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GRANDE ORIENTE DO BRASIL – GOB A R L S GENERAL MAC ARTHUR 2724 I ANGELO OLIVEIRA SALIGNAC AM I ROBERTO MELLO MILANEZE AM I RUDINEI VALENTIN VACARO TREVISAN AM CURITIBA, NOVEMBRO DE 2016.

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GRANDE ORIENTE DO BRASIL – GOB

A R L S GENERAL MAC ARTHUR 2724

I ANGELO OLIVEIRA SALIGNAC AM

I ROBERTO MELLO MILANEZE AM

I RUDINEI VALENTIN VACARO TREVISAN AM

CURITIBA, NOVEMBRO DE 2016.

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JUSTIFICATIVA

O Respeitável Irmão Michel Karpe, 2º

Vigilante da Augusta e Respeitável

Loja Simbólica General Mac Arthur,

nº 2724, no exercício de suas

atribuições maçônicas e por

determinação do Venerável Mestre

Antonio Paulo Telles, determinou aos

I Angelo Oliveira Salignac, Roberto

Mello Milaneze e Rudinei Valentin

Vacaro Trevisan, Autores do

presente, a elaboração de um

trabalho com o tema “Cargos Em Loja

Do ritual De Emulação”.

Como resultado foi produzida uma

versão impressa, que vem a seguir,

acompanhada de uma mídia digital

(CD ROM), contendo versões

eletrônicas deste texto, da

apresentação em MS Power Point que

a ilustra e de material obtido em

pesquisas.

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Sumário JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................... 1

I. COMO A UGLE ESTRUTURA UMA LOJA? ............................................................................... 3

II. OS CARGOS DA LOJA CONFORME O GOB ............................................................................. 6

III. OS CARGOS NA ARLS GENERAL MAC ARTHUR Nº 2724 .................................................... 7

IV. BREVE DESCRIÇÃO SOBRE CADA OFICIAL.......................................................................... 9

A. O VENERAVEL MESTRE ...................................................................................................... 9

B. O PAST MASTER OU VENERAVEL IMEDIATO ................................................................... 11

C. OS VIGILANTES ................................................................................................................ 12

D. O TESOUREIRO ................................................................................................................ 14

E. O SECRETÁRIO E SEU ASSISTENTE ................................................................................... 15

F. O OS DIÁCONOS .............................................................................................................. 16

G. O GUARDA INTERNO ....................................................................................................... 18

H. O GUARDA EXTERNO ....................................................................................................... 19

I. O ESMOLER ...................................................................................................................... 20

J. O MESTRE DE CARIDADE ................................................................................................. 20

K. O CAPELÃO ...................................................................................................................... 21

L. O DIRETOR DE CERIMÔNIA E SEU ASSISTENTE ............................................................... 22

M. O ORGANISTA OU MESTRE DE HARMONIA ................................................................. 23

N. O MESTRE DE BANQUETES .............................................................................................. 24

V. OS CARGOS AUSENTES DO RITO DE YORK NO BRASIL ........................................................ 25

PALAVRAS FINAIS ........................................................................................................................ 26

NOMENCLATURA .................................................................................................................... 27

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 28

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I. COMO A UGLE ESTRUTURA UMA LOJA?

O Livro das Constituições1 da Grande Loja Unida da Inglaterra

(UGLE, no inglês) define, em seu Artigo 104, item (a), que os Oficiais2

Regulares da Loja são o Mestre e seus dois Vigilantes, um Tesoureiro,

um Secretário, dois Diáconos, um Guarda Interno e um Guarda Externo3.

O Mestre deve nomear como Oficiais Adicionais um Esmoler e um

Mestre de Caridade.

O Mestre da Loja pode designar um Capelão, um Diretor de

Cerimonia, um Mentor, um Assistente do Diretor de Cerimonia, um

Mestre de Harmonia um Assistente do Secretário e um ou mais

Mordomos, todos os quais são também considerados Oficiais

Adicionais.

Os Irmãos não podem assumir dois cargos de Oficiais Regulares

(Mestre da Loja, Vigilantes, Tesoureiro, Secretário, Diáconos, Guarda

Interno, Guarda Externo), mas o Mestre da Loja pode designar um

Oficial Regular para atuar como Oficial Adicional4.

O único cargo que pode ser ocupado por um Irmão que não seja

membro da Loja é o de Guarda Externo5.

A ordem de precedência nos cargos é a que se segue: Mestre da

Loja, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Capelão (quando houver),

Tesoureiro, Secretário, Diretor de Cerimonia (se houver), Esmoler,

Mestre de Caridade, Mentor (se houver), Primeiro Diácono, Segundo

Diácono, Assistente do Diretor de Cerimonia (se houver), Mestre de

1 UGLE, 2014.

2 “Oficiais” por exercerem um ofício, um trabalho.

