8
Sa úde Caderno F MANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015 [email protected] (92) 3090-1017 e bem- estar Para entender o autismo Páginas 4 e 5 DIVULGAÇÃO Páscoa para hipertensos: como manter uma alimentação balanceada? Nada de olho grande na Páscoa P áscoa é, para muitos, sinônimo de almoço farto e muitos choco- lates. E, acredite, não é preciso se privar das delícias oferecidas nesta época. Se você tem problemas de pressão alta, algumas dicas podem te ajudar a festejar sem colocar a saúde em risco e sem que os sentimentos de culpa apareçam depois, mantendo uma alimentação saudável nesse período. É fundamental iniciar a refeição com um prato de salada verde, como um mix de folhas (alface, rúcula, agrião, couve) e legumes cozidos, pois apresentam baixa quantidade calórica e são ricos em fibras, que dão maior sensação de saciedade. Para temperar a salada, a melhor opção é utilizar azeite extra- virgem que estimula a produção de óxido nítrico, um excelente regulador da pressão sanguínea, que deixa o sangue mais fluido. Ervas aromáticas, como manjericão, orégano, alecrim também são uma boa pedida. Além disso, para manter a pres- são em dia, evite o sal e dê espaço para o salgante, que é a base de cloreto de potássio. Ele é uma ótima opção, pois é livre de sódio e ajuda a controlar a hipertensão. Para o prato principal, dê preferên- cia para peixes assados, grelhados ou cozidos. Na hora de preparar, tempere com azeite de oliva extra-virgem, limão, ervas e salgante. Um peixe tradicional nessa época do ano é o bacalhau. Com baixa taxa de colesterol e gordura, é rico em ômega-3 e ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Esse peixe é rico também em magné- sio, excelente ativador do óxido nítrico (substância vasodilatadora), que tem um efeito direto na diminuição da pres- são arterial por causa da vitamina B3 (Niacina), que possui efeitos positivos na redução dos níveis de LDL-c, de triacilgliceróis e aumento dos níveis de HDL-c. Só tome cuidado com o sal do bacalhau. Retire-o completamente quando for prepará-lo. Evite frituras de acompanhamento. Prefira purê de mandioquinha, batata assada, arroz integral ou arroz branco com legumes. Esses acompanhamentos são ricos em fibras e ajudam a diminuir a absorção de gordura, além de aumen- tarem a saciedade. O vinho, símbolo da Páscoa, é um ótimo acompanhamento para peixes e um protetor do coração, pois é rico em resveratrol. Para quem não pode com bebida alcoólica devido ao uso contínuo de alguns medicamentos, pode substituir por um suco de uva natural integral orgânico. O tradicional ovo de Páscoa deve ser consumido com moderação. O máximo por dia de chocolate é 30 gramas, o que equivale a um bombom pequeno. Veja o peso do ovo e divida o número de porções. Prefira as versões meio amargo ou com mais de 70% de cacau. Além de possuir menor quantidade de açúcar, o cacau tem ação antioxi- dante e efeitos benéficos no risco de doenças cardiovasculares por meio da diminuição da pressão sanguínea, an- tiagregação plaquetária, aumento do HDL e diminuição do LDL. Já os outros tipos de chocolates, como ao leite, branco e trufado, entre outros, são preparados com muito açúcar e gorduras de cacau e, quando consumidos em excesso, podem trazer prejuízos à saúde. Se você não for diabético, o choco- late diet não é uma boa opção. Ele é isento de açúcar, mas possui grande quantidade de gordura e, por isso, não é indicado para quem quer emagrecer, por exemplo. Coma devagar e com calma, isto fará com que a digestão seja mais lenta, e você ficará satisfeito com menor quantidade. Com essas dicas será possível se alimentar bem na Páscoa, sem culpa e mantendo os níveis de pressão arterial em dia.

Saúde - 5 de abril de 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Saúde - Caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

Citation preview

Page 1: Saúde - 5 de abril de 2015

SaúdeCa

dern

o F

MANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015 [email protected] (92) 3090-1017

e bem-estarPara entender o autismo

Páginas 4 e 5

DIV

ULG

AÇÃO

Páscoa para hipertensos: como manter uma alimentação balanceada?

Nada de olho grande

na PáscoaPáscoa é, para muitos, sinônimo

de almoço farto e muitos choco-lates. E, acredite, não é preciso se privar das delícias oferecidas

nesta época. Se você tem problemas de pressão alta, algumas dicas podem te ajudar a festejar sem colocar a saúde em risco e sem que os sentimentos de culpa apareçam depois, mantendo uma alimentação saudável nesse período.

É fundamental iniciar a refeição com um prato de salada verde, como um mix de folhas (alface, rúcula, agrião, couve) e legumes cozidos, pois apresentam baixa quantidade calórica e são ricos em fi bras, que dão maior sensação de saciedade. Para temperar a salada, a melhor opção é utilizar azeite extra-virgem que estimula a produção de óxido nítrico, um excelente regulador da pressão sanguínea, que deixa o sangue mais fl uido. Ervas aromáticas, como manjericão, orégano, alecrim também são uma boa pedida.

Além disso, para manter a pres-são em dia, evite o sal e dê espaço para o salgante, que é a base de cloreto de potássio. Ele é uma ótima opção, pois é livre de sódio e ajuda a controlar a hipertensão.

Para o prato principal, dê preferên-cia para peixes assados, grelhados ou cozidos. Na hora de preparar, tempere com azeite de oliva extra-virgem, limão, ervas e salgante. Um peixe tradicional nessa época do ano é o bacalhau. Com baixa taxa de colesterol e gordura, é rico em ômega-3 e ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

Esse peixe é rico também em magné-sio, excelente ativador do óxido nítrico (substância vasodilatadora), que tem um efeito direto na diminuição da pres-são arterial por causa da vitamina B3

(Niacina), que possui efeitos positivos na redução dos níveis de LDL-c, de triacilgliceróis e aumento dos níveis de HDL-c. Só tome cuidado com o sal do bacalhau. Retire-o completamente quando for prepará-lo.

Evite frituras de acompanhamento. Prefi ra purê de mandioquinha, batata assada, arroz integral ou arroz branco com legumes. Esses acompanhamentos são ricos em fi bras e ajudam a diminuir a absorção de gordura, além de aumen-tarem a saciedade.

O vinho, símbolo da Páscoa, é um ótimo acompanhamento para peixes e um protetor do coração, pois é rico em resveratrol. Para quem não pode com bebida alcoólica devido ao uso contínuo de alguns medicamentos, pode substituir por um suco de uva natural integral orgânico.

O tradicional ovo de Páscoa deve ser consumido com moderação. O máximo por dia de chocolate é 30 gramas, o que equivale a um bombom pequeno. Veja o peso do ovo e divida o número de porções. Prefi ra as versões meio amargo ou com mais de 70% de cacau.

Além de possuir menor quantidade de açúcar, o cacau tem ação antioxi-dante e efeitos benéfi cos no risco de

doenças cardiovasculares por meio da diminuição da pressão sanguínea, an-tiagregação plaquetária, aumento do HDL e diminuição do LDL.

Já os outros tipos de chocolates, como ao leite, branco e trufado, entre outros, são preparados com muito açúcar e gorduras de cacau e, quando consumidos em excesso, podem trazer prejuízos à saúde.

