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20 d Terapias da Mente A DECISÃO DE ALCANÇAR O SUCESSO é a atitude mais importante na sua vida ENTREVISTA ROSA BASTO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE HIPNOSE CLÍNICA E TERAPIAS INTEGRATIVAS «A terapia, além de tratar, vai ensinar as pessoas a se focalizarem na saúde em vez da doença» Por Elisabeth Barnard e Tânia Martins Fotos: Bruno Costa Rosa Basto é psicóloga, hipnoterapeuta e Presidente da Associação Internacional de Hipnose Clínica e Terapias Integrativas. Dedica- -se há muitos anos ao acompanhamento de todas as pessoas que precisam estar de bem com a vida, libertar- se dos seus medos, fobias, ansiedades ou de trabalhar o seu sofrimento, ajudando-as a evoluir enquanto pessoas.

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20 d Terapias da Mente

A decisão de AlcAnçAr o sucesso

é a atitude mais importante na sua

vida

entrevista

Rosa Basto, PResidente da associação inteRnacional de HiPnose clínica e teRaPias integRativas

«A terapia, além de tratar, vai ensinar as pessoas a se focalizarem na saúde

em vez da doença»

Por Elisabeth Barnard e Tânia Martins Fotos: Bruno Costa

Rosa Basto é psicóloga, hipnoterapeuta e Presidente da Associação Internacional de Hipnose Clínica e Terapias Integrativas. Dedica- -se há muitos anos ao acompanhamento de todas as pessoas que precisam estar de bem com a vida, libertar-se dos seus medos, fobias, ansiedades ou de trabalhar o seu sofrimento, ajudando-as a evoluir enquanto pessoas.

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MEN

TAL

encontram o verdadeiro sentido da dor, po-dem fazer a mudança. A terapia que utilizo é nada mais nada menos que a introspecção sobre questionar o que é importante para a nossa vida e, a partir daí, arranjar estraté-gias eficientes para lá chegar. Considero que todos os tratamentos têm o seu lado positivo, embora alguns se prolonguem muito no tempo. O meu método baseia-se numa terapia breve, rápida e eficiente e, acima de tudo, não invasiva, ao qual gosto de intitular de ‘Terapia Diamante’, por in-tegrar várias técnicas, respeitando sempre o equilíbrio e autonomia do paciente, as suas crenças, valores e convicções, per-mitindo ao paciente bem como ao tera-peuta, irem ao encontro da origem, da causa verdadeira do problema em vez de andar apenas à volta dos sintomas. O método que utilizo vai mais longe em relação aos métodos mais tradicionais, permitindo ao paciente libertar-se mais rapidamente dos problemas de uma for-ma segura, agradável e confortável.

Fale-nos um pouco da ‘Terapia Diamante’…Para mim, é uma enorme satisfa-ção explicar a forma como vejo o ser humano e o porquê do nome desta terapia. Gosto de ver cada um dos meus pacientes como um dia-mante, talvez porque saiba, que alguns se encontram ‘lapidados’, outros menos, outros até nem sabem que são tão pre-ciosos, mas no fundo, no âmago, todos são autênticas maravilhas, que apenas necessitam de ser tratados, cuidados, para poderem irradiar todo o seu bri-lho. Assim, no método que aplico, à semelhança dos vértices de um dia-mante, pode encontrar-se 6 gran-des áreas de conhecimento a hip-nose clínica, hipnose de regressão, a PNL Terapêutica, Neuroanato-mia da Hipnose, Psicopatologia e Anamnese. Devo acrescentar que na aplicabilidade de qualquer uma

esta entrevista, Rosa Basto fala sobre o método de traba-lho e revela os benefícios das terapias alternativas.

O que torna o seu método rápido e efi-ciente quando comparado aos métodos tradicionais?A abordagem que utilizo nas minhas con-sultas é naturalista. Considero que todas as pessoas têm a capacidade de auto-cura e, na maioria das vezes, o que necessitam é de ajuda para encontrarem o caminho do seu autoconhecimento – ‘saber quem são’. Neste processo, ajudo-as a se questionarem sobre o que é que a doença lhes quer dizer, pois só dessa forma se pode verificar o que é necessário para operar as respectivas mudanças. Aquilo que observo nos meus pacientes é que adoecem quando não per-cebem o sentido da sua dor, mas quando

A PNLUma forma bastante recente de modificar comportamentos ‘preju-diciais’ ao ser humano é através de um conjunto de técnicas reunidas sob o nome PNL (programação neurolinguística). De que forma é que utiliza estes métodos no seu consultório?Como expliquei numa das questões referidas, o meu método de trabalho baseia-se em 6 áreas de conhecimento, sendo a PNL uma delas. Como a PNL estuda o funcionamento sistémico do ser humano, actuando, principalmente, na comunicação e nas mudanças com-portamentais, é nela que encontramos técnicas que actuam de imediato no cérebro, permitindo uma mudança de comportamento mais rápida. São técnicas que incidem ao nível do cons-ciente e, por isso mesmo, podem ser utilizadas como apoio do técnico de saúde na terapia, de forma individual ou em conjunto com outras técnicas.

