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FACULDADESS INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO Ronaldo Tadeu Alves Batista Chorei de saudade: programa radiofônico de resgate da música brega Guará – DF, 2014 1

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FACULDADESS INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA

COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO

Ronaldo Tadeu Alves Batista

Chorei de saudade:

programa radiofônico de resgate da música brega

Guará – DF, 2014

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Ronaldo Tadeu Alves Batista

Chorei de saudade: programa radiofônico de resgate da música brega

Relatório técnico do programa radiofônico

“Chorei de Saudade” apresentado à

Faculdades Integradas – Icesp/Promove,

como pré-requisito à obtenção do grau de

Bacharel em Comunicação Social, habilitação

em Jornalismo, sob orientação da Professora

Ana MariaFleury Seidl Pinheiro

Guará – DF, 2014

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Ronaldo Tadeu Alves Batista

Chorei de saudade:

programa radiofônico de resgate da música brega

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora com vistas à obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, das Faculdades Integradas – Icesp/Promove.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Professor Esp. Ana Maria Fleury Seidl Pinheiro (orientadora)

______________________________________________

Professor Esp. Francisco de Paula Lima Júnior

______________________________________________

Professor Esp. Romoaldo de Souza

Guará – DF, 2014

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PROPRIEDADE INTELECTUAL

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO ALUNO: Ronaldo Tadeu Alves Batista

TÍTULO DA MONOGRAFIA: Chorei de saudade: programa radiofônico de resgate da música brega

CURSO/GRAU/ANO:

____________________________________________________________________

É concedida às Faculdades Integradas Icesp/ Promove , permissão para reproduzir cópias

deste trabalho ou emprestar tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos.

Ao autor reserva outros direitos de publicação.

Nome do autor:

Endereço:

E-mail:

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Amor Proibido

Já ficou entendido, que o amor que vivemos, é um amor proibido.

Pode o mundo inteiro falar, que eu fico contigo.

Eu confesso fiz tudo, não adianta eu não mudo, amor cego não pode ver.

Sair pela cidade, pra esquecer a verdade, não consigo me convencer.

E até o amigo, meu maior confidente, achou graça de mim.

Disse estar tudo errado, o que eu achei certo, ele nunca amou assim.

Amor proibido, a minha maneira é autencidade.

Vou ficar contra o mundo, mas não posso fugir desse amor que é verdade.

Amor proibido, a minha maneira é autencidade.

Vou ficar contra o mundo, mas não posso fugir desse amor que é verdade.

Amor proibido, a minha maneira é autencidade.

Já ficou entendido, que amor como o meu, é amor de verdade.

Agnaldo Timóteo

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus filhos e aos sobrinhos como forma de incentivo aos

estudos. A minha irmã Lurdinha que sempre me incentivou, apoiou, torceu e com sua garra

e perseverança me deu exemplo para que eu alcançasse meus objetivos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter me proporcionado todas as condições

necessárias para a conclusão do curso e a execução deste trabalho. Agradeço a minha mãe

pela educação e pelos sábios conselhos que me deu. A minha irmã Conceição por ter me

apoiado financeiramente. Agradeço também aos demais familiares que sempre me

incentivaram a buscar a realização dos meus sonhos torcendo pelo meu sucesso. Por fim,

porém não menos relevante, agradeço aos professores e colegas de faculdade que

trilharam essa caminhada comigo.

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RESUMO

Este trabalho de conclusão do curso de Jornalismo consiste na produção de um programa piloto para rádio com o objetivo de resgatar a música brega e proporcionar aos ouvintes uma nova experiência musical, uma vez que não há muitos programas de rádio que contemplem este gênero musical em Brasília. O “Chorei de Saudade” é uma oportunidade para os ouvintes conhecerem a história da música brega, os personagens deste cenário, ouvir música romântica e também conhecer o que Brasília oferece de entretenimento. A experiência foi muito gratificante. Espero ter contribuído para a divulgação da música brasileira.

Palavras chaves: Brega, romântica, estilo musical, rádio.

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ABSTRACT

The work consists of following a proposal and the production of a pilot program for radio in order to rescue the corny music and provide listeners with a new musical experience, since there are not many radio programs that address the corny music in Brasilia. The program is an opportunity for listeners to know the history of cheesy music, the characters in this scenario, listen to cheesy music and also know what Brasilia offers entertainment. Keywords: Brega , romantic , musical style, radio.

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Sumário

1 – APRESENTAÇÃO ..................................................................................... 11 2 – OBJETIVOS ............................................................................................... 13 2.1 – Objetivo geral ...................................................................................... 13

2.2 – Objetivo específico .............................................................................. 13

3 – CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA ............................................................ 14 3.1 – O rádio ................................................................................................. 14

3.1.1 – Um breve passeio pela história ..................................................... 14

3.1.2 – O rádio brasileiro ........................................................................... 16

3.2 – A história do brega .............................................................................. 21

3.3 – A música, o mercado e as alternativas ................................................ 25

3.4 – A história do brega .............................................................................. 26

4 – PROGRAMAS DE RÁDIO E UMA NOVA PROPOSTA ............................ 29 4.1 – Programas de rádio e o brega em Brasília .......................................... 29

4.2 – “Chorei de saudade”: uma proposta para emocionar .......................... 29

5 – PRODUÇÃO .............................................................................................. 31 5.1 – O programa piloto ................................................................................ 31

5.2 – Roteiro ................................................................................................. 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 39

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INTRODUÇÃO

A década de 70 foi um marco para um dos estilos mais populares da música

brasileira, o brega. Os hits que retratavam a realidade dos traídos e abandonados,

que tiveram grandes desilusões amorosas, era ouvido e cantado por eles como

forma de expressão ou desabafo público. Muitos viam nesse estilo musical sua

própria realidade. Com uma programação voltada para a “fossa” ou “dor de

cotovelo”, o rádio se tornou um companheiro inseparável de milhares de pessoas,

ele estava na cozinha, na sala, no trabalho e até mesmo no banheiro transmitindo

sempre algo recheado de melancolia e nostalgia.

Muitos artistas brasileiros se consagraram nesta época no rádio e na TV.

Alguns ainda estão vivos e lamentam a falta de espaço na programação, outros nem

são mais lembrados e muitos já partiram, mas seus repertórios estão presentes nas

festas e rodas de amigos.

Por ainda ser uma cidade jovem, a capital federal não tinha um estilo musical

próprio, porém abrigou principalmente nordestinos, que deixaram a terra natal e

vieram com todas as tradições e costumes construir Brasília. Assim, as primeiras

rádios da capital federal inseriram na programação esse repertório característico

daqueles que deixaram seus amores a esperar.

O rádio foi o veículo escolhido para resgatar esse estilo que marcou época e

que ainda hoje tem, em Brasília, milhares de admiradores que reclamam sua

ausência na programação. A cidade já não é mais tão jovem e também já abriga

amantes de outros estilos, porém, é carente de uma programação com música

“Brega”. Segundo Ferraretto (2001, p. 38), ele “é o veículo de comunicação de

massa com maior presença junto ao público brasileiro”. Dessa forma, o rádio, como

um veículo abrangente, mostra-se um bom meio para a realização do programa

“Chorei de saudade”, como divulgação e popularização deste estilo musical em

Brasília.