3 Ao final deste, às fls. 27, está montada uma tabela com a denominação dos cargos em inglês e sua

correspondência em português. 4 Como exemplo, o Guarda Interno pode ser designado Mentor.

5 UGLE, op. cit., 2014, item (b).

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Harmonia (se houver), Assistente do Secretário (se houver), Guarda

Interno, Mordomo (se houver) e Guarda Externo6.

Nenhum Irmão tem direito de reivindicar cargos – a indicação de

todos os Oficiais, exceto o Mestre, o Tesoureiro e (caso eleito) o Guarda

Externo, é prerrogativa exclusiva do Mestre da Loja7.

O Past Master Imediato, como tal, não é um Oficial da Loja, mas

detém sua posição e responsabilidades em virtude de sua atuação como

Venerável e de seus conhecimentos, mantendo seu status até que o

Mestre da Loja termine o seu período no Leste e se torne, ele próprio, o

Past Master Imediato. O Past Master pode retornar à posição de PMI em

caso de falecimento ou desligamento do Mestre que findou sua

atuação8. O PMI ocupa, na cadeia de precedência, o lugar anterior ao do

Capelão – caso esse cargo não esteja ocupado, o Past Master fica à

frente do Tesoureiro9.

Assim, os Oficiais são10:

A) Oficiais Regulares:

a. Mestre da Loja;

b. Primeiro Vigilante;

c. Segundo Vigilante;

d. Secretário;

e. Tesoureiro;

f. Primeiro Diácono;

g. Segundo Diácono

h. Guarda Interno;

i. Guarda Externo;

B) Oficiais Adicionais Preceituados (o Mestre deve nomear):

6 UGLE, op. cit., 2014, item (d).

7 UGLE, op. cit., 2014, item (e).

8 UGLE, op. cit., 2014, item (f).

9 UGLE, op. cit., 2014, item (g).

10 Ver, na página 27, uma tabela com a denominação dos Cargos na UGLE e seu correspondente em

português conforme discriminado no Ritual do 1º Grau – Cerimonias Aprovadas do Rito de York.

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a. Esmoler;

b. Mestre de Caridade;

C) Oficiais Adicionais Facultativos (o Mestre pode nomear à

sua benquerença):

a. Capelão;

b. Diretor de Cerimonia;

c. Mentor;

d. Assistente do Diretor de Cerimonia;

e. Mestre de Harmonia;

f. Assistente do Secretário

g. Mordomo.

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II. OS CARGOS DA LOJA CONFORME O GOB

A composição das Lojas no Brasil é discriminada no Título II,

Capítulo II (Da Administração da Loja), Art. 15 da Constituição do

Grande Oriente do Brasil Paraná11: “a Administração da Loja é composta

pelo Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante, o Segundo Vigilante e

demais dignidades eleitas, conforme o Estatuto e o Rito determinarem”.

No Art. 16 fica explícito que “os cargos da Loja são eletivos e de

nomeação, podendo ser eleitos ou nomeados somente Mestres Maçons

que forem membros efetivos de seus quadros e que esteja em pleno

gozo de seus direitos maçônicos”.

O Regulamento Geral da Federação (o RGF) 12 determina, no Art.

114, que a Administração da Loja Maçônica é “composta dos seguintes

cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante e dos

demais cargos eletivos, que determinarem o estatuto da Loja e o Rito

por ela adotado”. No Parágrafo 1º desse Artigo, o RGF autoriza a

nomeação de adjuntos para os titulares de cargos da Loja, exceção feita

aos discriminados no caput.

O GOB, no Ritual do 1º Grau – Aprendiz Maçom (Cerimonias

Aprovadas do Rito de York – Ritual de Emulação Praticado no GOB) 13,

discrimina os Oficiais da Loja como sendo o Venerável Mestre, o 1º

Vigilante, o 2º Vigilante, o Capelão, o Secretário, o Tesoureiro, o

Assistente do Secretário, o Diretor de Cerimonia, o Assistente do Diretor

de Cerimonia, o Esmoler, o Mestre de Caridade, o 1º Diácono, o 2º

Diácono, o Guarda Interno, o Guarda Externo e o Organista14.

11

GOB, 2008. 12

GOB, 2009. 13

GOB, 2009. 14

Às fls. 12 do Ritual é apresentada a jóia do Mestre de Harmonia, e não do Organista.

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III. OS CARGOS NA ARLS GENERAL MAC ARTHUR Nº 2724

O Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur define, em seu

Capítulo III (Da Administração da Loja), Art. 7º, que a administração da

Loja é feita, em ordem sucessória, pelo Venerável (ou Presidente), 1º

Vigilante (ou 1º Vice-Presidente), 2º Vigilante (ou 2º Vice-Presidente),

Past Master Imediato, Secretário e Tesoureiro15.

