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São Paulo, 0"1 de abril de 2015. BSM- BMFBOVESPA Supervisão de Mercados Rua XV de Novembro, 275- Andar São Paulo - SP Atenção: Sr: Marcos José Rodrigues Torres Diretor de Autorregulação Ref: PROCESSO ADMINISTRATIVO ORDINÁRIO N° 2112014: Defesa - Renato Teixeira Mota Prezado Senhores: Primeiro gostaria de informar que li detidamente o "Termo de Acusação" referente ao Processo Administrativo Ordinário 021/2014, decorrente de apurações conduzidas pela BSM - BMFBOVESPA Supervisão de Mercados, que inclui a acusação, a minha pessoa indicando que utilizei "informações relativas às ordens da cliente Stand By para beneficiar José (José Mário Valle) e Guilherme (Guilherme Trindade Vila), executando pessoalmente, as operações e negócios diretos que resultaram no favorecimento de Guilherme e José", conforme parágrafo 52 doPAO 21/2014- da ACUSAÇÃO. A seguir, passo a expor os fatos reais que demonstrarão a minha completa isenção quanto a não utilização de informações relativas às ordens executadas por mim, para a cliente Stand By, e para beneficiar José e Guilherme. Os fatos são: 1 - Como pode ser observado nos parágrafos da exposição do Item 111 - FATOS (especialmente o parágrafo 7) do respectivo Processo Administrativo Ordinário 21/2014, a Stand By tinha um procedimento próprio de conduzir suas operações, "com ordens administradas, com indicação apenas da quantidade e características do ativo", em lotes de grandes quantidades, para que eu pudesse colocar as ofertas (com preço e quantidades), ao longo do pregão, observando a indicação das variáveis do mercado e em quantidades que não estimulasse uma forte variação de preço, caso colocasse uma oferta de quantidades mais significativas. Essas eram as características das operações da Stand By e, assim, foram conduzidas sem reclamações da cliente, sendo certo que tal procedimento não podia impedir que os demais clientes da Corretora também fizessem as suas ofertas, ao longo de pregão, em lotes menores e mesmo contra ofertas da própria Stand By.

São Paulo, 01 de abril de 2015. - bsm-autorregulacao.com.br · quanto a não utilização de informações relativas às ordens executadas por mim, para a cliente Stand By, e para

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São Paulo, 0"1 de abril de 2015.

BSM- BMFBOVESPA Supervisão de Mercados Rua XV de Novembro, 275- 8° Andar São Paulo - SP

Atenção: Sr: Marcos José Rodrigues Torres Diretor de Autorregulação

Ref: PROCESSO ADMINISTRATIVO ORDINÁRIO N° 2112014:

Defesa - Renato Teixeira Mota

Prezado Senhores:

Primeiro gostaria de informar que li detidamente o "Termo de Acusação" referente ao Processo Administrativo Ordinário N° 021/2014, decorrente de apurações conduzidas pela BSM - BMFBOVESPA Supervisão de Mercados, que inclui a acusação, a minha pessoa indicando que utilizei "informações relativas às ordens da cliente Stand By para beneficiar José (José Mário Valle) e Guilherme (Guilherme Trindade Vila), executando pessoalmente, as operações e negócios diretos que resultaram no favorecimento de Guilherme e José", conforme parágrafo 52 doPAO N° 21/2014- da ACUSAÇÃO.

A seguir, passo a expor os fatos reais que demonstrarão a minha completa isenção quanto a não utilização de informações relativas às ordens executadas por mim, para a cliente Stand By, e para beneficiar José e Guilherme. Os fatos são:

1 - Como pode ser observado nos parágrafos da exposição do Item 111 - FATOS (especialmente o parágrafo 7) do respectivo Processo Administrativo Ordinário N° 21/2014, a Stand By tinha um procedimento próprio de conduzir suas operações, "com ordens administradas, com indicação apenas da quantidade e características do ativo", em lotes de grandes quantidades, para que eu pudesse colocar as ofertas (com preço e quantidades), ao longo do pregão, observando a indicação das variáveis do mercado e em quantidades que não estimulasse uma forte variação de preço, caso colocasse uma oferta de quantidades mais significativas.

