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Saúde S/A - Ed. 07

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A revista dos líderes da área da saúde.

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Page 1: Saúde S/A - Ed. 07

A REVISTA DOS LÍDERES DA ÁREA DE SAÚDE Nº 07 ANO 02

O 4º principal centrofinanceiro do mundo

SINGAPURAConfira os detalhes da 19ª edição da maior feira e fórum da área

HOSPITALAR 2012

COMO O NICHO RESPONSÁVEL POR UM CRESCIMENTO ECONÔMICO ACUMULADO DE 40% PODE INFLUÊNCIAR O SETOR

CLASSE MÉDIA

Page 2: Saúde S/A - Ed. 07

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Page 3: Saúde S/A - Ed. 07

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Page 4: Saúde S/A - Ed. 07

CONSELHO EDITORIAL

CONSELHO TÉCNICO-CIENTÍFICO

Dr. Florentino CardosoPresidente da AMBDr. Florentino CardosoPresidente da AMB

Ruy Salvari Baumer Presidente do SINAEMO

Drª Denise Rodrigues Eloi de BritoPresidente da UNIDASDrª Denise Rodrigues Eloi de Brito

Dr. Arlindo de Almeida Presidente da ABRAMGEDr. Arlindo de Almeida Presidente da ABRAMGE

Dr. Eudes de Freitas Aquino Presidente da UNIMED do BrasilDr. Eudes de Freitas Aquino Presidente da UNIMED do Brasil

Dep. Fed. Darcísio Perondi Presidente da Frente Parlamentar de Saúde

Dep. Fed. Darcísio Perondi Presidente da Frente Parlamentar de Saúde

Dr. José Reinaldo Nogueira de Oliveira jr. Presidente da CMB

Dr. José Reinaldo Nogueira de Oliveira jr. Presidente da CMB

Dr. Benno Kreisel Vice-Presidente da FBHDr. Benno Kreisel Vice-Presidente da FBH

Franco PallamollaPresidente da ABIMOFranco PallamollaPresidente da ABIMO

Gabriela Tannus Vice-Presidente da ISPORGabriela Tannus Vice-Presidente da ISPOR

Dr. José Cechin Diretor Executivo da FENASAÚDEDr. José Cechin Diretor Executivo da FENASAÚDE

Dr. Edison Tizzot Coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná

Dr. Abel MagalhãesSecretário-Geral da SBISDr. Abel MagalhãesSecretário-Geral da SBIS

Nossos Conselhos Editorial e Técnico-Científico são compostos por entidades e profissionais que nos auxiliam a pensar e discutir a saúde brasileira.

CONSELHOS | Saúde S/A

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Page 6: Saúde S/A - Ed. 07

IMAGENS: Assessorias de imprensa | DepositPhotos

EDITORIAL

Edição nº 7 ano 2Publicação trimestral (abril, maio e junho)

Tiragem: 10.000 unidadesCirculação nacional

Distribuição dirigida (julho)

NT Partners - Midia de Negócios Ltda.Rua Francisco Comparin, 259

Curitiba - PR82320-430

(41) 3014-2345www.saudesa.com.br

Envie seus comentários para:[email protected]

Pensar em business na área da saúde inclui incorporar à gestão, aspectos econômicos, ambientais, mas principalmente sociais. Por isso, nesta edição, prezado leitor, abordamos a temática da classe média. Nicho de mercado que traz incontáveis oportunidades financeiras aos administradores atentos. Seja por causa do aumento efetivo da capacidade de consumo, da ambição por possuir um plano de saúde, ou pela própria cultura dos recém-chegados a esta estratificação social, de aplicar seus recursos na economia real, ao invés de optar por alternativas no mercado financeiro, o aumento dessa parcela da população trará grandes benefícios aos que souberem aproveitar. Em médio e longo prazo, essas pessoas serão responsáveis por um crescimento acumulado da economia, além de já representarem um percentual interessante, que responde por mais da metade da movimentação financeira, em termos de gastos, no setor. A expectativa é de que haja aumento, tanto na demanda por planos de saúde, como por exames, proporcionando crescimento de serviços na área suplementar.Entretanto, embora haja boa previsibilidade financeira para o setor privado da saúde, a esfera pública continua sendo encarada como algo não prioritário. Ainda teremos que lidar com questões tais como a lei 141/2012, que não obriga a União aportar os recursos necessários para manutenção digna do setor e a medida presidencial 568/2012, que acarreta prejuízos à remuneração dos médicos. Apesar de ter sido aprovada a margem de preferencia para o setor e de o Ministro de Estado da Fazenda prever outras medidas benéficas, que entrarão em vigor no segundo semestre, é necessário ter criatividade para poder se adaptar as nuances do mercado. No que concerne ao imaginário social, essas medidas são bastante funcionais, o que pode ser verificado com o apoio a essas iniciativas governamentais. Entretanto, é melhor adotar uma política positiva e esperar as melhoras devidas do que nos adiantarmos em aventar críticas a posições nem definidas ainda. Por considerarmos o debate dessas e de outras questões relevantes nos dedicamos em fazer uma edição pensando em temas que estivessem comentados e que fossem impactar o setor pelos próximos meses. Sendo assim, apuramos conteúdos sobre a indústria farmacêutica, bem como as medidas governamentais que recaíram sobre o segmento, por exemplo: um panorama sobre o mercado de genéricos e a proibição da venda de medicamentos em outros estabelecimentos comerciais, que não farmácias. Além disso, abordamos também aplicações e possíveis investimentos em tecnologias, algo inerente ao momento em que estamos vivenciando, em função de preocupações ecológicas, facilidade, agilidade e a relação custo-benefício que se mostra bastante vantajosa a médio e longo prazo. Ou seja, esperamos ter aguçado sua curiosidade o suficiente para que você, prezado leitor, se sinta motivado a virar as próximas páginas e saciá-la. Boa leitura!

ERRAMOS: Na edição nª 6, a foto que abre a matéria ‘UTI: Como administrá-la?’ é do Hospital 9 de Julho e não do Hospital Santa Paula como creditado. As opiniões manifestadas nas entrevistas e colunas

publicadas são de responsabilidade de seus autores.

EDITORIAL | Saúde S/A

EXPEDIENTE

EDITORAMilena Vicintin

REPÓRTERESAdriana do Amaral

Helena SturdzeJéssica de Souza

Jéssica StellaJúlio Cesar Glodzinsky

Karin KaudyKeli Vasconcelos

Luiza CalegariTalita Boros

PROJETO GRÁFICORenan Dequêch Ferreira

DESIGNERVitor Forte

COMERCIALRegina Antonia Haenisch

[email protected]

CIRCULAÇÃO E ATENDIMENTOTatiana Kunrath Kerber

IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES DE MERCADO

Page 7: Saúde S/A - Ed. 07

Remédio, só na farmácia

CAPA - Classe Média

Produtos

Mercado

........................ 12

............................. 22

................................................. 28

................................................. 30

NEGÓCIO SAÚDE

................................................................. 54

......................................... 58

Singapura

Consumo, livros e filmes

CULTURA E LAZER

........................................... 42

.......................................................... 46

............................................... 50

Saúde crescerá mais quePIB e indústria em 2012

Células tronco

Hospitais inteligentes

GESTÃO

.......................... 08

................................. 16

............................. 17

........................................................ 18

..................................... 20

....................................................... 60

........................................ 61

....................................... 62

Personalidade - Dra. Silvia Brandalise

Denise Elói de Brito - UNIDAS

Lincoln de Assis Moura Jr. - iMiA

Dr. Edson Tizzot

Luiz Aramicy B. Pinto - FBH

Ana Malik - FGV

Florentino Cardoso - AMB

Dep. Fed. Darcísio Perondi

! OPINIÃO

EVENTOS

Agenda

Hospitalar 2012

HMS

Fatos & Fotos

..................................................................... 32

......................................................... 36

......................................................................... 40

........................................................... 53

................................................................. 54

......................................... 58Consumo, livros e filmes

CULTURA E LAZER

........................................... 42

.......................................................... 46

............................................... 50

Saúde crescerá mais quePIB e indústria em 2012

Hospitais inteligentes

GESTÃO

.......................... 08

................................. 16

............................. 17

........................................................ 18

..................................... 20

....................................................... 60

........................................ 61

....................................... 62

Dra. Silvia Brandalise

Denise Elói de Brito - UNIDAS

Lincoln de Assis Moura Jr. - iMiA

Luiz Aramicy B. Pinto - FBH

Florentino Cardoso - AMB

Dep. Fed. Darcísio Perondi

OPINIÃO

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08 WWW.SAUDESA.COM.BR

Eleita personalidade do ano na área da saúde pela Hospitalar 2012, por sua exemplar atuação na oncologia e hematologia pediátrica

ENTREVISTA: DRA. SÍLVIA BRANDALISE

O Centro Boldrini já atendeu cerca de 25 mil crianças. É considerado referência nacional, com índices de cura de até a 80%, em alguns tipos de câncer

OPINIÃO | Saúde S/A!

“CRIAÇÃO EXIGE PACIÊNCIA,

undadora do primeiro hospital especializado em oncologia pediátrica da América Latina, em 1978. A Dra. Sílvia Brandalise dedica-se ao tratamento do câncer infantil e doenças hematológicas há

34 anos e recentemente recebeu o prêmio personalidade do ano na área da saúde da Hospitalar 2012, por sua brilhante atuação. Além disso, é presidente eleita da Sociedade Interna-cional de Oncologia Pediátrica (SIOP), maior grupo científico dedicado ao câncer, cuja missão é reduzir a mortali-dade infantil pela doença e metlhorar os programas de diagnóstico precoce, bem como implantar uma rede de ensino e capacitação especializada.

O interesse pela oncologia e hemato-logia infantil se deu em função de uma experiência que vivenciou no Hospital de Memphis, nos Estados Unidos. André, um garoto de cinco anos, portador de leucemia foi tratado na instituição em questão, pela Dra. Brandalise, en- tretanto, a médica estava impotente diante da situação da criança, que faleceu algum tempo depois. Ao assumir o caso, teve acesso ao protocolo VIII, referente ao tratamento de leucemia linfoide na infância. Nos anos 1980, coordenou o primeiro Protocolo Bra- sileiro para Tratamento de Leucemia Linfóide Aguda na criança (LLA), o que contribuiu para um aumento na taxa de cura da doença, de 5% para 50%. Por meio de doações da Sociedade de Campinas, a pediatra fundou o Centro Bodrini, cuja intenção é oferecer qualida-

de de tratamento, por meio de tecnolo-gia e sem restrição de atendimento. Com cerca de sete mil pacientes no Brasil e em alguns países da América Latina, sendo que 80% realiza o trata- mento através do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente é considerado um dos centros mais eficientes do país, com índices de cura que chegam a 70% e 80%, em alguns tipos de câncer. O Centro Boldrini já atendeu aproxima-damente 25 mil crianças. Hoje conta com 125 prestadores autônomos de serviços e cerca de 400 voluntários. A equipe é composta por psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, dentistas, biólogos, as- sistentes sociais, distribuí-dos em diver- sos pontos, como: centros cirúrgicos, bancos de sangue, unidades de internação, laboratórios de análises clínicas, anatomia patológica, labo- ratórios de genética e de biologia mole-

cular, área de imagem, Unidade de Transplante de Medula Óssea, de Terapia Intensiva, de Radioterapia e Centro de Reabilitação. Saúde S/A: É descobridora de uma doença que leva seu nome: Síndrome Brandalise, homenagem prestada pelo Dr. Jon Pritchard, do Hospital de Londres Great Ormond Street Hospital for Children. Como foi o desenvolvimento desta pesquisa?Dra. Brandalise: A Síndrome Brandalise é uma doença rara. A pesquisa foi rea- lizada em um Centro Americano especia- lizado em Glóbulos Brancos nos Estados Unidos (Texas). Houve remissão espon-tânea da doença.

Saúde S/A: Qual foi sua motivação para coordenar o primeiro protocolo brasileiro para tratamento da Leucemia Linfóide Aguda na criança?Dra. Brandalise: A criação do primeiro protocolo brasileiro de tratamento da LLA na criança foi para atender uma demanda do Prof. Rhomes Aur, sobre a importância deste desenvolvimento em território nacional. Houve esta delibera-ção na assembleia de um Congresso da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), realizado em San- tos, e eu fui indicada como coordena-dora do grupo brasileiro de tratamento da leucemia Linfoide Aguda na Infância.Na trajetória do Centro Boldrini, foi de grande importância a minha indicação pela SBHH para a coordenação do Gru- po Brasileiro de Tratamento da Leucemia na Infância (GBTLI), sendo que em 1980

FPor Júlio Cesar Glodzienski

E MUITO TRABALHO”

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OPINIÃO | Saúde S/A!

09WWW.SAUDESA.COM.BR

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10 WWW.SAUDESA.COM.BR

milhão de gestantes e crianças.Saúde S/A: Quando sentiu a necessi-dade de se dedicar integralmente à oncologia e à hematologia infantil? Dra. Brandalise: A necessidade de me dedicar à oncologia pediátrica decorreu do compromisso assumido com uma criança com diagnóstico de leucemia aguda. O meu trabalho na área da oncologia e hematologia pediátrica, en- tretanto, se destacou inicialmente, em 1970, pela montagem do primeiro

eu coordenava o protocolo LLA-80, que mudou decisivamente as chances de cura da leucemia linfoide aguda em nosso país. A partir desta data, continuei a coordenar a nível nacional, os sucessi-vos protocolos LLA-82, LLA-85, LLA-93, LLA-99 e LLA-2009. Estas atividades foram progressivamente transferidas da SBHH para a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE).Participei como membro fundador da Sociedade Latino Americana de Oncolo-gia Pediátrica (SLAOP) e, posteriormente da SOBOPE. A participação ativa nestas entidades científicas, em muito auxiliou no intercâmbio de profissionais e na divulgação da oncohematologia pe- diátrica no Brasil.

Saúde S/A: Como é o desenvolvimento dos projetos sobre o impacto de pestici-das e a relação desses produtos com a incidência de câncer infantil? Dra. Brandalise: A pesquisa se faz em um corte prospectivo, baseado em questionários epidemiológicos validados internacionalmente, além da criação de um Biobanco. A importância está em obter uma casuística com mais de um

laboratório de Coagulação e Fibrinólise na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Posteriormente, com auxílio do Clube das Ladies de Campinas, foi fundado o Centro Infantil Boldrini em 1978. Participei ativamente da concep-ção, estruturação e desenvolvimento da entidade. Como docente da UNICAMP, contratada em regime de dedicação ex- clusiva ao ensino e à pesquisa, propus a celebração do Termo de Parceria entre a Universidade e o Centro Infantil Boldrini, com o objetivo de cooperação técnica nas áreas da assistência, ensino e pesquisas voltadas ao câncer e doenças sanguíneas de crianças e adolescentes. O convênio foi aprovado e publicado no Diário Oficial, ato que propiciou minha plena atuação no desenvolvimento des- tas especialidades, ainda incipientes.

Saúde S/A: Como foi criar o primeiro hospital especializado em câncer pediá-

A necessidade de me dedicar à oncologia pediátrica surgiu do compromisso que assumi com uma criança diagnosticada com leucemia aguda

OPINIÃO | Saúde S/A!

IMAGENS: Assessoria de imprensa Centro Boldrini e Jefferson Bernardes

Hospitalar 2012Dra. Silvia Brandalise e Dra. Waleska

Santos no jantar oficial do evento

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Associação Americana de Hematologia e Oncologia Pediátrica (ASPHO) terá papel semelhante à SIOP, se configurando como uma ligação entre os Estados Unidos e os distintos países latino-americanos. O tema central da primeira cooperação será na área da Doença Falciforme.

Saúde S/A: Por quê os especialistas da ASPHO pretendem otimizar suas pesqui-sas com os resultados do Boldrini?Dra. Brandalise: Os profissionais da ASPHO têm interesse em conhecer os resultados do tratamento em realidades tão distintas entre Brasil e Estados Unidos além de estabelecer possíveis cooperações nas pesquisas clínicas.

trico da América Latina? Dra. Brandalise: Todo processo de criação exige fé, perseverança, humil-dade, paciência, doação humana e muito trabalho. Estes foram os ingredientes. A grande força propulsora se alicerça nas conquistas do dia a dia, e nos avanços da Medicina. O Centro Infantil Boldrini se localiza na cidade de Campinas, São Paulo. É o maior hospital especializado em oncohematologia pediátrica da América Latina. Possui 77 leitos e serviços para o diagnóstico, patologia, citogenética, biologia molecular, servi- ços de imagem, internação, centro cirúrgico, terapia intensiva, unidade de transplante de medula óssea de apoio e reabilitação. O desenvolvimento destas atividades decorreu da parceria da UNICAMP e da Sociedade de Campinas, através das doações e serviços de volun-tariado.

Saúde S/A: O Serviço de Biologia Molecular do Boldrini implantou há cerca de um ano a tecnologia da Doença Residual Mínima, pelo método da reação em cadeia da polimerase em tempo Real. Quais são os benefícios?Dra. Brandalise: Os benefícios espera-dos pela técnica da Doença Residual Mínima estão relacionados à diminuição da intensidade da quimioterapia nos pacientes bons respondedores ao tratamento inicial, como também, a intensificação do tratamento para os maus respondedores.

Saúde S/A: Os pacientes além do suporte médico recebem algum outro ti- po de suporte? Dra. Brandalise: O Boldrini se funda-

menta na assistência multiprofissional. Cuidados de enfermagem, farmacêuti-cos, nutricionistas, assistentes sociais, pedagogas, psicólogas, fonoaudiologis-tas, fisioterapeutas, educadores físicos são oferecidos aos pacientes, conforme a necessidade. Suporte social com oferta de Casas de Apoio e Suporte ao Transporte são gratuitamente oferecidos aos pacientes e familiares.

Saúde S/A: Quais são as expectativas para o Instituto? Dra. Brandalise: A expectativa para 2013 é inaugurar a Unidade de Pesquisa do Câncer, com cerca de 4.000 m² de construção, para a implantação de vários laboratórios para estudos em animais, busca de terapias-alvo e Medicina trans-lacional.

Saúde S/A: Como é ser eleita presidente da América Latina da Socie-dade Internacional de Oncologia Pedi- átrica (SIOP)? Qual é a representativi-dade deste novo cargo? Como pretende desenvolver essa nova atividade? Dra. Brandalise: A eleição dentre os oncologistas pediátricos dos diferentes países da America Latina, traduziu um voto de confiança e respeito profissional. A representatividade se caracteriza por ser um elo entre os países e a SIOP. Tenho desenvolvido as atividades que me são definidas pela direção da SIOP.

Saúde S/A: Como funcionará a coopera-ção técnica entre o Brasil e América Latina para a assistência, ensino e pes- quisa nas áreas da hematologia e oncolo-gia pediátrica? Dra. Brandalise: A participação junto à

Prêmio Personalidade do ano na área da saúde - Feira + Fórum Hospitalar 2012

OPINIÃO | Saúde S/A!

Imagem aérea Centro Infantil Boldrini, localizado na Cidade Universitária em Campinas, São Paulo

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Page 12: Saúde S/A - Ed. 07

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), a diferença média entre um remédio de marca e um genérico

está em torno de 52% e pode chegar a até 85%. No primeiro trimestre deste ano, um em cada quatro medicamentos vendidos no Brasil era genérico, o que representa um aumento de 23,5% nas vendas em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A boa fase não é justificada apenas pelo preço baixo dos medicamentos, mas também pela confiança que o paciente tem nesses produtos, que existem no Brasil desde 1999. “A popula-ção passou a acreditar nos medicamen-tos genéricos e a participar mais ativamente do processo de decisão de seus tratamentos. Hoje, os pacientes conversam com o médico e com o farmacêutico para verificar a possibili-dade de substituir o medicamento em

são contra. Para o publicitário, Carlos Kosloski, existem dois lados. “Remédio deve ser vendido em farmácia, é para isso que elas existem. Mas, os mais básicos como Aspirina, sal de fruta, Engov e Epocler, eu, como consumidor, acredito que seria bom ter em supermer-cados, pela facilidade. Assim não seria preciso se deslocar até uma farmácia para comprar um sal de fruta, por exem-plo”, opinou Kosloski.

A facilidade é o principal argumento dos consumidores, pois enquanto fazem suas compras no supermercado, podem adquirir medicamentos. Entretanto, essa comodidade também traz riscos, por isso o farmacêutico é importante para intermediar a relação entre o paciente e o remédio. “O farmacêutico é o respon-sável por analisar cada caso individual-mente, verificando qual medicamento isento de prescrição é mais adequado ao problema de saúde apresentado e se há riscos importantes relacionados ao seu uso. Outro papel do farmacêutico é detectar casos em que o paciente deve consultar um médico para análise de sintomas persistentes que podem ser indicativos de doenças em progresso”, argumenta a presidente do CRF-PR.

COMO ESTÃO OS GENÉRICOS NO BRASIL?Nos últimos cinco anos as vendas desse tipo de medicamento cresceram mais de 20%. 1,7 bilhão de genéricos foram vendidos em 2010, em 2011 os resulta-dos foram ainda melhores, 2,2 bilhões em vendas, segundo a Abrafarma. O bom desempenho dos números dos genéricos no mercado brasileiro tem relação direta com outros, o valor pago por esse tipo de medicação.

NEGÓCIO SAÚDE | Saúde S/A

tamentos, as doses podem ser incorre-tas e existe a possibilidade de intoxica-ção. Além disso, o paciente desconhece as contraindicações e reações adversas dos medicamentos”, explica Muro.

A presidente do CRF-PR ressalta ainda que não há nenhum benefício na venda desses remédios em lugares diferentes das drogarias. “Nós entende-mos que não há vantagens na venda de medicamentos nestes estabelecimen-tos, uma vez que as farmácias são de fácil acesso à população”, afirma.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) se mostrou contrária à liberação da venda de medicamentos em estabelecimentos diversos desde sua aprovação pelo Senado. O presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, elo- giou o veto de Dilma Rousseff. "A deci-

m abril deste ano o Senado aprovou uma medida provisória que permitia a venda de medicamentos, que não necessitam de receita médica, em diversos estabelecimentos comerci-

ais, como por exemplo, supermercados e lojas de conveniência. Mas, a medida não durou muito tempo. No dia 18 de maio, a presidenta Dilma Rousseff decretou que qualquer tipo de remédio, com receita ou não, só pode ser vendido em farmácias.

O veto, que foi publicado no Diário Oficial, contém a justificativa da pre- sidenta de que a liberação dificultaria o controle sobre a comercialização. Além disso, a medida também poderia estimu-lar a automedicação e o uso indiscrimi-nado, o que traria prejuízos à saúde pública.

A sanção da presidenta teve reper-cussão positiva em vários órgãos do setor, como no Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR), que acredita que todos os remédios, mesmo os isentos de prescrição, podem trazer danos à saúde da população, caso sejam utilizados de forma incorreta. Segundo a presidente do CRF-PR, Marisol Domin-guez Muro, tratar-se com medicamentos sem prescrição médica seria o principal problema de ter esses remédios disponíveis nas prateleiras de supermer-cados e lojas de conveniência. “A automedicação pode mascarar os sintomas de doenças em progresso, pode interferir no efeito de outros tra-

Presidenta Dilma Rousseff veta a venda de medicamentos em supermercados, armazéns, empórios, lojas de conveniência e similares

REMÉDIO,SÓ NA FARMÁCIA

são da presidente foi de extremo bom senso. A venda dos mesmos represen-taria um grave risco à saúde dos consumidores brasileiros", ressaltou.

Barreto afirmou ainda que, caso a medida tivesse sido aprovada, poderia abrir um precedente perigoso, per- mitindo que a população adquirisse remédios motivada por propagandas e sem o acompanhamento de um farmacêutico. “Se um supermercado pretende comercializar medicamentos, deve constituir empresa específica, cuja atividade seja a de farmácia ou drogaria, seguindo toda a legislação vigente nessa área”, concluiu.

Entretanto, do ponto de vista da população as opiniões se dividem, há aqueles que concordam com a venda desses medicamentos em estabeleci-mentos comerciais e há também os que

uso pelo seu genérico correspondente” afirmou Muro.

A confiança depositada pela popula-ção nesses medicamentos se reflete em outros números também. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na última década os medica-mentos registrados passaram de 1.562, em 2001, para 16.675, em 2010.

A entrada em vigor da lei 9.279/1996 permitiu que patentes de medicamen-tos, alimentos e processos químico-farmacêuticos concedidos em outros países e já de domínio público, fossem revalidadas no Brasil. Dessa forma, alguns remédios utilizados no tra- tamento da AIDS, câncer, Alzheimer, Parkinson e esquizofrenia foram protegi-dos por esse mecanismo, que impede o Brasil de adquirir versões genéricas mais baratas ou de produzi-los a preços mais acessíveis. Isso acarreta prejuízos enormes para a indústria de genéricos, para as leis de concorrência e também para a saúde pública.

Outro tema controverso é a proteção de dados de teste. Antes de entrar no mercado, um produto farmacêutico precisa ser aprovado pela Anvisa, que recebe um comunicado do laboratório responsável pelo desenvolvimento do medicamento. Essa informação muitas vezes pode ser útil às empresas de genérico para fazer a equivalência dos princípios ativos, ou seja, para atestar que o genérico é equivalente ao produto patenteado. Contudo, a indústria farmacêutica está tentando proteger esses dados de testes para evitar que terceiros possam utilizá-los. Ruim para a os produtores de genéricos e para a população, que fica sem opção na hora de comprar um medicamento.

Por Jéssica Souza

E

FF

São remédios rigorosamente controlados, pois apresentam um alto risco à saúde. Entre eles estão os psicotrópicos, que são usados no tratamento de distúrbios do sistema nervoso central, como os antidepressivos, os antiepilépticos e os antipsicóti-cos, entre outros. Essas medicações só podem ser vendidas mediante apresentação de receita e também de uma guia preenchida pelo médico onde ele fornece seus dados e solicita uma autorização ao farmacêutico responsável pelo estabelecimento. Ambos os documentos ficam retidos na farmácia.

TARJA PRETA

12 WWW.SAUDESA.COM.BR

Page 13: Saúde S/A - Ed. 07

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), a diferença média entre um remédio de marca e um genérico

está em torno de 52% e pode chegar a até 85%. No primeiro trimestre deste ano, um em cada quatro medicamentos vendidos no Brasil era genérico, o que representa um aumento de 23,5% nas vendas em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A boa fase não é justificada apenas pelo preço baixo dos medicamentos, mas também pela confiança que o paciente tem nesses produtos, que existem no Brasil desde 1999. “A popula-ção passou a acreditar nos medicamen-tos genéricos e a participar mais ativamente do processo de decisão de seus tratamentos. Hoje, os pacientes conversam com o médico e com o farmacêutico para verificar a possibili-dade de substituir o medicamento em

são contra. Para o publicitário, Carlos Kosloski, existem dois lados. “Remédio deve ser vendido em farmácia, é para isso que elas existem. Mas, os mais básicos como Aspirina, sal de fruta, Engov e Epocler, eu, como consumidor, acredito que seria bom ter em supermer-cados, pela facilidade. Assim não seria preciso se deslocar até uma farmácia para comprar um sal de fruta, por exem-plo”, opinou Kosloski.

A facilidade é o principal argumento dos consumidores, pois enquanto fazem suas compras no supermercado, podem adquirir medicamentos. Entretanto, essa comodidade também traz riscos, por isso o farmacêutico é importante para intermediar a relação entre o paciente e o remédio. “O farmacêutico é o respon-sável por analisar cada caso individual-mente, verificando qual medicamento isento de prescrição é mais adequado ao problema de saúde apresentado e se há riscos importantes relacionados ao seu uso. Outro papel do farmacêutico é detectar casos em que o paciente deve consultar um médico para análise de sintomas persistentes que podem ser indicativos de doenças em progresso”, argumenta a presidente do CRF-PR.

COMO ESTÃO OS GENÉRICOS NO BRASIL?Nos últimos cinco anos as vendas desse tipo de medicamento cresceram mais de 20%. 1,7 bilhão de genéricos foram vendidos em 2010, em 2011 os resulta-dos foram ainda melhores, 2,2 bilhões em vendas, segundo a Abrafarma. O bom desempenho dos números dos genéricos no mercado brasileiro tem relação direta com outros, o valor pago por esse tipo de medicação.

NEGÓCIO SAÚDE | Saúde S/A

tamentos, as doses podem ser incorre-tas e existe a possibilidade de intoxica-ção. Além disso, o paciente desconhece as contraindicações e reações adversas dos medicamentos”, explica Muro.

A presidente do CRF-PR ressalta ainda que não há nenhum benefício na venda desses remédios em lugares diferentes das drogarias. “Nós entende-mos que não há vantagens na venda de medicamentos nestes estabelecimen-tos, uma vez que as farmácias são de fácil acesso à população”, afirma.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) se mostrou contrária à liberação da venda de medicamentos em estabelecimentos diversos desde sua aprovação pelo Senado. O presidente executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, elo- giou o veto de Dilma Rousseff. "A deci-

m abril deste ano o Senado aprovou uma medida provisória que permitia a venda de medicamentos, que não necessitam de receita médica, em diversos estabelecimentos comerci-

ais, como por exemplo, supermercados e lojas de conveniência. Mas, a medida não durou muito tempo. No dia 18 de maio, a presidenta Dilma Rousseff decretou que qualquer tipo de remédio, com receita ou não, só pode ser vendido em farmácias.

O veto, que foi publicado no Diário Oficial, contém a justificativa da pre- sidenta de que a liberação dificultaria o controle sobre a comercialização. Além disso, a medida também poderia estimu-lar a automedicação e o uso indiscrimi-nado, o que traria prejuízos à saúde pública.

A sanção da presidenta teve reper-cussão positiva em vários órgãos do setor, como no Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR), que acredita que todos os remédios, mesmo os isentos de prescrição, podem trazer danos à saúde da população, caso sejam utilizados de forma incorreta. Segundo a presidente do CRF-PR, Marisol Domin-guez Muro, tratar-se com medicamentos sem prescrição médica seria o principal problema de ter esses remédios disponíveis nas prateleiras de supermer-cados e lojas de conveniência. “A automedicação pode mascarar os sintomas de doenças em progresso, pode interferir no efeito de outros tra-

são da presidente foi de extremo bom senso. A venda dos mesmos represen-taria um grave risco à saúde dos consumidores brasileiros", ressaltou.

Barreto afirmou ainda que, caso a medida tivesse sido aprovada, poderia abrir um precedente perigoso, per- mitindo que a população adquirisse remédios motivada por propagandas e sem o acompanhamento de um farmacêutico. “Se um supermercado pretende comercializar medicamentos, deve constituir empresa específica, cuja atividade seja a de farmácia ou drogaria, seguindo toda a legislação vigente nessa área”, concluiu.

Entretanto, do ponto de vista da população as opiniões se dividem, há aqueles que concordam com a venda desses medicamentos em estabeleci-mentos comerciais e há também os que

uso pelo seu genérico correspondente” afirmou Muro.

A confiança depositada pela popula-ção nesses medicamentos se reflete em outros números também. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na última década os medica-mentos registrados passaram de 1.562, em 2001, para 16.675, em 2010.

A entrada em vigor da lei 9.279/1996 permitiu que patentes de medicamen-tos, alimentos e processos químico-farmacêuticos concedidos em outros países e já de domínio público, fossem revalidadas no Brasil. Dessa forma, alguns remédios utilizados no tra- tamento da AIDS, câncer, Alzheimer, Parkinson e esquizofrenia foram protegi-dos por esse mecanismo, que impede o Brasil de adquirir versões genéricas mais baratas ou de produzi-los a preços mais acessíveis. Isso acarreta prejuízos enormes para a indústria de genéricos, para as leis de concorrência e também para a saúde pública.

Outro tema controverso é a proteção de dados de teste. Antes de entrar no mercado, um produto farmacêutico precisa ser aprovado pela Anvisa, que recebe um comunicado do laboratório responsável pelo desenvolvimento do medicamento. Essa informação muitas vezes pode ser útil às empresas de genérico para fazer a equivalência dos princípios ativos, ou seja, para atestar que o genérico é equivalente ao produto patenteado. Contudo, a indústria farmacêutica está tentando proteger esses dados de testes para evitar que terceiros possam utilizá-los. Ruim para a os produtores de genéricos e para a população, que fica sem opção na hora de comprar um medicamento.

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Menos perigosos que os medicamentos de tarja preta, entretanto precisam de receita médica para que o paciente possa comprá-lo, pois têm contraindicações e podem provocar efeitos colaterais graves. A diferença é que a receita não fica na farmácia, ela é devolvida ao paciente.

TARJA VERMELHA

Remédios que podem ser vendidos sem receita médica e que foram vetados pela presidenta Dilma Rousseff de serem comercializados em lugares diferentes de farmácias. São usados para tratar males menos graves, por isso se usados corretamente, possuem poucas contraindicações e efeitos colaterais, é o caso de analgésicos e outros remédios para resfriados, azias e dores de cabeça, por exemplo.

NÃO TARJADO

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A medida se aprovada poderia abrir um precedente perigoso, permitindo que a população adquirisse remédios motivada pela propaganda e sem acompanhamento de um farmacêutico

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OPINIÃO | Saúde S/A!

