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SAÚDE MENTAL INFORMATIVO DA SAÚDE MENTAL COORDENAÇÃO GERAL DE SAÚDE MENTAL DAPE/SAS/MS ANO V - Nº 24 (NOVEMBRO E DEZEMBRO) (21-10-06 A 29-12-06) BRASÍLIA - DF Ministério da Saúde NO SUS POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL: BALANÇO DA GESTÃO E PERSPECTIVAS PARA 2007 2003 2004 2005 2006 Aos trabalhadores de saúde mental do SUS, coordenadores, gestores da saúde pública, trabalhadores das políticas públicas que fazem interface com a saúde mental: Estamos chegando ao fim de um ano muito difícil. Toda a turbulência política de uma democracia em consolidação convergiu para um ano eleitoral. O debate sobre os rumos da política de saúde mental se reacendeu, de modo acalorado, colocando em xeque os avanços obtidos, discutindo os pressupostos teóricos e os resultados práticos. Uma política pública, especialmente se produz mudanças concretas na realidade, como é o caso da política de saúde mental no Brasil, deve obrigatoriamente suscitar as críticas e o debate. Sendo pública, ela se constrói a céu aberto, na ágora, no dia-a-dia da política. Tem a obrigação de dar conta à população e às entidades da sociedade civil dos impasses e dificuldades que enfrenta, mas é também seu compromisso reafirmar seus êxitos e seus princípios, uma vez que estes últimos se baseiam em compromissos assumidos coletivamente, em plenários legítimos, como a III Conferência Nacional de Saúde Mental. É saudável que a política de saúde mental seja debatida pela sociedade. É condenável que, em algumas circunstâncias, o debate exaspere os limites do respeito, da fidelidade aos fatos e da democracia. Mas são vicissitudes da vida democrática. A gestão que se encerra agora, do período 2003- 2006, primeiro governo Lula, tem alguns êxitos inequívocos a comemorar. Destaquemos dois: pela primeira vez, os recursos públicos destinados à saúde mental que são crescentes a cada ano, desde, pelo menos, 1998 vão inverter a curva do financiamento, destinando um pouco mais de 50% do total SUS/MS para os recursos extra-hospitalares. 51% a 49%, é a estimativa para o fechamento de dezembro de 2006. Vamos lembrar que partimos de um patamar de 91% a 9% em 2.000, retratando no plano estrutural o modelo hospitalocêntrico da assistência psiquiátrica, e agora, ao final de 2006, este ciclo histórico está superado. Com aumento crescente dos recursos públicos para a saúde mental, os quais, entretanto, sabemos que precisam ser maiores. O segundo destaque é para o CAPS 1.000, inaugurado dia 18 de dezembro, em Fortaleza: a Casa da Liberdade, um CAPS-AD. Trata-se agora de uma rede imensa, com 1.000 CAPS (e já são 138 os CAPS- AD, que não existiam até 2002), 475 residências terapêuticas, 390 ambulatórios, cerca de 60 Centros de Convivência, mais de 2.000 leitos em hospitais gerais (número que sabemos insuficiente), 400 programas de geração de renda e trabalho, iniciativas culturais, 6.000 trabalhadores em programas de capacitação a cada ano, 2.600 beneficiários do De Volta para Casa. Partimos de 424 CAPS no início de 2003 para 1.000 agora; de 85 SRTs para 475 agora, para ficar nos números mais expressivos. O desafio agora não é mais a mudança do modelo, mas a consolidação desta mudança. Chegaremos a 2007 com alguns cenários possíveis, e um desafio aglutinador: a sustentabilidade. Financeira, técnica, política. Estamos com 39.600 leitos em hospitais psiquiátricos, agora com um novo perfil, de hospitais menores, sendo avaliados anualmente. Precisamos superar os impasses da porta-de-entrada e manejo das emergências nos grandes municípios, para prosseguir com o programa de redução planejada de leitos. E manter firme no ar a angústia de superar os obstáculos para que a saúde mental passe a integrar definitivamente o elenco de ações sistemáticas da atenção básica. Equipe da Coordenação Geral de Saúde Mental

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SAÚDE MENTALINFORMATIVO DA SAÚDE MENTALCOORDENAÇÃO GERAL DE SAÚDE MENTAL DAPE/SAS/MSANO V - Nº 24 (NOVEMBRO E DEZEMBRO)(21-10-06 A 29-12-06) BRASÍLIA - DF

Ministérioda Saúde

NO SUS

POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL:

BALANÇO DA GESTÃO E PERSPECTIVAS PARA 20072003 2004 2005 2006

Aos trabalhadores de saúde mental do SUS, coordenadores, gestores da saúde pública, trabalhadores das políticas públicas que fazem interface com a saúde mental:

Estamos chegando ao fim de um ano muito difícil. Toda a turbulência política de uma democracia em consolidação convergiu para um ano eleitoral. O debate sobre os rumos da política de saúde mental se reacendeu, de modo acalorado, colocando em xeque os avanços obtidos, discutindo os pressupostos teóricos e os resultados práticos. Uma política pública, especialmente se produz mudanças concretas na realidade, como é o caso da política de saúde mental no Brasil, deve obrigatoriamente suscitar as críticas e o debate. Sendo pública, ela se constrói a céu aberto, na ágora, no dia-a-dia da política. Tem a obrigação de dar conta à população e às entidades da sociedade civil dos impasses e dificuldades que enfrenta, mas é também seu compromisso reafirmar seus êxitos e seus princípios, uma vez que estes últimos se baseiam em compromissos assumidos coletivamente, em plenários legítimos, como a III Conferência Nacional de Saúde Mental. É saudável que a política de saúde mental seja debatida pela sociedade. É condenável que, em algumas circunstâncias, o debate exaspere os limites do respeito, da fidelidade aos fatos e da democracia. Mas são vicissitudes da vida democrática. A gestão que se encerra agora, do período 2003-2006, primeiro governo Lula, tem alguns êxitos inequívocos a comemorar. Destaquemos dois: pela primeira vez, os recursos públicos destinados à saúde mental que são crescentes a cada ano, desde, pelo menos, 1998 vão inverter a curva do financiamento, destinando um pouco mais de 50% do total SUS/MS para os recursos extra-hospitalares. 51% a 49%, é a estimativa para o fechamento de dezembro de 2006.