Se você não for diabético, o choco-late diet não é uma boa opção. Ele é isento de açúcar, mas possui grande quantidade de gordura e, por isso, não é indicado para quem quer emagrecer, por exemplo.

Coma devagar e com calma, isto fará com que a digestão seja mais lenta, e você fi cará satisfeito com menor quantidade. Com essas dicas será possível se alimentar bem na Páscoa, sem culpa e mantendo os níveis de pressão arterial em dia.

F01 - SAÚDE.indd 8 3/4/2015 21:21:57

Page 2: Saúde - 5 de abril de 2015

MANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015F2 Saúde e bem-estar

EditorMellanie [email protected]

RepórterAlik Menezes

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Com o envelhecimento, ocorrem modifi cações nas estru-turas anatômicas e fi siológicas do pé, que podem interferir e muito na qualidade de vida do idoso. Uma dessas modi-fi cações, que se intensifi cam após os 60, são as calosida-des. As calosidades, ou zonas de hiperqueratose reacional, aparecem em local de proeminência óssea depois de muito tempo sofrendo pressão e atrito. Evite lixar em demasia, pois além de agredir o pé, pode piorar a calosidade, fazen-do fi ssuras ou ainda aumentando-as. A esfoliação é outro cuidado básico, porém, só é recomendada caso o idoso não tenha o pé muito frágil, a pele muito fi na ou ainda, problemas comuns decorrente do diabetes.

Tome cuidado com as calosidades nos pés

Para ajudar a segurar a fome até a próxima refeição, a carne vermelha pode ser uma boa opção. Alimento rico em proteína, nutriente que estimula a liberação de hormônios que promovem o aumento da saciedade, a carne faz com que a fome demore mais para aparecer, além de causar um gasto maior de energia pelo or-ganismo, pois é um nutriente mais complexo para ser digerido. Opte pelos cortes magros, como maminha, patinho, alcatra, coxão duro e fi lé-mignon. Além disso, procure não ultrapassar o tamanho da palma da mão para estimar a porção por refeição.

Carne vermelha ajuda a promover saciedade

RevisãoDernando Monteiro

DiagramaçãoAdyel Vieira

Linguagem e luta pela vida

João Bosco [email protected] / www.historiadamedicina.med.br

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Humberto Figliuolo

A grande pre-ocupação do homem com a morte é fi xada a partir desta época, quando o morto era acompanhado de coisas que faziam parte do seu coti-diano para a vida após a morte

João Bosco Botelho

Membro Emérito do Colégio Brasileiro

de Cirurgiões

Câncer infantil

Humberto Figliuolo

farmacêutico

A espe-rança está tomando o lugar do medo. No-vas e po-tentes dro-gas estão surgindo e clareando o horizonte de milhares de pessoas

O desafi o da cura. Muitas crianças brasileiras recebem o diagnóstico de câncer, doença que, sobretudo nessa faixa etária, costuma deses-tabilizar a família toda. O câncer a caminho da cura. A esperança está tomando o lugar do medo. Novas e potentes drogas estão surgindo e clareando o horizonte de milhares de pessoas. Graças aos avanços da oncologia pediátrica, o índice de cura é animador, quando o diagnostico é feito a tempo: cerca de 80%. Mas algumas crianças não conseguem ter acesso aos melhores recursos disponíveis. O tratamento do câncer é altamente complexo e tem custos proibitivos e o nosso serviço de saúde deixa a desejar. Portanto o diagnostico do câncer infantil é um impacto terrível para toda a família. E, confrontados depois com as difi culdades e os custos do tratamento, a situação tende a se agravar.

O câncer a caminho da cura. A esperança está tornando o lugar do medo. Novas e potentes drogas estão surgindo e clareando o hori-zonte de milhares de pessoas.

A criança com câncer deve rece-ber atendimento multidisciplinar, o melhor diagnóstico, o melhor tratamento e apoio afetivo.

Pouco tumor infantil tem sinto-

mas característicos que permitam aos pais suspeitarem especifi ca-mente de um câncer. Mas alguns sinais merecem uma investigação. Criança não tem que fi car doente. Sempre que ocorre dor de cabeça constante, fraqueza, anemia, san-gramento e dor óssea, o pediatra deve ser consultado. Vale a pena prevenir.Dentre as doenças mais comuns: leucemia, retinoblastoma e tumor de sistema nervoso central. Quanto antes diagnosticado, maior a chance de tratamento e cura.

O câncer fi gura como a segun-da causa de morte por doença no Brasil. É realmente um problema emergente embora esteja na lis-ta de doenças crônicas degenera-tivas. O câncer nada mais é do que o crescimento anormal de uma célula em nosso organismo. Essa célula perde o controle sobre se mesma e começa a se multi-plicar sem parar. Em principio, qualquer célula humana pode resultar em um câncer.

O grande índice de mortes se deve a fatores como a demora dos pa-cientes em buscar ajuda e difi culda-de, não rara vezes, encontrada pelo medico no atendimento primário em fazer o diagnostico do câncer. Sentimos a falta de programas efi cazes de prevenção do câncer,

diagnóstico precoce e tratamento rápido e especializado.

O que é o câncer? São mais de 100 tipos de doenças que tem em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo es-palhar-se (metástase) para outras regiões do nosso corpo. As causas do câncer são variadas. Elas podem ser internas (como a pré-disposição genética) ou externas ao organis-mo, ou seja, aquelas sobre os quais podemos agir. Elas estão associa-das a mais de 80% dos cânceres. Os tratamentos do câncer passa por cirurgia, quimioterapia, hormo-noterapia, radioterapia e medica-mentos imunobiológicos, chamado de terapias alvo-dirigido.

Fatores de risco externos: seden-tarismo, obesidade, hábitos alimen-tares, alcoolismo, hábitos sexuais, exposição excessiva ao sol e taba-gismo. Vale lembrar que o envelhe-cimento da população também tem relação com a maior ocorrência de alguns tipos de câncer, como por exemplo, o de próstata. Em qualquer idade requer atenção especial.

A meta não é apenas curar, mas também trazer bem-estar e,claro, qualidade de vida para todos inde-pendentemente da idade. Prevenir é sempre melhor do que tratar.

É possível teorizar que os ancestrais do homem afastaram as fronteiras da morte fazendo-se curadores e modifi cando as relações do binômio saúde-doença em outro membro da comunidade por meio da linguagem e de ações específi cas: parar a he-morragia após ferimento de caça e tratando as fraturas.

O Homo sapiens surgiu em tor-no de 40.000 anos e é razoável deduzir que possuía algum tipo de linguagem oral.

As pesquisas sobre a formação da linguagem nos nossos paren-tes mais próximos, os chimpanzés, e nos mais distantes, os gorilas, não foram muito, esclarecedoras. É possível que os primeiros cheguem a entender algumas palavras ou mesmo frases, mas a estruturação do pensamento pela linguagem oral fi cou aquém da expectativa.

Existem diferenças no tamanho e no formato dos cérebros dos ancestrais distantes e o do homem, perfeitamente perceptíveis pela im-pressão deixada pelo conteúdo ce-rebral da porção interna dos ossos dos crânios fossilizados.