O Regimento aponta que o Venerável e os Vigilantes são as Luzes

da Loja. As Luzes, o Past Master Imediato e o Secretário constituem as

Cinco Dignidades. Os demais membros da Administração são os

apontados no Ritual do Rito de York e denominados Oficiais16.

Dessa forma, a Loja fica assim constituída:

a) Cinco Dignidades:

1. Venerável Mestre;

2. 1º Vigilante;

3. 2º Vigilante;

4. Past Master Imediato;

5. Secretário;

b) Oficiais17:

1. Tesoureiro;

2. Capelão;

3. Assistente do Secretário;

4. Diretor de Cerimonia;

5. Assistente do Diretor de Cerimonia;

6. Esmoler;

15

ARLS Gen. Mac Arthur, 2016. 16

Alguns autores (como Mendes, 2014) classificam os Oficiais da Loja como “progressivos” ou “sucessórios” e “não progressivos” ou “não sucessórios”. Os Oficiais Progressivos são o Venerável Mestre, o 1º Vigilante, o 2º Vigilante, o 1º Diácono, o 2º Diácono, e o Guarda Interno. Os Oficiais não progressivos ou não sucessórios são o Capelão, o Tesoureiro, o Secretário e seu Assistente, o Diretor de Cerimonias e seu Assistente, o Esmoler, o Mestre de Caridade, o Guarda Externo e o Mestre de Harmonia. Aqui também deve ser incluído o Venerável que recém terminou seu período no Oriente, sendo agora o Venerável Mestre Imediato ou Past Master. Preferimos a denominação adotada pela Constituição do GOB, segundo a qual os cargos da Loja são eletivos ou de nomeação, conforme determine o Rito e o Estatuto da Loja. 17

A lista não é a de precedência, mas sim a ordem em que os Oficiais são relacionados no Ritual do GOB.

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7. Mestre de Caridade;

8. 1º Diácono;

9. 2º Diácono;

10. Guarda Interno;

11. Guarda Externo;

12. Organista ou Mestre de Harmonia.

Desde que cumpridas as formalidades referentes à assiduidade e

regularidade, manda a tradição do Rito de York que a ascenção aos

cargos seja feita em linha de sucessão e não por eleições18. Alguns

autores agrupam os Vigilantes e Diáconos nessa linha, enquanto outros

incluem a esses o Guarda Interno19. Dessa forma, é decorrência natural

da evolução da linha sucessória a confirmação da chegada ao Leste do

1º Vigilante, sendo eleitos pela Loja o Tesoureiro, o Guarda Externo e o

representante do Ministério Público (já que não existe, no Rito de York,

o cargo de Orador). O período é de um ano, prorrogável por igual

período.

O Venerável Mestre tem a competência, respeitando a linha

sucessória, de nomear os ocupantes dos demais cargos.

18

Koltz de Lima, 2014. 19

Olinik, 1997, apud Koltz de Lima, defende essa ultima proposição, enquanto Mendes, 2014, pugna por uma linha sucessória evoluindo do 2º Diácono ao 1º Vigilante.

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IV. BREVE DESCRIÇÃO SOBRE CADA OFICIAL

A seguir serão identificados os Oficiais e descritas as

particularidades de seus cargos, suas joias ou insígnias.

A tradição das joias e insígnias tem origem na Inglaterra, no

reinado de Eduardo III (ao redor de 1400), quando cidadãos eminentes

passaram a usá-las em eventos festivos.

Os Companheiros de Ofício, integrantes de Guildas e Associações,

eram obrigados, ao final de seu período e como exigência para obter a

ascenção, a produzir uma obra ou peça denominada “master piece” (a

“peça do mestre” ou obra prima). Após exame e aprovação pelo

conselho da Guilda ou Associação, o Companheiro de Ofício recebia o

título e a dignidade de Mestre.

Pelo seu alto status social e econômico, muitos desses Mestres

assumiram cada vez maior importância no Reino e foram, com o tempo,

agraciados com títulos e indicações políticas, passando efetivamente a

exercer liderança em conselhos municipais, prefeituras de vilas e

mesmo de importantes cidades. Como forma de proclamar suas

vinculações profissionais ou o seu grau hierárquico, cada entidade criou

joias, insígnias e outros adereços que ainda hoje estão em uso em

vários países do mundo. Essa antiga tradição originou as peças que

adornam os Oficiais Maçônicos20.

A. O VENERAVEL MESTRE

O Venerável Mestre tem suas atribuições descritas no Art. 115 do

RGF, sendo a primeira delas a de presidir os trabalhos ritualísticos da

Loja (tarefa que divide apenas com o Grão Mestre de sua Jurisdição),

encaminhando o expediente, mantendo a ordem e não influindo nas

discussões21. No Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur as

20

MLE, 2016. 21

Mendes, 2011.