A partir disso, podemos concluir a importância da manutenção dessa

manifestação cultural tão multifacetada que é o brega. É um incentivo à diversidade

e ao dinamismo cultural dentro da sociedade urbana. Sendo assim, o produto

proposto por este trabalho se compromete não apenas com a questão da arte e do

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entretenimento mais também com a manutenção do processo social promovido pelo

brega, que está presente nos diversos ritmos como o samba e o sertanejo, processo

esse que envolve vários segmentos da sociedade em torno desse estilo.

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2 – OBJETIVOS 2.1 – Objetivo geral

Este trabalho tem por objetivo produzir um programa piloto de rádio sobre a

música brega para a Rádio Guará (98,1 FM), uma rádio comunitária da cidade. O

produto final visa resgatar a popularidade da música brega em Brasília,

proporcionando aos ouvintes novas experiências musicais.

O trabalho visa criar um modelo de programa de rádio que contribua para a

divulgação da música brega; aumente o repertório musical disponível ao público

consumidor de rádio local e promova os grupos bregas de Brasília, que têm seus

trabalhos conhecidos apenas pelos frequentadores das festas bregas.

2.2 – Objetivos específicos

• Pesquisar a origem da música brega;

• Entrevistar músicos que se destacam no gênero;

• Pesquisar temas relacionados ao mercado da música;

• Proporcionar que os grupos da cidade tenham espaço para divulgarem seus

trabalhos.

• Incentivar a criação de outros programas que tenham como foco a música

brega, contribuindo para que Brasília inclua em seu leque cultural este estilo.

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3 – CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA

Para entender a importância das ferramentas de divulgação na produção

musical, o papel do rádio como promotor da música e a relevância desses

elementos no cenário atual da música brega em Brasília é necessário conhecer os

contextos históricos do rádio e desse estilo musical e também discorrer sobre o

funcionamento da indústria fonográfica.

3.1 – O rádio 3.1.1 – Um breve passeio pela história

As primeiras transmissões radiofônicas no Brasil datam de 1922, no Rio de

Janeiro. Entretanto, antes de chegar nessa etapa da história, vale caminhar pelos

primórdios desse meio de comunicação de massa.

Segundo Ferraretto (2001, p.80), apesar de o italiano Guglielmo Marconi ser

considerado o inventor do rádio, pode-se considerar que a radiodifusão sonora é o

resultado do trabalho de diversos pesquisadores. As pesquisas em torno da

transmissão de sons via ondas eletromagnéticas estiveram associadas aos avanços

do telégrafo e do telefone entre 1830 e 1910.

Primeiramente, em 1753, Benjamin Franklin propôs o uso da eletricidade para

transmitir mensagens a distância. Em seguida, por volta de 1820, o dinamarquês

Hans Chiristian Oersted comprova que a eletricidade e o magnetismo estão

relacionados. Os pesquisadores Joseph Henry e Michael Faraday vão comprovar as

afirmações dos pesquisadores precedentes e a partir destas ideias surgirão os dois

novos meios de comunicação: o telégrafo e o telefone. O telégrafo foi patenteado

pelos londrinos William Fothergill Cooke e Charles Wheatstone, no fim no século

XVII. E o telefone foi patenteado por Alexander Graham Bell, em 1876.

Quanto à descoberta das ondas eletromagnéticas, o físico James Clerk

Maxwell demonstrou, em 1863, que a combinação da eletricidade com o

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magnetismo manifesta-se no espaço originando um campo que se propaga sob

forma de vibrações ondulatórias. A experiência de Maxwell foi reafirmada pelas

pesquisas de Heinrich Rudolf Hertz e as ondas passaram a ser conhecidas como

hertzianas.

A estes e a outros se dá o mérito da descoberta do rádio. Contudo, o crédito

maior ficou para Marconi, um astuto industrial e empresário. A empresa de

Guglielmo Marconi detinha diversos inventos e ele os aprimorava, desenvolvendo

novos equipamentos. Foi o que ele fez com a transmissão de som, em 1894.

Incluía um oscilador semelhante ao desenvolvido por Heinrich Hertz, mas aperfeiçoado por Augusto Righi, pesquisador de quem o jovem Guglielmo era uma espécie de discípulo. A antena seguia o modelo da utilizada pelo russo Aleksandr Popov. [...] Não se tira, no entanto, o mérito do pesquisador o italiano que empregou esses equipamentos em suas tentativas, fazendo soar uma pequena campainha ligada aos equipamentos de recepção em transmissão que chegaram, gradativamente, à distancia de um quilômetro. (FERRARETTO, 2001, p. 82)

Dois anos após, desta vez na Grã-Bretanha, Marconi ampliou o raio de ação

dos aparelhos e, no dia 27 de julho de 1896, ele realizou a primeira demonstração

pública de radiotelegrafia. Graças a esta demonstração, Marconi obteve a patente

sobre o telégrafo sem fio. “No ano seguinte, transmitiria sinais a uma distância de

14,5 quilômetros. Em 1901, conseguiria enviar o primeiro sinal radiotelegráfico

transoceânico” (FERRARETTO, 2001, pp. 82-83).

No início do século XX, a transmissão de sons sem fio era o grande desafio

dos pesquisadores. A estabilidade no fluxo das ondas eletromagnéticas necessárias

a transmissão da voz humana só foi alcançada em 1906, quando o norte-americano

Lee De Forest desenvolveu uma válvula amplificadora que aumenta as

características dos sinais, estabilizando-o. Esse foi um importante salto para o

surgimento da radiodifusão sonora.

A primeira transmissão comprovada e eficiente ocorreu na noite de 24 de dezembro de 1906 [...] Reginald A. Fessenden transmitiu o som de um violino, de trechos da Bíblia e de uma gravação fonográfica. Da estação em Brant Rock, Massachussetts, as emissões foram ouvidas em diversos navios na costa norte-americana. (FERRARETTO, 2001, p. 86)

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Fessenden desenvolveu a estrutura básica para a transmissão em amplitude

modulada, passo também importante até a chegada do rádio tal qual o mundo o

conhece hoje.

Apenas dez anos depois da experiência de Fessenden, em 1916, o russo

David Sarnoff buscou a empresa do italiano Marconi para ver a possibilidade de

utilizar a tecnologia desenvolvida por ele para produzir um novo produto. Sarnoff

sugeriu a Marconi a elaboração do rádio como veículo de comunicação de massa. O

russo propunha uma mudança de mentalidade como bem descreveu María Cristina

Romo Gil.

No princípio, [o rádio] nasceu como um meio de comunicação bi dimencional. Sua função era servir como elo de ligação entre dois sujeitos fisicamente afastados que precisavam estar em constante comunicação. A transmissão e a recepção atuavam entre os dois, havendo comunicação propriamente dita entre ambos. Em 1916, David Sarnoff intuiu a possibilidade de transformar o rádio em um meio de comunicação massiva. Os avanços técnicos tornaram possível que o rádio perdesse sua bi direcionalidade constituindo-se em um meio de comunicação massiva unidirecional (GIL apud FERRARETTO, 2001, p. 88)

O projeto de Sarnoff e de Marconi se tornou ainda mais plausível a partir do

trabalho desenvolvido por Frank Conrad. Da oficina de sua casa ele substituiu o

fonógrafo pelo microfone e descobriu que muitos ouvintes, ao escutarem músicas,

escreviam e telefonavam pedindo canções e notícias. Com isso, Conrad decidiu

transmitir regularmente programas estruturados com o objetivo de satisfazer os seus

ouvintes.