O tamanho do cérebro dos homi-nídeos que viveram há 2.500.000 anos era, sem dúvida, menor que o do homem moderno. O Homo habilis que viveu há 1.000.000 de anos, ti-nha o cérebro duas vezes maior que

os atuais chimpanzés, mas com o mesmo tamanho do corpo. Somente com a evolução que culminou com o Homo erectus, há cerca de 500.000 anos, ocorreu o impulso defi nitivo do tamanho do cérebro.

O atual tamanho e função do sistema nervoso central já esta-vam defi nidos, provavelmente, nos últimos 100.000 anos.

O registro arqueológico das fer-ramentas data de 2,5 milhões de anos. Evoluíram das rudimentares de pedra e osso aos machados de diferentes tipos com elementos de simetria que permaneceram até 200.000 anos atrás, quando foram introduzidos novos componentes: lascas de pedras retiradas e manu-seadas com detalhes, datando de aproximadamente 40.000 anos.

É dessa época que datam as com-provações arqueológicas dos sepulta-mentos rituais com a cabeça do morto voltada ao nascente, acompanhado com alimentos e instrumentos de caça, pressupondo existir a crença no renascimento após a morte.

A grande e insuperável preocu-pação do homem com a morte é fi xada a partir desta época, quando o morto era acompanhado de coisas que faziam parte do seu cotidiano para ajudá-lo na suposta nova vida após a morte.

Essa atitude de essência não mate-

rial, transcendente, se reproduziu nos milhares de anos, culminando com a fantástica elaboração da morte idealizada pelos egípcios com a cons-trução das pirâmides e a mumifi cação dos mortos, que no seu conjunto, tinham como função a preparação do morto para a imaginável vida depois da morte.

Foi nessa busca incessante pela vida e na incompreensão da morte que o homem começou a interferir no curso das relações sociais, objeti-vando aumentar o seu tempo de vida por meio de medidas alternativas, quase sempre estritamente ligadas à compreensão mítica da realidade.

É provável que já estivessem con-solidadas algumas ações curadoras nas comunidades pré-históricas. Existem comprovações nos fósseis encontrados: o fêmur transfi xado com a ponta de lança, em torno de 10.000 anos, que sobreviveu muito tempos após o ferimento, compro-vando a inequívoca existência de um ou mais membros do grupo que tratou e alimentou o ferido.

Por outro lado, a incompreensão dos fenômenos naturais, da própria origem da vida e da morte, pode ter sido decisiva à duradoura associação à interpretação mágica da realidade, talvez gerando um complexo conjunto de crenças e ritos transmitido às gerações futuras.

F02 - SAÚDE.indd 2 3/4/2015 21:26:38

Page 3: Saúde - 5 de abril de 2015

MANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015 F3Saúde e bem-estar

Terapia intensiva com equipe multidisciplinarAmazonas será sede do maior congresso de terapia intensiva do Norte e Nordeste

Cuidar de vidas é, sem dúvidas, uma gran-de responsabilidade. Quando se trata de

pessoas que estão interna-das em Unidades de Terapias Intensivas (UTI), a missão se torna ainda mais difícil, pois são pacientes que precisam de diversos cuidados. A equipe médica necessita estar em sintonia para que não ocorram erros e para que o paciente tenha um ambiente no qual a recuperação seja possível.

Nos dias 24 e 25 deste mês, profissionais da saúde e estudantes estarão reu-nidos na décima edição do Congresso Norte Nordeste de Medicina Intensiva (CNNMI), que este ano será realizado no Amazonas, para discutir temas multidisciplinares que possibilitam a atualização desses profissionais.

Segundo a presidente da Sociedade Amazonense de Terapia Intensiva (SATI) e co-ordenadora do evento, Liane Cavalcante, a terapia intensi-va exige uma equipe multidis-ciplinar em virtude do quadro clínico, geralmente, ser grave e os cuidados ininterruptos.

“Terapia intensiva envolve uma equipe multidisciplinar porque os pacientes são, via de regra, extremamente graves, com necessidades de vigilân-cia e cuidados ininterruptos. Dependem de uma série de recursos tecnológicos e as-sistenciais, os quais envolvem, além da assistência médica 24 horas por dia, acompanha-mento psicológico, fisiotera-pia, enfermagem, fonoaudio-logia e terapia nutricional”.

E por falar em terapia nutri-

cional, a nutricionista Katiuscia Naiara Rosas palestrará sobre a importância da nutrição e a relação com a saúde bucal. Se-gundo Rosas, por se tratar de pacientes que são submetidos a utilização de sondas, há a possibilidade de ocorrer alguns tipos de feridas na boca.

“Se eu tenho um paciente que está em estado grave e ele não está fazendo ingestão via oral adequada, ele pode apresentar algum tipo de fe-rida na boca. Ele pode ter a imunidade afetada, por não estar se alimentando corre-tamente, e com isso surgem algumas inflamações. Uma delas que é bem presente na UTI e, em pacientes oncoló-gicos, que são pacientes que

quimioterapia, é a mucosite, que é a inflamação de toda área da região bucal e da garganta. Com a terapia nutri-cional nós trabalhamos para fazer a recuperação dessa mucosa”, disse.

A nutricionista acredita que a maior importância da te-rapia nutricional é cada vez maior e os resultados são visí-veis e, por isso, a necessidade de uma equipe com vários profissionais colabora para a recuperação do paciente.

Segundo Katiuscia, há estu-dos que mostram, quando se fala de pacientes oncológicos, por exemplo, o número de pa-cientes com mucosite chega a 80% por conta da quimiotera-pia e da radioterapia, que são extremamente agressivas.

“Hoje a gente precisa desse olhar de vários profissionais. Porque cada um atua na sua área especifica e atua preve-nindo determinados proble-mas. A nutrição tem como principal atuação a melhoria do estado nutricional do pa-ciente e a prevenção de que ele chegue a um estado de perda de peso exacerbada, com perda muscular. Caso ele chegue nesse estado, há muitas possibilidades de com-prometer todo o tratamento médico, pois o organismo do paciente fica debilitado”.

Conhecimento O congresso é uma oportu-

nidade para que profissionais da região possam se atualizar sem precisar se deslocar para outras regiões do País. Para o médico neurologista Daniel Chaves, que atua na UTI há seis anos, há necessidade de acompanhar os pacientes.

“A prevalência de causas neurológicas de internação em UTI é variável e depende das características de cada serviço. Porém, com o au-mento da sobrevida da po-pulação, a frequência de aci-dentes vasculares cerebrais está crescendo. Além disso, os distúrbios neurológicos ad-quiridos durante a internação são amplamente observados neste setor, sendo o Delirium o mais comum”, afirmou.

O evento será realizado nos dia 24 e 25 deste mês, no Centro de Convenções Vas-co Vasques, bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste. As ins-crições podem ser realizadas pelo site www.connemima-naus.com.br. O evento, que está na sua décima edição, é realizado a casa dois anos em estados diferentes.

Profissionais e estudantes de medicina, de psicologia, de odontologia, de fonoaudiologia, de nutrição, de enfermagem e fisioterapia terão a possibilida-de de se atualizar por meio das palestras e debates.