DEZ ANOS DEPOIS

Denise Eloi de BritoPresidente da União Nacional

das Instituições de Autogestão de Saúde -

UNIDAS

rede de prestadores de serviços.A Pesquisa UNIDAS, que mostra o cenário nacional das operadoras de autogestão, já foi lançada e a novidade deste ano é um quadro com a evolução do setor na última década. Esse retrato ajuda na elaboração de projetos das filiadas.Por conta do aniversário, ao longo do ano, serão promovidas atividades, tais como: fóruns jurídicos, seminários, oficinas, videoconferências, estabeleci-mento de parcerias, levantamento de dados. A programação conta ainda com o lançamento do Prêmio Saúde UNIDAS, o qual terá como tema o envelhecimento com qualidade de vida, e contará com a participação de profissionais que atuam no setor de saúde pública e privada.Um dos grandes desafios que temos é fomentar uma cultura de saúde preventiva, política que se mostra cada vez mais urgente, em função do perfil da carteira, que é 25% composta por pessoas com mais de 60 anos. Uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que o Brasil caminha para ser o sexto do mundo em número de idosos até 2025. Em nome da entidade, defende-mos a intensificação dos programas de prevenção de doenças, promoção de saúde e qualidade de vida, além do modelo curativo. Entende-mos que é urgente a rediscussão da política de saúde e o modelo de assistência atualmente praticado. Esperamos chegar ao fim do ano com ainda mais motivos para celebrar. Nos dias 3 e 4 de dezem-bro, o 15º Congresso UNIDAS, na Bahia, será um fórum de trabalho e discussão, mas também a oportunidade de reunirmos grande parte das pessoas que fazem o sucesso da entidade, por meio de apoio e participação ativos.

e 2002 a 2012, o Brasil viveu um dos momentos mais intensos de sua história. O rápido cresci-mento econômico, associado a uma melhor distribuição de renda, fez a sociedade mudar, ganhar uma nova cara diante do mundo. Foi nesse contexto

de nascimento de um “novo” país que surgiu e se consolidou a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS).Ao completar 10 anos em 2012, a UNIDAS acredita que é o momento para fazer um balanço de seu trabalho, celebrar as conquistas obtidas e traçar uma estratégia para o futuro. Portanto, irá lançar um livro, mostrando a evolução histórica da entidade, que surgiu a partir da união do Comitê de Integração de Entidades Fechadas de Assistência à Saúde (Ciefas) e a Associação Brasileira de Autogestão em Saúde Patrocinadas pelas Empresas (Abraspe). Além disso, a fim de reforçar a imagem institucional e fortalecer o segmento das autogestões nacionais foi desenvolvido, em parceria com o Ministério das Comunicações e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos um selo e um carimbo comemorativos. O selo é composto de duas partes, a primeira com a bandeira do Brasil e um mapa adornado com uma imagem de ipê amarelo e a segunda com a logomarca da entidade, referenciando seus 10 anos de história.Em função de a UNIDAS manter núcleos em todos os estados brasileiros, ou seja, congregar 27 superin-tendências, o principal objetivo da entidade é desen-volver um trabalho consistente, ético e de excelência na defesa da sustentabilidade das instituições de autogestão.Afinal, há motivos para comemorar: a entidade congrega 140 filiadas, reunindo cerca de cinco milhões de beneficiários, o que corresponde a 11% do total de vidas atendidas pelo mercado de planos de saúde suplementar. Diariamente a UNIDAS se empenha em manter contatos constantes com filiadas dos poderes executivo, legislativo e judiciário, bem como, agências reguladoras e representantes da

Um dos desafios que temos é fomentar uma cultura de saúde preventiva, política que se mostra cada vez mais urgente em função do perfil dos beneficiários

DAUTOGESTÃO

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investimentos passados e rendimentos de possíveis aplicações, sem sair de casa. E o da aviação civil, que também levou acessibilidade para o lar, por meio das agências de viagens online. Isto demonstra como uma arquitetura de comunicação e relações de trabalhos baseadas em melhores práticas viabilizam a informatização de um setor. Ambos os casos evidenciam a necessidade e a possibilidade de atender aos desejos dos clientes, bem como à sobrevivência e sustentabilidade do mercado. Contudo, a tecnologia sozinha é ineficaz. Por isso, é importante que haja uma arquitetura para integrar informação e operação, por meio de mecanis-mos de automação e autoatendimento para clientes, profissionais, parceiros e fornecedores. Vale ressaltar que o SUS oferece uma arquitetura pujante para o setor, visto que se trata de um modelo que descreve as relações dinâmicas entre os atores e valoriza conceitos, tais como regulação da atenção e equidade de acesso. Além disso, o sistema de saúde brasileiro também preza pelo uso de Sistemas de Informação, embora ainda não façam parte de uma arquitetura. Sendo assim, o desafio da e-Saúde, tanto para o país como para o mundo, é a construção de arquiteturas que possibilitem a transfor-mação do setor, no sentido de ser possível criar meios de trocar dados e reduzir a fragmentação da informação e dos serviços de saúde. É difícil prever o impacto que o e-Health terá na organização das atividades. Entretanto, uma arquite-tura que facilite a interoperabilidade, permitirá diversas oportunidades para oferecer serviços de saúde na nuvem, tais como, telessaúde, ensino à distância, gestão de carteiras especiais, home care e serviços de alerta (por exemplo, interação medica-mentosa). Este modelo deverá levar a uma enorme diversidade de aplicações de qualidade, integradas entre si e de baixo custo.

mercado de saúde, no Brasil e no mundo, enfrenta problemas. Os modelos são baseados em doença ao invés de bem-estar. Dentre os eixos de reforma dos sistemas de saúde, destacam-se: reestrutu-ração dos modelos de

financiamento dos serviços; uso de Tecnologia de Informação como instrumento de gestão e operação de sistemas e redes, a fim de construir e consolidar o eHealth ou e-Saúde.Cerca de 20 anos depois da iniciativa da “Reforma da Saúde” proposta pela então senadora Hillary Clinton, o governo Barack Obama retoma conceitos e medi-das. É interessante apontar as dificuldades norte-americanas, pois só agora se preparam para adotar a Classificação Internacional de Doenças versão 10 (CID-10), dez anos depois do Brasil. Além disso, ao contrário do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, nos Estados Unidos o que existe é um mercado de saúde.Os EUA destinam US$ 44 bilhões para incentivar e premiar médicos e organizações que adotem sistemas de Registro Eletrônico de Saúde. Outros países, que também dispõe uma parcela do orçamento para estimular a implantação de e-Saúde, são Canadá, Dinamarca, Reino Unido e Austrália. Iniciativas como essas visam criar estruturas específi-cas, organizar esforços e implementar projetos de construção de eHealth, a fim de instigar soluções de diferentes fabricantes, por meio de tecnologias capazes de dialogarem entre si. Ou seja, existe a convicção de que o e-Saúde seja um instrumento essencial para gerir e operar sistemas de saúde, que atendem a milhares de pessoas. Ainda que as organizações de saúde sejam muito mais complexas que outras áreas da atividade humana, é interessante buscar lições de indústrias que fazem bom uso da tecnologia. Como, por exemplo, os setores bancário, em que o correntista paga pelos serviços de Internet e ainda se sente gratificado, já que ao invés de ir ao banco, o faz pagamentos e transferências, obtém informações de

Lincoln de Assis Moura Jr.Presidente eleito da

International Medical Informatics Association (iMiA) e diretor da

Assis Moura eHealth

equidade de acesso. Além disso, o sistema de saúde brasileiro também preza pelo uso de Sistemas de Informação, embora ainda não façam parte de uma arquitetura. Sendo assim, o desafio

mação do setor, no sentido de ser possível criar meios de trocar dados e reduzir a fragmentação da informação e dos serviços de saúde. É difícil prever o impacto que o e-Health terá na organização das atividades. Entretanto, uma arquitetura que facilite a interoperabilidade, permitirá

Uma arquitetura que facilite a interoperabilidade, permitirá diversas oportunidades para oferecer serviços de saúde na nuvem

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eSAÚDE ETRANSFORMAÇÃO

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GREVES EDESCAMINHOS

Dr. Edison TizzotCoordenador do curso demedicina da Universidade

Federal do Paraná

“erro” no projeto enviado ao congresso. Equivoco que só foi percebido após um movimento de greve dos médicos, o qual resultou no cancelamento de centenas de consultas.Greve também dos professores das universidades federais que após longo período de paralização em 2011, ainda esperam um dialogo. Portanto, há mais tempo do que insinuam os articuladores do governo, existe a compreensão, a luta, e o compromisso dos docentes neste movimento, cujos objetivos são melhores condições de ensino e trabalho.Como a sociedade vê estes movimentos e os retornos dados? Não parece ser fácil entender, pois o nonsense predomina. A cada passo reivindi-catório desencadeia-se uma resposta, que demonstra equivocadas resoluções de gabinete, que em nada contribuem para a solução das demandas sociais das classes envolvidas. Prejuízos se acumulam para a população que cada vez mais vê distanciarem-se as alternativas para a crise que abala a prestação de serviços médicos no Brasil. A solução, para quem pode bancar é utilizar-se dos préstimos de serviços médicos das operadoras de saúde, que por sua vez vêm-se cercadas de regras e exigências tão bem controladas por uma agencia governamental, que zela como ninguém para que aqueles que pagam possam usufruir da melhor medicina possível. Mas, aqueles que dependem de hospitais públicos, universitários, e de atendi-mento em áreas carentes? Parece que para estes, a curto e médio prazo, nada se modificará. Quem sabe um novo ciclo de greves como as que hoje vivenciamos, e novas soluções mágicas e criativas possam ser criadas e aí reiniciaremos um novo capítulo. Quem começará a nova rodada? A única certeza é que novas respostas serão criadas e...

stamos vivendo momentos de intensas atividades de movimentos paredistas na área da Medicina. Técnicos, estudantes, médicos, professores, participam em prol de fomentar o interesse das autori-dades públicas sobre as condições de atendimento à saúde da nossa população.Os estudantes de medicina reivindi-

cam melhores condições de aprendizado nas universi-dades, esta solicitação demonstra que o atual modelo de ensino médico é de pouca qualidade. A fim de resolver o problema disponibilizam-se 2415 novas vagas nos cursos de medicina distribuídas em escolas públicas e particulares. Isto gerou moções de descontentamento imediato tanto do Conselho Federal de Medicina (CFM) como de importantes autoridades médicas que defendem que o problema do ensino e da má distribuição regional de médicos não será desta forma solucionada. A formação deve ser complementada por residências médicas. Até pouco tempo atrás, considerava-se que uma escola de medicina para ser credenciada deveria possuir este tipo de serviço para abrigar pelo menos um percentual de seus egressos. Mas, o programa não consegue abraçar mais do que 40% dos forman-dos, deixando a deriva os demais. Pari passu, percebem de maneira apreensiva que a profissão está sendo cada vez mais tratada com descaso. A má distribuição dos médicos permanecerá. Embora tenha sido criado um programa de incentivo para os recém-formados trabalharem em cidades carentes, seduzindo-os com futuros créditos para passarem em programas de residência médica. No entanto, esquece-se que é exatamente nestes locais que há demanda por médicos experientes devido às necessi-dades de uma população cronicamente desassistida. Os médicos servidores públicos federais, muitos deles ligados a instituições de ensino, foram surpreendidos da noite para o dia por um corte de 50% de seus vencimentos através de Medida Provisória Presidencial (MP 568/2012). Este projeto de lei passava a exigir dos médicos jornada de 40 horas, mantendo-se o salário recebido por 20. Entretanto, tratou-se, segundo palavras do ministério, de um

demandas sociais das classes envolvidas. Prejuízos se acumulam para a população que cada vez mais

as alternativas para a crise que abala a

serviços médicos no

A solução, para quem pode bancar é

Há mais tempo do que insinuam osarticuladores do governo, existe a compreensão, a luta e o compromisso

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OPINIÃO | Saúde S/A!

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OPINIÃO | Saúde S/A!

PELO ATENDIMENTO?médico estar atento a esta questão, além de reavaliar suas responsabilidades e competências quanto à atuação em serviços de traumas, visto que a lei recaí sobre a conduta do profissional.A nova regra evita, sob todos os aspectos, a omissão de socorro e beneficia a população, porém é preciso esclarecer ao cidadão, o que configura atendimento de emergência e urgência, bem como suas implicações.Aproveitando o ensejo, quando há uma situação crítica ou iminente, que exige intervenção médica imediata trata-se de emergência. Urgências são casos que necessitam de tratamento e acompanha-mento profissional e possuem caráter menos imediatista.

presidenta da república, Dilma Rousseff, sancionou a Lei 12.653/2012 que torna crime exigir cheque-caução, nota promissória ou o preenchimento prévio de formulários administrati-vos, como condição para atendimento médico de emergência em hospitais

particulares, entretanto não define quem paga a conta pelo serviço prestado.A nova lei alterou o Código Penal, com a criação do artigo 135-A, que caracteriza crime condicionar o atendimento médico-hospitalar emergencial a qualquer garantia. Quem exigir cheque-caução poderá ser punido com detenção de três meses a um ano e multa. A pena poderá ser dobrada se o paciente sofrer lesão corporal grave e até triplicada, se o paciente falecer, devido à falta de atendimento.A Federação Brasileira de Hospitais (FBH) participou de todo o processo de discussão e tramitação da lei. Embora não tenha sido sancionada na extensão do que foi discutido, a FBH orienta que a determi-nação seja cumprida e que seja realizado um trabalho multidisciplinar intenso junto às emergências.A normativa aprovada recentemente é omissa porque não é clara quanto a quem será responsabilizado pelo atendimento realizado. Portanto, abre precedentes para que o projeto de lei (PL) 125, de autoria do senador Cyro Miranda, que está em trâmite na casa, ganhe força de complementação para definir os procedimentos e condutas administrativas e financeiras para a nova regra de atenção aos cuidados emergenciais. O texto do projeto prevê que o prestador de serviços privado de assistência à saúde deve ser ressarcido das despesas decorrentes do atendimento pela operadora, da qual o paciente é beneficiário. Entretanto, caso não esteja vinculado a nenhum plano, a responsabilidade pelo pagamento deverá ser do Sistema Único de Saúde (SUS). Vale ressaltar que nem todos os casos são emergên-cias com risco de vida iminente, por isso cabe ao

AQUEM PAGARÁ

Luiz Aramicy PintoPresidente da Federação

Brasileira de Hospitais (FBH)

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NEGÓCIO SAÚDE | Saúde S/A

sociais que necessitam de atenção desde já.

O consumo per capita deve crescer 30% para as faixas de renda A e B e quase 50% para as demais. Dos cerca de R$ 2 trilhões que o Brasil deve adicio-nar ao PIB até 2020, R$ 1,4 trilhão virá do consumo das famílias. Esse crescimento de poder de consumo será mais evi- dente na classe C, que já corresponde a 54% da população brasileira e detém um poder de compra de mais de R$ 1 trilhão, o equivalente a 51% de toda a renda das famílias.

A economista Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, acredita que esse cresci-mento da classe média tem efeitos positivos. “Ao contrário dos mais ricos que com o aumento de renda buscam a esfera financeira para multiplicar seus recursos, as famílias de menor renda vão aplicar seus recursos na economia real, gerando empregos e renda”. Entretanto, a economista ressalta a importância de o consumo não se restringir aos bens privados, mas também a bens públicos de qualidade, tais como saúde, educa-ção e transporte.

COMO É DEFINIDA A CLASSE MÉDIA E QUAL O SEU PAPELA capacidade de consumo é o que defi- ne a categoria social a qual o indivíduo pertence. Com o aumento do poder de compra, reforça-se a ideia de ascensão social, ou seja, de que as pessoas estão melho-rando de vida. Em função disso, o governo, por obter apoio da população, busca e dá continuidade a esses ti- pos de políticas.

Os dados obtidos pela Pesquisa de Orçamento Fa- miliar (POF) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram usa- dos pela Secretaria de As- suntos Estratégicos da Pre- sidência da República para estabelecer o perfil da classe emergente.

De acordo com a econo-mista e pesquisadora da POF, Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, o crescimento da denominada Classe C deve-se principalmente a di- nâmica financeira dos anos 2000, sobretudo a partir de 2003, quando a atividade

nualmente aumenta a quantidade da classe média, em conse-quência, estatísticas a apontam como res- ponsável pelos maio- res gastos, inclusive

no setor da saúde. As famílias da chamada nova classe média (estrato de 95 milhões de pessoas, sendo que 31 milhões emergiram na última década), gastam mais com alimentação, habita-ção, vestuário, higiene, assistência à saúde, tabagismo e serviços pessoais do que as da classe alta.

A classe média pode ser a principal responsável por sustentar um cresci-mento acumulado de 40%, projetado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), para a economia brasileira até 2020. Por esse critério, integram a classe média famílias com renda mensal de R$ 1,4 mil a R$ 7 mil.

Entre outros dados, também, é feita previsão, até 2020, de que a população brasileira crescerá de 7% a 8%, passando para 207 milhões de habitan-tes, com aproximadamente 70% em idade economicamente ativa. Com isso, o PIB per capita deve crescer mais de 30% em termos reais até o final desta década. O fato pode trazer grandes consequências políticas, econômicas e

econômica estava intensa, tanto no plano externo quanto no interno, fazendo com que o mercado de trabalho passasse a oferecer postos em nível significativamente crescente.

O governo acredita que a nova classe social tem papel central na economia nacional. A ampliação e o seu poder de consumo é considerada levantadora do mercado interno, algo que obteve importância desde a crise econômica internacional em 2008.

DESCONTENTAMENTO COM O SIS- TEMA DE SAÚDE GRATUITA E UNI- VERSAL COLABORA NA BUSCA POR ALTERNATIVAS Com 23 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) está passando por uma fase paradoxal. É gratuito e universal, en- tretanto, possui menos investimento do que a iniciativa privada, que atende menor quantidade de pessoas. Em nenhum outro país é assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a despesa estatal brasileira é um terço menor do que a média mundial. Essa contradição talvez seja resultado da falta de recursos públicos para fazer com que o SUS se consolide efetivamente, como previsto na Constituição, porém isso exigiria pelo menos dobrar seu caixa. Na Argentina, por exemplo, 70% dos gastos com a saúde são públicos, enquanto no

sonho de consumo plausível para a classe média brasileira. Com a ajuda dessa parte da população, que responde por cerca de 90 milhões de pessoas, o setor de planos de saúde espera crescer 11% em 2012, segundo estimativa da Federação Nacional de Saúde Suplemen-tar (Fenasaude).

O Brasil possui cerca de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde

privado, coletivos e individuais, e com ou sem assistência odontológica, de acordo com o último balanço da Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar (ANS). Isso quer dizer que cerca de 5 milhões de pessoas, sobretudo da classe média, deverão transformar o sonho do con- vênio médico particular uma realidade neste ano.

Com uma renda familiar mensal de R$ 2,9 mil, o perfil do consumidor brasileiro está mudando, e rápido. Além de consumir mais, as famílias estão investindo melhor, de certa forma. Entretanto, se olharmos os gastos dividi-dos por faixas de renda, fica claro que os maiores aumentos aconteceram nos estratos menos abastados. A classe C, por exemplo, ampliou os recursos destinados ao serviço em 70%.

Em 2009, os gastos com saúde das famílias no Brasil já tinham atingido a marca de R$ 157,1 bilhões, o que significa um crescimento real (descontando a in- flação do período) de 3,5% ante os R$141,182 bilhões dispendidos no ano anterior, de acordo com dados do IBGE. As despesas classificadas em “outros serviços relacionados com atenção à saúde”, como consultas médi-cas e odontológicas e exames laboratori-ais, representaram a maior parte dos gastos das famílias em 2009, ou seja, R$ 57,071 bilhões, o que corresponde a 36,3% do total. Cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi destinado ao consumo final de bens e serviços de saúde, assim sendo, a população gastou quase 30% a mais que o governo para ter esse tipo de serviço.

O EMPENHO DAS OPERADORAS PARA ATENDER O CRESCIMENTO PROJETADO NO SETOR Considerando o crescimento da classe média e a emergência de mercado de atendimento à saúde, algumas operado-ras já ocupam posições destacadas no ranking de melhores e mais rentáveis empresas do país. Em São Paulo, dados de uma pesquisa quantitativa realizada pela ONG Portal Saúde, demonstram

Brasil, o custo é das famílias.Como alternativas de serviços de

saúde, os brasileiros, podem optar por: postos e hospitais públicos, entretanto, cientes de que o tempo de espera pode ser de até três meses (incluindo realiza-ção de exames e retirada dos resulta-dos), ou caso o usuário tenha condições, planos de saúde, sabendo que pode estar sujeito a um período de carência. Outra opção seriam clínicas particulares.

A funcionária pública, Daiane de Andrade Cândido, possui plano conve-niado, e desde que se tornou beneficiária utilizou apenas exames de baixa com- plexidade, mas não tem mais de utilizar a saúde pública. “A única reclamação mesmo é que nem sempre o plano libera o exame no dia, então como a sede fica longe, acaba criando um problema logístico”, comenta. As famílias brasilei-ras da classe média, normalmente bus- cam operadoras em detrimento à saúde pública.

MAIORES GASTOS COM SAÚDE SU- PLEMENTARDepois do eletrodoméstico e do carro zero, o plano de saúde se tornou um

tados recentes comprovam que a coope- rativa está atingindo seus objetivos”, afirma o presidente. Segundo pesquisa do Datafolha, a participação da institu-ição no nicho correspondente à categoria social emergente passou de 19% para 24%, entre 2010 e 2011.

A Unimed é uma cooperativa médica, criada e comandada por médicos. Hoje é a marca mais reconhecida em planos de saúde, tem história de 45 anos e está presente em 83% do território nacional. Segundo dados da ANS representa 38% do mercado brasileiro de planos de saúde, com cerca de 18,5 milhões de clientes. Dr. Aquino também explica sobre os investimentos e infraestrutura, “com relação aos médicos cooperados, são 111 mil (um terço do total de médi-cos em atuação no país); em relação à infraestrutura própria, são mais de 110 hospitais, constituindo a segunda maior estrutura do país, atrás apenas das Santas Casas de Misericórdia”.

O hospital Unimed Noroeste/RS investiu no começo deste ano cerca de R$ 400 mil, na aquisição de carros de anestesia e torre de vídeo, para qualificar a estrutura de atendimento. O diretor do hospital, Jorge Luiz Vargas Montardo, acredita que essa ação proporciona reconhecimento dos beneficiários. Hou- ve aumento do número de cirurgias em 2011, além do crescimento de outros serviços, com destaque especial para o Laboratório de Análises Clínicas, com aumento de 29%.

Estruturalmente, as maiores empre-sas estão se renovando continuamente, mas ainda pecam nos aumentos de taxas e mensalidades. Hoje, a partir de R$60,00 é possível ter um plano, porém não contempla alguns exames ou tratamentos, sendo necessários mais investimentos por parte dos usuários.

A ANS instituiu a lei do cheque-calção, em vigor desde 29 de maio deste ano, que proíbe a exigência de promissó- ria ou qualquer outro tipo de garantia de cobrança para atendimentos hospitala-res em casos de emergência (para saber mais leia a coluna quem pagará pelo atendimento?, na p.20). Mesmo que o paciente esteja cumprindo o tempo de carência, o atendimento não poderá ser recusado sob risco de a empresa res- ponder criminalmente, por homicídio do- loso ou culposo, podendo pegar de três meses a um ano de prisão, em caso de morte. A determinação é válida tanto para hospitais quanto para as administra-

que menos da metade dos médicos paulistas atende pacientes com total dependência econômica, por meio dos planos de saúde. Com isso o custo para ter acesso ao tratamento mínimo está cada vez mais caro. O paciente que adere ao sistema de medicina conve-niada, paga para que prestadoras reem-bolsem médicos e hospitais credencia-dos. Contudo, os planos de saúde e seguros funcionam também de forma preventiva.

A assessora comercial, Fahima de Moraes, possui plano empresarial da Unimed, uma das principais empresas do setor. Entretanto, Moraes afirma que “infelizmente, hoje ter um plano de saúde privada não é mais como antes, há dificuldades de consultas, além de o atendimento ambulatorial ser bem

problemático. O que ainda nos faz manter o pagamento das men- salidades é saber que o SUS consegue ser pior”. A assessora conta que há quatro anos não possuía pla- no e quando sua filha precisou de atendi-mento de emergência, apesar de esperar por duas horas no pronto atendimento público ninguém as atendeu. A solução foi pagar uma consulta.

Os principais planos de saúde dispu-tam a liderança no setor para atender a classe média na demanda por melhores serviços. A estudante Francine Tatit, que possui plano familiar da Unimed, comen- ta que o agendamento de consultas costuma levar em média uma semana, quando se trata de rotina, mas que o plano também oferece serviços de atendimento emergencial. A Unimed foi uma das operadoras que mais se atu- alizou e buscou atender a demanda da classe emergente. Seguida pela Cli- nipam, no Paraná.

O presidente da Unimed Brasil, Dr. Eudes de Aquino, afirma que a coopera-tiva dá atenção especial a classe emer-gente, visto que as pessoas que a compõe estão conquistando um espaço de compras importante, inclusive no que concerne à serviços de saúde. “A Uni- med entende que a classe C precisa de uma estratégia específica, algo que considere suas características. Os resul-

doras de planos de saúde.Entraram em vigor também as novas

regras para planos de saúde envolvendo aposentados ou demitidos sem justa causa. Agora, terão direito a fazer a portabilidade do plano sem cumprir novas carências. A forma de calcular o reajuste das mensalidades também muda. A resolução mantém a garantia de demitidos ou aposentados permane-cerem no plano pelos prazos que já existiam, mas define critérios para evitar dúvidas.

Por exemplo: todas as pessoas demi-tidas sem justa causa têm o direito de permanecer como beneficiário do plano da empresa por até dois anos, com a mesma cobertura. Para isso, o trabalha-dor deve ter contribuído com parte das mensalidades, entretanto, agora, vai assumir o valor integral. Cabe ressaltar ainda que é preciso respeitar o limite mínimo de seis meses e máximo de dois anos.

Entretanto, a agência infelizmente

ainda não tem um papel muito ativo quando o usuário busca apoio em virtude das constantes restrições aos tratamen-tos ou o descumprimento da própria Resolução Normativa 259, que entrou em vigor em 19 de dezembro de 2011. Segundo a Academia Brasileira de Neurocirurgia, quase 50% de bene- ficiários sofreram ou sofrem algum tipo de limitação, desses 42% foram descre-denciados.

Dentre as diversas funções da agência, cabe regulamentar, normatizar, controlar e fiscalizar as operadoras de saúde. Uma das responsabilidades é, portanto conter o aumento das mensali-dades, os quais podem variar conforme o contrato de prestação de serviços de saúde para pessoa física ou jurídica. Sendo assim, anualmente, a ANS publica o índice autorizado para reajustes dos planos médico-hospitalares (normalmen- te divulgado em maio, que, todavia, só pode ser repassado para o consumidor na data de aniversário do contrato), com

Responsável por um crescimento econômico acumulado de 40% até 2020, a classe emergente é um mercado promissorPor Jessica Stella

INVESTE MAIS

CLASSE MÉDIA

EM SAÚDE

A

ou sem cobertura odontológica, con- tratados após à Lei nº 9656/98.

IMPULSO NA INDÚSTRIA HOSPITA-LARO aumento do acesso da classe média à saúde privada, especificamente por meio de planos, também impulsionou a indústria de equipamentos hospitalares e odontológicos no país. Um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-tológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) estima que, até 2015, 28 fábricas devem entrar em funciona-mento no Brasil. Só no caso de duas multinacionais, os investimentos che- gam a R$ 152 milhões. Dentre os 27 se- tores pesquisados, só 12 tiveram cres- cimento, sendo que a indústria médico-hospitalar lidera, com 7,8%. Em 2011, o crescimento do setor foi de 17%, com um faturamento de R$ 9,87 bilhões (para saber mais leia a matéria saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

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sociais que necessitam de atenção desde já.

O consumo per capita deve crescer 30% para as faixas de renda A e B e quase 50% para as demais. Dos cerca de R$ 2 trilhões que o Brasil deve adicio-nar ao PIB até 2020, R$ 1,4 trilhão virá do consumo das famílias. Esse crescimento de poder de consumo será mais evi- dente na classe C, que já corresponde a 54% da população brasileira e detém um poder de compra de mais de R$ 1 trilhão, o equivalente a 51% de toda a renda das famílias.

A economista Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, acredita que esse cresci-mento da classe média tem efeitos positivos. “Ao contrário dos mais ricos que com o aumento de renda buscam a esfera financeira para multiplicar seus recursos, as famílias de menor renda vão aplicar seus recursos na economia real, gerando empregos e renda”. Entretanto, a economista ressalta a importância de o consumo não se restringir aos bens privados, mas também a bens públicos de qualidade, tais como saúde, educa-ção e transporte.

COMO É DEFINIDA A CLASSE MÉDIA E QUAL O SEU PAPELA capacidade de consumo é o que defi- ne a categoria social a qual o indivíduo pertence. Com o aumento do poder de compra, reforça-se a ideia de ascensão social, ou seja, de que as pessoas estão melho-rando de vida. Em função disso, o governo, por obter apoio da população, busca e dá continuidade a esses ti- pos de políticas.

Os dados obtidos pela Pesquisa de Orçamento Fa- miliar (POF) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram usa- dos pela Secretaria de As- suntos Estratégicos da Pre- sidência da República para estabelecer o perfil da classe emergente.

De acordo com a econo-mista e pesquisadora da POF, Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, o crescimento da denominada Classe C deve-se principalmente a di- nâmica financeira dos anos 2000, sobretudo a partir de 2003, quando a atividade

nualmente aumenta a quantidade da classe média, em conse-quência, estatísticas a apontam como res- ponsável pelos maio- res gastos, inclusive

no setor da saúde. As famílias da chamada nova classe média (estrato de 95 milhões de pessoas, sendo que 31 milhões emergiram na última década), gastam mais com alimentação, habita-ção, vestuário, higiene, assistência à saúde, tabagismo e serviços pessoais do que as da classe alta.

A classe média pode ser a principal responsável por sustentar um cresci-mento acumulado de 40%, projetado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), para a economia brasileira até 2020. Por esse critério, integram a classe média famílias com renda mensal de R$ 1,4 mil a R$ 7 mil.

Entre outros dados, também, é feita previsão, até 2020, de que a população brasileira crescerá de 7% a 8%, passando para 207 milhões de habitan-tes, com aproximadamente 70% em idade economicamente ativa. Com isso, o PIB per capita deve crescer mais de 30% em termos reais até o final desta década. O fato pode trazer grandes consequências políticas, econômicas e

econômica estava intensa, tanto no plano externo quanto no interno, fazendo com que o mercado de trabalho passasse a oferecer postos em nível significativamente crescente.

O governo acredita que a nova classe social tem papel central na economia nacional. A ampliação e o seu poder de consumo é considerada levantadora do mercado interno, algo que obteve importância desde a crise econômica internacional em 2008.

DESCONTENTAMENTO COM O SIS- TEMA DE SAÚDE GRATUITA E UNI- VERSAL COLABORA NA BUSCA POR ALTERNATIVAS Com 23 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) está passando por uma fase paradoxal. É gratuito e universal, en- tretanto, possui menos investimento do que a iniciativa privada, que atende menor quantidade de pessoas. Em nenhum outro país é assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a despesa estatal brasileira é um terço menor do que a média mundial. Essa contradição talvez seja resultado da falta de recursos públicos para fazer com que o SUS se consolide efetivamente, como previsto na Constituição, porém isso exigiria pelo menos dobrar seu caixa. Na Argentina, por exemplo, 70% dos gastos com a saúde são públicos, enquanto no

sonho de consumo plausível para a classe média brasileira. Com a ajuda dessa parte da população, que responde por cerca de 90 milhões de pessoas, o setor de planos de saúde espera crescer 11% em 2012, segundo estimativa da Federação Nacional de Saúde Suplemen-tar (Fenasaude).

O Brasil possui cerca de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde

privado, coletivos e individuais, e com ou sem assistência odontológica, de acordo com o último balanço da Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar (ANS). Isso quer dizer que cerca de 5 milhões de pessoas, sobretudo da classe média, deverão transformar o sonho do con- vênio médico particular uma realidade neste ano.

Com uma renda familiar mensal de R$ 2,9 mil, o perfil do consumidor brasileiro está mudando, e rápido. Além de consumir mais, as famílias estão investindo melhor, de certa forma. Entretanto, se olharmos os gastos dividi-dos por faixas de renda, fica claro que os maiores aumentos aconteceram nos estratos menos abastados. A classe C, por exemplo, ampliou os recursos destinados ao serviço em 70%.

Em 2009, os gastos com saúde das famílias no Brasil já tinham atingido a marca de R$ 157,1 bilhões, o que significa um crescimento real (descontando a in- flação do período) de 3,5% ante os R$141,182 bilhões dispendidos no ano anterior, de acordo com dados do IBGE. As despesas classificadas em “outros serviços relacionados com atenção à saúde”, como consultas médi-cas e odontológicas e exames laboratori-ais, representaram a maior parte dos gastos das famílias em 2009, ou seja, R$ 57,071 bilhões, o que corresponde a 36,3% do total. Cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi destinado ao consumo final de bens e serviços de saúde, assim sendo, a população gastou quase 30% a mais que o governo para ter esse tipo de serviço.

O EMPENHO DAS OPERADORAS PARA ATENDER O CRESCIMENTO PROJETADO NO SETOR Considerando o crescimento da classe média e a emergência de mercado de atendimento à saúde, algumas operado-ras já ocupam posições destacadas no ranking de melhores e mais rentáveis empresas do país. Em São Paulo, dados de uma pesquisa quantitativa realizada pela ONG Portal Saúde, demonstram

Brasil, o custo é das famílias.Como alternativas de serviços de

saúde, os brasileiros, podem optar por: postos e hospitais públicos, entretanto, cientes de que o tempo de espera pode ser de até três meses (incluindo realiza-ção de exames e retirada dos resulta-dos), ou caso o usuário tenha condições, planos de saúde, sabendo que pode estar sujeito a um período de carência. Outra opção seriam clínicas particulares.

A funcionária pública, Daiane de Andrade Cândido, possui plano conve-niado, e desde que se tornou beneficiária utilizou apenas exames de baixa com- plexidade, mas não tem mais de utilizar a saúde pública. “A única reclamação mesmo é que nem sempre o plano libera o exame no dia, então como a sede fica longe, acaba criando um problema logístico”, comenta. As famílias brasilei-ras da classe média, normalmente bus- cam operadoras em detrimento à saúde pública.

MAIORES GASTOS COM SAÚDE SU- PLEMENTARDepois do eletrodoméstico e do carro zero, o plano de saúde se tornou um

NEGÓCIO SAÚDE | Saúde S/A

tados recentes comprovam que a coope- rativa está atingindo seus objetivos”, afirma o presidente. Segundo pesquisa do Datafolha, a participação da institu-ição no nicho correspondente à categoria social emergente passou de 19% para 24%, entre 2010 e 2011.

A Unimed é uma cooperativa médica, criada e comandada por médicos. Hoje é a marca mais reconhecida em planos de saúde, tem história de 45 anos e está presente em 83% do território nacional. Segundo dados da ANS representa 38% do mercado brasileiro de planos de saúde, com cerca de 18,5 milhões de clientes. Dr. Aquino também explica sobre os investimentos e infraestrutura, “com relação aos médicos cooperados, são 111 mil (um terço do total de médi-cos em atuação no país); em relação à infraestrutura própria, são mais de 110 hospitais, constituindo a segunda maior estrutura do país, atrás apenas das Santas Casas de Misericórdia”.

O hospital Unimed Noroeste/RS investiu no começo deste ano cerca de R$ 400 mil, na aquisição de carros de anestesia e torre de vídeo, para qualificar a estrutura de atendimento. O diretor do hospital, Jorge Luiz Vargas Montardo, acredita que essa ação proporciona reconhecimento dos beneficiários. Hou- ve aumento do número de cirurgias em 2011, além do crescimento de outros serviços, com destaque especial para o Laboratório de Análises Clínicas, com aumento de 29%.

Estruturalmente, as maiores empre-sas estão se renovando continuamente, mas ainda pecam nos aumentos de taxas e mensalidades. Hoje, a partir de R$60,00 é possível ter um plano, porém não contempla alguns exames ou tratamentos, sendo necessários mais investimentos por parte dos usuários.

A ANS instituiu a lei do cheque-calção, em vigor desde 29 de maio deste ano, que proíbe a exigência de promissó- ria ou qualquer outro tipo de garantia de cobrança para atendimentos hospitala-res em casos de emergência (para saber mais leia a coluna quem pagará pelo atendimento?, na p.20). Mesmo que o paciente esteja cumprindo o tempo de carência, o atendimento não poderá ser recusado sob risco de a empresa res- ponder criminalmente, por homicídio do- loso ou culposo, podendo pegar de três meses a um ano de prisão, em caso de morte. A determinação é válida tanto para hospitais quanto para as administra-

que menos da metade dos médicos paulistas atende pacientes com total dependência econômica, por meio dos planos de saúde. Com isso o custo para ter acesso ao tratamento mínimo está cada vez mais caro. O paciente que adere ao sistema de medicina conve-niada, paga para que prestadoras reem-bolsem médicos e hospitais credencia-dos. Contudo, os planos de saúde e seguros funcionam também de forma preventiva.

A assessora comercial, Fahima de Moraes, possui plano empresarial da Unimed, uma das principais empresas do setor. Entretanto, Moraes afirma que “infelizmente, hoje ter um plano de saúde privada não é mais como antes, há dificuldades de consultas, além de o atendimento ambulatorial ser bem

problemático. O que ainda nos faz manter o pagamento das men- salidades é saber que o SUS consegue ser pior”. A assessora conta que há quatro anos não possuía pla- no e quando sua filha precisou de atendi-mento de emergência, apesar de esperar por duas horas no pronto atendimento público ninguém as atendeu. A solução foi pagar uma consulta.

Os principais planos de saúde dispu-tam a liderança no setor para atender a classe média na demanda por melhores serviços. A estudante Francine Tatit, que possui plano familiar da Unimed, comen- ta que o agendamento de consultas costuma levar em média uma semana, quando se trata de rotina, mas que o plano também oferece serviços de atendimento emergencial. A Unimed foi uma das operadoras que mais se atu- alizou e buscou atender a demanda da classe emergente. Seguida pela Cli- nipam, no Paraná.

O presidente da Unimed Brasil, Dr. Eudes de Aquino, afirma que a coopera-tiva dá atenção especial a classe emer-gente, visto que as pessoas que a compõe estão conquistando um espaço de compras importante, inclusive no que concerne à serviços de saúde. “A Uni- med entende que a classe C precisa de uma estratégia específica, algo que considere suas características. Os resul-

doras de planos de saúde.Entraram em vigor também as novas

regras para planos de saúde envolvendo aposentados ou demitidos sem justa causa. Agora, terão direito a fazer a portabilidade do plano sem cumprir novas carências. A forma de calcular o reajuste das mensalidades também muda. A resolução mantém a garantia de demitidos ou aposentados permane-cerem no plano pelos prazos que já existiam, mas define critérios para evitar dúvidas.