Vamos lembrar que partimos de um patamar de 91% a 9% em 2.000, retratando no plano estrutural o modelo hospitalocêntrico da assistência psiquiátrica, e agora, ao final de 2006, este ciclo histórico está superado. Com aumento crescente dos recursos públicos para a saúde mental, os quais, entretanto, sabemos que precisam ser maiores. O segundo destaque é para o CAPS 1.000, inaugurado dia 18 de dezembro, em Fortaleza: a Casa da Liberdade, um CAPS-AD. Trata-se agora de uma rede imensa, com 1.000 CAPS (e já são 138 os CAPS-AD, que não existiam até 2002), 475 residências terapêuticas, 390 ambulatórios, cerca de 60 Centros de Convivência, mais de 2.000 leitos em hospitais gerais (número que sabemos insuficiente), 400 programas de geração de renda e trabalho, iniciativas culturais, 6.000 trabalhadores em programas de capacitação a cada ano, 2.600 beneficiários do De Volta para Casa. Partimos de 424 CAPS no início de 2003 para 1.000 agora; de 85 SRTs para 475 agora, para ficar nos números mais expressivos. O desafio agora não é mais a mudança do modelo, mas a consolidação desta mudança. Chegaremos a 2007 com alguns cenários poss í ve i s , e um desa f i o ag lu t i nado r : a sustentabilidade. Financeira, técnica, política. Estamos com 39.600 leitos em hospitais psiquiátricos, agora com um novo perfil, de hospitais menores, sendo avaliados anualmente. Precisamos superar os impasses da porta-de-entrada e manejo das emergências nos grandes municípios, para prosseguir com o programa de redução planejada de leitos. E manter firme no ar a angústia de superar os obstáculos para que a saúde mental passe a integrar definitivamente o elenco de ações sistemáticas da atenção básica.

Equipe da Coordenação Geralde Saúde Mental

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SAÚDE MENTALINFORMATIVO DA SAÚDE MENTAL NO SUS

A o c o m e m o r a r m o s a

inauguração do milésimo Centro de

Atenção Psicossocial, pensamos que

este é mais um importante momento

para avaliarmos o caminho trilhado

pela Reforma Psiquiátrica Brasileira,

e queremos compartilhar alguns

elementos para contribuir com esta

análise.

Temos uma rede de CAPS em

expansão em todos os Estados,

muitos serviços possuem menos de

um ano de funcionamento (270) e, ao

mesmo tempo, temos CAPS com 10 a

19 anos de existência (92), por

exemplo . São serv iços com

necessidades diferentes e com

impasses próprios, advindos dessa

história.

Para os p ioneiros, a

sustentabilidade tem significado o

não-retrocesso, a continuidade do

t r a b a l h o , c o m q u a l i d a d e e

compromisso com a mudança do

modelo. Tudo isso apesar das

sucessivas mudanças de gestão, de

equipes e de rupturas com os

princípios que os constituíram. Mais

ainda, significa se deparar com a

responsabil idade terri torial, a

regulação da rede, com as lacunas

dela, com o apoio matricial, com o

questionamento da identidade de

serviço substitutivo e principalmente

com a natureza de sua clínica. São

desafios urgentes para estes serviços

consolidarem a participação de

usuários e familiares na gestão dos

serviços e o controle social. Sabemos

que estas são atribuições de todos os

CAPS, mas para os serviços com

maior tempo de funcionamento, elas

s e t o r n a m c o n d i ç ã o d e

sustentabilidade.

Ao mesmo tempo, para os

CAPS com menos de um ano de

funcionamento há necessidades

urgentes de capacitação, de

sustentação político-financeira e de

estruturação do trabalho coletivo.

A diversidade desta rede

i nd i ca a comp lex i dade que

precisamos ter para pensar o futuro

deste processo. As diferenças

regionais, estaduais e locais também

implicam condições diferenciadas,

para os CAPS de grandes centros

urbanos ou de municípios pequenos

e do interior dos Estados, por

exemplo. Lembremos que estas

diferenças estiveram presentes nos

debates do Congresso Brasileiro de

CAPS em 2004.

Após o enorme e exitoso

esforço dos movimentos sociais, dos

gestores, dos usuários dos serviços,

dos técnicos e dos familiares para a

expansão da rede CAPS, é

necessário concentrarmos esforços

para a sustentabilidade de uma rede

de atenção psicossocial, em seus

diversos significados. Sabemos que

mil CAPS implantados não resolvem

o problema da acessibilidade e que

dois mil, tomados isoladamente,

também não o resolveriam. Isto,

porque o CAPS é apenas um dos

elementos - estratégico, é certo - mas

que precisa estar envolvido em uma

rede complexa composta por

inst i tuições, por cenários, e,

sobretudo por pessoas.

Assim, a expansão de

serviços de atenção psicossocial

como as residências terapêuticas, os

Centros de Convivência e Cultura, os

Serviços de Álcool e Drogas nos

Hospitais Gerais, além dos CAPS

específicos, como os CAPSi, os

CAPSad, e sobretudo os CAPS III,

deverá certamente fazer parte das

agendas federal , estadual e

municipal nos próximos anos, para

A REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA:

OS SIGNIFICADOS DA SUSTENTABILIDADE

ECOS DO CAPS 1000CAPS 1000

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que consolidemos uma rede de

atenção em saúde mental. Mas há

outra expansão importante: a

inclusão de ações de saúde mental

na Atenção Básica.

São mais de 23 mil Equipes de

Saúde da Família, cuidando no

território e enfrentando diariamente

questões relativas à saúde mental.

Sabemos que a atenção básica já

realiza ações de saúde mental. No

entanto, salvo as exceções, estas

equipes estão excluídas das

discussões, do campo e das ações de

saúde mental nos municípios. Ainda

não temos instituídas, na maioria dos

estados e municípios, as Equipes de

Referência em Saúde Mental, e as

capacitações e ações neste campo

ainda são pequenas perto da

c a p i l a r i d a d e d o P S F e d a

potencialidade destas equipes para

atuar como uma das grandes frentes

para a mudança do modelo de

acolhimento ao sofrimento mental no

SUS. É certo que com mil CAPS

implantados, já temos as bases para

avançar na inclusão da rede básica

na atenção à saúde mental e na

ampliação da diversificação como

condição de sustentabilidade desta

rede.

