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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO … · Obviamente, se o planejamento for apenas uma atividade burocrática, ... busca da ideal, planejando, avaliando e replanejando sua prática

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG

Ficha para Catálogo

Produção Didática Pedagógica

Professor PDE/2012

Título Influências da Reflexão e Planejamento na Prática Docente

Autor Lucimara Terezinha Nunes Dutra

Escola de Atuação Colégio Estadual Rodrigues Alves – EFMNP

Município da Escola Jaguariaíva

Núcleo Regional de Educação Wenceslau Braz

Orientador Susana S. Tozetto

Instituição de Ensino Superior UEPG

Área do Conhecimento/Disciplina Pedagogia

Público Professores e pedagogos

Localização UEPG

Resumo

Percebe-se que apesar dos esforços dos professores, grande

número de alunos conclui o Ensino Fundamental sem os

conhecimentos básicos para prosseguir nos estudos ou

exercer sua cidadania. Este trabalho , tem como objetivo

principal proporcionar momentos de reflexão sobre o ensino-

aprendizagem praticado no Colégio Estadual Rodrigues

Alves, através de leituras de textos que levem o corpo

docente a repensar sua prática, bem como na importância do

planejamento para que a aprendizagem se efetive em sala de

aula.

Palavras-chave Planejamento – Conhecimento – Ensino-aprendizagem

APRESENTAÇÃO

A produção deste Caderno Pedagógico resultado da observação da

professora em escolas da rede pública, bem como da troca de experiências com

educadores. Sendo assim, este trabalho será realizado com todos os professores e

pedagogos, do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Rodrigues Alves, ansiosos

por mudanças, os quais serão provocados a rever sua prática educativa, e,

consequentemente, os rumos da educação.

Percebe-se que, um número significativo de alunos ao concluírem o Ensino

Fundamental, não se apropriou de conhecimentos básicos, indispensáveis para o

prosseguimento nos estudos, conforme preconiza a LDB, ou mesmo para

ingressarem no campo profissional. Ao mesmo tempo, depara-se com a inquietação,

cansaço e até desanimo por parte de alguns professores, que batalham para

ensinar, e se frustram com os resultados obtidos, quando percebem que a

aprendizagem não ocorreu de forma satisfatória.

Desmotivados, muitos em início de carreira optam por outras profissões, e

os que permanecem se sentem impotentes diante das dificuldades e entraves

encontrados. Com essa produção, tenciona-se provocar momentos de estudos e

reflexões, com o corpo docente. Sobre a prática pedagógica considerando a forma

como os alunos aprendem, discutir coletivamente os momentos da aula, como são

planejadas, quais os critérios utilizados para planejar, como são selecionados os

conteúdos e quais possibilidades de mudanças desse cenário. Pretende-se ainda

aclarar dúvidas quanto ao Plano de Trabalho Docente e Plano de Aula, mostrando a

importância do planejamento no processo ensino-aprendizagem, oportunizando ao

professor visualizar os resultados esperados na aprendizagem dos alunos.

Muitos educadores tem uma visão negativa sobre o planejamento,

afirmando não ser necessário possível. E alguns até reconhecem a

importância, mas admitem que da forma como vem sendo realizado

não contribui para o processo ensino-aprendizagem.

(VASCONCELLOS, 2000, p. 17).

Julgam não ser possível, devido à dinâmica e peculiaridade das

turmas/séries, que se encontram alunos oriundos de bairros e classes sociais

diversas, tornando impossível o planejamento, pois os comportamentos são

imprevisíveis, cabendo então ao professor “improvisar”.

Obviamente, se o planejamento for apenas uma atividade burocrática,

realizada no início do ano, em que os professores têm um dia previsto no calendário

escolar para realizar tal tarefa, preenchendo formulários onde constam listas de

conteúdos, estratégias, avaliação, objetivos (muitos copiados de livros didáticos)

sem nenhum significado para o professor e ou alunos, esse planejamento está

fadado ao insucesso, e certamente ficará “engavetado”, e o professor, com a

sensação de “dever cumprido”.

Sendo apenas para atender solicitações da direção, ou dos pedagogos,

alguns professores xerocopiam de outras escolas, ou de anos anteriores.

Cabe, pois a Equipe pedagógica do Colégio Rodrigues Alves, um trabalho

de covencimento, quanto à necessidade de reflexão, provocando o corpo docente ,

instigando, mobilizando para transformações, mostrando a importância do

planejamento no desenvolvimento de ações pedagógicas. Ao se planejar o professor

traça metas, sabe aonde quer chegar, quais os caminhos a serem percorridos a fim

de aproximar o futuro da realidade.

A partir daí, faz-se necessário clareza e objetividade, distinguindo as várias

denominações atribuídas ao planejamento e suas singularidades, para poder utiliza-

lo corretamente.

Por se constituir em mais uma estratégia facilitadora do ensino, não pode ser

realizado apenas como mais uma tarefa burocrática a ser desenvolvida pelo

professor, com o mero objetivo de cumprir normas. O planejamento norteia a

organização da aula, possibilitando ao professor uma visualização dos resultados.

Obviamente que só um bom planejamento não é indicativo de uma boa aula.

Precisa estar acompanhado do compromisso assumido pelo educador, bem como

da disposição para avaliar e se necessário, alterar os planos buscando o atingimento

dos objetivos propostos. É mais um instrumento valioso que o professor deve lançar

mão na busca incessante por um ensino de qualidade.·.

MATERIAL DIDÁTICO

A proposta para este Caderno Pedagógico é a produção de material que

leve o corpo docente do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Rodrigues Alves,

a refletir sobre a sua prática pedagógica, fornecendo subsídios para possíveis

mudanças. Objetivando aprofundar nas reflexões, serão utilizados textos, atividades,

filmes, músicas, animações, bingos e dinâmicas, que darão suporte pedagógico, a

fim de proporcionar encontros produtivos e atraentes aos professores.

METODOLOGIA

Como não poderia ser diferente, para a realização deste Caderno também

deve ser construído um planejamento, que oriente o trabalho a ser desenvolvido.

Porém, todo planejamento é flexível e, portanto passível de mudanças. Talvez este

trabalho sofra alterações no seu desenvolvimento, necessitando, portanto de um (re)

planejamento, a fim de atender as expectativas desejadas.

Em todos os encontros serão utilizados filmes, dinâmicas diversas

introduzindo o tema a ser discutido.

1º ENCONTRO

Iniciaremos com a apresentação da Professora PDE e da forma como serão

realizados os oito encontros, no contraturno, com carga horária de 4 h cada,

conforme cronograma entregue no caderno de lembretes, entregue a cada

participante.

Objetivos.

Proporcionar reflexão sobre a prática pedagógica, bem como da

necessidade de mudança, mesmo que seja um processo doloroso.

Compreender a importância do trabalho em equipe.

Visualizar os entraves da prática pedagógica, que dificultam a

aprendizagem.

Dinâmica:

Filme: A lenda da águia e Iceber

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=QLWBtv5mrIQ acesso

em24/11/2012 as 23:25 h

Comentários: Articulação do filme com a vida do professor, da necessidade de

transformação, adequação para acompanhar as transformações ocorridas na

sociedade. Mostrando que quando nos transformamos, conseguimos enxergar o

restante do iceberg. E não somente a parte superficial.

1) Qual a relação da vida da águia com a do professor?

2) As mudanças, nem sempre são fáceis, muitas requerem persistência e

disponibilidade para mudanças. Você acha que na prática docente são possíveis

inovações significativas?

Estudo dos textos: Relembrando

Sobre Alienação

A Alienação do Educador

Referências dos textos : Vasconcellos (2000)

RELEMBRANDO

Muito se comenta a respeito, da função primordial da escola, ou seja,

garantir aos educandos a apropriação do conhecimento produzido pela humanidade,

se utilizando deste a fim de transformar a realidade, usando tais conhecimentos em

situações práticas do cotidiano. Infelizmente, o que se percebe é que, isto não vem

acontecendo como deveria.

Evidencia-se dessa forma a necessidade de parar, pensar e (re) começar o

processo educativo, não como sempre foi, mas buscar formas diversas, dinâmicas

de encaminhamentos pedagógicos capazes de despertar o interesse dos alunos

mobilizando-os, questionando-os, desafiando a galgar novos caminhos, na busca do

objetivo maior, que é a aprendizagem.

Certamente que a graduação em licenciaturas, não fornece receitas de

como ensinar, mas fornece a base para uma busca constante que permeará o

trabalho do professor. Portanto, faz se necessária uma fundamentação teórica que

oriente a prática, apontando novos caminhos, tornando a práxis competente, efetiva.

Pretende-se,com este trabalho oportunizar essas discussões acerca do

trabalho pedagógico desenvolvido, bem como o acesso a autores, como Alarcão,

Vasconcellos, Masetto, entre outros, que ratifiquem essa prática.

E para que as transformações aconteçam na sala de aula, precisamos

planejar. O planejamento faz parte do cotidiano do ser humano, desde atividades

mais simples, até as mais complexas, pois desde que acorda, mesmo

inconscientemente, passa a “planejar” seu dia. Ou seja, a ação que deverá realizar

para atingir os objetivos propostos.

“Planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de

acordo com o previsto, é buscar fazer algo incrível, essencialmente humano: o real

ser comandado pelo ideal.” (VASCONCELLOS, 2000, p. 35).

Nesta perspectiva o planejamento oportuniza ao educador visualizar

possibilidades e limitações, haja vista que irá trabalhar com uma situação real, em

busca da ideal, planejando, avaliando e replanejando sua prática. As ações devem

ser intencionais, articuladas com os interesses e necessidades do aluno,

despertando o desejo pelo conhecimento.

“É a partir da aplicação da teoria que você aumenta a qualidade de sua

prática” (GANDIN, 2007, p. 95).

Para que a prática do educador seja significativa deve estar embasada numa

teoria, sustentada em estudos, observações e, portanto com condições de dar

explicações sobre, deixando de lado o senso comum, provando a sua eficácia. O

sujeito necessita acreditar na teoria e colocá-la em prática podendo comprovar sua

veracidade. Há quem afirme que “a teoria é diferente da prática”. Quem faz estas

afirmações está equivocado. As teorias são estudos comprovados e ratificados por

vários autores. De acordo com Vasconcellos (2000), a fundamentação teórica é

fundamental para o profissional competente e comprometido com o processo

ensino-aprendizagem.

Embora a atividade de planejar seja tão antiga quanto o homem, a

sistematização do planejamento se dá fora do campo educacional, estando ligada ao

mundo da produção (VASCONCELLOS, 2000, p. 27).

[...] Há uma falta de clareza do professor com relação ao seu trabalho, sendo esta a responsável, em parte pela sua não atuação mais efetiva na mudança da realidade educacional ou mais geral. Essa falta de lucidez vem da situação de alienação em que se encontra o educador. (VASCONCELLOS, 2000, p.24)

Sobre Alienação

Segundo Vasconcellos (2000), entende-se por alienação aquele estado em

que as pessoas tornam se estranhas a si mesmas e ao mundo que as rodeia, não

podendo interferir na sua organização, nem sabendo justificar os motivos últimos de

suas ações, pensamentos, emoções. É a situação mais ou menos acentuada de

perda de sentido, de desorientação, de falta de compreensão e de domínio das

várias manifestações da existência.

A alienação, com certeza, não é um privilégio dos profissionais da educação.

Concretamente é uma realidade que perpassa toda nossa sociedade, uma vez que

sua raiz está na organização do trabalho no modo de produção capitalista, ou seja,

na exploração da força de trabalho do homem por outrem, baseada na divisão do

trabalho e na propriedade privada dos meios de produção. O trabalhador não

participa do resultado da produção, a não ser por um mísero salário para a

reposição da força do trabalho, “para existir como trabalhador, não como homem, e

para gerar a classe escravizada dos trabalhadores e não da humanidade” (MARX,

1998, p.107). Assim sendo o trabalhador, não domina seu próprio trabalho, na

medida em que não sabe por que produz, como produz, sendo, pois alienado não só

do produto, mas também do processo (cf. MARX, 1989, p 161). A partir da alienação

fundamental, vão se estruturando todas as outras, em termos de superestrutura,

passando pelas instituições e pelo próprio Estado.

“A alienação é como um bisturi social, com base econômica e

desdobramento político e cultural, que cinde o homem de si mesmo, tornando o

objeto de manipulação, em função de interesse de minorias dominantes”

(VASCONCELLOS, 2000, p 24).

A alienação do educador

O educador, antes de tudo, como cidadão, está inserido num contexto mais

amplo de sociedade, sendo, portanto atingido pela alienação mais geral, imposta

devida a toda a forma de organização social. Enquanto profissional, participa da

alienação midiatizada no conjunto de seu trabalho.

