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I Boletim Epidemiológico de 2017 da Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização (GEVEI) A Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização (GEVEI), além de se responsabilizar pelas imunizações no âmbito do Distrito Federal (DF), também faz vigilância epidemiológica de determinados agravos imunopreveníveis (poliomielite, tétano acidental/neonatal, difteria, gripe/síndrome respiratória aguda grave - SRAG, varicela, meningite, caxumba, coqueluche, sarampo, rubéola/síndrome da rubéola congênita, raiva humana e atendimento antirrábico) e de doenças de transmissão hídrica/alimentar. O objetivo do presente boletim é atualizar, de forma resumida, a rede de saúde do DF na situação epidemiológica desses agravos em 2016. A GEVEI também se responsabiliza pela vigilância epidemiológica de acidentes por animais peçonhentos, mas os dados dessa área serão publicados, brevemente, em boletim à parte. 1. Paralisia Flácida Aguda - Poliomielite 1.1. Contextualização Apesar de erradicada no Brasil, a poliomielite ainda é uma doença de grande importância em Saúde Pública, pela sua ocorrência endêmica ou epidêmica em alguns países 1 . Em 2016, segundo dados da Organização Polio Global Erradication Initiative (PGEI), ocorreram 39 casos de pólio por poliovírus selvagem (no Afeganistão, no Paquistão e na Nigéria) e quatro por poliovírus derivado vacinal (no Laos e no Afeganistão) 1 . GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E IMUNIZAÇÃO GEVEI Endereço: Setor Bancário Norte SBN Qd 02, Lt 04, Bl P - 1º Subsolo Brasília DF CEP: 70.040-020 Telefones: 3323-7461/3905-4639 E-mail: [email protected] Equipe de Elaboração: Ana Carolina Tardin Ana Luiza Sturion Grisoto Cleidiane S. R. de Carvalho Marília Higino de Carvalho Rosa Maria Mossri Edição e Revisão Técnica: Olga Maíra Machado Rodrigues Gerente de Vigilância Epidemiológica e Imunização (GEVEI) Heloísa Dilourdes da Silva Araújo Diretora de Vigilância Epidemiológica Marcus Vinícius Quito Subsecretário de Vigilância à Saúde

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I Boletim Epidemiológico de 2017 da

Gerência de Vigilância Epidemiológica e

Imunização (GEVEI)

A Gerência de Vigilância Epidemiológica e

Imunização (GEVEI), além de se responsabilizar pelas

imunizações no âmbito do Distrito Federal (DF),

também faz vigilância epidemiológica de determinados

agravos imunopreveníveis (poliomielite, tétano

acidental/neonatal, difteria, gripe/síndrome respiratória

aguda grave - SRAG, varicela, meningite, caxumba,

coqueluche, sarampo, rubéola/síndrome da rubéola

congênita, raiva humana e atendimento antirrábico) e

de doenças de transmissão hídrica/alimentar.

O objetivo do presente boletim é atualizar,

de forma resumida, a rede de saúde do DF na

situação epidemiológica desses agravos em 2016.

A GEVEI também se responsabiliza pela

vigilância epidemiológica de acidentes por animais

peçonhentos, mas os dados dessa área serão

publicados, brevemente, em boletim à parte.

1. Paralisia Flácida Aguda - Poliomielite

1.1. Contextualização

Apesar de erradicada no Brasil, a poliomielite

ainda é uma doença de grande importância em Saúde

Pública, pela sua ocorrência endêmica ou epidêmica

em alguns países 1. Em 2016, segundo dados da

Organização Polio Global Erradication Initiative

(PGEI), ocorreram 39 casos de pólio por poliovírus

selvagem (no Afeganistão, no Paquistão e na Nigéria)

e quatro por poliovírus derivado vacinal (no Laos e no

Afeganistão) 1.

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

SECRETARIA DE ESTADO DE

SAÚDE

SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA

À SAÚDE

GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA E

IMUNIZAÇÃO

GEVEI

Endereço:

Setor Bancário Norte – SBN

Qd 02, Lt 04, Bl P - 1º Subsolo

Brasília – DF

CEP: 70.040-020

Telefones: 3323-7461/3905-4639

E-mail: [email protected]

Equipe de Elaboração:

Ana Carolina Tardin

Ana Luiza Sturion Grisoto

Cleidiane S. R. de Carvalho

Marília Higino de Carvalho

Rosa Maria Mossri

Edição e Revisão Técnica:

Olga Maíra Machado Rodrigues

Gerente de Vigilância Epidemiológica e

Imunização (GEVEI)

Heloísa Dilourdes da Silva Araújo

Diretora de Vigilância Epidemiológica

Marcus Vinícius Quito

Subsecretário de Vigilância à Saúde

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No Brasil, a vigilância epidemiológica da poliomielite baseia-se na notificação dos casos

de Paralisia Flácida Aguda (PFA) em menores de 15 anos de idade 2. Espera-se que os casos de

PFA não estejam relacionados à poliomielite, mas para que o Brasil seja considerado um país

livre da pólio, é necessário que alcance uma determinada proporção de casos comprovadamente

negativos dentre os casos de PFA 2.

1.2. Vigilância epidemiológica da Pólio no Distrito Federal (2016)

Os casos de PFA em menores de 15 anos de idade precisam ser notificados e ter suas

fezes encaminhadas ao LACEN-DF, de onde são encaminhados para o Laboratório de Referência

da Fiocruz para realização de exame específico.

A meta para coleta oportuna de fezes é de 80% dos casos notificados de PFA 2. A amostra

é considerada oportuna quando a coleta de fezes ocorre até 14 dias após o início do déficit motor2.

Em 2013, foram coletadas 90,9% amostras oportunas de fezes para a realização dos

exames. Em 2014, 100% dos pacientes tiveram as fezes coletadas em tempo hábil. No ano de

2015, o DF alcançou 85,7% (6/7) de coleta de fezes dos casos notificados. Já em 2016, apenas

78,0% dos casos tiveram a coleta fezes realizada oportunamente e somente 50,0% das fezes

puderam ser analisadas devido à baixa qualidade das amostras (Gráfico 1).

É importante atentar para a importância da qualidade da amostra (conservação para as

análises), uma vez que, se não for satisfatória, não é possível encerrar os casos de PFA pelo

critério laboratorial, o que é mandatório nesses casos e exclui, de fato, a poliomielite1.

Fonte: Sinan. Acesso em 02/02/2015.

*Dados preliminares, sujeitos a alterações.

Gráfico 1. Percentual de amostras de fezes de PFA coletadas e percentual de amostras adequadas

para a pesquisa de poliovírus, segundo ano. Distrito Federal, 2013 a 2016*.

Outro indicador da vigilância da pólio é a notificação negativa dos casos de PFA, que

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Ano

Casos com coletas Indicador coleta de fezes

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consiste em que, pelo menos, 80% das unidades de saúde notificantes (regionais de saúde)

informem semanalmente a ocorrência ou não de casos de PFA2. No ano de 2016, 96% das

semanas foram informadas.

Além disso, a vigilância da Pólio/PFA também inclui o indicador “proporção de casos de

PFA investigados em 48 horas”. Esse indicador tem como meta alcançar a investigação de, pelo

menos, 80% dos casos notificados até 48 horas após a notificação.

Fonte: Sinan. Acesso em 02/02/2015.

*Dados preliminares, sujeitos a alterações. Gráfico 2. Número de casos notificados de paralisia flácida e aguda (PFA), segundo ano de

diagnóstico. Distrito Federal, 2007 a 2016.

Por fim, o último indicador da pólio é o da taxa de notificação de PFA. A meta desse

indicador é o registro anual de, pelo menos, uma notificação de PFA para cada 100 mil habitantes

menores de 15 anos2. Em 2016, nove casos foram notificados, todos residentes no DF.

Considerando que a meta do Ministério da Saúde para o DF é de notificar no mínimo seis casos

ao ano, a meta de 2016 para esse indicador foi alcançada (Gráfico 2).

1.3. Recomendações programáticas

As principais recomendações em relação à vigilância da PFA/poliomielite são as

seguintes:

Notificar os casos de PFA em menores de 15 anos de idade;

Investigar todo caso de PFA para poliomielite em até 48 horas;

Coletar amostras de fezes dos casos de PFA em menores de 15 anos de idade até 14 dias

após o início do déficit motor;

Acondicionar adequadamente as amostras, de forma a manter viáveis as futuras análises;

Encaminhar as fezes dos casos de PFA em menores de 15 anos de idade ao LACEN;

Notificar semanalmente a não ocorrência de casos de PFA (semana negativa).

1.4. Referências

1. World Health Organization (WHO). Polio Eradication and Endgame Strategic Plan 2013–

2018. Disponível em < http://polioeradication.org/who-we-are/strategy/ >

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2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde

/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

Disponível em < http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/06 /guia-vigilancia-

saude-atualizado-05-02-15.pdf. >

2. Doenças Exantemáticas Febris (Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola

Congênita)

2.1. Contextualização

No Brasil, em 2015, foram confirmados 211 casos de sarampo no Ceará, 2 em São Paulo

e 1 em Roraima. No Distrito Federal, desde o ano 2000, houve confirmação de apenas dois casos.

O primeiro caso confirmado ocorreu em 2011, em uma pessoa recém-chegada de viagem do

continente europeu, com isolamento do vírus D4, o mesmo circulante na Europa. O segundo caso

ocorreu em 2013 e foi importado do continente africano, com genótipo B3.

Em relação à rubéola, no Distrito Federal, em 2007, houve um grande número de casos

confirmados de rubéola (433 casos), acompanhando a situação, à época, do território nacional.

Em 2008, houve uma redução de 76,3% no número de casos confirmados, até que em 2009 foi

registrado o último caso confirmado deste agravo (Tabela 1). Em dezembro de 2015, o Brasil

recebeu o certificado de Eliminação da Rubéola das Américas pela Organização Pan-Americana

da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS). Isso significa que, com um sistema de

vigilância de alta qualidade, observou-se que a transmissão endêmica do vírus foi interrompida

por um período igual ou superior a 12 meses sem aparição de casos de Síndrome da Rubéola

Congênita.

Para a vigilância das doenças exantemáticas febris (sarampo e rubéola), o Ministério da

Saúde recomenda que “qualquer caso de febre e exantema com (1) gânglios retroauriculares ou

occipitais (suspeita de rubéola) ou ainda (2) tosse, coriza e/ou conjuntivite (suspeita de sarampo)

seja investigado”.

A investigação desses casos requer a coleta de amostra de sangue para análise sorológica

em busca de anticorpos específicos para esses agravos (sarampo e rubéola). Em casos de

resultado reagente ou indeterminado de imunoglobulina da classe M (IgM) específica para

sarampo ou rubéola, a sequência de investigação inclui a coleta de amostras biológicas (urina e

secreção nasofaríngea) para isolamento viral em laboratório de referência nacional.

Tabela 1. Frequência de casos notificados de doenças exantemáticas febris (sarampo e rubéola),

por classificação final segundo ano epidemiológico de sintomas, de residentes no Distrito Federal.

Fonte: SINAN em 20/01/2015.

Ano Ign/Branco SARAMPO confirmado RUBÉOLA confirmado DESCARTADO Inconclusivo Total

2000 10 - 38 639 - 687

2001 3 - 25 714 - 742

2002 - - 27 380 - 407

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A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) acomete mais frequentemente filhos de

mulheres que apresentaram infecção pelo vírus da rubéola no primeiro trimestre gestacional. Estes

bebês podem eliminar o vírus não só pelas secreções de nasofaringe, mas também pela urina,

fezes e sangue por longos períodos. Quanto mais novo o lactente, maior a transmissibilidade.

