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A REVISTA PRA QUEM TEM ZIRIGUIDUM EDIÇÃO Nº 06 | ANO 1 NOVEMBRO DE 2015 N O V O CO NTEÚ DO - N OVO DESIGN A MUDOU PESQUISA CARTOLA E SUAS ORIGENS CAMPISTAS A AÇÃO COLETIVA DO SAMBA UM MAIS UM É SEMPRE MAIS QUE DOIS PAPO DE BAMBA BEZERA DA SILVA SEM “CAÔ” JOGO DE CINTURA DESAFIOS DAS MULHERES NO SAMBA

Samba em Primeiro Lugar

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A revista pra quem tem ziriguidum EDIÇÃO Nº 06 | ANO 1 NOVEMBRO DE 2015

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Page 1: Samba em Primeiro Lugar

A REVISTA PRA QUEMTEM ZIRIGUIDUM

EDIÇÃO Nº 06 | ANO 1NOVEMBRO DE 2015

NOVO CONTEÚDO - NOVO DESIGN

A

MUDOU

PESQUISA

CARTOLA E SUASORIGENS CAMPISTAS

A AÇÃO COLETIVA DO SAMBA

UM MAIS UM ÉSEMPRE MAIS

QUE DOIS

PAPO DE BAMBA

BEZERA DA SILVASEM “CAÔ”

JOGO DE CINTURA

DESAFIOS DAS MULHERESNO SAMBA

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Editora: Aucilene FreitasProdução Aucilene Freitas

Diagramação/Design: Victor Guimo

SAMBA EMPRIMEIRO LUGAR

Edição nº 06, ano 1 (2015), é umapublicação independente.

Contato Publicidade:(22) 9.9961.0342

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Em março, quando surgiu a proposta da Revista Samba em 1º Lugar, com objetivo primeiro de mostrar, à cidade de Campos dos Goytacazes, e fora dela, o que ela fez e faz em prol do samba, sabia que não seria tarefa fácil - promover ações culturais tem sido tarefa árdua por aqui. E, assim, após cinco edições, com 1.500 exemplares impressos, com apoio do empresariado local, e distribuí-dos gratuitamente, a possibilidade de não continuidade do projeto foi cogitada - “é a crise...”, alegavam alguns.

Porém, desistência não é uma palavra comumente usada pelos que acreditam na força do coletivo. E foi buscando apoio destes crentes que a realidade se fez promessa: a partir desta sexta edição a revista SAMBA EM PRIMEIRO LUGAR chega de 'cara nova', em todos os sentidos. De antigo, só a proposta. De novo temos o layout e a forma de viabilização de sua existência impressa, pela força do coletivo, através de ações dos próprios artistas, agremiações e demais amantes do samba, através do evento mensal 'Samba de Revista' - detalhes nesta edição.

De um modo mais amplo, queremos ver mudanças políticas, espaços públicos revitalizados, ocupados com arte e ações interessantes, queremos estar envolvidos nos planejamentos municipais de cultura e ter satisfação de viver no lugar que vivemos. Começamos fazendo pelo samba... Quando se pensa coletivamente, pensa num todo, mas cada um faz o seu melhor. E como já disse Beto Guedes (que não é sambista, mas é um poeta) na 'Sal da Terra', “Vamos precisar de todo mundo... Um mais um é sempre mais que dois! Pra melhor juntar as nossas forças é só repartir melhor...”.

Estamos, todos os envolvidos nesta nova etapa, muito felizes com a inúmeras possibilidades que se apre-sentam. E esperamos que esta alegria contagie você ao contato com a revista, proporcionando uma leitura praze-rosa e produtiva

Aucilene Freitaseditora

SAMBA DE REVISTA

fc.com/sambaemprimeirolugar

AO LEITOR

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DICA CULTURAL | Papo de Bamba

por Márcio de Aquino(Economista, escritor, colecionador

de revistas e vinis e desenhista)

DICA: Álbum “Violência Gera Violência” para ouvir e download no YouTube:

Leia mais no Blog Tarati taraguá:http://taratitaragua.blogspot.com.br

http://goo.gl/XBh1ec

A seção Rio Fanzine, que vinha publicada em O Globo, em sua edição de 15/05/88 trazia uma matéria com o sambista Bezerra da Silva. A matéria falava do LP que Bezerra estava lançando, e tinha por título "Olha o Bezerra aí, gente!":

"Bezerra da Silva está lançando seu novo elepê, 'Violência gera Violência', e num depoimento exclu-sivo para o Rio Fanzine, soltou o verbo sobre pagodes e outros templos. 'Sou analfabeto, mas não assino atestado de burro'. Natural de Recife, chegou ao Rio com 15 anos. Trabalhava na obra e lá ouvia o som que faz hoje, que misturou um pouco com o coco nordestino. Ele não vem com papo de 'caô caô', não diz menti-ra. Fala a 'língua do congo', da verdade. Então, fala aí, Bezerra!