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atribuições do Venerável Mestre estão descritas no Art. 10, itens a), b) e

c). A abertura, o fechamento da Loja, a chamada dos Irmãos para o

descanso ou o retorno aos trabalhos, os levantamentos e a condução

das cerimonias, especialmente da Iniciação, são ocasiões em que o

Venerável Mestre demonstra sua liderança. Sua figura simboliza a

sabedoria – eis porque sua palavra é final em todos os assuntos da Loja.

Com assento no Oriente, no Trono de Salomão, seu cargo é o

mais elevado e importante da Loja22. É dele que dependem, em grande

parte, a orientação espiritual de sua Oficina e precisão dos trabalhos ali

realizados23.

Suas funções ritualísticas exigem soberbo conhecimento

maçônico e domínio inconteste do Ritual, qualidades que adquire ao

longo do caminho percorrido na linha sucessória.

A joia do seu cargo24 é o Esquadro, simbolizando retidão de

caráter e virtude25.

22

REDMAN, 2011. 23

Boucher, 1979 24

Todas as joias apresentadas são as descritas no Book Of Constitutions – Craft Plates, UGLE, 2016. 25

Koltz de Lima, 2011.

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B. O PAST MASTER OU VENERAVEL IMEDIATO

O Venerável Mestre, ao terminar seu período no Oriente, não

assume um novo cargo: ele é elevado a uma nova dignidade, passando a

atuar como um orientador do seu sucessor.

O Venerável ganha, então, uma responsabilidade tão grande

quanto a anterior: se antes tinha de administrar a Loja e presidir suas

cerimônias, torna-se agora o Past Master Imediato, que deve zelar pelo

seu sucessor, aconselhando-o e, se possível antecipando seus erros

durante a sessão26.

Exercendo a discrição e a tolerância, o Past Master Imediato

(também chamado de Venerável Imediato ou simplesmente Past Master)

tem agora a mais árdua tarefa, definindo os momentos de corrigir e os

de relevar eventuais equívocos (o que pode ser, em muitos momentos, a

mais acertada decisão). Suas atribuições são definidas no Art. 13ºdo

Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur.

Mais ainda do que em seu período como Mestre da Loja, o Past

Master deve dominar todos os aspectos da ritualística sem a

necessidade de recorrer ao Ritual, identificando as passagens que tem

de ser executadas com perfeição daquelas em que pequenos deslizes

podem ser minimizados.

O Past Master tem, além dessas funções, deveres administrativos,

pois substitui o Venerável Mestre em casos de ausências temporárias.

Suas atribuições ritualísticas incluem a abertura do LSE e o ajuste

do Esquadro e do Compasso no inicio dos trabalhos, o fechamento do

Livro no encerramento e dispõe o Esquadro e do Compasso e, durante

as Preleções, fazer as perguntas aos Instruendos.

O Past Master Imediato tem assento no Oriente, ao lado esquerdo

do Venerável. Sua joia é um esquadro, tendo ao centro inferior,

26

Redman, 2011.

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suspensa, uma plaqueta com a representação diagramática do 47º

teorema do Primeiro Livro de Euclides.

C. OS VIGILANTES

O Venerável e seus Vigilantes administram a Loja. As atribuições

dos Vigilantes são definidas no Art. 119 a 121 do RGF e Art. 11 e 12 do

Regimento Interno da ARLS General Mac Arthur.

O 1º Vigilante é nomeado pelo Mestre da Loja, sendo o assessor

direto do Venerável; porta o segundo Malhete e simboliza a Força que

gera a energia positiva e o vigor que impulsionam a continuidade dos

trabalhos27. Sua coluna é a Dórica, representação da Força, seu assento

é no Ocidente.

Em caso de ausência definitiva do Venerável, assume seu lugar28.

Tem assento no Ocidente e dirige os trabalhos dos Companheiros,

cuidando da disciplina geral29.

27

Boucher, 1985. 28

Conforme já discutido acima, o Past Master Imediato assume em caso de curtas ausências. 29

Boucher, 1985.

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Ritualisticamente, o 1º Vigilante auxilia o Venerável na abertura da

Loja, assegura-se da presença exclusiva de Maçons durante os trabalhos

e de que estejam satisfeitos ao fim da jornada, declara o encerramento

da Loja por ordem do Venerável e investe os candidatos com o emblema

distintivo da Ordem em todas as cerimonias de investidura de Grau30.

Sua joia é o Nível, simbolizando que todos os Maçons se

encontram nivelados, indiferentes sua situação política, religiosa ou

econômica, simbolizando, assim, a igualdade social.

O 2º Vigilante ocupa a terceira posição na hierarquia da Loja.

