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Roteiro para Instrumentação da Técnica de Parafuso de Compressão

Roteiro para Instrumentação da Técnica de Parafuso de ... · o parafuso é apertado, ele tentara aproximar os dois fragmentos e será gerada compressão interfragmentária. Isto

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Roteiro para Instrumentação da Técnicade Parafuso de Compressão

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Roteiro para Instrumentação da Técnica deParafuso de Compressão

O tipo de compressão gerada por um parafuso é designado com-pressão interfragmentária estática. Ela é estática porque não sealtera significativamente com a carga. Um parafuso de compres-são é o modo mais eficiente de alcançar compressãointerfragmentária e estabilidade. Ela forma o bloco de construçãobásico de toda fixação estável e estabilidade interfragmentária,porém não proporciona grande resistência.

A fim de alcançar máxima compressão interfragmentária, o parafu-so de compressão deve ser introduzido no meio do fragmento,eqüidistante das bordas da fratura e dirigido perpendicularmenteao plano de fratura. Se o parafuso não for introduzido perpendicu-larmente, então à medida que ele seja apertado é introduzida umaforça de cisalhamento e os fragmentos desviarão.

Similarmente, se um parafuso for introduzido em ângulo agudocom plano de fratura, então quando ele for apertado ele introduzum momento de cisalhamento e tende a desviar os fragmentos.

Estes erros fundamentais na inserção de parafusos muitas vezessão responsáveis pela perda de redução. Com a perda de redu-ção, é inevitável a perda da continuidade estrutural e da estabili-dade. Na área metafisária a fixação de parafusos de compressãocom parafusos de osso esponjoso pode ser adequada. Para al-cançar estabilidade em osso diafisário com parafusos de compres-são apenas duas condições devem ser satisfeitas. O comprimentoda fratura deve ser pelo menos o dobro do diâmetro do osso noponto da fratura, e a fratura deve ser fixada com pelo menos doisparafusos de compressão. Assim as fraturas torcionais que resul-tam em espirais longas e as fraturas sem comunicação são susce-tíveis à fixação com parafusos unicamente. Se estiver presentecominuição, então a fixação com parafusos de compressão pode edeve ser efetuada, mas ela sempre exige a proteção por umaplaca (placa de proteção ou neutralização) a fim de prevenir falha.Ao avaliar a estabilidade alcançada por meio da fixação com para-fusos de compressão, devemos considerar em primeiro lugar adireção na qual um parafuso deve ser introduzido para gerarcompressão ótima e em segundo lugar a direção de inserção, afim de que o parafuso seja capaz de suportar as forças tendentes

a causar desvio dos fragmentos. Se o osso for carregadoaxialmente, uma força de cisalhamento é introduzida na fratura, eos fragmentos têm uma tendência a deslizar um sobre o outro comconseqüente perda de redução e estabilidade.

Um parafuso de compressão inserido perpendicularmente aoplano de fratura proporciona máxima compressão interfragmentária,porém mínima estabilidade axial. Sob carga axial, um fragmentotende a deslizar sobre o outro com perda de redução e fixação.Se um parafuso for introduzido perpendicularmente ao eixo lon-gitudinal do osso, ele fornece máxima estabilidade axial mastende a causar algum desvio dos fragmentos à medida que sejaapertado. Portanto, é melhor ter um parafuso perpendicular aoeixo e os outros perpendiculares ao plano de fratura.

Se um parafuso for introduzido perpendicularmente ao eixo doosso, ele terá uma tendência, quando for apertado, a introduzir ummomento de cisalhamento na fratura, mas sob carga axial eleevitará qualquer tendência dos fragmentos a deslizar um sobre ooutro, porque o desvio pode ocorrer somente se a extremidadedo parafuso for arrancada do furo com rosca ou se a cabeça doparafuso afundar através do furo de deslizamento. Assim, quandofixando uma fratura com parafusos de compressão unicamente,idealmente um parafuso deve ficar perpendicular à fratura e umsegundo perpendicular ao eixo longitudinal do osso. Na prática,quando uma fratura espiral longa é fixada com parafusos de com-pressão, três ou mesmo quatro parafusos de compressão sãousados. O parâmetro importante para estabilidade, no entanto, éantes o espaçamento do que o número de parafusos.

Em uma fratura espiral que é fixada com mais que dois parafu-sos, o parafuso central usualmente é perpendicular ao eixo longi-tudinal do osso, e assim é capaz de prevenir desvio axial. Osoutros dois parafusos serão perpendiculares ao plano da fraturaespiral e assegurarão máxima compressão.

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Assim o parafuso de compressão central usualmente fica em ângu-lo reto com o eixo do osso e aqueles em cada extremidade emângulo reto com o plano de fratura. É importante planejar a fixaçãointerna cuidadosamente antes da redução de uma fratura. A redu-ção obscurece orientações importantes para a inserção dos para-fusos de compressão, tais como a direção do plano de fratura e ocentro dos dois fragmentos. Uma vez a fratura seja reduzida, tor-na-se extremamente difícil mirar com uma broca exatamente omeio do córtex oposto. É muitíssimo melhor perfurar o furo deslizanteou o furo de rosca antes da redução dos fragmentos. Esta técnicaresulta em desnudação mínima dos fragmentos ósseos, o quepreserva o seu suprimento sangüíneo e incentiva consolidaçãomais rápida.