Desta forma, pode-se afirmar que, se Sarnoff inventou o conceito do meio de comunicação rádio, Conrad lançou as bases da emissora comercial. Caberia, nesta linha de raciocínio, a Guglielmo Marcini o pioneirismo em termos de indústria-eletrônica (FERRARETTO, 2001, p. 90).

3.1.2 – O rádio brasileiro

A primeira transmissão radiofônica no Brasil foi promovida pela companhia

norte-americana Westing house Electric, no dia 7 de setembro de 1922, durante a

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Exposição do Centenário da Independência do país, no Rio de Janeiro. Nessa

demonstração pública de radiofusão, foi transmitido o discurso do então Presidente

da República Epitácio Pessoa em homenagem ao centenário da independência e

trechos de O Guarany, de Carlos Gomes. A programação foi escutada por meio de

alto-falantes localizados na Praia Vermelha.

“A demonstração promovida pelo capital norte-americano atingiria o seu

objetivo, despertando o interesse dos pioneiros do rádio no Brasil, reunidos em torno

de Edgard Roquette-Pinto” (FERRARETTO, 2001, p. 94). Diante desse interesse

demonstrado por Edgar Roquette-Pinto, com o apoio de Henrique Morize, presidente

da Academia Brasileira de Ciências, e de outros intelectuais, em 1923 instalou-se a

primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Iniciava-se então

a trajetória do rádio no Brasil.

A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro nasceu como um empreendimento de

intelectuais e cientistas e suas finalidades eram basicamente culturais, educativas e

altruísticas. Na programação, óperas, concertos, palestras, assuntos selecionados

de acordo com o interesse de seus ouvintes, na sua maioria compostos pela elite.

Ainda que muito em breve o rádio se tornaria popular, no início foi privilégio da elite,

pois buscar receptores no exterior custava muito caros. A dificuldade em atingir o

grande público em geral foi só o início dos problemas que o rádio enfrentou.

A questão financeira também era uma problemática. No início ele se mantinha

com mensalidades pagas pelos que possuíam aparelhos receptores, por doações

eventuais de entidades e, raramente, com inserções de anúncios pagos, que eram

proibidos pela legislação da época.

Porém, em 1924, surgiu uma nova visão em relação ao potencial de lucro do

rádio, quando Elba Dias funda a Rádio Clube do Brasil, a primeira emissora do Brasil

autorizada a transmitir publicidade em sua programação. Além dos anúncios pagos,

“[...] o rádio começa, de forma embrionária, a compartilhar interesses com a

produção de discos e de espetáculos [...]” (FERRARETTO, 2001, p.21).

Ainda segundo Ferraretto (2001, p.100), aos poucos, os programistas,

comunicadores que arrendavam espaço nas emissoras e se responsabilizavam pela

apresentação, produção e comercialização do espaço. A partir daí, o rádio sofre uma

transformação no início da década de 30, começando a popularizar sua

programação erudita e cada vez mais se preocupando com a comercialização de

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seus espaços. O rádio começa a cativar novos públicos e a se tornar um

entretenimento de massa. Nessa fase, surgem inúmeras emissoras em diversos

estados brasileiros.

Em 1932, a publicidade é permitida por meio do decreto nº 21.111, que

regulamentou o decreto nº 20.047, de maio de 1931, esse primeiro diploma sobre a

radiodifusão só nasceu nove anos após a implantação do rádio no país. O decreto

limitava a veiculação de propaganda no rádio em 10% da transmissão da emissora,

o governo assegurou seu poder sobre as rádios e previu a criação de uma rede

nacional sobre o seu controle. Já no Decreto nº 21.111, havia a exigência de uma

hora diária a um programa de notícias obrigatório, atualmente, a Voz do Brasil.

Segundo Ferraretto, os decretos demonstram o duplo sistema de radiofusão

do Brasil. Um público voltado para a educação e ajudado pelo Estado. Outro,

privado, comercial. Com essa regulamentação, o incentivo ao rádio como meio de

divulgação cresce e seu objetivo principal de educar começa a ser esquecido, até a

Rádio Sociedade do Rio de Janeiro se rende a popularização ao transmitir o

programa do Casé, um dos programas de maior sucesso no início do rádio no Brasil.

“Um dos atrativos do Programa Casé era a valorização da publicidade. Nele, surge o

primeiro jingle do Brasil, criado pelo compositor, radialista e desenhista Antônio

Gabriel Nássara para a Padaria Bragança [...]” (FERRARETTO, 2001, p.106).

O primeiro jingle do Brasil tinha por ritmo o fado, para agradar o dono da

padaria, que era português.

Oh, padeiro desta rua

Tenha sempre na lembrança

Não me traga outro pão

Que não seja o pão Bragança. (Refrão)

Pão inimigo da fome.

Fome inimiga do pão;

Enquanto os dois não se matam,

A gente fica na mão.

De noite, quando me deito

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E faço a minha oração,

Peço com todo respeito

Que nunca falte pão.

Além da grande aceitação entre os variados públicos, o rádio se tornou um

potencial veículo político na Revolução Constitucionalista de 1932, quando as rádios

começaram a emitir opiniões sobre o presidente Getúlio Vargas.

Com um cenário interno conturbado com a Revolução de 30, a centralização

do poder sobre Getúlio Vargas, a pressão do comércio para a venda dos produtos

do mercado interno aumentava. Com isso, o rádio cresceu como meio de divulgação

para impulsionar a compra desses produtos internos. O rádio passou a ser visto

como eficiente na divulgação com grande influência sobre os analfabetos.

A partir de então o rádio se desenvolveu ainda mais rápido. Em 1935, foi

inaugurada a Rádio Jornal do Brasil no Rio de Janeiro, instituição do programa

oficial do governo Getúlio Vargas, a ‘Voz do Brasil’, transmitida até hoje. Em 1936,

inaugura-se a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a primeira grande emissora

brasileira. Em 1939, Assis Chateaubriand inaugura a Rádio Tupi em São Paulo.

Na década de 40, os programas de rádio começaram a ser planejados com

antecedência, fixando horários. Essa foi a “era do ouro” do rádio brasileiro, com

destaque para a Rádio Nacional.

A Rádio Nacional era uma emissora que fazia parte de um mecanismo de

controle social, porém, não tinha como intuito transmitir o poder de um modelo

político em si, mas o tipo de sociedade e o quadro de valores éticos como

parâmetro, modelo, para a sociedade brasileira.

No auge do rádio brasileiro, novas emissoras cresceram e a necessidade de

diferenciar-se uma da outra em busca de público e audiência, aumentou

consideravelmente. A concorrência intensificou. As emissoras começaram a se

especializar em determinados assuntos, como: esportes, na rádio Pan em 1947;

jornalismo, na Rádio Nacional através do Repórter Esso em 1941 e no jornal falado

da Tupi em 1942; na radionovela “Em busca da felicidade” na Rádio Nacional em

1941. Em 1942, surge o Instituto Brasileiro de Opinião Pública (IBOPE), empresa de

pesquisa de opinião para auxiliar na análise e pesquisa da audiência das rádios.