Por exemplo: todas as pessoas demi-tidas sem justa causa têm o direito de permanecer como beneficiário do plano da empresa por até dois anos, com a mesma cobertura. Para isso, o trabalha-dor deve ter contribuído com parte das mensalidades, entretanto, agora, vai assumir o valor integral. Cabe ressaltar ainda que é preciso respeitar o limite mínimo de seis meses e máximo de dois anos.

Entretanto, a agência infelizmente

ainda não tem um papel muito ativo quando o usuário busca apoio em virtude das constantes restrições aos tratamen-tos ou o descumprimento da própria Resolução Normativa 259, que entrou em vigor em 19 de dezembro de 2011. Segundo a Academia Brasileira de Neurocirurgia, quase 50% de bene- ficiários sofreram ou sofrem algum tipo de limitação, desses 42% foram descre-denciados.

Dentre as diversas funções da agência, cabe regulamentar, normatizar, controlar e fiscalizar as operadoras de saúde. Uma das responsabilidades é, portanto conter o aumento das mensali-dades, os quais podem variar conforme o contrato de prestação de serviços de saúde para pessoa física ou jurídica. Sendo assim, anualmente, a ANS publica o índice autorizado para reajustes dos planos médico-hospitalares (normalmen- te divulgado em maio, que, todavia, só pode ser repassado para o consumidor na data de aniversário do contrato), com

SUSCorredor do Hospital Estadual

de Clínicas Alberto Lima (HCAL) localizado no Macapá (AP)

ou sem cobertura odontológica, con- tratados após à Lei nº 9656/98.

IMPULSO NA INDÚSTRIA HOSPITA-LARO aumento do acesso da classe média à saúde privada, especificamente por meio de planos, também impulsionou a indústria de equipamentos hospitalares e odontológicos no país. Um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-tológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) estima que, até 2015, 28 fábricas devem entrar em funciona-mento no Brasil. Só no caso de duas multinacionais, os investimentos che- gam a R$ 152 milhões. Dentre os 27 se- tores pesquisados, só 12 tiveram cres- cimento, sendo que a indústria médico-hospitalar lidera, com 7,8%. Em 2011, o crescimento do setor foi de 17%, com um faturamento de R$ 9,87 bilhões (para saber mais leia a matéria saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

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sociais que necessitam de atenção desde já.

O consumo per capita deve crescer 30% para as faixas de renda A e B e quase 50% para as demais. Dos cerca de R$ 2 trilhões que o Brasil deve adicio-nar ao PIB até 2020, R$ 1,4 trilhão virá do consumo das famílias. Esse crescimento de poder de consumo será mais evi- dente na classe C, que já corresponde a 54% da população brasileira e detém um poder de compra de mais de R$ 1 trilhão, o equivalente a 51% de toda a renda das famílias.

A economista Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, acredita que esse cresci-mento da classe média tem efeitos positivos. “Ao contrário dos mais ricos que com o aumento de renda buscam a esfera financeira para multiplicar seus recursos, as famílias de menor renda vão aplicar seus recursos na economia real, gerando empregos e renda”. Entretanto, a economista ressalta a importância de o consumo não se restringir aos bens privados, mas também a bens públicos de qualidade, tais como saúde, educa-ção e transporte.

COMO É DEFINIDA A CLASSE MÉDIA E QUAL O SEU PAPELA capacidade de consumo é o que defi- ne a categoria social a qual o indivíduo pertence. Com o aumento do poder de compra, reforça-se a ideia de ascensão social, ou seja, de que as pessoas estão melho-rando de vida. Em função disso, o governo, por obter apoio da população, busca e dá continuidade a esses ti- pos de políticas.

Os dados obtidos pela Pesquisa de Orçamento Fa- miliar (POF) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram usa- dos pela Secretaria de As- suntos Estratégicos da Pre- sidência da República para estabelecer o perfil da classe emergente.

De acordo com a econo-mista e pesquisadora da POF, Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, o crescimento da denominada Classe C deve-se principalmente a di- nâmica financeira dos anos 2000, sobretudo a partir de 2003, quando a atividade

nualmente aumenta a quantidade da classe média, em conse-quência, estatísticas a apontam como res- ponsável pelos maio- res gastos, inclusive

no setor da saúde. As famílias da chamada nova classe média (estrato de 95 milhões de pessoas, sendo que 31 milhões emergiram na última década), gastam mais com alimentação, habita-ção, vestuário, higiene, assistência à saúde, tabagismo e serviços pessoais do que as da classe alta.

A classe média pode ser a principal responsável por sustentar um cresci-mento acumulado de 40%, projetado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), para a economia brasileira até 2020. Por esse critério, integram a classe média famílias com renda mensal de R$ 1,4 mil a R$ 7 mil.

Entre outros dados, também, é feita previsão, até 2020, de que a população brasileira crescerá de 7% a 8%, passando para 207 milhões de habitan-tes, com aproximadamente 70% em idade economicamente ativa. Com isso, o PIB per capita deve crescer mais de 30% em termos reais até o final desta década. O fato pode trazer grandes consequências políticas, econômicas e

econômica estava intensa, tanto no plano externo quanto no interno, fazendo com que o mercado de trabalho passasse a oferecer postos em nível significativamente crescente.

O governo acredita que a nova classe social tem papel central na economia nacional. A ampliação e o seu poder de consumo é considerada levantadora do mercado interno, algo que obteve importância desde a crise econômica internacional em 2008.

DESCONTENTAMENTO COM O SIS- TEMA DE SAÚDE GRATUITA E UNI- VERSAL COLABORA NA BUSCA POR ALTERNATIVAS Com 23 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) está passando por uma fase paradoxal. É gratuito e universal, en- tretanto, possui menos investimento do que a iniciativa privada, que atende menor quantidade de pessoas. Em nenhum outro país é assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a despesa estatal brasileira é um terço menor do que a média mundial. Essa contradição talvez seja resultado da falta de recursos públicos para fazer com que o SUS se consolide efetivamente, como previsto na Constituição, porém isso exigiria pelo menos dobrar seu caixa. Na Argentina, por exemplo, 70% dos gastos com a saúde são públicos, enquanto no

sonho de consumo plausível para a classe média brasileira. Com a ajuda dessa parte da população, que responde por cerca de 90 milhões de pessoas, o setor de planos de saúde espera crescer 11% em 2012, segundo estimativa da Federação Nacional de Saúde Suplemen-tar (Fenasaude).

O Brasil possui cerca de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde

privado, coletivos e individuais, e com ou sem assistência odontológica, de acordo com o último balanço da Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar (ANS). Isso quer dizer que cerca de 5 milhões de pessoas, sobretudo da classe média, deverão transformar o sonho do con- vênio médico particular uma realidade neste ano.

Com uma renda familiar mensal de R$ 2,9 mil, o perfil do consumidor brasileiro está mudando, e rápido. Além de consumir mais, as famílias estão investindo melhor, de certa forma. Entretanto, se olharmos os gastos dividi-dos por faixas de renda, fica claro que os maiores aumentos aconteceram nos estratos menos abastados. A classe C, por exemplo, ampliou os recursos destinados ao serviço em 70%.

Em 2009, os gastos com saúde das famílias no Brasil já tinham atingido a marca de R$ 157,1 bilhões, o que significa um crescimento real (descontando a in- flação do período) de 3,5% ante os R$141,182 bilhões dispendidos no ano anterior, de acordo com dados do IBGE. As despesas classificadas em “outros serviços relacionados com atenção à saúde”, como consultas médi-cas e odontológicas e exames laboratori-ais, representaram a maior parte dos gastos das famílias em 2009, ou seja, R$ 57,071 bilhões, o que corresponde a 36,3% do total. Cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi destinado ao consumo final de bens e serviços de saúde, assim sendo, a população gastou quase 30% a mais que o governo para ter esse tipo de serviço.

O EMPENHO DAS OPERADORAS PARA ATENDER O CRESCIMENTO PROJETADO NO SETOR Considerando o crescimento da classe média e a emergência de mercado de atendimento à saúde, algumas operado-ras já ocupam posições destacadas no ranking de melhores e mais rentáveis empresas do país. Em São Paulo, dados de uma pesquisa quantitativa realizada pela ONG Portal Saúde, demonstram

Brasil, o custo é das famílias.Como alternativas de serviços de

saúde, os brasileiros, podem optar por: postos e hospitais públicos, entretanto, cientes de que o tempo de espera pode ser de até três meses (incluindo realiza-ção de exames e retirada dos resulta-dos), ou caso o usuário tenha condições, planos de saúde, sabendo que pode estar sujeito a um período de carência. Outra opção seriam clínicas particulares.

A funcionária pública, Daiane de Andrade Cândido, possui plano conve-niado, e desde que se tornou beneficiária utilizou apenas exames de baixa com- plexidade, mas não tem mais de utilizar a saúde pública. “A única reclamação mesmo é que nem sempre o plano libera o exame no dia, então como a sede fica longe, acaba criando um problema logístico”, comenta. As famílias brasilei-ras da classe média, normalmente bus- cam operadoras em detrimento à saúde pública.

MAIORES GASTOS COM SAÚDE SU- PLEMENTARDepois do eletrodoméstico e do carro zero, o plano de saúde se tornou um

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tados recentes comprovam que a coope- rativa está atingindo seus objetivos”, afirma o presidente. Segundo pesquisa do Datafolha, a participação da institu-ição no nicho correspondente à categoria social emergente passou de 19% para 24%, entre 2010 e 2011.

A Unimed é uma cooperativa médica, criada e comandada por médicos. Hoje é a marca mais reconhecida em planos de saúde, tem história de 45 anos e está presente em 83% do território nacional. Segundo dados da ANS representa 38% do mercado brasileiro de planos de saúde, com cerca de 18,5 milhões de clientes. Dr. Aquino também explica sobre os investimentos e infraestrutura, “com relação aos médicos cooperados, são 111 mil (um terço do total de médi-cos em atuação no país); em relação à infraestrutura própria, são mais de 110 hospitais, constituindo a segunda maior estrutura do país, atrás apenas das Santas Casas de Misericórdia”.

O hospital Unimed Noroeste/RS investiu no começo deste ano cerca de R$ 400 mil, na aquisição de carros de anestesia e torre de vídeo, para qualificar a estrutura de atendimento. O diretor do hospital, Jorge Luiz Vargas Montardo, acredita que essa ação proporciona reconhecimento dos beneficiários. Hou- ve aumento do número de cirurgias em 2011, além do crescimento de outros serviços, com destaque especial para o Laboratório de Análises Clínicas, com aumento de 29%.

Estruturalmente, as maiores empre-sas estão se renovando continuamente, mas ainda pecam nos aumentos de taxas e mensalidades. Hoje, a partir de R$60,00 é possível ter um plano, porém não contempla alguns exames ou tratamentos, sendo necessários mais investimentos por parte dos usuários.

A ANS instituiu a lei do cheque-calção, em vigor desde 29 de maio deste ano, que proíbe a exigência de promissó- ria ou qualquer outro tipo de garantia de cobrança para atendimentos hospitala-res em casos de emergência (para saber mais leia a coluna quem pagará pelo atendimento?, na p.20). Mesmo que o paciente esteja cumprindo o tempo de carência, o atendimento não poderá ser recusado sob risco de a empresa res- ponder criminalmente, por homicídio do- loso ou culposo, podendo pegar de três meses a um ano de prisão, em caso de morte. A determinação é válida tanto para hospitais quanto para as administra-

que menos da metade dos médicos paulistas atende pacientes com total dependência econômica, por meio dos planos de saúde. Com isso o custo para ter acesso ao tratamento mínimo está cada vez mais caro. O paciente que adere ao sistema de medicina conve-niada, paga para que prestadoras reem-bolsem médicos e hospitais credencia-dos. Contudo, os planos de saúde e seguros funcionam também de forma preventiva.

A assessora comercial, Fahima de Moraes, possui plano empresarial da Unimed, uma das principais empresas do setor. Entretanto, Moraes afirma que “infelizmente, hoje ter um plano de saúde privada não é mais como antes, há dificuldades de consultas, além de o atendimento ambulatorial ser bem

problemático. O que ainda nos faz manter o pagamento das men- salidades é saber que o SUS consegue ser pior”. A assessora conta que há quatro anos não possuía pla- no e quando sua filha precisou de atendi-mento de emergência, apesar de esperar por duas horas no pronto atendimento público ninguém as atendeu. A solução foi pagar uma consulta.

Os principais planos de saúde dispu-tam a liderança no setor para atender a classe média na demanda por melhores serviços. A estudante Francine Tatit, que possui plano familiar da Unimed, comen- ta que o agendamento de consultas costuma levar em média uma semana, quando se trata de rotina, mas que o plano também oferece serviços de atendimento emergencial. A Unimed foi uma das operadoras que mais se atu- alizou e buscou atender a demanda da classe emergente. Seguida pela Cli- nipam, no Paraná.

O presidente da Unimed Brasil, Dr. Eudes de Aquino, afirma que a coopera-tiva dá atenção especial a classe emer-gente, visto que as pessoas que a compõe estão conquistando um espaço de compras importante, inclusive no que concerne à serviços de saúde. “A Uni- med entende que a classe C precisa de uma estratégia específica, algo que considere suas características. Os resul-

doras de planos de saúde.Entraram em vigor também as novas

regras para planos de saúde envolvendo aposentados ou demitidos sem justa causa. Agora, terão direito a fazer a portabilidade do plano sem cumprir novas carências. A forma de calcular o reajuste das mensalidades também muda. A resolução mantém a garantia de demitidos ou aposentados permane-cerem no plano pelos prazos que já existiam, mas define critérios para evitar dúvidas.

Por exemplo: todas as pessoas demi-tidas sem justa causa têm o direito de permanecer como beneficiário do plano da empresa por até dois anos, com a mesma cobertura. Para isso, o trabalha-dor deve ter contribuído com parte das mensalidades, entretanto, agora, vai assumir o valor integral. Cabe ressaltar ainda que é preciso respeitar o limite mínimo de seis meses e máximo de dois anos.

Entretanto, a agência infelizmente

ainda não tem um papel muito ativo quando o usuário busca apoio em virtude das constantes restrições aos tratamen-tos ou o descumprimento da própria Resolução Normativa 259, que entrou em vigor em 19 de dezembro de 2011. Segundo a Academia Brasileira de Neurocirurgia, quase 50% de bene- ficiários sofreram ou sofrem algum tipo de limitação, desses 42% foram descre-denciados.

Dentre as diversas funções da agência, cabe regulamentar, normatizar, controlar e fiscalizar as operadoras de saúde. Uma das responsabilidades é, portanto conter o aumento das mensali-dades, os quais podem variar conforme o contrato de prestação de serviços de saúde para pessoa física ou jurídica. Sendo assim, anualmente, a ANS publica o índice autorizado para reajustes dos planos médico-hospitalares (normalmen- te divulgado em maio, que, todavia, só pode ser repassado para o consumidor na data de aniversário do contrato), com

ou sem cobertura odontológica, con- tratados após à Lei nº 9656/98.

IMPULSO NA INDÚSTRIA HOSPITA-LARO aumento do acesso da classe média à saúde privada, especificamente por meio de planos, também impulsionou a indústria de equipamentos hospitalares e odontológicos no país. Um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-tológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) estima que, até 2015, 28 fábricas devem entrar em funciona-mento no Brasil. Só no caso de duas multinacionais, os investimentos che- gam a R$ 152 milhões. Dentre os 27 se- tores pesquisados, só 12 tiveram cres- cimento, sendo que a indústria médico-hospitalar lidera, com 7,8%. Em 2011, o crescimento do setor foi de 17%, com um faturamento de R$ 9,87 bilhões (para saber mais leia a matéria saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

Depois do eletrodoméstico e do automóvel o plano de saúde se tornou um sonho de consumo plausível para a classe média, composta por 95 milhões de pessoas

ENQUANTO A SAÚDE SE EXPANDE NO SETOR PRIVADO, MÉDICOS SERVIDORES FEDERAIS TEMEM REDUÇÃO DE SALÁRIO

Com passeata no Rio de Janeiro e uma reunião em São Paulo o mês de maio marca o início da movimentação de médicos contra a edição da Medida Provisória 568/2012, que dispõe sobre os salários de servidores federais (para saber mais leia a coluna Greves e descaminhos, na p. 18). De acordo com as associações, a medida poderia reduzir, em médio prazo, cer- ca de 50% os vencimentos de aproximadamente 50 mil médicos que trabalham em hospitais federais e universitários.

O texto prevê 40 horas semanais de trabalho para profissionais do setor. Atualmente, a jornada é de 20 horas, entretanto com possibilidade de os profissionais dobrarem o horário e o salário. Em um primeiro momen- to, a redução seria compensada com um novo índice. Contudo, a possibili-dade de mudança salarial causou revolta e paralisou atendimentos não emergenciais, por todo o país. Nas condições vigentes o salário base de um médico que trabalha em hospital universitário varia entre R$ 2.500 e R$ 5.000. Porém, a esse valor são acrescidas gratificações.

Já no setor privado, hospitais e planos de saúde trabalham com comissões por exames para os pro- fissionais. A Unimed diz valorizar a formação profissional e a especializa-ção para aceitar os médicos que procuram a cooperativa. O presidente da Unimed, Dr. Aquino, conta que os 111 mil médicos da empresa são também proprietários, em relação à remuneração. “A cooperativa é soli- dária a todos os pleitos dos médicos e tem a maior média de valor por consulta, entre as operadoras de planos de saúde”, complementa.

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sociais que necessitam de atenção desde já.

O consumo per capita deve crescer 30% para as faixas de renda A e B e quase 50% para as demais. Dos cerca de R$ 2 trilhões que o Brasil deve adicio-nar ao PIB até 2020, R$ 1,4 trilhão virá do consumo das famílias. Esse crescimento de poder de consumo será mais evi- dente na classe C, que já corresponde a 54% da população brasileira e detém um poder de compra de mais de R$ 1 trilhão, o equivalente a 51% de toda a renda das famílias.

A economista Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, acredita que esse cresci-mento da classe média tem efeitos positivos. “Ao contrário dos mais ricos que com o aumento de renda buscam a esfera financeira para multiplicar seus recursos, as famílias de menor renda vão aplicar seus recursos na economia real, gerando empregos e renda”. Entretanto, a economista ressalta a importância de o consumo não se restringir aos bens privados, mas também a bens públicos de qualidade, tais como saúde, educa-ção e transporte.

COMO É DEFINIDA A CLASSE MÉDIA E QUAL O SEU PAPELA capacidade de consumo é o que defi- ne a categoria social a qual o indivíduo pertence. Com o aumento do poder de compra, reforça-se a ideia de ascensão social, ou seja, de que as pessoas estão melho-rando de vida. Em função disso, o governo, por obter apoio da população, busca e dá continuidade a esses ti- pos de políticas.

Os dados obtidos pela Pesquisa de Orçamento Fa- miliar (POF) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram usa- dos pela Secretaria de As- suntos Estratégicos da Pre- sidência da República para estabelecer o perfil da classe emergente.

De acordo com a econo-mista e pesquisadora da POF, Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, o crescimento da denominada Classe C deve-se principalmente a di- nâmica financeira dos anos 2000, sobretudo a partir de 2003, quando a atividade

nualmente aumenta a quantidade da classe média, em conse-quência, estatísticas a apontam como res- ponsável pelos maio- res gastos, inclusive

no setor da saúde. As famílias da chamada nova classe média (estrato de 95 milhões de pessoas, sendo que 31 milhões emergiram na última década), gastam mais com alimentação, habita-ção, vestuário, higiene, assistência à saúde, tabagismo e serviços pessoais do que as da classe alta.

A classe média pode ser a principal responsável por sustentar um cresci-mento acumulado de 40%, projetado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), para a economia brasileira até 2020. Por esse critério, integram a classe média famílias com renda mensal de R$ 1,4 mil a R$ 7 mil.

Entre outros dados, também, é feita previsão, até 2020, de que a população brasileira crescerá de 7% a 8%, passando para 207 milhões de habitan-tes, com aproximadamente 70% em idade economicamente ativa. Com isso, o PIB per capita deve crescer mais de 30% em termos reais até o final desta década. O fato pode trazer grandes consequências políticas, econômicas e

econômica estava intensa, tanto no plano externo quanto no interno, fazendo com que o mercado de trabalho passasse a oferecer postos em nível significativamente crescente.

O governo acredita que a nova classe social tem papel central na economia nacional. A ampliação e o seu poder de consumo é considerada levantadora do mercado interno, algo que obteve importância desde a crise econômica internacional em 2008.

DESCONTENTAMENTO COM O SIS- TEMA DE SAÚDE GRATUITA E UNI- VERSAL COLABORA NA BUSCA POR ALTERNATIVAS Com 23 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) está passando por uma fase paradoxal. É gratuito e universal, en- tretanto, possui menos investimento do que a iniciativa privada, que atende menor quantidade de pessoas. Em nenhum outro país é assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a despesa estatal brasileira é um terço menor do que a média mundial. Essa contradição talvez seja resultado da falta de recursos públicos para fazer com que o SUS se consolide efetivamente, como previsto na Constituição, porém isso exigiria pelo menos dobrar seu caixa. Na Argentina, por exemplo, 70% dos gastos com a saúde são públicos, enquanto no

sonho de consumo plausível para a classe média brasileira. Com a ajuda dessa parte da população, que responde por cerca de 90 milhões de pessoas, o setor de planos de saúde espera crescer 11% em 2012, segundo estimativa da Federação Nacional de Saúde Suplemen-tar (Fenasaude).

O Brasil possui cerca de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde

privado, coletivos e individuais, e com ou sem assistência odontológica, de acordo com o último balanço da Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar (ANS). Isso quer dizer que cerca de 5 milhões de pessoas, sobretudo da classe média, deverão transformar o sonho do con- vênio médico particular uma realidade neste ano.

Com uma renda familiar mensal de R$ 2,9 mil, o perfil do consumidor brasileiro está mudando, e rápido. Além de consumir mais, as famílias estão investindo melhor, de certa forma. Entretanto, se olharmos os gastos dividi-dos por faixas de renda, fica claro que os maiores aumentos aconteceram nos estratos menos abastados. A classe C, por exemplo, ampliou os recursos destinados ao serviço em 70%.

Em 2009, os gastos com saúde das famílias no Brasil já tinham atingido a marca de R$ 157,1 bilhões, o que significa um crescimento real (descontando a in- flação do período) de 3,5% ante os R$141,182 bilhões dispendidos no ano anterior, de acordo com dados do IBGE. As despesas classificadas em “outros serviços relacionados com atenção à saúde”, como consultas médi-cas e odontológicas e exames laboratori-ais, representaram a maior parte dos gastos das famílias em 2009, ou seja, R$ 57,071 bilhões, o que corresponde a 36,3% do total. Cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi destinado ao consumo final de bens e serviços de saúde, assim sendo, a população gastou quase 30% a mais que o governo para ter esse tipo de serviço.

O EMPENHO DAS OPERADORAS PARA ATENDER O CRESCIMENTO PROJETADO NO SETOR Considerando o crescimento da classe média e a emergência de mercado de atendimento à saúde, algumas operado-ras já ocupam posições destacadas no ranking de melhores e mais rentáveis empresas do país. Em São Paulo, dados de uma pesquisa quantitativa realizada pela ONG Portal Saúde, demonstram

Brasil, o custo é das famílias.Como alternativas de serviços de

saúde, os brasileiros, podem optar por: postos e hospitais públicos, entretanto, cientes de que o tempo de espera pode ser de até três meses (incluindo realiza-ção de exames e retirada dos resulta-dos), ou caso o usuário tenha condições, planos de saúde, sabendo que pode estar sujeito a um período de carência. Outra opção seriam clínicas particulares.

A funcionária pública, Daiane de Andrade Cândido, possui plano conve-niado, e desde que se tornou beneficiária utilizou apenas exames de baixa com- plexidade, mas não tem mais de utilizar a saúde pública. “A única reclamação mesmo é que nem sempre o plano libera o exame no dia, então como a sede fica longe, acaba criando um problema logístico”, comenta. As famílias brasilei-ras da classe média, normalmente bus- cam operadoras em detrimento à saúde pública.

MAIORES GASTOS COM SAÚDE SU- PLEMENTARDepois do eletrodoméstico e do carro zero, o plano de saúde se tornou um

25WWW.SAUDESA.COM.BR

tados recentes comprovam que a coope- rativa está atingindo seus objetivos”, afirma o presidente. Segundo pesquisa do Datafolha, a participação da institu-ição no nicho correspondente à categoria social emergente passou de 19% para 24%, entre 2010 e 2011.

A Unimed é uma cooperativa médica, criada e comandada por médicos. Hoje é a marca mais reconhecida em planos de saúde, tem história de 45 anos e está presente em 83% do território nacional. Segundo dados da ANS representa 38% do mercado brasileiro de planos de saúde, com cerca de 18,5 milhões de clientes. Dr. Aquino também explica sobre os investimentos e infraestrutura, “com relação aos médicos cooperados, são 111 mil (um terço do total de médi-cos em atuação no país); em relação à infraestrutura própria, são mais de 110 hospitais, constituindo a segunda maior estrutura do país, atrás apenas das Santas Casas de Misericórdia”.

O hospital Unimed Noroeste/RS investiu no começo deste ano cerca de R$ 400 mil, na aquisição de carros de anestesia e torre de vídeo, para qualificar a estrutura de atendimento. O diretor do hospital, Jorge Luiz Vargas Montardo, acredita que essa ação proporciona reconhecimento dos beneficiários. Hou- ve aumento do número de cirurgias em 2011, além do crescimento de outros serviços, com destaque especial para o Laboratório de Análises Clínicas, com aumento de 29%.

Estruturalmente, as maiores empre-sas estão se renovando continuamente, mas ainda pecam nos aumentos de taxas e mensalidades. Hoje, a partir de R$60,00 é possível ter um plano, porém não contempla alguns exames ou tratamentos, sendo necessários mais investimentos por parte dos usuários.

A ANS instituiu a lei do cheque-calção, em vigor desde 29 de maio deste ano, que proíbe a exigência de promissó- ria ou qualquer outro tipo de garantia de cobrança para atendimentos hospitala-res em casos de emergência (para saber mais leia a coluna quem pagará pelo atendimento?, na p.20). Mesmo que o paciente esteja cumprindo o tempo de carência, o atendimento não poderá ser recusado sob risco de a empresa res- ponder criminalmente, por homicídio do- loso ou culposo, podendo pegar de três meses a um ano de prisão, em caso de morte. A determinação é válida tanto para hospitais quanto para as administra-

que menos da metade dos médicos paulistas atende pacientes com total dependência econômica, por meio dos planos de saúde. Com isso o custo para ter acesso ao tratamento mínimo está cada vez mais caro. O paciente que adere ao sistema de medicina conve-niada, paga para que prestadoras reem-bolsem médicos e hospitais credencia-dos. Contudo, os planos de saúde e seguros funcionam também de forma preventiva.

A assessora comercial, Fahima de Moraes, possui plano empresarial da Unimed, uma das principais empresas do setor. Entretanto, Moraes afirma que “infelizmente, hoje ter um plano de saúde privada não é mais como antes, há dificuldades de consultas, além de o atendimento ambulatorial ser bem

problemático. O que ainda nos faz manter o pagamento das men- salidades é saber que o SUS consegue ser pior”. A assessora conta que há quatro anos não possuía pla- no e quando sua filha precisou de atendi-mento de emergência, apesar de esperar por duas horas no pronto atendimento público ninguém as atendeu. A solução foi pagar uma consulta.

Os principais planos de saúde dispu-tam a liderança no setor para atender a classe média na demanda por melhores serviços. A estudante Francine Tatit, que possui plano familiar da Unimed, comen- ta que o agendamento de consultas costuma levar em média uma semana, quando se trata de rotina, mas que o plano também oferece serviços de atendimento emergencial. A Unimed foi uma das operadoras que mais se atu- alizou e buscou atender a demanda da classe emergente. Seguida pela Cli- nipam, no Paraná.

O presidente da Unimed Brasil, Dr. Eudes de Aquino, afirma que a coopera-tiva dá atenção especial a classe emer-gente, visto que as pessoas que a compõe estão conquistando um espaço de compras importante, inclusive no que concerne à serviços de saúde. “A Uni- med entende que a classe C precisa de uma estratégia específica, algo que considere suas características. Os resul-

doras de planos de saúde.Entraram em vigor também as novas

regras para planos de saúde envolvendo aposentados ou demitidos sem justa causa. Agora, terão direito a fazer a portabilidade do plano sem cumprir novas carências. A forma de calcular o reajuste das mensalidades também muda. A resolução mantém a garantia de demitidos ou aposentados permane-cerem no plano pelos prazos que já existiam, mas define critérios para evitar dúvidas.

Por exemplo: todas as pessoas demi-tidas sem justa causa têm o direito de permanecer como beneficiário do plano da empresa por até dois anos, com a mesma cobertura. Para isso, o trabalha-dor deve ter contribuído com parte das mensalidades, entretanto, agora, vai assumir o valor integral. Cabe ressaltar ainda que é preciso respeitar o limite mínimo de seis meses e máximo de dois anos.

Entretanto, a agência infelizmente

ainda não tem um papel muito ativo quando o usuário busca apoio em virtude das constantes restrições aos tratamen-tos ou o descumprimento da própria Resolução Normativa 259, que entrou em vigor em 19 de dezembro de 2011. Segundo a Academia Brasileira de Neurocirurgia, quase 50% de bene- ficiários sofreram ou sofrem algum tipo de limitação, desses 42% foram descre-denciados.

Dentre as diversas funções da agência, cabe regulamentar, normatizar, controlar e fiscalizar as operadoras de saúde. Uma das responsabilidades é, portanto conter o aumento das mensali-dades, os quais podem variar conforme o contrato de prestação de serviços de saúde para pessoa física ou jurídica. Sendo assim, anualmente, a ANS publica o índice autorizado para reajustes dos planos médico-hospitalares (normalmen- te divulgado em maio, que, todavia, só pode ser repassado para o consumidor na data de aniversário do contrato), com

NEGÓCIO SAÚDE | Saúde S/A

BILHÕES

,07BILHÕES

157PELA POPULAÇÃO

,10BILHÕES 109

PELO GOVERNO

,97DESSE TOTAL FORAM INVESTIDOS R$

PARA TER ESSE TIPO DE SERVIÇO

267APROXIMADAMENTE R$

SÃO GASTOS COM SAÚDE

NO BRASIL

ISSO SIGNIFICA QUE O POVO GASTA

30 QUE O%ESTADO

MAIS

ou sem cobertura odontológica, con- tratados após à Lei nº 9656/98.

IMPULSO NA INDÚSTRIA HOSPITA-LARO aumento do acesso da classe média à saúde privada, especificamente por meio de planos, também impulsionou a indústria de equipamentos hospitalares e odontológicos no país. Um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-tológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) estima que, até 2015, 28 fábricas devem entrar em funciona-mento no Brasil. Só no caso de duas multinacionais, os investimentos che- gam a R$ 152 milhões. Dentre os 27 se- tores pesquisados, só 12 tiveram cres- cimento, sendo que a indústria médico-hospitalar lidera, com 7,8%. Em 2011, o crescimento do setor foi de 17%, com um faturamento de R$ 9,87 bilhões (para saber mais leia a matéria saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

A ORIGEM DOS RECURSOS

DA SAÚDE BRASILEIRA

Page 26: Saúde S/A - Ed. 07

sociais que necessitam de atenção desde já.

O consumo per capita deve crescer 30% para as faixas de renda A e B e quase 50% para as demais. Dos cerca de R$ 2 trilhões que o Brasil deve adicio-nar ao PIB até 2020, R$ 1,4 trilhão virá do consumo das famílias. Esse crescimento de poder de consumo será mais evi- dente na classe C, que já corresponde a 54% da população brasileira e detém um poder de compra de mais de R$ 1 trilhão, o equivalente a 51% de toda a renda das famílias.

A economista Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, acredita que esse cresci-mento da classe média tem efeitos positivos. “Ao contrário dos mais ricos que com o aumento de renda buscam a esfera financeira para multiplicar seus recursos, as famílias de menor renda vão aplicar seus recursos na economia real, gerando empregos e renda”. Entretanto, a economista ressalta a importância de o consumo não se restringir aos bens privados, mas também a bens públicos de qualidade, tais como saúde, educa-ção e transporte.

COMO É DEFINIDA A CLASSE MÉDIA E QUAL O SEU PAPELA capacidade de consumo é o que defi- ne a categoria social a qual o indivíduo pertence. Com o aumento do poder de compra, reforça-se a ideia de ascensão social, ou seja, de que as pessoas estão melho-rando de vida. Em função disso, o governo, por obter apoio da população, busca e dá continuidade a esses ti- pos de políticas.

Os dados obtidos pela Pesquisa de Orçamento Fa- miliar (POF) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram usa- dos pela Secretaria de As- suntos Estratégicos da Pre- sidência da República para estabelecer o perfil da classe emergente.

De acordo com a econo-mista e pesquisadora da POF, Maria Alice Pestana de Aguiar Remy, o crescimento da denominada Classe C deve-se principalmente a di- nâmica financeira dos anos 2000, sobretudo a partir de 2003, quando a atividade

nualmente aumenta a quantidade da classe média, em conse-quência, estatísticas a apontam como res- ponsável pelos maio- res gastos, inclusive

no setor da saúde. As famílias da chamada nova classe média (estrato de 95 milhões de pessoas, sendo que 31 milhões emergiram na última década), gastam mais com alimentação, habita-ção, vestuário, higiene, assistência à saúde, tabagismo e serviços pessoais do que as da classe alta.

A classe média pode ser a principal responsável por sustentar um cresci-mento acumulado de 40%, projetado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), para a economia brasileira até 2020. Por esse critério, integram a classe média famílias com renda mensal de R$ 1,4 mil a R$ 7 mil.

Entre outros dados, também, é feita previsão, até 2020, de que a população brasileira crescerá de 7% a 8%, passando para 207 milhões de habitan-tes, com aproximadamente 70% em idade economicamente ativa. Com isso, o PIB per capita deve crescer mais de 30% em termos reais até o final desta década. O fato pode trazer grandes consequências políticas, econômicas e

econômica estava intensa, tanto no plano externo quanto no interno, fazendo com que o mercado de trabalho passasse a oferecer postos em nível significativamente crescente.

O governo acredita que a nova classe social tem papel central na economia nacional. A ampliação e o seu poder de consumo é considerada levantadora do mercado interno, algo que obteve importância desde a crise econômica internacional em 2008.

DESCONTENTAMENTO COM O SIS- TEMA DE SAÚDE GRATUITA E UNI- VERSAL COLABORA NA BUSCA POR ALTERNATIVAS Com 23 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) está passando por uma fase paradoxal. É gratuito e universal, en- tretanto, possui menos investimento do que a iniciativa privada, que atende menor quantidade de pessoas. Em nenhum outro país é assim, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a despesa estatal brasileira é um terço menor do que a média mundial. Essa contradição talvez seja resultado da falta de recursos públicos para fazer com que o SUS se consolide efetivamente, como previsto na Constituição, porém isso exigiria pelo menos dobrar seu caixa. Na Argentina, por exemplo, 70% dos gastos com a saúde são públicos, enquanto no

sonho de consumo plausível para a classe média brasileira. Com a ajuda dessa parte da população, que responde por cerca de 90 milhões de pessoas, o setor de planos de saúde espera crescer 11% em 2012, segundo estimativa da Federação Nacional de Saúde Suplemen-tar (Fenasaude).

O Brasil possui cerca de 47 milhões de beneficiários de planos de saúde

privado, coletivos e individuais, e com ou sem assistência odontológica, de acordo com o último balanço da Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar (ANS). Isso quer dizer que cerca de 5 milhões de pessoas, sobretudo da classe média, deverão transformar o sonho do con- vênio médico particular uma realidade neste ano.

Com uma renda familiar mensal de R$ 2,9 mil, o perfil do consumidor brasileiro está mudando, e rápido. Além de consumir mais, as famílias estão investindo melhor, de certa forma. Entretanto, se olharmos os gastos dividi-dos por faixas de renda, fica claro que os maiores aumentos aconteceram nos estratos menos abastados. A classe C, por exemplo, ampliou os recursos destinados ao serviço em 70%.

