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O DOENTE POLITRAUMATIZADO GRAVE:
RESULTADOS EM SADE E INDEPENDNCIA FUNCIONAL
Sandra Maria Fernandes Novo
Relatrio de Estgio/Trabalho de Projeto apresentado Escola Superior de Sade do
Instituto Politcnico de Bragana, para obteno do Grau de Mestre em
Enfermagem de Reabilitao
Orientada por:
Professor Doutor Leonel So Romo Preto
julho, 2015
O DOENTE POLITRAUMATIZADO GRAVE:
RESULTADOS EM SADE E INDEPENDNCIA FUNCIONAL
Sandra Maria Fernandes Novo
Orientada por:
Professor Doutor Leonel So Romo Preto
julho, 2015
III
RESUMO
Enquadramento: O trauma uma importante causa de mortalidade e morbilidade em
todo o mundo, podendo alterar a independncia no desempenho de atividades bsicas
e instrumentais de vida diria.
Objetivo: Avaliar a independncia funcional de pessoas com trauma grave, seis a oito
meses aps a ocorrncia do mesmo.
Metodologia: Estudo observacional, descritivo-correlacional e longitudinal de
abordagem quantitativa. Populao/amostra constituda por todos os pacientes
admitidos no servio de urgncia da Unidade Local de Sade do Nordeste, desde
novembro de 2013 a agosto de 2014, e aos quais foi ativada a Via Verde de Trauma.
Resultados: Foram estudados 62 pacientes, (52,9719,13 anos), maioritariamente
homens (80,6%). As causas mais frequentes do trauma foram: acidente de viao
(41,9%; 26), queda de altura (35,5%; 22) e acidente de trator (9,7%; 6). A maioria dos
participantes (42%; 26) teve alta at s 24 horas. Estiveram internados entre 2 a 10
dias 19 participantes, e entre 11 at 30 dias 17. Registamos 8 bitos. Antes do
episdio de trauma todos os sujeitos eram independentes. No follow up a 51
indivduos aps 6/8 meses apuramos pelo ndice de Barthel que 13,7% apresentam
dependncia ligeira e 2% dependncia moderada. Pela escala de Lawton e Brody
5,8% (3) apresentam total dependncia, 5,8% (3) dependncia grave, 1 dependncia
moderada e 8 dependncia ligeira.
Concluso: Existe perda de independncia funcional aps o trauma, sobretudo nas
mulheres em todos os instrumentos de avaliao (Barthel, Lawton & Brody). A perda
de independncia no significativamente explicada pelo mecanismo de leso, mas
explicada de forma significativa pela idade, leso dos membros inferiores e tempo de
internamento. Os participantes menos tempo internados e os que realizaram
fisioterapia/reabilitao apresentam maior independncia funcional.
Palavras-chave: Servio de urgncia; Ferimentos e leses; Avaliao de resultados
(Cuidados de sade); Atividades de Vida Diria.
IV
V
ABSTRACT
Framework: Trauma is a leading cause of mortality and morbidity throughout the
world, changing independence in performing basic and instrumental activities of daily
living.
Objective: Evaluate the functional independence of people with severe trauma, six to
eight months after its occurrence.
Methodology: Observational study, descriptive-correlational and longitudinal with a
quantitative approach. The study population/ sample consisted of all patients admitted
to the Unidade Local de Sade do Nordeste emergency department, from November
2013 to August 2014, and which was activated at Via Verde Trauma.
Results: We studied 62 patients (52,97 19,13 years), mostly men (80,6%). The most
frequent causes of trauma were traffic accidents (41,9%; 26), falls (35,5%; 22) and
tractor accident (9,7%; 6). Most participants (42%; 26) left the hospital within 24 hours.
19 participants were hospitalized between 2-10 days and 17 were hospitalized between
11 to 30 days. We record 8 deaths. Before the trauma episode, all participants were
independent. In the follow up of 51 individuals after 6/8 months was found by Barthel
Index that 13,7% have a slight dependence and 2% had moderate dependence.
According to Lawton and Brody scale, 5,8% (3) have total dependence, 5,8% (3)
severe dependence, 1 had moderate dependence and 8 had a slight dependence.
Conclusion: There is loss of functional independence after the trauma, especially in
women of all assessment instruments (Barthel, Lawton and Brody). The loss of
independence is not significantly explained by the mechanism of injury, but it is
explained significantly by age, injury of the lower members and hospitalization time.