Frequentemente, seja para alunos, seja para professores, a escola

corresponde a uma opção formal que aliena o caráter existencial e político da

experiência pedagógica. O trabalho de ensino aprendizagem tomado como mera

forma de sobrevivência pelo professor ou como mercadoria pelo aluno, perde sua

dimensão humana e reduz-se a uma relação feitichizada de trocas institucionais. O

trabalho intelectual é tomado como um fim em si mesmo, adequado a restritas

aspirações profissionalizantes, desvinculados das causas, sentidos e compromissos

que poderiam orientá-lo. Esta constatação quebra a ilusão de que o trabalho em

educação seria mais humano. A atividade educacional, nas condições que

corriqueiramente ocorre , é pura alienação. Por ser o articulador, o coordenador do

trabalho pedagógico em sala de aula e por ser a extremidade dessa intrincada rede

de relações que é o sistema educacional, corre o risco de atribuir ao professor toda

a responsabilidade do fracasso escolar, não se percebendo, que o que acontece na

sala é reflexo- não mecânico, todavia do leque de determinações a que a escola

está sujeita.

A situação de alienação se caracteriza pela falta de compreensão e domínio

de vários aspectos da tarefa educativa. Assim, percebemos que ao educador falta

clareza com relação à realidade em que ele vive, não dominando, por exemplo,

como os fatos e fenômenos chegaram ao ponto em que estão hoje (dimensões

sociológica, histórico - processual), falta clareza, quanto à finalidade daquilo que ele

faz: educação para quê, a favor de quem, contra quem, que tipo de homem e de

sociedade formar, etc. (dimensão política, filosófica), e, finalmente, falta clareza,

como apontamos antes, a sua ação mais específica em sala de aula (dimensão

pedagógica). Efetivamente, faltando uma visão de realidade e de finalidade, fica

difícil para o educador operacionalizar alguma prática transformadora, já que não

sabe bem onde está, nem para onde quer ir.

O professor não tem compreensão do seu trabalho na complexidade que ele

implica; está alienado do seu fazer pedagógico: foi expropriado do seu saber,

situação esta que o desumaniza, deixando-o a mercê de pressões, de ingerências,

de modelos que são impostos como receitas prontas, impossibilitando um trabalho

significativo e transformador, levando o por consequência, ao sofrimento, o

desgaste, ao desânimo, ao descrédito quanto à educação, à acomodação, à

desconfiança, chegando mesmo à falta de companheirismo e de engajamento em

lutas políticas e até sindicais.

Hoje, o professor, sente que foi mal formado, que não esta devidamente

capacitado para os desafios da realidade. [...] Entendem que têm que cumprir

programas impostos, não sabendo, o motivo pelo qual sua disciplina existe no

currículo; quando interrogados dão respostas baseadas no senso comum; se

questionamos mais a fundo, percebemos o embaraço em que ficam e muitas vezes

acabam confessando que dão aquela matéria por exigência do programa pré-

estabelecido e, no limite, em função do vestibular. Da mesma forma quando

analisamos as praticas em sala de aula, verificamos que elas acontecem como

rituais que foram aprendidos de uma maneira empírica, frequentemente muito mais

pela iniciação que tiveram ao longo do tempo de banco escolar, do que por uma

tomada de posição consciente. Se interrogados sobre seus rituais, não conseguem

apontar justificativas relevantes, percebendo-se, dessa forma, a falta de domínio, de

consistência e de fundamentação.

Por outro lado, quando ao invés de partirmos dessas práticas, buscamos

suas ideias nos deparamos com belos discursos acerca da educação e da atuação

do educador; em geral, encontramos um verdadeiro sincretismo em relação às

concepções pedagógicas: pedaços de teorias que são justapostos, não dialogando,

nem se criticando, de forma a constituir um todo orgânico. Confrontando-se com a

prática, há um enorme abismo e, o que é pior, não há consciência dessa distância.

O trabalho do educador “existe independentemente, fora dele e a ele estranho, e se

torna um poder autônomo em oposição com ele; uma força hostil e antagônica”

(MARX, 1989 p.160).

A didática teórica prepara o professor para ser um profissional liberal que detém o controle do processo e do produto do seu trabalho, concebendo, executando e controlando o seu processo de ensino. No entanto, a Didática prática ocorre numa organização do trabalho em que o professor é um assalariado do ensino e, na hierarquia de funções dentro da escola, ocupa a posição de executor de tarefas, não detendo, portanto, o controle sobre o processo de ensino e seus resultados. Daí a fragmentação do seu fazer e a busca de alternativas metodológicas. (MARTINS, 1989 p. 71)

O “bom” de um trabalho mecânico, repetitivo é que não exige maiores esforços. Fazer um trabalho mais consciente, crítico, criativo, significativo, implica que o professor deva se rever, se capacitar, sair do “piloto automático”, enfrentar conflitos, etc. Se o trabalho do professor está marcado muito fortemente pela alienação, é claro que não verá o menor sentido no planejamento. (VASCONCELLOS, 2000, p.25)

Orientações Metodológicas – O grupo se dividirá em duas equipes para

discutir o texto e responder questões referentes ao planejamento, que serão

recolhidos e retomados como feedback no encontro final.

1) Questões:

1. Você conhece o PPP (Projeto Político Pedagógico) de sua escola?

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2. O que você entende por planejamento?

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3. Em seu ponto de vista, o Planejamento contribui para melhorar a ação

pedagógica em sala de aula? Justifique.

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4. A aprendizagem se efetiva, sem um planejamento?

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5. De que forma você planeja suas atividades diárias? Que instrumentos

norteiam o preparo das aulas?

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6. Existe relação entre planejamento e ensino-aprendizagem?

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7. Você encontra dificuldades para planejar suas atividades de ensino? E para

colocá-las em prática.

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8. Que tipo de ajuda você espera da Equipe Pedagógica?

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9. É possível a construção do conhecimento em sala de aula, sem um

planejamento adequado?

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10. Como o planejamento influi no processo ensino aprendizagem?

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11. Em sua opinião, há distinção entre Plano de Aula, Plano de Ensino, e

Planejamento?

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2º ENCONTRO

OBJETIVOS: Perceber a importância e a necessidade de planejar as aulas para que

a aprendizagem se efetive.

DINÂMICA: Filme : Jogando Xadrez.

Acesso em 25/11/2012 http://www.youtube.com/watch?v=y-oL031hWOg

A História do Ratinho......

COMENTÁRIOS: Qual a relação das imagens e termos apresentados no vídeo e na

história do ratinho, com o Planejamento Escolar?

ESTUDO DOS TEXTOS:

(Re) significando a prática do Planejamento ; Necessidade do

planejamento;O planejamento só tem sentido se o sujeito se coloca numa

perspectiva de mudança(VASCONCELLOS, 2000, p. 35)

RE-SIGNIFICANDO A PRÁTICA DO PLANEJAMENTO

Qual o sentido de planejar? Por que um sujeito/grupo vai se envolver com

este tipo de atividade? Constatamos aquela ambiguidade nos educadores: ao

mesmo tempo em que aceitam a importância do planejamento, tem também sérias

desconfianças; concordam com a ideia geral de planejamento (quem não concorda),

mas estão marcados pela experiência de elaboração de planos burocráticos,

formais, controladores. Se o professor não vê objetivo em planejar, com certeza não

irá se envolver significativamente nessa atividade, pode até fazer para inglês ver...

Para estabelecer um referencial de comunicação, esbocemos inicialmente

um conceito: planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir

de acordo com o previsto; é buscar fazer algo incrível, essencialmente humano: o

real ser comandado pelo ideal.

De que pressuposto – normalmente implícito – parte-se quando se planeja?

Planejar ajuda a concretizar aquilo que se almeja (relação Teoria-

Prática);

Aquele algo que planejamos é possível acontecer; podemos, em certa

medida, interferir na realidade.

Re-significar o planejamento para o sujeito implica resgatar sua necessidade

e possibilidade, em dois níveis: um mais geral e outro específico da atividade de

planejar.

Planejar então remete a:

Querer mudar algo

Acreditar na possibilidade de mudança da realidade

Perceber a necessidade da mediação teórico metodológica

Vislumbrar a possibilidade de realizar aquela determinada ação

Para que a atividade de projetar seja carregada de sentido, é preciso, pois,

que, a partir da disposição para realizar alguma mudança, o educador veja o

planejamento como necessário (aquilo que se impõe que deve ser que não se pode

dispensar) e possível (aquilo que não é, mas que poderia se, que é realizável

(VASCONCELLOS, 2000, p.36).

NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO

PRESSUPOSTO FUNDAMENTAL DO PLANEJAR: NECESSIDADE DE MUDAR

O Fator decisivo para a significação do planejamento é a percepção por

parte do sujeito da necessidade de mudanças. É claro que se tudo vai bem, se

nada há para se modificar na escola, para quê introduzir este tal de “plano” É

incrível, mas muitos professores parecem tão satisfeitos – ou alienados – em suas

práticas que não sentem necessidade nem de aperfeiçoamento. Talvez se

questionados sobre a escola, até tenham o que dizer; ou não, de medo que dizendo

alguma coisa possa sobrar alguma tarefa para eles. Todo o trabalho da ideologia

dominante vai no sentido de anestesiar a percepção das contradições e a

consequente necessidade de mudança. O ponto de partida é uma pergunta básica:

há algo em nossa prática que precisa ser modificado, transformado, aperfeiçoado?

Se não há, não se precisa de projeto. A ausência de falta, a inapetência física e / ou

intelectual), a ausência de desejo é sinal de estagnação, e, portanto, de morte.

O que constatamos com frequência é que há uma descrença anterior e mais

profunda, qual seja não com o planejamento enquanto tal, mas com a própria

educação e, em alguns casos, no limite, com a própria existência: morte do

entusiasmo, do espanto, da indignação – conforme (SANTOS 1996). Não é possível

re-significar o planejamento em si, isolado da re-significação de estar no mundo e de

toda a prática educacional! O grande nó do planejamento educacional pode estar na

morte do autêntico trabalho pedagógico devido a:

Fatores exteriores: a falta de condições e de liberdade, a cobrança

formal e autoritária do cumprimento do programa, etc.;

Fatores interiores: o professor que se entregou que abriu mão de lutar,

de resistir contra pressões equivocadas.

Não há processo, técnica ou instrumento de planejamento que faça milagre.

O que existem são caminhos, mais ou menos adequados. De qualquer forma, o

fundamento primeiro de qualquer processo de planejamento está num nível

mínimo (considerando que a realidade é sempre contraditória e processual),

pessoal e coletivo, de compromisso (desejo, ética, responsabilidade) e competência

(capacidade de resolver problemas).

A questão do planejamento é desafiadora, pois projetar é para o humano, e

não poucas vezes estamos reduzidos em nossa humanidade, estamos

desanimados, descrentes, cansados. Também no meio educacional – entre

professores, membros de equipes de coordenação, direção, mantenedores,

Pais, funcionários, alunos - estão presentes forças de vida e de morte.

Chegamos nos sentir com ausência de desejo: quem quer a escola? Quem acredita

na escola como caminho de construção de uma sociedade mais justa? Escola para

quê? Simplesmente como meio de subsistência?

O que dá vida a uma escola? Seria o planejamento? Não podemos ter esta

ilusão. São as pessoas, os sujeitos que historicamente assumem a construção de

uma prática transformadora. Antes de mais nada, precisamos de uma matéria prima

fundamental: as pessoas, que buscam, sonham, pensam, interrogam, desejam.

Numa concepção libertadora, sujeitos, projeto e organização devem se articular a

partir do fundamental, que são as pessoas, construtoras e destinatárias da

libertação.

Não vivemos sem desejo. Precisamos nos aproximar, precisamos somar as

forças – ainda que diminutas – dos que desejam, dos que estão vivos e querem lutar

pela vida... “Por outro lado, como dizia D. Helder o numero de pessoas que querem

o bem é muito maior do que a gente imagina”.

Existem várias formas de suicídio [Eros (princípio de ação, desejo,

disposição vital) x Thánatos (impulso de morte, destruição) cf. Freud, 1856-1939];

uma delas é nos metermos no trabalho feito louco e não pararmos para pensar.

Outra é ficarmos sempre reclamando: dá uma sensação de que estamos fazendo

alguma coisa. “Aliás, para o sistema é muito bom, é uma forma de se manter, pois a

queixa funciona como lubrificante da máquina inibitória do pensamento”, já que “este

lamento impotente confirma e reproduz um lugar de dependência” (FERNANDEZ,

1994: 107), e ainda dá a aparência de ser democrático; tal atitude é absolutamente

ineficaz quando não se tiram consequências concretas da organização e ação.

Estas evasivas, no entanto, podem configurar num ciclo vicioso, pois o que dá

energia para a ação é a visualização de algo a ser realizado, um objetivo, uma

finalidade, ao não estabelecê-la, vamos tendo menos disposição ainda, e assim

sucessivamente. Romper esse circulo necrófilo implica investir num primeiro

momento, acreditar, estar marcado pelo desejo de mudar, pela busca da melhoria,

pelo compromisso com a transformação. A questão essencial, portanto a ser

colocada é:

Se o bicho homem funcionasse só na base do racional, provavelmente todos

os seus problemas já estivessem resolvidos. Acontece que além de racionais.