Em 2009, os gastos com saúde das famílias no Brasil já tinham atingido a marca de R$ 157,1 bilhões, o que significa um crescimento real (descontando a in- flação do período) de 3,5% ante os R$141,182 bilhões dispendidos no ano anterior, de acordo com dados do IBGE. As despesas classificadas em “outros serviços relacionados com atenção à saúde”, como consultas médi-cas e odontológicas e exames laboratori-ais, representaram a maior parte dos gastos das famílias em 2009, ou seja, R$ 57,071 bilhões, o que corresponde a 36,3% do total. Cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país foi destinado ao consumo final de bens e serviços de saúde, assim sendo, a população gastou quase 30% a mais que o governo para ter esse tipo de serviço.

O EMPENHO DAS OPERADORAS PARA ATENDER O CRESCIMENTO PROJETADO NO SETOR Considerando o crescimento da classe média e a emergência de mercado de atendimento à saúde, algumas operado-ras já ocupam posições destacadas no ranking de melhores e mais rentáveis empresas do país. Em São Paulo, dados de uma pesquisa quantitativa realizada pela ONG Portal Saúde, demonstram

Brasil, o custo é das famílias.Como alternativas de serviços de

saúde, os brasileiros, podem optar por: postos e hospitais públicos, entretanto, cientes de que o tempo de espera pode ser de até três meses (incluindo realiza-ção de exames e retirada dos resulta-dos), ou caso o usuário tenha condições, planos de saúde, sabendo que pode estar sujeito a um período de carência. Outra opção seriam clínicas particulares.

A funcionária pública, Daiane de Andrade Cândido, possui plano conve-niado, e desde que se tornou beneficiária utilizou apenas exames de baixa com- plexidade, mas não tem mais de utilizar a saúde pública. “A única reclamação mesmo é que nem sempre o plano libera o exame no dia, então como a sede fica longe, acaba criando um problema logístico”, comenta. As famílias brasilei-ras da classe média, normalmente bus- cam operadoras em detrimento à saúde pública.

MAIORES GASTOS COM SAÚDE SU- PLEMENTARDepois do eletrodoméstico e do carro zero, o plano de saúde se tornou um

IMAGENS: Depositphotos, assessoria de imprensa do HCAL e Agência Brasil

tados recentes comprovam que a coope- rativa está atingindo seus objetivos”, afirma o presidente. Segundo pesquisa do Datafolha, a participação da institu-ição no nicho correspondente à categoria social emergente passou de 19% para 24%, entre 2010 e 2011.

A Unimed é uma cooperativa médica, criada e comandada por médicos. Hoje é a marca mais reconhecida em planos de saúde, tem história de 45 anos e está presente em 83% do território nacional. Segundo dados da ANS representa 38% do mercado brasileiro de planos de saúde, com cerca de 18,5 milhões de clientes. Dr. Aquino também explica sobre os investimentos e infraestrutura, “com relação aos médicos cooperados, são 111 mil (um terço do total de médi-cos em atuação no país); em relação à infraestrutura própria, são mais de 110 hospitais, constituindo a segunda maior estrutura do país, atrás apenas das Santas Casas de Misericórdia”.

O hospital Unimed Noroeste/RS investiu no começo deste ano cerca de R$ 400 mil, na aquisição de carros de anestesia e torre de vídeo, para qualificar a estrutura de atendimento. O diretor do hospital, Jorge Luiz Vargas Montardo, acredita que essa ação proporciona reconhecimento dos beneficiários. Hou- ve aumento do número de cirurgias em 2011, além do crescimento de outros serviços, com destaque especial para o Laboratório de Análises Clínicas, com aumento de 29%.

Estruturalmente, as maiores empre-sas estão se renovando continuamente, mas ainda pecam nos aumentos de taxas e mensalidades. Hoje, a partir de R$60,00 é possível ter um plano, porém não contempla alguns exames ou tratamentos, sendo necessários mais investimentos por parte dos usuários.

A ANS instituiu a lei do cheque-calção, em vigor desde 29 de maio deste ano, que proíbe a exigência de promissó- ria ou qualquer outro tipo de garantia de cobrança para atendimentos hospitala-res em casos de emergência (para saber mais leia a coluna quem pagará pelo atendimento?, na p.20). Mesmo que o paciente esteja cumprindo o tempo de carência, o atendimento não poderá ser recusado sob risco de a empresa res- ponder criminalmente, por homicídio do- loso ou culposo, podendo pegar de três meses a um ano de prisão, em caso de morte. A determinação é válida tanto para hospitais quanto para as administra-

que menos da metade dos médicos paulistas atende pacientes com total dependência econômica, por meio dos planos de saúde. Com isso o custo para ter acesso ao tratamento mínimo está cada vez mais caro. O paciente que adere ao sistema de medicina conve-niada, paga para que prestadoras reem-bolsem médicos e hospitais credencia-dos. Contudo, os planos de saúde e seguros funcionam também de forma preventiva.

A assessora comercial, Fahima de Moraes, possui plano empresarial da Unimed, uma das principais empresas do setor. Entretanto, Moraes afirma que “infelizmente, hoje ter um plano de saúde privada não é mais como antes, há dificuldades de consultas, além de o atendimento ambulatorial ser bem

problemático. O que ainda nos faz manter o pagamento das men- salidades é saber que o SUS consegue ser pior”. A assessora conta que há quatro anos não possuía pla- no e quando sua filha precisou de atendi-mento de emergência, apesar de esperar por duas horas no pronto atendimento público ninguém as atendeu. A solução foi pagar uma consulta.

Os principais planos de saúde dispu-tam a liderança no setor para atender a classe média na demanda por melhores serviços. A estudante Francine Tatit, que possui plano familiar da Unimed, comen- ta que o agendamento de consultas costuma levar em média uma semana, quando se trata de rotina, mas que o plano também oferece serviços de atendimento emergencial. A Unimed foi uma das operadoras que mais se atu- alizou e buscou atender a demanda da classe emergente. Seguida pela Cli- nipam, no Paraná.

O presidente da Unimed Brasil, Dr. Eudes de Aquino, afirma que a coopera-tiva dá atenção especial a classe emer-gente, visto que as pessoas que a compõe estão conquistando um espaço de compras importante, inclusive no que concerne à serviços de saúde. “A Uni- med entende que a classe C precisa de uma estratégia específica, algo que considere suas características. Os resul-

doras de planos de saúde.Entraram em vigor também as novas

regras para planos de saúde envolvendo aposentados ou demitidos sem justa causa. Agora, terão direito a fazer a portabilidade do plano sem cumprir novas carências. A forma de calcular o reajuste das mensalidades também muda. A resolução mantém a garantia de demitidos ou aposentados permane-cerem no plano pelos prazos que já existiam, mas define critérios para evitar dúvidas.

Por exemplo: todas as pessoas demi-tidas sem justa causa têm o direito de permanecer como beneficiário do plano da empresa por até dois anos, com a mesma cobertura. Para isso, o trabalha-dor deve ter contribuído com parte das mensalidades, entretanto, agora, vai assumir o valor integral. Cabe ressaltar ainda que é preciso respeitar o limite mínimo de seis meses e máximo de dois anos.

Entretanto, a agência infelizmente

ainda não tem um papel muito ativo quando o usuário busca apoio em virtude das constantes restrições aos tratamen-tos ou o descumprimento da própria Resolução Normativa 259, que entrou em vigor em 19 de dezembro de 2011. Segundo a Academia Brasileira de Neurocirurgia, quase 50% de bene- ficiários sofreram ou sofrem algum tipo de limitação, desses 42% foram descre-denciados.

Dentre as diversas funções da agência, cabe regulamentar, normatizar, controlar e fiscalizar as operadoras de saúde. Uma das responsabilidades é, portanto conter o aumento das mensali-dades, os quais podem variar conforme o contrato de prestação de serviços de saúde para pessoa física ou jurídica. Sendo assim, anualmente, a ANS publica o índice autorizado para reajustes dos planos médico-hospitalares (normalmen- te divulgado em maio, que, todavia, só pode ser repassado para o consumidor na data de aniversário do contrato), com

26 WWW.SAUDESA.COM.BR

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ou sem cobertura odontológica, con- tratados após à Lei nº 9656/98.

IMPULSO NA INDÚSTRIA HOSPITA-LARO aumento do acesso da classe média à saúde privada, especificamente por meio de planos, também impulsionou a indústria de equipamentos hospitalares e odontológicos no país. Um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-tológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) estima que, até 2015, 28 fábricas devem entrar em funciona-mento no Brasil. Só no caso de duas multinacionais, os investimentos che- gam a R$ 152 milhões. Dentre os 27 se- tores pesquisados, só 12 tiveram cres- cimento, sendo que a indústria médico-hospitalar lidera, com 7,8%. Em 2011, o crescimento do setor foi de 17%, com um faturamento de R$ 9,87 bilhões (para saber mais leia a matéria saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

Consumo Geral das Famílias

Consumo Classe Média

Produto Interno Bruto (PIB)

2011 2012 2020

6

5

4

3

2

1

Dados de consumo das famílias brasileiras e projeções macroeconômicas para 2020

Valo

res

em b

ilhõe

s de

rea

is

ANS ANUNCIA O AJUSTE DE VALORES PARA PLANOS DE SAÚDE

Aumento máximo previsto para planos de saúde individual ou familiares é de 7,93%, segundo anúncio da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 0,24 pontos percentuais a mais do que no ano passado. Em 2012, a taxa é maior do que a inflação de 4,86%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que baliza as negociações salariais.

Entretanto, de acordo com a agência os índices inflacionários não podem ser parâmetro, porque o reajuste considera outros fatores, tais como a frequência de uso dos serviços, incorporação de novas tecnologias e variação de custos do setor. Para o cálculo a ANS considera as negociações entre as operadoras e as empresas contratantes.

A alteração atingirá 17% de benefi- ciários de planos de saúde, o que corresponde a mais de oito milhões de pessoas, cujos contratos datam a partir de janeiro de 1999. O período de validade estipulado é de maio deste ano até abril de 2013, sendo que a cobrança pode ser retroativa, em função da vigência da medida.

(FONTE: A Evolução da Classe Média e o Seu Impacto No Varejo, FecomercioSP - fev/12)

Page 27: Saúde S/A - Ed. 07

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EQUIPAMENTO QUE POSSIBILITA A CLASSIFICAÇÃO DO RISCO CLÍNICO O TRIUS é o novo equipamento produzido nacionalmente e desenvolvido pela ToLife, que reúne todo o aparato tecnológico necessário para que o médico ou enfermeiro assegure, com agilidade e precisão, a classificação do risco clínico dos pacientes. O posto de triagem garante registro das medidas clínicas de forma automática e sem ocorrência de erros, além de evitar o desvio de função dos medidores clínicos. Estão integrados ao TRIUS os seguintes medidores: glicosímetro, termômetro timpânico, oxímetro de pulso e aparelho de pressão arterial. Possui também tela sensível ao toque, impressora térmica e leitor de biometria. O equipamento conta com um software baseado no

Protocolo de Manchester, para a classificação de risco e que permite a execução do processo em até 1min e 30s. O EMERGES é um Sistema de Informação que apoia o processo de atendimento, além de organizar os fluxos de pacientes e controla os processos internos. A solução da ToLife possibilita aos gestores visualizar o atendimento, em tempo real ou posterior, facilitando a análise dos dados e a reorganização dos atendimentos nas unidades de saúde e em toda a rede de urgência e emergência.

NOVO EQUIPAMENTO VOLTADO PARA LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS DE PEQUENO E MÉDIO PORTEO pré-analítico é o novo equipamento lançado pela Roche Diagnóstica. Trata-se de um sistema multifuncional e compacto, controlado por computador, que desempenha as funções de destampamento, classificação e armazenamento de tubos para área de soro, hematologia, coagulação e urinálise, em um único equipamento de apenas 1 m² de espaço ocupado. O sistema de análise de amostras cobas p 312 otimiza o fluxo de trabalho dos profissionais, podendo processar até 450 tubos de amostra por hora. Além disso, contribui para a melhoria dos custos e qualidade do laboratório, permitindo que consigam atingir objetivos individuais, de forma personalizada e segura, assegurando também resultados mais rápidos ao paciente.

HUMIRA É O PRIMEIRO E ÚNICO MEDICAMENTO APROVADO DISPONÍVEL PARA PACIENTES COM ESPONDILOARTRITE AXIAL NÃO RADIOGRÁFICA

A Abbott é liberada pelo Comitê de Produtos Médicos para Uso Humano (CMHP) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para comercializar o medicamento Humira, indicado para o tratamento de adultos com espondiloar-trite axial grave sem evidência radiográdica. O parecer positivo foi fundamentado em dados clínicos do ABILITY-I, estudo de fase 3, multifuncional em desenvolvi-mento, que foi estruturado para avaliar a eficácia e segurança da droga. O medicamento deve ser vendido sob prescrição médica. Humira é o primeiro e único anticorpo monoclonal totalmente humano. No Brasil, tem aprovação para ser usado para o tratamento de outras doenças autoimunes, tais como artrite reumatoide, idiopática juvenil e psoriásica, psoríase, espondilite anquilosante e doença de Chron.

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IMAGENS: Divulgação30 WWW.SAUDESA.COM.BR

HOSPITAL SANTA ISABEL PROMOVE AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS E APRESENTA PROJETO NA RIO+20A unidade particular e de convênios da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Hospital Santa Isabel (HSI), apresentou na Rio+20 o projeto MOVE, que alia educação, meio ambiente e saúde, a fim de incrementar hábitos saudáveis e qualidade de vida em escolas públicas da região. A iniciativa é baseada em conceitos defendidos pela Organização Panamericana de Saúde e até o momento já capacitou mais de 40 colaboradores e envolveu cerca de três mil crianças e adolescentes. Com o apoio do HSI a expectativa é aumentar ainda mais o número de pessoas beneficiadas.

COMPLEXO HOSPITALAR EDMUNDO VASCONCELOS COMPLETA 63 ANOSEm junho, o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos completa 63 anos de atuação destacando-se como um dos mais completos conjuntos médico-hospitalares do país. Fundado em 1949, o hospital é um reconhecido centro de especialidades, premiado e certificado por sua excelência. Entre os destaques mais recentes estão a Acreditação Hospitalar Nível 3, Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o Prêmio 100 Melhores Empresas para Trabalhar Brasil 2011, realizado pela revista Época em conjunto com o Great Place to Work Institute (GPTW). A instituição oferece atendimento a mais de 50 especialidades e conta com um corpo clínico de aproximadamente 780 médicos. Anualmente, realiza 10 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 205 mil consultas ambulatoriais, 140 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,3 milhão de exames. São mais de 25 mil m², onde funcionam serviços de internação, consultas médicas, pronto-socorro, centro cirúrgico e de diagnósticos, além de serviços especializados, como o de Medicina Nuclear, inaugurado no início do ano.

HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS (HCB) INAUGURA “ESPAÇO DA FAMÍLIA” NA UNIDADE INFANTOJUVENIL

Segundo Espaço da Família no Brasil (o primeiro está em Sorocaba, no Hospital Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil), é inaugurado em junho no Hospital de Câncer Infantojuvenil Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O HCB em parceria com o Instituto Ronald McDonald criaram um ambiente capaz de comportar simultanea-mente 60 pessoas, entre pacientes e acompanhantes.

MERCADOAs novas tendências, idéias e serviços do mercado de saúde brasileiro.

NEGÓCIO SAÚDE | Saúde S/A

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NEGÓCIO SAÚDE | Saúde S/A

UCB FIRMA PARCERIA COM A MEIZLER BIOPHARMA

A empresa biofarmacêutica global com sede na Bélgica, UCB, comprou 51% das ações

da companhia brasileira Meizler Biopharma, que comercializa produtos farmacêuticos de alta complexidade, licenciados para o mercado brasileiro. Com a fusão, a empresa passa a se chamar Meizler-UCB Biopharma S.A. O acordo prevê a possibilidade de aquisição futura dos demais 49% das ações e faz parte do plano de crescimento da companhia em mercados emergentes. Para Roch Doliveux, executivo da UCB, “a decisão da sociedade se deu especialmente pela infraestrutura local da Meizler. A América Latina é um mercado importante para UCB, em especial o Brasil, que deve se tornar o 5º maior mercado farmacêutico do mundo”. Como resultado da sociedade, a UCB trará para o portfólio de comercialização da farmacêutica brasileira parte de seus medicamentos inovadores.

APÓS FUSÃO DA REDE D´OR COM GRUPO SANTA LÚCIA, HOSPITAL E MA-TERNIDADE BRASIL INAUGURA NOVAS ÁREAS EM SUA UNIDADE EM SANTO ANDRÉ/SPDesde junho a cidade de Santo André, localizada no ABC paulista, conta com novas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), inaugu-radas no Hospital e Maternidade Brasil. Com investimento de R$ 6 milhões, o objetivo do projeto é ter 40% dos leitos reserva-dos para UTI. De acordo com o diretor da instituição, Luiz Antonio Della Negra, a previsão é de que, ainda em setembro deste ano, o hospital receba uma nova área de imagem, contemplando também a outra unidade da rede, o Hospital e Maternidade Assunção, em São Bernardo. O investimento é da ordem de R$1,5 milhão. O projeto de ampliação e modernização do Hospital Brasil, ao expandir sua capacidade de atendimento, reduz a escassez de Unidades de Terapia Intensiva disponíveis, beneficiando toda a região. Esses empreendimentos fazem parte da estratégia de expansão e crescimento da Rede D’Or São Luiz, que está investindo neste ano aproximadamente R$ 280 milhões para ampliação, reforma e aquisição de equipamentos médicos para seus hospitais. Recentemente a instituição anunciou a fusão com o grupo Santa Lúcia, de Brasília (DF), um mês após ter adquirido o Hospital Santa Luzia, também no Distrito Federal. Além disso, a operadora de hospitais assumiu em abril deste ano o controle acionário do Hospital Nossa Senhora de Lourdes e do Hospital da Criança, ambos situados na capital paulista. O grupo está negociando novas aquisições e até o final do ano pretende chegar a 50 hospitais nos próximos cinco anos.

AMB FECHA PARCERIA COM TAM E CITIBANK A Associação Médica Brasileira (AMB), cujo presidente é colaborador da revista saúde S/A (leia a coluna Assinatura pela saúde pública na p. 61), firmou um convênio com a TAM visando facilitar o cotidiano de viagens

dos médicos. O acordo proporciona condições diferenciadas na compra de passagens aéreas em vôos nacionais e internacionais operados pela companhia aérea. A AMB também anunciou parceria firmada com o

Citibank, que oferecerá benefícios para médicos que se tornarem correntistas do banco. “A parceria inclui serviços que facilitam o cotidiano

dos médicos, tais como: atendimento personalizado e consultoria para investimentos”, explica o presidente da AMB, Florentino Cardoso. O pacote

AMB/Citi concede crédito de até R$ 750 mil, que poderá ser utilizado como quiser (por exemplo, para reforma do consultório e/ou compra de

equipamentos médicos) com condições diferenciadas, 11 dias sem juros no cheque especial e até 12 meses de isenção no pacote de tarifas.

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6º Congresso de Reabilitação Profissional Data: 15 e 16 de agostoLocal: Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo - SPInformações e inscrições: www.proreabilitacao.com.br

8º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção HospitalarData: 26 a 28 de julhoLocal: São Paulo - SPInformações e inscrições: www.sobecc.org.br

XXXIV Congresso da Sociedade brasileira de análises clinicasData: 01 a 05 de julhoLocal: Rio de Janeiro - RJInformações e inscrições: (21) 9171-3070

XXV World Congress of the International Union of AngiologyData: 01 a 05 de julhoLocal: Praga, República TchecaInformações e inscrições: www.iua2012.org

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JULHO

AGOSTO

15º CBCENF - Congresso Nacional dos Conselhos de EnfermagemData: 09 a 12 de agostoLocal: Fortaleza - CEInformações e inscrições: www.portalcofen.gov.br

19° Congresso Odontológico RiograndenseData: 11 a 14 de julhoLocal: Centro de Eventos da PUCRS - Porto Alegre - RSInformações e inscrições: www.abors.org.br

19° Congresso de Direito MédicoData: 07 a 10 de AgostoLocal: Maceió - ALInformações e inscrições: www.2012wcml.com

AGENDAVeja abaixo os principais eventos nacionais e internacionais da área de saúde que irão acontecer nos próximos meses.

EVENTOS | Saúde S/A

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w w w. c u s t o s n a s a u d e s u p l e m e n t a r. c o m

Saiba como minimizar o impacto da alta sinistralidade e realizar uma gestão eficiente de custos para obter sucesso em um setor caracterizado por constantes desafios

17 e 18 de Julho de 2012Hotel Golden Tulip Paulista Plaza | São Paulo

O IQPC – International Quality and Productivity Center é uma multinacional de informação empresarial e produz mais de 1.500 conferências por ano mundialmente. Nosso objetivo é prover, de forma imparcial, informações que incentivem debates e questionamentos relevantes, por meio de uma combinação de conferências, tradeshows, workshops, seminários e study tours, atraindo grupos seletos de tomadores de decisão.

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9ª Jornada Brasileira de Enfermagem Geriátrica e GerontológicData: 19 a 21 de setembroLocal: Ponta Mar Hotel - Fortaleza - CEInformações e inscrições: www.aben-ce.com.br

Medical Fair AsiaData: 12 a 14 de setembroLocal: SingapuraInformações e inscrições: www.medicalfair-asia.com

13º IHRSA Fitness Brasil - Latin America Conference & Trade ShowData: 30 de agosto a 01 de setembroLocal: Transamérica Expo Center - São Paulo/SPInformações e inscrições: www.fitnessbrasil.com.br

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SETEMBRO

17º Congresso Abramge e 8º Congresso SinogData: 23 e 24 de agostoLocal: Hotel Maksoud Plaza - São Paulo - SPInformações e inscrições: www.abramge.com.br/17congresso.htm

XXII Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos Data: 21 a 23 de agostoLocal: Centro de Eventos Brasil 21 - Brasília - DFInformações e inscrições: www.cmb.org.br/congresso/index.html

II Congresso Piauiense de Saúde Pública (COPISP)Data: 28 a 31 de agostoLocal: Centro de Convenções SESC Praia, localizado em Luís Correia, litoral do PiauíInformações e inscrições: www.pesquisapiaui.com.br/copisp/

Promoção Estratégica da Saúde Data: 12 e 13 de setembroLocal: Hotel Pergamon - São Paulo - SPInformações e inscrições: www.informagroup.com.br/saude

67º Congresso da Sociedade Brasileira de CardiologiaData: 14 a 17 de setembroLocal: Centro de Convenções - Recife - PEInformações e inscrições: [email protected]

6° Congresso Internacional de FisioterapiaData: 13 a 16 de setembroLocal: Piramide Natal - Hotel & Convention - Natal - RNInformações e inscrições: www.sbf.org.br

3º Congresso Internacional de Odontologia do Mato Grosso do SulData: 18 a 21 de setembroLocal: Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo - Campo Grande - MSInformações e inscrições: www.aboms.org.br

EVENTOS | Saúde S/A

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mesmo o que parece difícil, em dado momento, nada mais é do que uma etapa, pois eu aprendi que a gente faz acontecer.

Saúde S/A: A saúde está em pauta?Waleska Santos: A saúde é um tema de soberania nacional. Além disso, atualmente o cidadão brasileiro, investe mais na prevenção e qualidade de vida. Tudo isso gera gastos, movimenta a área da saúde e agrega valor.

Saúde S/A: Qual o seu recado final? Waleska Santos: Temos de resgatar o lugar do médico na sociedade civil, pois não existe medicina sem médicos! Temos de dar a segurança para que ele possa se emocionar, num entregar-se constante ao exercício da profissão. Temos de olhar para o médico para que ele tenha condições de olhar para os pacientes. Para que ele possa observar a medicina como uma obra de arte!

respeitando os demais. Faltava um momento presencial, de projeção e tradução, numa linguagem didática, para repercutir o que acontece no setor. E a Hospitalar é esse momento. Eu, como médica, sinto-me orgulhosa de poder fazer essa interlocução.

Saúde S/A: Em sua opinião, qual a característica comum ou o que está faltando para o segmento da saúde?Waleska Santos: Insistir e conquistar espaços para os setores. Eu ouvi tanto, nos discursos de inauguração e comemoração, pessoas parafraseando autores, sejam intelectuais ou cantores. Eu também vou parafrasear. Sabe aquela música do Geraldo Vandré que diz assim: vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer? Ela me parece tão atual… Foram tantas as conquistas brasileiras, mas, aparentemente, tantas coisas parecem impossíveis… Para mim,

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM A PRESIDENTE E FUNDADORA DA HOSPITALARHá duas décadas, a Dra. Waleska Santos trocou o exercício medico diário pela difusão do conhecimento e geração de negócios na área da saúde ao fundar a Hospitalar. Preterindo o adjetivo de formadora de opinião pelo de facilita-dora, ela se considera uma detetive. Sua missão: manter o olhar aguçado para descobrir as excelências dos diferentes segmentos da saúde. Para ela, não há medicina sem profissionais: “Temos de olhar para o médico para que ele tenha condições de olhar para os pacientes”.

Saúde S/A: A Constituição brasileira coloca a saúde como direito universal. Como vencer esse desafio e fazer da lei uma prática?Waleska Santos: Realmente trata-se de um desafio, porque esse direito não é exclusivo do brasileiro, mas extensivo a qualquer pessoa que esteja em território nacional. Ha dez anos, quando apresen-tado no exterior, o mundo olhava o programa brasileiro com curiosidade e se perguntava: como um país com tão poucos recursos, em vias de desenvolvi-mento, teria condições de propor algo utópico? Mas estamos caminhando.

Saúde S/A: É possível agilizar essa trajetória?Waleska Santos: O sistema brasileiro é misto e as Parcerias Público-Privadas (PPP) estão se desenvolvendo e gerando a promoção da saúde. Os leitos atendi-dos pelo SUS não conseguem suprir a sua necessidade, mas grande parte deles é oferecida, hoje, pelos hospitais filantrópicos e privados.

Saúde S/A: Como incentivar a difusão das PPP?Waleska Santos: Eu vejo de forma muito saudável que a cultura do povo brasileiro está evoluindo no sentido de ser mais solidária e cidadã. E isso também se reflete no setor de saúde, com os empresários e donos de hospi-tais privados sentindo a necessidade de dividir as suas conquistas. Na área de saúde, especificamente, contabilizamos projetos francamente direcionados para dividir as conquistas dos hospitais referência com a população e o governo.

Saúde S/A: Qual a característica comum do segmento da saúde?

produção de medicamentos. Inaugura-mos, no final do ano passado, a primeira parceria para equipamentos de diagnósticos e queremos expandir ainda mais. E o que o setor privado ganha ao ser nosso parceiro? A garantia de compra do produto que é fruto de uma transfe- rência de tecnologia. Sinceramente, eu acho que o setor privado já compreen-deu que quanto mais ampliarmos o acesso e o atendimento de qualidade da população, mais o setor irá ganhar, ao produzir equipamentos e vender insumos.Saúde S/A: O ministério prevê investi-mentos para fomentar parcerias com as universidades visando o desenvolvim-ento de pesquisas, no Brasil?Alexandre Padilha: Temos parcerias firmadas com os Ministérios da Educa-ção e Ciência e Tecnologia, em diversas áreas de pesquisa, e colocamos R$ 300 milhões em editais que apoiam o seu desenvolvimento. Parte desse recurso destina-se para o campo da inovação tecnológica, visando estruturar o que chamamos de redes de instituição de apoio à pesquisa.O Ministério da Saúde também assumiu o desafio de aumentar a pesquisa clínica no Brasil. Para isso, dependemos do envolvimento de instituições de pesquisa, mas a Anvisa já viabilizou mudanças na regulamentação, que favorecem e estimulam a inovação tecnológica para insumos.

Saúde S/A: Como a parceria entre o público e o privado, na área da saúde, pode viabilizar a conquista da universa- lização da saúde?Alexandre Padilha: A grande parceria se faz pelo mercado que o SUS cria no país, inclusive com o setor privado. Para garantir o acesso à saúde com qualidade e mais perto de onde as pessoas vivem, precisamos de um setor privado inovador, que tenha produtos e equipamentos adequados aos serviços de saúde e às novas necessidades que criamos à nossa população. Precisamos, por exemplo, expandir os centros de radioterapia que, hoje, somam 80 unidades. Para isso, temos de atrair a indústria de aceleradores lineares e a grande parceria se fará através do poder de compra do Ministério da Saúde e das Secretarias municipais e estaduais de saúde.Um passo importante foi dado pela presidenta Dilma, que regulamentou a margem de preferência para a compra. Ou seja, podemos garantir uma margem de até 25% desde que o produto seja nacional, oriundo de inovação tecnológica. Já temos a regulamentação para os medicamentos e o próximo passo será estendê-la para os equipa-mentos.O Ministério da Saúde soma, hoje, 34 iniciativas de apoio a parcerias de laboratórios públicos federais ou estaduais junto com setor privado, empresa nacional ou internacional, para

Waleska Santos: A cadeia produtiva da saúde, hoje, é o setor que mais emprega. E os números tendem a crescer muito mais. É um setor em emancipação, onde há desenvolvimento financeiro e uma demanda de mão de obra para gerir esses espaços. São mais de 170 profissões que se especializam para a área da saúde. Por outro lado, os hospitais ampliam as suas atividades em seguimentos complementares, como a consultoria em gestão, segunda opinião.

Saúde S/A: E como a Hospitalar contri-bui para a formação de PPP?Waleska Santos: Há duas décadas mostrando os casos de sucesso, promovendo esses bons exemplos e divulgando a agenda positiva na saúde. Queremos influenciar as diversas regiões e estados, municípios grandes ou pequenos. Antes o setor estava fechado num ambiente ecumênico, onde todos mantinham as suas convicções,

36 WWW.SAUDESA.COM.BR36 WWW.SAUDESA.COM.BR

Fórum anual de promoção e apresentação de produtos e desenvolvimento de negócios na área médico-hospitalar comprova ser possível a convivência entre grandes e pequenos e a parceria entre público e privado, na troca de know-how e na regulamentação que estão as grandes oportunidades futuras.

HOSPITALAREVENTOS | Saúde S/A

2012

Por Adriana do Amaral

cionais é urgente, posto que só assim o país aumentará a competitividade e, consequentemente, promoverá a in- clusão em todos os níveis, do eco- nômico ao social. Como líder do Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o mundo está de olho no Brasil e, portanto, o país tem de fazer o necessário para conquistar a confiança de parceiros internacionais, para tornar-se líder global no setor.

Nos fóruns, os temas ligados à pre- venção, promoção e produção da saúde foram debatidos e, se não chegaram a consensos, geraram discussões a cerca de novas abordagens.

DISCURSOS SINÉRGICOSNa solenidade de abertura, além de exaltar a importância da Hospitalar, “que reúne tecnologia, conhecimento e inova-ção”, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enfatizou que o Brasil está em vias de tornar-se um país idoso, e por isso é importante o segmento da saúde atuar como gerador de empregos. O governador ainda questionou o or- çamento destinado à saúde. “Precisa-mos de iniciativas conjuntas para prever seu desenvolvimento”, afirmou.

No encerramento, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu a

cada ano a Feira Internacional de Pro- dutos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Labo- ratórios, Farmácias, Clínicas e Consul- tórios (Hospitalar) se

consolida no setor da saúde brasileiro. A 19ª edição, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, reuniu cerca de 90 mil visitantes, de autoridades a empre- sários, profissionais de áreas afins a estudantes. Em quatro dias, a feira movimentou cerca de R$ 6,4 bilhões.

A Hospitalar reuniu expositores oriun-dos de 30 países, que mostraram desde tecnologia de ponta a produtos básicos e/ou essenciais. Responsável por 9% do PIB nacional, cerca de R$ 340 bilhões, os negócios da saúde estão em ascensão no Brasil. Com 90% dos fabricantes na- cionais entre pequeno e médio porte, a feira demonstrou que são inúmeras as oportunidades de crescimento para os empresários do setor (para saber mais leia a matéria Saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

Entretanto, o alinhamento das agen- das e o investimento na atualização e qualificação da produção e serviços na-

redução do sistema tributário para a indústria da saúde visando à geração de empregos, capacitação e desenvolvi- mento tecnológico e ressaltou que os parceiros internacionais que quiserem investir no Brasil encontrarão as portas abertas. Padilha, ainda disse que anseia a instalação de uma fábrica de acelera-dores lineares em solo nacional e que acredita na cooperação entre os setores públicos e privados. “O Brasil é o maior país do mundo a ter um sistema univer-sal de saúde e um sistema de operado-ras privadas que atendem a quase 50 milhões de pessoas. Quanto mais ampli-armos o acesso à saúde pública, mais o setor privado ganha com compra de insumos, equipamentos e uma cres- cente capacidade tecnológica”, afirma.

“Os assuntos relacionados ao setor da saúde são temas de soberania nacio-nal e interessam não apenas aos profis-sionais da área, mas também à popula-ção em geral”, afirmou a presidente e fundadora da Hospitalar, Dra. Waleska Santos. Salientando que o cidadão brasileiro está investindo mais em qualidade de vida e prevenção, foi ta- xativa: “Tudo isso gera gastos, mo- vimenta e amplia a área e agrega valor em todos os segmentos associados à saúde”.

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mesmo o que parece difícil, em dado momento, nada mais é do que uma etapa, pois eu aprendi que a gente faz acontecer.

Saúde S/A: A saúde está em pauta?Waleska Santos: A saúde é um tema de soberania nacional. Além disso, atualmente o cidadão brasileiro, investe mais na prevenção e qualidade de vida. Tudo isso gera gastos, movimenta a área da saúde e agrega valor.

Saúde S/A: Qual o seu recado final? Waleska Santos: Temos de resgatar o lugar do médico na sociedade civil, pois não existe medicina sem médicos! Temos de dar a segurança para que ele possa se emocionar, num entregar-se constante ao exercício da profissão. Temos de olhar para o médico para que ele tenha condições de olhar para os pacientes. Para que ele possa observar a medicina como uma obra de arte!

respeitando os demais. Faltava um momento presencial, de projeção e tradução, numa linguagem didática, para repercutir o que acontece no setor. E a Hospitalar é esse momento. Eu, como médica, sinto-me orgulhosa de poder fazer essa interlocução.

Saúde S/A: Em sua opinião, qual a característica comum ou o que está faltando para o segmento da saúde?Waleska Santos: Insistir e conquistar espaços para os setores. Eu ouvi tanto, nos discursos de inauguração e comemoração, pessoas parafraseando autores, sejam intelectuais ou cantores. Eu também vou parafrasear. Sabe aquela música do Geraldo Vandré que diz assim: vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer? Ela me parece tão atual… Foram tantas as conquistas brasileiras, mas, aparentemente, tantas coisas parecem impossíveis… Para mim,

do Complexo Industrial da Saúde (Gecis) do Ministério da Saúde, Eduardo Jorge Valadares, destacou que para participar da cadeia de valor da saúde é preciso investir e se adequar à regulamentação, inclusive nos Manuais de Materiais de Uso em Saúde e Diagnóstico de Uso in Vitro, lançados pela Anvisa, durante a “III Jornada de Ação em Política Industrial e Regulação Para Produtos da Saúde”. Para Valadares, é fundamental Investir na qualidade industrial para a manutenção de uma produção local qualificada, com produtos seguros e eficazes.

Ao debater a qualidade do paciente, a hematologista e especialista em gestão de riscos, Eliana Cardozo Vieira Quintão, convidada pela Det Norske Veritas (empresa certificadora da Noruega), afirmou que apenas um planejamento, envolvendo toda a cadeia da assistência, da recepção até o plano de alta, com monitoramento dos resultados, acarre-tará “na redução dos riscos mínimos aceitáveis associados ao cuidado ao paciente”, explica.

Para a promoção da saúde clínica e financeira, todo o cuidado é pouco na hora de contratar profissionais. Após palestrar sobre relações trabalhistas, a advogada da Benicio Advogados Associados, Vanessa Cardone, alertou que para fugir das discussões geradas em torno dos autos de infração é vital cumprir todas as regras da CLT. Além disso, conhecer muito bem todos os parceiros, dos PJs aos estagiários, do prestador de serviços às cooperativas.