'A transação com o RPM foi feita de gravadora para gravadora. Depois o Paulo Ricardo foi lá em casa, me perguntando se eu queria cantar no disco dele. Eu falei que não sabia cantar aquilo (rock). Mas ele queria um negócio de samba, partido alto. Eu disse tudo bem. Eu não vejo esse negócio de rock, tango. Eu vejo música. Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Eu sou músico. Estudei violão clássico e agora estou estudando piano. O Paulo (Ricardo) explicou que me chamou para participar do disco porque eu canto igual a eles. Falam-

os as mesmas coisas com palavras diferentes. A nota do rock é a mesma que eu toco no samba'.

'Quando tem reunião lá em casa fica tão escuro que eu tenho que usar luz de mercúrio pra enxergar a negada.' … 'Pagode não existe. Pago-deiro é tua avó, é a tua família. Eu brigo e provo que não sou pagodeiro. Só existe o pagode como rótulo mercadológico para vender disco. Como música é uma mentira. Isso é mentira. Eu provo no Instituto Nacional de Música, com o curso que fiz. Pagode é reunião de escravo na senzala. Pagode não é música. É até pejorativo, pra esculachar a gente. Isso não é gênero de nada. Você pode chegar no Instituto e ver que não tem registrado esse gênero. Por que que pagode é coisa só de crioulo? O gênero que a gente leva chama-se partido alto. É samba. Quando eu cheguei aqui em 1945 isso tudo já existia e ninguém chamava de pagode. Nem sou pioneiro ou 'rei do pagode', porque a rapaziada do morro já faz isso há muito tempo. Eu sou 'rei da averiguação'. Tenho 21 entradas na cana.'

'Desde 1978 que eu trabalho com o mesmo pessoal. Produtor, músicos, coristas, As Gatas, o Conjunto Nosso Samba. Não muda nada. Em time que está ganhando não se mexe. Continuo pesquisando os compositores do

morro. Tem muita gente boa, princi-palmente compositores, que ainda não tiveram a oportunidade de chegar a mim. O que tem de gente boa não é brincadeira. Como eu tô muito ocupado agora, fazendo shows de lançamento do disco, viajando pra lá e pra cá, estou tendo menos contato com eles. Antes, todo domingo eu pegava o gravador e escalava os morros. Passava o dia todo bebendo cachaça com a rapaziada e ouvindo os sambas. Sou favelado e tenho acesso a todos os morros da cidade. Não tem barra pesada. Onde é a leve aqui no Rio? Em cima do morro é o lugar mais seguro, ninguém te faz nada. Agora, aqui em baixo...'

'Crioulo esclarecido não tem carro. Se eu botar quatro crioulos dentro do carro é o bicho. Moro na Voluntários da Pátria, em Botafogo, e se eu viesse aqui na RCA falar com a Marina de carro, sairia de casa dez horas da manhã e só chegaria em Copacabana às quatro da tarde de tanto parar pra mostrar documentos pros guardas.'"

BEZERRA DA SILVA 'SEM CAÔ' LANÇA 'VIOLÊNCIA GERA VIOLÊNCIA' EM 1988

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PESQUISA

por Fabiano Artiles

CARTOLA E SUASRAÍZES CAMPISTAS

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Há tempos, em Campos dos Goytacazes, temos um disse-me-disse em torno das ligações entre o grande sambista e ícone do Samba Cartola e a nossa cidade. As versões são as mais diversas. Entre as que eu já ouvi posso até enumerá-las:

1 - Cartola era campista.2 - A mãe de Cartola era

campista e teria saído grávida do distrito de Santo Eduardo para o Rio de Janeiro.

3 - O pai de Cartola era campista e saiu da cidade para trabalhar com Nilo Peçanha no Rio de Janeiro.

4 - Cartola e Wilson Baptista (outro ícone do Samba que também era campista) eram primos.

Vamos aos fatos: nenhuma dessas e outras possíveis versões procedem. Talvez só uma seja plausível (no decorrer do texto falarei). Então Cartola não tem nenhuma ligação com Campos dos Goytacazes? É tudo lenda?

Cartola (Angenor de Oliveira), nascido em 11 de Outubro de 1908, no Rio de Janeiro, tinha de fato uma ligação com Campos dos Goytacazes. Essa ligação se chamava Luís Cipriano Gomes,

seu avô materno, que nasceu no Solar do Beco, propriedade do Barão de Carape-bus. Provavelmente todos os antepassa-dos maternos de Cartola foram escravos no Solar do Beco. O Solar do Beco, construído em 1846, para quem não sabe, é o que hoje conhecemos por Asilo Nossa Senhora do Carmo. Ou seja: podemos dizer sim, que o Asilo Nossa Senhora do Carmo é parte da história do passado campista de Cartola.