Somos afetivos, éticos, estéticos, lúdicos, físicos, espirituais, sociais, econômicos,

culturais, políticos. Temos um conjunto muito maior de necessidades do que

simplesmente os intelectuais. Não queremos dizer, evidentemente, que essa ultima

não sejam importantes; apesar dos limites da razão, é por ela que temos

O planejamento só tem sentido se o sujeito coloca-se numa perspectiva de mudança

possibilidade de ação e interação, até porque ela está, mais ou menos

acentuadamente, presente nas demais necessidades. Mas reduzir o homem a ela é

perder de vista o homem concreto. As ideias sozinhas, não resolvem. Por isto, não

podemos nos iludir achando que a força de um plano está nas “ideias sofisticadas”.

No processo de caminhada da comunidade, há muito mais coisas em jogo.

Para o professor não comprometido, não há proposta de plano que seja boa;

considerar que o simples fato do professor preencher um formulário bem elaborado

será garantia de um bom trabalho é uma ilusão!

Esse pressuposto – a percepção da necessidade de mudança – é da maior

importância, pois quem está “morto”, quem não está querendo nada com nada,

quem não quer mudar, obviamente não sente necessidade de planejar. Num tal

contexto, esse indivíduo precisa é de ajuda para se resgatar enquanto ser humano.

Numa prática reiterativa ou imitativa, o projeto, a finalidade ou o plano

preexiste de modo acabado á sua realização (VAZQUEZ, 1977; p. 257), cabendo ao

sujeito apenas sua colocação em prática. Neste caso, a consciência não só torna-se

supérflua, como acaba sendo considerado um obstáculo pelos dirigentes, que

desejam apenas a reprodução desprovida de entendimento.

Com efeito, se o que vai ocorrer em sala é mera reprodução, se o que se

faz em aula é cabalmente determinada de fora (coordenação, direção, delegacia de

ensino, vestibular, pais alunos, colegas, livro didático), de que adianta planejar? A

existência de conteúdos preestabelecidos, que “tem que ser dados, nega a ideia do

autêntico planejamento." Se, ao contrário, a aula, o curso corresponde a um desejo

de intervenção, a um projeto de investigação.

O professor terá interesse em acompanhar, em prever os passos querendo

que dê certo, e se não der, vai querer saber o porquê, pois está envolvido.

Coloca-se aqui uma possível situação de prostituição do magistério:

planejamos porque outros nos pedem/obrigam, mas não acreditamos naquilo. Nos

vendemos baratos, preferimos cumprir rituais formais a enfrentar conflitos... O

professor deveria se recusar a formalizar planos, enquanto não estivesse

convencido. Onde está a formação para a autonomia? (A começar por ele mesmo)

(VASCONCELLOS, 2000, p 38).

Encaminhamento Metodológico – Em duplas, refletiremos algumas

questões, colocando nosso ponto de vista em relação à do autor, no grande grupo.

QUESTÕES

1) Segundo Vasconcellos (2000), o fator decisivo para a significação do

planejamento é a percepção por parte do sujeito da necessidade de mudança. Na

sua prática pedagógica, você sente necessidade de modificações?

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2) A escola que pretendemos, é um ambiente democrático, aberto, onde

todos tenham acesso ao conhecimento e a cultura produzida pela humanidade. De

que forma o planejamento contribui para alcançar esse objetivo?

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3. Realidades diferentes requerem planejamentos, atividades e até mesmos

relacionamentos distintos. Na escola em que atua você vivência essas situações?

De que maneira você planeja, visando atender essas peculiaridades?

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Orientações Metodológicas: Após a socialização das conclusões, faremos

uma retomada dos pontos principais. Encerrando com a música Metamorfose (Raul

Seixas).

3º ENCONTRO

OBJETIVOS; Reconhecer a importância da reflexão sobre a prática, visando a

transformação.

DINÂMICA: Filme Convivência

Acesso em 05/12/2012 http://www.youtube.com/watch?v=Bn3wZcDTLlg

COMENTÁRIOS: Tendo em vista ser a escola uma instituição educativa, onde se

aprende na convivência, na interação, em que momento o corpo docente se reúne

para discutir, planejar, ou mesmo trocar experiências?

Professor, você percebe alguma relação do filme com o ambiente escolar?

ESTUDO DO TEXTO: A propósito da reflexão e da prática reflexiva

(GERALDI, 2003, p.247).

Refletir é preciso (Alarcão, 2001).

A PROPÓSITO DA REFLEXÃO E DA PRÁTICA REFLEXIVA

Zeichner (1993) explicita a origem do termo prática reflexiva em Dewey,

procurando mostrar que grande parte de sua produção foi dirigida aos professores e

professoras e continua relevante para ao anos 90. John Dewey, no princípio desse

século, elaborou uma importante distinção entre o ato humano que é reflexivo e

aquele que é rotina. Este último é guiado por impulso, tradição e autoridade. No

mundo educacional existem várias definições de realidade. Enquanto as coisas

prosseguirem sem grandes rupturas, essa realidade é percebida sem nenhum

problema. O modo como o professor percebe a realidade serve de barreira,

impedindo o de experimentar pontos de vista alternativos. Os professores e as

professoras que não refletem sobre seu ensino aceitam naturalmente a realidade

cotidiana de suas escolas e concentram seus esforços na procura de meios mais

eficientes para atingir os seus objetivos e para encontrar soluções para problemas

que outras pessoas definiram no seu lugar (ZEICHNER, 1993, p.17 e ZEICHNERr e

LISTON, 1996, p.9).

Dewey definiu a ação reflexiva, como uma ação que explica uma

consideração ativa e cuidadosa daquilo em que se acredita ou que se pratica

iluminada pelos motivos que a justificam e pelas consequências a que conduz. A

ação reflexiva é um processo que implica mais do que a busca de soluções lógicas e

racionais para os problemas; envolve intuição, emoção; não é um conjunto de

técnicas que possa ser empacotado e ensinado aos professores. A busca do

professor reflexivo é a busca do equilíbrio entre a reflexão e a rotina, entre o ato e o

pensamento.

Segundo Zeichner (1993), para além do saber na ação que acumulamos ao

longo do tempo, quando pensamos no nosso ensino cotidiano, também estamos a

criar saber. As estratégias que usamos nas salas de aula encarnam teorias práticas

sobre o modo de entender os valores educacionais. Professores e professoras estão

sempre a teorizar, à medida que estão confrontando-se com os vários problemas

pedagógicos, por exemplo, diferença entre as suas expectativas e os resultados.

Em minha opinião, a teoria pessoal de um professor sobre a razão por que uma lição de leitura correu pior ou melhor do que é esperado, é tanto teoria como as teorias geradas nas universidades sobre o ensino da leitura: ambas precisam ser avaliadas quanto à sua qualidade, mas ambas são teorias sobre a realização de objetivos educacionais. Em minha opinião, a diferença entre teoria e prática é, antes de mais nada, um desencontro entre teoria do observador e a do professor, e não um fosso entre teoria e a prática (ZEICHNER, 1993, p.21).

Assumir uma proposta de formação de professores tendo como eixo a

reflexão sobre a prática significa assumir alguns pressupostos ou implicações que

derivam deste eixo:

A constituição de uma nova prática vai sempre exigir uma reflexão

sobre a experiência de vida escolar do professor, suas crenças, posições, valores,

imagens e juízos pessoais;

A formação docente é um processo que se dá durante toda a carreira

docente e se inicia muito antes da chamada formação inicial, através da experiência

de vida.

Cada professor é responsável pelo seu próprio desenvolvimento;

É importante que o processo de reflexão ocorra em grupo, para que se

estabeleça a relação dialógica;

A reflexão parte da e é alimentada pela contextualização sociopolítica e

cultural

Refletir é preciso

Segundo Alarcão (2001), a escola que temos é inadequada para os anseios

da sociedade, necessitando se adequar, deixando de ser estática para se posicionar

com dinamismo. Faz se necessária uma mudança no olhar de todos os envolvidos,

haja vista que a escola não é apenas um prédio, dentro de uma comunidade, mas

sim, um ambiente de trabalho para professores, alunos e funcionários, onde todos e

cada um devem desempenhar o seu trabalho, ciente que este nem sempre é

prazeroso, porém necessário. Ao analisar a escola, percebe que esta não tem

acompanhado as mudanças da sociedade, por isso não convence, nem atrai, está

marcada por divisões em disciplinas estanques, que pouco despertam o interesse do

aluno, pois não têm nenhum significado para eles. É preciso mudar a escola,

repensar e agir para transformá-la.

Para que essa transformação seja possível, precisa do envolvimento de

todos, participando nas decisões, discutindo problemas e possíveis soluções,

tornando a escola um ambiente onde a vida acontece e não um espaço de meros

ensinamentos descolados da realidade dos educandos.

O educador tem papel fundamental nessas mudanças, devendo se colocar

como protagonista no processo de ensino aprendizagem e na escola. Quando se

sente o ator principal, como tal, precisa entender o seu papel, para que serve como

está realizando seu trabalho, a favor de quem. Da mesma forma, se pergunta: qual o

papel da escola, para que servem os conteúdos ensinados? De que forma são

ensinados? E o aluno, como aprende?

“A escola se organiza para ensinar e educar, para aprender e ser educada.

Aceitar pontos de vista diversos, dialogar, argumentar, são fatores fundamentais a

negociação e compreensão.” (ALARCÃO, 2001, p. 22).

Diante de tantas incertezas, e transformações ocorridas na sociedade,

percebe-se também a necessidade de mudanças organizacionais na escola e na

postura do professor, na importância da atualização e formação, trazendo novos

conhecimentos, desenvolvendo novas capacidades, entre elas o trabalho em equipe

e a adaptação em diversas situações. Faz se necessário desaprender para aprender

de forma diferente Nesse momento, a teoria deve ser convidada a esclarecer e

auxiliar a prática. O referencial teórico se faz necessário no desenvolvimento da

prática, sempre articulado com a realidade do aluno. Precisamos de um maior

aprofundamento e reflexão acerca das teorias que embasam o fazer docente, pois

não raramente confunde-se as concepções que norteiam a prática. Segundo

Vasconcellos (2000, p. 44) “[...] falta teoria, embora abunde o discurso.”.

Por estar desarticulada com a realidade, o professor não vê significado na

teoria. Não percebe que a teoria está sempre vinculada a prática. Faz se necessário

embasamento teórico para não aderirmos a todos os modismos pedagógicos, sem o

entendimento, mas para justificar as mudanças, que julgarmos pertinentes no

processo educativo.

Levando em conta a importância da formação do professor, de sua busca

incessante do conhecimento, sendo um pesquisador sempre inquieto com sua

realidade, não podemos desconsiderar também a importância desse educador se

sentir tocado, para aprender, num ambiente que se reconheça como sujeito,

pertencente a esse espaço educativo e conflitante que é a escola. Ao questionar a

realidade, passa também a questionar sua prática, e de todos os envolvidos na

escola, descobrindo certas facetas até então obscuras no ambiente escolar. Ao

questionar o trabalho realizado na escola, percebe-se inseguro e cheio de dúvidas,

que vão desde sua formação até a aula que se efetiva (ou não) dentro da sala.

Muitas vezes, bem intencionado vai pra sala, onde é surpreendido por inúmeras

situações imprevistas, sendo pego de surpresa, fica estressado, e não consegue

administrar a aula como deveria. Sem contar as inúmeras atribuições impostas ao

docente:

Realmente, são muitas as expectativas em relação ao professor, que por

sua vez se vê impotente, fracassado, diante de tudo isso. Muitos são os fatores que

ocasionam tensões no trabalho docente: desde as condições físicas da escola,

burocracia imposta, as relações entre os envolvidos no processo educativo, a falta

de limites dos alunos, expectativas da sociedade sobre o trabalho docente, a

imagem do professor vinculada pela mídia, o acúmulo de trabalho, como preparar

aulas, corrigir provas, estes entre outros fatores, influenciam a prática em sala de

aula. Ma não é possível paralisar diante desses entraves, precisa-se de um

posicionamento, de estratégias de enfrentamento, portanto, encarar a docência

como profissão. Certamente que a vocação influencia essa persistência, mas não é

suficiente para enfrentar todas as tensões sofridas pelo educador no cotidiano

escolar, mas sim a mola propulsora para lutar por um trabalho digno e da dignidade

profissional.

“Dessa forma alguns conseguem desenvolver sua profissionalidade

mediante um processo crítico, reflexivo e ético, mantendo a paixão de ser professor

(a).” (GERALDI, 1998, p. 100).

Paixão que deve nortear o trabalho do professor ao longo de sua vida,

norteando sua prática, sempre inquieto, procurando entender como o aluno aprende

a melhor forma de ensinar para emancipar os educandos, preparando-os para uma

vida melhor.

QUESTÕES

1) Professor, de que maneira sua prática contribui para a formação de

homem, emancipando-os conforme previsto no PPP da escola?

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2) No Colégio Estadual Rodrigues Alves, quais são as maiores tensões

enfrentadas pelo corpo docente? De que forma poderíamos amenizar tais entraves?

