM da Comrcio e Artes, Irmo Robinson Botelho de Faria, a quem foi ofertado o estandarte de sua loja (pg. 5), mandado fazer pelo GODF para o evento.

    esse Ritual, resgatado do p dos arquivos graas inestimvel ajuda dos funcionrios do Museu Imperial de Petrpolis, aos quais manifesto a mais profunda gratido, que venho colocar disposio dos Irmos das Lojas Fundadoras, em preito de agradecimento pela acolhida como Membro Honorrio de seus respectivos Quadros.

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    UMA EXPLICAO NECESSRIA

    Meu trabalho Maonaria e Independncia um estudo das Atas do Grande Oriente, base do livro Pela causa da Liberdade, a ser brevemente lanado, foi apresentado em Loja (na ARLS de So Joo Vigrio Bartolomeu Fagundes, n 2.312, ao Or de Braslia), para fins de elevao, no incio de outubro de 1999. Naquele momento, ainda no haviam chegado s minhas mos documentos do Arquivo Histrico do Museu Imperial que poderiam corroborar, em definitivo, importantes concluses obtidas a partir do estudo detalhado do texto integral daquelas Atas.

    Somente em fins daquele ms, finalmente, recebi das Dras. Maria de Fatima Moraes Argon e Neibe Cristina Machado da Costa as 255 primeiras fotocpias de documentos por mim selecionados, todos do acervo do Museu Imperial de Petrpolis, um verdadeiro tesouro para um pesquisador da histria, costumes e tradies de nossa Augusta Ordem. So documentos profanos e manicos, de variadas procedncias e graus de interesse, todos autenticados pelo Arquivo Histrico do Museu, e que vm sendo objeto de cuidadosa anlise, para paulatina divulgao aos maons brasileiros.

    Foi grande, poca, a tentao de reescrever o texto inicial apresentado em Loja, para incorporar as revelaes dos novos documentos. Entretanto, esse atalho adulteraria a pureza da exposio feita, que visava, basicamente, a demonstrar a afirmao de que: Mesmo sem acesso ao calendrio pessoal do Imperador, como vamos demonstrar, teria sido possvel concluir pela validade da hiptese do incio do ano manico de 1822 em 24 de maro, pela simples leitura atenta e crtica das atas!

    Da mesma forma, haveria o risco de serem deixadas de lado algumas linhas de raciocnio seguidas no exame das atas, ofuscadas pelo ineditismo das provas ora acrescentadas, como, por exemplo, pela polmica que se seguiria ao debater sobre os rituais da poca. Assim, optei por divulgar as novas descobertas atravs de um adendo, um Post Scriptum quele trabalho.

    Devo esclarecer que, do material recebido, alguns so rituais, manuscritos, dos graus de Companheiro e Mestre Maom, que certamente seriam considerados, por um escritor profano, mera curiosidade. Como Aprendiz Maom poca, preferi deix-los de lado, em respeito s velhas tradies, at que, ascendendo a esses graus, me sentisse autorizado a manusear essas preciosidades de nossa histria manica. Entretanto, fiz uma seleo de alguns documentos, os de interesse imediato para o tema e o grau do trabalho, os quais inclu no mencionado Post Scriptum.

    Um desses documentos esta relquia, cuja existncia permaneceu insuspeitada pelos historiadores manicos nestes ltimos 190 anos, e que ora trazida aos meus Irmos das trs Lojas Fundadoras e aos Maons em geral. Foi usada novamente, passados quase dois sculos, pela ARLS Licenciada de So Joo Nelson Carneiro, quando se reuniu, em 2006, no Templo Nobre do GOB, em Braslia, DF, para celebrar a Semana do Maom, por convocao do nosso Gro-Mestre, nos termos do Landmark n 7, da compilao de Mackey (1).

    1 Landmark n 7: A prerrogativa que tem o Gro Mestre de autorizao para fundar e manter Lojas outro importante LANDMARK. Em virtude dele, pode o Gro Mestre conceder, a nmero suficiente de Mestres

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    Trata-se de um exemplar manuscrito do Ritual de Sesso Econmica da Loja Primaz do Brasil, a Commercio e Artes na Idade de Ouro!