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Através dessas novas programações o rádio conquistou seu público,

tornando-se opção de entretenimento e lazer. A maioria dos eventos,

acontecimentos, novidades estavam ligados a ele. Mas, a era de ouro entrou em

decadência na década de 50 com a chegada da televisão.

Os principais motivos de preocupação do rádio com a televisão eram a perda

de investimento; a perda de talentos do rádio devido a ofertas de trabalho na

televisão, com a finalidade de criar e desenvolver a sua programação; a perda das

verbas publicitárias para o novo meio de comunicação.

Com a perda do prestígio [...] na década de 60, provocada em parte pelo advento da Tv, que passa a disputar parcelas [...] do bolo publicitário e [...] por causa da queda no padrão de qualidade técnica [...] AM, o meio radiofônico vive um período de estagnação (CESAR, 2005, p. 201).

Mas o rádio não se rendeu e começou um processo de reformulação. O rádio

começou a visualizar novos caminhos com o transistor, criação norte-americana que

proporcionou a redução do custo do aparelho para a sociedade, e também com as

novas descobertas, entre elas a rádio musical e a rádio eclética.

Ele começou a demonstrar-se como um meio individual, mais íntimo, um

companheiro do ouvinte. Novas tendências na programação começam a surgir, o

esporte no rádio cresceu e se tornou o foco de seus investimentos publicitários, o

radiojornalismo teve grande apoio do mercado e descobriu-se a importante função

do rádio: a prestação de serviço. “[...] surgem então os descendentes dos pioneiros

e admiráveis animadores: os comunicadores que aos poucos vão ganhando espaço

e aperfeiçoando sua arte, criando toda uma nova geração de programas de rádio”

(CESAR, 2005, p. 202-203).

Em 1962, surge a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão

(ABERT). E foi justo na época da ditadura militar (de 1969 a 1974), que o rádio se

redefiniu e voltou como um grande meio de comunicação. A radiofusão não escapou

ao golpe, emissoras foram fechadas, investigadas e censuradas. Porém, o rádio

volta ao ar, abrindo espaço para o governo militar e para o articulador do golpe, o

jornalista Carlos Lacerda. Com as rádios nas mãos, o governo tem a publicidade

governamental como arma. Em 1975, surgiu a Empresa Brasileira de Radiofusão,

atual EBC, com o objetivo de administrar as emissoras e redes brasileiras.

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Foi neste contexto que a rádio se reestrutura. Com a queda de qualidade da

AM, busca-se um novo padrão, a FM, “[...] embora de menor alcance de raio,

ofereceu uma qualidade sonora superior [...]”. (FERRARETTO, 2001, p. 156). Assim

a FM vai conquistando espaço no mercado brasileiro, graças a sua qualidade e ao

apoio que teve das indústrias brasileiras que produziam equipamentos

transmissores e receptores mais baratos.

No fim da década de 70, 85% da população brasileira tinha acesso ao rádio. A

FM abre espaço para a expansão do rádio em um novo campo com a primeira

emissora de frequência modulada, a Rádio Difusora FM, de São Paulo. A

concorrência com outros meios de comunicação fez com que o rádio tivesse novas

formas de programação. O caminho foi a segmentação em todos os níveis:

geográfica, de público consumidor, de gênero de programa. Uma nova fase se inicia

com o crescimento das emissoras FM e com a consolidação de sua nova

programação.

Na década de 80, com a influência norte-americana, os locutores ficam mais

soltos, bem humorados, ágeis, as técnicas para a radiofusão começam a se

disseminar proporcionando mais qualidade nos programas de rádio. Para o rádio, a

década foi um momento de grande crescimento. Recorde em número de aparelho

entre a população, nível de consumo por ouvintes, quantidade de emissoras,

crescimento do faturamento publicitário e de utilidade pública. O rádio se encontra

como excelente meio de massa, de entretenimento e de lazer.

3.2 – A história do brega

Você me pede na carta

que eu desapareça

que eu nunca mais te procure

Pra sempre te esqueça

Posso fazer sua vontade

atender seu pedido

mas esquecer é bobagem

é tempo perdido.

“Ainda ontem chorei de saudade”,

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Brega é um gênero musical brasileiro que passou e ainda passa por diversas

crises. Surgido em meio ao rock e a bossa nova, o brega foi muito discriminado no

passado. Hoje, apesar de ser cultuado por fãs e alguns músicos, sua conceituação

como estética musical ainda é alvo de muitos debates por estudiosos e agentes do

meio musical. Isso porque não há um ritmo propriamente brega.

Mesmo sem ter estabelecidas características suficientemente rígidas, uma

vez que a música brega se apresenta em vários ritmos como o bolero, o samba

canção e o sertanejo ou caipira, o termo foi associado ao gênero romântico

exagerado. Por ser um estilo que normalmente retrata a vida do autor, a música

brega conta as desilusões amorosas e os relacionamentos em prostíbulos, o

homossexualismo, as traições e o abandono.

Não há registro exato do nascimento da música brega, porém, nas décadas

de 30, 40 e 50, cantores como Vicente Celestino e Orlando Dias já faziam sucesso

cantando o amor de forma apelativa e melancólica, com melodias fortes e de rimas

de fácil assimilação pelo público. Cantores como Carlos Alberto e Evaldo Braga

também colaboraram para a solidificação deste estilo que se tornou um popular

estilo musical no Brasil.

A origem do termo “Brega” também é discutida. Há indícios de que esse

termo seja originário da Rua Manuel de Nóbrega em Salvador, zona de prostíbulos,

onde músicas deste estilo eram usadas para embalar os romances de aluguel. Outra

hipótese é que venha da gíria “Breguete”, nome que a classe média carioca

designou de forma preconceituosa às empregadas domésticas, principalmente, com

relação aos gostos musicais. O fato é que, desde o começo da década de 80, a

palavra brega vem sendo usada para designar a música de mau gosto, geralmente

feita para as camadas populares, com exageros de dramaticidade. Muitos críticos

musicais usam mesmo o termo “mau gosto” no lugar de “brega”.

Nos anos de 1930, Vicente Celestino cantava O Ébrio, música que foi tema de

filme, e Coração Materno, que mais tarde foi gravada por Caetano Veloso no auge

da Tropicália. Nas décadas seguintes, o samba-canção e o bolero levaram adiante a

estética musical proposta na década de 30.

As principais canções eram cantadas por vozes empostadas de artistas que

traziam e ainda trazem a emoção na voz. Orlando Dias, por exemplo, era o viúvo

que desafogava a emoção no palco, acenando com o lenço branco para o público,

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Silvinho (Esta Noite Eu Queria que o Mundo Acabasse e Mulher Governanta),

Nelson Gonçalves (A Volta do Boêmio), Anísio Silva e Altemar Dutra eram

abastecidos pela dupla de compositores Jair Amorim e Evaldo Gouveia com

canções como Que Queres Tu de Mim?, Waldick Soriano, cantou uma das mais

populares Eu Não Sou Cachorro Não. Outros destaques foram Adilson Ramos,

Agnaldo Timóteo, Nelson Ned, Agnaldo Rayol e Lindomar Castilho.