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3) Em sua prática pedagógica você reflete sobre os conteúdos

trabalhados e sua significação para os educandos?

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Orientações Metodológicas - Socialização e orientações do próximo

encontro, encerrando com uma atividade dançante.

4º ENCONTRO:

OBJETIVOS: Motivar os professores a preparar a aulas de acordo com a realidade,

necessidade e interesse dos educandos.

DINÂMICA: A Escola dos Bichos

COMENTÁRIOS: Professor, você prepara suas aula respeitando as peculiaridades

individuais dos educandos?

ESTUDO DO TEXTO: Pensando e (re) pensando sobre as formas de ensinar

Peculiaridades do cotidiano escolar.

PECULIARIDADES DO COTIDIANO ESCOLAR

Como ficou explícito nos encontros anteriores, vivenciamos nas escolas

momentos de trabalhos intensos e alienadores, ou seja, onde o professor realiza a

ação pedagógica sem entender os objetivos, para que servem tais conteúdos, sem

justificativa para suas ações, apenas como executores de ordens, sem ver sentido

no que faz. Obviamente que o professor não deve ser culpabilizado por essa

alienação, pois também é vítima de uma organização social, a qual se adaptou, sem

refletir sobre seus resultados. Aprendeu assim, desconhece outras formas de

trabalho, tem medo de inovar...

Porém,quando provocado,reflete e também não gosta do que vislumbra.

Então se abre a críticas, percebendo algumas falhas no sistema, na escola, em sua

formação, sentindo-se incomodado com a situação em que se encontra. Na verdade,

foi atingido pelo vírus da curiosidade, do descontentamento, do questionamento.

Então, é hora de buscar novos caminhos.

Assim sendo, evidencia-se uma necessidade de mudança de postura, pois a

partir do momento que se percebe que alguma coisa não está bem, precisa ser

investigado o motivo e o que fazer para reverter esse quadro. Analisar a realidade, e

o que nela queremos mudar, traçando metas para essa transformação. Para que

isso se efetive, o compromisso em querer ver as mudanças são de suma

importância,do contrário, não se sentirá frustrado caso algo saia errado, e dessa

forma não se empenhará em corrigir.

Na escola quando o professor se compromete com o processo de ensino

aprendizagem, percebe que um é inerente ao outro, e acontecem simultaneamente,

busca formas para acompanhar, avaliando e se avaliando constantemente, se

utilizando desses dados para interferir no processo. Todavia isso não é suficiente,

haja vista que a formação docente jamais será acabada, e em mundo globalizado,

onde acontecem inovações a todo momento, não é permitido a esse profissional se

fechar em uma redoma, considerando capacitado, detentor de saberes. Para

concretizar a aprendizagem, o ensino precisa ser revisto constantemente. Assim

sendo, a formação continuada, uma fundamentação teórica consiste são fatores

indispensáveis para a melhoria da aprendizagem, e por que não, do ensino.

De posse desses novos conceitos, parte-se para os meios de melhorar as

aulas, fazendo do educando um pesquisador, o sujeito de seu aprendizado e de sua

própria vida, emancipando-o. Diante disso, há necessidade de planejar as ações

pedagógicas que se pretende desenvolver, a fim de atingir os objetivos propostos

para esse grupo. Mas esse planejamento deve ter marcas pessoais, da necessidade

e do desejo da mudança, na crença que essa transformação é viável através de um

trabalho crítico, emancipador. É bom lembrar, que ações burocráticas, sem se

debruçar sobre a realidade, nada alteram o ensino, apenas conservam o que está

posto. Ao planejar o professor tem condições de dar vida a suas aulas, tornando-as

dinâmicas, instigando o aluno, com metodologias, materiais capazes de despertar a

curiosidade do educando, e consequentemente colaborando para que (des) construa

e (re)construa os conhecimentos disponibilizados pela humanidade,

contextualizando, alterando antigos paradigmas e lembrando sempre de avaliar sua

prática, articulando os conhecimentos com os interesses e a realidade do aluno,

procurando entender sua linha de raciocínio, como aprende, para pesquisar uma

metodologia que atenda essa necessidade.

Desprendidos de orgulho pedagógico, e ciente de que o planejamento é

imprescindível para auxiliar no processo de ensino, possibilitando visualizar os

resultados desejados, modificando se necessário, cabe uma reflexão mais amiúde

acerca de outros fatores que podem estar à margem do processo, ou utilizados de

forma equivocada.

Muitos professores não participam da escolha do livro didático, ou num

trabalho meramente tarefeiro escolhem qualquer livro, utilizando critérios poucos

recomendáveis, sem um compromisso com os alunos que irão utilizar. Por entender

que o livro deve ser utilizado alguns, usam como instrumentos quase únicos para o

desenvolvimento de suas aulas tornando-as monótonas e rotineiras. Alguns chegam

ao ponto de solicitar cópias dos textos, sem nenhuma expectativa de aprendizagem,

desmotivando alunos que apenas cumprem ordens dos professores, mas não

aprendem o que deveriam.

Na era do conhecimento, as crianças desde muito cedo tem acesso a

computadores, celulares, jogos, TV, se torna difícil o preparo de uma aula para

concorrer com essa tecnologia, que os educandos dominam. Esse é mais um

desafio a ser enfrentado pelo educador. Necessita utilizar esses meios para prender

a atenção dos alunos, mesmo que para isso necessite uma formação específica,

que oriente sua prática, tornando–a mais próxima do mundo dos adolescentes.

Um bom relacionamento afetivo com os educandos, para que haja

confiança, participação sem medo de errar, respeito às opiniões, são ações que

favorecem o vínculo com os alunos e a aprendizagem. Todavia, há questões que

inibem ou dificultam a participação do aluno e que devem ser considerados. Atitudes

repressoras, irônicas, não dar atenção, criticar respostas erradas, certamente são

erros lamentáveis que desestimulam os alunos, e que devem ser revistos por todos

os professores interessados em transformações.

Como pode se notar o estabelecimento de vínculos com o educando, saber

seu nome, onde vive, com quem vive, são informações básicas num relacionamento

afetivo professor/aluno, que favorecem a aprendizagem.

Segundo a LDB 9394/96 (BRASIL, 1996), é dever da escola prover meios

para a recuperação dos alunos de menor rendimento e dos docentes zelarem pela

aprendizagem dos alunos. Assim sendo fica claro a responsabilidade tanto da escola

quanto do professor no sucesso ou fracasso escolar. Obviamente, que a articulação

entre professores e gestores tem papel fundamental nos resultados desejados. Cabe

pois a equipe gestora oportunizar tempos e espaços de reflexão, bem como

acompanhar o processo ensino-aprendizagem, auxiliando o professor em sua ação.

O educador precisa lançar mão de todos os recursos para motivar os alunos, mas

para isso ele também necessita estar motivado, valorizado, ter seu trabalho

reconhecido. O que se percebe é que o professor está com a auto estima em baixa,

se sentindo impotente, incapaz de mudar o rumo das velas,conformado com o que

faz.O Gestor escolar, também tem seus limites, mas como líder de uma escola

democrática deve partilhar os loros colhidos pela instituição, fazendo com que o

professor se sinta parte desse processo.Dessa forma estará contribuindo para a

motivação do corpo docente , e cumprindo seu papel de líder democrático.

Encaminhamentos Metodológicos: Professor, de acordo com os temas abordados

construa um mural com metodologias diversas que possam tornar as aulas

produtivas, significativas.

5º ENCONTRO

OBJETIVOS: Compreender os diversos conceitos de Planejamento, bem como sua

aplicabilidade no contexto escolar.

Reconhecer o Planejamento como instrumento indispensável no

desenvolvimento das aulas. oportunizando a visualização do futuro ou a

reorganização de ações.

DINÂMICA: Filme: O menino e a árvore

Acesso em 25/11/2012 http://www.youtube.com/watch?v=bNIoNXFNiFY

COMENTÁRIOS: No ambiente escolar, não raramente nos sentimos sozinhos,

desanimados. Contudo, não podemos desistir de lutar por nossos objetivos, ou seja,

garantir aos educandos uma educação de qualidade, onde realmente a

aprendizagem se efetive. Com nossas ações certamente contagiaremos muitos

colegas.

ESTUDO DE TEXTO - Formas de Planejamento (VASCONCELLOS, 2000).

FORMAS DE PLANEJAMENTO

Antes de entrarmos, na discussão propriamente dita proposta para esse

encontro, lembramos que muitos são os fatores que incidem na aprendizagem dos

alunos, sendo que não é possível acontecer o ensino se não houver a

aprendizagem. Com efeito, percebe-se que a grande maioria dos professores se

esforça muito, e não entende porquê alguns alunos não aprendem, ou pouco

aprendem.Muitas vezes estamos desenvolvendo ações alienantes, desvinculadas da

realidade, sem planejamento. Muitos professores entendem por planejamento o

preenchimento de formulários exigidos pela Direção ou Equipe Pedagógica.

Ressaltando o que ficou explicito em capítulos anteriores, isto é a importância do

planejamento, desde que se entenda que é necessário indispensável para o

desenvolvimento da aula. No entanto, precisa-se ter a clareza, do que é

planejamento, plano de ensino, plano de curso plano de aula e Projeto Político

Pedagógico. Essas nomenclaturas muitas vezes nos confundem, dando a impressão

de sinônimos, mas que não realidade são distintas.

PLANEJAMENTO

“É um instrumento direcional de todo o processo educacional, pois

estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades básicas, ordena

e determina todos os recursos e meios necessários para a consecução de grandes

finalidades, metas e objetivos da educação.” (MENEGOLLA & SANT’ANNA, 2001,

p.40).

Quando se pensa em Planejamento vem logo à mente o ritual que acontece

da mesma forma, sempre no início do ano, onde em um dia pré-determinado, a

equipe pedagógica reúne os professores para “planejar” o ano letivo. Por ser visto

apenas como um trabalho burocrático e rotineiro, ´copia-se de anos anteriores, ou

outras escolas, sem se deter na realidade e necessidades dos alunos . Sem refletir

sobre sua prática, ou mesmo se colocando como sujeito do processo, capaz de

transformar a vida e a realidade dos educandos, simplesmente cumpre com o

solicitado, dando por encerrada sua tarefa.

Contraditoriamente, podemos observar que o planejamento aproxima o real

do ideal, organiza as ações, tornando possível àquilo que planejamos, através da

intervenção.

Segundo Vasconcellos (2000, p. 35), “planejar é antecipar mentalmente

uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto; é buscar fazer algo

incrível, essencialmente humano: o real ser comandado pelo ideal.”.

Quando se planeja, e age de acordo com o planejado, é possível vislumbrar

o futuro sonhado, ou mesmo reorganizar as ações, caso algo não saia como o

planejado. No entanto, é necessário, que se perceba que há necessidade de

mudança no processo, caso contrário, não há necessidade de se planejar. O

planejamento facilita a organização do trabalho no sentido de ordenar os materiais

necessários para alcançar os fins desejados, dando mais segurança ao professor.

Não existe uma receita ou roteiro pronto para o planejamento, ou plano de

trabalho docente (PTD), os aspectos principais a serem considerados são: o

conhecimento da realidade, a finalidade e as formas de mediação.

Masetto (1994, p. 86), destaca que planejamento é um processo voltado

para a organização de ações que permitam a consecução de objetivos educacionais,

e plano é um documento escrito que materializa um determinado momento de um

planejamento. É a apresentação de forma organizada. Sugere que um plano deve

ser composto de:

IDENTIFICAÇÃO: Identificar o plano, suas características, discriminar a que

disciplina ou atividade se refere, quais as condições básicas em que será realizado,

para quantas turmas, quem é o professor responsável, carga horária, etc.

OBJETIVOS: são metas estabelecidas ou resultados previamente determinados.

Indicam aquilo que um aluno deve ser capaz de fazer como consequência de seu

desempenho em atividades de uma determinada escola, série, disciplina ou mesmo

de uma aula, sem levar em conta a filosofia de Educação ou a teoria de

aprendizagem que sigamos. Ao definir objetivos, em geral coloca-se ênfase em

modificações de comportamento do aluno quanto a conhecimento, habilidades e

atitudes que, antes de cursar a referida disciplina, ele não era capaz de realizar tão

eficazmente. Orienta ainda na escolha de conteúdo, estratégia de ensino e

avaliação. Dividem-se em objetivos gerais e específicos.

EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM Em 2011 iniciaram discussões sobre a

possibilidade de elaboração do Caderno de Expectativas de Aprendizagem, pelo

Departamento de Educação Básica. O documento foi elaborado de maneira coletiva,

com a participação dos professores da rede e dos técnicos-pedagógicos que atuam

nos Núcleos Regionais de Educação. A elaboração das Expectativas de

Aprendizagem busca, sobretudo, atender a um princípio legal: o direito a educação

com qualidade e equidade. Assim, as Expectativas de Aprendizagem expressam

aquilo que é essencial ao aluno conhecer ao final de cada ano do Ensino

Fundamental e ao final do Ensino Médio. Nessa perspectiva, subsidiarão o trabalho

docente, podendo ser usado como referencial, tanto para o planejamento das aulas

como para o acompanhamento do trabalho pedagógico.