Voltando ao Luís Cipriano Gomes: sabe-se que ele se tornou um grande cozinheiro, tendo trabalhado na Fazenda Bertioga em Macaé, propriedade de D. Julia Nogueira da Gama e Gavinho, prima de Anita Peçanha, esposa de Nilo Peçanha. Ao conhecer os dotes culinários de Cipri-ano, Anita fica encantada pelo seu talento e o leva para trabalhar no Palácio do Catete. Luís Cipriano Gomes era o pai de Aída Gomes de Oliveira, mãe de Cartola.

Comenta-se também pela nossa cidade que Cartola e Wilson Baptis-ta eram primos. O que eu posso dizer desta outra lenda é que é possível sim. Durante a pesquisa que fiz em auxílio ao pesquisador,

músico e ator Rodrigo Alzuguir, para a Biografia de Wilson Baptista que ele escrevia, levantei toda a árvore genealógica de Wilson Bap-tista: é possível que eles tenham sido primos pelo lado materno de suas famílias. Ainda pretendo inves-tigar melhor o assunto, mesmo sabendo que as chances de encon-trar algum elemento comprobatório sejam remotíssimas. Enfim: possível é, mas não há, no momento, nenhu-ma prova disso.

No mais, sabe-se que Cartola, acompanhado de Dona Zica, já visitou Campos por diversas vezes. Numa dessas vezes, comenta-se que estiveram presentes na inauguração da quadra da Escola de Samba União da Esperança (década de 70), o que é bem provável, pela forte ligação que a Escola de Samba do bairro de Custodópolis tinha com a Mangueira.

Nota: atualmente o Asilo Nossa Senhora do Carmo, se encontra em ruínas, caindo aos pedaços, necessitando urgentemente de restau-ração e reparo em sua construção de mais de um século e meio de existência.

Fonte: Cartola: Os Tempos Idos, de Arthur L de Oliveira Filho & Marília Trindade Barbosa da Silva, Rio de Janeiro: Gryphus, 2003. Divino Cartola - Uma Vida Em Verde E Rosa de Denilson Monteiro, Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. E pesquisa pessoal de Fabiano Artiles.

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O SAMBA E A SAÚDE

LOUCOS POR SAMBA

“Era bem modesto, bem pequeno. A gente reciclava papel e produzia objetos para vender em feiras de artesanato, tentando se aproximar do campo da economia solidária. Nosso interesse era sair do ciclo doença mental-incapaci-dade-improdutividade. Queríamos começar a criar vínculos com a cidade”, explica a psicóloga Simone Ramalho, uma das coordenadoras e fundadoras da Loucos pela X.

O esforço do grupo ganhou repercussão no Jaçanã e chegou aos ouvidos de Lucas Pinto, carnavalesco da X-9 naquela época. Devido a problemas com direitos autorais, o carnavalesco não pôde contar a história do artista sergipano Arthur Bispo do Rosário, expoente das artes plásticas que passou mais de 50 anos internado em um hospital psiquiátri-co. Ele, então, convidou o grupo de reciclagem para participar do desfile da escola no ano seguinte. Sua ideia era destacar a potência criativa da loucura. O grupo aceitou o convite e criou a própria fantasia, inspira-da na obra de Bispo do Rosário, feita com flores de papel reciclado por seus integrantes.

A psicóloga relata que a experiência de preparar aquele carna-val foi intensa. Usuários, seus famili-ares e até mesmo vizinhos do serviço de saúde participaram do mutirão para confeccionar as fantasias daquele ano. O grupo começou a frequentar a quadra da X-9 e a partici-par dos ensaios para aprender o que era harmonia e evolução. “A gente foi percebendo que este é um grupo carnavalesco. Cada um foi se descobrindo em outro corpo, outro papel”.

A primeira participação no Sambódromo, em 2002, foi um

O samba faz bem por corpo, pra alma e pra mente. O pessoal do 'Loucos pela X' é a prova viva desta afirmação. LOUCOS POR SAMBA - Usuários de Serviço de Saúde Mentalconfeccionam fantasias em ateliê mais inclusivo do Carnaval

Imortalizado pelo sambista Adoniran Barbosa, o "Trem das Onze", de fato, nunca existiu. O compositor, que também não era filho único, jamais morou no Jaçanã e disse ter usado o nome da região em sua música apenas porque rimava com “só amanhã de manhã”. No entanto, o bairro da zona norte paulistana parece ter uma vocação para ser cenário de grandes histórias do samba.