Este campo, desde sua

origem, está marcado pela via de

mão dupla da Reforma Psiquiátrica

Brasileira: o avanço dos serviços

comunitários está situado no

processo de desinstitucionalização

das pessoas com transtornos

mentais, longamente internadas. Não

se pode romper com este vínculo que

fundou a Reforma, é preciso retomar

um novo pacto neste sentido, com o

protagonismo de gestores de saúde,

movimentos sociais, familiares,

usuários e conselhos de saúde para

acelerarmos o retorno destas

pessoas à vida em comunidade,

vinculando a expansão da rede de

serviços (CAPS, SRTs, Programa De

Volta pra Casa, Saúde Mental na

Atenção Básica, Hospitais Gerais,

Centros de Convivência e Cultura,

entre outros) com a redução de leitos

e f e c h a m e n t o d e h o s p i t a i s

p s i q u i á t r i c o s , a v a l i a n d o

permanentemente este impacto.

Assim, ao mesmo tempo em

que comemoramos, nos colocamos

mais questionamentos sobre os

desafios da Reforma Psiquiátrica e os

significados de sua sustentabilidade:

Formação permanente de Recursos

Humanos, expansão dos CAPSad,

dos CAPSi e o lugar dos CAPS III nas

redes, Equipes de Referência para a

Atenção Básica, expansão das

Residências Terapêuticas e do

acesso ao Programa De Volta pra

Casa, dos Centros de Convivência e

Cultura e das iniciativas de Inclusão

pelo Trabalho, dos Serviços para

álcool e outras drogas em hospitais

gerais e acrescentando a tudo isso

permanente avaliação e qualificação

destes serviços e ações, envolvendo

os usuários e familiares como os

principais interlocutores nesse

processo.

Tânia Grigolo & Renata Weber

Dando prosseguimento às iniciativas que o Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) do MS vem desenvolvendo, de que é exemplo o edital de pesquisa CNPq/MS sobre saúde mental, de 2005, e atendendo às demandas surgidas no último Congresso da ABRASCO, foi dada a partida na estratégia de “incubadora de grupos de pesquisa”. Uma circular sobre o tema foi enviada a todos os gestores, em dezembro corrente. Procure mais informações, se for de seu interesse, no endereço . [email protected]

ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA PESQUISA NA INTERFACE SAÚDE MENTAL E SAÚDE PÚBLICA

Elisa Farina Resmini

O Ministério da Saúde inaugurou no dia 18 de dezembro, o milésimo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Brasil. O evento representou um marco na consolidação da rede de atenção psicossocial do Brasil.

O CAPS 1000 é um CAPSAD do município de Fortaleza CE, chama-se Casa da Liberdade e vai ampliar a resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) ao tratamento de pessoas que sofrem de transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. O serviço também irá trabalhar na redução de danos de usuários de drogas. O milésimo centro é também uma homenagem ao esforço dos gestores estaduais e municipais em constituir uma rede de atenção efetiva em saúde mental! Parabéns a todos!

REFORMA PSIQUIÁTRICA ANDA A MIL!

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O uso/dependência de álcool

e o u t r a s d r o g a s e s u a s

conseqüências na vida da população

brasileira constitui-se como um

campo indispensável de intervenção

da saúde pública no Brasil.

O Sistema Único de Saúde

(SUS) tem oferecido, a cada ano,

mais serviços de saúde para o

tratamento da dependência de álcool

e out ras drogas. Este ano,

chegaremos a 138 Centros de

Atenção Psicossocial Álcool e outras

Drogas (CAPSad). Porém, temos

dois grandes desafios: ampliar ainda

mais o acesso ao tratamento e

aperfeiçoar/avaliar o tratamento

desenvolvido. Exemplo do primeiro

desafio: ausência ou cobertura

i n s u f i c i e n t e d e C A P S a d

especialmente em capitais e em

municípios de médio/grande porte; ao

mesmo tempo, é necessário que as

ações desenvolvidas sejam mais e

melhor avaliadas por mecanismos do

SUS.

O CAPS 1000 é um CAPSad.

Chama-se Casa da Liberdade e está

em Fortaleza/Ceará. Isto é uma

r e p r e s e n t a ç ã o c o n c r e t a d a

importância que esta questão tem

para o SUS e para o Ministério da

Saúde.

Ainda no campo da atenção,

temos que avançar nas ações para

álcool e outras drogas na atenção

básica e em hospitais gerais. Já

existem experiências exitosas de

articulação de CAPSad e equipes de

saúde da família, trabalhando

conjuntamente e integralmente os

casos de dependência de álcool e

outras drogas. Temos que continuar a

trabalhar nesta direção para

consolidar esta forma de atuação.

O nó mais importante para o

tratamento dos dependentes de

substâncias no sistema público de

saúde é a retaguarda dos hospitais

gerais para internações de curto

prazo. Apesar de termos criado uma

habilitação específica para estes

serviços (SHR-AD) incluindo

procedimentos de maior valor

financeiro para estas internações a

adesão a esta proposta foi baixa.

A avaliação de vários gestores

é a de que a equipe é grande para

conseguir a habilitação e negociar

junto aos hospitais. Somamos a esta

razão dois fatores que explicam, ao

nosso ver, a baixa adesão a esta

iniciativa: resistência dos hospitais

gerais em atender estes casos e

também dos profissionais. Podemos

dizer também que um fator que pode

contribuir é o de que a formação das

equipes sobre dependência de álcool

e outras drogas é limitada ou ausente.

Diante desta situação, a

Coordenação de Saúde Mental

pretende realizar no primeiro

trimestre de 2007 uma discussão

ampla sobre o papel dos hospitais

gerais na rede de saúde mental

(seminário nacional previsto para a

UNICAMP, em março de 2007).

Assim, poderemos conjuntamente

elaborar respostas para que estas

unidades possam integrar a rede de

saúde mental.