Desse modo, os Objetivos vão sendo substituídos pelas Expectativas de

Aprendizagem, que foram definidas coletivamente pelo o corpo docente e equipe

pedagógica, de acordo com a realidade e necessidade dos alunos.

CONTEÚDOS: Conjunto de temas ou assuntos que são estudados durante o curso

em cada disciplina. Tais assuntos são selecionados e organizados a partir da

definição dos objetivos (ou das Expectativas de Aprendizagem)

ESTRATÉGIAS: São os meios que o professor se utiliza para facilitar a

aprendizagem, ou seja, para que os objetivos daquela aula, daquele conjunto de

aulas ou de todo o curso sejam alcançados pelos seus participantes. Esses meios

incluem as técnicas de ensino, a dinâmica de grupo e outros diferentes recursos

(audiovisuais, físicos, humanos, internet, etc.). Por vezes são chamados de métodos

didáticos, técnicas pedagógicas ou metodologias de sala de aula.

AVALIAÇÃO: Comumente é entendida como resultado de testes, provas, trabalhos

ou pesquisas que são dadas ao aluno e aos quais se atribui uma nota ou conceito.

Este aprova o reprova. Temos então, um julgamento.

Na verdade a avaliação acompanha todo o processo de aprendizagem e não

só um momento privilegiado (o da prova ou teste), pois é um instrumento de

feedback contínuo para o educando e todos os participantes. Abrange o

desempenho do aluno, do professor e a adequação do programa. É um processo

contínuo, visando a correção das possíveis distorções e ao encaminhamento para a

consecução dos objetivos previstos.

CRONOGRAMA: É a distribuição do curso e suas atividades pelo espaço de um

semestre ou um ano. Define o tempo para as atividades. Dá a indicação realista do

que fazer com a carga horária semanal, semestral e anual de que se dispõe. Permite

ao professor e ao aluno controlar o desenvolvimento do curso evitando atrasos,

adaptando e flexibilizando os objetivos.

BIBLIOGRAFIA: São os textos a partir dos quais os estudos serão realizados,

podendo ser livros, revistas, jornais, poemas, romances, artigos, músicas, etc. Não

se identifica com o livro texto. Este poderá ser um dos textos trabalhados, havendo

necessidade de complementação com outros.

PLANO DE CURSO: “O plano de curso é a sistematização da proposta geral de

trabalho do professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada

realidade. Pode ser anual ou semestral, dependendo da modalidade em que a

disciplina é oferecida”. (VASCONCELLOS, 1995, P.117 Apud: PADILHA, 2003,

p.41).

PLANO DE ENSINO: “É a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para

um ano ou por um semestre; é um documento mais elaborado, no qual aparecem

objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.” (LIBÂNEO,

1994, p. 222).

PLANO DE AULA: “É a proposta de trabalho do professor para uma determinada

aula ou conjunto de aulas (por isso chamado também de Plano de Unidade).

Corresponde ao nível de maior detalhamento e objetividade do processo de

planejamento didático. É a orientação para o quefazer cotidiano.”

(VASCONCELLOS, 2000, p.148).

De grande importância também é o plano de aula, haja vista que é o

momento em que o professor tem oportunidade de pesquisar detalhadamente os

conteúdos, organizar os materiais a serem utilizados, metodologias e expectativas

de aprendizagens dos aprendentes. É mais um instrumento para apoiar, auxiliar o

desenvolvimento de ações dentro da sala de aula, e deve ser elaborado como um

aliado do educador, não como mera exigência da Direção. Mais uma vez se faz

necessária a reflexão em torno do trabalho pedagógico desenvolvido na escola. Ao

preparar sua aula tem oportunidade de crescimento tanto quanto o aluno, na medida

em que se torna um professor pesquisador, que busca novas metodologias para

ensinar seus alunos, que busca em vários autores a fundamentação teórica que dê

conta de complementar e enriquecer os conhecimentos dos educandos.

Lamentavelmente, alguns professores ainda não dão a devida importância

ao plano de aula, e o que se percebe é que quando o professor entra em sala sem

ter se planejado, geralmente a aula transcorre de maneira desorganizada, os alunos

se tornam indisciplinados, atrapalhando , tornando impraticável o desenvolvimento

de ações pedagógicas. O professor perde o controle da turma, se estressa, e o caos

está instalado. Diante disso, observa-se também a necessidade de uma equipe

pedagógica, atenta, apoiando e auxiliando pedagogicamente os professores em sua

prática.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:

É o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. (VASCONCELLOS, 2000, p.169)

O Projeto Político Pedagógico é o documento que norteia todo o trabalho

desenvolvido na escola. Por ser de grande amplitude deve ser construído

coletivamente, com a participação de todos os envolvidos no processo educacional.

Está sempre em construção, ou seja, se aperfeiçoa e se realiza no processo,

delineando as ações de todos os participantes. Por ser inacabado necessita ser

realimentado periodicamente, avaliado quanto ao atingimento dos objetivos

propostos pelo grupo, de forma a (re)organizar e planejar novas ações.

“Ao construirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos a

intenção de fazer, de realizar. Lançamo-nos para adiante, com base no que temos,

buscando o possível. É antever um futuro diferente do presente.” (VEIGA, 2005,

p.120.

Conclui-se que o Projeto Político Pedagógico, não é apenas uma questão

burocrática, mas uma forma de transformação daquilo que no presente não nos

deixa satisfeitos, e que queremos mudar, através de ações. Por ser um projeto

político, intencional, requer o envolvimento e compromisso de todos os envolvidos

no processo.

É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo.. Pedagógico no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e suas intencionalidades. (VEIGA, 2005, p.13)

Dessa forma, observa-se que quando o compromisso é assumido

coletivamente, todos se envolvem no processo educativo da escola, assumindo a

responsabilidade na formação dos educandos, colaborando para que se tornem

autônomos, responsáveis e críticos.

No Projeto Político Pedagógico, observa-se basicamente, três grandes

partes, que se articulam entre si: Marco referencial, Diagnóstico e Programação.

MARCO REFERENCIAL: O que queremos alcançar?

É a busca de um posicionamento.

Político- visão do ideal de sociedade e de homem;

Pedagógico - definição sobre a ação educativa e sobre as características que deve

ter a instituição que planeja.

DIAGNÓSTICO: O que nos falta para ser o que desejamos?

É a busca das necessidades, a partir da análise da realidade e/ou juízo

sobre qual realidade da instituição (comparação com aquilo que desejamos que

seja).

PROGRAMAÇÃO: O que faremos concretamente para suprir tal falta?

É a proposta de ação. O que é necessário e possível para diminuir a

distância entre o que vem sendo a instituição e o que deveria ser.

(VASCONCELLOS, 1995, p.170)

6º ENCONTRO

OBJETIVOS: Oportunizar momentos de reflexão sobre o fazer pedagógico, bem

como da necessidade de superação dos obstáculos encontrados na prática escolar.

DINÂMICA: Filme: Aprender a aprender

Acesso em 25/11²012 http://www.youtube.com/watch?v=Pz4vQM_EmzI

COMENTÁRIOS: Professor, qual a relação do filme com o trabalho do professor?

ESTUDO DO TEXTO: Necessidade de Superação (VASCONCELLOS, 2000, p. 33).

NECESSIDADE DE SUPERAÇÃO

1 EM BUSCA DA SUPERAÇÃO

a) O que fazer?

Diante de tantas questões, dificuldades, críticas, ideias novas, mais do que

nunca o professor se questiona: Sou professor, o que fazer em sala de aula?

Como vimos, existe uma série de demandas sociais em relação à escola.

Uma delas – senão uma das mais específicas – é propiciara as novas gerações uma

compreensão científica, filosófica, estética da realidade em que vivem. Trata-se da

construção do conhecimento. O professor almeja que seus alunos possam

aprender aquilo que está ensinando – que considera relevante, - que realmente

elaborem o conhecimento. Deve, portanto, procurar garantir a construção do

conhecimento por parte dos mesmos. Veja que procurar garantir é bem diferente de

simples “transmitir” (ainda que com competência).

b) O que se deseja?

O trabalho do professor em sala de aula, evidentemente, depende da

concepção que se tenha da tarefa social da escola. O que se espera da escola?

Quais suas funções sociais? A questão do que fazer passa, portanto, antes de mais

nada, pela postura do professor (e da escola), pela maneira como o professor

entende seu papel social. Não dá pra falar em metodologia separada de uma

concepção de educação (e de sociedade).

A finalidade do conhecimento é que possa colaborar na formação do

educando na sua globalidade;

Consciência

Formação Caráter

Cidadania

O que se espera das novas gerações é que possam participar do movimento

do real, no sentido da superação de suas contradições básicas; para isso, uma das

mediações seria compreender como funciona a realidade, necessitando se apropriar

dos conceitos já elaborados (a fim de não terem que começar tudo de novo).

Na perspectiva dialética da educação, o conhecimento a ser trabalhado em

sala de aula não tem fim em si mesmo. O conhecimento tem sentido quando

possibilita o compreender, o usufruir ou o transformar a realidade.

Compreender

Sentido do Conhecimento Usufruir

Transformar

Conhecimento significativo para o sujeito não é necessariamente aquele que

é útil, no sentido pragmatista; por exemplo, pode querer saber como funciona o

Metrô – o sistema de transmissão de energia, de tração, a tensão usada, etc. – e, no

entanto, isto não lhe serve pra nada, não afeta seu cotidiano; por outro lado, satisfaz

sua curiosidade, sua necessidade de compreender o mundo em que vive sua

necessidade de viver num mundo que faça sentido.

A compreensão tem por fim, pois o usufruir dos seus benefícios, ou o

transformar o que for necessário em vista do bem comum. O conhecimento tem que

ser tal que o sujeito se transforme, e com isto seja capaz de transformar a realidade.

Esta é a educação que interessa: formar novos mestres e não eternos discípulos,

formar os novos dirigentes (cf. Gramsci). Dessa forma, o conhecimento contribui

para a conquista dos direitos da cidadania, para a continuidade dos estudos, bem

como para a preparação para o trabalho.

Critérios para o Conhecimento Escolar

O que se deseja em relação aos conhecimentos? Esta resposta é histórica, se

pauta na realidade presente (a ser superada) e no horizonte do histórico viável que

conseguimos vislumbrar. Deseja-se um conhecimento baseado nos seguintes

critérios:

Significativo: que corresponda às reais necessidades dos educandos

e que esteja relacionado com suas representações mentais prévias; busca do que é

relevante;

Crítico: que não se conforme com o que está dado na aparência, com

aquilo que é manifestação imediata; que ajude a explicar o que se vive;

Criativo: que possa ser aplicado, transferido para outras situações;

que possa fazer avançar o conhecimento; que seja ferramenta de transformação;

Duradouro: algo que se incorpora no sujeito como visão de mundo, que

passa a fazer parte dele, porque significativo e bem aprendido (no momento certo,

da forma adequada), de tal forma que, em qualquer situação de sua vida, o sujeito

esteja apto a interferir na realidade.

Concepções de Currículo: Programa x Prática Social

A preocupação, pois, não é só que o aluno conheça determinado objeto, no

sentido de apreender suas relações básicas. A questão central não é a dos

conteúdos escolares, mas da necessária mediação que estes conteúdos devem

fazer quanto ao remeter o sujeito para a compreensão da realidade (ter condições

de apreender o movimento do real para nele intervir); isto é o que importa; os

conteúdos escolares devem ser uma mediação para isto, e não um fim em si

mesmos, como ocorre amiúde. Como foi apontado antes, temos que superar o

circuito alienado da escola atual, onde tudo “funciona” bem: professor transmite e o

aluno reproduz na prova!

Qual deve ser então o foco de atenções do professor e dos alunos: o

programa ou a prática social? O trabalho principal do professor não é fazer os

alunos se debruçarem sobre os livros didáticos, mas sim debruçarem-se sobre a

realidade, tentando entendê-la. A colocação da prática social como perspectiva para

o processo de conhecimento é importante para o professor ter consciência que seu

papel primeiro não é cumprir um programa, seu papel não é dar determinado rol de

conteúdos: antes de mais nada,seu papel é ajudar os alunos a entenderem a

realidade em que se encontram, tendo como mediação para isto os conteúdos.

Para ajudar o aluno a entender a realidade, a se posicionar, o professor lança

mão da cultura acumulada pela humanidade; diante dos desafios da realidade,

coloca o aluno em contato com este saber. Este é como vimos um aspecto

fundamental da concepção dialética da educação, qual seja a não autonomização da

pedagogia em relação à sociedade. O papel do professor, portanto é ajudar a

mediação aluno-conhecimento-realidade. Precisamos estar atentos, pois, diante da

preocupação com a construção do conhecimento, certas posturas construtivistas

acabam esquecendo este último nível de mediação do professor. É claro que

construir conhecimento é fundamental; o que está em questão é não perder de vista

a finalidade deste conhecimento.