N destas técnicas o índice de sucesso tem sido elevado em relação à média das terapias tradicionais. O segredo desta terapia baseia-se essencialmente na boa integração, no momento certo, de todas elas durante o processo terapêu-tico. Após ter feito várias formações na área, consolidei o estudo numa terapia, que considero única. Alicerçada por todas as áreas acima referidas, tendo na base o ser humano (o paciente).

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gativo (que foi o que aprendeu ao longo da vida) vai trazer todas essas situações para a sua vida – vai atrair doença. Cada pessoa ‘codifica’ as suas experiências anteriores e essas ‘codificações’ influenciam posterior-mente as suas atitudes, crenças e compor-tamentos. Por isso, a importância de fazer terapia. As técnicas que utilizo através do método que já referi, vão tratar a forma como é possível alterar essas codificações e permitir às pessoas terem mais opções para mudarem os seus comportamentos. A terapia, na boa verdade, além de tratar, vai ensinar as pessoas a se focalizarem na saúde em vez da doença, arranjando boas estratégias para lá chegar.

De que modo é que a hipnose pode ajudar as pessoas a lidarem melhor com as ques-tões e problemas que as atormentam?A hipnose clínica e de regressão é a fer-ramenta que mais uso em consultório, embora integre outras durante o proces-so terapêutico. É diversificada e permite

chegar à origem do problema. Utilizo-a essencialmente na resolução de quadros depressivos e de ansiedade. Através des-ta técnica, é possível colocar o paciente num estado de perfeito relaxamento onde o foco é ele mesmo no seu interior e onde todo e qualquer estímulo serve para o acalmar, deixando-o no estado apropriado para operar mudanças. Deste modo, o te-rapeuta apresenta-se como um facilitador na relação terapêutica, que empreende um trabalho de cooperação na viagem interior do paciente. Esta poderosa técnica permi-te também voltar atrás no tempo, não so-mente à adolescência ou à infância, mas também até à vida intra-uterina, ou ainda mais atrás… Assim, num transe hipnótico há flexibilidade completa na recuperação das recordações que constituem a nossa história pessoal e com isso resolver todos os proble-mas que o conduziram à situação actual.

Há pessoas que vêm ter consigo para prevenir doenças, conhecer-se melhor e, assim, melhorar a sua vida ou só a pro-curam quando já têm graves problemas de saúde?Normalmente, quando as pessoas me pro-curam estão mal e já correram vários tra-tamentos, várias tentativas de solução que não lhe deram respostas. Penso que este é um comportamento muito cultural… Vêm procurar esta terapia como uma espécie de

Libertar as várias fobiasUtiliza várias técnicas para curar fobias. Consegue libertar os seus pacientes de todas as fobias?Existem 2 tipos de fobias: as específicas e as processuais. As primeiras estão mais ao nível do consciente e as segundas estão mais emersas no subconsciente. Estas necessitam de um tratamento mais pro-fundo, mas em ambos os casos é possível libertar todas as fobias, contudo é preciso que haja, como já falámos, a colaboração do paciente no processo.

entrevista

DoençAs Desenvolvem-se AtrAvés Dos pensAmentosA saúde e a doença são experiências sub-jectivas que definimos para nós mesmos, com os nossos sentimentos e emoções?A psicologia positiva vem afirmar que nós somos aquilo que pensamos. Por exem-plo, se ao longo da sua vida o ensinaram a acreditar em si, elogiando-o, valorizando-o, dando-lhe reforços positivos, provavel-mente irá crescer acreditando que pode ser feliz e, dessa forma, tendo capacidade para combater as diversidades da vida – vai atrair saúde. Mas, se pelo contrário, viver e crescer no seio de uma família com um ambiente de risco (pessoas conflituosas, negligentes, sem recursos positivos, violên-cia física e/ou emocional, manipuladoras) ou num ambiente de comportamento de doença (onde pessoas significativas estão sempre a falar de doenças e se comportam como tal), provavelmente irá acreditar que tudo para si vai ser mau e o que a espera é realmente mau. Ao ter um pensamento ne-

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último recurso de salvação. Cada vez mais, a terapia que eu utilizo é procurada por dar respostas breves e com soluções mais imediatas. Nos dias de hoje, as pessoas vivem a um ritmo acelerado e necessitam de respostas assertivas. Quando as pessoas procuram a terapia para remediar o proble-ma, o tratamento pode ser um pouco mais demorado. Devo acrescentar que, embora numa escala menor, também aparecem, fe-lizmente, pessoas que querem conhecer-se melhor e potencializar as suas capacidades e competências. Neste caso, a terapia tem um sentido diferente mas com o mesmo objectivo, procura-se ajudar o paciente no seu auto-desenvolvimento, prevenindo, desta forma, as doenças e ir ao encontro da sua excelência. Neste caso, o tempo da terapia é mais curto.