Usualmente ocupa seu Ofício após exercer, na cadeia sucessória, o

cargo de 1º Diácono. Ao assumir seu Ofício, deve se preocupar em

aprender minuciosamente os deveres, encargos e responsabilidades do

Venerável31.

Nos Trabalhos, o 2º Vigilante auxilia o Venerável na abertura da

Loja, faz a chamada dos irmãos do trabalho para o descanso e do

descanso para o trabalho, recebe os comunicados do Guarda Interno,

30

Koltz de Lima, 2014. 31

Redman, 2011.

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assegura-se da cobertura32 da Loja e anuncia a data prevista para a

próxima reunião33.

É o Oficial encarregado da Instrução dos Aprendizes, tarefa

relevante e que representa a formação de novos Maçons.

Tem assento no Sul, sua coluna é a Coríntia, que representa a

Beleza, o amor e a harmonia e a joia do seu cargo é o Prumo, que

simboliza a independência, a dignidade, a altivez e a imparcialidade dos

justos.

D. O TESOUREIRO

O Tesoureiro ocupa cargo eletivo, cujas incumbências são

descritas no Art. 125 do RGF e no Art. 15º do Regimento Interno, sendo

o Oficial encarregado de manter seguro o capital da Loja,

disponibilizando-o quando determinado, assim como pela recepção e

aplicação bancária de fundos, pagamentos e produção de balancete de

contas. É usual buscar Irmãos expertos em contabilidade para esses

trabalhos.

32

Cobrir um Templo é, de um lado, cuidar de sua segurança e impedir qualquer ingerência externa; e, por outro lado, participar dessa segurança ao deixar o Templo. Por extensão, a expressão “cobrir o Templo” tornou-se sinônimo de “sair” (Boucher, 1979). 33

Koltz de Lima, 2014.

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15

Este Oficial não tem tarefas de natureza ritualística, entretanto seu

exercício auxilia na preparação do Obreiro na busca de ascenção aos

cargos de maior hierarquia, pois sua tarefa exige confiabilidade e

prudência.

Seu assento é no Norte, ao lado direito da mesa do Secretário. A

joia do seu Ofício é uma chave.

E. O SECRETÁRIO E SEU ASSISTENTE

O Secretário é um dos Ofícios de nomeação, sendo escolhido pelo

Venerável Mestre da Loja. Suas atribuições são descritas nos Art. 123 e

124 do RGF e no Art. 14º do Regimento Interno da ARLS General Mac

Arthur.

Suas funções são relevantes não apenas no âmbito interno, mas

também nas inúmeras tarefas que tem de desempenhar na

administração dos negócios da Loja: leitura e redação de atas,

correspondências, editais, levantamentos e a produção e o controle dos

arquivos referentes aos candidatos, Irmãos que buscam a Reintegração

ou a Regularização, Irmãos aptos ao escrutínio ou à Iniciação e Filiação.

Dada a natureza abrangente de suas tarefas, o exercício desse

Ofício traria grandes benefícios aos Irmãos desejosos de ascender na

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cadeia hierárquica da Loja, pois assim adquirem conhecimentos que em

muito facilitarão seu desempenho ao chegar ao Ocidente34.

Cerimonialmente é o Oficial encarregado da Leitura dos Antigos

Deveres e Regras na Cerimonia de Instalação35.

O Secretário tem um Assistente, cuja missão é aliviar o titular de

parte de suas tarefas, além de substitui-lo em sua ausência.

O Secretário tem assento no Norte e o seu Assistente permanece

ao seu lado. A joia de seu cargo é representada por duas penas

cruzadas em saltire, ligadas por uma fita. A joia do Assistente não exibe

a fita e tem o acréscimo de uma flamula onde se lê “Assistente”.

F. O OS DIÁCONOS

Oficiais nomeados pelo Venerável, os Diáconos acompanham os

candidatos durante as cerimonias dos três Graus. Portam consigo uma

34

Redman, 2011. 35

Redman, 2011.

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vara como insígnia de seu cargo, levando-a em todas as movimentações

que fazem36.

Ao 1º Diácono incumbe providencias para, na abertura da Loja,

acender a luz do pedestal do Venerável Mestre, apagando-a no

momento apropriado. Tem atuação mais relevante nas cerimonias de

Passagem e Elevação, atuando como auxiliar do 2º Diácono. Tem a

responsabilidade de fazer circular a sacola de beneficência, coletando os

donativos. Nas votações, coleta as fichas e devolve a urna ao Secretário.

Seu assento é no Nordeste, à direita ou próximo à direita do

Venerável Mestre.

O 2º Diácono é o Oficial que tem o primeiro contato significativo

com o Candidato na Iniciação37. É sua responsabilidade cuidar para que

a luz do pedestal dos Vigilantes seja acesa, apagando-a no momento

apropriado. A Tabua de Delinear é também objeto de seus cuidados38.