Localizado em uma pequena rua daquela região está instalado o ateliê dos “Loucos pela X”, que abriga um empreendimento coletivo de trabalhadores formado por profis-sionais e usuários de serviços de saúde mental. Além de manter uma ala nos desfiles da X-9 Paulistana, o grupo confecciona fantasias da escola de samba e de outras agremiações do

grupo especial e de outras divisões do carnaval de São Paulo.

Reconhecido como o empreen-dimento mais economicamente inclusivo do carnaval brasileiro no 1º prêmio Edison Carneiro, promovido pela Unirio (Universi-dade Federal do Estado do Rio de Janeiro) em novembro de 2014, o projeto reúne o grupo de aderecis-tas carnavalescos há 14 anos.

O encontro do grupo que hoje compõe a 'Loucos pela X' começou dentro de um serviço municipal de saúde mental local-izado também no Jaçanã. Com o objetivo de promover a inclusão social de usuários do serviço por meio da geração de trabalho e renda, os profissionais de saúde organizaram, em 2001, um projeto baseado na reciclagem de papel.

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Fonte: http://operamundi.uol.com.br

sucesso. Homenageado pela X-9 como uma das alas de destaque do carnaval daquele ano, o grupo foi convidado para integrar uma ala permanente, que hoje já é uma das mais antigas da agremiação.

Desde então, o projeto cres-ceu. A ala é hoje composta por cerca de 40% de usuários de serviços de saúde mental no Jaçanã e em outras regiões da cidade. “Isso tem um impacto no

que a gente chama de cultura man-icomial. Manter esta ala circula a mensagem de que o lugar de quem é diferente é de cidadania. Cuidar em liberdade, o grande lema da luta antimanicomial, é tentar reverter o histórico de segregação, se ocupando daquilo que é dificul-dade, mas se ocupando também da vida, para poder desfazer essa história de preconceito construída durante muito tempo”, afirma a

psicóloga Simone Ramalho.Além disso, o 'Loucos pela

X' também é um espaço de formação de profissionais de saúde - o ateliê é campo de estágio da PUC de São Paulo na disciplina de Psicologia do Tra-balho e mantém parceria com a Escola de Enfermagem da USP.

CamposSua loja do bem-estar

Rua Santos Dumont, 61 - Centro - Tel.: 2724-1030Av. Pelinca, 228 - Pq. Tamandaré - Tel.: 2725-7002

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CLARA NUNES - a guerreira

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por Jota Lacerda

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Nasceu em Cedro (Distrito de Paraopeba), hoje Caetanópolis, onde viveu até aos 16 anos. Era a caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes. O pai tinha o ofício de serrador (marceneiro) na fábrica de tecidos Cedro & Cachoei-ra, e era conhecido como Mané Serrador, violeiro e participante das festas de Folia de Reis. Em 1944, ficou órfã de pai e pouco depois, órfã de mãe, sendo criada por sua irmã Dindinha (Maria Gonçalves) e o irmão José, conhecido como Zé Chilau. Participou de aulas de cate-cismo na matriz da Cruzada Eucarística, onde cantava ladainhas em latim no coro da igreja. Aos 14 anos ingressou como tecelã na

fábrica Cedro & Cachoeira. Dois anos depois, mudou-se para Belo Horizonte, indo morar com a irmã Vicentina e o irmão Joaquim. Trabalhou como tecelã, fez o curso normal à noite e, no final de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava. Cresceu ouvin-do Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, segundo as suas próprias palavras, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio. Em 1952, ainda menina, ganhou o primeiro prêmio como cantora (um vestido azul), interpretando "Recuerdos de Ypacaraí" no concurso organizado por Joãozinho da Farmácia. Aos 16

anos, já morando em Belo Horizon-te, conheceu o violonista Jadir Ambrósio (compositor do 'Hino do Cruzeiro'), que, admirado com a voz da menina a levou a vários programas de rádio, como "De-graus da Fama", no qual se apresen-tou com o nome de Clara Francisca.

No ano de 1960, já com o nome de Clara Nunes (sobrenome da mãe), nesse mesmo ano foi a vencedora da final do concurso A Voz de Ouro ABC, em sua fase mineira, com Serenata do Adeus (Vinícius de Moraes), e obteve o terceiro lugar, na finalíssima realiza-da em São Paulo, com Só Adeus (Jair Amorim e Evaldo Gouveia). Contratada pela Rádio Inconfidên-cia, de Belo Horizonte, durante um

ano e meio teve um programa exclusivo na TV Itacolomi. Nessa mesma época, cantava em boates e clubes, tendo sido escolhida, por três vezes, a melhor cantora do ano.

Em 1965 foi para o Rio de Janeiro e passou a apresentar-se na TV Continental, no programa de José Messias. Ainda nesse ano, após teste, foi contratada pela Odeon, que, em 1966, lançou seu primeiro LP, A voz adorável de Clara Nunes, em que interpreta boleros e sam-bas-canções. Em 1968, gravou Você passa e eu acho graça (Ataulfo Alves e Carlos Imperial), que foi seu primeiro sucesso e marcou sua definição pelo samba.