As consequências da transmissão vertical do vírus da rubéola podem ser letais,

ocasionando abortamento espontâneo ou natimortalidade. Entre os sobreviventes, os efeitos

podem ser leves ou mais graves com variados tipos e graus de malformações congênitas e

manifestações clínicas.

Para a vigilância da SRC, recomenda-se que sejam notificados “todos os recém-nascidos

cujas mães foram casos suspeitos ou confirmados de rubéola’; ‘todos recém-nascidos cujas mães

foram contatos de casos confirmados de rubéola, durante a gestação’; e ‘todas crianças, até 12

meses de idade, que apresentem sinais clínicos compatíveis com infecção congênita pelo vírus da

rubéola, independentemente da história materna”.

Cardiopatias, alterações oculares (como glaucoma, catarata e microftalmia) e surdez estão

entre as manifestações frequentes desta SRC. Microcefalia e retardo do desenvolvimento

neuropsicomotor, hepatoesplenomegalia, icterícia, púrpura trombocitopênica e osteopatia de

ossos longos (rarefações lineares nas metáfises) estão entre os sinais que podem despertar a

suspeição de SRC. A SRC, muitas vezes, entra como diagnóstico diferencial com outras infecções

congênitas tais como sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, infecção pelo HIV, vírus do herpes,

hepatites e Zika vírus.

2.2. Vigilância epidemiológica das doenças exantemáticas febris no Distrito Federal

(2016)

Em 2016, foram notificados 42 casos suspeitos de sarampo ou rubéola com início dos

sintomas naquele ano. Destes, em 5 (11,9%) a suspeita principal foi de sarampo e em 37 (88,0%),

de rubéola. Na distribuição de casos suspeitos de doenças exantemáticas febris de 2016 por

2003 - - 5 301 - 306

2004 2 - 6 344 - 352

2005 3 - 3 281 1 288

2006 - - 8 184 - 192

2007 5 - 433 946 91 1475

2008 3 - 102 549 69 723

2009 - - 1 320 - 321

2010 - - - 204 - 204

2011 - 1 - 185 - 186

2012 - - - 127 - 127

2013 - 1 - 98 - 99

2014 - - - 133

133

2015 - - - 78 - 78

2016 - - 45 45

Total 26 2 648 5528 161 6365

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semanas epidemiológicas (a partir do início de sintomas) não ficou caracterizada sazonalidade.

Todos os casos suspeitos foram descartados por não se tratarem de sarampo, nem de rubéola.

Na vigilância desses agravos, espera-se que, a cada ano, sejam notificados dois ou mais

casos de doenças exantemáticas febris para cada 100.000 habitantes. Considerando que a

população do Distrito Federal, em 2016, era de 2.977.216 de pessoas, no DF deveriam ter sido

notificados 60 casos. A meta não foi atingida, pois somente 42 casos suspeitos foram notificados

e investigados.

Entretanto, as meta de investigação, de coleta de material e de encerramento oportunas

dos casos notificados foram alcançadas: 95,2% dos casos notificados foram investigados

oportunamente (meta de 80%); 85,7% deles tiveram material coletado em até 28 dias a partir do

início do exantema (meta de 80%); 83,3% dos casos foram encerrados em até 30 dias após a

notificação (meta 80%) e 92,9% do total, em até 60 dias (meta 80%).

Outro indicador da vigilância das doenças exantemáticas febris refere-se ao percentual de

casos suspeitos com visita domiciliar realizada em até 48 horas após a notificação e com o

preenchimento de, pelo menos, nove variáveis: (i) data de notificação; (ii) data da investigação;

(iii) fonte de infecção; (iv) data da vacina; (v) data do início do exantema; (vi) outros sinais e

sintomas; (vii) data da 1ª coleta de sangue; (viii) realização de bloqueio vacinal; e (ix)

classificação final. Em 2016, a vigilância epidemiológica de doenças exantemáticas do Distrito

Federal conseguiu ultrapassar a meta preconizada pelo Ministério da saúde que é de 80%. A média

das nove variáveis analisadas foi 95,5% de casos suspeitos com investigação adequada.

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Boletim Epidemiológico GEVEI - DIVEP/SVS/SES-DF – nº. 01 – Abril/2017

Ao longo dos anos, no Distrito Federal, houve notória redução na frequência de casos

suspeitos de doenças exantemáticas febris (sarampo e rubéola) até 2016. A exceção foi o ano de

2014, quando houve discreta elevação das notificações, provavelmente por causa do alerta do

Ministério da Saúde em decorrência do surto de sarampo que ocorreu no Nordeste.

Em 2016, houve um número pequeno de notificações de casos suspeitos de doenças

exantemáticas (sarampo e rubéola), principalmente de sarampo, o que gera preocupação, uma vez

que o vírus ainda circula em vários países no mundo e que há risco de entrada no DF, pois aqui

há fluxo intenso de indivíduos oriundo desses locais.

Em relação à Síndrome da Rubéola Congênita, no Distrito Federal, de 2007 a 2016, houve

aumento da frequência absoluta de notificação desse agravo, com 91 casos ao total e quatro

confirmados (Gráfico 1). O último caso confirmado ocorreu em 2009.

Fonte: SINAN. Dados parciais, sujeitos a alterações, extraídos em 02/02/2017.

Gráfico 1. Frequência de casos suspeitos de Síndrome da Rubéola Congênita, segundo ano de

diagnóstico, no Distrito Federal.

Em 2016, 19 casos suspeitos de crianças residentes no Distrito Federal foram notificados

para SRC. Nenhum deles foi confirmado para rubéola. A maioria das crianças apresentava

cardiopatia congênita. Cinco casos ainda aguardam coleta de amostra de sangue para execução

de dosagem de IgG pareado (que deve ser realizado de três a seis meses após a coleta da primeira

amostra) para definição do caso.

Em 2011, o Ministério da Saúde implantou um indicador de manutenção da vigilância da

Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que consiste em notificação de um ou mais casos

suspeitos de SRC para cada 10 mil nascidos vivos. No Distrito Federal, a meta é notificar, pelo

menos, cinco casos suspeitos de SRC por ano. A meta desse indicador, em 2016, foi alcançada.

O objetivo de tais notificações é a certificação de que a doença está de fato em fase de eliminação.

Para prevenir o sarampo e a rubéola, é extremamente importante manter as coberturas

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2007 2008 2009 2010 2012 2013 2014 2015 2016

Frequência

Confirmados

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Boletim Epidemiológico GEVEI - DIVEP/SVS/SES-DF – nº. 01 – Abril/2017

vacinais da tríplice e da tetra viral maiores ou iguais a 95% em menores de 2 anos de idade. No

Distrito Federal, em 2016, a cobertura foi de 94,2% nesse grupo alvo.

2.3. Recomendações programáticas

Aumentar os esforços para alcançar e manter as coberturas das vacinas Tríplice e Tetra

Viral, conforme recomendações do Programa Nacional de Imunização (PNI) do

Ministério da Saúde;

Notificar imediatamente todo caso suspeito de sarampo ou de rubéola, investigando-os

oportunamente (até 48 horas após a notificação).

Realizar a visita domiciliar para os casos suspeitos até 48 horas após a notificação,

atentando para os preenchimento das seguintes variáveis: (i) data de notificação; (ii) data

da investigação; (iii) fonte de infecção; (iv) data da vacina; (v) data do início do exantema;

(vi) outros sinais e sintomas; (vii) data da 1ª coleta de sangue; (viii) realização de bloqueio

vacinal; e (ix) classificação final;

Coletar amostras para sorologia e isolamento viral oportunamente, até 28 dias após o

início do exantema.

Encaminhar as amostras ao LACEN-DF, no máximo, até cinco dias após a coleta,

lembrando que o LACEN deve liberar os resultados em até quatro dias após o

recebimento das amostras;

Encerrar os casos no sistema em até 30 dias;

Em relação aos casos suspeitos, o isolamento domiciliar ou hospitalar dos casos diminui

a intensidade dos contágios. Deve-se evitar, principalmente, frequentar escolas ou

creches, agrupamentos e qualquer contato com pessoas suscetíveis, durante o período de

transmissibilidade. A vigilância dos contatos, o caso de sarampo, deve ocorrer até 21 dias

após o contato.

A seguir estão descritas as medidas gerais de prevenção de doenças de transmissão

respiratória: frequente lavagem e higienização das mãos; utilizar lenço descartável para

higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos,

nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso

pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados;

evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença; evitar sair

de casa em período de transmissão da doença; evitar aglomerações e ambientes fechados

(procurar manter os ambientes ventilados); e adotar hábitos saudáveis, como alimentação

balanceada e ingestão de líquidos.

2.4. Referências:

1. Organização Mundial da Saúde

http://www.who.int/immunization/monitoring_surveillance/burden/vpd/surveillance_type/active/

measles_monthlydata/en/. Acesso em 02/02/2017.

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Boletim Epidemiológico GEVEI - DIVEP/SVS/SES-DF – nº. 01 – Abril/2017

2. Boletim de Notificação Semanal das doenças Exantemáticas por região e UF, 2016. Semana

52ª. Unidade técnica das doenças respiratórias e imunopreviniveis/ Coordenação Geral de doenças

transmissíveis. Ministério da Saúde.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório da verificação dos critérios de eliminação da

transmissão dos vírus endêmicos do sarampo e rubéola e da síndrome da rubéola congênita (SRC)

no Brasil. Brasília, 2010.

4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em

Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde,

2014

3. Tétano Acidental e Neonatal

3.1. Contextualização

O tétano é uma doença infecciosa aguda, causada pela ação de exotoxinas produzidas

pelo Clostridium tetani, que provocam um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso

central. Clinicamente, a doença manifesta-se com febre baixa ou ausente, hipertonia muscular

mantida, hiper reflexia e espasmos ou contraturas paroxísticas. Em geral, o paciente mantém-se

consciente e lúcido1.

A doença continua existindo como problema de saúde pública em países de menor

desenvolvimento econômico e social, principalmente, no continente Africano e no Sudeste

Asiático. No Brasil, apesar da estar indicada a prevenção por meio da vacina, o tétano ainda

ocorre2.

A imunidade permanente é conferida pela vacina, desde que sejam observadas as

condições ideais inerentes ao imunobiológico e ao indivíduo. Ela encontra-se disponível na rede

SUS para pessoas em qualquer idade.

3.2. Vigilância epidemiológica do tétano no Distrito Federal (2016)

A vigilância epidemiológica do tétano objetiva reduzir a incidência de casos. Para isso se

faz necessário uma vigilância ativa que permita conhecer todos os casos suspeitos e investigá-los,

assegurando diagnóstico e tratamento precoces. Além disso, é necessário que as medidas de

controle sejam tomadas sempre oportunamente para que se identifique a população sob risco e se

recomende a vacinação.

Nesse sentido, é importante que os profissionais de saúde conheçam o esquema de

condutas profiláticas para o tétano, bem como as recomendações para a neutralização da toxina

tetânica para instituir a profilaxia e tratamento adequados, evitando casos graves da doença.

O último caso de tétano neonatal em morador do DF ocorreu em 2000. De 2000 a 2014

ocorreram 10 casos de tétano acidental em moradores do DF, sendo que o mais recente óbito por

tétano acidental ocorreu em 2007. Em 2015, último ano em que foram notificados casos de tétano,

ocorreram dois casos de tétano acidental.

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Boletim Epidemiológico GEVEI - DIVEP/SVS/SES-DF – nº. 01 – Abril/2017

A figura 1 ilustra as frequências absolutas dos casos de tétano acidental e os coeficientes

anuais de incidência desse agravo, de 2000 a 2016.

Fonte: Sinan. Acesso em 08/02/2017.

Figura 1. Frequências absolutas anuais de casos confirmados e coeficientes de incidência de

tétano acidental. Distrito Federal, 2000 a 2016.