    So apenas quatro pginas, mas preciosas, que aqui reproduzimos. sabido que os mais respeitados historiadores manicos tm discutido sobre qual seria o Rito adotado na Commercio e Artes e no Grande Oriente, em 1822. Alguns nos dizem que era o Adonhiramita, outros nos dizem que era o Francs ou Moderno.

    Com esta contribuio, neste momento, publicando os fac-smiles do ritual que era utilizado naquela loja, esperamos estimular o debate e a pesquisa. Futuramente, discutirei alguns pontos muito interessantes sobre essa questo, luz de outros documentos, alguns franceses, que tenho em meu poder.

    Por enquanto, chamo a ateno, apenas, para um pequeno, mas muito importante detalhe. O ritual era MANUSCRITO. Outros rituais em meu poder, da Loja Esperana de Nictheroy, tambm. Apenas D. Pedro, o Irmo Guatimozim, depois Imperador e Gro Mestre, teve o privilgio de receber um Ritual impresso, que era uma raridade no Brasil de ento (e do qual tambm recuperamos uma cpia integral).

    Da no ser difcil compreender a dificuldade que aparece na ata da 10 Sesso do Grande Oriente Braslico, onde Ledo ponderou, por parte da Comisso nomeada para conferir os altos ggr.:, que ... havendo a Gr.: Loj.: accordado dar o gr.: de Eleito Secr.: aos IIr.: filiados nos nossos quadros, constituidos em os ggr.: de MMestr.: PPerf.: 1, 2 e 3 Eleitos pela Maonaria dos 13 ... era por ora impossvel porque ... tendo a Maonaria dos 7 reduzido os ggr.: desde Mestr.: Perf.: at Eleito dos 15 ao de Eleito Secret.: no havia os necessarios reguladores para a iniciao deste gr.: Imaginem o que seria o trabalho de reproduzir esses reguladores pelo sistema de cpias manuscritas...

    Para facilitar o entendimento dos Irmos menos afeitos caligrafia rebuscada de ento, transcrevo a seguir o inteiro teor do Ritual da Commercio e Artes, reproduzindo o mais fielmente possvel as abreviaturas e sinais ortogrficos utilizados no manuscrito. No ANEXO os Irmos encontraro os fac-smiles das quatro pginas do documento original, devidamente autenticadas pelo Museu Imperial, bem como a capa de outro Ritual, este impresso, em francs, entregue ao Irmo Guatimozim, futuro Imperador D. Pedro I, quando de sua iniciao..

    Or de Florianpolis, SC, no 17 dia do ms de Tammuz de 5772. (2)

    JOEL Guimares De Oliveira, MM

    Maons, o privilgio de se reunirem e conferirem graus. As Lojas assim constitudas chamam-se Lojas Licenciadas. Criadas pelo Gro-Mestre, s existem enquanto ele no resolva em contrrio, podendo ser dissolvidas por ato seu. Podem viver um dia, um ms ou seis meses. Qualquer, porm, que seja o tempo de sua existncia, devem-na, exclusivamente, graa do Gro-Mestre. (LANDMARKS, GOB, 1988 - publicao oficial) 2 Os Irmos interessados no sistema de datao manica pelo calendrio hebraico, tradicionalmente adotado nos altos corpos do REAA no passado, podem entrar em contato comigo pelo endereo [email protected], para instrues de acesso a um Conversor de Datas por mim desenvolvido e que est em uso, entre outros, no Grande Oriente da Espanha.

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    O RITUAL

    ABERTURA DA L DE APR

    Vel Sentado, bate _ ! _

    1 Vig Bate _ ! _

    2 Vig Bate _ ! _

    Vel Silencio meus IIr em L

    1 Vig Silencio meus IIr em L

    2 Vig Silencio meus IIr em L

    Vel Ir 1 Vig ! Sois vos um Maon?

    1 Vig Todos os meus IIr me reconhecem por tal.

    Vel Qual he o primeiro dever do Maon Vig em L ?