Em 1972, além de ter realizado seu primeiro show, Sabiá, sabiô (com texto de Hermínio Bello de

Carvalho), no Teatro Glauce Rocha, no Rio de Janeiro, lançou o LP Clara, Clarice,Clara, com musicas de compositores de escolas de samba e outras de Caetano Veloso e Dorival Caymmi. Ainda nesse ano, gravou o samba Tristeza pé no chão (Arman-do Fernandes), apresentado no Festival de Juiz de Fora, que vendeu mais de 100 mil copias. Em fevereiro 1973, estreou no Teatro Castro Alves, em Salvador, com o show O poeta, a moça eo violão, ao lado de Vinícius de Moraes e Toquinho. Em 1973 gravou na Europa o LP Brasília e, no Brasil, o LP Alvorecer, que chegou ao primeiro lugar de todas as paradas brasileiras com Conto de areia (Romildo e Toninho). Em 1974, ao lado de Paulo Gracindo, atuou no

Canecão, no Rio de Janeiro, na segunda montagem do espetáculo Brasileiro, profissão esperança, de Paulo Pontes (do qual foi lançado um LP), que contava as vidas de Dolores Duran e de Antônio Maria. Em 1975, ano do seu casamento com o compositor Paulo César Pinheiro lançou Claridade, seu disco de maior sucesso. Outro grande sucesso veio em 1976, com o disco Canto das três raças. Em 1977 lançou As forças da natureza, disco mais dedicado ao samba e ao parti-do-alto. Em 1978 lançou o disco Guerreira, interpretando outros ritmos brasileiros. Em 1979 lançou o disco Esperança. No ano seguinte veio Brasil mestiço,que incluiu o sucesso Morena de Angola, com-posto por Chico Buarque para ela.

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Clara Nunes - a guerreira

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Em 1981 lançou Clara, com destaque para Portela na aveni-da. No auge como intérprete, lançou em 1982 Nação, que seria seu último disco.

Sucesso ComercialClara Nunes foi uma cantora

brasileira, considerada uma das maiores intérpretes do país. Pesqui-sadora da música popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara Nunes seria uma das cantoras que mais gravariam canções dos composi-tores da Portela, sua escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mul-heres não vendiam discos.

Clara Nunes integrou a comissão que representou o Brasil no "Festival do Midem", em Cannes, em 1974. Por lá, a Odeon lançou somente para o público europeu o disco"Brasília", que foi base para o LP "Alvorecer". Este álbum emplacou grandes sucessos como "Contos de Areia" (de Romil-do S. Bastos e Toninho Nascimen-to), "Menino Deus" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro) e

"Meu Sapato Já Furou" (de Mauro Duarte e Elton Medeiros). O LP bateu recorde de vendagem para cantoras brasileiras, com mais de 300 mil cópias vendidas, um feito nunca antes registrado no Brasil.

Também em 1975, a Odeon lançaria ainda o LP "Claridade". Com grandes sucessos como "O Mar Serenou" (de Candeia) e "Juízo Final"(de autoria de Nelson Cavaquinho e Élcio Soares), este álbum se tornou o maior sucesso da carreira da cantora, batendo o recorde de vendagem feminina e alavancando o samba-enredo da Portela na avenida, "Macunaíma, Herói da Nossa Gente" (de auto-ria de Norival Reis e Davi Antônio Correia), com o qual a escola clas-sificou-se em 5º lugar no Grupo 1.

Morte PolêmicaEm 5 de março de 1983, Clara

Nunes se submeteu a uma aparente-mente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série de especu-lações que circulavam nos meios de comunicação sobre sua inter-nação, entre elas inseminação

artificial, aborto, tentativa de suicídio ou espancamento por seu marido Paulo César Pinheiro.

Na madrugada do sábado de Aleluia de 2 de abril de 1983, a poucos meses de seu 41º aniversário, Clara foi declarada morta em razão de um choque anafilático. A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medici-na do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a rua em Oswaldo Cruz onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome (antiga Rua Arruda Câmara).

Depois da sua morte, João Nogueira, Mauro Duarte e Paulo Cesar Pinheiro (esposo) com-puseram uma musica em home-nagem a grande Guerreira, Um ser de Luz que foi interpretada pela outra grande cantora Alci-one: Um Ser de Luz.

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Fonte: Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira Art Editora e PubliFolha.