3.3. Recomendações programáticas

As principais recomendações em relação à vigilância epidemiológica do tétano são:

4. Identificar casos suspeitos e investigá-los oportunamente, proporcionando diagnóstico e

tratamento precoces;

5. Identificar populações sob risco e providenciar a vacinação dessas pessoas;

6. Conhecer as condutas profiláticas para o tétano, bem como as recomendações para a

neutralização da toxina tetânica para instituir a profilaxia e tratamento adequados, evitando

casos graves da doença.

6.1. Referências

5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde

/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

Disponível em < http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/06/guia-vigilnacia-

saude-atualizado-05-02-15.pdf >

6. CDC. Tetanus home: surveillance. Disponível em < https://www.cdc.gov/tetanus/surveillance.html >

7. Difteria

3.1. Contextualização

A difteria é uma doença transmissível aguda, toxiinfecciosa, imunoprevenível, causada

por bacilo gram-positivo, o Corynebacterium diphtheriae, que frequentemente se aloja nas

amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. É caracterizada

por placas pseudomembranosas típicas.1

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A transmissão se dá pelo contato direto de pessoa doente (ou portadores assintomáticas)

com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro

ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por fômites.1

O período de incubação é de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. A transmissibilidade

dura, em média, até 2 semanas após o início dos sintomas.1

É considerado caso suspeito toda pessoa que, independentemente da idade e do estado

vacinal, apresenta quadro agudo de infecção da orofaringe, com presença de placas aderentes

ocupando as amígdalas, com ou sem invasão de outras áreas da faringe (palato e úvula) ou outras

localizações (ocular, nasal, vaginal, pele, por exemplo), com comprometimento do estado geral e

febre moderada. 1

Todos os casos suspeitos devem ter amostras coletadas para exames laboratoriais. As

orientações para coleta de secreção nasofaríngea para o diagnóstico da difteria encontram-se no

Guia de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (2014), anexo A, página 120.

A imunização contra a difteria é feita nas crianças através da vacina pentavalente (Vacina

Conjugada Adsorvida Antidiftérica, Antitetânica, Anticoqueluche, contra Hepatite B e

Haemophilus influenzae tipo B) aos 2, 4 e 6 meses de vida, com reforço aos 15 meses e 4 anos

através da vacina tríplice bacteriana (DTP - Antidiftérica, Antitetânica e Anticoqueluche); nos

adolescentes e adultos o reforço ocorre a cada 10 anos com a vacina dupla adulto (dT –

Antidiftérica e Antitetânica).

3.2. Vigilância epidemiológica da difteria no Distrito Federal (2016)

Considerando que no último ano, houve uma intensificação na migração de venezuelanos

para o Brasil e que na República Bolivariana da Venezuela, entre setembro de 2016 e novembro

de 2016, foram notificados casos suspeitos e prováveis de difteria1,2, a Organização Panamericana

da Saúde (OPAS) recomenda que os Estados Membros reforcem seus sistemas de vigilância para

a detecção precoce de casos suspeitos, a fim de iniciar o tratamento oportuno, inclusive de

contatos, e assegurar a provisão de antitoxina diftérica.

3.3. Recomendações programáticas

A medida terapêutica na difteria é a administração do soro antidiftérico (SAD), que deve

ser administrado em unidade hospitalar e cuja finalidade é inativar a toxina circulante o mais

rapidamente possível e possibilitar a circulação de excesso de anticorpos, em quantidade

suficiente para neutralizar a toxina produzida pelos bacilos.

Os laboratórios produtores de soro antidiftérico (SAD) vêm enfrentando dificuldade de

produção em todo o mundo. No Brasil, devido à intercorrências na produção do SAD, atualmente,

o Ministério da Saúde tem disponível um soro de baixa potência para utilização (Quadro 1).2

Quadro 1. Dose de SAD a ser aplicada, segundo forma clínica da difteria (Brasil, 2014).

Forma clínica Dosagem

Leve (nasal, cutânea, amigdaliana) 40.000 UI, endovenoso

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Laringoamigdaliana ou mista 60.000 UI a 80.000 UI, endovenoso

Grave ou tardia (4 dias de doença) 80.000 UI a 120.000 UI, endovenoso

Além do SAD, o uso de antibiótico deve ser considerado como medida auxiliar da terapia

específica, objetivando interromper a produção de exotoxina, pela destruição dos bacilos

diftéricos e sua disseminação.

Para comunicantes recomenda-se a vacinação (Quadro 2). Aliás, a melhor forma de

prevenir a difteria é manter a vacinação atualizada. Para os contatos que trabalhem em profissões

que envolvam manipulação de alimentos, ou contato frequente com grande número de crianças,

grupo de maior risco, ou com pessoas com imunocomprometimento, recomenda-se o afastamento

de seus locais de trabalho até que se tenha o resultado da cultura. Se positivo, o afastamento

deverá ocorrer por 48 horas após a administração do antibiótico.

Quadro 2. Conduta para imunização de comunicantes, segundo situação vacinal (Brasil, 2014).

História vacinal Menores de 7 anos

7 anos ou mais < 1 ano ≥ 1 ano

Não vacinados Iniciar o esquema

com Pentavalente

Iniciar o esquema

com DTP

Iniciar o esquema com dT

Vacinação

incompleta

Completar o esquema

com Pentavalente

Completar o

esquema com DTP

Completar o esquema com dT

Vacinação

completa

Não vacinar. Se a última dose foi aplicada há

mais de 5 anos, aplicar uma

dose de dT como reforço.

Frente a uma suspeita clínica bem fundamentada, o médico responsável deverá solicitar

a dose necessária para o esquema adequado à situação (conforme o quadro acima) ao Núcleo de

Vigilância Epidemiológica hospitalar da unidade de saúde (de 2ª a 6ª feira) ou ao CIEVS-DF

(durante a noite, finais de semana e feriados).

Todo caso suspeito deve ser notificado imediatamente, para desencadeamento da

investigação e adoção das medidas de controle pertinentes. Assim, frente a um caso suspeito, o

Núcleo de Vigilância Epidemiológica hospitalar deverá comunicar imediatamente a área técnica

da difteria da GEVEI por e-mail ou contato telefônico.

De segunda à sexta-feira, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar comunicará

a GEVEI (e-mails [email protected]; [email protected]). Já os casos diagnosticados

à noite, nos finais de semana ou nos feriados devem ser comunicadas ao CIEVS-DF (Telefone:

61 99206-0754 / e-mail [email protected]).

Vale lembrar que, em geral, a difteria é uma doença grave que necessita de assistência

médico-hospitalar imediata e isolamento.1

3.4. Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde

/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

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Disponível em < http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/06/guia-vigilnacia-

saude-atualizado-05-02-15.pdf >

4. Varicela

4.1. Contextualização

A varicela é uma infecção viral primária (Vírus Varicella-Zoster - VVZ), aguda,

altamente contagiosa, caracterizada por exantema maculopapular e distribuição centrípeta (da

cabeça e tronco para as extremidades), comumente acompanhado de febre, com evolução para

vesículas, pústulas e crostas. A sua principal característica é o polimorfismo das lesões cutâneas,

que apresentam diversas fases evolutivas, acompanhada de prurido. Ocorre principalmente em

crianças e tem caráter benigno. Em adultos, o quadro clínico é mais exuberante, podendo ocorrer

maior gravidade mesmo em pessoas imunocompetentes. 1

A transmissão do vírus ocorre por contato direto ou através de secreções respiratórias e,

em menor parte, por contato com lesões de pele. 1

A imunização contra o VVZ, desde o segundo semestre de 2013, compõe o calendário de

vacinação de rotina de crianças, como componente da tetra viral a ser administrada a partir dos

15 meses de idade. A vacina também é oferecida a pessoas de outros grupos etários com

características específicas, como, por exemplo, alguns indivíduos imunocomprometidos e seus

familiares. 1

A imunoprofilaxia pode ser adotada em casos de surtos em ambiente hospitalar. Nesses

casos, a vacina deve ser administrada a imunocompetentes suscetíveis acima de nove meses de

idade até 120 horas após o contato. A imunoglobulina deve ser administrada às crianças menores

de nove meses de idade, imunocomprometidos e gestantes até 96 horas após o contato com caso

índice.1

4.2. Vigilância epidemiológica da varicela no Distrito Federal (2016)

Segundo dados do Ministério da Saúde, no país, o número de casos de varicela eleva-se

entre o fim do inverno e a primavera (agosto a setembro). Este fenômeno também é observado no

Distrito Federal, onde há aumento na notificação de casos individuais de varicela nesse período.2

Dados do Sinan revelam que de 2008 a 2016, houve um ano considerado epidêmico, que

foi em 2010. Analisando os outros anos, foi estabelecido, a partir da média das incidências

semanais, um diagrama de controle (Gráfico 1) com limite superior de dois desvios padrões de

endemicidade.

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Fonte: Sinan. Dados extraídos em 30/01/2017, sujeitos a alterações.

Gráfico 1. Diagrama de controle da varicela, em 2016, em residentes no Distrito Federal, por

semana epidemiológica.

Em 2016, houve 2.016 notificações individuais de casos de varicela no DF,

correspondendo a um coeficiente de incidência de 69,5 casos para cada 100.000 habitantes,

inferior ao observado em 2010 (472,3 por 100.000 hab.). Esses dados estão descritos na tabela 1.

Analisando as notificações de surtos, verifica-se que, em 2016, estes foram notificados

em apenas três Regiões Administrativas do Distrito Federal: Samambaia, Gama e Asa Sul.

Dezenove surtos ocorreram em hospitais, creches e/ou escolas e, em 16 deles, o caso índice não

residia no DF. Em todos os surtos notificados, foram realizadas atualizações dos cartões de vacina

e bloqueio, conforme indicação após análise individual dos casos. Samambaia e Brazlândia foram

responsáveis pela maioria das notificações de surtos (Tabela 2).

Tabela 1. Frequências anuais absolutas de casos de varicela, por ano de início de sintomas, de

residentes no Distrito Federal (2008 a 2016). Ano de início de sintomas Número de casos notificados

2008 5143

2009 5581

2010 12138

2011 6195

2012 6754

2013 8225

2014 4730

2015 1579

2016 2016

Fonte: Sinan. Dados extraídos em 30/01/2017, sujeitos a alterações.

Tabela 2. Distribuição de surtos de varicela notificados em regiões administrativas do Distrito

Federal, em 2016. Região Administrativa Surtos notificados

-3,0

2,0

7,0

12,0

17,0

22,0

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53

Limite superior Média 2016

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Boletim Epidemiológico GEVEI - DIVEP/SVS/SES-DF – nº. 01 – Abril/2017

Samambaia 3

Planaltina 1

Aguas Claras 1

Asa Norte 2

Brazlândia 3

Candangolândia 1

Ceilândia 2

Guará 1

Park Way 2

Taguatinga 2

Vicente Pires 1

Total 19

Fonte: Sinan, em 30/01/2017.

Com relação à faixa etária, corroborando a literatura, no DF, observa-se que as crianças

têm sido mais acometidas, correspondendo a 81% dos casos em 2016, seguidas pelos

adolescentes, que representaram 14 % do total. Dentro do grupo correspondente à infância, em

2016, a maior incidência foi encontrada nos indivíduos de 5 a 9 anos, seguido do grupo de 1 a 4

anos.

Rotineiramente, os casos de internação e casos graves são reportados ao nível central por

meio do FormSUS, um sistema para criação de formulários do Datasus, o Departamento de

Informática do SUS, do Ministério da Saúde. Por esta via, foram informados 68 casos.

A análise por faixa etária mostra que a internação de crianças (de até 9 anos de idade)

correspondeu a 92,6 % dos casos. Em relação ao sexo, 57% dos casos eram do sexo masculino.