Este ano obtivemos dois

avanços importantes na questão da

legislação para álcool e outras

drogas. O primeiro, de âmbito

internacional. A aprovação, pela

Commission on Narcotic Drugs,

órgão da ONU responsável por gerar

diretrizes relacionadas ao uso de

drogas no mundo, de uma resolução

proposta pelo Brasil (elaborada pela

Coordenação de Saúde Mental e pelo

Programa de DST/Aids) sobre

redução de danos. A resolução foi

aprovada por consenso pelos países-

membros e representa uma

ÁLCOOL E OUTRAS DROGASNA AGENDA DA SAÚDE PÚBLICANA AGENDA DA SAÚDE PÚBLICA

SAÚDE MENTALINFORMATIVO DA SAÚDE MENTAL NO SUS

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conquista do Ministério da Saúde e do

governo brasileiro no esforço de levar

o tema de redução de danos para os

fóruns internacionais (o texto da

resolução em inglês está no sítio:

).

Esta mesma discussão

também está sendo feita no Brasil e,

este ano, tivemos a oportunidade de

organizar, em conjunto com outros

parceiros, o I Encontro Nacional de

Redução de Danos em Serviços de

Saúde, em Santo André/SP, no

período de 26 a 28 de junho. O evento

foi um sucesso, reunindo mais de

600 pessoas do Brasil inteiro. Eram

redutores de danos, gestores de

saúde, trabalhadores de CAPSad e

de serviços de tratamento para

H I V / A i d s , p a r l a m e n t a r e s e

representantes de universidades,

http://www.unodc.org/pdf/resolutions

/cnd_2006_49-4.pdf

reunidos para discutir as dificuldades

e propor alternativas aos desafios de

atender os usuários de álcool e outras

drogas de maneira respeitosa e

eficaz.

O segundo avanço está na

restrição da propaganda de bebidas

alcoólicas no Brasil. A Coordenação

de Saúde Mental vem defendendo, a

partir dos resultados do Grupo de

Trabalho Interministerial sobre

Bebidas Alcoólicas criado pelo

Presidente Lula em 2003, a restrição

da propaganda destes produtos na

mídia brasileira. Após intensas

discussões, em âmbitos variados no

Governo Federal, uma resolução da

ANVISA que restringe a propaganda

de bebidas alcoólicas e acrescenta

novas frases de advertência ao final

de cada comercial está em processo

de publicação.

O diálogo com a sociedade

brasileira também fez parte do

fortalecimento da política de álcool e

outras drogas do Ministério da Saúde.

O Comitê Assessor desta questão

consolidou-se como espaço legítimo

de interlocução com representantes

de universidades, organização de

usuários, gestores de saúde, entre

outros segmentos que lidam com esta

temática, com o objetivo de contribuir

com críticas e sugestões no avanço

das políticas públicas para o uso de

álcool e outras drogas.

Em resumo, 2006 foi um ano

bastante produtivo e nos coloca o

desafio de progredir ainda mais em

2007, defendendo a ampliação do

acesso ao tratamento extra-

hospitalar e a consolidação dos

princípios da Reforma Psiquiátrica.

Francisco Cordeiro & Kátia Galbinski

O processo de vistorias dos hospitais psiquiátricos foi iniciado em novembro deste ano. Em decisão conjunta da Coordenação de Saúde Mental e do Departamento de Regulação, Controle e Avaliação/DERAC do MS será utilizado o instrumento de avaliação anterior, com alguns aperfeiçoamentos. Os estados do Acre, Sergipe e Mato Grosso já finalizaram suas vistorias.

O estado de São Paulo, que não havia feito o PNASH/Psiquiatria em 2003-2004, realizou suas vistorias no final de 2005 e início de 2006.

Quanto ao envio do relatório das vistorias estamos solicitando o seguinte:

1. Envio pelo correio do instrumento todo preenchido contendo os roteiros de saúde mental e da Vigilância, ficha da avaliação técnica e entrevistas com usuários (cópias).

2. Estamos em fase de elaboração de um sistema na internet para que as coordenações possam preencher o instrumento também on-line. Daremos mais informações em breve. De qualquer forma, será preciso enviar o material pelo correio.

PNASH/PSIQUIATRIA 2006

Prefeitura Municipal de Sobral

Secretaria da Saúde e Ação Social

Concurso Público para o cargo de Médico Psiquiatra

edital do concurso no site:

www.sobral.ce.gov.br

www.uece.br

www.esf.org.br

São ofertadas 6 vagasVencimentos de R$ 6.511,51

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SAÚDE MENTALINFORMATIVO DA SAÚDE MENTAL NO SUS

F e c h a m o s 2 0 0 6

rompendo a marca dos 40 mil

leitos no país. Hoje são

39 .567 le i tos em 225

hospitais. Terminamos o ano

também com o fechamento

de mais um hospital: Centro

Psiquiátrico Garcia Moreno,

em Nossa Senhora do

Socorro SE, com 89 leitos

que finalizou neste mês a

desinstitucionalização de

todos os pacientes lá

internados. Neste processo

foram criadas residências

terapêuticas no município de

Nossa Senhora do Socorro,

Itabaiana e Nossa Senhora

da Glória, na região. Este é

mais um exemplo bem

sucedido da articulação entre

as potencialidades dos

programas propostos pela

Política Nacional no que se

r e f e r e à

d e s i n s t i t u c i o n a l i z a ç ã o

(Programa de Volta para

Casa, PRH, incentivos para

residências terapêuticas),

aliados ao compromisso de

gestores munic ipa is e

estadual, envolvidos (e

fundamentais!) no processo.

A redução gradual e

planejada de leitos tem sido

uma constante nos últimos

anos, sobretudo a partir da

i m p l a n t a ç ã o d o

PNASH/Psiquiatra e do

Programa de Reestruturação

da Assistência Psiquiátrica

Hospitalar PRH. Com o

PRH, tivemos reduções em

todos os estados, mesmo

que de forma heterogênea. O

PRH foi importante indutor na

redução progressiva do porte

hospitalar, mudando o perfil

da r ede de hosp i t a i s

psiquiátr icos. Em 2002

tínhamos dos leitos

nos hospitais até 160 leitos.

Em 2006, dos leitos

estão em hospitais de

pequeno porte.

Porém, consideramos

que a indução para redução

de leitos deve ser constante.