QueixAs mAis comuns Dos pAcientesQuais são as queixas mais comuns dos seus pacientes?As mais frequentes são derivadas dos con-flitos intra e inter-relacionais com o seu meio envolvente (consigo próprio, famí-lia, parceiros amorosos, amigos e traba-lho) resultando em quadros de ansiedade gerados, por um lado, pela débil comuni-cação entre os seus pares e por outro pela exigência que a sociedade actual impõe ao indivíduo, conduzindo-o a uma elevada competitividade e desgaste emocional, de-generando em agorafobia, perturbação de pânico, fobias específicas e sociais, pertur-bações obsessivas compulsivas, entre ou-tras. Outro resultado são, também, as quei-

Actualmente, administra o curso de Terapia Diamante que têm tido muito sucesso. Pode falar-nos um pouco sobre este curso?Este curso visa formar terapeutas em Hipnose Clínica e PNL Terapêutica com bases bem fundamentadas para o efeito. É um curso modular baseado no meu método de trabalho, tendo 6 módulos: Hipnose Clínica I (48 horas); Hipnose e Regressão II (65 horas); PNL Terapêutica (80 horas); Anamnese (8horas); Neuroanatomia da hipnose (8horas); Psico-patologia (8 horas). Este curso tem um estágio de 32 horas e é acreditado pela Associação Internacional de Hipnose Clínica e Terapias integrativas. Cada módulo recebe um certificado Internacional passado pela Associação e os formandos podem frequentar os módulos mediante a disponibilidade que lhes é possível, isto é, podem terminar um módulo sem que tenham obrigatoriamente que fazer tudo seguido. No final de todos os módulos recebem o diploma da Terapia Diamante. Podem, ainda, tornar-se sócios terapeutas da Associação Internacional para que sejam representados por esta quer nacional e internacionalmente.

Dar resposta a todas as solicitaçõesSabemos que a sua agenda é bastante preenchida, por isso, de que forma consegue dar resposta a todas as solicitações?O método que utilizo foi totalmente ensinado à equipa que trabalha comigo, formando um grupo especializado em Hinose Clínica e PNL Terapêutica. Obviamente que quem liga para os nossos contactos e manifesta única e exclusivamente a vontade de ser atendi-do por mim, poderá demorar mais ou menos tempo, mas respeito sempre essa decisão. No entanto, para quê adiar o tratamento? Tenho total confiança no trabalho dos meus colaboradores, quem supervisiono e acompanho todos os casos de perto.

xas resultantes das perturbações de humor, sendo a depressão a mais nominativa. Não podendo deixar de referir que os estados de ansiedade podem levar a deprimir, as-sim como, quando uma pessoa está depri-mida pode levar a estados de ansiedade. É um círculo vicioso.

Em média, quantas sessões são necessá-rias para tratar os vários problemas dos seus pacientes?Costuma dizer-se que cada caso é um caso, não é mesmo? Pois eu costumo dizer a cada um dos meus pacientes que necessito de 50% da sua colaboração, porque sem isso, sozinha, com os meus 50% não faço nada. É um trabalho de equipa, no qual eu

contActosE-mail: info@rosabasto.

com Site: www.rosabasto.com

Tel: 916 299 580/ 933 597 162/ 967 130 405/ 218

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me envolvo totalmente, e que espero que o meu paciente também o faça. Quero com isto dizer, que o sucesso terapêutico de-pende também do empenho individual de cada um, da sua interacção com a terapia, e acima de tudo, com o comprometimento consigo mesmo, como forma de responsa-bilização no seu tratamento. Deste modo, não poderei dizer de forma concreta o nú-mero de sessões. Contudo, quando se fala em terapia, é necessário que se compreen-da que se trata de um processo terapêuti-co, e mediante as variantes do problema em questão, são necessárias, pelo menos, 6 sessões para conseguir obter resultados. Existem excepções, podendo ser menor ou maior o número de sessões. O caso das fo-bias específicas, é comum resolver-se em 1 ou 2 sessões.