A complicação mais relatada nos casos de internação foi infecção de pele, que acometeu 60,2%

dos pacientes.

O Hospital Materno-infantil de Brasília (HMIB) foi a unidade de saúde que mais notificou

casos internados, seguido pelos Hospitais Regionais de Brazlândia, Taguatinga, Sobradinho e

Planaltina (Tabela 3).

Quando se observa, contudo, a distribuição de acordo com o local de residência dos casos

internados, a região administrativa com maior número de casos foi Brazlândia, seguida por

Planaltina. Moradores de outras unidades federativas representaram 30,8% dos casos.

Tabela 3. Distribuição das internações hospitalares por varicela, segundo regional de saúde

notificante, no Distrito Federal, em 2016. Regional de Saúde Número de casos

Asa Sul 28

Planaltina 5

Taguatinga 7

Brazlândia 20

Paranoá 1

Sobradinho 6

Santa Maria 0

Asa Norte 0

Ceilândia 0

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Gama 0

Guará 0

Núcleo Bandeirante/Riacho Fundo/Candangolândia 0

Recanto das Emas 1

Samambaia 0

São Sebastião 0

Total 68

Fonte: FormSUS. Acessado em 31/01/2017.

Entre as Regiões Administrativas (RA) do Distrito Federal, Ceilândia, Brazlândia e

Planaltina apresentaram o maior número absoluto de casos notificados de varicela. É importante

salientar que Ceilândia e Planaltina são, respectivamente a primeira e quarta RA mais populosas

do DF. Os cálculos dos coeficientes de incidência, entretanto, evidenciam que, em 2016,

Brazlândia foi a RA com maior risco de adoecimento por varicela, seguida pelo Núcleo

Bandeirante, pelo Paranoá, pela Candangolândia e pelo Itapoã (Tabela 4).

Tabela 4. Coeficientes de incidência de varicela, segundo região administrativa de residência, no

Distrito Federal, em 2016.

Regional Administrativa de residência Coeficientes de incidência

(por 100.000 hab.)

Brazlândia 432,7

Núcleo Bandeirante 226,5

Paranoá 210,8

Candangolândia 205,4

Itapoã 155,2

SCIA (Estrutural) 138,3

Riacho Fundo II 97,5

Guara 95,8

Fercal 88,5

Planaltina 85,0

Ceilândia 80,9

Riacho fundo I 72,3

Taguatinga 62,1

Park way 57,07

Recanto das Emas 55,45

São Sebastião 48,67

Samambaia 48,63

Sobradinho 33,44

Aguas Claras 27,1

Asa Norte 20,1

Santa Maria 20,0

Cruzeiro 19,4

Vicente Pires 9,0

Gama 17,4

Sobradinho II 15,4

Lago Norte 12,9

Varjão 9,4

Asa Sul 8,7

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Lago Sul 5,5

Jardim Botânico 4,3

Distrito Federal 67,7

Fonte: FormSUS. Acessado em 31/01/2017.

Apesar de observarmos que em 2016 houve um aumento no número de casos notificados

da doença, nota-se que, pela série histórica, o número de casos ainda se encontra abaixo da média

esperada.

Alguns fatores podem estar relacionados com o aumento das notificações em 2016, como

maior sensibilização da vigilância, concentração de maior número de casos em uma faixa etária

que não é contemplada pela vacina (5 a 9 anos com 47% das notificações), além de uma redução

na cobertura vacinal no ano de 2015 (84,7%), que se reflete nos dados de 2016.

Em relação ao aumento das notificações de surto, isso se deve, em parte, à maior

sensibilidade em decorrência da mudança de conduta conforme atualização do guia de vigilância

em saúde.

4.3. Recomendações programáticas

A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção da doença. Ela está disponível pelo SUS

para crianças a partir de 15 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias.

A seguir estão descritas outras medidas que devem ser consideradas:

Lavar as mãos após tocar nas lesões.

Isolamento – crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas

as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam

curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção

vesicular.

Pacientes internados – isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta.

Desinfecção – concorrente dos objetos contaminados com secreções nasofaringes.

Imunoprofilaxia em surtos de ambiente hospitalar.

4.4. Referências

1. WHO, 2017. Disponível em <http://www.who.int/ith/diseases/varicella/en/ >

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em

Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da

Saúde, Edição revisada, 2016.

3. Nota técnica conjunta N.º 06/2012 – CGDT-CGPNI-DEVEP/SVS/MS. Orientações para

monitoramento e controle de surtos de varicela em ambiente hospitalar.

4. Nota Técnica N.º 05/2012 - GEVEI/DIVEP/SVS/SES-DF.

5. Nota Técnica N.º 01/2017 - GEVEI/DIVEP/SVS/SES-DF.

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5. Meningite

5.1. Contextualização

Meningite é o processo inflamatório das meninges (membranas que recobrem e protegem

o cérebro e a medula espinhal). Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias,

vírus e fungos, dentre outros, e também pode ser provocada por processos não-infecciosos. É

considerada uma doença endêmica no Brasil, por isso, espera-se a ocorrência de casos da doença

durante todo o ano.1

Indivíduos de qualquer idade são suscetíveis às meningites, entretanto, o grupo etário de

maior risco para adoecimento e óbito é o de crianças menores de cinco anos.1

A meningite é um agravo de notificação compulsória, sendo que os surtos e os

aglomerados de casos ou óbitos de doença meningocócica e meningite viral são de notificação

compulsória e imediata.1

5.2. Vigilância epidemiológica de meningite no Distrito Federal (2016)

No Distrito Federal, em 2016, 213 casos de meningite foram notificados no Sistema de

Informação de Agravos de Notificação (Sinan), destes 104 casos foram confirmados (49%)

(Gráfico 1). No referido ano, observou-se uma redução no número de casos entre residentes do

DF, em relação ao ano anterior que foram confirmados 125 casos.

Em 2016, dos 104 casos de meningite em residentes do DF, 49 foram confirmados

laboratorialmente. Dentre os agentes causadores das meningites bacterianas, 29% (n=14)

corresponderam a Neisseria meningitidis, 37% (n=18) foram causados por outras bactérias, 27%

(n=13) ocorreram por Streptococcus pneumoniae, 4% (n=2) por Haemophilus influenzae e 4%

(n=2) dos casos foram causadas pelo Mycobacterium tuberculosis (tuberculose

meningoencefálica).

Gráfico 1. Casos confirmados de meningite, DF, 2016.

Em relação ao local de residência, os maiores coeficientes de incidência foram observados

no Riacho Fundo, em Brazlândia, em São Sebastião e no Paranoá. (Gráfico 2).

0

1

2

3

4

5

6

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51

mer

o d

e ca

sos

Semana Epidemiológica

n= 104

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Fonte: Sinan. Dados extraídos em 30/01/2017, parciais, sujeitos a alterações.

Gráfico 2. Coeficientes de incidência de meningite por 100 mil habitantes, segundo Região

Administrativa de residência, DF, 2016.

Com relação à faixa etária da doença meningocócica, em 2016, observa-se o predomínio

de casos na faixa etária de 10 a 14 anos, seguida pela faixa acima de 30 anos. (Gráfico 3).

No Distrito Federal, o sorogrupo C é o responsável por 50% dos casos com confirmação

laboratorial. Em 2016, foram confirmados 14 casos de doença meningocócica. Destes, sete casos

(50%) pertenciam ao sorogrupo C, três (3) casos foram confirmados para o sorogrupo B (21,4%)

e em quatro (4) casos (28,6%) não foi possível identificar o sorogrupo. A identificação do

sorogrupo foi por meios laboratoriais como PCR, cultura ou látex (Gráfico 4).

Fonte: Sinan. Acesso em 30/01/2017.

Gráfico 3. Doença meningocócica, distribuição por faixa etária, DF, 2010 a 2016.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

<1 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 30 e+

n= 104

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Fonte: Sinan. Acesso em 30/01/2017.

Gráfico 4. Doença meningocócica, sorogrupos identificados, DF, 2010 a 2016.

Vale lembrar, que, todo ano, no DF, alguns casos de meningite meningocócica acabam

sendo encerrados por critério clínico, sem coleta de material para realização de exames

laboratoriais.

Em relação a letalidade da doença meningocócica (DM) no DF, em 2016, foi de 43% e

de outras meningites foi de 21% (Gráfico 5).

Gráfico 5. Letalidade de doença meningocócica (DM) e outras meningites. Distrito Federal, 2010

a 2016.

5.3. Recomendações programáticas

A vacinação ainda é a melhor forma de prevenção. Por esse motivo, é muito importante

manter o cartão de vacinas atualizado. As vacinas são específicas para os diferentes agentes e

não existe uma que proteja contra todos os tipos de meningite.

As vacinas disponíveis no calendário básico de imunizações que protegem contra

algumas formas de meningite são:

Meningocócica C - a vacina conjugada contra o Meningococo sorogrupo C protege contra

a forma mais grave da doença. Está disponível para a população menor de quatro anos e

para adolescentes de 12 e 13 anos;

Pentavalente - protege contra doença invasiva causada pelo Haemophilus influenzae tipo

b e também contra os agentes causadores de coqueluche, difteria, tétano e hepatite B. Está

disponível para população menor de dois anos;

0

20

40

60

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Leta

lidad

e%

Ano de início de Sintomas

Outras meningites DM

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Pneumocócica - a vacina Pneumocócica 10 valente conjugada protege contra doenças

pneumocócicas invasivas (como as pneumonias, meningite e artrite) e não-invasivas

(como sinusite, otite média aguda, conjuntivite e bronquite). Está disponível para a

população menor de dois anos;

BCG - protege contra as formas graves de tuberculose, incluindo a meningite tuberculosa.

Está indicada para crianças menores de um ano de idade e deve ser administrada,

idealmente, ao nascer ou até 30 dias após o nascimento;

Tríplice e Tetra viral - a meningite, pode ser uma complicação das infecções causadas

pelos vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela. Essas vacinas são administradas aos

12 e 15 meses de idade.

Em geral, outras medidas de prevenção de doenças de transmissão respiratória devem ser

adotadas a fim de se proteger contra as meningites:

Higienizar as mãos com água e sabão antes das refeições, antes de tocar os olhos, boca e

nariz e após tossir, espirrar ou usar o banheiro;

Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies contaminadas;

Proteger boca e nariz com lenços (preferencialmente descartáveis), ao tossir ou espirrar,

para evitar disseminação de aerossóis.

5.4. Referências Bibliográficas

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde

/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, Edição

revisada, 2016.

6. Parotidite (Caxumba)

6.1. Contextualização

A parotidite infecciosa ou caxumba é uma doença viral aguda, cujos principais sinais e

sintomas são a febre e o aumento das glândulas salivares.1

A transmissão ocorre pela via respiratória, por meio do contato com gotículas de saliva

ou secreção da orofaringe da pessoa infectada. 1

Algumas complicações da doença incluem orquiepididimite – processo inflamatório dos

testículos e epidídimo (em cerca de 30% dos homens adultos), ooforite – inflamação dos ovários

(5% das mulheres adultas), surdez transitória, meningite asséptica, entre outras.1

A parotidite costuma ocasionar surtos. Nos últimos anos, muitos países, entre eles os

Estados Unidos, o Reino Unido e a Bélgica, mesmo com altas coberturas vacinais, têm observado

a ocorrência de surtos de parotidite entre escolares. Estes surtos podem ocorrer por adaptação do

vírus, coberturas heterogêneas ou falhas vacinais primárias ou secundárias.1

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Boletim Epidemiológico GEVEI - DIVEP/SVS/SES-DF – nº. 01 – Abril/2017

6.2. Vigilância epidemiológica da parotidite no Distrito Federal (2016)

Mesmo não sendo doença de notificação compulsória individual no Brasil, surtos de

parotidite são de notificação imediata.2 Definiu-se como surto da doença a ocorrência de dois ou

mais casos no mesmo local e com intervalo de tempo de até 35 dias entre eles.