Já o professor titular de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Antonio Correa de Lacerda, salien-tou que para transformar o potencial brasileiro em realidade, é preciso mudan-ças macroeconômicas, educacionais e empresariais. “O salto quântico, agrega-dor de valor, deve ser sustentável ao longo prazo. Tudo o que for investido em saúde, educação e planejamento volta sob o ponto de vista de qualidade de vida, que se transformou numa das bases do desenvolvimento”, argumenta.

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM A PRESIDENTE E FUNDADORA DA HOSPITALARHá duas décadas, a Dra. Waleska Santos trocou o exercício medico diário pela difusão do conhecimento e geração de negócios na área da saúde ao fundar a Hospitalar. Preterindo o adjetivo de formadora de opinião pelo de facilita-dora, ela se considera uma detetive. Sua missão: manter o olhar aguçado para descobrir as excelências dos diferentes segmentos da saúde. Para ela, não há medicina sem profissionais: “Temos de olhar para o médico para que ele tenha condições de olhar para os pacientes”.

Saúde S/A: A Constituição brasileira coloca a saúde como direito universal. Como vencer esse desafio e fazer da lei uma prática?Waleska Santos: Realmente trata-se de um desafio, porque esse direito não é exclusivo do brasileiro, mas extensivo a qualquer pessoa que esteja em território nacional. Ha dez anos, quando apresen-tado no exterior, o mundo olhava o programa brasileiro com curiosidade e se perguntava: como um país com tão poucos recursos, em vias de desenvolvi-mento, teria condições de propor algo utópico? Mas estamos caminhando.

Saúde S/A: É possível agilizar essa trajetória?Waleska Santos: O sistema brasileiro é misto e as Parcerias Público-Privadas (PPP) estão se desenvolvendo e gerando a promoção da saúde. Os leitos atendi-dos pelo SUS não conseguem suprir a sua necessidade, mas grande parte deles é oferecida, hoje, pelos hospitais filantrópicos e privados.

Saúde S/A: Como incentivar a difusão das PPP?Waleska Santos: Eu vejo de forma muito saudável que a cultura do povo brasileiro está evoluindo no sentido de ser mais solidária e cidadã. E isso também se reflete no setor de saúde, com os empresários e donos de hospi-tais privados sentindo a necessidade de dividir as suas conquistas. Na área de saúde, especificamente, contabilizamos projetos francamente direcionados para dividir as conquistas dos hospitais referência com a população e o governo.

Saúde S/A: Qual a característica comum do segmento da saúde?

produção de medicamentos. Inaugura-mos, no final do ano passado, a primeira parceria para equipamentos de diagnósticos e queremos expandir ainda mais. E o que o setor privado ganha ao ser nosso parceiro? A garantia de compra do produto que é fruto de uma transfe- rência de tecnologia. Sinceramente, eu acho que o setor privado já compreen-deu que quanto mais ampliarmos o acesso e o atendimento de qualidade da população, mais o setor irá ganhar, ao produzir equipamentos e vender insumos.Saúde S/A: O ministério prevê investi-mentos para fomentar parcerias com as universidades visando o desenvolvim-ento de pesquisas, no Brasil?Alexandre Padilha: Temos parcerias firmadas com os Ministérios da Educa-ção e Ciência e Tecnologia, em diversas áreas de pesquisa, e colocamos R$ 300 milhões em editais que apoiam o seu desenvolvimento. Parte desse recurso destina-se para o campo da inovação tecnológica, visando estruturar o que chamamos de redes de instituição de apoio à pesquisa.O Ministério da Saúde também assumiu o desafio de aumentar a pesquisa clínica no Brasil. Para isso, dependemos do envolvimento de instituições de pesquisa, mas a Anvisa já viabilizou mudanças na regulamentação, que favorecem e estimulam a inovação tecnológica para insumos.

Saúde S/A: Como a parceria entre o público e o privado, na área da saúde, pode viabilizar a conquista da universa- lização da saúde?Alexandre Padilha: A grande parceria se faz pelo mercado que o SUS cria no país, inclusive com o setor privado. Para garantir o acesso à saúde com qualidade e mais perto de onde as pessoas vivem, precisamos de um setor privado inovador, que tenha produtos e equipamentos adequados aos serviços de saúde e às novas necessidades que criamos à nossa população. Precisamos, por exemplo, expandir os centros de radioterapia que, hoje, somam 80 unidades. Para isso, temos de atrair a indústria de aceleradores lineares e a grande parceria se fará através do poder de compra do Ministério da Saúde e das Secretarias municipais e estaduais de saúde.Um passo importante foi dado pela presidenta Dilma, que regulamentou a margem de preferência para a compra. Ou seja, podemos garantir uma margem de até 25% desde que o produto seja nacional, oriundo de inovação tecnológica. Já temos a regulamentação para os medicamentos e o próximo passo será estendê-la para os equipa-mentos.O Ministério da Saúde soma, hoje, 34 iniciativas de apoio a parcerias de laboratórios públicos federais ou estaduais junto com setor privado, empresa nacional ou internacional, para

Waleska Santos: A cadeia produtiva da saúde, hoje, é o setor que mais emprega. E os números tendem a crescer muito mais. É um setor em emancipação, onde há desenvolvimento financeiro e uma demanda de mão de obra para gerir esses espaços. São mais de 170 profissões que se especializam para a área da saúde. Por outro lado, os hospitais ampliam as suas atividades em seguimentos complementares, como a consultoria em gestão, segunda opinião.

Saúde S/A: E como a Hospitalar contri-bui para a formação de PPP?Waleska Santos: Há duas décadas mostrando os casos de sucesso, promovendo esses bons exemplos e divulgando a agenda positiva na saúde. Queremos influenciar as diversas regiões e estados, municípios grandes ou pequenos. Antes o setor estava fechado num ambiente ecumênico, onde todos mantinham as suas convicções,

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EVENTOS | Saúde S/A

cionais é urgente, posto que só assim o país aumentará a competitividade e, consequentemente, promoverá a in- clusão em todos os níveis, do eco- nômico ao social. Como líder do Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o mundo está de olho no Brasil e, portanto, o país tem de fazer o necessário para conquistar a confiança de parceiros internacionais, para tornar-se líder global no setor.

Nos fóruns, os temas ligados à pre- venção, promoção e produção da saúde foram debatidos e, se não chegaram a consensos, geraram discussões a cerca de novas abordagens.

DISCURSOS SINÉRGICOSNa solenidade de abertura, além de exaltar a importância da Hospitalar, “que reúne tecnologia, conhecimento e inova-ção”, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enfatizou que o Brasil está em vias de tornar-se um país idoso, e por isso é importante o segmento da saúde atuar como gerador de empregos. O governador ainda questionou o or- çamento destinado à saúde. “Precisa-mos de iniciativas conjuntas para prever seu desenvolvimento”, afirmou.

No encerramento, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu a

cada ano a Feira Internacional de Pro- dutos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Labo- ratórios, Farmácias, Clínicas e Consul- tórios (Hospitalar) se

consolida no setor da saúde brasileiro. A 19ª edição, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, reuniu cerca de 90 mil visitantes, de autoridades a empre- sários, profissionais de áreas afins a estudantes. Em quatro dias, a feira movimentou cerca de R$ 6,4 bilhões.

A Hospitalar reuniu expositores oriun-dos de 30 países, que mostraram desde tecnologia de ponta a produtos básicos e/ou essenciais. Responsável por 9% do PIB nacional, cerca de R$ 340 bilhões, os negócios da saúde estão em ascensão no Brasil. Com 90% dos fabricantes na- cionais entre pequeno e médio porte, a feira demonstrou que são inúmeras as oportunidades de crescimento para os empresários do setor (para saber mais leia a matéria Saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

Entretanto, o alinhamento das agen- das e o investimento na atualização e qualificação da produção e serviços na-

sos; além da visão humanística, susten-tável e ecológica de toda a cadeia. As palavras acesso, transparência, regula-mentação, valor agregado, parceria foram repetidas exaustivamente em todos os fóruns.

Representante do Grupo Executivo

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO É A BASE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELManter um negócio seja serviço ou indústria exige regulamentação, ética, responsabilidade social e profissional; foco na gestão e otimização dos recur-

redução do sistema tributário para a indústria da saúde visando à geração de empregos, capacitação e desenvolvi- mento tecnológico e ressaltou que os parceiros internacionais que quiserem investir no Brasil encontrarão as portas abertas. Padilha, ainda disse que anseia a instalação de uma fábrica de acelera-dores lineares em solo nacional e que acredita na cooperação entre os setores públicos e privados. “O Brasil é o maior país do mundo a ter um sistema univer-sal de saúde e um sistema de operado-ras privadas que atendem a quase 50 milhões de pessoas. Quanto mais ampli-armos o acesso à saúde pública, mais o setor privado ganha com compra de insumos, equipamentos e uma cres- cente capacidade tecnológica”, afirma.

“Os assuntos relacionados ao setor da saúde são temas de soberania nacio-nal e interessam não apenas aos profis-sionais da área, mas também à popula-ção em geral”, afirmou a presidente e fundadora da Hospitalar, Dra. Waleska Santos. Salientando que o cidadão brasileiro está investindo mais em qualidade de vida e prevenção, foi ta- xativa: “Tudo isso gera gastos, mo- vimenta e amplia a área e agrega valor em todos os segmentos associados à saúde”.

EventoA esquerda, abertura da feira conta com a presença de personalidades como Alexandre Padilha, Dra. Waleska Santos, Franco Pallamolla, Geraldo Alckmin, Darcisio Perondi entre outros

A baixo, vista aérea de estandes no pavilhão branco do Expo Center Norte, em São Paulo

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mesmo o que parece difícil, em dado momento, nada mais é do que uma etapa, pois eu aprendi que a gente faz acontecer.

Saúde S/A: A saúde está em pauta?Waleska Santos: A saúde é um tema de soberania nacional. Além disso, atualmente o cidadão brasileiro, investe mais na prevenção e qualidade de vida. Tudo isso gera gastos, movimenta a área da saúde e agrega valor.

Saúde S/A: Qual o seu recado final? Waleska Santos: Temos de resgatar o lugar do médico na sociedade civil, pois não existe medicina sem médicos! Temos de dar a segurança para que ele possa se emocionar, num entregar-se constante ao exercício da profissão. Temos de olhar para o médico para que ele tenha condições de olhar para os pacientes. Para que ele possa observar a medicina como uma obra de arte!

respeitando os demais. Faltava um momento presencial, de projeção e tradução, numa linguagem didática, para repercutir o que acontece no setor. E a Hospitalar é esse momento. Eu, como médica, sinto-me orgulhosa de poder fazer essa interlocução.

Saúde S/A: Em sua opinião, qual a característica comum ou o que está faltando para o segmento da saúde?Waleska Santos: Insistir e conquistar espaços para os setores. Eu ouvi tanto, nos discursos de inauguração e comemoração, pessoas parafraseando autores, sejam intelectuais ou cantores. Eu também vou parafrasear. Sabe aquela música do Geraldo Vandré que diz assim: vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer? Ela me parece tão atual… Foram tantas as conquistas brasileiras, mas, aparentemente, tantas coisas parecem impossíveis… Para mim,

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM A PRESIDENTE E FUNDADORA DA HOSPITALARHá duas décadas, a Dra. Waleska Santos trocou o exercício medico diário pela difusão do conhecimento e geração de negócios na área da saúde ao fundar a Hospitalar. Preterindo o adjetivo de formadora de opinião pelo de facilita-dora, ela se considera uma detetive. Sua missão: manter o olhar aguçado para descobrir as excelências dos diferentes segmentos da saúde. Para ela, não há medicina sem profissionais: “Temos de olhar para o médico para que ele tenha condições de olhar para os pacientes”.

Saúde S/A: A Constituição brasileira coloca a saúde como direito universal. Como vencer esse desafio e fazer da lei uma prática?Waleska Santos: Realmente trata-se de um desafio, porque esse direito não é exclusivo do brasileiro, mas extensivo a qualquer pessoa que esteja em território nacional. Ha dez anos, quando apresen-tado no exterior, o mundo olhava o programa brasileiro com curiosidade e se perguntava: como um país com tão poucos recursos, em vias de desenvolvi-mento, teria condições de propor algo utópico? Mas estamos caminhando.

Saúde S/A: É possível agilizar essa trajetória?Waleska Santos: O sistema brasileiro é misto e as Parcerias Público-Privadas (PPP) estão se desenvolvendo e gerando a promoção da saúde. Os leitos atendi-dos pelo SUS não conseguem suprir a sua necessidade, mas grande parte deles é oferecida, hoje, pelos hospitais filantrópicos e privados.

Saúde S/A: Como incentivar a difusão das PPP?Waleska Santos: Eu vejo de forma muito saudável que a cultura do povo brasileiro está evoluindo no sentido de ser mais solidária e cidadã. E isso também se reflete no setor de saúde, com os empresários e donos de hospi-tais privados sentindo a necessidade de dividir as suas conquistas. Na área de saúde, especificamente, contabilizamos projetos francamente direcionados para dividir as conquistas dos hospitais referência com a população e o governo.

Saúde S/A: Qual a característica comum do segmento da saúde?

produção de medicamentos. Inaugura-mos, no final do ano passado, a primeira parceria para equipamentos de diagnósticos e queremos expandir ainda mais. E o que o setor privado ganha ao ser nosso parceiro? A garantia de compra do produto que é fruto de uma transfe- rência de tecnologia. Sinceramente, eu acho que o setor privado já compreen-deu que quanto mais ampliarmos o acesso e o atendimento de qualidade da população, mais o setor irá ganhar, ao produzir equipamentos e vender insumos.Saúde S/A: O ministério prevê investi-mentos para fomentar parcerias com as universidades visando o desenvolvim-ento de pesquisas, no Brasil?Alexandre Padilha: Temos parcerias firmadas com os Ministérios da Educa-ção e Ciência e Tecnologia, em diversas áreas de pesquisa, e colocamos R$ 300 milhões em editais que apoiam o seu desenvolvimento. Parte desse recurso destina-se para o campo da inovação tecnológica, visando estruturar o que chamamos de redes de instituição de apoio à pesquisa.O Ministério da Saúde também assumiu o desafio de aumentar a pesquisa clínica no Brasil. Para isso, dependemos do envolvimento de instituições de pesquisa, mas a Anvisa já viabilizou mudanças na regulamentação, que favorecem e estimulam a inovação tecnológica para insumos.

Saúde S/A: Como a parceria entre o público e o privado, na área da saúde, pode viabilizar a conquista da universa- lização da saúde?Alexandre Padilha: A grande parceria se faz pelo mercado que o SUS cria no país, inclusive com o setor privado. Para garantir o acesso à saúde com qualidade e mais perto de onde as pessoas vivem, precisamos de um setor privado inovador, que tenha produtos e equipamentos adequados aos serviços de saúde e às novas necessidades que criamos à nossa população. Precisamos, por exemplo, expandir os centros de radioterapia que, hoje, somam 80 unidades. Para isso, temos de atrair a indústria de aceleradores lineares e a grande parceria se fará através do poder de compra do Ministério da Saúde e das Secretarias municipais e estaduais de saúde.Um passo importante foi dado pela presidenta Dilma, que regulamentou a margem de preferência para a compra. Ou seja, podemos garantir uma margem de até 25% desde que o produto seja nacional, oriundo de inovação tecnológica. Já temos a regulamentação para os medicamentos e o próximo passo será estendê-la para os equipa-mentos.O Ministério da Saúde soma, hoje, 34 iniciativas de apoio a parcerias de laboratórios públicos federais ou estaduais junto com setor privado, empresa nacional ou internacional, para

Waleska Santos: A cadeia produtiva da saúde, hoje, é o setor que mais emprega. E os números tendem a crescer muito mais. É um setor em emancipação, onde há desenvolvimento financeiro e uma demanda de mão de obra para gerir esses espaços. São mais de 170 profissões que se especializam para a área da saúde. Por outro lado, os hospitais ampliam as suas atividades em seguimentos complementares, como a consultoria em gestão, segunda opinião.

Saúde S/A: E como a Hospitalar contri-bui para a formação de PPP?Waleska Santos: Há duas décadas mostrando os casos de sucesso, promovendo esses bons exemplos e divulgando a agenda positiva na saúde. Queremos influenciar as diversas regiões e estados, municípios grandes ou pequenos. Antes o setor estava fechado num ambiente ecumênico, onde todos mantinham as suas convicções,

cionais é urgente, posto que só assim o país aumentará a competitividade e, consequentemente, promoverá a in- clusão em todos os níveis, do eco- nômico ao social. Como líder do Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o mundo está de olho no Brasil e, portanto, o país tem de fazer o necessário para conquistar a confiança de parceiros internacionais, para tornar-se líder global no setor.

Nos fóruns, os temas ligados à pre- venção, promoção e produção da saúde foram debatidos e, se não chegaram a consensos, geraram discussões a cerca de novas abordagens.

DISCURSOS SINÉRGICOSNa solenidade de abertura, além de exaltar a importância da Hospitalar, “que reúne tecnologia, conhecimento e inova-ção”, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enfatizou que o Brasil está em vias de tornar-se um país idoso, e por isso é importante o segmento da saúde atuar como gerador de empregos. O governador ainda questionou o or- çamento destinado à saúde. “Precisa-mos de iniciativas conjuntas para prever seu desenvolvimento”, afirmou.

No encerramento, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu a

cada ano a Feira Internacional de Pro- dutos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Labo- ratórios, Farmácias, Clínicas e Consul- tórios (Hospitalar) se

consolida no setor da saúde brasileiro. A 19ª edição, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, reuniu cerca de 90 mil visitantes, de autoridades a empre- sários, profissionais de áreas afins a estudantes. Em quatro dias, a feira movimentou cerca de R$ 6,4 bilhões.

A Hospitalar reuniu expositores oriun-dos de 30 países, que mostraram desde tecnologia de ponta a produtos básicos e/ou essenciais. Responsável por 9% do PIB nacional, cerca de R$ 340 bilhões, os negócios da saúde estão em ascensão no Brasil. Com 90% dos fabricantes na- cionais entre pequeno e médio porte, a feira demonstrou que são inúmeras as oportunidades de crescimento para os empresários do setor (para saber mais leia a matéria Saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

Entretanto, o alinhamento das agen- das e o investimento na atualização e qualificação da produção e serviços na-

redução do sistema tributário para a indústria da saúde visando à geração de empregos, capacitação e desenvolvi- mento tecnológico e ressaltou que os parceiros internacionais que quiserem investir no Brasil encontrarão as portas abertas. Padilha, ainda disse que anseia a instalação de uma fábrica de acelera-dores lineares em solo nacional e que acredita na cooperação entre os setores públicos e privados. “O Brasil é o maior país do mundo a ter um sistema univer-sal de saúde e um sistema de operado-ras privadas que atendem a quase 50 milhões de pessoas. Quanto mais ampli-armos o acesso à saúde pública, mais o setor privado ganha com compra de insumos, equipamentos e uma cres- cente capacidade tecnológica”, afirma.

“Os assuntos relacionados ao setor da saúde são temas de soberania nacio-nal e interessam não apenas aos profis-sionais da área, mas também à popula-ção em geral”, afirmou a presidente e fundadora da Hospitalar, Dra. Waleska Santos. Salientando que o cidadão brasileiro está investindo mais em qualidade de vida e prevenção, foi ta- xativa: “Tudo isso gera gastos, mo- vimenta e amplia a área e agrega valor em todos os segmentos associados à saúde”.

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IMAGENS: Assessoria de comunicação - Hospitalar

MINISTRO ALEXANDRE PADILHA COMENTA SOBRE PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS E INVESTIMENTOS EM PESQUISA

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mesmo o que parece difícil, em dado momento, nada mais é do que uma etapa, pois eu aprendi que a gente faz acontecer.

Saúde S/A: A saúde está em pauta?Waleska Santos: A saúde é um tema de soberania nacional. Além disso, atualmente o cidadão brasileiro, investe mais na prevenção e qualidade de vida. Tudo isso gera gastos, movimenta a área da saúde e agrega valor.

Saúde S/A: Qual o seu recado final? Waleska Santos: Temos de resgatar o lugar do médico na sociedade civil, pois não existe medicina sem médicos! Temos de dar a segurança para que ele possa se emocionar, num entregar-se constante ao exercício da profissão. Temos de olhar para o médico para que ele tenha condições de olhar para os pacientes. Para que ele possa observar a medicina como uma obra de arte!

respeitando os demais. Faltava um momento presencial, de projeção e tradução, numa linguagem didática, para repercutir o que acontece no setor. E a Hospitalar é esse momento. Eu, como médica, sinto-me orgulhosa de poder fazer essa interlocução.

Saúde S/A: Em sua opinião, qual a característica comum ou o que está faltando para o segmento da saúde?Waleska Santos: Insistir e conquistar espaços para os setores. Eu ouvi tanto, nos discursos de inauguração e comemoração, pessoas parafraseando autores, sejam intelectuais ou cantores. Eu também vou parafrasear. Sabe aquela música do Geraldo Vandré que diz assim: vem, vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer? Ela me parece tão atual… Foram tantas as conquistas brasileiras, mas, aparentemente, tantas coisas parecem impossíveis… Para mim,

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM A PRESIDENTE E FUNDADORA DA HOSPITALARHá duas décadas, a Dra. Waleska Santos trocou o exercício medico diário pela difusão do conhecimento e geração de negócios na área da saúde ao fundar a Hospitalar. Preterindo o adjetivo de formadora de opinião pelo de facilita-dora, ela se considera uma detetive. Sua missão: manter o olhar aguçado para descobrir as excelências dos diferentes segmentos da saúde. Para ela, não há medicina sem profissionais: “Temos de olhar para o médico para que ele tenha condições de olhar para os pacientes”.

Saúde S/A: A Constituição brasileira coloca a saúde como direito universal. Como vencer esse desafio e fazer da lei uma prática?Waleska Santos: Realmente trata-se de um desafio, porque esse direito não é exclusivo do brasileiro, mas extensivo a qualquer pessoa que esteja em território nacional. Ha dez anos, quando apresen-tado no exterior, o mundo olhava o programa brasileiro com curiosidade e se perguntava: como um país com tão poucos recursos, em vias de desenvolvi-mento, teria condições de propor algo utópico? Mas estamos caminhando.

Saúde S/A: É possível agilizar essa trajetória?Waleska Santos: O sistema brasileiro é misto e as Parcerias Público-Privadas (PPP) estão se desenvolvendo e gerando a promoção da saúde. Os leitos atendi-dos pelo SUS não conseguem suprir a sua necessidade, mas grande parte deles é oferecida, hoje, pelos hospitais filantrópicos e privados.

Saúde S/A: Como incentivar a difusão das PPP?Waleska Santos: Eu vejo de forma muito saudável que a cultura do povo brasileiro está evoluindo no sentido de ser mais solidária e cidadã. E isso também se reflete no setor de saúde, com os empresários e donos de hospi-tais privados sentindo a necessidade de dividir as suas conquistas. Na área de saúde, especificamente, contabilizamos projetos francamente direcionados para dividir as conquistas dos hospitais referência com a população e o governo.

Saúde S/A: Qual a característica comum do segmento da saúde?

produção de medicamentos. Inaugura-mos, no final do ano passado, a primeira parceria para equipamentos de diagnósticos e queremos expandir ainda mais. E o que o setor privado ganha ao ser nosso parceiro? A garantia de compra do produto que é fruto de uma transfe- rência de tecnologia. Sinceramente, eu acho que o setor privado já compreen-deu que quanto mais ampliarmos o acesso e o atendimento de qualidade da população, mais o setor irá ganhar, ao produzir equipamentos e vender insumos.Saúde S/A: O ministério prevê investi-mentos para fomentar parcerias com as universidades visando o desenvolvim-ento de pesquisas, no Brasil?Alexandre Padilha: Temos parcerias firmadas com os Ministérios da Educa-ção e Ciência e Tecnologia, em diversas áreas de pesquisa, e colocamos R$ 300 milhões em editais que apoiam o seu desenvolvimento. Parte desse recurso destina-se para o campo da inovação tecnológica, visando estruturar o que chamamos de redes de instituição de apoio à pesquisa.O Ministério da Saúde também assumiu o desafio de aumentar a pesquisa clínica no Brasil. Para isso, dependemos do envolvimento de instituições de pesquisa, mas a Anvisa já viabilizou mudanças na regulamentação, que favorecem e estimulam a inovação tecnológica para insumos.

Saúde S/A: Como a parceria entre o público e o privado, na área da saúde, pode viabilizar a conquista da universa- lização da saúde?Alexandre Padilha: A grande parceria se faz pelo mercado que o SUS cria no país, inclusive com o setor privado. Para garantir o acesso à saúde com qualidade e mais perto de onde as pessoas vivem, precisamos de um setor privado inovador, que tenha produtos e equipamentos adequados aos serviços de saúde e às novas necessidades que criamos à nossa população. Precisamos, por exemplo, expandir os centros de radioterapia que, hoje, somam 80 unidades. Para isso, temos de atrair a indústria de aceleradores lineares e a grande parceria se fará através do poder de compra do Ministério da Saúde e das Secretarias municipais e estaduais de saúde.Um passo importante foi dado pela presidenta Dilma, que regulamentou a margem de preferência para a compra. Ou seja, podemos garantir uma margem de até 25% desde que o produto seja nacional, oriundo de inovação tecnológica. Já temos a regulamentação para os medicamentos e o próximo passo será estendê-la para os equipa-mentos.O Ministério da Saúde soma, hoje, 34 iniciativas de apoio a parcerias de laboratórios públicos federais ou estaduais junto com setor privado, empresa nacional ou internacional, para

Waleska Santos: A cadeia produtiva da saúde, hoje, é o setor que mais emprega. E os números tendem a crescer muito mais. É um setor em emancipação, onde há desenvolvimento financeiro e uma demanda de mão de obra para gerir esses espaços. São mais de 170 profissões que se especializam para a área da saúde. Por outro lado, os hospitais ampliam as suas atividades em seguimentos complementares, como a consultoria em gestão, segunda opinião.

Saúde S/A: E como a Hospitalar contri-bui para a formação de PPP?Waleska Santos: Há duas décadas mostrando os casos de sucesso, promovendo esses bons exemplos e divulgando a agenda positiva na saúde. Queremos influenciar as diversas regiões e estados, municípios grandes ou pequenos. Antes o setor estava fechado num ambiente ecumênico, onde todos mantinham as suas convicções,

cionais é urgente, posto que só assim o país aumentará a competitividade e, consequentemente, promoverá a in- clusão em todos os níveis, do eco- nômico ao social. Como líder do Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o mundo está de olho no Brasil e, portanto, o país tem de fazer o necessário para conquistar a confiança de parceiros internacionais, para tornar-se líder global no setor.

Nos fóruns, os temas ligados à pre- venção, promoção e produção da saúde foram debatidos e, se não chegaram a consensos, geraram discussões a cerca de novas abordagens.

DISCURSOS SINÉRGICOSNa solenidade de abertura, além de exaltar a importância da Hospitalar, “que reúne tecnologia, conhecimento e inova-ção”, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, enfatizou que o Brasil está em vias de tornar-se um país idoso, e por isso é importante o segmento da saúde atuar como gerador de empregos. O governador ainda questionou o or- çamento destinado à saúde. “Precisa-mos de iniciativas conjuntas para prever seu desenvolvimento”, afirmou.

No encerramento, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu a

cada ano a Feira Internacional de Pro- dutos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Labo- ratórios, Farmácias, Clínicas e Consul- tórios (Hospitalar) se

consolida no setor da saúde brasileiro. A 19ª edição, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo, reuniu cerca de 90 mil visitantes, de autoridades a empre- sários, profissionais de áreas afins a estudantes. Em quatro dias, a feira movimentou cerca de R$ 6,4 bilhões.

A Hospitalar reuniu expositores oriun-dos de 30 países, que mostraram desde tecnologia de ponta a produtos básicos e/ou essenciais. Responsável por 9% do PIB nacional, cerca de R$ 340 bilhões, os negócios da saúde estão em ascensão no Brasil. Com 90% dos fabricantes na- cionais entre pequeno e médio porte, a feira demonstrou que são inúmeras as oportunidades de crescimento para os empresários do setor (para saber mais leia a matéria Saúde crescerá mais que PIB e indústria em 2012, na p. 43).

Entretanto, o alinhamento das agen- das e o investimento na atualização e qualificação da produção e serviços na-

redução do sistema tributário para a indústria da saúde visando à geração de empregos, capacitação e desenvolvi- mento tecnológico e ressaltou que os parceiros internacionais que quiserem investir no Brasil encontrarão as portas abertas. Padilha, ainda disse que anseia a instalação de uma fábrica de acelera-dores lineares em solo nacional e que acredita na cooperação entre os setores públicos e privados. “O Brasil é o maior país do mundo a ter um sistema univer-sal de saúde e um sistema de operado-ras privadas que atendem a quase 50 milhões de pessoas. Quanto mais ampli-armos o acesso à saúde pública, mais o setor privado ganha com compra de insumos, equipamentos e uma cres- cente capacidade tecnológica”, afirma.

“Os assuntos relacionados ao setor da saúde são temas de soberania nacio-nal e interessam não apenas aos profis-sionais da área, mas também à popula-ção em geral”, afirmou a presidente e fundadora da Hospitalar, Dra. Waleska Santos. Salientando que o cidadão brasileiro está investindo mais em qualidade de vida e prevenção, foi ta- xativa: “Tudo isso gera gastos, mo- vimenta e amplia a área e agrega valor em todos os segmentos associados à saúde”.

Diversidade(Acima) O jantar oficial

contou com a participação do maestro João Carlos

Martins

(A direita) O público da feira, ao longo dos

quatro dias foi bastante heterogêneo, em função

do acesso gratuito.

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A FEIRA TAMBÉM MANTEVE ESPAÇO PARA A EDUCAÇÃO O Ministério das Relações Exteriores e o Senac fizeram dos seus estandes locais para difusão do conhecimento. O primeiro convidava os empresários expositores ou em visita à feira para conhecer o Portal Brasil Global Net e as possibilidades de exportação; o segundo, os visitantes a participarem de palestras gratuitas sobre saúde, bem-estar e gestão.

“Estamos aqui para apoiar os empresários que desejam exportar, principalmente os pequenos, dando todo o suporte necessário e incenti-vando o comércio exterior”, afirmou o assistente técnico do Departamento de Promoção Comercial e Investimen-tos do Ministério, Murillo Marra de Oliveira. Basta o cadastramento no site (www.brasilglobalnet.gov.br) para o empresário obter todas as informações para captação de investimento, identifi-car nichos para exportação. “O mercado externo está acessível ao Brasil e a nossa função é abrir as portas e dar total apoio aos empresários”, explica.

O Senac, por sua vez, investiu na geração de informação para todo o leque de profissionais da saúde, da formação a gestão em serviços.O público, ávido por informações, for- mava filas em frente ao estande.

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médico-paciente está na orientação. Na exposição o diretor médico-técnico do Santa Paula, falou da importância de trabalhar com qualidade e gestão de pessoas. Munerato exemplificou a acuidade do atendimento ao paciente e seu acompanhante desde a recepção, apresentando, inclusive, formas de mensuração da satisfação, por meio de formulários. “O grande problema é uma adesão muito pequena por parte do acompanhante em responder as pesqui-sas. Mas fazemos reuniões periódicas com as equipes do hospital, visando melhoria contínua. Se numa semana não há nenhuma relação, algo pode estar errado”, salientou.

“Infelizmente, paciente e acompa- nhante se sentem reféns do médico e

têm receio de reportar um problema. No Pró-Cardíaco temos canais telefônicos de relacionamento, em que acompa- nhante e paciente, em até duas semanas depois do atendimento, podem sugerir, reclamar e denunciar, sendo preservado o anonimato”, completou Evandro Tinoco Mesquita.

O diretor médico do Hospital Villa Lobos, Paulo Roberto Cretella e a profes-sora doutora da Escola Paulista de Medicina, Roseli Guidici, foram os palestrantes que encerraram a sequen-cia de exposições ocorridas no último dia de evento. O tema dedicado foi Gestão do Corpo Clínico e sua composição (aberto, fechado e misto), ambos apresentaram e identificaram estraté-gias de competência administrativa e ética profissional.

próximas décadas é maior e devemos nos preparar para uma população que vai adoecer mais e ao Estado custará mais caro. A chance de organizar a estrutura da Saúde Pública é agora”, afirmou Guido Cerri. Educação é um dos pilares aponta-dos pelo secretário para garantir bom desempenho no setor, por isso, ele argumenta que é necessário investi-mento na atenção básica, educação continuada e telemedicina.

Com o tema Novas Tecnologias e a Influência na Gestão do Conhecimento e da Informação, presidente-eleito do International Medical Informatics Asso- ciation (IMIA), Lincoln de Assis Moura Jr., e colaborador da revista Saúde S/A (leia a coluna e-Saúde e transformação na p.15) defendeu em sua palestra a

convergência de informações entre hospitais para agilizar o atendimento: “Existe um processo de consolidação deste mercado em curso, mas ainda lento. Se nós pensarmos de outra maneira significa que há uma grande possibilidade de integração das informa-ções entre organizações”, argumenta.

No último dia do HMS, discutiu-se gestão de qualidade, com os painéis do diretor médico-técnico do Hospital Santa Paula (SP), Rafael Munerato, do diretor clínico do Hospital Pró-Cardíaco (RJ), Evandro Tinoco Mesquita, do diretor executivo do Hospital Baía Sul (SC), Franklin Lindolf Bloedorn e da respon-sável pelo marketing de relacionamento com cliente do Hospital Mãe de Deus (SC) Victoria Winter.

O gap para fechar o relacionamento

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Evento em São Paulo faz radiografia da Saúde sob diversos espectros, em especial o da administração no setor.

GESTÃO EMEVENTOS | Saúde S/A

QUESTÃOPor Keli Vasconcelos

públicos, filantrópicos, Santas Casas. Contou com mais de 70 palestrantes, en- tre eles os Secretários de Saúde da Cidade, Januário Montone, e do Estado de São Paulo, Giovanni Guido Cerri.

O eixo do seminário pré-conferência, tratou sobre a otimização de parcerias estratégicas entre operadoras, hospitais, fornecedores e prestadores de serviços para o desenvolvimento da saúde suple-mentar brasileira. A mesa da manhã, pre-

erir: este verbo nor- teou a série de pales- tras, painéis de cases da segunda edição do Hospital Management Summit (HMS), en- contro entre players do setor, que aconte-

ceu em abril no Amcham Business Center, em São Paulo. O encontro reuniu representantes de hospitais privados,

qual demonstrou que entre 15 opções, a adesão a um plano de saúde é o segundo item mais importante para a população, perdendo apenas para a casa própria. Muitos que não têm um plano gostariam, mas não o adquirem ainda pela questão do preço”, analisa (para saber mais leia a matéria Classe Média investe em saúde, na p.22).

Já Moliterno Neto, da Seguros Unimed, destacou a importância de investir e fomentar a relação beneficiário e operadora para os programas de pre- venção. “Temos uma dificuldade grande de adesão à medicina preventiva. Eu vejo que enquanto a gente não tiver uma motivação para o cliente participar, não vamos conseguir deslanchar esse tipo de atividade”, comentou.

O secretário da saúde do município de São Paulo, Januário Montone, mos- trou a situação do sistema na cidade, enfatizando a atuação das 115 unidades de Atendimento Médico Ambulatorial (AMAs). Além de discorrer sobre as Parcerias Público-Privadas, para cons- trução, reforma e aprimoramento de hospitais no município. O comparti- lhamento de gestão nos hospitais da rede na cidade é algo bastante funcional, segundo o secretário. Por exemplo: o Hospital do M´Boi Mirim é gerido pelo Hospital Israelita Albert Einstein em associação com a Organização Social de Saúde Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM). “Para que o modelo de Organização Social (OS) funcione é necessário parceiros com muita credibilidade técnica e social. Não é fácil fazê-las, mas é preciso mostrar que o modelo tem êxito e que exerce o seu fim, que é atender melhor a comuni-dade”, frisou o secretário.