Para isto, teremos que

enfrentar em 2007 pautas

importantes para mais

avanços nesta área, a saber:

t e m o s q u e

intensificar as estratégias

para a garantia dos direitos

24,11%

42,53%

a) Garantia dos direitos

h u m a n o s :

dos pacientes internados em

hospi ta is psiquiátr icos,

manicômios judiciários e no

sistema sócio-educativo. Há

violações constantes, que

devem ser reconhecidas e

apuradas com celeridade, em

articulações mais eficientes

entre a saúde e a justiça. O

Ministério Público tem sido

importante aliado nesta

questão. Foi assinada no dia

28 deste mês, Portaria

Interministerial que institui o

Núcleo Brasileiro de Direitos

Humanos e Saúde Mental

que será composto por

representantes do governo

( M S , S E D H e M D S ) ,

s o c i e d a d e c i v i l e

universidades. Iniciativas

como estas devem ser

estimuladas no nível estadual

e municipal (fóruns, debates,

n o v a s e s t r a t é g i a s d e

m o n i t o r a m e n t o d a s

instituições asilares, entre

outros)

pelo

m e n o s 5 0 a 6 0 % d a

população dos hospitais

psiquiátricos é de pacientes

b ) A v a n ç a r n a

desinstitucionalização:

REESTRUTURAÇÃO DA ASSISTÊNCIAPSIQUIÁTRICA HOSPITALAR NO SUS:

BA 7L 0A 0N 2Ç AO E D NA EG

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moradores. Há pelo menos

entre quinze e vinte mil

pacientes que podem ser

b e n e f i c i a d o s p e l a s

e s t r a t é g i a s d e

desinstitucionalização A

expansão das residências

te rapêu t i cas tem s ido

significativa, porém, se

m e l h o r a r t i c u l a d a a o

Programa de Volta para Casa

desafio do gestor local

sobretudo pode fazer

acelerar o processo de saída

destas pessoas para a vida

em sociedade. Propomos um

seminár io no pr ime i ro

trimestre de 2007 para

a p r o f u n d a r m o s e s t a

discussão.

é preciso

avançar na discussão sobre a

regulação da porta de

entrada de internações. É

sabido que a política de

regulação é recente dentro

do SUS (foi instituída em

2006) e mais ainda na saúde

mental. Há experiências

interessantes de regulação,

como no Rio de Janeiro e

B e l o H o r i z o n t e , c o m

integração com o SAMU e os

C A P S . P o r é m m u i t o s

municípios ainda têm o

h o s p i t a l p r i v a d o o u

filantrópico como a porta de

c ) R e g u l a ç ã o e

contratualidade:

entrada da rede de saúde

mental. Assim como a

regulação, a contratualização

entre gestores e prestadores

de serviços ainda é bastante

f r á g i l , d e v e n d o s e r

potencializada para a melhor

condução da reestruturação

do modelo da assistência

psiquiátrica hospitalar.

Há um pleito de aumento

de diárias pelos hospitais

psiquiátricos, que já é

reconhecido pelo Ministério

da Saúde (ainda não foi dado

p o r r e s t r i ç õ e s

orçamentárias), porém os

gestores locais não devem

deixar seu papel regulador e

f iscal izador diante dos

conflitos apresentados. A

melhor remuneração dos

h o s p i t a i s d e v e s e r

acompanhada da melhoria

na qualidade de assistência

prestada nestas instituições,

com a redução contínua de

leitos.

a

d e s c o n s t r u ç ã o d a

centralidade dos hospitais

psiquiátricos foi tema dos

mais acalorados neste ano-

sobretudo nos debates com a

ABP e FBH. A Reforma

Psiquiátrica vem criando

experiências criativas e

d) Acolhimento à crise e leitos

de atenção integral:

desafiadoras de acolhimento

à crise que prescinda da

internação em hospitais

psiquiátricos. As alternativas

apresentadas pelos CAPS III,

leitos em hospitais gerais,

leitos dos SHRAD devem ser

melhor discutidas para que

possamos fortalecer a noção

de leitos de atenção integral.

Para avançarmos mais na

política de redução de leitos,

teremos que ousar mais na

e x p a n s ã o d a r e d e

substitutiva.

Com relação aos leitos

em hospitais gerais, dada a

dificuldade na expansão

desta rede, realizaremos um

s e m i n á r i o e s p e c í f i c o

(Ministério da Saúde e

Unicamp), até março de

2007, com o tema do desafio

da ampliação da participação

dos hospitais gerais na

assistência pública.

Como podemos ver, os

desafios são grandes mas o

momento para avançarmos é

este: chegamos a 1000

CAPS no país, temos uma

importante expansão da rede

de serviços de saúde mental

que nos dará mais respaldo

n o p r o c e s s o d e

reestruturação da assistência

psiquiátrica hospitalar.

Karime Pôrto

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Hoje um dos principais desafios

para o campo da saúde mental é a

construção de uma política que atenda às

necessidades e peculiaridades da

população de crianças e adolescentes.

Temos no Brasil uma população

de aproximadamente 74 milhões de

jovens com menos de 21 anos, e a

identif icação de uma importante

morbidade psiquiátrica, o que reforça a

necessidade de uma resposta efetiva à

magnitude do problema.

Neste período (2003-2006)

buscamos minimizar o vazio histórico na

atenção pública em saúde mental dirigido

à população infanto-juvenil, por meio da

implantação e expansão de ações que

tenham por diretriz a atenção integral,

equânime e inclusiva.

Realizando um balanço deste

período considero importante destacar

algumas ações:

- Criação e expansão dos serviços tipo

Capsi, Centros de Atenção Psicossocial

infanto-Juvenil, criados em 2002, por

meio da Portaria 336/2002. Em 2003,

primeiro ano de funcionamento destes

serviços, contávamos com 37 Capsis:

hoje temos cadastrados e funcionando 75

Capsis distribuídos nas diferentes

regiões brasileiras;

- Instituição, em 2004, como resultado de

um grupo de trabalho intersetorial criado

em 2003, do

, que sem dúvida

Fórum Nacional de Saúde

Mental Infanto-Juvenil

vem cumprindo o seu papel enquanto

importante espaço de discussão e de

pactuações entre diferentes setores

ligados ao governo e à sociedade civil

organizada, constituindo-se desta forma

num importante instrumento de gestão. O

Fórum, a partir de suas discussões

democráticas, tem colocado este tema

na agenda política de diferentes setores

do governo e de seus parceiros. Neste

ano de 2006 realizamos nossa VI

Reunião Ordinária.