Um dia|Um ser de luz nasceu|Numa cidade do interior|E o menino Deus lhe abençoou|De

manto branco ao se batizar|Se transformou num sabiá|Dona dos versos de um trovador|E a rainha

do seu lugarSua voz então a se espalhar|Corria chão|Cruza-

va o mar|Levada pelo ar|Onde chegava espantava a dor

Com a força do seu cantarMas aconteceu um dia|Foi que o menino Deus chamou|E ela se foi pra cantar|Para além do

luar|Onde moram as estrelasE a gente fica a lembrar|Vendo o céu clarear|Na esperança de vê-la, sabiá

Sabiá|Que falta faz sua alegria|Sem você, meu canto agora é só|Melancolia

Canta meu sabiá,Voa meu sabiá,

Adeus meu sabiá...Até um dia!

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interpretando , compondo e conduzindo o samba. Nas grandes cidades, a presença de mulheres cavaquinistas, pan-deiristas etc. não é mais novi-dade. Contudo, no interior, fazer um samba “de saia”... ainda não é mole, não! As difi-culdades (ou até mesmo desin-teresse) das mulheres em par-ticiparem, diretamente, das expressões do samba levantam questões e reflexões a se fazer: será que samba é mesmo coisa só pra homem? E nosso papel seria apenas o de participar sambando e “engrossando o coro” dos refrões?Para Vânia Navarro – que numa roda de samba faz toda a diferença com sua voz e violão– talvez a resposta a estas ques-

Já percebeu a configuração de uma roda de samba? Algumas mesas, ao redor homens tocando e conduzindo o samba, e ao redor destes, nós, mulheres fazemos coro e sambamos, em resposta ao que ocorre no centro. Assim, por não estarmos lá, no centro da roda, aparentemente, possuímos participações menos relevantes no samba. Mas a história mostra que não é bem assim.

Quando o samba ainda era bem diferente do que é hoje, na década de 20, foram as “tias do samba”, baianas como a Tia Ciata, que reuniam a “fina flor” da

primeira geração de sambistas no Rio de Janeiro (Pixinguinha, Donga, China, Heitor dos Prazeres), abrindo seus terreiros para se realizar encontros festivos entre compositores e artistas.

Com o samba já estabelecido e ocupando os morros, as pasto-ras tinham uma autoridade funda-mental nas agremiações de samba e a função de difundir as com-posições dos terreiros para as comunidades. Caminho aberto por Dona Ivone Lara, até hoje nosso desafio tem sido atingir o centro das rodas, seja tocando cordas ou percussões, seja inter-

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MODA E COMPORTAMENTO

JOGO DE CINTURA: DESAFIODAS MULHERES NO SAMBA

“Fazendo o gênero” no samba

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tões passem pelo fato de que “ a distinção de gêneros resvala no mundo do samba, onde até hoje, com raras exceções, temos papéis "prefixados" dentro das rodas de samba.”. E conclui refletindo que “Talvez isso venha de um tempo onde o sam-bista estava intimamente ligado à figura do malandro, que tocava violão e cavaquinho, enquanto que às mulheres, cabia o papel de reproduzir o que era cantado. Acredito que já houve consid-eráveis avanços nesses espaços e espero que os instrumentos musicais, independente das mãos que os toquem, contin-uem levando alegria para as rodas, sejam elas de "samba" ou de "saia"!!!”

Tomar assento no centro da roda, sozinha, como venho fazendo há cerca de 5 anos, tem sido um desafio e um aprendiza-do - tanto pra mim, quanto para meus colegas (homens) de samba. Neste ano de 2015, fui convidada a integrar o projeto “Samba Delas”, que possui a marca de vozes femininas em composições, nas quais o tema central é nosso próprio universo. Minhas parceiras nessa empreit-

ada, as cantoras Fernanda Barro-so e Monique Soares têm vivido experiências de orgulho pessoal e evolução profissional.

“Canto desde os 5 anos, e hoje com 37, ainda sinto que tenho muito o que aprender, e o mundo do samba tem me pro-porcionado isso, com suas nuances, com suas cores, com seus batuques e tamborins. É simplesmente fantástico e esta-mos escrevendo uma linda história juntos!...”, afirma Fernanda. Para ela a questão não é de rejeição: “...Confesso que sinto um pouco não de precon-ceito, me soa mais como uma desconfiança, tipo: vamos ver o que ela pode fazer?...”, afirma a cantora. E se há machismo ou não, as mais novas cantoras de samba do pedaço admitem que se sentem desafiadas.

Já Monique Soares, em seu depoimento, admite a existência de preconceito: “Poder cantar samba pra mim é a realização de um sonho, oculto, de longas datas. Durante muitos anos eu me vi quase que obrigada a esconder de muitas pessoas essa paixão pelo samba e todo povo que dentro dele se realiza, por

motivos de mero preconceito mesmo. Mas, hoje isso mudou. Estou extremamente feliz e realizada por fazer com tanta paixão o que eu amo que é cantar, ao lado de duas pessoas lindas que são minhas irmãs do samba (Simone Pedro e Fer-nanda Barroso) e espero que daqui pra frente seja tudo lindo da forma que está sendo. Amo cantar, Amo sambar, Amo a vida!” declara Monique.