Participants less time hospitalized, and those who were submitted to physical
therapy/rehabilitation have higher functional independence.
Keywords: Emergency department; Wounds and injuries; Outcome assessment
(Health care); Activities of Daily Living.
VI
VII
Ao Toms e ao Jorge
VIII
IX
AGRADECIMENTOS
A realizao deste trabalho foi possvel pelo apoio, encorajamento e disponibilidade de
vrias pessoas, s quais agradeo.
Ao Professor Doutor Leonel So Romo Preto, orientador deste trabalho, pelos seus
ensinamentos, disponibilidade, colaborao e rigor cientfico.
Aos pacientes, participantes no estudo, pela recetividade e colaborao.
Unidade Local de Sade do Nordeste, Unidade de Bragana, pela disponibilizao
da consulta necessria.
Aos professores e colegas de Mestrado, pela partilha de vivncias e sabedorias, em
especial Sandra pela amizade, e por termos feito juntas esta caminhada.
Ao Toms, meu filho, e ao Jorge, meu marido, pelo seu apoio incondicional e pela
compreenso das minhas ausncias.
Aos meus pais, pelo carinho com que mostram que o caminho a percorrer precisa de
trabalho, esforo e dedicao.
E a todos aqueles que de uma forma ou outra ajudaramum sincero obrigado.
X
XI
SIGLAS
ABVD - Atividades Bsicas de Vida Diria
AIVD - Atividades Instrumentais de Vida Diria
ARSN - Administrao Regional de Sade do Norte
AVD - Atividade de Vida Diria
BO - Bloco Operatrio
CIF - Classificao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Sade
CODU - Centro de Orientao de Doentes Urgentes
CRRNEU - Comisso para a Reavaliao da Rede Nacional de Emergncia e
Urgncia
CV - Coeficiente de Variao
DGS - Direo Geral de Sade
ECG - Escala de Coma de Glasgow
GNR - Guarda Nacional Republicana
HEM - Helicptero de Emergncia Mdica
IB - ndice de Barthel
INEM - Instituto Nacional de Emergncia Mdica
IPB - Instituto Politcnico de Bragana
MCDT - Meios Complementares de Diagnstico e Tratamento
OBS - Observao
XII
XIII
OE - Ordem dos Enfermeiros
OM - Ordem dos Mdicos
OMS - Organizao Mundial de Sade
PNS - Plano Nacional de Sade
PSP - Polcia de Segurana Pblica
RTS - Revised Trauma Score
RX - Radiografia
SE - Sala de Emergncia
SIEM - Sistema Integrado de Emergncia Mdica
SIV - Suporte Imediato de Vida
SMI - Servio de Medicina Intensiva
SPSS - Statistical Package for Social Sciences
SU - Servio de Urgncia
SUMC - Servio de Urgncia Mdico-Cirrgico
TAC - Tomografia Axial Computadorizada
TAE - Tcnico de Ambulncia de Emergncia
TCE - Traumatismo Crnio Enceflico
ULSNE - Unidade Local de Sade do Nordeste
VMER - Viatura Mdica de Emergncia e Reanimao
VV - Via Verde
VVT - Via Verde Trauma
XIV
XV
NDICE GERAL
INTRODUO ................................................................................................................25
PARTE I. O ESTADO DA ARTE .....................................................................................29
CAPTULO I. O TRAUMA EM PORTUGAL ....................................................................31
1.1. Contextualizao do Trauma no Sistema Nacional de Sade ......................31
1.2. Via Verde Trauma ............................................................................................35
1.3. Critrios de Ativao da Equipa de Trauma ..................................................36
1.4. Existncia de uma Equipa de Trauma Organizada ........................................37
CAPTULO II. RESULTADOS EM SADE E INDEPENDNCIA FUNCIONAL NO
TRAUMA ....................................................................................................................39
2.2. Independncia Funcional ....................................................................................43
2.3. Avaliao Funcional ............................................................................................46
PARTE II. ESTUDO EMPRICO ......................................................................................49
CAPTULO III. METODOLOGIA ......................................................................................51
3.1. Estrutura Metodolgica .......................................................................................51
CAPTULO IV. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS .............................57
CAPTULO V. DISCUSSO DOS RESULTADOS ..........................................................89
CAPTULO VI. CONCLUSES / LIMITAES / SUGESTES......................................99
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................. 103
XVI
XVII
ANEXOS ...........................................................................