O furo deslizante para um parafuso cortical de 4,5 mm pode serperfurado com a broca de 4,5 mm seja a partir da face periósticaseja a partir da face medular. Esta técnica é designada “de forapara dentro” ou “de dentro para fora”.

A broca deve ser dirigida através do meio do fragmento e emângulo reto ao plano de fratura. Similarmente o furo de rosca podeser perfurado primeiro (“furo de rosca primeiro”). Isto é particular-mente importante se o furo de rosca for

perfurado no meio da

extremidade de um fragmento que fica completamente obscureci-do uma vez a fratura seja reduzida. O furo de rosca é então pré-perfurado a partir do canal medular para fora com a broca de 3,2mm. E muito importante perfurar o furo de rosca exatamente nadireção em que o parafuso vai ser introduzido.

A perfuração de um furo deslizante antes da redução, “de forapara dentro” ou “de dentro para fora”.

Se o furo de rosca não for perfurado na direção do parafuso, aextremidade da guia pontuda não ficará encaixada e será difícil decortar a rosca no furo. Ademais, a extremidade da guia pontuda debroca deve permanecer no furo de rosca durante a perfuração dofuro deslizante, ou os dois furos podem acabar fora de alinhamen-

to, o que faria com que os fragmentos desviassem e a reduçãofosse perdida ao ser apertado o parafuso de compressão.

A perfuração de um furo de rosca antes da redução e a perfura-ção do furo deslizante depois da redução com o auxilio da guiapontuda de broca.

A fim de encontrar a melhor localização e inclinação, a pinça com-primindo a fratura substitui temporariamente a função do parafusode compressão. Ela também é ajustada para prevenir cisalhamentoda fratura.

O parafuso de compressão substitui a pinça em localização e posi-ção (inclinação), para a melhor estabilização.

O parafuso de compressão é melhor posicionado perpendicular-mente ao plano de fratura o uso da bissetriz do angulo somente écorreto para fixar osteotomias com menos de 40º de inclinação. Sea inclinação da osteotomia corresponder, por exemplo, a 60º, aosteotomia será desviada devido à inclinação insuficiente do para-fuso de compressão.

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Um parafuso de compressão é um parafuso cuja rosca pegaapenas no córtex oposto. Isto significa que a parte do parafuso nocórtex próximo não faz pegada, seja porque a haste do parafusonão possui rosca, seja porque o furo no córtex é igual ou narealidade maior do que o diâmetro externo do parafuso. Assim,quando um parafuso de compressão é apertado, ele faz com queos dois fragmentos de osso sejam comprimidos.

Para que um parafuso de compressão comprima dois fragmen-tos, sua rosca deve pegar apenas no fragmento oposto.

Os parafusos parcialmente rosqueados, os parafusos maleolarese os grandes e pequenos parafusos para osso esponjoso sãoparafusos de compressão, projetados para fixação de fragmentosósseos por meio de compressão. A porção do parafuso que passaatravés do córtex próximo não possui nenhuma estria e portantonão pegará no córtex próximo, mas a porção distal do parafuso érosqueada e portanto pegará no córtex oposto. A medida em queo parafuso é apertado, ele tentara aproximar os dois fragmentos eserá gerada compressão interfragmentária. Isto será verdadeiroenquanto a rosca do parafuso não atravessar a linha de fratura parapegar em ambos os fragmentos. Se ela o fizer, quando o parafuso forapertado ele deixará de gerar qualquer compressão na fratura.

Se uma rosca de parafuso pegar tanto no córtex próximo comono oposto, então quando ele for apertado nenhuma compressãoé gerada, porque os dois córtices não podem aproximar-se.

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Para que um parafuso inteiramente rosqueado funcione como umparafuso de compressão, o córtex próximo tem que sersobreperfurado de tal modo que o furo nele seja pelo menos igual,em tamanho, ao diâmetro externo da rosca do parafuso. Este furoentão é chamado furo deslizante. O furo no córtex oposto é perfu-rado ao diâmetro do furo piloto (o seu tamanho é determinado pelotamanho do cerne do parafuso) e é a seguir aberto com um machode rosca que corresponde exatamente à rosca do parafuso. Estefuro agora se torna o furo de rosca. Se o furo deslizante for em umfragmento de osso e o furo de rosca em outro, à medida em que oparafuso completamente rosqueado seja apertado, os fragmentossão espremidos entre si e é gerada compressão interfragmentária.

O córtex no fragmento próximo deve ser sobreperfurado a fim decriar um furo de “deslizamento” ou com folga. Isto asseguraráque a rosca pegue apenas no “furo com rosca” no córtex oposto.Observar também que para compressão máxima o parafuso deveficar a 90ºcom a linha de fratura.

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Fonte:

Livro: Princípios AO do Tratamento de FraturasAutores: Rüedi, T.P.; Murphy, W.M.Editora: ARTMED EDITORA S.A.

Livro: Manual de Osteossíntese - 3º ediçãoAutores: M.E. Muller, R. Schneider, M. Allgower, H. WillenggerEditora: MANOLE LTDA.

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