Essas eram as características das operações da Stand By e, assim, foram conduzidas sem reclamações da cliente, sendo certo que tal procedimento não podia impedir que os demais clientes da Corretora também fizessem as suas ofertas, ao longo de pregão, em lotes menores e mesmo contra ofertas da própria Stand By.

2 - Assim, em decorrência das minhas observações da evolução dos preços das opções ao longo do pregão, a pedido de outros clientes (José ou Guilherme) também coloquei algumas ofertas (poucas em comparação às da Stand By), ou o próprio José colocou suas próprias ofertas e, dentro daquelas características operacionais da Stand By, foram aceitos e fechados os negócios.

Observar que o PAO N° 21/2014- parágrafo 9 (dos FATOS): "o volume das ofertas que fecharam negócios com José e Guilherme possuíam baixa representatividade em comparação com o volume total movimentado pela Stand By ... ~

Então, as poucas operações de contraparte com esses clientes da corretora não foram suficientes para confrontar com toda a quantidade das ordens da Stand By e, por consequência, a grande parte do saldofoi fechado com negócios contra clientes das demais corretoras do mercado.

Se o mercado continuou na direção {de alta ou de baixa) em que se mostrava quando do fechamento dos negócios, para as ofertas que coloquei, o próprio argumento do parágrafo acima demonstra que não houve interferência na formação da tendência do mercado e, consequentemente, as operações seguintes seriam fechadas, independentemente daquelas operações fechadas entre José e Guilherme e a Stand By.

3 - Observa-se no parágrafo 7 {dos FATOS) que as melhores condições para a Cliente Stand By eram aquelas que se apresentaram no mercado ao longo do pregão. Se fosse seguro que o mercado subiria, a melhor condição seria colocar todo o lote de uma só vez. Contudo, não era isso que a cliente queria. Era colocar as ofertas ao longo do pregão {administrando a observação da variação do mercado}. Mais uma vez, esse procedimento não podia impedir que outros clientes não colocassem ofertas ou encerrem suas posiç.ões. Destaca-se que um cliente pessoa física, no mercado de . .

Opções, não tem interesse em ficar exposto com posição aberta para o pregão seguinte - esse era o caso de José e Guilherme que encerraram suas posições, consumando Day Trades e evitando a manutenção de posição e risco para o pregão seguinte.

4 - O uso de Day Trade não é para obter oportunidade de ganhos indevidos, serve para evitar a exposição às variações do mercado (segundo as variáveis em todo o mundo} pelo tempo corrido do encerramento de um pregão e a abertura do pregão seguinte. Esse foi objetivo dos Day Trades que José e Guilherme fizeram, diferentemente de uma interpretação e colocação de aproveitamento do mercado.

Não é regular que uma pessoa física fique posicionada em operações no Mercado Futuro, face às exigências de garantias, margens e todo o risco futuro exposto.

Diferentemente daquilo que o PAO N° 21/2014 - parágrafo 7 {dos FATOS) indica, quando menciona que: "o padrão das ordens da Stand By era no sentido de se manter posicionada em determinado ativo, não realizando operações Day Trade."

Caso a Stand By não quisesse ficar posicionada, segundo as suas próprias circunstâncias operacionais, também comandaria ordens inversas para consumação de Day Trade e encerramento de posição- o que não ocorreu.

5 - Por fim, diante de tudo exposto e considerando que atuo no Mercado de Capitais há longos anos, sem ter sido envolvido em qualquer ocorrência em desacordo com as normas do mercado, entendo como incabível a acusação contra mim (Renato Teixeira Mata) de que utilizei ''informações relaüvas às ordens da cliente Stand By para beneficiar José (José Mário Valle) e Guilherme (Guilherme Trindade Vila), executando pessoalmente, as operações e negócios diretos que resultaram no favorecimento de Guilherme e José"", conforme parágrafo 52 doPAO N° 21/2014- da ACUSAÇÃO.

Assim, solicito a especial atenção da BSM - BMFBovespa Supervisão de Mercado para o perfeito entendimento das explicações e argumentos anteriores e o devido arquivamento do respectivo Processo N° 21/2014.

Atenciosamente,