A Jovem Guarda abriu caminho para novas modalidades musicais que

desafiaram os padrões de bom gosto da classe média brasileira. Inspirados pelas

levadas de guitarra e as letras românticas, músicos de todo o país resolveram

embarcar na onda brega.

Em Recife, apareceu Reginaldo Rossi. Seu primeiro sucesso foi O Pão, que

abriu caminho para uma série de outras músicas com estilo muito próprio, tornando-

o um dos artistas mais populares do Nordeste a partir do começo dos anos 70.

Músicas como Mon Amour Meu Bem e Ma Femme tiveram mais de 50 regravações.

Rossi tornou-se o Roberto Carlos nordestino, apropriando-se do título de Rei. No fim

dos anos 90, Garçon, clássico da música de corno, transformou-o em sensação no

cenário musical do Sudeste, ajudando a retomar a reavaliação da música brega. O

sucesso o rei do brega teve direito, inclusive, a um disco-tributo pela geração

roqueira do mangue beat: ReiGinaldo Rossi (1999).

Voltando um pouco no tempo, ainda nos anos 70, junto com Reginaldo Rossi

outros cantores passaram a disputar a atenção do público de classes sociais menos

abastadas. Odair José agraciou os bailes com canções como Pare de Tomar a

Pílula e Eu Vou Tirar Você Desse Lugar, que chegou a cantar em dueto com

Caetano Veloso no festival Phono 73. Tematizando as alegrias e tragédias de uma

população de migrantes nordestinos, outros artistas como Amado Batista (O Lixeiro

e a Empregada, O Acidente), Fernando Mendes (Cadeira de Rodas), Evaldo Braga

(Sorria, Sorria) e Almir Rogério (Fuscão Preto) também garantiram grandes vendas

de discos.

Uma versão mais moderna do que viria a ser o brega surgiu na segunda

metade dos anos 70 com Sidney Magal (Sandra Rosa Madalena e O Meu Sangue

Ferve por Você) e Gretchen (Melô do Piripipi, Conga La Conga). No lugar do embalo

da Jovem Guarda, entrou a influência da discoteca e do pop dançante, com uma

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grande ênfase em danças e gestos sensuais. Contudo, o romantismo seguia em

alta.

Nos anos 80, o pop brega foi representado por dois compositores, Michael

Sullivan (ex-Fevers) e Paulo Massadas, que garantiu sucessos para nomes do mais

respeitável time da Música Popular Brasileira (MPB), como Gal Costa (Um Dia de

Domingo), Tim Maia (Me Dê Motivo) e Fagner (Deslizes). Por outro lado, jovens

artistas do Sudeste começaram a reavaliar aquela música batizada de brega e a

usá-la em seus trabalhos como forma de contestar a alta cultura. A vertente

metabrega – inaugurada por Raul Seixas nos anos 70 com as músicas Sessão das

Dez e Tu É o MDC da Minha Vida – teve como expoentes o cantor, compositor,

pianista e ator carioca Eduardo Dusek, que fez o disco Brega-chique em 1984, e a

banda paulistana Língua de Trapo.

Na década de 90 uma vertente satírica deu continuidade ao segmento brega.

Bandas como a paulistana Vexame e a carioca Os Copacabanas se especializaram

em recriar sucessos de Amado Batista e Reginaldo Rossi de forma satírica para as

plateias mais intelectualizadas. Outra vertente foi a dos autores, como o cearense

Falcão (Holiday, Foi Muito e I’m Not Dog No) e os Mamonas Assassinas (Língua de

Trapo, Vira Vira e Pelados em Santos).

No fim dos anos 90 a aceitação do brega era tanta que a gravadora Universal

lançou a caixa de seis CDs A Discoteca do Chacrinha. Por quê? Porque era este o

programa em que os artistas do gênero se encontravam. Diversas edições

receberam nomes como Sidney Magal, Gretchen, Odair José, Almir Rogério, Amado

Batista e tantos outros.

Enquanto isso, o brega assumia forma ainda mais autêntica e torna-se uma

das principais forças musicais em Belém do Pará. Depois de Alípio Martins e Beto

Barbosa, que ajudou a propagar o fenômeno da Lambada pelo país no fim dos 80,

uma geração influenciada por Reginaldo Rossi tomou a cidade em bailes e festas.

Muitas músicas não ultrapassaram as barreiras regionais como o caso da Melô do

Papudinho de Roberto Villar e da Melô do Ladrão de Wanderley Andrade. Entre os

artistas que movimentaram a vida noturna de Belém no fim dos anos 90 estão

Edilson Moreno, Anormal do Brega, Adilson Ribeiro, Cléo Soares, Kim Marques,

Alberto Moreno e Cris Oliveira com seu Brega Calipso.

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3.3 – A música, o mercado e as alternativas

Uma expressão espontânea de emoções, anseios e pensamentos humanos,

assim é o Brega, a música de modo geral. Porém, em alguns casos, a transformação

da canção em produto comercial prejudicou essa espontaneidade e a essência da

criação artística.

As manifestações culturais, outrora produzidas socialmente em espaços qualitativamente diferenciados e portadores de subjetividade, perdem sua dimensão de especificidade ao serem submetidas à lógica da economia e da administração. (DIAS, 2008, p. 30)

Com a criação da indústria fonográfica, na década de 50, as grandes

gravadoras passaram a deter o poder sobre o que deve ou nãoser ouvido.

Utilizando-se do jabá, mensalidade paga às rádios com o objetivo de manipuladas

programações, a indústria define o que deve ir ao ar.

[...] o jabá é um processo que se veicula à ideologia do capitalismo, onde os meios de produção e difusão dispõem de forças econômicas e de acesso comunicacional capazes de impor condições que restringem a circulação da livre produção cultural. (OLIVEIRA, 2004, p.48)

O resultado dessa prática é a massificação da música. O público praticamente

não escolhe o que vai ouvir, absorve as músicas da moda por insistência dos meios

de comunicação. Quem escolhe o que é bom para ouvir é a indústria.

O mercado e o capitalismo influíram no gosto musical de hoje a tal ponto, que a Indústria Cultural impõe o que irá ser veiculado na mídia (moda) através de práticas comerciais (capitalismo, lucro). Os consumidores perpetuam a repetição (jabá) internalizando o que é ouvido, e acabam pedindo por tais músicas na maioria das rádios e meios de comunicação. Essa pseudo-escolha funciona através do que é chamado de ‘a lista das mais pedidas’. (LEMINSKI;RUIZ,2006, p. 43)

No Brasil, a indústria fonográfica é composta quase que exclusivamente de

grandes empresas transnacionais, que vêem no país uma oportunidade de lucrar

explorando um potencial artístico peculiar dos brasileiros.

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Outro modelo de gravadora, que se contrapõe às majors, são os selos

independentes, ou as indies. Estas gravadoras se dedicam a materiais diferenciados

e servem como alternativa para os artistas fora do circuito estético dominante da

grande indústria.

Muitos destes selos são como continuações de grandes gravadoras. Estas

firmam contratos com as menores exatamente para se apropriarem de uma fatia do

lucro em potencial que representam os artistas alternativos com públicos reduzidos,

porém certos, cativos e antenados.