MEDICINAO evento, realizado a cada dois anos em um Estado diferente do país, é um dos mais importantes congres-sos do país e terá o apoio da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB)

Profissionais de diversas

áreas partici-parão do con-

gresso, nos dias 24 e 25

DIVULGAÇ

ÃO

F03 - SAÚDE.indd 3 3/4/2015 21:32:07

Page 4: Saúde - 5 de abril de 2015

F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015 F5

Autismo: infi nito particularPopulação brasileira com espectro autista margeia 2 milhões, e nós ainda não os conhecemos completamente. Sintomas do espectro aparecem ainda na infância

“Em alguns instan-tes sou pequenina e também gigante. Vem, cara, se de-

clara, o mundo é portátil pra quem não tem nada a esconder, olha minha cara. É só mistério, não tem segredo. Vem cá, não tenha medo”. O trecho entre aspas foi retirado de Infi nito Particular, canção escrita em parceria entre Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. Os compositores tem em comum a sociabilidade, são comunicativos e livres de diag-nósticos disfuncionais, mas a letra poderia muito bem retra-tar a percepção de mundo de um indivíduo com transtorno do espectro do autismo (TEA) – desordem que compromete o desenvolvimento e afeta cada paciente de forma singular.

Para Laísa Acioly, mãe de Lavínia, 7 anos, foi visível que sua criança era diferente das demais. “Já bebê, seus olhos nunca cruzavam com o olhar dos amigos e parentes que a visitavam. Quando entrou na

escola, percebi que não se reu-nia aos coleguinhas na rodinha para ouvir as histórias quando a professora chamava”, lembra. Por atuar na área da saúde, des-confi ou que a evolução da fi lha não seguia correspondente ao considerado natural e procurou auxílio com diversos profi ssio-nais, sem muito sucesso no diagnóstico até aproximada-mente seis meses depois.

Lavínia estava com a ida-de de 3 anos e 4 meses, e uma resposta: era uma crian-ça com espectro autista. Os próximos passos, enxergou a genitora, incluíam conscien-tização e conhecimento das limitações conexas ao resul-tado e meios para melhora da qualidade de vida.

Qualifi car alguém com TEA ainda é complicado, pois ine-xistem exames específi cos para resultar num diagnóstico pre-ciso. A psicóloga do Hapvida Saúde, Lívia Vieira, comenta que é comum haver falhas dos profi ssionais na conclusão de uma análise exata. “Existem

crianças que são falsamente classifi cadas com autismo, pois apresentam um comportamen-to mais reservado, fi cam muito tempo na televisão ou apega-dos aos estudos, e até pela falta da presença assídua de adultos”, afi rma.

DiagnósticoO inverso também é possível.

Há casos em que a leigalidade dos pais confunde a falta de interação social e as demais características com timidez, re-tardando as oportunidades de acompanhamento evolutivo.

Embora as características sejam unânimes, seu desen-volvimento varia de quadro para quadro. “Frieza sentimental, di-fi culdade no contato visual e na comunicação, principalmente pela fala, solidão voluntária e resistência a comandos ver-bais são alguns dos sinais que levam a identifi car o distúr-bio”, descreve Lívia Vieira. A manifestação desses indícios acontece ainda nos primeiros meses de vida.

Para a afi rmação de pes-soa com espectro de autismo, ampara-se à comparação ao disposto no Dicionário da Saúde Mental (DSM), produzido pela Associação Americana de Psi-quiatria. A última revisão, publi-cada em maio e atualizada após 13 anos, que resultou na quinta edição do documento, sofreu mudanças quanto às defi nições estabelecidas ao transtorno.

O DSM-5 engloba o autis-mo clássico, o transtorno de Asperger, o transtorno inva-sivo do desenvolvimento e o transtorno desintegrativo da infância numa única condição – transtorno do espectro do autismo –, antes diagnostica-das reservadamente. Quanto à gravidade da desordem, ne-nhuma citação é feita à lista-gem popularmente utilizada, que classifi ca como grau “leve”, “moderado” ou “severo”, des-considerando o caráter ofi cial dessa divisão. Mas entende-se, em consenso, por níveis 1, 2 ou 3, de acordo com as limitações e possibilidades de cada.

Mais comum que se imagina e por vezes despercebido, o TEA acomete uma em cada 110 pessoas e tem caráter congênito, ou seja, é adquirido pelo bebê ainda na gestação. Os dados são reciclados do Centro de Controle e Preven-ção de Doenças (CDC, sigla em inglês), dos Estados Unidos, já que ainda é impossível traçar um panorama em semelhan-tes proporções no Brasil. A estimativa é que proporção permaneça 4 para 1 – inci-dência no gênero masculino sobre o feminino.

Toda construção psicológi-ca do paciente sofre mudan-ças, refl etidas em suas ações perante a sociedade, indepen-dente da idade. É comum que toda criança desponte uma personalidade limpa, sem máscaras. Na fase adulta, po-demos fi ngir ou manipular, o que na psicologia é conhecido como persona. Esta faculdade o autista não possui.

O modo de extravasar e agir também são afetadas. O au-tista não aguenta esperar muito tempo numa fi la nem decidir qual roupa quer vestir ou dizer o que está com vontade de comer. Até as brin-cadeiras ocorrem de forma diferente. “Se um menino brincar com carrinhos, não vai ser forçando seu rolamento no piso ou disputando qual pos-sui a maior velocidade, mas sim empilhando-os ou ordenando-os”, exemplifi ca a psicóloga.

Entendendo melhor o autismo

Em dezembro de 2012 foi sancionada pela presi-denta Dilma Rousseff a Lei nº 12.764, que institui a Política Nacional de Prote-ção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, considerando “com defi ciência, para todos os efeitos legais” qualquer ci-dadão brasileiro com espec-tro autista. Assim, a lista de benefícios estenderam-se principalmente nos âmbitos da saúde, educação e as-sistência social, fornecendo suporte para que as famílias garantam melhores oportu-nidades ao seu ente.

Dentre as principais mu-danças estão a garantia de que escolas regulares não possam negar matrí-cula a um espectro autista, sob penalizações que vão de multa até afastamento de cargo; estímulo a de-senvolvimento de carreira

profi ssional em empresas com quadro de funcionários superior a 100; acesso a medicamentos, nutrientes e atendimento multiprofi s-sional, incluindo admissão irrefragável em planos de saúde; e capacitação de mão-de-obra especializa-da, assim como dos pais e responsáveis.

Para Maryse Suplino, psi-copedagoga e fundadora da fi lial brasileira do Institu-to Ann Sullivan, referencial no atendimento a pessoas nessa condição, a apro-vação dessa Lei foi uma vitória. “Os Direitos deles estão fortalecidos. Um dos artigos diz que compete ao poder público a responsa-bilidade por tornar públicas informações relacionadas ao transtorno, e esse é um importante benefício para eles: o entendimento da sociedade”, coloca.

Brasil e o espectro do autismo

Nos últimos meses, o tema passou a ganhar destaque na mídia após a novela “Amor à vida” apresentar uma persona-gem, Linda, interpretada pela atriz Bruna Linzmeyer, com as características do transtorno.