Seu assento é no Ocidente, à direita do Pedestal do 1º Vigilante.

A joia do 1º e do 2º Diáconos é uma pomba com um ramo de

oliveira no bico.

36

Redman, 2011. 37

Mendes, 2014, Redman, 2011. 38

Koltz de Lima, 2014.

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G. O GUARDA INTERNO

O Guarda Interno é, no Rito de York, o primeiro Oficio exercido

pelo Maçom na linha sucessória. Usualmente é cargo ocupado por novos

Irmãos que, em seu exercício, guardarão a porta do Templo

assegurando-se que apenas aqueles com direito a estarem presentes

adentrem o recinto. Seu assento é no Oeste, à esquerda do 1º Vigilante,

próximo à porta principal39.

Sendo o canal de comunicação da Loja com o mundo exterior,

esse Oficial deve certificar-se firmemente de que apenas ele cuida da

porta da Loja, não permitindo a nenhum Irmão, quem quer que seja,

abri-la ou fechá-la.40

No Ritual, o Guarda Interno é o responsável pelas batidas do grau

na porta do Templo na abertura e no encerramento dos trabalhos, dar

acesso aos retardatários e verificar se a Loja está devidamente coberta,

informando essa condição ao 2º Vigilante. Na Iniciação, recebe os

candidatos na forma devida e obedece às ordens do 2º Vigilante41.

Sua joia é representada por duas espadas em saltire (cruz de

Santo André).

39

Mendes, 2014. 40

UGLE 2014 41

Koltz de Lima, 2011.

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H. O GUARDA EXTERNO

O Guarda Externo, também denominado Cobridor, é um Oficial

com funções tradicionais tão diversas quanto a preparação da Loja,

entrega das intimações e convites e mesmo providenciar alimentos para

consumo dos obreiros42.

O Livro das Constituições43 aponta tratar-se este do único Oficial

desobrigado de pertencer ao quadro da Loja. Prefere-se, no âmbito da

UGLE, que seja um Past Master – dentre suas atribuições está a

preparação da Loja antes da sessão, tarefa que, entre nós, é atribuída

aos Irmãos Aprendizes.

A tradição é designar, dentre os mais experientes Irmãos da Loja,

o seu Guarda Externo, que deve posicionar-se ao lado de fora do

Templo, armado com uma espada desembainhada, para impedir o

acesso indevido.

Em nossos trabalhos, o Cobridor é usualmente um membro eleito

da Loja, e, portanto, toma assento no Ocidente, próximo à porta de

entrada ao Templo, ao lado do Guarda Interno.

Sua joia é uma espada desembainhada, apontando para o solo.

42

Redman, 2011. 43

UGLE, 2014, Artigo 104, item b..

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I. O ESMOLER

As funções do Esmoler, um dos Oficiais Adicionais de nomeação,

não são de natureza cerimonial44: ele atua como um assistente social da

loja, mantendo contato com as viúvas de membros falecidos ou com os

Irmãos adoentados ou que passam por qualquer outro impedimento à

sua presença em Loja. É o responsável pelo bem estar na Loja e precisa

ter noção dos recursos disponíveis para os momentos de necessidade45.

Este Oficial tem assento no Sudeste do Templo46. Com sua ajuda,

os Irmãos necessitados podem receber assistência em tempos de

pobreza ou sofrimento, razão pela qual a discrição precisa ser uma de

suas qualidades relevantes.

Sua joia representa uma bolsa de mensageiro com um coração.

J. O MESTRE DE CARIDADE

O Mestre de Caridade, assim como o Esmoler, não tem funções

cerimoniais e é um dos Oficiais de nomeação do Venerável Mestre.

44

Redman, 2011. 45

Mendes, 2014. 46

GOB, 2009.

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21

O Mestre de Caridade organiza as coletas destinadas a caridade,

sugerindo sua destinação (instituições filantrópicas maçônicas ou não) à

escolha dos Irmãos. Responsável pela entrega da doação, este Oficial

presta contas à Loja sobre essas ações e tem assento determinado no

Sudeste do Templo47.

Sua joia é uma trolha ou colher de pedreiro.

K. O CAPELÃO

O Capelão é Oficial de nomeação pelo Venerável e sua função

cerimonial é o oferecimento de preces ao GADU, nos momentos

prescritos pelo Ritual. Seu assento é no Oriente, à esquerda do

Venerável Mestre, logo após o Past Master Imediato.

47

GOB 2009.

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A joia do seu cargo é um livro aberto no interior de um triangulo

envolto em glória (simbolizada por uma estrela radiante)48.