O atual panorama de Saúde no Estado de São Paulo foi discutido na solenidade de abertura do HMS. Gio- vanni Guido Cerri, Secretário de Saúde de SP, apresentou um mapa do cresci-mento e enve- lhecimento da população paulista, que mostra a estagnação do número de jovens, os quais no futuro serão idosos, portanto, haverá um grande contingente de pessoas na terceira idade em alguns anos. Sendo assim, o secretário avalia que o mo- mento é propício para analisar o setor que cuidará dessa população.

“Se consideramos o contingente de pessoas que temos hoje com a pirâmide favorável em termos de Saúde Pública, podemos identificar que o desafio das

sidida por Roberto Madid, superinten-dente da Italica Saúde, traçou um mapa da saúde suplementar, abordando ten- dências globais, obstáculos e mudanças impactantes.

O moderador da mesa instigou debates sobre a adesão da população à saúde suplementar. “No ano passado o Instituto de Estudos de Saúde Suple-mentar (IESS), por meio do Datafolha, desenvolveu uma pesquisa de opinião, a

G

IMAGEM: Assessoria de imprensa HMS

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médico-paciente está na orientação. Na exposição o diretor médico-técnico do Santa Paula, falou da importância de trabalhar com qualidade e gestão de pessoas. Munerato exemplificou a acuidade do atendimento ao paciente e seu acompanhante desde a recepção, apresentando, inclusive, formas de mensuração da satisfação, por meio de formulários. “O grande problema é uma adesão muito pequena por parte do acompanhante em responder as pesqui-sas. Mas fazemos reuniões periódicas com as equipes do hospital, visando melhoria contínua. Se numa semana não há nenhuma relação, algo pode estar errado”, salientou.

“Infelizmente, paciente e acompa- nhante se sentem reféns do médico e

têm receio de reportar um problema. No Pró-Cardíaco temos canais telefônicos de relacionamento, em que acompa- nhante e paciente, em até duas semanas depois do atendimento, podem sugerir, reclamar e denunciar, sendo preservado o anonimato”, completou Evandro Tinoco Mesquita.

O diretor médico do Hospital Villa Lobos, Paulo Roberto Cretella e a profes-sora doutora da Escola Paulista de Medicina, Roseli Guidici, foram os palestrantes que encerraram a sequen-cia de exposições ocorridas no último dia de evento. O tema dedicado foi Gestão do Corpo Clínico e sua composição (aberto, fechado e misto), ambos apresentaram e identificaram estraté-gias de competência administrativa e ética profissional.

próximas décadas é maior e devemos nos preparar para uma população que vai adoecer mais e ao Estado custará mais caro. A chance de organizar a estrutura da Saúde Pública é agora”, afirmou Guido Cerri. Educação é um dos pilares aponta-dos pelo secretário para garantir bom desempenho no setor, por isso, ele argumenta que é necessário investi-mento na atenção básica, educação continuada e telemedicina.

Com o tema Novas Tecnologias e a Influência na Gestão do Conhecimento e da Informação, presidente-eleito do International Medical Informatics Asso- ciation (IMIA), Lincoln de Assis Moura Jr., e colaborador da revista Saúde S/A (leia a coluna e-Saúde e transformação na p.15) defendeu em sua palestra a

convergência de informações entre hospitais para agilizar o atendimento: “Existe um processo de consolidação deste mercado em curso, mas ainda lento. Se nós pensarmos de outra maneira significa que há uma grande possibilidade de integração das informa-ções entre organizações”, argumenta.

No último dia do HMS, discutiu-se gestão de qualidade, com os painéis do diretor médico-técnico do Hospital Santa Paula (SP), Rafael Munerato, do diretor clínico do Hospital Pró-Cardíaco (RJ), Evandro Tinoco Mesquita, do diretor executivo do Hospital Baía Sul (SC), Franklin Lindolf Bloedorn e da respon-sável pelo marketing de relacionamento com cliente do Hospital Mãe de Deus (SC) Victoria Winter.

O gap para fechar o relacionamento

EVENTOS | Saúde S/A

públicos, filantrópicos, Santas Casas. Contou com mais de 70 palestrantes, en- tre eles os Secretários de Saúde da Cidade, Januário Montone, e do Estado de São Paulo, Giovanni Guido Cerri.

O eixo do seminário pré-conferência, tratou sobre a otimização de parcerias estratégicas entre operadoras, hospitais, fornecedores e prestadores de serviços para o desenvolvimento da saúde suple-mentar brasileira. A mesa da manhã, pre-

erir: este verbo nor- teou a série de pales- tras, painéis de cases da segunda edição do Hospital Management Summit (HMS), en- contro entre players do setor, que aconte-

ceu em abril no Amcham Business Center, em São Paulo. O encontro reuniu representantes de hospitais privados,

qual demonstrou que entre 15 opções, a adesão a um plano de saúde é o segundo item mais importante para a população, perdendo apenas para a casa própria. Muitos que não têm um plano gostariam, mas não o adquirem ainda pela questão do preço”, analisa (para saber mais leia a matéria Classe Média investe em saúde, na p.22).

Já Moliterno Neto, da Seguros Unimed, destacou a importância de investir e fomentar a relação beneficiário e operadora para os programas de pre- venção. “Temos uma dificuldade grande de adesão à medicina preventiva. Eu vejo que enquanto a gente não tiver uma motivação para o cliente participar, não vamos conseguir deslanchar esse tipo de atividade”, comentou.

O secretário da saúde do município de São Paulo, Januário Montone, mos- trou a situação do sistema na cidade, enfatizando a atuação das 115 unidades de Atendimento Médico Ambulatorial (AMAs). Além de discorrer sobre as Parcerias Público-Privadas, para cons- trução, reforma e aprimoramento de hospitais no município. O comparti- lhamento de gestão nos hospitais da rede na cidade é algo bastante funcional, segundo o secretário. Por exemplo: o Hospital do M´Boi Mirim é gerido pelo Hospital Israelita Albert Einstein em associação com a Organização Social de Saúde Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM). “Para que o modelo de Organização Social (OS) funcione é necessário parceiros com muita credibilidade técnica e social. Não é fácil fazê-las, mas é preciso mostrar que o modelo tem êxito e que exerce o seu fim, que é atender melhor a comuni-dade”, frisou o secretário.

O atual panorama de Saúde no Estado de São Paulo foi discutido na solenidade de abertura do HMS. Gio- vanni Guido Cerri, Secretário de Saúde de SP, apresentou um mapa do cresci-mento e enve- lhecimento da população paulista, que mostra a estagnação do número de jovens, os quais no futuro serão idosos, portanto, haverá um grande contingente de pessoas na terceira idade em alguns anos. Sendo assim, o secretário avalia que o mo- mento é propício para analisar o setor que cuidará dessa população.

“Se consideramos o contingente de pessoas que temos hoje com a pirâmide favorável em termos de Saúde Pública, podemos identificar que o desafio das

sidida por Roberto Madid, superinten-dente da Italica Saúde, traçou um mapa da saúde suplementar, abordando ten- dências globais, obstáculos e mudanças impactantes.

O moderador da mesa instigou debates sobre a adesão da população à saúde suplementar. “No ano passado o Instituto de Estudos de Saúde Suple-mentar (IESS), por meio do Datafolha, desenvolveu uma pesquisa de opinião, a

41WWW.SAUDESA.COM.BR

NetworkingAlmoços estratégicos foram servidos no lounge da Ancham Business Center (SP)

Page 42: Saúde S/A - Ed. 07

Por outro lado, o modelo de cresci-mento econômico do país, baseado em programas de assistência social que redistribuem a verba de forma indireta (pagando às famílias para que gastem o dinheiro recebido nos setores econômi-cos de sua escolha), causou uma deficiência na alocação de recursos para a prestação de serviços públicos. “O que acontece é que, nos últimos anos, a transferência de renda foi privilegiada em detrimento da aplicação direta do capital na área da saúde. Os programas do governo permitiram que as famílias gastassem mais com serviços, mas, ao mesmo tempo, o orçamento do governo federal destinado à saúde estagnou”, avalia Bento.

Na perspectiva do diretor da Planisa, com a melhora da economia, a chamada classe C (para saber mais leia a matéria Classe Média investe mais em saúde na p.22) tende a buscar atendimento pri- vado, mas não está disposta a pagar muito caro pelos serviços prestados. “Essas famílias querem diminuir a de- pendência do Sistema Único de Saúde (SUS), mas não têm renda suficiente para pagar pelos planos mais completos. O potencial de consumo é muito grande,

42 WWW.SAUDESA.COM.BR

Perspectiva de crescimento para o mercado está entre 10% e 12%, entretanto, deve sofrer com a falta de incentivos tributários e pouco investimento em inovação

SAÚDE CRESCERÁ MAIS QUEPIB E INDÚSTRIA EM 2012

Por Luiza Calegari

embora em volume movimente aproxima-damente R$ 10 bilhões/ano.

O presidente do Sindicato da Indústria de Artigos e Equipa-mentos Odontológi-cos, Médicos e Hospi-talares do Estado de São Paulo (Sinaemo), Rui Baumer, comenta que no Brasil 80% dos hospitais (entre públi- cos, privados e filan- trópicos) têm necessi-dade de renovação dos aparelhos hospitalares instalados. “Há um potencial incrível, mas as limitações do Custo Brasil e o aumento da concorrência travam o crescimento do merca- do de saúde. Como outros setores da eco- nomia, a tendência é que o mercado acabe sofrendo com a di- nâmica atual da indús-tria norte-americana e europeia, que precisa escoar os excedentes de produção para os países emergentes e movimentar capital em tempos de crise eco- nômica”, avalia.

Entre as medidas destacadas pelo pre- sidente do IBRE/FGV

m comparação com a progressão do Produto Interno Bruto (PIB) e da indústria brasileira para o ano, o setor de saúde está bem. O superintendente adjunto de ciclos econômi-

cos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), Aloisio Campelo, é bastante otimista e calcula um crescimento para o setor industrial brasileiro cravado em 1%. “Para este ano, não há mais tempo de recuperar as taxas baixíssimas do primeiro semestre, mesmo com a melhora que está prevista para o setor nos dois últimos trimestres de 2012”, afirma.

Em compensação, o vice-presidente da Associação Brasileira de Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-tológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, estima que o mercado de saúde no país deva crescer entre 10 e 12% em 2012. É um balanço bastante otimista, ainda mais em comparação com as perspec-tivas de aumento do PIB, cujas pro- jeções vêm caindo, e hoje se situam em cerca de 2%. “Mas essa é uma previsão que não surpreende”, afirma. “Se o índice se mantiver pelos próximos três a cinco anos, então será urgente planejar investi-mentos no setor”, completa Fraccaro.

O que explica as boas taxas é a alta demanda reprimida que o país tem no setor de saúde. Por conta disso, o mercado de equipamentos e materiais de consumo cresce em média 8% ao ano. Ainda assim, o Brasil é um dos países com menor consumo per capita,

como essenciais para uma efetiva melhora no desenvolvimento do setor, está a exoneração fiscal da folha de pagamento: em 15 dias, a Abimo deve entregar um pleito para o governo solici-tando que a desoneração seja aplicada aos serviços de saúde. “Acontece que, mesmo que o governo acate o pedido, o dinheiro economizado só vai compensar as perdas de caixa, que operam muito abaixo do que atuavam há cerca de quatro anos”, diz.

INFLUÊNCIA DA ECONOMIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Avaliando o cenário econômico interno dos últimos anos, evidencia-se o aumento nos níveis de emprego e, especificamente, dos formais. De acordo com o diretor da Planisa, Sérgio Bento, esse aspecto beneficiou muito o mercado de saúde privada. “A quanti-dade de beneficiários dos planos de saúde vem crescendo em ritmo maior do que a própria população. Os dados do final de 2011, que são os mais recentes, mostram que 25% da população possui algum tipo de plano de saúde”, afirma Bento.

E

há uma estratégia de gestão que integre os diversos setores e otimize os custos de manutenção. Estamos em uma hora importante para investir em informatiza-ção, porque as relações de mercado na saúde estão ficando complexas em uma velocidade muito rápida”, argumenta Bento.

GESTÃO | Saúde S/A

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Por outro lado, o modelo de cresci-mento econômico do país, baseado em programas de assistência social que redistribuem a verba de forma indireta (pagando às famílias para que gastem o dinheiro recebido nos setores econômi-cos de sua escolha), causou uma deficiência na alocação de recursos para a prestação de serviços públicos. “O que acontece é que, nos últimos anos, a transferência de renda foi privilegiada em detrimento da aplicação direta do capital na área da saúde. Os programas do governo permitiram que as famílias gastassem mais com serviços, mas, ao mesmo tempo, o orçamento do governo federal destinado à saúde estagnou”, avalia Bento.

Na perspectiva do diretor da Planisa, com a melhora da economia, a chamada classe C (para saber mais leia a matéria Classe Média investe mais em saúde na p.22) tende a buscar atendimento pri- vado, mas não está disposta a pagar muito caro pelos serviços prestados. “Essas famílias querem diminuir a de- pendência do Sistema Único de Saúde (SUS), mas não têm renda suficiente para pagar pelos planos mais completos. O potencial de consumo é muito grande,

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embora em volume movimente aproxima-damente R$ 10 bilhões/ano.

O presidente do Sindicato da Indústria de Artigos e Equipa-mentos Odontológi-cos, Médicos e Hospi-talares do Estado de São Paulo (Sinaemo), Rui Baumer, comenta que no Brasil 80% dos hospitais (entre públi- cos, privados e filan- trópicos) têm necessi-dade de renovação dos aparelhos hospitalares instalados. “Há um potencial incrível, mas as limitações do Custo Brasil e o aumento da concorrência travam o crescimento do merca- do de saúde. Como outros setores da eco- nomia, a tendência é que o mercado acabe sofrendo com a di- nâmica atual da indús-tria norte-americana e europeia, que precisa escoar os excedentes de produção para os países emergentes e movimentar capital em tempos de crise eco- nômica”, avalia.

Entre as medidas destacadas pelo pre- sidente do IBRE/FGV

m comparação com a progressão do Produto Interno Bruto (PIB) e da indústria brasileira para o ano, o setor de saúde está bem. O superintendente adjunto de ciclos econômi-

cos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), Aloisio Campelo, é bastante otimista e calcula um crescimento para o setor industrial brasileiro cravado em 1%. “Para este ano, não há mais tempo de recuperar as taxas baixíssimas do primeiro semestre, mesmo com a melhora que está prevista para o setor nos dois últimos trimestres de 2012”, afirma.

Em compensação, o vice-presidente da Associação Brasileira de Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-tológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, estima que o mercado de saúde no país deva crescer entre 10 e 12% em 2012. É um balanço bastante otimista, ainda mais em comparação com as perspec-tivas de aumento do PIB, cujas pro- jeções vêm caindo, e hoje se situam em cerca de 2%. “Mas essa é uma previsão que não surpreende”, afirma. “Se o índice se mantiver pelos próximos três a cinco anos, então será urgente planejar investi-mentos no setor”, completa Fraccaro.

O que explica as boas taxas é a alta demanda reprimida que o país tem no setor de saúde. Por conta disso, o mercado de equipamentos e materiais de consumo cresce em média 8% ao ano. Ainda assim, o Brasil é um dos países com menor consumo per capita,

como essenciais para uma efetiva melhora no desenvolvimento do setor, está a exoneração fiscal da folha de pagamento: em 15 dias, a Abimo deve entregar um pleito para o governo solici-tando que a desoneração seja aplicada aos serviços de saúde. “Acontece que, mesmo que o governo acate o pedido, o dinheiro economizado só vai compensar as perdas de caixa, que operam muito abaixo do que atuavam há cerca de quatro anos”, diz.

INFLUÊNCIA DA ECONOMIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Avaliando o cenário econômico interno dos últimos anos, evidencia-se o aumento nos níveis de emprego e, especificamente, dos formais. De acordo com o diretor da Planisa, Sérgio Bento, esse aspecto beneficiou muito o mercado de saúde privada. “A quanti-dade de beneficiários dos planos de saúde vem crescendo em ritmo maior do que a própria população. Os dados do final de 2011, que são os mais recentes, mostram que 25% da população possui algum tipo de plano de saúde”, afirma Bento.

há uma estratégia de gestão que integre os diversos setores e otimize os custos de manutenção. Estamos em uma hora importante para investir em informatiza-ção, porque as relações de mercado na saúde estão ficando complexas em uma velocidade muito rápida”, argumenta Bento.

GESTÃO | Saúde S/A

suplementar somou 47,6 milhões em dezembro de 2011, equivalente a pouco mais de 25% da população do País

aumento foi de 4,2%. No mesmo período, foram criados quase 2 milhões de empregos formais, fato que sugere uma relevante associação entre o desempenho econômico e o desenvolvimento das atividades do setor de saúde suplementar no Brasil. Nos últimos 10 anos, este setor apresentou crescimento médio de 4% ao ano na quantidade

(Produto Interno Bruto) que foi de 3,6%, em média. Os planos exclusivamente odontológicos tiveram variação de 14,8%

cerca de 8% da população brasileira.

dez/01

dez/02

dez/03

dez/04

dez/05

dez/06

dez/07

dez/08

dez/09

dez/10

dez/11

30

53%

Crescimentono Período

420%

2

16

47

AssistênciaMédica Coletivo Individual Não Informado

Odontológico Coletivo Individual Não Informado

Tabela 1

Tabela 2

Anoplanos privados de assistência médica com ou

sem odontologia

planos privados exclusivamente odontológicos

dez/01 31.132.361 3.234.364

dez/02 31.105.254 3.788.701

dez/03 31.771.197 4.447.374

dez/04 33.673.600 5.456.603

dez/05 35.010.992 6.133.143

dez/06 36.990.397 7.269.601

dez/07 38.776.559 8.868.752

dez/08 40.769.647 10.391.758

dez/09 42.126.562 12.667.111

dez/10 45.688.689 14.642.659

dez/11 47.611.636 16.805.450

operadoras que atuam no setor concentram mais de 70% dos usuários em Medicina de Grupo e Cooperativas Médicas. Entre as regiões da Federação, o Sudeste detém mais de 64% do total

12,8%; Centro-Oeste, 5,1% e Norte, 3,6%. Outro aspecto

região e modalidade. As regiões Sul e Norte concentram

Cooperativa Médica, e na região Centro-Oeste este percentual é de 47%. Nas regiões Sudeste e Nordeste, cerca de 40% dos

modalidade Medicina de Grupo. Este fato evidencia a estratégia de crescimento das operadoras que buscam o fortalecimento do mercado regional para expandir suas atividades (Tabela 2).

Modalidade % N NE SE S CO

Medicina de Grupo 17.835.317 37,5% 19,7% 41,5% 42,4% 22,3% 20,7%

Cooperativa Médica 17.102.411 35,9% 52,2% 30,8% 31,1% 55,2% 46,6%

Seguradora Especializada em Saúde 5.832.023 12,2% 11,9% 12,2% 13,9% 5,9% 8,9%

Autogestão 5.329.172 11,2% 13,3% 15,0% 9,0% 12,5% 23,2%

Filantropia 1.512.713 3,2% 2,9% 0,4% 3,8% 4,1% 0,6%

TOTAL 47.611.636 100%

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Mercado de Saúde Suplementar

Observatório ANAHP20

suplementar somou 47,6 milhões em dezembro de 2011, equivalente a pouco mais de 25% da população do País

aumento foi de 4,2%. No mesmo período, foram criados quase 2 milhões de empregos formais, fato que sugere uma relevante associação entre o desempenho econômico e o desenvolvimento das atividades do setor de saúde suplementar no Brasil. Nos últimos 10 anos, este setor apresentou crescimento médio de 4% ao ano na quantidade

(Produto Interno Bruto) que foi de 3,6%, em média. Os planos exclusivamente odontológicos tiveram variação de 14,8%

cerca de 8% da população brasileira.

dez/01

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53%

Crescimentono Período

420%

2

16

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AssistênciaMédica Coletivo Individual Não Informado

Odontológico Coletivo Individual Não Informado

Tabela 1

Tabela 2

Anoplanos privados de assistência médica com ou

sem odontologia

planos privados exclusivamente odontológicos

dez/01 31.132.361 3.234.364

dez/02 31.105.254 3.788.701

dez/03 31.771.197 4.447.374

dez/04 33.673.600 5.456.603

dez/05 35.010.992 6.133.143

dez/06 36.990.397 7.269.601

dez/07 38.776.559 8.868.752

dez/08 40.769.647 10.391.758

dez/09 42.126.562 12.667.111

dez/10 45.688.689 14.642.659

dez/11 47.611.636 16.805.450

operadoras que atuam no setor concentram mais de 70% dos usuários em Medicina de Grupo e Cooperativas Médicas. Entre as regiões da Federação, o Sudeste detém mais de 64% do total

12,8%; Centro-Oeste, 5,1% e Norte, 3,6%. Outro aspecto

região e modalidade. As regiões Sul e Norte concentram

Cooperativa Médica, e na região Centro-Oeste este percentual é de 47%. Nas regiões Sudeste e Nordeste, cerca de 40% dos

modalidade Medicina de Grupo. Este fato evidencia a estratégia de crescimento das operadoras que buscam o fortalecimento do mercado regional para expandir suas atividades (Tabela 2).

Modalidade % N NE SE S CO

Medicina de Grupo 17.835.317 37,5% 19,7% 41,5% 42,4% 22,3% 20,7%

Cooperativa Médica 17.102.411 35,9% 52,2% 30,8% 31,1% 55,2% 46,6%

Seguradora Especializada em Saúde 5.832.023 12,2% 11,9% 12,2% 13,9% 5,9% 8,9%

Autogestão 5.329.172 11,2% 13,3% 15,0% 9,0% 12,5% 23,2%

Filantropia 1.512.713 3,2% 2,9% 0,4% 3,8% 4,1% 0,6%

TOTAL 47.611.636 100%

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Mercado de Saúde Suplementar

Observatório ANAHP20

suplementar somou 47,6 milhões em dezembro de 2011, equivalente a pouco mais de 25% da população do País

aumento foi de 4,2%. No mesmo período, foram criados quase 2 milhões de empregos formais, fato que sugere uma relevante associação entre o desempenho econômico e o desenvolvimento das atividades do setor de saúde suplementar no Brasil. Nos últimos 10 anos, este setor apresentou crescimento médio de 4% ao ano na quantidade

(Produto Interno Bruto) que foi de 3,6%, em média. Os planos exclusivamente odontológicos tiveram variação de 14,8%

cerca de 8% da população brasileira.

dez/01

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30

53%

Crescimentono Período

420%

2

16

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AssistênciaMédica Coletivo Individual Não Informado

Odontológico Coletivo Individual Não Informado

Tabela 1

Tabela 2

Anoplanos privados de assistência médica com ou

sem odontologia

planos privados exclusivamente odontológicos

dez/01 31.132.361 3.234.364

dez/02 31.105.254 3.788.701

dez/03 31.771.197 4.447.374

dez/04 33.673.600 5.456.603

dez/05 35.010.992 6.133.143

dez/06 36.990.397 7.269.601

dez/07 38.776.559 8.868.752

dez/08 40.769.647 10.391.758

dez/09 42.126.562 12.667.111

dez/10 45.688.689 14.642.659

dez/11 47.611.636 16.805.450

operadoras que atuam no setor concentram mais de 70% dos usuários em Medicina de Grupo e Cooperativas Médicas. Entre as regiões da Federação, o Sudeste detém mais de 64% do total

12,8%; Centro-Oeste, 5,1% e Norte, 3,6%. Outro aspecto

região e modalidade. As regiões Sul e Norte concentram

Cooperativa Médica, e na região Centro-Oeste este percentual é de 47%. Nas regiões Sudeste e Nordeste, cerca de 40% dos

modalidade Medicina de Grupo. Este fato evidencia a estratégia de crescimento das operadoras que buscam o fortalecimento do mercado regional para expandir suas atividades (Tabela 2).

Modalidade % N NE SE S CO

Medicina de Grupo 17.835.317 37,5% 19,7% 41,5% 42,4% 22,3% 20,7%

Cooperativa Médica 17.102.411 35,9% 52,2% 30,8% 31,1% 55,2% 46,6%

Seguradora Especializada em Saúde 5.832.023 12,2% 11,9% 12,2% 13,9% 5,9% 8,9%

Autogestão 5.329.172 11,2% 13,3% 15,0% 9,0% 12,5% 23,2%

Filantropia 1.512.713 3,2% 2,9% 0,4% 3,8% 4,1% 0,6%

TOTAL 47.611.636 100%

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Mercado de Saúde Suplementar

Observatório ANAHP20

suplementar somou 47,6 milhões em dezembro de 2011, equivalente a pouco mais de 25% da população do País

aumento foi de 4,2%. No mesmo período, foram criados quase 2 milhões de empregos formais, fato que sugere uma relevante associação entre o desempenho econômico e o desenvolvimento das atividades do setor de saúde suplementar no Brasil. Nos últimos 10 anos, este setor apresentou crescimento médio de 4% ao ano na quantidade

(Produto Interno Bruto) que foi de 3,6%, em média. Os planos exclusivamente odontológicos tiveram variação de 14,8%

cerca de 8% da população brasileira.

dez/01

dez/02

dez/03

dez/04

dez/05

dez/06

dez/07

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30

53%

Crescimentono Período

420%

2

16

47

AssistênciaMédica Coletivo Individual Não Informado

Odontológico Coletivo Individual Não Informado

Tabela 1

Tabela 2

Anoplanos privados de assistência médica com ou

sem odontologia

planos privados exclusivamente odontológicos

dez/01 31.132.361 3.234.364

dez/02 31.105.254 3.788.701

dez/03 31.771.197 4.447.374

dez/04 33.673.600 5.456.603

dez/05 35.010.992 6.133.143

dez/06 36.990.397 7.269.601

dez/07 38.776.559 8.868.752

dez/08 40.769.647 10.391.758

dez/09 42.126.562 12.667.111

dez/10 45.688.689 14.642.659

dez/11 47.611.636 16.805.450

operadoras que atuam no setor concentram mais de 70% dos usuários em Medicina de Grupo e Cooperativas Médicas. Entre as regiões da Federação, o Sudeste detém mais de 64% do total

12,8%; Centro-Oeste, 5,1% e Norte, 3,6%. Outro aspecto

região e modalidade. As regiões Sul e Norte concentram

Cooperativa Médica, e na região Centro-Oeste este percentual é de 47%. Nas regiões Sudeste e Nordeste, cerca de 40% dos

modalidade Medicina de Grupo. Este fato evidencia a estratégia de crescimento das operadoras que buscam o fortalecimento do mercado regional para expandir suas atividades (Tabela 2).

Modalidade % N NE SE S CO

Medicina de Grupo 17.835.317 37,5% 19,7% 41,5% 42,4% 22,3% 20,7%

Cooperativa Médica 17.102.411 35,9% 52,2% 30,8% 31,1% 55,2% 46,6%

Seguradora Especializada em Saúde 5.832.023 12,2% 11,9% 12,2% 13,9% 5,9% 8,9%

Autogestão 5.329.172 11,2% 13,3% 15,0% 9,0% 12,5% 23,2%

Filantropia 1.512.713 3,2% 2,9% 0,4% 3,8% 4,1% 0,6%

TOTAL 47.611.636 100%

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Mercado de Saúde Suplementar

Observatório ANAHP20

suplementar somou 47,6 milhões em dezembro de 2011, equivalente a pouco mais de 25% da população do País

aumento foi de 4,2%. No mesmo período, foram criados quase 2 milhões de empregos formais, fato que sugere uma relevante associação entre o desempenho econômico e o desenvolvimento das atividades do setor de saúde suplementar no Brasil. Nos últimos 10 anos, este setor apresentou crescimento médio de 4% ao ano na quantidade

(Produto Interno Bruto) que foi de 3,6%, em média. Os planos exclusivamente odontológicos tiveram variação de 14,8%

cerca de 8% da população brasileira.

dez/01

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30

53%

Crescimentono Período

420%

2

16

47

AssistênciaMédica Coletivo Individual Não Informado

Odontológico Coletivo Individual Não Informado

Tabela 1

Tabela 2

Anoplanos privados de assistência médica com ou

sem odontologia

planos privados exclusivamente odontológicos

dez/01 31.132.361 3.234.364

dez/02 31.105.254 3.788.701

dez/03 31.771.197 4.447.374

dez/04 33.673.600 5.456.603

dez/05 35.010.992 6.133.143

dez/06 36.990.397 7.269.601

dez/07 38.776.559 8.868.752

dez/08 40.769.647 10.391.758

dez/09 42.126.562 12.667.111

dez/10 45.688.689 14.642.659

dez/11 47.611.636 16.805.450

operadoras que atuam no setor concentram mais de 70% dos usuários em Medicina de Grupo e Cooperativas Médicas. Entre as regiões da Federação, o Sudeste detém mais de 64% do total

12,8%; Centro-Oeste, 5,1% e Norte, 3,6%. Outro aspecto

região e modalidade. As regiões Sul e Norte concentram

Cooperativa Médica, e na região Centro-Oeste este percentual é de 47%. Nas regiões Sudeste e Nordeste, cerca de 40% dos

modalidade Medicina de Grupo. Este fato evidencia a estratégia de crescimento das operadoras que buscam o fortalecimento do mercado regional para expandir suas atividades (Tabela 2).

Modalidade % N NE SE S CO

Medicina de Grupo 17.835.317 37,5% 19,7% 41,5% 42,4% 22,3% 20,7%

Cooperativa Médica 17.102.411 35,9% 52,2% 30,8% 31,1% 55,2% 46,6%

Seguradora Especializada em Saúde 5.832.023 12,2% 11,9% 12,2% 13,9% 5,9% 8,9%

Autogestão 5.329.172 11,2% 13,3% 15,0% 9,0% 12,5% 23,2%

Filantropia 1.512.713 3,2% 2,9% 0,4% 3,8% 4,1% 0,6%

TOTAL 47.611.636 100%

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Mercado de Saúde Suplementar

Observatório ANAHP20

Beneficiários dos Planos Privados(por tipo de contratação - milhões de beneficiários)

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Por outro lado, o modelo de cresci-mento econômico do país, baseado em programas de assistência social que redistribuem a verba de forma indireta (pagando às famílias para que gastem o dinheiro recebido nos setores econômi-cos de sua escolha), causou uma deficiência na alocação de recursos para a prestação de serviços públicos. “O que acontece é que, nos últimos anos, a transferência de renda foi privilegiada em detrimento da aplicação direta do capital na área da saúde. Os programas do governo permitiram que as famílias gastassem mais com serviços, mas, ao mesmo tempo, o orçamento do governo federal destinado à saúde estagnou”, avalia Bento.

Na perspectiva do diretor da Planisa, com a melhora da economia, a chamada classe C (para saber mais leia a matéria Classe Média investe mais em saúde na p.22) tende a buscar atendimento pri- vado, mas não está disposta a pagar muito caro pelos serviços prestados. “Essas famílias querem diminuir a de- pendência do Sistema Único de Saúde (SUS), mas não têm renda suficiente para pagar pelos planos mais completos. O potencial de consumo é muito grande,

embora em volume movimente aproxima-damente R$ 10 bilhões/ano.

O presidente do Sindicato da Indústria de Artigos e Equipa-mentos Odontológi-cos, Médicos e Hospi-talares do Estado de São Paulo (Sinaemo), Rui Baumer, comenta que no Brasil 80% dos hospitais (entre públi- cos, privados e filan- trópicos) têm necessi-dade de renovação dos aparelhos hospitalares instalados. “Há um potencial incrível, mas as limitações do Custo Brasil e o aumento da concorrência travam o crescimento do merca- do de saúde. Como outros setores da eco- nomia, a tendência é que o mercado acabe sofrendo com a di- nâmica atual da indús-tria norte-americana e europeia, que precisa escoar os excedentes de produção para os países emergentes e movimentar capital em tempos de crise eco- nômica”, avalia.

Entre as medidas destacadas pelo pre- sidente do IBRE/FGV

m comparação com a progressão do Produto Interno Bruto (PIB) e da indústria brasileira para o ano, o setor de saúde está bem. O superintendente adjunto de ciclos econômi-

cos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), Aloisio Campelo, é bastante otimista e calcula um crescimento para o setor industrial brasileiro cravado em 1%. “Para este ano, não há mais tempo de recuperar as taxas baixíssimas do primeiro semestre, mesmo com a melhora que está prevista para o setor nos dois últimos trimestres de 2012”, afirma.

Em compensação, o vice-presidente da Associação Brasileira de Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-tológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro, estima que o mercado de saúde no país deva crescer entre 10 e 12% em 2012. É um balanço bastante otimista, ainda mais em comparação com as perspec-tivas de aumento do PIB, cujas pro- jeções vêm caindo, e hoje se situam em cerca de 2%. “Mas essa é uma previsão que não surpreende”, afirma. “Se o índice se mantiver pelos próximos três a cinco anos, então será urgente planejar investi-mentos no setor”, completa Fraccaro.

O que explica as boas taxas é a alta demanda reprimida que o país tem no setor de saúde. Por conta disso, o mercado de equipamentos e materiais de consumo cresce em média 8% ao ano. Ainda assim, o Brasil é um dos países com menor consumo per capita,

como essenciais para uma efetiva melhora no desenvolvimento do setor, está a exoneração fiscal da folha de pagamento: em 15 dias, a Abimo deve entregar um pleito para o governo solici-tando que a desoneração seja aplicada aos serviços de saúde. “Acontece que, mesmo que o governo acate o pedido, o dinheiro economizado só vai compensar as perdas de caixa, que operam muito abaixo do que atuavam há cerca de quatro anos”, diz.

INFLUÊNCIA DA ECONOMIA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Avaliando o cenário econômico interno dos últimos anos, evidencia-se o aumento nos níveis de emprego e, especificamente, dos formais. De acordo com o diretor da Planisa, Sérgio Bento, esse aspecto beneficiou muito o mercado de saúde privada. “A quanti-dade de beneficiários dos planos de saúde vem crescendo em ritmo maior do que a própria população. Os dados do final de 2011, que são os mais recentes, mostram que 25% da população possui algum tipo de plano de saúde”, afirma Bento.

44 WWW.SAUDESA.COM.BR

MARGEM DE PREFERÊNCIA PARA O SETOR DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS O governo baixou o decreto nº 7.767, válido até julho de 2017, como medida do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC), que estipula margens de preferência de 8% e 25% na compra de produtos médicos para hospitais públicos. Portanto, isso significa que as instituições governa-mentais, ao abrirem licitações, estão autorizadas a adquirir produtos nacionais, mesmo sendo mais caros em comparação aos concorrentes estrangeiros. A medida contempla 79 produtos, tais como: cateter guia e paramentação cirúrgica descartável, a máquinas de hemodiálise e berços aquecidos, sendo que as compras serão feitas por meio de pregões eletrônicos.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológi-cos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Franco Pallamolla, comenta que a medida foi recebida com otimismo, pois desde o ano passado a entidade trabalha para isso. “A margem de preferência é uma ferramenta de estímulo muito impor-tante para a produção local”, afirma.

O ministro de Estado da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que no segundo semestre de 2012 ainda entrarão em vigência outras medidas de estímulo para o crescimento econômico. A expectativa da Abimo é de que seja aprovada a desoneração da folha de pagamento para o setor.

Mesmo sendo pontuais, estas medidas, são importantes para corrigir os desalinhamentos naturais que existem na economia brasileira. Pallamolla ressalta que as ações mostram que o governo está enten-dendo a importância do setor de equipamentos médicos para o desenvolvimento do país.

há uma estratégia de gestão que integre os diversos setores e otimize os custos de manutenção. Estamos em uma hora importante para investir em informatiza-ção, porque as relações de mercado na saúde estão ficando complexas em uma velocidade muito rápida”, argumenta Bento.

que incide na produção nacional) por isso, não é a indústria brasileira que está ganhando: é o consumidor que está perdendo”, pondera. Portanto, estas questões de diferenciais de competitivi-dade “deveriam ser tratadas em termos de projetos de eficiência empresarial em longo prazo, mas não é tendência do governo brasileiro trabalhar desta forma”, afirma.