Em caso de surtos, medidas de controle devem ser empregadas, em especial, entre os

comunicantes que são “todos os indivíduos que tiveram contato próximo com caso suspeito ou

confirmado no período de transmissibilidade”. Após 35 dias (soma entre o período máximo de

incubação e de transmissibilidade) sem o surgimento de novos casos, o surto pode ser encerrado.

No âmbito da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal, os surtos e os casos

individuais de parotidite são notificados por meio da inserção de dados em um formulário do

Formsus.

Durante o ano de 2016 foram notificados 2.416 casos de parotidite infecciosa no Distrito

Federal (DF), sendo que 2.363 (97,8%) eram residentes do DF. O pico do número de casos

ocorreu na SE 26 (26/06/2016 a 02/07/2016) e pode ser explicado pelo aumento da sensibilidade

do sistema de vigilância (Gráfico 1).

Fonte: Form.SUS. Dados acessados em 10/01/2017.

* Dados da SE 1 a 52/2016, sujeitos a alterações.

Gráfico 1. Número de casos de Parotidite Infecciosa, segundo semana epidemiológica do início

dos sintomas. Distrito Federal, Janeiro a Dezembro de 2016. *

A maior parte dos casos, 1.321 (55,9%), ocorreu em indivíduos do sexo masculino. A

faixa etária mais acometida foi a de pessoas de 20 a 49 anos, com 1.149 casos (48,6% do total).

O maior coeficiente de incidência segundo a faixa etária (Tabela 1) mantém-se entre os

indivíduos de 15 a 19 anos (211,4 casos/100 mil hab.). Ressalta-se que nenhum caso foi notificado

em menores de 1 ano. Tal incidência provavelmente relaciona-se ao incremento das notificações

nas semanas epidemiológicas de 24 a 29 (12/06/2016 a 03/07/2016), de casos procedentes de

surtos em instituições de ensino. O risco de parotidite infecciosa na faixa etária de 15 a 19 anos

foi, aproximadamente, 20 vezes maior que o risco de doença na faixa etária de menor incidência

(maiores de 50 anos; 10,4 casos/100 mil habitantes).

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Em relação à situação vacinal dos casos, 449 (19,0%) tinham registro de vacinação

anterior. Destes, 259 (58,0%) tinham duas ou mais doses de vacina tríplice viral e ou tetra viral.

Tabela 1. Distribuição de casos de parotidite, segundo faixa etária, sexo e coeficientes de

incidência por 100 mil habitantes. Distrito Federal, janeiro a dezembro de 2016. *

Faixa etária

(anos)

Sexo Total % População¹

Coef. de

incidência RR²

Feminino Masculino

1 a 4 62 91 153 6,5 167.989 91,1 8,7

5 a 9 84 113 197 8,3 199.738 98,6 9,5

10 a 14 123 145 268 11,3 211.402 126,8 12,2

15 a 19 254 281 535 22,7 253.094 211,4 20,3

20 a 49 482 667 1149 48,6 1.527.295 75,2 7,2

Maior de 50³ 36 24 60 2,5 575.834 10,4 -

Total 1.041 1.321** 2.362 100 2.935.352 80,5 - Fonte: FormSUS, acesso em 10/01/2017

* Dados sujeito a revisão da SE 1 a 52/2016.

** Um caso do sexo masculino não possuía informação para a idade. O total de casos é de 2.363. ¹ Dados populacionais fornecidos pela GIASS/DIVEP - Estimativa Populacional para o DF, segundo sexo e faixa etária, 2016. ² Risco Relativo em relação aos maiores de 50 anos de idade. ³ Faixa etária de referência para cálculo do Risco Relativo.

Entre os casos notificados, foram registradas 62 (2,6%) complicações, sendo 53 (85,5%)

orquites.

As maiores incidências acumuladas estão no Varjão (521,0/100 mil hab.), em São

Sebastião (191,6/100 mil hab.) e no Paranoá (177,6/100 mil hab.). A incidência do SIA

(889,82/100 mil hab.) está relacionada aos surtos ocorridos no Centro de Progressão de Pena,

localizado nesta região.

Em 2016, foram notificados, no FormSUS, 63 surtos de parotidite infecciosa, distribuídos

em 15 Regiões Administrativas (Tabela 3). As instituições escolares concentram a maioria dos

surtos notificados (31/63) até 31/12/2016.

Dentre as medidas de controle foram realizadas 29 ações de bloqueio vacinal, totalizando

3.884 doses de vacinas Tríplice Viral aplicadas. A Gráfico 2 ilustra as doses aplicadas no ano e

os casos de Parotidite Infecciosa de 2016.

* Dados sujeitos a revisão.

Fonte: FormSUS e BIM de doses aplicadas.

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Gráfico 2. Número de doses aplicadas de vacina tríplice viral e casos de Parotidite Infecciosa,

segundo mês de início dos sintomas. Distrito Federal, Janeiro a Dezembro de 2016*.

6.3. Recomendações programáticas:

Todos os casos devem ser notificados à vigilância epidemiológica da região de

ocorrência. As notificações de 2017 devem ser feitas por meio dos seguintes links:

- Individual: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=27911

- Surtos: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=29745

Os surtos de parotidite devem ser acompanhados pela vigilância epidemiológica da região

da ocorrência, até 35 dias após o início dos sintomas do último caso notificado.

O doente deve permanecer em isolamento social de 10 a 15 dias após o início dos sinais

e sintomas.

Nas situações de surto, o bloqueio vacinal seletivo é indicado, e segue as normas do

Ministério da Saúde, conforme o calendário básico de imunização.

São medidas que evitam a transmissão da caxumba e de outras doenças respiratórias:

Frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum

alimento;

Utilizar lenço descartável para higiene nasal;

Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;

Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;

Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;

Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;

Manter os ambientes bem ventilados;

Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da caxumba;

Evitar sair de casa em período de transmissão da doença;

Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);

Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

6.4. Referências:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Coqueluche. In.: Guia de Vigilância em Saúde. 2014. Brasília:

Ministério da Saúde; 2014. Disponível em:

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/06/guia-vigilancia-saude-atualizado-

05-02-15.pdf

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 1.271, de 6 junho 2014. Diário Oficial da República

Federativa do Brasil, Brasília (DF), 2014 jun 9; Seção 1:67.

3. Nota Informativa Nº166/2016 – CGPNI/DEVIT/SVS/MS. Orienta sobre as ações de vacinação a

serem implementadas na vigência de surtos de caxumba.

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7. Coqueluche

7.1. Contextualização

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal 1.

Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por

paroxismos de tosse seca 1. Em lactentes, pode resultar em número elevado de complicações e até

em morte 1. É causada pela Bordetella pertussis, um bacilo gram-negativo, aeróbio, não-

esporulado, imóvel e pequeno, provido de cápsula 1.

A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa

suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas por tosse, espirro ou ao falar

1. O período de incubação é, em média, de cinco a dez dias, podendo variar de uma a três semanas

e, raramente, até 42 dias 1. A transmissibilidade se estende de cinco dias após o contato com um

doente (final do período de incubação) até três semanas após o início dos acessos de tosse típicos

da doença 1.

A vacina contra coqueluche não confere imunidade permanente e, após 5 a 10 anos, em

média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pequena ou inexistente.1

Assim, diante de uma suspeita clínica de coqueluche, deve-se buscar a confirmação

laboratorial, que ocorre pelo isolamento da B. pertussis em cultura de material colhido de

nasofaringe com swab com técnica adequada e meio de cultura adequado (Regan-Lowe)1. A

coleta do espécime clínico deve ser realizada antes da antibioticoterapia ou, no máximo, até três

dias após seu início.

Todo caso suspeito de coqueluche deve ser notificado no Sinan 1. Após a confirmação ou

exclusão da suspeita de coqueluche, o caso deve ser encerrado. Para saber mais sobre os critérios

diagnósticos da coqueluche, acesse o Guia de Vigilância em Saúde (2016) do Ministério da

Saúde1.

7.2. Vigilância epidemiológica da coqueluche no Distrito Federal (2016)

No Distrito Federal, em 2016, foram notificados 121 casos suspeitos de coqueluche.

Destes, 81 (71,9%) foram descartados, 31 (25,7%) confirmados e outros três (2,5%) ainda não

haviam sido encerrados na data da exportação do banco.

Dos 121 casos notificados no DF, em 95 (78,0%) foram colhidos swabs de nasofaringe

para realização de cultura para pesquisa de B. pertussis. Ainda não atingimos a meta do Ministério

da Saúde que é de 80,0%, mas continuamos com melhora do indicador, em comparação a 2015.

Os casos distribuíram-se ao longo do ano, com maior prevalência nos meses de maio a

julho (Gráfico 1. Casos de coqueluche notificados por semana epidemiológica e classificação

final. Distrito Federal, 2016.

). Mais de 80% (97/121) dos casos notificados eram residentes do DF. Todos os não

residentes no DF eram provenientes do Estado de Goiás (24/121).

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Fonte: Sinan. Acesso em 01/02/2015. Dados Preliminares, sujeitos a alterações.

Gráfico 1. Casos de coqueluche notificados por semana epidemiológica e classificação final.

Distrito Federal, 2016.

Em 2016, observou-se uma diminuição nos casos confirmados (de 121 para 31) em

comparação a 2015 (dados do Sinan, acessados em 01/02/2017). Além disso, em comparação a

outros anos (desde 2011), observa-se uma queda importante no número de notificados e

confirmados (Gráfico 2).

Fonte: Sinan. Acesso em 01/02/2015.

*Dados Preliminares, sujeitos a alterações.

Gráfico 2. Diagrama de controle de coqueluche em moradores do Distrito Federal, de 2011 a

2016*. Distrito Federal, 2016.

Quanto à faixa etária dos casos confirmados, observa-se que 78,6% (25/31) dos casos

ocorreram em menores de um ano de idade, 9,2% (4/31) em crianças de um a quatro anos, 3,2%

em crianças de cinco a nove anos (1/31) e 3,2% em crianças de dez a 14 anos (1/31). A maior

concentração dos casos da doença em menores de um ano deve-se, principalmente, à ocorrência

de coqueluche em menores de seis meses de idade, que apresentam o esquema vacinal ausente ou

incompleto. Não houve nenhum óbito em 2016.

Quanto à realização de medidas de prevenção e controle, observa-se que entre os 121

pacientes notificados, foi realizada a busca de comunicantes em 96 (79,3%) dos pacientes e

prescrita a quimioprofilaxia em 43 (44,8%) pacientes. Houve discreta melhora na busca de

comunicantes e preenchimento da ficha com relação ao ano de 2015.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51

Freq

uên

cia

de

caso

s (n

)

Semana epidemiológica

Em Aberto

Descartado

Confirmado

0

3

6

9

12

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51

Núm

ero

de C

asos

Semana Epidemiológica

Média Limite Superior 2016

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Conforme a frequência absoluta e os coeficientes de incidência de casos confirmados de

coqueluche no DF, vemos que a maior frequência de casos ocorre em Ceilândia (8), seguida por

Taguatinga (6), Samambaia e Planaltina (5). Quando observamos os coeficientes de incidência,

isoladamente, temos Park Way (3,2 casos/100.000 habitantes), Planaltina e Taguatinga (2,5

casos/100.000 habitantes) como áreas de maior incidência (Gráfico 3).

*Dados preliminares.

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015. Dados preliminares, sujeitos a alterações.