Paralelamente ao fenômeno industrial, os grupos que aparecem na grande mídia tendem a nascer de uma cena alternativa e vão se moldando conforme a estética midiática. [...] Hoje, a indústria não mede forças para capitalizar também esse mercado, que vai sendo apropriado pelas majors, por meio da distribuição de selos independentes, concentrando ainda mais o mercado. Nota-se que são os selos independentes os principais responsáveis pelas descobertas de novos talentos; às grandes companhias cabe apenas a distribuição. (BRITTOS; OLIVEIRA, 2005, p. 56)

Os selos independentes começam a surgir no Brasil já no final da década de

70. E atualmente muitos artistas da música brega recorrem a este recurso para

conseguirem levar seus trabalhos ao público.

Atualmente, há no Brasil diversas gravadoras independentes, o que possibilita

a veiculação de produtos diferentes daqueles produzidos pelas majors e divulgados

pela grande mídia.

3.4 – Internet e a crise

Desta forma, o mercado fonográfico mostra-se bastante amplo, consolidado e

multifacetado. Mas apesar de todas as suas facetas – jabás, estratégias de

manipulação cultural e divulgação –, a indústria da música está em crise.

Vários fatores contribuíram para isso. O primeiro é a pirataria. Com o advento

da internet e a criação da tecnologia MPEG Audio Layer-3(MP3), tornou-se uma

prática comum a aquisição ilegal de músicas – por meio de softwares de

compartilhamento de arquivos – e de CD’s falsificados produzidos por organizações

clandestinas especializadas.

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[...] a indústria abre mercado para os piratas, ao trabalhar com margens de lucro muito elevadas (e investir em processos como o jabá), gerando altos preços finais ao consumidor final. Em relação ao mercado brasileiro, os lançamentos oficiais em CDs chegam às prateleiras variando entre R$ 35,00 e 45,00, o que torna o consumo inviável para grande parcela da população. No Brasil, a pirataria já consome 60% do mercado de discos, ficando em segundo lugar no ranking, somente atrás na China. (BRITTOS; OLIVEIRA, 2005, p. 55)

Os Compact Discs (CD’s) acabaram virando artigo de luxo para os

consumidores e o preço cobrado pelo CD não vale o capricho de colecioná-lo. Outro

fator que favoreceu a crise da indústria foi a diminuição do apego por esses objetos,

em relação ao que era depositado nos LP’s, que costumavam ser colecionados e

valorizados, especialmente pela camada jovem da população.

Neste contexto geral, onde as majors estão enfraquecidas e estagnadas na

manutenção da cultura massificada e uniforme que promovem e a internet se

apresenta como um meio de divulgação livre e gratuita, abre uma brecha

significativa para a criação de espaços musicais alternativos. Esses espaços, por

serem relativamente alheios ao lucro e à ditadura do mercado, podem retornar à

essência da arte como forma de expressão espontânea e subjetiva.

É o que fazem os artistas do brega contemporâneo. Ao não encontrarem

espaço no mercado fonográfico, buscam a internet como meio de divulgar e

preservar a música brega viva.

Estas são as produções independentes. Livres das garras do mercado, os

artistas que optam por produzir seus materiais por conta própria ou através de

pequenos selos, podem se dar o luxo de fugir da estética comercial.

Esse fenômeno se dá em função das ferramentas tecnológicas disponíveis

para produção e divulgação de materiais artísticos. Hoje, já é possível produzir, em

casa, CD’s de qualidade muito semelhante a dos feitos em estúdio. Grande parte

dos softwares usados na produção musical encontra-se disponível para download

grátis na internet.

Quanto a divulgação, as páginas próprias, fan pages e as mais diversas

opções de redes sociais não são segredos para ninguém. Além disso, existem sites

públicos feitos para este fim, tais como o My space, um dos mais bem-sucedidos

nesta proposta por possuir um público global e muito amplo. Outro alternativa muito

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popular é o YouTube, onde os artistas têm oportunidade de criar um perfil e

adicionar vídeos próprios.

No entanto, é importante lembrar que, mesmo com todo esse aparato, “a

principal dificuldade da cena alternativa está representada nos obstáculos para a

publicização de seus conteúdos”, (BRITTOS;OLIVEIRA,2005, p. 59).

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4 – PROGRAMAS DE RÁDIO E UMA NOVA PROPOSTA 4.1 – Programas de rádio e o brega em Brasília

O DF conta com rádios locais, públicas e repetidoras – filiais com matriz em

outras regiões administrativas.. Rádios como a Clube FM (105,5), a Rádio Atividade

(107,1) e a JK FM (102,7) optam pelas versões contemporâneas do brega. Esse

gênero musica brasileiro pode ser encontrado em vários estilos musicais e nestas

rádios os estilos da moda como o sertanejo, por exemplo, ocupam as programações.

A Rádio Romântica (104,9FM) é uma repetidora, com matriz em Belo

Horizonte-MG. Além da capital mineira e do Distrito Federal, a rádio tem filial em

Uberaba-MG (92,5FM), Vitória-ES (105,7FM), Curitiba-PR (95,7FM), Rio de Janeiro-

RJ (710AM), Salvador-BA (98,3FM) e Goiânia-GO (88,9FM).

Nas oito estações, a programação da Rádio Romântica contempla a música

brega em diversos momentos do dia. Os principais programas são: Emoções com

Roberto Carlos (07:00), A hora do brega (12:15), especialmente dedicado aos

clássicos do gênero brega e o Noite romântica (20:00). Entre as rádios públicas, é mais comum encontrar estilos musicais que

fizeram muito sucesso no passado sendo resgatados. A título de exemplo encontra-

se a Verde Oliva, rádio operada pelo Exército Brasileiro. Esta rádio também tem um

programa dedicado exclusivamente a música brega de raiz. A Volta é transmitido

aos domingos pela manhã, ao vivo, das 9h às 10h, e reprisado, à noite, a partir das

23h.

4.2 – Programa “Chorei de saudade”: uma proposta para emocionar

O título do Programa “Chorei de Saudade” é uma alusão ao auge da música

romântica brega, que com o passar dos anos tem sido cada vez menos lembrada

pelas emissoras de rádio e programas de televisão. Também é parte do título da

obra de Moacir Franco “Ainda ontem chorei de saudade”, que é uma das músicas

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mais executadas nos últimos anos e retrata com fidelidade o estilo trágico,

melancólico e apaixonado.

O programa foi idealizado levando em consideração a necessidade de se

resgatar a origem da música romântica na sua essência. Com o passar dos anos, os

novos movimentos e estilos musicais foram ocupando o lugar de destaque que antes

a música brega ocupava nas rádios. Com isso, a nova geração de ouvintes, muitas

vezes, desconhece a origem de tanto romantismo demonstrado nas músicas atuais,

sendo que muitas delas são regravadas com uma nova roupagem e absorvidas

como novidades.

Para sanar essa deficiência no conhecimento das pessoas, esse programa

piloto contará uma breve história do estilo brega, as suas peculiaridades e

características, destacando também alguns dos maiores responsáveis pelos hits que

embalaram uma geração e concorreram com outros grandes movimentos musicais

como a Jovem Guarda, a Tropicália e a Bossa Nova, subsistindo até o final dos anos

80, quando o rock nacional assumiu o pódio em todos os meios de comunicação e

tomou conta de 90% das programações de rádios e TV.