L. O DIRETOR DE CERIMÔNIA E SEU ASSISTENTE

O Diretor de Cerimonia atua num cargo de nomeação, responsável

pela condução da procissão de entrada dos principais Oficiais da Loja e

Autoridades maçônicas, cuidando para que todos se acomodem

adequadamente e colocando-se à frente do cortejo na entrada e, ao

final na saída da Loja. Nas cerimonias de Instalação e Banquetes

Ritualísticos transmite as saudações devidas. Obviamente isso somente

acontece em ocasiões solenes e especialíssimas49. Seu assento é no

Sudeste da Loja, juntamente com seu Assistente e seu cargo é

disciplinado no Art. 17 do Regimento Interno.

Nas cerimonias dos três Graus limita-se a dirigir ou supervisionar

o trabalho, atuando como um ponto de apoio para os que possam

necessitar. Os ensaios respectivos também são de sua responsabilidade,

assim como a disposição em Loja dos objetos necessários ao

andamento do Ofício, detalhes que sugerem a indicação de um Obreiro

com domínio do Ritual e suas especificidades.

Seu Assistente deve estar pronto para auxiliá-lo e, eventualmente,

assumir suas responsabilidades em caso de ausência do titular.

48

Koltz de Lima, 2014. 49

Redman, 2011.

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23

A joia de seu cargo é representada por duas varas em saltire,

amarradas por uma fita. A joia de seu Assistente assemelha-se à do

titular, sem a fita, com o acréscimo de uma faixa onde se lê “Assistente”.

M. O ORGANISTA OU MESTRE DE HARMONIA

A função do Mestre de Harmonia (ou Organista) é adicionar

musica adequada ao desenrolar das cerimonias do Templo. Idealmente

seria um musico com domínio de seu instrumento e capaz de executar

melodias coerentes com o momento – entretanto, é coisa cada vez mais

rara dispor as Lojas de Irmão com tal conhecimento. Assim tem sido

usual a utilização de meios eletrônicos (toca discos ou reprodutores de

arquivos digitais).

Oficial de nomeação pelo Venerável Mestre, tem assento no

Sudoeste, ao lado direito do 2º Diácono. Sua joia é uma Lira.

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N. O MESTRE DE BANQUETES

Cargo de nomeação pelo Venerável, este é o único Oficio

tradicionalmente permitido a Maçons que ainda não alcançaram o

Terceiro Grau. Sua responsabilidade é a de organizar os banquetes e

auxiliar na sua realização50.

Há uma discussão interessante sobre a nomenclatura do cargo e

que seria interessante mencionar: o titulo no original é “steward”, termo

que pode ser traduzido por mordomo, administrador, camareiro, criado,

atendente ou comissário. A denominação adotada no Brasil é de

Mordomo ou Mestre de Caridade, mas o termo “mordomo” usualmente

designa o chefe dos criados numa residência, havendo a possibilidade

da existência de vários Mordomos na Loja realizando tarefas

normalmente atribuídas aos criados. A denominação “Mestre de

Banquetes” é também imprecisa, pois acena para um Grau Maçônico que

os Irmãos ainda não atingiram51.

Os Mestres de Banquete não tem assento determinado na Loja,

pois, como dito acima, é possível que Irmãos dos três graus maçônicos

exerçam esse cargo. A joia do Ofício é uma cornucópia colocada entre

as pontas de um compasso aberto.

50

Redman, 2011. 51

Redman, 2011. A discussão foi exposta pelo Revisor Técnico da edição brasileira.

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V. OS CARGOS AUSENTES DO RITO DE YORK NO BRASIL

Existem duas situações especificas que devem ser mencionadas: a

primeira é a imposição normativa, exposta no Art. 14, § 2º do RGF, da

designação de um representante do Ministério Público a ser eleito junto

com a Administração da Loja. Esse Oficial é, em outros Ritos, o Orador,

cargo inexistente no Rito de York.

A segunda situação advém da criação, pela UGLE, de um novo

Oficial Adicional Facultativo, a partir de 2012: o Mentor.

A Regra 104, item “a”, do Livro das Constituições52, institui o novo

Ofício, dando ao seu detentor destacada posição hierárquica e

relevantes atribuições. Suas responsabilidades incluem a administração

de conhecimentos aos Irmãos, não apenas em relação aos novíssimos

Obreiros (os Aprendizes), como também àqueles que sintam

necessidade de algum esclarecimento de ordem ritualística ou de

qualquer natureza, relacionada às atividades maçônicas53.

A joia do Oficio do Mentor é representada por dois cinzeis em

saltire, representando a busca pelo desbaste da pedra bruta e do

aperfeiçoamento pessoal pelo conhecimento.

52

UGLE, 2014. 53

GLM, 2012.

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PALAVRAS FINAIS

São inúmeras as tarefas desempenhadas no Templo maçônico.