Gráfico 3. Frequências absolutas e coeficientes de incidência de casos confirmados de

coqueluche, segundo Região Administrativa de residência. Distrito Federal, 2016.

Desde 2015, nota-se, no Distrito Federal, uma diminuição do número de casos de

coqueluche. Esse fato pode ser consequência da ampla vacinação de gestantes com a dTpa a partir

da semana 43 de 2014, conforme recomendação do Programa Nacional de Imunização do

Ministério da Saúde.

7.3. Recomendações programáticas

As pessoas devem ser informadas quanto à importância da vacinação, como principal

medida de prevenção e controle da coqueluche. Deve-se dar ênfase à necessidade de se

administrar o número de doses preconizadas pelo calendário vigente.

Também deve-se ressaltar a importância da procura aos serviços de saúde se forem

observadas as manifestações que caracterizam a definição de caso suspeito de coqueluche.

Algumas medidas devem ser tomadas pelos profissionais de saúde, frente a um caso

suspeito ou confirmado de coqueluche.

Medidas gerais para pacientes hospitalizados:

Isolamento – recomenda-se isolamento tipo respiratório por gotículas, durante o período

de transmissibilidade.

Quarto privativo – enquanto o paciente estiver transmitindo a bactéria. Pode haver

compartilhamento com mais de um paciente com o mesmo diagnóstico.

Lavagem de mãos – deve ser feita antes e após o contato com o paciente, após a retirada

das luvas, de máscara e quando houver contato com materiais utilizados pelo paciente.

0,00,51,01,52,02,53,03,5

0

2

4

6

8

Casos Incidência

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Uso de máscara – recomenda-se o uso de máscara comum para todos os que entram no

quarto. Após o uso, deve ser descartada em recipiente apropriado e o indivíduo deve lavar

as mãos.

Transporte do paciente – deve ser limitado ao mínimo possível e, quando realizado, o

paciente deverá usar máscara comum.

Limpeza e desinfecção – recomenda-se desinfecção concorrente e terminal dos objetos

contaminados com as secreções nasofaríngeas. A solução indicada é o hipoclorito de

sódio a 1%. Após a desinfecção, os objetos devem ser enxaguados em água corrente.

Objetos de metal podem ser desinfetados com álcool etílico a 70%.

Os pacientes não hospitalizados devem ser afastados de suas atividades habituais

(creche, escola, trabalho) por, pelo menos, cinco dias após o início de tratamento com

antimicrobiano. Os casos não submetidos à antibioticoterapia, devem permanecer afastados por

três semanas desde o início dos paroxismos.

7.4. Referências:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Coqueluche. In.: Guia de Vigilância em Saúde. 2014. Brasília:

Ministério da Saúde; 2014. Disponível em:

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/06/guia-vigilancia-saude-atualizado-

05-02-15.pdf

8. Raiva Humana e atendimento antirrábico

8.1. Contextualização

A raiva é uma doença infecciosa aguda. No homem se manifesta sob a forma de

encefalite, em geral de evolução rápida, sendo seu prognóstico fatal em praticamente todos os

casos.1

As manifestações clínicas iniciam com sintomas gerais inespecíficos (febre, cefaleia,

tontura, sensação de mal-estar, dores generalizadas), alterações locais de sensibilidade, e evolui

para sintomas relacionados a orofaringe e deglutição, gastroentéricos, até alterações relacionadas

ao sistema nervoso central, que geralmente evoluem para o coma e morte.1

Há muitas interfaces entre a raiva humana e a animal. Na vigilância da raiva, os dados

epidemiológicos são essenciais tanto para os profissionais de saúde, para que seja tomada a

decisão de profilaxia de pós-exposição em tempo oportuno, como para os veterinários, que devem

adotar medidas de bloqueio de foco e controle animal. Assim, a integração entre assistência

médica e a vigilância epidemiológica é essencial para o controle dessa zoonose.1

Na vigilância epidemiológica da raiva no Distrito Federal, um dos principais objetivos, é

normatizar as condutas de atendimento antirrábico humano e apoiar a assistência para a realização

do esquema profilático da raiva, em tempo oportuno.

Em 2016, o Ministério da Saúde alterou o esquema profilático antirrábico humano,

através das Notas Informativas Conjuntas Nº 20 e 21/2016 – CGPNI-CGDT/DEVIT/SVS/MS de

22 de agosto de 2016, retirando a aplicação da quinta dose da vacina antirrábica humana e

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encerrando, o esquema completo de profilaxia, com 4 doses de vacina conforme recomendação

da Organização Mundial da Saúde – OMS. A mudança recomendada pelo Ministério da Saúde

foi normatizada no DF através da Nota Técnica nº 08/2016-GEVEI/DIVEP/SVS/SES-DF, de 06

de setembro de 2016.

8.2. Vigilância epidemiológica da raiva no Distrito Federal (2016)

O Distrito Federal não registra caso autóctone de raiva humana desde 1978, mas, de

acordo com registros internos, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal tem assistido casos

oriundos de outras unidades da federação. Ao longo desses trinta e oito anos foram atendidos 12

casos, sendo o último em 2008 (Tabela 1).

Tabela 1. Casos confirmados de raiva humana no Brasil, na região Centro-Oeste e no DF, de

2000 a 2016*. Ano Brasil Centro Oeste Distrito Federal

2005 44 0 0 2006 9 0 0 2007 1 0 0 2008 3 1 0 2009 2 0 0 2010 3 0 0 2011 2 0 0

2012 5 1 0

2013 5 0 0

2014 0 0 0

2015 2 1 0

2016 2 0 0

Total 78 3 0

Fonte: SVS/MS. Acesso em 01/02/2017.

A profilaxia da raiva humana, no DF, em 2016, registrou 12.579 de atendimentos por

agressão ou por pré-exposicão antirrábica, sendo que desses 94,7% (11.892/12.579) em

moradores (Gráfico 1).

Fonte: Sinan. Dados acessados em 30/01/2017, sujeitos a alterações.

Gráfico 1. Número de atendimentos antirrábico humano notificados, DF, 2010 a 2016*.

Em 2016, no DF, das 11.892 pessoas atendidas, 2% (240/11.892) realizaram pré-

exposicão antirrábica e 96,6% (11.485/11.892) sofreram algum tipo de agressão e em 1,4%

(167/11.892) não foi informado o tipo de agressão e tratamento indicado. Das pessoas que

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receberam tratamento profilático antirrábico, 96,1% (11.431/11.892) sofreram agressão por

animais passíveis de observação (cães e gatos).

Das 11.485 pessoas que sofreram agressão, 12,1% (1.397/11.485) receberam soroterapia

e vacina, 74,9% (8.606/11.485) receberam vacina, 12,3% (1.402/11.485) foram dispensadas de

tratamento ou orientadas a apenas observar o animal e em 0,7% (80/11.485) desses casos não há

informações sobre essa variável.

Vale salientar que 11,8% (1.361/11.485) das pessoas que iniciaram tratamento e

receberam vacina abandonaram antes do fim do esquema indicado. Esse é um valor alto, quando

comparado a anos anteriores: em 2014, o abandono foi de 4,5% e, em 2015, 9,6% (Gráfico 2).

Essa alta taxa de abandono preocupa, pois, isso pode levar um caso de raiva humana. No total,

foram registradas a administradas 13.564 doses de vacina antirrábica.

A região que concentrou o maior número moradores atendidos por acidente antirrábico

foi Ceilândia (19,2% - 2.287/11.892), seguida de Taguatinga (11,5% - 1.378/11.892) e de

Planaltina (9% - 1.068/11.892). As regiões que apresentaram os maiores coeficientes de maior

incidência desse tipo de atendimento foram Candangolândia (com 571,6 casos/100.000 hab.),

seguida de Taguatinga (com 564 casos/100.000 hab.) e Planaltina (com 534,4 casos/100.000

hab.). A incidência geral em moradores do DF foi de 378,7 casos/100.000 habitantes (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição geográfica e incidência dos atendimentos por acidente antirrábico em

moradores, DF, 2016*.

Região Distrito Total de Atendimentos Incidência

(por 100.000 hab.)

Centro Norte

Asa Norte 328 222,0

Cruzeiro 97 229,9

Lago Norte 144 362,5

Sudoeste/Octogonal 43 71,6

Varjão 27 251,9

Total 639 212,7

Centro Sul

Asa Sul 199 187,2

Candangolândia 108 571,6

Estrutural 100 290,4

Guará 408 315,5

Lago Sul 147 396,6

Núcleo Bandeirante 154 524,9

Park Way 76 325,4

Riacho Fundo I 121 285,8

Riacho Fundo II 100 239,7

SIA 4 139,7

Total 1.417 304,3

Leste

Itapoã 215 416,9

Jardim Botânico 71 299,1

Paranoá 343 533,8

São Sebastião 498 507,5

Total 1.127 474,1

Norte Fercal 8 77,4

Sobradinho I 238 259,5

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Sobradinho II 136 158,8

Planaltina 1.068 534,4

Total 1.450 374,2

Sudoeste

Águas Claras 239 198,4

Samambaia 935 402,3

Recanto das Emas 518 357,5

Taguatinga 1.378 564,0

Vicente Pires 115 165,3

Total 3.185 392,4

Sul

Gama 651 408,2

Santa Maria 414 301,2

Total 1065 358,7

Oeste

Brazlândia 340 504,8

Ceilândia 2.287 484,3

Total 2.627 486,8

Em Branco Em branco 385 --

Distrito Federal TOTAL 11.892 378,7 * Dados parciais SE 52/2016.

Fonte: SINAN. Dados acessados em 20/04/2017, sujeitos a alterações.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2016, ocorreram quatro (4) casos de raiva

animal no Distrito Federal: três (3) em equinos e um (1) em animal de produção, todos de área

rural. Já em Goiás, estado com grande área de fronteira com o DF, ocorreram 11 casos de raiva

em bovinos e quatro (4) em equinos, dois (2) em morcegos. É importante relatar que em 2016

ocorreu um caso de raiva canina em Corumbá – MS.

A ocorrência de raiva animal no DF e em estados vizinhos deixa o alerta para a

importância da avaliação correta da agressão para a profilaxia adequada, a fim de minimizar o

risco de casos humanos.

8.3.Recomendações programáticas

A profilaxia antirrábica é única ação de prevenção à raiva humana. Ela previne uma

doença grave e, na maior parte das vezes, letal, sendo uma ação simples e rápida.

Nem sempre a comunidade sabe da importância de se prevenir frente a uma situação de

agressão ou contato com animal potencialmente transmissor da raiva e dos riscos da doença, e

essa pode ser uma situação que justifique o grande número de pessoas que abandonam o

tratamento antes da conclusão no Distrito Federal.

São medidas que evitam a transmissão raiva humana:

Pessoas que se expuseram a animais suspeitos de raiva devem procurar uma unidade de

saúde, a fim de receber o esquema profilático de acordo com a exposição, assim como

indivíduos que, em função de suas profissões, se mantêm constantemente expostos.

Evitar mexer ou tocar em cães e gatos desconhecidos, principalmente quando os

mesmos estiverem se alimentando ou dormindo.

Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente

quando estiverem caídos no chão ou se forem encontrados em situações não habituais.

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Ao encontrar animais potencialmente transmissores da raiva mortos, comunicar à

vigilância ambiental para recolhimento e análise.

A profilaxia após a mordida, agressão ou contato por animais suspeitos deve ser iniciada

o mais rápido possível.