Maryse Suplino conta que ela pode representar sim algumas pessoas com TEA, mas não a totalidade. “Cada quadro é único. Dentro do imaginário social, e realidade só é retratada se tiver todas as características, mas eles podem ser completamente di-ferentes entre eles. Enquanto uns apresentam fragilidade verbal e desapego a rotina, outros podem desenvolver uma melhor oratória e se-rem dependentes das ações repetitivas. E tem quem some as disfunções”, afi rma.

O drama de Linda con-quistou o Brasil, mas ela não é a primeira a retratar o assunto na fi cção. Em “Rain Man” (1988), Dustin Hoff man garantiu sua segunda esta-tueta do Oscar ao representar um autista com habilidades atípicas de cálculo e me-mória eidética (ou memória fotográfi ca). Os sintomas também são observados em Sheldon Cooper, um dos pro-tagonistas de “The Big Bang Theory”, e em Max Braver-man, de “Parenthood”, am-bos seriados com alguns das audiências mais expressivas nos Estados Unidos.

Nem o cinema de Bollywood fi cou de fora, utilizando como cenário o drama do 11 de setembro, onde o indiano com autismo Rizwan Khan, vivido Shah Rukh Khan, é confundido com um terrorista e preso.

O autismo na fi cçãoAutismo:

infi nito particularPopulação brasileira com espectro autista margeia 2 milhões, e nós ainda não os conhecemos completamente. Sintomas do espectro aparecem ainda na infância

Para a afi rmação de pes-soa com espectro de autismo, ampara-se à comparação ao disposto no Dicionário da Saúde Mental (DSM), produzido pela Associação Americana de Psi-quiatria. A última revisão, publi-cada em maio e atualizada após 13 anos, que resultou na quinta edição do documento, sofreu mudanças quanto às defi nições estabelecidas ao transtorno.

O DSM-5 engloba o autis-

Mais comum que se imagina e por vezes despercebido, o TEA acomete uma em cada 110 pessoas e tem caráter congênito, ou seja, é adquirido pelo bebê ainda na gestação. Os dados são reciclados do Centro de Controle e Preven-ção de Doenças (CDC, sigla em inglês), dos Estados Unidos, já que ainda é impossível traçar um panorama em semelhan-tes proporções no Brasil. A estimativa é que proporção permaneça 4 para 1 – inci-dência no gênero masculino sobre o feminino.

Toda construção psicológi-ca do paciente sofre mudan-ças, refl etidas em suas ações perante a sociedade, indepen-dente da idade. É comum que perante a sociedade, indepen-dente da idade. É comum que perante a sociedade, indepen-

toda criança desponte uma personalidade limpa, sem

autismo

F04 e 05 - SAÚDE.indd 4-5 3/4/2015 21:20:29

Page 5: Saúde - 5 de abril de 2015

F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015 F5

Autismo: infi nito particularPopulação brasileira com espectro autista margeia 2 milhões, e nós ainda não os conhecemos completamente. Sintomas do espectro aparecem ainda na infância

“Em alguns instan-tes sou pequenina e também gigante. Vem, cara, se de-

clara, o mundo é portátil pra quem não tem nada a esconder, olha minha cara. É só mistério, não tem segredo. Vem cá, não tenha medo”. O trecho entre aspas foi retirado de Infi nito Particular, canção escrita em parceria entre Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. Os compositores tem em comum a sociabilidade, são comunicativos e livres de diag-nósticos disfuncionais, mas a letra poderia muito bem retra-tar a percepção de mundo de um indivíduo com transtorno do espectro do autismo (TEA) – desordem que compromete o desenvolvimento e afeta cada paciente de forma singular.

Para Laísa Acioly, mãe de Lavínia, 7 anos, foi visível que sua criança era diferente das demais. “Já bebê, seus olhos nunca cruzavam com o olhar dos amigos e parentes que a visitavam. Quando entrou na

escola, percebi que não se reu-nia aos coleguinhas na rodinha para ouvir as histórias quando a professora chamava”, lembra. Por atuar na área da saúde, des-confi ou que a evolução da fi lha não seguia correspondente ao considerado natural e procurou auxílio com diversos profi ssio-nais, sem muito sucesso no diagnóstico até aproximada-mente seis meses depois.

Lavínia estava com a ida-de de 3 anos e 4 meses, e uma resposta: era uma crian-ça com espectro autista. Os próximos passos, enxergou a genitora, incluíam conscien-tização e conhecimento das limitações conexas ao resul-tado e meios para melhora da qualidade de vida.

Qualifi car alguém com TEA ainda é complicado, pois ine-xistem exames específi cos para resultar num diagnóstico pre-ciso. A psicóloga do Hapvida Saúde, Lívia Vieira, comenta que é comum haver falhas dos profi ssionais na conclusão de uma análise exata. “Existem

crianças que são falsamente classifi cadas com autismo, pois apresentam um comportamen-to mais reservado, fi cam muito tempo na televisão ou apega-dos aos estudos, e até pela falta da presença assídua de adultos”, afi rma.

DiagnósticoO inverso também é possível.

Há casos em que a leigalidade dos pais confunde a falta de interação social e as demais características com timidez, re-tardando as oportunidades de acompanhamento evolutivo.

Embora as características sejam unânimes, seu desen-volvimento varia de quadro para quadro. “Frieza sentimental, di-fi culdade no contato visual e na comunicação, principalmente pela fala, solidão voluntária e resistência a comandos ver-bais são alguns dos sinais que levam a identifi car o distúr-bio”, descreve Lívia Vieira. A manifestação desses indícios acontece ainda nos primeiros meses de vida.

Para a afi rmação de pes-soa com espectro de autismo, ampara-se à comparação ao disposto no Dicionário da Saúde Mental (DSM), produzido pela Associação Americana de Psi-quiatria. A última revisão, publi-cada em maio e atualizada após 13 anos, que resultou na quinta edição do documento, sofreu mudanças quanto às defi nições estabelecidas ao transtorno.

O DSM-5 engloba o autis-mo clássico, o transtorno de Asperger, o transtorno inva-sivo do desenvolvimento e o transtorno desintegrativo da infância numa única condição – transtorno do espectro do autismo –, antes diagnostica-das reservadamente. Quanto à gravidade da desordem, ne-nhuma citação é feita à lista-gem popularmente utilizada, que classifi ca como grau “leve”, “moderado” ou “severo”, des-considerando o caráter ofi cial dessa divisão. Mas entende-se, em consenso, por níveis 1, 2 ou 3, de acordo com as limitações e possibilidades de cada.

Mais comum que se imagina e por vezes despercebido, o TEA acomete uma em cada 110 pessoas e tem caráter congênito, ou seja, é adquirido pelo bebê ainda na gestação. Os dados são reciclados do Centro de Controle e Preven-ção de Doenças (CDC, sigla em inglês), dos Estados Unidos, já que ainda é impossível traçar um panorama em semelhan-tes proporções no Brasil. A estimativa é que proporção permaneça 4 para 1 – inci-dência no gênero masculino sobre o feminino.

Toda construção psicológi-ca do paciente sofre mudan-ças, refl etidas em suas ações perante a sociedade, indepen-dente da idade. É comum que toda criança desponte uma personalidade limpa, sem máscaras. Na fase adulta, po-demos fi ngir ou manipular, o que na psicologia é conhecido como persona. Esta faculdade o autista não possui.