- Divu lgação , em cong ressos ,

seminários, encontros, e publicações

como “

”, das

diretrizes e princípios relacionadas à

atenção de crianças e adolescentes em

saúde mental no SUS. Diretrizes estas

pautadas pelo firme propósito de

fortalecer uma rede ampliada de atenção

em saúde mental tendo por base a

i n t e r s e t o r i a l i d a d e e a c o -

responsabilidade;

- Inclusão do tema Saúde Mental de

Crianças e Adolescentes na Carta dos

Princípios para o desenvolvimento da

atenção em Saúde Mental nas Américas,

produto da Conferência Regional para a

Reforma dos Serviços de Saúde

Mental:15 anos da Declaração de

Caracas, ocorrido em 2005 ,em Brasília;

- Articulações e participações em

importantes Fóruns de discussão como

CONANDA, Grupo de trabalho para a

Caminhos para uma Política de

Saúde Mental Infanto-Juvenil

construção do Plano Nacional de

Garantia dos Direitos à Convivência

Familiar e Comunitária, parceria com a

Coordenação de Saúde do Adolescente e

do Jovem na proposição de ações de

atenção em saúde menta l aos

adolescentes cumprindo medidas sócio-

educativas, Grupo de trabalho para a

constituição do Núcleo Brasileiro de

Direitos Humanos e Saúde Mental,

reunião intergovernamental sobre

crianças sem cuidados parentais, dentre

outros.

No entanto, como afirmamos

anteriormente, muitos desafios se

apresentam neste campo, em especial a

necessidade do empenho de todos os

gestores na expansão dos serviços tipo

Capsi, a efetiva articulação intersetorial

entre as redes locais, a criação de Fóruns

intersetor ia is de discussão nos

municípios e estados, o aprofundamento

d a d i s c u s s ã o s o b r e o

consumo/dependência de álcool e outras

drogas, o desenvolvimento de ações que

promovam a saúde, a discussão e

inclusão do tema intervenção precoce,

em especial junto aos profissionais da

atenção básica,e o aumento dos

investimentos, nos três níveis de gestão,

em espec ia l na fo rmação dos

profissionais e na supervisão clínico-

institucional dos serviços.

A CONSTRUÇÃO DE UMA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: CONQUISTAS E PRINCIPAIS DESAFIOS

Cristina Hoffmann

SAÚDE MENTALINFORMATIVO DA SAÚDE MENTAL NO SUS

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Todos se lembram que em novembro de

2004 estávamos realizando o primeiro encontro

nacional pra discutir formas de inclusão

econômica e social dos usuários da rede de saúde

mental. Dois anos depois, muitas coisas

aconteceram; podemos destacar a PT 353/05,

que criou o Grupo de Trabalho Interministerial,

reunindo representantes do governo e da

sociedade civil com o desafio de elaborar o plano

de ação nacional a partir das propostas reunidas

durante a Oficina Nacional ocorrida em 2004.

Ainda em 2005, foi publicada a PT 1169/05, que

repassa recursos financeiros para os municípios

que apóiam iniciativas de inserção econômica no

campo da saúde mental. Hoje 25 municípios já

receberam este recurso do Ministério da Saúde.

Este ano, demos início a uma grande ação

no sentido de descentralizar e consolidar as ações

direcionadas à geração de trabalho e renda,

através da Turma Nacional de Formação em

Economia Solidária. Nesta ocasião, 40 gestores

municipais passaram por uma semana de

capacitação. Na bagagem de volta levaram o

compromisso de elaborar os planos de ação em

seus municípios a partir das ferramentas

oferec idas durante o curso, a lém do

acompanhamento sistemático de 5 tutores

durante quase 8 meses. Estamos na fase de

encerramento da primeira etapa desta turma, com

a entrega dos planos assinados pelos gestores

locais e dos certificados de cada um dos

participantes.

Vários eventos ocorreram durante o ano,

trazendo intensas discussões entre a Saúde

mental e nossos companheiros da Economia

Solidária na busca e conquista de novos espaços

concretos de inclusão social. Para o próximo ano

fica o desejo de avançar estas conquistas e

agregar novos parceiros durante esta caminhada!

Saudações Solidárias e por uma sociedade sem

manicômios!

GTI Saúde Mental e Economia Solidária

(S/Saúde Mental e M TE/SENAES)

SAÚDE MENTAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA

Foi assinada no dia 28 de dezembro, portaria interministerial da Secretaria Especial de Direitos Humanos e do Ministério da Saúde que institui o . Consideramos que o Núcleo se constituirá em um importante dispositivo para a defesa e garantia dos direitos das pessoas com transtonos mentais, na articulação entre governo, sociedade civil e universidades que trabalham com o tema.

O grupo de trabalho que elaborou a proposta do Núcleo foi composto de forma bastante representativa, contando com a participação de movimentos sociais do campo da saúde mental e dos direitos humanos, bem como com a participação de núcleos de pesquisa que muito têm contribuído para o aprofundamento da discussão sobre direitos humanos no país, como o Núcleo de Estudos sobre Violência da USP e o

Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental

NÚCLEO BRASILEIRO DE DIREITOSHUMANOS E SAÚDE MENTAL

SAÚDE MENTALINFORMATIVO DA SAÚDE MENTAL NO SUS

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PROGRAMA DE VOLTA

e o balanço necessário do fim de anoPARA CASA

O ano de 2006 foi importante para o Programa de

Volta para Casa, que, além de completar três anos de

existência no dia 31 julho, vem se consolidando como

ferramenta imprescindível na concretização da

desinstitucionalização. Além disso, não podemos

esquecer o que o PVC representa no campo dos direitos

humanos, com o seu caráter indenizatório àquelas

pessoas que permaneceram longos anos internadas em

hospitais psiquiátricos sem que o Estado tivesse outras

opções de cuidados a oferecer.

Fechamos a última folha de pagamento do ano com

um total de 2.519 beneficiários, o que representa um

incremento de 607 novos cadastros com relação a

dezembro de 2005 e conseguimos regularizar o

pagamento de várias pessoas que estavam com

problemas em suas contas correntes.