Representantes da indústria de saúde acreditam que outras medidas, como o barateamento do crédito, irão demorar muito para atingir o setor, como afirma o presidente do Sinaemo. Para Baumer, a redução nos juros e facilidades de crédito consistem em boas medidas

para a renovação do parque fabril, mas, atualmente, o melhor que o governo poderia fazer para o setor seria o adiamento do recolhimento tributário. "Nosso custo é pago à vista, mas nossos clientes compram a prazo", comenta.

Por causa deste cenário, os hospitais têm problemas de capital de giro. Considerando as empresas filiadas à Associação Nacional de Hospitais Pri- vados (ANAHP), os hospitais trabalham com um prazo médio de 70 dias para recebimento, mas o pagamento é cobrado em cerca de 28 dias. “Contrair empréstimos para movimentação de caixa, com as taxas de juros praticadas no Brasil, é inviável”, afirma Fraccaro. Além disso, boa parte das vendas do setor de saúde é feita para clientes públicos. Hoje é possível falar em 55% das vendas direcionadas a setores do governo, portanto, o barateamento do crédito dificilmente vai trazer alguma alteração em curto prazo no cenário financeiro.

O diretor da Planisa afirma que o momento é propício para investir na profissionalização da gestão. “Dos cerca de 6500 hospitais cadastrados pela Abimo, a grande maioria sequer efetua balanços financeiros internos, já que não

mas, ao mesmo tempo, traz o desafio de formatar produtos que aliem baixo preço e qualidade aceitável de serviços de saúde”, comenta.

O momento atual, no entanto, é pessimista, e já se começa a temer o desemprego novamente. Se os receios se confirmarem, isso pode impactar o número de cidadãos com acesso aos serviços privados de saúde. “O que pode acontecer, é um fenômeno semelhante ao que se deu após a crise de 2008, ou seja, em tempos de insegurança traba- lhista, o cidadão tende a agendar muitos exames, para aproveitar o plano de saúde antes que seja demitido”, explica Bento. “Embora isso seja negativo para as operadoras, as prestadoras de serviços saem ganhando”, afirma.

COMPORTAMENTO ECONÔMICO DA INDÚSTRIA DO SETORPara o vice-presidente da Abimo a única mudança significativa para a indústria, dentre as medidas econômicas adotadas pelo governo, é a valorização do real. Fraccaro explica que, para as empresas que exportam bens e trabalham com fornecedores locais, o impacto é po- sitivo, porém, são minoria. A maior parte trabalha com produção local, mas importa pouco e não exporta bens. O setor, que é composto por aproximada-mente 150 empresas brasileiras que trabalham com exportação, é respon-sável, em média por 10% a 15% do faturamento, ou seja, o impacto da valori-zação cambial é negativo, mas não chega a ser muito impactante.

O poder público é responsável, hoje, por cerca de 55% das aquisições de equipamentos importados no país, por- que conta com facilidades tributárias. Enquanto os órgãos públicos, entidades beneficentes e ONGs podem comprar bens importados com isenção total de impostos, a taxa que incide sobre a produção nacional é de 48%. Fraccaro defende igualdade de condições. “A indústria nacional precisa ter os mesmos benefícios de isenção se quiser ter chances de competitividade”, comenta.

O superintendente do IBRE/FGV ar- gumenta que “o governo estaria errado em adotar medidas protecionistas para este setor. Por exemplo, se há produção nacional de um aparelho de tomografia de qualidade inferior, que apresenta diferenciais de competitividade (tais como: infraestrutura precária, problemas com transporte, além da alta tributação

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IMAGENS: DepositPhotos

O poder público é responsável por cerca de 55% das aquisições de equipamentos importados

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46 IMAGEM: Assessoria de imprensa PUC/PRWWW.SAUDESA.COM.BR

uma nova droga. Após ser comprovada a eficácia da terapia para cada doença é que essas células serão utilizadas para o tratamento de pacientes”, completa Chagastelles.

Embora a terapia celular ainda não seja reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) – portanto, o uso em pacientes só é permitido em pesquisas clínicas e na utilização de doenças das

células-tronco derivadas da medula ós- sea humana –, o investimento é visto com bons olhos pelos pesquisadores. “A implantação dos centros não apenas deixará o país preparado para oferecer esse tratamento para a população, mas também será fundamental para dar subsídios necessários para a definição de uma resolução sobre a terapia celular pelo CFM”, afirma Chagastelles. A ideia é deixar o país cientificamente capacitado para quando o CFM decidir a regulação.

Segundo o ministério da Saúde, três CTCs já estão em plena atividade o do Paraná, o de Salvador e o de Ribeirão Preto. Os outros cinco estão em fase de construção. O mais avançado é o da PUC-PR, em Curitiba, que tem pesquisas

O ministério da Saúde anunciou que investirá R$ 15 milhões em células- tronco até o final deste ano. A intenção com a medida é expandir a produção na-cional desses tipos de células, visto que a maior parte utilizada em pesquisas brasileiras é importada. Atualmente as células-tronco são empregadas com su- cesso no tratamento de pacientes com doenças hematológicas, como leucemia e anemia.

Portanto, R$ 8 milhões serão destina-dos à conclusão, estruturação e qualifica-ção de oito Centros de Tecnologia Celular (CTCs) em universidades e hospitais de São Paulo, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Enquanto que R$ 7 milhões serão utilizados em seis editais de pesquisas.

O pesquisador do Instituto de Pes- quisa com Células-tronco e do Labora- tório de Hematologia e Células-tronco da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (um dos locais que receberá um CTC), Pedro Cesar Chagastelles, explica que os centros deverão produzir diferen-tes tipos de células para aplicação em pesquisas e, posteriormente, no trata- mento de doenças. “A curto e médio prazo podemos esperar a implementa-ção das técnicas de isolamento e cultivo dessas células em condições ideais para aplicação clínica”, explica.

Simultaneamente os CTCs irão de- senvolver pesquisas ou fornecer material para estudos clínicos, para atestar a se- gurança e a eficácia dos tratamentos. “O processo é semelhante ao que ocorre para a regulamentação e liberação de

concluídas, já produz células-tronco adul- tas e deve iniciar a ampliação de pro- dução para escala comercial nos pró- ximos meses.

O centro de Curitiba já deu suporte a cinco estudos clínicos envolvendo 80 pacientes cardíacos. Nessas pesquisas, foram utilizadas células-tronco importa-das e outras desenvolvidas pela Universi-dade de São Paulo (USP). Alguns dos voluntários tinham anginas intratáveis que lhes impossibilitariam fazer qualquer esforço físico. Com o tratamento tiveram seus corações recuperados e hoje têm vida normal. O CTC já começou a pro- duzir célula-tronco para uso em cartila-gem, os chamados condrócitos,e já con- seguiu a liberação para realizar pesquisas envolvendo a regeneração de articula-ções de joelho e do quadril.

“O CFM já considera esse procedi-mento como funcionamento médico. No máximo em dois meses vamos colocá-lo a disposição da rede pública e particular. Os resultados experimentais são muito promissores. Essa técnica já é usada com sucesso em outros países como Estados Unidos e Alemanha”, afirma o cirurgião vascular e coordenador do CTC da PUC-PR, Paulo Brofman. Brofman destaca ainda que as pesquisas com células-tronco tem muito potencial para ajudar na cura de diversos tipos de doenças. “Só no Brasil temos 240 mil novos casos de insuficiência cardíaca por ano. Cerca de 50% desses pacientes morrem em cinco anos. Quando a doença já está em fase avançada, a única solução é o transplante cardíaco. A

posta”, afirma. “A ideia é deixar o país

pronto. Com o envelheci-mento progressivo da população, a medicina re- generativa vai adquirir im- portância cada vez maior para os sistemas de saúde mundial. E com esses cen- tros, o Brasil estará prepa- rado para oferecer às técnicas para população através do Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz Carvalho.

No Brasil, atualmente, é possível coletar, armazenar e congelar células-tronco do cordão umbilical após o nascimento de um bebê. “Os pais que optam pelo congelamento do sangue do recém-nascido, estão,

na verdade, fazendo um backup celular, que poderá no futuro garantir o tratamento de várias doenças. A finalidade é garantir ao doador uma reserva celular 100% compatível”, ex- plica o hematologista médico do Hospi-tal das Clínicas de São Paulo e do setor de transfusão e coleta de células-tronco da Faculdade de Medicina da USP, Nelson Tatsui.

O armazenamento de células-tronco, além de servir para uso próprio, pode também beneficiar parentes próximos,

Investimento federal de R$ 15 milhões vai viabilizar produção de células-tronco em oito centros nacionais e a criação de novos estudos para levar a terapia celular até o SUSPor Talita Boros

O FUTUR AGORA

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principalmente irmãos. “Em 1988 foi rea- lizado, com sucesso, o primeiro trans-plante de medula óssea feito com célu- las do cordão umbilical. Desde então, mais de 15 mil procedimentos já foram realizados em todo o mundo”, completa Tatsui.

O Brasil têm se destacado nas pes- quisas com células-tronco adultas desde 2004, com a realização do primeiro es- tudo multicêntrico randomizado de tera- pia celular em cardiopatias, lançado a partir de uma parceria entre o ministério da Saúde da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Na época, o objetivo era comprovar a eficácia e a segurança do implante de células de medula óssea em pacientes com cardiopatias. Foi o maior estudo de terapia celular em cardiopatias financiado no mundo até então.

Em 2005, um edital lançado em par- ceria com o CNPq, desenvolveu 45 pes- quisas em terapia celular de natureza básica, pré-clínica e clínica, envolvendo os mais diversos alvos terapêuticos em doenças que impactam decisivamente no SUS. O empenho dos pesquisadores culminou no desenvolvimento da pri- meira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias humanas e das pri- meiras células-tronco pluripotentes indu- zidas. Finalmente em 2008, a criação da Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC) estimulou à criação dos oito centros de pesquisa apresentados pelo governo federal.

Recursos

O FUTUR O FUTUR O FUTUR ÉO FUTUR O FUTUR

A terapia celular não é reconhecida pelo CFM, mas o investimento é visto com bons olhos

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uma nova droga. Após ser comprovada a eficácia da terapia para cada doença é que essas células serão utilizadas para o tratamento de pacientes”, completa Chagastelles.

Embora a terapia celular ainda não seja reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) – portanto, o uso em pacientes só é permitido em pesquisas clínicas e na utilização de doenças das

células-tronco derivadas da medula ós- sea humana –, o investimento é visto com bons olhos pelos pesquisadores. “A implantação dos centros não apenas deixará o país preparado para oferecer esse tratamento para a população, mas também será fundamental para dar subsídios necessários para a definição de uma resolução sobre a terapia celular pelo CFM”, afirma Chagastelles. A ideia é deixar o país cientificamente capacitado para quando o CFM decidir a regulação.

Segundo o ministério da Saúde, três CTCs já estão em plena atividade o do Paraná, o de Salvador e o de Ribeirão Preto. Os outros cinco estão em fase de construção. O mais avançado é o da PUC-PR, em Curitiba, que tem pesquisas

O ministério da Saúde anunciou que investirá R$ 15 milhões em células- tronco até o final deste ano. A intenção com a medida é expandir a produção na-cional desses tipos de células, visto que a maior parte utilizada em pesquisas brasileiras é importada. Atualmente as células-tronco são empregadas com su- cesso no tratamento de pacientes com doenças hematológicas, como leucemia e anemia.

Portanto, R$ 8 milhões serão destina-dos à conclusão, estruturação e qualifica-ção de oito Centros de Tecnologia Celular (CTCs) em universidades e hospitais de São Paulo, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Enquanto que R$ 7 milhões serão utilizados em seis editais de pesquisas.

O pesquisador do Instituto de Pes- quisa com Células-tronco e do Labora- tório de Hematologia e Células-tronco da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (um dos locais que receberá um CTC), Pedro Cesar Chagastelles, explica que os centros deverão produzir diferen-tes tipos de células para aplicação em pesquisas e, posteriormente, no trata- mento de doenças. “A curto e médio prazo podemos esperar a implementa-ção das técnicas de isolamento e cultivo dessas células em condições ideais para aplicação clínica”, explica.

Simultaneamente os CTCs irão de- senvolver pesquisas ou fornecer material para estudos clínicos, para atestar a se- gurança e a eficácia dos tratamentos. “O processo é semelhante ao que ocorre para a regulamentação e liberação de

concluídas, já produz células-tronco adul- tas e deve iniciar a ampliação de pro- dução para escala comercial nos pró- ximos meses.

O centro de Curitiba já deu suporte a cinco estudos clínicos envolvendo 80 pacientes cardíacos. Nessas pesquisas, foram utilizadas células-tronco importa-das e outras desenvolvidas pela Universi-dade de São Paulo (USP). Alguns dos voluntários tinham anginas intratáveis que lhes impossibilitariam fazer qualquer esforço físico. Com o tratamento tiveram seus corações recuperados e hoje têm vida normal. O CTC já começou a pro- duzir célula-tronco para uso em cartila-gem, os chamados condrócitos,e já con- seguiu a liberação para realizar pesquisas envolvendo a regeneração de articula-ções de joelho e do quadril.

“O CFM já considera esse procedi-mento como funcionamento médico. No máximo em dois meses vamos colocá-lo a disposição da rede pública e particular. Os resultados experimentais são muito promissores. Essa técnica já é usada com sucesso em outros países como Estados Unidos e Alemanha”, afirma o cirurgião vascular e coordenador do CTC da PUC-PR, Paulo Brofman. Brofman destaca ainda que as pesquisas com células-tronco tem muito potencial para ajudar na cura de diversos tipos de doenças. “Só no Brasil temos 240 mil novos casos de insuficiência cardíaca por ano. Cerca de 50% desses pacientes morrem em cinco anos. Quando a doença já está em fase avançada, a única solução é o transplante cardíaco. A

posta”, afirma. “A ideia é deixar o país

pronto. Com o envelheci-mento progressivo da população, a medicina re- generativa vai adquirir im- portância cada vez maior para os sistemas de saúde mundial. E com esses cen- tros, o Brasil estará prepa- rado para oferecer às técnicas para população através do Sistema Único de Saúde (SUS)”, diz Carvalho.

No Brasil, atualmente, é possível coletar, armazenar e congelar células-tronco do cordão umbilical após o nascimento de um bebê. “Os pais que optam pelo congelamento do sangue do recém-nascido, estão,

na verdade, fazendo um backup celular, que poderá no futuro garantir o tratamento de várias doenças. A finalidade é garantir ao doador uma reserva celular 100% compatível”, ex- plica o hematologista médico do Hospi-tal das Clínicas de São Paulo e do setor de transfusão e coleta de células-tronco da Faculdade de Medicina da USP, Nelson Tatsui.

O armazenamento de células-tronco, além de servir para uso próprio, pode também beneficiar parentes próximos,

perspectiva de usar células-tronco nesse tamento dá esperança a esses pacien-tes”, afirma. Além da área cardíaca, o médico cita o uso de células-tronco para evitar amputações nos diabéticos.

A USP Ribeirão Preto está desenvol-vendo pesquisas na área de diabetes e o Hospital San Rafael, em Salvador, em traumatismo de medula óssea e fígado. Os dois locais foram contemplados com os centros de pesquisa, que começaram a ser criados em 2008, quando o Minis-tério da Saúde em parceria com Finep, BNDES e CNPq inaugurou a Rede Nacio-nal de Terapia Celular, constituída por 52 grupos de pesquisadores envolvidos em estudos principalmente de tratamento de doenças autoimunes.

Os estudos só puderam avançar depois da aprovação pelo Congresso, em 2005, da Lei de Biossegurança, que autoriza a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de fetos humanos para fins de pesquisa, pondo fim às res- trições legais. O coordenador de ensino do Instituto Nacional de Cardiologia, do Rio de Janeiro (que também receberá um centro de pesquisa), Antonio Carlos Campos de Carvalho, destaca que a maioria das pesquisas ainda é experi-mental. “Não podemos hoje garantir que um determinado de célula vai curar uma doença. Está tudo sendo analisado em ensaios para obtermos esse tipo de res-

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principalmente irmãos. “Em 1988 foi rea- lizado, com sucesso, o primeiro trans-plante de medula óssea feito com célu- las do cordão umbilical. Desde então, mais de 15 mil procedimentos já foram realizados em todo o mundo”, completa Tatsui.

O Brasil têm se destacado nas pes- quisas com células-tronco adultas desde 2004, com a realização do primeiro es- tudo multicêntrico randomizado de tera- pia celular em cardiopatias, lançado a partir de uma parceria entre o ministério da Saúde da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Na época, o objetivo era comprovar a eficácia e a segurança do implante de células de medula óssea em pacientes com cardiopatias. Foi o maior estudo de terapia celular em cardiopatias financiado no mundo até então.

Em 2005, um edital lançado em par- ceria com o CNPq, desenvolveu 45 pes- quisas em terapia celular de natureza básica, pré-clínica e clínica, envolvendo os mais diversos alvos terapêuticos em doenças que impactam decisivamente no SUS. O empenho dos pesquisadores culminou no desenvolvimento da pri- meira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias humanas e das pri- meiras células-tronco pluripotentes indu- zidas. Finalmente em 2008, a criação da Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC) estimulou à criação dos oito centros de pesquisa apresentados pelo governo federal.

Dr. Paulo BrofmanCirurgião vascular e coordenador do CTC da PUC-PR

- 3 na Universidade de São Paulo (USP), na capital

- 1 USP Ribeirão Preto

- 1 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

- 1 na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)

- 1 no Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro

- 1 no Hospital San Rafael, em Salvador

Onde estão os CTCs:

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50 IMAGENS: Assessoria CECMI e Assessoria Sírio LibanêsWWW.SAUDESA.COM.BR

O conceito de hospital inteligente visa proporcionar a equação ideal, onde a estrutura funcione adequadamente, da administração dos recursos financeiros e humanos à atenção aos pacientes e familiares. Sendo assim, nada mais é do que a integração das informações que hoje são compiladas isoladamente em

ncorporar tecnologias digitais é algo em que os serviços de saúde terão que pensar a médio e longo prazo. Entretanto, apesar do investimento necessário em curto período de tempo, o custo benefício é bastante positivo, em função das possibili-

dades e facilidades proporcionadas.

prol da otimização da gestão. Todo dado gerado é estratégico e, juntos, contém informações. É preciso saber decifrá-la e isso seria inviável sem

ciclo de assistência do paciente e facilidades para a equipe, do corpo clínico à retaguarda administrativa. Desde o registro do paciente, passando pelos exames realizados, o diagnóstico, a prescrição eletrônica até a alta e o acompanhamento de tratamento. A gama de equipamentos disponíveis também convida à modernidade da lavanderia à cozinha, farmácia à UTI, recepção à contabili-dade.

A empresa Philips, por exemplo, propõe uma nova forma para as institu-ições de saúde gerir os seus negócios: “As soluções integradas são um atributo de segurança de informação, por diminuir as possibilidades de erro humano, aumentar a produtividade e economia financeira”, explica o vice- presidente da área de saúde da Philips na América Latina, Vitor Rocha.

A gestão de espaços e tecnologias na saúde é a expertise da L+M Gets, que durante a feira Hospitalar exempli-

ficou o conceito, através do espaço “Hospital Contemporâneo”. Foram mostradas novidades em todos os segmentos, de equipamentos médicos, tecnologia de informação e telecomuni-cação às soluções inteligentes desde sistemas que reduzem o consumo de água e energia elétrica até novos softwares.

“Hospital Inteligente é um conjunto de estruturas que gerencia todos os recursos instalados. Inteligência, por outro lado, é ter as informações e cruzá-las adequadamente a favor do gerencia-mento dos recursos disponíveis, utilizan- do-os no limite do ótimo”, explica o Professor Associado do Departamento de Patologia da Universidade de São Paulo, Raymundo Soares de Azevedo Neto.

Lembrando que a saúde é tida como uma área cara e que demanda orçamen-tos cada vez maiores, Azevedo Neto afirma que as respostas estão nas próprias instituições, no banco de dados e na experiência acumulada. “No hospi-tal inteligente, todo registro é acompan-hado por algoritmos computacionais (linha de programação para ler os dados) que casam o conjunto das informações, identificam os problemas e levam à solução gerencial”.

O paciente tratado dentro de uma diretriz adequada vai custar menos e viabilizar o negócio saúde, mas para que o universo de informações gerem

Um desafio ainda longe da realidade para a maioria das instituições brasileiras, mas uma oportunidade sem limites para a gestão da saúde. Por Adriana do Amaral

HOSPITALINTELIGENTE

GESTÃO | Saúde S/A

informações úteis, elas têm de ser cruza-das, demandando o trabalho conjunto de um programador, um analista de dados e a equipe médica. “É uma nova ferramen- ta da saúde, que funciona quase como um pensamento epidemiológico.” afirma Azevedo Neto.

O professor e pesquisador das áreas de informática médica e telemedicina na Faculdade de Medicina da USP salienta que máquinas inteligentes estão sendo utilizadas nos hospitais brasileiros, mas ainda não de forma integrada. “Num Hospital Inteligente todos os processos são informados, colecionáveis e resga-táveis”, comenta.

Entretanto, de acordo com Azevedo Neto o processo pressupõe aprendizado constante, já que um ambiente inteli- gente se modifica o tempo todo. “A cada problema algoritmos complementares irão responder perguntas novas ou controle de novos processos”, alerta. Na análise da informação está o diagnóstico, a terapêutica e a cura da saúde das instituições.

Para o presidente da Federação Brasileira de Administração Hospitalar (FBAH), Paulo Roberto Segatelli Camara, o conceito do Hospital Inteligente é novo, moderno, facilita a gestão e gera segurança aos pacientes, contudo ainda não é praticável em todo o Brasil, que vivencia realidades tão distintas. “Hoje se fala muito no hospital sem papel, que integra esse conceito do Hospital Inteligente, mas ainda falta muito para conquistarmos esse patamar. Apenas uma pequena elite de hospitais tem capacidade de recursos financeiros e humanos para aplicá-lo”, explica.

Citando dados da FBAH, Camara alerta que grande parte das 7500 institu-ições hospitalares no Brasil é pública ou filantrópica e que nem sempre têm recursos disponíveis para a aquisição de itens básicos. O presidente da FBAH ainda pondera que os conceitos de hospital seguro, inteligente ou contem-porâneo estão muito longe de serem aplicável. “A maioria dos hospitais filantrópicos estão falidos e sequer têm computadores”, afirma remetendo à pes- quisa Hospitais Filantrópicos no Brasil, divulgada em 2002 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), que mostrou a realidade das entidades na década passada.

Por outro lado, Camara enfatiza que o problema não está na prática ou no desenvolvimento da medicina, mas na

gestão. “A Federação acredita na profis-sionalização da gestão e luta por essa causa. Para promovermos um Hospital Inteligente temos de preparar as pesso- as, cientificamente falando, sem impor-tar as suas profissões de origem. Onde não há profissionais qualificados, não haverá orçamentos suficientes”. Um dos pioneiros da administração hospitalar no Brasil e também cofunda-dor da Federação Latina Americana de Gestores de Saúde, Camara afirma que a FBAH promove a gestão, inclusive pre- miando e divulgando anualmente os melhores trabalhos científicos na área e incentivando a publicação de livros sobre a temática. “Sustentabilidade da saúde de fato tem de estar alicerçada nos pilares econômico, social e ambiental e factível nas realidades brasileiras, tão díspares”, observa.

Para a Superintendente de Tecnologia da Informação do Hospital Sírio-Libanês, Margareth Ortiz de Camargo, a tecnolo-gia tem de estar no planejamento estra-tégico, ao lado das obras, negócio e atendimento. Como o departamento de TI do Sírio Libanês representa 2% da receita, a superintendente aconselha a priorização do foco administrativo, bom senso e visão do futuro. “Na teoria tudo é lindo, mas temos de saber planejar o hoje, o depois de amanhã e escolher as ferramentas úteis e que serão assimila-das pelas diferentes equipes”, afirma Margareth.

Atuando há 26 anos na área, Camargo lembra que há dez anos a TI vem evolu-indo muito no segmento hospitalar e que embora ainda hajam dificuldades “não se deve desistir nunca”. A superinten-dente exemplifica que no Sírio Libanês a tecnologia permeia todas as áreas, inclusive durante o acolhimento, onde um sistema com pesquisa fonética evita que os pacientes precisem soletrar os nomes ou após a alta, evitando a demora no fechamento da fatura, que é facilitada graças ao sistema que utiliza códigos de barras em todos os equipamentos, materiais ou fármacos utilizados, compi-lando os dados diretamente na conta do paciente.

“Fizemos o que o mundo fez, prioriza-mos o lado administrativo, que também viabiliza um atendimento melhor ao paciente; na sequencia a assistência, como a introdução do prontuário eletrônico e hoje administramos as necessidades atuais e futuras”, explica a superintendente.

TecnologiaProcedimento cirurgico minimamente

invasivo realizado no CECMI

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O conceito de hospital inteligente visa proporcionar a equação ideal, onde a estrutura funcione adequadamente, da administração dos recursos financeiros e humanos à atenção aos pacientes e familiares. Sendo assim, nada mais é do que a integração das informações que hoje são compiladas isoladamente em

ncorporar tecnologias digitais é algo em que os serviços de saúde terão que pensar a médio e longo prazo. Entretanto, apesar do investimento necessário em curto período de tempo, o custo benefício é bastante positivo, em função das possibili-

dades e facilidades proporcionadas.

prol da otimização da gestão. Todo dado gerado é estratégico e, juntos, contém informações. É preciso saber decifrá-la e isso seria inviável sem

ciclo de assistência do paciente e facilidades para a equipe, do corpo clínico à retaguarda administrativa. Desde o registro do paciente, passando pelos exames realizados, o diagnóstico, a prescrição eletrônica até a alta e o acompanhamento de tratamento. A gama de equipamentos disponíveis também convida à modernidade da lavanderia à cozinha, farmácia à UTI, recepção à contabili-dade.

A empresa Philips, por exemplo, propõe uma nova forma para as institu-ições de saúde gerir os seus negócios: “As soluções integradas são um atributo de segurança de informação, por diminuir as possibilidades de erro humano, aumentar a produtividade e economia financeira”, explica o vice- presidente da área de saúde da Philips na América Latina, Vitor Rocha.

A gestão de espaços e tecnologias na saúde é a expertise da L+M Gets, que durante a feira Hospitalar exempli-

ficou o conceito, através do espaço “Hospital Contemporâneo”. Foram mostradas novidades em todos os segmentos, de equipamentos médicos, tecnologia de informação e telecomuni-cação às soluções inteligentes desde sistemas que reduzem o consumo de água e energia elétrica até novos softwares.

“Hospital Inteligente é um conjunto de estruturas que gerencia todos os recursos instalados. Inteligência, por outro lado, é ter as informações e cruzá-las adequadamente a favor do gerencia-mento dos recursos disponíveis, utilizan- do-os no limite do ótimo”, explica o Professor Associado do Departamento de Patologia da Universidade de São Paulo, Raymundo Soares de Azevedo Neto.

Lembrando que a saúde é tida como uma área cara e que demanda orçamen-tos cada vez maiores, Azevedo Neto afirma que as respostas estão nas próprias instituições, no banco de dados e na experiência acumulada. “No hospi-tal inteligente, todo registro é acompan-hado por algoritmos computacionais (linha de programação para ler os dados) que casam o conjunto das informações, identificam os problemas e levam à solução gerencial”.

O paciente tratado dentro de uma diretriz adequada vai custar menos e viabilizar o negócio saúde, mas para que o universo de informações gerem

a ajuda dos computadores e dos sistemas inteligentes. Para sobreviver à concorrência as instituições têm de conjugar possibilidades para racionali- zação dos recursos. Sobretudo nesse negócio em que coexistem as mais estreitas relações humanas.

OPÇÕES PARA TODOS OS ESTILOS, NECESSIDADES E ORÇAMENTOSConceitualmente, o hospital inteligente foi criado pelos norte-americanos para designar as instituições de saúde total- mente digitalizadas, onde as interfaces das áreas estejam interligadas. A ideia é futurista, porém já está sendo aplicada, gradativa e pontualmente, embora de modo condizente com as tecnologias existentes, ou seja, com limitações.

Aumentar a segurança do paciente, o conforto dos médicos, o diálogo entre as equipes, transparência na gestão, econo-mia nos gastos, racionalização dos recur-sos, ambientes mais agradáveis e muito mais. Inúmeras são as resoluções ofere- cidas e as ferramentas disponíveis para tornar os hospitais empresas de fato. De soluções integradas de informação aos recursos da engenharia e arquitetura.

São muitas de softwares de gestão que prometem soluções para todo o

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informações úteis, elas têm de ser cruza-das, demandando o trabalho conjunto de um programador, um analista de dados e a equipe médica. “É uma nova ferramen- ta da saúde, que funciona quase como um pensamento epidemiológico.” afirma Azevedo Neto.

O professor e pesquisador das áreas de informática médica e telemedicina na Faculdade de Medicina da USP salienta que máquinas inteligentes estão sendo utilizadas nos hospitais brasileiros, mas ainda não de forma integrada. “Num Hospital Inteligente todos os processos são informados, colecionáveis e resga-táveis”, comenta.

Entretanto, de acordo com Azevedo Neto o processo pressupõe aprendizado constante, já que um ambiente inteli- gente se modifica o tempo todo. “A cada problema algoritmos complementares irão responder perguntas novas ou controle de novos processos”, alerta. Na análise da informação está o diagnóstico, a terapêutica e a cura da saúde das instituições.

Para o presidente da Federação Brasileira de Administração Hospitalar (FBAH), Paulo Roberto Segatelli Camara, o conceito do Hospital Inteligente é novo, moderno, facilita a gestão e gera segurança aos pacientes, contudo ainda não é praticável em todo o Brasil, que vivencia realidades tão distintas. “Hoje se fala muito no hospital sem papel, que integra esse conceito do Hospital Inteligente, mas ainda falta muito para conquistarmos esse patamar. Apenas uma pequena elite de hospitais tem capacidade de recursos financeiros e humanos para aplicá-lo”, explica.

Citando dados da FBAH, Camara alerta que grande parte das 7500 institu-ições hospitalares no Brasil é pública ou filantrópica e que nem sempre têm recursos disponíveis para a aquisição de itens básicos. O presidente da FBAH ainda pondera que os conceitos de hospital seguro, inteligente ou contem-porâneo estão muito longe de serem aplicável. “A maioria dos hospitais filantrópicos estão falidos e sequer têm computadores”, afirma remetendo à pes- quisa Hospitais Filantrópicos no Brasil, divulgada em 2002 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), que mostrou a realidade das entidades na década passada.

Por outro lado, Camara enfatiza que o problema não está na prática ou no desenvolvimento da medicina, mas na

gestão. “A Federação acredita na profis-sionalização da gestão e luta por essa causa. Para promovermos um Hospital Inteligente temos de preparar as pesso- as, cientificamente falando, sem impor-tar as suas profissões de origem. Onde não há profissionais qualificados, não haverá orçamentos suficientes”. Um dos pioneiros da administração hospitalar no Brasil e também cofunda-dor da Federação Latina Americana de Gestores de Saúde, Camara afirma que a FBAH promove a gestão, inclusive pre- miando e divulgando anualmente os melhores trabalhos científicos na área e incentivando a publicação de livros sobre a temática. “Sustentabilidade da saúde de fato tem de estar alicerçada nos pilares econômico, social e ambiental e factível nas realidades brasileiras, tão díspares”, observa.

Para a Superintendente de Tecnologia da Informação do Hospital Sírio-Libanês, Margareth Ortiz de Camargo, a tecnolo-gia tem de estar no planejamento estra-tégico, ao lado das obras, negócio e atendimento. Como o departamento de TI do Sírio Libanês representa 2% da receita, a superintendente aconselha a priorização do foco administrativo, bom senso e visão do futuro. “Na teoria tudo é lindo, mas temos de saber planejar o hoje, o depois de amanhã e escolher as ferramentas úteis e que serão assimila-das pelas diferentes equipes”, afirma Margareth.

Atuando há 26 anos na área, Camargo lembra que há dez anos a TI vem evolu-indo muito no segmento hospitalar e que embora ainda hajam dificuldades “não se deve desistir nunca”. A superinten-dente exemplifica que no Sírio Libanês a tecnologia permeia todas as áreas, inclusive durante o acolhimento, onde um sistema com pesquisa fonética evita que os pacientes precisem soletrar os nomes ou após a alta, evitando a demora no fechamento da fatura, que é facilitada graças ao sistema que utiliza códigos de barras em todos os equipamentos, materiais ou fármacos utilizados, compi-lando os dados diretamente na conta do paciente.

“Fizemos o que o mundo fez, prioriza-mos o lado administrativo, que também viabiliza um atendimento melhor ao paciente; na sequencia a assistência, como a introdução do prontuário eletrônico e hoje administramos as necessidades atuais e futuras”, explica a superintendente.

Margareth Ortiz de CamargoSuperintendente de Tecnologia da Informação do Hospital Sírio-Libanês

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O conceito de hospital inteligente visa proporcionar a equação ideal, onde a estrutura funcione adequadamente, da administração dos recursos financeiros e humanos à atenção aos pacientes e familiares. Sendo assim, nada mais é do que a integração das informações que hoje são compiladas isoladamente em

ncorporar tecnologias digitais é algo em que os serviços de saúde terão que pensar a médio e longo prazo. Entretanto, apesar do investimento necessário em curto período de tempo, o custo benefício é bastante positivo, em função das possibili-

dades e facilidades proporcionadas.

prol da otimização da gestão. Todo dado gerado é estratégico e, juntos, contém informações. É preciso saber decifrá-la e isso seria inviável sem

ciclo de assistência do paciente e facilidades para a equipe, do corpo clínico à retaguarda administrativa. Desde o registro do paciente, passando pelos exames realizados, o diagnóstico, a prescrição eletrônica até a alta e o acompanhamento de tratamento. A gama de equipamentos disponíveis também convida à modernidade da lavanderia à cozinha, farmácia à UTI, recepção à contabili-dade.

A empresa Philips, por exemplo, propõe uma nova forma para as institu-ições de saúde gerir os seus negócios: “As soluções integradas são um atributo de segurança de informação, por diminuir as possibilidades de erro humano, aumentar a produtividade e economia financeira”, explica o vice- presidente da área de saúde da Philips na América Latina, Vitor Rocha.

A gestão de espaços e tecnologias na saúde é a expertise da L+M Gets, que durante a feira Hospitalar exempli-

ficou o conceito, através do espaço “Hospital Contemporâneo”. Foram mostradas novidades em todos os segmentos, de equipamentos médicos, tecnologia de informação e telecomuni-cação às soluções inteligentes desde sistemas que reduzem o consumo de água e energia elétrica até novos softwares.

“Hospital Inteligente é um conjunto de estruturas que gerencia todos os recursos instalados. Inteligência, por outro lado, é ter as informações e cruzá-las adequadamente a favor do gerencia-mento dos recursos disponíveis, utilizan- do-os no limite do ótimo”, explica o Professor Associado do Departamento de Patologia da Universidade de São Paulo, Raymundo Soares de Azevedo Neto.

Lembrando que a saúde é tida como uma área cara e que demanda orçamen-tos cada vez maiores, Azevedo Neto afirma que as respostas estão nas próprias instituições, no banco de dados e na experiência acumulada. “No hospi-tal inteligente, todo registro é acompan-hado por algoritmos computacionais (linha de programação para ler os dados) que casam o conjunto das informações, identificam os problemas e levam à solução gerencial”.

O paciente tratado dentro de uma diretriz adequada vai custar menos e viabilizar o negócio saúde, mas para que o universo de informações gerem

GESTÃO | Saúde S/A

informações úteis, elas têm de ser cruza-das, demandando o trabalho conjunto de um programador, um analista de dados e a equipe médica. “É uma nova ferramen- ta da saúde, que funciona quase como um pensamento epidemiológico.” afirma Azevedo Neto.

O professor e pesquisador das áreas de informática médica e telemedicina na Faculdade de Medicina da USP salienta que máquinas inteligentes estão sendo utilizadas nos hospitais brasileiros, mas ainda não de forma integrada. “Num Hospital Inteligente todos os processos são informados, colecionáveis e resga-táveis”, comenta.