C) Deslocamento do eixo de Preocupação

A tarefa básica que se coloca é quanto ao que fazer para que o aluno possa

se apropriar do saber de uma pedagógica maneira o mais significativa, concreta,

transformadora e duradoura possível. Durante muito tempo, houve uma

preocupação muito grande em “como ensinar”. Atualmente, se percebe que para

enfrentar esta questão, a ênfase tem que ser deslocada, ou seja, deve-se buscar um

outro eixo de definição: como o aluno aprende?, Uma vez que a ação pedagógica

a ser desenvolvida depende fundamentalmente do modo de ser da aprendizagem do

aluno.

Concepção de Educação Tradicional Dialética

Eixo de Preocupação Pedagógica Como ensinar?

Como o aluno aprende?

Como ensinar?

Fonte: Vasconcellos (2000)

Saber como o aluno aprende é um conhecimento específico à função do

magistério; a partir desta fundamentação epistemológica, caberá ao professor

pesquisar em duas frentes: como se dá o trabalho com o conhecimento em geral

(contribuição da Didática) e como o objeto específico de sua área de ensino

(Metodologia de Ensino específica).

Construção do Conhecimento no Sujeito

Apresentamos a seguir um rápido quadro com as contribuições da psicologia

cognitiva e da epistemologia dialética em relação ao processo de construção de

conhecimento no sujeito:

a) Para construir um conhecimento novo, o sujeito precisa recorrer a:

Representações mentais prévias relativas ao objeto.

Capacidade de operar com estas representações, bem como de

transformá-las, criá-las.

b) Condições necessárias para a construção do conhecimento:

O sujeito precisa querer sentir necessidade. Epistemologicamente,

este querer implica no rastreamento e no trazer a nível consciente/pré-consciente as

representações mentais que o sujeito tem e que, de alguma forma, estão

relacionadas ao objeto em estudo.

O sujeito precisa ter estrutura de assimilação para aquele objeto

(quadro conceitual correlato); precisa ter certos conhecimentos anteriores

relacionados aos novos. Não se tratam de “pré-requisitos” naquele sentido mecânico

e linear/unilateral, mas de “trilhas epistemológicas”, “redes”, que pode seguir na

construção do novo conhecimento.

c) Não se cria a partir do nada; ninguém conhece algo totalmente novo

(apud. PIAGET, s/d). O conhecimento novo se constrói no sujeito a partir do seu

conhecimento anterior/prévio/antigo (seja par ampliar ou negar, superando).

Começamos a conhecer deformando o objeto, adaptando-o aos nossos esquemas

mentais representativos.

d) O conhecimento conceitual (em particular o científico e o filosófico) é

construído tendo como mediação fundamental a linguagem verbal (oral e/ ou

escrita). No decorrer do processo do conhecimento, o sujeito precisa se expressar

(incorporação paulatina na linguagem); a expressão implica, antes de mais nada, na

organização das representações (relação pensamento-linguagem), além de

possibilitar a comunicação, a interação com o outro.

e) O conhecimento é estabelecido no sujeito por sua ação sobre o sujeito,

obrigando-o a modificar-se para poder explicá-lo. Sem ação, não há “instalação” do

conhecimento no sujeito.

f) Esta ação pode ser, em termos predominantes, motora, perceptiva ou

reflexiva.

g) Dois sujeitos podem estar fazendo a mesma atividade – exemplo,

ouvindo o professor - mas com graus de interação com o objeto de estudo bastante

diferente. Isto significa que não basta a ação, tem que ser uma ação consciente e

voluntária, portanto intencional.

h) O processo de construção do conhecimento no sujeito passa por

momentos: Síncrese, Análise e Síntese. Há um movimento: Empírico ----------------

Abstrato(mediação) --------------- Concreto (de pensamento).

i) Para poder captar as relações de constituição do objeto, o sujeito

precisa analisá-lo, o que significa dizer que deve decompô-lo em suas partes

constituintes (física e/ou mentalmente), sem, no entanto, perder a dimensão do todo.

No processo de análise, o sujeito precisa ir além de da aparência.

j) A representação gráfica de um conceito é apenas o invólucro de um

movimento; se apropriar do conceito, não é ser capaz de repeti-lo; é entrar no seu

movimento de gênese desenvolvimento.

k) O conhecimento não se dá de uma vez (não é linear), mas por

aproximações sucessivas (avanços, recuos, estagnações,) visando sínteses em

níveis cada vez mais elevados.

l) Diante de situações problematizadoras, o sujeito elabora hipóteses

(relações mentais que tentam explicar o objeto).

m) O estabelecimento da contradição no sujeito (entre sua representação

mental e o objeto ou outra representação) possibilita o avanço do conhecimento em

direção a um patamar de maior complexidade e abrangência.

Orientações Metodológicas: Comentários a respeito dos ponto principais dos

textos, e para encerrar , a dinâmica do presente, que consiste em passar uma

grande pacote de presente, onde todos desembrulham, tentando adivinhar, e no

final,encontram uma caixa de bombom, que é partilhada pelo grupo.

7º ENCONTRO

OBJETIVOS

Reconhecer a importância do trabalho de cada um, fortalecendo o trabalho

em equipe.

Compreender que todos e cada um têm responsabilidades no processo

educacional.

Refletir sobre a importância da organização da aula, e ações desenvolvidas

para que a aprendizagem se efetive.

DINÂMICA: Bexigas ao ar

Dança do Hipopótamo

COMENTÁRIOS: Professor, fazemos parte de uma instituição que trabalha para a

formação integral do aluno. Assim como na dinâmica, cada um tem uma parcela no

sucesso ou fracasso dos aprendentes. Se um de nós deixar de cumprir com sua

função, deixaremos marcas negativas na formação dos educandos.

ESTUDO DO TEXTO: A aula: momento de pensar, refletir e agir¹

1

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS: Iniciaremos a leitura do texto, refletindo sobre

as ações que desenvolvemos em sala de aula. Após, faremos um bingo pedagógico,

onde será premiado quem preencher a cartela de forma horizontal.

Pensar sobre a educação, a escola, o trabalho docente, o processo ensino

aprendizagem, se traduz numa atividade bastante complexa pelo fato de que a

sociedade em que a escola está inserida vem passando por transformações

significativas, sejam elas de ordem política, econômica, cultural, dentre outras, as

quais influenciam o cotidiano escolar.

1 ZANON, Denise Puglia. MENDES, Marjorie Emílio Bitencourt.:A aula momento de pensar,refletir e agir.

Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/38-4.pdf. Acesso em 25/11/2012

Canário (2006) ressalta que no século XX, as instituições de ensino

passaram por diversas alterações, que situam a escola em diferentes contextos

dentre eles, o da certeza, o das promessas e o das incertezas.

O contexto da certeza corresponde às instituições da primeira metade do

século, que traziam valores intrínsecos e estáveis, e formavam os cidadãos para

inseri-los na divisão social do trabalho, trata-se da escola elitista que previa para

alguns a ascensão social, passando a falsa imagem de escola justa, no

sentido de que havia possibilidade de ascensão, portanto a instituição não era

culpabilizada pela produção de desigualdades.

Num segundo momento a instituição escolar passa para o contexto das

promessas, em que se defende a ideia de escola de massas, observa-se ampliação

quantitativa das unidades escolares para que todos estivessem inseridos no

processo de escolarização, e na atualidade, a instituição escolar está no contexto de

incertezas, caracterizada pelo acentuado crescimento das desigualdades, o

desemprego como fator predominante na sociedade, por vezes a desvalorização dos

diplomas escolares.

Observe-se que o autor traduz em grandes contextos, características que se

fazem presentes no cenário educacional, e expressam as formas de organização da

escola, suas finalidades e também traz indicativos sobre o trabalho dos profissionais,

quando traz a ideia de formação dos educandos.

A caracterização da escola é pertinente neste texto, pelo fato de que no

ambiente escolar se concretiza o processo educativo, é neste espaço que se efetiva

a formação dos educandos, é o local em que os professores trabalham junto aos

alunos no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, em que se

concretizam os saberes e conhecimentos dos professores que vão sendo

construídos ao longo do processo de formação inicial e continuados expressando

suas formas de pensar sobre a educação.

Necessário esclarecer que o processo ensino-aprendizagem, está vinculado

ao trabalho do professor.

A tarefa principal do professor é garantir a unidade didática entre ensino e aprendizagem, através do processo de ensino. Ensino e aprendizagem são duas facetas de um mesmo processo. O professor planeja, dirige e controla o processo de ensino, tendo em vista estimular e suscitar a atividade própria os alunos para a aprendizagem [...] A condução do processo de ensino

requer uma atividade clara e segura do processo de aprendizagem: em que consiste como as pessoas aprendem quais as condições externas e internas que o influenciam (LIBÂNEO, 2006, p.81).

Trata-se de refletir sobre o trabalho dos profissionais, sobre as formas de

organização e desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem que se efetiva na

sala de aula e logicamente é necessário pensar na educação, na perspectiva de

que: “[...] tem sido objeto de atenção preferencial na agenda das últimas décadas

[...] motivada pelo desejo de melhorar a eficiência do serviço educativo” (FELDMAN,

2001, p.9).

A escola, o processo ensino-aprendizagem tem sido objeto de estudo por

educadores e pesquisadores em educação, e as pesquisas no campo educacional

revelam dentre outros aspectos, o fato de que profissionais e educandos trazem

para o ambiente escolar diferentes valores, culturas, conhecimentos que precisam

coexistir no mesmo ambiente, trata-se da escola entendida por Forquin (p. 167,

1993), como um mundo social, que: “[...] tem suas características e vida próprias,

seus ritmos e seus ritos, sua linguagem e seu imaginário, seus modos próprios de

regulação e de transgressão, seu regime próprio de produção e de gestão de

símbolos.

A escola entendida como uma instituição de ensino, que tem uma cultura

própria, mas que precisa conhecer compreender as diferenças culturais que se

fazem presentes em seu interior, trabalhar com o conhecimento científico e priorizar

sua finalidade primeira que é a formação dos educandos. Veiga (2004) esclarece

que a escola é um espaço educativo, lugar de aprendizagem em que todos

aprendem a participar dos processos decisórios, mas é também local em que os

profissionais desenvolvem sua profissionalidade.

Candau (2000) traz a ideia de que cabe à instituição, não somente propiciar

a aquisição, apreensão dos conhecimentos socialmente relevantes, mas a escola

precisa se constituir num espaço de diálogo entre diferentes saberes, e também

estimular a capacidade de reflexão, proporcionar aos educandos uma visão plural e

histórica dos conhecimentos, da própria ciência e do mundo tecnológico.

Trata-se de uma percepção ampla da escola, de seu trabalho, tendo como

referência a perspectiva apontada por Saviani (2000), de que a educação destinasse

à promoção do homem, no sentido de que os conhecimentos, conceitos trabalhados

pela instituição escolar possam de fato contribuir para o desenvolvimento do

homem, para que tenha condições de viver e conviver em sociedade,

compreendendo criticamente a realidade em que está inserido.

Esta compreensão da escola, a ponderação entre o contexto da escola, e a

cultura vigente na sociedade, a construção de trabalho coletivo1 entre os

profissionais constitui-se num processo complexo, pelo fato de que ainda estão

fortemente presentes na escola as concepções que privilegiam a reprodução da

cultura dominante na sociedade, priorizando a formação para a individualidade e

competitividade, dentre outros fatores que agem fortemente para que a escola não

avance na perspectiva apontada por Saviani (2000).

São bastante esclarecedoras as ideias de Libâneo (2005) que chama a

atenção para o fato de que na sociedade contemporânea, caracterizada pela relação

dicotômica entre riqueza e pobreza, exclusão e inclusão, a escola não tem

contribuído de forma significativa para a superação dessas contradições. Pode-se

inferir que mesmo com as mudanças nas concepções de escola, a ideia de

universalização do ensino, igualdade social, ao trabalhar os princípios e normas

vigentes na sociedade, simplesmente traduzindo a cultura dominante, repassando a

herança cultural da humanidade, a escola contribui para reforçar a ideia de

reprodução do sistema vigente, desconsiderando sua própria cultura.

[...] há necessidade de trabalho coletivo que propicie, a partir do diálogo com a atividade, na construção, reconstrução do conhecimento, o confronto entre pontos de vista diferenciados e, a partir daí, a imersão de confluências, amadurecendo perspectivas para que emerja uma nova competência, tanto dos profissionais quanto da escola. (RIBAS; CARVALHO, 1999, p. 39).

Diante destas compreensões, e do entendimento de que a escola se constitui

num universo complexo, caracterizado por diferentes grupos de profissionais e

educandos é necessário pensar e discutir de que forma vem sendo organizado e

desenvolvido o momento da aula, que de acordo com Rays (2000), se constitui num

processo de apropriação crítica do conhecimento científico, envolvendo educador e

educando. Configura-se ainda, como atividade que traz um caráter político na

perspectiva de que ao fundamentar-se, ao optar por determinada concepção teórica

em educação, o professor revela seu pensar sobre a escola, seu entendimento

sobre a formação dos educandos que se reflete em sua prática docente.