O modo de extravasar e agir também são afetadas. O au-tista não aguenta esperar muito tempo numa fi la nem decidir qual roupa quer vestir ou dizer o que está com vontade de comer. Até as brin-cadeiras ocorrem de forma diferente. “Se um menino brincar com carrinhos, não vai ser forçando seu rolamento no piso ou disputando qual pos-sui a maior velocidade, mas sim empilhando-os ou ordenando-os”, exemplifi ca a psicóloga.

Entendendo melhor o autismo

Em dezembro de 2012 foi sancionada pela presi-denta Dilma Rousseff a Lei nº 12.764, que institui a Política Nacional de Prote-ção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, considerando “com defi ciência, para todos os efeitos legais” qualquer ci-dadão brasileiro com espec-tro autista. Assim, a lista de benefícios estenderam-se principalmente nos âmbitos da saúde, educação e as-sistência social, fornecendo suporte para que as famílias garantam melhores oportu-nidades ao seu ente.

Dentre as principais mu-danças estão a garantia de que escolas regulares não possam negar matrí-cula a um espectro autista, sob penalizações que vão de multa até afastamento de cargo; estímulo a de-senvolvimento de carreira

profi ssional em empresas com quadro de funcionários superior a 100; acesso a medicamentos, nutrientes e atendimento multiprofi s-sional, incluindo admissão irrefragável em planos de saúde; e capacitação de mão-de-obra especializa-da, assim como dos pais e responsáveis.

Para Maryse Suplino, psi-copedagoga e fundadora da fi lial brasileira do Institu-to Ann Sullivan, referencial no atendimento a pessoas nessa condição, a apro-vação dessa Lei foi uma vitória. “Os Direitos deles estão fortalecidos. Um dos artigos diz que compete ao poder público a responsa-bilidade por tornar públicas informações relacionadas ao transtorno, e esse é um importante benefício para eles: o entendimento da sociedade”, coloca.

Brasil e o espectro do autismo

Nos últimos meses, o tema passou a ganhar destaque na mídia após a novela “Amor à vida” apresentar uma persona-gem, Linda, interpretada pela atriz Bruna Linzmeyer, com as características do transtorno.

Maryse Suplino conta que ela pode representar sim algumas pessoas com TEA, mas não a totalidade. “Cada quadro é único. Dentro do imaginário social, e realidade só é retratada se tiver todas as características, mas eles podem ser completamente di-ferentes entre eles. Enquanto uns apresentam fragilidade verbal e desapego a rotina, outros podem desenvolver uma melhor oratória e se-rem dependentes das ações repetitivas. E tem quem some as disfunções”, afi rma.

O drama de Linda con-quistou o Brasil, mas ela não é a primeira a retratar o assunto na fi cção. Em “Rain Man” (1988), Dustin Hoff man garantiu sua segunda esta-tueta do Oscar ao representar um autista com habilidades atípicas de cálculo e me-mória eidética (ou memória fotográfi ca). Os sintomas também são observados em Sheldon Cooper, um dos pro-tagonistas de “The Big Bang Theory”, e em Max Braver-man, de “Parenthood”, am-bos seriados com alguns das audiências mais expressivas nos Estados Unidos.

Nem o cinema de Bollywood fi cou de fora, utilizando como cenário o drama do 11 de setembro, onde o indiano com autismo Rizwan Khan, vivido Shah Rukh Khan, é confundido com um terrorista e preso.

O autismo na fi cçãoAutismo:

infi nito particularPopulação brasileira com espectro autista margeia 2 milhões, e nós ainda não os conhecemos completamente. Sintomas do espectro aparecem ainda na infância

Para a afi rmação de pes-soa com espectro de autismo, ampara-se à comparação ao disposto no Dicionário da Saúde Mental (DSM), produzido pela Associação Americana de Psi-quiatria. A última revisão, publi-cada em maio e atualizada após 13 anos, que resultou na quinta edição do documento, sofreu mudanças quanto às defi nições estabelecidas ao transtorno.

O DSM-5 engloba o autis-

Mais comum que se imagina e por vezes despercebido, o TEA acomete uma em cada 110 pessoas e tem caráter congênito, ou seja, é adquirido pelo bebê ainda na gestação. Os dados são reciclados do Centro de Controle e Preven-ção de Doenças (CDC, sigla em inglês), dos Estados Unidos, já que ainda é impossível traçar um panorama em semelhan-tes proporções no Brasil. A estimativa é que proporção permaneça 4 para 1 – inci-dência no gênero masculino sobre o feminino.

Toda construção psicológi-ca do paciente sofre mudan-ças, refl etidas em suas ações perante a sociedade, indepen-dente da idade. É comum que perante a sociedade, indepen-dente da idade. É comum que perante a sociedade, indepen-

toda criança desponte uma personalidade limpa, sem

autismo

F04 e 05 - SAÚDE.indd 4-5 3/4/2015 21:20:29

Page 6: Saúde - 5 de abril de 2015

MANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015F6 Saúde e bem-estar

www.personalfitnessclub.com.brPersonal Fitness Club

Massoterapia pode promover saúde e melhorar autoestima

A massoterapia pode ser uma forte aliada no trata-mento de diversos sintomas, como estresse, dores mus-culares, tensões, insônia, cansaço, e desânimo. Uma massagem relaxante é capaz até de melhorar a disposição, as circulações sanguínea e linfática e potencializar o sistema imunológico. Um espaço que reúne algumas das principais técnicas ma-nuais para a promoção do bem estar humano está à disposição do público inte-ressado na academia Per-sonal Fitness Club (rua Acre, 524, Vieiralves).

Um dos efeitos diretos para quem é submetido a uma (ou mais) sessão de massagem é a melhoria do bem estar e da autoestima, como consequência. Inde-pendentemente da técnica, os movimentos aplicados tendem a agir diretamente na comunicação entre corpo e cérebro, que rege o funcio-namento orgânico.

Segundo o massotera-peuta Gustav Cervinka, responsável pelo espaço terapêutico na academia, a massoterapia é um trata-mento que se utiliza de téc-nicas de massagens, que tem múltiplos objetivos. “Embora o toque seja natural do ser hu-mano, caracteriza-se como

massoterapia a aplicação que pressupõe um conheci-mento prévio de suas razões, de seus efeitos”, diz.

Técnicas especiaisCervinka explica que exis-

tem diversas técnicas para atingir esses objetivos, como o shiatsu (tratamento de energias vitais, a partir da pressão dos dedos) e a refle-xologia podal (tratamento de todo o organismo humano a partir da pressão em pontos reflexos localizados no dorso e na planta dos pés).

“Eles buscam o reequilíbrio energético do indivíduo. Para ambas as técnicas, cujas ori-gens são milenares, o ser humano possui indiscrimi-nadamente um desequilíbrio de energias, por menor que seja. Esses desajustes são provocados pelo próprio in-divíduo, pelo seu modo de viver, alimentar-se e realizar atividades. Os órgãos do cor-po humano têm um padrão para o seu pleno funciona-mento que, quando abalado, traduz esse desarranjo em forma de sintomas”, afirma o profissional, que atua há mais de 12 anos na área.

Para um relaxamento global, mas não menos terapêutico, também exis-tem várias técnicas que ajudam no combate ao es-

tresse e à má disposição, como as massagens sueca e californiana. A primeira é a chamada massagem clássica, que reúne movi-mentos para ativar a circu-lação, quebra de gordura e oxigenação das células.