Entretanto, de acordo com Azevedo Neto o processo pressupõe aprendizado constante, já que um ambiente inteli- gente se modifica o tempo todo. “A cada problema algoritmos complementares irão responder perguntas novas ou controle de novos processos”, alerta. Na análise da informação está o diagnóstico, a terapêutica e a cura da saúde das instituições.

Para o presidente da Federação Brasileira de Administração Hospitalar (FBAH), Paulo Roberto Segatelli Camara, o conceito do Hospital Inteligente é novo, moderno, facilita a gestão e gera segurança aos pacientes, contudo ainda não é praticável em todo o Brasil, que vivencia realidades tão distintas. “Hoje se fala muito no hospital sem papel, que integra esse conceito do Hospital Inteligente, mas ainda falta muito para conquistarmos esse patamar. Apenas uma pequena elite de hospitais tem capacidade de recursos financeiros e humanos para aplicá-lo”, explica.

Citando dados da FBAH, Camara alerta que grande parte das 7500 institu-ições hospitalares no Brasil é pública ou filantrópica e que nem sempre têm recursos disponíveis para a aquisição de itens básicos. O presidente da FBAH ainda pondera que os conceitos de hospital seguro, inteligente ou contem-porâneo estão muito longe de serem aplicável. “A maioria dos hospitais filantrópicos estão falidos e sequer têm computadores”, afirma remetendo à pes- quisa Hospitais Filantrópicos no Brasil, divulgada em 2002 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), que mostrou a realidade das entidades na década passada.

Por outro lado, Camara enfatiza que o problema não está na prática ou no desenvolvimento da medicina, mas na

gestão. “A Federação acredita na profis-sionalização da gestão e luta por essa causa. Para promovermos um Hospital Inteligente temos de preparar as pesso- as, cientificamente falando, sem impor-tar as suas profissões de origem. Onde não há profissionais qualificados, não haverá orçamentos suficientes”. Um dos pioneiros da administração hospitalar no Brasil e também cofunda-dor da Federação Latina Americana de Gestores de Saúde, Camara afirma que a FBAH promove a gestão, inclusive pre- miando e divulgando anualmente os melhores trabalhos científicos na área e incentivando a publicação de livros sobre a temática. “Sustentabilidade da saúde de fato tem de estar alicerçada nos pilares econômico, social e ambiental e factível nas realidades brasileiras, tão díspares”, observa.

Para a Superintendente de Tecnologia da Informação do Hospital Sírio-Libanês, Margareth Ortiz de Camargo, a tecnolo-gia tem de estar no planejamento estra-tégico, ao lado das obras, negócio e atendimento. Como o departamento de TI do Sírio Libanês representa 2% da receita, a superintendente aconselha a priorização do foco administrativo, bom senso e visão do futuro. “Na teoria tudo é lindo, mas temos de saber planejar o hoje, o depois de amanhã e escolher as ferramentas úteis e que serão assimila-das pelas diferentes equipes”, afirma Margareth.

Atuando há 26 anos na área, Camargo lembra que há dez anos a TI vem evolu-indo muito no segmento hospitalar e que embora ainda hajam dificuldades “não se deve desistir nunca”. A superinten-dente exemplifica que no Sírio Libanês a tecnologia permeia todas as áreas, inclusive durante o acolhimento, onde um sistema com pesquisa fonética evita que os pacientes precisem soletrar os nomes ou após a alta, evitando a demora no fechamento da fatura, que é facilitada graças ao sistema que utiliza códigos de barras em todos os equipamentos, materiais ou fármacos utilizados, compi-lando os dados diretamente na conta do paciente.

“Fizemos o que o mundo fez, prioriza-mos o lado administrativo, que também viabiliza um atendimento melhor ao paciente; na sequencia a assistência, como a introdução do prontuário eletrônico e hoje administramos as necessidades atuais e futuras”, explica a superintendente.

InfraestruturaApartamento CECMI____________________________

Quem passa pela Rua Maestro Cardin, em São Paulo, nunca poderia imaginar que ao lado de um grande complexo hospitalar, discretamente instalado num prédio comercial, localiza-se o Centro Especializado em Cirurgias Minimam-ente Invasivas (CECMI). Eleito o HospDesign 2011 pela inovação na integração de recursos e estrutura física para a atenção médica, a instituição alia o conforto de sua hotelaria à segurança tecnológica indispensável a um hospital de vocação cirúrgica, fazendo juz ao título que recebeu.A diretora comercial, May Ganme Cividanes, conta que se inspirou no conceito norte-americano do design baseado em evidência quando idealizou o CECMI, após deixar a presidência do Hospital Nove de Julho, há oito anos. A proposta era viabilizar um hospital com UTI que pudesse fazer cirurgias eletivas, minimamente invasivas, com interna-

ções máximas de 72 horas. Hoje, o hospital realiza mais de 600 cirurgias mensais, em praticamente todas as especialidades. “O CECMI não faz propaganda. Os pacientes nos procuram por indicação dos seus médicos e se surpreendem com o atendimento prestado. Os médicos, por outro lado, se beneficiam com a estrutura, que viabiliza a rotina profissional garantindo horários marca-dos, todo o suporte necessário e total transparência na administração dos convênios”, comenta a diretora.Pós-graduada em administração Hospitalar pela Universidade de São Paulo, May garante que ganhar o prêmio foi uma grande surpresa e um reconhecimento, inclusive comemorado pelo mercado nacional. De olho no futuro, ela já pensa em ampliar o serviço, em um prédio maior, aplicando o mesmo conceito.

Vencedor do HospDesign 2011A EXPERIÊNCIA DO CECMI

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Diretora-geral da OMS, Margaret Chan (à esq.), e o ministro da saúde, Alexandre Padilha, participam de debate sobre saúde e sustentabili-dade. Foto: Luís Oliveira/Ascom-MS

Secretário Odorico Monteiro representa o Ministério da Saúde no debate sobre sistemas universais de atendimento em saúde. Foto: Luís Oliveira/Ascom-MS

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1 Presidenta Dilma Rousseff e secretários na cerimônia de encerra-mento do evento. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABr

Luiz Inácio Lula da Silva , presidenta Dilma Rousseff e o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang.Foto: Ricardo Stuckert/Instituto

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3 Ministro da saúde Alexandre Padilha se encontra com Yohei Sasakawa, embaixador da Boa Vontade pela Eliminação da Hanseníase da OMS e presidente da Fundação SasakawaFoto: Luís Oliveira - ASCOM/MS

Presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, e o coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Buss.Foto: Assessoria Fiocruz

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Fatos & Fotos2

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EVENTOS | Saúde S/A

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ntiga vila de pescado-res e colônia britânica, Singapura é, hoje, uma das metrópoles mais limpas, organiza-das e seguras do mundo. Além de

possuir diversas praias, uma floresta tropical e colinas, abriga um zoológico, muitos museus, prédios históricos, shopping centers e parques aquáticos. E, em setembro, sediará o Medical Fair Asia 2012, uma das mais importantes feiras mundiais do setor da saúde.

A cidade-estado, que é apelidada de Little Red Dot, é composta por três partes: Chinatown, Malay e Little India. Com cerca de cinco milhões de pessoas, a cidade reúne diversas etnias. Sendo que as principais são: chinesa, malaia, indiana e eurásia. Essas comunidades vivem em harmonia e cada uma oferece ao visitante uma perspectiva diferente.

Situada no Sudeste Asiático, Singa-pura é um dos menores países do mundo, com cerca de 170 Km² de área. Entretanto, está bem localizada, pois permite acesso as principais rotas maríti-mas. Além disso, o livre comércio e o trabalho altamente qualificado colocaram a cidade no foco da economia asiática. Quanto ao clima, Singapura é quente e úmida, com temperaturas que variam entre 23 e 33°C. São comuns tempestades ocasionais, principalmente no final do ano.

Nas próximas páginas você vai co- nhecer um pouco mais desta fantástica cidade.

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SINGAPURACURIOSIDADES:

A República de Singapura é uma Cidade-Estado. País insular constituído por 63 ilhas.Território de 710,2 Km², que está sendo ampliado por meio de aterramento marítmo

Por Karin Kaudy

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CULTURA E LAZER | Saúde S/A

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SINGAPURA55WWW.SAUDESA.COM.BR

CULTURA E LAZER | Saúde S/A

Oriente e Ocidente em um só lugar

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sendo que tem algumas lojas abertas às 7 horas da manhã.

Por apresentar um clima tropical com temperaturas quentes, recomenda-se levar roupas leves, de preferência de algodão. Bem como é importante lembrar-se do protetor solar, óculos de sol e repelente de insetos.

É recomendável fazer um seguro médico e de assistência antes de viajar. Embora, a cidade tenha uma boa infra-estrutura de serviços médicos, com centros especializados para estran- geiros. Não é necessário tomar nenhum tipo de vacina para entrar no país. Não é recomendável beber água da torneira e nem comer alimentos sem cozimento ou fervura.

Caso use equipamentos eletrônicos, saiba que a tensão é 220/240V. Para realizar ligações é importante saber que o país não tem prefixo.

desde pratos vegetarianos até carnes bastante temperadas.

DICASSe você deseja conhecer esta bela cidade-estado siga algumas dicas. Para conseguir entrar no país é necessário passaporte em vigor, visto de visita (apenas para viagens com duração maior do que 90 dias) e dinheiro suficiente para estadia. A moeda corrente é o dólar de Singapura (SGD), a qual pode ser trocada em bancos, casas de câmbio, lojas, restaurantes e hotéis. Os idiomas oficiais são inglês, malaio, tamil e chinês.

Quanto às gorjetas, a maioria dos hotéis e restaurantes já inclui na fatura o preço pelo serviço. Entretanto, outros prestadores irão esperar por alguma gorjeta, mas não existe valor fixado sobre quanto se deve pagar. O horário comercial, dura, cerca de 10 a 12 horas,

náuticos, como o Windsurf e Esqui Aquático. Já as reservas naturais são ótimas para a prática de caminhada, além de poder desfrutar as belezas da floresta tropical.

Os apreciadores de arte terão a oportunidade de aproveitar diversas peças de teatro que constantemente estão em cartaz pelos espaços culturais da cidade, bem como as festividades nas ruas. Além disso, existem vários museus e construções religiosas da cultura chinesa e hindu. Também há prédios modernos recheados de centros de compras, bons restaurantes e opções noturnas bem agitadas.

Entre setembro (mês em que ocorre a Medical Fair) e outubro os hindus celebram o Thimithi e o Navarathri (Festival das Nove Noites). O primeiro é comemorado caminhando sobre brasas no templo Sri Mariamman. Já o segundo

COMPRASPor ser um local livre de impostos, Singa-pura é muito atrativa aos compradores. As diferentes etnias, que compõe a cidade-estado, produzem artesanatos característicos, como máscaras chine-sas, tecidos hindus e estátuas, que podem ser encontrados nas ruas ou lojas exclusivas. Artesanatos asiáticos e europeus, tapetes feitos à mão, equipa-mentos eletrônicos, cigarros e outros artigos são encontrados pelas ruas ou em mercados que ficam abertos de 10 a 12 horas por dia.

ENTRETENIMENTOEm razão de seu vasto meio ambiente, o visitante pode desfrutar de uma ampla gama de passeios em Singapura, que são favorecidos pelo clima quente da região. Com os cruzeiros é possível conhecer belas praias e praticar esportes

é dedicado às deusas Shiva, Vishny e Brahma, e as mulheres dançam com belas e coloridas vestes tradicionais indianas.

GASTRONOMIAA culinária de Singapura é multicultural. A variedade de comidas e especialidades é enorme, bem como, os locais para prová-las. O prato nacional típico, Hokkien, é feito com macarrões fritos. Os condimentos e iguarias podem ser comprados em mercados ambulantes ou nos próprios restaurantes.

Os pratos chineses são feitos à base de carnes e vegetais, que normalmente são fritos, ao molho agridoce. Muitos são acompanhados da sopa Won Ton, Chow Mein (macarrão frito) e rolinhos primavera. Já a comida hindu de Singa-pura mistura a cultura do Norte e do Sul da Índia, podendo ser encontrados

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MEDICAL FAIR ASIA 2012Feira que acontece desde 1997, promete este ano ter a maior edição desde sua estréia. A Medical Fair – 9ª Exposição Internacional sobre Hospi-tais, Diagnóstico, Farmacêutica e Equipamentos e Suprimentos para Medicina e Reabilitação - é organizada pela Messe Düsseldorf Asia e acontecerá de 12 a 14 de setembro, em Singapura.

O encontro, que reunirá cerca de 500 expositores de 35 países, espera um público de 10 mil visitantes da Áustria, China, França, Alemanha, Japão, Malásia, Singapura, Coréia do Sul e Taiwan. A feira proporcionará aos profissionais a oportunidade de network, bem como a troca de experiência e conhecimento.

O foco da feira são equipamentos e suprimentos para o hospital, diagnóstico, farmacêuticos e os setores médicos e de reabilitação. As três salas reunirão tecnologias inovado-ras, bem como apresentarão soluções, produtos e serviços relacionados com atuais e futuras tendências demográfi-cas, médicas e de saúde.

Junto com a Medical Fair acontece a Medical Manufacturing Asia 2012, feira que irá servir de suporte ao segmento de tecnologia médica. Organizada em conjunto com Singa-pore Precision Engineering & Tooling Association (SPETA). O encontro oferece oportunidades de sinergia para especialistas de terceirização de diversas soluções.

Mais em: www.medicalfair-asia.com

náuticos, como o Windsurf e Esqui Aquático. Já as reservas naturais são ótimas para a prática de caminhada, além de poder desfrutar as belezas da floresta tropical.

Os apreciadores de arte terão a oportunidade de aproveitar diversas peças de teatro que constantemente estão em cartaz pelos espaços culturais da cidade, bem como as festividades nas ruas. Além disso, existem vários museus e construções religiosas da cultura chinesa e hindu. Também há prédios modernos recheados de centros de compras, bons restaurantes e opções noturnas bem agitadas.

Entre setembro (mês em que ocorre a Medical Fair) e outubro os hindus celebram o Thimithi e o Navarathri (Festival das Nove Noites). O primeiro é comemorado caminhando sobre brasas no templo Sri Mariamman. Já o segundo

COMPRASPor ser um local livre de impostos, Singa-pura é muito atrativa aos compradores. As diferentes etnias, que compõe a cidade-estado, produzem artesanatos característicos, como máscaras chine-sas, tecidos hindus e estátuas, que podem ser encontrados nas ruas ou lojas exclusivas. Artesanatos asiáticos e europeus, tapetes feitos à mão, equipa-mentos eletrônicos, cigarros e outros artigos são encontrados pelas ruas ou em mercados que ficam abertos de 10 a 12 horas por dia.

ENTRETENIMENTOEm razão de seu vasto meio ambiente, o visitante pode desfrutar de uma ampla gama de passeios em Singapura, que são favorecidos pelo clima quente da região. Com os cruzeiros é possível conhecer belas praias e praticar esportes

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MEDICAL FAIR ASIA 2012Feira que acontece desde 1997, promete este ano ter a maior edição desde sua estréia. A Medical Fair – 9ª Exposição Internacional sobre Hospi-tais, Diagnóstico, Farmacêutica e Equipamentos e Suprimentos para Medicina e Reabilitação - é organizada pela Messe Düsseldorf Asia e acontecerá de 12 a 14 de setembro, em Singapura.

O encontro, que reunirá cerca de 500 expositores de 35 países, espera um público de 10 mil visitantes da Áustria, China, França, Alemanha, Japão, Malásia, Singapura, Coréia do Sul e Taiwan. A feira proporcionará aos profissionais a oportunidade de network, bem como a troca de experiência e conhecimento.

O foco da feira são equipamentos e suprimentos para o hospital, diagnóstico, farmacêuticos e os setores médicos e de reabilitação. As três salas reunirão tecnologias inovado-ras, bem como apresentarão soluções, produtos e serviços relacionados com atuais e futuras tendências demográfi-cas, médicas e de saúde.

Junto com a Medical Fair acontece a Medical Manufacturing Asia 2012, feira que irá servir de suporte ao segmento de tecnologia médica. Organizada em conjunto com Singa-pore Precision Engineering & Tooling Association (SPETA). O encontro oferece oportunidades de sinergia para especialistas de terceirização de diversas soluções.

Mais em: www.medicalfair-asia.com

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IMAGENS: DepositPhotos

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sendo que tem algumas lojas abertas às 7 horas da manhã.

Por apresentar um clima tropical com temperaturas quentes, recomenda-se levar roupas leves, de preferência de algodão. Bem como é importante lembrar-se do protetor solar, óculos de sol e repelente de insetos.

É recomendável fazer um seguro médico e de assistência antes de viajar. Embora, a cidade tenha uma boa infra-estrutura de serviços médicos, com centros especializados para estran- geiros. Não é necessário tomar nenhum tipo de vacina para entrar no país. Não é recomendável beber água da torneira e nem comer alimentos sem cozimento ou fervura.

Caso use equipamentos eletrônicos, saiba que a tensão é 220/240V. Para realizar ligações é importante saber que o país não tem prefixo.

desde pratos vegetarianos até carnes bastante temperadas.

DICASSe você deseja conhecer esta bela cidade-estado siga algumas dicas. Para conseguir entrar no país é necessário passaporte em vigor, visto de visita (apenas para viagens com duração maior do que 90 dias) e dinheiro suficiente para estadia. A moeda corrente é o dólar de Singapura (SGD), a qual pode ser trocada em bancos, casas de câmbio, lojas, restaurantes e hotéis. Os idiomas oficiais são inglês, malaio, tamil e chinês.

Quanto às gorjetas, a maioria dos hotéis e restaurantes já inclui na fatura o preço pelo serviço. Entretanto, outros prestadores irão esperar por alguma gorjeta, mas não existe valor fixado sobre quanto se deve pagar. O horário comercial, dura, cerca de 10 a 12 horas,

náuticos, como o Windsurf e Esqui Aquático. Já as reservas naturais são ótimas para a prática de caminhada, além de poder desfrutar as belezas da floresta tropical.

Os apreciadores de arte terão a oportunidade de aproveitar diversas peças de teatro que constantemente estão em cartaz pelos espaços culturais da cidade, bem como as festividades nas ruas. Além disso, existem vários museus e construções religiosas da cultura chinesa e hindu. Também há prédios modernos recheados de centros de compras, bons restaurantes e opções noturnas bem agitadas.

Entre setembro (mês em que ocorre a Medical Fair) e outubro os hindus celebram o Thimithi e o Navarathri (Festival das Nove Noites). O primeiro é comemorado caminhando sobre brasas no templo Sri Mariamman. Já o segundo

COMPRASPor ser um local livre de impostos, Singa-pura é muito atrativa aos compradores. As diferentes etnias, que compõe a cidade-estado, produzem artesanatos característicos, como máscaras chine-sas, tecidos hindus e estátuas, que podem ser encontrados nas ruas ou lojas exclusivas. Artesanatos asiáticos e europeus, tapetes feitos à mão, equipa-mentos eletrônicos, cigarros e outros artigos são encontrados pelas ruas ou em mercados que ficam abertos de 10 a 12 horas por dia.

ENTRETENIMENTOEm razão de seu vasto meio ambiente, o visitante pode desfrutar de uma ampla gama de passeios em Singapura, que são favorecidos pelo clima quente da região. Com os cruzeiros é possível conhecer belas praias e praticar esportes

é dedicado às deusas Shiva, Vishny e Brahma, e as mulheres dançam com belas e coloridas vestes tradicionais indianas.

GASTRONOMIAA culinária de Singapura é multicultural. A variedade de comidas e especialidades é enorme, bem como, os locais para prová-las. O prato nacional típico, Hokkien, é feito com macarrões fritos. Os condimentos e iguarias podem ser comprados em mercados ambulantes ou nos próprios restaurantes.

Os pratos chineses são feitos à base de carnes e vegetais, que normalmente são fritos, ao molho agridoce. Muitos são acompanhados da sopa Won Ton, Chow Mein (macarrão frito) e rolinhos primavera. Já a comida hindu de Singa-pura mistura a cultura do Norte e do Sul da Índia, podendo ser encontrados

Little India – pequena área da cidade em que é possível ter contato com a cultura hindu. A região é repleta de lojas, mercados diversificados e templos. É um ótimo local para se conhecer a gastronomia indiana. Os principais templos são o Veerama Kali Amman e o Sakaya Muni Buddha Gaya.

Distrito Colonial e Financeiro – influenciado pela cultura inglesa, é o centro comercial do país. Confira os monumentos britânicos, as pedras da prefeitura, o parlamento, o museu e a galeria de Arte Nacional (repletos de objetos de jade), além das catedrais de St. Andrew e do Bom Pastor.

Singapore Flyer – com 165 metros de altura, a Flyer é a maior roda gigante de observação do mundo. Com 28 cápsu-las, é capaz de transportar 28 pessoas em cada, sua rotação completa demora 30 minutos.

Arab Quarter – conhecido como o distrito têxtil, no qual se localiza a Rua Árabe, centro mulçumano de Singapura. Nessa região é possível comprar os mais variados tipos de tecidos e visitar as principais mesquitas, como a Malabar Muslim Jama-Ath, que é a maior do país.

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CULTURA E LAZER | Saúde S/A

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CULTURA E LAZER | Saúde S/ALIVROS

FILMESTEMOS QUE FALAR SOBRE O KEVINLynne Ramsay – Estados Unidos – Drama - 2011Eva abdica de sua carreira para ter seu filho Kevin,

entretanto, desde os primeiros anos a relação entre mãe e filho é bastante complicada. Quando o garoto completa 15 anos faz algo imperdoável aos olhos da socie-dade.

NERVO CRANIANO ZERO Paulo Biscaia Filho – Brasil – Ficção – 2012Bruna Bloch, uma escritora de sucesso, para fazer com que seu livro se mantenha na

lista dos mais vendidos, adquire um chip indutor de descargas de dopamina, que quando implantado no cérebro humano, gera surtos de inspiração.

AMOURMichael Haneke – França – Drama – 2012Georges e Anne são octogenários, pessoas cultas, professores de música aposentados. O filme trata da relação

desse casal, que tem que aprender a lidar com a proximi-dade da morte.

A HOSPEDEIRAAndrew Niccol – Estados Unidos – Ficção – 2013A Terra é dominada por uma ameaça que controla mentes e corpos. Melanie é

uma das poucas que não está infectada pela peregrina, cuja missão é encontrar o paradeiro dos humanos não infectados.

Spectra Global Carry OnMala rígida, com oito rodinhas, que proporcionam o manuseio 360º, sistema de puxador duplo, que bloqueia em três posições diferentes. A coleção Spectra combina leveza e durabilidade. Além de ser possível leva-la a bordo. Onde encontrar: Lojas Anttonione – Design em acessórios de Viagem

ANATOMIA DO GOLFECraig Davies e Vince DiSaiaO título é uma coletânea de trabal-hos sobre integrali-dade na atenção e no cuidado em saúde,

fruto de intenso processo de discussão construído no âmbito do Projeto Integralidade: Saberes e Práticas no Cotidiano das Instituições de Saúde.Editora Manole R$ 79,00

ENCÉFALOColégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem O quarto volume da série conta com a colaboração de 43 especialistas de

neurorradiologia brasileira. Ao todo a obra apresenta 2.687 imagens de excelente qualidade, para ilustrar os diagnósticos. Os diferentes acometimentos encefálicos são mostrados de forma bastante didática.Editora Elsevier R$ 499,00

PACIENTE CRÍTICO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO - 2ª EDIÇÃOSchettino; Cardoso; Mattar; Ganem A publicação apresenta uma compilação de

diversos temas relacionados a cuidados de pacientes em UTI. O livro está organizado em seções conforme assuntos, tais como: gestão e organização, cuidados gerais, insuficiência respiratória e ventilação mecânica, hemodinâmica, sistema cardiovas-cular, gastrointestinal, renal e metabólico, trauma, neurointen-sivismo e infecções.Editora Manole R$ 324,00

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Entusiastas da tecnologia defendem que possuir telefones celulares, e-mails, redes sociais é parte de se ter uma vida com qualidade. Por outro lado, os detratores afirmam que acabam com a possibili-dade de se desconectar do mundo ou do trabalho, reduzindo a possibilidade de bem estar mental. Enquanto alguns preferem ficar um tempo sem pensar no cotidiano para ter qualidade de vida, outros optam por buscar informação através de tecnologias, a fim de saber sobre hábitos saudáveis. Contudo, essa prática de pesquisa, às vezes aponta dados incorretos, imprecisos, subjetivos. Além disso, em função da velocidade da produção de conhecimento, algo que é tido como verdadeiro em janeiro, pode ser contestado em junho, dificultando o filtro e julgamento tanto dos leigos como dos profissionais de saúde. Outro fator agravante, que corrobora para desinformação, é a quantidade, por exemplo, há inúmeras teses disponíveis sobre como as pessoas deveriam se sentir quando saudáveis e, por conta disso, o que ocorre é o efeito contrário, muitos se sentem doentes, principalmente em função de matérias e testes, tais como: “se você respondeu sim a mais de três dessas perguntas, há grande possibili-dade de você ter...”Um dos conceitos da economia, que se aplicam ao contexto é o da assimetria de informações, portanto, todos sabem algo sobre tudo. Sendo assim, quem tem razão? Quem sabe o que é necessário? No que diz respeito à vida ou à saúde do indivíduo o profissional sabe uma parte, que corresponde a da ciência. Mas quem sabe mais que o cidadão o que de fato sente e o que quer fazer? Ou seja, alguém “chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”.

senso comum a noção de que os indivíduos consomem o que quer que seja oferecido pelo mercado. Mas, há que se considerar a questão: Do que as pessoas precisam? Ninguém está falando em felicidade, “porque está sempre apenas onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos”. Aqui, nos referimos à saúde.

Todos já ouviram que saúde é um completo estado de bem estar, com uma série de modificativos (físico, mental, intelectual). Definir essas condições deve ser bastante tentador, mais para o poeta que para o profissional da área. As menções acadêmicas às necessidades em saúde costumam, segundo a economia do setor, ser definidas por quem atua na área. Desta forma, não causa surpresa que o resultado dessas definições seja traduzido em número de consultas, número de exames, doses de vacinas ou quantidade de tratamentos. No século XXI, quando se tenta dar espaço a outras categorias, começa-se a falar na quantidade de exercício recomendada, nas doses de vinho sugeri-das, nas prescrições para qualidade de vida. Em teses, atividades físicas produzem endorfina, que traz bem estar; álcool, chocolates e outras drogas lícitas deixam as pessoas mais relaxadas e mais felizes, portanto mais saudáveis. Exceto quando isso não ocorre. Mas, a partir da definição da qualidade de vida, a situação começa se tornar mais instável: férias são necessárias? Qual sua duração ideal e qual sua composição? Há quem insista em se afastar dos seus locais habituais, outros do seu local físico de trabalho. E quem aproveita seus dias de folga para se cansar ainda mais solucionando tudo o que não foi resolvido durante o período regular? Assim sendo, é tão arriscado dizer que rotina é fatal para saúde, quanto afirmar que é uma boa forma de mantê-la. Por exemplo, ter alguns hábitos proporciona a sensação de segurança, adequa o horário e os conteúdos das refeições, das medicações, dos exercícios, das atenções e cuidados pessoais. Por outro lado, ter tudo prescrito pode causar um estado de prisão mental.

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OPINIÃO | Saúde S/A

VICENTE DE CARVALHOE FERNANDO PESSOA

Dr.ª Ana MalikCoordenadora do Centro de

Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde - FGV-EAESP

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quantidade, por exemplo, há inúmeras teses disponíveis sobre como as pessoas deveriam se sentir quando saudáveis e, por conta disso, o que ocorre é o efeito contrário, muitos se sentem doentes,

Um dos conceitos da economia, que se aplicam ao contexto é o da assimetria de informações, portanto, todos sabem algo sobre tudo. Sendo

Há que se considerar a questão: Do que as pessoas precisam? Isso normalmente é definido por profissionais e não pelos pacientes, quem de fato precisa de algo

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Hospitalar, segmentos das Igrejas e várias outras entidades.Para que a mobilização tenha sucesso, é preciso coletar pelo menos 1,5 milhão de assinaturas, o que corresponde a 1% do eleitorado nacional, distribuídos em pelo menos cinco Estados, sendo 0,3% dos eleitores de cada um, e apresentar esse material à Câmara dos Deputados. Depois o projeto seguirá a tramitação normal no Congresso Nacional. A população precisa saber como são aplicados os recursos arrecadados pela União, especialmente porque temos uma das maiores cargas tributárias do mundo. Cada dia mais os brasileiros têm como “objeto de desejo” depois da casa própria, ter plano de saúde, o que comprova a falência do SUS. Sendo assim, como não priorizar, nosso bem maior, a saúde?Nas principais cidades e capitais brasileiras, há filas de espera para consultas, exames e cirurgias. As grandes emergências estão superlotadas, com muitos pacientes em macas nos corredores, em cadeiras improvisadas ou até no chão. Alguns morrendo por falta de atendimento e condições de manutenção adequa-dos. Óbitos que seriam evitáveis se o SUS funcionasse como deveria.Vamos mudar esse cenário, mostrando a força do povo, colhendo milhares de assinaturas no Projeto de Lei de Iniciativa Popular para que a União coloque mais recursos na saúde! Os médicos lutam por solução para o caos do setor. Acredita-mos no SUS como concebido e lutamos por melhorias e condições dignas. A saúde pública precisa melhorar, o povo brasileiro merece respeito. Para saber mais detalhes sobre o projeto e como imprimir a ficha de assinaturas para aderir a esta causa, acesse www.amb.org.br.

aúde foi a área com pior avaliação no primeiro ano de gestão da presidenta Dilma Rousseff segundo a pesquisa desenvolvida pelo Instituto Datafolha. Dentre os problemas destacam-se gestão, corrupção e sub-financiamento. Embora o governo federal seja a instância que mais arrecada, está desonerando proporcionalmente

quando comparamos com os investimentos de estados e municípios. O setor carece de recursos para atender adequadamente aos quase 150 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil tem verba para alocar na saúde, porém é preciso que a área seja priorizada. As entidades médicas lutam há muitos anos por mais recursos para a saúde pública. O texto da Emenda Constitucional (EC) 29 aprovado em 2000, regulamen-tado em dezembro de 2011 e sancionado com 15 vetos pela Presidência da República em 15 de janeiro de 2012, entretanto, frustrou nossa expectativa. A União não aportará verba como necessitamos, nem estabeleceu mecanismos de fiscalização e punição a estados e municípios que não cumprirem os porcen-tuais mínimos de aplicação no setor, respectiva-mente, 12% e 15% das suas receitas.Diante desse quadro, em 3 de fevereiro, foi lançado o Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que propõe rever a Lei 141/2012 (EC 29), defendendo porcentual de no mínimo 10% da Receita Corrente Bruta da União para a saúde, montante estimado em R$ 35 bilhões para 2012. Liderado pela Associação Médica Brasileira (AMB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Academia Nacional de Medicina (ANM), o projeto conta com apoio de importantes entidades médicas nacionais: Associação Paulista de Medicina (APM); Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS); Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES), Confedera-ção Nacional dos Trabalhadores de Saúde (CNTS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO) e a Federação Brasileira dos Hospitais (FBH) e Grupo

ASSINATURAPELA SAÚDE PÚBLICA

Dr. Florentino CardosoPresidente da Associação

Médica Brasileira - AMB

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do mundo. Cada dia mais os brasileiros têm como

depois da casa própria, ter plano de saúde, o que comprova a falência do SUS. Sendo assim, como não priorizar, nosso bem

Nas principais cidades e capitais brasileiras, há

O Brasil tem verba para alocar na saúde, porém é preciso que a área seja priorizada. A população precisa saber como são aplicados os recursos

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OPINIÃO | Saúde S/A!

do Brasil (OAB/RS) com apoio da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Famurs, Amrigs, Conselho Regional de Administração (CRA-RS), Cremers, Associação Brasileira em Defesa dos Usuários do SUS (Abrasus), Sindisaúde, Conselho Estadual de Saúde, entre outras entidades da sociedade civil. O objetivo é colher um milhão de assinaturas. O abaixo-assinado será encaminhado ao governador Tarso Genro. A assinatura do manifesto pode ser feita pela internet, através do site www.sauderiogrande.org.br. É aí que entram as redes sociais. O link está fazendo o maior sucesso nas redes e com certeza a meta de assinaturas será ultrapassada em muito. É uma campanha justa e que foi abraçada por todos os segmentos da sociedade. A Constituição de 1988, no artigo 196, determina que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Foi um avanço, mas não ficaram estabeleci-dos os percentuais nos orçamentos dos entes federados. Essa garantia veio em 2000 através da Emenda 29, quando ficaram vinculados gastos mínimos do município (15%), do Estado (12%) e da União (o investi-mento do ano anterior mais a variação do PIB nominal). O mais recente avanço foi a regulamentação da Emenda 29, que deu origem ao PLC 141. A aprovação, no ano passado, significou a perda na luta dos 10% como percentual de investimento da União, mas representou a definição clara do que é gasto em saúde, o que impede desvios de recursos para outros setores. A regula-mentação determina o compromisso cristalino e definitivo do investimento de 12% pelos Estados já este ano.Outra campanha de âmbito nacional está em andamento. O objetivo é colher assinaturas para uma Emenda de Iniciativa Popular, para resgatar a idéia dos 10% de gastos da União com a saúde e, com certeza, as redes sociais terão, novamente, um papel decisivo.

maior instrumento de transparência é o controle social, que é feito através dos Conselhos Estaduais e Municipais, integrados na mesma proporção por usuários e presta-dores indicados, e que foram implementados

a partir da Constituição de 1988. Foi um avanço indiscutível, mas passados 24 anos, ficou claro que esses conselhos precisam ser modernizados e instrumentalizados. Precisam de novas ferramentas, inclusive digitais, para obter mais informações e conseguir controlar a qualidade dos serviços oferecidos pelo Executivo, nas três esferas de Poder, e o uso do dinheiro público em Estados e municípios.Nesse contexto, surgiu uma nova ferramenta das comunidades. As redes sociais, que já são uma realidade e um grande instrumento, voluntário, para o fortalecimento do controle social. Através das redes sociais o cidadão tem condições, cada vez mais, de gritar, cobrar, exigir serviços melhores, além de denunciar o mau uso do dinheiro público e os desvios de conduta. Hoje, o planeta está praticamente todo interco-nectado em rede. Existe muita informação e milhões de pessoas se fazem presentes nas redes sociais. Através delas, a distância entre as intera-ções humanas reduziu consideravelmente. Existe um verdadeiro intercâmbio de idéias, o compartilha-mento do conhecimento tácito dentro de uma microcomunidade. As redes sociais ultrapassam qualquer outro veículo de comunicação em veloci- dade e eficiência. Tudo isso devido à rapidez com que elas disseminam as informações. As redes mobilizam as pessoas. Vale destacar como exemplo o que vem acontecendo em meu Estado, o Rio Grande do Sul, onde o cidadão, através das redes sociais, está participando de forma decisiva da Campanha “Saúde Rio Grande – Cumpra-se a Lei” e exigindo que o Governo do Estado cumpra a Constituição e invista 12% de sua arrecadação no setor de saúde. Infelizmente, o Rio Grande do Sul é o único Estado da Federação que ainda está longe de cumprir a Lei. Mal investe 6% na saúde.A mobilização é liderada pela Ordem dos Advogados

OEstado. Foi um avanço, mas não ficaram estabeleci-

federados. Essa garantia veio em 2000 através da Emenda 29, quando ficaram vinculados gastos mínimos do município (15%), do Estado (12%) e da

A Constituição de 1988, no artigo 196, determina que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Foi um avanço, mas não ficaram estabelecidos os percentuais nos orçamentos dos entes federados. Essa garantia veio em 2000 através da Emenda 29, quando ficaram vinculados gastos mínimos do município (15%), do Estado (12%) e da União (o investi-mento do ano anterior mais a variação do PIB nominal). O mais recente avanço foi a

O cidadão tem condições de gritar, cobrar, exigir serviços melhores, além de denunciar o mau uso do dinheiro público

REDES SOCIAISEM DEFESA DA SAÚDE

Dep. Darcisio PerondiPresidente da Frente

Parlamentar de Saúde

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