Para melhor compreensão da dimensão do trabalho docente, apresenta-se a

ideia de Azzi, in: Pimenta, 2000, p.43:

O saber pedagógico é o saber que o professor constrói no seu cotidiano de trabalho e que fundamenta sua ação docente, ou seja, é o saber que possibilita ao professor interagir com seus alunos, na sala de aula, no contexto da escola onde atua. A prática docente é, simultaneamente, expressão desse saber pedagógico construído e fonte de seu desenvolvimento.

Portanto, a aula constitui-se num ato político, pois nesse momento são

evidenciadas, confrontadas, discutidas e refletidas as concepções que se tem, é

neste espaço que torna-se possível a apreensão, compreensão e reconstrução dos

conhecimentos.

Porém, importante salientar que o momento da aula, o planejamento docente

é construído pelos profissionais, que precisam ter clareza de que para a efetivação

do trabalho pedagógico é necessário, dominar, conhecer os conceitos com os quais

trabalha, é preciso ter o entendimento de que a prática docente precede domínio de

metodologia de ensino que favoreça o desenvolvimento do processo ensino-

aprendizagem, a compreensão da dimensão social de sua profissão.

Também é preciso ter o entendimento de que as tecnologias se constituem

em recursos e que de acordo com Rays (2000) o seu uso na escola não dispensa os

papéis essenciais tais como, o diálogo entre professor e aluno, o planejamento, a

reflexão, as interações comunicativas. Trata-se de compreender como se efetiva o

momento da aula, que de acordo com Rays (2000), na sociedade do conhecimento

é emergente que o conceito de aula se amplie na perspectiva de processo relacional

crítico, fundamento na Didática crítica. Nesse processo a relação professor-aluno é

compreendida na perspectiva crítico-relacional, caracteriza-se pelo diálogo,

consideram-se as vivências dos alunos no trabalho pedagógico e os interlocutores

são: a ciência, o saber cotidiano, prática social (RAYS, 2000).

Veiga (2002) contribui na compreensão do trabalho docente, apontando que é

preciso pensar e refletir sobre as formas de organização do planejamento docente2,

no sentido de que sejam considerados não só os aspectos pertinentes ao interior da

escola, mas principalmente, observar os educandos, as relações que se

estabelecem na sociedade, as formas como o conhecimento se organiza, dentre

outros fatores.

Aos docentes, cabe a reflexão, que na concepção de (Dewey, 1959, p. 14):

“[...] não é simplesmente uma sequência, mas uma consequência – uma ordem de

tal modo consecutiva que cada ideia engendra a seguinte com seu efeito natural, ao

mesmo tempo apoia-se na antecessora ou a esta se refere.”.

Entende-se que p pensar sobre as formas de organização do trabalho

docente, a efetivação e concretização do planejamento em sala de aula, numa

perspectiva crítica, que referencia dentre outros aspectos o fato de que a prática

docente não acontece de forma isolada, fragmentada do contexto social, e que a

escola contribui para a formação de pessoas que compõem uma sociedade e que se

constituem enquanto sujeitos sociais e históricos.

O planejamento docente é organizado tendo como referência o Projeto Político-Pedagógico, que de acordo com Veiga (2004) não se traduz como um simples agrupamento de planos e atividades diversas, mas é um documento construído, vivenciado por todos os envolvidos no trabalho educativo da escola. [...] o projeto político pedagógico tem a ver com a organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como organização de toda a escola e como organização da sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade. Nesta caminhada será importante ressaltar que o projeto político-pedagógico busca a organização do trabalho pedagógico na escola na sua globalidade (VEIGA, 2004, p. 15).

Libâneo (2004) destaca que o trabalho docente é uma atividade intencional e

planejada, que requer estrutura e organização, portanto a elaboração de uma aula

caracteriza-se por um processo flexível e criativo do professor, desenvolvendo a

perspicácia de saber como agir diante de situações didáticas, como reorganizar o

processo que muitas vezes não acontece como havia sido planejado, e traz

situações imprevisíveis e requer do professor ações imediatas para

encaminhamento do processo de ensino.

A aula, como momento planejado e organizado do ensino traz consigo

características que requerem do professor a necessidade de sistematização de seu

trabalho junto aos alunos, pois é preciso definir os objetivos que se pretende atingir,

pensar sobre os problemas e desafios que devem ser superados no momento da

aula, as características dos grupos de alunos a que essa aula se destina, os

conhecimentos que serão desenvolvidos, os recursos didáticos a serem

selecionados, enfim trata-se de um processo amplo, que terá sua concretização no

encontro com os educandos.

Diante desses apontamentos, percebe-se que a escola, o trabalho

pedagógico, o momento da aula, precisa ser repensado tendo em vista que: “A aula

funciona numa dupla direção: recebe a realidade, trabalha-a cientificamente, e volta

a ela de uma forma nova enriquecida como ciência e com propostas novas de

intervenção.” (MASETTO, 2003, p. 75).

Considerando as contribuições do autor, destaque-se que o trabalho docente

assume grande responsabilidade, pois a profissão de professor tem como objetivo a

formação dos educandos, o trabalho com o conhecimento e cabe ao professor o

domínio dos conhecimentos sejam eles pertinentes à área de formação, à área

pedagógica, dentre outros, para que possa trabalhar em sala de aula como

mediador do processo ensino-aprendizagem, no sentido de intermediar as relações

dialógicas em sala de aula, estabelecer a relação interdisciplinar entre.

As áreas do conhecimento, considerando-se que: “A mediação pedagógica

busca abrir caminho a novas relações do estudante: com os materiais, com o próprio

contexto, com outros textos, com seus companheiros de aprendizagem, incluído o

professor, consigo mesmo e com seu futuro.” (PÉREZ E CASTILO, in: MASETTO,

2003, p.49).

Diante da responsabilidade assumida pelo trabalho docente, necessário

esclarecer que o planejamento do professor, a organização dos momentos de aula

não se constitui em trabalho burocrático, em mero preenchimento de fichas e

roteiros que serão arquivados pela equipe pedagógica da escola. É preciso

conceber o planejamento docente como um trabalho coletivo, que requer

conhecimento sobre o ato de planejar e sua repercussão junto aos educandos, da

mesma forma é preciso compreender que o planejamento traz uma intencionalidade,

orienta a ação docente e se concretiza no momento da aula.

De fato o planejamento orienta o agir docente que se traduz no trabalho em

sala de aula junto aos alunos, pois é preciso que no processo ensino-aprendizagem

sejam definidos os objetivos que e pretende atingir, os conteúdos que serão

trabalhados, a metodologia de ensino utilizada, o processo avaliativo, de forma que

garantam a aprendizagem dos conhecimentos, a elaboração, reelaboração dos

conceitos.

Medeiros (2007, p. 38 - 39), caracteriza a aula no sentido do conhecimento,

do diálogo, da construção:

A aula é um momento mágico. Nela o professor transforma pedagogicamente pelos processos cognoscentes, na sua ação prática, a matéria enquanto conteúdo a ser comunicado. O trabalho docente é

complexo, interativo e prático. Define-se na sua concretude pelas relações que se estabelecem de forma dialógica e comunicativa entre sujeitos – professor e aluno – em torno do processo de ensino e aprendizagem.

As ideias de Medeiros (2007) revelam o ideário do profissional da educação,

que ao planejar, ao pensar suas aulas, busca traduzi-la na prática como um

momento de magia, na perspectiva de que o conhecimento, o conteúdo, a disciplina

em que atua encante os alunos, chame a atenção, desperte interesse.

Ao planejar o professor transpõe didaticamente os conhecimentos, de forma

que os mesmos se tornem ensináveis, sejam compreensíveis aos alunos,

aproximem-se de seu cotidiano. O ideário pedagógico apontado, certamente

constitui o foco central na profissão docente, porém a complexidade que traduz a

prática profissional, os fatores que interferem no processo pedagógico são múltiplos.

Nacarato, Varani e Carvalho (2001) apontam alguns fatores que desgastam

a ação docente, que influenciam no desenvolvimento das aulas, nas formas de

pensar o processo ensino-aprendizagem. Destaque-se dentre eles, as próprias

relações que se estabelecem no contexto da sala de aula entre professores e

alunos, que são influenciadas pelas transformações ocorridas na sociedade, as

diferentes estruturas familiares, os valores e crenças, a própria cultura dos sujeitos

que compõem o processo pedagógico.

Trata-se de pensar que hoje nas salas de aula coexistem diferentes perfis de

alunos, que trazem para o contexto da escola suas vivências, seus saberes,

expectativas diversas, que muitas vezes não são compatíveis com os propósitos da

escola, das aulas que o professor desenvolve fator este que gera conflitos, formação

de subgrupos em sala de aula, divergência de opiniões, não favorecendo o clima

harmônico, de diálogo e interação necessários na relação pedagógica.

Há uma parcela significativa de docentes que, ao tomarem consciência das limitações [...], não se submetem ao conformismo e assume sua prática de forma crítica. Em sala de aula, se esforçam para motivar seus alunos e não ignorar questões como “a natureza da escolaridade e do trabalho docente ou as relações entre raça e classe social, por um lado e o acesso ao saber escolar por outro”. (ZEICHNER, 1993, p. 26 apud: NACARATO, VARANI E CARVALHO, 2001, p. 84)

Percebe-se que mesmo com os aspectos que limitam a ação docente, de

acordo com os autores citados, os professores buscam possibilidades e alternativas

que minimizem ou acabem com as problemáticas que interferem no processo

ensino-aprendizagem.

Outro aspecto relevante apontado por Nacarato, Varani e Carvalho (2001)

refere-se ao cotidiano do professor, no preparo das aulas, na organização de

atividades complementares, produção e seleção de material didático, preparo e

correção dos instrumentos avaliativos utilizados. As ações elencadas requerem

tempo, porém muitas vezes na carga horária de trabalho nem sempre há previsão

de tempo/espaço destinado para estas atividades, sobrecarregando o professor e

muitas vezes o planejamento, a organização das atividades torna-se falha, e reflete-

se no contexto da sala de aula.

Considerando alguns dos fatores que interferem no trabalho docente,

Nacarato, Varani e Carvalho (2001), destacam que mesmo sob as tensões que se

fazem presentes de forma constante na ação docente, os professores buscam o

desenvolvimento de seu trabalho de forma digna, construindo e desenvolvendo sua

profissão, tendo como referência um processo reflexivo e crítico.

Este processo pode ser conquistado, dentre outras possibilidades com a

formação continuada com espaços para estudos, discussões sobre o processo

ensino-aprendizagem, enfim sobre questões pertinentes ao trabalho pedagógico,

fortalecendo, clarificando e transformando a ação docente. Perceba-se que os

determinantes que influenciam o fazer docente são inúmeros e diversos, porém é

importante que o professor ao pensar em suas aulas, em seus alunos, organize seu

trabalho de forma a articular os diferentes momentos da aula, selecione a estratégia

de ensino adequada ao conteúdo a ser trabalhado, favorecendo a aprendizagem

eixo central de todo o trabalho pedagógico. Ressalte-se ainda a finalidade da

educação, traduzida nas Diretrizes Curriculares Estaduais (SEED, 2007, p. 22):

O domínio da cultura científica é instrumento indispensável à participação política, fato que somente poderá acontecer com conteúdos históricos e socialmente constituídos, e o mais próximo possível da produção científica. Não há como participar de uma sociedade, como agente de transformação, sem uma ciência básica. Trata-se de uma condição muito importante para formar pessoas criativas e participativas, capazes de atuar na sociedade atual.

A clareza, compreensão das finalidades e princípios que norteiam a

educação, o trabalho da escola, estão presentes no trabalho do professor, pois no

momento da organização de seu trabalho, as concepções, opções metodológicas,

processo avaliativo precisam aproximar-se, ser coerentes com a corrente teórica que

adota em seu fazer docente.

Tendo como referência a correlação e o estreitamento que deve existir entre

teoria e prática a coerência entre o pensar e o agir na docência, no momento de

planejar a aula, o professor dispões de diferentes estratégias, procedimentos de

ensino, metodologias de trabalho, e a opção que se faz das estratégias e dos

procedimentos revelam o pensar do professor sobre o ensino, as relações que

estabelece com seus alunos.

O referencial teórico que trata das estratégias de ensino traz inúmeras

possibilidades para o trabalho docente, neste texto apresentam-se algumas delas,

nas abordagens feitas por Vasconcelos (2007), Libâneo (2006) e Martins (2005)

explicitando suas características gerais, compreendendo que no cotidiano da ação

docente elas se fazem presentes.