Outra terapia manual de grande relevância é a dre-nagem linfática, que é vol-tada principalmente para o desbloqueio de líquidos re-tidos pelo organismo, mas que também tem resultados estéticos e relaxantes.

“Movimentos leves são sua principal característica. Eles têm o objetivo de me-lhorar a circulação linfática, o que favorece a redução de medidas pois, muitas vezes, o aumento de peso não está relacionado ao acú-mulo de gordura, mas sim líquidos retidos”, comenta o massoterapeuta.

O espaço dedicado a essas técnicas, na Personal Fitness, está à disposição do público em geral, não apenas aos alunos do local. Os horários de funcionamento são das 8h às 11h (de segunda a quinta-feira) e das 14h às 18h (de segunda a sexta). À noite e aos sábados, somente com hora marcada. Para agendar um atendimento, basta ligar para 98112-5914 (ou enviar mensagem via WhatsApp).

REPR

OD

UÇÃ

O

F06 - SAÚDE.indd 6 3/4/2015 21:39:24

Page 7: Saúde - 5 de abril de 2015

MANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015 F7Saúde e bem-estar

Modalidade vem conquistando adeptos na cidade por promover exercício de maneira global

‘Cross Training’ em Manaus

O educador físico amazonense, Mi-chel Oliveira, ino-va mais uma vez e

traz para Manaus o “cross training”, um conceito mais amplo e completo do treina-mento funcional. A novidade reúne exercícios aeróbios e não aeróbios, que são exercí-cios de solicitação muscular, demonstrando que o funcio-nal não se resume apenas a corridas e deslocamentos. “A ideia é mostrar que nossa me-todologia envolve também um trabalho de hipertrofi a, possi-bilitando ao aluno aumento de massa muscular proporcional ao corpo dele, gerando mais proteção a todos os sistemas articulares. Muitos profi ssio-nais da área estão adotando este conceito mais completo do treinamento funcional. E é isso que estamos colocando em prática para nossos alu-nos”, destacou Michel.

A maneira diferenciada de planejar as aulas funcionais já é uma marca do personal trainer, que iniciou o trabalho nessa área em 2009, com aulas em lugares públicos apropria-dos para a prática esportiva.

Com o crescimento no nú-mero de adeptos, Michel, jun-to com sua equipe, decidiu criar em 2014 o Centro de Treinamento Michel Oliveira (CT Michel Oliveira), um es-paço próprio para ministrar as aulas com mais conforto e segurança. Atualmente já são mais de 200 alunos e muitas histórias de transformação. “Temos histórias de vida aqui. Como nosso aluno Uriel que é defi ciente físico e ganhou muito mais qualidade de vida

com o treinamento funcional. Também atendemos grávidas, idosos, casais e famílias in-teiras que encontraram em nosso espaço um novo estilo de vida”, ressaltou.

O CT realiza mensalmente aulas especiais fora do CT e incentiva o esporte por meio da preparação física de atletas de alto rendi-mento. O desenvolvimento de projetos na área social também integra a política do Centro de Treinamento.

Nova Unidade O CT Michel Oliveira ga-

nhará a partir de amanhã um anexo para atender novas turmas. O Anexo CT Michel Oliveira/Lauriano será co-ordenado pelo professor de

educação física Anderson Lauriano, que adotará toda a metodologia Michel Oliveira, incluindo o cross training.

Outro diferencial é que o Anexo contará com serviços especializados, com fi siotera-peuta, nutrólogo, cardiologis-ta, ortopedista e até psicólogo. A proposta é agregar vários serviços médicos na busca por resultados mais satisfatórios e seguros. “Um trabalho não direcionado pode sobrecar-regar articulações compro-metendo joelhos, tornozelos, quadril e coluna. Muitos alu-nos não se preocupam em fazer determinados exames antes de decidir pela prática de atividade física. E com uma equipe metodológica, nós poderemos direcionar e incen-

tivar o aluno a procurar um cardiologista, um ortopedis-ta, um fi sioterapeuta. Assim, também poderei receber ins-truções dos médicos para rea-lizar um trabalho mais correto para cada aluno, direcionan-do ainda mais os exercícios. Nós teremos a possibilidade de gerar um trabalho muito mais seguro. Consequente-mente melhores resultados virão”, afi rmou Michel.

O Anexo do Centro de Treinamento Michel Oliveira está localizado na Rua For-taleza, número 575, bairro Adrianópolis, próximo à Pra-ça Nossa Senhora de Nazaré. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (92) 99266-3615.

Símbolo A caveira, símbolo do CT, re-

presenta mudança, renovação e o início de um novo ciclo. De acordo com o treinador, os alunos sempre buscam por esta transformação, mas que só é possível quando a pessoa aceita a mudança. “Renova-ções diárias são exigidas para que o progresso comece a aparecer. Aqueles que acei-tam a mudança começam a enxergar essa transformação. A partir disso, temos o início de um ciclo de sucesso. E é aí que o aluno do nosso CT se destaca”, resume Michel.

Michel Oliveira da Silva, amazonense, 28, aspirante a Ofi cial de Intendência do Exército Brasileiro, é formado em Educação Física, desde 2008, pela Universidade Nil-ton Lins, treinado e licenciado pelo CORE 360o para minis-trar treinamento funcional. O educador físico, acadêmico no curso de Direito, também é licenciado para avaliar alunos pelo Functional Systems; pa-lestrante no tema Treinamen-to Funcional; habilitado para trabalhar com cardiopatas; habilitado para a prescrição da atividade física; habilitado para trabalhar com obesos, grávidas e lactantes.

CORPOA novidade reúne exercícios aeróbios e não aeróbios, que são exercícios de solicitação muscular, demonstrando que o funcional não se resu-me apenas a corridas e deslocamentos

O profi ssional é habilitado para

trabalhar com grávidas, obe-

sos e cardiopa-tas no “Cross

Training”

FOTO

S: A

LBER

TO C

ÉSAR

ARA

ÚJO

F07 - SAÚDE.indd 7 3/4/2015 21:35:24

Page 8: Saúde - 5 de abril de 2015

F8 MANAUS, DOMINGO, 5 DE ABRIL DE 2015Saúde e bem-estar

Paixão proibida e seus efeitos avassaladores

Psicologia no divã[email protected]

Psicologia no divã Fabiola Fonseca

E quem nunca viveu ou ain-da viverá uma experiência dessas, de sentir a fl echa de um cupido entrando sem pedir licença e arrebatando seu co-ração? Aceleração cardíaca e do fogo no peito que sentimos quando cruzamos com quem julgamos ser a nossa tão almejada alma gêmea.

O fl echaço, no entanto, atin-ge é a cabeça. Sim, suspiros, suores, olhares perdidos e todas as sensações comuns àqueles que estão encantados com alguém, nascem no cére-bro e são resultado de uma combinação de componentes que se somam a fatores cul-turais e genéticos capazes de levar suas vítimas às nuvens. Eis que a vida nos surpreen-de, nos desestabiliza com um súbito e desconcertante sen-timento chamado “PAIXÃO”. E sendo proibida então, as consequências tornam-se avassaladoras!!!