8.4. Referências 1. DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Normas técnicas de tratamento

profilático antirrábico humano, 2017, Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Adaptado do

Manual de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, 2ª Edição.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância

Epidemiológica. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana – Brasília, 2011. 60 p. : il. – (Série

A. Normas e Manuais Técnicos).

3. WHO. WHO Expert Consultation on Ribes. Tecnical Report Series 982. 2013.

4. OSM. www.paho.org.

5. CDC. https://www.cdc.gov.

6. Nota Informativa Nº 20/2016 – CGPNI-CGDT/DEVIT/SVS/MS de 22 de agosto de 2016.

7. Nota Informativa Nº 21/2016 – CGPNI-CGDT/DEVIT/SVS/MS de 22 de agosto de 2016.

8. Nota Técnica nº 08/2016 – GEVEI/DIVEP/SVS/SES-DF de 06 de setembro de 2016.

9. Gripe e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)

9.1. Contextualização

A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é uma complicação, um quadro de

agravamento da síndrome gripal (SG), onde além de apresentar sintomas gripais como febre, tosse

ou dor de garganta, a pessoa passa a apresentar também dispneia ou desconforto respiratório.

A vigilância epidemiológica da Gripe no Distrito Federal (DF) se dá por 2 formas: a

vigilância universal das SRAG e a vigilância sentinela de SRAG e SG.

A vigilância universal das SRAG se dá pela notificação de todas as SRAG internadas em

qualquer unidade de saúde, seja ela privada ou pública onde deve ser coletado swab de

nasofaringe para identificação de tipo viral causador do quadro.

A vigilância sentinela ocorre a partir de notificações das unidades sentinelas, que

dividem-se em unidades sentinelas para SG ou para SRAG. Todo caso de SRAG que é

identificado pela vigilância sentinela entra na vigilância universal da SRAG.

As unidades de SG são: Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), Hospital Materno

Infantil de Brasília (HMIB), Hospital Regional do Gama (HRG), Hospital Regional de Santa

Maria (HRSM), Hospital Regional de Taguatinga (HRT). As unidades de SRAG são as mesmas

da SRAG mais o Hospital Brasília e o Hospital Santa Helena. Nas unidades de SG preconiza-se

coletar, pelo menos, cinco amostras semanais de casos de SG atendidos nas emergências.

9.2. Vigilância Epidemiológica de SRAG (2016)

No DF, em 2016, foram notificados 567 casos pela vigilância universal e sentinela da

SRAG em moradores do DF. Das amostras de SRAG, 52,2% (296/567) foram positivas para vírus

respiratórios, 34,5% (196/567) foram negativas para vírus respiratório e em 12,4% (70/567) dos

casos não houve coleta de amostra laboratorial e 0,9 (5/567) casos ainda estão em investigação.

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Dentre os casos de SRAG que tiveram resultados positivos para vírus respiratórios, em

44,9% (133/296) foi isolado o vírus Influenza A H1N1, em 34,4% (102/296) o vírus sincicial

respiratório (VSR), em 6,4% (19/296) o Metapneumovírus e em 3,7% (11/296) o Influenza B.

Em 10,4% (31/296) foram identificados outros vírus (Gráfico 1).

Fonte: Sinan Influenza. Dados acessados em 30/01/2017, sujeitos a alterações.

Gráfico 1. Frequências absolutas de casos de SRAG da vigilância universal confirmados,

segundo subtipo viral e semana epidemiológica, entre moradores do DF, 2016.

Dos casos de SRAG positivos para influenza A H1N1, 16,5% (22/133) acometeram

menores de 5 anos de idade, 3,7% (5/133) crianças de 5 a 9 anos, 6,1% (8/133) adolescentes de

10 a 19 anos, 54,8% (73/133) adultos de 20 a 59 anos e 18,9% (25/133) maiores de 60 anos.

A maior incidência está entre os menores de 1 ano com 28,7 casos/100.00 habitantes,

seguidos dos maiores de 60 anos com 8,6 casos/100.00 habitantes.

Dezesseis casos de Influenza A H1N1 foram positivos em gestantes, sendo que sete (7)

casos foram captados em unidade sentinela de SG e os outros nove (9) pela vigilância universal

da SRAG. Todas as gestantes evoluíram para cura. Nas gestantes, a incidência da SRAG por

Influenza A H1N1 é de 27 casos/100.000 gestantes e da SG por Influenza A H1N1 é de 21

casos/100.00 gestantes.

Ocorreram 23 óbitos por SRAG confirmados por vírus respiratórios ao longo de 2016,

sendo que 10 eram do sexo feminino e sete (7) do sexo masculino. Do total de óbitos por SRAG,

17 óbitos (73,9%) foram positivos para Influenza A H1N1 (Gráfico 2). Os demais óbitos de

SRAG foram causados por outros vírus respiratórios, sendo três (3) por Metapneumovírus, um

(1) por Adenovírus, um (1) por Rhinovírus e um (1) por VSR.

Em 2016, no DF, enquanto a taxa de letalidade geral por SRAG (dos casos com

confirmação laboratorial) foi de 7,7% (23/296), a de SRAG por influenza A H1N1 foi de 12,8%

(17/133).

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Fonte: Sinan Influenza. Dados acessos em 30/01/2017, sujeitos a alterações.

Gráfico 2. Frequências absolutas de casos, de óbitos e coeficientes de incidência de SRAG

positivos para Influenza A H1N1, segundo faixa etária e gestantes, em moradores do DF, 2016.

Quando analisamos o local da ocorrência dos casos e dos óbitos de SRAG confirmados

Influenza A H1N1, verifica-se que as Regiões Administrativas mais acometidas foram Ceilândia

15,3% (20/133), seguido Asa Norte com 12,8% (17/133) e de Taguatinga/Arniqueiras com 8,2%

(11/133). Ao analisamos a incidência por distrito de residência, o Jardim Botânico apresentou um

coeficiente de incidência de 17,2 casos/100.000 habitantes, seguido de Asa Norte 11,8

casos/100.000 habitantes e de Vicente Pires com 10,3 casos/100.000 habitantes (Gráfico 3). O

coeficiente de incidência de casos de SRAG por influenza A H1N1 na população geral do DF foi

de 4,5 casos/100.000 habitantes em 2016.

Fonte: SINAN Influenza. Dados acessados em 30/01/2017, sujeitos a alterações.

Gráfico 3. Distribuição dos casos de SRAG confirmados por H1N1 e coeficientes de incidência,

segundo Regiões Administrativas, em moradores do DF, 2016.

28,7

6,0

2,51,7 1,6

3,55,2

8,1 8,6

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

0

5

10

15

20

25

30

35

Inci

dên

cia

por

10

0.0

00 h

ab.

de

Cas

os

Nº de Casos Óbitos Incidência

n=133

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9.3. Vigilância Epidemiológica de gripe no Distrito Federal (2016)

Em relação à vigilância sentinela da gripe é importante ressaltar que todos os casos de

SRAG notificados pelas unidades sentinelas também estão incluídos na vigilância universal da

SRAG analisada acima. Vale lembrar também que alguns casos de SG podem e algumas vezes

evoluem para SRAG, sendo então incluídos no SINAN Influenza.

No ano de 2016, foram coletadas 359 amostras respiratórias de casos de síndrome gripal

nas unidades sentinelas. Os resultados positivos mais frequentes foram: Influenza A (H1N1) com

19,8% dos casos (71/359), seguido do VSR com 13,3% (48/359), Metapneumovírus com 2,2%

(8/359) e Adenovírus com 1,7% (6/359) (Gráfico 4).

Com relação ao VSR, a faixa etária mais acometida foi a de menores de 1 ano de idade,

com 81,3% (39/48) dos casos, seguida pela faixa etária de 1 a 4 anos, com 10,4% (5/48) dos casos

(Gráfico 5).

Fonte: SIVEP Gripe. Dados acessados em 03/02/2017, sujeitos a alterações.

Gráfico 4. Frequências absolutas de casos de síndrome gripal (SG) do SIVEP Gripe, por subtipo

viral e por semana epidemiológica. Distrito Federal, 2016.

Fonte: SIVEP Gripe. Dados acessados em 03/02/2017, sujeitos a alterações.

Gráfico 5. Frequências absolutas de casos de síndrome gripal (SG) do SIVEP Gripe, por subtipo

viral e por faixa etária. Distrito Federal, 2016.

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Dentre os positivos para influenza A H1N1, 16,5% (12/71) ocorreram em adultos de 30

a 39 anos, 16,5% em adultos de 40 a 49 anos, 14,1% (10/71) em menores de 1 ano de idade e

outros 14,1% (10/71) em adultos de 50 a 59 anos cada.

9.4. Recomendações programáticas

Notificar todo caso de SRAG e coletar amostras respiratórias desses casos;

Lavar e higienizar frequentemente as mãos, principalmente antes de consumir algum

alimento;

Utilizar lenço descartável para higiene nasal;

Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;

Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;

Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;

Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;

Manter os ambientes bem ventilados;

Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de influenza;

Evitar sair de casa no período de transmissão da doença;

Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);

Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

9.5. Referências:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde /

Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

disponível em://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/fevereiro/06 /guia-vigilnacia-saude-

atualizado-05-02-15.pdf.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das

Doenças Transmissíveis. Protocolo de tratamento de Influenza: 2015 [recurso eletrônico] /

Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças

Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em

http://portalsaude.saue.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/17/ protocolo-influenza2015-16dez15-

isbn.pdf.

3. OSM. www.paho.org.

4. CDC. https://www.cdc.gov/h1n1flu/

10. Doença diarreica aguda (DDA)

10.1. Contextualização

A diarreia aguda é uma síndrome clínica de diversas etiologias que se caracteriza por

alterações de volume, consistência e frequência das fezes, podendo frequentemente, ser

acompanhada de vômitos, febre, cólica e dor abdominal, ou apresentar muco e sangue. Os agentes

etiológicos mais comuns são bactérias, vírus, parasitas e outros agentes entéricos. Sua via de

transmissão é oro fecal, o que possibilita múltiplos veículos de transmissão, tais como, os

alimentos, a água e transmissão de pessoa a pessoa. Alguns agentes podem ser transmitidos por

via respiratória, fixando-se posteriormente no trato gastrintestinal e causando a diarreia.

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A doença diarreica aguda (DDA) é considerada como um grave problema de saúde

pública de países em desenvolvimento atingindo, principalmente, crianças menores de cinco anos

de idade.

Desde 1994, o Brasil realiza a Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas (MDDA).

Em 2002, começou a ser utilizado o Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica de

Doenças Diarreicas Agudas (Sivep-DDA), com o objetivo de dotar o nível local de instrumentos

ágeis e simplificados que permitam detectar alterações no comportamento das doenças diarreicas,

visando recomendar medidas de prevenção e controle e avaliar o impacto das ações

desenvolvidas.

No Brasil, entre 2014 e 2015 foi notificado ao Ministério da Saúde (MS), através do

Sivep-DDA, cerca de 14 milhões de casos de diarreia, sendo mais de 3 milhões em menores de

cinco anos de idade. Nos últimos anos, tem sido observada redução dos indicadores de

morbimortalidade das diarreias1.

10.2. Vigilância epidemiológica das doenças diarreicas aguda (DDA) no DF (2016)

No Distrito Federal, no ano de 2015 foram 35.054 casos, sendo 11.243 (32,1%) em

menores de cinco anos e em 2016 foram 32.767 casos, sendo 13.811 (42,1%) em menores de 5

anos. Demais faixas etárias estão no gráfico a baixo. Figura 1.

Fonte: SIVEP DDA. Acesso em 06/2/2017

Figura 1. Proporção do número de casos de DDA por faixa etária. DF, 2015 e 2016.

O manejo do paciente com diarreia é composto de três formas de tratamento: o plano A

que consiste na observação domiciliar do paciente e soro de reidratação oral (SRO), o plano B

indicado para prevenir a desidratação por via oral (RSO) e na observação do paciente na unidade

de saúde e por fim, o plano C para tratar a desidratação grave sendo indicada hidratação venosa.