Com relação à gestão do programa, foi solicitada a

atualização das referências municipais, as quais são

responsáveis pelo acompanhamento do cadastramento,

pagamento, suspensão e cancelamento de beneficiários

e pela garantia de acompanhamento na rede municipal de

atenção à saúde mental. Nessa solicitação, fomos

amplamente atendidos, o que nos permitiu gerar mais de

70 senhas até o momento para o acesso on-line de

relatórios gerados pelo sistema do PVC.

O ano novo aponta para a necessidade de uma

grande avaliação do De Volta para Casa no contexto dos

propósitos da Reforma Psiquiátrica e da Política Nacional

de Saúde Mental: temos conseguido alcançar e cadastrar

aqueles que fazem jus ao benefício? Qual é a população

ainda remanescente em hospitais psiquiátricos que

cumprem os critérios para inclusão no PVC? Que

articulações têm sido feitas nos estados e municípios

entre o PVC e os demais programas da política de saúde

mental? Que alternativas estão sendo construídas para o

alcance dos objetivos de ressocialização dos

beneficiários (iniciativas de geração de renda, centros de

convivência, alternativas culturais)?

Esperamos que o ano de 2007 nos traga a

oportunidade de uma grande discussão sobre o tema,

através de um Seminário Nacional sobre o Programa de

Volta para Casa, ampliando a nossa compreensão e as

reais possibilidades de todos os beneficiários do

programa.

Ana Amstalden & Rita Martins

SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICATendo em vista a necessidade de realização de um

mapeamento recente sobre as ações de saúde mental na

atenção básica, encaminhamos aos Coordenadores

Estaduais de Saúde Mental um questionário para mapear

essas ações nos municípios abaixo de 20 mil habitantes,

com vistas ao incremento de uma política efetiva nesta área.

Solicitamos que o questionário seja respondido pela

Coordenação Estadual de Saúde Mental, colhendo, se

necessário, informações junto aos municípios. Enfatizamos

que esse mapeamento instrumentalizará nossas ações

referentes à política de saúde mental na atenção básica em

2007. Após o preenchimento do questionário ele poderá ser

enviado para o e-mail: [email protected].

Está em construção pelas duas áreas (atenção

básica e saúde mental), o projeto do Observatório de Saúde

Mental na Atenção Básica.

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2006OUTUBRO

16 Reunião da Com issão Intersetorial de Acom panham ento do Sistem a Nacional de Atendim ento Socioeducativo – SINASE, em Brasília - DF.

16 Reunião com a ABP, com a presença do Ministro da Saúde, no Rio de Janeiro – RJ. 19 Apresentação da Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde na VI sem ana de extensão da

UnB, em Brasília – DF. 20 a 21 I Encontro de Saúde Mental de Goianésia - PA

20 1ª Fórum Nacional de Psicologia e Saúde Pública, em Brasília – DF. 22 a 25 3ª Conferência Internacional de Álcool e Redução de Danos: propondo soluções concretas e

realistas, na Cidade do Cabo – África do Sul. 23 Reunião da Câm ara Especial de Políticas Públicas sobre o Álcool, em Brasília – DF. 24 Entrevista com Dr Pedro Gabriel na TV Senado, em Brasília – DF.

25 a 28 XXIV Congresso Brasileiro de Psiquiatria, em Curitiba – PR. 26 e 27 Congresso Mineiro de Epilepsia, em Belo Horizonte – MG.

27 Encerram ento do Curso de Especialização em “Assistência aos Usuários e Álcool e Drogas”, em Belo Horizonte – MG.

NOVEM BRO

01 Visita da de representantes do M inistério da Saúde Peruano, em Brasília – DF. 01 Reunião com a UNODC, em Brasília – DF.

6 a 10 Curso de capacitação em Saúde Mental, em Parintins – AM. 6 a 08 Sem inário Am érica Latina e Caribe: a prim eira infância vem prim eiro, em São Paulo – SP. 6 a 8 1º Sem inário Estadual sobre Álcool e outras Drogas: a atenção ao usuário no sus, em Belo

Horizonte – MG. 7 Reunião do Com itê Gestor do Program a nacional de Incubadoras – PRONINC, em Brasília – DF. 7 1ª Mostra de trabalhos científicos em saúde m ental no SUS, em Cam po Grande – MS. 7 Lançam ento da Agenda 2007 Fauna e Flora, do Grupo de Geração de Trabalho e Renda

GerAção-POA, em Porto Alegre – RS. 9 Sem inário de Saúde Mental de Foz do Iguaçu, em Foz do Iguaçu – RS. 9 Reunião da Com issão Intergestores Tripartite, em Brasília – DF.

10 3º Sem inário de Dependência Quím ica Álcool e outras Drogas, em Candelária – RS. 10 Sem inário “Controle Social em Defesa do Álcool”, em São Paulo – SP. 10 1º Aniversário do CAPS Adolfo Lourido, em Parintins – AM.

13 e 14 Sem inário Nacional de Incubadoras do PRONINC, no Rio de Janeiro (SENAES/FASE) – RJ. 13 e 14 Reunião do Com itê da Saúde da População Negra, em Aracaju – SE.

13 Sem inário de Sensibilização “Rede de Cuidado da Saúde Mental na Atenção Básica”, em Cornélio Procópio – PR.

13 Inauguração do CAPS CONVIVER, Rio Grande – RS. 14 a 17 Mostra de pinturas em tela e trabalho de m odelagem em argila: o sentido da arte dos sentidos,

em Botucatu – SP. 16 a 19 V Congreso internacional de salud m ental y derechos hum anos, Universidad de las Madres De la

Plaza de Mayo, em Buenos Aires - Argentina 17 e 18 Sem inário Nacional de Prevenção ao Uso de Drogas Lícitas e Ilíc itas, em São Paulo – SP.

21 Inauguração do CAPS Fernando D iniz, em Olaria – RJ. 22 a 24 1º Fórum de Ações Intersetoriais da Saúde Mental, Corum bá – MS.

22 Reunião da Com issão de Acom panham ento da Implantação e Im plem entação da Atenção à Saúde Integral de Adolescentes em Regim e de Internação, em Brasília – DF.

22 Lançam ento da Cam panha Nacional de AIDS, Brasília - DF. 22 Reunião na Presidência sobre a Cooperação Brasil – Itália, em Brasília – DF.