    1 Vig Ver se a L est coberta interior, e exteriormente.

    Vel Certificaivos pelo Ir Experto.

    2 Vig A L est coberta interior, e exteriormente.

    1 Vig A L est coberta interior, e exteriormente.

    Vel A Ordem meus IIr !

    Vel Qual he o segundo dever do Maon Vig em L ?

    1 Vig Ver se todos os IIr esto em Ordem.

    Vel Certificaivos pelo Ir Mestre de Cerimonias.

    1 Vig Todos os IIr esto em Ordem.

    Vel Para que nos juntamos aqui?

    1 Vig Para erigir Templos virtude, e cavar masmorras ao vicio.

    Vel Quanto tempo devemos trabalhar?

    1 Vig Desde o meio dia athe a meia noite.

    Vel Quanto tempo he preciso p. fazer hum Apr M

    1 Vig Trez annos.

    Vel Que horas so?

    1 Vig Quasi meio dia.

    Vel Que idade tendes vos?

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    1 Vig Trez annos.

    Vel Em virtude pois da hora e da idade, convidai a todos os nossos IIr tanto da Columna do Septentrio, como da do Meio Dia, em seus differentes gr e qualidades, para que nos ajudem a abrir no gr de Apr M os trabalhos da R L de S. Joo, com o Titulo Distinctivo = Commercio e Artes na Idade de Ouro, ao Or do Rio de Janeir.

    1 Vig Ir 2 Vig ! IIr sobre a m. columna! Eu vos convido da parte do nosso Vel para que nos ajudeis a abrir no gr de Apr M os trabalhos da R L de S. Joo com o Titulo Distinctivo = Commercio e Artes na Idade de Ouro, ao Or do Rio de Janeiro.

    2 Vig IIr sobre a minha columna! eu vos convido da parte do nosso Vel para que nos ajudeis a abrir no gr de Apr M os trabalhos da R L de S. Joo, com o Titulo Distinctivo = Commercio e Artes na Idade de Ouro, ao Or do Rio de Janeiro.

    Vel Bate _ ! ! ! _

    1 Vig Bate _ ! ! ! _

    2 Vig Bate _ ! ! ! _

    Vel Levantando-se, e toda a L diz = A mim meos IIr = e dirige os applausos, e todos se assentao.

    Vel Ir Exp participai ao Ir Cubridor, que a L esta aberta no gr de Apr M

    ENCERRAMENTO DA L

    Vel Athe que horas se trabalha em L ?

    1 Vig Athe a meia noite.

    Vel Que horas so?

    1 Vig Meia noite.

    Vel Que idade tendes vos?

    1 Vig Trez annos.

    Vel Em virtude pois da hora, e da idade; IIr 1 e 2 Vig adverti a todos os nossos IIr que se vo fechar os trabalhos de Apr da R L de S. Joo com o Titulo Distinctivo = Commercio e Artes na Idade de Ouro ao Or do Rio de Janeir.

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    1 Vig Ir 2 Vig ! IIr sobre a minha Columna; eu vos advirto da parte do nosso Vel que se vo fechar os trabalhos de Apr da R L de S. Joo com o Titulo Distinctivo = Commercio e Artes na Idade de Ouro ao Or do Rio de Janeiro.

    2 Vig IIr sobre a m. columna! eu vos advirto da parte do nosso Vel que se vo fechar os trabalhos de Apr da R L de S. Joo, com o Titulo Distinctivo = Commercio e Artes na Idade de Ouro, ao Or do Rio de Janeiro.

    Vel Bate _ ! ! ! _

    1 Vig Bate _ ! ! ! _

    2 Vig Bate _ ! ! ! _

    Vel Levantando-se, e toda a L diz = A mim meos IIr = dirige os applausos, e desce a fazer a Cadeia Electrica &

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    ANEXO

    FAC-SMILE DO MANUSCRITO Parte 1 de 4

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    Parte 2 de 4

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    Parte 3 de 4

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    Parte 4 de 4

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