E por conseguinte, você co-meça a vivenciar um misto de sentimentos que ao mesmo tempo que você gosta e quer, surge sentimentos repressores que ocasionam desconforto, culpa e remorso.

Paixão proibida, um tema que com toda convicção, tocará no mais profundo de cada ser que ler esse artigo. São as peças que a vida nos prega, sem se-quer saber se estamos prontos ou não? Daí você começa a

se questionar, a acordar para vida a querer, sem poder, a desejar fazer e acontecer. E as indagações, dúvidas e queixas surgem como uma corda que sufoca que asfi xia.

Contudo, é preciso estar aten-tos a tudo e a todos, pois, como viver uma tórrida paixão num certo momento da vida? Quais são e serão as consequências? Será que o que importa é so-mente o momento? Por que estamos tão vulneráveis? Tão carentes? Mesmo estando com alguém a maioria das pessoas sentem essa necessidade?

Agora, entrando no mérito propriamente dito do que real-mente é a paixão? Uma forca que nos toma, nos impossibi-litando de aferir e conseguir entender direito porquê nos faz tão bem? Mas, por que é algo tão fugaz tão avassalador?

Querer estar junto, querer abraçar, beijar se sentir ad-mirado e acolhido. Não ver defeitos eminentes, correr ris-cos, ser inconsequente, mas, acima de tudo, sentir e eter-nizar quem sabe, tudo de mais excepcional que uma relação proibida pode trazer.

Havendo interesse por ou-tra pessoa, a química rola com substâncias que provocam sin-tomas intensos e avassalado-res em todo o corpo. Os mais evidentes são: o aumento da pressão arterial, da frequência respiratória e dos batimentos

Aí você co-meça a se questionar, a acordar para vida a querer, sem poder, a desejar fazer e acontecer. E as indagações, dúvidas e quei-xas surgem

Psicólogacontato pelo fone:

991610218

cardíacos, a dilatação das pupi-las, os tremores e o rubor, além de falta de apetite, concen-tração, memória e sono. Tudo provocado por alterações em regiões específi cas já identifi -cadas pela ciência com a aju-da de ressonância magnética funcional e outras tecnologias. Uma das responsáveis pelas descargas de emoções para o coração e as artérias é a dopa-mina, um neurotransmissor da alegria e da felicidade liberado no organismo para potenciali-zar a sensação de que o amor é lindo. Ficamos agitados, corajo-sos e dispostos a realizar novas tarefas, apesar de dormirmos e comermos mal. “O mecanismo cerebral é idêntico ao de se viciar em cocaína. Apesar de a ciência já ter mapeado os principais elementos envolvidos no meca-nismo da paixão, novos agentes continuam surpreendendo.

Enquanto a maioria das subs-

tâncias químicas apresenta ní-veis mais elevados no auge da paixão, a serotonina, que tem efeito calmante e nos ajuda a lutar contra o estresse, diminui em cerca de 40%. O índice foi observado no estudo da italiana Donatella Marazziti, da Universi-dade de Pisa. Chamou atenção da pesquisadora o fato de o per-centual ser próximo ao da falta desse mesmo neurotransmissor naqueles que sofrem de transtor-no obsessivo compulsivo (TOC). Isso explicaria o pensamento incontrolável, algumas atitudes insanas, quase psicóticas, e a fi xação numa única pessoa na fase aguda. A diferença é que, quando se trata de paixão, essa loucura se resolve em poucas se-manas, no máximo alguns meses, com as taxas voltando ao nor-mal, o organismo se acalmando e o amor, estágio seguinte e sem efeitos colaterais severos, inclusive por atuar numa zona

diferente do cérebro, tomando conta da pessoa. Outra razão para a queda da serotonina é a produção de mais hormônios sexuais, que facilitam a aproxi-mação e a formação de pares estáveis, uma missão gravada em nossos genes.

O prazo de validade do efeito paixão varia. Observa-se que o fundamental é a paixão passar naturalmente, o que aconte-ce em alguns meses, com o cérebro descarregando menos dopamina e reduzindo as en-dorfi nas. No auge, as alterações químicas são tão intensas e tão estressantes que, se durarem tempo demais, o organismo entra em colapso.

Apaixonar-se pode ser algo avassalador e se essa paixão for proibida então, as consequ-ências serão ainda mais. Mas, é algo imprevisível e incontrolável e quem nunca viveu um dia talvez viverá!!!

DIV

ULG

AÇÃO

COM CUIDADO

Esse dia não pode servir de desculpa para o descontrole e abusos na inges-tão de alimentos

‘Dia do lixo’ favorece a perda de peso Para muitas pessoas fazer uma dieta

restritiva no intuito de perder peso pa-rece ser um sacrifício impossível. Será que sair da dieta um dia na semana é permitido? Para esclarecer sobre o tema a nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão explica, “O dia do lixo deve ser avaliado e indicado para algumas pessoas, como forma de reequilibrar o metabolismo. Este dia nada mais é do que uma folga na dieta, onde se pode comer entre 25 e 50% a mais de calorias”.

Segundo a nutricionista quando há muitas restrições em uma die-ta, o organismo passa por diversas adaptações orgânicas, e por isso em alguns pacientes o peso fi ca “estacionado” difi cultando a perda, “Um dos principais motivos do peso estagnar é a desaceleração do me-tabolismo, conforme a sua dieta vai se alongando, o corpo se acostuma a trabalhar com a redução calórica

e apresenta essa diminuição na per-da. O dia do lixo funciona como um alerta para o metabolismo entender que pode continuar trabalhando em ritmo normal e assim voltar a gastar mais calorias, favorecendo a perda de peso” diz Cintya Bassi.

O dia do lixo deve ser feito apenas 1 vez a cada 7 dias e a nutricionista do São Cristóvão esclarece, “Algumas pessoas tem difi culdade em voltar à dieta após um dia do lixo, portanto para essas pessoas a melhor maneira é seguir dietas saudáveis e manter a continuidade. Mas o mais importante em qualquer dieta é saber respeitar as individualidades de cada um”. Se-gundo a profi ssional, o paciente deve questionar seu nutricionista sobre essa prática para verifi car se ela é indicada ao seu organismo e objetivo, “Cada corpo trabalha de forma diferente, por exemplo, existem casos de pacientes que possuem metabolismos mais len-

tos então fazem apenas uma refeição calórica neste dia, para não comprome-ter a perda de peso. Outros mantêm o dia do lixo na refeição semanal e conseguem atingir seus objetivos, por isso essa defi nição deve ser feita com ajuda de um profi ssional”.

Lembrando que esse dia não pode servir de desculpa para o descontrole e abusos na ingestão de alimentos gordurosos ou com muito açúcar. A dica da nutricionista é dar preferência para frutas calóricas como banana, abacate e açaí, além das oleaginosas como amendoim, nozes, avelãs entre outras; óleos vegetais como azeite, massas e chocolate amargo também são boas fontes de caloria e menos danosas a saúde. “Pratos como pizzas, lanches, hambúrgueres e massas mais pesadas não estão proibidos, mas devem ser consumidos com muita moderação. Evite as frituras, refrigerantes e doces”, fi naliza a nutricionista.

DIV

ULG

AÇÃO

F08 - SAÚDE.indd 8 3/4/2015 21:41:25