Com algumas músicas de fundo durante a locução, o programa trará

entrevistas com artistas e agenda brega de Brasília, dicas de lugares onde se pode

ouvir e dançar ao som de músicas românticas. No programa também haverá espaço

para comerciais e promoções. A proposta é que seja um programa semanal, de

preferência no sábado pela manhã.

O programa irá ao ar pela Rádio Guará FM (98,1), uma rádio comunitária do

Guará. Haverá espaço para divulgação e entrevistas com bandas ou cantores

românticos da cidade, artistas que priorizam a música brega em seus shows.

Durante a semana os ouvintes poderão pedir músicas e dar sugestões através de e-

mails, SMS e Whatsaps que serão informados durante a programação, a partir daí

será montada a grade do programa que irá ao ar no sábado. A cada programa o

ouvinte irá conhecer a história de vida, as músicas e a carreira de alguns dos

principais representantes do estilo brega.

Com o compromisso de trazer mais conhecimento em torno da música brega,

principalmente aos ouvintes mais jovens, será informado o ano de gravação, os

autores e alguma curiosidade sobre cada música antes de sua execução.

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Esse programa piloto contará com três blocos de quatro minutos cada um. O

primeiro bloco trará a história da música brega, os principais nomes e a influência do

estilo para as canções que hoje fazem sucesso em outros estilos. Neste momento,

entrará trechos de uma entrevista com o cantor Marcelo José, artista de Brasília,

dando declarações sobre o que é este gênero musical e o seu valor cultural, um

povo fala, garantindo espaço para que os ouvintes participem e expressem seus

comentários.

O segundo bloco trará uma entrevista com Alan Mariz. Este bloco deve

sempre dar preferência para algum artista que trabalha em prol de manter a música

brega viva.

O terceiro bloco trará a Agenda Brega com indicações da programação brega

na cidade. Para finalizar o programa a música “Meu Grito” será reproduzida pela

metade.

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5 – PRODUÇÃO 5.1 – O programa piloto

Após o planejamento do que será o programa bem como as características do

programa piloto, a produção seguiu o seguinte roteiro:

Primeira etapa:

• contatar cantores para entrevista e selecionar uma delas para o

primeiro bloco;

• escolher e contatar o entrevistado para o segundo bloco;

• pesquisar eventos interessantes para o terceiro bloco.

Segunda etapa:

• elaborar o roteiro;

• elaborar a pauta da entrevista.

Terceira etapa:

• elaborar as vinhetas (abertura e encerramento) e a passagem de

bloco;

• selecionar as canções a serem apresentadas.

Quarta etapa:

• gravar;

• editar.

O processo de produção iniciou-se com o contato com os entrevistados. As

entrevistas foram as primeiras partes a serem preparadas. Com Marcelo José a

conversa foi a respeito da proposta do programa, que voltaria a executar com mais

frequência as músicas que embalavam os relacionamentos após a jovem guarda.

Com o segundo entrevistado, Alan Mariz, cover do Roberto Carlos, foi abordada a

música romântica e a aceitação do público.

O próximo passo foi a gravação do povo fala, com o intuito de conhecer a

opinião da comunidade sobre a música brega e a proposta de um programa que

resgate essa cultura.

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Após as entrevistas gravadas, foram feitas adaptações no roteiro e iniciada as

atividades de estúdio. As vinhetas foram produzidas, as músicas de BG escolhidas e

a locução gravada. Em seguida, iniciou-se o trabalho de edição.

5.2 – Roteiro BLOCO 1 TEC: VINHETA DE ABERTURA TEC: SOBE SOM (AINDA ONTEM CHOREI DE SAUDADE)

TEC: BG (AINDA ONTEM CHOREI DE SAUDADE)

LOC: BOA NOITE, EU SOU RONALDO TIMÓTEO E PELAS ONDAS SONORAS

DA RÁDIO GUARÁ FM, NOVENTA E OITO VÍRGULA UM, COMEÇA AGORA O

PROGRAMA “CHOREI DE SAUDADE”. AQUI VOCÊ RELEMBRA OS AMORES DO

PASSADO, HOMENAGEIA O AMOR DO PRESENTE E ENCONTRA O AMOR DO

FUTURO.

TEC: SOBE SOM (AINDA ONTEM CHOREI DE SAUDADE)

LOC: PARA DAR INÍCIO AO PRIMEIRO DE MUITOS PROGRAMAS QUE VIRÃO

PELA FRENTE, VAMOS FALAR UM POUCO SOBRE A MÚSICA ROMÂNTICA,

CONHECIDA COMO MÚSICA “BREGA”, MAS ANTES VAMOS CONHECER O QUE

O POVO ENTENDE POR MÚSICA BREGA.

LOC: HELENA MATOS É ESTUDANTE DE JORNALISMO. ENT: “EU ACHEI MUITO BOA A ...E AÍ É MUIT0 INTERESSANTE”.

LOC: GERRANA É PROFESSORA.

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ENT: “EU GOSTEI MUITO DESSA ...NOSSAS BOAS MÚSICAS”.

LOC: LUCIANO COSTA É ASSESSOR DE IMPRENSA

ENT: “É, EU ACHO QUE UMA INICIATIVA ...O PROGRAMA TA DE PARABÉNS”.

TEC: VINHETA DE PASSAGEM

TEC: SOBE SOM (EU VOU TIRAR VOCÊ DESSE LUGAR) LOC: QUEM BATEU UM PAPO COM A GENTE FOI O CANTOR MARCELO JOSÉ,

COM 41 ANOS DE CARREIRA ELE APRESENTA SHOWS EM BRASÍLIA E

OUTRAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS. ELE DISSE QUE ATUALMENTE A MÍDIA

NÃO MOSTRA A REALIDADE DA MÚSICA BRASILEIRA

ENTREVISTADO 1: “EU, NOS MEUS 41 ANOS DE MÚSICA POPULAR

BRASILEIRA CONTINUO...CANTANDO O QUE HÁ DE MELHOR NA MÚSICA

POPULAR BRASILEIRA”.

LOC: MARCELO JOSÉ LEMBRA DO INÍCIO DA CARREIRA DELE EM 1973,

QUANDO ABRIU O SHOW DO CONSAGRADO NEY MATOGROSSO.

ENTREVISTADO 1: “É LAMENTÁVEL RONALDO QUE ISSO ACONTEÇA...O

TONINHO NÃO É LEMBRADO NÉ”.

LOC: O CANTOR APRESENTA UM REPERTÓRIO VARIADO.

ENTREVISTADO 1: “EU CANTO NELSON NED, CANTO MÁRCIO GREYK, É, TEM

UM ARTISTA...MOSTRAR PRO PÚBLICO O TRABALHO DELES”.

LOC: NOS SHOWS MARCELO JOSÉ CANTA FORRÓ, MÚSICAS DOS ANOS 60 E

ATÉ SERTANEJO, MAS O QUE ELE GOSTA MESMO É DA MÚSICA BREGA

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ENTREVISTADO 1: “HOJE QUE A NOITE ESTÁ CALMA E QUE...SÓ MAIS UMA

NOITE”. LOC: AGRADECEMOS A PARTICIPAÇÃO DO GRANDE CANTOR MARCELO

JOSÉ. FOI UM PRAZER TÊ-LO AQUI NA ESTREIA DO NOSSO CHOREI DE

SAUDADE. VAMOS PARA UM BREVE COMERCIAL. VOLTAMOS JÁ, NÃO SAIA

DAÍ.