O Templo é um universo completo, ao mesmo tempo macrocosmo

e microcosmo54: metais são manipulados e destinados à caridade,

sustento do Templo e alívio a algum necessitado, instruções são

ministradas a Graus diversos e em variado nível de complexidade,

cerimonias são realizadas e várias tarefas burocráticas são

desempenhadas.

Para que tanto labor não se perca, a Loja se organiza em Ofícios

que são exercidos pelos Irmãos, ora aproveitando-se de seus

conhecimentos profanos, aperfeiçoados pelo viver na Maçonaria, ora

pondo em prática as Luzes místicas hauridas do saber obtido no

Templo.

Efêmeros e transitórios, os cargos honram os Irmãos ao lhes

permitir honrar a Loja, cada um servindo, como exemplo pelo trabalho e

dedicação, aos novos Maçons que lhes tomam por espelho.

54

Boucher, 1979.

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NOMENCLATURA DENOMINAÇÃO UGLE CORRESPONDENTE GOB

Master, Master of The Lodge, Worshipful Master Venerável Mestre

Senior Warden Primeiro Vigilante

Junior Warden Segundo Vigilante

Immediate Past Master Past Master Imediato

Treasurer Tesoureiro

Secretary Secretário

Senior Deacon Primeiro Diácono

Junior Deacon Segundo Diácono

Inner Guard Guarda Interno

Tyler Guarda Externo ou Cobridor

Almoner Esmoler

Charity Steward Mestre de Caridade

Chaplain Capelão

Director of Cerimonies Diretor de Cerimonia

Mentor

Assistant Director of Cerimonies Assistente do Diretor de Cerimonia

Organist Mestre de Harmonia ou Organista

Assistant Secretary Assistente do Secretário

Steward Mestre de Banquetes

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica. Editora Pensamento, São Paulo/SP, 1985.

EMULATION LODGE OF IMPROVEMENT. Emulation First Degree Ritual. London/England, Lewis Masonic, 2015.

GRAND LODGE OF MAINE (GLM). Maine Masonic Mentoring Handbook. Maine/USA, 2013.

GRANDE ORIENTE DO BRASIL (GOB). Constituição do Grande Oriente do Brasil - Paraná. Curitiba/PR, Grande Oriente do Brasil – Paraná, 2008.

GRANDE ORIENTE DO BRASIL (GOB). Regulamento Geral da Federação (RGF). São Paulo/SP, Grande Oriente do Brasil, 2009 (Atualizado em 30/03/2015).

GRANDE ORIENTE DO BRASIL (GOB). Ritual do 1º Grau: Aprendiz-Maçom do Rito de York. São Paulo/SP, Grande Oriente do Brasil – GOB, 2009.

KOLTZ DE LIMA, Glauco Leonardo. Cargos em Loja no Tabalho de Emulação. Trabalho apresentado na ARLS General Mac Arthur. Curitiba/PR, 2014.

MACKEY, Albert G. O Simbolismo da Maçonaria. Universo dos Livros. São Paulo/SP, 2008.

MACNULTY, W. Kirk. Freemasonry – Symbols, Secrets, Significance. Thames And Hudson. London/England, 2006.

MASONIC LODGE OF EDUCATION (MLE). Lodge Officer Duties – Masonic Lodge Officer Duties And Responsabilities. Disponivel em < http://www.masonic-lodge-of-education.com/lodge-officer-duties.html >. Pesquisado em 16/10/2016.

MENDES, Fabio. Ritual de Emulação – A Maçonaria Inglesa no Brasil. Edição do Autor. Sorocaba/SP, 2014.

OTERO, Luis Miguel Martinez. La Masoneria – Historia, Simbolos Y Misterios. Ediciones Obelisco. Barcelona/Espanha, 2005.

PRENTISS, Donald. The Tyler. Dave Williams Ed. (ebook edition), 2011.

REDMAN, Graham F. Rito de York Atualizado – Trabalho de Emulação e Aperfeiçoamento. Madras Editora, São Paulo/SP, 2011.

UNITED GRAND LODGE OF ENGLAND. Constitutions Of The Antient Fraternity Of Free And Accepted Masons. UGLE, London/England, 2014 (disponivel em http://www.ugle.org.uk/images/files/Book_of_Constitutions_-_Craft_Rules_Sept_2016.pdf). Pesquisado em 19/09/2016.

UNITED GRAND LODGE OF ENGLAND. Constitutions Of The Antient Fraternity Of Free And Accepted Masons – Appendix Containing Plates Illustrating And Describing The Jewels, Chains, Collars and Aprons. UGLE, London/England, 2014 (disponivel em http://www.ugle.org.uk/images/files/Book_of_Constitutions_-_Craft_Plates_May_2016.pdf ). Pesquisado em 19/09/2016.