Vasconcelos (2007) destaca as seguintes estratégias de ensino: aula

expositiva, exposição dialogada, e trabalho por projeto, as quais se distinguem pelas

características, forma de apresentação e desenvolvimento de um conteúdo:

[...] representação que normalmente o professor tem de sua tarefa é de que deve desenvolver determinados conteúdos, transmitir um conjunto organizado de informações, consideradas socialmente relevantes para a formação das novas gerações. [...] O dilema se aprofunda no questionamento da forma como esta tarefa vem sendo cumprida pela escola, ou seja, quando o professor, cada vez mais, se dá conta de que através da aula meramente expositiva não consegue cativar os alunos, os resultados nas avaliações são desoladores, pouco tempo depois os alunos já não se lembram de quase nada do que foi dado, as queixas dos colegas professores das séries seguintes em relação ao nível dos alunos são constantes, etc... (VASCONCELOS, 2007, p. 153):

O autor chama a atenção para o fato de que entre outras mudanças e

melhorias no processo ensino-aprendizagem, é necessário pensar na forma do

ensino, quais as estratégias que de fato propiciam o interesse, envolvimento do

aluno no decorrer da aula, apresentando características de algumas estratégias para

o desenvolvimento das aulas.

A aula expositiva traduz-se numa das formas mais conhecidas e utilizadas

pelos professores, e está pautada na apresentação do conteúdo pelo professor que

durante a exposição relata elementos significativos do tema abordado, caracteriza-

se pela transmissão do conhecimento, considere-se as ideias de Libâneo (2006, p.

161);

O método expositivo é bastante utilizado em nossas escolas, apesar das críticas que lhe são feitas, principalmente por não levar em conta o princípio da atividade do aluno. Entretanto, se for superada essa limitação é um importante meio de obter conhecimentos. A exposição lógica da matéria continua sendo, pois, um procedimento necessário, desde que o professor consiga mobilizar a atividade interna do aluno de concentrar-se e de pensar, e combine-a com outros procedimentos, como o trabalho independente, a conversação, o trabalho em grupo.

Trata-se de implementar, enriquecer e variar a aula expositiva para que seja

explorada como uma forma de ensino, e especialmente permita e favoreça a relação

do aluno com o professor e com o próprio conhecimento.

No que se refere à exposição dialogada em aula, entende-se o professor

como mediador do processo, que de acordo com Vasconcelos (2007), traz para a

sala de aula, elementos significativos da cultura humana. O autor destaca ainda que

a exposição feita pelo professor quando apresentada em aula na hora certa, com

qualidade na fala, sendo bem posicionada, significativa, com uso de esquemas para

facilitar a compreensão, considerando as necessidades do grupo de alunos,

traduzem-se em exigências e cuidados que o docente precisa ter ao fazer uso da

exposição dialogada. Vasconcelos (2007) chama a atenção ainda, para o fato de

que o professor deve levar em conta o tempo destinado à exposição, não ocupando

todos os momentos da aula, para que permita ao aluno o tempo para refletir sobre o

tema, propor questões, elaborar sua compreensão sobre a temática abordada em

aula.

Tendo apontado algumas características da exposição em aula e da

exposição dialogada, explicita-se ainda a aula sendo trabalhada por projetos, esta

estratégia pedagógica traz características peculiares e Vasconcelos (2007, p. 161)

aponta:

A perspectiva de trabalho por projeto nos parece ser a mais indicada para a renovação metodológica, tendo em vista a possibilidade concreta de superar uma série de problemas da prática tradicional, como a passividade do aluno, o distanciamento entre o objeto de conhecimento e os interesses dos educando, a desarticulação do ensino com a realidade e o não desenvolvimento da iniciativa e da autonomia dos alunos.

O trabalho com projetos em aula pode favorecer o dinamismo do processo

pedagógico, desenvolver a capacidade investigativa, a pesquisa de campo e

bibliográfica permitindo o aprofundamento e melhor compreensão dos conteúdos

desenvolvidos em sala de aula. Perceba-se que na organização e desenvolvimento

do trabalho com projetos há maior liberdade para a participação dos alunos no

processo investigativo, sendo que estes poderão sugerir, propor questões problemas

para estudo, é possível a organização de grupos de trabalho que favorece o

desenvolvimento do trabalho colaborativo, da autonomia, garantindo organização,

sistematização e têm um caráter conclusivo, pois os passos da pesquisa são

delimitados.

Projeto escolar de pesquisa é uma atividade didática de ensino aprendizagem, organizada dentro dos princípios da metodologia da ciência, destinada a pesquisar um fato, estudar um assunto, realizar um trabalho, individualmente ou em grupo, pela aplicação de procedimentos específicos, visando a obter certos resultados ou confeccionar um produto final (MARTINS, 2005, p. 97).

O projeto de pesquisa é relevante no trabalho docente, nos momentos da

aula, quando se destina a investigação de temáticas presentes no contexto da

escola, quando utiliza a metodologia da ciência, seguindo os passos e

procedimentos que validam e caracterizam uma pesquisa, quando traz consigo a

possibilidade de ampliação de conhecimentos, validação de hipóteses, e conclusão

do trabalho, sendo necessária a definição de cronograma próprio para a realização

dessa atividade.

Considere-se que muitas vezes o trabalho de pesquisa está vinculado não

só a uma área de conhecimento, mas traz a condição de articular duas ou mais

disciplinas, trata-se de pensar na perspectiva de projetos multidisciplinares,

pluridisciplinares ou interdisciplinares. Importante compreender os conceitos dos

termos acima apontados, para que no momento do planejamento docente se tenha

clareza das proposições que são efetivadas junto aos alunos. Um trabalho

multidisciplinar envolve a participação de todas as disciplinas no trabalho, porém não

há uma inter-relação entre elas, cada disciplina investiga, trabalha com os temas

que são pertinentes à sua área, traz suas contribuições sobre o conhecimento,

porém não há articulação entre os conceitos trabalhados nas diferentes áreas do

currículo. De acordo com Santomé (1998) a multidisciplinariedade caracteriza-se

pela justaposição de disciplinas, não havendo explicitação das relações entre elas.

Com relação à pluridisciplinaridade, necessário compreender que se trata da

junção no trabalho de pesquisa de disciplinas que possuem conteúdos afins, que

pertencem à mesma área conceitual, exemplo: Matemática e Física, que são

disciplinas que compõem as ciências exatas. Nesta possibilidade de trabalho,

estabelecem-se relações entre conceitos permitindo a percepção da totalidade do

conhecimento na tentativa de superar a fragmentação do conhecimento. Santomé

(1998) ressalta que na pluridisciplinariedade há um aspecto positivo no que se refere

à intercomunicação entre as áreas, favorecendo uma relação de igualdade, sendo

eu um conhecimento não se sobrepõe ao outro, porém também não há profunda

interação ou comunicação, não favorece alterações nas concepções e teorias.

Com relação aos projetos interdisciplinares, objetiva-se trabalhar com

espaços comuns existentes entre as disciplinas, busca-se o trabalho de

intercomunicação entre as disciplinas, os territórios das disciplinas são congregados

num único campo, trata-se de compor um conhecimento comum. O trabalho

interdisciplinar permite a compreensão de um fenômeno ou tema, na perspectiva de

diferentes disciplinas.

Santomé (1998) esclarece que no trabalho interdisciplinar, os alunos

trabalham com a possibilidade de transferir conhecimentos, aprendizagens,

desenvolvem a capacidade de analisar e resolver novos problemas enfrentados no

contexto da sala de aula. As ideias sobre a definição dos termos: multidisciplinar,

pluridisciplinar e interdisciplinar tem como referência Santomé (1998), que discute

várias vertentes conceituais dos termos apresentados e neste texto adotou-se a

classificação apontada por Erich Jantsch (apud: Santomé, 1998).

Perceba-se que no encaminhamento das aulas através da estratégia de

projetos é possível trabalhar com diferentes enfoques do conteúdo, primando

especialmente por sua exploração, observando o desenvolvimento do conteúdo e

também favorecendo a maior participação do aluno no processo ensino-

aprendizagem. Constitui-se ainda numa estratégia que favorece o desenvolvimento

da capacidade investigativa do próprio professor, estimula o estudo do conteúdo que

se constitui em fonte de pesquisa, traz a condição concreta para que as aulas não

se tornem rotineiras, permite a exploração do próprio livro didático adotado em aula.

O trabalho com projetos favorece ainda, o uso de espaços pedagógicos

disponíveis na escola, dentre eles: biblioteca, laboratório de ciências, física e

química, propicia a organização de visitas técnicas à locais associados à pesquisa.

CONCLUSÃO

Entende-se logicamente que as estratégias de ensino, as possibilidades de

encaminhamento da aula, não garantem por si só o êxito no processo ensino-

aprendizagem. A abordagem feita nesse texto com relação às estratégias

caracteriza-se pela apresentação e sistematização de algumas peculiaridades de

cada uma delas, porém estão associadas e vinculadas ao planejamento da aula, aos

conteúdos propostos, os objetivos previstos, os alunos que participarão da aula,

dentre outros fatores que interferem e estão presentes na relação pedagógica.

Este recorte sobre o momento da aula, suas possibilidades, dificuldades, os

enfrentamentos que estão presentes no trabalho docente, refletem algumas

considerações sobre o fazer do professor que se constrói no decorrer de sua

formação inicial, trajetória profissional, formação continuada, nas relações que

estabelece com seus alunos e com seus colegas professores.

Pode-se inferir ao final dessa produção, que a relevância do planejamento,

da organização do planejamento docente, das estratégias usadas em aula, estão

diretamente vinculadas à concepção do próprio fazer docente, à concepção de

planejamento, e que no momento da aula podem ou não se concretizar. As

contribuições dos autores presentes nesse texto enfatizam a ideia de que o

planejamento docente não se constitui num ato isolado, mas que precisa estar

correlato ao projeto de escola, às próprias concepções presentes nas Diretrizes

Curriculares Estaduais, para que possam aproximar-se de sua real finalidade que é

a promoção do aluno no processo ensino-aprendizagem.

Com relação às estratégias de ensino, que se constituíram em objeto de

estudo nesse trabalho, necessário inferir que os autores aqui referenciados

destacam vantagens de seu uso no contexto escolar, evidenciando que o trabalho

com projetos, nas suas diferentes possibilidades, seja multi, pluri ou interdisciplinar,

permite a exploração de conceitos, a produção de pesquisas e experimentos.

Considere-se que no contexto atual do processo de escolarização, do

momento histórico vivido pela escola como instituição formadora, o trabalho docente

precisa assentar-se nos processos de pensar, refletir e agir na perspectiva de que a

ação docente seja consciente, intencional e objetiva, garantindo o êxito dos alunos

no processo educativo.

Orientações Metodológicas: Feedback do texto lido.Orientações para o

próximo encontro

8º ENCONTRO

OBJETIVOS: Repensar sobre a importância do plano de aula, bem como das

metodologias utilizadas;

Instigar o professor a buscar formas diversificadas de ensinar,

articulando os conteúdos com o cotidiano das educandos.

DINÂMICA: Filme: O Sorriso de Monalisa

Dramatização Aula Planejada e não Planejada

COMENTÁRIOS: Professor, você já vivenciou alguma situação semelhante ao

personagem do texto? Qual? Que atitude da professora chamou sua atenção?

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS: De acordo com as reflexões proporcionadas

pelos textos e discussões, faremos uma dinâmica, que consistirá em um sorteio

onde cada professor irá retirar um papelzinho de uma caixa e neste terá uma palavra

referente aos temas trabalhados, que o sorteado deverá falar o que considerou

relevante neste tópico. Também encontrará papeis com frases para descontrair,

culminando com o sorteio de um brinde.

ENCERRAMENTO: Após o sorteio de brindes, iremos para uma confraternização, e

agradecimentos da Professora PDE, pela oportunidade da realização desse

trabalho.

REFERÊNCIAS

ALARCAO, I. (Org.) Escola Reflexiva e Nova Racionalidade. Porto Alegre, 2001 FUSARI, José Cerchi. O planejamento do trabalho pedagógico: algumas indagações e tentativas de respostas. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p044-053_c.pdf. Acesso em 02/07/2012 GERALDI, Corinta Maria Grisolia, FIORENTINI D., PEREIRA, Elisabete M.de A. Cartografias do Trabalho Docente. Campinas São Paulo: Mercado Letras, 2003. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 MASETTO, M. Didática: a aula como centro. São Paulo, SP: Editora FTD, 1994 Coleção Aprender e Ensinar. RIOS, Terezinha de A. Compreender e Ensinar – Por uma docência da Melhor Qualidade. 8ª edição. São Paulo: Cortez Editora, 2011. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – CADERNO DE EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM – Curitiba - 2012 VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico 7ª Edição. São Paulo, Cadernos Pedagógicos do Libertad – 1, 2000 ---------------------------------------- S. A Construção do Conhecimento em Sala de Aula. 11ª edição, São Paulo, Cadernos Pedagógicos do Libertad; 2 2000. VEIGA, Ilma Passos A.. Projeto Político Pedagógico. Campinas: Papirus, 1995 VIGOTSKY, L S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991. ZABALA, A. A Prática Educativa – Como Ensinar. Porto Alegre: ARTMED, 1998. ZANON, Denise Puglia. MENDES, Marjorie Emílio Bitencourt.:A aula momento de pensar,refletir e agir. Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/38-4.pdf. Acesso em 25/11/2012