TEC: VINHETA DE PASSAGEM

TEC: COMERCIAL

BLOCO 2 TEC: VINHETA DE PASSAGEM

TEC: SOBE SOM (IMPOSSÍVEL ACREDITAR QUE PERDI VOCÊ)

LOC: VOLTAMOS COM O CHOREI DE SAUDADE. NESTE BLOCO, VOCÊ

OUVINTE, VAI CONHECER UM POUCO SOBRE O TRABALHO DO ALAN MARIZ,

O FAMOSO COVER DO REI ROBERTO CARLOS. BOA NOITE ALAN, COMO

VOCÊ VÊ O ATUAL CENÁRIO DA MÚSICA ROMÂNTICA?

ENTREVISTADO 2: “BOM, NA VERDADE O QUE A GENTE VÊ HOJE...DA

DÉCADA DE 70 E ATÉ DE 60 TAMBÉM”.

LOC: ALAN, OS FREQUENTADORES DOS SEUS SHOWS É UM PÚBLICO

ROMÂNTICO? COMO É A ACEITAÇÃO DELES COM A MÚSICA BREGA E QUAL

É A FAIXA ETÁRIA DESSE PÚBLICO?

ENTREVISTADO 2:“ÓH, NA VERDADE, EM TODO LUGAR POR ONDE EU JÁ

ANDEI NO BRASIL...EU FICO MUITO FELIZ”.

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LOC: ALAN, PARA FINALIZARMOS ESSE BLOCO, APROVEITANDO A SUA

PARTICIPAÇÃO, CANTE UM TRECHO DA MÚSICA MAIS PEDIDA NOS SHOWS,

AQUELA QUE NÃO PODE FALTAR.

ENTREVISTADO 2: “A MAIS SOLICITADA NÃO É A QUE EU MAIS

GOSTO...COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ”. LOC: OBRIGADO, ALAN, PELA PARTICIPAÇÃO. VAMOS PARA O INTERVALO E

VOLTAMOS JÁ COM A NOSSA AGENDA BREGA.

TEC: VINHETA DE PASSAGEM

TEC: COMERCIAL

BLOCO 3 TEC: VINHETA DE PASSAGEM

TEC: SOBE SOM (EU NÃO SOU CACHORRO NÃO)

TEC: BG (EU NÃO SOU CACHORRO NÃO)

LOC: VOLTAMOS E AGORA É HORA DE SABER O ROTEIRO BRASILIENSE DA

MÚSICA BREGA.

TEC: SOBE SOM (A NAMORADA QUE SONHEI)

TEC: BG ( A NAMORADA QUE SONHEI)

LOC: BEM OUVINTES PRA QUEM GOSTA DO MELHOR DA MÚSICA

ROMÂNTICA BREGA, O CLUBE DOS PREVIDENCIÁRIOS, NA NOVESSENTOS E

TREZE SUL, APRESENTA TODAS AS SEXTAS-FEIRAS, A PARTIR DAS VINTE E

DUAS HORAS UMA GRANDE SERESTA. TAMBÉM NO CLUBE ASA, NA

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SEISSENTAS E DOZE SUL, GRANDE BAILE DANÇANTE COM CANTORES

VARIADOS. TAMBÉM NO RESTAURANTE CIDADE LIVRE, NO NÚCLEO

BANDEIRANTE, NO SEGUNDO SÁBADO DE CADA MÊS, SHOWS COM O

COVER DO REI ROBERTO CARLOS, ALAN MARIZ.

TEC: SOBE SOM (MEU GRITO)

TEC: BG (MEU GRITO)

LOC: É ISSO AÍ, CHEGA AO FIM ANOSSA PRIMEIRA EDIÇÃO DOPROGRAMA

“CHOREI DE SAUDADE”. E A GENTE SE DESPEDE OUVINDO O CLÁSSICO

“MEU GRITO”, UMA VERDADEIRA DECLARAÇÃO DE AMOR COMPOSTA POR

ROBERTO CARLOS, NA VOZ DE AGNALDO TIMÓTEO.

TEC: SOBE SOM (MEU GRITO)

TEC: BG (MEU GRITO)

LOC: O PROGRAMA CHOREI DE SAUDADE, É O TRABALHO DE CONCLUSÃO

DO CURSO DE JORNALISMO DO ICESP/PROMOVE DO ALUNO RONALDO

TADEU ALVES BATISTA. PRODUÇÃO, APRESENTAÇÃO E REPORTAGEM

RONALDO TADEU, EDIÇÃO DE MARCO ANTONIO, PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS

DOS CANTORES MARCELO JOSÉ E ALAN MARIZ, ORIENTAÇÃO PROFESSORA

ANA SEIDL. OBRIGADO.

TEC: SOBE SOM (MEU GRITO)

TEC: VINHETA DE ENCERRAMENTO

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como bom apaixonado pela música brega e não apenas vendo, mas

vivenciando o abandono do prestígio da música romântica, a dificuldade que os

artistas têm para mantê-la viva, a proposta deste trabalho cumpre seu papel de

resgate do gênero romântico brega.

Brasília é uma cidade de muitos gostos musicais, de grande diversidade

cultural. Mesmo o brega não estando entre os mais apreciados é importante suscitar

nas pessoas a importância dele no surgimento de tantos outros gêneros.

Hoje, a música brega luta por espaços na mídia, porém os casos de amor,

que sempre trouxeram letras às músicas bregas, continuam sendo vividos pelos

casais brasilienses. Certamente, alguém apaixonado, na oportunidade de ouvir uma

música brega se sentirá emocionado pela essência desse estilo musical. Mais como

criar essa oportunidade, se pouquíssimas rádios, ou praticamente nenhuma, dá

espaço para a celebração do amor por meio do brega?

Chorei de Saudade não atingiria uma massa tão grande de românticos

apaixonados, mas daria sua contribuição, principalmente por ser uma proposta

educativa. O programa não apenas toca músicas bregas, mas conta, a cada

programa, uma página da história desse gênero apresentando aos ouvintes cantores

que fizeram sucesso em décadas passadas, os que até hoje lutam para que o brega

não morra e contando como esse estilo influenciou outros tantos que o sucederam.

A Agenda Brega, quadro do programa, também cumpre um importante papel com a

divulgação de opções serestas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITTOS, Valério Cruz; OLIVEIRA, Ana Paola de. Processos Midiáticos musicais, mercado e alternativas. Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo, v. 2., n. 5,

p. 31-63, 2005. Disponível em:

<http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/comunicacaomidiaeconsumo/index

>. Acesso em: 21 out. 2014.

CÉSAR, Cyro. Rádio: a mídia da emoção. São Paulo: Summus, 2005.

DIAS, Maria Tosta. Os donos da voz: indústria fonográfica brasileira e mundialização da cultura. 2 ed. São Paulo: Boitempo, 2008.

FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. 2 ed. Porto

Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001.

LEMINSKI, Estrela; RUIZ, Téo. Contra-Indústria. Curitiba: Gramofone Produtora

Cultural, 2006.

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