No que depender de Fer-nanda, a missão dada será prazerosamente cumprida: “Ser desafiada me ouriça, me acende, e se já fazia bem, me sinto meio que obrigada a mel-horar... Ainda estou no inicio, mas sinto que vem muita coisa boa por ai... É só o começo!”.

Questionamentos à parte, nossa mudança das extremidades para o centro das rodas de samba mostram como este espaço pode ser democrático, de livre expressão e (por que não?) de militância pela busca da igual-dade de direitos entre homens e mulheres. Que possamos nos expressar tanto na cabeça como dizemos no pé.

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A CAMPISTA ELEONORASOUSA E O SAMBA NACOLÔMBIA

quina de costura de minha mãe, num baú cheio de retalhos. Durante os três dias de folia íamos para o Beira Rio, para as arquibancadas, e assistíamos aos desfiles das Escolas de Samba. Na parte de trás das arquibancadas passavam os Bois Pintadinhos... Era todo um ritual pré carnavalesco: meu pai dormia, durante días, nas arquibancadas, para nos guardar os postos. Minha mãe levava sanduíche, refrigerante, bolacha, travesseiro, sombrinha etc...Todo o necessário para não inter romper o nosso carnaval famil-iar. Para cada día, eu tinha uma fantasia diferente feito por ela.

Na adolescência meu carnaval foi mais de praia, mas minha mãe não perdia o ritual de se prepaparar para assistir aos desfiles de Escolas de Samba do Rio de Janeiro, com toda a parafernália gastronômica, para não ter que levantar do sofá por muito tempo (risos). Chegou até a tomar medicamento para não dormir, o mesmo que usam alguns caminhoneiros...”

Um de meus tantos sonhados pr ojetos, é o de sentar algum dia e transcr ever a minha vi tácora de viagem para um l i vr o, onde conta a minha ousadia de vir para Colômbia: “Cada um tem uma história que contar”.

Como mu i t o s b r a s i l e ir os, muito mais não sendo d e uma forma empírica, vim para Colômbia num Jeep modelo 62, com um grupo de teatro de rua, que também tocavam música afro caribenha da Costa Atlân-tica Colombiana, que se chamava “La Papaya Partia”. Esse grupo fez uma turnê por toda América do Sul durante 3 anos e foi no Brasil, quando os conhe-ci e me entrei pro grupo. A viagem do Brasil até Colômbia durou um ano, on-

Embora fôssemos conter-râneas só conheci a Leo, como a chamamos, no início da década de 90, por ocasião dos ensaios de uma peça de teatro do grupo 'Gente é para Brilhar...', do qual eu fazia parte, e ela veio ministrar uma oficina de corpo. Lembro bem do seu rosto de menina – que ainda mantém após 20 anos – e nossa admiração por seu espírito livre e 'mambembe'. Depois, não mais nos vimos e nos reencontra-mos graças aos 'milagres da virtu-alidade' que aproximam as pessoas. Eu aqui no interior do RJ e ela na Colômbia, mas um assun-to em comum: o samba.

Solicitei a ela que contasse a sua história com o teatro, com o samba e a Colômbia para regis-tro na revista. Assim...

“Minha paixão pela arte começou

com o teatro na escola, sempre partici-pando, também, das atividades culturais. Minha musa e professora de arte foi Ângela Félix (ex-esposa do cirurgião Paulo Hirano), que foi quem me apresentou, um dia, aquele que seria o responsável na minha decisão de fazer teatro: José Sisneiro. Entao, das artes do colégio, comecei a participar de musicais infantis com Ângela e ele. Do teatro amador com Sisneiro; também passei por Félix Carneiro e os seus autos de natal.

Bom, mesmo não sendo de família tradicional de samba, ele sempre esteve ao meu lado sem querer... Meu irmão era muito boêmio, fazia parte de blocos de sujo no carnaval e minha mãe, como bordava vestidos de noiva, era quem bordava as fantasias desse bloco. Assim, quando se aproximava o carnaval, eu só podia dormir escutando sambas e o pedal da má-

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por Aucilene Freitas

PELA VALORIZAÇÃO DO TALENTO LOCAL

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de as experiências de conhecer Uruguai, Argentina, Chile, Peru e Equador foram fascinantes e inesquecíveis.

Chegando a Colômbia, comecei a dar aulas de samba a pedidos de quem sabia que eu era brasileira e ao observar que tinha pessoas ávidas por conhecer a cultura do samba e obviamente consci-ente da minha pouca formação e conheci-mento, decidi voltar ao Brasil e estudar com mais profundidade as origens do samba e sua história.