No ano de 2015, 14.047 (40,1%) receberam plano de tratamento A, e em 2016 foi 13.195

(40,3%) (Figura 2).

Quanto à distribuição dos casos por localidade observa-se que no ano de 2015 e 2015, as

taxas de incidência mais elevadas foram no Paranoá, Sobradinho/Sobradinho II/Fercal, Planaltina,

Itapoã e Brazlândia. Demais localidades estão nas tabelas a seguir (Tabela 1).

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

< 5a 5 a 9 10 +

% casos

Faixa etária

2015(n=35.024) 2016(n=32.767)

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Fonte: SIVEP DDA. Acesso em 06/2/2017

Figura 2. Proporção de plano de tratamento para os casos de DDA. DF, 2015 e 2016.

Tabela 1.Taxa de incidência de diarreia por mil habitantes segundo Região Administrativa. DF,

2015-2016.

RA INCIDÊNCIA

2015 RA

INCIDÊNCIA

2016

PARANOÁ 42,7 PARANOÁ 38,5

SOB/SOB II/ FERCAL 27,2 SOB/SOB II/ FERCAL 35,6

PLANALTINA 26,3 BRAZLÂNDIA 27,6

ITAPOÃ 24,4 ITAPOÃ 26,4

BRAZLÂNDIA 22,5 PLANALTINA 23,3

CRUZEIRO 21,9 SCIA (ESTRUTURAL) 16,4

SCIA (ESTRUTURAL) 16,9 SÃO SEBASTIÃO 14,4

RIACHO FUNDO 16,2 CEILÂNDIA 12,3

NUCLEO BANDEIRANTE 16,0 RECANTO DAS EMAS 11,4

SÃO SEBASTIÃO 16,0 CRUZEIRO 9,6

RECANTO DAS EMAS 15,2 GUARÁ/SIA 6,9

RIACHO FUNDO II 13,5 GAMA 5,9

CEILÂNDIA 11,6 RIACHO FUNDO II 5,6

SAMAMBAIA 8,7 NÚCLEO BANDEIRANTE 5,4

GUARÁ/SIA 8,6 TAGUATINGA/VICENTE PIRES 4,9

CANDANGOLÂNDIA 8,0 SAMAMBAIA 4,6

GAMA 7,3 RIACHO FUNDO I 4,5

VARJÃO 5,5 LAGO NORTE 3,9

SANTA MARIA 5,3 VARJAO 3,9

ASA NORTE 5,0 CANDANGOLÂNDIA 3,7

TAGUATINGA/VICENTE PIRES 4,8 ASA NORTE 3,5

LAGO NORTE 4,0 ASA SUL 3,1

ASA SUL 3,1 SANTA MARIA 2,5

PARK WAY 1,4 LAGO SUL 0,7

LAGO SUL 0,8 PARK WAY 0,5

Fonte: SIVEP DDA. Acesso em 06/02/2016

Entre 2015 e 2016, observa-se um aumento do número de casos nos meses de junho a

outubro, que corresponde ao período seco no Distrito Federal (Figura 3).

0,05,0

10,015,020,025,030,035,040,045,0

A(n=27.242) B(n=19.455) C(n=19.054) IGN(n=2.070)

% casos

2015 2016

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Fonte: SIVEP DDA. Acesso em 06/02/2017

Figura 3. Frequências absolutas de casos de diarreia segundo mês de ocorrência. Distrito Federal,

2015 a 2016.

No período de 2015 e 2016, ocorreram 1.266 internações em < 5 anos por diarreia e

gastroenterite origem infecciosa presumível (CID-10)2 e 1.535 óbitos em < 5 anos, sendo 15

(1,0%) por doenças diarreicas3.

Em relação à notificação de surtos de doenças transmitida por alimentos - DTA, no

período de 2015 a 2016 no DF, foram notificados 35 surtos e investigados 15 (42,9%). Do total

de 5.440 pessoas expostas, 452 (8,3%) apresentaram algum sintoma gastrointestinal (doentes).

Dos que ficaram doentes, 78 (17,3%) precisaram de atendimento médico em unidade de saúde.

Dos 452 doentes, 281 (62,2%) eram do sexo masculino e 312 (69,0%) tinham de 20 a 49

anos de idade.

Dos 15 surtos investigados, 6 (40,0%) ocorreram em restaurantes/lanchonetes e 2 (13,3%)

no domicílio. No período não ocorreram casos graves e nenhum óbito foi registrado.

Foram coletadas 4 amostras clinicas, 2 bromatológicas e encaminhadas para análise no

LACEN/DF. Dos micro-organismos pesquisados, nas amostras bromatológicas, foram

encontrados: Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa.

10.2.1. Rotavirose

As gastroenterites representam um dos mais expressivos problemas de saúde pública em

todo o mundo, particularmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, onde se

constituem em uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantis.

A Rotavirose é a principal causa mundial de gastrenterites graves em crianças, sendo

responsável por 29,2% a 40% dos casos hospitalizados por diarreia aguda. Em países

subdesenvolvidos 20 a 25% dos óbitos por diarreia aguda são causados por rotavírus e no Brasil

a prevalência de óbitos é de 33%3.

A Rotavirose, por se tratar de doença de grande magnitude é de notificação compulsória,

apenas em unidades de vigilância sentinela.

-

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

Nº casos

2015 2016

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Com o objetivo especifico de implantar a Vigilância das doenças diarreicas agudas

causadas por rotavírus no Distrito Federal, com vistas ao aprimoramento das medidas de

prevenção e controle, em outubro de 2014 iniciou-se a implantação da Unidade Sentinela do

Rotavírus no DF na Unidade de Emergência Pediátrica do Hospital Regional da Asa Norte. Todas

as crianças menores de 5 anos atendidas com DDA, submetidas a tratamento tipo C e residentes

no DF devem então ser investigadas pela equipe do NUVEP e amostras de fezes coletadas e

encaminhadas ao LACEN.

No período de 2015 a 2016, 31 casos suspeitos de Rotavirose foram investigados e 29

amostras de fezes encaminhadas para o LACEN. Nenhuns destes casos foram confirmados para

rotavírus.

A vacina contra o Rotavírus (VORH) faz parte do calendário nacional de imunização e

protege contra casos graves de diarreia pelo rotavírus. São realizadas duas doses aos 2 e 4 meses

de vida e a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é vacinar 90% da população alvo.

Em 2015, 83,5% das crianças foram vacinadas e 6 (40%) das 15 Regionais alcançaram a

meta de 90%: Asa Norte, Asa Sul, Brazlândia, Gama, Guará e São Sebastião. Em 2016, 82,0%

das crianças foram vacinadas e 3 (20%) das 15 Regionais alcançaram a meta de 90%: Asa Sul,

Gama e Núcleo bandeirante.

10.2.2. Hepatite A

A Hepatite A é uma doença infecciosa, causada por vírus (VHA). O período de incubação

varia de 15 a 50 dias, média de 28 a 30 dias. Os sintomas se caracterizam por febre, mal-estar,

anorexia, náusea e desconforto abdominal e aparecimento de icterícia dentro de poucos dias,

porém muitas infecções podem ser assintomáticas, sem icterícia, especialmente em crianças. O

quadro pode ser leve, com duração de 1 a 2 semanas, ou mais grave, podendo durar meses. A

transmissão é pessoa a pessoa pela via fecal-oral, e está relacionada às condições de saneamento

básico higiene pessoal qualidade da água e alimentos consumidos.

No Brasil, apartir de 2005, vem ocorrendo um decressimo nos casos de Hepatite A, que

foi o ano com maior numero de casos deste de 20006. Figura 4 .

Fonte: Ministério da Saúde. Dados disponíveis em: http://www.aids.gov.br/publicacao/2015/boletim-epidemiologico-de-hepatites-

virais-2015

Figura 4. Casos de Hepatite A por ano, Brasil, 2000 a 2014

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Boletim Epidemiológico GEVEI - DIVEP/SVS/SES-DF – nº. 01 – Abril/2017

Em 2015, entre os moradores do Distrito Federal, foram notificados 469 casos suspeitos

de Hepatites virais sendo que 28 (6,0%) foram confirmados para Hepatite A. Em 2016 foram 571

casos notificados e 13 (2,3%) confirmados para Hepatite A.

Dos casos confirmados para Hepatite A no período, 23/41 (56,1%) do sexo feminino e

18/41 (43,9%) do sexo masculino.

A maioria era jovem, em idade escolar, entre 5 e 14 anos (43,9%). A média de idade foi

de 19 anos (Figura 5).

Fonte: SINAN, acesso dia 7/02/2017

Figura 5. Proporção de casos de Hepatite A por faixa etária, Distrito Federal, 2015 a 2016.

Em relação ao local de moradia, 37 (92,5%) são moradores de área urbana. A distribuição

dos 40 casos de hepatite A por local moradia, segundo as Regiões Administrativas (RA) do DF,

está disponível na tabela a seguir. Tabela 2. No período não ocorreu nenhum óbito de Hepatite

A entre os residentes do DF.

Tabela 2. Proporção de casos de Hepatite A por região Administrativa, Distrito Federal, 2015 a

2016.

RA

2015

(n=27)

RA

2016

(n=13)

GAMA 22,2 GAMA 15,4

ITAPOÃ 14,8 TAGUATINGA 23,1

TAGUATINGA 7,4 SOBRADINHO II 7,7

R. FUNDO I 7,4 ITAPOÃ 7,7

R. FUNDO II 7,4 PLANALTINA 7,7

PARANOÁ 7,4 ASA SUL 7,7

SOBRADINHO II 7,4 R.FUNDO I 7,7

CEILÂNDIA 3,7 SAMAMBAIA 7,7

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

< 1 ano 1 a 4 anos 5 a 14 anos 15 a 19 anos ≥ 20 anos

Faixa etária

%

N=41

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Boletim Epidemiológico GEVEI - DIVEP/SVS/SES-DF – nº. 01 – Abril/2017

SOBRADINHO 3,7 LAGO SUL 7,7

BRAZLÂNDIA 3,7 ASA NORTE 7,7

PLANALTINA 3,7

GUARÁ 3,7

S.SEBASTIÃO 3,7

Fonte: SINAN, acesso dia 7/02/2017

Obs.: em 1 caso de 2015 não consta o endereço.

A vacina contra a Hepatite A foi introduzida no calendário nacional de imunização em

agosto de 2014, é preconizado uma única dose aos 12 meses de vida. A meta estabelecida

pelo Ministério da Saúde é vacinar 95% das crianças nesta faixa etária. Em 2015 cerca de 41 mil

(92,1%) crianças foram vacinadas e o DF não atingiu a meta estabelecida. Das 15 regionais de

Saúde, seis não atingiram a meta: Ceilândia (91%), Paranoá (82,5%), Planaltina (92,8%),

Samambaia (71,8%), Santa Maria (91,3%), Sobradinho (93,2%) e Taguatinga (66,2%). Em 2016

foram 28.437 (66,4%) e a meta estabelecida não foi atingida. Das 15 Regionais de Saúde, apenas

a Asa Sul atingiu esta meta, vacinando 1.309 (118,8%) crianças.

10.3. Referências 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de

Situação de Saúde. Doenças Diarreicas Agudas. Análise da situação das doenças transmissíveis

no Brasil no período de 2000 a 2010, p-59-60. In: Saúde Brasil 2011: uma análise da situação de

saúde e a vigilância da saúde da mulher. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.444 p.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Indicadores de morbidade e fatores de risco.

Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/nrDF.def

3. TEIXEIRA, M. G.; BARRETO, M.L.; COSTA, M.C. N. Áreas Sentinelas: uma Estratégia de

Monitoramento em Saúde Pública. Cad. Saúde Pública, set. / out. 2002, vol.18, no. 5, p.1189-1195