23 a 25 X Sim pósio Internacional sobre Tratam ento do Tabagism o, no Rio de Janeiro – RJ. 24 Lançam ento da Rede de Pesquisa sobre Drogas, com organização da SENAD, em Brasília – DF. 27 Resultado da capacitação dos profissionais de saúde m ental/caps com o m ultiplicadores das

técnicas do Teatro do Oprim ido, em Guarulhos – SP. 27 Teleconferência de lançam ento do curso SUPERA, em São Paulo – SP.

30 a 2/12

Evento com em orativo de 10 anos do PROIAD-I Sem inário C ientífico do Program a de Estudo e Assistência ao Uso Indevido de Drogas, no R io de Janeiro – RJ.

30 I Encontro Estadual de CAPS de Pernam buco, em Recife – PE. 30 Inauguração do Caps de Itabira, em Itabira – MG. 30 Lançam ento dos Anais do 1º Congresso Sul-brasileiro de Saúde Mental, em Florianópolis – SC.

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2006DEZEMBRO

01 Inauguração do CAPS i de Cambé, em Cambe – PR. 1 e 2 1ª Jornada de Boas Práticas no Tratamento da Dependência de Substâncias, em São Paulo –

SP. 1 e 2 1º Encontro da Residência Integrada em Saúde, em Porto Alegre – RS. 01 Comemoração do Dia Mundial de Luta contra a AIDS, Brasília – DF. 01 Reunião sobre ao II Congresso Sul-brasileiro de Saúde Mental, em Florianópolis – SC.

4 e 5 II Encontro Feirense de CAPS, Feira de Santana – BA. 4 Oficina sobre Álcool e outras Drogas no I Seminário sobre a Política Nacional de Promoção da

Saúde 4 Oficina de Trabalho Saúde Mental e Atenção Básica, no Rio de Janeiro – RJ. 5 Painel sobre Tabaco, Álcool e outras Drogas no I Seminário sobre a Política Nacional de

Promoção da Saúde 05 e 06 Fórum Nacional de Saúde Mental Infanto-juvenil, em Brasília – DF.

06 Reunião com Francisco Assumpção, Diretor do Departamento de Psiquiatria da Infância e da Adolescência da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em Brasília – DF.

06 2ª Reunião Ordinária de 2006 do CONAD, em Brasília – DF. 06 Audiência pública sobre o projeto Teatro do Oprimido nas Prisões, em Brasília.

06, 07 e 08

III Fórum de Saúde Mental do DF: construindo uma rede de Saúde Mental, Brasília – DF.

07 e 08 Reunião Técnica sobre os casos de Beribéri (deficiência de vitamina B1) na Região Sudoeste do Maranhão, Imperatriz – MA.

08 Reunião com a Coordenação de Saúde Mental de Imperatriz para implantação de um Caps ad, Imperatriz – MA.

08 Jornada Comemorativa de 10 anos Programa de Atenção á Mulher Dependente Química do Hospital das Clínicas, em São Paulo - SP.

08 Reunião do Comitê Assessor da Política de Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, em São Paulo – SP.

13 Reunião com representantes da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE) das Nações Unidas, em Brasília – DF.

14 Visita ao CAPS ad do Guará com representantes da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE) das Nações Unidas, em Brasília – DF.

14 Reunião com o DECIT sobre Rede de Pesquisa de Saúde Mental, em Brasília – DF. 16 Seminário anual da rede de atenção psicossocial do município do Rio de Janeiro - Instituto

Philippe Pinel, Rio de Janeiro – RJ. 16 Apresentação Pública do Teatro do Oprimido com a participação dos CAPS de Guarulhos- SP,

Rio de Janeiro – RJ e Niterói – RJ, no Rio de Janeiro – RJ. 18 Inauguração do CAPS Casa da Liberdade - CAPS 1.000, em Fortaleza – CE 23 Reunião técnica com a equipe de transição da SES-RJ – saúde mental 27 Inauguração do CAPS II de Taguatinga, Brasília, DF 28 Divulgação do Relatório de Gestão: Saúde Mental no SUS 2003-2006

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COORDENAÇÃO GERAL DE SAÚDE MENTAL E ÁLCOOL/OUTRAS DROGASMINISTÉRIO DA SÁUDE

DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS - DAPE/SAS/MS

Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, Sala 606 - 70058-900 - Brasília-DF

Coordenação

Endereços Eletrônicos

Assuntos Gerais:

Secretárias:

Álcool e outras Drogas:

Atenção Básica

PNASH e PRH:

CAPS (cadastramento, incentivo e qualificação):

Crianças e adolescentes:

Epilepsia:

Medicamentos:

Rede de Pesquisas em Saúde Mental:

Programa De Volta Para Casa

Pesquisa:

: Pedro Gabriel DelgadoFone Geral: (61) 3315-2313Fax: (61) 3315-3920

[email protected]@saude.gov.br

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[email protected]@[email protected]@saude.gov.br

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Serviços Residenciais Terapêuticos:

Programa de Formação Permanente:

Economia Solidária e Saúde Mental:

Violência: Aspectos Psicossociais

Convênios

Centro de Convivência e Cultura e outras intervenções Culturais:

Saúde Mental e Direitos Humanos:

Estratégia de Prevenção ao Suicídio:

Manicômio Judiciário:

Saúde Mental em dados:

Portal Saúde Mental:

Revista Laços:

Boletim: Saúde Mental no SUS

[email protected]@saude.gov.br

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É mais fácil contactar nossa equipe através do correio eletrônico que por telefone!

ENDEREÇOS ÚTEIS

- http://www.saude.gov.br- www.who.int- www.paho.org- http://ccs.saude.gov.br

- http://www.fns.saude.gov.br- http://pvc.datasus.gov.br- www.cooperativismopopular.urfj.br- http://cnes.datasus.gov.br

- http://www.aids.gov.br- http://www.mte.gov.br- http://www.cebrid.epm.br- http://www.inverso.org.br

CONSULTORESAna Pitta, Cristina Ventura, Domingos Sávio Alves, Elizabete Freitas, Fernanda Nicácio, Fernando Kinker,

Flávio Resmini, Florianita Campos, Juarez Furtado, Luciano Elia, Marcela Lucena, Marcelo Cruz,Neury Botega, Roberto Tykanori, Rodolfo Valentin, Sandra Fagundes e Comitê Assessor da Política

de Álcool e Outras Drogas.

CONTATOS

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