No meu regresso a Colômbia, então comecei a dar aulas de samba em diversos espaços dedicados à dança popular, e me vinculei com o Instituto de Cultura Brasil Colômbia, onde permaneço durante 20 anos, dedicada única e exclusivamente a ensinar samba.

Em 1994, a compania de cerveja Bavaria, através da Embaixada do Brasil em Bogotá, solicitou um Show de Samba e foi o meu primeiro atrevi-mento ao montar um Samba Show, com dançarinos colombianos, num espetáculo com uma linguagem própria do que eu queria mostrar do Brasil

através dessa manifestação popular e mundialmente conhecida.

Daí surgiu o “Corpo de Baile Lua Nua”, onde quis provar que o samba podería ser assimilado e dançado muito bem, por dançarinos que pertenciam a outra cultura. Pretendo em primeiro lugar, formar passistas que compren-dam a personalidade do samba, a autên-tica conduta de um(a) passista, o vigor dos passos, a delicadeza dos gestos e a expressão de cada movimento.

O samba me encontrou e ele quis que eu o mostrasse como parte impor-tante da minha cultura. O público colombiano geralmente desconhece o verdadeiro significado e a história do samba. O meu Samba Show está especificamente elaborado de uma maneira que nao possa agredir e sim mostrar que o samba é muito mais do que mulheres em tanga, é cultura.

Logo de 20 anos sambando em Colômbia, radicada a 25 anos em Bogotá, onde estamos a 2.600 mts. de altitude acima do nível do mar, posso afirmar que o samba tem sido minha

paixão durante esse tempo todo. Tento mostrar com muito respeito e seriedade o nosso samba como é.

Preparei recentemente um Work-shop dirigido a colégios e universi-dades, onde explico a teoría do samba, mostro a minha metodología e convido a todos os participantes a sambarem no final. E o meu mais novo projeto é o de materializar toda essa experien-cia num brinquedo didático, onde ensino a dançar samba.

“Foi nas águas do río Paraíba que eu conheci o Ururau|Foi por entre mares e montanhas da Colômbia|Que o meu samba surgiu triunfal|Gigante como a própria natureza|E eu digo com certeza: É aquí…|…Onde vou fincar minha bandeira|Como brasileira com o samba no pé|Gingando eu vou cantan-do bem alto|Que Nelson Sargento tem muito axé…” (Fragmento do meu primeiro samba)

Contato: [email protected]: www.becodosamba.com

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CULINÁRIA

A receita deste mês faz parte do cardápio porposto pelo Chefe de Cozinha Fabiano Seixas em seu Curso de Culinária Afro Brasileira, Indígena, Quilombola e Rural da Baixada Campista. E dá um “tira-gosto” de primeira; pode acreditar!

Ingredientes

2 kg de coxa e sobrecoxas4 tabletes de caldo de carne1 limão para suco 2 colheres (sopa) de azeite1 cebola média ralada1 kg de feijão guandu previamente cozido (ao dente)2 colheres (sopa) de extrato de tomate1 pimentão verde cortado em cubos1 colher (sopa) de salsa e cebolinha picada600 ml de água mineral1 cabeça de alho

Modo de Preparo

Lave os pedaços do frango, tempere-os com dois tabletes de caldo de carne e o suco de limão e deixe tomar gosto. Em uma panela grande, aqueça o azeite, doure os pedaços de frango, adicione a cebola e deixe refogar ligeiramente. Junte o feijão guandu, o extrato de tomate, o pimentão, o caldo de carne restante e água mineral, mexendo sempre. Tampe a panela, assim que iniciar a fervura, abaixe o fogo e cozinhe por cerca de 20 minutos, até que a o feijão fique macio e soltinho. Se necessário, pingue mais água. Retire do fogo e passe para uma travessa. Polvilhe a salsa e a cebolinha e sirva a seguir.

O “feijão guandu” pode ser encontrado na Feira da Roça que acontece nas Praça da República (rodoviária velha) – Campos dos Goytacazes/RJ e/ou no Mercado Municipal.

GALINHA CAIPIRA COM GUANDU

“Batuque na cozinha, sinhá não quer...”

por Fabiano Seixas(Chef de cozinha offshore)

(22) 99769-6715 | 99894-0601

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ACEITAMOSCARTÕES DE CRÉDITO

DE REVISTADE REVISTAMais informações:

fc.com/sambaemprimeirolugar

29 NOVEMBROA PARTIR DAS 15HQUADRA DOS PSICODÉLICOS

Rua Dr. Ultra, 01 - Centro (próximo ao McDonald’s)Confira os eventos fixos que ocorrem no bloco do Psicodélicos

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